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Fundamentos em Energias

Renováveis
Aula 2 – Conceitos e Fundament

Professores: Alexandre de Paula Dia


Adriane Grub

alexandre.dias@udesc
adriane.gruber@udesc
Atenção!

Este material serve apenas para apoio às aulas, não deve ser utilizado
como fonte única para estudo.

Este material não contém todos os detalhes necessários para o total


aproveitamento da disciplina, devendo o discente buscar outras fontes
para estudar.
Introdução - Energia
NERGIA: capacidade de um sistema realizar trabalho, ação ou movimento ou então produzir calor
1J: erguer 100 g a 1 m; 1 cal: aquecer 1°C de 1 g)
PRINCÍPIO DE TUDO: Trabalho realizado por uma força!
Qualquer movimento e consequentemente seus agentes e ações sã
LGUNS TIPOS DE FORÇA: dependentes da realização de trabalho por algum tipo de força

rças Gravitacionais – devido à massa (Lei da Gravitação


e Newton);

rças Eletromagnéticas – devidas a cargas elétricas e/ou


rgas elétricas em movimento (Lei de Coulomb);

rças Nucleares – entre partículas atômicas (ação em


stâncias menores que 10-13 cm;

https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/09/tipos-de-forca.jpg
Introdução - Energia
ENERGIA
Introdução - Energia
Trabalho é a capacidade de uma força em produzir um deslocamento:

- Cinética
Energia é a - Potencial
capacidade de um - Elétrica Potência: Taxa de realização
- Química de trabalho (J/s = Watts)
sistema produzir - Térmica
trabalho: - Radiante
- Nuclear
- ....
Introdução - Energia
Apesar do conceito “Energia” ser antigo, o desenvolvimento formal do conceito não é tão antigo assim

NEWTON (Inglês) (1642-1727):


Energias Potencial e Cinética.

FAHRENHEIT (Alemão-Polonês)
(Alemão (1727) E
CELSIUS (Suiço
Suiço) (1742): Escalas de
Temperatura  medidas de quantidade de
Calor.

BENJAMIM THOMPSON (Inglês) (CONDE DE


RUMFORD) (1753-1814):
(1753 Conceituou a
conversão de trabalho mecânico em calor.

THOMAS YOUNG (Inglês) (1773-1829):


1829):
Denominou o termo “Energia” (do grego:
energeia
Introdução - Energia

JAMES P JOULE (Inglês) (1818-1889):


1889):
Determinou a equivalência energética
entre Calor, Trabalho e energia elétrica –
1 caloria = 4,184 Joules
Introdução - Energia
Introdução - Energia
Energias Mecânicas:
Introdução - Energia
Energia Elétrica:
Introdução - Energia
HISTÓRICO:
• Antiguidade: energia somente a partir de sua própria força muscular:
aproximadamente 2000 kcal/dia

• A partir do homem caçador (há aproximadamente 1000 mil anos) até


meados do século XVIII, além da própria força, o mais importante recurso
foi a MADEIRA
• A partir do Século X iniciou-se o uso da energia cinética dos ventos:
Países Baixos e Europa Ocidental – para moagem de grãos, serrarias,
bombear água.

• Até metade do século XIX, utilizando-se


se destas outras formas de energia,
o homem consumia em média 40000 kcal/dia
Introdução - Energia
HISTÓRICO:
• A partir da segunda metade do século XIX o consumo de madeira e
carvão passou a ser utilizado também como energia mecânica
(máquinas a vapor), elevando o consumo médio para (em média)
80000 kcal/dia

• Neste mesmo período iniciou-se a exploração do Petróleo com a


comercialização do querosene para iluminação

• A partir de 1913 passou-se a comercialização de gasolina e diesel (por


conta da indústria automobilística – Otto, Diesel, Benz)

• No início do século XX, nos EUA, o Gás Natural já era utilizado para
produção de eletricidade
Introdução - Energia
HISTÓRICO:
• Também no início do século XX, a energia elétrica era produzida com a
utilização de usinas hidrelétricas;

• Após a 2ª Guerra Mundial, a energia nuclear passou a ser explorada para


produção de energia elétrica;

• Em 2012, para satisfazer as suas necessidades básicas além de conforto e lazer,


os países desenvolvidos consomem em média 250.000 kcal/dia, muito embora,
a média mundial continue baixa (18.200
200 kcal/dia).
ENERGIA
Introdução - Energia

HISTÓRICO: A tabela mostra a evolução do consumo de energia. A unidade Mtep


significa Milhões de toneladas equivalentes de Petróleo – uma unidade
bastante utilizada quando se trata de energia.
Introdução - Energia

Consumo per capita de energia


(dados de 2007 divulgados pela
International Energy Agency - IEA)
Introdução - Energia
PRINCIPAIS UNIDADES DE POTÊNCIA:
Introdução - Energia

PRINCIPAIS UNIDADES DE
POTÊNCIA:
Introdução - Energia

ELAÇÃO ENTRE
QUIPAMENTO, DATA E
OTÊNCIA DESENVOLVIDA:
Introdução – Fontes de Energia
A utilização de fontes de energia pelo homem primitivo se limitava essencialmente ao
uso de madeira em pouco escala;
Posteriormente, construções de moradias, embarcações e geração de calor levou
diversas regiões à destruição completa de suas florestas;
florestas
Foi o caso da Ilha de Páscoa (período pré-colombiano)
colombiano)
e Grécia e Roma antiga. Ao final da Idade Média,
grande parte das florestas europeias havia sido
derrubada;
Introdução – Fontes de Energia
CLASSIFICAÇÃO

Em geral, as fontes de energia primária são classificadas como:

COMERCIAIS: Carvão, Petróleo, gás natural, etc.

NÃO-COMERCIAIS: Solar, Eólica, etc.

Ainda classificamos as fontes de energia primária como:

RENOVÁVEIS: aquelas cujas condições naturais permitem sua reposição em curto


horizonte de tempo;

NÃO-RENOVÁVEIS: aquelas cuja natureza não tem condições de repor em um horizonte


de tempo compatível com seu consumo.
Introdução – Fontes de Energia

A tabela mostra um
resumo das
classificações de
energia primária:
Introdução – Fontes de Energia

importante entender como a


efinição de fontes primárias
nterfere nos limites e impactos
mbientais nas etapas que
ompõem sua produção,
onsumo e pós-consumo; A
gura mostra um resumo (Fonte:
AEA – 2006)
Introdução – Panorama no Brasil
O Ministério das Minas e Energias divulgou em 2018 um Balanço dos Recursos Energéticos com
previsibilidade até 2050 uma vez que o conhecimento do potencial energético é estratégico para
o desenvolvimento do país.
PETRÓLEO:

2016 – Produção de 2,6 milhões de barris/dia.

2017 – Reservas provadas – 12,8 Bilhões de Barris


(majoritariamente offshore) - Dados não oficiais sugerem
que, com o pré-sal,
sal, estes valores possam chegar a 100
Bilhões de Barris.

2021 – 3,75 milhões de barris equivalente de petróleo por


dia (boe/dia) em junho
93,75% offshore – (72,25% pré-sal
sal e 21,5% pós-sal)
pós
e 71% bacia de Santos e 21% bacia de Campos
Introdução – Panorama no Brasil

ÁS NATURAL:

produção é associada ao petróleo em campos marítimos.

018 – Produção de 50 milhões de m3 / dia.

050 – Estima-se 200 milhões de m3 / dia aliados a


roduções não convencionais atingindo um total de 450
ilhões de m3 / dia.
Introdução – Panorama no Brasil

URÂNIO:

2018 – Reservas medidas da ordem de 309 mil toneladas de


U3O8 – nas jazidas já exploradas, porém estima-se
se mais 300
mil toneladas e serem prospectadas (7ª reserva mundial).

O potencial de Urânio é suficiente para o atendimento das


três usinas existentes (Angra 1, 2 e 3 – a finalizar) e mais 9
novas usinas de 1000 MW (por 60 anos).
Introdução – Panorama no Brasil

CARVÃO MINERAL:

Pouco usado (9,7 milhões de toneladas em 2014). O DNPM


estima que as reservas poderiam alcançar 10,1 bilhões de
toneladas.

Comparando com as reservas de gás natural conhecidas, o


carvão poderia garantir a operação de até 46 usinas de
potência de 500MW cada, por 25 anos.
Introdução – Panorama no Brasil
BIOMASSA:

Cana de Açúcar, óleos e gorduras e resíduos rurais e


urbanos.

Estima-se
se que, em 2050, a disponibilidade de biomassa será
de 530 milhões de tep.
Introdução – Panorama no Brasil
HIDRELÉTRICA:

O potencial atual é de 176 GW, dos quais 108 GW já estão


proveitados (operação/construção).

Metade do potencial remanescente está localizado na


egião Amazônica e Tocantins-Araguaia
Araguaia (onde há áreas
erras indígenas e unidades de conservação....).

rincipais problemas referem-se a impactos


ocioambientais.

(Usina de Belo Monte)


Introdução – Panorama no Brasil

ÓLICA:

O potencial pode ser medido tanto onshore como offshore.


offshore

Os dados de 2001 estimaram um potencial de 143 GW onshore


50 metros de altura), porém a alturas mais elevadas, alguns
stados mostram que este potencial é superior a 440 GW.

Os dados offshore até 10 km da costa indicam 57 GW (porém


onsiderando a costa de 200 milhas chega-se
se a 1780 GW). Em
ermos de profundidade: 0-20 m – 176 GW, 20-50 50 m – 223 GW e
0-100 m – 600 GW
Introdução – Panorama no Brasil

OLAR:

potencial pode ser medido tanto onshore como offshores.


offshore

aproveitamento fotovoltaico indica um potencial de 506


Wh/ano onshore; Offshore chega-se a 94706 TWh/ano.
/ano.

uanto à geração heliotérmica (aquecimento de água para


ansformação em eletricidade em usinas), há um potencial
ilindro parabólico) de 661 TWh/ano
/ano e para torre solar,
59TWh/ano. Piauí
Introdução – Panorama no Brasil
OCEÂNICA:

Energia obtida através de ondas, marés,


correntes marinhas, gradientes térmicos e
gradientes de salinidade.

Fonte não utilizada comercialmente no Brasil,


um levantamento da extensão do litoral e altura
média das ondas durante um ano indica um
potencial estimado em 114 GW.
Introdução – Termodinâmica

... MOTOS CONTÍNUOS...

Um moto-contínuo ou moto-perpétuo representa um


possível sistema que produz trabalho sem que se
ntroduza energia. Tais equipamentos foram, e continuam
endo, perseguidos por séculos, obviamente sem
ucesso!!!!

A figura mostra um dispositivo idealizado por Robert


Fludd em 1630
Introdução – Termodinâmica

... MOTOS CONTÍNUOS...


Outros modelos de motos-contínuos
Introdução – Termodinâmica
CALOR E TRABALHO
Calor e Trabalho Mecânico eram considerados conceitos totalmente diferentes muito embora já
se soubesse que o aquecimento de água até o ponto de vapor pudesse ser aproveitado para
movimento de corpos.
Na Grécia antiga, a 2500 anos, um aparelho foi utilizado para
abrir portas de templos usando o vapor de água

HERON DE ALEXANDRIA
Introdução – Termodinâmica
CALOR E TRABALHO
Como o conceito de Energia e Calor não eram completamente definidos, houve tentativas de se
criar “substâncias” que seriam partículas de energia - calórico.
O conceito de CALÓRICO foi idealizado por
Antoine Lavoisier (1743-1794 – Francês -
considerado pai de química moderna), que
considerava o Calor como um fluido, uma
substância, sem massa, indestrutível e que
os corpos mais quentes eram assim porque
tinham mais desta substância dos que os
corpos mais frios.

Somente no século XVIII, Thompson definiu


o Calor como energia em transferência.
Introdução – Termodinâmica
CALOR E TRABALHO

E o que Calor tem a ver com Energia?

 Essencialmente, Calor é definido como sendo


energia em transferência de um sistema para outro

 Outro fator fundamental a ser considerado é o fato


de que Energia não é criada nem destruída mas
sim, TRANSFERIDA de uma forma para outra

 Particularmente, CALOR é uma forma de energia


que flui entre dois corpos devido à diferença de
temperatura entre eles
Introdução – Termodinâmica
CALOR E TRABALHO
James Prescott Joule unificou o conceito
entre Calor (Energia) e Trabalho,
determinando a equivalência enérgica
entre os dois:

1 caloria = 4,184 Joules

Equivalente Elétrico de calor


Introdução – Termodinâmica

EQUIPARTIÇÃO DE ENERGIA (MAXWELL)


ALOR, ENERGIA INTERNA E ENTALPIA
ENERGIA INTERNA: Energia associada
(estocada) em um sistema envolvendo
níveis atômicos e moleculares

ENTALPIA: A Entalpia (H) refere-se à


energia de reação que uma dada substância
possui e seu valor absoluto não é
determinado mas sim, a sua variação (ΔH).
Introdução – Termodinâmica

REAÇÕES EXOTÉRMICAS E ENDOTÉRMICAS

REAÇÃO EXOTÉRMICA: REAÇÃO ENDOTÉRMICA:

Reações químicas cujo processo libera Reações químicas cujo processo absorve
parte da energia interna. energia.
Introdução – Termodinâmica
REAÇÕES EXOTÉRMICAS E ENDOTÉRMICAS
Introdução – Termodinâmica
REAÇÕES EXOTÉRMICAS E ENDOTÉRMICAS

XEMPLOS DE VALORES
PICOS DE ENERGIA
BERADA:
Introdução – Termodinâmica
SISTEMAS ABERTOS E FECHADOS
Denomina-se SISTEMA a qualquer situação que possa ser delimitada por uma fronteira (que
não precisa ser física):

O sistema é denominado ABERTO


quando houver a possibilidade de
troca de massa; Caso contrário, o
sistema é denominado FECHADO; Em
ambos casos, a troca de energia por
calor é possível;

Sistemas ISOLADOS são aqueles onde


não ocorrem trocas de massa e calor;
Introdução – Termodinâmica
MÁQUINAS A VAPOR
Apesar de haverem diversas máquinas que se
utilizavam de calor para movimentação de objetos, o
mecânico inglês Thomas Newcomen foi o primeiro
que produziu um equipamento que funcionava de
forma cíclica.

O equipamento utilizava carvão como fonte de


energia e foi utilizado para bombear água de minas
de carvão.

A máquina, de baixíssima potência (4 hp ~ 2940 W)


necessitava de um operador que resfriasse o cilindro
e controlasse uma válvula, além disso, o cilindro MÁQUINA DE THOMAS NEWCOMEN
perdia muito calor para o ambiente.
Introdução – Termodinâmica
MÁQUINAS A VAPOR
James Watt isolou termicamente o cilindro e utilizou um
condensador para resfriar o vapor, realimentando o cilindro.
Com isso, a eficiência aumentou em 5%, um grande feito.

PEDIDO DE PATENTE DA MÁQUINA DE


JAMES WATT
Introdução – Termodinâmica

MÁQUINAS A VAPOR

O gráfico mostra a
volução na eficiência
e máquinas a vapor ao
ongo dos anos
Introdução – Termodinâmica
MÁQUINAS A VAPOR
Introdução – Termodinâmica
LEIS DA TERMODINÂMICA
Todos os processos que envolvem conversão de energia são diretamente regidos por leis
fundamentais da termodinâmica.
ESTADO TERMODINÂMICO 2
ESTADO TERMODINÂMICO 1 Propriedades
termodinâmicas:
Propriedades
pressão,
termodinâmicas:
temperatura,
pressão,
volume, massa,
temperatura,
energia
volume, massa,
energia

PROCESSO
Introdução – Termodinâmica
LEIS DA TERMODINÂMICA
Por convenção, quando um sistema ABSORVE CALOR, consideramos este calor POSITIVO; Ao
contrário, quando o sistema CEDER CALOR, este será NEGATIVO.

Analogamente, quando o sistema REALIZAR TRABALHO, associamos uma quantidade POSITIVA,


ao passo que ao RECEBER TRABALHO, associamos um valor NEGATIVO.

SISTEMA
Introdução – Termodinâmica
LEIS DA TERMODINÂMICA

LEI ZERO DA TERMODINÂMICA - Equilíbrio Térmico

PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA ou LEI DA


CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
Introdução – Termodinâmica
LEIS DA TERMODINÂMICA
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

A segunda lei é um tanto mais complexa de ser definida em poucas palavras; alguns enunciados
foram propostos:

KELVIN: É impossível realizar um processo cujo único efeito seja remover calor de um
reservatório térmico e produzir uma quantidade equivalente de trabalho;

CLAUSIUS: É impossível realizar um processo cujo único efeito seja transferir calor de um corpo
mais frio para um corpo mais quente;
Introdução – Termodinâmica
LEIS DA TERMODINÂMICA
ENTROPIA

A grosso modo definimos entropia como uma medida do grau de ordenamento de um sistema.
Por exemplo, a Entropia de um sólido é menor que a de um líquido que por sua vez é menor que
a de um gás.
Introdução – Termodinâmica
LEIS DA TERMODINÂMICA
ENTROPIA
A questão principal da Entropia é que, diferente do
conceito de conservação de energia, ESTA NÃO SE
CONSERVA. A ENTROPIA SEMPRE AUMENTA.

Por isso Arthur Eddington denominou a Entropia como a


flecha do tempo.

Assim, determinados processos NÃO SÃO REVERSÍVEIS.


REVERSÍVEIS
Isto pode ser constatado ao misturarmos dois gases
diferentes: espontaneamente eles nunca mais irão se
separar.
TERMODINÂMICA
Introdução – Termodinâmica
LEIS DA TERMODINÂMICA
ENTROPIA
Portanto nem todos os processos podem transformar calor em energia mecânica completamente;

Se você arrastar um objeto em uma superfície com atrito, notará que ocorrerá um aquecimento
desta superfície, ou seja, o efeito mecânico irá gerar calor pelo caminho que o objeto foi arrastado,
porém, se você aquecer o caminho, o objeto não irá se deslocar sozinho.....

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