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AVALIAÇÃO DE BENS DE
PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS,
ARTÍSTICOS E EMPREENDIMENTOS
Julia Farah Ribeiro
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
2
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Revisor
Rosangela Bomtempo de Siqueira
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
_________________________________________________________________________________________
Ribeiro, Julia Farah.
R484a Avaliação de bens de patrimônios históricos, artísticos e
empreendimentos/ Julia Farah Ribeiro, – Londrina: Editora
e Distribuidora Educacional S.A. 2020.
43 p.
ISBN 978-65-87806-54-9
CDD 720
____________________________________________________________________________________________
Raquel Torres CRB: 6/2786
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
3
AVALIAÇÃO DE BENS DE PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS,
ARTÍSTICOS E EMPREENDIMENTOS
SUMÁRIO
Introdução aos conceitos da avaliação de bens de patrimônios históricos
e artísticos, e suas metodologias de avaliação_______________________ 05
4
Introdução aos conceitos da
avaliação de bens de patrimônios
históricos e artísticos, e suas
metodologias de avaliação
Autoria: Julia Farah Ribeiro
Leitura crítica: Rosangela Bomtempo de Siqueira
Objetivos
• Contextualizar as discussões acerca do patrimônio
histórico, seus instrumentos legais de proteção e a
identificação de seus valores.
5
1. Discussão inicial
2. Conceitos introdutórios
6
2.1 A preservação do patrimônio histórico no Brasil
7
Apesar destes avanços, o predomínio da prática de abertura de estudos
de tombamento, caso a caso, como principal instrumento jurídico à
preservação, estabelece uma dinâmica que sustenta exclusões, uma
vez que essas solicitações são, muitas vezes, motivadas por interesses
particulares. Nos órgãos de preservação federal e estaduais, os casos
de abertura de estudos de tombamento a partir de trabalhos sistêmicos
de identificação de imóveis ainda não se constituem em prática
cotidiana. Nas ações preservacionistas, esse limite tende a diminuir a
representatividade social do conjunto de bens tombados.
8
Esses campos de força, tangíveis e intangíveis, que indicarão o que
deverá ser legalmente protegido pelos órgãos competentes, tendo
sempre em vista que o interesse à conservação ou restauro emerge da
necessidade de que esses bens permaneçam vivos e em uso pelo maior
tempo possível pela sociedade local.
9
Diante da complexidade dessa interpretação, torna-se difícil criar uma
metodologia única que considere todas essas variedades e torne o
trabalho de valoração prático e objetivo, sem cometer erros.
10
4. Metodologias de avaliação de bens de
patrimônios históricos e artísticos
É sabido que as metodologias para avaliação econômica do patrimônio
histórico construído apresentam diferentes abordagens. Nesse
sentido, devemos lembrar que cada imóvel histórico é único, e essa
especificidade demandará um tratamento particular no que tange aos
atributos e objetivos das avaliações.
1. Metodologia CONDEPHAAT;
2. Metodologia KASKANTZIS;
3. NBR 14.653-7 (MIRANDA; NOVAES, 2015; HARGER, 2019).
11
• Relevância do bem para a coletividade.
• Possibilidades de recuperação.
12
Fonte: Miranda e Novais (2015, p. 47).
13
4.2 Metodologia KASKANTZIS
• Acessibilidade.
• Reputação turística.
• Visual paisagístico.
14
Figura 2 – Exemplo de aplicação do método Kaskantzis
15
Fonte: Miranda e Novais (2015, p. 48).
16
Por sua vez, a parte 7 – a que mais interessa às discussões desta
disciplina – possibilita a determinação de valor econômico de uma
arquitetura histórica. Nela, busca-se a identificação do valor do imóvel,
identificação do custo de oportunidade de intervenções sobre o imóvel
e determinação de prioridades e ações para subsídio da gestão de bens
do patrimônio histórico e artístico.
17
direto de dados do mercado (visto que é o mais indicado para definição
de valores em transações imobiliárias de modo geral). Este método
busca no mínimo cinco imóveis cujas características sejam similares
ao do objeto da avaliação. A partir dos imóveis apurados em um
determinado campo amostral, atribui-se valores e variáveis que por
método cientifico são tratados e geram um modelo estatístico que, ao
final, reproduzirá seu real valor justo de mercado.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS–ABNT. NBR 14.653: avaliação de
bens. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
BRASIL. [1988] Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,
DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 28 ago. 2020.
CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Unesp/Estação Liberdade, 2001.
HARGER, S. Valorização econômica do patrimônio histórico. Cadernos NAUI,
[S.l.], v. 8, n. 14, p. 59-82, jan./jun. 2019. Disponível em: https://repositorio.
ufsc.br/bitstream/handle/123456789/200160/VALORA%C3%87%C3%83O%20
18
ECON%C3%94MICA%20DO%20PATRIM%C3%94NIO%20HIST%C3%93RICO.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 28 ago. 2020.
MIRANDA, M. P. de S.; NOVAIS, A. L. M. Metodologias de valoração econômica de
danos a bens culturais materiais utilizadas pela promotoria estadual de defesa
do patrimônio cultural e turístico de minas gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE ENGENHARIA E PERÍCIAS (COBREAP), 28., 2015, Belo Horizonte. Anais [...] Belo
Horizonte: COBREAP, 2015.
RIBEIRO, J. F. Para além do centro histórico: valores e sentidos do patrimônio
edificado de Espírito Santo do Pinhal. Dissertação (Mestrado em Arquitetura,
Tecnologia e Cidade)–Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, 2017.
REIGL, A. O culto moderno dos monumentos. Lisboa: Edições 70, 2013.
RODRIGUES, M.; TOURINHO, A. de O. Patrimônio ambiental urbano: uma retomada.
Revista CPC, São Paulo, n. 22, p. 70-91, 2016.
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Introdução aos conceitos da
avaliação de empreendimentos e
suas metodologias de avaliação
Autoria: Julia Farah Ribeiro
Leitura crítica: Rosangela Bomtempo de Siqueira
Objetivos
• Contextualizar as discussões acerca do que se figura
o conceito de empreendimento e outros conceitos
atrelados a ele.
20
1. Discussão inicial
2. Conceitos introdutórios
21
entre todas essas ciências é o reconhecimento de que o conceito de valor
pode variar de acordo com o contexto em que está inserido. Isto ocorre
pois ele está frequentemente atrelado a outros termos mutáveis, como:
qualidade, utilidade e importância (BONATTO, 2010).
22
2.2 O conceito de cliente
23
2.3 O conceito de produto
Para Rozenfeld et al. (2006), o produto pode ser explicado como uma
composição de materiais e serviços desenvolvidos para satisfazer os
requisitos dos clientes e/ou os interesses de uma organização. A seguir,
abordaremos como esse conceito pode ser aplicado no campo da
construção civil.
24
3. Análise de viabilidade de empreendimento
25
A análise de investimentos em empreendimentos de construção civil, por
sua vez, “figura a ação de coletar dados e aplicar técnicas de engenharia
econômica, considerando as taxas de desconto e os prazos e valores
previstos em fluxo de caixa” (COSTA NETO; BRIM; AMORIM, 2003, p. 9).
Na construção civil, a análise de viabilidade está diretamente relacionada
ao estudo de uma nova construção e versa sobre a comparação entre
as receitas e despesas da obra considerando o tempo decorrido (COSTA
NETO; BRIM; AMORIM, 2003). Nessa análise, se os resultados apontarem
benefícios, o processo pode prosseguir; caso contrário, o projeto deve
ser ajustado ou descartado.
26
Portanto, quando a decisão de investir está baseada na disponibilização de
recursos, com o objetivo de se alcançar um equilíbrio entre as entradas e
saídas, levando-se em consideração o fluxo de caixa, estamos falando de
uma viabilização financeira (COSTA NETO; BRIM; AMORIM, 2003).
27
climáticas, políticas, sociais e tantas outras influenciam diretamente nas
decisões de investimento – seja de forma positiva ou negativa.
28
5. Ferramentas para tomadas de decisão
• Anteprojeto arquitetônico.
• Aquisição do terreno.
• Orçamentação e planejamento.
• Publicidade do empreendimento.
• Construção.
• Vendas.
• Administração do empreendimento.
29
Ainda, vale destacar que o último estágio do projeto – nomeado de
revisão, análise e sistematização dos resultados –, listado acima, é
indispensável para embasar as futuras avaliações. Nele deve-se analisar
as decisões tomadas ao longo do desenvolvimento e execução do
empreendimento, comparando o seu comportamento ao longo de todas
as etapas supramencionadas com o que estava previsto no projeto, a
fim de corrigir as eventuais distorções e erros cometidos.
6. Avaliação de empreendimentos na
construção civil
30
haviam sido estabelecidos para o desempenho esperado. As maiores
variáveis dentro deste processo estão relacionadas aos usuários, suas
necessidades (sejam elas técnicas, funcionais e/ou comportamentais) e
os edifícios em si (configurações, espaços, usos etc.).
31
• Revisão do briefing.
• Revisão do projeto.
32
ou embargado; desativado e desmonte. Já a classificação por base é
subdivida em: empreendimento de base imobiliária; empreendimento
de base industrial; empreendimento de base mineral; empreendimento
de base rural; empreendimento de base comercial e serviços e
empreendimento com base em concessões de serviços públicos.
Referências Bibliográficas
ABREU, C. A. C. de; BARROS NETO, J. de P.; HEINECK, L. F. M. Avaliação econômica
de empreendimentos imobiliários residenciais: uma análise comparativa. In:
ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 28., 2008, Rio de Janeiro.
Anais [...] Rio de Janeiro: ENEGEP, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS–ABNT. NBR 14.653-4: avaliação de
bens–parte 4: empreendimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
BONATTO, S. F. Proposta de um Modelo para Avaliação de Empreendimentos
Habitacionais de Interesse Social a Partir da Percepção de Clientes Finais.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
33
COSTA NETO, J. A. L.; BRIM, J. V.; AMORIM, P. H. M. de. Estudo de um modelo para
Análise Prévia de Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos
Imobiliários em Salvador. Monografia (Especialização em Gerenciamento de
Obras)–Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2003.
MICHAELIS. Empreendimento. 2020. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/
moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/empreendimento. Acesso em: 31
ago. 2020.
ROSA, R. S.; SOUZA, Y. de. Avaliação de empreendimentos: prerrogativas
do administrador frente à NBR 14.653-4. Trabalho de Conclusão do Curso
(Graduação em Administração)–Instituto de Ciências Humanas e Sociais,
Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2016.
ROZENFELD, H. et al. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência
para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006.
SALES, A. M. G.; NAVEIRO, R. M. Modelo de processo de desenvolvimento de
produtos e ciclo de vida de projetos do guia PMBOK-uma análise comparativa. In:
ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ENEGEP), 30., 2010, São
Carlos. Anais [...] São Carlos: ENEGEP, 2010.
TAVARES JUNIOR, C.; CASTRO, M. A. F. de; BRAGA, F. O. Análise expedita de
viabilidade econômico-financeira de investimento imobiliário aplicada a
empreendimento residencial unifamiliar–um estudo de caso. Revista Tecnologia,
Fortaleza, v. 28, n. 2, p. 210-221, 2007.
34
Procedimentos específicos quanto
a avaliação de empreendimentos
Autoria: Julia Farah Ribeiro
Leitura crítica: Rosangela Bomtempo de Siqueira
Objetivos
• Introduzir ao aluno as diversas possibilidades
de empreendimentos presentes no campo da
engenharia.
35
1. Discussão inicial
36
atual, as atividades desenvolvidas pelo homem (independentemente
da escala) objetivam cumprir suas necessidades sem comprometer o
ambiente.
37
retenção de resíduos de extração de minérios) observassem alguns
pontos (ROCHA et al., 2005 apud DENARDIN, 2004):
• Alternativas da ação.
38
• Identificação: nessa primeira fase é caracterizada a ação proposta
e o ambiente onde ela será inserida. Consequentemente, devem
ser feitas também a identificação das ações e dos impactos
a serem investigados, a análise das relações entre os fatores
ambientais, a definição de indicadores ambientais e a medição dos
impactos.
Desse modo, ainda, é importante ressaltar que esse processo deve ser
cíclico, ou seja, deve perpassar por sucessivas análises.
a. Métodos espontâneos.
b. Metodologia checklist.
c. Métodos de matrizes de interação.
d. Redes de interação.
e. Superposição de cartas.
f. Modelos de simulação.
g. Metodologias quantitativas.
39
a. Métodos espontâneos (AD-HOC)
b. Metodologia checklists
40
2. Checklist descritivo: inclui diretrizes ambientais e a discussão de
como medir esses parâmetros identificados.
3. Checklist escalar: apresenta informações adicionais sobre o
dimensionamento subjetivo dos parâmetros.
4. Checklist escalar ponderado: inclui informações adicionais para
a avaliação subjetiva de cada parâmetro em relação a todos os
outros parâmetros.
Por sua vez, ela se constitui por meio de uma listagem de controle
bidimensional que relaciona fatores com ações. Ela é eficiente
principalmente na identificação dos impactos diretos, dado que
relaciona os fatores ambientais com os componentes do projeto.
41
sejam eles de primeira ou segunda ordem. Portanto, essa metodologia
pode ser utilizada para orientar a proposição de medidas para minimizar
os impactos identificados.
e. Superposição de cartas
f. Modelos de simulação
42
iniciada – especialmente em casos onde se busca estimar os impactos de
emissões gasosas e lançamentos de efluentes no meio ambiente.
g. Metodologias quantitativas
43
venha sempre acompanhada de estudos e planejamentos de
desenvolvimento ambiental, a fim de promover o desenvolvimento
sustentável da região e minimizar os impactos das atividades realizadas
nessas áreas.
44
nos diferentes grupos – os impactos a serem compensados muitas vezes
podem não ser observados pela população como um todo, mas apenas
por alguns grupos que, por sua vez, têm percepções internas distintas.
Ainda assim, tais impactos são comumente vistos, a grosso modo, como
menos extensivos, em comparação a outros tipos de empreendimentos
(como as usinas hidrelétricas, que demandam o alagamento de grandes
áreas). Por essa razão, pode-se dizer que, nesses casos, ainda hoje, as
avaliações de impacto se concentram nos estudos de viabilidade.
45
Seguindo nessa perspectiva, o Manual de Avaliação Técnico-Econômica de
Empreendimentos Eólicos (MATEEE), documento produzido em 2007 pelo
governo do Estado do Paraná, fornece subsídios para a tomada de decisão
por parte de investidores, agentes financeiros e demais agentes do setor
elétrico, no que diz respeito à viabilidade de usinas eólico-elétricas.
46
de estudos que buscavam investigar os efeitos do ambiente construído
no comportamento e desenvolvimento dos usuários.
Hoje, esse tipo de avaliação pode ser realizado com diversos propósitos,
a depender dos objetivos de quem a está organizando e dos indivíduos
(usuários) ligados ao espaço estudado. Geralmente, as principais
motivações são: verificar a adequação real do projeto e a conformidade
do produto com seus requisitos, auxiliar na adaptação das instalações
de uma edificação a novas necessidades não preestabelecidas, refinar
programas de necessidades de edificações repetitivas e compreender
melhor as interações entre os espaços construídos e seus ocupantes
(BONATTO, 2010).
47
avaliação o empreendedor passa a ter um entendimento melhor do
usuário, das possibilidades de redução de custos nas construções (ao
se evitar desperdícios com aspectos identificados que não atingiram os
resultados esperados). Pode-se dizer que a Avaliação de Pós Ocupação
é uma fonte de “retroalimentação no processo de desenvolvimento de
empreendimentos, fornecendo informações sobre os resultados reais
desse processo, possibilitando aprendizagem sobre os clientes e o
produto em uso” (BONATTO, 2010, p. 46).
Referências Bibliográficas
BONATTO, S. F. Proposta de um modelo para avaliação de empreendimentos
habitacionais de interesse social a partir da percepção de clientes finais.
48
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Porto Alegre, 2010.
CREMONEZ, F. E. et al. Avaliação de impacto ambiental: metodologias aplicadas no
Brasil. Revista Monografias Ambientais, Santa Maria, v. 13, n. 5, p. 3821-3830,
2014.
DENARDIN, A. A. A importância do custo de oportunidade para a avaliação de
empreendimentos baseados na criação de valor econômico (Economic Value
Added–EVA). ConTexto, [S. l.], v. 4, n. 6, 2004.
INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO – LACTEC. Manual de
avaliação técnico-econômica de empreendimentos Eólio-elétricos. Curitiba:
Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC/Engenharia Eólica–
Camargo Schubert, 2007.
MORAES, C. D. de; D’ AQUINO, C. de A. Avaliação de impacto ambiental: uma revisão
da literatura sobre as principais metodologias. In: SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO
CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO SUL CATARINENSE (SICT), 5., 2016, Araranguá.
Anais [...] Araranguá: IFSC, 2016.
PIMENTEL, G.; PIRES, S. H. Metodologias de avaliação de impacto ambiental:
Aplicações e seus limites. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 26,
n. 1, p. 56-68, 1992.
PROCOPIAK, L. A. J. et al. Desenvolvimento e validação de nova metodologia para
avaliação técnico econômica de empreendimentos eólicos. In: CONGRESSO DE
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM ENERGIA ELÉTRICA, 2., 2003. Anais [...] Rio de Janeiro:
CITENEL, 2003.
ROCHA, E. C.; CANTO, J. L. do; PEREIRA, P. C. Avaliação de impactos ambientais nos
países do Mercosul. Ambiente & Sociedade, [S.l.], v. 8, n. 2, p. 147-160, 2005.
YOUNG, C. E. F. et al. Metodologia de avaliação ex post dos impactos econômicos e
socioambientais de empreendimentos hidrelétricos. In: CONGRESSO DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA EM ENERGIA ELÉTRICA (CITENEL), 6., 2011, Fortaleza. Anais [...]
Fortaleza: CITENEL, 2011.
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Elaboração de laudos de avaliação
Autoria: Julia Farah Ribeiro
Leitura crítica: Rosangela Bomtempo de Siqueira
Objetivos
• Compreender como se dá o processo de elaboração
de laudos nos campos do patrimônio e da
construção civil.
50
1. Discussão inicial
2. Avaliações em engenharias
51
Quadro 1–Classificação dos profissionais de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia e suas respectivas áreas de atuação
PROFISSIONAIS ATIVIDADES
Edificações, conjuntos arquitetônicos e
monumentos, arquitetura paisagística
Arquiteto e Engenheiro-arquiteto
e de interiores, planejamento físico,
local, urbano e regional.
Aeronaves, seus sistemas e seus componentes;
máquinas, motores e equipamentos;
instalações industriais e mecânicas
Engenheiro aeronáutico
relacionadas à modalidade; infraestrutura
aeronáutica; operação, tráfego e serviços
de comunicação de transporte aéreo.
Levantamentos topográficos, batimétricos,
geodésicos e aerofotogramétricos; locação
de: loteamentos; sistemas de saneamento,
Engenheiro agrimensor
irrigação e drenagem; traçados de cidades;
estradas; seus serviços afins e correlatos.
Arruamentos, estradas e obras hidráulicas.
Geração, transmissão, distribuição e
utilização da energia elétrica; equipamentos,
Engenheiro eletricista
materiais e máquinas elétricas; sistemas
de medição e controle elétricos.
Engenharia rural; construções para fins florestais
e suas instalações complementares, silvimetria
e inventário florestal; melhoramento florestal;
recursos naturais renováveis; defesa sanitária
Engenheiro florestal florestal; produtos florestais, sua tecnologia e
sua industrialização; edafologia; processos de
utilização de solo e de floresta; ordenamento
e manejo florestal; implementos florestais;
economia e crédito rural para fins florestais.
Processos metalúrgicos, instalações e
Engenheiro metalurgista;
equipamentos destinados à indústria
Engenheiro industrial e de
metalúrgica, beneficiamento de
metalurgia; Engenheiro industrial minérios; produtos metalúrgicos.
Prospecção e à pesquisa mineral; lavra de minas;
Engenheiro de minas captação de água subterrânea; beneficiamento
de minérios e abertura de vias subterrâneas.
Embarcações e seus componentes; máquinas,
motores e equipamentos; instalações industriais
Engenheiro naval e mecânicas relacionadas à modalidade; diques
e porta-batéis; operação, tráfego e serviços
de comunicação de transporte hidroviário.
52
Dimensionamento, avaliação e exploração
Engenheiro de petróleo de jazidas pretrolíferas, transporte
e industrialização do petróleo.
Indústria química e petroquímica e de
Engenheiro químico e alimentos; produtos químicos; tratamento
Engenheiro industrial de água e instalações de tratamento de
água industrial e de rejeitos industriais.
Controle sanitário do ambiente; captação e
distribuição de água; tratamento de água,
Engenheiro sanitarista
esgoto e resíduos; controle de poluição;
drenagem; higiene e conforto de ambiente.
Engenheiro têxtil Indústria têxtil e produtos têxteis.
Desenvolvimento urbano e regional,
Urbanista
paisagismo e trânsito.
53
1. Requisição da documentação.
2. Conhecimento da documentação.
3. Vistoria do bem avaliando.
4. Coleta de dados.
5. Escolha da metodologia.
6. Tratamento dos dados.
7. Identificação do valor de mercado.
• Plantas e croquis.
• Imagens aéreas.
• Memoriais descritivos.
• Manuais de orientação.
54
• Planilha com as referências de mercado.
• Memória de cálculo.
55
a. Identificação do solicitante.
b. Finalidade do laudo, quando informada pelo solicitante.
c. Objetivo da avaliação.
d. Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes.
e. Caracterização física do empreendimento e período de vistoria.
f. Indicadores básicos operacionais do empreendimento.
g. Análise das séries históricas do empreendimento.
h. Análise setorial e diagnóstico do mercado.
i. Indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s).
j. Tratamento dos dados: taxas de desconto, escolha do modelo,
estimativa do horizonte, fluxo de caixa, cenários, análise de
sensibilidade e de risco.
k. Especificação da avaliação: indicar o grau de fundamentação atingido.
l. Identificação e fundamentação do resultado adotado.
m. Resultado da avaliação e data-base.
n. Qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is)
responsável(is) pela avaliação.
o. Local e data do laudo.
56
• Os laudos de avaliação de empreendimentos para a identificação de
custos deverão seguir as prescrições das demais partes da norma.
a. Identificação do solicitante.
57
b. Identificação e caracterização do objeto de avaliação, com
documentação fotográfica.
c. Finalidade do laudo, quando informada pelo solicitante.
d. Objetivo da avaliação.
e. Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes.
f. Período de vistoria e pesquisas, quando pertinente.
g. Indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s).
h. Tratamento dos dados.
i. Especificação da avaliação, se pertinente.
j. Identificação e fundamentação do resultado adotado.
k. Resultado da avaliação e data-base.
l. Qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is)
responsável(is) pela avaliação.
m. Local e data do laudo.
A norma aponta, ainda, que para esses casos os laudos devem ser
necessariamente apresentados no modelo completo (ou seja, não se
pode usar o modelo simplificado).
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Quadro 2 – Simulação de modelo para laudo de avaliação
(Exemplo) LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO
Nº LAUDO TÉCNICO __/__/____
1. SOLICITANTE:
(Nome completo do solicitante, particular ou empresa)
2. PROPRIETÁRIO:
(Nome completo do proprietário, particular ou empresa)
3. OBJETO DA AVALIAÇÃO:
3.1. TIPO DO BEM:
(Preencher conforme a tipologia que está sendo avaliada)
3.2. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO BEM:
(Descrever sucintamente o bem e complementar com os dados abaixo)
• De mercado:
• De liquidação imediata:
6. PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E FATORES LIMITANTES:
(Atender aos itens da NBR 14.653 e suas partes que correspondem ao conhecimento da documentação
existente sobre o bem em questão)
7. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO BEM AVALIANDO:
Período da vistoria: __/__/____
(Atender aos itens da NBR 14.653 e suas partes que tratam de vistoria. Valer-se também de anexo, em
caso de grande volume de informações, citando neste campo o número do referido anexo)
8. DIAGNÓSTICO DO MERCADO:
(Exemplo: Em caso de empreendimentos, retratar a expectativa do avaliador em relação ao desem-
penho do avaliando no mercado, contemplando elementos auxiliares à finalidade do laudo, tais como:
conveniência de lotear ou remembrar áreas; formas de pagamento; permutas; reformas; carências em
locações; sugestões para marketing)
59
9. INDICAÇÃO DO(S) MÉTODOS(S) E PROCEDIMENTO(S) UTILIZADO(S):
(Indicar a(s) metodologia(s) empregada(s) conforme NBR 14.653-1, justificando sucintamente sua utili-
zação)
10. PESQUISA DE VALORES E TRATAMENTO DOS DADOS:
Período de pesquisa: de __/__/____ a __/__/____
(Indicar o tipo de tratamento e explicitar os cálculos efetuados, o campo de arbítrio, se for o caso, e
justificativas para o resultado adotado. Valer-se de anexo em caso de grande volume de informações,
indicando-o neste campo)
11. GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO E PRECISÃO:
(Item utilizado no caso de avaliação de empreendimentos)
(Indicar e justificar a categoria em que se enquadra o laudo, segundo a classificação da norma NBR
14.653-4, quanto aos graus de fundamentação e precisão)
12. RESULTADO DA AVALIAÇÃO E DATA DE REFERÊNCIA:
Valor de Mercado: R$_____________.
13. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES IMPORTANTES:
(Informações relevantes, tais como: alerta sobre dívidas, ônus, gravames, invasões, posseiros, benfei-
torias não averbadas, riscos de inundação, restrições de órgãos de proteção ambiental ou de concessio-
nárias de energia elétrica e telecomunicações, projeto de desapropriação, patrimônio histórico, pionei-
rismo do empreendimento, obsoletismo. Indicar documentos não anexados, que também subsidiaram
o trabalho)
14. PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS:
(Conter: nomes, assinaturas, títulos, número do CPF/CGC e do registro no CREA do(s) profissional(is)/
empresa(s) responsável(is) e técnico(s), número da ART referente ao trabalho)
15. LOCAL E DATA DO LAUDO/PARECER TÉCNICO:
(Data e local)
16. ANEXOS:
(Exemplo)
• Anotação da Responsabilidade Técnica (A.R.T) dos trabalhos junto ao CREA (via do contratan-
te).
• Memorial de cálculos.
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Por fim, nota-se que as avaliações e seus respectivos laudos devem
seguir metodologias técnicas definidas e com limites regidos por normas
técnicas – em especial a ABNT –, com métodos e cálculos cientificamente
demonstráveis, consistentes e prováveis.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS–ABNT. NBR 14653-1: avaliação de
bens, parte 1: procedimentos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS–ABNT. NBR. 14.653-4: avaliação de
bens, parte 4: empreendimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS–ABNT. NBR. 14.653-7: avaliação de
bens, parte 7: bens de patrimônio históricos e artísticos. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA–Cofea.
Resolução nº 218, de 29 de junho de 1974. Discrimina atividades das diferentes
modalidades profissionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Rio de Janeiro:
Cofea, [1974]. Disponível em: http://normativos.confea.org.br/downloads/0218-73.
pdf. Acesso em: 25 jul. 2020.
FIKER, J. Manual de redação de laudos. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
KLÜPPEL, G. P.; SANTANA, M. C. de. Manual de conservação preventiva para
edificações. Brasília: Programa Monumenta/IPHAN, 2005.
WOICIECHOWSKI, F. L. Procedimentos para perícia judicial de avaliação de
imóveis urbanos em data do passado pelo método comparativo direto.
Dissertação (Mestrado em Construção Civil)–Setor de Tecnologia, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
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BONS ESTUDOS!