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Escola Superior de Ciências Sociais, Educação e Desporto

Licenciatura em
Desporto e condição
física e bem-estar
3º ano

SAÚDE PÚBLICA E ATIVIDADE FÍSICA

Pedro Martins, Ph.D


MARÇO 2023
pmartins@ipmaia.pt ANO LETIVO 2022 / 2023
Qual é o papel da UE no âmbito da política de saúde??

Os Estados-Membros da UE são responsáveis pela organização e pela prestação de serviços de


saúde e de cuidados médicos.

O papel da UE no âmbito da política de saúde é, por conseguinte, complementar ao das políticas


nacionais.
As políticas e ações da UE no domínio da saúde pública visam:

•proteger e melhorar a saúde dos cidadãos da EU;

•apoiar a modernização das infraestruturas de saúde;

•melhorar a eficiência dos sistemas de saúde da Europa;

•reforçar as medidas de preparação e resposta a ameaças sanitárias transfronteiriças.

Em todas as políticas e ações da União será assegurado um elevado nível de proteção da saúde.
No domínio da saúde, a UE adota legislação e recomendações destinadas a proteger as pessoas,
que abrangem, por exemplo, os produtos de saúde e os direitos dos doentes.

A coordenação no domínio da saúde pública é uma consequência necessária da livre circulação de


pessoas e bens no mercado interno.

A cooperação da UE em questões de saúde pública tem por objetivo fazer face aos desafios
comuns em matéria de saúde decorrentes, por exemplo, da resistência aos agentes
antimicrobianos, de doenças crónicas que podem ser prevenidas e do envelhecimento da
população.
Promover a saúde e lutar contra as doenças

Cancro

O cancro é a segunda causa de mortalidade e um dos principais fatores que contribuem para mortes prematuras
na UE. Segundo as estimativas, em 2020, foi diagnosticado cancro a cerca de 2,7 milhões de pessoas na União.

Além disso, 52 % dos óbitos por doença profissional na UE todos os anos são devidos a cancro (Fonte: Comissão
Europeia).

Para além de afetar diretamente a saúde e o bem-estar das pessoas, o cancro tem também impacto nos
sistemas sociais e de saúde, nos orçamentos públicos, na produtividade e no crescimento da economia, que
requerem uma mão de obra saudável.

Em 2003, o Conselho aprovou uma recomendação sobre o rastreio do cancro, que incentiva os países da UE
a implementarem programas de rastreio populacional com garantias de qualidade.
Enquanto a anterior recomendação de 2003 sobre o rastreio do cancro se limitava ao cancro da mama, do
colo do útero e colorretal, os Estados-Membros concordaram em 2022 em alargar o seu âmbito ao cancro
do pulmão, da próstata e do estômago.

A UE dispõe também de vários atos legislativos destinados a proteger os trabalhadores de perigos e


produtos químicos perigosos, nomeadamente substâncias cancerígenas e mutagénicas.
Tabaco

O consumo de tabaco é o maior risco evitável para a saúde e a principal causa de morte prematura na UE,
sendo responsável por quase 700 000 mortes por ano. Cerca de 50 % dos fumadores morrem prematuramente
(em média, 14 anos mais cedo do que os não fumadores).

A Diretiva "Produtos do Tabaco" estabelece regras relativas ao fabrico, à apresentação e à venda de produtos
do tabaco e produtos afins, a fim de proteger os consumidores na UE.

Uma outra diretiva relativa à estrutura e taxas dos impostos especiais sobre o consumo de tabacos
manufaturados introduziu impostos elevados sobre os produtos do tabaco, tendo como objetivo reduzir o
consumo de tabaco, principalmente entre os jovens.

A recomendação do Conselho sobre a criação de espaços sem fumo, de 2009, insta os Estados-Membros da
UE a protegerem as pessoas da exposição ao fumo do tabaco em locais públicos e no local de trabalho.
Resistência aos agentes antimicrobianos

A resistência aos agentes antimicrobianos (RAM) ocorre quando determinados micróbios, como as
bactérias, desenvolvem resistência a um ou mais medicamentos. A resistência aos agentes antimicrobianos
está a aumentar devido à utilização excessiva de antibióticos e à eliminação inadequada de medicamentos,
sendo responsável por cerca de 33 000 mortes por ano na UE.

Esta situação é agravada ainda mais porque não são desenvolvidos novos medicamentos antimicrobianos.

O plano de ação da UE contra a resistência aos agentes antimicrobianos, de 2017, visa promover a
sensibilização e as boas práticas, estimular a investigação e a inovação, bem como reforçar a cooperação
a nível mundial.

O novo regulamento relativo aos medicamentos veterinários, adotado em 2018, definiu como um dos seus
objetivos reduzir a utilização de antibióticos na criação de
animais e, assim, travar a propagação de micróbios resistentes
dos animais para o ser humano.
Vacinação

A política de vacinação é da competência dos Estados-Membros. A UE presta assistência aos Estados-


Membros na coordenação das suas políticas e programas.

Em dezembro de 2018, o Conselho adotou uma recomendação com vista a reforçar a cooperação da UE no
que respeita a doenças que podem ser prevenidas por vacinação. Esta iniciativa estabelece orientações para
combater a hesitação em vacinar, melhorar a cobertura vacinal, promover a coordenação da aquisição de
vacinas e apoiar a investigação e a inovação. Além disso, incentiva os Estados-Membros a desenvolverem e a
aplicarem planos nacionais de vacinação.

Em dezembro de 2022, os ministros da UE aprovaram conclusões do Conselho sobre a vacinação como um


dos instrumentos mais eficazes para prevenir as doenças e melhorar a saúde pública. As conclusões
salientam que os Estados-Membros poderão beneficiar de uma abordagem ainda mais coordenada da UE em
matéria de vacinação para impedir e limitar a propagação de epidemias e doenças que possam ser prevenidas
por vacinação. As conclusões concentram-se em dois domínios de ação: o combate à hesitação vacinal e a
preparação para os desafios futuros através da cooperação da UE.
Segurança das substâncias de origem humana

Muitos tratamentos de doenças graves dependem da disponibilidade de sangue, tecidos e células.

Em 2002 e 2004, a UE adotou legislação destinada a proteger os doentes que recebem sangue, tecidos e
células, e estabeleceu requisitos mínimos de qualidade e segurança em todas as etapas, desde a doação até
ao tratamento e ao acompanhamento.

Esta legislação garantiu ainda a segurança de milhões de doentes sujeitos a transfusões de sangue e
transplantes.
A legislação relativa ao sangue, aos tecidos, às células e aos órgãos está atualmente a ser revista para garantir
que possa dar resposta aos desafios atuais e futuros.
Saúde em linha

A Comissão Europeia considerou a saúde em linha um dos principais setores da sua agenda para a
transformação digital. A saúde em linha refere-se a ferramentas e serviços que utilizam as
tecnologias da informação e da comunicação (TIC) para melhor prevenir, diagnosticar, tratar,
monitorizar e gerir doenças.

A crise da COVID-19 veio comprovar a importância da transformação digital nos setores da saúde e
da prestação de cuidados. A digitalização poderá reforçar a resiliência dos sistemas de saúde, a
sua eficiência e a sua resposta global à pandemia.

Em 3 de maio de 2022, a Comissão Europeia propôs um regulamento relativo à criação do Espaço


Europeu de Dados de Saúde (EEDS). O EEDS ajudará as pessoas a ter pleno controlo sobre os
seus dados de saúde, que serão publicados de acordo com uma norma europeia comum,
permitindo-lhes obter melhores cuidados de saúde em toda a UE. Ao mesmo tempo, o EEDS
permitirá igualmente estabelecer um quadro regulamentar sobre o acesso transfronteiras dos
investigadores, a fim de reforçar a investigação médica.
Financiamento: o "Programa UE pela Saúde“

O "Programa UE pela Saúde" é o novo programa da UE no domínio da saúde para o período


compreendido entre 2021 e 2027. A pandemia de COVID-19 tem um impacto importante nos doentes, no
pessoal médico e noutros profissionais de saúde, assim como nos sistemas de saúde da Europa. Este
programa constitui uma resposta forte à pandemia de COVID-19, mas mantém igualmente a tónica nas
ações da UE a longo prazo no domínio da saúde. Tem por objetivo melhorar a saúde pública na UE e
preparar melhor a União para enfrentar futuras crises de saúde.

O programa investe 5,3 mil milhões de euros no financiamento de entidades, organizações de saúde e
ONG elegíveis de países da UE ou de países terceiros associados ao programa.

O programa tem como objetivos:

•melhorar e promover a saúde na EU;

•proteger os cidadãos de ameaças sanitárias transfronteiriças graves;

•disponibilizar medicamentos a preços acessíveis;

•reforçar os sistemas de saúde, a sua resiliência e a eficiência dos recursos.


• 9789240005709-por.pdf (who.int)
Política de saúde da UE

• A resposta da UE à pandemia de COVID-19

Desde o início da pandemia, a UE tem vindo a trabalhar com os


Estados-Membros para reforçar os sistemas nacionais de saúde e
limitar a propagação do vírus.

Tem vindo a coordenar a ação a nível da UE com base nos melhores


dados científicos disponíveis e a formular recomendações sobre
medidas de saúde pública dirigidas aos países da UE.
A resposta da UE no domínio da saúde
pública inclui:
• O aumento da capacidade de produção de uma vacina segura e
eficaz, através da estratégia da UE em matéria de vacinas;
• A garantia do fornecimento de equipamento médico e de
equipamento de proteção individual através:
• da manutenção da livre circulação de mercadorias no mercado interno;
• de processos de contratação pública conjunta e da criação de uma reserva
europeia comum no âmbito da iniciativa "RescEU“;
• O apoio à investigação e à inovação no que respeita a tratamentos e
vacinas;
Infografia –A resposta de emergência da UE à
pandemia de COVID-19
Diretrizes da OMS sobre política de saúde e apoio
sistémico para a otimização de programas de
agentes comunitários de saúde

• 9789248550362-por.pdf (who.int)

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