Você está na página 1de 15

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE MOÇAMBIQUE

ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS

ENGENHARIA GEOLÓGICA E DE MINAS

TEMA: Geologia do Complexo de Nampula

DISCENTES E CÓDIGO DOCENTE

Ø Belyzer Maueia: 20200754 Msc: Maurício Guiliche


Ø Esménia Sarmili: 20200542
Ø Laysha Ismael: 20180216

Maputo, Outubro de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE
MOÇAMBIQUE

Trabalho de Geologia de Moçambique

Trabalho de Carácter avaliativo de que deverá ser


apresentado no Instituto Superior de Ciências e
Tecnologias de Moçambique (ISCTEM) no
curso de licenciatura Engenharia Geológica e de
Minas, na Cadeira de Geologia de Moçambique,
3º ano.
Docente: Msc Maurício Guiliche

Maputo, Outubro de 2022


Indice

Indice de Figuras ........................................................................................................................ 4

1 Introdução .......................................................................................................................... 5

1.1 Objectivos .............................................................................................................................. 5


1.1.1 Objectivo Geral ............................................................................................................................... 5
1.1.2 Objectivos Específicos .................................................................................................................... 5

2 Localização geográfica ...................................................................................................... 6

3 Enquadramento Geológico................................................................................................. 6

3.1 Principais unidades litoestratigráficas do Complexo de Nampula ........................................ 6

3.2 Outras unidades litoestratigráficas da província de Nampula ............................................. 11

4 Metalogenia...................................................................................................................... 13

5 Conclusão......................................................................................................................... 14

6 Referencias Bibliograficas ............................................................................................... 15


Indice de Figuras

Figura 1: Mapa de Localização Geográfica da província de Nampula ...................................... 6


Figura 2: Fotografias de campo do Grupo Molócuè. (a) Mamala Gneiss quartzo-feldspático
com biotita leucocrática em camadas, interpretado como um meta-riólito; (b) Anfibolito com
leucossomas blebby; (c) Paragnaisse bandado com gnaisse meta-psamítico rico em quartzo
intercalado (claro) e gnaisse metapelítico granada-biotita (escuro); (d) Gnáiss cálcico-silicato
quartzítico, com quartzo granoblástico e feldspato menor (cinza claro) e camadas rompidas de
epidoto-titânita-anfibólio (escuro). ............................................................................................ 7
Figura 3: Fotografia de campo da Mocuba Suite e Rapale Gnaiss.(a) Forte bandagem
composicional na Mocuba Suite gnaisse migmatítico, com alternância de camadas félsicas,
intermediárias e mais máficas; (b) ortognaisse tonalítico estratificado de granulação grossa da
Suíte Mocuba, com boudins de diorito mais escuro e rico em hornblenda. Observe os
leucossomas blebby precoces, paralelos às camadas, e a geração posterior em ângulo com a
camada gnáissica; (c) Gnaiss leucograníticos migmatíticos com estratificação difusa e bolhas
de restitos máficos comuns nos afloramentos ocidentais da Suíte Mocuba; ............................. 8
Figura 4: Gnaisse Rapale típico com camadas tonalíticas (escuras) e trondhjemíticas (claras).
.................................................................................................................................................... 8
Figura 5: Fotografias de campo da Suíte Culicui. (a) Ortognaisse/augen gnaisse de granito
megacristico de K-feldspato rosa típico. (b) Fase ortognaisse leucocrática não megacrística de
grão médio. (c) Crenulações dúcteis tardias (S3 ) em ortognaisse leucocrático ........................ 9
Figura 6: Mapa Geológico Simplificado do complexo de Nampula ....................................... 10
Figura 7: Mapa Litológico da província de Nampula .............................................................. 11
Figura 8: Mapa referente a eras geológicas da província de Nampula .................................... 11
Figura 9: Nordeste de Moçambique ilustrando os Klippes de Monapo e de Mugeba ............. 12
Geologia de Nampula

1 Introdução
A província de Nampula, apresenta-se geologicamente composta por rochas pertencentes ao
Mesoproterozoico e Neoproterozoico, com uma cobertura de cerca de 100.000 km2, é
considerado como o maior bloco crustal do Nordeste de Moçambique. Maioritariamente a
Província de Nampula apresenta coberturas do Complexo de Nampula, este complexo consiste
em rochas que foram formadas durante o episódio de uma imersão de terrenos do
neoproterozoico-cambriano da orogenia Pan-Africana. Para além de formações cristalinas, na
parte este, a Província de Nampula é coberta por várias formações de cobertura do fanerozoicas,
estando devidamente ilustradas em termos de eras geológicas como o Mesozoico, terciário e
Quaternário, onde encontram-se caracterizadas pelas planícies costeiras moçambicanas.
A província de Nampula, caracteriza-se também no Neoproterozoico através de preservação
de estruturas do Klippe de Monapo, que é caracterizada essencialmente por uma estrutura oval
formada geologicamente através de

1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo Geral
Ø Descrever os aspectos geológicos ligados a província de Nampula.
1.1.2 Objectivos Específicos
Ø Ilustrar as principais unidades litoestratigráficas referentes a província de Nampula;
Ø Demostrar as principais ocorrências de depósitos associados a esta província.

5
Geologia de Nampula

2 Localização geográfica
A província de Nampula, encontra-se localizada geograficamente na parte Norte de
Moçambique. É limitada, geograficamente a Norte pelas províncias de Cabo Delgado e de
Niassa através do rio Lúrio. A Sudoeste, faz fronteira com a província da Zambézia através do
rio Ligonha, e a Este, faz fronteira com o oceano indico.

Figura 1: Mapa de Localização Geográfica da província de Nampula

3 Enquadramento Geológico
3.1 Principais unidades litoestratigráficas do Complexo de Nampula
Segundo Miller et al. (2013), o complexo de Nampula, a maior cobertura geologica da
província, está localizado na parte norte do cinturão de Lúrio. Assim, o complexo de Nampula,
apresenta na sua essência 5 principais unidades rochosas: Mocuba, Mamala, Rapale, Molocué
e Suite de Culicui.
i) Grupo de Molocué (1800-1000Ma): é um segmento de camadas
intermédias de rochas metapelíticas, calcossilicatadas, félsicas, gnaisses,
metavulcanitos máficos e ultramaficos supracrustais. Localmente é cortada pelo
Cinturão de cavalgamento de Namama;

6
Geologia de Nampula

Figura 2: Fotografias de campo do Grupo Molócuè. (a) Mamala Gneiss quartzo-feldspático com biotita leucocrática em
camadas, interpretado como um meta-riólito; (b) Anfibolito com leucossomas blebby; (c) Paragnaisse bandado com gnaisse
meta-psamítico rico em quartzo intercalado (claro) e gnaisse metapelítico granada-biotita (escuro); (d) Gnáiss cálcico-
silicato quartzítico, com quartzo granoblástico e feldspato menor (cinza claro) e camadas rompidas de epidoto-titânita-
anfibólio (escuro).

ii) Suite de Mocuba (1148-1114Ma): Caracterizada por ser uma sequência


polideformada de gnaisses cinzentos apresentando um grau anfibolítico superior e migmatitos
associados a tonalito-trondjemite-granodiorito e ortognaisses graníticos. Segundo Macey et al.,
(2010), a suite de mocuba está interlaminada com paragnaisses do grupo de Molocué;

7
Geologia de Nampula

Figura 3: Fotografia de campo da Mocuba Suite e Rapale Gnaiss.(a) Forte bandagem composicional na Mocuba Suite gnaisse
migmatítico, com alternância de camadas félsicas, intermediárias e mais máficas; (b) ortognaisse tonalítico estratificado de
granulação grossa da Suíte Mocuba, com boudins de diorito mais escuro e rico em hornblenda. Observe os leucossomas blebby
precoces, paralelos às camadas, e a geração posterior em ângulo com a camada gnáissica; (c) Gnaiss leucograníticos
migmatíticos com estratificação difusa e bolhas de restitos máficos comuns nos afloramentos ocidentais da Suíte Mocuba;

iii) Gnaisses de Mamala e Rapale: a intrusão de Gnaisses de Rapale (1095-1091Ma) e de


Gnaisses Quartzo-feldspáticos de Mamala (1090Ma) têm a sua origem relacionada com a
subdução e acreção crustal;

Figura 4: Gnaisse Rapale típico com camadas tonalíticas (escuras) e trondhjemíticas (claras).

iv) Suite de Culicui (1087-1028Ma): são plutões graníticos volumosos e


corpos tabulares intermédios a ácidos, que estão implantados em rochas

8
Geologia de Nampula

supracrustais e granitóides em uma fase final da actividade Mesoprotezóica. Na


sua essência, a grande distinção entre as rochas pertencentes a esta suite e os
ortognaisses de Mocuba está relacionada a cor, composições graníticas a
leucograníticas. Manifesta-se, nesta unidade litoestratigráficas, um aparente
episódio de deformação mais desenvolvido e um baixo grau de migmatização.

Figura 5: Fotografias de campo da Suíte Culicui. (a) Ortognaisse/augen gnaisse de granito megacristico de K-feldspato rosa
típico. (b) Fase ortognaisse leucocrática não megacrística de grão médio. (c) Crenulações dúcteis tardias (S3 ) em ortognaisse
leucocrático

A deformação do Complexo de Nampula teve origem durante as intrusões de plutões


granitoides sin e pós-tectónicos Pan-Africanos entre 511 e 508 Ma e de diques câmbricos da
sequência de Murrupula. Defende ainda que os grandes volumes de plutões graníticos que são
atribuídos a esta fase, podem estar relacionados

9
Geologia de Nampula

Figura 6: Mapa Geológico Simplificado do complexo de Nampula

A imagem acima, apresenta todo um conjunto das 5 principais litoestratigrafias que fazem parte
do complexo de Nampula, assim como a distribuição de terrenos pan-africanos considerados
como pós-tectónicos.
Em termos mais litológicos, o complexo de Nampula encontra-se de uma forma muito mais
variável e inconsistente possível, apresentando todo um conjunto de litologias que preservam
ambientes cristalinos e sedimentares, formados desde o proterozoico ao fanerozoico.
A imagem a seguir, faz referência a dois mapas (litológico e de idades geológicas) onde é
possível observar, no mapa de idades, que a província de Nampula também se mostra
diversificada em relação a idades de formação, isso se explica de acordo com a variados eventos
geológicos que o complexo de Nampula experimentou, e de terrenos mais recentes, tem as
formações do quaternário e terciário nas zonas mais litorais da província. Em função disso,
destaca-se a presença de grande reserva de minerais pesados nesta zona.

10
Geologia de Nampula

Figura 7: Mapa Litológico da província de Nampula

Figura 8: Mapa referente a eras geológicas da província de Nampula

3.2 Outras unidades litoestratigráficas da província de Nampula

Para além do complexo de Nampula, a provincia é composta tambem por terrenos do


Neoproterozoico que preservam estruturas de um metamorfismo de alto grau do Pan
africanismo, são eles: Kilppe de Monapo e de Mugeba.

11
Geologia de Nampula

O Klippe de Monapo, que outrora é designado por “Complexo Alcalino de Monapo”, estrutura
de contorno subcircular, ligeiramente oval, com eixo principal com cerca de 40 km e direcção
N-S e eixo secundário com cerca de 35 km e direcção E-O. Embora a origem e evolução desta
estrutura seja controversa, existe uma crescente aceitação de que se trata de uma estrutura
alóctone, correspondente a um “klippe” de um manto de carreamento (Unidade litostatica que
sofrei deslocamento de grandes distancias) vergente para S e enraizado na zona de deformação
de Lúrio, situada a N, a qual se instalou em relação com uma fase de deformação de idade Pan-
Africana (Karlsson, 2006).

Já o Klippe de Mugeba, que apresenta a mesma estrutura geométrica, e apresentando faixas


com uma orientação NE-SW, é coberta por Milonitos alóctones e assim como gnaisses
granulíticos. As duas estruturas encontram-se na figura a seguir, devidamente ilustradas em cor
azul.

Figura 9: Nordeste de Moçambique ilustrando os Klippes de Monapo e de Mugeba

Como descrito acima, a provincia de Nampula tambem ostenta terrenos que caracterisiticos do
Fanerozoico, estando dentre eles o denominado por complexo de Angoche, que é destacada
pela presença de rochas argiliticas e assim como terrenos sedimentares pela sua zona.

12
Geologia de Nampula

4 Metalogenia

O Complexo de Nampula, em relação aos recursos minerais e energia, é conhecido


essencialmente pela grande disponibilidade de gemas que são provenientes de pegmatitos,
assim, para além das gemas, o complexo de Nampula é conhecido também por:
Ø Ferro e Titânio
Maciços ultramaficos e assim como depósitos estimados de ferro e ferro-titânio podem ser
encontrados no distrito de Memba, no deposito de Mazua.
Ø Gemas e pedras preciosas
Cartaz quando se fala de ocorrência de depósitos minerais no complexo de Nampula, ocorrem
no Klippe de Monapo e Deposito de Tulua. Na mesma senda, ocorrem minerais raros.
Ø Recursos energéticos
Pesquisas de petróleo e gás estão a correr actualmente no distrito de Angoche, onde estão
encarregues empresas como é o caso de ExxonMobil Exploration and Production Mozambique
Ltd. – 40%(operador), RN Angoche PTE.LTD – 20%, ENI Mozambico S.p.A – 10%, ENH,
E.P – 20% e Qatar Petroleum –10%
É encontrado também associado a pegmatitos, a ocorrência de uranio.
De forma mais geral, o complexo de Nampula apresenta-se com um alto potencial relacionado
em depósitos minerais, sendo também rica em Ouro, que se encontra distribuída no distrito de
Memba e de Nacala-a-Velha. São encontrados também depósitos pegmatíticos ricos em
minerais como a Columbite, tantalite, tório, turmalinas coloridas e Schorl, amazonite, berilo,
grafite, imanite, cianite e vários outros.

13
Geologia de Nampula

5 Conclusão
A província de Nampula, caracteriza-se pela sua essência pela variedade em relação a unidades
litoestratigráficas, e maioritariamente é coberto pelo complexo de Nampula como sendo o
maior bloco crustal do Mesoproterozoico que se encontra no nordeste de Moçambique,
apresentando uma assembleia litológica diferenciada do complexo de Marrupa e de Namuno
que se encontram a norte do cinturão de Lúrio.
Em relação as principais unidades litoestratigráficas, o complexo de Nampula é composto por
5 principais unidades, sendo elas: Mocuba, Mamala, Rapale, Molocue e Suite de Culicui, que
geologicamente apresentam características distintas e são formadas em idades completamente
distante, sendo a unidade mais antiga, a de Molocué, com idades compreendidas entre 1800-
1000Ma. Para alem destas unidades, é visto o complexo de Angoche como sendo o complexo
que representa fases fanerozoicas na região.

14
Geologia de Nampula

6 Referencias Bibliograficas
Macey, P. H., Thomas, R. J., Grantham, G. H., Ingram, B. A., Jacobs, J., Armstrong, R. A.,
Roberts, M. P., Bingen, B., Hollick, L., de Kock, G. S., Viola, G., Bauer, W., Gonzales,
E., Bjerkgård, T., Henderson, I. H. C., Sandstad, J. S., Cronwright, M. S., Harley, S., Solli,
A., … Manhiça, V. (2010). Mesoproterozoic geology of the Nampula Block, northern
Mozambique: Tracing fragments of Mesoproterozoic crust in the heart of Gondwana.
Precambrian Research, 182(1–2), 124–148.
https://doi.org/10.1016/j.precamres.2010.07.005
Miller, J. A., Faber, C., Rowe, C. D., Macey, P. H., & du Plessis, A. (2013). Eastward transport
of the Monapo Klippe, Mozambique determined from field kinematics and computed
tomography and implications for late tectonics in central Gondwana. Precambrian
Research, 237, 101–115. https://doi.org/10.1016/j.precamres.2013.09.007

15

Você também pode gostar