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ESCOLA DE DIREITO
Belo Horizonte
2017/1
LUAN MIRANDA DA SILVA
Projeto de pesquisa
apresentado a Faculdade de
Direito do Centro Universitário
Newton Paiva – como requisito
parcial para obtenção do título
de Bacharel em Direito.
Belo Horizonte
2017/1
SUMÁRIO INICIAL:
1. INTRODUÇÃO
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O FORO POR PRERROGATIVA DE
FUNÇÃO
2.1. CONCEITO
2.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
2.3. DIREITO COMPARADO A OUTROS PAÍSES
2.4. PREVISÃO CONSTITUCIONAL E LEGAL
2.5. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO A LUZ DOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
2.5.1. PRINCÍPIOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
2.5.2 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
2.5.3 PRINCÍPIO DA IGUALDADE/ISONOMIA
2.5.4 PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
3. ESTUDO DE CASO: STF E A NOMEAÇÃO DE MINISTROS PELO
EXECUTIVO
4. PROJETOS DE LEIS EM TRAMITE
5. CONSEQUÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
6. CONCLUSÃO
1 - INTRODUÇÃO
2.1- CONCEITO
Essas pessoas, eram julgadas pelo Senado imperial, conforme previa Art. 47
da CF de 1824, que trazia o seguinte texto: “E da attribuição exclusiva do
Senado: I. Conhecer dos delictos individuaes, commettidos pelos Membros da
Familia Imperial, Ministros de Estado, Conselheiros de Estado, e Senadores; e
dos delictos dos Deputados, durante o periodo da Legislatura. II. Conhecer da
responsabilidade dos Secretarios, e Conselheiros de Estado”.
Já com o advento da nossa atual carta magna, de 1988, foi retirado do texto
constitucional a vedação expressa do “foro privilegiado”, permanecendo em
seu art. 5, XXXVII, a disposição “não haverá juízo ou tribunal de exceção”.
Apesar da omissão do texto constitucional, esta constituição é a considerada
mais ampla de todas as mencionadas, registrando-se 19 hipóteses de
incidência do foro especial, conforme trataremos mais a diante.
Na Argentina, por sua vez, adota o Foro por Prerrogativa de função, mas numa
modalidade bem mais limitada que no Brasil, onde concede a câmara dos
deputados a autonomia para acusar perante o senado autoridades como
Presidente, vice-presidente, o chefe do gabinete dos ministros, os ministros e
os membros da Corte Suprema, por irregularidades durante o exercício de suas
funções, seja com relação a crime de responsabilidade, ou comum.
http://oglobo.globo.com/brasil/foro-privilegiado-no-brasil-mais-amplo-
comparado-outros-20-paises-20973826
http://www.espacovital.com.br/noticia-26659-foro-privilegiado-no-brasil-nao-
tem-similar-no-mundo
Entretanto não podemos dizer que as normas são princípios, uma vez que
entendemos que os princípios, diante de suas características, são gêneros da
qual a norma é a espécie. Em casos de conflitos de normas, por exemplo, a
aplicabilidade de uma fica condicionada a invalidade da outra. Diferentemente
ocorre com os princípios, que comportarem uma serie indefinida de aplicações.
Logo, em casos de colisão de princípios, um não perde a validade perante o
outro, apenas cede ao outro com relação a aquele determinado caso.
No Brasil, por forte influência do texto constitucional francês, esse princípio foi
inserido já desde a primeira constituição, a de 1824, onde passou a ter sempre
um atenção especial do legislador constituinte. Na época, a previsão estava
contida no Art 179, XI da Constituição, onde dispunha que: “XI. Ninguem será
sentenciado, senão pela Autoridade competente, por virtude de Lei anterior, e
na fórma por ella prescripta”.
Assim, o princípio do juiz natural tem como objetivo proibir a criação posterior
de comissões e tribunais específicos a pratica de determinado crime ou em
razão daquela determinada pessoa. Logo, o juiz ou tribunal devem ser
previamente estabelecidos, de modo que ao praticar algum delito, o autor já
saberá a quem estará vinculado o seu julgamento.
Embora tenha sido introduzido nas constituições anteriores, tal previsão deixou
de mencionar a vedação quanto ao foro por prerrogativa de função, apesar de
continuar subentendida em nosso ordenamento. Contudo, com a instituição do
princípio do juiz natural, a proibição quanto ao foro especial, torna-se
indispensável ao ordenamento.
-ler file:///C:/Users/Luanm/Desktop/FACULDADE/TCC/cp138653.pdf
A referida constituição, consagrou também em seu Art. 5º que “todos são iguais
perante a lei” deixando assim de lado, o caráter meramente principiologico,
passando a ser também um direito dentre os demais, prevista nessa carta
magna. Na visão de Celso Ribeiro Bastos (1989, p. 12/13), o princípio da
igualde, é portanto, o mais vasto dos princípios constitucionais, não se vendo
recanto onde ela não seja impositiva. (Referência no artigo 4).
Dessa forma, Celso Antônio Bandeira de Mello (2008, p.10) considerou ser o
conteúdo-ideológico do princípio da igualde, propagando os textos
constitucionais em geral, ratificando que “a lei não deve ser fonte de privilégios
ou perseguições, mas instrumento regulador da vida social que necessita tratar
equitativamente todos os cidadãos”. (Artigo 4)
Concomitantemente, o Art. 93, XIII da atual carta magna, aduz que “o número
de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e
à respectiva população”. Assim, busca o aperfeiçoamento das demandas
judicias com o intuído de garantir a celeridade de sua tramitação.
Com a concentração das ações de foro por prerrogativa de função nas mãos
dos ministros do STF, impossível falar em celeridade, agilidade e eficiência nos
procedimentos penais a respeito. Os resultados de um levantamento realizado
por Joaquim Falcão, em um artigo publicado para o Jornal “O Globo”, reafirma
o que aduzimos, onde concluiu que:
De 2001 até hoje são cerca de 560 casos [...]Em 2003, o STF levava
em média 277 dias para julgar ações penais correspondentes àqueles
com foro privilegiado. Em 2016, são mais de 1.200 dias. Aumento de
346%. E o total de ações novas aumentou em 132%. Em 2014, o
STF, pensando em agilizar esses processos, determinou que estas
autoridades poderiam ser julgadas pelas Turmas. Não funcionou até
agora. De 1.396 dias em 2014, aumentou para 1.536 em 2015. Tudo
não passaria de um problema de gestão interna na busca de
eficiência se não trouxesse graves consequências. Quanto mais
tempo se passa, mais aumenta a probabilidade de o STF enfrentar
pressões políticas indevidas. Leia mais sobre esse assunto
em http://oglobo.globo.com/brasil/artigo-supremo-os-politicos-
com-foro-privilegiado-1-19587066#ixzz4f122gzKy
Esta não foi a única manifestação recente do STF, quanto ao foro por
prerrogativa de função. Após inúmeras manifestações dos tribunais regionais,
decidindo tanto pela legalidade da nomeação do Ministro Moreira Franco,
quanto para cassar, o Ministro do STF, Celso de Mello, decidiu o mandado de
segurança MS-34615, pela legalidade da nomeação.
Dessa forma, A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, agendou para o dia
31 de maio do presente ano, o julgamento sobre a extensão do “foro
privilegiado”. Conforme levantamento realizado pelo Jornal “O Globo”, a
restrição do foro já tem apoio de Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luís Roberto
Barroso, Luiz Fux, Marco Aurério e Rosa Weber. Ou seja, a maioria dos
ministros. http://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/restricao-ao-foro-privilegiado-ja-
tem-maioria-no-supremo.html?loginPiano=true
O Ministro afirmou ainda que o foro privilegiado “dá privilégio a alguns, sem um
fundamento razoável”. Explicando que, no caso do STF, os processos criminais
se penduram por muitos anos, consumindo assim um tempo exagerado de uma
corte, em que deveria se preocupar apenas com assuntos constitucionais.
6. CONCLUSÃO
11. CONCLUSÃO