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Mecanismo roda de Genebra e suas aplicações

Gabriel A. Druzian Mariano 2FMPI

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SÃO CAETANO DO SUL
2023
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1.1 INTRODUÇÃO

Um dos mecanismos mais usado na engenharia é o conhecido mecanismo


Cruz de Genebra, chamado assim por ser utilizado inicialmente em relógios
mecânicos (sendo Genebra a chamada "Capital mundial das relojoarias").

O mecanismo é composto por duas partes principais: a roda motora possuí


um pino responsável pela transmissão do movimento e uma superfície osculadora,
que faz que a roda movida permaneça no lugar enquanto não está acionada e a
Cruz de Malta (chamada assim pela semelhança com medalha associada a Ordem
dos Cavaleiros de Malta) é acionada, tornando o movimento intermitente, dividindo a
volta pelo número de estágios dela.

2. DEFINIÇÕES

2.1 MOVIMENTO INTERMITENTE

São mecanismos que proporcionam um movimento unidirecional e alternado


com o tempo ao órgão movido, à custa de um movimento contínuo de rotação do
órgão motor. Um movimento intermitente é caracterizado por uma sucessão de
períodos de avanço e de repouso ou estacionamento do órgão movido.

2.2 MECANISMO

Mecanismo é um conjunto de elementos rígidos, móveis uns relativamente a


outros, unidos entre si mediante diferentes tipos de junções chamadas pares
cinemáticos (pernas, uniões de contato, passadores etc.), cujo propósito é a
transmissão e/ou transformação de movimentos e forças.

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3. RODA DE GENEBRA

3.1 COMO FUNCIONA

Roda de Genebra ou Cruz de Malta: A roda de transmissão possui um pino


que, ao entrar num entalhe da roda que recebe o movimento, a faz avançar um
passo. A roda motriz também possui um disco circular que se encaixa nas
reentrâncias da receptora, travando-a durante o movimento, por etapas.

No arranjo mais comum, as rodas movidas têm quatro fendas e assim


avançam em cada rotação uma etapa de 90°. Se a roda movida possui n fendas, a
roda possui um avanço em cada etapa 360°/n por rotação completa da roda motriz.

3. 2 COMPONENTES

A – Roda Motora

B – Roda de Genebra

C – Pino Condutor

D – Entrada do Slot

E – Anel de travamento

F – Superfície de travamento

G – Rolamentos

A Roda de Genebra é um dos mais antigos mecanismos de movimento


intermitente e provavelmente um dos mais usado, eles estão disponíveis em uma
grande variedade de modelos e tamanhos, são mais baratos do que outros
mecanismos intermitentes (cames, engrenamento intermitente etc.)

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3. 3 TIPOS DE RODAS DE GENEBRA

Externo: O mecanismo de Genebra, roda


de Genebra ou cruz de Malta é o mais popular
dos mecanismos de movimento intermitente.
Este mecanismo assemelha-se a um sistema do
tipo came-seguidor, no qual o movimento
contínuo de rotação da manivela proporciona um
movimento intermitente da roda, sendo usado
em sistemas de baixa e alta velocidade. O
mecanismo de Genebra foi originalmente muito empregue em relógios para evitar
que fosse dada corda em excesso. Atualmente, é usado em sistemas mecânicos
automáticos, tais como, em mecanismos de projeção para possibilitar o movimento
intermitente ao avanço das películas dos filmes.

Sobre as curvas de movimento:

- Para uma Roda de Genebra externa, o período de espera sempre é maior que o
período de movimento.

- Para uma Roda de Genebra externa, o tempo de espera sempre dura mais tempo
do que o tempo necessário para que a roda motora gire 180 graus.

Que é constituído por quatro corpos, a saber: o fixe (1), a manivela (2), o pino
(3) e a roda (4). A manivela, que é o órgão motor e roda, em geral, com velocidade
angular constante, dispõe de um pino que engrena nas ranhuras de roda. Durante
uma rotação completa da manivela, a roda descreve um movimento circular
equivalente a uma fracção de uma rotação, cuja amplitude depende do número de
ranhuras. O ângulo β representa metade do ângulo descrito pela roda durante o
período de atuação do pino. Deve notar-se que as linhas de centros das ranhuras e
da manivela são perpendiculares nos instantes de engrenamento e
desengrenamento, deste modo minimizam-se os choques.

A manivela dispõe ainda de um ressalto, ou chapa travadora, destinado a


reter a roda quando esta não se encontra atuada pelo pino. A parte convexa do

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ressalto ajusta-se à parte côncava da roda, enquanto a interrupção do ressalto


permite a passagem correta da ranhura durante o percurso comandado pela atuação
do pino.

O mecanismo de Genebra é caracterizado pelo raio da manivela, Γ 2 , o raio da


roda, Γ 4, e o número de ranhuras. O número mínimo de ranhuras é de três, sendo
que a maior parte dos mecanismos de Genebra usa entre quatro e doze ranhuras.

O ângulo β, que é metade do ângulo medido entre duas ranhuras adjacentes,


pode ser expresso por:

360
β=
2n

em que n é número de ranhuras. A distância entre eixos pode ser calculada


como:

Γ2
c=
sⅇnβ

Interno: ao lado temos o exemplo de outro tipo de


mecanismo de Genebra interno, o qual é caracterizado
pelo facto de a manivela e a roda descrever um
movimento de rotação no mesmo sentido. Este
mecanismo necessita de menor atravancamento do que
o mecanismo de Genebra apresentado anteriormente. A
chapa travadora, não ilustrada na figura, atua do modo
similar ao demonstrado anteriormente.

Sobre as curvas de movimento:

- Para uma Roda de Genebra interna, o período de movimento sempre excede o


período de espera.

- Para um Genebra interno, o período de espera sempre é mais curto que o tempo
necessário para que o controlador de entrada ande 180 graus.

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3.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS

Vantagens:

– Pode ser o mais simples e menos caro de todos os mecanismos de movimento


intermitente;

– Tem uma grande variedade de tamanhos, que vão desde as utilização de


instrumentos de precisão, á aos utilizados em máquinas pesadas;

– Mantém um bom controle da sua carga em todos os tempos, uma vez que é
fornecida superfícies de travamento com o anel;

– Tem uma longa vida útil

Desvantagens

– Ele pode ter no mínimo três e, geralmente, não mais do que 18 slots;

– Uma vez que o número de casas foi selecionado, o designer está bem preso em
um determinado conjunto de curvas de movimento;

– A relação do período de permanência em cada slot em um período de movimento


também é estabelecida uma vez que o número de slots por revolução foi
selecionado;

– Apresentam mais "empurrão", ou mudança instantânea na aceleração, do que os


sistemas de cames.

3.5 APLICAÇÕES

Aplicações:

– Relógio;

– Hodômetro;

– Projetores de cinema;

– Aparelhos de amostragem;

– Impressoras Plotter;
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– Trocadores de Ferramenta (CNC).

4. MODELOS 3D

Temos diversos tipos de prototipagem no mercado atualmente, esse tipo de


mecanismo pode ser simulado em plataformas de modelagem, como Inventor,
AutoCad etc.

Podemos também ter esses mecanismos mais reduzidos em materiais mais


simples, em papelão, isopor, plástico etc. Protótipos esses que podem ser feitos por
nos ou até por maquinas, como é o caso das impressoras 3D.

Antes dessas peças serem impressas, elas precisam de um formato que seja
de possível identificação da impressora, seria esse o modelo 3D.

5. IMPRESSÂO 3D

5.1 O QUE É?

Vamos falar um pouco de impressão 3D, o que seria, como funciona: a


impressão 3D, também chamada de manufatura aditiva, é um processo de
fabricação de objetos físicos a partir de um modelo digital.

Existem alguns tipos de máquina de impressão 3D, tendo em comum o


funcionamento por meio da adição de materiais, camada sob camada, para
fabricação de qualquer objeto. Devido a esta inovadora forma de fabricação, as
técnicas de impressão 3D permitem se chegar a objetos com geometrias complexas
e nunca antes possíveis.

A impressão 3D literalmente revolucionou os processos tradicionais de


manufatura, e é considerada hoje um importante pilar da chamada quarta revolução
industrial.

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Quem criou a impressão 3D foi o


engenheiro Charles Hull, nos Estados Unidos.
Conhecido como o “pai da impressão 3D”,
Chuck inventou a primeira impressora 3D em
1984.
Primeira impressora 3D SLA – 1
(Fonte: Sculpteo)

5.2 COMO SURGIU A IMPRESSORA 3D

A história diz que o engenheiro trabalhava numa fábrica de móveis e tentava


acelerar o processo de secagem da pintura em resina com a cura por luz UV, e foi
quando a “magia” aconteceu.

Charles teve a brilhante idéia de desenvolver uma máquina capaz de produzir


peças curando resina líquida camada por camada, com feixes de luz laser UV. Essa
técnica precursora de impressão 3D foi batizada como estereolitografia (SLA).

Ainda nos anos 80, Carl Deckard e Scott Crump (fundadores da empresa
Stratasys), patentearam mais duas diferentes tecnologias de impressão 3D,
a SLS e FDM, consagrando a tecnologia como ferramenta de ponta para
departamentos de P&D.
Nesta época, as impressoras 3D eram grandes, complexas e extremamente
caras!

Apenas poucas e grandes indústrias tinham acesso à tecnologia, pois uma


impressora 3D chegava a custar milhões de dólares.
Passados os anos, e com a quebra da vigência de algumas destas patentes,
surgiu em 2004 na Inglaterra o projeto RepRap, que visava desenvolver impressoras
3D mais baratas e acessíveis.

De olho nessa ideia, os colegas americanos Adam Mayer, Zach Smith e Bre
Pettis, fundaram a Makerbot em 2009 e lançaram a primeira impressora 3D desktop
que era acessível, e já vinha montada e calibrada para uso. Esse foi um grande
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marco da tecnologia de impressão 3D, e que ajudou a popularizar mundialmente a


máquina de impressão 3D.

5.3 COMO FUNCIONA A IMPRESSÃO 3D


Para imprimir uma peça, é necessário inicialmente ter um projeto 3D.

Para desenvolver seu próprio projeto 3D, é necessário ter conhecimento


em softwares de modelagem CAD.
Mas se você não entende sobre softwares CAD, não se preocupe. Você ainda
pode encontrar modelos 3D prontos na internet, em repositórios online como
o Thingiverse.

Com um arquivo de modelo 3D, é possível seguir o processo de impressão


3D em 3 etapas:

1ª Etapa: Salvar seu modelo 3D em arquivo nas extensões. STL ou .OBJ, que


são compatíveis com os principais softwares de impressão 3D;
2ª Etapa: Abrir o arquivo em um software fatiador, conhecido como software
slicer, onde serão configurados os parâmetros de camadas para fabricação pela
impressão 3D;
3ª Etapa: Enviar o arquivo configurado no slicer (arquivo G-CODE) para a
impressora 3D e pronto, é só deixar que ela faça o seu trabalho de fabricação aditiva
da peça final.

Algumas impressões ainda podem precisar de pós-


processamento (especialmente aquelas peças que possuem suporte).

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5.4 TIPOS DE IMPRESSÃO

Por mais que todas as impressoras 3D partam do mesmo princípio –


materializar objetos adicionando camadas de material – existem diferentes tipos de
impressão
3D. Dentre dezenas de tipos de impressão 3D, as mais comumente utilizadas
são a FDM / FFF (filamento fundido), SLA (resina líquida) e SLS (pó sintetizado).

FDM / FFF: A impressão 3D FDM / FFF, ou modelagem por fusão e


deposição, é a tecnologia mais utilizada mundialmente.
Para ter ideia, as impressoras 3D FDM representam 69% do mercado mundial
de impressão 3D, segundo pesquisa realizada pela Statista em Julho de 2018.
Essa difusão se dá graças a maneira fácil e acessível que essa tecnologia
funciona!

Um filamento plástico é derretido por um bico extrusor aquecido, que derrete


o plástico e deposita o material camada sob camada na plataforma de impressão até
formar o objeto.

SLA: A segunda tecnologia mais utilizada mundialmente, é a SLA ou


estereolitografia, representando 15% do mercado mundial de impressão 3D.

Essa tecnologia é perfeita para fabricar peças que exigem maior resolução,
por se tratar de impressão 3D a base de resina, suas camadas superficiais são mais
suaves e menos aparentes.

Nesse processo, a impressora 3D SLA cura a resina líquida utilizando um


sistema de lasers de luz UV camada por camada, até a materialização do objeto na
plataforma.

Depois de impressa, a peça ainda precisa passar por um processo de limpeza


e cura para reforçar as propriedades do material utilizado na impressão.

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SLS: A impressão 3D SLS – Sinterização Seletiva a Laser representa uma


fatia de 12% do mercado de impressão 3D mundial. Embora possibilite uma
produção muito versátil, impõe maior complexidade de operação e também o maior
custo entre as 3 tecnologias.

A impressão 3D SLS funciona por meio da sinterização de pó (plástico ou


metal) através de um laser seletivo que funde o material camada por camada até
construção total da peça.

Devido a utilização de pó neste processo, a impressão 3D SLS é a tecnologia


que demanda maior trabalho de pós-processamento para limpeza das peças.

É necessário o descarte correto ou a reciclagem do pó (que não é utilizado


durante a impressão) e também uma câmara para limpeza da peça.

REFERÊNCIAS

COUTO, Bruno F. PINHEIRO, Johnathan. Movimento Intermitente Projeto roda de


Genebra. Universidade Federal de Goiás. Escola de engenharia elétrica, mecânica e
de computação: Goiânia, 2013.

JR, Itamar Dias. MANETTI, Leonardo L. Mecanismo Intermitente – Roda de


Genebra. Universidade Católica de Dom Bosco, Area das Engenharias.

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