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Fundamentos da fotografia

© 2018-22 por Nilson Bazana

A Câmera

Na sua forma mais básica, uma câmera fotográfica é, a exemplo das antigas Câmeras obscuras (ver box
abaixo), simplesmente uma caixa selada com um orifício (abertura) na parte da frente (onde, no caso das
câmeras há uma lente para convergir os raios de luz em um único ponto (foco), isto é, focar a luz no lado
oposto à abertura (no caso das câmeras analógicas, é o filme; no das digitais, o sensor).
Figura 1:

Câmeras obscuras, as primeiras câmeras fotográficas


As Câmeras Obscuras da antiguidade, consistiam de caixas ou até mesmo salas escuras - neste caso, grandes o
suficiente para caber ao menos uma pessoa - onde, através de um pequeno orifício em um dos seus lados, era
possível ver imagens do mundo exterior projetadas na parede ou tela oposta - tanto como uma espécie de espetáculo
ou, como na ilustração abaixo, para que um artista pudesse desenhar nessa mesma tela o contorno do que via
projetado nela, registrando assim uma imagem o mais fiel possível à real.

Vale lembrar que, devido a certas propriedades óticas da física clássica, essa imagem era projetada de cabeça pra
baixo. (figs. 1 e 2)
Figura 2:

1
avançados, nada menos que o tamanho (área) do
Obturador (Shutter fig.4) - o fator tempo orifício por onde entra a luz (fig. 3) - seja por um
Algo extra foi acrescentado às câmeras desde a anel de abertura na lente ou, como geralmente é o
concepção da fotografia, há quase 200 anos, em caso das câmeras modernas, através de um dial
relação às rudimentares câmeras obscuras: (botão de ajuste) na própria câmera que, ligada à
Já que a intenção aqui não é apenas ver uma lente por contatos eletrônicos, passa o comando à
imagem (fig.2), mas sim registrá-la em filme ou esta para abrir ou fechar a abertura através de um
sensor (ambos consistindo de superfícies mecanismo conhecido como diafragma.
fotossensíveis, isto é, capazes de mudar sua
propriedade conforme a quantidade de luz incidida A maioria das lentes modernas, tem o tamanho
em sua superfície, registrando assim uma (área) de sua abertura controlada pelo diafragma
imagem), uma câmera tem que possuir ainda um ou íris - cujo nome se baseia na íris encontrada no
mecanismo que controle por quanto tempo esse nosso próprio olho e o de inúmeros seres
filme ou sensor é exposto à luz. vertebrados (ver quadro abaixo) - que também
A este mecanismo, damos o nome de obturador. controla seu tamanho para se adequar à luz mais
(em inglês shutter - por isso sua letra inicial nos fraca ou mais forte, expondo assim a retina do olho
dials de câmeras ser um “S”). (o “sensor” do olho) à quantidade adequada de luz
- nem muito claro, nem muito escuro!

ISO (fig.4) - a sensibilidade à luz 🔔 Abertura, obturador e ISO: guarde bem


esses nomes (parâmetros), pois o trio compõe
Porém, graças à eletrônica, dá ainda para se
nada menos que a base da fotografia, que é
controlar a sensibilidade do sensor à luz
conteúdo do próximo capítulo: EXPOSIÇÃO.
mudando-se o número ISO da mesma - diferente
dos filmes, que contêm cada um uma sensibilidade
fixa - portanto, para se mudar essa sensibilidade, é
necessário trocar o rolo de filme sendo usado para
outro mais ou menos sensível à luz.

Abertura (Aperture fig.4) - o tamanho


do orifício
Já com a abertura, controla-se, numa câmera
profissional ou mesmo em alguns celulares mais

Figura 4:

2
Figura 3:

Na comparação na acima, tanto a íris ocular como o diafragma de uma lente fecham-se (no caso do olho, por reflexo
involuntário do cérebro e, no da lente, pelo controle do próprio fotógrafo ou câmera) conforme a intensidade da luz
aumenta (esquerda pra direita, no diagrama), evitando-se assim que haja um excesso de luz atingindo a retina ou o
filme/sensor, respectivamente - o que pode danificar a retina no olho, provocando cegueira temporária ou
permanente(!) ou “queimar”, “estourar” a foto na câmera, como os fotógrafos habituaram a chamar essa (geralmente
indesejada) superexposição à luz. Em contrapartida, pode-se também desejar aumentar seus respectivos tamanhos
para captar o máximo possível de luz em ambientes escuros, como interiores.

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