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Formação de Preços
Custos e
Formação de Preços
Diego Silva Souza
Aracaju, 2019
Jouberto Uchôa de Mendonça Lígia de Goes Costa
Reitor Mirian Cunha Dantas Silva
Assessoras Pedagógicas e
Amélia Maria Cerqueira Uchôa Correção Ortográfica
Vice-Reitora
CDU: 657.47
Redação: Impressão:
Pró-reitoria Adjunta de Educação a Distância Gráfica Gutemberg
Rua Simão Dias, 236 - Centro Telefone: (79) 3218-2154
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Apresentação r
Caro aluno, nessa disciplina você será convidado a adentrar num impor-
tante ramo da gestão empresarial que é a precificação de produtos e serviços.
11 Tema 1:
Introdução à Gestão de custos
13 1.1 Fundamentos da Gestão e Controle de Custos
55 Métodos de Custeio
Tema 2:
ReferÊncias 189
Parte 1
Caracterização dos
custos e métodos de
apuração
tema 1
Introdução à
Gestão de custos
Você já se atentou que quando vamos comprar algum produto, e
queremos saber o preço, geralmente perguntamos “quanto custa”?
Controle de Custos
Leitura Complementar
DD BEUREN, Ilze Maria. Evolução histórica da contabilidade de custos.
Contabilidade Vista & Revista, v. 5, n. 1, p. 61-66, 2009.
1.2
ELEMENTOS BÁSICOS E TERMINOLOGIAS DA
GESTÃO DE CUSTOS
Gastos e Desembolsos
Elementos de Custos
Fonte: Autoria própria
Custos e Despesas
Uma vez que já conhecemos os conceitos de gastos e desem-
bolsos, é possível diferenciar, por exemplo, as situações envolvendo
compras a vista e compras a prazo. Avançaremos um pouco mais
acerca das definições das terminologias citadas no início do conte-
údo e trataremos agora dos custos e despesas. Para muitos, diga-se
leigos em gestão, pode parecer sinônimos, no entanto veremos que
possuem significados e contextos de aplicações diferentes.
Investimentos e Perdas
Uma vez que você já consegue diferenciar os custos e despesas
e entender que essas duas terminologias são distintas, porém repre-
sentam também gastos, podemos agora conceituar os investimen-
tos e as perdas, pois são dois elementos da gestão de custos que não
possuem relação direta entre si e em tese não gera confusão em seus
conceitos.
Leitura Complementar
1.3
CARACTERIZAÇÃO DOS CUSTOS
Prosseguindo em nossa abordagem da gestão de custos, a
partir de agora, destinaremos ao estudo apenas dos elementos que
podem formar os custos de produção. Nesse sentido, de acordo com
Bruni e Famá (2012), afirmamos que são três os elementos básicos do
custo, a saber: Material Direto, Mão de Obra Direta e Gastos Gerais de
Fabricação (também chamado por outros autores de Custos Indiretos
de Fabricação – CIF).
Note que na tabela, como não temos saldo inicial, nossa pri-
meira operação foi no dia 03, que representa uma aquisição de 3
unidades ao valor unitário de $ 40,00, num total de $ 120,00. No dia
15 tivemos uma outra aquisição de 2 unidades cujo total foi $ 88,00,
obtendo um valor unitário de $ 44,00. Neste mesmo dia, ao apurar-
mos nosso saldo de estoque, verificamos a existência de dois lotes
de materiais: um contendo 3 unidades ao valor unitário de $ 40,00
totalizando $ 120,00; outro contendo 2 unidades ao valor unitário de $
88,00; totalizando (neste dia) um estoque de 5 unidades ao valor total
de $ 208,00. No dia 23 tivemos uma requisição para consumo de 2
unidades, note que o nosso lote mais antigo tem o valor unitário de $
40,0 e temos 3 unidades em estoque, assim pelo método PEPS é por
este lote que iremos baixar o material em estoque. No dia 29 foi feita
uma nova requisição de 1 unidade, e como ainda temos saldo do lote
mais antigo, será desse que iremos baixar o material, restando então
ao final do mês 2 unidades ao valor unitário de $ 44,00 totalizando $
88,00. Calculando o CMD pela fórmula teríamos:
Leitura Complementar
DD CREPALDI, Silvio Aparecido. CREPALDI, Guilherme Simões.
Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
Em que:
Os Custos Variáveis, por sua vez, são aqueles que variam pro-
porcionalmente à quantidade produzida. Assim, quanto mais produtos
forem fabricados em um período, maiores serão os Custos Variáveis.
Por outro lado, para Ribeiro (2013), os Custos Variáveis, por es-
tarem vinculados ao volume produzido, são também chamados de
Custos Diretos, e esta analogia será muito importante nos próximos
assuntos de nossa disciplina.
Em que:
CP = custo primário
CB = custo básico
Onde:
CT = custo de transformação
Leitura Complementar
Fundamentos Gerais
Os produtos fabricados devem absorver todos os custos incor-
ridos no processo de fabricação, pois este método trabalha com sis-
tema de rateios na apropriação dos custos de dois ou mais produtos.
Logo, pode-se afirmar que o resultado do custo sofre influência direta
da quantidade produzida.
Roteiro de Apuração
Para iniciar nossa abordagem e traçarmos um roteiro para apu-
ração dos custos por absorção, deveremos nos lembrar dos conceitos
de custos diretos e indiretos estudados no tema anterior.
Caso Prático
A Indústria X, durante determinado mês, incorreu nos gastos
identificados a seguir:
GASTO R$
Comissão de vendedores 50.000,00
Salários da fábrica 120.000,00
Matéria-prima consumida 350.000,00
Salários da administração 50.000,00
Depreciação de máquinas e equipamentos da fábrica 30.000,00
Seguros da fábrica 10.000,00
Despesas financeiras 15.000,00
Honorários da diretoria 30.000,00
Materiais secundários consumidos na fábrica 35.000,00
Energia elétrica da fábrica 10.000,00
Gastos com manutenção da fábrica 20.000,00
Despesas com entrega de produtos 15.000,00
Materiais de expediente da administração 25.000,00
Despesas gerais da administração 35.000,00
TOTAL 795.000,00
GASTO R$
Salários da fábrica 120.000,00
Matéria-prima consumida 350.000,00
Depreciação de máquinas e equipamentos da fábrica 30.000,00
Seguros da fábrica 10.000,00
Materiais secundários consumidos na fábrica 35.000,00
Energia elétrica da fábrica 10.000,00
Gastos com manutenção da fábrica 20.000,00
TOTAL 575.000,00
GASTO R$
Comissão de vendedores 50.000,00
Salários da administração 50.000,00
Despesas financeiras 15.000,00
Honorários da diretoria 30.000,00
Despesas com entrega de produtos 15.000,00
Materiais de expediente da administração 25.000,00
Despesas gerais da administração 35.000,00
TOTAL 170.000,00
Relação de Despesas
Fonte: Autoria própria.
61
Tema 2
Métodos de Custeio
Produto % de MO R$ de MO
A 25,00 30.000,00
B 52,00 62.400,00
C 23,00 27.600,00
TOTAL 100,00 120.000,00
Distribuição do Custo de Mão de Obra
Fonte: Autoria própria.
GASTO R$
Depreciação de máquinas e equipamentos da fábrica 30.000,00
Seguros da fábrica 10.000,00
Materiais secundários consumidos na fábrica 35.000,00
Energia elétrica da fábrica 10.000,00
Gastos com manutenção da fábrica 20.000,00
TOTAL 105.000,00
DD Caso prático.
Leitura Complementar
DD MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de custeio compa-
rados: custos e margens analisados sob diferentes perspectivas. 2.
ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Leia o tópico 5.1 – Custeio por Absorção (páginas 57-59), nesse texto os
autores trabalham um panorama histórico do custeio por absorção e fa-
zem uma abordagem levando em consideração os princípios de gestão.
67
Tema 2
Métodos de Custeio
2.2
CUSTEIO VARIÁVEL
Embora questionável do ponto de vista dos princípios e normas
contábeis, este método assume grande importância nos processos de
tomada de decisões.
Vantagens e desvantagens
Como instrumento de gestão, verificamos que o custeio variável
apresenta condições de transmitir informações relevantes de forma mais
rápida para a empresa. Pelo fato de abandonar os custos fixos e reconhe-
cê-los como despesa do ponto de vista contábil, o resultado apurado por
esse critério demonstra ser mais informativo para administração.
Caso Prático
Para uma melhor ilustração, iremos retomar o exemplo resolvi-
do no conteúdo anterior, assim ao final você poderá comparar os va-
lores apurados.
69
Tema 2
Métodos de Custeio
GASTO R$
Comissão de vendedores 50.000,00
Salários da fábrica 120.000,00
Matéria-prima consumida 350.000,00
Salários da administração 50.000,00
Depreciação de máquinas e equipamentos da fábrica 30.000,00
Seguros da fábrica 10.000,00
Despesas financeiras 15.000,00
Honorários da diretoria 30.000,00
Materiais secundários consumidos na fábrica 35.000,00
Energia elétrica da fábrica 10.000,00
Gastos com manutenção da fábrica 20.000,00
Despesas com entrega de produtos 15.000,00
Materiais de expediente da administração 25.000,00
Despesas gerais da administração 35.000,00
TOTAL 795.000,00
GASTO R$
Salários da fábrica 120.000,00
Matéria-prima consumida 350.000,00
Materiais secundários consumidos na fábrica 35.000,00
Energia elétrica da fábrica 10.000,00
TOTAL 515.000,00
PRODUTO CT CT
Custeio por Absorção Custeio Variável
A 128.415,00 110.310,00
B 241.500,00 198.690,00
C 205.085,00 206.000,00
TOTAL 575.000,00 515.000,00
Custo Total
Fonte: Elaborado pelo Autor (2018).
DD A = R$ 2.000,00
DD B = R$ 2.500,00
DD C = R$ 2.500,00
73
Tema 2
Métodos de Custeio
Quantidade
Produzida e 100,00 200,00 200,00
Vendida
Produto A Produto B Produto C
Receita Bruta 200.000,00 500.000,00 500.000,00
(-) Custo dos
Produtos 128.415,00 241.500,00 205.086,00
Vendidos
Resultado Ope-
71.585,00 258.500,00 294.914,00 624.999,00
racional Bruto
(-) Despesas 170.000,00
Resultado Opera-
454.999,00
cional Líquido
Resultado pelo Custeio por Absorção
Fonte: Autoria própria.
DD Vantagens e desvantagens.
Leitura Complementar
DD MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de custeio com-
parados: custos e margens analisados sob diferentes perspecti-
vas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Leia os tópicos 6.1, 6.2, 6.3 e 6.4 do Capitulo 6 – Custeio Variável (pá-
ginas 65-79), nesse texto os autores fazem uma explicação do roteiro
de aplicação do método de custeio variável com o uso de fluxogramas.
Leia o tópico 5.2 - Custeio Direto (páginas 62-64), nesse texto o au-
tor faz uma abordagem do custeio variável em comparação ao custeio
por absorção (visto no conteúdo anterior), ilustrando a apresentação
com fluxogramas.
76 Custos e Formação de Preços
2.3
O CASO DA DEPARTAMENTALIZAÇÃO
A departamentalização consiste em dividir a empresa
em segmentos, chamados departamentos, aos quais
são debitados todos os custos de produção neles in-
corridos. A departamentalização representa um crité-
rio eficaz para apropriação de custos indiretos, no qual
cada departamento é dividido em um ou mais centros
de custos, muito utilizada em indústrias cujo processo
produtivo passa por algumas fases de produção. Como
exemplo, pode-se citar uma indústria de café que tem
como fases de produção: seleção de grãos, torrefação,
moagem e embalagem.
Departamento é a unidade mínima administrativa cons-
tituída, na maioria dos casos, por homens e máquinas
que desenvolvem atividades homogêneas. Deve haver
sempre um responsável pelo departamento. É uma uni-
dade mínima que concentra custos e desenvolve ativida-
des homogêneas. CREPALDI e CREPALDI (2018, p. 107).
Caso Prático
Para exemplificar nossa abordagem deste sistema de custeio,
vamos considerar que uma Companhia X, atuante no ramo de confec-
ções, estuda a possibilidade de distribuir alguns custos indiretos de
fabricação entre seus três departamentos de produção: costura, aca-
bamento e embalagem. Utilizando as informações apresentadas na
tabela abaixo, vamos determinar os custos a serem alocados a cada
79
Tema 2
Métodos de Custeio
Depreciação
Valor de maquinário e mobiliário de
de máquinas e 64.800,00
cada departamento
móveis
TOTAL 125.700,00
Lençóis de
2.600 18.200,00 3.120,00
solteiro
Fronhas 25.800 20.640,00 7.740,00
DD Lençóis de casal
24.000 → χ
62.840 → 100%
χ = 38%
Base de rateio
Fonte: Autoria própria
82 Custos e Formação de Preços
DD Lençóis de solteiro
18.200 → χ
62.840 → 100%
χ = 29%
Base de rateio
Fonte: Autoria própria
20.640 → χ
62.840 → 100%
χ = 33%
Base de rateio
Fonte: Autoria própria
UNITÁRIO
CUSTO
49,84
22,22
2,71
202.400,00
74.766,00
57.773,00
69.861,00
CUSTO
TOTAL
125.700,00
INDIRETO
47.766,00
36.453,00
41.481,00
CUSTO
27.000,00
76.700,00
28.380,00
21.320,00
DIRETO
CUSTO
PRODUZIDAS
UNIDADES
29.900
25.800
2.600
1.500
Lençóis de casal
Fronhas para
travesseiro
PRODUTO
Lençóis de
solteiro
TOTAL
DD Tipos de departamentos.
Leitura Complementar
DD BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e forma-
ção de preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 6.
ed. São Paulo: Atlas, 2012, pag. 78.
2.4
CUSTEIO ABC
O maior problema enfrentado pela gestão de custos refere-se a
como distribuir custos indiretos aos produtos ou serviços elaborados.
Assim, se uma empresa apresenta gastos indiretos com valores repre-
sentativos, porém produz único produto, a alocação de todos os gastos,
fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, é extremamente simples.
Direcionadores de Custos
No custeio ABC, os custos são distribuídos através do rastrea-
mento, o qual difere do rateio. No rastreamento ocorre maior vincu-
lação dos custos com os produtos, tornando a alocação menos arbi-
trária. Geralmente, é estabelecida por direcionadores de custos. Já o
rateio será utilizado apenas quando não há possibilidade de utilizar a
alocação direta ou o rastreamento.
Vantagens e Desvantagens
O custeio ABC permite um controle mais efetivo dos gastos, pois:
Caso Prático
Para melhor ilustrar a aplicação do custeio ABC, vamos consi-
derar a seguinte situação hipotética:
Total 250.000,00
DD Carros de mão:
4.000 horas → χ
11.000 horas → 100%
χ = 36,4%
DD Escadas dobráveis:
4
7.000 horas → χ
11.000 horas → 100%
χ = 63,6%
Relação proporcional para ED
Fonte: Autoria própria.
CUSTOS/PRODUTOS CM ED
CMD 60.000,00 26.000,00
DD Carros de mão:
156.050,00
= 26,00
6.000 unidades
Custo unitário CM
Fonte: Autoria própria.
DD Escadas dobráveis:
217.950,00
= 108,96
2.000 unidades
Custo unitário ED
Fonte: Autoria própria.
95
Tema 2
Métodos de Custeio
DD Caso Prático.
Leitura Complementar
Estudo de Caso
Para compreender a relação que existe entre os custos, volumes
e lucros imagine a situação de uma empresa que produz e comerciali-
za camisas a $ 48,00 cada unidade.
Energia elétrica....................................................$500,00
Aluguel...................................................................$2.400,00
Camisa (por unidade)..........................................$10,00
Salários e encargos..............................................$1.600,00
Telefone...................................................................$ 300,00
Embalagens para camisa (por unidade)..........$2,00
Gastos Fixos:
Energia elétrica......................................................$500,00
Aluguel.....................................................................$2.400,00
Salários e encargos...............................................$1.600,00
Condomínio.............................................................$700,00
Telefone....................................................................$300,00
Total...........................................................................$5.500,00
Gastos Variáveis:
Camisa (por unidade).............................................$10,00
Embalagens para camisa (por unidade)............$2,00
Total............................................................................$12,00
104 Custos e Formação de Preços
c) Já os gastos fixos unitários são reduzidos, uma vez que são di-
luídos para uma parcela maior de unidades produzidas. A ima-
gem abaixo trará uma noção da evolução gráfica de tais gastos.
Assim, por sua própria natureza, os gastos fixos totais são va-
riáveis unitariamente e os gastos variáveis totais são fixos unitaria-
mente. Nesse contexto, a análise de Custo/volume/lucro envolve a
descoberta da combinação mais favorável de custos variáveis, custos
fixos, volumes de vendas e preço de venda. Ou seja, são possíveis per-
mutas entre os elementos de custos, bem como entre custos e preço
de venda e preço e volume de venda.
Considerações Finais
De acordo com o que vimos até aqui, podemos perceber que
no custeio variável todos os custos e despesas variáveis (inclusive
as despesas de vendas e administração) são deduzidos da receita de
vendas, embora as despesas variáveis não façam parte do custo do
produto, resultando na margem de contribuição. Pode ser conceitua-
da como a diferença entre a receita menos a soma de custos e despe-
sas variáveis (CREPALDI e CREPALDI, 2018).
DD Estudo de caso.
Leitura Complementar
DD BERNARDI, Luiz Antônio. Formação de preços: estratégias, cus-
tos e resultados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
3.2
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Após tudo o que comentamos sobre os elementos da gestão
de custos, talvez tenha passado pela sua cabeça a ideia de que os
custos fixos devam sempre ser abandonados nos aspectos de tomada
de decisões.
Onde:
PV = Preço de Venda
Margem de Contribuição em %
Fonte: Autoria própria.
Margem de Contribuição em %
Fonte: Autoria própria.
Este cálculo deverá ser feito com base no método de Silva e Lins
(2017), no qual a equação é chamada de método Custo/Volume/Lucro
ou simplesmente método CVL, conforme descrito a seguir:
DD Aplicações do conceito.
Leitura Complementar
3.3
PONTO DE EQUILÍBRIO
Para que o empreendimento possa gerar o lucro desejado, de-
vemos entender o conceito de equilíbrio. Como subsídio à tomada de
decisão empresarial algumas teorias são importantes e devem ser
avaliadas para que as informações sejam seguras e auxiliem a em-
presa a alcançar os objetivos desejados, ou seja, a geração de lucro e
maximização do resultado ao menor custo.
Equação CLV 1
Fonte: Autoria própria.
Equação CLV 2
Fonte: Autoria própria.
124 Custos e Formação de Preços
Equação CLV 3
Fonte: Autoria própria.
Equação CLV 4
Fonte: Autoria própria.
DD PEC$ = $2.000.000/mês
01
Caso você não tenha entendido o mo- Em termos contábeis,
tivo de excluir a depreciação dos gastos fi- recebem o mesmo tra-
tamento que a exaustão
xos neste cálculo, devemos lembra-lhe que e a amortização.
a depreciação1 não envolve desembolso,
ou seja saída de caixa. Isso ocorre porque o
desembolso já se deu em outro momento. Vamos então imaginar a
aquisição de uma máquina de produção, à medida que esta máquina
for paga ocorrerá o desembolso, no entanto, no momento em que essa
máquina for colocada em uso iniciará o seu desgaste, à essa parcela
de desgaste (normalmente calculada em função de sua vida útil ou
de suas horas de uso), daremos o nome de depreciação e será ela que
apropriaremos como custo de produção. Lembre-se que já tratamos
desse assunto no nosso conteúdo 1.2, caso sinta dificuldades em com-
preender retorne e leia-o novamente.
Bruni (2018) ressalta ainda que existe uma diferença sutil en-
tre os conceitos de ponto de equilíbrio contábil e o econômico. Dessa
forma, na visão do autor, o primeiro expressa o volume para um lucro
contábil nulo, enquanto o segundo expressa o conceito para um lucro
econômico nulo. Assim, pelo que vimos até aqui, o lucro econômico
supõe a remuneração do capital próprio investido na operação pelo
seu custo de oportunidade.
Leitura Complementar
3.4
OUTRAS APLICAÇÕES CUSTO/VOLUME/LUCRO
O primeiro conceito que iremos abordar neste conteúdo é o de
Margem de Segurança (MS), este representa um indicador de risco
que aponta que a quantidade sobre as vendas pode cair antes de se
ter prejuízo, podendo ser expressa em quantidade, valor (unidade mo-
netária) ou percentual.
Margem de Segurança em $
Fonte: Autoria própria.
Margem de Segurança em $
Fonte: Autoria própria.
Por conseguinte, Silva e Lins (2017), nos traz também esta re-
lação sendo obtida em termos percentuais, o que pode ser aplicada
em qualquer caso dentro da mesma empresa. Tal relação é expressa
matematicamente por:
Margem de Segurança em %
Fonte: Autoria própria.
Margem de Segurança
Fonte: Autoria própria.
Com base nos dados acima, nosso primeiro passo será calcular
a margem de contribuição unitária, assim teremos:
Margem de Segurança
Fonte: Autoria própria.
Margem de Segurança
Fonte: Autoria própria.
DD Margem de segurança em $.
Leitura Complementar
DD BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros.
6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
Para Bruni (2018), tais impostos devem ser vistos com cuidado,
assim ao mesmo exemplo do ICMS, temos o PIS e a Cofins, que não
devem ser incorporados aos custos, são registrados como valores a
recuperar.
Nesse contexto:
Gasto Percentual
Aluguel, condomínio, água, energia, telefone e
40.000/200.000 = 20%
outros
Comissão sobre vendas 2%
Lucro sobre vendas 3%
ICMS, PIS e Cofins líquidos sobre vendas 21,65%
Depreciações diversas 6.000/200.000 = 3%
Soma dos Percentuais 49,65%
Percentuais para determinação do preço
Fonte: Autoria própria
154 Custos e Formação de Preços
Legenda: Equação 1
Fonte: Autoria própria
Equação 2
Fonte: Autoria própria
Legenda: Equação 3
Fonte: Autoria própria
a) Forma-se um preço-base;
b) Critica-se o preço-base à luz das características exis-
tentes do mercado, como preço dos concorrentes, volu-
me de vendas, prazo, condições de entrega, qualidade,
aspectos promocionais etc.;
c)Testa-se o preço às condições do mercado, conside-
rando-se as relações custo-volume-lucro, além de as-
pectos econômicos e financeiros;
d)Fixa-se o preço mais apropriado com condições di-
ferenciadas para atender a volumes diferentes, prazos
não uniformes de financiamento de vendas, descontos
para financiamentos (prazos concedidos) mais curtos,
comissões sobre vendas para cada condição.
BRUNI e FAMÁ (2012, p. 254)
Leitura Complementar
Leia o tópico 14.4 - Preços com base no custo pleno (páginas 254-
259), nesse texto o autor faz uma abordagem contextualizada do mé-
todo de precificação.
157
Tema 4
Gerenciamento de Vendas
4.2
ELEMENTOS E TÉCNICAS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS II
Genericamente, um produto pode ser definido como a reunião
de fatores internos e externos à empresa que serão repassados à so-
ciedade mediante o pagamento de uma remuneração, que neste caso
é o preço. Nesse contexto, o produto é algo que pode ser oferecido
a um mercado para sua apreciação, aquisição, uso ou consumo para
satisfazer a um desejo ou uma necessidade.
Logo:
Em outras palavras:
Leitura Complementar
DD DUTRA, Divonsir de Jesuz da Silva; [et al]. Equívocos na meto-
dologia de formação do preço de venda: análise da metodologia
adotada pelo SEBRAE. Revista GEPROS, n. 1, p. Pag. 66, 2005.
Disponível em: https://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/
article/viewFile/142/104. Acesso em: 17 jan. 2019.
4.3
CONTROLE FINANCEIRO DE VENDAS
Até agora, em nenhum momento, houve preocupação com os
prazos de pagamento, ou seja, não levamos em consideração o custo
do dinheiro ao longo do tempo.
Para que você entenda melhor, suponha que uma empresa co-
mercial possui cotação da mercadoria ao custo unitário de $ 15.000.
A compra é a vista, e a mercadoria e as vendas são recebidas no ato,
dessa forma, sabemos então o custo à vista, e podemos formar o pre-
ço de venda (por se tratar de uma venda a vista).
Temos então:
a) Formação do mark-up:
DD ICMS - 18%;
DD PIS e Cofins - 3,65%;
DD Comissões (1%);
DD Despesas administrativas (10%);
DD Lucro desejado (20%)
DD Total = 52,65%
b) Preço de venda:
Onde:
Assim teremos:
c) Formação do mark-up:
DD ICMS – 17,84%;
DD PIS e Cofins - 3,62%;
DD Comissões (0,99%);
DD Despesas administrativas (9,86%);
DD Lucro desejado (20%)
DD Total = 52,31%
d) Preço de venda:
Onde:
Note que apenas para facilitar nossos cálculos e assim o seu en-
tendimento, operamos com as mesmas taxas tanto para aplicação nas
vendas, quanto para o cálculo do preço à vista. No entanto, na prática,
isso é inviável, pois o ideal é que repassemos o custo financeiro (en-
cargos) para os clientes, com um percentual maior, logo em situações
reais o ideal seria cobrar ao menos 2,0 %a.m., uma vez que o mercado
cobra 1,5% a.m., e esse percentual já foi considerado no cálculo do pre-
ço à vista. Nesse contexto, teríamos:
176 Custos e Formação de Preços
Leitura Complementar
Leia o tópico 11.1 - Preço à vista (páginas 206-208), nesse texto o au-
tor traz exemplos para formação do preço a vista nos segmentos de
indústria, comércio e prestação de serviços.
4.4
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E SUA ANÁLISE
As Demonstrações Financeiras são relatórios produzidos pela
Contabilidade nos quais são apresentadas, de forma sintética, obede-
cendo a uma padronização e formalização adequadas e em uma lingua-
gem apropriada, as operações que ocorrem no dia a dia das empresas.
Balanço Patrimonial
A Contabilidade retrata, por meio do balanço, a situa-
ção patrimonial da empresa em determinada data, pro-
piciando aos analistas o conhecimento de seus bens e
direitos, de suas obrigações e de sua estrutura patrimo-
nial. Em suma, o balanço retrata a posição patrimonial
da organização em determinado momento, composta
por bens, direitos e obrigações.
KUHN e LAMPERT (2012, p. 30)
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO + PATRIMONIO LÍQUIDO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMONIO LÍQUIDO
INVESTIMENTOS CAPITAL SOCIAL
IMOBILIZADO RESERVAS DE CAPITAL
INTAGÍVEL AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
RESERVAS DE LUCROS
AÇÕES EM TESOURARIA
PREJUIZOS ACUMULADOS
= Lucro Líquido
Estrutura da DRE
Fonte: Autoria própria
Lucratividade X Rentabilidade
Uma das maiores confusões feitas em relação à formação de
preços refere-se à análise dos ganhos auferidos. De modo geral, pen-
sa-se muito no ganho em função do lucro em reais obtido pela venda
de cada produto e serviço ou, de forma relativa, na margem de lucro
auferida (isto é, na relação percentual entre lucro e vendas).
Lucratividade e Rentabilidade
Fonte: Bruni (2018, p. 178)
Fórmula da Rentabilidade
Fonte: BRUNI (2018, p. 179)
Até a próxima.
DD Características da DRE.
Leitura Complementar
DD BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação
de preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2012.
KUHN, Ivo Ney; LAMPERT, Amauri Luis. Análise financeira. Ijuí: Ed.
Unijuí, 2012.