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TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DE
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Diego Antonio Custódio

TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DE
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
1ª edição

Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020

2
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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Hudson Goto

Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


_________________________________________________________________________________________
Custódio, Diego Antonio
C987t Técnicas de diagnóstico de manifestações patológicas/
Diego Antonio Custódio, – Londrina: Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2020.
42 p.
ISBN 978-65-5903-096-5

1. Patologias. 2. Manifestações patológicas. 3.


Diagnóstico. I. Título.

CDD 571.9
____________________________________________________________________________________________
Raquel Torres – CRB 6/2786

2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/

3
TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

SUMÁRIO
Técnicas e metodologias de diagnósticos____________________________ 05

Técnicas de diagnóstico para peças de concreto armado____________ 21

Técnicas de diagnóstico para peças de aço e madeira________________ 34

Técnicas de diagnóstico de infiltrações e fundações_________________ 50

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Técnicas e metodologias
de diagnósticos
Autoria: Diego Antônio Custódio
Leitura crítica: Hudson Goto

Objetivos
• Conhecer as técnicas qualitativas e quantitativas
para a análise das manifestações patológicas nas
edificações.

• Identificar as melhores técnicas de diagnóstico para


as diversas manifestações patológicas em uma
edificação.

• Conhecer as principais metodologias de diagnóstico


para a análise de manifestações patológicas em
edificações.

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1. Introdução

As edificações são parte da vida de qualquer pessoa e é onde passamos


a boa parte do nosso tempo. Muitas delas estão envelhecendo e até
superando a sua vida útil. Os edifícios, mesmo jovens, precisam de
manutenções preventivas e corretivas para garantir sua durabilidade.

Segundo Chan e Choi (2015), as edificações mais velhas podem sofrer


diversos problemas, que, se não forem tratados adequadamente, podem
trazer consequências desastrosas aos seus usuários. De acordo com
Ferreira (2010), quando um edifício apresenta um conjunto significativo
de manifestações patológicas, não é possível iniciar trabalhos de
reparação imediatamente, sendo necessário um diagnóstico.

Portanto, a seguir vamos estudar os principais conceitos e técnicas


relacionados ao diagnóstico de manifestações patológicas em
edificações. É importante lembrar que o diagnóstico adequado, além
de compreender a primeira fase do processo de reabilitação de uma
edificação, é fundamental para garantir que os reparos tragam bons
resultados a ela, evitando retrabalhos e diminuindo os custos gerais
com manutenções. As técnicas de diagnóstico podem ser divididas em
dois grandes grupos: qualitativas e quantitativas. Veremos a seguir as
generalidades de cada um desses grupos.

2. Metodologia de diagnóstico

Pode-se defiinir o diagnóstico como a busca pela explicação das causas


de uma determinada manifestação patológica em uma edificação. Assim,
seu grande objetivo é descobrir os mecanismos de ação de um sintoma
patológico. O diagnóstico incorreto pode levar ao tratamento do sintoma
e não da causa da manifestação patológica, o que pode resultar em
danos ainda maiores à edificação.

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A primeira parte do processo de um diagnóstico inclui a análise dos
documentos referentes à edificação que se deseja estudar. De acordo
com Ferreira (2010), pode-se distinguir o recolhimento de informações
na caracterização de três partes da edificação:

• Construção: seus elementos e materiais. Por exemplo: verificar o


tipo de estrutura e elementos usados para vedação, os materiais
utilizados para revestimento etc.

• Do entorno da edificação: refere-se às ações sobre a edificação.


Aqui, o responsável pelo diagnóstico deve verificar a forma
como os usuários a utilizam. Por exemplo, uma estrutura que
foi concebida para ser utilizada como um teatro (carga de
pessoas), mas foi adaptada para ser utilizada como depósito
(cargas diversas). É fundamental que seja verificada a finalidade
da edificação em projeto e efetivamente dada em sua fase de
ocupação.

• Comportamento da construção: verificar se existem anomalias


aparentes, ou seja, se a edificação já sinaliza algum problema.
Por exemplo: existência de fissuras, deformações excessivas,
desplacamentos etc.

Ainda na análise documental, de acordo com Ferreira (2010), deve-se


verificar a análise das informações escritas sob forma de memoriais
descritivos e de cálculos, justificativas de projeto, soluções técnicas de
engenharia adotadas e quaisquer outras informações referentes ao
projeto e à execução das edificações. Inclui-se na análise documental a
avaliação dos projetos, o que permitirá ao inspetor familiarizar-se com
a edificação e suas particularidades. É nessa etapa também que será
possível identificar alguma deficiência no projeto, a fim de verificar se tal
deficiência foi sanada durante a execução ou não.

Ainda na fase documental, é necessário verificar se foram realizadas


intervenções na edificação e se projetos de reforma estão disponíveis.

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Também é necessário fazer o levantamento de dados climáticos da
região para verificar em que condições atmosféricas o edifício se
encontra, os quais podem ser obtidos em órgãos oficiais, como o INMET
(Instituto Nacional de Meteorologia).

A informação verbal obtida por meio de conversas com usuários


e administradores das edificações também pode representar uma
importante fonte de informações. Dependendo da situação, pode ser
útil realizar um questionário com os moradores (em caso de edificação
residencial) ou com os usuários (em caso de outras tipologias). Esses
questionários podem incluir perguntas sobre alguma situação específica
observada que pode fornecer pistas para o diagnóstico.

Uma metodologia de diagnóstico de edificações sugerida pelo Instituto


Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE/SP, 2011) é
apresentada na figura a seguir. Em diversos outros materiais, é possível
perceber que as metodologias de diagnóstico seguem procedimentos
similares. Para o profissional, a existência de um conjunto de
procedimentos auxilia na elaboração de relatórios de maior qualidade e
no acerto dos diagnósticos e planos de reabilitação dos edifícios.

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Figura 1 – Metodologia de diagnóstico proposta pelo IBAPE/SP

Fonte: adaptada de IBAPE/SP (2011).

Na metodologia de diagnóstico do IBAPE, é possível perceber alguns


outros procedimentos para facilitar a execução dos trabalhos pelo
profissional. Destaca-se a classificação das anomalias por grau de

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risco, atividade muito importante, especialmente quando se trata de
diagnósticos em estruturas. Isso porque, nessas situações, dependendo
do sintoma, a manifestação patológica pode representar risco de vida
aos usuários da edificação. Então, é muito importante que o profissional
defina o grau de risco de uma anomalia. Por exemplo: uma fissura pode
ser apenas resultado de uma retração da argamassa ou um problema
estrutural mais grave, que, se não for corrigido a tempo, pode levar
ao colapso da estrutura. Dessa forma, o conhecimento técnico dos
mecanismos da manifestação patológica é fundamental para que o
profissional defina o grau de risco.

Junto com a determinação do grau de risco, o profissional pode elaborar


uma lista de prioridades do processo de reabilitação da edificação. Por
exemplo, um reforço na estrutura é muito mais importante do que a
solução de um problema no revestimento. Essa lista de prioridades
pode servir para que os responsáveis pela edificação programem os
desembolsos com os reparos de forma mais conveniente à sua realidade
financeira.

Um outro documento que pode ser elaborado é uma cartilha com


orientações técnicas, o que garante que todas as informações
referentes ao diagnóstico estão sendo repassadas aos responsáveis pela
edificação. Cabe ao profissional classificar as manutenções e os usos
da edificação, a fim de que se possa determinar se estão adequados
ou não às realidades do edifício. Ao final, ele também pode pensar
em recomendações gerais e futuras para garantir que a vida útil da
edificação seja alcançada com qualidade.

3. Técnicas de diagnóstico

De acordo com Ferreira (2010), existem muitas técnicas para a obtenção


das informações necessárias a um diagnóstico, as quais podem ser
classificadas basicamente em: qualitativas e quantitativas. As qualitativas

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estão relacionadas às verificações (em geral visuais) da edificação e
permitem que o profissional identifique os sintomas aparentes. Já as
quantitativas estão associadas a testes específicos que podem ser
feitos no local, por meio de equipamentos e medições, ou ainda em
laboratório, possibilitando ao profissional obter resultados de índices
e parâmetros que permitem identificar, em alguns casos, além dos
sintomas, a sua origem.

Em geral, as técnicas qualitativas estão associadas às inspeções visuais


da edificação ou mesmo aos checklists para verificar a conformidade,
ou não, de algum item em relação a uma norma específica. A inspeção
visual permite que o profissional avalie os sintomas, como os registros
de uma inspeção predial mostrados na Figura 2.

Figura 2 – Exemplo de técnica de diagnóstico qualitativa:


inspeção visual de fachadas

(a) Umidade em apartamento no (b) Manchas de umidade e


térreo de um edifício residencial contaminação atmosférica

Fonte: adaptada de Nicolini (2016, p. 32).

A Figura 3 mostra a execução de um reforço em um pilar localizado no


sétimo pavimento de um edifício residencial. Ele precisou ser feito, pois
o FCK (resistência característica) do concreto não atingiu a resistência
característica de projeto. Assim, o diagnóstico foi realizado de forma
quantitativa a partir de um ensaio laboratorial, no qual foram obtidos

11
valores de resistência característica do concreto. O parâmetro numérico
(FCK) foi utilizado pelo profissional para diagnosticar o problema e
decidir qual solução deveria ser adotada.

Figura 3 – Exemplo de técnica de diagnóstico quantitativa: reparo


proposto a partir do diagnóstico após análise do FCK em laboratório

Fonte: acervo do autor.

Podemos classificar as técnicas de diagnóstico em três grandes grupos, a


saber:

• Inspeção visual: qualitativa.

• Técnicas in loco: podem ser quantitativas ou qualitativas.

• Técnicas de ensaio em laboratório: geralmente quantitativas.

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A seguir, discutiremos algumas particularidades de cada uma dessas
técnicas. Vale lembrar que a inspeção visual é sempre considerada como
preliminar e pode, ou não, ser suficiente para a determinação correta
do diagnóstico. Não sendo suficiente, procede-se às técnicas in loco e,
posteriormente, se necessário, aos ensaios em laboratório.

3.1 Inspeção visual

De acordo com Ferreira (2010), durante a inspeção da edificação, o


profissional deve verificar e classificar todas as anomalias detectadas
em todas as partes do edifício. Essa inspeção visual permitirá um
primeiro diagnóstico, em geral baseado na experiência, na intuição
e na observação. Gonçalves (2004) recomenda que a inspeção visual
seja conduzida de forma sistemática para evitar erros de avaliação. O
Quadro 1 apresenta um resumo dos aspectos mais relevantes a serem
considerados na inspeção visual de uma edificação.

Quadro 1– Aspectos mais relevantes para a inspeção


visual de uma edificação

Parte do edifício Aspectos a serem considerados

Terreno de fundação.

Acessos.
Local de implantação
Infraestrutura.

Estacionamento e garagem.
Paredes.
Envoltória Coberturas.

Guarda-corpos.
Pisos e forros.
Interiores
Paredes internas.
Fonte: adaptado de Ferreira (2010, p. 47).

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Cabe ressaltar que, mesmo que a inspeção visual seja parte de uma
prévia do diagnóstico, durante sua execução o profissional deve se
atentar às situações que podem ter outros problemas associados. Cóias
(2006) apresenta as principais situações às quais o profissional deve dar
atenção durante a inspeção visual e os problemas associados a elas. O
resumo é mostrado no Quadro 2.

Quadro 2 – Situações a serem tratadas com atenção


durante a inspeção visual

Situação Problemas associados

Entorno da edificação

Condições climáticas e microclimáticas Umidade, crescimento biológico.

Sais, eflorescências, corrosão de


Ambiente marinho
armaduras.

Atmosfera poluída Crostas.

Proximidade ao tráfego pesado Vibrações.

Grandes assimetrias à exposição solar Gradientes de temperatura.

Edifício

Sinais de acidentes anteriores (ex.:


Essas ocorrências degradam a edificação.
incêndios)

As degradações das paredes geralmente


Platibandas e parapeitos
começam por esses elementos.

Cozinhas e banheiros Ocorrência de umidade.

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São, frequentemente, causa de
Modificações posteriores à construção enfraquecimento ou deterioração
da estrutura.

Alvenaria

Composição da alvenaria,
características dos materiais Determinam a qualidade da alvenaria
constituintes

Causam enfraquecimento e permitem a


Falta de elementos
penetração da água.

Sinais de tratamento anteriores Efeito estético negativo e facilidade de


(desgaste, erosão, desplacamentos) penetração da umidade.

Acumulação de sujeira Surgimento de agentes biológicos.

Penetração da água por meio de juntas Facilita a deterioração do interior da


abertas parede.

Revestimentos

Se abertas, permitem a penetração de


Estado das juntas
umidade.

Madeira

A resistência mecânica e a durabilidade


Espécie de madeira
variam de acordo com a espécie.

Nós, fendas de retração, empenos,


Defeitos nos elementos
deformações.

A ausência ou insuficiência de
Tratamento
tratamento.

Fonte: adaptado de Ferreira (2010, p. 54).

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Quadro 3 – Situações a serem tratadas com atenção
durante a inspeção visual

Aço

Influencia o comportamento mecânico


Tipo de aço
e a durabilidade.

Inserção de elementos de ferro na


Possibilidade de corrosão.
alvenaria

Concreto armado

Aspecto estético deficiente e risco


Sinais de reparações anteriores
acrescido de corrosão.

É causa frequente de deterioração


Falta de recobrimento das armaduras
precoce da estrutura.

Fonte: adaptado de Ferreira (2010, p. 63).

3.2 Técnicas in loco

De acordo com Ferreira (2010), as técnicas in loco podem ser


classificadas em termos de:

• Grau de destruição.

• Princípios em que se baseiam (elétricos, mecânicos, magnéticos


etc.).

• Tipos de resultados obtidos (propriedades).

• Tipo de tecnologia utilizada.

• Objetivos (resistência, durabilidade, geometria).

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• Elementos aos quais se aplicam.

• Atividades nas quais interferem.

O Quadro 4 apresenta as principais técnicas in loco utilizadas,


classificadas de acordo com os princípios utilizados em cada uma delas.
Vale ressaltar que existem muitas outras técnicas disponíveis, as quais
vão sendo aperfeiçoadas ao longo do tempo.

Quadro 4 – Técnicas in loco de acordo com os princípios


em que se baseiam

Mecânicas

Tensão de aderência
Pull-off Desplacamento.
(MPa)

Esclerômetro Índice esclerométrico Pulverulência.

Sensoriais

Caracterização
Observação qualitativa
Medidor óptico de fissuras do estado de
de defeitos
superfície.

Temperatura Efeitos de variação


Termogramas
superficial de temperatura.

Eletroquímicas

Potenciais elétricos Potencial elétrico

Corrosão de
Resistência de polarização Taxa de corrosão
armadura.

Resistividade do
Resistividade
concreto

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Químicas

Carbonatação do
Indicadores de fenolftaleína Coloração
concreto.

Elétricas e Hidrodinâmicas

Teor de umidade
Umidímetro Infiltrações.
superficial

Infiltrações,
Tubo de Karster Absorção de água umidades e
manchas.

Fonte: adaptado de Ferreira (2010, p. 75).

3.3 Técnicas de ensaios de laboratório

Os ensaios laboratoriais geralmente servem para complementar a


inspeção visual e as técnicas in loco. Em geral, essas técnicas incluem
ensaios destrutivos, havendo a necessidade de recolher uma amostra
do que se deseja ensaiar em laboratório. De acordo com Coiás (2006), os
principais testes de laboratório são:

• Ensaios de tração.

• Absorção.

• Análise de sais solúveis.

• Petrografia.

• Análise química.

• Laser para avaliação de superfície de pedra.

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• Avaliação de porosidade por meio de comparação de densidades.

• Ensaio de absorção de água por imersão total.

• Microscopia.

• Simulação de efeitos de poluição atmosférica.

• Análise expedita de argamassas.

• Análises térmicas.

• Determinação de consistência (aparelho de Vicat).

• Medição de retenção de água.

• Permeabilidade do concreto.

• Ensaio de vapor de iodo.

Além destes, existem muitos outros ensaios utilizados em laboratório


para medir índices necessários para o correto diagnóstico. A escolha
do tipo de ensaio para cada avaliação também deverá levar em
consideração o tempo, a disponibilidade e o custo. A experiência
profissional auxiliará na correta prescrição de acordo com a realidade de
cada situação.

Referências Bibliográficas
CHAN, D. W. M.; CHOI, T. N. Y. Difficulties in executing the Mandatory Building
Inspection Scheme (MBIS) for existing private buildings in Hong Kong. Habitat
International, Hong Kong, v. 48, n. 1, p. 97-105, ago. 2015.
CÓIAS, V. Inspeções e Ensaios na Reabilitação de Edifícios. Lisboa: IST Press,
2006.

19
FERREIRA, J. A. A. Técnicas de diagnóstico de patologias em edifícios. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto,
Porto, 2010.
GONÇALVES, C. Anomalias não estruturais em edifícios correntes.
Desenvolvimento de um sistema de apoio à inspeção, registo e classificação.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade de Coimbra, Coimbra,
2004.
IBAPE/SP. Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia. Norma de
Inspeção Predial. 2011. Disponível em: http://ibape-nacional.com.br/biblioteca/wp-
content/uploads/2012/09/norma_de_inspecao_predial.pdf. Acesso em: 30 set. 2020.
NICOLINI, L. B. Proposta de uma ficha de inspeção predial para a catalogação de
problemas em vedações verticais internas e externas. Monografia (Graduação
em Engenharia Civil) – Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis,
2016.

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Técnicas de diagnóstico para
peças de concreto armado
Autoria: Diego Antônio Custódio
Leitura crítica: Hudson Goto

Objetivos
• Analisar as técnicas usadas para identificar as
manifestações patológicas de concreto armado das
edificações.

• Conhecer o ensaio prévio usado para a identificação


das manifestações patológicas de concreto.

• Compreender as principais técnicas de ensaios


não destrutivos e destrutivos usadas na análise de
estruturas de concreto.

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1. Introdução

A utilização do concreto armado na construção civil proporciona


inúmeras vantagens sobre as demais técnicas e materiais empregados
nas atividades construtivas, devido a sua versatilidade e durabilidade
e principalmente à disponibilidade dos materiais que o constituem.
Entretanto, o uso desse material de forma acelerada também teve como
consequência inúmeras manifestações patológicas, que são resultantes
muitas vezes do mau uso dos materiais por falta de conhecimento e
da mão de obra sem qualificação e devido à ausência de manutenções
preventivas e de controle sobre as estruturas.

Como toda estrutura, os materiais que compõem o concreto sofrem


processos de deterioração, os quais causam alterações em suas
propriedades e no seu comportamento, podendo resultar na perda do
desempenho estrutural e consequentemente na vida útil da peça de
concreto, o que pode colocar em risco a saúde e a vida dos usuários
da edificação. Partindo dessa premissa, é importante conhecer as
técnicas que podem ser utilizadas para realizar a análise dos fenômenos
patológicos que ocorrem nas estruturas de concreto armado, pois,
estudando as origens e os mecanismos dessas manifestações, é possível
mitigar os problemas.

Portanto, estudaremos as principais técnicas utilizadas para analisar


e estudar os processos patológicos, as quais devem permitir ao
investigador a determinação da origem e das características das
manifestações patológicas e os danos subsequentes, de forma a
obtermos uma inspeção adequada das patologias das estruturas de
concreto armado.

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2. Técnicas usadas para identificar
manifestações patológicas nas estruturas
de concreto armado

Muitas técnicas podem ser utilizadas com o intuito de obter a


informação necessária para avaliar o estado de uma estrutura de
concreto armado, desde a mais simples e mais usada, que é a inspeção
visual, até técnicas de ensaio in loco, que são feitas no próprio local
da edificação. Além disso, há técnicas laboratoriais, que envolvem a
retirada de amostras das peças de concreto para serem analisadas com
equipamentos que permitem a obtenção de resultatos qualitativos e
quantitativos diretos (VEIGA et al., 2004).

Essas técnicas podem ser classificadas em destrutivas e não destrutivas.


No entanto, de acordo com Santos (2003), o ideal seria que as técnicas
utilizadas na análise de estruturas da construção civil fossem todas não
destrutivas, devido aos danos que os ensaios destrutivos podem causar
à estrutura.

2.1 Inspeção visual

A inspeção visual das manifestações patológicas permite realizar uma


primeira análise, com base na intuição e experiência do investigador.
Essa técnica é utilizada com o intuito de identificar os sintomas, sua
localização e sua intensidade (TUTIKIAN; PACHECO, 2013).

Muitas vezes, a inspeção visual é suficiente para diagnosticar a


manifestação patológica da estrutura; entretanto, ela deve ser
conduzida de forma sistemática, a fim de minimizar os possíveis erros
de avaliação (GONÇALVES, 2004). Ela pode ser feita a olho nu, ou com
o auxílio de instrumentos ópticos que aumentem a capacidade visual,
preferivelmente tendo como documento final um registro fotográfico
amplo. Durante a aplicação da técnica, deverá estar inclusa uma visão

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do conjunto, de forma a abranger todos os aspectos relevantes que
envolvem a problemática, como o local de implantação da obra, a
estrutura e os possíveis agentes exteriores e interiores da edificação.

O exame visual da estrutura deve permitir determinar se o problema se


apresenta de forma generalizada ou localizada. Além disso, devem ser
registrados os sinais de corrosão, fissuras, regiões de desprendimento
de material, degradação do concreto, ou qualquer outra anomalia.

Coiás (2006) aponta algumas sugestões que podem ser usadas como
pontos de partida para a análise visual da estrutura e que devem
ser procuradas de forma minuciosa, pois as anomalias encontradas
normalmente estão associadas à origem desses problemas, conforme
Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 – Origem dos problemas patológicos referentes às


estruturas de concreto e os problemas associados

Origem dos problemas Problemas associados

Falta de recobrimento das Causa frequente de deterioração precoce da


armaduras estrutura.

Má compactação do concreto Concreto poroso, pouco durável.

Má qualidade das formas Formação de ninhos.

Cura deficiente Fissuras superficiais.

Fonte: adaptado de Cóias (2006).

De acordo com Helene (1993), após a inspeção visual, pode ser


necessário que a estrutura seja averiguada de forma mais criteriosa,
o que depende da natureza das anomalias que foram apontadas pelo
profissional responsável.

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2.2 Ensaios não destrutivos

As análises tidas como as mais adequadas para a avaliação de


estruturas de concreto armado são os ensaios não destrutivos, que
não geram nenhum dano ou impacto à estrutura analisada. Nesta
aula, abordaremos as técnicas mais comuns, como elas são feitas e as
informações que fornecem ao profissional.

2.2.1 Ensaio de Pull-off

O ensaio de Pull-off, também conhecido como ensaio de arrancamento,


foi desenvolvido na Inglaterra, nos anos 1970, e tem como principal
objetivo avaliar a resistência do concreto in loco (LONG; MURRAY, 1984).
No Brasil, ele ainda não é normatizado, mas seus resultados têm se
mostrado de bastante confiança; além disso, aqueles tidos como não
satisfatórios à área de que os corpos de prova foram extraídos já são
visíveis por meio da observação da superfície de ruptura.

O ensaio é simples de ser executado e a técnica é eficiente para ser


usada em vigas e lajes, pois se mostra adequada para ser feita em
elementos estruturais de pequena seção. Consiste basicamente em
realizar o arranque de um disco que foi previamente colado à peça de
concreto, usando para isso um sistema mecânico portátil, como verifica-
se na Figura 1.

O aumento da força é verificado por meio do equipamento e o seu valor


é registrado assim que ocorre o arrancamento da peça. Com a força de
tração obtida, é possível estimar a resistência à compressão do concreto
(LONG; MURRAY, 1984; CASTRO et al., 2009). O equipamento é o mesmo
usado na execução dos ensaios de aderência em argamassas, o qual já é
normalizado no Brasil, o que acaba por facilitar sua realização, além de
ser um ensaio simples, rápido e de baixo custo.

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Figura 1 – Ensaio de arrancamento

Fonte: adaptada de Pereira e Medeiros (2012, p. 772)

2.2.2 Ensaio de esclerometria

O ensaio de esclerometria é o ensaio não destrutivo mais usado na


atualidade e permite obter a resistência à compressão do concreto
(COIÁS, 2006). O método baseia-se na medição da dureza superficial do
concreto. Assim, o equipamento é colocado de forma perpendicular na
superfície a ser ensaiada, e empurra-se o corpo do esclerômetro contra
ela. Como resposta, obtém-se um índice de reflexão, que é utilizado
para estimar a resistência à compressão do concreto a partir do uso de
curvas de correlação.

O equipamento é um aparelho portátil, de fácil manipulação e de baixo


custo, que gera uma grande quantidade de dados rapidamente. Ele
é constituído por um tubo cilíndrico, que em seu interior possui uma
mola, um êmbolo e uma massa. O índice esclerométrico é proporcional
à distância que foi percorrida pela massa no rebote, enquanto a

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resistência do concreto é diretamente proporcional à distância refletida
pela massa no interior do aparelho após o choque (PEREIRA, MEDEIROS,
2012).

Figura 2 – Mecanismo de funcionamento do esclerômetro

Fonte: adaptada de Pereira e Medeiros (2012, p. 770).

2.2.3 Ensaio de ultrassom

Estudos demonstram que a velocidade de propagação de uma onda se


relaciona com as propriedades elásticas e de densidade do material,
sendo independente da geometria do elemento. O ensaio de ultrassom
se baseia na medição da velocidade de propagação da onda proveniente
de ultrassons, constituídos por aparelhos capazes de gerar e registrar
ondas com frequência entre 20 e 150kHz (BUNGEY, 1989).

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O equipamento usado é constituído por uma unidade central, que gera
impulsos elétricos; um par de transdutor com emissor e receptor; um
amplificador; e um dispositivo eletrônico para a medição do tempo de
geração do pico (amplitude máxima) do pulso gerado no transdutor
emissor e sua chegada até o transdutor receptor (PEREIRA; MEDEIROS,
2012), conforme verifica-se na Figura 3.

Figura 3 – Execução do ensaio de ultrassom

Fonte: adaptada de Chies (2014, p. 63)

A velocidade do pulso das ondas longitudinais geradas é tida em função


das propriedades elásticas do material, como módulo de elasticidade,
coeficiente de Poisson e sua densidade. Essa velocidade de propagação
pode ser influenciada pelas dimensões da peça ensaiada, pela presença
de armadura e pela temperatura e umidade do concreto. A técnica tem
como principais aplicações: análise da homogeneidade do concreto,
detecção de falhas internas da peça e profundidade de fissuras e outras
anomalias.

28
2.3 Ensaios destrutivos

Em algumas ocasiões, os ensaios não destrutivos não permitem obter


uma avaliação precisa e segura das propriedades do material. Nesses
casos, é necessário que ocorra a retirada de amostras, chamadas de
testemunhos. Os testemunhos, obtidos diretamente da estrutura, são
usados para que sejam realizados posteriormente ensaios de forma
direta. Essas técnicas são conhecidas como ensaios destrutivos de
extração e ruptura de testemunhos.

2.3.1 Extração de testemunhos e ensaio de compressão

Os testemunhos são extraídos utilizando-se uma máquina extratora,


que é composta por uma coroa rotativa de diamante na extremidade.
Esses corpos de prova podem ser submetidos a ensaios de resistência
à compressão, à tração, ao módulo de elasticidade (FIGUEIREDO, 2005),
à profundidade da frente de carbonatação, ao teor de cloretos, à
expansão decorrente de reações álcali-agregado, entre outros.

De acordo com Figueiredo (2005), as amostras retiradas devem possuir


as características da estrutura, com o objetivo de serem obtidos corpos
de prova similares à estrutura maior. Elas não devem conter materiais
contaminantes, como barras de aço e madeira.

No Brasil, o processo de extração de testemunhos é regido pela NBR


7680-1 (ABNT, 2015), cujo intuito é padronizar o procedimento de
extração de testemunhos e estabelecer o desempenho do equipamento
de extração e as dimensões das amostras, que devem ser de preferência
três vezes o diâmetro do agregado graúdo usado na confecção do
concreto. Deve-se ainda buscar não cortar a armadura e sempre sazonar
os testemunhos ao ar por 48h antes da ruptura deles, sempre que a
estrutura não estiver submersa.

29
Figura 4 – Extração de testemunho utilizando sonda rotativa
diamantada em bloco de concreto

Fonte: adaptada de Filho (2007, p. 114).

O principal ensaio realizado sobre os testemunhos que são extraídos


de peças de concreto armado é o de resistência à compressão, tido
como o mais confiável e preciso entre os métodos de inspeção de
estruturas de concreto. O parâmetro obtido, que nesse caso é a
resistência à compressão, é fundamental para que o profissional possa
identificar problemas estruturais originados a partir de uma resistência
característica inferior àquela prevista em projeto. Além disso, em
muitas situações, os projetos estruturais das edificações não estão mais
disponíveis, fazendo com que o responsável pelo diagnóstico tenha de
recorrer a esse tipo de ensaio para identificar a resistência característica
dos elementos estruturais e posteriormente indicar o processo de
reabilitação mais adequado.

As resistências obtidas em corpos de provas decorrentes de


testemunhos extraídos de estruturas de concreto geralmente são

30
menores do que aquelas encontradas nos corpos de provas moldados
em laboratório. Isso acontece porque a moldagem dos corpos de prova
costuma ser realizada por mão de obra especializada, enquanto o
concreto que é aplicado em obra é submetido a condições adversas não
ideais, como transporte, lançamento, adensamento e cura (FIGUEIREDO,
2005).

2.3.2 Ensaio de profundidade de carbonatação

O ensaio de carbonatação é utilizado para verificar a profundidade de


carbonatação das peças de concreto e é tido como um ensaio simples,
de resultado imediato e baixo custo.

Na primeira etapa, realiza-se um furo no local do ensaio, seguido de sua


limpeza. Na sequência, aplica-se por aspersão uma mistura de 1g de
fenolftaleína dissolvido em 50g de álcool etílico, diluídos em 50g de água
(DIN, 2007). É preciso esperar então alguns minutos até que o indicador
altere sua cor. Assim, caso seja incolor, infere-se um pH em torno de
9 e a peça está carbonatada; porém, quando a coloração é vermelho-
carmim, o pH se encontra mais elevado, por volta de 13, indicando a não
carbonatação da peça. Por fim, caso haja presença de carbonatação,
realiza-se a leitura da espessura carbonatada com o auxílio de uma
trena com a precisão de milímetros, como verifica-se na Figura 5 a
seguir.

31
Figura 5 – Etapas da realização do ensaio de profundidade de
carbonatação do concreto

Fonte: adaptada de Farias e Silva (2019, p. 6).

Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7680: extração, preparo,
ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2015.
BUNGEY, J. H. The Testing of Concrete in Structures. 2. ed. Glasgow: Surrey
University Press, 1989.
CASTRO, A. L. et al. Métodos de ensaios não destrutivos para estruturas de concreto.
Revista de Tecnologia da Construção – Téchne, São Paulo, v. 17, p. 56-60, 2009.
CHIES, J. A. Ensaios não destrutivos em concreto: detecção de falhas no interior
de estruturas de concreto com o uso de ultrassom. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

32
COIÁS, V. Inspeções e Ensaios na Reabilitação de Edifícios. Lisboa: IST Press,
2006.
DIN. Deutsches Institut fur Normung. DIN EN 14630: Products and systems for the
protection and repair of concrete, structures – Test methods – determination of
carbonation depth in hardened concrete by the phenolphthalein method, (English
version). Berlim: DIN, 2007.
FARIAS, G. C.; SILVA, D. S. Análise da evolução da profundidade de carbonatação
em estruturas de concreto ao longo do tempo. Monografia (Graduação em
Engenharia Civil) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2019.
FIGUEIREDO, E. P. Inspeção de Estruturas de Concreto com problemas de
Resistência, fissuras e deformações. São Paulo: IBRACON, 2005.
FILHO, J. O. V. Avaliação da resistência à compressão do concreto através de
testemunhos extraídos: contribuição à estimativa do coeficiente de correção
devido aos efeitos do bronqueamento. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
GONÇALVES, C. Anomalias não estruturais em edifícios correntes.
Desenvolvimento de um sistema de apoio à inspeção, registo e classificação.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade de Coimbra, Coimbra,
2004.
HELENE, P. Contribuição ao estudo da corrosão em estruturas de concreto
armado. Tese (Livre docência em Engenharia Civil) – Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1993.
LONG, A. E.; MURRAY, A. The Pull-off Partially Destructive Test for Concrete.
Symposium Paper, [s.l.], v. 82, 1984.
PEREIRA, E.; MEDEIROS, M. H. F. Ensaio de “Pull Off” para avaliar a resistência
à compressão do concreto: uma alternativa aos ensaios normalizados no Brasil.
Revista Ibracon de Estruturas e Materiais, [s.l.], v. 5, p. 757-780, 2012.
SANTOS, S. P. A reabilitação estrutural do patrimônio construído. Lisboa: LNEC,
2003.
TUTIKIAN, B; PACHECO, M. Boletim Técnico – Inspección, Diagnóstico y
Prognóstico em la Construcción Civil. 2013. Disponível em: http://alconpat.org.
br/wp-content/uploads/2012/09/B1_Inspe%C3%A7%C3%A3o-Diagn%C3%B3stico-
e-Progn%C3%B3stico-na-Constru%C3%A7%C3%A3o-Civil1.pdf. Acesso em: 25 set.
2020.
VEIGA, M. et al. Conservação e renovação de revestimentos de paredes de
edifícios antigos. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2004.

33
Técnicas de diagnóstico para
peças de aço e madeira
Autoria: Diego Antônio Custódio
Leitura crítica: Hudson Goto

Objetivos
• Conhecer as técnicas qualitativas e quantitativas
para a análise das manifestações patológicas nas
edificações.

• Identificar as melhores técnicas de diagnóstico em


peças de aço e madeira.

• Conhecer as principais manifestações patológicas


em peças de aço e madeira.

34
1. Introdução

Tem-se notado nos últimos anos uma tendência da construção civil em


se industrializar. Porém, no Brasil, o processo construtivo de edificações
ainda é extremamente artesanal.

Essa tendência de industrialização revela a necessidade de diversificar


os materiais utilizados na construção civil. Entre as possibilidades,
podemos destacar os elementos de concreto pré-moldado ou
estruturas de aço, que possibilitam um processo industrializado para
os sistemas estruturais. No entanto, de acordo com Sacchi (2016), a
falta de conhecimento técnico dos sistemas construtivos em aço e dos
componentes que os acompanham são fortes oponentes a sua aplicação
no Brasil. Essa falta de conhecimento aliada à falta de planejamento
na execução de estruturas de aço pode dar origem a diversas
manifestações patológicas nesse sistema construtivo.

Além do aço, outro tipo de sistema estrutural que tem ganhado força,
e já é um velho conhecido na construção civil, é a madeira. Ela é
extremamente versátil e pode ser utilizada para uma série de tipologias
estruturais. Porém, assim como qualquer outro elemento da construção,
ela também está sujeita a manifestações patológicas que precisam ser
avaliadas e corrigidas com cuidado, para que se garanta segurança aos
usuários da edificação. Dessa forma, iremos apresentar as principais
técnicas de diagnóstico para manifestações patológicas em peças de aço
e de madeira, por serem importantes sistemas estruturais.

2. Inspeção visual de peças de aço

Como em qualquer processo de diagnóstico, a investigação em


estruturas metálicas inicia-se pela inspeção visual. Nesse aspecto,
o engenheiro responsável deverá inspecionar cuidadosamente os

35
elementos da estrutura de aço em busca de anormalidades. Nessa
etapa, será feita uma classificação primária dos defeitos, considerando:
a causa, a causa e o efeito, ou apenas o efeito. O critério deverá ser
escolhido de acordo com a experiência do profissional. Segundo Costa
(2019), as principais anomalias que podem ser identificadas são:

• Contaminação: os indícios de contaminação das peças de


aço podem ser qualquer tipo de sujidades ou crescimento de
vegetação.

• Deformação: alteração geométrica significante, que seja visual e


que possa comprometer o desempenho da estrutura.

• Deslocamento: alteração da localização de elementos estruturais;


posicionamento incorreto, que pode ter sido originado da
montagem inadequada ou do uso da estrutura.

• Descontinuidade: o responsável pela inspeção pode avaliar o


aspecto dos materiais, se há sinais de descontinuidade, como
pequenas fissuras ou trincas.

• Deteorioração: verificar se existe algum indicativo de alteração de


características físicas e/ou químicas das peças de aço.

• Perda de material: verificar o tamanho das seções transversais, se


existe perda aparente de material na estrutura.

O crescimento de vegetação no aço indica a existência de material


orgânico na peça, o que pode ser um sinal de que o material está
contaminado. A Figura 1 mostra parte da treliça de uma ponte com
crescimento de vegetação.

36
Figura 1 – Crescimento de vegetação: possível contaminação do aço

Fonte: adaptada de Costa (2019, p. 18)

A Figura 2 mostra parte de uma estrutura de aço com deformação em


elementos de ligação.

Figura 2 – Deformação em estrutura de aço

Fonte: adaptada de Costa (2019, p. 18).

37
A Figura 3 mostra um aparelho de apoio de uma estrutura metálica
deslocado da sua posição original.

Figura 3 – Deslocamento aparente em aparelho de apoio

Fonte: adaptada de Costa (2019, p. 18).

A Figura 4 mostra um elemento de aço com uma pequena fissura,


indicando descontinuidade do material.

Figura 4 – Descontinuidade do aço

Fonte: adaptada de Costa (2019, p. 18).

38
A Figura 5 mostra um elemento de aço com deterioração avançada
causada pela oxidação do material.

Figura 5 – Deterioração do aço

Fonte: adaptada de Costa (2019, p. 18).

A Figura 6 mostra um elemento de aço com partes vazadas, indicando


perda de material.

Figura 6 – Perda de material

Fonte: adaptada de COSTA (2019, p. 18).

39
3. Ensaios em peças de aço

Após a inspeção visual, o responsável deverá avaliar a necessidade


de execução de ensaios nas peças para que se obtenha alguma outra
informação importante, a qual normalmente está relacionada a um
parâmetro quantitativo. Os ensaios em peças de aço podem ser
classificados em destrutivos ou não destrutivos.

3.1 Ensaios não destrutivos em peças de aço

Há uma infinidade de ensaios que podem ser realizados para a obtenção


de parâmetros quantitativos sobre as manifestações patológicas em
estruturas de aço. O Quadro 1 apresenta os principais ensaios não
destrutivos existentes. As técnicas marcadas com “x” referem-se às
técnicas de ensaio que podem ser utilizadas em estruturas metálicas;
enquanto as marcadas com “-” são usadas para ensaios em concreto.

Quadro 1 – Ensaios não destrutivos

ENSAIO Vigas Pilares Lajes

Líquido penetrante x x x

Ultrassom x x x

Partícula magnética x x x

Correntes parasitas x x x

Pacometria - - -

Esclerometria - - -

Radiógrafos x x x

40
Emissão acústica x x x

Frequência de ressonância x x x

Termografia infravermelho x x x

Permeabilidade - - -

Estanqueidade x x x

Revestimento protetor x x x

Uniformidade do
revestimento por Holiday x x x
Detector

Prova de carga elástica x x x

Réplica Metalográfica x x x

Prova de Carga Dinâmica


x x x
(PDA – Pile Driving Analyzer)

Arrancamento com Carga


Controlada–Chumbadores e x x x
Tirantes

Fonte: adaptado de Costa (2019, p. 32).

O Quadro 2 apresenta um resumo dos cinco principais ensaios não


destrutivos aplicados às peças de aço.

41
Quadro 2 – Principais características dos ensaios não
destrutivos mais usados

ENSAIO CARACTERÍSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS

Aplicável em
Descontinuidades
materiais Detecção exclusiva
superficiais em
magnéticos ou de descontinuidades
materiais não
não magnéticos. abertas à superfície.
porosos, metálicos
Fácil visualização e Necessidade de
e não metálicos.
caracterização da limpeza rigorosa
Líquido Materiais que
descontinuidade. antes da execução
penetrante podem ser
Aplicável em peças do ensaio. Com
ensaiados: aços
de geometrias as técnicas
carbonos em geral,
complexas. convencionais,
aços inoxidáveis,
Custo não é aplicável em
alumínio, bronze,
relativamente materiais porosos.
titânio e vidros.
reduzido.

Simplicidade de
aplicação, fácil
Pode ser aplicado
execução, rápido e
apenas em materiais
de baixo custo de
ferromagnéticos.
operação.
Forma e orientação
Utilizado na Alta sensibilidade
das descontinuidades
detecção de na detecção de
em relação ao campo
descontinuidades descontinuidades
Partículas magnético interferem
superficiais e superficiais.
magnéticas fortemente no
subsuperficiais em Detecção de
resultado do ensaio,
peças de materiais descontinuidades
sendo necessária,
ferromagnéticos. pouco
em muitos casos, a
subsuperficiais
realização de mais de
da peça. Pode
um ensaio na mesma
ser realizado em
peça.
peças de geometria
complexa.

42
ENSAIO CARACTERÍSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS

Pode ser aplicado Difícil aplicação


Registro
durante as etapas em peças de
permanente por
de fabricação geometria complexa.
meio de filme
ou em serviços Necessidade de
ou imagem
de manutenção. acesso às duas faces
digitalizada de
Defeitos como da peça. Limitações
fácil compreensão,
vazio e inclusões na detecção de
facilitando a
que apresentam descontinuidades
Ensaio situação de
uma espessura planares (trincas)
radiográfico análise, laudo e
variável em mais graves em
documentação,
todas as direções relação à integridade
inclusive no
são facilmente estrutural. Exige
acompanhamento
detectados, desde cuidados de
por meio de
que não sejam radioproteção,
auditagem.
muito pequenos em que incluem o
Inspeciona o
relação à espessura isolamento da área.
interior das peças.
da peça. Relativamente caro.

43
ENSAIO CARACTERÍSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS

Pode ser aplicado Exige operadores


durante as etapas Elevado poder muito experientes.
de fabricação de penetração Difícil de aplicar em
ou em serviços que permite peças de geometria
de manutenção. a detecção de complexa e/ou de
Verifica defeitos descontinuidades espessuras muito
como vazio e existentes no pequenas. O registro
inclusões, que interior das permanente do teste
apresentam uma peças, em uma não é facilmente
espessura variável vasta gama obtido.
em todas as de espessuras
direções. e materiais.
Sensibilidade
elevada na
Ultrassom
detecção de
descontinuidades
muito pequenas.
Precisão na
determinação
da localização,
dimensão e
forma das
descontinuidades.
Não necessita de
acesso a ambos os
lados da superfície
a ser ensaiada.

Fonte: adaptado de Sacchi e Souza (2017, p. 72).

3.2 Ensaios destrutivos para peças de aço

Os ensaios destrutivos provocam a inutilidade da peça avaliada e


devem ser utilizados em casos muito particulares, quando houver a

44
real necessidade de realizá-los. Seu principal objetivo é avaliar alguma
propriedade mecânica do material. Entre os principais existentes,
podemos citar: tração, compressão, dureza, fratura, flexão, torção,
fadiga e fluência. A escolha do ensaio por parte do profissional deverá
levar em conta qual propriedade mecânica se deseja determinar
para cada situação, sendo necessário que ele conheça a fundo as
propriedades mecânicas dos materiais. A seguir são apresentados os
três ensaios principais, de acordo com Zolin (2011):

• Ensaio de tração: aplica-se uma carga sobre a peça a ser ensaiada


e, utilizando os princípios da Lei de Hooke, determina-se a tensão
de escoamento do material, a tensão de ruptura, o módulo de
elasticidade, entre outras propriedades mecânicas. A Figura 7
mostra o equipamento utilizado.

• Ensaio de dureza Brinell: consiste em uma esfera de aço de


diâmetro conhecido que é colocada sobre a peça a ser ensaiada
e depois pressionada com uma força conhecida durante
30 segundos. Após a aplicação, uma marca em formato de
calota esférica ficará sobre a peça ensaiada, sendo a dureza
inversamente proporcional ao diâmetro dessa calota esférica.
É importante ressaltar que existem diversos outros ensaios de
dureza.

• Ensaio de fratura frágil (impacto): consiste na aplicação de uma


carga repentina sobre o material ensaiado para se determinar
o comportamento do material às cargas dinâmicas, como o aço
usado em pontes.

45
Figura 7 – Equipamento para o ensaio de tração

Fonte: adaptada de Zolin (2011, p. 36).

4. Inspeção visual em peças de madeira

Muitas das manifestações patológicas em peças de madeira são visíveis.


Assim, a inspeção visual deverá ser realizada com muita atenção.
De acordo com Brito (2014, p. 42), é possível classificar os agentes
deterioradores da madeira em bióticos ou abióticos.

• Agentes abióticos: valem as recomendações para outros tipos


de estrutura (como visto em aço), tais como: verificação de
deformações excessivas; deslocamentos em apoios; excesso de
sobrecargas; alterações de capacidade estrutural; mudanças no
uso da edificação ou falhas de projeto; e concepção estrutural.
Ainda se destacam os agentes químicos, basicamente a corrosão
em elementos de ligação metálicos, que podem ter efeitos

46
degradantes na madeira. Outros agentes abióticos são: ação de
raios ultravioleta e intemperismo.

• Agentes bióticos: fungos e insetos. A maioria dos fungos e insetos


que atacam a madeira são extremamente nocivos. A boa notícia é
que a ação degradante por parte desses agentes, na maioria das
vezes, é visível, o que leva a uma rápida detecção, logo no início da
manifestação.

De acordo com DJIK (2014, p. 7), na inspeção visual, é possível identificar


o estado atual ou o potencial de degradação da estrutura. Esse tipo de
inspeção é adequado para a constatação de danos superficiais e falhas
estruturais. É importante que tudo seja fotografado para que se possa
acompanhar o plano de reabilitação.

5. Ensaios em peças de madeira

Assim como nos ensaios de peças de aço, os ensaios em peças de


madeira podem ser classificados como destrutivos e não destrutivos. A
seguir, apresentaremos os principais ensaios utilizados para determinar
características importantes para a elaboração de um diagnóstico em
edificações com esse tipo de estrutura.

5.1 Ensaios não destrutivos

Um dos principais ensaios não destrutivos em estruturas de madeira


é usando um aparelho de ultrassom. De acordo com Santos (2017, p.
70), a análise pode ser realizada por meio de métodos distintos: eco
pulsado, ressonância, transmissão e imersão. O ensaio por ressonância
é mais adequado para materiais mais homogêneos, podendo os demais
métodos serem escolhidos de acordo com a disponibilidade na região.

47
O principal objetivo de todos os ensaios de ultrassom é determinar
se existem pontos de podridão no interior da peça. Sua existência
basicamente fará com que a velocidade do som propagado no interior
da peça seja menor do que se ela estivesse em perfeito estado. De
acordo com Machado e Feio (2014, p. 9), a perda de 10% a 20% na
velocidade de propagação do som na madeira representa cerca de
10% de podridão no interior da peça. A Figura 8 apresenta o ensaio de
ultrassom em peça de madeira.

Figura 8 – Equipamento para o ensaio de ultrassom em madeira

Fonte: adaptada de Machado e Feio (2014, p. 13).

5.2 Ensaios destrutivos

Os principais ensaios destrutivos em madeira são: tração, compressão,


flexão e impacto, sendo similares àqueles descritos na seção de
estruturas de aço. A grande diferença está na preparação dos
corpos de prova. No caso da madeira, os corpos de prova devem ser

48
acondicionados em câmaras climatizadas para atingirem a umidade de
equilíbrio, que depende do tipo de madeira utilizado.

Um método bastante utilizado é o de dureza de Piazza e Turrini, que


mede a resistência média para cravar uma esfera de 10mm de diâmetro
até sua metade na peça de madeira. A partir de um coeficiente relativo
à espécie, é possível identificar o módulo de elasticidade da madeira,
que é fundamental para verificar condições de projeto estrutural, como
deformações excessivas, por meio da lei de Hooke.

Referências Bibliográficas
BRITO, L. D. Patologia em estruturas de madeira: metodologia de inspeção e
técnicas de reabilitação. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, 2014.
COSTA, F. G. Inspeção e avaliação nas estruturas metálicas – pontes e
viadutos. 2019. Disponível em: https://www.gomesteceng.com.br/wp-content/
uploads/2020/03/Inspe%C3%A7%C3%A3o-e-Avalia%C3%A7%C3%A3o-nas-
Estruturas-Met%C3%A1licas-Pontes-e-Viadutos.pdf. Acesso em: 18 jan. 2021.
DJIK, R. V. Associação de métodos não destrutivos para inspeção de estruturas
de madeira. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Faculdade de
Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.
MACHADO, J. S.; FEIO, A. O. Avaliação de elementos estruturais de madeira:
desenvolvimentos recentes. 2014. Disponível em: http://repositorio.lnec.pt:8080/
jspui/bitstream/123456789/1006841/1/item1007827.pdf. Acesso em: 12 out. 2020.
SACCHI, C. C. Avaliação de desempenho estrutural e manifestações patológicas
em estruturas metálicas. Dissertação (Mestrado em Estruturas e Construção Civil)
– Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2016.
SACCHI, C. C.; SOUZA, A. S. C. Manifestações patológicas e controle de qualidade na
montagem e fabricação de estruturas metálicas. Revista Eletrônica de Engenharia
Civil, [s.l.], v. 13, p. 20-34, 2017.
SANTOS, L. I. Ensaios não destrutivos aplicados à estruturas de madeira no museu
da língua portuguesa. Revista de Iniciação Científica, Criciúma, v. 15, n. 1, 2017
ZOLIN, I. Curso técnico em automação industrial: Ensaios Mecânicos e
Análises de Falhas. 2011. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/
sites/413/2018/11/15_ensaios_mecanicos_analises_falhas.pdf. Acesso em: 18 jan.
2021.

49
Técnicas de diagnóstico de
infiltrações e fundações
Autoria: Diego Antônio Custódio
Leitura crítica: Hudson Goto

Objetivos
• Identificar as principais causas dos problemas
associados às patologias das edificações devido à
infiltração e às fundações.

• Identificar as principais manifestações patológicas


relacionadas à infiltração, seu diagnóstico, sua
prevenção e sua correção.

• Identificar as principais manifestações patológicas


relacionadas às fundações, seu diagnóstico, sua
prevenção e sua correção.

50
1. Introdução

O termo patologia pode ser definido como a ciência que estuda a


origem, os sintomas e a natureza das doenças. Na engenharia civil, ele
relaciona-se ao desempenho insatisfatório dos elementos da edificação,
decorrendo de falhas que afetam aspectos estruturais ou estéticos
da construção, devido ao não cumprimento ou à inexistência de
normas técnicas, mal planejamento, erros durante a construção ou sua
utilização, eventos naturais ou até mesmo acidentes (ZUCHETTI, 2015).

A resolução de um problema patológico envolve um conjunto complexo


de procedimentos e depende de um diagnóstico, que irá identificar
as causas do problema, e da proposição de uma terapia, que trata
da correção dos problemas patológicos. Para que se tenha êxito nas
medidas terapêuticas, é fundamental que o diagnóstico tenha sido bem
executado. Para tanto, ele deve abordar: (a) os sintomas ou lesões; (b) os
mecanismos; (c) suas origens (qual fase do processo construtivo); e (d)
as causas (agente causador, como cargas, umidade etc.) e as principais
consequências. Para cada diagnóstico, é elaborada uma terapia mais
adequada e eficiente, corrigindo o problema na raiz e com o menor
dispêndio econômico possível. A Figura 1 apresenta um organograma de
atividades a serem realizadas na solução de um processo patológico.

51
Figura 1 – Etapas da solução de um processo patológico

Fonte: adaptada de Paula e Silva e Jonov (2019, p. 13).

52
São muitas as patologias encontradas nas construções, estando entre
as mais comuns: fissuras e trincas, deformações na estrutura, manchas,
corrosão das estruturas etc. Neste Tema, vamos aprender um pouco
mais sobre as patologias de edificações relacionadas a problemas
de infiltração e fundações e elaborar um diagnóstico a partir do
conhecimento de suas origens, como se manifestam, danos que podem
causar e formas de correção e prevenção.

2. Patologias devido a problemas de infiltração

A infiltração é uma das piores patologias que uma edificação pode


sofrer, pois pode causar danos e desencadear diversas outras
patologias, como eflorescências, bolor, mofo, corrosão das estruturas,
ferrugens, deterioração da pintura e rebocos, entre outras (JONOV;
NASCIMENTO; PAULA E SILVA, 2013). Em todas as situações, ela
representa um cenário problemático. Entretanto, com um diagnóstico
precoce, é possível identificar sua origem com segurança e determinar a
correção adequada, evitando trabalho e despesas desnecessárias.

2.1 Causas

As infiltrações podem ocorrer devido a diversas causas, estando entre as


mais importantes:

• A partir de fachadas e coberturas na ocorrência de chuvas, ou por


não terem recebido impermeabilização ou por conterem falhas de
projeto e execução.

• Por meio de vapores de água, como o produzido durante banhos,


resultando em mofo nas paredes e no forro.

53
• A partir da umidade do solo, que é absorvida pela edificação desde
as fundações até as paredes.

• A partir de vazamentos nas instalações hidrossanitárias, que


atingem paredes, forros e até mesmo pisos.

• Por problemas de impermeabilização de piso e paredes em áreas


molhadas, como banheiros e área de serviço.

Outros fatores, como idade da construção, clima, materiais, práticas


construtivas e nível de controle da qualidade durante a execução, são
igualmente influentes nesse tipo de patologia (JONOV; NASCIMENTO;
PAULA E SILVA, 2013).

Storte (2011) divide as principais manifestações patológicas em dois


grupos:

• Grupo 1: manifestações provocadas pela infiltração d’água devido


à ausência ou falha de impermeabilização.

• Grupo 2: manifestações originárias do processo construtivo, que


podem provocar danos à impermeabilização.

No Grupo 1, temos:

• Corrosão das armaduras: é uma das manifestações mais comuns


e perigosas resultantes da infiltração. Pode estar relacionada ao
recobrimento das armaduras abaixo do recomendado; concreto
mal executado, que acarretou alta porosidade e fissuras de
retração; ou mesmo deficiências na cura do concreto, causando
fissuras devido à diminuição de sua resistência.

• Carbonatação do concreto: é resultado da reação do cimento


com a água, que gera compostos hidratados, ao combinar o
hidróxido de cálcio com os hidróxidos ferrosos do aço. Quando em

54
presença de água, oxigênio e diferença de potencial da armadura,
inicia-se o processo de corrosão.

• Eflorescência: acontece a partir da dissolução de sais, que vão


para a superfície, cuja evaporação da água resulta na formação de
depósitos salinos, o que altera a aparência do elemento onde se
deposita, podendo até causar sua degradação.

No Grupo 2, destacam-se as trincas e as fissuras em estruturas de


concreto. Essas manifestações podem acontecer devido a:

• Variações térmicas.

• Deformação excessiva das estruturas.

• Recalques diferenciais.

• Retração hidráulica.

• Falhas de concretagem.

• Recobrimento das armaduras.

• Chumbamento das peças.

2.2 Diagnóstico

Um correto diagnóstico depende do conhecimento do tipo de umidade


que causa a infiltração (OLIVEIRA, 2013). Lersch (2003) classifica os tipos
de umidade para fins de diagnóstico como:

• Umidade de infiltração: quando a umidade passa da parte


externa da edificação para a parte interna, por meio de trincas ou
porosidade do material.

55
• Umidade ascensional: a umidade presente no solo é absorvida
pelos elementos da construção, podendo subir até as paredes.

• Umidade por condensação: ocorre quando o ar possui alta taxa


de umidade e encontra uma superfície com temperatura baixa.

• Umidade de obra: diz respeito à umidade já existente durante a


execução da construção, como em argamassas e concreto.

• Umidade acidental: manifestação gerada por falhas nos sistemas


hidrossanitários.

A avaliação das patologias na construção devido à infiltração é


comumente realizada por métodos destrutivos. Entretanto, a fim de
evitar trabalho e gastos desnecessários, pode-se recorrer a técnicas
não destrutivas. Essa opção é mais interessante em diversos aspectos,
em especial se a construção já estiver em uso (ROCHA, 2018). Para isso,
podem ser adotados equipamentos de diagnóstico complementar mais
avançados, como termógrafos, humidimetros, psicrômetros, câmeras
de inspeção, entre outros (AQUARYS H2O, 2017), os quais, quando
associados a ensaios específicos, auxiliam na identificação de forma
precisa da origem da infiltração sem necessariamente um contato
direto com a estrutura, minimizando riscos e a interferência na vida dos
moradores (OH et al., 2013).

2.3 Métodos de prevenção

Ao determinar o tipo e a origem da umidade, as condições da


construção e o cumprimento das normas, é possível determinar a
terapia ideal para a manifestação patológica em questão. Conforme
apontado por Hussein (2013), deve-se levar em conta a diversidade e
disponibilidade de produtos no mercado, custos, desempenho e mão
de obra especializada, de forma a garantir bons resultados e a não
reincidência da patologia. Righi (2009) complementa dizendo que o

56
controle da execução da impermeabilização é imprescindível para a
eficácia, sendo responsabilidade da equipe executora e do encarregado
pela obra.

Conforme defendido por Carmo (2003), prevenir é o melhor


remédio, sendo importante especificar corretamente os sistemas de
impermeabilização para cada elemento, de acordo com cada material,
e fiscalizar a adequada execução dos trabalhos. A infiltração é uma
patologia que tende a apresentar reincidências, devido a falhas
sistemáticas, que vão desde a fase de projeto até a sua execução.

3. Patologias devido a problemas na fundação

As fundações são responsáveis pela transmissão das cargas de uma


construção ao solo. Seu comportamento pode ser afetado por diversos
motivos: de estrutura, de solos, de procedimentos de execução, de
materiais utilizados etc. (PAULA E SILVA; JONOV, 2019).

A estabilidade de uma construção depende diretamente da escolha


adequada da fundação, assim como de sua boa execução e de seu
atendimento às normas técnicas. De acordo com Zuchetti (2015), a
execução de uma fundação que atende aos padrões mínimos a partir de
investigações geotécnicas provavelmente não acarretará o surgimento
de grandes problemas de desempenho estrutural. Do contrário, pode
haver inúmeros problemas decorrentes de um projeto inadequado das
fundações e de sua má execução (MARCELLI, 2007).

3.1 Tipos de fundação

Há diversos tipos de fundação e cada uma delas visa atender a


diferentes necessidades, de acordo com os requisitos da NBR 6122 –
Projeto e execução de fundações (ABNT, 2019). As fundações podem

57
ser classificadas em superficiais (blocos, sapatas, radiers) ou profundas
(estacas, tubulões, com pelo menos 3 m de profundidade).

3.2 Manifestações patológicas associadas às fundações


para diagnóstico

Do Carmo (2003) classifica os danos provenientes de uma execução


inadequada para fins de diagnóstico em três tipos:

• Danos arquitetônicos: comprometem a estética da arquitetura,


como trincas nas paredes e acabamentos.

• Danos funcionais: comprometem diretamente o desempenho e a


funcionalidade da edificação, necessitando de reforços estruturais.

• Danos estruturais: comprometem a vida útil da edificação,


reduzindo sua durabilidade e seu desempenho e necessitando de
reforço imediato.

3.2.1 Recalques na fundação

O recalque é uma deformação do solo quando este é submetido a


cargas, podendo ter como consequência a movimentação da fundação.
Com ele, a resistência ao deslizamento diminui, movimentando a
estrutura e gerando fissuras. Além disso, dependendo da intensidade,
pode comprometer a estrutura (PAULA E SILVA; JONOV, 2019).

Quando há um deslocamento vertical, configura-se o recalque


absoluto. A diferença entre os recalques absolutos de dois elementos
da fundação chama-se recalque diferencial, que é uma das principais
patologias em edificações. O Quadro 1 apresenta diferentes tipos de
erros que podem levar ao recalque diferencial em uma construção.

58
Quadro 1 – Erros relacionados ao aparecimento
de recalque diferencial

Fase/ etapa Tipos de erros

• Falta
de homogeneidade do solo.
Problemas no solo • Consolidação distinta do aterro.
• Fundação entre corte e aterro.

• Erro na previsão de recalques.


• Insuficiência nos levantamentos, nas sondagens e nos ensaios.
Erros de projeto • Não consideração da heterogeneidade do solo.
• Não consideração da presença de aterro, entulhos ou fossas.
• Não consideração das variações no nível do lençol freático.

• Fundações profundas com terra solta na base.


Erros na execução • Desvio da ponta da estaca devido à presença de matacões.
• Falta de alargamento na base de tubulões.

Fonte: adaptado de Paula e Silva e Jonov (2019, p. 54).

A norma técnica ABNT NBR 6122/2019 – Projeto e execução de


fundações (ABNT, 2019) exige análises prévias do solo a partir de uma
quantidade mínima de sondagens por área edificada, com análises de
ensaios de campo e laboratoriais. Ela também indica ensaios axiais de
cone para reconhecimento da resistência de ponta e tensão horizontal
do solo, conhecimento do perfil estratigráfico e análises de laboratório,
a fim de conferir níveis de contaminação (CBIC, 2013). Além disso, é
fundamental conhecer o tipo do solo em questão e seu módulo de
deformação.

3.2.2 Trincas e fissuras

As trincas e fissuras podem aparecer quando, sob o efeito de cargas


externas, os solos em maior ou menor proporção se deformam.
“Se estas deformações forem diferenciadas ao longo do plano

59
das fundações de uma obra, tensões de grande intensidade serão
introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento de
trincas” (PAULA E SILVA; JONOV, 2019, p. 105).

Normalmente, trincas provocadas por recalque diferencial são inclinadas


e confundidas com as fissuras provocadas por deflexão de componentes
estruturais. Entretanto, apresentam aberturas maiores, “deitando-se em
direção ao ponto de maior recalque” (PAULA E SILVA; JONOV, 2019, p.
106). Elas surgem nas duas faces da parede e tendem a se estender até
o terreno de apoio das fundações.

3.3 Origem das manifestações patológicas associadas às


fundações

As manifestações patológicas em fundações podem ter sua origem em


diversas fontes, tais como: ausência ou insuficiência de investigações
geotécnicas; interpretação equivocada de dados de ensaios; erro nos
cálculos dos esforços provenientes da estrutura; adoção inadequada
de tensão admissível do solo; modelos matemáticos defasados para
cálculo de fundações; problemas na execução; erros provocados pela
adoção de mão de obra não especializada; fatores externos (clima,
movimentações do solo, sobrecarga provinda de construções novas em
terreno adjacente etc.); entre outras (DO CARMO, 2003). Além disso,
conhecer o histórico do terreno é vital, como a ocorrência de aterros
sanitários, processos de contaminação e/ou descontaminação do solo,
contenções etc., fatores que podem impactar sobremaneira no custo
final da construção (CBIC, 2013).

Zuchetti (2015) sugere a divisão das causas das patologias em fundações


em três grupos:

• Fase congênita: quando as patologias se originam na fase de


planejamento e projeto. Pode incluir ausência ou ineficiência de

60
investigação do solo e o próprio projeto das fundações, como erros
de cálculo ou a consideração de uso inadequada.

• Fase construtiva: quando as patologias têm origem na etapa


de construção, seja por falta de mão de obra qualificada ou por
materiais de baixa qualidade.

• Devido ao uso: quando as patologias têm origem no uso


inadequado da estrutura projetada e na falta de manutenção
apropriada.

O Quadro 2 apresenta um resumo geral das principais causas de


patologias em cada uma das fases.

61
Quadro 2 – Principais causas de patologias em fundações.

Fase Principais causas

Topografia da área:

• Levantamento planialtimétrico.

• Dados sobre taludes e encostas.

• Dados sobre erosões.

Dados geológicos:

• Investigação do subsolo.

• Mapas, fotos aéreas.

• Estudos sobre experiências anteriores na área.

Congênita Dados da estrutura a construir:

• Tipo e uso da nova obra.

• Sistema estrutural.

• Estacas de tipo inadequado ao subsolo.

• Cargas (ações sobre as fundações).

Dados relativos a construções vizinhas:

• Tipo de estruturas e fundações.

• Número de pavimentos e existência de subsolos.

• Possíveis consequências de escavações e vibrações provo-


cadas pela nova obra.

62
• Escavação da obra abaixo das fundações vizinhas.

• Desconfinamento das fundações e colapso parcial ou total


da estrutura.

Construtiva • Ruptura de tubulações de drenagem e esgoto.

• Envio de efluentes ao solo.

• Faixas de erosão no terreno.

• Recalques ou colapso da construção.

• Alteração no uso das edificações.

• Ampliações não previstas no projeto original.


Uso
• Alteração no uso de terrenos vizinhos.

• Execução de grandes escavações próximas a construções.

Fonte: adaptado de Paula e Silva e Jonov (2019, p. 62).

Do Carmo (2003) afirma que um plano de recuperação adequado


depende de um bom diagnóstico do problema, o qual permite
compreender as origens da patologia e os danos ocorridos, para assim
interpretar o comportamento mecânico das movimentações geradas. Ele
deve trazer um quadro da situação, com o local das patologias encontradas,
suas possíveis origens e a estratégia de reparação adequada àquela
situação, o que pode incluir a necessidade de novas sondagens e ensaios
geotécnicos (ZUCHETTI, 2015).

De forma a complementar a inspeção visual, é comum a realização de


ensaios laboratoriais para verificar tanto as condições de resistência e
ruptura dos componentes da estrutura quanto para o aprofundamento das

63
condições do solo, ficando a decisão a cargo do engenheiro responsável
pelo diagnóstico. Os ensaios quanto à estrutura podem ser destrutivos
(resistência à compressão axial ou à tração em testemunhos retirados
da estrutura, módulo de deformação, entre outros) ou não destrutivos
(esclerometria; carbonatação; controle de fissuras com selos de gesso
ou vidros; ultrassonografia; medições de deformações e recalques; entre
outros). Quanto aos solos, são comuns os seguintes ensaios: sondagem
de reconhecimento à percussão; sondagens rotativas (rochas); ensaios
de caracterização da capacidade de suporte; determinação do nível de
agressividade da água do subsolo (VITÓRIO, 2003).

3.4 Prevenção

Paula e Silva e Jonov (2019) sugerem as seguintes ações para prevenir


problemas nas fundações:

• Analisar terreno e vizinhança.

• Realizar sondagens e ensaios com bases em conhecimentos


geotécnicos e normas da ABNT.

• Adensar camadas profundas (solo mais mole).

• Considerar situações de corte e aterro.

• Avaliar o rebaixamento do lençol freático.

• Especificar corretamente as cargas, os materiais, os locais de


implantação, os recalques admissíveis.

• Executar as fundações mais adequadas ao empreendimento com


base nas cargas solicitantes e na capacidade de carga do terreno.

• Acompanhar sinais patológicos ao longo da vida útil da estrutura,


como trincas e fissuras.

64
• Observar o carregamento desbalanceado na estrutura e/ou a
influência do bulbo de pressão da obra maior.

• Observar a construção de anexo em época diferente da construção


do prédio original.

3.5 Métodos de reparo

Os métodos atuais para corrigir problemas de fundação recaem na


execução de reforços, ou seja, adaptação dos sistemas já existentes, de
forma a permitir que as fundações originais trabalhem com o reforço
como um sistema único (PAULA E SILVA; JONOV, 2019). De acordo com
Marcelli (2007), o reforço das fundações se dá por meio de vários processos
e técnicas, como reforço com estacas de reação; reforço por estaca raiz;
reforço por meio da injeção de calda de cimento no solo; reforço com
brocas; e reforço com sapatas. Todos eles têm a intenção de diminuir a
ordem dos valores de recalque para estabilizar a edificação.

O método mais utilizado para o reforço do solo é o Jet Grouting, que


é um processo em que se introduz no terreno uma calda de cimento
com alta pressão a partir de um jato, capaz de desagregar o solo. Dessa
forma, a calda mistura-se com o solo, formando colunas de solo-cimento
de alta resistência mecânica e baixa permeabilidade (PAULA E SILVA;
JONOV, 2019).

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fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
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habitacionais: Guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013.
2. ed. Brasília: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013.

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HUSSEIN, J. S. M. Levantamento de patologias causadas por infiltrações devido
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Edifício Corporativo de Administração Pública no Vale do Taquari/RS. Monografia
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BONS ESTUDOS!

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