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Autor:
Juliana Ferreira Morais, Equipe
Materiais Carreiras Jurídicas
10 de Janeiro de 2022
2.1.3.3 Representação do empregado por outro empregado que pertence à mesma profissão ou sindicato ............. 20
Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Processual do Trabalho - Prof. Juliana Morais
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Aula 03
10 – Litisconsórcio ........................................................................................................................................ 77
Resumo........................................................................................................................................................... 104
MPT............................................................................................................................................................................... 147
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MPT............................................................................................................................................................................... 162
Gabarito.......................................................................................................................................................... 164
MPT............................................................................................................................................................................... 165
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Aula 03
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje vamos estudar Partes, procuradores, representação, substituição processual e
litisconsórcio. Assistência Judiciária. Justiça Gratuita. Jus Postulandi. Mandato tácito. Intervenção de
terceiros no processo do trabalho.
Trata-se de tema recorrente em concursos públicos da área trabalhista e que sofreu diversas alterações com
a Lei n. 13.467/2017 (intitulada Reforma Trabalhista). Daí se extraí a importância de se assimilar bem os
conteúdos abordados, porque os examinadores costumam cobrar justamente as inovações legais e
jurisprudenciais, para verificar o nível de atualização do candidato.
Antes de iniciar a aula propriamente, é importante uma observação. Ao longo desta aula haverá várias
citações de doutrinadores consagrados, além de súmulas, orientações jurisprudenciais e julgados de relevo.
Logo, leiam os conceitos e, para memorizar, recorram aos gráficos e esquemas.
Boa aula!
PARTES E PROCURADORES
Sujeitos do processo são todas as pessoas que nele intervém, o que se estende às partes, juiz, perito,
servidores da justiça etc.
Os sujeitos imparciais do processo são os juízes, o Ministério Público, os peritos e os demais auxiliares de
justiça.
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As partes, contrário, são sujeitos interessados em obter um resultado favorável, motivo pelo qual são sempre
parciais.
Em sentido processual, “partes são quem ajuíza uma ação e em face de quem a ação é ajuizada”1. Dessa
forma, parte autora é aquela que postula a prestação jurisdicional, e parte ré é aquela contra quem se pede
a prestação jurisdicional.
A doutrina costuma adotar a seguinte classificação para análise dos pressupostos processuais relativos às
partes:
Em relação às pessoas naturais ou físicas, a capacidade de ser parte é adquirida a partir do nascimento com
vida, embora a lei ponha a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Nesse sentido, dispõem os
artigos 1º e 2º do Código Civil, in verbis:
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.
1
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 349
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Dessa maneira, todo ser humano, a partir de seu nascimento, tem capacidade de ser parte e figurar em um
dos polos do processo, seja como autor, seja como réu, independentemente de sua idade ou condição
pessoal.
Cabe ressaltar que, embora a personalidade civil das pessoas naturais comece do nascimento com vida, a
jurisprudência tem admitido o ajuizamento de ações pelo nascituro, especialmente relacionadas a direitos
humanos fundamentais.
[...] “O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância
de não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum” (REsp 399.028/SP, Rel.
Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 15.4.2002)
As pessoas jurídicas também têm capacidade de ser parte, já que o ordenamento também lhes confere
aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações.
No caso das pessoas jurídicas de direito privado, a personalidade civil começa a partir da inscrição dos atos
constitutivos no Registro, conforme dispõe o artigo 45 do Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo
Do mesmo modo, alguns entes despersonalizados têm capacidade de direito, como a massa falida, o
espólio, a herança jacente, a herança vacante, a sociedade irregular e o condomínio edilício, embora não
possuam personalidade civil.
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2 - CAPACIDADE PROCESSUAL
Capacidade processual, também chamada de capacidade de fato, consiste na capacidade de estar em Juízo
sem representação ou assistência2. Vale dizer, capacidade processual é a possibilidade de estar em juízo por
si mesmo.
Segundo o artigo 70 do CPC, "toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
estar em juízo."
O conceito de capacidade processual, portanto, está atrelado ao de capacidade civil, de modo que toda
pessoa capaz de praticar livremente os atos da vida civil e de gerir seus bens tem capacidade processual.
Disso decorre que as pessoas que não têm capacidade civil plena - arroladas nos artigos 3º e 4º do Código
Civil -, não podem estar em juízo por si mesmas, necessitando de representação ou assistência.
Toda pessoa tem capacidade de ser parte, mas nem toda pessoa tem capacidade
processual.
No Direito do Trabalho, “capacidade trabalhista é a aptidão reconhecida pelo Direito do Trabalho para o
exercício de atos da vida laborativa"3.
2
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 548
3
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho - 18. ed.- São Paulo : LTr, 2019, p. 622.
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A capacidade plena é adquirida aos 18 anos, conforme artigos Art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal e 402
da CLT.
CF, 7º, XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
CLT, Art. 402 - Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze
até dezoito anos.
Mesmo adquirindo a capacidade plena aos 18 anos, alguns trabalhos exigem idade mínima de 21 anos:
trabalho em minas de subsolo (Art. 301 da CLT); trabalho de vigilante (Art. art. 16, II, da Lei nº 7.102/83),
motoboy ou mototaxista (Art. 2º da Lei nº 12.009/2009) etc.
Já a capacidade relativa se estende dos 16 aos 18 anos, admitindo-se o labor a partir dos 14 anos na condição
de aprendiz.
Sendo relativa a capacidade do menor, ele pode, sem a assistência dos pais ou responsáveis legais, prestar
trabalho e assinar recibos de pagamento – Art. 439 da CLT.
✓ celebração do contrato e assinatura do recibo de quitação final do contrato de trabalho (Art. 439 da
CLT);
✓ propositura de ação trabalhista (Art. 793 da CLT - assistência dos representantes legais; MPT,
sindicatos, MP estadual e curador nomeado em Juízo, nessa ordem)
Cabe destacar que é vedado aos menores de 18 anos o trabalho em certas condições:
Por outro lado, dispõe o artigo 5º do Código Civil que cessará a incapacidade dos menores:
CC, Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil.
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
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V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Parcela da doutrina entende que o artigo 5º, parágrafo único, do Código Civil se aplica ao Processo do
Trabalho, de modo que o empregado menor emancipado tem capacidade civil plena, e, desse modo,
também possui capacidade processual.
Quanto ao inciso V do parágrafo único do artigo 5º do CC, que dispõe que cessa a incapacidade do menor
com 16 anos completos em caso de existência de relação de emprego, que lhe assegure economia própria,
a doutrina majoritária entende que incide essa hipótese caso o menor perceba pelo menos um salário
mínimo e se trate de relação de emprego formal, com carteira assinada.
Todavia, ainda que emancipado, o menor não deixa de ser destinatário das normas que tutelam sua higidez
física, moral e mental, de modo que não poderá trabalhar em horário noturno, nem em ambiente insalubre,
perigoso ou penoso, conforme artigo 7º, XXXIII, da CF/88.
Para Maurício Godinho Delgado4, entretanto, a emancipação na forma da lei civil não produz reflexos
trabalhistas, já que a CLT dispõe de norma específica sobre a capacidade laboral, não havendo omissão que
autorize aplicar o Direito Comum subsidiariamente:
Esclareça-se que a cessação da incapacidade civil pela existência de relação empregatícia que
assegure economia própria ao menor com 16 anos completos (art. 5º, parágrafo único, V,
CCB/2002) é dispositivo que não repercute no plano dos preceitos justrabalhistas examinados.
Afinal, a diretriz civilista não invade o Direito do Trabalho regras imperativas específicas, em
decorrência de fundamentos e objetivos próprios.
Em relação ao empregador pessoa física, a capacidade processual também é adquirida aos 18 anos. Todavia,
quanto ao empregador, não há divergências em relação à aplicação do artigo 5º, parágrafo único do Código
Civil, de modo que as causas de emancipação incidem plenamente.
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DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho - 10. ed.- São Paulo : LTr, 2011, p. 493.
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2.1 – Representação
Representar “significa estar presente, no lugar de outra pessoa, praticando atos em nome do
representado”5. O representante, portanto, atua em juízo em nome e na defesa de interesse alheio.
Algumas pessoas, por incapacidade ou outra causa legal, precisam de outras para manifestar validamente
sua vontade. Trata-se da representação legal.
A representação pode ser também voluntária ou convencional, em que o representante recebe mandato
outorgado pelo representado.
Todas as pessoas que se encontram no pleno exercício de seus direitos tem capacidade processual.
Todavia, mesmo as pessoas que não têm capacidade processual podem ocupar os polos ativo ou passivo de
uma demanda judicial, desde que assistidas ou representadas.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na
forma da lei.
Os absolutamente incapazes serão representados em Juízo por seus pais ou tutores, pois não possuem o
necessário discernimento para praticar, por si mesmos, os atos da vida civil. A teor do artigo 3º do Código
Civil, "são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos".
Já os relativamente incapazes, por possuírem certo discernimento, serão assistidos em Juízo e poderão
tomar decisões, embora em conjunto com o assistente. São relativamente incapazes:
5
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 551
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III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
Na representação, os atos são praticados unicamente pelo representante, ao passo que, na assistência o
assistido manifesta sua vontade, embora com o auxílio do assistente. Vale dizer, na representação é
necessária apenas a manifestação de vontade do representante. Já a assistência, há o concurso de vontades
do assistente e do assistido, sendo que o assistente ratifica e assiste os atos praticados pelo assistido.
A CLT trata da capacidade processual dos empregados menores no artigo 793, sem distinguir os institutos
da representação e da assistência, consignando que os menores de 18 anos serão representados em Juízo.
Todavia, a doutrina majoritária entende que a CLT usou o termo representação no sentido amplo,
englobando tanto a representação como a assistência, de modo que os menores de 16 anos serão
representados, enquanto os maiores de 16 e menores de 18 anos, assistidos6.
Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais
e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério
Público estadual ou curador nomeado em juízo.
O referido dispositivo legal estabelece, pois, ordem sucessiva para fins de representação do menor de 18
anos em Juízo:
6
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 355
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Vale dizer, a CLT prestigiou a representação judicial dos menores pelos pais ou responsáveis legais e,
somente na falta destes, pelos demais órgãos legitimados, observada a ordem sucessiva estabelecida no
artigo 793: MPT, sindicato da categoria, MPE e curador nomeado em Juízo, nesta sequência.
A falta dos pais pode ser compreendida não apenas como o falecimento ou a ausência, mas também o
abandono ou o conflito de interesses.
As pessoas jurídicas, por não conseguirem manifestar sua vontade, são representadas em Juízo, ativa e
passivamente, nos termos do artigo 75 do CPC, que dispõe, in verbis:
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
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VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo
essa designação, por seus diretores;
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato
processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado
pelas respectivas procuradorias.
Cabe destacar, a respeito da representação das pessoas jurídicas de direito privado, que a jurisprudência
não tem sido rigorosa quanto à necessidade de juntada de atos constitutivos das pessoas jurídicas, nos
casos em que figurarem como empregadores. Nesse sentido, cita-se a OJ n. 255 da SBDI-1/TST:
O art. 75, inciso VIII, do CPC de 2015 (art. 12, VI, do CPC de 1973)
não determina a exibição dos estatutos da empresa em juízo como
condição de validade do instrumento de mandato outorgado ao
seu procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária.
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Sobre a representação das pessoas jurídicas de direito público, o TST editou a Súmula 436, cujo teor ora se
transcreve:
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Assim, as pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Distrito Federal, suas autarquias e fundações
públicas), quando representadas em Juízo por seus procuradores, não precisam juntar instrumento de
mandato ou comprovante do ato de nomeação, já que os procuradores dos entes públicos são nomeados
por ato administrativo, publicado em Diário Oficial, presumindo-se válida a representação.
Todavia, para fins de dispensa dos instrumentos de representação, é essencial que o signatário ao menos se
declare exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil.
Acerca da representação das autarquias e fundações de direito público, o TST, ainda na vigência do CPC de
1973, consolidou sua jurisprudência no sentido de que as autarquias e fundações públicas, por terem
personalidade jurídica própria, não poderiam ser representadas por procuradores dos estados ou
municípios.
Esse era o teor da OJ n. 318, que dispunha que "os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer
em nome das autarquias detentoras de personalidade jurídica própria, devendo ser representadas pelos
procuradores que fazem parte de seus quadros ou por advogados constituídos".
Todavia, o artigo 75, IV, do CPC de 2015 passou a prever que as autarquias e a fundações de direito público
são representadas por quem a lei do ente federado designar.
Assim, após a vigência do CPC atual, a representação das autarquias e fundações públicas pode decorrer de
lei ou de mandato judicial, razão pela qual é possível, a título exemplificativo, que a lei estadual permita que
uma autarquia estadual seja representada pelos procuradores estaduais.
Dessa forma, a fim de se adaptar ao CPC de 2015, o TST, por meio da Resolução n. 220/2017, alterou a
redação da OJ n. 318 da SBDI-1, acrescentando o item II, que passou a ser assim redigido:
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Além das pessoas físicas e jurídicas, também há os ENTES DESPERSONALIZADOS, que constituem espécies
de universalidade de pessoas ou de bens, sendo representados por:
O artigo 843 da CLT exige, como regra, a presença obrigatória das partes em audiência. Todavia, o próprio
dispositivo legal estabelece algumas exceções à regra, por meio das quais reclamante e reclamado podem
se fazer substituir. Cabe transcrever o artigo 843 da CLT, in verbis:
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
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§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.
A teor do artigo 842 da CLT, "sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser
acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento".
O referido dispositivo legal consagra o litisconsórcio ativo facultativo na Justiça do Trabalho, em caso de
identidade de matéria e repetição de demandado (reclamações ajuizadas contra o mesmo empregador).
Reclamação plúrima, portanto, é aquela em que existe mais de um reclamante no polo ativo da ação,
postulando matéria comum contra o mesmo empregador. A título exemplificativo, imagine-se a hipótese
em que diversos trabalhadores são dispensados na mesma oportunidade e resolvem se juntar para ajuizar
uma Reclamação Trabalhista contra o ex-empregador comum, pedindo o pagamento das verbas rescisórias.
Acerca da representação em audiência na reclamatória plúrima, o artigo 843, caput, da CLT dispõe, in verbis:
O dispositivo legal supratranscrito admite a "representação" dos empregados pelo sindicato da categoria.
Trata-se, porém, de "representação meramente fática, e não processual, pois o sindicato, neste caso, não
poderá transigir, desistir da ação, confessar, recorrer etc.7"
7
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 553
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Ação de cumprimento consiste em "ação individual de conhecimento, de rito especial trabalhista destinada
ao cumprimento das cláusulas constantes da sentença normativa e convenções coletivas de trabalho" 9.
8
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 553
9
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 1464
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Embora a CLT tenha previsto originalmente o cabimento da ação de cumprimento para a hipótese de
inobservância de sentença normativa, o Tribunal Superior do Trabalho alargou seu campo de abrangência,
para admitir seu manejo também nos casos de descumprimento de acordos e convenções coletivas. Nesse
sentido, cita-se a Súmula 286 do TST:
Trata-se, portanto, de ação de natureza condenatória, que poderá ser ajuizada pelos empregados ou seus
sindicatos, com o objetivo de fazer cumprir os direitos previstos em instrumento normativo da categoria.
Assim, se a empresa deixa de pagar um benefício a que se obrigou por meio de acordo coletivo, como uma
cesta básica, por exemplo, os empregados ou seus sindicatos podem ajuizar uma ação de cumprimento,
postulando a condenação da empresa ao pagamento da referida parcela.
Acerca da representação em audiência na presente ação, o artigo 843, caput, da CLT dispõe, in verbis:
Quando é o sindicato quem ajuíza a ação de cumprimento, o faz na condição de substituto processual, já que
atua em nome próprio, na defesa de direito alheio, independentemente de autorização dos substituídos.
Assim, apesar de a CLT se referir à "representação", na verdade se trata de substituição processual, havendo
impropriedade terminológica.
(TRT - 3ª Região/MG - Juiz do Trabalho - 2010) Relativamente à legitimação para estar em juízo
no processo do trabalho e seus efeitos, marque a proposição INCORRETA:
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Comentários
A assertiva está CORRETA. O artigo 843 da CLT dispõe que "na audiência de julgamento deverão
estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus
representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando
os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria".
Dessa forma, segundo a literalidade do artigo 843, caput, da CLT, nas reclamatórias plúrimas ou
ações de cumprimento os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua
categoria, estando correta a alternativa.
2.1.3.3 Representação do empregado por outro empregado que pertence à mesma profissão ou sindicato
O artigo 843, § 2º, da CLT permite ao empregado, ausente à audiência por motivo de doença ou outro motivo
relevante, fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma categoria ou pelo sindicato, in
verbis:
[...] § 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
[...] o dirigente sindical ou o empregado da mesma profissão recebem um poder legal sui generis,
não para representar processualmente o trabalhador ausente à audiência, mas, tão somente,
para praticar um único ato processual: provar a existência de doença ou outro motivo relevante
que impediu o autor de comparecer à assentada.
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Não se cuida, pois, de representação, porque, a rigor, nem o dirigente sindical nem o empregado
da mesma profissão poderão praticar atos processuais inerentes à representação, como
confessar, transigir, desistir da ação, recorrer, etc.
Aplica-se o mesmo entendimento nos casos em que a ausência do reclamante tenha se dado na audiência
em prosseguimento - e não na audiência inaugural -, de modo que, comparecendo um colega de profissão
ou o sindicato para comprovar a impossibilidade de comparecimento do reclamante para a audiência de
instrução do feito, também haverá redesignação do ato processual. Nesse sentido, cita-se o seguinte
precedente:
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TRT - 23ª REGIÃO/MT - Juiz do Trabalho - 2011) Assinale a alternativa que contém uma
afirmação falsa, à luz da legislação e da jurisprudência do TST: [...]
Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível
ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado
que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
Comentários
A assertiva está CORRETA. O artigo 843, § 2º, da CLT permite ao empregado, ausente à audiência
por motivo de doença ou outro motivo relevante, fazer-se representar por outro empregado que
pertença à mesma categoria ou pelo sindicato.
O artigo 843, § 1º, da CLT, dispõe "ser facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer
outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente".
Conforme o referido dispositivo legal, o empregador poderá se fazer representar em audiência por gerente
ou preposto que tenha conhecimento dos fatos em litígio.
Antes da Lei n. 13.467/2017, intitulada Reforma Trabalhista, o Tribunal Superior do Trabalho havia
consolidado o entendimento de que o preposto tinha, necessariamente, que ser empregado da reclamada,
salvo em caso de reclamação trabalhista contra empregador doméstico e micro e pequeno empreendedor,
conforme Súmula 377, cujo teor ora se transcreve:
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Assim, somente poderia funcionar como preposto gerente ou outro empregado, salvo se se tratasse de
reclamação contra:
✓ empregador doméstico;
✓ micro ou pequeno empresário.
Todavia, a Reforma Trabalhista inseriu o § 3º no artigo 843 da CLT, prevendo expressamente que:
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
[...]
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.
Desse modo, a Súmula 377 do TST provavelmente será cancelada ou alterada para adaptar-se ao § 3º do
artigo 843 da CLT, que passou a permitir expressamente que a reclamada se faça representar por preposto
não empregado.
Todavia, ainda que não seja empregado da reclamada, o preposto, necessariamente, deverá ter
conhecimento dos fatos, já que suas afirmações obrigarão o preponente (Art. 843, § 1º, da CLT), estando
habilitado a praticar todos os atos processuais inerentes à audiência, tais como apresentar proposta de
acordo, aduzir defesa oral - se for o caso, prestar depoimento pessoal e apresentar razões finais.
Por fim, cabe registrar que o artigo 3º do Regulamento Geral do Estatuto da OAB dispõe ser " defeso ao
advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou
cliente." A incompatibilidade se deve ao fato de que o advogado, em sua atuação, é obrigado a guardar sigilo
profissional, o que não se coaduna com a condição de preposto, que pode vir a ser chamado a prestar
depoimento pessoal, a fim de produzir confissão.
Dessa forma, não pode o advogado atuar, simultaneamente, como preposto e advogado em um mesmo
processo, como ocorreria, por exemplo, na hipótese de o preposto faltar e o advogado, para elidir a revelia,
atuar simultaneamente como preposto.
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3 - CAPACIDADE POSTULATÓRIA
Capacidade postulatória, também chamada de jus postulandi, consubstancia-se no direito de postular em
juízo pessoalmente, sem a presença de advogado.
Na Justiça do Trabalho, via de regra, não há necessidade de a parte se fazer representar em juízo por
advogado para ter sua demanda apreciada. A capacidade postulatória é conferida, pois, ao empregado e
empregador, e não apenas aos advogados.
O artigo 791 da CLT consagra o jus postulandi na Justiça do Trabalho, ao assegurar às partes o direito de
propor ação trabalhista diretamente e de acompanhá-la até o final. Cabe a transcrição:
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve questionamentos a respeito da recepção do jus
postulandi pela Constituição, diante da redação do artigo 133, que estabelece ser o advogado indispensável
à administração da Justiça. Todavia, o STF, na ADI 1.127/DF, entendeu que a presença do advogado pode
ser dispensada em certos atos jurisdicionais, sendo mantido o jus postulandi da Justiça do Trabalho.
A respeito do alcance do jus postundi, a foi editada a Súmula 425 do TST, cujo teor ora se transcreve:
De acordo com a Súmula 425 do TST, portanto, o jus postulandi restringe-se às Varas do Trabalho e ao
Tribunal Regional do Trabalho, não alcançando:
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• ação rescisória;
• ação cautelar;
• mandado de segurança.
Importante destacar que, com a EC n. 45/2004, surgiram divergências sobre a aplicação do jus postulandi
nas ações decorrentes de relações de trabalho diversas da relação de emprego, ajuizadas na Justiça do
Trabalho por força da ampliação da competência constitucional.
Todavia, o TST tem entendido que o jus postulandi das partes está restrito às Reclamações Trabalhistas
decorrentes de relação de emprego. Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente:
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Cabe salientar que a Reforma Trabalhista passou a prever o processo de jurisdição voluntária de
homologação de acordo extrajudicial, para o qual se exige a representação das partes por advogado, vedada
a representação por advogado comum, não se aplicando, também, o jus postulandi nesses casos.
Consigne-se, por fim, que a doutrina tem entendido o jus postulandi não se aplica aos Embargos de Terceiro,
nem aos recursos de perito e depositários.
✓ Ação rescisória;
✓ Ação cautelar;
✓ Mandado de Segurança;
✓ Recursos de competência do TST;
✓ Embargos de Terceiros;
✓ Recuros de perito e depositário;
✓ Ações decorrentes de relação de trabalho diversa da
relação de emprego, inseridas na competência
material da Justiça do Trabalho pela EC n. 45/2004;
✓ Acordo extrajudicial.
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Comentários
A assertiva está CORRETA. Embora tenha havido questionamentos acerca da recepção do jus
postulandi pelo artigo 133 da Constituição Federal, que estabelece ser o advogado "indispensável
à administração da Justiça", o STF, na ADI 1.127/DF, entendeu que a presença do advogado
pode ser dispensada em certos atos jurisdicionais, sendo mantido o jus postulandi da Justiça do
Trabalho.
Todavia, conforme já salientado, o STF, na ADI 1.127/DF, entendeu que a presença do advogado pode ser
dispensada em certos atos jurisdicionais.
Desse modo, mesmo após a Constituição Federal de 1988, o jus postulandi da Justiça do Trabalho foi
mantido.
Ocorre que, apesar de dispensável o advogado para ajuizar e acompanhar as Reclamações Trabalhistas em
primeiro e segundo graus, a parte, se quiser, pode contratar advogado.
Vale dizer, na Justiça do Trabalho a contratação de advogado pela parte - ressalvados casos específicos -, é
facultativa, consoante assevera o § 1º do art. 791 da CLT, in verbis:
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A procuração é o instrumento do mandato, de modo que o advogado somente pode postular em Juízo se
possuir procuração assinada pelo cliente10.
Todavia, o artigo 104 do CPC, aplicável ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT, prevê que,
excepcionalmente, o advogado poderá postular em juízo sem procuração, a fim de evitar o perecimento
do direito ou para a prática de ato urgente, desde que junte a procuração em 15 dias. Cabe transcrever o
dispositivo legal, in verbis:
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar
preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi
praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.
A procuração geral para o foro - cláusula ad judicia - habilita o advogado a praticar todos os atos do
processo, salvo para "receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir,
renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar
declaração de hipossuficiência econômica", que exigem cláusula específica. A procuração pode ser
outorgada por instrumento público ou particular, sendo desnecessário, no último caso, o reconhecimento
de firma.
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular
assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber
citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito
sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de
hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
10
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 396
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§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil e endereço completo.
Nesse sentido, dispõe o artigo 272, § 5º, do CPC que "constando dos autos pedido expresso para que as
comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento
implicará nulidade.”
Todavia, para que seja reconhecida a nulidade supra - além de constatada a existência de prejuízo -, é
necessário que o advogado indicado para receber as comunicações processuais esteja previamente
cadastrado no PJE, já que não se pode declarar a nulidade em favor de quem lhe deu causa. Nesse sentido,
estipula o artigo 16 da IN n. 39/16 do TST, in verbis:
Art. 16. Para efeito de aplicação do § 5º do art. 272 do CPC, não é causa de nulidade processual
a intimação realizada na pessoa de advogado regularmente habilitado nos autos, ainda que
conste pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome
de outro advogado, se o profissional indicado não se encontra previamente cadastrado no
Sistema de Processo Judicial Eletrônico, impedindo a serventia judicial de atender ao
requerimento de envio da intimação direcionada. A decretação de nulidade não pode ser
acolhida em favor da parte que lhe deu causa (CPC, art. 276).
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Em se tratando de procuração outorgada por PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO, esta deve conter,
pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, para fins de identificação do subscritor
do mandato. Todavia, a inobservância desses requisitos configura vício sanável.
Todavia, a jurisprudência não exige a juntada dos atos constitutivos das pessoas jurídicas como condição
de validade do mandato outorgado ao procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária.
Vale dizer, mesmo que não juntados os atos constitutivos da empresa, se não houver impugnação da parte
contrária, será válido o instrumento de mandato outorgado ao seu procurador. Nesse sentido, cita-se a OJ
n. 255 da SBDI-1/TST:
O art. 75, inciso VIII, do CPC de 2015 (art. 12, VI, do CPC de 1973) não
determina a exibição dos estatutos da empresa em juízo como condição de
validade do instrumento de mandato outorgado ao seu procurador, salvo
se houver impugnação da parte contrária.
Do mesmo modo, a data não é requisito de validade da procuração, devendo ser considerada a data de sua
juntada nos autos. Nesse sentido, dispõe o artigo 409, IV, do CPC, in verbis:
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Art. 409. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou impugnação
entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito.
[...]
Acerca do aspecto, o TST editou a OJ n. 371 da SBDI-1/TST, considerando inaplicável o disposto no artigo
614, § 1º, do Código Civil, que exige a indicação da data como um dos requisitos de validade do mandato
civil:
Em se tratando de mandato com prazo determinado, ele será válido pelo prazo estipulado, salvo se houver
cláusula estabelecendo a prevalência de poderes para atuar até o final da demanda.
Vale dizer, se o mandato com prazo determinado contiver cláusula estabelecendo a prevalência dos
poderes para atuar até o final da demanda, será válido, ainda que expirado o prazo. Isso é o que se infere
do artigo 105, § 4º, do CPC, ao consignar que:
No entanto, se o mandato estipular prazo para sua juntada aos autos, ele só será válido se anexado ao
processo no prazo assinalado.
Dessa maneira, não anexado aos autos o mandato no prazo previsto, ele perde a validade.
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Em caso de interposição de recurso de revista ou de agravo de instrumento em face de decisão que denega
seguimento ao recurso de revista, mesmo que o subscritor do agravo de instrumento tenha poderes
limitados para atuar no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho, estará regular sua representação
processual, já que o agravo de instrumento, embora seja apreciado pelo Tribunal Superior do Trabalho, é
interposto perante o TRT.
Vale dizer, havendo interposição de recurso de revista ou de agravo de instrumento em recurso de revista,
em que o subscritor tenha representação limitada ao TRT, estará regular sua representação processual,
porque, embora apreciado pelo TST, a interposição do agravo de instrumento é feita perante o TRT. Esse é
o consolidado pelo TST, na OJ n. 374 da SBDI-1TST:
Todavia, caso o mandato seja específico para a propositura de ação trabalhista, o patrono não estará
habilitado para propor ação rescisória e mandado de segurança.
Vale dizer, a procuração com poderes específicos para ajuizar reclamação trabalhista não habilita o
causídico a propor ação rescisória e mandado de segurança, sendo necessária, portanto, a juntada de nova
procuração. Todavia, trata-se de vício sanável, admitindo-se sua regularização, ainda que na fase recursal.
Esse é o teor da OJ n. 151 da SBDI-1/TST:
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Por outro lado, as PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO são representadas em Juízo na forma prevista
no artigo 75, I a IV, do CPC, que dispõe, in verbis:
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
Trata-se de representação legal ou mandato derivado da lei, razão pela qual os entes públicos, quando
representados por seus procuradores, estão dispensados de exibir os instrumentos de mandato ou de
comprovar o ato de nomeação. Todavia, para esse fim, é necessário que o signatário da peça pelo menos se
declare procurador, e não apenas indique o número de inscrição na OAB. Nesse sentido, o TST consolidou
sua jurisprudência, por meio da Súmula 436, cujo teor ora se transcreve:
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A respeito da representação das autarquias e fundações públicas, editou a OJ n. 318 da SBDI-1, alterada
pela Resolução n. 220/2017, a fim de se adequar à redação do artigo 75, IV, do CPC/2015, cujo teor ora se
transcreve:
§3º A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.
Conforme o dispositivo legal supratranscrito, o mandato tácito decorre do mero registro em ata de audiência,
feito a requerimento verbal do advogado, com o consentimento da parte representada.
Segundo a dicção expressa do artigo 791, § 3º, o mandato tácito confere apenas os poderes da cláusula ad
judicia, sendo que a concessão de poderes especiais previstos no artigo 105 do CPC- receber citação,
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda
a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica -,
depende de registro expresso na ata.
Assim, o mandato tácito confere ao advogado todos os poderes para a prática de atos processuais de foro
em geral, como petições, recursos, etc, mas não poderes específicos para transigir, renunciar, etc.
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Cabe ressaltar que, uma vez verifica a existência de mandato tácito, fica suprida eventual irregularidade
do mandato expresso. É o que prevê a OJ n. 286 da SBDI-1/TST:
Por outro lado, somente se admite o mandato tácito quando não existir mandato expresso nos autos ou
quando o mandato expresso juntado for irregular. Vale dizer, se a parte está representada por advogado
constituído por mandato expresso, não se cogita de mandato tácito.
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Alguns doutrinadores fazem distinção entre mandato tácito e procuração apud acta. Todavia, a doutrina e
jurisprudência majoritária tratam as expressões como sinônimas. Nesse sentido, cabe transcrever o seguinte
precedente do TST:
Por fim, cabe destacar que NÃO é permitido o substabelecimento de advogado investido de mandato
tácito. Isso é o que está previsto na OJ n. 318 da SBDI-1/TST:
4.3 Substabelecimento
Outorgada a procuração a um advogado, este pode passar os poderes que dela decorrem a outro causídico,
vale dizer, os poderes concedidos ao advogado podem ser transferidos a outro, por meio do
substabelecimento.
• com reserva de poderes: hipótese em que o advogado que transfere os poderes por meio do
substabelecimento reserva também poderes para si. Nesse caso, ambos os advogados,
substabelecente (quem transfere os poderes) e substabelecido (quem os recebe) passam a atuar
conjuntamente no processo.
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• sem reserva de poderes: hipótese em que o advogado substabelecente deixa de atuar no processo,
transferindo seus poderes ao substabelecido. Nessa hipótese, apenas o substabelecido passa a ter
poderes no processo.
Cabe destacar que a jurisprudência tem reputado válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que
não haja poderes expressos para substabelecer no mandato do substabelecente.
Todavia, só pode substabelecer o advogado que está regularmente constituído no processo, de modo que o
substabelecimento deve ser posterior ao recebimento do mandato pelo substabelecente. Isso porque não
se pode transferir poderes que não se tem. Trata-se, porém, de vício sanável (Súmula 395, V, do TST).
❖ Exemplo: Dr. José foi constituído pelo Reclamante por meio de procuração juntada com a petição
inicial, datada de 02/01/2020. Posteriormente, Dr. José juntou substabelecimento, por meio do qual
transferiu os poderes recebidos do reclamante para o Dr. Epaminondas, em documento datado de
01/07/2019. Nesse caso, o substabelecimento é inválido, porque anterior à outorga do mandato ao
Dr. José.
Sobre a matéria, o TST editou a Súmula 395, IV, cujo teor é o seguinte:
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja,
no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos,
do Código Civil de 2002).
Caso não tenham sido apostas as datas no mandato e no substabelecimento, consideram-se, para os fins do
item IV da Súmula 395 do TST, as datas em que foram juntados aos autos (OJ n. 371 da SBDI-1/TST). No
exemplo acima, se não houvesse datas nos instrumentos de representação, seria inválido, por exemplo, o
substabelecimento juntado aos autos antes da procuração que outorga poderes ao substabelecente.
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A parte pode revogar o mandato outorgado, constituindo outro advogado. Nesse sentido, dispõe o artigo
111 do CPC, in verbis:
Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato,
outro que assuma o patrocínio da causa.
Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-
se-á o disposto no art. 76 .
O artigo 111 do CPC trata da revogação expressa. Todavia, a procuração anteriormente concedida também
pode ser tacitamente revogada, desde que seja juntada nova procuração, sem ressalva dos poderes
conferidos ao antigo patrono.
Nesse sentido, o TST editou a OJ n. 349 da SBDI-1, cujo teor ora se transcreve:
O mandado expresso só pode ser revogado por outro mandato expresso. Vale dizer, o mandato tácito
não revoga o mandato expresso!
Acerca da matéria, cabe transcrever o seguinte precedente, oriundo do Tribunal Superior do Trabalho:
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Embora na Justiça do Trabalho, salvo algumas exceções, seja admitido o jus postulandi, caso a parte opte por
contratar um advogado, é necessário juntar o instrumento de mandato. Todavia, em algumas hipóteses,
admite-se a atuação momentânea do advogado sem procuração, conforme se extrai do artigo 104 do CPC,
in verbis:
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar
preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi
praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.
A teor do referido dispositivo legal, o ADVOGADO PODE ATUAR SEM PROCURAÇÃO MOMENTANEAMENTE
nas seguintes hipóteses:
✓ evitar preclusão;
✓ evitar decadência;
✓ evitar prescrição; ou
✓ praticar ato urgente.
Assim, pode o advogado, com o objetivo de evitar a prescrição ou decadência, ou mesmo para impedir a
preclusão temporal em relação a algum ato processual - exceção de incompetência, contestação, recurso
etc. - atuar desprovido de instrumento de mandato.
Todavia, após a prática de tais atos, o advogado deve apresentar a procuração nos autos, no prazo de 15
dias, prorrogável uma vez por igual período, sob pena de ineficácia do ato processual, conforme dispõe o
artigo 104, § 2º, do CPC. Cabe ressaltar que o advogado está obrigado a juntar o instrumento de mandato
independentemente de intimação.
A atuação do advogado, portanto, é condicional, de modo que o ato praticado pelo causídico somente surtirá
todos os efeitos caso sejam ratificados, com a juntada da procuração no prazo previsto.
O TST editou a Súmula n. 383,I, que trata da inexistência de mandato verificada na fase recursal. Eis o seu
teor:
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O item I da Súmula 383 trata, portanto, da hipótese em que o advogado que subscreveu o recurso não tem
procuração nos autos, nem está atuando com mandato tácito.
Embora o artigo 104 do CPC conceda o prazo de 15 dias para o advogado apresentar procuração, o TST fixou
o prazo de 5 dias para a juntada do instrumento de mandato na fase recursal, com base no artigo 932,
parágrafo único, do CPC, que dispõe que "antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação
exigível".
Desse modo, será de 15 dias, prorrogável por igual período, o prazo para apresentação de procuração na
fase de conhecimento, e de 5 dias, na fase recursal.
Por outro lado, pode acontecer de o advogado subscritor da peça processual atuar com instrumento de
mandato que possua algum vício ou irregularidade, como, por exemplo, mandato outorgado por pessoa
jurídica, sem a identificação do nome do outorgante e do signatário (Súmula n. 456 do TST). Nesse caso,
estaremos diante de MANDATO IRREGULAR e não inexistente.
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se
encontre.
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Assim, uma vez constatada a irregularidade da representação, deve o Juiz conceder prazo para saneamento
do vício, com fundamento no princípio da primazia da decisão de mérito, sendo que as consequências para
o descumprimento da determinação judicial são diferentes conforme o processo esteja na instância
originária ou recursal, ou, ainda, de acordo com a parte que deixa de cumpri-la.
• Na instância originária:
• Na fase recursal:
No mesmo sentido, o TST consolidou sua jurisprudência, por meio da Súmula n. 383, I, cujo teor ora se
transcreve:
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O item I da Súmula 383 do TST prevê a hipótese em que o recurso é subscrito por advogado sem
procuração nos autos, que não esteja atuando com mandato tácito. Nesse caso, o advogado deve juntar
a procuração, independentemente de intimação, no prazo de 5 dias, prorrogável por igual período, sob
pena de não conhecimento do recurso.
Já o item II da Súmula 383 do TST trata da hipótese em que o patrono subscritor do recurso tem
procuração nos autos, embora ela seja irregular. Nesse caso, a parte será intimada para corrigir o vício
no prazo de 5 dias. Descumprida a determinação, se a providência couber ao recorrente, o recurso não
será conhecido. Se couber ao recorrido, será determinado o desentranhamento das contrarrazões.
4.6 Estagiário
A atuação em juízo é ato privativo do bacharel em Direito regularmente inscrito na Ordem dos Advogados
do Brasil, conforme previsto no artigo 1º c/c artigo 3º ada Lei n. 8.906/94.
Todavia, o estagiário, regularmente inscrito na OAB, pode praticar atos processuais desde que acompanhado
do advogado e sob responsabilidade deste, de acordo com o disposto no § 2º do artigo 3º da Lei n. 8.906/94.
Assim, regra geral, os atos praticados pelo estagiário sem o acompanhamento do advogado são inválidos.
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5 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Os honorários advocatícios consistem na remuneração devida ao advogado pelos serviços prestados ao
cliente11.
11
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 400
12
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 400-
401
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Já os honorários indenizatórios eram fixados com base nos artigos 389 e 404 do Código Civil, que dispõem,
in verbis:
CC, Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.
CC, Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros,
custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.
Todavia, a doutrina e a jurisprudência majoritária entendiam que não eram cabíveis os honorários
indenizatórios na Justiça do Trabalho, porque havia norma trabalhista expressa quanto à matéria (art. 14 da
Lei n. 5584/70).
Por outro lado, antes Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), em regra, não eram cabíveis honorários de
sucumbência na Justiça do Trabalho nas lides oriundas da relação de emprego ou de trabalho avulso, salvo
se:
Eram requisitos, portanto, para o deferimento de honorários advocatícios na Justiça do Trabalho, até a
Reforma Trabalhista:
Nessa situação, os honorários assistenciais seriam devidos entre o mínimo de 10% e o máximo de 20%.
Os fundamentos da interpretação restritiva a respeito dos honorários sucumbenciais eram basicamente dois:
• a contratação de advogado particular é facultativa, já que o artigo 791 da CLT consagra o jus
postulandi do empregado;
• não havia previsão legal para o pagamento de honorários sucumbenciais, sendo que o artigo 14 da
Lei n. 5.584/70 permitia a condenação em honorários assistenciais unicamente na hipótese de o
trabalhador está litigando assistido pelo sindicato da categoria, sob o pálio da Justiça Gratuita.
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Todavia, mesmo antes da Reforma Trabalhista, o TST entendia ser possível fixar honorários sucumbenciais,
com fundamento no CPC, nos casos de:
✓ ação rescisória;
✓ substituição processual pelo sindicato, vale dizer, quando o sindicato atuava como substituto
processual;
✓ nas lides decorrentes de relação de trabalho lato sensu, trazidas para a Justiça do Trabalho em
decorrência da ampliação da competência material promovida pela EC n. 45/2004;
III - São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure
como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.
Ademais, o TST também entendia devidos honorários advocatícios nas ações acidentárias ajuizadas na
Justiça Comum, antes da EC n. 45/2004, remetidas à Justiça do Trabalho após a ampliação da competência
material promovida em 2004 (OJ n. 421 da SBDI-1/TST).
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Todavia, após a Reforma Trabalhista, a CLT passou a disciplinar expressamente os honorários sucumbenciais
no artigo 791-A, ao dispor in verbis:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que
a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou
a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
Dessa forma, o artigo 791-A da CLT generalizou os honorários advocatícios sucumbenciais para todas as
causas submetidas à competência da Justiça do Trabalho, indo de encontro ao critério fixado pela Súmula n.
219 do TST, que provavelmente será cancelada ou adaptada à Reforma Trabalhista.
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O artigo 791-A da CLT somente será aplicável em relação às ações ajuizadas após 11/11/2017, data em
que entrou em vigor a Reforma Trabalhista (artigo 6º da IN n. 41/2018 do TST). Em relação às ações
ajuizadas anteriormente, serão aplicáveis os critérios previstos na Súmula 219 do TST.
Assim, ao advogado que atue em qualquer lide trabalhista, ainda que em causa própria, serão devidos
honorários advocatícios, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%, em caso de sucumbência da
parte contrária.
O artigo 791-A da CLT fixou percentual mínimo de 5% e máximo de 15% de honorários advocatícios,
diferindo do regramento previsto no CPC, já que o artigo 85, § 2º, do CPC estabelece que os honorários
serão fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20%.
A questão ainda está bem dividida, havendo julgados do TST em sentidos diversos. Cabe transcrever o
seguinte precedente, em que a 8ª Turma do TST entendeu não serem devidos horários advocatícios no
arquivamento:
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Por outro lado, em julgado da 5ª Turma, o TST entendeu aplicável o princípio da causalidade, para
reconhecer o cabimento de honorários advocatícios na desistência:
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pela movimentação do Poder Judiciário deve suportar os ônus econômicos decorrentes, nas
situações em que for sucumbente ou em que o processo for extinto sem resolução do mérito
(art. 85 e § 6º do CPC) ou nos casos em que desistir ou renunciar ou em que for reconhecida
pelo Réu a procedência do pedido (art. 90 do CPC). Desse modo, o critério da sucumbência,
enquanto causa de imposição de honorários, representa apenas um dos desdobramentos da
noção ampla de causalidade, estando por ela abarcada. 4. A ausência de disciplina específica para
situações outras na legislação processual do trabalho não autoriza a exclusão do direito à verba
honorária dos advogados, reputados essenciais à administração da Justiça (CF, art. 133) e que
são instados, como no caso, a dedicarem tempo para estudo das causas e preparação de peças
processuais, além de deslocamentos aos fóruns judiciais. Cenário em que se faz necessário o
recurso à disciplina processual comum, por imposição dos artigos 769 da CLT e 15 do CPC.
Violação do artigo 791-A da CLT configurada. Imposição de condenação ao pagamento de
honorários advocatícios aos patronos da parte reclamada, no importe de 5%, observado o
procedimento previsto no § 4º do art. 791-A da CLT, por se tratar de trabalhador beneficiário da
assistência judiciária gratuita. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-35-
04.2018.5.06.0012, 5ª Turma, Relator Ministro Douglas Alencar Rodrigues, DEJT 07/02/2020).
• 1ª corrente: advoga que são cabíveis honorários advocatícios nos recursos, no cumprimento de
sentença e na execução com base no artigo 85, § 1º, do CPC.
• 2ª corrente (majoritária): defende que não são devidos honorários advocatícios em tais hipóteses,
porque não há previsão expressa da CLT. Além disso, sustenta que na Justiça do Trabalho os horários
decorrem da sucumbência, o que não se verifica na fase de cumprimento da sentença, em que a
obrigação já foi reconhecida no título13.
De acordo com o artigo 791-A da CLT, ao fixar os honorários advocatícios, o juízo observará:
13
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 410
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Em razão de tais critérios, os honorários advocatícios poderão ser fixados em patamares diferentes para os
patronos das partes, observados os limites mínimo de 5% e máximo de 15%.
Na hipótese de procedência parcial, o Juiz arbitrará honorários de sucumbência recíproca, sendo vedada a
compensação de honorários. Isso porque os honorários têm natureza alimentar, de forma que não se pode
compensá-los, em prejuízo dos advogados.
A respeito da base de cálculo, os honorários serão fixados, para o patrono da parte reclamante, com base no
valor bruto da condenação, sem a dedução dos descontos fiscais e previdenciários.
Nesse sentido, o TST editou a OJ n. 348 da SBDI-1/TST, cujo teor ora se transcreve:
Observe que, embora a OJ n. 348 da SBDI-1/TST se refira a valor líquido, os honorários incidem sobre o valor
bruto, sem deduções. A expressão líquido foi usado no sentido de liquidada.
Já os honorários do advogado da reclamada serão fixados com base no proveito econômico obtido,
observando-se os valores atribuídos na petição inicial aos pedidos julgados improcedentes.
Por fim, caso não seja possível mensurar proveito econômico direto, como ocorre nas obrigações de fazer
- baixa na carteira, entrega de documentos etc. -, os honorários serão fixados com base no valor atualizado
da causa.
O artigo 791-A, § 4º, da CLT, inserido pela Reforma Trabalhista, previa que vencido o
BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA, ele terá que arcar com honorários
sucumbenciais, caso tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar as despesas.
Dessa forma, dispunha o artigo 791-A, § 4º, da CLT que, vencido o beneficiário da Justiça Gratuita, os
honorários sucumbenciais:
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• Seriam pagos pelo beneficiário da Justiça Gratuita, caso ele tenha obtido em juízo créditos capazes
de suportar as despesas, ainda que em outro processo;
• Ficariam sob condição suspensiva de exigibilidade, se o beneficiário da Justiça Gratuita não tiver
obtido créditos capazes de suportar as obrigações da sucumbência, e somente poderão ser cobrados
caso seja demonstrados, nos dois anos seguintes ao trânsito em julgado da decisão, que deixou de
existir a situação de insuficiência de recursos, sob pena extinção da obrigação.
O STF, na ADI 5766, ajuizada pela Procuradoria Geral da República (PGR), por maioria, julgou
parcialmente procedente o pedido, para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e § 4º, e
791-A, § 4º, da CLT, vencidos, em parte, os Ministros Roberto Barroso (Relator), Luiz Fux
(Presidente), Nunes Marques e Gilmar Mendes. Por maioria, julgou improcedente a ação no
tocante ao art. 844, § 2º, da CLT, declarando-o constitucional, vencidos os Ministros Edson Fachin,
Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.
Todavia, o STF manteve o regramento previsto no artigo 844, § 2º, da CLT, segundo o qual o
reclamante, mesmo beneficiário da justiça gratuita, deverá pagar as custas judiciais se não
comparecer à audiência da reclamação trabalhista, salvo no caso de comprovar, em até 15 dias,
que a falta ocorreu por motivo justificável.
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HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
6 – JUSTIÇA GRATUITA
O benefício da justiça gratuita consiste na possibilidade de a parte postular em juízo sem ter que arcar com
as despesas processuais (abrangendo as custas, emolumentos, honorários advocatícios e periciais).
O artigo 790, §§ 3º e 4º, da CLT, com a redação dada pela Lei n. 13.467/2017, dispõe acerca do benefício da
Justiça Gratuita, in verbis:
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer
instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto
a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
O benefício da justiça gratuita, portanto, será deferido à parte que perceber salário igual ou inferior a 40%
do teto de benefícios do INSS.
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A lei estabelece a presunção de que as pessoas que percebem remuneração igual ou inferior a 40% do teto
de benefícios do INSS não pode demandar sem prejuízo do sustento próprio.
Todavia, é possível a concessão do benefício da Justiça Gratuita mesmo para pessoas que percebem acima
desse limite, caso comprovem insuficiência de recursos para pagamento das custas do processo (Art. 790, §
4º, da CLT).
Vale dizer, quem ganha salário igual ou inferior a 40% do teto de benefícios do INSS, goza de presunção de
miserabilidade jurídica para fins de concessão do benefício da Justiça Gratuita. No entanto, mesmo aquele
que recebe valor superior ao limite legal, pode demonstrar fazer jus ao benefício, sendo que, nesse caso,
precisa comprovar situação econômico-financeira que não lhe permita demandar sem prejuízo do sustento
próprio ou de sua família.
O benefício da Justiça Gratuita pode ser deferido de ofício pelo Juiz ou a requerimento da parte interessada.
O requerimento pode ser feito diretamente pela parte ou por advogado com poderes específicos para esse
fim (Art. 105 do CPC).
Cabe destacar que a representação por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da
justiça (Art. 99, § 4º, do CPC).
Antes da Reforma Trabalhista, para fins de concessão do benefício da Justiça Gratuita às pessoas naturais,
bastava a mera declaração ou afirmação de que a parte não tinha condições de arcar com as despesas do
processo.
Nesse sentido, o item I da Súmula n. 463 do TST, cujo teor ora se transcreve:
Todavia, com a alteração na redação do § 3º e a inserção do § 4º no artigo 790 da CLT pela Lei n. 13.467/2017,
surgiu divergência jurisprudencial acerca da necessidade de prova efetiva da situação de miserabilidade
jurídica nos casos em que a pessoa natural apresenta declaração de pobreza.
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A matéria ainda não foi pacificada. Algumas turmas no TST que entendem que a concessão do benefício da
Justiça Gratuita, mesmo para as pessoas naturais, passou a exigir a efetiva comprovação de insuficiência
econômica, sendo insuficiente a mera declaração. Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente oriundo do
TST, proferido após a Reforma Trabalhista:
Por outro lado, para outras turmas do TST, a comprovação miserabilidade jurídica para a concessão dos
benefícios da justiça gratuita, prevista no art. 790, § 4º, da CLT, pode ser realizada por meio de mera
declaração de hipossuficiência (art. 99, § 3º, do CPC). Nesse sentido, cabe transcrever o seguinte
precedente:
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declaração de hipossuficiência (art. 99, § 3º, do CPC), já que a presunção dela extraída é tida
como típico meio de prova jurídica (art. 212, IV, do Código Civil c/c 408, caput , do CPC). Recurso
de revista conhecido e provido" (RR-1000458-74.2018.5.02.0038, 8ª Turma, Relator Ministro
Marcio Eurico Vitral Amaro, DEJT 06/11/2020).
Na hipótese de prevalecer o entendimento de que a concessão da Justiça Gratuita demanda prova efetiva
da situação de insuficiência de recursos, bastará ao reclamante juntar a cópias da CPTS, dos recibos de
pagamento, da declaração do imposto de renda, que evidenciem que não possui condições de demandar
sem prejuízo do sustento próprio e de sua família.
Em relação às pessoas jurídicas, também é possível a concessão do benefício da Justiça Gratuita. Todavia,
nesses casos, é necessário prova cabal de impossibilidade de arcar com as despesas do processo.
Nesse sentido, o TST consolidou sua jurisprudência, por meio da Súmula 463, II, cujo teor ora se transcreve:
[...]
Quanto ao momento do requerimento do benefício da Justiça Gratuita, este pode se dar em qualquer
tempo e grau de jurisdição.
No entanto, se o requerimento for formulado na fase recursal, cabe ao requerente formulá-lo no prazo
alusivo ao recurso. Nesse caso, se indeferido o pedido de gratuidade da justiça, cabe ao relator conceder
prazo para que o recorrente efetue o preparo. É o que se infere do artigo 99, §§ 1º e 7º, do CPC:
CPC, Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
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Art. 98 [...]
II - os selos postais;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da
execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para
a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
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Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente
na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. [...]
4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos
capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União
responderá pelo encargo.
Do mesmo modo, o § 4º do artigo 791-A da CLT, acrescentado pela Reforma Trabalhista, dispôs que, em caso
de sucumbência do beneficiário da Justiça Gratuita, ele pagará horários sucumbenciais, se tiver obtido em
Juízo créditos suficientes para suportar a obrigação, ainda que em outro processo.
Não havendo crédito, a obrigação ficará sob condição suspensiva de exigibilidade, somente podendo ser
executada caso o credor demonstre alteração na situação de insuficiência que justificou a concessão da
gratuidade, no prazo de 2 anos a contar do trânsito em julgado, sob pena de extinção da obrigação.
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. [...]
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas
se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
O beneficiário da Justiça Gratuita também terá que arcar com custas processuais na hipótese de
arquivamento da reclamação trabalhista por ausência do reclamante à audiência inaugural, conforme
disposto no artigo 844, §§ 2º e 3º, da CLT, com a redação dada pela Lei n. 13.467/2017, salvo se comprovar,
em 15 dias, que a ausência decorreu de motivo justificável.
Caso não justificada a ausência nem recolhidas as custas, o reclamante ficará impedido de ajuizar nova
demanda trabalhista. Cabe transcrever os referidos dispositivos legais.
[...]
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O STF, na ADI 5766, ajuizada pela Procuradoria Geral da República (PGR), por maioria, julgou
parcialmente procedente o pedido, para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e § 4º, e
791-A, § 4º, da CLT, vencidos, em parte, os Ministros Roberto Barroso (Relator), Luiz Fux
(Presidente), Nunes Marques e Gilmar Mendes. Por maioria, julgou improcedente a ação no tocante
ao art. 844, § 2º, da CLT, declarando-o constitucional, vencidos os Ministros Edson Fachin, Ricardo
Lewandowski e Rosa Weber.
Todavia, o STF manteve o regramento previsto no artigo 844, § 2º, da CLT, segundo o qual o
reclamante, mesmo beneficiário da justiça gratuita, deverá pagar as custas judiciais se não
comparecer à audiência da reclamação trabalhista, salvo no caso de comprovar, em até 15 dias, que
a falta ocorreu por motivo justificável.
Cabe destacar que o deferimento da Justiça Gratuita não abrange as multas processuais que sejam
impostas ao beneficiário.
Nesse sentido, dispõe o artigo 98, § 4º do CPC, que "a concessão de gratuidade não afasta o dever de o
beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas". Assim, por exemplo, o
beneficiário da Justiça Gratuita não se exime de pagar eventual multa de litigância de má-fé que lhe seja
imposta.
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JUSTIÇA GRATUITA
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A teor do artigo 14 da Lei n. 5.584/70, na Justiça do Trabalho, a Assistência Judiciária será prestada pelo
sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador. Cabe transcrever o referido dispositivo
legal:
Art 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de
fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o
trabalhador.
§ 1º A assistência é devida a todo aquêle que perceber salário igual ou inferior ao dôbro do
mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez
provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento
próprio ou da família.
Dessa forma, a assistência judiciária será prestada obrigatoriamente pelo sindicato, desde que o empregado
satisfaça os seguintes requisitos:
A Assistência Judiciária Gratuita será prestada tanto aos sindicalizados como aos não sindicalizados.
Com efeito, o artigo 513, “a”, da CLT prevê ser prerrogativa do sindicato representar, perante as autoridades
administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses
individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida.
Todavia, o artigo 18 da Lei n. 5584/70 dispõe que o sindicato prestará assistência judiciária gratuita ao
trabalhador que satisfaça os requisitos legais, ainda que este não seja associado do respectivo sindicato.
Desse modo, houve revogação parcial do artigo 513, “a”, da CLT, sendo que atualmente a representação do
trabalhador pelo sindicato abrange associados e não associados ao sindicato.
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A Lei Complementar n. 80/94, que dispõe sobre a organização da Defensoria Pública, não revogou o
disposto no artigo 14 da Lei n. 5.584/70, pois aquela é lei geral aplicável a qualquer processo no âmbito
da justiça comum, federal ou estadual, enquanto esta é lei especial aplicável unicamente aos processos
da justiça do trabalho, nos quais figurem como partes empregado e empregador.
Cabe destacar que são distintos os institutos da Assistência Judiciária Gratuita e da Justiça Gratuita.
Enquanto a Assistência Judiciária Gratuita diz respeito à gratuidade da representação técnica, a Justiça
Gratuita refere-se exclusivamente às despesas processuais.
JUSTIÇA GRATUITA. Cabe salientar não haver nenhuma sinonímia entre os benefícios da justiça
gratuita e o beneplácito da assistência judiciária. Enquanto a assistência judiciária reporta-se à
gratuidade da representação técnica, hoje assegurada constitucionalmente (art. 5º, LXXIV), a
justiça gratuita refere-se exclusivamente às despesas processuais, mesmo que a assistência
judiciária tenha sido prestada por advogado livremente constituído pela parte. [...]" (RR-688649-
15.2000.5.17.5555, 4ª Turma, Relator Ministro Antonio Jose de Barros Levenhagen, DEJT
29/08/2003).
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ação coletiva, salvo quando este for uma associação que esteja litigando de má-fé. O princípio
da gratuidade integra o microssistema de acesso coletivo ao Poder Judiciário brasileiro14.
8 – SUCESSÃO PROCESSUAL
A sucessão processual consiste na substituição das partes no processo, podendo decorrer de ato inter vivos
ou causa mortis15.
14
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 577
15
SARAIVA, RENATO. APUD SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com
o novo CPC, reforma trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo
: LTr, 2018, p. 359
16
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 580
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A sucessão processual, portanto, acarreta a alteração na titularidade da ação, podendo se verificar nos polos
ativo ou passivo. Pode se dar por:
Na hipótese de morte do empregado, aplica-se o disposto no artigo 1º da Lei n. 6.858/80, que determina
que o pagamento dos valores devidos pelos empregadores aos empregados falecidos seja feito aos
dependente habilitados junto ao INSS, independentemente de inventário ou arrolamento. Cabe transcrever
o referido dispositivo legal, in verbis:
Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas
individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP,
não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos
dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos
servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em
alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.
Na falta de dependentes habilitados perante o INSS, os valores não recebidos em vida pelo trabalhador
serão pagos aos sucessores previstos na lei civil.
Todavia, a jurisprudência do TST considera que a Lei n. 6858/80 não é critério exclusivo de legitimação à
sucessão do trabalhador falecido, em detrimento da disciplina comum do direito de sucessão. Vale dizer, a
falta de habilitação perante a previdência social não impossibilita o recebimento dos direitos decorrente da
relação empregatícia pelos sucessores, já que a habilitação pode ser postulada até a liquidação da sentença.
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habilitados perante a Previdência Social quanto os sucessores previstos na lei civil possuem
legitimidade para propor ação em que se postulam verbas não recebidas pelo empregado em
vida decorrentes da relação de emprego, independentemente de inventário ou arrolamento.
Assim, a ausência de habilitação perante a Previdência Social não é causa para a extinção da ação
sem julgamento do mérito, tendo em vista que a habilitação pode ser feita até mesmo na fase
de liquidação da sentença. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-1001244-
54.2016.5.02.0373, 2ª Turma, Relator Ministro Jose Roberto Freire Pimenta, DEJT 11/10/2019).
Assim, sendo falecido o empregado, promoverá a reclamação trabalhista o dependente habilitado perante
o INSS ou o espólio, representado pelo inventariante.
Na prática trabalhista, nem sempre é aberto inventário do empregado, ou porque o de cujus não deixou bens
a inventariar, ou por negligência dos familiares em promover o inventário, razão pela qual a jurisprudência
admite que o empregado falecido seja representado pelos sucessores indicados em alvará judicial expedido
perante a Justiça Comum, ou, no caso de valores de pequena monta, seja feita a habilitação dos sucessores
perante o próprio Juiz do Trabalho.
Assim, não existindo dependentes habilitados no INSS, e não havendo inventário, a jurisprudência tem
admitido o pagamento ao sucessor indicado em alvará judicial, expedido pela Justiça Comum ou aos
sucessores segundo a lei civil, habilitados perante o Juiz do Trabalho.
Quando a morte do reclamante ocorrer no curso do processo, o Juiz do Trabalho deverá suspender o
processo, conforme previsto no artigo 313, I, do CPC, designando prazo razoável para habilitação dos
sucessores. Cabe transcrever o referido dispositivo legal:
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu
representante legal ou de seu procurador;
[...]
Para fins de habilitação, os sucessores deverão juntar aos autos a certidão de óbito do de cujus, a declaração
de dependentes habilitados junto ao INSS ou o termo de inventariante, conforme a situação. A habilitação
independe de sentença, sendo, pois, admitida por simples despacho.
Em se tratando de morte do sócio da empresa, não haverá alteração do polo passivo, pois quem figura nele
é a empresa.
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Não obstante, se o reclamado for pessoa física ou firma individual, haverá sucessão causa mortis, devendo
o juiz suspender o processo para regularização do polo passivo (art. 313, I, do CPC)17.
A sucessão processual por ato inter vivos é restrita à figura do empregador, pois o empregado é insubstituível
na relação de emprego (Artigos 2º e 3º da CLT).
Em relação ao empregador, pode ocorrer a sucessão processual quando configurado o instituto da sucessão
de empresas, previsto nos artigos 10, 448 e 448-A da CLT, que dispõem, in verbis:
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos
por seus empregados.
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448
desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar
comprovada fraude na transferência.
17
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 360-
361
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Para a doutrina moderna, não é requisito da sucessão que o empregado tenha prestado serviços para a
sucessora, bastando a transferência de uma unidade de produção, capaz de afetar a garantia de solvabilidade
dos créditos trabalhistas.
Vale dizer, a sucessora assumirá as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, mesmo em relação a trabalhadores que não chegaram
a lhe prestar serviços.
Em havendo sucessão de empresas, portanto, o sucessor deve responder integralmente pela dívida, salvo
no caso de fraude, em que haverá responsabilidade solidária da sucedida. Cabe ressaltar que eventual
cláusula de não responsabilização da sucessora somente produzirá efeitos inter partes.
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SUCESSÃO PROCESSUAL
9 – SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
Via de regra, apenas o próprio titular do direito material é parte legítima para atuar em juízo na defesa de
seus direitos. Trata-se da legitimação ordinária, prevista na primeira parte do artigo 18 do CPC, in verbis:
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.
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Todavia, em alguns casos, o Ordenamento Jurídico admite que determinados entes venham a Juízo, em
nome próprio, postular direito alheio. Trata-se da substituição processual, também conhecida como
legitimidade extraordinária ou anômala, prevista na parte final do artigo 18 do CPC.
Dessa forma, na legitimidade ordinária "há coincidência entre a legitimação de direito material e a
legitimidade para estar em juízo. Na legitimidade extraordinária, aquele que tem legitimidade para estar no
processo como parte não é o que se afirma titular do direito material discutido em juízo" 18.
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite19, no processo do trabalho, antes da Constituição de 1988, a
substituição processual limitava-se às seguintes hipóteses:
18
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 361-
362
19
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 423
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Todavia, a Constituição Federal de 1988 conferiu aos sindicatos a legitimidade ampla para tutelar os
interesses metaindividuais da categoria, conforme artigo 8º, III, que dispõe, in verbis:
Art. 8º [...]
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
Do mesmo modo, posicionava-se no sentido de que era necessário juntar o rol dos substituídos com a petição
inicial, a fim de individualizar os trabalhadores abrangidos.
No entanto, o Supremo Tribunal Federal passou a decidir reiteradamente no sentido de que ao sindicato foi
conferida legitimidade extraordinária para atuar na defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais
dos integrantes da categoria, sendo desnecessária qualquer autorização dos substituídos. Nesse sentido,
cita-se o seguinte precedente, oriundo do STF:
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Diante disso, a Súmula n. 310 do TST foi cancelado pela Resolução n. 121/2003, de modo que, atualmente,
a jurisprudência do TST vem admitindo a legitimação extraordinária ampla dos sindicatos para atuar na
defesa dos direitos e interesses da categoria, independentemente autorização dos substituídos. Nesse
sentido, colhe-se o seguinte julgado:
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❖ Exemplo de substituição processual na Justiça do Trabalho ocorre quando o sindicato ajuíza ação civil
coletiva para que a empresa pague adicional de insalubridade para todos os trabalhadores de um
determinado setor. Nesse caso, o sindicato atua em nome próprio, na defesa de direitos individuais
alheios, cujos titulares poderiam, isoladamente ou em litisconsórcio, propor ações individuais para
postular seus próprios interesses.
Para uma parte da doutrina, o número de lesões (vale dizer: o número de pessoas atingidas) deve ser
considerável para legitimar a atuação do sindicato20.
Todavia, o TST entende que a legitimidade do sindicato para atuar como substituto processual é ampla, ainda
que o substituído seja um único empregado.
20
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 365
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Cabe destacar que o sindicato também tem legitimidade extraordinária para propor ação de cumprimento
para fazer cumprir cláusulas constantes de sentença normativa (dissídio coletivo).
Embora a CLT tenha previsto originalmente o cabimento da ação de cumprimento para a hipótese de
inobservância de cláusulas sentença normativa, o Tribunal Superior do Trabalho alargou seu campo de
abrangência, para admitir seu manejo também nos casos de descumprimento de acordos e convenções
coletivas. Nesse sentido, cita-se a Súmula 286 do TST:
Trata-se, portanto, de ação de natureza condenatória, que poderá ser ajuizada pelos empregados ou seus
sindicatos, com o objetivo de fazer cumprir os direitos previstos em instrumento normativo da categoria.
Assim, se a empresa deixa de pagar um benefício a que se obrigou por meio de acordo coletivo, como uma
cesta básica, por exemplo, os empregados ou seus sindicatos podem ajuizar uma ação de cumprimento,
postulando a condenação da empresa ao pagamento da referida parcela.
Quando é o sindicato quem ajuíza a ação de cumprimento, o faz na condição de substituto processual, já que
atua em nome próprio, na defesa de direito alheio, independentemente de autorização dos substituídos.
Por outro lado, no caso de associações, diversamente dos sindicatos, o STF entende ser necessária a juntada
a autorização expressa para que postule em Juízo em nome dos associados, seja por meio de procuração
individual, seja por deliberação em assembleia, não sendo suficiente a previsão de defesa dos interesses dos
associados nos estatutos da associação. Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente:
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O Ministério Público do Trabalho também tem legitimação para atuar na defesa de direitos individuais
homogêneo dos trabalhadores. Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente do TST:
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A sentença proferida na ação em que se postula a tutela de interesses individuais homogêneos é genérica.
Nesse sentido, dispõe o artigo 95 da Lei n. 8.078/90:
Em se tratando de ação especial, a liquidação será processada pela sistemática a Lei n. 8.078/90,
complementada pelos procedimentos da CLT e do CPC21.
A liquidação e execução da sentença que reconheça direitos individuais homogêneos poderá ser promovida:
Cabe, por fim, destacar que as ações movidas pelos sindicatos, na condição de substituto processual, têm o
condão de interromper a prescrição. Nesse sentido, o TST editou OJ n. 359 da SBDI-1/TST, cujo teor é o
seguinte:
21
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 375
22
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trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 383
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A defesa coletiva dos direitos individuais homogêneos realiza-se por meio da legitimação extraordinária,
também denominada substituição processual, em que o substituto processual age em nome próprio na
defesa de interesses alheios, cujos titulares poderiam, individualmente ou em litisconsórcio, propor ações
individuais em defesa de seus próprios direitos23, dada a divisibilidade desses direitos e a perfeita delimitação
de seus titulares.
Todavia, o mesmo raciocínio não se poderia aplicar no caso de direitos e interesses difusos ou coletivos
stricto sensu, de natureza transindividual e indivisível.
Com efeito, segundo o artigo 81, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor:
➢ interesses ou direitos difusos são os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
➢ interesses ou direitos coletivos são os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular
grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação
jurídica base;
Dessa forma, os titulares dos direitos difusos são pessoas indeterminadas, ligadas por circunstâncias de
fato, ao passo que os titulares dos direitos coletivos em sentido estrito são pessoas indeterminadas a
princípio, porém determináveis, pelo fato de pertencerem a um grupo, categoria ou classe de pessoas.
23
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 427
75
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A partir de tais definições, é possível inferir que a clássica divisão legitimidade ordinária/legitimidade
extraordinária, prevista no artigo 18 do CPC, é insuficiente e inadequada, já que destinada à tutela de direitos
individuais24.
Essa distinção já foi acolhida pelo TST, conforme se constata do seguinte precedente:
“(...) PROCESSO COLETIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELO MTP. DIREITO
METAINDIVIDUAL. IMPROCEDÊNCIA MERITÓRIA. COISA JULGADA ERGA OMNES APENAS EM
RELAÇÃO AOS LEGITIMADOS ATIVOS PARA O PROCESSO COLETIVO. INEXISTÊNCIA EM RELAÇÃO
ÀS PESSOAS NATURAIS LESADAS OU SUBSTITUÍDAS PROCESSUALMENTE. As ações coletivas
julgadas improcedentes por outros motivos que não sejam a insuficiência de provas operam a
coisa julgada erga omnes. Entretanto, tal efeito somente diz respeito aos agentes que detêm a
legitimação autônoma para a condução do processo coletivo nos casos de direitos difusos e
coletivos. Ou seja, àqueles que participaram do processo. Na hipótese de ação coletiva que verse
sobre direitos individuais homogêneos, a coisa julgada erga omnes somente ocorre secundum
eventum litis, somente no resultado procedente da demanda. Por exceção, no caso de
improcedência, ocorre a coisa julgada em relação ao titular do direito individual, mas apenas se
tiver atuado no processo coletivo como litisconsorte (no qual foi parte). Fora tal exceção, nada
impede que as pessoas naturais lesadas, na hipótese de o direito ser metaindividual difuso ou
coletivo, ou os substituídos processualmente, titulares do direito individual, na hipótese de
direitos individuais homogêneos, busquem no judiciário a reparação para os danos sofridos.
Afinal, tais pessoas sequer foram parte na demanda original. Inteligência do artigo 103, §§ 1º e
2º, do CDC. Precedentes. Não conhecido. [...] (TST-RR 1240- 42.2010.5.03.0009, Rel. Min.
Emmanoel Pereira, j. 9-5-2012, 5ª T., DEJT 18-5-2012).
24
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 428
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10 – LITISCONSÓRCIO
Via de regra, a relação jurídica processual é formada por um autor, um réu e o Juiz. Todavia, é possível existir
mais de um autor no polo ativo, mais de um réu no polo passivo ou, ainda, duas ou mais pessoas em cada
um dos polos da relação processual.
Trata-se da figura do litisconsórcio, que consiste "na autorização legal para que mais de uma pessoa figure
no polo ativo, no polo passivo ou em ambos os polos da relação jurídica processual" 25.
Haverá, portanto, litisconsórcio no processo do trabalho quando litigarem nos polos ativo e passivo mais de
um reclamante e/ou mais de um reclamado.
10.1 – Classificação
O litisconsórcio pode ser classificado segundo a posição em que se forma em: ativo, passivo ou misto.
O litisconsórcio ativo ocorre quando duas ou mais pessoas litigam no polo ativo em face de um único
demandando. Vale dizer, caracteriza-se pela existência de mais de um autor.
A CLT traz um único exemplo de litisconsórcio ativo, previsto no artigo 842, que trata da reclamatória
plúrima:
25
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 375
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Art. 842. Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas
num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento.
Reclamatória plúrima, portanto, é aquela em que existe mais de um reclamante no polo ativo da ação,
postulando matéria comum contra o mesmo empregador.
A título exemplificativo, imagine-se a hipótese em que diversos trabalhadores resolvem se juntar para
postular o pagamento de adicional de insalubridade contra o empregador comum.
Já o litisconsórcio passivo ocorre sempre que houver mais de um réu na relação jurídico-processual.
Embora a CLT não tratasse do litisconsórcio passivo, a doutrina e a jurisprudência sempre admitiram sua
formação, com base na aplicação subsidiária das normas do CPC (Art. 769 da CLT).
Todavia, a Reforma Trabalhista passou a prever expressamente a figura do litisconsórcio passivo na Justiça
do Trabalho, ao inserir o artigo 611-A, § 5º, da CLT, que dispõe, in verbis:
Por outro lado, também é possível a formação de litisconsórcio misto, quando dois ou mais autores ajuízam
ação em face de dois ou mais réus.
Assim, havendo mais de um autor e mais de um réu, cumulativamente, estaremos diante da figura do
litisconsórcio misto.
O litisconsórcio pode ser classificado segundo o momento em que se forma em: inicial e ulterior.
O litisconsórcio inicial é aquele já formado no momento do ajuizamento da ação, quando, por exemplo, o
reclamante postula a condenação solidária de duas empresas, ambas incluídas no polo passivo.
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Já o litisconsórcio ulterior caracteriza-se pela formação no curso do processo, podendo ocorrer, por
exemplo, na hipótese de sucessão processual.
❖ José propôs uma reclamação trabalhista em face de seu ex-empregador. No curso da reclamação,
José faleceu, tendo o Juiz suspendido o processo, com base no artigo 313, I, do CPC, para
regularização do polo ativo da ação. José deixou esposa e filho, ambos dependentes perante o INSS,
que postularam sua habilitação nos autos. Dessa forma, o polo ativo passou a ser ocupado pela
esposa e pelo filho de José, formando-se um litisconsórcio ativo ulterior.
O litisconsórcio também pode ser classificado segundo à obrigatoriedade de sua formação em: facultativo e
necessário.
Litisconsórcio facultativo é aquele que se forma por opção da parte, sem imposição legal. A regra no sistema
processual é que o litisconsórcio seja facultativo - e não necessário -, observados os casos em que a lei
permite sua formação.
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:
Há comunhão de direitos ou de obrigações quando duas ou mais pessoas possuem o mesmo bem jurídico 26
ou têm um mesmo devedor.
26
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 386
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Já a conexão ocorre quando duas causas têm o mesmo pedido ou causa de pedir, na forma do artigo 55 do
CPC.
Por fim, a afinidade de questões prevista no inciso III do artigo 113 consiste na existência de um ponto
comum de fato ou de direito, capaz de autorizar o litisconsórcio, como, por exemplo, nos casos em que vários
trabalhadores postulam diferenças salariais com base na mesma norma coletiva27.
Em se tratando de litisconsórcio facultativo, o artigo 113, § 1º, do CPC dispõe que o "juiz poderá limitar o
litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença
ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença".
Trata-se do litisconsórcio multitudinário, que faculta ao Juiz, de ofício ou a requerimento da parte contrária,
limitar o número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, sempre
o excessivo número de litisconsortes prejudicar o rápido andamento da causa ou dificultar a defesa ou o
cumprimento da sentença.
Todavia, a previsão contida no artigo 113, § 1º, do CPC só se aplica ao litisconsórcio facultativo, já que ao Juiz
não é permitido limitar o litisconsórcio necessário.
Não é possível a limitação do número de litisconsortes pelo Juiz no litisconsórcio necessário, mas apenas
no facultativo!
Discute-se se é possível o Juiz do Trabalho limitar o litisconsórcio facultativo no caso de reclamatória plúrima.
➢ Uma parte da doutrina entende que é possível, já que se trata de litisconsórcio facultativo, razão
pela qual incide a regra prevista no artigo 113, § 1º, do CPC.
27
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 386
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➢ Outra corrente entende ser incompatível com o Processo do Trabalho a limitação da quantidade de
litigantes no polo ativo, já que a CLT dispõe de regra própria, prevista no artigo 842, não havendo
lacunas a autorizar a aplicação subsidiária do CPC28.
Já o litisconsórcio necessário é aquele em que a presença de mais de um litigante nos polos ativo ou passivo
é indispensável para eficácia da sentença. Decorre de imposição legal ou da natureza da relação jurídica,
conforme dispõe o artigo 114 do CPC, in verbis:
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da
relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam
ser litisconsortes.
28
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 541
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Há divergência doutrinária sobre a existência de litisconsórcio necessário ativo, vale dizer, formado pela
reunião impositiva de mais de um autor.
• 1ª corrente: entende ser cabível o litisconsórcio ativo necessário, sendo que a inicial somente estará
regular após a inclusão de todos os litisconsortes no polo ativo, sob pena de extinção do processo
sem resolução do mérito.
• 2ª corrente: defende não ser possível a formação de litisconsórcio necessário no polo ativo, pois
ninguém pode ser obrigado a ajuizar uma ação contra a sua vontade. Por outro lado, condicionar o
ajuizamento da ação à vontade de todos os litisconsortes acabaria ferindo o direito de ação daquele
que, querendo propor uma demanda, estivesse impossibilitado de fazê-lo em face da discordância
de um dos litisconsortes necessários.
Com o objetivo de assegurar o direito de ação de ambas as partes, uma parte da doutrina passou a defender
que, uma vez configurada a hipótese de litisconsórcio ativo necessário, o litisconsorte que se recusa a
integrar a lide como autor, deve ser incluído como réu. Isso porque, quem resiste a uma pretensão deve ser
colocado no polo passivo como réu, independentemente da posição que ocupe na relação de direito
material, já que se trata de relações jurídicas distintas29. Esse entendimento foi adotado pelo TST, na Súmula
n. 406, cujo teor ora se transcreve:
29
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. –
Salvador: Ed. JusPodvm, 2016, p. 255
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• Súmula 406, Item I - Maria ajuizou uma reclamação trabalhista em face das empresas A e B,
postulando o reconhecimento de vínculo com a empresa A, e a condenação solidária da empresa B.
Após o trânsito em julgado da reclamação, a empresa B pretende ajuizar uma ação rescisória para
desconstituir a sentença, porém a empresa A se recusa a participar do polo ativo. Nesse caso, a
empresa B deverá ajuizar a ação rescisória, incluindo a empresa A e a ex-empregada no polo passivo.
• Súmula 406, Item II - O sindicato, na condição de substituto processual, ajuizou uma ação postulando
o pagamento do adicional de insalubridade para todos os trabalhadores de uma determinada
empresa, julgada parcialmente procedente. Após o trânsito em julgado, a empresa, se quiser
desconstituir a sentença, deverá ajuizar uma ação rescisória contra o sindicato apenas - e não contra
os trabalhadores -, já que se trata de hipótese de substituição processual.
A doutrina denomina de intervenção iussu iudicis o litisconsórcio que provocado pelo Magistrado. Vale dizer,
trata-se de intervenção de terceiros ordenada pelo Juiz.
O CPC de 2015, no art. 115, parágrafo único, prevê que o juiz, verificando a existência de litisconsórcio
passivo necessário, determinará que o autor requeira a citação de todos os que devam ser litisconsortes,
nos seguintes termos: “Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção
do processo.”
Desse modo, o entendimento atual é o de que o juiz somente pode determinar a intervenção no processo
de litisconsorte necessário30.
A Reforma Trabalhista, ao inserir o artigo 611-A, § 5º, na CLT, criou um exemplo de litisconsórcio necessário
na Justiça do Trabalho:
30
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 391
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Dessa forma, na hipótese de ação anulatória de normas convencionais, os sindicatos subscritores dos
instrumentos coletivos deverão figurar no processo, como litisconsortes necessários.
Embora a literalidade do artigo 611, § 5º, da CLT indique que haverá litisconsórcio necessário tanto em ações
individuais como coletivas em que se postule a nulidade de cláusulas convencionais, a questão ainda não foi
pacificada, existindo decisões divergentes, algumas entendendo que a obrigatoriedade de formação do
litisconsórcio aplica-se apenas para as ações anulatórias coletivas, em que a decisão judicial produzirá efeitos
para toda a categoria31, e outras posicionando-se no sentido de que o referido dispositivo legal deve ser
aplicado em toda e qualquer ação em que haja pedido de nulidade de cláusula coletiva, quer de natureza
individual, quer de natureza coletiva32.
Outra hipótese de litisconsórcio necessário é a do mandado de segurança, em que deve figurar como
litisconsorte indispensável a parte a quem a concessão da segurança possa prejudicar. Nesse sentido, o STF
editou a Súmula 631, cujo teor é o seguinte:
31
TRT-1 - RO: 01013974520185010026 RJ, Relator: EDUARDO HENRIQUE RAYMUNDO VON
ADAMOVICH, Data de Julgamento: 01/10/2019, Oitava Turma, Data de Publicação: 04/10/2019;
32
TRT-3 - RO: 00101733220195030027 MG 0010173-32.2019.5.03.0027, Relator: Luis Felipe Lopes
Boson, Data de Julgamento: 01/02/2020, Terceira Turma, Data de Publicação: 03/02/2020.
DEJT/TRT3/Cad.Jud. Página 550. Boletim: Não
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Tratando-se de litisconsórcio necessário, o Juiz determinará que o autor requeira a citação de todos os
litisconsortes, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito (Art. 115, parágrafo único, c/c 485,
X, do CPC).
Por fim, o litisconsórcio pode ser classificado segundo à exigência ou não de uniformidade da decisão judicial
em: simples ou unitário.
O litisconsórcio simples verifica-se quando o Juiz puder decidir a questão de forma diversa para os
litisconsortes.
Já o litisconsórcio unitário ocorre nos casos em que a decisão judicial tiver que ser uniforme para todos os
litisconsortes.
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de
decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Como exemplos de litisconsórcio unitário, podem-se citar as ações em que se discuta a licitude ou ilicitude
da intermediação de mão-de-obra33, bem como aquelas em que se postule a nulidade de cláusula
convencional, já que, nesses casos, a solução será a mesma para todos os litigantes.
A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será (Art. 115 do CPC):
• nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;
• ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
33
RR-509-67.2012.5.05.0026, 4ª Turma, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT
16/10/2020.
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• Quando decorrer de lei, o litisconsórcio necessário poderá ser simples ou unitário. Será simples,
quando a decisão puder ser diversa para cada um dos litisconsortes. É o caso da ação de usucapião,
na qual cada confrontante, por defender sua respectiva propriedade, poderá ter decisão diversa
da dos demais litisconsortes34.
• Quando decorrer da natureza da relação jurídica, será sempre unitário, porque a relação jurídica
é indivisível, acarretando solução idêntica para todos os litisconsortes.
Exceto quanto ao litisconsórcio unitário, os litisconsortes são tratados como litigantes distintos em relação à
parte contrária, vale dizer, os atos e omissão de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. Isso é o
que está previsto no artigo 117 do CPC, que dispõe, in verbis:
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um
não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
No entanto, em alguns casos, os atos praticados por um dos litisconsortes poderão beneficiar os demais. Tal
é a hipótese prevista no artigo 345, I, do CPC, segundo o qual a revelia não produzirá efeitos quando
"havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação".
Da mesma forma, se uma das empresas condenadas solidariamente tiver recolhido o depósito recursal -
desde que não postule sua exclusão da lide -, as demais litisconsortes estão dispensadas de fazê-lo. Isso é o
que prevê a Súmula n. 128, III, do TST:
34
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. –
Salvador: Ed. JusPodvm, 2016, p. 251
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SUM-128 [...]
Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos
respectivos atos (Art. 118 do CPC).
Por fim, cabe destacar que não se aplica o prazo em dobro para os litisconsortes com procuradores distintos,
previsto no artigo 229 do CPC.
A conduta de todos aqueles que participam do processo deve se pautar pela honestidade e lealdade, já que
o processo não é instrumento para se levar vantagem35.
Nesse sentido, dispõe o artigo 77 do CPC - subsidiariamente aplicável ao processo do trabalho por força do
artigo 769 da CLT -, constituir deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer
forma participem do processo:
Art. 77 [...]
35
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 419
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II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de
fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa
do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar
embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou
profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer
qualquer modificação temporária ou definitiva;
O desrespeito aos incisos IV e VI ("cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou
final, e não criar embaraços à sua efetivação” e “não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou
direito litigioso”, respectivamente) - que contemplam a figura do "contempt of court" brasileiro36 -
configuram ato atentatório à dignidade da justiça.
Vale dizer, tais atos, além de prejudicar a parte contrária, desrespeitam o Poder Judiciário, devendo o juiz,
sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte
por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta (Art. 77, § 2º, do CPC).
Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até dez vezes o valor do
salário-mínimo (NCPC, art. 77, § 5').
A multa reverterá em favor do Estado, e não da parte contrária, e se não for paga no prazo fixado pelo juiz,
será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e
sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos de modernização do
Poder Judiciário, previstos no art. 97 do CPC.
36
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. –
Salvador: Ed. JusPodvm, 2016, p. 150
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Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não
se aplica a multa prevista no parágrafo segundo do artigo 77, devendo eventual responsabilidade
disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiar (Art. 77, § 6º,
do CPC).
Cabe destacar que é vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público
e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos
escritos apresentados. Se as expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oralmente, o juiz
advertirá o ofensor, sob pena de lhe ser cassada a palavra. Se forem empregadas de forma escrita, competirá
ao Juiz, de ofício ou a requerimento da parte interessada, mandar riscá-las. A requerimento do ofendido, o
Juiz determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição
da parte interessada.
12 –LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
A litigância de má-fé caracteriza-se como a conduta da parte, prevista na lei processual, que viola os
princípios da lealdade e boa-fé processual, atentando contra a dignidade da relação jurídica-processual37.
A CLT não tratava acerca da litigância de má-fé, de modo que se aplicava o CPC, de forma subsidiária, com
base no artigo 769 da CLT.
Todavia, a Lei n. 13.467/2017, denominada Reforma Trabalhista, inseriu a seção IV-A, que trata da
responsabilidade por dano processual, no capítulo II, que disciplina o Processo em geral.
37
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 423
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Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante,
reclamado ou interveniente.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários
advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção
de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a
parte contrária.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas
vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado
por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que
intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.
Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente.
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A teor do artigo 793-C da CLT, aquele que praticar uma das condutas previstas no artigo 793-B, será
considerando litigante de má-fé e condenado, de ofício ou a requerimento, a:
Na hipótese de valor da causa irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um:
Cabe destacar que a jurisprudência majoritária entende NÃO ser cabível a condenação solidária do
advogado por litigância de má-fé, já que, a teor do artigo 32 da Lei n. 8.906/94 deve ser apurada em ação
própria.
Ademais, o TST entende que o recolhimento da multa por litigância de má-fé não é pressuposto recursal.
Nesse sentido, editou a OJ n. 409 da SBDI-1:
Por outro lado, o artigo 793-D da CLT trouxe uma importante inovação, ao prever a aplicação de multa por
litigância de má-fé à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais
ao julgamento da causa.
Frise-se que a execução da multa aplicada à testemunha será executada nos mesmos autos em que aplicada.
A testemunha que intencionalmente altera a verdade dos fatos ou omite fatos essenciais ao julgamento
da causa, além de responder pelo crime de falso testemunho, poderá ser condenada a pagar multa por
litigância de má-fé, que será executada nos próprios autos.
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Os artigos 7º a 10 da IN n. 41/2018 do TST dispõem sobre a eficácia temporal das regras previstas nos artigos
793-A até 793-D da CLT, disciplinando, ainda, o procedimento para aplicação de muta por litigância de má-
fé à testemunha, in verbis:
Art. 7º Os arts. 793-A, 793-B e 793-C, § 1º, da CLT têm aplicação autônoma e imediata.
Art. 8º A condenação de que trata o art. 793-C, caput, da CLT, aplica-se apenas às ações ajuizadas
a partir de 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017).
Art. 9º O art. 793-C, §§ 2º e 3º, da CLT tem aplicação apenas nas ações ajuizadas a partir de 11
de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017).
Art. 10. O disposto no caput do art. 793-D será aplicável às ações ajuizadas a partir de 11 de
novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017).
Parágrafo único. Após a colheita da prova oral, a aplicação de multa à testemunha dar-se-á na
sentença e será precedida de instauração de incidente mediante o qual o juiz indicará o ponto
ou os pontos controvertidos no depoimento, assegurados o contraditório, a defesa, com os
meios a ela inerentes, além de possibilitar a retratação.
13 –ASSÉDIO PROCESSUAL
O assédio processual trata-se de instituto novo, cujos contornos vêm sendo delineados pela doutrina, a partir
da figura do assédio moral, estudada no Direito Material do Trabalho.
Para Mauro Schiavi, assédio processual é "todo ato processual praticado de forma reiterada, insidiosa, por
um dos sujeitos que atuam no processo (juiz, partes, servidores etc.), que tem por objetivo minar a
autoestima de uma das partes litigantes, degradando o processo"38.
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Embora haja poucos julgados reconhecendo a prática, o TST já se manifestou sobre a matéria, admitindo a
existência da figura jurídica, conforme julgados abaixo:
"RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.015/2014 [...] PROPOSTA DE ACORDO RETIRADA PELA
RECLAMADA APÓS ACEITAÇÃO DO RECLAMANTE. ASSÉDIO PROCESSUAL. NÃO
CARACTERIZAÇÃO. O entendimento desta Corte é no sentido de que o assédio processual se
caracteriza pelo comportamento reiterado do litigante no uso de suas faculdades processuais
com nítido intuito de protelar o andamento do feito, abusando no exercício do seu direito ao
contraditório e à ampla defesa. Precedentes. A prática empresarial de retirar a proposta em
audiência designada para tal fim quando o autor já havia aceitado seus termos, embora pareça
39
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 435
40
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 588
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reprovável à luz do princípio da conciliação que rege o processo do trabalho, por si só, não
permite caracterizar o assédio processual pleiteado, pois, uma vez que o acordo ainda não estava
homologado, as partes poderiam livremente desistir dos seus termos, inclusive o reclamante, se
fosse de sua vontade. Não se vislumbra, portanto, prática reiterada de ações visando
retardamento do feito, tendo o processo seguido naturalmente o seu curso até a análise do
presente recurso de revista. Recurso de revista não conhecido" (RR-1574-94.2012.5.09.0088, 2ª
Turma, Relatora Ministra Delaide Miranda Arantes, DEJT 17/03/2017).
Não obstante o assédio processual se aproxime da figura da litigância de má-fé, já que ambos têm origem
no comportamento desleal dos sujeitos do processo, a ela não se equivale. Vale dizer, NÃO se confundem
os institutos do assédio moral e da litigância de má-fé.
Com efeito, o assédio moral não está tipificado na lei, sendo fruto de construção doutrinária. Além disso,
depende de reiteração da conduta e da verificação do propósito malicioso da parte.
Já a litigância de má-fé está tipificada nos artigos 80 do CPC e 793-B da CLT, e pode se consumar em um
único ato, não sendo necessária sua reiteração.
Configurado o assédio processual, a parte ofendida tem direito à reparação, que será fixada com base nos
parâmetros da indenização por dano moral, segundo as circunstâncias do caso concreto, e não com base nos
critérios previstos para a fixação de multa por litigância de má-fé.
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14 –INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A intervenção de terceiros consiste na permissão legal para que um sujeito, alheio à relação jurídica
processual originária, ingresse em processo já em andamento41.
✓ assistência;
✓ denunciação da lide;
✓ chamamento ao processo;
✓ incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
✓ amicus curiae.
14.1 – Assistência
A assistência consiste em modalidade de intervenção voluntária pela qual um terceiro ingressa no processo
com o objetivo de auxiliar uma das partes a obter pronunciamento jurídico favorável.
Nesse sentido, o TST editou a Súmula n. 82, cujo teor ora se transcreve:
41
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. –
Salvador: Ed. JusPodvm, 2016, p. 265
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A assistência simples está regulada entre os artigos 121 e 123 do CPC e é a espécie mais tradicional de
assistência.
O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos
mesmos ônus processuais que o assistido. No entanto, em caso de revelia ou omissão do assistido, o
assistente será considerado seu substituto processual.
O assistente simples não defende interesse próprio no processo, limitando-se a auxiliar o assistindo, de modo
que sua atuação não pode contrariar os interesses deste. Assim, a assistência simples não impede que a
parte principal:
A teor do artigo 123 do CPC, transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente,
este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
• pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido
de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
• desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se
valeu.
Assim, salvo configuradas as exceções supra, o assistente ficará impedido de voltar a discutir em ações
futuras as questões já enfrentadas no processo em que interveio.
Já a assistência litisconsorcial é prevista no artigo 124 do CPC, que dispõe que "considera-se litisconsorte da
parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do
assistido".
Dessa forma, na assistência litisconsorcial, o terceiro é titular da relação jurídica de direito material discutida
no processo, sendo, portanto, diretamente afetado pela decisão judicial. Ao contrário da assistência simples,
em que a relação ao assistente se dá apenas com o assistido, na assistência litisconsorcial o assistente tem
relação tanto com o assistido como com a parte contrária, já que faz parte da mesma relação jurídica
material42.
42
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. –
Salvador: Ed. JusPodvm, 2016, p. 276
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A assistência litisconsorcial somente é possível nos casos de litisconsórcio facultativo, que permite que os
titulares do direito não ingressem na ação desde o início, de modo que os titulares do direito que ficaram de
fora poderão ingressar no processo posteriormente, como assistentes litisconsorciais.
Vale dizer, os assistentes litisconsorciais poderiam ocupar a posição de partes do processo desde o início da
relação processual, mas optaram por não o fazer. Por isso, é que se diz que a assistência litisconsorcial se
assemelha a uma espécie de litisconsórcio facultativo ulterior43.
Justamente por fazer parte da relação de direito material, os atos de disposição praticados pelo assistido não
terão efeito, sendo necessário que ambos pratiquem atos de renúncia, reconhecimento jurídico do pedido,
transação, renúncia etc44.
A Súmula 310, cancelada pela Resolução n. Res. 121/2003, trazia um exemplo de assistência litisconsorcial
na Justiça do Trabalho, ao dispor, no item VI, que
A denunciação da lide consiste em modalidade de intervenção de terceiros pela qual uma das partes traz ao
processo terceiro que tem a reponsabilidade de ressarci-la em caso de danos advindos do resultado do
processo45.
A denunciação da lide tem por objetivo possibilitar o exercício direito de regresso, sem a necessidade de
ajuizamento de uma ação autônoma. Está prevista nos artigos 125 a 129 do CPC.
43
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho – 17 ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, p. 594
44
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. –
Salvador: Ed. JusPodvm, 2016, p. 283
45
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. –
Salvador: Ed. JusPodvm, 2016, p. 286
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A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se
o denunciante for réu.
Na denunciação da lide são julgadas tanto a lide entre as partes originárias quanto aquela decorrente da
denunciação, possuindo, portanto, duplo objetivo.
A teor do artigo 125 do CPC, a denunciação da lide pode ser promovida por qualquer das partes e é admissível
nas seguintes hipóteses:
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o
prejuízo de quem for vencido no processo.
A situação prevista no inciso I do artigo 125 do CPC não se aplica ao Processo do Trabalho, pois não decorre
da relação de trabalho.
Quanto ao inciso II, o TST havia pacificado sua jurisprudência no sentido da incompatibilidade da
denunciação da lide com o Direito Processual do Trabalho. Esse era o teor da OJ n. 227 da SBDI-1/TST.
Todavia, isso não significa dizer que a denunciação da lide passou a ser aplicável em toda e qualquer hipótese
que envolva a denunciação do obrigado, por lei ou pelo contrato, de indenizar regressivamente a parte (Art.
125, II, do CPC).
Ao contrário, o TST tem entendido que o cabimento da denunciação da lide deve ser analisado em cada
caso, considerando os princípios da celeridade, economia processual e, ainda, a competência material da
Justiça do Trabalho.
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TRABALHO. A partir da Emenda Constitucional 45/2004, esta Corte Superior passou a considerar
possível a aplicação da denunciação da lide no processo do trabalho e cancelou a Orientação
Jurisprudencial 227 da SBDI-1. No entanto, a aplicação do referido instituto exige a análise do
caso concreto para que não haja vulneração dos princípios basilares da celeridade e economia
processual. Exige, ainda, que esta Justiça Especializada seja competente também para julgar
eventual controvérsia da relação jurídica entre o denunciante e o denunciado. No caso, a
discussão a respeito do direito de regresso que eventualmente exista entre as Reclamadas e a
cooperativa apontada como suposta empregadora do Reclamante , não se insere na competência
da Justiça do Trabalho, o que torna inviável o processamento do recurso de revista quanto à
denunciação da lide. Precedentes do TST. Agravo de instrumento não provido" (AIRR-2599-
09.2013.5.22.0004, 5ª Turma, Relator Ministro Douglas Alencar Rodrigues, DEJT 24/08/2018).
Para Cândido José Dinamarco, chamamento ao processo "é o ato com que o réu pede a integração de terceiro
ao processo para que, no caso de ser julgada procedente a demanda inicial do autor, também aquele seja
condenado e a sentença valha como título executivo em face dele"46.
O chamamento ao processo é facultativo para o devedor, e, caso não exercido, não inviabiliza seu direito de
regresso.
A teor do artigo 130 do CPC, é admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida
comum.
Dentre as hipóteses de cabimento previstas no artigo supratranscrito, apenas as do inciso III são compatíveis
com o Processo do Trabalho, eis que as demais não se encaixam na competência material da Justiça do
Trabalho definida no artigo 114 da Constituição Federal.
A doutrina aponta algumas hipóteses mais comuns de chamamento ao processo na Justiça do Trabalho: do
sócio, quando a empresa está insolvente; empresa do mesmo grupo econômico da reclamada; do
subempreiteiro, quando a ação é ajuizada em face do empreiteiro principal; da empresa tomadora de
46
APUD SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 467
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serviços, quando se postula o vínculo de emprego com a cooperativa; da empresa prestadora de serviços,
quando se postulam verbas trabalhistas em face da tomadora de serviços, em caso de terceirização etc47.
A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e
deve ser promovida no prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento (Art. 131 do CPC),
sendo que, se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o
prazo será de 2 meses.
A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que
possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção
que lhes tocar (Art. 132 do CPC).
Acerca da matéria, o TST vem se posicionando no sentido de que cabe ao autor definir o polo passivo da
ação, já que a inclusão de outros réus poderia acarretar atrasos na entrega da prestação jurisdicional. Cabe
transcrever os seguintes precedentes:
47
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 468
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O CPC de 2015 tratou do incidente de desconsideração da personalidade jurídica entre os artigos 133 e 137,
inserindo-o no título III, que disciplina as modalidades de intervenção de terceiros.
Segundo o artigo 134 do CPC, "o incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial".
Duas teorias têm sido utilizadas para permitir a desconsideração da personalidade jurídica: teoria maior e
teoria menor.
➢ A teoria maior, fundada nos artigos 50 do Código Civil e 28, caput, do Código de Defesa do
Consumidor, autoriza a desconsideração da personalidade jurídica nos casos de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, ou,
ainda, nas hipóteses de excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos
ou contrato social. Cabe transcrever os referidos dispositivos legais:
CC, Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores
ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso
CDC, Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou
ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada
quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
➢ Já a teoria menor está fundada no artigo 28, § 5º, do CDC, e autoriza a desconsideração da
personalidade jurídica quando se constatar a insuficiência de patrimônio societário,
independentemente da prática de ato ilícito, abusivo ou contrário aos estatutos sociais. Dispõe o
referido dispositivo legal:
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores
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Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão
interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Os referidos dispositivos legais aplicam-se ao Processo do Trabalho, conforme previsão expressa do artigo
855-A da CLT, incluído pela Reforma Trabalhista, cujo teor ora se transcreve:
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I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta
Consolidação;
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no
tribunal.
Segundo o referido dispositivo legal, da decisão interlocutória que acolhe ou rejeita o incidente:
• na fase de cognição: não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta Consolidação;
• na fase de execução: cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;
• na fase recursal: cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado
originariamente no tribunal.
O amicus curiae ou amigo da corte, é um terceiro (pessoa natural ou jurídica ou entidade despersonalizada,
com representatividade adequada) que intervém em processo alheio, de forma espontânea ou provocada,
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para colaborar na solução do processo, por meio de subsídios técnicos ou jurídicos, a fim de auxiliar a
formação do convencimento do julgador48.
O CPC de 2015 inseriu a figura do amicus curiae como modalidade de intervenção de terceiros, disciplinando
seu cabimento no artigo 138, que dispõe, in verbis:
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do §
3º.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.
De acordo com o art. 3º, II da IN n. 39/2016 do TST, a figura do amicus curiae é aplicável ao processo do
trabalho.
RESUMO
o PARTES E PROCURADORES
Sujeitos do processo são todas as pessoas que nele intervém, o que se estende às partes, juiz, perito,
servidores da justiça etc.
Os sujeitos imparciais do processo são os juízes, os peritos, o Ministério Público e os demais auxiliares de
justiça.
48
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trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 452
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As partes, contrário, são sujeitos interessados em obter um resultado favorável, motivo pelo qual são sempre
parciais.
Parte é quem ajuíza a ação e em face de quem a ação é ajuizada. Na Justiça do Trabalho, partes autora e ré
recebem a nomenclatura, respectivamente, de reclamante e reclamado. Tal se deve às origens da Justiça do
Trabalho, que surgiu como órgão vinculado ao Poder Executivo, situação modificada somente a partir do
Decreto-lei n. 9.797/46, que incorporou a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário.
A doutrina costuma adotar a seguinte classificação para análise dos pressupostos processuais relativos às
partes:
A capacidade de ser parte diz respeito à aptidão de adquirir direitos e contrair obrigações.
Em relação às pessoas naturais ou físicas, a capacidade de ser parte é adquirida a partir do nascimento com
vida, embora a lei ponha a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
As pessoas jurídicas também têm capacidade de ser parte, já que o ordenamento também lhes confere
aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações.
No caso das pessoas jurídicas, a personalidade civil começa a partir da inscrição dos atos constitutivos no
Registro, conforme dispõe o artigo 45 do Código Civil:
Alguns entes despersonalizados têm capacidade de direito, como a massa falida, o espólio, a herança jacente,
a herança vacante, a sociedade irregular e o condomínio edilício, embora não possuam personalidade civil.
o CAPACIDADE PROCESSUAL
Capacidade processual consiste na capacidade de estar em Juízo por si só, sem representação ou assistência.
Segundo o artigo 70 do CPC, "toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
estar em juízo."
No Direito do Trabalho, capacidade é a aptidão reconhecida pelo Direito do Trabalho para o exercício de
atos da vida laborativa.
A capacidade plena é adquirida aos 18 anos – Arts. 7º, XXXIII, da CF e 402 da CLT.
Já a capacidade relativa se estende dos 16 aos 18 anos, admitindo-se o labor a partir dos 14 anos na condição
de aprendiz.
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Sendo relativa a capacidade do menor, ele pode, sem a assistência dos pais ou responsáveis legais, prestar
trabalho e assinar recibos de pagamento – Art. 439 da CLT.
✓ celebração do contrato e assinatura do recibo de quitação final do contrato de trabalho (Art. 439 da
CLT);
✓ propositura de ação trabalhista (Art. 793 da CLT - assistência dos representantes legais; MPT,
sindicatos, MP estadual e curador nomeado em Juízo, nessa ordem)
Cabe destacar que é vedado aos menores de 18 anos o trabalho em certas condições:
Para a doutrina majoritária, o empregado menor emancipado tem capacidade civil plena, e, desse modo,
também possui capacidade processual, embora não deixe de ser destinatário de normas que tutelam a saúde
física, moral e mental.
Em relação ao empregador pessoa física, a capacidade processual também é adquirida aos 18 anos, incidindo
as causas de emancipação previstas no artigo 5º, parágrafo único, do CPC.
o REPRESENTAÇÃO
Algumas pessoas, por incapacidade ou outra causa legal, precisam de outras para manifestar validamente
sua vontade. Trata-se da representação legal.
A representação pode ser também voluntária ou convencional, em que o representante recebe mandato
outorgado pelo representado.
Os absolutamente incapazes (Art. 3º do CC) serão representados em Juízo por seus pais, tutores ou
curadores, pois não possuem o necessário discernimento para praticar, por si mesmos, os atos da vida civil.
Já os relativamente incapazes (Art. 4º do CC), por possuírem certo discernimento, serão assistidos em Juízo
e poderão tomar decisões, embora em conjunto com o assistente.
A CLT trata da capacidade processual dos empregados menores no artigo 793, sem distinguir os institutos
da representação e da assistência, consignando que os menores de 18 anos serão representados em Juízo,
em ordem sucessiva, por:
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As pessoas jurídicas, por não conseguirem manifestar sua vontade, são representadas em Juízo, ativa e
passivamente, nos termos do artigo 75 do CPC.
A jurisprudência NÃO exige a exibição dos estatutos da empresa em juízo como condição de validade do
instrumento de mandato outorgado ao seu procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária (OJ
n. 255 da SBDI-1/TST).
As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO (União, Estados, Distrito Federal, suas autarquias e fundações
públicas), quando representadas em Juízo por seus procuradores, não precisam juntar instrumento de
mandato ou comprovante do ato de nomeação, já que os procuradores dos entes públicos são nomeados
por ato administrativo, publicado em Diário Oficial, presumindo-se válida a representação. Todavia, é
essencial que o signatário ao menos se declare exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação
do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (Súmula 436 do TST).
A respeito das autarquias e fundações públicas, os procuradores estaduais e municipais podem representar
as respectivas autarquias e fundações públicas em juízo somente se designados pela lei da respectiva
unidade da federação (art. 75, IV, do CPC de 2015) ou se investidos de instrumento de mandato válido (OJ
318, II, da SBDI-1/TST).
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O artigo 843 da CLT exige, como regra, a presença obrigatória das partes em audiência. Todavia, o próprio
dispositivo legal estabelece algumas exceções.
Reclamatória plúrima
Reclamação plúrima é aquela em que existe mais de um reclamante no polo ativo da ação, postulando
matéria comum contra o mesmo empregador.
O artigo 843 da CLT prevê que, em caso de reclamatória plúrima, os empregados podem se fazer representar
pelo sindicato de sua categoria.
Todavia, não se trata de efetiva representação processual, mas sim fática, já que o sindicato não terá poderes
para transigir, desistir da ação, confessar, recorrer etc.
Ação de cumprimento
Ação de cumprimento consiste na ação destinada ao cumprimento das cláusulas constantes da sentença
normativa e convenções coletivas de trabalho.
O artigo 843 da CLT prevê que, em caso de ação de cumprimento, os empregados podem se fazer representar
pelo sindicato de sua categoria.
Todavia, apesar de a CLT se referir à "representação", na verdade se trata de substituição processual, já que
o sindicato atua em nome próprio, na defesa de direito alheio.
Já a representação do empregado por outro empregado que pertence à mesma profissão ou sindicato está
prevista no artigo 843, § 2º, da CLT e se destina a evitar o arquivamento da ação ou a confissão do
reclamante.
NÃO se trata de efetiva representação, já que o dirigente sindical ou o empregado da mesma categoria do
reclamante comparece em Juízo unicamente para comprovar a existência de doença ou de outro motivo
relevante que impeça o presença do autor na audiência, a qual será redesignada para outra data, conforme
artigo 844, § 1º, da CLT.
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A representação do empregador por preposto está prevista no artigo 843, § 1º, da CLT, que dispõe “ser
facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente".
Antes da Reforma Trabalhista, o Tribunal Superior do Trabalho havia consolidado o entendimento de que o
preposto tinha, necessariamente, que ser empregado da reclamada, salvo em caso de reclamação trabalhista
contra empregador doméstico e micro e pequeno empreendedor, conforme Súmula 377.
Todavia, o § 3º do artigo 843 da CLT, com a redação dada pela Lei n. 13.467/2017, passou a permitir
expressamente que a reclamada se faça representar por preposto não empregado.
Ocorre que, ainda que não seja empregado da reclamada, o preposto, necessariamente, deverá ter
conhecimento dos fatos, já que suas afirmações obrigarão o preponente (Art. 843, § 1º, da CLT), estando
habilitado a praticar todos os atos processuais inerentes à audiência, tais como apresentar proposta de
acordo, aduzir defesa oral - se for o caso, prestar depoimento pessoal e apresentar razões finais.
Por outro lado, a teor do artigo 3º do Regulamento Geral do Estatuto da OAB não pode o advogado atuar,
simultaneamente, como preposto e advogado em um mesmo processo, como ocorreria, por exemplo, na
hipótese de o preposto faltar e o advogado, para elidir a revelia, atuar simultaneamente como preposto.
o CAPACIDADE POSTULATÓRIA
Apesar de a redação do artigo 791 da CLT indicar que as partes, nos exercício do jus postulandi, poderão
acompanhar seu processo até o final, a Súmula 425 do TST limitou seu exercício apenas às Varas do Trabalho
e ao Tribunal Regional, não alcançando os recursos da competência do TST, o mandado de segurança, a ação
rescisória e ação cautelar.
Além disso, a doutrina majoritária entende NÃO ser cabível o jus postulandi nos Embargos de Terceiro e nos
recursos de perito e depositário, além das ações decorrentes da relação de trabalho diversas da relação de
emprego, inseridas pela EC n. 45/2004.
Por fim, a Reforma Trabalhista inseriu o procedimento de jurisdição voluntária para homologação do acordo
extrajudicial, no qual se exige a representação das partes por advogado, vedada a representação por
advogado comum, não se aplicando, também, o jus postulandi nesses casos.
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✓ Ação rescisória;
✓ Ação cautelar;
✓ Mandado de Segurança;
✓ Recursos de competência do TST;
✓ Embargos de Terceiros;
✓ Recuros de perito e depositário;
✓ Ações decorrentes de relação de trabalho diversa da relação de emprego, inseridas na competência
material da Justiça do Trabalho pela EC n. 45/2004;
✓ Acordo extrajudicial.
Embora, via de regra, não seja obrigatória a presença do advogado na Justiça do Trabalho, em razão do jus
postuladi, a parte, se quiser, pode contratar advogado.
O advogado somente pode postular em Juízo se possuir procuração assinada pelo cliente, salvo para evitar
preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato reputado urgente, caso em que o advogado fica
obrigado a juntar a procuração após a prática do ato processual, no prazo legal, sob pena de ineficácia do
ato.
A procuração geral para o foro - cláusula ad judicia - habilita o advogado a praticar todos os atos do processo,
salvo para "receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao
direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de
hipossuficiência econômica", que exigem cláusula específica.
• Na instância originária:
✓ Se a providência couber ao autor, o processo será extinto sem resolução do mérito;
✓ Se couber ao réu, será considerado revel;
✓ Se couber ao terceiro, será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em
que se encontre.
• Na fase recursal:
✓ Se a providência couber ao recorrente, o relator não conhecerá do recurso;
✓ Se couber ao recorrido, o relator determinará o desentranhamento das contrarrazões;
O Advogado pode substabelecer o mandato que recebeu, transferindo os poderes a ele conferidos a outro
advogado, com ou sem reserva de poderes para si, inclusive sem a necessidade de comunicação ao
representado.
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A juntada de nova procuração aos autos, sem ressalva de poderes conferidos ao antigo patrono, implica
revogação tácita do mandato anterior.
O mandato tácito confere apenas os poderes da cláusula ad judicia, sendo vedado o substabelecimento (OJ
n. 200 da SBDI1-TST)
Verificada a existência de mandato tácito, fica suprida eventual irregularidade do mandato expresso.
Regra geral, os atos praticados pelo estagiário sem o acompanhamento do advogado são inválidos. Todavia,
se entre o substabelecimento e a prática do ato processual sobreveio a habilitação do estagiário, o ato
processual é válido (OJ n. 319 da SBDI-1/TST).
o HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Todavia, a Lei n. 13.467/2017 inseriu o artigo 791-A à CLT, generalizando o cabimento dos honorários
advocatícios na Justiça do Trabalho, que passaram a ser devidos:
Dispõe o artigo 791-A, § 2º, da CLT que, ao fixar os honorários, o juízo observará:
Os honorários advocatícios são pagos pela parte sucumbente. Em caso de sucumbência parcial, o juízo
arbitrará honorários de sucumbência recíproca (vedada a compensação entre honorários);
O STF, na ADI 5766, declarou inconstitucional o artigo 791-A, § 4º, da CLT, que previa a obrigação de
pagamento de honorários advocatícios por beneficiário da justiça gratuita.
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O benefício da justiça gratuita consiste na possibilidade de a parte postular em juízo sem ter que arcar com
as despesas processuais (abrangendo as custas, emolumentos, honorários advocatícios e periciais).
A teor do artigo 790, §§ 3º e 4º, da CLT, fazem jus ao benefício da Justiça Gratuita:
O benefício da Justiça Gratuita pode ser deferida de ofício pelo Juiz ou a requerimento da parte interessada.
O requerimento pode ser feito diretamente pela parte ou por advogado com poderes específicos para esse
fim (Art. 105 do CPC).
Cabe destacar que a representação por advogado particular NÃO impede a concessão de gratuidade da
justiça (Art. 99, § 4º, do CPC).
Requerimento pode ser feito em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja feito
no prazo alusivo ao recurso. Se o relator indeferir, concederá prazo para o requerente efetuar o preparo.
Mesmo para pessoas naturais, é necessário comprovar o preenchimento dos requisitos legais, havendo
divergência jurisprudencial entre as Turmas do TST se a declaração de pobreza serve de prova da insuficiência
de recursos. Todavia, a questão ainda não está pacificada!
Pode ser deferido para pessoas jurídicas, exigindo comprovação cabal da insuficiência de recursos.
O benefício da Justiça Gratuita NÃO elide o pagamento de multas processuais fixadas em desfavor do
beneficiário.
O STF, na ADI 5766, declarou inconstitucionais os artigos 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da CLT, que
previa a obrigação de pagamento de honorários advocatícios e periciais por beneficiário da justiça gratuita.
Todavia, declarou constitucional 844, § 2º, da CLT, segundo o qual o reclamante, mesmo beneficiário da
justiça gratuita, deverá pagar as custas judiciais em caso de arquivamento da reclamação trabalhista por
ausência à audiência inaugural, salvo no caso de comprovar, em até 15 dias, que a falta ocorreu por motivo
justificável., nem de honorários periciais e honorários advocatícios, quando o beneficiário obtiver créditos
em juízo capazes de suportar as obrigações.
A Assistência Judiciária Gratuita consiste no direito da parte de ter um advogado do Estado gratuitamente.
A teor do artigo 14 da Lei n. 5.584/70, na Justiça do Trabalho, a Assistência Judiciária será prestada pelo
sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador, desde que o empregado satisfaça os
seguintes requisitos:
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A Assistência Judiciária Gratuita será prestada tanto aos sindicalizados como aos não sindicalizados.
São distintos os institutos da Assistência Judiciária Gratuita e da Justiça Gratuita. Enquanto a Assistência
Judiciária Gratuita diz respeito à gratuidade da representação técnica, a Justiça Gratuita refere-se
exclusivamente às despesas processuais.
o SUCESSÃO PROCESSUAL
A sucessão processual consiste na alteração na titularidade da ação, podendo se verificar nos polos ativo ou
passivo.
A sucessão causa mortis, quanto ao reclamante, acarreta a suspensão do processo (Art. 303, I, do CPC) para
habilitação:
A sucessão causa mortis, quanto ao reclamado, via de regra, NÃO acarreta a sucessão processual, salvo em
se tratando de empregador pessoa física ou firma individual. Nesse caso, haverá suspensão do processo (Art.
303, I, do CPC), para habilitação dos sucessores.
A sucessão por ato inter vivos decorre de sucessão de empresa, na forma dos artigos 10, 448 e 448-A da CLT,
assumindo o sucessor a titularidade da ação e a responsabilidade integral pelos débitos trabalhistas do
sucedido, salvo na hipótese de fraude, em que haverá responsabilidade solidária entre sucessor e sucedido.
o SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
Via de regra, apenas o próprio titular do direito material é parte legítima para atuar em juízo na defesa de
seus direitos. Trata-se da legitimação ordinária, prevista na primeira parte do artigo 18 do CPC.
Todavia, em alguns casos, o Ordenamento Jurídico admite que determinados entes venham a Juízo, em
nome próprio, postular direito alheio. Trata-se da substituição processual, também conhecida como
legitimidade extraordinária ou anômala, prevista na parte final do artigo 18 do CPC.
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A jurisprudência do TST vem admitindo a legitimação extraordinária ampla dos sindicatos para atuar na
defesa dos direitos e interesses da categoria, independentemente autorização dos substituídos.
As ações movidas pelos sindicatos, na condição de substituto processual, têm o condão de interromper a
prescrição (OJ n. 259 da SBDI-1/TST).
o LITISCONSÓRCIO
Consiste na autorização legal para que mais de uma pessoa figure no polo ativo, no polo passivo ou em
ambos os polos da ação.
• Litisconsórcio ativo/passivo/misto
O litisconsórcio ativo ocorre quando duas ou mais pessoas litigam no polo ativo em face de um único
demandando. Vale dizer, caracteriza-se pela existência de mais de um autor. Ex.: Art. 842 da CLT.
Já o litisconsórcio passivo ocorre sempre que houver mais de um réu na relação jurídico-processual. Ex.: Art.
611-A, § 5º, da CLT.
Por fim, haverá litisconsórcio misto quando dois ou mais autores ajuízam ação em face de dois ou mais réus.
• Litisconsórcio inicial/ulterior
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Já o litisconsórcio ulterior caracteriza-se pela formação no curso do processo, podendo ocorrer, por exemplo,
na hipótese de sucessão processual.
• Litisconsórcio facultativo/necessário
Litisconsórcio facultativo é aquele que se forma por opção da parte, sem imposição legal. A regra no sistema
processual é que o litisconsórcio seja facultativo - e não necessário.
Em se tratando de litisconsórcio facultativo, o artigo 113, § 1º, do CPC dispõe que o "juiz poderá limitar o
litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença
ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença".
Trata-se do litisconsórcio multitudinário, que faculta ao Juiz, de ofício ou a requerimento da parte contrária,
limitar o número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, sempre
o excessivo número de litisconsortes prejudicar o rápido andamento da causa ou dificultar a defesa ou o
cumprimento da sentença.
Todavia, a previsão contida no artigo 113, § 1º, do CPC só se aplica ao litisconsórcio facultativo, já que ao Juiz
não é permitido limitar o litisconsórcio necessário.
Já o litisconsórcio necessário é aquele em que a presença de mais de um litigante nos polos ativo ou passivo
é indispensável para eficácia da sentença. Decorre de imposição legal ou da natureza da relação jurídica,
conforme dispõe o artigo 114 do CPC
Há divergência doutrinária sobre a existência de litisconsórcio necessário ativo, vale dizer, formado pela
reunião impositiva de mais de um autor.
Prevalece a corrente que defende que, uma vez configurada a hipótese de litisconsórcio ativo necessário, o
litisconsorte que se recusa a integrar a lide como autor deve ser incluído como réu. Esse foi o posicionamento
adotado na Súmula n. 406 do TST.
Tratando-se de litisconsórcio necessário, o Juiz determinará que o autor requeira a citação de todos os
litisconsortes, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito (Art. 115, parágrafo único, c/c 485,
X, do CPC).
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• Litisconsórcio simples/unitário
O litisconsórcio simples verifica-se quando o Juiz puder decidir a questão de forma diversa para os
litisconsortes.
Já o litisconsórcio unitário ocorre nos casos em que a decisão judicial tiver que ser uniforme para todos os
litisconsortes.
A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será (Art. 115 do CPC):
▪ nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;
▪ ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
▪ Quando decorrer de lei, o litisconsórcio necessário poderá ser simples ou unitário. Será simples,
quando a decisão puder ser diversa para cada um dos litisconsortes. É o caso da ação de usucapião,
na qual cada confrontante, por defender sua respectiva propriedade, poderá ter decisão diversa da
dos demais litisconsortes .
▪ Quando decorrer da natureza da relação jurídica, será sempre unitário, porque a relação jurídica é
indivisível, acarretando solução idêntica para todos os litisconsortes.
• Consequências do litisconsórcio
Exceto quanto ao litisconsórcio unitário, os litisconsortes são tratados como litigantes distintos em relação à
parte contrária, vale dizer, os atos e omissão de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros.
No entanto, em alguns casos, os atos praticados por um dos litisconsortes poderão beneficiar os demais. Tal
é a hipótese prevista no artigo 345, I, do CPC, segundo o qual a revelia não produzirá efeitos quando
"havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação".
Da mesma forma, se uma das empresas condenadas solidariamente tiver recolhido o depósito recursal -
desde que não postule sua exclusão da lide -, as demais litisconsortes estão dispensadas fazê-lo (Súmula n.
128, III, do TST).
Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos
respectivos atos (Art. 118 do CPC).
Por fim, cabe destacar que não se aplica o prazo em dobro para os litisconsortes com procuradores distintos,
previsto no artigo 229 do CPC (OJ n. 310 da SBDI-1/TST).
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O desrespeito aos incisos IV e VI ("cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou
final, e não criar embaraços à sua efetivação” e “não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou
direito litigioso”, respectivamente) - que contemplam a figura do "contempt of court" brasileiro - configuram
ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o Juiz aplicar ao responsável multa de até vinte por cento
do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta (Art. 77, § 2º, do CPC).
A multa reverterá em favor do Estado, e não da parte contrária, e se não for paga no prazo fixado pelo juiz,
será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e
sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos de modernização do
Poder Judiciário, previstos no art. 97 do CPC.
Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se
aplica a multa prevista no parágrafo segundo do artigo 77, devendo eventual responsabilidade disciplinar
ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiar (Art. 77, § 6º, do CPC).
o LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
A CLT não tratava acerca da litigância de má-fé, de modo que se aplicava o CPC, de forma subsidiária, com
base no artigo 769 da CLT.
Todavia, a Lei n. 13.467/2017, denominada Reforma Trabalhista, inseriu a seção IV-A, que trata da
responsabilidade por dano processual, no capítulo II, que disciplina o Processo em geral.
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Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente.
A teor do artigo 793-C da CLT, aquele que praticar uma das condutas previstas no artigo 793-B, será
condenado, de ofício ou a requerimento, a:
Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um:
Cabe destacar que a jurisprudência majoritária entende não ser cabível a condenação solidária do advogado
por litigância de má-fé, já que, a teor do artigo 32 da Lei n. 8.906/94 deve ser apurada em ação própria.
O artigo 793-D da CLT trouxe uma importante inovação, ao prever a aplicação de multa por litigância de má-
fé à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento
da causa.
Frise-se que a multa aplicada à testemunha será executada nos mesmos autos em que aplicada.
o ASSÉDIO PROCESSUAL
Assédio processual é "todo ato processual praticado de forma reiterada, insidiosa, por um dos sujeitos que
atuam no processo (juiz, partes, servidores etc.), que tem por objetivo minar a autoestima de uma das partes
litigantes, degradando o processo" .
Configurado o assédio processual, a parte ofendida tem direito à reparação, que será fixada com base nos
parâmetros da indenização por dano moral, segundo as circunstâncias do caso concreto, e não com base nos
critérios previstos para a fixação de multa por litigância de má-fé.
o INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A intervenção de terceiros consiste na permissão legal para que um sujeito, estranho à relação jurídica
processual originária, ingresse em processo já em curso.
✓ assistência;
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✓ denunciação da lide;
✓ chamamento ao processo;
✓ incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
✓ amicus curiae.
• Assistência
A assistência consiste em modalidade de intervenção voluntária pela qual um terceiro ingressa no processo
com o objetivo de auxiliar uma das partes a obter pronunciamento jurídico favorável.
▪ Na assistência simples o assistente não possui qualquer relação jurídica com o adversário do
assistido. O assistente atua como auxiliar da parte assistida, exercendo os mesmos poderes e
sujeitando-se aos mesmos ônus processuais. Todavia, não pode contrariar o interesse do assistido.
▪ Na assistência litisconsorcial a sentença tem aptidão para influir na relação jurídica entre o assistente
e o adversário do assistido. O assistente também é titular da relação jurídica deduzida em juízo,
embora não tenha sido parte na demanda originária.
• Denunciação da lide
A denunciação da lide consiste em modalidade de intervenção de terceiros pela qual uma das partes provoca
a participação de um terceiro, que tem a reponsabilidade de ressarci-la em caso de danos advindos do
resultado do processo.
A denunciação da lide tem por objetivo possibilitar o exercício direito de regresso, sem a necessidade de
ajuizamento de uma ação autônoma. Está prevista nos artigos 125 a 129 do CPC.
Por meio dela, são julgadas tanto a lide entre as partes originárias quanto aquela decorrente da denunciação,
possuindo, portanto, duplo objetivo.
O TST tem entendido que o cabimento da denunciação da lide deve ser analisado em cada caso,
considerando os princípios da celeridade, economia processual e, ainda, a competência material da Justiça
do Trabalho.
• Chamamento ao processo
Chamamento ao processo consiste na modalidade de intervenção de terceiros pela qual o réu pede a
integração do devedor principal, dos corresponsáveis ou dos coobrigados solidários (arts. 130 a 132 do CPC),
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que serão responsabilizados pelas obrigações correspondentes para que, no caso de ser julgada procedente
a demanda do autor, também haja condenação do terceiro e a sentença valha como título executivo em face
dele.
O chamamento ao processo é facultativo para o devedor, e, caso não exercido, não inviabiliza seu direito de
regresso.
O CPC de 2015 tratou do incidente de desconsideração da personalidade jurídica entre os artigos 133 e 137,
inserindo-o no título III, que disciplina as modalidades de intervenção de terceiros.
Duas teorias têm sido utilizadas para permitir a desconsideração da personalidade jurídica:
❖ A teoria maior, fundada nos artigos 50 do Código Civil e 28, caput, do Código de Defesa do
Consumidor, autoriza a desconsideração da personalidade jurídica nos casos de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, ou,
ainda, nas hipóteses de excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos
ou contrato social.
❖ Já a teoria menor está fundada no artigo 28, § 5º, do CDC, e autoriza a desconsideração da
personalidade jurídica quando se constatar a insuficiência de patrimônio societário,
independentemente da prática de ato ilícito, abusivo ou contrário aos estatutos sociais.
O artigo 855-A da CLT, incluído pela Reforma Trabalhista, determinou a aplicação dos dispositivos do CPC
sobre o incidente de desconsideração da personalidade jurídica no processo do trabalho.
• Amicus curiae
O amicus curiae ou amigo da corte, é um terceiro (pessoa natural ou jurídica ou entidade despersonalizada,
com representatividade adequada) que intervém em processo alheio, de forma espontânea ou provocada,
para colaborar na solução do processo, por meio de subsídios técnicos ou jurídicos, a fim de auxiliar a
formação do convencimento do julgador .
O CPC de 2015 inseriu a figura do amicus curiae como modalidade de intervenção de terceiros, disciplinando
seu cabimento no artigo 138.
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De acordo com o art. 3º, II da IN n. 39/2016 do TST, a figura do amicus curiae é aplicável ao processo do
trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da aula 2!
Aconselho que revise o material regularmente, a fim de que o conteúdo seja bem fixado em sua memória!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum do Curso,
por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.
E-mail: profjuliana.fmorais@gmail.com
Instagram: prof.julianafmorais
QUESTÕES COMENTADAS
Magistratura
1. (FCC/TST - Juiz do Trabalho Substituto – 2017) Fulano de Tal, advogado regularmente inscrito nos
quadros da Ordem dos Advogados da Brasil, teve poderes outorgados pela empresa ABC Ltda., mediante
o devido instrumento de mandato, datado de 02/07/2016, para defendê-la em reclamação trabalhista. A
procuração foi anexada ao Processo Judicial Eletrônico quando da habilitação nos autos. Contudo, por um
lapso do advogado, não foi anexado aos autos o contrato social da empresa. A defesa da reclamada foi
protocolada com documentos, tendo o advogado Fulano participado diligente e pessoalmente de todas as
audiências realizadas. Encerrada a instrução, a ação foi julgada parcialmente procedente. Diante da
sentença e do interesse na interposição de recurso pela empresa, Dr. Fulano de Tal solicitou que o recurso
ordinário fosse elaborado e protocolado no Processo Judicial Eletrônico pelo seu advogado assistente, Dr.
Ciclano de Tal. Para tanto, substabeleceu os poderes recebidos do cliente a este advogado. O recurso
ordinário foi devidamente elaborado, assinado eletronicamente e protocolado por Dr. Ciclano de Tal,
juntamente com o substabelecimento outorgado pelo Dr. Fulano de Tal. Ocorre que, ao realizar o juízo de
admissibilidade, o Juiz da Vara do Trabalho percebeu que a outorga do substabelecimento passado ao Dr.
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Ciclano de Tal era datada de 08/04/2015. Assim, alegando que o substabelecimento do advogado
signatário do recurso era anterior à outorga de poderes pela recorrente ao Dr. Fulano de Tal, o Juiz da Vara
do Trabalho não recebeu o recurso ordinário, sob o fundamento de irregularidade de representação
processual da parte. Nessa situação hipotética, de acordo com o entendimento dominante e as Súmulas e
Orientações Jurisprudenciais do Tribunal Superior do Trabalho sobre a regularidade de representação da
parte,
A - se o Dr. Fulano de Tal estivesse investido de mandato tácito, seria regular o substabelecimento ao Dr.
Ciclano de Tal.
B - considerando que a data da outorga de poderes é condição de validade do mandato judicial, caso não
fosse datado o substabelecimento ao Dr. Ciclano de Tal, restaria caracterizada hipótese de irregularidade de
representação.
C - verificada a irregularidade de representação em razão de o substabelecimento possuir data anterior à
outorga passada ao substabelecente, o recurso deverá ser tido por inexistente, na medida em que é
inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de instrumento de mandato, já que a interposição
de recurso não pode ser reputada ato urgente.
D - seriam inválidos os atos praticados pelo substabelecido, caso o instrumento de mandato não disciplinasse
poderes expressos para substabelecer, ainda que o juiz suspendesse o processo e designasse prazo para que
fosse sanado o vício.
E - caso o recurso ordinário tivesse sido firmado e protocolado no Processo Judicial Eletrônico diretamente
pelo Dr. Fulano de Tal, ainda que não exibido aos autos o contrato social da empresa, tal situação, em não
havendo impugnação da parte contrária, não caracterizaria invalidade do mandato outorgado ao advogado.
Comentários
A alternativa "A" está ERRADA. De acordo com a OJ n. 200 da SBDI-1/TST, é inválido o substabelecimento
de advogado investido de mandato tácito.
A alternativa "B" está ERRADA. NÃO caracteriza irregularidade de representação a ausência de data no
instrumento de mandato. Nesse sentido, o TST editou a OJ n. 371 da SBDI-1, cujo teor é o seguinte:
A alternativa "C" está ERRADA. Embora haja irregularidade de representação nos casos em que o
substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente (Súmula 395, IV, do TST), uma vez
constatada a irregularidade, deve o juiz suspender o processo e designar prazo razoável para que seja sanado
o vício, ainda que em instância recursal, segundo o entendimento contido na Súmula n. 395, V, do TST.
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A alternativa "D" está ERRADA. De acordo com o item III da Súmula n. 395 do TST, são válidos os atos
praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos para substabelecer
A alternativa "E" está CERTA. De acordo com a jurisprudência consolidada do TST, é desnecessária a exibição
do contrato social da empresa em Juízo para aferir a validade do instrumento de mandato, salvo impugnação
da parte contrária. Nesse sentido, dispõe a OJ n. 255 da SBDI-1/TST:
O art. 75, inciso VIII, do CPC de 2015 (art. 12, VI, do CPC de 1973) não determina a exibição dos
estatutos da empresa em juízo como condição de validade do instrumento de mandato
outorgado ao seu procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária.
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A alternativa II está CORRETA. São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no
mandato, poderes expressos para substabelecer, conforme entendimento consolidado na Súmula n. 395, III,
do TST.
A alternativa III está INCORRETA. Conforme entendimento pacificado na Súmula n. 436, item I, do TST, "a
União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas
em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de
mandato e de comprovação do ato de nomeação".
Dessa forma, apenas as pessoas jurídicas de direito público estão abrangidas pela Súmula n. 436 do TST,
estando incorreta a menção às empresas públicas e as sociedades de economia mista.
A alternativa IV está INCORRETA. De acordo com a Súmula n. 456 do TST, é inválido o instrumento de
mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do
signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos-que os individualizam.
==1c7550==
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O art. 75, inciso VIII, do CPC de 2015 (art. 12, VI, do CPC de 1973) não determina a exibição dos
estatutos da empresa em juízo como condição de validade do instrumento de mandato
outorgado ao seu procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária.
A alternativa III está INCORRETA. De acordo com a Súmula n. 406, item II, do TST, o Sindicato, substituto
processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão rescindenda, possui
legitimidade para figurar como réu na ação rescisória, sendo descabida a exigência de citação de todos os
empregados substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário.
A alternativa IV está CORRETA. No Processo do Trabalho são válidos os atos praticados pelo substabelecido,
ainda que não haja no mandato poderes expressos para substabelecer, conforme entendimento pacificado
na Súmula n. 395, III, do TST.
A alternativa V está INCORRETA. NÃO caracteriza irregularidade de representação a ausência de data no
instrumento de mandato. Nesse sentido, o TST editou a OJ n. 371 da SBDI-1, cujo teor é o seguinte:
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fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo
dentro do aludido prazo.
III. São inválidos os atos praticados pelo substabelecido quando não há no mandato, poderes expressos
para substabelecer.
Está correto o que consta APENAS em
A - II e III.
B – II
C–I
D - I e II.
E - I e III
Comentários
A alternativa I está CORRETA. De acordo com a Súmula n. 436 do TST, a União, Estados, Municípios e Distrito
Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por
seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de
nomeação, sendo essencial que o signatário, ao menos, declare-se exercente do cargo de procurador, não
bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
A alternativa II está CORRETA. Segundo a Súmula n. 395, I, do TST, o instrumento de mandato com prazo
determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da
demanda é válido. Ademais, conforme previsão contida no item II da Súmula n. 395, diante da existência de
previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se
anexado ao processo dentro do aludido prazo.
A alternativa III está INCORRETA. O TST pacificou sua jurisprudência, por meio da Súmula n. 395, III, no
sentido de que são válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes
expressos para substabelecer.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "d".
6. (FCC/TRT - 24ª REGIÃO/MS - Juiz do Trabalho Substituto – 2014) Augusto, menor com 16 anos de idade,
trabalhou dois anos como jardineiro na casa de Ulisses. Um mês após a sua dispensa, orientado por um
amigo, dirigiu-se a Vara do Trabalho da comarca, desacompanhado de seus pais, para ajuizar reclamação
trabalhista verbal em face do seu ex- empregador, com objetivo de receber as verbas decorrentes da
rescisão contratual. Com fulcro na legislação e no entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do
Trabalho,
A - por ser menor, Augusto não pode ajuizar ação trabalhista sem a assistência de advogado e dos seus
representantes legais, em nenhuma das instâncias da Justiça do Trabalho.
B - Augusto somente poderá atuar em Juízo com a representação do Ministério Público do Trabalho, ainda
que possua seus representantes legais civis, devendo contratar advogado para qualquer tipo de recurso que
pretenda interpor da decisão de primeiro grau.
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C - a reclamação trabalhista do menor será feita por seus representantes legais e pode ser utilizado o jus
postulandi para esse tipo de ação trabalhista, limitado às Varas de Trabalho e aos Tribunais Regionais do
Trabalho.
D - Augusto pode ajuizar reclamação trabalhista verbal na Vara do Trabalho sem a presença de representante
legal, mas em caso de ter que mover recurso ao Tribunal Regional do Trabalho deverá contratar advogado.
E - o direito de postular sem a participação do representante legal do menor e a assistência de advogado
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho desde que o valor dos pedidos não
ultrapasse o teto fixado para o rito sumaríssimo.
Comentários
A teor do artigo 793 da CLT, a reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes
legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
estadual ou curador nomeado em juízo.
Assim, apenas na falta dos representantes legais do menor, a legitimidade para o ajuizamento da ação passa
para os demais entes legitimados previstos no artigo 793 da CLT.
Dessa forma, a reclamação será feita pelos pais de Augusto, sendo certo que poderá ser usado o jus
postulandi, na forma da Súmula n. 425 do TST, que prevê:
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
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A alternativa "A" está INCORRETA. A teor do artigo 793 da CLT, a reclamação trabalhista do menor de 18
anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho,
pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo.
A alternativa "B" está INCORRETA. O artigo 843 da CLT permite a representação dos empregados pelo
sindicato da categoria em caso de reclamatória plúrima. Todavia, em tais casos, a jurisprudência tem aceito
a presença de uma "comissão de representantes", formada por alguns dos litisconsortes, especialmente
quando comparece à audiência grande número de reclamantes acompanhando o sindicato.
A alternativa "C" está CORRETA. De acordo com o artigo 843, § 2º, da CLT, se por doença ou qualquer outro
motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente,
poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo sindicato.
A alternativa "D" está INCORRETA. A teor do artigo 3º do Regulamento Geral do Estatuto da OAB não pode
o advogado atuar, simultaneamente, como preposto e advogado em um mesmo processo.
A alternativa "E" está INCORRETA. Antes da Lei n. 13.467/2017, intitulada Reforma Trabalhista, o Tribunal
Superior do Trabalho havia consolidado o entendimento de que o preposto tinha, necessariamente, que ser
empregado da reclamada, salvo em caso de reclamação trabalhista contra empregador doméstico e micro e
pequeno empreendedor, conforme Súmula 377.
Dessa forma, a questão estava incorreta, porque não excepcionava a situação dos micro e pequenos
empresários, que, mesmo antes da Reforma Trabalhista, podiam se fazer representar em audiência por
preposto não empregado.
Todavia, a Lei n. 13.467/2017 acrescentou o § 3º ao artigo 843 da CLT, dispondo expressamente que o
preposto não precisa ser empregado da reclamada, de modo que a Súmula n. 377 deverá ser alterada ou
cancelada.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "c".
8. (FCC/TRT - 18ª Região/GO - Juiz do Trabalho – 2014) Com relação às partes no Processo do Trabalho,
A - a intervenção assistencial, salvo a adesiva, só é admissível se demonstrado o interesse jurídico e não o
meramente econômico.
B - o jus postulandi das partes, limita-se às Varas do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Regional do Trabalho e do
Tribunal Superior do Trabalho.
C - os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, terão prazo em dobro para contestar e em
quádruplo para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
D - a ação movida por sindicato, na qualidade de substituto processual, interrompe a prescrição, salvo na
hipótese de ter sido considerado parte ilegítima ad causam.
E - no mandado de segurança contra ato judicial ocorre hipótese de litisconsórcio necessário, pois o réu ou
autor da ação originária figurará obrigatoriamente no polo passivo da ação mandamental, ao lado da
autoridade coatora.
Comentários
A alternativa "A" está INCORRETA. A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se
demonstrado o interesse jurídico e não o meramente econômico, conforme Súmula 82 do TST.
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A alternativa "B" está INCORRETA. O jus postulandi das partes, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho, conforme pacificado na Súmula 425 do TST.
A alternativa "C" está INCORRETA. Não se aplica ao processo do trabalho o artigo 229, §§ 1º e 2º, do CPC,
que prevê prazo em dobro para todas as manifestações dos litisconsortes com diferentes procuradores,
conforme OJ nº 310 da SBDI-1.
A alternativa "D" está INCORRETA. A ação movida por sindicato, na qualidade de substituto processual,
interrompe a prescrição, ainda que tenha sido considerado parte ilegítima “ad causam”, conforme
entendimento pacificado na OJ nº 359 da SBDI-1/TST.
A alternativa "E" está CORRETA. No mandado de segurança contra ato judicial ocorre hipótese de
litisconsórcio necessário, pois o réu ou autor da ação originária figurará obrigatoriamente no polo passivo da
ação mandamental, ao lado da autoridade coatora, conforme Súmula 631 do STF.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "e".
9. (FCC/TRT - 1ª REGIÃO/RJ - Juiz do Trabalho Substituto – 2013) Quanto às partes e procuradores no
Processo do Trabalho, segundo as previsões da Consolidação das Leis do Trabalho, do Código de Processo
Civil e entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, é correto afirmar:
A - No Processo do Trabalho, a reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus
representantes legais e, na falta destes, pelo Sindicato, pelo Ministério Público do Trabalho ou advogado
dativo nomeado em juízo.
B - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando
representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de
instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação, sendo essencial nestes casos, que o
signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
C - Haverá cumulação no mesmo processo, de lides no plano objetivo, formando litisconsórcio ativo,
facultativo e inicial, as chamadas reclamações trabalhistas plúrimas, que segundo a previsão expressa
contida na CLT, somente podem ocorrer nos dissídios em que há várias reclamações de trabalhadores da
mesma empresa ou estabelecimento, desde que haja identidade de matéria e desde que a matéria seja de
direito.
D - O litisconsórcio, na ação rescisória, é facultativo em relação ao polo passivo da demanda, porque não
supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que admite solução díspar para os litisconsortes, em
face da divisibilidade do objeto.
E - De acordo com previsão contida no CPC, aplicável subsidiariamente ao Processo do Trabalho, não poderão
figurar como parte no Processo do Trabalho, as sociedades sem personalidade jurídica, uma vez que não
regularizados os seus atos constitutivos. Neste caso, deverá constar como parte, no polo passivo ou ativo, a
pessoa a quem, de fato, couber a administração dos seus bens.
Comentários
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A alternativa "A" está INCORRETA. A teor do artigo 793 da CLT, a reclamação trabalhista do menor de 18
anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho,
pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo, nesta ordem.
A alternativa "B" está CORRETA. De acordo com a Súmula n. 436 do TST, a União, Estados, Municípios e
Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente,
por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato
de nomeação, sendo essencial nestes casos, que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de
procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
A alternativa "C" está INCORRETA. Segundo o artigo 842 da CLT, sendo várias as reclamações e havendo
identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma
empresa ou estabelecimento. O erro da questão está em afirmar que haverá cumulação objetiva, quando,
na verdade, a hipótese é de cumulação subjetiva.
A alternativa "D" está INCORRETA. A Súmula n. 406, I, do TST pacificou o entendimento de que "o
litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo passivo da demanda, porque supõe uma
comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em face da
indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a
aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente"
A alternativa "E" está INCORRETA. A teor do artigo 75, IX, do CPC, a sociedade e a associação irregulares e
outros entes organizados sem personalidade jurídica serão representadas em Juízo pela pessoa a quem
couber a administração de seus bens.
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Ação de cumprimento consiste em "ação individual de conhecimento, de rito especial trabalhista destinada
ao cumprimento das cláusulas constantes da sentença normativa e convenções coletivas de trabalho"49.
Acerca da representação em audiência na presente ação, o artigo 843, caput, da CLT dispõe, in verbis:
Quando é o sindicato quem ajuíza a ação de cumprimento, o faz na condição de substituto processual, já que
atua em nome próprio, na defesa de direito alheio, independentemente de autorização dos substituídos.
Assim, apesar de a CLT se referir à "representação", na verdade se trata de substituição processual, havendo
impropriedade terminológica.
49
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 1464
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C - às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho
D - às Varas do Trabalho e aos recursos de competência do Tribunal Regional do Trabalho e do Tribunal
Superior do Trabalho, não alcançando os recursos extraordinários para o Supremo Tribunal Federal.
E - à realização das audiências trabalhistas e aos Tribunais Regionais do Trabalho quanto aos dissídios
individuais, não alcançando as ações de rito ordinário.
Comentários
Embora o artigo 791 da CLT consigne que "os empregados e os empregadores poderão reclamar
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final", o Tribunal
Superior do Trabalho restringiu o alcance do jus postulandi às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais
do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, o mandado de segurança, a ação cautelar e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho. Nesse sentido, editou a Súmula n. 425, cujo teor ora se
transcreve:
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limi-ta-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Traba-lho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
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A alternativa "A" está INCORRETA. A teor do artigo 14 da Lei n. 5.584/70, na Justiça do Trabalho, a
Assistência Judiciária será prestada pelo sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador,
desde que o empregado satisfaça os seguintes requisitos:
A Assistência Judiciária Gratuita será prestada tanto aos sindicalizados como aos não sindicalizados,
conforme artigo 18 da Lei n. 5584/70.
São distintos os institutos da Assistência Judiciária Gratuita e da Justiça Gratuita. Enquanto a Assistência
Judiciária Gratuita diz respeito à gratuidade da representação técnica, a Justiça Gratuita refere-se
exclusivamente às despesas processuais.
A alternativa "B" está INCORRETA. Capacidade processual consiste na capacidade de estar em Juízo por si
só, sem representação ou assistência. Segundo o artigo 70 do CPC, "toda pessoa que se encontre no exercício
de seus direitos tem capacidade para estar em juízo." Assim, ao contrário do consignado na questão, não se
trata de capacidade específica para a prática de determinado ato processual. Ademais, capacidade
processual não se confunde com legitimidade, uma das condições da ação previstas no artigo 17 do CPC.
A alternativa "C" está INCORRETA. O mandato tácito consubstancia-se na procuração passada ao advogado
perante o Juiz do Trabalho, mediante registro em ata de audiência. Está previsto no artigo 791, § 3º, da CLT,
que dispõe, in verbis:
§3º A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.
Conforme o dispositivo legal supratranscrito, o mandato tácito confere apenas os poderes da cláusula ad
judicia, sendo que a concessão de poderes especiais previstos no artigo 105 do CPC - receber citação,
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda
a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica -,
depende de registro expresso na ata.
A alternativa "D" está INCORRETA. A atuação em juízo é ato privativo do bacharel em Direito regularmente
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, conforme previsto no artigo 1º c/c artigo 3º ada Lei n. 8.906/94.
Todavia, o estagiário, regularmente inscrito na OAB, pode praticar atos processuais desde que acompanhado
do advogado e sob responsabilidade deste, de acordo com o disposto no § 2º do artigo 3º da Lei n. 8.906/94.
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Assim, regra geral, os atos praticados pelo estagiário sem o acompanhamento do advogado são inválidos.
A alternativa "E" está CORRETA. A teor da Súmula n. 456 do TST, não se reveste de validade o instrumento
de mandato firmado em nome de pessoa jurídica em que não haja a sua identificação e a de seu
representante legal, o que acarreta, para a parte que o apresenta, os efeitos processuais da inexistência de
poderes nos autos. Todavia, conforme itens II e III do TST, trata-se de vício sanável.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "e".
13. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2012 - ATUALIZADA) De acordo com a jurisprudência sumulada
do Tribunal Superior do Trabalho, analise as proposições abaixo:
I. A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento estende-se também à observância de
acordo ou de convenção coletiva.
II. O “jus postulandi” das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se a uma das Varas do Trabalho e
aos Tribunais Regionais do Trabalho alcançando os dissídios individuais e coletivos e a ação cautelar, não
alcançando os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
III. São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer.
IV. Inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração, nos termos do art. 104 do
CPC, salvo se houver protesto por posterior juntada.
V. E incabível a condenação no pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo
trabalhista.
Estão corretas apenas as proposições:
A - I e II.
B - II e IV.
C - I e III.
D - IV e V.
E - II e V.
Comentários
A alternativa I está CORRETA. A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento estende-se
também à observância de acordo ou de convenção coletiva, segundo a Súmula n. 286 do TST.
A alternativa II está INCORRETA. O Tribunal Superior do Trabalho restringiu o alcance do jus postulandi às
Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, NÃO alcançando a ação rescisória, o mandado de
segurança, a ação cautelar e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Nesse sentido,
editou a Súmula n. 425, cujo teor ora se transcreve:
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A alternativa III está CORRETA. São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no
mandato, poderes expressos para substabelecer, conforme entendimento pacificado na Súmula n. 395, III,
do TST.
A alternativa IV está INCORRETA. Segundo a Súmula n. 383, item I, do TST, é inadmissível recurso firmado
por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito.
Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de
intimação, exiba a procuração no prazo de 5 dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual
período mediante despacho do juiz.
A alternativa V está INCORRETA. De acordo com a Súmula n. 219 do TST, é cabível a condenação ao
pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista.
Ressalte-se que a Reforma Trabalhista estendeu os honorários sucumbenciais para todas as demandas
ajuizadas na Justiça do Trabalho, conforme a previsão contida no artigo 791-A da CLT, de modo que a Súmula
219 do TST será provavelmente alterada ou cancelada.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "c".
14. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2012) Observe as proposições e ao final responda.
I. Nas ações individuais trabalhistas, os empregados e os empregadores poderão fazer-se representar por
intermédio do respectivo sindicato representativo da categoria.
II. A assistência é uma intervenção espontânea de terceiro que ao assim agir recebe o processo no estado
em que se encontra.
III. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá,
até ser proferida a sentença, oferecer a devida assistência.
IV. O juiz poderá a requerimento da parte, participar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida
no pedido inicial, bastando convencer-se da verossimilhança da alegação.
V. Compete ao juiz em especial, dirigir os trabalhos da audiência e proceder, indireta e/ou pessoalmente,
à colheita de provas.
Estão corretas apenas as proposições:
A - II e IV.
B - I e II.
C - III e IV.
D - III e V.
E - II e III.
Comentários
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A alternativa I está CORRETA. De acordo com o artigo 843, § 2º, da CLT, as ações individuais trabalhistas, os
empregados e os empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do respectivo sindicato
representativo da categoria.
A alternativa II está CORRETA. A assistência é uma intervenção espontânea de terceiro que ao assim agir
recebe o processo no estado em que se encontra, conforme artigo 119, parágrafo único, do CPC.
A alternativa III está INCORRETA. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que
controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer a devida oposição, conforme artigo
682 do CPC.
A alternativa IV está INCORRETA. A teor do artigo 300 do CPC, a tutela de urgência pressupõe, além da
verossimilhança da alegação, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A alternativa V está INCORRETA. Segundo o princípio da Imediação, a colheita de provas é realizada direta
e pessoalmente pelo Juiz, sem intermediários.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "b".
15. (FCC/TRT - 1ª REGIÃO/RJ - Juiz do Trabalho – 2012) Quanto ao mandato e ao substabelecimento, de
acordo com o entendimento da jurisprudência pacífica do TST, é INCORRETO afirmar:
A - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao
substabelecente.
B - É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
C - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato
só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
D - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer.
E - Inválido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a
prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
Comentários
A alternativa "A" está CORRETA. Segundo a Súmula n. 395, IV, do TST, configura-se a irregularidade de
representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente.
A alternativa "B" está CORRETA. É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito,
de acordo com a OJ n. 200 da SBDI-1/TST.
A alternativa "C" está CORRETA. De acordo com a Súmula n. 395, II, do TST, diante da existência de previsão,
no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao
processo dentro do aludido prazo.
A alternativa "D" está CORRETA. São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no
mandato, poderes expressos para substabelecer, conforme pacificado pelo TST, na Súmula n. 395, III.
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A alternativa "E" está INCORRETA. Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém
cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda, segundo o item I da
Súmula n. 395 do TST.
A alternativa "A" está INCORRETA. O mandato tácito consubstancia-se na procuração passada ao advogado
perante o Juiz do Trabalho, mediante registro em ata de audiência. Está previsto no artigo 791, § 3º, da CLT,
que dispõe, in verbis:
§3º A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.
O mandato tácito confere apenas os poderes da cláusula ad judicia, sendo que a concessão de poderes
especiais previstos no artigo 105 do CPC - receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido,
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar
compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica -, depende de registro expresso na ata.
Dessa forma, é possível conceder poderes para o foro em geral a procurador sem outorga de procuração
escrita, mediante mandato tácito.
A alternativa "B" está INCORRETA. De acordo com a Súmula n. 436 do TST, a União, Estados, Municípios e
Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente,
por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato
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de nomeação, sendo essencial nestes casos, que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de
procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
A alternativa "C" está INCORRETA. Os Estados e os Municípios NÃO têm legitimidade para recorrer em nome
das autarquias detentoras de personalidade jurídica própria, salvo se designados pela lei da respectiva
unidade da federação ou se investidos de instrumento de mandato válido. Nesse sentido, a OJ n. 318 da
SBDI-1/TST:
I - Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias e das
fundações públicas.
A alternativa "D" está CORRETA. De acordo com a Súmula n. 456 do TST, é inválido o instrumento de
mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome da entidade
outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam.
A alternativa "E" está INCORRETA. NÃO caracteriza irregularidade de representação a ausência de data no
instrumento de mandato. Nesse sentido, o TST editou a OJ n. 371 da SBDI-1, cujo teor é o seguinte:
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C - O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo passivo da demanda, porque supõe
uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em face
da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a
aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois
não se pode condicionar o exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à
anuência dos demais para retomar a lide.
D - Litisconsortes com procuradores distintos têm no processo do trabalho prazo em dobro para contestar,
para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Comentários
A alternativa "A" está CORRETA. Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão
ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados de uma mesma empresa ou estabelecimento,
conforme artigo 842 da CLT.
A alternativa "B" está CORRETA. De acordo com a Súmula n. 406, II, do TST, o Sindicato, substituto processual
e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade
para figurar como réu na ação rescisória, sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados
substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário.
A alternativa "C" está CORRETA. Segundo o item I da Súmula n. 406, o litisconsórcio, na ação rescisória, é
necessário em relação ao polo passivo da demanda, porque supõe uma comunidade de direitos ou de
obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já em
relação ao polo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de autores se faz por
conveniência e não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o
exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à anuência dos demais para
retomar a lide.
A alternativa "D" está INCORRETA. Não se aplica ao processo do trabalho o artigo 229, §§ 1º e 2º, do CPC,
que prevê prazo em dobro para todas as manifestações dos litisconsortes com diferentes procuradores,
conforme OJ nº 310 da SBDI-1.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "d".
18. (FCC/TRT - 20ª REGIÃO/SE - Juiz do Trabalho - Tipo 1 – 2012 - ADAPTADA) De acordo com o
entendimento adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho, é INCORRETO afirmar:
A - Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome
de determinado advogado, a comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo
se constatada a inexistência de prejuízo.
B - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato
só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
C - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao
substabelecente.
D - Inválidos os atos praticados no processo por estagiário, ainda que, entre o substabelecimento e a
interposição do recurso, sobreveio a habilitação, do então estagiário, para atuar como advogado.
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A alternativa "A" está CORRETA. De acordo com a Súmula n. 407 do TST, havendo pedido expresso de que
as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a
comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência
de prejuízo.
A alternativa "B" está CORRETA. Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua
juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo,
conforme Súmula n. 395, II, do TST.
A alternativa "C" está CORRETA. Segundo a Súmula n. 395, IV, do TST, configura-se a irregularidade de
representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente.
A alternativa "D" está INCORRETA. Regra geral, os atos praticados pelo estagiário sem o acompanhamento
do advogado são inválidos. Todavia, se entre o substabelecimento e a prática do ato processual sobreveio a
habilitação do estagiário, o ato processual é válido (OJ n. 319 da SBDI-1/TST).
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20. (TRT - 21ª Região/RN - Juiz do Trabalho - 1ª Parte – 2012) A Lei n. 12.437/11 inseriu no corpo da
Consolidação das Leis do Trabalho o instituto do mandato tácito para advogado, de grande tradição e uso
no Processo do Trabalho. Sobre esse tema, considerando, ainda, a jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho, marque a alternativa incorreta:
A - o mandado tácito decorre de simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado,
com anuência da parte interessada;
B - o mandato tácito implica apenas a outorga de poderes para o foro em geral, não outorgando poderes
tidos como especiais pela legislação em vigor;
C - o advogado constituído mediante mandato tácito pode substabelecer os poderes que lhe foram
outorgados pela parte;
D - o mandato tácito permite ao advogado interpor recurso para o Tribunal Regional do Trabalho sem
mandato expresso;
E - o mandato tácito permite ao advogado interpor recurso para o Tribunal Superior do Trabalho sem
mandato expresso.
Comentários
§3º A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.
O mandato tácito confere apenas os poderes da cláusula ad judicia, como peticionar e interpor recursos,
mas não os poderes especiais previstos no artigo 105 do CPC - receber citação, confessar, reconhecer a
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procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica.
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limi-ta-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Traba-lho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
A alternativa "C" está CORRETA. O falecimento do sócio da empresa não implica em alteração do polo
passivo, em razão do princípio da despersonalização do empregador. O mesmo não ocorre em caso de o
reclamado ser pessoa física ou firma individual, devendo nestes casos, o processo ser suspenso para
regularização do polo passivo, na forma do artigo 313, I, do CPC.
A alternativa "D" está INCORRETA. A Ação movida pelo Sindicato, na qualidade de substituto processual
interrompe a prescrição, ainda que tenha sido considerado parte ilegítima da causa, conforme entendimento
pacificado na OJ nº 359 da SBDI-1/TST.
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III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes
expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da
SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
[...]
Assim, estão CORRETAS as assertivas "A, "B" e "C", de acordo com os itens I, II e III da Súmula n. 395 do TST.
A assertiva "D" está CORRETA. De acordo com a OJ n. 286 da SBDI-1/TST, a juntada da ata de audiência em
que consignada a presença do advogado, ainda que verificada a irregularidade do mandato expresso,
permite o conhecimento do agravo de instrumento porque configurado o mandato tácito;
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A assertiva "E" está INCORRETA. Regra geral, os atos praticados pelo estagiário sem o acompanhamento do
advogado são inválidos. Todavia, se entre o substabelecimento e a prática do ato processual sobreveio a
habilitação do estagiário, o ato processual é válido (OJ n. 319 da SBDI-1/TST).
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O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limi-ta-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Traba-lho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limi-ta-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Traba-lho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Por outro lado, a doutrina majoritária entende ser necessária a presença de advogado para o ajuizamento
de Embargos de Terceiro.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "e".
26. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2009) Assinale a alternativa incorreta:
A - É admissível recurso interposto por advogado que não tenha instrumento de mandato nos autos, desde
que conte com mandato tácito.
B - No Processo do Trabalho há mandato tácito quando o advogado acompanha a parte à audiência e não
conta com mandato expresso.
C - O advogado que conta com mandato tácito não pode substabelecer.
D - Qualquer ato praticado no Processo do Trabalho por advogado sem mandato, tácito ou expresso, pode
ser ratificado no prazo de 15 dias, prorrogável por mais 15 dias, nos termos da Lei e, em assim ocorrendo,
será considerado válido.
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E - Cabe ao advogado comunicar a parte da renúncia do mandato, devendo, ainda, permanecer na defesa
dos interesses de seu constituinte no prazo de 10 (dez) dias após a ciência do mesmo.
Comentários
§3º A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.
O mandato tácito confere apenas os poderes da cláusula ad judicia, como peticionar e interpor recursos,
mas não os poderes especiais previstos no artigo 105 do CPC - receber citação, confessar, reconhecer a
procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica.
MPT
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O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limi-ta-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Traba-lho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
A alternativa "B" está CORRETA. A procuração apud acta, também denominada mandato tácito, significa a
possibilidade de se constituir procurador com poderes para o foro em geral por intermédio de registro em
ata de audiência, por requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada,
conforme previsto no artigo 791, § 3º, da CLT.
A alternativa "C" está INCORRETA. A doutrina denomina de intervenção iussu iudicis o litisconsórcio
provocado pelo Magistrado. Vale dizer, trata-se de intervenção de terceiros ordenada pelo Juiz.
O CPC de 2015, no art. 115, parágrafo único, prevê que o juiz, verificando a existência de litisconsórcio
passivo necessário, determinará que o autor requeira a citação de todos os que devam ser litisconsortes,
nos seguintes termos: “Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção
do processo.”
Desse modo, o entendimento atual é o de que o juiz somente pode determinar a intervenção no processo
de litisconsorte necessário50.
Ao contrário do consignado na alternativa, o TST já analisou a questão da intervenção iussu iudicis, conforme
se constata nas razões do voto do RR 596021-47.1999.506.5555, entendendo cabível tal modalidade nos
casos de litisconsórcio necessário.
A alternativa "D" está CORRETA. De acordo com a Súmula n. 456 do TST, a União, Estados, Municípios e
Distrito Federal, Autarquias e Fundações Públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por
seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de
nomeação. É essencial que o signatário ao menos se declare exercente do cargo de procurador, não bastando
a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "c".
29. (MPT - Procurador do Trabalho – 2015 - ADAPTADA) Marque a opção INCORRETA:
50
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho : de acordo com o novo CPC, reforma
trabalhista – Lei n. 13.467/2017 e a IN. n. 41/2018 do TST – 15. ed. – São Paulo : LTr, 2018, p. 391
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A alternativa III está CORRETA. A teor do artigo 475-N do CPC de 1973 (correspondente aos artigo 515, II e
III, do CPC de 2015), a conciliação judicial pode contemplar direitos não pleiteados na ação.
A resposta do enunciado, portanto, é a alternativa "d".
31. (MPT - Procurador do Trabalho – 2012) Sobre a substituição processual no processo do trabalho,
assinale a alternativa CORRETA:
A - Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a Constituição da República consagrou a
substituição processual sindical ampla em relação a todos os integrantes da categoria representada pela
entidade sindical substituta, independentemente de autorização dos substituídos.
B - Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a Constituição da República consagrou a
substituição processual sindical ampla em relação a todos os integrantes da categoria representada pela
entidade sindical substituta, desde que haja a devida autorização dos substituídos.
C - Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a Constituição da República consagrou a
substituição processual sindical restrita aos associados da entidade sindical substituta, independentemente
de autorização dos substituídos.
D - Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a Constituição da República consagrou a
substituição processual sindical restrita aos associados da entidade sindical substituta, desde que haja a
devida autorização dos substituídos.
Comentários
Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a Constituição da República consagrou a
substituição processual sindical ampla em relação a todos os integrantes da categoria representada pela
entidade sindical substituta, independentemente de autorização dos substituídos.
Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente:
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LISTA DE QUESTÕES
Magistratura
1. (FCC/TST - Juiz do Trabalho Substituto – 2017) Fulano de Tal, advogado regularmente inscrito nos
quadros da Ordem dos Advogados da Brasil, teve poderes outorgados pela empresa ABC Ltda., mediante
o devido instrumento de mandato, datado de 02/07/2016, para defendê-la em reclamação trabalhista. A
procuração foi anexada ao Processo Judicial Eletrônico quando da habilitação nos autos. Contudo, por um
lapso do advogado, não foi anexado aos autos o contrato social da empresa. A defesa da reclamada foi
protocolada com documentos, tendo o advogado Fulano participado diligente e pessoalmente de todas as
audiências realizadas. Encerrada a instrução, a ação foi julgada parcialmente procedente. Diante da
sentença e do interesse na interposição de recurso pela empresa, Dr. Fulano de Tal solicitou que o recurso
ordinário fosse elaborado e protocolado no Processo Judicial Eletrônico pelo seu advogado assistente, Dr.
Ciclano de Tal. Para tanto, substabeleceu os poderes recebidos do cliente a este advogado. O recurso
ordinário foi devidamente elaborado, assinado eletronicamente e protocolado por Dr. Ciclano de Tal,
juntamente com o substabelecimento outorgado pelo Dr. Fulano de Tal. Ocorre que, ao realizar o juízo de
admissibilidade, o Juiz da Vara do Trabalho percebeu que a outorga do substabelecimento passado ao Dr.
Ciclano de Tal era datada de 08/04/2015. Assim, alegando que o substabelecimento do advogado
signatário do recurso era anterior à outorga de poderes pela recorrente ao Dr. Fulano de Tal, o Juiz da Vara
do Trabalho não recebeu o recurso ordinário, sob o fundamento de irregularidade de representação
processual da parte. Nessa situação hipotética, de acordo com o entendimento dominante e as Súmulas e
Orientações Jurisprudenciais do Tribunal Superior do Trabalho sobre a regularidade de representação da
parte,
A - se o Dr. Fulano de Tal estivesse investido de mandato tácito, seria regular o substabelecimento ao Dr.
Ciclano de Tal.
B - considerando que a data da outorga de poderes é condição de validade do mandato judicial, caso não
fosse datado o substabelecimento ao Dr. Ciclano de Tal, restaria caracterizada hipótese de irregularidade de
representação.
C - verificada a irregularidade de representação em razão de o substabelecimento possuir data anterior à
outorga passada ao substabelecente, o recurso deverá ser tido por inexistente, na medida em que é
inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de instrumento de mandato, já que a interposição
de recurso não pode ser reputada ato urgente.
D - seriam inválidos os atos praticados pelo substabelecido, caso o instrumento de mandato não disciplinasse
poderes expressos para substabelecer, ainda que o juiz suspendesse o processo e designasse prazo para que
fosse sanado o vício.
E - caso o recurso ordinário tivesse sido firmado e protocolado no Processo Judicial Eletrônico diretamente
pelo Dr. Fulano de Tal, ainda que não exibido aos autos o contrato social da empresa, tal situação, em não
havendo impugnação da parte contrária, não caracterizaria invalidade do mandato outorgado ao advogado.
2. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho Substituto – 2016) Nos processos perante a Justiça do Trabalho,
em relação à representação das partes, nos termos das Súmulas da Jurisprudência Uniforme do Tribunal
Superior do Trabalho:
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I- Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contenha cláusula estabelecendo a
prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
II- São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer.
III- A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, e as
empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando representadas em juízo, ativa e
passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato.
IV- É válido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica, ainda que este não contenha
o nome do outorgante e do signatário da procuração.
V - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada
ao substabelecente.
Responda:
A - Somente as proposições l,II e V estão corretas.
B - Somente as proposições l,III e IV estão corretas
C - Somente as proposições II,III e V estão corretas.
D - Somente as proposições III,IV e V estão corretas.
E - Todas as proposições estão corretas.
3. (TRT - 16ª REGIÃO/MA - Juiz do Trabalho Substituto – 2015 - ADAPTADA) Considerando a legislação em
vigor e a jurisprudência dominante do TST, analise as seguintes afirmações e marque a alternativa
CORRETA:
I. A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando
representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de
instrumento de mandato. Por outro lado, é essencial que o signatário, ao menos, declare-se exercente do
cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
II. Na Justiça do Trabalho, a exibição dos estatutos da empresa em juízo é condição de validade do
instrumento de mandato outorgado ao seu procurador, nos termos do art. 75, VIII, do CPC de 2015,
independente de impugnação da parte contrária.
III. O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a
decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória. Porém, nessa hipótese
é obrigatória a citação de todos os empregados substituídos, por se tratar de litisconsórcio passivo
necessário.
IV. No Processo do Trabalho são válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja no
mandato poderes expressos para substabelecer.
V. A ausência da data da outorga de poderes no mandato judicial juntado aos autos constitui
irregularidade de representação, que implica na desconsideração de todos os atos praticados pelo
causídico.
A - Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
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C–I
D - I e II.
E - I e III
6. (FCC/TRT - 24ª REGIÃO/MS - Juiz do Trabalho Substituto – 2014) Augusto, menor com 16 anos de idade,
trabalhou dois anos como jardineiro na casa de Ulisses. Um mês após a sua dispensa, orientado por um
amigo, dirigiu-se a Vara do Trabalho da comarca, desacompanhado de seus pais, para ajuizar reclamação
trabalhista verbal em face do seu ex- empregador, com objetivo de receber as verbas decorrentes da
rescisão contratual. Com fulcro na legislação e no entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do
Trabalho,
A - por ser menor, Augusto não pode ajuizar ação trabalhista sem a assistência de advogado e dos seus
representantes legais, em nenhuma das instâncias da Justiça do Trabalho.
B - Augusto somente poderá atuar em Juízo com a representação do Ministério Público do Trabalho, ainda
que possua seus representantes legais civis, devendo contratar advogado para qualquer tipo de recurso que
pretenda interpor da decisão de primeiro grau.
C - a reclamação trabalhista do menor será feita por seus representantes legais e pode ser utilizado o jus
postulandi para esse tipo de ação trabalhista, limitado às Varas de Trabalho e aos Tribunais Regionais do
Trabalho.
D - Augusto pode ajuizar reclamação trabalhista verbal na Vara do Trabalho sem a presença de representante
legal, mas em caso de ter que mover recurso ao Tribunal Regional do Trabalho deverá contratar advogado.
E - o direito de postular sem a participação do representante legal do menor e a assistência de advogado
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho desde que o valor dos pedidos não
ultrapasse o teto fixado para o rito sumaríssimo.
7. (FCC/TRT - 1ª REGIÃO/RJ - Juiz do Trabalho Substituto – 2014) Quanto às partes e aos procuradores na
Justiça do Trabalho, é correto afirmar:
A - O menor absolutamente incapaz será representado em juízo por seus pais, pela Procuradoria da Justiça
do Trabalho ou pelo Ministério Público estadual, vedando-se tal atuação ao sindicato de classe.
B - Nas reclamações trabalhistas plúrimas, diante da ausência de previsão legal, não se admite,
jurisprudencialmente, a formação de comissão de trabalhadores representantes dos demais.
C - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao
empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à
mesma profissão, ou pelo sindicato.
D - Tratando-se de empregado do reclamado, admite-se a este a cumulação simultânea das funções de
advogado e preposto no mesmo processo trabalhista, e suas declarações obrigarão ao preponente.
E - O preposto deve necessariamente ser empregado do reclamado, mesmo tratando-se de micro ou
pequeno empresário.
8. (FCC/TRT - 18ª Região/GO - Juiz do Trabalho – 2014) Com relação às partes no Processo do Trabalho,
A - a intervenção assistencial, salvo a adesiva, só é admissível se demonstrado o interesse jurídico e não o
meramente econômico.
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B - o jus postulandi das partes, limita-se às Varas do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Regional do Trabalho e do
Tribunal Superior do Trabalho.
C - os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, terão prazo em dobro para contestar e em
quádruplo para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
D - a ação movida por sindicato, na qualidade de substituto processual, interrompe a prescrição, salvo na
hipótese de ter sido considerado parte ilegítima ad causam.
E - no mandado de segurança contra ato judicial ocorre hipótese de litisconsórcio necessário, pois o réu ou
autor da ação originária figurará obrigatoriamente no polo passivo da ação mandamental, ao lado da
autoridade coatora.
9. (FCC/TRT - 1ª REGIÃO/RJ - Juiz do Trabalho Substituto – 2013) Quanto às partes e procuradores no
Processo do Trabalho, segundo as previsões da Consolidação das Leis do Trabalho, do Código de Processo
Civil e entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, é correto afirmar:
A - No Processo do Trabalho, a reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus
representantes legais e, na falta destes, pelo Sindicato, pelo Ministério Público do Trabalho ou advogado
dativo nomeado em juízo.
B - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando
representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de
instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação, sendo essencial nestes casos, que o
signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
C - Haverá cumulação no mesmo processo, de lides no plano objetivo, formando litisconsórcio ativo,
facultativo e inicial, as chamadas reclamações trabalhistas plúrimas, que segundo a previsão expressa
contida na CLT, somente podem ocorrer nos dissídios em que há várias reclamações de trabalhadores da
mesma empresa ou estabelecimento, desde que haja identidade de matéria e desde que a matéria seja de
direito.
D - O litisconsórcio, na ação rescisória, é facultativo em relação ao polo passivo da demanda, porque não
supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que admite solução díspar para os litisconsortes, em
face da divisibilidade do objeto.
E - De acordo com previsão contida no CPC, aplicável subsidiariamente ao Processo do Trabalho, não poderão
figurar como parte no Processo do Trabalho, as sociedades sem personalidade jurídica, uma vez que não
regularizados os seus atos constitutivos. Neste caso, deverá constar como parte, no polo passivo ou ativo, a
pessoa a quem, de fato, couber a administração dos seus bens.
10. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2013) É correto afirmar que a ação de cumprimento ajuizada
pelo sindicato é hipótese de:
A - Representação processual, já que o sindicato não é parte, mas apenas atua em nome do representado.
B - Substituição processual, pois a ação é ajuizada em nome próprio, mas em defesa de direito alheio.
C - Substituição processual, pois a ação é ajuizada em nome alheio para defender direito de outrem.
D - Legitimação ordinária, pois o sindicato figura como representante dos interesses da categoria em juízo.
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III. São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer.
IV. Inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração, nos termos do art. 104 do
CPC, salvo se houver protesto por posterior juntada.
V. E incabível a condenação no pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo
trabalhista.
Estão corretas apenas as proposições:
A - I e II.
B - II e IV.
C - I e III.
D - IV e V.
E - II e V.
14. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2012) Observe as proposições e ao final responda.
I. Nas ações individuais trabalhistas, os empregados e os empregadores poderão fazer-se representar por
intermédio do respectivo sindicato representativo da categoria.
II. A assistência é uma intervenção espontânea de terceiro que ao assim agir recebe o processo no estado
em que se encontra.
III. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá,
até ser proferida a sentença, oferecer a devida assistência.
IV. O juiz poderá a requerimento da parte, participar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida
no pedido inicial, bastando convencer-se da verossimilhança da alegação.
V. Compete ao juiz em especial, dirigir os trabalhos da audiência e proceder, indireta e/ou pessoalmente,
à colheita de provas.
Estão corretas apenas as proposições:
A - II e IV.
B - I e II.
C - III e IV.
D - III e V.
E - II e III.
15. (FCC/TRT - 1ª REGIÃO/RJ - Juiz do Trabalho – 2012) Quanto ao mandato e ao substabelecimento, de
acordo com o entendimento da jurisprudência pacífica do TST, é INCORRETO afirmar:
A - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao
substabelecente.
B - É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
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C - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato
só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
D - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer.
E - Inválido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a
prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
16. (FCC/TRT - 18ª Região/GO - Juiz do Trabalho – 2012) Em relação à representação processual no processo
do trabalho, conforme entendimento jurisprudencial dominante,
A - a constituição de procurador com poderes para o foro em geral depende de outorga de procuração
escrita.
B - a representação em juízo, ativa e passiva, da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias
e fundações públicas, por seus procuradores, deve ser comprovada mediante a juntada de instrumento de
mandato e de comprovação do ato de nomeação.
C - os Estados e os Municípios têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias detentoras de
personalidade jurídica própria.
D - é inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos,
o nome da entidade outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que
os individualizam.
E - caracteriza a irregularidade de representação a ausência da data da outorga de poderes, pois, no mandato
judicial, tanto quanto no mandato civil, é condição de validade do negócio jurídico.
17. (FCC/TRT - 20ª REGIÃO/SE - Juiz do Trabalho - Tipo 1 – 2012 - ADAPTADA) É INCORRETO afirmar:
A - Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo,
se se tratar de empregados de uma mesma empresa ou estabelecimento.
B - O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a
decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória, sendo descabida a
exigência de citação de todos os empregados substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo
necessário.
C - O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo passivo da demanda, porque supõe
uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em face
da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a
aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois
não se pode condicionar o exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à
anuência dos demais para retomar a lide.
D - Litisconsortes com procuradores distintos têm no processo do trabalho prazo em dobro para contestar,
para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
18. (FCC/TRT - 20ª REGIÃO/SE - Juiz do Trabalho - Tipo 1 – 2012 - ADAPTADA) De acordo com o
entendimento adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho, é INCORRETO afirmar:
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A - Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome
de determinado advogado, a comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo
se constatada a inexistência de prejuízo.
B - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato
só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
C - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao
substabelecente.
D - Inválidos os atos praticados no processo por estagiário, ainda que, entre o substabelecimento e a
interposição do recurso, sobreveio a habilitação, do então estagiário, para atuar como advogado.
19. (TRT - 21ª Região/RN - Juiz do Trabalho - 1ª Parte – 2012 - ADAPTADA) Em determinada ação
trabalhista, o sindicato profissional atuou como substituto processual, pleiteando diversos direitos de
integrantes da categoria que representa. A pretensão, no entanto, não foi acolhida, e o sindicato foi
condenado na obrigação de recolhimento das custas processuais, no valor de R$ 750,00, nada obstante ter
formulado, na inicial, pedido de justiça gratuita. De acordo com a jurisprudência pacificada do Tribunal
Superior do Trabalho, marque a alternativa correta:
A - a obrigação de recolhimento das custas está correta, pois o sindicato, em razão da contribuição sindical
que recebe, não pode ser beneficiário de justiça gratuita;
B - a prestação da assistência jurídica é uma obrigação do sindicato profissional, o que torna incompatível o
pedido de justiça gratuita com essa função da entidade sindical;
C - em se tratando de substituição processual, é incabível pedido de justiça gratuita;
D - é possível o acolhimento de pedido de justiça gratuita formulado por sindicato profissional, uma vez que
atua, na espécie, cumprindo função de relevante interesse público;
E - é possível o acolhimento de pedido de justiça gratuita formulado por sindicato profissional, bastando que
haja nos autos declaração de probreza formulada pelos substituídos ou pelo próprio sindicato em relação
aos substituídos.
20. (TRT - 21ª Região/RN - Juiz do Trabalho - 1ª Parte – 2012) A Lei n. 12.437/11 inseriu no corpo da
Consolidação das Leis do Trabalho o instituto do mandato tácito para advogado, de grande tradição e uso
no Processo do Trabalho. Sobre esse tema, considerando, ainda, a jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho, marque a alternativa incorreta:
A - o mandado tácito decorre de simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado,
com anuência da parte interessada;
B - o mandato tácito implica apenas a outorga de poderes para o foro em geral, não outorgando poderes
tidos como especiais pela legislação em vigor;
C - o advogado constituído mediante mandato tácito pode substabelecer os poderes que lhe foram
outorgados pela parte;
D - o mandato tácito permite ao advogado interpor recurso para o Tribunal Regional do Trabalho sem
mandato expresso;
E - o mandato tácito permite ao advogado interpor recurso para o Tribunal Superior do Trabalho sem
mandato expresso.
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21. (TRT - 16ª REGIÃO/MA - Juiz do Trabalho Substituto – 2011 - ADAPTADA) Analise as afirmativas e
assinale a alternativa INCORRETA:
A - A faculdade de as partes reclamarem pessoalmente seus direitos perante a Justiça do Trabalho e de
acompanharem suas reclamações até seu deslinde final deve ser aplicada apenas ás lides relativas à relação
de emprego e pequena empreitada.
B - A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho não tem aceitado a postulação da parte sem o
acompanhamento de advogado perante a instância extraordinária.
C - O falecimento do sócio da empresa não implica em alteração do polo passivo. O mesmo não ocorre em
caso de o reclamado ser pessoa física ou firma individual, devendo nestes casos, o processo ser suspenso
para regularização do polo passivo.
D - A Ação movida pelo Sindicato, na qualidade de substituto processual interrompe a prescrição, exceto
quando tenha sido considerado parte ilegítima da causa.
22. (TRT - 15ª Região/SP - Juiz do Trabalho – 2011) A respeito da validade do mandato e do
substabelecimento, assinale a alternativa incorreta:
A - são válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer;
B - é válido o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a
prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda;
C - diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento só tem
validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo;
D - a juntada da ata de audiência em que consignada a presença do advogado, ainda que verificada a
irregularidade do mandato expresso, permite o conhecimento do agravo de instrumento porque configurado
o mandato tácito;
E - a habilitação de profissional na OAB na condição de advogado, ocorrida entre o substabelecimento e a
interposição de recurso, não valida os atos praticados no processo quando o profissional ainda figurava como
estagiário.
23. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2011) Assinale abaixo a penalidade a que estão sujeitos os
diretores de Sindicatos que deixarem de dar cumprimento às disposições da Lei n°5.584, de 26.06.1970
(disciplinadora da concessão e prestação de assistência judiciária na Justiça do Trabalho):
A - Suspensão por prazo de 60 dias, salvo comprovado motivo de ordem financeira.
B - Multa pecuniária (dobrada na reincidência), além da suspensão referida na alternativa "a" acima.
C - Multa pecuniária (com acréscimo de 50% na reincidência), salvo comprovado motivo de ordem financeira.
D - Multa pecuniária (dobrada na reincidência), salvo comprovado motivo de ordem financeira.
E - Não estarão sujeitos a qualquer penalidade.
24. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2011) No que diz respeito ao jus postulandi, conforme
entendimento sumulado, é correto afirmar:
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A - Pode ser exercido em qualquer instância da Justiça do Trabalho, exceto em se tratando de mandado de
segurança
B - Limita-se única e exclusivamente às Varas do Trabalho.
C - Não alcança nem o mandado de segurança, nem tampouco os recursos de competência do Tribunal
Superior do Trabalho, mas pode ser exercido em ação cautelar.
D - Pode ser exercido em ação cautelar, mas não em sede de ação rescisória.
E - Não cabe nos recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
25 . (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho - prova 2 – 2010) Diante da regra do artigo 791 da CLT que
assegura o jus postulandi na Justiça do Trabalho e de acordo com o disposto no artigo 133 da Constituição
Federal, que prevê a indispensabilidade do advogado para administração da justiça, é correto afirmar que
a presença do advogado é exigida quando:
A - Da oposição de Recurso Ordinário, de Revista e ajuizamento de Ação Rescisória.
B - Da oferta de Embargos de Declaração e no ajuizamento de Ação de Reconvenção.
C - Houver pedido de Tutela Antecipada e nos casos de levantamento de valores.
D - Do indeferimento do pedido de assistência judiciária gratuita com base na Lei 5.584/70.
E - Do ajuizamento de Embargos de Terceiro.
26. (TRT - 2ª REGIÃO/SP - Juiz do Trabalho – 2009) Assinale a alternativa incorreta:
A - É admissível recurso interposto por advogado que não tenha instrumento de mandato nos autos, desde
que conte com mandato tácito.
B - No Processo do Trabalho há mandato tácito quando o advogado acompanha a parte à audiência e não
conta com mandato expresso.
C - O advogado que conta com mandato tácito não pode substabelecer.
D - Qualquer ato praticado no Processo do Trabalho por advogado sem mandato, tácito ou expresso, pode
ser ratificado no prazo de 15 dias, prorrogável por mais 15 dias, nos termos da Lei e, em assim ocorrendo,
será considerado válido.
E - Cabe ao advogado comunicar a parte da renúncia do mandato, devendo, ainda, permanecer na defesa
dos interesses de seu constituinte no prazo de 10 (dez) dias após a ciência do mesmo.
MPT
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III – De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, caso o empregado não possa comparecer
pessoalmente à audiência de julgamento, por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente
comprovado, poderá ser representado por outro empregado que pertença à mesma profissão.
Assinale a alternativa CORRETA:
A - Todas as assertivas estão incorretas.
B - Apenas a assertiva I está incorreta.
C - Apenas a assertiva II está incorreta.
D - Apenas a assertiva III está correta.
28. (MPT - Procurador do Trabalho – 2017) Assinale a alternativa INCORRETA:
A - O Tribunal Superior do Trabalho, em jurisprudência sumulada, restringiu o jus postulandi às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando, por exemplo, a ação rescisória e os recursos
de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
B - A procuração apud acta significa a possibilidade de se constituir procurador com poderes para o foro em
geral por intermédio de registro em ata de audiência, por requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.
C - A intervenção iussu iudicis significa o chamamento, pela jurisdição, dos litisconsortes necessários para
integrarem a lide. Tal modalidade de intervenção ainda não foi apreciada pela jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho.
D - O Tribunal Superior do Trabalho, em jurisprudência sumulada, já deixou assentado que a União, Estados,
Municípios e Distrito Federal, Autarquias e Fundações Públicas, quando representadas em juízo, ativa e
passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de
comprovação do ato de nomeação. É essencial que o signatário ao menos se declare exercente do cargo de
procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
E - Não respondida.
29. (MPT - Procurador do Trabalho – 2015 - ADAPTADA) Marque a opção INCORRETA:
A - É válido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
B - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a
prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
C - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer.
D - Não respondida.
30. (MPT - Procurador do Trabalho – 2013) Analise as afirmações abaixo:
I - A ação movida por sindicato, na qualidade de substituto processual, interrompe a prescrição, ainda que
tenha sido considerado parte ilegítima ad causam.
II - Na ação em que o sindicato atua como substituto processual não é exigível rol de substituídos, pois se
está diante de uma ação coletiva em defesa de interesse individuais homogêneos, cuja sentença de
procedência produz efeito erga omnes e beneficia todos os trabalhadores abrangidos.
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Juliana Ferreira Morais, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 03
GABARITO
Magistratura
1. E
2. A
3. A
4. D
5. D
6. C
7. C
8. E
9. B
10. B
11. C
12. E
13. C
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Aula 03
14. B
15. E
16. D
17. D
18. D
19. D
20. C
21. D
22. E
23. D
24. E
25. E
26. D
MPT
27. D
28. C
29. A
30. D
31. A
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