Você está na página 1de 75

Aula 05

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular)


Direito Previdenciário - Prof. Felipe
Cavalcante

Autor:
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe
Materiais Carreiras Jurídicas

30 de Dezembro de 2021

66038788360 - Emanuela Barbosa Dias


Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Sumário
Acidente do trabalho ............................................................................................................................. 4

1 - Um pouco de história .................................................................................................................... 4

2 - Panorama atual ............................................................................................................................ 5

1.1 - Financiamento e espécies de benefícios .................................................................................................... 6

1.2 - Risco social e responsabilidade (objetiva x subjetiva) ................................................................................ 7

1.3 - Participação da iniciativa privada ............................................................................................................... 8

3 - Definição ....................................................................................................................................... 9

4 - Hipóteses equiparadas (ou não) ao acidente do trabalho ......................................................... 10

Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT...................................................................................... 15

Nexo técnico epidemiológico - NTEP ................................................................................................... 16

Fator Acidentário de Prevenção - FAP ................................................................................................. 17

Outros aspectos relevantes ................................................................................................................. 20

1 - Competência de julgamento ....................................................................................................... 20

2 - Prescrição .................................................................................................................................... 22

3 - Prazo de duração da pensão por morte decorrente de acidente do trabalho ........................... 22

4 - Ação regressiva acidentária ........................................................................................................ 23

Legislação pertinente ........................................................................................................................... 25

1 – Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 25

2 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 27

3 -Comunicação De Acidente de Trabalho ....................................................................................... 28

Súmulas correlatas ............................................................................................................................... 31

1 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

1 – Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 31

2 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 31

3 -Comunicação De Acidente de Trabalho ....................................................................................... 31

Jurisprudência correlata ...................................................................................................................... 32

1 – Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 32

2 -Comunicação De Acidente de Trabalho - CAT.............................................................................. 33

3 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 33

Resumo da aula .................................................................................................................................... 38

1 – Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 38

2 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 39

3 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 41

Questões comentadas ......................................................................................................................... 42

1 – Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 42

2 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 56

3 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 61

Lista de questões ................................................................................................................................. 64

1 – Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 64

2 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 69

3 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 71

Gabarito ............................................................................................................................................... 72

1 – Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 72

2 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 73

3 – Outros aspectos: Competência, prescrição e ação regressiva acidentária ................................ 73

2 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

3 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

AULA 05 ACIDENTES DO TRABALHO (LEGISLAÇÃO


ACIDENTÁRIA)
ACIDENTE DO TRABALHO

1 - UM POUCO DE HISTÓRIA
Tanto o direito trabalhista como o direito previdenciário trouxeram, desde suas origens, regras para
proteger o indivíduo contra os acidentes do trabalho.

Carlos Alberto Pereira de Castro, citando Victor Russomano, afirma que “não raramente se observa
que os primeiros ensaios de uma legislação social foram feitos no domínio dos acidentes e das
moléstias profissionais”.1

Inicialmente, os esforços se concentravam em garantir a manutenção do trabalhador durante o


período da incapacidade.

Nesse contexto, surgiram normas que garantiam a estabilidade no emprego ou o pagamento de


indenização em valores fixos ou variáveis, em razão do infortúnio.

Considerando que o tomador dos serviços auferia lucro e se beneficiava da mão-de-obra de seus
funcionários, a proteção contra acidentes ficava a cargo exclusivo da empresa2. O acidente era visto
como um risco profissional (risco inerente ao exercício da atividade, suportado financeiramente pelo
empresário). Para minimizar esse risco, o empregador poderia, facultativamente, contratar seguros
de acidente de trabalho em benefício de seus trabalhadores.

Com o advento da Constituição Federal de 19343, o que era tido como mero risco profissional passou
a ser entendido, também, como um risco social. De fato, como os custos do acidente eram
integralmente arcados pela empresa, a sistemática anterior deixava os trabalhadores vulneráveis em
caso de insolvência.

1
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito Previdenciário. 13 ed. São Paulo: Conceito
Editorial, 2011, p. 568.

2
Conforme o Decreto n. 3.724/1919, que regulava as obrigações resultantes de acidentes no
trabalho.

3
Art. 121, §1º, h.

4 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

O ônus de garantir a manutenção da vítima de acidente do trabalho (ou seus dependentes) foi
transferido para o regime previdenciário. O seguro indenizatório (facultativo) continuou previsto na
legislação específica. Assim, a responsabilidade e os custos passaram a ser divididos entre o
empregador e a sociedade.

Em 1944, o Decreto-Lei n. 7.036 tornou o seguro por acidente de trabalho obrigatório. A Constituição
Federal de 1946 confirmou essa obrigatoriedade.

Vale notar que o mencionado decreto-lei determinou que o seguro deveria ser realizado perante a
instituição de previdência social a qual estivesse filiado o empregado (estávamos na época dos IAP -
instituto de assistência e previdência dos ferroviários, dos comerciários, dos bancários, etc). Desde
então, a cobertura do risco de acidente do trabalho passou a ser um monopólio estatal: a) o governo
concede o benefício previdenciário e b) o governo mantém o seguro indenizatório.

Nessa sistemática, as empresas financiam a previdência e, adicionalmente, pagam a contribuição


social denominada “Seguro de Acidentes do Trabalho – SAT”.

Ao longo dessa história, a proteção também foi se tornando mais ampla. O que inicialmente dizia
respeito apenas ao acidente de trabalho estrito senso passou a incluir as moléstias profissionais e
outras situações a elas equiparadas, como a lesão in itinere e as concausas.

A lei n. 6.195/74 estendeu o SAT aos rurícolas, que desde então fazem jus ao recebimento de
benefícios acidentários.

Ainda assim, não era o suficiente.

Percebeu-se que não bastava proteger o trabalhador depois que o acidente já tivesse ocorrido. Por
isso, o governo passou a adotar medidas para evitar os acidentes, punindo determinadas condutas e
estimulando outras. Foram criados institutos para direcionar a atuação empresarial.

Nessa aula, veremos o que vigora atualmente com relação ao tema “acidente do trabalho”, incluindo
algumas regras trabalhistas e também as ferramentas utilizadas pelo governo para estimular as boas
práticas protetivas.

2 - PANORAMA ATUAL
A Constituição Federal de 1988 menciona a proteção contra os acidentes do trabalho em duas
ocasiões:

• no art. 7º, XXVIII (direitos do trabalhador) e

• no art. 201, §10 (regime geral de previdência social), recentemente alterado pela EC 103/19.

In verbis:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
5 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a


indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados,
inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo
Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado. (Redação dada pela EC 103/19)

1.1 - Financiamento e espécies de benefícios

É essa previsão do art. 7º, XXVIII, da CF/88 que justifica a contribuição adicional exigida das empresas
pela lei n. 8.212/91 (contribuição para o SAT):

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do


disposto no art. 23, é de:
I – (...)
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de
julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos: (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 1998).
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de
acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja
considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja
considerado grave.

Como se vê, as empresas ajudam a financiar o sistema previdenciário como um todo (art. 23). Além
disso, pagam, também, uma contribuição específica para o financiamento do seguro contra acidente
do trabalho (art. 22, II).

Apesar da dupla fonte de custeio, o trabalhador receberá, do governo, apenas o benefício


propriamente dito. Já não há o pagamento automático de indenização fixa ou variável, como tivemos
no passado.

Quando o auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria por incapacidade permanente decorrem


de um acidente do trabalho, estes benefícios são ditos “acidentários”. Por outro lado, quando
decorrem de causas não ligadas ao trabalho (benefícios comuns), são ditos benefícios
“previdenciários”.

6 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Benefícios Decorrem de acidente do trabalho (e


ACIDENTÁRIOS equiparados)

Benefícios causas comuns (não derivam de


PREVIDENCIÁRIOS acidente do trabalho)

No passado, os benefícios acidentários tinham valores distintos dos previdenciários.

Em 1995, a lei n. 9.032 unificou as regras e a forma de cálculo, trazendo uma equivalência que
superou muitas discussões relativas à origem da incapacidade, à competência jurisdicional, etc. Essa
uniformidade vigorou por quase 25 anos.

Recentemente, a EC 103/19 novamente criou distinções no que tange ao cálculo da aposentadoria


por incapacidade decorrente de acidente do trabalho (e equiparados). Enquanto a aposentadoria por
incapacidade comum é calculada pelo caput do art. 26 da EC 103/19 (60% da média + 2% ao ano), a
aposentadoria por incapacidade acidentária é paga pelo equivalente a 100% da média4.

1.2 - Risco social e responsabilidade (objetiva x subjetiva)

No que tange à concessão dos benefícios, o Brasil adota a teoria do risco social (seguro social). A
responsabilidade é objetiva: havendo acidente do trabalho, o benefício será devido pelo governo
independentemente da existência de culpa ou dolo de terceiros, ou do próprio segurado. De nada
interessa saber se o trabalhador foi imprudente, negligente ou se agiu de forma deliberada para
causar o acidente de trabalho.

Por outro lado, o art. 7º, XXVIII, da CF/88, menciona que o trabalhador fará jus a uma indenização
adicional por parte do empregador, se ficar demonstrada a ocorrência de culpa ou dolo daquele.
Aqui, sim, temos responsabilidade subjetiva a ser comprovada caso a caso, nos termos da legislação
civil.

Isso se dá porque o benefício previdenciário não tem cunho indenizatório. O intuito é apenas garantir
a manutenção do trabalhador ou de seus dependentes no momento do infortúnio. Ocorre que,
muitas vezes, do acidente derivam danos morais/patrimoniais que não são reparados pela mera
implantação de um benefício. Estes danos devem ser reparados pelo agente causador em ação
autônoma, se houver ato ilícito e nexo causal.

4
Art. 26, §3º, II, da EC 103/19.

7 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Portanto, quando o empregador é omisso na sua obrigação de fornecer ou cobrar o uso dos
equipamentos de proteção individual, ou age de forma imprudente ao exigir jornadas de trabalho
longas e exaustivas, poderá ter que pagar esta indenização adicional prevista na própria CF/88.

Excepcionalmente, a jurisprudência concede a indenização por acidente do trabalho com base na


responsabilidade objetiva da empresa, quando for o risco elevado e indissociável da atividade. A
questão foi levada ao STF por meio do RE 828.040 que, sob o rito da repercussão geral, julgou o tema
favoravelmente aos trabalhadores em março de 2020:

Tema 932 da repercussão geral/STF


O artigo 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o artigo 7º, XXVIII, da
Constituição Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador
por danos decorrentes de acidentes de trabalho, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição
habitual a risco especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador ônus maior
do que aos demais membros da coletividade.

1.3 - Participação da iniciativa privada

Passando ao art. art. 201, §10, da CF/88, vemos que foi prevista a participação da iniciativa privada
na cobertura do risco de acidente do trabalho.

A EC 103/19 alterou a redação do art. 201, §10:

Art. 201 (...)


§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados,
inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo
Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado. (Redação dada pela EC 103/19)

A lei prevista desde a EC 20/98 jamais foi editada. Talvez por isso, a nova redação informa que lei
(agora complementar) poderá disciplinar...

Tendo em vista que a CF/88 menciona a participação do setor privado, parcela relevante da doutrina
afirma que vigora no Brasil, hoje, um sistema misto entre a teoria do risco social e a teoria do risco
profissional.

No entanto, a participação do setor privado tem sido muito tímida, pois os empregadores (já
compelidos a pagar pelo SAT estatal) não possuem atrativos para contratar seguros na iniciativa
privada.

Atualmente, tramita no Congresso Nacional projeto de lei com o intuito de efetivamente acabar com
o monopólio do governo na cobertura do risco dos acidentes do trabalho, mediante sistema de
seguros contratados com recursos exclusivos das empresas e dos trabalhadores, como acontece em
outros países. Mas são apenas planos, por enquanto.
8 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

3 - DEFINIÇÃO
Perceba que a CF/88 não especificou o que é “acidente do trabalho” e nem qual seria a cobertura
conferida ao público-alvo.

Atualmente, a cobertura dos riscos de acidente do trabalho é regida pela lei n. 8.213/91.

De acordo com o art. 19 da lei n. 8.213/91, acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos
segurados especiais que tenha provocado lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, de forma permanente ou temporária.

Lembro que, por força do art. 7º, XXXIV, da CF/88, todos os direitos concedidos aos empregados são
extensíveis também aos avulsos.

Portanto, nem todas as classes de segurados se beneficiam da proteção acidentária. Os contribuintes


individuais e os facultativos ficam de fora.

Eles poderão receber benefícios por incapacidade (auxílio-acidente, auxílio-doença e aposentadoria


por invalidez), mas sempre na modalidade “previdenciária”. A distinção tem origem histórica e
decorre da ausência de contribuição específica para o custeio acidentário por parte dos contribuintes
individuais e segurados facultativos.

Muito cuidado na hora da prova! Os trabalhadores avulsos possuem direito às prestações


acidentárias e efetivamente as recebem. No entanto, pela redação fria do art. 19, eles estariam fora
do rol de beneficiados. Questões capciosas podem exigir o conhecimento “de acordo com a lei n.
8.213/91”.

Importante ressaltar que nem todo acidente ocorrido na empresa dará direito a benefício
acidentário. Se não houver morte, perda ou redução da capacidade laborativa, ainda que temporária,
não haverá repercussão previdenciária.

Sob a perspectiva trabalhista, o auxílio-doença configura hipótese de suspensão do contrato de


trabalho (o contrato fica momentaneamente paralisado, sem que seja devido salário por parte do
empregador). Cessado o benefício, o trabalhador deve retornar à empresa para a continuidade de
suas funções.

No entanto, tratando-se de benefício acidentário, temos regra especial. Fica garantida a manutenção
do contrato por um período mínimo de 12 meses, independentemente da conversão em auxílio-
acidente. É uma estabilidade provisória que não existe no caso dos benefícios comuns.

Ademais, durante o afastamento por acidente de trabalho, o tomador de serviços fica obrigado a
continuar recolhendo o FGTS em favor do empregado, doméstico ou avulso.

Outro aspecto interessante: as faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são
consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina, conforme a
súmula n. 46 do TST.
9 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

O auxílio-doença acidentário e a aposentadoria por invalidez acidentária dispensam o cumprimento


da carência de 12 meses, exigida (em regra) na modalidade comum destes benefícios.

Na lei n. 8.213/91, encontramos dispositivo que impõe à empresa a responsabilidade pela adoção e
uso das medidas coletivas e individuais de proteção do trabalhador. Portanto, não basta entregar
luvas e capacetes. A empresa é obrigada a fiscalizar o efetivo uso dos equipamentos de proteção,
podendo demitir por justa causa o funcionário que se recuse a utilizá-lo.

4 - HIPÓTESES EQUIPARADAS (OU NÃO) AO ACIDENTE DO


TRABALHO

Como dito um pouco acima, a cobertura dos riscos profissionais não se limita apenas à hipótese do
acidente de trabalho. Outras situações também garantem a proteção especial, como vemos na lei n.
8.213/91:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

As hipóteses acima são chamadas de moléstias profissionais ou também acidentes de trabalho


atípicos, por parte da doutrina.

Acidentes são fatos súbitos, violentos, inesperados. As doenças, por outro lado, geram seus efeitos
nocivos de forma paulatina. Em ambos os casos, para que sejam consideradas acidentárias, as
morbidades devem possuir um nexo de causalidade com a atividade laborativa do indivíduo.

No caso dos acidentes, o nexo de causalidade em geral é óbvio: uma queda, explosão, amputação,
etc. No que tange às doenças, por outro lado, nem sempre é fácil verificar a conexão.

As doenças profissionais são típicas de determinadas atividades, como a silicose, a asbestose (lesão
no pulmão decorrente da aspiração de pó de amianto) e as contaminações decorrentes do contato
frequente com flúor, mercúrio, etc. Quando um trabalhador da indústria do amianto desenvolve
asbestose, o nexo causal entre a atividade e a morbidade é presumido, estando previsto (em rol
exemplificativo) nos anexos do Decreto n. 3.048/99.

Por outro lado, as doenças do trabalho correspondem às morbidades que, não sendo típicas de uma
atividade, podem ser desencadeadas em razão da forma de exercê-la. Um exemplo é a lesão por
esforço repetitivo – LER. O indivíduo pode apresentá-la por uma questão ergonômica no trabalho ou
por jogar tênis nos finais de semana. Quando a morbidade surge, somente será enquadrada como
acidentária se o nexo causal for comprovado.
10 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Resumindo:

Nexo de
Doença Típica da
causalidade
profissional profissão
presumido

Forma de
Doença do Nexo deve ser
exercer a
trabalho comprovado
atividade

As moléstias profissionais também geram discussões no que tange à data de aquisição do direito.
Sendo, em geral, progressiva e paulatina, a doença profissional ou do trabalho precisa de um marco
para que o benefício acidentário seja concedido.

A lei n. 8.213/91 chama esse marco de “dia do acidente”:

Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do


trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico,
valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

Atualmente, nenhuma doença exige a segregação compulsória (como tivemos, no passado, os


leprosários). Sobram duas alternativas: a) a data de início da incapacidade – DII e b) o dia em que for
realizado o diagnóstico.

Seria ideal que o benefício sempre fosse concedido a partir da efetiva data de início da incapacidade.
No entanto, os peritos precisam de algum elemento concreto para que a DII seja fixada de forma
retroativa. Citamos, como exemplo, o dia em que o segurado não conseguiu mais operar uma
máquina ou o dia em que foi internado em razão da doença.

Ausente esse marco objetivo, o benefício por incapacidade terá início na data de realização do
diagnóstico. Essa será, para todos os fins, a data de início da incapacidade – DII.

Quando fatores externos e internos ao trabalho contribuem para o surgimento ou agravamento da


lesão (concausas), o trabalhador fará jus à proteção acidentária. É o caso do indivíduo que trabalha
como caixa de banco e joga tênis nas horas de lazer. Ambas as atividades contribuem para o
surgimento de uma LER, que pode evoluir para um quadro mais grave. Se houver perda ou redução
da capacidade laborativa, o benefício será acidentário e o trabalhador terá direito à estabilidade
provisória de 12 meses após a recuperação.

As concausas podem ser anteriores, concomitantes ou posteriores ao acidente.

11 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Por outro lado, quando temos um pequeno acidente do trabalho (como uma leve torsão) e um
evento paralelo, externo, nitidamente mais grave se sobrepõe e dá causa à incapacidade, afasta-se a
natureza acidentária do benefício.

Quando o segurado está no curso de programa de reabilitação profissional e sofre um novo acidente,
este segundo será considerado um agravamento do primeiro, mantendo-se a natureza acidentária
se o acidente original fosse acidentário (art. 337, §2º, do decreto n. 3.048/99).

A lei n. 8.213/91 enumera situações que não são consideradas como doença do trabalho, por não
haver conexão entre a profissão e a morbidade:

Art. 20. (...)


§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

Com efeito, dificilmente o empregador poderia ser culpado pelo aparecimento de Parkinson ou
Alzheimer em seu funcionário. Da mesma forma a pressão alta, diabetes e catarata, que são doenças
típicas da terceira idade.

Com relação às doenças endêmicas, chamo a atenção para a parte final da alínea d. Um engenheiro
gaúcho que seja contratado para acompanhar determinada obra na Amazônia terá direito ao
benefício acidentário se, lá chegando, for contaminado pela malária. Outro engenheiro, residente na
região, receberia o auxílio-doença comum (previdenciário).

Existem situações que são equiparadas ao acidente do trabalho para fins de concessão de benefícios,
apesar não terem, necessariamente, uma relação direta com a atividade exercida.

São as hipóteses trazidas pelo art. 21 da lei n. 8.213/91:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
(...)
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência
de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força
maior;
12 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Percebe-se que, no local e horário de trabalho, praticamente tudo que gere a morte, perda ou
redução da capacidade laborativa poderá ser caracterizado como acidente de trabalho, ainda que
seja um caso fortuito e absurdo.

Quando o indivíduo estiver fora do local e horário de trabalho, exige-se um liame mais forte para que
o infortúnio seja equiparado ao acidente de trabalho.

Volte um pouco e leia mais uma vez as hipóteses acima, porque elas costumam cair com bastante
frequência nas provas!

De acordo com a jurisprudência, pequenos desvios (como a parada para comprar pão) não
descaracterizam o acidente de trabalho in itinere.

Vale notar que, nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas (no local do trabalho ou durante este) o empregado é considerado
no exercício do trabalho.

Por fim, a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade também caracteriza o acidente de trabalho.

Sumário
Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT...................................................................................... 15

Nexo técnico epidemiológico - NTEP ................................................................................................... 16

Fator Acidentário de Prevenção - FAP ................................................................................................. 17

Legislação pertinente ............................................................................... Erro! Indicador não definido.

Súmulas correlatas ................................................................................... Erro! Indicador não definido.

13 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

1 -Comunicação De Acidente de Trabalho ....................................................................................... 31

Jurisprudência correlata .......................................................................... Erro! Indicador não definido.

1 -Comunicação De Acidente de Trabalho - CAT.............................................................................. 33

Resumo .................................................................................................... Erro! Indicador não definido.

1 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 38

1 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 42

1 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 64

Gabarito ................................................................................................... Erro! Indicador não definido.

1 - CAT, NTEP e FAP .......................................................................................................................... 73

14 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT


Além da simples implantação do benefício, o governo precisa ser informado do acidente do trabalho
para que possa ter as estatísticas e formular as políticas necessárias para a mitigação do problema.

Desde o Decreto n. 3.724/1919, a comunicação sempre coube primordialmente às empresas. Na


omissão daquelas, outros envolvidos podem se encarregar desse ônus, como o próprio acidentado,
seus dependentes, o médico assistente ou o sindicato. O documento adequado é a Comunicação de
Acidente de Trabalho – CAT.

Eis o que diz, atualmente, a lei n. 8.213/91:

Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do


trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. (Redação dada pela
Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus
dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste
artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela
falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança,
pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A.
(Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)

Apesar do caput mencionar apenas a empresa e o empregador doméstico, lembre-se que os avulsos
e os segurados especiais também fazem jus aos benefícios acidentários.

Atenção também aos prazos de que dispõe a empresa: primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência;
ou de forma imediata, em caso de morte.

Em termos práticos, o sistema foi construído de forma que o caráter acidentário de um benefício
acabava sendo definido pela existência (ou não) da CAT. Sem ela, o auxílio-doença ou a aposentadoria
por invalidez seriam concedidos como benefícios comuns (previdenciários).

No entanto, ao emitir a CAT, muitas vezes a empresa estará reconhecendo sua própria
omissão/negligência (e chamando a atenção das autoridades para esse fato).

15 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

A multa administrativa (variável entre o mínimo e o máximo do salário-de-contribuição) nem sempre


é eficaz para estimular as empresas. A seu turno, os demais legitimados também deixam de elaborar
o documento por simples falta de conhecimento ou de interesse sobre o caso.

Como resultado, sempre tivemos índices altíssimos de subnotificação dos acidentes do trabalho, o
que prejudica o indivíduo e também a visão geral do problema por parte do governo.

Para trazer novos contornos ao tema, a legislação foi alterada em 2006 para criar uma outra forma
de estabelecimento do nexo causal. É o que veremos a seguir.

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP


A medida provisória n. 316/2006, convertida na lei n. 11.430/06, trouxe uma importante alteração
==21f93e==

na lógica do sistema.

A partir dela, passou-se a presumir a existência de nexo causal entre o trabalho e a lesão, sempre
que verificada a relação entre o ramo de atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade.

Em outras palavras, quando o segurado vier a requerer o benefício, a perícia médica do INSS deverá
verificar se há relação estatística entre a profissão exercida e a patologia apresentada.

Para esse cruzamento de dados, são utilizadas as informações da tabela CNAE – Classificação
Nacional de Atividades Econômicas e da CID-10 – Código Internacional de Doenças.

Detectado o nexo técnico epidemiológico, o benefício será concedido como acidentário, ainda que
não tenha sido emitida a correspondente CAT.

Tal sistemática implica uma inversão do ônus da prova: uma vez estabelecido o nexo técnico
epidemiológico pela perícia do INSS, caberá ao tomador de serviços demonstrar que não concorreu
para a lesão ou morte, desde que traga documentos suficientemente fortes para afastar a presunção
legal.

Dessa forma, o NTEP permite que o governo tenha dados mais precisos no que tange à quantidade
de acidentes de trabalho ocorridos, ao tempo em que também resguarda o direito dos trabalhadores.

A empresa (ou equiparados) pode requerer a não-aplicação do nexo técnico epidemiológico,


mediante recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, que terá efeito suspensivo até
o julgamento definitivo.

In verbis:

Lei n. 8.213/91

16 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de
nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a
atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade
com o que dispuser o regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº
150, de 2015)
§ 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando
demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 11.430, de 2006)
§ 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo
técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da
empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da
Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP


Para o financiamento dos benefícios por incapacidade e da aposentadoria especial, as empresas
pagam uma contribuição adicional de 1%, 2% ou 3%, como dispõe o art. 22, II, da lei n. 8.212/91.

O §3º do mesmo dispositivo estabelece que o governo, com base nas estatísticas de acidentes do
trabalho, poderá alterar o enquadramento das empresas para efeito da contribuição a que se refere
o inciso II, a fim de estimular investimentos em prevenção de acidentes.

Dando concretude a essa norma, o decreto n. 3.048/99 estabeleceu o FAP – Fator Acidentário de
Prevenção:

Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria


especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho
corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da
remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao
segurado empregado e trabalhador avulso:
I - um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do
trabalho seja considerado leve;
II - dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente
do trabalho seja considerado médio; ou
III - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente
do trabalho seja considerado grave.
(...)
Art. 202-A. As alíquotas a que se refere o caput do art. 202 serão reduzidas em até
cinquenta por cento ou aumentadas em até cem por cento em razão do desempenho
da empresa, individualizada pelo seu CNPJ em relação à sua atividade econômica, aferido
pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020).
17 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

A ideia é comparar uma empresa com outras que atuem no mesmo ramo de atividade, com relação
à gravidade, frequência e custo dos acidentes a que deu causa.

A depender do FAP atribuído à empresa, esta pagará mais ou menos contribuições previdenciárias
para o financiamento do SAT (em acréscimo de até 100% ou redução de até 50%). Com isso, o
governo consegue estimular as iniciativas empresariais voltadas à redução de acidentes.

A alíquota será estabelecida para cada empresa individualizada pelo seu CNPJ, “ou pelo grau de risco
da atividade preponderante quando houver apenas um registro” (conforme a Súmula 351 do STJ,
posteriormente incorporada ao decreto).

Seguindo a mesma lógica, quando tivermos um grupo formado por matriz e filial(is), cada empresa
(individualizada por seu CNPJ) terá um FAP específico.

Na composição do índice, são levados em conta os seguintes fatores:

Gravidade: proporção de pensões por morte, aposentadorias por invalidez, auxílios-doença e


auxílios-acidente concedidos;

Frequência: varia de forma diretamente proporcional ao número de CATs e NTEPs relacionadas à


empresa;

Custo – valor dos benefícios pagos, considerando a duração e salários-de-benefício.

Os fatores acima serão ponderados em razão da média de 50% (gravidade), 35% (frequência) e 15%
(custo).

O FAP é calculado de acordo com os dados obtidos nos últimos dois anos, atualizados anualmente.

Após a divulgação anual, a empresa possui 30 dias para apresentar recurso administrativo contra o
valor que lhe foi atribuído.

Sumário
Outros aspectos relevantes ................................................................................................................. 20

1 - Competência de julgamento ....................................................................................................... 20

2 - Prescrição .................................................................................................................................... 22

3 - Prazo de duração da pensão por morte decorrente de acidente do trabalho ........................... 22

4 - Ação regressiva acidentária ........................................................................................................ 23

Legislação pertinente ........................................................................................................................... 25


18 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

1 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 25

Súmulas correlatas ............................................................................................................................... 28

1 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 31

Jurisprudência correlata ...................................................................................................................... 31

1 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 32

Resumo da aula .................................................................................................................................... 38

1 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 38

2
Questões comentadas ......................................................................................................................... 42

1 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 42

Lista de questões ................................................................................................................................. 64

1 – Outros Aspectos Relevantes ....................................................................................................... 64

19 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

OUTROS ASPECTOS RELEVANTES

1 - COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO
A partir do que vimos na aula, podemos cogitar três situações distintas:

A ação manejada pelo trabalhador contra o INSS para que seja concedido um benefício acidentário;

A ação manejada pelo trabalhador contra o tomador de serviço para que seja concedida uma
indenização por danos morais/patrimoniais fundada na responsabilidade civil; e

A ação manejada contra o INSS para que seja revisada a renda mensal inicial, o salário-de-benefício,
1
salário-de-contribuição, etc, de benefícios derivados de acidente do trabalho.

De acordo com o art. 109, I, da CF/88, “compete aos juízes federais processar e julgar as causas em
que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho”.

Portanto, as ações contra o INSS que tenham como causa de pedir o acidente do trabalho serão
processadas na justiça comum estadual.

A seu turno, a ação manejada contra o tomador de serviços para obter indenização por danos morais
ou patrimoniais será competência da justiça especializada do trabalho, como decorre da
jurisprudência do STF cristalizada na Súmula Vinculante n. 22:

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por


danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de
mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004.

No que tange à competência para revisão de benefício derivado de acidente do trabalho, ainda se
verifica alguma oscilação na jurisprudência.

Nessa hipótese, a causa de pedir próxima não é a ocorrência de um acidente de trabalho. É, sim, o
eventual erro do INSS em processar da forma devida o benefício.

Por uma questão de uniformização dos entendimentos, entendo que a competência deveria ser da
Justiça Federal, como já decidiu o STJ no Conflito de Competência n. 119.921/2012 e também no CC
n. 139.399/2016.

Nesses precedentes (e em diversos outros), o STJ entendeu que a ação revisional de pensão por
morte derivada de acidente de trabalho é de competência da justiça federal, pois o liame entre o
pedido de revisão e o acidente do trabalho é muito fraco.

20 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

No entanto, com relação aos pedidos de revisão em que o próprio acidentado ainda está vivo, vem
prevalecendo o entendimento contrário. Como se vê no aresto abaixo, o STJ entende que a
competência será da Justiça Estadual Comum, pois a causa de pedir remota envolve a matéria
acidente do trabalho:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO NEGATIVO


DE COMPETÊNCIA INSTAURADO ENTRE JUÍZOS ESTADUAL E FEDERAL. REVISÃO DA
RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE ACIDENTE
DE TRABALHO. ART. 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SÚMULAS 501/STF E 15/STJ.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. O Parquet requer a reconsideração da decisão proferida em conflito negativo de
competência, para que seja reconhecida a competência da Justiça Federal.
2. A decisão ora agravada asseverou que o conflito negativo de competência foi
instaurado em autos de ação revisional de renda mensal inicial de aposentadoria por
f
invalidez decorrente de acidente do trabalho, apoiada na petição inicial, fixando a
competência da Justiça estadual.
3. O agravante sustenta que a causa de pedir remota não é oriunda de acidente do
trabalho. Por isso a natureza previdenciária do benefício atrairia a competência da Justiça
Federal.
4. Todavia, a decisão merece ser mantida pelos seus próprios fundamentos. Isto porque
a interpretação a ser dada à expressão causas decorrentes de acidente do trabalho é
ampla, deve compreender: (1) as causas de acidente do trabalho referidas no art. 109, I,
da Constituição, (2) a Súmula 15/STJ ("Compete à justiça estadual processar e julgar os
litígios decorrentes de acidente do trabalho"), (3) a Súmula 501/STF ("Compete à justiça
ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de
acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, suas autarquias, empresas
públicas ou sociedades de economia mista"), e, também, os pedidos de revisão delas
decorrentes.
5. Da releitura do processo, depreende-se que a causa de pedir está contida em acidente
do trabalho. Por isso a decisão deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos.
6. Agravo regimental não provido.
(STJ. Agravo Regimental no Conflito de Competência n. 135.327/2014. Rel. Min. Mauro
Campbell. Julg 24-09-2014)

Em homenagem à coerência do sistema, entendo que a solução deveria ser a mesma para ambos os
casos.

No entanto, para fins de prova, registre aí a posição do STJ:

- Revisional de benefício acidentário (próprio segurado): justiça estadual comum (interpretação


extensiva da parte final do art. 109, I, da CF/88).

- Revisional de pensão por morte decorrente de benefício acidentário: justiça federal (o liame entre
o acidente sofrido pelo segurado e a revisão pretendida pelo dependente é fraco demais para
justificar a competência da justiça estadual).

21 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

2 - PRESCRIÇÃO
O art. 104 da lei n. 8.213/91 estabelece um prazo prescricional de 05 anos para as ações movidas
contra o INSS referentes a benefícios acidentários:

Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5


(cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data:
I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada
esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou
II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o
agravamento das seqüelas do acidente.

A prescrição atinge apenas as parcelas vencidas no quinquênio que antecede o ajuizamento da ação.
O fundo de direito permanece intacto, pois não9há previsão de decadência para o ato de requerer o
benefício. Nesse sentido, vide o seguinte acórdão do STJ:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO SUPRIDA.


REJEIÇÃO. PRESCRIÇÃO. FUNDO DE DIREITO. INOCORRÊNCIA.
(...)
- Entendimento firmado por esta corte no sentido de que não há prescrição do fundo do
direito em ação acidentária. Precedentes.
- Recurso parcialmente provido.
Resp. 164.436/SP. Rel. Ministro Félix Fischer. Julg. 04-03-1999.

Com relação às ações indenizatórias (ajuizadas contra o tomador de serviço) a Súmula n. 278 do STJ
define o termo inicial na data de ciência inequívoca da incapacidade:

Súmula n. 278 do STJ


O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

O prazo prescricional também é de cinco anos, mas, aqui, ela fulmina o próprio fundo do direito
(decorrido esse prazo, o segurado não poderá mais pleitear o recebimento da indenização).

3 - PRAZO DE DURAÇÃO DA PENSÃO POR MORTE DECORRENTE


DE ACIDENTE DO TRABALHO

A origem acidentária do benefício traz uma consequência importante para a


pensão por morte dela derivada.

Nos benefícios comuns (previdenciários), a inexistência de 18 contribuições


mensais ou 02 anos de relacionamento implica que a pensão por morte terá a
duração de apenas 04 meses.

22 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

No entanto, tratando-se de benefício acidentário, essa regra de “carência” fica


dispensada, como decorre do art. 77, §2º-A da lei n. 8.213/91:

Art. 77. (...)


§ 2o O direito à percepção de cada cota individual cessará:
V - para cônjuge ou companheiro:
a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da
deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b” e
“c”;
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito)
contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em
menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado;
c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do
beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18
3
(dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento
ou da união estável: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade;
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
§ 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida na alínea “a” ou os prazos
previstos na alínea “c” [AFASTANDO, PORTANTO, OS 04 MESES PREVISTOS NA ALÍNEA
“B”!], ambas do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer
natureza ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento
de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento
ou de união estável.

4 - AÇÃO REGRESSIVA ACIDENTÁRIA


De acordo com o art. 120 da lei n. 8.213/91, o INSS deverá propor ação regressiva contra as empresas
que tiverem dado causa a acidentes do trabalho em razão de negligência quanto às normas de
segurança e higiene do trabalho:

Art. 120. A Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nos casos
de: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
I - negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas
para a proteção individual e coletiva; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

Essa hipótese de ação regressiva se funda na culpa (lato sensu) da empresa, que poderia ter evitado
o acidente, mas deixou que ele ocorresse.

23 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Nas palavras de Daniel Paulino, “o seguro acidentário, público e obrigatório, não pode servir de alvará
para que as empresas negligentes com a saúde e a própria vida do trabalhador fiquem acobertadas
de sua irresponsabilidade, sob pena de constituir-se verdadeiro e perigoso estímulo a esta prática
socialmente indesejável”.5

A doutrina e a jurisprudência entendem que a ação regressiva deve ser ajuizada não somente em
caso de negligência, mas também nos casos de dolo, imperícia ou imprudência do tomador de
serviços (culpa genérica).

De acordo com o art. 121 da lei n. 8.213/91, o pagamento das prestações de acidente do trabalho
pela Previdência Social não exclui a responsabilidade civil da empresa ou do causador do dano.

Isso significa que o INSS deve implantar o benefício de forma objetiva para garantir a ampla proteção
ao indivíduo, independentemente da análise de culpa ou dolo. Em todo caso, se houver culpa por
parte da empresa/tomador de serviço, ela poderá e responder em ação de regresso. A culpa é
requisito apenas da ação regressiva!

O pagamento da contribuição para custeio dos benefícios acidentários (contribuição SAT) também
não exime a empresa dessa responsabilidade regressiva. A empresa deve fazer todo o possível para
evitar o acidente! Seria um absurdo que essa obrigação caísse por terra pelo simples fato de já ter
sido pago um seguro público ou privado!

Tratando-se de ação movida pelo INSS contra o causador do dano, a ação tramitará na Justiça Federal
de 1º grau (autarquia federal no polo ativo).

Conforme o entendimento do STJ, a ação submete-se ao prazo prescricional de 05 anos, a contar da


data de concessão do benefício. Fica afastado o prazo trienal previsto no Código Civil para a
pretensão de reparação civil.

Tudo o que foi dito acima decorre da autorização inserta nos arts. 120 e 121 da lei n. 8.213/91, que
prevê ação regressiva do INSS em caso de omissão da empresa no que tange às normas de segurança
do trabalho.

Ocorre que existem também outras hipóteses em que a ação regressiva é cabível!

Atualmente, o INSS ajuíza ações regressivas em três situações principais:

a) Acidente de trabalho (culpa genérica da empresa);

b) Violência doméstica (Lei Maria da Penha), e

5
Revista de Previdência Social. São Paulo: LTr, n. 182, p. 16.

24 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

c) Acidente de trânsito (culpa/dolo do motorista – ex: dirigir embriagado);

Percebeu-se que o INSS frequentemente concede benefícios em razão de ato ilícito praticado por
terceiros. É o caso do motorista embriagado que mata um indivíduo e dá ensejo à pensão por morte,
ou do companheiro que aleija a esposa e ocasiona sua aposentadoria por invalidez.

Em todos esses casos, o governo utiliza a ação regressiva não apenas em busca do dinheiro, mas
também como uma ferramenta para estimular a população a agir de determinada maneira. Se a
multa de trânsito não assusta, pense em quanto você gastaria para ressarcir ao INSS o valor de uma
aposentadoria por invalidez, paga pelas próximas décadas!

Estamos nos referindo ao INSS, mas a lógica é a mesma para os regimes próprios de previdência e,
também, para o cidadão individualmente considerado. A lei n. 8.213/91 menciona algumas das
hipóteses possíveis (acidente do trabalho e violência doméstica contra a mulher), mas a ação
regressiva decorre de ato ilícito praticado por terceiros, com base no Código Civil e diversas outras
hipóteses de ajuizamento possíveis.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE

1 – ACIDENTE DE TRABALHO
 Constituição Federal de 1988

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados,
inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo
Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

 Lei n. 8.213/91

25 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de
2015)
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as
normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da
operação a executar e do produto a manipular.
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e
entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos
parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista
nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência
de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;

26 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de


trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força
maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências
do anterior.
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de
nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a
atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora
da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em
conformidade com o que dispuser o regulamento. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)
§ 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando
demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 11.430, de 2006)
§ 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo
técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da
empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da
Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

2 – OUTROS ASPECTOS RELEVANTES


Lei n. 8.213/91

Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5


(cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data:
I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada
esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou
27 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o


agravamento das seqüelas do acidente.
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo
de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação
do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Parágrafo único. O segurado reabilitado poderá ter remuneração menor do que a da
época do acidente, desde que compensada pelo valor do auxílio-acidente, referido no §
1º do art. 86 desta lei. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 119. Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de
classe, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho-
FUNDACENTRO, órgãos públicos e outros meios, serão promovidas regularmente
instrução e formação com vistas a incrementar costumes e atitudes prevencionistas em
matéria de acidente, especialmente do trabalho.
Art. 120. A Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nos casos
de: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
I - negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas
para a proteção individual e coletiva; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
II - violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de
agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 121. O pagamento de prestações pela Previdência Social em decorrência dos casos
previstos nos incisos I e II do caput do art. 120 desta Lei não exclui a responsabilidade
civil da empresa, no caso do inciso I, ou do responsável pela violência doméstica e
familiar, no caso do inciso II. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

3 -COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO


Lei n. 8.213/91

Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do


trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. (Redação dada pela
Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus
dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste
artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela
falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança,
pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.

28 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A.
(Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do
trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico,
valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.
Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos
em parte iguais. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida na alínea “a” ou os prazos
previstos na alínea “c”, ambas do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de
acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho,
independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da
comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído pela Lei
nº 13.135, de 2015)

 Decreto n. 3.048/99:

Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria


especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho
corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da
remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao
segurado empregado e trabalhador avulso:
I - um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do
trabalho seja considerado leve;
II - dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente
do trabalho seja considerado médio; ou
III - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente
do trabalho seja considerado grave.
(...)
Art. 202-A. As alíquotas a que se refere o caput do art. 202 serão reduzidas em até
cinquenta por cento ou aumentadas em até cem por cento em razão do desempenho da
empresa, individualizada pelo seu CNPJ em relação à sua atividade econômica, aferido
pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
§ 1º O FAP consiste em multiplicador variável em um intervalo contínuo de cinco décimos
a dois inteiros aplicado à respectiva alíquota, considerado o critério de truncamento na
quarta casa decimal. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 2º Para fins da redução ou da majoração a que se refere o caput, o desempenho da
empresa, individualizada pelo seu CNPJ será discriminado em relação à sua atividade
econômica, a partir da criação de índice composto pelos índices de gravidade, de
frequência e de custo que pondera os respectivos percentis. (Redação dada pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.957, de 2009)

29 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

§ 4º Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo metodologia


aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta: (Incluído
pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
I - para o índice de frequência, os registros de acidentes ou benefícios de natureza
acidentária; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
II - para o índice de gravidade, as hipóteses de auxílio por incapacidade temporária,
auxílio-acidente, aposentadoria por incapacidade permanente, pensão por morte e
morte de natureza acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em razão da
gravidade da ocorrência, da seguinte forma: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
a) pensão por morte e morte de natureza acidentária - peso de cinquenta por cento;
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
b) aposentadoria por incapacidade permanente - peso de trinta por cento; e (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
c) auxílio por incapacidade temporária e auxílio-acidente - peso de dez por cento para
cada; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária pagos ou
devidos pela previdência social. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 5º O Ministério da Economia publicará, anualmente, no Diário Oficial da União, portaria
para disponibilizar consulta ao FAP e aos róis dos percentis de frequência, gravidade e
custo por subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas. (Redação dada
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 6º O FAP produzirá efeitos tributários a partir do primeiro dia do quarto mês
subseqüente ao de sua divulgação. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
§ 7º Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada
ano, até completar o período de dois anos, a partir do qual os dados do ano inicial serão
substituídos pelos novos dados anuais incorporados. (Redação dada pelo Decreto nº
6.957, de 2009)
§ 8º O FAP será calculado a partir de 1º de janeiro do ano seguinte àquele ano em que o
estabelecimento completar dois anos de sua constituição. (Redação dada pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
§ 9º (Revogado pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência indicará a
sistemática de cálculo e a forma de aplicação de índices e critérios acessórios à
composição do índice composto do FAP. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 11. (Revogado pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 12. (Revogado pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Art. 203. A fim de estimular investimentos destinados a diminuir os riscos ambientais no
trabalho, o Ministério da Previdência e Assistência Social poderá alterar o
enquadramento de empresa que demonstre a melhoria das condições do trabalho, com
redução dos agravos à saúde do trabalhador, obtida através de investimentos em
prevenção e em sistemas gerenciais de risco.
§ 1º A alteração do enquadramento estará condicionada à inexistência de débitos em
relação às contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social e aos demais
requisitos estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.

30 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

§ 2º O Instituto Nacional do Seguro Social, com base principalmente na comunicação


prevista no art. 336, implementará sistema de controle e acompanhamento de acidentes
do trabalho.
§ 3º Verificado o descumprimento por parte da empresa dos requisitos fixados pelo
Ministério da Previdência e Assistência Social, para fins de enquadramento de que trata
o artigo anterior, o Instituto Nacional do Seguro Social procederá à notificação dos
valores devidos.

SÚMULAS CORRELATAS

1 – ACIDENTE DE TRABALHO
 Súmula Vinculante n. 22 do STF

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por


danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de
mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004.

 Súmula 501 do STF

Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias,


das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas
autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

2 – OUTROS ASPECTOS RELEVANTES


 Súmula 278 do STJ

O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o


segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

 Súmula n. 46 do TST

As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os


efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina.

3 -COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO


 Súmula n. 351 do STJ
31 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo


grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau
de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA

1 – ACIDENTE DE TRABALHO
 STJ. Acidente ocorrido durante intervalo intrajornada. Caracterização como acidente do trabalho.

ACIDENTE DO TRABALHO. FILMAGEM DE MINISSÉRIE VEICULADA EM MÍDIA TELEVISIVA.


AFOGAMENTO DE ATOR FIGURANTE EM INTERVALO INTRAJORNADA. CULPA
CONCORRENTE. DEVER DE INFORMAÇÃO E DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
DESCUMPRIDO. PENSÃO. DIREITO DE ACRESCER. AUSÊNCIA DE PEDIDO. OFENSA AOS
artigos 128 E 460 DO CPC.
(...)
2. A permissão para que o empregado, no intervalo das filmagens, ingressasse em rio,
sem a devida segurança oferecida pelo empregador e sem informação acerca da
periculosidade do local, acabou por criar um risco desnecessário, acarretando a morte da
vítima, exatamente na contramão do preceito constitucional que prevê como direito do
trabalhador a "redução dos riscos inerentes ao trabalho" (artigo 7º, inciso XXII).
3. É irrelevante o fato de o infortúnio ter ocorrido em intervalo intrajornada, dedicado às
refeições dos empregados, porquanto é dicção literal do artigo 21, § 1º, da Lei n.º
8.213/91, a equiparação a acidentes do trabalho os ocorridos "nos períodos destinados a
refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas,
no local do trabalho ou durante este".
(...)
(STJ. Resp n. 1.014.848/DF. Rel. Min Luis Felipe Salomão. 23-03-2010)

 STJ. Fixação do momento de início da incapacidade no caso das moléstias profissionais. Tema 556
dos recursos repetitivos.

Para fins de fixação do momento em que ocorre a lesão incapacitante em casos de


doença profissional ou do trabalho, deve ser observada a definição do artigo 23 da Lei
8.213/1991, segundo a qual 'considera-se como dia do acidente, no caso de doença
profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício
da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado
o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro'.

32 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

 TST. Ação indenizatória derivada de acidente do trabalho. Condenação da empresa com base na
responsabilidade objetiva. Possibilidade.

RECURSO DE REVISTA. RESONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS. VALORAÇÃO DA


PROVA.
Esta Corte tem entendido que o artigo 7º, XXVIII, da Constituição Federal, ao assegurar,
como direito indisponível do trabalhador - o seguro contra acidente do trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
dolo ou culpa - não obsta a aplicação da teoria da responsabilidade objetiva às lides
trabalhistas, mormente quando a atividade desenvolvida pelo empregador pressupõe a
existência de risco potencial à integridade física e psíquica do trabalhador e o acidente
tenha ocorrido após a entrada em vigência do novo Código Civil.
(...)
(TST. RR 152400-71.2006.5.04.0771. Rel. Min. Dora Maria da Costa. Julg. 15-12-2010)

2 -COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT


 STJ. Fator Acidentário de Prevenção – FAP. Fixação por meio de decreto. Possibilidade.

TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO-SAT. DEFINIÇÃO


REGULAMENTAR DO GRAU DE RISCO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA EMPRESA.
LEGALIDADE. ENTENDIMENTO DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(...)
2. No julgamento dos EREsp 297.215/PR, da relatoria do eminente Ministro Teori Albino
Zavascki, DJ de 12/09/2005, a Primeira Seção deste Tribunal decidiu que não há ofensa
ao princípio da legalidade tributária a definição regulamentar do grau de periculosidade
das atividades desenvolvidas pelas empresas para fins de incidência do SAT.
3. Recurso especial provido.
(STJ. REsp n. 1.065.205/SP. Rel. Min Benedito Gonçalves. Julg. 05-05-2009)

3 – OUTROS ASPECTOS RELEVANTES


 STF. Competência da Justiça Trabalhista para ações de indenização contra o tomador de serviço
decorrentes de acidente do trabalho.

33 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Numa primeira interpretação do inciso I do art. 109 da Carta de Outubro, o STF entendeu
que as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do
trabalho, ainda que movidas pelo empregado contra seu (ex-)empregador, eram da
competência da Justiça comum dos Estados-membros. Revisando a matéria, porém, o
Plenário concluiu que a Lei Republicana de 1988 conferiu tal competência à Justiça do
Trabalho. Seja porque o art. 114, já em sua redação originária, assim deixava
transparecer, seja porque aquela primeira interpretação do mencionado inciso I do art.
109 estava, em boa verdade, influenciada pela jurisprudência que se firmou na Corte sob
a égide das Constituições anteriores. Nada obstante, como imperativo de política
judiciária – haja vista o significativo número de ações que já tramitaram e ainda tramitam
nas instâncias ordinárias, bem como o relevante interesse social em causa –, o Plenário
decidiu, por maioria, que o marco temporal da competência da Justiça Trabalhista é o
advento da EC 45/2004.
[CC 7.204, rel. min. Ayres Britto, j. 29-6-2005, P, DJ de 9-12-2005]

 STJ. Competência da justiça estadual comum para julgar ação decorrente de fato equiparado a
acidente do trabalho.

PREVIDENCIÁRIO. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PENSÃO POR MORTE. ÓBITO


DECORRENTE DE ASSALTO NO LOCAL E HORÁRIO DO TRABALHO. ACIDENTE DO
TRABALHO IMPRÓPRIO OU ATÍPICO. PRESUNÇÃO LEGAL. artigo 21, II, 'A', DA LEI N.
8.213/91. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA JUSTIÇA ESTADUAL PARA O PROCESSAMENTO E
JULGAMENTO DA PRETENSÃO.
1. Conflito negativo de competência em que se examina a qual Juízo compete o
processamento e julgamento de pretensão por pensão por morte cujo óbito do
trabalhador decorreu de assalto sofrido no local e horário de trabalho.
2. O assalto sofrido pelo de cujus no local e horário de trabalho equipara-se ao acidente
do trabalho por presunção legal e o direito ao benefício decorrente do evento inesperado
e violento deve ser apreciado pelo Juízo da Justiça Estadual, nos termos do que dispõe o
artigo 109, I (parte final), da Constituição Federal combinado com o artigo 21, II, 'a', da
Lei n. 8.213/91.
3. Conflito de competência conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 3ª
Vara de Acidentes do Trabalho de São Paulo - SP.
(STJ. Conflito de Competência n. 132.034/SP. Rel. Min. Benedito Gonçalves. Julg. 28-05-
2014)

 STJ. Competência da Justiça Estadual Comum para julgar ação revisional de benefício acidentário.

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO NEGATIVO


DE COMPETÊNCIA INSTAURADO ENTRE JUÍZOS ESTADUAL E FEDERAL. REVISÃO DA
RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE ACIDENTE
DE TRABALHO. ART. 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SÚMULAS 501/STF E 15/STJ.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. O Parquet requer a reconsideração da decisão proferida em conflito negativo de
competência, para que seja reconhecida a competência da Justiça Federal.

34 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

2. A decisão ora agravada asseverou que o conflito negativo de competência foi


instaurado em autos de ação revisional de renda mensal inicial de aposentadoria por
invalidez decorrente de acidente do trabalho, apoiada na petição inicial, fixando a
competência da Justiça estadual.
3. O agravante sustenta que a causa de pedir remota não é oriunda de acidente do
trabalho. Por isso a natureza previdenciária do benefício atrairia a competência da Justiça
Federal.
4. Todavia, a decisão merece ser mantida pelos seus próprios fundamentos. Isto porque
a interpretação a ser dada à expressão causas decorrentes de acidente do trabalho é
ampla, deve compreender: (1) as causas de acidente do trabalho referidas no art. 109, I,
da Constituição, (2) a Súmula 15/STJ ("Compete à justiça estadual processar e julgar os
litígios decorrentes de acidente do trabalho"), (3) a Súmula 501/STF ("Compete à justiça
ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de
acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, suas autarquias, empresas
públicas ou sociedades de economia mista"), e, também, os pedidos de revisão delas
decorrentes.
5. Da releitura do processo, depreende-se que a causa de pedir está contida em acidente
do trabalho. Por isso a decisão deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos.
6. Agravo regimental não provido.
(STJ. Agravo Regimental no Conflito de Competência n. 135.327/2014. Rel. Min. Mauro
Campbell. Julg 24-09-2014)

 STJ. Ações regressivas previdenciárias. Prescrição.

PREVIDENCIÁRIO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO artigo 535. RAZÕES DE RECURSO QUE NÃO IMPUGNAM,
ESPECIFICAMENTE, OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ.
ACIDENTE DE TRABALHO. AÇÃO REGRESSIVA, AJUIZADA PELO INSS, CONTRA O
EMPREGADOR. PRAZO PRESCRICIONAL QUINQUENAL, POR ISONOMIA AO DECIDIDO NO
JULGAMENTO DO RECURSO ESPECIAL 1.251.993/PR, SUBMETIDO AO RITO DOS
RECURSOS REPETITIVOS. TERMO INICIAL. IMPLEMENTAÇÃO DO BENEFÍCIO. PRESCRIÇÃO
DO DIREITO DE AÇÃO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL PARCIALMENTE
CONHECIDO E, NESSA PARTE, IMPROVIDO.
(..)
II. Conforme decidido pela Primeira Seção desta Corte, "o atual e consolidado
entendimento deste Tribunal Superior sobre o tema é no sentido da aplicação do prazo
prescricional quinquenal - previsto do Decreto 20.910/32 - nas ações indenizatórias
ajuizadas contra a Fazenda Pública, em detrimento do prazo trienal contido do Código
Civil de 2002" (STJ, REsp 1.251.993/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 19/12/2012, julgado sob a sistemática do artigo 543-C do CPC
).
III. Em face do princípio da isonomia, a jurisprudência desta Corte firmou entendimento
no sentido de que, nas ações regressivas acidentárias, o prazo quinquenal é também
aplicado à Fazenda Pública, na qualidade de autora.

35 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

IV. É firme, no Superior Tribunal de Justiça, o entendimento no sentido de que "a natureza
ressarcitória de tal demanda afasta a aplicação do regime jurídico-legal previdenciário,
não se podendo, por isso, cogitar de imprescritibilidade de seu ajuizamento em face do
empregador" (STJ, AgRg no REsp 1.365.905/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 25/11/2014), atingindo a prescrição do próprio direito de ação.
V. No sentido da jurisprudência deste Tribunal, "é de cinco anos o prazo para o INSS
ajuizar ação contra o empregador tendo por objetivo o ressarcimento de despesas com
o pagamento de benefício acidentário. O termo inicial da prescrição da pretensão, por
sua vez, conta-se a partir da concessão do benefício. (...)
VI. No caso, cuida-se de ação regressiva, ajuizada pelo INSS, em desfavor de empregador,
sendo o benefício, decorrente de acidente de trabalho, concedido, ao segurado, em
23/01/2004. A ação indenizatória, contudo, somente foi ajuizada em 18/09/2009,
quando já fulminado o direito de ação, pelo decurso do prazo quinquenal.
VII. Agravo Regimental parcialmente conhecido, e, nessa parte, improvido.
(STJ. REsp n. 1.460.692. Rel. Min. Assusete Magalhães. Julg. 03-11-2015)

 STJ. Ações regressivas. Necessidade de demonstração de culpa da empresa.

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 2/STJ. AÇÃO REGRESSIVA. ARTIGO 120 DA LEI 8.213/1991.
CULPA DE EMPRESA EMPREGADORA. SÚMULA 7/STJ. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM
DO INSS. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
HONORÁRIOS DE ADVOGADO. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. ARTIGO 21 DO CPC/1973.
SÚMULA 282/STF. ALTERAÇÃO DO VALOR FIXADO PELO TRIBUNAL A QUO. SÚMULA
7/STJ. COMPENSAÇÃO DE VALORES. ARTIGO 884 DO CC. DESCABIMENTO. JULGAMENTO
EXTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
(...)
3. No que toca à legitimidade ativa ad causam do INSS, para ajuizamento da ação
regressiva, conforme asseverado na decisão agravada, a jurisprudência do STJ possui
entendimento no sentido de que a legitimidade para propositura da ação regressiva
previdenciária demanda a comprovação de que a conduta culposa da empresa tenha
gerado dano ao segurado. No caso, o Tribunal a quo foi conclusivo ao imputar à empresa
empregadora, ora agravante, a conduta omissiva culposa que gerou lesão incapacitante
ao seu empregado.
4. A decisão, quanto à insurgência relativa à violação do artigo 21 do CPC/1973, pautou-
se na falta do prequestionamento. Asseverou-se que a sucumbência recíproca não foi
objeto de debate pelo acórdão a quo, tampouco foram interpostos embargos de
declaração para provocar o pronunciamento do Tribunal de origem acerca dessa matéria.
Embora a parte embargante tenha afirmado na peça de agravo regimental, que opôs
embargos de declaração perante o Tribunal a quo, para tal fim, fato é que os embargos
de declaração tiveram como objeto julgamento extra petita e possibilidade de
compensação. A sucumbência recíproca não foi abrangida pelo referido recurso.
Mantém-se, portanto, quanto ao ponto, o óbice da Súmula 282/STF.

36 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

5. No que toca ao valor dos honorários de advogado, a decisão agravada observou a


assente jurisprudência do STJ de que a revisão dos honorários advocatícios fixados pelas
instâncias ordinárias somente é admissível em situações excepcionais, quando o valor
revelar-se manifestamente irrisório ou excessivo; caso contrário, dada a necessidade de
ponderação de aspectos fático-probatórios, o recurso especial é obstaculizado pela
incidência da Súmula 7/STJ.
6. Acerca do tema relativo à ocorrência ou não de julgamento extra petita, aplicou-se a
jurisprudência do STJ firme no sentido de que não ocorre julgamento extra petita quando
o magistrado adota solução que está implícita no pedido deduzido em juízo.
7. Agravo regimental não provido.
(STJ. REsp 1.389.156. Rel. Min. Mauro Campbell. Julg. 13-09-2016)

 STJ. Ações regressivas. Exoneração da responsabilidade ante o recolhimento da contribuição SAT.


Impossibilidade.

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO -


SAT. artigo 22 DA LEI 8.212/91. ACIDENTE DO TRABALHO. AÇÃO DE REGRESSO MOVIDA
PELO INSS CONTRA EMPREGADOR RESPONSÁVEL PELO ACIDENTE DO TRABALHO. artigo
120 DA LEI 8.213/91. EMBARGOS ACOLHIDOS SEM EFEITOS INFRINGENTES.
1. O direito de regresso do INSS é assegurado no artigo 120 da Lei 8.213/1991 que
autoriza o ajuizamento de ação regressiva em face da empresa empregadora que, por
negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para
a proteção individual e coletiva, causou o acidente do trabalho.
2. O Seguro de Acidente de Trabalho - SAT, previsto no artigo 22 da Lei 8.212/91, refere-
se a contribuição previdenciária feita pela empresa para o custeio da Previdência Social
relacionado aos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
de trabalho decorrentes dos riscos ambientais do trabalho.
3. Da leitura conjunta dos artigos 22 da Lei 8.212/91 e 120 da Lei 8.213/91 conclui-se que
o recolhimento do Seguro de Acidente de Trabalho - SAT não exclui a responsabilidade
da empresa nos casos de acidente do trabalho decorrentes de culpa por inobservância
das normas de segurança e higiene do trabalho.
4. Tendo o Tribunal de origem asseverado expressamente que os embargante foram
negligentes com relação "às suas obrigações de fiscalizar o uso de equipamento de
proteção em seus empregados, caracterizando claramente a culpa in vigilando", resta
configurada a legalidade da cobrança efetuada pelo INSS por intermédio de ação
regressiva.
5. Embargos de declaração acolhidos, sem efeitos infringentes para, tão-somente,
esclarecer que o recolhimento do Seguro de Acidente do Trabalho - SAT não impede a
cobrança pelo INSS, por intermédio de ação regressiva, dos benefícios pagos ao segurado
nos casos de acidente do trabalho decorrentes de culpa da empresa por inobservância
das normas de segurança e higiene do trabalho.
(STJ. EDcl no AgRg no EDcl em Resp n. 973.379. Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira -
convocada. Julg. 06-06-2013)

37 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

RESUMO DA AULA

1 – ACIDENTE DE TRABALHO
CF/88, art. 7º, XXVIII → seguro a cargo do empregador (obrigatório e estatal, com responsabilidade
objetiva), sem excluir a indenização adicional devida em caso de culpa ou dolo.

CF/88, art. 201, §10 → cobertura do acidente do trabalho atendida pelo RGPS (risco social -
preponderante) e pelo setor privado (risco profissional).

Acidente → fato inesperado, abrupto, violento.

Doença → paulatino e progressivo.

Acidente do trabalho:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11
desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada pela
Lei Complementar nº 150, de 2015)

CF/88, art. 7º, XXXIV → direitos dos empregados são extensíveis aos avulsos.

Contribuintes individuais e facultativos não recebem benefícios acidentários!

Benefícios acidentários:

- Estabilidade provisória de 12 meses.

- Depósito do FGTS.

- Dispensa a carência.

RMI, valor e reajustamento idêntico aos benefícios comuns, salvo no caso da aposentadoria por
incapacidade (pós EC 103/19).

38 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Moléstias profissionais:

Nexo de
Doença Típica da
causalidade
profissional profissão
presumido

Forma de
Doença do Nexo deve ser
exercer a
trabalho comprovado
atividade

Dia do início do direito:

- Data da segregação compulsória

- Data de início da incapacidade (se for possível apurar)

- Data de diagnóstico

Concausas → enquadram como benefício acidentário.

Evento externo suficiente para gerar a incapacidade → não enquadra como acidentário.

Acidente no curso de reabilitação profissional → considera agravamento do acidente anterior (se era
acidentário, continua como acidentário).

Não são consideradas doença do trabalho:

- doenças degenerativas.

- doenças inerentes ao grupo etário.

- doença endêmica da região (salvo se o trabalhador foi exposto ao risco em razão do trabalho).

- doenças que não produzam incapacidade.

Situações equiparadas ao acidente do trabalho:

- No local e horário do trabalho → tudo (inclusive incêndios, terrorismo, casos fortuitos).

- Fora do local e horário do trabalho → se tiver relação com o trabalho (viagem a serviço,
deslocamento casa/trabalho, prestação espontânea).

2 - CAT, NTEP E FAP


Obrigação da empresa (fins estatísticos e tributários). Subsidiariamente:
39 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

- acidentado.

- dependentes.

- sindicato.

- médico assistente.

- qualquer autoridade pública.

Prazos:

- primeiro dia útil seguinte.

- imediato (óbito).

Multa variável entre o mínimo e o máximo do salário-de-contribuição (só é aplicável à empresa).

Nexo técnico epidemiológico – NTEP

Para combater a subnotificação da CAT, os médicos-peritos do INSS podem estabelecer o nexo causal
entre doença e atividade a partir de dados estatísticos (CNAE – CID-10).

Inversão do ônus da prova (presunção de legalidade do ato administrativo).

Recurso da empresa/empregador doméstico ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

Fator Acidentário de Prevenção – FAP

Contribuição ao SAT: 1%, 2% ou 3%.

Lei n. 8.212/91, art. 22, §3º: com base nas estatísticas de acidentes do trabalho, o governo poderá
alterar o enquadramento das empresas para efeito da contribuição ao SAT, a fim de estimular
investimentos em prevenção de acidentes.

Regulamentação pelo decreto n. 3.048/99 (STJ já considerou válido):

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão reduzidas em até cinquenta
por cento ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação
à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (Incluído pelo Decreto
n. 6.042, de 2007).

Composição do FAP:

- 50% gravidade (proporção de pensões por morte, aposentadorias por invalidez, auxílios-doença e
auxílios-acidente concedidos).

- 35% frequência (número de CATs e NTEPs relacionados à empresa).

40 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

- 15% custo (duração e valor dos benefícios concedidos).

Calculado de acordo com os dados obtidos nos últimos dois anos, atualizados anualmente.

Após a divulgação, 30 dias para apresentar recurso administrativo contra o valor atribuído à empresa.

Havendo matriz e filial, cada empresa receberá um FAP específico (individualizada pelo CNPJ).

3 – OUTROS ASPECTOS RELEVANTES


Competência para julgamento

Ação contra o INSS para obter benefício acidentário:

- Justiça comum estadual (parte final do art. 109, I, da CF/88).

Ação contra o tomador de serviço para obter indenização:

- Justiça trabalhista (Súmula Vinculante n. 22 do STF).

Ação contra o INSS para revisão de benefício derivado de acidente do trabalho:

- Justiça comum estadual (jurisprudência ainda oscila, mas parece apontar nesse sentido)

Prescrição

Ação movida contra o INSS para obter benefício acidentário:

- 05 anos, contados do acidente ou do diagnóstico da incapacidade.

- Fundo de direito permanece intacto (não há decadência para o requerimento do benefício).

Ação indenizatória movida contra o tomador do serviço na Justiça do Trabalho:

- 05 anos, contados na ciência inequívoca da incapacidade (Sum. 278/STJ).

- Decorrido o prazo, fica fulminado o fundo de direito (não pode mais ajuizar).

Ação regressiva acidentária

Culpa ou dolo do empregador na observância das regras de higiene e segurança do trabalho.

O pagamento da contribuição SAT não exime a empresa da responsabilidade.

Competência da justiça federal de 1º grau.

Prazo prescricional de 05 anos, a contar da data de concessão do benefício (jurisprudência do STJ).

41 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

QUESTÕES COMENTADAS

1 – ACIDENTE DE TRABALHO
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE) - 2019
A respeito de acidente de trabalho e seus efeitos previdenciários, de contagem recíproca de tempo
de contribuição e de previdência complementar, julgue o item a seguir.
Acidente de trânsito sofrido pelo segurado quando do percurso compreendido entre a sua residência
e o seu local de trabalho, ainda que envolva veículo particular do segurado, é considerado acidente
de trabalho para efeito de concessão de benefício previdenciário.

Comentários

A assertiva está correta. Decorre da literalidade do art. 21, IV, “d”, da lei n. 8.213/91:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
(...)
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
(...)
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Vale registrar que, na CLT, o percurso entre a residência e o trabalho deixou de ser considerado
tempo à disposição do empregador em 2017. Assim, o período in itinere deixou de ensejar o
pagamento de horas extras, por exemplo, mas continua enquadrado como “acidente de trabalho”
perante a legislação previdenciária. O governo tentou acabar com essa discrepância por meio da MP
905/19 (revogando a alínea “d” acima transcrita), mas a MP não foi convertida em lei.

VUNESP/IPSM – Procurador - 2018


Equipara-se ao acidente do trabalho
a) a doença profissional, assim entendida aquela desencadeada ao longo da vida do trabalhador.
b) a doença profissional, assim entendida aquela adquirida ou desencadeada em função das
condições especiais em que o trabalho é realizado.
c) a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade.
d) a doença endêmica adquirida pelo segurado habitante de região em que ela se desenvolva.
e) o acidente no percurso do local de trabalho até a residência do empregado, desde que realizado
em transporte público regular.

42 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Comentários

a) Falso. O art. 20 da lei n. 8.213/91 define doença profissional como a “produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”.

b) Falso. A assertiva traz a descrição literal da doença do trabalho, conforme o art. 20, II, da lei n.
8.213/91.

c) Correto. Art. 21, III, da lei n. 8.213/91.

d) Falso. A doença endêmica só é equiparada ao acidente do trabalho se o indivíduo tiver sido exposto
a ela em razão do trabalho. Art. 20, §1º, “d” da lei n. 8.213/91.

e) Falso. O acidente ocorrido no percurso entre a residência e o trabalho é equiparado ao acidente


de trabalho, para fins previdenciários, independente do meio de locomoção utilizado. Art. 21, IV, “d”
da lei n. 8.213/91.

CESPE – EBSERH - Técnico em Segurança do Trabalho 2018


Considerando os conceitos, as causas e consequências dos acidentes de trabalho e das doenças
ocupacionais e profissionais, bem como da psicologia do trabalho, julgue o item que se segue.
Legalmente, acidente do trabalho se configura como o acidente que ocorre no exercício do trabalho
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause perda ou
redução da capacidade de trabalho, temporária ou permanente, ou ainda a morte.

Comentários

De acordo com o art. 19 da Lei n. lei n. 8.213/91/91:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

A banca considerou a assertiva correta. Talvez merecesse alteração de gabarito, pois a da lei inclui
também o empregador doméstico no conceito.

IBADE/IPERON–RO - Analista em Previdência – Auditor - 2017


Nos termos da legislação previdenciária, é considerada uma doença do trabalho a:
a) que não produza incapacidade laborativa.
b) degenerativa.
c) Endêmica, adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
43 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

d) produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e


constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
e) inerente a grupo etário.

Comentários

Essa questão poderia ter sido anulada pela banca examinadora, mas serve de alerta.

Com a exceção da letra D, todas as alternativas estão descritas no art. 20, §1º, da lei n. 8.213/91
como hipóteses que não se equiparam ao acidente de trabalho:

Art. 20. (...)


§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

A seu turno, a alternativa D se equipara ao acidente de trabalho e foi a resposta indicada como
correta.

No entanto, de forma mais técnica, a redação corresponde à doença profissional (art. 20, I) e não à
doença do trabalho exigida pelo comando da questão (art. 20, II).

O examinador utilizou o termo “doença do trabalho” de forma genérica e imprecisa, algo que,
infelizmente, ocorre com alguma frequência. Sem dúvida alguma caberia um recurso, mas não vá
ficar procurando “pelo em ovo” quando as outras alternativas estiverem nitidamente incorretas.

Gabarito definitivo: letra D.

CESPE/ TRF - 5ª REGIÃO Juiz Federal Substituto 2017 Adaptada


Com relação a acidente de trabalho, julgue o item a seguir.
Para efeito de concessão de aposentadoria por invalidez equipara-se a acidente de trabalho aquele
acidente sofrido pelo empregado no local de trabalho, por ocasião da satisfação das suas
necessidades fisiológicas.

Comentários

O art. 21 da Lei n. 8.213/91 trata dos acidentes equiparados ao acidente de trabalho, dispondo o
seguinte no § 1º:

Lei 8.213/91.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
(...)
44 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de


outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

Questão correta, portanto.

CESPE/ TRF - 5ª REGIÃO Juiz Federal Substituto 2017 Adaptada


Julgue o item a seguir:
Independe de carência a concessão de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente sofrido
pelo empregado segurado no percurso entre o local de trabalho e a sua residência.

Comentários

Vejamos o que diz a Lei n. 8.213/91:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
(..)
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
(...)
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Já estudamos o art. 26 da mesma lei:

Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:


II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social,
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado;

Portanto, a assertiva está correta.

FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto - 2017


O Regime Geral de Previdência Social disciplina situações e institui benefícios devidos e pagos aos
segurados trabalhadores urbanos, dentre eles os relativos aos acidentes de trabalho. Nesse contexto,
conforme regras insculpidas na Lei n° 8.213/1991,
a) o acidente sofrido pelo empregado segurado fora do local e horário de trabalho, quando estava
prestando espontaneamente um serviço à empresa para lhe proporcionar proveito, não se equipara
a acidente de trabalho.

45 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

b) o dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, será considerado como sendo a
data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que
ocorrer primeiro.
c) o rol de entidades mórbidas que a lei considera como acidente de trabalho é taxativo, incluindo a
doença profissional e a doença do trabalho, razão pela qual a Previdência Social não deve considerar
acidente do trabalho a doença não incluída nessa relação ainda que tenha resultado das condições
especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente.
d) a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior, será considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho.
e) o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado equipara-se ao acidente do trabalho, o que não ocorre
quando ocasionar apenas redução da sua capacidade para o trabalho, porque esta hipótese não será
considerada como concausa.

Comentários

A – Falso, pois esta hipótese equipara-se ao acidente de trabalho, conforme texto do art. 21, IV, “b”
da Lei n. 8.213/91:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;

B – Correto. Transcrição do art. 23 da Lei n. 8.213/91:

Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do


trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico,
valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

C – Falso. O rol trazido na norma é exemplificativo e poderá ser alargado se demonstrado, no caso
concreto, o nexo causal entre lesão e trabalho. É o que dispõe o art. 20, §2º, da Lei n. 8.213/91:

Art. 20, §2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação
prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho
é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho.

D – Falso. Se o acidente era comum e progrediu para algo mais grave, ele mantém a característica de
acidente comum. Se era acidentário, mantém a característica de acidentário. Art. 21, §2º, da lei n.
8.213/91:

Art. 21. (...)

46 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,


resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências
do anterior.

E – Falso. O acidente ligado ao trabalho que contribua para a redução da capacidade do trabalhador
também se equipara ao acidente de trabalho, o que torna a letra “e” errada:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;

Portanto, a única resposta correta está na alternativa B.

TRT - 16ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto – 2015 - ADAPTADA


Considerando a afirmação abaixo, julgue-a:
Equipara-se a acidente de trabalho, para efeitos da Lei de Benefícios da Previdência Social, o acidente
sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho em consequência de: 1) ato de agressão,
sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; 2) ofensa física
intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; 3) ato de
imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; 4) ato de
pessoa privada do uso da razão; 5) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior.

Comentários

De acordo com o art. 21 da Lei n. 8.213/91:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
(...)
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência
de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força
maior;

A questão repete os exatos termos do artigo transcrito. Portanto, a assertiva está correta.

47 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

TRT - 2ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto - 2015


O Regime Geral de Previdência Social compreende prestações devidas em razão de eventos
decorrentes de acidente do trabalho. À luz da legislação vigente, aponte a alternativa INCORRETA.
a) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.
b) Será considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de
acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
c) A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador; devendo prestar informações pormenorizadas sobre os riscos
da operação a executar e do produto a manipular.
d) Considera-se acidente do trabalho a doença profissional, assim entendida a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação ministerial competente.
e) Equipara-se ao acidente do trabalho aquele sofrido pelo segurado, fora do local e horário de
trabalho, em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta dentro
de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, em veículo de propriedade do segurado.

Comentários

A alternativa incorreta é a letra B, pois contraria o disposto no art. 21, § 2º, da Lei n. 8.213/91,
segundo o qual “Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior”.

Gabarito: letra B.

TRT - 8ª Região - Juiz do Trabalho Substituto – 2015 – ADAPTADA


Julgue o item abaixo:
Equipara-se também ao acidente do trabalho, para os efeitos da Lei n. 8.213/91, o acidente ocorrido
no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquele, qualquer que seja o meio
de locomoção, exceto veículo de propriedade do segurado.

Comentários

A assertiva está errada, pois o art. 21, IV, “d”, da lei n. 8.213/91 estabelece o seguinte:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Gabarito: errado.

48 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

BANPARÁ – Advogado - 2017


No que diz respeito ao acidente do trabalho, assinale a alternativa CORRETA:
a) É considerada doença do trabalho a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região
em que ela se desenvolva, quando comprovado que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
b) É considerada doença do trabalho a doença degenerativa.
c) Doença profissional é a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e que com ele se relacionem diretamente.
d) Equipara-se ao acidente do trabalho o ocorrido nas imediações do local em que o trabalho é
prestado, desde que duas horas antes ou depois do horário da prestação de serviços.

Comentários

a) Sobre a letra “a”, vejamos o art. 20, II, §1º, alínea “d”:

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:


(...)
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

Ou seja, a princípio, a doença endêmica de determinada região não será considerada doença do
trabalho, a não ser que reste comprovada a relação com a atividade exercida.

b) Assertiva errada, pois as doenças degenerativas não são consideradas doenças do trabalho,
consoante art. 20, §1º, a da Lei n. 8.213/91.

c) O enunciado está equivocado, pois prevê conceito correspondente à doença do trabalho (art. 20,
II, Lei n. 8.213/91).

Art. 20.Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes


entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

d) A assertiva parece tentar abordar o “acidente de trajeto”, que é equiparado ao acidente de


trabalho em razão do entendimento de que, no percurso da residência para o trabalho, ou vice-versa,
entende-se que o trabalhador está à disposição do empregador. No entanto, a lei não impõe
expressamente limitação de horário, como o faz a questão. O tempo do percurso deve ser
proporcional à distância percorrida pelo empregado.

49 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
(...)
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Portanto, a resposta correta é a letra A.

FCC - TRT - 6ª Região - Prova: Juiz do Trabalho Substituto - 2015


O Brasil, atualmente, tem números expressivos de acidentes de trabalho, motivados pelo
descumprimento de normas de ordem públicas relacionadas à saúde, medicina e segurança no
trabalho, bem como, em alguns casos, pela própria negligência do trabalhador que descumpre
ditamos legais e empresariais. No tocante ao tema, considere:
I. Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho.
II. Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho.
III. Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos da legislação previdenciária, em regra,
o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência dos
acontecimentos indicados em
a) I, II e III.
b) III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.

Comentários

A questão aborda conhecimento da lei, mais especificamente as alíneas do inciso IV do art. 21 da Lei
n. 8.213/91:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência
de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força
maior;
50 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Todas as assertivas estão corretas. A resposta está na letra A.

CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 – ADAPTADA


Julgue o item a seguir, relativo a acidente do trabalho.
A cobertura do risco de acidente do trabalho será atendida concorrentemente pelo RGPS e pelo setor
privado.

Comentários

Assertiva correta. A assertiva trata do art. 201, §10 da Constituição Federal, que tinha a seguinte
redação antes da EC 103/19:

Art. 201 § 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado

Atualmente, o dispositivo informa que “Lei complementar poderá disciplinara cobertura de


benefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado”. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 - ADAPTADA


Equipara-se a acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado na prestação espontânea de
qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo o proporcionar proveito, ainda que fora do local
e horário de trabalho.

Comentários

Vejamos o art. 21 da Lei n. 8.213/91, IV, b:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
(...)
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;

Gabarito: Certo.

CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 - ADAPTADA


Julgue o item a seguir.

51 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

A doença adquirida em função de condições especiais em que o trabalho seja realizado será
considerada acidente do trabalho ainda que não produza incapacidade laborativa.

Comentários

De acordo com o art. 20, §1º, alínea “c” da Lei n. 8.213/91, deve haver incapacidade laborativa. Se o
acidente não produziu incapacidade para o trabalho, não se considera existente o acidente de
trabalho:

Art. 20, §1º (Lei 8.213) - Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente ao grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

Portanto, a assertiva está errada.

CESPE - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - 2017


Amanda foi agredida fisicamente, na loja onde trabalha e em horário de expediente, por cliente da
empregadora. Roberto caiu de escada enquanto prestava espontaneamente serviço à empresa, para
lhe evitar prejuízo. Tanto Amanda quanto Roberto sofreram lesões que os levaram ao afastamento
do trabalho por trinta dias.
Considerando-se o disposto na Lei n.º 8.213/1991, nessa situação hipotética
a) nem Amanda nem Roberto sofreram acidente de trabalho por equiparação.
b) somente Amanda sofreu acidente de trabalho por equiparação.
c) Amanda e Roberto sofreram acidente de trabalho por equiparação.
d) somente Roberto sofreu acidente de trabalho por equiparação.

Comentários

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência
de:
ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;

Gabarito: letra C.

52 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

CESPE - INSS -Técnico do Seguro Social - 2016


Com base no disposto na Lei n. 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência social
e dá outras providências, julgue o item seguinte.
Não é considerada doença do trabalho a doença endêmica adquirida por segurado habitante de
região em que ela se desenvolva, mesmo que essa doença seja resultante de contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

Comentários

A princípio, a doença endêmica de determinada região não será considerada doença do trabalho, a
não ser que reste comprovada a relação com a atividade exercida. No caso, a questão está errada,
porque, se a doença é resultante da natureza do trabalho, deve ser considerada como doença do
trabalho nos termos do artigo abaixo:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:
(...)
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
(...)
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

Gabarito: errado.

Banca: IADES- Ceitec S.A - Analista Administrativo e Operacional – Advogado - 2016


Assinale a alternativa que corresponde a uma hipótese de equiparação ao acidente de trabalho, nos
termos expressamente contidos na Lei nº 8.213/1991, que dispõe acerca dos Planos de Benefícios da
Previdência Social e dá outras providências.
a) Doença degenerativa.
b) Acidente ligado ao trabalho, que haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para
redução ou perda da respectiva capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
médica para a própria recuperação, mas desde que, nesse caso, tenha sido a sua causa única.
c) Doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou do contato direto ou indireto determinado pela
natureza do trabalho.
d) Acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de ofensa física
ou psicológica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho.
e) Doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício da respectiva
atividade.

53 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Comentários

Vejamos o art. 21, da Lei n. 8.213/91:

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
(...)
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;

Portanto, letra E é a resposta.

FCC –MANAUSPREV - Procurador Autárquico - 2015


Diana sofreu um acidente ligado a seu trabalho que, embora não tenha sido a causa única, produziu
lesão que exige atenção médica para sua recuperação. Zeus sofreu acidente no local e horário de
trabalho em consequência de inundação. Hermes sofreu acidente fora do local e horário de trabalho
em viagem a serviço da empresa. Helena foi acometida de doença proveniente de contaminação
acidental no exercício de sua atividade. Equiparam-se a acidente de trabalho para efeitos da Lei
Previdenciária de
a) apenas os casos de Diana e de Helena.
b) apenas o caso de Zeus.
c) apenas os casos de Diana e de Hermes
d) todos os quatro casos.
e) apenas os casos de Hermes, de Zeus e de Helena.

Comentários

Vamos analisar um por um:

Diana – as concausas admitem o enquadramento como acidente do trabalho, como se vê no art. 21,
I, da lei n. 8.213/91 (“Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o
acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente
para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido
lesão que exija atenção médica para a sua recuperação”).

Zeus – praticamente tudo o que ocorre no local e horário de trabalho e implique


morte/redução/perda da capacidade laborativa será enquadrada como acidente de trabalho. A
inundação está expressamente prevista no art. 21, II, e, da lei n. 8.213/91.

Hermes – quando o indivíduo está fora do local e horário do trabalho, o acidente de trabalho será
caracterizado se houver um liame mais forte, como é o caso da viagem a serviço (prevista no art. 21,
III, c, da lei n. 8.213/91).

Helena – a contaminação acidental caracteriza acidente de trabalho, como se vê no art. 21, III, da lei
n. 8.213/91.

54 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Portanto, todos os quatro casos se enquadram como acidente do trabalho. A resposta correta está
na alternativa D.

CESPE – AGU - Procurador Federal - 2013


Considerando os termos das Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991, bem como o que dispõem a LOAS
e o Estatuto do Idoso, julgue os próximos itens.
Caso um segurado do RGPS, no local e no horário do trabalho, seja vítima de acidente em
consequência de ato de terrorismo praticado por terceiro, tal fato não se equiparará a acidente do
trabalho.

Comentários

Atenção ao enunciado. A questão traz uma negativação que a torna incorreta.

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência
de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;

Gabarito: errado.

CESPE – DPE - Defensor Público - 2013


Julgue os itens a seguir, relativos à seguridade social e a acidente do trabalho.
De acordo com a Lei n. 8.213/1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da previdência social,
equipara-se ao acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado do RGPS no local e no horário
do trabalho, em consequência de ato de agressão praticado por terceiro.

Comentários

Correto. No horário e local de trabalho, praticamente todas as lesões sofridas se equiparam ao


acidente de trabalho, inclusive em caso de agressão praticada por terceiro.

CESPE - DPE-ES - Defensor Público - 2012


No caso de empregada de determinada empresa morrer, em seu local de trabalho, em decorrência
de queimaduras sofridas durante um incêndio ocorrido no seu horário de trabalho, a empresa será
obrigada a comunicar o acidente à previdência social até o 1o dia útil seguinte ao da ocorrência, ainda
que o incêndio não tenha sido intencional.

Comentários

Falso. Em caso de óbito, a comunicação deve ser realizada de imediato, conforme o art. 22 da lei n.
8.213/91:

55 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do


trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. (LC 150/2015)

Gabarito: Errado.

FCC - TRT - 11ª Região - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017


De acordo com o entendimento Sumulado do TST, as faltas ou ausências decorrentes de acidente do
trabalho
a) são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina.
b) não são consideradas para os efeitos de duração de férias, mas são consideradas para o cálculo da
gratificação natalina.
c) não são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina.
d) são consideradas para os efeitos de duração de férias, mas não são consideradas para o cálculo da
gratificação natalina.
e) são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina de forma
reduzida, limitando-se a quinze dias.

Comentários

Súmula n. 46 do TST: “As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são
consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina”.

Gabarito: Letra C.

2 - CAT, NTEP E FAP


TRT - 14ª Região - Juiz do Trabalho – 2013 – ADAPTADA
No que diz respeito ao acidente de trabalho, julgue o item.
A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá
recurso sem efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência
Social.

Comentários

Gabarito: errado, pois o recurso para o Conselho possui efeito suspensivo. Art. 21-A, §2º, da lei n.
8.213/91:

Art. 21-A (...)

56 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

§ 2º A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo


técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da
empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da
Previdência Social.

CESPE - AGU -Procurador Federal – 2010


A alíquota da contribuição para o SAT deve corresponder ao grau de risco da atividade desenvolvida
em cada estabelecimento da empresa, individualizado por seu CNPJ. Possuindo esta um único CNPJ,
a alíquota da referida exação deve corresponder à atividade preponderante por ela desempenhada.

Comentários

Questão atual apesar do ano (2010). Cuida-se de transcrição literal da súmula n. 351 do Superior
Tribunal de Justiça:

SÚMULA N. 351
A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo
grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau
de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.

A assertiva está correta.

MPT - Procurador do Trabalho – 2012 - ADAPTADA


Julgue o item abaixo:
O fator acidentário de prevenção (FAP) é calculado considerando a frequência de acidentes do
trabalho na empresa, a sua gravidade e o seu custo para a seguridade social.

Comentários

Correto. Na composição do índice FAP, são levados em conta os seguintes fatores:

a) Gravidade: proporção de pensões por morte, aposentadorias por invalidez, auxílios-doença e


auxílios-acidente concedidos.

b) Frequência: varia de forma diretamente proporcional ao número de CATs e NTEPs


relacionadas à empresa.

c) Custo – valor dos benefícios pagos, considerando a duração e salários-de-benefício.

TRT - 8ª Região - Juiz do Trabalho Substituto – 2015 – ADAPTADA


Julgue o item a seguir:
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de
multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

57 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Comentários

O item está correto, pois repete a literalidade do art. 22, com a redação que lhe foi dada pela LC
150/2015:

Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do


trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

Gabarito: correto.

FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto – 2017 - ADAPTADA


Havendo omissão da empresa ou do empregador doméstico, a comunicação do acidente poderá ser
feita pelo próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical, o médico que o atendeu ou
qualquer autoridade pública, caso em que o prazo previsto ao empregador será prorrogado por mais
um dia útil.

Comentários

Ao contrário do que afirmado na parte final da questão, não há previsão de prorrogação de prazo
para a empresa, quando os outros legitimados apresentam a CAT.

O prazo (e a multa por seu descumprimento) não se aplica aos legitimados subsidiários, pois quem
tem a obrigação de apresentar a CAT é justamente a empresa.

Quando essa é omissa e algum dos outros legitimados apresenta o documento, a multa incidirá
normalmente, sem que haja previsão de prorrogação de prazo:

Lei n. 8.213:
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do
trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
(...)
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste
artigo.

Gabarito: Errada

58 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto – 2017 – ADAPTADA


A Empresa, no primeiro dia útil seguinte ao de sua ocorrência, e o empregador doméstico, em até
cinco dias da ocorrência, tem o dever de comunicar à Previdência Social de todo e qualquer acidente
de trabalho por meio de emissão da CAT, independentemente do resultado que o infortúnio
ocasione.

Comentários

Falso. O prazo é idêntico para empresas e empregadores domésticos (bem como para os órgãos
gestores de mão-de-obra). Ademais, em caso de óbito, a CAT deveria ser apresentada de imediato,
como vemos no art. da Lei n. 8.213/91:

Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do


trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

TRT - 21ª Região - Juiz do Trabalho Substituto – 2015


Analise as assertivas abaixo e, a seguir, assinale a opção correta:
I – Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
II – Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do
início da incapacidade laboral para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação
compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo, para este efeito, o que ocorrer
primeiro.
III – O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação
das lesões decorrentes meramente de acidente de trabalho típico, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
IV – Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento de mais de um auxílio-
acidente.
V – A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social considerará caracterizada a natureza
acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o
trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico
e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de
Doenças.
a) todas as assertivas estão corretas;
b) apenas as assertivas I, II e V estão corretas;
c) apenas as assertivas III e V estão corretas;
d) apenas as assertivas I, II, IV e V estão corretas;
e) apenas a assertiva V está correta.
59 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Comentários

I – Correto. Literalidade do art. 19, § 2º da Lei n. 8.213/91:

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as


normas de segurança e higiene do trabalho.

II – Correto. Corresponde ao disposto no art. 23 da lei n. 8.213/91:

Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do


trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico,
valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

III – Falso. O auxílio-acidente será devido quando resultar sequela de acidente de qualquer natureza,
como se vê no art. 86 da 8.213/91:

Art. 86 - O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após


a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem
sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia.

IV – Correto. Mais um item que fala sobre o auxílio-acidente. A assertiva se embasa no art. 124, V,
da Lei n. 8.213/91:

Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos
seguintes benefícios da Previdência Social:
(...)
V - mais de um auxílio-acidente;

V – Correto. É a transcrição do art. 21-A da Lei 8.213/1991:

Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de
nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a
atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade
com o que dispuser o regulamento.

Gabarito: Como todas as assertivas estão corretas, exceto o item III, a resposta da questão está na
letra D.

60 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

3 – OUTROS ASPECTOS RELEVANTES


Competência, prescrição e ação regressiva acidentária

VUNESP/PauliPrev-SP – Procurador Autárquico - 2018


Considere a seguinte situação hipotética e indique a alternativa que está de acordo com o recente
entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
Joana, segurada da PauliPrev, foi assassinada pelo seu ex-marido, José, no ambiente de trabalho. Na
ocasião, Joana não dispunha de equipamento de proteção pessoal. Em razão da morte da segurada,
a PauliPrev teve que pagar benefício previdenciário aos filhos/dependentes de Joana, pois restou
comprovada a relação de dependência e as contribuições previdenciárias recolhidas pela vítima ao
longo de anos. A PauliPrev deseja ajuizar ação regressiva previdenciária contra José para obter o
ressarcimento de valores pagos a título de pensão por morte aos filhos de Joana, vítima de homicídio
praticado por José. Você, na condição de procurador autárquico da PauliPrev, deve afirmar que
a) a PauliPrev não possui legitimidade e interesse para postular o ressarcimento de despesas
decorrentes da concessão de benefício previdenciário aos dependentes de segurado, vítima de
assassinato, pois já que recebeu as contribuições previdenciárias de Joana é seu dever legal arcar
com todo o custo do benefício previdenciário, não influenciando o fato de a segurada ter sido vítima
de homicídio.
b) a PauliPrev, autarquia previdenciária, não faz jus ao ressarcimento de benefícios previdenciários,
pois a origem do benefício previdenciário pago aos dependentes da segurada assassinada não foi
acidente de trabalho, única hipótese legal prevista na legislação correlata que possibilita a ação
regressiva previdenciária, de acordo com recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
c) a PauliPrev possui legitimidade e interesse para postular o ressarcimento de despesas decorrentes
da concessão de benefício previdenciário aos dependentes da segurada, mas o réu da ação não será
José, autor do crime de homicídio contra Joana, mas sim a empresa empregadora causadora de dano
à autarquia previdenciária em razão de condutas negligentes, pois não ofereceu a proteção adequada
a Joana.
d) os arts. 120 e 121 da Lei n. 8.213/91, que possibilitavam o ajuizamento de ação regressiva
previdenciária em face do causador do acidente de trabalho nos casos de negligência quanto às
normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva,
foram revogados recentemente, de forma que a PauliPrev não possui mais legitimidade e interesse
para postular o ressarcimento.
e) apesar de a Lei n. 8.213/91 fazer menção específica aos acidentes de trabalho, é a origem em uma
conduta ilegal que possibilita o direito de ressarcimento da autarquia previdenciária, de forma que é
possível a ação regressiva da PauliPrev contra José, com o objetivo de ressarcimento de valores pagos
a título de pensão por morte aos filhos de segurada, vítima de homicídio cometido por seu ex-marido.

61 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Comentários

A ação regressiva decorre de ato ilícito praticado por terceiros. Tratando especificamente do INSS, a
lei n. 8.213/91 menciona a possibilidade de a Previdência Social ajuizar ação regressiva “nos casos de
negligência [da empresa] quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados
para a proteção individual ou coletiva” (art. 120 da lei n. 8.213/91).

Essa autorização específica mencionada na lei n. 8.213/91 não afasta a possibilidade de o INSS ajuizar
ações regressivas em outras situações, assim como também não impede que outros órgãos públicos
se valham do mesmo instrumento. Afinal, a reparação civil (direta ou por meio de ação de regresso)
está prevista no Código Civil e decorre do mero ato ilícito praticado por terceiros, que tenha nexo de
causalidade com dano moral ou material.

Portanto, vejamos as assertivas:

a) Falso. A PauliPrev possui, sim, interesse e legitimidade para postular o ressarcimento contra o
assassino. As contribuições recebidas não afetam esta prerrogativa.

b) Falso. A lei n. 8.213/91 menciona apenas o acidente de trabalho, mas o Código Civil autoriza o
ajuizamento de ação regressiva em diversas outras hipóteses.

c) Falso. Apesar da empresa ter sido omissa no fornecimento dos equipamentos de proteção
individual, este fato não possui nexo de causalidade com a morte.

d) Falso. Os dispositivos estão em vigor e a PauliPrev possui, sim, interesse e legitimidade no


ajuizamento da ação regressiva.

e) Correto, conforme comentários acima.

CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 - ADAPTADA


Julgue o item a seguir, relativo a acidente do trabalho.
De acordo com jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, compete à justiça estadual processar
e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.

Comentários

A questão está errada por ser muito genérica.

Existem basicamente dois tipos de litígios decorrentes de acidente do trabalho: a) a ação do indivíduo
contra o INSS, para obter benefício acidentário, e b) a ação do indivíduo contra o tomador de serviços,
para obter indenização por danos morais/patrimoniais.

A primeira é competência da justiça estadual, enquanto a segunda é competência da justiça


especializada do trabalho.

Portanto, a assertiva está errada.

62 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

MPE-PR – Promotor Substituto – 2017 ADAPTADA


Julgue o item:
Compete à Justiça Federal julgar ação ajuizada por viúva de segurado, aposentado em razão de
acidente de trabalho, na qual se pede ao INSS a concessão da respectiva pensão, desde que não haja
discussão, próxima ou remota, do acidente de trabalho.

Comentários

Essa questão diz respeito à jurisprudência do STJ a respeito da competência para processar e julgar
as ações revisionais derivadas de benefícios acidentários.

Em suma, o entendimento é o seguinte:

- Revisional de benefício acidentário ajuizada pelo próprio segurado: competência da justiça estadual
comum, pois a interpretação a ser dada à expressão “causas decorrentes de acidente do trabalho”
(art. 109, I, da CF/88) é ampla, compreendendo também os pedidos de revisão delas decorrentes.
Como a causa de pedir remota é o acidente, fica tudo na justiça estadual.

- Revisional de pensão por morte decorrente de benefício acidentário: competência da justiça


federal, pois o liame entre o acidente e a revisão, aqui, já é fraco demais.

Portanto, a assertiva representa de forma correta a jurisprudência do STJ.

FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto – 2017 - ADAPTADA


Julgue o item a seguir:
O empregador que efetuar o recolhimento do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) previsto na Lei
n°8.212/1991 ficará isento de responsabilidade em ação regressiva movida pelo INSS, ainda que
tenha agido com negligência quanto às normas de segurança e higiene do trabalho.

Comentários

O art. 121 da lei n. 8.213/91 é claro:

Art. 121. O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por acidente do trabalho
não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.

A jurisprudência do STJ segue no mesmo sentido:

1. É firme a orientação desta Corte de que o recolhimento do Seguro de Acidente do


Trabalho - SAT não impede a cobrança pelo INSS, por intermédio de ação regressiva, dos
benefícios pagos ao segurado nos casos de acidente do trabalho decorrentes de culpa da
empresa por inobservância das normas de segurança e higiene do trabalho.
(REsp. 973.379/RS, Rel. Min. ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA, DJe 14.6.2013)

Portanto, a assertiva está errada.

63 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

LISTA DE QUESTÕES

1 – ACIDENTE DE TRABALHO
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE) - 2019
A respeito de acidente de trabalho e seus efeitos previdenciários, de contagem recíproca de tempo
de contribuição e de previdência complementar, julgue o item a seguir.
Acidente de trânsito sofrido pelo segurado quando do percurso compreendido entre a sua residência
e o seu local de trabalho, ainda que envolva veículo particular do segurado, é considerado acidente
de trabalho para efeito de concessão de benefício previdenciário.
VUNESP/IPSM – Procurador - 2018
Equipara-se ao acidente do trabalho
a) a doença profissional, assim entendida aquela desencadeada ao longo da vida do trabalhador.
b) a doença profissional, assim entendida aquela adquirida ou desencadeada em função das
condições especiais em que o trabalho é realizado.
c) a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade.
d) a doença endêmica adquirida pelo segurado habitante de região em que ela se desenvolva.
e) o acidente no percurso do local de trabalho até a residência do empregado, desde que realizado
em transporte público regular.
CESPE – EBSERH - Técnico em Segurança do Trabalho 2018
Considerando os conceitos, as causas e consequências dos acidentes de trabalho e das doenças
ocupacionais e profissionais, bem como da psicologia do trabalho, julgue o item que se segue.
Legalmente, acidente do trabalho se configura como o acidente que ocorre no exercício do trabalho
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause perda ou
redução da capacidade de trabalho, temporária ou permanente, ou ainda a morte.
IBADE/IPERON–RO - Analista em Previdência – Auditor - 2017
Nos termos da legislação previdenciária, é considerada uma doença do trabalho a:
a) que não produza incapacidade laborativa.
b) degenerativa.
c) Endêmica, adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
d) produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
e) inerente a grupo etário.

64 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

CESPE/ TRF - 5ª REGIÃO Juiz Federal Substituto 2017 Adaptada


Com relação a acidente de trabalho, julgue o item a seguir.
Para efeito de concessão de aposentadoria por invalidez equipara-se a acidente de trabalho aquele
acidente sofrido pelo empregado no local de trabalho, por ocasião da satisfação das suas
necessidades fisiológicas.
CESPE/ TRF - 5ª REGIÃO Juiz Federal Substituto 2017 Adaptada
Julgue o item a seguir:
Independe de carência a concessão de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente sofrido
pelo empregado segurado no percurso entre o local de trabalho e a sua residência.
FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto - 2017
O Regime Geral de Previdência Social disciplina situações e institui benefícios devidos e pagos aos
segurados trabalhadores urbanos, dentre eles os relativos aos acidentes de trabalho. Nesse contexto,
conforme regras insculpidas na Lei n° 8.213/1991,
a) o acidente sofrido pelo empregado segurado fora do local e horário de trabalho, quando estava
prestando espontaneamente um serviço à empresa para lhe proporcionar proveito, não se equipara
a acidente de trabalho.
b) o dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, será considerado como sendo a
data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que
ocorrer primeiro.
c) o rol de entidades mórbidas que a lei considera como acidente de trabalho é taxativo, incluindo a
doença profissional e a doença do trabalho, razão pela qual a Previdência Social não deve considerar
acidente do trabalho a doença não incluída nessa relação ainda que tenha resultado das condições
especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente.
d) a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior, será considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho.
e) o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado equipara-se ao acidente do trabalho, o que não ocorre
quando ocasionar apenas redução da sua capacidade para o trabalho, porque esta hipótese não será
considerada como concausa.
TRT - 16ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto – 2015 - ADAPTADA
Considerando a afirmação abaixo, julgue-a:
Equipara-se a acidente de trabalho, para efeitos da Lei de Benefícios da Previdência Social, o acidente
sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho em consequência de: 1) ato de agressão,
sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; 2) ofensa física
intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; 3) ato de
imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; 4) ato de
pessoa privada do uso da razão; 5) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior.

65 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

TRT - 2ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto - 2015


O Regime Geral de Previdência Social compreende prestações devidas em razão de eventos
decorrentes de acidente do trabalho. À luz da legislação vigente, aponte a alternativa INCORRETA.
a) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.
b) Será considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de
acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
c) A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador; devendo prestar informações pormenorizadas sobre os riscos
da operação a executar e do produto a manipular.
d) Considera-se acidente do trabalho a doença profissional, assim entendida a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação ministerial competente.
e) Equipara-se ao acidente do trabalho aquele sofrido pelo segurado, fora do local e horário de
trabalho, em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta dentro
de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, em veículo de propriedade do segurado.
TRT - 8ª Região - Juiz do Trabalho Substituto – 2015 – ADAPTADA
Julgue o item abaixo:
Equipara-se também ao acidente do trabalho, para os efeitos da Lei n. 8.213/91, o acidente ocorrido
no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquele, qualquer que seja o meio
de locomoção, exceto veículo de propriedade do segurado.
BANPARÁ – Advogado - 2017
No que diz respeito ao acidente do trabalho, assinale a alternativa CORRETA:
a) É considerada doença do trabalho a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região
em que ela se desenvolva, quando comprovado que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
b) É considerada doença do trabalho a doença degenerativa.
c) Doença profissional é a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e que com ele se relacionem diretamente.
d) Equipara-se ao acidente do trabalho o ocorrido nas imediações do local em que o trabalho é
prestado, desde que duas horas antes ou depois do horário da prestação de serviços.
FCC - TRT - 6ª Região - Prova: Juiz do Trabalho Substituto - 2015
O Brasil, atualmente, tem números expressivos de acidentes de trabalho, motivados pelo
descumprimento de normas de ordem públicas relacionadas à saúde, medicina e segurança no
trabalho, bem como, em alguns casos, pela própria negligência do trabalhador que descumpre
ditamos legais e empresariais. No tocante ao tema, considere:
I. Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho.
66 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

II. Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho.
III. Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos da legislação previdenciária, em regra,
o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência dos
acontecimentos indicados em
a) I, II e III.
b) III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 – ADAPTADA
Julgue o item a seguir, relativo a acidente do trabalho.
A cobertura do risco de acidente do trabalho será atendida concorrentemente pelo RGPS e pelo setor
privado.
CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 - ADAPTADA
Equipara-se a acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado na prestação espontânea de
qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo o proporcionar proveito, ainda que fora do local
e horário de trabalho.
CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 - ADAPTADA
Julgue o item a seguir.
A doença adquirida em função de condições especiais em que o trabalho seja realizado será
considerada acidente do trabalho ainda que não produza incapacidade laborativa.
CESPE - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - 2017
Amanda foi agredida fisicamente, na loja onde trabalha e em horário de expediente, por cliente da
empregadora. Roberto caiu de escada enquanto prestava espontaneamente serviço à empresa, para
lhe evitar prejuízo. Tanto Amanda quanto Roberto sofreram lesões que os levaram ao afastamento
do trabalho por trinta dias.
Considerando-se o disposto na Lei n.º 8.213/1991, nessa situação hipotética
a) nem Amanda nem Roberto sofreram acidente de trabalho por equiparação.
b) somente Amanda sofreu acidente de trabalho por equiparação.
c) Amanda e Roberto sofreram acidente de trabalho por equiparação.
d) somente Roberto sofreu acidente de trabalho por equiparação.
CESPE - INSS -Técnico do Seguro Social - 2016
Com base no disposto na Lei n. 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência social
e dá outras providências, julgue o item seguinte.

67 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

Não é considerada doença do trabalho a doença endêmica adquirida por segurado habitante de
região em que ela se desenvolva, mesmo que essa doença seja resultante de contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
Banca: IADES- Ceitec S.A - Analista Administrativo e Operacional – Advogado - 2016
Assinale a alternativa que corresponde a uma hipótese de equiparação ao acidente de trabalho, nos
termos expressamente contidos na Lei nº 8.213/1991, que dispõe acerca dos Planos de Benefícios da
Previdência Social e dá outras providências.
a) Doença degenerativa.
b) Acidente ligado ao trabalho, que haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para
redução ou perda da respectiva capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
médica para a própria recuperação, mas desde que, nesse caso, tenha sido a sua causa única.
c) Doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou do contato direto ou indireto determinado pela
natureza do trabalho.
d) Acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de ofensa física
ou psicológica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho.
e) Doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício da respectiva
atividade.
FCC –MANAUSPREV - Procurador Autárquico - 2015
Diana sofreu um acidente ligado a seu trabalho que, embora não tenha sido a causa única, produziu
lesão que exige atenção médica para sua recuperação. Zeus sofreu acidente no local e horário de
trabalho em consequência de inundação. Hermes sofreu acidente fora do local e horário de trabalho
em viagem a serviço da empresa. Helena foi acometida de doença proveniente de contaminação
acidental no exercício de sua atividade. Equiparam-se a acidente de trabalho para efeitos da Lei
Previdenciária de
a) apenas os casos de Diana e de Helena.
b) apenas o caso de Zeus.
c) apenas os casos de Diana e de Hermes
d) todos os quatro casos.
e) apenas os casos de Hermes, de Zeus e de Helena.
CESPE – AGU - Procurador Federal - 2013
Considerando os termos das Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991, bem como o que dispõem a LOAS
e o Estatuto do Idoso, julgue os próximos itens.
Caso um segurado do RGPS, no local e no horário do trabalho, seja vítima de acidente em
consequência de ato de terrorismo praticado por terceiro, tal fato não se equiparará a acidente do
trabalho.
CESPE – DPE - Defensor Público - 2013
Julgue os itens a seguir, relativos à seguridade social e a acidente do trabalho.
68 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

De acordo com a Lei n. 8.213/1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da previdência social,
equipara-se ao acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado do RGPS no local e no horário
do trabalho, em consequência de ato de agressão praticado por terceiro.
CESPE - DPE-ES - Defensor Público - 2012
No caso de empregada de determinada empresa morrer, em seu local de trabalho, em decorrência
de queimaduras sofridas durante um incêndio ocorrido no seu horário de trabalho, a empresa será
obrigada a comunicar o acidente à previdência social até o 1o dia útil seguinte ao da ocorrência, ainda
que o incêndio não tenha sido intencional.
FCC - TRT - 11ª Região - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017
De acordo com o entendimento Sumulado do TST, as faltas ou ausências decorrentes de acidente do
trabalho
a) são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina.
b) não são consideradas para os efeitos de duração de férias, mas são consideradas para o cálculo da
gratificação natalina.
c) não são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina.
d) são consideradas para os efeitos de duração de férias, mas não são consideradas para o cálculo da
gratificação natalina.
e) são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina de forma
reduzida, limitando-se a quinze dias.

2 - CAT, NTEP E FAP


TRT - 14ª Região - Juiz do Trabalho – 2013 – ADAPTADA
No que diz respeito ao acidente de trabalho, julgue o item.
A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá
recurso sem efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência
Social.
CESPE - AGU -Procurador Federal – 2010
A alíquota da contribuição para o SAT deve corresponder ao grau de risco da atividade desenvolvida
em cada estabelecimento da empresa, individualizado por seu CNPJ. Possuindo esta um único CNPJ,
a alíquota da referida exação deve corresponder à atividade preponderante por ela desempenhada.
MPT - Procurador do Trabalho – 2012 - ADAPTADA
Julgue o item abaixo:
O fator acidentário de prevenção (FAP) é calculado considerando a frequência de acidentes do
trabalho na empresa, a sua gravidade e o seu custo para a seguridade social.
TRT - 8ª Região - Juiz do Trabalho Substituto – 2015 – ADAPTADA
Julgue o item a seguir:

69 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de
multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto – 2017 - ADAPTADA
Havendo omissão da empresa ou do empregador doméstico, a comunicação do acidente poderá ser
feita pelo próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical, o médico que o atendeu ou
qualquer autoridade pública, caso em que o prazo previsto ao empregador será prorrogado por mais
um dia útil.
FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto – 2017 – ADAPTADA
A Empresa, no primeiro dia útil seguinte ao de sua ocorrência, e o empregador doméstico, em até
cinco dias da ocorrência, tem o dever de comunicar à Previdência Social de todo e qualquer acidente
de trabalho por meio de emissão da CAT, independentemente do resultado que o infortúnio
ocasione.
TRT - 21ª Região - Juiz do Trabalho Substituto – 2015
Analise as assertivas abaixo e, a seguir, assinale a opção correta:
I – Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
II – Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do
início da incapacidade laboral para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação
compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo, para este efeito, o que ocorrer
primeiro.
III – O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação
das lesões decorrentes meramente de acidente de trabalho típico, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
IV – Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento de mais de um auxílio-
acidente.
V – A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social considerará caracterizada a natureza
acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o
trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico
e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de
Doenças.
a) todas as assertivas estão corretas;
b) apenas as assertivas I, II e V estão corretas;
c) apenas as assertivas III e V estão corretas;
d) apenas as assertivas I, II, IV e V estão corretas;
e) apenas a assertiva V está correta.

70 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

3 – OUTROS ASPECTOS RELEVANTES


Competência, prescrição e ação regressiva acidentária

VUNESP/PauliPrev-SP – Procurador Autárquico - 2018


Considere a seguinte situação hipotética e indique a alternativa que está de acordo com o recente
entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
Joana, segurada da PauliPrev, foi assassinada pelo seu ex-marido, José, no ambiente de trabalho. Na
ocasião, Joana não dispunha de equipamento de proteção pessoal. Em razão da morte da segurada,
a PauliPrev teve que pagar benefício previdenciário aos filhos/dependentes de Joana, pois restou
comprovada a relação de dependência e as contribuições previdenciárias recolhidas pela vítima ao
longo de anos. A PauliPrev deseja ajuizar ação regressiva previdenciária contra José para obter o
ressarcimento de valores pagos a título de pensão por morte aos filhos de Joana, vítima de homicídio
praticado por José. Você, na condição de procurador autárquico da PauliPrev, deve afirmar que
a) a PauliPrev não possui legitimidade e interesse para postular o ressarcimento de despesas
decorrentes da concessão de benefício previdenciário aos dependentes de segurado, vítima de
assassinato, pois já que recebeu as contribuições previdenciárias de Joana é seu dever legal arcar
com todo o custo do benefício previdenciário, não influenciando o fato de a segurada ter sido vítima
de homicídio.
b) a PauliPrev, autarquia previdenciária, não faz jus ao ressarcimento de benefícios previdenciários,
pois a origem do benefício previdenciário pago aos dependentes da segurada assassinada não foi
acidente de trabalho, única hipótese legal prevista na legislação correlata que possibilita a ação
regressiva previdenciária, de acordo com recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
c) a PauliPrev possui legitimidade e interesse para postular o ressarcimento de despesas decorrentes
da concessão de benefício previdenciário aos dependentes da segurada, mas o réu da ação não será
José, autor do crime de homicídio contra Joana, mas sim a empresa empregadora causadora de dano
à autarquia previdenciária em razão de condutas negligentes, pois não ofereceu a proteção adequada
a Joana.
d) os arts. 120 e 121 da Lei n. 8.213/91, que possibilitavam o ajuizamento de ação regressiva
previdenciária em face do causador do acidente de trabalho nos casos de negligência quanto às
normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva,
foram revogados recentemente, de forma que a PauliPrev não possui mais legitimidade e interesse
para postular o ressarcimento.
e) apesar de a Lei n. 8.213/91 fazer menção específica aos acidentes de trabalho, é a origem em uma
conduta ilegal que possibilita o direito de ressarcimento da autarquia previdenciária, de forma que é
possível a ação regressiva da PauliPrev contra José, com o objetivo de ressarcimento de valores pagos
a título de pensão por morte aos filhos de segurada, vítima de homicídio cometido por seu ex-marido.
CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014 - ADAPTADA
Julgue o item a seguir, relativo a acidente do trabalho.
De acordo com jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, compete à justiça estadual processar
e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.
71 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

MPE-PR – Promotor Substituto – 2017 ADAPTADA


Julgue o item:
Compete à Justiça Federal julgar ação ajuizada por viúva de segurado, aposentado em razão de
acidente de trabalho, na qual se pede ao INSS a concessão da respectiva pensão, desde que não haja
discussão, próxima ou remota, do acidente de trabalho.
FCC – TST – Juiz do Trabalho Substituto – 2017 - ADAPTADA
Julgue o item a seguir:
O empregador que efetuar o recolhimento do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) previsto na Lei
n°8.212/1991 ficará isento de responsabilidade em ação regressiva movida pelo INSS, ainda que
tenha agido com negligência quanto às normas de segurança e higiene do trabalho.

GABARITO

1 – ACIDENTE DE TRABALHO
1. CERTO
2. C
3. CERTO
4. D
5. CERTO
6. CERTO
7. B
8. CERTO
9. B
10. ERRADO
11. A
12. A
13. CERTO
14. CERTO
15. ERRADO
16. C
17. ERRADO
18. E
19. D
20. ERRADO
21. CERTO
22. ERRADO
23. C

72 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias
Felipe Cavalcante e Silva, Equipe Materiais Carreiras Jurídicas
Aula 05

2 - CAT, NTEP E FAP


24. ERRADO
25. CERTO
26. CERTO
27. CERTO
28. ERRADO
29. ERRADO
30. D

3 – OUTROS ASPECTOS: COMPETÊNCIA, PRESCRIÇÃO E AÇÃO


REGRESSIVA ACIDENTÁRIA

31. E
32. ERRADO
33. CERTO
34. ERRADO

73 de 73

Carreira Jurídica 2022 (Curso Regular) Direito Previdenciário - Prof. Felipe Cavalcante
www.estrategiaconcursos.com.br

66038788360 - 2226494
Emanuela Barbosa Dias

Você também pode gostar