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Um Módulo de

Química Verde
Para química
orgânica.
Assunto: Discussão de várias
reações de substituição,
eliminação, adição e rearranjo.

ECONOMIA DE ÁTOMO:
Uma Medida da Eficiência de
uma Reação
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

 Eficiência de uma Reação.


 Rendimento percentual.
Embora a eficiência de uma reação possa ser medida em muitas
formas, sem dúvida o modo mais comum é calcular o
rendimento (rendimento percentual). Os estudantes são
requeridos, freqüentemente, especialmente em laboratório, a
determinar o rendimento teórico baseado no reagente limitante
e então, calcular o rendimento percentual baseado na relação do
rendimento real/teórico x100. Em geral, químicos orgânicos
consideram rendimentos de 90% ou mais como excelente,
enquanto 20% ou menos são pobres.

Rendimento teórico = (no. de Moles de reagente


limitante)(razão estequiométrica;
produto desejado/reagente
limitante)(massa molecular do produto
desejado)

Rendimento percentual = (rendimento real / rendimento


teórico) x 100

Para ilustrar o cálculo do rendimento percentual (e a medida da


eficiência de uma reação) considere o a seguinte reação de
substituição nucleofílica promovida por um ácido. Um
procedimento típico para esta reação1 começa com dissolução
de 1,33 g de brometo de sódio (2) em 1,5 mL de água, seguida
por adição de 0,80 mL de 1-butanol (1) e 1,1 mL (2.0 g) de
ácido sulfúrico concentrado (3). A tabela de Reagentes seguinte

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MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

(Tab. 1) e a Tabela de Produtos desejados (Tab. 2) podem ser,


então, organizadas.

Eq. 1

Tab. 1: Tabela de Reagentes.

N°. de
Peso N°. de
moles Densidade
Reagente MW Usado moles Bp (oC)
teóricos g/mL
(g) usados
necessários
1 C4H9OH 74,12 0,80 0,0108 0,0108 0,810 118
102,9
2 NaBr 1,33 0,0129 0,0108
1
3 H2SO4 98,08 2.0 0,0200 0,0108 1,84

Tab. 2: Tabela de produto desejado.

Rend. Rend. Rend.


Compost Rend. Densidad P.E.
MW teórico teórico percentua
o real (g) e g/ mL (oC)
(moles) (g) l
4 137,0 1.48 101,
0,011 1,20 81 1,275
C4H9Br 3 (100%) 6

Dividindo o peso de cada reagente que é usado, pelo peso


molecular do reagente, dá o número de moles de cada reagente
usado. Da estequiometria da reação (Eq. (1)) está claro que um
mol de cada reagente é exigido para produzir um mol de
produto (1-bromobutano) e desde 1-butanol (0,0108 mol) é
usado em menor quantidade, ele é o reagente limitante. Cálculo

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do rendimento teórico de 1-bromobutano dá 1,48 g. Isto


significa que usando o

Rendimento teórico = (N°. de moles de reagente


limitante)(razão estequiométrica; reagente
desejado / reagente limitante)(MW de produto
desejado) = (Moles de 1-butanol)(razão
estequiométrica; 1-bromobutano/1-butanol)(MW
de 1-bromobutano) = (0,0180 mol de mole)(1 / 1
g/mol de mole)(137,03) =1,48 g

A quantidade máxima a partir das quantidades de reagentes


(assumindo 100% de rendimento) de 1-bromobutano pode ser
produzido isso é 1,48 g. Na realidade, nenhuma reação procede
com 100% de rendimento devido a fatores tais como a
formação de produtos laterais, conversão incompleta dos
materiais de partida, perdas no processo da mistura de reação,
no isolamento e purificação do produto desejado. Esta reação
produz rendimentos reais de 1-1,2 g, tipicamente. Assumindo
que o rendimento real é 1,20 g calculado do rendimento
percentual. Assim, 81% do rendimento teórico estão realmente
isolados, que é um rendimento muito respeitável que agradaria
a maioria dos químicos.

Rendimento percentual = (razão rendimento real / teórico) x


100 = (1,20 g/1,48 g) x 100 = 81%

4
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

 Economia de átomo em uma


Reação de Substituição

Como indicado, previamente, a maioria dos químicos mede a


eficiência de uma reação tradicionalmente pelo rendimento de
porcentagem. Porém, isto só conta parte da história. Se
consideramos a reação anterior onde um total de 4,13 g de
reagentes (0,8 g de 1-butanol, 1,33 g de NaBr e 2.0 g de H2SO4)
foram usados, e que no máximo esta reação renderá só 1.48 g
do produto desejado, a pergunta que poderia ser feita é "o que
aconteceu à massa dos outros reagentes (4,13 g -1,48 g = 2,7 g)
?". A resposta é que eles terminam em produtos laterais
(NaHSO4 e H2O), os quais podem ser indesejados, inúteis,
tóxicos e não recicláveis ou não reutilizáveis. Os produtos
laterais são, freqüentemente, tratados como dejetos e devem ser
descartados ou, de outro modo, tratados. No máximo, só 36%
(1,48 g/4,13 g x 100) da massa dos reagentes realmente
terminaram no produto desejado. Se o rendimento real é, então,
81%, só 29% (0,81 x 0,36 x 100) da massa dos reagentes, de
fato, terminou no produto desejado!

Em um esforço para despertar a consciência para os átomos de


reagentes que estão incorporado no produto desejado e aqueles
que são perdidos (incorporado em produtos indesejados), Barry
Trost desenvolveu o conceito de economia de átomo2. Em 1998,
Trost foi premiado com um Prêmio de Desafio Presidencial de
Química Verde pelo o conceito de economia de átomo.
Levando em conta o conceito de economia de átomo, a reação
anterior de substituição de nucleofílica promovida pelo ácido
deve ser reconsiderada agora. Na Eq (2), nós ilustramos a
economia de átomo desta reação mostrada para todos os átomos
de reagentes que estão incorporados no produto desejado em

5
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claro, enquanto, para aqueles que foram desperdiçados são


mostrados em escuro. Igualmente, os átomos do produto
desejado estão em claro e os átomos que compõem os produtos
indesejados estão em escuro.

Eq. 2

A Tab. 3 fornece outra visão da economia de átomo desta


reação. Nas colunas 1 e 2 desta tabela, as fórmulas e pesos
moleculares (FW) dos reagentes são listados. Mostrado de
forma clara nas colunas 3 e 4 estão os átomos e pesos dos
átomos dos reagentes que estão incorporados no produto
desejado (4), mostrado nas colunas 5 e 6 estão os átomos e
pesos de átomos dos reagentes que terminam em produtos
laterais não desejados. Focalizando na última fila desta tabela
pode ser visto que de todos os átomos dos reagentes (4C, 12H,
5O, 1Br, 1Na e 1S) são utilizados apenas 4C, 9H, e 1Br no
produto desejado e o conjunto (3H, 5O, 1Na, 1S) está perdido
como componentes de produtos não desejados. Este é um
exemplo de economia de átomo pobre! Uma extensão lógica do
conceito de Trost de economia de átomo é calcular a economia
de átomo percentual3 isto pode ser feito levando a relação da
massa dos átomos utilizados (137) para a massa total dos
átomos de todos os reagentes (275) e multiplicando antes das
100. Como mostrado abaixo esta reação tem só 50% economia
de átomo.

Economia de átomo percentual = (FW de átomos utilizados /


FW de átomos de todos os reagentes)
X 100 = (137/275) X 100 = 50%

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MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

Tab. 3: Economia de Átomo de Eq. 1

Peso de Átomos Peso de


Fórmula de FW dos Átomos
Átomos Não Átomos
reagentes Reagentes usados
usados usados usados
1 C4H9OH 74 4C,9H 57 HO 17
2 NaBr 103 Br 80 Na 23
3 H2SO4 98 _____
0 2H,4O,S 98
Total
4C,12H, 3H,5O,N
275 4C,9H,Br 137 138
5O, a,S
BrNaS

Assim, no máximo, se a reação produzisse 100% de rendimento


então só a metade da massa dos reagentes seria incorporada no
produto desejado, enquanto o resto seria desperdiçado em
produtos laterais não desejados.

Na realidade, se a reação é executada de acordo com as


quantidades indicadas na Tab. 1, a economia de átomo seria
ainda menor. Este é um resultado do fato que na Tab. 3 foi
assumido as quantidades estequiométricas de cada reagente
(1:1:1), como indicado na Eq. (2), seria consumido nesta
reação. No entanto, as quantidades de reagentes 1, 2 e 3 que
foram usadas na reação, como mostrado na Tab 1, foram
0,0108:0,0129:0,0200 = 1:1,11:1,85. Tab. 4 ilustra um termo
que nós cunhamos de economia de átomo "experimental"
que está baseado nas quantidades reais de reagentes usados na
experiência. Tab. 4 é semelhante a Tab. 3 com a exceção que o
excesso de qualquer reagente que foi usado também foi
considerado.

Neste caso o NaBr (reagente 2) é usado em excesso (0,0129


mol) como comparado ao 1-butanol (0,0108 mol) que é o
reagente limitando. Assim, na Tab. 4 entre a quarta coluna,

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onde a massa dos reagentes que são realmente usados é


calculada, pode ser visto que embora o bromo (do NaBr) é
utilizado no produto desejado há um excesso deste elemento e,
então, o excesso deve ser somado no peso inutilizado de
reagentes. Um termo que nós cunhamos chamado a Economia
de Átomo Experimental Percentual (EAEP), que o cálculo
baseou-se nas quantidades reais dos reagentes usados no
experimento. A EAEP simplesmente é a massa esperada dos
reagentes que são utilizados no produto desejado (que neste
caso, equivale ao rendimento teórico), dividida pela massa total
real de todos os reagentes usada na experiência. Na Tab. 4 nós
vemos na coluna 4, linha 4, a massa utilizada é 1,48 g e a massa
total dos reagentes é 4,13 g (fila 4, coluna 2) assim o EAEP é
(1,48/4.13 X 100) 36%. É claro que este cálculo não é nada
além de o mesmo executado no começo da discussão de
economia de átomo e isto representa o máximo percentual da
massa dos reagentes que podem ser incorporados no produto
desejado. Embora a mesma conclusão foi obtida antes de uma
discussão do conceito de economia de átomo, é útil para
construir uma tabela como Tab. 4 de forma que se possa ver
qual reagente(s) está(ao) conduzindo à economia de átomo
pobre.

Economia de Átomo experimental percentual (EAEP) =


(massa de reagentes utilizada no produto / massa
de reagentes utilizada no total) X 100 =
(rendimento real / massa de reagentes utilizada no
total) X 100 = (1.48 g/4.13 g) X 100 = 36%

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MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

Tab. 4: Economia de Átomo Experimental da Eq. 1 baseada em


quantidades reais de reagentes usados.
Fórmula de Peso de Átomos Peso de Átomos usado Peso de
reagentes Reagente (FW usados Átomos ÁtomosNão
Moles de X Usados(FW usados (FW
sados) Moles de X) Moles de X)
1 C4H9OH 74,0 X 0,0108 4C,9H 57 X 0,0108 = HO 17 X 0,0108 =
= 0,80 0,62 0,18

2 NaBr 103 X Br 79,9X Na 23 X 0,0129 =


0,0129=1,33 0,0129=1,03 0,30
79,9X excesso 0,17
0,0108=0,86 subtotal 0,47
excesso 0,17
3 H2SO4 98 X 0,0200 = _____
0.00 2H,4O,S 98,1 X
2,0 0,0200=1,96

Total 4,13 4C,9H,Br 1,48 3H,5O,Na,S 2,61


4C,12H,
5O,Br,NaS

Em lugar de considerar o rendimento percentual e economia de


átomo (experimental) separadamente, uma indicação até melhor
da eficiência de uma reação é considerar uma combinação dos
dois. Nós cunhamos o Rendimento percentual de termo X
Economia de Átomo Experimental (% PE. EAE) ilustrar
isto. Isto é calculado como segue:

Rendimento percentual X Economia de Átomo


Experimental = (rendimento real / rendimento teórico) X
(massa de reagentes utilizada no produto desejado / massa total
de todos os reagentes) X 100

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EAEP = (rendimento real / rendimento teórico) X (rendimento


real / massa total de todos os reagentes) X 100 =
(rendimento real/total atual amontoam de todos os
reagentes) X 100 = (1,20 g/4,13 g) X 100 = 29%

Note que neste cálculo, o rendimento teórico cancela-se


deixando a relação do rendimento real para a massa total de
todos os reagentes X 100. Se novamente se assume que o
rendimento real é 1,20 g e isto é dividido por 4,13 g (massa
total de todos os reagentes de Tab. 4), então o Rendimento
percentual X Economia de Átomo Experimental é só 29%
(previamente nós chegamos a esta mesma conclusão dentro um
modo muito menos formal; veja o primeiro parágrafo desta
seção). Isto significa isso só 29% da massa total de todos os
reagentes está realmente isolado no produto desejado enquanto
71% foram perdidos! Medindo a eficiência de uma reação desta
maneira tem-se em uma perspectiva completamente nova.
Enquanto muitos químicos considerariam que um rendimento
de 81% é um muito aceitável, não muitos considerariam o
rendimento de só 29% da massa dos átomos de reagente no
produto desejado ser satisfatório.

 Outras Considerações Ambientais

Embora consideração da economia de átomo e de rendimento


percentual dê uma medida muito melhor da eficiência de uma
reação e sua aceitabilidade ambiental, outros fatores precisam
ser considerados. Para iniciar uma discussão da aceitabilidade
ambiental de uma reação é prudente estudar alguns dos Doze
Princípios de Química Verde (veja abaixo). Princípios 1 e 2 são
relacionados diretamente para a economia de átomo e
rendimento.

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MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

 OS DOZE PRINCÍPIOS DE QUÍMICA VERDE.


1. É melhor para prevenir dejetos que tratar ou limpar depois que
sejam formados.
2. Deveriam ser projetados métodos sintéticos para maximizar a
incorporação no produto final de todos os materiais usados no
processo.
3. Onde quer que metodologias sintéticas sejam praticáveis, devem
ser projetadas para usar e gerar substâncias que possuem pequeno
ou nenhuma toxicidade para a saúde humana e o ambiente.
4. Deveriam ser projetados produtos químicos para preservar eficácia
de função enquanto reduzindo toxicidade.
5. O uso de substâncias auxiliares (por ex., solventes, agentes de
separação, etc.) deveria ser feito desnecessário sempre que possível
e, inócuo quando usado.
6. Exigências de energia deveriam ser reconhecidas pelos seus
impactos ambientais e econômicos e deveriam ser minimizados.
Métodos sintéticos deveriam ser conduzidos à temperatura e
pressão ambientes.
7. Um abastecimento de matéria-prima deveria ser renovável em lugar
de exaurido sempre que tecnicamente e economicamente prático.
8. Derivatização desnecessária (bloqueio de grupo, proteção /
desproteção, modificação temporária de processos de
físicos/químicos) deveria ser evitado sempre que possível.
9. Reagentes catalíticos (tão seletivo quanto possível) são superiores a
reagentes de estequiométricos.
10. Produtos químicos deveriam ser projetados de forma que ao
término das reações eles não persistem no ambiente e quebrassem
em produtos de degradação inócuos.
11. Metodologias analíticas precisam ser desenvolvidas para permitir
monitoramento em tempo real de processo continuo para controle e
prevenção da formação de substâncias perigosas.
12. Substâncias e suas formas usadas em um processo químico devem
ser escolhidas para minimizar o potencial para acidentes químicos,
inclusive liberações, explosões, e incêndios.

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Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

Os Princípios 3 e 4 tratam com a toxicidade de todas as


substâncias usada em uma reação inclusive os reagentes e
produtos. Considerando a Eq. 1 fica claro que os dois
hidrogênios e um oxigênio que entram na formação de água
foram desperdiçados. Porém, se uma reação for formar um
produto desprezível, então, água é o mais ambientalmente
benigno (atóxico e sem problema de disposição se for pura) que
pode ser imaginado. Contudo, deveriam ser avaliados todos os
produtos e os reagentes quanto à toxicidade. Exemplos
excelentes da formação de produtos menos tóxicos que têm a
mesma eficácia são vistos em pesticidas novos desenvolvidos
por Rohm e Haas para controlar insetos e para controlar
organismos marinho que formam crostas. Cada um destes
exemplos novos de pesticidas ganhou um prêmio de Desafio
Presidencial de Química Verde.

Princípio 5 trata da consideração de substâncias auxiliares


(solventes, agentes de separação, os agentes secantes etc.) que
são usadas em reações e sínteses. Embora água seja usada como
o solvente (o mais5 ambiental), em um procedimento1
experimental típico levado a cabo na Eq. 1, recuperação do
produto (1-bromobutano) depois que destilação requeir 1 mL
de ácido sulfúrico concentrado, 1 mL de 3M hidróxido de
sódio, cloreto de cálcio de anidro, 1 mL de etanol, 1 mL de
acetona e 2 mL de p-xileno tudo para isolar só 1-1.2 g de 1-
bromobutano! Fica claro, assim, que o desperdício gerado
destas substâncias auxiliares é significante e excede a
quantidade de desperdício (pelo menos de um ponto de vista de
massa) que é gerado diretamente da reação. Muitas reações
orgânicas utilizam quantidades enormes de solventes orgânicos
que são freqüentemente tóxicos. Estes solventes acabam
freqüentemente na água, na terra e no ar, que resultam em
poluição significativa do ambiente. Esforços são realizados
para substituir solventes orgânicos com água, gás carbônico e

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MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

líquidos iônicos na temperatura ambiente. De fato, Joseph


DeSimone da Universidade da Carolina do Norte foi premiado
com um prêmio de Desafio Presidencial de Química Verde pelo
trabalho dele em desenvolvimento em surfactantes para líquido
e gás carbônico supercrítico. Como resultado dos esforços de
Dr. DeSimone, um processo que usa gás carbônico líquido foi
desenvolvido para a limpeza seca de roupas. Este processo
recicla o gás carbônico que é obtido como desperdício de
outros procedimentos químicos e permite a substituição de
percloroetileno, cujos efeitos sobre a saúde são investigados.

Princípio 6 considera as exigências de energia de uma reação. É


preferível executar reações à temperatura e pressão ambiente,
porém, muitas reações químicas requerem aquecimento ou
resfriamento e pressões diferentes daquelas do ambiente. Isto
necessita o uso de alguma fonte de energia e freqüentemente
esta fonte de energia é um combustível fóssil. Em ordem
executar a reação e isolar o 1-bromobutano formado na Eq. 1,
são requeridos um refluxo e duas destilações. Assim, as
exigências de energia desta reação são significativos.

A maioria dos materiais de partida é composta de derivados


orgânicos, como o 1-butanol na Eq. 1, no final das contas
derivado de petróleo, um recurso não renovável que está se
esgotando. O Princípio 7 estabelece que consideremos se estes
materiais de partida podem ser derivados de recursos
renováveis. Recursos renováveis, geralmente, meios biológicos
e materiais baseados em plantas (biomassa). Também é
considerado, geralmente, que gás carbônico e metano são
renováveis desde que eles podem ser gerados de métodos
naturais e sintéticos. Trabalhos de Draths e Geie no Estado de
Michigan, Mark Holtzapple na Texas A&M, e da Corporação
Biofine para criar matéria-prima químico de biomassa têm
ganhado prêmios de Desafio de Química Verdes Presidenciais.

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Alguns podem erradamente se referir à reação descrita na Eq. 1


como uma reação catalisada pelo ácido, quando na realidade é,
de fato, uma reação promovida pelo ácido. Este é um resultado
do fato que o ácido sulfúrico nesta reação é requerido em
quantidades estequiométricas, não quantidades catalíticas.
Como princípio 9 indica, reagentes usados em quantidades
catalíticas são preferíveis a reagentes usados em quantidades
estequiométricas. Considerando que um mol de ácido sulfúrico
é requerido para a perda de toda molécula de água nesta reação,
então, só quantidades estequiométricas deste reagente bastarão.
Contudo, até mesmo se quantidades estequiométricas são então
usadas, recuperação/reciclagem/reutilização de produtos não
desejados deveriam acontecer sempre que isto fosse possível.
Foram feitos avanços significativos recentemente para
desenvolver reações que são promovidas por catalisadores
atóxicos e recuperáveis. Um processo biocatalítico descoberto e
desenvolvido através dos Laboratórios de Pesquisa Lilly para
produzir uma droga de anticonvulsivante potencial que ganhou
um prêmio de Desafio Presidencial de Química Verde.

 Economia de átomo em Reações de


Eliminação
Em todas as discussões restantes da eficiência de uma reação, a
discussão será limitada à economia de átomo baseada na
estequiometria da reação. Quando se encontra esta reação no
laboratório pode também ser prudente calcular a economia de
átomo baseada nas quantidades dos reagentes usados (economia
de átomo experimental). Além disso, se pode querer também
considerar assuntos como toxicidade, uso de energia, o uso de
substâncias auxiliares, reagentes catalíticos contra
estequiométricos e recursos renováveis contra aqueles não
renováveis.

14
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

Na reação de substituição (Eq. 1) foi revelado que a economia


de átomo pobre foi o resultado do fato que os átomos do grupo
de partida (OH) que foi substituído, o contra-íon (sódio) de
nosso nucleófilo (brometo) e o ácido sulfúrico que são
requeridos para esta reação, todos são perdidos na forma de
produtos não desejados. Em virtude do fato de que reações de
eliminação requerem só a perda de átomos (enquanto não ganha
nenhum) do reagente, meios que reações de eliminação são, em
geral, até piores, em termos da economia de átomos, que as
reações de substituição.

Como um exemplo, considere os átomos da reação de


eliminação seguinte. Desidrohalogenação promovida por base
de haletos de alquila é um método comum de alquenos produz
de haletos de alquila por eliminação. Na Eq 2 a formação de
propeno de metila é realizada pela reação de 2-bromo-2-
metilpropano (7) com etóxido de sódio (8). Nesta reação, os
átomos dos reagentes que estão incorporados no produto
desejado (9) e são indicados os átomos do produto desejados
em tom claro, enquanto são mostrados os átomos inutilizados
dos reagentes em tom escuro, como são os átomos nos produtos
não desejados da reação. Tab. 5 ilustra a economia de átomo
desta reação e o cálculo da economia de átomo percentual dá
um resultado muito pobre 27%.

Eq. 3

15
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

Tab. 4: Economia de átomos na Eq. 3.

Peso de Peso de
Átomos
Fórmula de Reagente Átomos Inutilizado Átomos
utilizado
reagentes s FW utilizado Átomos inutilizado
s
s s
7 C4H9Br 137 4C,8H 56 HBr 81
8 C2H5ONa 68 ____
0 2C,5H,O,Na 68
Total
2C,6H,O,Br,N
6C,14H,O,Br,N 205 4C,8H 56 149
a
a

Economia de átomo percentual = (FW de átomos


utilizados/FW de átomos de todos os reagentes) X
100 = (56/205) X 100 = 27%

A economia de átomo pobre não é só um resultado da perda do


HBr mas também porque esta é que uma reação promovida por
base e todos os átomos da base de etóxido de sódio são achados
em produtos laterais não desejados.

 Economia de átomo em Reações de


adição.
Porque reações de adição conduzem, em geral, à incorporação
de todos os átomos dos reagentes nos produtos finais desejados,
reações de adição resultam em economia de átomo alta. De um
ponto de vista da economia de átomos, reações de adição são
assim ambientalmente preferível em relação às reações de
eliminação e reações de substituição. Como um caso específico
considere a adição seguinte de brometo de hidrogênio a
metilpropeno. Neste exemplo, todos os átomos dos reagentes (9
e 11) foram mostrados em tom claro, desde que todos estes
átomos são utilizados no produto final desejado (7). A tabela de

16
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

economia de átomos (Tab. 5) e o cálculo de 100% economia de


átomo enfatiza a economia de átomo excelente desta reação
mais adiante.

Eq. 4

Tab. 5: Economia de átomos da Eq. 4.

Peso de Peso de
Fórmula de Reagentes Átomos Átomos
Átomos Átomos
reagentes FW utilizados Inutilizados
utilizados inutilizados
9 C4H8 56 4C,8H 56 ____
0
11 HBr 81 HBr 81 ____
0
Total
137 4C,9H,Br 137 ____
0
4C,9H,Br

Economia de átomo percentual = (FW de átomos utilizados /


FW de átomos de todos os reagentes) X 100 =
(137/137) X 100 = 100%

 ECONOMIA DE ÁTOMO EM REAÇÕES DE


REARRANJO.

Reações de rearranjo envolvem reorganização dos átomos de


uma molécula. Porque nenhuma eliminação, adição ou
substituição de átomos estão acontecendo, na molécula que
sofre rearranjo, que a economia de átomo de reações de
rearranjo é 100% e eles são reações ambientalmente preferíveis

17
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

de um ponto de vista da economia de átomos. Para ilustrar isto,


considere o rearranjo catalisado por ácido de 3,3-dimetil-1-
buteno (12) para 2,3-dimetil-2-buteno (13). Neste caso, os
átomos do reagente 12 são todos mostrados em tom claro,
desde que eles são todos incorporados no produto 13 desejado.
Como nos exemplos prévios se pode montar uma tabela para a
economia de átomos (Tab. 6) e se pode calcular a economia de
átomo percentual. Embora o ácido (H+) usado nesta reação não
está incorporado no produto desejado só é usado em
quantidades catalíticas e então indicou em preto (não verde ou
marrom) e não é considerado no átomo Tab. econômica ou o
cálculo da economia de átomo. Como foi predito acima para
rearranjo, a economia de átomo percentual desta reação é
100%.

Eq. 5

18
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

Tab. 6: Economia de átomos da Eq. 5.

Fórmula Peso de Peso de


FW de Átomos Átomos
de Átomos Átomos
Reagentes utilizados Inutilizado
reagentes utilizados inutilizados
12 C6H12 84 6C,12H 84 ____
0
Total
84 6C,12H 84 ____
0
6C,12H

Economia de átomo percentual = (FW deátomos utilizados /


FW de átomos de todos os reagentes) X 100
= (84/84) X 100 = 100%

Virtualmente todas reações orgânicas entram nas categorias de


substituição, adição, eliminação ou reações de rearranjo. Da
perspectiva de economia de átomo, adição e reações de
rearranjo são ambientalmente preferível, com reações de
substituição próximo, enquanto eliminações são o menos
ambientalmente preferível. Como a pessoa encontra reações,
no estudo de química, a pessoa deveria examinar cada reação
do ponto de não só o rendimento, mas também a economia de
átomo da reação.

 ECONOMIA DE ÁTOMO EM SÍNTESES.

O conceito de economia de átomo também pode ser aplicado as


sínteses. Determinar a economia de átomo de uma síntese, se
tem que determinar simplesmente quais dos átomos dos
reagentes para todos os passos na síntese são incorporados no
produto final desejado.

 A Síntese de Óxido de Etileno.

19
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

Para ilustrar o conceito de economia de átomo em uma síntese,


considere a síntese industrial de óxido de etileno (19). Óxido de
etileno é uma matéria-prima na síntese de etilenoglicol (usado
em antigelantes), etoxilatos (surfactantes) e éteres de glicol e
polímeros (como PET). Aproximadamente 4,000 milhões de
quilogramas desta combinação são preparados por ano em uma
base global. A síntese clássica (Esquema: 1) de óxido de etileno
(19) é uma síntese de duas etapas que é conhecida como a rota
de clorohidrina. Os átomos dos reagentes que estão
incorporados no produto final desejado (19), e os átomos do
produto desejado são colocados em tom claro e esses átomos,
enquanto os átomos dos reagentes que se encontram nos
produtos não desejados (junto com os átomos dos produtos não
desejados) são mostrado em tom escuro. A Tab. 7 é a tabela de
economia de átomo para a rota de clorohidrina do óxido de
etileno e permite que se calcule a economia de átomo pobre
(23%) desta rota.

Esquema: 1: Rota da clorohidrina para síntese de óxido de etileno.

20
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

Tab. 7: Economia de Átomo do Esquema 1, a rota da clorohidrina para


óxido de etileno

Peso de Peso de
FW de Átomos
Fórmula de Átomos Átomos Átomos
Reagente utilizado
reagentes utilizado Inutilizados inutilizado
s s
s s
14 C2H4 28 2C,4H 28 _____
0
15 Cl2 71 _____
0 2Cl 71
6 H2O 18 O 16 2H 2
18 Ca(OH)2 72 _____
0 Ca,4H,2O 72
Total
6H,2O,Ca,2C
2C,8H,3O,Ca,2C 189 2C,4H,O 44 145
l
l

Economia de átomo percentual = (FW de átomos utilizados /


FW de átomos de todos os reagentes) X 100 =
(44/189) X 100 = 23%

Uma rota catalítica (Esquema: 2: A Rota Catalítica para Óxido


de Etileno.) para óxido de etileno foi desenvolvida. Nesta
síntese de uma etapa o único outro reagente além do etileno que
é usado é 1/2 mol de oxigênio. Como pode ser visto no
Esquema: 2 e na Tab. 8 todos os átomos de reagente foram
incorporados no produto final desejado e assim esta síntese tem
economia de átomo de 100%. A economia de átomo de 100%
para esta reação não é nenhuma surpresa desde que esta é uma
reação de adição e como foi indicado, previamente, reações de
adição têm economia de átomo de 100%.

Esquema: 2: A Rota Catalítica para Óxido de Etileno.

21
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

Tab. 8: Economia de Átomo do Esquema 2, a rota catalítica para óxido


de etileno.

Peso de Inutilizad Peso de


Fórmula de Reagentes Átomos
Átomos o Átomos
reagentes FW utilizados
utilizados Átomos inutilizados
14 C2H4 28 2C,4H 28 _____
0
21 1/2 O2 16 O 16 _____
0
Total
44 2C,4H,O 44 _____
0
2C,4H,1Ol

Economia de átomo percentual = (FW de átomos utilizados /


FW de átomos de todos os reagentes) X 100 =
(44/44) X 100 = 100%

 A Síntese de Ibuprofeno.

 A Síntese de Companhia Boots de


Ibuprofeno.

Ibuprofeno é o ingrediente ativo em vários produtos de marca


inclusive Advil, Motrin e Nuprin. Ibuprofeno age como um
analgésico (alivador de dor) e também é efetivo como uma
Droga Antiinflamatória Não-Esteróide (NSAID). NSAIDs
reduzem inflamação de condições tais como artrite, osteoartrite
e reumatismo. Ibuprofeno é chamado uma droga
antiinflamatória não-esteróide desde que ibuprofeno não é um
membro da família esteróide de compostos.

22
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

A produção mundial de ibuprofeno excede 15 milhões de


quilogramas por ano. A Companhia Boots PLC de Nottingham,
na Inglaterra, patenteou primeiro a síntese de ibuprofeno em
1960 (Patente norte-americana 3.385.886) e esta serviu por
muitos anos como o método principal de síntese. A síntese de
Boots de ibuprofeno é uma síntese de seis etapas e é mostrada
no Esquema 3. Como sempre, todos os átomos de cada reagente
que são incorporados no produto final desejado (ibuprofeno)
são mostrados em tom claro, aqueles que terminam nos
produtos não desejados são mostrados em tom escuro. A Tab. 9
ilustra a economia de átomo da síntese de Companhia Boots e
permite a pessoa para calcular uma economia de átomo de
porcentagem de 40%. Como foi indicado sobre
aproximadamente 30 milhões de libras de ibuprofeno é
fabricado anualmente. Se a provisão de todo o mundo de
ibuprofeno fosse fabricada pelas Boots processe, então isto
geraria aproximadamente 35 milhões de libras de desperdício!

Economia de átomo percentuais = (FW de átomos utilizados /


FW de átomos de todos os reagentes) X 100 =
(206/514.5) X 100 = 40%

Esquema 3: A Síntese de Boots de Ibuprofeno.

23
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

24
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

Tab. 9 Economia de Átomo de Esquema 3, a Síntese de Companhia


Boots de Ibuprofeno.

Peso de
Peso de
Fórmula de Reagente Átomos Inutilizado Átomos
Átomos
reagentes s FW utilizados Átomos inutilizado
utilizados
s
1 C10H14 134 10C,13H 133 H 1
2 C4H6O3 102 2C,3H 27 2C,3H,3O 75
4 C4H7ClO2 122.5 C,H 13 3C,6H,Cl,2O 109.5
5 C2H5ONa 68 _____
0 2C,5H,O,Na 68
7 H3O 19 _____
0 3H,O 19
9 NH3O 33 _____
0 3H,N,O 33
12 H4O2 36 H,2O 33 3H 3
Produtos
Total
Ibuprofeno Ibuprofen desperdício Produtos
20C,42H,N,10O
514.5 13C,18H,2 o 7C,24H,N,8O desperdício
,
O 206 , 308.5
Cl,Na
Cl,Na

 A Síntese da Companhia BHC de


Ibuprofeno.

Nos anos oitenta o ibuprofeno era aprovado para uso e a patente


da Companhia Boots expirou. Reconhecendo as oportunidades
financeiras que a manufatura e de vendas desta droga poderia
oferecer, várias companhias embarcaram na montagem de
instalações e desenvolvimento de métodos novos para a
preparação de ibuprofeno. A Corporação Hoechst Celanese
(Somerville, NJ; agora conhecida como Corporação Celanese)
descobriu uma nova síntese de ibuprofeno de três etapas. Junto

25
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

com a Companhia Boots, eles formaram a Companhia de BHC


para preparar (pela síntese nova) e vender o ibuprofeno no
mercado. A síntese da Companhia BHC é mostrada no
Esquema 4 com os átomos utilizados em tom claro e os átomos
não utilizados em marrom. A economia de átomo é ilustrada
mais adiante na Tab. 10: Economia de Átomo do Esquema 4, a
síntese de Ibuprofeno Companhia da BHC. e o cálculo da
economia de átomo percentual dá 77%, uma melhoria
significante em cima dos 40% do processo da Companhia
Boots. A economia de átomo do processo da Companhia BHC
salta para >99% se se considera que o ácido acético gerado na
Etapa 1 é recuperado e usado.

Tab. 10: Economia de Átomo do Esquema 4, a síntese de Ibuprofeno


Companhia da BHC.

Peso de Peso de
FW
Fórmula de Átomos Átomos Átomos Átomos
deReagente
reagentes utilizados utilizado Inutilizado inutilizado
s
s s
1 C10H14 134 10C,13H 133 H 1
2 C4H6O3 102 2C,3H,O 43 2C,3H,2O 59
4 H2 2 2H 2 _____
0
6 CO 28 CO 28 _____
0
Produtos
Total Ibuprofeno
desperdíci
15C,22H,4 266 13C,18H,2 206 60
o
O O
2C,3H,2O

% Economia de átomo = (FW de utilized/FW de átomos de


todos os reagentes) X 100
= (206/266) X 100 = 77%

26
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

Esquema 4: A Síntese de Ibuprofeno da Companhia BHC.

O processo da companhia BHC não só oferece uma melhoria


dramática na economia de átomo, mas, oferece outras
vantagens ambientais. Estas incluem um processo catalítico de
três etapas versus o processo de seis de etapas da companhia
Boots, que requer reagentes auxiliares em quantidades

27
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

estequiométricas. Por exemplo, o primeiro passo em cada


processo rende o mesmo produto (3) dos mesmos reagentes (1 e
2). Porém, o processo da Companhia Boots utiliza tricloreto de
alumínio em quantidades estequiométricas chega (não
considerado na Tab. 10), enquanto o processo da Companhia
BHC usa HF em quantidades catalíticas que são recuperadas e
são usadas de novo, repetidamente. O tricloreto de alumínio
produz quantidades grandes de tricloreto de alumínio hidratado,
como um produto desperdiçado que, geralmente, é aterrado. O
níquel e catalisadores de paládio usados nas etapas 2 e 3 do
processo da companhia BHC também são recuperados e usados
de novo.

Porque o processo Companhia da BHC é só de três etapas


(versus o processo da Companhia Boots de seis etapas) e tem
economia de átomo muito melhor, não só resultando em uma
diminuição dramática no desperdício produzido, mas, também
permite um maior processamento (mais ibuprofeno por menos
tempo e com menos equipamento). Estes fatores traduzem-se
em benefícios econômicos para a companhia como resultado do
fato que menos dinheiro é exigido para lidar com o desperdício
que é gerado e menos dispêndio de capital é exigido para
produzir a mesma quantidade de ibuprofeno. Assim, não só traz
o benefício ambiental, mas, a companhia é fortalecida
economicamente (maior produtividade e lucratividade
valorizam as ações na bolsa de valores) e podem ser colhidas
boas relações públicas como resultado de um processo mais
verde.

Para o desenvolvimento desta síntese de ibuprofeno, a


companhia de BHC ganhou um prêmio de Desafio Presidencial
de Química Verde em 1997 e eles também ganharam o
prestigioso prêmio de realização em Engenharia Química
Kirpatrick6 em 1993, dado pela revista Chemical Engineering

28
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

que reconhece os grupos que se destacam em esforços no


desenvolvimento de processos e de tecnologia e
comercialização O prêmio Kirpatrick é atribuído em uma base
bienal pela revista de Engenharia de Substância química e
reconhece esforços de grupo excelentes desenvolvendo e
comercializando tecnologia de processo.

Resumo
Economia de átomo e economia de átomo experimental vão
além do cálculo do rendimento de uma reação e oferecem um
segundo modo para medir a eficiência de uma reação que leva
em conta os átomos utilizados e inutilizados dos reagentes. A
economia de átomo percentual e a economia de átomo
experimental percentual são parâmetros para quantificar a
economia de átomo, e permite uma comparação quantitativa da
economia de átomo de uma reação (ou síntese) vs. uma outra.
Talvez, a melhor medida da eficiência de uma reação é levar
em conta a economia de átomo e o rendimento calculando o
rendimento percentual X economia de átomo experimental
(RPxEAE). Claro que avaliando a conveniência ambiental de
uma reação (ou síntese) não só se deveria considerar a
eficiência da reação, mas, também (como discutido acima)
outros fatores como toxicidade, o uso de substâncias auxiliares,
exigências de energia, origens de matéria-prima e reagentes
catalíticos versus estequiométricos.

Perguntas
(1) Defina os seguintes termos:

a) Economia de átomo.
b) Economia de átomo percentual.

29
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

c) Rendimento percentual.
d) Economia de átomo experimental.
e) PExEAE percentual.

(2) Quais dos termos na questão 1 são significativos com


resultados experimentais? Que resultado experimental é
necessário para fazer estes termos significativos?

(3) Considere as reações seguintes:

1. Rótule cada reação como uma substituição, eliminação,


adição ou rearranjo.
2. Reescreva cada reação fazendo o balanceamento para que
a reação fique equilibrada. Mostre todos os átomos de
reagente que são incorporados no produto desejado, e os
átomos do produto desejado sublinhados, e todos os outros
átomos em sublinhado duplo.
3. Monte uma Tabela de economia de átomo, análoga à Tab.
3, para cada reação.
4. Calcule a economia de átomo percentual de cada reação.

30
MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

(4) Como indicado na referência 3, Roger Sheldon


desenvolveu um termo bem parecido para a economia de
átomo percentual que chamou de utilização de átomos
percentual. A utilização de átomo percentual pode ser
calculada de acordo com a equação seguinte:

Utilização de átomos percentual = (Peso molecular do produto


desejado/ Peso molecular de todos os produtos) X 100

a) Compare e contraste este com a economia de átomos


percentual.
b) Com a informação cedida nos Esquemas 3 e 4, você
calcular a utilização de átomos para estas sínteses?
Explique sua resposta.

5. Considere a seguinte síntese de duas etapas de 2-pentyne:

1. Reescreva a síntese fazendo o balanceamento para cada


reação ficar equilibrada. Sublinhe todos os átomos de
reagentes que são incorporados no produto desejado,
circule os átomos no produto desejado, sublinhe
duplamente todos os outros átomos nos produtos
indesejados.
2. Monte uma Tabela de economia de átomos para esta síntese
análoga a Tab. 7.
3. Calcule a economia de átomos percentual desta síntese.
4. Calcule a utilização de átomos percentuais desta síntese.

31
Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

(6) Mostre um mecanismo para a Etapa 1 da síntese de


ibuprofeno da Companhia BHC. Esta etapa é catalisada ou
promovida pelo ácido?

(7) Uma terceira síntese de ibuprofeno, chamada a síntese de


etila, é mostrada abaixo:

a) Reescreva a síntese mostrando todos os átomos dos


reagentes que são incorporados no produto desejado,
circule os átomos no produto desejado, e sublinhe todos os
outros átomos.
b) Monte uma Tabela de economia de átomos para esta síntese
análoga a Tab. 7.
c) Calcule a economia de átomos percentual desta síntese.

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MÓDULO DE QUÍMICA VERDE

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Introdução à Química Verde Módulo de Química Verde Para Química Orgânica.

Referências e Notas
[1] Williamson, Kenneth L., Macroscale and Microscale
Organic Experiments, 2nd ed., D. C. Heath and Co.,
1994, 247-252.

[2] Trost, Barry M., The Atom Economy-A Search for


Synthetic Efficiency. Science 1991, 254, 1471-1477.

[3] Cann, Michael C.; Connelly, Marc E. Real-World Cases


in Green Chemistry; ACS, Washington, 2000. Roger
Sheldon da Delft University tem desenvolvido um
conceito muito similar chamado utilização de átomos
percentual. Sheldon, Roger A. Organic Synthesis-Past,
Present and Future. Chem. Ind. (London), 1992, (Dec),
903-906.

[4] Anastas, Paul T., and Warner, John C. Green Chemistry


Theory and Practice, Oxford University Press, New
York, 1998.

[5] Há um significativo esforço sendo realizado para


reduzir o uso de compostos orgânicos como solventes
para reações e substituição destes com água ou ainda
melhor, realizá-las sem solvente algum.

[6] Westheimer, T. The Award Goes to BHC. Chem. Eng.


1993, (Dec.), 84-95.

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