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(Texto) Células Especializadas Do Sistema Nervoso Central
(Texto) Células Especializadas Do Sistema Nervoso Central
1. Introdução
O sistema nervoso divide-se anatomicamente em Sistema Nervoso
Central (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP) e é responsável por
coordenar diversas atividades vitais.
Como apresentado anteriormente, o SNC consiste no encéfalo (composto
pelo cérebro, tronco encefálico e cerebelo), que é “fechado” no crânio, e na
medula espinal, que está contida dentro da coluna vertebral. Por causa da
ausência de tecido conjuntivo, o tecido do SNC tem uma certa consistência
gelatinosa muito suave.
O tecido nervoso é composto por categorias de células bastante diversificadas
quanto a sua composição química, estrutura e função, mas que podem ser
agrupadas em duas classes principais: os neurônios e as células da glia. A
avaliação histológica do Sistema Nervoso consiste em estudar estes tipos
celulares, os quais apresentaremos a partir desta seção.
2. Neurônios
Como apresentado anteriormente, temos cerca de 86 bilhões de
neurônios. Os neurônios são as células responsáveis pela maioria das funções do
Sistema Nervoso. A grande maioria dos neurônios é gerada antes do nascimento, e
uma alta taxa de formação de neurônios se mantém no começo da infância.
Durante esta fase a maioria dos neurônios deriva de células progenitoras (células
tronco). Com o processo de maturação, a presença destas células progenitoras é
limitada e a formação de novos neurônios fica restrita a algumas áreas do
encéfalo.
PARA SABER MAIS: A adição permanente dos neurônios pode ser
importante para a manutenção e a plasticidade da memória, mas esta ocorre apenas
em algumas partes do SNC (principalmente no bulbo olfatório e hipocampo). Vale
destacar que a neurogênese (produção de novos neurônios) é insuficiente para
substituir neurônios que morrem devido a doença ou lesão aguda para o SNC.
Portanto, neurônios são células que duram uma vida, mas neurônios maduros
não são mitoticamente ativos, isto é, eles não se dividem.
Os neurônios são geralmente as maiores células do SNC. A atividade neural e
seu controle exigem a expressão de muitos genes, o que se reflete nas grandes
dimensões de núcleos da maioria dos neurônios. As chaves para a compreensão da
função de um neurônio encontram-se em (1) forma e estrutura do neurônio e, em
particular, os seus processos (que transmitem informações localizadas ou
abrangentes, ou integram informações de vários outros neurônios) (2) a síntese de
moléculas orgânicas do neurônio, que permitirão a comunicação com outros
neurônios (neurotransmissores) e (3) respostas que o neurônio pode exibir frente
à interação com os neurotransmissores liberados por outros neurônios (ativar ou
inibir).
Figura 1. Esquemas de alguns tipos de neurônios. A morfologia dessas células reflete em parte a função à
qual estão relacionadas. Da esquerda para a direita: neurônio unipolar (verde presente no bulbo
olfatório e retina), pseudounipolar (azul-gânglios), bipolar (vermelho-retina) e neurônios do tipo
multipolar (rosa- cortex e diversas regiões), que são os mais comuns em nosso sistema nervoso.
Criado no site biorender.com.
4. Neurotransmissores
5. Glia
Figura 6. Os nódulos de Ranvier, no sistema nervoso central, são representados na imagem pelos
intervalos onde o axônio não é recoberto pela bainha de mielina. Criado no site biorender.com
6. Sistema Nervoso Periférico (SNP)
Figura 7. Representação esquemática de nervo misto e do arco reflexo. No exemplo dado, a fibra
sensorial que inerva pele do braço e, por meio de um neurônio sensorial dentro da medula, ativa um
neurônio motor, cujo axônio inerva um músculo (estriado esquelético). Este é um exemplo de
como diferentes tipos de neurônios se integram ao sistema nervoso e promovem uma função
importante como o arco reflexo. Neste caso um estímulo doloroso é transduzido através do sistema
sensorial e o circuito de neurônios na medula espinhal promove um reflexo, que é representado pela
retirada rápida da mão quando se toca um objeto muito quente. Criado no site biorender.com
7. Referências Bibliográficas
Merlo, S., Brusco, J., Padovan-Neto, F. E., Rohner, C. J., Ikeda, Érika T., Ross, J. B. de,
Bueno Júnior, L. S., Ruggiero, R. N., Fachim, H. A., & Moreira, J. E. (2011). O
ciclo da vesícula sináptica, espinhos dendríticos e a transdução de sinal. Medicina
(Ribeirão Preto), 44(2), 157-171.
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v44i2p157-171
Ruggiero, R. N., Bueno-Júnior, L. S., Ross, J. B. de, Fachim, H. A., Padovan-Neto, F. E.,
Merlo, S., Rohner, C. J., Ikeda, Érika T., Brusco, J., & Moreira, J. E. (2011).
Neurotransmissão glutamatérgica e plasticidade sináptica: aspectos moleculares,
clínicos e filogenéticos. Medicina (Ribeirão Preto), 44(2), 143-156.
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v44i2p143-156