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TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO (TCE)

Profª Nathália Freitas


INTRODUÇÃO

Lesão ao cérebro, não degenerativa ou congênita, provocada por força física


externa.

Provocado por uma carga dinâmica ou impacto na cabeça

Causando deficiências dos desempenhos cognitivo, comportamental,


emocional ou físico.
EPIDEMIOLOGIA

O TCE faz 1,5 milhões de vítimas fatais no mundo, anualmente, nos Estados Unidos
esse número é de 500 mil;

No Brasil, ocorre meio milhão de hospitalizações por ano devido ao TCE.

Considerando-se a alta morbidade física e psicológica e suas consequências


sociais devastadoras, o TCE é hoje um problema crítico enfrentado pelos sistemas
de saúde.

Se levarmos em conta que a média de idade de pessoas vítimas de TCE está abaixo
de 38 anos, vê-se que essa condição apresenta enorme impacto socioeconômico à
sociedade
TIPOS DE LESÕES

LESÕES DIFUSAS

Lesão axonial difusa


Tumefação cerebral
Hemorragia subaracnóidea traumática

LESÕES FOCAIS

Contusão cerebral
Hematoma intra-parenquimatoso
Hematoma epidural
Hematoma subdural
MECANISMOS DO TRAUMA

Trauma fechado

Alta velocidade ( ac. automobilístico)


Baixa velocidade ( queda, agressão )

Trauma penetrante

Ferimento por projétil de arma de fogo


Outros ferimentos penetrantes
DIAGNÓSTICO
EXAME PUPILAR

PUPILA FOTORREAGENTE
PUPILA ANISOCÓRICA
CLASSIFICAÇÃO

Leve: perda de consciência ou memória; pontuação inicial de 13 a 15 na Escala


de Coma de Glasgow;

Moderado, pontuação inicial de 9 a 12 na Escala de Coma de Glasgow; amnésia


pós-traumática de 1 a 24 horas;

Grave perda de consciência por mais de seis horas; pontuação inicial igual ou
inferior a 8 na Escala de Coma de Glasgow.
Radiografia
Tomografia Computadorizada
Ressonância Magnética
ATENDIMENTO HOSPITALAR

I.O.T. quando E.C.Gl < 9


Evitar hipoxemia < 90% saturação
Manter PCO2 33-37 mmhg
Evitar hipotensão PAS < 90 mmHg
Posicionamento dec. 30º
Evitar hipo/hiperglicemia
Distúrbios hidroeletrolíticos ( hiponatremia )
Monitorar a pressão intracraniana (
SEQUELAS

Através da avaliação, podemos delimitar quais as sequelas do paciente de TCE:

Física (motor/sistêmico);

Cognitiva ou emocional (comportamental).


SEQUELAS

Déficit físico, como plegia, que pode envolver os membros, alteração do tônus,
ataxia, distúrbios sensoriais e controle postural deficiente.

Posteriormente evoluindo para um quadro clínico de hemiplegia e/ou


hemiparesia, espasticidade e consequentes deformidades e contraturas;

Pode haver lesões cerebelares, o que implica em déficits de coordenação


motora, tremores involuntários e alterações na coordenação.
SEQUELAS
Manifestações sistêmicas, como: distúrbios da fala; déficit cognitivos que levam a
alterações de atenção e concentração, dificuldades de aprendizagem e de
reconhecimento de objetos;

Problemas no processo de deglutição devido a disfagia orofaríngea;

Deficiência no processo de coagulação, condições urinárias e intestinais


debilitantes, distúrbios cardiovasculares e respiratórios.

Hospitalização – Síndrome do Imobilismo (encurtamento dos músculos, tendões e


ligamentos, diminuição da amplitude articular, contraturas, dificuldades para
permanecer na posição ortostática e para deambular);

Déficit comportamental (agressividade, impulsividade, desorientação, agitação,


irritabilidade.
REABILITAÇÃO

A reabilitação engloba quatro categorias de função:

Física
Mental
Afetiva
Social
REABILITAÇÃO

Função física refere-se às habilidades sensoriomotoras necessárias ao


desempenho das atividades de vida diária e instrumentais
São habilidades avançadas e consideradas vitais para independência do
indivíduo.
REABILITAÇÃO

Função mental está relacionada à capacidade intelectual e cognitiva do


indivíduo;

Função afetiva diz respeito às habilidades afetivas e estratégias de lidar com os


problemas e dificuldades;

Função social se refere à capacidade de interagir com outras pessoas de forma


bem sucedida, ao desempenho dos papéis e obrigações sociais.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
CASO CLÍNICO

Paciente, J. N. C. B., sexo masculino, 24 anos, agricultor, com sequela de


politraumatismo crânio encefálico, relata que sofreu um acidente motociclístico,
ficando vinte e sete dias em coma, ao sair do coma não apresentava
movimentos e afasia. Com a alta hospitalar, foi encaminhado para a clínica
escola de fisioterapia. No início do quadro o paciente apresentava pneumonia,
sequelas neurológicas graves, nível quatro na escala de coma de Glasgow,
cicatriz abdominal em quadrante superior esquerdo, impossibilidade de realizar
atividades de vida diária e cognitivo alterado. Utiliza cadeira de rodas como
auxilio para locomoção. Através da avaliação feita no início do tratamento o
paciente apresentava quadro álgico, encurtamento da musculatura posterior do
tronco, edema em MMII, sinal de cacifo positivo, hipomobilidade articular,
diminuição da força e amplitude de movimento em MMII e MSE, em razão disso
o paciente não conseguia deambular.
COMO DEVO REABILITAR?

Tratamento Precoce
Performance funcional e Condicionamento Cardiovascular (independência)
Realidade Virtual
Treino de Trocas Posturais
Treino de Marcha com Suspensão Corporal
Treinamento de Contensão Induzida
Uso de Órteses
Toxina botulínica + Corrente FES
REFERÊNCIAS

PINHEIRO, Antônia Isabel Teixeira; NOBRE, Samila Barbosa; DA SILVA SANTOS,


Maria Josiane. ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA EM UM PACIENTE COM
TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO (TCE): ESTUDO DE CASO. Encontro de
Extensão, Docência e Iniciação Científica (EEDIC), v. 3, n. 1, 2017.

COSTA, Ana Maria Paulo et al. Desfecho funcional do paciente de trauma


cranioencefálico após a alta da unidade de terapia intensiva. Revista Expressão
Católica Saúde, v. 5, n. 1, p. 38-47, 2020.

ALMEIDA, Tatiane Lopes Teixeira et al. Traumatic brain injury: rehabilitation.


 Acta Fisiatrica, v. 19, n. 2, p. 130-137, 2012.

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