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Disciplina: OPAE Aula 01: Análise Organizacional da Escola

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA


“Tenente General Armando Emílio Guebuza”

Curso de Licenciatura em Ensino de Historia

Disciplina- Organização Planificação e Administração da Esducação

Código - OPAE Tipo - Nuclear


Nível - 1 Ano - 4º
Docente: Msc Ângela Nhassengo

Aula 01: Análise Organizacional da Escola

 A Escola como Organização


 Conceito e elementos da Organização
 Origem e evolução da Escola: Instituição familiar, religiosa e estatal
 A emergência das variáveis organizacionais na educação: O movimento das escolas
eficazes

1. Análise Organizacional da Escola

Elaborado por: Msc  ngela Nhassengo (Especialista em Educaçã o Informá tica)


Disciplina: OPAE Aula 01: Análise Organizacional da Escola

A influência das teorias da Administração e das organizações na análise da organização escolar e


educacional é considerada sob dois aspectos principais:

O primeiro deles corresponde a teoria clássica predominante até os anos 50, tem como
fundamento principal a ideia da burocracia engendrada no desenvolvimento da organização
industrial e estatal.

O segundo elemento corresponde a teoria moderna das organizações, vê a sociedade industrial


como um sistema em mudança o que implica em considerar a flexibilidade e inovação
tecnológica.

Comporta a ideia da participação na organização substituindo a ideia do agente racional pelo


agente social, apontando, portanto para um modelo democrático associado as necessidades do
mercado. Este modelo tambem é funcionalista desde que o trabalho cooperativo e a participação
são exigências do sistema e funcionam como instrumentos de controle ideológico e psicológico
do sistema (Pages:1987) utilizados a serviço do poder económico.

1. A Escola como Organização

A organização escola apoia se no estudo das Teorias das Organizações – Como vertente na
Teoria de Administração.

1.1 Conceito e elementos da Organização

O que entendemos por organização?


Segundo os dicionários, a palavra organização se refere à ação e ao efeito de
organizar ou se organizar.
Com isso, poderíamos pensar, então, que uma organização é um grupo de
pessoas que se reúnem por algum motivo e com algum objectivo comum, que
se comunicam entre si e fazem actividades tanto individuais quanto em grupo.
Essas organizações, por sua vez, podem ser diferenciadas de acordo com a sua
natureza mais espontânea ou formal. Ou seja, diferenciando aquelas que não
são constituídas de forma explícita e formal daquelas que são constituídas com
base em objectivos bem definidos.

Elaborado por: Msc  ngela Nhassengo (Especialista em Educaçã o Informá tica)


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É em torno desses objetivos nos quais uma estrutura de funcionamento é


definida com atividades concretas e procedimentos estabelecidos.

Organização - Sistema
Segundo (Pagés, 1987: p. 31), a Organização é o produto de relações ou de acção
colectiva. Como sistema de mediações, se interpõe entre as contradições de
classe, evita ou atenua os conflitos, os absorve e os integra em um sistema social
unificado, mas é, entretanto, constantemente sustentada e produzida por elas.
A lógica da Organização pode ser compreendida , como produto das relações
sociais contraditórias, referindo-se tanto a seus grupos internos como a grupos
externos que a cercam, o que permite compreender a organização como relação de
poder.
Assim tanto a organização quanto o sistema na qual esta inserida interagem apartir
do conteúdo das contradições que lhe dão origem, o mantêm e o transformam.
A Organização, é ainda uma rede de tomada de decisões (Motta, 1986:14) na qual
o comportamento dos sujeitos envolve sua participação. É então um sistema
decisório de autonomia controlada onde há substituição de ordem e interdições por
regras e principios interiorizados conforme a lógica da organização. (Pagés, 1987:
p. 31). Tais regras e principios são portanto a materialização de normas, onde a
contradição entre autonomia e controle fundamenta seu modo dominação ou
relações de poder.
Conforme Outhwaite e Bettomore(1996), há uma diversidade de organizações na
sociedade moderna, classificadas sob várias ópticas, podendo ser diferenciadas
sob dois aspectos fundamentais: O seu grau de Burocratização e o
relacionamento com o estado.

A organização escolar
Estamos falando da instituição de ensino, uma organização de natureza formal,
que tem uma estrutura bem definida na qual tarefas e actividades específicas
são realizadas e há funções marcadas e diferenciadas.

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De fato, o estudo e a análise dessas organizações educacionais, dos seus


elementos e dos processos que ocorrem dentro delas são a base conceitual e de
conhecimento a partir da qual a teoria da organização escolar se alimenta.

Características da teoria da organização escolar


Existem muitas definições propostas por diferentes autores sobre o que é a teoria
da organização escolar. No entanto, todos concordam que  esta é uma disciplina
científica que empresta conceitos de outras teorias organizacionais, que
surgiram no mundo dos negócios, para aplicá-los ao estudo das escolas .
Poderíamos dizer que uma teoria da organização escolar se baseia no
conhecimento da instituição escolar como objecto de estudo, analisando como
os diferentes elementos que compõem a escola devem interagir.
Nesse sentido, a teoria da organização escolar não se limita apenas a descobrir o
fenômeno organizacional, mas também tem um escopo prescritivo sobre como a
acção organizacional deveria ser para ter um melhor funcionamento.

Elementos da Organização Escolar


Os diferentes elementos que compõem a instituição de ensino são tanto os
recursos humanos quanto os materiais, organizações administrativas e
legislativas, que devem funcionar de forma a garantir a educação dos estudantes.
Existem diferentes teorias ou linhas teóricas sobre a organização  escolar  e,
dependendo de quais forem tratadas, os elementos vão adquirir um peso relativo
maior ou menor e uma interrelação específica.

Linhas teóricas da organização escolar


Teorias existencialistas

Seu ponto de partida é buscar responder à questão sobre a existência, ou não, de


uma organização escolar.

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 Ausência de organização: Nesse grupo encontramos linhas teóricas que


propõem uma autonomia dentro da escola, ou seja, a ausência de regras.
  A instituição escolar deve ser capaz de funcionar com base na
espontaneidade.
 Organizações flexíveis: É proposta a necessidade de encontrar
um equilíbrio entre o normativo e o prescritivo, e o espontâneo.
 Organização formal: Esta corrente sustenta que as normas e a autoridade
são fundamentais para o funcionamento da organização.

Teorias clássicas

Concebem a organização como uma estrutura mecânica na qual as pessoas são


peças abstratas que permitem o funcionamento do processo.

 Teoria da organização fisiológica: Baseia-se em um modelo  taylorista da


divisão do trabalho e da eficácia como garantia do sucesso e da
produtividade dentro da escola.
 Teoria da departamentalização: Sugere a delimitação e divisão
especializada das funções de acordo com as capacidades das pessoas que
as cumprem.
Teorias superadoras ou novas teorias
Concentram-se na consideração do factor humano e do seu grau de satisfação
ao executar as funções ou tarefas atribuídas de acordo com as regras da estrutura
da organização.
 Modelo de Elton Mayo: As relações humanas têm uma influência directa na
organização.
 O modelo de Merton: A organização é bem-sucedida porque os
comportamentos são apropriados de acordo com as funções e
responsabilidades.
 Modelo de Selznick: Destaca a importância da delegação da autoridade.
 O modelo Gouldner: Dá importância à existência de regras gerais e
impessoais para reduzir a angústia interpessoal.

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Teoria interpretativa
Destaca a importância do subjectivo e do simbólico, dos valores e crenças.

Teoria política:
 Argumenta que as tensões, as coalizões e negociações políticas resultantes de
interesses díspares definem as organizações.

Conclusões
Em conclusão, gostaríamos de enfatizar que uma teoria sobre a organização
escolar deveria considerar os elementos mais significativos e explicativos das
diferentes abordagens  teóricas existentes. Ou seja, devem permitir estudar e
entender a organização escolar a partir da sua complexidade intrínseca.
Em resumo, assim como proposto pelas teorias superadoras ou novas teorias, uma
teoria sobre a organização escolar actual deveria ser uma teoria que considere o
factor humano como um elemento fundamental.

Aula 02

Origem e evolução da Escola: Instituição familiar, religiosa e estatal

1.2 Origem e evolução da Escola

A ESCOLA

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É uma organização específica que se distingue das demais em função de seu principal
objectivo formação humana.

Uma organização diferente

A escola são organizações que aprendem e, por isso, a gestão participativa,


democrática e burocrática quando necessário é uma opção para as Instituições
escolares.

Escola-Empresa

Processo de formação de produtos e mercadorias. Investimento na formação de


sujeitos, cidadãos activos, interagindo com o contexto social.

Organização burocrática, fundamentada na racionalidade técnica do trabalho,


centralização e no controle das pessoas. Contingente expressivo de indivíduos, cada
qual, com história de vida, objectivos e necessidades específicas no cotidiano
educacional.

 1.2 Origem e evolução da Escola: Instituição familiar, religiosa e estatal

História e Desenvolvimento das Escolas

O conceito de unir estudantes em um local separado para a aprendizagem existe


desde a Antiguidade Clássica. O ensino fundamental existe provavelmente desde
a Grécia antiga, Roma antiga, Índia antiga e China antiga. O Império Bizantino tinha um
sistema de ensino criado a partir do nível primário.

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De acordo com Bentley (2006), a fundação do sistema de educação primária


começou em 425 quando "... o pessoal militar geralmente tinha pelo menos o ensino
primário ...". Apesar de Bizâncio ter perdido muito da grandiosidade da cultura romana,
o Império enfatizou a eficiência nos seus manuais de guerra.

O sistema de ensino bizantino continuou até o colapso do império em 1453.

O Islã foi outra cultura que desenvolveu um sistema escolar, no sentido moderno da


palavra.

Na Europa, foi durante os séculos XIV e XV que ocorreu a expansão das escolas
devido, em grande parte, aos esforços catequistas da Igreja na busca de fiéis. "(...) é
preciso estudar a Bíblia para chegar a Deus, e as palavras da liturgia não toleram
imprecisão. Cabe à Igreja atrair fiéis, que devem conhecer as preces e os preceitos.".
Assim, os dois últimos séculos da Idade Média presenciam a expansão da escrita,
tanto em latim  quanto na língua vulgar.

Destinadas as crianças entre sete e quatorze anos, aos poucos a escola traz o livro do
domínio eclesiástico e político para o uso quotidiano. Expande-se para os
estabelecimentos comerciais ("livros de contas") e chega à zona rural nos contratos de
venda ou locação, mesmo para posses pequenas. Também nas profissões, a escola
exerce grande influência: frequentar a escola constitui uma prova de honradez, útil para
conseguir um bom casamento, tornar-se administrador dos bens da paróquia ou
magistrado municipal: scolae scalae ("a escola é uma escada").

Estas escolas eram presididas por um eclesiástico, scholasticus, subordinado


ao bispado, daí o nome de escolástica dado à doutrina e à prática de ensino. Há uma
forte demanda por elas, mais para moços, citadinos e mercadores do que para moças,
camponeses e pequenos vendedores. Apesar do estímulo à formação
de clérigos por Carlos Magno (768-814) e da referência às escolas em 1215
no Concílio de Latrão, não há uma estrutura escolar uniforme, como uma escola
por paróquia.

O magistério tem maior concentração nas regiões mais desenvolvidas.


Os mosteiros beneditinos recebem rapazes e moças e os jovens pensionistas sempre

Elaborado por: Msc  ngela Nhassengo (Especialista em Educaçã o Informá tica)


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se tornam monges. Os conventos e confrarias também podem manter escolas, assim


como hospitais e orfanatos. Fundar, subvencionar e manter uma escola constitui um
acto de misericórdia.

A escola pode funcionar ainda, sobretudo na Itália, como empresa


privada subvencionada pela comuna. Em uma escala mais reduzida, os mercadores
ensinam, a seus aprendizes, as bases da escrita e do cálculo.

A oferta assume várias formas, bem adaptada à demanda dos pais e inserida na
continuidade da educação familiar, centrada na aprendizagem dos valores,
na socialização e na aquisição de competências precisas. Este tipo de oferta tem seus
inconvenientes: a flexibilidade de suas estruturas resulta em um funcionamento
aleatório; se o pároco muda ou o mestre decide viajar, a escola para de funcionar.

Na França, as escolas elementares só surgiram na segunda metade do século XIII, e


se multiplicaram entre 1350 e 1450. As escolas rurais são relativamente bem
conhecidas no norte, na Champanha e na Normandia, ou em toda região rica e
urbanizada que tem muitos clérigos a formar e muitos monges para formá-los.

No norte, em 1449, das 156 aldeias de Flandres, 152 possuem uma escola. Na zona
rural, a escola raramente ensina a escrever: "saber ler é uma função intelectual
valorizada, saber escrever é uma habilidade manual vagamente desprezada".

Na cidade, há todos os tipos de escola (cursos em latim ou em língua vulgar), assim


como todos os níveis de ensino. No norte, Lille e Saint-Omer possuem trinta escolas,
quase uma por paróquia, e Douai possui sete escolas. Em Valenciennes, que conta
com vinte escolas em 1337 e 49 em 1388, há, nessa data, 516 crianças (145 meninas)
escolarizadas entre sete e dez anos.

Componentes da maioria das Escolas

. As escolas são espaços organizados propostos para o ensino e a aprendizagem.


As salas de aula, onde os professores ensinam e os alunos aprendem, são de
importância central, mas as escolas típicas têm muitas outras áreas, que podem incluir:

 Cantina ou refeitório, onde os alunos almoçam ou lancham;

Elaborado por: Msc  ngela Nhassengo (Especialista em Educaçã o Informá tica)


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 Quadra de esportes ou ginásio, local onde os alunos participam


em esportes ou educação física prática;
 Auditório ou sala onde acontecem eventos, tais como assembleias;
 Escritório ou coordenação, onde o trabalho administrativo da escola é feito;
 Biblioteca, onde os alunos consultam livros e revistas e muitas vezes
usam computadores;
 Salas de aula especializadas, incluindo laboratórios de ciência;
 Laboratórios de informática, onde o computador com internet é usado para
trabalhos.

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