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MANUAL

DAS

Almas Vltimas -Apostólicas


1MJf uma Serva do Espl rito Santo
(Com·lkença das. superioras da Congregaç.1o)

Tradução e adapfaçic;,
do Manual das Almas Vifímas de
Max Sêhmid S. J.

1 94 4
Llvrarfa Bdttora "Lar Católico''
Jul1 de For.a - �rna,
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NIHIL OBSTAT
J �iz de Fora, 18 - 4 - 1944.
Pe... Francisco Faustino Kill 8. 11. D.
Lib. Censor.

IMPRIMATUR
Curia Diocesana de Juiz de Fora, 26-,-"­
·Pe. Rui NuneJ Vai�
"de peculiari mandato
Duas palavras
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Eis u.Ht livrinho verdadeiramente precioso


e inestimavel.
Utilissimo para as alnias retas e bem in­
tencionadas, sabrl!tudo para aquelas que se
sente11z cha,nadas a u1na vida de maior união
com fesús; tf:e maior dedicação e sacriffcío, para
gl'5ria do Divino Mestre.
Tem pdginas de valor incalculavél: f,ági-
1zas saturadas de amor a Jesús, pdgfnas es­
critas com a pena dos cràvos sagrados e a
tinta do divino Sangue de Jesú�.
E a alma que o lê, sente-se arrebatada para
o alto. Vê-se impelida a ser também uma
alma-vitima, para acômpanhar o saériftcio
de /esús, para lhe conseguir almas e glórias
e triunfos.
As Religiosas, na sua vida de abnegaç/lo e
sacriftcio, tendo já sacudido de si o tnundo e as
!luas pompas, acharao aqui mais um i1npulso,
e bem vdlido, para o amor ao Divino Esposo,
que escolheram para o seu coração..
E as al1nas .boas que não puderam d�ixar
o mundo, porque nao foram chamadas, po­
dem haurir aqui Prátiças admira·veis, insti-
- 10 -
gaçiles celestes ao amor e ao .�acr(flcio, 11iven­
do N'Jm() podem,. no fflJ',ttdo 1nes1110, e citm­
f>rindo os seus deveres sociais, ser todas de
/esús t salvar almas sem conta, pela sua ge­
tU!f"Osidade e ospirito de penitência.
Este livrinho será .abençoado por jesús e,
se-,,,. favor, vaticinanio-lhe fruto copioso e ad­
miravel, fruto que enleve o Divino Coração
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do Redentor e atrâia as suas bençãos sobre


#Ulitas familias e almas_,-· ta'nto das boas, como
das transviadas.
A Obra ·aas (l,lmãs�vftimas só pode alegrar
o clero, servir a Igreja, arrebatar o S..agratlo
Coração.
Belo Horjzonte,. 16 .de /.to::;e,nbro de 1942.
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.. C!'.::__ . . • . � • "
-'. �ge, proper�,- '"
am1ca. me■, e, ven1 1 · --- .-
-
,
•-•
"-' ·
(Cant. 2, e•�>
••.Magfsfer adêâf; -ef- '"v�.f fe f'
-0010 fJ�,fi)

J;e�nfa�te, apreua..fe, ·amisa minha. e,ve-. !


O Meafre ea14 aí e chamafe 1
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Venl Creator Spirltus !


DEDICATÓRIA
O' Eapfrlto Sonto, beleu eterna da dlv1n•
dade, autor de toda a santidade, pelu mAo8
purlastmaa de Vossa Imaculada EIJ>018,, con•
1&aro-Vo1 ê1tc meu alngelo livro, para Voua
1l6rl& 1
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Com flllal gratidão pelo grande amor com


que me escolhestes pàra Vossa Serva, deseja­
va, por meio de cada uma dss palavras desta.
obra, dar-Voa prazer e dizer-Vos quão lndizi­
velmente Vos amo 1
O' Eaplrlto da eterna sabedoria, orvalhai
todos os meus pensamentos com a torrente de
graças de Vosso Divino Ser, para que saciem
multas almas sequiosas, fatigadas e o.naiosal !
Desejava projetar ralos de luz em corações al­
quebrados, · esparzir perfumadas rosas sõbre as
veredas é.aperas e espinhosas de meus irmã�
e 1rmis.
Quando nos lábios do Salvador brotam aque­
las preciosas palavras: '
"Minhas delícias são estar com os fllhos dos
homens", eu deseJaria clamar a todos: "Provai
e véde como é dõce o Senhor I "
Além disso, gostaria de poder dlzer a todos:
"81 querels r.s.ber como á fellz uma alma-v jti­
ma apotltóllca, 1er1.d · as peaadaa do Salvador,
em sua via dolorosa 1 "
•1a1, ó modesto livrinho, pelo mundo em íó­
ra e ciama a todos "Servi a Deus com coragem
• alegria 1 "
As Almas-Vítimas

Apostólicas
Cristo, Sacerdote e Vitlma., Sacerdote eterno,
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único e •erçiadeiro Sumo Sacerdote, está sôbre


<> Monte Calvirio, diante de seu altar !
Oferece-se como vítima_ e toma aos ombros a
cruz, para remir as culpas de tõda a humani­
dade.
Ei-lo sôbre o Golgota, em face da sua obra
redentora I Ainda uma. vez ergue o olhar ao
Pai Celeste, .como o Sacerdote no Ofertório.
1

Num derradeiro propósito de imolar-se, num


invencível ansêio de sacrificar-se, brota-lhe do
roráção a· prece: "Suscipe, .... Sancte Pater 1 •·
Aceitai, Pai Santo, Deus todo poderoso e eter­
no, esta Hóstia Imaculada ! "
Com êste espfrtto de sacriffcio nos aproxima­
mos também do altar,- para oferecer a Deus
nosso sofrimento, nossos sacrificios, nossas fa­
digas, nossas dôres e··dcsllusõés, nossa vida, em
suma, em sacrifi�io de rep_aração.
Imploramos a Jesús, o Sumo Sacerdote, que
a.beneôe nosso sacrifício, afim de que se tome
um sacrifício- impetratório para muitas almas,
uma tema súplica ou .,até uma tempestade de
preces, para, alcançar o. auxilio e a graça de
Deus, que do Coração do Salvador se iiespren­
dem flamejantes.
"Levanta-te, mlnhalma, vem 1 ''
"O Mestre está aí à espera e chama-te ! "
Vamos satisfazer as ansias do amor de Jesús.
- 15 - ·

vamos enxugar-lhe as lágrimas, vamos conso­


lA-lt>, çurar-lhe as chagas 1
Alma Vitima Apostólica, vem sem demora,
nio hesites I Impelidas -pelo amor sagrado,
corram.os para no880· Rei 1
:csurge, anima mea, �t venl I Mapter ade&t
et vocat te I H
CC S
urga,m ad Patrem ' ,,
.
Levanta-te. vamos a nosso Pai 1
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Vamos expiar, com outros tantos atos de


"11lOr e · reparação, as ofensas que se fa7aD a
Deus por todo o Universc !
Manual das Almas-Vitimas Apostõllcas
por uma
Serva do Espirita Santo
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-
PREFACIO
Un1 jovem pároco, sobr.ecarregado de traba­
lho, escrevia a uma religiosa, sua -parenta, em
melados do ano de 1933, pedindo-lhe encareci­
damente que o ajudasse, co� seus sacrifícios
e orações, a recuperar as forças, para bem
cumprir o seu nolJre ministério, pois já se sen-
. tia exausto, no insano labor de zelar sózinho
pelas 13. 000 almas cohfiadas aos seus cuida­
dos sacerdotais.
Por inspiração do Dlvino Espírito Santo, uma
piedosa donzela, gravemente enferma, infor­
mada do fato, recordou-se do exemplo subli­
me de Santa Teresinha, atacada do mesmo
mal, a arrastar-se penosamente pelos jardins
do claustro de Lisieux, obedecendo cégamente
a uma ordem da Superiora, que julgava ser-lhe
proveitoso aquele exercício, quando a pobre­
zil1ha mal podia conservar-se em pé. Lembra­
va-se esta, porém, como disse a uma religiosa
que a int�rpelou a respeito, de que talvez algum
pobre missionário, em país l_onginquo, se sentis­
se exausto, nas penosas jornadas, através de mil
perigos e fadigas, a consumir a vida em busca
das míseras' almas que jazem nas trevas do
paganismo.
E Teresinha oferecia a Deus os seus sof.ri­
mentos e fadigas, para aliviar e ajudar aquele-
- 17 --
nobre guerreiro de CrJsto, na sua sulJllme mis­
são apostólica.
Como Teresinha, eis que se fez também após­
tola a nossa enferma., oferecendo a Deus, Jun­
tamente com as suas preces, toda a sua vida.
dõres e alegrias, bõas obras e sacrlffeios, para
conforto e auxilio daquele nobre irmão espiri­
tual que a Providência Dlylna lhe enviava.
Lembrou-se então a religiosa de estender o
!l)esmo benefício a todo o clero, que, na sua
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árduo, labuta pela glória de Deus e sal\iação


das almas, tanto necessita do auxilio espirl­
tual dos fiéis.
E eis como, na primeira sexta-feira do mês,
na pequ�a enfermaria que se oonsagrava so­
lenemente nêsse dia ao Sagrado Coração de
Jesús, surgiu, por iluminação do Divino F.spi­
rito Santo e sob as bênçãos copiosas do Oo•
ração Divino, o Apostolado das Almas Vft1mas
em favor do Clero. -
Na seãra da dôr, da prece e do trabalhop
como· outrora a caridosa Rut nos campos de
Booz, elas colhem dia por dia afanosamente
os seus feixes de espigas tiouradas, que vão de­
positar piedosamente nas mãos dos seus ir­
mãos espirituais, os levitas do ·Senhor, afim de
que, por meio dêstes, se tornem o pão da vida
eterna, para tantas pobres almas famintas �e
luz e de es�rança, o conforto e alegria para
tantos corações atribulados, a força e virtude
para tantos espfritos tentados e provados no
caminho da vida.
Nos tempos atuais, em que são �ntas e tão
graves as ofensas que se fazem ao Criador, é
um grato dever para as almas piedosas reparar
-- 18 -
con1 todo o a.n1or e zêlo apostólico, es�as cruéis
afrontas e co�solar o Coração Divino, com os
sacrifícios, súplicas e reparações que lht of e­
recem, para cooperar com o sacerdócio, em
união com Cristo, nosso Chefe supremo.
Sob a égide e a exemplo da Santíssima
Virgem, as almas-vítimas apostólicas põem to­
da a sua vida ao serviço da glória de Deus e
da salvação das almas, oferecendo diariamente,
em íntima união con1 o amor dos anjos e dús
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santos do céu e da terra, purificados no San­


gue preciosíssimo de Jesú's Crucificado, todos
os seus pensamentos, obras, sofrimentos e al,:,
grias pela Santa Igreja, particularmente para
formnção de santos sacerdotes e muito e8n�­
cialmente por aquele que cada uma recebeu
para seu irmão espiritual.
E' o dever de honra das almas vítimas, zelar
pelas almas sacerdotais, • orar, trabalhar e so-
frer, para que não faltem operários dignos :r,o,
seára do 3enhor, o.!:m de oue se conserve o sal
da terra, e brilhe sempre, clara e ardente, a luz
do sacerdócio católico, que deve iluminar o
mundo inteh·o .
.No seu zeloso afan, hão de constituir a guar­
da de honra do sacerdócio, defendendo-o intre­
!lldamente contra todos os a taques h1jw;tos,
que diariamente sofrem d� parte dos fmpios.
Aos sacerdotes, como dignos discípulos de
Cristo, podem-se aplicar realmente as pal'l__­
vras do Profeta, referentes ao Divino Salva­
dor: .
"!mpropérlo aguardou o meu coração, e
m1sérla: e esperei se acaso alguém se entriste-
- 19

ela comlRO e não houve nln�uém; P. rspereit �e


atguêm me consolava, e não o achei 1 ,, <Sal-
mo 88, 21).
Aa almas vitimas hlo de reparar as Injusti­
ças, bonrando e f azcndo honrar aqueles aos
quais dlue o Divino Mestre: "Quent vos ouve,
a mim ouve: quem voa desprer.a, a mtm 6
que desprem". •
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Mas para que seja frutuoso todo êsse sublime


apostolado, não se esquecerão as almas vftimaa
de cuidar, antes de tudo, da salva�o e santifi:­
cação da sua-- própria aln1a, pelo ruDlprlmento
fiel da lei divina e dos deveres de seu estadd.
pela frequente recepção dos r�antos sacramen­
tos, por uma vida interior ardente e pela co­
ragem ·e o espírito de sacrifício, que devem ser
o apanágio de uma alma vítJro•.
Carecetn revestir:.se da couraça da fé, para
resistir às tentações do inimigo� combatendo-u
destemidaJJ1en�, sob todas as fórmas pelas
quais procura perder as almas.
Hão ·de lutar· por todoa os meios contra a ll­
eenclosldade dos costumes e a imodéstia dos
vestidos, que tantos laços de corrupção armam
à Inocência.
HAo de reparar, com a uxDlo da graça, à
custa de saerlffcios, oraoõea e boas obras. a
honra divina ultrajada por tantas blasfêmias
e profar,ações dos , santoa aacramentos11 •
Hlo de Interessar-se por tudo qua11to af11ie
e lntereua o Coração paternal do Divino Mes­
tre.
- 20

Rio de lembrar-se enffn1 dAQUPl�� JY-)l�vr�


dlvtnLc;, que A R�rltura Saer�d� no" t; �r::;mf­
te: "Anda em minha pre�nça, r � �rf Pltll�
Mais que nenhtimR outra. dPve B a!ma-vi­
tlma aspirar l perfelção e cooperar para !..,to
com a gi,lça divina, qu� age mlsterlosamen�
no fntlmo du alma& fiéis, aproximando-as ca­
da vez mais do ideal dtVino, que em s1 devem
reproduzir.
Para lao, porém, devem lembrar-se da su­
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p,ex;a dignidade de que as reveste a graça


divina: - a dlgnidade de filhas do Altismno
e templos da Santfssima Trindade, e cumpre­
lhes conservarem-se tmidas a Deus, pela recor­
dação constant.e de sua presença, pelas visitas
ao Santfssiroo � Sacramento e pela convivência
cem Jesús na Sagrada Comunbão-
Sirn ! As aJmas-vft1rnas devem tornar-se al­
mas eucaristicas; hão de f&2.er da Sagrada Eo­
cartstfa a base., o centro e o ideal de sua vida
espiritual. o consõlo e a felicidade de seu co­
�. a alegria, a fõrça e o perfume de sua
alma, para que lhes comunique o bom odor
de Jesús CrlstD, que devem düundir na st'CJr­
dade em que vivem, para edltlci-la pelo bom
exemplo e atrair u almas ao Coraçio Euca­
ri&tlco do Mestre.
Como soldados fléfa de Cristo. hão de pers&•
verar até o fim no bom combate. para a glór.a
de Deus e a l&lvaçlo daa almas. afim de que
eoua,m alcançar um dia a corõa da eterna
vitória, que o Senhor reaena aos que o amam.
Para as sutar, auxUtar e animar, neaa no­
bre mlsalo, pena6moa em publicar 6lte Ma­
nual, dlvidbldo•o em duu partea.
- 21
A primeira parte cxtrnímo-la àR mngn(flca
obra do ilustre Jesulta Revmo. Padre Max
Schmld, 8.J ., que explana tão magistralmente
a gloriosa vocação daa almu vfUmas.
Na segunda parte, além doe estatutos, reu­
nimos u prlnclpala orações apropriadas ao
nosso Apostolado, a começar pelo nOIIO ofe­
recimento· dlúio.
Oxali possa a leitura âeste Manual confortar
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e estimular as Almas-Vitimas no seu bemdHo


apo.,t;olado e atrah· novas almas 1eneroaa1 &
c,a. l1nntn,:,sa, falange de almas eleitas.
Introdução
Nota-se no mundo, nos :c1npos que correm,
um trist.e sinal de decadência espiritual: apo­
dera-se de muitas almas uma indiferença re­
ligiosa funesta, que às vezes chega at.é e, apos­
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tasia, e a descrença.. A diminuição do espírito


de fé acarre"ta consigo a decadência da mora­
lidade. Os Inúmeros pecados resultantes da
descrença e de. imoralidade vão acumulando-se
e atráem a ira da majestade divina e os seus
castigos, para tantas culpas que bradam ao ceu
e clamam a Deus por vingança.
Por várias vezes exortou o Senhor a hwna­
nidade à penitência, por intermédio da Santís­
sima Virgem Mãe de Deus, à quai desde o
Calvário confiou, aos pés da cruz, a tarefa
maternal de velar pela sua Igreja, incitando
as almas a se compenetrarem do seu espú·ito,
abraçarem as suas virtudes, in1plorarem e
obterem a sua proteção.
Lembremo-nos, por exemplo, das famosas
aparições de Lourdes, da Salete, de Fátima ..
Mas, a hum3nidade, na sua maior parte, não
dá aprêço a essas exortações divinas. O espí­
rito de fé decái cada vez mais e a imorali­
dade celébra novos triunfos.
Não deve,' pois, causar-nos surpreza ver os
castigos divinos · que ferem a pobre humani­
dade.
Quem aplacará a cólera da majestade divi­
na ofendida, quem expiará as culpas, quem
imploram do céu misericórdia para a hwna­
nldade decaída, quem deterê. o mundo, na sua.
corrida louca para o abismo da perdição ? -
São as almas-vítimas, as almas generosas e re-
- 23 -
paradoras, que, em união com a Vitima Divi­
na, pelas mãos da Mãe Imaculada, se ofere­
cem em sacrifício de louvor e expiação pela
salvação das almas, pela santificação do sa­
cerdócio de Cristo, pelas necessidades, enfim,
da Santa Igreja Católica.
"Queira o espirita de sacrifício, tão oposto à
corrente materialista de nosso tempo'\ escre­
ve um zeloso sacerdote, "criar raízes cada vez
mais solidas em nossa pátria".
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"Seria uma felicidade inestimavel para nossa


terra, povoada de tantas almas e com um cle­
ro tão deficiente, si um grande número de al­
mas generosas e reparadoras cooperassem
contra o mal, que por toda parte se vai alas­
trando: almas de apóstolos, que atraíssem do
Coração Divino uma chuva d� graças para re­
novação de nosso povo. A essas almas -sofredo­
ras, ocultas e multas vezes heróicas, podem
aplicar-se também as palavras do Salvador:
"Vós ·sois o sal da t-,erra". São, na verdade,
os pára-1·áios do mundo, os promotores do
progresso, pois se empenham pela causa de
Delis. Edificam real e duradouramente, ao pas­
so que o progresso moderno só sabe destruir.
O mundo terá talvez para elas um sorriso de
compaixão e,. entretanto, é a elas que deve a
subsistência e a vida; pois a palavra que o Se­
nhor disse um dia a Santa Teresa, aplica-se
também aos tempos presentes; "Que seria do
mundo, s1 eu não usasse de misericórdia, por
amor daquelas ahnàs que querem sofr_er comlgo
e por meus interesses ? "
São, pois, as almas-vitimas que devem re­
conciliar o mundo com a Justiça divina irri­
tada".
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&aeerdote e Vítima
I PARTt:
Oue111 1io 11 Alm11-Vítlm11 Apost61icn 1
Almas-Vitimas, como o nome indica,
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sio almas que se entregam inteiramente


a Deus, em unlão com Jesús, com a inten­
ção de repa�ar as terrive1s ofensas e 1n6-
meras infidelidades que recebe da parte
qos �om�ns, e atrair as Qênçãos do céu
sôbre o sacerdócio católico, cooperando
com êste para a glória divina e salvação
das _almas.
A serviço desta reparação sagrada, põem
jubilosas toda a sua vida, com todos os
trabalhos e, orações, sacrifícios e sofrimen­
tos. Devem esforçar-se por encher cada
vez mais a sua vida de um forte zêlo repa­
rador e um generoso espírito de sacrifício.
"Meditando sôbre a nossa existência.
teremos que reconhecer que somos de fato
vítimas, que sofremos _e suspiramos . sob o
peso das consequências funestas do pecado
original,- diz um ilustre prégador. "Jesús li­
vrou-nos, pela sua Paixão e Morte, das
eonsequênclas tristes, que resultariam pa­
ra nossa alma, mas não nos libertou com­
pletamente dos males corporala e inate­
rtals".
o homem nesta vida mortal, 6, de fato, �
um.a vitima, que se vai Imolando continua-
- 26 ---
mente. Està imolação, porém, não terá
valor algum diante de Deus, si não fôr
vivificada pelo espírito do Filho de Deus.
a Vitima Divina e pela união com Ele. Te­
mos de ser vitimas, não só como homens,
mas também como cristãos. Jesús Cristo,
nosso chefe e cabeça, aceitou voluntaria­
mente os sofrimentos e a própria morte,
para nossa salvação e cumpre que os mem­
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bros participem de certo modo das dôres


que a cabeça sofre".
Mas Nosso Senhor continúa a imolação
incessantemente, até o fim do mundo, sô­
bre nossos altares, sob as espécies sacra­
mentais. Também nós, como membros
vivos e discipulos de Cristo, devemos unir­
nos continuamente à imolação da Vítima
Divina sôbre nossos altares, oferecendo­
nos ao Padre Eterno pelo Coração Imacu­
lado de Maria, "com Jesús, por Jesús, e em
Jesús", por todas as suas intenções e em
nome de todas as criaturas. •
Estamos, pois, sôbre o altar-mór do mun-
do, como vítimas pela salvação da humani­
dade e por amor do Salvador.
A alma cristã, diz Origenes, é um altar
continuo, onde o sacrifício se renova dia
e nofte. A Sagrada Comunhão põe a alma
em condições de celebrar em seu Santuá­
rio intimo p sacrifício da Igreja triunfante
e mnttante. E' o mesmo sacrlficio, que nela.
- 27 -
se oferece ao mesmo Deus, e para o mes­
mo louvor 1
HNo céu, sôbre o altar e na alma se ce­
lebra, pois, o mesmo culto divirto. A' me­
dida que este culto divino se realiza em
nós, progredimos no caminho da perfeição.
Quando a alma, levada por um grande
amor e reconhecimento, unida ao · sacri­
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ficio do· Cordeiro de Deus, chega ao ponto


de não mata interromper o seu culto divi­
no, interior, alcançou _a perfeição na terra,
\ive, na obscuridade da fé, como os bem­
aventurados na eterna contemplação e a.
sua vida interior, - diz Santo Alberto
Magno, - "é o antegozo e o início da· vi­
da celeste". Procuremos, pois, elevar mui­
� vezes o coração a Deus, · no correr do
dia, unindo-nos pelo pensamento e o
amor ao Santo Sacrifício da Missa, que se
celebra continuamente por todo o univer­
so e seguindo, para assim- dizer, o Salvador
de altar em altar, em seu itinerário euca­
rístico, que se_ renova sem cessar· nas di­
versas partes do mundo, afim de oferecer
o Cordeiro Divino e, unidos a Ele, ofere­
cer-nos a nós :mesmos, com todos os nos­
sos traba�os, sacrifícios e sofrimentos/;
para reparar os pecados do presente e ob­
ter de Deus graças superabundantes par&
o sacerdócio católico, a exaltação da San­
ta Igreja e a salvação das almas.
- 28 -
As almas-vitimas entregam-se, além
disso, sem reserva ao Coração adoraveJ
<ie Jesús, para que disponha inteiramente
delas, segundo lhe agradar. Aceitam, pois,
de antemão em_ espfrlto de reparação, todos
os sofrimentos corporais, espirituais .e mo-
rais e todas as provações com que o Se­
nhor se dignar vJsitá-las. Não lhes é mis­
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ter pedir a Deus uma cruz extraor�inária,


mas basta _que estejam prontas a aceitar
e oferecer voluntariamente todos os·· sofri-
mentos e provações que Deus manda a ca­
da alma, na medida que lhe destinou desde
a eternidade.
Façamos, porém, nosso oferecimento
com alegria, pois esta lhe dobra o valor.
o que poderá, aliás; perturbar a paz e
harmonia de uma alma a qual sabe que es­
tá cercada e penetrada pelo Ser Divino ?
"Alegrai-vos continuamente no Senhor!
Re_pito-o mais uma vez: Alegrai-vos".
(Filip. 4, 4) .
Deus quer gue vivam.O$ alegres. Em sua
oração sacerdotal, ao terminar a última
Cela, implorou Jesús ao Pai Eterno:· "Pai
Santo, guarda em teu nome aos que me
iéste, para que sejam um, assim como
riós .•• Vou para junto de tl e digo estas
:ousas no mundo, para que ele� tenham,
�m sl mesmos a minha alegria completa ! .
(João 17, 11. 13).
'
A alegria é o fruto e a medida do a.mor ,.
é um culto que se deve prestar a Deus.
E' a, pedra de toque das almas: indica o
grau de seu amor a Deus 1
O Espirita Santo dá-nos o conselho:
�'Não �stejais tristes, porque a alegria no
Senhor é vossa fortaleza I"
A alma-vitima, cumulada de graças tão
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sublimes e revestida de uma missão tão


elevada, mais que nenhuma outra, deve
viver em ação de graças, bendizendo a
Deus en1 tudo e por tudo, pois que tudó se
encaminha para maior glória de Deus e
bem de nossas almas.
A consagração da alma-vítima pode ser
designada - "a mais bela flôr do Jardim
do Divino Mestre", eomo disse um ilustre
padre -Jesuita, porque as almas-vítimas
compreendem muito profundamente o
espirito da devoção ao Coração de Jesús
e provam seu amor ao Redentor, não só­
mente com palavras, mas pelos atos, pela.
imolaç_ão prática e jubilosa de si mesmas�
em união com o Salvador, · como hóstias­
vitimas de amor e reparação por seus pró­
prios pecados, pelos de seus irmãos e por
todas as intenções de Jesús. E' o sacerdó­
cio mistico e real, de que fala B. Pedro,
nas palavras dirigidas a todos os fiéis, mas
que se aplicam por excelência às almas-
- 30 --

vitimas: "Vós sols a geração escolhida, o


.sacerdócio real, o povo santo".
De fato, somos todos sacerdotes que, à
imitação do nosso Sumo Sacerdote e Rei
Divino e em união com Ele, havemos de
.oferecer ao Pai Eterno o nosso sacrifício
de· louvor e expiação.
Encantada com o que se lê na vida de
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Santo Estanislau Kostka, a saber, que a


Virgem-Martir Santa Bárbara veiu do céu
trazer-lhe a Santa Comunhão, �xclamou
Santa Teresinha: "Porque não veiu um
Anjo, nem um sacerdote, "mas uma Vir­
gem? Oh! que maravilhas veremos no
cé'u ! Imagino que aquelas que na terra
desejaram os privilégios do, sacerdócio,
hão de possuí-los na eternidade !"
"Louva, ó homem, exclama, o grande
Doutor da. Igrej"a, o famoso orador sacro
s. Pedro Crisólogo, louva a Deus como
vítima e como sacerdote !
Reveste-te da túnica da santidade, cin­
ge-te com o cíngulo da castidade, cobre a
tua cabeça com Cristo e ostente-se pompo­
sa a cruz em tu� fronte, como um diade­
ma; sirva-te de incenso a oração, toma o
gládio do espírito, coloca teu coração sô­
bre o altar e sôbre êste deposita im­
pávido a ti mesmo, como vitima I Expia
pelo .Jejum, e pede assim que cesse a ln-
- 31 -

temperan�a: vota-te à castidade, af lm de
que se extinga a concupiscência; oferece
-0 1 dom do temor de Deus, para que te livre
da impiedade; convida a misericórdia pa-
ra que suplante a avareza e faze infia­
mar-se continuamente a chama da san­
tidade 1
Dêste modo será teu corpo um contínuo
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sacrificlo de reparação pelas tuas faltas,


e, pela mortificação dos vícios, oferecerás
a ' Deus como vítima a tua vida virtuosa..
O' dignidade inaudita, dignidade sacerdo­
tal do cristão, pela qual o homem é vítima
e sacerdote ao mesmo tempo; pela qual
não necessita buscar fóra de si um objeto·
para imolar, pois traz em .si b que_ deve
oferecer a Deus em sacrifício; em que a
vítima é imolada, mas vive, em. que o sa­
cerdote, sém sacrificar em sentida próprio,
está em condições de expiar; oh! maravi­
lhoso sacrifício, ein que é imolado o cor­
po sem corpo, o sangue sem sangue !
E' o sacrifício de que nos fala o Profeta:
''Não quizeste vítimas e holocaustos, mas
preparaste-me um corpo. Eis que venho,
ó Pai, fazer a .tua vontade 1"
Assim cumprimos também a palavra do
Apóstolo: "Peço-vos, irmãos, pela mise­
ricórdia de Deus, que ofereçals vossos cór­
pos como uma vitima viva e santa 1"

Que elevnda dignldndc a das almas-vf­
tin1as ! Imolar-se com Jesús e pelas Inten­
ções de Jesús 1
Alguns poderiam, porém, temer que a re­
núncia às suas próprias intenções, para
oferecer tudo pelas intenções de Jesús,
pudesse causar-lhes prejulzo 1
Ignoram, de certo, o quanto ganham,
em vez-de perder, na troca, pois, oferecen­
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do-nos pelas intenções de Jesús, não só


damos a Deus mais glória e prazer, como
adquirimos mais merecimentos, maior se­
gurança para nós e mais bênçãos e graças
para aqueles pelos quais desejamos orar.
Na verdade, todas as nossas intenções
particulares estão incluidas nas intenções
de Jesús, que encerram as Intenções de
todos os eleitos e tudo o que há de bom e
nobre na terra.
Si_ as nossas intenções não estivessem
incluidas nas de Jesús, certamente não se­
riam bôas; pois o Divino Mestre . deseja­
nos todos os bens espirituais e naturais,
por mais tnslgnlticantes que sejam.
Não é, aliás, o que ele prova a cada mo­
mento, pelo amoroso cuidado da sua Provl­
dêneia divina, nas menores ·particularida­
des da Vida_? Quando nos oferecemos pelas
Intenções de Jesús, em lugar das nossas,
não só conservamos estas, mas até as dila-
- 33 -

tamos lnflnltamente, por assim dizer, pois.


como todas as intenções de N. Senhor vi­
sam a glória de Deus, encerram cada uma
das criaturas e todas as necessidades e in­
tenções de todas as creaturas. Daí procede
a união em Jesús e com Jesús, com. todas
as intenções dos Santos, desde o prin�pio
do mundo, a união com Maria, com os An­
jos e bem-aventurados; pois as int�nções
;de Jesús abrangem todas aquelas· que _Ele
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:inspirou e que são obra do Espírito Santo.


Oferecer-se a Jesús por suas intenções
é a mais nobr� prova de. amor que se �s­
sa imaginar: abrange tudo e proporciona
a Deus maior glória e prazer.
E Nosso Senhor não se Qeixa vene�er -em
·generosiqade. Felizes as am:ias que, _em
·un1ão �om a grande Vítima, se �QlJm,
-repetindo as belas palavras cqJn que- �le
se ofereceu ao Pai Celeste, ao·· entrar no
mundo: "Eis que· venho, De� meu, para
íazer a Vossa vontade I" (S. 39, 8).

1·· � ,�,�-,;
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i', . Ji/�:
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-�·
·,
..
:�
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Rost-fam puram, Bostiam sanctam,


llostiam imrnaculatam ...
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CAPiTULO·I

A tarefa das Almas-Vítimas Apostólicas


Poderia alguém objetar que em nosso
-- �po, quando tantos se afastam de Deus
por mdiferença ou má vontade, é necessá­
·rio m·ais do que a ora�ão e a ímola.ção si­
lenciosa, são necessarios ·a ação e o traba-
Jho exterior, afim de rea11ilnar á, fé.
·,\. esta objeção respondemos que em
n°ª8Q ten1.po, talvez mf:lis do que nunca�
Bão- feitos ultrajes e ofensas de toda a es­
pécie' ao Divino coração de Jesús; de mo­
do que, cortespóndehdo ao desejo expres­
so do Salvador, antes de tudo cumpre dar­
lhe reparação. Mas quem melhor poderia
satisfazer este desejo do Senhor do que
as almas-vitimas que, no mundo ou no
claustro, an.1mádWI de um mesmo espi­
.rito de.. reparação e .penitência, queren1
•. . •

participar�- n� medida de suas frac�s for-


' f

.ças, da obra da ·Paixão e Redenção de Je-


- 36 -

süs cristo, afim de tornar-lhe as graças


eficazes para a humanidade ?
A tibieza e Indiferença religiosa afastam,
tod� o., dias e a todas as horas, multas
almas e até as tornam hostis ao Coração
Matemo da Santa Igreja.
Por isso as almas generosas, por meto
da constante união com o sacrificio de
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Jesús Cristo, visam preservar da apostasia


o maior número possivel de almas e recon­
duzir os transviados à verdadeira Igreja�
esforçando-se oobretudo por atrair as bên­
çãos e graças de Deus sôbre os ministros
do Senhor e seus trabalhos apostólicos.

E'., pois, certamP,nte uma obra da má-
xima importância este apostolado a que
são chamadas as aJrnas-vttimas apostõ­
lic&e; r
As obras exteriores de piedade e de zêlo
são de certo louváveis � mesmo indispen­
sáveis à conve� dos pecadores; mas_ não
se deve esquecer que a ação da graça divi­
na, para a salvação 'das alrnu, só acha
verdadeiro apoio no sacrifício, na cruz e
no sofrimento, como também· o Divino
Salvador salvou o mundo, menos pelo ser­
mão do monte do que pela sua dolorosa
Paixão.. Por isso não póde haver uma asso­
ciação mais oport-Jna e mais útil que Jus­
tamente a das almas-Yíttma.s .. apostólicas.
-37 -

A tarefa das almas-vítimas apostólicas


é tríplice
't.0 - Devem Imolar-se pelo Divino Coração
de Jesús afim de lhe dar reparação pelos 111-
ira"s e ofensas que lhe são feitos.
12. 0
- Devem sacrificar-se pelos pobres peca­

-
,aores, afim
�onversao.
de implorar para êles a graça da
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l 3.0 -Devem sacrificar-se pelos sacerdote, e


lmas consagradas a Deus, afim de alcançar
bênção particular do Altíssimo para seus
balhos.
1.0 -As almas-vitimas apostólicas devem
imolar-se pelo Divino Coração de
Jesús.
A primeira tarefa das almas-vitimas
consiste, pois, em dar reparação ao Divino
Coração de Jesús, antes de t�do, natural­
mente, pelas nossas próprias infidelidades,
depois, porém, também pelos pecados do
111undo. Sim, é neste nobre desígnio de re­
paração, antes de tudo, que elas se . imolam
e consagram.; êste santo espírito de repa­
ração deve penetrar-lhes
• toda a vida. A
esse sublime fim devem, pois, consagrar,
não sómente um dia de cada mês, a pri­
meira sexta-feira, como o Apostolado da
Oração, nem exclusivamente uma Santa­
Comunhão apenas por semana, c�mo na
associação da Com11nbão Reparadora, nem
uma hora SQ por dia, como os membros
- 3A

da Guarda de Honra, mas todos os dias


do ano, com todas as horas, os minutos e
instantes, todas as Santas Comunhões.�
todas as bôas obras, todos os átos de vir­
tudes; em suma a vida inteira, com teus
trabalhos, sacrifícios e sofrimentos.
A intenção principal das almas-vitima&
deve ser, em tudo o que fazem e sofrem,
oferecer de algum modo reparação ao Di­
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vi& Coração de Jesús, pelas terríveis


ofensas que 1_9ecebe, naquele momento, no
Sacramento de seu amor. Não quer dizer,
porém, que não possam ter ao mesmo
tempo ainda outras intenções. Embora as
almas-vítimas devam receber, por exem­
plo, toda Santa Comunhão como Comu­
nhão reparadora, podem ao mesmo tempo ..
apesar disso, oferecer os frutos da mesma
também por outras intenções, como por
determinada pessôa cu- por uma questão
importante; sómente devem lembrar-se
sempre que toda a sua vida e portanto
também esta Santa Comunhão, é consa­
grada antes de tudo à repáração.
Esta prlmejra e principal tarefa das al­
mas-vitimas é extremamente nobre, e de­
ve ser recebida com entusiasmo, com ver­
dadeiro amor ao Salvador, por todas as
almas nobres.
Quando vemos o ódio do mundo contr&
Deus; que, entretanto, é todo amor, e ve­
mos como é despreiado e ofendldo Aquele
a quem tudo pertence, no céu e na terra;
quando ouvimos falar nos esforços de tan­
tos milhões de criaturas para destruir a
fé cristã e afastar tudo quanto póde recor­
dar a redenção no Gólgota; quando, espe­
cialmente, sabemos dos horrores e sacri­
légios que por mãos criminosas são feitos
a Nosso Senhor e Salvador no SS. Sacra­
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mento, tudo isto deve mover vigorosamen­


te o nosso Coração, se ainda encerra em
�1 algum amor ao Salvador, a dar repara­
ção ao Coração de Jesús, ofendido por
toda essa ingratidão e infidelidade, todos
esses crimes e sacrilégios, tanto quanto
estiver em nossas forças e assim, pois, co­
locar toda a nossa vida, com todos os tra­
balhos, sacrifícios e sofrimentos, a serviço
desta santa causa.
As almas-vítimas devem, pois, reunir.:..se
em torno do Coração de Jesús ofen�do,
cercando-o como serafins terrestres, que
só visam dar-lhe glória, amor e reparação.
Devem unir-se ao constante sacrifício dos
nossos altares, para assim serem- ofereci­
du continuamente com Ele, por Ele, e
nEle. Neste santo desígnio devem estar
prontas a entregar-se inteiramente ao bel
prazer divino e sofrer tudo o que Ele lhes
tnandar; os sofrimentos, sôbretudo sofri­
mentos espirituais, o martirlo da aridez e
desolação, devem ser justamente conside­
rados como preciosa herança, porque '
por
-- '10 -

_esse meio pode1n reparar melhor as oten ..


sas e os crimes que são cometidos, contra o
adoravel Coração de :resús.
Oh! como é grande e sublime um cora-­
ção que dêste ·modo esquece abnegada­
mente seus próprios interesses, afim de
só viver para os interesses do Divino Cora..
ção ! Que prazer um coração tão nobre e
desinteressado dará também ao Salvador,
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que infelizmente é tão abandonado, no


SS. Sacramento! Não se pensa nEle, não
o amam, ofendem-no, até gravemente, e
não sómente uma vez, mas milhares, mi­
lhões de veses por dia.
Por isso clama o Cardeal Mermillot
às almas-vítimas: ·'Deveis ser as consola­
doras do Divino Coração do Redentor!
Como Madalena, deveis derramar os pre­
ciosos unguentos da vossa oração e de
vossas boas obras, as lágrimas de vossa
devoção e amor aos pés do Divino Mestre.
Como Veronlca, deveis enxugar-lhe o sem·
biante adoravel com o véu de vossa humil­
de renúncia. Deveis oferecer-lhe vosso
amor, vossa dedicação e imolação, em re•
paração pelas terríveis afrontas que lhe
faz o nosso século alucinado".
Oh ! não é uma tarefa verdadeiramente
ideal, essa reparação recomendada às al·
mas-vithnas ? Não menos ideal é o segun­
do fim da associação.
-- 41 ......

2.0 - As almas-vitimas apOstóllcas devem


imolar-se pela salvação dbs peca­
dores.
A segunda tarefa das almas-vitimas,
consist� em imolarem-se pela salvação de
seus irmãos transviados, os pobres pecado­
res, afim de alcançar-lhes, por melo dês­
te sacrificio, a graça da conversão.
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Si, pois, a primeira tarefa das almas­


vítimas tem por fim imediato a glória e
:reparação do Divino Coração de Jesús;
-por meio desta segunda tarefa devem al­
�ançar mediatamente o mesmo fim, procu­
rando, pela imolação de sua pessôa e de
toda a sua vida, reconduzir ao Divino Co­
ração· de Jesús muitas almas transviadas.
A esta segunda tarefa dedicam também
as almas-vitimas, não sómente uma ou
outra bôa obra, mas simplesmente tôda a
sua vida, com os trabalhos, sacrifícios e
sofrimentos. -Tudo isso oferecem ao Divino
Coração de Jesús, primeiramente para que
o Senhor queira aceitá-lo como fraco tr:1-
buto de reparação, ·depois também pela
segunda intenção: para· que se digne de
aplicar os frutos de seus trabalhos, sacri­
fícios e sofrimentos aos seus infelizes ir­
mãos, os pobres pecadores transviados,
.áf1m de que se convertam sinceramente e
voltem para Deus. Nisto, porém, podem li-
- 42-

vremente ter em vista um determinado


pecador, para lhe alcançar a graça da
conversão ou também oferecer em geral
pela salvação dos pobres pecadores as gra­
ças que imploram e merecem, com os seus
trabalhos e sacrifícios, com sua cruz e
seus sofrimentos. Não lhes impede isso
também de oferecerem por si mesma.,, ou
pelos amigos e parentes, a Santa Missa
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ou a Santa Comunhão ou outras práticas


piedosas, assim como não impede de rezar
por algum interesse pessoal.
Mas como as almas-vítimas devem estar
sempre côncias �e\ que a imolação de sua
própria pessoa e todas as suas bôas obras ,.
representa muito pouca cousa, para uma
obra de tão infinita importância, pois que
toda a humanidade junta não estaria em·
condições de poder dar abundante repara­
ção por um único pecador, devem as al­
mas-vítimas unir êste seu sacrifício ao sa­
crifício lnfin1tamente precioso que se ofe­
rece à divindade na Santa Missa, sôbre os
altares do mundo inteiro, pela salvação
dos •míseros pecadores. Por isso devem se­
guir, por assim dizer, de altar em altar o
Homem-Deus que se imola, afim de, unidos
a Ele, oferecer�se, com todos os seus traba·
lhos e sacrlficlos, ao Pai celestial, pela
conversão dos innãos transviados.
- 43-

E' de desejar, por Isso, que se recomen­


dem multa vezes nas Santas Missas que­
se celebram a cada hora do dia, em toda,g.
as partes do mundo, dizendo, por exem­
plo, consigo no principio de cada trabalho
ou de cada sacrlficlo: ª'Meu querido Salva­
dor, por vosso amor faço agora este tra­
balho, por vosso amor ofereço este sacrifí­
cio, para dar reparação ao vosso BS. Cora­
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ção. Uno--o com vosso próprio Sacrilício


sôbre o altar e vo-lo ofereço pela salvação
dos pobres pecadores ! " Dêste modo os
seus sacrifícios, em si insignificantes, rece­
bem uma fôrça maior; assim transmitem
os frutos do Santo Sacrifício da Missa
também àquelas almas que, por seus con­
tínuos pecados e por sua impenitência,
perdem quasi completamente esses precio­
sos tesouros espi!ituais.
Assim procuram as almas-vítimas con­
tinuar em sua vida, ,de modo misterioso ,._ o
sacrifício expiatório do Gólgota, unindo­
se ao sacrifício da cruz e completando,
segundo as palavras do Apóstolo, o que
ainda falta à Paixão de Cristo. Exercem
também assim o sacerdócio espiritual, de
que fala São Pedro, quando diz: "Sois uma
geração eleita, um _sacerdócio real". (I Pe­
dro, 2, 9).
Este sacerdócio espiritual é, na verdade�
tão antigo como a própria Igreja. Milhõe�
de almas santas compreenderam-no e
praticaram-no; viveram própriamente só
para esse fim, para orar, reparar, expiar
pel�s outros e oferecer-se ao Pai Celeste,
em união com a imolação de Cristo. Els
a tarefa sublime das almas-vitimas apos­
tólicas
.
�-º -As almas-vítimas apostólicas devem
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imolar-se 1>elos sacerdotes e pelas


almas <'onsagradas a lleus.
As almas-vitimas teem ainda uma ter-
4Céira tarefa, na constante imolação de sua
:pessôa e de· sua. vida; querem, pela sua vi­
da c!e sacrifícios, implora! a bênção do ceu
e com ela abundant�s graças para a átivi­
dade apostólica dos sacerdotes, ' afim de
que o Divino Coração de Jesús seja glori-
ficado, tanto quanto possivel aqui na ter­
ra, por estes servos eleitos. Justamente por
meio da oração e r dê&te sacrifício é que\ a
associação age , de um modo eminentemen­
te apostólico. Não nos- enganemos r A con­
versão de ahnas transviadas não é tanto
obra do prégador no púlpito ou do confes­
sor no Sacramento da Penitência; antes
de tu�o, é obra da graça divina. o sacer;.
dote é, .de certo modo, apenas o canal que
transmite às alm�s a graça de Deus: na
maior parte das vezes, ele dá sómente o
Jmpulso exterior, para que a ação da gra-
- 45-
ça divina possa ter lugar. A própria graça ,.
porém, precisa ser implorada e merecida ,.
sobretudo pelo �acrlficlo. Assim, pois, as
almas-vitln\as, pelos seus sacrifícios, to­
mam parte lntlmamente na obra da salva­
ção du almas, e aio cooperadoras do sa�
cerdóclo católico.
Belas palavras escreve a respeito o Dr.
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Fr. X. M:utz: "Como Cristo, a videira divi­


na, cravado na cruz, preparou o e11Xir da
vida e; elevado na cruz, atrái tudo a si,
as.,im t�bém os que ·sofrem com Cristo e­
com sua fôrça divina, serão uma bênção
para muitas almas e atraí-Ias-ão para o
alto, pelo seu exemplo e pela eficácia -im�
pet·ratória e reparadora -de seu sacrifício
pessoal. Dos portais de ·um- claustro, da
cela de uma virgem consagrada a Deus, do
altar de holocausto - do
' ·próprio coração,
muitas vezes a graça e a misericordia divi-
na se irradiam pelos países e pelas casas
a dentro''. -· "0 sofrimento dos justos é
a salvação da história", diz Hllty, que nem
é católico.
Assim, pois, como vimos, a tarefa das
almas-vitimas ê a mais bela e sublime e
a mais Ideal que se possa Imaginar. par&
o.s leigos.
Mas, si o fim da Associação é tão subli­
·me e tão ideal, quem pode então perten­
cer a ela ? Acaso sómente almas santas r
46 ·-
�orajosas no sacrlffclo·, que põem em prá­
tica um verdadeiro herolsmo no espirita
de sacrlflclo ? Sim, certamente, é esse o
ideal das almas-vitimas, que deve palrar­
.lhes sempre diante dos olhos, ainda mes•
mo que não o alcancem Jamais completa­
mente; mas não é necessário possuir estes
.sentimentos idéias já antes de entrar na
associação. o necessário, para poder ser
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alma-vitima, é só o amor ao Salvador, ao


seu Divino .Coração, não sómente amor
.sentimental, mas amor de fato, que nos
leve a fazer alguma cousa por Nosso Se-
nhor, que não recúe diante de sacrifícios,
quando fôr preciso dar reparação ao seu
Sagrad� Coração, por todas as inúmeras
ofensas que lhe são feitas.
A Associação não exclue nem mesmo as
almas que na vida passada tenham ma­
guado profundamente o Coração do Sal­
vador; pelo contrário, estas exatamente
�m na Associação o meio mais excelente
de r�parar as infidellda4es e ofensas pas-
sadas, por um amor/ redobrado. Em nosc;a.s
obras de reparação·,� devemos pensar sem­
pre primelramelte nas ofensas que nós
�mesmos fizemos. ao Divino Coração de Je•
sús, assµn como os Santos, conolentes de
sua própria culpa, Julgavam não poder fa-
2er Jamais bastante penitencia por seus
pecados e negligências.
-47 -
Seria certamente um êrro das almas­
vlttmas, e, aliás, de todas, mesmo as mais
inocentes, cônclas de sua própria miséria,
não fazerem antes de tudo reparação ao
Divino coração de Jesús pelos seus pró­
prios pecados:
Só são excluldas da Associação aquelas
alm8.S em que o amor ao Salvador se ex­
t1nguiu ou se tomou tão fraco, que não se
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podem mais d�idir a fazer nenhum sacri­


ficio. Mas quem sabe livrar-se dessa mole­
m e covardia, quem sente em si o nobre
espírito de sacrificio, entre corajosamente
na Associação ! Há de dar prazer .ao Cora­
ção do Divino Salvador.
Que_ se exige então daquele que entra
para a Associação ? A resposta a esta per­
gunta vai ser dada no. capítulo .seguinte.
'.
CAP1TULO II
Meios para realizar a tarefa das
Almas-Vitimas Apo�tólícas
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Podemos resumir em dois grupos os


meios pelos quais as almas-vítimas procu­
ram realizar sua tarefa sublime: orações e
sacrlficlos. A divisa das a1.tnas-vítimas de­
ve, pois, ser: "Orar e imolar-se. Amar e
sofrer ! " Como Jesús pela oração e o sacri­
fício reconciliou ·a humanidade pecadora
com o Pai Oeleste, assim também as al­
mas-vitlnias devem, por meio destes dois
grandes meios principa�, corresponder à
sua santa vocação reparadora.

A - Primeiro meio: Oração


As almas-vithnas procurarão praticar
primeiramente cada um dos átos da de­
voção ao Coração de Jesús. Por isso será
acertado citar aqui resumidamente as
principais destas práticas. Naturalmente
nenhuma delas é indisp�nsável à alma­
vftfma. O espírito da alma-vítima deve
manlfestar-se antes de tudo, como o no­
me Já o diz, pelo segundo melo, isto é, pe­
los sacrifícios; e este melo se pode pôr em
prática num grau heróico, sem usar todas
aa orações particulares das quais falare-
- (9 -

mos agora. Cada alma-vitima deve, pof8,


adotar os exercfclos de devoção que forem
compativels com suas condições pessoais.
Devemos também notar que, quando nos
consagramos ao Divino Coração de Jesús,
como alma-vitlma, não nos obrigamos sob
pena de pecado a nada cuja omissão Já de
sl mesma não seja pecado. Na verdade,
pOde-se acrescentar ao áto de oferecimen­
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to um voto próprio, ·por exemplo: de não


recusar ao Salvador sacrifício algum; mas
tal voto nã·o é absolutamente essencial,
n�m mesmo aconselhavel; ainda que per­
tençam a Ordens religiosas, as almas-vi­
thnas só podem .fazer tal voto após longa
provação e sómente· com licença do confes­
sor. Depc;>is. destas- observações prévias,
vamos ago�a tratar das práticas de devo-
9ão· particiIIarmehte recomendáveis às
s.Jmas-vftµnas apostólicas .

1) - A 1.ª Sexta-feira d� mês.
Primeiramente. uma alma vitima, sempre
que lhe fôr possivel, há. de celebrar fiel­
mente a.. primeir� sexta-feira do mês ou,
&e nesse dta estiver impedida, pelas cir­
<;unstâncias exteriores, de receber a santa
Comunhão, fazê-.lo pelo menos _no primei-­
rp domingo.
A celebração da primeira sexta-feira
'tornou-se particularmente e.ara. a todos
os devotos
. do. Divino Coraçâo
- de Jesús;
- 50 -

deve, pois, sê-lo também em verdade às


almas-vitimas.
Esta celebração é n1ulto especialmente
desej"ada pelo Divino Salvador, para a re­
paração. Ele apareceu à Santa Margarida
Marià Alacoque numa primeira sexta-feira
e queixou-se-lhe da frieza e ingratidão
com que a maior parte dos homens lhe
retribuem o amor e os benefícios e disse­
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lhe depois: "Para reparar tais ofc11sas, de­


ves receber a Santa Comunhão na pri­
m�a sexta-feira de cada mês ! " Numa
c;ie suas cartas escreve a Santa: "Meu Di­
vino Redentor ordenou-me comungar na
primeira sexta-feira de cada mês, afim de
reparar, tanto_ quanto estiver em minhu
forças, as ofensas que durante o mês são
cometidas contra o Santíssimo". E de no­
vo: "Aqueles que querem honrai: particu­
larmente o Sagrado Coração -de Jesús, cos­
tumam escolher para este fim a primeira
sexta-f�ira de cada mês, afim de lhe pres­
tar nesse dia algumas hometiagens espe­
ciais, conforme a devoção de cada um lhe
inspirar." Para esta celebração reservou,
além disso, o .Salvador uma promessa tão
maravilhosa, que não pode haver outra
mais consoladora.
''No excesso da mlserlcórdta de meu Co­
ração Eu te prometo, disse a San1- Mar•
garida Maria,, que meu amor onipotente
- 51 -

concederá a graça, da perseveran�a f lnal a


todos aqueles que durante nove meses se­
guidos comungarem na primeira sexta-fel•
ra. Não morrerão impenitentes, nem sem
receber os santos sacramentos, sendo o
meu Coração seu refúgio seguro nesse úl­
timo momento". Não é de �dmirar que mi­
lhares e milhares de católicos se reunam
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na primeira sexta-feira em tômo dos alta­


res, para conquistar também por sua vez o
direito a essa maravilhosa: promessa� Após
a int�ução da comunhão frequente parti­
cularmente, se tornaram as primeira&
sextas-feiras verdadeiros dias de festa, na
maior parte das paróquias. Em muitas
igrejas se apro�am mesmo centenas de
homens e rapazes q.a ·mesa do Senhor.
afim de oferecer também por seu lado re­
paração ao S�lvador e dar-lhe uma satis­
fação .5<?lene por todas as- ofen.qas que lhe
são feitas neste S. Sacramento. E', po�
evidente que as almas-vítbnas não devem
�altar a esse doce devér.. de reparação. --

• 1

Z) -- A Comunhão Reparadora.
As $.lmaa-vitimas, hão de sentir-se. po­
rém, impelidas ,a receber a Santa Comu­
nhão, não sómente' nas primeiras _sextaa­
tetras, mas também mult,s outras vezes e
procedem
,. assbJr, multo. particularmente,
na intenção .de tazer reparação a.e;, Dlv!Uo
- 52

coração de Jesús; são, pois, Comunhões


reparadoras.
Orlrem da Comunhão reparadora -
Como a celebração da primeira sexta-feira,
assim também a Com11nhão reparador&
provem da vontade do próprio Divino Sal­
vador. Um dia disse Jesús a Santa Mar­
garida Maria: ..Venho ao teu coração, afim
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de que, pelo teu amor arde11te, repares as


ofensas que no SS. Sacramento do Altar,.
recebo de tantas almas tíbias e covardes.
Dá-me tu, ao menos, a consolação de re­
parar essa ingratidão dos homens, tanto
quanto te fôr possivel. Mas para reparar
esta ingratidão, deves receber-me no San­
tíssimo Sacramento, tant� vezes quantas
a obediência te permitir".
Em outra ocasião lhe disse: "Tenho um
ardente desejo de ser ho;nrado, amado e
recebido pelos homens no San�imo
Sacraµiento, quantas vezes fôr possi­
vel; apesar disso, porém, não encon­
tro qu.asl ninguém que se esforce por cor­
responder a este desejo de meu ·amante
Coração, por mltlgar minha sêde de ser
amado-· e, assim retribuir, ao menos em
parte, o· meu amõr. 81 os homens retri­
bulssem o· meu amor, Eu consideraria lnsl­
tnttican� ,tudo quanto fiz e sofri por eles
e de bani, gràdo. estaria pronto a fazer sa•
ítlfieâr--,r1e-- é ,:-aofrer por eles mais ainda,
- 53-
sl fosse posslvel. Concede-me, pois, ao me ...
nos tu, o consôlo de reparar essa ingrati­
dão, tanto quanto puderes".
Dlsse•lhe alnda Jesús: "Quero que teu
coração seja para mim um refúgio, ao qual
eu possa retirar-me com prazer, quando os
pecadores- me perseguirem e expulsarem
do seu coração. Quando eu te der a co­
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nhecer que a justiça divina está irritada


contra eles, deves receber-me na· Sagrada
Comunhão, colocar-me sôbre o trôno de
teu coração e prostrada a meus pés, ado-
rar-me".
Não deviam estas palavras do Divino
Salvador tocar também as almas-vítimas
que, como Santa Margarida Maria, se con­
.sagraram ao Divino Coração de Jesús e
Just-amente na lntençao de dar-lhe repara-
1Çáo ? Acaso não aplicarão elà.s muito par­
ticularmepte a si próptias as palavras que
o Divino Salvador dirigiu à Santa: "Que
os adoradores e veneradores do meu D1-
·vlno Coração lhes próvem o seu amor. fa­
zendo consistir a tarefa e o fim de sua
vida 'em dar-lhe compensação, satisfação
e reparação pela ingratidão de que êste
eoração é cumulado no Sacramento do
amor ?" E por que mélo devem dar-lhe es­
ta sattatação e reparação? Justamente
pela Comunhão rep�radora �
- 54 -
Asshn deseja o Dlvlno Salvador tan1--­
bém para a festa do seu Sagrado Coração,
pri11cipalmente a recepção da Santa CO·
munhão, "afim de que sejam assim repa­
radas as afrontas com qu� O ofendem ,.
quando é exposto sôbre nossos altares, no
SS. Sacramento".
Ouça1nos também a promessa do Divino
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Coração de Jesús, ·para esse culto de amor�


"Tenho tão grande prazer, tanta alegria e
consolação", disse o Divino Mestre à santa
Margarida Maria, ''quando vejo que algttéDÍ
deseja receber-me no Santíssimo Sacra­
mento, que cada vez que num · coração
desperta o desejo veemente de comurigar,
volvo a este coração um olha� de amor
para o atrair a mim" .
. Poderiam as almas-vitimas perm�n�r
-indiferentes a essas instâncias e promessas
do· Coração Divino ?
.,.
Não hão de sentir-se in1pelidas a corres­
ponder o mais frequentemente possivel
ao desejo do Coração .de Jesús?
"A Comunhão reparadora, - diz o San­
to Padre P-lo IX, - é uma empresa divina ..
. apropriada e destinad� a salvar a socle-
.,d.ade humana''.
J
,.

.
. .,

Um belo modo de pôr a Santa comu­


nhão a serviço da, reparação seria o se­
guinte: Depois de hâver recebido o Sal-
- 55-

vador em nosso coração, ofereçamo-lo ao


Pai- Ett!rno, juntamente com todos ós in­
finitos merecimentos de sua divindade e
peçamo-lhe queira aceitar benignamente
essa nossa oferta que, por sua liberalida.de,
se tornou propriedade nossa e que lhe ofe­
recemos em -sacrifício expiatório, pelas ter­
ríveis ofensas .feitas ao seu adorável Co-
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�açao.
Ofereçamo-lhe o ardente amor do - seu
p�prio Divi110 Coração, que agora em nó3
palpita, em reparação pela frieza de tahtos
milhões de pobres c9rações humanos, que
dêle·se afastaram µigratamente.
Peç!tmo-lhe então que seja tambéÍJJ,
nosso · próprio sacerdote e sacrificador e
que nos ofereça i.amJ)ém- ao seu adoravel
Coração, com tudo o que· .s9mos e· temos,
com todos os nossos trabalhos e sofrimen­
tos, unidos a Ele, como vitimas de �xpiação.
·N� verdade, é essa justamente a ação de
graças' gue_ convém �s. almas vítimas: ofe­
recer o .Salvador, que se nos deu na Santa
Comunhão e assim se tornou nossa pro­
pr_iedade,·J que podemos oferecer de novo
ao seu Dlvlpo Coração e oferecer-nos com
Ele, sem reserva; e tudo isso em espírito
de reparação, como o as. Coração de ,Te-­
sús deseja tão ardentemente.
5 6 -- •
3.º) - A Missa reparadora.
o meio mais valioso e eficaz de -repara..
ção é, com a Santa Comunhão, a Santa
Missa, na qual se oferece à Divina Majes­
tade uma oferenda tão infinitamente va­
liosa como o próprio Deus: O Filho Unigê­
nito de Deus, seu Corpo unido à divindade,
seu Sangue derramado em expiação pelos
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nossos pecados. E este dom infinitamente


valioso é oferecido à Deus, não sómente
pelo Sacerdote que sacrifica, �as também
pelos fiéis presentes, que imolam com Ele
e por Ele.
As magníficas orações de que se serve o
sacerdote no Altar, falam bem claràmente
- a respeito.
Quando no Ofertório o sacerdote ergue
a patena com a hóstia, afim de a oferecer
à divina Majestade, fá-lo não por si só­
mente, mas, como diz tão belamente a re­
ferida oração dó ofertório, também por
rodos os ptesentes, por todos os fiéis cris­
tãos, vivos e mortos.
No Ofertório do cálice fala o sacerdote
em nome dos présentes, unindo-se o mais
intimamente com eles: "Nós vos oferece­
móe, Senhor, o cálice da salvação e lmplo•
ramos à Vossa bondade que este sacrifí­
cio suba ante a face da Vossa divina Ma­
jestade, com a,gradavel odor, pela salvação
nossa e de todo o mundo''.
- 57 -

No fim do Ofertórlo o sacerdote se di­


rige ainda ao povo, com as palavras: "Ora•
te frates"; isto r., Oral, irmãos, para q�
o meu e vosso sacrlffclo se tome agradavel
a Deus Pal Onipotente".
Certamente, é �6 o sacerdote que, em
virtude de seu poder, profere as palavraá
di\'inas que transformam pão e vinho nó
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Corpo e Sangue de Jesljs Cristo. Depoil,


porém, eia transubstan_cração, ele oferece
"imediatamente o Cordeiro de Deus, então
presente sóbre o altar, em união com os
fiéis, dizendo: "Por isso nos, vossos servos,
mas também vosso povo santo, recordan­
do-nos da Paixão tão santa do mesmo
Cristo, vo$So Filho, Nosso Senhor... o:re1e­
cemos à Vossa Exselsa-1"iajestade das vos­
.sas dádivas e oferendas uma hóstia pura:.
uma hóstia santa, uma hóstia imaculada >
o Pão Sagrado da vida eterna e o cálice
da salvação eterna".
Infelizmente, porém, a maior parte dos
11éis não têm conhecimento de� tarefa
sublime, que deviam cump1ir no' Santo Sa­
crifício da Missa. Por isso devem as al·
mas-vítimas unir-se espiritualmente ao
sacerdote que celebra, afim ·de formar,
por a&1im dizer, uma só alma com o cele­
bral\te, para oferecer à Divindade a Dlvllla
Vitima sôbre o altar, pelas mãos do sacer­
dote, como reparacão infinitamente pre•
·- 58 -

ciosa. Não devern, porém, esquecer-se d e se


uniren1 a, ·sl n1es1nos, com tudo que são e
possuem, ao Divino Cordeiro que se Imola,
afim de con1 Ele e por Ele se entregarem
en1 sacrificio de reparação. Em cada santa
Missa a que assistem, devem, pois, colo­
car-se sôbra o altar espiritualmente, ao
lado da Hóstia Sagrada e pedir ao Divino
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Sa�erdote que se digne imolá-los também,


com todos os s�s trabalhos, sacrifícios e
sofrin1entos, por intenção da tríplice ta­
refa das ahnas-vítimas. Seria, porém, mui­
to· recomendaver e proveitoso, não se con-
tentarem em aproveitar bem, para a sua
nobre vocação reparadora, apenas uma
santa Missa a que assistem, mas recomen­
darem-se frequentemente, no: correr do dia,
em todas as Santas Missas que se celebram
por todo o universo.
Nossas próprias obras, mesmo as que
são feitas na mais santa intenção e que
nos custaram sacrifícios bem penosos, de­
vido à nossa miséria e pecaminosidade,
sãp de pouca força reparadora, sobretu­
do, considerando ,a infinita distância· entre
.
a Divindade ofendida e a criatura repara-
dora. Mas o Divino Salvador , em sua in-
finita bondade e misericórdia, .vem em
auxilio de nossa pobreza e impotência.
deixando-nos na Santa Missa a Si mesmo,
em sacrlficlo continuo de reparação.
- 59 -
Diariamente percorre o mundo inteiro,
afim de se oferecer à divindade irritada
pela humanidade pecadora.· Sigamo-lo,
pois, espiritualmente, de altar em altar,
e tomemos parte em todos esses Santos
Sacrificios da Missa, imolando-nos e ofe­
recendo-nos, em união com a Vitima Di­
vina. Unamos constantemente nossas • ora­
ções, nossos trabalhos, sacrifícios e sofri­
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mentos a esse Sacrifício infi11itamentc.


precioso ! Então, apesar de toda a nossa
miséria, tudo isso se torn�rá de • grande
valor para a reparação. - Seria muito lou­
vavel, .por isso, fazer u� pequen9 ofer�ci­
mento, mais ou menos 'no princípio de ca­
da. hora, recomendando-nos em todas as
Santas Missas que naquela hora serão
. '

celebradas em -qualquer parte da terra,


unindo nossos trabalhos, fadigas e sofri­
mentos ao Sacrifício -Eucaristico e ofertan­
do tudo pelas sublimes i�tenções do pró­
prio qoração de Jesús no Santo ·Sacrifício.
Além de éausar grande prazer ao Salva­
dor, esta prática é extraordinariamenw
meritória para nós mesmos, pois; que as­
sim recebemos uma parte mais abundante
nos efeltos das graça� prodtgal�adas pe­
las Santas M_tssa,.
Mas, para evitar mal... entendidos, cum­
pre declarar expressamente q11e basta
recomendar--nos .- em tcfdas as Santas
- 60 --

Missas do dia inteiro, ao renovarmos a nos­


sa bôa intenção na oração da manhã, e
·pedir então· ao Divino Sumo Pontífic�
queira oferecer-nos também em todas,
unidos a Ele, com todos os nossos traba-
Jhos e sofrimentos, em sacrifício de repa­
ração.

4.0) Visitas ao Santíssimo Sacramento.


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Para uma alma-vítima será,. além dis­


.-so, também uma doce necessidade visitar
1nultas· vezes o Divino Salvador no Santís­
simo Sacramento. Ah ! o Redentor fica
f:requentE;mente multo tempo sózinho, não
só durante as horas tão longas da noite,
mas também durante o dia; e, entretanto,
só por amor de nós ali permanece, afim de
não nos deixar sózinhos, como pequenos
órfãos abandonados neste vale de lágri­
·m.as; e reserva graças imensas e inúmeras
para aqueles que querem fazer-lhe compa-
nhia, em sua solidão. Mas quem pensa nes-
te Divino Coração amante, no Santíssimo
..Sacramento, neste Dulcíssimo Coração, que
palpita e pulsa misteriosamente por nós,
:pobres criaturas lngra�as ?
Ah r são tantos os que passam pela casa
de Deus, sem entrar, para ficar junto dêle
um quarto de hora slquer, embora facil­
mente pudessem fazê-lo I Nem pensam
nêste fiel e ·apiante Coração Divino, qu�
- 61 -
lhes parece ser ma.is Indiferente que qual­
quer outro coração humano.
Não é um doce dever para ·as almas-ví­
tiinas visitarem o Salvador e repararem,
pelo seu fiel amor, a frieza e indiferença
dos outros?
Esta solidão do Divino Salvador no Ta­
bernáculo doia profundamente ao Coração
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da Revma. Madre Maria 9e Jesús, a.piedo­


sa fundadora da Congregação das FiJbas.
do Coração de Jegús. ..
Quando ainda estava no mundo, passava..
por isso horas inteiras em profunda adora­
ção, diante do Santíssimo Sacramento.
Perguntando-lhe alguém uni. dia o que di..;.
zia ao Divino Salvador, nessas longas ho­
ras, respondeu-lhe-: "Digo-lhe qu, deseja­
ria ter milhares �e co�ações par� lhos
dar, milhares de vidas, para lhas -�fere-·
'cer, milhares de almas para lhas condu­
zir".
Levada por esse desejo de dar reparação
ao Salvador pela frteia e -indiferença da.
pobre humanidade, -procurou, desde oii' pri-­
meiros dias de existência da sua Congre­
gação,_ .C0I1$e1Uir-lhe a grande graça de­
conservar exposto solenemente o Santíssi­
mo Sacramento da manhã à noite, todos
os dias, na Capela do seu pequenino con­
vento •.
-- 62 -
Em todas as viagens que fazia, saudava
o Divino Salvador em seus Tabernáculos,
logo que á. vista va de longe a torre de uma
Igreja ou Capela. Era também o seu tra­
balho predileto, sempre que podia, enfei­
tar o altar e com terno cuidado ela mes­
ma preparar tudo para o Santo Sacrifí­
cio da Missa. Esforçava-se sempre por
adornar com o maior �splendor e pompa
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a morada eucarís._tica do seu amado Mes­


tre, o que manifestou um dia com as se­
guintes palavras: "Ah! meu dulcíssimo
Salvador, oxalá possulsse eu todas as ri­
quezas do mundo, para vo-las oferecer!"
E em outra ocasião declarou: "Outrora eu
gostava muito de luxo e de pompa e se ti­
vesse_ ficado no mundo, esta inclinação
poderia ter-me sido fatal. Agora que deixei
tudo pott amor de Deus, posso seguir esta
inclinação, sem �eceio e sem restrição e
�ercar meu Salvador de todo o esplendor,
que me fôr possivel". Que magnifico mo­
dêlo para as almas-vítimas! Houvesse
em _cada comunidade unta destas nobres e
generosas,
.' almas,· oh ! então estaria bem
assegur�da a ornamentação da Casa de
Deus; então de certo não teria o Salva .­
dor, em parte alguma, de ver em sua morá­
da teias de aranha; então, não consistiria
todo o enfelte do altar em algumas flôres
de papel desbotado; e também não haveria
uma só Igreja onde o ·salvador tivesse de
- 63 -

ficar sózinho o dia inteiro, descontando


apenas a meia hora da Santa Missa. Oh !
que consolação e alegria daria ao Coração
Divino uma tal alma-vitima. Mas tam­
bém como seria recompensada -�copiosa­
mente! Não querias ser uma destas almas?

5) - Guarda de honra.
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Outra devoção que as almas-vítimas


podem pôr em prática, é montar guarda
d.e honra a Jesús Sacramentado. Mas em
que consiste a guarda de honra ? Consiste
em escolher uma hora do dia para montar
guarda a Jesús no l;SS. Sacramento, quer
na Igreja,_ diante do Tabernáculo, quer
pondo-se em espírito diante do Sacrário,
para consolar pelo seu dedicado· amor o
Divino Coração de Jesús, na acerba dôr que
lhe causa o esquecimento e ingratidão dos
homens, aos quais am� tanto, dos . quais,
porém, é tão pouco amado, que bem razão
tem a Santa Igreja, no ofício da festa do
Sagrado Coração, em fazer .dizer ao Salva­
dor: "Meu- �oração aguarQa · ultrajes e
miséria. Oes�jei encontrar' quem tivesse
çompalxão de mim; nias debalde. Procu­
rei um consolador, mas não achei!" (Sal­
mo 68, 2).
A primei&. iniciativa da -Guarda de hon­
ra partiu de Santa Margarida Maria Ala­
coque ! Numa visão com qye foi agracia-
- <>4 -
da, se ofereceram oR Anjos de Deus para
fazer com ela uma allança, afim de a
substituir diante do Santis.�lmo, durante
os trabalhos caseiros da serva de Deu&.
Essa aliança foi então realmente celebra­
da e solenemente selada ou, como diz a
Santa, foi gravada pelos Anjos com letru
de ouro no Sagrado Coração para sempre.
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Santa Margarida Maria desejava, porém,


que esta prática piedosa fosse também
seguida por muitas outras almas. O Divi­
no Coração deseja ardentemente que as
almas fiéis se unam ém espírito aos San­
tos .Anjos especialmente- destinados a ex­
ternar-lhe honra e amor· no SS. Sacra­
mento, afim de que intimamente unidos a
nós, enviem a Jesús, por nós e conosco,
ardentes suspiros- e orações, lhe prestem
nossa homenagem e amem de modo ma.m
temo por nós e por todos e lhe ofereçam

reparação, por todas as irreverências que


diartaínente se cometem diante da. Sua
Diviná Face. · •
No comêço da hora de guarda, durante
a qual n� é necessário interromper· o tra­
balho, dlrlglndo-nos em esplrlto a9 Taber­
náculo, adoramos a Jesús no 88. sacra­
mento, oferecendo..Jhe todos ·os pensa­
mentos, palavras, obras e sofri&entos, par­
tlculannente, 'porém, o desejo de consolar
o seu Divino Coração, por um amor ge ...
·-- fl5 -

11eroso e fiel. Durante esta hora procure­


mos pe11sar o mais posslvel no querido
Salvador. despertemos pelo menos uma
Yez um áto de amor e ofereçamo-lhe t:m
sacrifictozinho qualquer. Não, ha, porém,
obrigação alguma; basta a bôa vontade e
cada alma pode seguir o impulso do seu
coração e de sua piedade, para santifica1·
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esta hora abençoada.


Durante a hora de guarda ofereçamcs
ao Pai Celeste frequentemente o Sangue e
a Agua tão preciosa que brotaram da
chaga do Divino ·coração, como sacrifíclo
de reparação e satisfação pelos pecados
dos homens e pelas ·necessidades da Santa
Igreja.
As almas-vítimas devem tomar a peito
a nobre tarefa da Guarda de 'Honra, mas
procurar realizá-la de um modo ainda
mais perfeito.
Não devem contentar-se em consagrar
uma hora sómente do dia ao .Sagrado Co­
ração de Jesús, para o consolar em seu
abandono sõbre os altares, mas devem pôr
a seu santo servlçQ toqas as horas, pois
que o dia inteiro, com todos os seus tra­
balhos, sacr1fic1os e sofrimentos,. deve sei'
consagrado à reparação das ofensas fei-
tas ao Divino Coração.
- 66 -
6) - Hora Santa.
A lntclatlva também dessa devoção par­
te do próprio Divino Salvador.
Numa de suas aparições disse Ele a San­
ta Margarida Maria: "Em cada sema­
na, na noite de quinta para sexta-feira,
far-te-el compartilhar da tristeza mortal
que eu quis sentir no Monte das Olivei­
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ras; esta tristeza há de levar-te a uma


agonia mortal, mais penosa do que a pró-
pria morte. Deves acompanhar-me na
humilde oração que então ofereci a meu
Pai Celeste, em minha angústia. Por isso,
entre onze horas e meia noite, hás de le­
vantar-te e ficarás comigo durante uma
hora, prostrada com a face por terra, tanto
para aplacar a cólera divina, implorando
misericórdia para . os pecadores, como para
venerar e suavisar de . . modo
certo . a amar-
gura que então sentí, pelo abandono de
meus discipulos e que me levou a censu­
rá-los, por não poderem velar uma hora
comigo".-
A Santa foi fiel à prática dessa hora de
adora�ão e o Sagrado Coração, que Jamais
se deixa vencer em generosidade, recom­
pensou-a com inúmeros favores. Segumdc.
o exemplo da Santa Margarida Maria,
muitas outras almas piedosas adotaram
a mesma prática e o Banto Padre Pio IX
concedeu uma indUlgêncla plenária a�
- 67 -
associados do Apostolado da Oração, sem­
pre que fizerem a Hora Santa depois do
pôr do sol de quinta, até o levantar do sol
na sexta.-feira.
Leão XIII permitiu que fosse praticada
em comum e publicamente a qualquer ho­
ra, em qualquer dia, com a mesma indul­
gência plenária. Para ganhar a indulgên­
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cia, basta passar em oração o tempo pres­


critO', segundo a referida intenção. Pode­
�, pois, fazer a Hora Santa na Igreja ou
em casa, no quarto: ajoelhado, - em pé ou
sentado, e escolher as orações que se qui­
serem.
Pode-se, por exemplo, fazer primeira­
mente uma leitura espiritual sôbre a Pai­
xão de Cristo, depois meditar sôbre o que
se �u, em seguida fazer a Via-Sacra ou
rezar o terço doloroso ou outras orações.
Sómente é preferivel que nos ocupemos
particularmente com a Paixão de Cristo,
sobretudo com stia agonia no Monte das
OlJYelru,
"Enquant.o mllhares de- criaturas Ja1em
em doce sono e milhares também se en­
tregam ao vicio", diz um piedoso mestre,
''deve haver por todo o universo mllha:res
de almas que implorem ao c6u perdão e
mtserlcórdla, que ofereçam reparação e
aatlsfa�ão pelos pecados da noite. Pola
- 68 -

quantas vezes não serve a noite de manto


para cobrir o vicio 1 ..•
Os maiores e mais horríveis crlr.aes co­
metem-se exatamente durante a noite
sombria; pois o pecado odeia a luz. Quem
pode contar-, de fato, os pecados notumoa
da embriaguez, da impureza, os assassi­
natos, os roubos ? E a quantas profanações
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não está exposto muitas vezes o próprio


Balvador, no santíssimo Sacramento I Os
Santuários são arrombados; nem diante
do Santíssimo recuam os criminosos-: aa
Hóstias consagradas . são espalhadas no
chão, os vasos. sagrados são roubados. E
não haveria quem quisesse ·reparar tais
crimes?
Quantas horas de sono se sacrificam,
no correr do ano, a serviço do pecado ?
Milhares de criaturas dedicam grande
parte da noite, a noite inteira até, ao go­
zo, ao t;eatr o, à dansa. E não seria pOSSivel1
com um pouco de bõa vontade, velar du­
rante uma hora com o Salvador, sacrificar
uma parte do _repouso da noite por amor
daquele que outrora, na sua vida terr.ena.
velou por nós mais de uma noite em ora­
ção?"
Este apêlo merece realmente ser ouvido
e atendido pelas almas-vitimas, piedosas
consoladoras do CQração .Divino.
- 69-
'1) - O oferecimento do Precioso Sangue.
Outra prática multo recomendável para
as aln1a�-vitimas, é o frequente ofereci­
mento ao Pai Eterno do Sangue e Agua
tão preciosos, que manaram da chaga do
Divino Coração de Jesús, após· o golpe da
lança de Longino.
Renovemos, muitas vezes durante o dia
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esta oferta valiosa do Sangue precioso, que


foi o prêço inestimável da nossa salvação
e ofereçámo-lo pelos três fins do nosso
Apostolado: em reparação pelos pecados
nossos e de todos os homens, pela conver ..
são dos pecadores e pelas intenções da
Santa Igreja, especialmente, porém, pela
santificação dos sacerdotes católicos e dos
religiosos e afim de lhes alcançar todas as
graças que lhes são nece�sárias, para po­
derem triunfar das perseguições que con...
tra êles provoca ·o inferno, nos tristes dias
de_ hoJe. Digamos frequentemente: upaJ
Celestial, recebei em sacrificio de proplcla-­
ção pelas necessidades da Igreja, e de re­
paração pelos pecados dos homens, o pre-­
ciosíssimo Sangue e Agua que manaram
da Chaga ,do Dlvlno Coração de Jesús e
tende piedade de nós I Assim seja. (Ql..
tenta dias de lndulgêncl�, cada vez. Pio
IX, 13 de junho de 1876) .
Na segunda parte deste Manual encon-­
trarão as almas-vitunas algumas belas
70 _·

oraçõezlnhas, que multo podem auxiliá­


las a pôr em prática todas estas piedosas
devoções, tão gratas ao Coração Divino.
A primeira parte da nobre tarefa das al­
mas-vitimas, o primeiro melo poderosÚJ..
simo de que se devem servir, para bem po­
der cumpri-la, é a oração. A oração é o
maior poder do mundo, pelo qual tomamos
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parte nas deliberações da onipotência di­


vina, Influindo assim na direção do uni­
verso, pois as palavras infaliveis do Divi­
no Mestre nos asseguram: "Tudo que pe­
dirdes a meu ��i em meu nome, fazendo
oração com fé, haveis de alcançar!" Mas
o sinal característico das almas-vítimas é
nntr a oração a_o sacrifício, o que lhe re­
dobra infinitamente os méritos e o poder.
A vocação da alma-vítilna não exige de
nós, porém, absolutamente nada de. ex-­
traordloáTio; basta que façamos os átos
comuns, de um modo tão perfeito quanto
nos seJa possivel, nas condições em que
nos achamos. E' natural, porém, que haja
graduação no espl�lto de sacriticio, pois
que alguma.a almas são mais gener�s e
outras mais fracas. Não é necessário, en ..
tretanto, aspirar desde logo ao mais alto
gráu do espirlto de sacrlticlo; é suficiente
que se tenha a firme vontade de aceitar
em espfrito de reparaçãQ tudo o que nos
sucede, no decurso normal da vida. Estu-
- 71 -
demos, pols, o segundo melo de que se
hão de servir as almas-vftlmas, para cum­
prirem a sua tarefa sublime de reparr.ção
e amôr.

B - Segundo me.lo : o 11crlfíclo


O primeiro crau do· espírito de sacrllielo
- A aceitação paciente da cruz
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e dos sofrimentos
1 - A primeira resolução da alma-viti­
ma deve ser, pois, aceitar corajosamente
todos os sacrificios que Deus lhe impõe e
que ela, portanto, necessariamente deve fa­
zer, porque absolutamente não pode esca­
par-lhes. E deTe fazê-los animosamente,
na intenção de dar reparação ao Divino
Coração de Jesús e concorrer para a con­
versão dos pecádores e a santificação· da
clero. A alma-vitima entrega-se lem re­
serva ao Coração adorável de Jesús, afim
de que dela disponha como lhe agradar.
Consente de antemão em aceitar com
amor, com plena resignação e decldlda
constancia, em espirita de reparação, to•
dps os sofrimentos e provações corporais.
e1plrituals e morais com que Nosso Se­
nhor houver por bem vlsltá--la.
2 - "Mas, se eu me oferecer assim sem
reserva ao Coração de Nosso Senhor, não
me enviará Ele então uma cruz bem pesa-
- 72-
da ou uma desgraça após outra ? Prefiro
então não pertencer ao Apostolado das
almas-vitimas, pois meus ombros .são fra­
1

cos demais para carregar a cruz., E' um


pensamento que efetivamente in1pede
muitas almas fracas de entrarem para es­
ta bendita Obra: receiam atrair sôbre si
cruzes de toda espécie. Mas, como diz
um ilustre sacerdote jesulta, cuja pena
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magistral ilustro� as páginas do "Mensa­


geiro do Coração de Jesús", (Insbruck)
este temor é completamente infundado.
Oferecer-se a Deus como alma-vítima, não
quer dizer; "Peço-vos, Senhor, que me, deis
muitos sofrimentos; provai-me pela enfe�­
mldade; cumulai-me de tormentos
, espiri-
tuais, desolações, aridez de espírito, aban-
dono interior: destrui todos os meus am­
paros terrenos; tomai-me meus bons aipl­
gos, mfpha fortuna, minha honra ! " Real­
mente Jsso seria multo imprudente, porque
não sabemos se nossos ombros não seriam
esmagados por uma••-tal �rga. Os sofri­
mentos podem tornar-se também uµi pe­
rigo para nós, se exgotarem demasiada­
mente as nossas forças; podem ser uma
tentação para a impaciência� para o des­
animo e para a. desconfiança. Por isso es­
creve também Santa Margarida Maria
Alacoque, numa carta a uma religiosa da
Visitação, depois de haver descrito com
palavras entusiásticas a excelência da
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Omola per lpsum


- 74 -
cruz e a sua sêde de sofrimentos: "Nio
quero dizer com isso que devemos pedir
eruz e sofrimento, pois o mais perfeito é
nada deseJar e nada recusar, mas aban•
donar-se ao puro amõr, afim de ser cruc1-
flcada ou humilhada, segundo lhe agra­
dar".
Sio Francisco de Sales escreve Igual­
mente: ''Sl a Divina Providência permitir
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que lhe venham sofri!nentos e ofensas, não


os recuse, mas aceite tudo calmamente e
com amôr ! Mas se a Providência Divina
nãO lhos enviar.� ou permitir ,que nenhum
mal lhe sobrevenha, também não deseje,
nem así:>lre a mal nenhum ! Acho que não
1

devemos pedir amarguras para o nosso co­


ração; como outrora ·o Divino Salvador;
pois nó& não podemos dominá-las como
Ele. �a nó� basta que as suportemos pa­
cientemente".
;

Não é, pois, necessário, nem mesmo


acónselhavel pedir formalmente cruz e
sofrimento para ser alma-vitima.
3 - Mas quem ae consagra como alma�
vitima reconhece o valor pfec1oso dos so­
frimentos e declara--se pronto a aceitá-los#<
para maior glória de Deus e não ije opôr,
quando o Senhor quiser provar-lhe a fide­
lidade, para torná-lo semelhante a Ele,
dando-lhe a sentir os espinhos_ que lhe
cercám o Sagrado Coração.
- 75 -
A alma-vitima entrega-se ao Pai Celes­
te, decidida a aceitar de sua mão todos os
golpes e não fazer como os filhos mima­
dos, que se irritam e se revoltam diante da
severidade paterna. A alma-vi tlma sabe
que o Salvador não lhe manda nem per�
mite sofrimento algum, que não seja para
seu bem e que só pelo amor à cruz é que
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ela póde manifestar-lhe o seu amor e gra�


tidão por tudo quanto Ele fez e sofreu por
ela. Sabe que amar e sofrer são dois raios
do mesmo sol, duas virtudes gêmeas e por
Isso inseparáveis. Quem· ama, que� sofrer
pelo objeto amado.
Sabe também que pelo sofrimento se
salvam mais almas do que pelos sermões
mais brilhantes e que é pela cruz e os so­
frimentos que se formam ao mesmo tem-.
po os santos e as obras santas.
"Lembrai-vos, dizia um ilustre ·jesuita�
que, na Igreja, toda bênção verdadeira é
precedida e acompanhada do sinal da.
cruz".
E' certo também que o Salvador resPon ..
de, por vezes, a essa generosidade de um
modo que dóe à natureza senalvel. Ma.a
tambêm é certo que Ele nos dá ·então gra-.
eas abundantes, para podermos suportai•
alegremente o sacrlficlo que de nós deseja ..
para carregarmos com resignação e amor
- 76 --

a cruz que nos impõe. Deve ser, pois, stm ...


plesmente natural para uma alma-vítima
aceitar pacienten1ente, em espírito de re ..
paração, toda cruz e todos os sofrimentos
que o Salvador achar bom enviar-lhe,
pois não sómente ela se oferece para esse
fim, como é também, além disso, simples�
mente se11 dc�er de cristão, pois, do con­
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tr�rio, incorreria também na ameaça do


Salvador; "Quem não carrega a sua cruz,
não póde ser meu discipulo". Não preste,
pois, ouvido à voz da natureza, que gosta
muito de se queixar, quando Deus lhe en­
via cruz e sofrimento pesado: "Ele me fe­
re tão profundamente e sua mão pesa sô­
bre mim." Que tens a temer de tão cari­
nhosa mão, que por amor de ti foi tras­
passada e eravada na cruz ? "Ele me con­
duz por veredas tão fngremes e espinho­
sas ! " Mas se não há outro caminho, para
te levar ao céu, preferes então perder-te
para sempre ? 4caso não trilhou o Salva­
dor, antes de ti, e por amor de ti, o cami..
nho dos sofrimentos ?
"Ele me dá um cálice cheio de amargu­
ra''. E' verdade, mas lembra-te que é teu
Redentor quem te dá. Como poderia Ele,
que te ama tão profunda, tão infinita, tão
dl�lnamente, resolver-se a fazer-te sofrer
e proceder com severidade para contigo,
se isso não te fosse extremamente provei...
-r- 77 -

toso e até multfsslmo necessário? Só este


pensamento jJ 110s deveria levar, não ,ó..
mente a aceitar de bom gro.do, mas tam­
bém a amar até as disposições divinas apa­
re11temen te mais insuportáveis. Aceita,
pois, coraJosapiente a tua cruz e oferece-a.
a teu Salvador, em reparação, por mais que
a misera natureza humana recalcitre 1
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Quem sabe, aliás, se nos esperam gran­


des provações ? Si, porém, nos oferecer­
mos voluntariamente muitas vezes, para,so­
frer tudo em espírito de reparação, Já não
nos magoarão tanto, no caso· de Deus as
mandar efetivamente.
"Resigna-te, pois, desde já a, tudo à que
Deus· quiser -mandar-te; renuncia frequen­
temente diante dEle a todo o desejo, toda
a vontade de conservar e aumentar tua
fortuna, tua. saúde ou teu bom nome.. e
assegura-lhe que estás pronto a sacrifl•
car-lhe tudo ...
Fôrça tua vontade a concordar com
P.Me sacrifício· e não cesses de esforçar-te.
até que ela esteja perfeitamente pronta
a querer tudo o que Deus quer e !\áO ane­
rer nada daquilo que Deus não quer I" As·
sim se exprime um ilustre sacerdote, o Pa-.
dre :t'ehen, em seu livro: "Caminho da paz
interior" (I, 3).
- 78 -

O abandono sem reserva à Divina


Providência
A vocação da alma-vitima impõe-lhe
necessariamente o abandono sem reserva
à Divina Providência, pois que se declara
pronta a aceitar das mãos de Nosso Se­
nhor tudo quanto Ele lhe enviar, não só
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consolações, mas também cruz e sofri­


mentos.
1 - E' este o desejo expresso do Divino
Coração de Jesús. Na'da pediu o Salvador
mais instante e frequentemente à sua dis-
cípula predileta e alma-vítima perfeita,
a Santa ,Margarida Alacoque, do que jus­
taro�ntê este completo abandono, sem re­
serva .
"Quero, disse-lhe Ele, Ql.J.� te abanãones
completamente à minha Providência, quer
eu te cumule de ternuras, quer eu te pro­
ve com sofrimentos. Deves desejar e pedir
sómente
. o que Eu te inspiro''.
''Eu sou teu guia, a quem te deves entre­
gar completamente, sem preocupa.�ão e
sem atender a teu próprio "Eu"; pois só
te faltará socorro, quando ao meu Coração
faltar o poder". .
"Nada temas e deixa-me fazer contigo
o que eu quiser 1. Meu amor quer brincar
contigo a seu gõato, sem que me oponhas
- - 7g
qualquer resistência. Então eu me respon­
sabilizarei até mesmo por todas as tuas
faltas e nada perderás com isso".
"Abandona-te, pois, completamente ao
meu divino beneplácltQ e deixa-me cum­
prir meus designios para contigo, sem que
te metas em cousa alguma". Assim deseja
também certamente o Salvador de cada
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alma-vitima, que se entregue sem reserva


à stla divina vontade, que não· alimente
mais desejo algum que 11ão esteja de acôr­
do com os santt�simos desejos de Jesús.
Um dia em que Santa Margarida Maria
se sentia perturbada, pensando 'em sua
miséria e em suas _faltas, disse-lhe o Sal­
vador: "Então nã,o te basto Eu? Que te­
mes ? Póde uma filha que é amada como
tu és por mim, perder-se nos braços do
Onipotente ?"
A mesma pergunta póde o Salvador di­
rigir a cada alma-vítima, pois é indubitá­
vel que ela pertence ao número dos filhos
prediletos de Deus, cumulados de graças
preciosas. E assim poderia acaso se per�
der, entregahdo-se aos braços da Divina
Providência ? Não, é lmposslvel, só pôde
perder-se, ao contrário, si se retirar dQS
braços da Divina Providência.
Correspondamos, pois, ao de�ejo do D1�
vlno Salvador e não nos preocupemos com
- EO-
o futuro, mas entreguemos a Deu.; esse
cuidado!
2 - Este abandono sem reserva à Divina
Providência é também sempre acentuado
nas cartas de Santa Margarida Maria.
Ela escreve, por exemrlo, à sua mais fiel
amiga e que melhor se compenetrava do
seu espírito, a Irmã de la Barge, da mesma
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Comunidade -religiosa: "Precisamos pro­


curar alcançar uma perfeita conformida­
de com a santíssima vo11tade de Deus.
Para esse fim, devemos abandonar-nos tão
inteiramente à mesn1a, que nosso. único
cuidado -seja afastar tudo quanto possa de
qualquer modo se lhe opôr .
. Deixemos o Sagrado Coração fazer em
nós, conosco e por nós o que lhe aprou­
ver, afim de que Ele nos livre e aperfei­
çôe inteiramente a seu modo e segundo
seu benepiácitd ! . . . Oxalá reconhecessem
todos quantos progressos faz a alma que
se eleva, chegando a este completo aban­
dono de si mesma ! "
"Deve entregar-se completamente à
direção da Divina Providência'', es­
creve a santa a uma Religiosa de suB,
Ordem, "aceitando tranquilamente, do
mesmo modo, alegrias e sofrimentos, paz
e luta, saúde e moléstia. Não peça nada.
não recusé nada, mas estejá pronta a fil­
zer e sofrer tudo o que a Divina Providên-
- 81 -
eia lhe enviar ! Escolha, pois, para sua Ja­
culatória, em todas as situações e aconte­
cimentos: "Fiat voluntas tua !" Senhor,
seja feita a vossa vontade. Eu me entrego
inteiramente a vós".
Oxalá adotassem todas as almas-víti­
mas esta áurea máxima: "Não pedir na­
da; não recusar nada.!" Que profunda
sabedoria encerra ! Nós, criaturas huma­
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nas, somos pouco perspicazes: por isso im­


ploramos frequentemente, com orações
fervorosas, uma graça cuja concess�o só
nos traria prejuizo, enquanto nos revolta­
mos tantas ,·ezes, com todas as fôrças,
contra um golpe da Providência Divina,
que teria, entretanto, por consequência o
nosso verdadeiro' bem. Quantas vezes re­
conhecemos nós mesmos muito bem, anos
ma!s tarde, que justamente -o ·que a Pro­
vidência Divina dispôs, era o melhor para
nós, e só a nossa falta de perspicácia 11ão
quis reconhecê-lo dantes.
Almas-vitimas, não implo�eis, pois, nada�
nem tampouco recuseis nada, mas entre­
ga� tudo à amorosa e sapientíssima direção
da Divina Providência! Queremos citar
outra niáxjma, verdadeiramente áurea, de
S�nta Margarida Maria: "Aprende a aban-·
donar e esq�ecer-te -' a ti mesmo, entre­
.
g�do-te tnteiramente à Providência do
Dlvlno Coração, como uma estâtu� nas
-- 82 --

1nãos do escultor, afim de que possa es­


culpir-te a seu gôsto". Oxalá todas as al­
mas-vítimas permanecessem tão tranqui­
las nas mãos da Divina Provldê11cia como
a pedra 11a mão do escultor! Então Nosso
Senhor, com sua hábil mão de 111estre, em
breve faria surgir da pedra grosseira e
aniorfa uma imagem sagrada, de maravi­
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lhosa beleza. Mas ai ! quantos erram neste


ponto, mesmo entre as almas piedosa.43 !
Qual é a consequência ? O Senhor tem de
aplicar mais frequentemente o cinzel e
bater nele mais vigorosamente com o mar­
telo, para que os· cantos, arestas e des­
igualdade-, pouco a pouco desapareçam,
apesar de tudo � a alma se torne suá bela
imagem; a diferença é que, em consequên­
cia desta resistência e oposição, leva mui­
tos anos a alcançar este sublime fim, o que
poderia ser obra de poucos meses.
3. Ouçamos sôbre este ponto importante
ainda algum outros autores. Santo Iná­
cio escreve: "Poucos homens compreen­
dem o que De\18 farla deles, se quisessem
-dar--lhe plena liberdade de agir. Um tron-
co de árvore- rude e amorfo é tra:n&forma­
do pela habtlldade do artl$ta nun1a bela
estátua. Muitos que mal merecem o nome
de ·cristãos, se tomariam santos. se não se
opuzessem aos deslgnloa de Deus e aos in·
.fiuxoa da graça".
- 83 -

certamente, só à custa de sacrifício é


que podemos abandonar-nos sem reserva à
Divina Providência. Mas não é justamen­
te a vocação da alma-vitima ? Ela deve
estar pronta para o sacrifício. Este aban­
donQ à Providência Divina é um sacrifí­
cio, aliás necessário, entretanto, ao mes­
mo tempo, muito agradavel a Deus.
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O ilustre autor a que já nos referimos,


Padre Lehen, S. J., na sua obra "Caminho
da Paz", escreve: "A submissão de nossa
vontade é, de fato, o sacrifício mais agra-
<1ave.l a Deus ,e que mais O glorifica - é
o áto mais perfeito de amôr, a virtude
ma� sublime, a mais meritória e não há
dúvida alguma de que, por meio dessa
submissão, adquirimos a cada momento
tesouros , incomparáveis de graças e em
breve tempo juntamos méritos lndlzivel­
- .
mente abundantes para a eternidade••.
E1 taml>ém indubitavelmente Cl,rto que,
por meio dêste sacrifício, podemos cum­
prir a nossa santa vocaç:ão:. reparadora.
Todas as almas-vitimas devem, por Isso,
tomar a peito, como si fossem dldgidas a
elas, a exortação de Santa Teresa a suas
filhas espirituais: �•Quando fizerdes or&.­
ção, não tenhais outro propósito ·stnão o
de esfor�r•vos o mais ·posslvel por tornar
vossa· a vontade. dlvln�. �leal certa.-; de
84 -
que não l1á perfeição maior que P.sta con­
formidade, e que aquele que com mais
àrdor envida esforços para esse Ilm,
receberá as mais abundantes graças e
progredirá mais depressa na vida interior.
Crêde-me, é este o grande segredo, sôbre
este ponto sómente se baseia nossa salva­
ção". E por este meio, também nós acres­
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centamos - nos tornaremos genuínas al­


mas-vitimas, almas reparadoras do Di�
vlno Coração:
São Clemente Maria Hof.bauer costuma­
va dizer: ·"O melhor meio para se tornar
santo, é afundar-se como uma pedra no
mar da vontade divina e como uma bola
deixar-se sacudir e atirar por Deus de um
la:do para outro". Voltamos sempre cheios
de alegria para junto de ·Deus, qua11do
�le atira a sua bola para o alto, isto é,
quando nos leva à graça da contemplação
e nos cumúla de doces consolações; mas
devemos també� voltar com gratidão,
qt1ando Ele atira ao chão a sua bola, isto
é, quando nos manda uma humilhação
bem profunda.
Digamos então também: "Meu Jesús,
obrigado, por me terdes humilhado; pois
sel que assim é bom para mim. Si fôr,
pois, para vossa glória, podeis envl�r-me
nova humllhaçãQ. Eu me oferecf a Vós co­
mo alma-vitima apost.ólica, para que pos-
-65-
sall dtapõr de mim &el'Undo o �
agrado".
Deve-ae, entretanto, confe.uar que hte
abandono 1em reserva à Divina Provtd6n�
cta nem aempre f tão fácll. A Provldêncta
Dl'Vlna dtrl1e-noa frequentemente de um
modo singular; conduz-nos por camlnhol
ásperos e tenebrosos, onde o nosso � qua­
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al sempre tropeça naS pedras; por atalhoa


onde, com . nossa sagacidade. e prudência
humana, não achamos saída'; abandonar­
se então constantemente de bôá vontade
à direção da Providência� sem pergantar:
"Porque? Para que?" - é realmente di­
ficil, multo dificil. Muitas almas não po­
dem elevar-se a tanto; disputam com o
bom Deus e· queixam-se de que as aban­
donou e não lhes atende mais à súplica
ardente e esquecem-se assim que os carn••
nhoa de Deus não são os caminhos huma..
nos, que Deus vê mais longe do que nós,
pobres crlat�,;as de vistas curtas, e sabe·
melhor o que convém·'à nossa salvação do
que nós, que frequentemente só buscamos.
o -que llaonJela noua natureza e aatiafaz.
o nosso amor próprio.
Oh I tenhamos a tlnne convlcoão de que
a Provldêncla lnflnltamente amorosa de·
DeUI aó tem em vista o nosao verdadeiro
bem, quando nos envia penoaaa provações.
81 De\18 nos deacobrtue 01 1randloaos pla�
- 86-

nos de sua sábia Providência, de modo


que pudessemas vê-los em toda a sua gran­
deza, como os veremos na eternidade, fica­
riamos arrebatados de admiração. Mas
onde estaria então o nosso merecimento ?
Justamente-porque nos aban·dônanios con­
fiantemente à sua divina direção,. embora
não lhe conheçamos a infinita sabedorta
e bondade, é que glorificamos a Deus; as-
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. sim jllStamente é que lhe damos também


reparação pelas Queixas e blasfêmias da­
. queÍe.$ que se revoltam contra a di�eção da
Divina: �Providência.
Para tranquilizar- as almas de aspirações
elevadas, - devemos ·h-dizer-lhes expressa­
mente : desde já ·que a maior parte � delas
serão submetidas para esse fim a prova­
ções --bém penósas. A ,esse respeito escreve
o Padre Grou, B. J., no "Manual das al­
más interiores": "Quando uma •alma se
entrega inteiramente a Deus, Ele lhe ins-
pira:, primeiramente a máxima confiança
Nele, a mais tli'me fé em suas palavras e
promessas, o mais perfeito abandono à
BUa direção. Depois, porém, é de seu agra­
do provar de todos os modos esta confian­
ça, agir aparent�mente contra o que Ele
diz- e prpmete, al,�_11-donar de um_ certo mo•
do �queles .;que. Be lhe ,eutregam, .colocâ-Ios
nJJDl : estado �/de t;cét_as ... t_ão.. estranhas, de
mu�z eSl>ltltual .e_· deaolação in��;rlor, que
-87-

eles não sabem mais em que param e


-crêem, por assim dizer, que Deus Jurou
perdê-los. Mas se essas almas, apesar .dis­
so, perseveram no serviço de Deus e não
se tornam negligentes em nada, mas pou­
co a pouco ·1he sacrificam os seus mais ca­
ros Interesses, si no intimo do coração
elas espefaD\ contra toda a esperança, ,co­
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mo diz �- Paulo, elas dão assim a Deus


a maior glória possivel e Juntam um te­
souro imenso de méritos".
Sim ! tais almu são realmente almas-­
vitimas apostóH.cas.
� abandono sem reserva à direção
divina, m&,no em provações penosas, pa­
rece, aliás, maravilhosamente ideal; e,
entretanto, devia ser propriamente muito
natural. Não poderemos realmente alterar
em nada a ação da Divina Providência
sôbre nós, se nos revoltarmos contra· ela
e lhe resistirmos; ao �ontrãrlo, assim tor­
namos a cruz e os sofrimentos tanto mais.
penosos e opressivos. Sejamos, pois, pru ..
dentes e .façamos da necessidade virtud�,
por amor do Divino Coração de Jesús, para.
reparar, para auxiliar o clero e salvar os
pobres pecadores !
Por outro lado, porém, 'convém salientar
que satisfazemos essencialmente as exi­
gências do Apostolado das Almas-Vithnas
- 88 -

Apostólicas, possuindo este primeiro grau


do espirlto de sacrlficlo, isto é: entregan­
do-nos sem reserva à Divina Providência,
aceitando de bôa vontade cada cruz e ca­
da sofrimento que o Salvador nos quiser
enviar, suportando-os todos com coragem
e constância, em espírito de reparação.
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As almas-vitimas apostólicas, porém, na


maior parte não se contentarão com isto;
na sua nobreza e. generosidade para -cmn
o Divino Coração de Jesus, irão mais lon­
ge. Hão de impôr-se também_ ainda sacri­
fícios voluntários; tomarão'até por máxi­
ma· jamais se d�sviar de um sacrifício,
mas aproveitar _jubilosamente as ocasiões
de fazer sacrifícios, Justamente porque
são para elas um meio excélente de reali­
�r a sua tríplice missijo. N� ve,rdad�, pe­
los saeriíícios darão reparação ao Divino
Coração, reconduzir-lhe-ão multas almas
transviadas, e atrairão a bênção · de Deus
para os sacerdotes, afim de que o Divino
Coração de Jesús seja ·multo particular­
mente- glorlficado ( por estes servos eleitos.
Esta triplice intenção deve pairar-lhes
senlpre diante dos olhos, em todos os �eus
sacrlficlos.

'
Segundo grau do espírito de 11crlfício:
- sacrifícios voluntários
Para a prática voluntária do espírito de
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sacrificio oferece-se a cada alma-vítima


um campo de ação imenso , quer esteja no
mundo, quer esteja no claustro.

Cumprimento fiel dos deveres de estado


Primelramenté pode uma alma-vítima
provar o seu espírità de sacrifício pelo
cumprimento fiel e integral dos deveres
de seu estado .
Deveres de estado são toãos os deveres
que temos a cumprir, segundo o nosso es-
tado e posição.
Estes deveres de estàdo sempre impõem
à nossa mísera natureza bastantes sacri­
fieios; pois os-·U&bal,llos de�-n� voc�o;
de$de & manhã cedo até �4e. da noite,
sejam-c::.quaü torem, são· afinal penosos e
fatigantes; praticá-los, apesar disto, sem­
pre com,zêlo e dlligênc ia, com paclênc�a e
bôa vontade, com constância e perseveran­
ça, é d1f1cll, é um continuo sacrifício de
nosso próprio "eu". Pois façamos todos es­
ses sacrificlos em espirlto de reparação e
não nos desviemos de nenhum deles I En-
- 90 -
tão seremos almas-vitimas. A respeito do
fiel cumprimento dos deveres de estado,
há para as almas-v-itlmas, 3 pontos Impor­
tantes:
1.0) Fugir das faltas voluntárias.
Um dia disse o Salvador a Santa Mar­
garida Maria: "Aprende de mim, que sou
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um Mestre Santo, que ensino a santidade.


Sou puro e não posso suportar a mínima
falta''.
O Salvador não se refere às faltas invo­
luntárias, em que caimos por irreflexão,
por precipitação, por fraqueza. Estas ha­
vemos nós todos de cometê-las ainda mi­
lhares de vezes, apesar da melhor bôa
vontade, do mãximo espírito de sacrifí­
'
cio; estão simplesmente ligadas à nossa
mísera natureza. O Salvador precisaria
primeiro transformar e espiritualizar com­
pletamente nossa natureza, tirar dela até
as últimas consequências .do pecado origi­
nal, para chegarmos ao ponto de não co­
meter mais tais faltas por fragilidade e
precipitação. Ele o� fará de certo, lá em ci­
ma, na eternidade, mas não agora nesta
vida-; nesta vida nos deixa fraquezas, mi­
sérias e fragilf dades, apesar da maior bôa
vontade e das nossas mais santas aspira�
ções; e certamente assim faz, movido- pe­
los mais sábios desígnios. Estas faltas►
- 91 -

mais ou menos involuntárias, não trazem


em sl proprlantente nenhuma ofensa a:
Nosso .senhor.
o Sal'lador · n�o se zanga conosco p0r
causa destas faltas, cometidas por fraque­
-, como a mie não se zanga com o "11-
lhlnho que aprende a andar e cál repetidas
vezes, nessas tentativas de ensaiar os· ;pri­
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meiros passos. A mãe tem sóme�te com­


paixão da fraqueza do filhinho e inclina­
se constantemente, com ·a maior ternura;
para o pequenito, para o ajudar a érgu_er­
se e- acaricia-lo quando s·e 'machuca.·
Assim . também o Salvador se compade­
ce de nós, de,sta noss& fragilidade, acolhe­
nos sempre com a maior ternura quando,
após tais faltas, com toda a humildade,.
voltamos a Ele. Por isso não_. devemos ab­
solutamente nos inquietar por causa des­
-tas raltas provenientes da. nossa fraqueza,

Ouça�os a respeito Santa Margarida


Maria: "Não sé deixe Jamais inquietar e
perturbar· por causa de suas faltas e mi�
sérias. Estas até são boas e proveitosas,
para rios conservarmos no conheclment�
de nossa miséria, o qual não nos deve
abandonar nem um instante slqu�r.
Enquanto nã·o houver ofensa a Deus, de­
vemos até achar bom ver-nds sujeitos a
tats misérias 1nvoluntAr1as, para a nossa
maior humtJhaoio .• ·."
- 92 -

E efetivamente, se não cometesscmos


absolutamente falta alguma, nem mesmo
por precipitação, então seria muito de re­
cetar ficarmos na vã complacência e jul­
garmo-nos presunçosamente até superio­
res aos outros. Por isso, para nos conservar
. na humildade, é muito bor,1 que _cometamos
às vezes, por irreflexão, faltas exteriores
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bem humilhantes, que nos humilham pro­


fundame11te aos olhos dos .que nos cer­
cam. Digamos então também a Deus, com
o Salmista: "E' bom para mim que me
tenhais humilhado".
O Padre Grou, S. J., escreve a esse res­
peito: "Os mestres da vida espiritual ob­
servam que Deus multas vezes deixa às
almas santas certas faltas de que, apesar
de todos os esforços, elas não podem liber-­
tar-se, para lhes fazer sentir quanto são
fracas e o que seriam sem a graça; para
·evitar que seus favores as tornem orgulho­
sas e para as tornar capazes de recebê-los
com. mais humil�de;'.- numa pala�ra, para
Ih.és coJ1servar um certo 'des'âg·rado de s1
lJl.esmas e livrá-las das ciladas do amor
µróprio; afim de �es alimentar o fervo1'
e mantê-las na vlgilância, na confiança
em Deus e no constante refúgio da ora-
ção. �
As faltas em que caimos, dão frequente­
mente· ocasião a gran�es átos de virtude�
- 93 --

por exemplo, uma revolta, 14ma palavra


áspera� uma viva fmpa ciéncla, dão mott ...
vo muitas vezes à prática de um áto de
humildade, ·que repara abundantemente as
nossas faltas e o escandalo caasado. A
falta foi cometida no primeiro mo-vimento,
sem reflexão; mas é reparada com refle­
xão, com domínio s'ôbre si mesmo, com
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vontade plena e decidida. E' um áto que


agrada mais ·a Deus do que a falta podia
desagradar-lhe.
'
Apesar disso, porém, umà alma que as­
pira à perfeição, deve esforçar-se cons­
tantemente por afastar cada vez mais es­
tas faltas involuntárias.
Mas o que uma alma-vítima deve absolu­
tamente evitar, são as faltas voluntárias.
A este respeito escreve Santa Margarida
Maria: 4 'Sómente, nada de faltas voluntá­
rias, si quer alcançar a gra9a do Serihor.
Do contrá-rio, debalde se esforçará em pro­
cutá-10. Pois, assim como zombamos d�
_ sua graça, Ele tamb,�m· não se incomodar&
com nossas súplicas.
"O amor de Deus deve impedir-nos de
fazer constantemente qualquer cousa que
possa desagradar ao _Bem-A!nadc;> �e ncwa.
alma. Não compreendo comp um coração
que pertence a Deus e quer u.má-JO de ver­
dade, póde ofendê-10 propositalmente�
Confesso-lhe que estas _falt'3 voluntári�
- 94 -

me são insqportávels, porque ferem o Co­


ração de Jesús. Peço-lhe, pois, que não co­
meta semelhantes faltas, pois que a priva­
riam de muitas graças, cuja perda lhe tor­
nariam tiblo o coração e a alma multo
fraca para progredir no caminho da per­
feição.
Evite toda a falta voluntária, por insi­
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gnificante que possa parecer ! . . . Conside­


re sua alma como um santuário de Deus
e procure por isso não o profanar com
mácula alguma ! "
Assim é realmente: uma alma-vítima
não se pertence mais a si 1nesma, mas só­
mente ao Divino Salvador. Ela não deve
ser sinão um tabernáculo vivo do Reden­
tor, diante do qual se deve prostrar muitas
vezes, para adorar o Divino Hóspede de
seu coração, que é o Santo altar do sacri­
íí�lo, sôbre o qual êste deve ser propria­
mente oferecido continuamente, do nascer
do sol até o poente. No tabernáculo e no
altar o menor grãozinho de pó já nos des­
agrada; não é compatlvel com a dignidade
e sublimidade do nosso Divino Salvador.
Estas faltas voluntárias preJudicam�nos
também pessoalmente multo. Ouçamos de
novo Santa Margarida Maria: "Meu Je•
sús ! oxalá pudessemos vêr o grande pre­
j uizo que causamos a nossa alma I POr
melo destas faltas • voluntárias, privamo-
- 95 -

nos de multas graças e expomo-nos a um


perigo evidente"
"Deus tira à alma a sua amizade partt ...
cular e não póde atendê-la, nem aos ou­
tros que oram por ela, enquanto eltt, se re­
cusa a ouvir a voz do Senhor e a conver..
ter-se-lhe completamente".
Vemos ·quasl sempre efetivamente, por
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experiência própria, como o Salvador se


retrái, devido a estas faltas voluntárias, e
depois, talvez durante muito tempo, se
mostra surdo a todos os nossos pedidos e
súplicas. Nada perturba também t�nto o
íntimo convívio com Jesús na oração, co­
mo estas faltas voluntárias. Por isso escre- -
ve Santa Margarida Mar1a a lima religio-
sa: "Si deseja fazer bem a oração, seja
fiel à mortificação, atenda ao recolhiinen­
to espiritual durante o dia e esforce-se
cuidadosamente por não cometer nent.u-­
ma falta voluntária":
"lfuito instrutivo é, a êste respeito, o
procedimento do Divino Salvador para
com a própria Santa: ''Um di a� narra es­
ta, na autobiografia, - "o Senhor _me
dtase: "Toda a falta de retidão, por mfnt..
ma que seja, me é odiosa. Eu quis, no ex ..
cesso do meu amor por ti, ser eu mesmo
teu mestre, afin1 de educar-te a meu gosto,
para as minhas inte11ções; mostrar-te-ei,
porém, que não · posso suportar · allnas tf ..
- 96 --
bias e covardes. Embora seja condescen-.
dente para com tua fraqueza, serei tanto
mais severo e rlgoroso em repreender e
castigar tuas inf!delidades. "Experimen­
tei-o realmente durante tôda a minha vi..
da; pois posso dizer que Êle não me dei ..
xou passar a mínima falta em que a livre
vontade tomasse parte ou houvesse negll­
géncia minha, sem me repreender e casti­
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gar, embora s�mpre com infinita bondade


e misericórdia; mas confesso que nada me
era mais doloroso do que o vêr zangado
comigo, por pouco que fosse; todas as ou­
tras dôres nad� eram, em comparação com
esta".
- O Padre Grou, S. J., escreve: "A pri1aei­
ra resolução que deve tomar uma alma
que quer pertencer inteiramente a Deus,
(e de certo o querem as almas-vítimas) é
Jamais cometer uma falta ciênte e volun­
tariamente, jamais agir em cousa alguma
contra a sua conciência, jamais recusar a.
Deus alguma cousa que �le deseje dela.
Jamais deve dizer: é uma cousa insignifi­
cante . .,Deus não prestará atenção a tal
ninharia".
Esta resolução é essencial e devemo�
praticá-la com imutável fidelidade. Certa­
mente sobrevirão faltas do- primeiro
. movi-
mento. de irreflexão, de fragilidade; estas
faltas, porém, não
. nos detêm
. . cam. inho
no
- 97 -
da perfeição, porque não são refletidas,
nem voluntárias. Sl queremos, pois, ser al­
mas-vitimas, devemos fazer o firme pro­
pósito de não cometer ;iais faltas voluntâ­
rias, mas cumprir o dever o mais fielmen­
te P(?SSivel, até nas minlmas cousas !
2.0) Fiel observância no regulamento.
Para poder cumprir fielmente os deveres
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de estado, é muito instantemente reco­


me�dado às almas-vitimas organizar para
si um regulan1entó de ·vida, com a ordem
do dia préviamente fixada, a qual dev('­
rão seguir inabalavelmente, apesar de to­
dos -os caprichos e disposições inconstantes
da natureza. Comecemos por marcar hora
certa para levantar-nos de manhã, e ob­
servemos com a máxima pontualidade esta
resolução, quando alguma razão de peso
não o impedir. -Si isso nos custar algum
sacrifício, tanto melhor, ofereçamo-lo ju­
bilosos, para reparar a moleza daqueles
que passam a metade do dia em ocioso
descanço ! Demais, a êste respeito, mui�os
sentirão o mesmo que uma alma--vitima
que assim se exprimiu: "Já de manhã cê­
do, ao despertar, ressôe em minha alma,
quasl em voz alta, o chamado: .,Alma-vi­
tima !" - E o levantar, faz-se mais de­
pressa,' como primeiro sacrifício do dia;
e, nas outras 16 horas, há muita ocasião
de fazer em silêncio um sacrlficiozmho''.
� 98 -
Os primeiros pensamentos, ao despertar,
devem dirigir-se a Deus: deve ser um áto
de amor reparador, por aqueles cujo pri­
meiro pensamento jamais pertence a Nos­
so Senhor.
Na oração da manhã devem as almas­
vitilnas fazer sempre um áto particular
de oferecimento de si mesmas, de tôdJr a
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sua pessôa, de todos os pensamentos, pa­


lavras e obras, ao Coração Divino, em
união com o seu sublime Sacrifício sôbre
os altares e suas santas intenções, especial­
mente pelo sacerdócio.
No regulamento do dia deve haver tam­
bém uma meia hora reservada à medita­
ção, à assistência à &anta Missa e à Sa­
grada Comunhão e uma visitinha ao San­
tíssimo.
Façamos um contrato com Nosso Se­
nhor, na oração da manhã; cada respira­
ção, cada pulsação minha será um ofere­
cimento do vosso precioso Sangue, em
união com o sublime Sacrifício d·o Altar.
Após a oração da manhã, a meditação,
em união com a misteriosa vida de oração
que o Sagrado Coração de Jesús sem cessar
continúa no 88. Sacramento. Ofereçamos
ao Pai Celeste esta sublime oração do Di­
vino Salvador no Tabernáculo � peçamo­
lhe que venha em auxílio da nossa Impo­
tência.
- gg -

Depois assistamos à Santa Missa diaria­


mente, sempre que fôr posslvel. Não nos
contentemos, porém, de ouvi-la com devo­
ção, mas, pelas mãos do sacerdote cele­
l'&-ante, em união com Maria, ofereçamos
também o Cordeiro Divino ao Pai Celestial.
Entreguemo-nos inteiramente ao Salva­
dor, como vitimas que lhe são con,agradas
e a 2le unidas intimamente
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uPai Celestial, pelo Coração Imaculado


de Maria, eu vos ofereço Jesús, vosso Fi­
lliJ muito amado, e ofereço-me nêle, com
êle e por êle, por todas as suas intenções
e em nome de tôdas as criaturas!"t

"O' Jesús, sacei:dote e vitima, eu m.e· ofe-


reço em Vós por Maria! Suspiro ardente­
mente por Vós! Uno-me a Vós!"
Oferecendo a Divina Vítima em nome de
tôdas as criaturas; mesmo daquelas que
não pensam nisso, praticamos um belo _áto
de caridade cristã, fazendo com que tôdas
aa criaturas tomem parte neste dom ines­
tirnável · e com que Deus o aceite coma se
tôdas as criaturas o oferecessem, o que se­
rá para o amôr mlserlcordioso do Pai Ce­
lestial e de seu Divino Filho uma glória e
alegria maior: a de receber ne9ta homena­
gem a homenagem de todos os seus fi­
lhos!
Para corresponder ao desejo do Coração

Divino, recebamos, si fôr posslvel, dlaria-
-1(0-

mentc a Sagrada Comunhão, em espírito


de reparação e, ao menos uma vez por mês,
pelo sacerdócio, especialmente pelo nosso
irmão espiritual. O' se conhecessemos o
dom de Deus! -
Se soubessemas o que é uma Comunhão,
o mistério de amôr que se nos revela e
oferece e no qual nos é dado tomar parte !
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O Ser Divino une-se ao nosso ser, o


Corpo e a Alma do Senhor ao nosso pobre
corpo e alma! E' a plenitude da divinda­
de, que consigo traz a· humanidade sagra­
da de Cristo, e mo·ra em nós 1
Jesús entrega-se-nos Inteiramente, pa­
ra que nos apoderemos �le ou antes, para
poder atrair-nos a sl e possuir-nos.
O Espírito e Coração de Cristo, tudo o
que é dêle, torna-se nosso e podemos ser­
vir-nos .de tudo a nosso gôsto; podemos
aproveitar tudo como bem quisermos !
Embora Deus seja onipotente, não pode­
ria dar-nos mais do que deu, nêste Sacra­
mento de amor !
Não poderia fazer mais por nós do que
fez. . .
Após a Santa Comunhão, nosso Deus,
Jesús, está em nossa memória, - em nossa
inteligência, em nosso coração.
- 1(;1 -

Jesús está inteiramente em �ós, perten­


ce-nos todo; estamos inteiramente nEle,
cercados por Ele 1
o seu amor transfigura-nos e torna-nos
belos, da sua beleza dtvina. Por Jesús em
nós, Deus é amado e glorificado.
Antes da Sagrada Comunhão, ofereça­
mos ao Pai Eterno os sofrimentos .de Je­
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sús, para purificar a nossa alma é reparar


nossas infidelidades. E após a Santa Co­
munhão, o ereçamos Jesús ao Pai Celeste.
logo que acabarmos de recebe-lo, como um
tesout·o. que receiamos macular e que en­
tregamos intacto Aquele a quem é desti­
nado. Ofereçamo-lo para dar a Deus tô­
da a glória que lhe é devida, para pagar
e fazer repáração pelos nossos · pecados e
os pecados de todos os homens, para atrair
o agrado e os dons divinos sôbre nós e sô­
bre todas as nossas intenções, -especial­
mente o sacerdócio e a S.anta Igrej_a. De­
pois entreguemos tudo a ile, para que san­
tifique tudo e nos transforme inteiramente
�la sua graça 1
E. um momento divino, de cuja alta im­
portância, para toda a nossa vida, não
suspeitamos slquer .
E' uma atividade divina misteriosa, q_ue
faz penetrar verdadeiramente o Sangue
- de Jesús pelas nossas velas a --dentro e en-
-1G2 --

che nosso coração intelra1.nente do amor


de nosso Deus .
Jesús toma, por assim dizer, nossa vida
em nós; possuimo-lo realmente em nós,
como outrora o possuia Maria.
Oremos e calerno·-nos. Oh ! não dissipe­
mos êstes momentos tão preciosos e não
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perturbemos o trabalho de amor, que não


compreendemos·!
Quando de todo não puderem comungar
sacramentalmente, farão as almas-vítimas
apostólicas ao menos a Co1nunhão espi­
ritual.
Digam: "O' Jesús, que me amastes até à
cruz, até à instituição do Santíssimo Sa­
cramento, tenho fome de Vós!
"O' Jesús, Filho muito amado do Pai Ce­
leste, que .estais em mim por vosso espirito
de amor, eu creio em Vós, adoro-V.os, agra­
deço-Vos em nome de tôdas as criaturast
poss�í-me, transformai-me e fazei que, co­
mo Vós, eu seja todo· cheio de amor mise­
ricordioso"� ·Para que nossa vida seja uma
vida de· amor, cuidemos que os nossos dias
sejam dias de amor, tôdas as nossas horas
sejam horas de amor, tod·os os nossos mi­
n11tos sejam minutos de amor.
Santifiquemos pelo amor tôdas as hor�
de nossos dias, particularmente a hora
-- 1(-3 ·-

presente, que um dia será nossa última


hora.
Habituemo-nos para isso a erguer fre­
quentemente o coração a Deus, no correr
do dia, a unlr--nos, por meia de frequentes
átos de amôr, com a. Divina Vítima imola­
da sôbre nossos altares, recordando-nos
que o Santo Sacrifício da Missa é celebra::
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do a todas as horas, em diferentes regiões


do mundo. Para a alma fiel é uma tarefa
sublime oferecer deste modo Jesús sem ces­
sar e com Ele permanecer unido, em sua
contínua imolação, pelo fiel cumprimento
dos··deveres de estado, pela jubilosa acei­
tação de tôdas as contrariedades, _ fadigas
e sofrimentos que cada dia traz consigo.
Ao ouvir dar horas, entreguemos a hora
passada ao Amôr Misericordioso e Ofere­
çamo-lhe a �ora que se inicia, em união
com a mesma hora da vida mortal e eu­
c,arística· de Jesús.
Peçamo-lhe a graça de que esta hora
seja inteiramente consagrada ao amor e
acrescentemos:
"Meu Deus, eu vos ofereço minha última
hora, me1J último olhar, meú último sus­
piro, a última pulsação do meu coração,
eni união com as de J esús e de todas as
criaturas, por tódas as vossas divinas In­
tenções, especialmente pelo sacerd,jclo,
-1(4-

como um áto de puro · a111ôr, para vossa


maior glória e alegria".
Durante cada hora devemos esforçar-nos
por empregar bem o minuto presente, após
êste, o seguinte e assim por diante.
E' tão facil viver santamente um minu­
to ! diz São Francisco de Sales .
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A, veneravel Madre Maria de Sales Chap­


puis tinha-•J compreendido bem, pois di­
zia: "Meu Deus, eu vos prometo, c.om ó
auxílio da graça, não pensar no passado,
não me ocupar com o futuro e no momen ..
to presente só me lembrar da Vossa pre..
sença em mim, para satisfazer os desejos
de vosso Coração".
Imitemos tão belo exemplo.. fazendo de
nossa vida, de minuto em minuto, uma vi­
da de amor, de amor �isericordioso, que
repara, que conforta e que salva.
Procuremos fazer também diariamente
uma visita, embora curta, ao Sántíssimo,
para atender à queixa do Salvador à sua
fiel serva Sta. Margarida Alacoque: "Só re­
cebo da malar parte dos homens ingrati­
dão, pela irreverência e sacrilégio, pela
lndlferença e desprezo com que retribuem
meu amôr no Santíssimo· Sacramento. Dá­
me tu ao menos o prazer de reparar, na
medida de -tuas forças, essa ingratidão ! "
- 1(5--

Lembrnndo-se de Maria Santíssima, sua


Mãe Celeste, será para as almas-vítimas
um doce dever percorrer, a exemplo dela,
as estações da Via Sacra, oferecendo pelos
interêsses da Igreja e salvação das almas
o Sangue Precioso ali derramado.
Do mesmo modo, em união com Maria.
que fazia de tôdos os mistérios da vida de
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seu Divino Filho objeto de sua 1neãitação


e os guardava no coração, hão de as al­
mas-vítimas recordar diariamente a vida
de Jesús, rezando o Rosário.
Finalmente não deve faltar no regula­
mento do dia de uma alma-vítim_a o exa­
me de conciência, na or�ção da noite. Nês­
te exame deve particularmente responder
aos seguintes pontos: Cometi hoje ciên­
mente alguma falta V(?lunt�ria? Repeli
-ciêntemente uma mspiração da graça ou
recusei conciêntemente ao Salvador al­
gum sacrifício ?
No caso de ter cometido uma tal falta
ciênte e voluntáriamente, deve pedir per­
dão ao Salvador, do intimo do coração e
impôr-se . uma pequena penitência a s1
mesma, para reparar a falta.
Ofereça também Jesús ao Pai Eter­
no, dizendo-lhe: Pai Celestial, eu vos ofe•
r�o Jesús ! Eu hão sou' sµião fraqueza,
corrupção e miséria; mas eu VO$ ofereço a
fôrça, a santidade, a pureza, as virtudes
-- 1(6 -
de Jesús. Sou fria; mas, ainda que eu ti­
vesse todo o amor dos serafins, que pode­
ria dar-vos que fosse digno de \1 ós ?
Pai Celeste, em reparação pela minha
frieza, eu vos ofereço o amor :ie Jesús.
Ofereço-vos a Paixão e o Sangue de Jesús,
para me purificar e reparar os meus peca­
dos!
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Oh! se soubessemos o valor que tem o


oferecimento àe Jesús!
Jesús velo ao mundo para prestar ao
Pai Eterno a perfeita homenagem, que só
�le podia oferecer-lhe, e restituir..:. lhe a
glória infinita, que ·lhe fôra roubada, res­
gatando assim o pobre mundo. perdido e
carregado d'e culpas
·-- .
Ofereçamos, pois, Jesús ao Pai Eterno,
para apagar e reparar nossas culpas e
conservarmos a paz do' Espírito Santo.
De grande· proveito para o progr.esso espi­
ritual seria fazer uma lista das faltas em'
que se cái mais frequentemente, para fa­
cilitar o exame de conciência, assentando
diariamente as faltas-... qne;se ·1ec;nneteram.
Damos a seguir um esquema, pelo qual se
póde fazer o exame de conciência. - Ca­
da alma-vitima risque o ponto que não
tiver importância para ela e acrescente,
em troca, outro que lhe convier pratica-
mente.
1L7

Primeiro que tudo colocamos no esque­


ma a vida na presença de Deus, a qual
nunca se deve cessar de recomendar ins­
tantemente às almas-vítimas, sôbre ela
devem fazer, do melhor modo possível, o
chamado exame particular; a êste respei­
to falaremos ainda especialmente, mais
tarde. Depois, justamente porque são al­
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mas-vítimas, devem sempre se examinar


em particular sôbre o seu espírito de sa­
crifício; daf os dois ..pontos seguintes. E'
bom exan1inar-se também particularmente
sôbre as práticas espirituais, indicando por
um sinal convencionado o modo por que
as realizámos.
No nosso esquema, por exemplo, empre­
gamos os sinais seguintes: bom == ! . re­
gular-=- mau == + ..
Nos outros pontos registramos cada dia
o número de faltas cometidas contra os
mesmos; assim nas três primeiras linhas
do esquema escrevemos o número de átos
que cada dia pratlcãmos·, pondo--nos con­
cientemente na presença de . Deus, fazendo
ou recusando os s.acrlficios que Nosso Se­
nbol'.' nos pediu .
Esta espécie de exáme de conolência
traz-nos dua1 outras grandes vantagens.
1.0) - Faclltta-nos o exame de conclên­
cta para a Conflasão, o qual poderemos
-1l8-
asslm fazer num momento, pois que o te­
mos já todo por escrito, e temos todo o
tempo livre para despertar a contrição e
o bom propósito, que são tão neces9ários,
para tornar eficaz o Sacramento da Peni­
tência.
2.0) - A- segunda grande vantagem
consiste em poder dar assim ao diretor es­
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piritual, de tempos em tempos, mensal­


mente, conta exata da nossa vida interior
e do modo�por que praticamos a virtude,
mostrando o esquema, sem que seja neces­
sário reter o sacerdote longo tempo no
confessionário para êsse f1m. Estas con­
tas exatas da nossa conciência e a direção
espiritual que têm em vista, ,são justamen­
te de grande importância para as almas
fervorosas, que desejam
... progredir no . ca-
minho da virtude; muitas vezes se verifica
que, sem tal direção da parte do �onfes­
.C3or, é muito dlfícil fazer progresso espiri­
tual.
O modo mais. simples de conseguir essa
direção espiritual é justamente o que in­
dicámos. Se a alma, porém, tiver chegado
a ponto de não mais carecer dêste exame
de conciêncla rigoroso e destas contas exa­
tas, o próprio diretor espiritual a avisará.
Em· geral, a êste respeito, deve seguir o
conselho do diretor espiritual, pois êste
�xame rigoroso sôbre toda a vida esplrl-
-1L9--

tual e sôbre a prática da virtude não é


útil p�ra todas as almas; algumas se sen­
tiriam constrangidas demais em seus es ...
forços e aspirações, se tivessem. de contá­
los pormenorisadamente e f?er-lhes-ia um
obstáculo. Póde-se experimentar durante
um mês e, conforme o efeito, favoravel ou
não, conservar ou não o método.
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Para a gente do mundo será talvez pe­


rigoso fazer tal exame de conciência e se­
guir em geral um regulamento fixo para
cada dia; mas tanto melhor o farão as al­
mas-vítimas. Se a fidelidade , ao regula­
mento lhes acarreta sacrifícios, é justa­
mente o que buscam, em sua nobreza dal­
ma, - sacrifícios para reparação .. ao Di-
vino" Coração de Jesús. Coragem, pois!
Sejamos almas-vítimas não só de desejo.
mas de fato!
-110-

J
.
t.• '· ª ' ª s.a '·ª .õ

Presença de Deus. .
Sacriflcios voluntários
• •

1t
t
15
o
17
5 '1
1, tO 19 t1
7 J ·5
Sacriftdos recusados.
·Oração da manhã. •
• • 3
-1 o1 - -o o 1
• •
-1
1 - - -1 1
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Meditação. • •
Santa Missa • • •
• •

• • - - 1 1 - - 1 1

Comunhão • • • • • • 1 - 1 - -
Orac6es às refeicões • - - -1
-
, 1 1 - - - - - -1
· visitas • • • • • • • • 1 1
·Obediência • • • • • •
Pontualidade. • • • • •
2
3
o
o
!
1
o
o
o
o
-1'
t o
o
Dcveré1 de ca�o. • • •
•Silêncio. • • • • • • •
J>eoMmentos desconfiados t
5
3
3 'o
1 2
3

2
o 1 o
o
1
1
o
1 •t
.Palavras sem caridade � •
Procedimento ofensivo. •
Jmpacíênda • • •
• '1
o
5
o 1
o
t
o o �
1
3
� o
o'
o
o
1
Vã ccmplacêada • • 3 2 2 1 3 o 1
Ambição • .. • • ,
o o 1 o 1 o o
Sucrptíbilidade ' o o o o
Comodidade
• •
• - 1 o 2
1 t 3
o o 1 o
o o o
Sensualidade. • •
Gulodice •
Desinimo . • • •

• •


2
o
3
1
o
1
o
1
1
1
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· º
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Mentira , • • ' • •
,.
o o 1 o o t
'

.Perda de tempa • • • • 9 o J 1 o 1

Santificando assim os nosRos dias, santi­


·fiqu,•mos também as nossas semanas, em
·união com o Coração Eucarístic
' o de Jesús!
I
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Calicem salutaris accipiam et


Nomen Domini lnvocabo
-112-

A semana de Je1ú1
Domingo - Ama-me!
Amo-te tanto, que me aniquilo cada dia
na Hostiazinha, P$ra visitar tua alma.
Aprende comigo que amar é dar-se, sacrí­
ficar-se, esquecer-se por quem se ama)I
paro. lhe dar prazer.
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Prática - Facilitarei aos outros a assis­


tência à Missa do domingo, embora com
algtl!ll sacrifício meu. Resarei hoje espe­
cialmente pela Igreja, o Papa, os Bispos.

Sepnda-feira: - Consulta-me !
Sou amigo dedicado, que permanece
fiel.quando todos te ·abandonam. Não fa­
ças nada sem vir consultar-me, junto ao
Sacrário, onde · estou prisioneiro de amor
por tua alma .
Prática - Hoje pedirei ao Espírito San-.
to as suas luzes e o dom do amor. Rezarei
pelas almas do purgatório,· pelos agonisan­
tes, pelos sacerdotes.

Terça-feira: - Imita-me!
Meu alimento 'é fazer a vontade de meu
Pai e realizar a sua obra de misericórdia
é.. caridade. Conforma, pois, tua vontade à
vontade de Deus, que só deseja o teu bem.
Prática - Recorrei hoje aos Anjos cus­
tódias da pátria, para que, até os extremos
-113-

do Brasil, Jesús Hóstia seja amado e ser­


vido por todos e nos dê santos sacerdotes.

Quarta-feira: - Recorre a Mim !


Como reparador de tuas faltas, como
santificador de tuas ações e bõas obras !
Prática - Pedirei hoje a S. José que me
faça crescer em vida interior e conhecer e
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combater meu defeito dominante. Resarei


pelos meus parentes, benfeitores, amigo
• s
e pelo Clero.

Quinta-feira: - Une-te � Mim !


Une-te a mim com frequência, pela San-­
ta Comunhão Sacramental. Com mais fre-­
quência ainda, pela Comunhão espiritual.
Constantemente, pela· união de tua vonta­
de à minha. .....
Prática - Quero hoje amar mais a Je:
sús Hóstia. Farei uma visita ao SS. Sacra­
mento. Minhas orações de hoje serão pe­
las vocações sacerdotais. - Sem sacerdote
não hã Eucaristia.
J

Sexta-feira: - Contempla-me,!
Contempla-me na Cruz, no tabernáculo
e lê no meu coração o graride, o imenso
� ......
amor que te consagro.
Prática - Hoje consolarel Jesús, tão
desprezado. Dia de amor e reparação, pa ..
--114--
ra ga11l1ar aln1as para Nosso Senhor e pa­
ra a santificação do Clero.
Sábado: - Oferece-me!
Oferece-Me e oferece-te a Mim, peta,
mãos de Marla SS., minha Mãe, por inter­
médio dos sacerdotes, dura.nte a Mi&sa •
por tôdas as tuas ações em união comigo.
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Prática ---- Pedirei a Nossa Senhora pela


minha perseverança. Rezarei pelos pecado­
res, berejes e infiéis e pelos padres após­
tatas.
Sempre: - Glorifica-Me !
Glorifica-Me pela tua fé, pois sou o teu
Deus ! Pela tua confiança, pois, sou o teu
-Salvador ! Pelo teu amor e fidelid�de, pois
sou o teu Amigo ! Pelo teu zêlo, pois te­
nho sêde de almas !
Pai Celestial, glorificai Vosso. Filho, para
que Vosso Filho Vos glorifique e todos re­
conheçam que. sois o amor misericordioso.

Conciencio11 ficlelld•�• i Regra


Para os religiosos, é dever de estado a
fiel observância da Regra e nisto justa•
mente acharão as almas-vitimas no claus•
tro inúmeras ocasiões para a prática do
espirita de sacrlficlo, Para observar fiel e
-115-

concienclosamente tôdas as regras, até


mesmo as mínimas e aparentemente mais
insignificantes, o religioso tem de sacrifi ..
car-se constantemente. Não póde indagar
Jamais: "Que é que agrada agora ao meu
caro "Eu ?" Que corresponde agora a meus
próprios des�jos e inclinações pessoais ?"
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Mas só lhe cumpre responder à pergun­


ta: "O que deseja agora minha Santa Re­
gra ?" E' assim justamente que a vida re­
ligiosa se' torna uma contínua vida de sa-
crifícios. Ah ! se tôdas as almas-vítimas,
nas diversas comunidades .religiosas, qui­
sessem adotar a máxima de S. João Berch­
mans: uPreferiria -deixar-me .. despedaçar
a transgredir levianamente, sem �azão
suficiente, a mínima Regra!" Poderiam fa­
zer diariamente muitos pequenos sacrifí­
�cios e assim realizar magnificamente a sua
santa vocação reparadora. Quantos sacrifí,
cios impõe, por exemplo, a fiel observação
do silêncjo. E, entretanto, esta regra bem
singela é da máxima importância para o
progresso ·espiritual, pois que, sem con­
ciêncioso silêncio, ninguém jamais chega ..
rá a sei· uma alma verdadeiramente inte­
rior e a ter intimidade com Deus.
Observar fielmente a Regra um ou outro
dia, uma ou outra semana, não é diffcil.
Todo o religioso há de conseguir sempre,
de tempos em tempos, uma tal fidelidade;
-116-

mas guardar fielmente a Regra durante


anos, sem jamais transgredir, por levian­
dade e indiferença, tôdas· essas pequenas
prescrições, é dificil, é heróico. Oh ! isso
oferece cada dia inúmeras ocasiões de
oferecer ao Redentor um sacriflciozlnho,
em reparação ao seu Divino Coração. Na
verdade, assim se toma o religioso uma
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alma-vitima completa.
Os religiosos não carece1n, pois, procu­
rar algures ocasiões de fazer sacrifícios:
a fiel observância de sua santa Regra os
proporcionará a cada passo.
Talvez, porém, se apliquem a muitas al­
mas-vítimas no claustro as palavras de
S. Boaventura: "Muitos desejam dar a
vida por Cristo e recusam suportar por
amor de Cristo um pequeno trabalho, pa­
ta observar uma Regra fácil. Se te houves­
se imposto uma ccusa dura e muito difí­
cil, então merecerias mais ser desculpado.
Que desculpa podes, porém, apresentar.
quando viólas um mandamento tão facll?
As almas-vitimas, na vida religiosa, de•
vem observar bem o ditârne de Santo
Afonso de Ltguorl: "Um religioso não faz
bem em tr ao côro rezar ou fazer penitên­
cia, na ocasião em que a Regra prescreve
o trabalho ou recreio. Tais devoções ex­
temporâneas, dizia o Padre Alvares, S. J.,
- - 117 --

são sacrlflclos furtados, que Deus não


aceita ( 1).
Santa Madalena de Pazzls costumava
dizer qu'! o melhor modo de Juntar gran­
des merecimentos (portanto também de
dar multa reparação ao Divino Coração),
é tomar parte, tanto quanto posslvel, em
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tõdas as práticas em comum. E' verdade


que não é falta alguma, em tempo de mo­
lestia ou devido a negócios urgentes, dei­
xar de seguir a Regra numa cousa peque­
na; mas é verdade igualmente que muitas
vezes não são tanto os negócios, mas an­
tes a preguiça e o pouco amor à Regra
a causa .de tais violações, pois outros tam­
bém são doentes e talvez até ainda mais
doentes que nós. e não menos sobrecarre­
gados de trabalhos, entretanto não se
afastam um dedo slquer da Regra,
de que nós tão frequentemente nos descui­
damos. Quem ama a observação' da Regra
e, acrescentemos, quem é animado de ver­
dadeiro eaplrlto de sacrÍficlo, acha facll-­
mente um meto de unlr as duas cousas (2).

( 1) Afonao de Ltguorl: "A verdadeira eapoaa


de Crlato" III, 4c. 12.
(2) "A verdadeira e1poaa de Criato" III.
4c. 12.
-118-

Fidelidade às inspirações da graça


Uma alma-vitima pode, além disto, ma­
nifestar seu espirito de sacrifício, pela fi­
delidade às inspirações da graça.
Um ilustre Padre Jesuíta escreveu: -
"Quem prestar um pouco de atenção a si
mesmo e ao seu interior, há de perceber
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sem dificuldade no coração a voz da gra­


ça divina e, aliás, frequentemente tanto
mais clara, quanto mais der ouvidos a esta
voz. Há de notar como a graça divina, se­
gundo as ocasiões que se oferecem, o mo­
ve_rá ora para este, ora para aquele áto de
virtude, por exemplo, à prática da paciên­
cia, da mansidão, da caridade para com o
próximo, da resignação às ordens e dispo­
sições divinas, a vencer a preguiça, a sen­
sualidade, a vaidade, o capricho, etc.
Quem dêste modo segue com constância
as inspirações da graça, deve progredir
na virtude; pois o exercício faz o mestre.
Prepare e dilate, porém, também o cora­
ção, para receber graças cada vez mais
ttUll)erosas e maiores, segundo o principio
do conhecimento da vida espiritual: de que
Deus, não se d_eixa vencer em generosidade
por _suas criaturas. Há de enfim experl­
men��� em si mesma como é verdadeira &
eenteriê;'a de um santo mestr� espiritual:
4ue são poucas as almas que coilhecem
-- 119 ··- -

quão gi:andes cousas Deus faria delas, si se


e11tregassem perfeitamente à sua direção
e déssem ouvido à sua graça.
tste ponto é, pois, de grande impor­
tância para o progresso espiritual. Ensi­
na-nos realmente a teologia que cada vez
que uma alma, pela sua generosidade, faz
novo progresso no amor de Deus e mere­
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ce uma nova graça, o Padre Eterno man­


da-lhe o Verbo e o Espírito Santo, que lhe
dão novo direito à intimidade divina: o
Verbo comunica nova luz ao nosso enten­
dimento e o Espfrito Santo move com no­
vas e crescentes impressões de amor a
no�a vontade. E' um dos mais profundos
mistérios da Religião: - o das· invisíveis
missões divinas, essas efusões que são re­
flexos e, por assim dizer, uma continua­
ção da geração- e processão eterna do
Filho e do Espírito Santo. E como as três
pessôas divinas são inseparáveis, \"em o
Pai, sem ser enviado. As três pessôas di­
vinas inundam a alma de uma nova tor­
rente de vida;, realiza-se um novo conta-
. cto, mais pessoal, mais forte, mais intimo
que no momento anterior.
&se adorável mistério póde renovar-se
a cada momento. A cada acresclmo de
amor corresponde a tnvisivel entrada das
três Pessôas Divinas na alma. E se à al­
ma a cada minuto realizâr um áto que· lhe
120 -

aun1ente êsse an1or, de novo descerá a ela


a SS. Trindade, com novas torrentes de
luz e an1or. Quão longe pode chegar a al­
ma, nesta 1nisterlosa ascensão I O', alma
cristã, se conhecesses o dom de Deus 1

1 - Que devemos entender por inspira-­


ção da graça.
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As almas-vítimas e, em geral, as almas


piedosas hão de ter muitas vezes bons
pensamentos e incitações. Deverão ar.aso
considerá-los todos sempre como inspira­
ções da graça ou serão frequentemente
apenas um efeito da sua própria atividade
espiritual ?
Para poder dar uma resposta certa a tal
pergunta, é de muito proveito, nas cousas
de grande importância, considerar os três
pontos . seguintes:
1.0 - A obra, para a qual nos sentimos
impelidos, é bôa ?
2.0 - E' aprovada pela prudência e sa­
gacidaqe ? Não é um obstáculo para um
bem maior? ou terá talvez consequências
más?
3.0 - A intenção é santa, os motivos são
sobrenaiurais? o motivo é sinal distinto
do .áto; a intenção dá o valor a nossas
obr�.
- 121 -

4.º - A obra respira mortificação, cari­


dade? O que vem da natureza, tem sem­
pre o ressaiba de egoismo.
5.º - A inspiração é acompanhada de
paz e confiança em Deus ? o sinal distinto
mais seguro da autenticidade de todas as
inspirações da graça, sobretudo das extra­
ordinárias, é a paz e o repouso de coração
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que as recebe.
6.0 - O incitamento é duradouro e cons­
tante? As inclinações, os desejos, os pla­
nos produzidos pela imaginação compar­
tiJbam das particularidades desta facul­
dade tão mutavel; passam e mudam mui­
to depressa. • O mesmo se dá com as in­
fluências satanicas, que se comunicam
também por meio da imaginàção.
Em cousas menos importantes, ao con­
trário, não é necessário consultar muito.
Porque devo dar-me ao trabalho de inda­
gar se é mais agradável a Deus que eu re­
ze um rosário ou o ofício da ss. Virgem ?
A diferença não é tão grande, que se deva
fazer um ·prévio -exame a respeito. Para
que examinar se devo fazer uma visita a um
doente ou ir à Igreja, à 'Bênção do Santís­
simo; se devo assistir à prática ou à Via
Sacra ? Habitualmente não há tão grande
diferença, que seja necessário mais longa
reflexão. Em tais casos, se deve 1r simples­
mente para diante, .sem multas- dltlculda-
- 122 -

des, e, como disse s. Basílio, fazer sem


constrangimento o que parece bom, para
não se perder tempo e não se ver exposto
ao perigo de ficar inquieto e supersticio­
so. Na maior parte dos casos se deve, pois,
conservar a liberdade espiritual e fazer
simplesmente o que no momento se consi­
dera preferível. Frequentemente, porém,
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mesmo nestas cousas menos importantes,


tudo se nos tornará claro. Quantas vezes
nos sentimos impelidos a fazer algo de in­
dubitavelmente bom em si e que se póde
muito bem realizar, sem ter de recear
qualquer desvantagem, com a plena certe­
za, pelo contrário, de dar prazer ao Sal­
vador! Tais incitamentos podem se consi­
derar tranquilamente como inspirações da
graça.
Há, na verdade, também pessôas inclina­
das à ansiedade, ou ao exagêro ou que
se ocupam demais consigo e por isso jul­
gam perceber a ·cada passo tais. incita­
mentos, por ex., a praticar a renúncia,
sempre que lhes é posslvel, a agir em· tõ­
das as ocasiões contra suas inclinações e
seus desejos. Tais pessôas 'já podem de-
'duzir, da inquietação e perturbaç·ão que
tais - incitam'entos lhes produzem, que
muitos, senão a maior parte dêles, não
vêm de Deus, mas da imaginação inqule9'."
ta. Sena por isso Imprudente e pr�Judlclal
- 123

à saúde seguir esses incitamentos. Tais


pessôas devem esforçar-se por progredir
tranqullame nte no caminho do dever, sem
indagar angustiosamente o que seria me­
lhor e mals perfeito, em cada caso parti­
cular. Aplica-se-lhes sempre o conselho
que Fenelon deu a uma senhora do mesmo
temperamento: "Quando não puaer deci­
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dir se é um pensamento natural, ou um


impulso da graça que a incita a. fazer pe­
quenos sacrifícios, então, na dúvida, deve
decidir em seu favor e ficar convencida de
que todos os pensamentos inquietadores
provêm sómer1te de sua perturbação e não
do Espírito de Deus". Bossuet escreveu à
mesma senhora: "Em geral é aconselhavel
fazer pequenos sacrifícios, porque àssim
se alcança a graça de fazer também outros
maiores, mas quando isso nos traz inquie­
tação, é melhor deixá-lo; a paz da alma· é
preferível aos pequenos sacrifícios que se
querem ou não se querem fazer".
Z - Que devemo, evitar nas· reais inspi­
rações da rraça ?
Naturalmente jamais devemos repelir
uma. real inspiração da graça, mesmo que
nos custe um sacrlficio. Exatamente dêste
ponto fala sempre Santa Margarida Alaco­
que, em suas cartas: "Amemos o SS. Co­
ração de Jesús com tõdas as nossas forças
e entreguémo-nos a ttle inteiramente e
- 124

�em reserva, pois �le quer tudo ou nada.


Depois de nos haver dado a �le, não nos
retomemos 1nais ! �le cuidará de nossa
santificação, na mesma medida em que
nos interessarmos pela sua glória".
Não regateie mais tempo com a graça,
que insta para que pratique um áto de
virtude, faça o bem ou evite o mal ! Siga
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corajosamente as inspirações da graça,


apesar de tôda a resistência e contràdi­
ção por parte da natureza. Não se iluda !
A graça, que a impele agora tão poderosa­
mente, há de amortecer cada vez mais,
cessarã e retirar-se-á, deixando-a, para sua
infelicidade, fria e insensivel; depois de­
balde a pedirá e implorará; pois, assim
como zombou da graça, também o SS. Co­
ração de Jesús há de fazê-la esperar. Quei­
ra Deus preservá-la desta desgraça ! "
Em quantas almas já se cumpriu esta
ameaça, que a Santa aqui exprime ! Qui­
seram regatear cóm a graça e afinal o
Salvador se retraiu. A graça operava dan­
tes poderosamente _nessas a 1 m a s e
atraíu-as, com a sua onipotência, para o
Coração de Jes11s; mas infelizmente essas
almas negligentes descuidaram de corres­
ponder a tantas inspirações da graça, dei­
xando o Salvador bater-lhes à porta do
coração, sem querer abrir-lhe e Jesús, can-
- 125 -

sado da longa espera, retlrou-&e delas. E�


um" c&Jtlgo multo severo, na verdade, JrJas.,
devemos dizê-lo, "bem merecido".
Assim, poli, sl as almas-vit�as não
querem que o Salvador, que as atraiu po­
derosamente com sua graça, se retire, en-­
tão não regateiem, não menosprezera as
graças 1
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o salvador não tolerava a êsse respeito ,.


memio na sua discipula eleita, demora nem
negligência alguma. ''Tendo ela ainda di­
ficuldade de dominar-se, quando noviça'' p
contam os contemporâneos - "mostrou­
Jhe o Salvador as chagas que por amor de­
la recebeu e censurou-lhe a ingratidão e
covardia com que tardava em dominar-se
por amor dl.:le. "Mas que devo fazer, meu
Deús ?., - retrucou-lhe Margarida-; "pois
minha natureza é mais forte do que eu".
O Salvador respondeu-lhe: '�Põe tua von­
tade na chágá do meu Co�ção, depois não
lhe custará mais se dominar".
"O' meu Salvador!" exclamou ela, "colo-
\

cai minha vontade tão profúndamente


dentro da vossa Chaga Sagrada e fechai-a
tão fortemente lá dentro, que Jamais pos­
sa afastar-se dai I" Desde esse momento,
tudo lhe pareceu tãQ fácil, que ela própria.
confessa não ter tido mais dificuldade al­
guma em dominar-se.
-- 12<,

3 - Que devemos fazer praticamente dian­


te das Inspirações da 1raça 7
A resposta é evidente: cooperar fielmen­
te cont a graça .
Para este fim, é multo recomendável b
almas-vitimas renovarem êste propósito
em cada Santa Comunhão, prometendo ao
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Salvador jamais lhe recusar cousa algu­


ma, jamais se negar a satisfazer-lhe de­
sejo nem pedido algum, mesmo que lhe
custe um sacrifício. No exame geral de
conciência, à noite, devem examinar-se sô­
bre esta fidelidade às inspirações da gra­
ça, indagando sempre de si mesmas si, no
correr do dia, recusaram conciêntemente
atender a algum desejo do Salvador, si
lhe negaram, portanto, algum sacrifício,
para o qual se sentissem claramente in­
citadas e que teriam podido muito facil­
mente fazer, sem que nenhuma razão de
peso realmente s� lhes opuzesse.
.
Si lhes aconteceu faltar ao prol)(wto,
com plena conciêncla, recusando ao Sal­
vador alguma cousa, embora a conciência
as exortasse e pudessem facilmente fazê­
la, então devem humilhar-se diante do
Salvador e, em reparação por essa negli­
gência, devem impôr-se uma penltêncla­
zinha ou pelo menos rezar uma breve ora­
ção reparadora em honra do Divino Cora-
- 127 -

çio. Repetimos, porém, que, em cousas de


pouca importância, não se devem fazer
longas reflexões, mas decidir-se simples­
mente pelo que no momento lhes parecer
reto. Almas temerosas devem em geral
proceder sempre assim; com longas refle­
xões perdem apenas o tempo precioso. Não
devem também jamais, depois de prati,4
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cado o ..áto, indagar ansiosamente si agi-·


ram com perfeição e afligir-se depois, com
o receio de ter recusado ao Salvador um
$actifício. Desde que fizeram o que no mo­
mento consideravam justo, agiram bem e
deram prazer ao s·alvador, mesmo que o
contrário fosse ainda mais perfeito ! A&
longas reflexões, depois de realizado o _áto,
são sómente perda de tempo precioso, o
qual se poderia oc;upar muito melhor, fa­
zendo interiormente um áto de imolação
em honra do S. Coração de Jesús.
O Salvador não julga as cousas do mo­
do que supõem- tantas almas temerosas.
Desde que, com plena reflexão, nada lhe
recusaram. do qde claramente reconhece­
ràm que i.le desejava, para q�e parafusar
por tanto tempo e perder com isso a paz
interior?
Sejamos, pois, fiéis às inspirações da
graça, pois que isto é de grande importân­
cia, tanto para o progresso espiritual, co­
mo para o santo zêlo reparador; mas 8'11-
- 128 -

te1nos toda a ansiedade e estreiteza de


-Vistas.

Obediência 101 superior••


Uma alma-vitima apostól ica póde, além
disto, manifestar o seu espirita de sacrifi­
cio por uma obediência filial e jubilosa
aos superiores.
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As explicações que se seguem, referem­


se especialmente às almas-vítimas do
claustro, mas também às almas-vitimas
apostólicas do mundo podem aproveitá­
las, para algumas aplicações práticas. Re­
almente elas também possuem superiores,
aos quais devem obediência: os pais e edu­
cadores, os Vigários e Confessores, os pa­
trões e superiores nas respectivas profis-
soes.
Para com todos eles devem manter uma
obediência pontual e jubilosa, completa e
sem reserva, desinteressada e abnegada.
1 - Obediência pontual e jubilosa.
As almas-vitimas apostólicas devem pri­
meiramente obedecer às ordens dos supe­
riores tão pontual e alegremente, como si
fossem do próprio Salvador.
Na pessôa dos superiores não vemos uma
criatura sujeita ao êrro e à imperfeição,
mas antes Jesús Cristo mesmo. Por amor
- 129 --

�e devem�, pois. prestar obedtêncla


pontual e Jubilosa.
�ta obediência pontual e jubilosa ofe­
rece, entretanto, ba.,tantes ocasiões de pro­
var o espírito de sacrificlo e o zêlo repara­
dor e apostólico da alma-vitima.
Basta considerar a pontualidade na
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obediência, na observação da ordem do


di, no levantar de manhã, no compareci­
menu, a cada uma das práticas piedosas e
orações da Comunidade e ao recreio, e
veremos que muitos religiosos que se alis­
taram como almas-vítimas, têm mais de
um ponto sôbre o qual dçveriam fazer um
propõ.goo- enérgico de obedecer, para mere­
cerem o nome de alma-vítima apostólica.
Si a cada - sinal da sineta e a cada in­
emnbência dos .Superiores, logo elevassem
o coração ao Coração. do Divino Salvador
e pensassem: ''Magister adest et vocat te,,.
"O Mestre está aí e cbam'l-.te" - seriam,
por amor do Salvador, muito ·mais pon­
tuais em seguir a ordem do dia e muito
mais prontos a obedecer de bôa vontade.
81 esta constante pontualidade exigir sa­
crlficlos, tanú> melhor! Não devem rejubi­
lar-se de. ter aaslm tantas ocasiões de dar
reparação ao Divino Coração de Jesús e
agir apostóllcamente, para a salvação dos
pecadores e a santificação do clero?
- 130 -

Depois a alegria na obediência, mesmo


en1 incumbências desagradá veis, sem dei­
xar perceber o sacrifício que nos custa rea­
lizá-las, não é também uma ninharia. E,
entretanto, deve ser o Ideal das almas-vi­
tilnas não deixar perceber Jamais si fazem
alguma cousa naturalmente com prazer ou
a contra-gôsto, mas devem mostrar cons­
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tantemente a mesma alegria no cumpri­


mento da ordem.
Para realizar êste ideal sublime, devem
pois, csforçar--se para responder sempre
aos superiores, mesmo diante de ordens
desagradáveis: "Sim, senhor, fá-lo-ei de
bom grado". O ,amor ao Salvador, o fer­
vor na sua santa· vocação reparadora 7 . deve
fa�ê-las vencer corajosamente a resistên­
cia da mísera natureza, dizendo com sin­
ceridade aquelas palavras.
Pela alegria na obediência, devem dar
aos superiores a impressão de que não se
lhes poderia fazer maior caridade do que
lhes dar incumbências que lhes ofereçam
ocasião de cumprir a sua nobre tarefa de
1

alma apostólica.
Z - Obediência completa e sem resenL
A obediência de uma aJm,-vfttroa de­
ve ser, além disso, completa, Isto é, deve
abranger-lhe todo o ser, com t6das as res­
pectivas faculdades; deve, pois, ser pertel·
- 131 -

ta 110 áto, i,erfelta na vontade, perfeita


também no modo de pensar.
Não basta, pois, ser perfeita no ito,
isto é, não deve limitar-se a cumprir 16
exteriormente e ordem dos super1ore,, com
pontualidade e exatidão, mas a alma-viti­
ma não deve querer em geral outra coma
sinão o que os superiores querem e por 1.s...
so não deve ter outros desejos, contrárlol
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ao que os Superiores dispuzerem e ordena­


rem a respeito. Deve, portanto, educar a
sua vontade, para que esteja completamen-

te de acôrdo com o que os Sup eriores que--
rem. Efetivamente qu.asi sempre pode se
al�çar isso; podem-:-se apresentar â von•
tade tantas razões para praticar a obe­
diência, que ela afinal se submeta de bôa
vontade à ordem, à qual a principio opu•
nba resistência- decidida .
, St fizessemos só exteriormente o que a
obediência de nós exige, mas mui·!JlUM.D-.
do. e protestando Interiormente, nio seria
sinio uma obediência pollttca, hipocrisia
e flngim.ento: seria então obedecer para
evitar comaa desa1,;tLdávels. -uma alma
que asstm obedece co�tra a vontade. é se­
melhante aos forçados acorrentados às
galéa, oprimidos não sómente pelo duro
trabalho, porém, mata ainda, pelas corren­
tes pesadas, que os prendem e retêm caUYOL
Não sena naturalmente uma virtude. ne111
- - 11� ---

se poderia com tal obediência, dar repa­


ração ao S. Coração de Jesús, nem conver­
ter almas, nem cooperar com o clero.
Mas quem diz resolutamente: "Quero
fazer o que devo", despedaça as correntes
do dever, que o escravizam e toma a dire­
ção do barqulnho da vida, pois já não sen­
te constrangimento, mas prazer em obe­
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decer e, pelas altas veredas da liberdade­


de espírito, serve ao Senhor Supremo em
paz e alegria. Certamente há de sentir
também o pêso e o calor do dia, mas, ven..
cida a relutância íntima, sentirá restabe­
lecer-se a harmonia entre a obediência e a
vontade, entre o dever e o querer ou ,an-
tes, para nos expressar de um modo muito
mais belo, � entre a vontade de Deus e
a do homem. Esta harmonia derrama no
coração o sentimento da liberdade e a
conciência da própria dignidade.
E', na verdade, ·um culto divino fazer
triunfar a obediência, nas lutas íntimas
que se travam em nosso coraçã9.
E esta vitória 4Conduz à verdadeira liber­
dade de espirita.
Só há um cativeiro: - o do pecado.
Qualquer outro Jugo transforma-se, pela
nobreza de espirlto e a vontade forte, na
liberdade espiritual dos filhos de Deus.
- 133 -

De nós sómente depende fazer-nos filhos


<>U escravos: - servir com amor e alegria
ao Pai Celeste, pela obediência voluntária
completa e sem reserva .aos Superiores,
como fazem os verdadeiros f!lhos de DeUB,
ou cingir-nos à obediência forçada e só­
mente exterior dos escravos, cujo espírito
rebelde sente todo o peso do constrangi­
mento, que se lhes torna um cativeiro
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odioso.
Uma alma-vítima apostólica não deve
tão pouco criticar os Superiores ou as res­
pectivas ordens, quando o que mandam
não corresponde às suas inclinações e de­
.sejas pessoais. Seria agir diretamente con­
tra a sua santa vo�ação reparadora, pois
assim não sómente não dariam reparação,
·mas, ao contrário, ainda ofenderiam ao
Divino Coração de Jesús. Oh t' lembremo­
nos das palavras do Salvador aos 4pósto­
los, as quais se devem aplicar também · a
nós, nas relações com nossos superiores:
"Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos
despreza, a mim despreza". Portanto, quem
critíca• os superio�es, critica o Divino Mes­
tre, que toma a censura como feita a si.
Caindo em semelhante falta,· não deve a
alma-vitima apostólica deixá-la passar
impune, mas deve impôr a st mesma uma
Penitência bem sólida, para que a ofensa.
feita ao amante Coração de Jesús seja lo­
go repar�da. A obediência de uma a�a
- 134 -

vítima apostóllca deve ser sem reservas de


espécie algu1na, isto é, não deve recuar
nem mesmo diante de sacrifícios realmen­
te penosos.
O espirito de uma verdadeira- alma-viti­
ma apostólica consiste, antes de tudo, em
deixar-se dirigir e guiar como um cordeiro
levado ao altar do sacrifício; não se quei­
xar, nem murmurar, ao ser imolada.
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Quando, pois, a obediência indicar à al­


ma-vítima apostólica um posto, onde qua­
si não terá que fazer senão sacrifícios, on­
de terá que imolar realmente quasi todos
os seus desejos e inclinações pessoais, ela
deve, apesar disso, imolar-se alegremente.
por amor do Cora_ção de \Jesús, ao qual é
consagrada, aceitando tudo em espírito de
reparação.
Santa Margarida Alacoque ·até clama à
alma-vítima: "Entregue-se de tal modo à
direção da obediência, que preste obediên­
cia até· à morte, isto é, até a morte
'de todos os seus desejos e · inclina­
�es, deixando-se dirigir e governar,
sem retrucar uma só palavra, por mul­
to dura que possa parecer à nature..
za. Diga a sl mesma: �'Não entrei na ar.:
fiem para aqtii f�zer minha vontade11 De­ •

ve procurar vencer, em tõdas as ocasiões,


·a sua própria vontade, unindo a sua obe-
dlêncta à do Salvador no 88. Sacramento,
ótid� 11!1121 110 �,-'ha t1'lt'.Ai"Pan1Ant.A nl'nlt.n e
·--- 135 --

antqulJado" Oh ! é dificll, sim, é heróico !


Mas não deve uma alma-vitima apostóli­
ca aspirar a tal heroistno ? Coragem, P<,ls,
alma eleita ! Manlfe&ta o teu espirlto de
sacrifício, pela renúncia do próprio eu e da
própria vontade, na obediência mais per­
fett& posslvel 1
J - Obediência desinteressada e abne1ada.
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Depois de se haver sacrificado na obe­


diência sempre pontual e jubilosa, comple­
ta e sem reserva, não .deve a alma-vitírna
apostólica, apesar disso, esperar em retri­
buição todos os louvores e agradecimen­
t.os passiveis. De,·e antes prestar a mesma
obediência alegre e de bôa vontade, mes­
mo quando lhe é negado êsse louvor, e re­
conhecimento� Na verdade, não é por amor
às criaturas, nem muito menos para sa­
tisfazer a ambição, que ela obedece; mas
lim para dar reparação ao Divino Cora­
ção de Jesús, pelo sacrlffcio de sua obe­
diência e assim concorrer para a salvação
d&s almu tranavladas e auxiliar o sacer­
dócio no se� nobre apostolado.
Uma alma-vitima apostólica deveria,
realmente, ser para com os superiores co­
mo uma bengala na mão do ancião, que
dela uaa quando, onde e para o flm que
quer. Depois de usarmos a bengala. não
a cumulamos de louvores, mas colocamos
no canto, sem uma palavra slquer de agra--
- 136 -

decimento e quando a buscamos de novo,


para outro serviço, talvez a inda mais des­
agradavel, não lhe fazemos antes mil cum­
primentos, afim de levã-Ia a servir de bom
grado, mas usamo-la simplesmente, sem
perder com ela uma palavra siquer de elo­
gio. Oxalá praticassem sempre as almas­
vítimas apostólicas uma tal ob�diência
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voluntária, jubilosa e sem reserva I Pode ..


riam assim concorrer muito para a repa­
ração ao Divino Coração, para a salvação
dos pobres pecadores e na cooperação com
o sacerdócio.
Digamos, pois, diante das ordens mais
desagradáveis: "Meu Jesús, faço-o por
vosso amor! Embora seja um sacrifício
para minha natureza fraca e preguiçosa,
não vo-lo recusarei. Aceitai-o em união
com a vossa obediência sôbre o altar, ao
qual desceis do céu, obedecendo à palavra
do s;icerdote, seja êste bom ou máu, dei­
xando-vos levar e colocar onde êle quer.
Eu vo-lo ofereço -para- reparar a desobe--
d\ência daqueles que se revoltam contra a
vossa Lei sagrada e ...a autoridade da vossa
Santa Igreja".
A recordação da nobre tarefa que lhe
incumbe, deve tomar leves e suaves para
a alma-vitima aoostóllca todos os sacriff­
cios que a obediência lhe impõe. ,
- 117 -·

A verd1deir1 c1rid1cl1 pera com o pr6xiao


Uma alma-vitima apostólica póde, alffll
dumo, manifestar tanto o seu espírito de
811.crtficto na convivência com o próximo,
tendo para com os que a cercam uma afe­
tuosa solicitude, mostrando zêlo e abnega­
ção na prática da caridade e muito espe­
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cialmente na paciência e indulgência para


com as faltas e fraquezas alheiaa. A cari­
dade brotou do Coração Divino: "Deus ca­
ritas est." � "ln caritate perpetua dllexl
� !" No principio era o Verbo e o Verbo
era Deus e estava em · Deus, Criador de tô­
das as cousas: Como sabedoria do Pai, era
o livro da-vida, no qual estavam registra­
dos todos os modêlos da bondade criadora
de Deus e suas co�unicações às criaturas,
em infinita plenitude, variedade e beleza
e pelos quais o Pal t udo criou.
Lá estavamos nós também, como agora
aomos, como pensamentos l11mlnosns da
divindade: Deua nos viu no espêlho da Di-­
Vina Sabedoria, como Imagens vivas da
eua boPda.de; lá vtviamos e éramos amados
de um modo particular desde a eternidade.
antes que fosse criado o firmamento. por­
que tle queria criar-nos e dár-nos reallda...
de, enquanto tantos outros pennanece1n
Para sempre no seio da simples posslbill­
dade.
- 138 -
Segundo o ideal do Coração Divino, de­
viamos tornar-nos uma Imagem viva de
sua saµtidade e das mãos de Deus devia
sair a nossa alma dlvlname�te bela, aqor­
nada de graças e dons, em plenitude indi­
zível.
"Ele nos predestinou a tornar-nos con­
forme a imagem do Divino Filho, para que
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êste seja o primogênito entre muitos ir­


mãos", diz o Apóstolo S. Paulo, na Epís­
tola aos Romanos (5, 29).
Mas entre Deus e, o homem carregado
de culpas há· um abismo monstruoso, pro­
fundo, insondável,. que só o amor miseri­
cordioso do Onipotente podia transpôr.
t:le criou para si uma santa humanidade,
uniu-se-lhe hipostaticamente e nela se
tomou visível e se revelou ao homem.\ Co­
locou esta sua humanidade sagrada sob o
lagar da justiça e então jorrou a miseri­
córdia, em torrentes de sangue e 1nereci­
mentos, que se tornaram torrentes de gra-
·ça e misericórdia, nas quais tôdas as almas
do universo e até de milhares de mundos,,
poderiam submergir.
O amor miBericordloso do Senhor vê em
nossa miséria e, lníperfelção apenas uma
l

presa para devorar, um abismo para en­


cher, um- mal a sarar .
E' um divino apaixonado, um faminto
insaciável, que clama sem cessar: Vinde
a Mim 1
- 139 -
Assim é Jesús. Assim· o vemos no Evan­
gelho, para com a Samaritana, para com
a adúltera, para com Pedro, para com Ma-­
dalena e o bom ladrão; por Isso era cha­
mado o amigo dos pecadores.
E ainda hoje é o mesmo Jesús para cadà
alma- Em vez de se deixar afaatar pela
� lnfldelldade, cumula-a de graças e
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tenta submergi-la nesta plenitude.


Observa-lhe de perto os movimentos e
espera sómente o fellz momento do en�
contro divino.
Si a alma se afasta de si mesma um
instante e se deixa pen_etrar pelo olhar di­
vino, o Sl3. Coração derrama-se nela, apro­
xJroa-se-lhe impetuosamente·, para se apo­
derar dela e entregá-la ao Pai Eterno.
O Coração Divino estremece de alegria�
porque seu maior prazer é poder pôr em
prática a sua missão redentora.
Esta divina solicitude se renova cada vez
que a alma, após úma falta, uma imperfei­
ção, se arrepende e confiante se abre ao
amor misericordioso, renovando o seu cre­
do da confiânça e do amor: Creio em Vós,
confio em Vós; sois o meu Salvador! Je ..
8Ú8, sêde--me Jesós ! Bêde meu , àalvador.
o próprio céu exulta. e louva o amor ml­
aericordioso, tanto mais quanto mais pro:.
fundamente baixou na sua condecen�ên­
cla.

- 14:0-

Dos sêres mais miseráveis, mais fracos,


mais despresívels, faz o amor misericor­
dioso as suas mais belas obras primas, co­
mo Jesús revelou à sua piedosa confidente,
Sorot Benigna Consolata. 2le conserva a
alma que se lhe abandona, no justo equi­
líbrio espiritual, no amor a sua baixeza e
uma confiânça ilimitada em Deus.
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Em vez de afrouxar, a alm� anima-se


pelo sentime nto da gratidão, abrazando-se
de amor tanto mais ardente, quanto mais
se íhe revela o amor misericordioso do Se­
nhor .
Mas a alma tocada e escolhida pelo mi­
sericordioso amor do Mestre Divino, deve
tomar-se-lhe semelhante, conforme orde­
nou: "Amai-vos uns aos outros coino eu
vos amei".
E' êste amor que, diante das imperfei­
ções do próximo, deve clamar incessante­
mente: "Vinde a mim, vinde a mim, tra­
zei-me tôda a miséria que achardes em
vós e em tômo de vós".
Esta caridade misericordiosa -toma a al­
ina verdadeiramente humilde, bôa, lndul-
. gente, compassiva e dá-lhe o verdadeiro
amor sobrenatural ao próximo, que a aju­
da a suportar-lhe as imperfeições com pa­
ciência e amor, como Jesús mesmo as 1,u­
porta.
- 141 -
E' êste, o reino de Deus na alrna, o trlun­
fo da graça sôbr� a natureza, aõbre o
egotsmo, que é a fonte da triplice concu­
ptr.ência. Assim ge restabelec.e a oráem.
Deus é tudo, a criatura nada é, e o nada.
espera tudo do seu Deus.
Assim se cumpre o mandamento evangé­
lico: "Sêde perfeitos, como vosso Pai Celes­
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tial é perfeito. 2le manda o seu sol para


bons e maus. - "Perdoai .setenta veze! se­
te vezes".
Assim adquire a alma aquela abnegação
e desprêz.o de �i mesmo, que tanto glorifica
o Senhor: e a toma apta para a sua subli­
me missão reparadora.
1 - Afetuosa solicit·ude para com os que
nos cercam.
O que o Salvador ·espera de tôdas as al­
mas-vitimas, quer estejam no mundo, quer
no claustro, é primeiramente que manifes­
tem para com o próximo , constantemente
uma afetuosa solicitude e consideração,
prestando atenção às suas próprias pala­
vras e a todo o seu proceder, afim de· não
escandalizar ninguém, pelo seu egolsmo e
rispidez. Si quiserem pr�ttcar estas virtu­
des -do modo mais perfeito, terão de fazer
muitos sacrifícios.
,
....
81 pudessemos viver só para nós, entre­
gar-nos. em silêncio, a sós, ao trabalho da
- 142 -

11ossa profissão, seria fácil conservar o es­


pírito de recolhimento e a paz da nossa
alma; então 110s seria também fácil fazer
os mais belos progressos em tôdas as vir­
tudes da vida interior. Mas nós não vi�e­
mos só para nós, como outrora os piedosos
eremitas, no deserto da Tebaida. Vivemos
numa família, numa Congregação reli­
giosa, na sociedade humana, vivemos una
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para os outros e devemos ter, portanto.


afetuosa consideração mútua. Esta delica­
da solicitude deve chegar a ponto de an-
. tes renunciar aos mais caros desejos e in­
clinações pessoais do que escandalisar
com razão, no mínimo que seja, com o
nosso procedimento, os nossos companhei­
ros de casa.
Eis ai mais um sacrlficlo a colocar na
patêna, em reparação ao Divino Coração.
Não se pode recomendar às almas-vitimas
apostólicas no claustro máxima mais bela
que a de S. João Berchmann, B.J.
"A vida em comum seja a minha inaior
cruz", isto é, a minha mais rica fonte de
sacrificios". Então seriam também, como
o nosso Santo, os prediletos da Comuni­
dade.
Multas v_ezes permite· a Providência Di­
vina que convivamos e tenhamos Ele tra­
balhar com alguém que nos é. antlpãti�o,
que talvez te�a muitos defei�s desagra-
-- 143 -
ctavets e singularidades de carater e que
frequentemente nos escandalize com seu
temperamento oposto ao nosso. Na ver­
dade, a afetuosa solicitude e doçura
são realmente virtudes que impõem então
penosos sacrlficlos, multas vezes heroicos.
E, entretanto, uma alma-vitima apostó­
lica deve estar pronta também para êstes
sacrifícios. Sl não os pode fazer, si logo
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se entrega à agitação e impaciênc� à


mals ·1ns1gnificante palaVlinha desagrada­
vel, sl manifesta logo susceptibilidade e
irritação já por um procedimento menos
atencioso, si até chega a retrib1tir na
mesma moéda, é porque não possue o es­
pírito de sacrifício de uma genuina e con­
sumada alma-vítima apostólica, mas ain­
da é multo egoísta. Nêste caso, porém, não
só não dará mais reparação ao Coração
de Jesús, mas antes o ofenderá e deverâ
então reparar a sua própria falta de ca­
ridade e consideração.
2 - Zêlo e abneração , nas obrà.1 de ca­
l'iclade.
A alma-vitima apostólica deve, além
disto, estar sempre pronta, quanto fõr pos-
81vel, a prestar serviço ao próximo, a aJu­
<14-lo, animá-lo e aliviar-lhe as fadigas.
Deve escolner sempre pa·ra s1 o mais dlfl­
cll e penoso e o último lugar. Oxalá tõdas
u almas-vitimas apostólicas quisessem
- 144 -
praticar êstes conselhos fielmente r Como
seria edificante esta caridade mútua ! A
alma-vítima apostólica deve esforçar-se
por praticar uma caridade universal, igual
para com todos os semelhantes, a�igos e
inimigos, desejando-lhes de coração o bem
e sempre pronta também a lhes fazer todo
o bem que possa; a caridade que jamais
recusa um benefício, que acha o máximo
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·prazer em poder imolar-s� ao serviço do


próximo, para seu bem corporal e espiri­
tual.
Não deve, porém, jamais dar a perceber
o sacrifício que lhe custa a obra de cari­
dade, mas deve fazê-la com tão alegre
amabilidade, que seja lenitivo para o corpo
e a alma da resp�ctiva pessôa.
O amor ao Divino Coração e o zêlo re­
parador não devem trazer-lhe ao semblan­
te um amável sorriso ?
Si, ao contrário, não se puder resolver a
fazer bem e servir aos óutros, é sinal que•
o amor próprio e p egoismo ainda lhe rei-
nam no coração. Uma alma-vitima apostó­
lica.não se deve deixar governar pelo egois­
mo, mas deve distinguir.-se por uma nobre
a�negação.
3 - Indulrêbdia e paciência com as fal-
tas e fraquezas do próximo.
A alma-vítima apostólica póde, porém,
muito particularmente, manifestar o seu
- 145 -
espfrlto de sacrlficlo na prática da carida­
de, suportando com paciência e �dulgên­
cla, os defeitos e fraquezas do próximo.
O seu Ideal deve ser uma caridade lnâ·
balavel, que jamais se mostre ofendida,
Jamais guarde ressentimento, sempre
pronta a perdoar; uma caridade que Ja­
.mals pense é Julgue mal dos outros, que Ja­
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mais fale dos defeltos do próximo, Jarnall


o critique. Uma alma-vitima apostólica
nunca deve fal.ar mal do próximo; nem
fazer :observações malévolas ·sôbre as faltas
alheias: seriam novos espinhos, a tras­
passar o Coração de Jesús. Deve antes, pe­
los sacrifícios que se impõe, para dominar
a llngua, a�ancar espinhos, que outros
era.varam no Coração do Divino Mestre.
Deve ter por ideal -uma caridade livre
também de egolsmo e amor próprio, de
tnveJ� e ciume, de aversão -e dlscórclla;
uma caridade que tudo suparta, tudo pa­
dece, tudo vence com perseverança.. cada
cahna aceitação de palavras ásperas e
ofensJvas é retrlbulda pelo Salvador eom
uma cQNolaçio, qµe f.az sentir à alma uma
gota da doçura lnfinlta do seu dulciMlmo
corac,io.
Bsquecer•se de si, amar, sofrer e calar é
o segl'edo das almas-vitimas apostólicas,
que por amor de Cristo aceitam de bom
grado a sua parte de sol, de sombra e de
-·- 14,õ -

pó. não recusando Jamais nada do que


nlo ofende a Deus,
E' a flõr da caridade: viver em harmo­
nia e paz com o próximo, através das mll
dificuldades que acarreta a dlferença dos
carácteres com os quais se convive.
Para dar glória a Deu�, deve a alma-vi-
,tlma apostóllca derramar ralos de luz nos
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corações alterados e cobrir de pétalas de


rosas ,as veredas lngremes e espinhosas do
próximo, afim de que tôdas as almas se
transformem em templos magníficos da
SS. Trindade, altares vivos de eterna bele­
za, onde se ofereça sem cessar o sacrlficlo
de louvor e ação de graças, de· súplica e
reparação à Divina Majestade 1
Oxalá tôdas as almas-vitimas apostóli­
cas, tanto no mundo como particularmen­
te no claustro, meditassem muitas vezes
aquelas palavras magnificas de s. Paulo,
no cap. 13 da 1.ª Epistola aos Corintios:
"Se eu falasse tõdas as llnguas dos anjos
e dos homens, mas não tivesse caridade,
seria como o metal que sõa ou como o sino
que tine".
E ainda que tivesse o dom da profecla,
que conhecesse todos os mistérios e tudo
que se póde saber: ainda que tivesse toda a
fé, até ao ponto de transportar montes, se
não tivesse caridade, nada seria.
- 147 -
B ainda que dlatrlbulaae todos 01 mna
bens para o sustentõ doa pobres e entre•
pae meu corpo para · ser queimado, •
nio tivesse caridade. nada dluo me apro­
ftltarla".
Ainda que .. •·�· alma-'rittma r al)Oltl,llca fl•
.ase, pois, os mais belos aacrlffclol, •
nutrisse sempre em si aversões voluntirtu
ou mesmo lnlmlzades para com o próxtrno,
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de nada lhe valeriam todos os sacrlffclol,


os quais não seriam aeeltós pelo Coração
DlYino, como o próprio Jesús exprtmlu tio

claramente:
"Quando fizerdes a vossa oferta- diante
do altar, se ai vos le�brardes que vosso
irmão tem alguma queixa co1;1t�a vós. dei­
xai ali a vossa oferta e ide primeiro vos
reconcU1ar com o vosso lrinão; depois en­
tão vireis fazer a vossa oferenda". . (S. Ma-
.

teus, 5, 23) .
Por Suo deve a caridade da 'alma-vltl-
ma apostólica �r �as as qualidades que
. .
.

8.. Paulo Indica na mesma epistola: "A ca­


ridade 6 paclênte, 6 bondosa: não 6. lnv�
Joaa, não busca os seus lnteréssea; não se
1rrtta, nem suspeita mal:· não folga ·com
a Iniquidade. A caridade aotre tudo, crê
tudo, espera tudo. A caridade jama!I
acabará".
:i

Entretanto, 11 a alma•vltbna apoatóllca


Qulaer praticar uma tal caridade, teri de
- 148 -

oferecer no altar de seu coração um cons­


tante sacrlffclo, do hascer até o pôr do
sol. uMas ah 1 - que magnfflco ideal para
uma alma-vitima apostólica e que vasto
e fertll campo para seu sublime apostola­
do! Ha de ver fartament.e realizada a pro­
messa divina: "Postula a me et dabo tlbi
gentes heredltatem tµam ! " - Pede-me e
te -darei os povos por herança 1
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,..
t

Mortif icaçio
Resta ainda às alm�s:JFitirilas apostóli­
cas um último �ampo, muito vasto, onde
podem pôr à prova ·o· ·seu espirita de sacri-
ficlo, a saber - a mortificação.
Quando o amôr ao Divino Salvador se
apodera de uma alma, ela se sente habi­
tualmente Incitada a sofrer tamti'ém algu­
ma cousa por �le, que tanto ·sofreu por êla.
Muitas vezes a alma generosa desejaria
praticar as ·mais duras penitências, para
provar o seu amor a •Jesús .
aste desejo é certamente bom, mas seria
Imprudente satisfazê-lo sem reflexão.
Os homens -do �presente tnão podem JI)ais
su�rt.ar J êste respf!lto o que os de ou­
�rora praticavam, sem receio de causar
aérlo prejulzo à saúde.
Observa, por 18so, multo acertadamente,
um lluatre autor: "A aspiração do cristão
- 149-
não deve ser absolutamente arruinar 0
corpo; a ascética cristã ·não trata de um
enftaquecimento in�ensato do corpo. Elá
considera inadmissiv�i, as mortificações
que impedem o cumprimento do dever".
"Só a verdadeira humildade e a inten­
ção pura é que tomam estas práticas
agradáveis a Deus, pois, a vaidade e vã
complacência de bom grado se lhes unem
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e delas se originam".
Sôbre este ponto justamente exprimiu
a prudente Madre M. Dominica Clara de
Luxemburgo, iluminada por Deus, alguns
pensámentos, que merecem ser meditados
também pelas almas-vítimas apostólicas.
Eis o que diz: "Uma alma póde fazer mui­
tas penitências penosas e, entretanto, não
se santificar, porque o amor próprio se
1mtscúe muitas vezes e o orgulho arruina
1

tudo. A perfeiçãa consiste na união com


Deus e alcançaremos esta pela abnegação,
obediência e humildade;· as penitências
não são jamais o principal, mas sómente
um meio; devemos fazer com sentimentos
de humildade as penitências que· a obe­
diência à santa Regra ou ao nosso diretor
-espiritual nos levem a pôr em prática e
então nos auxiliarão a praticar a virtude,
enquanto que nos prejudicarão multo, si
nos vangloriarmos delas; nêste caso seria
melhor deixá-las de todo. "Sou d&J opinião
que as penitências que o bom·· Deus� manda;�
- 150-

quando se aceitam e praticam com pa­


ciência e amôr, são muito mais merltórlaa
do que as penitências particulares, que nós
mesmos escolhemos'.
"Quando Deus não dá fôrça para gran-
' 1

des penitências corporais, é porque tam­


bém não as deseja. Uma religiosa que seja
de compleição fraca, deve, pois, humilhar­
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se tanto mais interlorme�e e fazer sim­


plesmente o que se lhe diz. Nesta humilha­
ção Interior consiste então a sua penitên­
cia e mortificação.
A respeito de penitências públicas maio­
res, cumpre aplicar-se o principio que to­
dos, sem exceção, devem seguir". Nada fa­
çam sem consultar e sem bcen«;a expressa,
do confessor 1 "SI estas penitências não
têm a bênção da obediência, possuem pou­
ca ou nenhuma fõrça reparadora, como o
próprio Salvador repetidas vezes revelou
aos Santos. Para consolação destas bôas
aJmas, digamos� porém, que elas podem
praticar. o seu ardor penitencial de um
modo m'1lto mais Inocente, e, allás, tão
eficaz, que pode satisfazer-lhes abundan­
temente o mais ardente desejo de repara­
ção-: - pela mortificação ..
'
1 - A mo�lfleação dOI sentidos.
Quantas ocasiões se oferecem a uma al­
ma-vittrna apostólica para praticar a mor-
- 151 -
tlflcação dos olhos, pelo recolhimento e a
modéstia I Quantas vezes pode evitar um
olhar ·curioso I Que belo sacrlffclo póde fa-
zer, interrompendo em melo a leitura,
exatamente no ponto mala interessante,
pondo de parte, por algum tempo ainda,
uma carta, Já multo esperada, de alguma
pessôa querida, renunciando a contemplar
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um espetáculo, uma festividade, etc..•


Quantas vezes pode praticar a mortW­
cação do ouvido, não indagando das novi­
dades do dia, �chando os ouvidos a tôda
a maledicência e observação contra a ca­
ridade e procedendo como si não ouvisse
qualquer palavra afrontosa. que se lhe
dirige!
Quantas mortificações inocentes do pa­
Jadar. póde praticar, não só não escolhen­
do comida e bebida, mas, ao contrário, to­
rnando um pouco menos exatamente da
coml(lat�· q�c.?gosta_; e � pouco mais da
outra que não lhe ·apetece 1
"Não é d11110 de um dlsclpulo do Cruci­
ficado" - diz um ilustre escritor, - .,põr_
se em busca de comidas delicadas e preo­
cupar-se com a cuidadosa preparação dà
meama.
A gulodice é lnlmlga da vida tisica e es­
ptrttual. Dela provém a repugnlncla a
tõda a renúncia e é UDJ.& frutuosa semen­
teira da Impureza.".
- 152 -
Uma aln1a-vitlma apostólica natural­
mente não deve também lisonjear o ol­
fato com perfumes.
"Perfumes delicados", escreve o mesmo
autor, "efeminam, tornam sensual e arras-
tam à sensualidade. A homens apostóli-
cos (e almas-vitimas naturalmente tam­
bém) não convém deliciar-se na aspira­
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ção de perfumes; sua aspiração deve ser


''tornar-se o bom odor de Cristo para
Deus, em meio daqueles que se salvarão"
(Epístola de S. Paulo aos .porintios 2, 15),
dando, pela sua vida, testemunho em fa­
vor de Cristo e conquistando assim o agra­
do divino. Não se deve tão pouco habituar
mal o táto, pela moleza -e demasiada · sen­
sibilidade: deve-se suportar corajosamen­
te calor e frio; há 'de sacrificar de. bom
grado o amor à comodidade na atitude;
fugir d.a ociosidade e procurar aproveitar
também, para sua santa vocação repara­
dora, os momentos dantes perdidos .

Els ai mortificações inocentlsslmas, Q\\e
não prejudicam absolutamente a saude,
, que talvez ninguém perceba, mas apesar
dlss�, não escapam Aquele por amor de
quem foram praticadas, ao Divino Salva­
�or. ltle acolhe to\ios êsses pequen9s sacri-
·�ícios com a mesma alegria, como si, em
·1ugar dêstes, a alma houvesse praticado
as maiores penitênclaa, ·para as quais a
- 153 -
bôa vontade se lhe sentia inclinada, não
tendo obtido, porém, permissão para as
pôr em prática.
2 - A mortificação das Inclinações e pai­
xões desordenadas.
Quantos sacrificios, ainda mais precio­
sos, se podem fazer, pela mortlf lcação das
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inclinações e paixões desordenadas, dos


defeitos do caro.ter e todos os pontos des­
agradáveis do temperamento 1
Nossos desejos e inclinações e o que nos­
sas paixões exigem de nós, muitas vezes não
estão de acôrdo com os desejos do Divino
Salvador, com as exigências da nossa san­
ta fé, com as máximas dos santos; é mes­
mo quando nos ·julgamos m ulto adiantados
no caminho da perfeição, não raras vezes
nos envergonham às inclinações e paixões
desordenadas, que ainda se agitam em
nós e mostram-nos como somos ainda
muito miseráveis e mesquinhos.
E' bem, verdade o que. afirma o Padre
Meschler, B.J.: .. �Estamos infelizmente.... no
estado da natureza decafda, portantq �o
e�o de desordem; bem .o sentimos.
"Tôda a nossa natureza 6 como,um tron­
cb· de arvore nodoso, atravessado·· e rami­
iicado por inclinações e impulsos mesqui­
nhos, perigosos e multas vezes Impuros, que
dificultam o bém,-. nos impelem ao. mal e
• - 154 --

predispõem para o pecado. Somos cheios


de egolsmo e soberba, de ciume e lmpa ..
ciência, de sensua.lldade e lnco111tlncia.
O homem de melhor indole pode tomar-se
trlsten1e11te ignóbil, até mesmo vil, se não
quiser fazer um esfôrço para se cont.er.
Se deixarmos um só dla livre curso às pai­
xões más que nos assaltam, podemos fa ..
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ier cousas extraordináriamente indignas.


Animals perigosos guar dam-se atrás de
chaves e ferrolhos; mesmo nos domestica­
dos não se deve confiar. Em todo o homem
móra realmente um animal. Não há nada
de baixo e vil que o homem, impelido por
paixões indómitas, não seja capáz de fa..
zer. O único recurso aqui é o dominio de
si mesmo, a mortificação".
O mesmo autor observa em outro lugar:
''Uma única paixão basta para nos per..
der. Cada paixão se renova, como verme
Interior q.ue pqs,r de�ora, J quando .�ão lhe
prestamos atenção. Uma paixão imortlflcà­
d.a é, durante a campanha, como um exér­
cito tntmtgo ou uma forta�eza lnlmtga pe­
las costas. . • Não devemos, pois, esperar
sermos forçados a mortificar-nos; do con­
trário, chegaremos muitas vezes tarde de­
mais e não nos dominaremos quando de­
vlamos fazê-lo... Devemos, pois, dectdlr...nos
â �ortltlcaçio, custe o que custar. Não ê
também tão dlflcll, quando a praticamos
- 155 -

por prlnqfplo e Integralmente, quando ae
ama e se ora a Deus".
São consf lções estas que de certo não fal­
tam· à ai,na-vltlma apostólica.
A almJ-\'itima apostólica deve multo
partlcularinente mortificar os deíeltos de
carater, cvie é Justamente o que mala
custa. (iuantas vezes, devido a nosso de­
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feito d�lnante, escandalizamos os ou­


tros I quantas v�zes já tivemos de acu­
sar-nos disso na Santa Confissão I A êste
respeito, ainda há muitos sacrificlos a fa­
zer. Pois bem, façamos corajosamente es--
1a �ortlflcaçãô. Ainda que nossas inclina-
ções e paixões desordenadas Sé agi�m
sempre noràmente, jamais devemos des­
antmar, m� recomecemos sempre de no-­
vo a guerra contra elas I Façamo-lo com
santo zêk> reparador e com sentimentos
verdad�1ramente apostólicos ! E a luta
contra -tõda essa desordem em nós se nos
tomará Ínala facll 1 --

1 -· A. mortificação do coração�
o coração, com seu Impulso de procurar
e achar nos homens amor e simpatia, ofe­
rece ocasião de praticar a mortificação e
o sacriflclo.
O coração da alma-vitima apostólica.
deve pertencer inteiro e Indiviso ao Sal-
- 156 -

vador, sobretudo sl ela escolheu o estado


virginal ou elegeu talvez a Jesus para es•
poso de sua alma e desposou-O por um vo­
to próprio, seja particular no mundo, seja
.solene e público, no estado religioso; então
deve o seu coração pertencer realmente ao
Salvador, até à última fibrazlnha. 81 aca­
so descobrir, pois, no mesmo ainda algu­
ma fibrazinha que 11ão seja consagrada ao
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amor de Jesús, deve arrancá-la impiedosa­


mente; pois o Salvador, humanamente fa­
lando, é cioso do amor de todo o coração
que se lhe consagra.
Uma alma-vítima apostólica virginal
-deve, por isso, ser animada de um único
amor, o amor de Jesús. Só um desejo deve
ter, é o de agradar-lhe e a :S:le só. Só uma
aspiração deve poss.uir: dar gló ria e repa:.
ração ao Divino Coração. Jamais deve im­
pôr limite ao amor de Jesús, afim de-que,
como a esposa do Cantice dos Canticos,
possa dizer: "Meu Amado é meu e eu sou
�le" .(2, 16), para que. nela se cumpra a
palavra de 8. Paulo·: "Vivo, mas não sou
eu · mais que vivo, é Cristo quem vive em
mim". (Gal. 2, 20).
Uma alma virginal que sé consagrou ao
ss.. Coração de Jesús, não deve realmente
alimentar em si nenhum outro amor; do
cori.trário, Nosso Seni�or •� retrairá.
- 1�7 --
Sôbre êste ponto exatamente fala Santa
Margarida Marta multas vezes, nas 1uaa
cartas. Assim é que escreve, por exem- ,
plo, a uma rellglo&a: "Bl procura a afei-
ção das criaturas e quer eaptar-lhea a es­
tima, perderá a do BS. coração".
A verdade çlestas palavras Já experi­
mentaram em sl mesmas, não a6 multas
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vtrgens cristãs no mundo, as-.. quala eram


cheias de terno, profundo e a,rdente amor
a Jesús, até o momento em que o apêgo a
uma criatura U,.es tomou posse do coração,
mu infelizmente também inultas r almas
consagradas a L>cus. Dantes v,ivlam real­
mente só para o Salvador· e _.eram indJzf­
veJro,nte felizes com êste amor; ma.\ qe-
p0ls veiu o apego a uma criatura·.e, o amor
A tf �

ao Salvador extinguiu-se�lhes. E', pois,


evidente . que uma alma-vít�a apostólica
que se consagrou a· Deus no estado ·v1rg1�
nal, deve renunciar· a tõda afeição· desor:.
denada. \;
I

o apêgo à criatura fecha ··também a fon­


• .,

te divina das graças, como Santa Margari­


da Marta assegurou: "O·· Dlvlno �:Coração·
de Jesús há de reter tanto ,nata a comuni­
caeão do seu tesouro de graças,·quanto mais
vos achardes enriquecidos de cousas pas­
sageiras. Sejam quats forem os vãos
prazeres em que procurala repouso e satla-­
taçio .para vosso coração, encontra-reis
- 158 -

sempre a desvantagem de fechar a fonte


das graças do Divino Cora9ão e tornar o
vosso coração estéril como um sólo ár1<lo.
"O apêgo à criatura constitue um gran­
de obstáculo à ação da graça e do amor
no vosso coração. Si quereis que o puro
amor vos domine, deveis morrer para tudo
isso, romper decididamente êste apêgo;
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pois desagrada muito ao SS. Coração de


Jesús. E' por deixar de fazê-lo que tantas
vezes não achais gôsto na oração ·e na prá­
tica da virtude.
"Lembrai-vos que tendes um noivo ciu­
mento, que quer possuir absolutamente
todo o vosso coração ou então não quer
nada. Sl não banirdes do mesmo as crià.­
turas, 2le se afastará de vós; si não del­
xarde� o amor das criaturas, :S:le retirará
de vós o seu amor. Não há mais meio
têrmo".
Póde ser que este sacrificlo do coração
seja multo diffcll em certas circunstâncias,
que faça sangrar e despedaçar-se o pobre
coração; mas é necessário que se faça; o
Salvador ,assim o deseja das almas-vitl•
mas apostólicas.
4: - A mortificação do amôr próprio.
itste amor próprio infelizmente ainda
existe em cada um de nós. E' bem verdade
o que escreve o Padre Saint Jure, 8. J. :
-159 -

"E' como veneno derramado no corpo e


na alma e que penetra até o miôlo e os
ossos. Penetra profundamente, até o inti­
mo· do nosso ser e contamina-o. Nenhuma
atividade da alma, seja para com Deus ou
para com o próximo, deixa intacta; intro-
duz-se PQr tôda parte,,. procura· governar
mais ou menos tudo. Não há no homem
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nada de puro que o amor próprio não man­


che, nada de santo que não profane, nada
de elevado que não rebà.ixe, nenhuma gra­
ça de que não abuse. Ao mesmo tempo sa­
be de tal modo dissimular e agir tão secre­
ta e habilmente, que se tem a máxima di­
ficuldade em descobri-lo".
O amor próprio ocupa-se quasl se�re
consigo: só pensa em si, só fala em si, só
trata de sl.
Procura sempre o que lhe é mais cómo­
do, mas não tem escrúpulo de incomodar
os, outros"
Tem multa ternura e compaixão para
consigo, mesmo em dôres mfntmas que
t,em de sofrer, mas, apesar disso, é mu1t,uJ
vezes duro e tns,mstvel para com os sofri­
mf:ntos dos outros. Cuida de ai e p0upa-se
tanto quanto póde e receia sempre se so­
brecarregar, mas não poupa absolutamente
os outros, embora os veja sobrecarregados
de trabalhos.
- 160 -
Gosta de empurrar para. os outros tra­
balhos desagradá veis, mas não faz o me­
nor esfôrço para ajudar o próximo e pres­
tar-lhe caridosos serviços. Ao contrário ,,
julga que todos são obrigados a servi-lo,
sem que êle careça retribuir-lhes do mes­
mo modo.
Gosta de ter sempre abundância de tudo
e não quer jamais sofrer falta de nada.
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Quer que se lhe dê tudo o que pede, mas


sem querer jamais dar também por seu
lado; pretende até ter... direito de quelxar­
se, quando se .lhe recusa a mínima cousa.
Não sabe absolutamente o que seja vencer
suas inclinações e· fazer violência a s1
mesmo.
O amor ·próprio· não gos�a de obedecer.
mas desejaria dispôr a v_ida a seu bel pra­
zer: a obediência, o constrangimento, a
dependência de outrem parecem-lhe ter­
rivelmente penosos. -Busca� por isso, sub­
trair-se à obediência tanto quanto passi­
vei e toma a dlan�eira com excessiva inde­
pendência.
Manlfesta-se depois o amor próprio no
apêgo; aos�trabalhos) preterldós, particular­
mente quando são trabalhos que corres­
pondem ao nosso natural: ao contrário,
tem verdadeiro horror a trabalhos contrá•
rios às suas incl_lnações pessoal&. Por isso
também é extraca�dlnátlamente engenhoso
em Inventar razões, para apresentar aos
- 161 --
superiores, contra incumbências desagra­
dáveis, sabe mesmo multo bem enganar,
com verdadeira maestria.
Apresenta antes à sua própria alma,
com tal convicção, estas razões contrárias,
que ela crê que só busca a glória de Deus,
enquanto realmente aspira -à satisfação
própria ,.
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Manlfesta-se também o amor próprio no


apêgo a hábitos arraigados, até mesmo
na pràtica da piedade; assim é que o amor
próprio fie� desolado e lamenta-se e sen­
te-se quasi infeliz quando, pot. amor do
próximo, tem de privar-se de alguns dos
exercícios habituais de devoção ou quando
lhe alteram, um pouquinho que seja, a or­
dem habitual, que já se lhe tomou uma se­
gUnda natureza.
Assim encontr,amos os vestígios do amor
própri� a cad� passo. Que vasto campo,
pois, para a mortificação e o espírito de
saçrifíclo ! Quanta- ocasião, por .isso, tam­
bém de dar repáração ao Divino Coração
e cooperar apostólicamente na salvação
das almas e santificação do clero 1
Sim, a lembrança desta nossa sublime
tarefa devia penetrar-nos e animar-nos
eonstantemen.te; seria· multo melhor do
que nos ocµparmos �empre apenas com
nosso próprio "eu''� Ace,so não é rldiculo
perder nosso tempo a contemplar-nos, ad-
-- 162 -

n1lrar-no3, ln1ne11tar-nos, afligir-nos com


pPqucnos males, que nos parecem grandes,
lin1itar-nos a deplorar a nossa. miséria,
enquanto devlamos ocupar-nos excluslva­
me11te com os sagrados lnterêsses do Dtvl-­
no Coração e a salvação das almas ? Ele­
vemo-nos, pois, acima do nosso pequenõ
e misero "eu", à esfera das realidades di­
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vinas. Então tôdas essas preocupações e


cuidados com o próprio ''eu" hão de
parecer-�os sem valor e fúteis, em compa ..
ração con1 a méta elevada a que, como al­
mas-vítimas apostólicas, devemos aspirar.

5 - A mortificação da soberba.
O amor próprio celebrou .uma. aliança
matrimonial, quasi indissoluvel, com a so­
berba e desta união se originou uma série
de filhos e netos, que infellzmente nos dão
muito que fazer.
Vejam.os de perto essa detestáv el fami­
lia descendente da soberba.
1

A soberba tem várias filhas. A 1.ª é a


vaidade, criatura mansa, mas tola, que por
sua vez tem muitos filhos: 1.0 -A vã com•
placência em si mesma, que faz de si pró­
pria o mais alto conceito, que se ufana de
possuir mil bôas qualidades, .que se cQn•
templa com agrado e por isso também crê
facilm�nte que todo o mundo deve pensar
- 163 -
nela e ocupar-se com ela. 2.0 - A osten­
tação, que quer s�mpre andar bem vesti­
da, com roupas belas e flnas e ter tudo
lindo e elegantemente instalado.
s.0 - A presunção, que sabe falar quaal
sempre de si, que se faz heroina de t6das
as narrativas e isso muitas vezes à custa da
.verdade, que se considera pelo menos tan-
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to, si não mals importante do que os ou­


tros e não cessa de citar méritos e só apre­
cia propriamente o que ela mesma faz .
. A segunda filha da soberba é a ambição:
criatura bastante inquieta, pois que se Jul­
ga com direito a tôdas as honras, cheia de
planos e desígnios ambiciosos; quasi to­
dos os se� esforços e átos são inspirados
pelo desejo de alcançar o favor ou louvor
humano. Fica encantada quando a louvam
·e nada esquece do que possa merecê-lo;
ao mesmo tempo, porém, tem o maior cui­
dado de não deµcar notar que o deseja. Não
go$ta, porém, que louvem os outros; ela
-própria, entretanto, os louva por vezes,
quando tem alg"1ma segunda intençã_o
ego1sta. Justamente porque .teme o despre­
� •. oculta com esperteza as suas imperfei­
ções; usa· mll subterfúgios, para d1minu1-­
làs; ao contrário, possue .uma ·habilidade
maravilhosa para fazer sobressair •.
o que
lhe póde dar gló�la. t· ·

A ambição tem igualmente muitos fl,­


lhos;·
.. ptlm.elramente uma filha, a inveja,
- 164 --
que só pódc ver com ciume as bõas quall•
dades, os bons átos e o fellt êxito dos ou­
tros e por isso tem sempre a ten.tação de
m11rmurar dos outros, falar de suas faltas.
descobrir-lhes as fraquezas ocultas ou até
os acusar em falso, naturalmente só para
salientar mais claramente a sua própria
luz.
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A ambição tem ai11da outra filha: a su­


ceptibllldade; que já se sente ofendida só
de não se ouvir louvar constantemente,,
naturalmente muito mais ainda quando os
outros não a ·tratam com a devida conside­
ração, ·ou quando real o_u aparentemente
a esquecem ou deixam de lado; sobretudo,.
porém, quando lhe fazem uma censura
ou admoestação, embora
'
muito justa.
O terceiro filho da soberba é o espírito
autoritário, que quer governar tudo, domi­
nar todos os outros_. A obediêncià é, por
isso, terrivelmente penosa nêsse caso, pois
que em vez de obedecer, preferia gover-
"('

nar. tste filho da soberba é um verdadei­


ro demônio• familiar,. diante do qual nin­
guém está garantido, nem mesmo Nosso
Senhor.
O espírito autorltário tem primeira­
mente uma filha: a obstinação, que jiJllais
quer ceder, que persiste teimosamente na
sua opinião, sem levar em consideração as
1

obJéçoes alheias, mas repel1ado•as �em ge-


-
- 165 --
ral �om refinado desprezo; e multas vezes
até só contradiz e se opõe pelo gósto de
contradizer e opôr-se.
Outro filho do espirita autoritário é o
espirita· critico, que não se detém siquer
diante dos Superiores, constituindo-se Juiz
de vivos e mortos.
. ..
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Na verdade, quem quiser combater t�dos


esses filhos e netos da soberba, não carece
buscar muito longe .ocasião de fazer sacri­
ficios, pois que· a encontra a cada passo.
�is, pois, alma-vitima apostólica, um
vasto campo de ação aberto a teu espírito
de sacrifício, que êste jamais poderá es-­
gotar e onde poderá desenvolver-se até o
heroismo. Alegra-te, pois. Jamais vµ-á o
dia em que tenhas de lamentar: "Não sei
mais que sacrifício posso fazer ainda· por
Nosso Senhor!" Oh I' n·ão ! acharâs sempre
dêsses sacrifícios à tua disposição, quando
quiseres; ·poderás cada dia depositar· na
patena abundantes dons para teu Salva..
dor, em reparação ao seu Divino Coração.
E mesmo quando tlvere.s progredido muito
no caminho da. perfelçãô, ·�empre acharás
'
talv.ez mais do que ·queiras. "
Finalmente devemos notar que, para.
cumprir realmente a sua tríplice tarefa
em todos êsses sacrlflclos, devem as al­
I

mas-vitimas fazê-los na intenção- de dar


- 166 -
reparação ao 88. Coração de Jesús.
Devem uni-los sempre de novo ao Sa­
cr1ficlo lnflnltamente precioso de Cristo
.no altar, para depois os oferecer pela sal­
vação dos pobres pecadores e para atrair
o orvalho· celeste d� graça sõbre o saçerdo•
elo e as almas consagradas a Deus.
Só l)ela intenção é que os seus sacrifí­
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cios poderão concorrer para ·a triplice .mis­


são que · lhes incumbe.
• •
Na verdade, 'não é necessário renová-la
expressamente antes de cada sacrifício,
pois basta de�rtar �ssa intenção dlaria-•
inenie, na oração da manhã; mas quanto
.• - u ..

mais vezes se lembra·rem de sua �ublime


tarefa, , tanto mais se penetrarão do ele­
vado espirlto de unl�q .a Jesús e tanto
maior f�cllldade e _presteza: alcançarão em
f�r ésses sacrlficlos e por isso, tanto inai$
dignas se tornarão do seu_ no�re Aposto­
lada de Almas-vitimas, apostóliêas.


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Ut Yltam babeant ...


Terceiro 9r1u cio 1,Pfrito de 11crifício :
o 1mor à cru1 • holoc1u1to da vid1.
Algumas almas-vitimas apostólicas, 1>9r­
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tic'dla�ente eleitas, vão ainda mais longe


no esplrito de sacrifício: não lhes basta
sómente aceitar e suportar com paciência
e �signá.ção t_ôda a e�, todos os sofri­
mentos que Deus lhes manda; não lhes
b�ta ainda acrescentar também sacrifí­
cios voluntários. pela corajosa prática do
espírito de sacrifíci�, como acabamos de
expijcar; mas nutrem, além disso, o "admi­
rável desejo de se tomarem semelhantes
ao Salvador padecente · e para isso sofre­
rem com �le, serem huIDUbados com tle!"
em espírito de r�patatão

.
.. � • "'
·Em- que consiste este terceiro grau cio
espírito de sac, r ifício 7 '
•·
1. - No.� amor à cruz e à huroilha�ão. .
0

Jste amôr à cruz e à humUhação � não


carece, porém, ab�olutamente ,fazer que a
misera natureza
. . não mais . recúe assustada
diante· ·da cruz e da huinllhaçã.o ou· não
sinta mais absolutámente o que· hã de des­
agradavel np, crui .e na humllha�ão.
Pára isso seria necessário uma ação sobre­
natural de Deus ·sôbre a natureza hwna•
I
- 169 -
na, por melo de úm milagre I Em alguns
santos Mártires operou Deus êste milagre,
de modo que não maia sentiam os tormen­
tos que lhea eram lnfllngidos; mas tal mi­
lagre não póde Iler a méta dai almas-vitt­
msa apostóllcaa, nem mesmo destas almu
herólcaa, embora se. deva cor,cordar que
re&Jrnente,, pela pré.tlca constante de car­
regar a crtiz e fazer Aae!rificlos, alcança­
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mos .) uma felicidade sempre �escente em


aceitar uina cruz pe�cla ·e grandes humi­
lhações, para as quais dantes Jamais te.;
riamos podido :criar:-. coragem.
Notemos, entretanto�: _é�pre�amente, pa­
ra consôlo de algumas almas poúcd práti­
cas: póde toda a nossa::, natureza ·recuar
diante da cruz e da"., humllhação�· e, entre­
tanto, ·possuirmós· o ··a.0 grau do -espírito
de sacrificio. Recordemo-nos af! Salvador
no Horto das Oliveiras: ·a, sua natureza
b11mana também sentiu à,, cruz e a humi­
lhação, começou a tremer' e estremerer,
quando w vtu diante :da cruz e da humi­
Jbação; e apesar disso, 6 indubitável que a
8alvador J)OISula o· supremo gráu do espl­
rito de sacriffclo. Para àlcanoar êste ter­
eelro ·gráu, é neceS1árlo apenas· vencer es­
ta repulaa da natureza e� 11pesar desta
opóslção, abraçar com -1,môr &' cruz e � h\i ..:
mllhação- e; não sómente uma ou outra
vez, mas por prlnéfplo, rel\llarmente, sem�
»re- qúe .se 1101 oferega oc��9 para tssó;
- 170 -
lste herolsmo no espirlto de sacrifício ,
pelo amor à cruz e à afronta, é o mesmo
que o chamado terceiro gráu da humil­
dade, que Santo In6.cto nos ensina, no li­
vrinho dos Exerclclos eaptrttuais, em que
nos exorta a escolher, entre duas cousas
que concc,rrem Igualmente para a glóri&
d1T1na, o que nos torna roais semelhantes
ao Salvador: asa1m pois, preferir a po­
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brem à riqµeza� por amor de Jesús pobre,


a injúria às honras, por amor a lesús
cumuJad'> de. afrontas,- ·o. meno-1J)rezo à .es­
tima do mundo, por amor ao Salvador
considerado como loúco .-
Deixemos, porém, expressamente amsina­
lado aqui que póde haver casos em �
exatamente para a glória de Deus, não
�evemos expôr-nos à pobrem, à àfronta
e ao desprem, embora taro bém nestes ca­
sos, - como 8Centúa o Pe. Meschler, 8. J.,
nouo · desejo pessoal seja escolher o mes-
mo que o Salvador.
B' precfao nctar igualmente que, para al­
cançar efetivamente este terceiro gráu do
espirlto de iacrlficlo, aio necessárias gra­
çaa�pad,Hlat es 'l!a · JJa.rJ;e ;�; :oem,. .p -�-�
dre Grou, 8. J., escreve excelentemente a
respeito: "Quando agrada a DeU& pedir à
alma. grandes sacrlUclos, me também lhe
dá uma generosidade correspondente:
dtJata-lhe o coração,. eleva-lhe os sen­
ttmentoa, dá:-lhe a mala alta ldêia do que
- 171 -
êJe merece e f4-la reconhecer que tudo o
que ela pode fazer por êle, é nada, meno�
que nada; que é pura bondade da parte
dêle aceitar o que ela lhe oferece ... "
Penetrada dêste pensamento, a alma vê
claramente que até êste momento nada fez
para Deus; apodera-se dela um 1meJllO
desejo de dar•se-lhe inteiramente; e co­
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mo tudo o que ela póde fazer e aofrer pa­


ra sua lnflnlta Majestade, não, 6 digno df­
le, pede-lhe que se glorifique a si mesmo
nela, como lhe agradar e nessa Intenção
ae lhe entrega inteiramente .
"Desde esse • momento se lhe dilata o
coração e toma-se· 1ad�quado à grandeza
dos designios de Peus. Tudo o que parece
tão penoso e tão duro aos cristãos comuns,
parece-lhe suave:'e facil; ·ela se admira que
Deus lhe peça tão pouco e por amor dm.­
deaeJava fazer ínil vezes mais. um· lumlrio­
., exemplo dêste amor à cruz e à buml-­
lhação é santa Margarida Alacoque. Já
pouco depois da profissão · religiosa, lhe
mostrou o· Salvador uma cruz :·ciu� jazia no
1610, tõda coberta. de flõres· e disse-lhe:
deve
..B!s d áltar i aõbre '"o t·qua1 reàlizar-se
o aacrlficlo de minha �pos�. Estas flõres
murcham, mas os esplnhQS que estão ncul­
t"Qs no · melo C.,.as mesm�, permanecem e
hão de ferlr.-te tão .dolor08amente, qae ca­
de
recerás de tõda a tõrç11 ·meu &mor par�
. verar sôbre · a cruz ...
perse
- 172 -

uma vez lhe a.pareceu o Salvador, na


Santa Comunhão, com uma coróa de
espinhos na mão. O Salvador, colocou-lhe
esta corôa sõbre a cabeça, dizendo: "Rece­
be, mlnha filha, esta corôa, como sinal da
que te aeri dada em breve, afim de te tor­
nar semelhante
.
a mim".
'

A Santa não compreendeu então a slgni..


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floaçio dea�aa palavras; soube-a, porém.


pouco depois, quando a barra da manivela
do 1>0Ço· lhe- escapou da mão, vibrando­
lhe na cabeça um golpe tão terrivel, que
lhe pa�ecia ter a, cabeç� eravej ada de es­
pinhos· penetrantes. Ela agradeceu ao- Sal­
vado; esse caro .mimo. "$1nto-me mais
grata a meu Salvador por esta preci�
eorõa", - confessou ela, "do que si me
houvesse ofertado as, corôas de todos os
principe21. dêste- mundo. Estimo-a .tam9ém
tanto mais, quanto ninguéni ma -póde rou-
bar Jamo,la e ·ela me impõe , necesaldade
de conversar durante a noite com o únl�
obJero do meu amor: pola não posso: apoiar
a ea�ga no travesseiro e sou ob1'1gada,
portanto, com grande prazer, a velar.
· Imito âsa'tm o exemplo do ineu Salvador,
que não · pódta também repousar na cn11
a suà cabe.ça adoraver. 81rità:- a'egrla e con-
10laçlo sem nóm.ê, quando percebo em
1111m alsuma confoimldade com lle",.
.
- 173 -
Jesús ensinou-lhe também a unir suas
d6res de cabeça às· d!le na coroação de
eaplnhos, para a-s oferecer ao Pai celeste,
pelos pecados de soberba dos homens.
Outra vez lhe apareceu Jesús e mostrou­
lhe numa das mãos o quadro da vida mais
feliz que se podé imaginar, para uma reli­
giosa: uma vida de paz, cheia de consola­
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ções interiores e exter_iores, em perfeita


saúde e no gôzo. do respeito e aplauso dos
homens. ·
Na outra. mão tlJ?.ha o quadro de uma
vida humilhada, crucificada, .desprezada�
cheia de contradições e constantes .sofri­
mentos de corpo . e alma. Apresentando­
lhe estes dois quadros, disse-lhe Jesús:
"Escolhe, minha filha, o que mais te agra­
da; seja qual fôr, a- tua escolha, dar-te-ei
as mesmas graças". Ela se· prostrou aos
pés do Salvador, adorando-o e -disse: "O,
meu Senhor, não desejo sinão a Vós e a
'\•

�acolha que fizerdes para mim". Conti­


nuando Jesús, porém, a instar com ela,
para que escolhesse, respondeu-lhe Mar-.
gartda: "Vós só me• bastais, ó meu Deus,
escolhei para mim o que mais vos glorifl­
ca,p sem, atender ao meu proveito e satisfa­
�io; basta-me. que Vós estejais. contente,,.
Entregou-lhe o Senhor então o quadr�
da vida cruelficada, dizendo-lhe: ''Els o
ci.!,le escolhi, tanto para -;_cumprimento de
- 174 -
meua de1l1nl01, quan� para te tornar ,e.
melhante a mim. O outro quadro é uma
vida de gõzo, maa nlo de merecimento pa­
ra a e�mldade".
Em uma carta à Superiora, relata ela
mesma outro fato muito semelhante: "Um
dia, quando estava ajoelhada diante do
Santfsslmo, els que me fol mostrado o ar­
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dente amor que abraza os Seraflnl e que


lhes proporciona tão infinita bem-aventu­
rança, e ao mesmo ter.1po ouvi as pala­
vras: "Não preferias álegrar-te• com élea a

sofrér e ser. humilhada continuamente, pa-



ra assim concorrer para a dilatação do
meu reino nos corações dos homens ?"
1
Abracei sem liesitar a cruz que me foi
mostrada, embora estivesse- cercada de es­
pinhos e pregos e repetia·· sem ceM&r as
palavras: "O'· meu único amor, a cruz cor­
reBpo� mil v�s mais aos meus dese­
jos e prefiro mil vezes. sofrer, concorren­
do assim para que sejais conbecido e ama­
do, si qulaerdes honrar-me com esta gra­
ça, do que 1er um destes aeraflns abtaza­
dos de amor, mas sem c.ruz". E.1ta qlsposl­
ção acompanhou-m,e deitde então sempre
e foi 'Tetribulda. com tal ternura da parte
do Coração adorável de Jesús, que Di<>
.J)ONO exprimi-la absolutamente".
Margarida Maria chama por isso- a cru1
a maior graoa Q\l� recebia,. -de- Deus: •�ço ..
- 175 -

mo é bom o ·salvador em manifestar para


comigo, sua Indigna escrava, sempre a
mesma bondade e ntlserlcórd1a e não
olhar absolutamente para a minha lnfide­
llda�e e· miséria I Oh I ajude-me a agra­
decer-lhe todas as suas graças f Entre es­
tas, a mais cara e estimada é o precioso
dom de sua cruz, que me acompanha por
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W<}a a parte. A única consolação que me


suaviza a vida, consiste e m� podei: sofrer e
os mais preciosos d�st�s , sofrimentos são
as humilhações, que nos fazem ser esque­
cidos e desprezados pelas criaturas. Oh 1
como são felizes as almfl,s qu� o Salvador
ássim cumúla de ·graç_as ! "
Belissim$S palJ vras são as que dirigiu�
em outra carta, à Superiora: "O ,que mai�
estimo, depo� dé �eu Salvador, é o qon;a.
de sua preciosa cruz. O' minha ,cara Ma­
dre, si conhecessemos, ·-·o valor .da ·êruz !
Então não haveriamos mais· de fúgir tan­
to dela, nem procurar repe�í-la. Oh ! �ão !
então haveríamos · ·de·,,_ amá-la , �dese!á-la
tanto, que nosso maior prazer seria carre�
gar a cruz, e não terla ' mos m� ou ..
tra aspiração, sinão. a de morrer nos b:r�­
ços da .cruz, d'esprezadas e �bandQnadas
pelo mundo.· Mas para,•que assim �a ser,
é preciso que o puro amor seja o,., sacerdo­
� sacriticador e consumador de nossos
corações, como o foi do Cor�çao do Sal­
vador"�
- 176 -

Ao Padre Crolset escreveu:· "Nada mais


póde agradar-me nêste mundo , sinão a
cruz do ·Salvador; mas Úma cruz inteira­
mente igual à di:le, isto é, pesadjt, afron­
tosa, sem consôlo, sem alivio. Possam <'S ou­
tros ter a felicidade de subir ao Tabor
com o Divino Salvador; quanto a mim, es­
tarei contente· de não conhecer outro ca­
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minho, a·· não ser o do Calvârio. ·Na da me


atrai como a_ cruz: Oxalá seja a minha
pa-rtilha poder ficar, até o último suspiro,
no Calvário,,.. com os âçoites, os espinhos
e a cruz, se:rn outra consolação e outra
alegria sinão a de não ter mais consôlo,
nem alegria alguma. Oh ·1 que ·felicidade
poder sofrer cada dia em silêncio, acabru­
nhada sob o peso de tod,as as misérias pos­
síveis de corpo e espirlto, esquecida e des­
preza�·! Bendiga, pois, por seu lado o
nosso Divino Salvador, por me haver con­
'cedido tão ·amorosa e liberalmente a graça
de· sua preciosa cruz, não�·me dêlxando um
momento sem sofrlmeqto. Ah I que faria
;"'eu, sem a cruz, nêste vale de corrupção.
onde levo uma vlda tão pecadora, que só
posso considerar-me o cúmulo da miséria:
que me torna inteiramente indigna de
carregar a cruz, para, me toniar semelhan­
te ao meu Salvador padecente".
"Deus concedeu-me a graça de achar­
me mergulhada num mar dé humilha-
- 177 -
oões; mas estA graoa me d tio cnrn, ciun
eu conslderarla o 1nnlor oaatl110 rt,tlrnr­
ma a1e de novo, e ver-me 1�m 11otrJme11to,
embora por um momento apon11: put11
considero perdida cada hora de mlnhn
vida que se passa sem sofrer. Posao aue-
1urar-lhe • que só desejo viver mala tempo
ainda, para ter a f�llcldade de poder 10-
frer. E' realmente a ünlca cousa que póde
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·alelrar ainda meu coraoão e meu eaplrl­


to .. , Mas não creia que eu mo limite a
falar a respelto. Não I tenho ,. realmente
�u_lto _que sotrer. Mas ah I parece-me que
�;{l:'io sofro bastante e por 1sso tam­
bém· ainda não fiz bastante para Deus".

2.ª - Em sacrificar-se pelos outros.


Algumas destas nobres almas oferecem-
se a Deus como vftlmas pelos outros, isto
é, para aceitar mesmo os sofrimentos que
outros mereceram pelos seus pecados.
Estas almas nobres querem, pois, ser
hóstias imoladas com Jesús, formas exte­
riores, por assim dizer, sob as quais :tle
sofre• e se Imola. Assim como a Hóstl_a em-
presta as suas espécies exteriores a Jesús.
assim também querem elas lhe e1nprNtar
todo o seu próprio ser. O Balvador não
pode sofrer irtals, por isso lhe entregam
estas aJmas de certo modo seu coração, sua
alma, seu corpq, pará que Jesds ache aque-
- 178 --

Ies sofrimentos que deseja tão ardente•


mente, para os oferecer ao Pai Celeste,
para a maior glória da BB. Trindade e
para a realizaão de seus adoráveis deli­
g11ios, isto é, para conversão dos pobrea
pecadores.
Assim cumprem a palavra de 8. Paulo:
"Alegro-me em todos os meus sofrtmentoa
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por vossa causa e completo assim em mi­


nha carne 9 que falta ainda à Paixão de
Cristo para a sua Igreja!" (Epístola aos
Colossenses, 1, 24).
Estas nobres almas desejariam quag
confessar, com S. Paulo: "Desejo mesrno
ser anátema pela salvação de meus lr-
maos !" (Epístola aos Romanos, 9, 3).
- 1

Estas almas-vítimas apostólicas vão, pol.,,


em �spírito de sacrifício até a mais comple­
ta semelhança com o Divino Salvador, que
morreu também como ,•itima, para satwa­
zer, não pelas·suas próprias culpas, mas pe­
los pecados alheios. Multas vezes têm estas
almas em vista algum pecador. para cuja
ronversão desejam cooperar, pelos seus so­
frimentos; por vezes tambêm se ofehcem
sómente ao Salvador para sofrer pelos
outros, sem que saibam ou verifiquem a
quem é aplicado o sofrimento reparador.
A vida das almas santas dos últlmoa de­
cênios é rica da exemplos destes.
- 179 -

Ouçamos a descrição que apreciado es­


crttor faz da beleza e sublimidade dessa
imolação voluntária pelos outros: "Em
meio de uma geração mole, ávida de pra­
zeres sensuais, vemos almas santas surgi­
rem, como brilhantes figuras luminosas,
cujo único desejo, cuja felicidade, consis­
te unicamente em _Imolar-se pelo próximo.
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Como os mundanos celebram banquêtes de


gozos sens,1ais, assim estas almas têm suas
festas da dôr, incompreensíveis, aliás, para
os homens de espírito terreno, mas que
sobrepujam amplame11te àqueles, em paz
e felicidade. Donde se originam estas fes­
tividades? Das alturas luminosas do Ta­
bor ou do sombrio Calvário ? Quem póde
dizê-lo? Pois si até no Calvário suspiros e
lágrimas são como celestes cantos de lou­
vor! Só sabemos que Jesús Cristo, o Filho
d� Eterno Pai, é seu autor; pois tão divino
é. o doce tom dos cânticos de alegria, como
o dos queixumes de dôr.
Uma destas almas modestas, desconhe­
cidas do mundo, delxa a vida terrena. Já ha
cem passos nada se sabe a respeito e nin­
guém pergunta por ela. Os vtslnhos mais
próximos, quando multo, infom1am indi­
ferentemente que ela morreu, acabou de
sofrer e em breve é esquecida pelos poucos
amigos e conhecidos. Mas Deus não a es­
quece; 2le conhece e ama esta _alma hu-
-- 1(0 -

milde e pura que, oculta na solidão, ,e


conservava unida constantemente a Je­
sús e a seu grande sacrlficlo no Calvário.
Ela sabia que a sua vida, aparentemen­
te tão trivial, se tornava assim lndlzlvel­
mente meritória; sabia que, pela união ao
Crucificado, podia apagar do modo mais
eficaz, não sómente a sua própria culpa�
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mas também os pecados dos outros e que�


pela morte sofrida com Cristo e por Cristo.
a muitos outros se daria a vida da alma.
Por isso, a união com o sacrifício de Cristo
na Cruz era o -único ·obj�to de seus pensa­
mentos e desejos. E Deus aceitou-lhe be­
nignamente o sacrifício na última agonia
e Já lhe fulgurava um reflexo de glória
imortal e paz eterna. A morte não foi pa­
ra ela, fiel imitadora do Crucificaqo, senão
um áto de supremo e 'ardentíssimo amor.
Nós, criaturas comuns, não podemos com­
preendê-lo, mas admirá-lo apenas; os An­
jos de Deus, porém, bendizem-!)& e o D1-
Vino Esposo Crucificado ap1·oxima-se-lhe,
eom a corôa de glória indizivel.
A dedicação destas almas heróicas e
Imoladas manltesta-se afinal, de outro
modo ainda: já não lhes bas�a esperar os
sofrimentos e. a morte: vão ao encontro
desta com santo amor e desejo, embora
co1n plena submissão à vontade divina.
Pedem ao Senhor que as chame antes da
- 181 -
hora rnarcada e em troca, salve uma Alma
transviada ou conserve em troca uma ou­
tra vtda, qt.m lhes parece mais útil ao bem
da Igreja. A hlatórla destas almas- é rica
de exemplos de tal imolação heróica".
Um modelo luminoso desta dedicação
heróica pela salvação do próximo fot a
Revdma. Madre Marta de Jesús, fundadora
da Congregação das Filhas do Coração de
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Jesús.
Quando considerava como o Divino Sal­
vador se entregou sem reserva pela salva­
ção dos homens, como imolou a própria
vida por eles, entre os maiores tormentos,
despertava-se-lhe sempre de novo um ar­
dente desejo de tomar para si todos os �
frimentos e humilhações imagináveis, afim
de reconduzir• os homens transviados ao
Coração amante, mas tão d�conhecldo,
de Jesús. Ofereceu repetidas vezes a Deus
o sacrifício da vida, afim de concorrer pa­
ra que os homens reconhecessem cada vez
mais o infinito amor do Divino Coração e
assim fossem movidos a retribui-lo. No
fim ela vida particularmente se elevou até
o supremo herolsmo êste espirita de sacrl­
ficio verdadeiramente Ideal. Nas orações
lhe vinha sempre de novo aos lábJos a
súplica de 8. Francisco Xavier: "O ª Senhor,
dai-me almas, mais almas ainda 1.. Pe­
dia particularmente alm.a8 generosas,
eleitas, prontas a colocar-se sõbre o altar
- 182 -

da cruz, para se Imolarem com o Salva­


dor pelos pecadores. Para poder con­
duzir ao Coração de Jesús tais almas gene­
rosas, que tle tanto deseja, declarava-sP,
expressamente pronta a dar em troca a
própria vida.
"0' Senhor, pudesse eu reparar com meu
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sangue as ofensas feitas a Vossa Divina


Majestade!" Com profunda dôr orava, ao
ver a impiedade do seu ten:ipo e os triun­
fos das sociedades anti-cristãs.
Foi mais longe ainda: Consumida de
amor divino, desejava, como S. Paulo, ser
anátema para a salvação das almas. dos
pobres pecadores, seus irmãos. E Deus
atendeu ao desejo generoso desta alma
vítima, fazendo-lhé sentir tôda a severi­
dade de sua justiça� enquanto talvez, em
troca, concedia graça e perdão a muitos
pobres pecadores. Já em vida de Pio IX,.
se tinha Maria de Jesús imolado por in­
tenção dêle, pelos interesses da Igreja.
No_ ano de 1882' fez o mesmo voto em favor
de Leão XIII. O generoso sacrifício foi sem
dúvida aceito por Deus; pois durante tôda.
a vida ela teve de padecer o martfrio ln-
-cruento de sofrimentos exteriores e inte­
riores .
Ainda não bastava, porém, ao amor he­
róico da venerada religiosa, que com inti-
- tE,3 --

implorava a Deus a graça de um


m'o fervor
martirio cruento. • E foi atendida .
Morreu a 27 de fevereiro de 1884, assassi­
nada por um anarquista, que por ódio fu­
rioso à religião, lhe desfechou dois tiros
de revólver na fronte. ,,
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O Revmo. Padre Palage, seu diretor es­


pirituai chamado pelas Irmãs, poude ain­
da assistir aos últimos- momentos da nobre
Fundadora e assim os descreve, em carta
à Congregaç·ão: "Vossa bôa·Matlre 1� jazia,
qual cordeiro inocente sôbre o áltar e der-
�raroou seu sangue até à última gota. Ja­
mais esqu�cerei o olhar que lhe acompa­
nhou as últim� palavras: "Perdôo-1he ! -
Para nossa Obra ! " -........ Considero como
uma graça _particular ter podido ofere�er
a �us vossa bôa Mãe naquele momentoª
em que ela se imolava pcir vós e por vossa
Congregação e ei:a como se eu estivesse
com a Virgem dolorpsa ao pé da C?\13, on­
de o .Salvador sofria o ma�tlrio cruento
pela sua Obra, a Santa Igreja".
I


- 184 -·

Motivos para o terceiro gr1u do


espírito de 11crifício
Afim de estimular as almas-vítimaa
apostólicas a chegarem até ao 3.0 grau do
,espírito de sacrificlo, ao amor da Cruz e
da humilhação e tomá-las generosas para
com Nosso Senhor, recordamos alguns mo­
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tivos particulares, que nos devem Induzir


a tanto.
1.0 -Cruz e sofrimento são um penhor
do -.môr particular de Jesús para
com cada um de nós.
San'ta Margarida Alacoque, esposa apai­
xonada da Cruz do Divino Salvador, cla­
ma-nos que devemos alegrar-nos, quando
tivermos de sofrer, porque dev�mos reco­
nhecer nos sofrimentos uma prova do
amor todo particular do Sacratíssimo Co­
ração de Jesús para conosco.
"Alegre-se sempre que tiver algo que so-
frer, quer da parte dos outros, quer de si
mesma ! Ace1Le o sofrimento como um pe­
nhor do amor do Divino Coração, que assim
deseja adquirir o dominio soberano sôbre
o seu coraçac ..
"Exatamente porque o Senhor a ama
tanto, não deixará faltai- ocasião de cru­
cificá-la, seja pelos outros, seja por si pró­
pria. Mas, seja por intermédio de quem
- 185 ··-
fôr, sua resposta deve ser - calar-se e fi­
car quieta, dizendo: uMeu Pai do Céu as­
\Sim o quis, é quanto me basta".
\ A Revma . Madre Dominlca Clara escre-
veu a uma candidata à Ordem: "O fato de
o bom Deus visitá-la com grandes sofri­
mentos e provações, é para mim a melhor
prova de- que Jesús a ama muito. Quanto
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mais :S:le a mergulha na dôr, tanto mais


me convençQ de que tle tem o designio de
atrai-la a Si multo intimamente. E' o ca­
minho habitual do Senhor: Os que quer
chamar à intimidade divina, visita-os com
a cruz e o sofrimento. E' tão doce e con­
solador sofrer por Jesús, que não deve
cansar-se de imolar-se por ile· na dôr''.
Acrescentemos às palavras destas almas­
vítimas heróicas as do Revmo. Padre Li­
bermann, fundador da Congregação do
Espírito Santo e do Coração de Maria, e
falecido em odôr de santidade, em 1852.
1:le escreve: "O meio geral que CJesús em­
prega, para a santificação dos seus, é a
cruz. Felizes, pois, os filhos de Jesús Cristo,
que recebem uma ''parte abundante desta
cruz: são filhos prediletos e merecem ser
invejados pela sua sorte.
Alegre-se, pois, si i:le lhe conceder essa
graça I BJa só é dada aos que gozam uma
Pft!diJeção particular, é uma herança dos
eleitos�•.
- 186 --
2.º - Na Cruz e no sofrimento se prova
também nosso amor ao Salvador.
Ouçamos primeiramente Santa Marga­
rida Marta; ela diz: "Querer amar a Deu&
sem sofrer, é vã ilusão". "Não se póde abso­
lutamente amar verdadeiramente sem so­
frer; o Salvador no-lo mostrou na cruz,
onde se consumiu inteiramente por amor
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de nós".
Ao Pe. Croiset, S. J., ela escreveu: "Ja­
mais nos cansemos de aceitar silenciosa e
calmamente os -sofrimentos corporais e es­
pirituais! Pois a Cruz é bôa em todo o
tempo e lugar, para nos unir ao Salvador
padecente e afinal nos fazer morrer por
amor <ttle. 'Precisamos - ser suas imagens
perfeitas, sofrendo e morrendo como rue�
por puro amor crucificado. Não se póde
em geral amar sem sofrer. Por isso fico
muito contente quando vejo os outros
cheios de alegria e l;)em-aventurança; para.
mim, ao contrário, não quero escolher ou­
tra alegria, senão a de ver-nos� mergulhada
no mar de dôr, por puro amor padecente" ..
:\-

Muita razãó tem, pois, em continuar a


afirmar: "Jamais se ama a-Jesús mais pu­
ra e fortemente que quando se sofre por
itle e com tle. A perfeição do amor consis­
te em ser uma vitima de amor. Não há
Santo que não tenha passado por esta gran­
de provação do amor e não tenha comple-
- 167 -
tado sua santlflcaçio, bebendo o cálice
an1argo da rentlncla completa. Por isto
também todos os Santos preferiram as
amarguras esplrltuals às consolações sensf­
vels". Estas nobres almas, que provam de
fato o seu amor heróico ao Salvador, pelo
aimor à crut e ao sofrimento, acharam
com Isto "a chave do Coração de Jesús", a,
porta para a unlao com �le", como obser­
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va o Padre Pergmayer, S. J.
"Jesús ama tais almas, ilumina-as, re­
vela-Uies sua glória, consola-as e faz-lhes
gozar as doçuras de seu amor; trava com
elas relações familiares e as conduz à
união íntima com �le. E L para com estas
almas benditas que :S:Ie cumprirá; já nêste
mundo, - o que prometeu: "Eis que estou à
porta e bato; se aJguem ouve a minha voz
e me abre, entrarei e comerei com êle e
êle comigo".

3.0 - Cruz e sofrimento são um meio ex­


celente de santificação.
Sobre esse ponto fala sempre em suas
cartas o Rev. Pe. Ltbermann: "Quando nos
�hamos em repouso, ocupamo-nos menos
com as cousas celestes e a graça não póde
penetrar com tôda a sua fôrça, na alma;
nosso apêgo a nós mesmos e às cousas ter...
renas forma, por assim dizer, um dique,
que a detém e lhe nega entrada. Por Isto,
- 188 --

quando Deus, na sua misericórdia infinita,


quer agir poderosamente sôbre nós, vem
com a cruz, as humilhações e os sofri..
mentos, para fundar sua vida na alma,
pela renúncia de si mesma e a abnegação,
Não há nada tão apropriado para chega,
ao completo recolhimento, como a cruz e
a humilhação.
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"A cruz produz o efeito próprio de do-­


mar e aniquilar a carne, com todas as suas
inclinações, afim de pôr em seu lugar o
espírito de Jesús Cristo. Rejubile-se, pois.
quando se achar em dôres; porque então
Jesús está agindo e começa a rei,nar em
sua alma".
"A grande e inestimável vantagem que
nossa alma alcança, pela participação nos
sofrimentos de Cristo, coi;isiste na morte
e no aniquilamento do homem terreno
Não há meio tão eficaz para nos desa�
gar do mundo, das criaturas e de nós mes..
mos. Oh! como Jesús é admirável, qua11do
trabalha com tôda a fôrça, na santifica ..
ção de nossa alma 1
Os meios que emprega, para fundar em
nós sua vida e desenvolver a santidade,
são teniveis de fáto, mas quanto não
custa desapegar-nos de nós mesmos e do
tudo quanto é terreno !!'
"A cruz serve, pois, para nos humUhar e
aniquilar, para fazer com que nos prostre�
-• lE.O -

mos aos pés de Jesds e de todos que nos�o


adoràvel Salvador Incumbiu de maltratar ...
nos, ainda que fossem um Calf ás ou PlJa ...
tos. Para: que o amor possa reinar em n68,
precisamos belJ ar com prazer os pés da ...
queles que nos pisam e nos ferem".
"Os sofrimentos levam a alma a grande
perfeição; tomam-na agradável a Deus e
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fortalecem-na na graça. Quando uma al­


ma não é sujeita a sofrimentos e humilha ...
ções, dificilmente poderá renunciar-se.
Não dominaremos nosso amor próprio, se
Deus mesmo não puzer- mãos à - obra.
Quando �le quer, pois, exercer para conos­
co uma grande -misericórdia, cumula-nos
de sofrimentos, que nos fórçam a abando­
nar-nos e procurá-lo a �Ie só."
Santa Margarida Maria assegura igual­
mente que . não há nada que nos prenda
mais estreitamente ao SS. Coração de Je­
sús do que a cruz. Afirma mesmo que a al­
ma num mês, numa semana de sotrimen ...
to, faz mala progresso na virtude e sant1 ..
dade do que num ano cheio de consola-­
ções e alegrlaa eaplrltuall.

'·º - Pela Cru1 e °' sofrimentos são sal­


vas u almas.
A salvação e santificação das almas tol�
ao lado do zêlo pela glória de Deus, todo
o teor da vida de .Jeaús e deve ser também
a tarefa sublime das ahP.aa-vítlmas apos­
tóncas.
"Mas para realizar e3sa tarefa, é preci8o
sofrer. Só se podem salvar almas, sacrifi­
cando-se por elas, diz Begur.
O Revmo. Padre Libermann escreve por
isso a um Missionário provado com gran­
des sofrimen tos: "Possa sua alma ser tri­
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turada, por assim dizer, como um grão de


t rigo no moinho, .para servir de alimento
aos famintos. Console-se: quanto mais fôr
abatido, tanto mais alimento espiritual
poderá propor cionar às pobres almas va­
sias de Deus e de seu amor. Acaso se recu­
saria a sofrer, si assim pudesse concorrer
para a glória de Deus e a �alvação dos po­
bres pecadores? ... Conte certo com isso:
quanto mais sofrimentos tiver de supor­
tar, tanto mais almas salvará''.
E em outra ocasião-: "Não fique abatido,
· quando se vir p,ssaltado de trin_ulações !
Acredita então que s� podem salvar almas
sem sotrer ? Considere-se tellz em sofrer
por amor de Jesús Cristo I Lembre-se dos
sofrimentos e dõres que o Salvador pade­
ceu, para salvar o JnUndo I Quer trllhar
outro caminho, para salvar os homens ?
Não, não pense nisto".
, ''Soframos, pois; com amor e ale11rla !
Pensemos que Jesús vive em nós e se ofe-
- 191 -
rece de novo em nós ao Pai Celeste I Que
felicidade para nós sermos um instrumen­
to de nosso amável Salvador, instrumento
com que Ele trabalha tão poderosamente
para a glória do Pal Eterno I Que fellcida-
- de poder dêste modo renovar a gloriosa
Paixão do Divino Salvador ! "
Por isso dizia Santo Inácio que, se lhe
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f� dado dizer o que preferia: se entrar


no céu imediatamente ou, incerto de sua
salvação, trabalhar e sofrer aiÍÍdá por
mais tempo pela salvação das almas, êle
preferiria - incondicionalmente a última
decisão.
A mesma escolha fez também o Santo
Cura d'Ars. Perguntou-lhe um dia um sa­
cerdote: "Senhor Cflra, que· faria se Deus
lhe permitisse escolher: entrar imediata­
mente no céu ou ficar ainda na terra, para
trabalhar na conversão dos pecadores ? 11
"Eu preferia ficar ! "
"Mas os Santos são. tão fellzes no céu,
não têm mais tentações, nem misérias !
"Sim, é verdade_; mas os Santos no céu
não podem mais, como nós, glorificar a
Deus pelos sacrifícios para a salvação das
almas''.
- 192 -

Tarefa de todas as Almas-Vitimas


Apostólicas
Tal heroismo no espírito de sacrifício,
de desejar cruz e sofrimento, afrontas e
humilhações, e até sem as dôces consola­
ções, que muitas vezes as acompanhan;i.
hã de ser, porém, inatingivel para a maior
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parte das almas-vítimas apostólicas. A


tanto heroisn10 só podem chegar algumas
poucas almas, para com as quais Nosso
Senhor tem. algum designio muito parti­
cular e às quais concede ,. por isso r essa. gra­
ça especial. Apesar disso, podem as de­
mais almas-vitimas apostólicas fazer pelo
menos uma coisa: - procurar desfazer-se
da sucetlbilldade nas humilhações e
não andar à cata de· dôces consolações.

1.0 - o sacrifício da sucetlbilldade.


Uma alma-vitima apostólica não deve,
pois, na verdade, ser tão sucetivel, que
uma censura, uma hnmUbação logo lhe
faça subirem as lágrimas aos olhos ou fi�
que pelo menos interiormente tão descon­
solada, que não tenha mais vontade de re-
. zar e trabalhar, querendo antes deixar lo­
go tudo. Recordemo-nos, em meio de
tais humilhações, de nossa vocação: "Sou
uma alma-vitima apostólica; quero por is­
so oferecer corajosamente essas nlnliarias
- 193 -

em sacrlflclo ao Divino Coração áe Jesús.


e não me eMregar . à sucetlbllldade t
Multo recomendável seria habituar-nos,
após· cada humilhação, a dirigir-nos quan�
to antes a Jesús no Tabernáculo, a ajoe­
lhar-no., diante d21e e agradecer•lhe a
humilhação e pedir-lhe a graça de aceitá­
la, sem uma palavrlnha siquer de queixa
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ou de justificação, para_ lhe 'dar reparação,


para a �ntificação do clero e salvação dos
pobres _pecadores. Eis UIIJ grau de amor
à cruz que certamente tQdas as áJmas-ví­
timas pode!ll alcançar.
A Revma. Madre Dominica Clara de
Luxemburgo disse um dia .estas RP,lavras.
certamente bem fortes e expressivas: -
"Uma religi�sa que aspira à perseverança,
aceita as ·observações com calma .e hnmiJ�
dade. ·Antes morder a língua do que se
justificar ou desculpar". E explicava:
"Nada
- de injusto nos sucede na terra,
.

xnesmo que se dissesse de nós todo o mal


\

possivel. Acaso somos mais que Nosso Se-.


nhor? Entr�tanto jamais seremos trata�
(los como tle- foi. Só a t:le se fez injustiç�
ao passo que a nós nada de injusto pode su­
ceder, porque não somos slnão miseráveis
criaturas,, que ofenderam a Deus ....
Devemos, por �o. com a graça de Deus,
chegar ao ponto de calar-nos, desistindo de
desculpar-nos e Justificar-nos e fazend9
- 194 -

calar interiormente também a nossa na�


tureza".
"A sucetibilidade" - dizia ela - "não
provém do Espírito de Deus, mas do amor
próprio, que é um g uia falso, -que desvia
da perfeição; é um mau administrador
dos interesses divinos, pois cuida sempre
de si sómente. Que resta para -Deus ? Ape­
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nas um osso descarnado, que o amor pró ...


prio, já farto, atira para o lado".
Talvez se possam aplicar também a al­
gumas almas-vítimas apostólicas estas
palavras da Madre Clara: "Desejamos- que
nos chamem a atenção para nossas faltas,
e entr�nto, quando se nos faz êste gran ..
de áto de caridade, els que nos mostramos
tão sucetiveis e sabemo� desculpar-nos
tão subtilmente, que os outros perdem a
coragem de fazer-nos jamais • outra obser--
vacão".

As almas-vítimas devem, pois, vencer


a sua sucetlbilldade e, para isso, pra­
ticar a humildade interior, quando so­
frem contradições, ofensas e preteri­
ções da parte dos homens. Devem eséo­
lher em espirito um. - lugar sémpre infe-­
rior ao que lhes confer:em os que as cer ..
cam e aceitar as humilhações e contra­
riedades, como cousa que -lhes é devida com
tôda a razão. Devem considerar-se senos
de rodos e que, como tais; podem com .Jus·
- 195 -
tiça ser desprezados e humilhados por to­
dos. Se aslsm procederem, hão de as almas
vitimas apostólicas atrair sôbre si o agrado
particular do SS. Coração, pois quanto
mais profundamente se humilharem, tan­
to mais se inclinará para elas o Divino
Salvador.
Andariam bem, por isso, fazendo da am­
bição e da sucetibilidade objeto do exame
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de conciência particular, até conseguirem


dominar-se, a ponto de vencer a violênta
�ontrariedade íntima cont maior facilida­
de e receber até com satisfação sobrena­
tural a humilhação e a preterirão. E' du­
ro; _ mas é a verdadeira virtude.
Podem assinalar então como uma vitó­
ria cada vez que, diante de_ uma hlµllilha­
ção, ou falta de ·consideração, praticarem,
por meio de uma simples elevaçãq dQ cora­
ção a De�, um áto ·de resignação intima,
dizendo:
"Meu Jesús, eu vo� agradeço esta humi­
lhação, que me enviastes. 01;1 ! bem a me�
recí; si os homens soubessem os pecado�
que cometi na, minha vida pass�da,,_ tra_:­
tar..;me-iam de modo inteiramente diverso.
9fereço-o ao vosso Coração, em _reparação.
pelas. ofensas que ,ecebeis e par.a s�lvação,
dos i>o1:>res pecadores" • , � .
1

Para vencer esta sucetibilidade, repi­


tamos sempre a · nós mesmos que nos é
- 1<;6 -

afinal de todo indiferente o que pensam e


dizem de nós! Contanto que Nosso Senhor
esteja contente co11:osco, é quanto basta !
Ainda que os homens nos canonizassem
em vida, isto não nos faria mais santos,
assim como também, ao contrário, não
ficaremos piores pelo fato de nos conside­
rarem muito imperfeitos. Nós mesmos, ao
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contrário, não podemos fazer de nós uma


idéia suficientemente baixa. Devemos .até
proc11.rar gostar de parecer aos olhos dos
outros bem imperfeitos, em lugar de ouvir
e ceder ao amor próprio, em tôda a oca­
sião que � oferece, de humilh�r-:r:ios.
Sl formos verdadeiras almas-viiima.s
apostólicas, havemos de. alegrar-nos, como
os Santos, em tais ocasi5es, de poder ofe­
recer algo ao Divino Coração de Jesús.
Notemos, pois, que não é a humildade�
mas sómente o amor próprio que gosta de
desculpar-se e _justificar-se. T�r conciên­
cia de no!Sos defeitos, confessá-los e es-,
forçar-nos, com a graça de Deus, para.
desfazer-nos dêles, Jamais nos trará des­
honra. Nem o Divino Salvador, nem os
Santos pos dão o exemplo de justificar ...
se por moto de desculpas: e, como verda­
deiras almas-vitimas apostólicas, devemos
seguir-ll1es o exemplo.
- 197 -
2.0 - O sacrlliclo das consolações.
As almas-vitimas apostólicas _podem,
além disso, imitar o terceiro gráu do es­
pirita de sacrlficio, deixando de ser ávi ...
das de suaves consolações, mas participan­
do de bom grado dos sofrimentos interio­
res. Nestes podem ver até uma prova
de que o Salvador lhes aceitou com
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agrado o sacrificio . O Salvador no


Horto das Oliveiras devia ser objeto
mais frequente de st,a meditação; pois
ai justamente lhe pressentiu o Cora­
ção Divino todos os horríveis tormentos
que o seu Corpo Santíssimo de�ia padecer
na Sexta-feira da Paixão e ao mesmo tem-
po, também tôda a amargura que lhe cau-
saria, nos séculos vindouros. a ingratidão
e a infidelidade de tantos milhóes de cria­
turas, pelas quais, entretanto, quis tambén1
derramar seu Sangue precioso, por entre
indizíveis torturas, até a última gota. A
meditação desta dôr profunda que assim
lhe oprimia o Coração Divino, fazendo-lhe
gotejar através dos póros o Sangue Santís-
sim.o, devia despertar também no coração
das almas-vitimas apostólicas uma intima
consolação, quando lhes é dado tomar
parte nesta indlzivel dôr de coração. Não
se devem considerar felizes, quando o Di­
vino Safvador lhes chega aos lábios o seu
cálice de sofrimento, dando-lhes a provar
desta amargura íntima ?
--- 1 CJ8 --
Efetivamente Jesús se digna conc�der
esta g�ande graça a muitas almas-viti­
mas apos tólicas, que se lhe oferecem sem
reser\·a e que então experimentam o que
o Padre Grou, S. J., assim descreve: "No
principio Deus as cumula de dons e fa­
vores. . . depois, porém, se afasta pouco a
pouco, retira todos os dons, precipita-as
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de abismo em abismo. . . Nada vêem, na­


da sentem, não acham gôsto em nada
nJ.als. Quando ora1n, eis que lhes parece
que suas orações são rejeitadas; não
acbarn mais apolo algUDl no interior,
nenhum bom testemunho da conciência;
ao contrário, vêem-se inteiramente cober­
tas de pecados. A espada da justiça divina
está, por •assim dizer, suspensa sôbre a
sua cabeça e parece-lhes que a cada mo-
mento podem ser precipitadas nas profun­
dezas do inferno. Exteriormente também
não acham consç,lo, nem apoio nas criatu­
ras; estas as condenam, cumulam de ca­
lúnias e perseguições".
Nêste estado de desolação, passam real­
mente por verdadelr� agonias de Gethse­
manl e, entretanto, por cousa alguma do
mundo desejariam trocar a sua cruz; bem_
quereriam dizer: ''E' bastante, mas das
profundezas da alma lhes vem �uma voz
intima, que implora: "Ainda mais, Se­
nhor!"
- 199 -

Recuam tremendo diante d01 sofrtnu�n­


tol e aacrlfictos e, entretanto, têm a alma
conaumlda de secreta aêde dos mesmos;
não sentem senão a revolta da mlaera na­
tureza, que ae revolta, e, entretanto, oram,
cheias de resl1naçio, como o Salvador:
"Pai, não se faça a minha vontade, mas
a vossa 1''
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E' natural e compreenslvel que uma al­


ma possa corresponder do modo mais fiel
à sua vocação reparadora, por meto desta
corajosa participação nos sofrimentos de
Jesús no Monte das Oliveiras.
Dá assim muito mais reparação ·ao Di­
vino Coração do que por muitas horas de
oração, cheias de doceB consolações; fecun­
da assim a ação dos sacerdotes e missioná­
rios e concorre essencialmente para a sal­
vação dos pobres pecadores.
Ao contrário, a caça às consolações de­
liciosas não convém a um a alma-vitima
apOltóllca. Como exerceria a sua sublime
vocação reparadora, sl fosse levada cons­
tantemente pelo fervor senalvel e sentisse
sempre consólo espiritual? No tempo da
consolação todo o sacrlflclo ê facll, na
ver<!a,de; 1mas então não somos nós pro­
priamente que fazemos sacrlflclo, mas an­
tes a graça $enslvel de Deus em nós. Si,
porém, cumprimos fielmente nosso dever.
- 2CO -

até quando nossa alma está desconsolada;


sl não desistimos de nenhum de nossos
santos propósitos, depois de haver des­
aparecido o fervor sensível, mostramos
que levamos a sério o nosso santo espírito
de sacrificlo.
Aceitemos, pois, com plena confonntda­
de à vontade d ivina, todos os sacrifícios,
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com coração generoso, animado de fé e


confiança, apesar da resistência íntima,
do abatimento e angústia e de tôdas as
tentações por parte do inimigo!
Eis em que consiste nossa imolação e
união com o sacrifício de Cristo, que se
renova diariamente sôbre os altares. As­
sim damos reparação ao SS. Coração de
Jesús, por aqueles que o menosprezam e
tráem. Assim lhe provamos nosso amor e
lhe prestamos digna homenagem, em meio
da.s blasfemias do mundo. Assim lhe asse-
guramos nossa dedicação sem reserva,
diante da infidelidade de tantos milhões
de criaturas. Assim salvamos as almas,
que lhe são tão caras, pelas quais morreu
na cruz, sob os mala horríveis tormentos.
Certamente oa sofrimentos interiores são
sempre opressivos e torturantes, na maior·
parte das vezes até ainda mais do que os
padecimentos corporais e qualquer outra
cruz, m,smo para as almas-vítimas apos­
tóllcaa mata heróicas.
- 2(1 -

Multas haverá provadas ' pela aridez e


desolação, especialmente dur1.nte a ora­
ção, como Santa Margarida Maria. Maa
els o que lhe disse o Salvador: "81 quero
que estejas• muda, �éga e surda em minha
presença, não deves ficar tnteiramente
satlsfelta com isto ? A oração da submis­
são e do sàcrlficio lne é mais agradável do
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que a mais comovente das meditações".


A ·falta de consolação sensível não deve,
pois, afligir as almas-vítimas, como si fos­
se sinal de tibieza e retrocesso na vida
espiritual ou indício de que Nosso Senhor
não está satisfeito com .sua alma. Santa
Margarida Maria escreve, a êste respeito, a
uma religiosa: "Aceite os sofrimentos em
espírito de reparação, mas com càlm.a --e
paz e uma confiança ilimitada na miseri­
córdia do Sg,Ivador ! Atire-se nos braços
da amorosa Providência Divina e abando­
ne-se completamente ao poder do divino
amor, afim de que faça, na .Senhora e com
a Senhora, o que quiser. Creia que ..êste ca­
minho d�s '�_tr�vas e desolação� espiritual
é mais salutar para sua alma e, ma� van­
tajoso, para o seu aperfeiçoamento, porque
sua alma ainda encontra encantos demais
em gozar doçuras, qu� maculam a pureza
do divino .amor.
''Deus quer, por êstes meios, certamente
muito desagradáveis à natureza, desape-
- 2CJ2 -

gá-la de si mesma e de todas as criaturas,


para que atribua tudo à graça e dela espe­
re tudo, sem contudo negligenciar nada
do que deve fazer, para merecer a graça.
O' minha cara Irmã, si pudesse compre­
ender o ardente amor de ,Jesús para com
sua alma, reconheceria que todas essas
provações são apenas ·puríssimo amor ! "
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Digamos de passagem que tôdas as al­


mas que Deus quer conduzir a grande
perfeição, têm de passar por este estágio de
desolação interior. Eis o que diz a res­
peit,o o Pe. Grou, S. J. , no Manual das
Almas Interiores:
"Deus começa habitualmente descobrin­
do às .almas que chama a alta perfeição,
os seus desígnios para com elas. Cumu­
la-as primeiramente de dons e favores.
Quando se julgam firmes na graça, eis
que 2Ie se afasta pouco a pouco, retira­
lhes todos os dons, precipita-as de abismo
em abismo. Tendo-as levado assim a uma
perfettc imolação, a morrer completamen­
te para si mesmas, fá-las depois despertar
para uma nova vida e dá-lhes uma certeza
e um anteg&zo da imortalidade bem-aven­
turada. 2ste estado, que é um resumo de
toda a espécie de cruzes, sofrimentos cor­
porais, tormentos interiores, abandonos,
humilhações, calúnias, perseguições, dura
15, 20 e mais anos ainda por vezes, con-
-- 203 -
forme os design tos de Deus e � fldelldade
e generosidade_ maior ou menor da alma".
Que, se deve então fazer ? O mesmo au­
tor responde: Ser generoso, consentir nes­
sas privações, habituar-se a não se pro­
curar em nada, a amar a Deus puramente
e servi-lo por amor ditle e à nossa própria
custa.
Na verdade, é penoso para a mísera na­
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tureza: ela grita, queixa-se, agita-se, de­


-sespera-se. -Deixe1no-la simplesmente gri­
tar e sejamos mais fiéis que· nunca".
Si a alma-vitima apostólica assim fi­
zer, faz tudo quanto Deus dEla espera na
prática do 3.0 gráu do, espírito de sacri­
fício.

Um meio de alcançar o espírito de 11crifício:


anelar na presença de Deus.
Uin meio excelente de alcançar o espi­
rita de sacrifício é lutar contra a dlsslpa­
ção, guardar recolhimento e viver na pre­
sença de Deus.
Póde-se mesmo dizer que pelo gráu de
recolhimento se mede o espirita de sacrifí­
cio. Almas dissipadas com as cousas do
mu11do, raras vezes ou quasi nunca fazem
sacrifícios por amôr de Deus, ao passo que
os Santos, que eram mestres em viver na
presença de Deus, praticavam com gran-
- 204 -
de generosidade o 3. 0 gráu de espírito de
sacrtficlo.
A "ida na presença de Deus é, com razão,
considerada por todos os mestres da vld�
espiritual como um dos meios. mais ne­
cessários, para progredir na virtude e per­
feição.
Já Nosso Senhor di$se ao Patriarca
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Abraão, conforme nos relata a Sagrada


Escritura: "Anda na minha presença e sê
perfeito".
O recolhimento contínuo na presença de
Deus é realmente indispensável para con­
servar, no correr do dia, os frutos precio­
sos das práticas piedosas da manhã. Deve­
se, entretanto, notar, coin Santo Afonso
de Liguori, .que só os santos no céu têm a
felicidade de gozar� constantemente da
presença de Deus e nêle mergulhar conti­
nuamente o espírito. Aquí na terra, é hu­
manamente "impossível conservar uma
contínua recordação da presença de Deus,
sem qualquer interrupção.
Realmente só por um milagre da graça
seria possível na terra pensar em Deus
sempre e a todo momento; quando muito,
podemos preparar-nos para conseguir
conservar-nos o mais possivel na sua san­
ta presença, mas sem excessivo esfôrço in­
telectual, nem exagerada obstinação, an­
tes com calma e prudência, para não ar-
- 205 -
ruinar o sistema nervoso, nem ser joguête
de ilusões. Há três meios muito r�comen­
dados pelos mestres da vida espiritual, pa­
ra viver na presença. de Deus:
O 1.0 meio consiste em elevar nosso cora­
ção frequentemente a Deus, por meio de
jaculatórias curtas, mas bem profundas,
que podemos repetir em todo o lugar e a to­
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do o tempo: no caminho, no trabalho, na


mesa, no recreio:-"Meu Jesús! eu vos amo
e me uno a Vós de todo 01 meu coração !
- Meu Jesús,. sacerdote e vítima, eu me
ofereço a Vós por .Maria!
Flquemos unidos para seix).pre! � Meu
Jesús, só quero procurar em tudo a vossa
glória e aceitar tudo em espírito· de :,;epa­
ração ao Vosso SS. Coraç_ão!
Não se devem, poi:ém, rezar sempre as
·mesmas jaculatórias ,decoradas, que se re­
petem, afinal, maquinalmente; mas antes
exprimir alguns- suspiros e orações cor­
diais, como o amor no momento .inspira,
elevações do coração, curtas. mas inflama­
das, como setas de : amor;· que ,vão,-�'8.tingj.r
em cheio o Coração de Nosso ·senhor, pre­
sente junto a nós e dentro de nós.
O 2.0 meio consiste em renovar freque.n­
temente a bôa intenç·ão de procurar em­
tudo apenas agradar a Deus. Para isso, .no
comêço de cada áto, como durante o mes--
- 2(6 -

mo, 11 deve repetir a. OP,uR. �li i,r��nte:


•�ra Vós só, meu Deus I Tudo por vo�
a.-nor e para voasa glória I" ou "M�u Je�úa.
eu me uno a Vós de todo o meu coração ,
Tudo vos ofereço, em união com os vos­
BOI Infinitos merecimentos e com todas
as Santas Missas que se celebram por to­
do o universo, para salvação dos pecadores
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e santlflcaçio do Clero 1"


Aalm procedendo, não só farão tudo
conclentemente para Deus e por amor d:tle,
·como se conservarão na sua divina pre­
aença, lembrando-se sempre que ale está
junt,o delas, vendo-as e acompanhando­
lhes v trabalho e a vida.
O J.• meio de conservar-se na presença
ile Deu consiste em �etirar-se, durante
breYe tempo, após uma �upação dlssipan.
te, afim de recuperar o recolhimento. Jun•
to de Deus; por melo de afetos e oraç6ea ..
Mas me,mo durante as ocupaç6N que
dtssipanl, ,eJam conversas. ne1ócloa 011
trabalbol esplrltuala, deve a aln1a. de tem..
pos .. a tempos, como tõr poaalvel, voher a
mente para De111, que está preaente em
·nóB e Junto a nó�, dlrl1lndo -- lhe. ainda que
não seja slnão por um Jll,omento. um olhar
de amor, uma terna asplraçü.o, uma inU·
� paJ.avrlnha de. . afeto e dedioa�io.
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Estamos no aJtar-m6r do mundo, como


vítimas por �mor de Jesús e peJ1'
sa�vação do mu�do !
- 2C8 -
Evitemos por isso a precipitação e l'm­
petuosidade nos trabalhos diários, por­
que elas causam à alma o maior
prejulzo, pois que lhe roubam a liberdade
de movimento e Impedem-na de elevar-se
para Deus.
Empregando com perseverança os trê.i
meios, aconselhados por Santo Afonso de
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Llgorlo, conseguiremos sempre mais facil­


mef!te viver na presença de. Deus, da qual
afinal não mais nos esq�eceremos.
Esta lembrança da presença de Deus
deve ser especialme11te reavivada. nas ho-
,

ras de oração, de m�ditação e demais prá-


ticas espirituais, que assim. adquirirão ou­
tro fervor e cordialidade intima, transfor­
mando-se num doce colóquio, num diálo­
go de coração entre nossa alma e o Es­
poso Divino, semí:>re presente em nós e
Junto a nós.
: Mas é __,reciso notar· que, para progredir
na prática santa desta bela vida na pre­
�ença de Deus, é necessário purificar a
alma, desapegan(!o-a do amor próprio -e
de tudo-quanto ·é ·mutil/ para ) gu�rdâr o
silêncio Interior e poder conversar mais
frequentemente com o divino Hóspede de
nossa alma e unlr-nos mais intimamente
com me. Nem é preciso acrescentar, pois
é evidente, que, antes de tudo, deve a alma
evitar culdádosamente todas as faltas
- 2t9 -
• •
vbluntárt as e os pec ados, mesmo ventais,
para conseguir- viver na presenç a de Deus:
do contrário, o Senhor se retirará e não
a honrará com a doce consolagão e a gra­
ça incomparavel de elevar-se cons-tante­
mente par a S!le e conservar-se com amor
em sua divina presença. O pecado inqule ·
ta, produz remorsos, rouba.-· a paz íntima,
.
impedindo o recolhimento e a confiança
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filial 11ecessária para se _ aproximar de


Deus, a quem ama tão pouco e ofende
tanto.
'
Por quanto tempo já �izemos nossa al-
ma, tão sequiosa. de anior, beber em ta­
ças insulsas, enquanto em nosso intimo
brame e palpita um. oceano _de amor,· en­
quanto nossa ah.tia, em estado de graça,
repousa no ditoso amplexo do amor divi­
no! - Bem-aventurados os puros de co­
ração, porque êles verão a Deus !


•.
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CAPITULO III

Um olhar para o Salvador


...
Almas-vítimas apostólic�s, fitemos o
Salvador, meditemos um pouco no seu ili­
mitada amor aos homens, para nos esti­
mular a retribuí-lo com amor generoso e
fiel.
"Com amor eterno vos 1mei", 4iz o Se­
nhor a cada uma de nós.
Certamente nossos pais também nos
amaram muito, mais que ninguém no
mundo.
Entretanto, antes deles, quando ainda
não extstlamos e portanto ninguém -pode­
ria conhecer-nos e ., amar-nos, já um co-
ração palpitava de amor para conosco: o
�ração de Nosso Senhor.
Desde o momento �m que este Coração
Santissimo se formou, no seio da Virgem
Imaculada, por obra do Espirita Santo, Já
começou .também a palplt�r por nós, e
desde então, Jamais cessou de pulsar por
- 211 -

nós, até à morte. E depois, quando ressu­


citou, na manhã de Páscoa, recomeçou de
novo a palpitar de amor por nós.
No ss .... Sacramento continúa ainda a
pulsar misteriosamente por nós, sem que
possamos vê-lo,. nem ouvi-lo, mas real e
verdadeiramente.
Da Chaga do Coração lhe partem cha­
mas -sagradas de amor, com as quais dese­
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jaria penetrar-nos e abrazar-nos. Oh!


não fechemos o nosso pobre coração a es­
sas· chamas sagradas !
:tste amor fiel há de acompanh1r-nos
até à nossa morte e depois, por toda a
eternidade. Lá no céu, no peito glorificado
do Salvador, ainda palpitará sempre por
nós.- -
E ainda quando milhares e milhões de
anos se passarem, ainda sempre nos ama­
rá: é um amor infinito e eterno, que
abrange todos os homens, de todos os tem­
pos e paises, de ambos os sexos, Justos e
pecadores, amigos e intmtgos.
Com as chamas de seu divino amor pro­
cura o Senhor aquecer os frios corações
transviados, para os despertar do sono
mortal do pecado e fazê-los ressurgir para
uma nova vida.
A todos os homens brada: "Vinde a
mim, vós todos que sofreis e estais so­
brecarregados e eu vos aliviarei ! "
- 212 -

Não exclue ninguém e para todos re-
serva consôlo e lenltlvo na dôr.
Cada um de nós póde dizer, com o Após-­
tolo: "Ele me amou e imolou-se por amor
de mim." Mergulhemos na, profundeza In­
sondavel dêste amor misericordioso, que
por nós imolou o sangue •e a vida !
Como tremeu o Coração Divino do Mes­
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tre no Horto das Oliveiras ! Que agonia


sangrenta e cruciante ! Depois, tia flage­
lação publica e ignominiosa, na coroa�ão
de espinhos, no abandono da cruz e mes­
mo qpõs a morte, traspassado, derramou
até a última gota seu Sangue Reden­
tor, em expiação pelos· nossos pecados, imo­
lando-se compl etámente por nós. E ainda
agora, sob as espécies .do ,SS. Sacramento,
continúa a fazê-lo sem cessar, no Santo
Sacrifício da Missa, em todos os Taber­
náculos do mundo e assim prosseguirá
sempre, até à consumação dos séculos.
Vêde que amor infinito, eterno, ilimitado ,,
de profundeza e elevação suprema, em sua
condescendência e seu sacrificlo 1
Uma cousa possue Jesús, que não póde
repartir conosco:· a natureza divina. Um
abismo tnsondavel abre-se entre · a natu•
reza humana e a divina.. Mas o amor de
Jesús transpõe o abismo. :!le tece· fios mis­
teriosos sõbre a alma humana, prepara o
ponto dé ligação, o traço de união que;
- 213 -
partindo da divindade, une a natureza di­
vil1a à humana, ligando o divino ao hu­
mano, num intimo am.plexo: - é a graça
.santlficante.
S. Pedro chama a graça santificante: -
uma· participação da natureza divina, da
vida de Deus. (Petr. 1-4).
'
o Salvador é o Rei que escolhe a sua
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esposa de classe inferior; mas não a aban­


don·a em sua condição humilde: abrazado
de amor, estende os braços poderosos � ele­
va-a acima d� nobreza natural dos mais
elevados có"ros angélicos, ·ao gráu de s-upre:­
ma dignidade, � esfera em que só Ele pai­
·ra, pela sua natureza. Por isso diz o Sal-
l , -,

vador:
.. . "Sois deuses e filhos ·do Altíssimo"
(João 10-34) . ., -
�e aiµor inefavel não merece da nossa
....

parte condigna retribuição ? Não devere­


mos nós também dizer, COD\O a Madre Ma­
:ria .de.,Jesús:- "Se eu .-soubesse que ,em ·meu
coráção ha uma só fibra· que não ama a
.
J'esús, desejaria arrancá-la prontamente!"
'
Retribuamos generosamente este amor
infinito, consagrando-lqe· todo o· nosso co­
ração, aceitando de antemão e ein espíri­
to de reparação, todos .os -sofrimentos que
t:le qulaer env.iar-µQs, pam O conso\ar e
mltlgar a sua divina. sêde de almas, con­
·correndo pâr1; a ·salvação do· clero e a ·s·&1-
-vação · d<Js ·pobres pee!adores. Dlgamo·-1ne
- 214 -

do intimo do coração abrazado de amor e


gratidão: "Susclpe me Domine ! "
"Recebei, Senhor, minha liberdade in­
teira. Aceitai a minha memória, inteligên­
cia e vontade. Tudo que tenho ou possuo,
vós mo concedestes e eu vo-lo restituo e
entrego inteiramente à vossa vontade, pa­
ra que disponhais de tudo à vosso bel
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prazer.
Dai-me só vosso amor e vossa graça, e
nada mais desejo".
"ln te, Domine, speravi; non confundar
in etemum".
"Em vós, Senhor, esperei; não serei con­
fundido para �empre
.. l"

Um olhar dirigido ao próximo



Duas cousas devem estimular profun­
damente o n� fervor de almas-vitimas
apostólicas, · que se dedicam a reparar as
ofensàs · feitas ao Santíssimo Coração de
Jesús e cooperar com .Ele, na santificação
do clero e salvação dos pecadores: - a
indizlvel ingratidão da maior parte dos
mundanos e a horrivel infidelidade de
tantas almas eleitas.
A inrratidão de tantos mundanos
Nosso Senhor qu�lxou-� a aania Ma�,..
carlda . Maria: "Els aqiµ êste �oração que
- 215 -

tanto amou os homens, que se esgotou e


consumiu Inteiramente, para lhes provar o
seu amôr. E em troca, recebe da maior
parte apenas frieza, irreverências, despre­
zo e sacrlléglos, nêste Sacramento do
amôr. Esta ingratidão dos homens me é
mais senslvel que tudo o que sofri na mi­
nha Paixão••.
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"SI eles quisessem retribuir meu amôr �


eu considerar!a insignificante tudo o que
sofri por êles e desej_aria sofrer mais ain­
da, si fosse possível; mas eles ·só têm. frie­
rà e desprêzo para com todas as minhas
tentativas de fazer-lhes bem. Tu, ao me­
nqs, dá-me o prazer de reparar esta in­
gratidão, quanto te fôr passivei ! "
Oh ! quantá razão tem o Salvador nes­
sa queixa dolorosa !
Com quanta frieza O abandonam no
Tabemãculo, sózinho, dia e noite, passan­
db-lhe muitas veze� pela porta,• sem se di­
gnarem de fazer-lhe siquer uma vlsltt­
-- de amõr l
nha
81 nem pensam uma única vez, durante
a semana, nêste Coração fiel, que vela p:ri­
sionelro no Sacrário I Mais ainda: quantas
irreverências se ·cometem nos templos, on­
de penetram como no mercado e se insta­
lam comodamente, dissipando o espírito
·com tôda a -espécie :de .pensamentos de ne-
-- 216 -
góclos, trab�lhos ou prazeres, os quais lhes
fazem parecer longo e enfadonho o culto
divino. 1
Nem nos referimos slquer aos que con­
versam e riem durantP. as cerimônias sa­
gradas, perturbando os outros, que pelo
menos querem ser devotos ! Mas há mais
ainda� quanto desprêzo, quanto ódio da
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part� de· tantos milhões· de ,criaturas, que


blasfemam e perseguem a \Jesús, arran­
cam�lhe a imágem d·as escolas- _e dos edi­
fícios públicos, dos caminhos e praças pú­
blicas e desejariam poder arrancá-la do
.próprio coraç�o ·das crianças e de. todo o
povo ! �ombam,- insultam, com os aplau­
sos da multidão, as. cousas e pessoas mais
sagrad�_. Não é muito justa a ameaça
do Senhor, contida nestas palavras·:
- J

"Meu amôr há de dàr lugar afinal à mi­


nha justa ira, para castigar esses orgulho­
.sos, que se entre_gam inteiramente às cou­
� terren�, porqu� �e desprezam e pro­
curam d ·que me repugna". E quantos ·sa�.
crllégios -sofre ainda ·o Salvador, e.m· tan­
tas Comúnhões lndignas� que são como
outros tantos beijos de Judas, pois, sob �
capa da �amizade, se aproximam essas ai ..

mas miseras da Mesa do Senhor em pe­


cado mórtal J E quantas vezes ainda mãos
criminosas profanam as Espécies Sagra­
das no Tabemáculp I Almas-vitimas �P�
- 217 -

tóllcas, poderlamos acaso fechar os ouvi­


dos aos justos queixumes do Salvador, per­
manecer lnsensivels e indiferentes, ante
tantas afrontas e Ingratidões que se lhe
fazem, sem lhe prestar reparação, pelo
11osso amôr generoso e f lel, unindo a nos­
-sa vida à dlle, para trabalhar na salva­
ção das almas ?
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A infidelidade de muitas almas eleitas


Mas um dos pontos mais dolorosos das
queixas do Divino Salvador à Santa Mar­
g�rida Mari� é a que s� - refere às infideli­
dades das almas consagr:�d�s a .,Deus_. São
punhaladas no Coração Divino, como. Je-
,

sús disse 1!-m: diar expres�amente: ''Vê as


c�as AUe me�s eleito� a_brira� ! Os ou­
nie
tros se contentam em ferir�me o corpo;
estes, por'ém}, . traspassam o coração,
que jamais cessou de amá-los !" Que subli..a
me é, pois, a tarefa das almas-vitimas
apostólicas, que têm por , missão, pelos
�us sacrlficlos e orações, ser apóstolos
dos apóstolos do Senhor, implorando bên­
çãos abundantes para os sacerdotes e al­
mas consagradas a Deus, afim de que vi­
vam segundo a santidade de seu estado e
assim, sant1flcando---se pelas palavras e
obras e _pelo exemplo, salvem multas al�
tnas !
- 218 -

Elas oferecem o Sangue lnflnttamente


precioso do Salvador e oferecem-se a si
mesmas, unidas a itle, para salva.r as po­
bres almas pecadoras, alcançando-lhes a
misericórdia divina· e a graça da conver­
são. E' uma obra de divina caridade para
com o Salvador e a Igreja, assim como pa­
ra com o próximo. Quando o Imperador
romano Constantino, ainda pagão, se viu
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· ante as hóstes inimigas de Maxêncio, es­


magadoramente mais numerosas e aguér­
ridas, eis que lhe surgiu ante os olhos uma
visão estranha: a cruz, que até então fôra
sinal de ignomínia suprema, tendo em
torno esta divisa:
• r
''ln hoc signo vinces !
Com êste sinal ve�cer�s I Mandou logo
preparar o lábaro sagrado, que, de· fato�
lhe trouxe a ·gloriosa vitória e em conse­
quêhcia desta·, a conversão do monarca e
de seli grande império à religião cristã.
o Apostolado das Almas-Vitima$ Apos-
1

tólicas é o lábaro santo que fará vencer as


hóstes de Cristo, na luta contra o inimigo
Infernal, convertendo os pecadores, sal­
vando os transviados e :5antlflcando as al­
mas sacerdotais e religiosas, para que o
reino de Grlsto se propague gloriosamente.
pela cruz bendita, que salvou a humani­
dade. --
- 219 -

Um olhar pera n61 me1moI


Um olhar volvido a nós mesmos há de
mostrar-nos os magnfflcos efeitos da no­
bre vocação de alma-vitima apostólica.
Ela nos torna semelhantes ao Salvador�
que se imolou inteiramente e contlnúa a
imolar-se constantemente por cada um de
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nós, no SS. Sacramento. Como verdadeira
esposa de Cristo, a alma-vitima apostólica
escolhe a mesma sorte do Divino Esposo e
assim se forma entre a alma: e o Coração
Divino um laço de amor, de ternura -infi­
nita, de um amor tão puro, tão farte e tão
santo, como nenhum outro. A consagra­
ção como alma-vítima apostólica leva-nos
ao verdadeiro espírito da devoção ao S.
Coração de Jesús. Assim como o Coração
do Salvador era .abrazado do espírito de
sacrifício, é forçoso que este mesmo espí­
rito anime as almas que se lhe consagra­
ram. Por isso, dizia a piedosa Irmã Maria
do Divino Coração, Droste de Vlschering:
"O amor ao 88. Coração de Jesús, sem es­
pirita de sacrlffcio, é só imaginaçãoº .
Não há nada que nos una, pois, tanto a
Nosso ·aenhor, como a vocação de alma­
vitima apostólica, que, como Tereslnha,
não se cansa de colhêr, a todo o instante,
as lindas flõres dos sacrlficlos, para com
elas cobrir a cruz sagrada,• em que !le se
- 220-
imolou por nós. Esta bôa vontade, este for ..
t� amor, que não se _contenta com os se_n ..
timentos, mas se prova pelas obras, pelos
sacrifícios de·· cada dia, comove profunda­
mente o Coração do Mestre, que em troca
.se entrega inteiramente à alma fiel, cumu­
lando-a de provas de amor e de graças
preciosas, "tesouros de tal grandeza,, -
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diz Santa Margari�a Maria - "que não te..


nho palavras para os descrever. Jesús só
-cuidará de purificá-las e santificá-Ias, pa-:­
ra as unir pe�eltamente a i:Ie".
E �sim, por melo dessa mtlma união
de amor com o Divino Salvador, que paz,
que corisolação, que fellcldade Inunda a
alma ! Ela póde dizer, em. ,erdade: ,.Dlle..
ctus meus inlhl et ego illf ! " - Meu ama-­
do me pertence e eu pertenço a �le ! "
Nada poderá jamais dest�ir .esta paz
maravilhosa; pois, �netradas do verda­
deiro espirita de sacrifício, essas �lmas
�leitas já sacrificaram e continuam a sa-­
crificar tudo o que poderia perturbá-Ias:
o .apêgo aos bens criados, a vontade pró­
prja, o �ôr próprio e a ambição. A Dl..
vlna Providência véla também multo par-­
·t1cularmente por elas.. "Os seus nomes -
como prometeu o Divino Salvador - es­
tão inscritos no seu 88. Coração e Jamais
.serão dai apagados" ..
-- 221 _.
"Estas almas - dlz Santa Margarida
Marta - não carecem temer que tle as
esqueça, pols que seu olhar amot'oso re ..
pousa sôbre elas com particular agrado"
A ·n1v1na Providência preserva-as do
pecado e guarda-as em santa paz e doce
felicidade.
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O Padre Orou, S. J., assim descreve a


felicidade dessas almas abnegadas: "Quem
poderá duvidar de que essas almas sejam
tão felizes quanto é possivel, na vida ter­
rena ? O que é a felicidade sinão o amor
e a posse do sumo Bem, que amam e pos­
suem já 11esta vida, ta.nto quanto o cora­
ção lhes comporta? Nada mais as encan­
ta, nem atrái: nem honras, nem riquezas.
nem prazeres. Gozam de um bem, que lhes
faz desprezar todos os dem�is.
Esse bem não são os favores e consola­
çôes divinas, que elas aceitam com gratidão
cordial, quando Deus lhes concede, mas
não os procuram, nem se afligem .quando
lhes faltam. O seu único. }?em é o próprio
Deus, infinitamente superior a todos os
seus dons.
Jamais perdem por isso uma profunda
paz de coração, paz íntima, imutavel, inde­
pendente, de mudanças e alterações, ape­
sar de todas as fadigas, tentações e pro­
vações. "Procura nesta vida outra felicl-;
• - 222 -

dade, comparavel a esta: não há. A felici­


dade da inocência é grande; a da peni­
tência sincera e penetrada de amor tam­
bém o é; mas a felicidade das almas que
Deus mesmo santificou, pelo caminho do
abandono completo a _Peus, da imolação
sem reserva, é mais sublime e mais eleva­
da que todas as outras".
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E' o melhor caminho.: mais seguro e mais


curto tam�ém, para a santidade, para a
perfeição, para o céu. Quem anda nas ve­
redas luminosas do espírito de sacrifício,
não corre o risco de perder-se na estrada
larga da moleza, da sensualidade e da
8.IIl.bição; mas segue pela estrada real da
cruz, áspera, estreita e íngreme de certo,
mas segura. Não se extravia nos desvios
da falsa piedade, do orgulho e ,·aidade
espiritual, mas· trilha a estrada reta, que
eonáuz diretamente à perfeição. Corre.
vôa nesse caminho sagrado,• em direção
ao seu ideal sublime, e�riquecendo-se dia
a dia de méritos.
. S.J., '
''O sacrifício - diz o Pe. Meschler,
- tem o mérito mais seguro, porque é in-
teiramente contrário a nossa sensibilida­
de natural e por isso não há ilusão possi­
vel. Tem também o maior mérito, porque
é mais penoso. Com que prazer nos recor­
daremos avfdamente· de todos os sacrifi-
clos e atos de· dominio sôbre nós mesmos,
-223-
quando chegar a eternidade, que Jul1ari
o mérito de nossu ações I"
"Uma aó humilhação vale mais diante
de Deua do que êxtases e mllagrea, por
mals numerosos que seJam", diz Santa
Margarida Marta.
ccuma só humilhação, um só desprem
que se aceita e suporta calmamente, por
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amor de Deus, é maior e mais meritório


para o céu do que todas as graças extra­
ordtná rlas e sobrenaturais, ainda que du­
rem a vida inteira!"
O céu para as almas-vítimas apostólicas
está garantido; mas que céu! Para cada
sacrifício que fizeram na terra, por amor
de Deus e que Jesús jamais esquecerá, re­
ceberão o céntuplo, já nêste mundo. mas
particularmente na eternidade.
"Imagine-se - diz o Pe. Grou, S. J. -
como será grande a fellcldade destas al­
mas no céu, pois que ela se medirà pela
gtórta que as criaturas dão ao seu Cria­
dor J Deram-se-lhe sem reserva .. de todo o
coração; por Isso o Senhor nada poupará
para as recompensar.
Elas o amamm como criaturas, segun­
do os estreitos limites de seu cora9ão. :tle
as amará como Deus, com um amor infi­
nitamente matf i,ublime e elevado que · o
delas.
- 224 -

Elas se . lhe deram sem medida e por is­


so receberão também sem medida. Um
amôr puro, generoso até a extrema libera-·
lldade e que esgotaria as riquezas de Deus,.
si estas não fossem Inesgotáveis, há de
dar-lhes a recompensa. "Enlão hão de
exultar e _confessar, como S. Paulo: "Non
sunt condignae passlones hujus tempori
futurae gloriae". Os sofrimentos desta · v1:.:
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-
da não se comparam coni a gl(>ria futura
que nos alcan_çarao".

Conclus·io, • I
.• , J.

Na verdade a missão das almas-vítiinas


apostólicas é grande e )sublime, e bem Ion�
ge, de certo·, estamos de cumpri-Ia plena­
mente. Confie.mo-no$, pois, com 'profun­
da ·humildade e filial confiánça Aquela
que é chamada - a Onipotência·· suplicaµ­
té� a Medianeira çla div,na graça, - a
·virgem Santís,sima - co-Redentora, em
cujas mãos maternais o Senhor depqsitou
a plenitude de suas graças, para que as
distribúa aos homens.
A veneração à Mãe de Deus dev:e, por is­
so, constituir um.a parte e�se,nclal da de­
vocação das almas-vítimas-
'
apostólicas�
Recomendemo--nos todos ao seu mater­
nal amõr -e proteção, para. que nos alcance
fôrça e coragem para praticar fielmente,
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o• Lux be...tlssima,
Repie cordls Intima,
, Tuorum fidellum !
••
- 226 -

a seu exemplo, o espírito de sacrlficlo, afim


de que, guiados e .amparados . por ela - a
"Virgo Sacerdos" - caminhenibs animosa­
mente na vereda do dever e da virtude e,
chegando às alturas do Oólgotha, · possamos
um dia, expirando, exclamar, como Je­
sús: "Consummatum est" - Tudo está con­
sumado! Meu sacrifício está concluido .r -
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"Pater, 'ln manus ,,tuas commendo spiritum


meum ! " - Pai, em vo�as mãos enco­
mendo meu espi�ito.
A morte será p� nós um ·salto apenas
para o selo do Pai Eterno e o doce ample­
xo de amor reallzar-se-á então, não mais
no estreito céu lnvlsivel de nossa alma,
em que '.ele mora, mas face a face, em ple­
na luz, na alegi:ta inflnlta �os céus sem
f.un.' •
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Associaçao das Almas Apostõllcas


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(Antigamente dai Almas Vitimai)


ESTATUTOS
1 - A "Associação das Almas Apostólicas"
foi fundada unicamente para o auxilio espiri­
tual aos sacerdotes. Seus membros, ª' airnas
apostólicas", querem rezar e oferecer à San­
tíssim� Trindade tudo quanto fazem e sofrem,
pelos sacerdotes e seus trabalhos e� favor
das almas.
a) A "alma apostólica" reserva cada "Sã­
bado do Sacerdote", que é o sábado depois da
1.ª sexta-feira de ca�a mês, para rezar e ofe­
recer à SS. Trindade tudo quanto faz e sofre,
pelo aumento e maior santificação do clero
em gerál, em todo o mundo. Assiste nêste di&
à santa Missa e recebe a santa Comunhão na
intenção supra-dita.
b, Nos outros dias do mês, a "alma apostó­
lica" · reza e oferece tudo quanto faz e sofro
por um sacerdote determinado - designado
pela Diretoria - e seus trabalhos .em favor
das almas.
e) Para êsse fim a .,alma apostólica,, faz
cada manhã o oferecimento do dia por êste
sacerdote, e no "Sábado do Sacerdote,. pelo
aumento e maior santificação do clero em ge-
- 228 -
ra.1. Para o tal oferecimento não há fórmula.,
prescrita. Póde, entretanto, servir aquela ql�e se
acha impressa na "patente da recepção". Ou­
tras orações ou devoções, além do oferecimen­
to do dia e a santa Missa e a santa Comunhão
no "Sábado do Sacerdote ", não são obriga tó­
rtas.
d) Para a, diretoria ficará reservado o direi­
to - por resoluções posteriores, - de determi­
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nar que a Associação também· de outros mo­


dos auxilie o clero, por exemplo, formando uma.
�'Bolsa em favor· dos seminaristas" ,, ou pela
"Obra dos Tabernáculos", etc. 1
2 - A ,·, Associação das Almas Apostólicas"
compõe-se de pe�ôas tanto do sexo masculinop
como feminino.
3 - Além, da Diretoria, há na Associação
zeladores e zeladoras, para sustentar nela o
interesse pelos, seus fins sublimes e angariar
novas "almas apostólicas".
4 - A Direooria abrange, além .do Diretor
espiritual, o qual sempre será uni sacerdote,,
- os seguintes membros: o presidente, (óu a
presidente e assim Por diante), um vice-presi­
dente, 2 secretários,_ tesoureiro e dois conse-
r lheiros. Será eleita pelos zeladores e funciona­
rá durante um ano, depois do qual haveri no­
va eleição.
5 - A Diretoria e os zeladores reunir-se-ão
regularmente cada último domtngo antes do
sábado do sacerdote, às 18 horas. podendo
comparecer a esta reunlio cada "alma apostó-
lica"� qu� tenha Jnterêsse pe1a. �lação�
- 229 -
8 .._ A recépção de novos membros será
éfetuada pela lnscrtção no Livro da As8octa­
e&o, de que eles receberão uma patente. Alérr1
da Joia da entrada, que constará de Crt 1,00,
nio se exigir& co11tribuiçlo alguma. D6dfvaa
voluntártas aceitam-se prazelroaamente.
'1 - Estes estatutos serão impressos, e cada
•a1ma apostólica" receberâ um exemplar.
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Aprovados
B. Horizonte, 24-6-1942
+ Antonio, �cebispo de. B. Horizonte
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II PARTE

Oração da Manha
Senhor meu Deus, cedo desperto
para vos amar 1
Minhalma tem sêde de vós, meu
coração
. suspira
. por vós I A sombra
de vossas asas quero alegrar-me, pos-
sa minhalma fundir-se em vós !
Aceitai, por Jesús, vosso Filho ama­
do, meu sacrifício de louvor e grati­
dão, pela grande .graça da creação, re­
de11-ção e santificação.
De todo o coração- vos agradeço
também a proteção que me concedes­
tes durante esta noite e o novo dia
de vida que me dais.
- 231

Tudo o que o dia de hoje me trará,


ainda me é desconhecido, mas sei que
nada me sucederá que vosso olhar
paterno não tenha visto, desde a
eternidade e vossa mão divina não
tenha assim encaminhado, para maior
bem de minha pobre �lma. Por isso
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quero aceitar tudo como um dom de


vosso amor, seja saúde ou moléstia,
honra ou afronta, vida ou morte. Dai­
me só vosso amor e vossa graça.
Amen.
OFERECIMENTO
Santíssima Trindade, em cada mo­
mento do dia e da noite de hoje, eu
desejaria subir ao altar,_ com meus
irmãos espirituais, afim de celebrar
com eles o Santo Sacrifício da Mi�,
como .sacrifício de louvor e agradeci-­
menta, de petição e reparação, para
vossa glória, para salvação de todos
os homens, para a libertação das po­
bres almas do Purgatório.
Pelas mãos de minha querida Mãe
celeste deposito-me, com tudo quan-
- 232 -
to sou e possuo, sôbre a patena, como
hóstia da Hóstia Divina .
Possa o meu Santo Anjo da Guar­
da levar-me constantemente ao altar
celeste, ein holocausto sumamente
agradátel à vossa divina Majestade!
Desejaria renovar inúmeras vezes,
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- a cada momento, est� minha inten..


ção e estes meus desejos, segundo os
desígnios de Jesús, o eterno Sumo sa..
cerdote e em nome de todas as ..cria-.
turas.
Desejaria -oferecer também a Vós,
ó Deus _santíssimo, todos os .sofri­
·mentos e sacrifícios e todo o amor
dos Anjos e Santos, desde' o comêço
-até a consumação dos tempos� em
união com os Sacrifícios dos .altare�,
par, vos.agradar!
r SúPLICA
Senhor, dilatai-me o coração! Vós
me concedestes um dom magnífico,
chamando-me ao serviço do vósso
santo altar. Peço-vos agora humilde­
mente uma só cousa, ó meu Deus:
- 233 -
"Dai-me uma alma sacerdotal ! "
Não permitais que me torne orgulho­
sa, nem de espirlto tacanho! Dai-me
a compreensão sagrada e profunda
das dôres e alegrias alheias e de tudo
quanto Vive no coração humano, mes­
mo quando, absorta, só inconciente­
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mente pense em vós!


Fazei-me vêr com os vossos olhos,
sentir com o vosso Coração Divino!
Dai-me, ó meu •us, o grande e li­
vre amor que a todos ama e que se
faz tudo para todos ! Amen.
ORAQAO
O' meu Salvador, fazej-me, e a to­
dos os homens, habitar� em vosso Divi­
no Coração, hóje e todos os dias de
nossa vida, até que o ehvoltório ter­
restre se despedace, que cáia o véu
que nos encobre a pátria, até que
possamos contempl�r-vos face a face,
ao clarão da luz eterna e, num santo
amplexo de amor, repousar sôbre vos-­
so Ooração Divino, por toda a eterni­
dade.
- 234 -
Minha bôa Mãe Maria Santíssima,
São José, Santo Padroeiro do meu
nome, meu Santo Anjo da Guarda,
todos os Anjos e Santos, protegei-nos
e preservai-nos de todo o pecado. Aju­
dai-nos a aproveitar perfeitamente
cada momento, para maior glória de
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Deus e salvação. das �lmas, sobretu­


do para a santificação dos· sacerdotes,
nossos irmãos espirituais. Amen.
OFERE<!MENTO
O' Santíssima Trindade, pelas mãos
de l\!aria, Mãe dàs Dôres, ofereço-Vos
hoje, em todos os �omentos da mi­
nha vida e wr todos os séculos, as
Sagradas Chagas de Jesús e o amôr
dos Anjos e Saritos do céu e da terra,
purificado no Sangue preciosíssimo 1

de Jesús Crucilicado.
Uno-me intimamente ao meu Je­
sús, oferecendo-Vos, ., ó Santíssima
Trindade, todos 'os �� �nsa�e,nr
tos, palavras, obras, sofrimentos e ale­
grias, particularmente para a forma.,
ção de santos sacerdotes e mui espe-
• - 235 -
cialmente pela pessoa e os trabalhos
sacerdotais do Padre designado pela
Diretoria . Amen. (100 dias de lndutgfncla>
CURTO OFERECIMENTO
01 dulcíssimo Jesús, Cordtiro Divi­
no, que sois imolado continuamente
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sôbre nossos altares, para .a salvação


do mundo, quero unir-me a Vós, so­
frer convosco .e .imolar-me como Vós,
em união com os muitos milhares de
almas-vítimas do Coração .de Jesús.
Ofereço-Vos pàra esse fim todos os
sof�entos e amarguras, todas as
humilhações e toda a cruz. que vossa
Divina Providência espargir no cami­
nho da minha vida. Ofereço-Vos tudo
pela _mesma intenção pela qual Vos
ofereceis e Imolais .
Possa meu fraco sacrifício atrair
bênçãos copiosas para a Santa Igreja
e o sacerdócio católico, para nossa
pátria e os pobres pecadores, meus
irmãos I Dignai•Vos aceitá--Io pelas
mãos de Maria e em união com os
dolorosos sacrlffclos. de seu Imaculado
Coração. Amen.
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Consagraçao ao SS. Coração de Jesús


(de Santa Margarida Maria)

Eu, F. . . ofereço e consagro ao SS.


Coração de Nosso Senhor Jesús Cris-­
to minha pessôa, minha vida e -.meus
atos, meus sofrimentos e trabalhos,
para empregar no futuro tudo o que
sou e possuo só para sua ho�ra, seu
amor e sua glória. E' minha resol�­
ção irrevogavel pertencer-lhe �teira­
mente J fazer tucio por amor d:tle e
renunciar de todo o coração a tudo o
que possa desagradar-lhe. Escolha..
Vos, pois, ó SS. Coração, para único
objeto de meu amor, para protetor de
minha salvação, para amparo de mi..
nha fraqueza e inconstância, para
reparar todas as faltas de toda a mi-
- 237 -

nha vida e para refúgio seguro na


tiora de minha ---morte. O' Coração de
clemência e bondade, sêde a minha
justificação diante de Deus Pai ceies..
te, e desviai µe mim os castigos· de
sua justa ira!
0' Coração de amor, em Vós depo..
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sito toda a minha con.fiânça; de mi.,.


nha fraqueza e maldade receio tudo;
mas de vossa bondade espero tambén:i
tudo. Destruí, pois, em min1 o que
possa desagradar-Vos ou resistir-Vos !.
Vosso puro amor grave-se tão firme..
mente em meu coraçãQ, que eu ja..
mais possa esquecer-Vos, nem tam..
bém me separar de Vós. Sim,. eu Vos­
peço por toda a vossa bondade, impri­
mí meu nome profundamente em
Vós; pois quero que toda a minha fe­
licidade e toda a minha glória con...
sista em viver e morrer em Vosso ser-­
viço. Amen.
-­.
(300 dias de indulgência Wlll\ vez por dia;
indulgência plenária uma vez por mês, para
quem a rezar diariamente, sob as condições
habituais)�
- 238 -

Consagração da Familia ao Santís­


simo Coração de lesús
Santíssimo Coração de Jesús, Vós
manifestastes a Santa Margarida
Maria o desejo de reinar sôbre as fa­
mílias cristãs. Vimos hoje, pois, con­
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fessar francamente vosso soberano


domínio sôbre
, nossa família. Quere-
mos dora em diante viver da vossa
vida; queremos fazer florescer em nós
aquelas virtudes a que, já aquí na
terra, prometestes a paz; queremos
banir para longe de nós o espírito dês­
te mundo, que amaldiçoastes. Reinai,
pois, em nosso entendimento, pela
simplicidade da fé; reinai também
em nossos corações, pelo amor e�
que devem abrar.ar-se sem reserva pa..:
ra convosco e cujo ardor q_ueremos ali..
-mentar, pela frequente recepção da
santa Com11nhão.
Dignai-Vos, ó Divino Coração, pre­
sidir as nossas re1Jniões, abençoar
nossos empreendimentos espirituais e
temporais, dissipar nossos c11idadOS,
- 239-

santiflc$,r nossas alegrias e aliviar


nossos sofrimentos 1
Si jamais algum de nós tiver a des­
graça de afligir-Vos, recordai-lhe, 6
Coração de Jesús, que sois bom e mi­
'sericordioso para com o pecador con­
tri�. E quando soar a hora da sepa­
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ração; quando. vier a morte derramar


sàbre nós o luto, todos nós, tanto os
que partem, como ta�bém os que fi­
cam, nos submeteremos a Vossos eter­
nos decretos. Consolar-nos-emos com
o pensamento de· qµe um dia virá, em
que tod� a . nos�a fàmília, reunida no
céu, poderá bendizer para ., sempre
vossa glória e Vossos·• benefícios.
Queiram o Coração Imaculado de
Maria e o glorioso Patriarca s. José
apresentar-Vos esta consagração e re-,.
cordar"!no-la ·todos .os dias de nossa
vida. Viva o Coração de Jesús, nosso
Rei e .nosso .Pai 1
<Ind.úlgêhcia .· plenária para todos oa· fiéis
que, .•após a recepção dos Santos sacramentos,
consagrarem solen·emente a si e sua .!amilla
ao ss. Coraoão de Jesds, no dia desta êonsà,..
- 240 -

gração e depois todos os anos, no dia d_a reno­
vação solene• da mesma) .

Or�ção privilegiada a Cristo:Rei


O' Cristo Jesús, reconheço-Vos Rei
do universo . Tudo o que foi criado,
para Vós foi feito. Disponde, pois, de
mim como de propriedade vossa .
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Renovo minhas promessas do Ba..


tismo e renuncio a Satanaz, às suas
pompas e obras.
Prometo viver como bom cristão.
Muito particularmente me compro­
meto a empregar todas as forças para
fa1,er tri\lllÍar os direitos de Deus e
da Vossa Igreja. Divino Coração de
Jesús, ofereço-Vos minhas pobres
ações, para alcançar que todos os co­
rações reconheçam a Vossa realeza
sagrada e assim se estabeleça firme­
mente no mundQ inteiro Vosso reino
da paz. Amen.
(Indulgência plenirfa uma vez ao dia, m�
diante aa condições de costume: Confissão, Co­
m,robAn, visita à Igreja e oração pelas tuten�
ç6es do Papa � XI) !
- 241' -

Trecho Indulgenciado do ato de ofe­


recimento como vítima de holocausto
ao amor misericordioso
do bom Deus
\

·(.De Santa Teresfnha do Menino Jcsús).


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"Afim de viver num ato de per.feito


amor, eu me ofereço como vítima de
holocausto ao Vosso amor misericor..
dioso, suplicando-Vos que me cohsu­
mais sem cessar, deixando derramar­
se na minha alma as ondas de ternu..
ra infinita que se encerram em ;Vós. e
. , . . ' ..
- assim., m·e tornem
que :tnartir de Vos-
\
,,

.. .
so amor, o meu Deus !
.

,.
Qur�·êste martírio,. depois de me ter
pr·eparado para ap�recer perante Vós,
me faça, enfim, morrer e que minhal­
ma corra sem demo�a.para o eterno
ósculo do Vo�so misericordioso amor I
Quero, meu amado Senhor, a cada
pulsação do meu coração. renovar-Vos
esse oferecime�� um núpiera infini"'
to de. vezes, até que, tendo•se dissipa...
do as sombras, Vos possa repetir <J
meu amor num eterno face a face l l !
(Indulgência plenArla uma vez ao mês, para
quem a recitar diariamente).

Ato de consagração ao Coração Ima­


culado de Maria
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O' Maria, Virgem poderosa e Mãe
de Misericórdia, Rainha do céu e Re..
fúgio dos pecadores, nós. nos consa..
gramos ao Vosso Imaculado Coração.
Queremos consagrar-Vos o nosso sêr
e tôda a nossa vida, tudo o que temos,
tudo o que amamos e tudo o que so..
. -
mos: sao vossos . para sempre os nos..
sos corpos, os nossos coraçoes e as nos-
.sas almas. São vossos para sempre os
nossos lares, as nossas famílias e a
nossa pátria ! •
Qüeremos que .tudo em nós. e em
volta de nós vos pertença e tenha par­
te nos benefícios de vossas bênçãos·
niatemais.
E para que esta eonsagração seja
verdadeiramente eficaz e duradoura,
- 243 -

renovamos hoje a vossos pés, 6 Ma­


ria, as promessas do nosso BatismQ
e da nossa primeira Comunhão.
Comprometemo-nos a professar co­
rajosamente e sempre as verdades da
fé, a viver como católicos inteiramen­
·te submissos a todas as direções do
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Papa e dos Bispos que estão em co­


munhão com êle.
Comprome.temo_-nos a observar , os
mandamentos. de Deus e da Igreja,
particularmente a santific�ção do
domingo. ,�
Compromçtemo-no
. s a abraçar ' e
conservar na nossa vida, quan.to nos
fôr possível, as consoladoras práticas
4a religião cristã, sobretudo a Santa
Comunhão.
Comprometemo-nos enfim, ó glorio­
sa Mãe de Deus e terna Mãe dos ho...
mens, a empe�har-nos com todo o
nosso coração no serviço do vosso cul..
to abençoado, com o f1m de apressar
e firmar, pelo reinado· do vosso Cora­
ção Imaculado; o reinado do Coração
- 244 -
I

do vosso adorável Filho em nossas al-


mas e em todas as almas, na nossa
pátria e em todo o universo, "na ter­
ra como no Céu''. Assim seja.
(S. s. Pio X concedeu 600 dias de indulgên­
cia, tõdas as vezes que se renovar êste áto de
consagração e indulgência plenária, uma ve1,
por mês, para quem o rezar diariamente, Jl8Jt
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condições habituais) •

Consagração a Maria
(No espfrlto do bem-aventurado Grignon
de Montfort)
O' Maria, Virgem Imac11Jada, ex..
celsa Mãe de Deus e Rainha do ééu' e
da terra, eis-me aqui em,presença de
tôda a côrte celeste, para vos escolher
agora como minha Mãe e Senhora-.
Consagro-vos, como plena proprie­
dade vossa, meu corpo com todos os
seus sentidos, minhalma com todas
as suas faculdades, tudo o que eu sou
e possuo, todos os meus pensamentos,
palavras e obras. Consagro-vos e ofe­
reço--vos também todos os méritos e
todas as satisfações de todas as San-·
tas Mi� e Comunhões, todas as·
- 245 -

orações, . mortificações e práticas de


devoção, todas as obras de piedade,
·zêlo, humildade, obediência e demais
virtudes, que praticar até o último
momento de minha ·vida. Tudo isso
ofereço, não só para honra e glória
vossa e de vosso divino Filho, como
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também parà vos oferecer um dom


perfeitQ, suplicando..,vos q11e o acei-­
teis benignamente e ofereçais ao Di..
vino Coiaação de Jesús, para lhe dar
reparação, e disponhais de . meus mé..
ritos e reparações inteiramente a vos..
so bel prazer, aplicando-os a quem
qpizerdes. Como _nada mais tenho pa..
ra dispôr, peço-vos� ó minha cara se..
nhora e Mãe, que vos digneis, em v os..
so amor e bondade, cuidar daqueles
pelos quais sou obrigado e me propuz
a Drar e }lles comuniqueis ·o que, por
meio de' ·vós, oferecerei por ·eles.
O' �a cara Mãe, assim vos per ..
tenço inteiramente e a vosso 'Divino
Filho. Si, po�, ainda virdes em mim
algo que não, vos agradar, peço..vos
que logo o retireis QU aniquileis, e
-- 240. ---
planteis e desenvolvais em mim tudo
o que vos agrada. Possa a luz da vos..
sa fé dissipar as trévas de meu espi..
rito; possa vossa profunda humildade
substituir minha soberba, possa vossa
excelsa meditação fazer cessar as dis...
trações de minha imaginação; possa
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vossa constante contemplação de


Deus encher-me a memória com a
lembrança da presença divina, possa
o fogo do amor- de vosso coi·ação abra­
ra.r a frieza,e tibieza do ·meu; possam
vossas virtudes ocupar o Ju·gar de
meus pecados; poss�m vossos méritos
ser meu adôrno · e mjnha satisfá,çijo
junto de Deus.
O' minha cara· Mãe, fazei, si fôr
possível, que eu não tenha outro es­
pírito shlao o vosso, _para· conhecer a
Jesús Crtsfo e sua divina vontade;
que eu não tenha, por assim dizer, ou--
tra alma . sinão . -a vossa, para louvar
e bendizer o Senhor, que eu não tenha
outro coração sinão o vosso, par�
amar a Deus com puro e ardente
amor, como·vós.
- 247 -

O' Mãe querida, não desejo para


mim doces consolações e revelações,
mas sim o que. preferistes aquí na
terra, isto é, pura fé, sem vêr, alegre
sofrer, sem consolação da parte das
criaturas;- constante morte a mim
mesma sem cessar, corajoso trabalho
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para Jesús e para vós, até à mor-­


te, sem outro proveito sinão o de
poder ser vo�o servo fiel e uma
vitima de reparação do Divino
Coração de Jesús. A úhicà graça
que imploro de vós, por pura mise-
1

ricórdia, é que. -façai.s que eu vos per­


tença pêrfeitamente, em to�os os dias
e todos .os momentos de minha ·vida#
para que me auxilieis a tornar-me
uma
, verdadeira alma-vítima do Divi-
no Coração de Jesús, afim de glorifi-
cá-lo no · tempo e na eternidade.
Ahlen.
- 248 -

Orações para a hora da guarda de honra


Oferecimento
Divino Jesús, meu dulcíssimo Sal­
- minl1a. hora de
vador, eu Vos ofereço
guarda e desejo durante a mesma,
em união com os meus santos Pa­
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droeiros, muito particularmente Vos


amar, glorificar e consolar vo�so ado­
rável Coração pelo meu. amor. Acei­
tai nesta intenção· meus pensamentos,
palavras, obras e sofrimentos; aceitai
particularmente meu coração, que
Vos ofereço sem reserva, pedµldo-Vos
inst�ntemente que o consumais in�i-
1·amente
. no fogo do vosso pwissi m o
amor.
Jesús, manso e _ humilde -de ..cora­
ção, fazei meu coração semelhante
ao vósso ! (300 dias de ilidulgência)

Padre Eterrio, eu Vos ofereço o San­


gue preciosíssimo e a Agua que ma­
naram da Chaga do Divino Cor�ão
de Jesús, pelas necessidades da Santa
- 249:..
Igreja e em satisfação pelos pecados
de todos os homena.
Sêde-nos propicio I Amen.
80 d!11 de lndulaêncla cada Ye'a - Pio nc
. Troca dos corações
Jesús, Vós pedis o nosso coração,
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que outra coisa não quereis de m'>s.


Pois bem, com imenso prazer nós Vo-lo
oferecemos, para que fiqueis com êle
para sempre. Mas bem sabeis que sem
coração não Vos podemos aroar ! Por
isso, em paga do nosso, queremos o
Vosso Coração.
Deste modo, ficais satisfeito com o
nosso e nós infinitamente roais sa--
tisfeitos com o Vo�. Pois, a&'>im po-
deremos amar-Vos tanto quanto de..
sejamos e· amar-Vos ao infinito como
Vós mereceis. c100 dias de tnd�cia>
D. Antonio - Arcebispo de Belo Horizonte

Oração pelo mundo e pelo Brasil


Eteino Padre, . só a fôrça do vosso
braço poderá sustentar o mundo, pa­
ra não cair no abismo que o ameaça.
_, 250 -
Por isso Vos suplican10s pelo mun­
do e especialmente pelo nosso Brasil.
Por mãos de Maria Santíssima vos
oferecemos os merecjmentos infinitos
de Jesus Cristo: suas lágrimas, seus
suores, seus sofrimentos, sua. vida,
sua morte na Cruz e sua morte mís-
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tica em todos os Sacrifícios das Mis­


sas celebradas e que se hão de cele­
brar até o fim dos séculos.
Atendei, Senhor, ao nç,sso pedido,
pelos_ méritos e súplicas do. vosso Fi­
lho, por quem naqa_ nos podeis recu­
sar. Suscitai apóstolos da Ação Cató­
lica; fazei que togos�os católicos cum­
pram o dever que lhes impuzestes, de
serem apóstoios, pelos quais quereis
salvar a sociedade e a Santa Igreja.
Cora�es Santíssimos de Jesús e de
Maria, salvai o m1.indo e p�otegei o
Brasil. E' aqs vossos Coraçõ�s que o
consagramos e é neles que o coloca­
mos . Coração de Jesús, tende com-
pa�o do Brasil.,
Coração de Maria, rogai por êle.
Reinai nêle, Corf\çoes .Santíssimos,
- 251 -

governal-o, protegei-o e llvrat-0 das


desgraças que o ameaçam. Assim seja.
,100 dias de Indulgência
D. Antonio - Arcebispo de Belo Horl7oote

"Pai celestial, pelo Coração Imacu­


lado de Maria, eu Vos ofereço Jesús,
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vosso Filho muito amado e ofereço-


me com Ele, por Ele e nEle, por todas
as suas intenções e em nome de toda.$
as criaturas''. Assim seja.
(300 dias d·e indulgência)

Oração de Santo Inácio


"Recebei, Senhor, tôda a minha li­
berdade, minha memória, meu enten­
dimento e tôda a minha vontade !
Tudo o que tenho e possuo, Vós mo
déstes, Senhor e eu Vo-lo restituo,
disponde de tudo segundo a vossa
santa vontade.
Dai-me só vosso amor e vossa gra­
ça, pois me bastam e ·nada mais de­
sejo". Assim seja.
- 252 -
Oferecimento
· Senhor, Deus· Onipotente, eis-me
prostrado perante Vós para, em nome
de todas as criaturas, adorar-Vos e
oferecer-Vos reparação pelas ofensas
recebidas. Mas quem sou eu, sinão
um misero e pobre pecador, indigno
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de obra tão sublime ! Mas não obs..


tante, óU.Sarei realizá-la; pois sei que
é de Vosso agrado ser chamado Pai
de misericórdia e que, por amor a nós,
entregastes Vosso Filho· unigênito, o
qual se imolou por nós na cruz e sem
cessar, sôbre nossos altares, renova o
sacrifício de si mesmo. Por isso, em..
bora pecador e miserável, mas peca­
dor arrependido, e miseravel enrique­
cido por Jesús- Cristo, apresento-me
diante-de Vós ' e-' unindo meu amor
com o amor ardente dos Anjos e San-
tos, e meus afetos com os do Imacu­
l�do Coração de Maria, ofereço-Vos,
em nome de todas as criaturas, todas
as Missas que ·nêste· momento' estão
sendo celebradas, bem como as que
já .foram celepradas e as que, até o
- 253 -

fim dos séculos, ainda serão celebra-


das.
Faço ainda a intt!nção de renovar
êste ato de oferecimento em cada ins­
tante dêste dia e de tõda a minha vi­
da para, desta fórma, honrar e glori­
ficar dignamente Vossa majestade,
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para aplacar Vossa justa ira e satisfa­


zer a Vossa justiça por nossos muitos
pecados, para Vos agradecer devida­
mente os inúmeros benefícios ·e para
Vos pedir que derrameis as bênçãos
de Vossa misericórdia sôbre miro e
todos os pecadores, sôbre todos os
fiéis vivos e mortos, sôbre, tôdà a San­
ta Igreja, principalmente sôbre o
Santo Padre em Roma e finalmente
sôbre todos os desditosos que ainda
vivem no paganismo, na heresia e no
cisma, afim de que se convertam e
também eles sejam salvos.
I •

O' Padre Eterno,. olhai para o Co­


ração de Vosso· Filho unigênito e com
Ele, por Ele e nEle dignai-V.os aceitar
nossa oferta. Amen ..
- 254 -

Oração para obter· bons sacerdotes


Jesús, Pastor eterno das almas,
atendei a nossas súplicas por nossos
sacerdotes. Ouvindo nossos rogos, cui­
dareis de vosso próprio e mais caro
interesse. Ou não é aos sacerdotes
que amais com as fibras mais delica­
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das e ardentes de Vosso Coração ?


Não é • nos sacerdotes e pelos sacerdo-
tes que dispensais Vosso a�or a todas
.as almas?
Co�fessamo-nos indignos de pos­
suirmos· santos sacerdotes . Contudo,
lllaior dp que nossá cegueira e malda..
de é IVossa m-isericórdia . Vós mesmo,
ó Jesús, fazei que não entrem no san­
tuário • do sacerdócio senão aqueles
que chamastes., Iluminai aqueles a
quem confiastes a escolha, a direção
espiritu·a1 e a formação dos jovens
candidatos· ao sacerdócio�
Concedei-nos sacerdotes semelhan­
tes aos Anjos em pureza, de profunda
humildade, de amor ardente e seráfi­
co, de generosidade heroica, de zêlo
- 255 -
apostólico por Vossa glória e pela sal­
vação das almas. Sêde propício à
ignorância, cujo farol devem ser os
sacerdotes. Tende compaixão dos ope­
rários para que, ori�ntados pelos sa-.
cerdotes, em vosso doce nome achem
socego, paz e salvação. Tende pieda­
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de da infância e juventude, para que


nos sacerdotes encontrem o guia se­
guro, que os conduza a Vós, seu Sal­
vador. Tende piedade de todos· quan­
tos sofrem e choram por consôlo, pa­
ra que vossos sacerdotes lhes propi­
nem o bálsamoedo cons�1lo, que mana
do vosso amavel Coração.
Senhor, lembrai-Vos de quantas al­
m�, sob o influxo de vossa .graça: al­
cançarão a salvação e :gerfeição pe­
los esforços de um ·s·anto sacerdote.
Por isso, ó• ·Jesús,,- compadecei-Vos
mais uma vez da$ turbas de Vosso
povo faminto e sedento e, auxiliados
por Vossa graça, Vossos sacerdotes
reconduzam para vós ·a humanidade·
enferma e sofredora, renovando assim
mais uma vez a fa�e da terra, enalte--
-- 2�6 -

cendo a Santa Igreja e firmando ern


paz o reino de Vosso incomparavel
Coraçao.
Virgem Imaculada .e Mãe do Sumo
Sacerdote eterno, vóa. mesma sacer­
dote e altar ao pé da cruz; alí Jesús
Cristo vos deu seu sacerdote predileto,
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S. João, coma filho sacerdote, afim


de que, no Cenâculo, vos assistisse a
vós, Rainha e Mestra dos Apóstolos.
Humildemente vos suplicamos que
vossos lábios ilibados. transmitam
nossas súplicas, fazendo-as repercutir
no Coração d� vosso tlivino Filho, pa-
ra que Ele, cedendo a vossos rogos
onipotentes, conceda a su� Igreja um
perpétuo Pentecostes. Amen .

Ora�ão à SS. Trindade
Senhor Pai celeste e grande Deus,
que fizestes a Jesús Cristo cabeça de
Vossa Igreja, a todos os membros da
Igl'eja, concedei a graça de experi­
mentar o poder e as bênçãos destaca­
beça. Benigno olhai também para
nosso ardente des�jo de que a todos
.,._ 257 -

os homens aproveite Vossa bondade e


sôbre /eles desçam Vossas graças di­
vinas. Nós o suplicamos da Vossa mi­
sericórdia infinita e, para nossa hu­
milde oração ser mais de Vosso agra­
do, uní1no-la com as preces que vosso
Filho amado Vos aprese'nta, aí no tro­
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no celestial e que, _sem cessar, Vos di­


rige do SS. Sacramento do �ltar.
Amen.
Senhor Jesús Cristo, viestes ao
mUildo para trazer à -semente do bem
e da santidade;· quisestes que, sob o
influxo da graça do Espírito �anto e
pelos trabalhos dos__ S�ntos- Apóstolos
e de seus s11:cessores, bem .como pelos
de todos Vqssos fiéis di�cípulos, aque­
la semente se tornasse UlJla frondosa
árvore de todo o� be�-. Abençoa� , o
SántQ Padre, os Bispos e Sa�erdotes,
as autoridades eclesiásticas e civís. A
yossa Santa Igreja dai a graç� de que
��l� se multipliquem. as· .boas obras e
.as or-aç�es f�:rvorosas,. para que o es­
�írito· das trevas �eja de�ribado e p,ro...
- 258 -

pagado o reino da luz e da verdade.


Amen.
Deus Espírito Santo, com sabedoria
divina di�pondes tudo e no momento
propicio, pelo poder de vossa graça,
vindes aquecer o que é gélido e puri­
ficar e santificar o que é maculado
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pelo labéo do pecado; infundí-nos os


senti�entos de caridade e piedade;
sêde Vós o vínculo que nos una a to­
dos e conduzí-nos para uma união
cada vez mais estreita e intima com o
Pai e o Filho. Amen.
O' ss� Trindade, que não quereis
que alguém pereça, mas, ao contrá­
rio, que todos tenham a vida em Vos­
so nome; concedei que a sublime obra
da salvação, iniciada no meio de tan­
ta dôr e de tantos sofrimentos, pelo
concurso espontâneo e zéloso de to­
dos os Vossos filhos, seja coroada de
11m êxito feliz e glorioso. Concedei-nos
a graça de adquirirmos, por uma coo­
peração fiel e zelosa, 11ma partilha da·
glória celeste, que nosso divino �alva-
- 259 -

dor Jesús mereceu, por sua dolorosa


Paixão e Santa Morte. Amen.

Oração pelo triunfo do Reino de Deus


Lembrai-Vos, 6 Padre Eterno, da
Comunidade que é vossa desde toda
a eternidade. Olhai benigµo para vos­
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sa Igreja, a Esposa de vosso Filho uni­


génito, que por ela derramou_ seu pre­
cioso Sangue .
Dignai-Vos de engrandecê-la, pelo
fulgor da santidade e pelos tesouros
da ·graça e. propagai-a por todo o or­
be terrestre, para que seja digna de
seu Esposo e de tamanho resgate .
Abençoai, protegei e fortalecei o San­
to Padre, o Vigário de _Jesús Cristo
na terra, bem como toda a autorida-­
de espiritual no reino de Vossa santa
Igreja, para que todos os cristãos
com uma fé viva Vos. professem, com
esperança inabalável Vos invoquem e
com amor perfeito aspirem a Vós, ó
Padre Eterno, junto com Jesús. Cris­
to, que entregastes ao mundo e com o
Espírito Santo. •Amen.
..k.. 2õ0 -·
O' Jesús, luz vera que .iluminais a
todo o homem. vindo. a êste munclo,
pelo poder invencivel de Vo�sa Sagra­
da Paixão e Morte, dissipai as trévas
da heresia ·e da descrença, para que
todo$ vejam a luz de Vossa verdade
e se recoUiam ao seio de Vossa �greja.
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O' Bom Pastor, que déstes � yida por


Vossas oyelhas, fazei que todos os po­
vos vos co�eçam a Vós, para que
haja um só rebanho é um só pastor.
Permanecei conosco, conforme pro­
metestes. e mostrai que Vossa Igreja,
fundad·a sôbre S. Pedro, jamais su­
cunibirá aos assalt os das portas do
inferno. Amen.
Espírito Santo, Espírito da paz e
santidade, Vós congregastes na uni­
dade da fé tantas e tão diversas na­
ções; dignai-Vos de conceder aos go­
vernadores e � seus conselheiros a
plenitq.de de Vossas graças, gravan­
do-lhes no fundo da alma o novo
mandamento dá caridade, que aos
Apóstolos foi dado por Jesús, pres�es
a deixar o mundo. Oxalá assim eles
- 261. -
conheçam qu� são filhos de Deus e
se tornem dignos do nome de cris­
tãos. Inspirai-os, para que em suas
deliberações e em seus planos jamais
deixem de cuidar do que convier à
Vossa honra e glória e à véra paz da
Igreja. Ao povo d� o espírito de hu­
milde submissão. Preservai-nos de
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Q.iscórdias., guerras .e revoluções, afim


de que todos, unidos pelo vínculo da
caridade, possamos servir-Vos em paz
perfeita. Amen.
O Rosário �postólico
V. ''Pai,, chegou; a hora. Glorifica
teu Filho, para que teu Filho também
te glorifique; assim como lhe (Jéste
poder sôbre toda a carne, afim de
que dê a vida a todos os que lhe déste.
A vida eterna, porém, é que eles te re­
,conheçam como 1ínico verdadeiro
Deus e Aquele que enviaste, Jesús
Cristo" (João,' 1, 1-3) .
V. Padre Nosso.
R. o pão nosso de cada dia nos dai
hoje, e�.
- 262 -

V. Bendito e louvado seja para


sempre.
R. O Santíssimo e Diviníssimo Sa-
cramento. •
V. Em vossa Conceição, 6 Virgem
Maria,
R. Fostes sem mácula,
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V. Otai por nós ao Pai,


R. Cujo Filho co�cebestes e déstes
â luz.
V. Glória ao Padre, ao Filho e ao
Espírito Santo,
R. Assim comq foi n o princípio,
agora e sempre e por todos os séculos
dos séculos Amen. (Três vezes o
"Gloria Patri") .
V. SS. Coração de Jesús,
R. Dai-me almas 1 (33 vezes).

Oremos
O' Deus, que quereis que todos os
homens ·se salvem e cheguem ao co­
nhecimento da verdade, enviai, nós
vo-Io pedimos, operários para a Vossa
seára, e dai-lhes a graça de anunciar
com toda a franqueza Vossa palavra,
- 263 .....

afim de que Vossa palávra seja bem


sucedida e glorificada e todos os po­
vos Vos reconheçam como único ver­
dadeiro Deus e Aquele que enviastes,
Jesús Cristo, Nosso Se.nhor, que con­
vosco vive e reina, em unidade do Es­
pírito Santo, por tôda a eternidade.
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Amen.
(300 dias de indulgência cada vez e plená­
ria no fim de 1 mês) .

• Oração pelos sacerdotes
O' Jesús, eter:f}o. Sumo· Sacerdote,
divino Sacrificador, impelido por in­
dizível amor aos homens, vossos ir­
mãos, fizestes brotar da ·fonte sagra­
d� do Vosso Coração o sacérdócio cris-.
tão; derramai sem cessar as águas vi­
vificantes de Vosso infinito amor nos
corações de Vossos sacerdotes. Vivei
Vós mesmo neles; transformai-os em
Vós. Vossa graça faça-os instrumen­
tos santos de vossas misericórdias.
Não cesseis de agir nêles e por êles;
fazei-os imitar constantemente Vos­
sas virtudes e atrair-Vos assim con-
- 264. -

tinuamente, afim de que, em Vosso


Nome e na fôrça de Vosso Espírito,
realizem as obras que Vós mesmo rea­
lizastes, para a salvação do mundo.
Divino Salvador das almas, vêde o
grande número dos que dormem, em ­
botados pelas trévas do ê�ro; -Iembrai­
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Vós de quantas pobres ovelhinhas, na


de·scrença; correm para· a beira do
abismo eterno; compaqec�i-Vos das
multidões de pobres famintos, de pe­
quenos e fracos, de míseros aband9-
nados.
Voltai para junto de nós, por meio
.de vossos �cerdotes I V)vendo neles,
agi Vós mesmo por meio deles; andai
Vós mesmo com eles, de novo ensi­
nando, distribuindo pelo mundo per­
dão e consôlo; oferecei-Vos Vós mes­
mo de novo, _por meio· deles, em sacri­
fício e uní com novos laços sagrados '
de amor -o Coração de De11s e o Cor�­
ção dos homens. Amen.
(300 dias de Indulgência ·nma vez por dia.
Indul�cia plen4ria, na 1.ª sexta-feira ou -i.0
domingo do mês, tendo-a rêzado dlaramente)·.
..... 265 -
oraçlo ao Espírito Santo pel09
Sacerdotes
O' Espirita Santo, Amigo dos sacer­
dotes, enviai a todos os sacerdotes
diariamente Vossos sete dons, afim de
que tenham uma vida digna de sua
santa vocaçijo e se façam tu,io para
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todoo, para ganhar a todos para o


.
cnanças,
. - para com os en-
céu. Dai-lhes paciência
compa1xao
para com as
fermoo, humildade para com os po­
bres, franqueza para com os inimigos
de vossà Santa ,Igreja.
Fazei-os infatigáveis no ensino.
incansaveis no tribunal da Penitên-
• J •

cia, liberais na administração da Sa­


g,ada Comunh�o. Tornai-os terríveis
para o inferno e par� todos os asse­
clas infernais e mens�geiros de paz
� todas as almas de•·bôa -vontade.
1

A Vossa bênção acompanhe-os por


tôda a parte; Vossa santa paz esteja
sempre com eles; quem eles abençoa­
rem seja também . abençoado por
Vós. Fazei-os Apóstolos e .Santos.
Amén.
- 266 -

1) Oh, !\.faria Rainha dos Sacerdo­


tes, rogai por nós; impetrai-nos nume­
rosos e Santos Sacerdotes.
(300 dias de indulgência)

2) Oh, Senhor, mandai santos Sa­


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cerdotes e fervorosas religiosas a vossa


Santa Igreja.
(300 dias de indulgência)

...
Pf\STOR PANIS VERE.
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A SAGRADA COMUNHÃO

Preparação
Meu Jesús, uno-me a todos que têm
a felicidade de receber-Vos hoje, na
Santa Comunhão, e Vo-la ofereço pri­
meiramente para dar reparação ao
Vosso SS. Coração, por tôda a ti­
bieza e �do o desprezo com que o du­
ro coração humano costuma co1Tes­
ponder tantas vezes ao Vosso amôr.
Pelo' Coração Imaculado de \1ossa
Mãe Santíssima, eu Vos consagro meu
pobre coração pecador, que escolhes-­
tes todavia para templo de Vosso
amôr e ofereço-Vos a Vós mesmo, que
sois ao mesmo tempo nosso Sumo sa..
cerdote, nosso Cordeiro expiatório e
- 268 -

nosso alimento espiritual, como pe­


·nhor de Vossa divina misericórdia e
também para reparar a maldade de
Vossos inimigos e a frieza de Vossos
amigos.
Em virtude desta sagrada Comu...
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nhão, eu Vos peço igualmente que


não recuseis Vosso poderoso auxílio à
Santa Igreja e seu supremo Pastor
visivel, o Sa11to Padre, em todas as
necessidades e provações, que comu..
niqueis a Vossa paz .à nossa pãtria e
ao nosso povo e Vos digneis de atrair
a V6s os corações de todos O$ homens
e abraiá-los no fogo do Vosso amôr.
Por esta intenção, no espírito e no
sentido de nossa �iação, eu Vos
ofereço, ó meu Jesús, com tantas a1..
mas que, Vos amam -fielmente, esta
Santa Comunhão· de hoje e Vos peço:
aceitai propício o dom do Vosso eter..
no amôr e compadecei-Vos de nós. As-,
sim seja.
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'\

Per ipsum, cum ipso, ln ipso ..•


- 270 -

Humildade e Contrição
(De Santa Margarida 'Maria)
O' meu Divino Salvador, humilde..
mente prostrado aos pés da Vossa
Santa Cruz, clamo suplicante ao Vos..
so misericordioso Coração, afim de
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achar graça e. per�ão.


Jesús, desconhecido e desprezado,
compadecei-Vos de mim 1
Jesús, caluniado e perseguido, com..
padecei-Vos de mim I.
Jesús, abandonado pelos homens e
tentado, compadecei-Vos de mim!
.:(esús, traído "e venéido por preço vil,
__ compadecei-Vos de mim!
Jesús, injuriado, acusado e injusta­
mente condenado, compadec�i-Vos
. . ..'
de mnn
Jesús, batido e cuspido no rosto, com-­
padecei-Vos de mim!
J'esús, revestido com a veste da igno-.
mínia e do desprezo, compadecei-­
Vos de núm!
J"esús, difamado como louco e posses-­
so, compadecei-vos de mim !
- 271 -

Jesús, ao qual preferiram Barrabás,


compadecei-Vos de miml
Jesús, despido tão afrontosamente de
vossas vestes, compadecei-Vos de
mim!
Jesús, tão crqelmente flagelado até
derramar sangue, compadecei-Vos
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de mim!
Jesús, coroado de esP.inhos e escarne­
cido como rei; compadecei-Vos de
mim!
Jesús, carregado com a cruz e a mal­
dição do povo, compadecei-Vos de
num.'
.
Jesús, cumulado de injúrias, dôres e
humilhações, compadecei-Vos ,de
mim!
Jesús, maguado até à morte, compa--
decei-Vos de mim! ,.
Jesús, coberto de chagas, ludibriado
e blasfemado, compadecei-Vos de
mim!
Jesús, pregado ao madeiro ignominio­
so d·a cruz, entre dois ladrões, com..
padecei-Vos de mim!
• .... 272 -

Jesús, aniquilado na estima dos ho­


mens e deshonradoj compadecei­
vos ·de mim 1
Jesús, mergulhado num. mar de dôres,
compadecei-Vos de mim!
Oremos
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O' bom Jesús, que por amôr de mim


quisestes sofrer tantas afrontas e hu­
milhações, imprlmí também em meu
coração um verdadeiro amôr e estima
à injúria e humilhação e dai-me a
graça de desejar também efetivamen­
te pôr em prática esse desejo! Amen.

Esperança e confiança
(de S. Boaventura)
O' chagas de amôr de meu Senhor
e Salvador Jesús Cristo, em Vós quero
entràr, , afim de chegar às fontes mais
/
intimas de seu· amôr; lâ quero morar;
lá transbordarei de uma doçura, que
não posso· explicar.
Oh! como• são cégos os pobres fi­
lhos de Adão, que não sabem entrar
- 273 --

em Cristo por estas chagaa r A bem­


aventurança dos Anjos é franqueada,
a parede cái e eu seria negligente em
entrar ? Si entrar em Vós, por estas
estreitas aberturas; ó meu Jesús, mi�
nhalma e meu corpo acharão um ma..
ravilhoso repouso e doçura. Eis que
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está aberto o precioso vaso, cheio de


todos os perfumes! Eis que está aber..
ta a porta do paraíso e pela lança do
soldado foi af�tada a espada desem­
bainhada! Eis que se abriu o tesou-­
ro do eterno amôr e sabedoria ! Não
devo, pois, entrar pelà fenda da cha..
ga? O' bem-aventurada a lança que
mereceu fazer uma tal abertura !
Si eu estivesse no lugar daquela lan-­
ça, não quereria sair mais do Vosso
lado, ó meu Jesus; não, eu teria dito:
tste é meu repouso por toda a eter­
nidade; aqui quero morar, porque as­
sim o escolhi I O' mlnhalma, vê como
teu dulcíssimo Espõs_o abre o seu la­
do para te dar o seu Coração.
-'274 - ..
Desejo de amôr
(De Santa Gertrudes)

O' meu amadíssimo Jesús, querr1


me dará asas como a pomba para, no
ardôr do meu veemente desejo, voar e
repo1Jsar em vós ? O' meu caríssimo
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Jesús, peço-Vos _por aquele amôr com


que Vos fizestes homem, _para procu­
rar e salvar o que estava perdido, vin­
de a mim e deixai-me também entrar
em Vós! Ocultai-me na rocha sólida
de Vossa proteção paterna! Colocai­
me. na fenda de Vosso bondoso Cora­
ção e fazei-me ali ficar, separado de
tudo o que não fôrdes Vós, ó Vós que
me sois mais caro do que tudo o que
me é e.aro!
, Abençoai-me, ó amantíssimo Jesús,
abençoai-me e compadecei-Vos de
J!liro, segundo a bondade de Vosso
clementíssimo Coração I O' dái que
minbaJroa nada mais deseje e a nada
mais aspire, sinão a Vós 1
- 275 -

Ato de desejo - para antes da


Comun,hão ..
(De Santa Gertrudes)
O' Jesús, meu amôr, por Vossa cau­
sa q.esprezei o mundo, por Vossa cau­
sa rejeitei todos os prazeres da ter­
ra, como lama das ruas, porque ·dese­
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jo ardentemente Vosso amôr ! Oh !


Abrí-me, pois, o santuár{o de Vosso
amôr ! Vêde, minhalma tem sêde de
Vós ! Preparai-me, pois, o banquete
de Vos.sa superabundante misericór­
dià; fazei-me toma.r parte na Mêsa da
Vossa graça e dai-me o precioso ali­
mento, único que póde fortificar meu
espírito.
Oh! sim, meu amado Jesús, meu
Sumo Bem, dai-me a graça de tomar
parte no Vosso banquete! Sois tão in-­
finitamente · rico de tod9s os bens e
quereis comunicar-Vos tão maravilho­
samente à Vossa criatura ? Oh ! sim,
�nfortai miIµla alma com Vosso pro­
prio Corpo e Vossa propria vida 1
- 276 -

O' Jesús, gozar•Vos é a dulctssima


união do Verbo Eterno com a alma,
é a perfeita fusão com Deus; viver
convosco é entrar em Deus; alegrar-se
em Vós é tornar-se um com Deus. Oh!
não permitais, pois, que seja confundi­
da minha esperança, mas fazei que
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minha alma ache repouso em Vós ! ...


Como o veado suspira p�la fonte das
águas, assim minha alma suspira· por
Vós, ó meu Deus! Minha alma tem sê­
de do Deus forte e vivo; quando apare­
cerei ante a face do Senhor ? O' meu
Jesús, Vós sois a fonte de que tenho
sêde. Vêde como meu coração Vos de­
seja impetuosamente! Ah! porque
tardais em receber-me a mim, peque­
na gotinha dágua, no p'1eno mar da
Vossa imensidade ? Oh!,, abri-me Vos­
so Coração amante! Vêde que- já ha
muito Vos entreguei meu coração, que
a Vós se apega com fervor.
O' Jesús, sois minha unica riqueza:
sem Vós nada quero desejar e pedi!',
no céu e na terra. Sois minha verda�
- 277 -

delra herança, o alvo e o fim de todos


os meus esforços.
Aspiração de amôr
(De Santa Margarida Marta)
Senhor, vós bem sabeis! - Corça ferida
Pela seta do amõr, minhalnia ardente
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Por Vós, fonte do amõr e eterna vida,


Suspira. há muito, fervorosamente 1

Em ·vós a dõr se toma deliciosa:


Sofrer e amar é tudo quanto almejo !
A afronta e a dôr, a fadiga penosa,
Por Vosso amõr, é tudo o que desejo !
Por Vosso amõr, a mágua mais pungente,
Sem me queixar, aceito com ternura 1
Quero amar ou morrer, - unicamente,
Pois tudo o m�ls se ton1a _em amargura !

E mesmo que, de chagas traspassado,


A sangrar eu me veja, estou contente !
Mais forte do· que a morte, o amôr sagrado
GuaNla mlnhalma carinhosamente 1

Oração inflamada de amôr


(De Santo Afonso de Liguori)
O' meu Jesús, meu Rei, reinaJ Vós
sózinho em meu coração ! Oh ! sim 1
tomai posse dêle intei��mànte, de
- 278 -

modo que dora em diante só sirva. e


obedeça ao Vosso amôr 1
O' meu Jesús, oxalá pudesse eu
consumir-me inteiramente por VófJ,
como Vós consumistes Vossa vida in-
teiramente por mim 1
9' Cordeiro de Deus, que fostes
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jmolado na Cruz, lembrai-Vos que sou


uma daquelas almas que remistes, por
meio de tantas fadigas e dôres I Fazei
que eu jamais Vos torne a perder 1
Vós Vos déstes todo a mim; fazei que
eu também Vos pertença inteiramen­
te e não deseje outra. cousa sinão Vos
agradar!
Eu Vos amo, ó Bem infinito, sobre­
tudo para yos dar prazer; amo-Vos,
porque o mereceis. Nada me dóe mais
do que o pensamento de ter -,ivido
tanto tempo sem Vos ,amar verdadei­
ramente.
'
/.O' meu amado Salvador, dai-me a
gra� de compartilhar daqueles tor­
mentos que no Jardim de Getsémani
sofrestes... po� meus pecados'! O' meu
- r,9 -

Jesús, antes tivesse eu morrido do


que ter-Vos ofendido 1
O' amôr de meu Jesús, sois meu
amõr e minha esperança. Antes que­
ro mil vezes perder a vida do que a
fé. O' meu Deus, si eu tivesse morrido
quando· estava em pecado, não pode­
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ria mais Vos amar agora. Agradeço­


Vos ter-me dado tempo ainda e haver­
me chamado de novo para Vos amar.
Agora que. posso ainda, quero amar­
Vos, porém,, de todo o coração. Vós
me suportastes, du.ran� tanto tempo,
sómente para que eu Vos amasse; vê­
de que agora quero amar-Vos tam­
bém verdadeiramente.
Pelo Vosso precioso Sangue eu Vos
peço não permitirdes mais que eu
Vos ofenda de novo 1
Em Vós, Senhor, ponho minha es­
perança; não serei confundido eter­
namente.
Nem o mundo, nem riquezas e ale­
grias, nem honras terrenas, não I A
- 280 -

oeus só, a Deus só e unicamente que..


ro possuir.
Meu Deus, Vós só me bastais, por­
que sois um bem infinito. O' meu Je­
sús, encadeai-me inteiramente a Vos­
so amôr, tomai posse de todas as mi­
nl1as inclinações, de modo que• eu nãp
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p0ssa mais amar sinão a Vós só ! Fa­


ze� que, antes de �orrer, eu seja in­
teiramente Vosso 1
. O' meu Deus, enquanto viver, esta..
re� ainda em perigo de perder-Vos.
Ah ! oxalâ raiasse breve o dia feliz em
que eu pudess� dizer: O' meu Jesús,
agora não mais posso perder-Vos !
O' Pai eterno·, eu Vos ·peço, por
amôr de Jesús, não Vos afasteis de
mim, mas aceitai-me para Vos amar;
dai-me Vosso santo amôr ! Fazei que
eu_ Vos ame de' todo o coração, que e11
Vos�_ ame cada vez mais e Vos peça
constantemente a graça de amar-Vos.
afim de que, depois de haver vivido
em Vosso amôr e, cheio de amôr para
convosco, ter rendido o ·espírito, pos-
-- 281 -

\ sa um dia no céu Vos amar com to­


\ias as minhas forças, para não mais
tessar de amar-Vos por tôda a eter­
tiidade . Amen .

Consagração ao SS. Coração de lesús


(De São Francisco de Sales)
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0' meu Jesús, Vosso Coração é o


bondosíssimo Coração da paz e das
graças.
Vosso Coração é também um gran­
de templo e Vós quereis que nós· to­
dos nêle moremos e nêle- adoremos e
glorifiquemos a Deus. Quanto desejo
por isso escolher êste Coração beatí­
fico para Rei dos nossos e.orações! Pe­
ço-Vos, pois, �ignar-Vos pelo menos
dirigir as aspirações do meu coração,
para que não Vos implore �-sinão que
sejais seu Rei e more em Vosso Cora­
ção e riêle permaneça
,
para sempre.
O' meu Jesús, tomai posse inteira­
mente de meu coração, e ·tornai�Vos
Rei dêste reino pequenino, de certo,
mas verdadeiramente submisso a
- 2�2 -

Vós I Possa o Vosso Coração viver


sempre no meu e a vontade do Vossá
Coração dirigir e governar unicamen •
te a vontade do meu coração ! · Si
possa Vosso Sangu� correr continu�­
mente nas veias de minhalma !
1
O' Jesús, qµero elevar �eu coraç ão
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consta�temente para o Vosso Cora­


ção, ún ico que é bom e digno de todo
o amor. Quero que meu coração cons­
tantemente Vos contemple e adore e
bendiga a vossa santa vontade ! Que
Vosso Coração disponha inteiramente
de mim . segundo fôr de seu agrado;
pois, a êle pertenço por tôda a eter­
nidade!
O' meu Jesús, tomai meu coração
e dai-me em troca o- Vosso Divino Co­
ração, afim de que eu só possa viver
de seu amôr 1,
Fazei que; para o futuro, meu co­
ração
,
viva e trabalhe
. sob ·as ordens
-do Vosso Coração I Então eu também
serei santo, amoroso e humilde, em
todos os -me-µs caminhos, porque para
.- 283 -

Vosso Coração, 6 meu Salvador, as


leis da santidade, do amôr e da h u­
mildade são exatamente as mais
caras. Assim seja.

Reparação
(De Santo Afonso d� Liguori)
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Ó' meu Salvador, quando contem­


plo o excesso do Vosso amôr aos ho­
mens, não sei mais o que devo dizer.
Nêste Sacramento ocultais, por amôr
de nós, Vossa divina Majestade, rebai­
xais Vossa glória e aniquilais, por as­
sim dizer, Vossa vida divina. Parece
que só permaneceis sôbre os altares
para amar os homens e dar-llles pro­
vas de Vosso amôr. Mas, ó grande Fi­
lho de Deus, de que modo Vos agra-
decemJ
O' Jesús, permití que Vos diga, Vós
amais demasiadamente aos homens;
polS preferis o seu bem à Vossa pró­
pria glória. �ão sabieis então a que.
afrontas estarieis exposto, nêste Sa­
cr� amento de Vosso amôr? Bem sei e
- 284 -.
1

Vós mesmo o sabieis ainda melhor,


que a maior parte dos homens não
Vos adorariam nêste Sacramento e
não Vos reconheceriam ·pelo que sois
realmen�. Sei que muitas vezes os
mesmos homens pisaram aos pés as
Hóstias consagradas, atiraram-nas ao
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chão, na água· ou no fogo. Até mesmo


a maior parte dos que crêm em Vós,
q_ue, pela sua adoração, deviam repa­
rar estas ofensas, em vez disso, Vo,�
ofendem de novo, pelo seu procedi­
JI1ento inconveniente na Igreja ou
deixam-Vos sózinho no altar, por ve­
�s até sem Jampada acêsa e os or­
namentos necessários.
O' dulcÍS$imo Jesús, pudesse eu,
com minhas· Jágrimas e até com meu
sangue, lavar aqueles lugares em que
o Vosso amoroso Coração foi de tal
·-
modo ofendido, no SS. Sacramento !
Ah ! infeJiZUJente não me é dado fa-
zê-!�. Mas, meu Salvador, por �
quero pelo menos Vos visitar e adorar
muitas vezes, para réparar as ofensas
que Vos fazem nêste divino Mistério.
- 285 -

O' Pai celeste, aceitai esta (raca ho­


menagem, que hoje Vos apresenta •
mais ·mtseré.vel das criaturas huma­
nas, afim de reparar as ofensas que
Vosso Divino Filho teve de sofrer no
SS. Sacramento. Aceitai-a, em união
com a honra infinita que Cristo Vos
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deu na cruz e agora, no SS. Sacra­


mento, ainda Vos dá diariamente.
Pudesse eu fazer, 6 meu Jesús ocul­
to no Sacramento, que todos os ho.
mens se abrazassem de amôr ao Sumo
- .
Bem! Sim, amabiiíssimo Jesús, fazei
Vós· mesmo que todos os homens
Vos conheçam e amem 1

Ação de- graçàs para depois da S. Comunhão


O' Jesús, Nosso Deus e -Senhor, Jan..
çai um olhar de misericórdia para as
almas vítimas que se uniram nos
mesmos sentimentos de .fé, reparação
e amôr, para chorar a vossos pés as
s11as próprias infidelidades e as de
seus pobres irmãos, os ·pecadores.
- 2E6 -

Possam as promessas solênes e sa ..


gradas que hoje vos fazemos, tocar
o vosso Divino· Coração. e alcançar do
mesmo misericórdia, perdão e graça
para nós, para o mundo infeliz e pe..
cador e para todos que não têm a fe...
licidade de amar-Vos.
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Por isso Vos p�ometemos:


O esquecimento e ingratidão dos ho...
mens - nós repararemos honrando
e amando o Vosso Coração, ó ·Je..
sús !
O vosso abandono no S.• Tabernáculo,
- nós repararemos honrando, etc.
Os crimes dos pecadores, - nós, etc.
O ódio dos ímpios, - nós, etc.
As blasfêmias que se proferem con..
tra Vós, - nós, etc .
Os sacrilégios com que se profana o
Sacramento do amôr, - nós, etc ..
As irreverências que se .cometem em
Vossa presença, - nós, etc.
A traição de que sois vítima, - nós...
A frieza da maior parte dos Vossos
filhos, ----- nós, etc. ..
- 287 -

o desprêzo que se vota às provas drJ


Vosso amõr, - nós, etc.
A infidelidade dos que se dizem Vos-
sos amigos, - nós, etc ..
o abuso das Vossas graças, - nós,..
Nossas próprias infidelidades, - nós ...
Nossa ignominiosa dureza de coração,
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- nós, etc.
Nossa longa demora em amar-Vos ...
Nossa covardia em Vosso· serviço,...
Vosso longo esperar à porta dos nos�
sos corações, - nós, etc.
A afrontosa repulsá que tantas vezes
sofreis, _;,· nós, etc.
As Vossas ·ânsias de amôr por nós,...
A Vossa prisão por amôr de nós.
O desejo ardente de Vosso Coração,
de possuir o nosso coração, - nós...
Por íntima gratidão, 6 Salvador e Re­
-déntor, - nós, etc.
Oremos
O' Senhor Jesús Cristo, Nosso Se�
nhor e Redentor, que wn dia prof�
ristes de coração a triste queixa:,"Pro­
�urei consoladores e não os achei" e
- 2E8 -

ainda agora recebeis da maior parte


-dos homens, sómente ingraitdão e
frieza, pelo Vosso amôr e bondade:
aceitai ben-ignamente o fraco tributo
de nossa gratidão, veneração e amôr
e assisti-nos afim de que nos mostre­
mos constantemente, em tudo1 e por
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tôda a parte, Vossos filhos fiéis e ver­


dadeiramente ··submissos, · pelo miseri ...
cordioso amôr do Vosso SS. Coracão. .;a

Assim seja.

Oração pela conversão dos pecadores


(De Santa Verõnica Juliana)

- O' meu Senhor e Salvador Jesús


Cristo, eu não Vos peço só para meu
coração as bênçã9s que emanam do
-Vosso SS. Coração, mas eu Vo-las im-.
pioro também para os pobres peca­
dores, que tão caro resgatastes, com
o Vosso Sangue. -O' Senhor, fazei-os
todos vir ao Vosso Coração, a esta
fonte, a êste mar de Vosso infinito
amôr, afim de que sejam purificados
de todas as suas culpas · e possam
- 219 --
amar-Vos desde agora e sempre a
Vós, dulcfsslmo Espõso de seu amór.
Dái a todos e também a mim a vi­
da bem-aventurada em Vosso Cora­
ção I Assim seja.

Oraçãcr para alcançar a virtude


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CDe S. Clemente Marta Hofbauer>


O' bondosíssimo Jesús, cujo amoro­
síssimo Coração não exclue nem mes­
mo os maiores pecadores, quando se
convertem, concedei-me e a todos os
pecadores penitentes, 11m coração
igual ao Vosso, isto é, 11m coração hu­
milde, que ame a vida oculta e des­
prezada, no meio das honras terre­
nas, um coração manso, que suporte
tôda a afronta· e não procure vingar­
se de ninguém; um coração paciente,
que saiba conformar-se com todas as
circunstâncias, mesmo as mais morti..
ficantes; um coração pacífico, que vi­
va em constante paz com o próximo
e consigo mesmo; um coração desin­
teressado, que se contente com o que
- 290 �
tem. Dai-me um coração que ame r:.
oração e a pratique frequentement,!
e com prazer; um coração cuja única
aspiração seja vêr a Deus conhecido,
honrado e amado por todas as r,ria­
turas; um coração que não se aflija
sinão com o pecado e não tenha ou­
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tro desejo sinão concorrer para a gló­


ria de Deus· e a salvação do próximo.
Dai-me um coração puro, que em
todas as co�sas só procure a Deus e
não deseje agradar sinão a tle; um
coração grato, que reconheça e esti­
me os benefícios de Deus.; um coração
forte, que não recúe diante de mal al­
gum, mas por amôr de Deus suporte
tôda a contrariedade; um coração li­
beral para com os necessitados, e
compassivo para com as almas que
sofrem no Purgatório. Dái-me um co­
ração bem ordenado, cuja alegria e
��isteza, c;ujas i�clinações e aversão,
cujos movimentos todos sejam regu­
lados segundo à vontade divina. As-
sim seja.
- 291 -

Lembrai-vos a Nossa Senhora do San­


tíssimo Coração de Jesús
Lembrai-vos, Nossa Senhora do
ss. Coração de Jesús, do poder indizí­
vel que vosso Divino Filho vos conce­
deu, sôbre o� seu adorável Coração.
Cheios de confiança em vossos mere­
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cimentos, vimos implorar vossa pro­


'.teção. O' celeste �esoureira do Cora­
ção de Jesús, dêste Coração que é a
fonte inesgotável de todas as graças e
que podeis abrir a vosso gôsto, para
dêle fazer derramar-se sôbre os ho­
mens todos os tesouros de amôr e mi­
seri�órdia, de luz e salvação, que em
si encerra; concedei-nos, nós vo-lo su­
pqcan1os, as graças que vos .implora­
mos. . . Não, ele vós não podemos re­
ceber recusa alguma; e porque sois
nossa Mãe,_ ó Nossa Senhora do SS.
Coração, ouví propícia as nossas sú­
plicas e dignai-vos atender-nos. As--
sim_seja. ..
'
Nossa Senhora do SS. CoraçãQ·, orai
por nós ? c100 dtas· de induldn.cia 'cada -veZ>
-292-

ss. Coração de Jesús, compade­


cei-Vos de nós!
Imaculado Coração de Mari� rogai
por nós 1

Ato de amôr
Santa Gertrudes)
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(De

O' Deus de meu coração, eu Vos


amo de todo o meu coração I Oxalá
pudesse eu Vos am�r mil vezes mais !
Oxalá pudesse em Vos louvar, amar
e bendizer mais que todas as criatu­
ras I Oxalá pudesse eu praticar todas
as virtudes, do modo mais perfeito,
para assim agradar 'ao Vosso Di:vino
Coração I O' meu Senhor e meu Deus,
nieu único amor, oxalá pudesse eu
conduzir a Vós todos os hómens nos
quais pudesseis comprazer-yos; de
bom grado desejaria para isso per­
correr,até o dia do juizo final, o
mlindo inteiro, de pés descalços, car­
regando nos braços cada um dos mes­
mos homens para Vós, - para assim po­
der sa.tisfazer, pelo menos de algum
- 293 -

modo, o desejo infinito de Vosso divi­


no amôr I Sim, eu quisera, si fosse
possível, dividir meu coração em tan­
tas partes, quantos homens vivem na
terra, para lhes comunicar a todos a
bôa vontade de servir-Vos como fôr do
agrado de Vosso Divino Coração.
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O' Deus amabilíssimo, nada tenho,


de certo, que corresponda à vossa di­
gnidade infinita; mas quisera since­
ramente, si possuisse tudo o que ten­
des, privar-me de tudo, para Vos. ofe­
recer tudo, afim de poderdes comuni­
cá-lo a quem quiserdes.
Sim, sl eu fosse Deus, e Vós fosseis
um pobre homem, eu quizera, por
puro amôr a Vós, dar-Vos,esta mlnha
·divindade e tornar-me assim uma po­
bre criatura, como sou realmente.

� J
·- 294 -

Trinta saudações ao Santíssimo


Coração de Jesús
(De Santa Marga.rída Maria)

Salve, Coração de meu Jesús, sal­


vai-me 1
Salve, Coração de meu Criador, aper­
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feiçoai-me l
Saive, Coração de meu ..luiz, justifi­
cai-me!
Salve, Coração de meu Espôso, amai­
me 1
Salve, Coração de meu ·Pai, conduzí­
me!
Salve, Coração de meu Mestre; ensi­
nai-me!
Salve, Coração de meu Rei, coroai-
me 1 ·
Salve, Coraçio de meu B�nfeitor, en­
riquecei-me!
Salve, Coração de meu Pastor, ali­
mentai-me!
Salve, · Coração de meu Amigo, ale­
grai-me!
Salve, Coração de meu Irmão, ficai
comigo 1
- 295 -

Salve, Coração cheio de bondade,


perdoai ..me !
Salve, Coração cheio de glória, fulgu­
rai em mim!
Salve, Coração cheio de amôr, infla ..
mai-me 1
Salve, Coração . cheio de clemência,
...
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agí em mim!
Salve, Coração cheio de .compaixão,
abonai-me!
Salve, Coração cheio de humildade,
repousai em mim !
Salve, Coração cheio de paciência,
, suportai-me !
Salve, Coração fiel, respondei por
miml
Salve, Coração digníss�mo e admira­
billssimo, abençoai-me!
Salve, Coração cheio de paz, tranqui..
li.zai-me 1 �
Salve, Coração extremamente belo e
desejavel, arrebatai-me 1
Salve, Coração de meu Salvador, li-­
vrai-me 1
Salve, Coração ilustríssimo .e perfei­
to, nobilitai-me !
- 296 -

Salve, Coração santfsslmo, bálsamrJ


precioso, conservai-me 1
Salve, Coração santificador e salva.­
dor, corrigi-me 1
Salve, Coração bendito, médico e re ..
médio para todos os males, curai­
mel
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Salve, Coração de Jesús, alívio dos


aflitos, consolai-me !
Salve, Coração de Jesús, fóco de amôr,
consumi-me !
Salve, Coração de Jesús, modêlo de
perfeição, iluminai-me!
Salve, Coração Divino, fonte da felici..
dade, fortificai-me !
Salve, Coração de eternos louvores,
chamai-me 1. Assim seja.

Súpllca~para pedir a b�nção


(de Santa Gertrudes)

O' Jesús, 'dai-me Vossa bênção, pa..


rá que, desapegada .de mim e trans�
formada inteiramente em Vós, eu per..
maneça �ternamenu,- fiel a Vó�, com
invencível amôr I Sjm, tornai-me per-
- 297 -

feltó em Vosso amôr I Fazei-me agra­


dável a Vós na humildade, na carida ..
de fraterna, na casta slmpllcldade, e
modéstia, na pureza de coração e vt ..
gilância dos sentidos, na santidade de
vida, na alegre obediência, na pobreza
voluntária, em doçura e paciência, na
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fé firme e finalmente em abandono


sem reserva a Vós, para que as bre­
nhas de meu coracão� se transformem
num paraíso de todas as virtudes,
num jardim de recreio de tôda a per­
feição e, por assim dizer, um� semen..
teira de paz, santidade, e piedade.
abençoada pelo S�nhor.
Sim, pieu querido J.esús, ficai sem­
pre comigo, para que meu coração fi�
que sempre convosco e persevere no
Vosso amôr, sem jamais se separar
de Vós! Abençoai, pois, meu progres­
so, para que meu espirita repouse
constantemente
' em Vós l Assim seja.
r
- 298 -
onçlo para pedir a· verdadeua
humildade
O' Jesús, manso e humilde de cora­
ção, ouvi-me 1
O' Jesús, manso e humilde de cora­
ção, atendei-me 1
Do vão desejo de ser estimado, llvrai-
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me, ó Jesús !
Do vão desejo de ser amado > livrai­
me, ó .Jesús 1
Do vão desejo de ser procurado, li-
vrai-me, etc.
Do vão desejo de ser· louvado,
Do vão desejo de. ser honrado,
Do vão desejo <;ie ser preferido a ou-
tros,
Do vão desejo de ser consultado,
Do -vã,o desejo de ser aplaudido,
Po vão desejo de ser bem tratado,
Do vão temor de ser humilhado,
Do vãô temqr de ser desprezado,
Do vão temor de ser preterido
Do v� temor 'de ser caluniado,
Do . vão .temor de ser escarnecido,
Do vão temor de ser injuriado,
Do vão temor de ser esquecido,
- 299 -

.. s
O' Maria, Mãe de todos os coracõe
humildes, rogai por mim 1
São José, protetor das almas hu...
mildes, rogai por mim 1
Santo Arcanjo Miguel, que primei­
ro derrubastes a soberba, :rogai por
nós!
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Todos os queridos Santos, modelos


de humildade,
• rogai por nós !

Oração
O' Jesús, que como exortação prin�
cipal nos dirigistes a seguinte:

"A-
prendei de mim, pois sou manso e.
h11milde de coração'', ensinai-me a ser
lJtJmilde de coração, segundo o Vosso
exêmplo. Assim seja .

Oferecimentos
Padr� Eterno, eu vos ofereço por
Maria o SS. Coração de vosso Filho
rouito amado e todas· as suas dôres e
os tormentos, que sofreu para nossa
salvação, para alcançat o perdã.o de
todos os pecados que hoje e todos os
- 3CO -

dias de minha vida cometi, por pensa-•


mentos, palavras e obras. Glória ao
Padre, ao Filho e ao Espírito Santo,
assim como era no princípio, agora e
sempre e por todos os séculos dos sé­
culos. As�im seja .
Padre Eterno, eu Vos ofereço por
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Maria o SS .. Coração de Vosso Filho,


muito amado, juntamente com todas
as obras que �le realizou na terra, pa­
ra reparar todas as omissões do bem
de que me tornei culpado, hoje e to­
dos os dias de minha vida. Glória ao
Padre, etc..
Padre Eterno, éu Vos ofereço por
Maria o SS. Coração de Jesús, Vosso
Filho muito amado, juntamente com
todas as obras ·que 2le realizou na
terra, para réparar .todas as omissões
·do bem de que me tornei culpado, ho­
je. e todos os dias de minha vida. Gló­
ria ao Padre, etc.
Padre Eterno, eu Vos ofereço PQ1
Maria o SS. Coração de Jesús, Vosso
Fµho mµito amaqo e todo, .o amôr
1

com que 2Ie realizou na terra as suas


- 301 -

obras, para reparar ·todas as negligên­


cias de que cometi na prática do bem,
hoje e todos os dias de minha vida.
Glória ao Padre, etc.

Oferecimento na enfermidade
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(Da Irmã Maria de Agnus Dei)


"Ser 11m Cordeiro expiatório, oh !
como é difícil na ·prática!" O' Jesús,
ajudai-me a imolar-me com alegria !
Dai-me a graça de ficar inteiramente
satisfeito, seja o que fôr o que pos­
sais enviar-me, de carregar também
a cruz da minha moléstia com plena
resignação ! Oh! esta cruz é real­
mente pesada! E' tão duro ter de re­
cónhecer que se é quasi _inutil, encon­
trar tão pouca compaixão pos que
nos cercam, porque se habituam a
verrnos doentes, ter de fazer sempre
esforço para nos conservar de. pé, não
poder q11asi fazer mais nada, sinão
sofrer; sim, meu Jésús, é duro; mas é
êste , justamente o caminho real, no
qual níe precedestes. Sofrimentos,
- 302-

desprezos, humilOOções; els o cami­


nho para a vida eterna .
O' meu Jesús, por isso quero renun­
.. Vosso amôr a tôda a resis-
ciar nor
·tência I Si quiserdes que eu Vos sirva
pela minha incapacidade, quero-o
também; pela enfermidade, quero-o
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também; pelas dôres, quero-o tam-


bém. Assim o quero, porque é meu
destino glorificar-Vos e porque em
·vossa glorificação consiste · milµla
única alegria.
O' meu Jesús, Vós amais aquele
que dá tudo com alegria, mas, apesar
disso, crê nada ter �dado.
O' meu Jesús, mil vezes prefiro so-
frer, durante tôda a minha vida, em
Vosso serviço,. do que me alegrar no
�mundo. Prefiro mil vezes morrer, do
que me tornar infiel à minha santa
·vocação de alma vítima. Si eu soubes­
se qtie algum dia havia de ser infiel
�ao meu santo âto de consagração, eu
Vos suplicaria que' antes me fizesseis
morrer já, nêste momento. Sofrer e
1

desejar ser desprezado: será assim


- 303 -
..
tão temível? Não me clamais Vós:
"Meu filho, por teu amôr, também
não tive medo disso ! Meu Pai ofere­
ceu-me a alegria; mas eu escolh.í a
dôr e abracei o desprêzo. Fizeste o
mesmo, quando te resolveste a tor­
nar-te alma-vítima. Terá sido esta
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nobre resolução sómente o início de


inúmeras negligências ?
Meu filho, podias consolar tanto
meu Coração- l ''
O' meu Jesús, quero dar-Vos tudo;
mas Vós sabeis, minha vontade é fra-
ca, desordenada, por minha própria
culpa; oh I transformai-a 1

consagração matinal ao Santíssimo


Coração de lesús
para o lnfclo da Mlssa, no espfrtto do Revmo.
Padre Colombiêre, S.. J..

O' Coração do meu am�imo Je­


sús, desejoso de reparar as �uitas e
grandes ofensas que Vos .são feitas,
eu Vos consagro todo o dia- de hoje,
com todos os meus pensamentos, pa-
- 3C4 -

lavres e obras. Consagro e ofereçn


Vos meu coração, com todos os set1 �
afetos, mlnhalma com todas as sua
faculdades, minha inteligência corri
todos os seus pensamentos, minha
vontade com todas as suas resolucões.
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Consagro e ofereço-Vos os mereci-


mentos de todos os meus trabalhos,
orações e atos virtuosos, de todas as
obras de penitência, humildade e
mortificação que .realizar hoje e até
meu último suspiro. Peço-Vos humil­
demente que não desprezeis esta
modesta oferta que apresehto ao
Vosso ss. Coração, pelas mãos purís­
simas de minha querida Mãe celeste
Maria. Disponde de tudo segupdo a
Vossa santíssima v�ntade e aplicai­
lhe os frutos, como j.ôr do Vosso divi­
no agrado.
O' Coração adorável de Jesús, con­
cedei-me a graça de. mostrar-me hoje
verdadeira vitima reparadora, pronta
a fazer e sofrer tudo o que hoje es­
perais de mim 1
- 305 -

Dai-me fidelidade, até nas cousas


mínimas,
'
genérosidade
. no sofrimento,
espírito de sacrifício e perfeito aban-
dono de mim mesmo! Daí que, com
desinteressado amôr, eu procure, não­
minha própria satisfação, nem meu
proveito, mas unicamente dar consô­
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lo e reparação ao Vosso SS. Coração !


Sim, meu amado Jesús, de bom grado
renuncio a todas as vãs satisfações de
minha natureza sensível, a todo o vão
louvor da parte das criaturas e mui­
to particularmente à satisfação da
minha vontade própria, para abraçar
sómente a Vossa san,tíssima vontade.
Prometo-Vos também por isso, tanto
quanto me é possível, com Vossa gra­
ça, fazer hoje sempre o que reconhe­
cer ser-Vos mais agradavel. Quero
também, com o auxílio da Vossa gra­
ça, aceitar corajosa e alegremente to­
dos os sofrimentos, fadigas e humilha­
ções que hoje me enviardes e conside­
rá-los uma prova do Vosso particular
• •
amor .para comigo.
A
- 3(6 -

Faço igualmente a intenção de


unir-me, a cada respirE!ção e a cada
pulsação do meu coração, com Vosso
sublime Sacrifício no altar e oferecer
o Vosso precioso Sangue pela salva­
ção dos pobres pecadores e em repa­
ração pel�s suas ofensas.
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Por intenção- de minha cara Mãe


celeste, eu Vos peço instantemente
a Vossa bênção para todo o dia de ho­
je. Concedei-me a· graça de não Vos
ofender hoje, nem com um só pecado
voluntário. Sim, Jesús, velai de tal
modo por meu coração, 1ninha inteli­
gência e minha vontade, que eu ja­
mais cesse de amar-Vos.. Uní-mé tão
intimamente convosco e com ·vosso
Coração, que nada mais' possa sepa­
rar-me de Vós.
-- Abençoai-me, pois,_ ó Jesús, e dai­
me a fôrça de cumprir tudo o que
·acabo de prometer-Vos! Sois minha
esperança e minha garantia na eter­
nidade. Assim seja.
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A Santa Missa

Antes de começar q. Santa Miss�


O' meu Deus, creio que estais aqui
presente, com o mesmo poder com
que reinais no céu. Adoro-Vos com
todos os Anjos e Santos e reconheço­
Vos como meu Deus, meu princípio e
meu
. último fim.
.

O' Santíssima, sublimíssima Trin­


dade, prostro-me diante de Vossa Ma-­
jestade e peço-Vos perdão pela. minha
infidelidade, tibieza e indiferença, pe­
lo-abuso de Vossas graças é o insigni...
ficante proveito ·que tirei dos Vossos
Santos Sacramentos e. finalmente por
todos os ·pecados de minha vida intei-
- 3(8 -

ra, dos quais me arrependo de todo o


coração, por amôr de Vós.
O' meu Deus, eu Vos amo mil vezes
mais que minha própria vida e por
isso preferia muito antes não ter vi­
vido do que haver Vos ofendido. Pelo
·merecim.ento infinito dêste santo Sa­
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crifício da Missa, eu Vos imploro que


me perdoeis e concedais. a graça de
antes -morrer do que tornar a des­
agradar-Vos.

Oferecimento da Santa Missa


O' meu Deus, eu Vos ofereço os me­
recimentos infinitos desta Santa Mis­
sa, em. reparação pelos meus pecados
e _para Vos pedir que me ajudeis a
aproveitar sempre fielmente Vossa
graça, a cumprir em tudo Vossa san­
tíssima vontade e perseverar no bem
até o fim.
Concedei-me, por êste santíssimo
Sacrifício, a mortificação -de Il)inha
vontade própria, um vivo espírito de
fé, uma ardente caridade e uma firme
- 3(9 -

esperança, assim como, no f lm da n1 i­


nha vida, uma santa morte e um j11izo
favorável.
Ofereço-Vos também, 6 meu Deus,
a Santa Missa pela exaltação da San­
ta Igreja, pelo nosso Santo Padre o
Papa, pelos nossos Bispos e Sacerdo­
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tes, por meus Pais e parentes . . pe­


dindo-Vos soco�rê-los em todas as
suas necessidades espirituais e tem­
porais.
O' Senhor, dai-nos a todos o espíri­
to da verdadeira humildade e carida­
de! Peço-Vos também a conversão
dos infiéis e pecadores, a libertação
das pobres almas do Purgatório, con­
sôlo para os aflitos e necessitados e
socorro para os moribundos .. Uno-me
com as santas intenções que tinheis,
q11aodo instituistes êste Santo Sacra­
mento e imploro-Vos que apliqueis pe­
las mesmas intenções os merecimen­
tos desta Santa Missa, assim como de
todas as que hoje são celebradas por
todo o universo; pois em todas as mi�
nhas súplicas não desejo outra cousa
- 310 -

stnão que se faça a Vossa divina von•


tade e venha a nós a plenitude dt
Vossa graça.
Ao Introito
O' Deus onipotente, justíssimo juiz,
eu, pobre e indigno pecador, ajoelho­
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me aqui, cheio da mais profunda con­


fusão e de coração contrito, diante de
Vosm·· austera_ j�tiça e confesso hu­
mildemente que pequei muito contra
Vós. Oh! perdoai-me todos estes, pe­
cados, por- amôr de Vosso Divino Fi­
lho! Vêde, ó Pai bondosíssimo, que
Vos ofereço Vosso humílimo Filho,
que por ni� expiou tudo quanto pe­
quei por· orgu�o.
· Ofereço-Vos vosso mansíssimo Fi­
lho, que deu reparâção por tudo quan­
to pequei pela cólera. Ofereço-Vos
vosso amadísslmó Filho e a infinita
caridade de seu Coração, que reparou
tudo quanto fiz por ódio e aversão,
Ofereço-Vºs sua clemência e bondade,
em reparação pela minha dureza e
lalta de caridade. Ofereço-Vos sua cas-
- 311 -

tidade e pureza, em reparação por to­


dos os meus impuros pensamentos,
palavras e obras.
Ofereço-Vos sua paciência pela mi­
nh� impaciência, seu jejum· e sua
continência pela minha intemperan­
ça e gulodice, seu silêncio pela minha
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tagarelice, sua obediência pela minha


obstinação, sua d�ligência pela _ mi­
nha preguiça, seu fervor pela minha
tibieza, suas obras de penitência pela
minhà sensualidade, sua vida austera
pela minha moleza, sua retidão de
conciência e fidelidade por toda a
minha infidelidade, finalmente tôda
a sua vida, com todas as suas virtudes
e boas obras, em reparação por todos
os minutos, horas e dias que perdi.
Sim, é êsté o resgate com que pago
minhas dívidas. Por isso Vos peço que
aceiteis benignamente êste Santo Sa­
crifício por meus pecados e, por amôr
de Vossa amado Filho, me perdoeis
todas as minhas culpas e me absol­
vais de todas as minhas penas. Assim
seja.
- 312 -

Ao Glória
Meu Rei e meu Deus, meu amôr e
bem-aventurança, minhalma e meu.
coração alegram-se em Vós! A Vós,
doce vida de minhalma, meu coração
deseja louvar, bendizer e glorificar.
Consagro-Vos de novo, meu Deus, to­
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das as minhas forças e faculdades, co­


mo vítima de louvor e gratidão.
O' meu Jesús, que poderia eu Vos
dar, em retribuição PQr todo o bem
que me fizestes ? Reconheço que me
amastes mais do que à Vossa glória,
não Vos poupastes po� amôr de mim!
Vós me criastes para Vós; Vós me re�
mistes e escolhestes, para que eu viva
feliz em Vós e um dia me rejubile em
Vós eternamente, na suprema felici­
dade do céu.
E depois de tudo isto, que poderia
eu procurar e desejar fóra de Vós?
Oh ! por isso eu quisera lançar no
áureo turíbulo de vosso Divino Cora­
ção, no qual arde continuamente em
Vosso louvor o incenso do amôr· eter-
- 313 -

no, meu pobre coração, êste mísero


grãozinho de incenso, cheio do arden­
te desejo de que êste meu lnsignifl­
canté dom se inflame em frágua ar...
dente, ao sôpro do Vosso Espírito, pa­
ra então se fundir numa só chama de
amôr com o Vosso louvor. Possa êste
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meu desejo concorrer para Vossa hon­


ra e glória. Assim seja.

A' Coleta __ e Epístola


O' meu· Jesús, fonte da vida, dai-me
a beber da água viv� que de Vós ema­
na, para que,. depois.'de a haver prova­
do, eu só tenha sêde �ternamente de
Vós ! Oh ! mergulhai-me inteiramente
na· profundeza de Vossa misericórdia
e batizai-me na santidade imaculada
da Vossa morte I Renovai-me com
Vosso Sangue, com o qual me resga�
tastes-!
Lavai na água do Vosso Lado Sa-.
grado tôda a mácula com que eu t�
nha manchado minha inõcência ba..
tismal I· Enchei-me de Vosso Espírito
- 314· -

e possui-me inteiramente, em pureza


de corpo e de alma I Assim seja .
O' Jesús, fazei-me, por amôr de Vós 1
trazer sempre aos ombros o doce• jugc,
e a leve carga de Vossos mandamen­
tos e ocultar constantemente em meu
peito a minha santa fé, para que Vós,
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que por amôr de mim yos fizestes cra­


var na cruz, permaneçais .sempre em
meu coração. Assirµ seja.
O' Jesús, sol de justiça, revestí-n1e
de Vós, afim de que eu possa viver
sempre segundo Vos agradar! Fazei­
me guardar doravante alva e imacu­
lada a veste da inocência, para que
eu possa apresentá-la também intacta
um dia. diante do Vosso tribunal, afim
de poder poSSW-Ia para a vida eterna.
Assim seja.
O' Jesús, Luz eterna, acendei tam­
bém em mim a vossa lâmpada ardente
de amôr, qu� jamais se apague, afim
de que, quando me chamardes à Vossa
festa nupcial, eu apareça bem prepa­
rado e seja digno de entrar nas ale­
grias da vida eterna, para -contem-
- 915 -

piar-Vos a Vós, que sois a verdadeira


luz e a encantadora face da Vossa di­
vindade.
'
Assim seja.

Ao EvangeUio
O' meu Jesús, Deus de amôr, quem
não Vos ama, assemelha-se a uma
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criança que ainda não sabe .falar; só


se desenvolve quem se entrega intei­
ramente a Vós, que consagra seu
aniôr a ·Vós só para sempre� Oh! não
me entregueis a mim mesmo, na es­
cola de ·vosso amôr, como o tenro e
fragil pintinho, que ainda está preso
no o,ro; mas fazei-me progredir na
virtude cada vez mais, em Vós, con­
vosco e por Vós, de dia em dia, de
modo que, em �áu sempre maís ele­
vado-de Vosso amôr, eu produza todos
os dias copiosos frutos. Tôda a minha
aspiração, meu mais íntimo desejo é
amar-Vos fort�mente e prender-me
tão inseparavelmente a Vós, que al­
gum dia comece afinal a viver, .não
mais para mim, mas para Vós só. Fa­
zei-me, pois, 6 meu Jesús, conhecer-
- 31õ --

Vos cada vez mais e sêde Vós mesmo


para minhalma o mestre de tóda a
santidade I Assim seja.
O' Meu Jesús, sois minha proteção
e meu abrigo. Vêde que lutas tenho
de travar I Instruí, pois, Vós mesmo
meu braço para a luta! Ainda qu�
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exércitos inimigos me sitiarem, meu


coração não temerá, porque Vós, mi­
·nha proteção e meu abrigo, estais
junto de mim. Onde estará .meu ad­
versário, si Vós me assistirdes? Ain­
da que o inin1igo venha assa�tar-ine
mil ,,ezes, não 'temerei, porque sois
meu defensor. Oh ! sim, pisai aos pés
Satanaz e aniquilai tôda a multidão
de minhas iniquidades.
O' meu Jesús, eu Vos entrego e en­
comendo minha vida e minhalma.
O' fazei-me repousar· em Vós .em paz!
Assim seja.

Ao Ofertório
Am9rosíssimo Pai, em união com
aquele perfeito amôr com que Vosso
Filho unigénito se Vos ofereceu a si
-- 317 -

mesmo, eu Vos ofereço tôdo o bem que


Jamais recebi de Vossa mão clemente.
Em união com as. virtudes e os mere-
cimentos do Vosso Filho, eu Vo-lo ofe-
reço como sacrifício de louvor e gra­
tidão. Eu Vos ofereço, porém, parti­
cularmente meu pobre coração e mer­
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gulho-o no santo cálice, sôbre o altar,


para que todas as orações e bençãos
que são ditos sobre o mesmo, recáiam
também sobre-o meu coração e assim
como o vinho, na Consagração, se
transsubstancía, também meu cora­
ção se transforme eficazmente, por
an1ôr de Vós.
Além disso, em união com. o amôr
e a gratidão com que Vosso Filho Vos
ofereceu todos os' seus -sofrimentos�
ofereço-Vos tôda a cruz e todas as
�ôres que Vosso Coração pàterno nos
enviou, a mim e aos outros, para nos­
sa salvação e peço-Vos aceitá-los, jun"'
tamente com êste sangrento Sacrifí�
cio e torná-Ips salutar para nós.
Ofereço-me, finalmente, em união
com a plena resign�ção do Vosso Di­
vino Filho a Vossa sentíssima von-
- 318 --
tade, suplicando-Vos intln1amente
queiràis agir por 1nim, em mim e co
migo constantem�nte, segundo a Vos
sa divina vontade. E para que isto su
ceda, ofereço-Vos, meu supremo Se­
nhor e Rei, meu corpo e minhalma
sem.reserva, afim de que sirvam à glo­
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rificação de Vossa adorâvel Majesta­


de. Assim seja .
Ao Prefácio
O' amorosíssimo Jesús, eu Vos lou­
vo, bendigo e exalto, em unlão com o
celeste louvor com que a Santíssima
Trindade se louva e. que dEla tràns­
borda sôbre a SS. Virgem Maria e to­
dos os Anjos e Santos, que louvam,
bendizem e glorificam sem cessar Vos­
sa suprema Majestade. Com êles que­
ro também eu elevar a voz e· bradar
de coração: Santo, santo, santo, é o
Senhor dos exércitos:. o céu e a terra

estão cheios de Vossa glória! Hosana


nas alturas !
Santíssimo Pai, eu Vos. ofereço esta
oração, em união com aquele louvor
- 319 -

com que céu e terra e todas as· criatu­


ras Vos bendizem e glorificam e peço­
Vos aceitá-la por Jesús Cristo, Vosso
Filho, pelo qual tudo o que Vos é ofe­
recido, se torna .de vosso supremo
agrado e pelo qual também possam
todos os meus pecados ser benigna­
mente perdoados e tôdas as minhas
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negligências reparadas. Assim seja.

-
Ao Cánon
O' grande Deus, agora vão começar
aqueles sublimes mistérios, que nem
os Querubins, nem os Serafins, nem
todos os Anjos do cé'1 podem c·om­
preender p�rfeitamente. Só Vós po­
deis éoncebe·r o infinito amôr com que
diariamente Vos ofereceis 'Sôbre o al­
tar a Deus Padre, em sacrifício de lou­
ior e reparação, para nossa salvação.
Diante dêstes santíssimos· Mistérios,
os-córos dos AnjQs não podem sinão
prostrar-se em adoração, vendo seu
Senhor e Rei que, para redenção da
humanidade, desceu do céu, cheio de
ardente amôr, agora de novo baucar,
- 320 -

de um '1lodo maravilhoso, sôbre o al­


tar, para a nossa salvação e ocultar --se
sob as espécies humildes do pão e do
vinho.
O' bom Jesús, a obra que agora ides
realizar, é tão inestimável, tão subli­
me, tão adorável, que em minha mi­
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séria mal ouso contemplá-la. Por isso


quero mergulhar-me no mais profun­
do abismo da humildade e daí Vos im­
plor� que me concedais também a
mim compartilhar das graças que
aquí se den"amam abundantes sôbre
todos os eleitos.
Vinde, ó dulcíssimo Jesús, com Vos­
so santo amôr e abrazai todos os co­
rações. ! Vinde com vossa clementís­
sima liberalidade e enriquecei nossas
almas! Vinde com Vossa eterna luz
e iluminai todos os vivos e mortos!
Assim seja.
Á CONSA(iRÀÇAO
A el�vação da Santa Hóstia
O' meu Salvador, em espírito de
verdadeira humildade eu Vos adoro
- 321 -
e Vos ofereço, pelas mãos do sacerdo­
te,, a Vosso Pai celeste, em reparação
pelos meus pecados e pelos pecados de
tõda a humanidade.
A elevação do cálice
O' Sangue precioso, derramai-Vos
sôbre minhalma, para a santificar!
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Possa o amôr com que fostes derrama­


do por mim, acender-se eu meu cora­
ção, para o purificar.
Após a Consagração
Pai celestial, eu Vos ofereço o Cora­
ção do Vosso Filho Unigênito, multo
amado, Jesús Cristo, assim como 2le
próprio se Vos oferece na Santa Mis­
sa. Aceitai benignamente em meu
lugar êsté dom, assim como todos os
pensamentos, desejos e aspirações, t<r
dos os afetos e movimentos dêste SS.
Coração, pois que todos êles 1ne per­
tencem, visto terem !ido imolados por
mim; e doravante não quero ter mais
outros desejos.
Aceitai-os benignamente, em repa­
ração pelos meus pecados e em reco•
- 322 -

nhcr,imento por torlos os Vosscs bene­


ficias e �oncedel-n1e, pelos seus me­
recimentos, tôdas as graças de quP,
careço, particularmente, porém, a gra­
ça da perseverança final! Aceitai-os
como outros tantos atos de amôr, ado­
ração e louvor, que ofereço à Vossa
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divina Majestade, que só por êles pó­


de ser dignamente honrada e glorifi­
cada. Assim seja.
O' meu dulcíssimo Jesús, uno mi­
nhalma à· Vossa, nieu coração ao Vos­
so, meu espírito ao Vosso, minha vi­
da à Vossa, meus desígnios aos Vos­
�, e assim unida a Vós, eu me ofere­
ço a Vosso Pai celeste, em reparação
pelos pobres pecadores.
Aceitai-me, Eterno Pai, pelos mere­
cimentos de. Vosso Divino Filho, que
coµi o sacerdote. e tôda a. Igreja, Vos
,

ofereço. Ocultando-me em suas cha-


gas, coberto de seu Sangue e adorna­
do com seus merecimentos, apareço
diante de Vós, para que não m'e ex­
pUlseis da Vossa presença, mas me
recebais nos braços de Vossa bondade
- 323 -.

paternal .e me concedais a graça da


salvação. Assim seja.

Ao Padre Nosso
Adoro-Vos, 6 Jesús, poderoso Rei,
sôbre Vosso trôno de an1ôr e miseri­
córdia. Aceitai-me como Vosso escra­
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vo e servo humílimo e perdoai beni­


gnamente à minhalma tôda a sua
obstinação e r�beldia contra o Vosso
poder supremo! Ah I clementíssimo
Rei, recordai-Vos que só- a miséria de
Vossos súditos póde tornar-Vos possí­
vel maniféstar . à, '\t·ossa misericórdia.
Eu Vos imploro, pois, que estendais a
Vossa mão liberal, para enriquecer
minha extrema indigência com o pre­
cioso tesouro do Vosso santo amôr,
que sois Vós mesmo, depois de me ha­
verdes primeiro libertado do mísero
amôr próprio e do' vão respeito hu­
mano, que me conservan1 agriUioa­
do. Vinde, pois, ó meu supremo Rei,
despedaçai-me- os grilhões e libertai­
me desta miserável es-�ravidão, afim
de fundar o Vosso· reino em meu co-
- 324 -

ração 1 Em Vosso Coração qµero rei­


nar, por uma verdadeira caridade pa-•
ra com o próximo, que me faça só f a-­
lar bem dêle, suportá-lo e desculpâ-lc
e me leve a evitar tudo o que eu n�,o
queria que me fizessem .
Jamais mancharei meu coração
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com secreto rancor, minha língua com


a maledicência. Não ·me deixarei des­
concertar- por c�usa alguma, afim de
que meu Rei ac-he em mim u m reino
de paz. Assim seja.

Antes da Santa Comunhão


-o, Jesús, eis que se aproxima o feliz
momento, por mim tão ardentemente
desejado, em que vou receber-Vos em
minhalma, ó meu Deus. O' n1eu ado­
rabilissimo Jesús, com o maior fervor
e respeito acorro ao 'Vosso -encontro.
Oh I abri largamente os Vossos bra­
ços santíssimos, para abraçar minhal­
ma, c<;>mo extendestes também vossas
mãos traspass!l,das, por entre as maio-•
res dôres mortais, afim de encerrar
em Vosso Coração todos os pecadores.
- 3l5 -

O' meu Salvador Crucificado, eu não


abro sómente os braços, mas _também
o coração e a alma, afim de Vos rece­
ber e introduzir no santuário de meu
coração.
Oxalá sentisse eu a devoção e o
amôr inflamado que enchia inteira­
mente o -coração dos Santos! Oxalá
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me tornasse, como êles, todo abraza­


do de amôr e de veemente desejo!
Oxalá possuisse a pureza dos Anjos,
a caridade dos Apóstolos, os mereci•
mentos dos Mártires, a santidade dos
ª�
Confessores, castidade das Vi�gens ,
Pudesse eu Vos receber com tanto fer­
vor, respeito e amôr como Vossa San-­
tíssima Mãe, na Incarnação e mais
tarde no SS. Sacramento ! Quem me
dera possuir Vosso próprio Santíssimo
e Divino Coração, para que pudesse
receber-Vos nêle como o mereceis.!
Meu dulcíssimo Jesús, como digna
preparação de .ininhalma e em repa..
raç� de minha indignidade e de tô­
das as minhas negligências, eu Vos
ofereço a preparação e os afetos. �e
- 3í:6 -

amôr com que Vos receberam vosscr:


Santos e muito particularmente Vos
sa SS. Mãe, nêste Sacramento. Ofer<�-­
ço-Vos Vosso SS. Coração e tôdas a,
celestes virtudes e graças que a Sart
tíssima Trindade lhe concedeu tão
abundantemente, para assim cobrir
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minha insondavel miséria e indigni­


dade e preparar-Vos em minhalma
uma digna e agradável morada. As­
sim seja.

Após a s·anta Comunhão


O' amadíssimo Jesús, doce hóspede
de minhalma, fazei que esta. Santa
Comunhão produza o perdão de todos
os meus pecados, supra tôdas as mi­
nhas omissões, repa.re- 'tôda a n1inha
vida perdida ! Seja para mim salva­
ção eterna, restabelecimento de corpo
e alma, inflame o amor, fortaleça a
virtude e seja o princípio•. de minha
vida em ·Vós ! Seja parà mim liberda­
de de espírito, saúde, honestidade de
vid·a;- seja para mim •escudo da pa-
ciência, troféu- da. hlimildáde, bas-
-- 327 -

tão da confiança, consôlo na aflição,


apôio à perseverança I Seja para mim
a armadura da fé, a fortaleza da es­
perança, a perfeição da caridade, a
renovação do espírito, a santificação
na verdade e a consumação de minha
vida interior, em Deus 1
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Seja esta Santa Comunhão para


mim o princípio das virtudes, o fim
dos vícios , o crescimento de todo o
bem e aliança eterna de amôr, para
que, embora de corpo ainda esteja... pe­
regrinando aquí na terra, pelo desejo
veemente do espírito já eu móre con­
tinuamente na mansão celeste, onde
estais e um dia, no fim de minha vi­
da, quando eu houver despido a cas­
ca amarga dêste corpo, chegue àquele
doce ámago, onde na nova. constela­
ção de Vossa humanidade glorificada,
r
eu possa- contemplar a magnificen­
tíssima luz de Vossa sublime divinda­
de, onde -a rosa encantadora de Vossa
Face adorável me inebrie com sua in­
finita _beleza; onde no eterno banque.­
te nupcial, no seio de Vosso amôr, eu
- 328 -

exulte de alegria, como a espôsa se re 1

jubila com as delícias de seu real es ..


pôso. Assim seja.

As últimas• Orações
Pai celestial, nossa santa Madre
Igreja acaba de oferecer-;Vos sôbre o
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altar uma Vítima infinitamente di­


gna, o Cordeiro expiatório que Vós
mesmo outrora nos déstes, para ser
imolado por nós. Aceitai-o, pois, com
aquele imenso amor com que outrora
recebestes Vosso Filho, - quando vol­
tou da terra ao seu reino celeste e Vos
apre�ntou a Vós, seu Pai, os imensos
merecimentos de sua humanidade e
as gloriósas Chagas de seu Corpo. Ja..
mais, 6 Pai bondosíssimo, desa-pare­
çam estas Chagas diante de vossos
olhos, para que Vos lembreis da infi­
nita satisfação que 1:Ie Vos prestou
pelos ::ossos pecados. Em virtude dês..
te Sacrifício incruento, compadecei-­
Vos de mim e de todos os pecadores e
fiéis, vivos e mortos e dái-�os a todos
- 329 -

graça, mlserlcórdla, perdão dos peca..


dos e a vida eterna. Assim seja.
Antes de sair da Igreja

Bondosf�simo Jesús, eu Vos agrade-
ço cordialmente tôdas as graças que
acabastes de conceder-me. Tendo de·
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deixar-Vos agora, ofereço-Vos, como a


meu fidelíssimo Amigo, todas as ora­
ções, devoções e bôas obras que aca­
bo de fazer e peço-Vos humildemente
que Vos digneis --recebê-las em Vosso
SS. Coração, corrigindo e reparando
tudo. Uno-o a Vossa oração e à de to­
dos os santos e ofereço-o pelo Vo�
Divino Coração, como digníssimo lou..
vor à SS. Trindade e pàra absolvição
de todos os meus peéados. Peço-Vos
finalmente que Vos digneis dar-me a
Vossa Santa Bênção, preservar-me de
tôdo o pecado, encerrar meu coração
no Vosso SS. Coração e conservá-lo no
Vosso anlor, afim de que tôda a mi­
nha vida concorra para Vossa maior
glória. Assi:M seja�
- 330 -

Oração a Maria
Ave Maria, Rainha da bondadf;,
Mãe da misericórdia, pela qual no (-:
foi dado o remédio da vida·! Salve,
Mãe virginal de nosso Divino Salva ..
dor, pel� qual nos tornamos filhos da
luz celeste e perfume de Israel. Por
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Vosso Filho Vos tornastes verdadeira


Mãe de todos os homens, pois vosso
Filho único quis ser nosso irmão;
aceitai-me, pois, por amor d�le, tam�
bém a mim, -indigno servo, em vosso
maternal amôr e solicitude I Amparai,
conservai e aumentai minha fé! ..Sê ..
de a protetora de minha renovação
espiritual e conservai-me na fidelida­
de, afim de que na eternidade possais
ser também minha doce e querida
Mãe! Cuidai sempre ternamente de
mim nesta vida e tomai-me na hora
da morte plena e inteiramente sob a
vossa proteção materna. Assin1 seja .

...

..
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VIA SACRA

O' Jesús, amôr de meu coração, es­


pôso de minhalma, como é doce pen­
sar em Vós ! Como é feliz quem Vos
possue ! Possuís meu coração, tomai
também minha vida! Vós sois tudo
para mim, eu também quisera ser tu­
do para Vós. Reconheço ser Vossa es­
pôsa, hei de seguir-Vos n a vida e na
morte. Dai-me ·a Vossa mão, para ga-
1
rantia de nossa união I Eu Vos juro
fidelidade eterna. Ensinai-me a
amar-Vos e dirigí-µie no Vosso amor.
Assim seja.
- 332 -
1. 8 Estação
"As núpci.as do Cordeiro chegaram
e stia esposa preparou-se". Eis-me
com a corôa, no dia dos esponsais .
Veni, minha esposa, também tu serás
coroada, mas minha corôa é de espi­
nhos e estes são sangrentos; queres
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acaso outra que não a de teu esposo�


Vê minha veste borrifada de sangue.
-esta veste das dôres, sem adôrno al­
_gum; queres outra veste nupcial ?
O' Jesús, esposo de minhalma, co­
.mo sois belo. em Vosso, amor I Eu Vos
.adoro, revestido da purpura de Vosso
.Sangue I Formai-me segundo o Vos­
so amor e tornai-me semelhante a
Vós e serei feliz.

2.ª Estação '


Vê, minha esposa, o dote nupcial
que me dão, é a cruz. Vê a estrada
nupcial, 'que se nos abre. Não são ro­
� que ali estão esparsas, mas espi­
nhos. O caminho largo e agradável
dos mundanos não conduz à casa pa-
- 333 -

terna, para nossa união. Levanta-te ,.


minha bela e vem.
O' Jesús, esposo de mlnhalma, co­
mo me é doce a cruz recebida de Vos­
sas mãos! O que vem de Vós, me ésa­
grado, o que Vos agrada, é também
·um prazer para mim. Como me é do-
ce sofrer convosco! Vinde, meu Ama­
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do, sigamos, não reparo �nos espinhos,


quero só ver Vossas _pegadas. Ainda
que eu caminhe sôbre espinhos,. cur­
vada sob o pêso da. cruz, junto de Vós
µie é agradável.
'3. ª Est,lção
Vê, minha esposa, como é pesado
o dote nupcial, êle m_e ·atirou por ter­
ra. Gostaria de carregá-lo para adian­
te; ajuda-me, pois, carrego-o por ti.
Vê os �ofrimentos de que �e cumu­
laram. Minha. cabeça está cheia de
orvalho, meus aneis de cabelo reple­
tos de gotas de rócio noturno. A cruz
é pesad� e dolorosa, mas amo-a por
tua causa. Vê meu am�r e apre�de
a .amar como eu. Apressa-te, minha
·- 334 -

amiga, e vem, deixa-me ouvir tua voz,


pois teu falar é doce .
O' Jesús, esposo de minhalma, como
é grande Vosso amor! Vêde, eu chóro
de dôr com o desejo ardente de ali­
viar-Vos a carga. Permiti-me que Vos
ajude, tanto quanto puder. O que
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carrego para Vós, carrego com tanto


prazer! Levántai�Vos, caminhemos
para o lugar de nossas núpcias. Vós
me criastes para Vos amar, fazei, pois,
arder eternamente em meu coração
o fogo de' Vosso amôr_.

4.� Estação
, Vê, minha amada esposa� minha
Mãe veiu acompanhar-nos . Conosco
quer festejar ·as sangrentas núpcias
e- acompanhá-las e dar-nos sua bên­
ção ma�rna. Vê as suas oferendas:
, ,,
lágrimas de amor. Queres outras?
O' Jesús, esposo de minhalma, em
Vossa Mãe posso honrar e amar mi­
nha Mãe Santíssima. . O' minha
'
bôa
Mãe, prefiro as, vossas lágrimas, a to-
dos os bens e alegrias do mundo. Oh !
- 335 -

abençoai-nos na, cruz e no sofrimento.


Dai-rne vossa bênção materna, dei­
xai-me chore.r e sofrer convosco.

5.ª Estação
Vê, minha espôsa, como é pesada a
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carga que carrego, por amor de ti,


para te· aic·ançár a maior graça, esgo-
to-me desamparado. Preciso de awd-
lio, mas só o braço · de um amigo me
ajuda. Oh! como minhalma suspira
por teu amor compassivo! Sê minha
auxiliar, pois que queres ser minha
esposa. . ..
O' Jesús, esposo de �inhalma, co­
mo é terno o Vosso amôr por mim !
Vós me procurais. Com que prazer
ponho a minha mão fraca . ..à Vossa
cruz e que consôlo para mim poder
carregá-la convosco! Oh! dai-me
Vossa fôrça divina, para me fortificar
sob o _peso da cruz.
... 336 -
6.ª Estação
' Vê, minha esposa, meu fatigant-e
esfôrço para subir a colina de nossa�;
núpcias. Vê o suor, não tens um pa­
no ? Também tu tens de seguir-rr1e
no caminho da dôr, tens de com par­
tilhar comigo de todas as fadigas e
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penas. Une teu suor ao meu. Tens de


compartilhar aquí comigo . de teus so­
frime�tos ·e fadigas, para te alegrar
comigo eternamente no céu.
O' Jesús, esposo de minhalma, em
Vosso suor venero Vossas fadigas por
\

mim, de bom grado quero amar-Vos


aquí na dôr, para um dia poder amar­
Vos na alegria celeste .
•✓ '7.ª Estação
Vê• minha �sposa, vê como de novo
caí, sob o fardo de -·meu amôr, vê co­
mo está humedecido por meu sangue!
Cái também tu por amor de mim !
Prostrados imploremos ao Pai celeste
a suá bênção para nossas núpcias, no
monte do meu amor, no �ofrimento
até à morte.
- 337 -

O' Jesús, meu esposo, Vós não de­


sejals" llbertar-Vos de vosso fardo, mas
Vós o santlflcals, como sacrifício im­
petratório para minha fellctdade ! O'
Pai Eterno, vêde Vosso Filho, no qual
tendes Vossa complacência, aceitai
.também com agrado <;> sacrifício de
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seu amor, por. mim, vêde-me ajoelha­


do junto d:tle, abençoai-me, para que,
amparado por Vossa mão paterna,
eu.complete com amor o caminho do
amor; pois vós sois o guia de minha
virgindade
- 8. ª Estação
Vê, miM:a esposa, as mulheres que
nos seguem: all:lam-nos, como uma
bôa mãe, nos consagram pérolas, as
lágrimas de- amôr. Oh! ide em•paz,
filhas de Jerusalém, mas as lágrimas
da esposa quero e minhas lágrimas
bastam-lhe.
O' Jesús, meu esposo divino, vós me
dais Vosso Sangue. e quereis só minhas
lágrimas! Oh I meus olhos 1 déixal es­
coar-se as fontes dQ amor, dizei, na
- 338 -

multidão de minhas lágrimas, quanto


O amo. Oh I oxalá pudessem ser pé�
rolas de alegria e não de dôr, orvalho
de consolações e não expressão de so­
frimentos, mas a doçura de vosso
amôr quer a água amarga.
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9.ª Estação
Vê, esposa querida, minhalma e
meu corpo esgotados, no caminho
sangrentp de teu amor, na cruz e· no
sofrimento. Contempla-me ao pé da
cruz prostrado, a juntar minhas úl..
timas fôrças, para subir o Monte Cal­
vário, para alcançar a méta de nossa
peregrinação. Segura-te firmemente
à minha cruz, para juntos subirmos
o'monte da mirra e a colina do incen..
so, afim de lá celebrar, em sofrimento
e oração, a nossa eterna união.
O' Jesús, esposo fiel, onde achará
meu coração repouso sinão em Vós,
meu amor?
Oh ! como desejo ardentemente a
hora em que não mais Vos poderei
- 339-

perder. O' Maria, nossa Mãe, conduzi


vossa filha ao altar da cruz, para a
eterna união com vosso amado Filho.
aqui na terra no sofrimento e na eter­
nidade na glória e bem-aventurança !
10.ª FBtação
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Vê, minha esposa, como estou pre­


parado para as núpcias contigo, re­
vestido das vestes sangrentas de meu
amor, coberto de in1ímeras chagas de
amor para contigo. Contempla-me
pronto a tornar, com meu Sangue,
tua veste em veste nupcial. Privado
de todos ·os bens terrenos, escolhe a
veste que te ofereço - a da inocência
e santidade.
O' Jesús, esposo de sangue de mi•
nhalma, que é mais belo do que a ves...
te do amor ? Que adorno é mais pra.
cioso do que Vossas Chagas? Oh!
oxalá tivesse eu a veste do martírio !
Mas bela é também a veste da inocên•
eia, lavada em Vosso Sangue. Dai..
ma, pois, fazei que seja o meu
adorno.
- 340 -

ll. 8 Estação
Vê, minha esposa, o altar de tuas
núpcias, a cruz. Em lugar do anel da
fidelid�de, cravos para prender à cruz.
cravos como aliança.
No sofrimento e na morte eu te ma..
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•nifesto meu amor . Vê a aliança con..


traída em meu Sangue. Oh ! santifi...
ca-�e também teu Sangue, aµia-me
até derramar sangue. Coloca-me co­
mo um selo sôbre teu coração, para
que só palpite e só se esgote por mim.
"l•

O' Jesús, meu esposo de sangue,


as núpcias ,chegaram e Vossa esposa
preparou-se. Afastai-Vos de mim, cria..
turas e não me sirvais de impedimen..
to no a�or a Jesús. Vêde que estendo
os braços para a cruz, ó Jesús, para,
nela ser unida a Vós; �stendo as mãos
para Vós, oh! enchei-as de sofrimen­
tos! De mãos dadas convosco qt1ero
viver sempre. Em cada dôr quero dar­
Vos a conhecer que meµ coração pul­
sa de amôr por Vós.
- 341 -

12. ª Estação
Contempla-me, esposa amada, co...
mo vitima _ de amor por ti. Vê como
cu te assinalei em minhas mãos, olha
como corre o· meu Sangue, vê meu
amor até à morte. Fui elevado acima
da terra, para te atrair a mim.
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O' Jesús, esposo de minhalma, na..


cruz quereis atrair-me a Vós! Em
Vossos- braços feridos quero repousar.
En1 Vosso Coração, sangrando de dôr,
quero amar. Beijai-me com o ósculo
de vossa Boca, pois Vossos lábios são
-lírios. Fazei-me provar a amargura
de Vossa Paixão, fazei-me sentir con­
vosco todas -.as dôres .de Vosso amôr,
quero amar-Vós no sofrimento e so­
frer por amor .
• 13. ª Estação
Vê, ó esposa querida, minhas cha..
ga.s, elas sangram, derramou-se o san­
gue do meu .amor, meu Coração abriu..
se..te •inteiramente, contempla meu
amôr, até à ultima gota de sangue. Vê
- 342 -

meu ramalhete nupcial. A corôa de


espinhos tornou-se-me uma grinalda
mortuária. Vê meu corpo morto, des­
pido de tudo quanto é terreno, pois
nossa união deve ser espiritual e
eterna.
O' Jesús, meu Salvado!', Vós consu­
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mastes a obra de amôr de Vossa imo­


lação, por amôr de mim. Eu pertenço
ao Senhor. . Descestes· da cruz, para
permanecer meu esposo crucificado.
Dai-me, pois, Vossas _chagas e dôres e
Vosso amôr, para que eu sofra e ame
como V:oss.a esposa.

\4. ª Estação,
Vê, esposa querida, vê como sou o
Cordeiro imolado, para ser a comida
e a bebida do banquete nupcial. co..
locam-me o Corpo no sepµlcro, mas
deve repousar tambêm em teu cora�
ção e lá dentro espero viver e ser es­
poso de tua alma, amá-Ia, protegê-Ia,
alimentá-Ia e conduzi-la. Oh I abre-me
teu coração, pára que eu te faça feliz.
- 343 --

0' Jesús, esposo de minhalma, Vós


bebestes tôdo o calice dos sofrjmen­
tos, Vós Vos dais como Pão da vida.
Convosco qt1ero alimentar-me, todos
os dias de minha vida terrena. Doce
Pão, ó doce bebida do amor, entrai em
meu cora�o, que é propriedade
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vossa!

Conclnsão
O' Jesús, esposo de minhalma, por
amor de mim Vos imolastes. Assim
como Vossa Mãe exclamou outrora:
- "Faça-se em :Qiim segundo a vos­
sa palavra'',. - assim exclamo tam­
,bém eu. Com ela meu espírito se re-
gosija em Vós. Pertenço ao meu Ama-
do e 2Ie suspira por mim. Meu ama­
do é meu e eu sou tôdo d:ff:Ie I Desejo
morrer, para estar com Cristo. Assim
seja!
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VIA SACRA

Oração preparatória
O' meu Jesús, desejo agora contem..
piar Vossos atrozes sofrimentos no
Caminho da Cruz, afim de haurir
fôrça e fortaleza para Vos seguir
corajosamente na minha via doloro.
sa, como verdadeira Alma Apostólica,
empenhada em consolar o Vosso Di­
vino Coração. Dai-me para isso a Vos-­
sa graça e a Vossa bênção, pois nada
}Josso por minhas próprias fôrças !
Eu Vo-lo suplico pelos Vossos. infinitos
merecimentos, que me aplicastes no
Caminho da Cruz. Assim seja.
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1.ª ESTAÇÃO
Jesús é condenado à morte
V. -= Nós
Vos adoramos, Santíssimo
Senhor- Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz.
remistes o mt111do.
Jesús,_ o Filho Eterno de ·neus, des­
ce_u do céu à terra, por puro amor aos
homens, �fim de procurar e salvar o
que estava perdido. Mas os seus; não
só não O receberam, como O persegui­
ra1n, odiaram-no, condenaram-no à
morte mais ignominiosa, à �orte da
cruz. Em toda a história da huma­
nidade, jamais se lavrára·uma senten-
- 346 -

ça tão revoltantemente injusta. Ma�,


apesar disso. o Salvador aceitou-a em
silêncio, sem uma palavra de protes­
to. Oh ! que exemplo para mim !
Sim, meu Jesús, também eu quero
receber em silêncio as censuras e maus
juizos injustos e sem c�ridade e as
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observações ofensivas que se fizerem


a nieu respeito e não direi uma só pa­
lavra para me justificar! Quero as­
sim reparar todas a� blasfêmias que
se proferein contra Vós, no Santíssi­
nao SacraIIlento e levar�Vos a não
condenar esses pobres blasfêmos, mas
conceder-lhes a graça da conversão.
-Assi?µ seja.
Meu Jesús, �isericórdia !
I?ulcíssimo Coração de Maria, sêde
a minha salvação t
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2.ª ESTAÇÃO
Jesús toma a Cruz aos ombros
V. - Nós Vos adorarqos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
.R. - Porque pela Vossa Sapta Cruz
remistes o mundo.
Quando trouxeram a Cruz ao S.al­
vador, �le_ extendeu avidamente os
braços para a receb�r, apertou-a de
encontro ao seu amante Coração e
beijou-a com os lábios divinos, como
um amigo há muito tempo desejado e
ardentemente amado. Porque? Oh!
bem sei! E' po:r:que 2Ie queria morrer
na Cruz por amor de mim.
- 348 -

O' n1eu Jesús, não devo, pois, tam­


bém eu aceitar com amôr a cruz que
me ofereceis? Como poderia eu me
revoltar ainda contra a mesma? Não,
nieu Jesus, eu Vos prometi, consa­
graµdo-me como Alma ,. Apostólica,
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.aceitar da Vossa mão tôdas as cruzes


que achásseis bom mandar-me.
...
Não devo alegrar-me, pois, quando
-colocais efetivamente sôbre os meus
ombros uma cruz e me ofereceis assim
ocasião �e dar reparação ao Vosso Di­
vino Coração?
Sim, meu Jesús, eu o quero! Oh!
dai-me· fôrças para esse fim ! Pois
bem sabeis .que minha mísera natu­
reza reçúa -espavorida d�nte da cruz
� quer afastá-la do caminho. Mas,
eom _a Vossa graça, quero oferec€r-Vos
êste sacrifício. Assim seja .
Meu Jesús, misericórdia!
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
a minha salvação!
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3.ª ESTAÇÃO
Jesús cái pela primeira vez sob
o peso da Cruz
V. - Nós Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
O Salvador começa a sua via dolo­
rosa. Ah! Está tão fatigado e tão en­
fraquecido I Está completamente es­
gotado pela terrivel perda de sangue,
na coluna da flagelação: e agora tem
de carregar esta pesada Cruz ! Ah !
todo o seu Corpo é 1.tma grande chaga,
o Sangue escorre-lhe ainda sempre
- 350 -

pelos membros abaixo e assinala-lhe


os passos com sangrentas pegada�.
·Eis que o Pé do Divino Mártir tropeça
·numa pedra e :S:le cái por terra, sob r,.
peso da Cruz. Oh I que quadro tocan-
.te � Ah I meti Jesús, também eu guasi
.sucumbo sob o peso da cruz e tenho
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ímpetos de exclamar: "Meu Jesús,


não posso mais! Ah! tirai-me esta
cruz ! " Mas não! não quero mais fa­
lar assim ·no futuro! Ainda que a
cruz me lance por terra, quero sem­
pre me levantar de n�vo e seguir-Vos,
pois seria indigno de uma Alma Apos­
tólica querer que Vós, o Inocente, car­
regueis sózinho a Cruz, enquanto ela,
a culpada·, segue apenas como espe­
ctadora ociosa. Oh! fortificai o meu
bom propósito I Assim ,
seja.
. Meu Jesús, mi�ericórdia 1
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
a minha salvação 1
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4.ª ESTAÇÃO
Jesús encontra sua Mãe Dolorosa
V. - Nós Vos adora�os, Santíssimo
- Senhor Jesús Cristo, e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Maria, a pobre Mãe de Jesús, espera
num lugar apropriado o triste cortejo,
afim de poder contemplar, ainda 11ma
vez ao menos, o Filho condenado à
morte.
Quando :S:le se_ apróxlma, com pas­
sos vacilantes, Ela transpõe as fileiras
dos guardas e aperta nos braços o seu
amado Jesús. Aí se encontram o Ho­
mem Deus e a Mãe Dolorosa. O' pobre
- 352 -

Mãe, que aspecto lamentavel o do


Võsso amado Flll10 1 Al1 ! quasi não C)
reconheceis mais, tão desfiguradó e
intumecidó está o seu semblante, por
todos os socos e ·bofetadas que lhe vi­
braram e, além disso, enlabusado pe­
Io·s escarros repugnantes!
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Oh ! que olhar triste e doloroso o


de vosso Jesús, sob a corôa de espi-
11110s ! Como se cumpre então horri­
vel1nente a prof-ec�a do velho Simeão:
"Uma espada de dôr há de traspassar
tua alma!''
O' querida Mãe Dolorosa, não me
abandoneis a mim também ) no cami­
nho da cruz! O' Mãe, bem sabeis qt1e
59u fraco.· Ajudai-me, pois, para qt1e
eu não atire fóra a minha cruz e não
me torne infiel à minha vocação de
Alma Apostólica ! Si me ajudardes,
seguirei· corajosamente a Jesús, no
caminho da ·cruz. Assim seja.
. ,.

Meu Jesús, misericórdia 1


Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
minha salvação ! 1
'� ·-.� /·;...r:-11ij
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5.ª ESTAÇÃO
Simão Cireneu ajuda Jesús
a carregar a Cruz
V. - Nós· Vos adora�os, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo, e Vos ben-
, dizemos,
R. - Porque pela Vossa Sa11ta Cruz
remistes o mundo.
Vendo Jesús seguir cambaleante,
.-
mortalmente enfraquecido, sob o pe-
so da Cruz, temeram os judeus que
�le morresse no caminho. Afin1 de
não ficarem privados do espetáculo
de vê-lo pregado na Cruz, forçaram
um estrangeiro, Simão Cireneu, a
ajudar Jesús a car�egar a Cruz.. Si-
- 35i --

mão recusou-se a princf pio a toc,1


slquer no lenha da Ignomínia. Ma
o Salvador fitou-o tão tristcment<
que êle ficou comovido e de bom gr�1
do tomou a Cruz aos ombros e afinal
por preço algum do

mundo queria en-
tregá-la mais.
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O' meu Jesús, não devo também eu


ficar impressionado, até o fundo dal­
ma, lembrando-me. da ingratidão e de
todas as ofensas que re�beis em nos­
sos tempos e ouvindo a Vossa súplica
dolorosa: "Por isso desejo qu� me dês
reparação ? 11 Sim, meu Jesús, quero
fazer tudo para consolar o Vosso Di-­
vino Coração e por isso de bom grado
compartilharei convosco da Cruz.
Mas, meu Salvador, sou fraco; forta-­
Iecei--me com ·vossa graça 1 Então
também eu hei de preferir a Crttz a
tôdas as cousas preciosas deste mun..
do. As�im seja.


Meu Jesús, misericóraia 1
Dulcíssimo Coração de Maria, séde
minha salvação 1
----------.

·•

;;.._ .,,
'
,
: �·
.
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6.ª ESTAÇÃO
Verônica enxuga a. face de Jesús
V. - Nós Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e Vos ben..
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Esta nobre senhora ti.J1.m.t observa..
do, de sua residência, o triste cortejo.
Quando ela viu o Salvador e o seu
Rosto inteiramente destigurado e
manchado de Sangue, encheu-se de
compaixão e, descendo apressada à
rua, ajoelhou-se com tô�o o respeito
diante do Salvador e, oferecendo-lhe
o véu, pediu-lhe que se dignasse én­
xugar com ele a Face Sagrada. Oh 1
- 356 -

que consolação deve ter dado a J�1ís


esta �obre alma que, vencendo a co­
vardia do respeito humano, fez ao
Divino Mestre esta obra de caridade1
embora pudesse prever que seria por
i.sso repelida por toda a sociedade d is­
tinta da época l Siqi, meu Jesús, tam-.
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bén1 eu quero ser uma destas al1nas


reparadoras! Enquanto hoje em dia
os homens rivalizam em maguar-Vos,
enquanto tantos Vos �scarnecem e
blasfemam, quero visar apenas Vos
dar prazer e reparação. Podem escar ..
necer de mim. Que importa? Con�
tanto que eu possa consolar o Vosso
Coração aflito!
Oh! gnavai' também em meu cora..
ção a Vossa imagem dolorosa ,., para
que eu tenha a coragem de do1ninar
o vão respeito humano e mostrar-me •
uma alma verdadeiramente apostóli..
ca. Assim seja.
Meu Jesús, misericórdia!
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
a minha salvação 1
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7.ª ESTAÇÃO
Jesús c�i pela segunda vez,
sob o peso da Cruz
V. - Nós Vos adoramos Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
.R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
·remistes o muntio.
Pela longa duração da caminhada
ficou o Salvador -tão exausto, que pela
segunda vez caiu sob o peso da Cruz.
·O pesado madeiro tombou sôbre rue
e· talvez que o braço da Cruz bate�e
ainda sôbre a cor.ôa de espinhos e lhe
causasse tormentos sem nome. Vê
como ó Salvador estende o braço sob
a Cruz, Quscando socorro, para que
-358 -
alguém pelo menos o auxilie. Mas
ninguém t;em compaixão d2le: só lhe
dão ponta-pés e chicotadas. Eis que
2le consegue erguer-se e toma de no­
vo a Cruz aos ombros. Porque ? Oh !
sóment-e porque quer morrer por mim
nesta Cruz.
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Como, meu Jesús, poderia eu ter


a coragem de abandonar-Vos impie­
dosament.e no roeu caminho d.a Cruz,
pelo fat.o de ser longo d�mait; e porque
a Cruz me atira ao sólo ? Não, meu
Salvador, também eu quero levantar­
me d.e novo e não me queixar, mesmo
que, apesar de todos os meus sofri­
mentos, eu não encontre compaixão
em nenb11m dos meus semeJbantes;
mas, ao contrário, q11asi apenas in­
compreensão e huroílbação. A con­
ciência de sofrer convosco e por Vós
deve ser a única consoJação que que­
ro e posso sempre , procurar. Assim
sêja.
Meu Jesús, misericórdia 1
Dulcíssfmo Coração de Maria, sêde
minha �vação !
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8.ª ESTAÇÃO
Jesús consola as mulheres de
. Jerusalém, que choram
V. - Nós ·vos adoramos, Santíssimo
) Senhor Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Algumas mulheres piedosas nota­
ram de longe a quéda lamento�a do
Salvad�r. Cheias de compaixão, co­
meçaram a chorar alto. Quando o
Salvador se lhes aproximou, disse­
lhes: ''Não choreis por mim, chorai
antes por vós e vossos filhos I Pois si
na lenha verde assim acontece, que
será na lenha sêca 1 ''
- 360 -
Si o Pai celeste assim castiga
e1n seu Filho Unigênito os pecados
all1eios, que :S:le tomou sôbre si, que
castigo dará então aos seus inirnigos,
que morrerem impenitentes, em peca­
do mortal?
O' meu Jesús, lembrando-Vos da
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desgraça alheia e mais ainda das hor­


ríveis penas eternas dos pecadores
impenitentes, esque�eis' Vossos pró­
prios sofrimentos. Não devo eu tam­
bém, considerando os muitos -milhões
de criaturas hum��as que correm cé­
gamente para o abismo da condena­
ção ·eterna_, esquecer-me de mim mes­
mo e, como verdadeira Alma Apostó­
lica, oferecer também a V.ós meus so­
frimentos por êstes pobrezinhos ? l\ieu
Jesús, �uero imolar-me , de bom grado
convosco por êstes pobres irmãos
meus. Oh ! aceitai-me ! Assim seja.
Meu Jesús, mi�ericórdia !
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
minha salvação!
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9.ª ESTAÇÃO
Jesús cái pela terceira vez sob
o peso da Cruz
V. - Nós Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque _pela Vossa Santa Cruz
. remistes o mundo.
O cortejo move-se, montanha aci­
ma, para 9 cume do Calvário . O ca­
minho torna-se cada vez:· mais· penoso
para o Salvador e não dura muito,
até ·que o Divino Mártir cái quasi
morto. l\Iais uma vez O levantam, pu­
xando-O pelas cordas com que está
amarrado e o pobre Salvador arrasta-
- 362 -

se mais uma vez para diante, até che­


gar enfim ao lugar da crucificação.
O' meu Jesús, bem sei qual a causa
mais profunda desta quéda repetida
sob a Cruz: a contínua recaída dos
pobres homens no pecado. E porque
recáem s�mpre de novo? Ah! porque
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não querem implorar· o auxílio divino


da graça e por suas próprias fôrças
são fracos demais, -pªra se protegerem
contra a recaída.· Não devo, pois, ir de
bom grado em auxílio dêstes pobre­
zinhos e oferecer por eles todos os
meus trabalhos, sacrifícios e sofri­
mentos, em união com Vossas dôres,
para que também êles se convertam
verdadeirameite e ·Vos permaneçam
fiéis? Sim, meu Jesús, estou pronto
a fazê-lo e não quero desanimar, ain­
da que por isso tivesse de cair sucum­
bido .no caminho da :vida . Mas aju­
dai.me sempre com Vossa graça a
levantar-me de novo. Assim seja.
Meu Jesús, misericórq.ia !
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
minha salvação 1
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'
10.ª ESTAÇÃO
Jesús é despojado de suas vestes
V. � Nós Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
R. � Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Afinal chega o triste cortejo ao cu­
me do Gólgota. Lá preparam logo tu­
do para a crucifixão: tiram ao Salva­
dor as vestes, que estavam coladas
às feridas e são arrancadas impiedo­
samente, de modo que o Sangue Sa�
grado começa a escorrer-lhe de todos
os lados, sôbre os seus puríssimos
- 364 -

membros . Assim sacrifica o Salvador,


por amor aos pecadores, tudo. o que
lhe pertence, mesmo as vestes que o
cobriam.
O' meu Jesús, poderia eu Vos recu-
sar um sacrifício para a salvação dos
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pobres pecadores? Não, meu Salva­


dor, por esta subli1ne obra da salva­
ção imolarei tudo o que exigirdes de
mim. Mas, meu :Jesús, Vós sabeis que
minha .. míser� natureza recúa diante
de todo o sacrifício. Oh I por isso Vos
suplico, pela generosidade com que
sacrificastes tudo por nós, fortificai­
me com Vossa graça, para que eu ja­
mais Vos recuse sacrifício algum e
assim proceda, como verdadeira Al­
ma Apostólica! Assim seja.
Meu Jesús, misericórdia!
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
minha salvação!
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11.ª EST4ÇÃO
Jesús é pregado na Cruz
V. - Nós Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e "los ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Vê, minhalma, como o próprio Sal­
vador se deita sôbre o altar do sacri­
fício da Cruz e estende os braços, pa­
ra nela serem pregados solidamente.
Oh! como é tocante e belo ver o Cor­
deiro de Deus deitado sôbre o altar do
sacrifício, com os olhos mansos diri­
gidos para o Pai celeste, ·afim de ofe­
recer-lhe os tormentos que O esperam,
- 366 -

quando os cravos crueis, impelidos


por possantes marteladas, lhe traspas-­
saram os pés e as mãos !
O' meu Jesús, não devo eu também
me deitar corajosamente, como cor­
deiro expiatório, sôbre o altar do sa�
crifício que para mi� escolhestes e
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estender também minhas mãos sôbre


os braços da Cruz, para que possais
pregá-los aí? Ou não será o altar do
sacrifício da Cruz o lug�r mais apro­
priado para uma Alma Apostólica?
Oh! na Cruz está a salvação, não só
para mim mesmo, mas também para
I

Jneus infelizes irmãos que não que­


rem tirar proveito do sacrifício de
Cristo n� Cruz e assim completar o
que ainda falta à Paixão de Cristo. O'
Jesús, dai-me fôrça e coragem para
isso ! Assim. seja.
Meu Jesús, Misericórdia 1
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
minha salvação t
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·12. ª ESTAÇÃO
Jesús morre na Cruz
V. - Nós Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo, e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
'
O Salvador é levantado, na Cruz:
ei-10 suspenso entre o céu e a. terra,
abandonado pelos Apóstolos que :&lle
escolheu, pelos doentes que c urou,
até mesmo pelo Pai celeste, escarneci­
do pelos rudes esbirros, pelos sacerdo-­
tes e fariseus, que com satanico e
maldoso prazer O fitam na Cruz. Oh 1
que ·p rofunda dõr para o Coração . de
Jesús 1
- 368 --

Quem póde pressentir siquer a.
grandeza de seu sofrimento ? E entre.
tanto, o Salvador sofre de bom grado
pelos homens ingratos. Sim, tle que­
ria sofrer mil veres mais por êles, si
pudesse enfim conquistar o seu amor.
O' meu Jesús, não devo comparti­
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lhar corajosamente convosco dessa


desolação e desse abandono, desde que
assim possa saciar a sêde da salvação
desses ingratos, que devora o Vosso
Sagrado Coração? Ah! que importa
afinal que eu nunca mais goze aqui
na terra as doces alegrias do Tabor ?
Um dia virá a hora em que poderei
�r, como Vós: "Tudo está consu­
mado ! " Então as almas que salvei
pelo meu sacrifício, hão de preparar­
me lá no cêu alegrias do Tabor, tanto
mais puras. Por isso, ei.s.ine, aqui, meu
Jesús, l?ronto para tudo que quiser­
des de mim ! Assim seja.
Meu Jesús, misericórdia!
Dulcíssimo CorJ1Ção de Maria, sêde
- 1
minha salvaçao.
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13.8 ESTAÇÃO
Jesús é depositado nos braços de
sua Mãe Santíssima
V. - Nós Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo, e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Maria, a Virgem forte e sacerdotal,
tinha perseverado junto do seu Divino
Filho, até o último momento e, com o
Sumo Sacerdote pregado n·a Cruz,
oferecêra também ao Pai celeste o
Cordeiro de Deus, pela salvação da
pobre humanidade. Agora, que o Cor-.
po inanimado de Jesús lhe é deposita­
do no regaço e o seu Corpo de Virgem
'Mae se torna como um altar do sacri-
- 3tO -

fício, ela renova este holocausto e ofe­


rece-se a si mesma também em sacri­
fício, para nossa salvação, _afim de
que Deus, pelas Chagas de seu Fi­
lho Unigênito e pelos sofrimentos de
seu próprio Coração, queira conceder
benignamente perdão aos pecadores.
O' querida Mãe Dolorosa, recebei-me
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a mim também e tudo o que sou e que


tenho, em Vossas mãos virginais e sa­
cerdotais e oferecei-me a mim tam­
bém, pela mesma intenção, ao Divi­
no Coração de Jesús I Eis que vos en­
trego todas as minhas orações e tra­
balhos, todos os meus sacrifícios e so­
frimentos. Oh I pwificai-os de tôdas
as faltas e imperfeições, que maculam
tudo o que faço e enriquecei-os com
vossos pr�pri� merecimentos e, as­
sim aformoseados e santificados, ofe­
recei-os ao Vosso Divino Filho: em re­
paração a seu Sagrado Coração e pa­
ra a salvação dos pobres pecadores!
Meu Jesús, misericórdia 1
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
minha salvação!
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14., ESTAÇÃO
O\ Corpo de lesús é depositado
no sepuJcro
�l. •-- Nós _Vos adoramos, Santíssimo
Senhor Jesús Cristo e Vos ben­
dizemos,
R. - Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
O sepulcro em que de.via ser sepul­
tado o Corpq do Salvador, era um tú­
mulo alheio. Assim é que, mesmo de­
pois da morte, ainda se realiza a pa­
lavra de· Cristo: ''As raposas têm suas
covas e os pássaros os seus ninhos;
mas o Filho do ho�em não tem onde
reclinar a cabeça''.
O' meu Jesús, agora, depois que ter­
minastes a Vossa vida de sacrifício�
- 372 -
estas palavras não valem mais I que­
remos dar-Vos tôdo o nosso coração.
Oh ! vinde, pois, à yossa propriedade
e faY�i nela vossa morada para sem­
pre, afim de que possamos· dizer em
verdade:
Eu vivo, mas não sou mais eu; é
Cristo que vive em mim" . Concedei­
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nos, porém, a gràça de fazermos tam­


bém nós· a nossa morada em Vosso Co­
ração e assim permanecermos unidos
convosco do modo mais íntimo e mais
profundo, are que um dia, depois de
Vos havermps feito muita reparação
e levado/ muitas almas a Vós, possa­
mos ser recebidos por Vós, nas mora­
das eternas do céu. Assim seja.
Meu Jesús, misericórdi� !
Dulcíssimo Coração de Maria, sêde
minha salvação !
Pai celestial, pelo Coração Imacula­
do de .Maria, eu Vos ofereço Jesús,
Vosso Filho muito amado e ofereço­
µie com !:Ie, por ile e nile, por todas
as suas·- intenções e em nome de tôdas
as criaturas.
- 373 -

As sete palavras de Je!ús na cruz.


Divino Jesús, Filho de Deus feito
J1omem, que Vos dignastes nascer
num estábulo, para nossa salvação.
passar a vida em pobreza, fadigas e
miséria e morrer a morte dolorosa da
cruz; eu Vos peço que, na hora de
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minha morte, digais ao Vosso Pai ce­


leste: "Pai, perdoai-lhe" - à Vossa
Mãe querida: "Eis aí teu filho!" - e
a minhalma: "Ainda hoje estarás
comigo no paraíso" Oh ! meu Deus,
meu Deus, não me abandoneis naque­
la hora ! "Tenho sêde ! " sim, minhal­
ma tem sêde de Vós, ó meu Deus, que
sois a fonte da agua viva. Minha vida
passa como uma sombra. Por isoo, ó
meu adorável Salvador, "em Vossas
mãos encomendo meu espírito", desde
êste momento e por tõda a eternidade.
Senhor Jesús, recebei minhalma ! -
Assim seja.
(300 dias de lnduldncia cada vea)
Clementíssimo Jesús, só Vós sois
nossa salvação, nossa vida, nos.,a res•
- 374 --

surreição. Por isso Vos imploramo�


que não nos desampareis em nossa.s
angústias e necessidades, mas pela
agonia de Vosso SS. Coração e pelas
dôres de Vossa Mãe Imaculada, vinde
em auxílio de Vossos servos, que re­
mistes com Vosso precioso Sangue!
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(100 dias de indulgência uma, vez por ctla)

\
.
. --
a.-.J•
"' <'79
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A S:onfissão
Uma graça extraordinariamente
grande concedeu o Papa Pio X, c9mo
uma espécie de acrescimo, à Confis­
são semanal de todos que costumam
receber diária ou quasi diáriamente
(isto é, pelo menos cinco vezes por
semana) a Santa Comunhão.
Fundou uma associação de sacer­
dotes; sob o nome de "Liga Eucarísti­
ca", cujos membros se obrigam a pro­
pagar a Santa Comunhão .frequente,
como e onde puderem. Para isso lhes
deu o Santo Padre, ao lado de outros
1

privilégios, o pleno poder,- até então


inaudito, de conceder - na Santa
Confissão, uma indulgência plenária,
I

de oito em oito dias, a todos os fiéis


que comungam diária ou quasi diária­
mente.
-- 376 -

Para ganhar esta indulgência, não


se exige sinão que o confessor perten­
ça à referida associação de sacerdo­
tes e tenha a intenção de ministrar a.
indulgência e que o penitente comun­
gue diariamente e tenha a intenção
de ganhar a referida indulgência.
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Preenchidas estas conàições, póde


ser ganha a indulgência, sem mais
nada, só com a absolvição e assim se
alcança na Santa Confissão uma pu­
rifi�ão da alma, que mal se distin­
gue da inocência batismal: tôda a
culpa é apagada pelo Sacramento da
Penitência e tôda a pena do pecado
pela indulgência plenária ligada à
absolvição.
Pela concessão , desta indulgência,
quis a Santa Igreja mostrar-se grata
pela honra e alegria que se dá ao Sal­
vador, pela Santa Comunhão diária.
Ao mesmo tempo visava, por êsse
meio, criar uma legião eleita de al­
mas intej.ramente puras, livres não
só da culpa, mas também das penas
temporai& do- pecado e que podem
- 377 -

passar, sem purgatório, das falanges


da Igreja militante para o côro dos
Anjos, na Igreja triunfante.
Por isso esta indulgência não está..
Jncluida no áto heróico de caridade e,
como é recebida ao mes1no tempo que
a absolvição sacramental, sem que se
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exija outra obra, é .muito mais certa


a aquisição da mesma do. que de ou­
tras indulgências.

ORAÇÕES PAR�\ ANTES DA


ConfissÃO
Ato de Contrição
(de Santa Margarida Maria)

O.' santíssimo e adorabilíssimo Co­


ração de Jesús, eis-me prostrada hu­
mildemente aos Vossos pés, com o co­
ração contrito e arrependido sincera­
mente de Vos ter amado tão pouco e
haver-Vos ofendido tanto por· minha
ingratidão e� infidelidade I Tornei-me
assim completamente indigna de Vos..
sas misericórdias e de todos os favo­
res de Vosso amor. Penetrado de ver-

- 378 -

gonha e temor, posso apenas dizer:


Pequei contra Vós; compadecei-Vos
de mim, embora eu seja absolutamen­
te indigna de Vossa misericórdia.
O' Coração Divino, cheio de amor,
não me repilais I Manifestai antes, eu
Vo-lo _peço, o excesso de Vossa Bon­
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dade, usando de misericórdia para co­


migo, pobre pecador, pro$trado diante
de Vós, no abismo de· meu nada e de
minha miséria.
Ah! SS. Coração, pequei contra
Vós; mas não me abandoneis à seve­
ridade da Vossa justiça, que teria de
castigar certamente minha falta de
amor com a perda eterna do mesmo !
Ah! mandai-me antes todos os
tormentos, sofrimentos e desgraças,
do que me privar um só momento do
Vosso amôr I E porque fostes Vós� ó
Coração Divino, tão ofendido pela
minha infidelidad� e frieza, assumi
também Vós o castigo I Si quiserdes
condenar--me,. a arder eternamente no
fogo, consinto, mas permitf que seja
- 379 -

o fogo devorador de Vosso puro


amôr 1
O' Coração compassivo, salvai-me
pelo excesso de Vossa misericórdia!
Não me deixeis perecer na torrente
de meus pecados !
O' Coração de amôr, eu clamo a
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Vós, do abismo,
da minha miséria: .
Salvai-me, eu Vos suplico, por tudo o
que Vos é mais caro, usai para comi­
go desta grande misericórdia ! Tende
compaixão de mim, pobre pecador�
que espero de Vós a rr,iinha, salvação.
<;)h ! salvai-me, pois, Coração mise..
ricordioso, custe o que custar ! Sal­
vai-me e não me retirei.$ para._ sempre
Vosso amor; não.! fazei-me antes pas­
sar tôdo o resto da minha vida 'em
�dôres, sofrimentos e amargura,!
Ah! já não estou bastante c�tiga-­
do, amando tão tarde um Coração tão
cheio de amôr ? Por amôr de Vós, ó
meu Sumo Bem, arrependo-me tanto
de Vos haver ofendido tão impiedo­
samente, que antes preferia ter de su..
portar todos os tormentos do inferno,.
- 380-

desde o primeiro momento em q11e


comecei a pecar, afim de que me ser-­
vissem de meio preventivo para evitar
o pecado, do que cometer tantos peca­
dos, embora eu espere que Vossa mi­
sericórdia me preserve do inferno, o
que Vos agradeço de todo o coraçã�.
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�' pois, perdão para êste pobre


coração contrito, que em Vós deposi­
tou tôda a sua confiança e sua única
esperança!
O' Coração de Jesús, meu Redentor,
-exercei agora em mim Vosso ofício
de mediador, que tanto Vos custou, e
.11ão permitais .. que se perca em mim o
fruto de tão horrivel Paixão e tão
-cruel morte! Não! glorificai-vos pela
,ninha salvação, para que meu cora-
.ção possa amar-Vos, louvar-Vos e ben­
.dizer-Vos por tôda a eternidade !
Sêde, P9is, ó SS. Coração, meu re­
fúgio e auxílio, agora e na hora da
minha morte I Defendei minha causa,
justificai-me e desviai os castigos que
111ereci, pelos meus pecados ! Ah !
sois meu verdadeiro amig o, reparai
- 381 --

por mim e pagai minhas dividas. Ti­


rai-me de novo do abismo em que
meus pecados me precipitaram.
Ouvi benignamente os suspiros de
meu pobre coração contrito, que es­
pera tudo de Vossa bondade !
E si Vossa justiça me condenasse,
como indigno de perdão, eu apelaria
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para o trono de Vosso amor, pois ago­


ra estou pronto a suportar todo_s os
castigos, antes do que me privar 11m
só momento de Vosso amor. Cortai ,.
queimai! contanto que eu só ame a.
Vós, isto me basta. Não poupeis meu
corpo, llfm minha vida, quando se
tratar da Vossa glória! Eu Vos per­
tenço inteiramente, ó Divino e ado­
rável Coração. Salvai-me, pois, eu Vo­
lo suplico I Não me abandoneis a
mim mesmo e não me castigueis pelos
meus pecados, deixando-me recair
nos mesmos I Ah I antes mil vezes
morrer do que· vos ofender, a Vós que
amo cem vezes mais do que a vida!-
Ah I que glória poderia dar-Vos
minha condenação, si sou apena� wn
- 382 -

núsero grãozinho de pó I Ao con trá­


rio, é uma grande glória para Vós sal­
vardes um tão miserável pecador!
Salvai-me, pois, meu amor; pois que­
ro amar-Vos eternameiate, custe o que
custar; quero amar-Vos de todo o co­
ração! Assim seja.
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Ato de contrição diante do Salvador


Crucificado
...

(De Santa Gertrudes)

Clementíssimo Jesús, que estais


s"Q.SpeDBO ao. lenho da Cruz e derra-
,
mastes Vosso �oseo Sangue .Para re..
parar· os pecados do mundó, eis-me
aqui, prostrado de joelhos diante de
Vós, para me acusar, com o coração
.. .contrito, das inúmeras infidelidades
e ofensas, que cometí contra Vós.
Bom Jesús, confesso-me culpado de
Vossa Paixão e Morte, meus pecados
e infidelidades, ca1Jsaram-Vos maior
tormento do que os maus tratos e gol..
pes dos algozes. Confesso-Vos franca-
111ente minha maldade e injustiça e
- 363 -

peço-Vos, com tôda a humildade,


perdão.. Mergulho todos os meus pe­
cados no abismo de Vossa clemência
e, misericordia e em Vossas sangren­
tas Chagas, que recebestes para mi­
nha salvação. Peço-Vos que me laveis
e as apagueis de tal modo, com Vosso
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precioso Sangue e com a água salutar


de Vosso lado sagrado, que não Vos
reste delas recordação alguma !
Em expiação e para perfeita repa­
ração de tôdas as faltas que cometí,
por maus pensamentos, desejos e ape-·
tites · de meu coração, oferecei Vós
mesmo à Vosso Eterno Pai o Vosso
Coração Imaculado, com todo ·o bem
que em si encerra; e por todas as pa­
lavras inúteis e pecaminosas que pro­
feri, oferecei.Jhe tôdas as palavras
de Vossp, bôca sagrada ! E por tôd�s
as obras injustas que minhas mãos
praticaram, mostrai-lhe Vossas mãos
traspassadas e reconciliai-pie pela
Vossa inocência, com Deus Padre, pa­
ra que eu alcance por Vós perfeita ab..
solvição de todos os meus pecados.
- 384 -

Ofereço-Vos para isso a delícia que


cada pessôa da SS. Trindade comuni­
ca às outras. Assim seja.

Breve confissão de culpas


(De Santa Gertrudes)
O' meu Deus, vêde que eu, indigno
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pecador, confessa com profunda dôr


que, por fragilidade humana, muitas
vezes pequei contra a Vossa onipotên­
cia divina, por ignorância muitas ve­
zes pequei contra a Vossa sabedoria
divin3, por negligência de mil modos
ofendí Vossa bondade infinita. Com­
padecei-Vos, pois, de mim, 8 Pai das
misericórdias e concedei-me fôrça,
em Vossa onipotência, para resistir a
tudo o que é contrário à Vossa inson­
dável s�bedoria, a inteligência para
evitar com cuidado tudo o que possa
ofender Vossos olhos puríssimos !
Dai-me finalmente, em. Vossa infinita
clemência, 11m tão fiel e firme apêgo
a Vós, que jamais :me afaste o mínimo
que seja da Vossa vontade ! Assim
seja.
- 385 -

Depois da Confissão
Salmo 102
O' minhalma, bendize ao Senhor e
tudo o que há em mim bendiga o seu
santo Nome I Minhalma bendize o
Senhor e jamais te esqueças dos imen­
sos benefícios que �le te fez ! Pois �le
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te perdoou todos os teus pecados e


curou todos os teus crimes. 2le te li­
bertou da morte e cercou-te de mise­
ricórdia e graça. :tle satisfaz todos os
teus desejos e cum1:1Ia-te de seus bens.
:tle restabelece em ti ·a beleza da ino­
cência e renova tua mocidade, como a
da águia.
Para tão longe quanto o nascente
do sol está do poente, afasta :8Ie os
teus pecados ....
Pois, como um pai se compadece
ternamente dos filhos, assim o Senhor
se compadece dos que O temem, pois
2le sabe quão frágeis criaturas so-
mos,...•
Bendizei ao Senhor, todos os seus
Anjos e servos, que, executais ·a .. sua
vontade..•
- 386 -
Obras do Senhor, bendizei-O e tu,
minhalma, bendize a teu Deus 1

Ação de Graças
(de Santa Margarida Maria)

Quanta gratidão devo à Vossa bon­


dade, ó clemente Coração de meu Je­
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sús, por terdes suportado por tanto


tempo minha ingratidão! Oh! em
bôa hora se derramaram as Vossas
misericórdias sôbre meu pobre cora­
ção inconstante; chegou o momento,
ó Coração de meu Jesús, de dar-Vos
definjtivamente tôdo o meu amôr e o
meu coração, que dêle é a fonte, ofe­
r�o-vo-lo para sempre, mas com
grande confusão por Vos haver recu-
sado tanto tempo estes. bens, que Vos
pertencem. Ah! Coração Divino, qui­
se�tes dar-me uma prova de Vosso
amôr sem limites, pondo-me em con­
dições de prestar-Vos_ 11m serviço com
meu amor.
Mas quão pouco aproveitei esta
ocasião de Vos agradar ! Que confis­
são para mim! Ah ! corrigí meu co-
- 387 -

ração infiel, .6 Coração de meu Jcs(;;


e fazei-me dora eni diante se prenda,
com seu amor ao Vosso, e assim. �-<.:
Vos aproxime tanto mais, quanto até
agora se afastou de Vós. E como fostes
Vós que o criastes, imploro-Vos supli­
cante que lhe concedas também · um
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dia a corôa da vida eterna. Assim seja.

Oração a Maria
O' minha cara M� Maria, ajudai­
me agora vós, para que eu cumpra os
santos propósitos que acabo de ro.­
mar: que eu ouça sempre as inspira­
ções da graça, para as seguir fielmen­
te; que não cometa mais falta alguma
voluntária, afim de nunca mais ofen­
der ao -Salvador; que eu faça corajo­
samente sacrifícios para dar repara­
ção ao .seu Divino Coração. Sim, mi­
nha Mãe, deveis ajudar-me, para que
eu proceda como verdadeira alma­
vítima do Divino Coração de Jesús,
vós o podeis e haveis de fazê-lo. Assim
espero, assim seja.
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Vinde, Espirlto Santo, enehel os eora�


de vossos fieis e acendei neles o foco de
·vosso amor.
J1cul1tórl1s Indulgenciadas
(Com Indulgência pleniri& mensal)
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Meu Senbor e meu Deus !


(7 anos e 7 quarentenas, 4 indulgências ple-
11árias, por mês, rezai;ido-a diariainente na
Consagração, na Santa Missa, olhando com
amôr. para a Santa Hóstia, na elevação. Mesmo
os cegos podem ganhar. esta preciosa indulgên­
cia).
Santo, santo, santo sois, ó Senhor
Deus dos exércitos: o céu e a terra
estão cheios da Vossa glória. Gjória ao
Padre, glória ao· Filho, glória ao Es­
pírito Santo.
(100 dias de indulgência uma vez por dia)

Ao Rei da eternidade, ao Imortal e


Invisível, ao Deus uno sejam dadas
honra e· glória por tôda a eternidade !
Assim seja.
(300 dias de · indulgência cada vez)
Meu Deus, meµ único Bem, Vós
sois tudo· para mim; possa eu também
Vos pertencer inteiramente!
J
<300 dias de indulgência cada vez)
- 390 -
Seja feita, louvada e eternamente
exaltada a justíssima, altíssima e
amabilíssima vontade de Deus em iô­
das as cousas 1
1

(100 dias de indulgência cada vez)

Padre Eterno, pelo Sangue precio­


síssimo de Jesús Cristo, glorificai seu
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SS. Nome, segundo as intenções e os


desejos de seu adorável Coração.
(300 dias de .indulgência urna vez por dia)

Graças e louvores sejam dados a


todo o momento ao Santíssimo e Di­
viníssi�o Sacramento!
· (300 dias de indulgência cada vez)
Santí"ssimo Coração de Jesús, tenho
'confiança em Vós.
(300 dtas de indulgência cada vez)
Jesús, para Vós vivo. Jesús, para
V�s morro; Jesús, Vosso sou na vida
e na morte. Assim seja ..
(100 dias de indulgência cada vez>

O' Jesús, presente no Santíssimo


Tabernáculo, eu_ Vos adoro e suspiro
por Vós. Vinde a meu coração pela
- 391 -

Vossa graça, até entrardes nêle p(•;r,


Vosso SS. Sacramento !
(300 d.las de lndulg�ncla cada v01. 1

Bendito seja o SB. Coração de Je-


sús 1 (300 dias de indulgência>

Bendito seja o Coração Imaculado


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de Maria. (300 dias de indulgência)

Doce Coração de Mari�, sêde a mi..


nha salvação ! (300 dias de indulgência)
O' Mãe Coroada do Bóm Conselho,
orai pela �greja padecente !
(300 dias de indulgência)
Jesus,
, Ma.
ria, -Jose,,.
\
(7 anos e 7 quarentenas)

Creio em Vós�- espero em Vós, amo­


Vos, adóro-Vos, SS. Trindade, Deus
único, compadecei-Vos de mim agora
e na hora de minha morte e salvai"'
me 1 (300 dias de indulgência cada vez>

Fazei-me, Senhor, conhecer e cum­


prir Vossa vontade 1
(300 dtas de indulgência cada vez)
- 392 �

Deus seja bendito 1


(50 dias de indulgência cada vez)
O' Senhor, cons�rvai-nos a fé!
(100 dias de. indulgência cada vez)
Meu Deus e meu tudo !
(50 dias de indulgência cada vez)
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O' meu Deus, eu Vos amo de tôdo-


o meu coração 1
(50 dias de indulgência cada vez)
Ficai ·co�go, Senhor, sêde minha
verdadeira alegria 1
(300 dias de Indulgência cada vez)
Deus Padre, permanecei sempre em
• •
mrm, como permaneceis sempre em
Jesús 1 (300 dias de Indulgência cada vez)
O' SS. Trindade, que pela Vossa
graça habitais em minhalma, fazei
qúe eu Vos ame cada vez mais!
(300 dias de indulgência cada vez)
O' Espírito Santo, doce Hóspede de
minhalma, ficai comigo e fazei que
eu fique sempre convosco.
(300 dias de indulgência cada vez)
- 393 -

O' Maria, fazei que eu viva em


Deus, com Deus e para Deus 1
(300 dias de indulgência cada vezJ

Jesús, por amor de Vós, convosco e


para Vós 1
(300 dias de indulgência cada vez)
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Com Maria, concebida sem pecado,


adoremos e veneremos, invoquemos e
consolemos o Santíssimo e adorabi­
"líssimo Coração Eucarístico de Jesús !
_.(200 dias de indulgência cada vez)

O' Jesús, Cordeiro de Deus conti­


nuamente imolado sôbre os altares do
mundo, eu me uno a Vós.
(300 diâs: de ind1.µgência cada vez)

Vós sois Cristo, Filho de Deus vivo!


(300 dias de indulgência cada vez)
O' Jesús, vida etern·a.no seio do Pai,
vida das almas, criadas à Vossa ima­
gem, nós Vos imploramos-por Vosso
amor, dai--nos a conhecer o Vosso co...
ração,_ revelai-no-lo 1
(300 dias de indulgência cada vez)
- 394 -

Eu Vos adoro, Coração Eucarístico


de Jesús.
(300 dias de indulgência; cada vez)

Coração Eucarístico de Jesús, au­


mentai em nós a fé, a es.perança e a
caridade!
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(300 dlas de indulgência cada vez)

Coração Eucarístico de Jesús, forna­


lha do amor divino, dai paz ao .mun-
dO •' (300 dias de indulgência cada vez)

Jesús, bom ·Pastor, pela S. Eucaris­


tia, atraí todos os ho�ens- ao aprisco
de Pedro!
(300 dias de indulgência cada · vez)

Meu Jesús, misericórdia!


(300 dias de indulgência cada vez)

Jesús, manso e humilde de coração,1

fazei meu coração semelhante ao


Vosso ! (300 dias' de indulgência cada vez>

·ss.� Coração de Jesús, fortificado
por um Anjo· ·em Vossa agonia, fortifi­
cai-nos também em nossa agonia 1
(300 dias de indulgência cada vez)
- 395 -

Divino Coração de Jesús, cc,nvertei


os pecadores, salvai. os moribundos,
livrai as pobres almas do Purgatório!
(300 dias de indulgência cada vez)
Bendito seja Jesús Cristo e sua pu­
ríssima Mãe !
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(300 dias de indulgência .cada vez)

O' Maria, Mãe da misericórdia, orai


por nós f
(300 dias de indulgência cada vez)

Virgem Maria, Mãe de Jesús, fazei


que nos �a:ntifiquemo� !
(100 dias de ·indulgência)

Bendita sej"a a Santa e Imaculada


Conceição da Be1n-aventurada sem­
pre Virgem Maria, Mãe de Deus !
(300 d1as de indulgência cada vez>

◄... . 1 ..
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Or·aça.o da Noite
(No espirito do Bem-aventurado Grignon
de Montfort)
Com a graça de Deus, eis que me
aproximei mais um dia da eternida­
de. Cheio de gratidão, meu coração
Vos contempla, muito amada Mãe ce­
leste. Quantas vezes vos chegastes
hoje. ao trono do vos�o Divino Filho,
para implorar graças _para mim !
Transmití agora, na (utima hora do
dia, o. meu agradecimento ao Cora­
ção do Vosso Divino Filho; pois vós
sabeis agradecer-lhe qignamente. Mas
em retribuição por todo o bem que
Jesús me concedeu hoje, por vossa
intercessão, fui hoje de novo um filho
muito infiel. Muitas vezes ofendi o
Coração de Jesús e assim vos causei

- 397 -

mágua e preocupação. Perdoai-me.


querida Mãe e alcançai-me também
1

de Jesús o perdão de minha culpa.


Não pequei por maldade, mas por fra­
queza humana, porque recorri poucas
vez�s a Vós, ó Maria. Dirigí-vos, pois ,.
ao bom Jesús, a quem ofendi, e alcan­
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çai-me perdão, pois que tudo podeis


obter. dtle !
(Exame de conciência)

Contrição·
O' meu· Jesús, eis-me aquí prostrado
�os pés de Maria, o trôno_ da miseri­
córdia, ao qual baixastes para per­
doar aos pobres pecadores,· e atrair
tudo ao Vosso Divino Coração, pela
clemência e bondade. Vós me escolhes-
tes par� Vosso -servo e Vossa vítima e
_por isso devia eu achar minha única
felicidade em sacrificar-me por Vós;
mas eu, pobre· criatura infiel, Vos
ofendi! Ah! quantos pecados já co­
meti com os sentidos de meu corpo e
as faculdades de minhalma ! Quantas
- 398 -

exortações da conclência despreze


também, desde que me escolhestes
Quantas graças e luzes repel� 1 O' bon·,
Jesús, livrai-me da minha miséria e
inclinação ao pecado. Livrai-me da
minha inconstáncia, com que sempre
falto aos meus s3:ntos propósitos e
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promessas!
O' misericordioso Salvador, esque­
cei os tristes dias do meu passado,
cuja recordação me abate; não olheis
mais para os pecados - de que estão
cheios ! Olhai UÍlicamente para os
méritos preciosos de minha querida
Mãe Maria Santíssima, à qual me
consagrei e entreguei inteiramente
e que agora, em união comigo, implo-
ra a Vossa graça divina ! Em Maria e
lpor "Maria ofereço-Vos reparação -por
tôda a minha vida, até o dia de hoje:
por todos os pensamentos do meu es­
pírito, opostos à intinita pureza e ao
infinito �amôr do Vosso Espírito Divi­
no; ?)r todos os sentimentos· do meu
coraç� que se opunham aos senti­
mentos de caridade, de submissão e
- 3ç9 -

dedicação de Vosso Divino Coração;


por .tôda a covardia de minhalma,
quando se tratava de sacrifícios e hu­
milhações, apesar do exemplo que me
déstes e das minhas repetidas pro­
messas.
O' meu Jesús, transformai meu co­
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ração, .dai-me aquela viva contrição,


aquele ardente amôr da Madalena,
quando diss�stes que seus pecados es..
tavam perdoaQ.os, porque muito amá..
r�. - Dai-me um coração nobre e
heroico, pronto para todos os sacrifí..
cios, para reparar os pecados cometi..
dos e cumprir as pro:r;nessas sagradas
que Vos fiz. Reconheço o que me fal­
tou, desde que tive a ventura de ser
recebida no número das almas-'ví}i..
.mas� - faltou�me a generosidade em
Vosso serviço. Quanto me poupei,
quanto busquei a mim mesmo! Des�
de agora, porém, eu me abandono in-­
teiramente a Vós, como cordeiro ex­
piatório, Queimai, cortai êste coração,
que tantas vezes Vos foi• infiel; con-­
tanto que me deis Vosso amor, 6 meu
- 4(0 -

Jesús, e que eu possa possuir-Vos }ll11·,1.


sempre, por Marln, no Vostto r�tnc,,
estou contente e nada mala procuro f

Consagraçio a Maria
O' minha Senhora e minha Mã<�,
eu me ofereço todo a vós e em pr,Jvu
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da minha devoção para convosco, ctt


vos consagro nesta noite meus oll1os,
minha bõca, meus ouvidos, meu cora­
ção e inteiramente todo o meu ser e
porque sou V0880, ó Incomparável
Mãe, guardai-me e defendei-me como
co11sa e propriedade vossa .
(100 dias de Indulgência uma vez por dia; 1n­
dulgêncla plenirla uma vez por mês,
qnaodo se rezar diariamente)

Lembrai-vos
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem
Maria, ·que jamais se ouviu dizer que
algum daqueles que têm recorrido a
vossa proteção e implorado o vosso
socorro, fosse por vós desamparado.
Animado eu; pois, de igual confiança,
a vós, Virgem das virgens, como a
- 401 --

minha Mãe recorro e gemendo sob o


peso. de meus pecados, prostro-me a
vos�os pés. Não desprezeis as m.inhas
súplicas, ó Mãe do Verbo Incarnado :­
niàs ouví-as favoravelmente e dignai­
vos atender-me. Assim seja.
(Indulgência plenária mensal, para quem
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rezar todos os dias)

Querida Mãe celeste, eu vos consa­


gro de novo meu coração, para o dar
inteiramente ao Coração de Jesús por
vosso intermédio. Só Jesús deve, por
vosso . intermédio, mandar em meu
coração. Ao mundo e a mim mesmo
não deve pertencer mais ! Assim que­
ro encerrar· o dia: todos os que me são
caros, vivos e mortos, coloco' sob yossa
proteção. ,-
Guardai-me com vossos santos An­
jos, Mãe bondosa! A vós quero servir
eternamente! Assim seja.
O' minha terna Mãe, como pão
posso esta noite louvar a Deus, peço­
vos fazê-lo em meu lugar: quantas
vezes meu coração pulsar durante es-
- 4(,2 -

ta noite, tantos milhares de vezes


louvai e bendizei em meu lugar a SS.
Trindade e o dulcíssimo Coração de
Jesús; aceitai cada uma das minhas
respiràções
. em vosso Coração mater-
no, como atos de amor e unidos ao
vosso amor, oferecei-as ao Coração
de Jesús. O' minha querida Mãe, to­
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mai-me sob a vossa proteção esta.noi­


te e abencoai-me
� em nome do Padre
-e do Filho e do Espírito Santo. Assim
seJa·: A J vqssa proteção recorremos,
Santa Mãe de Deus. Não desprezeis
as nossas súplicas; mas livrai-nos
sempre de todos os perigos, ó Virgem
gloriosa e bendita.
Alcança_i-me a graçâ de louvar-vos
ó Virgem Sagrada !
Dai-me fôrça contra vossos inimi­
gos!
Bendito seja' Deus em seus Santos!
Assim seja.
.
(100 dias de indulgência cada vez, indulgên-
cia plenária uma vez por mês, quando rezada
diariamente, _ __ _
-- 403 -
A São José
Glorioso São José, Pai e protetoJ °
das virgens, guarda �iel a quem De11s
confiou Jesús Cristo, a própria ino­
cência e Maria, a Virgem das virgens,
eu vos peço e rogo, por Jesús e Maria,
êste duplo depósito, que vos foi tão
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querido, que façais que, puro de corpo


e alma, eu sirva constantemente a
Jesús e Maria com perfeita castida­
de. Assim seja. (100 dias de indulgência)

Lembrai-vos, São José


Lembrai-vos, ó puríssimo Esposo da
Virgem Maria, meu doce protetor São
José, que. jamais se ouviu dizer que
alguém tivesse invocado vossa pro­
�ção e implorado o vosso socorro
e não fosse por· vós' consolado. Com
esta confiança venho à vossa presen­
ça,. a vós fervorosamente me reco-­
mendo. Oh ! · não desprezeis as mi­
nhas súplicas, Pai adotivo do Reden­
tor, mas dignai-vos cJe acolhê-las pie­
dosamente. Assim seja.
(300 dias de indulgência uma vez por . dia)
- 4(4 --

Jesús, Maria, José, eu vos dou meu


coração e minhalma 1
Jesús, Maria, José, assisti-me na
última agonia 1
Jesús, Maria, José, expire minhal­
ma em paz entre vós I Assim seja.
(300 dias de indulgência cada vez)
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Santo Anjo do Senhor, meu zeloso


guardador, si a ti me confiou a pie­
dade divina, sempre me rege e guar­
da, governa e ilumina. Assim seja.

Oração ao SS. Coração de Jesús


(de Santa Matilde)

O' -dulcíssimo Coração de Jesús, do­


ce repouso das almas que Vos amam,
a Vos recomendo esta noite meu cer
1
,

ração, meu corpo e minhalma, para


que os guardeis de todos os perigos,
imaginações impuras e tentações do
inimigo.
Meu amadísslmo Jesús,. quero ago..
.

ra me deitar com a Vossa bênção sa-


grada e dar a meu corpa êste repou­
so, em união com a intenção com que
- 4l5 -
Vós 111esmo o santificastes, em Iou vor
do Pai celeste e para fortalecer meu
corpo. Quantas vezes esta noite meu
pulso bater, tantas mil vezes devem
Vossos Santos no céu Vos bendizer e
adorar em meu nome e quantas vezes
eu respirar, tantas mil vezes devem
todos os Anjos em meu nome Vos lou­
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var e dizer: Santo, santo, santo, é o


Senhor Deus dos Exércitos. Assim
seja.
Jesús, Maria, José !
(Indulgência, ,de· 7 anos e 7 quarentenas cada
'9ez, indulgência plenária uma vez por mês..
quando. se reza diariamente, sob as condiç6es
habituais)

Da Encíclica do Santo Padre Pio XI


sôbre, a rep�ração devida ao San­
tíssimo Coração de Jesús
Quanto é instantemente necessária,
justamente hoje em dia, a expiação e
-reparação, é fato que reconhece clara­
mente todo aquele que vê com os
olhos da alma "como êste mundo se
acha inteiramente em poder do ma­
ligno" (I João, 5, 19). De todos os la-
- 406-

dos nos chegam os clamores lamen­


tosos dos povos, cujos Príncipes e go-­
verno se elevaram contra o Senhor e
sua Igreja. Vemos como todo o direi ..
to divino e humano ali é pisado aos
pés, como as, casas qe Deus são des­
truidas; os religiosos e as virgens con­
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sagradas a Deus expulsos dos seus


Conv�ntps, escarnecidos, tratados
cruelment�, entregues à fome e ao
cárcere�. Ve:tnos legiões de meninos e
meninas arrancados aos braço� ma­
ternais da Igreja e seduzidos para ab­
jurar e blasfemar contra Cristo e en­
tregar-se aos piores crimes da imora­
liqade. Sim, vemos todo o povo cris­
tão perseguido e 'disperso, etn cons­
tante perigo de apostatar da' fé ou de
ser vitimado por morte crudelíssima.
Tudo istp,_ na verdade, é tão triste, que
se poderia supôr que essas circuns­
tâncias já são, desde agora, um pre­
núncio· "do comêço das dôres, que o
homem do pecado trará, aquele que se
eleva acima de tudo o que é Deus ou
Santo". (II Tess. 2, 4) .
- 4c,7 -

,..Mais aflitivo é ainda o fato de :ha


ver, mesmo entre os fiéis, lavado�; n.o
Batismo pelo Sangue do Cordeiro
Imolado e enriquecidos de graças,
tantos· homens de todos os estados
que, dominados por uma incrível igno-­
rância religiosa e infetados por dou-­
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trinas falsas, levam por isso uma vida


viciosa, longe da casa paterna, sem a
luz da verdadeira fé, sem a esperança
consoladora de eterna bem-aventu­
rança, sem fôrça e ardor na caridade;,
de modo que, na verdade, parecem
sentados nas trevas e nas sombras da.
morte. �sim é que os fiéis se pre�
cupe,m cada vez menos com a disci­
.plina eclesiástica e as yep.eráveis ins-
. tituições sôbre as quais· repousa tôda
a vida cristã· e pelas quais é regulada
a família e protegida a santidade dq
matrimônio. A. educação dos fill10s é
completamente descuidada Ç)U avilta­
da pela efeminação, enquanto- se -re-­
tira � Igrejã quasi todq o influxo sô--:
bre a educação cristã. O santo pudor
caiu em lamentável. esquecimento, na
� 4(8 -

vida e nos costumes� especialmente


do sexo feminino. .O aferro ilimitado
ao prazer, o desejo imoderado dos
bens terrenos, à caça desregrada à
esiima dos homens, o desrespeito à
·autoridàde regular e finalmente o
desprezo da palavra çlivina, pelo qual
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a fé é ab�lada ou pelo menos extre ..


mamente prejudicada, aumentam ca..
da vez mais.
Mas esses males atingem o apogeu,
pela covardia e incúria daqueles que,
vacilando na fé, abandonam ignomi..
niosamente a Cristo, como outrora os
discípulos adormecidos e fugitivos,
embora o vissem dominado por ago..
hia mortal e cercado pelos sequazes
de Satanaz; muito particularmente,
porém,� pela infidelidade daquele& que,
como outrora Judas, comungam- pre-­
tenciosa e sacrilegamente, ou ·até. pas..
sam para o· campo inimigo. Diante
disso, somos levados involuntariamen..
·te a pensar que se aproximam aqueles
tempos dos quais ·0- Senhor predisse:
"Porque a impiedade prevalecerá,
. a
- 4C9 -

caridade esfriará em muitos" (l\1at.


'24, 12) . Si os fiéis refletirem sôbre
i.udo isso pieqosamente, de certo,
abrazados de amor pelo Salvador que
sofre, hão de sentir-se poderosamente
incitados a reparar sua própria culpa
e a dos outros, a desagravar a honra
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de Deus e concorrer para a salvação


eterna das almas. E, na verdade, a
palavra do Apóstolo: "Onde o pecado
aumentou, ainda mais abundante se
tornou a graça" (Rom. 5, 20), pode..
se aplicar, em certo sentido, também
ao nosso tempo. Pois si a maldade dos
homens cresceu, também cresce, por
influênci� do Espírito Santo, o -nú..
mero dos fiéis de �mbos QS sexos que
·se esforçam. alegremente para dar
reparação� ao Divino .Coração..J)Or tan­
tas- ofensas, que não hesitam mesmo
em oferecer-se até ao Salvador, como
vítimas.
, Si alguém refletir amorosamente e
gravar em seu coração o que acaba­
mos de- expôr, não só recuará diante
de todo o pecado,. como diante do
- 410 -

maior dos males, mas também se en­


tregará inteiramente à vontade de
Deus, para réparar a. glória da Ma�
jestade Divina, pela constante oração,
pelas penit&ncias voluntárias, pela
aceitação paciente dos sofrimentos
que o atingem e finalmente por uma
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vida inteiramente
,
votada à reparação.
Assim surgiram também numerosas
Congregações religiosas masculinas e
femininas, que em santa emulação
se propuzeram a ocupar, noite e dia,
o lugar do Anjo que consolou o Sal­
vador no Jardim das Oliveiras. Fun­
daram-se também associações piedo­
sas, aprovadas pela Sé Apostólica e
providas de indulgências, que se pro­
põem igualmente a dar reparação, por
meio de práticas de devoção e de virtu­
des,, apropriadas... Desejamos muito
que esta n�bre obra de reparação e sa­
tisfação, que já há muito -tempo foi in­
troduzida e propagada com santo de­
sígnio e aprovada pela Nossa Auto­
ridadé apostólica, seja praticada por
todos os católicos ...
-- 411 -

Sem dúvida, a instituição de;-�ta.


santa devoção, estendida a tôda a
Igreja, trará muitos e grandes bene­
fícios, não só a cada um dos homens,
mas também à sociedade religiosa.,
civil e doméstica. Com efeito, o nosso
Redentor prometeu a Margarida Ma­
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ria que "todos aqueles que honrassem


assim o seu Qoração, receberiam
abundantes graças celestes ...
E' no�so principal desejo e nossa
mais viva esperança que _a justiça de
Deus, que na sua misericórdia, teria
poupado Sodoma_ :gor causa de dez
justos, poupará c9m maior razão o
gênero humano, ante as súplicas e re­
parações oferecidas, po:r tôda a comu­
nidade cristã, em Iugár e em nome de
todos, em união co:m: Cristo, seu Me­
diador e Chefe.
Digne-se a ben,Jgníssima
1
Virgem
Maria, Mãe de De.us �bençoar os nos­

sos votos e esforç6s,' �ia que n�s deu


Jesús, o Redentor �· que O alimen­
tou, que O ofereceu como hóstia jun�
to à Cruz e que, pela sua admirável
- 412 -

união com Cristo e por graça particu­


laríssima, foi e piedosamente é cha­
mada Reparadora.
Confiado na intercessão junto de
Cristo que, sendo o único "Mediador
entre Deus e -os homens" (I. Thim.
II, 5), quis associar a Si sua Mãe, co­
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mo advogada dos pecadores, dispensa­


dora e medianeira da graça.
Roma_, 8 de M•aio de 1928. Pio
P. P., XI.

\
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CANTICOS
Silêncio
Depois de multas lutas dolorosas,
Eu aprendi a nada mais querer.
De tantas cousas belas e preciosas,
Uma só cousa quero pretender.
Busquei-a, pois, com dôr profunda e ar•
[dente,
&ste bem que procuro, noite e dia !
Mas eis que o pobre coração doente
A resposta não teve que queria.
Era tudo um deserto, tão vasio,
Para mim, e a vereda tão penosa !
Suspirava, a tremer de tanto frio,
Entre os ardores da estação calmosa�
Muitas vezes prostrava-me cansado
Junto ao Sacrário, em que Jesús habita.
E o coração enfermo, fatigado,
o repouso buscava e a paz bendita.
Ali mlnhalma suspirava ansiosa.
Pela fonte de amôr, que dessedenta
Tantas almas, a fonte milagrosa,.
Que tantos corações conforta e alenta!
- 414
Eu clam�va: "Jesús I Jesús clemente,
Lança um olhar de amôr e de doçura,
Um só olhar ao meu tormento ardente,
Ao meu triste caminho
' de amargura !

Si o doce refrigérid não achava


Que o coração buscava angustiado,
"'Silêncio ! " - em tom baixinho eu escu -
''Minha vontade aceita resignado ! " [tava,
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''Minha.. vontade seja a fortaleza


De tua alma dorida e nunca mais
Há de prostrá-la a mísera fraqueza !
Serás meu e na luta vencerás."
...
Oh ! sim, Jesús, esposo bem-amado
Que minhalma escolheu eternamente�·
Oh ! sim doce Cordeiro Imaculado,
Tua vontade quero 11ntcamente 1
,,.

Nela apoio a coragem vacllante,


E forte vou cumprindo o meu fadário,
Pois de Jesús também foi torturante
O caminho da Cruz para o Calvário !

A's vezes chóro, em transes de agonia,


Sem que ninguém o veja, amargamente;
Minhalma, espera até à morte ! Um dia
Há de tudo aclarar-se inteiramente !

Jesús há de enxugar-te docemente


A derradeira lágrima escorrida
E há de ao céu conduzir bondosamente
O pobre filho, para a eterna vida !
Pe. H. Wegner, S.V.D.
• - '415 -

Vinde Espirito Santo


Vinde, Esplrlto Santo f
rezo ao despertar,
Antes do trabalho cedo começa�.
Eis que meus deveres cumpro facilmente,
v1,•o sem cuidados, doce e calmamente !
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Vinde, Espírito Santo !


- rezo na amargura,
Entre as trévas densas de uma noite es­
[cúra.
E do olhar divino vejo a luz brilhar
Sempre em meu caminh.o, tudo a ilumi­
[nar !

Vinde, Espírito Santo ! 1


- rezo com fervor,
So.b o golpe rude de pun.gerite dôr.
A minhalma logo traz consolação,
Doce paz· se infunde no 1neu coração.

Vinde, Espírito San�o !


- .clamo sem cessar,
Quando no caminho· venho ·a tropeçar.
Hei de bendizer-Vos, hei- de Vos louvar,
Si com Vossa graça vierdes nie amparar !
.
Vinde, Espírito Santo !
- esta doce prece
Vivo repetindo, desde que. amanhece.
- Dai-nos Vo�sa bênção, Vossa luz e amôr,
No trabalho e angústia,, na agonia e dôr !
..- 416·­
Vlnde, Espírito Santo 1
-· antes de expirar,
Hei· de novamente ainda murmurar.
- Vinde Bem Eterno, único que almejo,
Pois em Vós se encerra tudo .o que desejo r
Vinde, •Espírito Santo !
- vinde me
Quando o n1undo . e o tempo,· tudo me dei-
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[xar !
Com amôr ardente quero a Vós me unir
E na glória. eterna sempre Vos possuir!

Nossa vidâ
Devia ser a nossa vida,
Uma harmonia entretecida
De tons diversos, a cantar:
Desde o trabalho mais- penoso,
As .doces horas de repouso,
Tanto o sofrer, como o gozar!
A cruz Jincada no caminho,
Da rosa o aroma, .como o espinho,.
A dôr pungente a tortutar,.
As longas noites dolorosas,
De espessas trévas pavoros·as;
Tudo devia ressoar. ·
Devia ser a. nossa vida,
De tantos ; tons entretecida,
Uma celeste melodia,
Um belo hino 'de louvor,
Que se entoasse ao Criador,
Por �ôda a parte,· no.lte e dia !
Gertr. V. Mashen.
- 417 -··-

Três olhares
Muitas vezes eu vi, no caminho da vida,
Aquele viajante:
Ao ratar da manhã, da montanha à descida,
De dia, ao sol brllhante.
Atra�és do deserto, silénctosamente,
Solitário seguia .
E, à tarde, ainda vinha achá-lo o sol
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'Na vereda sombria. [poente


Mal rePQusava. um pouco à·. beira da eis­
Para logo partir. [tema,
E via-se no olhar uma expressão tão ter­
Um desejo a fulgir, [na,
ora triste e sombrio, ora alegre e risonho ,,
Ardente a suspirar,
Enquanto refletia .em seu olhar tristonho
A sombra de um pesar..
Muitas vezes até seus lábios docemente
ouvia sussurrar . ·
Eu via que de certo algum desejo .ardente
Tinha nalma a vibrar.
Aproximei-me, pois, e indaguei animoso
O que acaso ·queria.
E o seu primeiro olhar ·em meu peito di­
Penetrou nesse dia . [ toso
E fez-me vêr então em sua alma formosa
o sonho que nutria,
A sêde que abrazava, ardente e tormen•
Que sempre o consumia:· [tosa,
"Busco as almas, meu filho, qneres aju­
E esta sêde sem fim, [dar-me?
Que minhalma tor·tura, queres mitJgar�
Consolando-me assim ?" , [me.
E não sei como foi que eu então retruquei:
- 418 -

"Oh ! sim, meu Salvador ! "


E logo, com fervQr, de pronto comecei
A caminho me pôr.
Mas eis que um novo olhar do Mestre me
E a mudança operada [at�ngiu
' Ante meus olhos clara e expressiva sur­
A vereda escarpada [giu �
Que ao monte conduzia e sôbre o 'cume
A .cruz a se ostentar 1 [agreste,
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E nas mãos e nos pés eu vi então do Mes­


As chagas a brilhar! rtre
Senti-me estremecer, quando o ouvi nova­
Comovido indagar:· [mente
"Esta sêde cruel de mlnhalma fremente
Queres tu mitigar ?"
Pela terceirâ \ez o seu olhar sagrado
Fitou-me enternecldP,
Com tanta gratidão, com tão profundo
Por ser compreendido, [agrado,
Por achar afinal, na tarefa penosa,
o fraco auxilio
De um misero mortal, de vida tormentosa,
De um· pobre filho!
Do Afestre Divinal o doce olhar profundo
Assim me dominou
E tôda a minha vida mteira nêste mundo
Assim . me transformou.
E pois. que tudo enfim lhe consagrei então,
A 2Ie inteiramente
Há de só pertencer meu pobre coração,
Na terra e eternamente !
- 419 --

Ultimo ap8/o
Miler/cordl•• Domlnl ln EBlernum cantabo
Oh) Santissi11ia 1ri1tdatle, 1�adre,
Filho, Espirito Santo à vossa Ma­
jestade Infinita, de que estão cheios
o céu e a terra, consag1�0 o sacerdó­
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cio do mí,1,ndo inteiro.


Oh! Ma,,-ia., Rainha do Clero, co­
bri com o vosso manto de Misericór­
dia todas as Almas-Vitimas Apos­
tólicas, a-fim-de que elas cooperem
t!om o cléro em harmonia.

A's almas generosas, que co1nigo


colaboraram neste singelo-livrinho, os
me1,s agradecimentos co_rdiais.
• A Autora

1
INOICE
Pais.
Duas palavras .. , . . . . .. • • • • • • • • • • • • • • • . 3
Dedlcatorla . .. . . .. . . . . . • • • • • • • • • • • • • 1 :3
As Almas-Vítimas Apostóllcas . . • . . . . . . . . 14
Pl'eficto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . 16
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Intl'od.uçlo ......... - ... . . . . . . . . . . . . . . 22

I PARTE
Quem ão as Almas-Vitimas Apostólicas. . 2.5

Capítulo I ..
A tarefa das Almas-Vitimas- Apostólicas 35
A tarefa das Almas-Vítimas· Apostólicas
é triplice . . .. . . . .. . ·. . . ... . . .. . . ... . . 37
lº-As almas-vitimas apostólicas devem
imolar-se pelo Divino Coração de
Jesú.s ....... _ . . . . � ...· ........... . 3'l
20-As. almas-vítimas · apostólicas de­
vem imo�r�se pela �alvação dos pe-
<:adores . . . ... . . .. . . . . ... .... . . ... 41
3º�As almas.: vítimas apostólicas devem
m,olar-se pelos sace1·dot�s e pelas
almas consagradas a Deus . . . . ..... 44

Capítulo II
Meios para realizar a tarefa das Almas-
Vitimas Apostólicas ... . . . . . .. . . . .... 48
A-Primeiro meio : Oração ............ . 48
1) A 1.ª Sexta-telra do, mês ....... 49
2) A Comunhão Reparadora ...... . 51
3) A Missa R�paradorn . , . . ...... • 56
- �21 -

ro "�.
'> Vlsltaa ao Santflabno Sacrament.o ao
S\ Guarda de honra • . .. • • • .. ,. . . . . &:i
8) Hora Santa . . . . . . .. .. . . . . . . . 66
'l) o oferecimento dõ Precioso San-
.... • . . . . . . . • • . . . . . . . . ".. . . . . 69
B-SelWldo melo: o sacrlffclo . . ... . ... 71
o primeiro .l'f&U do espírito de sa­
crtnclo - A aceitação paciente
da cruz e d� sofrimentos .. . .. . .. '11
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o abandono sem reserva à Divina


Pr-ondên.cla ....... . .. .. ... ..... 78
Sepndo era• do espfrHo de saeriffclo -
saaificl4Js YOlan&irios . . . . . . . . . . . . . . . 89
Cumprimento fiel dos deven:� de estado. . 89
1°) Puglr das faltas voluntárias .• . ... .. 90
2<'> Piei observlncla no regulamento . . 917
A semana de Jesús ...... .... ........... 112
Conctencima fidelidade à Regra .,. • ..... 114
PideJidade às Inspirações da graça . �..... 118
1--Que devemos entender por inspira-
• da graça . . .. . . ... . ......... .. 120
2-Que devemos evitar nas reais inspira-
çã5 da, graça . .. . . . . . . . . . . .. . . .. .. 123
3 Que devemos fa.FB pratiM.roente
diaJl� das inspiI:ações da graça • • • . • 126
Ol>ec:liencia 8()8 S1Jl)el'lores •• • • • • • ••• ·• • • • • 128
1-0bedlencia po11tual e jubilosa . • . . •. 128
2-0bediencla completa e sem reserva 130
3--0bediencla desinteressada e abnegada 135
A verdadeira caridade para com o próximo 131
!-Afetuosa aolleltude para eom os que
llCl8 cerc:a.m., . • • • • • • • • • . • •. • • • . • . . 141
2-Zelo e abnegação nas obru de ca-
ridade • • .. . . . . . • • . . . . . .. . • .... . . . 143
- 422 -
pags.
3-Indu11êncla e paclencla com as !altas
e fraquema do próximo • • • • . .•• , ... 144
MortiflcaçAo . . . . . . . ; . . . • . . . . . ...... . . 149
.1-A mortlflcaçlo �o.s sent,dos ........ 150
2-A mortificação das inclinações_ e pai-
xões desordenadas .... .. ... . . .... 152
3-A mortificação do coração .... ...... 155
4-A mortificação do amor ·próprio ..... 158
\ · 6-A .mortlflcaçã,, · da soberba .......... 162
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Terceiro grau do espirita de sacrifício-: o


· · ainor . à enz e holocausto
- da vida.•..... 168
Em que consiste este terceiro grau do espí-
. · rito de · sacrlffclo· ? . ... .. .. . ......... . 168
. l º�No amor à cniz e à humilhação... . 168
. 2°-Em sacrificar-se - .pelos outros ....... 177
tw:otlvos pa� o ��ce�o rrau· do espírito
.. de _s�cr:11-�lo • • • • • . . . .. •.•.........•. 184
1°---0ruz e sofrimentb são um _penhor do
. amor particular de Jesús para com.
ca4& _ UD;l de q.Qs .•••_ •• • • ••••••••• 184
20-Na cruz e no sofrimento se prova
·· também nosso .amor ao Salvador... 186
3°-0ruz e sofrimento são· um meio ex­
. · celente de santificàção ....·.. .. � ... 187
�o:..:.pe1a· Cruz_•'e os· sofrimentos sãó salyas
l i

as aJrnas • •• • •• •••.•.•· • ••.•.•...• 189


Tarefa de todas as AJma�-Vítírna, Apos-
·, •�
.
..,ucas .. . .. . . ... . . . ... .............. 192
1°--0· saCr1ffc1o da sucetibDidade ••..... 192
! - 20--0 sa�icio. da_,s <:9nso�es •••• - ••• 197
Um meio de alcançar o espírito de· sacri­
. ffcfos:. andar .na presença de Deus � ..... 203
- 423 -
-. Capftalo 111
Pags.

Um olhar para o Salv4dor .... .... . ..... . 21 o


Um olhar dirigido .ao próximo . . .. ...... 214
A Ingratidão de tantos mundanos.... 214
A infidelfdade de ·muitas almas ele!-·
t;as • • . . . . . . . . . . . ..... � � . . . . . . . . 21'1
Conclusão .... •.. .. . .... ............ 224
Associação das Almas Apostólicas. (Esta-
tu.tos) • ••• • ••• • • .. .. • • .. • • • .. . . •.. • 227
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II PARTE
Oração da Manhã .... .... .... ........ . 230
Consagração ao SS. Coração de Jesús.... 236 •
Consagraolo da Famflfa ao Santfss!mo
Coração de Jesús ..•. .. ...... ........ 238
Oração privilegiada a Cristo-Rei ........ 240
Trecho indulgenciado do ato . de ofereci­
mento como vfttma de hoiocausto ao
amor mfserlcordloso do bom- Deus . .. . . 241
Ato de consagração ao Coração • Imacula-
do de Maria .... .. ...... • • .• -.•.... 242
Consagração a Maria ... � .. .. . .......• 244
Orações para a hora da guarda de honra 248
A sagrada Comunhão (Preparação) ..._.. 267
Ação de graças para depois da S. Comu-
nh.Ao . . . . .. . . ........ . . . . . ....... .. 285
A Santa Missa • . • . • • . . • . • . • • • • • . • . • • • 307
Via Sacra .. ..... .. .. ... . . .. • • . . . . .. 331
Via Sacra • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 344
A Confissão ..•• • .. .. • • .... • . • ••. • ..• • 375
Jaculatórias fndulgêncfadas . . •. .... . .. 389
Oração da Noite •••.•• ••.••. ... ........ 396
A São José - Lernllral-vos, São José .... ' 403
Oração ao SS. Coração de Jesús .• . ... . . . 404
- 424 --

••• . . •. . •••• • • • ••• 405


. •-· . . . . 413
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419
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Tu es Sacerdos in agternum1
A formosUJra dos céus, a claridade
das estrêlas, o resplendor do sol, a
fragrância das flôres não podem com­
parar-se com a sobrenatural beleza
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dum santo sacerdote. Embora esta


formosura seja interna, imprime, sem
dúvida, no semblante, algo que seduz.
O mio expande um perfume tão
suave e sutil que embalsama toda a
atmosfera ao se·u redor. Do mesmo mo­
do, o sacerdote santo, seja em casa ou
na igreja, na escola, ;.no caminho ou
nas reuniões, onde quer que esteja,
exala seu bom odor de perfumado
lírio.
O santo sacerdote assombra o mun­
do, com o exemplo de sua virtude. O
sacerdote passa, como Jesus, o Divino
Mestre, pelos · caminhos da Palestina
ens1�ndo, ben�zendo ,e curando.
O sacerdote é irmão dos anjos for­
moso aos olhos de Deus e sumamente
caro ao s·eu Coração Divino. Com suas
angélicas virtudes, candor virginal é
mui amado pelo céu e por seus seme­
lhantes. ·os home'Ils, mesmo os malva­
dos, sabem apreciar os delicados atra­
tlvos. d·a sua alma pura e circundam­
n.o com simpatia res�itosa, profunda
e sincera.
Reina profundo silênéio. Jesus sobe
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a uMa colina. Perto d':tle, sentados no


g.ramado� e'Stão os apóstolos; mais
além, os discípulos e nas vertentes
uma grande multidão chegada de
pontos distantes da Palestina. Todos
os olhares e�tão fixos no semblante
divinamente formoso de Jesus.
"Bemaventurados vós ... diz o Di­
vino Mestre, falando àquela multidão
- bemavent:urados os pobres, os que
rofrem, os mansos''. . . e suas palavras
de vida eterna são bálsamo benéfico
para aqueles coraçpes sedentos de
:verdade.
-Logo, Jesus pousa seu olhar carinho­
s_o sôbre os apóstolos, seus filhos pre-­
diletos e exclama: "Bemaventurados
-os lim:r,os de coração porque êles ve-­
rão a Deus". (Mat. 5. 8).
Bendita a geração casta I Para ela
brota dos lábios de Jesus a maior das
á.

bemavent,uranças; para ela está pro­


metido especial prêmio no céu, como
também a certeza de graças e bençãos
particulares na terra.
''TU es sacerdos ln aE.iernum''.
A mesma palavra que Deua Nosso
Senhor• , com Juramento dirigiu ao seu
filho \inlgênito: "Tu és sacerdote
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eternamente segundo a ordem de


Melqul_sedec" pode ser dirigida tam­
bém aos sacerdotes da nova lel, que
são os ministros e vigários de Cristo.
Assim como Cristo foi constltutdo
"Sumo Sacerdote" por Deus, confor­
me atesta o . apóstolo na epistola aos
Hebreus· (5; 5) também os sacerdotes
da Igreja Católica foram c�nstituidos
como tais, pelo Divino Mestre, aue aos
apóstolos declarou: "Não fõsies vós
que me escolhestes. mas, fui .eu quem
YOI .escolhi a vós, e que vos destlnel
para que vades e deis frutos, e para que
o vosso fruto permaneça". (J 0. 15, 15).
1

O Divino Mestre continua, aqui na


terra sua vida e obra pelo seu sacer­
dote que com toda a razio é chamado
"alter Chrl1tu1" - "o segundo Crls­
to", dotado, como ele-, do m�mo :ooder
� o corpo real e o corpo místico de
Jesus.
A grandeza do poder do sacerdote
corresponde à grandeza de sua digni­
dade. Se o apóstolo São Pedira na sua
primeira epístola (2, 9) chama a to­
dos os cristãos "a geração escolhida,
à gente santa, sacerdocio real" por se­
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rem membros do reino de Cristo: que


títulos não deveríamos atribuir a um
cristão que, pelo ·sacramento da Or­
dem. foi elevado à dignidade de sacer­
dot.e e ministro de Deus 1
O sacerdote da Nova Le l .recebe na
elroa o carat.er sacerdotal, -ficando,
por isto mesmo, "Sacerdos in aeter­
n1i,o ., - ''Sacerdote para Sempre".
Na sagração sacerdotal a virtude
penetrante do Sacramento passa atra­
vés do invól1icro da carne, e pelo sin3 l
.sensivel marca o eleito de Deus até as
fi� do seu ser. Sob a ação desta vir­
tude o ungido do Senhor não é o mes­
mo homem. O seu carater de sacerdote
não é só uma coisa santa e salutar,
f(l� também wna coisa tenaz, indelé--
� perpétua, como o espírito em que
� imprime, "tu es sacerdos in aeter­
num".
O V-mwtro de Deus, por sua parte,
penetrado e convencido de sua alta
ctignidad� e de seus poderes sem igual,
que Deus Nosso Senhor P,Spontânea­
aaeot.e lhe conferiu e admirado da
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condescendência do Senhor para com


êle, pergunta com o Profeta Rei:
"Qoid retribuam Domino pro omni­
bus qoae iretribuit mihi". "Que darei
eu em retnDuição ao Senhor por to­
dm os benefícios que me tem feito ?"
&11 seguida responde com o mesmo
Profeta Rei: "Calicem salutaris acci­
piam et nomem Domini invocabo''. -
"Tomarei o cálice da salvação e invo­
carei o nome do Senhor". (Ps. 115.
12 - 13),,
Pelo sacrifício Eucarístico sobretu­
do, que é conforme indica o próprio
nome, a "ação de graças" por excelên­
cia, o sacerdote rende, todos os dias,
ao Senhor homenagens e louvores con­
dignos e perenes, proclamando com o
13almilta: "Calfcem salutaris acci-
piam" - "Tomarei o cálice da salva­
çãoº - "et misericordlas Domtnl ln
aeternum cantabo" - "e cantarei a.a
misericórdias do Senhor". (Ps. 88, 2).

BENÇÃOS RECEBIDAS
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...
TAMB�M O CARDEAL DOM AU-
GUSTO, Arcebispo Primaz, nos aben-
çôa:
"Diante do espetáculo doloroso que
�sistimos do desaparecimento do es­
pírito de sacrifício no mundo, é para
nqs" Bispos da Igreja de Jesus Cristo,
grande confôrto, re·ceber a alviçareira
comunicação da fundação da "Asso­
cia_ção das Almas Vítimas'' que tem
como fim principal rezar pela santifi­
·cação do clero do nosso Brasil. De todo
coração envio a minha bênção pedin­
do a :ç>eus as suas bênçãos especiais
pela intensificação de tão nobre Asso­
ciação, E muito particularmente agra­
deço desde já a ho1;1ra de -ser incluido
entre os benfeitor�s da "Associação
das Almas Vítimas".
O Manual das Almas Vitimas Apos­
tólicas tem as bênçãos dos Exmo�.
Cardeais Arcebispos do Rio de Janeiro
e de São Paulo:
"De todo o coração abençoamos o
belo Manual das Almas Vítimas Apos­
tólicas destinado a produzilr grande
bem às almas generosas".
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Rio de Janeiro, 1 de dezembro de


1944.
D. JAIME,
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

"Aprovamos cordialmente, êste óti­


mo Manual e bem assim, o providen­
eial apostolado em favor das almas sa­
cerdotais. - _Q apostolado predileto da
angelical Santa Terezinha".
São Paulo, 16 de outubro de 1946.
D. CARLOS,
Card. Alrceb. de São Paulo
1

Epifânia do Ano Santo de 1950


(Norte do Estado do Paraná).
"Vivat Deus Unus et Trinus 1n cor­
dibus nostrls".
-10 •
.
E' de 'certo inspirada e providencial,
nestes tempos calamitosos, conforme
a mens·agem de Nossa Senhora esta
Associação ·das ALMAS APOSTôLI­
CAS ou V1TIMAS, que imploram e se
imolam pela santificação própria e
aquela do CLERO. E' portanto com
sumo prazer que suplico ao SS. Cora­
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ção de JESUS, que continua e herõica­


)nente se sacrifica oor êstes transcen-­
dentes fins, para qÜe cumule todos os
associados com as mais escolhidas
graças e bênçãos e abençoe também
o apropriado MANUAL, por cuja mais
ámpla propaganda, sempre empenha­
rei o maior ardor.
/

t Manoel, Bispo-Prelado de FOZ


"LaJranjeiras, 20 - 12 - 1949".
/

Seguem 2 doc11mentos, firmados


pelo Epi�opad·o brasileiro a favor da
Associação das "ALMAS V:tTIMAS
APOSTóLICAS". ,

"Arderdes à face de Deus, como uma


vela, e neste arder vos cons11mirdes 1 ...
Nesta Oblação encontrardes nova
substância com que alimentardes a
11 •

mesma chamà que vos consome, até


terdes esgotado, não a vossa substân­
cia, mas o tempo do vosao destêrro, e
serdes transportadas pelo Espôso para
a etenia Mansão, onde continuareis
a arder sem vos consumirdes - tal é
vosso ideal.
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-Deixardes após vosso sacrifício uma


chuva de graçãs por vós obtidas, que
fec11ndem os cam.pos das almas e re­
frigerem os Lavradores de Deus - os
Sacerdotes - lhes e111tiguem a fron­
te, lhes dêni coragem, santidade, ar­
dor apostólico - e_ assim unirdes vos­
sa vida e morte a Jesus Crucificado, a
grande Vítima, e à Missão redentora
� tal é vossa ambição. Contin11ai !
Multiplicai-vos I Sêde úteis a Deus.
t Geraldo, Bispo Dloc�no de
1 JACARi:ZINHO
1

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