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1. O que é pedagogia?
O curso dura em média quatro anos, com conteúdos na área de teorias pedagógicas,
psicologia (educacional e desenvolvimento infantil), sociologia (o papel da educação e
da instituição escolar e a dinâmica da sociedade), metodologia do ensino de disciplinas
básicas (língua portuguesa, matemática e ciências naturais), legislação educacional,
entre outros.
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Da escola existente foi adotada, na maior parte dos casos (apesar de todas as ideias
inovadoras), a estrutura fundamental: classes graduadas de composição homogénea;
professores atuando a título individual (generalistas no primário e especialistas no
secundário); espaços estruturados de ação escolar induzindo uma pedagogia centrada
na sala de aula; o controlo social do tempo escolar através dos horários; a maioria dos
saberes organizados em disciplinas.
Todavia, todas estas noções eram pouco precisas e suscetíveis de originarem práticas
díspares, se não mesmo contraditórias, algumas das quais necessitaram posteriormente
de ser explicitadas, sem que a ambiguidade de que eram portadoras tivesse sido eliminada.
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Pensemos, então, como seria a sala de aula de acordo com este modelo? O professor é
um auxiliar do aluno, um facilitador (Carl Rogers). O aluno já traz um saber que ele
precisa, apenas, trazer à consciência, organizar, ou, ainda, rechear de conteúdo.
O professor deve interferir o mínimo possível. Qualquer ação que o aluno decida fazer
é, a priori, boa, instrutiva. É o regime do laissez-faire: “deixa fazer” que ele encontrará
o seu caminho. O professor deve “policiar-se” para interferir o mínimo possível.
Qualquer semelhança com a liberdade de mercado do neo-liberalismo é mais do que
coincidência
O professor não-diretivo acredita que o aluno aprende por si mesmo. Ele pode, no
máximo, auxiliar a aprendizagem do aluno, despertando o conhecimento que já existe
nele. - Ensinar? -Nem pensar! Ensinar prejudica o aluno. Como diz um professor
(Becker, 1992): “Ninguém pode transmitir. É o aluno que aprende. Outro professor
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trabalhadores, assim também, por mecanismos indiretos exerce-se, por vezes, numa sala
de aula não-diretiva, um poder tão predatório como o da sala de aula diretiva. Por isso,
Celma (1979) afirma que os alunos tinham pavor de sua professora não-diretiva. Como
vimos, uma pedagogia desse tipo não é gratuita. Ela tem legitimidade teórica: extrai sua
fundamentação da epistemologia apriorista. O professor parece, no entanto, não tomar
consciência disso. Esta mesma epistemologia, que concebe o ser humano como dotado
de um “saber da nascença”, conceberá, também, dependendo das conveniências, um ser
humano desprovido da mesma capacidade, “deficitário”. Este “déficit”, porém, não tem
causa externa; sua origem é hereditária -Onde se deteta maior incidência de dificuldades
ou retardos de aprendizagem? -Entre os miseráveis, os malnutridos, os pobres, os
marginalizados... Está, aí, a teoria da carência cultural para garantir a interpretação de
que marginalização económico-social e “déficit” cognitivo são sinônimos. A criança
marginalizada, entregue a si mesma, numa sala de aula não-diretiva, produzirá, com alta
probabilidade, menos, em termos de conhecimento, que uma criança de classe média ou
alta. Trata-se, aqui, de acordo com o apriorismo, de “déficit” herdado;
epistemologicamente legitimado, portanto. Traduzindo em relação pedagógica o modelo
epistemológico apriorista, temos: O aluno (A), pelas suas condições prévias, determina
a ação - ou inanição - do professor (P). Nesta relação, o pólo do ensino é desautorizado
e o da aprendizagem é tornado absoluto. A relação vai perdendo sua fecundidade na
exata medida em que se absolutiza um dos pólos. Em outras palavras, a relação torna-se
impossível na medida mesma em que pretende avançar. Ensino e aprendizagem não
conseguem fecundar-se mutuamente: a aprendizagem por julgar-se auto-suficiente e o
ensino por ser proibido de interferir. O resultado é um processo que caminha
inevitavelmente para o fracasso, com prejuízo imposto a ambos os pólos. O professor é
despojado de sua função, “sucateado”. O aluno guindado a um status que ele não tem e
sua não-aprendizagem explicada como “déficit herdado”; impossível, portanto, de ser
superado.
5. Pedagogia Construtivista
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Ainda assim o segredo continua no próprio professor, no seu nível intelectual, na sua
criatividade, no seu profissionalismo pedagógico e na sua dedicação plena à nobre e não
suficientemente valorizada tarefa de educar.
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1. Marcos de referência;
2. Segurança;
3. Captação do tempo;
4. Captação cognitiva;
5. Virtualidades, cognitivas e afetivas;
6. Atividades.
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no que toca às aprendizagens que esta tem implícitas, quer afetivo ou social, no que toca
às interações com os outros.
Figueiredo (2004:66) refere ainda que, através da rotina, a criança terá
oportunidade de explorar, de se auto-organizar, de ser autónoma, de realizar um uso
funcional dos recursos disponíveis e de tomar decisões. Por fim, no que diz respeito às
atividades, enunciadas como o sexto ponto-chave, importa salientar que cabe ao
educador a gestão das atividades a desenvolver, tendo em conta o Plano Anual de
Atividades e o Projeto Pedagógico de Sala.
Com atividades Zabalza (1992:171) não se refere apenas às atividades didáticas,
mas a todos os momentos da rotina nos quais podem ser inseridas intencionalidades
relacionadas, ou não, com o projeto a ser desenvolvido na sala. Em concordância com
Oliveira et al (1992:76), a existência de rotinas concisas desde cedo permite à criança
compreender o modo como as situações sociais que vivencia são, por norma,
organizadas, fazendo com que esta perceba, por si, as diferenças entre as regularidades e
as mudanças, ganhando assim autonomia e gerindo os seus próprios comportamentos
em função das diversas situações a que é exposta. Importa ainda referir que, aprender a
usar o tempo, negociar com os outros a organização da vida cotidiana, compartilhar os
seus diversos momentos e o seu significado social constituem aspetos fecundos do
processo de socialização infantil (Bondioli, 2004:147)
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Bell, J. (2004). Como realizar um projecto de investigação. (3ª ed.). Lisboa: Gradiva.
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ÁLVARES, Judite, et allii, "Na escola de ontem, na escola de hoje, que leituras? Breve
análise dos manuais de leitura da Iª República, do Estado Novo e período pós-25 de
Abril", Análise Psicológica, 3, Julho 1987, pp. 441-472.
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