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Mnemônico Conhecimentos Bancários

Mercado Financeiro (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade


Baixado por Mateus Macêdo (mateusmacedo1990@hotmail.com)
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
1 - Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional;
Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e operadoras.
SFN (Sistema Financeiro Nacional) – É estrutura de forma a promover o desenvolvimento
equilibrado do país e a servir interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, sendo regulado por leis complementares que disporão,
inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. Seu objetivo é
a circulação de recursos. Possui o Subsistema Normativo (CMN, Conselho de Recursos do SFN,
BACEN, CVM, Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), Superintendência de Seguros
Privados, Conselho Nacional da Previdência Complementar (CNPC) e Superintendência da
Previdência Complementar) e o Subsistema Operativo (Instituições Bancárias, Sistema de
Poupança e Empréstimo, Sistema de Pagamentos, Instituições Financeiras Não Bancárias, Agentes
Especiais, Sistema de Distribuição da TÊM). Autoridades Monetárias são o BACEN e o CMN.
Autoridades de Apoio são o Banco do Brasil e a CVM. O BACEN hoje tem o poder de autorizar o
funcionamento de instituições financeiras estrangeiras no país (delegação).

Órgãos Normativos (São 3 órgãos)


Determinam regras gerais.
a) Conselho Monetário Nacional – (CMN) Diretrizes gerais sobre moeda, crédito, capitais e
câmbio. Órgão máximo do SFN. Composto pelo Ministro da Economia (presidente do CMN),
Secretário Especial da Fazenda do ME e Presidente do BACEN. Reúnem-se ordinariamente uma
vez por mês. O Presidente em matérias urgentes e de interesse relevante pode deliberar ad
referendum (decide e depois submete). O CMN se relaciona apenas com o Senado (Congresso
Nacional somente para relatório da evolução da situação monetária e creditícia).
Funções: Regular; Estabelecer (metas de inflação); Orientar (aplicações de recursos); Propiciar
(aperfeiçoamento); Zelar (liquidez e solvência); Coordenar (políticas e dívida pública); Aprovar
(orçamentos preparados pelo Bacen); Determinar (características gerais das cédulas e moedas);
Fixar (política cambial); Disciplinar o crédito; Limitar (taxas de juros, descontos, comissões);
Expedir (normas gerais de contabilidade e estatística).
COMOC (Comissão Técnica da Moeda e do Crédito) – Funciona junto ao CMN.
Assessoramento técnico na política da moeda e do crédito. Composto pelo Presidente e 4 diretores
do Bacen, Presidente da CVM, Secretário Executivo e Secretário do Tesouro Nacional e de Política
Econômica.
b) Conselho Nacional de Seguros Privados – (CNSP) Seguros privados. Fixa as diretrizes e
normas dos seguros privados (órgão normativo) e é composto pelo Ministro da Economia,
representante do Ministério da Justiça, representante da Secretaria da Previdência Social,
Superintendente de Seguros Privados, representante do BACEN e representante da CVM.
c) Conselho Nacional de Previdência Complementar – (CNPC) Previdência Fechada. Órgão
colegiado do ME reunindo-se trimestralmente e regula o regime de previdência complementar
operado pelas entidades fechadas de previdência complementar.

Órgãos Supervisores (São 4 órgãos)


Regulam os operadores que estão sob sua área de influência.
a) Banco Central do Brasil – (BACEN) Pertence ao CMN. Autarquia de natureza especial
caracterizada pela ausência de vinculação a Ministério. Suas decisões são veiculadas no
SISBACEN e publicadas no DOU. Finalidades: formulação, execução, acompanhamento e
controle das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior;
organização, disciplina e fiscalização do SFN e consórcios; gestão do Sistema de Pagamentos
Brasileiro e do meio circulante.

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Exerce de maneira exclusiva a competência para emitir moeda. Está vedado de conceder
empréstimos ao Tesouro Nacional (TN) ou a entidades que não sejam financeiras. Pode comprar
(para refinanciar a dívida mobiliária federal) e vender títulos de emissão do TN para regular a oferta
de moeda ou a taxa de juros. Também é vedado ao Bacen: emitir títulos da dívida pública; comprar
títulos da dívida dos entes na data de sua colocação no mercado; permutar título de dívida; conceder
garantia.
Funções: emitir moeda papel e metálica; executar os serviços do meio-circulante; determinar
recolhimento e receber depósitos compulsórios (até 100 % dos depósitos à vista; 60 % de outros
títulos contábeis; podem ser adotados percentuais diferentes por região, prioridade e natureza das
instituições); realizar operações de Redesconto e empréstimos a IFB; controlar o crédito e capitais
estrangeiros; ser depositário das reservas de ouro, moeda estrangeira e direitos especiais de saque;
fiscalizar as IF; conceder autorização de funcionamento para IF (para instituições financeiras
estrangeiras têm que ter prévia autorização do Bacen ou Decreto do PE); estabelecer as condições
para posse e exercício para qualquer cargo de administração de instituições financeiras privadas e
funções em órgãos consultivos e fiscais; efetuar compra e venda de títulos públicos federais; efetuar
compra e venda de moeda estrangeira; atuar para o funcionamento regular do mercado cambial;
regular a execução dos serviços de compensação; prover os serviços de Secretaria do CMN.
Denominações: Banco dos Bancos; Executor da política monetária do Governo; Instituição
emissora de moeda; Fiscal do Sistema Financeiro; Banco do Governo.
Possui uma Diretoria Colegiada com 9 membros (um deles o Presidente) indicados pelo Presidente
da República e aprovados pelo Senado. O mandato será de 4 anos, admitida uma recondução
(mandatos não se iniciam em conjunto, sendo que o Presidente começa em 1ª de janeiro do 3ª ano
do mandato do Presidente da República).
Pode intervir nas instituições financeiras através dos seguintes regimes de resolução:
Liquidação Extrajudicial (insolvência irrecuperável); Intervenção (possibilidade de recuperação;
dura até 12 meses; cessa com a retomada da normalidade; Regime de Administração Especial
Temporária – RAET (não afeta as atividades normais da IF; IF desempenha funções críticas para a
economia).
COPOM – (Comitê de Políticas Monetárias) Órgão do Bacen formado pelo Presidente e seus
diretores. Define a cada 45 dias a Selic (8 reuniões por ano). Objetiva implementar a política
monetária, definir a meta da Selic e analisar o relatório da inflação (IPCA). Leva em consideração a
inflação, contas públicas, atividade econômica e cenário externo. Se a meta da inflação não for
cumprida, o Presidente do Bacen divulgará carta ao Ministro da Economia com as razões e
providências. Ao final de cada trimestre divulga a análise do Relatório de Inflação.
Taxa Selic – Taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional,
registradas no sistema especial de liquidação e custódia. Taxa de juros de referência para as
operações de um dia com títulos públicos.
COMEF (Comitê de Estabilidade Financeira) Diretrizes para a estabilidade financeira e a
prevenção da materialização do risco sistêmico. Decide trimestralmente o valor do adicional
contracíclico de capital principal (reserva acumulada pelos bancos para o ciclo de crédito).
Autonomia do Bacen (LC 179/2021) – Seu objetivo fundamental é “assegurar a estabilidade de
preços”.
b) Comissão de Valores Mobiliários – (CVM) Pertence ao CMN. Voltado para o mercado de
valores mobiliários (Mercado de Balcão e Bolsa de Valores ou Mercado de Capitais):
desenvolvimento do mercado; eficiência e funcionamento; proteção de investidores; acesso à
informação adequada; fiscalização e punição. Tem 5 diretores aprovados pelo senado com mandato
de 5 anos, renováveis 1/5 por ano. Valores Mobiliários são: ações, debêntures, bônus de
subscrição, cotas de fundos de investimentos, commercial papers, fundos de investimentos,
derivativos, contratos futuros e opções
Penalidades aplicáveis – advertência; multa (não pode exceder o maior dos valores entre 50
milhões, o dobro do valor da emissão ou operação irregular, 3 vezes o montante da vantagem
obtida; ou o dobro do prejuízo causado aos investidores – na reincidência pode ser aplicado até o

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triplo desses valores); inabilitação temporária (máximo de 20 anos); proibição temporária (casos de
até 10 ou 20 anos).
Valores Mobiliários – ações; debêntures; bônus de subscrição; cupons; direitos de subscrição;
certificados de desdobramentos relativos a ações; certificados de depósito de valores mobiliários;
cotas de fundos de investimento em valores imobiliários ou de clubes de investimentos em
quaisquer ativos; notas comerciais; contratos futuros, de opções ou derivativos; títulos ou contratos
de investimento coletivo. (Não são Valores Mobiliários para a CVM – títulos da dívida pública;
títulos cambiais de responsabilidade de IF).
c) Superintendência de Seguros Privados – (Susep) Pertence ao CNSP. Autarquia que o auxilia
no controle e fiscalização dos mercados de seguros. Tem como Instituições subordinadas:
a) Sociedades de Capitalização (títulos de capitalização); b) Entidades Abertas de Previdência
Complementar (objetivo instituir e operar planos de benefício de caráter previdenciário,
concedidos em forma de renda continuada); c) Seguradoras e Resseguradoras (Seguradora é o
tipo de entidade constituída, sob a forma de S/A, que assume a obrigação de pagar o contratante
segurado, uma indenização, no caso de acontecer o risco indicado, recebendo um prêmio pago
mensalmente pelo segurado. Resseguradora são as entidades constituídas sob a forma de S/A, que
tem por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão. É o seguro das
seguradoras).
Planos de Previdência Privada: PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre; pode ser deduzido do
IR); VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre; indicado para quem faz a declaração simplificada do
IR e não é tributado na fonte). São cobrados 2 tipos de taxas: a) Taxa de Administração Financeira;
b) Taxa de Carregamento (incide sobre cada depósito feito).
d) Superintendência Nacional de Previdência Complementar – (Previc) Pertence ao CNPC.
Autarquia de natureza especial, que fiscaliza e supervisiona as atividades dessas entidades. Estão
sujeitas aqui as Entidades Fechadas de Previdência Complementar sem fins lucrativos. A aplicação
das reservas é orientada pelo CMN.

Obs.1: O Conselho de Recursos do SFN (CRSFN) é um órgão colegiado de 2º grau integrante do


ME que tem por finalidade julgar em última instância as sanções aplicadas pelo BACEN, CVM e
COAF. Composto por 16 conselheiros, dos quais 8 indicados pelo governo e 8 por entidades
representativas do mercado financeiro e de capital.

Órgãos Operadores
Instituições que lidam diretamente com o público no papel de intermediário financeiro com as
seguintes supervisões: Bancos e Caixas Econômicas – (CMN/Bacen); Administradoras de
Consórcios – (CMN/Bacen); Cooperativas de Crédito – (CMN/Bacen); Corretoras e
Distribuidoras – (CMN/Bacen); Instituições de Pagamento – (CMN/Bacen) Não compõem o
SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo Bacen; Demais instituições não bancárias –
(CMN/Bacen); Bolsa de Valores – (CMN/CVM); Bolsa de Mercadorias e Futuros –
(CMN/CVM); Seguradoras e Resseguradoras – (CNSP/Susep); Entidades Abertas de
Previdência – (CNSP/Susep); Sociedades de Capitalização – (CNSP/Susep); Entidades
Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de Pensão) – (CNPC/Previc).

Instituições Financeiras – Públicas ou privadas, assim como pessoas físicas que exerçam as
atividades a elas dispostas. Dependem de prévia autorização do BACEN (as IF estrangeiras também
dependem de acordo com o Decreto 10.029/2019, não sendo mais necessário Decreto do PE). As
Instituições Financeiras podem ser Monetárias/Bancárias ou Não Monetárias/Não Bancárias:

a) Instituições Financeiras Monetárias ou Bancárias (5 tipos)


Captam depósitos à vista, abrem contas correntes e criam moeda escritural.
I) Bancos Comerciais – Captam recursos por meio de depósitos à vista e a prazo; intermedeiam a
circulação de recursos entre investidores e tomadores de empréstimo; proporcionam suprimento

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de recursos para financiamentos a CP e MP; constituídos como S/A; possuem capacidade de


criação de moeda.
II) Caixas Econômicas – Empresas públicas que exercem atividades típicas de banco comercial
com prioridade institucional para concessão de empréstimos e de financiamentos de programas e
projetos de natureza social. Captam depósitos à vista, operam como banco comercial, integram o
Sistema Brasileiro de Poupança (SBP) e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Captam e
gerenciam os recursos do FGTS.
Atividades da CEF – Banco múltiplo; administração exclusiva dos serviços das loterias federais;
exercício do monopólio das operações de penhor civil; operações de subscrição, aquisição e
distribuições de ações, obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários do mercado de
capitais; operações de câmbio; corretagem de seguros e valores mobiliários, arrendamento
residencial e mercantil; prestação de serviços às atividades de fomento da cultura e do turismo;
atuação como agente financeiro de habitação e saneamento; operação como sociedade de crédito
imobiliário para promoção do acesso à moradia, especialmente para aqueles de menor renda; agente
operador e financeiro do FGTS; administração de fundos e programas do Governo; concessão de
empréstimos e financiamentos de natureza social; manutenção de linhas de crédito específicas para
microempresas e empresas de pequeno porte.
III) Cooperativas de Crédito – Formada pela associação de pessoas para prestar serviços
financeiros exclusivamente aos seus associados. Não visa lucro. É vedado distribuir qualquer
espécie de benefício às quotas-parte do capital, excetuando-se remuneração anual limitada ao valor
da Selic.
Formas de atuação – captação de depósitos dos associados; obtenção de empréstimos ou repasses
de IF; concessão de créditos; prestação de garantias; aplicação de recursos no mercado financeiro,
inclusive em depósitos à vista e a prazo; prestação de serviços para associados ou não associados.
Tipos de Cooperativas – a) Singulares (constituídas por no mínimo 20 pessoas, permitida a
admissão de PJ); b) Centrais ou Federações Cooperativas (no mínimo 3 singulares filiadas); c)
Confederações de Cooperativas Centrais (pelo menos 3 cooperativas centrais ou federações –
visam orientar e assessorar as diversas atividades de suas filiadas).
IV) Bancos Comerciais Cooperativos – O controle acionário é das cooperativas centrais (51 %
das ações). Pode ser constituído como banco comercial ou múltiplo. Possibilita o acesso aos
produtos e serviços bancários não disponíveis às cooperativas de crédito. É vedado participar do
capital social de outras IF autorizadas a funcionar pelo BACEN.
V) Bancos Múltiplos – Acumulam funções de diversas carteiras (comercial, investimento, crédito
imobiliário, financiamento e investimento, arrendamento mercantil). Somente terá carteira de
desenvolvimento se o banco for público. Não podem emitir debêntures. Para ser um banco múltiplo
tem que ter no mínimo 2 carteiras, sendo que uma delas deve ser comercial ou de investimento.

b) Instituições Financeiras Não Monetárias ou Não Bancárias (11 tipos)


Não captam depósitos à vista, não abrem contas correntes e não criam moeda escritural.
I) Bancos de Investimentos – Natureza privada, constituídos como S/A. Especializados em
participação societária de caráter temporário, financiamento da atividade produtiva para capital
fixo e de giro e administração de recursos de terceiros. Podem empregar em suas atividades recurso
próprios; depósitos a prazo (CDBs, pois não emitem debêntures); recursos do exterior; repasse de
recursos oficiais; depósitos interfinanceiros. Captam recursos via depósitos a prazo. Podem ser
agentes Underwriters (lançamento de ações no mercado primário).
II) Bancos Múltiplos COM Carteira de Desenvolvimento – É a exceção dos bancos múltiplos
privados, pois é não bancário, onde sua principal carteira é a de Desenvolvimento
III) Bancos de Desenvolvimento – IF públicas não federais, constituídas como S/A (Badesul).
Objetiva proporcionar o suprimento para financiamento a médio e longo prazo de programas e
projetos que visem promover o desenvolvimento econômico e social dos Estados. Não podem ter
agências, mas pode utilizar a rede de outras IF. É vedado: operar em aceites de títulos cambiários
para colocação no mercado de capitais; instituir e administrar fundos de investimento; realizar

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operações de redesconto; adquirir imóveis não destinados ao uso próprio; financiar loteamentos de
terrenos e construção de imóveis para revenda ou incorporação (salva a implantação de distritos
industriais).
BNDES – Não se classifica como um banco de desenvolvimento (cuidado). Empresa pública
federal de direito privado. Instrumento da política de investimento do Governo. Apoia programas,
projetos, obras e serviços que se relacionem ao desenvolvimento econômico e social do país. Tem
como subsidiárias o BNDESPAR (fomento por meio de investimentos em valores mobiliários) e
FINAME (financiamento à produção e comercialização de máquinas e equipamentos). Operações
remuneradas pela Taxa de Longo Prazo (TLP = Variação do IPCA + taxa de juros prefixada).
Agências de Fomento – Financiar o capital fixo e de giro para empreendimentos previstos em
programas de desenvolvimento na unidade da Federação onde estiver sediada. É uma S/A de capital
fechado. Cada Estado e o DF podem constituir uma única agência. Pode abrir linhas de crédito para
municípios de seu Estado. É vedada a captação de recursos junto ao público.
IV) Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras) – Instituições privadas
que fornecem empréstimo e financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro, sob a
forma de S/A. Não tem conta corrente. Formas de captação de recursos: Letras de Câmbio; RDB;
Depósitos Interfinanceiros; Cessão de créditos; Depósitos a prazo com FGC (até 250 mil).
Podem ser independentes, ligadas a conglomerados financeiros, ligadas a grandes estabelecimentos
comerciais e ligadas a grandes grupos industriais.
V) Sociedades de Arrendamento Mercantil – Realiza arredamento de bens móveis e imóveis
adquiridos por ela para fins de uso do arrendatário (cliente). Operam na forma ativa de Leasing e
Captação. Não tem incidência do IOF, mas sim ISS.
VI) Associações de Poupança e Empréstimo – Sociedade civil sem fins lucrativos direcionada ao
mercado imobiliário e ao SFH. Criadas para facilitar aos associados a aquisição de casa própria e
captar, incentivar e disseminar a poupança. (Ex: Poupex)
VII) Sociedades de Crédito Imobiliário – Concedem financiamento para a construção de
habitações, assim como para distribuidoras de material de construção. Não captam de recursos do
público, atuam somente na condição de repassadoras de recursos captados por instituições
depositantes. São constituídas sob a forma de S/A.
VIII) Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários e Sociedades Distribuidoras de
Títulos de Valores Mobiliários – Intermedeiam a negociação de títulos e valores mobiliários entre
investidores e tomadores de recursos. Oferecem serviços de: Home Broker (sistema que conecta
usuários ao pregão eletrônico); consultoria financeira; clubes de investimentos; financiamento para
compra de ações (conta margem); administração e custódia dos títulos e valores mobiliários dos
clientes. São constituídas sob a forma de S/A ou por quotas de responsabilidade limitada.
Supervisionadas pelo BACEN e pela CVM. São também Underwriters. Como a DTVM passou a
operar na Bolsa de Valores, acabou a grande diferença que tinha com a CTVM.
IX) Bolsa de Valores e de Mercadorias e Futuros – São organizações que mantêm um local onde
são negociados títulos e valores mobiliários de pessoas jurídicas públicas e privadas. Viabilizam a
negociação de contratos futuros, opções de compra, derivativos e o mercado a termo. Aqui operam
os investidores interessados nas variações futuras de preços. No Brasil hoje só existe a B3 (Brasil,
Bolsa, Balcão). Cetip – É a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados
(paralelo com a Selic que é para títulos públicos).
X) Sociedades de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte – Criada para
ampliar o acesso ao crédito a estes empreendedores. Não podem captar recursos do público; emitir
títulos e valores mobiliários; conceder empréstimos para fins de consumo; e ter participação
societária em IF e outras autorizadas a funcionar pelo BACEN. Instituídas sob a forma de
companhia fechada ou de sociedade limitada.
XI) Companhias Hipotecárias – Concede financiamentos destinados à aquisição, produção,
reforma ou comercialização de imóveis residenciais ou comerciais, e lotes urbanos (garantidos por
hipoteca ou alienação fiduciária). Requer autorização da CVM.

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c) Temos ainda os Equiparados a Instituições Financeiras:


I) Administradoras de Consórcios – PJ que presta serviços voltados à administração de grupos de
consórcio. Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e
número de cotas previamente determinados, com a finalidade de propiciar a seus integrantes de
forma isonômica a aquisição de bens ou serviços por meio de autofinanciamento. São sob a forma
de S/A ou sociedade limitada, sendo sociedade não personificada com patrimônio próprio.
II) Administrado de Cartão de Crédito – O STJ disse que deve ser considerada como IF. É uma
Instituição de Pagamento.
III) Corretoras de Câmbio – Intermedeia operações de câmbio e a prática de operações no
mercado de câmbio de taxas flutuantes. Constituída sob a forma de S/A ou por quotas de
responsabilidade limitada (tem que ter na denominação “corretora de câmbio”). Administradores
pessoas naturais têm que ser residentes no Brasil.

d) Não são nem Bancos, nem Instituições Financeiras:


I) Sociedades de Fomento Mercantil (Factoring) – Opera por meio de aquisição de duplicatas,
cheques, etc., de forma a uma operação de desconto bancário. O risco passa a ser de competência
da Factoring. Não é IF, sendo uma empresa comercial, pois trata de uma cessão de créditos e não
de uma operação financeira. Regulamentadas pela ANFAC (Associação Nacional de Fomento
Comercial). Nessas compras, há a antecipação dos recebíveis, mas, evidentemente, com a cobrança
de deságio.

Instituições Financeiras Públicas – Auxiliares da execução da política de crédito do Governo.


Reguladas pelo CMN. Nomeações dos Presidentes são feitas pelo Presidente com aprovação do
Senado. Substituições não podem exceder 30 dias sem autorização do Presidente da República. As
instituições públicas não federais ficam sujeitas às disposições relativas às instituições privadas
(Banrisul).
Banco do Brasil – S/A múltipla, pública e de capital aberto, sendo uma sociedade de economia
mista. Executor da política oficial de crédito rural. Funções Atípicas: câmara de compensação de
cheques; efetuar pagamentos do Orçamento da União; produção exportável; pagamentos e
recebimentos fora do país; operador dos fundos setoriais; poupança para o crédito rural; execução
dos preços mínimos dos produtos agropastoris; serviços da dívida pública consolidado; venda de
moeda estrangeira; arrecadar tributos e rendas federais; executor dos serviços bancários para o
Governo Federal.

Segmentos de acordo com o porte, atividade internacional e perfil de risco da IF –


S1 – Bancos; > 10 % do PIB ou atividade internacional relevante; alinhamento total Basileia.
S2 – Bancos com tamanho inferior a 10 % do PIB e instituições com tamanho superior a 1 %.
S3 – Bancos e instituições não bancárias – de 0,1 % a 1 % do PIB.
S4 – Bancos e instituições não bancárias – inferior a 0,1 % do PIB.
S5 – Instituições não bancárias com perfil de risco simplificado – Inferior a 0,1 % do PIB.

Obs.1: Operação passiva é quando a IF busca captar dinheiro; operação ativa é quando a IF
empresta dinheiro (existe ainda a Operação acessória, onde o banco é só intermediário, como
arrecadar tributos do contribuinte para a Fazenda).
Obs.2: O Fundo Garantidor de Créditos (FGC – entidade privada sem fins lucrativos) administra
o mecanismo de proteção aos depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional
e, sob certas condições, garante cobertura ordinária sobre depósitos sacáveis mediante aviso
prévio e letras de câmbio. Ressarce nos casos de intervenção, liquidação ou falência.
Obs.3: Intermediários Financeiros são aqueles que existem para que o Sistema Financeiro
Nacional (SFN) e o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) funcionem corretamente. Existem os
Intermediários Financeiros que são a ponte entre os investidores (Agentes Superavitários) e os
tomadores de empréstimo (Agentes Deficitários).

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Obs.4. A desintermediação financeira já é uma realidade no Brasil, ocorrendo principalmente com


a existência de fintechs, independentemente do desenvolvimento do mercado de capitais.

2 - Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito,


de capitais e cambial).
Mercado Monetário – relacionado ao controle de liquidez da economia e das taxas de juros.
Liquidez significa conversão em dinheiro, portanto, o mercado monetário controla a quantidade de
dinheiro em circulação na economia (impressa e escritural). Operações de curto e curtíssimo prazo
(maior atuação do BACEN). Nele são negociados depósitos interbancários (CDI) e bônus do
tesouro. As taxas de juros – Selic e DI – são formadas nesse mercado.
Mercado de Crédito – relacionado à concessão de empréstimos e linhas de crédito (função de
intermediação financeira). Canaliza recursos dos agentes superavitários para os deficitários.
Operações de curto e médio prazo. Atua principalmente em créditos para consumo e capital de giro.
Financia também bens duráveis.
Mercado de Capitais – relacionado ao financiamento do investimento de empresas e outras
operações que envolvam transferência de capital. Função de distribuir valores mobiliários,
direcionando recursos financeiros para o comércio e indústria, impulsionando o desenvolvimento
econômico, onde são negociados ações, direitos, obrigações, metais preciosos, matérias-primas
(commodities). Empresas podem captar diretamente recursos de investidores (as IF fazem a
intermediação). Inclui ações e participações na empresa, emissão de títulos de crédito privado como
debêntures e CRI. Provém recursos para financiamento de atividades ou viabilização de projetos de
investimentos.
Mercado Cambial – relacionado à conversão de moedas. Trocas de moedas estrangeiras por
nacional. Existe a atuação dos Bancos Centrais de diversos países.

Obs1: Acordos de Basileia definem requerimentos de capital mínimo e de gestão de risco para as
instituições financeiras.
Obs.2: Deflação ocorre quando os preços dos produtos começam a cair de forma generalizada e
persistente, gerando desconforto econômico para os produtores, que podem até chegar a desistir de
produzir o produto. Recessão é a estagnação completa ou quase total da economia de um país. A
inflação oficial é calculada através do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) pelo IBGE
(para quem ganha até 40 salários mínimos).
Obs.3: Tipos de aplicações disponíveis no mercado financeiro brasileiro: renda fixa em títulos
privados; renda fixa em títulos públicos; e aplicações em renda variável. Tipos de Juros são os
prefixados e pós-fixados.
Obs.4: EVA (Valor Econômica Agregado) é igual lucro líquido menos custo de capital no período.
Obs.5: O mercado ideal para que uma empresa financie seus projetos de investimento de longo
prazo é o mercado de capitais, pois representa um custo inferior ao mercado de crédito.
Obs.6: Derivativos são instrumentos negociados a partir de um ativo referência, o qual dá origem
para negociação dos mesmos. Exemplos: contratos futuros de dólar e índice, os quais são
derivativos da cotação do dólar a vista, e do índice IBOVESPA.
Obs.7: American Depositary Receipts (ADRs) são recibos que representam ações de empresas
estrangeiras (não estadunidenses) que estão depositadas em um banco no seu país de origem e que
são negociadas nos Estados Unidos.
Obs.8. C’s do Crédito: Caráter; Condições, Capacidade; Caixa; Colateral.

3 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios.


Como Atualidades temos a expansão do modelo digital (potencializado pela pandemia). Também
está havendo a abertura do segmento bancário (novos tipos de bancos). Isto tem levado a uma
Tendência da democratização bancária, ou seja, os produtos bancários passaram a ser ofertados a

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mais pessoas. Isso levou também a diminuição de agências e ficando menor o custo dos bancos,
pois partes dos serviços estariam no modelo digital, o qual só tende a crescer daqui para frente (a
consolidação digital). Os Desafios que os bancos enfrentarão será a entrada de novos players
(concorrentes menores – fintechs), assim como lá na frente as Big Techs (grandes empresas como
Facebook, Google, Amazon, ou seja, empresas com grande capacidade de investimentos globais)
Banco Digital – Processo de abertura de conta totalmente digital, com captura digital de
documentos e informações e coleta eletrônica de assinatura. Sem agências físicas.
Banco Digitalizado – Processo de abertura de conta ainda possui fluxo físico de documentos e
assinaturas. Possui agências físicas.

4 - Internet banking.
Internet Banking está relacionado ao site do banco, tendo seu acesso pela internet por meio de
desktop ou notebook. Um ponto importante é a instalação do módulo de segurança para evitar
possíveis fraudes. Entre as vantagens do Internet Banking temos a facilidade (não precisa se
deslocar até a agência), economia de tempo e segurança. Conforme pesquisa da FEBRABAN foram
realizadas 59,2 bilhões de transações em 2020 pelo Internet Banking e Mobile Banking (foram 37
bilhões em 2019). Ainda se obteve dessa pesquisa que os canais digitais (Internet e Mobile)
concentram 67 % de todas as transações e são responsáveis por 8 em cada 10 pagamentos de contas
e por 9 em cada 10 contratações de crédito. Entre os 21 bancos que participaram do levantamento, 8
responderam que foram aberta 7,6 milhões de contas pelos canais digitais, uma alta de 90 % em
comparação com 2019.

Obs.1: Remote Banking – acesso bancário realizado em terminais de computadores, caixas


eletrônicos e Bancos 24 horas.

5 - Mobile banking.
Banco Móvel. Acesso ao banco por meio de dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Seus
investimentos em tecnologia têm priorizado a inteligência artificial, segurança cibernética e trabalho
remoto. São ferramentas que disponibilizam alguns serviços tipicamente bancários através de
dispositivos móveis, como o celular. São usados Interfaces de Programação de Aplicativos (API)
que permitem terceiros acessarem informações financeiras com eficiência. Conforme pesquisa da
FEBRABAN em 2020, o Mobile Banking (junto com o Internet Banking) passou a ser o canal mais
utilizado com 67 % das operações (19 % em agências, ATM, correspondentes e contact center; e 14
% POS – Pontos de Serviço).

Obs.1: POS – Diversos pontos de venda no comércio – máquinas de cartão.

6 - Open banking.
Sistema financeiro aberto que possibilita aos clientes de produtos ou serviços financeiros
permitirem o compartilhamento de informações entre diferentes instituições e a movimentação
de suas contas a partir de outras plataformas, e não apenas pelo aplicativo do site ou banco. É um
compartilhamento padronizado de dados, produtos e serviços por meio de abertura e integração de
sistemas, com o uso de interface própria para essa finalidade.
Objetivos: incentivar a inovação; promover a concorrência; aumentar a eficiência do SFN e do
SPB; promover a cidadania financeira.
O compartilhamento dos dados entre as instituições participantes se dará por meio dos APIs
(Aplication Programing Interface). Terá que ter a permissão do correntista, e com essa as
instituições se conectam diretamente às plataformas de outras instituições participantes e acessam
exatamente os dados autorizados pelos clientes, em um ambiente seguro (a permissão dada pelo

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cliente pode ser cancelada a qualquer momento). É vedada a cobrança dos clientes pelo
compartilhamento de dados. O Brasil está no Open Banking na frente da maioria dos países (nosso
sistema bancário é de vanguarda – modernizado). Podem participar do Open Banking apenas as IF
e demais instituições autorizadas pelo BACEN. Os maiores bancos têm participação obrigatória.
Para que sejam compartilhados os dados do cliente a solicitação dele deve passar pelas seguintes
etapas: 1 – consentimento; 2 – autenticação; 3 – confirmação (realizadas exclusivamente por canais
eletrônicos).
Fases de implementação: Iniciou em 01/02/2021 e o BACEN estabeleceu 4 fases:
a) Fase 1 (01/02/2021): O Open Banking começa com as instituições participantes disponibilizando
ao público informações padronizadas sobre os seus canais de atendimento e as características de
produtos e serviços bancários tradicionais que oferecem. Nessa fase, não será compartilhado
nenhum dado de cliente.
b) Fase 2 (13/08/2021): A partir dessa fase, os clientes se quiserem, poderão solicitar o
compartilhamento entre instituições participantes de seus dados cadastrais, de informações sobre
transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados. É preciso reforçar
que o compartilhamento ocorre apenas se a pessoa autorizar, sempre para finalidades determinadas
e por um prazo específico. Será possível para o cliente cancelar essa autorização a qualquer
momento, em qualquer das instituições envolvidas no compartilhamento. Poderá haver a
portabilidade de empréstimos de uma instituição para outra.
c) Fase 3 (31/08/2021): Nessa fase, surge a possibilidade de compartilhamento dos serviços de
iniciação de transações de pagamento e de encaminhamento de proposta de operação de
crédito. Isso abre caminho para o surgimento de novas soluções e ambientes para a realização de
pagamentos e para recepção de propostas de operações de crédito, possibilitando o acesso a serviços
financeiros de forma mais fácil, célere e por meio de canais mais convenientes para o cliente,
preservando a segurança do processo. Vale lembrar que também nesses casos o compartilhamento
só acontece com a autorização prévia e específica do cliente (contratar um crédito do Itaú dentro
do aplicativo no Banco do Brasil, mas estamos apenas no início dessa fase).
d) Fase 4 (15/12/2021): Dados sobre outros serviços financeiros passam a fazer parte do escopo
do Open Banking. Os clientes – sempre que quiserem e autorizarem – poderão compartilhar suas
informações de operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência complementar aberta e
contas salário, bem como acessar informações sobre as características dos produtos e serviços com
essa natureza disponíveis para contratação no mercado.

7 - Novos modelos de negócios.


O mercado financeiro e a atuação dos bancos vêm sendo cada vez mais digital, investindo cada vez
mais em tenologia e soluções digitais. Estamos tendo a Uberização dos serviços bancários (a
UBER só faz o link entre o motorista e o cliente – modelo de negócio). Encontram-se aqui o Open
Banking, Fintechs, Big Techs, Marketplace, Criptomoedas, entre outros.
Como modelos novos de negócios temos o Freemium (acesso gratuito ao produto ou serviço,
pagando por serviços diferenciados ou pelo acesso completo), On Demand (conceito por demanda,
algo personalizado, segmento Estilo do Banco do Brasil), Marketplace (lugares aonde outras
empresas podem vender; a Amazon é um exemplo). Destaque-se, ainda:
Modelo de Bank as Service (BaaS) – Solução que permite que diversas empresas ofereçam
produtos financeiros a seus clientes, ainda que não pertençam ao segmento financeiro. Não precisa
ter toda a estrutura financeira, contratando uma empresa com a solução pronta (eliminando
custos de criação e de desenvolvimento). Usam APIs e estão relacionados à computação em nuvem.
Agro Open Banking – Análise de dados agronômicos, financeiros e de mercado para o produtor.
Empoderamento do cliente bancário – Aplicação em nuvem para as IF relacionada com o Open
Banking que busca fornecer inteligência para que as IF possam oferecer soluções em gestão de
finanças pessoas aos seus clientes.
Plataforma Open Banking – Objetiva facilitar a portabilidade de dados financeiros de pessoas.

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Real Backed Digital Currency – Busca trazer experimentos práticos quanto à viabilidade de
representação de moeda eletrônica em redes blockchain, bem como analisar a interoperabilidade
entre o PIX e redes blockchains.
Marketplace – É uma plataforma onde diferentes lojas podem anunciar seus produtos, dando ao
cliente um leque de opções (Ex.: Mercado Livre, Amazon, etc.). Vantagem para o consumidor:
praticidade Vantagem para o vendedor: visibilidade

8 - Fintechs, startups e big techs.


Fintechs – FIN (Finanças), TECHS (Tecnologia). São empresas que introduzem inovações nos
mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, com potencial para criar novos
modelos de negócios. As de crédito tem o limite mínimo em relação ao capital de 1 milhão e devem
ter autorização do BACEN. Temos 2 tipos:
a) Sociedade de Crédito Direto (SCD) – realiza empréstimos por meio de plataforma eletrônica
com recursos próprios. Esse tipo de instituição não pode fazer captação de recursos do público
(exceto mediante emissão de ações). Além de realizar operações de crédito, as SCDs podem
prestar os seguintes serviços: análise de crédito para terceiros; cobrança de crédito de terceiros;
distribuição de seguro relacionado com as operações por ela concedidas por meio de plataforma
eletrônica e emissão de moeda eletrônica.
b) Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) – realiza operações de crédito entre pessoas
(peer-to-peer lending – empréstimo par a par) por plataforma eletrônica; faz intermediação
financeira cobrando tarifas; pode captar recursos junto ao público vinculados aos empréstimos; é
vedado realizar operações de crédito com recursos próprios, participar do capital de instituições
financeiras, transferir recursos aos devedores antes da disponibilização dos credores e transferir
recursos aos credores antes do pagamento dos devedores. A exposição de um credor a um mesmo
devedor na mesma SEP deve ser no máximo de 15.000,00 (não aplicável a investidores
qualificados). Não há garantia do FGC.
Startup – Organização em estágio inicial (nascentes) com modelo inovador em negócio repetível
(entregar o mesmo produto em escalar ilimitada) e escalável (possibilidade de crescimento
significativo sem que haja necessidade de se alterar o modelo de negócio) e sob condições de
incerteza. No início de suas operações é comum não gerarem muito resultado, recorrendo a
investimentos conhecidos como venture capital ou capital de risco. A receita bruta deve ser de até
16 milhões no ano calendário anterior (ou proporcional ao número de meses) e deve ter até 10 anos
de inscrição no CNPJ.
Público-alvo – a) B2B (Business to Business) – negócios destinados a atender outras empresas; b)
B2C (Business to Consumer) – destinados a atender o consumidor final; c) B2B2C (Business to
Business to Consumer) – atende empresas e consumidores finais (Ex. Ifood).
Áreas de Atuação – Agritech (agronegócio), Edtech (educação), Healtech (saúde), Lawtech
(direito), Fintech (finanças).
Unicórnio – grandes empresas com valor de mercado igual ou superior a 1 bilhão de US$.
Marco legal das Startups – Em 01/06/2021 (LC 182). Investidor Anjo (investidor que não é
considerado sócio, nem tem qualquer direito a gerência ou voto; não responde a qualquer obrigação
da empresa e é remunerado por seus aportes).
Ambiente regulatório Experimental (Sandbox Regulatório) – conjunto de condições especiais
simplificadas para que as PJs participantes possam receber autorização temporária dos órgãos ou
entidades para desenvolver modelos de negócios inovadores e testar técnicas e tecnologias
experimentais.
Big Techs – Gigantes da tecnologia como FAAMG – Facebook, Apple, Amazon, Microsoft,
Google, as quais vem oferecendo soluções relacionadas ao mercado financeiro como meios de
pagamento. São grandes ameaças aos bancos, por exemplo, já é possível fazer pagamentos pelo
Whatsapp.

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9 - Sistema de bancos-sombra (Shadow banking).


Sistema bancário paralelo. Transações que ocorrem fora do sistema financeiro tradicional (de
forma informal). Não é algo ilegal ou irregular, mas sim intermediações não realizadas por bancos.
Não passam por nenhuma supervisão ou regulação. Não podem receber depósitos tradicionais. Pode
ser um fator que ajuda a provocar um risco sistêmico (maiores riscos), o qual atinge o mercado
como um todo. Ativos costumam ser de curto prazo e passivos de longo prazo, ao contrário dos
bancos tradicionais. É chamado de mirror banking (banco-espelho). Relacionada a crise de 2008
(crise do subprime – títulos podres que não tinham uma reserva para pagar as operações). No
mercado brasileiro podem ser operações de shadow banking: fundos de investimento, fundos de
investimentos em direitos creditórios (FIDC), fundos imobiliários, CRI, CRA.
Entidades que podem fazer parte do Shadow Banking: Bancos de Investimento, Fundos de
Hedge, Operações com Derivativos, Fundos do Mercado Monetário, Companhias de Seguro,
Fundos de Capital Privado, Factorings, Empréstimos entre pessoas, etc.

10 - O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas.


Moedas virtuais ou Moedas criptográficas são representações digitais de valores que não são
emitidas pelo BACEN ou outra autoridade monetária (não confunda com Moeda eletrônica, a qual é
prevista na legislação). O seu valor decorre da confiança depositada nas suas regras de
funcionamento e na cadeia de participantes. As empresas que negociam moedas virtuais são
conhecidas coo Exchanges e não são autorizadas, reguladas ou supervisionada pelo BACEN (não
há legislação no BR). Nas compras e vendas as partes assume o risco associado. Transferências
internacionais não permitem o uso de moedas digitais.
Blockchain: (cadeia de blocos) Sistema de banco de dados descentralizado, onde ficam
armazenadas todas as informações sobre as transações de bitcoins (acessível a todos usuários, mas
não sabe quem são os envolvidos). É um livro-razão distribuído (distributed ledger) em que são
registradas as transações realizadas entre os pares (peer to peer P2P). Cada transação realizada está
ligada a última transação feita, criando assim uma cadeia de informação imutável (Hash0
ligada a Hash1, Hash1 ligada a Hash2, e assim por diante). Não estão armazenadas em um único
computador, estando distribuídas entre os diversos computadores ligados a ela. São seguros, pois
usam mecanismos de consenso (regras que definem a forma justa em que uma rede cripto deve
funcionar). Os 2 principais mecanismos de consenso são proof-of-work (PoW, garante a segurança
da rede, não sustentável) e prof-of-stake (PoS, mais sustentável, transmite em bloco).
Aplicações do Blockchain: Criptomoedas, Validação de documentos, Certificação de obras de arte
digitais. Outras – recarga de bateria de veículos elétricos, pesca de atum, smart city, etc.
Mineração – Processo de criação de novos blocos dentro do sistema.
Smart Contracts – programas que são armazenados no blockchain que permitem a transação
automática de moedas baseadas em certas condições.
Immutable Ledger – local onde são registradas as transações.
Criptomoedas – Moedas virtuais transacionadas por meio de blockchain. Não são moedas
eletrônicas.
Bitcoin: É uma criptomoeda (moeda digital). Transação par a par que não precise confiar em uma
terceira parte para evitar o gasto duplo do mesmo dinheiro. É uma moeda descentralizada, não
tendo ninguém garantindo as operações (não há atuação do BACEN). O Bitcoin é criado através
de cálculos matemáticos, a cada novo bloco surge um novo bitcoin. Conforme a cadeia cresce teria
de se ter todos os blocos anteriores, e esses cálculos têm de ser feito por supercomputadores. A
mineração de bitcoins é feita de cálculos matemáticos complexos. Utiliza o “Secure Hasing
Algorithm 256” (SHA-256), algoritmo que fornece valores a partir de um conjunto alfanumérico,
usando uma função matemática e criptográfica. Como são cálculos difíceis de realizar, são
utilizados hardwares de mineração (super computadores) para solucionar.

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Seu limite máximo é de 21 milhões de bitcoins, sendo estimado que será atingido em 2040.
Atualmente a quantidade é de 18,6 milhões.
Riscos do Bitcoin: Volatilidade (variação, sobe e cai muito), Perseguição Governamental,
Impacto Ambiental (influencia no meio ambiente, pois supercomputadores demandam uma grande
quantidade de energia elétrica), Fraudes.
Altcoins – É como são chamadas as demais criptomoedas. Exemplos: Ethereum (2ª mais popular),
Binance Coin, XRP, Chiliz, Dogecoin, etc.
CBDC – Central Bank Digital Currencies – Criptomoedas emitidas pelos Bancos Centrais.
Lastreadas na moeda fiduciária, sendo uma stablecoin da moeda do próprio país.

11 - Correspondentes bancários.
São empresas que não são bancos, mas atuam como canais de atendimento destes para a execução
de determinados serviços bancários. (Ex: Lotéricas). Vantagens – promoção da bancarização com
acesso dos serviços das instituições financeiras em diversas regiões; aumento dos canais de
atendimento com custo reduzido; maior atratividade de clientes para seu estabelecimento.
Resolução CMN nº 3.954/2011 – normatização da atuação dos correspondentes bancários.
Autorização do BACEN: Não. A contratação do correspondente é de responsabilidade da
instituição financeira contratante. A contratação de empresa para a prestação dos serviços acima
referidos deve ser comunicada ao BACEN pela instituição contratante (Exceção – depende de
prévia autorização do BACEN a celebração de contrato de correspondente com entidade não
integrante do SFN). Não é permitido a celebração de contrato que configure contrato de franquia.
Tarifas: O correspondente não pode efetuar qualquer cobrança por sua iniciativa. Somente as
tarifas previstas na tabela da instituição contratante, elaborada de acordo com a regulamentação em
vigor, podem ser cobradas. Não pode ser cobrado do cliente qualquer outro valor pelo serviço
prestado.
Serviços dentro dessas instituições: A prestação de serviços por correspondente não pode ser
realizada no recinto de dependências da instituição financeira.

12 - Sistema de pagamentos instantâneos (PIX).


PIX é o pagamento instantâneo. O meio de pagamento criado pelo BACEN em que os recursos
são transferidos entre contas em tempo real. É prático, rápido e seguro. O PIX pode ser realizado a
partir de uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga (picpay, ame,
etc.).
Objetivos do PIX:
a) Alavancar a competitividade e a eficiência do mercado.
b) Baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes.
c) incentivar a eletronização do mercado de pagamentos de varejo (diminuir o uso de dinheiro físico).
d) promover a inclusão financeira.
e) preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis
atualmente à população.
Características: Disponibilidade 24 horas por dia; velocidade; conveniência; segurança (cursadas
na rede do SFN utilizando-se de meios para autenticação digital); ambiente aberto (provedor de
conta transacional e provedor de serviços de iniciação de pagamento); multiplicidade de casos de
uso; fluxo de dados com informações agregadas; barato (tem uma taxa para PJ, mas menor que o
TED),
Chave PIX: A chave PIX previamente cadastrada pode ser CPF, CNPJ, e-mail, número de celular,
QR Code dinâmico/estático ou chave aleatória (uma sequência alfanumérica gerada aleatoriamente
que poderá ser utilizada por usuários que não queiram vincular seus dados pessoas às informações
de sua conta transacional).

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O que se pode pagar com PIX: transferência entre pessoas; pagamento em estabelecimentos
comerciais, incluindo lojas físicas e comércio eletrônico; pagamento de prestadores de serviço;
pagamento entre empresas, como pagamento de fornecedores; recolhimento de receitas de órgãos
públicos federais como taxas (custas judiciais, emissão de passaporte, etc.), aluguéis de imóveis
públicos, serviços administrativos e educacionais, multas, entre outros (esses recolhimentos poderão
ser feitos por meio do PagTesouro); pagamentos de cobranças; pagamento de faturas de serviços
públicos, como energia elétrica, telecomunicações (telefone celular, internet, TV à cabo, telefone
fixo) e abastecimento de água; recolhimento de contribuições do FGTS e da Contribuição Social (a
partir de 2021).
Participação nas Plataformas Operacionais – a) Participação na plataforma de liquidação –
Utiliza o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), sendo uma infraestrutura centralizada de
liquidação bruta em tempo real das transações realizadas (pagamentos diretos e indiretos); b)
Participação no diretório de informações de contas transacionais para iniciação de pagamento
(DICT – componente do PIX que armazena chavex PIX vinculadas às informações sobre os
usuários finais e suas correspondentes contas transacionais).
PIX – Agenda Evolutiva:
2021 – 2ª Trimestre – PIX Cobrança: pagamentos imediatos (concluído); pagamentos com
vencimentos para pagamento em data futura, podendo incluir juros, multas, acréscimos, descontos e
outros abatimentos (concluído); padronização de arquivo de remessa e retorno para viabilizar de
gestão de cobranças em lote (a concluir no 4º trimestre de 2021); duplicata no PIX que permitirá a
antecipação de cobranças no PIX (a concluir no 2º trimestre de 2022).
2021 – 3º Trimestre – PIX Conta Salário.
2021 – 3º Trimestre – PIX Saque e PIX Troco.
2021 – 3º Trimestre – INICIADOR PIX: Iniciador como nova modalidade de participação no
PIX, agregando ainda mais competição ao arranjo e possibilidade de instituições detentoras de
conta transacional que sejam autorizadas pelo BACEN e certificadas no Open Banking possam
oferecer o serviço de iniciação no PIX.
2021 – 4º Trimestre – MECANISMO ESPECIAL DE DEVOLUÇÃO: Possibilidade de
devolução ágil de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada suspeita de fraude ou
falha operacional nos sistemas das instituições participantes (concluído no 2º Trimestre/21,
Vigência: 16/11/2021)
2021 – 4º Trimestre – PIX POR APROXIMAÇÃO.
2021 – 4º Trimestre – PIX OFFLINE.
2022 – 2º Trimestre – PIX GARANTIDO. (o PIX parcelado)
2022 – 2º Trimestre – PIX DÉBITO AUTIMÁTICO.
Participantes do PIX:
a) Provedor de Conta Transacional: Instituição Financeira ou Instituição de Pagamento que
oferte conta de depósito ou conta de pagamento pré-paga a usuário final, inclusive Instituição de
Pagamento não sujeita a autorização de funcionamento pelo BACEN.
b) Liquidante Especial: A instituição financeira ou a instituição de pagamento autorizada a
funcionar pelo BACEN que, no âmbito do PIX, tenha como objetivo exclusivo prestar serviço de
liquidação para outros participantes, não ofertando envio ou recebimento de um PIX a usuários
finais; que atenda aos requisitos para atuar como participante liquidante no SPI; e que não se
enquadre no critério de obrigatoriedade de participação no PIX.
c) Iniciador de Transação de Pagamento: A instituição de pagamento que prestará serviço de
iniciação de transação de pagamento sem gerenciar conta de pagamento e sem deter em momento
algum os fundos transferidos na prestação do serviço (a prestação desse serviço ainda carece de
regulamentação pelo BACEN).
d) BACEN: Responsável por desenvolver e gerenciar a base única e centralizada de endereçamento
(DICT) e a infraestrutura única e centralizada de liquidação das transações (SPI), que funcionará
24 horas por dia, todos os dias do ano.

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Obs.1: A participação no PIX é obrigatória para as instituições financeiras e para as instituições de


pagamento autorizada pelo BACEN com mais de 500 mil contas ativas de clientes (facultativo para
as demais instituições financeiras e de pagamento, e para o Tesouro Nacional).
Obs.2: A Conta PI é uma conta mantida pelo participante direto no Banco Central do Brasil.
Obs.3: Provedor de serviço de iniciação de pagamento – instituição que exerce a iniciação do
pagamento a pedido de um cliente titular de conta transacional, sem participar da liquidação
financeira.

13 - Transformação digital no Sistema Financeiro.


É notório que o mercado financeiro e a atuação dos bancos vêm sendo cada vez mais digital. Os
próprios bancos tradicionais vêm investindo cada vez mais em tecnologia e em soluções digitais,
bem como realizando parcerias com startups e fintechs.
As instituições financeiras devem tirar proveito da era digital para alavancar seus modelos de
negócios (Uber, AIRBNB, Nubank, etc.). Através de tecnologias como Analytics ou Big Data, por
exemplo, os empreendedores têm acesso a dados e a informações que nunca conseguiriam saber
antes. E tudo isso facilitada e agiliza as suas tomadas de decisão.
Nessa transformação digital temos: aceleração de processos e propagação de informações;
aumento da produtividade; maior agilidade para a tomada de decisões; impulsão do consumo;
redução de custos; novas oportunidades.

14 - Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-


convencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações compromissadas; O
debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do
Brasil.

Funções da Moeda – meio de troca; unidade de conta (padrão de valor de preços); reserva de valor
(guarda-se hoje para suprir gastos futuros).
Agregados Monetários – (M1 – meios de pagamento em sentido estrito, maior liquidez;
M2,M3,M4 – meios de pagamento em sentido amplo) M1 = Papel Moeda em Poder do Público +
Depósitos à Vista; M2 = M1 + Depósitos de Poupança + Títulos emitidos por instituições
depositárias + Depósitos especiais remunerados; M3 = M2 + Cotas de Fundos de Investimentos de
Renda Fixa + Operações Compromissadas registradas no Selic M4 = M3 + Títulos Públicos
Federais de Alta Liquidez
Criação e Destruição da Moeda – Criação (Exs: resgate de CDB, Depósito em dólares para
exportadores; BC compra do público de títulos públicos). Destruição (Exs: aplicação em CDB;
venda de dólares para importadores; BC vende ao público, títulos públicos em sua posse). As
transações entre as instituições bancárias e o BACEN são neutras, pois não criam, nem destroem
moeda. Os bancos comerciais têm capacidade de criar moeda (deposita-se 10 mil em conta corrente;
o banco empresta esses 10 mil para outro cliente; circula, então, na economia o valor de 20 mil –
isso se chama multiplicador monetário, o qual é controlado pelo BACEN através das reservas que
os bancos devem fazer junto a ele).
Base Monetária = Moeda em poder do público + Moeda nos bancos comerciais
Alteração da Base Monetária = ocorre quando um dos lados da transação é o BACEN (aumenta a
base monetária a moeda vai para os bancos e público; diminui quando a moeda vai para o BACEN)
Política Monetária – Expansionista (aumenta a base monetária; estimula-se os gastos e o
consumo). Contracionista (Reduz a base monetária; desaceleração da economia).
Instrumentos da Política Monetária – Convencionais: a) Redesconto (linha de crédito que o
BACEN concede aos bancos para fins de suprimento de liquidez cobrando uma taxa de redesconto);
b) Depósitos Compulsórios (feitos obrigatoriamente pelos bancos ao BACEN a fim de conter a
expansão monetária, o qual paga uma taxa sobre esse valor; as operações podem ser de intradia –
dentro do mesmo dia chamado de Redesconto a Juro Zero, um dia útil, até 15 dias úteis, até 90 dias

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corridos); c) Operações de Mercado Aberto – Open Market (é o mais utilizado, onde o BACEN
compra e venda títulos públicos no mercado secundário; serve para equilibrar a oferta de moeda e
regular a taxa de juros curto prazo, onde o BACEN faz leilões formais pelos dealers ou líderes de
mercado ou informais pelo Go Around)
Taxa Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É onde são custodiados e transacionados
os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Trata-se da taxa básica de juros da economia. É a média
das taxas de juros praticada nas operações compromissadas com prazo de um dia útil com lastro em
títulos públicos federais. A meta é fixada pelo COPOM.
Operações Compromissadas – compras e vendas de títulos com a assunção do compromisso de
revenda pelo comprador ou do compromisso de recompra pelo vendedor. Na Selic ao menos uma
das partes deve ser um Banco, Caixa Econômica, Corretoras e Distribuidoras de títulos e valores
mobiliários e sociedades de crédito, financiamento e investimento. A taxa é anualizada com base em
252 dias úteis.
Inflação – IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) medido pelo IBGE. O CMN determina a
metas de inflaçã; o Copom determina a Selic meta; o Bacen executa a política monetária para
atingir essas metas. O intervalo de Tolerância é tanto para cima como para baixo (de 2021 a 2024 é
1,5 % - meta de inflação para 2021 foi decidida pelo CMN até 30 de junho de 2018, sempre no mês
de junho, 3 anos antes.
Mecanismos de transmissão da política monetária – Canais por meio dos quais as mudanças na
Selic afetam o comportamento de outras variáveis econômicas, como os preços e o produto (preços
da economia; taxas de câmbio; preço dos ativos; do crédito; das expectativas.
Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing) – Afrouxamento monetário, ou
seja, política monetária expansionista. BACEN adquire títulos públicos ou privados de longo prazo
no mercado aberto, objetivando injetar dinheiro na economia. A emissão de moeda de forma apenas
escritural (eletrônica) é chamada flexibilização quantitativa. Resumindo, o Quantitative Easing é
uma transação de compras de ativos, tanto públicos quanto privados, em larga escala, executados
pelo BACEN com o objetivo de estimular a demanda agregada, seja por meio de ampliação das
reservas bancárias, seja por meio da injeção de liquidez direta no setor privado. Atua sobre a taxa de
juros de longo prazo (Função Estabilizadora)

Obs.1: Quando o BACEN quer reduzir a taxa de juros Selic, ele deve colocar mais moeda em
circulação de forma que a quantidade de moeda no mercado seja maior, e, fique mais barata, assim
sendo, ele compra títulos públicos no mercado. Caso queira aumentar a taxa de juros Selic a
lógica é inversa, ou seja, ele venda títulos públicos para o mercado, tirando moeda de circulação do
mercado (Operações de Mercado Aberto).

15 – Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública.


Funções do Orçamento: Alocativa (o Estado atua diretamente na produção de bens); Distributiva
(promover políticas de distribuição de recursos públicos), Estabilizadora (ajustes fiscais com
objetivo de manter a estabilidade econômica). Trata da gestão das receitas e das despesas do Estado.
Temos 3 peças orçamentárias: a) Plano Plurianual (PPA) – duração de 4 anos, iniciando no 2º
ano do mandato do chefe do PE, estabelecendo diretrizes, objetivos e metas da administração para
as despesas de capital aos programa de duração continuada; b) Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) – compreende as metas e as prioridades da administração pública, estabelece as diretrizes da
política fiscal e as respectivas metas e orienta a elaboração da LOA; c) Lei Orçamentária Anual
(LOA) – é o orçamento propriamente dito, sendo a lei que estima as receitas e prevê as despesas.
Política fiscal expansionista (aumenta gastos ou reduz tributação) e Política fiscal contracionista
(diminui gastou ou aumenta a tributação).
Despesas Públicas – a) Despesas Correntes (não contribuem diretamente para a formação ou
aquisição de um bem de capital; provocam redução do PL; despesas efetivas); b) Despesas de
Capital (contribuem para a formação ou aquisição de um bem de capital; não alteram o PL;

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despesas não efetivas). Obs.: Receitas também são classificadas em Correntes e de Capital e
seguem a mesma lógica.
Resultados da Execução Orçamentária – Resultado Primário (considera apenas as receitas e as
despesas não financeiras; o recebimento e pagamento de juros não entram na conta); Resultado
Nominal (inclui todas as receitas e despesas, inclusive com juros, mas sem corrigir pela inflação);
Resultado Operacional (deduz dos resultados os efeitos da inflação no pagamento dos juros, ou
seja, considera apenas os juros reais da dívida). Resultado Nominal = Resultado Primário +/-
Juros.
Resultado Fiscal – Acima da Linha (calcula o resultado a partir da comparação entre as receitas e
as despesas), Abaixo da Linha (calcula o resultado a partir da variação da dívida líquida). Os
resultados primário, nominal e operacional são calculados pela metodologia Acima da Linha; o
cálculo das necessidades de financiamento do setor público (NFSP) pelo Bacen utiliza o método
Abaixo da Linha.
Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) – abrange o total dos débitos de responsabilidade do
Governo Federal, Estaduais e Municipais junto ao setor privado, setor público financeiro e ao resto
do mundo. Inclui as operações compromissadas. As empresas estatais não são abrangidas.
Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) – abrange a dívida do setor público não financeiro mais
o Bacen. Balanceamento entre dívidas e créditos do setor público não financeiro e Bacen.
Debate sobre os depósitos remunerados no BACEN – Diz respeito aos depósitos remunerados
voluntários feitos pelos bancos no BACEN. Seria um instrumento mais eficaz de executar a
política monetária. Com o recebimento de reservas remuneradas voluntárias como instrumento de
política monetária, o BACEN ajusta a taxa de juros da remuneração dos depósitos, podendo as IF e
de pagamentos realizarem depósitos diretamente no BACEN, de forma que o ajuste de liquidez na
economia não cause impactos no nível de endividamento público. É um instrumento adicional.
Dívida Pública: consiste no estoque total de recursos de terceiros utilizados para financiar o deficit
público.

16 - Produtos Bancários: Programas sociais e Benefícios do trabalhador; Noções


de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural,
poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros.
Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente,
parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse
integralmente, após decorrido o tempo estipulado. Seus elementos fundamentais são: Montante,
Prazo e Prêmio ou Juros. A diferença entre empréstimo e financiamento é que o empréstimo é
concedido para alocação livre do cliente, enquanto o financiamento é concedido para a aquisição de
um bem ou serviço específico.

Programas sociais e Benefícios ao Trabalhador –


a) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – Protege o trabalhador demitido sem justa causa,
mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. Todo o mês até o dia 7 é
depositado nessa conta 8 % do salário bruto do funcionário (contrato de aprendizagem é 2 % e
trabalhador doméstico é 11,2 %). Todo o trabalhador regido pela CLT tem direito ao FGTS. O
rendimento é a TR + 3 % ao ano. O agente operador é a CEF (compete a ela emitir o Certificado de
Regularidade do FGTS).
É permitido o saque: demissão sem justa causa; término do contrato por tempo determinado;
rescisão por culpa recíproca ou força maior; aposentadoria; necessidade pessoal urgente e grave;
suspensão do trabalho avulso; falecimento; idade superior a 70 anos; HIV; neoplasia maligna; mais
de 3 anos fora do regime do FGTS; aquisição de casa própria.
b) Abono Salarial – Um salário mínimo para trabalhadores: cadastra há pelo menos 5 anos no
Fundo PIS/Pasep ou CNT; remuneração média de até 2 salários mínimos; ter exercido atividade
remunerada pelo menos 30 dias no ano-base (1/12 por mês trabalhado).

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c) Seguro Desemprego – Assistência financeira temporária ao desempregado sem justa causa de 3


a 5 parcelas de acordo com o tempo trabalhado. A CEF é o agente pagador e os recursos vêm do
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). É suspenso nos casos de admissão em novo emprego,
início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social e na recusa
injustificada em participar de ações de recolocação de emprego.
d) BEM – Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda – Para os
trabalhadores que tiveram redução na jornada de trabalho ou suspensão do contrato de trabalho em
função da crise provocada pela Covid. Não se aplica a administração pública. O prazo máximo de
suspensão é de 120 dias. Valor limitado a 1.912,00 por parcela. O beneficiário pode ter mais de um
benefício caso tivesse mais de um emprego. Tem natureza indenizatória.
e) Programa Social Minha Casa, Minha Vida – Para habitações urbanas de famílias com renda
até 1.800,00, financiando imóveis até 120 meses. Com recursos do FGTS seria para famílias com
renda até 7.000,00 (passando a integrar o programa Casa Verde e Amarela).
f) Programa Social Casa Verde e Amarela – moradia a famílias residentes em áreas urbanas com
renda mensal até 7.000,00 ou rurais com renda anual até 84.000,00. Em financiamentos
habitacionais a concessão de subsídio com recursos da União é limitada respetivamente para renda
mensal de 4.000,00 e anual de 48.000,00. Admite a compra de imóvel novo, usado ou em
construção. Possui 3 faixas (1,5, 2 e 3). Na modalidade Casa Verde e Amarela Parcerias os
estados e os municípios entram com contrapartida de 20 % do valor das moradias.
g) Bolsa Família – Programa de transferência de renda direcionado a famílias em situação de
pobreza. A família deve ter sua inscrição no Cadastro Único. Os auxílios podem ser o básico
(89,00), variável (41,00 por benefício de gestantes e nutrizes); variável jovem (com adolescentes de
16 e 17 anos), superação da extrema pobreza.
h) FIES – Concessão de financiamento a estudantes de cursos superiores, sendo custeado pelo
Fundo de Financiamento Estudantil. A CEF atua como agente único responsável. Renda familiar até
1,5 salários mínimos.

Cartão de Crédito – emitido por IF ou Instituição de Pagamento. Exerce dupla função:


instrumento de pagamento e crédito pós-pago. Não existe mais o pagamento mínimo obrigatório de
15 %, mas cada IF pode estabelecer um percentual de pagamento mínimo em função do risco da
operação, perfil do cliente ou do tipo de produto. Quando o pagamento feito é inferior ao mínimo
sem parcelamento aplica-se os juros do crédito rotativo + multa de 2 % sobre o principal + juros
demora de 1 % ao mês. Retailer Cards são cartões de loja que só podem ser usados na rede da loja
específica (Ex: Renner). Os Co-Branded Cards são cartões com parcerias com outras empresas
(Ex: Itaú TAM Fidelidade). Multa de 2 % e juros de mora de 1 %. As administradoras de cartão de
crédito são proibidas de financiar seus clientes, o que é feito pelos bancos.
Figuras no Sistema de Cartão Débito/Crédito: Portador (cliente); Bandeira (Visa); Emissor
(Banco do Brasil); Estabelecimento (loja); Adquirente (Cielo).
Tipos: Básico (apenas para pagamentos em estabelecimentos credenciados) e Diferenciado (além
dos pagamentos, oferece benefícios adicionais como milhagem, seguro, desconto em compras).
Custos do Cartão de Crédito: anuidade; emissão de segunda via; saque na função crédito (juros);
pagamento de contas (juros); análise emergencial de crédito (taxas) e juros/multas por atraso.
Crédito Bancário – Operação ativa do banco composto de capital e juros. O Custo Efetivo Total
(CET) leva em conta todos os custos do empréstimo (IOF, eventuais taxas, seguros, etc.).
Créditos Rotativos – Operações em que o devedor pode reutilizar o valor liberado pelo banco
sempre que liquidar a operação anterior.
Crédito Direto ao Consumidor – Para aquisição de bens duráveis e serviços cujo beneficiário é o
consumidor final, sendo que a garantia pode ser o próprio bem financiado. Crédito automático
(pode ser também consignado, antecipação de 13º, crediário, Cartão de Crédito) para PF ou PJ para
turismo, consignação, ou para compra de bens duráveis. Serve tanto para PF ou PJ, tendo as taxas
livremente pactuadas entre a IF e os clientes. Permite a antecipação do pagamento das parcelas com
deságio.

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Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência (CDCI) – a empresa que vende o produto
oferece a linha de crédito ao cliente e vende seus direitos de recebimento para uma IF. Em caso de
inadimplência, a IF cobra o prejuízo do vendedor do produto. É quando o vendedor é o avalista
(com interveniência).
Seguro Prestamista – objetiva garantir o pagamento de uma dívida contraída pelo segurado.
Crédito Consignado – prestações são descontadas diretamente na folha de pagamento ou benefício
previdenciário. Limite da prestação é 35 % da renda disponível (remuneração após o desconto de
impostos e contribuição previdenciária). Para os benefícios do INSS foi autorizado o desconto de
até 40 % nas operações realizadas até 31/12/2021 (5 % para as operações de cartão de crédito e 35
% para as demais). O empregador que deixar de repassar os valores devidos por sua culpa responde
como devedor principal e solidário.
Crédito Rural – Financia o custeio de despesas normais dos ciclos produtivos, investimento em
bens ou serviços, comercialização ou industrialização. Estão incluídas as atividades florestais e
pesqueiras. Os bancos têm de destinar percentuais mínimos das suas captações para as operações de
crédito rural. A Cédula Rural para valer contra terceiros deve ser registrada no Cartório. Taxa de
juros máxima é de 6 % ao ano. Investimento fixo (12 anos) e semifixo (6 anos). Nota Promissória
Rural é para vendas efetuadas diretamente por produtores rurais ou cooperativas. Duplicata Rural.
Proagro garante o pagametno de financiamentos rurais de custeio agrícola.
Fontes do custeio – BNDES e fundos constitucionais; 60 % da poupança rural; 35 % da LCA
(Letras de Crédito Agronegócio); 30 % dos depósitos a vista nos bancos.
Beneficiários – produtores rurais; cooperativas de produtores rurais; agentes envolvidos com
pesquisa e outros serviços agropecuários; serviços de escoamento da produção.
Tipos de finalidades desse crédito – a) Créditos de custeio (cobrir despesas habituais dos ciclos
produtivos dos insumos à colheita); b) Créditos de investimento (aplicados em bens ou serviços
como tratores, colheitadeiras, etc.); c) Créditos de comercialização (fim de garantir aos produtores
preços remuneradores para a colocação de suas safras e industrialização dos produtos
agropecuários); d) Créditos de industrialização (visam agregar valor a produção).
Exigências para a concessão do crédito – apresentação de orçamento, plano ou projeto (salvo em
operações de desconto); oportunidade, suficiência e adequação dos recursos; observância de
cronograma de utilização e de reembolso; fiscalização pelo financiador; observâncias das
recomendações e restrições do zoneamento agroecológico e do zoneamento ecológico-econômico.
Pronaf – Financia ações que geram renda a agricultores familiares e assentados da reforma agrária.
Pronamp – Financiamento para custeio e investimento dos médios produtos rurais.
Plano Safra – ajuda a custear a safra e a investir; lançado anualmente coincidindo com o período
da safra agrícola; reúne um conjunto de políticas nas áreas de assistência técnica, extensão rural,
crédito, produção, preço, comercialização e organização econômica.
Poupança – Dividida em remuneração básica (TR) e adicional (0,5 % ao mês, quando a Selic for
superior a 8,5 % ao ano ou 70 % da Selic, em base mensal, quando ela for até 8,5 % ao ano). Os
depósitos realizados nos dias 29,30 e 31 fazem aniversário no dia 01. É mensal para PF e entidades
sem fins lucrativos (isentos do IR) ou trimestral para as demais PJ com fins lucrativos (tributa IR
em 22,5 %). Tais depósitos têm percentuais mínimos destinados a financiamento imobiliários e
encaixes do BACEN (Funding de captação do crédito imobiliário). Não apresenta outros custos
(tarifas bancárias).
Capitalização – O órgão supervisor é a SUSEP (normativo CNSP). Parte dos pagamentos
realizados é usado para formar um capital que será devolvido em moeda corrente num prazo
estabelecido. Outra parte dos pagamentos é destinada ao custeio de sorteios. Proibida a cobrança de
taxas. É possível a cessão total ou parcial do título. Os valores podem ser atualizados em títulos
com vigência superior a 12 meses. A Sociedade de Capitalização pode se utilizar dos resultados de
loterias federais (caso contrário deverá haver ampla divulgação). Pode ter prazo de carência. Há 3
tipos de estrutura: pagamento mensal; pagamento periódico; pagamento único.
Modalidades: a) Tradicional (objetivo de restituir o valor total dos pagamentos); b) Compra-
Programada (garante ao titular ao final o recebimento do valor de resgate ou do recebimento de

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um bem ou serviço referenciado); c) Popular (propicia a participação do titular em sorteios sem


que haja devolução integral dos valores pagos); d) Incentivo (evento promocional de caráter
comercial).
Cotas que compõem um título: a) Cotas de capitalização (percentual de cada pagamento que será
destinado a constituição do capital); b) Cotas de sorteio (finalidade custear os prêmios que serão
distribuídos em cada série); c) Cotas de carregamento (cobrem os custos operacionais e
administrativos).
Previdência Aberta – Supervisionado pela Susep. Planos de Aposentadoria e de Previdência
Privados. São planos de acumulação de capital, podendo ter cobertura de riscos, como pecúlio ou
pensão na invalidez ou morte. Investimentos em renda fixa ou variável. É permitida a
portabilidade durante o período de acumulação e para o mesmo tipo de plano (PGBL para PGBL,
por ex.).
Há 2 tipos de tributação – tributação progressiva compensável (segue a tabela do IR para o
recebimento da renda; no resgate incide alíquota de 15 %) ou tributação regressiva definitiva
(alíquotas do IR diminuem ao longo do tempo – começa até 2 anos em 35 %, e vai diminuindo 5 %
a cadas 2 anos, sendo que quando chegar em 10 anos fica fixa em 10 %). Na PGBL o IR incide
sobre o montante e no VGBL sobre o rendimento.
Tipos de Benefícios – Renda por sobrevivência (aposentadoria); Renda por invalidez (invalidez
total e permanente ocorrida durante o período de cobertura); Pensão por morte (beneficiários
indicados na proposta de inscrição); Pecúlio por morte (importância pagável somente uma vez aos
beneficiários); Pecúlio por invalidez.
PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre. Permite deduzir 12 % da renda tributável da base de
cálculo do IR, mas no momento dos resgates incide sobre o valor total (capital + rendimentos). Adia
o pagamento do IR para o resgate. Indicado para pessoas com declaração completa do IR.
Previdência complementar.
VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre. Não admite a dedução das contribuições no IR,
todavia nos resgates a tributação incide somente sobre os rendimentos. Indicado para pessoas que
optam peloa declaração simplificada do IR. Seguro de pessoas.
Consórcio – Reunião de PF e PJ em grupo com prazo de duração e número de cotas previamente
determinadas, promovida por Administradora de Consórcio, com a finalidade de propiciar a seus
integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviços por meio de autofinanciamento.
Quem supervisiona é o BACEN. O lance dado abate o prazo ou a prestação. Os reajustes levam em
conta o valor do bem e a inflação. Custos: valor do autofinanciamento; taxa de administração; e
fundo de reserva (saídas de pessoas, documentações, quando não utilizado volta para os
consorciados).
Fundos de Investimentos – Comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio,
destinado à aplicação em ativos financeiros. O Administrador do Fundo (PJ) é autorizado pela
CVM. O Gestor (pessoa natural ou PJ) também é autorizado pela CVM. Amortização de cotas são
os pagamentos uniformes; carteira do fundo (conjunto de ativos financeiros); classificação do fundo
(denominação obrigatória com o fator de risco); cota base (valor da cota); cotas do fundo (frações
do patrimônio); distribuidor (intermediário para realizar a distribuição das cotas); Fundo de
Investimento de Cotas (FIC – deve manter 95 % do seu patrimônio investido).
Fundos Abertos o investidor pode resgatar o valor aplicado a qualquer momento, sendo um fundo
de alta liquidez. Nos Fundos Fechados não é permitido o resgate antecipado (pode vender no
mercado secundário). O Fundo Exclusivo tem apenas um cotista e o Fundo Restrito tem até 20
cotistas. Os depósitos à vista não são remunerados, sendo proibido o oferecimento ou distribuição
de bonificações, prêmios, pagamentos de juros, entre outros, na captação de depósitos à vista.
Taxas – Taxa de Administração (remunerar o administrar do fundo e seus prestadores de serviço);
Taxa de Performance (valor extra que é cobrado quando se supera o resultado estipulado); Taxa
de Entrada (cobrada na aplicação); Taxa de Saída (cobrada pelo resgate do fundo).
Tipos de Fundos: a) Fundo de Renda Fixa (80 % de ativos de renda fixa; curto prazo;
referenciado; dívida externa); b) Fundo de Ações (negociação no mercado organizado; 67 %

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devem ser investidos em ações, cotas de fundos de ações ou BDRs); c) Fundo Cambial (variação
de preço de moeda estrangeira ou cupom cambial; mínimo de 80 % composto por esses ativos); d)
Fundo Multimercado (envolvem vários fatores de risco).
Tributação dos Fundos – Come-cotas Semestral (antecipação semestral do recolhimento do IR
cobrado em cotas do Fundo – alíquota de 20 % para curto prazo e 15 % para os demais; não é
cobrado no Fundo de Ações).
Estilo de Gestão pode ser Ativo (superar o Benchmarking, o índice) ou Passivo (acompanhar o
Benchmarking, acompanhar o índice).
Alguns tipos de Investimentos:
I) Certificado de Depósito Bancário – (CDB) Títulos nominativos de renda fixa destinados a PF e
PJ. Podem emiti-lo as IF que captem recursos sob a modalidade de depósito a prazo. O rendimento
pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido. Vedada a prorrogação do seu prazo (admitida a
renovação). Sujeito a tabela regressiva do IOF (cobrado somente nas operações até 30 dias, sendo
96 % no 1º dia e 3 % para o 29º dia) e do IR (180 dias – 22,5 %; 181 a 360 – 20 %; 361 a 720 –
17,5 %; acima de 720 – 15 %).
II) Recibo de Depósito Bancário – (RDB) Não se pode emitir o certificado, não sendo possível
endossar e não tem liquidez diária. Diferença do CDB que é inegociável e intransferível.
III) Letras de Câmbio Imobiliário – (LCI) Rendimento prefixado, pós-fixado ou híbrido.
Lastreado em operações de crédito do setor imobiliário. Não pode ter prazo de vencimento superior
aos créditos que lhe servem de lastro. Isento de IR e IOF para PF (PJ tem isenção só do IOF).
Prazos mínimos: 36 meses (atualizada mensalmente por índice de preços); 12 meses (atualizada
anualmente); 90 dias (não atualizada por índice de preços).
IV) Letras de Crédito do Agronegócio – (LCA) emissão exclusiva de IF. Rendimento pode ser
prefixado, pós-fixado ou híbrido. Isento de IR e IOF para PF (PJ tem isenção só do IOF). Prazos
mínimos: 12 meses (atualizada anualmente por índice de preços); 90 dias (não atualizada por índice
de preços).
V) Letra de Câmbio (LC) – Captação de recursos oferecida por sociedades de crédito,
financiamento e investimentos (financeiras). Temos o emitente (devedor), o beneficiário
(investidor) e o aceitante (financeira). A financeira realiza uma operação de crédito com um
devedor, o qual emite a letra de câmbio, sendo um título lastreado na operação. Mesmo sistema de
tributação do CDB e RDB.
VI) Letras Financeira (LF) – Título de renda fixa. Captar recursos a longo prazo. O prazo de
vencimento mínimo é de 24 meses, vedado o resgate total ou parcial antes do prazo pactuado (antes
somente para substituição de outra LF). Valor mínimo é de 50.000 (sem cláusula de subordinação) e
300.000 com cláusula). Cláusula de Subordinação – direito de crédito dos detentores é
condicionado ao pagamento de outras dívidas da instituição emissora em caso de falência ou
inadimplência, mas tende a proporcionar maior remuneração. É admitido o pagamento periódico de
rendimentos desde que em intervalos não inferiores a 180 dias. Não é admitida a atualização com
base em variação cambial (exceto com cláusula de subordinação).
Plano de Seguros – Controlados pela CNSP e Susep. Podem ser: a) Automóvel – vedada franquia
nos casos de incêndio; raio; explosão, indenização integral – sinistro superior 75 %. Modalidades –
valor de mercado referenciado (cotação do veículo) ou valor determinado (definido na apólice). É
feito um questionário de avaliação de risco. b) De Pessoas – pagamento de indenização ao segurado
e beneficiários. Exemplos: Morte; Invalidez permanente; Invalidez laborativa; Diária por
incapacidade; Doenças graves; Perda de Renda (perda do emprego). c) Seguro Viagem/Turismo –
garante aos segurados durante o período de viagem previamente determinado, o pagamento de
indenização quando da ocorrência de riscos previamente previstos e cobertos. d) Seguros
Compreensivos – residencial, condominial e empresarial. e) Seguro Rural – protege perdas
decorrentes de fenômenos climáticos adversos.
Espécies: Seguros, Resseguros (Seguros dos Seguros), Cosseguros (seguros coordenados, mais de
uma seguradora), Retrocessão (resseguro do resseguro).

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Apólice: Contrato bilateral, oneroso, aleatório (ocorrência ou não do sinistro) e solene.


Instrumentos: proposta; prêmio; endosso; sinistro; franquia; indenização.

Obs.1: Hot Money: Crédito de curto prazo (1 a 29 dias, mas geralmente 10) para pessoas jurídicas
com o objetivo de sanar problemas momentâneos de fluxo de caixa.
Obs.2: Vendor Finance: Financiamento de vendas que permite a uma empresa vender seu produto
a prazo e receber o pagamento à vista. A vantagem para o vendedor é que paga menos impostos.
Quem contrata o crédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador.
Obs.3: Compror Finance: Inversa ao Vendor. Ocorre quando pequenas indústrias vendem para
grandes lojas comerciais, em vez de o vendedor ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que
funciona como tal.
Obs.4: No leasing financeiro tem a intenção de ficar com o bem e no leasing operacional não (no
caso paga o VRG – Valor Residual Garantido). Se o leasing é quitado antes do prazo definido no
contrato passa a ser classificado como uma compra e venda a prazo. Sale and Leaseback: Para
imóveis no leasing financeiro de PJ – dono vende para uma Sociedade Arrendadora, a qual arrenda
para o vendedor.
Obs.5: Fundo Garantidor do Crédito: (FGC) Entidade privada sem fins lucrativos destinada a
administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras. A adesão
ao FGC é de forma compulsória. As instituições fazem contribuições mensais ao FGC (as ordinárias
0,01 %, com garantias reais 0,2 % e sem garantias reais 0,03 %). Letras Imobiliárias não são
garantidas.
Obs.6: FGCOOP (Fundo Garantidor de Cooperativismo): Objetiva prestar garantia de créditos
nos casos de decretação de intervenção ou de liquidação extrajudicial de instituição associada, bem
como contratar operações de assistência de suporte financeiro e de liquidez (cooperativas).
Obs.7: Conta Garantida: Conta de não livre movimentação, onde o cliente só pode movimentá-la
por cheque ou transferência.
Obs.8: Cheque Especial: Não há necessidade de amortização mensal do saldo devedor, bastando
pagar os juros e o IOF do período utilizado. Limitado a juros de 8 %.
Obs.9: Cartão BNDES: Visa financiar os investimentos dos microempreendedores individuais
(MEI), micro empresas e das pequenas e médias empresas. Faturamento de até 300 milhões. A
compra é feito de fornecedores credenciados no Portal de Operações do Cartão BNDES. A TAC
(Taxa de Abertura de Crédito) não pode exceder a 2 % do limite do crédito.
Obs.10. Letra de Câmbio: Ordem de pagamento em que uma pessoa ordena que uma 2ª pessoa
pague um determinado valor para uma 3ª.

17 - Noções de Mercado de capitais.


Mercado de Capitais é onde são negociados os valores mobiliários das companhias. Empresas
captam recursos dos investidores. Ação é a menor fração do capital social da companhia. Os
investidores em ações recebem dividendos (PAYOUT), juros sobre capital próprio (com base nas
reservas patrimoniais e de lucros), bonificações (emissão e distribuição gratuita aos acionistas de
novas ações em função do aumento do capital por meio de reservas) e direito de subscrição
(acionistas atuais têm preferência no aumento de capital em quantidade proporcional às possuídas).
São ações, debêntures, fundos imobiliários e commercial papers (notas promissórias).
Bônus de Subscrição – título emitido pela própria empresa que confere ao seu detentor o direito de
adquirir as ações da empresa durante determinado prazo por preço já definido (o detentor pode
exercer o direito ou negociá-lo na bolsa).
Classificação das ações – Ordinárias (direito de voto; devem representar no mínimo 50 % do total
de ações emitidas; na alienação do controle tem direito de vender por pelo menos 80 % do valor
pago – tag along). Preferenciais (preferência no recebimento de dividendos, reembolso do capital
com ou sem prêmio; não têm direito a voto, a não ser que não sejam distribuídos pelo prazo de 3
anos consecutivos os dividendos mínimos ou fixos; não podem ultrapassar 50 % do total das ações

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emitidas – se forem negociadas no mercado de valores mobiliários devem oferecer ao menos uma
das seguintes condições: direito de participar do dividendo a ser distribuído a pelo menos 25 % do
lucro; direito de recebimento de dividendo por ação preferencial pelo menos 10 % superior a cada
ação ordinária; direito a tag along de 80 %). De Fruição (amortização das ações comuns ou
preferenciais; não são negociadas no mercado de valores mobiliários).
Split e Inplit – Split (desdobramento) divide ações em uma quantidade maior com objetivo de
reduzir seu preço e conferir maior liquidez (diminui preço para aumentar número de quotas). Inplit
(grupamento) é o processo inverso, reúne-se várias ações em uma.
Processo de capitalização das companhias no mercado – Emissão (ato que cria valores
mobiliários); Distribuição (venda no mercado); Subscrição (aquisição do valor mobiliário pelo
investidor); Integralização (liquidação da aquisição do valor mobiliário); Aquisição de controle
(takeover bid – aquisição do controle de uma empresa por outra de forma amigável ou hostil); Tag
Along (mecanismo de proteção a acionistas minoritários; no mínimo 80% do valor pago por ação
ao acionista majoritário; obrigatório para ações ON); Golden Share (nos casos de desestatização;
ação preferencial de classe especial para poderes específicos).
Segmentos de listagem Bovespa – Cada segmento criado pela B3 possui regras diferenciadas de
governança corporativa. Os segmentos especiais são Novo Mercado (mais significativo), Nível 1,
Nível 2, Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2. Novo Mercado – negociação de ações de
emrpresas que adotam práticas de governança corporativa; só podem emitir ações ordinárias;
garantido Tag Along de 100 %; possuir de 2 a 20 % de conselheiros independentes; ter no mínimo
25 % ações em circulação ou 15 % para aquelas que tenham volume diário superior a 25 milhões na
bolsa.
Brazilian Depositary Receipts (BDR) – valor mobiliário emitido no Brasil que representa outro
valor mobiliário emitido por companhias abertas com sede no exterior. Não é emitido diretamente
pela empresa no Brasil, mas im por uma instituição depositária.
Mercado Primário e Secundário – a) Mercado Primário – valores mobiliários são emitidos de
forma que os adquirentes dos papéis passam a ter direitos sobre a companhia (ações); b) Mercado
Secundário – confere liquidez aos valores mobiliários emitidos no mercado primário; a negociação
é feita entre os investidos, sem há capitalização da companhia emissora.
Emissão de Ações – Como S/A podem ser Abertas (negociam ações na bolsa de valores ou
mercados de balcão) ou Fechadas (papéis não são negociados na bolsa). Os emissores têm que estar
registrados na CVM. A oferta primária são as ações emitidas no mercado e vendidas aos
investidores (recurso vão para o caixa da empresa). Oferta secundária são ações que pertenciam a
algum sócio e são vendidas para investidores (recursos vão para os sócios). Oferta inicial (IPO)
quando a empresa abre o capital realizando sua 1ª oferta pública (Initial Public Offering). Oferta
secundária (follow on) são novas emissões quando a empresa já possui capital aberto. As ofertas
públicas são intermediadas por instituições integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários, como bancos de investimentos, corretoras e distribuidoras.
Underwriting (Subscrição) – Processo de oferta pública dos títulos e das ações. Underwriter
(agentes subscritores) é a instituição que coordena a oferta. Podem realizar essa operação os bancos
múltiplos, de investimento e corretoras/distribuidoras de valores.
Formas de Subscrição – Garantia Firme (underwriter adquire valores mobiliários da ofertante e
os revende aos investidores); Garantia Stand-by (underwriter não se responsabiliza pela venda do
total das ações emitidas, mas se compromete a negociá-las por um tempo); Melhores Esforços
(underwriter se compromete a realizar o melhor trabalho possível para a venda dos valores
mobiliários, mas não garante a aquisição).
Debêntures – Emitidos por Sociedades Anônimas de capital aberto e fechado representativos de
dívidas que asseguram a seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora. Título de
crédito de renda fixa. É vedada a sua emissão por IF (exceção para aquelas que não recebem
depósito do público desde que autorizadas pelo BACEN). Garantias – Real (envolve o
comprometimento de bens ou direitos); Flutuante (privilégio geral sobre o ativo da emissora, mas

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não impede a negociação); Quirografária (não oferece nenhum privilégio sobre os ativos);
Subordinada (só possuem precedência sobre os acionistas no reembolso dos valores).
Classificação – Simples (não podem ser convertidas em ações) ou Conversíveis (podem).
Debêntures Incentivadas – relacionadas à infraestrutura, possuindo alíquotas reduzidas de IR.
Formas de Remuneração – juros fixos ou variáves; participação no lucro; prêmio de reembolso.
Commercial Papers – Nota promissória que confere ao titular o direito de crédito contra o
emitente. Isenta de IOF e tem o prazo máximo de vencimento de 360 dias (com exceção das de
objeto de oferta pública de distribuição e que tenham presença de agente contratado).
Mercado à Vista – Abrange a maioria das negociações da bolsa ou balcão. A transação deve ser
liquidada em D+2 (2 dias úteis, a partir 05/2019). Operação de Day Trade – operação em que a
compra e venda de uma ação ocorrem no mesmo dia e pela mesma corretora (valor líquido com IR
de 20 %). Imposto de Renda em operações normais é de isenção até 20.000 de vendas no mês, e
acima disso tem-se alíquota de 15 % sobre o ganho líquido.
Mercado de Balcão – Mercado em que as instituições realizam operações diretamente entre si, sem
o mecanismo de proteção ao investidor presente na Bolsa. Inexiste um espaço físico de negociação,
sendo menos transparente que a Bolsa. Pode ser organizado ou não organizado, onde nesse último
não há necessidade de registro.

Obs.1: Securitização – títulos emitidos no merado que são representativos dos créditos recebíveis
pela instituição.
Obs.2: Bookbulding – mecanismo de consulta prévia ao mercado para definição da remuneração
das debêntures ou do ágio/ deságio no preço de subscrição, tendo em vista a quantidade
de debêntures, para diferentes níveis de taxa, que cada investidor tem disposição de
adquirir.
Obs.3. Renda Fixa pactuado na emissão do título, pré ou pós-fixado, rentabilidade definida
(Poupança, Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA, Debêntures). Renda Variável quando a taxa de
rentabilidade não pode ser avaliada na emissão. (Multimercados, Ações, Cambial, Fundos,
Derivativos). Curto Prazo são fundos com prazo médio até 365 dias, e Longo Prazo acima de 365
dias.
Obs.4. Chinese Wall: Separar os recursos do administrador daqueles do investidor.
Obs.5: Marcação a Mercado: Atualizar o preço para o valor do dia.
Obs.6. Blue Chips: Ações de 1ª linha de grandes empresas que possuem muita segurança e
tradição. Servem de referência para índices econômicos.
Obs.7: Tag Along: Visa proteger o pequeno investidor em negociações nas quais existe uma
mudança no controle acionário de uma companhia negociada na Bolsa de Valores.
Obs.8. Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e
vendas de ações deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações a Câmara de
Liquidação de Ações. A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é também em D+2.
Obs.9: Insider Trading: Negociações de valores mobiliários baseada no conhecimento de
informações relevantes que ainda não são de conhecimento público (pessoas que trabalham
diretamente em uma companhia listada na BV). Já Front Runnig é uma prática ilegal de obtenção
de informações antecipadas sobre a realização de operações no mercado de bolsa ou balcão, feita
pelo corretor ou intermediário financeiro.
Obs.10. Opções Dentro, Fora e No Dinheiro: ITM na compra (dentro) ativo objeto superior ao
preço de exercício da opção (na venda é abaixo). OTM na compra (fora) ativo objeto é abaixo do
preço de exercício do contrato (na venda é superior). ATM (no) é aquele em que o preço do ativo
objeto é igual ao preço de seu ativo é igual ao preço de exercício.
Obs.11. Stock Picking: Seleção de ações para ganhar com a sua valorização.
Obs.12. Linha D’Água: Metodologia utilizada no cálculo e limitação da cobrança de taxa de
performance de um fundo, considerando-se seu benchmark.

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Obs.13. Call e Puts: Ocorrem no mercado de opções. Call é quando o comprador exerce seu direito
de compra e se é obrigado a vender a ação. Puts é quando se dá direito de vender a ação por um
preço determinado no vencimento da opção.

18 - Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e


operações básicas.
Mercado fiscalizado e regulamentado pelo BACEN e compreende as operações de compra e venda
de moeda estrangeira. Operam autorizadas no mercado de câmbio: Bancos (exceto de
Desenvolvimento) e CEF podem fazer todas as operações de câmbio; Bancos de Desenvolvimento,
SCFI e Agências de Fomento podem somente operações específicas autorizadas pelo BACEN;
CTVM, DTVM e Corretoras de Câmbio podem fazer operações de câmbio até 300 mil dólares ou
operações de arbitragem; Agências de Turismo (viagens internacionais).
Os Correios é autorizada a realizar operações com vales postais internacionais (50 mil dólares por
operação). Correspondentes Bancários são limitados a 1 mil dólares por operação e 3 mil em
operações escriturais (até esse limite não há necessidade de se fazer um contrato de câmbio; nem
apresentar comprovante de viagem). É dispensado o respaldo documental para operações até 10 mil
dólares. Se a compra for feita é superior a 10 mil reais é obrigado que o valor seja debitado da sua
conta bancária. Viajando com mais de 10 mil reais deve apresentar uma Declaração Eletrônica de
Movimentação Física Internacional de Valores. Essas operações são registradas no Sistema
Integrado de Registro de Operações de Câmbio.
Esse mercado é muito importante para a Balança Comercial e para prevenção na lavagem de
dinheiro. Sendo assim, todas as operações de câmbio devem ser identificadas.
Política Cambial – Conjunto de medidas o regime de taxas de câmbio e regulamenta as operações
de câmbio. O CMN define a política e o BACEN fiscaliza.
As instituições autorizadas a realizar todas as operações do mercado de câmbio são os Bancos
(exceto o de desenvolvimento) e a Caixa Econômica Federal (todas as operações sem exceção).
Quando o próprio banco for comprador e vendedor da moeda estrangeira não precisa formalizar um
contrato de câmbio, mas será necessário o registro no Sistema de Câmbio.

19 - Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários.


Formação das Taxas de Juros: Leva em conta o custo de captação do dinheiro; custos
administrativos; custos com recolhimento compulsório; inadimplência do produto; margem de luro
desejada. Spread (lucro bruto, e não líquido) são os juros pagos ao banco por seus devedores
diminuído do juros pagos pelo banco a seus credores.
Câmbio Fixo – Fixado pelo Banco Central por meio de sua atuação na compra e venda de
instrumentos cambiais de forma que a taxa de câmbio seja aquela que ele determinou. A autoridade
monetária utiliza suas reservas internacionais para atuar. A taxa fixa é a nominal (a real varia pela
inflação).
Câmbio Flexível (flutuante) – Definida conforme a flutuação do mercado sem intervenção da
autoridade monetária. O equilíbrio da Balança de Pagamentos ocorre por meio das transações dos
agentes. As forças de oferta e demanda são quem define a taxa de câmbio.
Câmbio Sujo/Administrado – (Dirty Floating/Managed Floating) Regime é essencialmente
flexível, mas o Banco Central intervém para conter uma alta volatividade. Busca suavizar as
oscilações do câmbio.
Sistemas de Bandas – Valores dentro dos quais a taxa de câmbio pode variar, intervalo esse em que
a taxa é flutuante. Atingindo os limites o BACEN atua para manter o câmbio dentro das bandas.
Taxa Real de Câmbio Fixo – Autoridade monetária atua para manter a taxa real de câmbio fixa.
Cálculo da Taxa de Câmbio Real: Cr = (Cn x Ie) / Ii, onde Cr (Taxa de Câmbio Real), Cn (Taxa
de Câmbio Nominal), Ie (Inflação Externa), Ii (Inflação Interna).

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Mercado Primário (fluxo de entrada ou saída de moeda estrangeiro do país através das operações
exportadores, importadores, viajantes). Mercado Secundário (negociada entre as instituições
integrantes do sistema financeiro, não havendo fluxo de entrada ou de saída de moeda estrangeira).
Tipos de Contrato de Câmbio – a) Compra (pelas IF); b) Venda (pelas IF); c) Arbitragem
(instituição troca com outras moedas internacionais; negocia-se ativos em mercados diferentes
aproveitando o preço diferente dos mesmos).
Posição de Câmbio – Saldo das operações de câmbio prontas ou para liquidação futura. Pode ser:
Posição comprada (compra de instrumentos cambiais em valores superiores às vendas); Posição
vendida (venda de instrumentos cambiais em valores superiores às compras).
Operação de câmbio pronta – liquidada em até 2 dias úteis da data da contratação.
Operação de câmbio para liquidação futura – liquidada em prazo maior que 2 dias úteis.
Câmbio Manual/Câmbio Turismo – compra e venda de moedas em espécie; enquadram-se aqui
os traveller checks e as compras via cartão; sua cotação é por meio da taxa de câmbio turismo.
Câmbio Sacado/Câmbio Comercial – Envolve documentos ou títulos representativos de moeda;
movimentação diretamente na conta; sua cotação é por meio da taxa de câmbio comercial; a taxa
PTAX é a correspondente a média das taxas das transações informadas pelas instituições
autorizadas. A cotação do câmbio turismo é sempre superior ao câmbio comercial, visto que nela
estão incluídos os custos e os lucros dos operadores de câmbio.
Câmbio Paralelo – é ilegal. Transações de moedas realizadas fora das instituições autorizadas.
Operações – Podem ser: a) Manuais – realizadas através da troca de moeda doméstica por dólar
turismo ou traveller checks; b) De Remessa – realizadas por meio de ordens nas quais um banco
nacional vende divisas internacionais a outro banco situado no exterior; modalidade de banco
sacado.
Contrato de Câmbio – Entrega de moeda estrangeira corresponde à liquidação de um contrato,
principalmente utilizado em importações e exportações. São formas de adiantamento de receitas de
exportação: a) Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) – (pré-embarque) antecipação
de recursos em moeda nacional ao exportador, relacionada a uma exportação a ser realizada no
futuro; b) Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) – (pós-embarque) antecipação de
recursos em moeda nacional ao exportador após o embarque da mercadoria para o exterior mediante
transferência ao banco dos direitos sobre a venda a prazo.
Taxa Spot e Forward – Taxa Spot (à vista) e Taxa Forward (futuro).
Na B3 é possível negociar o dólar futuro. O mini contrato de dólar futuro americano, por exemplo, é
negociado pelo ticket WDO+ mês de vencimento + ano de vencimento.
Swap Cambial – Tipo de derivativo em que ocorre a troca de rentabilidades de ativos financeiros
entre agentes econômicos. Os objetivos principais da operação são a proteção contra variações
excessivas do câmbio e prover liquidez ao mercado cambial doméstico. As operações de proteção
da carteira são chamadas de Hedge (cobertura). O BACEN se compromete a pagar ao agente a
variação do dólar acrescida de uma taxa de juros, recebendo em troca a variação da Taxa Selic
acumulada no mesmo período (evitando utilizar suas reservas cambiais e procurando conter a
valorização/alta do dólar). No Swap Tradicional o Bacen fica vendido em dólar e comprado em
taxa Selic, com o objetivo de conter a valorização do dólar (o Bacen paga aos investidores a
variação da taxa de câmbio e recebe em troca os juros do período).
Swap Cambial Reverso – É o contrário do swap tradicional. BACEN ganha com a alta do dólar, o
objetivo é conter a desvalorização do dólar. O Bacen fica comprado em dólar e vendido em taxa
Selic, com o objetivo de conter a desvalorização do dólar o Bacen paga aos investidores os juros do
período e recebe em troca a variação da taxa de câmbio).
Modalidade de Financiamento de Exportação do BNDES – Pré-embarque (linhas destinadas à
produção de bens e serviços destinados ao mercado externo – BNDES Exim Pré embarque via
parceiros, direto ou por empresa âncora). Pós-embarque (linhas destinadas à comercialização dos
bens e serviços no exterior).

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Modalidades Operacionais – Supplier Credit (refinanciamento ao exportador por meio de


desconto de títulos). Buyer Credit (financia a exportação por meio de um contrato com o
importador com interveniência do exportador).

20 - Taxas de câmbio nominais e reais.


A diferença entre taxa nominal e real consiste na inflação. Taxa Nominal = Real / Dólar.
Variação do câmbio Real = Variação do Câmbio Nominal x índice de preços externos
índice de preços internos
Um aumento na inflação doméstica maior do que a inflação externa provoca uma redução no
câmbio real; um aumento na inflação doméstica menor do que a inflação externa provoca um
aumento no câmbio real.

21 - Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações.


Quem trabalha com importações e exportações sabe o quanto a flutuação da taxa de câmbio
influencia na tomada de decisões e como é desafiador para os negócios. O preço das moedas é livre
no Brasil e depende da demanda e da oferta. Em termos gerais, a entrada de dólares no Brasil
acontece em decorrência de exportações de mercadorias e de serviços, investimentos externos
diretos e em portfólio, turismo receptivo e as transferências unilaterais. A saída de dólares se dá
pelos mesmos fatores, só que invertidos.
No âmbito do comércio exterior, valorizações e desvalorizações em curtos períodos de tempo
dificultam os negócios de exportação e importação na medida em que se torna menos previsível os
custos e as receitas. As multinacionais, por exemplo, sofrem os impactos em seus balanços
corporativos, o que pode, em alguns casos, representar prejuízos. A mesma dificuldade sofre o
investidor estrangeiro que aplica seu capital em ações. Esse, precisa estar atento para suas posições
de investimento e agir rapidamente frente as mudanças do câmbio. Existem diversos mecanismos
de hedge para se proteger. As empresas podem utilizar NDF, câmbio futuro, opções de moedas e
swaps.
Entenda o impacto da taxa de câmbio nas operações de importação e exportação -
a) Você é um exportador e seu produto custa R$ 500,00. Se hoje a taxa de câmbio é 5 BRLUSD
você pode marcar seu preço em dólar a USD 100,00.
b) Se a taxa sobe mais ainda, para, por exemplo, 6 USDBRL, você passará a receber R$ 600,00
pelo mesmo produto.
c) Essa diferença gera ganhos extras para o exportador.
d) Na importação, uma alta das taxas de câmbio encarece os produtos.

22 - Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e


seus impactos sobre as taxas de câmbio.
O diferencial de juros consiste na diferença entre a taxa de juros interna e externa. Quando a taxa de
juros interna está mais alta do que a externa, fica mais atrativo investir no país, por conta dos
retornos mais altos, o que tenderia a atrair mais capital e, consequentemente, apreciaria a moeda
local, reduzindo a taxa de câmbio.
Juros Internos é o praticado no Brasil, no caso a Selic, e Juros Externos é o de outro país. Para
manter a taxa de juros controlada os países fazem a compra e venda de títulos públicos.
Juros Interno subiu > Taxa de Câmbio caiu (Se a Selic no BR sobe, o investidor estrangeiro
aplica mais aqui, e com isso entra mais dólares no país; entrando mais dólares, o real fica mais forte
e com isso cai o valor da relação cambial entre os dois – valorização do real).
Juros Externo subiu > Taxa de Câmbio subiu (Se a Selic no BR cair, o investidor estrangeiro
aplica em outro país, e com isso sai dólares que aqui estavam aplicados; saindo dólares, o real fica
menos forte e com isso sobe o valor da relação cambial entre os dois – desvalorização do real)

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Prêmio de Risco: É a relação entre o risco e o rendimento dos investimentos. Ele é expresso por
meio da diferença entre o retorno de um investimento em comparação com o rendimento de alguma
outra aplicação, que seja considerada sem risco.
* Se o Prêmio de Risco subir, a Taxa de Câmbio desce.
Fluxo de Capital: É a movimentação financeira de recursos, isto é, de valores monetários, de
dinheiro. Os fluxos de capitais podem ocorrer dentro de um país ou a nível internacional.
Se o fluxo de capital for direcionado para o Brasil, tendemos a ter mais dólares em caixa e real mais
forte. Se o fluxo de capital for saindo do Brasil, teremos menos dólares em caixa e real mais fraco.
* Dólar entra no BR – Taxa de Câmbio cai; Dólar sai do BR – Taxa de Câmbio sobe.

23 - Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário.


Mercado entre bancos, o qual gera o índice CDI (Certificado de Depósitos Interbancários). O CDI
são transações de empréstimos entre os bancos (ocorrem diariamente). Diretamente vinculado a
Taxa Selic (teto para o CDI).
Títulos Públicos Federais – Tesouro Direto é o programa do Tesouro Nacional com a B3 para a
venda de títulos públicos federais para pessoas físicas na internet. São de renda fixa com as mesmas
alíquotas de tributação dos CDBs. São títulos oferecidos pelo Tesouro Direto:
a) Títulos Prefixados – i) Tesouro Prefixado/Letras do Tesouro Nacional: Rentabilidade definida
no momento da compra. O pagamento do regaste ocorre só no fim da aplicação (se resgatar antes
fica sujeito “a marcação do mercado”). ii) Tesouro Prefixado com Juros Semestrais/Notas do
Tesouro Nacional Série F (NTN-F): Semelhante ao anterior, mas com juros pagos semestralmente,
os quais são chamados de “cupons”.
b) Títulos Pós-Fixados – i) Tesouro IPCA + NTN-B Principal: rentabilidade relacionada à
variação da inflação medida pelo IPCA mais os juros definidos no momento da compra; pagamento
em única prestação ao final do plano. ii) Tesouro IPCA + Juros Semestrais (NTN-B): semelhante
ao anterior, mas com pagamento de cupons semestralmente de juros. iii) Tesouro Selic (LFT –
Letra Financeira do Tesouro): rentabilidade relacionada à variação da taxa Selic; não faz
pagamento de juros semestrais; é o título de menor risco entre os do Tesouro Direto.

24 - Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação


de crédito.
Operações de Tesouraria – As IFs não podem terminar o dia com o caixa negativo, por isso é
comum que recorram a operações de liquidez em outros bancos com sobra. Essas operações são
feitas de duas formas: a) Operações compromissadas com a Selic – o banco com falta de caixa
vende para o com sobra de caixa, títulos atrelados a Selic com o compromisso de recomprá-los no
dia seguinte com os juros do dia; b) Depósitos Interfinanceiros – o banco com necessidade de
caixa emite títulos de renda fixa (CDI) e os vende para os bancos com sobra de caixa.
Produtos de tesouraria para proteção de capital: Hedge (cobertura), Swap (troca de taxas ou
rentabilidade de ativos; o “swap cambial reverso” é quando o BACEN paga aos investidores juros
do período e recebe em troca a variação da taxa de câmbio – para conter a alta do dólar), Termo de
Moedas (NDF, fixa uma taxa de câmbio em uma data futura).
CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro) – Título privado de renda fixa negociado
exclusivamente entre IFs. Não há incidência de imposto sobre sua rentabilidade. Transações
realizadas na B3. A taxa DI é a praticada nas operações com o CDI (seu valor corresponde a média
das taxas de juros dos depósitos interbancários com prazo de 1 dia – DI-Over). Geralmente essa
taxa DI sobe ou cai como a Selic.
Varejo Bancário: Tipo de vendas que é feito diretamente para o consumidor final, sem
intermediários, e onde as mercadorias e os serviços são comercializados em pequenas quantidades.
As vendas de varejo podem ser feitas em lojas, supermercados, quiosques, feiras, ou até mesmo nas
residências. As vendas podem ser feitas nas agências.

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Recuperação de Crédito – Nem todos os empréstimos concedidos são pagos, devendo os bancos
constituírem provisões para eventuais perdas com inadimplência (PCLD, ou, ainda, PDD –
Perda para Devedores Duvidosos). Classificação das operações de crédito em ordem crescente de
risco: AA (0%), A (0,5 %), B (1 %), C (3 %), D (10 %), E (30 %), F (50 %), G (70 %), H (100
%). Em regra a partir de 15 dias de atraso já se deve começar a constituir provisões e sendo
superior a 180 dias já se classifica no nível H. Quando essas operações lançadas como perdas são
renegociadas, elas são reconhecidas como recuperação de crédito.

25 - Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais.

O Mercado Financeiro tenta prever o futuro e negocia com isso. Essas previsões é que levam a
curva de juros. Curva de Juros é a disposição das taxas negociadas pelo seu vencimento ao longo
de um gráfico E um cenário de alta de taxa de juros, títulos pós-fixados tendem a ser mais
atrativos e, em um cenário de queda de taxa de juros, os prefixados tendem a ser mais interessantes.
Cabe observar que isso é só uma tendência, pois para a decisão de investimentos diversos outros
fatores devem ser analisados. Tem-se, ainda, a taxa híbrida que tem parte indexada e outra
prefixada. A oscilação no valor do título ao longo do seu período chama-se marcação a mercado.
TR – Taxa Referencial. Utilizada na correção da poupança, FGTS, crédito imobiliário. Não pode
ter valores negativos. Desde 2018 é calculada a partir da Tarifa Básica Financeira (TBF), a qual é
divulgada diariamente pelo BACEN (desde essa época vem sendo 0 %).
TLP – Taxa de Longo Prazo. TLP = IPCA + Taxa Fixa + Spread. Divulgada mensalmente pelo
BACEN. O Spread inclui o risco de crédito e a remuneração básica do BNDES.
Taxa Livre de Risco – No Brasil é a Selic. Taxa de Risco da Operação – considera diversos
fatores relacionados ao crédito, inadimplência, garantias, prazo de pagamento.
Os fatores básicos que formam a taxa de juros são a taxa de risco da operação, a taxa livre de risco
da economia e a inflação.
Teoria da Preferência pela Liquidez – Um dos fatores que afeta a taxa de juros de uma operação é
o seu prazo. Quanto mais longo o vencimento, maior a taxa de juros oferecida.
Taxa Nominal – (Aparente) é a taxa de juros da operação, a que aparece na operação de
investimento. É aquela informada no contrato.
Taxa Real – taxa nominal deduzida da inflação.
Cálculo da Taxa Real = (1 + Taxa Nominal) / (1 + Taxa da Inflação) – 1 x 100

26 – Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil;


alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.
As garantias possuem 2 grandes grupos: Fidejussórias (são relacionadas a pessoas) e Reais
(envolvem bens ou direitos).
Aval: (Fidejussória, garantia pessoal) Ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete
a pagar um título de crédito nas mesmas condições do devedor (avalizado). Aposição de assinatura
no verso ou anverso de um título de crédito, onde se declara solidariamente responsável com o
devedor (sem benefício de ordem, permitindo ação de regresso). Não vale para contratos. Não
existe aval parcial. Nenhum cônjuge pode prestar aval sem autorização do outro. O credor não pode
pleitear a substituição do avalista.
Características principais – autonomia (a obrigação do avalista independe da obrigação do
avalizado); equivalência (avalista é devedor do título da mesma maneira que o avalizado;
responsabilidade solidária).
Tipos de Aval – em branco (não especifica a pessoa avalizada); em preto (especifica a pessoa
avalizada); simultâneo (2 avalistas tiverem garantindo a mesma obrigação); sucessivo (um avalista
estiver garantindo outro avalista).
Fiança: (Fidejussória, garantia pessoal) Contrato pelo qual o fiador garante o cumprimento da
obrigação do afiançado, caso este não o faça (por tempo determinado). É obrigação acessória. É

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dado em contratos. É uma obrigação subsidiária e permite o benefício de ordem (a não ser que
tenha cláusula específica). Pode haver mais de um fiador. Pode ser estipulada mesmo sem o
consentimento do devedor ou contra sua vontade. Fiador é responsável pela obrigação principal e
acessórias. Pode ser parcial. Nenhum dos cônjuges pode prestar fiança sem autorização do outro.
Não há cobrança de IOF. O credor pode pleitear a substituição do fiador.
Fiança Bancária: Contrato por meio do qual o banco é o fiador, garantindo o cumprimento da
obrigação de seus clientes. Obrigação escrita e acessória, isenta do IOF.
Penhor Mercantil: (Real) Contrato acessório e formal, em que o devedor pignoratício entrega ao
credor pignoratício um bem móvel e suscetível de alienação como garantia de obrigação. O bem
fica na posse do credor, mas a propriedade do devedor. Registrado no Cartório de Títulos e
Documentos. Existe o Penhor Industrial e Mercantil (onde são penhorados máquinas, aparelhos,
animais, produtos, matéria-prima, etc.).
Alienação Fiduciária: (Real) Transferência da propriedade resolúvel (nasce com data de
encerramento) do bem móvel ou imóvel para o credor fiduciário, ficando o devedor fiduciante na
posse direta do bem, na condição de fiel depositário. O credor pode pedir no caso de não
pagamento a busca e apreensão do bem alienado. Havendo sobra na venda do produto por não
pagamento da dívida, o saldo será entregue ao devedor. O devedor continua obrigado ao pagamento
do residual (diferença não coberta pela venda)
Para bens imóveis – Deve estar no Registro de Imóveis. Principal exemplo é o financiamento
imobiliário. Com a tomada e venda do imóvel, a dívida é extinta.
Para bens móveis – Registro de Títulos e Documentos. Exemplo comum é de veículos.
Obs.: Posse e Propriedade são coisas diferentes.
Hipoteca: (Real) Sobre imóvel do devedor (ou bens móveis considerados imóveis, como aviões,
estradas de ferro, jazidas e navios), não havendo transferência de propriedade do devedor para o
credor. Obrigatória a averbação no Registro de Imóveis. O bem hipotecado pode ser vendido pelo
devedor, mas o comprador leva a hipoteca junto (Direito de Sequela). Abrange todas as acessões
(faixas de terra juntas). Pode ser hipotecado bem de terceiro.
FGC (Fundo Garantidor de Crédito) – Associação civil sem fins lucrativos com personalidade
privada, não exercendo função pública. Normatizado pelo CMN. Tem adesão compulsória da
Caixa, bancos e sociedades. O valor garantido é de 250 mil por pessoa física ou jurídica contra a
mesma instituição associada (para o conjunto de instituições associadas o valor garantido é de até 1
milhão para cada período de 4 anos). No DPGE (Depósito a Prazo com Garantia Especial) o valor
será 400 milhões.
FGC Garante – depósitos à vista; depósitos de aviso prévio; letras de câmbio; depósitos a prazo;
letras de crédito do agronegócio; depósitos de poupança.
Não há garantia do FGC – depósitos captados no exterior; depósitos judiciais; cotas de fundos de
investimentos; créditos de titularidade de instituições financeiras; títulos públicos; debêntures;
ações; VGBL e PGBL.

27 - Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime


de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; Circular nº 3.978, de 23 de
janeiro de 2020 e Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações.

Lei 9.613/98 - Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a
prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de
Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.

Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores


Art. 1º. Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal
(incorre na mesma pena quem os converte em ativos lícitos; adquire, recebe ou guarda; importa ou
exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros; quem utiliza direitos ou valores

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provenientes de infração penal; e participa de grupos cuja atividade é dirigida à prática de crimes).
A pena pode ser reduzida se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades. Admite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agentes.

Disposições Processuais Especiais


Art. 2º. O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: I – obedecem às disposições
relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão; II - independem do processo e
julgamento das infrações penais antecedentes; III - são da competência da Justiça Federal (quando
praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira)
A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente. O
acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até
o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.
Art. 4º. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do
delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 horas, havendo indícios suficientes de
infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou
proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes.
Pode ser feita alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem
sujeitos a deterioração ou depreciação.
O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando comprovada a
licitude de sua origem, mantendo-se apenas os valores suficientes para a reparação de danos e
pagamentos decorrentes da infração penal. Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa.
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada,
mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em
separado em relação ao processo principal.
O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público.
Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença,
homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% da avaliação. Os depósitos serão
efetuados na Caixa Econômica Federal ou em instituição financeira pública, sendo repassados
depois para a Conta Única do Tesouro Nacional no prazo de 24 horas. Os autos da alienação
serão apensados aos do processo principal.
Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz decretará, em favor,
conforme o caso, da União ou do Estado, a perda dos valores depositados, a perda dos bens não
alienados antecipadamente e a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 dias após o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Art. 5º. Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará
pessoa física ou jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a
medidas assecuratórias, mediante termo de compromisso.
Art. 6º. A pessoa responsável pela administração dos bens: I - fará jus a uma remuneração,
fixada pelo juiz; II - prestará informações periódicas da situação dos bens sob sua administração,
bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados.

Dos Efeitos da Condenação


Art. 7º. São efeitos da condenação: I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou
indiretamente, à prática dos crimes, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; II - a interdição do exercício de cargo ou função
pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência
das pessoas jurídicas referidas na lei, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.

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Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado for
decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver
interesse na sua conservação.

Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro


Art. 8º. O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional (ou
quando o país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil) e por solicitação de
autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores
oriundos de crimes descritos praticados no estrangeiro.
Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores privados sujeitos a medidas
assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da
sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE


Art. 9º. Sujeitam-se aos mecanismos de controle as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em
caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: I -
a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira; II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou
instrumento cambial; III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação
ou administração de títulos ou valores mobiliários.
Também estão sujeitas a esses mecanismos: I) as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou
futuros e os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; as seguradoras, as corretoras
de seguros e as entidades de previdência complementar ou de capitalização; II) as administradoras
de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios;
III) as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico,
magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; IV) as empresas de arrendamento
mercantil (leasing), as empresas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito
(ESC); V) as sociedades que, mediante sorteio, método assemelhado, exploração de loterias,
realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis, de bens imóveis e de outras mercadorias ou
serviços, bem como concedam descontos na sua aquisição ou contratação; VI) as filiais ou
representações de entes estrangeiros; VII) as demais entidades cujo funcionamento dependa de
autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; VIII)
as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes,
dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de ente
estrangeiro; IX) as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou
compra e venda de imóveis; X) as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e
metais preciosos, objetos de arte e antiguidades; XI) as pessoas físicas ou jurídicas que
comercializem bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam
atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie; XII) as juntas comerciais e os
registros públicos; XIII) as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente,
serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de
qualquer natureza, em operações de compra e venda de imóveis, de gestão de fundos, de contas
bancárias, de investimentos, de financeiras, de direitos sobre contratos; XIV) pessoas físicas ou
jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação de
direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; XV) as
empresas de transporte e guarda de valores; XVI) as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
bens de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização.

Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros


Art. 10. As pessoas sujeitas aos mecanismos de controle devem: identificar seus clientes e manter
cadastro atualizado; manter registro de todas as transações; atender as requisições formuladas pelo

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COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras); adotar políticas, procedimentos e


controles internos; cadastrar-se no órgão regulador ou fiscalizador, e na falta deste no COAF;
preservar o sigilo das informações prestadas.
Os cadastros e registros devem ser conservados pelo prazo mínimo de 5 anos. O BACEN manterá
registro centralizado formando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
financeiras, bem como de seus procuradores.

Da Comunicação de Operações Financeiras


Art. 11. As pessoas sujeitas aos mecanismos de controle: I - dispensarão especial atenção às
operações que possam constituir-se em sérios indícios dos crimes aqui previstos; II - deverão
comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual
se refira a informação, no prazo de 24 horas, as transações que possam indicar possíveis crimes;
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta, ao
Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas,
transações ou operações passíveis de serem comunicadas.
As comunicações de boa-fé não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa. O Coaf
disponibilizará as comunicações recebidas aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou
fiscalização. As transferências internacionais e os saques em espécie deverão ser previamente
comunicados à instituição financeira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo BACEN.

Da Responsabilidade Administrativa
Art. 12. Às pessoas sujeitas aos mecanismos de controle, bem como aos administradores das
pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nessa lei serão aplicadas,
cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: I – advertência
(por irregularidade no cumprimento das instruções); II - multa pecuniária variável não superior
(por culpa ou dolo): a) ao dobro do valor da operação; b) ao dobro do lucro real obtido ou que
presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou c) ao valor de R$ 20.000.000,00; III -
inabilitação temporária (infrações graves ou reincidência específica), pelo prazo de até 10 anos,
para o exercício do cargo de administrador; IV - cassação ou suspensão da autorização para o
exercício de atividade, operação ou funcionamento (reincidência específica de infrações
anteriormente já punidas).

Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras


Art. 14. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) tem a finalidade de
disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de
atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo das competências de outros órgãos e entidades.
Não existindo órgão próprio fiscalizador ou regulador, competirá isso ao COAF.
O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações
que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e
valores. Poderá, também, requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais
bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.
O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis,
quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática,
ou de qualquer outro ilícito.

DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 17-A. Aplica-se aqui subsidiariamente o Código de Processo Penal.
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados
cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço,
independentemente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas
telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de
cartão de crédito.

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Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias em resposta às ordens


judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio
informático, e apresentados em arquivos que possibilitem a migração de informações para os autos
do processo sem redigitação.
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de
remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão
fundamentada, o seu retorno.
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados fiscais dos contribuintes
pelo prazo mínimo de 5 anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da declaração de
renda respectiva ou ao do pagamento do tributo.

Obs.1: COI (Etapas da Lavagem de Dinheiro) – 1º) Colocação (consiste em introduzir o


dinheiro ilegal ao sistema econômico); 2º) Ocultação (circulação; passa por várias contas com o
objetivo de dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos); 3º) Integração (tem por
objetivo introduzir novamente os fundos lavados dentro da economia legítima).
Obs.2: Know Your Customer – KYC – princípio internacional que reforça a necessidade de
conhecer os clientes, como, por exemplo, as pessoas politicamente expostas.

CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020

DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO


Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles internos a serem adotados
pelas instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN visando à prevenção da utilização do
sistema financeiro para a prática dos crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores
e de financiamento do terrorismo.

DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO


DO TERRORISMO
As instituições devem implementar e manter política formulada com base em princípios e diretrizes
que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de lavagem de dinheiro e de financiamento
do terrorismo.
Admite-se a adoção de política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
terrorismo única por conglomerado prudencial e por sistema cooperativo de crédito. Tal política
deve ser divulgada aos funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços
terceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível de detalhamento compatível com as
funções desempenhadas e com a sensibilidade das informações.
Essa política deve ser documentada; aprovada pelo conselho de administração ou, se inexistente,
pela diretoria da instituição; e mantida atualizada.

DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO


FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
As instituições devem dispor de estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento da
política referida nos procedimentos e controles internos de prevenção à lavagem de dinheiro e ao
financiamento do terrorismo previstos nesta Circular. Deve ser indicado um diretor responsável
pelo cumprimento das obrigações aqui previstas.

DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO


As instituições devem realizar avaliação interna com o objetivo de identificar e mensurar o risco
de utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de dinheiro e do financiamento do
terrorismo. Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem a adoção de controles de
gerenciamento e de mitigação reforçados para as situações de maior risco e a adoção de controles
simplificados nas situações de menor risco.

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A avaliação interna de risco pode ser realizada de forma centralizada em instituição do


conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. Desse avaliação deve ser dada
ciência ao comitê de risco, comitê de auditoria (quando houverem) e ao conselho de administração
ou, se inexistente, à diretoria da instituição. Revisões serão feitas a cada dois anos.

DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER OS CLIENTES


As instituições devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus clientes, incluindo
procedimentos que assegurem a devida diligência na sua identificação, qualificação e classificação
Os procedimentos, formalizados em manual específico, devem ser compatíveis com o perfil de
risco do cliente; política de prevenção à lavagem e ao terrorismo; e avaliação interna de risco.

Da Identificação dos Clientes


Incluem a obtenção, a verificação e a validação da autenticidade de informações de identificação
do cliente, inclusive, se necessário, mediante confrontação dessas informações com as disponíveis
em bancos de dados de caráter público e privado. No caso de cliente pessoa natural residente no
exterior admite-se a utilização de documento de viagem na forma da Lei. No caso de cliente pessoa
jurídica com domicílio ou sede no exterior deve-se coletar no mínimo, o nome da empresa, o
endereço da sede e o número de identificação ou de registro da empresa no respectivo país de
origem.

Da Qualificação dos Clientes


As instituições devem adotar procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da
coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o perfil de risco do cliente e com a
natureza da relação de negócio. Os procedimentos de qualificação devem incluir a coleta de
informações que permitam avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a renda, no caso
de pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica.
O BACEN poderá divulgar rol de informações a serem coletadas, verificadas e validadas em
procedimentos específicos de qualificação de clientes. Os procedimentos de qualificação devem
incluir a verificação da condição do cliente como pessoa exposta politicamente, bem como a
verificação da condição de representante, familiar ou estreito colaborador dessas pessoas.

Da Classificação dos Clientes


As instituições devem classificar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação
interna de risco, com base nas informações obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente.
A classificação mencionada deve ser: I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na
natureza da relação de negócio; II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco do
cliente e na natureza da relação de negócio.

Disposições Comuns à Identificação, à Qualificação e à Classificação dos Clientes


As instituições devem adotar os procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação
para os administradores de clientes pessoas jurídicas e para os representantes de clientes. É
vedado às instituições iniciar relação de negócios sem que os procedimentos de identificação e de
qualificação do cliente estejam concluídos.
Admite-se, por um período máximo de 30 dias, o início da relação de negócios em caso de
insuficiência de informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja prejuízo aos
procedimentos de monitoramento e seleção.

Da Identificação e da Qualificação do Beneficiário Final


Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa jurídica devem incluir a análise da cadeia de
participação societária até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu beneficiário
final (que pode ser também o representante, procurador e o preposto). Excetuam-se as pessoas
jurídicas constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem fins lucrativos e as

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cooperativas, para as quais as informações coletadas devem abranger as informações das pessoas
naturais autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, administradores e diretores, se
houver. Deve ser estabelecido valor mínimo de referência de participação societária (o qual será
documentado e justificado no manual de procedimentos) para a identificação de beneficiário final (o
qual não pode ser superior a 25 %).

Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente


As instituições devem implementar procedimentos que permitam qualificar seus clientes como
pessoa exposta politicamente, as quais são: detentores de mandatos eletivos do Poder Executivo e
Legislativo da União; Ministros; cargos de Natureza Especial; presidente, vice e diretores de
entidades da administração pública indireta; DAS de nível 6; membros do CNJ, STF, STJ, TST,
TRF, TRT, CSJT e CJF; membros do Ministério Público, Procuradores Gerais do MP; membros do
TCU; presidentes e tesoureiros nacionais de partidos políticos; Governadores, Secretários de
Estado, Deputados Estaduais e Distritais, presidentes de entidades da administração pública indireta
estadual, TJ, Tribunais Militares e de Contas; Prefeitos, Vereadores, Secretários Municipais,
presidentes de entidades da administração pública indireta e TC dos Municípios, entre outros.
A condição de pessoa exposta politicamente deve ser aplicada pelos 5 anos seguintes à data em
que a pessoa deixou de se enquadrar nas categorias aqui previstas.

DO REGISTRO DE OPERAÇÕES - Disposições Gerais


As instituições devem manter registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços
contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos e transferências de
recursos. Devem conter o tipo de operação, valor, data, nome, CPF/CNPJ do beneficiário e canal
utilizado.

Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos


No caso de operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por meio
de qualquer instrumento, as instituiçõesdevem incluir nos registros mencionados no art. 28 as
informações necessárias à identificação da origem e do destino dos recursos (contendo nome,
CPF/CNPJ, códigos de identificação, números das dependências e contas envolvidas).
No caso de transferência de recursos por meio da compensação interbancária de cheque, a
instituição sacada deve informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve informar à
instituição sacada, os números de inscrição no CPF ou no CNPJ dos titulares da conta sacada e da
conta depositária, respectivamente.

Do Registro das Operações em Espécie


No caso de operações com utilização de recursos em espécie de valor individual superior a R$
2.000,00, as instituições devem incluir no registro o nome e o respectivo número de inscrição no
CPF do portador dos recursos.
No caso de operações de depósito ou aporte em espécie de valor individual igual ou superior a R$
50.000,00, as instituições devem incluir no registro as informações do proprietário e portador dos
recursos, e a origem dos recursos.
No caso de operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de
pagamento, de valor individual igual ou superior a R$ 50.000,00, as instituições devem incluir no
registro dados do destinatário e portador dos recursos, finalidade do saque e nº de protocolo
atendimento.
As instituições devem requerer dos sacadores clientes e não clientes solicitação de
provisionamento com, no mínimo, 3 dias úteis de antecedência, das operações de saque, inclusive
as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a R$
50.000,00.
As instituições devem manter registro específico de recebimentos de boleto de pagamento pagos
com recursos em espécie (e informar nos casos de que o boleto seja de outra instituição).

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Dos Procedimentos de Monitoramento, Seleção e Análise de Operações e Situações Suspeitas


As instituições devem implementar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de
operações e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial atenção às suspeitas de
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
Os procedimentos aqui mencionados devem: ser compatíveis com as políticas de prevenção à
lavagem e ao terrorismo; definidos com base na avaliação interna de risco; considerar as condições
de pessoas expostas politicamente; e estarem descritos em manual específico.

Do Monitoramento e da Seleção de Operações e Situações Suspeitas


Os procedimentos de monitoramento devem levar em consideração especialmente as operações
realizadas e os produtos e serviços contratados possam configurar a existência de indícios de
artifícios que objetivem: a burla dos procedimentos de identificação e registro; indícios de
ocultação ou dissimulação; incompatibilidade com a capacidade financeira do cliente; operações
com pessoas expostas politicamente brasileiras e estrangeiras; operações em que não seja possível
identificar o beneficiário final; operações de países com deficiências estratégicas na implementação
das recomendações do Grupo de Ação Financeira (Gafi); situações em que as informações
cadastrais não estejam atualizadas; operações com suspeitas de financiamento do terrorismo.
O período para a execução dos procedimentos de monitoramento e de seleção das operações e
situações suspeitas não pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data de ocorrência
da operação ou da situação.
Devem ser incluídos no manual de procedimentos: critérios de definição da periodicidade de
execução dos procedimentos de monitoramento e seleção; os parâmetros, as variáveis, as regras e os
cenários utilizados no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de operações e situações.

Dos Procedimentos de Análise de Operações e Situações Suspeitas


As instituições devem implementar procedimentos de análise das operações (formalizada em
dossiê) e situações selecionadas por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção com o
objetivo de caracterizá-las ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do
terrorismo.
O período para a execução dos procedimentos de análise das operações e situações selecionadas
não pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data da seleção da operação ou situação.
É vedada a contratação de terceiros para a realização da análise referida e a realização da análise no
exterior (não inclui a contratação de terceiros para a prestação de serviços auxiliares).

Da Comunicação de Operações e Situações Suspeitas


As instituições devem comunicar ao Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de
dinheiro e de financiamento do terrorismo (a comunicação deve ser fundamentada em dossiê de
forma detalhada e ocorrer até o final do prazo de análise). A comunicação da operação ou situação
suspeita ao Coaf deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de comunicação.

Da Comunicação de Operações em Espécie


As instituições devem comunicar ao Coaf: I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou
saque em espécie de valor igual ou superior a R$ 50.000,00; II - as operações relativas a
pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer instrumento, contra
pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$ 50.000,00; III - a solicitação de
provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior a R$ 50.000,00.
Não deve sem dar ciência aos envolvidos ou a terceiros. As comunicações alteradas ou canceladas
após o 5º dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompanhadas de justificativa da
ocorrência.
As instituições que não tiverem efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão prestar
declaração, até 10 dias úteis após o encerramento do referido ano, atestando a não ocorrência de

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operações ou situações passíveis de comunicação. Essas instituições devem estar habilitadas para
realizar as comunicações no Sistema de Controle de Atividades Financeiras (Siscoaf), do Coaf.

DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIONÁRIOS, PARCEIROS


E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
As instituições devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus funcionários,
parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos de identificação e
qualificação. Esses procedimentos devem ser formalizados em documento específico aprovado
pela diretoria da instituição. As atividades exercidas por aqueles devem ser classificadas em
categorias de risco definidas na avaliação interna de risco.
As instituições na celebração de contratos com terceiros não sujeitos a autorização para funcionar
do BACEN, participantes de arranjo de pagamento do qual a instituição também participe, devem
obter informações sobre esse terceiro, verificar se o mesmo já foi objeto de investigação, certificar
da sua licença para operar, conhecer os controles adotados por esse terceiro e dar ciência do
contrato ao diretor responsável.

DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTROLE


As instituições devem instituir mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a
assegurar a implementação e a adequação da política, dos procedimentos e dos controles internos de
que trata esta Circular, incluindo a definição de processos, testes, trilhas de auditoria, métricas e
indicadores adequados, e a identificação e correção de eventuais deficiências.

DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE
As instituições devem avaliar a efetividade da política, dos procedimentos e dos controles
internos. A avaliação deve ser documentada em relatório específico (elaborado anualmente até
31/12 e encaminhado para ciência do comitê de auditoria, conselho de administração ou diretoria
até 31/03). O relatório deve conter a metodologia adotada avaliação da efetividade, testes aplicados,
a qualificação dos avaliadores; e as deficiências identificadas (com plano de ação para solucioná-las
de acordo com relatório de acompanhamento, o qual tem que ser encaminhado até 30/06).
Admite-se a elaboração de um único relatório de avaliação de efetividade relativo às instituições do
conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. A forma de realização do relatório
deve ter a opção formalizada em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da
diretoria da instituição.

DISPOSIÇÕES FINAIS
As instituições devem manter à disposição do Banco Central do Brasil os documentos que essa lei
determinar pelo período mínimo de 10 anos.

CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020

Relação de operações e situações que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de
"lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores, e de financiamento ao terrorismo, passíveis de
comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir exemplificam a ocorrência de indícios de


suspeita para fins dos procedimentos de monitoramento e seleção:
I - Situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional com a utilização de
contas de depósitos ou de contas de pagamento: depósitos, aportes, saques, pedidos de
provisionamento atípicos; movimentações em espécie, onde poderiam ser utilizados outros
instrumentos de transferência; aumentos substanciais de depósitos ou aportes sem causa aparente;
fragmentação de depósitos para dissimular movimentação total; fragmentação de saques; depósitos
e aportes de grandes valores de forma parcelada; depósitos e aportes para clientes que exerçam

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atividade comercial de negociação de bens de luxo e alto valor; saque de conta que receba diversos
depósitos de várias origens por curto período de tempo; depósitos ou aporte com cédulas úmidas,
mofadas; depósitos e aportes com grandes quantidades de cédulas de pequeno valor; saques no
período de 5 dias em valores inferiores aos limites estabelecidos; 2 ou mais saques em espécie no
caixa no mesmo dia para evitar a identificação do sacador; 2 ou mais depósitos em espécie em
terminais no período de 5 dias para evitar a identificação do depositante; depósitos relevantes em
contas de servidores públicos ou pessoas expostas politicamente (familiares também).
II - Situações relacionadas com operações em espécie e cartões pré-pagos em moeda
estrangeira e cheques de viagem: movimentações em moeda estrangeira ou cheques de viagem
atípicas; negociações em moedas estrangeiras incompatíveis ou realizadas por diferentes pessoas
naturais que informem o mesmo endereço; negociação com taxas de câmbio com variação
significativa em relação às praticadas no mercado; moedas estrangeiras úmidas, mofadas;
negociações em moeda estrangeira em que a pessoa natural ou jurídica não tenha como
característica o recebimento desse tipo de recurso; cartões pré-pagos em valores não compatíveis;
utilização de diversas fontes de recursos para cartões pré-pagos; carga em cartões pré-pagos
seguidos de saques em caixas eletrônicos.
III - Situações relacionadas com a identificação e qualificação de clientes: resistência ao
fornecimento de informações; informações falsas; informações de difícil ou onerosa verificação;
abertura de contas por detentor de procuração; ocorrência de irregularidades nos procedimentos de
identificação; cadastramento de várias contas em curto período de tempo; operações em que não se
identifique o beneficiário final; representação de diferentes pessoas jurídicas pelos mesmos
procuradores ou representantes legais; mesmo endereço residencial ou comercial para pessoas
naturais; incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento; registro do mesmo endereçõ de
e-mail e IP por diferentes pessoas jurídicas; informações e documentos conflitantes; sócios de
empresa sem aparente capacidade financeira.
IV - Situações relacionadas com a movimentação de contas de depósito e de contas de
pagamento em moeda nacional, que digam respeito a: movimentação de recursos incompatíveis;
transferência de valores arredondados pouco abaixo do limite; movimentação de recursos de alto
valor de forma contumaz; manutenção de numerosas contas; movimentação significativa em conta
pouco movimentada; ausência repentina de movimentação em conta anteriormente bem
movimentada; utilização de cofres de aluguel de forma atípica; dispensa da faculdade de
recebimento de créditos e juros; mudança repentina e injustificada na forma de movimentação de
recursos; induzir funcionários a não seguir os procedimentos regulamentares ou formais;
recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para pagamentos; burlas na
identificação das operações; contas com créditos e débitos não característicos; recebimento de
depósitos provenientes de diversas origens sem fundamentação; pagamentos habituais a
fornecedores ou beneficiários, dos quais não tenha ligação; pagamento ou transferência para
fornecedor distante do seu local de atuação; cheques endossados de valores significativos; saldos ou
movimentações financeiras de organizações sem fins lucrativos que não apresentem fundamentação
econômica ou legal; movimentação habitual de recursos financeiros para qualquer tipo de PEP;
contas em nomes de menores ou incapazes com valores relevantes; transações significativas e
incomuns de investidores não residentes; recebimento de valores relevantes atípicos no mesmo
terminal de pagamento; desvios frequentes em padrões adotados em cartões de crédito; transações
em horários considerados incompatíveis; transações em terminal de localização geográfica distante;
operações atípicas com negociações de bens de luxo ou de alto valor; utilização de instrumento
financeiro para ocultar patrimônio; movimentação incompatível com o faturamento mensal;
recebimento de créditos com o imediato débito dos valores; movimentação de valores com
empresas sem atividade.
V - Situações relacionadas com operações de investimento no País: operações de compra e
venda de ativos financeiros a preços incompatíveis; operações atípicas com elevados ganhos;
investimentos significativos em produtos de baixa rentabilidade e liquidez; investimentos

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significativos não proporcionais à capacidade financeira do cliente; resgates de investimentos no


curtíssimo prazo.
VI - Situações relacionadas com operações de crédito no País: operações de crédito
incompatíveis com a situação financeira do cliente; solicitação de concessão de crédito
incompatível; operação de crédito no país seguida de remessa dos recursos para o exterior sem
fundamento econômico ou legal; operações de crédito liquidadas antecipadamente; liquidação de
operação de crédito ou assunção de dívidas por terceiros; concessão de garantias por terceiros não
relacionados ao tomador; operação de crédito com oferecimento de garantia no exterior; operação
de crédito com garantia no exterior por cliente sem tradição de realização de tais operações;
aquisição de bens ou serviços incompatíveis.
VII - Situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de contratos com o
setor público: movimentação atípica de recursos por agentes públicos ou por pessoas naturais ou
jurídicas relacionadas a patrocínio e marketing; movimentações atípicas de organizações sem fins
lucrativos; movimentação atípica de pessoa natural ou jurídica relacionada a licitações.
VIII - Situações relacionadas a consórcios: consorciados detentores de elevado número de cotas;
aumento expressivo de cotas para um mesmo consorciado; lances incompatíveis com a capacidade
financeira do consorciado; lances muito próximos ao valor do bem; pagamento antecipado de
quantidade expressiva de prestações vincendas; aquisição de cotas previamente contempladas;
utilização de documentos falsificados; pagamentos realizados em localidades diferentes do cadastro;
conta depósito diferente da inicialmente fornecida.
IX - Situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas de envolvimento com
financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa:
movimentações financeiras envolvendo entidades relacionadas a atividades terroristas listadas pelo
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU); operações ou prestações de serviços, assim
como a existência de recursos, de pessoas ou entidades que tenham cometido ou intentado atos
terroristas; movimentações com indícios de financiamento ao terrorismo ou relacionadas à
proliferação de armas de destruição em massa.
X - Situações relacionadas com atividades internacionais: operação com pessoas naturais ou
jurídicas, inclusive sociedades e instituições financeiras, situadas em países que não apliquem ou
apliquem insuficientemente as recomendações do Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o
Financiamento do Terrorismo (Gafi), ou que tenham sede em países ou dependências com
tributação favorecida ou regimes fiscais privilegiados, ou em locais onde seja observada a prática
contumaz desses crimes, não claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamentação
econômica; pagamentos de importação e recebimentos de exportação, antecipados ou não, por
empresa sem tradição ou cuja capacidade financeira seja incompatível com o montante negociado;
exportações ou importações aparentemente fictícias ou com indícios de superfaturamento ou
subfaturamento; movimentações decorrentes de programa de repatriação de recursos que
apresentem inconsistências relacionadas à identificação do titular ou do beneficiário final;
pagamento de frete internacional sem amparo em documentação que evidencie vínculo com
operação comercial.
XI - Situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior: contratação de
operações de crédito no exterior com cláusulas que estabeleçam condições incompatíveis com as
praticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo muito longo.
XII - Situações relacionadas com operações de investimento externo: recebimento de
investimento externo direto, cujos recursos retornem imediatamente a título de disponibilidade no
exterior; recebimento de investimento externo direto, com realização quase imediata de remessas de
recursos para o exterior a título de lucros e dividendos; remessas de lucros e dividendos ao exterior
em valores incompatíveis com o valor investido.
XIII - Situações relacionadas com funcionários, parceiros e prestadores de serviços
terceirizados: alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado, do
parceiro ou de prestador de serviços terceirizados, sem causa aparente;

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XIV - Situações relacionadas a campanhas eleitorais: recebimento de doações, em contas


(eleitorais ou não) de candidatos, contas de estreito colaborador dessas pessoas ou em contas de
partidos políticos, de valores que desrespeitem as vedações ou extrapolem os limites definidos na
legislação em vigor; uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo de caixa do partido
eleitoral.
XV - Situações relacionadas a BNDU e outros ativos não financeiros: negociação de BNDU ou
outro ativo não financeiro para pessoas naturais ou jurídicas sem capacidade financeira, entre
outros.
XVI - Situações relacionadas com a movimentação de contas correntes em moeda estrangeira
(CCME): movimentação de recursos incompatível com a atividade econômica e a capacidade
financeira do cliente; recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas movimentações
financeiras não apresentem fundamentação econômica ou legal ou nas quais pareça não haver
vinculação entre a atividade declarada do titular da CCME e as outras partes envolvidas nas
transações, entre outros.
XVII - Situações relacionadas com operações realizadas em municípios localizados em regiões
de risco: operação atípica em municípios localizados em regiões de fronteira; operação atípica em
municípios localizados em regiões de extração mineral; operação atípica em municípios
localizados em outras regiões de risco.
As operações ou as situações referidas no caput devem ser comunicadas, nos termos da referida
Circular, somente nos casos em que os indícios forem confirmados ao término da execução dos
procedimentos de análise de operações e situações suspeitas.

28 - Autorregulação bancária.
Ocorre quando os próprios participantes do mercado instituem regras de conduta e fiscalizam a sua
aplicação. Possui caráter complementar à regulação oficial. A entidade de autorregulação dos
bancos é a FEBRABAN (associação civil sem fins lucrativos que representa os bancos).
Código de Autorregulação bancária – É de livre adesão. Principais Éticos (integridade,
equidade, respeito ao consumidor, transferência, excelência, sustentabilidade, confiança). Abrange
todos os produtos e serviços disponibilizados a pessoas físicas, ou quando expressamente definido,
a pessoas jurídicas.
Tem 4 Pilares: Ética e legalidade; respeito ao consumidor; comunicação eficiente; melhoria
contínua.

29 - Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações.


Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras e dá outras providências.

Art. 1º As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e


serviços prestados. As empresas de fomento comercial ou factoring também conservarão esse sigilo.
Não constitui violação do dever de sigilo: troca de informações entre instituições financeiras para
fins cadastrais; fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem
previsão de fundos e de devedores inadimplentes; comunicação às autoridades competentes da
prática de ilícitos penais e administrativos; a revelação de informações sigilosas com o
consentimento expresso dos interessados; o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos,
relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de
pessoas naturais ou jurídicas, a gestores de bancos de dados, para formação de histórico de crédito.
A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência de
qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos
seguintes crimes: terrorismo; tráfico ilício de entorpecentes e drogas; contrabando de armas e
munições; extorsão mediante sequestro; contra o sistema financeiro nacional; contra a

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Administração Pública; contra a ordem tributária e a previdência social; lavagem de dinheiro ou


ocultação de bens, direitos e valores; praticado por organização criminosa.
Art. 2º O dever de sigilo é extensivo ao BACEN. O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos,
aplicações e investimentos mantidos em instituições financeiras, não pode ser oposto ao BACEN
quando no desempenho de suas funções de fiscalização ou quando procedido inquérito em
instituição financeira submetida a regime especial.
As comissões encarregadas dos inquéritos poderão examinar quaisquer documentos relativos a
bens, direitos e obrigações das instituições financeiras, de seus controladores, administradores,
membros de conselhos estatutários, gerentes, mandatários e prepostos, inclusive contas correntes e
operações com outras instituições financeiras.
O aqui disposto se aplica à CVM quando se tratar de fiscalização de operações e serviços no
mercado de valores mobiliários. O BACEN e a CVM poderão firmar convênios com outros órgãos
públicos fiscalizadores de instituições financeiras e bancos centrais de outros países (cooperação
mútua e intercâmbio de informações), sendo estendido o dever de sigilo a todos esses. O BACEN,
CVM e demais órgãos de fiscalização fornecerão ao COAF as informações cadastrais e de
movimento de valores relativos às operações determinadas pela legislação.
Art. 3º Serão prestadas pelo BACEN, pela CVM e pelas instituições financeiras as informações
ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às
partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide.
Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a prestação de informações e o
fornecimento de documentos sigilosos solicitados por comissão de inquérito administrativo
destinada a apurar responsabilidade de servidor público por infração praticada no exercício de suas
atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
O BACEN e a CVM fornecerão à AGU as informações e os documentos necessários à defesa da
União nas ações em que seja parte.
Art. 4º O BACEN e a CVM e as instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal
as informações e os documentos sigilosos que se fizerem necessários ao exercício de suas
respectivas competências constitucionais e legais. As CPIs obterão as informações e documentos
sigilosos de que necessitarem, diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio do
BACEN e da CVM. As solicitações deverão ser previamente aprovadas pelo Plenário da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões parlamentares de
inquérito.
Art. 5º O Poder Executivo disciplinará os critérios segundo os quais as instituições financeiras
informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos
usuários de seus serviços (não se incluem aqui as operações financeiras efetuadas pelas
administrações direta e indireta da União, dos Estados, do DF e dos Municípios).
As informações transferidas restringir-se-ão a informes relacionados com a identificação dos
titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção
de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles
efetuados. Caso no recebimento das informações forem detectados indícios de falhas, incorreções
ou omissões, a autoridade interessada poderá requisitar informações e documentos, bem como
realizar fiscalização ou auditoria.
Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições
financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver
processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
Art. 7º A CVM poderá solicitar à autoridade judiciária competente o levantamento do sigilo junto
às instituições financeiras de informações e documentos relativos a bens, direitos e obrigações de
pessoa física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar (será mantido intercâmbio de
informações com o BACEN).

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Art. 8º O cumprimento das exigências e formalidades será expressamente declarado pelas


autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao BACEN, à CVM ou às instituições
financeiras.
Art. 9º O BACEN e a CVM verificando a ocorrência de crime definido em lei como de ação
pública, ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público (pelos seus
presidentes ou delegados no prazo máximo de 15 dias), juntando à comunicação os documentos
necessários à apuração ou comprovação dos fatos.
Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas, constitui crime e sujeita os responsáveis
à pena de reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. Incorre na mesma pena quem omitir, retardar
injustificadamente ou prestar informações falsas.
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização de qualquer informação obtida
em decorrência da quebra de sigilo responde pessoal e diretamente pelos danos decorrentes, sem
prejuízo da responsabilidade objetiva da entidade pública, quando comprovado que o servidor
agiu de acordo com orientação oficial.

30 - Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de


2018 e suas alterações.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa
natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa
natural. As normas aqui contidas são de interesse nacional.
A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos: o respeito à privacidade; a
autodeterminação informativa; a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de
opinião; a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; o desenvolvimento econômico e
tecnológico e a inovação; a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e os
direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania
pelas pessoas naturais.
Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: I - realizado por pessoa natural para fins
exclusivamente particulares e não econômicos; II - realizado para fins exclusivamente: a)
jornalístico e artísticos; b) acadêmicos; III - realizado para fins exclusivos de: a) segurança pública;
b) defesa nacional; c) segurança do Estado; d) atividades de investigação e repressão de infrações
penais; IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam objeto de comunicação, uso
compartilhado de dados com agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência
internacional de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o país de proveniência
proporcione grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.
É vedado o tratamento dos dados a que se refere a segurança de Estado por pessoa de direito
privado, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que serão objeto
de informe específico à autoridade nacional e que deverão observar a limitação imposta.
Para os fins desta Lei, considera-se:
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião
política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado
referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico;
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a
utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários
locais, em suporte eletrônico ou físico;
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de tratamento;
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem competem as
decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;

Baixado por Mateus Macêdo (mateusmacedo1990@hotmail.com)


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VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o tratamento
de dados pessoais em nome do controlador;
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de
comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de
Dados (ANPD);
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a coleta,
produção, classificação, utilização, reprodução, distribuição, arquivamento, eliminação, avaliação
ou controle da informação, modificação, comunicação, transferência, difusão, extração, etc.;
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis no momento do
tratamento, por meio dos quais um dado perde a possibilidade de associação a um indivíduo;
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com
o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada;
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação de tratamento, mediante guarda do
dado pessoal ou do banco de dados;
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados armazenados em banco de dados,
independentemente do procedimento empregado;
XV - transferência internacional de dados: transferência de dados pessoais para país estrangeiro
ou organismo internacional do qual o país seja membro;
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, transferência internacional,
interconexão de dados pessoais ou tratamento compartilhado de bancos de dados pessoais por
órgãos e entidades públicos no cumprimento de suas competências legais, ou entre esses e entes
privados, reciprocamente, com autorização específica;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: documentação do controlador que
contém a descrição dos processos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às
liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas e mecanismos de
mitigação de risco;
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta ou
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras,
com sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em seu objetivo social ou
estatutário a pesquisa básica ou aplicada de caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico;
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública responsável por zelar, implementar e
fiscalizar o cumprimento desta Lei em todo o território nacional.
As atividades de tratamento de dados pessoais devem observar a boa-fé e os seguintes
princípios:
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e
informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
finalidades;
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de acordo
com o contexto do tratamento;
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas
finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
finalidades do tratamento de dados;
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a duração
do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização dos
dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessíveis
sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos
comercial e industrial;

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VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados


pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
alteração, comunicação ou difusão;
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do tratamento
de dados pessoais;
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios
ilícitos ou abusivos;
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas
eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de proteção de dados
pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.

Dos Requisitos para o Tratamento de Dados Pessoais


O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: I -
consentimento pelo titular; II - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador; III
- pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados necessários à
execução de políticas públicas; IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida,
sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; V - quando necessário para a execução de
contrato ou de procedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a
pedido do mesmo; VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou
arbitral; VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; VIII - para
a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços
de saúde ou autoridade sanitária; IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do
controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do
titular que exijam a proteção dos dados pessoais; X - para a proteção do crédito.
O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve considerar a finalidade, a boa-fé e o
interesse público que justificaram sua disponibilização. É dispensada a exigência do consentimento
para os dados tornados manifestamente públicos pelo titular.

O consentimento deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre a manifestação
de vontade do titular (cabe ao controlador provar que foi dado o consentimento). É vedado o
tratamento de dados pessoais mediante vício de consentimento. O consentimento deverá referir-se
a finalidades determinadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pessoais serão
nulas. O consentimento pode ser revogado a qualquer momento mediante manifestação expressa
do titular.
O titular tem direito ao acesso facilitado às informações sobre o tratamento de seus dados, que
deverão ser disponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras
características previstas em regulamentação para o atendimento do princípio do livre acesso:
finalidade específica; forma e duração; identificação do controlador e informações de contato;
informações acerca do uso compartilhado de dados; e responsabilidades dos agentes que realizarão
o tratamento.
O controlador deverá informar previamente o titular sobre mudanças de finalidade. Quando o
tratamento for baseado no legítimo interesse do controlador, somente os dados pessoais
estritamente necessários para a finalidade pretendida poderão ser tratados. O controlador deverá
adotar medidas para garantir a transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
interesse. A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador relatório de impacto à proteção de
dados pessoais, observados os segredos comercial e industrial.

Do Tratamento de Dados Pessoais Sensíveis


O tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes hipóteses: I -
quando o titular ou seu responsável legal consentir para finalidades específicas; II - sem
fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável para o
cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador.

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É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre controladores de dados pessoais sensíveis


referentes à saúde com objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses relativas a
prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica e de assistência à saúde, incluídos os
serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício dos interesses dos titulares de dados, e para
permitir: portabilidade de dados; e transações financeiras e administrativas resultantes do uso e da
prestação dos serviços aqui tratada.
É vedado às operadoras de planos privados de assistência à saúde o tratamento de dados de saúde
para a prática de seleção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na
contratação e exclusão de beneficiários.
A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técnicas utilizados em processos de
anonimização e realizar verificações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de
Proteção de Dados Pessoais.
No caso de órgãos de pesquisa, esse será o responsável pela segurança da informação não permitida,
em circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
A pseudonimização é o tratamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de associação,
direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de informação adicional mantida separadamente
pelo controlador em ambiente controlado e seguro.

Do Tratamento de Dados Pessoais de Crianças e de Adolescentes


O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser realizado em seu melhor
interesse, com consentimento dado por ao menos um dos pais ou pelo responsável legal.
Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento quando a coleta for
necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utilizados uma única vez e sem
armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o
consentimento.
Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares em jogos, aplicações de
internet ou outras atividades ao fornecimento de informações pessoais além das estritamente
necessárias à atividade.

Do Término do Tratamento de Dados


O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá nas seguintes hipóteses: I - verificação de
que a finalidade foi alcançada ou de que os dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao
alcance da finalidade específica almejada; II - fim do período de tratamento; III - comunicação do
titular, inclusive no exercício de seu direito de revogação do consentimento, resguardado o interesse
público; IV - determinação da autoridade nacional, quando houver violação ao disposto nesta Lei.
Os dados pessoais serão eliminados após o término de seu tratamento, no âmbito e nos limites
técnicos das atividades, autorizada a conservação para as finalidades de cumprimento de obrigação
legal ou regulatória, estudos por órgão de pesquisa e uso exclusivo do controlador.

DOS DIREITOS DO TITULAR


Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de seus dados pessoais e garantidos os direitos
fundamentais de liberdade, de intimidade e de privacidade.
O titular dos dados pessoais tem direito a obter do controlador (mediante requerimento expresso),
em relação aos dados do titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante requisição os
dados referentes a sua pessoa, sendo que se não atendido poderá peticionar contra o controlador
perante a autoridade nacional.
A portabilidade dos dados pessoais não inclui dados que já tenham sido anonimizados pelo
controlador. As informações e os dados poderão ser fornecidos a critério do titular por meio
eletrônico ou de forma impressa.
O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de decisões tomadas unicamente com base em
tratamento automatizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as decisões
destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de consumo e de crédito ou os aspectos de sua

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personalidade. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de direitos pelo titular não podem
ser utilizados em seu prejuízo.

DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO - Das Regras


O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito público deverá ser realizado para
o atendimento de sua finalidade pública, na persecução do interesse público, com o objetivo de
executar as competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço público.
A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de publicidade das operações de tratamento.
Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público,
terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas aqui tratadas, fornecendo acesso para a
administração pública, o mesmo valendo para empresas públicas e sociedades de economia mista.
Os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso
compartilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à
descentralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo público em
geral.
A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais de pessoa jurídica de direito público a
pessoa de direito privado será informado à autoridade nacional e dependerá de consentimento do
titular.
A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer momento, aos órgãos e às entidades do poder
público a realização de operações de tratamento de dados pessoais, informações específicas
sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tratamento realizado e poderá emitir
parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei.

Da Responsabilidade
Quando houver infração a esta Lei em decorrência do tratamento de dados pessoais por órgãos
públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer cessar a
violação. Poderão ser publicados relatórios de impacto.

DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS


A transferência internacional de dados pessoais somente é permitida nos seguintes casos: I -
para países ou organismos internacionais que proporcionem grau de proteção de dados pessoais
adequado; II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de cumprimento dos princípios,
dos direitos do titular e do regime de proteção de dados na forma de cláusulas, normas, certificados,
etc.: III - quando a transferência for necessária para a cooperação jurídica internacional entre
órgãos públicos de inteligência, de investigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de
direito internacional; IV - quando a transferência for necessária para a proteção da vida ou da
incolumidade física do titular ou de terceiro; V - quando a autoridade nacional autorizar a
transferência; VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido em acordo de
cooperação internacional; VII - quando a transferência for necessária para a execução de política
pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada publicidade; VIII - quando o titular tiver
fornecido o seu consentimento específico e em destaque para a transferência, com informação
prévia sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente esta de outras finalidades.
O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do organismo internacional será avaliado
pela autoridade nacional, que levará em consideração: I - as normas gerais e setoriais da
legislação em vigor no país de destino ou no organismo internacional; II - a natureza dos dados; III
- a observância dos princípios gerais de proteção de dados pessoais e direitos dos titulares; IV - a
adoção de medidas de segurança; V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o
respeito aos direitos de proteção de dados pessoais.

A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contratuais, bem como a verificação de cláusulas


contratuais específicas para uma determinada transferência, normas corporativas globais ou selos,
certificados e códigos de conduta, será realizada pela autoridade nacional.

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DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS - Do Controlador e do Operador


O controlador e o operador devem manter registro das operações de tratamento de dados pessoais
que realizarem, especialmente quando baseado no legítimo interesse. A autoridade nacional poderá
determinar ao controlador que elabore relatório de impacto (descrição dos tipos de dados
coletados, metodologia e análise) à proteção de dados pessoais. O operador deverá realizar o
tratamento segundo as instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância das
próprias instruções e das normas sobre a matéria.

Do Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais


O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais, o qual terá a
identidade e contato divulgados publicamente. Suas atividades consistem em: I - aceitar
reclamações e comunicações dos titulares, prestar esclarecimentos e adotar providências; II -
receber comunicações da autoridade nacional e adotar providências; III - orientar os funcionários e
os contratados da entidade a respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
pessoais; IV - executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou estabelecidas em
normas complementares.

Da Responsabilidade e do Ressarcimento de Danos


O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de tratamento de dados
pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à
legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
O operador responde solidariamente pelos danos causados pelo tratamento quando descumprir as
obrigações da legislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas do
controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao controlador, salvo nos casos de exclusão
previstos na legislação. Os controladores que estiverem diretamente envolvidos no tratamento do
qual decorreram danos ao titular dos dados respondem solidariamente, salvo nos casos de
exclusão previstos na Lei. Aquele que reparar o dano tem direito de regresso contra os demais.
O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova a favor do titular dos dados quando, a
seu juízo, for verossímil a alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova ou
quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessivamente onerosa.
Responde pelos danos decorrentes da violação da segurança dos dados o controlador ou o operador
que, ao deixar de adotar as medidas de segurança, der causa ao dano.

Da Segurança e do Sigilo de Dados


Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas aptas a
proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito.
As medidas deverão ser observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até a
sua execução.
Os sistemas utilizados para o tratamento de dados pessoais devem ser estruturados de forma a
atender aos requisitos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos princípios
gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamentares.

Das Boas Práticas e da Governança


Os controladores e operadores, no âmbito de suas competências, pelo tratamento de dados pessoais,
individualmente ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práticas e de
governança que estabeleçam as condições de organização, o regime de funcionamento, os
procedimentos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no tratamento, as ações educativas,
os mecanismos internos de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao
tratamento de dados pessoais.

Baixado por Mateus Macêdo (mateusmacedo1990@hotmail.com)


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As regras de boas práticas e de governança deverão ser publicadas e atualizadas periodicamente e


poderão ser reconhecidas e divulgadas pela autoridade nacional. A autoridade nacional estimulará a
adoção de padrões técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pessoais.

Das Sanções Administrativas


Os agentes de tratamento de dados, em razão das infrações cometidas, ficam sujeitos às
seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacional: I - advertência, com
indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; II - multa simples, de até 2% do
faturamento da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último
exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 por infração; III - multa
diária, observado o limite total de 50 milhões; IV - publicização da infração após devidamente
apurada e confirmada a sua ocorrência; V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração
até a sua regularização; VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; X -
suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a infração pelo período
máximo de 6 meses, prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de tratamento
pelo controlador; XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais a que
se refere a infração pelo período máximo de 6 meses, prorrogável por igual período; XII -
proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados.
As sanções serão aplicadas após procedimento administrativo que possibilite a oportunidade da
ampla defesa, de forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do caso
concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios: da gravidade e natureza das
infrações; boa-fé; vantagem auferida; condição econômica do infrator; reincidência; grau do dano;
cooperação do infrator; adoção reiterada de mecanismos e procedimentos internos; adoção de
política de boas práticas e governança; a pronta adoção de medidas corretivas; e a
proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção.
No cálculo do valor da multa, a autoridade nacional poderá considerar o faturamento total da
empresa ou grupo de empresas, quando não dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade
empresarial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou quando o valor for
apresentado de forma incompleta ou não for demonstrado de forma inequívoca e idônea.
O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será
destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos.
As sanções previstas nos incisos X, XI e XII serão aplicadas: I - somente após já ter sido imposta
ao menos 1 das sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI para o mesmo caso concreto;
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e entidades com competências
sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados de que trata o caput do art. 46 desta Lei
poderão ser objeto de conciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata este artigo.

Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)


Fica criada, sem aumento de despesa, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD),
órgão da administração pública federal, integrante da Presidência da República. A natureza
jurídica da ANPD é transitória e poderá ser transformada pelo Poder Executivo em entidade da
administração pública federal indireta, submetida a regime autárquico especial (no prazo de 2 anos).
É assegurada autonomia técnica e decisória à ANPD.
A ANPD é composta de: I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; II - Conselho Nacional
de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade; III - Corregedoria; IV - Ouvidoria; V - órgão de
assessoramento jurídico próprio; VI - unidades administrativas e unidades especializadas
necessárias à aplicação do disposto nesta Lei.
O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 diretores, incluído o Diretor-Presidente
(escolhidos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado). O mandato dos membros do
Conselho Diretor será de 4 anos. Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre

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brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educação e elevado conceito no campo
de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados. Somente perderão seus cargos em
virtude de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de
processo administrativo disciplinar (instaurado pelo Ministro da Casa Civil). Infrações cometidas
caracterizarão ato de improbidade administrativa. A Casa Civil dará apoio técnico e administrativo.
Compete à ANPD: zelar pela proteção dos dados pessoais e pela observância dos segredos
comerciais e industriais; elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais
e da Privacidade; fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados realizado em
descumprimento à legislação, mediante processo administrativo; apreciar petições de titular contra
controlador após comprovada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador não
solucionada; promover na população o conhecimento das normas e das políticas públicas sobre
proteção de dados pessoais e das medidas de segurança; promover e elaborar estudos sobre as
práticas nacionais e internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; estimular a adoção
de padrões para serviços e produtos que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus
dados pessoais; promover ações de cooperação com autoridades de proteção de dados pessoais de
outros países, de natureza internacional ou transnacional; dispor sobre as formas de publicidade das
operações de tratamento de dados pessoais; solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder
público que realizem operações de tratamento de dados pessoais informe específico sobre o âmbito,
a natureza dos dados e os demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir
parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei; elaborar relatórios de gestão
anuais acerca de suas atividades; editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de dados
pessoais e privacidade; ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias de interesse
relevante e prestar contas sobre suas atividades e planejamento; arrecadar e aplicar suas receitas e
publicar, no relatório de gestão o detalhamento de suas receitas e despesas; realizar auditorias, ou
determinar sua realização; celebrar, a qualquer momento, compromisso com agentes de tratamento
para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos
administrativos; editar normas, orientações e procedimentos simplificados e diferenciados,
inclusive quanto aos prazos, para que microempresas e empresas de pequeno porte; garantir que o
tratamento de dados de idosos seja efetuado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu
entendimento; deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo, sobre a interpretação
desta Lei, as suas competências e os casos omissos; comunicar às autoridades competentes as
infrações penais das quais tiver conhecimento; comunicar aos órgãos de controle interno o
descumprimento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administração pública federal;
articular-se com as autoridades reguladoras públicas para exercer suas competências em setores
específicos de atividades econômicas e governamentais sujeitas à regulação; implementar
mecanismos simplificados, inclusive por meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o
tratamento de dados pessoais em desconformidade com esta Lei.

Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem ser precedidos de consulta e audiência
públicas, bem como de análises de impacto regulatório. Será, também, mantido um fórum
permanente de comunicação.

Constituem receitas da ANPD: I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os


créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os repasses que lhe forem conferidos;
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que lhe forem destinados; III - os
valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e imóveis de sua propriedade; IV - os valores
apurados em aplicações no mercado financeiro das receitas previstas neste artigo; VI - os recursos
provenientes de acordos, convênios ou contratos celebrados com entidades, organismos ou
empresas, públicos ou privados, nacionais ou internacionais; VII - o produto da venda de
publicações, material técnico, dados e informações, inclusive para fins de licitação pública.

Do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade

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O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade será composto de 23


representantes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: 5 do Poder Executivo Federal; 1 do
Senado Federal; 1 da Câmara de Deputados; 1 do Conselho Nacional de Justiça; 1 do Conselho
Nacional do Ministério Público; 1 do Comitê Gestor da Internet no Brasil; 3 de entidades da
sociedade civil; 3 de instituições científicas, tecnológicas e de inovação; 3 de confederações
sindicais representativas do setor produtivo; 2 de entidades representativas do setor empresarial; e 2
de entidades representativas do setor laboral.
Os mandatos serão de 2 anos, permitida 1 recondução, sendo sua prestação de serviço não
remunerada.
Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade: propor
diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a elaboração da Política Nacional de Proteção de
Dados Pessoais e da Privacidade e para a atuação da ANPD; elaborar relatórios anuais de avaliação
da execução das ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;
sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; elaborar estudos e realizar debates e audiências
públicas sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; disseminar o conhecimento sobre a
proteção de dados pessoais e da privacidade à população.

31 - Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto nº 8.420/2015 e suas


alterações.
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.

DISPOSIÇÕES GERAIS
Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. A responsabilização da
pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. A pessoa jurídica será
responsabilizada independentemente da responsabilização individual das pessoas. Subsiste a
responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, transformação,
incorporação, fusão ou cisão societária.
As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do
dano causado.

DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA


Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira todos aqueles praticados
pelas pessoas jurídicas que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra
princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo
Brasil, assim definidos: I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a
agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada; II - comprovadamente, financiar, custear,
patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei; III -
comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus
reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados; IV - no tocante a licitações e
contratos: a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o
caráter competitivo de procedimento licitatório público; b) impedir, perturbar ou fraudar a
realização de qualquer ato de procedimento licitatório público; c) afastar ou procurar afastar
licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; d) fraudar licitação
pública ou contrato dela decorrente; e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para

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participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; f) obter vantagem ou benefício


indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a
administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos
respectivos instrumentos contratuais; g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
contratos celebrados com a administração pública; V - dificultar atividade de investigação ou
fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no
âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.

Considera-se agente público estrangeiro quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou em representações
diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.

DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos
lesivos as seguintes sanções: I - multa, no valor de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último
exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca
será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; II - publicação extraordinária
da decisão condenatória.

A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação jurídica elaborada
pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público. As
sanções não excluem a obrigação da reparação integral do dano causado.
Caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa
será de R$ 6.000,00 a R$ 60.000.000,00.
A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato de sentença, em
meios de comunicação de grande circulação ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional,
bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 dias.
Serão levados em consideração na aplicação das sanções: a gravidade da infração; a vantagem
auferida ou pretendida; a consumação ou não da infração; o grau de lesão ou perigo de lesão; o
efeito negativo produzido pela infração; a situação econômica do infrator; a cooperação da pessoa
jurídica para a apuração das infrações; a existência de mecanismos e procedimentos internos de
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de
ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica
com o órgão ou entidade pública lesados.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO


A instauração e o julgamento de processo administrativo (que pode ser delegada) para apuração
da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação,
observados o contraditório e a ampla defesa. No âmbito do Poder Executivo Federal, a
Controladoria-Geral da União (CGU) terá competência concorrente para instaurar processos
administrativos.
A comissão designada pela autoridade instauradora será composta por 2 ou mais servidores
estáveis, a qual deverá concluir o processo no prazo de 180 dias (prorrogável) contados da
publicação do ato que a instituir, apresentando relatório. O prazo para a defesa é 30 dias.
Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da
fazenda pública. A comissão designada após a conclusão do procedimento dará conhecimento ao
Ministério Público para apuração de eventuais delitos.

DO ACORDO DE LENIÊNCIA

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A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com
as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo.
O acordo somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a 1ª a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
ilícito; II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir
da data de propositura do acordo; III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere
plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob
suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções e reduzirá em até 2/3 o
valor da multa aplicável. O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar
integralmente o dano causado. Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa
jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 anos contados do conhecimento
pela administração pública do referido descumprimento. A celebração do acordo de leniência
interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
A CGU é o órgão competente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo
federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra a administração pública estrangeira.

DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial.
Poderá se ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
infratoras (aplicadas de forma isolada ou cumulativa): I - perdimento dos bens, direitos ou
valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; II - suspensão ou interdição parcial de
suas atividades; III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; IV - proibição de receber
incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de
instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 e
máximo de 5 anos.

A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado: I - ter sido a
personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de atos
ilícitos; II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos
beneficiários dos atos praticados.
O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou equivalente,
do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à
garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado o direito do
terceiro de boa-fé.

DISPOSIÇÕES FINAIS
Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas
(CNEP), que reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei.
As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência previstos nesta Lei, também
deverão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as
informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento vier a causar
prejuízo às investigações e ao processo administrativo.
Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), de caráter público, instituído no âmbito do Poder
Executivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas.

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A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento nesta Lei serão
destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Prescrevem em 5 anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou,
no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado (a prescrição é
interrompida com a instauração do processo de apuração).
A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu estatuto ou
contrato social.
A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas nesta Lei, não adotar
providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente.
Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração
pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
O aqui disposto não exclui as competências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do
Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que constitua infração
à ordem econômica.

DECRETO Nº 8.420, DE 18 DE MARÇO DE 2015


Regulamenta a Lei nº 12.846/2013.

DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
A apuração da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa resultar na aplicação
das sanções será efetuada por meio de Processo Administrativo de Responsabilização (PAR). A
competência para a instauração e para o julgamento do PAR é da autoridade máxima da entidade
ou, em caso de órgão da administração direta, do seu Ministro de Estado. A investigação
preliminar será conduzida por comissão composta por 2 ou mais servidores efetivos com prazo de
60 dias prorrogáveis, tendo ao final que se fazer um relatório conclusivo (onde não houver, serão
empregados públicos). A pessoa jurídica terá um prazo de 30 dias para apresentar defesa escrita.
Quando de provas novas, a pessoa jurídica poderá apresentar alegações finais no prazo de 10 dias,
contado da data do deferimento ou da intimação de juntada das provas pela comissão. A pessoa
jurídica quando não encontrada terá feita a intimação por meio de edital. É vedada a retirada dos
autos da repartição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias mediante requerimento.
O prazo para a conclusão do PAR não excederá 180 dias, admitida prorrogação por meio de
solicitação do presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá de forma
fundamentada. O relatório final do PAR será encaminhado à autoridade competente para
julgamento, o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência
jurídica competente.
No caso de eventuais ilícios o relatório da comissão deverá ser encaminhado pela autoridade
julgadora: I - ao Ministério Público; II - à AGU e seus órgãos vinculados, no caso de órgãos da
administração pública direta, autarquias e fundações públicas federais; III - ao órgão de
representação judicial ou equivalente no caso de órgãos ou entidades da administração pública.

Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comissão, esta deverá ser fundamentada com base
nas provas produzidas no PAR. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de
reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de 10 dias, contado da data de publicação da
decisão, tendo a autoridade julgadora 30 dias para apreciá-lo (não apresentado tal pedido, a PJ
deverá cumprir a sanção no prazo de 30 dias).
A CGU possui, no âmbito do Poder Executivo federal, competência concorrente para instaurar e
julgar PAR, e exclusiva para avocar processos. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar,
apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos à administração pública estrangeira, o qual seguirá,
no que couber, o rito procedimental aqui previsto.

DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS

Baixado por Mateus Macêdo (mateusmacedo1990@hotmail.com)


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As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas: I - multa; II - publicação


extraordinária da decisão administrativa sancionadora.
O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores correspondentes aos percentuais do
faturamento bruto da pessoa jurídica do último exercício anterior ao da instauração do PAR,
excluídos os tributos (existem inúmeras situações com percentuais diferentes que não foram aqui
reproduzidos, e que versam de 1 % a 5%, sendo que tais percentuais no caso de contratos vão do
valor de 1 milhão e meio até 1 bilhão de reais).
A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela prática de atos lesivos contra a
administração pública publicará a decisão administrativa sancionadora (as suas custas) na forma
de extrato de sentença, cumulativamente em meio de comunicação de grande circulação, em edital
afixado no próprio estabelecimento, e em seu sítio eletrônico.

Da Cobrança da Multa Aplicada


A multa aplicada ao final do PAR será integralmente recolhida pela pessoa jurídica sancionada no
prazo de 30 dias, apresentando documento que ateste o seu pagamento integral. Caso contrário, o
débito será encaminhado para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias e fundações
públicas federais (se a entidade não possuir Dívida Ativa, o valor será cobrado independentemente
de prévia inscrição).

Dos Encaminhamentos Judiciais


No âmbito da administração pública federal direta, a atuação judicial será exercida pela
Procuradoria-Geral da União, com exceção da cobrança da multa administrativa aplicada no
PAR, que será promovida pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
No âmbito das autarquias e fundações públicas federais, a atuação judicial será exercida pela
Procuradoria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa administrativa
aplicada no PAR, respeitadas as competências específicas da Procuradoria-Geral do BACEN.

DO ACORDO DE LENIÊNCIA
O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos
lesivos, e dos ilícitos administrativos, e em outras normas de licitações e contratos, com vistas à
isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as
investigações e o processo administrativo, devendo resultar dessa colaboração: I - a identificação
dos demais envolvidos na infração administrativa, quando couber; II - a obtenção célere de
informações e documentos que comprovem a infração sob apuração.

Compete à Controladoria-Geral da União celebrar acordos de leniência no âmbito do Poder


Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira. A proposta
do acordo de leniência poderá ser feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR (de
forma oral ou escrita). A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o acesso ao seu
conteúdo será restrito aos servidores especificamente designados pela CGU para participar da
negociação do acordo de leniência, ressalvada a possibilidade de a proponente autorizar a
divulgação ou compartilhamento da existência da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja
anuência da CGU. A negociação a respeito da proposta do acordo de leniência deverá ser concluída
no prazo de 180 dias, contado da data de apresentação da proposta.
O acordo de leniência conterá, entre outras disposições, cláusulas que versem sobre: I - o
compromisso de cumprimento dos requisitos; II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de
descumprimento do acordo; III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento do
acordo; IV - a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme os
parâmetros aqui estabelecidos.
Até a celebração do acordo de leniência pelo Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da
União, a identidade da pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público,
ressalvado casos previstos em lei.

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Uma vez cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, serão declarados em
favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, isenção da
publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora; isenção da proibição de receber
incentivos (entre outros); redução do valor final da multa aplicável; isenção ou atenuação das
sanções administrativas (isso é estendido as demais PJs do grupo econômico).

DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
Para fins do disposto neste Decreto, programa de integridade consiste, no âmbito de uma pessoa
jurídica, no conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo
à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e
diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos
praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União expedir orientações, normas e
procedimentos complementares referentes à avaliação do programa de integridade.
A redução dos parâmetros de avaliação para as microempresas e empresas de pequeno porte
poderá ser objeto de regulamentação por ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da Secretaria da
Micro e Pequena Empresa e do Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União.

DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E SUSPENSAS E DO


CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS
O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) conterá informações
referentes às sanções administrativas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem
restrição ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a administração pública
de qualquer esfera federativa, entre as quais: I - suspensão temporária de participação em
licitação e impedimento de contratar com a administração pública; II - declaração de inidoneidade
para licitar ou contratar com a administração pública; III - impedimento de licitar e contratar
com União, Estados, Distrito Federal ou Municípios.
O Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP) conterá informações referentes: I - às
sanções impostas; II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado.
A exclusão dos dados e informações constantes do CEIS ou do CNEP se dará: I - com fim do
prazo do efeito limitador ou impeditivo da sanção; II - mediante requerimento da pessoa jurídica
interessada, após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis: a) publicação da decisão de
reabilitação da pessoa jurídica sancionada; b) cumprimento integral do acordo de leniência; c)
reparação do dano causado; d) quitação da multa aplicada.

DISPOSIÇÕES FINAIS
As informações referentes ao PAR instaurado no âmbito dos órgãos e entidades do Poder Executivo
federal serão registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos administrativos
sancionadores mantido pela Controladoria-Geral da União, conforme ato do Ministro de Estado
Chefe da Controladoria-Geral da União.
O processamento do PAR não interfere no seguimento regular dos processos administrativos
específicos para apuração da ocorrência de danos e prejuízos à administração pública federal
resultantes de ato lesivo cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente público.
Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União expedir orientações e
procedimentos complementares para a execução deste Decreto.

32 - Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional.
A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. Código de Ética da Caixa Econômica
Federal (disponível no sítio da CEF na internet); Código de Conduta da Caixa Econômica
Federal (disponível no sítio da CEF na internet).

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Ética e Moral são conceitos bastante próximos e costumam ser associados. Pontuemos suas
diferenças: a) Ética – caráter científico, filosófico e teórico; estuda os comportamentos, costumes e
condutas; relacionada à reflexão; trata do estudo do comportamento humano; tende a ser
permanente e universal; b) Moral – caráter normativo e prescritivo; analiso comportamentos,
hábitos e condutas, mas voltada às regras de convivência; relacionada à ação; ocupa-se de atribuir
um valor à ação; vaira no tempo e no espaço (a moral de uma sociedade, pode não ser a de outra).
Valores e Virtudes – Os valores formam a base do comportamento de um indivíduo (cada pessoa
tem os seus próprios valores). Virtudes dizem respeito às qualidades desejadas do ser humano.
Código de Ética da CEF –
a) Missão – Promover o desenvolvimento sustentável do Brasil, gerando valor aos clientes e
sociedade como instituição financeira pública e agente de políticas de Estado.
b) Valores Institucionais – trabalhar pela satisfação dos clientes; trabalhar para elevar a riqueza e o
bem estar da sociedade brasileira; ter orgulho e paixão pelo trabalho; agir pautado na ética; acreditar
que a liderança se faz pelo exemplo; ser inovador; respeitar todas ideias, opções e diferenças; ser
responsável pelo desempenho eficiente e sustentável; promover a meritocracia e o desenvolvimento
profissional; juntos podemos mais.
c) Valores do Código de Ética – respeito; honestidade; compromisso; transparência;
responsabilidade.
Código de Conduta – Princípios morais da dignidade, decoro, zelo, eficácia e consciência. O
exercício funcional na CEF é equiparado à função pública. Devem ser observados: conflito de
interesses; uso, divulgação e sigilo de informações; atividade profissional paralela (por exemplo,
funcionário da CEF não pode ser corretor de imóveis, nem consultor financeiro); redes sociais;
brindes e presentes; investimentos pessoais; nepotismo.
Vedação a diversos tipos de condutas – enriquecimento ilícito; prejuízo ao erário; atos contra
princípios da administração pública, e contra a administração pública nacional e estrangeira,

33 - Política de Responsabilidade Socioambiental da Caixa Econômica Federal


(disponível no sítio da CEF na internet).
PRSA é um documento que assegura a atuação sustentável da CEF e de suas subsidiárias,
considerando o impacto e a complexidade de suas atividades, incorporando a responsabilidade
socioambiental na tomada de decisão, na estratégia, na gestão, nos negócios, nos produtos e
serviços, nos processos, nas operações, nas atividades e no relacionamento com as partes
interessadas, no intuito de promover a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.
Características – vigência de 5 anos a partir de novembro de 2020; diretrizes de responsabilidade
socioambiental redução das desigualdades sociais e erradicação da pobreza, promoção da cidadania,
entre outros; não fornecimento de crédito, financiamento ou relacionamento com empresas que
violem os códigos de conduta. Denominação - “Banco de Todos os Brasileiros”
Atenção a Acessibilidade, Transparência, Responsabilidades,.

34 - Lei nº 7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial - beneficiários e


critérios para saque).
Seguro Desemprego – Benefício que oferece auxílio em dinheiro por um período determinado. Ele
é pago de 3 a 5 parcelas de forma contínua ou alternada, de acordo com o tempo trabalhado. A
CAIXA atua como Agente Pagador do Seguro-Desemprego, cujos recursos são custeados pelo FAT.
Quem tem direito – a) Trabalhador formal e doméstico, em virtude da dispensa sem justa causa,
inclusive dispensa indireta; b) Trabalhador formal com contrato de trabalho suspenso em virtude de
participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador; c)
Pescador profissional durante o período do defeso; d) Trabalhador resgatado da condição
semelhante à de escravo.

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Benefício – O trabalhador solicita o benefício nas Superintendências Regionais do Trabalho e


Emprego (SRTE), Secretaria Especial da Previdência e Trabalho (SEPT), Sistema Nacional de
Emprego (SINE) e outros postos credenciados pelo Ministério do Trabalho e Previdência ou: a)
Portal Gov.br. b) Aplicativo Carteira de Trabalho Digital, nas versões Android ou iOS. c)
Presencialmente, nas unidades das Superintendências Regionais do Trabalho, após agendamento de
atendimento pela central 158.
Saque – O benefício será creditado automaticamente na conta informada quando do requerimento,
seja na CAIXA ou em outra Instituição Financeira. O crédito para outras instituições financeiras
ocorrerá por meio de Transferência Eletrônica de Valores – TED. Se você não tiver indicado conta
para crédito do benefício quando do requerimento, será selecionada conta CAIXA de forma
automática, desde que a conta seja individual, independentemente de autorização prévia. O crédito
em conta corrente (operação 001) ocorre apenas quando for indicada pelo trabalhador no ato do
requerimento do benefício, não havendo seleção automática desta modalidade pela CAIXA.
O pagamento do SDE também pode ocorrer por meio de crédito em conta Poupança Social Digital.
Caso não possua conta CAIXA e atenda às condições, será aberta conta Poupança Social Digital de
forma automática, sem a necessidade de apresentação de documentos ou comparecimento às
agências e sem custos. A movimentação da Conta Poupança Social Digital é feita por meio do app
CAIXA Tem. Na impossibilidade de efetuar o crédito em conta, o benefício será disponibilizado
para pagamento nos canais, quais sejam: Unidade Lotérica, Correspondente CAIXA Aqui, no
Autoatendimento da CAIXA, mediante uso do Cartão do Cidadão, com senha cadastrada, ou ainda
nas Agências da CAIXA.
Abono Salarial – Corresponde ao pagamento de, no máximo, 1 salário mínimo aos trabalhadores
que satisfaçam os seguintes requisitos: a) Estar cadastrado há pelo menos 5 anos no Fundo de
Participação PIS-PASEP ou no Cadastro Nacional do Trabalhador. b) Ter recebido remuneração
média de até 2 salários mínimos durante o ano-base de empregadores que contribuem para o PIS
(Programa de Integração Social) ou PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público). c) Ter exercido atividade remunerada para Pessoa Jurídica durante pelo menos 30 dias,
consecutivos ou não, no ano-base.
O valor corresponde ao número de meses trabalhados no ano-base multiplicados por 1/12 do
valor do salário mínimo vigente na data do pagamento. Fração de mês superior a 15 dias é
considerada mês integral.

35 - Artigo 37 da Constituição Federal (Princípios constitucionais da


Administração Pública: Princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência).
Esses 5 princípios constitucionais são conhecidos como LIMPE.
Legalidade – O princípio da legalidade prescreve que a Administração só pode agir quando há
imposição ou permissão da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a atividade
administrativa deve se dar no mesmo sentido (e não contra) e nos exatos limites (nunca além) de tal
determinação ou autorização legal. Não confunda com Legitimidade, que diz respeito a agir não
somente conforme o texto de lei, mas também a obedecer aos demais princípios administrativos.
CF – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Impessoalidade – O princípio da impessoalidade impõe que a ação da Administração deve estar
voltada a atingir o objetivo previsto (expressamente ou virtualmente) em lei, o qual visará atender
sempre a uma finalidade: o interesse público. Assim, o administrador não pode atuar para
atender a objetivo diverso do estabelecido em lei – que será sempre o interesse público –, ou de
praticá-lo em benefício próprio ou de terceiros. CF – a Administração deve conferir tratamento
igualitário aos administrados que se encontrem na mesma situação fática e jurídica. É vedado criar
distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Moralidade – O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos atuem com ética,
honestidade, probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade funcional. A moralidade

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administrativa está ligada à ideia do “bom administrador” – aquele que atua não somente com
respeito aos preceitos vigentes, mas também à moral –, embora deva ser observada tanto pelos
agentes públicos quanto pelo particular ao se relacionar com a Administração. CF – os atos de
improbidade importarão em suspensão de direitos.
Publicidade – O princípio da publicidade impõe que a Administração confira a mais ampla
divulgação de seus atos aos interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes, assim,
controlar a conduta dos agentes administrativos. CF – a lei só poderá restringir a publicidade dos
atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Eficiência – O princípio da eficiência impõe que a Administração exerça sua atividade com
presteza, perfeição, rendimento funcional, produtividade, qualidade, desburocratização, de forma a
obter o melhor resultado possível no atendimento do interesse público. Preceitua a adequação dos
meios empregados aos fins vislumbrados, a ponderação da relação custo/benefício da ação.

Obs.1: Eficiência – execução da melhor maneira possível. Eficácia – alcançar os resultados a que
se busca. Efetividade – a atividade alcança a finalidade a que se busca.

36 – Lei Complementar nº 7/1970 (PIS).


O PIS – Programa de Integração Social foi criado pela LC 7/1970, e tem a finalidade de
promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas, viabilizando
melhor distribuição da renda nacional.
Destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. No
caso de trabalhadores avulsos, a participação no PIS será determinada por regulamento. O
programa será executado mediante Fundo de Participação constituído por depósitos efetuados
pelas empresas na CEF. A CEF pode estabelecer convênios para recebimentos dos depósitos. O
Fundo de Participação terá 2 parcelas: a) sobre dedução do Imposto de Renda; b) sobre recursos
próprios da empresa calculados sobre seu faturamento (0,50 %).
As instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas que não realizam operações
de vendas de mercadorias participarão do Programa de Integração Social com uma contribuição ao
Fundo de Participação de, recursos próprios de valor idêntico do que for apurado na forma do
parágrafo anterior. As entidades de fins não lucrativos, que tenham empregados assim definidos
pela legislação trabalhista, contribuirão para o Fundo. Serão observados critérios do CMN. A CEF
emitirá, em nome de cada empregado, uma Caderneta de Participação, a qual será movimentável.
A participação do empregado no Fundo far-se-á mediante depósitos efetuados em contas
individuais abertas em nome de cada empregado, obedecidos os seguintes critérios: a) 50% do valor
destinado ao Fundo será dividido em partes proporcionais ao montante de salários recebidos no
período); b) os 50% restantes serão divididos em partes proporcionais aos quinquênios de serviços
prestados pelo empregado.
A omissão dolosa de nome de empregado entre os participantes do Fundo sujeitará a empresa a
multa, em benefício do Fundo, no valor de 10 meses de salários, devidos ao empregado cujo nome
houver sido omitido. Igual penalidade será aplicada em caso de declaração falsa sobre o valor do
salário e do tempo de serviço do empregado na empresa. As obrigações das empresas, decorrentes
desta Lei, são de caráter exclusivamente fiscal, não gerando direitos de natureza trabalhista nem
incidência de qualquer contribuição previdenciária em relação a quaisquer prestações devidas, por
lei ou por sentença judicial, ao empregado. As importâncias incorporadas ao Fundo não se
classificam como rendimento do trabalho, para qualquer efeito da legislação trabalhista, de
Previdência Social ou Fiscal e não se incorporam aos salários ou gratificações, nem estão sujeitas ao
imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
As disposições desta Lei não se aplicam a quaisquer entidades integrantes da Administração
Pública federal, estadual ou municipal, dos Territórios e do Distrito Federal, Direta ou Indireta
adotando-se, em todos os níveis, para efeito de conceituação, como entidades da Administração
Indireta.

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37 - Lei nº 8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/saque;


Certificado de Regularidade do FGTS; Guia de Recolhimento (GRF).
O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a
ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a
cobertura de suas obrigações.
Condições para saque do FGTS – demissão sem justa causa; término do contrato por prazo
determinado; rescisão por falência, falecimento do empregado individual, empregador doméstico ou
nulidade do contrato; rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior; aposentadoria;
Necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por chuvas ou
inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando a situação de
emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecido, por meio de portaria do
Governo Federal; suspensão do trabalho avulso; falecimento do trabalhador; idade igual ou superior
a 70 anos; portador de HIV; neoplasia maligna (trabalhador ou dependente); estágio terminal em
decorrência de doença grave (trabalhador ou dependente); permanência do trabalhador titular da
conta vinculada por 3 anos ininterruptos fora do regime do FGTS; permanência da conta vinculada
por 3 anos ininterruptos sem crédito de depósitos; aquisição de casa própria, liquidação ou
amortização da dívida ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional.
A CEF emitirá o Certificado de Regularidade do FGTS. Esse Certificado é obrigatório: a)
habilitação e licitação promovida por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, direta,
indireta ou fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União, Estado e
Município; b) obtenção, por parte da União, Estados e Municípios, ou por órgãos da Administração
Federal, Estadual e Municipal, direta, indireta, ou fundacional, ou indiretamente pela União,
Estados ou Municípios, de empréstimos ou financiamentos junto a quaisquer entidades financeiras
oficiais; c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de
serviços ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da Administração Federal, Estadual e
Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o FGTS; d) transferência de
domicílio para o exterior; e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração ou
distrato de contrato social, de estatuto, ou de qualquer documento que implique modificação na
estrutura jurídica do empregador ou na sua extinção.
GRF – O GRF (Guia de Recolhimento do FGTS) é a guia que contém as informações
relacionadas aos funcionários e suas remunerações. Ela, é utilizada para fazer o recolhimento do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e pode ser gerada por meio do aplicativo SEFIP. A GRF
pode ser paga em bancos conveniados ou unidades lotéricas, e é importante lembrar guardá-la após
o pagamento.

38 - Produtos: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos.


Abertura e Movimentação de Contas: É facultado à instituição financeira abrir, manter ou
encerrar contas de depósito caso o cliente esteja inscrito no Cadastro de Emitente de Cheques sem
Fundos (CCF). Float – Na cobrança de boletos de um cedente, o banco somente repassa a quantia
correspondente após 3 dias, ficando com ela nesse período a custo zero.
A abertura e o encerramento de conta podem ser realizados com base em solicitação apresentada
pelo cliente por meio de qualquer canal de atendimento disponibilizado pela instituição financeira
para essa finalidade, inclusive por meios eletrônicos, não se admitindo o uso de canal de telefonia
por voz. A conta pode ser encerrada mesmo existindo cheques sustados, revogados ou cancelados
por qualquer causa.
Qualificação – informações que permitam apreciar, avaliar, caracterizar e classificar o cliente com
a finalidade de conhecer o seu perfil de risco e sua capacidade econômico-financeira.

Baixado por Mateus Macêdo (mateusmacedo1990@hotmail.com)


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39 - Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil,


representação e domicílio.
Incapacidade Civil – Absoluta – menores de 16 anos. Relativa: maiores de 16 e menores de 18
anos; ébrios eventuais e viciados em tóxico; aqueles que por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir sua vontade, pródigos.
Nos casos de incapacidade absoluta os atos da vida civil só poderão se exercidos por meio de
representante, que pode ser os pais, tutores ou curadores (deficiência não afeta a capacidade civil
plena da pessoa).
Emancipação – aquisição da plena capacidade civil que pode se dar nas seguintes hipóteses:
concessão dos pais mediante instrumento público independentemente de homologação judicial para
menor de 16 anos; casamento; exercício de emprego público efetivo; colação de grau em curso de
ensino superior; pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego.
A personalidade civil começa com o nascimento com vida.
Domicílio – Local onde a pessoa estabelece residência com ânimo definitivo. No caso do incapaz
seu domicílio é o do seu representante ou assistente. Locais de domicílio: a) União (Distrito
Federal); b) Estados e Territórios (capitais); c) Municípios (o lugar onde funcione a administração
municipal; d) demais pessoas jurídicas (o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem o domicílio especial no seu estatuto).

40 - Sistema de pagamentos brasileiro.


Compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados ao processamento e a
liquidação de operações de transferências de fundos, de operações com moedas estrangeiras ou com
ativos financeiros e valores mobiliários. Tudo isso é conhecido como Infraestrutura do Mercado
Financeiro (IMF). Os Arranjos e as Instituições de Pagamento também integram o SPB,
Tipos de Sistemas de Liquidação – a) Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR) – a liquidação
ocorre pelo seu valor bruto no mesmo instante da transferência; b) Liquidação Diferida Líquida
(LDL) – a liquidação ocorre posteriormente pelo valor líquido das transações; c) Híbrido – envolve
tanto liquidações em tempo real como diferidas.
IMFs mais importantes –
a) Sistema de Transferência de Reservas (STR) – Coração do SPB, onde ocorre a liquidação final
de todas as obrigações financeiras do SFN. Sistema de liquidação bruta em tempo real de
transferência de fundos entre seus participantes. Sua finalidade é possibilitar a transferência desses
fundos. Operado e gerido pelo BACEN. A ordem deve ser sempre emitida em moeda nacional. A
transferência é irrevogável. As ordens de transferências de fundos no STR são registradas nas
contas Reservas Bancárias, Contas de Liquidação e Conta Única do Tesouro Nacional.
Participantes do STR – a) Obrigatórios: BACEN; Titulares da Conta Reservas Bancárias
(bancos, etc.); Titulares de Conta de Liquidação (câmaras e prestadores de serviços de compensação
e de liquidação, etc.); b) Facultativos: Secretaria do Tesouro Nacional.
b) Selic – Sistema em que se efetua a custódia e se registram as transações com títulos públicos
federais. É a infraestrutura do mercado financeiro para essa compra e venda. Gerido pelo Bacen.
Fundamental em casos de falência ou insolvência, pois pode coibir fraudes e prevenir o contágio em
outras instituições. Em cada negociação o Selic transfere em tempo real os títulos para o comprador
e determina o crédito na conta do vendedor. Ocorre no STR.
c) Compe – Centralizadora da Compensação de Cheques – Compensação de cheques de
instituições financeiras diferentes é realizada no Executante da Compe. Regulamentado pelo Bacen
e a execução é realizada pelo BB. Atualmente é realizada por troca de imagens e dados eletrônicos.
Usa a Liquidação Diferida Líquida (LDL).

Baixado por Mateus Macêdo (mateusmacedo1990@hotmail.com)


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Obs.1: Caso a instituição financeira não apresente saldo suficiente no momento da liquidação, a
ordem irá para fila de espera, sendo liquidada, por exemplo, quando houver ingresso de recursos na
conta.

Arranjos de Pagamentos – Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que


disciplina a prestação de determinado serviço de pagamento ao público. Uma de suas principais
diretrizes é a Interoperabilidade, onde os arranjos devem se comunicar entre si, possibilitando ao
usuário o trânsito entre os diversos arranjos. Diferentemente da compra com dinheiro vivo entre
duas pessoas que se conhecem, o arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É o que
acontece quando o cliente usa uma bandeira de cartão de crédito numa compra que só é possível
porque om vendedor aceita receber daquela bandeira.
Alguns Arranjos não estão sujeitos a supervisão do BACEN: cartões private label (emitidos por
grandes redes que só podem ser utilizados em seus estabelecimentos ou conveniados);
carregamentos de cartões pré-pagos de bilhete de transporte; cartões de VT e VR. Também não
estão sujeitos aqueles com volume de transações inferior a 20 bilhões nos últimos 12 meses e
tenham realizado menos de 100 milhões de transações nos últimos 12 meses.
Instituidor do Arranjo de Pagamento – PJ responsável pelo arranjo de pagamento e quando for o
caso pelo uso da marca associada ao arranjo de pagamento.
Instituições de Pagamento – PJ não financeira que executam os serviços de pagamento no
arranjo. São responsáveis pelo relacionamento com os usuários finais do serviço. Não podem
prestar serviços privativos de IFs.
Conta de Pagamento x Contas-Correntes – Ainda que do ponto de vista do usuário final elas
possam ser bastante parecidas, elas possuem uma diferença importante: os valores em contas de
pagamento não são utilizados pelas instituições de pagamentos para concederem empréstimos a
outros clientes, tal qual ocorre nas contas correntes.
As contas de pagamento podem ser classificadas em pré-pagas ou pós-paga.
Exemplos: Banco Itaucard; Brasil Card; Conectcar; Elo; Mastercard; Sodexo; Visa; PIX; AME; BR
Code (padrão único para QR Codes – códigos de barra dimensional); Mercado Pago, Paypal, etc.

Baixado por Mateus Macêdo (mateusmacedo1990@hotmail.com)

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