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ACIDENTE

DO TRABALHO
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Acidente
do Trabalho
CLÁUDIA SALLES VILELA VIANNA
Advogada. Mestra pela PUC/PR. Conferencista e Consultora jurídica Empresarial nas Áreas de Direito do Trabalho
e Direito Previdenciário. Professora universitária. Associada Benemérita do Instituto Brasileiro de Direito
Previdenciário e Associada do Instituto dos Advogados do Paraná - IAP.

Acidente
do Trabalho

L'G
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CEP 01224-001
Sao Paulo, SP - Brasil
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Agosto, 2015

Producáo Gráfica e Editoracáo Eletrónica: RLUX


Projeto de capa: FABIO GIGLIO
Impressáo: BARTIRA

Versáo impressa - LTr 5317.6 - ISBN 978-85-361-8521-7


Versáo digital - LTr 8785.8 - ISBN 978-85-361-8555-2

Dados Internacionais de Catalogacáo na Publicacáo (CIP)


(Cámara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Vianna, Cláudia Salles Vilela


Acidente do trabalho : abordagem completa e atualizada / Claúdia Salles Vilela
Vianna. - Sao Paulo : LTr, 2015.

Bibliografía

l. Acidentes de trabalho 2. Direito do trabalho - Brasil 3. Empregadores -


Responsabilidade civil L Título

15-04573 CDU-34:331.823(81)

Índice para catálogo sistemático:


l. Brasil : Acidentes do trabalho : Direito do trabalho 34: 331.823(81)
,

Introduc;:ao.................................................................................................................................................................... 11

Capítulo l. Evolucáo histórica................................................................................................................................. 13

Capítulo 2. O conceito de acidente de trabalho e sua extensao......................................................................... 20


2.1. Dos requisitos necessários a caracterizacáo da natureza acidentária e do acidente típico....................... 20

2.2. Doenca profissional e doenca do trabalho - Nexo Profissional (NP) e Nexo Individual (NI) 23
2.3. Situacóes de excecáo 25
2.4. Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP 26

Capítulo 3. Das ocorréncias equiparadas aos acidentes de trabalho................................................................ 34


3.1. Concausa............................................................................................................................................................... 37
3.2. Acidente de trajeto 39

Capítulo 4. Comunicacáo do Acidente de Trabalho - CAT 41


4.1. Emissáo - Obrigatoriedade e prazo . .. .. .. 41
4.2. Previsáo constante da CLT e previsáo em normas infralegais - Conflito.................................................. 46
4.2.1. CLT, art. 169 47

4.2.2. Portarías Ministeriais e Instrucóes Normativas 50

4.3. Formulário............................................................................................................................................................. 54

Capítulo 5. Da obrigacáo quanto ao cumprimento das normas de seguranca, medicina e higiene do trabalho... 55
5.1. Competencia do Ministerio do Trabalho e Emprego - Normas Regulamentadoras (NR) 55
5.2. Obrígacóes do empregador 57

5.3. Obrigacóes do trabalhador 59

Capítulo 6. Do procedimento administrativo para caracterizacáo dos acidentes de trabalho 60


6.1. Requerirnento do Benefício de Incapacidade junto ao INSS 60
6.2. Processo legal administrativo............................................................................................................................. 63
6.2.1. Partes interessadas e intimacáo dos atos................................................................................................ 63
6.2.2. Investígacáo técnica do nexo.................................................................................................................... 64
6.2.3. Aplicacáo do Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP......................................................................... 67
6.2.4. Da prática cotidiana e sua absoluta inconstitucionalidade e ilegalidade 70
6.2.5. Recurso para a JRPS/CRPS 79

5
Capítulo 7. Da acáo judicial para caracterizacáo ou descaracterizacáo dos acidentes de trabalho 89
7.1. Acáo Judicial movida pelo trabalhador 89

7.1.1. Do empregador como terceiro interveniente no processo................................................................... 91


7.2. Acáo Judicial movida pelo empregador 92

Capítulo 8. Dos benefícios previdenciários devidos ao trabalhador acidentado 94


8.1. Auxílio-doen~a...................................................................................................................................................... 94
8.1.1. Qualidade de segurado............................................................................................................................. 94
8.1.2. Incapacidade ten1porária.......................................................................................................................... 97
8.1.3. Valor do benefício 97
8.1.4. Data de início do beneficio - pagamento, pela empresa, dos primeiros quinze días de afastamento.. 99
8.1.S. Manutencáo do benefício.......................................................................................................................... 101
8.1.6. Cancelamento do beneficio - alta irregular pelo INSS e procedimento das partes....................... 102
8.2. Aposentadoria por invalidez.............................................................................................................................. 108
8.2.1. Valor do benefício 109
8.2.2. Data de início do beneficio - pagamento, pela empresa, dos primeiros quínze dias de afastamento.. 110
8.2.3. Manutencáo e cancelarnento do benefício.............................................................................................. 110
8.3. Auxílio-acidente.................................................................................................................................................... 111
8.3.1. Valor do benefício 114
8.3.2. Data de inicio do beneficio....................................................................................................................... 114
8.3.3. Manutencáo e cancelamento do beneficio.............................................................................................. 115
8.4. Pensáo por marte 115
8.4.1. Data de início e valor do beneficio.......................................................................................................... 116
8.4.2. Cancelamento do beneficio...................................................................................................................... 117

Capítulo 9. Do servíco de reabilitacáo profissional............................................................................................. 119


9.1. Competencia da Previdéncia Social e fornecirnento obrigatórío aos segurados afastados 119
9.2. Abrangéncía do programa.................................................................................................................................. 120

9.3. Participacáo das empresas 121


9.4. Conclusáo da reabilitacáo - certificado concedido pelo INSS..................................................................... 124

9.5. Contratacáo de trabalhadores reabilitados por empresas com cem ou mais empregados....................... 125

9.6. Readaptacáo de trabalhadores 126

Capítulo 10. Dos direitos trabalhistas garantidos aos empregados acidentados........................................... 127
10.1. Pagamento dos prirneiros dias de afastamento............................................................................................. 127

10.2. Depósito de FGTS durante o afastamento...................................................................................................... 128


10.3. Complemento do valor do auxílio-doenca ou da aposentadoria por invalidez....................................... 129

10.4. Complemento da Cratificacáo Natalina (132 salário) 130

6
10.5. Repercussáo no direito a férias 132

10.6. Manutencáo de beneficios contratuais durante o afastamento - plano de saúde, vale alimentacáo e
outros .. .. .. .. .. .. .. .. .. 134

10.7. Direito a estabilidade provisória 141


10.8. Possibilidade de rescisáo contratual durante o curso do auxílio-doenca ou da aposentadoria por
invalidez.............................................................................................................................................................. 144
10.9. Ocorréncia do acidente no curso do aviso-prévio 147
10.10. Suspensáo do prazo prescricional para interposicáo da reclamatória trabalhista 148
10.11. Indenizacóes por dano - responsabilidade civil do empregador 149
10.11.l. Breve histórico - responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva.............................. 149
10.11.2. Espécies de dano - acumulacáo da indenizacáo previdenciária com a indenizacáo civil,
extracontratua 1 .••... .. ..••.... ••..•. .. ... ..•.•.. .. .•. .•...• .. ...••.. .. ••. ... ..••...•. ... .. ..•.•.. ..•.. .. ...••.... •.. ... .. ... ..•. ... .. ... .•.. .••.. 160
10.11.3. Competencia e prescricáo 170

Capítulo 11. Do Seguro de Acidentes do Trabalho - SAT 173


11.1. Da previsáo legal e constitucional................................................................................................................... 173
11.2. Das alíquotas básicas e sua distribuicáo conforme a atividade económica desenvolvida pela e1npresa ... 174
11.3. Da possibilidade de reducáo conforme a realidade fática de cada empresa, individualmente............. 178
11.4. Dos reenquadramentos efetuados pelos Decretos ns. 6.042/2007 e 6.957/2009 - Ilegalidade............... 179
11.5. Da possibilidade de reducáo conforme dados estatísticos divulgados pela Uníáo 184
11.6. Do acréscimo devido para financiar a aposentadoria especial quando o trabalho é desenvolvido e1n
ambiente nocivo . 185

Capítulo 12. Do Fator Acidentário de Prevencáo - FAP . 187


12.1. Da criacáo do flexibilizador e da legislacáo atualmente vigente . 187
12.1.1. Regra de cálculo..................................................................................................................................... 190
12.1.2. Desconto de 25o/o para FAP superior a 1 199
12.1.3. FAP inferior a 1 200
12.1.4. Ausencia de cálculo para CNAE com até cinco empresas, para empresas optantes pelo
SIMPLES e para entidades filantrópicas............................................................................................ 202
12.1.5. Recusa expressa quanto a correcáo de erros 203
12.1.6. Defesa e recurso na esfera administrativa - efeito suspensivo..................................................... 203
12.2. Inconstitucionalidades 207
12.2.1. Principio da legalidade......................................................................................................................... 207
12.2.2. Princípios da isonomia e da equidade 213
12.2.3. Princípio da irretroatividade 217
12.2.4. Nao confisco - vedacáo do tributo com caráter sancionatorio 220
12.2.5. Principio da publicidade 226
12.2.6. Devido processo legal, ampla defesa e contraditório - razoabilidade e proporcionalidade 232

7
12.2.7. Ofensa ao art. 195, § 911•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 236
12.3. Ilegalidades .. .. .. .. .. .. .. .. .. 237
12.3.1. Inexistencia do sujeito passivo - violacáo aos arts. 121 e 122 do CTN 237
12.3.2. Responsabilizacáo objetiva - víolacáo ao art. 22, inciso !.............................................................. 239
12.3.3. Inclusáo dos acidentes de trajeto......................................................................................................... 241
12.3.4. Inclusáo de ocorréncias que nao geraram qualquer afastamento ou incapacidade laborativa . 245
12.3.5. Inclusáo de ocorréncias que nao geraram a concessáo de benefício 247
12.3.6. Inclusáo de ocorréncias caracterizadas e beneficios concedidos sem observancia do devido
processo administrativo legal.............................................................................................................. 251
12.3.7. Inclusáo de ocorréncias e benefícios contestados administrativamente pela empresa, com éxi-
to ou ainda sem decísáo final por parte da Previdéncia Social....................................................... 252
12.3.8. Utilizacáo e metodología adotada para o cálculo do índice de custo............................................ 255
12.3.9. Adocáo de travas para aplícacáo do desconto 257
12.3.10. Empresas com baixa acidentalidade - ausencia do desconto correto no FAP aplicado no
período de janeiro a agosto de 2010 257
12.3.11. Ausencia de cálculo do FAP para determinadas atividades econcn11icas.................................... 258
12.4. Irregularidades................................................................................................................................................... 259
12.4.1. Erro nos valores de massa salarial e número medio de vínculos en1pregatícios......................... 259
12.4.2. Inclusáo de CATs e nexos em duplicidade 261
12.4.3. Inclusáo de empregado que nunca pertenceu aos quadros funcionáis da empresa................... 261
12.4.4. CAT nao emitida e nao conhecida pela empresa.............................................................................. 261
12.4.5. Inclusáo de ocorréncias e benefícios que se encontram forado período de apurac;iio................ 262
12.4.6. Nexo sem benefício correspondente................................................................................................... 264
12.4.7. Benefício de auxílio-doenca lancado em duplicidade...................................................................... 265
12.4.8. Benefício sem CAT ou nexo a ele correspondente............................................................................ 266
12.4.9. Erro no total de empresas de mesmo CNAE..................................................................................... 267

eap1ít u 1o 13. Das acoes


- regressrvas
. preV1id encianas
.' . . 269
13.1. Da previsáo legal e do questionamento sobre sua constitucionalidade . 269
13.2. Pressupostos lega is para o ingresso da acáo 277
132.1. A existencia de um acidente de trabalho que tenha como causa a negligencia do empregador., 278
13.2.2. A existencia do dano/prejuízo a ser ressarcido 281
13.3. Procedimento de Instrucáo Prévia - PIP 285
13.4. Ajuizamento da acáo 289
13.4.1. Acóes de pequeno valor........................................................................................................................ 289
13.4.2. Competencia jurisdícional.................................................................................................................... 290
13.4.3. Legitimidade ativa e passiva................................................................................................................ 298

8
13.5. Prescricáo 299

13.6. Culpa concorrente ou culpa exclusiva da vítima 306

13.7. PossibiJidade de acorde 307

Capítulo 14. Tabelas e anexos.................................................................................................................................. 309


14.1. Anexo 1I do Decreto n. 3.048/99 - Tabela inicial e Listas A e B - Agentes nocivos e fatores de risco
para caracterizacáo da doenca profissional e da doenca do trabalho 309

14.2. Anexo II do Decreto n. 3.048/99 - Lista C - Tabela relacionando CID e CNAE para enquadramento
do NTEP - Nexo Técnico Epidemiológico 339

14.3. Formulário CAT - Portaría MPS n. 5.817/1999 471

14.4. Formulário de encaminhamento do trabalhador para o INSS: Requerimento de Beneficio por Incapa-
cidade 478

14.5. Relatório conclusivo de análise de contestacáo do NTEP - Anexo VIII da 01 INSS/DIRBEN


n. 200/2008.......................................................................................................................................................... 479

14.6. Modelo de Oficio de (Deferimento/Indeferimento) da Contestacáo para a Empresa -Anexo 111da01


INSS/DIRBEN n. 200/2008................................................................................................................................. 480
14.7. Modelo de Oficio de Abertura de Prazo para Contrarrazóes do Segurado - Anexo 1 da 01 INSS/
DIRBEN n. 200/2008........................................................................................................................................... 481

14.8. Relatório conclusivo de análise de contestacáo do Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP - Anexo
VII da 01 INSS/DIRBEN n. 200/2008 482
14.9. Alíquota Básica do SAT - Relacáo de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco
para Fins de Acídente do Trabalho (Anexo V do Decreto n. 3.048/99) 483

9
No cenário atual, o acidente de trabalho tem sido alvo de grandes debates, seja porque muitas
empresas permanecem a ignorar a conduta preventiva, trazendo lesóes e ocasionando óbito aos tra-
balhadores; seja porque o INSS, autarquía federal que possui a competencia administrativa para ca-
racterizar a natureza acidentária, nao tem observado a legíslacáo vigente para tais enquadramentos
e tem presumido o nexo por meio de uma tabela discutível, denominada NTEP; ou porque, desde
janeiro/2010, com a entrada em vigor do FAP - Fator Acidentário de Prevencáo, os acidentes passa-
ram a ter repercussáo no custo do tributo SAT - Seguro de Acidente do Trabalho, além das habituais
consequéncias trabalhistas e previdenciárias, inclusive acóes regressivas por parte da Previdéncia
Social.

No exercício de minha advocacia, lido diariamente com quest6es afetas ao Oireito do Trabalho
e ao Direito Previdenciário e, nesse último, atendendo trabalhadores e e1npresas que sofreram com
atos praticados pelo INSS ou pelo Ministério da Previdéncia Social. Os equívocos sao muitos, prati-
cados por empregadores, por trabalhadores, pelo INSS, pelo Ministerio da Previdéncia Social e por
aqueles que precisam conhecer a matéria para a prática da [ustica: advogados, promotores e juízes,
,
E importante analisarmos atenta.mente os textos legais e atribuirmos corretamente deveres e
responsabilidades, e é justamente nesse sentido que pretende a presente obra, humildemente, ser de
algum auxilio aos pesquisadores e operadores do Direito.

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No Brasil, os primeiros textos legais sobre acidentes do trabalho de que se tem notícia datam do
século XIX e inicialmente eram dispostos de forma esparsa, corno exemplificam os arts. 79 e 560 da
Lei n. 556/1850 (Código Comercial):
Art. 79. Os acídentes imprevistos e inculpados, que impedirem aos prepostos o exercício de suas funcóes, nao
interromperáo o vencimento do seu salário, contante que a inabilitacáo nao exceda a 3 (tres) meses continuos.
Art. 560. Nao deixará de vencer a soldada ajustada qualquer indivíduo da trípulacáo que adoecer durante a viagem
em servíco do navío, e o curativo será por conta deste; se, porém, a doenca for adquirida fora do servico do navío,
cessará o vencimento da soldada enguanto ela durar, e a despesa do curativo será por contadas soldadas vencidas; e
se estas nao chegarem, por seus bens ou pelas soldadas que possam vir a vencer.

Urna preocupacáo maior com a seguranca e com a protecáo dos trabalhadores surgiu com a
Revolucáo Industrial, com origem na Inglaterra, mas que também alcancou a Alemanha por volta
de 1850. E foi justamente na Alernanha, a partir de 1881, que Otto von Bismarck impulsionou urna
legíslacáo social (para tentar contera onda revolucionaria) e, em 1884, criou a primeira lei específica
a respeito dos acidentes, criando um seguro protetivo.
,
Posteriormente, a ideia de protecáo acidentária foi adotada por outros países, como Austria
(1887), Finlandia (1895), Inglaterra (1897), Dinamarca, Itália e Franca (1898) e Espanha (1900).
O Brasil tambérn implantou urna protecáo acidentária específica, mas semente no ano de 1919,
por meio do Decreto n. 3.724, que regulou as obrígacóes resultantes dos acidentes de trabalho, com
destaque para os dois primeiros artigos, a seguir transcritos:
Art. lg Consideram-se acidentes no trabalho, para os fins da presente lei:
a) o produzido por urna causa súbita, violenta, externa e involuntaria no exerdcio do trabalho, determinando
lesóes corporais ou perturbacóes funcionais, que constituam a causa única da morte ou perda total, ou parcial,
permanente ou temporaria, da capacidade para o trabalho:
b) a moléstia contraída exclusívamente pelo exercício do trabalho, quando este for de na tu reza a só por si causa-la, e
desde que determine a morte do operario, ou perda total, ou parcial, permanente ou temporaria, da capacidade para
o trabalho.
Art. 2Q O acidente, nas condicóes do artigo anterior, quando ocorrido pelo facto do trabalho ou durante este, obriga
o patráo a pagar urna indenizacáo ao operario ou a sua familia, exceptuados apenas os casos de forca rnaior ou dolo
da própria vítima ou de estranhos.

Podemos observar que o conceito de acidente abrangia nao so mente os a cid entes tí picos, o corridos
no exercício do trabalho por causa súbita e involuntária, mas também as doencas profissionais,
contraídas exclusivamente pelo exercício do trabalho.
A indenizacáo devida pelo empregador variava conforme a gravidade do sinistro (Decreto
n. 3.724/1919, art. 5º) e compreendia, além da importancia em dinheiro, tambérn a prestacáo de
socorro médico, farmacéutico e hospitalar (art. 13). Nao havia, contudo, a garantía de recebimento
por parte do trabalhador, porque a legislacáo nao obrigava a contratacáo de seguro.
O art. 19 instituiu a obrigacáo de notificacáo por parte do empregador (ou qualquer outro,
inclusive a vítima) a autoridade policial, que naquela época era responsável pelo auto correspondente.
E o art. 20, por sua vez, criou a perícia médica judicial para averiguacáo da capacidade laborativa.
Confíram-se:
Art. 19. Todo o acidente de trabalho que obrigue o operario a suspender o servico ou se ausentar deverá ser
imediatamente comunicado á autoridade policial do lugar, pelo patráo, pelo próprio operario, ou qualquer outro.

13
A autoridade policial comparecerá sem demora ao lugar do acídente e ao em que se encontrar a vítima, tomando
as declaracóes desta, do patráo e das testemunhas, para lavrar o respectivo auto, indicando o nome, a qualidade, a
residencia do patráo, o nome, a qualidade. a residencia e o salério da vítirna. O lugar preciso, a hora e a natureza do
acidente. As circunstancias em que se deu e a natureza dos ferimentos, os no.mes e as residencias das testemunhas e
dos beneficiarios da vítima.
§ 1 Q No quinto dia, a contar do acidente, deve o patráo enviará autoridade policial, que tomou conhecimento do fato,
prova de que fez a vítima o fomecimento de socorros médicos e pharmaceuticos ou hospitalares, um atestado médico
sobre o estado da vítima, as consequéncias verificadas ou prováveis do acidente, e a época em que será possível
conhecer-lhe o resultado definitivo.
§ 2<.> Nesse mesmo dia a autoridade policial remeterá o inquérito com os documentos a que se refere o parágrafo
anterior, ao juízo competente, para a instauracáo do sumario.
Art. 20. Durante o tratarnento, é permitido, quer ao patráo, quer ao operario, requerer a verificacáo do estado de saúde
deste último, nomeando o juiz um médico para fazer o exame que se efetuará em presenca do médico assistente. Se
houver divergencia entre ambos sobre o estado da vítima as suas condicóes de capacidade para o trabalho, o juiz
nomeará um outro médico para fazer o exame e no seu laudo baseará o julgamento.

O juiz recebia os documentos e o inquérito e encerrava o processo judicial no prazo máximo de


12 días, contados da data do acidente. Na sentenca, era fixado o valor devido de indenizacáo a vítima
ou seus familiares (arts. 21a24).
A dinámica e a sensibilidade do tema, no entanto, nao permitiram sua estagnacáo. e várias
alteracóes legislativas foram promovidas posteriormente. Urna primeira modificacáo ocorreu pelo
Decreto n. 13.493, e seu regulamento, pelo Decreto n. 13.498, ambos de 1919.
Nova alteracáo adveio da Revolucáo de 1940, pelo Decreto n. 24.637/1934, que, revogando
tacitamente o Decreto n. 3.724/1919, estabeleceu sob novas moldes as obrigacóes resultantes dos
acidentes de trabalho, instituindo a garantía obrigatória da indenizacáo, por meio de seguro ou de
depósito. O conceito passou a abranger também as doencas do trabalho, relacionadas as condicóes
do ambiente onde é realizado:
Art. 1º Considera-se acidente do trabalho, para os fins da presente lei, toda lesáo corporal, perturbacáo funcional, ou
doenca produzida pelo exercício do trabalho ou em consequéncia dele, que determine a morta, ou a suspensáo ou
limitacáo, permanente ou temporária, total ou parcial, da capacidade para o trabalho,
§ ]!1 Sao doencas profissionais, para os efeitos da presente lei, alérn das inerentes ou peculiares a determinados ramos
de atividade, as resultantes exclusivamente do exercício do trabalho, as resultantes exclusivamente especiais ou
excepcionais em que o mesmo for realizado, nao sendo assim consideradas as endémicas quando por elas forem
atingidos empregados habitantes da regiáo.
§ 21l A relacáo das doencas profissionais inerentes ou peculiares a determinados ramos de atividade será organizada
e publicada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio, e revista tri.enalmente, ouvidas as autoridades
competentes.

A nova regra isentava a responsabilidade das empresas no percurso entre a residencia e o


trabalho (art. 22), e o art. 12 determinava que a indenizacáo estipulada exonerava o empregador de
pagar, pelo mesmo acidente, qualquer outra indenizacáo de direito comum, mas a vítima ou seus
familiares, assim como também o empregador, podiarn ingressar judicialmente contra um terceiro
civilmente responsável pelo acidente (art. 13).
Merecem destaque também os arts. 23 e 26 do Decreto n. 24.637/1934.Note-se que em 1934 nao
existía um sistema de Previdéncia Social voltado a todos os trabalhadores (como é hojeo RGPS(1)), mas
sim algumas caixas de aposentadoria e pens6es específicas de algumas empresas ou de categorias,
como aquela dos empregados de e1npresas ferroviárias (Lei Eloy Chaves - Decreto n. 4.682/1923),
a dos portuários e marítimos (Lei n. 5.109/1923), a dos trabalhadores dos servicos telegráficos e
radiotelegráficos (Lei n. 5.485/1928), assim como o Instituto de Aposentadoria e Pensóes dos Marítimos
(Decreto n. 22.872/1933) e alguns outros. E a regra contida nos arts. 23 e 26 determinava que, havendo

(1) Regime Geral de Previdéncia Social.

14
inscricáo da vítima em algum desses seguros sociais oficialmente reconhecidos que lhe garantisse
o pagamento de pensáo, 2/3 da indenizacáo paga pelo empregador deveriam ser destinados a essa
instituicáo, cabendo ao próprio acidentado apenas 1/3 do montante. Eis os dispositivos:
Art. 23. Sempre que a vítima, tendo herdeiros ou beneficiarios, estiver inscrita em instituicáo de seguro social
oficialmente reconhecida que lhes garanta pensáo, a mesma instituicáo reverteráo dois tércos da indenizacáo a ser
paga, cabendo aos herdeiros ou beneficiários o terc;o restante, nos termos desta lei.
Parágrafo único. A pensáo, no caso <leste artigo, será concedida aos herdeiros ou beneficiários independentemente
dos prazos de carencia em vigor na legislacáo das caixas de aposentadoria e pensóes, ou outros que forem fixados no
seguro social."
Art. 26. Estando a vitima inscrita em instituicáo de seguro social oficialmente reconhecida, que garanta pensáo por
invalidez, e sendo a indenizacáo superior a 30 % (trinta por cento) de 900 (novecentos) salarios, dois tércos desta
reverteráo a favor da instituicáo referida, corno auxílio ao pagamento daquela pensáo,
Parágrafo único. Nao tendo direito a aposentadoria imediata, a vítima ficará, na hipótese <leste artigo, isenta da sua
contribuicáo para o seguro social, possúa este o título de caixa de aposentadoria e pensóes ou outro.

A obrigatoriedade de comunicacáo do sinistro a autoridade policial permanecía (art. 44) e,


caso o responsável nao cumprisse com suas obrigacóes integralmente, a vítima ou seus familiares
poderiam reclamar ao curador de Acidentes, ou correspondente órgáo do Ministério Público, ao qual
cabía também promover a abertura do inquérito policial, com encaminhamento dos autos ao juízo
competente (art. 45). O procedimento judicial, portante, passou a existir semente nos casos descritos
nos arts. 44 a 46 ou quando nao houvesse acorde quanto a indenizacáo ou qualidade do beneficiário
(art. 53).
Na sequéncia do Decreto n. 24.637 (DOU de 12.7.1934) foi promulgada a Constituicáo Federal
de 1934 (DOU de 26.7.1934), que, no art. 121, mencionou a protecáo contra acidentes e determinou
a instituicáo de previdéncia, mediante a forma tríplice de custeio (Uniáo, empresa e empregado ). A
garantía da reparacáo passou ao status de preceito constitucional, conforme segue:
Art 121. A lei promoverá o amparo da producáo e estabelecerá as condicóes do trabalho, na cidade e nos campos,
tendo em vista a protecáo social do trabalhador e os interesses económicos do País.
[... )
§ 1 °A legislacáo do trabalho observará os seguintes preceitos, além de outros que colimem melhorar as condicóes do
trabalhador:
[ ... )
h) assisténcia médica e sanitária ao trabalhador e a gestante, assegurando a esta descanso antes e depois do parto, sem
prejuízo do salário e do emprego, e instituicáo de previdéncia, mediante contribuicáo igual da Uniáo, do empregador
e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte;
[... )
§ 82 Nos acidentes do trabalho em obras públicas da Uniáo, dos Estados e dos Municipios, a indenizacáo será feíta
pela folha de pagamento, dentro de quinze dias depois da sentenca, da qua] nao se admitirá recurso ex-oficio.
[... )

Também o art, 170 da CF/34 tratou do acidente de trabalho ao prever aposentadoria com
vencimentos integrais aos funcionários públicos que se invalidassem em decorréncia de tal sinistro/"
Nova modificacáo ocorreu semente em 1944, pelo Decreto-Leí n. 7.036 (DOU de 13.11.1944),
reformando a legislacáo anterior. A novidade, em termos de conceito, foi a inclusáo da concausa e os
acidentes por equiparacáo (arts. 3º, 5º e 6º), mas sem incluir o acidente de trajeto (art. 7º). Destaque
tarnbém para o art. 14, que obrigava o empregador a manter um servico de assisténcia médica em
estabelecimentos com mais de quinhentos empregados.

(2) A Constituicáo Federal de 1937 tratou do acidente de trabalho nos arts. 137 e 156 e nao trouxe alteracóes relevantes.

15
Outra importante novidade resultou do art. 31, que possibilitou a acumulacáo da indenizacáo
acidentária com outra de direito civil quando da ocorréncia de dolo por parte do empregador ou seus
prepostos. Confira-se:
Art. 31. O pagamento da indenizacáo estabelecida pela presente lei exonera o empregador de qualquer outra
indenizacáo de direito comum, relativa ao mesmo acidente, a menos que este resulte de dolo seu ou de seus propostos.

Ajustíca, na interpretacáo do referido dispositivo, equiparou o dolo a falta grave, e o STF acabou
editando, em 13.12.1963, a Súmula n. 299, com a seguinte redacáo:
STF - Súmula n. 229: a indenizacáo acidentária nao exclui a do direito comum, ern caso de dolo ou culpa grave do
empregador.

A comunicacáo do acidente passou a observar o prazo de 24 horas (art. 45), e o empregador


passou a ser obrigado a proporcionar seguran<;a e higiene no trabalho (art. 77), fazendo remissáo a
CLT e outras normas do Ministério do Trabalho.w A recusa por parte do empregado em obedecer as
regras de seguran<;a passou a configurar ato de insubordinacáo (art. 79), e a organizacao de comissóes
internas (CIPA) passou a ser obrigatória para empregadores com mais de cem empregados.
Os arts. 90 a 93 criaram a readaptacáo profissional, que fica a cargo do Estado, e o art. 94 criou o
seguro obrigatório para acidentes, a cargo do empregador, a ser realizado no instituto de previdéncia
a que estivesse filiado o trabalhador.
A Constituicáo Federal de 1946 (18.9.1946) trouxe novidades, determinando no art. 123 que a
competencia para conciliar e julgar os dissídios relativos a acidentes do trabalho nao era da [ustica
do Trabalho, mas da [ustica ordinária.
Em 1960 foi publicada a Lei n. 3.807 (DOU de 5.9.1960), denominada LOPS - Lei Orgánica da
Previdéncia Social, unificando a legislacáo referente aos institutos de aposentadorias e pens6es e
seu regulamento consta do Decreto n. 48.959-A (10.9.1960). Determina seu art. 22 que a previdéncia
social se responsabilizaría em garantir aos segurados as prestacóes acidentárias, desde que o seguro
estivesse a seu cargo. Também merece destaque a previsáo do art. 64, isentando a carencia para o
auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez e pensáo por morte nos casos de acidente do trabalho,
mas condicionando tal benesse a receber metade da indenizacáo acidentária.
A Constituicáo Federal de 1967 (DOU de 24.1.1967) nao trouxe alteracóes, e em 28.2.1967 foi
publicado o Decreto-leí n. 293, revogando o Decreto n. 7.036/1944. O seguro de acidentes do trabalho,
de contratacáo obrigatória pelos empregadores poderia ser operado pelo INPS,(4> mas em regime de
concorréncia com outras seguradoras (art. 32), que passaria a ser responsável pela indenizacáo ao
obreiro (ou seus familiares, em caso de óbito), índependentemente dos beneficios previdenciários de
direito (art. 22). Referido diploma legal utilizou a expressáo "doenca do trabalho" para diferenciar
essas ocorréncias das doencas profissionais (art. 42) e equiparou o acidente de trajeto aos acídentes de
trabalho (art. 52), entre outras modificacóes importantes.
Ainda em 1967, apenas seis meses depois do Decreto-leí n. 293, foi publicada a Lei n. 5.316
(DOU de 18.9.1967), integrando o seguro de acidentes exclusivamente a
Previdéncia Social, sem
concorréncia de outras seguradoras, e passando o Brasil a adorar; portanto, a teoría do risco social
e1n tema de infortunística. O art. 22 voltou a confundir os conceitos de doenca profissional e doenca
do trabalho, e o art. 62 garantíu ao trabalhador que o benefício previdenciário que fue fosse de direito
nao seria inferior ao seu último salário de contribuicáo.P' A comunicacáo do acidente passou a ser
obrigacáo da empresa (devendo ser feíta a Previdéncia Social), sob pena de multa (art. 11), e o art. 12
definiu as alíquotas devidas pelo ernpregador, conforme segue:

(3) A época, Ministério do Trabalho, lndústria e Comércio.


(4) O INPS - Instituto Nacional de Previdéncia Social foi criado pelo Decreto-Lei n. 72, de 21.11.1966, que reuniu num único os seis
Institutos de Aposentadorias e Penséies anteriormente existentes.
(S) Salário de contribuicáo, no direito previdenciário, é o valor utilizado como base de cálculo para a contribuicáo previdenciária e, via
de regra, corresponde a remuneracáo do trabalhador, observado um teto máximo fixado pelo legislador.

16
Art. 12. O custeio das prestacóes por acidente do trabalho, a cargo exclusivo da empresa. será atendido, conforme
estabelecer o regulamento, mediante:
I - urna contribuicáo de 0,4% (quatro décimos por cerito) ou de 0,8% (oito décimos por cerito) da folha de salários de
contribuicáo, conforme a natureza da atividade da empresa;
II - quando for o caso, urna contribuicáo adicional incidente sobre a mesma folha e variável, conforme a natureza
da atividade da empresa.
§ 1 Q A contribuicáo adicional de que trata o item II será objeto de fixacáo individual para as empresas cuja experiencia
ou condicóes de risco assim aconselharem.
§ 22 Na hipótese do art, 10, a contribuicáo de que trata o ítem 1 será de 0,5% (cinco décimos por cento) ou de 1º/o (um
por cento).
§ 3° As contribuicóes estabelecidas neste artigo seráo pagas juntamente coro as contribuicóes de que tratam os itens I e
III do art. 69 da Leí Orgánica da Previdéncia Social, na redacáo dada pelo Decreto-leí n. 66, de 21 de novembro de 1966.<6>

O Decreto n. 61.784 (DOU de 29.11.1967) aprovou o Regularnento do Seguro de Acidentes do


Trabalho (regulamentando a Lei n. 5.316/1967), e em 10/1969 foi publicada a Emenda Constitucional
n. 01/69, dando nova redacáo a CF/67 e passando a transformar totalmente o seguro-acidente em
seguro social, já que seu art. 165, XVI, passou a dispor que o risco seria assumido pela Previdéncia
Social, mediante contribuicáo tripartite:
Art. 165. A Constituicáo assegura aos trabalhadores os seguintes direitos, além de outros que, nos termos da leí,
visem a melhoria de sua condicáo social:
[... )
XVI - prevldéncia social nos casos de doenca, velhice, invalidez e morte, seguro-desemprego, seguro contra acidentes
do trabalho e protecáo da maternidade, mediante contribuicáo da Uniáo, do empregador e do empregado;
[ ... )
Em janeiro de 1976 foi publicado o Decreto n. 77.077, expedindo a Consolidacáo das Leis da
Previdéncia Socíal/" sem alteracóes relevantes e, nesse mesmo ano, houve alteracáo na matéria
acidentária, por meio da Lei n. 6.367 (DOU DE 21.10.1976), que básicamente manteve as mesmas
regras anteriores, com pequena ampliacáo no conceito de acidente de trabalho e aumento do custeio
devido pelas empresas, conforme redacáo do art. 15:
Art. 15. O custeío dos encargos decorrentes desta Lei será atendido pelas atuais contribuicóes previdenciárias a cargo
da Uniáo, da empresa e do segurado, com um acréscimo, a cargo exclusivo da empresa, das seguintes percentagens
do valor da folha de salário de contribuicáo dos segurados de que trata o art. 11.1:
1 - 0,4% (quatro décimos por cerito) para a empresa em cuja atívidade o risco de acidente do trabalho seja considerado
leve;
II - 1,2º/o (urn e dois décimos por cento) para a empresa em cuja atividade esse risco seja considerado médio:
III - 2,5% (dois e meio por cento) para a empresa em cuja atividade esse risco seja considerado grave.
§ 12 O acréscimo de que trata este artigo será recolhido juntamente com as demais contríbuicóes arrecadadas pelo
INPS.
§ 2° O Ministério da Previdéncia e Assisténcia Social - MPAS classificará os tres graus de risco em tabela própria
organizada de acordo com a atual experiencia de risco, na qua) as empresas seráo automaticamente enquadradas,
segundo a na tu reza da respectiva atividade.
§ 32 A tabela será revista trienal mente pelo Ministério da Previdéncia e Assisténcia Social, de acorde com a experiencia
de risco verificada no período.
§ 42 O enquadramento individual na tabela, de iniciativa da empresa, poderá ser revisto pelo INPS, a qualquer tempo.

(6) O Decreto-lei n. 66/1966 trouxe diversas alteracóes a Lei n. 3.807 /60 (LOPS), inclusive seu art. 69, que tratava das contribulcñes
de-
vidas a Previdéncia Social, por empregadores e empregados. Nao havia contrtbuicáo destinada ao custeio das prestacóes acidentárias,
que foi instituída somente coma Lei n. 5.316/67.
(7) Para os trabalhadores rurais, as normas constavam da Lei n. 5.889/73, com seguro de acidentes previsto no art. 19 e cuja atribuicáo
cabía ao FUNRURAL, conforme Leí n. 6.195/1974.

17
O regulamento da Lei n. 6.367 se deu pelo Decreto n. 79.037 (DOU de 28.12.1976), e ern 1977 a
Lei n. 6.439 instituiu o SINPAS - Sistema Nacional de Previdéncia e Assísténcia Social, cujo objetivo
era reorganizar a Previdéncia Social. Foram criados o INANPS e o IAPAS (autarquías vinculadas ao
Ministério da Previdéncia e Assisténcía Social) e integravam o SINPAS as seguintes entidades: INPS,
INAMPS, LBA, FUNABEM, DATAPREV, IAPAS E CEME.
Com a criacáo do SINPAS foi necessária a aprovacáo de um novo regulamento para a Previdéncia
Social, o que ocorreu por rneio do Decreto n. 83.080 (DOU de 29.1.1979), sem alteracóes quanto a
rnatéria acidentária. Seus anexos V a VIII traziam as tabelas pertinentes ao terna, com destaque para o
Anexo VIII, que tratou das doencas profissionais ou do trabalho dos rurais. O Decreto n. 83.081 (DOU
de 29.1.1979), por sua vez, regulamentou o custeio previdenciário, também sem alteracóes relevantes.
Ern 1984, o Decreto n. 89.312 (DOU de 24.1.1984) aprovou a nova Consolidacáo das Leis da
Previdéncia Social, sem modificacóes significativas em rnatéria acidentária, e ern 5.10.1988 foi
promulgada a Constituicáo Federal que ora se encentra em vigor. A nova Carta Magna garantiu
o direito ªº
seguro de acidentes para os trabalhadores, cumulativamente a indenizacáo quando da
ocorréncia de dolo ou culpa (art. 72), manteve o direito de aposentadoria integral aos servidores
públicos vítimas de acidente de trabalho (art, 40), assim corno a exclusáo de competencia da [ustica
Federal para os litigios envolvendo rnatéria acidentária (art. 109).
Ocorre que a Constituicáo de 1988 trouxe outras alteracóes de cunho previdenciário, corno
a uniformidade e equivalencia de direitos entre trabalhadores urbanos e rurais (art. 194), além
de determinar, no Ato das Disposicóes Constitucionais Transitórias - ADCT, art. 59, que fosse
apresentado um novo plano de custeio e beneficios.
Assim, surgiram em julho de 1991 as Leis ns. 8.212 e 8.213, a primeira referente ao plano de
custeio e a segunda referente ao plano de beneficios do que agora passaria a ser chamado de Regime
Geral de Previdéncia Social.v"
A Lei n. 8.212 (DOU de 25.7.1991) trouxe alteracóes quanto as contribuicóes destinadas ao
seguro de acidentes do trabalho, passando as alíquotas de 1 °lo, 2°/o e 3%, até hoje vigentes. Confira-se:
Art. 22. A contribuicáo a cargo da empresa, destinada a Seguridad e Social, alérn do disposto no art, 23, é de:

[... ]

U - para o financiamento da complementacáo das prestacóes por acidente do trabalho, dos seguintes percentuais,
incidentes sobre o total das remuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio¡

c) 3% (tres por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

§ 1ºNo caso de bancos comerciais, bancos de in vestimentos, bancos de desenvolvimento, caixas económicas, sociedades
de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de
títulos e valores mobiliarios, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalizacáo, agentes autónomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdéncia privada
abertas e fechadas, além das contribuicóes referidas neste artigo e no art. 23, devida a contribuicáo adicional de 2,S'Yo
é

(dois inteiros e cinco décimos por cento) sobre a base de cálculo definida no inciso 1 deste artigo.

§ 22 Nao íntegram a remuneracáo as parcelas de que trata o§ 82 do art. 28.

(8) O INSS - Instituto Nacional do Seguro Social foi criado pelo Decreto n. 99.350, de 27.6.1990, resultado da fusáo do IAPAS como
a
INPS. Trata-se de urna autarquía federal, época vinculada ao Ministério do Trabalho e da Previdéncia Social, cujo objetivo era cuidar
da arrecadacáo das contribuicóes previdenciárias, bem como da habilltacáo e rnanutencáo dos benefícios pagos aes segurados e de-
pendentes.

18
§ 32 O Ministerio do Trabalho e da Prevídéncia Social poderá alterar, com base nas estatísticas de acidentes do
trabalho, apuradas em inspecáo, o enquadramento de empresas para efeito da contribuicáo a que se refere o inciso lI
<leste artigo, a fim de estimular investimentos em prevencáo de acidentes.
[ ... ]
A Lei n. 8.213 (DOU de 25.7.1991), por sua vez, passou a conceituar os acidentes de trabalho
(arts. 19 a 21) e a determinar a obrigatoriedade da notificacáo (arts. 22 e 23) e, além de especificar
os benefícios existentes ao trabalhador acidentado, criou a estabilidade provisória (art. 118) e a acáo
regressiva por parte da Previdéncia Social, quando da inobservancia das normas de seguran<;a e
higiene do trabalho (art. 121).
Ocorre que, como já dito anteriormente, o direito e a rnatéria, especificadarnente, sao extre-
mamente dinámicos, e por óbvio que as Leis ns. 8.212 e 8.213, apesar de ainda vigentes, sofrerarn
inúrneras alteracóes relevantes. Tambérn a CF/88 foi diversas vezes alterada, por Ernendas Constitu-
cionais, com alteracáo significativa no direito previdenciário. No entanto, todas essas alteracóes seráo
analisadas nesta obra cuidadosa e separadamente, razáo pela qual deixo, aquí, de mencioná-las.
Confiro destaque, contudo, a Lei n. 10.666 (DOU de 9.5.2003), em seu art. 10, que criou urna
flexibilizacáo as alíquotas originais do SAT - Seguro de Acidentes do Trabalho, posteriormente
denominada FAP - Fator Acidentário de Prevencáo, objeto de grande polémica e que será abordado
no decorrer das próximas páginas, já que pode reduzir em até 50%, ou elevar em até 100°/o, as alíquotas
de 1 o/o, 2% ou 3% destinadas ao custeio dos benefícios acidentários. Por ora, eis a transcricáo do
referido dispositivo:
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de urn, dois ou tres por cento, destinada ao financiamento do beneficio de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cerito, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da e1npresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

Também merece distincáo a Leí n. 11.430 (DOU de 27.12.2006), que inseriu na Leí n. 8.213/91 o
art. 21-A, criando urna nova forma para o INSS caracterizar os acidentes de trabalho, denominada
Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP) e que igualmente será objeto de estudo aprofundado e1n
momento posterior, dada sua relevancia para o terna em debate:
Art. 21-A. A pericia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorréncia de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relacáo entre a
atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificacáo Internacional de
Doencas - CID, em conforrnídade como que dispuser o regulamento.
§ 111 A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistencia do nexo
de que trata o capui <leste artigo.
§ 2° A empresa poderá requerer a nao aplícacáo do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisáo caberá recurso com
efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdéncia Social.

Por fim, ressalto a recente Lei Complementar n. 150, publicada no DOU de 2.6.2015 que, ao
dispor sobre o trabalho dos empregados domésticos, estendeu a eles diversos direitos, inclusive
aqueles que decorrem de acidente de trabalho, objeto desta obra.

19
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2.1. Dos requisitos necessários a caracterizaciio da natureza acidentária


e do acidente típico

Possuem direito a caracterizacáo do acidente de trabalho os trabalhadores empregados (inclusive


o doméstico, por forca da LC 150/2015), os trabalhadores avulsos e os segurados especiaís/" e desde
o primeiro conceito trazido pelo Decreto n. 3.724/1919 se fazern necessários tres requisitos para que
urna determinada ocorréncia seja intitulada como acidentária:
a) que o trabalho (ou seu ambiente) terma sido a causa do sinistro.
b) que o trabalhador terma sofrido Iesáo corporal ou perturbacáo funcional.
e) que exista incapacidade laborativa, ainda que temporária.
É o que depreendemos ao ler os conceitos trazidos ao longo de todos esses anos, conforme
demonstro:
Decreto n. 3.724/1919: "Art. 1º Consideram-se accidentes no trabalho, para os fins da presente lei:Ia) o produzido
por urna causa súbita, violenta, externa e involuntaria no exercicio do trabalho, determinado lesóes corporaes
ou perturbacées funccionaes, que constituam a causa unica da morte ou perda total, ou parcial, permanente ou
temporaria, da capacidade para o trabalho; Tb) a molestia contrahida exclusivamente pelo exercicio do trabalho,
quando este fór de natureza a só por si causal-a, e desde que determine a morte do operario, ou perda total, ou
parcial, permanente ou temporaria, da capacidade para o trabalho."
Decreto n, 13.498/1919: "Art. 1 S! Consideram-se accidentes do trabalho: a) o accidente produzido por urna causa subita,
violenta, externa e involuntaria no exercicio do trabalho, determinando lesóes corporaes ou perturbacóes funccionaes
que constituam a causa unica da morte ou perda total ou parcial, permanente ou temporaria, da capacidade para o
trabalho: b) a molestia contrahida exclusivamente pelo exercicio do trabalho, quando este for de natureza asó por
si causa-la e desde que determine a morte do operario ou perda total ou parcial, permanente ou temporaria, da
capacidade para o trabalho. ·
Paragrapho unico, Consideram-se molestias profissionaes, entre outras, as seguintes: o envenenamento pelo chumbo,
mercurio, cobre, phosphoro, arsénico e seus derivados, a pneumoconiose, a tabacose pulmonar. a ophthalmia
amrnoniacal, o sulfocarbonismo e o hydrocarburismo."
Decreto n. 24.637/1934: "Art, lS! Considera-se addente do trabalho, para os fins da presente lei, toda lesáo corporal,
perturbacáo funcional, ou doenca produzida pelo exercício do trabalho ou em consequéncía dele, que determine a
morta, ou a suspensño ou lirnitacáo, permanente ou temporaria, total ou parcial, da capacídade para o trabalho."
Decreto-leí n. 7.036/1944: "Art. 1 Q Considera-se acidente do trabalho, para os fins da presente Leí, todo aquele que se
verifique pelo exerácio do trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesáo corporal, perturbacáo funcional, ou
doenca, que determine a morte, a perda total ou parcial, permanente ou temporaria, de capacidade para o trabalho:"
Decreto-leí n. 293/1967: "Art. 1º Para fins do presente Decreto-Leí. considera-se acidente do trabalho todo aquéle
que provocar lesáo corporal ou perturbacáo funcional no exercício do trabalho, a servico do empregador, resultante
de causa externa súbita, imprevista ou fortuita, determinando a morte do empregado ou sua incapacidade para o
trabalho, total ou parcial, permanente ou temporaria."
Lei n. 5.316/1967: "Art. 2º Acidente do trabalho será aquéle que ocorrer pelo exercício do trabalho, a servico da
empresa, provocando lesáo corporal, perturbacáo funcional ou doenca que cause a morte ou a perda ou reducáo,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho,
[... ]
§ 2° Será considerado corno do trabaJho o acidente que, embora nao tenha sido a causa única, haja contribuido
diretamente pai·a a morte ou a perda ou reducáo da capacidade para o trabalho."

(9) Pequenos produtores rurais, conceituados no art. 11, VII, da Lei n. 8.213/91.

20
Decreto n. 61.784/1967: "Art. 311 Acidente do trabalho será aquéle que ocorrer pelo exercício do trabalho, a servíco
da empresa, provocando leséo corporal, perturbacáo funcional ou doenca que cause a morte ou a perda ou reducáo,
permanente ou temporaria, da capacidade para o trabalho.
Parágrafo único. Será considerado com do trabalho o acidente que, embora nao tenha sido a causa única, haja
contribuido diretamente para a morte ou a perda ou reducáo da capacidade para o trabalho."
Decreto n. 77.077/1976: "Art 164. Entende-se como acidente do trabalho, para os efeitos desta Consolidacáo, o que
ocorrer pelo exercício do trabalho, a servico da empresa, provocando lesáo corporal, perturbacáo funcional ou doenca
que cause a morte ou a perda ou reducáo, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
[... )
§ 22 Será considerado como do trabalho o acidente que, embora nao tenha sido a causa única, haja contribuido
diretamente para a morte ou a perda ou reducáo de capacídade para o trabalho."
Leí n. 6.367/1976: "Art. 22 Acidente do trabalho aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a servico da empresa,
é

provocando lesáo corporal ou perturbacáo funcional que cause a morte, ou perda, ou reducáo, pennanente ou
temporaria, da capacidade para o trabalho,
§ lll Equíparam-se ao acidente do trabalho, para os fins desta Lei:
[ ... )
TI - o acidente que, ligado ao trabalho, embora nao tenha sido a causa única, baja contribuido diretamente para a
morte, ou a perda, ou reducáo da capacidade para o trabalho:
[ ... l"
Decreto n. 79.037/1976: "Art. 22 O Acidente de trabalho aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a servíco da
é

empresa, provocando lesáo corporal ou perturbacáo funcional que cause a morte, ou a perda ou reducáo, permanente
ou temporaria, da capacidade para o trabalho.
Parágrafo único. Equípararn-se ao acidente do trabalho, para os efeitos <leste Regulamento:
[... )
II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora nao tenha sido a causa única, haja contribuído diretarnente para a
morte, ou a perda ou reducáo da capacidade para o trabalho:
[ ... l"
Decreto n. 83.080/1979: "Art. 221. Acidente do trabalho aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a servico da
é

empresa, provocando lesáo corporal ou perturbacáo funcional que cause a morte, ou a perda ou reducáo, permanente
ou temporaria, da capacidade para o trabalho.
Parágrafo único. Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os efeitos <leste título:
[... )
U - o acidente que, ligado ao trabalho, embora nao seja a causa única, tenha contribuído diretamente para a m.orte,
ou a perda ou reducáo da capacidade para o trabalho;
[ ... l"
Decreto n. 89.312/1984: "Art. 161. Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do rrabalho a servico da
empresa, provocando lesá.o corporal ou perturbacáo funcional que causa a morte ou a perda ou reducáo, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho."

Note-se que toda a legislacáo pertinente ao tema traz essas mesmas exigencias para a atribuicáo de
urna natureza acidentária ao sinistro, e assim nao é diferente com o caput do art, 19 da Lei n. 8.213/91,
ora em vigor (redacáo dada pela LC 150/2015):
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a servíco de empresa ou de ernpregador
doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Leí, provocando
lesáo corporal ou perturbacáo funcional que cause a morte ou a perda ou reducáo, permanente ou temporaria, da
capacidade para o trabalho.

Ao estipular que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do irabalno a seroico da empresa
ou do empregador doméstico o legislador deixou claro que o trabalho em si, ou o ambiente no qual é

desenvolvido, deve ser a causa do sinistro, direta ou indiretamente. O acidente precisa ocorrer pelo

21
trabalho, e nao por causa diversa. A utilizacáo da preposícáo pelo ( contracáo de per + o) nao deixa
dúvida quanto a essa interpretacáo, totalmente diversa da afirmativa de que acidente do trabalho é
tudo aquilo que ocorre no trabalho (onde a preposicáo seria a contracáo de em +o).
É preciso, pois, constatar-se que o sinistro só ocorreu em razáo do trabalho e que este colaborou,
de alguma forma, para seu acontecimento.
Se um trabalhador, ao sair para o almoco, opta por descer as escadas da empresa respondendo
mensagens particulares ern seu celular e cai, nao há por que caracterizar a ocorréncia como acidentária,
exceto se as escadas encontravam-se inapropriadas para o uso (sem corrimáo: molhadas: sem fita
antiderrapante e de piso escorregadio etc.). Nesse caso específico, podemos observar que o acidente
ocorreu nao em razáo do trabalho ou seu ambiente, mas sim em decorréncia da displicencia do
próprio trabalhador e, coincidentemente, no trabalho.
E1n caso semelhante, acertadamente decidiu o TRT da 4ª Regiáo quanto ao nao pagamento da
indenizacáo, mas podernos observar que inadequadamente caracterizou o ocorrido como acidente de
trabalho, em afronta as disposicóes do art. 19 da Leí n. 8.213/91, já que concluiu, em seu julgamento,
que a escada estava em perfeitas condícóes (com corrimáo, seca e corn lixa antiderrapante). Confira-
-se a ementa pertinente ao RO 00000265020125040451, publicado em 13.3.2014):
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLA1\1ANTE. ACIDENTE DO TRABALHO.QUEDA EM ESCADA. CULPA
EXCLUSIVA DA VÍTIMA. O art. 71, XXII, da CF irnpóe ao empregador a obrigacáo de promover a reducáo de
todos os riscos a saúde do empregado no ambiente laboral, exatamente como procedeu a reclamada, afixando um
cartaz indicando a existencia de escada, instalando corrimáo e utilizando fita antiderrapante em cada degrau. A
reclamante, ao descera escada de acesso ao refeitório, nao fez uso do corrimáo e, além dísso, acentuando o risco que
a escada representa, parou no meio dela para conversar com urna colega, desequilibrando-se após retornar a descida.
Comprovada a culpa. exclusiva da vítima, a qual nao agiu com atencáo, de forma que era exigivel condura diversa da
adorada, especialmente no tocante a utilizacáo do corrimáo. Apelo negado.

Tratou-se o caso citado de um acidente no trabalho, e nao de um acidente do trabalho, e é de


extrema importancia a caracterizacáo correta, já que os acidentes de trabalho trazem consequéncias
outras alérn das indenizacóes trabalhistas, corno a repercussáo direta no cálculo do SAT (em face da
Leí n. 10.666/2003), o direito a estabilidade ou depósitos de FGTS e a possibilidade de ingresso de
acáo regressiva por parte do INSS.
É certo que em alguns casos, senáo na maioria deles, faz-se necessária urna investigacáo para
apurar se o trabalho ou suas condicóes tiveram alguma participacáo no sinistro ou se o trabalhador
seria dele acometido em lugar diverso. U1n operário que sofre um infarto, por exemplo, pode ter o
evento caracterizado como acidente de trabalho se restar comprovado que o stress ou a pressáo sofrida
no ambiente de trabalho foi um fator determinante para sua ocorréncia. Caso contrário, estaremos
<liante de urna fatalidade ocorrida no trabalho, sem estar presente a natureza acidentária no sentido
técnico-legal.
Também é preciso que essa ocorréncia (causada pelo trabalho, direta ou indiretamente)
machuque o trabalhador, ou seja, que lhe cause lesáo corporal (ferimento) ou perturbacáo funcional
(prejuízo do funcionarnento de qualquer parte do corpo) e que a gravidade seja suficiente a ensejar,
no mínimo, urna incapacidade temporária para o trabalho.v?'
Existir urna incapacidade nao significa que sempre será necessária a presenca de afastamento
indicado por atestado médico. É perfeitamente possível, e cotidiana, inclusive, a situacáo de traba-
lhadores que sofrem pequenos acidentes no local e/ou no exercício do trabalho e que permanecem
trabalhando, mas com restricóes impostas pelo servico médico que prestou o primeiro socorro. Essa
restricáo varia conforme a lesáo, mas via de regra se limita a nao subir escadas, nao carregar peso,
nao fazer esforco físico ou algo do genero, pelo restante do dia. Teríamos, nessas hipóteses, urna in-
capacidade temporaria para o trabalho sern necessidade de afastamento, o que nao afasta, repito, a
possibilidade de restar caracterizado o acidente de trabalho.

(10) Ver o Capítulo 4, subitem 4.2.2, sobre a previsáo disposta em portarias e instrucóes normativas.

22
O que impede tal caracterizacáo é a ausencia de qualquer incapacidade ou restricáo laborativa,
como cortar o dedo em folhas de papel, bater membros inferiores em mesas e gavetas (mesmo quando
da existencia de equimose) e outras situacóes semelhantes, sem gravidade, que podem ocorrer no
exercício das atividades profissionais.
Por óbvio, no entanto, que o trabalho ( ou o ambiente no qual é desenvolvido) pode machucar
o trabalhador nao semente na parte externa do corpo, mas também internamente, ocasionando-
-lhe doencas ou agravando aquelas já existentes. E com isso se preocupou o legislador, desde 1919,
colocando claramente nos textos legais que também as morbidades decorrentes do trabalho caracte-
rizam-se corno acidentes do trabalho.
Ternos, portanto, os acidentes típicos'l", que devem observar os requisitos contidos no art. 19
da Leí n. 8.213/91 e que tero por características a subitaneidade e o fato de serem eventos únicos,
ocorridos em um determinado momento, geralmente causando les6es imediatas nos trabalhadores;
e, além desses, as doencas ocupacionais, objeto do subitem seguinte.

2.2. Doenca proftsstonal e doenca do trabalho - Nexo Profissional (NP) e Nexo Individual (NI)
Inicialmente, os conceitos de doenca profissional e doenca do trabalho se confundiam, nao
diferenciando o legislador entre urna e outra, situacáo alterada semente quando da publicacáo do
Decreto-leí n. 7.036/1944.
Atualmente, trata do tema o art. 20 da Leí n. 8.213/91, com a seguinte redacáo:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos tennos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doenca profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relacáo elaborada pelo Ministerio do Trabalho e da Previdéncia
Social;
IJ - doenca do trabalho, assirn entendida a adquirida ou desencadeada em funcáo de condícóes especiais em que o
rrabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relacáo mencionada no inciso l.
§ 12 Nao sao consideradas como doenca do trabalho:
a) a doenca degenerativa;
b) a inerente a grupo etario:
e) a que nao produza incapacidade laborativa:
d) a doenca endémica adquirida por segurado habitante de regiáo em que ela se desenvolva, salvo comprovacáo de
que é resultante de exposicáo ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 22 Em caso excepcional, constatando-se que a doenca nao incluída na relacáo prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condicóes especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretarnente, a Previdéncia
Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Observe-se inicialmente, pela importancia extrema do fato, que já no capui o legislador determina
que devern ser observados os termos do art. 19 do mesmo diploma legal, ou seja, para que urna
doenca seja caracterizada como acidente do trabalho faz-se necessário que:
a) o trabalho (ou as condicóes em que é desenvolvido) tenha sido a causa da doenca.
b) essa doenca tenha ocasionado lesáo corporal ou perturbacáo funcional ao trabalhador.
e) essa lesáo ou perturbacáo tenha acarretado alguma incapacidade laborativa, ainda que
temporaria.
A necessidade de a doenca acarretar, obrigatoríamente, urna incapacidade laborativa é repetida
na alínea e do § 12, que novamente transcrevo:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos tennos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
[••• J

(11) Também denominados por acidentes-tipo por alguns doutrinadores.

23
§ 111 Nao sao consideradas como doenca do trabalho:
[... ];
e) a que nao produza incapacidade laborativa:
[... ]

a
Observados, pois, os tres requisitos essenciais caracterizacáo do acidente de trabalho, ocupou-
-se o legislador em diferenciar as doencas profissionais das doencas do trabalho, o que fez nos incisos
1 e II do dispositivo em comento.
Por doencas profissionaís, também denominadas tecnopatias ou ergopatias, <levemos com preender
aquelas que sao produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho, peculiares a determinadas
atividades e geralmente associadas aos agentes químicos, físicos ou biológicos presentes no trabalho.
Sao, via de regra, mais fáceis de serem comprovadas, sendo necessário confirmar a presenc;a do agente
nocivo ( ou fator de risco) no ambiente de trabalho e o correto diagnóstico da enfermidade.
Por doencas do trabalho, ou mesopatias, te1nos aquelas comuns, que nao decorrem necessária e
exclusivamente do trabalho. Podem ser adquiridas ern outros locais, por outros fatores, mas tambérn
podem decorrer das condicóes em que o trabalho é desempenhado, geralmente irregulares, como um
mobiliário incorreto que pode trazer problema ortopédico.
Também importa observar que o art. 20 ordenou que essas doencas (profissionais e do trabalho)
devem constar de urna lista elaborada pelo Ministério da Previdéncia Social.í'"
O Decreto n. 13.498/1919 chegou a especificar as doencas profissionais no parágrafo único do
art. 1 º, citando, por exemplo, o envenenamento pelo chumbo, mercurio. cobre, fósforo e arsénio, bem
como a pneumoconíose-'" e a tabacose pulmonar'!". No entanto, a regra de especificar exaustivamente
as doencas dentro do texto legal nao salutar, até porque referida listagern merece revisáo periódica
é

para inclusáo de novas espécies e, por isso, o Decreto n. 24.637/34 e os diplomas legais posteriores
passaram a mencionar que a relacáo dessas doencas deveria ser elaborada pelo Ministério competente.
O Decreto-leí n. 293/1967 trouxe a primeira dessas tabelas ern seu anexo, e atualmente referida
relacáo consta do Anexo II do Decreto n. 3.048/99, que, contudo, traz em única tabela os agentes
patogénicos causadores das doencas profissionais e também das doencas do trabalho.
Ocorre que, como visto, as doencas profissionais tém no trabalho em si a sua causa (agentes
nocivos ou fatores de risco existentes no ambiente), enquanto que as doencas do trabalho possuem
causas diversas, podendo eventualmente decorrer das condicóes em que o trabalho é desenvolvido.
Colocar ambas as listas em único Anexo só fez confundir os conceitos, dificultando os operadores do
direito a boa técnica de enquadrar corretarnente as espécies.
O Anexo II é composto de urna primeíra tabela, genérica, que informa os agentes patogénícosv"
que podem causar as doencas profissionaís ou as doencas do trabalho. Na sequéncia, traz urna lista
A identificando quais as doencas podem ser causadas por esses agentes, inclusive informando o CID
(código da Classificacáo Internacional de Doencas). Por fim, traz urna lista B informando doencas
infecciosas relacionadas como trabalho.t'"
Seja corn relacáo as doencas profissionais, ou no que diz respeito áquelas do trabalho, nao pode
haver qualquer presuncáo, seja a favor do trabalhador (pela caracterizacáo do acidente) ou a favor

(12) O legislador, na redacáo do referido artigo, indica o Ministério do Trabalho e Prevldéncia Social. Contudo, em 1992, pela Lei n. 8.490,
houve seu desmembramento, passando a existir o Ministério do Trabalho e o Ministério da Previdéncia Social, com competencias distintas.
(13) Pneumoconiose é urna doenca respiratória causada pela lnalacáo de substancias químicas como alumínio, grafite ou asbestos,
entre outras.
(14) Tabacose é urna doenca pulmonar que acomete trabalhadores da indústria do tabaco/fumo.
(15) Agentes capazes de produzir doencas.
(16) Listas completas no Capítulo 14, subitem 14.l.

24
do empregador (pela nao caracterizacáo). Nao obstante as doencas profissionais sejam mais fáceis
de se comprovar, faz-se necessário identificar o agente nocivo no ambiente de trabalho e a efetiva
exposícáo do trabalhador enfermo a esse agente. Para as doencas do trabalho, a prova ainda mais é

complexa, já que fatores externos podem ter desencadeado a enfermidade, sem qualquer colaboracáo
do trabalho ou do ambiente em que é desenvolvido.
É preciso, pois, nao somente estarem presentes os requisitos do art. 19 (seja o trabalho a causa
e exista incapacidade laborativa) como também que essas doencas e seus fatores de risco estejam
listados no referido Anexo II e presentes no ambiente de trabalho onde está inserido o empregado,
comprovadamente. Assim ocorrendo, restará caracterizado o Nexo Profissional ou do Trabalho (NP),
denominacáo utilizada pelo INSS.
Caso a doenca e/ou o agente nocivo ou fator de risco nao estejam listados no Anexo 11, ainda assim
será possível caracterizar a ocorréncia como acidentária, com fundamento no § 22 do art. 20, caso reste
comprovado que a enfermidade resultou de condicóes especiais em que o trabalho era executado. Trata-
-se, no caso, do Nexo Individual (NI), assim denominado pelo INSS, e cujo permissivo legal transcrevo:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos tennos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
[... ]
§ 22 Em caso excepcional, constatando-se que a doenca nao incluida na relacáo prevista nos incisos I e II deste artigo
resultou das condicóes especiais em que o trabalho executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdéncia
é

Social deve consíderá-la acidente do trabalho.

2.3. Situaciies de exceciio

O § 12 do art. 20 da Lei n. 8.213/91 determina expressamente que nao sao consideradas como
doenca do trabalho:
a) a doenca degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
e) a que nao produza incapacidade laborativa:
d) a doenca endémica adquirida por segurado habitante de regiáo em que ela se desenvolva,
salvo comprovacáo de que é resultante de exposicáo ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.
Referida previsáo guarda absoluta relacáo coma ideia do legislador quanto ao conceito de "acidente
do trabalho", determinando sua ocorréncia somente quando o trabalho tiver sido a causa do sinistro.
Essa é a redacáo constante dos dispositivos desde o Decreto n. 3.724/1919, ao prever na alínea b
do art. 1 ºque a natureza do trabalho deveria causar a moléstia. Confira-se:
Art. 1º Consideram-se acidentes no trabalho, para os fins da presente leí:
[... ]
b) a moléstia contraída exclusivamente pelo exercício do trabalho, quando este for de natureza asó por si causá-la, e
desde que determine a morte do operario, ou perda total, ou parcial, permanente ou temporaria, da capacídade para
o trabalho.
Corno já abordado anteriormente, o conceito foi obtendo melhoras ao longo dos anos, e, desde o
Decreto n. 24.637/1934, ocupou-se o legislador em deixar claro que as doencas endémicas?" deveriam ser
excluídas de tal conceito ( art. 1 º, § 12), fato repetido pelo Decreto-leí n. 7.036/1944 ( art. 7º, parágrafo único).
Quando da Lei n. 5.316/1967, o legislador excluiu expressamente as doencas degenerativasv" e também
aquelas inerentes a determinado grupo etário, previsáo que se seguiu nos diplomas legais posteriores.

(17) Endemia é urna doenca que se manifesta apenas em urna determinada regiáo, de causa local, nao se espalhando ou atingindo
outras localidades. No Brasil, podemos citar o exemplo da febre amarela na regiáo da Amazonia.
(18) Doenca degenerativa é aquela que leva a urna gradual lesáo no organismo. Sao irreversíveis, permanentes e geralmente evoluem,
trazendo lirnitacáo nas funcñes do organismo. As causas nem sempre sao conhecidas.

25
Corretamente, pois, decidiu o TRT da 1 ª Regiáo, no Recurso Ordinário 00001309320115010343/
RJ, publicado em 18.11.2014:
DOEN<;A DEGENERATIVA. CONCAUSA. No caso de doenca degenerativa, essencial a prova de que a atividade
é

desenvolvida pelo empregado contribuiu de forma di reta para o agravarnento da patología, a fon de caracterizar a
concausa que enseja a reparacáo civil.

É clara, pois, a intencáo do legislador de caracterizar como acidente do trabalho semente aquelas
doencas que tiveram no trabalho sua causa e desde que acarretem ao obreiro uma incapacidade
laborativa, ainda que temporaria. E nao poderia ser diferente.
Toda a legislacáo acidentária se1npre teve por objetivo a protecáo do trabalhador. Corno
nao existía um regime previdenciário que abrangesse todos os trabalhadores e como nao existia
a obrigatoriedade de um seguro, criou-se inicialmente o direito a percepcáo de uma indenizacáo,
calculada conforme a gravidade das lesóes e que semente deveria ser paga se, por óbvio, o trabalho
tivesse ocasionado o sinistro. Posteriormente, foi criado o seguro, e atualmente há a possibilidade
de receber os benefícios acidentários ( custeados pelo seguro) e, simultaneamente, em alguns casos,
perceber urna indenizacáo paga pela empresa ern razáo do dano sofrido pelo obreiro.
Ora, se o seguro é para custear os beneficios decorrentes dos acidentes de trabalho, é justo que
semente as ocorréncias corretamente enquadradas se habilitem a tais prestacóes. E se a indenizacáo
paga pelo empregador objetiva a reparacáo do dano, por óbvio que o trabalho necessita ter participa-
<;ao na ocorréncia do dano para que o empregador seja condenado.
Se a doenca foi adquirida por causa diversa e evolui gradativamente (doenca degenerativa),
ou se inerente a grupo etário ou determinada regiáo (endemia), nao há que se falar em acidente do
trabalho, ressalvada a situacáo da concausa, que será abordada posteriormente.

2.4. Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP

Criado pela Lei n. 11.430/2006, que inseriu o art. 21-A na Leí n. 8.213/91, o Nexo Técnico
Epidemiológico (NTEP) objetiva atender a urna necessidade do custeio da Previdéncia Social, mais
precisamente do cálculo do Fator Acidentário de Prevencáo (FAP), e para compreendermos bem o
tema, é preciso voltarmos um pouco no tempo e espa<;o da legíslacáo previdenciária referente ao
Seguro de Acidentes do Trabalho.
Conforme disposicóes constantes da Lei n. 8.212/91, art. 22, inciso II, para financiar os beneficios
decorrentes de acidente de trabalho as empresas se obrigam a pagar um seguro (SAT),<19> cuja alíquota
incide sobre o total da folha de pagamento (total de remuneracáo ), sem limite, e que varia conforme
o grau de risco de acidentes:
Art. 22. A contribuicáo a cargo da empresa, destinada a Seguridade Social, além do disposto no art. 23, de:
é

[... ]
IT - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles
concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientáis do trabalho,
sobre o total das remuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos:
a) lo/o (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
e) 3% (tres por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

(19) SAT - Seguro de Acidentes do Trabalho, previsto na CF/88, art. 7º, XXVIII e/e art. 201, § 10, também conhecido por RAT - Risco
Ambiental do Trabalho.

26
Para verificar qual a sua alíquota, cada empresa deve verificar no cartáo do CNPJ seu código
de atividade preponderante (CNAE) e, de posse desse número, verificar a distribuicáo feita pelo
Ministério da Previdéncia Social no Decreto que regulamenta o Regime Geral.<20)
Ainda se discute se essa atividade preponderante deve ser apurada considerando a e1npresa
como um todo (todos os CNPJs de mesma raiz) ou se isoladamente, por estabelecimento, tópico que
abordarei em capítulo separadov", masé certo que em 2002 o entendimento que prevalecía (disposto
nas normas legáis, inclusive) era no sentido de que deveria ser por empresa, em sua totalidade.
Cumpre observar, também, que prevalecía a categoria económica (CNAE), e nao a realidade
de cada e1npresa individualmente analisada. Se a atividade era de construcáo civil, por exemplo,
CNAE 4521-7/01, a alíquota a ser utilizada era a de 3o/o (grau máximo, conforme redacáo do Anexo
V do Decreto n. 3.048/99), ainda que urna determinada construtora nunca tivesse seus empregados
acidentados.
E1n dezembro de 2002, contudo, foi publicada a Medida Provisória n. 83 (DOU de 13.12.2002),
urna das últimas do governo Fernando Henrique Cardoso, cujo art. 10 trazia inovacáo ao tema,
propondo urna flexibilizacáo dessas alíquotas básicas (1 %, 2% e 3% ), que poderiam ser reduzidas
em até 50% ou majoradas em até 100°/o, conforme índices de frequéncia, gravidade e custo de cada
empresa, individualmente. Confira-se a explicacáo constante da exposicáo de motivos:
31. No art 10, faz-se proposta de flexibilizacáo de alíquotas de contribuicáo em razáo dos desernpenhos das empresas
na prevencáo dos acidentes de trabalho. A preocupacáo com a saúde e seguranca dos trabalhadores constituí-se em
um dos ternas de maís elevado poder aglutinador. Mesmo reconhecendo que a necessidade de proteger o trabalhador
que trabalha em ambiente ou servico perígoso, insalubre ou penoso é da empresa que assume o risco da atividade
económica e deve responsabilizar-se pelas consequéncias das enfermidades contraídas e acidentes do trabalho
sofridos pelos empregados, na prática que as suporta é o Governo, por meio do Ministério da Saúde em relacáo as
despesas médicas e hospitalares e do INSS em relacáo as incapacidades laborativas, temporárías ou permanentes e
as mortes.
32. A proposta visa introduzir mecanismos que estimulem os empresarios a investirem ero prevencáo e melhoria
das condicóes do ambiente de trabalho, mediante a reducáo, em até 50%, ou acréscimo, em até 100°/o, da alíquota
de contribuicáo destinada ao financiamento das aposentadorias especiais ou dos beneficios concedidos ern razáo
de acidentes ou de doencas ocupacionais, conforme a sua posicáo da empresa na classificacáo geral apurada em
conformidade com os índices de frequéncia, gravidade e custo das ocorréncías de acidentes, medidas segundo
metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social - Cl\JPS. A participacáo do CNPS na
validacáo desta metodología é de fundamental importáncia devido ao caráter quadripartite (governo, aposentados,
trabalhadores e ernpregadores) da sua cornposícáo.

E1n maio de 2003, essa Medida Provisória foi aprovada pelo Congresso Nacional e convertida na
Lei n. 10.666 (DOU de 9.5.2003), que manteve integralmente a redacáo do art. 10:
"Art. 10. A aliquota de contribuícáo de um, dois ou tres por cerito, destinada ao financiamento do beneficio de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade labora ti va decorrente
dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da e1npresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncía, gravidade e
custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.
Era preciso, pois, que o Conselho Nacional de Previdéncia Social discutisse a matéria e editasse
as fórmulas correspondentes ao cálculo que deveria ser feíto, e questáo crucial era a Previdéncia
Social conhecer, de alguma forma, quantos e quais os acidentes ocorridos em cada empresa.
Na época (2003), a resposta óbvia para tal apuracáo era a verificacáo das CATs (Comunicacáo
de Acidente de Trabalho) existentes no INSS para cada urna das e1npresas, cujos nexos tivessem sido
legalmente investigados e caracterizados, mas o Ministério da Previdéncia Social sugeriu alternativa
diversa, alegando ser fato comum os acidentes acontecerem e a empresa nao notificá-los ao INSS,
descumprindo o comando legal disposto no art. 22 da Lei n. 8.213/91.

(20) Tabela disposta no Capítulo 14 desta obra, subitem 14.9.


(21) Ver o Capítulo 11 desta obra.

27
Muitas discussóes foram travadas naquela época sobre a desconsideracáo das CATs porque, nao
obstante seja verdadeira a informacáo de que muitas en1presas deixam de emitir tal documento, certo
é que a Lei n. 8.213/91, no mesmo art. 22, confere poderes a própria vítima para sua emissáo, assim
como ao médico que prestou o primeiro socorro, ao sindicato da categoría profissional ou a qualquer
autoridade pública. Assim, nao é porque a empresa se recusa a emitir o referido documento que o
INSS deixa de ter conhecimento do acidente acorrido, já que a CAT pode ser emitida por outra pessoa
e já que, nos tennos do próprio art. 22, o documento é válido qualquer que seja o emiten te autorizado.
De toda forma, em 10.5.2004 foi publicada a Resolucáo MPS/CNPS n. 1.236, que, pela primeira
vez, explicitava a ideia alternativa do Ministério da Previdéncia Social para a identificacáo dos
acidentes, em substituicáo a verificacáo das CATs e identificacáo dos nexos, conforme previsto na
Iegislacáo da época. A Resolucáo sugeria a realizacáo de um estudo epidemiológico, utilizando-se o
critério estatístico da razáo de chance (RC), vinculado o diagnóstico da doenca (código CID) como
código da atividade económica (CNAE). Confira-se o trecho pertinente:
4. O Código Internacional de Doenca - CID - como novo Parámetro
Busca-se, com base na frequéncia, gravidade e custo, um elemento primário que seja típicamente imune a sonegacáo,
nao declaratorio, que independa do desejo/poder do empregador sobre a informacáo dos dados e seja intrinsecarnente
relacionado a incapacidade laboral, a doenca ou a entidade mórbida ou registro. Algo cuja responsabilidade médica seja
pessoal, oferecendo o menor grau de manipulacáo, e consequentemente, urna maior seguran<;a para o gestor e a justica.
Diante dessas prernissas, descartou-se, de irnedíato, como elemento prirnário, os registros dos acidentes do trabalho,
informados por intermédio da CAT que, como antes afirmado, sao subnotificados, e, caso fossem utilizados, beneficiariam
sonegadores, em detrimento das empresas que tém desenvolvido acóes efetivas de protecáo do trabalhador.
[... ]
Na busca de outro elemento primário que pudesse ernbasar urna nova metodología, após a análise de dados sobre
acidentes e doencas ocupacionais e dos seus problemas, identificou-se que, em cada processo de solícítacáo de
benefício junto a Previdéncia Social, existe um dado requerido obrigatoriamente, que o registro do diagnóstico do
é

problema de saúde que motivou a solicítacáo.


Esse diagnóstico, de acordo com a Organizacáo Mundial da Saúde - OMS, padronizado e codificado, recebendo
é

o nome de Classificacáo Internacional de Doencas - CID, que se encentra atualrnente na 1ou Revisáo. Esse dado é

preenchido pelo médico que presten o atendirnento, sendo de sua responsabilidade profissional e exigido para a
concessáo de beneficio, seja ocupacional ou nao.
O CID, assím, nao padece do mesmo vício da CAT, urna vez que independe da comunicacáo da empresa. Se o segurado
for acometido de urna doenca ou lesáo e estas irnplicarem a incapacidade para o exercício de sua atividade, o beneficio será
concedido pela Previdéncia Social, independenternente de qualquer manífestacáo da empresa. A cornunícacáo destas tao
somente influencia na caracterizacáo da natureza da prestacáo - acidentária ou previdenciária (nao acidentária).
Desta forma, propóe-se a adocáo do CID como fonte primária estatística. Nesse sentido, cumpre selecionar entre os
benefícios da Previdéncia Social quais os que tém CID a eles atribuído. Sao eles auxílio-doenca previdenciário (B31);
aposentadoria por invalidez previdenciária (B32); auxílio-doenca acidentário (B91); aposentadoria por invalidez
acidentária (892); pensáo por morte acidentaria (B93); auxílio-acídente (B94).
Eleito o CID como base primária para o presente trabalho, a questáo que se coloca é saber se pertencer a um determinado
segmento económico (código CNAE) constituí fator de risco para o trabalhador apresentar urna determinada doenca. Se sim,
qual o tamanho desse risco? Como distinguir entre os beneficios com CID atribuído quais guardarn e quais nao guardam
assodacáo como fato de o segurado pertencer a um empreenditnento de um determinado seguimento económico?
O dado disponível obriga ao delineamento epidemiológico, observacional, transversal, descritivo e analítico.
Em primeiro lugar, é necessária urna bifurcacáo entre os beneficios auxílío-doenca e aposentadoria por invalidez, de
um lado, e dos beneficios pensáo por rnorte e auxílio-acidente, de outro, Essa bifurcacáo se imp6e, poís, em relacáo
aos últimos, a base formal dos registros previdenciários reconhecidamente idónea para sua vinculacáo ocupacional.
é

Quanto aos primeiros, contudo, exige-se um estudo mais acurado, cuja base é a epidemiología, mais específicamente
a estimativa da chamada razáo de chances (RC), como medida de associacáo estatística, empregada como um critério
para a definicáo de causalidade entre um fator (nesse caso, pertencer a urn determinado CNAE) e um desfecho de
saúde, nesse caso ter uro diagnóstico clínico para o acidente ou enfermidade. Essa medida por si só nao determina a
causalidade, até porque as doencas sao eventos multicausais complexos, todavía, é reconhecida como fundamental
para a inferencia causal (Hill, 1965).
[... ]
Adotou-se a medida de associacáo estatística, raza o de chances - RC, que satisfaz plenamente aos objetivos propostos,
com vantagens diferenciadas de outras assocíacóes pelo fato de apresentar melhores propriedades estatísticas.
[... ]

28
Quando da publícacáo dessa Resolucáo outra polémica foi levantada porque o cruzamento
dos dados do CID ocorreria com o código da atividade económica (CNAE), e nao com a funcáo
propriamente exercida pelo trabalhador (código CBO - Classificacáo Brasileira de Ocupacóes).
Se a pretensáo era criar urna tabela relacionando doencas com trabalho exercido, nada mais
apropriado do que relacionar o CID como CBO, e nao coma atividade económica em geral, porque
um operador de máquina, por exemplo, está sujeito a agente nocivo ou fator de risco ao qual a
recepcionista do estabelecimento certamente nao está.
Nao bastasse tal incoeréncia, a Resolucáo CNPS 1.236/2004 ainda determinava que nesse cálculo
estatístíco fossem utilizados dados do INSS e que, para o perfil de morbímortalidade, deveriam ser
adotados também os beneficios nao acidentários. Confira-se:
5. Fontes de Dados
[ ... J
Ente os 95 tipos de beneficios concedidos pelo INSS, para os quaís existe um código alfanumérico de tres dígitos,
11 deveriam receber um diagnóstico correspondente a' CID: B21, 31, 32, 36, 56, 80, 87, 91, 92, 93, 94. Desses 11 tipos,
excluíram-se o 821 (pensáo por morte nao ocupacional); 836 e 856, por náo existirem mais, e o 880, por se tratar de
auxílio maternidade, sem relevancia para o estudo da acidentabilidade. Restam, portante, seis tipos (B31, B32, B91,
892, 893 e 894) que cornpóem o perfil morbimortalidade, cuja totalizacáo de despacho alcancen 5.795.604, entre 1998
e 2002, o que representa 41,73°/o de todos os benefícios nesse mesmo período.
[ ... ]
RODAPÉ
1. Ao tempo que o risco relativo - RR está restrito ao evento de "sucesso", a RC trabalha as duas possibilidades,
"sucesso" e "fracasso", e por isso é mais incisiva)
2. Quadro I - Resumo dos Benefícios despachados que compóern o perfil de morbimortalidade.

ESPÉCIE DE BENEFÍCIO CID PERDIDO % PERDIDO CID CADASTRADO TOTAL


31:Auxílio-Doenc;a Previdenciário 758.371 18,35% 3.373.608 4.131.979
32:Aposentadoria Invalidez Previdenciária 231.979 29,33% 558.945 790.924
91:Auxílio-Doenc;a por Acidente do Trabalho 178.967 23,92% 569.225 748.192
94:Auxílio-Acidente 40.889 61,45% 25.647 66.536
92:Aposent. Invalidez Acidente Trabalho 12.483 29,35% 30.051 42.534
93:Pensao por Morte Acidente do Trabalho 15.436 99,98% 3 15.439
Total B 31:32:91:92:93:94 21,36% 4.557.479 5.795.604
Total geral 4.989.381 13.864.775

3. Os CID-10 relativos a gravidez e puerpério (CID15), bern como o período de peri na (CID16) foram desprezadas, pois
símplesmente nada tema ver com morbimortalidade ocupacional. Também foram desprezados os CID 18 (achados
nao classificados em outra parte) e 20 (causa externa de rnorbidade e mortalidade), por nao apresentarem registros.

Ora, corno utilizar no estudo beneficios nao acídentários, como os de código B31 (auxílio-doenca
previdenciário) e B32 (aposentadoria por invalidez previdenciária)? Como utilizar lOOo/o dos benefi-
cios de auxílio-acidente se este pode ser concedido também a segurados que sofreram acidentes de
qualquer natureza?
Justo seria adotar nos cálculos estatísticos apenas os benefícios acidentários e, ainda, nos quais
a caracterizacáo administrativa do nexo (pelo INSS) tivesse observado os termos legais. Ou seja, as
doencas legalmente caracterizadas como acidentárias pela pericia do INSS é que deveriam co1npor o
estudo, e nao todos os beneficios indistintamente.
O interesse da Resolucáo CNPS n. 1.236/2004, portanto, nos parece bastante claro: ao adotar o
CNAE como parámetro (e nao o código das ocupacóes, CBO) e ao utilizar no estudo epidemiológico
beneficios nao acidentários, ternos um maior número de ocorréncias acidentárias e, assim, urna
probabilidade maior de o SAT ser aumentado ern até lOOo/o, e nao reduzido, como previsto na Leí
n. 10.666/2003 em seu art. 10.

29
,
E certo que o Conselho Nacional de Previdéncia Social (CNPS) é composto de seis membros
do governo, tres representantes dos aposentados, tres representantes dos trabalhadores e tres
representantes das empresas e que, matematicamente, a sociedade possui a maioria de sua
composícáo.v" Certo também que os representantes das e1npresas deveriam ter observado tal
disparate e tentado impedir sua validacáo, mas, se o fizeram, acabaram vencidos, porque a Resolucáo
CNPS n. 1.269 (DOU de 21.2.2006) validou a regra anteriormente sugerida, agora co1n menos detalhes
no texto divulgado. Eis os trechos de destaque:
4. A Classificacán Internacional de Doenca - CID como Novo Parámetro
Na busca de outro elemento prirnário que pudesse embasar urna nova metodología, após a análise de dados sobre
acidentes e doencas ocupacionais e dos seus problemas, identificou-se que, em cada processo de solicitacáo de
a
beneficio junto Previdéncia Social, existe um dado requerido obrigatoriamente, que é o registro do diagnóstico
(CID-10) do problema de saúde que morivou a solícítacáo,
[... ]
A CID-10 nao padece dos vícios da CAT tuna vez que independe da comunicacáo da e1npresa. Se o segurado for
acometido de urna doenca ou lesáo e estas implícarem a incapacidade para o exercício de sua atividade, o beneficio
será concedido pela Previdéncia Social, independentemente de qualquer manifestacáo da empresa.
A comunicacáo dessas tao semente influencia na caracterizacáo da natureza da prestacáo pelo INSS como acidentária
ou previdenciária.
[... ]
6. Método
[ ... ]
Adotou-se a CNAE-classe preponderante da empresa como referencia de atividade economica para fins
epidemiológicos, que tarnbém usado pela Previdéncia Social brasileira para fins de definicáo do quantum tributário
é

ao custeio do acidente do trabalho.


[... ]
Todas as entidades mórbidas causadoras dos beneficios incapacitantes para o trabaJho foram a:nalisadas -
temporários e permanentes, tipo auxílio doenca previdenciário (831 ), auxilio doenca acidentário (891), aposentadoria
por invalidez previdenciária (832), aposentadoria por invalidez acidentária (892) - segundo os capítulos da
Classificacáo Internacional de Doencas, décima revisáo (CID-10), exceto capítulos 15, 16, 17, 18, 20 e 21 por nao
comporem o perfil mórbido ocupacional que se deseja estudar.
Utiliza-se a codificacáo de 00-10 ao nível de tres dígitos, posteriormente agregados conforme os 152 agrupamentos
definidos pela CID 10, excetuando-se os57 agrupamentos dos capítulos 15, 16, 17, 18, 20 e 21. Os dados populacionais
oriundos do CNIS referem-se aos trabalhadores com vínculos formais de en1prego cadastrados e atualizados,
mensalrnente, por forca legal pelas empresas empregadoras.
Houve, ainda, a exclusáo dos agrupamentos CID-10 (820-824), doenca pelo virus da imunodeficiéncia humana, e
(C00-048), neoplasias, devido a complexa etiogenia e ao forte estigma social.
[... )
Faz-se urna bífurcacáo entre os beneficios auxílío-doenca e aposentadoria por invalidez, (31, 32, 91 e 92) de um lado,
e dos benefícios pensáo por morte e auxílio-acidente (893 e 894), de outro.
Em relacáo aos últimos, a base formal dos registros previdenciários é reconhecidamente idónea para sua vinculacáo
ocupacional por afericáo di reta. Quanto aos primeiros, devido ao sub-registro da CAT, a aferícáo di reta nao é possível,
por isso lanca-se máo da aferlcáo indireta por estimacáo de risco, aproveitando-se o ferramental epidemiológico.

En1 agosto de 2006 o Poder Executivo publicou a Medida Provisória n. 316 (DOU de 11.8.2006),
acrescentando a
Leí n. 8.213/91 o art. 21-A, mas com redacáo totalmente sucinta e sem explicar
detalhadamente o estudo que seria feito. Confira-se:
Art. 21-A. Presume-se caracterizada incapacidade acidentária quando estabelecido o nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo, decorrente da relacáo entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade, em conformidade com o que dispuser o regula mento. (NR)

Na exposicáo de motivos, o ministro da Previdéncia Social na época, Carlos Eduardo Gabas, se


limita a explicacóes imprecisas e equivocadas, porque afirma no ítem 6, por exemplo, que semente

(22) Resolucáo CNPS n. 1.212/2002, art. 3!! e Lei n. 8.213/91, art. 3!!.

30
se a CAT for emitida pela empresa é que o beneficio tem natureza acidentária, o que contraria,
frontalmente, as disposicóes do art. 22 da Leí n. 8.213/91. Omite a questáo do custeio (e potencial
aumento do tributo SAT se aumentada a quantidade de ocorréncias acidentárias) e reflete apenas
uma preocupacáo com o trabalhador, dando a entender que as empresas, por nao emitirem as CATs,
os impedem de receber os direitos decorrentes do acidente de trabalho. Eis o teor do documento, nos
trechos pertinentes:
5. Urna outra medida proposta diz respeito a presuncáo de incapacidade acidentária quando for estabelecido nexo
técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, considerando-se o ramo de atividade da empresa e a entidade
m6rbida elencada na Classíficacáo Internacional de Doencas - CID motivadora da incapacidade, em conformidade
com o que dispuser o Regulamento.

6. Atualrnente, a caractenzacáo de um beneficio como acidentário decorre da ernissáo da Comunicacáo de Acídentes


do Trabalho - CAT por parte da empresa. Se a empresa comunica o acidente e este gera o afastamento do segurado
por mais de 15 días, o beneficio concedido pela Previdéncia Social é tido como acidentário. Nao sendo a CAT emitida,
mas havendo a necessidade de afastamento do trabalho, normalmente o benefício é tido como previdenciário (ou
comurn). Tal classificacáo é crucial para o trabalhador, tendo em vista os correspondentes efeitos. Senda o beneficio
caracterizado corno acidentário, durante o afastamento do trabalho o segura.do faz jus ao depósito do FGTS e goza
de estabilídade de 12 meses após a cessacáo do auxílio-doenca. Senda o beneficio caracterizado como comum, tais
direitos nao lhe sao assegurados.
7. Diante do descumprimento sistemático da regras que determinam a emissáo da CAT, e da dificuldade de fiscalizacáo
por se tratar de fato individualizado, os trabalhadores acabam prejudicados nos seus direitos, em face da incorreta
caracterizacáo de seu beneficio. Necessário, pois, que a Previdéncia Social adore um novo mecanismo de segregue os
benefícios acídentários dos comuns, de forma a neutralizar os efeitos da sonegacáo da CAT.

8. Para atender a tal míster, e por se tratar de presuncáo, matéria regulada por lei e nao por meio de regulamento,
está-se presumindo o estabelecimento do, nexo entre o trabalho e o agravo, e consequentemente o evento será consi-
derado como acidentário, sempre que se verificar nexo técnico epidemiológico entre o ramo de atividade da empresa
e a entidade mórbida relacionada na CID motivadora da incapacidade,

9. Essa metodología está embasada na CID, que se encentra atuahnente na 10~ Revisáo. E1n cada processo de soli-
citacáo de beneficio por incapacidade junto a Previdéncia Social, consta obrigatoriamente o registro do diagnóstico
(OD-10) identificador do problema de saúde que motivou a solícitacáo. Esse dado, que é exigido para a concessáo de
beneficio por incapacidade laborativa, independentemente de sua natureza acidentária ou previdenciária, e cujo re-
gistro é de responsabílidade do médico que prestou o atendimento ao segurado, estabelece a relacáo intrínseca entre
a incapacidade laboral e a entidade mórbida que a provocou,
10. Assim, denomina-se Nexo Técnico Epidemiológico a relacáo entre Classificacáo Nacional de Atividades
Económicas - CNAE e o agrupamento CID-10. É, na verdade, uma medida de assoclacáo estatística, que serve
como um dos requisitos de causalidade entre um fator (nesse caso, pertencer a um determinado CNAE-classe) e
um desfecho de saúde, mediante um agrupamento CID, como diagnóstico clínico. Por meio desse nexo, chega-se a
conclusáo de que pertencer a um determinado segmento económico (CNAE-dasse) constitui fator de risco para o
trabalhador apresentar urna determinada patología (agruparnento CID-10).

Boa parte do texto nao reflete a legislacáo vigente. O próprio trabalhador pode (e se1npre pode)
emitir a CAT, assim como seu sindicato, o médico que prestou o primeiro socorro ou qualquer
autoridade pública. Essas CATs possuem exatamente a mesma validade da CAT emitida pela
empresa e o INSS, ao recebe-las, deve conferir a todas elas o mesmo trata mento, qual seja. iniciar urna
investigacáo técnica para aferir se há nexo entre a doenca e o trabalho e, assim, concluir de forma
positiva ou negativa pela natureza acidentária da ocorréncia.
Se assim nao procedía (e ainda nao procede) o INSS é porque referida autarquia descumpria (e
ainda descumpre) os comandos legais que !he sao atinentes, problema fácil de resolver co1n urna boa
administracáo pública.
De toda forma, a crítica nao é a criacáo de urna tabela epidemiológica que, presumidamente,
poderia ser utilizada pelo INSS para a caracterizacáo dos acidentes, mas sim a forma adotada
para essa metodologia. É pela utilizacáo indistinta do CNAE, em vez do CBO, e pela utilizacáo de
beneficios nao acidentários no estudo feíto, criando urna tabela totalmente dissocíada da realidade, o
que acabou por ocorrer na prática.

31
Isso porque ern 27.12.2006 foi publicada a Lei n. 11.430, acrescentando o art. 21-A a Lei n. 8.213/91,
com o seguinte teor:
Art. 21-A. A perícia médica do lNSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorréncia de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relacáo entre a
atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da íncapacidade elencada na Classificacáo Internacional de
Doencas - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento,
§ 12 A pericia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistencia do nexo
de que trata o capui deste artigo.
§ 2° A empresa poderá requerer a nao aplícacáo do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisáo caberá recurso com
efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdéncia Social.

O Congresso nao conhecia a metodología que seria adotada, tampouco viu a tabela quando da
aprovacáo da referida norma legal. Pela redacáo anterior presume-se a existencia deum estudo estatístico
sério e correto (que nunca foi demonstrado e que acredito nao existir) e apenas urna presuncáo inicial
por parte da perícia do INSS, com direito de defesa e contraditório garantido a empresa.
O que ternos na prática em termos de processo administrativo previdenciário, no ámbito da
caracterizacáo dos acidentes, deixa de observar toda e qualquer legislacáo vigente, e o direito das
partes (trabalhador e empresa) e o direito de defesa e contraditório nao sao, via de regra, observados,
mas disso tratarei em tópico apartado, mais a frente.P"
No momento, interessa-nos saber que depois de aprovada a Lei n. 11.430/2006, o Ministério
da Previdéncia Social só publicou a tabela no Decreto n. 6.042 (DOU de 13.2.2007), sem qualquer
divulgacáo do estudo epidemiológico estatístico que lhe deveria servir por fundamento.
Trata-se da Lista C, constante do Anexo II do Decreto n. 3.048/99,C24J cuja aplicacáo foi adotada
pelo INSS a contar de 12.4.2007. Desde entáo, mediante apresentacáo de simples atestado médico,
se o CID apontado estiver relacionado ao CNAE da atividade empregadora (conforme Lista C), o
perito do INSS pode enquadrar presumidamente o acidente de trabalho, cabendo a e1npresa a prova
contrária, nao sendo necessária a emissáo de CAT nessa hipótese.
Como observado, nao se trata de um novo tipo de acidente de trabalho, mas sim de urna nova
forma de o INSS caracterizá-lo, presumidamente, sem necessidade de investigacáo técnica do nexo
num primeiro momento, porque o "estudo epidemiológico" autorizaria tal enquadramento. Apenas
se o nexo for contestado pela empresa é que o perito deverá iniciar a investigacáo, apontando, ao final
do processo administrativo de primeira instancia, urna decisáo sobre a permanencia (ou nao) do nexo
inicialmente atribuído.
A ideia seria fantástica, se houvesse um mínimo de seriedade e transparencia no estudo
epidemiológico feito pelo Ministério da Prevídéncia Social, bem como no cumprimento da legislacáo
por parte da perícia do INSS quando da caracterizacáo das ocorréncias acidentárias, especialmente
quanto ao devido processo legal administrativo e quanto ao dever de investigacáo técnica do nexo. O
que ternos na prática é, pois, urna tabela referta de erres, vinculando doencas que em absolutamente
nada se relacionam com a atividade profissional desenvolvida, conforme ilustram alguns exemplos:
• CID A15 a A19 - tuberculose: CNAE 4711 (supermercados e hipermercados), CNAE 4721
(padaria, comércio de doces), CNAE 4789 (comércio varejista de obras de arte), CNAE 5611
(casas de chá, casas de suco).
•CID ElO a E-14 - diabetes: CNAE 1091 (fabricacáo de produtos de paníficacáo), CNAE 4399
(administracáo de obras), CNAE 4721 (padarias, comércio varejista de laticínios e fries, comércio
varejista de doces), CNAE 4923 (servicos de táxi), CNAE 8011 (adestramento de caes de guarda),
CNAE 8411 (administracáo pública em geral).

(23) Ver o Capítulo 6 desta obra.


(24) Íntegra da tabela no Capítulo 14, subitem 14.2.

32
Ou, ainda, lende a referida tabela em sua ordem invertida ( quais doencas sao causadas por um
determinado CNAE) ternos por exemplos:
CNAE 1411 (confeccáo de roupa íntima): CID F-20 a F-48 (esquizofrenia, psicose, episódio ma-
níaco, transtorno bipolar, depressáo, TOC, transtorno neurótico); CID G-40 a G-47 (epilepsia,
enxaqueca, AVC, distúrbio do sono); CID I-10 a I-15 (hipertensáo): CID I-30 a I-52 (doencas
do pericardio, transtornos de valva mitral, aórtica, tricúspide, cardiomiopatías, parada cardí-
aca, etc); CID K-35 a K-38 (apendicite e outras doencas do apéndice): CID L-80 a L-99 (vitiligo,
sardas, ceratose seborreica, calosidades, lúpus e outras afeccóes da pele); CID S-40 a S-69 (trau-
matismo e ferimentos no ombro, braco, cotovelo e antebraco, punho e máo ); CID S-80 a S-99
(traumatismo e ferimentos da peina, tornozelo e pé).
CNAE 4721 (comércio varejista de balas e bombons): CID A15 a A 19 (tuberculose); CID
E-10 a E-14 (diabetes); CID I-80 a I-89 (flebite, trombose, varizes, hemorroidas); CID S-40 a
S-59 (traumatismos e ferimentos no ombro, braco, cotovelo e antebraco): CID S-60 a S-69
(traumatismos e ferimentos no punho e máo).
CNAE 4789 (cornércio varejista de suvenires, bijuterias, artesanatos): CID A15 a A 19
(tuberculose); CID H-53 e H-54 (distúrbios visuais e cegueira); CID S-00 a S-69 (traumatismo e
ferimentos da cabeca, tórax, coracáo, abdome, dorso, pelve, ombro, braco, cotovelo, antebraco,
punho e máo): CID S-80 a S-89 (traumatismo e ferimentos da perna).
CNAE 9420 (atividades sindicais): CID F-10 a F-29 (transtornos mentais e comportamentais
devido ao uso de álcool ou drogas, esquizofrenia e psicose); CID I-60 a I-69 (hemorragias
intracranianas, cerebrais, AVC e outros); CID I-80 a I-89 (flebite, trombose, varizes, hemorroidas
e outros); CID K-40 a K-46 (hérnias); CID M-40 a M-54 (cifose, lordose, escoliose, dorsopatias
deformantes, espondilopatias, dorsalgía e outros); CID M-60 a M-79 (miosite, transtornos
musculares, sinovite, tenossinovite, bursopatias, les6es do ombro, etc); CID S-00 a S-99
(traumatismo e ferimentos da cabeca, tórax, coracáo, abdome, dorso, pelve, ombro, braco,
cotovelo, antebraco, punho, máo, quadril, coxa, perna, tornozelo e pé).
A tabela completa pode ser visualizada no subitem 14.2 desta obra, e as conclusóes sobre a
seriedade do trabalho cabem ao próprio leitor, operador do direito. Tenho por opiniáo que, da forma
feita (especialmente quanto ao tramite do processo administrativo e o direito de defesa das empresas),
o interesse era puramente aumentar o número de ocorréncias acidentárias e, com isso, aumentar a
alíquota do SAT (por meio do cálculo do FAP).
Por fim, cumpre registrar apenas a recente alteracáo promovida pela LC 150/2015 que, estendendo
a possíbilidade de aplicacáo do NTEP também aos trabalhadores domésticos, conferiu ao art. 21-A da
Lei n. 8.213/91 a seguinte redacáo:
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a natureza acidentá-
ria da incapacidade quando constatar ocorréncia de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente
da relacáo entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade
elencada na Classificacáo Internacional de Doencas (OD), em conformidade como que dispuser o regulamento.
§ 1 !) A pericia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistencia do nexo
de que trata o caput <leste artigo.
§ 2° A empresa ou o empregador doméstico poderáo requerer a nao aplicacáo do nexo técnico epidemiológico, de cuja
decisáo caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho
de Recursos da Previdéncia Social."

Nao obstante a alteracáo de tal dispositivo, certo é que ainda nao poderá ser aplicado o NTEP
para os trabalhadores domésticos porque a Lista C, constante do Anexo II do Decreto n. 3.048/99 ainda
nao contempla o CNAE das residencias e, assim, nao associa qualquer enfennidade a esse ambiente.
De toda forma, enquanto a Previdéncia Social nao divulgar publicamente o estudo que serviu
de base aos cálculos estatísticos, bern corno divulgar os próprios cálculos e a base para eles adotada, a
tabela constante da Lista C nao <leve servir sequer como indício de prova, cabendo ao INSS investigar
tecnicamente todos os nexos e, as partes, comprovar o direito por elas defendido.

33
~~

~ o ,04,=-............ ~~,~ ~

&{§10D~~-JD]*-

Desde o Decreto-lei n. 7.036/1944 o legislador preocupou-se em proteger, com indenizacóes


e beneficios. a1gumas sítuacóes que nao sao consideradas como acidente de trabalho em sentido
estrito, mas que a elas podern ser equiparadas porque envolvem o local de trabalho ou a prestacáo de
servicos, conforme podemos observar dos arts. SQ a 7Q do referido diploma legal:
Art. 511 Incluem-se entre os acidentes do trabalho por que responde o empregador, de conformidade com o disposto
nos artígos anteriores, todos os sofridos pelo empregado no local e durante o trabalho, em consequéncia de:
a) aros de sabotagem ou terrorismo levados a efeito por terceiros, inclusive cornpanheiros de trabalho;
b) ofensas físicas intencionais, causadas por cornpanheiros de trabalho do empregado, ou nao, em virtude de disputas
relacionadas com o trabalho:
e) qualquer ato de imprudencia, de negligencia ou brincadeira de terceiros, inclusive companheiros de trabalho:
d) atos de terceiros privados do uso da razáo:
e) desabamentos, inundacóes ou incendios, respeitado o disposto na letra «b» do art, 7Q.
Art. 69 Ficam igualmente abrangidos por esta leí, considerados como produzídos pelos exercício do trabalho ou em
consequéncia dele, embora ocorridos fora do local e do horario do trabalho, os acidentes sofridos pelo empregado:
a) na execucáo de ordens ou realizacáo de servicos soba autoridade do empregador:
b) pela prestacáo expontánea de qualquer servico ao empregador com o fim de lhe evitar prejuízos ou de lhe
proporcionar proveito económico:
e) em viagem a servico do empregador, seja qua! for o meio de locornocáo utilizado, inclusive veículo de sua
propriedad e.
Parágrafo único. No período de tempo destinado as refeícóes, ao descanso ou na sarisfacáo de outras necessidades
fisiológicas, no local ou durante o trabalho, é o empregado considerado, para os efeitos desta leí, como a servico do
empregador.
Art. 7° Nao é acidente do trabalho:
a) o que resultar de dolo do próprio acidentado, compreendida neste a desobediencia a ordens expressas do
ernpregador:
b) o que provier de forca maior, salvo o caso de ac;ao de fenómenos naturais determinados ou agravada pelas
instalacóes do estabelecimento ou pela natureza do servíco.
c) o que ocorrer na ida do empregado para o local de sua ocupacáo eu na volta dali, salvo se houver condueño especial
fornecida pelo empregador, ou se a locomocáo do empregado se fizer necessariamente por vías e meíos que oferecam
reais perigos, a que nao esteja sujeito o público em geral.
Parágrafo único. Tambérn nao sao amparadas por esta lei as doencas endémicas adquiridas por empregados habitantes
das regióes em que elas se desenvolvem, exceto quando ficar comprovado que a doenca resultou de urna exposícáo
ou contato direto que a natureza do trabalho houver determinado.
Com a evolucáo do direito, incluiu o legislador nessa listagem, pelo Decreto-leí n. 293/1967, o
acidente de trajeto (também conhecido por acidente in ítínere), ocorrido no percurso entre a residencia
e o trabalho ou <leste para aquela.
Atualmente, disciplina sobre o tema o art. 21 da Lei n. 8.213/91, com a seguinte redac;ao<25>:
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do traba1ho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora nao tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a
morte do segurado, para reducáo ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesáo que exija atencáo
médica para a sua recuperacáo:

(25) Nao obstante a redacáo do art. 21 nao tenha sido alterada pela LC 150/2015 para incluir as figuras do empregador doméstico, do
ámbito residencial e do trabalhador doméstico, compreendo que o caput do referido dispositivo, ao equiparar as ocorréncias listadas
ao acidente de trabalho, está a falar do acidente conceituado no art, 19 e que, assim sendo, deve ser aplicado também a essa categoria
de trabalhadores a contar de 02.06.2015 (data de publicacáo da LC 150), sem distíncáo.

34
IJ - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horario do trabalho, em consequéncia de:

a) ato de agressáo, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceíro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

e) ato de imprudencia, de negligencia ou de impericia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razáo:

e) desabamento, inundacáo, incendio e outros casos fortuitos ou decorrentes de forca maior;


IJI - a doenca proveniente de contarninacáo acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horario de trabalho:
a) na execucáo de ordem ou na realizacáo de servíco soba autoridade da empresa:

b) na prestacáo espontanea de qualquer servíco a empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
e) em viagem a servico da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para
melhor capacitacáo da máo de obra, independentemente do meio de locomocáo utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residencia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomocáo,
inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 12 Nos períodos destinados a refeicáo ou descanso, ou por ocasiáo da satisfacáo de outras necessidades fisiológicas,
no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 21! Nao é considerada agravacáo ou complicacáo de acidente do trabalho a lesáo que, resultante de acidente de outra
origem, se associe ou se superponha as consequéncias do anterior."

Podemos observar que, entre as hipóteses listadas nos incisos II e IV, em muitas delas o
empregador nao tem qualquer relacáo com o acidente sofrido, como no caso de desabamento ou
inundacáo decorrente de forca maior, fazendo-nos questionar por qual razáo teria o legislador
equiparado tal hipótese ao acidente de trabalho.
Precisamos compreender a finalidade da norma, que nao guarda dificuldade. E1n 1944,
quando surgiram essas situacóes equiparadas, nao existía a Previdéncia Social da forma que hoje
a conhecemos. Inicialmente, algumas empresas criaram suas "caixas de aposentadorias e pens6es",
que só beneficiavam os funcionários daquela mesma empresa. Posteriormente, esses sistemas foram
unificados e passaram a abranger toda urna categoría, o que fez o Decreto n. 22.872/1933 ao criar
o Instituto de Aposentadoria e Pens6es dos Marítimos - IAPM, considerado como a primeira
instituicáo brasileira de Previdéncia Social de ámbito nacional, estruturado por categoría profissional,
e nao por empresa. Outros institutos surgiram, como o IAPI (industriários) e o IAPC (comerciários).
Semente en11960, com a Lei n. 3.807 (LOPS - Lei Orgánica da Previdéncia Social), esses institutos
por categoría foram unificados e passamos a ter um sistema que abrangia todos os trabalhadores
urbanos.
Assim, quando um trabalhador se machucava ou adoecia, antes de 1960, nao havia beneficio que
pudesse substituir seu rendimento mensal, exceto se participante de urna empresa ou de urna categoría
que tivesse protegida por um instituto de aposentadoria. Por essa razáo é que o Decreto n. 3.724/1919
criou urna protecáo para as vítimas de acidentes de trabalho (em forma de indenizacáo, <losada conforme
a gravidade da ocorréncia), e tambérn por essa razáo é que protegeram algumas sítuacóes que envolvíam
a relacáo de emprego, ainda que nao fossem consideradas tipicamente corno acidentes de trabalho.
Era nada mais que instituir urna forma de proteger essas situacóes com indenizacóes que
objetivavam substituir o rendimento mensa! normalmente auferido. Podemos identificar claramente
essa intencáo na redacáo dos arts. 17 e seguintes do próprio Decreto-leí n. 7.036/44, conforme ilustro
com os seguintes excertos:

35
Art. 17. Entende-se por incapacidade total e permanente a invalidez incurável para o trabalho.
[... ]

§ 21l Quando do acidente resultar urna incapacidade total e permanente, a indenizacáo devida ao acidentado
corresponderá a urna quantia igual a quatro (4) anos de diaria, calculada esta segundo o prescrito no parágrafo único
do art. 19.

§ 3'1 Nos casos de cegueira total, perda ou paralisia dos membros superiores ou inferiores e de alíenacáo mental,
receberá o acidentado, além da indenizacáo de que trata o parágrafo anterior, a quantia de Cr$ 3.200,00, paga de urna
só vez.

Art. 18. Entende-se por incapacidade parcial e permanente, a reducáo por toda a vida, da capacidade de trabalho.

§ 111 Quando do acidente resultar tuna incapacidade parcial e permanente, a indenizacáo devida ao acidentado
variará, em proporcáo ao grau dessa incapacidade, entre tres (3) e oitenta (80) centésimos de quantia correspondente
a quatro (4) anos de diárias, observado, quanto a esta, o disposto no parágrafo único do art. 19.

[... ]

Art. 19. Entende-se por incapacidade temporaria a perda total da capacidade do trabalho por um período limitado de
tempo, nunca superior a um (1) ano.

Parágrafo único. Quando do acidente resultar urna incapacidade temporaria, a indenizacáo devida ao acidentado
corresponderá, durante todo o período em que perdurar essa incapacidade, a urna diária igual a 70 centésimos de
sua remuneracáo diária, calculada esta conforme o disposto no Capítulo VI excetuados os domingos e días feriados,
e observado ainda o que díspóe o art. 27.

Art. 20. Permanecendo por mais de urn (1) ano, a incapacidade temporaria será automaticamente considerada
permanente, total ou parcial, e como tal indenizada, cessando desde logo para o empregador a obrígacáo do
pagamento da indenizacáo correspondente a incapacidade temporaria, bem corno da prestacáo da assisténcia médica,
farmacéutica e hospitalar.

Art. 21. Quando do acidente resultar a rnorte, a indenizacáo devida aos beneficiarios da vítima corresponderá a urna
soma calculada entre o máximo de quatro (4) anos e o mínimo de dois (2) anos da diária do acidentado, e será devida
aos beneficiarios, de acorde com as seguintes bases:

[... ]

Art. 22. Urna vez que exceda a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros), a indenizacáo que tiver direito o acidentado, nos
casos de incapacidade permanente, ou seus beneficiarios. no caso de sua morte, será destinada a instituicáo da
prevídéncía social a que ele pertencer, para o fim de ser concedido um acréscimo na aposentadoria ou na pensáo,

[... ]

Art. 23. Sendo a indenizacáo igual ou inferior a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) ou nao estando a vítima cornpreendida
no regime de prevídéncía de Instituto ou Caixa de Aposentadoria e Pensóes criado por Lei Federal, a indenizacáo
ser-lhe-á paga ou aos beneficiarios, diretamente e de urna só vez.

Corn a melhor estruturacáo do sistema previdenciário, essa indenizacáo deixou de existir. As


empresas e os trabalhadores passararn a contribuir obrigatoriarnente para a Previdéncia Social, qtle,
por sua vez, passou a atender as situacóes de necessidade como pagamento de diversos benefícios
corno auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente.
Para o custeio dos benefícios acidentários, decorrentes de acidente do trabalho, foi criada
urna contribuicáo separada, hoje fixada em 1 %, 2% ou 3°/o, que incide sobre o total da folha de
pagamento, sem limite. E esses benefícios acidentários possuíam regras diferentes e mais benéficas
aos trabalhadores até 28.4.1995, dia anterior a publícacáo da Lei n. 9.032.
A ideia era, portanto, proteger, primeiramente com as indenizacóes e, posteriormente, corn
benefícios financeiramente rnais vantajosos, o trabalhador empregado que se machucasse, mas nao
necessariarnente em razáo do exercício da atividade profíssional.
No Brasil, pela legíslacáo vigente, o ocorrido com o World Trade Center em 2011 (ato de terrorismo
contra as torres gémeas, ern New York) seria equiparado a acidente de trabalho corn fundamento no

36
inciso II, alínea a. E tambérn o tsunami que atingiu a Indonésia em 2004 ( com fundamento no inciso 11,
e), devastando hotéis e outros estabelecimentos comerciáis, ferindo e matando centenas de pessoas.
lsso nao significa dizer que o trabalhador (ou seus familiares) terá direito a receber indenizacáo
por dano em todas essas situacóes porque, para que exista condenacáo do empregador ao pagamento
desses valores é necessário que esse tenha alguma colaboracáo no ocorrido, <26l o que nem sempre
ocorre comas hipóteses descritas no art. 21. Trata-se, apenas, de proteger esses trabalhadores com a
legislacáo de benefícios da Previdéncia Social, ou seja, coma protecáo especificada na Lei n. 8.213/91,
conforme taxativamente dispóe o caput do referido artigo:
Art. 21. Equiparam-se tambérn ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
[... )

Atualmente, e porque a Lei n. 9.032/95 se encarregou de equiparar os benefícios decorrentes de


acidente com aqueles decorrentes de outros fatores (quanto as regras de cálculo), nao há muito que
se aplicar em termos de vantagens, senáo:
a) a isencáo de carencia para obter auxílio-doenca e aposentadoria por invalidez;
b) o direito de receber auxílio-acidente, se o trabalhador permanecer com sequela incapacitante
(e definitiva) após a alta do auxílio-doenca: e
e) o direito a estabilidade provisória no emprego.
Duas situacóes descritas no art. 21 merecern, contudo, urna atencáo especial, quais sejam, a
concausa (inciso I) e o acidente de trajeto (inciso IV), que abordarei com maiores detalhes nos subitens
que seguem.

3.1. Concausa

A concausa foi incluida em nosso ordenamento jurídico pelo Decreto-leí n. 7.036/1944 e,


atualmente, consta do inciso I do art. 21 da Lei n. 8.213/91, com a seguinte redacáo:
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

[... )
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora nao tenha sido a causa única, haja contribuído diretarnente para a
morte do segurado, para reducáo ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesáo que exija atencáo
médica para a sua recuperacáo:

[... )

A preocupacáo do legislador era, e ainda é, o trabalho como fator desencadeante ou agravante


de algumas doencas e aqui, com relacáo a concausa, colaborando diretamenie para esse fato.
,
E possível que o trabalhador tenha predisposicáo a urna determinada doenca ou dela já
seja portador antes mesmo de ingressar em determinado e1nprego, e esses fatos devem, sempre,
ser minuciosamente investigados no exame médico admissional.P" para que o trabalho a ser
desenvolvido nao desencadeie ou agrave o problema já existente, ainda que essa enfermidade seja
degenerativa. Podemos citar o exemplo de um trabalhador com problema degenerativo de coluna
que é contratado para carregar peso manualmente e que sofre agravamento de sua enfermidade por
essa atividade profissional. Note-se, no exemplo citado, que um outro trabalhador sem problemas
de coluna poderia carregar o mesmo peso sem qualquer consequéncia <lanosa a sua saúde. Também

(26) Sobre as indenizacóes de natureza civil e a necessidade de comprovar culpa por parte do empregador, ver o Capítulo 10, subitem
10.11, desta obra.
(27) O exame médico admissional é um dos exames de realizacáo obrigatória pelas empresas, conforme Norma Regulamentadora 07
- PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, subitem 7.4.l.

37
que esse trabalhador já enfermo nao teria sua doenca agravada se nao fosse o fato de carregar peso, e
se esse fato restar comprovado por perícia médica, estaremos <liante de urna concausa preexistente.
Esse foi, inclusive, o entendimento do TST no AIRR 1067020105020085, publicado em 12.9.2014:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. DOEN<;A DEGENERATIVA.CONCAUSA. GARANTIA
PROVISÓRIA NO EMPREGO. Nos termos do art. 20, § 12, a, da Lei n. 8.213/91, nao se enquadra na hipótese de
acidente de trabalho a doenca degenerativa, Todavia, na jurisprudencia desta Corte Superior, admite-se a
confíguracáo do acidente de trabalho quando as atividades exercidas sao suficientes para potencializar ou agravar
a doenca degenerativa (concausa), nos termos do art. 21, 1, da Lei n. 8.213/91. Fica configurada a concausa quando
o laudo pericial, transcrito no acórdáo recorrido, dernonstra que as atividades exercídas contribuíram para a piora
dos síntomas da doenca e as premissas fáticas informam que o reclamante, que tinha problemas degenerativos de
coluna, foi submetido a atividade específica de esforco físico, tais como transportar manualmente carga e puxar
carrinho em piso irregular. Portante, o reclamante faz jus a garantía provisória no emprego, ern razáo do acidente de
trabalho (doenca corn nexo causal com as atividades exercidas - lombociatalgia). Agravo de instrumento a que se
nega provimento.

É importante, contudo, que a prova pericial médica nao se limite ao exame clínico porque, numa
ínvestigacáo de acidente de trabalho, nao estáo as partes na busca somente da inforrnacáo sobre o
diagnóstico e sua real existencia (se o trabalhador está mesmo doente da coluna), mas principalmente
se o trabalho desenvolvido é que a desencadeou ou agravou.
E a única forma de o perito constatar esse nexo é conhecendo o trabalho e o ambiente no qua!
foi desenvolvido. No caso exernplificado, é importante restar comprovado que de fato o trabalhador
carregava peso no exercício das atividades que foi esse fato (nenhum outro) que agravou a enfermidade
existente.
Essa é, inclusive, a orientacáo expressa do Conselho Federal de Medicina, ao dispor no art. 2º da
Resolucáo CFM 1488/1998 que, para estabelecer o nexo causal, deve o médico considerar o estudo do
local e da organizacáo do trabalho, além do depoimento e da experiencia de outros trabalh.adores:
Art. 212 Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além do
exame clínico (físico e mental) e os exames complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
I - a historia clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou invesrigacáo de nexo causal;
II - o estudo do local de trabalho;
III - o estudo da organizacáo do trabalho:
IV - os dados epidemiológicos;
V - a literatura atualizada:
VI - a ocorréncia de quadro clínico ou subclinico ern trabalhador exposto a condicóes agressivas;
vrr - a identificacáo de riscos físicos, qui micos, biológicos, mecánicos, estressantes e outros:
vm - o depoimento e a experiencia dos trabalhadores;
IX - os conhecimentos e as prátícas de outras disciplinas e de seus profíssionais, sejam ou nao da área da saúde.

Entendo, portante, que as perícias médicas destinadas a investigacáo do nexo jamais devem ser
limitadas ao consultório clínico, sendo imperativo que o expert conheca o ambiente de trabalho onde
as funcóes eram desenvolvidas, bem como que com.preenda exatamente as tarefas exercidas nessa
funcáo,
No exemplo posto, sobre o agravamento do problema de coluna em decorréncia de carregamento
de peso (esforco físico), compreendo que as perguntas corretas a serem feítas a perícia técnica, no
caso, senam:
a) Entre as atividades desenvolv.idas pelo trabalhador, havia carregamento de peso? Caso
positivo, de quantos quilos? Favor fundamentar a resposta, identificando a carga carregada e a
forma utilizada para medicáo.

38
b) De que forma se dava esse carregamento de peso? As tarefas que envolviam esse esforco físico
ocorriam durante toda a jornada de trabalho? Favor fundamentar a resposta, identificando a
forma utilizada para medicáo.
c) Essa atividade específica, conforme dados apurados acima, foi o que contribuiu diretamente
para o agravamento da enfennidade? Favor fundamentar a resposta.
d) Outras atividades cotidianas poderiam causar o mesmo efeito? Favor indicar, ilustrativamente,
quais seriam essas atividades e fundamentar a resposta.
Se o perito indicado responder que outros fatores cotidianos também poderiam gerar o mesmo
agravamento (permanecer sentado, carregar compras de supermercado, pennanecer em pé por
longo período etc.), nao estamos falando de concausa porque, para que esta reste caracterizada, faz-
-se necessário que aquela atividade profissional desenvolvida, nas exatas condicóes impostas pelo
empregador e comprovadas pelo perito, tenha contribuido diretamente para o desencadeamento ou
agravamento da lesáo.
Também é possível a existencia de concausa concomitante ou simultanea, quando o trabalhador
nao apresenta enfermidade pré-existente. Podemos exemplificar com um operário que, sem qualquer
antecedente clínico nesse sentido e sem que tal fato tenha, absolutamente, qualquer relacáo com
o trabalho, sofre um desmaio enquanto opera determinada máquina e, ao cair, nela se machuca
gravemente, com amputacáo de urna das máos. O desmaio nao tem qualquer relacáo como trabalho,
mas por sua causa, e porque a máquina nao centava com protecáo suficiente para prevenir tal sinistro,
houve a amputacáo do membro.
Por fim, ternos ainda a concausa superveniente, quando o acidente de trabalho ocorre
, sem
maiores cornplicacóes no momento, mas que, depois, há agravamento por fatores diversos. E o caso
de queda com necessidade de procedimento cirúrgico, com posterior infeccáo hospitalar. Note-se
que, ainda que para a infeccáo hospitalar nao teve o trabalho qualquer relacáo, mas esta se deu
apenas em razáo da cirurgia necessária em face do acidente sofrido, restando caracterizada a
concausa superveniente. Esse o entendimento já consolidado em nossos tribunais, conforme ilustra
é

o seguinte julgado (trecho do acórdáo):


[... ] lnviável o seguímento do recurso, diante da conclusáo da Turma no sentido de que a enfermidade que vitimou
a empregada falecida durante a cirurgia é urna concausa superveniente. Embora o tromboembolismo tenha sido a
causa imediata da morte, a intervencáo cirúrgica seria desnecessária caso o sinistro nao tivesse ocorrido, [ ... ) (AIRR -
1085-08.2013.5.03.0050, Relator Desembargador Convocado: José Ribarnar Oliveira Lima Júnior, Data de Julgamento:
19.11.2014, 4~ Turma, Data de Publicacáo: DEJT 21.11.2014)

Em qualquer das modalidades de concausa, portante, faz-se indispensável prova conclusiva de


que o trabalho específico, desenvolvido pela vítima, concorreu diretamente para o desencadeamento
ou o agravamento da doenca, e nao tenho como compreender que essa preva se faz exclusivamente
pelo exame clínico.
Corno já mencionado anteriormente, o exame clínico, em consultório médico, se presta a
co1nprovar a veracidade do diagnóstico (qual é a doenca) e se existe ou nao incapacidade laborativa.
Para confirmar se houve agravamento ou desencadeamento é necessário histórico médico, e
para comprovar que o trabalho tem relacáo com tal fato, se faz necessário conhecer as atividades
desenvolvidas e/ou o local onde é exercido, o que, na maior parte das vezes, demandará visita física
ao estabelecimento empregador.

3.2. Acidente de trajeto

O acidente ocorrido no trajeto entre a residencia e o trabalho passou a ser equiparado ao acidente
de trabalho semente como Decreto-leí n. 293/1967 (art. 5°), e atualmente consta do inciso N do art.
21 da Lei n. 8.213/91, in verbis:

39
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

[ ... J
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

[ ... J
d) no percurso da residencia para o local de trabalho ou <leste para aquela, qualquer que seja o meio de locomocáo,
inclusive veículo de propriedade do segurado."

Há muito mantérn-se o entendimento de que tal dispositivo abrange nao somente o trajeto entre
a residencia em si e o trabalho, mas entre qualquer lugar habitual que o obreiro frequente, antes ou
depoís do expediente. Assim, se o empregado tero o costume de frequentar Luna faculdade após
o horário de trabalho, o percurso de responsabilidade do empregador refere-se ao trajeto entre o
trabaJho e a faculdade, encerrando-se quando da chegada dele a esse primeiro destino. Se depois
das aulas é que o trabalhador vai para sua residencia, tal percurso nao é mais de responsabilidade da
empresa ou do empregador doméstico.
Também importa registrar que o percurso deve ser o habitual e que muitos empregadores
se veem impedidos de descaracterizar o sinistro como equiparado a acidente de trabalho porque
desconhecem qual é o trajeto habitualmente realizado pelo empregado. Seria necessária, portanto,
a adocáo de um modelo de ficha onde o trabalhador regístrasse qual(is) o(s) trajeto(s) habitual(ais)
para o trabalho, ida e volta, coro indicacáo das ruas e meios de locomocáo que usualmente adota.
Uma atualizacáo anual desse documento seria recomendável, e, na ocorréncia de um acidente, seria
mais fácil identificar se ocorrido, ou nao, no percurso de rotina.
Qualquer desvío na rota de costume serve para descaracterizar o acidente in iiinere, exceto se
o trabalhador conseguir comprovar um motivo justificado para a alteracáo do percurso, corno um
acidente com congestionamento, bloqueio de pista por greve ou outro fator adverso, alheio a vontade
do empregado. Esse é o entendimento consolidado em nossos tribunais, como ilustra a recente
decisáo do TST:
- .... ..
AODENTE DE TRAJETO. NAO CARACTERIZA<;AO. DIREITO A ESTABILIDADE ACIDENT ARIA NAO CONSTI-
,, -
TUÍDO. MATÉRIA FÁ TICA. ÓBICE DA SÚMULA N. 126, DO C. TST. VIOLA<;ÁO AOS ARTS. 21, IV, "D" E 118, DA
LEI N. 8.213/91, E CONTRARIEDADE Á SÚMULA N. 378, I E II, DO C. TST, NÁO CONFIGURADA. Convenceu-se
a Corte Regional de que o acidente sofrido pelo autor ocorreu fora do trajere normal entre trabalho e residencia, o que
exdui qualquer responsabilidade da empresa por seu advento. Observa o Tribunal a quo, com amparo na preva dos
autos, que a mudanca de rota para reabastecimento de combustível nao tem ligar;ao com a atividade profissional e
decorreu de motivos exclusivamente pessoais, traduzídos na intencáo do reclamante de buscar seu filho na saída de
instituicáo de ensino, nao se tratando, portante, de natural e inevitável desdobramento do percurso entre trabalho
e casa, para escala de reabastecimento, mas de desvío de rota <litado por razóes puramente pessoaís, de exclusivo
interesse do obreiro e alheias ao pacto laboral, sob qualquer angulo de visáo. Assinala, ainda, o Tribunal de Origem
que o beneficio previdenciário concedido ao autor assurniu a natureza de auxílio-doenca comum ou ordinário, e nao
acidentário, o que, em definitivo, a fasta a hipótese de estabilidade no emprego e consequente direito a reintegracáo ou
indenizacáo substitutiva. Cuida-se de fatos e prevas do processo, insuscetíveis de revolvímento em sede de recurso de
revista, na forma da Súmula n. 126, do C. TST. Afasta-se a arguicáo de afronta aos arts, 21, IV, d, e 118, da Lei n. 8.213/91,
bem corno de contrariedade a Súmula n. 378, I e Il, do C. TST. Agravo de Instrumento conhecido e desprovido. (TST
- AIRR 2035-84.2012.5.15.0125 - Sil Turma - Relatora Desernbargadora Convocada Jane Granzoto Torres da Silva -
Julgamento em5.11.2014 - DEJT de 7.11.2014).

Pequenos desvios para abastecimento do veículo, por exernplo, nao tero o condáo de afastar a
equiparacáo acidentária, masé preciso restar claro e comprovado que o destino final - e imediato
- deve ser a residencia do traba1hador ou seu local de trabalho, Um clássico exemplo pode ser
o trabalhador que, indo embora a pé, opta por parar em urna lanchonete porque está com sede.
Se apenas interrompe o percurso, compra e ingere a bebida, e segue novamente para casa, nao há
descaracterizacáo da equiparacáo ao acidente de trabalho. Se, ao contrário, o empregado opta por
sentar-se e ficar ali por algum período, seu destino imediato nao foi a residencia, e siro a lanchonete,
perdendo a protecáo legal consubstanciada no art. 21 da Lei n. 8.213/91.

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~41

~~~,[U~~~fl.l·~o~IPXIDz'A'@IDI:W~ñruLLfi))@ =@@]

4.1. Emissii.o - Obriqatoriedade e prazo

A obrígacáo de comunicar o acidente de trabalho a urna autoridade surgiu juntamente com a


primeira norma sobre acidentes no Brasil, ou seja, como Decreto n. 3.724/1919, determinando seu
art. 20 que o patráo, o próprio operário ou qualquer outro deveriam informá-lo a autoridade policial
do local. Confira-se:
Art. 19. Todo o acidente de trabalho que obrigue o operario a suspender o servico ou se ausentar deverá ser
imediatamente comunicado autoridade policial do lugar, pelo patráo, pelo próprio operário, ou qualquer outro.
á

A autoridade policial comparecerá sem demora ao lugar do acidente e ao em que se encontrar a vítima, tornando
as declaracóes desta, do patráo e das testernunhas, para lavrar o respectivo auto, indicando o nome, a qualidade, a
residencia do patráo, o neme, a qualidade. a residencia e o salário da vítima. O lugar preciso, a hora e a natureza do
acidente. As circunstáncias em que se deu e a natureza dos ferimentos, os nemes e as residencias das testemunhas e
dos beneficiarios da vítirna.
§ Jl! No quinto día, a contar do acidente, <leve o patráo enviará autoridade policial, que tomou conhecimento do fato,
prova de que fez a vítima o fornecimento de socorros médicos e pharmaceuticos ou hospítalares, um atestado médico
sobre o estado da vítirna, as consequéncias verificadas ou prováveis do acidente, e a época em que será possível
conhecer-Ihe o resultado definitivo.
§ 2° Nesse mesmo dia a autoridade policial remeterá o inquérito comos documentos a que se refere o paragrapho
anterior, ao juízo competente, para a instauracáo do sumario.

Referida obrigacáo foi mantída nas normas acidentárias posteriores, até a publicacáo do
Decreto-lei n. 293/1967 (que criou o seguro de acidentes obrigatório, conforme determinacáo da
CF/1967, possibilitando que fosse operado pelo INPS ou por seguradoras privadas), inclusive.
Em setembro de 1967 a Leí n. 5.316 integrou o seguro de acidentes de trabalho a Previdéncia Social,
exclusivamente, e somente a partir dessa data os acidentes passaram a ser comunicados diretamente
aPrevidéncia Social, pelo empregador, no prazo de 24 horas. Eis o teor do dispositivo em comento:
Art. 11. A empresa deverá, salvo em caso de impossibilidade absoluta, comunicar o acidente do trabalho a previdéncia
social dentro de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de multa variável de 1 (urna) a 10 (dez) vezes o maior salario-
mínimo vigente no País.

O Decreto n. 61.784/1967, e os institutos legais posteriores, trouxeram a mesma obrígacáo,


esclarecendo que a comunicacáo do acidente deve conter informacóes minuciosas sobre o ocorrido.
A contar de 29.1.1979, data de publicacáo do Decreto n. 83.080, a comunicacáo voltou a serefetuada
também a autoridade policial nos casos de óbito e assim se manteve até a edicáo da Lei n, 8.213/91,
inclusive, com a diferenca de que essa norma, que atualmente se encentra ern vigor, permite que a
vítima e outras pessoas autorizadas também emitam o documento, assim como determina o envio de
cópia para o acidentado e para o sindicato profissional, conforme previsáo do art. 22<28>:
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deveráo comunicar o acidente do trabalho á Previdéncia Social até o
primeiro día útil seguinte ao da ocorréncia e, em caso de morte, de imediato, á autoridade competente, sob pena de
multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de conrríbuicáo, sucessivarnente aumentada nas
reincidencias, aplicada e cobrada pela Previdéncia Social.
§ 1° Da comunicacáo a que se refere este artigo receberáo cópía fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o
sindicato a que corresponda a sua categoría.

(28) Reda~ao conferida pela LC 150/2015.

41
§ 22 Na falta de cornunicacáo por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a
entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, nao prevalecendo nestes casos
o prazo previsto neste artigo.
§ 32 A comunicacáo a que se refere o§ 22 nao exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do
disposto neste artigo.
§ 4° Os sindicatos e entidades representativas de classe poderáo acornpanhar a cobranca, pela Previdéncia Social, das
multas previstas neste artigo.
§ 511 A multa de que trata este artigo nao se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. (lncluido pela Lei n. 11.430, de 2006)

A obrigacáo é, pois, do empregador (inclusive o doméstico, a contar da LC 150/2015) e caso nao


emita o documento e fique posteriormente comprovado de que se tratava, de fato, de acidente do
trabalho, lhe será imposta multa administrativa.v?' prevista no art, 286 do Decreto n. 3.048/99:
Art. 286. A infracáo ao disposto no art. 336 sujeita o responsável a multa variável entre os limites mínimo e máximo
do salario de contribuic;ao(3<1l, por acidente que tenha deixado de comunicar nesse prazo.
§ 12 Em caso de rnorte, a comunicacáo a que se refere este artigo deverá ser efetuada de imediato a autoridade
competente.
§ 29 A multa será elevada em duas vezes o seu valor a cada reincidencia.
§ 32 A multa será aplicada no seu grau mínimo na ocorréncia da primeira comunicacáo feita forado prazo estabelecido
neste artigo, ou nao comunicada, observado o disposto nos arts. 290 a 292!31l.

Como o trabalhador avulso e o segurado especial (pequeno produtor rural) tambérn possuem
direito a caracterizacáo do acidente de trabalho e os beneficios decorrentes, o art. 330 da Instrucáo
Normativa INSS 77/2015 distribuí a responsabilidade de emissáo do documento da seguinte forma
(art. 330):
Art. 330. Sao responsáveís pelo preenchimento e encaminhamento da CAT:
I - no caso de segurado empregado, a empresa empregadora:
JI - para o segurado especial, o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical da categoría, o médico
assistente ou qualquer autoridade pública;
Ill - no caso do trabalhador avulso, a empresa tomadora de servico e, na falta dela, o sindicato da categoria ou o
órgáo gestor de máo de obra; e
IV - no caso de segurado desempregado, nas situacóes em que a doenca profissional ou do trabalho manifestou-se
ou foi diagnosticada após a dernissáo, as pessoas ou as entidades constantes do§ 12 do art. 331.
§ 12 No caso do segurado empregado e trabalhador avulso exercerem atividades concomitantes e vierem a sofrer
acidente de trajeto entre urna e outra empresa na qua! trabalhe, será obrigatória a ernissáo da CAT pelas duas
empresas.
§ 2~É considerado como agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quando estiversob a responsabilidade
da reabilitacáo profissional, neste caso, caberá ao técnico da reabilitacáo profissional comunicar a pericia médica o
ocorrido.

Nao obstante seja a comunicacáo urna atribuicáo do empregador e do tomador dos servicos.
nao há como a legislacáo obrigá-los, contudo, a comunicar a ocorréncia como acidentária se estes nao
concordarem como nexo entre o sinistro e o trabalho. O art. 22 da Leí n. 8.213/91 nao determina dessa
forma, e nem o poderia, sob pena de afronta direta aos princípios de ampla defesa e contraditório
(CF/88, art. 5, LV), no momento em que, se assim o fizesse, estaria a obrigar o empregador a confessar,
por meio da emissáo do documento de notificacáo, um nexo causal com o qual nao concorda.

(29) Cabe ao setor de benefícios do INSS comunicar a ocorréncia ao setor de ñscalizacáo, para a aplicacáo e cobranca da multa devida
- Decreto n. 3.048/99, art. 336, § 22.
(30) Conforme Porta ria lnterministerial MPS/MF n. 13/2015, o valor mínimo do salário de contribuicáo corresponde ao salário mínimo
(R$ 788,00), e o valor máximo, a R$ 4.663,75.
(31) Os arts. 290 a 292 tratam das circunstancias agravantes da penalidade, entre as quais encontra-se a reincidencia.

42
Expor o trabalhador a qualquer tipo de risco ou perigo ou deixar de cumprir com normas de
seguran<;a sao ilícitos penáis, conforme disposícóes expressas no§ 22 do art. 19 da Lei n. 8.213/91, no
art. 343 do Decreto n. 3.048/99(32) e também no art. 132 do Código Penal.P" e obrigar o empregador
a reconhecer a natureza acidentária da ocorréncia, por meio da emissáo da CAT, seria também urna
afronta ao princípio da nao autoincriminacáo, adotado pelo Brasil pelo Decreto n. 592/1992, quando
da promulgacáo do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (art. 14, 3, g):
Art.14.

[... )
3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualmente, a, pelo menos, as seguintes garantías:

[... )
g) De nao ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada.

[... )

Referido princípio se repete no Decreto n. 678/1992, que promulgou a Convencáo Americana


sobre Direitos Humanos (Pacto Sao José da Costa Rica), sendo a redacáo de seu art. 82 a seguinte:
Art. 8.

Garantías Judiciais
[ ... )

2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocencia enquanto nao se comprove legalmente
sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, as seguintes garantias mínimas:

[... )
g) direito de nao ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e

h) direito de recorrer da sentenca para juiz ou tribunal superior.


3. A confissáo do acusado só é válida se feita sem coacáo de nenhuma natureza.

[... )

Assim, é certo que a legislacáo nao obriga o empregador a comunicar algo como acidente do
trabalho sem que com isso concorde.
Por outro lado, também nao pode o trabalhador restar prejudicado em seus eventuais direitos em
razáo de seu empregador discordar do nexo por ele alegado e, justamente por essa razáo, previu a Lei
n. 8.2113/91 que também podern preencher e encaminhar a CAT a própria vítima, seus dependentes,
o sindicato da categoria profissional, o médico que prestou o primeiro atendimento ou qualquer
autoridade pública (art. 22, § 22).
Isso nao significa, no entanto, que o trabalhador, o sindicato ou qualquer das pessoas
autorizadas no § 22 tenham competencia para caracterizar urna ocorréncia como acidentária. A
CAT - Comunicacáo de Acidente do Trabalho - é apenas um documento que informa ao INSS
urna ocorréncia que o emiiente entende preencher os requisitos para o reconhecimento da natureza
acidentária, e cabe ao INSS, sempre, investigar tecnicamente o nexo entre o trabalho e o agravo. É o
que podemos depreender do art. 337 do Decreto n. 3.048/99, conforme segue:
Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado técnicamente pela pericia médica do INSS, mediante a identificacáo
do nexo entre o trabalho e o agravo.

(32) Art. 343. Constituí contravencáo penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de seguranca e saúde do
trabalho.
(33) Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena - detencáo, de tres meses a um ano, se o fato nao constituí crime mais grave.

43
1 - o acidente e a lesáo:
IT - a doenca e o trabalho; e
nr - a causa mortis e o acidente.
[ ... J

§ 3° Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico epidemiológico entre
a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificacáo Internacional de
Doencas - CID em conforrnidade como disposto na Lista C do Anexo II deste Regulamento.
§ 42Para os fins des te artigo, considera-se agravo a lesáo, doenca, transtorno de saúde, distúrbio, disfuncáo ou síndrome
de evolucáo aguda, subaguda ou crónica, de natureza clínica ou subclínica. inclusive morte, independentemente do
tempo de latencia.
§ 5º Reconhecidos pela pericia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo,
na forma do§ 32, seráo devidas as prestacóes acidentárias a que o beneficiário tenha direito."
Também os arts. 322 e 325 da Instrucáo Normativa INSS n. 77/2015 dispóem no 1nesmo sentido.
Confiram-se:
Art. 322. Para a identificacáo do nexo entre o trabaJho e o agravo, que caracteriza o acidente do trabalho, a pericia
médica do INSS, se necessario, poderá ouvir testemunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho
ou solicitar o PPP diretarnente ao ernpregador para o esclarecimento dos fatos.
Art. 325. Quando do requerimento da pensáo, o reconhecimento técnico do nexo entre a causa mortis e o acidente
ou a doenca, será realizado pela pericia médica, mediante análise documental, nos casos de óbitos decorrentes de
acidente do trabaJho ou de doenca ocupacional, independente de o segurado haver falecido em gozo de beneficio
acidentário, devendo ser encaminhado aquele setor os seguintes documentos:
I - cópia da CAT;
TI - Certidáo de Óbito;
III - Laudo do Exarne Cadavérico, se houver: e
IV - Boletim de Registro Policial, se houver.
Parágrafo (mico. Após a análise documental, a avaliacáo do local de trabalho ficará a criterio da pericia médica do INSS.

Na esfera administrativa cabe ao perito médico do INSS, e somente a ele, decidir sobre a existencia
do nexo e caracterizar, ou nao, a ocorréncia noticiada (pela CAT) como acidentária. E nao poderia
ser diferente porque o agravo, se caracterizado corno acidente do trabalho, proporciona ao segurado
isencáo de carencia para o recebimento dos beneficios por incapacidade, assim como eventual direito
de receber auxílio-acidente se permanecer com sequela e, por isso, no intuito de evitar fraudes de
qualquer tipo, a competencia deve ser de fato atribuída somente ao perito do INSS.
O empregador nao tem o poder de decidir, a seu critério, o que é e o que nao é acidente do
trabalho e nem tampouco pode fazé-lo o trabalhador ou qualquer terceiro, estranho a relacáo de
emprego. O correto é, de fato, o procedimento que consta na legíslacáo de regencia, sendo a CAT um
documento que informa a ocorréncia que, na opiniáo de quema emitiu,preenche os requisitos para a
caracterizacáo da natureza acidentária, cabendo a perícia médica do INSS a investigacáo do nexo e o
pagamento dos benefícios correspondentes.
Por óbvio que nesse processo administrativo, para caracterizacáo do nexo acidentário,
empregador e trabalhador devem figurar como partes interessadas, garantindo-se o díreito a defesa
e contraditório, bem como as demais disposicóes da Lei n. 9.784/99, que regulamenta o processo
administrativo federal. Contudo, nao é o que se ve na prática, tema que será abordado posteriormente,
no Capítulo 6 desta obra.
A regra é, poís, bastante simples. Se o afastamento perdurar por mais de quinze di.as e o
a
empregado tiver direito a receber beneficio previdenciário, cabe perícia investigar tecnicamente
o nexo entre o agravo(34> e o trabalho, concluindo ou nao pela natureza acidentária da lesáo ou da

(34) Considera-se agravo a lesáo, doenca, transtorno de saúde, distúrbio, disfuncáo ou síndrome de evolucáo aguda, subaguda
ou crónica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latencia - Decreto n. 3.048/99,
art. 337, § 42.

44
enfermidade. Se o afastarnento tiver duracáo de até quinze dias,<35> nao haverá direito ao recebimento
de benefício e a CAT, nesse caso, servirá apenas como prova documental do acidente, mas nao como
prova plena (IN INSS 77/2015, art. 318, § 22).
O segurado especial e o trabalhador avulso que sofrerem acidente de trabalho com incapacidade
para a sua atividade habitual devem ser encaminhados a perícia médica do INSS para avaliacáo do
grau de incapacidade e o estabelecimento do nexo técnico logo após o acidente, sem necessidade de
aguardar os trinta días consecutivos de afastamento (IN INSS n. 77/2015, art. 318, § 32).
Assim, e nao obstante seja a emissáo do referido documento urna obrigacáo do empregador, nao
deixa de servir como prova documental e semente <leve ser emitida se o empregador concordar com
a existencia de nexo. Caso contrário, deve deixar que o próprio obreiro a preencha, ou qualquer das
pessoas autorizadas na Lei n. 8.213/91, art. 22, como já visto. Repita-se, pela importáncia do terna e
pelo entendimento equivocado de muitos operadores do direito e muitos trabalhadores, que o fato
da CAT ser emitida por qualquer outro que nao seja o empregador nao impede, absolutamente, o
trabalhador de obter os benefícios que lhe sao de direito.
A diferenca entre a CAT emitida pelo empregador e a CAT emitida pelo trabalhador ou qualquer
terceiro autorizado limita-se, tao semente, ao trabalho que terá o perito do INSS na investigacáo
do nexo técnico. Por óbvio que se o documento foi emitido pelo empregador, e considerando-se as
consequéncias trabalhistas, previdenciárias e tributárias que lhe sao consequentes, o perito do INSS
mais facilmente irá compreender pela existencia do nexo, sem necessitar de grandes investigacóes
porque concluirá que o empregador nao iría falsear tal informacáo em seu próprio desfavor. Por outro
lado, se a CAT foi emitida por qualquer outro que nao o empregador, faz-se necessário investigar
tecnicamente (e amplamente) a existencia do nexo, porque formada está a lide e se faz necessário
garantir a ampla defesa e o contraditório. Num e noutro caso, contudo, a investigacáo do nexo pela
perícia do INSS se faz obrigatória, e o direito do trabalhador aos benefícios nao é prejudícado.P"
Uma vez preenchida a CAT, seu ernitente <leve assegurar que o INSS, o próprio acidentado
(ou seus dependentes), o empregador e o sindicato da categoría receba1n cópia fiel, sendo aviado
INSS enviada preferencialmente na forma eletrónica. Nos casos de óbito, também a policía deve ser
notificada.
Quanto ao prazo de emissáo, fixa o legislador que a comunicacáo <leve ocorrer no primeíro día útil
seguinte ao da ocorréncia e que, no caso de óbito, deve ser feíta de imediato (Lei n. 8.213/91, art. 22), se
emitida pelo empregador. Se emitida pelo empregado ou qualquer terceiro autorizado, nao há prazo
fixado. Para fins da CAT referente a doenca profissional ou do trabalho, o diado acidente corresponderá
ao início da incapacídade laborativa, o dia da segregacáo compulsória ou o dia em que for realizado o
diagnóstico, o que ocorrer primeiro (art. 23).
Para a Previdéncia Social, existem tres modalidades de inforrnacáo, quais sejarn (IN INSS
77/2015, art. 327):
I - CAT inicial: acidente do trabalho típico, trajeto, doenca profissional, do trabalho ou óbito imediato:
II - CAT de reabertura'F': afastamento por agravamentc de lesáo de acidente do trabalho ou de doenca profissional
ou do trabalho: ou

(35) Até 28.2.2015 as empresas se encontravam obrigadas a pagar apenas os primeiros 15 dias de afastamento. A contar de 1º.3.2015,
por forc;a das dísposicóes contidas na MP n. 664/2014, esse prazo passou a ser de até 30 dias, mas o Congresso Nacional rejeitou tal
alteracáo, voltando a vigorar a redacáo original da Lei n. 8.213/91 quanto ao tópico.
(36) Se reconhecido o nexo, o beneficiário receberá os beneficios de espécie acidentária: auxílio-doenc;a acidentário (B91), aposen-
tadoria por invalidez acidentária (B92), auxílio-acidente por acidente de trabalho (B94) e pensáo por morte acidentária (B93). Se nao
reconhecido o nexo, o beneficiário receberá os beneficios de espécie previdenciária: auxílio-doenc;a previdenciário (B31), aposentado-
ria por invalidez previdenciária (B32), auxílio-acidente decorrente de acidente diverso (B36) e pensáo por morte previdenciária (B21).
Sobre os beneficios e sua codificacáo, ver <http://wwwl.previdencia.gov.br/aeps2006/15_01_01_01.asp>. Acesso em: 12.4.2015.
(37) Na CAT de reabertura de acidente do trabalho deveráo constar as mesmas lnforrnacóes da época do acidente, exceto quanto ao
afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da ernissáo, que seráo relativos a data da reabertura (IN INSS 77/2015, art.
329, § 62). Nao seráo consideradas CAT de reabertura para situacóes de simples assisténcia médica ou de afastamento com menos de
15 días consecutivos(§ 7º). A contar de 12.3.2015, por forc;a da MP 664/2014, esse prazo passou a ser de trinta dias.

45
JU - CAT de comunicacáo de óbito<:lSl: falecimento decorrente de acidente ou doenca profissional ou do trabalho,
após o registro da CAT inicial.

O formulário, contudo, único, aprovado pelaPortaria MPSn. 5.817/1999 (DOU de7.10.1999),


é

mas a IN INSS n. 77/2015 preve expressamente que aquele poderá ser substituído por impresso
do próprio empregador, desde que contenha todos os campos necessários ao seu preenchimento
(art. 329, § 4Q).
Via de regra, o emissor deverá transcrever as informacóes constantes no atestado médico no
respectivo campo da CAT (campo 11). Caso esse campo nao seja preenchido e assinado pelo mé-
dico assistente, o trabalhador deverá apresentar na perícia médica, junto com a CAT, o atestado
médico correspondente, desde que nele conste a descricáo do atendimento realizado, inclusive
o diagnóstico com o CID e o período provável para o tratamento, contendo assinatura, número do
CRM, data e carimbo do profissional médico, seja particular, de convenio ou do SUS (IN INSS
n. 77/2015, art. 329, § SQ).

4.2. Previsiio constante da CLT e previsiio em normas infraleqais - Conflito

Como observado, os arts. 19 a 21 da Leí n. 8.213/91 exigem, para a caracterizacáo de uma


ocorréncia como acidente do trabalho, que exista no mínimo uma incapacidade laborativa temporária.
Pela importancia extrema do tema, e já me desculpando pela repeticáo, transcrevo novamente
os dispositivos pertinentes, nos trechos que destaco:
Art. 19. Acidente do trabalho o que ocorre pelo exercício do trabalho a servico da empresa ou pelo exercicio do
é

trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesáo corporal ou perturbacáo
funcional que cause a morte ou a perda ou reducáo, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

[... ]
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
§ 1 °Nao sao consideradas como doenca do trabalho:
[... )
e) a que nao produza incapacidade laborativa;
[... ]
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora nao tenha sido a causa única, haja contribuido diretamente para a
morte do segurado, para reducáo ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido Iesáo que exija atencáo
médica para a sua recuperacáo:
[... )

Devem ser informados por meio de CAT, portanto, os acidentes típicos, as doencas ocupacionais
e as situacóes equiparadas, assim caracterizados nos tennos dos artigos supra e, como já <lito, desde
que assim reconhecido pelo empregador. Caso contrário, o próprio acidentado ou qualquer terceiro
autorizado pode emitir o mesmo documento que, para fins previdenciários, terá a mesma finalidade
daquele preenchido pelo empregador.
Registre-se, contudo, e urna vez mais, que em se tratando de Nexo Técnico Epidemiológico
(NTEP), cuja tabela consta da Lista C do Anexo TI do Decreto n. 3.048/99, a emissáo e entrega da CAT
ao INSS nao se faz obrigatóría, sequer havendo imposicáo de multa ao empregador que nao a emite.

(38) O óbito decorrente de acidente ou de doenca profissional ou do trabalho, ocorrido após a ernissáo da CAT inicial ou de reabertura,
será comunicado ao INSS, por CAT de comunicacáo de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente inicial (IN INSS
77/2015, art. 329, § 82).

46
Frequentemente, contudo, há questionamento sobre a previsáo constante no art. 169 da CLT,
que determina a comunicacáo quando da mera suspeita, assim como quanto a previsáo em portarias
e instrucóes normativas, que exigem a ernissáo do formulário ainda que inexistente qualquer
íncapacidade ou, ainda, qualquer sintoma por parte do trabalhador.

4.2.1. CLT, art. 169

Com referencia a CLT, a previsáo se refere a notificacáo das doencas profissionais ou do trabalho
e consta do art. 169, quando alterado pelo Decreto-leí n. 229/1967, já que a redacáo original do referido
dispositivo tratava apenas da manutencáo de refeitório. Confira-se:
Redacáo original:
Art 169. Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de trezentos operarlos, será obrígatório a existencia de
refeitório, nao sendo permitido aos trabaJhadores tomarem suas refeícóes fora daquele local.
§ 1º O refeitório a que se refere o presente artigo obedecerá as normas expedidas pelo ministro do Trabalho, lndústria
e Comércio.
§ 2º Nos estabelecimentos, nos qua is nao seja o refeitório exigido, deveráo ser asseguradas aos trabalhadores condicóes
suficientes de conforto para a ocasiáo de suas refeícóes.
Redacáo dada pelo Decreto-leí n. 229/1967:
Art.169. Será obrigatória a notificacáo das doencas profissionais e das produzidas por condicóes especíais de trabalho,
comprovadas ou suspeitas.
§ 111 Incumbe a notificacáo:
a) ao médico da empresa;
b) ao médico assistente do empregado ou participante de conferencia médica;
e) aos responsáveis pelos estabelecimentos onde as doencas ocorrerem,
§ 2Sl As notificacóes deveráo ser feítas as Delegadas Regionaís do Trabalho, coma indicacáo do nome do empregado,
residencia, idade, local de trabalho, causa da doenca, provável ou confirmada.
§ 3Q As notificacóes recebidas pelas autoridades referidas no § 22 seráo registradas em livro especial e, alérn das
providencias cabíveis no caso, comunicadas ao Departamento Nacional de Seguranca e Higiene do Trabalho e ao
Servico de Estatística da Previdéncia e do Trabalho.

Nova alteracáo ocorreu pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977, a qual se mantém até a presente data:
Art. 169. Será obrigatória a notificacáo das doencas profissionais e das produzidas em virtude de condicóes especiais
de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instrucóes expedidas pelo Ministério do
Trabalho.

Numa primeira e rápida leitura, sem a antecedencia de qualquer estudo, parece-nos que está
o legislador a obrígar as empresas a emissáo da CAT, encaminhando-a ao INSS, se1npre que o
trabalhador suspeitar da existencia do nexo e assim requerer que o faca, mas, absolutamente, nao é
nada disso que determina o referido artigo.
Primeiramente, cumpre destacar que a CLT data de 1943, quando os institutos de previdén-
cia social serviam apenas a algumas categorias, sem abrangéncia a todos os trabalhadores. Naquela
época, portante, existiam institutos, como o Instituto de Aposentadoria e Pens6es dos Marítimos
(IAPM), criado pelo Decreto n. 22.872/1933, o Instituto de Aposentadoria e Pens6es dos Comer-
ciários (IAPC), criado pelo Decreto n. 24.272/1934, e o Instituto de Aposentadoria e Pens6es dos
Bancários IAPB), criado pelo Decreto n. 24.615/1934, entre outros.
E1n 1967, quando alterada a redacáo do art. 169, já era vigente a LOPS - Lei Orgáníca da
Previdéncia Social (Leí n. 3.807/1960), que unificou todos os institutos entáo vigentes e criou um
regime único, aplicável obrigatoriamente a todos os empregados urbanos. Sobre acidentes do trabalho
encontrava-se em vigor o Decreto-lei n. 7.036/1944, determinando os arts. 45, 48 e 49 o seguinte:

47
Art. 45. Todo acidente do trabalho será obrigatoríamente comunicado ao empregador pelo acidentado, ou por
qualquer pessoa que dela tenha conhecimento, irnediatamente, após a sua ocorréncia, nao podendo essa comunicacáo
exceder o prazo de 24 horas, salvo impossibilidade absoluta.

Art. 48. Nos casos de doenca profissional, responderse pelas obrigacóes resultantes desta leí todos os empregadores
sob cuja dependencia tiver trabalhado o acidentado, na mesma profissáo, dentro dos 2 (dois) últimos anos,
proporcionalmente ao tempo de servico a cada um prestado, exceto quando a doenca resultar diretamente da
inobservancia, por parte de um dos referidos empregadores, das disposicóes legais relativas a prevencáo de acidentes
a
e higiene do trabalho, hipótese na qua! sobre ele recairáo todos os ónus decorrentes da doenca, sem prejuízo das
demais combinacóes da leí.

Parágrafo único. O disposto neste artigo nao impede que o acidentado exija a totalidade das indenizacóes do seu
último empregador, que, nesse caso, ficará com direito regressivo contra os anteriores.
Art. 49. Nao recebendo a autoridade judiciaria competente do empregador a participacáo de que trata o art. 46 desta
leí, poderá tomar conhecimento do acidente por comunicacáo direta do acidentado ou de qualquer terceira pessoa.
Parágrafo único. No caso <leste artigo, a autoridade judiciária mandará dar vista ao representante do Ministério
Público competente, que requererá corno medida preliminar, alérn de outras desinencias que julgue necessárias, o
exame médico do acidentado, nao se tratando de morte, assim corno tomará as declaracóes dos interessados, e, dentro
do prazo de 10 (dez) dias, iniciará a respectiva acáo ou solicitará o arquivarnento.

Qualquer um poderia notificar o acidente, norma observada pelo Oecreto-lei n. 229/1967 ao


promover a primeira alteracáo no art. 169 da CLT.
E11112/1977, quando da segunda e última alteracáo, ainda era vigente a LOPS (Lei n. 3.807/1960),
e sobre os acidentes tratava a Lei n. 6.367/1976, sendo o seguro obrigatoriamente contratado junto ao
INPS. Seu regulamento constava do Decreto n. 79.037/1976,e sobre a notificacáo dos acidentes assim
era determinado:
Art. 42 O acidente de trabalho deverá ser comunicado a empresa imediatamente, quando possível pelo acidentado.
Art. 5° A empresa deverá, salvo em caso de impossibilidade absoluta. comunicar o acidente ao JNPS dentro de 24
(vinte a quatro) horas, sob pena de multa variável de 1 (urna) a 10 (dez) vezes o maior valor de referencia.

§ 12 Quando o acidente causar a morte do segurado, a empresa deverá comunicá-lo também a autoridade policial.

§ 22 A multa de que trata este artigo será aplicada e cobrada pelo INPS.
Art. 49. Considera-se como diado acidente, no caso de doenca profissional ou de trabalho, data da comunicacáo desta
a empresa ou, na sua falta, a data da entrada do pedido de beneficio acidentário no JNPS, a partir de quando seráo
devidas as prestacóes cabíveis.

Note-se, portante, que competia ao empregador comunicar o acidente ao INPS para que esse,
por sua vez, pagasse ao acidentado as indenizacóes e beneficios de direito, em decorréncia do seguro
pago pela empresa. E, quando da existencia de doenca ocupacional (profissional ou do trabalho)
competía ao trabalhador informar a e1npresa sobre sua ocorréncia.
Em 1977, contudo, pela Lei n. 6.514, várias alteracóes foram efetuadas no texto da CLT, sendo
criada no Capítulo V a Medicina do Trabalho, passando o art. 162 a obrigar a manutencáo de servicos
médicos especializados no ambiente de trabalho. Confira-se:
Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministerio do Trabalho, estaráo obrigadas a
manter servícos especializados em seguranca e em medicina do trabalho.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo estabeleceráo:

a) classificacáo das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades;
b) o numero mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa. segundo o grupo em que se classifique,
na forma da alinea anterior;

c) a qualificacáo exigida para os profissionais e1n questáo e o seu regime de trabalho:


d) as dernais características e atribuicóes dos servícos especializados em seguranca e em medicina do trabalho, nas
empresas.

48
Os arts. 168 e 169 deveriam ser lidos conjuntamente, porque dispostos na Secáo V do referido
capítulo, de onde podemos observar a criacáo dos exames médicos admissionais, demissionais
e periódicos. Logicamente, se nesses exames o médico do trabalho suspeitasse ou comprovasse
que a doenca possuía nexo como trabalho desenvolvido (ou seu ambiente), obrigatória seria a
notificacáo a
entidade seguradora (INAMPS), para que o trabalhador recebesse os benefícios de
direito. Confiram-se:
SE<;AOV

Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho

Art 168. Será obrigatório o exame médico do empregado, por contado empregador.
§ 12 Por ocasiáo da adrnissáo, o exame médico obrigatório compreenderá investigacáo clínica e, nas localidades em
que houver, abreugrafia.
§ 2° Em decorréncia da ínvestígacáo clínica ou da abreugrafia, outros exames complementares poderáo ser exigidos,
a critério médico, para apuracáo da capacidade ou aptidáo física e mental do empregado para a funcáo que deva
exercer.

§ 32 O exame médico será renovado, de seis ern seis meses, nas atividades e operacóes insalubres e, anualmente, nos
demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos.
§ 42 O mesmo exame médico de que trata o§ 1º será obrigatório por ocasíáo da cessacáo do contrato de trabalho, nas
atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado há
mais de 90 (noventa) dias.

§ 52 Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessario a prestacáo de primeiros socorros médicos.
Art 169. Será obrigatóría a notificacáo das doencas profíssionaís e das produzidas ern virtude de condicóes especiais
de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conforrnidade com as instrucóes expedidas pelo Ministerio do
Trabalho.

A suspeita, portanto, de que trata o art. 169 da CLT nao deve vir por parte do proprietário
da empresa, nem pelo trabalhador ou qualquer outro terceiro, senáo pelo médico do trabalho,
na oportunidade de realizacáo dos exames que foram referenciados no art. 168. Nem poderia ser
diferente, porque o único com conhecimento técnico científico suficiente para tal suspeita é, de fato,
o profissional da área médica, principalmente se especializado em medicina do trabalho.
Nao é possível retirar o art. 169 de todo o seu contexto (normativo, sequencial e histórico) e
interpretá-lo sem qualquer critério. Trata-se de urna sequéncia lógica, com a criacáo do servico de
medicina pela Lei n. 6.514/1977, a presen~a obrigatória do médico do trabalho nas empresas e a
realizacáo obrigatória de exames adrnissionais, demissionais e periódicos, mais tarde disciplinados
na Norma Regulamentadora n. 7, instituída no ámbito do Ministério do Trabalho no ano de 1978.
Note-se, pois, inexistir qualquer conflito entre as disposicóes do art. 169 da CLT e a redacáo
do art. 22 da Lei n. 8.213/91, já que, nesse último, também compete ao empregador a notificacáo do
acidente (inclusive doenca) se a suspeita ou a comprovacáo do nexo advir do PCMSO.
De toda forma, e ainda que assim nao entenda o leitor, cumpre observar que a CLT trata
genericamente do tema (lei geral), sendo o assunto tratado especificamente em momento posterior,
pela Lei n. 8.213/91 (lei especial), que <leve prevalecer.
Por qualquer análise que se faca. portante, o certo é que o empregador somente se encentra
obrigado a emissáo da CAT e, consequentemente, a comunicacáo do que entende ser um acidente do
trabalho ao INSS, se de fato cornpreender ou suspeitar (por seu servico médico) que existe nexo entre
a lesáo/eníermidade e o trabalho. Entendimento contrário, insisto, nao somente deixa de encontrar
qualquer fundamentacáo legal corno, inclusive, contraria princípios constitucionais de ampla defesa
e contraditório.

49
4.2.2. Portarias Ministeriais e Instrucñes Normativas

Na sequéncia da previsáo disposta na CLT foi publicada, em 1978, a Portaria GM/MTb


n. 3.214, trazendo diversas Normas Regulamentadoras sobre seguran<;a e med ici na do
trabalho, dentre as quais se destaca a NR-7, instituindo o PCMSO - Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional.
O diploma que conceituava o acidente de trabalho, na época, era a Lei n. 6.367/76, determinando
expressamente seu art. 2° que, para tal caracterizacáo, se fazianecessária, no mínimo, urna incapacidade
laborativa temporaria. Confira-se (destaques meus):
Art. 2° Acidente do trabalho aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a servíco da empresa, provocando
é

lesáo corporal ou perturbacáo funcional que cause a morte, ou perda, ou reducáo, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

[ ... J
§ 42 Nao poderño ser consideradas, para os fins do disposto no§ 32, a doenca degenerativa, a ínerente a grupo etário
e a que nao acarreta incapacidade para o trabalho.
[... ]

No entanto, o subitem 7.4.8 da NR-7 (Portaría MTb n. 3.214/78) acabou por alterar o conceito
legal, extrapolando sua funcáo regulamentar, ao informar que o médico do trabalho deve solicitar a
e1npresa a emissáo da CAT mesmo quando ausente qualquer síntoma por parte do trabalhador. Eis
a redacáo do referido dispositivo:
7.4.8. Sendo constatada a ocorréncía ou agravamento de doencas profissionais, através de exames médicos que
incluam os definidos nesta NR; ou sendo verificadas alteracées que revelem qualquer tipo de disfuncáo de órgáo ou
sistema biológico, através dos exames constantes dos Quadros I (apenas aqueles com interpretacáo SC) e IJ, e do ítem
7.4.2.3 da presente NR, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico-coordenador ou encarregado:
a) solicitar a empresa a emissáo da Comunícacáo de Acidente do Trabalho - CAT;
b) indicar, quando necessario, o afastamento do trabalhador da exposicáo ao risco, ou do trabalho:
e) encarninhar o trabalhador a Previdéncia Social para estabelecimento de nexo causal, avaliacáo de incapacidade e
definicáo da conduta previdenciária em relacáo ao trabalho;
d) orientar o empregador quanto a necessidade de adocáo de medidas de controle no ambiente de trabalho.

Observe-se que a funcáo da NR é justamente a de Norma Regulamentadora, com objetivo de


normatizar procedimentos fixados na lei ordinária e que, dada sua condicáo de regulamento, nao
poderia criar um novo conceito de acidente de trabalho e, tampouco, urna nova obrígacáo de fazer.
A edicáo de portaría compete ao ministro de Estado, vinculado ao Poder Executivo e qualquer
obrigacáo de fazer deve decorrer de lei ordinária, emanada do Poder Legislativo, conforme redacáo
expressa do art. 150, § 29, da Constituicáo Federal de 1967, princípio repetido no art. 52, II, da Carta
Constitucional de 1988.
Essa invasáo de poderes tem sido reiterada mesmo depois da publicacáo da Leí n. 8.213/91, que
nos arts. 19 a 21 repete, diversas vezes, a necessidade de, no mínimo, urna incapacidade laborativa
temporária para a caracterizacáo da ocorréncia como acidentária (ver subitern 4.2, supra).
Sequencialmente, ternos (destaques meus):

Ordem de Servico INSS n. 621/99

Manual de instrucñes para preenchimento da CAT


Campo 33. Houve afastamento? - informar se houve Oll nao afastamento do trabalho.
Obs.: É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente ou doenca relacionados ao trabalho,
ainda que nao haja afastamento ou incapacidade.

50
Portaría MPAS n. 5.051/99

Aprova novo formulário CAT

Campo 33. Houve afastamento - informar se houve ou nao afastamento do trabalho,


Obs.: é importante ressaltar gue a CAT deverá ser emitida para todos os acidentes ou doencas gue sejam relacionados
ªºtrabalho. ainda que nao haja afastamento ou incapacidade.

Portaría MPAS n. 5.817/99

Altera o formulário CAT


VERSO DA CAT - ORIENTA<;ÓES DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO CAT
Obs.: A CAT deverá ser emitida para todo acidente ou doenca relacionados com o trabalho ainda que nao haja
afastamento ou incapacidade.

Instrucáo Normativa INSS/DC n. 98/2003

Aprova norma técnica sobre LER ou DORT


8. DA NOTIFICA<;AO
[... )
Havendo suspeita de diagnóstico de LER/DORT, deve ser emitida a Comunicacáo de Acidente do Trabalho - CAT.
A CAT <leve ser emitida mesmo nos casos em que nao acarrete incapacidade laborativa para fins de registro e nao
necessariamente para o afastamento do trabalho. Segundo o art, 336 do Decreto n. 3.048/99, "para fins estatísticos
e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar o acidente de gue tratam os arts. 19, 20, 21 e 23 da Leí n. 8.213, de
1991". Dentre esses acidentes, se encontram incluidas as doencas do trabalho nas quais se enquadram as LER/DORT.
[... )
SE<;AO II
[... )
Nenhuma CAT poderá ser recusada, devendo ser registrada independentemente da existencia de incapacidade
para o trabalho, para fins estatísticos e epidemiológicos.
[... ]

Portaría MTE n. 589/2014

Disciplina as medidas a serem adotadas em relacáo a notífícacáo de doencas e acidentes do trabalho


Art. 22 Todo acidente fatal relacionado ao trabalho, inclusive as doencas do trabalho que resultem morte, deve ser
comunicado a unida de do Minístério do Trabalho e Emprego mais próxima a ocorréncia no prazo de até vinte e quatro
horas após a constatacáo do óbito, além de informado no mesmo prazo por mensagem eletrónica ao Departamento de
Seguranca e Saúde no Trabalho, da Secretaria de Inspecáo do Trabalho, no enderece <dsst.sitspmte.gov.br> contendo
as informacóes listadas em anexo a esta norma.
Art. 3Q A comunicacáo de que trata o art. 2Q nao suprime a obrigacáo do empregador de notificar todos os acidentes do
trabalho e doencas relacionadas ao trabalho, com ou sem afastamento, comprovadas ou objeto de suspeita, mediante
a emissáo de Cornunicacáo de Acidente de Trabalho - CAT apresentada ao órgño competente do Ministério da
Previdéncia Social.
Nao há, absolutamente, qualquer problema em se criar forrnulários ou padronizar procedirnentos
por rneio de portarias e instrucóes normativas, como fez a Portaría MTE n. 589/2014 ao determinar
que os acidentes fatais devem também ser comunicados ao Ministério do Trabalho e Emprego, em 24
horas, por e-mail institucional.
O que nao se pode admitiré a modificacáo substancial de urna norma hierarquicamente superior
por outra inferior, como fizeram os normativos supra ao modificarem o conceito de acidente trazido
pela lei ordinária (que demanda, no mínimo, urna incapacidade temporária para sua caracterizacáo)
e a imposicáo de nova obrigacáo de fazer (o empregador comunicar essa ocorréncia sem afastamento,
sem incapacidade e sem síntoma). A administracáo pública é subordinada a leí, como se pode
depreender dos arts. 37 e 84, IV da CF/88, nao lhe sendo permitido, por atos normativos, definir
noves conceitos e obrígacóes.

51
Todo o conteúdo dessa obra deixa claro e indene de dúvidas que um acidente do trabalho
notificado, ainda que sem concessáo de benefício, traz gravosas repercussóes ao empregador, e
nao semente de ordem trabalhista (depósito de FGTS e indenizacóes), mas também consequéncias
tributárias diretas (SAT, FAP), alérn de poder implicar em responsabilízacáo criminal, ante o previsto
no§ 2Q do art. 19 da Lei n. 8.213/91, no art. 343 do Decreto n. 3.048/99 e tambérn no art. 132 do Código
Penal.
A nao observancia da reserva de poderes e da hierarquia das normas, prática que tem sido
reiterada pelo INSS e pelo Ministério do Trabalho e Emprego quanto a materia acidentária, fere
nao somente o art. 5º, 11, da Constituicáo Federal de 1988<39> como coloca em risco os princípios de
legalidade, ampla defesa, contraditório e seguranca jurídica.
Atos como portarias, ordens de servico, resolucóes e instrucóes normativas se destinam,
meramente, a regulamentar e instituir procedimentos administrativos destinados ao cumprimento
da lei, e jamáis, em nenhuma hipótese, sua extrapolacáo. Referida hierarquia pode ser verificada
no art. 59 da Carta Magna<40> e é, inclusive, recepcionada em nossos tribunais já há muitos anos,
conforme ilustram as seguintes decis6es (excertos, com destaques meus):
A<:;AO DIRETA DE TNCONSTITUCIONALIDADE - INSTRU<:;AO NORMATIVA N. 62, DO DEPARTAMENTO
DA RECEITA FEDERAL - SUA NATUREZA REGULAMENTAR - TMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE
CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE - SEGUIMENTO NEGADO POR DECISÁO SINGULAR -
COMPETENCIA DO RELATOR (RJSTF, ART. 21, § 1º; LEI N. 8.038, ART. 38) - PRINCÍPIO DA RESERVA DE
PLENÁRIO PRESERVADO (CF, ART. 97) - AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. - [ ... ]. - As Instrucñes
Normativas, editadas por Órgáo competente da Administracáo Tributaria, constituem espécies jurídicas de caráter
secundário, cuja validade e efícácia resultam, imediatamente, de sua estrita observancia dos limites impostos
pelas leis, tratados, convencóes internacionais, ou decretos presidencíais, de que devem constituir normas
complementares. Nao se revelam, por isso mesmo, aptas a sofrerem o controle concentrado de constitucionalidade,
que pressupóe o confronto direto do ato impugnado com a Leí Fundamental. (STF - ADI 531 - AgR / DF -
Tribunal Pleno - Relator Ministro Celso de Mello - Julgamento en111/12/1991 - Publicacáo em: 3.4.1992)
A<;ao direta deinconstitucionalidade. 2. Arguícáo de inconstitucionalidade da Portarían. 1.455, de 29.11.1995do Ministério
da Educacáo e Desporto, editada "a título de regulamentar o Decreto n. 1.716, de 24.11.1995, e a Lei n. 9.131/1995."
3. Trata-se no caso, de juízo de ilegalidade e nao de inconstitucionalidade. 4. Sendo a Portaria norma de hierarquía
inferior a leí e ao decreto regulamentar, certo nao há de ser visualizada, autonomamente, em face da Constítuicáo,
cumprindo, por primeiro, ve-la em confronto com o Decreto e a Leí em referencia. 5. Se a Portaría impugnada nao
atenta contra o Decreto e a Lei , o juízo de invalidade há de ser dirigido contra os diplomas de hierarquía superior aos
quais o ato normativo, objeto da demanda, disciplina ern sua aplicacáo. 6. A<;ao direta de inconstitucionalidade nao
conhecida. (STF - ADI-MC 1388 DF - Tribunal Pleno - Relator Nérí da Silveira - [ulgamento em: 19.12.1995 -
Publicacáo em: 14.11.1996)
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DESCAMINHO. MERCADORIAS
IMPORTADAS. INSIGNIFICANCIA. PARÁMETRO. DÉBITO TRIBUTÁRIO SUPERIOR A DEZ MIL REAIS. NÁO
APLICA<:;AO DA PORTARIA N. 75/2012 DO MINJSTÉRIO DA FAZENDA. l. Em recente julgado desta Corte,
confirmou-se o entendimento de ser insignificante para a Adrninistracáo Pública o valor de dez mil reais, trazido
no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, como já havia sido decidido pela Terceira Secáo deste Tribunal, ao julgar o REsp n.
1.112.748([0, representativo da controvérsia. 2. Portaría emanada do Poder Executivo nao possui forca normativa

(39) CF, art. 5!?: Todos sao iguais perante a leí, sem distincáo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a seguranc;a e a propriedade, nos termos seguintes:
[ ... ]
11 - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se nao em virtude de lei;
[ •.. J
(40) Art. 59 - O processo legislativo compreende a elaboracáo de:
1 - emendas a Constituicáo:
11 - leis complementares;
111 - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resolucóes.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboracáo, redacáo, alteracáo e consolidacáo das leis.

52
passível de revogar ou modificar lei em sentido estrito. Precedentes. 3. Agravo regimenta! impróvido. (STJ - AgRg
no AREsp 318688 PR 2013/0115582-6 - 61Turma - Relator Ministro Sebastiáo Reis Júnior - [ulgamento em: 6.2.2014
- DJ de 27.2.2014)
TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE ALIMENTA<;ÁO DO TRABALHADOR-PAT. IMPOSTO DE RENDA. INCENTIVO
FISCAL. LEI N. 6.321/76. LIMITA<;ÁO. PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 326/77 E INSTRU<;ÁO NORMATIVA
N. 143/86. OFENSA. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA HIERARQUIA DAS LEIS. l. A Portaria Interministerial
n. 326/77 e a Instrucáo Normativa n.143/86, ao fixarem custos máximos para as refeícñes individuais como condicáo
ao gozo do incentivo fiscal previsto na Lei n. 6.321/76, violaram o princípio da legalidade e da hierarquia das leis,
porque extrapolaram os limites do poder regulamentar. Precedentes. 2. Recurso especial nao prevido. (STJ - REsp
990313/SP - 2ª Turma - Relator Ministro Castro Meira - [ulgarnento em: 19.2.2008 - DJ de 6.3.2008)
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUT ÁRIO. AUSENCIA DE PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DE DECLARA<;AO.
OMISSÁO. INOCORRENOA. PROGRAMA DE ALIMENTA<;ÁO DO TRABALHADOR - PAT. AUXÍLIO-ALI-
MENTA<;AO PAGO EM ESPÉCIE AOS EMPREGADOS. OBRIGATORIEDADE DE RECOLHIMENTO DO FGTS.
LEI N. 6.321/76. LIMITA<;AO. PORTARIA N. 326/77. VIOLA<;ÁO AO PRINCÍPIO DA HIERARQUIA DAS LEIS.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CORRE<;AO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS PELA TR/TRD. APLICABILIDADE.
[ ... ] 5. "As limitacóes impostas pela Portarían. 326/77 e pela Instrucáo Normativa n. 143/86, fixando custos máximos
para cada refeicáo individual oferecida pelo PAT, sao ilegaís, porquanto estabelecem restricñes que nao foram
previstas na Lei n. 6.321/76, nem no Decreto n. 78.676/76 que a regulamentou, violando, coro isso, o principio
da hierarquia das leis" (REsp 157.990/SP, Rel. Min. Francisco Falcáo, P Turma, DJ de 17.5.2004). 6. ( ... ) 7. Recursos
especiais aos quais se nega provimento." (STJ - REsp 719714/PR - 1 ª Turma - Relator Ministro Teori Albino
Zavascki - Julgamento em: 6.4.2006 - DJ de 24.4.2006 - p. 367)
ADMINISTRATIVO. IMPORTA<;AO DE BEBIDAS ALCÓOLICAS. PORTARIA N. 113/99, DO MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA E DO AB.ASTECIMENTO. IMPOSI<;ÁO DE OBRIGA<;ÁO NÁO PREVISTA EM LEJ. AFRONTA
AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. 6 l. O ato administrativo, no Estado Democrático de Direito, está subordinado
ao principio da legalidad e (CF/88, arts. 5°, JI, 37, caput, 84, IV), o que equivale assentar que a Adminístracáo só pode
atuar de acordo com o que a lei determina. Desta sorte, ao expedir um ato que tem por finalidade regulamentar a
lei (decreto, regulamento, instrucáo, portaría, etc.), nao pode a Administracáo inovar na ordem jurídica, impendo
obrigacóes ou limítacóes a direitos de terceiros. 2. Consoante a melhor doutrina, "é livre de qualquer dúvida ou
entredúvida que, entre nós, por forca dos arts. 5, JI, 84, IV, e 37 da Constituicáo, só por lei se regula liberdade e
propriedade; só por leí se ímpñem obrigacñes de fazer ou nao fazer. Vale dizer: restricáo alguma se impóem a
liberdade ou a propriedade pode ser imposta se nao estiver previamente delineada, configurada e estabelecida em
alguma lei, e só para cumprir dispositivos legais é que o Executivo pode expedir decretos e regulamentos." (MELLO,
Celso Antonio Bandeira de. Curso de direito administrativo. Sao Paulo: Malheiros Editores, 2002. p. 306/331) 3. A Portada
n. 113/99, do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, a pretexto de regulamentar o cumprimento do disposto
na Leí n, 8.918/94 e no Decreto n. 2.314/97, sobre os requisitos para a irnportacáo de bebidas alcóolicas, inovou na
ordem jurídica, impondo obrigacáo nao prevista em Iei, in casu, a apresentacáo, para o desembarace aduaneiro das
mercadorias, da declaracáo consular da habilitacáo do importador pelo estabelecimento produtor, em afronta ao
prindpio da legalidade. 4. Deveras, a imposicáo de requisito para importacáo de bebidas alcóolicas nao pode ser
inaugurada por Portaría, por isso que, muito embora seja ato administrativo de caráter normativo, subordina-se
ao ordenamento jurídico hierarquicamente superior, in casu, a lei e a Constituicáo Federal, nao sendo admissível
que o poder regulamentar extrapole seus limites, ensejando a edícáo dos chamados "regulamentos autónomos",
vedados em nosso ordenamento jurídico, a nao ser pela excecáo do art. 84, VI, da Constituicáo Federal. 5. Recurso
especial a que se nega provimento. (STJ - REsp 584.798/PE - 1@ Turma - Relator Ministro Luiz Fux - Julgamento
em: 4.11.2004 - DJ de 6.12.2004 p. 205)
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. FUNDAMENTO INFRA-
CONSTITUCIONAL AUTÓNOMO. DEMONSTRA<;ÁO DE DISSÍDIO ]URISPRUDENCIAL. IPI. PRAZO DE
RECOLHIMENTO. ALTERA<;ÁO POR PORTARJA. IMPOSSJBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. l. [... ) 2. "É
pacífica e remansosa a jurisprudencia do Superior Tribunal de [ustica no sentido de que norma de hierarquía inferior
(portaría) nao temo condáo de alterar/modificar disposicóes contidas em lei (in casu, prazo de recolhimento de IPI)
sem que haja expressa autorizacáo legal". (Resp, n. 386.420/PR, Relator Ministro José Delgado). 3. Agravo Regimenta!
desprovido. (STJ - AgRg no REsp 512182/DF - Ji Turma - Relator Ministro Luiz Fux - Julgamento em: 9.9.2003
- DJ de 29.9.2003 p. 168)
MANDADO DE SEGURAN<;A. ADMINISTRATIVO. CONCURSO DO ITA. OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E
CERIO. PRINCÍPJO DA HIERARQUIA DAS NORMAS. ABUSO DE PODER. A portaría que instituiu as normas para
o Concurso, deu vigencia integral ao caput do art. 62, do Decreto n. 76.323/75, mas ignorou o disposto em seu § 12• Urna
portaria, por ser norma de hierarquía inferior e de cunho meramente complementar, nao tem o condáo de alterar
disposícóes emanadas de Decreto-Leí (princípio da hierarquia das normas). Se a Administracáo, mesmo no exercício
de seu poder díscricionário, nao atende ao fim legal, a que está obrigada, entende-se que abusou do poder. Quando
o administrador indeferiu o pedido de efetivacáo de matrícula do impetrante, tendo este sido considerado apto para

53
ingresso no ITA, em certame que seguiu as normas estabelecídas no Decreto n. 76.323/75, agiu ilegalmente, violando
direito líquido e certo, (STJ - MS 5.698/DF - 1n Secáo - Relatora Ministra Nancy Andrighi - Julgam.ento ero:
26.4.2000 - DJ de 30.10.2000 - p. 118)
AGRAVO. INSURGENCIA MINISTERIAL. REMic;Ao FICTA CONCEDIDA POR PORTARIA.JMPOSSIBILIDADE.
INEXISTENCIADEATIVIDADELABORAL.PREVALECEALEP.LEIFEDERAL.PRINCÍPIODAHIERARQUJADAS
LEIS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. l. A remicáo impóe o trabalho ou estudo efetivo do preso, devidamente
comprovado, nao sendo, por isso, admitida a remicáo ficta ou presumida; 2. Portaría é norma hierarquicamente
inferior a lei federal, motivo pelo qual o juiz nao pode expedir decisáo contrária ao que determina a Lei de
Execucóes Penáis. (TJ-PR 9452404 - s~ Cámara Criminal - Relatora Maria José de Toledo Marcondes Teixeira -
[ulgamento em: 29.11.2012)

Também a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional fez expressa referencia a esse entendimento,
conforme pode ser observado do Parecer PGFN/CRJ n. 2.623/2008<41>:
A Fazenda Nacional tem defendido, em juízo, a legalidade dos referidos atos normativos. Todavía, o e. Superior
Tribunal de [ustica entende que essas limitacóes sao ilegais, posto que estabelecidas por normas hierarquicamente
inferiores, que, indevidamente, restringem lei ordinaria: que a fixacáo dos valores máximos das refeicóes através de
portaria e instrucáo normativa viola o principio da hierarquía das normas, eis que extrapolam o poder regulamentar.

[... ]
Examinando-se a hipótese vertente, desde logo, concluí-se que: I) [ ... ];e II) as decisóes, citadas ao longo deste Parecer,
manifestam a pacífica e reiterada jurisprudencia do STJ, que reconhece violacño ao princípio da hierarquía das
normas quando ato ínfralegal (portaría e instrucáo normativa) exorbita o poder regulamentar, impendo restricóes
nao previstas em lei; assim, a ilegalidade da fixacáo de valores máximos para refeicóes oferecidas no ámbito do
PAT, através da Portaria Interministerial MTB/MF/MS n. 326/77 e da Instrucáo Normativa SRF n. 143/86, que teriam
extrapolado os limites da Lei n. 6.321/76.

Em resumo, compreendo que os atos normativos que orientam a emissáo da CAT quando da
ausencia de incapacidade ou sintoma estáo a inovar quanto ao conceito disposto na lei, e na qualidade
de normas inferiores e em respeito a hierarquia e reserva de poderes (Legislativo e Executivo), nao
necessitam ser observados.
Por certo, contudo, que a adocáo de tal procedimento pode trazer acáo administrativa por parte
do INSS ou do Ministério do Trabalho e Emprego, já que tais a tos normativos sao por eles publicados,
também havendo probabilidade de questionamento por parte de algum ente sindical.
Assim, é preciso que o empregador compreenda bem o tema e tenha conhecimento das con-
sequéncias advindas do procedimento escolhido. Pode optar por emitir as CATs na forma disposta
nesses atos normativos e sofrer as consequéncias tributárias imediatas no SAT/FAP (além de outras
de natureza trabalhista e previdenciária) ou pode obedecer apenas ao comando legal, comunicando
somente as ocorréncias acidentárias caracterizadas nos moldes dos arts. 19 a 21 da Lei n. 8.213/91 e, em
eventual questionamento ou acáo administrativa, defender-se conforme os fundamentos ora expostos.

4.3. Formulário

O formulário vigente, aprovado pela Portaría MPS n. 5.817/1999 (DOU de 7.10.1999),<42> bem como as
instrucóes de preenchimentopertinentes, pode ser visualizado no Capítulo 14, subitem 14.3.

(41) Íntegra disponível em: <http://www.pgfn.fazenda.gov.br/legislacao-e-normas/atos-declaratorios-arquivos/2008/parecer_2623_2008.


pdf>. Acesso em: 13.4.2015.
(42) Reitero que a IN INSS n. 77/2015 preve expressamente que o formulário poderá ser substituido por impresso da própria empresa,
desde que contenha todos os campos necessários ao seu preenchimento (art. 329, § 4!?)

54
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5.1. Competencia do Ministério do Trabalho e Emprego - Normas Regulamentadoras (NR)

Por forca das disposicóes contidas na CF/88, art. 72, inciso XXII, bem como da CLT (art. 154 e
seguintes), da Lei n. 8.213/91 (art. 19) e também da Lei n. 8.212/91 (art. 15), todos os empregadores
se encontram obrigados ao cumprimento das normas referentes a seguran\:a, medicina e higiene do
trabalho.
Referidas normas constavam, inicialmente, do próprio corpo da CLT, Capítulo V, mas con1 a
evolucáo sistemática do Direito e o aperfeicoamento da matéria, se fez necessário delegar competencia
ao Ministério do Trabalho para a norrnatizacáo dessas obrígacóes, o que fez o legislador em 1977,
quando das alteracóes promovidas no Estatuto Laboral pela Lei n. 6.514.
Cabe, pois, ao Ministério do Trabalho e Emprego estabelecer as normas de seguran\:a,
medicina e higiene a serem observadas pelos empregadores e trabalhadores, bem corno fiscalizar os
estabelecimentos e impor as penalidades cabíveis (CLT, arts. 155 e 156).
Para disciplinar sobre o tema o Ministério do Trabalho editou Normas Regulamentadoras,
inicialmente publicadas pela Porta ria MTb n. 3.214/78 (28 normas origina is) e com inúmeras alteracóes
posteriores. Atualmente temos um arcabouco de 36 normas, com os seguintes temas:
• Norma Regulamentadora n. 01 - Disposicóes Gerais
• Norma Regulamentadora n. 02 - Inspecáo Previa
•Norma Regulamentadora n. 03 - Embargo ou Interdicáo
• Norma Regulamentadora n. 04 - Servicos Especializados ern Engenharia de Seguranca e em Medicina do Trabalho
• Norma Regulamentadora n. 05 - Comissáo Interna de Prevencáo de Acidentes
• Norma Regulamentadora n. 06 - Equípamentos de Protecáo Individual - EPI

• Norma Regulamentadora n. 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO


• Norma Regulamentadora n. 08 - Edificacóes
• Norma Regulamentadora n, 09 - Programas de Prevencáo de Riscos Ambientáis
• Norma Regulamentadora n. 10 - Seguranc;a em Instalacóes e Servicos ero Eletricidade

• Norma Regulamentadora n. 11 - Transporte, Movirnentacáo, Armazenagern e Manuseio de Materiais


• Norma Regularnentadora n. 12 -Seguranca no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
• Norma Regulamentadora n. 13 - Caldeiras, Vasos de Pressáo e Tubulacóes

• Norma Regulamentadora n. 14 - Fomos


• Norma Regulamentadora n. 15 - Atividades e Operacóes Insalubres
• Norma Regulamentadora n. 16 - Atividades e Operacóes Perigosas
• Norma Regulamentadora n. 17 - Ergonomía/Trabalho dos Operadores de Checkouts - Trabalho em
Teleatend imento{f elemarketing
• Norma Regulamentadora n. 18 - Condicóes e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construcáo

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• Norma Regularnentadora n. 19 - Explosivos
• Norma Regulamentadora n. 20 - Seguranca e Saúde no Trabalho com Tnflamáveis e Combustíveís

• Norma Regul.amentadora n. 21 - Trabalho a Céu Aberto


• Norma Regulamentadora n. 22 - Seguranca e Saúde Ocupacional na Mineracáo
• Norma Regulamentadora n. 23 - Protecáo Contra Incendios
• Norma Regulamentadora n, 24 - Condicóes Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• Norma Regulamentadora n. 25 - Resíduos Industriáis
• Norma Regulamentadora n. 26 - Sinalizacáo de Seguranca
• Norma Regulamentadora n. 27 - Revogada pela Portaria GM n. 262, 29.5.2008 - Tratava do Registro Profissional
do Técnico de Seguranca do Trabalho no MTB
• Norma Regulamentadora n. 28 - Fiscalizacáo e Penalidades

• Norma Regulamentadora n. 29 - Seguranca e Saúde no Trabalho Portuário


• Norma Regularnentadora n. 30 - Seguranca e Saúde no Trabalho Aquaviário
• Norma Regulamentadora n. 31 - Seguranca e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuaria Silvicultura, Exploracáo
Florestal e Aquicultura
• Norma Regulamentadora n. 32 - Seguranca e Saúde no Trabalho ern Estabelecimentos de Saúde
• Norma Regulamentadora n. 33 - Seguranca e Saúde no Trabalho em Espacos Con.finados
• Norma Regulamentadora n. 34 - Condicóes e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construcáo e Reparacáo
Naval.
• Norma Regulamentadora n. 35 - Trabalho em Altura
• Norma Regulamentadora n. 36 - Segurani;a e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de
Carnes e Derivados

Tais regulamentos podem ser encontrados na página eletrónica do Ministério do Trabalho e


Emprego (http://portal.mte.gov.br/legislacao/nonnas-regulamentadoras-1.htin) e, na medida de sua
aplicabilidade, todos eles devem ser observados, além das diretrizes especificadas na CLT, arts. 160
a 201, assim distribuidas:
• Arts. 160 a 161: Inspecáo prévía, embargo e interdicáo de estabelecimentos
• Arts. 162 a 165: Dos órgáos de seguranca e medicina do trabalho nas empresas (SESMT / CIPA)
• Arts. 166 a 167: Fornecimento de EPI - Equipamento de Protecáo Individual
• Arts. 168 a 169: Medidas preventivas de medicina do traba.lho (exames médicos, notificacáo das doencas)
• Arts. 170 a 174: Edificacóes
• Art. 175: Ilumínacáo

• Arts. 176 a 178: Conforto térmico


• Arts. 179 a 181: Instalacóes elétricas
• Arts. 182 a 183: Movimentacáo, armazenagem e manuseio de materiais
• Arts. 184 a 186: Máquinas e equipamentos
• Arts. 187 a 188: Caldeiras, fornos e recipientes sob pressáo
• Arts. 189 a 197: Arividades insalubres ou perigosas (insalubridade/periculosidade)
• Arts. 198 a 199: Prevencáo da fadiga
• Art. 200: Outras medidas especiais de protecáo

• Art. 201: Penalidades

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Também compete ao empregador observar normas que estejam disciplinadas nas Convencóes
Internacionais que foram ratificadas pelo Brasil, sendo possível encontrá-las no enderece <http://
www .oitbrasil.org.br/convention>.

5.2. Obriqacoes do empregador

Constitui obrigacáo do empregador cumprir e fazer cumprir as normas de seguranca e medicina


do trabalho, além de (CLT, art. 157):
a) instruir os empregados, através de ordens de servico, quanto as precaucóes a tomar no sentido de evitar acidentes
do trabalho ou doencas ocupacionais:
b) adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgáo regional competente;
e) facilitar o exercício da fiscalizacáo pela autoridade competente.

Tarnbém os§§ 22 a 4!:l do art. 19 da Lei n. 8.213/91 atribuem responsabilidades ao ernpregador,


sendo sua redacáo a seguinte:
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a servico de en1presa ou de empregador
doméstico ou pelo exercicio do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Leí, provocando
lesáo corporal ou perturbacáo funcional que cause a rnorte ou a perda ou reducáo, permanente ou temporaria, da
capacidade para o trabalho.
§ 1 ªA empresa é responsável pela adocáo e uso das medidas coletivas e individuáis de protecáo e seguranca da saúde
do trabalhador,
§ 2º Constituí contravencáo penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de seguranc;a e higiene
do trabalho.
§ 3° É dever da empresa prestar inforrnacóes pormenorizadas sobre os riscos da operacáo a executar e do produto a
manipular.
§ 41l O Ministério do Trabalho e da Prevídéncia Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe
acompanharáo o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento,

Disposicóes semelhantes constam, ainda, da Norma Regulamentadora n. 1 (subitern 1.7),


sendo dever dos empregadores, portante, observar e cumprir as disposícóes legais sobre seguranca,
higiene e medicina do trabalho, bem como as regras dispostas nas Normas Regularnentadoras (NR)
publicadas pelo Ministerio do Trabalho e Ernprego.
Permito-me, contudo, pequena crítica ao legislador, porque obriga o empregador nao semente
a cumprir corno, tambérn, a [azer cumprir as normas de protecáo. Entendo rnais que correto o
cumprimento de todas as normas e a ímplantacáo e adocáo de todas as medidas possíveis e
imagínáveís para a prevencáo de acidentes. A crítica, portante, refere-se ao [azer cumprir, e cito como
exemplo a norma referente ao Equiparnento de Protecáo Individual, comas seguintes dísposícóes na
Norma Regulamentadora n. 6:
6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
e) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgáo nacional competente ero materia de segurai1c;a e saúde no
trabalho:
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservacáo:
e) substituir imediatarnente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienizacáo e manutencáo periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrónico.

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Quanto ao fornecimento de um EPI correto e eficaz e quanto ao treinamento para sua cerreta
utilizacáo, nenhum desmerecimento merece a Norma em comento. No entanto, o que significa,
efetivamente, exigir seu uso?
Pela interpretacáo conferida pela doutrina predominante e também pelo Poder [udiciário,
trata-se do empregador fiscalizar a efetiva utilizacáo do EPI por parte do trabalhador. Ou seja, o
empregador adquire o equipamento, fornece e treina o trabalhador quanto a cerreta utilizacáo, en-
sinando-o sobre a importáncia da protecáo a saúde, e deve, ainda, fiscalizar continuamente se esse
trabalhador está ou nao utilizando o equipamento que lhe foi fornecido.
O trabalhador, nesse contexto, passa a ser tratado como um ser totalmente desprovido de
inteligencia e, mais ainda, com total isencáo de responsabilidade sobre as consequéncias advindas de
sua própria estupidez'<.
Recebido o EPI e ciente de sua cerreta utilizacáo, cabe ao trabalhador zelar para com sua saúde,
adotando-o como elemento essencial ao desenvolvimento da funcáo. Ele <leve querer utilizar o EPI e,
se nao o faz, ainda que ciente de sua necessidade, é porque nao se interessa pela manutencáo de seu
estado saudável ou por sua integridade física. No entanto, se dessa atitude decorre um acidente de
trabalho, a responsabilidade será do empregador, porque deixou de fiscalizar a efetiva utilizacáo do
equipamento por seu empregado.
Ora, por qual razáo <leve o empregador responsabilizar-se mais com a saúde de seu empregado
do que esse próprio empregado? Nao consigo concordar com tal raciocinio porque essa "efetiva
fiscalizacáo" se faz inviável no cotidiano das empresas, como nas atividades de construcáo civil.
Corno fiscalizar se os pedreiros e outros profissionais estáo utilizando, todos e a todo momento,
capacete, óculos de protecáo, luvas e botas?
Cerreta foi a decisáo proferida pelo TRT da 1 !! Regiáo, que no RO 1281000420085010013/RJ
(publicado ern 26.4.2013) atribuiu também ao trabalhador a responsabilidade pela nao utilizacáo do
EPI recebido, reduzindo a indenizacáo que lhe era devida em face do acidente sofrido. Confira-se:
[ .. .]. Parcial provimento ao recurso da reclamada. Acidente do trabalho. Necessária parcela de culpa do empregado.
Se o empregado recebe óculos de protecáo e nao o usa, cabe-lhe grande parcela de culpa por ferimentos ocorridos na
regiáo que seria protegida pelo EPI. A falta de fiscalízacáo nao pode transferir para a empregadora a responsabilizacáo
total pelo evento danos. Reduz-se o valor da indenizacáo para R$ 5.000,00 e o período de férias resilitórias para 18
días. Tarnbérn se afasta a condenacáo por embargos protelatórios,

Urna ocasiáo específica chamou-me a atencáo certa vez, no banheiro feminino de um parque de
diversóes. A faxineira do local, na limpeza dos cestos de lixo, catava comas máos o papel higienice
(sujo) deixado no chao pelas frequentadoras. Ao questionar-lhe sobre a existencia de luvas, mostrou-
-me que estavam guardadas no arrnário e que nao gostava de usá-las: que já estava acostumada a
pegar comas máos. Como atribuir ao parque tal responsabilidade? Corno fiscalizar a efetiva utilizacáo
das luvas pela faxineira?
Penso que a responsabilidade do empregador nao é pequena, e nao se resume a aquisicáo e
distribuicáo dos equipamentos. Cabe a ele orientar o trabalhador sobre sua cerreta utilizacáo,
enfatizando a importáncia e os riscos do uso incorreto. E só. Daí para a frente a responsabilidade em
utilizar, em preocupar-se coro seu estado saudável, deveria ser do próprio trabalhador, mas essa nao
é a regra disposta na legislacáo vigente, e nem tampouco o entendimento do [udiciário, ainda que o
subitem 6.7.1 da mesma NR-6 atribua a ele tal dever:

(43) Mesma crítica faco as regras de fornecimento de vale-transporte e tíquete-alimentacáo, que, apesar de nao possuírem qualquer
relacáo como tema desta obra, ilustram como o trabalhador é tratado pela legislacáo, já que tals beneficios nao podem ser entregues
em espécie (dinheiro) porque o empregado pode utilizá-los para finalidade diversa daquela prevista nos diplomas legais. Vejo tal "pro-
tecáo", em verdade, como urna ofensa a inteligencia do trabalhador,

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6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservacáo:
e) comunicar ao empregador qualquer alteracáo que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as deterrninacóes do empregador sobre o uso adequado.

Por tal razáo, recomenda-se aos empregadores que periodicamente inspecionem a efetiva
utilizacáo dos Equipamentos de Protecáo Individual, bem corno certifiquem-se de que as demais
obrigacóes impostas aos trabalhadores, pela CLT e pelas Normas Regulamentadoras do MTE, estáo
sendo cumpridas. Qualquer irregularidade ou recusa no cumprimento dessas obrígacóes <leve
ensejar a emissáo de advertencia expressa (por escrito) e, na reincidencia, suspensáo contratual ou até
mesmo dispensa por justa causa, com amparo nao semente nos arts. 158 e 482 da CLT como também
no subitem 1.8.1 da Norma Regularnentadora n. 1, sobre o terna ilustrando o seguinte julgado:
DISPENSA POR JUSTA CAUSA. RECUSA DO EMPREGADO AO USO DE EPIS. A reiterada recusa do reclamante
em usar os Equipamentos de Protecáo e Seguranca (EPis) representa falta gravíssima, autorizando a resolucáo
do contrato por justa causa, sem que houvesse excesso do empregador. A inércia patronal levaría a indesejável
reincidencia de atitudes dessa natureza, colocando em risco nao só a integridade física do próprio reclamante, como
atraindo para a reclamada possível responsabilizacáo civil por eventuais danos materiais e morais. (TRT 3~ Regiáo -
RO 0001721-28-2011-5-03-0087 - 9íl Turma - DETJ de 21.8.2013 - p. 132)

5.3. Obrtqacoes do trabalhador

Nos tennos do art. 158 da CLT, bem como do subitern 1.8 da Norma Regulamentadora n. 1,
ao trabalhador cabe observar todas as normas de seguranc;a e medicina do trabalho, inclusive
obedecer ao ernpregador quanto as instrucóes fornecidas (e utilizacáo de Equipamento de Protecáo
Individual - EPI), sob pena de sua recusa, se injustificada, ser suficiente para caracterizar ato faltoso
e, consequentemente, ensejar advertencia disciplinar, suspensáo contratual e até mesmo dispensa por
justa causa.
Caso a desobediencia seja leve, sem grandes consequéncias, correta é a emissáo de advertencia
disciplinar (por escrito), onde recomendamos detalhar o empregador a razáo de sua aplicacáo,
especificando qual norma foi ignorada pelo trabalhador.
Situacóes mais graves, ou reincidencia das leves, ensejarn a aplicacáo de suspensáo contratual,
quando o trabalhador será impedido de exercer a atividade profissional, obviamente com desconto
dos días de ausencia. O número de días de suspensáo <leveser fixado pelo empregador, observando-
-se coeréncia entre a gravidade da falta e da penalidade aplicada.
Situacóes gravíssímas, quando a desobediencia do trabalhador coloca em risco sua própria
seguranca ou a de outrern, podem ensejar a aplicacáo da dispensa por justa causa de imediato, sem
que antes terma sido emitida advertencia ou suspensáo disciplinar. Nos demais casos, a justa causa
somente é recomendada quando o empregador já tiver aplicado diversas penalidades mais leves,
insistindo o empregado no ato faltoso.

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• 6~·

6.1. Requerimento do Beneficio de lncapacidade junto ao INSS


Corno na esfera administrativa semente o perito médico do INSS tero competencia legal para
atribuir natureza acidentária a urna determinada ocorréncia, e como o perito só tero con.tato coro o
segurado se requerido por esse um beneficio previdenciário (em face da incapacidade laborativa),
o processo administrativo desse benefício é que será, tarnbém, o processo administrativo que
reconhecerá (ou nao) a existencia do acidente de trabalho que, como já observado no Capítulo 2 desta
obra, encentra-se conceituado nos arts. 19 a 21-A da Lei n. 8.213/91 e requer, para sua caracterizacáo,
os seguintes e concomitantes requisitos:
a) que o trabalhador esteja a servico de urna empresa (ou entidade a ela equiparada) ou de seu empregador doméstico.t'?
b) que o trabalho (ou seu ambiente) tenha sido a causa;
c) que o trabalhador tenha sofrido lesáo corporal ou perturbacáo funcional; e
d) que exista incapacidade laborativa, ainda que temporária.
Até 1 º.6.2015 a legislacáo excluía desse conceito os empregados domésticos e, coro isso, deixava
tal categoría de trabalhadores de ter direito as protecóes previstas na Lei n. 8.213/91, inclusive a
estabilidade no emprego . A Lei Complementar n. 150/2015 (publicada em 2.6.2015), contudo, alterou
a redacáo da Leí n. 8.213/91 e passou a estender aos domésticos o conceito e os direitos referentes ao
acidente de trabalho.
Assim, os segurados descritos no próprio dispositivo (art. 19) é que poderáo solicitar ao INSS
a natureza acidentária da ocorréncia, sendo eles os empregados, , os empregados domésticos, os
trabalhadores avulsos e os segurados especíaís.v" Referidos trabalhadores, quando vítimas de um
acidente de trabalho, devem solicitar ao empregador (se ernpregados), ao tomador dos servicos,
sindicato ou órgáo gestor de máo de obra (se avulsos) ou a qualquer pessoa autorizada no§ 2º do art.
19 da Lei n. 8.213/91,<46> o formulário CAT - Comunicacáo de Acidente de Trabalho. Esse documento é
indispensável para a caracterizacáo do acidente por parte do INSS e, assim, <leve ser obrigatoriamente
preenchido, ainda que pela própria vítima ou seus familiares. Nesses termos, confira-se a redacáo do
art. 327, I, da IN INSS n. 77/2015:
Art. 327. O acidente de trabalho ocorrido deverá ser comunicado ao INSS por meio da CAT, observado o art, 328, e
deve se referir as seguintes ocorréncias:
1 - CAT inicial: acidente do trabalho típico, trajeto, doenca profíssional, do trabalho ou óbito imediato;
[... ]

Se a doenca que acomete o trabalhador estiver relacionada com a atividade económica do


empregador (NTEP, conforme Lista C do Anexo II do Decreto n. 3.048/99),<47) nao será obrigatória a
apresentacáo da CAT. Nessas hipóteses é suficiente apresentar ao perito do INSS o atestado médico

(44) Nos termos do art. 15 da Lei n. 8.212/91, parágrafo único, bem como do art. 14 da Lei n. 8.213/91, equiparam-se as empresas o
contribuinte individual em relacáo a segurado que lhe presta servíco, bem como a cooperativa, a assoclacáo ou entidade de qualquer
natureza ou finalidade, a rnissáo diplomática e a repartícáo consular de carreira estrangeiras.
(45) Os segurados especiais sao pequenos produtores rurais, que trabalham sozinhos ou em regime de economia familiar (conforme
Lei n. 8.213/91, art. 11, VII) e, apesar de nao prestarem servicos a empresas, foram contemplados no conceito do art. 19.
(46) Art. 19. [ ... ] § 2!! Na falta de cornunícacáo por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade
sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, nao prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
(47) Sobre o NTEP, ver o Capítulo 2, subitem 2.4, desta obra.

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como código CID, independentemente de ter sido emitido pelo médico assistente do trabalhador
(particular ou nao) ou médico da empresa.Eisa redacáo da IN INSS n. 77/2015, art. 331<48>:
Art. 331. A empresa deverá comunicar o acidente acorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o
trabalhador avulso até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorréncia e, em caso de morte, de imediato, a autoridade
competente, sob pena de multa aplicada e cobrada na forma do art. 286 do RPS.

[... )

§ 52 Nao cabera aplicacáo de multa, por nao emissáo de CAT, quando o enquadramento decorrer de aplicacáo do
NTEP, conforme disposto no§ Sil, art. 22 da Lei n. 8.213, de 1991, redacáo dada pela Lei n. 11.430, de 2006.

Quando a vítima do acidente estiver desempregada (mas ainda na qualidade de segurado


empregado, em razáo do período de grac;a constante do art. 15 da Lei n. 8.213/91), ou quando se tratar
de segurados especiais, deverá ser requerida ao INSS a concessáo do beneficio de auxílio-doenca ou
aposentadoria por invalidez, com entrega da CAT (ou atestado, no caso do NTEP) ao perito médico
no día designado para a perícia.
Para os segura dos empregados (de empresa ou entidade equiparada), caso a incapacidade
laborativa possua duracáo de até 15 (quinze) días, caberá a própria empresa a remuneracáo dos días
de afastamento, conforme previsáo do art. 60 da Lei n. 8.213/91<49l.
Quando a empresa tiver médico próprio ou ern convenio, cabera a esse profissional examinar o
trabalhador (e a documentacáo médica por ele apresentada), confirmando ou nao a necessidade do
afastamento (e qual o período) e, consequentemente, o abono das faltas pelo empregador.
É possível e aconselhável, portan to, que em caso de dúvida o médico da empresa ( ou conveniado)
solicite inforrnacóes e esclarecimentos ao médico assistente do trabalhador (que emitiu o atestado
médico), bem como solicite exames complementares, desde que estes sejam totalmente custeados
pelo empregador ou plano de saúde fornecido.
A decísáo final sobre a existencia da incapacidade e o número de días correspondente cabe, pois,
ao médico da empresa, e nao ao médico assistente do empregado.v" Essa é a disposicáo constante
na leí e, também, o entendimento da mais prestigiosa jurisprudencia patria, conforme ilustram as
Súmulas ns. 15 e 282 do TST,<51> bem corno o seguinte julgado:
RECURSO ORDINÁRIO. ATESTADO MÉDICO DA EMPRESA. SÚMULA N. 282 DO TST. PREVALENCIA.
MUDAN<;A DE FUN<;ÁO NÁO CONFIRMADA. DANO MORAL NAO CONFIGURADO. Conforme as Súmulas
ns. 15 e 282, ambas do TST, o atestado médico da empresa tern prevalencia sobre o atestado de médico particular
da obreira. No caso, o médico da empresa nao confirmou o atestado médico particular que opinava pela mudanca
de funcáo da obreira, mas concluiu que a reclamante estava apta para o trabalho. Pelo exposto, de se afastar o dano
moral, visto que a empregadora observou os ditames lega is. Recurso ordinário conhecido e provido. (TRT 7~ Regiáo,
ROPS 0000576-37.2014.5.07.0016, 2ª Turma, Des. Francisco José Gomes da Silva, Publicacáo ern: 11.2.2015)

(48) Os direitos referentes ao acidente de trabalho passaram a ser aplicados aos trabalhadores domésticos a contar de 2.6.2015, data
de publicacáo da LC 150/2015.
(49) Até 28.2.2015 as empresas se encontravam obrigadas a pagar apenas os primeiros 15 días de afastamento. A contar de 1º.3.2015,
por forca das disposicóes contidas na MP 664/2014, esse prazo passou a ser de até 30 días, mas o Congresso Nacional rejeitou tal
alteracáo, voltando a vigorar a redacáo original da Leí 8.213/91 quanto ao tópico. É importante registrar que esse dispositivo se aplica
somente as empresas (e entidades a ela equiparadas, nos termos do art. 15 da Leí n. 8.212/91). Empregadores domésticos nao térn
obrígacáo de pagar días de atestado médico, devendo o benefício ser pago integralmente pelo INSS, a título de auxllio-doenca ou
auxltio-doenca acidentário.
(SO) Ao médico assistente cabe investígacáo e conclusáo sobre o diagnóstico e conduta terapéutica, devendo fornecer atestado médico
conforme o parágrafo único do art. 3!? da Resolucáo CFM n. 1.658/2002.
(51) Súmula n. 15: "ATESTADOMÉDICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - Ajustiñcacáo da ausencia do empregado
motivada por doenca, para a percepcáo do salário-enfermidade e da remuneracáo do repouso semanal, deve observar a ordem prefe-
rencial dos atestados médicos estabelecida em leí".
Súmula n. 282: ''.ABONO DE FALTAS. SERVIC::O MÉDICO DA EMPRESA (mantida) - Res.121/2003, DJ 19 20 e 21.11.2003 -Ao servico médico
1

da empresa ou ao mantido por esta última mediante convenio compete abonar os primeiros 15 (quinze) días de ausencia ao trabalho",

61
A CAT (ou o atestado, no caso do NTEP), nesses afastamentos com duracáo de até quinze días,
poderá ser utilizada como prova pelo trabalhador em eventual acáo judicial, mas nunca como prova
plena, porque a competencia administrativa para caracterizar a natureza acidentária é exclusiva da
perícia do INSS, principalmente se emitida por outro que nao o empregador.
Nas hipóteses em que o afastamento ultrapassar quinze días consecutivos, o trabalhador deverá
ser encaminhado ao INSS a contar do 162 dia de incapacidade, para percepcáo de auxílio-doenca
ou aposentadoria por invalidez. Esse "encaminhamento" de que trata o § 4!2 do art. 60 refere-se, tao
semente, ao preenchimento e entrega, ao trabalhador, do formulário denominado "Requerimento de
Beneficio por Incapacidade", cujo modelo encentra-se disponível no link <http://www.previdencia.
gov.br/fonns/formularios/form019.html>, podendo ser visualizado também no Capítulo 14 desta
obra, subitem 14.4.
De posse desse formulario, <leve o trabalhador solicitar o beneficio de auxílio-doenca ou
aposentadoria por invalidez ao INSS, utilizando a internet (<http://agencia.previdencia.gov.br/e-aps/
servico/881>) ou o telefone 135 para essa finalidade. Em qualquer das modalidades, será agendado
dia e hora para que o trabalhador comparece a perícia médica, oportunidade em que deverá levar
consigo toda a documentacáo que possuir a respeito do acidente (CAT, inclusive) e da incapacidade
(atestados, exames etc).
Note-se que o requerimento do beneficio e a escolha da agencia do INSS onde será efetuada a
perícia médica cabero ao próprio trabalhador, e nao a empresa. Nao tem o empregador, ao contrário
do que observo ser o entendimento do senso comum, qualquer gerenciamento sobre o INSS, sobre
datas de pericia ou sobre decisóes administrativas.
Por óbvio que o ernpregador pode auxiliar, se quiser e se com isso concordar o trabalhador,
no requerimento pela internet ou pelo telefone, mas trata-se apenas de auxílio, sendo a solicitacáo
efetuada em nome do empregado (e nao da empresa).
A única hipótese em que a empresa pode requerer em seu próprio nome o benefício de seus
trabalhadores refere-se a possibilidade de um convenio, a ser firmado entre ela e o INSS para
essa finalidade, hipótese em que a solicitacáo deve ocorrer pela internet, no link <http://www010.
dataprev.gov.br/Benef_conve/auxdoe/auxdoe.hbn>. Ou seja, semente as empresas que tiverem
firmado convenio como INSS é que possuern autorizacáo para requerer beneficio ern nome de seus
trabalhadores. Ainda assim, trata-se apenas do requerimento inicial, já que o empregado é quem
deverá comparecer a perícia agendada e já que a decisáo sobre a íncapacidadev" e sobre a natureza
acidentária caberá, com exclusividade, ao perito do INSS.
Por fim, cumpre esclarecer que o fato de o INSS, porventura, entender pela inexistencia do
nexo acidentário nao retira do trabalhador o direito de receber o beneficio de auxílio-doenca ou
aposentadoria por invalidez que lhe sejam cabíveis em face da incapacidade existente, desde que
cumprido o requisito da carencia. De igual forma, nao é a simples existencia do nexo acidentário
que, por si, acarretará o direito a percepcáo do benefício, já que se faz necessária a present;a da
incapacidade. Confira-se, nesse sentido, a regra disposta no art. 10 da IN INSS n. 31/2008:
Art. 10. A existencia de nexo de qualquer espécie entre o trabalho e o agravo nao implica o reconhecimento automático
da incapacidade para o trabalho, que deverá ser definida pela perícia médica.
Parágrafo único. Reconhecida pela pericia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e estabelecido o nexo
técnico entre o trabalho e o agravo, seráo devidas as prestacóes acidentárias a que o beneficiário tenha direito.

(52) Conforme disposicóes da Lei n. 11.907 /2009, art. 30, § 32, no ámbito do INSS e do MPS compete privativamente ao perito médico
do INSS concluir sobre a capacidade laboral para fins previdenciários.

62
6.2. Processo legal administrativo

6.2.1. Partes interessadas e íntimacáo dos atos


Como a caracterizacáo de um acidente de trabalho traz consequéncias gravosas ao empregador
(trabalhistas, previdenciárias e tributarias), deve o empregador, obrigatoriamente, ser considerado
parte interessada no processo administrativo correspondente, sendo essa a garantía constante no
art. 9º, II, da Leí n. 9.784/99, que regula o processo administrativo no ámbito da Adrninistracáo
Pública Federal:
Art. 9Q Sao legitimados como interessados no processo administrativo:
T - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciern como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do
direito de representacáo;
IJ - aqueles que, sem terem iniciado o processo, térn direitos ou interesses que possan1 ser afetados pela decisáo a
ser adotada;
III - as organízacóes e associacóes representativas, no tocante a direitos e inte:resses coletivos;
IV - as pessoas ou as associacóes legalmente constituidas quanto a direitos ou interesses difusos.

Nao poderia ser diferente em face das garantías de ampla defesa e contraditório, previstos na
Carta Constitucional de 1988 (art. 5º, LV), bem co1no também no art. 2º da própria Lei n. 9.784/99:
Constituicáo Federal
Art. SQ Todos sao iguais perante a leí, sern distincáo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a seguranca e a
propriedade, nos termos seguintes:
[... )
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral sao assegurados o contraditório
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes:
[... )
Lei n. 9.784/99
Art. 22 A Administracáo Pública obedecerá, dentre outros, aos principios da legalidade, finalidade, motivacáo,
razoabilidade, proporcionalídade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurani;a jurídica, interesse público e
eficiencia.
[... )

Certo é, pois, que trabalhador e empregador sao partes interessadas e, verificando o perito do
INSS o interesse do segurado em caracterizar a natureza acidentária da ocorréncia, deve assegurar
que ambas as partes participem efetivamente do processo administrativo, com intimacáo de todos os
atos e diligencias (Lei n. 9.784/99, art. 28):
Art. 28. Devem ser objeto de intirnacáo os atos do processo que resultern para o interessado em imposicáo de deveres,
ónus, sancóes ou restricáo ao exercícío de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

Nenhum ato que se refira a investigacáo do nexo entre a lesáo/enferrnidade e o trabalho pode
ser praticado pelo perito do INSS sem que as partes tenham dele ciencia ou, ainda, dele possam
participar ativamente, ainda que por seus assistentes técnicos (se assim desejarem).
Também <leve o INSS possibilitar (ao trabalhador e ao empregador) vista dos autos, cópia dos
documentos que o instruem e conhecimento de todas as decisóes proferidas, sendo garantido as
partes formular alegacóes e apresentar qualquer prova documental ou informacáo antes da decisáo
administrativa, além do direito de se fazerem representar por advogados. Nesses termos dispóe,
expressamente, o art. 32 da Leí n. 9.784/99:
Art. 3° O administrado tem os seguintes direitos perante a Administracáo, sem prejuízo de outros que lhe sejam
assegurados:

63
1 - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deveráo facilitar o exercício de seus direitos e o
cumprimento de suas obrigacóes:
JT - ter ciencia da trarnitacáo dos processos administrativos em que tenha a condicáo de interessado, ter vista dos
autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisóes proferidas;
III - formular alegacóes e apresentar documentos antes da decisáo, os qua is serño objeto de consideracáo pelo órgao
competente:
IV - fazer-se assisrir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representacáo, por forca de lei.

A intimacáo das partes quanto as pericias, diligencias e decis6es <leve observar estritarnente
os arts. 26 e 27 da Lei n. 9.784/99, co1n antecedencia rnínima de tres días úteis para qualquer
comparecimento e, ainda, por via postal com aviso de recebimento, telegrama ou qualquer outro
meio que assegure a certeza da ciencia do interessado:
Art. 26. O órgáo competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimacáo do interessado
para ciencia de decísáo ou a efetivacáo de diligencias.
§ Jll A intirnacáo deverá conter:
I - identificacáo do intimado e neme do órgáo ou entidade administrativa;
lI - finalidade da intimacáo;
Ill - data, hora e local ero que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalrnente, ou fazer-se representar;
V - ínformacáo da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI - indicacáo dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2° A intimacáo observará a antecedencia mínima de tres días úteis quanto a data de comparecímento.
§ 3º A intirnacáo pode ser efetuada por ciencia no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama
ou outro meío que assegure a certeza da ciencia do interessado.
§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimacáo deve ser
efetuada por meio de publicacáo oficial.
§ SQ As intimacóes seráo nulas quando feítas sem observancia das prescricóes legais, mas o comparecimento do
administrado supre sua falta 01.1 irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimacáo nao importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
11

direito pelo administrado.


Parágrafo único. No prosseguimento do processo. será garantido direito de ampla defesa ao interessado,

6.2.2. Investígacáo técnica do nexo

A atribuicáo da natureza acidentária a urna lesáo ou a urna enfermidade agravov" deve ser
precedida por urna investigacáo técnica, realizada pelo perito do INSS, com o objetivo de identificar
o agente causador ou o fator de risco existente no ambiente de trabalho ou no próprio exercício da
atividade. Eisa disposicáo do art. 337 do Decreto n. 3.048/99:
Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela pericia médica do INSS, mediante a identificacáo
11

do nexo entre o trabalho e o agravo.


I - o acidente e a lesáo:
lI - a doenca e o trabalho; e
IlI - a causa mortis e o acidente
[... ]

(53) Considera-se agravo qualquer lesáo, doenca, transtorno de saúde, disturbio, disfuncáo ou síndrome de evolucáo aguda, subaguda
ou crónica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latencia - Decreto n. 3.048/99, art.
337, § 42.

64
Referida investigacáo será obrigatória para todas as modalidades de acidente, seja ele típico,
doenca ocupacional ou acidente por equiparacáo, mas, caso se trate de doenca que esteja relacionada
com o CNAE do empregador (conforme Anexo JI do Decreto n. 3.048/99, Lista C), estaremos diante
do NTEP - Nexo Técnico Epídemiológíco.P" e o nexo pode ser aplicado de imediato pelo perito, de
forma presumida, sem necessidade de investigacáo prévia.
Caso nao seja a hipótese de NTEP, portante, deve o perito buscar informacóes para confirmar
se há identidade de causa/efeito entre o trabalho desenvolvido pelo empregado (ou o ambiente
no qual é desenvolvido) e a lesáo ou enfermidade a presentada, e para o desenvolvimento dessa
investigacáo, lhe é permitido ouvir testemunhas, efetuar pesquisa, realizar vistoria no ambiente de
trabalho, solicitar documentos e inforrnacóes a empresa, bem como adotar qualquer outra diligencia
que julgar necessária ao esclarecimento dos fatos. Nesse sentido dispóe, inclusive, o art. 322 da IN
INSS n. 77/2015:
Art. 322. Para a identificacáo do nexo entre o trabalho e o agravo, que caracteriza o acidente do trabalho, a pericia
médica do INSS, se necessário, poderá ouvir testemunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho
ou solicitar o PPP diretamente ao empregador para o esclarecimento dos fatos.

Importa aquí um paréntese para urna questáo de relevancia, ainda que em repeticáo, haja vista
que já abordei a questáo no subitem 3.1 desta obra. O médico (perito do INSS, médico da empresa ou
médico assistente do empregado ), para concluir e colocar no documento por ele emitido afirmacáo
sobre a existencia do nexo, deve obrigatoriamente estudar o local e a organízacáo do trabalho, além
de identificar os riscos e tornar o depoimento e a experiencia dos demais trabalhadores, conforme
arts. 22e10 da Resolucáo CFM n. 1.488/1998 (destaques meus):
Art. 2° Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, alérn do
exame clínico (físico e mental) e os exames complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
I - a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigacáo de nexo causal;
11 - o estudo do local de trabalho;
III - o estudo da organízacáo do trabalho;
IV - os dados epidemiológicos;
V - a literatura atualizada;
VI - a ocorréncia de quadro clínico ou subclíníco ern trabalhador exposto a condicóes agressivas;
VII - a ídentíficacáo de riscos físicos, químicos, biológicos, mecánicos, estressantes e outros;
VIII - o depoimento e a experiencia dos trabalhadores;
IX - os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejarn ou nao da área da saúde.
[... )
Art. 10. Sao atribuicóes e deveres do perito-médico judicial e assistentes técnicos:
I - examinar clínicamente o trabalhador e solicitar os exames complementares necessários:
11 - o perito-médico judicial e assistentes técnicos, ao vistoriarem o local de trabalho, devem fazer-se acompanhar,
se possível, pelo próprio trabalhador que está sendo objeto da pericia, para melhor conhecimento do seu ambiente
de trabalho e funcáo:
111 - estabelecer o nexo causal, considerando o exposto no art. 22 e incisos.
Nao possível, pois, que um nexo acidentário seja reconhecido sem que o médico que está a
é

afirmar por sua existencia indique, expressamente, esses elementos que identificou no ambiente de
trabalho.
O acidente, quando típico, nao costuma guardar maior dificuldade na investigacáo do nexo,
porque, na maioria das vezes, é o proprio empregador o emitente da CAT, além de, vía de regra,
constituir ato único com lesáo imediata, no horário e local de trabalho.

(54) Sobre NTEP, ver o Capítulo 2, subitem 2.4.

65
Quando estamos a tratar, contudo, de doenca do trabalho ou doenca ocupacional (Nexo
Profissional - NP), faz-se indispensável que o perito do INSS constate, no trabalhador, a existencia
de urna doenca que esteja relacionada nas Listas A e B do Anexo II do Decreto n. 3.048/99, bem como
que comprove (por documentos ou inspecáo do local) a existencia do agente etiológico ou fator de
risco também ali relacionado.P"
Se a doenca ou o fator de risco nao estiverem relacionados nas listas A e B já mencionadas, o
perito poderá, ainda assim, classificar a ocorréncia como acidente de trabalho, mas o fará como Nexo
Individual (NI), com fundamento no § 2Q do art. 20 da Lei n. 8.213/91, especificando detalhadamente,
em sua decisáo, qual a condicáo especial de trabalho que foi verificada e que o levou a concluir pela
existencia de nexo.
Existem, poís, tres tipos de nexos que podem ser aplicados pela perícia do INSS: a) o nexo
profissional ou do trabalho (NP), quando a doenca e o agente de risco estiverem relacionados nas
listas A e B do Anexo II do Decreto n. 3.048/99; b) o nexo individual (NI), quando o perito se convencer
do nexo mas se1n que a doenca ou o fator de risco estejam previstos no referido anexo II e; e) o
Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), quando a enfermidade estiver associada ao CNAE, sendo este
último o único que pode ser aplicado de forma presumidas". Nesses termos, confira-se a redacáo do
art. 3Q da IN INSS n. 31/2008:
Art. 32 O nexo técnico previdenciário poderá ser de natureza causal ou nao, havendo tres espécies:
I - nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentado nas associacóes entre patologías e exposicóes constantes
das listas A e B do anexo 11 do Decreto n. 3.048, de 1999;
lI - nexo técnico por doenca equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual, decorrente de acidentes
de trabalho típicos ou de trajere, bem corno de condicóes especia is em que o trabalho é realizado e com ele relacionado
diretamente, nos termos do § 2!1 do art. 20 da Leí n. 8.213/91;
TII - nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplícável quando houver significáncia estatística da assocíacáo entre
o código da Classificacáo Internacional de Doencas - CID, e o da Classificacáo Nacional de Atividade Económica -
CNAE, na parte inserida pelo Decreto n. 6.042/07, na lista B do anexo II do Decreto n. 3.048, de 1999.

Todo o procedirnento deve ser acompanhado pelo trabalhador e pelo empregador (partes
interessadas no processo administrativo), sendo ambos intimados de todos os atos, com possibilidade
de vistas de todos os documentos e decisóes. Confiram-se, ainda sobre o tema, os arts. 36, 38, 39, 41
e 46 da Lei n. 9.784/99:
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgáo competente
para a instrucáo e do disposto no art. 37 desta Lei.
[... ]
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tornada da decisáo, juntar documentos e pareceres,
a
requerer diligencias e pericias, bern como aduzir alegacóes referentes materia objeto do processo,
§ l110s elementos probatorios deveráo ser considerados na rnotivacáo do relatório e da decísáo.
§ 22 Somente poderáo ser recusadas, mediante decísáo fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando
sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Art. 39. Quando for necessária a prestacáo de inforrnacóes ou a apresentacáo de prevas pelos interessados ou terceiros,
seráo expedidas intimacóes para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condicées de atendimento,
Parágrafo único. Nao sendo atendida a intimacáo, poderá o órgáo competente, se entender relevante a materia, suprir
de oficio a ornissáo, nao se eximindo de proferir a decisáo.
[... ]

(SS) Tabelas disponíveis no Capítulo 2 desta obra, subitem 2.5.1. Em 9.7.201S foi publicada no Diário Oficial da Unlác a Resolucáo INSS
48S/201S, dispondo sobre a inspecáo do local de trabalho pela pericia médica do INSS. Se efetivamente o INSS cumprir o disposto na
referida norma, bem como na legislacáo de regencia (Leis ns. 8.213/91e9.784/99, principalmente), talvez na próxima edlcáo dessa
obra eu tenha como alterar a crítica feita quanto aos procedimentos praticados pelo INSS/MPS. Por ora, infelizmente, as normas em
vigor nao sao observadas, com forte violacáo de garantias constitucionais.
(S6) O fato de poder ser o NTEP aplicado de forma presumida nao significa que nao haverá a investigacáo do nexo por parte do INSS,
mas sim que essa investigacáo poderá ser efetuada semente quando (e se) a empresa apresentar defesa, discordando da natureza
acidentária.

66
Art. 41. Os interessados seráo intimados de prova ou diligencia ordenada, com antecedencia mínima de tres dias
úteis, mencionando-se data, hora e local de realizacáo,
[ ... ]
Art. 46. Os interessados tém direiro a vista do processo e a obter certidóes ou cópias reprográficas dos dados e
documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito a
privacidade, a honra e a imagem.

Empregador e trabalhador podem formular quesitos, apresentar ou impugnar documentos,


pedir vistas dos autos administrativos e obter as fotocopias que desejarem, salvo se protegidos por
sigilo ou direito de privacidade, honra e imagem, o que nao é o caso dos documentos que instruem
a matéria acidentária.
O trabalhador tem direito de ter acesso a integralidade do processo administrativo, especialmen-
te da parte instrutória e das decísóes proferidas pelo INSS. O empregador, por sua vez, possui igual
direito e interesse, já que no procedimento de caracterizacáo de um acidente de trabalho o que se pre-
tende atribuir a atividade ou ao ambiente no qual é desenvolvida a responsabilidade pelo ocorrido.
é

Encerrada a fase probatória, as partes devem ser intimadas para manifestacáo no prazo máximo
de dez días (Lei n. 9.784/99, art. 44), com decísáo proferida pelo INSS em até trinta dias, salvo
prorrogacáo por igual período expressamente motivada (art. 49).
Todas as decisóes, finais ou interlocutórias, devem ser motivadas e com indicacáo dos fatos e
fundamentos jurídicos que lhe serviram de base. Nesses termos, confira-se a redacáo do art. 50 da
Lei n. 9.784/99:
Art. 50. Os atos administrativos deveráo ser motivados, com indicacáo dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses:
JI - imponham ou agrave1n deveres, encargos ou sancóes:
III - decidam processos administrativos de concurso ou selecáo pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de oficio;
VII - deixem de aplicar jurisprudencia firmada sobre a questáo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e
relatórios oficiais;
VIII - importern anulacáo, revogacáo, suspensáo ou convalidacáo de ato administrativo.
§ 12 A motivacáo deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaracáo de concordancia com
fundamentos de anteriores pareceres, informacóes, decísóes ou propostas, que, neste caso, seráo parte integrante do ato.
§ 22 Na solucáo de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecánico que reproduza os
fundamentos das decisóes, desde que nao prejudique direito Oll garantía dos interessados.
§ 31! A motivacáo das decisóes de órgáos colegiados e comissóes ou de decisóes orais constará da respectiva ata ou de
termo escrito.

Da decisáo proferida cabe recurso por qualquer das partes, protocolado no prazo de trinta días
e destinado a Junta de Recursos da Previdéncia Social (JRPS), integrante do Conselho de Recursos
da Previdéncia Social (CRPS).

6.2.3. Aplícacáo do Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP

Corno já abordado anteriormente, e com as ressalvas importantes sobre a elaboracáo da tabela


disposta na Lista C do Anexo II do Decreto n. 3.048/99,<57l a perícia do INSS encentra-se autorizada a
classificar presumidamente como acidentária, sem necessidade de ínvestigacáo prévia, a doenca que
estiver relacionada ao CNAE do empregador.

(57) Sobre o tema, ver o Capítulo 2, subitem 2.4 e subitem 2.5.2.

67
Penso que o descumprimento da lei por parte do Ministério da Previdéncia Social quanto a
ausencia do estudo epidemiológico adequado, inclusive utilizando nas estatísticas benefícios nao
acidentários, acarreta a nulidade da Tabela adotada pelo INSS (Lista C), disponibilizada no Decreto
n. 6.042/2007. No entanto, faz-se necessário pronunciamento judicial sobre o tema e, enquanto
inexistente, é fato que a tabela existe e está sendo aplicada pelo INSS para caracterizacáo dos acidentes
em todo o país.
Trata-se, em verdade, de facilitar o trabalho dos peritos da referida Autarquía, urna vez que
podem aplicar de forma presumida o nexo acidentário, sem necessidade de qualquer diligencia
adicional e sendo suficiente, apenas, que o trabalhador apresente atestado médico com um CID que,
pela Lista C, esteja relacionado ao CNAE do empregador.
O perito do INSS1 contudo, nao é obrigado a aplicar essa presuncáo e pode perfeitamente
deixar de fazé-la se tiver conhecimento de qualquer fato que impeca ou coloque em dúvida a
natureza acidentária da enfermidade, ou nos casos em que suas conviccóes médicas indiquem nao
se tratar de enfennidade laborativa. Ocorre que, para ter conhecimento desse fato, faz-se necessário
que a empresa participe do processo administrativo, inclusive para apresentacáo de documentos e
informacóes.
A participacáo efetiva do empregador nao sornen te cumpre comas disposicóes da CF/88 quanto
a
ampla defesa e contraditório, bem como também para com aquelas dispostas na Lei n. 9.784/99 e
já abordadas no subitem anterior, como, principalmente, em face da redacáo do próprio art. 21-A da
Lei n. 8.213/91,<58> que, expressamente, preve a situacáo:
Art. 21-A. A pericia médica do JNSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorréncia de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relacáo entre a
atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificacáo Internacional de
Doencas - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento
§ 12 A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistencia do nexo
de que trata o capui <leste artigo.
§ 22 A empresa poderá requerer a nao aplicacáo do nexo técnico epidemiológíco, de cuja decisáo caberá recurso com
efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdéncia Social.

Urna vez aplicada a presuncáo, <leve o perito do INSS intimar o ernpregador do ato, para que
esse apresente defesa no prazo de quinze dias, contado da entrega do formulário GFIP que registre
a movimentacáo do trabalhador. Confira-se, nesses tennos, a redacáo dos§§ 72 a 11 do Decreto n.
3.048/99:
Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado técnicamente pela pericia médica do INSS, mediante a identificacáo
do nexo entre o trabalho e o agravo.
[... ]
§ 7° A empresa poderá requerer ao INSS a nao aplicacáo do nexo técnico epidemiológico ao caso concreto mediante a
demonstracáo de inexistencia de correspondente nexo entre o trabalho e o agravo.
§ 82 O requerimento de que trata o § 72 poderá ser apresentado no prazo de quinze dias da data para a entrega, na
forma do inciso rv do art. 225, da GFIP que registre a movimentacáo do trabalhador, sob pena de nao conhecimento
da alegacáo em instancia administrativa.
§ 9° Caracterizada a impossibilidade de atendimento ao disposto no§ 8°, motivada pelo nao conhecimento tempestivo
do diagnóstico do agravo, o requerimento de que trata o§ 7"1 poderá ser apresentado no prazo de quinze días da data
em que a empresa tomar ciencia da decisáo da pericia médica do INSS referida no§ 5°.
§ 10. Juntamente com o requerimento de que tratarn os §§ 82 e 92, a empresa formulará as alegacóes que entender
necessárias e apresentará as provas que possuir demonstrando a inexistencia de nexo entre o trabalho e o agravo.
§ 11. A documentacáo probatória poderá trazer, entre outros meios de prova, evidencias técnicas circunstanciadas e
tempestivas a exposicáo do segurado, podendo ser produzidas no ámbito de progra1nas de gestáo de risco, a cargo
da empresa, que possuam responsável técnico legalmente habilitado.
[... )

(58) Artigo incluído na Lei n. 8.213/91 pela lei n. 11.430, publicada em 27.12.2006.

68
Ainda sobre o tema, confira-se o art. 12 da Orientacáo Interna INSS/DIRBEN 200/2008:
Art. 1ª Havendo discordancia quanto ao Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP entre o trabalho e o agravo, a empresa
poderá requerer a nao aplicacáo do mesmo, no caso concreto, junto a APS de manutencáo do beneficio, devendo o mesmo
ser protocolizado no Sistema Integrado de Protocolo da Previdéncia Social - SIPPS, segundo os prazos:
I - quinze días após a data para a entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantía do Tempo de Servico e
Informacóes a Previdéncla Social - GFIP;

TI - quando comprovada a impossibilidade de cumprimento do prazo pelo nao conhecimento tempestivo da


natureza acidentária do beneficio, quinze días da data para entrega da GFIP do més de competencia da realizacáo da
pericia que estabeleceu o nexo entre o trabalho e o agravo.
Parágrafo único. A inforrnacáo quanto a natureza prevídencíária ou acidentária do beneficio será disponibilizada
para consulta pela empresa no sitio do Ministério da Previdéncia Social, por meio do enderece eletróníco <www.
previdencia.gov.br> ou, subsidiariamente, pela Comunicacáo de Decisáo entregue ao segurado, da qual consta a
espécie do nexo técnico aplicada ao beneficio e as possibilidades de rnanifestacáo do segurado e do empregador
quanto ao nexo. O prazo para contestacáo comeca a contar na data de ciencia de que a concessáo do beneficio se deu
em espécie acidentária.

A referida Orientacáo Interna INSS/DIRBEN n. 200/2008 traz, ainda, quais os documentos


que obrigatoriamente deveriam embasar a defesa, sob pena de indeferimento. Contudo, como a
lei ordinária nada especifica a respeito, qualquer exigencia nesse sentido está a violar o direito de
defesa e contraditório disposto na CF/88, art. 5º, nao cabendo ao INSS determinar quais os elementos
de defesa que devem ser utilizados. Cabe ao empregador, e semente a ele, defender-se com os
argumentos, fundamentos e documentos que entender necessários para comprovar suas alegacóes,
até porque a documentacáo exigida no art. S!l do referido normativo, em muitos casos, em nada
auxilia na investigacáo do nexo, além de constituir volume considerável de papel. Confira-se:
Art. 5ª A empresa, no ato do requerí mento da nao aplicacáo do nexo epidemiológico, deverá apresentar documentacáo
probatória, em duas vías, que demonstre que os agravos nao possuem nexo com o trabalho exercido pelo segurado.
§ 12 A nao apresentacáo de documentacáo probatória acarretará no indeferimento da contestacáo, cabendo nestes
casos recurso ao CRPS.
§ 22 Seráo considerados como documentacáo probatória as seguintes Demonstracóes Ambientáis, entre outras:
1 - Programa de Prevencáo de Riscos Ambientais - PPRA;

IJ - Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;

lII - Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho - PCMAT;


IV - Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional - PCMSO;
V - Laudo Técnico de Condicóes Ambientáis de Trabalho - LTCAT;
VI - Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP;
VII - Comunicacáo de Acidente de Trabalho - CAT, e
VIII - relatórios e documentos médico-ocupacionaís.
§ 32 A documentacáo deverá obrigatoriamente ser contemporánea a época do agravo, devendo constar a assinatura
do profissional responsável por cada período, devidamente registrado, e comprovada sua regularidade em seu órgáo
de classe: número de registro, anotacáo técnica, ou equivalente.

Se apresentada a defesa pelo empregador, <leve o INSS intimar o trabalhador para contrarrazóes,
entregando-lhe cópia de toda a documentacáo apresentada pela empresa. O prazo para apresentar
essa ímpugnacáo é também de quinze dias e, na sequéncia, <leve o perito do INSS investigar
tecnicamente a existencia do nexo.
Note-se, pois, que a ausencia da investigacáo do nexo e a prevalencia da presuncáo inicialmente
atribuída somente ocorrerá se a e1npresa, urna vez intimada, nao oferecer defesa. Caso contrário,
formada está a lide, e, para cumprimento da CF/88 e da Lei n. 9.784/99, deve a perícia do INSS iniciar
o proced:imento de ínvestigacáo, com todas as garantías já descritas no subitem 6.2.2 supra.

69
Da decisáo proferida cabe recurso por qualquer das partes, a ser protocolado no prazo de
trinta dias e destinado a Junta de Recursos da Previdéncia Social (JRPS), integrante do Conselho de
Recursos da Previdéncia Social (CRPS).
Além da fundamentacáo aqui mencionada, também tratam do procedimento administrativo a
ser observado a Instrucáo Normativa INSS n. 16/2007 (DOU de 30.3.2007), posteriormente revogada
pela Instrucáo Normativa INSS n. 31/2008 (DOU de 11.9.2008), que passou a disciplinar sobre o tema.

6.2.4. Da prática cotidiana e sua absoluta inconstitucionalidade e ilegalidade

Nao obstante as claras disposicóes legais sobre o tema, conforme abordado nos subitens 6.2.1 a
6.2.3 <leste capítulo, deixa o INSS de cumprir, absolutamente, com todas elas.
De início, cumpre-nos informar que o empregador nao é considerado parte no processo
administrativo, em total afronta as disposicóes constitucionais que lhe garantem a defesa e, tarnbém,
a Lei n. 9.784/99.
Na sequéncia, nao há intimacáo das partes (nem mesmo do trabalhador) para acornpanhar a
investigacáo técnica do nexo, tampouco para manifestacáo sobre os documentos e sobre as decísóes
administrativas. O perito do INSS raramente solicita ao empregador alguma documentacáo e mais
raramente ainda faz inspecáo física do local de trabalho. Nao há oitiva de testemunhas, e as CATs
preenchidas pelo trabalhador ou terceiro autorizado nao sao encaminhadas ou sequer disponibilizadas
ao empregador.
Com referencia ao NTEP, nao bastasse a ausencia do estudo epidemiológico e a aplicacáo de
urna tabela totalmente incoerente, nao há intimacáo do empregador para a apresentacáo de defesa,
impossibilitando-o de participar ativamente do processo administrativo. O Comunicado de Decisáo,
informando as conclusóes obtidas pela pericia, é entregue semente ao trabalhador, que, por sua vez,
nao tem obrigacáo alguma de apresentá-lo no local de trabalho.
Esse Comunicado, que é entregue ao trabalhador, contém as informacóes básicas, mas quando
indefere o pedido de caracterizacáo do acidente, deixa de fundamentar a resposta e de se manifestar
sobre os documentos apresentados pelo empregado. Quando aplica a natureza acidentária, deixa de
informar qual o agente etiológico ou o fator de risco, conforme podernos verificar no art. 9º da IN
INSS 31/2008:
Art. 9Q A Comunicacáo de Decisáo qua.nto ao requerimento de beneficio por inca.pacida.de deverá conter informacóes
sobre:
I - a espécie de nexo técnico aplicada ao beneficio, bem corno a possibilidade de recurso pelo empregador, conforme
§§ 12 e 2º dos arts, 32 e 42 desta Instrucáo Normativa; e
JI - a associacáo entre CNAE e CID, e a conclusáo pericial sobre o nexo, em caso de nao aplicacáo do NTEP pela
perícia médica, bem como a possibilidade de contestacáo e/ou recurso pelo segurado, nos mesmos moldes previstos
para o empregador pelo art. 62•

Para os empregadores, em suposto cumprirnento as regras dispostas na IN INSS 31/2008, o


INSS disponibiliza em sua página eletrónica todos os beneficios por incapacidade (auxílio-doenca
e aposentadoria por invalidez) que concede aos ernpregados de um determinado empreendimento.
Eis, novamente, a redacáo do parágrafo único do art. 12 da OI INSS 200/2008, que comprova ser essa
a única forma de notificacáo adotada pelo INSS:
Art. lQ ( ... ]
[... )
Parágrafo único. A informacáo quanto a natureza previdenciária ou acidentária do benefício será disponíbilizada
para consulta pela empresa no sítio do Ministerio da Previdéncia Social, por meio do enderece eletrónico <www.
previdencia.gov.br> ou, subsidiariamente, pela Comunicacáo de Decisáo entregue ao segurado, da qua! consta a

70
espécie do nexo técnico aplicada ao beneficio e as possibilidades de manifestacáo do segurado e do empregador
quanto ao nexo. O prazo para contestacáo comeca a contar na data de ciencia de que a concessáo do benefícío se deu
em espécie acideutária.

O acesso feíto pelo site do Ministério da Previdéncia Social (cwww.mps.gov.brc-), clicando o


é

ernpregador no link "Todos os servicos das empresas", no lado esquerdo da página:

+- -. e D wwwJnss.fJ"'b<
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Previdéncia Social ., r»

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NOTICIAS

Na sequéncia, deverá acessar o link "Consulta ao Requerirnento de Benefício Previdenciário


Empresa", cujo título, observe-se, nada tema ver como que pretende pesquisar:

.. , ..... ~ .... -X

+- ~ e lDwwwJ-.gov.bt/-·•~<W!Odo<-os.....w:.o.¡
::: ~ (IPJ'!IK ... t...yw or t& ftSS0C..t...,. str @u- 13GootJit. ¡J~l\tNrrao ist

A2encia
Eletrónica
~
Todos os servicos das empresas
CtiJ /\(~! NDA

"11 NO 1 1 C IJ\S
• A~ CS. Aiitndltnento na Prtvld6ftda Socbl
~ l~\DIO \M B
• •ptk~'o • doc· rtl411to1; do Sl~ltmap,.vt6tncürto6t Gfl&.io cM RitglmnNb11oosde Pr~ Sodlll-
11 11\11 C<>N()SC(> SlPReYIG""°
• AN>ll,...SO
Caduer>I
clo> R.....,..mo ..... Rog!IM>-•d< Pr_..,,.. SocW
• C:"4.l"rro daC~ dt Addffl~de ~- CAT
• C9ducroCS. Sf'tlh.1p.v<> ..,vio dt Otmonstrdvos• Comprov~ et. R~>H 1>~
• C.nffte.ado
dtRtVU~ P~ ... CRP
• Cons.uh.a"'°R~ CS. e.n.tlclo~ -!mpt.u
--1 -¡7 ' • Ebb«~ • Oemon~tradvos • Aootdoet. PM~O
• ~.,,- Oornffdco
•~ d» Unhbdff d.a Pr-..A6'ncü Sod»
• •SodJil

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• fMor Addtndriodt P~ - FAP

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• Rt<All"W et. 8+Mf'ido p~
• R~ln'wnto•A.uXlll~ P~ p.M".aé.mprn.lsC~
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,,. t1:tuenud+ Etr\ptffa1. COtl..,enbdll - M6cMo • Downlo.14 • O.MSos• Cfidl~o-s

71
Na sequéncia, abrirá tuna página onde as empresas conveniadas como INSS podern requerer os
benefícios por incapacidade para seus empregados e, ao final do texto, há um link para o acesso aos

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benefícios concedidos:

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+- -+ (! eJ ~r~.b</~~Mco/33Z
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Q- - ......
~- Qt<SS·C ... T- !ftm ll!JCIF § ...... ll:t_,._ CTST
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_ .._ Consulta ao Requerimento de Benefício por lncapacidade -
-·--- Empresa
~ AC>l N()A
o. aie~ e°"' o"' 7$.A dO º•'' '-""'º • P)••idlld-1 Sodef..
fPO'l'«lo peto o.tt.co "304'9t. t r~ •.,,,..... J)tóloco&tt'"' ,m.,..111:0 dt
? HAlllOWl 11 NI~• OU dOC~ --~ 6t Mu-.~ OU dt~ ~ t tlot WIC\MdoGU 1 HQ~O. ttfldo OH t ~ ~
tdoCM .,. l'JC'C ~ 1$~141(, ~ M~ .o-nw.tt.WM dot, btntlidoil f~
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¡:¡ 1 Al 1 CONOSCO p.,.~ot 8enttldof por ft!C41>*<""'6tde uus .-t.is:M 1gtdo••w.•6do~o""*°do().l>J ••
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SI JNICO<; hOS (J11Afll•O~ 11 C:.l'i.l AV\,O

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Ao clicar nesse link a e1npresa acessará outra página, onde <leveinformar seu CNPJ e urna senha
previamente cadastrada no INSS ou na Receita Federal:

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+- -+ (!'tg www~.gov.br/~I~
b-·C:-T- !ft,Slf @a< ....... l il-- {)1$1'
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Consulta BeneOcios por Incapacldade por Empresa

De~ eom o""' 76-A do~ d. ~icWada $odaL •11«"-.do pdo DcuC"tO q• 304"99. é: !ac\llt.eido J. cmiwcw ~~de~
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proccclimcoco ttri 9CCMO ti dcci..., admi::ai_~.._. do4 ~r.ao-, ~.
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72
Na sequéncia, aparecern todos os beneficios de auxílio-doenca e aposentadoria por invalidez,
acidentários ou nao. Para a empresa saber quais deles tiveram o nexo reconhecido pelo INSS é preciso
abrir individualmente cada um dos nemes. Confíra-se.P"
Consulta Benefícios por Incapacídade por Empresa
CNPJ xx.xxx.xxx/xxxx-xx
NB Nome lllt. nasci mento Situa<;ao
1 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Cessado
2 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Cessado
3 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
4 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Cessado
s Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
6 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
7 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
8 Xxxxxxxxx,x Xxxx xx/xx/xxxx Cessado
9 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
10 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
11 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
12 Xxxxxxxxxx xxxx xx/xx/xxxx Cessado
13 Xxxxxxxxxx xxxx xx/xx/xxxx Cessado
14 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Cessado
15 Xxxxxxxxxx Xxxx x.x/xx/xxxx Cessado
16 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
17 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
18 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo
19 Xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Cessado
20 xxxxxxxxxx Xxxx xx/xx/xxxx Ativo

Urna coisa é pesquisar constantemente os beneficios de urna pequena e1npresa, com poucos
afastamentos por incapacidade. Outra, bem diferente, é consultar de urna grande e1npresa, com 50 mil
empregados ou mais e, obviamente, corn um número bem maior de afastamentos, principahnente se
considerarmos que na tabela apresentada constam também aqueles nao acídentários.
Pois bem, abrindo cada um dos links e consultando cada um dos beneficios a empresa obtém a
informacáo que procura, mas nao de forma completa. Comprovamos com alguns exemplos:

NB: xxxxxxxxxx Nome: xxxx Dt. Nascimento: Xx/xx/xxxx

CPF: xxxxxxxxxxx NIT: xxxxxxxxxxx Espécie: 91 - Auxñio-Doenca Acidentário

Situa<;ao: Cessado Dt. Entrada Requerimento: 15.2.2012

Dt. lnício: 17.2.2012 Dt. Despacho: 29.5.2012

CID informado pela Empresa: CID informado pelo INSS: F41 Data de realiza.;ao da pericia: 6.1.2015

Conclusáo Per. Médica: Cessacáo do beneficio Dt. Limite: 7.1.2015

Dt. lndeferimento: Dt. Cessacáo: 7.1.2015

Nexo Técnico: Sem Nexo

Podemos observar que o INSS atribuiu natureza acidentária (espécie 91) para urna ocorréncia
cuja CAT, certamente, nao foi emitida pela empresa (porque nao está preenchido o campo ''CID
informado pela Empresa"). O CID informado pelo INSS é o F-41 (outros transtornos ansiosos), e o
perito entendeu que nao há mais incapacidade, posto que cessou o beneficio no dia seguinte a perícia.

(59) Suprimimos a identíficacáo da empresa, dos beneficios e dos trabalhadores por questáo de sigilo profissional.

73
No entanto, o campo destinado ao nexo técnico informou "sem nexo", ímpossibilitando a
e1npresa de conhecer qual dos tres tipos permitidos foi aplicado, já que nao se trata de acidente típico.
Corno saber qual o agente nocivo ou fator de risco? Como saber se é para apresentar urna defesa em
quinze días (caso de NTEP) ou um recurso para a JRPS/CRPS em trinta días? Onde protocolar essa
defesa ou esse recurso se na informacáo disponibilizada nao consta em qual agencia o trabalhador
postulou a concessáo do beneficio?
Mais importante: como e por que a perícia do INSS entendeu que esse transtorno ansioso decorre
do trabalho exercido pelo empregado? Quais provas e quais documentos foram analisados, já que
nao houve qualquer solicitacáo a empresa ou inspecáo no local de trabalho?
Esse outro exemplo, a seguir colacionado, mostra urna bancária com neoplasia benigna das
meninges (tumor cerebral), enfermidade caracterizada como acidentária pelo INSS. Confira:

NB: xxxxxxxxxxx Nome: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Dt. Nascimento: xxxxxxxxxxx

CPF: xxxxxxxxxxxxxx NIT: xxxxxxxxxx Espécie: 91 - Auxflío-Doenca Acidentário

Situa~ao: Ativo Dt. Entrada Requerimento: 4.6.2010

Dt. lnício: 4.6.2010 Dt. Despacho: 10.6.2010

CID informado pela Empresa: CID informado pelo INSS: 032 Data de reallzacáo da perícia: 12.3.2015

Conclusáo Per. Médica: Dt. Limite:

Dt. lndeferimento: Dt. Cessacáo:

Nexo Técnico: Sem Nexo

E1n rápida pesquisa científica, contudo, podemos verificar que nao há causa direta identificada
para o surgimento de tumores cerebrais. A medicina tem como causas prováveis a genética, radiacóes
utilizadas para tratamento de tumores anteriores, alguma exposicáo direta a substancia química
(ainda sem comprovacáo efetiva) e, em última hipótese, inducáo por vírus, já que alguns pacientes
eram portadores de herpes. Sendo assim, como atribuir o nexo de acidentalidade com a atividade
bancária? E como informar "sem nexo", sequer identificando as partes (empresa e empregada) qual
o agente de risco existente no ambiente de trabalho?
E1n alguns casos há a aplicacáo do NTEP, mas sem que o CID esteja relacionado ao CNAE,
conforme ilustra urna situacáo do segmento de transporte (CNAE 4922101), em gritante ilegalidade:

NB: xxxxxxxxxx Nome: XX.XX Dt. Nascimento: 19/12/1968

CPF: xxxxxxxxxxx NIT: xxxxxxxxxxx Espécie: 91 - Auxflio-Doenca Acidentário

Situa!;ao: Ativo Dt. Entrada Requerimento: 06.7.2012

Dt. lníeio: 30.6.2012 Dt. Despacho: 18.7.2012

CID informado pela Empresa: CID informado pelo INSS: A162 Data de realiza!;aO da perícia: 18. 7 .2015

Conclusáo Per. Mé.dica: Cessacáo do beneficio Dt. Limite: 18.10.2012

Dt. lndeferimento: Dt. Cessa!;ao: 18.10.2012

Nexo Técnico: Nexo Epidemiológico

74
Un1 último exemplo comprova que em outros casos o INSS, além de nao informar o tipo de nexo,
deixa de informar até mesmo o CID, estando a e1npresa impossibilitada de conhecer qual doenca o
ambiente de trabalho está acarretando:

NB: xxxxxxxxxx Nome: xxxx Dt. Nascimento: 26/10/1969

CPF: xxxxxxxxxxx NIT: xxxxxxxxxxx Espécie: 91 - Auxilio-Doenca Acidentário

Situacáo: Ativo Dt. Entrada Requerimento: 4.1.2012

Dt. Inicio: 23.11.2011 Dt. Despacho: 4.1.2012

CID informado pela Empresa: CID informado pelo INSS: Data de reatlzacáo da pericia: 6.1.2015

Conclusáo Per. Médica: Dt. Limite:

Dt. lndeferimento: Dt. Cessacáo:

Nexo Técnico: Sem Nexo

Também cumpre mencionarmos que nessas telas nao há informacáo alguma sobre a data em
que foram disponibilizadas, e muitas sao as situacóes em que o trabalhador já retornou ao trabalho
quando o INSS lanca as informacóes na internet. Ou seja, há um atraso na disponibilizacáo das
informacóes, impossíbilitando totalmente a participacáo no processo administrativo.
Nao obstante toda a dificuldade, o que nem de longe cu1npre a forma de intimacáo que se
encontra prevista na Lei n. 9.784/99, muitas empresas mantém um acesso constante a essas páginas e
conseguem descobrir a atribuicáo de um nexo acidentário como qual nao concordam.
Aí tem início outra batalha, porque o empregador precisa descobrir, de alguma forma, em qual
agencia se encontra tramitando o beneficio para poder ali protocolar sua defesa ou recurso, já que a
tela disponibilizada nao contém essa informacáo e nem tarnpouco é possível obté-la pelo telefone 135
ou outra página da internet.
Na sequéncia, a pior de todas as dificuldades: conseguir protocolar a defesa ou o recurso, nao
obstante seja um direito garantido pela própria legislacáo, inclusive nas Instrucóes Normativas que
disciplinam sobre a matéria, como a IN INSS n. 31/2008, arts. 42, 5º e 72•
Cada agencia coloca empecilhos nao especificados na legislacáo, corno exigir que quem está
entregando e protocolando o recurso tenha procuracáo específica para a finalidade, assínada e com
firma reconhecida. Outras exigem agendamento com urna antecedencia maior que o próprio prazo de
defesa ou recurso, e outras muitas se recusam firmemente ao protocolo, desconhecendo totalmente
o direito da parte.
É o que comprova urna resposta a urna defesa de nexo epidemiológico que recebemos, em 2014,
da Agencia 20.021.06.0/SC:

75
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Ora, se houve um perito para classificar a enfermidade como acidentária por meio do Nexo
Técnico Epidemiológico (NTEP), porque semente o perito médico pode fazé-lo, por óbvio que
esse mesmo perito pode ler a defesa da empresa, bem como analisar seus documentos, intimar o
trabalhador para contrarraz6es e iniciar o procedimento de investigacáo para confirmar, ou nao, a
presuncáo inicialmente atribuida.
E, como assim, suprimir a participacáo da e1npresa na primeira instancia, orientando-a a
protocolar diretamente o recurso a JRPS/CRPS (segunda instancia)? E mais: se fazendo passar pelo
trabalhador para o agendamento desse recurso (crime de falsa identidade, conforme Código Penal,
art. 307) porque o sistema do INSS nao está preparado para recurso das empresas? Ora, mas a
possibilidade de recorrer dos nexos profissionais ou individuais sempre existiu, e, quanto ao NTEP,
existe desde sua criacáo e vigencia, em 2007.
Por fim, que prazo é esse de cinco dias para o agendarnento do recurso? Em que diploma legal
está contida essa necessidade de agendar o protocolo de u1n documento, já que o ato refere a simples
entrega de urna peticáo, sem qualquer análise ou atendimento por parte de um servidor do INSS?
As atrocidades contra a legislacáo nao cessam aí. Depois de protocolada a defesa referente ao
NTEP, deveria o INSS fornecer cópia ao trabalhador para contrarrazóes (prazo de quinze dias) e, na
sequéncia, iniciar a investigacáo técnica do nexo e, cumpridos os tramites formais para garantir a
efetiva participacáo as partes (conforme Lein. 9.784/99), proferir uma decisáo sobre a manutencáo ou
nao do nexo inicialmente atribuído. E na Lei n. 9.784/99 há fixacáo de prazo de cinco dias para esses
procedimentos do perito, conforme díspóe o art. 24, in verbis:
Art. 24. Inexistindo disposicáo específica, os a tos do órgáo ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados
que dele participern devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de forca maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justi ñcacáo.

Ocorre que ternos defesas protocoladas ainda no ano de 2007, quando instituído o procedimento
do NTEP, que até hoje nao foram decididas pelo INSS.

76
A ausencia de análise e resposta praxe comum, e para culminar as ilegalidades praticadas pelo
é

Ministério da Prevídéncia Social e pela Uniáo, essas ocorréncias (cujo nexo ainda nao foi decidido
em face da defesa das empresas e da ausencia de resposta do INSS) sao utilizadas como se acidentes
fossem para o cálculo do FAP - Fator Acidentário de Prevencáo, aumentando o tributo SAT
Seguro de Acidente do Trabalho pago pelas empresas.
Quando as respostas sao proferidas, deixam de conter qualquer motivacáo ou fundamento,
sequer analisando os documentos que foram entregues pelas partes (empregado e empregador),
cabendo a parte descontente recorrer a Junta de Recursos da Previdéncia Social (JRPS) ou ingressar
com acáo judicial para garantía do direito.
Eisa redacáo do art. 7º da IN INSS 31/2008 sobre a caracterizacáo do NTEP, que, nao obstante
reconheca a ausencia de intimacáo dos acidentes as empresas, tampouco é cumprida pelo INSS:
Art. 7º A empresa poderá requerer ao INSS, até quinze dias após a data para a entrega da Guia de Recolhimento do
a
Fundo de Garantía do Tempo de Servico e Informacóes Previdéncia Social- GFIP, a nao aplicacáo do nexo técnico
epidemiológico, ao caso concreto, quando dispuser de dados e informacóes que demonstrem que os agravos nao
possuem nexo técnico com o trabalho exercído pelo trabalhador, sob pena de nao conhecimento da alegacáo em
instancia administrativa, caso nao protocolize o requerimento tempestivamente
§ 1º Caracterizada a impossíbilidade de atendimento ao disposto no capui, motivada pelo nao conhecimento tempestivo
da informacáo do diagnóstico do agravo, o requerimento de que trata este artigo poderá ser apresentado no prazo
de quinze dias da data para entrega da GFIP do més de competencia da realizacáo da pericia que estabeleceu o nexo
entre o trabalho e o agravo.
§ 22 A informacáo de que trata o§ 12 será disponibilizada para consulta pela e1npresa, por meio do enderece eletrónico
<www.previdencia.gov.br> ou, subsidiariamente, pela Comunicacáo de Decisáo do requerimento de benefício por
incapacidade, entregue ao segurado.
§ 39 Como requerimento. a empresa formulará as alegacóes que entender necessárias e apresentará a documentacáo
probatória, em duas vías, para demonstrar a inexistencia do nexo técnico entre o trabalho e o agravo.
§ 4º A Agencia da Previdéncia Social - APS, mantenedora do beneficio, encaminhará o requerimento e as provas
produzidas a pericia médica, para análise prévia. Sernpre que a instrucáo do pedido evidenciar a possibilidade
de reconhecimento de inexistencia do nexo técnico entre o trabalho e o agravo, o segurado será oficiado sobre a
existencia do requerimento da empresa, inforrnando-lhe que poderá retirar urna das vias apresentada pela mesma
para, querendo, apresentar contra razóes no prazo de quinze dias da ciencia do requerimento.
§ 52 Comas contra razóes, o segurado formulará as alegacóes que entender necessárias e apresentará a documentacáo
probatória, com o objetivo de demonstrar a existencia do nexo técnico entre o trabalho e o agravo.
§ 62 A análise do requerimento e das provas produzidas será realizada pela pericia médica, cabendo ao setor
administrativo da APS comunicar o resultado da análise a empresa e ao segurado.
§ 7º Da decisáo do requerimento cabe recurso com efeito suspensivo, por parte da e1npresa ou, conforme o caso, do
segurado, ao CRPS.
a
§ 81.! O INSS procederá marcacáo eletrónica do beneficio no Sistema de Administracáo de Beneficios por Incapacidade
- SABI, que estará sob efeito suspensivo, deixando para alterar a espécie após o julgamento do recurso pelo CRPS,
quando for o caso.
§ 9º o disposto no§ 7º nao prejudíca o pagamento regular do beneficio, desde que atendidos os requisitos de carencia
que permitam a manutencáo do reconhecímento do direito ao benefício corno auxílio-doenca previdenciário.
§ 10. Será considerada apenas a documentacáo probante que contiver a indicacáo, assinatura e número de registro,
anotacáo técnica, ou equivalente do responsável legalmente habilitado, para os respectivos períodos e escopos,
perante o conselho de profissáo.
§ 11. O segurado em situacáo de desemprego, no período de grac;a, terá todos os direitos característicos da forma de
filiacáo de empregado.

O art. 6Q da Orientacáo Interna INSS/DIRBEN n. 200/2008 comprova algumas dessas inconsti-


tucionalidades e ilegalidades. Referida norma nao se encentra disponível para consulta pública.P"

(60) É possível comprovar essa afirmativa tentando pesquisar a referida norma no Sistema de t.egtslacáo da Prevldéncia Social: <http://
www3.dataprev.gov.br/sislex/index.asp>. Tentativa, sem sucesso, feita em 15.4.2015. Também é possível tentar obter o texto em qual-

77
sendo o acesso permitido semente aos servidores, já que se destina a orientar os peritos médicos
quanto aos procedimentos necessários. Eis o teor do referido artigo, com comentários meus em notas
de rodapé:
Art, 6A O processo físico referente a contestacáo ao nexo epidemiológico ou recurso aos nexos profíssional/do trabalho
e individual, deverá ser encaminhado a Pericia Médica com a documentacáo probatória das alegacóes da empresa
para análise formal e, cabendo, análise preliminar do mérito, na sequéncia:
I - o perito médico deverá identificar no Sistema de Adrninistracáo de Beneficios por Incapacidade-SABI a espécie
de nexo técnico aplicada ao benefício;<61>

IT - e1n caso de nexo técnico profissional/do trabalho ou individual, o processo deverá ser instruído como recurso a
Junta de Recursos do CRPS nos termos dos arts. 482 a 516 da Instrucáo Normativa n. 20 INSS/PRES, de 10 de outubro
de 2007;<62>
lll - em caso de nexo técnico epidemíológico, o perito médico deverá observar as demonstracóes ambientaís
apresentadas pela empresa para a contestacáo, bem como, a documentacáo de habilitacáo dos responsáveis técnicos
na elaboracáo desses documentos de acordo como§ 39 do art. 5º desta Orientacáo Interna e§ 10 do art. 72 da Instrucáo
Normativa n. 31 INSS/PRES, de 10 de setembro de 2008. Estando a forma de acordo, procederá a análise preliminar
do mérito;
IV - se da análise preliminar se concluir pelo indeferimento da contestacáo, o parecer técnico fundamentado emitido
pelo perito médico deverá ser relatado no formulário constante do Anexo VIJJ,<i>.>> que deverá ser anexado do processo
e encaminhado ao Setor Administrativo da APS, que comunicará a e1npresa a decisáo, por meio de Carta Registrada
com Aviso de Recebimento - AR (Anexo III);<6-I>
V - se da análise preliminar resultar tendencia de deferimento da contestacéo, o perito médico deverá consignar no
processo a necessidade de comunícacáo ao segurado quanto a contestacáo. A cornunicacáo ao segurado será efetuada
por meio de Carta Registrada com AR (Anexo I),<63> informando-o sobre a possibilidade de retirada de urna das vías
da docurnentacáo apresentada pela empresa para, a seu criterio, apresentar contra-razóes no prazo de quinze días;
VI - sendo apresentadas as contra razóes, o segurado deverá anexar ao processo a documentacáo probatoria, bem
como apresentar alegacóes como objetivo de demonstrar a existencia do nexo entre o trabalho e o agravo;
VII - após o curnprimento dos prazos, o Setor Administrativo da APS encaminhará o processo a Pericia Médica para
análise e emissáo de parecer técnico fundamentador'<
VIII - o parecer técnico fundamentado emitido pelo perito médico deverá ser relatado em formulario (Anexo VII
ou VIII), que deverá ser anexado ao processo e encaminhado ao Setor Administrativo da APS, o qua] comunicará a
decisáo, por meio de Carta Registrada CODl AR, a en1presa (Anexo III) e ªº
segurado (Anexo IV).
Parágrafo único. A competencia para essas análises compóe o conjunto de atividades para as quais os servidores
das carreiras de Perito Médico da Previdéncía Social e Supervisor Médico Pericial seráo designados pela chefia do
SGBENIN, conforme art. 42 da Resolucáo n, 161 INSS/DC, de 22 de junho de 2004, nao havendo impedimento a
realizacáo destas pelo mesmo profissional que aplícou o nexo técnico quando do exame pericial inicial.

Por fim, mas nao impeditivo de outras ilegalidades que ainda possam vir a ser observadas
e identificadas, veremos no Capítulo 8 desta obra os requisitos para concessáo e manutencáo dos
benefícios, onde será abordada a prática atual de alta programada e cancelamento automático dos
auxílios-doenca (subitem 8.1.6, especificadamente). Ali será possível observar que antes da data dessa

quer site oficial, mediante busca no google, sem sucesso. Todos os loca is que disponibilizam a íntegra do texto nao sao relacionados ao
INSS ou ao Ministério da Previdéncia Social e em todas as páginas oficiais o acesso é negado, solicitando senha para acesso. Consulta
em 15.4.2015.
(61) Vimos em algumas telas anteriores que o tipo de nexo nao está sendo identificado.
(62) Referido dispositivo confessa que a empresa nao está autorizada a participar do processo de primeira instancia; que o nexo é
arbitrariamente considerado pelo INSS e que qualquer contestacáo por parte da empresa (ou apresentacáo de documentos) deve ser
considerada como recurso para a segunda instancia (JRPS).
(63) Formulário disponibilizado, para vlsuallzacáo, no Capítulo 14 desta obra, subitem 14.5. Cumpre ressaltar, contudo, que esse
documento nao é enviado nem disponibilizado as partes (empresa e segurado).
(64) Modelo de correspondencia disponibilizado no Capítulo 14, subitem 14.6, desta obra. A empresa recebe apenas esse comunicado,
via de regra, sem explicacóes sobre o indeferimento de sua contestacéo e sem qualquer fundarnentacáo legal.
(65) Modelo de correspondencia disponível para visualizacáo no Capítulo 14, subitem 14.7.
(66) As partes, via de regra, nao recebem esse parecer técnico fundamentado e tampouco possuem acesso a tal documento, mesmo
quando solicitam cópia do processo administrativo.

78
alta que está programada o trabalhador pode solicitar urna prorrogacáo de seu beneficio (Pedido de
Prorrogacáo - PP) e, se a perícia de revisáo entender que a incapacidade nao persiste, é possível o
íngresso do Pedido de Reconsideracáo - PR, com nova perícia designada.
O que importa aqui registrar, quanto a esses pedidos de prorrogacáo ou reconsideracáo, é que
a Instrucáo Normativa INSS n. 31/2008 claramente expressa que, nessas perícias revisionais, nao é
permitido ao médico do INSS alterar a espécie do beneficio (de previdenciária para acidentária),
justamente porque o motivo da prorrogacáo do beneficio, se concedida, será simplesmente a
permanencia da incapacidade, sem qualquer investigacáo de nexo. Informa a referida IN 31/2008
que se o trabalhador pretende a alteracáo da espécie, <leve solicitar a modificacáo por meio de outra
ferramenta, denominada "Revisáo Médica". Confira-se:
Art, 11. Quando dos exames periciais por Pedido de Prorrogacáo - PP, ou Pedido de Reconsíderacáo - PR, de
benefícios em manutencáo, nao seráo apresentados ao Perito Médico os quesitos sobre as espécies de nexo técnico,
haja vista que a eventual prorrogacáo decorre da incapacidade para o trabalho e nao da natureza acidentária do
agravo.
Parágrafo único. Os requerimentos de revisáo e recurso tempestivos do segurado visando a transformacáo do
beneficio previdenciário em acidentário, seráo analisados pela perícia médica e operacionalizados no SABI pela
ferrarnenta Revisáo Médica."

Nao obstante a clareza da norma, nao há observancia pela pericia do INSS, sendo comum
(e regra, inclusive) a alteracáo da espécie nessas perícias revisionais decorrentes de Pedido de
Prorrogacáo (PP) ou Pedido de Reconsideracáo (PR), sem qualquer investigacáo técnica do nexo,
sem prova apresentada pelo trabalhador e sem qualquer notificacáo ou intimacáo da empresa para
que partícipe do processo administrativo e, assim, exerca seu direito de defesa e contraditório.
A ilegalídade é patente, seja qual foro tipo de acidente de trabalho pretendido ou caracterizado
(acidente típico, NI, NP ou NTEP), sendo necessária urna urgente remodelacáo do procedimento
por parte do Ministério da Previdéncia Social para o cumprimento integral das dísposícóes legáis e
constitucionaís.
Enguanto isso, cabe a parte prejudicada interpor o recurso administrativo ou ingressar com a
acáo judicial pertinente, para satisfacáo do direito que entende existir, até porque, como já dito, todos
esses acidentes, caracterizados a margem da Constituicáo Federal de 1988 e de toda a legislacáo de
regencia (inclusive normativa), repercutem em direitos trabalhistas, em acóes regressivas propostas
pelo INSS e, principalmente, diretarnente no cálculo do SAT/FAP, aumentando o tributo que seria
devido pelas empresas.

6.2.5. Recurso para a JRPS/CRPS

Das decisóes proferidas pelo INSS quanto a caracterizacáo do acidente de trabalho (típico, nexo
profissional, nexo individual ou NTEP) caberá, pela parte interessada, a interposicáo de recurso para
o Conselho de Recursos da Previdéncia Social, órgáo colegiado integrante da estrutura do Ministério
da Previdéncia Social a quem compete a jurisdicáo administrativa e o controle das decis6es do INSS.
Tém legitimidade para interpor o recurso administrativo os titulares de direitos e interesses que
forem parte no processo, bem como aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados
pela decisáo recorrida. Confira-se, nesses termos, o art. 58 da Lei n. 9.784/99:
Art. 58. Tém Legitimidade para interpor recurso administrativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo¡
IJ - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisáo recorrida;

lII - as organízacóes e assocíacóes representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos¡


IV - os cidadáos ou associacóes, quanto a direitos ou interesses difusos.

79
A Leí n. 8.213/91 trata dos recursos no art. 21-A, § 22 (para o NTEP), e no art. 126 (para os demais
nexos), e a Instrucáo Normativa INSS n. 31/2008 é ainda mais específica, conforme podemos observar
dos seguintes dispositivos:
Art, 4Q Os agravos associados aos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza profissional e do trabalho das
listas A e B do anexo JI do Decreto n. 3.048/99; presentes nas atividades económicas dos empregadores, cujo segurado
tenha sido exposto, ainda que parcial e indiretamente, seráo considerados doencas profissionais ou do trabalho. nos
termos dos incisos I e II, art. 20 da Lei n. 8.213/91
§ 1° A empresa poderá interpor recurso ao Conselho de Recursos da Previdéncia Social (CRPS) até trinta días após a
data em que tomar conhecimento da concessáo do beneficio em espécie acídentária por nexo técnico profissional ou
do trabalho, conforme art. 126 da Lei n. 8.213/91 quando dispuser de dados e informacóes que demonstrem que os
agravos nao possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador,
§ 22 O recurso interposto contra o estabelecimento de nexo técnico com base no anexo II do Decreto n. 3.048/99 nao
terá efeito suspensívo.v"
Art. 5° Os agravas decorrentes de condicóes especiais em que o trabalho executado seráo considerados doencas
é

profissionais ou do trabalho, ou ainda acidentes de trabalho, nos termos do§ 22 do art. 20 da Lei n. 8.213/91
§ 1 °A empresa poderá interpor recurso ao CRPS até trinta dias após a data em que tornar conhecimento da concessáo
do beneficio em espécíe acidentária por nexo técnico por doenca equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico
individual, conforme art, 126 da Leí n. 8.213/91_quando dispuser de dados e informacóes que demonstrern que os
agravos nao possuern nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador.
§ 2º O recurso interposto contra o estabelecimento de nexo técnico corn base no § 22 do art. 20 da Lei n. 8.213/91 nao
terá efeito suspensivo.

Art. 7° A empresa poderá requerer ao INSS, até quinze días após a data para a entrega da Guia de Recolhimento
do Fundo de Garantía do Tempo de Servico e Informacóes a Prevídéncia Social - GFIP, a nao aplícacáo do nexo
técnico epidemiológico, ao caso concreto, quando dispuser de dados e informacóes que demonstrem que os agravas
nao possuem nexo técnico como trabalho exercído pelo trabalhador, sob pena de nao conhecimento da alegacáo em
instancia administrativa, caso nao protocolize o requerimento tempestivamente.

[... ]
§ 71> Da decisáo do requerimento cabe recurso com efeito suspensivo=", por parte da empresa ou, conforme o caso,
do segurado, ao CRPS.

[... ]

Regulamentado pelo Decreto n. 3.048/99 (arts, 303 e 304) e com Regimento Interno constante
da Portaría MPS n. 548/2011 (DOU de 14/09/2011), o Conselho de Recursos cornpreende os seguintes
' -
orgaos:
I - 29 Juntas de Recursos, com a competencia de julgar, em primeira instancia, os recursos interpostos contra as
decisóes proferidas pelos órgáos regionais do JNSS em matéria de interesse de seus beneficiários e contribuintes (do
RGP5<69l) e também nos processos referentes aos benefícios assístencíaís de prestacáo continuada. Constituem aleada
exclusiva da Junta de Recursos, nao comportando recurso a instancia superior, as seguintes decisóes colegiadas
(Portaría MPS n. 548/2011, art. 18):
a) fundamentada exclusivamente em matéria médica, quando os laudos ou pareceres emitidos pela Assessoria
Técnico-Médica da Junta de Recursos e pelos Médicos Peritos do JNSS apresentarem resultados convergentes; e

b) proferida sobre reajustamento de beneficio em rnanutencáo, em consonancia comos índices estabelecídos em leí,
exceto quando a diferenca na Renda Mensa! Atual - RiVIA decorrer de alteracáo da Renda Mensa! Inicial - RMI;

(67) Nao ter efeito suspensivo significa que, durante o tramite do recurso, a ocorréncia será considerada como acidentária pelo INSS,
especialmente quanto as regras de concessáo de benefícios como isencáo de carencia e possibilidade de percepcáo de auxílio-acidente.
O parágrafo único do art. 61 da Lei n. 9.784/99, contudo, preve que, havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparacáo
decorrente da execucáo, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao
recurso.
(68) Ter efeito suspensivo significa que, enquanto o perito do INSS nao concluir a investígacáo do nexo e concluir se mantém ou nao a
presuncáo inicial, o INSS considerará a ocorréncia como nao acidentária.
(69) Regime Geral de Previdéncia Social.

80
IJ - 4 Cámaras de [ulgamento, com sede em Brasilia, coma competencia para julgar, em segunda instancia, os recursos
interpostos contra as decisóes proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato
normativo ministerial. O INSS, contudo, poderá recorrer das decísées das Juntas semente nas seguintes hípóteses:
a) quando violarern disposícáo de leí, de decreto ou de portaría ministerial:
b) quando divergirem de súmula ou de parecer do Advogado Geral da Uniáo, editado na forma da Leí Complementar
n. 73/1993;
e) quando divergirem de pareceres da Consultoría Jurídica do MPS ou da Procuradoria Federal Especializada -
INSS, aprovados pelo Procurador-Chefe:
d) quando dívergirem de enunciados editados pelo Conselho Pleno do CRPS;

e) quando tiverem sido fundamentadas em laudos ou pareceres médicos divergentes emitidos pela Assessoria
Técnico-Médica da Junta de Recursos e pelos Médicos peritos do JNSS; e
f) quando contiverern vicio insanável, considerado como tal as ocorréncias elencadas no§ lQ do art. 60 da Portaría
MPS n. 548/2011.
TII - Conselho Pleno, coma competéncia para uniformizar a jurisprudencia administrativa previdenciária mediante
enunciados, podendo ter outras competencias definidas no Regimento Interno do CRPS (Portaría MPS 548/2011), que
em seu art. 15 traz a seguinte redacáo:

"Art. 15. Compete ao Conselho Pleno:


I - uniforrnlzar, em tese, a jurisprudencia administrativa previdenciária, mediante ernissáo de enunciados:
JI - uníformízar, no caso concreto, as divergencias jurisprudenciais entre as Juntas de Recursos nas matérias de sua
aleada ou entre as Cámaras de julgamento em sede de recurso especial, mediante a emissáo de resolucáo: e

III - deliberar acerca da perda de mandato de Conselheiros, nos casos em que o Presidente do CRPS entender
necessario submeter a decísáo ao colegiado."

As Juntas (e as Cámaras) sao presididas por representantes do Governo e sao compostas por
quatro membros, denominados conselh.eiros, nomeados pelo Ministério da Previdéncia Social, sendo
dois representantes do Governo, um das empresas e um dos trabalhadores (Decreto n. 3,048/99, art.
303, § 4º).
O recurso que se refere a matéria acidentária deve ser direcionado a Junta de Recursos da
Previdéncia Social (JRPS) e o protocolo <leve ocorrer, preferencialmente, perante o órgáo do INSS
que proferiu a decisáo.F?' devendo ser observado o prazo de trinta dias, contados a partir da data da
intimacáo da decíséo"" que será recorrida.
É o INSS que instruirá o recurso e que o encamínhará a Junta de Recursos, sendo o prazo
para contrarrazóes também de trinta dias. Para o INSS esse prazo contado a partir da data daé

protocolizacáo do recurso ou da entrada do recurso pelo interessado (na unidade que proferiu
a decisáo), devendo essa ocorréncia ficar registrada nos autos e prevalecendo a data que ocorrer
primeiro (Portaria MPS n. 548/2011, art. 31).
Confira-se, ainda, a redacáo do art. 541 da IN INSS n. 77/2015:
Art. 541. O prazo para interposicáo de recurso ordinario e especial, bem como para o oferecimento de contrarrazóes, é
de trinta dias, contados de forma contínua, excluindo-se da contagem odia do início e incluindo-se o do vencimento.

§ 1° O prazo previsto no caput inicia-se:


I - para apresentacáo de contrarrazóes por parte do TNSS, a partir do protocolo do recurso, ou, quando encaminhado
por via postal, da data de recebimento na Unidade que proferiu a decisáo:

II - pai:a interposicáo de recurso especial por parte do INSS, a partir da data da entrada do processo na Unidade
competente para apresentacáo das razóes recursais: ou

(70) IN INSS n. 77 /2015, art. 537, § 2!?, e Porta ria MPS n. 548/2011, art. 31, § 1!?.
(71) Sobre a ausencia de intirnacño formal, ver neste Capítulo 6 o subitem 6.2.4.

81
III - para os demais interessados, a partir da data da intimacáo da decisáo ou da ciencia da ínterposicáo de recurso
pela parte contrária.
§ 2!! O prazo só se inicia ou vence em día de expediente normal no órgao em que tramita o recurso ou em que deva
ser praticado o ato.
§ 32 Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro día útil seguinte se o vencimento ocorrer ern día ern que nao
houver expediente ou em que este for encerrado antes do horário normal.

Expirado o prazo de trinta días sern que sejarn oferecidas contrarrazóes, os autos seráo
imediatamente encaminhados para julgamento pelas Juntas de Recursos, sendo considerados como
contrarrazóes do INSS os motivos do indeferimento - IN INSS n. 77/2015, art. 542.
O INSS pode, contudo, ao receber o recurso do interessado, reconhecer parcial ou totalmente
seu erro, hipótese em que anulará o ato ilegal (Lei n. 9.784/99, art. 53) ou reconsiderará a decísáo
anteriormente adotada. Sao as hipóteses de procedimento previstas na IN INSSn. 77/2015, art. 539:
Art. 539. Quando houver interposicáo de recurso do interessado contra decisáo do INSS, o processo deverá ser
encaminhado para a Unidade que proferiu o ato recorrido e, no prazo estabelecido para contrarrazóes, será promovida
a re-análise, observando-se que:
I - se a decisáo questionada for mantida, seráo formuladas as contrarrazóes e o recurso deverá ser encaminhado a
Junta de Recursos;
II - em caso de reforma parcial da decisáo, o recurso será encaminhado para a Junta de Recursos para prosseguimento
em relacáo a matéria que permaneceu controversa; e
llI - em caso de reforma total da decisáo, deverá ser atendido o pedido formulado pelo recorrente e o recurso
perderá o seu objeto, sendo desnecessário o encarninhamento ao órgáo julgador.

Também o art. 34 da Portaría MPS n. 548/2011 trata da possibilidade de reconhecimento do erro


por parte do INSS, com o seguinte teor:
Art. 34. O INSS pode, enguanto nao tiver ocorrido a decadencia, reconhecer expressamente o direito do interessado e
reformar sua decisáo, observado o seguinte procedimento:
I - quando o reconhecimento ocorrer na fase de instrucáo do recurso ordinário o INSS deixará de encarninhar o
recurso ao órgáo julgador competente:
II - quando o reconhecimento ocorrer após a chegada do recurso no CRPS, mas antes de qualquer decísáo colegiada,
o INSS deverá encaminhar os autos ao respectivo órgáo julgador, devidamente instruido com a comprovacáo da
reforma de sua decísáo e do reconhecimento do direito do interessado, para fins de extincáo do processo com
resolucáo do mérito por reconhecimento do pedido.
lll - quando o reconhecimento ocorrer após o julgamento da Junta de Recurso ou da Cámara de Julgamento, o
INSS deverá encaminhar os autos ao órgáo julgador que proferiu a última decisáo, devidamente instruido com a
comprovacáo da reforma de sua decísáo e do reconhecimento do direito do interessado, para que, se foro caso, seja
proferida nova decisáo,
§ 1º Na hipótese prevista no Inciso JI, se da análise dos autos o órgáo julgador constatar que nao ocorreu o
reconhecimento expresso do direito do interessado pelo INSS, o processo terá seguirnento normal com o julgamento
do recurso de acordo como convencimento do colegiado.
§ 2° Na hipótese de reforma parcial de decisáo do INSS, o processo terá seguimento em relacáo a questáo objeto da
conrrovérsia rernanescente.

Mesmo quando o recurso é protocolado fora do prazo legal, e, portanto, intempestivo, deve
ser encaminhado pelo INSS a [unta de Recursos da Previdéncia Social, mas a constatacáo da
intempestividade nao impede a revisáo de ofício pelo próprio INSS quando incorreta a decisáo
administrativa (IN INSS n. 77/2015, art. 543).
Nao obstante o regramento claro e o dever do INSS encarninhar a JRPS os recursos no prazo
máximo de 30 dias, o INSS frequentemente deixa de cumprir tal obrigacáo, existindo recursos
protocolados há mais de dois anos que sequer foram encaminhados a Junta de Recursos. O CRPS tem
ciencia do acorrido e tenta, há algum tempo, solucionar a questáo por meio do protocolo eletrónico
dos recursos, mas o sistema ainda está sendo desenvolvido.

82
Quando solicitado pela parte, a Junta de Recursos deverá informar o local, a data e o horário
do julgamento, para fins de sustentacáo oral das razóes do recurso. O INSS poderá ser representado
pela Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS, sendo igualmente facultada a sustentacáo oral
de suas razóes, com auxílio de assistentes técnicos do INSS. Até o anúncio do início dos trabalhos de
julgamento, a parte ou seu representante poderáo formular pedido para realizar sustentacáo oral ou
para apresentar alegacóes finais em forma de memoriais (Portaria MPS n. 548/2011, art. 32).
Essa inforrnacáo deve ocorrer por meio de intimacáo, assim como o resultado das decísóes
proferidas. Considera-se intimacáo o ato pelo qual se dá ciencia a alguém de um ato, um termo
ou urna decisáo do processo, como objetivo de que esse alguém faca ou deixe de fazer alguma
coisa, seja pessoalmente ou por seu representante, devidamente constituído nos autos (Portaría
MPS n. 548/2011, art. 27).
Por tal razáo, a intimacáo deve ser certa e segura, efetuada por ciencia no processo, por vía postal
com aviso de recebimento (AR), por telegrama ou quaJquer outro meio que assegure a regularidade
da ciencia do interessado ou seu representante legal, sem sujeicáo a ordem de preferencia. Assim
determina a Leí n. 9.784/99, como já mencionei anteriormente,bem como também o art. 28 da Portaría
MPS n. 548/2011:
Art. 28. A intimacáo será efetuada por ciencia no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama
ou por outro meio que assegure a regularidade da ciencia do interessado ou do seu representante, sem sujeicáo a
ordem de preferencia.
§ 12 Na irnpossibilidade de intimacáo nos tennos do caput, a cientificacáo será efetuada por meio de edital.
§ 2º Considera-se feíta a íntimacáo:
I - se pessoal, na data da ciencia do interessado ou de seu representante legal ou, caso haja recusa ou impossibilidade
de prestar a nota de ciente, a partir da data ero. que for dada a ciencia, declarada nos autos pelo servidor que realizar
a intimacáo:
IJ - se por via postal ou similar, na data do recebirnento aposta no comprovante, ou da nota de ciente do responsável:

nr - se por edital, quinze días após sua publícacáo ou afixacáo.


§ 3º Presumem-se válidas as intimacóes dirigidas ao enderece residencial ou profissional declinado nos autos pela
parte, beneficiário ou representante, cumprindo aos interessados atualizar o respectivo enderece sempre que houver
modificacáo temporada ou definitiva.
§ 42 A intimacáo será nula quando realizada sem observancia das prescricóes legaís, mas o cornparecimento do
interessado su pre sua falta ou irregularídade.

A sustentacáo oral é extremamente importante quando o que se discute é a caracterizacáo ( ou


nao) de um acidente do trabalho, porque é justamente nesse momento que o interessado ( ou seu
representante) destaca as ilegalidades e as irregularidades praticadas pelo INSS.
O processamento do recurso encentra-se disciplinado nos arts. 37 a 40 da Portaría MPS n. 548/2011,
e há, também, algumas observacóes nos arts. 551a558 da IN INSS n. 77/2015.
A sessáo de julgamento deverá observar, para fins de deliberacáo, o quórum mínimo de tres
mernbros, Apregoado o processo, o presidente da Junta dará a palavra ao conselheiro relator, que
apresentará o seu relatório. Após essa apresentacáo é que será facultada as partes a oportunidade
de sustentar oralmente suas razóes, pelo tempo de até quinze minutos cada. Na sequéncia, o
relator apresenta seu voto e, após, os demais Conselheiros poderáo usar a palavra e debater
sobre as quest6es referentes ao processo, proferindo seus votos na seguinte ordem (Portaría MPS
n. 548/2011, arts. 45 e 46):
a) representante do Govemo;
b) representante dos trabalhadores:
e) representante das empresas; e
d) presidente da composicáo de julgamento.

83
As decisóes devem ser redigidas pelo relator, na forma de acórdáo e, na forma prevista no art.
53 da Portaria MPS n. 548/2011, podem solicitar alguma diligencia ao INSS. Confira-se:
Art. 53. As decisóes proferidas pelas Cámaras de Julgamento e Juntas de Recursos poderáo ser de:
1 - conversáo em diligencia;
II - nao conhecimento:
ITI - conhecimento e nao provímento:
IV - conhecimento e provimento parcial;
V - conhecimento e provimento:
Vl - anulacáo: e
Vll - extincáo do processo com resolucáo do mérito por reconhecimento do pedido, nos termos do art, 34, JI, deste
Regimento.
§ 12 A conversáo em diligencia nao dependerá de lavratura de acórdáo e se dará para complementacáo da instrucáo
probatória, saneamento de falha processual, cumprirnento de normas administrativas ou legislacáo pertinente a
espécie e adotará preferencialmente a diligencia prévia, sem que haja prejulgamento.
§ 22 É de trinta días, prorrogáveís por mais trinta días, o prazo para que o INSS restitua os autos ao órgáo julgador
coma diligencia integralmente cumprida,
§ 32 O pedido de prorrogacáo de prazo de que trata o parágrafo anterior, acompanhado de justificativa, será
encaminhado via mensagem de correio eletrónico da previdéncia social ou por fax ao Presidente, do órgáo julgador
que na hipótese de deferimento estabelecerá o prazo final, sem prejuízo das providencias cabíveis se houver
descumprimento injustificado.
§ 42 A diligencia prévia deverá ser requisitada em forma simples e sucinta, pelo relator ou pelo Presidente da instancia
julgadora, antes da inclusáo do processo em pauta.
§ 52 A diligencia a ser cumprida diretamente por entidade, órgáo ou pessoa estranha ao ámbito de abrangéncía ou
da fiscalizacáo do Ministério da Previdéncia Social será solicitada pelo Presidente do CRPS ou, no ámbito de sua
jurisdicáo, pelos Presidentes das Juntas de Recursos.
§ 62 En1 se tratando de matéria médica deverá ser ouvida a Assessoria Técnico-Médica Especializada, prestada
por servidor lotado na instancia julgadora que, na qualidade de perito do colegiado, se pronunciará, de forma
fundamentada e conclusiva, no ámbito de sua competencia, hipótese ero. que será utilizado encaminhamento interno
por meio de despacho. (Suspenso pela Portarla MPS n. 591/2012, enquanto perdurar os efeitos da Portada MPS/SE n.
1.474, de 7.12.2012).
§ 7fl Nos casos em que a controvérsia for sobre o enquadramento de atividades exercidas sob condicóes especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física, o Conselheiro Relator, mediante despacho fundamentado, poderá
submeter os autos a Assessoria Técnico-Médica, hipótese em que restringirá as consultas as situacóes de dúvidas
concretas.

§ 82 De acordo com os votos proferidos, as decisóes seráo tornadas por unanimidade, por maioria ou por desempate.

Ao reconhecer a Junta de Recursos, por exemplo, que a perícia médica do INSS nao realizou
a investigacáo técnica do nexo entre a enfermidade e o trabalho, nos termos da legíslacáo vigente,
é possível que baixe o processo em diligencia, solicitando ao perito explicacóes a respeito ou
determinando que realize o procedimento, em obediencia as leis de regencia.
Quando a matéria discutida, contudo, é puramente clínica, no sentido de verificar se o diagnóstico
está correto ou se existe mesmo a necessidade de afastamento das atividades (incapacidade), a
questáo se complica, poTque na composicáo da Junta de Recursos nao há um profissional da área
médica, lamentavelmente. Os conselheiros, via de regra, nao sao formados em medicina e, por isso,
nao detém conhecimento técnico para rebater ou questionar a decisáo clínica do perito do INSS, mas
podem, como já dito anteriormente, verificar se este cumpriu com suas obrigacóes legais quanto ao
processamento administrativo, e, se nao cumpriu, seus atos podem e devem ser anulados.
Se a decisáo da Junta de Recursos contrariar lei, regulamento, enunciado ou ato normativo
ministerial, é possível a interposicáo de recurso a Cámara de Julgamento, também no prazo de trinta

84
dias.<72> Também é possível a interposicáo de embargos de declaracáo quando houver nos acórdáos
alguma obscuridade, ambiguidade ou contradicáo, conforme art. 58 da Portaria MPS n. 548/2011.
Confira-se, ainda, a redacáo do art. 550 da IN INSS n. 77/2015:
Art. 550. Observado o disposto no Regimento Interno do CRPS, a matéria julgada pela Junta de Recurso em matéria
de alr;ada<;3¡ e pela Cámara de [ulgamento nao será objeto de novas discussóes por parte do INSS, ressalvadas as
seguintes hipóteses:
I - oposícáo de embargos de declaracáo:
U - revisáo de acórdáo:

III - alegacáo de erro material; ou


IV - pedido de uniformizacáo de jurisprudencia.
§ 111 A revísáo de acórdáo semente poderá ser suscitada se presentes os requisitos constantes no art. 60 do Regimento
Interno do CRPS, e nao suspende o cumprimento da decisáo.
§ 211 Sendo rejeitada pelo órgáo julgador a sugestáo de revisáo de acórdáo, a decisáo será mantida nos exatos termos
em que foi proferida.
§ 3° Se a revisáo de acórdáo ocasionar a cessacáo do beneficio concedido em fase de recurso, nao será efetuada a
cobranca administrativa dos valores já recebidos, exceto:
I - se a revisáo se deu em decorréncia de fraude, dolo ou máfé do recorrente: ou
II - em relacáo aos valores recebidos após a ciencia da decísáo por parte do interessado.

Também é importante destacar que a interposicáo de recurso as Cámaras de Julgamento


(denominado recurso especial) suspende os efeitos da decísáo de primeira instancia, proferida pela
Junta de Recursos, devolvendo a instancia superior o conhecimento integral da causa. Eisa redacáo
dos arts. 29 e 30 da Portaría MPS n. 548/2011 (Regimento Interno do CRPS) nesse sentido:
Art. 29. Denomina-se recurso ordinário aquele interposto pelo interessado, segurado ou beneficiário da Previdéncia
Social, em face de decísáo proferida pelo INSS, dirigido as Juntas de Recursos do CRPS, observada a competencia
prevista no art. 17 deste Regimento.

Parágrafo único. Considera-se decisáo de primeira instancia recursal os acórdáos proferidos pelas Juntas de Recursos,
exceto na matéria de aleada, definida pelo art. 18 deste Regimento, h.ipótese em que a decisáo será de única instancia.

Art. 30. Das decisóes proferidas no julgamento do recurso ordinário caberá recurso especial dirigido as Cámaras de
[ulgamento, órgáos de última instancia recursal administrativa, ressalvada a competencia exclusiva das Juntas de
Recursos definida no art. 18 <leste Regimento.

Parágrafo único. A interposicáo tempestiva do recurso especial suspende os efeitos da decisáo de prímeira instancia
e devolve a instancia superior o conhecimento integral da causa.
Seja qual for a decisáo do CRPS, cabe ao INSS acatá-la, no prazo de trinta días, sendo vedado
escusar-se de cumprir qualquer diligencia que lhe for solicitada, bem como de dar efetivo cumpri-
mento as decis6es definitivas daquele colegiado. Também nao pode reduzir ou ampliar o alcance das
decisóes ou executá-las de maneira que contrarie ou prejudique seu evidente sentido (Portaría MPS
n. 548/2011, art. 56 e IN INSS n. 77/2015, art. 549).

(72) Nos termos do art. 308 do Decreto n. 3.048/99, os recursos tempestivos contra decis5es das Juntas de Recursos tém efeito sus-
pensivo e devolutivo. Nao se considera recurso, contudo, o pedido de revisáo de acórdáo, enderecado as Juntas de Recursos e Cámaras
de Julgamento.
(73) Portaria MPS n. 548/2011, Art. 18. Constituem aleada exclusiva das Juntas de Recursos, nao comportando recurso a instancia
superior, as seguintes decis5es colegiadas: 1 - fundamentada exclusivamente em matéria médica, quando os laudos ou pareceres
emitidos pela Assessoria Técnico-Médica da Junta de Recursos e pelos Médicos Peritos do INSS apresentarem resultados convergen-
tes; e 11 - proferida sobre reajustamento de beneficio em rnanutencáo, em consonancia com os índices estabelecidos em leí, exceto
quando a diferenca na Renda Mensal Atual - RMA decorrer de alteracáo da Renda Mensal Inicial - RMI. Observe-se, contudo, que
as inconstitucionalidades e ilegalidades praticadas pelo INSS nao se limitam a matéria médica e, quando existentes, possibilitam sim o
recurso para a instancia administrativa superior.

85
Caso o INSS nao cumpra a decisáo definitiva do órgáo julgador do CRPS (Junta ou Cámara)
no prazo de trinta dias, é facultado a parte prejudicada formular urna reclamacáo, mediante
requerimento instruído com cópia da decisáo que foi descumprida e outros elementos necessários a
compreensáo do processo. Essa reclamacáo deve ser dirigida ao presidente do CRPS e será processada
pela Coordenacáo de Cestáo Técnica. O protocolo pode ocorrer no próprio INSS ou diretamente nos
órgáos que compóem a estrutura do CRPS.
Cabem a Cestáo Técnica as diligencias necessárias para verificar o ocorrido e, na ausencia
de resposta do INSS ou sendo as justificativas improcedentes, será expedido ofício firmado pelo
presidente do CRPS a Diretoria de Benefícios do INSS para adocáo das medidas cabíveis ao efetivo
cumprimento da decisáo e, se for o caso, instauracáo de procedimento administrativo para apuracáo
de falta funcional do servidor responsável pelo retardamento. A Coordenacáo de Cestáo Técnica
acompanhará os processos de reclamacáo até a solucáo final, mantendo registros em meio físico ou
eletrónico de todas as ocorréncias, devendo encaminhar relatório anual circunstanciado ao órgáo
competente de controle interno do Ministério da Previdéncia Social (Portaría MPS n. 548/2011, art. 57).
Quanto ao prazo para resposta, seja das defesas ou contestacóes do NTEP (direcionadas ao
perito do INSS) ou dos recursos apresentados a Junta de Recursos, nao há na legislacáo específica
qualquer mencáo a respeito e, por tal razáo, devem ser aplicadas as disposícóes da Lei n. 9.784/99
(que regula o processo administrativo no ámbito da Adrninistracáo Pública Federal), que preve prazo
de trinta dias<74>. Confiram-se os dispositivos pertinentes:
Art. 49. Concluída a instrucáo de processo administrativo, a Administracáo temo prazo de até trinta días para decidir,
salvo prorrogacáo por igual período expressamente motivada.
[... )
Art. 59. Salvo dísposícáo legal específica, é de dez días o prazo para interposicáo de recurso administrativo, contado
a partir da ciencia ou divulgacáo oficial da decisáo recorrida.

§ 12 Quando a lei nao fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta
días, a partir do recebimento dos autos pelo órgáo competente.

§ 211 O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.

Também é importante registrar que, em qualquer fase do processo administrativo, desde


que antes de ser proferida a decisáo final, é possível a desistencia pelo interessado, que deve ser
manifestada expressamente (por escrito). Caso a parte interessada ingresse com acáo judicial com
o mesmo pedido, automáticamente estará desistindo do recurso administrativo interposto, sendo
essa a regra disposta no § 3Q do art. 126 da Lei n. 8.213/91 e regulamentada pelos arts. 545 a 548 da
Instrucáo Normativa INSS n. 77/2015:
Art, 545. A prepositura, pelo interessado, de a<;:ao judicial que tenha por objeto idéntico pedido sobre o qua! versa
o processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistencia do recurso
interposto.
§ 12 Considera-se idéntica a acáo judicial que tiver as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido do
processo administrativo.
§ 22 Para identificar a existencia da a<;:ao judicial, é autorizada a utilizacáo de qualquer sistema informatizado de
consulta processual a disposicáo do INSS.
Art. 546. Se Ior localizada acáo judicial com as mesmas partes, mas os dados disponíveis nao puderern firmar a
convíccáo de que o objeto é idéntico ao do processo administrativo, o INSS dará prosseguimento ao recurso, cabendo
ao CRPS decidir sobre a sua admissibilidade, dispensado o procedimento do artigo seguinte.
Art. 547. Quando houver comprovacáo da existencia de acáo judicial com o mesmo objeto, o INSS dará ciencia ao
interessado para que se manifesté no prazo de trinta días, observado que:

(74) Na prática, esse prazo nao é observado. Algumas defesas de NTEP protocoladas em 2007 ainda nao foram respondidas, e quanto
aos recursos destinados a JRPS, o prazo de resposta varia bastante. A decisáo mais rápida de que tivemos ciencia ocorreu em tres
meses, mas há casos em que a demora chega a ultrapassar doze meses.

86
I - se o interessado nao comparecer, ou declarar que se trata de mesmo objeto, o INSS arquivará o processo; ou
JI - se o interessado alegar que se trata de objeto diverso, o processo será encaminhado ao órgáo julgador.
Art. 548. Caso o conhecimento da propositura da acáo judicial seja posterior ao encaminhamento do recurso ao CRPS,
o INSS observará os seguintes procedimentos:
I - se o recurso ainda nao tiver sido julgado, o INSS comunicará o fato a Junta ou Cámara incumbida da decisáo,
juntamente como cornprovante da acáo judicial com o mesmo objeto¡

IJ - se o recurso já tiver sido julgado, com decisáo favorável ao interessado. e nao houver transito em julgado da
decisáo judicial, o INSS comunicará o fato a Procuradoria Federal Especializada para orientacáo sobre como proceder
em relacáo ao cumprim.ento da decisáo administrativa; ou
III - se o recurso já tiver sido julgado, e houver decisáo judicial transitada em julgado, a coisa julgada prevalecerá
sobre a decísáo administrativa.

Assim, nao há necessidade de a parte ínteressada aguardar a decisáo final do recurso


administrativo para ingressar judicialmente com urna acáo que tenha por objeto o mesmo pedido,
mas ao fazé-lo deve estar ciente de que, automaticamente, estará desistindo da via administrativa.

Dificuldade
No ámbito do CRPS, a maior dificuldade encontrada reside no despreparo técnico de alguns
conselheiros, que ainda confundem os tipos de nexos (NP, NI, NTEP) e desconhecem a legíslacáo que
deveria ser observada em um processo administrativo (Leis ns. 8.213/91e9.784/99 e CF/88, arts. 52 e
37) e, por isso, proferem decisóes absurdamente ilegais, conforme ilustra o trecho a seguir copiado,
pertencente ao processo n. 44232.148792/2014-58, julgado pela 5ª Junta de Recursos. No caso em tela,
a empresa apresentou defesa discordando do nexo conferido pelo perito médico porque nao houve,
no processo administrativo, qualquer investigacáo técnica do nexo, tampouco sendo permitido a
empresa a apresentacáo de documentos ou defesa. A decisáo proferida pela JRPS, por unanimidade,
informa que, em face do encerramento do beneficio (recuperacáo do trabalhador), o recurso teria
perdido o objeto e nao precisaria ser julgado. Confira-se:

o~
EMENTA: 1
AUxflJO.DOEN~A POR ACl>ENTEDO TRABALHO. comesJ,A9AOPl!LA EMPRESA. PARECER
t.téOICO RECURSAL PAVORÁVB.ASEGURADA. CESSA9AQ DOBENEÁCIO. ARTIGOS9 A 64 DA L
82131t1 CONJUOADOCOU O AR11GO 71 1!78 00 3.048199.IPEJIOA 00 OBJETO DO RECURSO. HÁO
CONKECllEHTO. ARTIGOS 53, INCISO 11 E54, INCISOV DA TARIA MPS N. 548 DE 13 DE
SETEM8RO DE 2011. RECURSO NlO CONHEOlDO
e • eo o.ldln•110 1.ompesUw, lnleipot» no prazi>d• 30 (1llnta} dlu, conro provt o f , • do lll 305, do Ragutam
Pcevldéndo Sod•J. aprovadc> pdo Doeroto nt 8.048/i9, lendo em v(1 nlo oon&&unos autos a dala am q
le,líaada lomou clclncla da Clecblo.

11.Uím, rosta auitcC011zad4a ptrda do obJelO do recura>, uma ven que benollclo l50 encona c:o'6ado por n
Ne~ conformoltspOllo nos eft9)153. lndso11 o 54, IncisoV da Pol1ari PS n. s.43de13 de utambfo de 2G11.

on~uslo: VolD no &ontldo de nlo c:onhecardo 18QllSO por petda do


54fclso Vda PortariaMPSn.S48da 13de selemb-ode 2011.
obfer,conformedlep~ noe artgoa S3, ln

1
,sório
·~0:629/2015

1
ocuba VllAOS e rl4atadosos pr~ aulOS, •m s.tSlo realizada , ACOROAMos membroGda ~Junta
do CRPs. om NAO Ca-JHECER DO RECURSO, POR UNANMID E, do a.cordo com o '10t>do(a) Rela'8r
su¡fund~.

87
Note-se que a natureza acidentária (nexo profissional - NP) foi atribuída sem qualquer
investigacáo e sem qualquer participacáo da e1npresa no processo de primeira instancia, sendo
absolutamente ilegal e inconstitucional o procedimento. E1n sede de recurso a JRPS/CRPS, como
demorou a ser julgado, novamente foi violado o direito de defesa e contraditório do empregador,
já que os conselheiros (todos) compreenderam que em face do encerramento do beneficio (alta do
empregado) nao seria necessário seu julgamento.
Desconhecem esses conselheiros, certamente, que esse beneficio de natureza acidentária, por
assim ter sido caracterizado, repercutirá automaticamente no cálculo do SAT/FAP, possibilitará ao
trabalhador utilizar o documento como prova para fins de direitos trabalhistas e, ainda, ao INSS
ingressar com acáo regressiva previdenciária.
Faz-se necessário, com urgencia, um melhor aperfeicoarnento e conhecimento da matéria, no
intuito de nao mais existirem decisóes com esse teor. Enquanto isso, devem os empregadores e os
trabalhadores, na medida de seus interesses, comparecer para sustentacáo oral, apresentar embargos
de declaracáo e recorrer dessas decisóes, sempre, até que a legíslacáo seja observada e cumprida pelo
INSS.
Em último caso, como já <lito, e sem necessidade de esgotamento da via administrativa, é
possível o ingresso de acáo judicial pela parte que se sentir prejudicada, sendo esse o objeto do
capítulo seguinte.

88
~71
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Verificando o trabalhador ou o empregador que o INSS deixou de observar a legislacáo pertinente


a caracterizacáo dos acidentes de trabalho, é possível o ingresso de acáo judicial para a garantia do
direito, seja para configurar a natureza acidentária da lesáo ou enferrnidade, ou para desconfigurá-la.
A acáo deve ser interposta junto a [ustica Estadual, devendo o processo seguir o rito surnaríssimo
e sendo o procedirnento isento de quaisquer custas ou verbas de sucurnbéncia. Nesse sentido,
confiram-se o art. 109 da Constituicáo Federal e o art. 129 da Lei n. 8.213/91:
Constituicáo Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a Uniáo, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condícáo de
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falencia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas a [ustica Eleitoral
e a [ustica do Trabalho:
[ ... l"
Lei n. 8.213/91:
Art. 129. Os litigios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho seráo apreciados:
I - na esfera administrativa, pelos órgáos da Previdéncía Social, segundo as regras e prazos aplicáveis as dernais
prestacóes, com prioridade para conclusáo: e
II - na via judicial, pela [ustica dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as
férias forenses, mediante peticáo instruida pela prova de efetiva notificacáo do evento a Previdéncia Social, a través
de Comunicacáo de Acidente do Trabalho - CAT.
Parágrafo único. O procedimento judicial de que trata o inciso JI <leste artigo é isento do pagamento de quaisquer
custas e de verbas relativas a sucumbéncia.

7.1. A~aojudicial movida pelo trabalhador

O trabalhador terá interesse em caracterizar a natureza acidentária da lesáo ou da enfermidade


quando o INSS deixar de fazé-lo no processo administrativo, mas cumpre-rne destacar que, nessa
acáo, nada poderá obter do ernpregador já que o réu será, unicamente, a referida autarquia federal.
Para receber os direitos trabalhistas e a estabilidade provisória no e1nprego, além de possível
indenizacáo por perdas e danos, deverá o empregado ajuizar reclarnatória trabalhista, cuja
competencia é da [ustica do Trabalho, ali relatando os fatos e solicitando a caracterizacáo do acidente
de trabalho.
Na [ustica Estadual, a acáo, repita-se, é contra o INSS, e o éxito trará por benefícios apenas a
isencáo de carencia para obtencáo dos beneficios de auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez
e, ainda, a possibilidade de receber o beneficio de auxílio-acidente, se permanecer com sequela
definitiva e incapacitante.
A situacáo curiosa e absurda, mas real. Um trabalhador pode ingressar, simultaneamente,
é

com as duas acóes e, nao obstante seja única a legislacáo sobre o tema, obter procedencia numa delas
e improcedencia na outra. Para o cidadáo comum, leigo sobre a divísáo estrutural do [udiciário e a
competencia de cada um, a dificuldade de cornpreensáo é enorme, porque, em seu entendimento

89
existe um único Poder Judiciário. Corno pode, entáo, necessitar do ingresso de duas acóes distintas
para um mesmo objeto e causa de pedir, que é o reconhecimento do acidente de trabalho? Como
pode a decisáo obtida numa das esferas do Judiciário nao servir como prova plena para a outra
esfera? E, pior: como pode vencer numa das demandas e perder na outra, com a mesma producáo de
prova e a mesma legislacáo servindo como fundamento?
Pensó que o legislador constituinte nao raciocinou adequadamente quando da elaboracáo do
art. 109, porque certamente o melhor procedimento, mais justo, célere e económico seria atribuir a
competencia a [ustica do Trabalho, com participacáo obrigatória do INSS na composicáo da lide. Ou
seja, a acáo seria movida contra o INSS, porque deixou de obedecer a legislacáo, no ponto de vista do
obreiro, e contra o empregador, porque este terá consequéncias automáticas com o reconhecimento
do nexo e porque somente o empregador tem condicóes de apresentar defesa a esse pedido.
O INSS nao tem conhecimento do trabalho desenvolvido e, menos ainda, do ambiente onde é
desenvolvido, e, assim, sua defesa nas acóes acidentárias se limita a informar que o perito do INSS
entendeu pela inexistencia do nexo. Quem possui inforrnacóes que podem subsidiar a decisáo judicial
é o empregador, sendo indispensável, na maioria dos casos, urna inspecáo no local de trabalho.v'"
Nao é o que acorre na prática. Como já <lito, o trabalhador <leve ingressar com acáo contra o
INSS na [ustica Estadual se pretender algo relativo aos beneficios previdenciários, e deve ingressar
com outra acáo contra o empregador, na [ustica do Trabalho, se pretender direitos como FGTS,
estabilidade ou indenizacóes.
Na acáo contra o INSS o empregador nao é intimado para participar do processo e muito
raramente os juízes solicitam algum documento ou informacáo para instrucáo do processo. A perícia,
absurdamente, se limita a urna consulta clínica (sem inspecáo do local de trabalho), e a única prova é
aquela apresentada pelo trabalhador, já que somente suas testernunhas sao ouvidas e já que o INSS,
como também já informado, se limita a dizer que o seu perito médico entendeu pela inexistencia do
nexo.
Para o autor, portante, o processo corre muito tranquilamente, sem contraprova e com urna
grande facilidade para o éxito se, obviamente, seu pedido nao for totalmente infundado. o único
porém é a demora nos trámites processuais, já que, por alguma raza o, a [ustica Estadual é infinitamente
mais lenta que a [ustica do Trabalho e que a [ustica Federal.
Quanto ao empregador, nao deveria haver razáo para se preocupar com essas acóes contra
o INSS, porque, como nao é parte no referido processo, nenhuma consequéncia lhe poderia ser
imputada, conforme regra expressa do art. 472 do Código de Processo Civil:
Art. 472. A sentenca faz coisa julgada as partes entre as quais é dada, nao beneficiando, nem prejudicando terceiros.
Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, e1n litisconsórcio necessario, todos
os interessados, a sentenca produz coisa julgada em relacáo a terceiros.

Ocorre que esse dispositivo nao tem sido observado pelo INSS, porque, urna vez caracterizado
na [ustica Estadual o acidente de trabalho, esse é utilizado para o cálculo do FAP e até mesmo
para o ingresso de acóes regressivas, ern evidente ilegalidade. E o ilícito, apesar de comunicado
posteriormente aos juízes federais (nas acóes pertinentes ao FAP e as acóes regressivas), infelizmente
nao tem sido observado, sendo bastante complicada a situacáo dos empregadores.
Repita-se que o empregador nao é chamado a participar da acáo judicial contra o INSS que
tramita na [ustica Estadual e, quando muito, é apenas intimado para apresentar alguma inforrnacáo

(75) Sobre o tema, ver o Capítulo 6, subitem 6.2.2, desta obra. Em 9.7.2015 foi publicada no Diário Oficial da Uniao a Resoluc;ao INSS
485/2015, dispondo sobre a inspecáo do local de trabalho pela perícia médica do INSS. Se efetivamente o INSS cumprir o disposto na
referida norma, bem como na legislacño de regencia (Leis ns. 8.213/91e9.784/99, principalmente), talvez na próxima edicáo dessa
obra eu tenha como alterar a crítica feita quanto aos procedimentos praticados pelo INSS/MPS. Por ora, infelizmente, as normas em
vigor nao sao observadas, com forte violacáo de garantias constitucionais.

90
ou documento para subsidiar o entendimento do magistrado. O processo corre sem sua defesa e a
margem de seu conhecimento e, ao final, sendo o trabalhador exitoso, esse acidente acaba sendo
usado para aumentar o tributo SAT (por aplicacáo do FAP) e as provas produzidas no processo (que
foram apresentadas apenas pelo trabalhador) utilizadas para a interposicáo da acáo regressiva. E, por
mais incrível que possa parecer, a alegacáo de que aquela sentenca nao pode trazer consequéncias
ao empregador, com fundamento no art. 472 do CPC, nem sempre é acolhida pela [ustica Federal.f"?
Por tal razáo, entendo de extrema importancia que os empregadores passem a acompanhar essas
acóes movidas por seus trabalhadores contra o INSS, nelas ingressando como assistentes de defesa.

7.1.1. Do empregador como terceiro interveniente no processo

Como salientado no subitem anterior, pode o empregador ingressar na acáo movida pelo
trabalhador contra o INSS como assistente de defesa, co1n fundamento nos arts. 50 a 55 do Código
de Processo Civil:
Art. SO. Pendendo urna causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurídico em que a sentenca
seja favorável a urna delas, poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assisténcia tem lugar em qualquer dos tipos de procedirnento e em todos os graus da jurisdicáo:
mas o assistente recebe o processo no estado em que se encentra.
Art. Sl. Nao havendo ímpugnacáo dentro de 5 (cinco) días, o pedido do assistente será deferido. Se qualquer das
partes alegar, no entanto, que falece ao assistente interesse jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz:
1 - determinará, sem suspensáo do processo, o desentranhamento da peticáo e da írnpugnacáo, a fim de serem
autuadas em apenso:
IJ - autorizará a producáo de provas;
nr - decidirá, dentro de 5 (cinco) días, o incidente.
Art. S2. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos
ónus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de negócios.
Art. S3. A assisténcia nao obsta a que a parte principal reconheca a procedencia do pedido, desista da acáo ou transija
sobre direitos controvertidos¡ casos em que, terminando o processo, cessa a intervencáo do assistente.
Art. S4. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentenca houver de influir na relacáo
jurídica entre ele e o adversario do assistido.
Parágrafo único. Aplica-se ao assistente Iitisconsorcial, quanto ao pedido de intervencáo, sua impugnacáo e julgamento
do incidente, o disposto no art, 51.
Art, SS. Transitada em julgado a sentenca, na causa em que interveio o assistente, este nao poderá, e111 processo
posterior, discutir a justica da decisáo, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declaracóes e atos do assistido, fora impedido de produzir
provas suscetíveis de influir na sentenca;
II - desconhecia a existencia de alegacóes ou de prevas, de que o assístído, por dolo ou culpa, nao se valeu.

Nessas acóes que tramitam na Iustica Estadual e que sao movidas pelo trabalhador contra o INSS
para caracterizacáo de um acidente de trabalho, o empregador, corno nao é autor ou réu, figura como
um terceiro, estranho ao processo, que nao faz parte da relacáo jurídica processual originalmente
instaurada.
Nao obstante seja estranho ao processo, tem o empregador interesse no deslinde da questáo
porque, se reconhecido o pedido da parte autora, ou seja, se caracterizado o acidente de trabalho,

(76) É da Justíca Federal a competencia para julgar sobre SAT, FAP e também sobre as acóes regressivas previdenciárias.

91
sofrerá consequéncias diretas que nao estáo sendo discutidas naquele processo, como o depósito de
FGTS para o trabalhador, o direito de estabilidade provisória, possível reparacáo indenizatória por
dano, acréscimo no FAP e, consequentemente, no tributo SAT, e, até mesmo, urna futura condenacáo
a ressarcir ao INSS toda a despesa coro os benefícios previdenciários, por meio da acáo regressiva
previdenciária.
O eropregador é, poís, titular de urna relacáo jurídica de direito material diferente daquela que
está sendo discutida na acáo movida pelo trabalhador, mas como seus efeitos podem lhe atíngir,
enquadra-se como "assistente", nos tennos perrnitidos pelo CPC.
Duas sao as modalidades de "assisténcia" permitidas em nossa legislacáo:
a) Assisténcia simples ou adesiva, prevista nos arts. 50 a 53 e no art. 55 do CPC, pela qual o
terceiro, interessado em nao ser futuramente atingido pela sentenca a ser proferida naqueles
autos onde nao figura como parte principal, intervém no processo no intuito de auxiliar urna das
partes (no caso dos acidentes de trabalho, auxiliar o INSS). Os efeitos da sentenca sao imediatos
para as partes principais e mediatos para o assistente (parte nao principal) e podem, inclusive,
nao acorrer para esse último, sendo suficiente comprovar ao juízo da causa sua possibilidade.
b) Assísténcía litisconsorcial, prevista nos arts. 54 e 55 do CPC, quando o terceiro será diretamente
atingido pelos efeitos da sentenca proferida, ou seja, há urna relacáo jurídica entre o terceiro
e o adversário do assistido que será alcancada pelos efeitos daquela sentenca, O assistente
litisconsorcial deveria ser parte no processo e, por alguma razáo, foi deixado de fora, e como
sofrerá indubitavelmente os efeitos da sentenca, pode fazer parte do processo e atuar corno
verdadeiro litisconsorte da demanda, contra o adversário do assistido.
Na situacáo específica dos acidentes de trabalho e sua caracterizacáo por meio de acáo judicial,
nao vejo qualquer efeito direto ao eropregador que o legitime como assistente litisconsorcial, porque,
nao obstante o interesse do autor ero caracterizar a ocorréncia como acidentária, nessa acáo (de
competencia da [ustica Estadual) o objetivo tem natureza eminentemente previdenciária, quanto aos
beneficios pagos pelo sistema (ísencáo de carencia e possibilidade de receber auxílio-acidente).
Os efeitos ao empregador existem, mas sao posteriores e dependem de ato posterior por
parte do eropregado (acáo judicial trabalhista postulando FGTS, estabilidade, indenizacóes) ou do
INSS (insercáo desse acidente na composicáo do SAT ou ingresso de acáo regressiva). Portanto,
entendo presentes os requisitos para urna assisténcia simples, sendo possível (e recomendável)
aos empregadores figurarem como assistentes de defesa do INSS, no intuito de comprovarem a
inexistencia do fator de risco ou nexo entre o trabalho e a enfennidade.

7.2. As;-ao judicial movida pelo empregador


Assim como o trabalhador pode ingressar com acño judicial contra o INSS para caracterizar a
natureza acidentária de urna ocorréncía, também pode fazé-lo o empregador para descaracterizá-la.
Sempre que o INSS descumprir coro a Iegislacáo (procedimento cotidiano e corriqueiro,
infelizmente) e sempre que o empregador tiver elementos de prova suficientes para coroprovar que
nao existe nexo entre a enferrnidade e o trabalho, pode e <leve questionar administrativamente (pelos
recursos a JRPS/CRPS) ou judicialmente a questáo.
A acáo deve ser protocolada na [ustíca Estadual, com fundamento na Constituicáo Federal,
art. 109, bem como na Lei n. 8.213/91, art. 129, sendo isenta de custas e verbas de sucumbéncia:
Constituícáo Federal:
Art. 109. Aos juízes federáis compete processar e julgar:
I - as causas em que a Uniáo, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condicáo de
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falencia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas a [ustica Ele.itoral
e a [ustíca do Trabalho:

[... ]

92
Leí n. 8.213/91:
Art. 129. Os litígíos e medidas cautelares relativos a acídentes do trabalho seráo apreciados:
I - na esfera administrativa, pelos órgáos da Previdéncía Social, segundo as regras e prazos aplicáveis as demais
prestacóes, com príoridade para conclusáo: e

JI - na via judicial, pela [ustica dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as
férias forenses, mediante peticáo instruida pela prova de efetiva notificacáo do evento a Previdéncia Social, a través
de Cornunicacáo de Acidente do Trabalho - CAT.
Parágrafo único. O procedimento judicial de que trata o inciso JI deste artigo é isento do pagamento de quaisquer
custas e de verbas relativas a sucumbéncía,

É extremamente importante que o ernpregador solicite prova pericial médica, mas com inspecáo
do local de trabalho para identificacáo (ou nao) do fator de risco ou agente etíológíco.'?'
Conforme a enfermidade apresentada pelo trabalhador, pode ser interessante a oitiva de
testernunhas, apresentacáo de metas da equipe e outras provas pertinentes a comprovacáo do direito
que está sendo pretendido.
Por fim, também de extrema importáncia solicitar liminar para que, enquanto nao encerrado o
processo judicial com decisáo transitada em julgado, abstenha-se o INSS de co1nputar a ocorréncia no
cálculo do FAP - Fator Acidentário de Prevencáo ou de ingressar com acáo regressiva para cobranca
dos valores gastos com os beneficios previdenciários.

{77) Sobre o tema ver o Capítulo 6, subitem 6.2.2 desta obra. Em 9.7.2015 foi publicada no Diário Oficial da Uniao a Resolucáo INSS
485/2015, dispondo sobre a inspecáo do local de trabalho pela perícia médica do INSS. Se efetivamente o INSS cumprir o disposto na
referida norma, bem como na legislacáo de regencia (Leis ns. 8.213/91 e 9.784/99, principalmente), talvez na próxima edicáo dessa
obra eu tenha como alterar a crítica feita quanto aos procedimentos praticados pelo INSS/MPS. Por ora, infelizmente, as normas em
vigor nao sao observadas, com forte víolacáo de garantías constitucionais.

93

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8.1. Auxilio-doenca
O benefício de auxílio-doenca é devido a todos os segurados do RGPS<78l que, em razáo de
algum acidente ou enfermidade, ficarem temporariamente incapacitados para o trabalho ou para as
atividades cotidianas.
Regra geral, para sua percepcáo o segurado precisa ter completado doze contribuicóes mensais
antes de ficar incapaz (prazo de carencia), e esse requisito somente nao será exigido quando a
enfermidade for grave<79l ou quando a incapacidade decorrer de acídente de qualquer natureza,
sendo a redacáo do art. 26 da Lei n. 8.213/91 a seguinte (redacáo dada pela MP 664/2014):
Art. 26. Independe de carencia a concessáo das seguintes prestacóes:
[... ]
TI - auxílio-doenca e aposentadoria por invalidez nos casos de acídente de qualquer natureza ou causa e de doenca
profissional ou do trabalho, bem corno nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdéncia
Social, for acometido de alguma das doencas e afeccóes especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde
e da Previdéncia Social, de acordo com os critérios de estigma, deformacáo, mutilacáo, deficiencia ou outro fator que
[he confira especificidade e gravidade que merecam tratamento particularizado:
[... ]
Note-se, poís, que se o trabalhador consegue reconhecer a natureza acidentária de sua
enfermidade (existencia de nexo entre a doenca e o trabalho ), terá direito a receber o beneficio de
auxílio-doenca comprovando apenas a qualidade de segurado e a incapacidade, nao se exigindo o
pagamento prévio das doze contribuicóes mensais (carencia).

8.1.1. Qualidade de segurado

Os trabalhadores ernpregados, os empregados domésticos, os avulsos e os segurados especiais


justificam perante o INSS sua qualidade de segurado por meio de comprovacáo do exercício da
atividade laborativa.
Para o empregado, por exemplo, é suficiente a apresentacáo da CTPS regularmente assinada ou,
em sua ausencia, de qualquer outro documento que possa comprovar a efetiva prestacáo de servicos
nessa modalidade, sendo a redacáo do art. 10 da IN INSS n. 77/2015 a seguinte:
Art. 10. Observado o disposto no art. 58, a comprovacáo do vínculo e das remuneracóes do empregado urbano ou
rural, far-se-á por um dos seguintes documentos:
I - da comprovacáo do vínculo empregatício:
a) Carteira Profissional - CP ou Carteira de Trabalho e Previdéncia Social - CTPS;
b) original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregados ou do Livro de Registro de Empregados, onde
conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaracáo fornecida pela empresa, devidamente assínada
e identificada por seu responsável:

(78) Regime Geral de Previdéncia Social.


(79) A lista dessas enfermidades consta do Anexo XLV da lnstrucáo Normativa INSS n. 77/2015, sendo ela a seguinte: a) Tuberculose
ativa; b) Hanseníase; c) Alíenacáo mental; d) Neoplasia maligna; e) Cegueira; f) Paralisia irreversível e incapacitante; g) Cardiopatía
grave; h) Doenc;a de Parkinson; i) Espondiloartrose anquilosante; j) Nefropatia grave; k) Estado avancado da doenca de Paget (osteíte
deformante); 1) Síndrome da Imunodeficiéncia Adquirida - AIDS; m) Contarninacáo por radiacáo com base em conclusáo da medicina
especializada; e n) Hepatopatia grave.

94
e) contrato individual de trabalho:
d) acordo coletivo de trabalho, desde que caracteriza o trabalhador como stgnatárío e comprove seu registro na
respectiva Delegacia Regional do Trabalho - DRT;
e) termo de rescisáo contratual ou comprovante de recebimento do Fundo de Garantía de Tempo de Servico - FGTS;
f) extrato analítico de conta vinculada do FGTS, carimbado e assinado por empregado da Caíxa, desde que constem
dados do empregador, data de admissáo, data de rescisáo, datas dos depósitos e atualizacóes monetarias do saldo,
ou seja, dados que remetam ao período em que se quer comprovar:
g) recibos de pagamento contemporáneos ao fato alegado, com a necessária identificacáo do empregador e do
empregado;
h) declaracáo fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável acompanhada de
cópia autenticada do cartáo, Iivro ou folha de ponto; ou
i) outros documentos contemporáneos que possam vira comprovar o exercício de atividade junto a empresa:
I1 - da comprovacáo das remuneracóes:
a) contracheque ou recibo de pagamento contemporáneos ao período que se pretende comprovar, com a identificacáo
do empregador e do empregado;
b) ficha financeira;
e) anotacóes contemporáneas acerca das alteracóes de remuneracáo constantes da CP ou da CTPS com anuencia do
filiado; ou
d) original ou cópia autenticada da folha do Livro de Registro de Empregados ou da Ficha de Registro de Empregados,
onde conste a anotacáo do nome do respectivo filiado, bem como das anotacóes de remuneracóes, com a anuencia
do filiado e acompanhada de declaracáo fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu
responsável.
§ 12 Na impossibilidade de apresentacáo dos documentos previstos no capui, poderá ser aceita a declaracáo do
empregador ou seu preposto, atestado de empresa ainda existente, certificado ou certidáo de órgáo público ou
entidade representativa, devidarnente assinada e identificada por seu responsável, com afirmacáo expressa de que as
informacóes foram prestadas combase em documentacáo constante nos registros efetivamente existentes e acessíveis
para confirmacáo pelo INSS.
°
§ 22 A declaracáo referida no § 1 deste artigo deverá estar acompanhada de informacóes que contenham as
remuneracóes quando estas forem o objeto da comprovacáo,
§ 3° Nos casos de comprovacáo na forma prevista nos§§ 1° e 22 <leste artigo, deverá ser emitida Pesquisa Externa,
exceto nos casos de órgáo público ou entidades oficiáis por serem dotados de fé pública.
§ 4º A declaracáo do empregador, nos termos do§ 1°<leste artigo, no caso de trabalhador rural, também deverá conter:
I - a qualiftcacáo do declarante, inclusive os respectivos números do Cadastro de Pessoa Física - CPF e do Cadastro
Especifico do INSS - CEI, ou, quando foro caso, do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;
II - identificacáo e enderece completo do imóvel rural onde os servicos foram prestados, bem como, a que título
detinha a posse <leste Imóvel:
III - identificacáo do trabalhador e indicacáo das parcelas salaríais pagas, bem como das datas de início e término
da prestacáo de servicos; e
IV - informacáo sobre a existencia de registro em livros, folhas de salários ou qualquer outro documento que
comprove o vínculo.
§ SQ A comprovacáo da atividade rural para os segurados empregados para fins de aposentadoria por idade de que
trata o art. 143 da Leí n. 8.213, de 1991, até 31 de dezembro de 2010, além dos documentos constantes no caput, desde
que baseada em inicio de prova material, poderá ser feíta por meio de declaracáo fundamentada de sindicato que
represente os trabalhadores rurais ou por duas declaracóes de autoridades, na forma do inciso II do art. 47 ou do
art.100, respectivamente, homologadas pelo INSS.
§ 6° De acordo com o art. 14-A da Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973, com redacáo dada pela Lei n. 11.718, de
20 de [unho de 2008, a comprovacáo da relacáo de emprego do trabalhador rural por pequeno prazo, de natureza
temporaria, poderá ser feíta mediante contrato contendo no mínimo as seguintes informacóes:
I - expressa autorizacáo em acordo coletivo ou convencáo:
TI - identificacáo do produtor rural e do imóvel rural onde o trabalho foi realizado e identificacáo da respectiva
matrícula; e
III - ldentificacáo do trabalhador, corn a indicacáo do respectivo NIT.

95
§ r- O contrato de trabalho considerado nulo produz efeitos previdenciários até a data de sua nulidade, desde que
tenha havido a prestacáo efetiva de trabalho remunerado, observando que a ñlíacáo a Previdéncia Social está ligada
ao efetivo exercício da atividade, na forma do art, 20 do RPS, e nao a validade do contrato de trabalho.
[... ]
Para o trabalhador avulso, os arts.15e16 da IN INSS n. 77/2015 disciplinam sobre a documentacáo
necessária, com enfoque para a existencia de uro documento contemporáneo que co1nprove o
exercício de atividade e a remuneracáo, ou do certificado do órgáo de gestáo de máo de obra ou do
sindicato da categoría.
O ernpregado doméstico, por sua vez, tem a comprovacáo do vínculo norrnatizada pelo art. 19 da
IN INSS n. 77/2015, onde se pode observar a exigencia, por parte do INSS, do efetivo recolhimento das
contribuicóes. No entanto, por ser a responsabilidade de pagamento do empregador, compreendo que
a essa categoria devem ser aplicadas as mesmas regras dispostas para os empregados das empresas,
coro presuncáo do recolhimento (Lei n. 8.212/91, art. 33) e sendo necessária apenas a comprovacáo
da efetiva prestacáo dos servicos. Essa é a leitura, inclusive, que podemos extrair também da nova
redacáo dos arts. 27 e 34 da Lei n. 8.213/91, promovida pela LC 150/2015.
O segurado especial, por fim, igualmente precisa fazer prova de sua condicáo, mediante
apresentacáo de documentos contemporáneos que sirvam a essa finalidade, exemplifícadamente
descritos nos arts. 47 a 54 da IN INSS n. 77/2015.
Importa observar, contudo, que desde 31.12.2008 (data de publicacáo do Decreto n. 6.722/2008)
os dados constantes do CNIS - Cadastro Nacional de Informacóes Sociais servem como prova plena
para a cornprovacáo da qualidade de segurado (IN INSS n. 77/2015, art. 58 e seguintes). Referido
cadastro é mantido pelo INSS e alimentado pelos formulários GFIPs ( encaminhados mensalmente
pelas empresas) e pelas guias avulsas de recolhimento. Assim, somente se o Cadastro nao possuir
informacáo sobre o exercício da atividade (ou estiver coro informacáo incorreta) é que o segurado
necessitará apresentar a documentacáo mencionada, no intuito de comprovar sua qualidade de
segurado perante a Previdéncia Social.
Também é importante registrar que mesmo após a rescisáo contratual ( ou paralisacáo das
contribuicóes regulares) os trabalhadores permanecem protegidos pelo sistema, mantendo sua
qualidade de segurado por um determinado interregno, denominado "período de graca", conforme
protecáo constante do art. 15 da Lei n. 8.213/91. A regra é simples:
a) em qualquer modalidade de rescisáo contratual e independentemente das raz6es de paralisacáo do exercício da
atívidade, a qualidade de segurado se mantém pelo prazo de 12 meses.
b) conseguindo o trabalhador cornprovar situacáo de desemprego involuntárío, o prazo inicial se estenderá por mais
12 meses, o que também ocorrerá se tiver contribuído por mais de dez anos para a Previdéncia Social, antes da
paralisacáo das contribuicóes.
O § 4º do art. 15 da Lei n. 8.213/91 ainda dispóe que, encerrados os prazos de 12, 24 ou 36
meses de protecáo, a qualidade de segurado nao se encerrará automaticamente, mas sim no dia 16
do segundo més subsequente a esse encerramento. O prazo de 12 meses, portante, acaba sendo de
13 meses e 15 días: o prazo de 24 meses, de 25 meses e 15 dias e, consequentemente; o prazo de 36
meses, de 37 meses e 15 dias.
O conhecimento dessa regra é de extrema importancia, pois é comum encontrarmos sítuacóes
cotidianas ero que a e1npresa, nao concordando coro a natureza acidentária da enfennidade alegada
pelo trabalhador, promove sua rescisáo contratual ainda dentro do suposto período de estabilidade
a que teria direito, se de fato o ocorrido for uro acidente de trabalho. Esse trabalhador certamente
ingressará coro reclamatória trabalhista postulando pela caracterizacáo do acidente, nulidade da
dispensa, reintegracáo e, conforme o caso, até mesmo por indenizacóes. O benefício previdenciário
de auxílio-doenca, no entanto, nao lhe será negado pelo INSS em razáo da rescísáo praticada, sendo
perfeitamente possível (e devido) seu requerimento diretamente a autarquía federal.
Eventual rescisáo, portanto, nao impede o trabalhador de perceber da Previdéncia Social o
benefício a que possuí direito, sendo suficiente comprovar que exerceu atividade profissional naquela

96
modalidade (empregado, avulso ou segurado especial) e que se encentra, no momento do requerimento
ao INSS, ainda dentro do prazo de manutencáo da qualidade de segurado (período de graca).

8.1.2. Incapacidadetemporária

A incapacidade para o trabalho deverá ser cornprovada por meio de documentos médicos
(atestado, exarnes, receitas, relatórios, cópia do prontuário clínico etc.), apresentados ao perito médico
do INSS na data designada para tal finalidade.
Importa destacar que o benefício nao é pago em razáo da doenca ou do acidente em si, mas
sirn da incapacidade que ela proporciona por um determinado período. A preva médica, portante,
nao <leve se limitar ao diagnóstico, mas abranger, também, quais as limitacóes que sao impostas ao
trabalhador em face de sua existencia.
O art. 3Q da Resolucáo CFM n. 1658/2002 disp6e claramente sobre os requisitos de um atestado
médico para fins de pericia (administrativa ou judicial), sendo a redacáo do dispositivo a seguinte
(destaque rneu):
Art. 3u Na elaboracáo do atestado médico, o médico assistente observará os seguintes procedimentos:
[ ... )
Parágrafo único. Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu representante legal para fins de pericia médica
deverá observar:
I - o diagnóstico;
II - os resultados dos exames complementares;
III - a conduta terapéutica;
IV - o prognóstico:
V - as consequéncias a saúde do paciente;
VI - o provável tempo de repouso estimado necessario para a sua recuperacáo, que complementará o parecer
fundamentado do médico perito, a quern cabe legalmente a decísáo do beneficio previdenciário, tais como:
aposentadoria, invalidez definitiva, readaptacáo:
VII - registrar os dados de maneira legível;
VIII - identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no CRM.

Caso seja de interesse, o trabalhador pode se fazer acompanhar de seu médico assistente no dia
da perícia.

8.1.3. Valor do benefício

Até a data de 28.4.1995, o beneficio de auxílio-doenca decorrente de acidente de trabalho possuía


tratarnento diferenciado, mais benéfico para o trabalhador, en1 relacáo ao cálculo.
O INSS deveria calcular a média aritmética simples dos últimos 36C80> salários de contribuicáo do
trabalhador, ou seja, últimos 36 valores de remuneracáo mensal, e comparar o resultado como último
salário de contribuicáo percebido antes do acidente (última rernuneracáo), utilizando corno base de
cálculo para o auxílio-doenca o maior dos valores. A renda mensal do auxílio-doenca correspondía
a 92°/o desse cálculo.
Referida regra constava da redacáo original do§ 12 do art. 28, c/c a alínea b do ar. 61, ambos da
Lei n. 8.213/91 que, infelizmente, foi alterada pela Lei n. 9.032, publicada em 29.4.1995, data a partir

(80) Esses 36 valores nao precisavam ser sequenciais e ininterruptos, sendo possível buscá-Ios num período de até 48 meses - Leí
n. 8.213/91, art. 29, redacáo original.

97
da qual extinguiu-se qualquer tratamento diferenciado aos benefícios acidentários, ern rnatéria de
cálculo. A base de cálculo (denominada corno salário de benefício) passou a corresponder a média
simples dos últimos 36 salários de contribuicáo sem qualquer cornparacáo com a remuneracáo da
ativa, e o percentual passou a ser de 91 o/o para toda e qualquer situacáo (acidente do trabalho ou nao).
A contar de 29.11.1999 nova alteracáo ocorreu pela Lei n. 9.784/99, que estendeu o prazo da
média aritmética. A nova regra, disposta no art. 29 da Lei n. 8.213/91, determinou a utilizacáo dos
salários de contribuicáo desde 07/1994 até o més anterior ao início do benefício, com exclusa o dos
20% menores valores e média efetiva apenas dos 80°/o que sobrarem (maiores valores, por óbvio). O
resultado desse cálculo é denominado como salário de beneficio, e o auxílio-doenca corresponde a
91 % do montante obtido.
Urna última alteracáo ocorreu corn a Medida Provisória n. 664, publicada em 30.12.2014 e,
posteriormente, convertida na Lei n. 13.135 (DOU de 18.6.2015)<81l, que acrescentou ao art. 29 o§ 10,
com a seguinte redacáo:
Art. 29. Art. 29. O salário de beneficio consiste:
[... ]
§ 10. O auxílio-doenca nao poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários de contribuicáo,
inclusive no caso de remuneracáo variável, ou, se nao alcancado o número de doze, a média aritmética simples dos
salários de contribuicáo existentes.

Essa comparacáo corn a média simples dos últimos doze salários de contribuícáo teve sua vigencia
iniciada em lQ.3.2015. O INSS continua sendo obrigado a calcular a média dos 80% maiores salários
de contribuicáo desde 07/04 e aplicar sobre esse montante os 91 ºlo do benefício, mas deve co1nparar o
resultado final coma média dos últimos doze meses, pagando ao trabalhador o menor valor.
Note-se, pois, que desde 29.4.1995 a regra de cálculo e o percentual de um auxílio-doenca
acidentário (decorrente de acidente de trabalho, codificado corno B-91 pelo INSS) sao exatamente os
mesmos dos benefícios de auxílio-doenca previdenciários (nao acidentários, codificados como B-31
pelo INSS), sern qualquer diferenca,
Tambérn é possível observannos que, como a média utiliza remuneracóes do trabalhador desde
07/1994, pode ser que o montante recebido de auxílio-doenca seja superior ou inferior ao salário
da ativa. Se inferior, nao há obrigacáo legal de o ernpregador completar a diferenca, exceto se a
isso estiver obrigado por forca de documento coletivo da categoria profissional. Confira-se, nesses
termos, o art. 63 da Lei n. 8.213/91:
Art. 63. O segurado empregado em gozo de auxílio-doenca será considerado pela empresa como licenciado.
Parágrafo único. A empresa que garantir ao segurado licenca remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o
período de auxílio-doenca a eventual diferenca entre o valor <leste e a importancia garantida pela licenca.

Para o segurado especial, o auxílio-doenca corresponderá ao valor do salário mínimo.P" exceto


se esse trabalhador optou por contribuir para a Previdéncia Social, corno segurado facultativo.P"
com valores superiores, hipótese ern que será efetuado o mesmo cálculo adotado para os demais
trabalhadores. Eisa redacáo do art. 39 da Leí n. 8.213/91:
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VIT do art, 11 desta Leí, fica garantida a concessáo:
I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doenca, de auxílio-reclusáo ou de pensáo, no valor
de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontinua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do beneficio,
igual ao número de meses correspondentes a
carencia do beneficio requerido; ou

(81) A alteracáo pro posta pela MP 664, quanto a esse tópico, foi aprovada pelo Congresso Nacional. Como houve alteracóes em outros
dispositivos da Medida Provisória, essa foi transformada em Projeto de Lei de conversao (n. 04/2015) e encaminhado a Presidencia da
República. No Diário Oficial da Uniáo de 18.6.2015 foi publicada a Lei n. 13.135, ora em vigor.
(82) Atualmente, R$ 788,00.
(83) Segurado facultativo é aquele que nao está obrigado a contribuir para a Previdéncia Social, mas o faz por vontade própria. Esse
tipo de contribuinte pode escolher livremente o montante com o qual deseja contribuir, observando-se um valor mínimo (salário
mínimo) e um valor máximo (atualmente R$ 4.663, 75) de base de cálculo.

98
IJ - dos beneficios especificados nesta Leí, observados os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que
contribuam facultativamente para a Previdéncia Social, na forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade
Social.

8.1.4. Data de início do beneficio - Pagamento, pela empresa, dos primeiros quinze dias
de afastamento

a
Quando a incapacidade acomete um trabalhador empregado, cabe empresa, por forca da Lei
n. 8.213/91, o pagamento dos primeiros días de afastamento, independentemente de ser decorrente,
ou nao, de um acidente de trabalho.
Até 28.2.2015 o empregador se responsabilizava pela primeira quinzena de atestado médico,
sendo devido o benefício de auxílio-doenca, pelo INSS, somente a contar do 162 dia de afastamento.
Para os demais segurados (que nao sao classificados como empregados), ao INSS cabia o pagamento
de todo o período de incapacidade, desde o primeiro dia de atestado, desde que o afastamento tivesse
duracáo superior a quinze dias.
A contar de 1 Q.3.2015, por forca das alteracóes trazidas a Lei n. 8.213/91 pela Medida Provisória
n. 664/2014, duas modificacóes importantes foram introduzidas quanto ao tópico:
a) a empresa passou a se responsabilizar pelo pagamento dos afastamentos com duracáo de até 30 días: e
b) para os demais segurados, coma revogacáo expressa do art. 59, o INSS concederá o beneficio de auxílio-doenca
mesmo para incapacidades com duracáo inferior a 15 dias.
Confira-se como ficou a redacáo dos dispositivos em comento:
Art. 59. Revogado
Art. 60. O auxílio-doenca será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividade habitual,
desde que cumprido, quando for o caso, o período de carencia exigido nesta Leí:
I - ao segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro día do afastamento da atividade ou a partir da data de
entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de quarenta
e cinco días: e
IT - aos dernais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerímento, se entre essas
datas decorrerem mais de trinta dias.
§ 12 Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) días, o auxílío-doenca será devido
a contar da data da entrada do requerirnento.
§ 22 Revogado
§ 3° Durante os primeiros trinta dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doenca ou de
acidente de trabalho ou de qualquer natureza, caberá a empresa pagar ao segurado empregado o seu salario integral.
[... )

Ocorre que tais alteracóes, propostas pela MP, nao foram aceitas pelo Congresso Nacional e, na
data de 18.6.2015, quando da publicacáo da Lei n. 13.135, voltou a vigorar a redacáo original dos arts.
59 e 60 da Lei n. 8.213/91. Assim, tao logo se encerre o prazo de 15 días de afastamento, pago pela
e1npresa, deve o trabalhador requerer junto ao INSS a concessáo do auxílio-doenca.
Os demais segurados (nao classificados como empregados de empresa) podem requerer o
benefício diretamente ao INSS e, sendo concedido, o beneficio retroagirá ao primeiro día de atestado.
Abro aqui u1n paréntese para abordar essa obrigatoriedade por parte das empresas, quanto ao
pagamento dos primeiros días de afastamento. U1n primeiro questionamento refere-se a competencia
da Lei n. 8.213/91 (e da MP 664/2014) quanto a fixar tal obrigacáo, porque, nos termos da CF/88, arts.
194, 195 e 201, cabe a Prevídéncia Social o pagamento dos benefícios e as empresas e trabalhadores o
custeio desse sístema.

99
A empresa contribuí, via de regra, coma alíquota de 20% para o custeio da Seguridade Social e
contribuí também para o Seguro de Acidentes de Trabalho (alíquotas de 1 °/o, 2°/o ou 3o/o, conforme a
atividade económica) para, justamente, custear os beneficios decorrentes dos acidentes de trabalho.
Cabe, pois, aSeguridade Social, mais específicamente a
Previdéncia Social, o pagamento dos
benefícios, em sua integralidade, assim como faz para os demais segurados que nao sao classificados
como empregados.
Entendo, pois, pela inconstitucionalidade desse pagamento por parte do empregador, inclusive
no período em que pennaneceu por 30 dias (vigencia da MP 664/2014), como gravame, ainda, de ter
sido fixado por Medida Provisória, sem qualquer relevancia ou urgencia.
Outro ponto de destaque é a ausencia de contribuicáo previdenciária sobre tal período, em
face das dísposicóes do art. 195 da CF/88 e do art. 22 da Lei n. 8.212/91. A Previdéncia Social insiste
na cobranca da contribuicáo (automática, inclusive, por GFIP), sendo necessário o ingresso de acáo
judicial para a observancia da legíslacáo e já sendo pacífico o entendimento do STJ a respeito. Sobre
o tema, ver o Capítulo 10, subitem 10.1, desta obra.
De toda forma, e até que se declare tal inconstitucionalidade e tal ilegalidade, é fato que a
empresa <leve arcar com esse pagamento, mas cabendo a ela, por seu servico médico (próprio ou em
convenio) o exame médico e o abono das faltas.
Cabe, poís, ao médico da empresa verificar a documentacáo trazida pelo trabalhador para
cornprovacáo da enfermidade/lesáo e do prazo de afastamento, bem como concordar ou nao corn
ela e fixar os días de ausencia que seráo abonados. Essa é a regra disposta no § 42 do art. 60 da Lei
n. 8.213/91:
Art. 60. O auxilio-doenca será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividade habitual,
desde que cumprido, quando foro caso, o período de carencia exigido nesta Lei:
[... ]
§ 4il A empresa que dispuser de servico médico, próprio ou em convenio, terá a seu cargo o exame médico e o abono
a
das faltas correspondentes ao período referido no § 32 e semente deverá encaminhar o segurado pericia médica da
Previdéncia Social quando a incapacidade ultrapassar trinta días.
[... ]
,
E perfeitarnente possível, pois, que o médico analise esses documentos e que examine clínicamente
o trabalhador, sendo-lhe permitido, em caso de dúvida, entrar em contato como médico assistente e
obter dele os esclarecimentos necessários.
A preferencia do médico da e1npresa, em detrimento de qualquer outro, é reconhecida em nossos
Tribunais, conforme ilustra a decisáo proferida pelo TRT da 7ª Regiáo, bem como pela Súmula n. 282
do TST:
RECURSO ORDINARIO. ATESTADO MÉDICO DA EMPRESA. SÚMULA N. 282 DO TST. PREVALENCIA.
MUDAN\:A DE FUN\:ÁO NAO CONFTRJv1ADA. DANO MORAL NÁO CONFIGURADO. Conforme as Súmulas
ns. 15 e 282, ambas do TST, o atestado médico da empresa tem prevalencia sobre o atestado de médico particular
da obreira. No caso, o médico da empresa nao confirmou o atestado médico particular que opinava pela mudanca
de funcáo da obreira, mas concluiu que a reclamante estava apta para o trabalho. Pelo exposto, de se afastar o dano
moral, visto que a empregadora observou os ditames lega is. Recurso ordinario conhecido e provido. (TRT 7n Regíáo.
ROPS 0000576-37.2014.5.07.0016, 2ª Turma, Des. Francisco José Gomes da Silva, Publicacáo em 11.2.2015)
Súmula n. 282, TST: ABONO DE FALTAS. SERVI<;O MÉDICO DA EMPRESA - Ao servico médico da empresa ou
ªºmantido por esta última mediante convenio compete abonar os primeíros 15 (quinze) dias de auséncía ao trabalho.

Quando os afastamentos forem sucessivos, sem que completem trinta días consecutivos, deverá
ser aplicada a regra trazida pelo art. 75 do Decreto n. 3.048/99, combinada com os arts. 302 e 303 da
IN INSS n. 77/2015, qual seja:

100
• Se forem apresentados atestados com duracáo inferior a 30 dias (e retorno ao trabalho entre um e outro) deverá a
empresa verificar se informam a mesma doenca e se entre eles nao decorreu prazo superior a 60 dias. Se for a mesma
doenca e se estiver no prazo referido, deverá a empresa sornar um e outro atestado, até que se complete o prazo de 30
días. A contar do 312 de afastamento, o trabalhador deverá requerer o beneficio junto ao JNSS.

• Se o atestado for de exatos 30 días, com retorno ao trabalho e, posteriormente, for apresentado novo atestado,
deverá também verificar se se trata da mesma enfermidade e se entre os mesmos nao houve decurso de mais de 60
dias. Se for a mesma doenca e estiver no prazo referido, o trabalhador deverá requerer o beneficio de auxílio-doenca
ao INSS para recebimento desse segundo atestado médico.

• Se o atestado for superior a 30 días, a empresa pagar esse primeiro período e o trabalhador receber auxílio-doenca,
com retomo ao trabalho após a alta médica e seu cancelamento. Na sequéncia, após alguns días de trabalho, volta a
apresentar atestado médico. Nessa hipótese, também deverá a empresa verificar se se trata da mesma enfermidade
e se houve decurso de menos de 60 días entre a alta e o novo afastamento, hipótese ern que o trabalhador deverá ser
encamínhado diretarnente ao TNSS para reabertura do beneficio anterior.é"

É possível verificarmos, pois, que a obrigacáo da empresa se limita ao pagamento dos primeiros
quinze días quando se trata da mesma enfermidade e quando entre os atestados apresentados há
prazo de até sessenta días. Apenas registra a IN INSS n. 77/2015, em seu art. 302, que a e1npresa deve
informar essa ocorréncia ao INSS:
Art. 302. Nos casos de afastamentos sucessivos pela mesma doenca, dentro dos sessenta días, nos termos dos§§ 3° e
42 do art. 75 do RPS, a empresa deverá informar todos os períodos de afastarnento e retorno a atividade.

Reiteramos que, urna vez comprovada a necessidade de afastamento por mais de quinze días,
deve a e1npresa entregar ao trabalhador o formulario denominado "Requerimento de Benefício por
Incapacidade",(85> orientando-o de que <leve solicitar ao INSS a concessáo do beneficio de auxilio-
-doenca. E é nesse documento que deve informar os afastamentos sucessivos pela mesma doenca, se
existentes.
Esse requerimento por parte do trabalhador ao INSS pode ser efetuado pelo telefone 135 ou pela
intemet, conforme já abordado no subitem 6.1 desta obra.

Se o empregador concordar que se trata de acidente de trabalho, terá emitido a CAT, e esse
documento deverá ser entregue ao perito médico do INSS juntamente com os documentos médicos
que comprovam a incapacídade, na data agendada para a pericia. Caso a CAT nao tenha sido
emitida pelo empregador, pode o próprio empregado preencher o formulário e entregá-lo, assim
como também podem preenché-lo o médico que lhe prestou atendimento, o sindicato da categoria
ou qualquer autoridade pública.

8.1.5. Manutencáo do benefício

Para que o benefício seja mantido enquanto perdurar a situacáo de incapacídade, o


trabalhador deve se submeter as perícias médicas (a cargo da Previdéncia Social, realizadas pelo
INSS) sempre que for convocado a esse cornparecimento, bem corno participar de processo de
reabilitacáo profissional ou tratamento, prescrito pelo INSS e custeado pela Previdéncia Social,
exceto procedimentos cirúrgicos e transfusáo de sangue, que podern ser recusados pelo segurado
- Lei n. 8.213/91, art. 101.

(84) IN INSS n. 77/2015, art. 309: No caso de novo requerimento, se a pericia médica concluir que se trata de direito a mesma espécie
de beneficio, decorrente da mesma doenca e sendo ñxada a DIB até sessenta dias contados da data da DCB do anterior, será indeferido
o novo pedido, restabelecido o beneficio anterior e descontados os dias trabal hados, quando foro caso.
Parágrafo único. Na sltuacáo prevista no caput, a data de inicio do pagamento - DIP será ftxada no dia imediatamente seguinte ao da
cessacáo do beneficio anterior, ftcando a empresa, no caso de empregado, desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros
dlas do novo afastamento, conforme previsto no § 32 do art. 75 do RPS.
(85) Modelo constante do Capítulo 14, subitem 14.4.

101
8.1.6. Cancelamento do beneficio - alta irregular pelo INSS e procedimento das partes

A Previdéncia Social deve manter o pagamento do auxílio-doenca até que o trabalhador nao
apresente mais incapacidade para o exercício da atividade habitualmente desenvolvida, ou seja, até
que possa retomar normalmente ao trabalho.
Se a perícia médica do INSS entender pela impossibilidade de retomo a mesma atividade, deve
encaminhar o trabalhador para o processo de reabilítacáo profissional, para que seja treinado para
atividade diversa.
Por fim, se entender pela impossibilidade de retorno até mesmo para profissáo diversa, deverá
cessar o pagamento do auxílio-doenca, mas conceder, imediatamente, o benefício de aposentadoria
por invalidez.
Pela regra disposta no art. 62 da Leí n. 8.213/91, bern como nos arts. 78 e 79 do Decreto n. 3.048/99,
a Previdéncia Social nao pode, de forma alguma, cancelar o benefício do trabalhador enquanto este
permanecer incapaz ou enquanto nao reabilitado para atividade diversa da habitual. Pode, contudo,
conforme permissáo do Decreto n. 3.048/99, art. 78, estabelecer um prazo que entende suficiente para
a recuperacáo da capacidade laborativa (prazo estabelecido pela perícia médica).
Trata-se da alta programada, praticada desde 2006 pelo INSS, em que o perito médico, ao
examinar o trabalhador, concede o benefício e, no mesmo ato, já indica a data em que o benefício
será cancelado, independentemente de nova pericia. Sendo o prazo insuficiente para a recuperacáo
do segurado, é possível um Pedido de Prorrogacáo (pelo telefone 135 ou internet), que deve ser
feito no prazo de até quinze dias antes da alta programada fixada originalmente. Se nessa perícia
de prorrogacáo o médico do INSS entender pela recuperacáo da capacidade e manutencáo da alta,
cabível um Pedido de Reconsideracáo, no prazo de trinta dias. Nesses termos confiram-se os arts.
é

304 a 306 da IN INSS n. 77/2015:


Art, 304. O INSS poderá estabelecer, mediante avaliacáo médico-pericial. o prazo suficiente para a recuperacáo da
capacidade para o trabalho do segurado.
§ J!!Na análise médico-pericial deverá ser fixada a data do inicio da doenca - DID ea data do inicio da incapacidade -
DII, devendo a decisáo ser fundamentada a partir de dados clínicos objetivos, exarnes complementares, comprovante
de internacáo hospitalar, atestados de tratamento ambularorial, entre outros elementos, conforme o caso, sendo que
os critérios utilizados para fixacáo dessas datas deveráo ficar consignados no relatório de conclusáo do exame.
§ 22 Caso o prazo fixado para a recuperacáo da capacidade para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual se
revele insuficiente, o segurado poderá:
I - nos quinze dias que antecederetn a DCB, solicitar a realízacáo de nova perícia médica por meio de pedido de
prorrogacáo - PP;
H - após a DCB, solicitar pedido de reconsideracáo - PR, observado o disposto no § 32 do art. 303, até trinta
dias depois do prazo fixado, cuja pericia poderá ser realizada pelo mesmo profissional responsável pela avaliacáo
anterior; ou
III - no prazo de trinta dias da ciencia da decisáo, interpor recurso a JRPS.
Art. 305 - No caso de indeferimento de perícia inicial (AXl) e PP, poderá ser solicitado PR ou interposto recurso a
JR/CRPS no prazo de até trinta dias, contados da cornunicacáo da conclusáo contrária.
§ 12 O PR será apreciado por meío de novo exame médico pericial em face da apresentacáo de novos elementos por
parte do segurado, podendo ser realizado por qualquer perito médico, inclusive o responsável pela avaliacáo anterior.
§ 22 O prazo para apresentacáo do PR é de até trinta días, contados:
I - da data de realizacáo do exame de conclusáo contrária, nos casos de perícia inicial;
TI - do dia seguinte a Data da Cessacáo do Beneficio - DCB, ressalvada a existencia de PP nao atendido ou negado; e
IIT - da data da realizacáo do exarne da decisáo contrária do PP.
§ 32 Nao caberá solicitacáo de novo PR em beneficio no qual já tenha ocorrido outro PR.

102
§ 4º No caso de indeferimento do PR poderá ser interposto recurso á JR/CRPS no prazo de até trinta días, contados da
comunicacáo da conclusáo contrária.

Art. 306. Constatada incapacidade decorrente de doenca diversa da geradora do beneficio objeto de PP ou PR, com
alteracáo do Código Internacional de Doencas - CID devidamente justificado, o pedido será transformado em
requerimento de novo benefício, independente da data de fixacáo da DII, observando-se o cumprimento do requisito
carencia, se for o caso.
Parágrafo único. A DIB e a D.IP seráo fixadas:
I - no dia seguinte a DCB, se a DH for menor ou igual a data da cessacáo do beneficio anterior; e
U - na DII, se a DII for maior que a data da cessacáo do beneficio anterior.

Nao obstante essas sejam as disposicóes legais e normativas sobre o terna, a prática tem se
mostrado completamente diferente, sendo comum o INSS cancelar o pagamento do auxílio-doenca
de pessoas ainda enfermas, com incapacidade.
O que acontece nesses casos, quando se trata de trabalhador empregado, é o comparecimento ao
local de trabalho, com apresentacáo de dois documentos:
a) o cancelamento feito pelo INSS; e
b) um atestado médico (emitido pelo médico assistente) informando a persistencia da
enfennidade e da incapacidade laborativa.
Ternos, entáo, que trabalhar com duas possibilidades: ou o INSS agiu ilegalmente cancelando
o benefício ou o trabalhador (e seu médico assistente) está tentando fraudar a Previdéncia Social,
obtendo benefício ilegahnente.
Qualquer que seja a hipótese, nao temo empregador absolutamente nenhuma responsabilidade,
gerenciamento ou possibilidade de resolver a situacáo. Nao há jurídicamente qualquer forma da
empresa obrigar (ou mesmo solicitar) ao INSS que altere sua decísáo anterior e que proceda a
reabertura do benefício cancelado, ainda que nao se trate de fraude.
Quem precisa fazer algo a respeito é o próprio trabalhador, seja ingressando com os recursos
administrativos possíveis (pedido de reconsideracáo, recurso a JRPS) ou postulando judicialmente
(contra o INSS) pela reabertura do benefício até que esteja capaz para o retorno ao trabalho.
Sequer o exame médico de retorno deve ser providenciado pelo empregador, já que a Norma
Regulamentadora n. 07 (PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional) determina
que esse seja realizado no primeiro dia de retorno e já que o trabalhador, ao apresentar o atestado
de seu médico assistente, está a informar que permanece incapaz, sem possibilidade de retorno.
Confiram-se os exatos termos dos subitens que tratam do tema (destaque meu):
7.4.1. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realizacáo obrigatória dos exames médicos:
a) admissional:
b) periódico;
e) de retomo ao trabalho:
d) de mudanca de funt;ao;
e) demissional.
[... )
7.4.3.3. No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao
trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) días por motivo de doenca ou acidente,
de natureza ocupacional ou nao, ou parto.

Nao havendo efetívo retorno ao trabalho, nao há, poís, que se falar ou pretender a realizacáo do
exame médico de retorno.

103
Tampouco é possível ao empregador permitir que o empregado retorne as atividades quando esse
apresentou atestado de seu médico assistente afirmando a persistencia da incapacidade. E nao há que
se argumentar ser obrigacáo da empresa analisar esse atestado e abonar novamente as faltas, porque,
nos tennos da Lei n. 8.213/91, como já observado no subitem 8.1.4, tal procedirnento existe sornen te nos
prirneiros dias de afastarnento de urna determinada enferrnidade, cabendo ao INSS, depois, manter o
beneficio até a recuperacáo da capacidade laborativa do segurado. Nao há, absolutamente, nenhum
dispositivo legal ou normativo determinando que o médico da empresa deva analisar e corroborar
com todos os atestados emitidos pelos médicos assistentes.P" durante o tratamento e a incapacídade.
Essa funcáo é, ao contrário, do perito médico do INSS, que semente pode contrariar a opiniáo do
médico assistente se tiver elementos que comprovem a recuperacáo para o trabalho.
E o trabalhador deve agir rapidamente, seja administrativamente ou com o ingresso de acáo
judicial, porque o INSS terá cancelado o pagamento, e a e1npresa1 por sua vez e como já explicado,
nao tero qualquer obrigacáo de remunerar esses dias de ausencia. Ou seja, em decorréncia do ato
ilegal praticado pela pericia médica do INSS (e inconstitucional, porque fere também o art. 194 e o
art. 201 da CF/88), o trabalhador ficará sem qualquer renda até que consiga reabrir o benefício que
foi cancelado.
Qualquer acáo de indenizacáo (pelos prejuízos sofridos no período sem a rernuneracáo, inclusive
morais) deve ser requerida em face do INSS, e nao do empregador, que, como já dito, nao tem como
interferir nos atos da Previdéncia Social e nem tampouco qualquer obrigacáo em remunerar, no lugar
do INSS1 os dias de incapacídade. Note-se que os empregadores e os trabalhadores pagam tributos
altíssimos (CF/88, art. 195) para que a Previdéncia Social pague o benefício durante o período de
incapacidade (CF/88, arts. 194 e 201), seja ela acidentária ou nao.
Pensar que o empregador é responsável pela situacáo de inconstitucionalidade e ilegalidade
praticada pelo INSS, responsabilizando-o pelo período de afastarnento, é contrariar toda e qualquer
legíslacáo trabalhista e previdenciária, além de, socialmente, deixar de resolver efetivamente o
problema, já que o INSS nao sofre qualquer punicáo e permanece praticando a alta para pessoas
ainda incapazes. É o que a [ustica do Trabalho está a fazer, infelizmente, nas decisóes que vém sendo
praticadas, como ilustra a noticia divulgada pelo TRT da 3ª Regiáo:
Publicado ern 13 de Setembro de 2013 as 10h13
TRT3 - Empregador é responsável por pagamento de parcelas contratuais após alta previdenciária
A [ustica do Trabalho mineira tem julgado muitas reclamacóes questíonando a decísáo do empregador de impedir
o retorno ao trabalho depois que o empregado recebe alta do INSS. É que tem sido comum a situacáo em que o
órgáo previdenciário concede alta ao trabalhador após o afastamento para tratamento de saúde e, quanto este se
apresenta de volta ao trabalho, o médico da empresa entende que ele continua inapto para reassumir suas funcóes.
Aí o empregado se ve numa situacáo difícil: sem poder voltar ao emprego, sem receber salario e ainda sem o beneficio
previdenciário.
O entendimento que tem prevalecido nos julgamentos do TRT de Minas é o de que o empregador deve arcar com
o pagamento das parcelas contratuais após a alta previdenciária. Nesse sentido também foi o posicionamento
adorado pela Turma Recursal de [uiz de Fora, ao analisar o recurso de urna trabalhadora que protestou contra a
decisáo que havia lhe negado esse direito. A reclamante contou que ficou afastada pelo JNSS por motivo de doenca e
quando foi liberada pela pericia para retornar ao trabalho, a empregadora nao permitiu, já que o servico médico da
empresa diagnosticou incapacidade laboral. Dando razáo a reclamante, a Turma de julgadores modificou a sentenca
e condenou aré, urna empresa de servícos, ao pagamento das verbas contratuais devidas no período do afastamento
previdenciário.
Conforme ponderou o relator, desembargador Luiz Antonio de Paula Iennaco, a iniciativa de impedir o retorno ao
trabalho após a cessacáo do beneficio previdenciá6rio foi do empregador. Este manteve o contrato de trabalho em
vigor, de modo que a reclamante perrnaneceu a sua disposicáo. Portante, a empresa deve responder pelos efeitos

(86) A maioria das empresas, inclusive, nao tem servíco médico interno (por nao serem obrigadas, em razáo do número de empre-
gados e grau de risco) e terceirizam o trabalho do PCMSO. Esses exames custarn valor considerável, e como sao costeados pelo em-
pregador, só precisam ser obrigatoriamente realizados nas hipóteses determinadas na própria NR-7, e nao conforme solicitacáo do
empregado nem tampouco para subsidiar pedido junto ao INSS. A docurnentacáo médica que será entregue no INSS deve ser fornecida
pelo médico assistente do trabalhador, seja particular, de convenio ou do SUS.

104
pecuniáríos dessa suspensáo contratual, ainda que nao tenha havido prestacáo de servico. O que nao se pode admitir
é que a reclamante nao receba salários para prever o seu sustento e ao mesmo tempo fique atrelada a um contrato cujo
empregador lhe recuse trabalho, ñcando, portante, sem receber salário nem beneficio, destacou no voto.
Segundo o desembargador, diante da conclusáo do JNSS de que a reclamante estava apta a exercer suas ativídades,
cabia a empresa permitir o seu retorno, ainda que em outra funcáo, compatível coma sua condicáo de saúde. O ma-
gistrado lernbrou que art, 89 da Lei n. 8.213/91 assegura a reabilitacáo profissional do trabalhador cuja capacidade
de trabalho tetilla sido reduzida. Nesse contexto, considerou que a perícia médica realizada pelo INSS, que concluiu
pela aptidáo da trabalhadora, deve prevalecer, ainda que o servico médico empresarial tenha chegado a conclusáo
diferente. De acordo como relator, o ordenamento jurídico ainpara a determinacáo de pagamento dos salários du-
rante esse período pela reclamada, já que, cessado o beneficio previdenciário, o contrato da reclamante encontrava-se
em vigor (art. 4º da CLT).
Citando decísóes anteriores do TRT mineiro com o mesmo entendímento, o desembargador relator decidiu
dar provimento ao recurso para condenar a ré ao pagamento dos salários devidos no período do afastamento
previdenciário, sendo acompanhado pela Turma de julgadores.
(0000245-34.2013.5.03.0038 RO)
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3i Regíáo

Coma devida venia, a única possibilidade que visualizo para tal condenacáo refere-se a hipótese
de a trabalhadora ter retornado ao trabalho, após a alta do INSS, sem apresentar qualquer atestado
médico informando pela incapacidade. Nesse caso, a empresa teria agido corretamente em fazé-
la passar pelo exame médico de retorno (porque ela retornou para assumir as funcóes, e nao para
apresentar outro atestado de incapacidade), e pode ser que, nesse exame, tenha o médico da e1npresa,
equivocadamente, concluído pela incapacidade.
Nao sendo essa a hipótese (a íntegra do acórdáo nao traz informacáo sobre a entrega, ou nao, de
atestado por parte da trabalhadora), a decisáo está totalmente dissonante da legislacáo, trabalhista
ou previdenciária. Primeiro porque, se a empregada nao apresentou atestado de incapacidade, a
empresa agiu corretarnente em providenciar o exame de retorno. Também porque, se comprovada
a incapacidade por parte da medicina do trabalho (médico da empresa), por óbvio que a e1npresa
nao poderia colocar a pessoa para trabalhar ( como trabalhar doente, incapaz?). Por fim, porque a
reabilitacáo mencionada na decísáo nao cabe a empresa, mas sim ao próprio INSS, nos tennos do art.
89 da Lei n. 8.213/91 e arts. 398 a 406 da IN INSS n. 77/2015.
Está ocorrendo, pois, um entendirnento totalmente equivocado sobre essa situacáo recorrente,
que, no Judiciário Trabalhista, foi apelidada de "limbo previdenciário". Nao há e nunca houve limbo
algum. A CF/88 e a Lei n. 8.213/91 sao bastante claras e garantem ao trabalhador o recebimento
do auxílio-doenca enquanto estiver incapaz para o exercício da profissáo habitualmente exercida. E
garantem, também, que a Previdéncia Social promova a reabilitacáo para profíssáo diversa, se nao
for possível recuperar a capacidade para a profissáo habitual, sem que o benefício de auxílio-doenca
seja suspenso.
Por óbvio, poís, que qualquer ac;ao judicial deveria ser direcionada ao INSS ( com pedido
liminar para reabertura imediata do benefício), mas por razóes que ainda desconheco, estáo sendo
direcionadas a pessoa errada (empresa/empregador), que nao tem como corrigir o ilícito praticado
pelo INSS e que, na maioria das vezes, está sendo injustamente condenada.
Talvez a solucáo mais acertada, em face da prepositura das acóes contra o empregador, seja o juiz
do trabalho intimar o INSS, para que apresente nos autos da reclamatória trabalhista cópia de toda
a documentacáo médica apresentada pelo trabalhador, bem como da conclusáo da pericia médica
do INSS e seus fundamentos, especialmente para apresentar as razóes pelas quais a documentacáo
a
médica foi desconsiderada e que levaram conclusáo pela alta e cancelamento do benefício. Referida
intimacáo encontra fundamento no art. 341 do CPC, in verbis:
Art. 341. Compete ao terceiro, em relacáo a qualquer pleito:
I - informar ao juiz os fatos e as circunstancias, de que tenha conhecimento;
JI - exibir coisa ou documento, que esteja em seu poder.

105
Caso reste comprovado pelos documentos da parte autora, pela prova pericial médica e pela
ausencia de fundamento por parte do INSS para o cancelamento do benefício que a incapacidade
persiste, estará igualmente comprovado que a lide foi proposta equivocadamente contra o empregador
e que o réu é, em verdade, o próprio INSS. O empregador nao deve figurar no polo passivo da acáo,
e a [ustica do Trabalho sequer tem competencia para julgá-la, devendo extinguir o processo sem
julgamento do mérito. Se o benefício foi decorrente de acidente de trabalho, a acáo deve ser proposta
contra o INSS na [ustica Estadual, e se for decorrente de doenca comum, nao relacionada ao trabalho,
na [ustica Federal.
Quanto aos empregadores, tenho por melhor procedimento o cumprimento, a risca, das regras
da NR-7 e semente encaminhar o trabalhador ao exame de retorno quando esse, ao comparecer na
e1npresa após a alta do INSS, nao apresentar qualquer documento médico que informe a persistencia
da incapacidade. Se apresentar, <leveo empregador apenas orientá-lo de que deve buscar seus direitos
junto ao INSS, seja por recurso administrativo ou ingresso de acáo judicial.
Ressalto, urna vez mais, que encaminhar o trabalhador para o exame médico de retorno ( quando
há o atestado do médico assistente), pelo entendimento atual da [ustica do Trabalho (equivocado, no
meu ponto de vista, mas existente), acaba por conferir ao empregador urna responsabilidade que nao
lhe pertence, passando a substituir o INSS no pagamento do benefício por incapacidade, já que está
constantemente sendo condenado a pagar os días de ausencia, mesmo sem a prestacáo dos servicos.
Se a pretensáo do empregador é auxiliar o empregado em obter junto ao INSS seus direitos, o
melhor caminho é fornecer-lhe descricáo detalhada das funcóes desempenhadas (formulário PPP,(8l)
por exemplo) para que o médico assistente, que trata da enfennidade, possa redigir um relatório
mais completo, nos termos da Resolucáo CFM n. 1.658/2002, art. 3º, que, pela importancia do tema,
ora transcrevo novamente:
Art. 3° Na elaboracáo do atestado médico, o médico assistente observará os seguintes procedimentos:
[... ]
Parágrafo único. Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu representante legal para fins de pericia médica
deverá observar:
I - o diagnóstico;
IT - os resultados dos exames complementares:
III - a conduta terapéutica:
IV - o prognóstico;
V - as consequéncias a saúde do paciente;
VI - o provável tempo de repouso estimado necessario para a sua recuperacáo, que complementará o parecer
fundamentado do médico perito, a quem cabe legalmente a decisáo do benefícío previdenciário, tais como:
aposentadoria, invalidez definitiva, readaptacáo:
vrr - registrar os dados de maneira legível;
VIII - identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no CRM.

Registre-se, por exaustáo, que o trabalhador precisa comprovar perante o INSS nao a existencia
da doenca, mas sim a existencia de incapacidade para o exercício da profissáo habitualmente exercida.
E quem possui condicóes de atestar clinicamente essa incapacidade é o médico assistente, que tem
informacóes sobre a conduta terapéutica (e seus resultados), sobre o resultado de exames e o provável
tempo de repouso necessário a recuperacáo do paciente.
O departamento médico da empresa também pode, se assirn desejar, entrar em contato com
o médico assistente e solicitar que seja emitido atestado médico atualizado, informando que o

(87) Perfil Profissiográfico Previdenciário.

106
trabalhador deve permanecer afastado das atividades e justificando, se possível, as razóes. Esse
documento deve ser guardado pelo empregador porque serve como justificativa das faltas, impedindo
urna rescisáo por abandono de ernprego.
Um outro procedirnento possível é o departamento médico da en1presa, juntamente com o
departamento de recursos humanos, tentar encontrar alguma funcáo que possa ser exercida pelo
trabalhador, considerando a incapacidade ainda existente (restricóes). Se encontrada alguma funcáo
possível, é conveniente ter por escrito a concordancia do próprio trabalhador e também de seu médico
assistente, documentos que devem permanecer guardados para fins de cornprovar, eventuahnente,
a razáo de o trabalhador ter retornado as atividades profissionais mesmo estando doente. Trata-se
de saída possível e que vem sendo praticada por alguns médicos e algumas empresas, e ainda que
respalde o empregador em eventual reclamatória trabalhista, nao posso concordar e dizer que o
procedimento está correto.
A Constituicáo Federal (arts. 194 c/c 201) e a Lei n. 8.213/91 (arts. 59 e seguintes) garantern ao
trabalhador o direito de pennanecer af astado, receben do auxílio-doenca, enquanto está incapaz. E
tambérn garantern que o processo de reabilitacáo para funcáo diversa deve ser promovido pelo INSS,
durante a percepcáo do auxílio-doenca. Assim, nao pode o trabalhador ser obrígado a trabalhar (ainda
que ern outra funcáo) enguanto está incapaz, e nao tema empresa que aceitar um trabalhador doente,
que ainda nao se recuperou para o trabalho. Insisto que o INSS está descumprindo a Constituicáo
Federal e tarnbém a Lei e que a [ustica do Trabalho está cometendo grande equívoco em julgar tais
matérias, condenando os empregadores. De toda forma, nao é porque existe um erro que esse deve ser
perpetuado, cabendo a todos os operadores do Direito, além de trabalhadores e empresas, combater
de todas as formas possíveis para sua correcáo e para que a lei seja observada.
Também importa mencionar que, enquanto discute administrativa ou judicialmente com o
INSS sobre a reabertura do beneficio de auxílio-doenca, o trabalhador precisa manter o empregador
informado, justificando as ausencias com os atestados médicos que solicitam o afastamento das
atividades em razáo da permanencia da incapacidade. Sao esses documentos médicos que deixaráo
o contrato de trabalho suspenso, impedindo a empresa de entender as ausencias como abandono de
emprego e, consequenternente, aplicar a dispensa por justa causa (CLT, art. 482).
Novamente utilizo-me de notícia divulgada pelo TRT da 3ª Regiáo para ilustrarum entendimento
que entendo equivocado. Conforme demonstra a ementa a seguir, o trabalhador nao retornou ao
trabalho e, aoque parece, tampouco justificou as ausencias após a alta praticada pelo INSS, com o
consequente cancelamento do benefício. Assim, acertadamente decidiu o juízo de primeiro grau pela
manutencáo da justa causa, mas equivocadamente fundamentou sua decisáo no fato de o trabalhador
ser obrigado a retornar as atividades quando o INSS cancela o pagamento do beneficio. Confira-se:
TRT3 - Empregado que abandonou o emprego ao fim do auxílio-doenca nao consegue reverter justa causa
Um operador de telernarketing nao conseguíu reverter na J ustica do Trabalho a justa causa por abandono de emprego
aplicada pelo banco empregador, É que, depois de ficar afastado pelo INSS durante tres meses por motivo de doenca,
ele nao mais retornou ao trabalho após receber alta previdenciária.
As prevas apresentadas pelo banco para atestar o abandono de emprego convenceram a juíza substituta Andréa
Buttler, que julgou a reclamacáo na 9ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte: foram anexados cartóes de ponto e
telegramas, sendo urn com recibo de entrega assinado pelo reclamante, demonstrando que ele foi notificado em
26.3.2014 e 14.4.2014 para retomar ao trabalho ou justificar a sua ausencia. Na mensagem, a empresa o advertiu a
respeito da possibilidade de caracterizacáo do abandono de emprego.
Na decísáo, a juíza ressaltou que o reclamante confirmou em audiencia seu enderece, para onde foram enviados os
telegramas. A magistrada nao encontrou nenhuma prova atestando a impossibilidade de retomo do ex-ernpregado
ao trabalho no banco.
Segundo destacou a julgadora, o próprio reclamante inforrnou que interpós recurso administrativo junto ao INSS,
mas a prorrogacáo do auxílio-doenca foi negada pela autarquía. Se o autor nao voltou ao trabalho após ter sido
considerado apto para tanto pelo INSS, ainda que estivesse discutindo esta decisáo administrativamente, nao poderia
se esquivar de comparecer ao trabalho, enquanto esperava pelo deslinde daquele recurso administrativo, pontuou.

107
Considerando o número de faltas injustificadas, superiores a 30 días, a julgadora presumiu a intencáo do reclamante
de nao mais trabalhar, reconhecendo a versáo de abandono de emprego, nos termos do 482, alinea i, da CLT. O
trabalhador também havia pedido urna indenizacáo por da110 moral, a qual foi negada, tendo em vista a ausencia
de abuso de direito e a correta aplicacáo da dispensa por justa causa. Nao houve recurso e a decisáo transitou em
julgado,
(n, 00666-2014-009-03-00-2)
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regíáo

O que justifica a suspensáo nao é apenas o beneficio previdenciário concedido, mas também
o atestado médico apresentado que informa a incapacidade. Se assim nao fosse, o que fazer com
um trabalhador já aposentado que venha a adoecer, já que o INSS nao acumula o pagamento da
aposentadoria com o auxílio-doenca? Ou algum outro que adoece antes de cumprir a carencia de
doze contribuicóes mensais, necessárias a percepcáo do beneficio? Teriarn que trabalhar mesmo
estando enfermos, totalmente incapazes?
Parece-me óbvio que o entendimento se encentra equivocado, jamais sendo possível a empresa
aceitar para o exercício da atividade um trabalhador que ainda está incapaz. O contrário poderia nao
somente agravar o estado de saúde como colocar em risco o trabalhador e o ambiente onde exerce as
atividades, conforme o caso. Pode até ser que o magistrado possua igual entendimento, mas nao é o
que extraímos da sentenca proferida, que, inclusive, transitou em julgado.
Deve, pois, o trabalhador justificar as faltas com a apresentacáo dos atestados médicos se ainda
estiver incapaz e discutir junto ao INSS (na esfera administrativa ou judicial) a obtencáo de seu
direito. Se comprovar a incapacidade, o INSS será condenado a pagar todo o período de cessacáo do
benefício e, se nao comprovar, nada receberá do INSS e tampouco do empregador, devendo arcar
com as consequéncias da decísáo por ele adotada de nao retornar ao trabalho.

8.2. Aposentadoria por invalidez

Disciplinada nos arts. 42 a 47 da Lei n. 8.213/91, a aposentadoria por invalidez deve ser concedida
aos segurados do RGPS<88> sempre que a incapacidade existente for definitiva (pela medicina atual)
e impedir o trabalhador de exercer nao semente sua atividade profissional habitual, mas toda e
qualquer outra. Ou seja, a íncapacidade precisa ser total e definitiva, sem possibilidade de ser o
trabalhador reabilitado para atividade diversa.
Referido beneficio pode ser concedido aos trabalhadores que estejarn recebendo auxílio-doenca,
caso se verifique essa condicáo de incapacidade total e definitiva, mas a percepcáo deste nao é um
requisito a concessáo da aposentadoria, que, portante, pode ser paga ao trabalhador desde o primeiro
día de afastamento/atestado. Eis o teor dos arts. 42 e 43 da Lei de Beneficios:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, urna vez curnprida, quando foro caso, a carencia exigida, será devida ao
segurado que, estando ou nao em gozo de auxílio-doenca, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitacáo
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistencia, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condicáo.
§ lQ A concessáo de aposentadoria por invalidez dependerá da venficacáo da condicáo de incapacidade mediante
exarne médico-pericial a cargo da Previdéncia Social, podendo o segurado, as suas expensas, fazer-se acompanhar de
médico de sua confianca.
§ 2º A doenca ou lesáo de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdéncia Social nao lhe
conferirá direito a aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressáo ou
agravamento dessa doenca ou lesáo.
Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da cessacáo do auxílio-doenca,
ressalvado o disposto nos§§ 12, 2º e 32 <leste artigo.

(88) Regime Geral de Previdéncia Social

108
§ 12 Concluindo a perícia médica inicial pela existencia de incapacídade total e definitiva para o trabalho, a
aposentadoria por invalidez será devida:
a) ao segurado empregado, a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade ou a partir da entrada do
requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerern mais de tri.nta ctias;
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial e facultativo, a contar
da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de
trinta días.
[ ... )
Pelo teor dos artigos podemos compreender que os requisitos de carencia<89> e qualidade de
segurado sao exatamente os mesmos exigidos para a concessáo do benefício de auxílio-doenca, razáo
pela qual remetemos o leitor ao subitem 8.1 desta obra. O que vai determinar se o INSS irá conceder
um ou outro benefício é somente a duracáo da incapacidade (se é definitiva ou náo) e sua extensáo (se
impede o trabalhador de exercer apenas a profissáo habitual ou toda e qualquer profissáo).
A documentacáo médica deve, pois. ser robusta, de forma a nao deixar dúvidas sobre a inexis-
tencia de tratamento ou possibilidade de recuperacáo. Também deve mencionar, claramente, quais
as limitacóes impostas ao paciente, para que o perito do INSS compreenda pela incapacidade total.

8.2.1. Valor do beneficio

Até a data de 28.04.1995 a aposentadoria por invalidez, decorrente de acidentes de trabalho,


correspondia a 100°/o do salário de benefício ou do salário de contribuicáo vigente no día do acidente,
o que fosse mais vantajoso ao trabalhador. Para as demais situacóes, nao acidentárias, esse percentual
era de 80o/o, acrescido de mais 1 % para cada grupo de doze contríbuicóes pagas, observando-se o
limite de 100°/o.
Note-se, pois, que o INSS era obrígado a calcular a média dos últimos 36 salários de contribuicáo
(remuneracóes), comparando-a com a última remuneracáo recebida pelo trabalhador quando do
acidente, bem como a pagar-lhe o maior dos dois valores.
A contar de 29.04.1995, data de publicacáo da Lei n. 9.032, o percentual passou a ser de 100% para
toda e qualquer situacáo (acidentária ou nao), nao mais existindo a comparacáo coma remuneracáo
da ativa.
Por fim, em 29.11.1999, nova alteracáo ocorreu na regra de cálculo por forca da publicacáo
da Leí n. 9.876, determinando que a média deveria compreender 80% das maiores remuneracóes
desde 07/1994 até o mes anterior ao requerimento do beneficio, e nao mais dos últimos 36 meses
- Lei n. 8.213/91, arts. 29 e 44.
Tarnbém é importante destacar que, nos termos do art. 45 da Lei n. 8.213/91, o valor da
aposentadoria poderá ser acrescido de mais 25°/o caso o trabalhador consiga comprovar que, em razáo
do grau de incapacidade a que está acometido, necessita constantemente do auxílio de terceiros.
Confira-se:
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assísténcía permanente de outra
pessoa será acrescido de 25'Yo (vinte e cinco por cerito).
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
b) será recalculado quando o beneficio que lhe deu orígem for reajustado;
e) cessará com a morte do aposentado, nao sendo incorporável ao valor da pensáo.

(89) A carencia nao é exigida quando a incapacidade decorrer de acidente do trabalho.

109
Caso essa necessidade de auxílio este]a presente desde o início da incapacidade, o próprio perito
do INSS deverá atestá-la, recomendando o pagamento do adicional. Caso nao seja essa a situacáo e
essa necessidade se apresente semente em momento posterior, com o agravamento da enfermidade,
deverá o trabalhador requerer expressamente esse pagamento ao INSS e submeter-se a urna nova
perícia para comprovar suas alegacóes.
Da decisáo de indeferimento, se existente, caberá recurso administrativo a JRPS/CRPS ou íngresso
de a<;ao judicial para obtencáo direito, sendo importante destacar que, sendo a incapacidade decorrente
de acidente de trabalho, a competéncia para o trámite da acáo judicial será da [ustica Estadual.

8.2.2. Data de início do benefício - pagamento, pela empresa, dos primeiros


quinze dias de afastamento

Também nessa modalidade de benefício (aposentadoria por invalidez), determina o legislador


ordinário (Leí n. 8.213/91, art. 42, § 2º) que cabe a empresa o pagamento dos prirneiros dias de
afastamento.
Inicialmente, pela redacáo original da Lei de Benefícios, esse prazo foi fixado em quinze dias
e, comas alteracóes promovidas pela Medida Provisória n. 664/2014, passou a ser de trinta dias. No
entanto, como o Congresso Nacional nao aprovou tal alteracáo, voltou a vigorar a redacáo original
do art. 60 da Lei n. 8.213/91, com obrígacáo legal de pagamento apenas da primeira quinzena.
Trata-se da mesma regra aplicada ao auxílio-doenca e, por isso, mantenho o entendimento sobre
a inconstitucionalidade de tal obrigacáo, remetendo o leitor ao subitem 8.1.4 desta obra.

8.2.3. Manutencáo e cancelamento do benefício

Nao obstante seja necessário comprovar urna incapacidade total e definitiva para a obtencáo da
aposentadoria por invalidez, sua duracáo nao é vitalicia, podendo ser cancelada caso o trabalhador
recupere a capacidade laborativa.
Por tal razáo, o INSS pode convocar o segurado beneficíário a comparecer a perícias médicas de
revisáo, no intuito de co1nprovar se permanece a situacáo da incapacidade total e definitiva, conforme
permissivo constante do art. 101 da Lei n. 8.213/91. No entanto, referido dispositivo foi alterado em
dezembro/2014 pela Leí n. 13.063, que, incluindo os§§ 1º e 2º, isentou os aposentados coro mais de
sessenta anos dessa comprovacáo, conforme transcrevo:
Art. 101. O segura do em gozo de auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez e o pensionista inválido estáo obrigados,
sob pena de suspensáo do beneficio, a submeter-se a exame médico a ca.rgo da Previdéncia Social, processo de
reabilitacáo profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusáo de sangue, que sao facultativos.
§ 1si O aposentado por invalidez e o pensionista inválido estaráo isentos do exame de que trata o caput após
completarem 60 (sessenta) anos de idade.
§ 2° A ísencáo de que trata o§ 1" nao se aplica quando o exame temas seguintes finalidades
I - verificar a necessidade de assisténcía permanente de outra pessoa para a concessáo do acréscimo de 25% (vinte
e cinco por cerito) sobre o valor do beneficio, conforme disp6e o art. 45;
JI - verificar a recuperacáo da capacídade de trabalho, mediante solicitacáo do aposentado ou pensionista que se
julga.r apto;
IH - subsidiar autoridade judiciária na concessáo de curatela, conforme díspóe o art. 110.
Verificando-se a recuperacáo da capacidade, o INSS semente poderá cancelar automaticamente
o benefício se o segurado tiver retornado voluntariamente ao trabalho (Leí n. 8.213/91, art. 46). Caso
contrário, deverá observar o pagamento das mensalidades de recuperacáo, conforme previsáo do art.
47 do mesmo diploma legal:

110
Art. 47. Verificada a recuperacáo da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, será observado o seguinte
procedimento:
1 - quando a recuperacáo ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do iníci.o da aposentado ria por invalidez
ou do auxílio-doenca que a anteceden sem interrupcáo, o beneficio cessará:
a
a) de irnediato, para o segurado ernpregado que tiver direito a retornar funcáo que desempenhava na empresa
quando se aposentou, na forma da legislacáo trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de
capacidade fornecido pela Previdéncia Social; ou
b) após tantos meses quantos forem os anos de duracáo do auxílío-doenca ou da aposentadoria por invalidez, para
os demais segurados;
II - quando a recuperacáo for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou ainda quando o segurado for
declarado apto para o exerdcio de trabalho diverso do qua! habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida,
sem prejuízo da volta a atividade:
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperacáo da capacidade;
b) com reducáo de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses;
e) com reducáo de 75% (setenta e cinco por cento), tarnbérn por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qua!
cessará definitivamente.

8.3. Auxílio-acidente

O benefício de auxílio-acidente encontra prevísáo legal nos arts. 18, §12, e 86 da Lei n. 8.213/91
e é concedido somente para os segurados empregados, para os trabalhadores avulsos e para os
segurados especíais, ou seja, para os mesmos beneficiários que possuem direito a caracterizacáo
previdenciária de um acidente de trabalho. Os empregados domésticos passaram a ter direito a esse
benefício somente agora, a contar de 2.6.2015, em face da publicacáo da Lei Cornplementar n. 150.
No entanto, sua concessáo está atrelada a um acidente de qualquer natureza, podendo ser
decorrente do trabalho ou nao, como ocorre, por exemplo, com segurados que sofrem acidentes de
transito, acidentes domésticos e acidentes desportivos, entre outros.
Alérn da comprovacáo do acidente, o segurado precisa ter recebido do INSS o benefício de
auxílio-doenca (ou comprovar que a ele tinha direito) e, quando da alta e cancelamento de tal
prestacáo, fazer prova da existencia de urna sequela definitiva e que reduz sua capacidade laborativa.
Assim, e nos termos do § 4º do art. 104 do Decreto n. 3.048/99, nao daráo ensejo ao benefício as
seguintes situacóes:
I - que apresente danos funcionais ou reducáo da capacidade funcional sem repercussáo na capacidade laborativa: e
JI - de mudanca de funcáo, mediante readaptacáo profissional promovida pela empresa, como medida preventiva,
em decorréncia de inadequacáo do local de trabalho.

O Decreto n. 3.048/99, em seu Anexo III, traz exemplos de situacóes por ele admitidas para o
recebimento do beneficio, quais sejam:
QUADRO N. 1 - Aparelho visual
Si tuacóes:
a) acuidade visual, após correcáo, igual ou inferior a 0,2 no olho acídentado:
b) acuidade visual, após correcáo, igual ou inferior a 0,5 em ambos os olhos, quando ambos tiverern sido acidentados;
e) acuidade visual, após correcáo, igual ou inferior a 0,5 no olho acidentado, quando a do outro olho for igual a 0,5
ou menos, após correcáo:
d) lesáo da musculatura extrínseca do olho, acarretando paresia ou paralisia:
e) lesáo bilateral das vias lacrimais, com ou sem fístulas, ou unilateral com fístula.
NOTA 1 - A acuidade visual restante é avaliada pela escala de Wecker, em décimos, e após a correcáo por lentes.
NOTA 2 - A nubécula e o leucoma sao analisados em funcáo da reducáo da acuidade ou do prejuízo estético que
acarretam, de acorde com os quadros respectivos.

111
QUADRO N. 2 - Aparelho auditiuov"
TRAUMA ACÚSTICO
a) perda da audicáo no ouvido acidentado;
b) reducáo da audicáo em grau médío ou superior em ambos os ouvidos, quando os doís tiverem sido acidentados;

e) reducáo da audicáo, em grau médio ou superior, no ouvido acidentado, quando a audicáo do outro estiver também
reduzida em grau médio ou superior.
NOTA 1 - A capacidade auditiva ero cada ouvido é avaliada mediante audiometria apenas aérea,
nas frequéncias de 500, 1.000, 2.000 e 3.000 Hertz.
NOTA 2 - A reducáo da audicáo, em cada ouvido, é avaliada pela média aritmética dos valores, em decibéis,
encontrados nas frequéncias de 500, 1.000, 2.000 e 3.000 Hertz, segundo adaptacáo da classsificacáo de Davis &
Sílvermann, 1970.
Audicáo normal - até vinte e cinco decibéis,
Reducáo em grau mínimo - vinte e seis a quarenta decibéis;
Reducáo em grau médio - quarenta e tuna setenta decibéis;
Reducáo ero grau máximo - setenta e um a noventa decibéis;
Perda de audicáo - mais de noventa decibéis.
QUADRO N. 3 - Aparelho dafonacño
Situacáo:
Perturbacáo da palavra em grau médio ou máximo, desde que comprovada por métodos clínicos objetivos.
QUADRO N. 4 - Prejuizo estético
Situacóes:
Prejuízo estético, em grau médio ou máximo, quando atingidos cránios, e/ou tace. e/ou pescoco ou perda de dentes
quando há também deformacáo da arcada dentária que impede o uso de prótese.
NOTA 1 - 56 é considerada como prejuízo estético a lesáo que determina apreciável modificacáo estética do segmen-
to corpóreo atingido, acarretando aspecto desagradável, rendo-se em conta sexo, idade e profíssáo do acidentado.
NOTA 2 - A perda anatómica de mernbro, a reducáo de movimentos articulares ou a alteracáo da capacidade
funcional de membro nao sao considerados como prejuízo estético, podendo, porém, ser enquadradas, se foro caso,
nos quadros respectivos.
QUADRO N. 5 - Perdas de segmentos de membros
Situacóes:
a) perda de segmento ao nivel ou acima do carpo;
b) perda de segmento do primeiro quirodáctilo, desde que atíngida a falange proximal;
e) perda de segmentos de dois quirodáctílos, desde que atingida a falange proximal em pelo menos um deles;
d) perda de segmento do segundo quirodáctilo, desde que atingida a falange proximal:
e) perda de segmento de tres ou mais falanges, de tres ou mais quirodáctilos:
f) perda de segmento ao nivel ou acima do tarso;

g) perda de segmento do primeiro pododáctilo, desde que atíngída a falange proximal:


h) perda de segmento de dois pododáctilos, desde que atingida a falange proximal em ambos;
i) perda de segmento de tres ou mais falanges, de tres ou mais pododáctilos.

NOTA: Para efeito de enquadramento, a perda parcial de parte óssea de um segmento equivale a perda do segmento. A
perda parcial de partes moles sem perda de parte óssea do segmento nao é considerada para efeito de enquadrarnento.

(90) Determina o§ 42 do art. 86 da Lei n. 8.213/91 que "a perda da audicáo, em qualquer grau, somente proporcionará a concessáo
do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doenca, resultar, comprovadamente, na
reducáo ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia".

112
QUADRO N. 6 - Altera9óes articulares
Situacóes:
a) reducáo em grau médío ou superior dos movimentos da mandíbula;
b) reducáo em grau máximo dos movirnentos do segmento cervical da coluna vertebral;
e) reducáo em grau máximo dos movimentos do segmento lombo-sacro da coluna vertebral;
d) reducáo em grau médio ou superior dos movimentos das articulacóes do ombro ou do cotovelo;
e) reducáo em grau médio ou superior dos movimentos de pronacáo e/ou de supinacáo do antebraco:
f) reducáo em grau máximo dos movimentos do primeiro e/ou do segundo quirodáctílo, desde que atíngidas as
articulacóes metacarpo-íalangeana e falange-falangeana;
g) reducáo em grau rnédio ou superior dos movirnentos das artículacóes coxo-femural e/ou joelho, e/ou tíbio-társica.
NOTA 1 - Os graus de reducáo de movimentos articulares referidos neste quadro sao avaliados de acordo comos
seguintes critérios:
Grau máximo: reducáo acima de dois tercos da amplitude normal do movimento da articulacáo:
Grau médio: reducáo de mais de urn terco e até dois tercos da amplitude normal do movimento da articulacáo;
Grau mínimo: reducáo de até um terco da amplitude normal do movimento da articulacáo,
NOTA 2 - A reducáo de movimentos do cotovelo, de pronacáo e supinacáo do antebraco, punho, joelho e tíbio-
társica, secundaría a urna fratura de osso longo do membro, consolidada em posícáo viciosa e com desvío de eixo,
também enquadrada dentro dos limites estabelecidos.
é

QUADRO N. 7 - Encurtamento de membro inferior


Situacáo:
Encurtamento de mais de 4 cm (quatro centímetros).
NOTA: A preexistencia de lesao de bacía deve ser considerada quando da avaliacáo do encurtamento.
QUADRO N. 8 - Reduciio da forca elou da capacidade funcional dos membros
Situacóes:
a) reducáo da forca e/ou da capacidade funcional da máo, do punho, do antebraco ou de todo o membro superior em
grau sofrível ou inferior da classificacáo de desempenho muscular;
b) reducáo da torca e/ou da capacídade funcional do primeiro quirodáctilo em grau sofrível ou inferior;
c) reducáo da forca e/ou da capacidade funcional do pé, da perna ou de todo o mernbro inferior em grau sofrível ou
inferior.
NOTA 1 - Esta classificacáo se aplica a situacóes decorrentes de comprometimento muscular ou neurológico. Nao
se aplica a alteracóes decorrentes de lesóes articulares ou de perdas anatómicas constantes dos quadros próprios.
NOTA 2 - Na avaliacáo de reducáo da forca ou da capacidade funcional utilizada a classifícacáo da carta de
é

desempenho muscular da The National Foundatíon for Infantile Paralysis, adotada pelas Sociedades Internacionais
de Ortopedia e Traumatología, e a seguir transcrita:
Desentpenho muscular
Grau 5 - Normal - cem por cento - Arnplitude completa de movimento contra a gravidade e contra grande
resistencia.
Grau 4 - Born - setenta e cinco por cento - Amplitude completa de rnovimento contra a gravidade e contra algurna
resistencia.
Grau 3 - Sofrível - cinquenta por cento - Amplitude completa de rnovirnento contra a gravidade sem opor
resistencia.
Grau 2 - Pobre - vinte e cinco por cerito - Amplitude completa de movimento quando eliminada a gravidade.
Grau 1 - Traeos - dez por cento - Evidencia de leve contracáo, Nenhum rnovimento articular.
Grau O (zero) - zero por cento - Nenhuma evidencia de contracáo,
Grau E ou EG - zero por cerito - Espasmo ou espasmo grave.
Grau C ou CG - Contra tura ou contratura grave.
NOTA - O enquadramento dos casos de grau sofrível ou inferior abrange, na prática, os casos de reducáo ern que há
irnpossibilidade de movimento contra alguma forca de resistencia além da forca de gravidade.

113
QUADRO N. 9 - 011t1·os aparelkos e sistemas
Situacóes:
a) segmentectomia pulmonar que acarrete reducáo em grau médio ou superior da capacidade funcional respiratória:
devidamente correlacionada a sua atividade laborativa;
b) perda do segmento do aparelho digestivo cuja localízacáoou extensáo traz repercussóes sobre a nutricáo e o estado geral,
DOEN<;AS PROFISSIONAIS E AS DO TRABALHO
As doencas profissionaís e as do trabalho, que após consolídacóes das lesóes resultern sequelas permanentes com
reducáo da capacidade de trabalho, deveráo ser enquadradas conforme o art, 104 <leste Regulamento.
Referida listagem, registre-se, é exemplificativa, e outras situacóes, ainda que nao descritas no
Anexo III, podem proporcionar o recebimento do beneficio. O que o trabalhador precisará comprovar
é a irreversibilidade da sequela e o fato de ela reduzir sua capacidade para o trabalho.

8.3.1. Valor do benefício

A finalidade do auxílío-acidente, diferentemente do que ocorre com o auxílio-doenca ou a


aposentadoria por invalidez, nao é garantir ao segurado renda necessária a sua sobrevivéncia num
momento de incapacidade, mas sim indenizar-lhe pela existencia de sequela que é irreversível e que
reduziu sua capacidade para o traba1ho. Por se tratar de indenizacáo, seu valor pode ser inferior ao
salário mínimo mensa! e corresponde a 50%(91l do salário de beneficio que deu origem ao auxílio-
-doenca inicialmente percebido.
Da média das remuneracóes feíta pelo INSS quando da concessáo do auxílio-doenca é que se
calcula os 50%, obviamente com aplicacáo de reajuste.v"

8.3.2. Data de início do beneficio

Nos tennos do § 22 do art. 86 da Lei n. 8.213/91, o auxílio-acidente <leve ter início no dia
imediatamente posterior ao cancelamento do auxílio-doenca.
Antes da adocáo, pelo INSS, do sistema de alta programada,<93> o benefício de auxílio-doenca
somente poderia ser cancelado mediante constatacáo, em perícia, da recuperacáo da capacidade
laborativa. Nessa mesma perícia o médico do INSS verificava a existencia (ou nao) da sequela e
indicava ( ou nao) a concessáo do auxilio-acidente.
Agora o trabalhador nem sempre passa por essa perícia final e1 na maior parte das vezes, nao
há como o perito do INSS ter conhecimento da sequela a nao ser que o segurado, conhecedor desse
fato, solicite urna prorrogacáo de seu benefício de auxílio-doenca justamente para poder fazer
comprovacáo do direito a percepcáo do auxílio-acidente.
Nao sendo feíto o pedido de prorrogacáo, o benefício de auxílio-doenca será automaticamente
cancelado e, nesse caso, o requerimento do auxílio-acidente deverá ser efetuado pelo segurado (ao
INSS) mediante documento escrito, protocolado em alguma das agencias de atendimento. Em caso
de indeferimento, será necessário interpor recurso a JRPS/CRPS ou ingressar com acáo judicial, com
o alerta de que, se decorrente de acidente de trabalho o direito, essa acáo deverá ser protocolada na
[ustica Estadual.

a
(91) Até 28.04.1995, dia anterior publicacáo da Leí n. 9.032, o benefício de auxílio-acidente variava entre 30%, 40% ou 60% do salario
de contribuicáo do segurado no dia do acidente, conforme a gravidade da sequela. A Lei n. 9.032/95 fixou o percentual de 50% para
todas as situacóes.
(92) Reajustes anuais, concedidos em igual percentual aos demais benefícios de prestacáo continuada pagos pelo Regime Geral de
Previdéncla Social.
(93) Sobre esse procedimento, ver o subitem 8.1.6 desta obra.

114
8.3.3. Manutencáo e cancelamento do benefício

O auxílio-acidente será pago mensalmente ao segurado mesmo que este esteja trabalhando
e recebendo rernuneracáo mensal pelos servicos prestados. Seu cancelamento semente ocorrerá
quando da concessáo de alguma aposentadoria ao trabalhador, mas o valor mensal recebido será
sornado com eventual remuneracáo para fins de cálculo do novo benefício.
Confira-se, nestes termos, a redacáo do art. 86 da Lei n. 8.213/91:
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenizacáo, ao segurado quando, após consolidacáo das lesóes
decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem séquelas que impliquem reducáo da capacidade para o
trabalho que habitualmente exercia.
§ 111 O auxílio-acídente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário de beneficio e será devido, observado
o disposto no§ 52, até a véspera do inicio de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
§ 22 O auxílio-acidente será devido a partir do día seguinte ao da cessacáo do auxílio-doenca, independentemente de
qualquer remuneracáo ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulacáo com qualquer aposentadoría.
§ 3Q O recebimento de salario ou concessáo de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no§ S!l,
nao prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

8.4. Pensii.o por morte

O beneficio de pensáo por morte será pago aos dependentes do segurado que falecer, inclusive
vítima de acidente de trabalho.
Nos tennos da Medida Provisória n. 664/2014, que trouxe alteracóes a Lei n. 8.213/91, para a
percepcáo desse benefício seria preciso que o segurado tivesse contribuido por, no mínimo, 24 meses
antes do óbito, mas essa carencia nao seria exigida quando o óbito decorresse de acidente do trabalho.
O Congresso Nacional, contudo, nao aprovou tais alteracóes, voltando a vigorar a redacáo original
do art. 26 da Lei n. 8.213/91 quanto ao tópico, nao sendo exigida carencia para que os dependentes
tenham direito a esse benefício.
Assim, qualquer que tenha sido o período de filiacáo e contribuicáo ao RGPS, teráo os dependen-
tes do trabalhador falecido em decorréncia de acidente de trabalho direito a percepcáo do benefício,
devendo procurar o INSS com a documentacáo necessária para instruir o pedido, qual seja:
a) CTPS ou outro documento que comprove a condicáo de empregado; ou declaracáo do
sindicato ou órgáo gestor de máo de obra (ou outro documento), que comprove a condicáo de
trabalhador avulso; ou documentos rurais que comprovem o exercício da atividade de segurado
especial.
b) atestado de óbito.
e) documentos que comprovem a condicáo de dependencia.
Sao considerados dependentes, nos tennos do art. 16 da Lei n. 8.213/91 <94>:
Art. 16. Sao beneficiarios do Regime Geral de Previdéncia Social, na condicáo de dependentes do segurado:
I - o cónjuge, a companheira, o companheiro e o filho nao emancipado, de qualquer condicáo, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido ou que tenha deficiencia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
assim declarado judicialmente;

U - os pais;

(94) O Congresso Nacional nao concordou integralmente comas alterac;5es propostas pela MP 664/2014 e essa foi convertida no Pro-
a
jeto de Lei de Conversáo n. 04/2015 e encaminhado Presidente da República. É importante verificar se houve raríñcacáo ou veto das
alterac;5es sugeridas pelo Congresso, certificando-se o leitor de como ficou, afinal, a redacáo do referido dispositivo. Até a data em que
conclui a redacáo do artigo com alterac;5es trazidas pela Lei n. 13.135/2015.

115
JU - o irrnáo nao emancipado, de qualquer condicáo, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiencia intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
§ 12 A existencia de dependente de qualquer das classes <leste artigo excluí do direito as prestacóes os das classes
seguintes.
§ 2° O enteado e o menor tutelado equíparam-se a filho mediante declaracáo do segurado e desde que comprovada a
dependencia económica na forma estabelecida no Regulamento
§ 3!! Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém uniáo estável corn o segurado
ou corn asegurada, de acordo como§ 32 do art. 226 da Constituicáo Federal.
§ 42 A dependencia económica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.
Note-se que os dependentes listados no inciso 1 (cónjuge/companheirota) e filhos) sao
preferenciais, e somente quando de sua inexistencia que os pais poderáo pretender o benefício
é

de pensáo por morte. Na sequéncia, semente na inexistencia dos país (como dependentes) é que os
irrnáos podern requerer o beneficio.
Até 28.02.2015, a legislacáo previdenciária nao fixava um tempo mínimo de casamento ou de
convivencia para a caracterizacáo da uniáo estável, mas a contar de 1 º.03.2015, por forca das alteracóes
trazidas pela MP 664/2015, o INSS passou a exigir cornprovacáo de uniáo por, no mínimo, dois anos
(anteriores ao óbito do segurado), salvo nas seguíntes hipóteses:
• Se o óbito do segurado decorrer de acidente posterior ao casamento ou início da uniáo estável; ou
• Se o cónjuge ou companheiro(a) for considerado incapaz e insuscetível de reabilitacáo para
o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistencia, mediante exame médico a
cargo do INSS, por doenca ou acidente ocorrido após o casamento ou início da uniáo estável e
anterior ao óbito.
Ocorre que o Congresso Nacional nao aprovou a alteracáo trazida pela MP 664, nao mais sendo
exigido prazo mínimo de casamento ou uniáo estável.

8.4.1. Data de início e valor do benefício

Para que os dependentes recebam a pensáo por morte desde a data do óbito é preciso que facam
o requerimento junto ao INSS no prazo de até trinta días. Ultrapassado tal período, o benefício será
concedido a contar da data do requerimento, sem pagamento das competencias anteriores.
O valor do benefício é rateado em partes iguais conforme o número de dependentes habilitados
e, até 28.02.2015, correspondía a 100% da aposentadoria recebida pelo segurado falecido ou, se
ainda nao aposentado, a 100°/o de urna suposta aposentadoria por invalidez (media das 80o/o maiores
rernuneracóes/salários de contribuicáo desde 07/1994).
A contar de 1º.03.2015, em face das alteracóes trazidas pela MP 664/2014, o beneficio passou
a corresponder a 50% + 10°/o para cada dependente habilitado, limitando-se o total a 100% e, caso
um dos dependentes perdesse essa qualidade, sua quota (de lOo/o) nao seria revertida áqueles que
permaneceram nessa condicáo. Confira-se, nesses termos, a nova redacáo que foi conferida ao art, 75
da Leí n. 8.213/91:
Art. 75. O valor mensa! da pensáo por morte corresponde a cinquenta por cento do valor da aposentadoria que o
segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento,
acrescido de tantas cotas índíviduais de dez por cento do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os
dependentes do segurado, até o máximo de cinco, observado o disposto no art. 33.
§ 19 A cota individual cessa com a perda da qualidade de dependente, na forma estabelecida em regulamento,
observado o disposto no art. 77.
§ 22 O valor mensa] da pensáo por morte será acrescido de parcela equivalente a uma única cota individual de que
trata o caput, rateado entre os dependentes, no caso de haver filho do segurado ou pessoa a ele equiparada, que seja
órfáo de pai e máe na data da concessáo da pensáo ou durante o período de manutencáo desta, observado:

116
I - o limite máximo de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se
estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento; e
IJ - o disposto no inciso IT do§ 21! do art, 77.
§ 3° O disposto no§ 2º nao será aplicado quando for devida mais de urna pensáo aos dependentes do segurado.

Ocorre que o Congresso Nacional nao aprovou a alteracáo trazida pela MP 664, retornando o
art. 75 a redacáo anterior e garantindo-se aos dependen tes o benefício em sua integralidade (100%).(95>

8.4.2. Cancelamento do beneficio

Dispóe sobre o cancelamento da pensáo por morte o art. 77 da Lei n. 8.213/91, e desde 1 º.03.2015
(vigencia da MP 664/2014) ternos as seguintes regras. Ocorre que o Congresso Nacional nao aprovou
a alteracáo trazida pela MP 664 em sua integralidade e, por isso, tal medida foi convertida no Projeto
de Lei de Conversáo n. 04/2015 e encaminhado a Presidente da República. É importante verificar se
houve ratificacáo ou veto das alteracóes sugeridas pelo Congresso, certificando-se o leitor de como
ficou, afinal, a redacáo do referido dispositivo. Até a data em que conclui a redacáo dessa obra a
Presidente da República ainda nao havia se manifestado, mas seu prazo para análise encerra ainda
em junho/2015.
Por ora, ternos como certas as seguintes diretrizes:
a) A quota individual extingue-se, sempre, com a morte do pensionista e náo sendo esta a hipótese, nas seguintes
situacóes:
• para o filho (ou equiparado) ou o irmáo, de ambos os sexos, ao completar a idade de 21 anos, salvo se for inválido
ou com deficiencia; e
• para o pensionista inválido pela cessacáo da invalidez.
b) para o cónjuge ou companheiroía) o beneficio era vitalício até 28.2.2015. Para óbitos ocorridos a contar de 1 °.3.2015
(vigencia da MP 664/2014) esses dependentes receberáo a pensáo por um período de tempo determinado conforme
sua idade no momento do requerimento, bem como do tempo de sobrevida divulgado pelo IBGE. Confira-se a tabela
atualmente em vigor, em face da sobrevida divulgada em 12/2014:

ldade e sobrevida do dependente Duracáo do beneficio de pensño por morte

44 anos de idade ou mais (sobrevida de 3S anos ou menos) Vitalícia


Entre 39 e 43 anos de idade (sobrevida entre 3S e 40 anos) lS anos
Entre 33 e 38 anos de idade (sobrevida entre 40 e 4S anos) 12 anos
Entre 28 e 32 anos de idade (sobrevida entre 45 e SO anos) 09 anos
Entre 22 e 27 anos de idade (sobrevida entre SO e SS anos) 06 anos
21 anos de idade ou menos (sobrevida maior que SS anos) 03 anos
e) coma extincáo da parte devida ao último pensionista a pensáo será extinta.

As regras de duracáo do benefício constam dos arts. 77 a 79 da Lei n. 8.213/91 ( com as alteracóes
promovidas pela Lei n. 13.135/2015) e, com relacáo aos cónjuges e companheiros(as) o prazo varia
conforme a idade do dependente beneficiário. Confiram-se:
Art. 77. A pensáo por rnorte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte íguaís.
§ Jll Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito a pensáo cessar.

(9S) O Congresso Nacional nao concordou integralmente com as alteracóes propostas pela MP 664/2014 e essa foi convertida no
Projeto de Lei de Conversáo n. 04/201S e encaminhado a Presidente da República. É importante verificar se houve ratíñcacáo ou veto
das alteracóes sugeridas pelo Congresso, certificando-se o leitor de como ficou, afinal, a redacáo do referido dispositivo. Até a data
em que conclui a redacso dessa obra a Presidente da República ainda nao havia se manifestado, mas seu prazo para análise encerra
ainda em junho/201S.

117
§ 2!1 O direito a percepcáo de cada cota individual cessará:
I - pela morte do pensionista;
II - para filho, pessoa a ele equiparada ou irrnáo, de ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos de idade,
salvo se for inválido ou com deficiencia;
Ill - para filho ou irmáo inválido, pela cessacáo da invalidez;

IV - pelo decurso do prazo de recebimento de pensáo pelo c6njuge, cornpanheiro ou companheira, nos tennos do
§ 52,

V - para cónjuge ou companheiro:


a) se inválido ou com deficiencia, pela cessacáo da invaJidez ou pelo afastamento da deficiencia, respeitados os
períodos mínimos decorrentes da aplicacáo das alineas "b" e "e";
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuícóes mensais ou se
o casamento ou a uniáo estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado;
c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiario na data de óbito do
segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuícóes rnensais e pelo menos 2 (dois) anos após o
inicio do casamento ou da uniáo estável:
1) 3 (ti-es) anos, com menos de 21 (vinte e urn) anos de idade;
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e urn) e 43 (quarenta e tres) anos de idade;
6) vitalicia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
§ 22-A. Seráo aplicados, conforme o caso, a regra contida na alínea "a" ou os prazos previstos na alínea "e", ambas do
inciso V do § 22, se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doenca profissional ou do
trabalho, independentemente do recolhímento de 18 (dezoito) contribuicóes mensais ou da comprovacáo de 2 (dois)
anos de casamento ou de uniáo estável.
§ 2!1-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (trés) anos e desde que nesse período se verifique o incremento mínimo
de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente a expectativa de sobrevida da
populacáo brasileira ao nascer, poderáo ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins previstos na a línea
"e" do inciso V do§ 2°, etn ato do Ministro de Estado da Previdéncia Social, limitado o acréscimo na comparacáo com
as idades anteriores ao referido incremento.
§ 32 Com a extincáo da parte do último pensionista a pensáo extinguir-se-á,
§ 42 Revogado
§ 5<1 O tempo de contribuicáo a Regime Próprio de Previdéncia Social (RPPS) será considerado na contagem das 18
(dezoito) contribuicóes mensais de que tratam as a líneas "b" e "e" do inciso V do§ 2o.
Art, 78. Por morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial competente, depois de 6 (seis) meses
de ausencia, será concedida pensáo provisória, na forma desta Subsecáo.
§ 1° Mediante prova do desaparecimento do segurado em conseqüéncia de acidente, desastre ou catástrofe, seus
dependentes faráo jus a pensáo provisória independentemente da declaracáo e do prazo <leste artigo.
§ 22 Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensáo cessará imediatamente, desobrigados os
dependentes da reposicáo dos valores recebidos, salvo má-fé.
Art. 79. Nao se aplica o disposto no art. 103 desta Lei ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da leí.

118

~~~~~~·~e~®ma

9.1. Competencia da Previdéncia Social e fornecimento obrigatório aos


segurados a/astados

Ao contrário do senso cornurn, cabe a Previdéncia Social (e nao aos empregadores) a reabilitacáo
profissional de seus segurados (e dependentes desses segurados), conforme regra expressa da Lei
n. 8.213/91, art. 18:
Art. 18. O Regime Geral de Previdéncia Social compreende as seguintes prestacóes, devidas inclusive em razáo de
eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e servícos:
[... )
III - quanto ao segurado e dependente:
[... )
e) reabilitacáo profissional.
[... )

Trata-se, pois, de um servico que <leve ser mantido pela Previdéncia Social para proporcionar
a pessoa incapacitada, parcial OU totalmente para O trabalho, bem COITIO as pessoas portadoras de
deficiencia, os meios para a (rejeducacáo e de (rejadaptacáo profissional e social, compreendendo
(Lei n. 8.213/91, art. 89):
a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomocáo quando a perda ou reducáo da
capacídade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equiparnentos necessáríos a habilitacáo e reabilitacáo social
e profissional;
b) a reparacáo ou a substituicáo dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por
ocorréncia estranha a vontade do beneficiario:
e) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessario.

O art. 90 do mesmo diploma legal refere, ainda, que a prestacáo desse servico de reabilitacáo,
pela Previdéncia Social <leveser obrigatoriamente prestado aos segurados (inclusive já aposentados)
e, semente na medida das possibilidades, aos seus dependentes.
Também o art. 136 da Instrucáo Normativa INSS n. 77/2015 é taxativo quanto a obrígacáo ser da
Previdéncia Social, exercida por meio do INSS, conforme transcrevo:
Art. 136. A assisténcia (re)educativa e de (rejadaptacáo profíssional, instituida sob a denominacáo genérica de
habilitacáo e reabilitacáo profissional, visa proporcionar aos beneficiarios, incapacitados parcial ou totalmente para
o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carencia, e as pessoas portadoras de deficiencia, os meios
indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.
§ 12 Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover a prestacáo de que trata este artigo aos segurados, inclusive
aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condicñes locais do órgño,
aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratacáo de servícos especializados.
§ 29 As pessoas portadoras de deficiencia seráo atendidas mediante celebracáo de convenio de cooperacáo técnico-
-fínanceira,

Devem, obrigatoriamente, ser encaminhados ao Programa aqueles que se encontram em gozo


de auxílio-doenca (acidentário ou nao), o segurado sem carencia para a concessáo de auxílio-doenca

119
previdenciário e que esteja incapaz para o trabalho, o segurado em gozo de aposentadoria por
invalidez e o segurado aposentado (qualquer modalidade) que esteja trabalhando e que, por acidente
ou doenca, tenha reduzida sua capacidade laborativa (IN INSS n.77/2015, arts. 399 e 400)
Os dependentes do segurado e as pessoas com deficiencia (que nao sao contribuintes do RGPS
e, por isso, nao se encaixam no conceito de seguradas) seráo atendidas pelo Programa conforme as
possibilidades administrativas, financeiras e as características locais.

9.2. Abrangéncia do programa

Nos termos da IN INSS n. 77/2015<96>, o atendimento será descentralizado e prestado pelas


próprias Agencias da Previdéncia Social, conduzido por equipes multiprofissionais, com as seguintes
atribuicóes básicas (art. 401):
I - avaliacáo do potencial laborativo;

U - orientacáo e acompanhamento do progra1na profíssional;


ITI - articulacáo com a comunidade, inclusive mediante celebracáo de convenio para reabilitacáo integral, restrita
as pessoas que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao Programa de Reabilitacáo Profissional, com vistas ao
reingresso no mercado de trabalho;
IV - acompanhamento e pesquisa de fixacáo no mercado de trabalho; e
V - certificar ou homologar o processo de Habilitacáo e Reabílitacáo Profissional,

Sendo necessário o deslocamento do beneficiário para que seja atendido pela Reabilitacáo
Profissional, caberá ao INSS verificar a menor distancia em relacáo a localidade de seu domicílio,
sendo-lhe garantido o pagamento de todas as despesas correspondentes.
Além das atribuicóes básicas, o Programa também pode compreender, se indispensável a
recuperacáo dos beneficiários, órteses, próteses ou quaisquer outras tecnologías assistivas, conforme
dísposícóes do art. 137 do Decreto n. 3.048/99 e também do art, 402 da IN INSS n. 77/2015, que
transcrevo:
Art. 402. Quando indispensáveis ao desenvolvímento do programa de Reabilitacáo Profissional, o INSS fornecerá aos
beneficiários, inclusive aposentados, os seguintes recursos materiais:
I - órteses: tecnologia assistiva para correcáo ou cornplernentacáo de funcionalidade;

TI - próteses: tecnologia assistiva para substituicáo de membros ou parte destes;

IIT - outras tecnologías assistivas: produtos, recursos, metodologías, estratégias, práticas e servicos que objetivam
prmnover a funcionalidade, relacionada a atividade e participacáo, de pessoas com deficiencia, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomía, independencia, qualidade de vida e inclusáo social;

IV - auxilio-transporte urbano, intermunicipal e interestadual: que consiste no pagamento de despesas coro o


deslocamento do beneficiário de seu domicilio para atendirnento na APS e para avaliacóes, cursos e/ou treinamentos
em empresas e/ou instituicóes na comunidade;

V - auxílio-alimentacáo: que consiste no pagamento de despesas referentes aos gastos coro alimentacáo (alrnoco ou
jantar) aos beneficiários em programa profissiona l com duracáo de oito horas;

VI - diárias: que seráo concedidas conforme o art. 171 do RPS;

VII - implemento profissional: recursos materiais necessários para o desenvolvimento da formacáo ou do treínamento
profissional, compreendendo material didático, uniforme, instrumentos e equípamentos técnicos, inclusive os de
protecáo individual (EPI); e

VIII - instrumento de trabalho: recursos materiais necessáríos ao exercício de urna atividade Jaborativa, de acordo
com o Programa de Habilitacáo/Reabilitacáo Profissional desenvolvido.

(96) O art. 137 do Decreto n. 3.048/99 dispóe no mesmo sentido.

120
a a
§ Jll Sao considerados corno equipamentos necessários Habilitacáo e Reabilitacáo Profíssional, previstos no§ 2Q
do art. 137 do RPS, desde que constatada a sua necessidade pela equipe de reabilitacáo, o implemento profissional e
o instrumento de trabalho.
§ 2Q O direito a concessáo dos recursos materiais de que trata o capui desse artigo, mediante os encaminhamentos
decorrentes da celebracáo de convénios de cooperacáo técnico-financeira, será garantido conforme descrito em
instrumento próprio.

9.3. Participaciio das empresas

A programacáo profissional (urna das atribuicóes básicas do Programa e, portante, obrigatória)


é desenvolvida mediante a frequéncia do beneficiário em cursos e/ou treinamentos na comunidade e,
para que a Previdéncia Social atenda a essa obrigacáo, o Decreto n. 3.048/99 (art. 139) e a Instrucáo
Normativa INSS n. 77/2015 (art. 404) preveem a possibilidade de serem firmados contratos, acordes
e convenios com instituicóes e empresas públicas ou privadas. Confira-se:
Decreto n. 3.048/99
Art. 139. A programacáo profissional será desenvolvida mediante cursos e/ou treinamentos, na comunidade, por
meio de contratos, acordos e convénios com instituicóes e empresas públicas ou privadas, na forma do art. 317.<97>
§ 1° O treinamento do reabilitando, quando realizado em empresa, nao estabelece qualquer vínculo empregatício ou
funcional entre o reabilitando e a empresa, bem como entre estese o Instituto Nacional do Seguro Social.
§ 211 Compete ao reabilitando, além de acatar e cumprir as normas estabelecidas nos contratos, acordos ou convenios,
pautar-se no regulamento daquelas organizacóes.

Esses convenios, contratos, acordes e parcerias podem ser firmados para finalidades diversas,
dispostas no art. 404 da IN INSS n. 77/2015, mas todos eles monitorados pela equipe de Reabilitacáo
Profissional do INSS. Sao as modalidades previstas:
I - atendimento e/ou avaliacáo nas áreas de fisioterapia, terapia ocupacional, psicología, fonoaudiologia, e outros
necessários ao processo de Reabilitacáo Profissional;
II - atendimento, preparacáo e treinamento para uso de próteses, órteses e demais tecnologías assistivas;
III - melhoria da escolaridade, com alfabétizacáo e elevacáo do grau de escolaridade;
IV - avaliacáo e treinamento profíssional:
V - capacitacáo e profissionalizacáo com vistas ao reingresso no mercado de trabalho;
VI - desenvolvimento de cursos profissionalizantes;
VII - disponibilízacáo de áreas e equipamentos para instituicóes/entidades/órgáos com atendimento prioritário a
clientela da Reabilitacáo Profissional;
VIII - estágios curriculares e extracurriculares para alunos em formacáo:
IX - fiscalizacáo do cumprimento da reserva de vagas; e
X - homologacáo do processo de reabílitacáo e/ou readaptacáo profissional.

Do regulamento e do diploma normativo podernos concluir, poís, que semente mediante termo
firmado entre o INSS e a empresa (convenio, contrato, parceria ou acordo) é que a empresa participa
atívamente do processo de reabilitacáo dos seguradosv" e, ainda assim, sob efetiva coordenacáo e
acompanhamento da equipe de Reabilitacáo do INSS.

(97) Decreto n. 3.048/99, art. 317: Nos casos de impossibilidade de instalacáo de órgáo ou setor próprio competente do Instituto
Nacional do Seguro Social, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de irnplernentacáo das atividades e atendimento ade-
a
quado clientela da previdéncia social, as unidades executivas de reabiíitacáo profissional poderáo solicitar a celebracáo de convenios,
contratos ou acordos com entidades públicas ou privadas de comprovada idoneidade financeira e técnica, ou seu credenciamento,
para prestacáo de servlco, por delegacáo ou simples cooperacáo técnica, sob coordenacáo e supervisáo dos órgáos competentes do
Instituto Nacional do Seguro Social.
(98) A empresa empregadora encontra-se abrigada a fornecer o formulário PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário, caso seja soli-
citado pela equipe de Reabilitacáo do INSS - IN INSS n. 77/2015, art. 405.

121
Sendo necessário treinamento da nova funcáo dentro de alguma empresa nao necessário que esta seja a empresa
é

empregadora do trabalhador. Muito pelo contrarío, a empregadora somente pode participar do processo de
reabilitacáo se tiver o convenio, o acordó, o contrato ou a parceria com o INSS, o que nao a regra geral.
é

O trabalhador faz esse treinamento em empresas diversas e, durante esse período, tem mantido
o paga1nento do auxílio-doenca. Nao há vínculo empregatício com a empresa, nem tampouco com
o INSS, apesar de ser a autarquia quem fará o acompanhamento e a avaliacáo do progresso na nova
atividade.
Inúmeros sao os casos, no entanto, em que o INSS encaminha correspondencia as e1npresas
ernpregadoras (nao conveniadas, nao contratadas e sem qualquer ajuste ou acorde firmado)
informando-as de que devem receber o empregado e proporcionar sua reabilitacáo para funcáo
diversa, apontando restricóes que, inclusive, irnpossibilitam o trabalhador de permanecer na mesma
funcáo anterior. Confiram-se os dois casos a seguir exemplificados:

Ofleto n• 21.033.030/0iCMl2014
tNSS-Ge,.nela Executiva do Santo.
Agancla da Previdfnda Soc¡af d• I ha'"'1Equ
lpe de RubUJta~oPtoftaalonat
Ender~: Ru. Jolo Martano, 32t Cfftro-ttanha6m-SP
. CEP: 11740-000
E-mail: lu101. - . .
Telefono: C13) 3871·

ttanha«n, 08 de aetembro do 2014

Prezldo (a)~ (a) ~

A segured SANDRA . NB-31"507 .


CPF: . vinculada a e11a empresa na ~ do MOTORlSTA. foe
avallada pela Equipe de R ~ Profuional • consldctada e1e9i 1 pata o
programa ptOflSSIOnal do INSS, uma vez que BPf918'1tll potenccat lab<QtNo p ra
tetomar oo trabelho, apreaentando 1egu restft;Ces· dlrtglr proftaatonatmente.

Soliatamos a~ ~o de nova fufl9IO/atividade. rnp«tando s contra


indcai;iOes menclonld ecama, enviando-nos • ~o das novn at.ribui96eS quo
l\o serlo propostas.
tnformamoe que, dul8nte o periodo de roa ptOflUional
( v ~ treinamenlo) o aegurado contnmrj aob • rcsponsab1hdade do
INSS e cm ~ de auxí~ nlo ntabel9cendo qu lquer vi~
empreganao ou funcional entre o reabillandoe a emprctOJentkfade . bern como entr&
esta e o INSS ( §1•. Art. 139. do Oocroto 3.048/99).

tnfonn mos que • b de vepa nao deY& ser constdef'ada como


impedimento para " b o prof!SSJOn , ndo em vista o ettabefeado na ~
que transaewimos baixo

&Al 8.213, de 2.,_,711H1


·M 93. A «nptO com 100 (oom) ou mais el17(Jl'flpdo$estd obrigada •
~de 2" (dois po1 oettto) • 5"
(clr>CO por t»nto) dos us calpOf com
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122
S!<;AO O! SAUD! DO TRABAlHADOll
EQUIPE ttCNICA OE ~fAllUTA<;AO PROFISSIOHAl
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OFICIO/INSS/SST/ETRP/Nº 237 DE 08 DE NOVEMBRO DE 2012.
Prezado(a) SenhOr(a)
o segurado(a) l!IJUU . vlnculodo(a) a esse empresa, na fu~lo de •
~OC<Y1StO"', rol avahado pela ETRP e etegível para o programa de reablllt~o profiss1onal do INSS, um;i
1ez Que apresenta potencial laboratlvo paro retomar ao ttabalhO, apresenllldo as segulntes
:ontralndlca~es: *-At:Mdades de desencodeiem crlses oevosas.::
Para darmos continuldadc ao processe reabllltatório, sollotamos lndlca~l!o de nova fun~!o
1t1vldade. respe1tando as contralndlcoc;6es mencionadas acime, enviando-nos a descrl~ dos novas
}atnbul~6cs que lhe scr3o propostas. Caso a nova hm~o exija avall~l!o/curso/trelnamento, o 5e9Urado
estar! neste periodo, soba responsabllldade do INSS (§ 10, Art. 139, do Decreto 3.048/99).
Informamos que, a refenda resposta, ptN"KI» o FICHA DE Rli(Á<XJe1 Oll'll!CDAS - ~ 1 ' o
OUADRO OEMONSTTlAT'NO et IUlf;(JES Ll4 ~ - ~ 2l deverá ser enviada no prow m~xlmo de 15
(qulnze) dlas, aos cuidados do Responsável Pela Orienta~!o Profissional, sito ~ Avenida ~esl~nte
Getúllo Vargas no 553 - 50 andar - Centro Norte - Cep.: 78.005·905 - Culabá/MT. TeVfax.: (65) 3928
1582/1585/ l 779(FAX).
Na oportunldade, transcrevemos abalxo, os aspectos legals a serem consklercidos, no retorno do
segurado(a) a empresa de vincule, após o proccsso de reablhta~l!o profisslonal:
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No primeiro exemplo o INSS ordena a tuna determinada empresa (de transporte coletivo) que
reabilite a empregada, cuja funcáo anteriormente exercida era a de motorista de ónibus, para funcáo
totalmente diversa, chegando a informar que a ausencia de vaga (nessa possível nova funcáo) nao
pode ser considerada impedimento para a reabilitacáo.
No segundo caso, também referente a urna empresa de transporte coletivo, o INSS solicita
indicacáo de nova funcáo para o trabalhador que exercia atividade como motorista, co1n restricáo
para atividades que desencadeiem crises nervosas.
Tais práticas sao absolutamente ilegais, ferindo inclusive as disposicóes constantes na própria
Instrucáo Normativa do INSS (77/2015), já que:
a) durante a reabilitacáo o beneficio de auxílio-doenca deve ser mantido;
b) cabe ao próprio INSS promover (e coordenar) a reabilitacáo, encontrando a func;ao adequada as restricóes
existentes, e nao a empresa;
e) a empresa nao é obrigada a encontrar e disponibilizar urna funcáo diferente daquela inicialmente exercida pelo
trabalhador;
d) a empresa nao é obrigada a colaborar com a reabilitacáo, mas tao semente a contratar pessoas que [á possuem o
certificado emitido pelo INSS (de habilitacáo ou de reabilitacáo) nos tennos do art. 93 da Leí n. 8.213/91;
e) se o INSS nao possui a estrutura e o dinheiro necessárío ao implemento do Programa, deve firmar convenio,
parceria ou acorde com a empresa, antes de encamínhar o trabalhador, constando nesse documento as obrigacóes
das partes.

É certo que nos últimos anos pouquíssimo investimento foi feito pelo Governo Federal no setor
de Reabilitacáo Profissional, num raciocinio totahnente equivocado do ponto de vista económico e
financeiro. Prefere o Ministério da Previdéncia Social gastar milhóes com os beneficios de auxilio-
doenca e aposentadorias por invalidez em manutencáo do que investir esses mesmos milhóes na
estrutura adequada e necessária para urna eficiente reabilitacáo desses profissionais.

123
No entanto, nao é possível ou lícito que, sob o argumento de falta de estrutura ou equipes
multiprofissionais no RGPS, a obrigacáo seja transferida as e1npresas, em total e absoluta afronta as
disposicóes legais e constitucionais vigentes.
Muitas empresas possuem interesse em colaborar com o INSS no que se refere a reabilitacáo
profissional e estáo dispostas a oferecer nao somente a estrutura para o treinamento como arcar com
as despesas correspondentes. No entanto, cabe ao INSS procurar essas parcerias, firmar os convenios
ou os acordos necessários e destacar, nesses documentos, obrigacóes e responsabilidades das partes
(empresa, trabalhadores e INSS), bem como detalhar como se dará o efetivo funcionamento do
programa.
Nao poderia ser diferente porque ao pensarmos no empregador precisamos compreender que
existem grandes, médias e pequenas empresas, algumas com estrutura gigantesca e faturamento
mensal milionário e outras com apenas urna portinha comercial e único empregado. Como pretender
que esse pequeno empreendimento arque com a reabilitacáo de um trabalhador, ainda que seu
empregado? Com qual estrutura e conhecimento?
E, para aqueles que defendem que esse pequeno empregador estaría dispensado de tal
obrígacáo, co1no afirmar que semente os trabalhadores de grandes empresas é que possuem direito
a reabilitacáo?
Ser reabilitado para a mesma funcáo anteriormente exercida ou para atividade diversa é

direito de todos os segurados do Regime Geral de Previdéncia Social, independentemente do porte


economice e estrutural de seu empregador e, até mesmo, de serem esses segurados empregados e
registrados em alguma empresa, já que autónomos, empresários e até os contribuintes facultativos
(que nao trabalham) possuern a mesma protecáo legal.
Por tal razáo é que a Iegislacáo atribuiu a responsabilidade (e o custo) a Previdéncia Social e,
como para o treinamento profissional (que é urna parte do Programa) é preciso a partícipacáo de
empresas, possibilitou a celebracáo de convenios, contratos, acordos e parcerias junto a instituicóes
públicas e privadas. Trata-se, pois, de urna possibilidade, e nao de urna ordem,
Por mais recomendável que seja urna empresa participar desse processo, oferecendo estrutura,
treinamento e custeando despesas, nao se trata de urna obrigacáo legal, mas sim de tuna faculdade,
sem qualquer punicáo para os empreendimentos que nao quiserem ou nao puderem, por qualquer
motivo, participar.
Os trabalhadores, por sua vez, e como já dito em exaustáo, possuem direito a essa reabilitacáo
nos moldes previstos pela legislacáo (e nao como, infelizmente, tem sido praticada pelo INSS) e nao
somente podem, como devem, exigí-la na esfera administrativa ou judicial.

9.4. Concluséi.o da reabilitacao - certificado concedido pelo INSS

Concluído o processo de reabilitacáo profíssíonal, a Previdéncia Social deverá emitir e fornecer


ao trabalhador um certificado individual, no qual deveráo constar expressamente todas as atividades
que poderáo ser exercidas pelo beneficiário. Confira-se tal obrigatoriedade no art. 92 da Lei n. 8.213/91:
Art. 92. Concluido o processo de habilitacáo ou reabilitacáo social e profissíonal, a Previdéncia Social emitirá
certificado individual, indicando as atividades que poderáo ser exercidas pelo beneficiário, nada irnpedindo que este
exerca outra atividade para a qua! se capacitar.

Importa registrar, contudo, que a Previdéncia Social encontra-se obrigada a reabilitar o


trabalhador, mas nao amante-lo no mesmo emprego anterior ou, ainda, recolocá-lo em outro para o
qual foi reabilitado.

124
O processo encerra-se coma emissáo do certificado, mas o§ 2Q do art. 140 da IN INSS n. 77/2015
dispóe que cabe a Previdéncia Social articular com a comunidade para levantamento da oferta do
mercado de trabalho, direcionamento da prograrnacáo profissional e possibilidade de reingresso
do reabilitando no mercado formal:
Art. 140. Concluido o processo de reabilitacáo profíssional, o Instituto Nacional do Seguro Social emitirá certificado
individual indicando a funcáo para a qua! o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício
de outra para a qual se julgue capacitado.
§ lQ Nao constituí obrigacáo da previdéncia social a manutencáo do segurado no mesmo e1nprego ou a sua colocacáo
em outro para o qua! foi reabilitado, cessando o processo de reabilítacáo profissional coma ernissáo do certificado a
que se refere o caput.
§2Q Cabe a previdéncia social a articulacáo coma comunidade, com vistas ao levantamento da oferta do mercado de trabalho, ao
direcionamento da programacáo profissional e a possibílídade de reingresso do reabilitando no mercado formal.
§ 32 O acompanhamento e a pesquisa de que trata o inciso IV do art. 137 é obrigatório e tern como finalidade a
comprovacáo da efetividade do processo de reabilitacáo profissional.

9.5. Contratacáo de trabalhadores reabilitados por empresas com cem ou mais


empregados
Empresas maiores, com cem ou mais empregados, encontram-se obrigadas a manter em seus
quadros funcionais um percentual de trabalhadores reabilitados pelo INSS ou deficientes também
por ele habilitados (todos portadores do certificado, conforme visto no subitem anterior).
Referida obrígacáo consta do art. 93 da Lei n. 8.213/91, e os percentuais sao distribuídos conforme
o número de empregados da empresa, na seguinte proporcáo:
I - até 200 empregados 2%;
U - de 201 a 500 3%;
IIT - de501a1.000 4%;
IV - de 1.001 em diante .5°/o

Preencher essa quota nem sempre é tarefa fácil ou, mesmo, possível. Note-se que semente
empresas de porte maior, com mais de cem empregados, é que se encontram obrigadas a contratar
esses trabalhadores, justamente porque, muitas vezes, é preciso fornecer estrutura diferenciada para
recebe-los, o que demanda custo e treinamento.
No entanto, as empresas nem sempre estáo preparadas, e tampouco os trabalhadores, já que,
na prática, o progra1na de reabilitacáo nao vem sendo desenvolvido nos moldes previstos pelo
legislador. Em alguns casos ou localidades, sequer é possível encontrar no mercado de trabalho esses
profissionais, qualificados ou habilitados a exercer as atividades.
Como é o INSS, atualmente, quem deve manteras equipes multiprofissionais e os Programas de
Reabilitacáo e Habilitacáo Profission.ais, e corno se encentra obrigado a articular com a comunidade
sobre as ofertas de trabalho, direcionamento do programa e possíbilidade de reingresso dessas
pessoas, o correto seria manter, também, um servico pelo qual empresas e trabalhadores pudessem
ter inforrnacáo sobre os profissionais e vagas disponíveis, como um banco de dados, por exemplo.
Contudo, essa informacáo nao se encentra disponível, e as partes precisam utilizar os meios comuns
de busca e oferta de emprego.
O que se recomenda as empresas é, em primeiro lugar, manter estrutura e pessoal treinado
a receber os trabalhadores reabilitados (e deficientes habilitados). Em segundo lugar, manter
preenchidos os percentuais fixados na Iegislacáo e, nao sendo possível, comprovar documentalmente
que tentou buscar esses profissionais junto ao INSS, ao Ministério do Trabalho e Emprego e até
mesmo na localidade, por meio de avisos e publicacáo em jornais locais.

125
Para os trabalhadores, é importante que o currículo mencione a existencia do Programa e, se,
possível, que contenha anexado o certificado emitido pelo INSS. Também importa registrar que,
urna vez contratados, semente podem ser demitidos sem justa causa ou por término do período de
experiencia se a empresa tiver contratado substituto em condicáo semelhante (também reabilitado
ou habilitado pelo INSS).
Nao se trata de urna estabilidade no emprego propriamente dita, mas sim da obrigatoriedade da
e1npresa em manter o percentual de reabilitados ou habilitados devidamente preenchido. Se possui
150 empregados, por exemplo, precisa ter 3 trabalhadores reabilitados ou deficientes habilitados,
permanentemente. Se dispensar um deles, ficará em situacáo irregular e, por isso, precisa ter contratado
alguém para essa vaga antes de proceder a rescisáo pretendida. Se assim nao procedeu, encentra-se a
empresa impedida de efetivar a dispensa do referido trabalhador e, se desobedecer, nao semente estará
sujeita a multa administrativa pelo descumprimento da legislacáo vigente como certamente se obrigará a
anular a dispensa e reintegrar o trabalhador se este ingressar com acáo judicial.

9.6. Readaptaciio de trabalhadores

Os conceitos de reabilitacáo e readaptacáo sao, por vezes, confundidos, gerando interpretacáo


equivocada da legislacáo vigente.
Por Reabilitacáo Profissional <levemos compreender aquela de obrigacáo da Previdéncia Social,
atualmente oferecida pelo INSS por equipes multiprofissionais que devem avaliar o potencial
laborativo do trabalhador, orientá-lo e acompanhá-lo no programa profissional (oferecendo cursos e
treinamentos na comunidade), entre outras atribuicóes vistas nos subitens anteriores.
A readaptacáo, ao contrário, deve ser promovida pela própria empresa, sem interferencia do INSS.
Trata-se de identificar, pelos exames médicos que integram o PCMSO - Programa de Controle Médico
e Saúde Ocupacional (NR-7) -, ou por qualquer outro meio, os trabalhadores que necessitam de troca
de funcáo para que nao adoecam ou nao tenham algum problema já existente agravado em razáo da
atividade laborativa. A prática deve ser utilizada, poís, como medida preventiva dos riscos relacionados
aos postes de trabalho, justamente para evitar acidentes de trabalho, ainda que por concausa.
Além de identificar os trabalhadores, a empresa também identifica as funcóes compatíveis
com a capacidade laborativa residual desses empregados, preparando-os profissionahnente para o
exercício da nova atividade.
É possível, poís, que a readaptacáo ocorra com um trabalhador que nunca chegou a se afastar
das atividades e que, consequentemente, nunca chegou a receber da Previdéncia Social o beneficio de
auxílio-doenca ou o servico de reabilitacáo profissional. Para estés, <leve a e1npresa cuidar para que a
indicacáo médica reste bem documentada, de forma a evitar problemas futuros com questionamentos
de" desvío de funcáo". Também deve estar atenta a questáo salarial, porque nao podern sofrer reducáo
em sua remuneracáo mensa}, e como nao se tratam de trabalhadores reabilitados ou habilitados pelo
INSS, servern de paradigma para outros trabalhadores postularem a equiparacáo salarial.
Nos casos em que a readaptacáo ocorrer após o trabalhador retornar do auxilio-doenca e do
servico de Reabilitacáo promovido pelo INSS, co1n o objetivo de identificar dentre as novas aptidóes
do obreiro a funcáo mais compatível e isenta de riscos ao agravamento da enfermidade ou lesáo, a
preocupacáo se restringe apenas a nao reduzir a remuneracáo porque, nos termos do art. 461 da CLT,
§42, nao poderá servir de paradigma a equiparacáo salarial. Confira-se:
Art. 461. Sendo idéntica a funcáo, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma
localidade, corresponderá igual salário, sem distincáo de sexo, nacionalidade ou idade.
[... ]
§ 411 O trabalhadorreadaptado em nova funcáo por motivo de deficiencia física ou mental atestada pelo órgáo
competente da Previdéncia Social nao servirá de paradigma para fins de equiparacáo salarial.

126
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10.1. Pagamento dos primeiros días de afastamento

O primeiro direito do trabalhador, quando da ocorréncia de acidente de trabalho, refere-se ao


pagamento, pela empresa, dos primeiros dias de afastamento e sobre o qual já me manifestei nos
subitens 8.1.4 e 8.2.2 desta obra, quando tratei especifícadamente das características do auxílio-doenca
e da aposentadoria por invalidez.
Assim, para que nao fique repetitivo o conteúdo abordado, mas considerando a importancia
do tema, remeto o leitor a tais consideracóes, até porque entendo pela inconstitucionalidade dos
dispositivos, devendo competir a Previdéncia Social o pagamento de todo o período, assim como
ocorre para os demais segurados do Regime Geral de Previdéncia Social.
Cumpre aqui destacar, apenas, que sobre esse pagamento nao <leve incidir contribuicáo
previdenciária (nem pela empresa, nem pelo trabalhador), porque nao se trata de parcela
remuneratória, destinada ao pagamento da prestacáo de servícos. Trata-se de beneficio, cujo
pagamento foi atribuído a empresa por forca da Lei n. 8.213/91, mas que nao guarda qualquer relacáo
coma previsáo de contribuicáo social disposta no art. 195, I, a, da CF/88. Confira-se:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socíedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orcamentos da Uníáo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, e das
seguintes contribuicóes sociaís:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da leí, incidentes sobre:


a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que lhe
preste servico, mesmo sern vínculo empregatício;

Por nao se enquadrar no conceito de "rendimentos do trabalho" e, assim, nao possuir natureza
remuneratória, referido pagamento nao poderia integrar o conceito de salário de contribuicáo, como
assim prevé, inclusive, a própria redacáo do inciso I, art. 28, da Leí n. 8.212/91. Confira-se:
Art. 28. Entende-se por salário de contribuicáo:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneracáo auferida em uma ou mais empresas, assim entendida
a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mes, destinados a retribuir
o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servicos efetivamente prestados, quer pelo tempo a
disposicáo do empregador ou tomador de servícos nos termos da Jei ou do contrato ou, ainda, de convencáo ou
acordo coletivo de trabalho ou sentenca normativa;
[ ... ]

Na prática cotidiana, contudo, há a cobranca de contribuicáo previdenciária sobre tal parcela,


de forma inclusive automática, pormeio do preenchimento da informacáo no formulário GFIP/SEFIP
que é mensalmente encaminhado a Previdéncía Social.
Sobre o tema, o STJ já mantém entendimento pacificado quanto a ilegalidade, mas as decis6es
se aplicam somente as empresas que ajuizaram as respectivas acóes judiciais, nao havendo efeito erga
omnes.

127
Trabalhadores e empresas prejudicados podem e devem, portanto, ingressar com as acóes
judiciais necessárias a recuperacáo da contribuicáo que foi indevidamente paga, sendo pacífico o
entendimento jurisprudencia! no Superior Tribunal de [ustica, como já dito, e conforme ilustra o
seguinte julgado (destaque meu):
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUT<;ÁO
PREVIDENCIÁRIA A CARGO DA EMPRESA. INCIDÉNCIA SOBRE FALTAS ABONADAS.
l. A jurisprudencia desta Corte no sentido de que incide contribuicáo prevídenclária sobre os valores relativos ao
é

abono de faltas, diferentemente do que ocorre coma importancia paga nos quinze días que antecedem o auxilio-
doenca, que nao detém caráter salarial, de modo que nao é qualquer afastamento do empregado que implica sua
nao incidéncia.

2. Agravo regimenta! nao provido.


(STJ - AgRg no REsp 1489916/PR - P Turma - Relator Ministro Benedito Concalves - Dje de 11.3.2015)

10.2. Depósito de FGTSdurante o a/astamento

Preve expressamente a Leí n. 8.036/90, no art. 15, § 5º,<99> a obrigatoriedade do depósito de FGTS
durante a licenca por acidente de trabalho, sendo a redacáo expressa do dispositivo a seguinte:
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até odia 7 (sete) de cada
mes, em conta bancaria vinculada, a importancia correspondente a 8 (oito) por cento da rernuneracáo paga ou devida,
no mes anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneracáo as parcelas de que tratam os arts, 457 e 458 da CLT e
a gratificacáo de Natal a que se refere a Lei n. 4.090, de 13 de julho de 1962, comas modificacóes da Lei n. 4.749, de
12 de agosto de 1965.
[... ]
§ 5º O depósito de que trata o capui deste artigo obrigatório nos casos de afastamento para prestacáo do servico
é

militar obrigatório e licenca por acidente do trabalho,


[... ]

Já o regulamento. constante do art. 28 do Decreto n. 99.684/90, repete os mesmos tennos da leí


ordinária, assim dispondo sobre o tópico:
Art. 28. O depósito na conta vinculada do FGTS é obrígatório também nos casos de interrupcáo do contrato de trabalho
prevista em leí, tais como:
[... ]
III - licenca por acidente de trabalho:
[... )

É certo, pois, o direito aos depósitos fundiários durante os primeiros dias de a.fastamento (pagos
pela empresa, em face da Lei n. 8.213/91), bem como também enquanto perdurar o benefício de
auxílio-doenca acidentário concedido pelo INSS (espécie B91).
A questáo que se impóe é a existencia desse direito quando, impossibilitado de recuperar
a capacidade laborativa para a profissáo habitual ou de ser reabilitado pelo INSS para atividade
diversa, passa o trabalhador a receber o benefício de aposentadoria por invalidez e, para elucidacáo
do direito, cumpre transcrever as dísposícóes contidas na CLT:
Art. 475. O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo
fixado pelas leis de previdéncia social para a efetivacáo do beneficio.
§ 1° Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o
direito a funcáo que ocupava ªº
tempo da aposentadoria, facultado, porém, ªº
empregador. o direito de indenizá-
lo por rescisáo do contrato de trabalho, nos tennos dos arts. 477 e 4781 salvo na hipótese de ser ele portador de
estabilidade, quando a indenizacáo deverá ser paga na forma do art. 497.

(99) O § 5!! foi incluído ao art. 15 da Leí n. 8.036/90 pela Lei n. 9.711/98.

128
§ 2Q Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato
de trabalho sem indenizacáo, desde que tenha havido ciencia inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato.
Art. 476. E1n caso de seguro-doenca ou auxílio-enfermidade, o empregado é considerado em licenca nao remunerada,
durante o prazo desse beneficio.
É possível observarmos que, no art. 475, ao mencionar a aposentadoria por invalidez, a CLT
informa a ocorréncia de suspensáo contratual, e no art. 476, quando se refere ao auxílío-doenca,
menciona urna situacáo de licenca nao remunerada.
Assim também faz referencia o art. 63 da Lei n. 8.213/91. Confira-se:
Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doenca será considerado pela empresa e
pelo empregador doméstico como licenciado.
Parágrafo único. A empresa que garantir ao segurado licenca remunerada ficará abrigada a pagar-lhe durante o
periodo de auxílio-doenca a eventual diferenca entre o valor deste e a importáncla garantida pela Iicenca.
Por tais razóes, e porque o vocábulo "licenca" refere um afastamento temporário, o Tribunal
Superior do Trabalho vem mantendo o entendimento de interpretar restritivamente as disposicóes
do inciso 111 do art. 28 da Lei n, 8.036/90, mantendo a obrigatoriedade do depósito fundiário tao
somente no período do auxílio-doenca, sem abrangéncia do período de aposentadoria, conforme
ilustra a seguinte ementa:
RECURSO DE REVISTA. DEPÓSITOS DE FGTS. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE
ACIDENTE DE TRABALHO OU DOEN~A OCUPACIONAL. SUSPENSÁO DO CONTRATO DE TRABALHO.
Suspenso o contrato de trabalho em decorréncia de aposentadoría por invalidez, nao há obrígatoriedade do
empregador de efetuar os depósitos do FGTS, na medida em que o art. 15, § 52, da Lei n. 8.036/90 refere-se a tal
obrigatoriedade apenas nos casos de afastamento para prestacáo do servico militar obrigatório e de licenca por
acidente do trabalho. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR - 1019-36.2012.5.05.0461 - 2il Turma -
Relatora Ministra Delaíde Miranda Arantes - Julgamento em 25/02/2015- DEJT de 6.3.2015)
Entendo que essa é, de fato, a melhor interpretacáo que deve ser conferida as regras vigentes,
mas acredito que, havendo comprovacáo de culpa ou dolo na ocorréncía do sinistro, por parte do
empregador, terá a vítima o direito de postular o valor correspondente a esses depósitos em acáo
indenizatória.

10.3. Complemento do valor do auxilio-doenca ou da aposentadoria por invalidez


Corno observado no subitem 8.1.3 desta obra, o valor que o trabalhador receberá a título de bene-
fício previdenciário pode nao corresponder ao valor que recebe na ativa. Para o cálculo do benefício
o INSS fará urna média das remuneracóes do trabalhador desde julho/1994, e no caso do auxílio-
-doenca, ainda será aplicado um percentual (91 %) sobre o resultado obtido. A contar de 1 º.3.2015,
por forca da MP 664 e da Lei n. 13.135, o INSS irá comparar o resultado desse cálculo coma médía
dos últimos 12 salários-de-contribuicáo, pagando ao trabalhador af astado o menor dos valores.
Na maior parte das vezes, portanto, o valor do benefício acaba sendo inferior áquele que o
trabalhador receberia se permanecesse na ativa, mas, infelizmente, nao há na legislacáo vigente
qualquer dispositivo que abrigue o empregador a complementar tal montante, ainda que se trate de
acidente de trabalho.
Assim, nao havendo previsáo legal, deve a matéria ser objeto de negocíacáo em documento
coletivo (acordo ou convencáo), e se tal documento nada referir sobre o tópico, durante o período
de afastamento o trabalhador receberá apenas o benefício previdenciário, sem direito a qualquer
complementacáo por parte de seu empregador. No entanto, e como já <lito no subitem interior,
compreendo que caso exista comprovacáo de culpa ou dolo na ocorréncia do sinistro, por parte do
empregador, terá a vítima o direito de postular o valor correspondente a essa complementacáo em
acáo indenizatória.
Havendo mencáo a tal complemento, ou se assim desejar proceder o empregador por liberalidade
(pagando o complemento a todos os trabalhadores afastados), sobre tal montante nao incidirá
qualquer contribuicáo previdenciária (tampouco FGTS), dada sua natureza indenizatória, conforme

129
previsáo expressa, inclusive, na Lei n. 8.212/91, art. 28, § 9º, alinea n.<100> Sendo paga a complementacáo
nos termos da lei, esta também nao integrará o direito do trabalhador para qua1quer outra finalidade,
e nao servirá como fundamento para descaracterizar a suspensáo contratual ocorrente, caso se trate
de aposentadoria.

10.4. Complemento da cratiftcacao Natalína (13!! salárío)


Instituída pela Lei n. 4.090/62 e também regulada pela Lei n. 4.749/65, a Cratificacáo Natalina
é devida a todo trabalhador empregado, no valor equivalente a um doze avos (1/12) da remunera-
<;ao devida em dezembro, por mes de servico do ano correspondente, ou fracáo igual ou superior a
quinze días.
Quando o empregado se afasta por motivo de incapacidade, recebendo da Previdéncía Social
benefício de auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez, o pagamento da gratíficacáo natalina
passa a ser de competencia do INSS, recebendo denominacáo de "abono anual", conforme previsáo
constante do art. 40 da Lei n. 8.213/91. Confira-se:
Art. 40. É devido abono anual ao segurado e ao dependen te da Previdéncía Social que, durante o ano, recebeu auxilio-
-doenca, auxilio-acidente ou aposentadoria, pensáo por morte ou auxílio-reclusáo.

Parágrafo único. O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a Cratificacáo de Natal dos
trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensa! do beneficio do mes de dezernbro de cada ano.

Caberá ao empregador, portante, semente o pagamento dos avos correspondentes ao período


trabalhado, computando-se nessa contagem o primeiro mes de afastamento.w" com fundamento nas
disposícóes constantes do art. 2º da Lei n. 4.090/62:
Art. 1º No mes de dezernbro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, urna gratíficacáo salarial,
independentemente da remuneracáo a que fizer jus,

§ 1° A gratificacáo corresponderá a 1/12 avos da remuneracáo devida e1n dezembro, por mes de servico, do ano
correspondente.
§ 2Q A fracáo igual ou superior a 15 (quinze) días de trabalho será havida corno mes integral para os efeitos do
parágrafo anterior,
[... )
Art. 2° As faltas legais e justificadas ao servico nao seráo deduzidas para os fins previstos no§ 12 do art. 1º desta Lei.

A Previdéncia Social será responsável pelo pagamento correspondente ao período de


afastamento, a contar do 31º dia de incapacidade e até a data de cessacáo do beneficio, parcela que
obtém a denominacáo "Abono Anual", conforme visto. O pagamento é efetuado geralmente em
dezembro de cada ano ou juntamente a úJtima parcela do beneficio previdenciário (mes da alta ou da
cessacáo do beneficio), caso este tenha sido encerrado antes da competencia dezembro.
Confiram-se, ainda, as disposícóes constantes da Instrucáo Normativa INSS n. 77/2015:
Art. 396. O abono anual, conhecido corno décimo terceiro salário ou gratificacáo natalina, corresponde ao valor da
renda mensal do beneficio no mes de dezembro ou no mes da alta ou da cessacáo do beneficio, para o segurado que
recebeu auxílio-doenca, auxilio addente, aposentadoria, salário-maternidade, pensáo por morte ou auxílio-reclusáo,
na forma do que dispóe o art. 120 do RPS.

(100) A necessidade de o beneficio ser estendido a todos os trabalhadores do estabelecimento afirma o princípio constitucional da
universalidade do atendimento e da cobertura, preconizado no art. 194, 1, da Carta Magna. Assim, somente se a benesse for estendida
a todos os trabalhadores da empresa, incluindo os gerentes e os diretores, é que terá efetivamente natureza de beneficio, nao inte-
grando a base de cálculo das contnbuicñes previdenciárias e, por consequéncia, conforme previsáo da Lei n. 8.036/90 (art. 15, § 62),
também dos depósitos de FGTS.
(101) Até 28.02.2015 a responsabilidade era apenas até a primeira quinzena de afastamento, cujo pagamento ficava a cargo do ern-
pregador, conforme disposicóes do art. 60 da Lei n. 8.213/91. A contar de 12.03.2015, por forca das alteracóes promovidas no referido
artigo pela MP n. 664/2014, esse prazo passou a ser de trinta dias.

130
§ 1° O recebimento de benefício por período inferior a doze meses, dentro do mesmo ano, determina o cálculo do
abono anual de forma proporcional.
§ 2° O período igual ou superior a quinze días, dentro do mes, será considerado como mes integral para efeito de
cálculo do abono anual.
§ 3° O valor do abono anual correspondente ao período de duracáo do salário-maternidade será pago, em cada
exercício, juntamente coma última parcela do beneficio nele devido.
§ 42 O abono anual incidirá sobre a parcela de acréscimo de 25% (vinte e cinco por cerito), referente ao auxílio
acornpanhante, observado o disposto no art. 120 do RPS.

§ 5° O pagamento do abono anual de que trata o art, 40 da Lei n. 8.213, de 1991, poderá ser realizado de forma
parcelada.
Art. 397. Autorizado o pagamento parcelado do abono anual, o parcelamento será realizado da seguinte forma:
I - para os beneficios permanentes:
a) 50% (cinquenta por cento) do valor devido até a competencia dezembro ou da cessacáo do beneficio, caso prevista,
na competéncia agosto; e

b) lOO°lo (cem por cento) do valor devido até a competencia dezembro, na competencia novembro, descontado o valor
da parcela paga anteriormente no ano;

JI - para os beneficios temporários:


a) 50°/o (cinquenta por cento) do valor devido até a competencia agosto ou da cessacáo do beneficio, caso prevista,
na competencia agosto, descontados os valores pagos anteriormente no ano decorrentes de cessacéo de beneficio
posteriormente restabelecido; e
b) 100% (cem por cento) do valor devido até a competencia dezembro ou da cessacáo do beneficio, caso prevista, na
competencia novembro, descontado o valor das parcelas pagas anteriormente no ano.

Cumpre destacar, por fim, que em se tratando de Auxílio-Doenca Acidentário decorrente de


acidente do trabalho e estando, assim, interrompido o contrato firmado entre as partes, as ausencias
do obreiro nao poderáo ser consideradas para fins de aquisicáo do 13º Salário (cf. art. 2º da Lei
n. 4.090/62) e nem tampouco para efeito do cálculo correspondente, senda este o entendimento
consubstanciado, inclusive, na Súmula n. 46 do Tribunal Superior do Trabalho. Confira-se:
Súmula n. 46 - Acidente de trabalho. As faltas ou ausencias decorrentes de acidente do trabalho nao sao consideradas
para os efeitos de duracáo de férias e cálculo da gratíñcacáo natalina.

E1n face de tais prevísóes, e porque o valor pago a título do Abono Anual pode vir a ser inferior
aoque o trabalhador receberia se nao tivesse se afastado por motivo do acidente, compreendo correto
o seguinte procedimento:
a) a empresa efetuará pagamento proporcional ao período efetivamente trabalhado no ano
base (anterior e posterior ao afastamento), sendo considerados para esta apuracáo também os
primeiros quinze días de afastamento;
b) a Previdéncia Social efetuará pagamento proporcional ao período de afastamento, a contar do
162 dia de incapacidade e até odia anterior ao retorno do obreiro as suas atividades profissionais,
parcela que receberá a denominacáo de "Abono Anual", geralmente paga em dezembrot'?"
ou quando do pagamento da última parcela do benefício, se este acorrer anteriormente a
competencia dezembro;
c) o empregador deverá verificar o valor pago pela Previdéncia Social a título de Abono Anual
e, se o valor total recebido pelo empregado for inferior ao montante que perceberia se houvesse
trabalhado durante todo o ano base (conforme cálculo comparativo a ser efetuado pela empresa),
caberá o pagamento dessa diferenca sob a denominacáo de "complernentacáo de 13º Salário".

(102) Atualmente, o pagamento é feito em duas parcelas, sendo a primeira em agosto (a título de antecipacáo), e a segunda,
em dezembro.

131
10.5. Repercussii.o no direito aférias

O direito ao gozo de férias anuais remuneradas encontra-se expresso no Capítulo IV da


Consolidacáo das Leis do Trabalho, especificamente nos arts. 129 a 153, sendo devido depois de
decorridos doze meses de vigencia contratuaI. Confiram-se, inicialmente, os arts. 129e130 do referido
Estatuto Laboral:
Art. 129. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneracáo,

Art. 130. Após cada período de 12 (doze) meses de vigencia do contrato de trabalho, o ernpregado terá direito a férias,
na seguinte proporcáo:

I - 30 (trinta) días corridos, quando nao houver faltado ao servíco mais de 5 (cinco) vezes:

IT - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;

Ill - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinre e tres) faltas;

IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
§ 1° É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao servico.
§ 22 O período das Iérias será computado, para todos os efeitos, como tempo de servico,
,
E importante observarmos que o art. 130 menciona expressamente "12 ( doze) meses de vigencia do
contrato de trabalho" e nao doze meses de efetiva prestacáo de servícos. Por tal razáo, e considerando
os termos da Súmula n. 46 do TST,l103l compreendo que as faltas justificadas em face do acidente de
trabalho (com ou sem percepcáo de beneficio previdenciáriov?") nao podem ser computadas para a
reducáo do direito. Assim, inclusive, disp6e expressamente o art. 131, inciso lll.
Art. 131. Nao será considerada falta ao servíco, para os efeitos do artigo anterior, a ausencia do empregado:

[ ... J

lll - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
excetuada a hipótese do inciso IV do art, 133;
[... )

No entanto, se o período de ausencia superar seis meses dentro de um mesmo período aquisitivo,
disp6e a CLT que haverá a perda do direito de férias, sendo a redacáo do art. 133, IV, a seguinte:
Art, 133. Nao terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:

[... )
IV - tiver percebido da Previdéncia Social prestacóes de acidente de trabalho ou de auxílio-doenca por mais de 6
(seis) meses, embora descontinuos.

[... ]

§ 2<> Inícíar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das
condicóes previstas neste artigo, retornar ao servico.
[... ]

O que determina a CLT, portanto, é que, permanecendo o trabaihador afastado de suas atividades
profissionais ( durante o período aquisitivo) por período inferior a seis meses, esse período nao trará
qualquer alteracáo no direito de férias, devendo ser computado normalmente pelo empregador.

(103) TST, Sumula n. 46: "Acidente de trabalho. As faltas ou ausencias decorrentes de acidente do trabalho nao sao consideradas para
os efeitos de duracáo de férias e cálculo da gratifícacáo natalina".
(104) O trabalhador já aposentado (por idade ou tempo de contribulcño] que sofre acidente do trabalho nao terá direito a receber da
Previdéncia Social o auxílio-doenca (em face da proibicáo de acumulacáo desses beneficios) e justificará suas ausencias apenas com
atestados médicos informando a existencia de incapacidade laborativa.

132
No entanto, se o período de afastamento (dentro do mesmo período aquisitivo) for superior a seis
meses, perderá o trabalhador o direito as férias do correspondente período, inclusive com prejuízo
do período trabalhado, devendo iniciar-se o decurso de novo período aquisitivo quando do retorno
as atividades profissionais.
Essa determinante, contudo, nao é a que consta da Convencáo n. 132 da Organizacáo
Internacional do Trabalho, concluída em Genebra na data de 24.06.1970 e aprovada pelo Congresso
Nacional Brasileiro por meio do Decreto Legislativo n. 47, em 23.09.1981. O depósito do instrumento
de ratificacáo desta Convencáo junto ao Bureau Internacional do Trabalho - BIT - se deu em
23.09.1998 e o texto oficial se tornou público por meio do Decreto n. 3.197, de 05.10.1999, publicado
no Diário Oficial da Uniáo em 06.10.1999.
Por ser a Convencáo um Tratado Internacional e desde que norma autoexecutável, após
sua incorporacáo ao ordenamento jurídico interno, passa a constituir um direito e urna garantia
constitucional, complementando, alterando e até mesmo revogando a legíslacáo preexistente. Esse
é o comando do § 2Q do art. 52 da Carta Constitucional de 1988, que, sornado ao inciso I do art. 49,
inciso VIII do art. 84 e alínea "a" do inciso III do art. 105, fundamenta de forma suficiente a vigencia
da Convencáo OIT n. 132 no ordenamento jurídico nacional.
A discussáo sobre sua vigencia e aplicabilidade decorrem, contudo, da possibilidade de
utilizarmos um ou outro artigo mais benéfico (teoría da incidibilidade dos institutos jurídicos) ou se
estaríamos obrigados a analisar o conjunto de normas do referido Tratado (teoría do conglobarnento ),
em comparacáo as regras dispostas na CLT.
Posiciono-me a favor da incidibilidade dos institutos, sendo possível a aplicacáo de um ou
outro artigo que seja mais favorável ao trabalhador, em detrimento do previsto na CLT, nao sendo
necessário analisar conjuntamente todo o previsto na Convencáo n. 132. Este, contudo, nao tem sido
o entendimento adotado pelo TST, que parece ser adepto da teoria do conglobamento, conforme
ilustra o seguinte julgado (destaque meu):
RECURSO DE REVISTA. DISPENSA POR JUSTA CAUSA. PAGAMENTO DE FÉRIAS PROPORCIONAIS
ACRESCIDA DO TER<;:O CONSTITUCIONAL. CONVEN<;:AO N. 132/0IT E ART. 146 DA CLT. CONFLITO
DE NORMAS. SÚMULA N. 171/TST. Os tratados internacionais devem ser interpretados a vista do principio da
especialidade das leis, segundo o qua) certas normas de direito interno nao podem ser derrogadas in absoluto pelo
conteúdo do tratado, ainda que sejam aparentemente conflitantes entre si. Tal hipótese verifica-se quando as leis -
(nova e anterior) forem gerais, ou especiais. No conflito entre o art. 146, parágrafo único, da CLT, e os arts. 42 e 11 da
Convencáo n. 138/0IT deve-se considerar o conjunto normativo relativo a cada quaestio iuris apresentada a exame e
a realidade fática dos autos. Nesse contexto, considerando as peculiaridades de que se reveste a Convencáo n. 132 da
OIT no ordenamento jurídico brasileíro. este Tribunal Superior do Trabalho solucionou a questáo por meio da reedicáo
da Súmula n. 171 que se posicionou no sentido de que o empregado dispensado por justa causa nao tem direito as
férias proporcionáis. Recurso de revista conhecido e provido. [ ... ] (TST - RR 1545-89.2012.5.04.0021 - 6Q Turma -
Relator Ministro Aloysio Correa da Veiga - Julgamento em 25.3.2015 - DEJT de 31.3.2015)

Entendendo-se pela vigencia e aplicabilidade da Convencáo OIT n. 132, <leve ser observada
a redacáo constante em seu art. 52, que expressa a possibilidade de o legislador interno exigir um
período mínimo de servico (nao superior a seis meses) para a obtencáo, pelo trabalhador, do direito
ao período de férias anuais remuneradas. Confira-se a íntegra do dispositivo:
Art. SQ

1 - Um período mínimo de servico poderá ser exigido para a obtencáo de direito a um período de férias remuneradas
anuais,

2 - Cabe a autoridade competente e ao órgáo apropriado do país interessado ñxar a duracáo mínima de tal. período
de servico, que nao poderá em caso algu1n ultrapassar 6 (seis) meses.

3 - O modo de calcular o período de servíco para determinar o direi to a férias será fixado pela au toridade competente
ou pelo órgáo apropriado de cada país.

133
4 - Nas condícóes a serem determinadas pela autoridade competente ou pelo órgáo apropriado de cada país, as
faltas ao rrabalho por motivos independentes da vontade individual da pessoa empregada interessada tais como
faltas devidas a doencas, a acidente, ou a licenca para gestantes, nao poderáo ser computadas como parte das férias
remuneradas anuais mínimas previstas no§ 3° do art. 3° da presente Convencáo.

[á o art. 4º da citada Convencáo Internacional dispóe que o ernpregado, nao tendo trabalhado o
período mínimo fixado pelo legislador, no período aquisitivo de férias, terá direito ao recebimento
de férias proporcionalmente reduzidas. In verbis:
Art. 42
1 - Toda pessoa que tenha completado, no curso de 1 (um) ano determinado, um período de servico de duracáo
inferior ao período necessario a obtencáo de direito a totalidade das férias prescritas no Artigo terceiro acima terá
direito, nesse ano, a férias de duracáo proporcionalmente reduzidas.
2 - Para os fins <leste Artigo o termo "ano" significa ano civil ou qualquer outro período de igual duracáo fixado pela
autoridade ou órgáo apropriado do país interessado.

Dos dispositivos da OIT é possível observarmos ser possível o gozo proporcional das férias
quando o empregado nao trabalhar, durante o periodo aquisitivo, o tempo mínimo suficiente para
obté-las de forma integral. Logo, ficaria prejudicado parcialmente o inciso IV do art. 133 da CLT, ao
determinar a perda do direito de férias quando o empregado, "no curso do período aquisitivo, tiver
percebido da Previdéncia Social prestacóes de acidente do trabalho ou de auxílio-doenca por mais de
seis meses, embora descontinuos".
Nos termos do Tratado Internacional, que entendo vigente e perfeitarnente aplicável, o
empregado nao mais perderia o direito de férias, mas faria jus ao gozo proporcional destas porque
nao trabalhou, durante o período aquisitivo, o tempo mínimo exigido pelo legislador para adquirí-
las integralmente.
Assim, por forca de o art. 131 da CLT expressar que as faltas decorrentes de acidente do trabalho
ou enfermidade nao devem ser consideradas para a reducáo do direito de férias, teríamos as seguintes
situacóes:
a) afastamento inferior a seis meses no período aquisitivo: direito a integralidade do período de férias, com
remuneracáo integral pelo empregador;
b) afastamento superior a seis meses no período aquisitivo: direito proporcional de férias, sem perda do período
trabalhado anteriormente ao afastamento.

Entendendo-se pela nao aplicabilidade da Convencáo OIT n. 132, <leve ser mantido o disposto
no art. 133 da CLT, perdendo o trabalhador todo o direito de férias relativo ao período aquisitivo
em que ficou afastado mais de seis meses. Novamente registro, contudo, como já fiz nos subitens
anteriores, que sendo comprovada culpa ou dolo por parte do empregador na ocorréncia do acidente
do trabalho, esse prejuízo pode ser cobrado em acáo indenizatória.

10.6. Manutencüo de benefícios contratuais durante o afastamento -plano de


saúde, vale alimentacüo e outros

Antes de adentrar o tema proposto, sobre a obrigatoriedade de o empregador manter beneficios


como plano de saúde e vale-alimentacáo durante os períodos de afastamento, importante é

diferenciarmos conceitualmente a paralisacáo total da execucáo do contrato (suspensáo contratual)


da paralisacáo parcial (interrupcáo contratual), posto que provocarn efeitos diversos na relacáo de
emprego.
Como o vínculo empregatício subsiste em qualquer hipótese, nao ocorrendo a rescisáo do
contrato de trabalho, a paralísacáo (total ou parcial) será sempre temporaria. No entanto, a suspensáo
contratual importa, como mencionado, na paralísacáo total do contrato de trabalho, aqui se aplicando

134
urna visáo mais ampla do contrato e nao se restringindo apenas ao pagamento dos salários. Assim,
para que se caracterize a suspensáo, o contrato <leve estar totalmente paralisado, sem obrigacáo
contratual para qualquer das partes contratantes. Nao haverá a prestacáo de servicos e nao subsistirá
qualquer obrigacáo patronal, de forma que o contrato nao produzirá, consequentemente, qualquer
efeito para fins de Direito do Trabalho ou de Direito Previdenciário.
[á a interrupcáo contratual refere uma paralisacáo parcial do contrato de trabalho, também aqui
devendo ser adotada urna visáo mais ampla dos direitos existentes em um vínculo empregatício e
náo se restríngindo somente ao pagamento dos salários. Nesta linha de raciocínio, se o empregador
pennanecer com obrigacóes contratuais, apesar da nao prestacáo dos servicos contratados, restará
caracterizada a interrupcáo contratual, situacáo em que o período decorrido integra o tempo de
servico para toda e qualquer finalidade.
Referidos conceitos, contudo, nao sao pacíficos entre os doutrinadores, existindo correntes a eles
favoráveis e, também, contrárias. Alguns se posícíonam no sentido de que apenas o pagamento dos salários
<leveser o fator determinante para caracterizar a interrupcáo contratual, conforme já tive a oportunidade
de abordar na obra intitulada A relacdo de emprego e os impactos decorrentes dos beneficios preoidenciários, 2~
edicáo, também de minha autoria, publicada pela LTr Editora em 2010.
Penso que a melhor interpretacáo implica urna visáo mais abran.gente dos direitos decorrentes
do vínculo empregatício, no sentido de ser o fator determinante de um ou de outro evento nao apenas
o pagamento dos salários, mas de toda e qualquer obrigacáo legal decorrente do contrato firmado
entre as partes. Nesta esteira, nao seria possível afirmar que um empregado afastado para a prestacáo
de servico militar estaría com seu contrato suspenso, ern face do pagamento obrigatório, pela empresa
contratante, dos depósitos fundiários.PP" Trata-se, nesta hipótese, de interrupcáo contratual, ainda
que nao esteja o salário sendo pago pelo empregador.
Também o período de afastamento pago pelo empregador (atualmente, na ordem de trinta dias,
conforme MP n. 664/2014) <leve ser considerado corno interrupcáo contratual, justamente porque,
nao obstante a ausencia da prestacáo de servicos, há obrigacáo legal quanto ao pagamento dos dias
de atestado.
Partindo dessa premissa, e por dísposícáo expressa do art. 475 da CLT, capui, compreendo
que a concessáo do benefício de aposentadoria por invalidez implica na suspensáo contratual, com
paralisacáo total dos efeitos decorrentes da relacáo de emprego, nao subsistindo qualquer obrigacáo
patronal a empresa contratante.
Art. 475. O ernpregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo
fixado pelas leis de previdéncia social para a efetívacáo do beneficio.

Quanto ao auxílio-doenca, compreendo tratar-se de suspensáo contratual somente quando


nao decorrer de acidente do trabalho porque, nessa hipótese, nenhuma obrigacáo subsistirá ao
empregador, assim fazendo referencia, inclusive, o ca.put do art. 63 da Lei n. 8.213/91:
Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doenca será considerado pela empresa e
pelo empregador doméstico como licenciado.

Note-se, contudo, ser possível que, por forca de documento normativo da categoría profissional
ou até mesmo por liberalidade do empregador, esse conceda o pagamento de parcela suplementar,
complementando o valor de auxílio-doenca pago pelo INSS. Igualmente possível, conforme se
verá adiante, a manutencáo de benefícios contratuais, como plano de saúde, tíquetes-alimentacáo e
outros. Nessas hipóteses, ainda que subsistam obrígacóes pela empresa (pagamento complementar,
pagamento dos benefícios, Iancamento das parcelas em folha de pagamento e documentos contábeis

(105) Leí n. 8.036/90, art. 15.

135
etc.), estas nao possuem forca suficiente para descaracterizar a suspensáo ocorrente, pesto que nao se
referem a obrigacóes legais, impostas de forma obrigatória pelo legislador positivo, mas sim encargos
decorrentes de ajuste coletivo ou liberalidade do empregador.
A situacáo que caracteriza a interrupcáo contratual, conforme meu entendimento, refere-se ao
beneficio de Auxílio-Doenca Acidentário, quando a incapacidade decorre de acidente do trabalho
ou doencas ocupacionais. Nessa hipótese, determina a Leí n. 8.036/90, em seu art. 15, § 52, que a
e1npresa <leve permanecer com os depósitos fundiários durante todo o período de afastamento, fato
que, por se tratar de obrigacáo legal, acarreta a interrupcáo do contrato de trabalho. Essa é, inclusive,
a caracterizacáo expressa no Decreto n. 99.684/90, art. 28, III (destaque meu):
Art. 28. O depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também nos casos de interrupcáo do contrato de
traba:lho prevista em leí, tais como:

[... )
ITI - lícenca por addente de trabalho;

[... )

Nao bastasse a obrigacáo quanto ao depósito fundiário, há a necessidade do complemento da


Cratificacáo Natalina e o computo do período de afastarnento para fins de indenizacáo e estabilidade,
conforme previsáo expressa no parágrafo único do art. 42 da CLT:
Art. 4° Considera-se como de servico efetivo o período em que o empregado esteja a disposicáo do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo dísposicáo especial expressamente consignada.
Parágrafo único. Computar-se-áo, na contagem de tempo de servíco, para efeito de indenizacáo e estabilidade, os
períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando servico militar ... (VETADO) ... e por motivo
de acidente do trabalho.

Nao obstante parecer-me óbvia a caracterizacáo da interrupcáo contratual nessa hipótese de


auxílio-doenca acidentário, referido posicíonamento é compartilhado apenas pela minoría da doutrina
e da jurisprudencia, conforme, reitero, tive a oportunidade de detalhar na obra A relaciio de emprego e
os impactos decorrentes dos beneficios previdenciários, 2ª edicáo, também de minha autoría, publicada pela
LTr Editora em 2010.
O entendimento que atualmente predom.ina entre nossos juristas e tribunais, inclusive no
ámbito do Tribunal Superior do Trabalho, refere tratar-se de urna situacáo excepcional de suspensáo
contratual, conforme ilustra o seguinte julgado (excerto, com destaques meus):
RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. 1) DOEN<;A OCUPACIONAL. NEXO CONCAUSAL CONSTATADO
EM A<;ÁO JUDICIAL. ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA. Para a aquisicáo da estabilidade acidentária prevista no art.
118 da Lei n. 8.213/91, é necessario, em príncipío, que o empregado tenha se afastado do emprego, com suspensáo
contratual, por mais de 15 días, tendo recebido o auxílío-doenca acidentário. Todavía, a jurisprudencia desta Corte
evoluiu no sentido de nao considerar imprescindíveis ao reconhecimento da estabilidade acidentária o afastamento
superior a quinze dias e a percepcáo de auxílio-doenca acidentário, desde que constatada, após a despedida, doenca
profíssíonal que guarde relacáo de causalidade com a execucáo do contrato de trabalho (Súmula n. 378, II, do TST).
( ... ) (TST - RR - 1354-36.2010.5.15.0012 - 3ª Turma - Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado - [ulgamento
em 30.4.2014 - DEJT de 9.5.2014)

Com a devida <inia, nao vejo razáo para tratar a hipótese em comento corno exceciio a regra da
suspensiio contraiual. Trata-se de regra simples, que pode ser utilizada em qualquer situacáo fática
e que em nada interferirá na prática trabalhista: se inexistente obrigacáo legal para qualquer das
partes, a situacáo será de suspensáo contratual; se existente obrígacáo legal para qualquer das partes,
mesmo que nao se trate de pagamento de salárío, a situacáo será de interrupcáo contratual.
De toda forma, inúmeros efeitos emergem também da suspensáo do contrato de emprego, como
a persistencia da relacáo empregatícia, o direito ao retorno, a impossibilidade de extincáo contratual
por ato unilateral e, ainda, eventual direito a manutencáo de vantagens e beneficios de ordem geral
durante o afastamento.

136
E é justamente sobre a manutencáo desses benefícios contratuais que se refere o presente
subitem, sendo relevante destacar, inicialmente, a diferenca entre o salário-utilidade e os benefícios
contratuais de natureza nao salarial. Determina o art. 458 da Consolidacáo das Leis do Trabalho que
as utilidades fornecidas habitualmente ao trabalhador, nao sendo necessárias ao desenvolvimento
dos trabalhos, sao consideradas como integrantes do salário, para todos os efeitos legais. Confira-se:
Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentacáo,
habitacáo, vestuário ou outras prestacóes "in natura" que a empresa, por fórca do contrato ou do costume, fornecer
habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento corn bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
§ lQ Os valores atribuídos as prestacóes «in natura» deveráo ser justos e razoáveis, nao podendo exceder, em cada
caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts, 81 e 82).
§ 2Q Para os efeitos previstos neste artigo, nao seráo consideradas corno salário as seguintes utilidades concedidas
pelo empregador:
1 - vestuarios, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para
a prestacáo do servico:
II - educacáo, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula,
mensalidade, anuidade, livros e material didático;

111 - transporte destinado ao deslocarnento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou nao por transporte
público;
IV - assísténcia médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde:
V - seguros de vida e de acide:ntes pessoaís:
VI - previdéncia privada¡

VII - Vetado

VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.


§ 32 A habitacáo e a alimentacáo fornecidas corno salário-utilidade deveráo atender aos fins a que se destinam e nao
poderáo exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20'Yo (vinte por cento) do salário-contratual.
§ 4º Tratando-se de habitacáo coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a
divisáo do justo valor da habitacáo pelo número de ce-habitantes, vedada, em qualquer hípótese, a utilizacáo da
mesma unidade residencial por mais de urna familia.

Assim, urna vez atendidos os requisitos expressos no Estatuto Laboral (habitualidade da


utilizacáo, fundamento contratual ou nos costumes, onerosidade no fornecimento e atendimento as
necessidades individuais do trabalhador e nao as necessidades do servico), as utilidades fomecidas
seráo consideradas como salário, mas essa tarefa de identificacáo nem sempre é fácil.
Via de regra, se a utilidade concedida for indispensável para a consecucáo do servico, nao terá
natureza salarial. Ou seja, se fornecida para a prestacáo do servíco, nao será considerada salário e, se
fornecida pelo servico prestado, co1no forma de melhor gratificar ou remunerar o trabalhador, atrairá
a natureza salarial.
Certo é, por conseguinte, que utilidades como o uniforme exigido para a prestacáo dos servicos,
as ferramentas, o vale-transporte e o veículo ou o celular cedido ao trabalhador externo, que o
utiliza para a consecucáo das tarefas diárias, dentre outras, nao seráo consideradas como salário,
e certo também que, quando da suspensáo ou interrupcáo do contrato de trabalho, deixam de ser
fornecidas justamente porque estáo atreladas as tarefas desenvolvidas pelo trabalhador, as quais nao
permanece1n quando da concessáo de aposentadoria por invalidez ou mesmo de auxílio-doenca.
Interessa-nos, poís, as utilidades consideradas como salário, as utilidades excluídas de tal
natureza por forca do§ 22 do art. 458 da CLT (educacáo, assisténcia médica e odontológica, seguros
de vida ou acidentes pessoais e previdéncia privada) e a alimentacáo fornecida pelo Programa de
Alimentacáo ao Trabalhador - PAT -, que, igualmente, nao possui natureza salarial.

137
En1 se tratando de utilidades de natureza salarial (alimentacáo concedida fora do Programa
de Alimentacáo, auxílio-aluguel, assinatura de periódicos, auxílio-combustivel, cartees corporativos
etc.), concedidas corno forma de melhor gratificar o trabalhador (pelo trabalho) e sem qualqu.er
relacáo direta com a atividade ou as tarefas desenvolvidas (para o trabalho), é certo que o valor
desembolsado pelo empregador integrará o cálculo do valor devido, nos casos de ínterrupcáo
contratual, como ocorre, por exemplo, nos primeiros dias de afastamento do trabalho.
O empregador, dessa forma, deverá adicionar ao salário básico contratual o valor correspondente
as parcelas de utilidade, sendo esta a base de cálculo para o pagamento dos días de afastamento.
[á as utilidades de natureza nao salarial (plano de saúde, plano odontológico, medicamentos,
tíquetes-alimentacáo, previdéncia privada etc.) nao podem integrar, por óbvio, o cálculo do valor
devido nos dias de falta, justamente porque nao sao consideradas como salário.
Resta-nos, ainda, saber se o fornecimento dessas utilidades <leve permanecer durante os períodos
de aposentadoria por invalidez e auxílio-doenca, ou se poderia o empregador suprimí-las, pesto que
nao haverá a prestacáo dos servicos.
Com referencia ao benefício de aposentadoria, registro novamente que o art. 475 da CLT
determina expressamente que o contrato se manterá suspenso e que a suspensáo implica a ausencia
de qualquer obrigacáo legal por parte do empregador, como a manutencáo dos benefícios ajustados
contratualmente (plano de saúde, tíquetes-alimentacáo, viagem anual de férias e outros). Quanto
ao auxílio-doenca acidentário, conforme exposto, entendem os Tribunais Pátrios, em sua maioria,
igualmente tratar-se de suspensáo contratual e, consequentemente, com os mesmos efeitos de uma
aposentadoria por invalidez.
De outro lado, ternos o art. 468 do mesmo Estatuto Laboral proibindo toda e qualquer alteracáo
que resulte ern prejuízos ao obreiro. Considerando-se, entáo, as disposicóes do art. 468 da CLT, estaria
o empregador obrigado a manteros benefícios ou utilidades concedidas anteriormente?
Compreendo que o cancelamento das benesses ou utilidades nao caracteriza urna alteracáo
contratual promovida pelo empregador, mas sim urna suspensa o prevista expressamente na Iegíslacáo,
decorrente de urna incapacidade laborativa que propicia a percepcáo de u.m beneficio previdenciário
de aposentadoria ou de auxílio-doenca. A esse fato se somam as dísposícóes constantes do art. 476 da
CLT, no sentido de que, quando afastados por enfennidade os empregados se encontram em licenca
nao remunerada. Assim, se durante a suspensáo contratual nao sao devidos os valores referentes ao
salário ou a remuneracáo, nao há razáo ou sequer fundamentacáo legal no sentido de se pretender
manter benefícios contratuais, tenham eles natureza salarial (salário-utilidade) ou nao.
Considerando-se, pois, a fundamentacáo legal existente sobre as utilidades (que aqui chamo de
benefícios contratuais), concluo nao haver qualquer norma imperativa que obrigue o empregador a
mantero pagamento ou a concessáo de todas as utilidades, quando do afastamento de seu empregado
por motivo de doenca ou acidente, percebendo benefício previdenciário de auxílio-doenca ou de
aposentadoria por invalidez.
Para o pagamento dos primeiros dias de afastamento (período de interrupcáo contratual), deverá
a e1npresa computar o valor real apenas das utilidades que possuem natureza salarial (porque sao
consideradas corno salário, nos termos do art. 458, capui) e adicioná-lo ao salário contratual básico.
A contar do 162 dia de afastamento, o trabalhador terá seu contrato suspenso, ficando a empresa
desobrigada do pagamento dos salários correspondentes ao período, bem como de qualquer outra
obrigacáo contratual, inclusive manutencáo dos benefícios contratuais (utilidades).
Registro, ainda, que nao há absolutamente nenhuma legislacáo obrigando o ernpregador a con-
ceder algum tipo de beneficio ou. utilidade a seu empregado. Assim, a concessáo de plano de saúde,

138
tíquetes para alimentacáo, planos educacionais ou qualquer outra parcela decorre de liberalidade do
empregador ou de ajuste firmado em negocíacáo coletiva. E se assim é (e é, por ausencia de previsáo
legal sobre tal obrigatoriedade), como pretender que tais benefícios devem ser mantidos indefinida-
mente, se sequer existe obrigacáo de sua concessáo?
Por todo o exposto, compreendo que, se inexistente cláusula normativa em documento coletivo
que discipline a concessáo ou manutencáo dessas utilidades (benefícios contratuais), quando da
suspensáo contratual por auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez, constitui liberalidade
do empregador o procedimento, sendo este livre para normatizar sobre a permanencia de planos
de saúde, convenios, tíquetes-alimentacáo e outros benefícios integrantes da política empresarial.
Importa esclarecer, apenas, que optando o empregador por manteros benefícios, há que se atentar
para as disposicóes constantes do art. 468 da CLT, que nao permitirá o cancelamento futuro das
respectivas parcelas, caso nao exista qualquer regulamentacáo que indique o prazo de manutencáo
dessas utilidades. Assim, para o empregador nao ficar obrigado a manter um plano de saúde, por
exemplo, até o óbito de seu trabalhador, é conveniente que possua cláusula no regulamento interno
com abordagem da situacáo que ora se apresenta, com estipulacáo dos benefícios a serem mantidos,
bem como a periodicidade e o valor a que se referem, facilitando, assim, eventual lida com quest6es
de direito adquirido e alteracáo contratual com prejuizos.
A questáo, no entanto, encentra-se longe de ser considerada pacífica. O entendimento que
atuahnente predomina na doutrina e na jurisprudencia tem sido no sentido de que a empresa nao pode
suprimir essas benesses nas hipóteses legais de interrupcáo e suspensáo contratual, compreendendo
que estas utilidades, se concedidas, incorporam o contrato de trabalho, sendo vedada sua alteracáo
unilateral pelo empregador. As decisóes judiciais abordam mais a questáo do plano de saúde, sendo
difícil encontrarmos discussáo envolvendo outros tipos de benefício contratual, mas considerando-se
a idéntica natureza de tais parcelas, é possível ilustrarmos com a Súmula n. 440 do TST, publicada
em 2012:
Súmula n. 440 - Auxílio-doenca acidentário. Aposentadoria por invalidez. Suspensáo do contrato de trabalho.
Reconhecimento do direito a rnanutencáo do plano de saúde ou de assisténcía médica. Resolucáo 185/2012 - DEJT
de 25, 26 e 27.9.2012.

Também nao entendo possível fundamentar tal direito na protecáo social porque, nao obstante
determinar a Constituicáo Federal, no art. 194, capui, ser essa um dever conjunto do Estado e da
Sociedade, esta última contribuí nao de forma direta, corn a prestacáo dos servicos de saúde,
assísténcia e prevídéncia, mas por meio de contribuicóes as quais se encentra obrigada.
As empresas, como parte integrante da sociedade, participam dos direitos sociais, de forma
obrigatória, inclusive, por meio de elevadas contribuicóes sociais que incidem sobre a folha de salários,
o lucro e o faturamento (CF/88, art. 195). Dessa forma, os empregadores contribuem financeiramente
para que o Estado forneca saúde, educacáo, alimentacáo, lazer e todos os outros direitos sociais
necessários a subsistencia, consubstanciados no art. 6º da própria Carta Constitucional. E também
contribuem para tal sistema de protecáo, inclusive de forma obrigatória (por fazerem parte, também,
da sociedade) os trabalhadores.
Nas circunstancias, e ainda que seja louvável (e até mesmo recomendável) a manutencáo das
utilidades durante os períodos de afastamento, nao se pode pretender que o empregador, qualqu.er
que seja seu porte economice ou o número de empregados que compóem o quadro funcional, esteja
abrigado a custear plano de saúde, tíquetes-alimentacáo, planos de previdéncia complementar, seguros
de qualquer natureza e nutras utilidades contratuais, pactuadas entre as partes, durante período
incerto de duracáo dos benefícios previdenciários, especialmente quando se tratar de aposentadoria
por invalidez, que pode permanecer, inclusive, até o óbito do trabalhador. Tal entendimento,
lamentavelmente, apenas colabora para que nenhum empregador implemente plano de benefícios,
posto que se sujeita a eventualmente ter que arcar co1n custos elevados de direitos sociais sem a
respectiva contraprestacáo ern servicos pelo trabalhador.

139
A favor da supressáo dos benefícios, confira-se julgado análogo do Supremo Tribunal Federal:
Recurso Extraordinario. Constitucional, Administrativo. Leí n. 10.002/93, do Estado do Río Grande do Sul. Vale-
-refeicáo. Benefício concedido aos servidores em atividade. Extensáo aos aposentados. Incidencia do art. 40, § 4°, da
Constíruicáo Federal. Pressupostos. Inexistencia. l. A extensáo aos aposentados de beneficio concedido aos ativos in-
duz a necessária observancia de dois pressupostos: se a vantagem integra a remuneracáo dos servidores em atividade
e se esta compatível coru a situacáo dos inativos. 2. Vale-refeicáo. Extensáo aos inativos. CF/88, art. 40, § 4°. Inaplí-
é

cabilidade da norma, dada a natureza indenizatória do beneficio, que apenas visa ressarcir valores despendidos com
alimentacáo pelo servidor em atividade, sem, contudo, integrar sua remuneracáo". (STF - 2ª Turma - RE 236.449-1/
RS - Relator Ministro Maurício Correa).

Em resumo, tenho por equivocado o entendimento refletido por nossos tribunais, em face dos
seguintes argumentos:
• Trata-se de suspensáo contratual, com total e absoluta inoperancia do contrato de trabalho.
Nao há prestacáo de servicos, nem obrígacáo imposta ao empregador.
• Nao há obrigacáo legal quanto ao fornecimento de plano de saúde, tíquetes, planos
educacionais, previdéncía complementar, seguros ou qualquer outro benefício contratual ou
utilidade. O fornecimento dessas benesses decorre de liberalidade do empregador ou de ajuste
em documento normativo da categoría (acorde ou convencáo coletivos).

• Se o fomecimento acorre por liberalidade ou ajuste normativo, é perfeitamente possível que


seja regulamentada sua concessáo, com indicacáo expressa, em documento, de como se dará
o pagamento, por qual prazo, em que condícóes e, especialmente, como ficará a concessáo em
casos de afastamento por doenca ou invalidez, ainda que decorrentes de acidente de trabalho.
• A saúde, a educacáo, a alimentacáo e outros benefícios concedidos pelo empregador, que nao
possuem natureza salarial, sao direitos que deveriam ser fornecidos, na totalidade, pelo Estado,
mediante contríbuicáo paga por empregadores e trabalhadores, conforme regra disposta na
Constituicáo Federal. Nao é o empregador, portante, que tem obrigacáo de proporcionar saúde
ao trabalhador, mas sim o Estado, por forca de disposícáo expressa e clara, constante do art. 196
da CF/88.
• O dever de protecáo social igualmente compete ao Estado, por forca das contribuicóes sociais
impostas a empregadores e trabalhadores, conforme arts. 194 a 203 da CF/88.
Compreendo, na sequéncia, ser possível o cancelamento dos beneficios e utilidades, nos moldes
previamente ajustados entre as partes (quando de seu fornecimento ou concessáo), mas atentando-se
o empregador, sempre, ao seguinte;
•Se cancelado o plano de saúde e a assisténcia quanto a medicamentos quando o trabalhador
adoecer e se afastar por auxílio-doenca, de imediato, sem o fornecimento de tais prestacóes
por prazo razoável, restará claro e evidente que o interesse do empregador nao era proteger o
empregado por meio da utilidade fomecida, mas sim remunerá-lo melhor mediante a concessáo
do referido benefício, o que, de plano, atrairá a natureza remuneratória de tal parcela, com
consequente integracáo ao salário e incidencia de contribuicáo previdenciária e fundiária.
• Se inexistente qualquer norma expressa disciplinando sobre a concessáo dos benefícios e
utilidades, e se opta o empregador por sua manutencáo durante o período de auxílio-doenca,
entendo que nao será possível o cancelamento caso o empregado passe a perceber aposentadoria
por invalidez. Isso porque, nos termos do entendimento dominante, durante o auxílio-doenca
(inclusive acidentário) o contrato de trabalho encentra-se suspenso, o mesmo ocorrendo quando
passa a perceber aposentadoria por invalidez. Nao havendo alteracáo das condicóes de trabalho,
qualquer modificacáo imposta unilateralmente pelo empregador que acarrete prejuízos ao
obreiro será nula de pleno direito, com fundamento na CLT, arts. 468 c/c 99.

140
Também compreendo que, ha vendo comprovacáo de culpa ou dolo do empregador na ocorréncia
do acidente de trabalho, todo e qualquer benefício <leve ser mantido, sendo possível ao empregado
solicitar o direito em acáo indenizatória.

1O.7. Direito a estabilidade provisória

Conforme já tive oportunidade de me manifestar, na obra intitulada A relaciio de emprego e os


impactos decorrentes dos benefícios preoidenciários, 2~ edicáo, também de minha autoría, publicada pela LTr
Editora em 2010, o orden.amento jurídico atualmente vigente nao contempla o direito de estabilidade
no e1nprego para trabalhadores que pennaneceram afastados das atividades profissionais quando a
incapacidade nao decorrer de acidente de trabalho. No entanto, cornum a existencia de cláusula em
é

convencáo coletiva do trabalho trazendo garantía de emprego a esses profissionais, a qual deverá ser
obrigatoriamente observada pelas partes contratantes.
Já para os afastamentos decorrentes de acidente do trabalho, a legislacáo previdenciária é
expressa em conceder estabilidade provisória no e1nprego, com duracáo de um ano a contar do retorno
as atividades e cujo objetivo precípuo assegurar trabalho e emprego ao empregado acidentado que,
é

por ter permanecido afastado das atividades profissionais por determinado período (do acidente
a recuperacáo plena ou parcial), poderia encontrar dificuldades na obtencáo de nova colocacáo no
mercado de trabalho.
,
E a redacáo do art. 118 da Lei n, 8.213/91:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutencáo
do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessacáo do auxílio-doenca acidentário, independentemente de
percepcáo de auxílio-acidente.

Registre-se, pela importancia do fato, que, quando da publicacáo da Leí n. 8.213/91, foi o
dispositivo em comento objeto de Acáo Direta de Inconstitucionalidade, na qual a Confederacáo
Nacional da Indústria interpreta va que qualquer protecáo do emprego perante a despedida arbitraria
dever-se-ia implementar por meio de lei complementar, nos termos do inciso I do art. 79 da Carta
Constitucional, e nao por via de lei ordinária. No entanto, a Suprema Corte indeferiu liminarmente o
pedido, com voto proferido pelo relator ministro Moreira Alves.
E1n 02.06.2005, em análise de mérito, o STF manteve a constitucionalidade do art. 118, entendendo
que esse dispositivo fixa os limites de urna garantía específica atribuída ao trabalhador que sofreu
acidente do trabalho, e nao trata do regime de estabilidade a que se refere o art. 72 da Constituicáo
Federal. Confira-se a ementa, in uerbis:
EMENTA: A(.Á.0 DIRETA DE INCONSTITUCJONALIDADE. ART. 118 DA LEI N. 8.213/1991. Norma que
assegura ao trabalhador a manutencáo de contrato de trabalho por doze meses após a cessáo do auxílio-doenca,
independentemente de percepcáo de auxílío-acidente. Alegacáo de ofensa a reserva de lei complementar, prevista no
art. 7'1, I, da Constituicáo federal, para a disciplina da protecáo da relacáo de emprego contra despedida arbitraria ou
sem justa causa. Norma que se refere as garantías constitucionais do trabalhador em face de acidentes de trabalho e
nao guarda pertinencia com a protecáo da relacáo de emprego nos termos do art, 72, J, da Constituicáo. Ac,;ao julgada
improcedente. (STF - ADI 639-8 - Tribunal Pleno - Relator: Ministro [oaquim Barbosa - DJ de 2.6.2005).

A matéria encentra-se atualmente pacificada, tendo o Tribunal Superior do Trabalho, inclusive,


publicado a Súmula n. 378 (conversáo das antigas Orientacóes Jurisprudenciais ns. 105 e 230), como
seguinte teor:
Súmula n. 378 - ESTABILTDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI N. 8.213/1991.
I - É constitucional o art. 118 da Lei n. 8.213/1991 que assegura o direito a esrabilidade provisoria por período de 12
meses após a cessacáo do auxílío-doenca ao empregado acidentado.
TI - Sao pressupostos para a concessáo da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepcáo
do auxílio-doenca acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doenca profissional que guarde relacáo de
causalidade coma execucáo do contrato de emprego.

141
III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantía provisoria de e1nprego
decorrente de addente de trabalho prevista no art. 118 da Lei n, 8.213/91.l106>

Considerando, pois, como constitucional e aplicável o art. 118 da Lei n. 8.213/91, cumpre destacar
que todo e qualquer acidente de trabalho legalmente caracterizado estará apto a proporcionar ao
trabalhador o direito de estabilidade, seja ele típico, decorrente de doencas profissionais ou do
trabalho, decorrente de situacóes individuais ou, ainda, de ocorréncias a ele equiparadas, conforme
abordado nos capítulos 2 e 3 desta obra.
Importa observar, ainda, que nos termos do art. 118 da Lei n. 8.213/91 o direito a estabilidade
provisória exige a percepcáo, pelo empregado, do benefício previdenciário de Auxílio-Doenca
Acidentário, posto que a garantía de doze meses somente terá início a contar da cessacáo desse
benefício. Dessa forma, é necessário que a incapacidade laborativa decorrente do acidente seja superior
a quinze dias,<107l posto que esta é a regra para a concessáo do benefício, conforme já detalhado no
subitem 8.1 desta obra.
A natureza dessa exigencia reside na caracterizacáo do próprio acidente corno sendo ou nao
proveniente do trabalho, visto que, como a estabilidade somente existirá para os casos de acidente do
trabalho, necessário que nao restem dúvidas quanto a sua caracterizacáo (principalmente quando
é

o empregador nao reconhece o fato corno sendo acidente do trabalho), razáo pela qual exigiu o
legislador positivo a percepcáo do benefício de auxílio-doenca acidentário.
Note-se que, conforme disposicóes expressas constantes do art. 337 do Decreto n. 3.048/99, e
nos termos já abordados exaustivamente nos capítulos anteriores desta obra, os acidentes devem ser
caracterizados tecnicamente pela pericia médica do INSS, que possui competencia exclusiva para
reconhecer o nexo causal entre o acidente e a lesáo, a doenca e o trabalho e a causa mortis e o acidente.
Assim, semente quando analisado o fato pela perícia médica do INSS é que poderá o acidente do
trabalho ser realmente caracterizado, ainda que exista Comunicacáo de Acidente do Trabalho (CAT)
emitida pelo empregador.
Na esfera administrativa, portanto, e nos termos da legíslacáo vigente, o acidente de trabalho
deve ser caracterizado pelo perito médico do INSS, após investigacáo técnica do nexo. Considerando
que o perito somente analisará a situacáo quando houver requerimento de auxílio-doenca, se faz
necessária sua percepcáo para que o trabalhador tenha direito a estabilidade provisória.
Na esfera judicial, contudo, sempre será possível comprovar a natureza acidentária da ocorréncia
e, urna vez assim caracterizada, terá o trabalhador direito a estabilidade provisória, sendo este,
inclusive, o entendimento disposto no ítem II da Súmula n. 378 do TST.
A exigencia de percepcáo do benefício acidentário traz, nao obstante, alguns complicadores na
prática cotidiana, urna vez que nem todos os acidentados exercem o direito de solicitar (e perceber) o
benefício previdenciário e considerando-se, ainda, que nem todos os trabalhadores possuem direito
a perceber tal benefício.
Assim, surge a situacáo, por exemplo, de um acidente do trabalho que gerou incapacidade
laborativa pelo período de apenas 35 dias, sendo os primeíros 30 pagos pelo empregador (conforme
já observado). Nesta hipótese, e interpretando-se restritivamente o dispositivo legal, o empregado
estaría obrigado a exercer o direito de percepcáo do beneficio de auxílio-doenca acidentário, pago
pelo período restante de cinco dias, para fazer jus a estabilidade provisória no emprego.
Outra situacáo se refere ao trabalhador aposentado que jamáis poderá perceber o benefício de
auxílio-doenca acidentário em decorréncia da nao acurnulacáo de benefícios (aposentadoria e auxílio-

(106) O ítem 111 foi inserido semente em 2012, pela Resolu~ao 185, publicada no DEJT de 25, 26 e 27.09.2012.
(107) Até 28.02.2015 as empresas se encontravam obrigadas a pagar apenas os primeiros 15 días de afastamento. A contar de
1º.03.2015, por forca das dlsposicóes contidas na MP 664/2014, esse prazo passou a ser de até 30 días, mas o Congresso Nacional
rejeitou tal alteracáo, voltando a vigorar a redacáo original da Lei 8.213/91 quanto ao tópico.

142
doenca) prevista no art. 124 da Lei n. 8.213/91. Nesse caso, se utilizada a interpretacáo restritiva,
mesmo que se trate de acidente típico reconhecido pelo empregador, o trabalhador nao faria jus ao
direito de estabilidade provisória.
Com todo o respeito aos doutrinadores e magistrados que assim interpretam, tenho que esta
nao é, todavía, a melhor interpretacáo sobre o tema. Retornando ao objetivo da exigencia legal como
sendo apenas para nao subsistirem dúvidas quanto a caracterizacáo do acidente, depreendo que,
se este foi reconhecido e confessado pelo empregador por meio da Comunicacáo de Acidente do
Trabalho - CAT -, nao há corno se pretender por sua inexistencia ou descaracterizacáo.
Na mesma linha de raciocínio, a exigencia de percepcáo do beneficio previdenciário de auxílio-
doenca (acidentário) semente seria indispensável quando o empregador nao reconhecer o sinistro
como decorrente do trabalho, recusando-se a ernissáo da CAT. Nesta hipótese, semente a perícia
médica do INSS teria competencia técnica, na esfera administrativa, para investigar os fatos e concluir
pela caracterizacáo do acidente corno sendo ou nao do trabalho, conclusáo esta que, se positiva,
propiciaria ao trabalhador o direito de estabilidade. Quando se tratar de CAT emitida pelo próprio
empregador, reconhecendo o fato como acidente do trabalho, desnecessária se faz a real percepcáo
do benefício previdenciário para se ver reconhecido o direito de estabilidade, sendo suficiente que a
incapacidade supere o lapso temporal de quinze dias.
Por ocasiáo da 1 íl Jornada de Direito Material e Processual na [ustica do Trabalho, realizada em
2007, foi aprovado o Enunciado n. 43, que, ainda que se trate de tema diverso, dispóe aproximadamente
nesse sentido. Confira-se:
Enunciado n. 43. Estabilidade acidentária. Ausencia de emissáo de CAT. A ausencia de emissáo de CAT -
Comunicacáo de Acidente do Trabalho pelo empregador nao ímpede o direito a estabilidade do art. 118 da Leí
n. 8.213/91, desde que comprovado que o trabalhador deveria ter se afastado em razáo do acidente por período
superior a quinze días.

Também merece atencáo o fato de determinar o art. 118 em referencia que o direito de
estabilidade independe da percepcáo do benefício de auxílio-acidente. Ora, considerando que esse
beneficio pago semente aqueles que sofrem acidente e que permanecem com seque las que reduzem
é

a capacidade laborativa, quando da alta médica, conforme abordado no subitem 8.3 desta obra, o
que verdadeiramente quis dizer o legislador positivo é que a estabilidade será devida ainda que o
trabalhador se recupere de forma plena, sem a subsistencia de qualquer sequela. Se a intencáo do art.
118, em comento, fosse conceder a estabilidade semente aos trabalhadores que1 em face de acidente
do trabalho, sofressem reducáo da capacidade laborativa, tal requisito deveria constar expressamente
do texto legal, o que, de fato, e como visto, nao ocorre.
Por fim, quanto a estabilidade e a aposentadoria por invalidez, a legíslacáo previdenciária
igualmente se omite sobre a questáo, existindo disposicáo expressa quanto a estabilidade semente
nos casos de percepcáo do beneficio de auxílio-doenca. O único diploma em vigor que menciona o
direito de estabilidade é a CLT, no art. 4º, parágrafo único, mas esta se refere a estabilidade definitiva,
que existía antes da CF/88 para os trabalhadores nao optantes pelo FGTS.
E1n decorréncia da ausencia de previsáo a respeito no art. 118 da Lei n. 8.213/91, bem co1no em
qualquer outra norma vigente, posiciona-se a doutrina e a jurisprudencia, de forma predominante,
sobre a ausencia de direito, sendo possível ao trabalhador que retorna de uma aposentadoria por
invalidez ser aplicada dispensa sem justa causa, nos termos do art. 475, § 1 º, da própria CLT.
,
E necessário observarrnos, contudo, que o real objetivo da norma protetora assegurar trabalho
é

e emprego ao trabalhador acidentado, que, por ter permanecido afastado das atividades profissionais
por determinado período (do acidente a recuperacáo plena ou parcial), poderia encontrar dificuldades
na obtencáo de nova colocacáo no mercado de trabalho. Assim considerando, permito-me discordar de
tal posicionamento, nao havendo qualquer razáo para afastar tal direito daqueles que permaneceram
afastados ainda por mais tempo, sítuacáo da aposentadoria por invalidez.

143
Melhor interpretacáo é, pois, compreender que o art. 118 da Leí n. 8.213/91 nao estendeu o
direito de estabilidade provisória para os beneficiários de aposentadoria por invalidez tao somente
porque, como esta exige comprovacáo de incapacidade definitiva em seu requerimento, pressupóe-
-se ausencia de alta posterior. No entanto, sendo verificada a recuperacáo do obreiro acidentado,
<leve este beneficiar-se do direito de estabilidade com fundamento típico (e nao por analogía) no
próprio art. 118 da Leí de Benefícios.

10.8. Possibilidade de rescisiio contratual durante o curso do auxilio-doenca ou da


aposentadoria por invalidez
Enquanto afastado por doenca, o contrato de trabalho do empregado estará suspenso ou
interrompido, nao possuindo eficácia plena. Por tal razáo, compreendo nao ser possível operar-se a
demissáo por parte do obreiro e nem tampouco a dispensa injustificada pelo empregador. A rescisáo
se admite, no entanto, quando se tratar de falta grave praticada durante o afastamento Gusta causa)
ou quando do encerramento das atividades empresariais.
Referido entendimento, contudo, nao é pacífico, existindo posicionamento favorável a rescisáo
contratual quando solicitada pelo trabalhador, já que inexiste proíbicáo legal expressa a respeito.
Entendo que nao se trata, de existir ou nao urna prevísáo expressa permitindo ou impedindo as
rescisóes contratuais, mas sim do fato de estar o contrato paralisado (total ou parcialmente) em face
da suspensáo ou da interrupcáo decorrente do afastamento e que, por tal razáo, nao possui plena
eficácia. Por conseguinte, apenas as rescisóes que nao dependem da vontade unilateral das partes
é que sao susceptíveis de ocorréncia, como ocorre, por exernplo, com a extincáo do estabelecimento
empregador, o cometimento de falta grave nos termos do art. 482 da CLT, o falecimento do trabalhador
e outras hipóteses de forca maior.
Igualmente, compreendo pela possibilidade de rescísáo contratual quando se tratar de término
de contrato a prazo, posto que as partes contratantes fixaram, desde o início, o prazo de duracáo do
respectivo contrato. Tanto o período de suspensáo quanto o de interrupcáo contratual devem ser
computados na duracáo do prazo ajustado, independentemente de ser o contrato decorrente de servico
transitório (CLT, art. 443, § 2º, "a") ou da transitoriedade relacionar-se coma atividade empresarial (art.
443, § 2Q, "b").
Corn referencia ao contrato de experiencia, permitido na alínea "e" do§ 2º do art. 443 do Estatuto
Laboral, o entendimento nao pode permanecer o mesmo, eis que sua finalidade é justamente verificar
se as partes contratantes se adaptarn as realidades do vínculo firmado, se o trabalhador possui
condicóes a desenvolver a funcáo que lhe foi atribuída e se há adaptacáo as normas e condicóes de
trabalho, bem como também de o empregado verificar se o ambiente de trabalho lhe é favorável e se
as pron1essas iniciais anunciadas, quando da admissáo, foram, de fato, efetivadas. Por tais razóes,
nao é de se computar o período de suspensáo contratual em decorréncia da paralisacáo total do
contrato de emprego.
A rescisáo contratual somente será possível se o dia exato da terminacáo ocorrer justamente
durante os primeiros días a cargo da empresa ou na hipótese de se tratar de auxílio-doenca
acidentário, situacóes que, no meu entendimento, caracterizam a interrupcáo contratual. Isto porque
o contrato, enguanto interrornpido, nao para de produzir efeitos na relacáo de emprego, sendo o
período computado no tempo fixado entre as partes para sua duracáo, razáo pela qual a rescisáo a
termo será possível para qualquer das partes.
No ámbito jurisprudencial, há divergencia de entendimento, sendo possível encontrarmos
decísóes no sentido de que o prazo dos contratos <leve ser prorrogado e outras compreendendo
que o curso se dá de forma contínua e ininterrupta, salvo se houver ajuste contrário entre as partes,
conforme regra do art. 472, § 2º, da CLT:

144
Art. 472. O afastamento do ernpregado em virtude das exigencias do servico militar, ou de outro encargo público, nao
constituirá motivo para alteracáo ou rescisáo do contrato de trabalho por parte do empregador.

[... )

§ 22 Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assirn acordarern as partes interessadas, nao
será computado na contagem do prazo para a respectiva terminacáo.

[... )

Havendo ou nao a interrupcáo da contagem e a prorrogacáo, o certo é que o TST mantém firme
entendimento de que, caso se trate de acidente de trabalho com percepcáo do benefício acidentário, o
direito de estabilidade provisória persistirá, ainda que se trate de contrato a termo, conforme ilustra
a seguinte ementa:
RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. AODENTE DE TRABALHO. CONTRATO DE
EXPERIENCIA. A jurisprudencia desta Corte pacificou o entendimento, nos termos da Súmula n. 378, III, do TST, de
que a garantia de emprego prevista no art. 118 da Lei n. 8.213/91 é devida ainda que o contrato de trabalho celebrado
entre as partes tenha se dado por tempo determinado ou a título de experiencia, exegese que se harmoniza com o
art. 72, XXII, da Constituicáo da República. Impóe-se verificar que a norma nao distingue a modalidade adotada
para o contrato de trabalho - seja este por prazo determinado ou indeterminado - ressaltando-se, ainda, que a
circunstancia da qual se origina o direito decorre de fato alheio a vontade do empregado. Isso porque o dano deriva
diretamente da atividade económica, cujos riscos pertencem ao empregador (CLT, art. 2º), a quen1 cabe, aliás, adorar
medidas eficazes a preservacáo da saúde, higiene e seguranca do trabalhador (CRFB, art. 7°, XXVIII). Precedentes.
Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR 178200-97.2009.5.15.0025 - 2~ Turma - Relatora Ministra
Delaíde Miranda Arantes - Julgamento em 4.3.2015 - DEJT de 13.3.2015)

Discute-se, ainda, se a suspensáo deve prevalecer indeterminadamente ou se é possível a


resilicáo contratual após cinco anos de vigencia da aposentadoria por invalidez.
Corno observado nos subitens anteriores, o art. 475 do Estatuto Laboral determina que o
contrato de trabalho deverá permanecer suspenso durante o prazo fixado pela Previdéncia Social
para efetivacáo do benefício, prazo este nunca estipulado pela legislacáo previdenciária.
A discussáo pauta-se, por conseguinte, no conflito existente entre a redacáo expressa no caput do
art. 475 da CLT coma Súmula n. 217 do Supremo Tribunal Federal, que data de 16/12/1963 e possui
o seguinte teor:
Súmula n. 217 - Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o
aposentado que recupera a capacidade de rrabalho dentro de cinco anos, a contar da aposentadoria, que se torna
definitiva após esse prazo.

O Supremo Tribunal Federal, como se pode observar, conferiu um caráter definitivo ao benefício
de aposentadoria por invalidez se esta perdurar por mais de cinco anos, contrariando frontalmente a
legislacáo previdenciária sobre o tema. Quando da publicacáo da Súmula, em 1963, encontrava-se em
vigor a Lei n. 3.807 /60 (Lei Orgánica da Previdéncia Social - LOPS), cujo art. 29 previa expressamente
a possibilidade de recuperacáo da capacidade profissional após cinco anos de aposentadoria. Idéntica
disposicáo consta da legislacáo atualmente em vigor, expressa no art. 47 da Leí n. 8.213/91.
Considerando-se, entáo, os dispositivos legais sobre a matéria e a ausencia de mencáo de um
prazo determinado para a provisoriedade do benefício, mais correto seria considerar suspenso o
contrato durante toda a vigencia da referida aposentadoria, indeterminadamente, como o fez o
Tribunal Superior do Trabalho quando aprovou, em 1982, a Súmula n. 160. Confira-se, in verbis:
Súmula n. 160 - Aposentadoria por invalidez. Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o
trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei. Ex-
prejulgado n. 37.

Enquanto suspenso o contrato, nao é possível a prática de rescisáo unilateral pelo empregador,
e tampouco a demissáo pelo empregado. Isto porque o contrato de emprego, ainda que vigente, nao
produz eficácia durante a suspensáo contratual, fato que impede sua extincáo por ato unilateral de

145
qualquer das partes. Novamente reitero que, também nesse caso, admite-se a rescisáo justificada, seja
por encerramento da empresa ou quando comprovada a falta grave cometida pelo obreiro durante o
período de suspensáo. E1n que pese ser fato incomum e nao corriqueiro, é possível a caracterizacáo
de faltas graves tipificadas no art. 482 da CLT no período de afastarnento, e nesses casos, será possível
a rescisáo contratual do empregado afastado, sob pena de se ver caracterizado o perdáo tácito.
Recuperada a capacidade laborativa, possui o empregado direito a retornar a funcáo que
anteriormente desempenhava, no estabelecimento do empregador, nos termos do§ 12 do art. 475 da
CLT. Nao se trata de estabilidade provisória ou definitiva, sendo possível ao ernpregador optar pela
rescisáo contratual imotivada, mediante o pagamento das indenizacóes legais.
Caso a empresa tenha contratado um substituto para o aposentado, poderá rescindir com este o
respectivo contrato laboral sem a obrigatoriedade de indenizacáo por qualquer das partes, desde que
tenha havido, quando da admissáo, ciencia inequívoca da referida interinidade. Como a legíslacáo
previdenciária nao impós prazo de temporalidade ao benefício, pode ocorrer de o substituto
permanecer por longos anos no exercício "interino" da funcáo anteriormente desenvolvida pelo
trabalhador afastado. A rescísáo por terminacáo e sem o pagamento das indenizacóes legais, neste
caso, acaba sendo injusta, sendo esse meu entendimento.
A rescisáo por acordo das partes ou a imposicáo, pelo legislador, de um tempo máximo de
suspensáo contratuaJ, seriam, sem dúvida, as alternativas mais coerentes para o problema em questáo.
Na forma atual, a empresa se obriga a manter o vínculo em aberto por tempo indeterminado,
gerando, inclusive, total inseguranca ao substituto contratado. Já o trabalhador sofrerá a perda
automática do beneficio de aposentadoria, posto que a ausencia da rescisáo contratual lhe garante
o retorno a funcáo anteriormente desempenhada, conforme art. 475 da CLT. Dessa forma, nos
termos do art. 47 da Lei n. 8.213/91, seu beneficio cessará automáticamente (independentemente
de o trabalhador ser despedido logo após o retorno), enquanto o segurado que nao tiver o direito
de retornar a [uncdo anterior ainda receberá o beneficie, mesmo após a alta, por período variável,
conforme a duracáo da aposentadoria percebida. Eis a redacáo do referido dispositivo:
Art. 47. Verificada a recuperacáo da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, será observado o seguinte
procedimento:

I - quando a recuperacáo ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da aposentadoria por invalidez
ou do auxílio-doenca que a anteceden sem interrupcáo, o beneficio cessará:
a) de irnediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar a funcáo que desernpenhava na en1presa
quando se aposentou, na forma da legíslacáo trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de
capacídade fornecido pela Previdéncia Social; ou
b) após tantos meses quantos forem os anos de duracáo do auxílio-doenca ou da aposentadoria por invalidez, para
os demais segurados¡
U - quando a recuperacáo for parcial, ou ocorrer após o período do inciso 1, ou ainda quando o segurado for
declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qua! habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida,
sem prejuízo da volta a atividade:
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperacáo da capacidade;
b) com reducáo de 50% (cinquenta por cerito), no período seguinte de 6 (seis) meses;
e) com reducáo de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qua]
cessará definitivamente.

Por fim, cumpre mencionar as recentes alteracóes promovidas pela Lei n. 13.063/2014.
Nao obstante seja necessário comprovar urna incapacidade total e definitiva para a obtencáo da
aposentadoria por invalidez, sua duracáo nao é vitalicia, podendo ser cancelada caso o trabalhador
recupere a capacidade laborativa. Por tal razáo, o INSS pode (e sempre pode) convocar o segurado
beneficiario a comparecer a perícias médicas de revisáo, no intuito de comprovar se permanece

146
a situacáo da incapacidade total e definitiva, conforme permissivo constante do art. 101 da Leí n.
8.213/91. No entanto, referido dispositivo foi alterado em dezembro/2014 pela Lei n. 13.063 que,
incluindo os§§ 1º e 2º, isentou os aposentados com mais de 60 anos dessa comprovacáo, conforme
transcrevo:
Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez e o pensionista inválido es tao obrigados,
sob pena de suspensáo do beneficio, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdéncia Social, processo de
reabilitacáo profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusáo de sa.ngue, que sao facultativos.

§ 111 O aposentado por invalidez e o pensionista inválido estaráo isentos do exame de que trata o caput após
completarem 60 (sessenta) anos de idade.
§ 2º A ísencáo de que trata o§ 12 nao se aplica quando o exame temas seguintes finalidades
T - verificar a necessidade de assísténcia permanente de outra pessoa para a concessáo do acréscimo de 25% (vinte e
cinco por cento) sobre o valor do beneficio, conforme dispóe o art. 45;
11 - verificar a recuperacáo da capacidade de trabalho, mediante solícitacáo do aposentado ou pensionista que se
julgar apto;
III - subsidiar autoridade judiciária na concessáo de curatela, conforme dispóe o art. 110.

O que fez a Leí n. 13.063/2014, portan to, foi conferir definitividade aos benefícios de aposentadoria
por invalidez percebidos por segurados com idade superior a 60 anos, eliminando, automaticamente,
a razáo que mantinha suspenso o contrato de trabalho, nos termos do capui do art. 475 da CLT, que
transcrevo para melhor compreensáo da matéria:
Art. 475. O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo
fixado pelas leis de previdéncia social para a efetivacáo do beneficio.

Compreendo, assim, ser possível a rescisáo contratual, motivada pela empresa ou pelo
trabalhador, de todos os trabalhadores com idade superior a 60 anos que se encontram aposentados
por invalidez e que nao tenham solicitado ao INSS, em perícia de revisáo, o cancelamento do benefício
em face da recuperacáo da capacídade laborativa (Leí n. 8.213/91, art. 101, § 2º, inciso II).
Trata-se, a meu ver, de terminacáo contratual, em face da extincáo do motivo que lhe
proporcionava a suspensáo, de forma que nao deve haver qualquer penalidade as partes, em termos
de indenizacáo, seja quanto ao aviso prévio ou, ainda, multa fundiária, institutos próprios das
dispensas imotivadas, que nao se aplica ao caso em tela.

1O.9. Ocorréncia do acidente no curso do aviso-prévio

Situacáo peculiar e que merece cuidadosa análise se refere a ocorréncia do acidente de trabalho
no curso do aviso prévio trabalhado, quando se tratar de dispensa sem justa causa ou de rescisáo a
pedido do próprio empregado (pedido de demissáo).
Primeiramente, importa ressaltar que a finalidade do referido instituto, quando se trata de
dispensa sem justa causa, é proporcionar ao obreiro tempo e remuneracáo para a procura de nova
colocacáo no mercado de trabalho. Dessa forma, ocorrendo situacáo de incapacidade, no curso do
referido período, impossibilitado estará o trabalhador desaira procura de novo emprego, prejud icando
a finalidade do aviso-prévio concedido. Procedimento mais justo é, portanto, a suspensáo do curso
do aviso, com reinício no retorno do empregado as atividades profissionais e descontando-se, por
óbvio, os dias de aviso plenamente gozados anteriormente ao sinistro. Esse o entendimento constante,
inclusive, da Súmula n. 371 do Tribunal Superior do Trabalho. Confira-se:
, ..... ,
Súmula n. 371 - AVISO PREVIO INDENTZADO. EFEITOS. SUPERVENIENCIA DE AUXILIO-DOEN<;:A NO
CURSO DESTE - A projecáo do contrato de trabalho para o futuro, pela concessáo do aviso prévio indenizado,

147
tem efeitos limitados as vantagens econórnícas obtidas no período de pré-avíso, ou seja, salarios, reflexos e verbas
rescisórias. No caso de concessáo de auxílio-doenca no curso do aviso prévio, todavía, só se concretizam os efeitos da
dispensa depois de expirado o beneficio previdenciário.

Nao obstante a finalidade do aviso seja inteiramente inversa, nos casos de demissáo voluntária,
permanece no Judiciário a mesma interpretacáo. Note-se que, comunicando o trabalhador seu
desligamento, a finalidade do aviso é permitir ao empregador que encontre outro trabalhador para
assumir as funcóes, sem que necessite arcar com a perda produtiva. O beneficiário do instituto
passa a ser, pois, o empregador, e no entanto, se durante o aviso prévio o trabalhador se afasta por
motivo de incapacidade, deve seu curso ser suspendido, paralisando-se a contagern do prazo. Ao
término da incapacidade e, consequentemente, do benefício previdenciário concedido pelo INSS,
retoma-se a contagem do aviso e, ao final de seu termo, é possível operar-se a rescisáo contratual,
caso nao se trate de acidente de trabalho.

Sendo a hipótese um acidente de trabalho, e1n qualquer de suas modalidades, será direito do
trabalhador a estabilidade provisória, nos tennos da Súmula n. 371 do TST1 c/c o itern II da Súmula
n. 378 do mes1no Tribunal Superior.

10.10. Suspensiio do prazo prescricional para interposiciio da reclamatória trabalhista

Define o inciso XXIX do art. 7º da Carta Constitucional de 1988 que "os trabalhadores possuem
direito de acáo, quanto a créditos resultantes das relacóes de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos, até o limite de dois anos após a extincáo do contrato de trabalho".

Discute-se, pois, na esfera doutrinária e também em nossos tribunais, se a suspensáo contratual


decorrente da aposentadoria por invalidez ou de um auxílio-doenca nao teria forca para suspender,
tambérn, o prazo prescricional, e sobre o tema já me manifestei na obra intitulada A relai;éio de emprego
e os impactos decorrentes dos beneficios preoidenciários, 2ª edicáo, também de minha autoría, publicada
pela LTr Editora em 2010, argumentos que ora reitero, já que mantenho a mesma opiniáo ali esposada.

Compreendo que míster se faz, primeiramente, ter em conta que a prescricáo tem por escopo
trazer estabilidade e seguranca as relacóes jurídicas, extinguindo o direito de acáo de determinado
agente por dela nao se ter utilizado para defender seus direitos por longo período de tempo (inércia).
O que se perde ou se extingue nao é propriamente o direito, mas sim a acáo possível para sua defesa,
e sobre o tema me manifesto no subitem 13.5 desta obra, ao abordar a prescricáo para as acóes
regressivas acidentárias.
Assim, a prescricáo, para o detentor do direito nao deixa de ser urna forma de castigo por sua
inércia, pelo nao exercício do direito de agir quando poderia fazé-lo no prazo fixado pelo legislador.
Seguindo o mesmo raciocinio, para que possa correr o prazo prescricional, é necessário que o agente
tenha condicóes de exercer seu direito de acáo no interregno predeterminado, fato que1 se inexistente,
pode acarretar a suspensáo da prescricáo ou até mesmo ser a ela fato impeditivo.

Note-se, por exemplo, que a menoridade (18 anos) é fator impeditivo da prescricáo (CLT, art.
440), também o sendo o estado de incapacidade absoluta (nos termos do art. 3º do Código Civil'P").
Como fatos suspensivos é possível citar a ausencia no Brasil do titular do direito, quando em servico
da Uniáo, estados ou municipios ou, ainda, quando estiver a servico das Percas Armadas em tempo
de guerra (CC, art. 198).

(108) Código Civil, art. 3º: "Sao absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
1 - os menores de dezesseis anos;
11 - os que, por enfermidade ou deficiencia mental, nao tiverem o necessário discernimento para a prática desses ates:
111 - os que, mesmo por causa transitória, nao puderem exprimir sua vontade".

148
Em que pese a ausencia de disposicáo legal expressa sobre o tema, mas por analogia as determi-
nacóes existentes e, em especial, considerando-se a finalidade da prescricáo extintiva, compreendo
que deve ser reconhecida a suspensáo do prazo prescricional quando, em decorréncia da doenca ou
acidente, o trabalhador estiver impossibilitado de exercer seu direito de acáo.
A incapacidade absoluta do titular da acáo deve, portanto, ser considerada como causa impeditiva
da prescricáo se acorrer antes de seu início e deve ser considerada corno causa suspensiva se acorrer
depois de já iniciado o transcurso do prazo, tolhendo seu prosseguimento, mas sem desconsiderar o
tempo já decorrido antes da suspensáo.
No entanto, quando se tratar de acidente que nao acarreta incapacidade absoluta, nao há razáo
ou fundamento em suspender o prazo prescricional, já que o trabalhador pode perfeitamente exercer
os atos da vida civil, inclusive quanto a propositura da reclamatória trabalhista no prazo fixado pelo
legislador.
A jurisprudencia oscila sobre o tema, mas o entendimento predominante no Tribunal Superior
Trabalho no sentido de nao haver suspensáo do prazo prescricional, chegando a editar em 2010 a
é

Súmula n. 375 da SDI 1, como seguinte teor:


SDI 1, Súmula n. 375 - AUXÍLIO-DOEN<;A. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSAO DO
CONTRATO DE TRABA LHO.PRESCRI\:ÁO. CONTAGEM.Asuspensaodo contrato de trabalho,em virtude
da percepcáo do auxílio-doenca ou da aposentadoria por invalidez, nao ímpede a fluencia da prescricáo quinquenal,
ressalvada a hipótese de absoluta impossíbilidade de acesso ao Judiciário.

Confira-se, ainda, e ilustrativamente, o seguinte julgado:


I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PERCEP<:;:AO DE AUXÍLIO-DOEN<;A. SUSPENSÁO
DO CONTRATO DE TRABALHO. SUSPENSÁO DO PRAZO PRESCRICIONAL. I. O Tribunal Regional entendeu
que, estando suspenso o contrato de trabalho com a percepcáo de auxílio-doenca, a contagern do prazo quinquenal
previsto no art.70, XXIX, da CF/88 "<leve ser feíta. excluindo-se o período de afastamento do autor pelo INSS, quando
o contrato de trabalho ficou suspenso e, igualmente, suspenso o lapso prescricional". II. O Recorrente demonstra
divergencia jurisprudencial específica pormeio do ares to proveniente do Tribunal Regional do Trabalho da 15" Regiáo,
cuja tese é de que "a suspensáo do contrato de trabalho ainda que por doenca, nao trazo mesmo efeito com relacáo
ao fluxo do prazo prescricional, pois durante essa suspensáo do contrato o empregado nao está necessariamente
impedido de ajuizar acóes para a defesa de seus direitos. A CLT é omissa quanto a suspensáo da prescricáo e o CC nao
contempla a suspensáo da prescricáo, valendo destacar que a hipótese de condicáo suspensiva a que alude o inciso I
do art, 199 do CC nao abrange a situacáo de suspensa o do contrato de trabalho". Ill. Agravo de instrumento de que se
conhece e a que se dá provimento, para determinar o processamento do recurso de revista, observando-se o disposto
na Resolucáo Administrativa n. 928/2003.

Il - RECURSO DE REVISTA. PERCEP<:;:ÁO DE AUXÍLIO-DOEN<:;:A. SUSPENSA O DO CONTRATO DE TRABALHO.


SUSPENSA.O DO PRAZO PRESCRICIONAL J. Por meio da Orientacáo Jurisprudencia! n, 375 da SBDI-1, esta Corte
Superior consolidou entendimento no sentido de que a contagem da prescricáo quinquenal trabalhista nao se
suspende durante o gozo de auxilio doenca ou aposentadoria por invalidez pelo empregado, salvo se comprovada
a impossibilidade absoluta do exercício do direito de acáo perante o Poder Judiciário. II. Nao tendo sido registrada
pelo Tribunal Regional a impossibilidade absoluta de o Reclamante acionar o Reclamado durante o gozo do auxilio-
doenca e da aposentadoria por invalidez, nao se justifica a suspensáo da contagem do prazo prescricional quinquenal.
III. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento.

(TST - RR 102100-91.2007.5.02.0071 - 4il Turma - Relator Ministro Fernando Eizo Ono - [ulgamento em 25.3.2015
- DEJT de 31.3.2015)

10.11. Indenizacoes por dano - responsabilidade civil do empregador

10.11.1. Breve histórico - responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva

Ainda que o Capítulo 1 desta obra traga breve histórico sobre a legislacáo acidentária no Brasil,
é importante iniciarmos o tema das indenizacóes devidas pelos empregadores, no ámbito de sua

149
responsabilidade civil, com urna análise igualmente sucinta dos diplomas que trouxeram tal previsáo
e das teorías a respeito do terna, no intuito de bem compreendermos sua aplicabilidade e extensáo.
A primeira teoría de que se tem notícia foi desenvolvida em 1884 por Sauzet, na Franca. e por
Sainctelette, na Bélgica, baseando-se na responsabilidade contratual, de forma que o contrato de
trabalho firmado entre as partes é que tinha o condáo de garantir seguran<;a a prestacáo do servíco.
A principal crítica a esse posicionamento veio por Salleiles, tambérn francés, no sentido de que,
sendo a responsabilidade decorrente do contrato entre as partes, urna simples cláusula exonerando
o empregador seria suficiente para afastá-la, o que nao se poderia permitir. Pela teoría de Salieiles,
a responsabilidade do empregador deveria existir mesmo sem culpa, sendo decorrente do risco-
proveito, ou seja, pelo fato de o empregador lucrar como trabalho prestado por seu operário.
No entanto, referido entendimento também mereceu crítica porque a geracáo de emprego e a
permanencia do trabalhador no mercado interessam nao somente ao empregador, mas também, e
principalmente, ao próprio Estado, em face do interesse político, social e económico decorrentes.
Autores franceses como Rouast e Givord também fízeram duras críticas a teoria do risco-proveito
porque, se a responsabilidade do empregador decorre do proveito/lucro auferido com o trabalho,
seria suficiente para sua extincáo comprovar que o trabalhador nao trouxe qualquer resultado ou
que a empresa nao auferiu lucro no período. Para tais juristas, o correto seria um risco-autoridade,
de forma que a indenizacáo deveria advir simplesmente da existencia de urna subordinacáo entre
as partes (empregado/empregador), mas creio ser essa a pior das teorías, porque nao há relacáo
direta entre a subordinacáo e os acidentes ou a necessidade de indenizacáo dos danos sofridos pelos
trabalhadores. No entanto, cada qual pensava de um jeito e todos encontravam argumentos para
rebater as teorías discordantes.
Era preciso encontrar urna forma justa para solucionar a questáo, sem impor ao empregador um
dever de indenizar em todo e qualquer caso e sem deixar desamparado o trabalhador acidentado.
Surgiu, entáo, a teoría do risco social, retirando a responsabilidade exclusiva do empregador (ámbito
privado) e passando-a para toda a sociedade (ámbito público). Criava-se, entáo, a figura de um seguro
mantido pelo Estado, para o qual os empregadores deveriam contribuir e ao qual competía assistir os
trabalhadores acidentados. O seguro-acidente passava a substituir, assim, as indenizacóes anteriormente
existentes, reconhecendo o Estado que o acidente é, muitas vezes, um infortunio decorrente do próprio
trabalho, razáo pela qual assume a responsabilidade pelo risco existente.
Em nosso país, o direito de receber tuna indenizacáo em decorréncia do acidente de trabalho
sofrido teve origem em 1919, quando da publicacáo do Decreto n. 3.274, primeira norma a tratar
de acidentes do trabalho no Brasil, conforme já observado no Capítulo l. Nao havia necessidade
de comprovar culpa, e a indenizacáo somente nao seria devida caso restasse comprovado dolo da
própria vítima (ou de terceiros) ou caso de forca maior (art. 2º).
Naquela época nao existía um sistema de previdéncia social organizado, corno ternos hoje,
e a indenizacáo era paga pelo próprio empregador, conforme a gravidade das consequéncias do
acidente, alérn de despesas com primeiros socorros, medicamentos ou procedimentos hospitalares.
Para incapacidades totais, mas temporárias, o empregador se obrigava a pagar metade do salário
diário, até o período máximo de um ano, e se o trabalhador necessitasse permanecer afastado por mais
tempo, teria direito a receber a indenizacáo que era devida nos casos de incapacidade permanente. Na
vigencia dessa norma, nao era possível ao trabalhador pretender qualquer indenizacáo de natureza
civil, existindo apenas, e exclusivamente, a responsabilidade acidentária.
O Decreto n. 13.498, publicado em mar<;o/1919, regulamentou a matéria e possibilitou ao
empregador a contratacáo de um seguro para o pagamento da indenizacáo e das despesas médicas
e hospitalares (art. 28).

150
O Decreto n. 24.637/1934 manteve a mesma linha de protecáo e raciocínio e deixou claro, no art.
12, a regra que antes estava implícita, ou seja, que a indenizacáo prevista legalmente exonerava o
empregador de pagar ao trabalhador acidentado, pelo mesmo acidente, qualquer outra indenizacáo
de direito comum. A contratacáo de um seguro permanecía sendo possível ao empregador, mas nao
era obrigatória.
A Constituicáo Federal de 1937 nao trouxe novidade sobre o tema e, em 1944, o Decreto-leí n. 7.036
manteve as indenizacóes conforme a gravidade das consequéncias do acidente, determinou que o seguro
de acidentes deveria ser obrigatoriamente contratado junto a instituicáo de previdéncia a que estivesse
filiado o trabalhador (arts. 94 e 95)<1()<)> e trouxe novidade importante, passando a prever indenizacáo de
direito comum, relativa ao mesmo acidente. Eis a redacáo de seus arts. 31 e 32:
Art. 31. O pagamento da indenizacáo estabelecida pela presente leí exonera o empregador de qualquer outra
indenizacáo de direito comum, relativa ao mesmo acidente, a menos que este resulte de dolo seu ou de seus propostos.
Art. 32. A indenizacáo paga pelo ernpregador nao excluí o direito do acidentado, seus herdeiros ou beneficiários, de
promover, segundo o direito comum, ar;ao contra terceiro civilmente responsável pelo acidente,
§ 12 A ar;ao de que trata o presente artigo poderá ser proposta pelo empregador ou pelo acidentado, seus herdeiros ou
beneficiarios, ou por urn e outros conjuntamente.
§ 22 Na mesma decisáo condenatória de terceiros, será adjudicada ao empregador a importancia por este paga
com fundamento na presente leí, computando-se igualmente a seu crédito tudo quanto houver despendido ern
consequéncia do acidente.

O "direito comum" disciplinava sobre o tema no art. 159 (Código Civil/1916) e exigía a
comprovacáo de dolo ou culpa por parte do causador do dano, sendo sua redacáo a seguinte:
Art. 159. Aquele que, por ar;ao ou omíssáo voluntaria, negligencia, ou imprudencia, violar direito, ou causar prejuízc
a outrem, fica obrigado a reparar o dano
A verificacáo da culpa e a avaliacáo da responsabilidade regulam-se pelo disposto neste Código, arts, 1.521 a 1.532 e
1.542 a 1.553.

Tratou-se de importante avance na legislacáo acidentária porque a indenizacáo prevista


nos diplomas legaís, muitas vezes, nao era suficiente para cobrir todos os prejuízos sofridos pelo
trabalhador. No entanto, a instituicáo dessa responsabilidade civil por parte do empregador suscitou
grandes debates a época, com diversas acóes judiciais questionando a validade do dispositivo.
Observe-se que o seguro deve ser pago pelo empregador independentemente da questáo de
haver ou nao culpa, de haver ou nao perigo no ambiente de trabalho ou nas tarefas desenvolvidas,
refletindo urna responsabilidade contratual objetiva, com fundamento apenas na teoría da
infortunística e do risco decorrente do próprio trabalho (risco profissional). Mediante tal pagamento,
o instituto de previdéncia passava a assumir a responsabilidade pela indenizacáo, socializando o
risco-profissional, já que o interesse no trabalho e na producáo de riquezas é de interesse de toda a
sociedade.
Nenhuma inovacáo trouxe a Constituicáo de 1946, e em 1960 foi publicada a LOPS - Lei
Orgánica da Previdéncia Social, unificando a legislacáo referente aos institutos de aposentadorias
e pens6es responsabilizando-se em garantir aos segurados as prestacóes acidentárias, desde que o
seguro estivesse a seu cargo. Também merece destaque a previsáo do art. 64, isentando a carencia
para o auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez e pensáo por morte nos casos de acidente do
trabalho, mas condicionando tal benesse a receber metade da indenizacáo acidentária.
,
E importante atentarmos, aqui, para a previsáo legal referente a existencia de beneficios de
incapacidade (auxílio-doenca e aposentadoria por invalidez), bem corno de pensáo por morte aos

(109) Nos termos do art. 100 do mesmo diploma legal, o empregador, ao transferir as responsabilidades para as entidades segurado-
ras, ficava desonerado das responsabilidades previstas no Decreto-leí n. 7.036/44, ressalvado apenas o direito regressivo das segura-
doras contra ele, na hipótese de infracáo do contrato de seguro.

151
familiares da vítima, sem exclusáo do direito as indenizacóes previstas na legislacáo securitária. Ou
seja, a existencia desses beneficios previdenciários nao substituía ou excluía o direito do trabalhador
de receber as indenizacóes que lhe eram devidas conforme a gravidade do acidente. A exigencia, por
parte da Previdéncia Social, em receber metade dessa indenizacáo refería-se somente a isencáo da
carencia, conforme previsáo expressa do art. 64, II.
Ero 1963, na Sessáo Plenária de 13 de dezembro, o Supremo Tribunal Federal aprovou a
redacáo da Súmula n. 229, firmando entendimento de que a indenizacáo acidentária nao excluía
aquela prevista no direito comum, quando constatada culpa grave ou dolo por parte do empregador.
Confíra-se:
Súmula n. 229 - A indenizacáo acidentária nao exclui a do direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do
empregador.
Validava, pois, o STF, a previsáo constante do Decreto-leí n. 7.036/1944, no sentido de acumulacáo
das índenizacóes, colocando fim as discuss6es sobre as penalidades recaírem sobre um único fato
gerador.
Na sequéncia histórica de nossa legislacáo, a Constituicáo Federal de 1967 nao trouxe alteracóes,
e em 28.02.1967 foi publicado o Decreto-leí n. 293, revogando o Decreto n. 7.036/1944, mas reiterando
o direito quanto a acumulacáo das indenizacóes quando da existencia de dolo. Eis a redacáo do art.
11 do referido diploma legal:
Art. 11. O pagamento das indenizacóes previstas neste Decreto-Leí exonera o empregador de qualquer outra
indenizacáo de direito comum, relativa ao mesmo acidente, a menos que este resulte de dolo seu ou de seus prepostos.

O Decreto-leí n. 293/67 manteve a previsáo de que o seguro de acidentes do trabalho, de


contratacáo obrigatória pelos empregadores, poderia ser operado pelo instituto de prevídéncia (na
época, INPS), mas ern regime de concorréncia com outras seguradoras (art. 3º). Urna vez contratado
o seguro, passaría a seguradora a ser responsável pela indenizacáo ao obreiro (ou seus familiares, em
caso de óbito), independentemente dos benefícios previdenciários de direito (art. 2º).
Nova regra foi publicada no mesmo ano de 1967, constante da Lei n. 5.316 (DOU de 18.9.1967),
que integrou o seguro de acidentes exclusivamente a Previdéncia Social, sem concorréncía de outras
seguradoras. Houve revogacáo expressa do Decreto-leí n. 293/67 e a nova norma nada dispós sobre as
indenizacóes previstas no Código Civil, também nao havendo qualquer mencáo no Decreto n. 61.784/67,
que a regularnentou.
Na verdade, a Lei n. 5.316/67 acabou com a forma de indenizacáo anteriormente prevista,
criando, em seu lugar, o beneficio de auxílio-acidente (art. 7º), uro pecúlio específico (arts. 8º e 9º), e o
programa de reabilitacáo profissional, alérn de manter os demais já existentes como auxílio-doenca,
aposentadoria por invalidez e pensáo por morte. A única previsáo de acáo judicial consta do Capítulo
VI, mas conferindo toda a responsabilidade ao INPS, conforme podemos observar da redacáo do art.
55 do Decreto n. 61.784/67:
Art. 55. O acidentado, seus dependentes, a empresa ou qualquer pessoa corn legítimo interésse económico ou moral
poderáo, diretamente ou por intermedio de advogado ou do Ministerio Público, mover acáo contra o INPS para a
reclamacáo de direito referente ao seguro de acidentes do trabalho.
§ 12 Se a acáo tiver sido iniciada diretamente pelo interessado, caberá ao órgáo do Ministerio Público prestar-lhe
assisténcia no curso do processo.
§ 22 A acáo movida pelo acidentado ou seus dependentes terá preferencia sobre as demais e será gratuita quando
vencidos os autores.
§ 312 Ressalvado o disposto no§ 211, a acáo fundada neste Regulamento ficará sujeita ao pagamento das custas fixadas
pelo regimento do [uízo onde tiver curso, respeitada a isencáo de que goza o lNPS perante a [ustica Federa].

Em janeiro/1976 foi publicado o Decreto n. 77.077, expedindo a Consolidacáo das Leis da Pre-
videncia Social, e em outubro do mesmo ano tivemos a Leí n. 6.367,(110> dispondo sobre o seguro de

(110) A Lei n. 6.367 foi regula mentada pelo Decreto n. 79.037/1976.

152
acidentes do trabalho a cargo do INPS, corn revogacáo expressa das normas anteriores e, novarnente,
a
sem qualquer mencáo possibilidade de indenizacáo civil por parte do empregador.
Note-se que a legislacáo, agora, referia-se semente ao seguro que era contratado pelo
empregador junto a Previdéncia Social e, consequentemente, as obrigacóes da seguradora perante os
trabalhadores acidentados, e por isso nenhum desses diplomas mencionou a reparacáo civil que seria
devida pelo empregador em caso de dolo ou culpa grave. Os diplomas legais nao era1n apropriados
para abordagern do terna, já que se referiam ao seguro e os benefícios decorrentes.
Assim, nao obstante a revogacáo expressa do Decreto-leí n. 7.036/1944, perrnaneceu o Judiciário
entendendo pela aplicacáo do direito, com diversas decisóes proferidas, inclusive pelo Supremo
Tribunal Federal. O próprio art. 159 do Código Civil, por si, já autorizava o íngresso da acáo civil
para indenizacáo do dano, sendo rnantida a aplicacáo da Súrnula n. 229 do STF, ainda que a lei do
seguro de acidentes silenciasse sobre o tema.
Referido direito tem sua origem na Lex Aquilia de Damno,<111> lei que data, aproximadamente, do
ano 286 a.C e que cuidou de estabelecer, no Direito romano, as bases jurídicas de responsabilidade
civil, ao instituir urna forma pecuniária de indenizar danos injustamente provocados, independen-
temente de alguma relacáo obrigacional preexistente. Surgiam ai, portante, as primeiras linhas da
responsabílidade extracontratual, punindo mediante o pagamento de uma indenizacáo pecuniaria
aquele que comete ato ilícito e, com isso, acarreta prejuízo a alguém. Por tal razáo, a responsabilida-
de extracontratual é tarnbérn conhecida por responsabilidade aquiliana, ainda que o art. 159 do Código
Civil/1916, por sua redacáo expressa, nao condicione a reparacáo do dano semente aos casos de vio-
lacáo da lei.
Semente em 1988 o Direito foi novamente positivado de forma específica, desta feíta no corpo da
própria Constituicáo Federal, sendo a redacáo do inciso XXVIII do art. 72 a seguinte:
Art. 7° Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:
[... )
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenízacáo a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
[ ... )
Novo avance é possível de ser observado porque a nova regra nao mais exigiu que a culpa fosse
grave, corno antes constava da Súrnula n. 229 do STF. Havendo comprovacáo de culpa, ainda que
leve, haverá direito do trabalhador de solicitar a reparacáo do dano sofrido, nos exatos tennos do que
determinava o art. 159 do Código Civil.
Art. 159. Aquele que, por a-;ao ou omissáo voluntária, negligencia, ou imprudencia, violar direito, ou causar prejuízo
a outrem, fica obrigado a reparar o dano
A verificacáo da culpa e a avaliacáo da responsabilidade regulam-se pelo disposto neste Código, arts. 1.521 a 1.532 e
1.542 a 1.553.

A presen<;a de culpa (ainda que leve) ou dolo por parte do empregador restou expressa no inciso
XXVIII do art. 7º da CF/88 e, por isso, referida responsabilidade possui natureza subjetiva. Ainda que
o texto assim nao diga claramente, a expressáo "verificacáo da culpa e avaliacáo da responsabilidade"
nos faz presumir que quanto maior a culpa, maior a responsabilidade e, consequenternente, maior a
reparacáo do dano causado.

(111) Conforme consulta ao site <http://www2.trt3.jus.br/cgi-bin/om_isapi.dll?clientlD=325697&infobase=vocabulario.nfo&jump=Lex%20


Aquilia&softpage=ref_Doc>,a "A Lei Aquília continha tres capítulos: 12¡ previa o fato de matar, sem direito, um escravo ou um animal, perten-
cente a categoria dos quadrúpedes, vivendo em grupos: é um delito punido por multa ftxada em valor superior ao escravo ou animal no ano
que precedeu ao delito... 22) o segundo capítulo pune o credor acessório (adstipulator) que em lugar de exigir o pagamento, fez o desconto
da divida ao devedor, com prejuízo dos direitos do credor principal. 32) O terceiro capítulo tinha um campo de aplicacáo muito mais largo:
reprimia todos os danos resultantes do fato de queimar, de quebrar ou de deteriorar uma coisa pertencente a outrem".

153
En1 1991, quando da publicacáo da Lei n. 8.213 (que trata dos beneficios previdenciários pagos
pelo Regime Geral), dispós o art. 121 que o fato de o segurado receber essas prestacóes nao excluí a
responsabilidade civil da empresa. Confira-se:
Art. 121. O pagamento, pela Previdéncia Social, das prestacóes por acidente do trabalho nao excluí a responsabilidade
civil da en1presa ou de outrem,

A questáo ganhou novo contorno com a alteracáo do Código Civil, ocorrida no ano de 2002 (Lei
n. 10.406), passando a matéria a ser regulada, basicamente, nos seguintes artigos:
Art. 186. Aquele que, por a~ao ou omissáo voluntaria, negligencia ou imprudencia, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
[... ]
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186e187), causar dano a outrern, fica obrigado a repará-lo,
Parágrafo único. Haverá obrigacáo de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
leí, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
[... )
Art. 944. A índenizacáo mede-se pela extensáo do dano.
Parágrafo único. Se houver excessíva desproporcáo entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
equitativamente, a indenízacáo.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua índenizacáo será fixada tendo-se em
con ta a gravidade de sua culpa e1n confronto coma do autor do dano.

Note-se que permanece a responsabilidade civil extracontratual, mas agora ficando claro que
a indenizacáo deve ser medida pela extensáo do dano (art. 944). É relevante e imprescindível, pois,
aferir-se corretamente o quanto a culpa do empregador contribuiu para a ocorréncia do dano,
cabendo-me destacar que, nos termos do art. 186, supra, a culpa pode decorrer de negligencia
(omissáo), imprudéncía ou impericia (acáo).
Outra novidade decorrente do novo Código Civil (2002) refere urna indenizacáo independente
de culpa, caso a atividade desenvolvida pelo autor do dano implique, por sua natureza, risco para o
direito de outra pessoa (art. 927, parágrafo único). Trata o legislador, aquí, de urna responsabilidade
objetiva, prevista tambérn na Constituicáo Federal, art. 21, XXIII, d, ao prever a responsabilidade civil
da Uniáo por danos nucleares.
A questáo que se impóe, portante, é se a responsabilidade objetiva, prevista no parágrafo único
do art. 927, pode ser aplicada para os acidentes de trabalho, já que a previsáo expressa do inciso
X.XVIII art. 7º da CF/88 exige a presen<;a de culpa ou dolo.
Parte da doutrina e da jurisprudencia tem entendimento favorável, no sentido de que o art. 7º
da Carta Magna lista direitos mínimos, assegurando outros que objetivem a melhoria de sua condidio
social. Confira-se:
Art. 7Q Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:
[... ]

É certa a redacáo do caput nesse sentido, mas nao consigo visualizar qualquer melhoria na
condicüo social dos trabalhadores com a aplicacáo da norma em comento. Por condicáo social <levemos
compreender a situacáo do trabalhador perante a sociedade, e é nesse sentido que dispós o constituinte
no art. 7º, ao conferir direitos relacionados ao salário, duracáo máxima de jornada, direito de férias,
licenca-maternidade, protecáo contra automacáo e proibicáo de qualquer espécie de discriminacáo,
entre outros.
Sao direitos que, de alguma forma, proporcionam melhora na qualidade de vida, na participacáo
ativa na sociedade, entre os quais nao se encaixa a indenizacáo paga por algo que o empregador nao
concorreu com dolo ou culpa. Em que sentido o recebimento dessa indenizacáo (reparatória de dano)

154
faria com que melhorasse a condicáo social do trabalhador, se seu objetivo nao é urna melhora, mas
sim o de evitar a piora, já que repara os danos sofridos pela vítima ou seus familiares?
Acredito que a aplicacáo do inciso XXVIII pode ser afastada, mas em face dos principios
constitucionais de igualdade, isonomia (art. 5º) e valorizacáo do trabalho (art. 12). Urna pessoa,
apenas porque se encontra na condicáo de empregada, nao pode ter menores direitos do que aquele
que assim nao se apresenta, aplicando-se, a ambos, direitos iguais e isonómicos.
De toda forma, e até que o Supremo Tribunal Federal tenha a oportunidade de se manifestar
sobre o terna, é certo que a [ustica do Trabalho tem aplicado tal teoria,<112> sendo importante analisar
o alcance do art. 927, que, pela importancia do tema, novamente transcrevo:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigacáo de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

É possível observarrnos que o parágrafo único se refere a um risco criado pela própria atividade
desenvolvida, de forma a abranger somente atividades de extremo perigo, em que o risco do acidente
encentra-se sempre presente. Seria a situacáo, por exemplo, do trabalho de mineracáo subterránea, de
limpeza de vidros em fachada de edifícios (alpinismo industrial), trabalhos em redes de alta tensáo,
entre outros.
E nao visualizo, de forma alguma, corno pretender equiparar a atividade de risco, prevista no
parágrafo único do art. 927 do Código Civil, com o risco da aiiuidade econiimica de que trata o caput art.
2º da CLT. Eis o teor desse último dispositivo:
Art. 2ª Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade económica,
admite, assalaria e dirige a prestacáo pessoal de servico.

Tratam-se de riscos totalmente diferentes, de express6es que nao guardarn absolutamente


qualquer semelhanca. No Código Civil está o legislador a prever situacóes em que a atividade
desenvolvida por alguém coloca um terceiro em situacáo de risco, como ocorreu em fevereiro/2012,
quando urna estudante de 14 anos caiu do brinquedo "La Tour Eiffel", um elevador de 69,5 metros de
altura, com assentos que sobem a cinco metros por segundo para, depois, após um tranco no assento,
despencarem em queda livre, com velocidade de até 94 Km/h.
A atividade oferecida pelo parque, por sí, coloca pessoas em situacáo de risco, e o dever de
indenizacáo, nos tennos do parágrafo único do art. 927 do Código Civil, independe da comprovacáo
de culpa.
[á o art. 2º da CLT se refere ao risco existente em administraruma atividade económica, em termos
puramente negocial, envolvendo quest6es corno lucro, faturamento, adimpléncia dos consumidores
ou clientes. O empregador assume, pois, as consequéncias positivas (lucro) ou negativas (prejuízo)
de riscos financeiros, operacionais, estratégicos, e outros que variam conforme a atividade exercida,
nao sendo lícito transferí-los aos empregados.
Nao é possível enumerar os riscos existentes a todas as empresas porque, como dito, estes
dependem da atividade exercida e da forma corno é exercida. Entre os riscos financeiros é possível
citar o risco de crédito (quando o cliente/consumidor nao honra seu compromisso), o risco de liquidez

(112) Assim dispoe o Enunciado n. 37 da ENAMAT/ANAMATRA, aprovado pela Sessáo Plenária da li! Jornada de Direito Material e
Processual na Justíca do Trabalho, ilustrando o entendimento adotado quanto ao tema: "Enunciado n. 37. RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA NO ACIDENTE DE TRABALHO. ATIVIDADE DE RISCO. Aplica-se o art. 927, parágrafo único, do Código Civil nos acidentes do
a
trabalho. O art. 7º, XXVIII, da Constítuicáo da República, nao constitui óbice aplicacáo desse dispositivo legal, visto que seu caput
a
garante a inclusáo de outros direitos que visem melhoria da condicáo social dos trabalhadores".

155
(quando a empresa nao consegue pagar suas contas), o risco de mercado (perdas em decorréncía
de flutuacóes gerais). No ámbito dos riscos operacionais encontram-se problemas decorrentes de
funcionamento inadequado de sistemas de informática, problemas decorrentes de processos de producáo
incorretos, contaminacáo de produtos, atraso na entrega ao consumidor final etc. Por fim, decorre o risco
estratégico, via de regra, de decisóes equivocadas, como no lancamento de um produto, retirada de
operacóes do mercado, má escolha do ponto de atuacáo. Na página eletrónica do Banco do Brasil<113>
podemos encontrar alguns riscos aos quais se sujeitam a atividade bancária/financeira:
Risco de Mercado: decorre da possibilidade de perdas que podem ser ocasionadas por mudancas no comportamento
das taxas de juros, do cambio, dos prei;os das acóes e dos prei;os de commodities.

Risco de Liquidez: este tipo de risco assume duas formas: risco de liquidez de mercado e risco de liquidez de fluxo
de caixa (funding). O primeiro é a possibilidade de perda decorrente da incapacidade de realizar urna transacáo em
tempo razoável e sem perda significativa de valor. O segundo está associado a possibilidade de falta de recursos para
honrar os compromissos assumidos em funcáo do descasamento entre os ativos e passivos.
Risco de Crédito: definido como a possíbilidade de perda resultante da incerteza quanto ao recebimento de valores
pactuados com tomadores de empréstimos, contrapartes de contratos ou emissóes de títulos.

Risco Operacional: é definido como a possibilidade de ocorréncia de perdas resultantes de falha, deficiencia ou
inadequacáo de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Este conceito incluí o risco legal.
Risco Legal: pode ser definido como a possibilidade de perdas decorrentes de multas, penalidades ou indenizacóes
resultantes de acóes de órgáos de supervisáo e controle, bern como perdas decorrentes de decísáo desfavorável em
processos judiciais ou administrativos.
Risco de Conjuntura: decorre da possibilidade de perdas decorrentes de mudancas verificadas nas condicées
políticas, culturáis, sociais, económicas ou financeiras do Brasil ou de outros países.

a) Risco Estratégico - risco de perdas pelo insucesso das estrategias adotadas, levando-se em conta a dinámica dos
negocios e da concorréncia, as alteracóes políticas no País e fora dele e as alteracóes na economía nacional e mundial.

b) Risco-País - risco de perdas em funcáo de alteracóes políticas, culturáis, socíais, financeiras /fluxo de capítais/
ou económicas em outros países com os quais haja algum tipo de relacíonamento económico, principalmente
in vestimentos.
c) Risco Sistémico - risco de perdas em virtude de dificuldades financeiras de urna ou maís instituicóes que
provoquem danos substancia is a outras, ou ruptura na condueño operacional de normalidade do Sistema Financeiro
Nacional - SFN.
Risco de Imagem: possibilidade de perdas decorrentes de a instituicáo ter seu nome desgastado junto ao mercado ou
as autoridades, em razáo de publicidade negativa, verdadeira ou nao.

Assim, o que traz a CLT no art. 2º é nada mais que o conceito de ernpregador, especificando
ser ele quem gerencia o empreendimento, assumindo esses riscos que sao inerentes a atividade
económica. Consequentemente, nao lhe é permitido condicionar direitos dos trabalhadores (salário,
comissóes etc) ao sucesso ou insucesso do negócio, razáo pela qual as verbas rescisórias sao devidas,
em sua totalidade, inclusive nos casos de falencia.
Esse é o sentido de tal dispositivo, que, inclusive, tem sido bem aplicado pelos Tribunais do
Trabalho, conforme ilustra o seguinte julgado:
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - DESCONTOS SALARIAIS - SÚMULA N. 126
DO TST. A Corte regional consignou que os descontos efetuados para compensar inadimplemento dos clientes
configuraram transferencia dos riscos da atividade económica ao ernpregado, e nao a hipótese de ressarcimento
de dano causado pelo trabalhador, na qua] se dá a incidencia do art. 462, § 12, da CLT. Isso porque nao constatou
ocorréncias eventuais a que o trabalhador tenha dado causa culposarnente, e sim a prática empresarial habitual de
transferir o referido ónus ao obreiro. Na forma como pos to, portan to, nao se há de falar em afronta ao art. 462, § 1 °,da
CLT. Conclusáo diversa esbarra na Súmula n. 126 do TST. Agravo de instrumento desprovído." (TST - AIRR 55600-
68.2009.5.17.0009 - 7~ Turma - Relator Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Julgamento em 29.5.2013 - DEJT de
7.6.2013)

(113) Disponível em: <http://www.bb.com.br/portalbb/page3,136,2545,0,0,l,8.bb>. Consulta em: 09.04.2015.

156
Compreendo, pois, que a responsabilidade objetiva deve ser aplicada semente quando a atividade
desenvolvida pelo empregador causar, por si, risco a saúde ou integridade física do empregado, nao
sendo cerreta urna interpretacáo elastecida para aplicá-la a toda e qualquer situacáo, nem tampouco
a todo e qualquer risco.
Permito-me discordar, portante, do entendimento esposado pela 2ª Turma do TRT da 9ª Regíáo,
que aplicou o disposto no art. 927 para condenar urna Usina em um acidente de transito causado por
terceiro. Confira-se:
AODENTE DE TRÁNSITO FATAL. f\TECESSIDADE DE DESLOCAMENTOS CONSTANTES DO EX-EMPREGADO
POR MEIO DE VEÍCULO DA EMPRESA. DINÁMICA LABORATIVA QUE EXPUNHA O TRABALHADOR A RISCO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPREGADORA PELO ACJDENTE DE TRABALHO. CULPA EXCLUSIVA
DE TERCEIRO DESCARACTERIZADA. O risco da atividade exercida pelo filho falecido dos Autores, ex-Empregado
da Ré, foi presumido, considerando os constantes deslocamentos entre as propriedades da Usina, e, portante, em que
pese ser encarregado de aplicacáo de herbicida, desenvolvía atividades típicas de motorista, atendendo necessidades da
Reclamada. O acidente de transito sofrido pelo de cujus, assim, representa hipótese clássica de exposícáo a risco em face
da dinámica laborativa. Aplicada a teoría do risco, que atrai a responsabilidade objetiva, toma-se irrelevante auferir dolo
ou culpa do empregador, bastando a demonstracáo do dano e do nexo de causalidade, advindos de atividade de risco
ao trabalhador, afastando-se, portante, a análise do grau de culpa da empresa Reclamada. Ausente, outrossim, culpa da
vítima, por inexistir nos autos qualquer indicio de que o infortúnio ocorrera por imperfcia, imprudencia ou negligéncia
do ex-Empregado. Finalmente, descartado o fato de terceiro, pois, ainda que a Usina Ré comprovasse a culpa exclusiva
de terceiro, a jurisprudencia do TST evidencia que acidente de transito decorrente de culpa exclusiva de outrem íntegra o
próprio conceito do risco da atividade desenvolvida pelo Obreiro vitimado junto a Empresa. O fato de terceiro capaz de
romper o nexo causal é aquele completamente alheio ao risco inerente a atividade desenvolvida, situacáo nao caracterizada
no presente caso, em que o sinistrado, deslocando-se entre propriedades da Usina, dirigía constantemente veículo da
Empregadora. Recurso da Ré a que se nega provimento. (TRT 9@ Regíáo - Processo 00769-2013-092-09-00-0 - ACO 42167
- 2n Turma - DE]T de 2.12.2014)

Note-se que no caso em tela a atividade de risco nao é aquela normalmente exercida pelo
empregador, como exige o parágrafo único do art. 927, mas sim o próprio transito cotidiano, urbano,
sem envolvirnento de carga perigosa ou direcáo defensiva. Trata-se de condenar o empregador por
sinistro que foge totalmente ao seu controle e gerenciamento, nao lhe sendo possível implementar
qualquer regra de seguran~a em via pública.
Penso que o conceito de responsabilidad e civil extracontratual está sendo totalrnente desvirtuado,
conferindo-se interpretacáo elastecida a norma punitiva e criando, assim, obrigacáo de indenizar nao
prevista em leí, fato que contraria nao semente as disposicóes do art. 52 e 72 da Constituicáo Federal
corno, também, os princípios de legalidade, proporcionalidade, razoabilidade e seguranca jurídica,
alérn, obviamente, do próprio parágrafo único do art, 927 que, com as escusas pela repeticáo, mas
pela importancia do tópico, novarnente transcrevo (destaque meu):
Art. 927. [ ... )
Parágrafo único. Haverá obrigacáo de reparar o dano, indepeudentemente de culpa, nos casos especificados em leí,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem,

Assim, acredito que o melhor entendimento foi o esposado pelo TST em 2010 pelo ministro Luiz
Philíppe Vieira de Mello Filho, ern ernenta a seguir transcrita:
RECURSO DE REVISTA- DANOSMATERIALEMORAL-ACJDENTEDETRABALHO- RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO EMPREGADOR - ART. 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO CIVIL - CONCEITO DE
ATIVIDADE HABITUALMENTE DESENVOLVIDA - DIREITO DO CONSUM1DOR - DIREITO DO TRABALHO
- PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL SOLIDARISTA - INCIDENCIA. O sistema de responsabilidade civil adotado
pelo ordenamento jurídico é um dos reflexos da preocupacáo do legislador com a tutela dos direitos pertencentes
aqueles que nao podem negociar, em condicóes de igualdad e, os seus interesses coma outra parte da relacáo contratual.
Nesse passo, o Código Civil, em seu art. 927, parágrafo único, estabelece que será objetiva a responsabilidade daquele
que, em face do desenvolvimento normal de sua atividade, puder causar dano a outrem. Atividade, no sentido
utilizado na norma, <leve ser entendida como a conduta habitualmente desernpenhada, de maneira comercial ou
empresarial, para a realízacáo dos fins económicos visados pelo autor do dano, Entretanto, dado o caráter excepcional
de que se reveste a responsabilidade objetiva em nosso ordenarnento jurídico (já que a regra é de que semente haverá

157
a imputacáo de condura lesiva a alguém se provada a sua atuacáo culposa), semente nos casos em que os produtos e
servicos fomecidos pelo causador do dano apresentarem perigo anormal e imprevisível ao sujeito que deles se utiliza
haverá espaco para a incidencia do citado diploma legal. Ressalte-se, ainda, que o Código Civil, por torca dos arts.
82, parágrafo único, da CLT e 72 do CDC, ostenta a condicáo de norma geral em tennos de responsabilidade civil,
motivo pelo qua! a sua aplicacáo aos demais ramos do direito depende da inexistencia de legislacáo específica sobre o
assunto, assim como de sua compatibilidade corn os principios inerentes a parcela do direito a que se visa a insercáo
da aludida regra geral. No direito do consumidor, a responsabilidade do fornecedor pelos defeitos dos produtos e
servicos despejados no mercado é objetiva, independentemente de a atividade por ele normalmente desenvolvida
apresentar risco a direito de outrern, Assim, desnecessária a aplicacáo da norma civil as relacóes de consumo, dado o
caráter mais benéfico desta. No Direito do Trabalho, entretanto, no art. 72, XXVIII, da Carta Magna determina-se, tao
semente, que o empregador responderá pelos danos moráis e materiais causados aos seus empregados, desde que
comprovada a culpa daquele que suporta os riscos da atividade produtiva. A Constituicáo Federal, como se percebe,
nao faz mencáo a possíbilídade de se responsabilizar objetivamente o ernpregador pelos aludidos danos. Apesar
disso, tendo em vista o disposto no capui do aludido dispositivo constitucional e o principio da norma mais benéfica,
a outra conclusáo nao se pode chegar, senáo de que nao se vedou a criacáo de um sistema de responsabilidade
mais favorável ao empregado, ainda que fora da legislacáo específicamente destinada a reger as relacóes laboráis,
mormente se considerarmos que o trabalhador, premido pela necessidade de auferir meíos para a sua sobrevivéncia,
apresenta-se, em relacáo ao seu empregador, na posicáo mais desigual dentre aquelas que se pode conceber nas
interacóes humanas. Dessa forma, a fim de evitar o paradoxo de se responsabilizar o mesmo indívíduo (ora na
condicáo de empregador, ora na condicáo de fornecedor) de forma diversa (objetiva ou subjetivamente) em face do
mesmo evento danoso, semente pelo fato das suas consequéncias terem atingido vítimas em diferentes estágios da
atividade produtiva, necessária se faz a aplicacáo do art. 927, parágrafo único, do Código Ovil ao direito do trabalho,
desde que, no momento do acidente, o empregado esteja inserido na atividade empresarialmente desenvolvida pelo
seu empregador. A adocáo de tal entendimento confere plena eficácia ao principio constitucional solidarista, segundo
o qua! a reparacáo da vítima afigura-se mais importante do que a individualizacáo de um culpado pelo evento <lanoso.
Na hipótese dos autos, restam presentes os elementos necessários a incidencia do dispositivo civilista, motivo pelo
qua] deve ser mantida a decísáo do Tribunal Regional do Trabalho. (TST - RR 77300-64.2004.5.05.0121 - 1 ~ Turma
- Relator Ministro Luiz Philíppe Vieira de Mello Filho - Julgamento em 06/10/2010 - DEJT de 15.10.2010)

Correto, pois, o relator ministro Luiz Philippe em sua interpretacáo, porque é exatamente esse
o contexto do parágrafo único do art. 927, se o aplicarmos as relacóes de emprego. No momento
do acidente o trabalhador precisa estar inserido na aiioidade empresarialmente desenvolvida pelo seu
empregador, e essa atividade, imperiosamente, precisa, por si mesma, colocá-lo em risco, seja quanto
a saúde ou a integridade física. Lógicamente, também se faz necessário o nexo causal entre a lesáo/
enferrnidade e a atividade de risco.
Via de regra, os trabalhos perigosos e insalubres já sao reconhecidos e constam das Normas
Regulamentadoras (NRs) 15e16 do Ministério do Trabalho e Emprego, e entendo que, afastando-se
a inconstitucionalidade em face da restricáo imposta pelo inciso XXVIII do art. 7º da CF/88, a simples
presen<;a desses agentes no ambiente de trabalho e a percepcáo dos adicionais, por si, já seriam sufi-
cientes a acarretar a responsabilidade objetiva.
E isso porque refere o parágrafo único do art. 927, genericamente, a risco para todo e qualquer
direito, seja o de manter-se em estado saudável ou, principalmente, de manter-se íntegro e vivo.
Consequentemente, se nas atividades habitualmente desenvolvidas pelo empregador há a presenca
de agente insalubre ou nocivo, sem EPI ou. EPC que possa, comprovadamente, neutralizá-lo ou
eliminá-lo, presente também estará o risco de o trabalhador contraír enfermidades ou lesóes, inclusive
fatais, corno ocorre com aqueles que opera1n explosivos, inflamáveis ou eletricidade ern alta tensáo,
entre outros.
O objetivo de tais adicionáis é, justamente, remunerar o trabalho exposto a risco, devidamente
comprovado por Laudo Técnico, realizado por engenheiro de seguran<;a do trabalho ou médico do
trabalho (CLT, art. 195). Assim, nao há como afastarmos a aplícacáo da responsabilidade objetiva
nessas atividades, desde que, repito, o acidente sofrido tenha relacáo de causa/efeito com esses riscos
específicos. Eis os conceitos, dispostos na CLT, que nao deixam dúvida sobre o risco existente:
Art. 189. Seráo consideradas atividades ou operacóes insalubres aquelas que, por sua natureza, condicóes ou métodos
de trabalho, expon.ham os empregados a agentes nocivos a saúde, acima dos limites de tolerancia fixados em razáo
da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposicáo aos seus efeitos.

158
Art. 192. O exercício de trabalho ern condícóes insalubres, acima dos limites de tolerancia estabelecidos pelo Ministério
do Trabalho, assegura a percepcáo de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento)
e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da regiáo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

Art. 193. Sao consideradas atividades ou operacées perigosas, na forma da regulamentacáo aprovada pelo Ministério
do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em
virtude de exposicáo permanente do trabalhador a:

I - inflamáveis, explosivos ou energía elétrica;

11 - roubos ou outras espécies de violencia física nas atividades profissionais de seguranca pessoal ou patrimonial.
§ J!l O trabalho em condicóes de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre
o salário sem os acréscimos resultantes de gratífícacóes, premios ou participacóes nos lucros da en1presa.

§ 22 O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.
§ 32 Seráo descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao
vigilante por meio de acorde coletivo.
§ 41) Sao também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará coma eliminacáo do
risco a sua saúde ou integridade física, nos tennos desta Secáo e das normas expedidas pelo Ministerio do Trabalho.
,
E certo, pois, que os acidentes decorrentes de insalubridade ou periculosidade atraem
automaticamente a responsabilidade objetiva, masé errado limitarrnos sua aplicacáo somente quando
o trabalhador, efetivamente, receber tais adicionais. Assirn entendo porque a Constituicáo Federal,
ao garantir ao trabalhador empregado uma remuneracáo rnaior quando da exposícáo a risco (art. 72,
inciso XXIII),nao limitou quais seriam essas atividades, de forma que a listagem trazida pela CLT ou
pelas portarias emanadas do Ministério do Trabalho e Ernprego nao pode ser considerada exaustiva.
Outras atividades que nao se encontrarn listadas nas NRs podern perfeitamente ser cornprovadas
como perigosas ou insalubres na esfera judicial e acarretar, assim, tambérn a responsabilidade objetiva
do empregador, hipótese que implicará, automaticamente, tarnbém no reconhecimento do direito
ao adicional correspondente. Ero face dos princípios de igualdade, isonornia, proporcionalidade,
razoabilidade e ainda outros que possam vira ser aplicados, nao pode o juiz do trabalho compreender
que as atividades de risco nao se limitam aquelas relacionadas nos arts. 189 e 193 da CLT para fins
de aplicar a responsabilidade objetiva e, ao revés, entender pela exaustividade de tais dispositivos
quando estiver a julgar o direito de percepcáo dos adicionais compensatórios.
Se entender o magistrado que existe risco para o trabalhador na atividade desenvolvida pela
empresa, de forma a afastar a exigencia de culpa e dolo de que trata o inciso XXVIIIdo art. 7º da Carta
Magna e aplicar a responsabilidade objetiva disposta no parágrafo único do art. 927 do Código Civil,
necessariamente <leve cornpreender pela remuneracáo compensatória dessa exposicáo, aplicando
o adicional de ínsalubridade quando o risco envolver a saúde do empregado ou o adicional de
periculosidade quando estiver relacionado a sua integridade física.
As empresas que possuírem trabalhos nocivos ou periculosos, por sua vez, devem estar cientes de
que se tais condicóes nao forem neutralizadas ou eliminadas, acarretaráo o pagamento dos adicionáis ao
trabalhador (insalubridade ou periculosidade, conforme o caso), a contribuicáo adicional ao SAT de 6°/o,
9% ou 12% (conforme subitem 11.6 desta obra) e1 provavelrnente, a responsabilidade objetiva quanto a
eventual indenizacáo acidentária, sem falar na repercussáo desses acidentes na alíquota básica do SAT, no
cálculo do FAP e na possibilidade de acáo regressiva previdenciária, proposta pelo INSS.
Por fim, e ainda que seja a responsabilidade objetiva, sem análise quanto a existencia ou nao
de culpa por parte do empregador, compreendo que nao <leve ser desconsiderada a previsáo do
art. 944 do Código Civil, no sentido de que a indenizacáo deve ser medida pela extensáo do dano, e
tampouco serern afastadas atenuantes como a comprovacáo de culpa exclusiva ou concorrente por

159
parte da vítima. Entendimento diverso seria conferir ao empregador urna responsabilidade maior
que aquela conferida ao empregado em relacáo a sua própria saúde e integridade física, o que nao se
pode admitir, sob pena de violacáo, inclusive, aos princípios constitucionais de proporcionalidade,
razoabilidade e, principalmente, equidade.

10.11.2. Espécies de dano - acumulacáo da índenízacáo previdenciária coma


índenízacáo civil, extracontratual

Os danos sofridos por um trabalhador acometido por acidente de trabalho nao se limitam,
muitas vezes, apenas a remuneracáo dos dias de ausencia e despesas médicas. Cada situacáo deve
merecer criteriosa análise e comprovacáo, sendo possível postular, dentre outras mais específicas,
indenizacóes por dano material, dano moral e dano estético.

Dano material
Por dano material devem ser compreendidos todos os prejuízos financeiros suportados (e
que seráo suportados) pela vítima ou seus familiares (em caso de óbito), sejam eles emergentes ou
cessantes, conforme regra disposta no art. 402 do Código Civil:
Art. 402. Salvo as excecóes expressamente previstas e1n leí, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, alérn do
que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

A título de exemplo, portante, ternos as seguintes hipóteses:


• Despesas com medicamentos, hospital, honorários médicos, tratamentos fisioterápicos ou
de outra natureza, órteses, próteses, enfermeiros ou cuidadores que eventualmente sejam
necessários. <114>
• Diferenca entre a remuneracáo que receberia na ativa (inclusive considerando promocóes
possíveis se existente plano de cargos e salários na empresa) e o valor do benefício pago pelo
INSS (auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez) - Código Civil, art. 950;
• Contribuicáo previdenciária incidente sobre a diferenca entre o salário de benefício do auxilio-
-doenca e a remuneracáo que seria devida na ativa, já que em futuro cálculo de aposentadoria o
INSS considerará apenas o salário de beneficio do auxílio-doenca (Lei n. 8.213/91, art. 29, § 52).
• Manutencáo de benefícios contratuais como plano de saúde, plano odontológico, tíquetes-ali-
mentacáo, seguros, previdéncia complementar ou qualquer outro mantido pelo empregador,
durante todo o período de afastamento, ainda que se trate de aposentadoria por invalidez.
• Manutencáo do depósito de FGTS durante o período de aposentadoria por invalidez.
• Despesas com funeral, luto, jazigo, remocáo do corpo ou qualquer outra despesa comprovada
em decorréncia do óbito - ce, art. 948.
• Prestacáo de alimentos aos dependentes, e1n caso de óbito do trabalhador, considerando-se a
expectativa de sobrevida da vítima - ce, art. 948.
Todas as despesas podem ser devidamente comprovadas corn as notas fiscais e recibos, assim
como também é possível co1nprovar, com apresentacáo de contracheques, a diferenca entre o benefício
recebido pelo INSS e a remuneracáo da ativa.
A questáo mais complicada refere-se, pois, a indenizacáo referente a pensáo de alimentos aos
dependentes, quando do óbito do empregado, em razáo da ausencia de parámetros objetivos para

(114) Código Civil: "Art. 949. No caso de lesáo ou outra ofensa a saúde, o ofensor
indenizará o ofendido das despesas do tratamento
e dos lucros cessantes até ao fim da convalescenca, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido".

160
a fixacáo desse montante. Tenho como razoável a divisáo da remuneracáo bruta percebida em vida
pelo número de membros da familia (cónjuge e filhos), de forma a apurar, aproximadamente, em
termos percentuais, quanto dessa remuneracáo era utilizada pelo próprio trabalhador e quanto era
utilizada pelo restante da familia.
Nesse sentido foi, inclusive, a decísáo proferida pelo TST no processo 0000333-63.2012.5.04.0205,
em decisáo monocrática proferida pelo ministro Emmanoel Pereira em 19.12.2014, publicada em
09.02.2015, numa situacáo em que a vítima possuía cónjuge e tres filhos:
Quanto ao pensionamento se mostra razoável a fixacáo de pensáo mensa) no montante de 60% da remuneracáo
que o trabalhador percebia na época do acidente (R$ 1.489,94 por mes, conforme TRCT da fls. 51/52), corrigidas
pelos critérios de atualizacáo dos débitos trabalhistas, acrescidas do 132 salário anual (a razáo de 60%) e majoradas
a razáo de 5°/o ao ano a título de ganho real anual correspondente a expectativa de melhoria dos rendimentos pelo
aperfeícoamento profissional. (sentenca, fl. 209).

Assim, deve ser mantida a sentenca de origern, por seus próprios fundamentos, in uerbis:

Dessa forma, tenho que o dano material (perda/diminuicáo de alimentos) decorrente do acidente de trabalho deve
ser indenizado mediante o deferimento de urna pensáo mensal, sob responsabilidade daré, em parcelas vencidas e
vincendas, equivalentes, cada, a 60% da remuneracáo que o trabalhador percebia na época do acidente (R$ 1.489,94
por mes, conforme TRCT da fls, 51/52), corrigidas pelos critérios de atualizacáo dos débitos trabalhistas, acrescidas
do 13º salário anual (a razáo de 60%) e majoradas a razáo de 5% ao ano a título de ganho real anual correspondente
a expectativa de melhoria dos rendirnentos pelo aperfeícoamento profissional. Quanto as parcelas vencidas até a
inclusáo em folha de pagamento, a pensáo mensa) será acrescida, ainda, de juros moratórios desde o ajuizamento da
acáo (art. 883 da CLT), que deveráo ser contados a razáo de 1% ao mes (art. 39, § lQ, da Leí n. 8.177/91), decrescentes
para as parcelas vencidas após o ajuizarnento da acáo.

É fixada a proporcáo de 60'Yo em razáo de que o acidente de trabalho agiu como concausa, levando-se em consíderacáo
a culpa da reclamada no evento danoso (antes e após), bem como em face do falecimento do trabalhador, o que
representa diminuicáo nos gastos habituáis da familia.

Tarnbém importa destacar que a previsáo legal refere-se ao pagamento da pensáo aqueles a
quema vítima os devia, de forma a acarretar a aplicacáo dos arts. 1.694, 1.696 e 1.697 do Código Civil:
Art. 1.694. Podem os patentes, os cónjuges ou cornpanheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem
para viver de modo compatível com a sua condicáo social, inclusive para atender as necessidades de sua educacáo.

§ lQ Os alimentos devem ser fixados na proporcáo das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 22 Os alimentos seráo apenas os indispensáveis a subsistencia, quando a situacáo de necessidade resultar de culpa
de quem os pleiteia.

Art. 1.696. O direito a prestacáo de alimentos recíproco entre país e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
é

recaindo a obrigacáo nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigacáo aos descendentes, guardada a ordem de sucessáo e, faltando
estes, aos irmáos, assim germanos como unilaterais.

Compreendo, pois, que os beneficiários da indenizacáo devem corresponder as pessoas


e condicóes de preferencia de que tratarn os artigos supra, inclusive quanto a verificacáo de
dependencia económica. Tais dispositivos sao mais benéficos do que a previsáo contida na legislacáo
previdenciária (Leí n. 8.213/91, art. 16) e sao os que devem ser utilizados para verificacáo do direito,
já que se trata de indenizacáo de natureza civil, extracontratual, sem qualquer relacáo com o seguro
de acidentes (pago pela empresa a Previdéncia Social) e, especialmente, porque o art. 948 do Código
Civil menciona expressamente que os beneficiários sao aqueles que teriam direito a prestacáo de
alimentos. Confira-se:
Art. 948. No caso de homicidio, a indenizacáo consiste, sem excluir outras reparacóes:

[... )
JI - na prestacáo de alimentos as pessoas a quemo morto os devia, levando-se em conta a duracáo provável da vida
da vítima.

161
Com referencia a sobrevida da vítima, mencionada na parte final do inciso II, supra, um bom
indicador que pode ser utilizado é a tábua de sobrevida divulgada anualmente (dezernbro de cada
ano) pelo IBGE. Referido indicador, inclusive, tem sido utilizado pela Previdéncia Social desde
29.11.1999 (Leí n. 9.876/99) para o cálculo do fator previdenciário, componente utilizado para se
apurar o valor da aposentadoria por tempo de contribuicáo (Leí n. 8.213/91, art. 29).
Situacáo interessante, contudo, refere-se ao cónjuge sobrevivente, caso aufira renda própria
suficiente ao próprio sustento. Pelas disposicóes expressas do Código Civil, pode ser que essa pessoa
nao possua dependencia económica em relacáo aoíá) trabalhador(a) falecido(a) e, que, provavelmente,
dele(a) nao teria direito a alimentos, No entanto, as decisóes da [ustica do Trabalho tem sido no
sentido da condenacáo, com o fundamento de que a indenizacáo postulada tem natureza reparatória
de dano, e nao alimentar, ainda que o art. 948 trate expressamente de alimentos. Nesse sentido,
confira-se trecho da decisáo proferida pelo TST no RR 0001241-40.2010.5.12.0053 - 32 Turma -, cuja
relatoría coube ao ministro Alexandre Agra Belmonte (publicacáo em 10.10.2014):
Melhor serte nao assiste a recorrente quando ela sustenta que a pensáo nao é devida porque nao foi comprovada a
dependencia económica da autora em relacáo ao de cujus.
Conforme já afirmado acima, apesar de o inciso II do art. 948 do CC estabelecer a obrigacáo do culpado pela morte
a prestar alimentos, essa parcela nao possui natureza alimentar, mas sim indenizatória, diante do que é devida
independentemente da comprovacáo da sua necessidade.

Coma devida venia ao entendimento praticado, permito-me discordar, porque, se é verdade


que se trata de acáo com natureza indenizatória, também o é o fato de essa indenizacáo se referir
a um prejuízo material, devidamente comprovado ou passível de apuracáo pelo juízo, bem como
o fato de se tratar de norma punitiva, que imp6e obrigacáo de fazer e que, por tal razáo, merece
interpretacáo restritiva, e nao extensiva.
Compreendo que o cónjuge supérstite, mesmo com renda própria, pode vir a ter direito a
indenizacáo referida, mas nao co1n o fundamento praticado pelo TST quanto a natureza indenizatória.
Tenho que o fundamento encentra-se no próprio art. 1.694 do Código Civil, caput, no momento em
que permite que os "alimentos" se destinem nao semente a subsistencia, mas também a manutencáo
do padráo de vida anteriormente existente (condicáo social). Confira-se:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cónjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem
para viver de modo compatível coma sua condícáo social, inclusive para atender as necessidades de sua educacáo.
[... ]

Verificado, pois, que o rendimento do cónjuge nao suficiente a manutencáo desse padráo anterior
é

e que a renda daquele falecido era indispensável para tal, devido será o pagamento da indenizacáo
pretendida, pois comprovado o prejuízo/dano material imposto pelo acidente de trabalho.
Seguindo o mesmo raciocínio, creio que os benefícios previdenciários decorrentes do acidente
nao podem deixar de ser considerados, quando se está apurando o dano material.
Nao se trata, absolutamente, de impedir a acumulacáo da indenizacáo acidentária com a
indenizacáo civil, porque, como visto anteriormente, tal direito se permite em nosso ordenamento
jurídico desde muito antes da Constituicáo Federal de 1988. Trata-se, isso sirn, de apurar corretamente
ou aproximadamente o dano, de forma a nao se permitir o enriquecimento do trabalhador (ou seus
dependentes) como sinistro, e tampouco condenar o empregador a ressarcir um prejuízo inexistente.
Se o trabalhador se machuca gravemente e fica impedido de trabalhar de forma definitiva, por
a
exemplo, certamente possui direito reparacáo dos danos, o que nao se discute. No entanto, para
aferir o dano material e condenar o empregador a reparar totalmente o prejuízo suportado, julgo
correto apurar, com a maior proxirnidade possível, qua! foi efetivarnente esse prejuízo. Se todo o
tratamento e todo o medicamento foi fornecido pelo SUS (servico incluído no ámbito da Seguridade
Social, assim como a Previdéncia Social, conforme CF/88, arts. 194 e ss), nao houve prejuízo material

162
nesse sentido e, logicamente, nada haverá que se condenar a respeito. E se o valor do beneficio,
pago pelo INSS for superior a
remuneracáo percebida na ativa, igualmente nao terá havido prejuízo
material, nada havendo a ser reparado pelo empregador também quanto a esse tópico, o que nao
impede, de forma alguma, a condenacáo quanto ao dano moral e o dano estético.
A questáo, portanto, é que aqui estamos a discutir o dano material, o prejuízo financeiro
efetivamente sofrido pelo trabalhador e que precisa e deve ser reparado quando da ocorréncia
de culpa por parte do empregador ou quando da existencia de atividade de risco, nos moldes do
parágrafo único do art. 927 do Código Civil. Refere o dano material, insista-se, um prejuízo de ordem
económica, suscetível de valoracáo, cuja reparacáo objetiva retornar ao status quo ante.
Historicamente, conforme já abordado nos capítulos anteriores, vimos que o empregador era
quem assumia, diretamente, o pagamento desses "prejuízos". Ocorre que muitas empresas deixa-
vam de cumprir integralmente com tais direitos, e muitos trabalhadores acabam a margem de toda
e qualquer protecáo, Assim, com a evolucáo da sociedade, da seguridade social e do próprio di-
reito, foi instituído um seguro, de pagamento obrigatório pelo ernpregador, justamente para essa
finalidade, ficando a cargo da seguradora o pagamento dessas despesas. Atualmente, esse seguro é
pago a Previdéncia Social, em alíquotas que variam de 1 °/o, 2% ou 3% e, desde 2010, com a incidencia
do Fator Acidentário de Prevencáo (FAP), cabendo ao INSS, autarquía que gerencia o pagamento dos
beneficios, proteger o trabalhador acidentado com o pagamento dos benefícios de auxílio-doenca,
aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e pensáo por morte, bem como por meio do servico de
reabilitacáo profissional.
O seguro pago pela empresa, portanto, possui exatamente a finalidade de proteger o trabalhador
corn esses beneficios e com o servico de reabilitacáo e foi instituído pelo legislador justamente para
desobrigar diretamente o empregador de tais responsabilidades, nao sendo possível a [ustica do
Trabalho desconsiderar esse fato quando da apuracáo do dano material.
O que pode acontecer, e daí a permissáo expressa da indenizacáo acidentária ser acumulada
com a indenizacáo civil, inclusive na própria CF/88, art. 72, inciso XXVIII, é a insuficiencia dessa
indenizacáo acidentária para a cobertura de todo o prejuízo material, além, obviamente, da
probabilidade de existirem danos morais ou estéticos, nao cobertos pela primeira.
Nao pretendeu o legislador ordinário ou constituinte desconsiderar total e absolutamente a
indenizacáo acidentária coberta pelo seguro que, repito, é pago pelo empregador justamente para tal
finalidade. O que se garante, com toda a propriedade, é a reparacáo total do prejuízo suportado, mas
desde que efetivamente existente.
Se, mesmo considerando os beneficios rece bid os (e o servico de reabilitacáo profissional), for apurada
a existencia de algum prejuízo material, deve o empregador ser condenado a ressarci-lo, mas na exata ou
aproximada medida dessa diferenca, tao semente. Desconsiderar a [ustica do Trabalho, totahnente, os
benefícios decorrentes desse seguro imp6e ao empregador urna obrigacáo nao prevista em lei (porque
nao está a reparar so mente o dano sofrido ), proporciona a vítima ou seus familiares um enriquecimento
como sinistro e, ainda, retira a finalidade específica do tributo imposto, com violacáo ao § 52 do art. 195
da CF/88 (principio da referibilidade), o que nao se pode permitir.
Assim, e por se tratar de indenizacáo por dano material, compreendo ser imprescindível a
presenca do dano/prejuízo, sem o qual nao se verá presente o objetivo da reparacáo, com violacáo
literal das disposicóes legais e, consequentemente, de direitos e principios constitucionahnente
garantidos, como o da justica (art. 32), da legalidade (art. 52, lle LV) e da referibilidade (art. 195, § 3º),
além, obviamente, daqueles atinentes a proporcionalidade e razoabilidade.

Dano moral
a
Por dano moral <leve ser compreendido todo e qualquer prejuízo pessoa do ofendido, sem
qualquer referencia ao seu patrimonio. Trata-se de violacáo aos direitos da personalidade e que, por

163
isso, sao personalíssimos, irrenunciáveis e intransmissíveis, relacionados ao aspecto físico e utilizacáo
do corpo, nome e imagem, moral, honra, intimidade, segurani;a, tranquilidade ou a qualquer outro
bem imaterial relacionado a dignidade que, urna vez desrespeitados, traga a vítima humilhacáo,
tristeza ou sofrimento.
Referidos direitos sao garantidos na Constituicáo Federal de 1988, a exemplo da previsáo que
consta no art. 1 Q' III e no art. SQ, incisos III, V e X, protegidos por meio de indenizacáo compensatória,
que <leveser paga pelo ofensor.
Art. lg A República Federativa do Brasil, formada pela uniáo indisso1úvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constituí-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
[... )
IIT - a dignidade da pessoa humana;
[... ]
Art. 5º Todos sao iguais perante a lei, sem distincáo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igua1dade, a seguranca e a
propriedade, nos termos seguintes:
[... ]
III - ninguém será submetido a tortura nema tratamento desumano ou degradante;
[ ... J
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenizacáo por dano material, moral ou a
imagem;
[... ]
X - sao invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a irnagem das pessoas, assegurado o direito a indenizacáo
pelo dano material ou moral decorrente de sua violacáo:
[... )

Corno a indenizacáo por dano material tem por objetivo urna reparacáo financeira, dos prejuízos
efetivamente suportados pelo ofendido, e como a indenizacáo por dano moral repara a violacáo
de direito relacionado a personalidade e dignidade, a acumulacáo é perfeitamente possível, como,
inclusive, foi reconhecido pelo STJ na Súmula n. 37:
Súmula n. 37 - Sao cumuláveis as indenizacóes por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.

Também o Código Civil assim o permite, ao expressar, nos arts. 948 e 949, a possibilidade de repara-
<;ao de outros prejuízos. Confiram-se (destaques meus):
Art. 948. No caso de homicidio, a indenizacáo consiste, sem excluir outras reparacóes:
[... ]
Art. 949. No caso de lesáo ou outra ofensa a saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos
lucros cessantes até ao fim da convalescenca, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
,
E certo, pois, que na ocorréncia de um acidente de trabalho, comprovando-se culpa ou dolo
por parte do empregador ou, ainda, nas situacóes de atividade de risco (parágrafo único do art.
927 do Código Civil), pode o trabalhador ser ressarcido, cumulativamente, dos prejuízos materiais
e do dano moral suportado, o mesmo se aplicando aos familiares da vítima, em caso de óbito. E
cumpre aquí observar que, diferentemente do que ocorre com o dano material, aqui nao é relevante a
indenizacáo acidentária coberta pelo seguro de acidentes de trabalho (SAT), na forma das prestacóes
previdenciárias pagas pelo INSS.
Ocorre que, por se tratar de direito relacionado a intimidade e ao sentimento, impossível fica a
producáo de prova direta desse dano, pois como traduzir em documentos ou exames periciais uma
dor, urna humilhacáo ou urna angústia?

164
O que precisa ser comprovado, portante, é o acidente sofrido pelo trabalhador e urna gravidade
suficiente para provocar a violacáo de algum direito de intimidade ou personalidade, sendo o dano
moral, assim, presumído.P"? Caberá ao magistrado, pois, analisar devidamente as prevas pertinentes
a caracterizacáo acidentária do agravo, bem como a gravidade dele decorrente, no intuito de
identificar a presenca (ou nao) do dano moral e, se existente, quantificar a indenizacáo reparatória,
com fundamento no art. 946 do Código Civil, c/c art. 475-C, II do Código de Processo Civil:
Código Civil:
Art. 946. Se a obrigacáo for indeterminada, e nao houver na leí ou no contrato disposícáo fixando a indenizacáo
devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
Código de Processo Civil:
Art. 475-C. Far-se-á a Iiquidacáo por arbitramento quando:
[... )
TI - o exigir a natureza do objeto da liquidacáo.

Esse é o entendimento consolidado em nossos Tribunais, conforme ilustro com a seguinte e


recente decisáo, proferida pelo TST no AIRR 1053-81.2010.5.09.0004 em 09.10.2013, cuja relatoria
coube ao desembargador convocado José Maria Quadros de Alencar (excerto):
Frise-se, ainda, que a caracterizacáo do dano moral prescinde da comprovacáo objetiva de dor, sofrimento ou abalo
psicológico, especialmente <liante da impossibilidade de sua comprovacáo material. Considera-se, assim, a ocorréncia
do dano in re ipsa, como bem ressaltado pelo eminente Ministro Wahnir Oliveira da Costa, na oportunidade do
julgamento do RR-1957740-59.2003.5.09.0011, cujo acórdáo foi publicado no DEJT de 4.2.2011:
O dano moral em si nao suscetível de prova, em face da impossibilidade de fazer demonstracáo, em juízo, da dor,
é

do abalo moral e da angústia sofridos, O dano ocorre in re ipsa, ou seja, o dano moral consequéncia do próprío fato
é

ofensivo, de modo que, comprovado o evento lesivo, tem-se, corno consequéncia lógica, a configuracáo de dano
moral, exsurgindo a obrigacáo de pagar indenizacáo, nos termos do art. 5111 X, da Consrituicáo Federal.
[... )
Diante da ausencia de critérios objetivos norteando a fixacáo do qunntum. devido a título de indenizacáo compensatória
por dano moral, cabe ao julgador arbitrá-lo de forma equitativa, pautando-se nos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, bem como nas especificidades de cada caso concreto, tais como a situacáo do ofendido, a extensáo
e gravidade do dano suportado e a capacidade económica do ofensor. Deve o julgador, portanto, buscar o equilíbrio
entre o dano sofrido e o valor arbitrado a indenizacáo, de modo que o quantum fixado revele-se apto a constituir
punícáo efetiva ao ofensor sem, no entanto, ocasionar o enriquecimento sem causa do ofendido.
Tem-se, de outro lado, que o exame da prova produzida nos autos é atividade restrita as instancias ordinárias,
soberanas no seu exarne. Com efeito, a proximidade do julgador, em sede ordinaria, corn a realidade cotidiana em
que contextualizada a controvérsia a ser dirimida, habilita-o a equacionar o litígio com maior precísáo, sobretudo no
que diz respeito a afericáo de elementos de fato sujeítos a avaliacáo subjetiva, necessária a estipulacáo do valor da
indenizacáo.
Concluí-se, num tal contexto, que nao cabe a esta instancia superior, em regra, rever a valoracáo emanada das
instancias ordinarias em relacáo ao montante arbitrado a título de indenizacáo compensatória por dano moral, para o
que se faria necessário o reexame dos elementos de fato e das provas constantes dos autos. Excepcionam-se, todavía,
de tal regra as hipóteses em que o quanium indenizatório se revele extremamente irrisório ou nítidamente exagerado,
denotando manifesta inobservancia aos principios da razoabilidade e da proporcionalidade, aferível de plano, sem
necessidade de incursáo na preva.
[... )
No caso dos autos, tem-se que o Tribunal Regional, ao fixar o valor atribuído a indenizacáo compensatoria devida
por dano moral, levou em consideracáo a culpa da reclamada na lesáo, a extensáo do dano suportado pela obreira -
lesáo na coluna (espondiloartrose lombar e hérnia discal) -, a relacáo de concausalidade entre o labor e a doenca que

(115) CPC, art. 334 - "Nao dependem de prova os fatos:


1 - notórios;
[ ... ]
IV - em cujo favor milita presuncáo legal de existencia ou de veracidade".

165
acometera a reclamante e a capacidad e económica do ofensor, resultando observados os critérios da proporcionalidade
e da razoabilidade. Nao se cogita, portante, na revisáo do valor da condenacáo, para o que se faria necessário rever os
a a
critérios subjetivos que levararn o julgador conclusáo ora combatida, luz das circunstancias de fato reveladas nos
autos. Resultam incólumes os arts, 884 e 885 do Código Civil.
[... ]

Para a fixacáo do valor devido pode o magistrado aferir o dano utilizando-se da prova pericial
produzida ou, ainda, da aplicacáo dos percentuais fixados na tabela da SUSEP, por analogía, entre
outros critérios específicos a cada situacáo apresentada.t'!" inclusive a natureza pedagógica da
reparacáo para que o empregador nao volte a praticar o mesmo ilícito, desde que presentes, sempre,
os critérios de proporcionalidade e razoabilidade.
[ ... ] 2. ACIDENTE DE TRABALHO. AMPUTA<;AO PARCIAL DE DEDO. DANOS MORAL E ESTÉTICO.
CABIMENTO. POSSIBILIDADE DE CUMULA<;AO DAS INDENIZA<';ÓES. CONFIGURA<;AO. 2.1. O dano moral
prescinde, para sua configuracáo, de prova, bastando, para que surja o dever de indenizar, a dernonstracáo do fato
objetivo que revele a violacáo do direito de personalidade. 2.2. Evidenciadas as conduras negligentes e displicentes do
empregador, bem corno o dano permanente de 4% pela tabela SUSEP, resta caracterizada a ocorréncia de dano moral.
Cabível, assim, a indenizacáo respectiva, a cargo do empregador. Recurso de revista nao conhecido. 2.3. Além disso,
incontroverso que houve lesáo desfíguradora, decorrente de acidente de trabalho, que tornou a pessoa visualmente
desarmónica - dano estético - , e, ainda, desconforto íntimo - dano moral - , direitos distintos foram tesados,
nao configurando bis in ideni a cumulacáo das indenizacóes. 3. [ ... ]. II - RECURSO DE REVISTA ADESIVO DO
RECLA1\11ANTE. DANOS MORAL E ESTÉTICO. INDENIZA<;ÁO. VALOR. CRITÉRIOS PARA ARBITRAMENTO.
A indenizacáo por dano moral guarda conteúdo de interesse público. O valor fixado <leve observar a extensáo do
dano sofrido, o grau de comprometimento dos envolvidos no evento, os perfis financeiros do autor do ilícito e da
vítima, além de aspectos secundários pertinentes a cada caso. Incumbe ao juiz fixá-lo com prudencia, bom senso e
razoabilidade. Recurso de revista nao conhecido. (TST - RR 7160220115030012 - 3ª Turma - Relator Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira - Julgamento em 12.6.2013 - DEJT de 14.6.2013)
RECURSO DE REVISTA. ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZA<;AO POR DANOS MORAIS. VALOR
ARBITRADO EXCESSIVAMENTE MÓDICO. CARÁTER REPARADOR E TAMBÉM PEDAGÓGICO DA
INDENIZA<;ÁO. Nao há na legislacáo pátria delineamento do quru1tum. a ser fixado a título de dano moral. Caberá
ao juiz fixá-lo, equitativamente, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo o conjunto probatório constante
dos autos. A lacuna legislativa na seara laboral quanto aos critérios para fixacáo leva o julgador a lancar máo do
principio da razoabilidade, cujo corolário o principio da proporcionalídade, pelo qual se estabelece a relacáo de
é

equivalencia entre a gravidade da lesáo e o valor monetário da indenizacáo imposta, de modo que o ato ofensor seja
reparado e, ao mesmo tempo, nao gere a sensacáo de irnpunidade, servindo de d.esestímul.o a repeticáo da conduta
(natureza reparadora e também pedagógica da indenizacáo). No caso dos autos, tem-se que o valor arbitrado a título
de indenizacáo por danos moraís (tres mil reais) é excessivamente módico. Considerados os elementos expostos
no acórdáo regional, tais como a gravidade da lesáo, o grau de culpa do ofensor e a sua condicáo económica, bem
como o nao enriquecimento indevido do ofendido, o valor arbitrado pelo Tribunal Regional apresenta-se módico.
Assim, utilizando-se dos principios da razoabilidade e da proporcionalidade, pelo qual se estabelece a relacáo de
equivalencia entre a gravidade da lesáo e o valor monetario da indenizacáo imposta, mostra-se razoável o valor
arbitrado na sentenca - R$18.000,00 (dezoito mil reais) - a título de indenizacáo por danos morais . Recurso de
revista conhecido e provido. (TST - RR 15955520125090093 - 3~ Turma - Relator Mauricio Godinho Delgado -
Julgamento em 25.2.2015 - DEJT de 27.2.2015)

Com referencia ao caráter pedagógico da indenizacáo, contudo, nao deve servir tal critério para
diferenciar quantitativamente o dano moral daquele que trabalha em grandes empresas em relacáo
ao de outro que mantém vínculo em pequeno estabelecimento.
O dano material permite diferenca de valores porque está a reparar, justamente, o prejuízo
financeiro comprovado, mas o dano moral deve ser equitativo e justo a todos que o recebem. Nao
pode, por exemplo, o dano moral de urna determinada família ser arbitrado em menos da metade
do dano moral de outra familia, quando ocorre o óbito de um trabalhador, mas é o que podemos
observar nos dois julgados, ambos do TST (destaques meus):

(116) Por analogía, confira-se a redacáo do parágrafo único do art. 953 do Código Civil: "Art. 953. A lndenízacáo por injúria, difarnacáo
ou calúnia consistirá na reparacáo do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido nao puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenizacáo, na
conformidade das circunstancias do caso".

166
RECURSO DE REVISTA. DANOS MORAIS. ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO. VALOR DA
INDENIZA(:ÁO. l. O e. TRT noticiou que em 13.9.2010, o reclamante, que atuava na empresa corno motorista de
caminháo, sofreu grave acidente na estrada e, "em decorréncia dísso, o autor faleceu e oseu aj u dante ficou tetraplégico".
Registrado, por sua vez, que "o trabalhador falecido era um motorista experiente, que a empresa acionada nao fazia
a adequada rnanutencáo dos seus carninhóes - apesar de se utilizar de veículos antigos, corno o caminháo usado
no diado acidente (fabricado em 1978) - e, ainda, que a demandada permitia a carga excessíva nos caminhóes". 2.
Nao obstante o quadro fático descrito, a Corte de origem houve por bem reduzir o quantum indenizatório, fixado
na sentenca em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), para R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), "considerando a
natureza e extensáo do dano, grau de culpa e capacidade financeira do ofensor, condicáo social da vítima" e rendo em
conta o caráter pedagógico da condenacáo que "visa estimular o ofensor a nao reincidir". 3. Coro base nas premissas
consignadas na espécie e atentando sobretudo para o fato de que o infortúnio causou a morte do ex-empregado,
marido e paí dos reclamantes, conclui.-se que o valor fixado no acórdáo regional nao respeitou os principios da
razoabilidade e proporcionalidade, a que alude o art. 944 do CCB, resultando imperioso o restabelecimento dos
valores fixados na sentenca, em compensacáo pelos danos morais . Recurso de revista conhecido e prevido, no tema.
[ ... ) (TST - RR 5075820125050621 - P Turma - Relator Hugo Carlos Scheuermann - [ulgamento em 4.3.2015 -
DEJT de 13.3.2015)
RECURSO DE REVISTA. ( ... ). ACTDENTE DE TRABALHO COM ÓBITO. EXPLOSÁO EM TANQUE DE ÓLEO DE
COMBUSTÍVEL. INDENIZA<;Ao POR DANOS MORAIS. LIMITA<;Ao DA CONDENA<;Ao AOS DEPENDENTES
DIRETOS (COMPANHEIRA E FILHA DO FALECIDO). O eg. Tribunal Regional excluiu a máe e os irrnáos da vítima
do direito a indenizacáo por dano moral decorrente do acidente de trabalho que causou a morte do ex-empregado
da reclamada, determinando o pagamento da reparacáo apenas a companheira e a filha do de cujus, no importe de
R$ 80.000,00, para cada uma, no total de R$160.000,00, por serem estas as únicas dependentes diretas do falecido. A
decisáo, como posta, nao ofende a literalidade dos arts. 186 do Código Civil e 52, V e X, da Constituicáo Federal, eis
que amparada a condenacáo, justamente, na responsabilidade das reclamadas, quanto a ausencia nas condicóes de
segurani;a para o trabalho do empregado falecido. Inservíveis os arestos acostados para exame, eis que originários
de Turmas do c. TST. Recurso de revista nao conhecido, ( ... ) (TST - RR 2442003620095150007 - 6ª Turma - Relator
Aloysio Correa da Veiga - [ulgamento em 19.2.2014 - DEJT de 21.2.2014)

No primeiro processo, onde houve dano moral arbitrado no valor de R$ 40.000,00, os requerentes
sao a esposa e um filho. No segundo processo a indenizacáo ficou estabelecida em R$ 160.000,00,
sendo requerentes a companheira e urna filha. Por qual razáo? O dano moral de cada membro da
primeira família merece menor indenizacáo (R$ 20.000,00 para cada um) simplesmente porque no
segundo caso (R$ 80.000,00 para cada um) a empresa é de porte maior?
Insisto que o caráter pedagógico da pena é critério relevante, que pode ser adotado pelo
magistrado na condenacáo para coibir o empregador de reiterar na prática do ilícito, mas como
pretender como justa urna indenizacáo ser quatro vezes superior, sendo o mesmo fato gerador, o
mesmo grau de culpa e o mesmo número de dependentes?
Para aferir o quanium da indenizacáo, o magistrado buscar verificar qual o efetivo prejuízo
financeiro (dano material) e qual o provável dano moral, combase nas características da ocorréncia
e nas provas produzidas pelas partes. Trata-se da reparacáo devida em razáo do dano causado
(compensatoru dan1ages), prevista expressarnente na Carta Constitucional de 1988 e no Código Civil,
corno já visto. O caráter pedagógico da punícáo, contudo, nao tem o objetivo de reparar o dano, mas
punir a empresa de forma a incentiva-la quanto ao cumprimento das normas de seguranca, evitando
novos acidentes (exemplary damages). Assim, penso que tal parcela nao <leve ser destinada a vítima ou
aos seus dependentes, mas a toda sociedade, já que o objetivo de sua fixacáo é justamente evitar que
a empresa repita o mesmo erro com outras pessoas.
A protecáo objetivada pertence a coletividade, sem qualquer cunho reparatório de dano.
Logicamente, penso que o valor de tal indenizacáo deve ser revertido também coletividade, a
nao havendo fundamento jurídico para que esse montante seja percebido apenas pela vítima ou
seus familiares, sob pena de afronta aos princípios de igualdade e isonomia, bem corno de afronta
ao próprio art. 927 do Código Civil, já que a condenacáo imposta nao tem por objetivo qualquer
ressarcimento de dano.
A indenizacáo de caráter exemplar, portante, serve a garantía dos direitos fundamentais,
impedindo que o ofensor volte a praticar o ilícito causador do dano a outros cídadáos, além da

167
vítima. Note-se que a reparacáo da vítima já estará contemplada nas indenizacóes por dano material,
moral e estético que porventura venha a receber, destinando-se a parcela pedagógica da indenizacáo,
repito, a outros trabalhadores que, por ora, sequer podem ser identificados.
Tanto é assim que a referida concepcáo consta, inclusive, da proposta de alteracáo do Código
Civil (insercáo do§ 22), disposta no Projeto de Lei n. 276/2010, de autoría do deputado Leo Alcantara,
a qual possui o seguinte teor:
Art. 944. [ ... J
§ 1º Se houver excessiva desproporcáo entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente,
a indenizacáo:
§ 22 A reparacáo do dano moral deve constituir-se em compensacáo ao lesado e adequado desestímulo ao lesante.
(NR)

O projeto, atualmente, encentra-se arquivado em face do art. 105 do Regimento Interno da


Cámara dos Deputados (término da legislatura), mas seu conteúdo expressa justamente a compensaioru
damage que vem sendo praticada nas indenizacóes por dano moral, ao positivar, como objetivo da
pena, também o deeestimulo ao lesante.
Nao há como olvidar-se, ainda, que a responsabilidade civil possui urna funcáo social, como
expressa, inclusive, o próprio Código Civil no parágrafo único do art. 883, ao tratar da repeticáo de
um pagamento indevido:
Art. 883. Nao terá direito a repeticáo aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, irnoral, ou proibido por leí.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficencia, a
critério do juiz.

Observe-se que, no referido artigo, o legislador ultrapassou a esfera do direito privado originária,
ampliando-a para beneficiar urna instituicáo cuja finalidade se estende a toda a sociedade (local de
beneficencia), determinando que o cidadáo nao receba de volta o valor pago, justamente para que
nao volte a repetir o ato ilícito anteriormente praticado.
Concluindo, entendo que a parcela destinada ao caráter pedagógico da pena <leve ser destinada
a qualquer entidade local que exerca tuna funcáo pública, ou seja, que ofereca servicos socíaís, de
caráter assistencial, de forma a beneficiar toda a comunidade onde o ilícito foi praticado, por analogía
ao disposto no art. 883 do Código Civil.
Também pode o valor ser destinado ao FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador, instituido
pela Lei n. 7.998/90 e vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, cujos valores sao destinados
ao custeio do seguro-desemprego, do abono salarial e de progra1nas de desenvolvimento economice.
Via de regra, as condenacóes por dano moral coletivo, em acóes propostas pelo Ministério Público
do Trabalho, sao destinadas ao FAT em face das disposícóes do art. 13 da Lei n. 7.347/85,<117> mas
sequer nesses casos há tal obrigatoriedade, sendo possível destinacáo diversa, conforme ilustra a
reportagem publicada em 20.08.2007:<118)

(117) "Art. 13. Havendo condenacéo em dinheiro, a mdenlzacáo pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho
Federal ou por Conselhos Estaduais de que participaráo necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo
seus recursos destinados a reconstttuicáo dos bens lesados.
§ 12 Enquanto o fundo nao for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
correcáo rnonetárla.
§ 22 Havendo acordo ou condenacáo com fundamento em dano causado por ato de discrirninacáo étnica nos termos do disposto no
art. 1º desta Lei, a prestacáo em dinheiro reverterá direta mente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para acóes de prornocáo
da igualdade étnica, conforme deñnicáo do Conselho Nacional de Prornocáo da lgualdade Racial, na hipótese de extensño nacional,
ou dos Conselhos de Promocáo de lgualdade Racial estaduais ou locals, nas hipóteses de danos com extensáo regional ou local, res-
pectivamente."
(118) Disponível em: <http://reporterbrasil.org.br/2007 /08/indenizacoes-direcionadas-pelo-mpt-beneficiam-comunidades/>. Acesso
em: 12.04.2015.

168
No Mato Grosso, um dos estados que mais sofre com o trabalho escravo, esse tipo de destinacáo de verbas vem
acontecendo desde 2003. Ao longo desses quatro anos, já foram beneficiados, entre outros, organízacóes nao
governamentais (ONGs) que dáo cursos de música para jovens, hospitais e delegadas regionais do trabalho.
Procuradores da regiáo afirmam que aplicar os recursos dessa forma é urna maneira de fazer urna reparacáo direta e
irnediata no local onde o dano foi causado.
"Pelo menos desde 2000, os colegas da Conaete [Coordenadoria de Combate ao Traba1ho Escravo, órgáo do MPT]
comecaram a reverter esses valores para a compra, por exemplo, de equipamentos que complementem a ac;ao do
grupo móvel [de fiscalizacáo]. Como passar do tempo, fomos evoluindo nessa ideia de reverter esses valores para
atender a comunidade", explica Erlan do Prado, procurador do MPT e vice-coordenador da Conaete.
[... )
A Leí n. 7.347/1985, que regulamenta as ACPs, preve que esse tipo de indenizacáo deve ser depositada em um fundo
para a corrigir o prejuízo causado: "Art. 13. Havendo condenacáo em dinheiro, a indenízacáo pelo dano causado
reverterá a um fundo gerldo por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que partíciparáo necessariamente
o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados a reconstituicáo dos bens
tesados." Esse fundo, contudo, nunca chegou a ser criado. "Na ausencia desse fundo, históricamente os valores foram
destinados ao FAT, que seria o fundo que mais é próximo a nossa realidade", conta Erlan.
[ ... ]
Apesar do FAT prever investimentos no combate a escravidáo, muitos procuradores do Trabalho entendem que nao
é urna boa opcáo direcionar as indenizacóes por danos rnorais coletivos para o fundo, já que nao há garantias de
que o dinheiro será canalizado para as vítímas diretas da infracáo. "Nos preocupamos muito ao perceber que nao
há nenhurn programa de qualificacáo profissional voltado diretamente para resgatados da escravidáo que utilizasse
dinheiro do FAT", afirma Erlan.
Quando a opcáo aplicar em projetos locais, a comunidade beneficiada tem acesso as inforrnacóes e sabe como anda a
é

aplícacáo dos recursos, podendo, inclusive, denunciar a J ustica do Trabalho caso haja algo saindo errado ou deixando
de ser curnprido.
[... ]

Destinar o valor a vítima ou aos seus dependentes, como fez o TST nos julgados anteriormente
colacionados, nao fere de forma expressa semente a redacáo do art. 927 do Código Civil (porque
nao está o valor a reparar o dano do particular) como tambérn, e por consequéncia, os principios
constitucionais de legalidade, solidariedade, isonomia, razoabilidade e justica.

Dano estético
O termo estética tem sua origem no vocábulo grego aisthesis, que significa "sensacáo" ou
"percepcáo", e como disciplina, foi criado por Alexander Gottlieb Baumgarten, filósofo alernáo,
designando a ciencia que trata do conhecimento sensorial que chega a compreensáo do que é belo.<n9>
o dano estético refere-se, pois, a beleza e a fealdade, podendo assim ser caracterizado qualquer
prejuízo que comprometa a harmonía do corpo físico, agredindo a vítima em seus sentimentos e
sua percepcáo de autoestima. Pode se referir, portante, a mutilacóes, cicatrizes, feridas repulsivas
ou outras deformidades, ainda que mínimas e ainda que possam ser cobertas ou disfarcadas pelo
portador.
Nao há que se confundí-lo com o dano material (que envolve reparacáo de prejuízo financeiro) e
nem tampouco com o dano moral, porque a existencia desse último nao demanda, necessariamente,
um prejuízo estético. Na verdade, o que se pode afirmar é que a ocorréncia de um dano estético
acarreta, sempre, um dano moral, já que acarreta ao portador um sofrimento interno e psicológico,
relacionado aos padr6es de beleza impostes pela sociedade.
Por tal razáo, sempre que o acidente de trabalho acarretar um prejuízo estético, presente estará,
também, o dever de indenizá-lo, se comprovada culpa ou dolo por parte do empregador na ocorréncia

(119) Enciclopédia Barsa Universal. Editora Planeta, v. 7.

169
do sinistro ou, ainda, ern se tratando de atividade de risco, de forma a atrair a responsabilidade
objetiva (CC, art. 927, parágrafo único).
A acumulacáo dessa indenizacáo corn a indenizacáo por dano moral encentra amparo na
doutrina e na jurisprudencia pátria, estando a previsáo, inclusive, expressa na Súmula n. 387 do
Superior Tribunal de [ustica, aprovada ern 2009:
Súmula n. 387 - É lícita a curnulacáo das indenizacóes de dano estético e moral.

Merece registro também o Enunciado 192, aprovado no ano de 2004 na III Jornada de Direito
Civil, realizada pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da [ustica Federal, com o seguinte
teor:
Enunciado 192: Arts. 949 e 950: Os danos oriundos das situacóes previstas nos arts. 949 e 950 do Código Civil de 2002
devern ser analisados em conjunto, para o efeito de atribuir indenizacáo por perdas e danos materiais, cumulada com
dano moral e estético.

Quanto a fixacáo do valor, deve o magistrado seguir os mesmos parámetros utilizados para
o arbitramento do dano moral, nao havendo em nosso ordenamento jurídico um critério rígido
e objetivo que possa ser adotado para um valor exato.<120> O juiz, contudo, nao pode valer-se
puramente de seu subjetivismo, devendo levar em conta a natureza efetivamente acidentária da
lesáo, o grau de culpa, a extensáo do dano, a capacidade económica das partes e, principalmente,
os princípios de proporcionalidade e razoabilidade, conforme muitíssimo bem abordado na
ementa redigida nos autos de RO 25201103623009/MT, TRT da 23ª Regíáo, cuja relatoria coube
ao desembargador Osmair Couto:
DANOS MORAL E ESTÉTfCO. CRITÉRIOS RECOMENTADOS PARA FIXA\:ÁO DOS VALORES DAS
INDENlZA\:ÓES CORRESPONDENTES. O nosso sistema positivo de direito nao conta comcritério rígido e objetivo
que permita fixar valor exato a cornpensacáo de danos moral e estético. lsso nao significa que o órgáo julgador
está livre para criá-lo. Este nao está autorizado a valer-se de seu subjetivismo. Algumas balizas objetivas hao de
ser observadas para, assim, haver controle social quanto a justica das decisóes judiciais e, tarnbém, permita a parte
ou ao terceiro prejudicado buscar a revisáo de tais decisóes mediante recursos. Doutrina e jurisprudencia, que se
desenvolveram ao longo do tempo e numa espécie de processo de amadurecimento, sugeren1 que os valores das
indenizacóes de danos moral e estéticos devem levar em con ta: a) onde, como e quando ocorreu o evento <lanoso; b) a
extensáo do dano sofrido pela vítirna e a possibilidade de consolidacáo ou de desaparecimento corn passar do tempo;
e) o grau de culpa de urna ou de ambas as partes; d) a capacidade económica e social de ambas as partes, de modo
que os valores fixados nao sejam insignificantes a urna delas nem onerosa a outra, e ao mesmo nao sirva de fonte
de enriquecímento: e e) que cun1pra aos principios da razoabilidade e da proporcionalidade. E, por fim, que atenda
ao caráter pedagógico - que, no caso concreto, deva ser bilateral em razáo do reconhecimento da culpa reciproca
- da compensacáo. Todas estas balizas foram respeitadas no caso concreto, pelo que fica mantida a sentenca neste
ponto. (TRT-23 - RO 25201103623009 Mf - P Turma - Relator Desembargador Osmair Couto - [ulgarnento em:
26.6.2012 - Publicacáo em: 12.8.2012)

10.11.3. Competencia e prescrícáo

Antes das alteracóes promovidas pela Emenda Constitucional n. 45/2004, a competencia para
julgarnento de acóes indenizatórias, mesmo quando decorrentes de acidente de trabalho, cabia a
justica comurn e, por tal razáo, firmou-se entendimento ero nossos tribunais pela aplicacáo das regras
dispostas no Código Civil, sem observancia do prazo prescricional trabalhista (de dois ou cinco anos).
Previa o Código Civil de 1916, no art. 177, o prazo prescricional de vinte anos para as acóes
pessoais. Confira-se:
Art. 177. As acóes pessoais prescrevern, ordinariamente, em vinte anos, as reais em dez, entre presentes e entre
ausentes, em quinze, contados da data em que poderiam ter sido propostas.

(120) Da mesma forma abordada para o dano moral, também para o dano estético nao é relevante a lndenlzacáo acidentária coberta
pelo seguro de acidentes de trabalho (SAT), na forma das prestacóes previdenciárias pagas pelo INSS.

170
Com a alteracáo promovida pela Lei n. 10.406/2002, passou o Código Civil a tratar do terna no
art. 206, determinando prazo de apenas tres anos:
Art. 206. Prescreve:
[ ... )
§ 3º Em tres anos:
[... ]
V - a pretensáo de reparacáo civil;
[... )

Para definir qual prazo seria aplicado, em face da modificacáo substancial promovida (de vinte
para trés anos), disciplinou o art. 2.028 do novo diploma que o prazo antigo semente seria aplicado
se em 11.01.2002 (data de publicacáo da nova leí) já houvesse transcorrido mais de dez anos, prazo
esse contado do fato gerador do direito. Confíra-se:
Art. 2.028. Seráo os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor,
já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na leí revogada.
Na sequéncia, quando da publicacáo da Emenda Constitucional n. 45/2004, houve alteracáo na
redacáo do art. 114 da Constituicáo Federal, e a competencia para o julgamento dessas acóes passou a
ser da [ustica do Trabalho, com aplicacáo dos prazos prescricionais afetos ao direito do trabalho para
fatos geradores ocorridos a contar de sua publicacáo, ocorrida em 31/12/2004, sendo estes dispostos
no inciso XXIX do art. 72 da CF/88:
Art. 7° Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:
[... )
XXIX - acáo, quanto aos créditos resultantes das relacées de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extincáo do contrato de trabalho;
[...)

E1n se tratando de acáo judicial cujo objeto é a reparacáo por dano em decorréncia de um acidente
de trabalho (material, moral ou estético), o fato gerador desse direito, obviamente, nao pode ser a
data do acidente ou, tampouco, a data de rescisáo contratual, mas sim a data em que o trabalhador
teve conhecimento/ciéncia do dano por ele sofrido.
Pode ser que o dano tenha início exatamente no dia do acidente (amputacáo de membro, por
exemplo), mas pode ser que tenha origem semente tempos depois, como sói ocorrer nos casos de
doenca ocupacional diagnosticada semente após o encerrarnento da relacáo de emprego ou, ainda,
quando concedida a aposentadoria por invalidez pelo INSS, pois nessa data é que o trabalhador tem
conhecimento de que a incapacidade foi considerada total e irreversível.
Sobre o tema existem entendimentos já fixados pelos Tribunais Superiores, conforme ilustro:
STF, Súmula n. 230 - A prescricáo da acáo de acidente do rrabalho conta-se do exame pericial que comprovar a
enfermidade ou verificar a natureza da incapacidade.
STJ, Súmula n. 278 - O termo inicialdo prazo prescricional, na ac;ao de indenizacáo, é a data em que o segurado teve
ciencia inequívoca da incapacidade laboral.

No ámbito da [ustica do Trabalho, específicamente na 1 ªJornada de Direito Material e Processual


na [ustica do Trabalho, foi aprovado em 2007 o Enunciado 46, sendo sua redacáo a que segue:
Enunciado n. 46 - ACIDENTE DO TRABALHO. PRESCRI<;AO. TERMO INICIAL. O termo inicial do prazo
prescricional da indenizacáo por danos decorrentes de acidente do trabalho é a data em que o trabalhador teve
ciencia inequívoca da incapacidade laboral ou do resultado gravoso para a saúde física e/ou mental.

É certo, pois, que o prazo de prescricáo a ser adotado dependerá de a ciencia do dano ter
ocorrido antes ou depois da publícacáo do Código Civil/2002 (11.1.2002) e, também, se ocorreu antes
ou depois da EC n. 45/2004 (31.12.2004).

171
Assim, e ern resumo, urna vez identificada a data inequívoca da ciencia do dano para o qual se
pretende reparacáo, sao os prazos aplicáveis os seguintes:
• Até 10.01.2002: prazo de vinte anos, se já transcorridos mais de dez anos do fato gerador
(CC/1916, art. 177 c/c CC/2002, art. 2.028), ou prazo de tres anos, se transcorrido tempo inferior
(CC/2002, arts. 206 e 2.028);
•Entre 11.01.2002 e 30.12.2004: prazo de tres anos (CC/2002, art. 206);
•A contar de 31.12.2004:prazo de cinco anos. Observa-se o prazo de até dois anos após a extincáo do
contrato somente se o dano já era conhecido antes do encerramento do vínculo (CF/88, art. '79-, XXIX).
Confiram-se, ilustrativarnente, os seguintes julgados:
RECURSO DE REVISTA - ACTDE1\1TE DO TRABALHO - DOEN<;A PROFJSSIONAL - DANOS MATERJAIS E
MORAIS - PRESCRJ<;:ÁO - MARCO INICIAL. Embora seja tormentosa a questáo relativa a data que seja considerada
para se definir o início da fluencia do prazo prescricional, em se tratando de doenca ocupacional - equiparada por lei
ao acidente de trabalho +. o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de [ustica consagraram entendimentos
consubstanciados nas respectivas Súmulas ns. 230 e 278 de que o termo inicial do prazo prescricional a data em que o
é

empregado teve ciencia inequívoca da incapacidade laboral, sendo que, por se tratar a doenca ocupacional de um processo
gradativo, com possibilidade de recuperacáo ou de a gravamen to, nao se deve considerar o conhecimento, pelo empregado,
dos síntomas iniciais da doenca ou mesmo do afastamento por auxílio-doenca como momento da ciencia inequívoca de
sua íncapacidade, A discussáo relativa a prescrícáo nao se confunde com aquela afeta ao mérito da demanda, no caso,
a verificacáo dos elementos da responsabilidade civil, confirmacáo do dano, nexo de causalidade entre a molestia e o
trabalho desempenhado, e a culpa do ex-empregador. Na espécie, ao que se extrai da dedsáo recorrida e elementos
incontroversos, nao há sequer certeza quanto a incapacidade laborativa da autora, porquanto pendente a solucáo da ac;ao
previdenciária proposta pela autora. Dessa serte, a prescricáo aplicável a quinquenal, estabelecida no art. '71, inciso XXIX,
é

da Constituicáo Federal. Ajuizada a presente ac;ao em 19.2.2010, nao há prescricáo a ser pronunciada relativamente a
pretensáo de reparacáo por danos morais e patrimoniais decorrentes de doenca profissíonal equiparada a acidente do
trabalho. Recurso de revista conhecido e próvido. (TST - RR 1852020105050003 - 7~ Turma - Relator: Luiz Philippe
Vieira de Mello Filho - [ulgamento em 29.4.2014 - DEJT de5.5.2014) ·
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PRESCRI<;:ÁO. DOEN<;A OCUPAOONAL CONSTATA-
DA ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 45/2004. INDENIZA<;ÁO POR DANOS MORAIS E MATERIAJS.
A<;ÁO A]UIZADA NA JUSTIC::A DO TRABALHO APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 45/2004. PRAZO PRES-
CRJCIONAL APLICÁVEL. Afastada a regra geral de aplicacáo da prescricáo trabalhista, e1n atencáo aos principios da
razoabilidade e da segurani;:a jurídica, ante a verifícacáo de que o evento ocorreu antes da EC n. 45/2004, a prescrícáo aplicável
in. casu a pretensáo de indenizacáo por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho é a prevista na legislacáo
civil. No caso, a ciencia inequívoca da lesáo se deu em 31.8.2000e ai;:ao foí ajuizada na [ustica do Trabalho em 28.3.2011. Ocorrido
o evento danoso, quando estava em plena vigencia o Código Civil de 1916, <leve ser aplicada a regra de transicáo do art. 2.028
do Código Civil de 2002. E como na data da entrada em vigor do Código Civil de 2002 ainda nao havia transcorrido mais da
metade do prazo de vinte anos estabelecido no art. 177 do Código Civil de 1916, o prazo de prescrícáo aplicável, in casu, é o de
tres anos, do art. 206, §3°, V, do CCB/2002,contados da data da entrada em vigor do Código Civil de 2002. Assim, impertinente
a invocacáo do prazo decenal previsto no art. 205 do CC/2002, porque esse se aplica apenas quando a lei nao fixa prazo menor,
o que nao ocon:ena espécie. Precedentes. Agravo de instnunento conhecido e desprovido. (TST - AIRR-629-54.2011.5.02.0471
- 3~ Turma - Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte - DEJT de 21.11.2014)
RECURSO DE REVISTA. PRESCRI<;ÁO. DANO MORAL. ACIDENTE DE TRABALHO OCORRJDO APÓS A
VIGENCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 45/2004. Esta Corte já pacificou entendimento de que é aplicável o
prazo prescricional trabalhista as pretensóes de indenizacáo por dano moral e/ou material decorrente de acidente do
trabalho, quando a lesáo for posterior a vigencia da Emenda Constitucional n. 45/2004. No caso, restou consignado
nov. acórdáo regional que a data da ciencia inequívoca da lesáo se deu ern 31.1.2008, depois, portante, da publícacáo
da Emenda Constitucional n. 45, de 31.12.2004 e da vigencia do novo Código Civil (11.1.2003), razáo pela qua! se
aplicam as regras da prescricáo trabalhista. É cedíco que, constatada a lesáo após o término do contrato de trabalho,
nao há falar em prazo prescricional quinquenal, mas apenas bienal. Assim, tendo em vista que a ciencia inequívoca
da lesáo se deu quando já estava extinto o contrato de trabalho (em 4.6.2007), e essa (a ciencia inequívoca) deve ser
o marco inicial para a afericáo da observancia do prazo bienal previsto no art. '71, XXIX, da Constituicáo Federal,
<leve ser pronunciada a prescricáo da pretensáo da autora, urna vez que ajuizou a presente reclarnacáo trabalhista
em 25.10.2010, fora, portante, do referido prazo. Recurso de revista nao conhecido, (TST - RR 6923120105040351 -
Relator: Cuilherme Augusto Caputo Bastos - Sª Turma - Julgamento em 22.5.2013 - DEJT de 31.5.2013)

Por fim, quanto a suspensáo do prazo em face do afastamento por doenca ou invalidez,
compreendo que sua ocorréncia depende da verificacáo e comprovacáo da incapacidade absoluta,
nos termos do Código Civil e conforme assim dispóe a parte final da Súmula n. 375 da SDI 1 do TST,
tema já tratado no item 10.10 e ao qual remeto o leitor desta obra, para nao incorrer em repeticáo.

172
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11.1. Da previsiio legal e constitucional

O pagamento pelos empregadores de um seguro ao Instituto de Previdéncia para que este ofereca
protecáo aos trabalhadores vítimas de acidente de trabalho advém do Decreto-lei n. 7.036/1944,
determinando o art. 94 daquele diploma que o pagamento deveria ocorrer ao instituto ao qua! estivesse
filiado o trabalhador.
Naquela época nao existia um Instituto único de previdéncia social que atendesse e protegesse
todos os trabalhadores, sendo estruturado por en1presa ou por categoria profissional ( comerciários,
industriários, marítimos etc).
Somente em 1960, pela Lei n. 3.807, esses institutos foram unificados, e seu art. 22 determinava
que a previdéncia social se responsabilizaría em garantir aos segurados as prestacóes acidentárias,
desde que o seguro estivesse a seu cargo.
Conforme já abordado no histórico constante do Capítulo 1 desta obra, no curto espa~o de
tempo entre 02/1967 (Decreto-leí n. 293) e 09/1967 (Lei n. 5.316), o seguro, de contratacáo obrigatória
pelos empregadores, poderia ser operado pelo INPS,<121> mas em regime de concorréncia com outras
seguradoras, que passaria a ser responsável pela indenizacáo ao obreiro ( ou seus familiares, em caso
de óbito), independentemente dos beneficios previdenciários de direito.
Desde a Lei n. 5.316/1967, portante, o seguro de acidentes pertence exclusivamente a Previdéncia
Social, sem concorréncía de outras seguradoras, sendo essa também a previsáo constante na Lei n. 8.212/91
(art. 22), atualmente em vigor, ainda que a Constituicáo Federal de 1988 tenha previsáo de atendimento
também pelo setor privado. Confira-se:
Art. 7u Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:

[ ... J
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizacáo a que este está
obrigado, quando incorrer ern dolo ou culpa;

[... ]
Art. 201. A previdéncia social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiacáo
obrigatória, observados critérios que preservem o equilibrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da leí, a:

[... )

§ 10. Leí disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrenternente pelo regime geral
de previdéncia social e pelo setor privado.

[... )

Inicialmente, quando da publicacáo da Leí n. 8.212/91, as alíquotas serviam nao para custear
totalmente os beneficios acidentários, mas apenas para complementé-los, sendo a redacáo original
do inciso TI do art. 22 a seguinte (destaque meu):

(121) O INPS - Instituto Nacional de Previdéncia Social foi criado pelo Decreto-Lei n. 72, de 21.11.1966, que reuniu num único os seis
institutos de aposentadorias e pensóes anteriormente existentes.

173
Art. 22. A contribuicáo a cargo da empresa, destinada a Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
[... ]
JT - para o financiamento da complementacáo das prestacóes por acidente de trabalho, os seguintes percentuais,
incidentes sobre o total das remuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes de trabalho seja
considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
c) 3% (tres por cento) para as empresas ern cuja atívidade preponderante esse risco seja considerado grave.
[... ]

E1n 1997 a Leí n. 9.528 alterou a redacáo desse inciso e passou a determinar que essa contribuicáo
devida pelas empresas passaría a financiar nao apenas a complementacáo dos beneficios acidentários,
mas sim sua totalidade (destaque meu):
Art. 22. A contribuicáo a cargo da empresa, destinada a Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
[... )
II - para o financiamento dos beneficios concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, conforme dispuser o regulamento, nos seguintes percenruais, sobre o
total das remuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
[... ]

Coma criacáo das alíquotas adicionais de 12o/o, 9% e 6% pela Lei n. 9.732/98, destinadas a custear
a aposentadoria especial,(122> urna última alteracáo ocorreu na redacáo do inciso 11 do art. 22 em
referencia, sendo o texto atuahnente em vigor o seguinte (destaque meu):
Art. 22.
[... ]
U - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles
concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientaís do
trabalho, sobre o total das remuneracóes pagas ou credítadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos:
[ ... ]

Tenho, pois, que as alíquotas básicas de 1 %, 2% e 3°/o permanecem destinadas a custear a


totalidade dos benefícios acidentários e que os acréscimos instituídos pela Lei n. 9.732/98 servem ao
financiamento da aposentadoria especial, prevista nos arts. 57 e 58 da Leí n. 8.213/91.
Os empregadores domésticos também deveráo contribuir com o SAT (alíquota de 0,8%), con-
forme disposicóes trazidas pela LC 150/2015. Contu.do, essa contríbuicáo será paga juntamente com
a contribuicáo previdenciária das partes (empregador e empregado) e juntamente comos depósitos
de FGTS devidos, dentro de um único regime de pagamento intitulado SIMPLES DOMÉSTICO, que
deverá ser regulamentado e que, portante, ainda nao se encentra em vigor.

11.2. Das alíquotas básicas e sua distribuicdo conforme a atividade económica


desenvolvida pela empresa
Pela regra vigente existem tres alíquotas básicas para o financiamento do Seguro de Acidentes
de Trabalho (SAT), tarnbém conhecido por Risco Ambiental do Trabalho (RAT), que incidern sobre o
total da remuneracáo paga ou creditada, a qualquer título, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos, sendo elas as seguintes (Lei n. 8.212/91, art. 22, II):(123>

(122) Sobre o tema, ver o subitem 11.6 desta obra.


(123) O contribuinte individual pessoa física, proprietária ou nao, que explora atívldade agropecuária ou pesqueira, diretamente ou
por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, ainda que de forma nao continua, nao se encentra abrigado ao pagamen-

174
a) 1 % para atividades de risco leve;
b) 2% para atividades de risco médio:
e) 3% para atívidades de risco grave.

A distribuicáo dos percentuais cabe ao Ministério da Previdéncia Social, que o faz por meio de
decreto e conforme a atividade preponderante da e1npresa (CNPJ raiz).
O enquadramento é de responsabilidade da própria empresa ( ou entidade equiparada), devendo
ser revisto mensalmente. A lista consta do Anexo V do Decreto n. 3.048/99, atual Regulamento da
Previdéncia Social, sendo suficiente ter ern máos, para localizar a alíquota a ser aplicada, o código da
atividade económica principal (CNAE).<124) Confira-se, nesses termos, a redacáo do art. 202 do citado
regu lamento:
Art. 202. A contribuicáo da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64
a 70, e dos beneficios concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambíentais do trabalho corresponde a aplicacáo dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneracáo
paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mes, ao segurado empregado e trabalhador avulso:
T - um por cento para a e1npresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve;
JI - dois por cerito para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado
médio: ou
UI - tres por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado
grave.
[... )
§ 31! Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos.
§ 4° A atividade económica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compóem a
Relacáo de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V.
§ 5º É de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo a Secretaria
da Receita Previdenciária do Ministério da Previdéncia Social revé-lo a qualquer tempo.
§ 6º Verificado erro no auto-enquadrarnento, a Secretaria da Receita Previdenciária adotará as medidas necessárias a
sua correcáo, orientará o responsável pela empresa ern caso de recolhimento indevido e procederá a notificacáo dos
valores devidos,
[... )

Íntegra da tabela pode ser visualizada no Capítulo 14, subitem 14.9, e se faz necessário, portanto,
que o empregador verifique corretamente qual, dentre as ativídades exercidas, pode ser classificada
por preponderante.
Até a competencia junho/1997, considera va-se preponderante a ativídade económica que ocupa va,
em cada estabelecimento da empresa, o maior número de segurados empregados, trabalhadores
avulsos e médicos-residentes, considerando-se estabelecimento da empresa a dependencia, matriz
ou filial, que possuía número de CGC próprio, bem como a obra de construcáo civil executada sob
sua responsabilidade (Decreto n. 612/1992).
A partir da competencia julho/1997 (vigencia do Decreto n. 2.173/1997), a atividade económica
preponderante da e1npresa, para fins de enquadrarnento na alíquota de grau de risco destinada
a arrecadar recursos para custear o financiamento dos benefícios concedidos em razáo de maior

to dessas alíquotas (Decreto n. 3.048/99, art. 202, § 7º). Já o produtor rural pessoa jurídica que se dedicar a producáo rural e que
contribua aos cofres da previdéncia na alíquota de 2,5% sobre o total da receita bruta proveniente da comerclalizacáo da producáo
rural deverá contribuir para o financiamento dos beneficios por incapacidade no percentual de 0,1% (incidentes sobre a receita bruta
proveniente da cornerciahzacáo da producáo) - Decreto n. 3.048/99, art. 202, § 8º.
(124) Com a revogacáo do § 9º do art. 202 do Regulamento da Prevldéncia Social (aprovado pelo Decreto n. 3.048/99) pelo art. 4º
do Decreto n. 3.265/99, a microempresa e a empresa de pequeno porte nao optantes pelo SIMPLES nao mais se beneficiam da con-
tribuicáo correspondente ao percentual mínimo (1%), ficando sujeitas, portante, as alíquotas normais de 1%, 2% ou 3%, conforme o
enquadramento.

175
incidencia de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho, passou a ser
aquela que ocupa, na e1npresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avuJsos
(Decreto n. 3.048/99 e Instrucáo Normativa SRF n. 971/2009, art. 72, § 12, II).
Alteracóes foram promovidas na IN SRF n. 971 pela IN SRF n. 1.071/201O, pela IN SRF n. 1.080/201 O e
também pela IN SRF n. 1.238/2012, mas sempre mantendo, contudo, o entendimento de que a atividade
preponderante deveria ser aferida pela empresa como um todo (CNPJ raíz), e nao por estabelecimento
(CNPJ completo ).
Referido entendimento, no entanto, nao vinha sendo mantido pelo Poder [udiciário, sendo
frequentes as decisóes do STJ no sentido de que o enquadramento deveria ocorrer pelo grau de risco
de cada empresa individualizada por seu CNPJ (conceito de estabelecimento), semente adotando-se
o critério da atividade preponderante quando houvesse apenas um único registro de CNPJ. Nesses
termos foi editada, inclusive, a Súmula n. 351 em 2008:
Súmula n. 351 - A alíquota de contribuicáo para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco
desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante
quando houver apenas urn registro

Com reiteradas decísóes nesse sentido, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN
- publicou o Ato Declaratório n. 11/2011, dispensando a apresentacáo de contestacáo ou recurso
quando a acáo judicial tivesse esse objeto.
Em 25.02.2014 a Secretaria da Refeita Federal publicou, entáo, a IN SRF n. 1.453, alterando
novamente a IN SRF n. 971/2009, e, desta vez, determinando no art. 72 que (destaque meu):
I - o enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabílidade da empresa, e deve ser Jeito mensalinenie,
de ncordo com a sua atividade económica preponderante, conforme a Relacáo de Atividades Preponderantes e
Correspondentes Graus de Risco, elaborada combase na CNAE, prevista no Anexo V do RPS, que foi reproduzida
no Anexo J desta Instrucáo Normativa, obedecendo as seguintes disposicóes:

[ ... J
b) a empresa com estabelecimento único e mais de 11111a atiuidade económica, simulará o enquadramento em cada
atividade e prevalecerá, como preponderante, aqueta que tem o maior número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos:
c) a en1presa com mais de 1 (um) esiabelecimento e com mais de 1 (unta) atiuidade económica deverá apurar a atividade
preponderante em cada estabelecimento, na forma da alinea "b", exceto com relacáo as obras de construcáo civil, para
as quais será observado o inciso III deste parágrafo.
U - considera-se preponderante a. atividade económica que ocupa, no estabeiecimento, o maior número de segurados
empregados e trabalhadores avulsos, observado que na ocorréncia de mesmo número de segurados empregados
e trabalhadores avulsos em atividades económicas distintas, será considerada como preponderante aquela que
corresponder ao maior grau de risco;
[... )

A Receita Federal passou a compreender, portante, no mesmo sentido já consolidado pelo STJ,
ou seja, que a análise da atividade preponderante deve ser feíta por estabelecimento (CNPJ completo ),
e nao por e1npresa (todos estabelecimentos de um mesmo CNPJ raiz).
A questáo nao guarda maior dificuldade para e1npresas que possue1n mais de urna atividade
económica (indústria e comércio, por exemplo), sendo certo que, a contar de 25.02.2014 o
enquadramento das alíquotas básicas do SAT (1 o/o, 2°/o ou 3°/o) pode ser efetuado por estabelecimento.
Nesse sentido foi publicada, inclusive, a Solucáo de Consulta COSIT n. 71 (DOU de 17.04.2014), com
a seguinte ementa:
Ementa: GILRAT. PERCENTUAL. GRAU DE RISCO. EMPRESA. ESTABELECIMENTO. OP<;ÁO. Com o advento
do Ato Declaratório PGFN n. 11, de 2011, e do Parecer PGFN/CRJ n. 2.120, de 2011, e tendo em vista o§ 3° do art.
202 do Regulamento da Previdéncia Social, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 1999, é facultado a pessoa jurídica,
para fins de cálculo do percentual referente a contribuicáo prevídencíária destinada ao fina.nciamento dos beneficios

176
concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientáis do trabalho,
aferir o grau de risco de forma individual, por estabelecimento inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, ou
unificada, pela empresa como um todo.

O problema reside, ainda, nas empresas de única atividade económica, mas com estabelecimentos
diversos e onde, em alguns deles, se exerce apenas atividades administrativas, sem maior risco, e cujo
grau pode vir a ser menor que aquele devido pela atividade empresarial, como:

CNAE Descri~ao Alíquota SAT


6209-1/00 Suporte técnico, rnanutencáo e outros servic;os em tecnologia da informacáo 2%
6499-9/99 Outras atividades de serv.financeiros nao especificados anteriormente 1%
6619-3/99 Outras atividades auxiliares dos serv financeiros nao espec. anteriormente 2%
6911-7/01 Servic;os advocatícios 1%
6920-6/01 Atividades de contabilidade 1%
8211-3/00 Servicos combinados de escritório e apoio administrativo 2%

A Instrucáo Normativa SRF n. 1.470/2014, que disp6e sobre o Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ), pode auxiliar na elucidacáo da questáo porque no§ 2Q de seu art. 3Q conceitua o que
é estabelecimento. Confira-se:
Art. 3Q Todas as pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil, inclusive as equiparadas pela legislacáo do Imposto sobre
a renda, estáo obrigadas a inscrever no CNPJ cada um de seus estabelecimentos localizados no Brasil ou no exterior,
antes do inicio de suas atividades.
[... )

§ 25) No ámbito do CNPJ, estabelecimento o local, privado ou público, edificado ou nao, móvel ou imóvel, próprio
é

ou de terceiro, onde a entidade exerce, em caráter temporario ou permanente, suas atividades, inclusive as unidades
auxiliares constantes do Anexo vucn5¡ desta Instrucáo Normativa, bern como onde se encontram armazenadas
mercadorias.
[... )

Note-se que o conceito de estabelecirnento abrange nao semente o local onde a empresa exerce
sua atividade principal, mas também aquele destinado a atividade auxiliar. É certo que o§ 2Q menciona
as atividades auxiliares descritas no Anexo VII, mas compreendo que assim o faz porque está a
determinar, no capui do art. 3Q, quem se encontra obrigado a inscricáo no CNPJ. Assim, entendo que
as atividades listadas no anexo se encontram obrigadas a referida inscricáo, mas isso nao significa
que outras que ali nao se encontram descritas estejam proibidas de fazé-lo.
Compreendo, pois, que urna determinada empresa, atualmente enquadrada no grau de risco
máximo (alíquota de 3°/o) em razáo de sua atividade preponderante, pode separar a máo de obra
administrativa e colocá-la ern estabelecimento próprio, corn CNPJ individualizado, pagando sobre
essa folha de pagamento a alíquota de 2o/o (CNAE 8211-3/00). Também poderia separar, dentre outras
atividades, o departamento jurídico (CNAE 6911-7/01) e sobre o total dessa remuneracáo contribuir
com a alíquota mínima de 1 %, correspondente ao grau mínimo.
Verificada a alíquota a ser aplicada, a empresa deverá informá-la mensalmente, por meio da
Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo, de Servico e Informacóes a Previdéncia
Social - GFIP, bem como o CNAE a ela correspondente. E muito importante que essas informacóes
sejam prestadas corretamente, porque delas o Ministério da Previdéncia Social se utilizará para o
cálculo do FAP - Fator Acidentário de Prevencáo, como veremos oportunamente.

(125) O Anexo VII lista as seguintes atividades auxiliares: sede, escritório administrativo, depósito fechado, almoxarifado, oficina de
reparacáo, garagem, unida de de abastecimento de combustíveis, posto de coleta, ponto de expostcáo, centro de treinamento e centro
de processamento de dados.

177
11.3. Da possibilidade de reducáo conforme a realidade [ática de cada
empresa, individualmente

Nao obstante o enquadramento e a distribuicáo das alíquotas que cabe ao Ministério da Previ-
déncia Social devam ocorrer conforme a atividade preponderante, compreendo pela possibilidade
de, individualmente, ser analisada a situacáo e a realidade de cada empresa e, se comprovada a baixa
acidentalidade, ser aplicada a ela alíquota diferenciada, inferior aquela aplicada a sua categoría eco-
norruca.
A •

A Uniáo divulga, desde 2009, por meio de Portaria Ministerial, os índices médios de frequéncia,
gravidade e custo (referentes aos acídentes de trabalho) para cada atividade económica (código
CNAE). No Anexo dessas portarías é possível conhecerrnos esses indicadores, que podem ser
utilizados para verificacáo se os índices de urna determinada empresa se encontram abaixo daqueles
que foram divulgados e, se assim restar comprovado, solicitarmos um reenquadrarnento, com
fundamento no§ 3Q do art. 22 da Leí n. 8.212/91 c/c o art. 203 do Decreto n. 3.048/99. Confiram-se:
Lei n. 8.212/91:
Art, 22. A contribuicáo a cargo da empresa, destinada á Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:

[... )

II - para o financiamento do beneficio previsto nos arts. 57 e 58 da Leí n. 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles
concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientáis do trabalho,
sobre o total das remuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos:
a) lo/o (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;

e) 3% (tres por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

[... ]

§ 32 O Ministério do Trabalho e da Previdéncia Social poderá alterar, com base nas estatísticas de acidentes do
trabalho, apuradas em inspecáo, o enquadramento de empresas para efeito da contribuicáo a que se refere o inciso TI
deste artigo, a fim de estimular investimentos em prevencáo de acidentes.

Decreto n. 3.048/99:

"Art, 203. A fim de estimular investimentos destinados a diminuir os riscos ambienta is no trabalho, o Ministério da
Previdéncia e Assisténcia Social poderá alterar o enquadramento de en1presa que demonstre a melhoria das condicóes
do trabalho, com reducáo dos agravos a saúde do trabalhador, obtida através de investimentos em prevencáo e em
sistemas gerenciais de risco.
§ 12 A alteracáo do enquadramento estará condicionada a inexistencia de débitos em relacáo as contribuicóes devidas
ao Instituto Nacional do Seguro Social e aos demais requisitos estabelecidos pelo .Ministério da Previdéncia e
Assisténcia Social.

§ 2!!0 Instituto Nacional do Seguro Social, combase principalmente na comunicacáo prevista no art. 336, implementará
sistema de controle e acompanharnento de acidentes do trabalho.

§ 32 Verificado o descurnprirnento por parte da empresa dos requisitos fixados pelo Ministério da Prevídéncia e
Assisténcia Social, para fins de enquadramento de que trata o artigo anterior, o Instituto Nacional do Seguro Social
procederá a notificacáo dos valores devidos.

Assim, se determinada empresa de construcáo civil, por exemplo, comprovar que seus índices
de acidentalidade encontrarn-se reduzidos e que em seus ambientes de trabalho o risco nao pode ser
considerado grave (ainda que nas demais construtoras do país o sejam, conforme enquadramento
do CNAE), é possível a reducáo da alíquota básica do SAT (atualmente fixada ern 3%) para um risco
médio (2o/o) ou leve (1%).

178
,
Nao pode ser diferente. E certo que o SAT destina-se, exclusivamente, ao financiamento dos
benefícios concedidos pela Previdéncia Social para trabalhadores que sao acometidos de acidente
de trabalho e que as aliquotas previstas na legíslacáo (1 <Yo, 2% ou 3o/o) sao distribuídas conforme
índices médios de cada categoría económica, conhecidos pelo Ministério da Previdéncia Social, mas
isso nao impede que determinada empresa invista na melhoria de seu ambiente e que, reduzindo a
gravidade do risco, tenha também reduzida a alíquota básica destinada a esse seguro. A ideia é, poís,
muito mais ampla que a mera arrecadacáo de valores. O § 3Q do art. 22 da Lei n. 8.212/91 autoriza o
Ministério da Previdéncia Social a pro1nover alteracóes nessa distribuicáo das alíquotas sempre que
restar comprovado, por estatísticas (feítas por inspecáo), urna alteracáo nos riscos de acidentalidade
das categorías económicas (visáo macro), e o Decreto n. 3.048/99, no art. 203 garante esse direito 1

individualmente a cada empresa (visáo micro), no intuito de incentivar cada empreendimento a


investir em um ambiente seguro de trabalho. Do contrario, nao haveria estímulo ao empregador
porque, por mais que sua acidentalidade restasse zerada, seria condenado a permanecer na alíquota
básica de 3% indefinidamente, em razáo de seus concorrentes (empresas do mesmo CNAE) nao
adotarem a mesma postura de procedimento.
Tenho, pois, que a possibilidade das alíquotas básicas do SAT (1%, 2% e 3%) serem distribuídas
conforme a acidentalidade apresentada e comprovada individualmente nao semente encentra
respaldo legal na Iegíslacáo vigente como também no princípio constitucional de equidade,
consubstanciado no art. 194 da Constituicáo Federal de 1988.

11.4. Dos reenquadramentos efetuados pelos Decretos ns. 6.042/2007 e


6.957/2009 - Ilegalidade
Como já observado anteriormente, inclusive no subitem 11.3, supra, o legislador ordinário (Leí
n. 8.212/91) fixou as alíquotas básicas do seguro, mas conferiu poderes ao Ministério da Previdéncia
Social para distribuir e alterar essas alíquotas conforme as estatísticas acidentárias de cada atividade
economica.
A •

A instituicáo das alíquotas por meio de lei ordinária e a competencia do Ministério da Previdéncia
Social para distribuí-las conforme as estatísticas de acidentalidade já eram regra mesmo antes de
1991 e ambos os temas foram discutidos judicialmente e chegaram a análise do STF, no RE 343.446.
A Leí n. 7.787/89 tratava dessa contribuicáo em seu art. 3Q, inciso Il, e o art. 4Q trazia
alíquotas de acréscimo para e1npresas cuja acidentalidade fosse superior a do respectivo setor. A
constitucionalidade desse dispositivo foi questionada judicialmente em 10.03.1999 (acáo ordinária
n. 99.01.01001-2) e, recebendo sentenca de improcedencia, a empresa autora interpós recurso de
apelacáo (AC n. 2000.04.01.0600070-0) que igualmente nao mereceu provimento. Em fevereiro/2001
a empresa protocolou o Recurso Extraordinário (RE 343.446), que, sob relatoria do ministro Carlos
Velloso, mereceu a seguinte ementa:
EMENTA: - CONSTITUCIONAL.TRIBUTÁRIO. CONTRIBUI<;AO: SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO -
SAT. Leí n. 7.787/89, arts. 32 e 42; Lei n. 8.212/91, art. 22, U, redacáo da Lei n. 9.732/98. Decretos ns. 612/92, 2.173/97 e
3.048/99. C.F., art. 195, § 4°; art. 154, 11; art, 5°, II; art.150, l.
I - Contribuicáo para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho - SAT: Lei n. 7.787/89, art, 3°, II; Lei n. 8.212/91, art,
22, II: alegacáo no sentido de que sao ofensivos ao art. 195, § 42, c/c art. 154, I, da Constituicáo Federal: improcedéncía.
Desnecessidade de observancia da técnica da competéncia residual da Uniáo, C.F., art, 154, l. Desnecessidade de lei
complementar para a instituicáo da contribuicáo para o SAT.
Il. - O art. 32, JI, da Leí n. 7.787/89, nao é ofensivo ao princípio da igualdade, por isso que o art, 42 da mencionada Lei
n. 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos desiguais.
TII - As Leis ns. 7.787/89, art. 3!.', JI, e 8.212/91, art, 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de
fazer nascer a obrigacáo tributaria válida. O fato de a lei deixar para o regulamento a cornplementacáo dos conceitos
de "atividade preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", nao implica ofensa ao principio da legalidade
genérica, C.F., art. 52, II, e da legalidade tributaria, C.F., art. 150, l.

179
IV - Se o regulamento vai além do conteúdo da lei, a questáo nao é de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade,
matéria que nao integra o contencioso constitucional

V - Recurso extraordinario nao conhecido.

Na referida acáo, questionou a empresa contribuinte ofensa ao § 4º do art. 195 da Constituicáo


Federal c/c art. 154, I (necessidade de lei complementar para instituicáo de novas fontes de custeio
destinadas a Seguridade Social). Houve também alegacáo sobre o art. 150, I (princípio da legalidade
tributária), já que coube aos Decretos (612/92 e 2.173/97) a definicáo do conceito de "atividade
preponderante". Por fim, questionou-se a isonomia (CF, art. 5º, caput e art. 150, II), em razáo da
alíquota única de 2o/o a todas as empresas.
O STF, conforme ementado, decidiu que o Seguro de Acidente do Trabalho nao era tuna "nova
contribuicáo" (já se encontrava previsto no art. 7º da CF/88) e que nao cabia ao caso a competencia
residual da Uniáo e nem tampouco a necessidade de Lei Complementar (inciso Ida ementa). Entendeu
que as Leis ns. 7.787/89 e 8.212/91, também objeto da acáo proposta, traziam expressamente todos
os elementos necessários a urna obrígacáo tributária válida e que a delegacáo de poder ao Decreto
regularnentador para definir o conceito de "atividade preponderante" e também distribuir os graus
de risco nao ofendiam o principio da legalidade genérica ou da legalidade tributária.
Cumpre ressaltar, aqui, a competencia dada pelo legislador ao Ministério da Previdéncia Social
para a distribuicáo e a alteracáo dessas alíquotas básicas, que, como visto, foi validada pelo Supremo
Tribunal Federal e com o que concorde plenamente.
No ámbito administrativo, é o perito do INSS o único competente para determinar se urna ocorréncia
é ou nao acidentária. Corno já abordado nos capítulos anteriores a CAT - Cornunicacáo de Acidente de
Trabalho -, emitida pela empresa ou por qualquer autorizado nos termos da Lei n. 8.213/91 (inclusive
a própria vítima ou seus familiares), serve apenas para comunicar ao INSS o que pode ter sido uro
acidente de trabalho, mas cabe ao perito do INSS, e somente a ele, a investigacáo técnica no nexo e a
conclusáo final sobre a natureza da lesáo ou da enfennidade.
E se assim é, porque assim dispóe a legislacáo vigente, o único órgáo que possui registro de
todos os acidentes de trabalho existentes é o INSS, autarquía federal vinculada ao Ministério da
Previdéncia Social.
É o Ministério da Previdéncia Social que possuí, portante, as informacóes estatísticas necessárias a
distribuicáo e a alteracáo dessas alíquotas, porque o legislador determina que estas decorram de inspecáo
(§ 3º do art. 22 da Lei n. 8.213/91), e o perito do INSS, para caracterizar urna ocorréncía como acidentária,
precisa obrigatoriarnente fazer a investigacáo técnica do nexo (Decreto n. 3.048/99, art. 337).
Com a ressalva de que na prática cotidiana a leí nao vem sendo observada pelo INSS para
a caracterizacáo dos acídentes.v"? pelo teor da legislacáo vigente o procedirnento é perfeito, senáo
vejarnos:
I - As ocorréncias sao notificadas ao INSS por meio do formulario CAT;(127>
Il - O INSS, por sua pericia médica, investiga a existencia de nexo entre a lesáo/enfermidade e o trabalho, garantindo-
se as partes um processo administrativo legal (Leis ns. 8.213/91 e 9.784/99), e profere decisáo sobre a natureza
acidentária;
IH - O Ministério da Previdéncia Social monta um banco de dados com as ocorréncias acidentárias, separando-as por
atividade económica (código CNAE) e, de posse desse conhecimento, tem condicées de distribuir adequadamente o
risco (leve, médio ou grave) e as correspondentes alíquotas (1%, 2% e 3%).

(126) Sobre o tema, ver o subitem 6.2.4 desta obra.


(127) A natureza acidentária pode ser presumida pelo perito do INSS nos casos do NTEP (Lista C do Anexo 11 do Decreto n. 3.048/99) e,
nessa hipótese, somente será necessária a investigacáo técnica do nexo se houver contestacáo/defesa a presentada pelo empregador.
Sobre o tema, ver o subitem 2.4 desta obra.

180
É certo, pois, que o órgáo mais apropriado para essa distribuicáo das alíquotas básicas é o
Ministério da Previdéncia Social, porque é ele quem possui o conhecimento estatístico necessário
para tal finalidade,
Nao obstante, nao é demais ressaltar, ainda que por repeticáo, que a alteracáo das alíquotas
<leve pautar-se, sempre, nas estatísticas feítas por inspecáo, e nao na vontade soberana do Poder
Executivo. Confira-se, uma vez mais, a redacáo do§ 3º do art. 22 da Lei n. 8.212/91 (destaque meu):
Art. 22. A contribuicáo a cargo da empresa, destinada a Seguridade Social, alérn do dísposto no art. 23, de:
é

[... )

JI - para o financiamento do beneficio previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles
concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho,
sobre o total das rernuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos:
a) lo/o (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
e) 3% (tres por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.
[... )
§ 31l O Ministério do Trabalho e da Previdéncia Social poderá alterar, com base nas estatísticas de acidentes do
trabalho, apuradas em inspecáo, o enquadrarnento de empresas para efeito da contribuicáo a que se refere o inciso
U deste artigo, a fim de estimular investimentos em prevencáo de acidentes.

Nao foi o que ocorreu, contudo, quando das alteracóes promovidas pelos Decretos ns. 6.042/2007
e 6.957/2009.
Publicado em 13.02.2007 e com vigencia a contar de abril daquele mesmo ano, o Decreto n. 6.042
promoveu alteracóes na distribuicáo das alíquotas do seguro, mas nao divulgou os estudos estatísticos
que lhe serviram de fundamento.
A ausencia das estatísticas corretas, que justificassem o aumento da receita, restou fortemente
evidenciada quando das alteracóes promovidas pelo Decreto n. 6.957/2009 (DOU de 10.9.2009), com
vigencia a contar de janeiro/2010, já que mais de 80o/o das atividades económicas passaram a alíquota
de 3º/c>.
Evidenciou-se, pelo Decreto de 2009, o nao cumprimento da legíslacáo vigente e, menos ainda, a
incorreta distribuicáo das alíquotas, sendo certo apenas o intuito de, com o procedimento, aumentar
a arrecadacáo do sistema. Dois requisitos emergem do§ 3º do art. 22 da Lei n. 8.212/91, que autoriza
essa alteracáo de alíquotas, e ambos precisam restar claramente visualizados pelo contribuinte:
a) que a alteracáo terma por fundamento urna inspecáo que apure estatisticamente os acidentes
de trabalho por atividade económica; e
b) que o objetivo da alteracáo seja estimular as empresas a investir na prevencáo de acidentes.
É certo que nern se1npre as estatísticas porventura existentes guardam relacáo com a lógica
ou com o senso comum, mas, justamente por isso, devem ser publicadas e demonstradas com
transparencia ao contribuinte, até mesmo em face do direito de inforrnacáo, previsto no art. 5º, inciso
XXIII e no art. 37, § 3º, inciso II da Constituicáo Federal, bem como na Lei n. 12.527/2011. Do contrário,
a incoeréncia salta aos olhos e suscita desconfianca por parte do contribuinte de que o Ministério da
Previdéncia Social, além de nao cumprir o disposto na legislacáo, eleva arbitrariamente
, o tributo em
até 200% interessado tao sornen te no enriquecimento dos cofres públicos. E o que contém o Anexo V
do Decreto n. 3.048/99, cuja redacáo foi dada pelo Decreto n. 6.957/2009, conforme ilustram alguns
exemplos:

181
CNAE 2.0 Descric;ao Alíquota
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombo ns e semelhantes 3
4754-7/01 Comércio varejista de móveis 2
4761-0/01 Comércio varejista de livros 1

5611-2/01 Restaurantes e similares 2


5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares 3

5811-5/00 Edic;ao de livros 2


5813-1/00 Edic;ao de revistas 3

6422-1/00 Bancos múltiplos, com carteira comercial 3


6423-9/00 Caixas económicas 2

6920-6/01 Atividades de contabilidade 1


6920-6/02 Atividades de consultoria e auditoria contábil e tributária 2

Será que, de fato, existem estatísticas feitas por inspecáo que comprovarn que urna empresa
cuja atividade é a de comércio varejista de bombons tem muito mais acidentes de trabalho que
que outra que comercializa móveis ou, ainda, livros? Urn restaurante tern muito menos aci-
dentes que urna casa de chá ou suco? A Caixa Económica Federal tem bem menos ocorréncias
acidentárias que um banco privado, mesmo sendo idéntica a prestacáo de servico a populacáo?
E por qual razáo prestar consultoría contábil proporciona mais acidentes do que exercer, efetiva-
mente, a atividade de contabilidade?
,
E preciso que o Ministério da Previdéncia Social apresente junto com os reenquadrarnentos os
fundamentos estatísticos que amparam a alteracáo das alíquotas, principalmente quando estamos a
tratar de majoracáo de alíquota, na ordem de 100°/o a 200%.
Referida base estatística, como já dito, nao foi publicada ou disponibilizada e tampouco é
apresentada nas acóes judiciais que discutem a legalidade do reenquadramento. Por essa razáo,
decidiu recenternente o STJ no REsp 1.425.090 pela ilegalidade do procedimento, com destaque para
o seguinte trecho do acórdáo:
[... ]

11. Observa-se, assirn, que, a despeito de o art. 22, § 39, da Lei n. 8.212/91 permitir ao Poder Executivo promover
o adequado reenquadramento da empresa, tal ato administrativo encentra-se estritamente subordinado as
exigencias legais constantes na lei cuja aplicacáo almejada e da qual aquele dependente. E assim
é é porque o
é,

Poder Regulamentar da Administracáo encontra limites no principio da legalidade, morrnente quando se leva em
consíderacáo a natureza de fonte secundaria de Direito, característica do regulamento, cuja expedicáo destina-se a fiel
execucáo da lei a que se encontra atrelado. 12. Dessa maneira, qualquer expedicáo de decreto, pelo Poder Executivo,
que nao obedece aos ditames lega is, configura evidente abuso do poder regulamentar , viabilizando-se, desbarte, sua
sindicabilidade pelo Poder [udiciário.

[... ]
26. Na prudente visáo <leste Relator, o entendimento esposado pelo Juízo Sentenciante é o que deve prevalecer, poís,
ao contrário da conclusáo exarada no acórdáo de origem, compete ao Poder Judiciário analisar os fundamentos que
ensejam o reenquadramento da empresa, decorrente da alteracáo promovida no Anexo V do Decreto n. 3.048/99 pelo
Decreto n. 6.957/09, pois a questáo trazida a baila nao diz respeito ao mérito administrativo I mas, sirn, ao controle de
legalidade do exercício do poder regulamentar exercido Poder Executivo , já que a leí taxativamente impóe critérios
a serem observados pela Administracáo, para fins de alteracáo do grau de risco das empresas ernpregadoras (art.
22, § 32, da Leí n. 8.212/91). 27. Nesse descortino, ausente a comprovacáo de elementos estatísticos que justifiquem

182
a majoracáo dos custos dos beneficios acídentários, decorrentes do aumento da frequéncia ou da gravidade dos
acidentes de trabalho, de rigor o restabe1ecimento da Sentenca de fls. 261/267, urna vez que a inexistencia de prevas
de tal natureza configura alteracáo prejudicial imotivada da condicáo da empresa e, consequentemente, abuso do
exercído do poder regulamentar.
[... )

Decidiu, pois, acertadamente o STJ ao declarar a ilegalidade do reenquadramento em face do


descumprirnento da Lei n. 8.212/91 e, consequentemente, abuso do exercício do poder regu1amentar.
Ao final, assim restou redigida a ementa, cuja relatoría coube ao ministro Napoleáo Nunes Maia
Filho (REsp 1.425.090/PR):
EMENTA TRIBUTÁRIA E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. (!) OFENSA AO ART. 535 DO CPC.
INOCORRENCIA. (JI) SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ART. 22, lJ E § 32, DA LEI N. 8.212/91.
GRAU DE PERICULOSIDADE E ALÍQUOTAS FIXADAS POR DECRETO. REENQUADRAMENTO DA EMPRESA
RECORRENTE PELO DECRETO N. 6.957/09. MAJORA(:AO DA ALÍQUOTA DE 2% PARA 3%. AUSENCIA DE
DEMONSTRA(:AO DE DADOS ESTATÍSTICOS QUE JUSTIFICASSEM ALTERA(:AO DE TAL NATUREZA.
ABUSO DO EXERCÍCIO DO PODER REGULAMENTAR. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. RESTABELEOMENTO
DA SENTEN(:A. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
l. Inexiste ofensa ao art. 535, I, do CPC, quando o Tribunal de origem aprecia fundamentadamente a controvérsia,
sem incorrer em qualquer omíssáo, contradicáo ou obscuridade.
2. O financiamento do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) vem disciplinado pelo art. 22 da Leí n. 8.212/91, cuja
redacáo atual fixa alíquotas variáveis de 1 %, 2% e 3%, conforme o risco de acidentalidade (leve, médio ou grave) da
atividade preponderante desenvolvida pela empresa ernpregadora, Nesse díapasáo, a fixacáo das alíquotas deve
levar em consideracáo os índices de frequéncía, gravidade e custo dos beneficios acidentários, conforme critérios
metodológicos disciplinados nas Resolucóes CNPS 1308 e 1309.
3. O§ 32 do art. 22 da Leí n. 8.212/91 permite que o Poder Executivo, mediante o exercício do poder regulamentador,
altere o enquadramento de empresas nos graus de risco definidos no inciso Il do art. 22, desde que fundamentado em
ínspecáo que apure estatisticamente os acidentes do trabalho, objetivando o estimulo de investimentos em prevencáo
de acidentes.
4. Neste caso, intimada a UNIAO, pelo [uízo Sentencian te, para a presentar documentos que comprovassem a avaliacáo
estatística atinente a frequéncia, a gravidade e ªº custo dos acidentes de trabalho que justificasse a majoracáo do
grau de risco da atividade da recorrente, o ente estatal limitou-se a trazer manifestacóes insuficientes para tanto.
O Magistrado destacen, ainda, que as ínformacóes trazidas a baila pela própria UNIÁO apontam que, em termos
absolutos, houve a reducáo do número de acidentes de trabalho (fls. 265).
5. Compete ao Poder Iudiciário analisar os fundamentos que ensejam o reenquadramento da empresa, decorrente da
alteracáo promovida no Anexo V do Decreto n. 3.048/99 pelo Decreto n. 6.957/09, pois tal materia nao diz respeito ao
mérito Documento: 1329587 - Inteiro Teor do Acórdáo - Site certificado - DJe: 9.10.2014 Página 1 de 31 Superior
Tribunal de [ustica administrativo, mas, sim, ao controle de legalidade do exercício do poder regulamentar pelo
Poder Executivo, já que a leí taxativamente impóe critérios a serem observados pela Administracáo, para fins de
alteracáo do grau de risco das empresas empregadoras (art. 22, § 32, da Lei n. 8.212/91).
6. No presente caso, o reenquadramento oneroso da empresa (aumento da alíquota de 2% para 3%), com esteio
em documentos que, paradoxalmente, atestam a reducáo dos acidentes de trabalho, configura alteracño pesada e
imotivada da condicáo da Empresa e, consequentemente, abuso do exercício do poder regulamentar - ofensa ao
principio da Iegalidade formal ou sistémica - portanto induvidosa e plenamente sindicável pelo Poder [udiciário,
para aquilatar da sua legitirnidade substantiva.
7. Recurso Especial prevido, para restabelecer os tennos da Sentenca que desconsiderou a reclassificacáo da atividade
da empresa para 3%, mantendo, desbarre, seu enquadramento no grau de risco anterior (medio, com a cobranca da
alíquota de 2%).

Assustou-me, contudo, o posicionamento adotado pelo TRF da 4!! Regiáo nos mesmos autos.
Conforme relata o acórdáo do STJ, em sede de Apelacáo (proposta pela Uniáo, já que a sentenca
monocrática havia julgado procedente o pedido da empresa), o TRF, sob relatoría do desembargador
Rómulo Pizzolatti, reformou o entendimento, sobo seguinte argumento:
[ ... )se o Decreto 6.957/09 classificou em nivel mais elevado o grau de risco ambiental do trabalho (grave - 3º/o) da
atividade preponderante [ ... ], isso certamente se deve a que a classíñcecáo antiga já estava em descompasso coro a
realidade, e por isso devia mesmo ser modificada (fls. 451).

183
20. Destacou, ainda, que os motivos que justificaram o reenquadramento da atividade empresaria nao podem ser
investigados pelo Poder judiciário, por constituírem o chamado mérito desse ato administrativo, devendo o [udiciário
limitar-se, portante, ao exame da legalidade dos atos regulamentares do Poder Executivo (ob. cit.).

Como assim, nao pode o Judiciário investigar as razóes de urna majoracáo de tributo (no caso
específico, na ordem de 50o/o) se a Leí é clara em colocar regras para essa majoracáo? Como pode o
Judiciário alegar, como fundamento jurídico de sua decisáo, que se o Poder Executivo aumentou o
tributo é porque certamente precisava fazé-lo?
É importante termos em mente que a majoracáo trazida pelos Decretos, especialmente a
última, de 2009 (Decreto n. 6.957), representa milhóes de reais. Nao se está a falar de um aumento
insignificante de 1%ou2o/o que pode ser desconsiderado, principalmente pelo Judiciário.
Quando há aumento de 1 % para 2%, o acréscimo é de 100%. U1n reenquadramento de 1 %
para 3% representa acréscimo de 200% no tributo, e por fim, quando ternos majoracáo de 2% para
3°/o, estamos a falar de acréscimo de 50°/o na carga tributaria, incidente sobre o total da folha de
pagamento, sem limite máximo.
Aumentos dessa ordem chegam a inviabilizar a atividade económica em alguns casos, e ainda
que assim nao fosse e ainda que estivéssemos a falar de acréscimos menores, nao pode o TRF
ridicularizar a pretensáo da parte autora, como me parece ter ocorrido ao mencionarem que "nao
cabe ao Judiciário investigar os motivos e que se aumentararn é porque precisavam fazé-lo".
Felizmente houve recurso ao STJ e felizmente os ministros daquela corte nao compartilharam
desse absurdo posicionamento. Muito pelo contrário, regístrou o ministro Napoleáo Nunes Maia
Filho que cabe, sím, ao Poder [udiciário analisar os fundamentos que ensejararn o reenquadramento
do SAT e que isso nao diz respeito ao mérito administrativo, mas, sim, ao controle de legalidade do
exercício do poder regulamentar exercido pelo Poder Executivo.
As empresas prejudicadas pelo reenquadramento devem, poís, ingressar o quanto antes coro a
acáo judicial competente, já que as novas alíquotas tiveram inicio em janeiro de 2010 e, ero razáo do
prazo prescricional de cinco anos, algumas competencias já nao podem rnais ser recuperadas.

11.5. Da possibilidade de reducáo conforme dados estatísticos divulgados pela Uniiio

Também com fundamento no§ 32 do art. 22 da Lei n, 8.212/91 e do art. 203 do Decreto n. 3.048/99, as
empresas, individualmente, ou as associacóes representativas das respectivas categorías económicas,
podem solicitar judicialmente a alteracáo de sua alíquota básica do SAT (1%, 2% ou 3%) utilizando
como prova os índices acidentários divulgados pela Uniáo desde 2009.
Anualmente o Ministério da Previdéncia Social e o Ministério da Fazenda publicam, por meio
de Portaria Interministerial, os índices de frequéncia, gravidade e custo dos acidentes de trabalho.
Historicarnente, ternos:
• Portaría MPS/MF n. 254/2009
• Portaría MPS/MF n. 451/2010
• Portaría MPS/MF n. 579/2011
• Portaría MPS/MF n. 424/2012
• Portaría MPS/MF n. 413/2013
= Portaria MPS/MF n. 438/2014
Referidas portarías objetivara atender ao FAP - Fator Acidentário de Prevencáo e trazem, em
seus anexos, os percentis de frequéncia, gravidade e custo separados por subclasse do CNAE.

184
Se utilizarmos a mesma valoracáo existente nas Resolucóes que tratam do FAP (0,35 para o
índice de frequéncia, 0,50 para o índice de gravidade e 0,15 para o índice de custo) e calcularmos a
média desses percentis, podemos firmar o seguinte raciocínio matemático:
• Resultados entre O e 33,33: risco leve - alíquota de 1 o/o
• Resultados entre 33,34 e 66,66: risco médio - alíquota de 2%
• Resultados a partir de 66,67: risco alto - alíquota de 3%
Ocorre que nas Portarías publicadas essa lógica nern sempre observada e ternos inúmeras
é

atividades económicas que deveriam estar enquadradas nas alíquotas de 1 % ou 2% e que,


equivocadamente, o foram na alíquota máxima de 3°/o. Cito alguns exemplos, calculados com base na
Portaría MPS/MF n. 438/2014:

Subclasse da CNAE 2.1 Percentil de Frequencia Percentil de Gravidade Percentil de Custo SATvigente SATcorreto
4511103 41,82 20,29 15,67 2% 1%
4637107 19,46 27,93 49,59 3% 1%

As a ti vida des ilustradas nao possuem acidentalidade significativa que justifique o enquadramento
do SAT nas alíquotas de 2% ou 3°/o. Trata-se de risco leve, com direito a utilizacáo da alíquota mínima
de 1 º/o, estando incorreto o percentual fixado pelo Decreto n. 6.957/2009.
Os dados sao fornecidos pela própria Uniáo em suas Portarías Interministeriais e comprovam a
baixa acidentalidade de inúmeros segmentos, bem como o excesso de arrecadacáo, já que a maioria
das empresas paga, atualmente, a alíquota máxima de 3%.
Entendo possível, pois, o ingresso de acáo judicial com objetivo de reducáo da alíquota destinada
ao seguro, com possibilidade, conforme o caso, de restituicáo ou compensacáo do excesso pago nos
últimos cinco anos.

11.6. Do acréscimo devido para financiar a aposentadoria especial quando o trabalho é


desenvolvido em ambiente nocivo
Com excecáo das ressalvas expressamente previstas na legíslacáo, via de regra os trabalhadores
precisam trabalhar (e contribuir) pelo período de 30 ou 35 anos para a obtencáo do beneficio de apo-
sentadoria por tempo de contribuicáo, antigamente denominada aposentadoria por tempo de servico.
Homens devem comprovar o tempo de 35 anos, e mulheres, 30 anos.
No entanto, se o exercício da atividade profissional se deu sob condicóes nocivas a saúde ou
a integridade física, a CF/88, art. 201 e a Leí n. 8.213/91, art. 57, conferem ao segurado do RGPS<128>
o direito a urna aposentadoria especial, cujo tempo de servico dependerá da gravidade do agente.
Confira-se:
Lei n. 8.213/91:
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, urna vez cumprida a carencia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver
trabalhado sujeito a condicóes especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a leí,
[... ]

A classificacáo desses agentes e o tempo necessário de trabalho para a aposentacáo constam do


Anexo IV do Decreto n. 3.048/99 e o trabalho permanente no subsolo de mineracóes subterráneas,
por exemplo, por ser extremamente nocivo, permite a obtencáo do beneficio com apenas quinze anos
de atividade.

(128) Regime Geral de Previdéncia Social.

185
Note-se, pois, que a regra é o homem trabalhar e contribuir por 35 anos (e a mulher, por 30 anos)
para depois obter do sistema um beneficio de aposentadoria. E se o exercício dessa atividade se der
na condicáo de empregado, também a empresa empregadora terá contribuído por igual período. E
voltando ao exemplo da mineradora, atividade subterránea, a contribuicáo (empregado e empresa)
se dará apenas por 15 anos, período bem inferior a regra geral do sistema.
Nao obstante tal discrepancia, as contribuicóes destinadas ao custeio da Seguridade Social devidas
por urna e outra empresa eram absolutamente iguais (20o/o para a Seguridade Social+ alíquota do SAT),
situacáo corrigida com a publicacáo da Lei n. 9.732/98 (DOU de 14.12.1998) que acrescentou ao SAT
alíquotas adicionais para o custeio dessa aposentadoria especial. Confira-se a redacáo dos §§ 6º e 7º do
art. 57 da Leí n. 8.213/91, conferida pela citada Lei n. 9.732:
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, urna vez cumprida a carencia exigida nesta Leí, ao segurado que tiver
trabalhado sujeito a condicóes especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.

[ •.• J
§ 62 O beneficio previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuicáo de que trata
o inciso II do art. 22 da Leí n. 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas seráo acrescidas de doze, nove ou seis
pontos percentuaís, conforme a atividade exercida pelo segurado a servico da empresa permita a concessáo de
aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuicáo, respectivamente.
§ 7° O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a rernuneracáo do segurado sujeito as
condicóes especiais referidas no capui.

Ou seja, desde 1 º.04.1999 as empresas que possuem ambientes nocivos que permitem a obtencáo,
pelos trabalhadores, do benefício de aposentadoria especial devem pagar, além da alíquota básica
do seguro (1%, 2% ou 3%), também uma alíquota adicional de 12o/o, 9°/o ou 6%, conforme o tempo de
atividade de 15, 20 ou 25 anos.
Esse acréscimo, contudo, nao foi exigido em sua totalidade em 04/1999, sendo implantado de
forma gradativa no primeiro ano, conforme demonstra a seguinte tabela:
1º.04.1999 1º.09.1999 1º.03.2000
AP Especial permitida pela atividade nociva a a em
31.08.1999 29.02.2000 di ante
% de Acréscimo
15 anos 4% 8% 12%
20 anos 3% 6% 9%
25 anos 2% 4% 6%

É importante destacar que essa alíquota adicional deve ser sornada a alíquota
básica do SAT e
aplicada somente sobre a folha de pagamento dos trabalhadores expostos aos agentes nocivos. Sobre
a remuneracáo paga aos demais empregados a empresa deve aplicar semente a alíquota básica do
seguro (1 ºlo, 2% ou 3°/o), sem qualquer acréscimo nesse sentido.

186
12.1. Da criacüo do flexibilizador e da leqislacáo atualmente vigente

Conforme mencionado no subitem 11.1 desta mesma obra, a Lei n. 8.212/91 fixou, para
complementar o custeio dos benefícios acidentários, tres alíquotas básicas, distribuídas conforme os
riscos de acidentalidade e a atividade económica desenvolvida pelo empregador.
E1n 1997 a Lei n. 9.528 alterou a redacáo desse inciso e passou a determinar que essa contribuicáo
devida pelas empresas passaria a financiar nao apenas a complementacáo dos benefícios acidentários,
mas sim sua totalidade, e coma criacáo das alíquotas adicionais de 12%, 9o/o e 6% pela Lei n. 9.732/98,
destinadas a custear a aposentadoria especíal.v"? urna última alteracáo ocorreu na redacáo do inciso
JI do art. 22 em referencia, sendo o texto atualmente em vigor o seguinte:
Art. 22.

[... )

JI - para o financiamento do beneficio previsto nos arts, 57 e 58 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles
concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambíentais do trabalho,
sobre o total das remuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos:
[... )

Repita-se, poís, que as alíquotas de 1 %, 2o/o ou 3% permanecera1n vigentes, destinadas a custear


os benefícios pagos pelo RGPS decorrentes de acidentes do trabalho. Já os adicionais de 6%, 9% ou
12% foram criados pela Leí n. 9.732/98 para financiar os benefícios de Aposentadoria Especial, todos
incidentes sobre o total bruto da remuneracáo, ou seja, sobre a folha de pagamento. A alíquota básica
(1 ºlo, 2°10 ou 3%, conforme o grau de risco da atividade preponderante) incide sobre o total geral de
remuneracáo, e os acréscimos da aposentadoria especial (6%, 9°10 ou 12%, conforme agente nocivo
e tempo de aposentadoria) somente sobre o total da folha referente aos empregados expostos aos
riscos.
Também já observamos, nos capítulos anteriores, que a distribuicáo dessas alíquotas básicas
de 1 ºlo, 2% ou 3°10 é feíta pelo Ministério da Previdéncia Social, com base nas estatísticas acidentárias
(feítas por inspecáo) das atividades económicas (código CNAE). A realidade de cada urna das
empresas nao é considerada para essa distribuicáo inicial, e urna empresa de construcáo civil, por
exernplo, que nunca teve um único acidente em seus canteiros de obra estará enquadrada na alíquota
máxima (3°/o) porque essa atividade económica (CNAE 4120-4/00) apresenta índices de risco grave,
conforme enquadramento efetuado pelo Decreto n. 6.957/2009.
No intuito de corrigir tal injustica e conferir tratamento mais benéfico aquelas empresas que
investem na prevencáo de acidentes criando um ambiente seguro de trabalho, foi publicada em
dezembro/2002 a Medida Provisória n. 83, assinada pelo entáo presidente da República Fernando
Henrique Cardoso, cujo art. 10 trouxe urna possibilidade de flexibilizacáo nessas alíquotas básicas de
SAT/RAT<130> pagas pelas empresas para financiar os benefícios acidentários.

(129) Sobre o tema, ver o subitem 11.6 desta obra.


(130) Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT), também denominado de Risco Ambiental do Trabalho (RAT).

187
Nos termos da referida Medida Provisória, as aliquotas básicas (de lo/o, 2% ou 3%) poderiam vir
a ser reduzidas em até 50°/o ou aumentadas em até 100%, conforme o desempenho da empresa perante
suas concorrentes (empresas de mesma atividade económica) em relacáo aos acidentes de trabalho.
Também restou consignado no mesmo art. 10 que caberia ao Conselho Nacional de Previdéncia
Social elaborar a metodología de cálculo e a comparacáo que deveria ser utilizada, utilizando como
premissas a frequéncia, a gravidade e o custo desses sinistros. Confira-se:
Medida Provisoria n. 83, de 12.12.2002

DOU de 13.12.2002

Art, 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cerito, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoría especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, ern razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

Em maio do ano seguinte (2003), já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, referida Medida
Provisória foi convertida na Leí n. 10.666, mantendo na totalidade a redacáo anterior, conforme se
pode observar:
Lei n, 10.666, de 8.5.2003

DOU de 9.5.2003

Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cerito, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade labora ti va decorrente
dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, ero até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conforrnidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

Onze meses depois, em abril/2004, o Conselho Nacional de Previdéncia Social publicou a


Resolucáo n. 1.236, aprovando a proposta metodológica para a flexibilizacáo das alíquotas SAT
e denominando de FAP - Fator Acidentário de Prevencáo - seu resultado final, o qual deveria
corresponder a um multiplicador variável entre 0,5 e 2.
Além de elaborar as fórmulas necessárias ao cálculo do referido Fator, a Resolucáo ainda sugeriu
a criacáo de urna tabela, com base em estudos epidemiológicos, associando doencas a atividades
económicas (CID e CNAE), para que o perito do INSS pudesse presumir o acidente de trabalho sem
prévia investigacáo do nexo técnico entre a lesáo/enferrnidade e o trabalho. Recomendou, por fim,
tarnbém urna revisáo no enquadramento das alíquotas básicas do SAT.
Com poucas alteracóes, foi publicada em 21.02.2006 a Resolucáo CNPS n. 1.269, mantendo
as recomendacóes anteriores (criacáo da tabela associando CID e CNAE e reenquadramento das
alíquotas do SAT) e as premissas de cálculo para o FAP.
Na sequéncia do histórico legislativo foi publicada, em 27.12.2006, a Lei n. 11.430, atendendo
a sugestáo das Resolucóes do CNPS e acrescentando a Lei n. 8.213/91 o art. 21-A, que permite o
enquadramento presumido do acidente de trabalho quando existente a associacáo entre o CID e o
CNAE. A essa caracterizacáo acidentária deu-se o nome de NTEP - Nexo Técnico Epidemiológico,
sobre a qual trato no subitem 2.4 desta obra.
A tabela comas associacóes (CID e CNAE) foi publicada semente ern 13.02.2007, pelo Decreto
n. 6.042, que trouxe também o reenquadramento das alíquotas básicas do SAT (1°/o, 2% e 3%)<131> e a
regulamentacáo de cálculo para o FAP.

(131) Sobre o tema, ver o subitem 11.4 desta obra.

188
Nos meses de junho e julho/2007, o Ministério da Previdéncia Social chegou a divulgar para as
empresas as ocorréncias acidentárias que seriarn utilizadas no cálculo do FAP, o que se deu pelas
Portarías MPS ns. 232/2007 e 269/2007, quando foí possível identificar várias ilegalidades, corno
utilizacáo de doencas nao acídentárias.
Em 22.11.2007 novo Decreto foi publicado (Decreto n. 6.257), alterando prazos do Decreto
n. 6.042/2007 e determinando a divulgacáo oficial dos dados em setembro/2008 e eficacia do FAP
a contar de janeiro/2009. Chegararn a publicar até urna nova Portaría com novas ínformacóes so-
bre as ocorréncias que seriam consideradas e a forma de defesa por parte das empresas (Portaría
MPS 457, publicada em 23.11.2007), mas como nao houve tempo hábil a estruturacáo do sistema,
nova alteracáo de prazos ocorreu pelo Decreto n. 6.577 (DOU de 26.9.2008). Os dados utilizados
no cálculo seriam divulgados em setembro/2009, com implantacáo efetiva do FAP a contar de
janeiro/2010.
De repente, por razóes nao divulgadas pelo Ministério da Previdéncia Social, boa parte da
metodología de cálculo prevista nas Resolucóes CNPS ns. 1.236/2004 e 1.269/2006 foi substituída,
com novas regras publicadas nas Resolucóes CNPS ns. 1.308 (DOU de 05.06.2009), 1.309 (DOU de
07.07.2009) e 1.316 (DOU de 15.6.2010), atuahnente vigentes.
O FAP teve início em janeiro/2010<132i, e para esse primeíro ano de vigencia forarn utilizados no
cálculo dados do período de 04/2007 a 12/2008. Para os anos subsequentes o cálculo utiliza dados de
dois anos, anteriores a divulgacáo dos dados. Assim:

FAP aplicado em Divulga~ao do extrato Período de apuracáo dos dados

2010 Final do mes de setembro/2009 04/2007 a 12/2008


2011 Final do mes de setembro/2010 01/2008 a 12/2009
2012 Final do mes de setembro/2011 01/2009 a 12/2010
2013 Final do mes de setembro/2012 01/2010 a 12/2011
2014 Final do mes de setembro/2013 01/2011 a 12/2012
2015 Final do mes de setembro/2014 01/2012 a 12/2013
2016 Final do mes de setembro/2015 01/2013 a 12/2014

Seu resultado (que varia de 0,50 a 2,0) deve ser multiplicado pela alíquota básica do SAT (1%,
2o/o ou 3%), gerando um SAT ajustado que deve ser aplicado pela empresa durante todo o exercício
financeiro.
Exemplos:
SAT básico: 3°/o
FAP a ser aplicado em 2016: 1,5220
SAT ajustado e que deverá ser aplicado em 2016 (3 x 1,5220): 4,5660%

SAT básico: 3%
FAP a ser aplicado ern 2016: 0,7560
SAT ajustado e que deverá ser aplicado em 2016 (3 x 0,7560): 2,2680%
O SAT ajustado deve ser informado no formulario GFIP/SEFIP, e sobre o preenchimento
da referida guia (e cálculo da guía GPS), deterrninou o Ato Declaratório Executivo n. 03/2010, da
Coordenacáo-geral de Arrecadacáo e Cobranca da Secretaria da Receita Federal, da seguinte forma:

(132) As regras utilizadas para o cálculo do FAP aplicado em 2010 constam apenas das Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009 e 1.309/2009
porque a Resolucáo CNPS n. 1.316 ainda nao havia sido publicada.

189
Art. 1º Para a operacionalizacáo do Fator Acidentário de Prevencáo (FAP) no Sistema Empresa de Recolhimento do
Fundo de Garantia do Tempo de Servico e Informacóes a Previdéncia Social (SEFIP), o preenchimento do campo
"FAP" deverá ser feito com 2 (duas) casas decimais, sem arredondamento (truncamento),
§ 12 Até a adequacáo do SEFIP, a Guia da Previdéncia Social (GPS) gerada pelo sistema deverá ser desprezada e
preenchida manualmente, observando o disposto no§ 22•
§ 2° Conforme dispóe o §111 do art. 202-A do Decreto n. 3.048, de 6 de maio de 1999 - Regulamento da Previdéncia
Social (RPS), o FAP a ser aplicado sobre as alíquotas previstas nos incisos I a III do art. 202 do RPS deverá conter 4
(quatro) casas decimais e, portante. para o cálculo correto da contribuicáo de que trata o art, 202 do RPS, as alíquotas
a serem utilizadas após a aplicacáo do FAP também deveráo conter 4 (quatro) casas decimais.

12.1.1. Regra de cálculo

O resultado final do FAP - Fator Acidentário de Prevencáo - decorre de urna sequéncia de


cálculos compostos dos seguintes dados:
• Quantidade de CATs recebidas pelo INSS;
• Quantidade de nexos aplicados pela perícia do INSS;
• Quantidade de benefícios acidentários concedidos pelo INSS (auxílio-doenca, aposentadoria
por invalidez, auxílio-acidente e pensáo por morte);
• Valor total de remuneracáo paga aos trabalhadores no período de apuracáo (massa salarial),
que serviu de base de cálculo para o pagamento do SAT;
• Número médio de vínculos empregatícios;
• Valor gasto pelo INSS com os benefícios concedidos; e
• Total de empresas de mesma atividade económica (CNAE) existentes no período de apuracáo
Com essas informacóes, obtidas do banco de dados do INSS e dos formulários GFJP(133> que
sao enviados mensalmente pelas e1npresas, o Ministério da Previdéncia Social inicia os cálculos
necessários, identificando os coeficientes de frequéncia, gravidade e custo de cada urna das empresas.
Eisa redacáo dos itens 2.1e2.2 da Resolucáo CNPS n. 1.316/2010:
2.1. Fontes dos dados

Para os cálculos dos índices de frequéncia, de gravidade e de custo, foram definidas as seguintes fon tes de dados:

Registros da Comunicacáo de Acídentes de Trabalho - CAT relativo a cada acidente ocorrido;

Registros de concessáo de benefícios acidentários que constam nos sistemas informatizados do Instituto Nacional de
Seguro Social - INSS concedidos a partir de abril de 2007 sob a nova abordagem dos nexos técnicos aplicáveis pela
perícia médica do INSS, destacando-se aí o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário - NTEP. O critério para
contabilizacáo de beneficios acídentáríos concedidos é a observacáo de Data de Despacho do Beneficio - DDB dentro
do Período-base (PB) de cálcLtlo;(134>

Dados populacionais empregatícios registrados no Cadastro Nacional de Informacóes Social - CNIS, do Ministério
da Previdéncia Social - MPS, referentes ao periodo-base. As e1npresas empregadoras informarn ao CNIS, entre
outros dados, os respectivos segmentos económicos aos quais pertencem segundo a Classíñcacáo Nacional de

(133) As inforrnacóes da GFIP alimentam um cadastro do INSS denominado CNIS - Cadastro Nacional de lnformacóes Sociais.
(134) A Resolucáo CNPS n. 1.316/2010 trouxe nova regra (acrescentou esse trecho final do texto), que foi adotada a contar do FAP
aplicado em 2011. Para o FAP inicial, aplicado em 2010, foi considerada a data em que ocorreu o acidente, conforme redacáo da Reso-
luc;ao CNPS n. 1.308/2009. Se o acidente ocorreu antes de 04/2007, por exemplo, nao foi computado no cálculo do FAP porque estava
fora do período de apuracáo. Pela nova regra, vigente a contar de 2011, passou a ser considerada nao mais a data do acidente, mas
sim a Data de Despacho do Beneficio (DDB), ou seja, a data em que é processada a concessáo do beneficio junto a Dataprev, mesmo
que essa data seja bem posterior a ocorréncia do slnistro, como quando o beneficio foi negado pelo INSS num primeiro momento e,
posteriormente, houve modificacáo dessa decisáo por ordem judicial ou revisáo administrativa.

190
Atividades Económicas - CNAE, número de empregados, massa salarial, afastamentos, alíquotas de 1 %, 2% ou 3%,
bem como valores devidos ao Seguro Social.
A expectativa de sobrevida do segurado será obtida a partir da tábua completa de mortalidade construída pela
Fundacáo Instituto Brasíleiro de Geografía e Estatística - IBGE, para toda a populacáo brasileira, considerando-se a
média nacional única para ambos os sexos, mais recente no Período-Base.
2.2. Definícñes

Forarn adotadas as seguintes definicóes estruturantes:


Evento: ocorréncia previdenciária, ou seja, cada um dos registros de beneficio das espécies de natureza acidentária:
891 - Auxílio-Doenca Acidentário, 892 - Aposentadoria por Invalidez Acidentária, B93 - Pensáo por Morte
Acidentária e B94 - Auxílío-Acidente Acidentárío e as Comunícacóes de Acidente de Trabalho - CAT.
Período-Base - PB: período de tempo em meses ou anos que define o universo de beneficios e vínculos extraídos dos
sistemas informatizados de benefícios do INSS e do CNlS que será considerado para o cálculo do FAP.
Frequéncia: índice baseado no número de registros, diretos e indiretos, de acidentes e doencas do trabalho em
determinado tempo.
Inclui toda a acidentalidade registrada mediante CAT e os benefícios acidentários estabelecidos a partir de nexos
técnicos, inclusive o NTEP, que nao tém CAT associada.
Gravidade: índice baseado na intensidade de cada ocorréncia acidentária estabelecida a partir da multiplícacáo do
número de ocorréncias de cada espécie de beneficio acidentário por um valor fixo representado os diferentes níveis
de gravidade: 0,50 para pensáo por morte: 0,30 para aposentadoria por invalidez; 0,1 para afastamento temporario e
0,1 para auxílio-acidente.
Custo: dimensáo monetaria do acidente que expressa os gastos da Previdéncia Social corn pagamento de beneficios
de natureza acidentária e sua relacáo com as conrríbuícóes das empresas.
Massa Salarial - MS, anual: soma, em reais, dos valores salaríais, incluindo 132 salário, informados pela empresa
junto ao CNIS.
Vínculo Empregatício: é identificado por um Número de Identifícacáo do Trabalhador - NfI, um número no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ e urna data de adrnissáo.
Vínculos Empregatícios - média: é a soma do número de vínculos mensal em cada empresa com registro junto ao
CNIS informados pela empresa, via SEFIP/GFIP dividido pelo número de meses do período.
Data de Despacho do Beneficio - DDB: é a data (dia/més/ano) em que é processado a concessáo do beneficio junto
a Dataprev.
Data Início do Beneficio - DIB: é a data (dia/més/ano) a partir da qual se inicia o direito ao beneficio:
Data Cessacáo do Benefício - DCB: é a data (día/mes/ano), a partir da qual se encerra o direito ao recebimento do
benefício.
Idade: é a idade do segurado, expressa em anos, na data do inicio do beneficio.
Salário de Benefício: valor que serve de base aos percentuais que calculara o a renda mensa! dos beneficios (Mensalidade
Reajustada - MR).
Renda Mensa! Inicial - RMI (pura): valor inicial do beneficio no més,
CNAE 2.0: é a classificacáo das áreas económicas aprovada e divulgada pela Comissáo Nacional de Classificacóes
- CONCLA, vigente a partir de janeiro de 2007: a versáo 2.0 da CNAE tem 21 secóes, 87 divisóes, 285 grupos, 673
classe.s e 1.301 subdasses.
CNAE-Subdasse preponderante da empresa: é a menor subdivisáo componente da CNAE 2.0 declarada pela empresa
corno sendo a que agrega o maior número de vínculos."

Na sequéncia, o Ministério da Previdéncia Social pega os resultados de cada coeficiente, de


todas as empresas de um mesmo CNAE, e os coloca em ordem crescente. Ou seja, sao organizadas
filas de frequéncia, gravidade e custo para ídentíficacáo da posicáo de cada empresa (denominada
como "n. de ordem").
É com esse "n. de ordem" e com o total de empresas de mesmo CNAE que se passa a segunda
fase de cálculos, onde seráo identificados os percentis de frequéncia, gravidade e custo.

191
Identificados os tres percentis, cada qual recebe urna pontuacáo fixada na Resolucáo CNPS
n. 1.308/2009, seguindo-se para a terceira fase de cálculo, onde se apura o Índice Composto (IC).
O resultado desse Índice Composto corresponde ao FAP, mas a legislacáo vigente preve um
desconto de 25°/o sobre qualquer acréscimo e, por isso, quando o IC for superior a 1, se faz necessário
um último cálculo para a aplicacáo dessa bonificacáo.
As fórmulas e regras constam das Resolucóes CNPS n. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010 e há
informacóes também no art. 202-A do Decreto n. 3.048/99.
Explico a seguir, de forma detalhada, cada passo e cada fórmula aplicada no raciocínio de
cálculo.
Coeficiente de Frequéncia:
Primeiramente, o Ministério da Previdéncia Social calcula o Coeficiente de Frequéncia,
utilizando quantas ocorréncias acidentárias a empresa possui no período de apurac;ao.<135> Para esse
fim, considera todas as CATs (mesmo que nao tenham sido emitidas pela e1npresa ou mesmo que nao
tenham gerado afastarnento) e todas as doencas caracterizadas como acidentárias por meio dos nexos
utilizados pelo INSS (NTEP, nexo individual ou nexo profissional).
Para se chegar ao Coeficiente de Frequéncia - CF, o total dessas ocorréncías é dividido pelo
número médio de vínculos empregatícios, com utilizacáo da seguinte fórmula:
CF = (n. acidentes registrados em cada empresa+ benefícios sem CAT) x
1000
n. médio de vínculos
Onde:
• n. acidentes = número de CATs que foram entregues ao INSS, qualquer que seja o emitente e
o período de incapacidade;
• beneficios sem CAT = acidentes caracterizados sem a entrega de CAT, ou seja, caracterizados
pelo NTEP, já que este o único nexo para o qual nao se faz necessária a emíssáo do referido
é

documento.
• n. médio de vínculos = número médio de vínculos empregatícios, obtido por meio das
inforrnacóes do formulário GFIP/SEFIP, entregues mensalmente pela empresa.
Eisa redacáo do subitem 2.3.1 da Resolucáo CNPS n. 1.316/2010:
2.3.1. Índice de Frequéncia
Indica a incidencia da acidentalidade em cada empresa. Para esse índice sao computadas as ocorréncias acideutárias
registradas por meio de CAT e os benefícios das espécies B91 e B93 sem registro de CAT, ou seja, aqueles que
foram estabelecidos por nexos técnicos, inclusive por NTEP. Podem ocorrer casos de concessáo de B92 e B94 sem a
precedencia de urn B91 e sem a existencia de CAT e nestes casos seráo contabilizados como registros de acidentes ou
doencas do trabalho,
O cálculo do índice de frequéncia é obtido da seguinte maneira:
Índice de frequéncia =número de acidentes registrados em cada empresa, mais os benefícios que entraram sem CAT
vinculada, por nexo técnico/número médio de vínculos x 1.000 (mil).
O número de acidentes registrados em cada empresa equivale as CAT registradas como do Tipo de CAT ="Inicial",
o que evita a duplicacáo de contagem do mesmo evento.

(135) A Resolu~ao CNPS n. 1.316/2010 alterou a redacáo da Resolucáo CNPS n. 1.308/2009 e passou a prever que os acidentes atribu-
ídos aos trabalhadores avulsos também seráo computados no cálculo do FAP da empresa tomadora dos servicos, mesmo inexistindo
vínculo empregatício entre as partes. Na nova regra, cumpre registrar, há previsáo para que os beneficios acidentários dos trabalhado-
res avulsos sejam computados, mas nao há previsáo de que esses trabalhadores possam também ser considerados no número médio
de vínculos, e tal critério prejudica o resultado final do FAP, obviamente em desfavor da empresa. Compreendo ser possível a discussáo
judicial da matéria.

192
Coeficiente de Gravidade:
Na sequéncia calcula-se o Coeficiente de Gravidade, e cada espécie de benefício acidentário
possui urna pontuacáo fixada na Resolucáo CNPS n. 1.308/2009, mantida pela Resolucáo CNPS
n. 1.316/2010:
• auxílio-doenca acidentário (B91): 0,10
• aposentadoria por invalidez acidentária (B92): 0,30
• pensáo por morte acidentária (B93): 0,50
• auxílio-acidente decorrente de acidente de trabalho (B94): 0,10
Depoís de pontuados, os benefícios sao divididos pelo número médio de vínculos ernpregatícios,
mediante a utilizacáo da seguinte fórmula:
CG = [ (B91x0,l) + (B92x0,3) + (B93x0,S) + (B94x0,l)l x lOOO
n. médio de vínculos
Onde:
• B91 = código utilizado pelo INSS para beneficios de auxílio-doenca acidentário, pagos para
incapacidades temporárias;
• B92 =código utilizado pelo INSS para benefícios de aposentadoria por invalidez acidentária,
pagos para incapacidades definitivas;
• 893 = código utilizado pelo INSS para beneficios de pensáo por morte acidentária, pagos aos
dependentes do trabalhador, em caso de óbito;
• B94=código utilizado peloINSSpara beneficios de auxílio-acidente, pagos quandootrabalhador
acidentado, após a alta médica, fica com sequela que reduz sua capacidade laborativa;
• n. médio de vínculos = número médio de vínculos empregatícios, obtido por meio das
informacóes do formulário GFIP/SEFIP, entregues mensalmente pela empresa.
Confira-se, nesses termos, a redacáo do subitem 2.3.2 da Resolucáo CNPS n. 1.316/2010:
2.3.2. Índice de gravidade
Indica a gravidade das ocorréncias acidentárias em cada empresa.
Para esse índice sao computados todos os casos de afastarnento acidentário por mais de 15 días (auxílio-doenca
acidentário - B91), os casos de auxílio-acidente (B94), de aposentadoria por invalidez (B92) e pensáo por morte
acidentária (B93). É atribuído peso diferente para cada tipo de afastamento em func;ao da gravidade da ocorréncía.
Para pensáo por morte o peso atribuído é de 0,50, para aposentadoria por invalidez é 0,30, para auxílio-doenca o peso
é de 0,10 e para auxilio-acidente o peso é 0,10.
O cálculo do índice de gravidade é obtido da seguinte maneira:

Índice de gravidade = (número de beneficios auxilio doenca por acidente (B91) x 0,1 +número de beneficios por
invalidez (B92) x 0,3 +número de benefícios por morte (B93) x 0,5 + o número de beneficios auxílio-acídente (B94) x
0,1)/número médio de vínculos x 1.000 (mil),

Coeficiente de Custo:
O terceiro e último coeficiente a ser calculado é o de custo, para o qual o Ministério da Previdéncia
Social utiliza o total gasto pelo INSS com os beneficios concedidos e o total da massa salarial do
período de apuracáo, adotando-se a seguinte fórmula:
ce= valor
pago pelo INSS X 1000
vlr total de rernuneracáo paga aos segurados

193
Onde:
• valor pago pelo INSS =valor total pago pelo INSS aos empregados da e1npresa, em razáo dos
benefícios acidentários por eles recebidos (auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez, pensáo
por morte e auxílio-acidente);
• Para calcular o custo de um benefício de auxílio-doenca, a Previdéncia Social tomará o exato
valor gasto com aquele benefício em razáo do tempo de afastamento (meses e fracáo de mes);
• Para calcular o custo de urna aposentadoria por invalidez, um auxilio-acidente ou urna pensáo
por morte, a Previdéncia Social fará urna projecáo da expectativa de sobrevida a partir da tábua
completa de mortalidade construída pela Fundacáo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- IBGE, para toda a populacáo brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos
os sexos.
• Valor total de remuneracáo paga aos segurados =soma mensal (incluindo o 132 salário) das
remuneracóes pagas a todos os trabalhadores e que serviu de base de cálculo para o pagamento
do SAT, no período de apuracáo.
,
E a redacáo do subitem 2.3.3 da Resolucáo CNPS n. 1.316/2010:
2.3.3 Índice de custo
Representa o custo dos benefícios por afastamento cobertos pela Previdéncia. Para esse índice sao computados os
valores pagos pela Previdéncia ern rendas mensais de benefícios. No caso do auxílio-doenca (B91), o custo é calculado
pelo tempo de afastarnento, em meses e fracáo de mes, do trabalhador dentro do Período-base de cálculo do FAP. Nos
casos de beneficios por invalidez, parcial ou total (B92 e B94), e morte (B93), os custos sao calculados fazendo urna
projecáo da expectativa de sobrevida a partir da tábua completa de mortalidade construida pela Fundacáo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para toda a populacáo brasileira, considerando-se a média nacional
única para ambos os sexos.
O cálculo do índice de custo é obtido da seguinte maneira:
Índice de custo =valor total de beneficios/valor totaJ de remuneracáo paga pelo estabelecirnento aos segurados x 1.000 (mil).

Identificacáo do n. de ordem:
Se existir no período de apuracáo um total de ce1n e1npresas de um determinado CNAE, o
Ministério da Previdéncia Social terá identificado, até agora:
• cem coeficientes de frequéncia
• cem coeficientes de gravidade
• cem coeficientes de custo
O próximo passo é, pois, colocar esses resultados (separados por categoría) em ordem crescente,
montando tres filas (frequéncia, gravidade e custo) e identificando, assim, qual a posicáo de cada
e1npresa. Essa posicáo é denominada de "nordem" (número de ordem) e é o dado que será utilizado
na próxima fase de cálculo.<136>
A tarefa seria simples se nao fossem os empates obtidos nos resultados dos coeficientes. Imagine
que dessas cem empresas de um mesmo CNAE cinco nao apresentassern qualquer acidente ou
beneficio acidentário. Todas as cinco ocupariam o primeiro lugar na fila? E a próxima empresa no
ranking, ocuparía o 6º lugar?
A Resolucáo CNPS n. 1.308/2009 nao trouxe inforrnacáo a respeito, e o Ministério da Previdéncia
Social optou, num primeiro momento, por adotar o seguinte racíocínío.r-"

(136) Essas posicñes nao foram informadas as empresas no Extrato FAP divulgado em 2009, cujo resultado foi aplicado durante todo o
ano de 2010. Nos anos subsequentes a informacáo passou a constar dos extratos, sendo possível aos contribuintes conhecerem qual
a posicáo que ocuparam nas respectivas filas.
(137) Esse raciocinio de cálculo só foi divulgado as empresas pela Resolucáo CNPS n. 1.316 (subitem 2.4), publicada em junho/2010,
quando o FAP de 2010 já havia sido calculado e já estava, inclusive, sendo aplicado pelos contribuintes.

194
N = posícáo no empate+ [(empresas empatadas+ 1) - 1 ]
2

Para as cinco empresas que e1npatara1n no primeiro lugar, teríamos todas elas ocupando a
posícáo 3 da fila, conforme segue:
N = posicáo no empate+ [(empresas e1npatadas + 1) - 1]
2

N = 1 + [ (5 + 1) - 1]
2
N=3

Se outras cinco empresas empataram no 20º lugar da fila passariarn a ocupar, em verdade, a
posicáo 22, com o seguinte cálculo:
N = posicáo no empate+ [(empresas empatadas+ 1) - 1]
2
N = 20 + [ (5+1) - 1]
2

N=22

A fila, com cem posicóes originais (porque no exemplo ternos cem e1npresas do mesmo CNAE)
ficaria da seguinte forma:

Posicñes / Nordem

Nenhuma empresa 12
Nenhuma empresa 22
As cinco empresas que empataram no 12 lugar 3º
Nenhuma empresa 42
Nenhuma empresa 5º
Sexta empresa no ranking, após as 5 primeiras 6º
[ ... ] [ ... ]
Nenhuma empresa 202
Nenhuma empresa 212
As cinco empresas que empataram no 20º lugar 222
Nenhuma empresa 232
Nenhuma empresa 242
Próxima empresa do ranking, após as 5 empatadas 252
[ ... ) [ ... ]
Última empresa do ranking, com o pior resultado daquele coeficiente 100º

Ocorre que ocupar um lugar melhor nas filas significa ter mais desconto no tributo SAT. A Leí
n. 10.666/2003, no art. 10, garante para os melhores resultados um desconto de 50% na alíquota, e o
critério de cálculo adotado pelo Ministério da Previdéncia Social acabou impedindo a aplicacáo da
leí, já que, na existencia de empates, e1npurrava as empresas para urna colocacáo pior.
Se várias empresas de um mesmo segmento económico apresentaram acidentalidade zerada (e
esse é o intuito da norma, já que o objetivo é incentivar a prevencáo dos acidentes e a criacáo de urn
ambiente seguro). nen.huma delas teve o desconto máximo que foi previsto na Leí n. 10.666/2003. Muito
pelo contrário, quanto mais empresas zeradas, menor o descanto que foi calculado pelo Poder Executivo.

195
Inúmeras discussóes (judiciais e administrativas) foram travadas a respeito e, por fim, o critério
foi modificado pela Resolucáo CNPS n. 1.316/2010 (DOU de 14.6.2010), cujas novas regras foram
adotadas para o FAP de 2011 e anos seguintes.
Urna alteracáo importante, no entanto, foi aplicada já a contar de setembro/2010 e refere-se as
empresas com acidentalidade zerada no período de apuracáo. Como expliquei antes, o critério que vinha
sendo praticado pelo Poder Executivo impedía a cerreta aplicacáo das disposicóes da Lei n. 10.666/2003
(art. 10), porque nao permitía as e1npresas com os melhores resultados a bonificacáo máxima de 50%.
A situacáo foi corrigída, comodito, a partir de seteinbro/2010<133> e essas e1npresas passaram a ter
o FAP com resultado 0,50, conforme comprova o trecho pertinente da Resolucáo CNPS n. 1.316/2010:
2.4. Geracáo do Fator Acidentário de Prevencáo- FAP por Empresa

[... ]

Regra - Quando a empresa nao apresentar, no Período-base de cálculo do FAP, registro de acidente ou doenca do
trabalho, beneficio acidentário concedido sern CAT vinculada e qualquer beneficio acidentário concedido (691, 692,
693 e 694) com DDB no Período base de cálculo, seus índices de frequéncía, gravidade e custo seráo nulos e assim
o FAP será igual a 0,5000, por definicáo. Nestes casos, ficando comprovado a partir de fiscalizacáo que a empresa
nao apresentou notificacáo de acidente ou doenca do trabalho, nos tennos do art. 22 da Lei n. 8.213/1991, mediante
protocolo de CAT, o FAP da empresa será, por definicáo, igual a 2,0000 independente do valor do IC calculado. Esta
regra será aplicada aos valores FAP divulgados em setembro de 2009 (vigencia 2010) a partir de 19 de setembro de
2010 e nos processamentos seguintes do FAP (vigencias a partir de 2011).

[... ]

Quanto as novas regras para a posícáo nas filas quando da ocorréncia de empate, passou o
Ministério da Previdéncia Social a adotar, para o FAP de 2011 e anos subsequentes, o seguinte
raciocínio de cálculo:
1º) Todas as empresas com acidentalidade zerada teráo FAP de resultado 0,50, por definicáo, sem necessidade de
cálculo.

21l) O melhor resultado ocupará a prirneira posicáo da fila e os resultados restantes seráo ordenados na sequéncia. O
pior resultado ocupará o último lugar na fila.

3º) Se houver empate na primeira posícáo, todas as empresas empatadas ocuparáo o primeiro lugar da fila (nordem I).
mas será calculado o "nordern de empate", conforme regra adorada em 2010, porque a próxima empresa do ranking
ocupará exatamente essa posicáo. Assim, se tivermos 5 empresas empatadas na primeira posicáo, todas ocuparáo o
primeiro lugar e a próxima (6ª empresa no ranking) ficará na posicáo 3.

N = posicáo no empate+ [(empresas empatadas+ 1) - 1 )


2

Posicñes / Nordem

As cinco empresas que empataram no 12 lugar 1!!


Nenhuma empresa 2!!
Sexta empresa no ranking, após as 5 primeiras 32

42) Os resultados subsequentes seráo posicionados obedecendo a seguinte fórmula:

. . (n - norde1n e1npate inicial)


Nordem reposionado anterior+ ( ... l)
n - tt empresas emp irucia 1 +
Onde:

n = total de empresas

(138) O período de janeiro a agosto/2010 permaneceu como FAP incorreto, superior ao devido, já que a nova regra foi adotada so men-
te a contar de setembro do mesmo ano. Entendo que a matéria precisa ser levada ao Judiciário, sendo possível a empresa recuperar o
excesso do tributo pago, mas observando o prazo prescricional de cinco anos.

196
Seguindo-se o exemplo trabalhado, teremos:

' .
Setnna .
empresa . kimg -- 3 + (lOO
no 1an _ -(S +3)l) 4, 0319
100

Oítava empresa no ranking= 4,0319 +


1 J6~ (s :\) = 5,0638

. - (100 - 3)
Nona empresa no ranking - 5,0638 + _ (5 + l) 6,0957
100

Posi!;oes / Nordem

As cinco empresas que empataram no 1º lugar 1


Nenhuma empresa 2
Sexta empresa no ranking, após as cinco primeiras 3
Sétima empresa no ranking 4,0319
Oitava empresa no ranking 5,0638
Nona empresa no ranking 6,0957

511) Se houver mais empate de resultados na sequéncía da fila será necessário fazer o cálculo (seguindo a fórmula do
nordem reposicionado) de todas as posicóes empatadas e, depois, calcular a posicáo média para ser atribuida a todas
as empresas empatadas naquela colocacáo.
Se tres empresas empataram na décima posicáo da fila, teremos:

Décimo lugar no ranking= 6,0957 +


10~0~
(s :\) = 7,1276
' .
D ecnno . . 1 ugai . no ran ki1ng- -71276
prune1ro , + (lOO
_ -(S 3)
+ l) 81595
,
100

Décimo segundo lugar no ranking= 8,1595 +


1¿~o~ (s ~) l) = 9,1914

Média das 3 posicóes = (7,1276 + 8,1595 + 9,1914) / 3 = 8,1595

Posicñes / Nordem
As cinco empresas que empataram no 1º lugar 1
Nenhuma empresa 2
Sexta empresa no ranking, após as cinco primeiras 3
Sétima empresa no ranking 4,0319
Oitava empresa no ranking 5,0638
Nona empresa no ranking 6,0957
Tres próximas empresas, que empataram na décima posicáo 8,1S95

6º) Os próximos resultados sao ordenados sempre seguindo o mesmo raciocínío e sempre seguindo a fórmula do
nordem reposícíonado. Assim:

Décimo terceiro lugar no ranking= 9,1914 + (lOO - 3) = 10,2233


100 - (5+1)

Cálculo dos percentis:


Depois de identificar o número de ordem (nordem) de todas as empresas do mesmo grupo de
CNAE é que deve ser calculado o percentil de cada coeficiente, com utilizacáo da seguinte fórmula
matemática:
.1 (n. ordem - 1)
Percenti = 100 x ------
(n - 1)

197
Onde:
• N. ordem = posicáo que a e1npresa ocupou na fila dos coeficientes de frequéncia, gravidade e
custo;
• n = total de empresas que existem no Brasil com aquela mesma subclasse de atividade
económica (subclasse CNAE).
,
E preciso calcular os tres percentis (frequéncia, gravidade e custo) , sendo possível urna melhor
compreensáo se assim colocarmos as fórmulas:
·1 d f ~ . (n. ordern na fila da frequéncia - 1)
Percentí e requenCla = 100
. x --------~-----
(total de empresas do mesmo CNAE - 1)

(n. ordern na fila da gravidade - 1)


Percentil de gravidade = 100 x -------~------
(total de empresas do mesmo CNAE - 1)

til d t (n. ordem na fila da gravidade - 1)


P ercen e cus o= 100 x -------~-----
(total de empresas do mesmo CNAE - 1)

,
Cálculo do Indice Composto (IC):

Assim que forem conhecidos os resultados dos percentis é possível calcular o Índice Composto
(IC), atribuindo peso diferenciado para cada um deles, mediante a adocáo da seguinte fórmula:
IC = ((0,50 x perc. de gravidade) + (0,35 x perc. de frequéncia) + (0,15 x perc. de custo)] x 0,02
O resultado obtido é, técnicamente, o valor do FAP que deve ser multiplicado pela alíquota
básica do SAT (lºki, 2% ou 3°/o), formando assim o SAT ajustado que deve ser adotado no exercício
seguinte.
Esse resultado varia entre 0,50 e 2, proporcionando desconto de até 50% ou aumento de até
100°/o na alíquota do seguro.

Exemplos:

SAT de 3% e FAP de 0,50: SAT ajustado de 1,5°/o


SAT de 3% e FAP de 0,80: SAT ajustado de 2,4°/o
SAT de 3% e FAP de 1,38: SAT ajustado de 4,14%
SAT de 3% e FAP de 20: SAT ajustado de 6°/o

SAT de 2% e FAP de 0,50: SAT ajustado de 1 %


SAT de 2% e FAP de 0,80: SAT ajustado de l,6o/o
SAT de 2% e FAP de 1,38: SAT ajustado de 2,76%
SAT de 2% e FAP de 2: SAT ajustado de 4%

SAT de 1% e FAP de 0,50: SAT ajustado de 0,5%


SAT de 1 % e FAP de 0,80: SAT ajustado de 0,8%
SAT de 1 % e FAP de 1,38: SAT ajustado de 1,38%
SAT de 1 % e FAP de 2: SAT ajustado de 2%

198
12.1.2. Desconto de 25º/o para FAP superior a 1

Cabe destacar, contudo, que as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009 e 1.316/2010 deterrninarn que
senda o FAP superior a 1, sua aplicacáo nao será feita em totalidade, senda possível a concessáo de
urn descanto de 25% para a faixa malus, ou seja, para o montante que excede a l.
Se o FAP resultou 1,8200, por exemplo, poderá haver o descanto de 25% sobre 0,8200, de forma
que o FAP a ser aplicado pela empresa passaria a ser de apenas 1,6150.
Chega-se ao resultado a ser aplicado, portanto, adotando-se a seguínte fórmula:
FAP = IC - (IC - 1) x 0,25

A Resolucáo CNPS n. 1.308/2009 determinou a aplicacáo desse descanto para todas as situacóes
de FAP superior a 1, mas quando da publicacáo da Resolucáo CNPS n. 1.309/2009 foi instituída a
trava da rotatividade.
Assim, referido descanto semente pode ser aplicado no FAP de 2010 para empresas cuja taxa de
rotatividade foi de até 75o/o. Eis a redacáo da Resolucáo CNPS n. 1.309/2009:
3.1. Após a obtencáo do índice do FAP, conforme metodologia definida no Anexo da Resolucáo MPS/CNPS N. 1.308,
de 27de1naio de 2009, nao será concedida a bonificacáo para as empresas cuja taxa média de rotatividade for superior
a setenta e cinco por cento.
3.2. Para cumprir o estabelecido no ítem 3.1, a taxa média de rotatividade será definida e calculada da seguinte
ma.neira:
Definicáo

3.3. A taxa médía de rotatividade do CNPJ consiste na média aritmética resultante das taxas de rotatividade verificadas
anualmente na empresa, considerando o período total de dois anos, sendo que a taxa de rotatividade anual é a razáo
entre o número de admissóes ou de rescisóes (considerando-se sernpre o menor), sobre o número de vínculos na
empresa no inicio de cada ano de apuracáo, excluidas as admissóes que representarem apenas crescimento e as
rescisóes que representarem diminuicáo do número de trabalhadores do respectivo CNPJ.

Justificativa
3.4. A taxa média de rotatividade faz parte do modelo do FAP para evitar que as empresas que mantém por mais
tempo os seus trabalhadores sejarn prejudicadas por assumirem toda a acidentalidade.

Fórmulas para o cálculo

3.5. O cálculo da taxa de rotatividade para cada ano é obtido da seguínte maneira:
Taxa de rotatividade anual = mínimo (número de rescísóes ocorridas no ano ou número de admissóes ocorridas no
ano)/número de vínculos no inicio do ano x 100 (cem)

3.6. Em seguida, calcula-se a taxa média de rotatívidade da seguinte maneira:


Taxa média de rotatividade = média das taxas de rotatividade anuais dos últimos dois anos Aplicacáo da taxa rnédia
de rotatividade
3.7. As empresas que apresentam taxa média de rotatividade acima de setenta e cinco por cento nao poderáo receber
reducáo de alíquota do FAP, salvo se comprovarem que tenham sido observadas as normas de Saúde e Seguranca do
Trabalho em caso de demissóes voluntarias ou término de obra.

Novas travas para o descanto foram instituídas pela Resolucáo CNPS n. 1.316/2010, e desde o
FAP aplicado em 2011, tres sao as situacóes de trava:
• rotatividade superior a 75%;
• existencia de benefício de aposentadoria por invalidez ( exceto se decorrente de acidente de
trajeto); e
• existencia de benefício de pensáo por morte ( exceto se decorrente de acidente de trajeto).

199
A trava em face da alta rotatividade, contudo, pode ser retirada se a empresa comprovar
que observou as normas de Saúde e Seguranca do Trabalho em caso de demiss6es voluntárias ou
término de obra. A forma de comprovacáo deve ser efetuada por formulario eletrónico, intitulado
"Demonstrativo de Investimentos em Recursos Materiais, Humanos e Tecnológicos em Melhoria na
Seguranca do Trabalho", cujo processamento <leve observar as regras do art. 32 da Portaría MPS/MF
n. 438/2014 e que transcrevemos no subitem seguinte.

12.1.3. FAP inferior a 1


,
Corno vimos, ao calcularmos o Indice Composto ternos o resultado do FAP a ser aplicado pela
empresa, caso nao seja devido o desconto de 25% que atualmente vem sendo concedido, ern face da
previsáo constante da Resolucáo CNPS n. 1.316/2010.
Essa é a determinacáo expressa que consta da Resolucáo CNPS n. 1.308/2009, inclusive, conforme
transcrevo (destaque meu):
O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a distribuicáo dos estabelecimentos
dentro de um determinado CNAE-Subdasse variar de O a 2. Os valores inferiores a 0,5 receberáo o valor de 0,5 que é
o menor fator acidentário

Entáo, a fórmula para o cálculo do índice composto (IC) é a seguinte:

IC = (0,50 X percentil de gravidade + 0,35 X percentiJ de frequéncia + 0,15 X percentil de CUStO) X 0,02

Exemplo:

Desse modo, tuna empresa que apresentar percentil de gravidade de 30, percentil de frequéncia 80 e percentil de
custo 44, dentro do respectivo CNAE-Subdasse, terá o índice composto calculado do seguinte modo:
IC = (0,50 X 30 + 0,35 X 80 + 0,15 X 44) X 0,02 = 0,9920

O resultado obtido é o valor do FAP atribuído a essa empresa. Supondo que essa CNAE-Subclasse apresente alíquota de
contribuicáo de 2%, esta empresa teria a alíquota individualizada multiplicando-se o FAP pelo valor da alíquota, 20/o
x 0,9920, resultando urna alíquota de 1,984%.

Trouxe, ainda, a Resolucáo CNPS n. 1.308/2009 a proibicáo de ser aplicado o FAP inferior a 1
quando a e1npresa apresente caso de morte (benefício de pensáo por morte) ou invalidez permanente
(beneficio de aposentadoria por invalidez), exceto se co1nprovar investimentos em recursos materiais,
humanos e tecnológicos em melhoria na seguranc;a do trabalho. Confira-se:
Caso a empresa apresente casos de morte ou invalidez permanente, seu valor FAP nao pode ser inferior a um, para
que a alíquota da empresa nao seja inferior a alíquota de contribuicáo da sua área económica, prevista no Anexo V do
Regulamento da Previdéncia Social, salvo, a hipótese de a empresa comprovar, de acordo com regras estabelecidas
pelo INSS, investimentos em recursos materiais, humanos e tecnológicos em. melhoria na seguranc;a do trabalho, com
o acompanhamento dos sindicados dos trabalhadores e dos empregadores.

Coube a Portaria Interministerial MPS/MF n, 254 (DOU de 25.9.2009) especificar, no art. 3º, corno
deveria ocorrer essa comprovacáo de investimentos, e atualmente a regra consta do art. 32 da Portaria
MPS/MF n. 438/2014, conforme segue:
Art. 3° Nos termos da Resolucáo MPS/CNPS n. 1.316, de 31 de rnaio de 2010, as empresas que estiverem impedidas
de receber FAP inferior a 1,0000 por apresentarem casos de morte ou de invalidez permanente poderáo afastar esse
impedimento se comprovare1n tere:m realizado investimentos em recursos materiais, humanos e tecnológicos em
melhoria na seguranca do trabalho, com o acompanhamento dos síndicados dos trabalhadores e dos empregadores.
§ 12 A comprovacáo de que trata o caput será feíta mediante formulario eletrónico "Dernonstrativo de Investimentos
em Recursos Materiais, Humanos e Tecnológicos em Melhoria na Seguranca do Trabalho" devidamente preenchido
e homologado.
§ 22 O formulário eletrónico será disponibilizado no sitio do Ministério da Previdéncia Social - MPS e da Receita
Federal do Brasil - RFB e deverá ser preenchido e transmitido no período de 1° de outubro de 2014 até 31 de outubro
de 2014 e contera informacóes inerentes ao período considerado para a formacáo da base de cálculo do FAP anual.

200
§ 32 No formulario eletrónico de que trata o § 12 constaráo campos que permitiráo informar, mediante síntese
descritiva, sobre:
I - a constituicáo e o funcionamento de Comissáo Interna de Prevencáo de Acidentes - CIPA ou a comprovacáo
de designacáo de trabalhador, conforme previsto na Norma Regulamenradora - NR-5, do Ministério do Trabalho e
Emprego - MTE;
JI - as características quantitativas e qualitativas da capacitacáo e treinamento dos empregados;
TII - a cornposicáo de Servicos Especializados em Engenharia de Seguranca e em Medicina do Trabalho - SESMT,
conforme disposto na Norma Regulamentadora NR 4, do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE;
IV - a análise das informacóes contidas no Programa de Prevencáo de Riscos Ambientáis - PPRA e Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO realizados no período que compóe a base de cálculo do FAP
processado;
V - o investimento em Equipamento de Protecáo Coletiva - EPC, Equípamento de Protecáo Individual - EPI e
melhoria ambiental: e
VI - a inexistencia de mu Itas, decorrentes da inobservancia das Normas Regulamentadoras, junto as Superintendencias
Regionais do Trabalho - SRT, do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.
§ 4° O Demonstrativo de que trata o§ 12 deverá ser impresso, instruido comos documentos comprobatórios, datado
e assinado por representante legal da empresa e protocolado no sindicato dos trabalhadores da categoría vinculada
a atividade preponderante da empresa, o qual homologará o documento, no prazo estabelecido no§ 6"', também de
forma eletrónica, em campo próprio.
§ 52 O formulário eletrónico de que trata o§ 1° deverá conter:
I - identificacáo da empresa e do sindicato dos trabalhadores da categoria vinculada a atividade preponderante da
empresa, com enderece completo e data da homologacáo do formulario eletrónico: e
II - identificacáo do representante legal da empresa que emitir o formulario, do representante do sindicato que o
homologar e do representante da empresa encarregado da transmissáo do formulario para a Previdéncia Social.
§ 6º A hornologacáo eletrónica pelo sindicato dos trabalhadores da categoría vinculada a atividade
preponderante
da empresa deverá ocorrer, impreterivelmente, até odia 18 de novernbro de 2014, sob pena de a informacáo nao ser
processada e o impedimento da boníficacáo mantido.

§ 79 O Demonstrativo impresso e homologado será arquivado pela empresa por cinco anos, podendo ser requisitado
para fins da auditoria da Receita Federal do Brasil - RFB ou da Previdéncia Social.
§ 82 Ao final do processo do requerimento de suspensáo do impedimento da bonificacáo, a empresa conhecerá o
resultado mediante acesso restrito, com senha pessoal, na rede mundial de computadores nos sítios do Ministério da
Prevídéncia Social - MPS e da Receita Federal do Brasil - RFB.

Fato é, pois, que se o FAP resultar valor inferior a 1 e se a empresa nao apresentar caso de morte
ou invalidez, esse deve ser o montante aplicado sobre o SAT, sem qualquer ajuste ou fórmula extra
a ser aplicada, de forma a resultar um SAT ajustado mais favorável a e1npresa, pela bonificacáo
recebida.
A Resolucáo CNPS n. 1.308/2009 chega a trazer exemplo desse cálculo, que, pela importancia do
que se destacará a seguir, novamente transcrevo:
Exemplo:
Desse modo, urna empresa que apresentar percentil de gravidade de 30, percentil de frequéncia 80 e percentil de custo
44, dentro do respectivo CNAE-Subclasse, terá o índice composto calculado do seguinte modo:
IC = (0,50 X 30 + 0,35 X 80 + 0,15 X 44) X 0,02 = 0,9920
O resultado obtido é o valor do FAP atribuído a essa empresa. Supondo que essa CNAE-Subclasse apresente alíquota de
contribuicáo de 2%, esta empresa teria a alíquota individualizada multiplicando-se o FAP pelo valor da alíquota, 2°/o
x 0,9920, resultando urna alíquota de 1,984%.

Ocorre que no cálculo do FAP aplicado em 2010 o Ministério da Previdéncia Social nao obedeceu
essa regra, apresentando nos extratos divulgados em setembro/2009 um resultado superior áqueles
obtidos no cálculo do IC, sem qualquer explicacáo ou justificativa.

201
Recursos administrativos e acóes judiciais foram propostas, obviamente, e semente na Resolucáo
CNPS n. 1.316/2010 o ocorrido foi explicado, como argumento absurdo de que era necessário aplicar
urna fórmula extra de interpolacáo, nao prevista anteriormente. A fórmula extra reduzia o descontó
de direito das empresas e passou a nao ser mais aplicada a contar do FAP de 2011.
Confira-se:
Para IC < 1,0 (bonus) - como o FAP incide sobre a aJíquota de contribuícáo de urn, dois ou tres por cento, destinada
ao financiamento do beneficio de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, reduzindo-a em até cinquenta por cento, ou
aumentando-a, em até cem por cento, ou seja, o FAP deve variar entre 0,5 e 2,0 (estabelecido na Leí n. 10.666, de 8 de
maio de 2003). A aplicacáo da fórmula do IC resulta em valores entre O e 2, entáo a faixa de bonificacáo (bonus = IC <
1,0) deve ser ajustada para que o FAP esteja contido em intervalo compreendido entre 0,5 e 1,0. Este ajuste é possível
mediante a aplicacáo da fórmula para interpolacáo:

FAP = 0,5 + 0,5 x IC

Para o exemplo citado de cálculo de IC o valor do FAP seria:

Corno IC = 0,9920 (IC < 1), FAP = 0,5 + 0,5 x IC = 0,5 + 0,5 x 0,9920 = 0,5 + 0,4960 = 0,9960.

A partir do processamento do FAP 2010, vigencia 2011, nao será aplicada a regra de interpolacáo para JC < 1,0 (bonus).

Permaneceu o cálculo incorreto para o FAP vigente em 2010, e a matéria precisa ser levada a
análise do Judiciário, com possibilidade de a empresa recuperar o excesso pago a título do SAT, mas
com observancia da prescricáo quinquenal.
,
Desde 2011, o resultado do Indice Cornposto equivale ao FAP, sem qualquer aplicacáo de
fórmula adicional. Havendo a trava em razáo de morte e invalidez, e nao conseguindo a empresa
afastá-la, o FAP utilizado deverá ser o de resultado neutro, ou seja, l.

12.1.4. Ausencia de cálculo para CNAE com até cinco empresas, para empresas optantes
pelo SIMPLESe para entidades filantrópicas

Determina a Resolucáo CNPS n. 1.316/2010 que o FAP nao será calculado quando na subclasse
CNAE existir número igual ou inferior a cinco empresas, assim como também para empresas optantes
pelo SIMPLES e entidades filantrópicas.
Define, poís, a aplicacáo do FAP neutro (1), sem acréscimo ou reducáo na alíquota original do
SAT. Eis o trecho pertinente:
O principio de distribuicáo de bonus e malus para empresas contidas em urna SubClasse CNAE que apresente
quantidade de empresas igual ou inferior a 5 fica prejudicado. Nos casos de empresas enquadradas em SubClasse
CNAE contendo número igual ou inferior a 5 empresas o FAP será por definicáo igual a 1,0000, ou seja, um FAP
neutro. Empresas Optantes pelo Simples e Entidades Filantrópicas tedio, por definicáo, FAP = 1,0000, ou seja, um
FAP neutro.

Entendo que a Lei n. 10.666/2003, ern seu art. 10, nao traz essa limitacáo e que a ausencia do
cálculo do FAP pode prejudicar as empresas com baixa acidentalidade, que, conforme o dispositivo
legal, teriam direito ao desconto na alíquota do SAT.
Também deveria ser calculado (ainda que nao aplicado) as empresas filantrópicas com isencáo
porque essa condicáo (de isencáo) nao é permanente e pode ser retirada a qualquer momento se nao
cumpridas as formalidades legais.
Assim, aqueles que forem prejudicados em face das disposicóes da Resolucáo CNPS n. 1.316/2010
devem ingressar com a~ao judicial questionando o abuso do poder regulamentar, já que urna resolucáo
administrativa nao poderia trazer restricóes nao previstas pelo legislador ordinário.

202
12.1.5. Recusa expressa quanto a correcáo de erros

A Resolucáo CNPS n. 1.316/2010 traz, também, outra regra que nao pode, de forma alguma,
prevalecer. Determina que o FAP é calculado com base em informacóes obtidas em uma data específica
e que, se existente algum erro, a correcáo será efetuada semente na apuracáo do FAP seguinte (já que
um mesmo dado é utilizado para o cálculo do FAP de dois anos seguidos). Confira-se:
O FAP calculado anualmente a partir das informacóes e cadastros lid os em data específica. Todos os acertos de informacóes
é

e cadastro ocorridos após o processamento seráo considerados, exclusivamente, no processamento seguinte.


Ocorrendo problemas de inforrnacóes e cadastro que irnpossibilitem o cálcuJo do FAP para uma empresa, o valor FAP
atribuído será igual a 1,0000. Se no processamento anual seguinte do FAP for averiguado problema que impossibilite,
novamente, o cálculo do FAP será atribuído valor igual a 1,5000. A partir do terceiro processamento consecutivo com
impossibilidade de cálculo do FAP por problemas de informacóes e cadastro a empresa terá valor FAP atribuído igual
a 2,0000. Ao efetuar a correcáo que impedía o processamento, a empresa terá o seu FAP calculado normalmente no
ano seguínte a correcáo,

Ocorre que o FAP é parte integrante do tributo SAT, que, por sua vez, deve ser calculado com
dados exatos e sem erros. Nao pode o Poder Executivo informar que os erros por ele cometidos,
ainda que ocasionem excesso do tributo a ser pago, somente seráo corrigídos no exercício seguinte.
Se aplicado tal entendimento pelo Ministério da Previdéncia Social, cabe a empresa prejudicada
o ingresso de acáo judicial para correcáo do erro apontado e consequente recálculo do FAP, com
recuperacáo do excesso de tributo pago (por meio de restituicáo ou compensacáo), observada a
prescricáo quinquenal.

12.1.6. Defesa e recurso na esfera administrativa - efeito suspensivo

O Decreto n. 6.957/2009,ao promover alteracóes no Decreto n. 3.048/99 para nele inserir as regras
de cálculo do FAP e sua aplicacáo, conferiu competencia ao Conselho de Recursos da Previdéncia
Social (CRPS) para decidir sobre as controvérsias existentes, assim passando a dispor o inciso Ido 1º
do art. 303 e também o art. 305 do referido regulamento.
Nao obstante, ainda em 2009 houve a publicacáo da Portaria Interministerial MPS/MF n. 329
(DOU de 11.12.2009) determinando que o FAP poderia ser contestado, mas perante o Departamento
de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional do próprio Ministério da Previdéncia Social. Ou
seja, o mesmo órgáo calcula e decide se corrige, ou nao, os erros apontados. Eis o teor do referido
documento normativo:
Art. 1° O FAP atribuído pelo Ministerio da Previdéncia Social - MPS poderá ser contestado perante o Departamento
de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional daquele Ministerio, no prazo de 30 (trinta) días, contado da publicacáo
desta Portaría, por razóes que versem sobre possíveis divergencias dos elementos previdenciários que compóem o
cálculo do Fator.
§ 1 Q O julgamento da contestacáo, que terá caráter terminativo no ámbito administrativo, observará as determinacóes
do Conselho Nacional de Previdéncia Social - CNPS, contidas nas Resolucóes n. 1308e1309, ambas de 2009.
§ 211 As contestacóes já apresentadas seráo encaminhadas ao órgáo competente e seráo julgadasna forma deste artigo.
Art. 2º O MPS disponibilizará a
empresa, mediante acesso restrito, com uso de senha pessoal, o resultado do
julgamento da contestacáo por ela apresentada na forma do art. J!!, o qua! poderá ser consultado na rede mundial de
computadores no sitio do MPS e, mediante link, no sitio da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB.
Parágrafo único. Se do julgamento da contestacáo, resultar FAP inferior ao atribuído pelo MPS e, e.m razáo dessa
reducáo, houver crédito em favor da empresa, esta poderá compensá-lo na forma da legislacáo tributaria aplicável.
Art. 3º O MPS disponibilizará a RFB o resultado do julgamento da contestacáo apresentada pela empresa na forma
do art. Jí1.

É certo que urna portaria é ato hierarquicamente inferior a um Decreto e que nao poderia alterar
a competencia que fora atribuída ao CRPS ( órgáo composto pelo governo e por representantes dos
trabalhadores e das empresas).

203
Para solucionar a questáo, em 04.03.2010 houve a publícacáo do Decreto n. 7.126, retirando
do CRPS essa competencia, com nova alteracáo dos arts. 303 e 305 do Decreto n. 3.048/99 e com
informacáo expressa de que os processos administrativos já existentes deveriam ser encaminhados
ao Departamento de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional. Confira-se, sobre o terna, a redacáo
do art. 3Q do Decreto n. 7.126/2010:
Art. 311 As alteracóes introduzidas por este Decreto no Regulamento da Previdéncia Social, aprovado pelo Decreto
n. 3.048, de 1999, aplicam-se aos processos administrativos em curso na data de sua publicacáo.
Parágrafo único. Os processos administrativos em curso deveráo ser encaminhados ao Departamento de Políticas de Saúde
e Seguranca Ocupacional da Secretaria de Políticas de Previdéncia Social do Ministerio da Previdéncia Social.

Passou a disciplinar sobre a defesa administrativa do FAP o art. 202-B do Decreto n. 3.048/99
(incluído pelo Decreto n. 7.126/2010), coma seguinte redacáo:
Art. 202-B. O FAP atribuído as empresas pelo Ministério da Previdéncia Social poderá ser contestado perante o
Departamento de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional da Secretaria Políticas de Previdéncia Social do
Ministério da Previdéncia Social, no prazo de trinta días da sua divulgacáo oficial.
§ 12 A contestacáo de que trata o caput deverá versar, exclusivamente, sobre razóes relativas a divergencias quanto aos
elernentos previdenciários que compóern o cálculo do FAP.
§ 22 Da decisáo proferida pelo Departamento de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional, caberá recurso, no
prazo de trinta dias da intimacáo da deciséo, para a Secretaria de Políticas de Previdéncia Social, que examinará a
materia em caráter terminativo.
§ 32 O processo administrativo de que trata este artigo tem efeito suspensivo.

Do regramento disposto cabe destacar que a defesa/contestacáo deve abordar semente


divergencias quanto aos elementos previdenciários que cornpóem o cálculo do FAP, nao sendo
permitido questionar sobre eventuais inconstitucionalidades ou ilegalidades visualizadas nos
procedimentos adotados.
Anualmente, o Ministério da Previdéncia Social publica uma portada especificando claramente
o prazo para interposicáo da contestacáo, que, desde 2011, é efetuada por meio eletróníco. Vía
de regra o extrato é divulgado em 30 de setembro de cada ano, e o prazo para apresentacáo da
contestacáo tem início em novembro. A empresa possui o mes de outubro, portanto, para conferir
todos os elementos de cálculo que constam em seu extrato e identificar eventuais divergencias que
possam ser questionadas administrativamente.
Urna vez transmitida a contestacáo, tem inicio o processo administrativo, que garante a empresa
o efeito suspensivo, conforme§ 3Q do art. 202-B, supra. Ou seja, a empresa nao se encontra obrigada a
aplicar eventual acréscimo do FAP enquanto nao proferida a resposta pelo Departamento de Políticas
de Saúde e Seguranca Ocupacional.
Exemplo:
Alíquota básica do SAT: 3%
FAP: 1,6890
SAT ajustado: 5,0670%
FAP que pode ser aplicado, em razáo do efeito suspensivo: 1,0000
SAT que pode ser aplicado: 3o/o

Havendo recurso para a Secretaria de Políticas da Previdéncia Social (sobre a resposta proferida
pelo DPSSO), o processo administrativo ainda estará em curso, mantendo o efeito suspensivo até a
decisáo final proferida.
Nao há, na legislacáo de regencia do FAP, qualquer mencáo sobre o prazo de resposta para
a contestacáo (pelo DPSSO) ou para o recurso (pela Secretaria de Políticas da Previdéncia Social).

204
Caberiam, entáo, perfeitamente as dísposícóes da Lein. 9.784/99 (que regula o processo administrativo
no ámbito da Administracáo Pública Federal), que preve prazo de trinta días. Confiram-se os
dispositivos pertinentes:
Art. 49. Concluida a instrucáo de processo administrativo, a Administracáo temo prazo de até trinta dias para decidir,
salvo prorrogacáo por igual período expressamente motivada.
[... )
Art. 59. Salvo disposicáo legal específica, é de dez días o prazo para interposicáo de recurso administrativo, contado
a partir da ciencia ou divulgacáo oficial da decísáo recorrida.
§ 1º Quando a lei nao fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta
días, a partir do recebimento dos autos pelo órgáo competente.
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explicita.

No entanto, por analogía as disposicóes da Lei n. 11.457/2007, que trata dos processos em
trámite na Receita Federal, alguns juízes tém entendido pela aplicacáo do prazo de 360 días, já que,
nao obstante seja o processo decidido pelo Ministério da Previdéncia Social, afeta interesse dos
contribuintes. É a redacáo do art. 24 da Lei n. 11.457/2007 a seguinte:
Art. 24. É obrigatório que seja proferida decísáo administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a
contar do protocolo de peticóes, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.

De toda forma, a inexistencia da contestacáo e/ou do recurso administrativo nao retira da empresa
o direito de postular judicialmente pelas inconstitucionalidades ou ilegalidades do FAP, tampouco
pela correcáo dos erros existentes no cálculo. Quanto as inconstitucionalidades e ilegalidades, como
já mencionado, sequer é possível discutí-las administrativamente, e quanto aos erros cometidos
pela Uniáo, pauta-se o direito no art. 5º, XXXVda CF/88, que estabelece que "a lei nao excluirá da
apreciacáo do Poder Judiciário lesáo ou ameaca a direito".
O interesse de agir, no caso, já se encontra presente no próprio Extrato FAP divulgado coro
dados incorretos. Todos os seus aspectos (utilidade, adequacáo e necessidade) restam evidenciados,
já que o resultado do FAP integra o cálculo do tributo SAT e já que a Constituicáo Federal abriga a
administracáo pública o dever de eficiencia.
A mera existencia do erro e o impacto no tributo a ser pago legitimam a empresa ao ingresso da
acáo judicial, nao sendo necessária a apresentacáo de contestacáo administrativa e, menos ainda, o
exaurirnento dessa via.
Por fim, mister se faz urna abordagem sobre o efeito suspensivo de que usufrui a defesa e o
recurso na esfera administrativa, com expressa previsáo, conforme vimos no§ 3º do art. 202-B do
Decreto n. 3.048/99:
Art. 202-B. O FAP atribuído as empresas pelo Ministerio da Previdéncia Social poderá ser contestado perante o
Departamento de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional da Secretaria Políticas de Prevídéncia Social do
Ministério da Previdéncia Social, no prazo de trinta dias da sua divulgacáo oficial.
[ ... )
§ 3Q O processo administrativo de que trata este artigo tem efeito suspensivo.
Observe-se que o regulamento discursa na linha do que preve o inciso III do art. 151 do Código
Tributário Nacional, que igualmente transcrevo:
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
[... )
III - as reclamacóes e os recursos, nos tennos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
[... )

Urna vez interposta a contestacáo administrativa (e, se foro caso, também o recurso da decisáo
obtida), suspensa está a exigibilidade do acréscimo trazido pelo FAP ao tributo SAT, ou seja, pode a
empresa, se assim desejar, aplicar o FAPneutro (1) sobre a alíquota básica (1%,2°/o ou3°/o), até que seja

205
proferida decisáo sobre os questionamentos efetuados. E, no curso desse processo administrativo,
nao pode a Uniáo iniciar qualquer procedimento de cobranca desse acréscimo, inscrever a <lívida
como ativa ou recusar-se a emissáo da Certidáo Positiva de Débitos com Efeito de Negativa (CPD-
EN).
Proferida a decisáo e dela nao sendo interposto novo recurso na esfera administrativa, <leve a
e1npresa efetuar o pagamento do montante devido no prazo máximo de trinta dias, conforme regra
do art. 160 do CTN:
Art. 160. Quando a legislacáo tributária nao fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias
depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lancamento.

A questáo passível de debate refere-se a ausencia de juros e multa (decorrentes da mora).


Utilizando-se do efeito suspensivo, a e1npresa nao terá efetuado o pagamento do acréscimo do FAP
(crédito tributário) e, ao final da discussáo administrativa, se nao obteve éxito na totalidade de seus
argumentos, deverá pagar a quantia devida no prazo de trinta días ou ingressar com acáo judicial
para reconhecimento de seu direito e depositar judicialmente a quantia, e isso é certo.
Ocorre que a Receita Federal e o Ministério da Previdéncia Social possuem entendimento de que
o pagamento da quantia devida, após o término da discussáo administrativa, <leve mesmo ocorrer
em trinta días, mas com incidencia de multa e juros de mora, desde a cornpeténcia original (inclusive
durante o prazo de suspensáo), conforme orientacáo que consta da página eletrónica do MPS: <http://
www.previdencia.gov.br/arquivos/office/1_121022-153000-821.pdf.>
Para a Receita e o MPS, portante, a única forma de a empresa evitar a incidencia de multa e juros
de mora é o pagamento integral do tributo exigido (SAT x FAP divulgado no Extrato), com posterior
direito de compensacáo ou restituicáo caso seja vencedora em algum de seus argumentos e que esse
éxito importe em reducáo do FAP.
Nao é o meu entendimento. Note-se que a mora caracteriza-se, nos termos do art. 394 do Código
Civil, pela ausencia do pagamento no tempo, lugar e forma previstos na legíslacáo. Ou seja, certo o
tributo este <leve ser pago regularmente pelo contribuinte, e no caso específico do SAT, o vencimento
se dá no dia 20 da competencia subsequente.
Se o tributo nao está correto e se o fato é questionado administrativamente, <leve o órgáo
competente proferir a decisáo de mérito e nao pode o contribuinte ser penalizado (com juros e multa)
pela demora dessa análise e julgarnento.
E1n se tratando do FAP, ternos defesas protocoladas junto ao DPSO ainda no ano de 2010 e que
até a presente data nao obtiveram decisáo. Observe-se que o prazo de trinta dias da Leí n. 9.784/99 já
foi largamente ultrapassado, assim como o prazo de 360 días da Leí n. 11.457/2007. Corno pretender,
pois, que o contribuinte arque com as consequéncias de urna mora para a qual nao deu causa?
Pretender que o contribuinte pague o montante exigido no prazo de trinta días, mas corn inci-
dencia de juros e multa aplicados inclusive durante a suspensáo de exigibilidade, é corno cercear-lhe
o direito de discussáo, aplicando-lhe sancáo por urna demora do próprio órgáo julgador. É a Uniáo
beneficiar-se da própria torpeza, lucrando grandiosamente com o nao cumprimento dos prazos legais
para as decisóes administrativas.
Nao se pode admitir, pois, que o contribuinte, ao exercer o direito que lhe foi conferido pelo
art. 151, III, do CTN e pelo art. 202-B do Decreto n. 3.048/99 (utilizar-se do efeito suspensivo) seja
considerado em mora. Este também foi o entendimento demonstrado pelo TRF da 3ª Regiáo no
Processo 00215548320114030000/SP -Al21554 - lªTurma, de relatoría do desembargador Johonson
Di Salvo (DJ de 8.10.2012):
PROCESSUAL CIVIL - MANDADO DE SEGURAN<;A - SENTEN<;A QUE HOMOLOGOU PEDIDO DE
DESISTÉNCIA - AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÁO QUE DEFERID O LEVANTAMENTO DOS

206
VALORES DEPOSITADOS - ART. 202-B DO DECRETO DECRETO N. 3.048/1999, ACRESCIDO PELO ART. 2° DO
DECRETO N. 7.126/2010 - RECURSO IMPROVIDO. l. A ac;ao oríginária refere-se a mandado de seguranc;a em que a
impetrante objetiva a suspensáo da exigibilidade dos valores devidos a título de RAT na parte que decorre da aplicacáo
do FAP, em razáo da contestacáo administrativa apresentada; a impetrante depositou o valor da contribuicáo em
debate, relativo ao rnés de fevereiro de 2010, para que fosse suspensa a sua exigibilidade nos tennos do art. 151, II,
do CTN. 2. Di.ante do Decreto n. 7.126/2010, que conferiu efeito suspensivo a todas as contestacóes administrativas
do FAP, a impetrante requereu a desistencia do feíto e o levantamento do depósito efetuado. 3. Após o transito em
julgado da sentenca que homologou o pedido de desistencia da impetrante, foi deferido o levantamento dos valores
depositados, sendo esta a decísáo agravada. 4. Após a impetracáo passou a víger o Decreto n. 7.126, de 3 de marco
de 2010, que deu nova redacáo ao Regulamento da Previdéncia Social, atribuindo efeito suspensivo aos processos
administrativos que contestam o FAP perante o Departamento de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional da
Secretaria Políticas de Previdéncia Social do Ministério da Previdéncia Social. 5. A nova sítuacáo fática decorrente da
referida alteracáo normativa implicou na perda do objeto do mandado de seguranc;a, urna vez que a insurgencia
posta na esfera administrativa pelo contribuinte evita que o mesmo suporte as agruras da mora, além de devolver
a Administracáo Pública a apreciacáo das teses de fundo manejadas contra o FAP, pelo que a impetrante requereu
a desistencia do feito. 6. Assim, a impetrante faz jus ao levantamento do valor depositado haja vista o tránsito em
julgado da sentenca que homologou a desistencia. 7. Agravo de instrumento a que se nega provimento.

Também servem como fundamento as disposicóes do § 29 do art. 161 do CTN, que determinam
a nao aplicacáo dos juros de mora quando o devedor formula consulta dentro do prazo legal para
pagamento do crédito, estando (a consulta) ainda pendente de decisáo. Ora, se a consulta, que nao é

causa de suspensáo da exigibilidade do tributo, serve a nao incidencia dos juros de mora, mais ainda
se justifica a nao aplicacáo dos juros quando da existencia de defesa ou recurso administrativos
ainda pendentes de resposta.
Cornpreendo, pois, que a suspensáo abarca toda a obrigacáo principal, nesse conceito compre-
endido o próprio tributo ou as penalidades pecuniárias (CTN, art. 113), incluindo-se nesse último
conceito a multa e os juros de mora.
A materia específica do efeito suspensivo conferido ao FAP, contudo, ainda nao foi objeto
de muitas decis6es judiciais e nao há como afirmar, por enquanto, que existe um posicionamento
jurisprudencial neste ou neutro sentido. Assim, e caso a empresa opte por nao correr, absolutamente,
qualquer risco nesse sentido, recomendo o pagamento do FAP integral, conforme divulgado no
Extrato, coro posterior compensacáo ou restituicáo quando do éxito da defesa protocolada.

12.2. lnconstitucionalidades

Nao obstante ser interessante e, numa primeira análise, até mesmo justa a ideia trazida pelo
art. 10 da Leí n. 10.666/2003 no sentido de bonificar com descanto de até 50% no tributo SAT as
empresas que apresentarem baixa acidentalidade e penalizar com aumento de até 100% aquelas que,
ao contrário, tiverem alta acidentalidade, entendo que a delegacáo das regras ao Poder Executivo,
em sua totalidade, feriu frontalmente a Constituicáo Federal, assim como ocorreu com a própria
metodología inerente ao FAP - Fator Acidentário de Prevencáo.
Sobre a maior parte dessas inconstitucionalidades já tive a oportunidade de expressar meu
posicionamento na obra intitulada Fator Acidentário de Preoencdo (FAP), publicada pela Juruá Editora
em 2010, na qual figuro como coautora. Passados todos esses anos, ainda mantenho os mesmos
entendimentos, com acréscimo de outros adquiridos pela prática cotidiana, conforme especifico, com
mais detalhes, nos subitens que seguem.

12.2.1. Princípio da legalidade

O princípio da legalidade encentra-se expresso na Constituicáo Federal, em seu art. 5º, inciso
II, sendo aplicado a todos os ramos do Direito, no sentido de que "ninguém será abrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa sena o em virtude de leí".

207
No ámbito do Oireito Tributário, o legislador constituinte conferiu especial importancia a
esse princípio, posto que determinou claramente no art. 150, inciso I, ser absolutamente vedado
a Uniáo, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios "exigir ou aumentar tributo sem lei
que o estabeleca".
Trata-se de lei ern sentido estrito, ou seja, lei ordinária, excepcionalmente lei complementar ou, ainda,
Medida Provisória nos casos autorizados pela Carta Constitucional. Assim o é porque cuidou de especi-
ficar no art. 150 a necessidade da lei, e na própria CF/88 o legislador expressou as situacóes excepcionais
em que o tributo pode ser majorado por meio de Decreto como, por exemplo, nas sítuacóes descritas no
art. 153, § 12, no art. 155, § 42, inciso N, e também no art. 177, § 42, inciso I, alinea b.
Igualmente exige a previsáo em lei os arts. 32 e 97 do Código Tributário Nacional, sendo suas
redacóes as seguintes (destaques meus):
Art, 3Q Tributo é toda prestacáo pecuniaria compulsória, en1 moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que nao
constitua sancáo de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada."
[ ... J
Art. 97. Semente a lei pode estabelecer:
I - a instituicáo de tributos, ou a sua extincáo:
II - a majoracáo de tributos, ou sua reducáo, ressalvado o disposto nos arts. 21, 26, 39, 57 e 65;
Uf - a definicáo do fato gerador da obrigacáo tributaria principal, ressalvado O disposto 110inciso1do§32 do art. 52,
e do seu sujeito passivo:
IV - a fíxacéo de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos arts. 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominacáo de penalidades para as acóes ou ornissóes contrarias a seus dispositivos, ou para outras infracóes
nela definidas;
VI - as hipó teses de exclusáo, suspensáo e extincáo de créditos tributários, ou de dispensa ou redu"ªº de penalidades.
§ 12 Equipara-se a majoracáo do tributo a modificacáo da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 22 Nao constitui majoracáo de tributo, para os fins do disposto no inciso II <leste artigo, a atualizacáo do valor
monetário da respectiva base de cálculo.
Tenho, pois, que a legalidade tributária semente estará respeitada se a instituicáo ou a majoracáo
do tributo decorrer de lei em sentido estrito e se em seu conteúdo for possível extrainnos todos os
elementos de urna obrigacáo tributaria. ou seja, hipótese material, espacial e temporal, bem como
sujeicáo passiva, quantificacáo, alíquotas e base de cálculo, conforme se pode depreender do art. 142,
caput, do CTN:
Art. 142. Compete privativamente a autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lancamento,
assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorréncia do fato gerador da obrigacáo
correspondente, determinar a materia tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passívo
e, sendo caso, propor a aplicacáo da penalidade cabível.
[... ]

Pela regra disposta, a lei define todos os elementos, e a autoridade administrativa cabe apenas
a constituicáo do crédito. Mesma interpretacáo pode ser conferida no art. 99 do CTN, que restringe o
poder dos Decretos a mera regulamentacáo, conforme segue:
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em funcáo das quais sejam expedidos,
determinados corn observancia das regras de interpretacáo estabelecidas nesta Leí.
Urna lei que nao permite ao contribuinte identificar sequer se terá reducáo ou majoracáo de
seu tributo, e tampouco quais os elementos seráo considerados nesse cálculo, <leve ser declarada
inconstitucional, sendo o que ocorre no caso em tela, ao se tratar do FAP.
Note-se que lendo tao semente as disposícóes do art. 10 da Lei n. 10.666/2003, o contribuinte
nao consegue identificar com precisáo a alíquota que lhe será imposta mesmo que possua urna única
ocorréncia acidentária. Sao 15.001 possibilidades de alíquota, e a metodología a ser adotada nao é
identificada. Confira-se:

208
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, doís ou tres por cerito. destinada ao financiamento do beneficio de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos emrazáo do grau de incidencia de incapacidade labora tiva decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, ern até cinquenta poI cerito, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conforrnidade corn os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social. (Grifos nossos.)
Informar meramente que no cálculo seráo considerados os índices de frequéncia, gravidade e
custo nao é informar os elementos básicos necessários ao cálculo do tributo, porque, a variar do peso
conferido pelo Executivo a cada um desses componentes, o tributo pode ser majorado ou reduzido.
Tampouco possui o contribuinte seguran<;a jurídica, porque as ocorréncias a serem consideradas sao
variáveis, de livre escolha do Poder Executivo (insercáo de acidentes de trajeto; insercáo de nexos
presumidos, sem investigacáo do nexo causal; insercáo de ocorréncias sem afastamento e que nao
geraram benefício previdenciário; projecáo de custo futuro para pensáo por morte, aposentadorias e
auxílio-acidente etc.).
A inseguranca jurídica é tamanha que, no ano de 2010, como já observado no subitem 12.1.3
desta obra, empresas com acidentalidade totalmente zerada (zero ocorréncia, zero benefício e zero
custo) nao usufruíram do desconto máximo de SOºk previsto na leí, o que comprova, por si, uma
absoluta incompreensáo do tributo a ser pago.
Nao se está a afirmar que a lei precisa esgotar materia normativa, mas nem tampouco se pode
afirmar que nao <leva prever elemento essencial a obrigacáo principal, ou seja, a alíquota, que <leve
ser estável e possível de ser mensurada pelo contribuinte.
No caso ero tela, tal se afigura absolutamente impossivel, já que o art. 10 traz apenas uma mera
definicáo de intervalo de alíquotas aplicáveis (sao 15.001 alíquotas possíveis, repita-se, já que o FAP
contém quatro casas decimais), Se determinada empresa pretende obter desconto em sua alíquota
SAT e questiona como <leve fazer para assim ocorrer de fato, nao obterá resposta, porque se sua
alíquota básica for de 3o/o, por exemplo, o art. 10 lhe permite conhecer que, conforme regras fixadas
em sua totalidade pelo Poder Executivo, poderá ter uma variacáo entre 1,5°/o ( desconto máximo, de
50%) e 6% (aumento máximo, de 100%).
Notória é, pois, a subtracáo da regra matriz do tributo (aspecto essencial), delegando-a para
norma de hierarquia inferior, já que todo o regramento consta somente de Decretos e Resolucóes
Normativas, atos emanados do Poder Executivo.
Comparando-se as disposicóes do art. 10, supra, com o disposto no art. 202-A do Decreto n, 3.048/99,
pode-se facilmente observar que todas as regras necessárias ao cálculo do FAP encontram-se apenas
no regulamento e foram fixadas nao pelo legislador ordinário, como determina a CF/88 e o CTN, mas
sim pelo Poder Executivo, a que1n deveria caber apenas a constituicáo dos créditos e arrecadacáo dos
valores. Eis a redacáo do artigo em comento:
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos 1a111 do art. 202 seráo reduzidas ern até cinquenta
por cerito ou aumentadas em até cem por cento, em razáo do desernpenho da empresa em
relacáo a sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidenttírío de Preuencio - FAP.
§ 12 O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo continuo de cinco décimos
(0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério
de arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado a respectiva alíquota.
§ 2° Para fins da reduoio ou majorat;iio a que se refere o caput, proceder-se-á a discriminacáo
Criacáo do índice e pesos do desempenho da en1presa, dentro da respectiva atividade económica, a partir da criaciio
utilizados (nao consta de um índice composto pelos índices de gravidade, de frequéncía e de custo que pondera
da lei)
os respectivos percentis com pesos de cinquenta por cerito, de trinta cinco por cento e de
quinze por cento, respectivamente.
§ 30 (Revogado)
§ 4Q Os índices de frequéncia, gravidade e custo seráo calculados segundo metodología
aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncía Social, levando-se em conta:

209
Elementos utilizados no I - para o índice de frequéncia, os registros de acidentes e doencas do traba\ho informados
cálculo (nao constam da ao INSS por meio de Comunicacáo de Acidente do Trabalho - CAT e de beneficios
lei) acidentários estabelecidos por nexos técnicos pela pericia médica do INSS, ainda que sem
CAT a eles vinculados;

Elementos utilizados no 11 - para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doenca, auxílio-acidente,


cálculo (nao constam da aposentadoria por invalidez e pensáo por morte, todos de natureza acidentária, aos quais
lei) sao atribuidos pesos diferentes em razáo da gravidade da ocorréncia, corno segue:

a) pensáo por morte: peso de cinquenta por cento;


b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e
e) auxílio-doenca e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada Lm1; e
III - para o índice de custo, os valores dos beneficios de natureza acidentária pagos ou
devidos pela Previdéncia Social, apurados da seguinte forma:
a) nos casos de auxílío-doenca, combase no tempo de afastamento do trabalhador, em
Elementos utilizados no meses e fracáo de mes; e
cálculo (nao constam da
lei) b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projecáo da expectativa
de sobrevida do segurado, na data de início do beneficio, a partir da tábua de mortalídade
construida pela Fundacáo Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística - IBGE para toda
a populacáo brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos.
§ 59 O Ministério da Previdéncia Social publicará anualmente, sempre no mesmo mes,
no Diário Oficial da Uniáo, os róis dos percentis de frequéncia, gravidade e custo por
Subclasse da Classificacáo Nacional de Atividades Económicas - CNAE e divulgará
na rede mundial de computadores o FAP de cada empresa, com as respectivas ordens
de frequéncia, gravidade, custo e demais elementos que possibilítem a esta verificar o
respectivo desempenho dentro da sua CNAE-Subclasse.
§ 6° (Revogado)
Período de apuracáo § 7º Para o cálculo anual do FAP, seráo utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada
(nao consta da lei) ano, até completar o período de dois anos, a partir do qua) os dados do ano inicial seráo
substituidos pelos novos dados anuais incorporados.
§ 82 Para a empresa constituída após janeiro de 2007, o FAP será calculado a partir de 12 de
janeiro do ano seguinte ao que completar dois anos de constituicáo.
§ 9u Excepcionalmente, no primeiro processamento do FAP seráo utilizados os dados de
abril de 2007 a dezembro de 2008.
§ 10. A metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social indicará a
sistemática de cálculo e a forma de aplicacáo de índices e critérios acessórios a cornposicáo
do indice composto do FAP.

O § 2Q do art. 202-A do Decreto n. 3.048/99 nao deixa dúvidas quanto a essa transferencia
de poderes porque expressa a criacáo do índice que possibilitará a reducáo ou a majoracáo pelo
Executivo. Pela importáncia do fato, e com escusas pela repeticáo, novamente transcrevo o trecho
pertinente, com meus destaques:
§ 211 Para fi.ns da reducáo ou majoracáo a que se refere o capui, proceder-se-á a discriminacáo
do desempenho da
empresa, dentro da respectiva atividade económica, a partir da criacáo de um índice composto pelos índices de
gravidade, de frequéncia e de custo que pondera os respectivos percentis com pesos de cínquenta por cerito, de trinta
cinco por cento e de quinze por cento, respectivamente.

No ámbito das Resolucóes (1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010) nao foi diferente, porque de-
terrninaram que os dados de urna empresa seriam comparados com os dados de outra e1npresa,
determinaram critérios de cálculo para situacáo de empate e instituíram travas para impedir o des-
conto previsto na lei ordinária.
Resta claro que o poder de aumentar ou reduzir o tributo foi transferido ao Poder Executivo, em
grave ofensa ao art. 97 do CTN e art. 150, I, da CF/88, bem como a seguran~a jurídica.
Assim, e por ser o FAP elemento integrante e indispensável a apuracáo do tributo SAT, deveria
vir descrito em sua integralidade na lei que o instituiu, a fim de assegurar ao cidadáo urna regra
matriz de incidencia exata (tipicidade tributária), o que nao ocorreu de fato.

210
Este é o entendimento praticado por inúmeros juízes federais, conforme ilustra a seguinte e bem
fundamentada decisáo (excertos):
18. A Constituicáo autoriza, no seu art. 195, inc. I, "a", a instituicáo de contribuicáo social sobre a folha de salários e
demais rendimentos pagos ao trabalhador.
19. No caso do SAT, o Decreto n. 3.048/99 (Regulamento da Previdéncia Social) complementa va conceitos previstos na
leí e, por isto, nao padecia de mácula. Aliás, foi exatamente este o entendimento do eg. Supremo Tribunal Federal ao
julgar o RE n. 455817 AgR/SC, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 6.9.2005, 2ª Turma, DJ 30.9.2005, cuja ementa é:
[... )
20. No precedente acima, o eg. STF entendeu que o Poder Executivo, mediante decreto, poderia estabelecer grupos de
atividades e atribuir a cada grupo urna alíquota dentre aquelas previstas na lei.
21. O que o art. 10 da Leí n. 10.666/2003 fez foi algo completamente diferente. Autorizou que o Conselho Nacional de
Previdéncia Social, por resolucáo, criasse o FAP (multiplicador das alíquotas) e, por meio de portariainterministerial,
a partil" de dados concretos, criasse o FAP individual, multiplicador que poderá acarretar a dirninuicáo ou majoracáo
das alíquotas que seráo aplicadas no ano seguinte exercício pela empresa.
[... )
25. Como se pode fácilmente constatar, a [uncáo de fixar aliquotas para cada empresa está sendo exercida agora pelo
Conselho Nacional da Previdéncia Social e nao pelo órgáo que, segundo a Constituicáo Federal, deveria fazé-lo, qual
seja, o Congresso Nacional.
26. Se aceita a constitucionalidade desta prática, o Princípio da Legalidade, cuja observancia exige manifestacáo
expressa do parlamento, se reduzirá a praticamente nada.
27. Diante do exposto, declaro incidentalmente a inconstitucionalidade das Resolucóes CNPS ns. 1.308, 1.309 e
1.316/2010 em face do art. 5°, inc. II e art. 150, inc. 1, da Constítuicáo Federal, que veiculam o Princípio da Legalidade.
[... )
28. A Lei n. 10.666/2003 estabeleceu urna delegar;ifo ao Presidente da República (para reduzir, em até cinquenta por cento,
ou aumentar, em até cem por cento, a alíquota do SAT) e uma delegafffO 110 Conselño Nacional de Preuidéncia Social (para
calcular os índices de frequéncía. gravidade e custo que seráo usados para visualizar a reducáo ou o aumento acima
citado). Veja-se a leí:
[... )
29. Já se viu nas linhas acima que, em última ratio, o exercício normativo delegado pelo CNPS é, ern termos práticos,
a delegacáo ao CNPS do poder de modifícaoio das aliquoms.
30. Ocorre que a delegar;ao para o estabelecimento de alíquotas por meio de decretos nao é aceita jurídicamente e, com
muito mais razáo nao pode se-Lo a delegaqño para o estabelecimento de alíquotas por meío de mero ato administrativo
do CNPS. Veja-se:
[... )
31. Portante, também aquí a tributacáo mediante o uso destas delegaqiJes, previstas na Leí n. 10.666/2003, para que o
cálculo das alíquotas seja fixado por meio de resoludio se choca com a Constituicáo federal, razáo pela qual declaro
incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 10 da Lei n. 10.666/2003 na parte que delega ao Conselho Nacional de
Previdéncia Socia] o poder de fixar a metodología de cálculo dos índices de frequéncia, gravidade e curso, em face do
art. 68, § l!l da Constituicáo Federal, bem assim declaro a inconstitucionalidade decorrente das Resolucóes CNPS ns.
1..308, 1.309 e 1.316/2010 em face do art. 68, § 12 da Constituicáo Federal.

(Processo 0000370.93.2010.403.6105 - 2ª Vara Federal de Sao Carlos/SP - Juiz Federal Jacimon Santos da Silva -
sentenca proferida em 27.2.2014)<139>

(139) Lamentavelmente, essa decisáo acabou sendo modificada pelo TRF da 3ª Regiao, cuja relatoria coube ao desembargador Hélio
Nogueira. O referido Tribunal entendeu que a sltuacáo é idéntica áquela julgada pelo STF no RE 343.446-2/SC. Eis o trecho pertinente:
"O mesmo raciocínio é de ser empregado com relacáo a apllcacáo do fator acidentário de prevencáo - FAP. Nao há que se talar em
inconstitucionalidade ou ilegalidade em razéo da rnajoracáo da alíquota se dar por critérios definidos em decreto. Ou seja, da mesma
forma que o STF concluiu pela constitucionalidade e legalidade da deñnicáo das alíquotas diferenciadas de 1%, 2% ou 3%, em funcáo
do grau de risco (leve, médio e grave), através de critérios definidos em decreto regulamentar, é de se concluir também pela consti-
tucionalidade e legalidade da reducáo e rnajoracáo da alíquota, de 50% a 100%, em funcáo do desempenho da empresa, conforme
critérios definidos no regulamento e medotologia apurada pelo CNPS".

211
Vale colacionar, ainda, urna decisáo do STJ, que, analisando questáo semelhante, entendeu pela
afronta ao princípio da legalidade estrita:
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI<;ÓES PARA O FUNDAF. RESSARGMENTO DOS CUSTOS
DAS ATIVIDADES EXTRAORDINÁRIAS DE FISCALIZA<;AO ALFANDEGÁRJA EM ENTREPOSTOS DE USO
PÚBLICO. NATUREZA JURÍDICA DE TAXA. ATIVIDADE TÍPICA ESTATAL. COMPULSORIEDADE. PODER DE
POLÍCIA. l. Caso em que se discute a legalidade dos valores cobrados a título de contribuicáo para o Fundo Especial
de Desenvolvimento e Aperfeicoamento das Atividades de Fiscalizacáo - FUNDAF, para ressarcimento dos custos
em razáo do exercício extraordinario de atividade de fiscalizacáo alfandegária no Porto de uso público do qua! a
recorrida é concessionária. A Fazenda Nacional defende que a exacáo tem natureza de pre\o público, ao argumento
de que seu pagamento tern por fundamento disposicóes do contrato de concessáo. 2. Nao se pode conhecer da alegada
violacáo ao art, 481, do CPC, tendo em vista que sobre tal norma nao houve emissáo de juízo pelo acórdáo recorrido,
tampouco foram opostos embargos declaratórios para suprir tal omissáo, o que atrai a aplicacáo da Súmula n. 282/
STF. 3. Os valores cobrados tém natureza de taxa, rendo em vista que o seu pagamento é compulsorio e decorre do
exercício regular de típico poder de policía, conforme se afere do art. 22, do Decreto-leí n. 1.455/76. 4. Nao havendo
definicáo dos elementos constitutivos do tributo em lei, mas em atos regulamentares da Receita Federal, inexigível
sua cobranca, ern atencáo ao Princípio da Legalidade Estrita. 5. Recurso Especial conhecido parcialmente e, nessa
extensáo, nao provido. (STJ - REsp 1275858/DF - 1~ Turma - Relator Ministro Benedito Concalves - Dje de
26.9.2013)

Do voto é possível extrair o seguinte - e elucidativo - trecho:


[ ... ]Man ti da a conclusa o a respeito da na tu reza jurídica de taxa da contribuicáo paga pela ora recorrida, nao há dúvidas
de que está sujeita as limitacóes constltucionais ao poder de tributar, dentre as quais, o Principio da Legalidade
Estrita, previsto no art, 150, I, da Constituicáo Federal e no art. 97, do CTN, de sorte que na norma instituidora do
tributo, devern constar todos os aspectos da tipicidade tributária (aspecto material - fato gerador, aspecto pessoal -
sujeito passivo, aspecto especial, aspecto temporal e aspecto quantitativo - base de cálculo e alíquotas).
A esse respeito, nao merece reparos a conclusáo do acórdáo recorrido, no sentido de que a taxa em questáo nao
pode ser exigida, em razáo de sua desconformidade com o referido Princípio da Legalidade Estrita, tendo em vista
que os seus elementos constitutivos estáo previstos nao em leí, mas em atos regulamentares da Receita Federal, por
forca indevida de delegacáo de competencia prevista no Decreto-leí n. 1.455/78 e no Decreto n. 91.030/85, os quais
nao subsistem, por forca do disposto no art. 25 do ADCT, o qua) expressamente revogou os dispositivos legais que
delegavam a órgáo do Poder Executivo competencia constitucional referente a "acáo normativa".
Dessa forma, nao havendo base legal para a cobranca da exacáo, há que se reconhecer a sua inexigibilidade e, por
consequéncia, o direito da recorrida de ser ressarcida das quantias indevidamente pagas a título do referido tributo.

No entanto, tal posicionamento nao vem sendo mantido pelos Tribunais Regionais Federais,
que, sem muito adentrar no mérito/ limitam-se a afirmar pela inexistencia de inconstitu.cíonalidade
quanto a Lei n, 10.666/2003. Confira-se o seguinte julgado:
, -
TRIBUTARIO. CONTRIBUI<;AO SOCIAL. RISCOS AMBIENTAIS DO TRABALHO - RAT. ART. 10 DA LEI N.
10.666/03. FATOR ACIDENTÁRTO DE PREVEN<;ÁO - FAP. l. Nao há violacáo a legalidade tributaria (art. 150,
I, da CF e art. 97 do CTN), pois os elementos essenciais a cobranca do tributo encontram-se previstos nas Leis ns.
8.212/91e10.666/03. 2. Tambérn nao se verifica inconstitucionalidade no art. 10 da Lei n.10.666/03, na medida em que
nao delegou a fixacáo da alíquota Qá fixada pelo art. 22, II, da Leí n. 8.212/91), mas apenas estabeleceu a metodología
para a aplicacáo do FAP. 3. O citado art.10 da Lei n. 10.666/03 expresso ao dispor que o FAP, que estabelece a
é

reducáo de até 50% (cínquenta por cento) ou a majoracáo da alíquota da Contribuicáo/Rá'I' em até 100o/o (cem por
cerito), será apurado de acordo com os índices de frequéncia, gravidade e custo, segundo a metodología aprovada
pelo Conselho Nacional da Previdéncia Social. 4. O Decreto n. 6.957/09 concretizou as condicóes já estabelecidas em
lei, nao extrapolando os limites legais impostes. 5. Como decidiu a Corte Especial do Tribunal Regional Federal da
4~ Regiáo na Arguicáo de Inconstitucionalidade na AC n, 5007417-47-2012.404.0000: E constitucional a reducáo ou
aumento das alíquotas da contribuicáo social destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos beneficios
por incapacidade laboral decorrentes dos riscos ambientáis do trabalho, na forma determinada pelo art. 10 da Lei
n. 10.666, de 2003.? 6. Apelacáo desprovida. (TRF 2ª Regiáo - AC 201050010085477 - Relator Desembargador
Theophilo Miguel - 3~ Turma Especializada - DJF2R de 19.12.2014).

Mantenho o entendí mento de que o art. 10 da Lei n. 10.666/2003 feriu os dispositivos constitucionais
mencionados neste subitem e que sao pertinentes ao princípio da legalidade, especialmente o inciso
Ido art. 150, bem como as regras dispostas nos arts 32 e 97 do Código Tributário Nacional, porque
subtraiu da regra matriz do tributo aspecto essencial, delegando-o para urna norma hierarquicamente
inferior, o que fez no momento em que vincu1ou a alíquota a um fator infralegal, variável. Também
porque indicou apuracáo de tributo de forma totalmente discricionária pela autoridade administrativa,
que passou a ter o poder de aumentar e reduzir tributo, ferindo a seguran<;a jurídica.

212
Igualmente inconstitucional deve ser declarado o art. 202-A do Decreto n. 3.048/99 e as Resolucóes
CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010, porque criaram critério de metodologia para aumento
ou reducáo de tributo, usurpando poderes que a Constituicáo Federal expressa e claramente outorgou
somente a Lei, conforme arts. 5º, II e 150, I, assim como arts. 97, II e 99 do CTN.
E nao entendo ser aplicável aqui o já decidido pelo STF no RE 343.446 sobre o SAT, que inclusive
comentei no subitem 11.4 desta obra. A Lei n. 8.212/91 fixou as alíquotas básicas e determinou
claramente a quem deveriam ser aplicadas (1 o/o para o risco leve; 2% para risco médio e 3o/o para risco
grave), e apenas os critérios de afericáo desse risco por atividade económica preponderante é que
couberam ao regulamento, por Decreto, razáo pela qual decidiu o STF pela constitucionalidade, sem
ofensa a legalidade tributária:
[... ]Finalmente, esclareca-se que as leis em aprec;o definem, bem como registrou a Ministra Ellen Grade, no voto, em
que se embasa o acórdáo, "satisfatoriamente todos os elementos capazes de fazer nascer urna obrigacáo tributaria
válida". O fato de a lei deixar para o regulamento a complementacáo dos conceitos de "atividade preponderante" e
"grau de risco leve, médio ou grave" nao implica ofensa ao principio da legalidade tributária, C.F. art. 150, l.
Na verdade, tanto a base de cálculo, que Geraldo Ataliba denomina de base imponível, quanto 'outro critério
quantitativo que - combinado com a base imponível - permita a fixacáo do débito tributario, decorrente de cada
fato imponível' devem ser estabelecidos pela leí. Esse critério quantitativo é a alíquota. (ATALIBA, Geraldo. Hipóteses
de incidencia tributária. 3. ed., p. 106/107).
E1n certos casos, entretanto, a aplicacáo da leí, no caso concreto, exige a afericáo de dados e elementos. Nesses casos,
a leí, fixando parámetros e padróes, cornete ao regulamento essa afericáo. Nao há falar, em casos assim, em delegacáo
pura, que é ofensiva ao principio da legalidade genérica (C.F., art. 5!), 11) e da Iegalidade tributária (C.F., art. 150, 1).

A Lei n. 10.666/2003, em seu art. 10, limitou-se a informar que o desconto poderia chegar a 50º/o e a
majoracáo a 100%, conforme frequéncia, gravidade e custo dos acidentes de trabalho. Nao há qualquer
fixacáo de parámetros ou padrees, todos delegados ao Poder Executivo (decretos e resolucóes), tanto
que, pela simples leitura da Lei n. 8.212/91, urna empresa sabe que, se sua atividade económica
apresentar baixa acidentalidade, estará enquadrada no risco leve corn alíquota de 1 %, e pela simples
leitura da Lei n. 10.666/2003 é impossível conhecer se terá desconto ou aumento de alíquota, ainda
que tenha ern seus registros urna única ocorréncía acidentária no período de apuracáo. Tampouco
conhece o contribuinte quais os elementos que seráo utilizados na composicáo desse cálculo e qual o
peso desses elementos, ficando a mercé da vontade do Executivo, como inclusive ocorreu quando da
alteracáo da metodologia iniciahnente criada (Resolucáo CNPS n. 1.236/2004, alterada com prejuízo
para os contribuintes pela Resolucáo CNPS n. 1.308/2009).
Registro, por fim, que a matéria está para ser decidida pelo STF no RE 677.725/RS<140> (tema 554,
com repercussáo geral inicialmente reconhecida), sob relatoria do Ministro Luiz Fux. Outros processos
que tramitam naquela corte também questionam a referida inconstitucionalidade, a exemplo do RE
684.261 e do RE 677.729 (ambos de relatoría do ministro Luiz Fux) e das ADI 4.660 e 4.397 (ambas de
relatoria do ministro Dias Toffoli).

12.2.2. Princípios da isonomia e da equidade

A igualdade de direitos, prevista na Constituicáo Federal de 1988 nos arts. 5º, caput, e 150, II, é
fundamento elementar do Estado de Direito Democrático, sendo vedado instituir tratamento desigual
entre contribuintes que se encontrem em situacáo equivalente, bem como instituir tratamento igual
áqueles nao equivalentes.

(140) Trata-se do tema 554 da Repercussáo Geral onde constava como paradigma o RE 684.261/PR, também de relatoria do ministro
Luiz Fux. No entanto, quando iniciada a sessáo de julgamento em 03.12.2014, foi suscitada preliminar pelo nao conhecimento do
recurso (ausencia da preliminar de repercussáo geral) por parte do ministro Marco Aurélío, acompanhado pelos ministros Teori
Zavascki, Rosa Weber e Cármen Lúcia. Já o relator, ministro Luiz Fux, assim como os ministros Roberto Barroso, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski, conhecia do recurso e, ante o embate, solicitou o ministro Luiz Fux o adiamento. Optou o relator, no caso, e em
decisáo publicada em 10.04.2015, por substituir o paradigma do tema 554 pelo RE 677. 725.

213
Art. 5° Todos sao iguais perante a leí, sem distincáo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a seguranca e a
propriedade, nos tennos seguíntes:

[... ]
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantías asseguradas ao contribuinte, é vedado a Uniáo, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municipios:

[... ]

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situacáo equivalente, proibida qualquer
distincáo em razáo de ocupacáo profissional ou funcáo por eles exercida, independentemente da denominacáo
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

[... ]

No ámbito da Seguridade Social (onde encentra-se inserida a contribuicáo destinada ao SAT,ora


flexibilizada pelo FAP), o legislador constituinte reafirmou tais princípios de isonomia e equidade,
conforme podemos verificar nos arts. 194, V e 195, § 9º:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de acóes de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos a saúde, a prevídéncia e a assísténcia social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da leí, organizar a seguridade social, com base nos seguintes
objetivos:
[... )

V - equídade na forma de participacáo no custeio;

[... )

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orcamentos da Uniáo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, e das
segui:ntes contribuicóes sociais:

[... ]
§ 9° As contribuicóes sociais previstas no inciso 1 do caput <leste artigo poderáo ter alíquotas ou bases de cálculo
diferenciadas, ern razáo da atividade económica, da utilizacáo intensiva de máo de obra, do porte da empresa ou da
condicáo estrutural do mercado de trabalho.

[... ]

Trata-se, pois, nao semente da igualdade num sentido amplo. mas sim de urna igualdade justa,
amparada no princípio da equidade. A igualdade na leí (dirigida ao legislador) nao é propriamente
a igualdade perante a lei (dirigida ao aplicador), e o tratamento jurídico, especialmente o tributario,
deve pautar-se em u111 sentido legítimo e em fundamentos razoáveis para a diferenciacáo de alíquotas
e, se assim nao for, está a ferir a igualdade tributária.
Nao pode a leí tributária, ao discriminar situacóes, erigir em critério diferencial algo que possa
singularizar o contribuinte e nem ta1npouco um fato que, pelos demais dispositivos constitucionais,
seja insuscetível de aceitar distincóes.
No caso específico do FAP, o elernento de diferenciacdo escolhido pelo legislador ordinário foram
os índices de frequéncia, gravidade e custo, referentes a acidentalidade, comparados numa mesma
atividade económica.Eis a redacáo do art. 10 da Lei n. 10.666/2003 (destaques meus):
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de urn, dois ou tres por cento, destinada ao financiarnento do beneficio de
aposenta doria especia] ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em confonnidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

214
É preciso, contudo, compreender a metodología de cálculo para concluir que esse fator de discrímen
nao observa os preceitos constitucionais e essa metodología pode ser encontrada no art. 202-A do
Decreto n. 3.048/99 e na Resolucáo CNPS n. 1.316/2010, atualmente vigente, sobre a qual tratei no
subitem 12.1.1 desta obra.
Urna vez calculados os índices de frequéncia de todas as e1npresas de urna determinada atividade
económica, esses resultados sao ordenados sequencialmente (ordem crescente), para apuracáo da
posícáo de cada empresa nesse ranking, denominada como "nordern". Mesmo critério é adotado
para os índices de gravidade e custo e sao essas posicóes nas filas (nordem) e o total de empresas de
mesmo CNAE que compóem o cálculo efetivo do FAP.
Ou seja, quanto mais ocorréncias acidentárias urna empresa tiver, quanto mais graves forem
essas ocorréncias e quanto mais valores foram gastos pelo RGPSC141> com os beneficios acidentários,
maior será o resultado final do FAP, já que o posicionamento dessas empresas será ao final das filas.
Ternos, entáo, dois problemas:
• As empresas com maior número de empregados, com maior producáo e atividade, possuem
logicamente um maior número de ocorréncias. Urna pequena empresa de construcáo civil, com
urna única obra em andamento, certamente nao terá qualquer ocorréncia acidentária, enquanto
outra empresa, com 30 mil empregados e diversas obras em andamento, provavelmente
apresentará ocorréncias. Quanto mais empregados, maior a probabilidade do sinistro, sendo
certo, portanto, que as maiores empresas de cada segmento estaráo posicionadas, se1npre, nos
finais das filas.
• Em setores com baixa acidentalidade como, por exemplo, escritórios de advocacia ou
contabilidade, urna empresa com o infortunio de um único acidente de trajeto (ocorrido no
transito, em via pública) ocupará o último lugar da fila e terá aumento de 100% em seu tributo.
Em setores com alta acidentalidade, urna determinada empresa com dez acidentes pode ocupar
o primeiro lugar das filas e obter o desconto de 50%.
O que podernos extrair da metodología de cálculo do FAP, bem como da análise efetiva de
centenas de Extratos divulgados desde 2010, é que o criterio identifica as maiores empresas e,
consequentemente, maiores contribuintes, sempre elevando a alíquota SAT. E o desconto, previsto na
Lei n. 10.666/2003, sempre acaba sendo conferido aos pequenos empregadores e, consequentemente,
menores contribuintes.
Quem paga mais acaba, se1npre, tendo aumento na alíquota SAT porque possui maior número
de empregados e, consequentemente, maior probabilidad e de ter, no período de apuracáo ( dois anos),
ocorréncias acidentárias. Quem paga 1nenos fica com os melhores lugares nas filas, porque possui
menor número de empregados e, consequentemente, obtém os descontos previstos pelo legislador.
Nao é considerado no cálculo qualquer investimento na prevencáo de acidentes, tampouco
se o número de ocorréncias se encontra abaixo da média mundial. Importa, só e tao semente, a
posicáo nas respectivas filas, e a comparacáo se dá entre empresas de porte económico e estrutural
completamente distintos.
O critério erigido como diferencial singularizou, sim, o contribuinte, de forma a proporcionar
aumento de arrecadacáo para o sistema, sob o manto falacioso da "prevencáo de acidentes". E
mais, sua consequéncia acaba por impactar na geracáo de emprego formal, porque quanto mais
ernpregados, maior a alíquota do FAP.

(141) Regime Geral de Previdéncia Social.

215
Também nao guarda relacáo com os princípios de isonomia e equidade urna e1npresa pequena,
com urna única ocorréncia acidentária, pagar maior alíquota do que outra com números muito mais
significativos, apenas porque pertencem a categorias económicas diversas (CNAE diferentes). A
capacidade contributiva (CF/88, arts. 194, V e 195, § 9º) refere maiores contribuicóes por empresas
com maior capacidade financeira para o pagamento dessas contribuicóes (utilizacáo intensiva de
máo de obra, porte da empresa, condicáo estrutural do mercado de trabalho), nao sendo lícito ou
justo diferenciar a alíquota tao semente pela categoría económica a qual pertence o contribuinte,
conforme demonstramos no seguinte exemplo:

Empresa A

CNAE 9609-2/02 - agencias matrimoniais


Alíquota básica do SAT: 3%
Número de empregados: 10
Valor mensal da folha de pagamento: R$ 15.000,00
Acidentes no período de apuracáo do FAP: 1 acidente de trajeto
FAP provável: 1,75 (como desconto de 25o/ojá aplicado)
SAT ajustado provável: 5,25%

Empresa B

CNAE 6422-1/00 - bancos múltiplos, com carteira comercial


Alíquota básica do SAT: 3%
Número de empregados: 20.000
Valor mensa) da folha de pagamento: R$ 50.000.000,00
Acidentes no período de apuracáo do FAP: 50 ocorréncias
FAP provável: 0,50
SAT ajustado provável: 1,5%

No exemplo é possível vermes que como o segmento de agencia matrimonial nao é propício a
acidentes de trabalho, urna única ocorréncia ocorrida na via pública (trajeto) pode ser suficiente para
colocar a e1npresa no último lugar na fila e, ainda que seja urna empresa de porte pequeno, acarretar-
lhe aumento de 75% no tributo SAT.
[á a instituicáo financeira, de porte económico e estrutural infinitamente maior que a agencia
matrimonial, se tiver apenas cinquenta ocorréncias acidentárias no período de apuracáo (doís anos)
a
certamente estará frente de seus concorrentes e, por isso, com grande probabilidade de ter um FAP
inferior al, possibilitando desconto na alíquota do SAT.
Onde estáo os princípios de isonomia e equidade na participacáo do custeio? As regras
abstratas da Lei n. 10.666/2003 e a metodología criada pelo Poder Executivo (Decreto e Resolucóes)
deixarn de analisar aspectos diferenciais importantes e acabam por afrontar diretamente tais
princípios. Dentro de urna mesma atividade económica o critério escolhe as empresas com
mais empregados para aumento de sua arrecadacáo, e se cornpararmos empresas de segmentos
económicos distintos (CNAE diferentes) teremos empresas com menor capacidade contributiva
tendo um menor número de acidentes e, mesmo assim, sofrendo majoracáo de até 100% no tributo
pago.
Assim, por tratar igualmente sujeitos passivos desíguais e tratar desigualmente sujeitos passivos
iguais, compreendo que reveste-se o FAP de inconstitucionalidade, devendo assim ser reconhecido
quanto ao art. 10 da Leí n. 10.666/2003, bem como também para o art. 202-A do Decreto n. 3.048/99

216
e Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010, com violacáo direta as disposicóes do
caput do art. 5º, do inciso 11 do art. 150, do inciso V do art. 194 e, por fim, do§ 9º do art. 195, todos da
Constituicáo Federal de 1988.
Tal entendimento tem sido compartilhado por diversos juízes em todo o país, mas, infelizmente,
nao tem sido mantido por nossos Tribunais Regionais Federais, que, novamente sem muito detalhar
sobre o mérito ou sobre os fundamentos da decísáo, limitam-se a informar pela inexistencia da
inconstitucionalidade, conforme ilustra o seguinte julgado:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. CPC, ART. 557, § 1°. FAP. [ ...). 2. O Fator Acldentário de Prevencáo - FAP é
"um multiplicador sobre a alíquota de 1%, 2% ou 3%, correspondente ao enquadramento da empresa segundo a
Classifícacáo Nacional de Atividades Económicas - CNAE preponderante, nos tennos do Anexo V do Regularnento
da Previdéncia Social - RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 5 de maio de 1999. Esse multiplicador deve variar
em um intervalo fechado contínuo de 0,5 a 2,0" (Resolucáo n. 1.308/09 do CNPS). 3. A Lei n. 10.666, de 8.5.03, art.
10, permitiu o aumento ou a reducáo da alíquota do SAT (Leí n. 8.212/91, art. 22, II) em furn;ao do desernpenho da
empresa ern relacáo a
respectiva atividade económica, dependendo dos resultados obtidos a partir dos índices de
frequéncia, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia
Social. Essa disposicáo nao conflita com o principio da ísonomia tributaria, sob o fundamento de ter instituído
dístincáo nao autorizada pelo§ 9g do art. 195 da Constituicáo da República, segundo o qua! a díferenciacáo somente
seria tolerada em razáo da atividade económica: o§ 10 do art. 201 da Constituicáo, estabelece que a Jei disciplinará
a cobertura do "risco" de acidente do trabalho, de modo que a respectiva avaliacáo, sob o critério da recorréncia de
acidentes, encentra abrigo na equidade do custeio (CR, art. 194, parágrafo único, V). Afora isso, o dispositivo legal
considera o risco também em razáo da atividade económica, já nao fosse por esse elemento restar implicado na própria
diferenciacáo das alíquotas nos termos do Decreto n. 3.048/99, art. 202. Assentada a premissa de que as alíquotas do
SAT térn fundamento constitucional e que há leí ordinaria que estabelece sua reducáo ou majoracáo em razáo do
risco, por sua vez objeto de norma constitucional concernente ao seguro objeto de cobertura pela exacáo, resulta
natural que o dispositivo legal, para dar eficacia ao comando legal, venha a estabelecer os critérios matemáticos para
a afericáo desse mesmo risco, ajustando-o ao sujeito passivo no ámbito do desernpenho de sua atividade económica
preponderante. 4. A instituicáo e a regulamentacáo do Fator Acidentário de Prevencáo - FAP após a vigencia do
Decreto n. 6.957/09 nao ofenderam nenhum principio constitucional. Foi respeitado o principio da legalidade, urna
vez que o estabelecimento de critérios de classificacáo das empresas para apuracáo do FAP mediante Decreto visou
apenas dar eficácia ao comando legal. 5. Agravo legal nao provido. (TRF 3~ Regiáo - Processo n. 00109791520124036100
- AMS 345764 - 5~ Turma - Relator Desembargador Federal André Nekatschalow - DJF3 de 26.6.2014).

De toda forma, a matéria precisará será analisada pelo STF, a quem cabe o controle de
constitucionalidade. No entanto, pelo conteúdo disponibilizado pelo referido Tribunal em sua página
eletróníca quanto ao objeto das acóes que já se encontram para apreciacáo (RE 677.725/RS,(142i RE 684.261,
RE 677.729, ADI 4.660 e ADI 4.397), a violacáo desses dispositivos constitucionais nao está sendo
questionada diretamente.t'=" mas há mencáo sobre o principio da isonomia na ADI n. 4.660.

12.2.3. Princípio da irretroatividade

Assevera a CONSTITUI<;ÁO FEDERAL, em seu art. 150, III, a, ser vedada a cobranca de tributos
em relacáo a fatos gerados ocorridos antes do início da vigencia da lei que os houver instituído ou
aumentado.
Confira-se:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantías asseguradas ao contribuinte, é vedado a Uniáo, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municipios:
[... )
III - cobrar tributos:
a) em relacáo a fatos geradores ocorridos antes do início da vigencia da lei que os houver instituido ou aumentado:
[... ]

(142) Esse RE foi escolhido como paradigma do Tema 554 da Repercussáo Geral, cuja relatoría foi atribuida ao ministro Luiz Fux.
(143) O STF informa, para a ADI 4.660, que estáo sendo questionados os arts. 52, XXXVI, XXXIX e XL, 37, 150, 1 e 111 e 195. Para a ADI
4.397 foram questionados os arts. 37 e 150, 1, e, por fim, para o RE 677.725/RS, apenas os principios da legalidade estrita e irretroati-
vidade (CF, art. 52, 11, art. 37, 11, art. 150, 1e111, e art. 195, 1 e§§ 42 e 92).

217
Ouas excecóes sao registradas no art. 106 do Código Tributário Nacional, a saber: a) quando
a lei for meramente interpretativa, explicando legislacáo anterior; e b) quando mais benéfica para
o contribuinte em matéria de infracáo, desde que o ato nao tenha sido definitivamente julgado.
Confiram-se os dispositivos pertinentes naquele diploma:
Art. 105. A legislacáo tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos
aqueles cuja ocorréncia tenha tido inicio mas nao esteja completa nos termos do art. 116.
Art. 106. A leí aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluida a aplicacáo de penalidade a infracác dos
dispositivos interpretados;
n- tratando-se de ato nao definitivamente julgado:
a) quando deixe de definí-lo corno infracáo:
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigencia de acáo ou omissáo, desde que nao tenha sido
fraudulento e nao tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
e) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na leí vigente ao tempo da sua prática.

Trata-se, pois, de conferir ao contribuinte seguranc;a jurídica, garantindo expressamente que


nenhum elemento anterior a vigencia da lei pode ser considerado na constituicáo da obrigatória
principal, mesmo que apenas para dimensionar um ónus tributário novo. O passado, portanto, nao
pode ser levado em consideracáo quando se está a pretender um novo tributo ou a majoracáo de um
tributo já existente, sob qualquer perspectiva ou finalidade, sob pena de nao observancia do princípio
da irretroatividade.
E, por assim ser de fato, tal vício se encontra presente no Fator Acidentário de Prevencáo - FAP,
conforme passo a explicar.
Como já observado anteriormente, a Leí n. 10.666/2003, em seu art. 10, trouxe a possibilidade de
reducáo ou rnajoracáo do tributo SAT, conforme metodología nao definida e que deveria ser criada
pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social. Confira-se (destaques meus):
Art. 10. A alíquota de contríbuícáo de um, dois ou tres por cento, destinada ao financiamento do benefício de
aposenta doria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, ein até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos indices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

As primeiras ideias pertinentes a esse cálculo surgiram com a Resolucáo CNPS n. 1.236/2004,
posteriormente ratificadas pela Resolucáo CNPS n. 1.269/2006.
O Decreto n. 6.042/2007, acrescentando o art. 202-A ao Decreto n. 3.048/99, previu que o FAP
produziria efeitos tributários somente a contar do primeiro diado quarto mes subsequente ao de sua
divulgacáo, o que ocorreria, a principio, em seteinbro/2008.
Posteriormente, houve alteracáo dessa data de divulgacáo do primeiro FAP para setembro/2009,
o que ocorreu pelo Decreto n. 6.577/2008.
Nos meses de junho e julho/2009 houve alteracáo da metodología e, inclusive, dos componentes
que seriam utilizados no cálculo, promovida pelas Resolucóes CNPS ns. 1.308 e 1.309. A nova regra
de cáJculo foi introduzida no Decreto n, 3.048/99 semente em setembro/2009, pelo Decreto n. 6.957.
O que ternos de fato, portanto, é que os dados que seriam utilizados no cálculo do primeiro FAP
somente foram informados as empresas em junho/2009, quando da publicacáo da Resolucáo CNPS
n. 1.308. Até entáo, pensavam os contribuintes que no referido cálculo entrariam apenas os benefícios
previdenciários concedidos, conforme o que dispunha a Resolucáo anterior, den. 1.236.

218
As empresas nao sabiam, por exemplo, que os acidentes de trajeto seriam utilizados no cálculo
do índice de frequéncia, assim como também as ocorréncias sem qualquer afastamento ou com
afastamento inferior a quinze días. Nao sabiam que toda e qualquer CAT recebida pelo INSS, mesmo
que emitida pelo sindicato profissional, seria utilizada e considerada como prova plena do acidente
de trabalho, mesmo em afronta a Lei n. 8.213/91 e Leí n. 9.784/99.
E como nao sabiam, nao se defenderam na esfera administrativa, deixando de impugnar as
notificacóes com as quais nao concordavam porque, até entáo, possuíam finalidade meramente
estatística, sem qualquer interferencia no cálculo do tributo.
No entanto, o Decreto n. 6.957/2009 definiu, na alteracáo que trouxe a redacáo do art. 202-A do
Decreto n. 3.048/99, que para o primeiro FAP, a ser aplicado em 2010, seriam utilizadas as ocorréncias
do período de 04/2007 a 12/2008. Eis a redacáo do dispositivo, já com as alteracóes em comento:
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 seráo reduzidas em até cinquenta por cento ou
aumentadas em até cern por cento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a sua respectiva atividade,
aferido pelo Fator Acidentário de Prevencáo - FAP.
[... ]
§ 7° Para o cálculo anual do FAP, seráo utilizados os dados de janeíro a dezembro de cada ano, até completar o período
de dois anos, a partir do qua! os dados do ano inicial serño substituídos pelos novos dados anuais incorporados.
§ 82 Para a empresa constituída após janeiro de 2007, o FAP será calculado a partir de }J! de janeiro do ano ano seguinte
ao que completar dois anos de constituicáo.
§ 91.> Excepcionalmente, no primeíro processamento do FAP seráo utilizados os dados de abril de 2007a dezembro de 2008.
§ 10. A metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social indicará a sistemática de cálculo e a
forma de aplicacáo de índices e critérios acessórios a cornposícáo do índice composto do FAP.
,
E importante compreendermos que nao foi a Leí n. 10.666, publicada em 2003, que1n trouxe
os elementos que seriam considerados no cálculo do FAP, tampou.co o raciocinio de cálculo a ser
adotado. Se assim fosse, nada teríamos a questionar sobre o princípio da irretroatividade.
Contudo, quem definiu esses elementos foi a Resolucáo CNPS 1.308/2009 e, posteriormente, em
setembro do mesmo ano, o Decreto n, 6.957.
O que fez, portante, o Poder Executivo, foi divulgar urna primeira metodologia (ern 2006),
em que apenas os beneficios acidentários iriam compor o cálculo do FAP, e por essa razáo, as CATs
que nao geraram esses benefícios (e que nao foram emitidas pela empresa) nao foram defendidas
ou impugnadas pelo empregador, porque nao produziriam qualquer efeito além de cornposicáo
estatística. Depois, em 2009, chega o Executívo as empresas e as surpreende informando que
todas aquelas ocorréncias, impugnadas ou nao, seriam utilizadas, sim, no cálculo que entraría
em vigor em 2010.
Procedimento correto seria a utilizacáo dos novos elementos, que nao haviam sido previstos
antes da Resolucáo CNPS n. 1.308/2009, semente a contar da vigencia desse normativo ou, ainda, do
Decreto n. 6.957/2009 que promoveu oficialmente a alteracáo na referida metodología de cálculo em
nosso ordenamento jurídico.
Informar em 2009 que esses elementos seriam utilizados desde abril/2007 fez com que a empresa
nao mais pudesse deles se defender ( em razáo do prazo de defesa já ter se esgotado ), tampouco
preparar-se financeiramente para o impacto decorrente em tennos de tributo.
Veja que, pela regra antiga (item 7 da Resolucáo CNPS n. 1.316/2004), urna empresa que tivesse
cem ocorréncias com poucos días de afastamento e zero benefícios seria gratificada como FAP 0,50
porque seu Extrato apareceria totalmente zerado (zero frequéncia, zero gravidade e zero custo). Com
a regra nova, divulgada em 2009, e utilizacáo dessas cem ocorréncias no cálculo provavelmente teve
majoracáo no tributo SAT, com FAP de resultado superior a l.

219
Assim, e ainda que de forma indireta, compreendo que a nova metodologia revelou-se
inconstitucional, ferindo a norma da irretroatividade disposta no art. 150, ID, a, da Constituicáo
Federal de 1988, entendimento que deve ser aplicado as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009,
1.316/2010 e Decreto n. 3.048/99, art. 202-A quanto ao tópico.
Referido posicionamento, contudo, nao tem sido compartilhado por nossos Tribunais Regionais
Federais, que, lamentavelmente, entendem que, como a Lei data de 2003, nao haveria qualquer ofensa
nesse sentido, como ilustra a seguinte decisáo (excerto):
TRIBUT ÁRIO. CONTRIBUI<;:AO PREVIDENCIÁRIA. Risco de Acidente de Trabalho - RAT. Fator Acidentário de
Prevencáo - FAP. ALÍQUOTAS. LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE DA COBRAN<;:A. METODOLOGIA
DECÁLCULODEFINIDAPORATONORMATIVO. DECORRENCIADOPODERREGULAMENTAR[ ... ] 5- Náo há
afronta ao principio da irretroatividade tributáría, tampouco da noventena, pois a instituicáo da contribuicáo em voga
decorre da Lei n. 8.212/91 e a possibilídade de aumento das alíquotas se deu a partir da Lei n. 10.666/03, com vigencias
anteriores a ocorréncia dos fatos geradores indicados. 6 - [ ... ]. 7 - Conclusáo pela legalidade e constitucionalidade
da aplicacáo do FAP - Fator Acidentário de Prevencáo - no cálculo da contribuicáo previdenciária destinada ao
financiamento dos beneficios concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrentes
dos riscos ambientais do trabalho, 8 - Apelacáo conhecida e impróvida. Senrenca confirmada. (TRF 2D Regiáo -
Processo n. 201051010042407 - AC 525030 - 3~ Turma Especializada - Relatora Desernbargadora Geraldine Pinto
Vital de Castro - DJF2 de 12.4.2013).

De toda forma, a matéria precisará será analisada pelo STF, a quem cabe o controle de
constitucionalidade, e, pelo conteúdo disponibilizado pelo referido Tribunal em sua página eletrónica
quanto ao objeto das acóes que já se encontram para apreciacáo (RE 677.725/RS, RE 684.261, RE
677.729, ADI 4.660 e ADI 4.397), a violacáo desse dispositivo constitucional está sendo questionada
no RE 677.725 e na ADI 4.660<144>.

12.2.4. Nao confisco - vedacáo do tributo com caráter sancionatório


Limitacáo imposta pelo poder constituinte originário ao Estado, quanto ao poder de tributar, e
direito fundamental do contribuinte protegido, inclusive, por cláusula pétrea implícita, o nao confisco
encentra-se disposto no art. 150, inciso IV, cuja redacáo transcrevo:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantías asseguradas ao contribuinte, é vedado a Uniáo, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municipios:
[... ]
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
[... ]

Trata-se o confisco de urna penalidade, urna sancáo imposta ao contribuinte em decorréncia da


transgressáo
, de alguma norma legal, consubstanciada na transferencia de um bem patrimonial ao
Estado. E, pois, a supressáo da propriedade privada do cidadáo pelo Estado, de forma velada, por
via tributária.
A Constituicáo Federal protege, poís, o sujeito passivo da exigencia de um tributo de forma
tao onerosa que chegue a inviabilizar seu direito de propriedade e sua livre iniciativa, obrigando o
sistema tributário aos princípios de razoabilidade e proporcionalidade, sob pena de ser considerado
inconstitucional.
Também merecem registro as disposicóes do Código Tributário Nacional, que em seu art. 3º
veda a instituicáo de tributo com caráter sancionatório, in verbis (destaque meu):
Art. 3ll Tributo é toda prestacáo pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que nao
constitua sancáo de ato ilícito, instituída ern leí e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

(144) O STF informa, para a ADI 4.660, que estáo sendo questionados os arts. 52, XXXVI, XXXIX e XL, 37, 150, 1 e 111 e 195. Para a ADI
4.397 foram questionados os arts. 37 e 150, 1, e, por fim, para o RE 677. 725/RS, apenas os princípios da legalidade estrita e irretroati-
vidade (CF, art. 52, 11, art. 37, 11, art. 150, 1 e 111 e art. 195, 1, e§§ 42 e 92).

220
Assim, para que um tributo seja considerado lícito e nao tenha caráter confiscatório faz-se
necessario que sua causa motivadora (fato jurídico tributário) e os elementos que o compóem nao
tenham relacáo corn atos ilícitos praticados pelo contribuinte, bem como que guardem razoabilidade
em sua aplicacáo.
Ocorre que no caso específico do FAP, o elemento que o compóe é o acidente de trabalho
(frequéncia, gravidade e custo de toda e qualquer ocorréncia), fato nao desejado pelo contribuinte e
passível de sancáo nos termos da CLT, arts. 156, Ill, e 201, sendo a redacáo dos dispositivos a seguinte:
Art. 156. Compete especialmente as Delegacias Regionais do Trabalho, nos límites de sua jurisdicáo:
[... ]
III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201.
[ ... ]
Art. 201. As infracóes ao disposto neste Capítulo relativas a medicina do trabalho seráo punidas com multa de 3 (tres)
a 30 (trinta) vezes o valor de referencia previsto no art. 22, parágrafo único, da Lei n. 6.205, de 29 de abril de 1975, e as
concernentes a seguran<;a do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes o mesmo valor.

Também o art. 343 do Decreto n. 3.048/99 e o art. 132 do Código Penal disp6em sobre o ilícito,
conforme segue:
Decreto n. 3.048/99:
Art. 343. Constituí contravencáo penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de seguran<;a e
saúde do trabalho,
Código Penal:
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena - detencáo, de tres meses a um ano, se o fato nao constituí crime rnais grave.

Existem acidentes que acontecem independentemente de qualquer investimento em prevencáo


e mesmo quando todas as normas de protecáo foram observadas pelo empregador. Outros decorrem
da negligencia quanto a essas normas e, nesse caso, estará o empregador sujeito as sancóes
administrativas e penais, nos termos da Iegislacáo vigente. Em qualquer hipótese, mas especialmente
naquela em que restar configurada culpa ou dolo por parte do empregador, terá o trabalhador direito
a reparacáo civil, conforme previsáo constante no art. 72, inciso XXVIII, da Constituicáo Federal, bem
como do art. 121 da Lei n. 8.213/91:
Constituicáo Federal:
Art. 7° Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:
[... ]
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizacáo a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
[... )
Lei n. 8.213/91:
Art. 121. O pagamento, pela Previdéncia Social, das prestacóes por acidente do trabalho nao excluí a responsabilidade
civil da empresa ou de outrem.

Por fim, quando existente a negligencia, a própria Previdéncia Social ingressa com acáo
regressiva contra o empregador, conforme autorizacáo expressa no art. 120 da Leí n. 8.213/91:
Art. 120. Nos casos de negligencia quanto as normas padráo de seguran<;a e higiene do trabalho indicados para a
protecáo individual e coletiva, a Previdéncia Social proporá a~ao regressiva contra os responsáveis.

Ternos, pois, que elementos de contravencáo penal passíveis de multa e indenizacáo estáo sendo
utilizados na composícáo de cálculo do FAP, que, por sua vez, comp6e a regra matriz do tributo
SAT. O empregador que possui a sinístralidade, nao obstante já arcar com a multa administrativa, a

221
contravencáo penal e as indenizacóes, ainda precisa suportar a majoracáo de seu tributo, razáo pela
qual compreendo tratar-se de punicáo, por via tributária.
Tanto é assim que referida ideia (de punicáo) resta confessada pela própria Resolucáo CNPS
n. 1.316/2010 ao fazer referencia, diversas vezes. a btmus (para reducáo) e malus (para majoracáo):
O objetivo do FAP é incentivar a melhoria das condicóes de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando as
empresas a implementarem políticas mais efetivas de saúde e seguranca no trabalho para reduzir a acidentalidade.
Assim, o FAP, que será recalculado periódicamente, individualizará a alíquota de 1%, 2°/o ou 3% prevista no Anexo V
do Regulamento da Previdéncia Social - RPS, majorando 01.1 reduzindo o valor da alíquota conforme a quantidade,
a gravidade e o custo das ocorréncias acidentárias em cada empresa. Portante, com o FAP, as empresas com mais
acidentes e acidentes mais graves em urna sub-CNAE passaráo a contribuir com 1.1m valor maior, enguanto as
empresas com menor acídentalidade teráo urna reducáo no valor de contribuicáo.
[... )
Nordem no empate= posicáo inicial do grupo de empate+ [(("nún1ero de empresas empatadas'(+ 1) / 2) - 1).
Este critério vincula-se a adequada distribuicáo do binómio bonus X malus,
[... ]
Para IC < 1,0 (bonus) - como o FAP incide sobre a alíquota de contribuicáo de urn, dois ou tres por cento, destinada
ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientáis do trabalho, reduzindo-a ern até cinquenta por cento, ou
aumentando-a, em até cem por cento, ou seja, o FAP deve variar entre 0,5 e 2,0 (estabelecido na Lei n. 10.666, de 8 de
maio de 2003). A aplicacáo da fórmula do IC resulta em valores entre O e 2, entáo a faixa de bonificacáo (bonus =re<
1,0) deve ser ajustada para que o FAP esteja contido em intervalo compreendido entre 0,5 e 1,0.
[ •.• J
Para JC > 1,0 (malus) - o FAP nao será aplicado nesta faixa em sua totalidade (intervalo de 1 a 2) a partir do
processamento em 2010 (vigencias a partir de 2011 ), en tao o valor do IC deve ser ajustado para a faixa malus mediante
aplicacáo da fórmula para interpolacáo.
[ ... J
l. Caso a empresa apresente casos de morte ou invalidez permanente e seu IC seja superior a 1 (faixa malus) o valor
do FAP será igual ao IC calculado. Este procedimento equivale a nao aplicacáo da reducáo de 25% do valor do IC com
objetivo de provocar mobilizacáo, nas empresas, para que nao ocorram casos de invalidez ou morte;
2. Se os casos de morte ou invalidez permanente citados no ítem anterior forern decorrentes de acidente do trabalho
tipificados como acidentes de trajeto fica mantida a aplicacáo da reducáo de 25% ao valor do IC calculado equivalente
a faixa malus (IC > 1,0).
O princípio de distribuicáo de bonus e malus para empresas contidas em urna SubClasse CNAE que apresente
quantidade de empresas igual ou inferior a 5 fica prejudicado. Nos casos de empresas enquadradas ern SubClasse
CNAE contendo número igual ou inferior a 5 empresas o FAP será por definicáo igual a 1,0000, ou seja, um FAP
neutro. Empresas Optantes pelo Simples e Entidades Filantrópicas teráo, por definicáo, FAP = 1,0000, ou seja, um
FAPneutro.
[ •.• J

Permite-se ao legislador instituir descanto como estímulo de conduta, mas nao lhe é permitido
majorar um tributo existente corno forma de aplicar sancáo. Assim dispóem a Constituicáo Federal e
o Código Tributário Nacional e assim já foi reconhecido pelo STF em tempos idos, conforme ilustra
o seguinte julgado:
L\1POSTO PREDTAL - FALTA DE lNSCRI<;ÁO IMOBlLTÁRlA: MULTA. - Nao tem amparo legal o acréscirno, pela
Prefeitura Municipal de Sao Paulo, de lOO'Yo sobre o valor do IPTU, como sancáo pela falta de inscricáo imobiliária,
O art. 32 do CTN impede que seja utilizado urn tributo com a finalidade extra-fiscal de penalizar se ato ilícito
administrativo. Pode o Municipio criar ou agravar multas corn tal objetivo, mas nao pode, como aludido fim, criar
adicional de tributo como substituto de sancáo pecuniaria de ato ilícito. Precedentes." (STF - RE 111.003-1/SP - 2u
Turma - Relator Ministro Aldir Passarinho - julgamento em. 25.3.1988)

Insista-se que os acidentes de trabalho já sao utilizados pelo Ministério da Previdéncia Social
para distribuicáo das alíquotas básicas do SAT e as atividades com mais ocorréncias já pagan1 alíquota

222
maior, de 3o/o. Também que os acidentes decorrentes de negligencia pelo empregador já sao objeto de
acóes regressivas por parte do INSS, com objetivo de ter restituído todo o valor gasto com o beneficio
acidentário, sem falar na contravencáo penal e nas acóes indenizatórias por parte do trabalhador.
Utilizar o Ministério (MPS) esses mesmos acidentes para, agora, majorar ainda mais a alíquota do
SAT nao estimular a prevencáo de acidentes, mas sim impor punicáo por via tributaria, o que nao
é

se pode admitir.
Nao bastasse tal, ainda se faz necessário informar que, com a majoracáo trazida pelo FAP,
registra-se excesso de arrecadacáo, ausentes os principios de razoabílidade e proporcionalidade ne-
cessários ao poder de tributacáo. Isto porque, conforme já abordado anteriormente (subitem 11.1)
e, inclusive, expressamente disposto no art. 22, inciso Il, da Leí n. 8.212/91, o tributo SAT destina-se
ao financiamento dos beneficios acidentários, pagos pelo INSS aqueles que sofrem acidente de tra-
balho. O financiamento das aposentadorias especiais (arts. 57 e 58 citados no referido inciso) é feito
pela contribuicáo adicional, criada pela Lei n. 9.732/98, cuja referencia encentra-se no art. 57 da Leí
n. 8.213/91:
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, urna vez cumprida a carencia exigida nesta Leí, ao segurado que tiver
trabalhado sujeito a condicóes espedais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a leí.
[... ]
§ 6Q O beneficio previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuicáo de que trata
o inciso II do art. 22 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas seráo acrescidas de doze, nove ou seis
pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a servico da empresa permita a concessáo de
aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuicáo, respectivamente.
§ 7° O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a rernuneracáo do segurado sujeito as
condicóes especiais referidas no caput.

A Lei n. 10.666/2003, em seu art. 10, nao instituiu um novo tributo, limitando-se a criar um
flexibilizador (posteriormente denominado de FAP) que permitiría reduzir ou aumentar as alíquotas
básicas do SAT. Confira-se (destaques meus):
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cento, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regula1nento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de írequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

Trata-se, pois, de reduzir ou aumentar um tributo já existente (SAT), cuja destinacáo, insista-se,
é o financiamento dos beneficios acidentários pagos pelo INSS a seus segurados. Justamente por essa
razáo é que a prirneira metodología criada (Resolucáo CNPS n. 1.236/2004) determinava que semente
os beneficios acidentários deveriam integrar o cálculo do FAP. Também por essa razáo a metodología
vigente (Resolucáo CNPS n. 1.316/2010) determina que permanec;a1n integrando o cálculo, compondo
frequéncia, gravidade e custo. Sobre o custo, inclusive, é a redacáo do referido normativo:
Custo: dimensáo monetária do acidente que expressa os gastos da Previdéncia Social com pagamento de beneficios
de natureza acidentária e sua relacáo comas contribuicóes das empresas.

Por ser, portante, um tributo com destinacáo específica, sua majoracáo está condicionada a
comprovacáo de que o valor anteriormente arrecadado nao era suficiente ao custeio de tais prestacóes,
o que passa longe de ser verdade. Nao localizamos nas estatísticas divulgadas pela Previdéncia Social
o quanto é gasto anualmente com os beneficios acidentários (auxílio-doenca, aposentadoria por
invalidez, pensáo por morte e auxílio-acidente) e o quanto é arrecadado apenas a título do SAT. No
entanto, é possível efetuar esse cálculo em cada Extra to FAP visualizado, e em todos eles o montante
arrecadado a título da alíquota básica do seguro (1 %, 2°/o, 3%) suporta, com lucro considerável, as
despesas correspondentes.

223
O cálculo é bastante simples, nao guardando dificuldade, conforme exemplifico no seguinte
extrato (excertos):

CNPJ Raiz:
Atividade preponderante (Subclasse da CNAE):
TRANSPORTEROOOVIÁRIO DE CARGA, EXCETO PRODUTOSPERIGOSOS E MlD.AfllCAS, lmERMlNCIPAL.
lmERESTADUAL E lmERNACIONAL (49.30-2102)
Ender~o:
CEP:
Inicio da Ativldade:

l
lnformac;Oes Relativas as Extr~s
Ano de Vigéncia: 2015
Periodo-base utilizado para o cálculo: 01/01/2012 a 31/12/2013
Dados que co~useram o cálculo do FAPconforme Resol~ CNPS Nt 1.31612010---------------.

Reg.istros de acidentes do trabalho: 358 Auxfli~~a por acidente do trabalho - 891: 232
Nexo Técnico Pr8\/Íclenciário sem CAT Aposentadoria por invaiclez por acidente do
160 14
vinc•dada· trabalho - 892:
Massa Salarial: 815.880.010,89 Pensao por morte por acidente do traballo -
893: o
lll'.lmero Médio de Vínculos: 15.407,2083 Auxfli~acidente por acidente do trabalho - 894: 2
Total de erll)(esas na subclasse CNAE: 59.386 Valor Totalde Beneficios Pagos: 10.207.418,30

FAP 0-iginal: 1,0656 Data do cálculo: 30/09/2014


FAPBloqueado: 1,0875 1

No primeiro quadro podemos observar que o CNAE é o de código 49.30-2/02 e, conforme Anexo
V do Decreto n. 3.048/99, a alíquota básica do SAT é de 3o/o.
Corno a massa salarial informada para o período de 01/2012 a 12/2013 foi de R$ 815.880.010,89,
essa empresa pagou de SAT básico (3%) o montante de R$ 24.476.400,32, e conforme inforrnacóes
do próprio Extrato, o valor total dos benefícios ( com gastos das aposentadorias por invalidez e dos
auxilios-acidentes projetados conforme sobrevida do beneficiário) de R$ 10.207.418,30. é

Comprova-se no exemplo, portan to, que mesmo a Previdéncia Social projetando o que acha que
irá gastar com as aposentadorias e os auxílios-acidentes até o óbito dos beneficiários, o montante dos
benefícios nao chega a 50% do montante arrecadado. Só com a alíquota básica do SAT (3%) o lucro
do sistema já chega a 58,29%.
Majorar a alíquota básica mediante a aplicacáo do FAP (no exemplo, majoracáo de 8,75o/o)
representa instituir excesso de arrecadacáo, sendo clara a desproporcionalídade do tributo, pois
aquele que em tese fora criado para financiar os benefícios acidentários pagos pelo RGPS (CF/88, art.
201, § 10 e Lei n. 8.212/91, art. 22, II) está sendo utilizado para enriquecimento dos cofres públicos,
sem demonstracáo da relacáo entre a exigencia tributária e o efetivo gasto com as prestacóes
previdenciárias. Igualmente ferido o princípio da referibilidade, constante do § 52 do art. 195 da
Carta Constitucional.
Há, ainda, evidente discrepancia entre o fim almejado pela norma (melhoria das condicóes de
trabalho) e a sistemática de cálculo do tributo, especialmente a majoracáo excessiva, comprometen-
do inclusive o capital que poderia ser investido nessa finalidade. Eis a redacáo da Resolucáo CNPS
n. 1.316/2010 quanto ao objetivo do FAP:

224
O objetivo do FAP é incentivar a melhoria das condícóes de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando as
empresas a iinplementarem políticas mais efetivas de saúde e seguranc;a no trabalho para reduzir a acidentalidade.

Também mostra-se ausente a razoabilidade porque o FAP congrega sob um mesmo grupo
(código CNAE) empregadores distintos, com número de empregados e porte económico iguahnente
distintos, sem considerar, absolutamente, os investimentos feítos e os cuidados para coma saúde dos
trabalhadores.
A decisáo proferida pelo STF na Acáo Direta de Constitucionalidade (ADC) n. 8, em sede de
medida cautelar (MC) e publicada no DJ de 4.4.2003 bem ilustra todos os pontos ora abordados,
sendo proficiente o relator, ministro Celso de Mello, ao determinar que (excertos):
Sem causa suficiente, nao se justifica a instituicáo (ou a majoracáo) da contribuicáo de seguridade social, pois, no
regíme de previdéncia de caráter contributivo, deve haver, necessariamente, correlacáo entre custo e beneficio. A
existencia de estrita vínculacáo causal entre contribuicáo e benefício póe em evidencia a correcáo da fórmula segundo
a qua! nao pode haver contribuicáo sem beneficio, nem beneficio sem contribuicáo.

[... )

A contribuicáo de seguridade social, como qualquer outro tributo, é passível de majoracáo, desde que o aumento
dessa exacáo tributária observe padróes de razoabilidade e seja estabelecido em bases moderadas. Nao assiste ao
contribuinte o direito de opor, ao Poder Público, pretensáo que vise a obstar o aumento dos tributos - a cujo conceito
se subsumem as contribuicóes de seguridade social (RTJ 143/684 - RTJ 149/654) -, desde que respeitadas, pelo
Estado, as diretrizes constitucionais que regem, formal e materialmente, o exercício da competencia impositiva.
Assiste, ao contribuinte, quando transgredidas as limitacóes constitucionais ao poder de tributar, o direito de
contestar, judicialmente, a tributacáo que tenha sentido discriminatório ou que revele caráter confiscatório. A garantía
constitucional da irredutibilidade da remuneracáo devida aos servidores públicos em atividade nao se reveste de
caráter absoluto.

[... )

A proibicáo constitucional do conñsco em matéria tributária nada mais representasenáo ainterdicáo, pela Carta Política,
de qualquer pretensáo govemamental que possa conduzir, no campo da fiscalidade, a injusta apropriacáo estatal, no
todo ou em parte, do património ou dos rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela insuportabilidade
da carga tributária, o exercício do direito a urna existencia digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou,
ainda, a regular satisíacáo de suas necessidades vitáis (educacáo, saúde e habitacáo, por exernplo).

[... ]

Resulta configurado o caráter confiscatórío de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo - resultante
das múltiplas incidencias tributarias estabelecidas pela mesma entidade estatal - afetar, substancialmente, de
maneira irrazoável, o patrimonio e/ou os rendirnentos do contribuinte. - O Poder Público, especialmente em sede de
tributacáo (as contribuicóes de seguridade social revestern-se de caráter tributário), nao pode agir irnoderadamente,
pois a atividade estatal acha-se essencialmente condicionada pelo principio da razoabilidade.

[... )

A contribuicáo de seguridade social nao só se qualifica como rnodalidade autónoma de tributo (RTJ 143/684), corno
também representa espécie tributária essencialmente vinculada ao financiamento da seguridade social, em funcáo de
específica destinacáo constitucional. A vigencia temporaria das alíquotas progressivas (art. 2" da Lei n. 9.783/99), além
de nao implicar concessáo adicional de outras vantagens, beneficios ou servicos - rornpendo, ern consequéncia, a
necessária vinculacáo causal que deve existir entre contribuicóes e beneficios (RTJ 147/921) - constituí expressiva
evidencia de que se buscou, unicamente, coma arrecadacáo desse plus, o aumento da receita da Uniáo, ern ordem
a viabilízar o pagamento de encargos (despesas de pessoal) cuja satísfacáo deve resultar, ordinariamente, da
arrecadacáo de impostos.

Também merece destaque urna violacáo direta ao direito de defesa, previsto na CF/88, art. SQ,
LIV, porque como se trata de aplicar urna penalidade as empresas com mais acidentes (malus, conforme
denominado pela própria Uniáo ), deveria ser garantido ao contribuinte a possibilidade de afastar
essa purucáo, corno resultado do exercício do direito de defesa, se comprovada ausencia de culpa
na ocorréncia dos sinistros. Essa possibilidade, contudo, nao existe e, assim, viola frontahnente o
princípio da ampla defesa.

225
Eis o posicionamento, sobre o terna, em sentenca de primeiro grau proferida pelo magistrado
Jacimon Santos da Silva, que, brilhantemente, teve compreensáo total sobre o FAP e suas extensóes:
[... ]
49. Observa-se que é da esséncia do FAP o aumento posterior da tributacáo sobre a empresa que registrar urna maior
quantidade de eventos acidentários, indicativo claro de que o FAP objetiva punir a empresa por isto, ainda que ela
tenha adotado todas as cautelas em termos de adocáo de novas tecnologías e de observáncias das normas de protecáo.
50. Veja-se que a falta de observancia das normas da legíslacáo protetiva do trabalhador implica na aplícacáo de multas
previstas na CLT e na responsabilizacáo civil da empresa perante o empregado (a<;ao de índenizacáo), perante a sociedade
(em funcáo do risco coletivo gerado) e em face da previdéncia social (acáo de ressarcimento pelos gastos oriundos do
pagamento dos beneficios). Em todas essas hipóteses assegura-se o contraditório e o devido processo legal.
51. Todavia, no caso do FAP, observada ao pé da letra sua aplícacáo, o ernpregador terá que se quedar silente porque
nao há possibilidade de exercer o contraditório e a ampla defesa, já que, em tese, cuida-se de aumento da tributafiio e
nao de aplicacdo inafustáuel de penalidade. Todavía, o contexto fático denuncia que se trata sim de aplicacáo de punicáo,
Tanto isso é verdade que, minorado o número de ocorréncias nos anos subsequentes, o FAP é reduzido.
52. Neste passo, partindo da prernissa assentada nessa sentenca de que se trata de aplicacáo de penalidade, deveria
existir a possibilidade de afastamento da punicáo como resultado do exercício do direito de defesa, especialmente se
demonstrada a ausencia de culpa da empregadora. Porérn, tal possibilidade nao existe e é por esta razáo que o FAP
viola o Princípio da Ampla Defesa.
[... ]
56. Diante de tal contexto, declaro incidentalmente a inconstitucionalidade das Resolucóes CNPS n. 1.308, 1.309 e
1.316/2010 em face do art. 51.!, inc. LIV, da Constítuicáo Federal.
(Processo 0000370.93.2010.403.6105 - 2u Vara Federal de Sao Carlos/SP - Juiz Federal [acimon Santos da Silva -
sentenca proferida em 27.2.2014)(145>

Tenho, pois, que a instituicáo do FAP, quanto a possibilidade de majoracáo da alíquota básica do
SAT,tratou de instituir punicáo por via tributária e em verdadeiro excesso de arrecadacáo, deixando de
observar a finalidade para a qual se propós e, consequentemente, os princípios de proporcionalidade,
razoabilidade e ampla defesa, representando tributo de fei~ao confiscatória e, por isso, devendo ser
a Lei n. 10.666/2003, art. 10, o Decreto n. 3.048/99, art. 202-A e as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009,
1.309/2009e 1.316/2010 declaradas inconstitucionais quanto ao tópico.
Apesar de extensa pesquisa jurisprudencial, nao localizei decisóes dos Tribunais Regionais que
abordassem a matéria, e pelo conteúdo disponibilizado pelo STF em sua página eletrónica quanto ao
objeto das acóes que ali já se encontram para apreciacáo (RE 677.725/RS, RE 684.261, RE 677.729, ADI
4.660 e ADI 4.397), a violacáo desse dispositivo constitucional nao está sendo questíonada.v"?

12.2.5. Princípio da publicidade

Um dos príncípios mais importantes a ser observado pela Adrninistracáo Pública é o da


publicidade, disposto na Constituicáo Federal de 1988 nos arts. 5º e 37, conforme segue:
Art. 5º Todos sao iguais perante a leí, sem distincáo de qualquer natureza, garantíndo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a seguranca e a
propriedade, nos termos seguintes:
[... ]
XIV - é assegurado a todos o acesso a informacáo e resguardado o sigilo da fonte, quando necessario ao exercício
profissional;
[ •.. J

(145) Lamentavelmente, essa decisáo acabou sendo modificada pelo TRF da 3~ Regiao, cuja relatoría coube ao desembargador Hélio
Nogueira.
(146) O STF informa, para a ADI 4.660, que estáo sendo questionados os arts. 52, XXXVI, XXXIX e XL, 37, 150, 1 e 111 e 195. Para a ADI
4.397 foram questionados os arts. 37 e 150, 1 e, por fim, para o RE 677.725/RS apenas os principios da legalidade estrita e irretroativi-
dade (CF, art. 52, 11, art. 37, 11, art. 150, 1e111eart.195, 1e§§42 e 92).

226
XXXIII - todos tém direito a receber dos órgáos públicos informacóes de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que seráo prestadas no prazo da leí, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível a seguranca da sociedade e do Estado;
[... )
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos a tos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social
o exigirem:
[... )
Art. 37. A adminístracáo pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uniáo, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municipios obedecerá aos princípios de legalidade, impesscalídede, moralidade, publicidade e eficiencia e,
também, ao seguínte:
[... )

Trata-se, poís, nao semente da divulgacáo oficial dos atos, mas do acesso a todos os atos,
despachos, pareceres ou qualquer outra informacáo necessária a sua compreensáo, e em se tratando
da composicáo de tributo, é indispensável que o contribuinte conheca todos os elementos utilizados
no cálculo, bem como a metodología aplicada, de forma a poder conferir se o montante exigido
encentra-se, ou nao, correto.
No ámbito infraconstitucional, o acesso amplo a informacáo já constava indiretamente da Lei
n. 9.784/99 (que regula o processo administrativo federal) e, mais recentemente, foi também objeto
de leí específica para tal finalidade, sendo publicada em 18.11.2011 a Lei n. 12.527. Confiram-se os
principais dispositivos pertinentes:
Leí n. 9.784/99:
Art. 32 O administrado tem os seguintes direitos perante a Administracáo, sern prejuízo de outros que lhe sejam
assegurados:
[ ... )
IT - ter ciencia da tramitacáo dos processos administrativos em que tenha a condicáo de interessado, ter vista dos
autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisóes proferidas;
[... )
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estáo registrados em documentos existentes na própria
Administracáo responsável pelo processo ou em outro órgáo administrativo, o órgáo competente para a instrucáo
preverá, de oficio, a obtencáo dos documentos ou das respectivas cópias,
Art. 39. Quando for necessária a prestacáo de informacóes ou a apresentacáo de provas pelos interessados ou terceiros,
seráo expedidas intimacóes para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condicóes de atendimento.
[... ]
Art. 40. Quando dados, atuacóes ou documentos solicitados ao interessado forem necessários a apreciacáo de
pedido formulado, o nao atendimento no prazo fixado pela Administracáo para a respectiva apresentacáo implicará
arquivamento do processo.
Art. 46. Os interessados térn direito a vista do processo e a obter certídóes ou cópias reprográficas dos dados e
documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito a
privacidade, a a
honra e irnagem.
Lei n. 12.527/2011:
Art. 32 Os procedimentos previstos nesta Leí destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso a inforrnacáo
e devem ser executados em conformidade com os principios básicos da administracáo pública e com as seguíntes
diretrizes:
I - observancia da publicídade como preceíto geral e do sigilo corno excecáo:
[ ... )
Art. 52 É dever do Estado garantir o direito de acesso a inforrnacáo, que será franqueada, mediante procedimentos
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensáo.

227
Art. 611 Cabe aos órgáos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis,
assegu rar a:
I - gesráo transparente da informacáo, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgacáo:
II - protecáo da informacáo, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e i.ntegridade; e
IIT - protecáo da informacáo sigilosa e da informacáo pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade,
integridade e eventual restricáo de acesso.

Cumpre-me ainda citar o inciso IV do art. 11 da Lei n. 8.429/92, que determina ser ato de
improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da administracáo pública, qualquer acáo
que negue publicidade aos atos oficiais, bem corno os arts. 2º e 3º da Lei n. 11.111/2005 garantindo a
todos o direito de receber dos órgáos públicos informacóes de seu interesse particular.
Note-se que nao poderia ser diferente, especialmente quanto a matéria tributária, posto que o
acesso aos dados e a metodología de cálculo conferem ao contribuinte seguranca jurídica ao mesmo
tempo em que asseguram o direito a ampla defesa e ao contraditório, princípios constitucionais que
compóem os pilares básicos de um Estado Democrático de Direito.
Nao pode, absolutamente, chegar o Poder Executívo e determinar ao contribuinte a alíquota,
sem permitir a esse contribuinte acesso aos dados e ampla conferencia do cálculo efetuado. Nao pode
esconder fatos, documentos ou estatísticas sob o argumento de que sao dados sigilosos, porque, se
assim de fato fossem (o que nao sao), nao poderiam ser utilizados para o cálculo de uro tributo, sob
pena de restar comprovado que a metodología adotada é constitucionalmente inviável.
Ocorre que a ausencia de publicidade impera em todo o procedimento de cálculo do FAP e chega
a ser gritante a violacáo aos princípios constitucionais mencionados. De inicio, logo na primeira parte
do Extrato, a Uniáo informa os dados que serviram de base ao cálculo do FAP, conforme exernplifico:

DadosqueCOJTC)useram o cálculo doFAP conforme Resol~ CNPS Nt 1.31612010--------------.

Registros de acidentes do traballO: 358 Auxllio-doenlyapor acidentedo traballO- B91: 232


Nexo Técrico Pr~clenciário sem CAT Aposenladoria por invaidez por acidente do
..,nculada · 160
traballo - 892:
14
Massa Salarial: 815.88C).010,89 Pensao por roorteporacidentedo trabatlo- o
B93:
l'límero Mécio de vrnculos: 15.407,2083
Auxlio-acidente por aoidentedo traballo - B94: 2
lólalde efl1)resas na subclasse CN.AE: 59.386
ValorlótaJde Beneficios Pagos: 10.207.418,30

Boa parte desses registros de acidentes e desses nexos sen1 CAT advém de processos adminis-
trativos absolutamente ilegais e inconstitucionais, conforme já abordado anteriormente nesta obra,
subitem 6.2 e, especialmente, subitem 6.2.4. O INSS, órgáo responsável pela investigacáo técnica do
nexo entre o trabalho e a lesáo ou a enfermidade, nao tem observado a Constituicáo Federal ou mes-
1no qualquer diploma legal ou normativo para a caracterizacáo dos acidentes (especialmente quanto
a publicidade), de forma que jamais essas ocorréncias poderiam ser utilizadas para a cornposicáo de
cálculo de um fator que traz implicacóes diretas na alíquota de um tributo. Sao atos inconstitucionais
e ilegais e, nessa condicáo, nulos de pleno direito.
A violacáo a Constituicáo e a legíslacáo infraconstitucional tem início, portante, muito antes do
cálculo do FAP, quando as ocorréncías sao caracterizadas como acidentárias por parte do INSS. No
en tanto, corno mu itas delas nao sao notificadas as empresas (em violacáo aos principios da publicidade,
seguranca jurídica, ampla defesa e contradítório), sornente quando da divulgacáo do extrato que é

o contribuinte toma delas conhecimento. E esse é o caso, por exemplo, dos registros de acidentes
(CATs) que nao foram emitidas pelo empregador e que nao proporcionaram a concessáo de beneficio
previdenciário em razáo da ausencia de afastamento ou de incapacidade de curta duracáo,

228
Entendo, pois, que a empresa tem direito de ver e conhecer todas essas CATs e todos esses
processos administrativos referentes aos beneficios que estáo sendo utilizados para a composícáo
de cálculo de seu tributo, no intuito de certificar-se de sua regularidade e, até mesmo, de sua real
existencia. Se nao tiver sido a empresa a emitente das 358 CATs, por exemplo, quem disse que de fato
existiram essas notificacóes e, se nao proporcionaram a concessáo de beneficio, quem atribuiu o nexo
acidentário se nao passara1n pela perícia médica do INSS?
Ainda mais importante é a inforrnacáo sobre o total de empresas de urna mesma subclasse, já
que esse dado é de extrema importancia para o cálculo do FAP. Aliás, conforme regras de cálculo
já abordadas no subitem 12.1.1, podernos compreender que semente duas informacóes importam,
de fato, para o cálculo do referido flexibilizador: a posicáo nas filas da frequéncia, gravidade e custo
(nordens) e o total de empresas de urna mesma categoría CNAE, posto que esses dois únicos dados é
que comp6em o cálculo dos percentis e já que a fórmula final de cálculo utiliza apenas esses percentis:
til d f • . (n. ordem na fila da frequéncia - 1)
P ercen 1 e requenc1a = 100 x --------------
(total de empresas do mesmo CNAE - 1)

Percen til d id d (n. ordem na fila da gravidade - l)


1 e grav1 a e= 100 x --------'-------
(total de empresas do mesmo CNAE - 1)

til d t (n. ordern na fila da gravidade - 1)


Percen 1 e cuso= 100 x ----------'-------
(total de empresas do mesmo CNAE - 1)

lC = ((0,50 X perc. de gravidade) + (0,35 X perc. de frequéncia) + (0,15 X perc. de custo)] X 0,02
Assim, de nada adianta ao contribuinte poder conferir todos os demais dados do Extrato FAP
se nao lhe for assegurado o direito de conhecer e conferir as posicóes nas filas e o total de empresas
de seu segmento. Quanto a posicáo nas filas, a Uniáo informa a colocacáo de cada empresa (sem
identificá-las), mas nao permite, absolutamente, sua conferencia, o mesmo ocorrendo para a infor-
macáo sobre o total de e1npresas. Nao pode o contribuinte conhecer todos os dados e calcular, ele
próprio, todo o cálculo do FAP, conferindo se a posicáo que lhe foi atribuída pela Uniáo encentra-se
cerreta. Também lhe é vedado conhecer quais sao essas outras empresas, se pertencem de fato ao seu
segmento de atividade económica e se estáo em atividade. A Uniáo informa as posícóes e o total de
e1npresas e diz ao contribuinte: cala-te e paga.
Nao seria difícil ou complicado para a Uniáo fazer cumprir a Constituicáo Federal e a legislacáo
ordinária quanto ao tópico, se assim desejasse de fato. Primeiramente, deveria obrigar o INSS ao
cumprirnento da legíslacáo vigente e só utilizar no cálculo do FAP acidentes de trabalho legalmente
caracterizados, onde o nexo tiver sido de fato investigado e com a observancia dos principios
constitucionais de publicidade, legalidade, seguran<;a jurídica, ampla defesa e contraditório,
disponibilizando as partes ( empregado e empregador) cópia integral dos processos administrativos
em sua página eletrónica na internet. Quanto ao cálculo específico do FAP, informar numa listagern
quais forarn as empresas consideradas no mesmo CNAE e, em outra listagem, sem nomeá-las, liberar
o acesso a todos os dados e todos os cálculos efetuados, proporcionando ao contribuinte absoluta e
integral conferencia do resultado aplicado.
Enquanto tais garantías e tais informacóes nao forem permitidas, tenho o FAP como um
flexibilizador surpresa, de livre escolha da Uniáo, sem qualquer possibilidade de conferencia pelo
contribuinte. Os dados sao informados, assim corno as posícóes nas filas, o total de empresas e o
resultado final do FAP. No entanto, nao tem o contribuinte acesso aos documentos (para verificar a
real existencia e a regularidade dos processos administrativos), nao pode conferir se a posícáo que
lhe foi atribuída nas filas encentra-se cerreta e nao pode conhecer as empresas de seu segmento.
Nenhuma das informacóes utilizadas para a com posicáo do cálculo se refere a situacáo económica
ou financeira das empresas e tampouco se encontram legalmente protegidas por sigilo, nos termos

229
da legislacáo vigente (CTN, art. 198, Leí n. 11.111/2005, arts. 2!"! e 3!"!, Decreto n. 5.301/2004, art. 3!l,
e Decreto n. 4.553/2002, arts. 2!"!, 4Q e 5!l). Deveriam, pois, ser amplamente divulgadas pela Uniáo,
possi.bilitando ao contribuinte a conferencia integral do cálculo, o que nao ocorre de fato.
Compreendo, pois, pela gritante violacáo dos direitos mais básicos garantidos pela Constituicáo
Federal em matéria tributaria, nao sendo observada a publicidade e, em consequéncia, a legalida-
de, a ampla defesa, o contraditório e a seguranc;a jurídica, razáo pela qual devem o art. 10 da Lei
n. 10.666/2003, bem corno o art. 202-A do Decreto n. 3.048/99 e as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009,
1.309/2009 e 1.316/2010 serem declaradas inconstitucionais.
No mesmo sentido compreendeu o magistrado da 2ª Vara Federal de Sao Carlos/SP, conforme
trecho da sentenca que ora transcrevo:
[... ]
73. Nao verifico o preenchimento dos requisitos constitucionais (seguranca da sociedade ou seguranc;a do Estado)
que justifique a negativa de tornar acessíveis os dados usados para apuracáo do FAP pelo menos aos empregadores
que integram determinada subclasse.
74. Em suma: a despeito do FAP ser calculado a partir de "inforrnacóes e cadastros" que nao estáo sujeitas a qualquer
espécie de sigilo albergado pelo ordenamento jurídico, constado que os dados constantes na Portada que publicou
os Róis de percentis de frequéncia, gravidade e custo da empregadora, de fato, nao trazem qualquer possibilidade de
o contribuinte saber se sua posicáo na lista de empresas da subclasse foi ou nao calculada de forma cerreta. urna vez
que cada contribuinte só tem acesso aos seus próprios dados.
75. Com outras palavras: os contribuintes nao tem acesso aos dados das outras empresas que estáo classificadas na
mesma subclasse CNAE e, assim, nao tem como questionar o acerto ou o desacerto do número que lhe foi atribuído
peloMPS.
76. A construcáo do preceito normativo relativo a alíquota enlaca dados de todas as empresas que íntegram o mesmo
grupo CNAE e os hierarquiza de acordo com os números obtidos nos índices de frequéncia, gravidade e de custo
conforme o número de ordem a que se chegou comos dados de cada empresa da subclasse (nordern), mas nao permite
que a empresa que deve pagar o tributo verifique os passos que levaram o Fosco a lhe atribuir um determinado FAP,
ou seja, instituiu-se um iegime de segredo para tais informacóes para verificar se o enquadramento foi feíto conforme
a lei.
77. Diante do exposto, tem razáo a autora quando afirma que a tributacáo levada a cabo pelo Fisco nao se deu de
forma transparente e que, com ísso, o direito de defesa daquele que deve pagar o tributo foi inconstitucionalidade
violado.
78. Ante o exposto, declaro incidentalmente a inconstitucionalidade das Resolucóes CNPS ns. 1.308, 1.309e1.316/2010
em face do art. 37, caput, e art, Sll, inc, LV, da Constituicáo Federal.
(Processo 0000370.93.2010.403.6105 - 2ª Vara Federal de Sao Carlos/SP - [uíz Federal [acímon Santos da Silva -
sentenca proferida em 27.2.2014)<147J

Este, contudo, nao tem sido o entendimento em nossos Tribunais Regionais Federáis, que, sem
qualquer abordagem de mérito e, acredito eu, sem conhecimento do cálculo e sua metodología,
limitam-se a informar que todas as informacóes estáo disponíveis no extrato, conforme ilustra a
decisáo proferida pelo TRF da 5ª Regiáo (destaque meu):
TRIBUTÁRJO. CONTRIBUI<;ÁO AO CUSTEIO RAT - RISCOS AMBIENTAIS DO TRABALHO (ANTIGO
SAT). LEI N. 10.666/03. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVEN\;ÁO (FAP). DECRETOS NS. 6.042/07 E 6.957/09.
ALÍQUOTA. FLEXIBILIDADE. RESOLU<;AO CNPS N. 1.316/2010. INEXISTENCIA DE ILEGALIDADE OU
INCONSTITUCIONALIDADE. 1. O art. 10 da Lei n. 10.666/03, previu que as alíquotas da contribuicáo ao custeio
RAT - Riscos Ambientaís do Trabalho (antigo SAT) poderiam ser reduzidas até a metade, ou majoradas até o
dobro. 2. A flexibilidade das alíquotas concretizou-se com a implementacáo do Fator Acidentário de Prevencáo
- FAP, instituido pelos Decretos ns. 6.042/07 e 6.957/09, a partir de índices de frequéncia, gravídade e custos dos
acidentes de trabalho, cuja metodología de cálculo ficou a cargo do Poder Executivo, através do Conselho Nacional
de Previdéncia Social (Resolucóes ns. 1.308/09 e 1.309/09). 3. A referida contribuicáo previdenciária é calculada de
acordo com o grau de risco da atividade desenvolvida em cada empresa, de modo que a críacáo do FAP ostentou

(147) Lamentavelmente, essa declsáo acabou sendo modificada pelo TRF da 3ª Regiao, cuja relatoria coube ao desembargador Hélio
Nogueira.

230
feic;áo extrafiscal, servindo de instrumento preventivo dos acidentes e doencas do trabalho, 4. Considerando que
todos os elementos definidores do tributo estáo previstos em Lei, inexistiu ilegalidade ou afronta a Constituicáo na
regulamentacáo do FAP, pois as normas infralegais nao inovaram em matéria tributaria, apenas tendo concretizado
o escopo delineado na Lei n. 10.666/03. Precedentes deste eg. TRF 5~ Regíáo, 5. Legalidade da Resolucáo Cl\TPS n.
1.316/2010, que foi devidarnente aprovada pelo Conselho Nacional da Previdéncia Social, assim como a metodología
de cálculo ali disposta. 6. Igualmente nao merece prosperar a alegacáo de ferimento a publicidade dos atos, urna
vez que todos os dados básicos do FAP encontram-se a disposícáo no Sítio Eletrónico da Previdéncia Social (<WWw.
previdencia.gov.br»). Apelacáo improvida. (TRF 5ª Regiáo - AC 531672 - 3ª Turma - DJE de 2.8.2013 p. 246)

Com a devida venia, penso que se nossos Tribunais Regionais Federais se dispusessem a
debrucar sobre a matéria e compreender, de fato, todo o cálculo do FAP e sua sistemática (o que nao
é difícil, porque envolve apenas conhecímentos de matemática básica), seria impossível urna decísáo
como a ilustrada, porque a afirmacáo de que todos os dados básicos do FAP enconirarn-se a disposil;ao é
absolutamente incorreta e de fácil comprovacáo, sendo suficiente acessar a tal página eletrónica e
tentar, com os dados ali visualizados, calcular o referido flexibilizador em toda sua extensáo.
O que tenho visto e observado em todos esses anos de vigencia do FAP (desde 20101 portante) é
a relutáncia do Judiciário, mas específicamente dos Tribunais Regionais Federais, ern aceitar que nem
todo tributo observa as regras constitucionais e legais que lhe deveriarn ser inerentes e que, para assim
se certificarem, precisam entender e conhecer a matéria e o cálculo que lhe é pertinente. É comum
encontrarmos decis6es confundindo a distribuicáo das alíquotas básicas do SAT (1%, 2°/o ou 3°1<>) corn
o cálculo do FAP (seu flexibilizador), bem como decis6es absolutamente arbitrárias e sem qualquer
fundamento jurídico que se limitam a registrar que a metodología foi aprovada pelo Conselho Nacional
de Previdéncia Social, cuja composícáo é formada também por representantes das empresas.
Tal argumento pode ser observado, por exemplo, na decisáo proferida pelo TRF da 4ª Regiáo
num processo em que questiono o FAP atribuído em 2010 ao meu próprio escritório de advocacia que,
no período de apuracáo, nao apresentou qualquer acidentalidade (zero ocorréncías, zero beneficios,
zero custo) e, nao obstante, obteve apenas O,Olo/o de desconto (e nao os SOo/o de desconto previstos
na Lei n. 10.666/2003). A matéria já foi abordada por mim nesta obra, no subitem 12.1.3, e a própria
Uniáo reconheceu o ilícito praticado ao corrigir a situacáo a contar de setembro/Zül O, por meio da
Resolucáo CNPS n. 1.316/2010. Permaneceu o erro, contudo, para o período de janeiro a agosto/2010,
e o juízo de prímeiro grau, acertadamente, julgou procedente o pedido, compreendendo que o cálculo
pratícado pela Uniáo (que, inclusive, sequer constava da metodología aprovada pela Resolucáo
CNPS n. 1.308/2009 e que nao havia sido divulgado aos contribuintes) impedía o cumprimento da
Lei n. 10.666/2003 e que deveria ser atribuído o resultado 0,5000 para todo o ano de 2010. Em sede de
apelacáo, proposta pela Uniáo, o TRF 4 reformou o julgado, utilizando como argumento o seguinte:
A parte autora insurge-se contra o método de cálculo do seu índice FAP, a pretexto de que, por nao possuir nenhum
registro de acidente de trabalho, deveria ter-lhe sido atribuído o FAP 0,5 (e nao o FAP 0,9935), obtendo assím a
reducáo máxima prevista na Leí n. 10.666, de 2003.
Com efeito, pela metodologia de cálculo trazida pelas Resolucóes CNPS ns. 1.308 e 1.309, ambas de 2009, era possível
que, ainda que nao houvesse acidentes comos empregados da empresa, a essa fosse atribuído FAP maior que 0,5, no
caso de mais de urna empresa com indice de acidentalidade zero (ou seja, na hípótese de empate).<1411>
Rejeiro, contudo, as objecóes formuladas pela demandante a respeito da metodología do FAP adotada pelas normas
infralegais. Evidentemente, qualquer metodologia que fosse adotada seria questionada pelos contribuintes, pois
ninguém deixará de enxergar defeitos naquilo com o que nao concorda. Ademais, nenhuma fórmula é perfeita. O
essencial é que a metodología tenha fundamento racional, e seja aplicada a todos os contribuintes.
É certo que o Ministério da Previdéncia Social aperfeicoou a metodología do FAP desde a sua 'instituicáo, tendo
alterado, por meio da Resolucáo MPS/CNPS n. 1.316, de 2010, a questáo referente a atribuicáo de índice mínimo no
caso de acidentalidade zero.
[... )

(148) Ao contrário do afirmado pelo relator, as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009 e 1.309/2009 nao fazem qualquer referencia a esse
cálculo, nem tampouco ao empate nas poslcóes. O procedimento de cálculo adorado pela Uniáo (e adotado de janeiro/2010 a agos-
to/2010) só foi divulgado as empresas em 14.06.2010, quando da publicacáo da Resolucáo CNPS n. 1.316.

231
Nao cabe, contudo, ao contrário do que entendeu a juíza da causa, aplicar retroatívamente tal resolucáo que altera
regras do cálculo do FAP. lsso porque, conforme mencionado, o que se mostra imprescindível é que a metodología
nao se baseie em critérios desarrazoados e que seja aplicada de forma igualitária, o que, por certo, foi observado nas
resolucóes do Conselho Nacional de Previdéncia Social - CNPS.
Nao se olvide, ainda, que nao é possível a retroacáo da legislacáo tributária (entendida generícamente, nos termos do
art. 96 do CTN), exceto nas hipóteses previstas no art. 106 do CTN, nas quais nao se enquadra a situacáo aqui tratada.
(destaque meu)
(TRF 4ª Regíáo - Processo n. 5002550-31.2010.404.7000/PR - 2~ Turma - DJE de 17.12.2014)

Sendo certo que as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009e1.309/2009 nada referem sobre o tal cálculo
(e é certo porque, de fato, nao fazem referencia alguma), podemos observar que a decisáo proferida
nao guarda qualquer fundamento jurídico.
E, ainda que tais normativos trouxessem o critério de cálculo que impedia a aplicacáo do
desconto de 50% previsto na Lei n. 10.666/2003, os argumentos utilizados pelo TRF para reformar o
julgado e dar provimento a apelacáo forarn os de que qualquer metodología que fosse a dotada seria
11

questionada pelos contribuintes; que ninguém deixa de enxergar defeitos naquilo com o que nao
concorda; que nenhuma fórmula é perfeita e que o essencial é que a metodologia tenha fundamento
racional e seja aplicada a todos os contribuintes".
Ora, é verdade que o CNPS compóe-se de representantes do governo e da sociedade e que entre
esses últimos existem representantes das empresas. No entanto, o fato de a metodología ter sido
aprovada por Resolucáo desse Conselho nao significa que as normas constitucíonais e demais leis em
vigor possa1n ser ignoradas. Nao temo referido Conselho, ainda que democrático por sua composicáo,
o poder de editar normas que contrariem os princípios mais básicos da Carta Constitucional e
nem tampouco que possam ferir disposicóes legais pertinentes a matéria acidentária, ao processo
administrativo federal e a publicidade dos atos.
Assim, e com todo o respeito que merecem os desembargadores dos Tribunais Regionais
Federáis, nao meé possível concordar, de forma alguma, comas razóes expostas para a validacáo
do procedimento adotado pela Uniáo. Registro que qualquer metodologia adotada sem observar
os princípios constitucionais sem observar a legislacáo de regencia será, sim, sempre questionada
pelos contribuintes e que as fórmulas somente seráo perfeitas, com validacáo da metodología, se esta
observar essas garantias basilares, especialmente as da publicidade e legalidade, que, como corolário,
trazem consigo as da ampla defesa, do contraditório e da seguranc;a jurídica.
De toda forma, a matéria precisará será analisada pelo STF, a que1n cabe o controle de
constitucionalidade, e, nao obstante o conteúdo disponibilizado pelo referido Tribunal em sua
página eletrónica quanto ao objeto das acóes que já se encontram para apreciacáo (RE 677.725/RS, RE
684.261, RE 677.729, ADI 4.660 e ADI 4.397), a violacáo ao princípio da publicidade parece estar sendo
questionada no RE 677.725 e na ADI 4.660Y49l

12.2.6. Devido processo legal, ampla defesa e contraditório - razoabilidade e


proporcionalidade
Faz-se ainda necessário destacar que a metodología adotada para o cálculo do FAP fere
frontalmente as garantias constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório,
dispostas na Constituicáo Federal de 1988 no art. 5º:
Art. 5° Todos sao iguais perante a leí, sern distincáo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a seguranca e a
propriedade, nos termos seguintes:
[... ]

(149) O STF informa, para a ADI 4.660, que estáo sendo questionados os arts. 52, XXXVI, XXXIX e XL, 37, 150, 1 e 111 e 195. Para a ADI
4.397 foram questionados os arts. 37 e 150, 1, e, por fim, para o RE 677.725/RS, os princípios da legalidade estrita e irretroatividade
(CF, art. 52, 11, art. 37, 11, art. 150, 1 e 111 e art. 195, 1 e §§ 42 e 92).

232
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral sao assegurados o contraditório
e ampla defesa, coro. os meios e recursos a ela inerentes;
[... ]

Tais direitos sao igualmente assegurados pelo legislador ordinário, conforme podemos observar
no art. 2Q da Lei n. 9.784/99, que regula o processo administrativo federal:
Art. 2Q A Administracáo Pública obedecerá, dentre outros, aos principios da Legalidade, finalidade, motívacáo,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran~a jurídica, interesse público e
eficiencia.
Parágrafo único. Nos processos administrativos seráo observados, entre outros, os critérios de:
I - atuacáo conforme a Lei e o Direito;

[... ]

Aqui, o que importa registrar é que todo e quaJquer procedimento adotado no cálculo do FAP
deve observar a legislacáo ordinária vigente (Leis ns. 8.212/91, 8.213/91, 9.784/99 e 10.666/2003) e
sempre com as garantias ao contribuinte da ampla defesa e do contraditório, premissas nao adotadas
pela Uniao.
Como já observado anteriormente, a composicáo do FAP deve levar em conta tres indicadores
acidentários (frequéncia, gravidade e custo), que, por sua vez, sao calculados conforme dados
extraídos do banco de dados do INSS, autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdéncia
Social.
Por certo, portante, que todos esses dados deveriam ser obtidos de processos administrativos
pautados na legalidade, na ampla defesa e no contraditório, o que nao corresponde a realidade
atual, sendo gritante a disparidade entre o procedimento previsto na legíslacáo e o procedimento
administrativo praticado pelo INSS quanto a caracterizacáo dos acidentes de trabalho/"?' sendo
possível ilustrar, dentre os inúmeros existentes, com um único fato.
Determina toda a legíslacáo acidentária vigente que, na esfera administrativa, sornente o
perito médico do INSS tem competencia para investigar tecnicamente o nexo entre a lesáo/doenca
e o trabalho e, assím, concluir ou nao pela existencia da natureza acidentária. Tal competencia e
responsabilidade restarn expressas, inclusive, no art. 337 do Decreto n. 3.048/99.
,
E evidente, entáo, que essa investigacáo técnica deveria estar presente em todas as caracterizacóes
feítas pelo INSS, COITI observancia das garantías de ampla defesa e contraditório as empresas, o que
nao corresponde a realidade fática, já que na maioria absoluta dos processos administrativos dessa
natureza todas essas prernissas foram (e continuarn sendo) ignoradas.
Também ctunpre destacar que os Extratos FAP contém também ocorréncias sem afastamento ou
com afastamento de poucos días, para os quais nao foi concedido qualquer beneficio e que, por isso,
sequer passara1n pela análise do perito médico do INSS. Tratam-se, pois, de ocorréncias notificadas
por CATs emitidas pela própria e1npresa, bem como também pelos trabalhadores, sindicatos
profissionais ou qualquer outro legalmente autorizado a tal notificacáo, nos termos da Leí n. 8.213/91.
O que determina a Lei n. 8.213/91 é que todos podem emitir a CAT, notificando o que pode ser
um acidente de trabalho, mas que cabe ao perito do INSS investigar técnicamente o nexo e concluir
pela existencia, ou nao, de um acidente de trabalho. E se assim é, quando a CAT nao tiver sido emitida
pela empresa (e sim pelo trabalhador ou outro terceiro autorizado) e tal documentacáo nao tiver sido
analisada pelo perito (porque nao gerou concessáo de beneficio, em razáo do curto afastamento ),
quem disse que se tratava, de fato, de um acidente de trabalho?

(150) Sobre o tema, ver o Capítulo 6 desta obra, especialmente o subitem 6.2.4, que trata da ilegalidade da prática adotada pelo INSS
quanto a caracterizacáo dos acidentes de trabalho.

233
A Uniáo, num afá de aumentar arbitrariamente sua arrecadacáo, considera toda e qualquer
ocorréncia notificada como um acidente de trabalho verdadeiramente caracterizado, passando por
cima de toda a legislacáo pertinente e conferindo poderes aos trabalhadores, sindicatos e outros
terceiros a tal afirmacáo, sem qualquer processo administrativo, sem investigacáo técnica do nexo e
sem as garantías de defesa e contraditório.
As empresas, no ámbito do INSS, sequer tém acesso aos processos administrativos, nao lb.es
sendo permitido visualizar as CATs emitidas ou os documentos apresentados pelo trabalhador para
a caracterizacáo do nexo. Referida autarquía parece desconhecer os termos da Lei n. 9.784/99, a qual
se encentra abrigada, especialmente as disposícóes do art. 9º, que garantem as empresas a condicáo
de interessadas e, assim, partes integrantes do processo administrativo federal.
Melhor sorte nao socorre aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, inerentes
a eficiencia administrativa prevista no art. 37 da Constituicáo Federal e também no art. 2º da Lei
n. 9.784/99.
A desobediencia a tais princípios resta evidenciada nas disposicóes das Resolucóes CNPS ns.
1.308/2009 e 1.316/2010, que, ao instituírem as regras de cálculo para o coeficiente de custo (um
dos indicadores do FAP) determina que seja utilizada a projecáo de gasto futuro comos benefícios
de aposentadoria, pensáo por morte e auxílio-acidente, sem a correspondente projecáo da receita
( contribuicóes, massa salarial). Confira-se:
Custo: dimensáo monetária do acidente que expressa os gastos da Previdéncia Social com pagamento de beneficios
de natureza acídentária e sua relacáo comas contribuicóes das empresas,

[... ]
2.3.3. Índice de custo

Representa o custo dos beneficios por afastarnento cobertos pela Previdéncia. Para esse índice sao computados os
valores pagos pela Previdéncia em rendas mensais de beneficios. No caso do auxilio- doenca (891), o custo calculado
é

pelo tempo de afastamento, em meses e fra~ao de mes, do trabalhador.

Nos casos de invalidez, parcial ou total, e morte, os custos sao calculados fazendo urna projecáo da expectativa de
sobrevida a partir da tábua completa de mortalidade construida pela Fundacáo Instituto Brasileiro de Geografía e
Estatística - IBGE, para toda a populacáo brasileira, considerando- se a média nacional única para ambos os sexos.

O cálculo do índice de custo é obtido da seguinte maneira:

Índice de custo =valor total de beneficios/valor total de remuneracáo paga pelo estabelecimento aos segurados x 1.000
(mil).( ... ]

Referido regramento consta tambérn do art. 202-A do Decreto n. 3.048/99, com a seguinte
redacáo:
Art. 202-A. [ ... ]

[ ... J
ITI - para o índice de custo, os valores dos beneficios de natureza acidentária pagos ou devidos pela Previdéncia
Social, apurados da seguinte forma:

a) nos casos de auxílio-doenca, combase no tempo de afastamento do trabalhador, em meses e fracáo de mes; e

b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projecáo da expectativa de sobrevida do segurado,
na data de inicio do beneficio, a partir da tábua de mortalidade construida pela Fundacáo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE para toda a populacáo brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos
os sexos.

[... ]

Ora, se o custo dos benefícios deve ser analisado conforme sua relacáo com as contribuicóes
efetuadas pelas empresas/ nao poderia a Uniáo projetar um gasto futuro (numerador na fórmula

234
matemática) sem projetar, na mesma proporcáo, a contribuicáo que será vertida pelas empresas aos
cofres previdenciários (denominador na fórmula matemática). Eis novamente a fórmula, para melhor
compreensáo do ilícito:
ce= valor pago pelo INSS X 1000
vlr total de remuneracáo paga aos segurados
Se a Uniáo, ao considerar o valor pago, projeta valores futuros que ainda irá gastar com determinado
beneficiário até sua morte, conforme dados de sobrevida divulgados pelo IBGE, certamente deveria
projetar também a massa salarial (base de cálculo das contríbuicóes previdenciárias), ajustando-se
proporcionalmente e razoavelmente o gasto e a receita.
No momento em que assim nao faz, projetando semente o gasto, manipula a fórmula matemática
em seu favor, de forma significativa, prejudicando o resultado final do FAP a ser atribuído ao
contribuinte, em afronta direta aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, garantidos no
art. 37 da Carta Constitucional.
E, como o FAP calculado todos os anos, sequer há razáo ou fundamento para tal projecáo,
é

sendo perfeitamente possível apurar-se, com exatidáo, o quanto foi efetivamente pago pelo RGPS a
título dos beneficios no período de apuracáo, assim como a efetiva massa salarial do mesmo período.
Também o período de apuracáo definido na metodología nao guarda relacáo alguma com os
princípios de proporcionalidade e razoabilidade, igualmente em ofensa ao art. 37 da Constituicáo
Federal, sendo as dísposicóes do art. 202-A do Decreto n.. 3.048/99, quanto ao tópico, as seguintes
(destaques meus):
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 seráo reduzidas em até cinquenta por cento ou
aumentadas em até cem por cento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a sua respectiva atividade,
aferido pelo Fator Acidentário de Prevencáo - FAP.
[ ... ]
§ '72Para o cálculo anual do FAP, seráo utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada ano, até completar o período
de dois anos, a partir do qual os dados do ano inicial seráo substituídos pelos novos dados anuais incorporados.
§ 82 Para a empresa constituida após janeiro de 2007, o FAP será calculado a partir de }l! de janeiro do ano ano seguinte
ao que completar dois anos de constituicáo.
§ 9!! Excepcionalmente, no primeiro processamento do FAP seráo utilizados os dados de abril de 2007 a dezembro de
2008.
[ ... ]
Mesma regra consta das Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009e1.316/2010, de forma que, em síntese,
urna mesma ocorréncia acaba sendo computada em dois anos seguidos, conforme demonstra a
seguinte tabela:

FAP aplicado em Divulga~ao do extrato Período de apuracáo dos dados


2010 Final do mes de setembro/2009 04/2007 a 12/2008
2011 Final do mes de setembro/2010 01/2008 a 12/2009
2012 Final do mes de setembro/2011 01/2009 a 12/2010
2013 Final do mes de setembro/2012 01/2010 a 12/2011
2014 Final do mes de setembro/2013 01/2011a12/2012
2015 Final do mes de setembro/2014 01/2012 a 12/2013
2016 Final do mes de setembro/2015 01/2013 a 12/2014

Ternos, de forma indireta, urna bitributacáo instituida, ou seja, um bis in idem, já que um
mesmo fato (ocorréncia acidentária, benefício concedido ou valor gasto pelo INSS) servirá de base

235
para compor o cálculo do tributo ern dois momentos distintos (dois anos seguidos), punindo-se o
empregador duplamente e proporcionando ao Estado um aumento exacerbado de arrecadacáo.
Por fim, ainda cu1npre mencionar as travas instituidas pelas Resolucóes do CNPS ao desconto
fixado no art. 10 da Lei n. 10.666/2003. Conforme observado nos subitens 12.1.2 e 12.1.3 desta obra,
duas sao as hipóteses de aplicacáo das travas, a saber:
• FAP > 1,0000: as empresas nao poderáo usufruir do desconto de 25o/o sobre o malus, o qual foi
instituído pela Resolucáo CNPS n. 1.308/2009(151> e encontra-se mantido até a presente data, caso
apresentem registros de aposenta doria por invalidez e pensáo por morte ( exceto se decorrentes
de acidente de trajeto) ou rotatividade superior a 75%.
• FAP < 1,0000: as empresas nao poderáo usufruir do FAP calculado, devendo aplicar o resultado
neutro (FAP 1,0000) quando apresentarem casos de morte (benefício de pensáo por morte)
ou invalidez permanente (beneficio de aposentadoria por invalidez), exceto se comprovarem
investimentos em recursos materiais, humanos e tecnológicos em melhoria na seguran<;a do
trabalho.
Nenhuma crítica merecem as travas pertinentes ao desconto de 25%, já que este foi instituído
pelas Resolucóes e sendo perfeitamente possível que estas normatizem as regras para sua concessáo.
No entanto, o mesmo nao se pode afirmar quanto as travas que impedem o desconto instituido
pela Lei n. 10.666/2003, porque no art. 10 do referido diploma legal há determinacáo expressa de que
as empresas com melhor desempenho em tennos de acidentalidade devem ser contempladas com
desconto, sem qualquer ressalva fixada.
Nao pode, pois, urna Resolucáo Normativa, ainda que aprovada pelo CNPS, instituir restricáo
nao fixada pelo legislador ordinário, impedindo as empresas de usufruírem de desconto legalmente
previsto, sob pena de afronta ao princípio da legalidade e consequente usurpacáo do poder legislativo
e extrapolacáo do poder regulamentar.
Todo o exposto co1nprova que a metodología adotada deixa de observar o devido processo
administrativo legal, a ampla defesa e o contradítório (CF/88, art. 5º, LV), bem como os principios de
legalidade, proporcionalidade e razoabilidade (CF/88, art. 37) que sao garantidos aos contribuintes,
razáo pela qual entendo qtle o art. 202-A do Decreto n. 3.048/99 e as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009,
1.309/2009 e 1.316/2010 devem ser declaradas inconstítucionaís.
A pesar de extensa pesquisa, nao localizei decis6es judiciais sobre o tema e ressalto que caberá ao
STF a decisáo final competente. No entanto, pelo conteúdo disponibilizado pelo referido Tribunal em
sua página eletrónica quanto ao objeto das acóes que já se encontram para apreciacáo (RE 677.725/RS,
RE 684.261, RE 677.729, ADI 4.660 e ADI 4.397), a violacáo desses princípios parece nao estar sendo
questionada.v='

12.2.7. Ofensa ao art. 195, § 9º

Urna última ofensa ao texto constitucional refere-se a limitacáo disposta no§ 9º do art. 195, que
permite diferenciacáo na base de cálculo do tributo apenas em razáo da utilizacáo da máo de obra,
porte da e1npresa ou condicáo estrutural do mercado de trabalho. Eis a redacáo do dispositivo:

(151) Com alteracées importantes trazidas pela Resolucáo CNPS n. 1.309/2009 e também pela Resolucáo CNPS n. 1.316/2010.
(152) O STF informa, para a ADI 4.660, que estáo sendo questionados os arts. 5º, XXXVI, XXXIX e XL, 37, 150, 1 e 111 e 195. Para a ADI
4.397 foram questionados os arts. 37 e 150, 1, e, por fim, para o RE 677.725/RS, apenas os princípios da legalidade estrita e irretroati·
a
vidade (CF, art. 5º, 11, art. 37, 11, art. 150, 1 e 111 e art. 195, 1 e §§ 4º e 9º). Na ADI 4397 parece haver mencáo violacáo do princípio de
razoabilidade, mas relacionando-o a a
ausencia de edicáo de qualquer norma visando efetiva alteracáo do risco ambiental do trabalho
nas atividades desenvolvidas pelas empresas, mas apenas instituicáo de instrumento que objetiva aumento de arrecadacáo (inadequa-
~ao entre o meio empregado e a finalidade motivadora da norma).

236
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socíedade, de forma direta e indireta, nos termos da leí,
mediante recursos provenientes dos orcarnentos da Uniáo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, e das
seguintes contribuicóes sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da leí, incidentes sobre:
a) a folha de salarios e dernais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que lhe
preste servíco, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
e) o lucro;
[... )
§ 92 As contribuicóes sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderáo ter alíquotas ou bases de cálculo
diferenciadas, em razáo da atividade económica, da utilizacáo intensiva de máo de obra, do porte da empresa ou da
condicáo estrutural do mercado de trabalho.
[... ]

Com referencia a distribuicáo das alíquotas básicas do SAT (1 %, 2o/o ou 3%), o preceito
constitucional foi devidamente observado pela Lei n. 8.212/91, já que o enquadramento varia conforme
a atividade económica (CNAE) e o grau de risco verificado por inspecáo (leve, médio ou grave).
[á quanto ao cálculo do FAP, que flexibiliza as alíquotas do SAT proporcionando-lhes desconto
ou majoracáo, a variacáo nao mais decorre da atividade económica, mas sim no "desempenho" da
empresa quanto aos índices de frequéncia, gravidade e custo num determinado lapso temporal.
Tratou-se, pois, de instituir um critério distintivo de variacáo de alíquotas nao previsto na
Constituicáo Federal, contrariando expressamente a regra disposta no § 9ll do art. 195, razáo pela
qual entendo pela inconstitucionalidade do art. 10 da Lei n. 10.666/2003, bem como do art. 202-A do
Decreto n. 3.048/99 e Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010.
Registro novamente, contudo. que apesar de extensa pesquisa, nao localizei decísóes judiciais
sobre o tema e ressalto que caberá ao STF a decisáo final competente. No entanto, pelo conteúdo
disponibilizado pelo referido Tribunal em sua página eletrónica quanto ao objeto das acóes que já se
encontram para apreciacáo (RE 677.725/RS, RE 684.261, RE 677.729, ADI 4.660 e ADI 4.397), a violacáo
desse dispositivo parece estar sendo questionada no RE 677.725, no RE 684.261 e na ADI 4660.C153>

12.3. Ilegalidades

Nada obstante as inconstitucionalidades identificadas e descritas no subitem 12.2, a metodología


de cálculo adotada para o FAP e disposta no art. 202-A do Decreto n. 3.048/99, bern como nas
Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010 ainda deixa de observar preceitos legais
instituidos, usurpando poderes do legislativo e extrapolando seu poder regulamentar.
Registro que também sobre essas ilegalidades já expressei meu posicionamento na obra intitulada
Faior Acidentário de Preoencdo (FAP), publicada pela [uruá Editora em 2010 e na qual figuro como
coautora. Urna vez que mantenho os mesmos entendimentos de outrora, agora aperfeicoados pela
prática, e considerando que essas ilegalidades perm.anece1n sendo praticadas pela Uniáo, merecem
abordagem nesta obra, conforme subitens que seguem.

12.3.1. Inexistencia do sujeito passivo - violacáo aos arts. 121e122 do CTN


Recepcionado pela Constituicáo Federal de 1988, o Código Tributário Nacional define corno
sujeito passivo da obrigacáo tributária o contribuinte ou o responsável, conforme dispóem expressa-
mente os arts. 121 e 122:

(153) O STF informa, para a ADI 4.660, que estáo sendo questionados os arts. 52, XXXVI, XXXIX e XL, 37, 150, 1 e 111 e 195. Para a ADI
4.397 foram questionados os arts. 37 e 150, 1, e, por fim, para o RE 677.725/RS, apenas os principios da legalidade estrita e irretroati-
vidade (CF, art. 52, 11, art. 37, 11, art. 150, 1e111 e art. 195, 1 e§§ 42 e 92).

237
Art. 121. Sujeito passivo da obrigacáo principal é a pessoa obrígada ao pagamento de tribu to ou penalidad e pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigacáo principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relacáo pessoal e direta com a situacáo que constitua o respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condicáo de contribuinte, sua obrigacáo decorra de disposicáo expressa de
lei.

"Art. 122. Sujeito passivo da obrigacáo acessória é a pessoa obrigada as prestacóes que constituarn o seu objeto.
,
E preciso, pois, que o contribuinte tenha relacáo pessoal e direta com a situacáo que constitua
o respectivo fato gerador e, em se tratando do responsável, que sua obrigacáo decorra de expressa
previsáo legal.
Ocorre que, conforme metodología de cálculo criada pelas Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009,
1.309/2009 e 1.316/2010, validadas pelo art. 202-A do Decreto n. 3.048/99, nao há essa relacáo direta
entre a empresa e o fato gerador para a flexibílizacáo do tributo.
Note-se que depois de calculados os índices de frequéncia, gravidade e custo, estes sao ordenados
sequencialmente (ern tres filas, ordem crescente), e o elemento que será utilizado na próxima fórmula
matemática é tao semente a posícáo nessas filas, bem corno o total de empresas de mesmo CNAE.
É certo que a Lei n. 10.666/2003, e1n seu art. 10, menciona expressarnente que será analisado o
desempenho da empresa perante seu CNAE, mas ern momento algum determina que os índices de
urna empresa sejam comparados com os índices individuais de outra. Confira-se:
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cerito, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade labora ti va decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cerito, ou aumentada, em até cern por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

Deveria ter sido criada alguma fórmula que utilizasse dados médios de cada CNAE, e nao
dados individualizados das outras empresas, porque, no momento em que assim determinaram as
Resolucóes e o art. 202-A do Decreto, a empresa passou a nao mais gerenciar o próprio tributo.
O que vai determinar a reducáo ou a majoracáo da alíquota o desempenho dos concorrentes,
é

sem qualquer gerenciamento pela empresa em si. Se os concorrentes tiverem mais acidentes, sua
alíquota será reduzida, e se tiverem menos acidentes, será majorada.
Insista-se que para o cálculo dos percentis apenas dois elementos sao utilizados (a posicáo nas
filas e o total de empresas), ambos impossíveis de serem conferidos e, sequer, administrados pela
e1npresa. O elemento que define a alíquota nao o desempenho da própria empresa (porque só
é

com esse dado nao é possível calcular o Fator), mas sim sua posicáo em relacáo ao desempenho dos
concorrentes, fato esse nao conhecido e nao gerenciado pelo contribuinte.
A relacáo direta coma situacáo que constitua o respectivo fato gerador, exigida no art. 121 do CTN,
é, pois, inexistente, razáo pela qual compreendo pela ilegalidade do art. 202-A do Decreto n, 3.048/99 e
das Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010.
Esse tem sido também o entendimento de alguns magistrados, mas ainda nao há jurisprudencia
formada sobre o tema, e a decisáo final da matéria caberá ao Superior Tribunal de [ustica. Ilustrativa-
mente, confira-se a seguinte decisáo ( excerto ):
[... ]
32. Sem embargo das evidentes violacóes a legalidade e a indelegabilidade do poder de fixar alíquotas a um órgáo
meramente administrativo, mediante a manipulacáo e a construcáo de índices, a legislacáo foi ainda mais longe ao
estabelecer urna tributacáo dependente da acáo de outrem e variável ao longo do tempo em funcáo da ac;ao de outrern ..

238
33. Os tributos sao, ern linhas gerais, contribuicóes para o Estado daqueles que exercem determinadas atividades
económicas. Tais contribuicóes devem ser aplicadas nos fins previstos em lei.
34. Neste passo, a busca de urna maior efetividade da legislacáo protetiva do trabalhador se faz mediante o
fortalecimento das acóes fiscalizatórias do Ministério do Trabalho e nao mediante um aumento na tributacáo.
35. Importante aqu i pon tu ar que a legislacáo que trouxe esta novel forma de cálculo de SAT nao estabeleceu para metros
legais fixos que pudessem ser observados pelos Administrados, mas sim parámetros cuja expressáo numérica
dependerá de como os outros integrantes da mesma subclasse se saíram em exercícios anteriores relativamente as
ocorréncias de eventos acidentários.
36. Nísso já se ve que a legislacáo tributária sob comento vulnera a matriz constitucional de incidencia tributária na
exata medida em que submete a tributacáo incidente sobre alguém a variável que está forado seu campo de influencia,
qual seja, o sucesso das outras empresas da mesma subclasse CNAE na prevencáo de acidentes de trabalho.
37. Inegável que a criatividade do que foi feíto pelo MPS. Todavía, nao se tira do fato de ser criativo que é compatível
com a lei. De fato, a contribuicáo para o SAT passou a ser fixada nao em funcáo do "desempenho da e1npresa
em relacáo a respectiva atividade económica" (art. 10, Lei n. 10.666/2003), mas em parte alguma dessa lei se le a
deterrninacáo para entecar as ocorréncias de todas as empresas de urna mesma subclasse do CNAE e ordená-las para
o fim de atribuir a cada en1presa um maior ou um menor FAP.
38. Medir o desempenho de urna dada e1npresa em relacáo a respectiva atividade económica é medir o sucesso dessa
empresa em relacáo a um padrüo de expectativa de sucesso nas medidas de preuendio de acidenie para uni determinado período
(1, 2 ou 3 anos).

39. Para se medir o desempenho nao se faz necessario enlacar os sucessos de todas as empresas da subdasse numa
fórmula que ordene a posicáo de cada urna, sobretudo quando a Administracáo se recusa a publicar os dados das
empresas ordenadas.
40. A medicáo deve ser feíta em relacáo a um padráo fixo de expectativa de sucesso para cada subclasse CNAE
de modo que todos daquela subclasse possam conhecer - sem atentar para os outros integrantes da classe - se
atingiram o que, naquele momento, era tido como ideal em tennos de expectativa de cumprimento de normas de
prevencáo.
41. Por estas razóes, entendo que, ao incluir na fórmula de fixacáo da alíquota do administrado, urna variável que
independe da atuacáo do próprio administrado, a legislacáo instituiu urna tributacáo sem fato jurídico tributario
praticado pelo administrado, o que afasta a possibilidade de tributacáo a contrario senso do que disp6e o art. 121,
parágrafo único, inc, I e U, do Código Tributário Nacional, já que a autora nao é nem contribuinte, porque nao tem
relecáo direta coma situacáo que gera o aumento do FAP, nem responsável, já que a lei nao !he atribuí tal condicáo.
42. Lego, como a autora nao tem controle algurn sobre sua posicáo na subclasse CNAE, nao pode sofrer as consequéncias
económicas de urna tributacáo mais pesada simplesmente porque outras empresas da subclasse tíveram menos
ocorréncias, A posícáo da e1npresa em tal situacáo nao de sujeito passivo (contribuinte ou responsável) e, por isso,
é

nao lhe pode ser exigida a contribuicáo.


(Processo 0000370.93.2010.403.6105 - 2A Vara Federal de Sao Carlos/SP - [uiz Federal [acimon Santos da Silva -
sentenca proferida em. 27.2.2014)\154)

12.3.2. Responsabílízacáo objetiva - víolacáo ao art. 22, inciso 1

Por responsabilidade objetiva <levemos compreender toda aquela que independe da afericáo de
culpa ou mesmo do envolvimento do agente causador do dano, havendo previsáo expressa sobre ela
no parágrafo único do art. 927 do Código Civil:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts, 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repara-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigacáo de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Podernos observar, na redacáo do parágrafo único, que se faz necessária previsáo em lei para a
reparacáo do dano, exceto nos casos em que a atividade desenvolvida pela empresa implicar, por si
só, risco para outras pessoas.

(154) Larnentavelrnente, essa decisáo acabou sendo modificada pelo TRF da 3ª Regiao, cuja relatoría coube ao desembargador Hélio
Nogueira, sern enfrentarnento desse terna.

239
Ao analisarmos a Lei n. 10.666/2003, em seu art. 10, nao há qualquer previsáo sobre quais
acidentes devem ser considerados no cálculo do Fator Acidentário de Prevencáo e o regramento
coube, como já dito anteriormente, as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009 e 1.316/2010, que, por sua
vez, mencionam a utilizacáo de toda a acidentalidade registrada (por CAT) ou reconhecida por nexo
técnico epidemiológico (NTEP). Confira-se:
Frequéncia: índice baseado no número de registros, diretos e indiretos, de acidentes e doencas do trabalho em
determinado ternpo.
Jnclui toda a acidentalidade registrada mediante CAT e os benefícios acidentários estabelecidos a partir de nexos
técnicos, inclusive o NTEP, que nao tém CAT associada.

O cálculo dos índices de frequéncia, gravidade e custo é feito, portanto, com a totalidade das
ocorréncias acidentárias, independentemente da participacáo e/ou culpa da e1npresa no sinistro,
como é o caso, por exemplo, da inclusáo dos acidentes de trajeto ou acidentes que, mesmo com toda
a prevencáo em termos de seguranca, sao dados a acontecer.
Quanto mais ocorréncias sao consideradas nos cálculos, maior a probabilidade de ter a empresa
urna reducáo no desconto que lhe seria cabível ou, ainda, de sofrer tuna majoracáo no tributo SAT,
que pode chegar a 100°/o. Assim, ao utilizar ocorréncias para as quais nao concorreu o empregador
com participacáo ou culpa, está o regramento adotando a teoria da responsabilizacáo objetiva, para
a qual se faz necessário comprovar a existencia do dano e, também, expressa previsáo legal, já que a
metodología de cálculo é única a todas as e1npresas e já que a dispensa de previsáo legal, conforme
art. 927 do Código Civil, ocorre apenas para atividades de risco.
Com relacáo a inexistencia do dano ou prejuízo, foi o tema abordado no subitern 12.2.4, uma
das raz5es, inclusive, que me leva a concluir pelo caráter sancionatório do FAP e, também, por sua
natureza de confisco.
A questáo que merece aquí abordagem refere-se a ausencia de previsáo legal e a adocáo do
critério de responsabílízacáo objetiva por meio de norma regulamentar, consubstanciada em
Resolucóes e Decretos.
Trata-se, poís, de usurpacáo de poder e de extrapolacáo do poder regulamentar que é conferido
ao Poder Executivo, nao sendo lícito instituir a responsabilidade objetiva como elemento de cálculo
de um tributo por norma infralegal. Sobre o tema abordou, com propriedade, o juiz federal Jacimon
Santos Silva, conforme tra.nscrevo:
43. Da sistemática de apuracáo do FAP se percebe outra característica subjacente as fórmulas matemáticas que
resultaram das decisñes políticas tornadas pelo Conselho Nacional da Previdéncia Social: o caráter punitivo do FAP do
ponto de vista objetivo.
44. Inicialmente é preciso ter em mente que o risco de acidentes sernpre estará presente já que inexiste exercício de
atividade humana que nao esteja sujeita a riscos. O que se pode fazer minorá-los.
é

45. Neste passo, ainda que o evento ocorrido tenha sido ocasionado por culpa exclusiva ou concorrente do empregado
ou por motivo de forca maior, ele é caracterizado como acidente eni trabalho e gerará a ernissáo da CAT que, por sua
vez, repercutirá diretamente nos índices fixados pelo CNPS.
46. Na feitura dos índices, seus idealizadores parecem nao ter levado ern consideracáo a hípótese de que nern todos os
acidentes de trabalho sao originados por falta imputável a empresa. Assim, mesmo tais eventos sao usados pelo Fisco
para majorar a carga tributaria po.r meío da majoracáo do FAP que, por sua vez, repercute na majoracáo da alíquota.
47. Evidentemente, nenhum ato administrativo pode criar hipótese de responsabilizacáo objetiva de alguém já que
isto é materia sujeita a reserva absoluta do Congresso Nacional [ ... ]
(Processo 0000370.93.2010.403.6105 - 2ª Vara Federal de Sao Carlos/SP - Juiz Federal [acimon Santos da Silva -
sentenca proferida em 27.2.2014)<155>

(155) Lamentavelmente, essa declsáo acabou sendo modificada pelo TRF da 3ª Regiao, cuja relatoria coube ao desembargador Hélio
Nogueira, sem enfrentamento desse tema.

240
Tenho, pois, que a inclusáo de toda a acidentalidade representa a instituicáo da responsabilizacáo
objetiva, o que semente seria possível mediante expressa previsáo legal e a efetiva comprovacáo de
prejuízo, o que nao ocorre em se tratando do FAP, razáo pela qual compreendo pela ilegalidade do
art. 202-A do Decreto n. 3.048/99 quanto ao tópico, bem como das Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009,
1.309/2009 e 1.316/2010.

12.3.3. Inclusáo dos acidentes de trajeto

Nos termos do art. 21 da Leí n. 8.213/91, os acidentes ocorridos no percurso da residencia para
o local de trabalho (e vice-versa), denominados acidentes de trajeto, assim como outros decorrentes
de situacóes adversas, como atos de terrorismo ou forca maior (terremoto, maremoto, tsunamis,
furacóes etc), sao equiparados ao acidente de trabalho, sendo a redacáo do dispositivo a seguinte
(destaque meu):
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Leí:

T - [ .•• ]
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horario do trabalho, em consequéncía de:

a) ato de agressáo, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

e) ato de imprudencia, de negligencia ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;


d) ato de pessoa privada do uso da razáo:

e) desabamento, inundacáo, incendio e outros casos fortuitos ou decorrentes de forca maior;

[... ]
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que forado local e horário de trabalho:

a) na execucáo de ordem ou na realizacáo de servico soba autoridade da empresa;

b) na prestacáo espontanea de qualquer servico a empresa para !he evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a servico da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para
melhor capacitacáo da máo de obra, independentemente do rneio de locomocáo utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurador
d) no percurso da residencia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de Iocomocáo,
inclusive veículo de propriedade do segurado.

[... ]

Do histórico legislativo pertinentev'" podemos verificar que o acidente de trajeto semente passou
a ser equiparado aos acidentes de trabalho em 28.02.1967, pela publicacáo do Decreto-leí n. 293, que
determinou a contratacáo obrigatória do seguro pelos empregadores, operado pelo INPS ou outras
segura doras ( art. 32), definindo que caberia a segura dora a indenizacáo ao trabalhador ou seus familiares
independentemente dos benefícios previdenciários de direito (art. 22).
Isto porque na ocasíáo (1967) já se encontrava em vigor a LOPS - Lei n. 3.807/60 -, que
assegurava benefícios e servicos aos segurados acidentados, desde que o respectivo segurado
estivesse a seu cargo.
O que fez o Decreto-leí n. 293/1967, portante, foi conferir aos trabalhadores vítimas de alguns
infortúnios específicos a mesma protecáo previdenciária que era oferecida aqueles que sofriam acidentes
de trabalho, procedimento mantido até os dias atuais, pela redacáo do art. 21 da Lei n. 8.213.

(156) Sobre o tópico, ver o Capítulo 1 desta obra.

241
Isso significa que aquele que for acometido de alguma dessas ocorréncias terá, perante a
Previdéncia Social, os mesmos direitos garantidos na Lei n. 8.213/91 aqueles que sofrem acidentes
do trabalho, como a isencáo da carencia e a possibilidade de obter o benefício de auxílio-acidente se
permanecere1n com sequela definitiva e incapacitante. Também a estabilidade provisória no emprego
lhe será garantida, já que prevista no art. 118 do mesmo diploma legal.
No entanto, o caput desse artigo é claro em especificar que os efeitos estendidos se lirnitam
aqueles dispostos na própria Lei n. 8.213/91, nao sendo possível determinar que, por tal razáo,
referida equiparacáo <leve ser adotada para toda e qualquer finalidade, especialmente quanto ao
FAP, porque o art. 10 da Lei n. 10.666/2003 é claro em mencionar como elemento diferencial para a
variacáo da alíquota o desempenho da empresa. Confira-se (destaque meu):
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cento, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncía Social.

Nao é possível extrairmos do texto que todas as situacóes consideradas como acidentárias
pela Lei n. 8.213/91 devam ser consideradas no cálculo do flexibilizador. Muito pelo contrário, em
nenhum momento há referencia a Lei n. 8.213/91, insistindo o legislador ordinário na compreensáo
de que os empregadores que investirem na prevencáo de acidentes (risco ambiental do trabalho)
teráo descanto em suas alíquotas do SAT, e aqueles que nao o fizerem teráo majoracáo no referido
tributo, que pode alcancar o patamar de 100%.
Trata-se, pois, de bonificar a empresa que zela pela saúde e seguran~a de seus empregados e
de penalizar, mediante aumento no tributo, aquelas que assim nao procederem (bónus x malus).
Referido desempenho, por óbvio, se limita ao ambiente de trabalho, assim considerado o local onde o
trabalhador exerce sua atividade laborativa, e nao poderia ser diferente, porque o legislador nao tem
como penalizar um empregador em face de um gerenciamento que nao lhe cabía exercer.
Tal conclusáo se torna ainda mais clara nos argumentos constantes das Resolucóes CNPS ns.
1.236/2004 e 1.269/2006, que instituírarn a primeira metodología de cálculo do FAP e que salientam,
constantemente, o desempenho do empregador no ambiente de trabalho (destaques meus):
Nesse escopo, nao se pode abstrair a importáncia de urna cerreta política de financiamento dos benefícíos
previdenciários. Pela legislacáo vigente, os beneficios concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade
Iaborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e a aposentadoria especial sao financiados com as alíquotas
de 1, 2, ou 3% incidentes sobre a remuneracáo paga pela empresa aos seus empregados e trabalhadores avulsos,
conforme o ramo da atividade. No caso dos trabalhadores sujeitos aos riscos que ensejam a aposentadoria especial,
há, ainda, um adicional de 6, 9 ou 12% incidentes sobre a remuneracáo dos trabalhadores expostos a condicóes que
ensejam a concessáo desse benefício.
As contribuicóes de 1, 2ou 3°k, antes referidas, sao pagas conforme o ramo da atividade económica, independentemente
da qualidade de seu ambiente de trabalho. Vale dizer: se urna e1npresa da indústria de transformacáo investe na
melhoria do ambiente de trabalho, eliminando ou reduzindo os riscos existentes, esta mesma empresa pagará a
mesma contribuicáo que outra empresa que nao faz nenhurn investirnento.
Há consenso quanto a necessidade de se conferir aos empregadores previdentes em materia de seguranca e saúde
do trabalho - SST um incentivo tributario como vantagem competitiva; ganho de imagem mercadológíca e,
fundamentalmente, retorno económico devido gestáo dos riscos ocupacionais dentro da política de responsabilidade
social da empresa.
Nesse sentido, foi editada a Medida Provisória n. 83, de 12 de dezembro de 2002, posteriormente convertida na Lei
n. 10.666, de 8 de maio de 2003, possibilitando as empresas reduzir a contribuicáo destinada ao financiamento dos
beneficios concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais
do trabalho, mais conhecido como Seguro contra Acídentes do Trabalho, ou impondo-lhes urna majoracáo.
O dispositivo preve que as alíquotas de 1, 2 ou 3o/o poderáo ser reduzidas a metade ou duplicadas, em razáo do
desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade económica,

242
Nao se furtaram de manter o mesmo entendimento as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009 e
1.316/2010, sendo as disposicóes do ítem 1 as seguintes:
O objetivo do FAP incentivar a melhoria das condicóes de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando as
é

empresas a implementarem políticas mais efetivas de saúde e seguran\a no trabalho para reduzir a acidentalidade.

Ora, somente é possível implementar política mais efetiva de saúde e seguran~a no trabalho no
ambiente administrado e gerenciado pelo empregador, onde pode exercer seu poder de controle, e
nao nas vias públicas.
Nao tem como o empregador investir na prevencáo de acidentes de transito e tampouco assegurar
que seus empregados nao sofreráo no percurso qualquer lesáo em decorréncia da má conservacáo
das calcadas ou da violencia urbana. E isso porque nao possível qualquer gerenciamento particular
é

nas questóes de transito ou de seguranca pública, ambos de competencia do Estado.


Responsabilizar as e1npresas pelos sinistros ocorridos nas vias públicas, aumentando-lhe o
tributo SAT, é beneficiar o Poder Executivo de sua própria torpeza, já que a ele cabe o gerenciamento
de tais políticas de seguranca e é ele o beneficiário da arrecadacáo de tal tributo.
Para reforcar a prova de que o FAP deveria ter por objetivo a prevencáo de acidentes no
meio ambiente do trabalho, confira-se trecho da notícia veiculada na página oficial do Ministério da
Previdéncia Social (<http://www.mpas.gov.br/vejaNoticia.php?id-36738#destaque>) na data de
29.12.2009 (destaques meus):<157>
SAÚDE E SEGURAN<;A: FAP comeca a vigorar em janeiro
[... ]
Da Redacáo (Brasilia) - Criado com o objetivo de incentivar a melhoria das condicñes de trabalho e da saúde
do trabalhador, o Fator Acideutário de Prevencáo (FAP) será utilizado a partir de janeiro de 2010 para calcular as
alíquotas da tarifacáo individual de 952.561 empresas ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT).
[... )
O FAP, criado em 2003, foi reformulado e aperfeicoado em 2009 pelo Conselho Nacional de Prevídéncia Social
(CNPS), para comecar a ser aplicado em 2010. Com essa nova metodologia, o governo quer estimular cada empresa
a investir no trabalho decente e na cultura da prevencáo acidentária.
[... ]
Com a entrada ern vigor do FAP, o valor de contribuicáo do Seguro Acidente de cada empresa pode ser reduzido a
metade para quem investir em saúde e seguran~a no ambiente de trabalho; ou até dobrar, para aquelas que nao
tiverem o cuidado de proteger os seus trabalhadores, expon do-os a maiores riscos. Se a etnpresa tiver acidentalidade
em sua subclasse económica acima da média, em relacáo as demais empresas de seu setor, terá o adicional no seguro
acidente. Quem estiver em posicáo inferior a média, terá bonificacáo.
A metodología do reajuste do SAT e do FAP é baseada exclusivamente na acidentalidade ocorrida no Brasil nos
anos de 2007 - com 659.523 acidentes registrados - e 2008, com 747.663 acidentes, seguindo parámetros legais
estatísticos. O fator acídentário será atualizado anualmente por empresa para definicáo de bónus, na medida em que
ela investir na reducáo da acidentalidade.
[... )
Informacñes para a Imprensa
Pedro Arruda
(61) 2021-5113
ACS/MPS"

Tenho, poís, que o FAP consta de lei específica, den. 10.666/2003, a qual faz referencia expressa
ao desempenho da empresa em termos de acidentalidade e que em momento algum determina a

(157) Atualmente a página nao está mais disponível, masé possível encontrar praticamente o mesmo texto em outra noticia veiculada
pelo Ministério da Previdéncia Social, que se encentra disponível no enderece: <http://mps.jusbrasil.com.br/noticias/2104704/fap-
·decreto-determina-que-fator-nao-sera-.aplicado-ate-julgamento-de-recursos>. Consulta em: 22.03.2015.

243
utilizacáo de todas as ocorréncias equiparadas aos acidentes de trabalho dispostas na Leí n. 8.213/91.
Também as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010 nao fazem qualquer referencia
expressa a utilizacáo dos acidentes de trajeto no cálculo do FAP, tarnpouco mencionarn o art. 21 da
Lei n. 8.213/91 senáo para determinar expressamente que em se tratando de acidente de trajeto, nao
seráo aplicadas as travas instituídas. Eis a redacáo do trecho em comento:
l. Caso a empresa apresente casos de morte ou invalidez permanente e seu IC seja superior a 1 (faixa malus) o valor
do FAP será igual ao IC calculado. Este procedimento equivale a nao aplicacáo da reducáo de 25'Yodo valor do IC com
objetivo de provocar mobilizacáo, nas empresas, para que nao ocorram casos de invalidez ou morte:
2. Se os casos de morte ou invalidez permanente citados no ítem anterior forem decorrentes de acidente do trabalho
tipificados como acidentes de trajeto fica mantida a aplicacáo da reducáo de 25º/o ao valor do IC calculado equivalente
a faixa malus (IC > 1,0).
Reconhece, poís, o Conselho Nacional de Previdéncia Social (CNPS), por meio da Resolucáo
n. 1.316/2010, que o acidente de trajeto nao se refere ao ambiente de trabalho e nao pode ser de
responsabilidade do empregador, que nao detém o gerenciamento das vias públicas.
A protecáo que se refere o art. 21 da Lei de Benefícios objetiva proteger o trabalhador que é vítima
de algum desses infortúnios, independentemente da possibilidade de prevencáo ou atuacáo de seus
empregadores, corno ocorre com atos terroristas e eventos decorrentes de forca maior. Trata-se, pois,
de protecáo previdenciária, estendendo a esses segurados benefícios de servicos, nao sendo possível
a utilizacáo desse dispositivo pelo Poder Executivo para se beneficiar do próprio ingerenciamento e
de sua ineficiencia quanto as políticas de transito e seguran<;a pública.
Incluir os acidentes de trajeto no cálculo do FAP fere, portanto, nao somente as disposicóes da Lei
n. 10.666/2003 como também de todas as Resolucóes do CNPS que mencionam sobre o tema (1.236/2004,
1.269/2006, 1.308/2009 e 1.316/2010), além de afastar o claro objetivo da norma (investimento pelas
empresas, na prevencáo dos acidentes), atribuindo caráter unicamente arrecadatório ao FAP, razáo
pela qual devem os mesmos ser totalmente excluídos das ocorréncias a serem consideradas em sua
metodología de cálculo.
No mesmo sentido confira-se, ilustrativamente, a decisáo proferida pela 1 ª Turma do TRF da 3ª
Regiáo em 10.07.2012, Al 454945, de relatoría da desembargadora Vesna Kolmar (excerto):
TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUI<;AO PREVIDENCJÁRIA. FATOR ACIDENTÁRIO DE
PREVEN<;AO - FAP. ACIDENTES JN ITJNERE. INCLUSÁO NO CÁLCULO: TNADMISSIBJLIDADE. 1. A matéria
trazida a discussáo nestes autos cinge-se a possibilidade de inclusáo, na metodología de cálculo do fator acidentário
de prevencáo - FAP dos eventos equiparados a acidente do trabalho. 2. [ ... ] 5. Nao há razoabilidade na inclusáo,
na metodología de cálculo do FAP, dos eventos que sao legalmente considerados acidentes do trabalho por mera
equiparacáo, mas fogem completamente a qualquer possibilidade de controle por parte da empresa. 6. Nao há dúvida
de que, do ponto de vista acidentário, o acidente de percurso ou in itinere é equiparado ao acidente de trabalho, mas
tal equiparacáo se dá como medida protetiva do segurado. Nao há corno se entender razoável que tal equiparacáo
tenha como efeito o aumento da alíquota da contribuicáo da empresa. 7. Pode-se imaginar, como exemplo, urna
empresa que se encentra estabelecida a margem de urna rodovia insegura, com grande número de acidentes
rodoviários, que acabam por envolver seus empregados, quando no trajelo de casa para o trabalho ou vice-versa.
Em tal hipótese, na metodología de cálculo disposta no regulamento, a empresa poderia ter sua alíquota elevada em
razáo do FAP, nao obstante adotasse todas as medidas de prevencáo de acidentes e apresentasse poucas ocorréncias
dentro de suas instalacóes. 8. O art. 202-A do Decreto n. 3.048/1999 (Regulamento da Previdéncia Social), na redacáo
dada pelos Decretos ns. 6.042/2007 e 6.957 /2009, em especial em seu § 4Q, ao determinar a inclusáo no cálculo de todos
os acidentes de trabalho, sem excepcionar os acidentes in itinere, contrariou o art. 10 da Lei n. 10.666/2003, posto que
nao estáo relacionados ao "desempenho da empresa". 9. Matéria preliminar rejeitada. Agravo impróvido. Agravo
regimenta! prejudicado.

Nao obstante o posicionamento favorável manifestado pela 1 i! Turma do TRF da 3!! Regiáo, o
entendimento de nossos juízes federais nao é uníssono, existindo aqueles que entendem por sua
exclusáo do cálculo, por todos os argumentos aqui mencionados, e aqueles que defendem sua
manutencáo sob o único argumento de que a Lei n. 8.213/91 os equipara aos acidentes de trabalho. A
decisáo final sobre o tema caberá ao Superior Tribunal de [ustica, que ainda nao se manifestou sobre
o assunto.

244
12.3.4. Inclusáo de ocorréncías que nao geraram qualquer afastamento ou
incapacidade laborativa

Nos tennos da Lei n. 8.213/91, arts. 19 e 20, um dos requisitos necessários a caracterizacáo de um
acidente de trabalho é a existencia de incapacidade laborativa, ainda que provisória.
O legislador chega a repetir tal requisito diversas vezes, deixando claro que pequenas Iesóes,
sem gravidade, nao podem ter a natureza acidentária reconhecida. Confiram-se os dispositivos em
comento (destaques meus):
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a servico da empresa ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Leí, provocando lesáo corporal ou perturbacáo
funcional que cause a morte ou a perda ou reducáo, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
[... )
§ 1º Nao sao consideradas como doenca do trabalho:
[... )
a) a que nao produza incapacidade laborativa;
b) [... )

É certo, pois, que nos termos da legíslacáo acidentária vigente, semente as ocorréncias e as
enfennidades que acarretem alguma incapacidade laborativa devem ser consideradas como acidente
de trabalho e também é certo que o art. 22 do mesmo diploma legal, ao mencionar sobre a notificacáo
dessas ocorréncías, está a se referir aos acidentes legalmente caracterizados, nos termos dos arts. 19
e 20 da Lei de Beneficios:
Art. 22. A en1presa deverá comunicar o acidente do trabalho a Previdéncia Social até o 111 (primeiro) dia útil seguinte
ao da ocorréncia e, em caso de rnorte, de imediato, a autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuicáo, sucessivamente aumentada nas reincidencias, aplicada
e cobrada pela Previdéncia Social.
[ ... )
§ 2º Na falta de comunicacáo por parte da en1presa, podem forrnalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a
entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, nao prevalecendo nestes casos
o prazo previsto neste artigo.
[... )

No entanto, no curso dos anos que se passara1n desde a edicáo da Lei n. 8.213, em 1991, diversos
atos normativos foram publicados pelo Poder Executivo instruindo as empresas a emitir a notificacáo
(CAT) mesmo quando inexistente qualquer afastamento ou incapacidade, para fins meramente
estatístícos, o que pode ser observado na OS INSS 621/99, nas Portarías MPAS ns. 5.051/99 e 5.817/99,
na IN INSS n. 98/2003 e na Portaría MTE n. 589/2014.
A NR-7, constante da Portaría MTb n. 3.214/78 e cuja redacáo sofreu diversas alteracóes
posteriores, chega a determinar no subítem 7.4.8 que o médico do trabalho recomende a empresa a
emissáo da CAT mesmo quando inexistente quaJquer sintomatologia.
De um lado ternos, portanto, a lei ordinária conceituando o acidente de trabalho e exigíndo para
sua conñguracáo a existencia de incapacidade labora ti va. De outro lado, e hierarquicarnente inferiores,
ternos atos normativos como ordens de servico, portadas e instrucóes normativas determinando a
notificacáo da ocorréncia ao INSS, para fins estatísticos, mesmo quando inexistente o afastamento, a
incapacidade ou até mesmo qualquer síntoma da enfermidade.
Por certo que se a finalidade se resumisse as estatísticas, corno previsto nos diplomas normativos,
nenhum problema teria o empregador, fato respeitado pela primeira metodologia de cálculo disposta
nas Resolucóes CNPS ns. 1.236/2004e1.269/2006.

245
Ocorre que quando da alteracáo dessa metodología pelas Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009,
1.309/2009 e 1.316/2010, passou o Poder Executivo a considerar essas notificacóes (CATs emitidas,
mas sem afastamento ou incapacidade) no cálculo do FAP, conforme podemos observar da redacáo
disposta no subitem 2.2 desses diplomas (destaque meu):
Frequéncia: índice baseado no número de registros, diretos e indiretos, de acidentes e doencas do trabalho em
determinado tempo.
lndui toda a acidentalidade registrada mediante CAT e os beneficios acidentários estabelecidos a partir de nexos
técnicos, inclusive o NTEP, que nao tém CAT associada.

O que fez o Executivo, portante, foi enganar o contribuinte, solicitando que notificasse ao
INSS ocorréncias que legalmente nao sao consideradas como acidentes do trabalho e informando
que tais notificacóes seriarn utilizadas apenas para fins estatísticos. Posteriormente, a contar de
janeiro/2010, passou a utilizar essas notificacóes para a composicáo de cálculo do FAP, aumentando
significativamente o índice de frequéncia dos empregadores que optaram por cumprir as orientacóes
desses atos normativos.
Compreendo que semente os acidentes legalmente caracterizados nos termos da Lei n. 8.213/91
devem ser notificados ao INSS por meio de CAT e que atos hierarquicamente inferiores corno
portadas, instrucóes normativas e ordens de servicos devem se limitar a regulamentacáo, nao lhes
sendo autorizado instituir obrigacáo nao prevista em leí, sob pena de desobediencia ao princípio da
legalidade previsto na Constituicáo Federal (arts. 51'.l, II e art. 37, caput), bem como a separacáo dos
Poderes (CF/88, art. 85, 11).
A situacáo se torna ainda mais grave qu.ando essa notificacáo é enviada ao INSS pelo próprio
trabalhador, pelo sindicato ou qualquer terceiro autorizado pelo art. 22 da Lei n. 8.213/91, porque, nao
tendo sido o emitente o empregador, formado está o contraditório e necessária se faz a ínvestigacáo
técnica do nexo entre a lesáo ou a enfermidade com o trabalho exercido pela perícia médica do
INSS. Ocorre que como nao houve incapacidade ou afastamento, nao haverá direito a percepcáo
de benefício e, consequentemente, nao haverá qualquer análise dessa documentacáo por qualquer
servidor público que seja, especialmente pela pericia médica. Assim, restaráo violados gravemente
nao somente os princípios da legalidade e da separacáo dos Poderes, mas igualmente do contradítório
e ampla defesa, constantes do art. 5º, inciso LV, da Carta Constitucional.
Por corolário, mantenho entendimento de que toda e qualquer CAT notificada que nao
indique incapacidade ou afastamento e que, por consequéncia, nao tenha sido objeto de processo
administrativo para investigacáo técnica do nexo, deve ser excluída do cálculo do FAP, por absoluta
ilegalidade do procedimento.
A jurisprudencia nao está ainda firmada sobre o tema e diversos sao os entendimentos,
favoráveis ou contrários a utilizacáo dessas ocorréncias no cálculo do fator. Cabe mencionar, apenas,
um entendimento que tem se repetido em nossos Tribunais Regionais Federais no sentido de que
toda e qualquer acidentalidade <leve ser computada no FAP em face da teoría do risco social, sendo
a causa do acidente, em qualquer hipótese, a própria existencia do trabalho. Nesse sentido confira-se
a seguinte decisáo, proferida pelo TRF da 3il Regiáo ( excerto ):
PROCESSUAL CML. SENTEN<;A. DESNC:CESSIDADE DE RESPOSTA A TODAS AS ALEGA<;ÓES DAS
PARTES. FAP. LEGALIDADE ESTRITA E GENÉRICA. PUBLICIDADE. METODOLOGIA. ACIDENTES. RELA<;AO
COMO AMBIENTE LABORAL. TEORIA DO RISCO SOCIAL. l. O Magistrado nao está obrigado a responder
todas as alegacóes das partes, mas sim com o seu livre convencitnento (art. 131 do CPC), utilizando-se dos fatos,
prevas, jurisprudencia, aspectos pertinentes ao tema e da legislacáo que entender aplicável ao caso, [ ... ] 15. Quanto a
alegacáo do cómputo de ocorréncias sem relacáo como ambiente laboral, tais como acidente de trajeto, acidentes sem
afastamento, doencas sem nexo como trabalho, a presuncáo de que determinada doenca está relacionada ao trabalho
exercido em urna atividade económica específica nao acarreta qualquer nulidade, pois a norma impugnada observa
trabalhos estatísticos realizados por órgáos oficiais e, ademáis, tal pleito colide com o definido pela Leí n. 8.213/91,
arts. 19 a 21. 16. Conforme a teoria do risco social, alguém que se ponha a exercer atividade económico-comercial,
responde por eventuais danos que esta possa vir a gerar para os trabalhadores, independenternente do fato de ter

246
havido imprudencia, negligencia ou impericia e, portante, a causa do acidente do trabalho o seu próprio exercício.
é

17. Com fundamento na combínacáo entre os arts. 19, 20 e 118 da Leí de Beneficios e o texto constitucional (art. 7<l,
caput), nao é possível afastar os eventos aduzidos pela autora, pois, evidentemente, guardam relacáo com a atividade
profissional e perfeitamente legal a sua insercáo no computo do FAP. 18. Preliminar rejeitada. Apelacáo a que se nega
provirnento. (TRF 3il Regiáo - Processo n. 00014432120104036109 - AC 8915939 - Jil Turma - DJF3 de 24.2.2014)

Com todo o respeito, nao me permito concordar com a aplícacáo da teoría do risco social
(também conhecida por teoria da responsabilidade sem risco) porque aqui nao estamos a tratar de
indenizacóes de qualquer espécie, mas sim da possibilidade de reducáo ou majoracáo de tributo,
cujos elementos de cálculo devem guardar respeito a legislacáo vigente, sendo certos e exatos, nao
sendo possível trabalhar com presuncóes ou teorías de responsabilidade civil.
Nao entendo possível, pois, afirmar que por essa teoria é possível validar a usurpacáo dos
Poderes, a criacáo de obrigacóes por atos normativos e a inobservancia das regras dispostas na
Leí n. 8.213/91, especialmente quanto ao conceito de acidente de trabalho e a necessidade de in-
vestigacáo técnica do nexo.
De toda forma, a análise definitiva em sede de legalidade caberá ao Superior Tribunal de [ustica
e, quanto a inconstitucionalidade, ao Supremo Tribunal Federal, que ainda nao se pronunciararn
sobre o tema.

12.3.5. Inclusáo de ocorréncías que nao geraram a concessáo de beneficio

Desde sua instituicáo, pelo art. 94 do Decreto-leí n. 7.036/1944, destina-se o seguro de acidentes
de trabalho a custear os benefícios devidos ao trabalhador que sofre o infortúnio de um acidente do
trabalho.
E assim dispóe claramente a legíslacáo atualmente em vigor, iniciando-se pela própria
Constituicáo Federal, arts. 72 e 201:
Art. 7° Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:
[... )
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizacáo a que este está
obrigado, quando incorrer ern dolo ou culpa;
[... )
Art. 201. A previdéncia social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiacáo
obrigatória. observados critérios que preservem o equilibrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
[ ... )
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral
de previdéncia social e pelo setor privado.

[... )

A lei a que se refere o§ 10 do art. 201 é a den. 8.212/91, que claramente menciona a vinculacáo
<lestetributo ao pagamento de benefícios concedidos pelo Regime Geral de Previdéncia Social, sendo
sua redacáo a seguinte:
Art. 22. A contribuicáo a cargo da empresa, destinada a Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
[... )
II - para o financiamento do beneficio previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles
concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborariva decorrente dos riscos ambie.ntais do trabalho, sobre
o total das rernuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do més, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) lo/o (um por cento) para as en1presas e1n cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;

247
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio:

e) 3% (tres por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

[ ... ]

Também o § 5º do art. 195 da Constituicáo Federal dispóe sobre essa vinculacáo entre as
contribuicóes sociais e os benefícios mantidos pelo sistema, denominado princípio da referibilidade
e ao qual já fiz mencáo no subitem 12.2.4 desta obra:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da leí,
mediante recursos provenientes dos orcamentos da Uniáo. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, e das
seguintes contribuicóes sociais:

[... ]

§ 5u Nenhurn beneficio ou servico da seguridad e social poderá ser criado, mejorado ou estendido sem a corresponden te
fonte de custeio total.

[... )

Eis aqui urna garantía de máo dupla, náo sendo permitida a criacáo ou amplíacáo de beneficios
sern a instituicáo de urna nova fonte de custeio e nern tampouco a criacáo ou amplíacáo das
contribuicóes existentes serna devida contrapartida ern termos de benefícios.
Nao se trata de urna referibilidade específica, ou seja, a contribuicáo efetuada por determinada
empresa nao está diretamente atrelada aos benefícios que seráo pagos semente aos seus funcionários,
mas sima todos aqueles que se enquadram como beneficiários e, no caso específico do SAT - Seguro
de Acidentes do Trabalho -, em decorréncia de terem sofrido acidentes do trabalho.
Referido princípio está consoante aos princípios da solidariedade, da universalidade da
cobertura e do atendimento, da isonomia e da equidade na participacáo do custeio, todos dispostos
no art. 194 da Constituicáo Federal, de forma que as contribuicóes sociais destinadas ao custeio da
Seguridade Social, impostas a todos os ernpregadores e trabalhadores, objetivam só e tao semente o
financiarnento dos beneficios rnantidos pelo referido programa de protecáo social.
Esta é a compreensáo praticarnente uníssona entre nossos doutrinadores e tarnbérn em nossos
tribunais, conforme ilustro com decisáo da lavra do TRF da 3ª Regiáo ( excerto ):
PROCESSOCIVIL:AGRAVOLEGAL.ART.557DOCPC.DECISAOTERMINATIVA.MAf\TDADODESEGURAN<;A.
CONTRIBUI<;ÁO PREVIDENCIÁRIA. ADICIONAL DE 2,5%. INSTITUI<;ÁO FINANCEJRA. § 12 DO ART. 22 DA
LEI N. 8.212/91. I - [ ... ]IV - Tal adicional nao de ser reputado inconstitucional, estando em total harmonía coma
é

norma inserta no art. 195, § 911 da Consti tui<;ao Federal. Referida exacáo nao viola a regra da referibilidade (arts. 194/195,
da CF). Esta significa que a toda contribuicáo deve corresponder um beneficio. No caso dos autos, a contribuicáo pa.ga
pela autora visa o pagamento de beneficios previdencíários aos segurados a ela vinculados, donde se constata que
a referibilidade foi respeitada. [ ... ) (TRF 3R Regíáo - 2~ Turma - Processo 00097408320064036100 - MAS 292203 -
Relator [uiz Convocado Fernando Concalves DJF3de12.7.2012)

Por tal razáo, tarnbém o art. 10 da Lei n. 10.666/2003,ao criar um flexibilizador para as alíquotas
do SAT, tratou de especificar que tais contribuicóes se destinam ao custeio de beneficios e que,
conforme índices de frequéncia, gravidade e custo, seriarn reduzidas (em até 50°/o) ou aumentadas
(em até lOOo/o). Confira-se (destaque meu):
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cerito, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em
até cern por cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo respectiva a
atividade económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncía,
gravidade e custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

A estreita e obrigatória relacáo entre o SAT e o financiarnento dos beneficios acidentários resta
evidenciada, inclusive, porque o custo dos beneficios é um dos elementos de cálculo considerado no

248
FAP, conforme trecho final do art. 10 supra transcrito, e foi observada nas primeiras metodologías
criadas e constantes das Resolucóes CNPS ns. 1.236/2004 e 1.269/2006, já que, por suas regras, semente
os acidentes que proporcionaram a concessáo de beneficio deveriam ser computados.
Eisa redacáo da Resolucáo CNPS n. 1.269/2006 quanto ao tópico:
Estima-se que a ausencia de seguranca nos ambientes de trabalho no Brasil tenha gerado, no ano de 2003, um custo
de cerca de R$32,8 bilhóes para o país. Deste total, R$ 8,2 bilhóes correspondem a gastos com beneficios acidentários e
aposentadorias especiais, equivalente a 30% da necessidade de financiamento do Regime Geral de Previdéncia Social
- RGPS verificado em 2003, que foi de R$ 27 bilhóes,
[... ]
Nesse escopo, nao se pode abstrair a importáncia de urna cerreta política de financiamento dos benefícíos
previdenciários.
[... )
Nesse sentido, foi editada a Medida Provisória n. 83, de 12 de dezembro de 2002, posteriormente convertida na Lei
n. 10.666, de 8 de maio de 2003, possibilitando as empresas reduzir a contribuicáo destinada ao financíamento dos
beneficios concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade labora ti va decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, mais conhecido como Seguro contra Acidentes do Trabalho, ou impondo-lhes urna majoracáo. O dispositivo
preve que as alíquotas de 1, 2 ou 3% poderáo ser reduzidas a metade ou duplicadas, em razáo do desempenho da
empresa em relacáo a respectiva atividade económica.
[... )
7. Defínicñes
A dota-se a definicáo de Evento como sendo ocorréncia previdenciária, ou seja, cada um dos registros de cadastramento
de beneficio, cujo chaveamento é o Número de Beneficio - NB com 10 dígitos numéricos. Diz-se assim pelo fato de
ser Impossível repeticáo de NB, urna vez que um determinado segurado receba, ao longo do tempo, vários beneficios,
todos teráo NB distintos Forarn adoradas as seguintes definicóes estruturantes:
[... )
Coeficiente de Frequéncia: é a razáo entre o número total dos beneficios B31, B32, B91, B92 e 93 e o número médio
de vínculos empregatícios.
CF = (B31 + B32 + B91 + B93) x 1000
média de vínculos
[... )

Também o Decreto n. 6.042/2007, ao acrescentar ao Decreto n. 3.048/99 o art. 202-A, dispós no


mesmo sentido, determinando que:
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos T a Iíl do art. 202 seráo reduzidas em até cinquenta por cento ou
aumentadas em até cem por cento, em razáo do desernpenho da empresa em relacáo a sua respectiva atividade,
aferido pelo Fator Acidentário de Prevencáo - FAP.
[... )
§ 4~ Os indices de frequéncia, gravidade e custo seráo calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdéncia Social, levando-se em conta:
I - para o indice de frequéncia, a quantidade de beneficio com sígníficáncia estatística capaz de estabelecer nexo
epidemiológico entre a atividade da en1presa e a entidade mórbida, acrescentada da quantidade de beneficios de
pensáo por morte acidentária:
[... )

No entanto, quando da alteracáo da metodología de cálculo pela Resolucáo CNPS n. 1.308/2009


e pelo Decreto n. 6.957/2009 (que alterou a redacáo do art. 202-A do Decreto n. 3.048/99), optou o
Poder Executivo, por tais regulamentos, incluir toda e qualquer ocorréncia registrada (CAT), mesmo
sem análise do nexo técnico pela perícia médica do INSS (para real caracterizacáo do acidente de
trabalho) e mesmo sem a concessáo de benefício.

249
Eisa redacáo do subitem 2.2 das Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009 e 1.316/2010:
Frequéncia: índice baseado no número de registros, diretos e indiretos, de acidentes e doencas do trabalho em
determinado tempo.
Incluí toda a acidentalidade registrada mediante CAT e os benefícios acidentários estabelecidos a partir de nexos
técnicos, inclusive o NTEP, que nao tém CAT associada.

Ternos, entáo, dois graves problemas trazidos pela nova regra, ambos incorrendo em gritante
ilegalidade, o que nao se pode admitir.
O primeiro reside na ausencia de ínvestigacáo técnica do nexo entre a lesáo/enfermidade e o
trabalho, requisito essencial a caracterizacáo de urna ocorréncia como acidentária, especialmente se a
CAT nao foi emitida pelo empregador. Sobre o tópico trato nos itens 4 e 6 desta obra, sendo certo que
a existencia de urna CAT nao constitui preva plena da natureza acidentária da ocorréncia.
O emissor da CAT comunica ao INSS o que entende ser um acidente de trabalho, e cabe, sempre,
ao perito médico do INSS investigar tecnicamente os fatos e os documentos, concluindo ou nao pelo
acidente de trabalho.
Essa é a regra, disposta tanto nos arts. 20 a 21-A da Lei n. 8.213/91 como também no art, 337 do
Decreto n. 3.048/99. A redacáo da Instrucáo Normativa INSS n. 77/2015, inclusive, nao deixa dúvidas
sobre a validade da CAT, informando expressamente que o nexo semente será reconhecido se houver
requerimento de beneficio previdenciário. Confira-se:
Art. 318. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício da atividade a servico da empresa ou pelo exercício do
trabalho do segurado especial, provocando lesño corporal ou perturbacáo funcional que cause a rnorte ou a perda ou
a reducáo, permanente ou temporaria, da capacidade para o trabalho.
[... ]
§ 22 Para o empregado, o nexo técnico entre o trabalho e o agravo só será estabelecido pela pericia médica se
a prevísáo de afastarnento for superior a quinze días consecutivos observando-se que nos casos de acidente de
trabalho que nao geram afastamento superior a esse período, o registro da CAT servirá como prova documental do
acidente."

Se assim é, como pode a Uniáo afirmar que urna determinada ocorréncia teve o nexo reconhecido,
bem corno utilizá-la para o cálculo do FAP (índice de frequéncia) se o afastamento foi de apenas
poucos dias e se nao houve processo administrativo ou investígacáo de nexo pela perícia do INSS?
Quem investigou a veracidade da informacáo contida na CAT, especialmente se esta nao tiver
sido emitida pelo empregador, e que1n teve a autoridade para reconhecer o nexo, se tal documento
nao chegou ao setor de perícia médica e se nao houve requerimento de beneficio? Corno foi garantida
a ampla defesa e o contraditório por parte do empregador, se nao houve processo administrativo
regular?
Nao bastasse a afronta ao próprio conceito de acid ente e as normas lega is sobre a obrigatoriedade
de ínvestigacáo do nexo e sua efetiva caracterizacáo, incluir essas ocorréncias que nao gerara1n a
concessáo de beneficio importa em violacáo do princípio de referibilidade, expresso no § 52 do art.
195 da CF/88, no art. 22 da Lei n. 8.212/91 e até mesmo no art. 10 da Lei n. 10.666/2003, além das
dísposícóes constantes das Resolucóes CNPS ns. 1.236/2004 e 1.269/2006.
Isso porque a Uniáo utiliza ocorréncias que nao proporcionaram qualquer despesa a Seguridade
Social para, com elas, aumentar o valor que arrecada a título do Seguro de Acidentes do Trabalho,
sendo a finalidade desse seguro unicamente a de custear o pagamento dos beneficios. Ora, se tais
ocorréncias nao gerara1n beneficios, por qual razáo devem ser consideradas para aumentar urna
alíquota cuja finalidade expressa justamente custear benefícios?
é

A aplicacáo de tal critério, além de inconstitucional e ilegal, acaba por penalizar empregadores
que notificam regularmente essas pequenas ocorréncias, favorecendo aqueles que as sonegam,

250
conforme já alertado, inclusive, no estudo aprimorado da Resolucáo CNPS n. 1.101/98, que serviu
de base para a instituicáo e o raciocínio de cálculo do do FAP, publicado em 2002 pelo Ministério
da Previdéncia Social com o título de "Ranking das Atividades Económicas Segundo a Frequéncía,
Gravidade e Custo dos Acidentes do Trabalho"(158> e que faz expressa referencia a inclusáo, tao
semente, das ocorréncias que gerara1n afastamentos:
[... ]
O numerador do índice incluí apenas os acidentes do trabalho que geraram algum tipo de beneficio previdenciário
(aposentadoria por invalidez, auxílio-doenca, auxílio-acidente e pensáo por morte), a fim de nao penalizar as
empresas com boa declaracáo de sinistralidades, e favorecer aquelas que só declaramos acidentes mais graves (os
quais, obrigatoriarnente, envolvem a necessidade de registro oficial). Se o numerador consíderasse todos os acidentes
registrados, empresas com grande número de notificacóes apresentariam resultados mais elevados, ainda que nao
causassem ónus para o sistema prevídenciárío.

Assim, e por todas as razóes expostas, compreendo que as ocorréncias informadas por meio de
CAT que nao proporcíonaram a concessáo de benefício nao podern ser utilizadas para o cálculo do
FAP, sob pena de expressa víolacáo ao principio da referibilidade (art. 195, § 5º) e equidade no custeio
(art. 194), bem como as disposicóes da Lei n. 8.212/91, art. 22 e Lei n. 10.666/2003, art. 10.

12.3.6. Inclusáo de ocorréncias caracterizadase benefícios concedidos sem observancia


do devido processo administrativo legal

O capítulo 6 desta obra trata especificamente do processo administrativo previsto na CF/88, art.
5º e nas Lei n. 8.213/91 e Lei n. 9.784/99, diplomas que devem ser observados para a caracterizacáo
de urna ocorréncia como acidente de trabalho. No entanto, o subitem 6.2.4, específicamente, informa
e comprova que o INSS, autarquía federal responsável por esses processos, nao está observando
nenhum dispositivo legal, violando ampla e gravemente o direito de defesa e contraditório das
empresas, além de nao realizar a investigacáo técnica do nexo a qual se encentra obrigado.
De início, disp6e a Lei n. 9.784/99 que a empresa é parte interessada e como tal deveria ser
intimada de todos os atos do processo administrativo, sendo-lhe garantida a presenca na perícia
médica (por seu médico do trabalho), a apresentacáo de documentos e quesitos, a impugnacáo de
documentos e acesso a totalidade do processo em curso, até mesmo para que lhe sejam garantidos os
direitos de ampla defesa e contraditório, previstos na Constituicáo Federal.
a
Na sequéncia, e em curnprimento Leí n. 8.213/91, arts. 19 a 21, ao Decreto n. 3.048/99, art. 337
e as Instrucóes Normativas INSS ns. 31/2008 e 77/2015, deveria o perito médico do INSS investigar
tecnicamente o nexo entre a lesáo/enferrnidade e o trabaJho em todas as ocorréncías que lhe forem
notificadas por CAT (acidente típico, nexo profissional ou do trabalho e nexo individual), analisando
documentos, ouvindo testemunhas e inspecionando o local de trabalho, se necessário.
Semente na hipótese do nexo técnico epidemiológico, cuja tabela se encentra disposta na Lista C
do Anexo II do Decreto n. 3.048/99 e que deveria ter sido fundamentada em estudos sérios e estatísticos
(o que nao ocorreu de fato), é que o perito do INSS poderia presumir inicialmente o nexo acidentário
e efetivamente investiga-lo somente se apresentada defesa por parte da empresa, no prazo de quinze
dias contados da notificacáo dessa presuncáo.
Ocorre que nenhuma dessas obrigacóes legais vem sendo observada pelo INSS. A empresa nao é
intimada ou notificada de nenhuma ocorréncia e de nenhum ato ou decísáo do processo administrativo,
sequer sendo considerada pela referida autarquía como parte interessada, em grave ofensa a Leí n.
9.784/99 e, consequentemente, as dísposícóes constitucionais de ampla defesa e contraditório.

(158) ÁVILA, Josefa Barros Cardoso; CASTRO, Márcia Caldas de; MAYRINK, André Luiz Valente. Ranking das Atividades Económicas
Segundo a Frequéncia, Gravidade e Custo dos Acidentes do Trabalho. Brasília: MPAS, abril/2002, páginas 6 e 7. Documento disponível
em: <http://www.segurancaetrabalho.eom.br/download/indicadores-de-acidentes-marciacastro.doc>. Consulta em: 26.03.2015.

251
Nao lhe é permitido visualizar a documentacáo apresentada pelo trabalhador, nao é avisada
sobre a data da pericia e tampouco lhe é permitido o acesso a tal evento, igualmente nao sendo
notificada sobre a decísáo praticada sobre o nexo acidentário.
O perito do INSS nao solicita documento, nao ouve testemunha e tampouco realiza qualquer
inspecáo no local de trabalho, deixando de cumprir com o dever de investigar tecnicamente o nexo
entre a lesáo ou a enfermidade e o trabalho, violando expressamente o disposto na Leí n. 8.213/91, no
Decreto n. 3.048/99 (art. 337) e nas próprias Instrucóes Normativas (IN 31/2008 e IN 77/2015).
Para ter ciencia de que algum acidente de trabalho lhe foi atribuído, precisa a empresa consultar
periodicamente a página eletrónica do Ministério da Previdéncia Social, mas as informacóes ali
disponibilizadas nao o sao em tempo hábil suficiente para a apresentacáo de defesa ou recurso.
Muitas vezes a informacáo só é disponibílizada depois de ter o empregado retornado as atividades e,
regra geral, nao há informacáo sobre o tipo de nexo atribuído, qual a documentacáo analisada e nem
tampouco qual a agencia de origem, onde <leve ser protocolada defesa do NTEP ou recurso ao CRPS
nos casos dos demais nexos.
Há, portante, violacáo expressa também aos princípios de publicidade, razoabilidade e eficiencia,
além de inúmeros outros que podem aquí ser citados, já que os acidentes estáo sendo arbitrariamente
impostes as empresas e utilizados, na sequéncia, para o aumento do tributo SAT por um período de
dois anos.
Por certo, pois, que o ato ilegal, derivado de um procedimento administrativo que descumpriu
toda e qualquer legíslacáo que lhe era pertinente, deve ser considerado nulo de pleno direito, [amais
devendo ser permitido que integre o cálculo de um tributo, como ocorre no caso do FAP.
Se a Uniáo pretende utilizar as ocorréncias acidentárias para a cornposicáo do cálculo do tributo
SAT, por meio do FAP, deve primeíramente estruturar melhor os trabalhos para a caracterizacáo
dos nexos, orientando e exigíndo do INSS a observancia e o cumprimento da legíslacáo vigente,
especialmente quanto ao disposto na Lei n. 9.784/99 sobre a consideracáo da empresa corno parte
interessada, bem como quanto ao cumprimento do dever de investigacáo técnica do nexo.
Náo é o que ocorre na prátíca. O INSS deixa de observar a legíslacáo vigente, caracteriza
arbitrariamente e a margem de qualquer participacáo da empresa os acidentes de trabalho e, na
sequéncia, utiliza tais ocorréncías corno elementos de cálculo do FAP, majorando o tributo SAT, que,
por sinal, lhe serve de fonte de custeio para o pagamento de benefícios. Resta evidente que a Uniáo
se beneficia da própria torpeza, o que nao merece a acolhida da sociedade ou do [udiciário.
Compreendo, pois, que somente os acidentes caracterizados com a observancia da legislacáo
vigente é que podem ser considerados para o cálculo do tributo, sob pena nao somente da ilegalidad e do
procedimento, como também de gritante violacáo de direitos fundamentais de defesa e contraditório,
além de outros, corno razoabilidade, proporcionalidade, eficiencia e moralidade.

12.3.7. Inclusáo de ocorréncias e beneficios contestados administrativamente


pela empresa, com éxíto ou ainda sem decísáo final por parte da
Prevídéncia Social

Conforme já abordado no Capítulo 6 desta obra, subitem 6.2, a Iegíslacáo vigente garante a
empresa nao semente a partícipacáo efetiva no processo administrativo de caracterizacáo dos
acidentes de trabalho corno, também, a apresentacáo de recursos ao Conselho de Recursos da
Previdéncia Social contra decísóes adotadas pelo INSS.
Em resumo, podemos definir que das decisóes do INSS que caracterizam acidentes típicos, nexos
profissionais ou do trabalho (NP) ou nexos individuais (NI), conforme Lei n. 8.213/91, arts. 19 a 21 c/c
126, é possível a ínterposicáo de recurso destinado a Junta de Recursos/CRPS no prazo de trinta días.

252
Em se tratando de Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), conforme Leí n. 8.213/91, art. 21-A, a
empresa pode apresentar defesa/contestacáo no prazo de quinze días para subsidiar o convencimento
do perito médico do INSS e de sua decisáo poderá interpor recurso Junta de Recursos/CRPS, a
igualmente no prazo de trinta días, havendo expressa previsáo legal sobre o efeito suspensivo.
A Instrucáo Normativa INSS n. 31/2008 disciplina também sobre essa possibilidade de
contestacáo ou recurso, sendo a redacáo dos artigas pertinentes a seguinte:
Art. 411 Os agravos associados aos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza profissional e do trabalho das
listas A e B do anexo II do Decreto n. 3.048/99;_presentes nas atividades económicas dos ernpregadores, cujo segurado
tenha sido exposto, ainda que parcial e indiretamente, seráo considerados doencas profissionais ou do trabalho, nos
termos dos incisos 1 e II, art. 20 da Lei n. 8.213/91
§ 1º A empresa poderá interpor recurso ao Conselho de Recursos da Previdéncia Social (CRPS) até trinta dias após a
data em que tomar conhecimento da concessáo do beneficio ern espécíe acidentária por nexo técnico profissional ou
do trabalho, conforme art. 126 da Lei n. 8.213/91 quando dispuser de dados e inforrnacóes que demonstrem que os
agravos nao possuem nexo técnico com o trabalho exerddo pelo trabalhador.
§ 21l O recurso interposto contra o estabelecirnento de nexo técnico com base no anexo II do Decreto n. 3.048/99 náo
terá efeito suspensivo.v'"
Art. 5º Os agraves decorrentes de condicées especiais em que o trabalho é executado seriio considerados doencas
profissionais ou do trabalho, ou ainda acidentes de trabalho, nos termos do§ 22 do art. 20 da Leí n. 8.213/91.
§ 12 A empresa poderá interpor recurso ao CRPS até trinta dias após a data em que tomar conhecimento da concessáo
do beneficio em espécie acidentária por nexo técnico por doenca equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico
individual, conforme art. 126 da Lei n. 8.213/91 quando dispuser de dados e informacóes que demonstrern que os
agravos nao possuen1 nexo técnico como trabalho exercido pelo trabalhador.
§ 22 O recurso interposto contra o estabelecimento de nexo técnico com base no § 22 do art. 20 da Lei n. 8.213/91 nao
terá efeito suspensivo.
[ ... )
Art, 7~ A empresa poderá requerer ao INSS, até quinze días após a data para a entrega da Guia de Recolhimento do
Fundo de Garantia do Tempo de Servico e Informacóes a Previdéncia Social- GFIP, a nao aplicacáo do nexo técnico
epidemiológico, ao caso concreto, quando díspuser de dados e informacóes que demonsrrem que os agraves nao
possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador, sob pena de nao conhecimento da alegacáo em
instancia administrativa, caso nao protocolíze o requerimento tempestivamente.
[... )
§ 7CJ Da decisáo do requerimento cabe recurso com efeito suspensivo'P", por parte da empresa ou, conforme o caso,
do segurado, ao CRPS.
[ ... l"
Referidos direitos, de apresentacáo de defesa e recurso, além de expressamente previstos na
legislacáo de regencia, integram os direitos fundamentáis de ampla defesa, contraditório, devido
processo legal administrativo e razoável duracáo do processo, consubstanciados no art. 5º da
Constituicáo Federal de 1988, cabendo-me mencionar ainda os princípios de legalidade, eficiencia
e moralidade dispostos no art. 37, bem como a previsáo constante do art. 116 do Código Tributário
Nacional, no sentido de que semente situacóes jurídicas definitivamente constituídas podem ser
utilizadas para a composicáo da alíquota/fato gerador.
,
E certo, pois, que urna vez apresentada a defesa ou o recurso por parte da empresa, nao pode o
INSS ( ou quem quer que seja) considerar a ocorréncía como acidentária, enquanto nao analisado o mérito
e proferida resposta fundamentada sobre a existencia (ou nao) do nexo entre a lesáo/enfermidade e
o trabalho.
Quanto ao prazo de resposta dessas defesas e recursos, <leve ser aplicado o de trinta días, disposto
na Lei n. 9.784/99 (arts. 49 e 59), já que na Leí n. 8.213/91 nao há mencáo a respeito. No entanto, o que

(159) Nao ter efeito suspensivo significa que, durante o tramite do recurso, a ocorréncia será considerada como acidentária pelo
INSS, especialmente quanto as regras de concessáo de beneficios como isencáo de carencia e possibilidade de percepcáo de auxílio-
-acidente. O parágrafo único do art. 61 da Lei n. 9.784/99, contudo, preve que, havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta
reparacáo decorrente da execucáo, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de oficio ou a pedido, dar efeito
suspensivo ao recurso.
(160) Ter efeito suspensivo significa que, enquanto o perito do INSS nao concluir a investígacáo do nexo e concluir se mantém ou nao
a presuncáo inicial, o INSS considerará a ocorréncia como nao acidentária.

253
costurneiramente ocorre é a inobservancia desse ou de qualquer outro prazo, cabendo-me reiterar
quanto a existencia de defesas de NTEP protocoladas em 2007 que, até a presente data, ainda nao
foram analisadas pelo perito do INSS. Também comum é a demora de mais de seis meses para o
julgamento dos recursos pelo CRPS.
Ocorre que a Uniáo, ao buscar as ocorréncias acidentárias para cornposicáo do cálculo do
FAP1 utiliza também essas que foram objeto de defesa ou recurso e cujo processo administrativo
ainda se encontra em tramite, sern decisáo proferida, o que nao se pode admitir sob pena nao
semente de violacáo aos arts. 21-A e 126 da Lei n. 8.213/91, mas principalmente dos direitos de
ampla defesa e contraditório. Sequer o efeito suspensivo do recurso, previsto expressamente no
art. 21-A da Lei n. 8.213/91, tem sido observado pela Previdéncia Social.
Trata-se, pois, de enganar o contribuinte informando-o na legislacáo sobre a possibilidade de
defesa ou recurso e, nao obstante, desconsiderar totahnente esse direito utilizando as ocorréncias
questionadas na composicáo do cálculo do tributo.
Ainda pior a utilizacáo de ocorréncias que foram defendidas e que, urna vez julgadas, tiveram
é

o nexo descaracterizado, concluindo o INSS ou o Conselho de Recursos pela natureza previdenciária


e, consequenternente, nao acidentária.
Referidas ocorréncías, quando visualizadas no Extrato FAP, devem ser objeto de ímpugnacáo
para que sejam excluídas do cálculo, mas administrativamente a possiblidade de éxito nao tern
existido, sendo padráo a seguinte resposta:
Todas as fases de um beneficio. desde o requerimento até a extincáo (cessacáo), estáo sujeitas a diversos tipos de
revisóes,

Assim, para ser factível a implementacáo de urna metodología que utilize insumos como os oriundos da concessáo de
beneficios há que se estabelecer um ponto de corte.
A fim de assegurar a realizacáo da metodología, a contabilizacáo deve refletír as características que os beneficios
concedidos apresentam, armazenadas nos bancos de dados utilizados, na posicáo do ponto de corte (data da leitura
do banco de dados).

Pelo teor da decisáo é possível identificarmos que a Uniáo beneficia-se de sua própria torpeza,
descumprindo largamente os prazos fixados na legislacáo para a resposta e o julgamento das defesas
e recursos e utilizando essa ilegalidade para informar que, no momento em que buscou os dados
para o FAP, a ocorréncia ainda se encontrava lancada como acidentária por parte do INSS.
Assusta-me que a Uniáo assim responda ao contribuinte porque nao somente impera urna clara
violacáo as Leis ns. 8.213/91 e 9.784/99 e ao direito da ampla defesa e contraditório (CF/88, art. 5º)
como também, e principalmente, os princípios de legalidade e moralidade irnpostos também na
Carta Magna, art. 37.
Assim tem reconhecido a mais prestigiosa jurisprudencia pátria, cabendo-me ilustrar com a
decisáo proferida no processo n. 5040734-17.2014.404.7000/PR, da lavra da juíza federal Ana Carolina
Morozowski, publicada em 24.06.2014:
Na medida ern que nao há decisáo definitiva no ámbito administrativo quanto a natureza acidentária de determinado
beneficio previdenciário, nao soa razoável q1.1e tal beneficio seja contabilizado corno acidentário na fórmula de
apuracáo do FAP, situacáo que gera prejuízos a empresa contribuinte em razáo do consequente aumento na alíquota
doSAT.
Nesse sentido, adoto também os fundamentos da sentenca dos autos n. 5013261-90.2013.404.7000/PR, em que foi
analisada a mesma questáo de fundo tratada nos presentes autos:
"Defende a parte autora a ilegalidade da inclusño de beneficios cuja caracterizadio como acidentários está senda impugnada
administrativamente na reiacdo dos beneficios que iriio integrar o cálculo do FAP.
Assiste raziio ao autor.
Realmente, a inclusño de beneficios cuja caracterizacdo como acideniários está senda impugnada administrativamente na
relai;íio dos beneficios que irño integrar o cálculo do FAP fere o principio do deoido processo legal na esfera administrativa,

254
independentemenie de o recurso ser dotado (ou nño) de efeito suspensivo. Apenas depois de definida a questño pela autoridade
administrativa que se pode Jalar no caráfer acidentúrio do beneficio, sob pena de se ter uma garantía meramente formal de ampla
é

defesa, já que, sobo aspecto material, o benejicio estará de oualquer modo senda incluido como acidentário para fins de defini<¡ño
da alíquota do SAT.
Ademáis, se a U niño pretende utilizar esses beneficios para o cálculo do FAP num determinado período, basta que julgue a tempo
os recursostcontesuuies opreseniados pelo contribuinte. O que nño se pode é pretender impar ao contribuinie o onus da demora
na prestaqiio do seruico público (de revisiio das decisñes administrativas, no caso).
Note-se que, a rigor, nem a Uniffo nem. o INSS indicaram motivos para a manutenciio da sistemática por eles adotada. Eles apenas
tracaram unt panorama acerca da natureza jurídica do FAP e dos diferentes tipos de benefícios acidentários, assim como sobre a
sistemática para a inclusiio de cada um deles no cálculo do FAP. Niio irataram do mérito da demanda, eis que nada disseram sobre
as razoes pelas quals deoeria ser mentida a sistemática de indusiio dos beneficios em que há recurso administratiuo questionando
sua naiureza acideniária no cálculo do FAP, mesmo antes do julgamento do recurso.
O INSS somenie alega que éJeito um corte no tempo (tirada uma 'fotografía do momento') para serem extraídos os dados relativos
aos beneficios acideniários para o fim de ser calculado o FAP do ano seguinte.
De fato, preciso realmente ser realizado um corte temporal para o fim de serem verificados os beneficios a serem induidos na
é

relaciio para o cálculo do FAP. Niio há nenh.11.111 problema nessa sistemática. O problema está em verificar qucis os beneficios
a seretn incluidos naque/e momento. Aí que se encentra o ponto fulera/ da lide posta nos autos, sobre o qua/ os réus niio se
é

manijestaram. No momento do corte, é preciso que seiam incluídos na rela~iio de beneficios acidentários para o cálculo do FAP
somente aqueles beneficios que, naque/e determinado momento, niio ienham sua naiureza jurídica acideniária impugnada. Vale
dizer, deuem ser exduidos os benefícios cuja naiureza acidentária esteja em discussiio na esferaadministrativa. Irrelevante,
pois, as consideracáes do INSS no sentido de que os beneficios podent uir a ser posteriormente quesiionados em juizo ou pelo
trabalhador. Nño interessa lucubrar sobre o que poderá vira acorrer no futuro. O que se deue verificaré qunis os beneficios que
naque/e determinado momento no tempo (no momento da 'fotografía') estiio senda questionados, para que eles niio sejam incluidos
no cálculo do FAP, já que a inda niio definida s11a naiureza jurídica acideniária."

Tenho, pois, ser absolutamente ilegal e inconstitucional a utilizacáo dessas ocorréncias (e seus
correspondentes benefícios) no cálculo do FAP, assim devendo ser declarado o art. 202-A do Decreto
n.. 3.048/99 e tarnbém as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010 quanto ao tópico.
A decisáo final, contudo, caberá ao Superior Tribunal de [ustica e ao Supre1110 Tribunal Federal,
que, infelizmente, ainda nao tiveram oportunidade de proferir julgamento sobre o tema.

12.3.8. Utilízacáo e metodologia adotadaparao cálculo do índice de custo

Ao disciplinarem sobre o índice de custo, elemento integrante do cálculo do FAP, as Resolucóes


CNPS ns. 1.308/2009 e 1.316/2010 e o art. 202-A do Decreto n. 3.048/99 utilizam o total gasto com
os benefícios de auxílio-doenca (conforme duracáo do benefício) e, para os demais benefícios, urna
projecáo de custo futuro, conforme expectativa de sobrevida divulgada pelo IBGE.
Eis a redacáo do Decreto n. 3.048/99:
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos 1 a III do art. 202 seráo reduzidas em até cinquenta por cento ou
aumentadas em até cern por cerito, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a sua respectiva atividade,
aferido pelo Fator Acidentário de Prevencáo - FAP.
[... )

III - para o índice de custo, os valores dos beneficios de natureza acidentária pagos ou devidos pela Previdéncia
Social, apurados da seguin.te forma:
a) nos casos de auxílio-doenca, com base no tempo de afastamento do trabalhador, em meses e fracáo de mes; e
b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projecáo da expectativa de sobrevida do segurado,
na data de início do beneficio, a partir da tábua de mortalidade construida pela Fundacác Instituto Brasileiro de
Geografía e Estatística - IBGE para toda a populacáo brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos
os sexos.
[... )

255
Conforme já observado no Capítulo 8 desta obra, específicamente no subitem 8.1.3, o valor da
renda mensal do beneficio de auxílío-doenca corresponde a 91 % do Salário de Benefício apurado
pelo INSS, tendo o segurado o direito de receber tal beneficio durante o período em que permanecer
incapacitado para suas atividades laborativas.
A aposentadoria por invalidez e o benefício de pensáo por morte correspondem a 100% do
salário de beneficio apurado, e o auxílio-acidente, por sua vez, a apenas 50% desse montante.
Também observado, no Capítulo 9, que nos termos da legislacáo vigente o INSS é abrigado
a fornecer aos segurados afastados (em gozo de auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez) o
programa de reabilitacáo profissional, com o objetivo de recuperar a capacidade laborativa para o
exercício da profissáo habitual ou, ainda, conferir ao trabalhador aptidáo diversa, para que retorne
ao mercado de trabalho.
Sendo essas as premissas básicas da legislacáo previdenciária sobre tais benefícios, alguns
problemas podem ser apontados na adocáo do índice de custo, especialmente quanto a metodología
aplicada.
Primeiramente, cumpre registrar que no FAP aplicado para o ano de 2010 (extra to divulgado aos
contribuíntes em setembro/2009) a Uniáo adotou valores maiores do que aqueles efetivamente pagos
a título de auxílio-doenca, lancando no Extrato FAP nao o montante equivalente a renda mensa}
<lestes benefícios (91 °i<'>), mas sim o valor do salário de benefícío que lhes serviu de base de cálculo
(100%), em evidente ilegalidade.
Também incorreto é adotar a totalidade dos benefícios de auxílio-doenca e aposentadoria por
invalidez, já que a legíslacáo previdenciária nao tem sido observada pelo INSS. Se o Ministério da
Previdéncia Social, por sua autarquia federal (INSS), cumprisse com suas obrigacóes legais, teríamos:
• Um prazo máximo de até 45 días para a concessáo dos benefícios, conforme art. 41-A da Lei
n. 8.213/91;
• O trabalhador passaria por perícias médicas periódicas, para reavaliacáo e verificacáo, pelo
INSS, da permanencia da incapacidade (Lei n. 8.213/91, art. 101);
•A todos os segurados seria oferecido o progra1na de reabilitacáo profissional, para recuperacáo
da capacidade laborativa e consequente cancelamento do benefício (Leí n. 8.213/91, arts. 89 a 92).
Na prática, contudo, o prazo de 45 días nao é observado e, em muitas localidades, a primeira
perícia médica tem demorado mais de dois meses para ser realizada. As pericias médicas periódicas
nao sao realizadas (principalmente nos casos de aposentadoria por invalidez) e o programa de
reabilitacáo, que deveria obrigatoriamente ser fomecido aos afastados, nao é oferecido e sequer existe
em diversas localidades do país.
Como é possível, pois, que o custo de toda essa ilegalidade seja transferido ao contribuinte, já
que a empresa nao possui qualquer gerenciamento sobre esses fatos?
Melhor sorte nao socorre aos demais benefícios (pensáo por morte e auxílio-acidente) porque
a empresa nao participa de tais processos administrativos, nao lhe sendo permitido acesso aos
documentos que os instruíram e tampouco conferencia sobre a legalidade de concessáo.
É perfeitamente possível que um benefício de pensáo por morte seja concedido a urna suposta
companheira em uniáo estável que nao se desincumbiu de comprovar tal condicáo nos termos dos arts.
16 da Lei n. 8.213/91 e 22 do Decreto n. 3.048/99. Tambérn possível a concessáo de auxílio-acidente a
alguém que nao comprovou devidamente a existencia de sequela definitiva e incapacitante, conforme
exigido pelo art. 86 da Lei n. 8.213/91.
Para que o custo desses beneficios possa integrar o cálculo do tributo se faz necessário que a empresa
seja considerada parte interessada nesses processos, nos exatos termos do art, 9º da Leí n. 9.784/99, sendo

256
intimada de todos os a tos e decisóes, de forma a comprovar sua legalidad e. Também que as regras aplicáveis
a
aos beneficios sejam cumpridas, especialmente quanto verificacáo da permanencia da incapacídade e a
existencia do progra1na de reabilitacáo, já que a ausencia desses procedimentos interfere na duracáo dos
beneficios de incapacídade.
Por fim, tampouco pode merecer amparo o critério de projetar o custo dos benefícios de
aposenta doria por invalidez, pensáo por morte e auxílio-acidente (numerador na fórmula matemática ),
conforme expectativa de sobrevida divulgada pelo IBGE, sem a projecáo correspondente da massa
salarial (denominador na fórmula matemática).
Se a Uniáo, ao considerar o valor pago, projeta valores futuros que ainda irá gastar com
determinado beneficiário até sua morte, certamente deveria projetar também a massa salarial (base
de cálculo das contríbuicóes previdenciárias), ajustando-se proporcionalmente e razoavehnente o
gasto e a receita.
Repito, pois, que no momento em que assim nao faz, projetando semente o gasto, manipula a
fórmula matemática em seu favor, de forma significativa, prejudicando o resultado final do FAP a
ser atribuído ao contribuinte, em afronta direta aos principios da proporcionalidade e razoabilidade,
garantidos no art. 37 da Carta Constitucional.
E como o FAP é calculado todos os anos, sequer há razáo ou fundamento para tal projecáo,
sendo perfeitamente possível apurar-se, com exatidáo, o quanto foi efetivamente pago pelo RGPS a
título dos beneficios no período de apuracáo, assim como a efetiva massa salarial do mesmo período.
Por todos os argumentos a qui expostos, compreendo que a Uniáo está transferindo ao contribuinte
prejuízos decorrentes de sua própria ineficiencia (porque deixa de cumprir coma legíslacáo vigente),
além de lhe conferir responsabilidade por processos dos quais nao lhe é permitido acesso e com
manipulacáo das fórmulas matemáticas, e1n total afronta a princípios constitucionais de ampla
defesa, contraditório, legalidade, razoabilidade e proporcionalidade, alérn de violacáo do art. 121 do
Código Tributário Nacional e demais diplomas lega.is aqui citados.

12.3.9. Adocáo de travasparaaplícacáo do desconto

Por fim, e ern repeticáo ao que já mencionei no subitem 12.2.6, o impedimento de acesso ao
desconto instituído pelo art. 10 da Leí n. 10.666/2003 quando existentes casos de rnorte ou invalidez
constituí ato ilegal, extrapolando as Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010 seu
poder regula.mentar.
Nao pode, poís, urna Resolucáo normativa, ainda que aprovada pelo CNPS, instituir restricáo
nao fixada pelo legislador ordinário, impedindo as empresas de usufruírem de desconto legalmente
previsto. Além de inconstitucional, referido procedimento fere frontalmente a regra contida no art.
10 da Lei n. 10.666/2003, razáo pela qual entendo pela ilegalidade das referidas resolucóes, quanto
ao tópico.

12.3.10. Empresas com baíxa acidentalidade- ausenciado desconto corretono FAP


aplicado no período de janeiroa agosto de 2010
Situacáo gravíssima ocorreu com as empresas com baixo registro de acidentalidade, no FAP
aplicado no período de janeiro a agosto de 2010, conforme brevemente abordado no subitem 12.1.1
desta obra, quando expliquei as regras de cálculo do FAP.
,
E importante verificannos, urna vez rnais, a redacáo expressa no art. 10 da Lei n. 10.666/2003,
identificando a previsáo no sentido de que as en1presas com melhores desempenhos deveriam
usufruir de desconto em sua alíquota SAT de no máximo 50°/o. Confira-se:

257
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cento, destinada ao financiamento do beneficio de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de incapacidade labora ti va decorrente
dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em. até cinquenia por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa ern relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em coniormidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo tnetodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

As Resolucóes CNPS ns. 1.308 e 1.309, ambas de 2009, trouxeram a fórmula de cálculo desse
multiplicador (FAP - Fator Acidentário de Prevencáo ), a qual foi recepcionada pelo Decreto n. 6.957/2009
nas alteracóes que pro1noveu no art. 202-A do Decreto n. 3.048/99. Contudo, a metodología criada pelo
Poder Executivo nao obedeceu ao comando legal, no momento em que as empresas foram impedidas
de obter o desconto que lhes seria devido, mesmo nao tendo qualquer acidentalidade no período de
apuracáo e, assim, registrado o melhor desempenho dentro de seu agrupainento CNAE.
Tratam-se de e1npresas que nao apresentaram qualquer registro de acidente de trabalho ou
doenca do trabalho. Consequentemente, nao houve concessáo de benefícios, e o valor gasto pela
Previdéncia Social foi de R$ 0,00. A e1npresa estava, portante, na melhor posicáo possível em termos
de acidentalidade, nao sendo possível alguma outra empresa com melhor desempenho. Assim, e
nos termos da Leí n. 10.666/2003, art. 10, deveria usufruir já no ano de 2010 de um desconto máximo,
de 50°/o.
Também de empresas com baixa acidentalidade e, consequentemente, desempenho melhor que
o de seus concorrentes de mesmo CNAE, de forma que o cálculo do FAP (Índice Composto) deveria
resultar valor inferior a 1, proporcionando desconto na alíquota do SAT.
Ocorre que a Uniáo resolveu instituir urna fórmula matemática extra, que nao se encontrava
disposta nas Resolucóes CNPS n. 1.308/2009 e 1.309/2009 e que impedía a concessáo do desconto
instituído na Lei n. 10.666/2003. Referida situacáo foi esclarecida e corrigida pela Resolucáo CNPS
n. 1.316/2010, mas semente a contar de setembro daquele mesmo ano.
Confira-se o trecho em referencia, constante da Resolucáo CNPS 1.316/2010:
Aos valores de re calculados aplicamos:
Caso 1
Para re< 1,0 (bonus) - como o FAP incide sobre a alíquota de contribuicáo de um, dois ou tres por cento, destinada
ao financiamento do beneficio de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidencia de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientáis do trabalho, reduzindo-a em até cinquenta por cento, ou
aumentando-a, em até cem por cento, ou seja, o FAP <leve variar entre 0,5 e 2,0 (estabelecido na Lei n. 10.666, de 8 de
maio de 2003). A aplicacáo da fórmula do IC resulta em valores entre O e 2, en tao a fa.ixa de boníficacáo (bonus = IC <
1,0) <leve ser ajustada para que o FAP esteja contido em intervalo compreendido entre 0,5 e 1,0. Este ajuste é possível
mediante a aplicacáo da fórmula para interpolacáo:
FAP = 0,5 + 0,5 x IC
Para o exernplo citado de cálculo de lC o valor do FAP seria:
Como IC = 0,9920 (IC < 1), FAP = 0,5 + 0,5 x IC = 0,5 + 0,5 x 0,9920 = 0,5 + 0,4960 = 0,9960.
A partir do processamento do FAP 2010, vigencia 2011, nao será aplicada a regra de interpolacáo para IC < 1,0 (bonus).

A ilegalidade permaneceu, pois, no período de janeiro a agosto de 2010, acarretando graves


prejuízos a todas as e1npresas com baixa acidentalidade e que tiveram o resultado do FAP de 2010
inferior a 1, sendo possível o ingresso de acáo judicial para recuperacáo do excesso pago a título do
SAT, mas observado o prazo quinquenal referente a prescricáo.

12.3.11. Ausencia de cálculo do FAP para determinadas atividades económicas

Pela redacáo expressa no art. 10 da Leí n. 10.666/2003 é possível observarmos que a regra <leve
ser aplicada a toda e qualquer empresa contribuinte do SAT, nao sendo demais, pela importáncia do
tema, urna nova transcricáo do dispositivo:

258
Art. 10. A alíquota de contribuicáo de um, dois ou trés por cerito, destinada ao financiamento do beneficio de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos emrazáo do grau de incidencia de incapacidade labora tiva decorrente
dos riscos ambientáis do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta poI cerito, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a respectiva atividade
económica, apurado em conforrnidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequéncia, gravidade e
custo, calculados segundo metodología aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social.

No entanto, a Resolucáo CNPS n. 1.316, publicada em 14.06.2010, trouxe no subitem 2.4 uma
situacáo absolutamente ilegal e prejudicial as empresas. Confira-se o texto em referencia:
O princípio de dístribuícáo de bonus e malus para empresas contidas em urna SubClasse CNAE que apresente
quantidade de en1presas igual ou inferior a 5 fica prejudicado. Nos casos de empresas enquadradas em SubClasse
CNAE contendo número igual ou inferior a 5 empresas o FAP será por definicáo igual a 1,0000, ou seja, um FAP
neutro. Empresas Optantes pelo Simples e Entidades Filantrópicas teráo, por definicáo, FAP = 1,0000, ou seja, um
FAP neutro.

O que diz a nova Resolucáo (e que pode ter sido um critério também aplicado em 2010, apesar
de a Resolucáo CNPS n. 1.308/2009 nada determinar a respeito) é que o FAP nao será calculado para
empresas cuja subclasse CNAE apresente quantidade de empresas igual ou inferior a 5. Ou seja, a
essas empresas será impedido o direito de descanto constante da Lei n. 10.666/2003 caso apresentem
baixa acidentalidade, tendo o Poder Executivo, por meio de resolucáo administrativa, criado norma
impeditiva de direitos, em afronta nao semente ao art. 10 da Lei n. 10.666/2003 como também ao art.
59 da Constituicáo Federal.
Conforme já tive oportunidade de abordar na obra intitulada Faior Acideniário de Preoencdo
(FAP), publicada pela [uruá Editora em 2010 e na qual figuro como coautora, a Lei n. 10.666/2003, em
seu art. 10, nao traz qualquer excecáo e nao coloca urna quantidade mínima de empresas de mesmo
CNAE para que exista a flexibilizacáo da alíquota. Toda e qualquer empresa que estiver sujeita a
contribuicáo do SAT (e que nao usufruir de isencáo) temo direito de ter seu FAP calculado e o direito
de usufruir do desconto legahnente previsto, caso nao tenha registro de acidentalidade ou caso esse
registro seja inferior ao de seus concorrentes de mesmo código de atividade.
Compreendo, pois, que as empresas que possuírem baixa acidentalidade e que nao tiverem o
FAP calculado podem questionar esse procedimento judicialmente, cabendo-me salientar, contudo,
que a decisáo final caberá ao STJ e ao STF, que, infelizmente, aínda nao tiveram oportunidade de se
manifestar sobre o tema.

12.4. Irregularidades

Nada obstante as inconstitucionalidades e ilegalidades apontadas nos subitens 12.2 e 12.3,


supra, o Extrato FAP divulgado pela Uniáo aos contribuintes é referto de erres, sendo recomendável
a conferencia de todos os can1pos e dados para identificacáo dessas irregularidades.
Sem prejuízo de outros que possam ser identificados, passo a discorrer nos subitens que segue1n
sobre os principais erros existentes no referido documento.

12.4.1. Erronos valores de massa salarial e número médio de vínculos empregatícios

Conforme já destacadonosubitem 12.1.1 desta obra, as regras de cálculo para o FAP constam das
Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e 1.316/2010 e, no pertinente a massa salarial e número
médio de vínculos empregatícios, determina a utilizacáo dos dados da GFIP, mensalmente enviada
pela empresa ao INSS.
Para apurar o total de massa salarial do período, <leve a Uniáo sornar as rernuneracóes pagas
pela empresa aos trabalhadores empregados e avulsos (valores que sofrem incidencia da contribuicáo

259
previdenciária e que sao base de incidencia para o pagamento do SAT) e que se encontrarn disponíveis
no formulário GFIP. É possível identificar esses valores no Resumo gerado pelo sistema, denominado
"Resumo do Fechamento - Empresa - Modalidade; Branco - Recolhimento ao FGTS e Declaracáo
a Previdéncia", nas colunas "BASE CAL PREV SOC" e "BASE CAL 13º PREV SOC". Confira-se um
desses resumes, para visualizacáo dos dados e colunas:

MllllCÚlllO DO ~IO I ~P.00 • Kf'I! MINlsrilllO W\ l'AUMllA • MP DATA: OS/10/2012


OJ'IP • SUIP t.40 122/0)/2012) TAllllLAS 31.0 (2S/01/20UI HOftAc ,,,2,r02
pf>IJ 1 0012/0016
~DOS~ C0:1$1'Almlll :«> AXQU1Y0 Slll'IP
llbU(O DO l"1ICIWlt1ITO • D<PRUA
NOQ\1.1Dl.i>ll 1 ºllllA.'«lOº •llllCOLllJKJ:NTO N> l'GT$ B DEC

11" AA()U!YO: _
D<l'R&SAil w og C(lllTR()tz: llhl<:Rl~i
CQ4P: ot/a012 COO IUlC: 11 S COI) GPS: 2100 FPl\ll: 612 OUTllA$ 111'.'l'c )U9 SIMPl.llS1 l 1Ut.Ti ).O FAP: l.:t6 RA'l' IWOSTllDO: l.?I
"!()M.\IJOR/001!.>.. U:SCk 11,'.l(! '
lOOAADOORO: Cl!P: _ C:.U PRal'O!."DRllt..~: •922101
Ctn.\l)Jt1 OU-11: 4?22101

CAT c¡w.vr llASJI CAi:. PllW see llAS8 cAL 13" PIU!V OOC

01

º'
12?
l
241.>0G,58
'º'·ºº
º·ºº
0,00
248.•40.2)
'º'·ºº
).2)0.4'
o.oo
TO!'l\IS: 128 o.oo

Os valores pagos a título do 13º salário, quando pagos em rescisáo contratual (durante o ano
base), sofrem incidencia de contribuicáo previdenciária e devem ser sornados para fins de apuracáo
da massa salarial, assirn como também os valores pagos a título do 13º salário em dezembro de cada
ano.
A soma de todos esses valores, para todas as 26 competencias do período de apuracáo (13
competencias para cada ano) é que deve corresponder ao total de massa salarial informado
no Extrato. Regra geral, a Uniáo informa valores menores do que aqueles de fato existentes,
sendo recomendável a conferencia e a apresentacáo de contestacáo administrativa, se existente
alguma irregularidade.
Para apuracáo do número médio de vínculos empregatícios a Uniáo deve sornar a quantidade
de trabalhadores informadas na primeira coluna do documento exernplificadas (resumo GFIP),
cabendo lembrar que semente aqueles de código/categoría 01, 02, 04 e 07 é que devem ser sornados,
pois sornente sobre a remuneracáo desses profissionais é que incide a contribuicáo para o SAT. Sao
esses trabalhadores os seguíntes, conforme manual GFIP, versáo 8.4, subitem 4.3:

Cód. Categoria
01 Empregado;
02 Trabalhador avulso;
Empregado sob contrato de trabalho por prazo determinado (Lei n. 9.601/98), com as alteracñes da Medida Provisória n.
04
2.164-41, de 24.8.2001
07 Menor Aprendiz - Lei n. 11.180/2005

Trata-se de sorna simples (de janeiro a dezembro de cada ano), e como estarnos calculando o
número médio de vínculos, a GFIP do 132 salário nao <leve ser computada.
Sornados os vínculos dos dois anos (24 competencias), <leve ser calculada a rnédia, dividindo-se
o resultado por 24, sendo esse o resultado que deve constar do Extrato FAP. No entanto, é comum a
Uniáo informar valores menores do que aqueles de fato existentes, sendo recornendável a conferencia
e a apresentacáo de contestacáo administrativa, se existente alguma irregularidade.

260
12.4.2. Inclusáo de CATs e nexos em duplicidade

Adotando-se o mesmo Extrato FAP utilizado como exemplo no subitem 12.2.4 desta obra,
podemos visualizar que as ocorréncias noticiadas por meio de CAT somam um total de 358, enquanto
que os nexos (sem CAT) somam 160 ocorréncias. Confira-se:

-Dados que compuseram o cálculo do FAP conforme Resolu~ao CNPS Ne 1.31612010--------------.

- Registros de acidentes do trabalho: 358 Auxíficrdoe~a por acidente do trabalho • 891: 232
. Nexo Técnico Prevídenciário sem CAT Aposentadoria por invalidez por acidente do
160 14
vínculada: trabalho - 892:
Massa Salarial: 815.880.010,89 Pensáo por morte por acidente do trabalho -
893: o
~mero Médio de Vincutos: 15.407,2083 Auxíficracidente por acidente do trabalho- 894: 2
Total de el11)resas na subclasse CNAE: 59.386 Valor Totalde Beneficios Pagos: 10.207.418,30

Corno o único nexo que pode ser caracterizado sem a apresentacáo de CAT se refere ao Nexo
Técnico Epidemiológico (NTEP), ternos 160 ocorréncias caracterizadas nessa modalidade e 358 outras
que podem ser decorrentes de acidente típico (art. 19 da Lei n. 8.213/91), nexo profissional ou do
trabalho (Lei n. 8.213/91, art. 20), nexo individual (Lei n. 8.213/91, art. 20, § 2º) ou acidentes por
equiparacáo (Lei n. 8.213/91, art. 21).
É certo, pois, que urna mesma o correncia nao pode ser lancada mais de urna vez no mesmo campo,
nem tampouco aparecer lancada nos dois campos, já que se trata de única ocorréncia acidentária.
É comum, contudo, encontrarmos essas duplicidades, tanto nos mesmos campos quanto em
ca1npos distintos (registros co1n CAT e nexos sem CAT), o que nao se pode admitir.
,
E necessário e recomendável, pois, que a empresa abra o link correspondente e confira cada urna
das ocorréncías lancadas e que apresente contestacáo administrativa, se existente a irregularidade.

12.4.3. Inclusáo de empregado que nunca pertenceu aos quadros funcionais da empresa
No campo destinado aos registros de acidentes do trabalho é comum encontrarmos ocorréncias
que pertencem a trabalhadores que nunca foram empregados da empresa. Ao abrir o link
correspondente a empresa nao consegue identificar o nome do trabalhador, masé possível conferir
pelo número do PIS informado pela Uniáo.

-Dados que compuseram o cálculo do FAPconforme Resolugao CNPSN21.316/2010------------~

Registros de acidentes do trabalho: 358 Auxífio-doenya por acidente do trabaltio - 891: 232
- u ...~: Técnico Pr911idenciário sem CAT Aposentadoria por invalidez por acidente do
• vinculada: 160 14
trabalho - 892:
Massa Salarial: 815.880.010,89 Peosao por morte por acidente do trabalho - o
893:
f'.l'.lmero Médio de Vínculos: 15.407,2083
Aux!lio-acidente por acidente do trabalho - 894: 2
Total de ell'4)(esas na subclasse CNAE: 59.386
Valor Total de Benefícios Pagos: 10.207.418,30

Caso exista a irregularidade, recomenda-se a apresentacáo de contestacáo administrativa, para


correcáo do erro e consequente recálculo do FAP.

12.4.4. CAT nao emitida e nao conhecida pela empresa


Também no campo destinado aos registros de acidentes do trabalho é comum encontrarmos
ocorréncias que, conforme informado pela Uniáo no extrato, foram registradas no INSS por meio do
forrnulário CAT - Comunicacáo de Acidente do Trabalho, mas que sao desconhecídas pela empresa.

261
Legalmente, é possível a notificacáo de urna ocorréncia ao INSS por meio de CAT emitida pelo
próprio trabalhador, pelo sindicato profissional, pelo médico que prestou o primeiro atendimento
ou, até mesmo, por qualquer autoridade pública (Lei n. 8.213/91, art. 22), mas deveria a empresa ter
recebido urna via do referido documento e sido notificada para participar do processo administrativo
de ínvestigacáo técnica do nexo (Lei n. 9.784/99, art. 92), o que gerahnente nao ocorre, por descumprir
o INSS todo e qualquer dispositivo legal existente a respeito.
Também importa registrar, urna vez mais, que no ámbito administrativo do INSS só é aberto
um processo se há requerimento de benefício e, nesse caso, exige-se incapacidade laborativa superior
a quinze dias<161>. Tenho, portanto, que se o afastamento foi inferior a quinze dias e se a CAT nao foi
emitida pela e1npresa empregadora, nao há corno considerar a na tu reza da ocorréncia como acidentária,
porque nao houve ínvestigacáo técnica do nexo entre o trabalho e o agravo, indispensável para tal
caracterizacáo. Nestes termos confira-se, inclusive, a redacáo do art. 322 da Instrucáo Normativa
INSS n. 77/2015 (destaque meu):
Art. 322. Para a identificacáo do nexo entre o trabalho e o agravo, que caracteriza o acidente do trabalho, a pericia
médica do INSS, se necessário, poderá ouvir testemunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho
ou solicitar o PPP diretamente ao empregador para o esclarecimento dos fatos.
Sendo inexistente o processo legal administrativo (com observancia e cumprimento, pelo
INSS, de toda a legíslacáo pertinente), nao há legalmente um acidente de trabalho caracterizado
e, consequentemente, nao pode a ocorréncia ser utilizada como elemento de cálculo do FAP, para
reduzir desconto ou proporcionar aumento na alíquota do tributo SAT.
Ao identificar tais irregularidades, <levea empresa solicitar ao Ministério da Previdéncia Social
que apresente as CATse os correspondentes processos administrativos que concluíram pela existencia
do nexo, no intuito de comprovar a ilegalidade e a irregularidade de seus lancamentos. Via de regra,
o pedido nao é atendido, e os órgáos responsáveis pela análise das defesas (DPSS0<162>) e recursos
(SPS<163l) se recusam a excluir as ocorréncias e ao recalculo do FAP e, <liante de tal recusa, <leve a
empresa ingressar com acáo judicial para a obtencáo de seu direito.
A surpresa é que, nessas acóes judiciais, o pedido para apresentacáo das CATs e dos consequentes
processos administrativos se repete e, nao raro, mesmo com intimacáo judicial para juntar aos autos
os referidos documentos, a Uníáo nao se encarrega de fazé-lo.
Os processos administrativos de fato nao exístem, porque, como já explicado, sao iniciados
semente quando há requerimento de benefício de auxílio-doenca. O pedido para apresentacáo
desses documentos serve, tao semente, para comprovar ao Judiciário a referida inexistencia e,
consequentemente, a ilegalidade do procedimento praticado pela Uniáo,
Já as CATs deveriarn existir porque a inclusáo destas no Extrato FAP indica que foram
apresentadas ao INSS por que1n quer que seja. A recusa da Uniáo em apresentá-las nao semente
viola os direitos de ampla defesa, contraditório, legalidade e publicidade como me faz suspeitar de
que nao existem e que foram lancadas com intuito único de aumento da arrecadacáo, já que elevam
o índice de frequéncia, com provável aumento no resultado final do FAP.

12.4.5. Inclusáo de ocorréncias e beneficios que se encontram fora do


período de apuracáo
Conforme regras de cálculo do FAP, dispostas no art. 202-A do Decreto n. 3.048/99 e nas
Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009 e 1.316/2010, os dados utilizados devem se referir aos dois últimos
anos anteriores a dívulgacáo do Extrato.

(161) Até 28.02.2015 a legisla~ao exigia afastamento superior a quinze días. A MP 664/2014 alterou esse período para trinta dias,
mas o Congresso rejeitou a alteracáo e, em 18.6.2015, data de publicacáo da Lei n. 13.135/2015, voltou a vigorar a redacáo anterior,
exigindo-se afastamento superior a quinze dias.
(162) Departamento de Políticas de Saúde e Seguranca Ocupacional, que julga as contestacóes em primeira instancia.
(163) Secretaria de Políticas da Previdéncia Social, que julga os recursos em segunda instancia.

262
Para o FAP que será aplicado em 2016, por exemplo, a divulgacáo do Extrato ocorrerá em
setembro/2015 e, consequentemente, os dados devem se restringir ao período de 01/2013 a 12/2014.
É comum, contudo, encontrarmos no extrato ocorréncias e benefícios que se encontram fora
desse período de apuracáo, sendo importante a abertura dos links e a conferencia integral das
informacóes. Eis os campos mencionados, no trecho do extrato utilizado como exemplo:

-Dados que compuseram o cálculo do FAP conforme Resolu~o CNPS NQ 1.31612010------------~

;. Registros de acidentes do trabalho: 358 Auxílio-doe~a por acidente do trabalho - 891: 232 -
- Nexo Técnico PrElllidenciário sem CAT
160 Aposentadoria por invafidez por acidente do
14
vinculada: trabalho - 892: ,_
Massa Salarial: 815.880.010.89 Pensao por morte por acídente do trabalho -
893: o
tlk'.lmero Médio de Vfnculos: 15.407,2083 Auxflio-acidente por acidente do trabalho - 894: 2 ......
Total de 9111)1"9SaS na subclasse CNAE: 59.386 Valor Total de Beneficios Pagos: 10.207.418,30

Importa destacar, ainda, que a Resolucáo CNPS n. 1.316/2010 trouxe urna alteracáo quanto ao
critério para contabilizacáo dos benefícios (que antes nao havia sido mencionado na Resolucáo CNPS
n. 1.308/2009), informando que (destaque meu):
Registros de concessáo de beneficios acidentários que constam nos sistemas informatizados do Instituto Nacional de
Seguro Social - INSS concedidos a partir de abril de 2007 sob a nova abordagem dos nexos técnicos aplicáveis pela
pericia médica do INSS, destacando-se aí o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário - NTEP. O critério para
contabilizacáo de benefícios acidentários concedidos a observacáo de Data de Despacho do Beneficio - DDB
é

dentro do Período-base (PB) de cálculo;

Tres conceitos se fazem necessários para a compreensáo do texto e todos constam da própria
Resolucáo CNPS n. 1.316/2010:
Período-Base - PB: período de tempo em meses ou anos que define o universo de beneficios e vínculos extraídos dos
sistemas informatizados de beneficios do INSS e do CNIS que será considerado para o cálculo do FAP.
Data de Despacho do Beneficio - DDB: é a data (dia/més/ano) e111 que é processado a concessáo do beneficio junto
a Dataprev.
Data Início do Beneficio - DIB: é a data (dia/més/ano) a partir da qual se inicia o direito ao beneficio;

O período-base, conforme já destacado, se refere aos dois últimos anos anteriores a dívulgacáo
do extrato, e a novidade trazida pela Resolucáo CNPS n. 1.316/2010, portante, se referiu ao fato
de que a Uniáo lancará o beneficio nao por sua data de inicio, mas sim pela data em que o este foi
processado junto a Dataprev.
As únicas razóes plausíveis para tal prática referem-se ao nao cumprimento da Iegislacáo pelo
INSS quando da concessáo do beneficio ao segurado/beneficiário, com posterior condenacáo judicial
para sua implantacáo, ou a demora na conclusáo do processo administrativo.
Isto porque, nos termos da Lei n. 8.213/91, art. 41-A, § 5º, o primeiro pagamento do benefício
<leve ocorrer no prazo de até 45 dias após a data de apresentacáo, pelo segurado ou beneficiário, da
documentacáo necessária a sua concessáo.
Se assim proceder o INSS e se, de fato, conceder e efetuar o primeiro pagamento no prazo fixado
pelo legislador, poderia ser considerada perfeitamente a data de inicio do benefício para sua insercáo
no cálculo do FAP. Exemplifico:
• FAP a ser aplicado em 2016
• Divulgacáo do Extrato ao contribuinte: setembro/Zíllf
• Período-base: dados de 01/2013 a 12/2014
• Em setembro/2015, mes de divulgacáo do Extrato, o INSS já terá concedido e pago todos os benefícios requeridos
em 12/2014.

263
O que ocorre na prática é o indeferimento regular de diversos benefícios e a necessidade de o
segurado (ou beneficiário, no caso da pensáo por morte) ingressar com recurso administrativo ou
acáo judicial para reconhecimento do direito.
Também cornum, infelizmente, a demora no agendamento das perícias iniciais ou do atendimento
para recebimento da documentacáo, bem como da análise e conclusáo final sobre o direito, por parte
do INSS.
Diante de tais fatos, e para nao perder a oportunidade de lancar no Extrato FAP tais ocorréncias,
optou o Poder Executivo por determinar, na Resolucáo CNPS n. 1.316/2010, que o fator determinante
para inserir determinado beneficio será a data do despacho (data da insercáo desse beneficio no
sistema informatizado do INSS, mantido pela Dataprev), e nao a efetiva data de início.
Assim, se o INSS tiver indeferido um auxílio-doenca, por exemplo, no ano de 2008 e se esse
trabalhador recorreu administrativamente e, depois, <liante da persistencia do indeferimento,
ingressou com acáo judicial e obteve decisáo favorável em 2014, a ímplantacáo do benefício e
o "despacho" teráo ocorrido somente em 2014, ainda que a data de início do benefício (e dos
pagamentos, inclusive) seja em 2008. Pela regra disposta na Resolucáo CNPS n. 1.316/2010, esse
benefício, se acidentário, poderá ser lancado no FAP de 2016.
Noutra situacáo, e pela prática ilegal vigente, é possível que um segurado tenha requerido seu
auxílio-doenca em novembro/2014 e que a perícia médica junto ao INSS tenha sido marcada semente
para fevereiro/2015, com decisáo proferida e respectiva concessáo do beneficio somente em abril/2015.
Nesse caso, pode ser que a extracáo dos dados para cálculo do Extrato tenha ocorrido antes de esse
beneficio ser lancado no sistema (despacho) e, para nao perder a oportunidad e de computar tal ocorréncia
no Extrato FAP, esse beneficio poderá ser utilizado no FAP de 2017 (período base de 01/2014 a 12/2015).
Nao tenho por correta a previsáo disposta na Resolucáo CNPS n. 1.316/2010 porque traz
inseguranca jurídica ao contribuinte (que nao tem mais a certeza do período-base estar atrelado a
data do sinistro ou a data de início do benefício) e porque sofre as consequéncias de urna demora a
qual nao deu causa, sem que lhe seja permitido participar dos processos administrativos ou judiciais
que concluíram pela concessáo do beneficio.
De toda forma, ainda é preciso estar atenta a e1npresa para o fato de que, nesses casos, também
as ocorréncias (CATs e nexos) estáo sendo lancadas conforme a data de despacho do beneficio (data
do acidente anterior ao período-base, mas com registro no sistema semente em momento posterior),
assim corno lancados os valores pagos pelo INSS (no campo destinado ao "valor total de beneficio
pagos", em evidente descumpriinento, no caso, da própria previsáo disposta na Resolucáo CNPS
n. 1.316/2010, que prevé tal hipótese apenas para o lancamento dos beneficios.

12.4.6. Nexo sem beneficio correspondent


e
Outro erro comum refere-se ao lancamento, no e xtrato FAP, de nexos acidentários sem a
existencia de um benefício (de auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez) a ele atrelado, o que
legalmente nao é possível ocorrer.
Eis os campos pertinentes, no trecho do extrato utilizado como exemplo:
.-Dados que compuseram o cálculo do FAP conforme Resolu~ CNPS Ni 1.31612010-----------~

acídentes do trabatlO:
Registros de 358 Auxlfio-doencya
por acídente do trabalho - 891: 2321
~,.._.. NexoTécnico Previdenciáriosem CAT Aposentadoria por invalidez por acidente do
160 14•~l
llinculada: trabalho - 892:
Salarial: 815.880.010,89 Pensáo por morte por acidente do trabalho -
Massa
893: o
l'l'Jmero t.'.édio de Vínculos: 15.407,2083 Auxifio-acidente por acidente do trabalho - 894: 2
Totalde e"1)1'esas na subclasse CNAE: 59.386 ValorTotalde Beneficios Pagos: 10.207.418,30

264
Como nao houve ernissáo de CAT (como o próprio nome do ca1npo assim informa), a única
possibilidade de o acidente de trabalho ser caracterizado decorre de urna posicáo favorável por parte
do perito do INSS quanto a existencia de nexo. E para que o trabalhador e seus documentos médicos
sejam examinados pelo médico do INSS se faz necessário o requerimento de um benefício.
Se o benefício foi requerido (auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez) e indeferido pelo
INSS, porque constatou a referida autarquía pela inexistencia de incapacidade e, assim, nao houve
é

também ínvestígacáo técnica do nexo e nem tampouco caracterizacáo do acidente, conforme a


legíslacáo atualmente vigente (Leí n. 8.213/91, arts. 19 e 20 e Decreto n. 3.048/99, art. 337).
'É preciso, pois, que a empresa confira se todos os nexos informados estáo atrelados a um
beneficio de auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez e, constatando a irregularidade, deve
solicitar a correcáo e o recálculo do FAP, seja por meio da contestacáo e do recurso administrativos
ou por meio do ingresso de acáo judicial.

12.4. 7. Beneficio de auxílio-doenca lancado em duplicidade

É comum encontrarmos no extrato beneficios de auxílio-doenca lancados em duplicidade, sendo


importante que a empresa confira todos os beneficios ali informados para identificacáo do erro.
Referida duplicidade ocorre, vía de regra, pelo descumprimento por parte do INSS quanto as
dísposicóes do§ 3º do art. 75 do Decreto n. 3.048/99, qtle assim díspóe (destaque meu):
Art. 75. Durante os primeíros quinze diasC164> consecutivos de afastamento da atividade por motivo de doenca,
incumbe a empresa pagar ao segurado empregado o seu salário.
[... ]
§ 39 Se concedido novo beneficio decorrente da mesma doenca dentro de sessenta dias contados da cessacáo do
beneficio anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros días de afastamento,
prorrogando-se o beneficio anterior e descontando-se os dias trabalhados, se foro caso.
[ ... ]
Os arts. 310 e 323 da atual Instrucáo Normativa INSS n. 77/2015, repetindo as previsóes das
instrucóes normativas a ela anteriores, explica de forma mais clara para os servidores da referida
autarquía que:
Art. 310. No requerimento de auxílio-doenca previdenciário ou acidentário, quando houver, respectivamente, a
mesma espécie de beneficio anterior já cessado, a verificacáo do direito ao novo beneficio ou ao restabe1ecimento do
beneficio anterior, será de acordo com a DER e a conclusáo da pericia médica, conforme definicóes a seguir:
I - se a DER ocorrer até sessenta días da DCB anterior:

a) tratando-se de mesmo subgrupo de doenca de acordo corn o Código Internacional de Doencas - CID e a DTI
menor, igual ou maior que a DCB anterior, será restabelecido o beneficio anterior; e
b) tratando-se de subgrupo de doenca de acordo como CID diferente e DJI menor, igual ou maior a DCB anterior,
será concedido novo beneficio;

II - se a DER ocorrer após o prazo de sessenta dias da DCB anterior:


a) tratando-se do mesmo subgrupo de doenca de acordo com o CID e a DII menor ou igual a DCB anterior, deverá ser
concedido novo beneficio, baja vista a expiracáo do prazo de sessenta dias previsto no§ 3º do art. 75 do RPS, contado,
neste caso, da DCB;
b) tratando-se de mesmo subgrupo de doenca de acordo como CID e DII maior que a DCB anterior:
l. se a DER for até trinta dias da DIJ e a DIB até sessenta días da DCB, restabelecírnento, visto o disposto no§ 32 do
art. 75 do RPS;

(164) Prazo alterado para trinta dias pela MP 664/2014 e, diante da rejeic;ao pelo Congresso Nacional, retornado para quinze dias a
contar de 18.06.2015, data de publicacáo da Lei n. 13.135/2015.

265
2. se a DER e a DIB forem superiores a sessenta dias da DCB, deverá ser concedido novo beneficio, considerando nao
tratar-se da situacáo prevista no§ 311 do art. 75 do RPS; e
e) tratando-se de doenca diferente, independente da Dll, deverá ser concedido novo beneficio.
§ 12 Nas hipóteses previstas na alinea "b" do inciso I e alínea "e" do inciso JI deste artigo, tratando-se de segurado
ernpregado, o pegamento relativo aos quinze dias do novo afastamento será de responsabilídade da empresa.
§ 22 Se ultrapassado o prazo para o restabelecimento ou tratando-se de outra doenca, poderá ser concedido novo
beneficio desde que, na referida data, seja comprovada a qualidade de segurado.
[ ... ]
Art. 323. Os pedidos de reabertura de auxílio-doenca decorrente de acidente de trabalho deveráo ser formulados
quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesáo do acidente ou doenca ocupacional
que gerar incapacidade laborativa, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 310.
§ 111 Se concedida reabertura de auxílio-doenca acidentário, em razáo de agravamento de sequela decorrente de
acídente do trabalho ou doenca profissional ou do trabalho, com fixacáo da DIB dentro de sessenta días da cessacáo
do beneficio anterior, o novo pedido será indeferido prorrogando o beneficio anterior, descontando-se os días
trabalhados, quando foro caso.
§ 211 Na situacáo prevista no§ 1º <leste artigo, a DIB e a DIP seráo fixadas observando o disposto no capui do art. 310.
§ 311 Se ultrapassado o prazo estabelecido para o restabelecimento, poderá ser concedido novo beneficio, desde que na
referida data comprove a qualidade de segurado, devendo ser cadastrada a CAT de reabertura quando apresentada.
§ 42 Ao servidor de órgáo público que tenha sido excluido do RGPS em razáo da transformacáo do regírne de
previdéncia social, com averbacáo automática, ou que tenha averbado período de vinculacáo ao RGPS por CTC, nao
caberá reabertura do acidente ocorrido quando contribuinte do RGPS.

A previsáo do Decreto e da Instrucáo Normativa é bastante clara e nao deixa dúvidas quanto
ao fato de que, havendo novo afastamento pelo mesmo motivo (mesmo subgrupo da doenca pelo
código CID ou por agravamento do acidente ou sequela) num prazo de até sessenta días, contados
da cessacáo do beneficio anterior, nao pode o INSS abrir um novo benefício. Deve, ao contrário,
reabrir aquele que foi anteriormente cessado, descontando-se, para fins de pagamento da prestacáo
previdenciária ao segurado, os dias eventualmente trabalhados.
Ocorre que o INSS muitas vezes deixa de cumprir tais comandos e, em vez de reabrir o benefício
anterior, concede novo auxílio-doenca, com nova data de inicio e nova numeracáo, lancando no FAP
ambos os benefícios e aumentando, com tal procedimento, o índice de gravidade.
Deve o contribuinte, portante, abrir o link correspondente e conferir todos os dados, inclusive
datas de inicio e cancelamento dos beneficios e, na visualizacáo da irregularidade, questionar o fato
por meio da defesa administrativa ou, ainda, na via judicial.

12.4.8. Beneficio sem CAT ou nexo a ele correspondente

Outra irregularidade costumeira refere-se a existencia de benefício (principalmente auxilio-


-doenca e auxílio-acidente) sem que a ele esteja atrelada urna CAT ou um nexo, o que legalmente nao
é possível acorrer.
Confiram-se, no extrato adotado como exernplo, os campos pertinentes:

Í Dados que compuseram o cálculo do FAP conforme Resoluyao CNPS Ni 1.31612010


<-;--•: Registros de acidentes do trabalho: 358 Auxl6o-doenya por acidente do trabalho - 891: 232 -
Nexo Técnico Previdenciário sem CAT Aposentadoria por invafidez por acidente do

-
'---H-•
160 14
vinculada: trabalho - B92:
Pensáo por morte por acidente do trabalho -
Massa Salarial: 815.880.010,89
B93:
o
l\l'.Jmero Médio de Vínculos: 15.407,2083
Auxilio-acídente por acidente do trabalho - B94:
Total de err.,resas na subclasse CNAE: 59.386
Valor Totalde Beneficios Pagos: 10.207.418,30

266
Repito, pela importancia do fato, que a caracterizacáo de urna ocorréncia como acidentária exige
que o perito médico do INSS tenha reconhecido técnicamente o nexo entre o agravo e o trabalho, e
para que esse perito tenha conhecimento dessa tarefa a qual está obrigado, precisa ser avisado de
que aquela lesáo ou aquela enfermidade apresentada pelo trabalhador pode ter sido causada ou
agravada pelo trabalho.
Esse "aviso" ao perito do INSS, até 31.03.2007, se <lava única e exclusivamente por meio do
formulário CAT - Comunicacáo de Acidente do Trabalho. A contar de 12.04.2007, em face das
dísposicóes da Leí n. 11.430/2006 que acrescentou a Leí n. 8.213/91 o art. 21-A, pode ocorrer também
por rneio da tabela C do Anexo II do Decreto n. 3.048/99, que associa o CID a atividade económica da
empresa (CNAE), denominada Nexo Técnico Epidemiológico.
Recebida a CAT, que obrigatoriamente deve ser emitida para as situacóes de acidente típico (Leí
n. 8.213/91, art. 19), de nexo profissional ou do trabalho (Lei n. 8.213/91, art. 20), de nexo individual
(Lei n. 8.213/91, art. 20, § 2º) e de acidentes por equiparacáo, inclusive concausa (Lei n. 8.213/91,
art. 21), o perito do INSS deve iniciar a investigacáo técnica do nexo e, posteriormente, concluir posi-
tivamente ou negativamente quanto a natureza acidentária da lesáo ou da enferrnidade. Investiga-se
prímeiro, com conclusáo posterior ao término dessa investigacáo.
Nos casos de associacáo do CID coro o CNAE, ou seja, de Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP),
nao se faz necessária a presenca do formulário CAT1 sendo suficiente a apresentacáo de atestado
médico pelo trabalhador. E porque a referida tabela deveria advir de um estudo sério e científico
(o que nao ocorreu na prática), o perito do INSS encentra-se autorizado a presumir o nexo antes de
qualquer investigacáo prévia, comunicando a empresa de tal atribuicáo para que esta conteste o fato,
se assim desejar. A investigacáo do nexo sornen te será necessária se a empresa apresentar essa defesa,
garantindo-se ao trabalhador o oferecimento de contrarraz6es.
Essa a disposicáo dos arts. 321e322 da Instrucáo Normativa INSS n. 77/2015
Art. 321. A perícia médica do INSSconsiderará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar
ocorréncia de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relacáo entre a atividade da
empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na CID, em conformidade com o disposto na
lista C do Anexo IT do Decreto n. 3.048, de 1999.
§ 111 A pericia médica do INSS deíxará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistencia do nexo
de que trata o caput.
§ 2° A empresa poderá requerer a nao aplícacáo do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisáo cabera recurso com
efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao CRPS.
Art. 322. Para a identificacáo do nexo entre o trabalho e o a.gravo, que caracteriza o acidente do trabalho, a perícia
médica do JNSS, sem necessario. poderá ouvir testernunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho
ou solicitar o PPP diretamente ao e.mpregador para o esclarecimento dos fatos.
Resta claro, portante, ser absolutamente impossível para o INSS atribuir a natureza acidentária
a um benefício sem que exista uma CAT ou um Nexo (NTEP) a ele relacionado.
Identificada a írregularidade, <leve o fato ser apontado na defesa administrativa ou, ainda, em
acáo judicial, para correcáo do erro (coma exclusáo do beneficio) e consequente recálculo do FAP.<165>

12.4.9. Errono total de empresas de mesmo CNAE

Por fim, destaco um último erro comum e recorren te, que se refere ao total de empresas existentes
para urna mesma subclasse CNAE e cuja conferencia, lamentavelmente, nao tero sido possível na
esfera administrativa, já que a Uniáo se recusa a fornecer os dados (nome e CNPJ) dessas empresas.

(165) Para solicitar essa correcño é preciso que a empresa tenha total ciencia das CATs por ela emitidas, porque o erro no Extrato FAP
a
pode se referir nao espécie do benefício, mas sim ao nao lancarnento de urna determinada CAT. A correcáo do erro, no caso, seria a
inclusác dessa CAT, o que pode gerar aumento no resultado final do FAP, em vez de reducáo.

267
~Dados que compuseram o cálculo do FAP conforme Resolu~ao CNPS Nº 1.31612010-------------.

Registros de acidentes do trabalho: 358 Auxltio-doe~a por acidente do traballlO - 891: 232
Nexo Técnico Previdenciário sem CAT Aposentadoria por invalidez por acidente do
160 14
\1nculada: trabalt10 - 892:
Pensao por morte por acidente do traballo -
Massa Salarial: 815.880.010,89
893:
o
t-rimero Médio de Vínculos: 15.407,2083
Auxllio-acidente por acidente do trabalho - 894: 2
-. Total de 9fl1)1'esas na sulx:lasse CNAE: 59.386
Valor Total de Beneficios Pagos: 10.207.418,30

O trecho do extrato anterior, utilizado como exemplo para proporcionar ao leitor a visualizacáo
do campo onde se encontra a informacáo, mostra um total de 59.386 empresas que pertencem a
mesma subclasse de CNAE, e esse dado, assím como a posicáo do contribuinte nas filas de frequéncia,
gravidade e custo (nordem) sao os únicos que seráo utilizados para os cálculos dos percentis.
Trata-se, pois, de informacáo de extrema importáncia para o cálculo do FAP e que, por assim
ser, nao pode conter erro.
No entanto, como conferir? Como pode o contribuinte ter certeza de que, no período base de
apuracáo do FAP, existiram de fato (ern funcionamento regular) um total de 59.386 empresas no
mesmo segmento?
No extrato nao há qualquer inforrnacáo adicional que permita a conferencia da regularidade da
informacáo por parte do contribuinte e tampouco sao liberados esses dados por meio das defesas e
recursos administrativos, limitando-se a Uniáo, por meio do DPSSO e da Secretaria de Políticas de
Previdencia Social (SPS), a informar que sao dados protegidos por sigilo fiscal e que, por isso, nao
podem ser divulgados.
Sobre a questáo do sigilo (e sua ausencia) já me manifestei no subitem 12.2.5 desta obra, e aqui
cabe mencionar, portante, que a busca dessas informacóes, de forma a permitir a conferencia e a
regularidade do número informado no extrato, somente pode ocorrer por meio do ingresso de acáo
judicial.
Na acáo, <leve a empresa solicitar a abertura de todos os dados utilizados para o cálculo do FAP,
inclusive no sentido de comprovar a regularidade do total de empresas informado no extrato.
Quando apresentados os dados, será possível ao contribuinte verificar que, nao raro, ali se
encontram empresas que nao pertencem ao seu CNAE, hipótese em que a Uniáo se defende alegando,
simplesmente, que essas empresas, de atividades diversas, informaram incorretamente o código nos
formulários GFIP encaminhados mensalmente a Previdéncia Social.
Tarnbém irá verificar o contribuinte a existencia de empresas com zero empregados no período
de apuracáo, indicando provavelmente que se encontravam inativas. Ora, como é possível utilizar
empresas inativas, com zero empregados, para co1nparar índices de acidentalidade com empresas
que possuem trabalhadores regulares?
A situacáo é de extrema inconstitucionalidade, ilegalidade e irregularidade, mas semente
poderá ser comprovada por meio do ingresso de acáo judicial, procedimento recomendável a todas
as e1npresas que se encontram sujeitas ao FAP e que tiveram resultados superiores a 0,50.

268
13.1. Da previsiio legal e do questionamento sobre sua constitucionalidade

Conforme já abordado anteriormente, tanto no Capítulo 1 quanto no Capítulo 11 desta obra,


a obrigatoriedade de o empregador contratar um seguro de acidentes de trabalho surgiu apenas
com a publicacáo de o Decreto-leí n. 7.036/44, e já naquela época havia previsáo sobre o direito de
regresso por parte das seguradoras, em caso de infracáo do contrato de seguro. Eis a redacáo do
art. 100 daquele diploma legal:
Art. 100. O empregador, ao transferir as responsabilidades que lhe resultam desta lei, para entidades seguradoras,
nelas realizando o seguro, fica desonerado daquelas responsabilidades, ressalvado o direito regressivo das entidades
seguradoras contra ele, na hípótese de infracáo, por sua parte, do contrato do seguro.
Parágrafo único. Nao poderáo ser motivo de seguro as sancóes decorrentes da inobservancia das disposicóes desta lei.

Posteriormente, o Decreto-leí n. 293/1967 repete a mesma prevísáo em seu art. 22, mas sua
revogacáo ocorreu em setembro do mesmo ano de 1967, pela Lei n. 5.316, que obrigou as empresas
a realizar esse seguro perante a Previdéncia Social, sem concorréncia de outras seguradoras, e sem
qualquer mencáo expressa sobre o direito de regresso.
Até a edicáo da Lei n. 5.316/67, portante, o seguro poderia ser livremente contratado pelos
empregadores, a eles cabendo escolher se aseguradora seria o instituto de previdéncia ao qua! se
encontrava vinculado seu empreendimento ou outra da iniciativa privada. Tratava-se de um seguro
privado, regido pela legislacáo civil, com a existencia de contrato prévio fixando direitos e obrigacóes
e ao qual se aplicava, inclusive, a Súmula n. 188 do STF:
O segurador tem acáo regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até o limite previsto no
contrato de seguro.

A partir do momento em que o legislador obrigou a contratacáo desse seguro com a Previdéncia
Social, independentemente da vontade do empregador e da existencia de contrato, passou aquele a
ter natureza pública, servindo a contribuicáo para financiar os benefícios acidentários nao apenas
de seus próprios empregados (risco da atividade económica), mas de todos os segurados do sistema
(risco social).
A CF/88, no inciso XXVIIIdo art. 72, assegurou aos trabalhadores o direito ao seguro de acidentes
do trabalho, a cargo do ernpregador, determinando no art. 201 que a Previdéncia Social atendería a
cobertura dos acidentes de trabalho (inciso 1), razáo pela qual a Lei n. 8.212/91 fixou as alíquotas
contributivas (1 o/o, 2% ou 3%) determinando apenas a Previdéncia Social corno seguradora.
A Lei n. 8.213/91 tratou de regular os benefícios e servicos pagos pelo sistema e seu art. 120
tornou a prever a possibilidade da acáo regressiva, instrumento processua1 que possibilitaria ao
INSS recuperar os valores gastos com os segurados vítimas de acidentes de trabalho,<166> quando
comprovada culpa por parte do empregador em decorréncia da nao observancia das normas de
seguranca e saúde, sendo sua redacáo a seguinte:
Art. 120. Nos casos de negligencia quanto as normas padráo de seguranca e higiene do trabalho indicados para a
protecáo individual e coletiva, a Previdéncia Social proporá acáo regressiva contra os responsáveís.

(166) Ou aos seus dependentes, em caso de óbito.

269
En1 1998 a Constituicáo Federal sofreu alteracóes pela Ernenda Constitucional n. 20 (inclusive
na redacáo do art. 201), e a previsáo que atualrnente consta na Carta Magna, arts. 72, inciso XXVill
c/c o § 10 do art. 201, tambérn obriga os empregadores ao pagamento de um seguro de acidentes
de trabalho, mas possibilitando que, mediante leí, seja atendido concorrentemente pela Previdéncia
Social e pelo setor privado, conforme transcrevo:
Art. 7Q Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a rnelhoria de sua condicáo social:
[... ]
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizacáo a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
[... ]
Art. 201. A previdéncia social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiacáo
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
[... ]
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral
de previdéncia social e pelo setor privado.
[... ]
Enquanto nao publicada lei a respeito do atendimento desse seguro por empresas do setor
privado, prevalecem as dísposícóes da Leí n. 8.212/91, sendo importante destacar que1 ern sua
versáo original publicada em 25.07.1991, cuidou de instituir o seguro no ámbito do Regime Geral de
Previdéncia Social, cujo objetivo era complementar o financiamento das prestacóes por acidente de
trabalho (art. 22, inciso II).
Em 1997 a Leí n. 9.528 alterou a redacáo desse inciso e passou a determinar que essa contribuicáo
devida pelas empresas passaria a financiar nao apenas a complementacáo dos beneficios acidentários,
mas siro sua totalidade, redacáo man tida quando das alteracóes promovidas também pela Leí n. 9.732/98,
que criou alíquotas adicionais a esse seguro para o custeio também das aposentadorias especiais.<167> Eis
a redacáo vigente do referido artigo (destaque meu):
Art. 22. [ ...]
lI - para o financiamenio do beneficio previsto nos aris. 57 e 58 da Leí n. 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos
ent razño do grau de incidéncia de incapacidade laboratiui decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das
remuneracóes pagas ou creditadas, no decorrer do mes, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
e) 3% (tres por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.
[... )

Insisto no entendimento já esposado no subitem 11.1 desta obra no sentido de que as alíquotas
básicas de 1 o/o, 2% e 3°/o perrnanecem destinadas a custear a totalidade dos beneficios acidentários e
que os acréscimos instituídos pela Leí n. 9.732/98 servem ao financiamento da aposentadoria especial,
os quais, inclusive, se encontram previstos nos arts. 57 e 58 da Lei n. 8.213/91.<166)
A lei que define o seguro de acidentes é, pois, a Lei n. 8.212/91, e a redacáo conferida ao inciso II
do art. 22 desde 1997 nao deixa dúvida no sentido de que as alíquotas (1 %, 2o/o ou 3%) se destinam ao
custeio de todo e qualquer benefício concedido aos trabalhadores que sofrem acídente do trabalho,
sem qualquer excecáo.

(167) Sobre o tema, ver o subitem 11.6 desta obra.


(168) Os empregadores domésticos também deveréo contribuir com o SAT (alíquota de 0,8%), conforme dlsposlcóes trazidas pela LC
150/2015. Contudo, essa contribulcáo será paga juntamente coma contribuicáo previdenciária das partes (empregador e empregado)
e juntamente com os depósitos de FGTS devidos, dentro de um único regime de pagamento intitulado SIMPLES DOMÉSTICO, que de-
verá ser regulamentado e que, portanto, ainda nao se encontra em vigor.

270
Atividades económicas com risco acidentário leve pagam a alíquota básica de 1 o/o, empresas de
risco médio paga1n 2% e aquelas de risco grave devem contribuir coma alíquota máxima de 3%, sendo
a
possível percebermos, de plano, que urna atividade propícia acidentalidade paga um seguro 200°/o
maior que uma atividade com baixa acidentalidade. E nao é demais registrar a previsáo do § 3º do
art. 22 (Lei n. 8.212/91) autorizando o Ministério da Previdéncia Social a redistribuir essas alíquotas
conforme estatísticas acidentárias feitas por inspecáo, Comprovando-se, poís, que determinado
segmento está contribuindo com a alíquota mínima de 1 %, mas com alto número de acidentes,
encentra-se autorizado o Executivo a reenquadrá-lo para as alíquotas de 2% ou 3°/o, o que, inclusive,
fez recentemente o Ministério da Previdéncia Social por meio dos Decretos ns. 6.042/2007 e 6.957/2009.
Trata-se, poís, de tuna contribuicáo social com natureza tributária, vinculada totalmente ao
custeio dos benefícios acidentários a que se propóe e que, desde janeiro/2010, vem sendo flexibilizada
pelo Fator Acidentário de Prevencáo - FAP, criado pela Lei n. 10.666/2003 e cuja metodología de
cálculo consta do Decreto n. 3.048/99 (art. 202-A) e das Resolucóes CNPS ns. 1.308/2009, 1.309/2009 e
1.316/2010.
Sobre o FAP trata o Capítulo 12 desta obra, sendo regra vigente a inclusáo de toda e qualquer
ocorréncia acidentária em sua composicáo de cálculo, bem como todo e qualquer benefício dela
decorrente.
,
E certo, pois, que as empresas contribuem com uma alíquota básica que varia entre 1 o/o e 3°/o
conforme o risco acidentário e que essas alíquotas podem ser reduzidas (em até 50%) ou majoradas
( em até 100%) conforme a frequéncia, a gravidade e o custo de toda e qualquer ocorréncia acidentária,
independentemente da existencia de culpa por parte do empregador.
Incorreta é a interpretacáo, portante, de que toda a sociedade financia os benefícios acidentários
porque a legislacáo é clara em determinar que estes sao totalmente custeados pelas contribuicóes
das empresas, a título do SAT. As demais contribuicóes (das empresas e dos trabalhadores) servem
ao financiamento dos demais benefícios mantidos pelo sistema, dispostos na mesma Leí n. 8.213/91.
Tanto é assim que nao sao todos os segurados do Regime Geral de Previdéncia Social que possuern
direito a benefício acidentário, mas somente os que trabalham na condicáo de empregados, avulsos
e segurados especiais.
Ocorre que o fato de a contribuicáo ser obrigatória e de o seguro ser atendido exclusivamente
pela Previdéncia Social confere a esse custeio urna natureza tributária (assim já reconhecido, inclusive,
pelo STF), mas nao retira a natureza securitária do Regime Geral de Previdéncia Social, que, por
receber o tributo, protege seus segurados contra acidentes de trabalho.
O sujeito ativo da protecáo nao é, contudo, o contratante do seguro. O empregador paga a
seguradora (Previdéncia Social) e esta, por sua vez, protege os trabalhadores a ela vinculados
(segurados empregados, avulsos e especiais) quando da ocorréncía dos acidentes de trabalho, o que
nao impede a aplicacáo, por analogía, das disposicóes do caput do art. 757 do Código Civil:
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do premio, a garantir interesse
legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coísa, contra riscos predeterminados.
[... )

Por ser um seguro de natureza pública, nao há contrato prévio firmado entre as partes e a
contribuicáo decorre de lei (Lei n. 8.212/91), que claramente informa servir tais valores ao financiamento
dos benefícios acidentários, igualmente previstos em lei (Lei n. 8.213/91).
Assim, a questáo que permeia a possíbilidade de regresso por parte do INSS, conforme previsáo
a
atual do art. 120 da Lei n. 8.213/91, refere-se natureza tributária das contribuicóes e aos princípios
constitucionais vigentes, já que a previsáo de indenizacáo a que se refere o art. 7º se destina ao
trabalhador e já que as empresas, desde 2010, paga1n duas vezes pela ocorréncia dos sinistros,
independentemente de culpa (alíquota básica do SAT + FAP).

271
,
E preciso deixar claro, e por isso insisto em repetir, que a previsáo de indenizacáo de que trata
o inciso XXVIII do art. 7º da Constituicáo Federal refere-se a um direito do empregado, conforme
expressa mencáo do capui, assim como o faz, também, o art. 121 da Lei n. 8.213/91 ao fazer referencia
ao pagamento das prestacóes:
CF/88
Art. 7° Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:
[... ]
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a índenizacáo a que este está
obrigado, quando incorrer ern dolo ou culpa;
[... ]
Lei n. 8.213/91
Art. 121. O pagamento, pela Previdéncia Social, das prestacñes por acidente do trabalho nao excluí a responsabilidade
civil da empresa ou de outrem,

Ora, o capui do art. 72 da CF/88 deixa claro que os direitos ali relacionados pertencem, todos
eles, aos trabalhadores, e o art. 121 da Lei n. 8.213/91 dispóe que o fato de a Previdéncia pagar as
prestacóes por acidente do trabalho (beneficios) nao retira do segurado o direito de postular por
urna reparacáo civil.
Curiosamente, o que me parece claro e indene de dúvidas nao o é para todos, porque referido
entendimento nao é compartilhado por alguns magistrados, como ilustro com trecho do voto diver-
gente, proferido pelo desembargador federal Manoel Lauro Vokmer de Castilho, na Arguicáo de
Inconstitucionalidade 1998.04.01.023654-8/RS que tramitou perante o TRF da 4ª Regiáo. Confira-se:
Salvo engano, nao há incompatibilidade entre o art. 72, inciso 28, da Constituicáo, e o art. 120 da Leí n. 8.213/91. Assim
porque estou lendo o inc. 28de1nodo diverso aoque faz a eminente Relatora. Penso que, quando a Constituicáo garante
aos trabalhadores esse direito de seguro contra acidente de trabalho a cargo do empregador, o custeio que ele faz
é

perante a Previdéncia.
Diz a Constituicáo em seguida:
" ... sem excluir a indenizacáo a que este está obrigado quando incorrer ern dolo ou culpa".
A Constituicáo nao dizque essa indenizacáo é ao empregado. A Constituícáo dizque o ernpregador fica responsável
por urna indenizacáo se ele der causa ao acidente por culpa ou dolo. O direito dos trabalhadores urbanos e rurais é o
seguro contra acidente de trabalho: foi isso que se garantiu na Constituicáo,
Se essa leitura é compatível do jeito que estou a propor, nao há divergencia entre o art. 120 da Lei n. 8.213 e este inciso,
porque, quando o art. 120 dizque a Previdéncia vai propor acáo de regresso, é justamente para se ressarcir daquilo
que pagou por responsabllidade objetiva ao empregado, tendo o empregador tido culpa ou dolo.

Pareceu-me ter sido lido o inciso XXVIII de forma autónoma, sem guardar relacáo como capui
do mesmo dispositivo, o que, a meu ver, fere gravemente as regras da hermenéutica.
Compreendo, e ora repito, que tanto o inciso XXVIII do art. 7º da CF/88 quanto o art. 121 da Lei
n. 8.213/91 tratam da responsabilidade civil extracontratual, prevista no art. 927 do Código Civil, que
obriga o autor de um ato ilícito (decorrente de dolo ou culpa, conforme arts. 186 e 187 do mesmo
diploma) a reparar a vítima direta, ou seus sucessores, o dano causado, referindo-se, pois, a um
direito que pertence ao trabalhador, somente.
O que pretende o art. 120 da Leí n. 8.213/91, portanto, é aplicar essa possibilidade de indenizacáo
prevista no inciso XXVIDdo art. 7Q, fundada na tese de responsabilidade civil, também aos cofres da
Previdéncia Social, sempre que restar comprovada negligencia com relacáo as normas de seguranca
e saúde do trabalho.
Ocorre que estender essa previsáo de indenizacáo a alguém que sofre o dano de forma indireta,
ressarcindo ao INSS os gastos com auxílío-doenca, aposentadorías por invalidez, pensóes por
morte, auxílios-acidente e outros decorrentes de eventual reabilitacáo profissional, nao semente

272
viola o princípio da seguranca jurídica (em face da ausencia de previsáo constitucional específica a
respeito) como também proporciona ao ente previdenciário um enriquecimento ilícito, transferindo
ao empregador os custos que lhe sao impostas, inclusive, por nao cumprir o próprio INSS o disposto
na Iegislacáo vigente.
Quanto a
seguranca jurídica, tenho que o Estado nao pode avancar sobre o patrimonio do
particular por meio de intrepretacáo extensiva do texto constitucional, sob pena de criar novo tributo
sobo manto de uma suposta indenizacáo. O caput do art. 7Q da CF/88 nao dá margem dúvida e a
especifica que o referido dispositivo se refere, tao semente, aos trabalhadores. Confira-se novamente,
com as escusas pela repeticáo (destaque meu)
Art. 7~ Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condicáo social:
[... )
XXVIJI - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizacáo a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
[... )
A indenizacáo quanto aos prejuízos sofridos, quando existente dolo ou culpa, deve ser postulada
pelo trabalhador, vítima direta do acidente de trabalho, ou por seus dependentes, em caso de óbito,
nao havendo qualquer outro dispositivo constitucional que autorize a seguradora indenizacáo
semelhante.
As prestacóes e protecóes oferecidas as vítimas de acidente de trabalho sao oferecidas pela
Seguridade Social, especialmente nos ámbitos da saúde e da previdéncia Social, financiada por toda a
sociedade mediante o pagamento de contribuicóes sociais, cuja natureza tributária já foi reconhecida
pelo STF (Súmula Vinculante n. 08). Trabalhadores e empregadores vertem contribuicóes para o
sistema regularmente, cabendo ao Estado oferecer gratuitamente a saúde (CF/88, art. 196) e a
Previdéncia Social a cobertura em termos de beneficio (CF/88, art. 201).
Específicamente quanto aos beneficios acidentários, a CF/88 garante aos trabalhadores um
seguro que será pago pelos empregadores (art. 7f1, XXVIII c/c art. 201, § 10), instituído pela Lei
n. 8.212/91 no art. 22, inciso II, e cuja finalidad e é, justamente, pagar aos segurados que sof rem
acidentes de trabalho os benefícios competentes.
Alérn do seguro, próprio para essa finalidade, as e1npresas ainda paga1n eventual acréscimo
decorrente do resultado do FAP - Fator Acidentário de Prevencáo, sendo possível urna majoracáo de
até 100°/o no tributo conforme índices de frequéncia, gravidade e custo de toda e qualquer ocorréncia
acidentária.
Ressarcir a seguradora, devolvendo a ela todo o valor gasto com o beneficio, é, pois, pagar
tres vezes pelo mesmo fato gerador, caracterizando urn verdadeiro tris in. ídem, o que nao se pode
permitir.
Este foi o entendimento da desernbargadora federal Maria de Fátima Freitas Labarrere, na
Arguicáo de Inconstitucionalidade 1998.04.01.023654-8/RS que tramitou no TRF da 4ll Regiáo,
conforme expós em seu voto:
Analisando-se a disposicáo legal em comento, exsurge a seguinte indagacáo: se, relativamente a vítima do evento
danoso (no caso, o empregado), o paga1nento do beneficio previdenciário nao exonera o empregador do pagamento
da indenizacáo, já que os principios informativos num e noutro caso sao diferentes, de que valem os recolhimentos
efetuados pelo empregador junto a Previdéncia se este terá ainda que ressarcír o órgáo previdenciário em relacáo
ao mesmo evento danoso? Haverá, na hipótese de acionamento do empregador pelo empregado e pelo INSS,
responsabilidade dupla pelo mesmo fato, além de um terceiro desembolso para o seguro acidente do trabalho.
Compreender pelo bis in. ídem ou até pelo tris in. idem<169> nao significa dizer que a empresa,
por contribuir regularmente corno SAT/FAP, exime-se de cumprir comas normas de seguranr;a as

(169)Além do SAT, do FAP e das regressivas previdenciárias (tris in ídem, portante), também podemos acrescentar as indenizacóes que
sao pagas aos trabalhadores pelos danos decorrentes dos acidentes de trabalho, arbitradas pela Justic;a do Trabalho.

273
quais se encentra obrigada. A legíslacáo impóe tal obrigacáo e a ela deve estar atenta o empregador,
existindo penalidades específicas para seu descumprimento, coniorme já abordei no Capítulo 5 desta
obra, bem como também no subitem 12.2.4, onde transcrevo, inclusive, os arts. 156, 111 e 201 da CLT,
que tratam do ilícito e da sancáo a ele correspondente. Confiram-se novamente:
Art. 156. Compete especialmente as Delegacias Regionaís do Trabalho, nos limites de sua jurisdicáo:
[... ]
JU - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes <leste Capítulo, nos termos do art.
201.
[... )]
Art. 201. As infracóes ao disposto neste Capítulo relativas a medicina do trabalho seráo punidas com multa de 3 (tres)
a 30 (tri.nta) vezes o valor de referencia previsto no art. 2ª, parágrafo único, da Lei n. 6.205, de 29 de abril de 1975, e as
concernentes a seguranca do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes o mesmo valor.

Também o art. 343 do Decreto n. 3.048/99 e o art. 132 do Código Penal dispóem sobre o mesmo
ilícito, conforme segue:
Decreto n. 3.048/99:
Art. 343. Constituí contravencáo penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de seguranca e
saúde do trabalho.
Código Penal:
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e irninente:
Pena - detencáo, de tres meses a um ano, se o fato nao constitui crime mais grave.

Os empregadores devem, portanto, obedecer toda a legislacáo existente sobre seguranc;a


do trabalho, mantendo um ambiente seguro e isento de riscos, sob pena de responderem
administrativamente e criminalmente pelo nao cumprimento das normas, conforme previs6es
anteriores, além de responderem civilmente perante o trabalhador ou seus familiares, reparando-
lhes por meio de indenizacáo os prejuízos e danos causados.
No entanto, em se tratando dos benefícios previdenciários, o Seguro de Acidentes de Trabalho,
flexibilizado pelo FAP desde 2010, serve justamente a essa finalidade e sendo suficiente a cobertura
dos riscos, sem que seja necessário a Previdéncia Social, via de regra, desfalcar valores destinados aos
outros beneficios para tal cobertura.
Transferir para os empregadores o custo integral dos benefícios é, pois, criar uma nova fonte de
arrecadacáo nao prevista na Constituicáo Federal, por meio de leí ordinária, com grave violacáo aos
arts. 150, l, 154, I, 194, 195 e 196, todos do mesmo diploma legal.
Há contribuicóes específicas para o pagamento desses benefícios acidentários (SAT/FAP) e nao
há propriamente prejuízo ou dano, além do fato significativo de que o empregador, contribuinte, nao
tem qualquer gerencia1nento ou participacáo quanto a concessáo ou manutencáo desses benefícios.
A Lei que disp6e sobre a protecáo oferecida aos segurados (Lei n. 8.213/91) traz tambérn
obrígacóes a própria Previdéncia Social, atualmente conferidas ao INSS, autarquia federal a ela
vinculada, que devem ser observadas e que dizem respeito a concessáo e manutencáo dos benefícios.
No entanto, é por todos conhecido o fato de que o INSS nao obedece a risca o disposto na Lei
n. 8.213/91 quanto aos benefícios por incapacidade, sobre o tema abordando a presente obra nos
capítulos anteriores. O benefício nao é concedido no prazo de 45 días e há atraso para marcacáo
das perícias e recebimento da docurnentacáo, acarretando urna maior duracáo das prestacóes de
auxílio-doenca, sem qualquer participacáo ou possibilidade de atuacáo por parte do empregador.
Tambérn é certa a inexistencia das perícias de revisáo (principalmente para os aposentados por
invalidez) e, mais ainda, o oferecimento do programa de reabilitacáo profissional, que deveria ser
obrigatoriamente adotado para todos os afastados.

274
Atribuir ao empregador o custo dessas ilegalidades, praticadas pelo próprio INSS, é nao
somente beneficiar-se da própria torpeza como afrontar, diretamente, os princípios de legalidade,
razoabilidade, proporcionalidade e moralidade, dispostos no art. 37 da Carta Constitucional
Nao é demais registrar que o empregador nao autorizado a participar da perícia médica que
é

caracteriza a ocorréncia como acidentária, tampouco pode averiguar se, de fato, há a incapacidade
nos moldes determinados pelo INSS. Entendo que a unilateralidade do ato contraria a regra da
Lei n. 9.784/99,coino já comentado anteriormente nessa mesma obra, mas essa é a realidade hoje
vivenciada quanto aos acidentes de trabalho e, se assim é de fato, corno pode o INSS atribuir
ao empregador o dever de lhe ressarcir todo o período de afastamento se esse nao pode sequer
confirmar se está correto o tempo de afastarnento arbitrado pela mesma autarquía?
Ilustro o anteriormente informado coro o extrato de um benefício acidentário, tendo sido
aplicado o NTEP pelo perito médico do INSS. Note-se que o trabalhador requereu o auxílio-doenca em
21.10.2013, coro perícia médica marcada somente para 04.12.2013. Na perícia, o médico entendeu que
nao havia mais incapacidade, tanto que concedeu o beneficio e o cancelou no mesmo dia 04.12.2013.
Trabalhador coro enferrnidade psiquiátrica, CID F 32-1 (episódio depressivo moderado).

NB: sxxxxxxxx
1 1 Nome: xxxxxxxxxx xxxxxx
1 1 Dt. Nascimento: 1 XXXXXXX
CPF: 1 xxxxxxxxxx 1 NIT: 1 xxxxxxxxxxx Espécie: 1 91 - Auxílio-Doenc;a Acidentário
Situacáo: 1 Cessado 1 Dt. Entrada Requerimento: 1
21.10.2013

Dt. lnício: 1 21.10.2013 Dt. Despacho: 4.12.2013

CID informado pela Empresa: CID informado pelo INSS: F321 1 Data de realizacáo da perícia: 1 4.12.2013

Conclusáo Per. Médica: cessacáo do beneficio Dt. Limite: 4.12.2013

Dt. lndeferimento: 1 Dt. Cessacáo: 4.12.2013

Nexo Técnico: 1 Nexo Epidemiológico

Corno o benefício foi encerrado, nao mais terá seguitnento o processo administrativo, A
empresa nao terá analisada sua defesa e nao haverá qualquer investigacáo técnica do nexo, sequer
sendo permitido ao empregador verificar a documentacáo médica apresentada, já que nao há corno
comprovar, por exames clínicos, a presen<;a de tal enfermidade.
Nao obstante os argumentos e fundamentos anteriores quanto a inconstitucionalidade do art.
120 da Lei n. 8.213/91, este nao te1n sido o posicionarnento de nossos Tribunais Regionais Federais
sobre o tema, que, via de regra, pautam-se no argumento de que o SAT se destina a cobrir ocorréncias
para as quais nao concorreu o empregador com culpa ou dolo. Ilustrativamente, confíram-se as
seguintes decisóes:
ACIDENTE DE TRABALHO. A<:;.ÁO REGRESSIVA PROPOSTA PELO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL SENTEN<;:A CONDENATÓRIA ( ... ). CONSTITUCIONALIDADE DO A.RT. 120 DA LEI N. 8.213/91. SAT.
RESPONABILIDADE CIVIL CONFIGURADA. POSSIBILIDADE DE INCLUSÁO DAS PRESTA<:;.ÓES FUTURAS NA
CONDENA<;:ÁO. CONSTITUI<;:AO DE CAPITAL. AUSENCIA DE PREVISÁO LEGAL. SENTEN<;:A ANULADA.
PROCEDENCIA DA A<;:AO. PREJUDICADOS OS APELOS. 1 - ( ... ] 4 - O Instituto Autárquico pretende o
ressarcirnento de montante despendido e a despender em virtude do pagamento de auxílio-doenca, decorrente de
acide:nte de trabalho de segurado, com fulcro no dísposto no art. 120, da Leí n, 8.213/91. 5 - Inexiste a apontada
inconstitucionalidade do art. 120, da Leí n. 8.213/91, eis que a Emenda Constitucional n. 41/2003 acrescentou o§ 102
ao art. 201: "§ 102• Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente
pelo regime geral de previdéncia social e pelo setor privado." 6 - O pagamento do Seguro de Acidente do Trabalho
- SAT também nao excluí. a responsabilidade do empregador pelo ressarcimento de valores pagos pelo lNSS,
resultantes de acidente de trabalho, quando comprovado o dolo ou culpa; ao contrário. a cobertura do SAT semente
ocorre nos casos de culpa exclusiva da vítirna, de caso fortuito ou de forca maior. 7 - O art. 120, da Lei n. 8.213/91,
dispóe que, "nos casos de negligencia quanto as normas padráo de seguranc;a e higiene do trabalho indicados para a

275
protecáo individual e coletiva, a Previdéncia Social proporá ac;ao regressiva contra os responsáveis." 8 - Na hipótese
em tela, o conjunto probatorio coligido aos autos demonstra a negligencia das empresas requeridas. 9 - Embora
futuras, as prestacóes vincendas sao certas, de ma.neira que devem integrar a condenacáo. 10 - Descabe a pretensáo
de constituicáo de capital na hipótese em que o Instituto Autárquico já instituiu beneficio em favor do segurado e
reclama das empresas rés o reembolso dos gastos realizados, urna vez que a obrigacáo das requeridas nao detém
caráter alimentar. 11 - Anulada, de oficio, a sentenca e, por conseguinte, prejudicados os recursos. 12 - Procedente
a demanda, em julgamento proferido nos termos do art, 515, § 32, do CPC, para condenar as empresas demandadas ao
ressardmento dos valores pagos pelo TNSS em decorréncía do acidente descrito na inicial, vencidas até a liquidacáo,
bem como das prestacóes futuras, mediante repasse a Previdéncia Social até o día 10 (dez) de cada mes o valor
do beneficio pago no mes imediatamente anterior, com os consectários especificados. (TRF 3~ Regiáo - Processo
00061651320104036105 - AC 1902796 - 1ª Turma - Relator Desembargador Federal José Lunardelli - DJF3 de
17.6.2014)

CIVIL E PROCESSUAL OVIL. AC:.ÁO REGRESSIVA. INSS. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRENCIA.


RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DE TRABALHADOR. NEGLIGENCIA DO
EMPREGADOR E DO TOMADOR DE SERVIC:.O. I. É dever da empresa fiscalizar o cumprimento das determinacóes
e procedimentos de seguranca do trabalho, Nesse prisma, a náo-adocáo de precaucóes recomendáveis, se nao
constituí a causa em si do acidente, evidencia negligencia da en1presa que, com sua condura ornissiva, deixou de
evitar o acidente, sendo responsável, poís, pela reparacáo do dano, inclusive em acáo regressiva ajuízada pelo
INSS. Il. A EC n. 20/98 estabeleceu expressamente a previsáo de que a cobertura do risco de acidente do trabalho
há de ser atendida, concorrenternente, pela Previdéncía Social e pelo setor privado, o que afasta qualquer alegacáo
de inconstitucionalidade no tocante ao art. 120 da Lei n. 8.213 /91, igualmente nao se verificando bis in ídem em
razáo de a en1presa ser contribuinte do Seguro de Acidente de Trabalho - SAT/RAT. III. [ ... ].V. Apelacáo da Parte
Ré improvida. (TRF 2~ Regiáo - Processo 200750010109240 - AC 594931 - 7ª Turma Especializada - Relator
Desembargador Federal Reís Friede - DJF2 de 12.11.2013)

Permito-me, com a devida iénia, discordar completamente dos argumentos utilizados pelos
Tribunais Regionais. Prirneiramente porque a previsáo do § 10 do art. 201 nao significa, de forma
alguma, que o setor privado <leve arcar com o pagamento dos benefícios acidentários.
Para a compreensáo do referido dispositivo é preciso estudar historicamente a legíslacáo aci-
dentária e conhecer que a referida previsáo sempre se referiu ao fornecimento do seguro. Trata-se,
poís, da possibilidade de o empregador adquirir esse seguro nao semente da Previdéncía Social,
mas também de instituicóes privadas, como previsto antes da publicacáo da Lei n. 5.316/67. Tanto é
assim que o Deputado Manoel Junior solicitou ao presidente da Cámara dos Deputados, em 2011,
que enviasse ao ministro da Previdéncia Social urna indicacáo para que disciplinasse a cobertura dos
acidentes de trabalho pelo setor privado, sendo a redacáo do texto a seguinte:<170>
A Constituicáo Federal preconiza, no § 102 do art. 201, que Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdéncia social e pelo setor privado.

O Seguro de Acidente do Trabalho - SAT, é reportado no art. 201 da Constituicáo Federal, pelo qua) o Estado assume
o dever social de atender e cobrir os acidentes de trabalho. A cobertura dos acidentes de trabalho é expressamente
atribuida a Previdéncia Social, donde é ratificada a afirmativa de que a concessáo do respectivo beneficio é um
direito social, financiado pela sociedade para suprir as necessidades dos trabalhadores atingidos por um infortúnio
decorrente da prestacáo de seu labor.

Tendo em vista a complexidade dos cálculos atuariais necessários para a implementacáo do seguro no setor privado
a
e o fato de que o assunto submete-se esfera fiscalizatórla da Superintendencia de Seguros Privados - SUSEP, órgáo
executor das políticas formuladas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP, o tema encentra-se no
ámbito do Poder Executivo.

Considerando o exposto. sugerimos a realizacáo de estudos de viabilidade técnica para irnplantacáo do seguro de
acidente de trabalho no setor privado, de forma a atender o previsto no§ 10 do art. 201 da Constituicáo Federal.

Ademáis, a própria redacáo do § 10 assim dispóe claramente, pois se refere ao atendimento do


risco, e nao ao financiamento das despesas decorrentes do risco.

(170) lndicacáo disponível no enderece: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/896720.pdf>. Consulta em: 28.03.2015.

276
Tenho, poís, que os Tribunais Regionais estáo conferindo interpretacáo diversa e equivocada ao
§ 10 do art. 201 da Constituicáo Federal, que trata simplesmente da possibilidade de privatizacáo do
seguro de acidentes do trabalho, e nada mais.
Tambérn conferern interpretacáo extensiva, e incorreta sob meu ponto de vista, ao inciso II do
art. 22 da Lei n. 8.212/91 ao mencionarem que o SAT destina-se exclusivamente a custear os acidentes
decorrentes da" culpa exclusiva da vítima, de caso fortuito ou de forca maior". Nao há, absolutamente,
nenhuma referencia nesse sentido no referido diploma legal, e nunca houve.
As Leis ns. 8.212/91e8.213/91 nao trazem qualquer excecáo, determinando genericamente que
a contribuicáo destinada ao seguro se destina a financiar os beneficios acidentários e, desde 1997, em
sua totalidade. Nao há qualquer outro diploma legal ou normativo trazendo a informacáo utilizada
pelo TRF corno fundamento de sua decísáo, tratando-se de inovacáo jurídica, sem qualquer a1nparo
legal. Sequer fundamento lógico pode ser atribuído a tal argumento, porque, se assim fosse, poderia
corn a mesma prernissa ingressar o INSS com acáo regressiva contra o próprio acidentado nos casos
de culpa exclusiva, já que também o trabalhador obrigado a cumprir com as normas de seguranc;a.
é

Talvez seja conveniente lembrar que o Ministério da Previdéncia Social, para distribuir as
alíquotas básicas do SAT (1%, 2o/o ou 3%), utiliza a totalidade das ocorréncias acidentárias, e nao
semente aqueles para os quais nao concorreu com culpa o empregador. Tarnbém no cálculo do FAP
adotam o mesmo raciocínio, de forrna que todos os acidentes sao computados para afericáo dos
índices de frequéncia, gravidade e custo.
Se de fato o SAT/FAP se limitasse a financiar acidentes decorrentes de culpa exclusiva da vítima,
de caso fortuito ou forca maior, por qual razáo computar a totalidade das ocorréncias, e nao semente
os sinistros dessa na tu reza?
O tributo imposto pela legislacáo (SAT + FAP) já é definido conforme a totalidade dos acidentes
de cada e1npresa1corn ou sern culpa, e o valor pago é destinado a Previdéncia Social justamente para
que esta pagu.e, aos segurados empregados, avulsos e especiais, as prestacóes acidentárias que, via
de regra, sao de natureza continuada. E a concessáo e o pagamento dessas prestacóes dependem de
obrígacóes impostas tanto ao segurado quanto ao INSS, nas quais nao tern o empregador qualquer
participacáo ou gerenciamento.
Pretender dos empregadores o ressarcimento das despesas que deveriam ser custeadas pelo
SAT/FAP, em sua totalidade, e independentemente do curnprimento das obrigacóes legais por parte
do INSS e dos segurados quanto a percepcáo dos beneficios, desvirtua completamente o objetivo da
referida contribuicáo, violando inclusive o art. 110 do Código Tributário Nacional:
Art. 110. A lei tributaria nao pode alterar a definicáo, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de
direito privado, utilizados, expressa ou implícitamente, pela Constituicáo Federal, pelas Constituicóes dos Estados,
ou pelas Leis Orgánicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competéncias tributárias.

Assirn, e em face de toda a fundamentacáo aqui exposta, posiciono-me em favor da


inconstitucionalidade do art. 120 da Lei n. 8.213/91, mas saliente novarnente que este nao tem sido o
posicionarnento dos Tribunais Regionais Federais e que, de toda forma, a análise final sobre o terna
caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, infelizmente, ainda nao teve oportunidade de se
pronunciar a respeito.

13.2. Pressupostos legais para o ingresso da aciio


Superada a discussáo sobre a constitucionalidade do dispositivo, cabe-nos atentar para
os pressupostos essenciais ao ingresso da acáo regressiva, cujo objetivo imediato, repito, é o
ressarcimento das despesas decorrentes das prestacóes acidentárias, seja quanto ao pagamento de
benefícios (auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e pensáo por morte) ou,

277
até mesmo com relacáo as despesas de eventual programa de reabilitacáo profissional, como órteses,
próteses, tratamentos ou cursos custeados pela Previdéncia Social.
Corno já abordado no subitem anterior, trata-se de acáo amparada na tese de responsabilidade
civil, decorrente de ato ilícito praticado pelo empregador (negligencia quanto as normas de seguranca
e higiene), que, além do objetivo imediato destacado, conta também com um objetivo mediato que lhe
é implícito: punir os empregadores que forem negligentes e, com isso, conscientizar os empregadores
sobre a importancia da prevencáo de acidentes, por meio de urna pena de caráter pedagógico.
Eis, novamente, a redacáo do art. 120 da Lei n. 8.213/91:
Art, 120. Nos casos de negligencia quanto as normas padráo de seguran~a e higiene do trabalho indicados para a
protecáo individual e coletiva, a Previdéncia Social proporá acáo regressiva contra os responsáveís.

Da leitura do dispositivo, e sua análise conjunta coma legíslacáo civil e previdenciária vigente,
depreendemos que se fazem necessários dois pressupostos básicos que Iegitimam a prepositura da
acáo:
• A existencia de um acidente de trabalho legalmente caracterizado, que tenha como causa a
negligencia do empregador quanto as normas de seguran<;a;
•A existencia do dano/prejuízo a ser ressarcido.

13.2.1. A existencia de um acidente de trabalho que tenha como causa a


negligencia do empregador

Requisitos essenciais a prepositura da acáo regressiva pela Previdéncia Social a existencia de é

um acidente de trabalho que tenha, como causa, a negligencia do empregador quanto ao cumprimento
das normas padráo de seguran<;a e higiene do trabalho.
De inicio, é de extrema importáncia salientar que esse acidente do trabalho precisa ter sido
caracterizado legalmente, ou seja, com observancia de toda a legislacáo pertinente, disposta nas Leis
ns. 8.213/91 e 9.784/99. Isso porque, corno já observado nesta mesma obra,'?" a caracterizacáo da
natureza acidentária, na esfera administrativa, compete única e exclusivamente ao INSS, que, por sua
vez, nao tem observado a legíslacáo vigente e tampouco permitido a participacáo dos empregadores
no processo administrativo, violando nao semente as leis de regencia, mas também os princípios
constitucionais de ampla defesa, contraditório, legalidade e seguranca jurídica, entre outros.
O que nao se pode permitir, de forma algurna, é o INSS caracterizar arbitrariamente o acidente
do trabalho sem observar a Constituicáo Federal, as leis vigentes e até mesmo suas próprias instrucóes
normativas e, posteriormente, utilizar essa ocorréncia para o ingresso da acáo regressiva.
Assim, nao semente o [udiciário, mas também os empregadores e seus procuradores, devem
estar atentos a legalídade do acidente caracterizado pelo INSS, solicitando que seja apresentada cópia
integral do processo administrativo correspondente nos autos da acáo regressiva, para identificacáo
do curnprimento (ou nao), da legíslacáo aplícável.t'?" E de todo o arcabouco normativo pertinente
a matéria acidentária, dois itens se destacam porque, via de regra, nao vem sendo observados
pela Previdéncia Social: o direito de defesa e contraditório dos empregadores, com ampla e total
participacáo no processo administrativo, e a ínvestígacáo técnica, pelo perito do INSS, do nexo entre
a lesáo/enferrnidade e o trabalho.

(171) Sobre a caracterlzacáo administrativa dos acidentes, ver o Capítulo 6.


(172) O procurador federal que ajuíza a ac;ao já tem a cópia desse processo administrativo, sendo a redacáo constante da cartilha
elaborada pela AGU a seguinte: "Na hipótese de as diligencias anteriores constatarem a ocorréncia dos pressupostos das acóes regres-
sivas previdenciárias, o Procurador Federal poderá solicitar ao INSS o envio de cópia integral do processo administrativo de concessáo
do beneficio, acompanhada de extratos do INFBEN, CONSIT, DESDOB, PARTIC, INSTIT, HISCRE e outros de casual interesse encontrados
no Sistema PLENUS".

278
Estando o acidente de trabalho legalmente caracterizado, deve a Previdéncia Social ter prova
suficiente de que a causa decorre de negligencia do ernpregador quanto as normas de seguran<;a,
dispostas na CLT e nas Portarias expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e sobre as quais
trata o Capítulo 5 desta mesma obra.
Se restar comprovado, por exemplo, que a empresa nao forneceu EPI adequado, teremos aí
urna infracáo as normas de seguran<;a, já que a CLT (art. 166) e a Norma Regulamentadora n. 06
(Portaría MTb n. 3.214/78) determinam claramente em sentido contrário. No entanto, se também
restar comprovado que o a cid ente sof rido pelo trabalhador nao poderia ter sido evitado mesmo com
a utilizacáo do EPI adequado, a causa do sinistro nao terá sido a negligencia do empregador, nao
sendo possível a propositura da acáo regressiva, ainda que presente a infracáo a legislacáo trabalhista.
É elemento essencial a referida
acáo, portanto, prova inconteste de que o acidente nao teria
acorrido caso nao tivesse o empregador agido com negligencia, pois a presen<;a do ilícito e sua
relacáo corn o sinistro sao fatos indispensáveis para que o INSS possa postular pelo ressarcirnento
do beneficio pago, já que, nao sendo este o caso, os benefícios sao custeados pelo pagamento do SAT.
Este é o argumento, inclusive, utilizado pela Previdéncia Social em sua defesa, quando
questionada a inconstitucionalidade do art. 120 da Leí n. 8.213/91 e sobre o qua1 comentarnos no
subitem 13.1, supra. Informa o INSS que o tributo SAT/FAP se destina a cobrir apenas os acidentes
para os quais o empregador nao concorreu com culpa, sendo possível, com fundamento no citado
dispositivo e na tese de responsabilidade civil, o ressarcimento do dano causado por ato ilícito.
Referido entendimento consta, inclusive, da Portaria Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, que,
dispondo sobre as acóes regressivas, assim preve no art. 42:
Art. 4° Compreendem-se por atos ilícitos suscetíveis ao ajuizamento de acáo regressiva os seguintes:

I - o descumprimento de normas de saúde e segurani;a do trabalho que resultar em acidente de trabalho;


[... ]
Parágrafo único. Consideram-se normas de saúde e segurani;a do trabalho, dentre outras, aquelas assim definidas
na Consolidacáo das Leís do Trabalho, as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, normas
de segurani;a afetas a atividade económica, normas de segi.1rani;a relativas a producáo e utilizacáo de máquinas,
equipamentos e produtos, além de outras que forem determinadas por autoridades locais ou que decorrerern de
acordos ou convencóes coletivas de trabalho.

Também o art. 9º do mesmo normativo, ao tratar da instauracáo de um procedimento prévio


de instrucáo e sua conclusáo, dispóe sobre a necessidade de nexo entre a negligencia e o acidente.
Confira-se:
Art. 9º A instauracáo ocorrerá por meio de portaría interna e a finalizacáo por meio de nota, que deverá concluir pelo:
I - ajuizamento da ai;ao regressiva; ou
II - nao ajuizamento da ai;ao regressíva, que se dará nos casos de:
a) nao comprovacáo ou ausencia de ato ilícito;

b) nao comprovacáo ou ausencia de dolo ou culpa;


e) nao existencia de nexo de causalidade entre a acáo ou omissáo ilícita e o evento que gerou a concessáo de beneficio
previdencíário: ou

d) nao concessáo de beneficio.

[... ]

Orientando os procuradores federais quanto a busca de documentacáo comprobatória do ilícito,


a Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013 assim disp6e no art. 14:
Art. 14. As prevas da ocorréncia do ato ilícito poderáo ser obtidas, sem prejuízo de outros modos determinados pelas
circunstancias dos fatos, da seguinte forma:

279
1 - no caso de acidente de trabalho, preferencialmente:
a) por encaminhamento espontaneo, ou mediante solicítacáo, de laudo de análise de acidente a Superintendencia
Regional do Trabalho e Emprego da localidade;
b) por solicitacáo aos órgáos do Ministerio Público Estadual ou do Distrito Federal e Territórios, Minístério Público do
Trabalho, Polícia Civil, Fundacáo Jorge Duprat Figueiredo de Saúde e Seguranca do Trabalho - FUNDACENTRO,
Sindicatos e outras en-tidades que porventura disponham de elementos probatorios:
c) por meio de pesquisas e requerimentos aos órgáos jurisdicionais da [ustica dos Estados ou Distrito Federal e
Territórios, ou da [ustica do Trabalho a respeito de eventuais acóes de indenizacáo:

[... )
Parágrafo único. Relativamente ao inciso I, os procuradores federais oficiantes na execucáo fiscal trabalhista deveráo
encarninhar aos órgáos responsáveis pelas acóes regressivas previdenciárias as decísóes judiciais de que tomarern
conhecimento quando estas resultarem em condenacáo por descumprimento de normas de saúde e segurani;a do
trabalho.

Por fim, também o art. 19 do mesmo normativo é claro em informar quanto a essencialidade de
ser comprovada a culpa nas peticóes iniciais:
Art. 19. A peticáo inicial deverá detalhar minuciosamente o ato ilícito, a culpabilidade, o nexo causal, e o dano, este
caracterizado pelas despesas previdenciárias ocorridas e por ocorrer.
§ 111 Deveráo ser enfatizadas as conclusées técnicas acerca do ato ilícito, corn detalhamento das normas de saúde e
segurani;a do trabalho, normas do código de transito, dispositivos do Código Penal, dentre outras, evitando-se meras
remissóes a documentos anexos.

[ ... J

Trata-se, pois, da culpa subjetiva, devidamente comprovada e que pode decorrer de acáo ou
omissáo por parte do empregador, quanto ao cumprimento das normas de seguranca, nao podendo
ser aqui aplicada a teoria da culpa objetiva, disposta no parágrafo único do art. 927 do Código
Civil porque, como já dito anteriormente, os eventos decorrentes desse tipo de risco encontram-se,
indubitavelmente, cobertos pelo pagamento do SAT. Eisa redacáo do dispositivo ero comento:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigacáo de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
leí, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Nao é demais reiterar que os riscos decorrentes da atividade já implicam numa alíquota maior
do próprio seguro SAT e, também, no cálculo do Fator Acidentário de Prevencáo, que lhe serve
de flexibilizador e que pode lhe acarretar aumento de até 100%. Também cumpre lembrar que a
existencia de ambiente nocivo ou periculoso traz, automáticamente, aumento de 6%, 9o/o ou 12% na
alíquota básica do SAT, conforme § 62 do art. 57 da Lei n. 8.213/91.
Assim, cornpreendo que nas acóes regressivas nao é possível aplicar qualquer teoria de culpa
objetiva, devendo a Previdéncia Social encarregar-se de comprovar a real existencia do ilícito, bem
como o nexo entre a infracáo e o acidente sofrido pelo trabalhador. Essa é a premissa disposta no art.
120 da Lei n. 8.213/91 ao informar que somente se comprovada negligencia (um dos elementos que
configura a culpa) é que a Previdéncia poderá ingressar com a referida acáo, qual seja, um nexo de
causalidade direto e imediato, com fundamento por analogía, inclusive, no art. 403 do Código Civil:
Art. 403. Ainda que a inexecucáo resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os
lucros cessantes por efeito dela di reto e imediato, sem prejuízo do disposto na leí processual,

E este tero sido, igua11nente, o entendimento da mais prestigiosa jurisprudencia pátria, conforme
ilustra a seguinte decisáo do TRF da 5ª Regiño:
Ac;.A.o
REGRESSIVA - ACIDENTE DE TRABALHO - CULPA DO EMPREGADOR - NECESSIDADE DE CULPA
- NAO CARACTERIZAc;.Áo - CONDENAc;.A.o NA JUSTic;.A LABORAL COM FULCRO NA RESPONSABJLJ-
DADE OBJETIVA - APELA<;ÁO NÁO PROVIDA - Trata-se de apelacáo interposta, em acáo de regresso, na qua!

280
o JNSS postula o pegamento dos valores despendido referentes a beneficio previdenciário. O apelante alega que
houve culpa do recorrido no acidente que sofrera o empregado, do qual resultou o pagamento de auxílio-doenca, haja
vista o desrespeito as normas de seguranca do trabalho. - A ai;ao regressiva movida pelo INSS contra os responsáveis
por acidente de trabalho pressupóe a existencia de culpa por partes <lestes, nao bastando o mero evento <lanoso, nos
termos do art. 120 da Lei n. 8.213/91. - Assirn, semente haverá reparacáo ao INSS em face dos valores despendidos
co1n o pagamento de beneficio previdenciário, pela prova da culpa do empregador ou responsável no cumprimento
das normas de seguranca e higiene do trabalho. - No caso, nao merece re.forma o entendimento exarado pelo [uízo a
qua, na medida em que nao restou demonstrado que houve culpa ou negligencia por parte do empregador quanto ao
acidente sofrido por seu empregado. - Decerto, o INSS nao logrou éxito em demonstrar a conduta culposa do em-
pregador, ou mesmo a inobservancia a regras para rninimizacáo dos riscos em que é ínsito o perigo ao desempenho
da atividade. - Semente consta nos autos cópia da sentenca trabalhista em que o empregador postulou indenizacáo
por danos morais contra o empregador, e cuja indenizacáo foi concedida sobo pálio da responsabilidade objetiva. As-
sim, nao havendo culpa do empregador, nao merece guarida a pretensáo da autarquía recorrente. - Precedente
citado: (EIAC 0002476692011405840001, Desembargador Federal Rubens de Mendonca Canuto, TRFS - Pleno, DJE
- Data: 22.8.2012 - P. 183.) - Apelacáo nao próvida. (TRF se Regíáo - AC 200982000033535 AC - Apelacáo Cível
- 524701 - 2B Turma - Relator Desembargador Federal Sérgio Murilo Wanderley Queiroga - DJE de 22.11.2012)

Tampouco vislumbro qualquer possibilidade de inversáo de ónus da prova, como pretende a


Advocacia Geral da Uniáo em sua estrategia processual, quando informa aos procuradores (em sua
cartilha) que as provas devern se limitar aquelas apuradas no Procedimento Interno (PIP).
Cabe ao autor da acáo - INSS comprovar de forma inequívoca a presen~a da negligencia,
bem como que o acidente sofrido pelo trabalhador dela tenha decorrido, nos tennos do art. 333,
I, do Código de Processo Civil, e ao réu o direito amplo de defesa e contraditório, nos moldes da
Constituicáo Federal, art. 52.

13.2.2. A existencia do dano/prejuízo a ser ressarcido

Sendo o INSS (Previdéncia Social) o autor da a~ao regressiva, o prejuízo a ser ressarcido refere-
-se ao gasto coma concessáo de um eventual benefício (auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez,
auxílio-acidente ou pensáo por morte) sobre os quais trata a presente obra, no Capítulo 8.
Também pode ser que o prejuízo compreenda também qualquer gasto comprovado com o
fornecimento do servico de reabilitacáo profissional, igualmente já abordado nesta obra, no Capítulo
9, assim determinando, inclusive, o art. 32 da Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013:
Art. 3ª Consideram-se despesas prevídencíárias ressarcíveis as relativas ao pagamento, pelo INSS, de pensáo por
morte e de beneficios por incapacidade, bem como aquelas decorrentes do custeio do programa de reabilitacáo
profissiona l.

Por óbvio que esse benefício ou esse gasto decorrente da reabilitacáo profissional deve advir de
urna prestacáo concedida dentro do que preve a legíslacáo previdenciária (Leí n. 8.213/91), devendo o
empregador (e também o próprio Judiciário) exigir que o INSS apresente nos autos da acáo regressiva
cópia integral desse processo administrativo, no intuito de exarniná-lo, com vistas a co1nprovar a
ausencia de ilegalidade.
Também é preciso que o INSS apresente qual o valor dessa despesa, e aqui cabero algumas
consideracóes importantes, porque, nos termos do art. 20 da Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013,
o pedido de reparacáo deverá ser integral, compreendendo:
Art. 20. [ ... ]
I - prestacóes vencidas, atualizadas mediante a utilizacáo dos valores brutos das mensalidades, empregando-se a
taxa do Sistema Especial de Liquidacáo e de Custodia - SELIC, pela variacáo a partir do mes do pagamento;
JI - prestacóes vincendas a serem pagas mensalmente ou de forma integral.
JU - verbas sucurnbenciais.
Parágrafo único. No caso de pagamento de prestacées vincendas, de.verá ser requerida a garantía de caucáo real ou
fidejussória.

281
Nao havendo exata dimensáo das despesas que seráo realizadas com eventual processo de
reabilitacáo profissional, a Portaria Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, em seu art. 19, § 2º, determina
que seja feito um pedido genérico, nos termos do inciso II do art. 286 do CPC.
No entanto, nao obstante as orientacóes supra, a mesma Portaria informa que, no cálculo do
valor da causa, deve ser apresentado apenas o valor correspondente as despesas vencidas, acrescidas
de doze vincendas. Confira-se:
Art. 21. O valor da causa deverá corresponder ao total das despesas realizadas até o ajuízamento e o correspondente
a urna prestacáo anual, que compreende a 12 parcelas mensais e ao abono anual.

Ou seja, o valor atribuído a causa nao corresponde, efetivarnente, ao valor que está sen do postulado
pela Previdéncia Social na referida acáo regressiva e desse fato é importante ter conhecímento o
ernpregador, para definir procedimentos de defesa e, até mesmo, a viabilidade da defesa.
O valor pretendido, efetivamente, compreende valores efetivamente pagos e valores que ainda
seráo pagos, conforme expectativa de sobrevida do IBGE, além de honorários sucumbenciais.
Facilmente, pode chegar a R$ 1.000.000,00 nos casos de invalidez ou morte, conforme exemplifico:
• Valor da aposentadoria por invalidez: R$ 2.500,00
- Valor de um ano do beneficio (corn abono anual): R$ 32.500,00
• Expectativa de sobrevida, conforme IBGE: 40 anos
• Total pretendido na acáo regressiva: R$ 1.300.000,00

Tomando-se o mesmo exemplo, se a acáo tiver sido proposta com apenas um ano do beneficio
concedido, o valor atribuído a causa será de apenas R$ 62.500,00 (13 parcelas vencidas, considerando-
-se incluído o abono anual+ 12 parcelas vincendas).
As consideracóes que merecem abordagem referern-se a pretensáo de cobrar a totalidade do
benefício, até o provável óbito do beneficiario, conforme tábua de mortalidade do IBGE.
Da redacáo do art. 120 nao é possível identificarmos qualquer referencia quanto ao quantum
exigido na referida acáo, Confira-se, urna vez mais, a redacáo do referido dispositivo:
Art. 120. Nos casos de negligencia quanto as normas padráo de seguranca e higiene do trabalho indicados para a
protecáo individual e coletiva, a Prevídéncia Social proporá acáo regressiva contra os responsáveís,

Por sua natureza civil reparatória, podemos concluir que o objetivo é a reparacáo do prejuízo
( dano) causado pelo empregador, conforme disposicóes do art. 927 do Código Civil, capui. Confira-se:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrern, fica obrigado a repará-lo.
[ ... J

A questáo que se impóe, portante, é o montante desse prejuízo. Qual o valor do dano efetivo,
sofrido pelo ente previdenciário, causado em decorréncia da negligencia comprovada do empregador?
Certamente que nao pode corresponder a totalidade das prestacóes até o óbito do beneficiário,
porque, se nao houvesse o acidente de trabalho, teria o trabalhador obtido aposentadoria por tempo
de contribuicáo ou aposentadoria por idade no curso dos anos seguintes.
Se um determinado trabalhador sofre acidente do trabalho, por exemplo, com 34 anos de
contribuicáo já comprovados, o dano sofrido pela Previdéncia Social corresponde apenas a um ano
de benefício integral e, talvez, eventual diferenca entre a aposentadoria por invalidez concedida e o
valor que seria devido a título da aposentadoria integral por tempo de contribuicáo.
A negligencia do empregador quanto as normas de seguranca trouxe ao INSS um gasto
antecipado, é certo, mas somente até a data em que aquele trabalhador já iria se aposentar, seja por
tempo ou por idade. Exigir a totalidade do beneficio até a data do provável óbito, conforme tábuas do

282
IBGE, é cobrar do empregador nao somente o prejuízo ou o dano sofrido, conforme permitido pelo
Código Civil, mas sim transferir a ele o custo dos beneficios previdenciários, que, conforme previsáo
da Constituicáo Federal (arts. 194 e 201) cabem a Previdéncia Social.
Igualmente merece registro, em repeticáo, o fato do empregador nao ser autorizado a participar
do ato de perícia médica ou tampouco de conferir a regularidade do prazo de incapacidade fixado pelo
INSS. Ora, é o INSS sozinho quem conclui pela existencia da incapacidade e quem fixa o período de sua
duracáo, sendo também a referida autarquia que define, arbitrariamente, se o caso é ou nao de aposen-
tadoria por invalidez, sem qualquer participacáo, gerenciamento ou conferencia pelo empregador. Na
sequéncia, o INSS deixa de cumprir com sua obrígacáo legal quanto as perícias periódicas de revisáo
(para confirmar se a incapacidade permanece) e tampouco cumpre o dever de promover a reabilitacáo
profissional prevista na legislacáo. E essa conta deve ser repassada ao empregador, sem qualquer direi-
to de defesa quanto a esses tópicos?
,
E o que tem ocorrido em nosso Judiciário, mas que nao me permito, de forma alguma, concordar.
Compreendo que, nas acóes regressivas previdenciárias, faz-se necessário comprovar:
a) Que o acidente de trabalho foi caracterizado pelo INSS com observancia das normas legais
pertinentes (conforme subitern 13.2.1, supra);
b) Que esse acidente decorra diretamente da negligencia do empregador quanto as normas de
seguran<;a, subjetivamente analisada e comprovada pelo INSS, autor da acáo (conforme subitem
13.2.1);
e) Que o beneficio concedido ao segurado (ou a seus dependentes) tenha igualmente observado
a legislacáo vigente e que se co1nprove, por pericia médica,<173> que a duracáo atribuída pela
autarquía previdenciária está cerreta:
d) Que as perícias periódicas de revisáo tenham sido efetuadas e que o INSS comprove ter
tentado reabilitar o trabalhador, nos moldes da legislacáo vigente; e
e) Que o INSS apresente todo o tempo de contribuicáo do segurado e que informe a data prevista
para as aposentadorias por tempo de contribuicáo e idade e que o "prejuízo" a ser ressarcido
pelo empregador se limite apenas a diferenca de tempo entre a concessáo do benefício de
incapacidade e a primeira dessas aposentadorias.
a
Sobre o direito producáo de prova brilhantemente abordou o ministro Celso de Mello, em
decísáo monocrática proferida no STF/RMS 28.517, publicada no DJe de 4.8.2011:
Abrangéncia da cláusula constitucional do due process of law, que compreende, entre as diversas prerrogativas de
ordem jurídica que a cornpóern, o direito a prova. O fato de o Poder Público considerar suficientes os elementos
de informacáo produzidos no procedimento administrativo nao legitima nem autoriza a adocáo pelo órgáo estatal
competente, de medidas que, tomadas em detrimento daquele que sofre a persecucáo administrativa, culminem por
frustrar a possibilidade de o próprio interessado produzir as provas que repute indispensáveis a demonstracáo de suas
alegacóes e que entenda essenciais a condueño de sua defesa. Mostra-se claramente lesiva a cláusula constitucional
do due process a supressáo, por exclusiva deliberacáo administrativa, do direito a preva, que, por cornpor o próprio
estatuto constitucional do direito de defesa, deve ter o seu exercício plenamente respeitado pelas autoridades e
agentes administrativos, que nao podem impedir que o administrado produza os elementos de inforrnacáo por ele
considerados imprescindíveis e que sejam eventualmente capazes, até mesmo, de infirmar a pretensáo punitiva da
pública adminístracáo.

a
(173) Confira-se decisáo favorável realizacáo de pericia médica, em processo de matéria semelhante (destaque meu): "EMBARGOS
DE DECLARA~AO NO RECURSO ESPECIAL. PROPÓSITOINFRINGENTE. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. SEGURO DPVAT.
INVALIDEZ PERMANENTE. NECESSIDADE DE PERÍCIA PARA AVALIAR A EXTENSAO DA LESAO. PAGAMENTO PROPORCIONAL AO GRAU
DA LESAO. SÚM. N. 474 DO STJ. Em homenagem aos principios da economia processual e da fungibilidade, devem ser recebidos
como agravo regimenta! os embargos de declaracáo que contenham exclusivo intuito infringente. 2. "A indenizacáo do seguro DPVAT,
em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez". Súmula n. 474 do STJ. 3. Agravo
regimenta! a que se nega provimento." (STJ, EDcl no REsp 1.301.759/RS - 4ª Turma - Rel.atora Ministra Maria Isabel Gallotti - DJe
28.2.2014)

283
Também cumpre destacar a pretensáo do ente previdenciário em obter urna garantía de caucáo
real ou fidejussória quando da existencia de prestacóes vincendas, conforme previsáo do parágrafo
único do art. 20 da Portaria Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, que cuido de novamente transcrever:
Art. 20. O pedido de reparacáo deve ser integral, compreendendo:

[... ]

Parágrafo único. No caso de pagamento de prestacóes vincendas, deverá ser requerida a garantía de caucáo real ou
fidejussória.

Solicita a Previdéncia Social, portante, o empregador garanta por bens móveis ou imóveis, aí se
incluindo a constituicáo de capital, o total da <lívida (parcelas vencidas e vincendas) ou que, assim
nao sendo possível, que tal garantía ocorra na modalidade fidejussória, ou seja, mediante caucáo
pessoal, por meio de aval ou fianca, utilizando corno fundamento a Súmula n. 313 do STJ, que possui
a seguinte redacáo:
Súmula n. 313 - Em acáo de indenizacáo, procedente o pedido, necessária a constituicáo de capital ou caucáo
é

fidejussória para a garantía de pagamento da pensáo, independentemente da situacáo financeira do demandado.

Ocorre que a referida Súmula, bem como o atual entendirnento do STJ sobre o tema, permite a
constituicáo de capital quando a acáo versa sobre a condenacáo de alimentos, nao sendo possível sua
aplicacáo para indenizacóes de outra natureza, como é o caso da acáo regressiva.
Confira-se, ilustrativamente, a seguinte decisáo:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENOÁRIO. CONSTITUI<;ÁO DE CAPITAL. PAGAMENTO DE PARCELAS
VINCENDAS. ART. 475-Q DO CPC. ACÓRDÁO RECORRIDO EM SINTONIA COMA JURISPRUDENCIA DO STJ.
PRETENSÁO DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 7/STJ.

l. Nao cabe falar em ofensa ao art. 535 do CPC quando o acórdáo recorrido se pronuncia de modo inequívoco e
suficiente sobre a questáo posta nos autos.

2. Consoante jurisprudencia desta Corte, a constituicáo de capital destina-se a garantir o adirnplemento da prestacáo
de alimentos e nao pode abranger outras parcelas da condenacáo,

3. Ao contrario do que afirma o INSS, o acórdáo recorrido concluí que, no caso dos autos, nao se trata de prestacóes
de caráter alimentar, de modo que incabível a constituicáo de capital. Assim, a avaliacáo da necessidade ou nao da
constituicáo de capital que garanta a obrigacáo de pagar parcelas víncendas decorrentes da acáo de indenizacáo em
comento envolve o exame de matéria de preva, o que nao se incluí no ámbito do recurso especial, ante o óbice da
Súmula 07/STJ. Agravo regimenta!. improvido.
(STJ - AgRg no REsp 1161303/RS - Processo 2009/0197650-2 - 2ª Turma - Relator Ministro Humberto Martins -
[ulgamento em 12.8.2014 - Dje de 19.. 2014).

Essa é a redacáo que tambérn podernos observar do art. 475-Q do Código de Processo Civil,
igualmente com mencáo expressa sobre a prestacáo de alimentos:
Art. 475-Q. Quando a indenizacáo por ato ilícito incluir prestacáo de alimentos, o juíz, quanto a esta parte, poderá
ordenar ao devedor constituicáo de capital, cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensáo.

§ 1° Este capital, representado por ímóveis, títulos da <lívida pública ou aplicacóes financeiras em banco oficial, será
inalienável e impenhorável enquanto durar a obrígacáo do devedor.

§ 2Q O juiz poderá substituir a constituicáo do capital pela inclusáo do beneficiário da prestacáo em folha de pagamento
de entidade de direito público ou de empresa de direito privado de notória capacidade económica, ou, a requerimento
do devedor, por fianca bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.

§ 3° Se sobrevier modificacáo nas condícóes económicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstancias, reducáo
ou aumento da. prestacáo.

§ 4Q Os alimentos podem ser fixados tomando por base o salário-mínimo.


§ 52 Cessada a obrigacáo de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em tolha ou cancelar
as garantías prestadas.

284
É certo, pois, nao ser cabível a pretensáo da Prevídéncia Social quanto a exigencia de tal garantia,
sendo esse o entendimento firmado ern nossos Tribunais Regionais Federais, bem como no ámbito do
próprio STJ, conforme ilustram as seguintes decisóes:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ACIDENTE DE TRABALHO. A(.ÁO REGRESSIVA DO INSS
CONTRA O EMPREGADOR. ART. 120 DA LEI N. 8.213/91. DEVER DO EMPREGADOR DE RESSARCIR OS
VALORES DESPENDIDOS PELO INSS EM VIRTUDE DA CONCESSÁO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
RESPONSABILIDADE DA EMPRESA QUANTO A ADO<:;.ÁOE OBSERVANCIA DAS MEDIDAS DE PROTE<:;.ÁO
A SEGURAN<:;.A DO TRABALHADOR. CONSTITUI<:;.AO DE CAPITAL. DESCABIMENTO. SENTEN<:;.A
PARCIALMENTE REFORMADA. l. Sentenca que julgou procedente o pedido do INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL - INSS, para condenar, solidariamente, as rés, [ ... ],nos termos do art. 269, I, do CPC, ao pagamento
de todos os gastos suportados pela Autarquía Prevídenciária em funcáo da concessáo do beneficio indicado na inicial
(Pensáo por Morte), compostos por parcelas vencidas, acrescidas de juros e atualizacáo monetária, e vi.ncendas.
Determinou ainda, a constituicáo de um capital, nos termos do enunciado da Súmula n. 313 do STJ e do art, 475-Q
do CPC, para garantía do ressarcimento integral dos débitos. 2. Dernonstrada a negligencia do réu quanto a adocáo e
fiscalizacáo das med idas de seguranc;a do trabalhador, tem o INSS direito a acáo regressi va, sendo o meio legal cabível
para a Autarquía reaver os valores despendidos com a concessáo de beneficio previdenciário a segurado vitima de
acidente de trabalho, bastando, para tanto, a prova do pagamento do beneficio e da culpa da ré pelo infortúnio que
gerou a concessáo do a1nparo. 3. [ ... ]. 4. A coustituicáo de capital somente ocorre quando a <lívida for de natureza
alimentar.A hipótese em tela trata de ressarcimento, isto é, restituicáo, afastando o caráter alimentar das parcelas. Além
disso, o segurado/dependente nao corre o risco de ficar sem a verba alimentar, cujo pagamento é de responsabilidade
da autarquía. 5. Precedentes: STJ, AgRg no REsp 1332079 / RS, Re!. Ministro Humberto Marti.ns, Segunda Turma,
Julgado em 21.2.2013, DJ em 12.3.2013; TRF-2, AC n. 200750010088868/RJ, Relator Desembargador Federal Aluisio
Goncalves de Castro Mendes, Quinta Turma Especializada, E-DJF2R: 7.1.2014; Processo n. 200950010049010, Rel.
[uíza Federal Convocada Maria Alice Paim Lyard, Sexta Turma Especializada, Julgado em 21.3.2011, DJ em 31.3.2011;
TRF-2, AC n. 200850010142545/ RJ, Relator Desembargador Federal Aluisio Concalves de Castro Mendes, Quinta
Turma Especializada, E-DJF2R: 04/02/2014. 6. Apelacáo parcialmente próvida. Sentenca parcialmente reformada.
(TRF 2ª Regiáo - Processo 201051020015097 - AC 614103 - 5ª Turma Especializada - Relator Desembargador
Federal Marcus Abraharn - DJF2 de 30.6.2014)

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENOÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. A<:;.ÁO


REGRESSIVA. ART. 120 DA LEI N. 8.213/1991. CONSTITUJ<:;.ÁO DE CAPITAL. PAGAMENTO DE PARCELAS
VINCENDAS. ART. 475-Q DO CPC. ACÓRDÁO RECORRIDO EM SINTONIA COMA JURISPRUDENCIA DO STJ.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Conforme delimitado na decisáo ora agravada, a
questáo jurídica diz respeito ao cabimento de constituicáo de capital, de acorde con1oart.475-Q do CPC, para garantia
da ac;ao regressiva movida pelo INSS ern face de empresa, nos termos do art. 120 do CPC 2. Consoante jurisprudéncia
do STJ, a constituicáo de capital se destina a garantir o ad implemento da prestacáo de alimentos e náo pode abranger
outras parcelas da condenacáo. 3. Outrossim, a avaliacáo da necessidade ou nao da constituicáo de capital que garanta
a obrigacáo de pagar parcelas vincendas decorrentes de ac;ao de indenizacáo envolve o exame de matéria de prova,
o que nao se inclui no ámbito do recurso especial ante o óbice da Súmula n. 7/STJ. Precedentes do STJ. 4. Agravo
regimental a que se nega provimento. (STJ - Processo 201202079817 - AGRESP 1347352 - 2~ Turma - Relator
Ministro Mauro Campbell Marques - DJE de 12.12.2012)

13.3. Procedimento de Instructio Prévia - PIP

Nos termos previstos na Portaria Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, nao semente os acidentes de
trabalho decorrentes de negligencia do empregador quanto as normas de seguranc;a do trabalho
podem ser objeto de acáo regressiva, mas também os ilícitos referentes a
legislacáo de transito e os
ilícitos penais dolosos, com fundamento n. art. 927 do Código Civil. Confira-se, nestes termos, a
previsáo do art. 4º, caput e incisos I a III, da referida Portaría:
Art. 4ª Compreendem-se por atos ilícitos suscetíveis ao ajuizamento de ac;ao regressiva os seguintes:

I - o descumprimento de normas de saúde e seguranca do trabalho que resultar em acidente de trabalho:

JI - o cometimento de crimes de transito na forma do Código de Transito Brasileiro;

III - o cometimento de ilícitos penáis dolosos que resultarem em lesáo corporal, morte ou perturbacáo funcional;

[... ]

285
O INSS, na condicáo de autor da referida demanda, tem utilizado efetivamente de tais expedientes
e proposto acóes regressivas contra autores de crimes de violencia doméstica, combase na Lei Maria
da Penha (Lei n. 11.340/2006), e contra autores de crimes de transito, se existentes vítimas com direito
a obtencáo de benefício previdenciário.
O art. 5º da referida Portada também permite o ajuizamento de acóes regressivas por ocorréncia
de ilícitos culposos, igualmente com amparo da tese de responsabilidade civil, art. 927 do Código
Civil Brasileiro. Eis a redacáo da Portaría:
Art. 5° Do exame concreto de fatos e dos correspondentes argumentosjurídicos, curras hipóteses de responsabilizacáo,
incluindo crimes na modalidade culposa, poderáo dar ensejo ao ajuizamento de acáo regressiva.
Parágrafo único. O ajuizamento de ac;ao regressiva nos casos de que trata este artigo dependerá de manífestacáo
do respectivo órgáo de execucáo da - PGF, que emitirá nota conclusiva e submeterá o caso a prévia avaliacáo da
Coordenacáo-Ceral de Cobranca e Recuperacáo de Créditos - CGCOB, estando ainda condicionado o ajuizamento
a concordancia da PFE-INSS.
Interessam-nos as acóes decorrentes dos acidentes de trabalho por tratar a presente obra desse
mesmo tema, mas em todos os casos que1n representa as autarquías federais (onde se incluí o INSS),
judicial ou extrajudicialmente, é a Procuradoria Geral Federal (PGF)1 criada pela Lei n. 10.480/2002 e
vinculada a Advocacia Geral da Uniáo (AGU).
A Lei n. 11.098/2005 conferiu as Procuradorias Regionais Federais, as Procuradorias Federais nos
Estados e as Procuradorias Seccionais Federais a possibilidade de centralizar as atividades de cobranca
e recuperacáo de créditos, além de outras atribuicóes, e, por meio do Ato Regimenta! n. 02/2007, o
advogado geral da Uniáo conferiu a Coordenacáo Geral de Cobranca e Recuperacáo de Créditos -
CGCOB papel de extrema relevancia na recuperacáo desses créditos.
A CGCOB iniciou sua atuacáo em junho/2007, e entre suas atribuicóes, definidas pelo Ato Regí-
mental n. 02/2007, há o planejamento e a orientacáo de acóes visando a responsabilizacáo de terceiros
por prejuízos causados as autarquias e fundacóes federais. Também a Portaría PGF n. 1.309/2008
atraiu para os órgáos da PGFa atribuicáo de acompanhar as acóes regressivas classificando-as corno
prioritárias e prevendo a criacáo de um grupo de estudo específico, recomendacóes reiteradas pela
Portaría PGF n. 14/2010. Dentro da estruturacáo interna do CGCOB, portante, restou definido que as
atividades gerenciais relativas a essas acóes caberia a Divisáo de Gerenciamento de Ac;oes Regressi-
vas e Execucóes Fiscais Trabalhistas - DIGETRAB, ora regulamentadas pela Portaría Conjunta PGF/
INSS n. 06/2013.
Quanto ao grupo de estudo, pela Portaría Conjunta PFE-INSS/CGCOB-PGF n. 01/2009 foi
instituído o Grupo de Trabalho Acóes Regressivas Acidentárias - G - Regressivas, com objetivo
de subsidiar a atuacáo dos procuradores federais e padronízar procedimentos e rotinas atinentes a
matéria. Atualmente, e conforme disposicóes da Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, essa tarefa
compete ao NEARP - Núcleo de Estudos de Ac;oes Regressivas Previdenciárias, cuja coordenacáo
compete ao chefe da Divisáo de Gerenciamento de Execucóes Fiscais Trabalhistas e Acóes Regressivas
- DIGETRAB da CGCOB, conforme previsáo do § 1 ºdo art. 26 do referido ato normativo.
A primeira tarefa do NEARP foi a elaboracáo de urna cartilha atualizada de procedimentos,
que se encontra disponível na internet, no enderece: <http://www.agu.gov.br/page/content/detail/
id_conteudo/268218>.<174>
E1n face do caráter prioritário das acóes regressivas, a Portaría PGF n. 14/2010 determinou
que as Procuradorias Regionais Federais e as Procuradorias Federais nos Estados destacassem, no
mínimo, um procurador federal para atuar exclusivamente nas acóes prioritárias, devendo comunicar
o CGCOB o responsável por tais acóes. A Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013 traz orientacáo
semelhante no art. 27, determinando que:

(174) Acesso em 30.03.2015.

286
Art. 27. Os órgáos de execucáo da PGF designarño, sen1pre que possível, procuradores federáis para atuar
específicamente na instrucáo e ajuizamento das acóes regressivas previdenciárias.
Parágrafo único. A PFE-INSS poderá indicar procuradores federa.is em exercícío em suas unidades para colaborar
com os dernais órgáos de execucáo da PGF responsáveis pelas acóes regressivas previdenciárias, sob a coordenacáo
des tes.

Antes de ajuizar urna acáo regressiva previdenciária, contudo, o procurador federal deverá
adotar algumas diligencias administrativas a título de instrucáo prévia, com o objetivo de identificar
a existencia dos pressupostos necessários a tal ajuizamento. Trata-se do Procedimento de Instrucáo
Prévia - PIP, definido no art. 62 da Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, conforme segue:
Art. 6Q O procedimento de insrrucáo prévia - PIP compreende o levantamento das ínformacóes, documentos
previdenciários e constituicáo de prova da ocorréncia dos ilícitos tratados nesta portaría, com vistas ao eventual
ajuizamento da acáo regressiva.

O PIP <leve ser instaurado pelos órgáos de execucáo da PGF e, nos termos dos arts. 7º e 8º da
Portarían. 6/2013, tal instauracáo pode ser efetuada de ofício ou mediante provocacáo:
Art. 7ª O PIP será instaurado pelos órgáos de execucáo da PGF:
I - de oficio, em razáo do conhecirnento direto do caso;
U - mediante provocacáo interna, através de expedientes encaminhados pela CGCOB;
TII - mediante provocacáo externa, decorrente do recebimento de representacóes e documentos provenientes de
particulares ou órgáos públicos.
Art. 82 Cabe ao órgáo de execucáo da PGF do local dos fatos instaurar e concluir o PIP.

Nos termos da Cartilha elaborada pelo NEARP, como forma de otimizar o desenvolvimento das
atividades nessa fase pré-processual, o órgáo de execucáo da PGF deverá adotar práticas que poderáo
subsidiar o planejarnento do trabalho e a producáo de inforrnacóes necessárias para a instauracáo do
PIP, tais corno:
• Elaboracáo de um relatório com base em inforrnacóes obtidas nos sistemas da Previdéncia
Social sobre os benefícios acidentários;
• Trabalhar em parceria e cooperacáo com outras entidades ou órgáos que disp6em de
informacóes sobre acidentes de trabalho, de transito e de violencia doméstica ou familiar contra
a mulher, corno nos casos de acidente de trabalho, junto a [ustica do Trabalho, ao Ministério
Público do Trabalho e a Superintendencia ou Delegada Regional do Trabalho, por meio de
acordos de cooperacáo.
• Criar um grupo de trabalho interinstitucional, que tenha como atribuicóes desenvolver acóes
voltadas a prevencáo de acidentes do trabalho e outros ilícitos.
• Formalizar acordes de cooperacáo técnica objetivando estabelecer a captacáo de ínformacóes
acerca de infortúnios e realizar cruzamento das informacóes com os sistemas do INSS, com a
finalidade de identificar os beneficios concedidos e que estejam relacionados com o fato objeto
da apuracáo.
Cabe, pois, a Procuradoria com atribuicáo sobre o local em que ocorreu o acidente de trabalho
instaurar o PIP por meio de portaria interna, o que deve ocorrer no prazo de trinta dias (prorrogável
por igual período), contado do conhecimento da ocorréncía de algum dos pressupostos das acóes
regressivas previdenciárias, ocasiáo em que, como dito, deverá ser expedida urna Portaria de
Instauracáo.
,
E essa Portaría de Instauracáo que determinará as diligencias preliminares seguintes, e urna vez
instaurado o PIP caberá ao procurador federal diligenciar a identificacáo dos demais pressupostos
fáticos das acóes regressivas, como identificar as CATs existentes no ámbito do INSS, manter contato
com as Secretarias de Saúde loca.is e regionais para obter informacóes de trabalhadores que foram

287
vítimas de acidentes de trabalho, consultar os sistemas de dados do INSS para buscar ínforrnacóes
sobre os benefícios acidentários e buscar, por todos os meios possíveis, as prevas sobre a negligencia
do empregador quanto ao cumprimento das normas de seguranca.
Essas prevas (da negligencia do empregador) podem ser obtidas da seguinte forma, sem prejuízo
de outros meios igualmente possíveis (Cartilha da AGU):
a) por meio do Acorde de Cooperacáo Técnica n. 08/2008 firmado entre o Ministério da
Previdéncia Social e o Ministério do Trabalho e Emprego, pelo qual o INSS repassa ao MTE,
bimestralmente, as CATs registradas no período. De posse dessas informacóes, o MTE analisa
os sinistros e emite relatórios que indicam a causa dos acidentes, os quais sao repassados a
Procuradoria Geral Federal para fins de instauracáo dos PIPs.
b) por meio do Decreto n. 7.331/2010, que, acrescentando ao art. 341 do Decreto n. 3.048/99 um
parágrafo único, determinou que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base em
ínformacóes fornecidas trimestrahnente pelo MPS (a partir de 03/2011) sobre as CATs recebídas
pelo INSS, encaminhe a Previdéncia Social os respectivos relatórios de análise de acidente de
trabalho com indicios de negligencia.
e) por solicitacáo de inforrnacóes e documentos relacionados ao acidente de trabalho e/ou a
doenca ocupacional aos órgáos do Ministério Público Estadual ou do Distrito Federal e territórios,
Ministério Público do Trabalho, Polícia Civil, Fundacáo Jorge Duprat Figueiredo de Saúde e
Seguranca do Trabalho - FUNDACENTRO, sindicatos e outras entidades que porventura
dísponham desses elementos probatórios.
d) por meio de pesquisas e requerimentos aos órgáos jurisdicionais da [ustica dos Estados ou
Distrito Federal ou da [ustica do Trabalho a respeito de eventuais acóes de indenizacáo, cabendo
registrar a existencia do Protocolo de Cooperacáo Técnica celebrado pelo Tribunal Superior
do Trabalho (TST), Conselho Superior da [ustica do Trabalho, Ministério da Saúde, Ministério
do Trabalho e Emprego, Ministério da Previdéncia Social e Advocacía Geral da Uniáo, com
a finalidade de um fluxo de informacóes permanentes entre a PGF e a [ustica do Trabalho,
editando o TST a Recomendacáo Conjunta GP.CGJT n. 02/2011 <175>.
A Cartilha elaborada pela AGU ainda traz aos procuradores federais o seguinte conselho:
[ ... ) nos casos de doencas ocupacionais que venham a atingir um expressivo número de trabalhadores que atuam
numa determinada empresa, ao invés de íngressar com várias ar;oes regressívas, o Procurador poderá avaliar a
possibilidade de promover urna A<:;AO REGRESSIVA COLETJVA, na qua! se pleiteará o ressarcimento de toda a
despesa previdenciária suportada pelo INSS em virtude da conduta culposa do empregador.

Todo o procedimento interno (PIP) deverá estar concluído em 180 días, contados de sua
instauracáo, sendo possível a prorrogacáo apenas mediante justificativa. Sua conclusáo pode entender
pelo nao cabimento da acáo regressiva, quando nao comprovado ou ausente o ato ilícito, o dolo ou
a culpa, a nexo de causalidade ou o benefício. É a redacáo do art. 92 da Portaría Conjunta PGF/INSS
n. 06/2013:
Art. 9º A instauracáo acorrerá por meio de portaría interna e a finalizacáo por meio de nota, que deverá concluir pelo:
J - ajuizamento da ar;ao regressiva: ou
JI - nao ajuizarnento da acáo regressíva, que se dará nos casos de:
a) nao cornprovacáo ou ausencia de ato ilícito;
b) nao comprovacáo ou ausencia de dolo ou culpa;

(175) É o teor da Recornendacáo do TST o seguinte: "I ... ) RECOMENDAR aos Desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho e
aos Juízes do Trabalho que encaminhem a respectiva unidade da Procuradoria Geral Federal - PGF (relacáo anexa), por intermédio de
enderece de e-mail institucional, cópia das sentencas e/ou acórdáos que reconhecarn conduta culposa do empregador em acidente de
trabalho, a fim de subsidiar eventual ajuizamento de A9ao Regressiva, nos termos do art. 120 da lei n, 8.213/91".

288
e) nao existencia de nexo de causalidade entre a ac;ao ou omissáo ilícita e o evento que gerou a concessáo de beneficio
previdenciário; ou
d) nao concessáo de beneficio.

§ 12 Concluido o PIP sem o ajuizamento de acáo regressiva em funcáo da nao concessáo de benefício, o procurador
federal responsável deverá solicitar ao INSS que realize rnarcacáo nos cadastros da vítima em sistemas específicos,
para efeito de posterior informacáo ao órgáo de execucáo da PGF a respeito de eventual concessáo de beneficio, fato
que determinará a reabertura do procedimento.
§ 22 Estando pendente a concessáo de beneficio, inclusive nos casos de indeferimento discutido em instancias recursais
administrativas ou em instancias judíciais, o PIP será sobrestado após a conclusáo da instrucáo relativamente a
conduta ilícita.
§ 3° Quando necessario e sem prejuízo do imediato ajuizamento da acáo regressiva, o procurador federal responsável
solicitará ao JNSS, por meio eletrónico, a correcáo da espécie do beneficio concedido, anexando-se a respectiva cópia
ao PIP."

13.4. Ajuizamento da actio

Conforme já observado nos subitens anteriores, nos termos da cartilha elaborada pela AGU
e também pela Portaria Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, e em estrito cumprimento ao disposto no
art. 120 da Lei n. 8.213/91, a acáo regressiva semente "será proposta quando estiverem presentes os
elementos suficientes de prova da ocorréncia do ilícito, da culpa, do nexo causal e da realizacáo de
despesas previdenciárias".
O órgáo de execucáo da Procuradoria Ceral Federal (PGF) do local do ajuizamento é que
será responsável pela elaboracáo da peticáo inicial, cabendo ao procurador responsável cadastrar
o processo em sistema interno e comunicar mensalmente a CGCOB, através do procedimento
estabelecido no Memorando-Circular AGU/PGF/CGCOB n. 20/2011, nao semente o ajuizamento
como, também, todo o trámite do processo.

13.4.1. Acñes de pequenovalor


Informa a cartilha elaborada pela AGU que, no intuito de contribuir coma postura institucional
da PGF em prol da reducáo de demandas, nos casos de pequeno valor, poderá o procurador tentar
obter do investigado o ressarcimento espontaneo das despesas comprovadas.
Nesse caso, o investigado será oficiado ou notificado pelo procurador sobre a conclusáo do
Procedimento Interno Prévio (PIP), no qual restará configurada a responsabilidade pelo ato ilícito,
sendo-lhe concedido prazo de trinta dias para efetuar o paga1nento espontaneo do valor corrigido
(com desconto de 20o/o), sob pena de ser demandado em juízo.
A cartilha traz, no Anexo III, inclusive um modelo a ser adotado para essas notificacóes, o qual
transcrevo:
ANEXOIII
Modelo de Ofício para notificar a empresa acerca da conclusáo do PIP e conceder prazo para pagamento espontaneo
do valor com descorito de 20o/o

OFÍCIO N. / 2014/agu/pgf
Local, data.
A Sua Senhoria o(a} Sr.(a). Diretor(a) da Empresa ....
End.:
Considerando o processo administrativo n .... , que trata de ínvestigacáo relativa ao acidente ocorrido em ... , com o
segurado ... , enguanto prestava servicos a vossa empresa.

289
Considerando que a conclusáo do referido procedirnento de instrucáo previa imputou a vossa empresa a
responsabilidade pelo addente do trabalho, o que ensejara o ajuízamento de ª\ªº regressiva, com fulcro no art. 120
da Leí n. 8.213/91.
Considerando que a Portaría AGU n. 06, de 6 de janeiro de 2011, preve para hipóteses de pagamento a vista das
parcelas vencidas desconto de 20% (vinte por cento) até a contestacáo no processo judicial.
Cientificamos V. Senhoria acerca da possibilidade de promover o pagamento espontaneo do valor corrigido, conforme
planilha anexa, comparecendo-se a esta Procuradoria, no enderece abaixo, objetivando formalizacáo do acorde/
transacáo, sob pena de, assim nao o fazendo, ser demandada em sede de acáo regressiva acidentária.
Atenciosamente,
NOME
Procurador(s) Federal

13.4.2. Competencia jurisdicional

Predomina em nossos Tribunais Regionais Federais o entendimento de que, termos do art. 109,
§ 1º da Constituicáo Federal,<176> a competencia para julgamento das acóes regressivas previdenciárias
é da [ustica Federal e, via de regra, na subsecáo do foro do domicílio do réu.
Caso o réu seja pessoa jurídica co1n estabelecirnentos situados em locais diferentes, a acáo deverá
ser ajuizada onde tiver ocorrido o ato ilícito e, consequentemente, o acidente de trabalho.
Também será proposta a acáo na localidade do ilícito quando houver vários réus situados em
localidades diferentes (responsabilidade solidária ou litisconsórcio passivo entre os corresponsáveis
pelo acidente), e se nenhum deles tiver domicilio nesse local, informa a Portada Conjunta PGF/INSS
n. 06/2013 que o ajuizamento se dará perante o foro daquele que tiver o domicílio mais próximo.
Confira-se:
Art. 16. Aª\ªº será ajuizada perante a [ustica Federal no foro do domicilio do réu.
§ lQ Quando o réu for pessoa jurídica e possuír estabelecimentos em lugares diferentes, o ajuizamento deverá ser
realizado no foro do domicilio do estabelecimento onde tiver acorrido o ato iJícito.
§ 22 Quando houver vários réus, será ajuízada a acáo no foro do local do ilícito.
§ 3° Quando houver vários réus sem que nenhum deles tenha domicílio no local do ilícito, deverá será ajuizada a acáo,
preferencialmente, perante o foro daquele que tiver o domicilio mais próximo.

Tarnbém merece registro o texto da Cartilha elaborada pela AGU sobre o encerramento de
atividade da filial situada no local do acidente, como seguinte teor:
Ocorrendo pluralidade de domícflios da empresa-ré, em caso de acidente do trabalho, se a filial situada no local
do acidente tiver sido extinta com o encerramento de suas atividades e as filiais ativas em nada contribuírarn para
o referido infortúnio, a competéncia para a prepositura da ª\ªº regressiva deslocada para o foro do domicilio
é

da sede/matriz da empresa empregadora. Isso se justifica porque as acóes regressivas se utilizam de prevas pré-
constituidas, formalizadas pelo PIP. Nesse caso, se houver necessidade de oitiva de testemunhas, nao haverá prejuízo
para o tramite processual, pois isso facilrnente poderá ser viabilízado por meio de carta precatória.

Nao obstante seja esse o entendimento predominante, adotado pelos Tribunais Regionais
Federáis, muita discussáo ainda persiste sobre a cerreta interpretacáo do inciso I do art. 109 da
Constituicáo Federal.
Um entendimento minoritário refere que a competencia deveria ser atribuída a Iustica Estadual,
já que a parte final do inciso 1 do art. 109 excluiu da competencia da [ustica Federal causas relacionadas
a acidente do trabalho. Referida corrente aplica, entáo, as disposicóes do inciso II do art. 129 da Lei
n. 8.213/91, que assim dispóe:

(176) "CF/88, art. 109 - Aos juízes federa is compete processar e julgar: 1 - as causas em que a Uniáo, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condicáo de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falencia, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas a Justic;a Eleitoral e a Justic;a do Trabalho; [ ... )"

290
Art. 129. Os litigios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho seráo apreciados:

I - na esfera administrativa, pelos órgáos da Previdéncia Social, segundo as regras e prazos aplicáveis as demais
prestacóes, com prioridade para conclusáo; e

IJ - na vía judicial, pela [ustica dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as
férias forenses, mediante peticáo instruida pela prova de efetiva notificacáo do evento a Previdéncia Social, a través
de Comunícacáo de Acidente do Trabalho - CAT.

Parágrafo único. O procedimenro judicial de que trata o inciso II deste artigo é ísento do pagamento de quaísquer
custas e de verbas relativas a sucumbéncia,

Dispóem no mesmo sentido da Lei n. 8.213/91 a Súmula n. 15 do STJ e a Súmula n. 501 do STF,
conforme transcrevo:
STJ - Súmula n. 15 - Compete a [ustica Estadual processar e julgar os litigios decorrentes de acídente do trabalho.

STF - Súmula n. 501 - Compete a justica ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instancias,
das causas de acidente do trabalho, aínda que promovidas contra a uniáo, suas autarquías, empresas públicas ou
sociedades de economía mista.

Tenho que a exclusáo feita na parte final do inciso I do art. 109 da Constituicáo Federal,
justamente por se tratar de excecáo, <leve ser interpretada restritivamente, de forma que somente
nas acóes destinadas a discutir quest6es pertinentes a beneficios acidentários, sendo o réu o INSS ou
qualquer outro ente público ali mencionado. Tratam-se, pois, de acóes destinadas a obter isencáo de
carencia ou concessáo de auxílio-acidente, direitos concedidos aos segurados que sofrem acidentes
de trabalho.
O objetivo da acáo regressiva previdenciária em nada se assemelha a tais quest6es, sendo a
reparacáo a Previdéncia Social dos gastos com os beneficios concedidos ern razáo de um acidente
caracterizado e um beneficio acidentário concedido. A matéria de fundo (causa de pedir) relaciona-
-se a um ilícito praticado pelo empregador que acarretou o sinistro, e tal matéria evidentemente de é

cunho trabalhista. E o pedido principal refere uma indenizacáo civil, reparatória, nao sendo possível
interpretar elastecidamente o dispositivo para conferir competencia a [ustica Estadual.
Outra corrente, igualmente rninoritária, mas a qual pertenco, defende que a competencia cabe
a [ustica do Trabalho porque, nao obstante a natureza do pedido (de indenizacáo) seja civil, o juiz
precisará analisar a ocorréncia do acidente de trabalho e, principalmente, a nao observancia de
normas de seguranc;a, bem como a existencia de nexo entre um e outro fato, matérias eminentemente
ligadas ao Direito do Trabalho.
Assim, e considerando que a competencia jurisdicional deve ser fixada combase na natureza
jurídica da lide, a qual advém de urna análise conjunta de todos os elementos necessários ao ingresso
da acáo, a acáo regressiva previdenciária teria, em verdade, urna natureza voltada muito mais ao
direito do trabalho do que ao direito civil, fato como qual nao ouso, de forma alguma, discordar.
De fato, dos pressupostos necessários ao ingresso da acáo a maioria refere matéria pertinente
ao Direito do Trabalho, poís, conforme disposicóes do art. 120 da Lei n. 8.213/91 e art. 15 da Portaría
Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, precisam estar presentes os seguintes elementos:
• Prova da ocorréncia do ato ilícito e da culpa do empregador (negligencia quanto as normas de
seguranca do trabalho );
• Prova da existencia de um acidente de trabalho legahnente caracterizado e que decorra dessa
negligencia; e
• Prova da concessáo de um beneficio acidentário por parte do INSS.
O pedido da acáo regressiva (indenizacáo) tem natureza civil, mas a causa de pedir en vol ve
puramente matérias de direito do trabalho, conforme observado, inclusive, pelo STJ ao decidir o

291
Conflito de Competencia n. 70.491/RS, em 2007, em decisáo monocrática proferida pelo ministro
Francisco Falcáo. Confira-se (destaque meu):
Esta Corte já se manifestou no sentido de que, para se determinar a competencia interna do STJ, necessário averiguar-
é

se a natureza da matéria de fundo do processo, sendo que a sua determinacáo vinculará o julgamento das questóes
incidentes surgidas no feíto. conforme pode se depreender dos seguintes julgados, littens;
[... ]
Sen do assim, em que pese se tratar de acáo regressiva por ressarcimento de danos, o que en vol ve, de forma genérica,
a aplicacáo do art, 159 do Código Civil, a causa de pedir diz respeito a acidente de trabalho, sendo o fundamento
a
jurídico previsto nos arts. 120 e 121 da Lei n. 8.213/91. A relacáo jurídica a ser discutida diz respeito negligencia
da empresa em cumprir normas concernentes a relacáo de trabalho, questáo a ser dirimida pela Eg. Terceira Secáo
do STJ.
[... ]

O suposto limitador para que a competencia nao fosse da [ustica do Trabalho seria, entáo, apenas
a redacáo expressa no inciso Ido art. 109 da Constituicáo Federal, que, para melhor cornpreensáo da
materia, novamente transcrevo:
Art. 109. Aos juízes federáis compete processar e julgar:
1 - as causas em que a Uniáo, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condicáo de
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falencia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas a [ustica Eleitoral
e a [ustíca do TrabaJho;
[... ]

Ora, se a matéria discutida nas acóes regressivas previdenciárias é predominantemente


trabalhista, afeta a [ustica do Trabalho (igualmente federal, mas especializada), nao seria esse fato
suficiente para excluir a competencia da [ustica Federal comum, conforme parte final do referido
inciso?
Nao bastasse tal possibilidade, se analisarmos a redacáo conferida ao art. 114 da CF/88 pela
Emenda Constitucional 45/2004, podemos visualizar ali urna ampliacáo de sua competencia,
permitindo-se figurar como réus entes de direito público, desde que a acáo tenha origern em uma
relacáo de trabalho. Também foi conferida competencia a [ustica do Trabalho para julgar acóes de
indenizacáo decorrentes da relacáo de trabalho, de ordem moral ou patrimonial. Confira-se:
Art. 114. Compete a [ustica do Trabalho processar e julgar:
1 - as acóes oriundas da relacáo de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da adrninistracáo
pública direta e indíreta da Uniáo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios:
[... ]
VI - as acóes de indenízacáo por dano moral 01.1 patrimonial, decorrentes da relacáo de trabalho;
Vil - as acóes relativas as penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgáos de fiscalizacáo das
relacóes de trabalho:
VIII - a execucáo, de ofício, das contribuicóes sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscímos legais,
decorrentes das sentencas que proferir;
IX - outras controvérsias decorrentes da relacáo de trabalho, na forma da leí.
[... ]

O que fez a Emenda Constitucional n. 45/2004 ao alterar a redacáo do art. 114 foi justamente
definir a competencia pela natureza jurídica da lide, conferindo competencia a [ustica do Trabalho
para toda e qualquer causa que envolva urna relacáo de trabalho, inclusive quando o pedido se
referir a urna indenizacáo por dano patrimonial, nao sendo relevante quem sao os sujeitos da lide.
Essa irrelevancia está expressa, inclusive, nos incisos VII e VIII, ao atrair matérias que nao
estáo diretarnente afetas as partes empregador x empregado. Igualmente o faz a redacáo do

292
próprio inciso VI, porque nao traz qualquer excecáo, determinando genericarnente que as acóes de
indenizacáo decorrentes da relacáo de trabalho competem a [ustica do Trabalho.
Se o legislador constituinte pretendía conferir ao inciso VI do art. 114 qualquer excecáo, deveria
fazé-lo na redacáo do proprio inciso ou assirn expressar por meio de parágrafo, nos termos do que
preve a Lei Complementar n. 95/98 em seu art. 11, inciso II:
Art. 11. As disposicóes normativas seráo redigidas com clareza, precisáo e ordern lógica, observadas, para esse
propósito, as seguintes normas:
[••• J
JI - para a obtencáo de ordem lógica:

[ ... J
e) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares a norma enunciada no caput do artigo eas excecóes
a regra por este estabelecida¡
d) pron1over as discriminacóes e enumeracóes por meio dos incisos, alineas e itens.
[ ... J

Urna interpretacáo conjunta dos dispositivos (inciso I do art. 109 e art. 114), a luz da melhor
hermenéutica, nos permite concluir que a [ustica do Trabalho nao maís se limita ao julgamento de
quest6es decorrentes da relacáo de ernprego e nem tampouco está impedida de apreciar rnatéria
acidentária, como ocorria antes da reforma promovida pela EC n. 45/2004. A partir da nova redacáo
que foi conferida ao art. 114, passou a decidir toda e qualquer questáo decorrente da relacáo de
trabalho, inclusive acóes indenizatórias.
E esse foi o entendirnento do próprio STF, ao apreciar, em 29.06.2005, o Conflito de Competencia
n. 7.204/MG. Na oportunidade, a dúvida residía justamente na competencia da [ustica do Trabalho
para julgar quest6es de indenizacáo decorrente de acidente de trabalho, entre empregado e (ex)
empregador, ern face da redacáo da parte final do inciso I do art, 109. Decidiu-se, ao final, pela
cornpeténcía judicante em razáo da matéria a contar da EC n. 45/2004, atribuindo a [ustica do
Trabalho o julgamento das referidas acóes, e para a causa que ora nos interessa (acóes regressivas
previdenciárias) é importante transcrever o seguinte trecho do voto do relator, ministro Carlos Ayres
Britto (destaques do original):
[... ]
Em discurso quicá mais elucidativo: a luz da segunda parte do inciso I do art, 109 da Constituicáo Federal, tem-
se que as causas de acidente de trabalho em que a Uniáo, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas, na condicáo de autora, ré, assistente ou oponente, nao sao da competencia dos juízes federais.
11. Remarque-se, entáo, que as causas de acidente do trabalho, excepcionalmente excluídas da competencia dos
juízes federais, só podem ser as chamadas acóes acidentárias. A~oes, como sabido, movidas pelo segurado contra o
INSS, a fím de discutir questáo atinente a beneficio previdenciário. Logo, feitos em que se faz presente o interesse
de 111na autarquía federal, certo, mas que, por excecáo, se des.locam para a competencia da [ustica comum dos
é

Estados. Por que nao repetir? Tais acóes, expressamente excluídas da competencia dos juízes federais, passain a caber
a [ustica comum dos Estados, segundo o critério residual de distribuicáo de competencia. Tudo conforme serena
jurisprudencia desta nossa Corte de [ustica, cristalizada no enunciado da Súmula n. 501.
[... ]
13. Deveras, se a vontade objetiva do Magno Texto fosse excluir da competencia da [ustica do Trabalho matéria
ontologicamente afeita a ela, [ustica Obreira, certamen te que o faria no proprio ámbito do art. 114. Jama is no contexto
do art. 109, versante, este último, sobre competencia de urna outra categoría de juízes.
[ ... ]
14. ( ... ) E já me antecipando, ajuizo que a nova redacáo que a EC n. 45/04 conferiu a esse dispositivo, para abrir
significativamente o Jeque das competencias da [ustica Laboral em raza o da materia, só veio robustecer o entendimento
aquí esposado.
[ ... J

293
Eis, entáo, o reconhecimento de que a competencia jurisdicional <leve ser fixada com base na
natureza jurídica da lide, e nao nos sujeitos da acáo, cabendo-me transcrever ainda um outro trecho
do voto condutor (CC 7.204/MG), com maior importancia para o terna em debate:
[... ]
Ora, um acidente de trabalho é fato ínsito a interacáo trabalhador/empregador. A causa e seu efeito. Porque sem o
vínculo trabalhista o infortúnio nao se configuraría; ou seja, o acidente só é acídente de trabalho se ocorre no próprio
amago da relacáo laboral. A possibilitar a deflagracáo de efeitos morais e patrimoníais imputáveis a responsabilidade
do empregador, em regra, ora por condura ornissiva, ora por comportamento omissívo,
16. Corno de fácil percepcáo, para se aferir os próprios elementos do ilícito, sobretudo a culpa e o nexo causal, é
imprescindível que se esteja mais próximo do dia-a-dia da complexa realidade laboral. Aspecto em que avulta a
especializacáo mesma de que se revestem os órgáos judicantes de índole trabalhista. É corno dizer: órgáos que se
debrucarn cotidianamente sobre os fatos atinentes a relacáo de emprego (muitas vezes quanto a própria existencia
dela) e que por isso mesmo detém melhores condicóes para apreciar toda a trama dos delicados aspectos objetivos e
subjetivos que permeiam a relacáo de einprego.
[... ]

O Ministro Carlos Ayres Britto ainda cita para subsidiar seu entendimento a Súmula n. 736 do
STF, que iguahnente serve as acóes regressivas previdenciárias, senáo vejamos:
Súmula n. 736 - Compete a [ustica do Trabalho julgar as acóes que tenham como causa de pedir o descumprimento
de normas trabalhistas relativas a seguran¡;a, higiene e saúde dos trabalhadores.

Um outro argumento utilizado no julgamento do CC 7.204 (STF) que igualmente serve de


amparo para conferir a [ustica do Trabalho competencia para decidir sobre as acóes regressivas
previdenciárias se refere ao principio fundamental da unidade de coninccda, abordado pelo ministro
Cezar Peluso em seu voto, fazendo referencia, inclusive, ao trabalho apresentado pelo magistrado
Sebastiáo Geraldo de Oliveira na condicáo de amicus curiae:
[ ... ] E tal posicáo, que teve modesta influencia no teor do acórdáo, baseou-se no principio fundamental da chamada
unidade de conoiccüo, segundo o qua], por conta dos graves riscos de decísóes contraditórias, sempre ininteligíveis
para os jurisdicionados e depreciativas para a [ustica, nao convérn que causas, com pedidos e qualificacóes jurídicos
diversos, mas fundadas no mesmo fato histórico, sejarn decididas por juízos diferentes. O principio, a meu ver, é
irretocável e ainda é o que deve presidir a solucáo da questáo da competencia neste caso.
[... ]
É que a revisáo do tema me convenceu de que tanto as acóes acidentárias, evidentemente oriundas da relacáo de
trabalho, corno, sem excecáo, todas as demais acóes resultantes de relacáo de trabalho, devam, em nome do mesmo
principio, ser atribuídas a [ustica do Trabalho.
[... ]
Essa conjugacáo conduz, portante, a meu ver, ao seguinte resultado prático: sao, agora, da competencia exclusiva da
[ustica do Trabalho todas as acóes oriundas da relacáo de trabalho, sem excecáo alguma, trate-se de acóes acidentárias
típicas ou de indenizacáo de outra espécie e de outro título.
[... ]
Se o fato jurídico pode, ao mesmo tempo, ser qualificado por normas de duas taxinomias, urna de caráter acidentário
e outra concernente a responsabilidade aquiliana ou negocial, as acóes processuais que se irradiam de ambas essas
qualíficacóes jurídicas nao podem ser atribuidas a [usticas diferentes e, pois, a órgáos jurisdicionais diversos. Doutro
modo, teremos urna consequéncia prática gravissima, que é a possibilidade de decisóes contraditórias baseadas na
apreciacáo retórica e na valoracáo jurídica do mesmo fato histórico.
[... ]

Ao final do citado julgamento (CC 7.204), decidiu o STF, por unanimidade, ser competente a
[ustica do Trabalho para julgar acóes de indenizacáo decorrentes de acidente de trabalho, sejam essas
de ordem moral ou material. Confira-se:
Decisáo: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do conflito e, por maioria, definiu a competéncia da justica
trabalhista, a partir da Emenda Constitucional n, 45/2004, para julgamento das acóes de indenizacáo por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho. [ ... ]

294
Note-se que o STF deterrninou a competencia da [ustica do Trabalho para julgar acóes
indenizatórias decorrentes de acidente do trabalho, em qualquer extensáo, sem qualquer ressalva. E
pelas transcricóes supra, nao há como entendermos que as acóes regressivas previdenciárias deveriam
ter tratamento diverso, porque servem justamente a analisar a ocorréncia do acidente de trabalho em
razáo do descumprimento de normas de seguranca, com necessária e indispensável averiguacáo da
culpa por parte do empregador.
E1n 2008 o STF tornou a analisar o tema e manteve o mesmo entendimento, conforme decísáo
proferida no AgR-RE n. 509.352, de relatoria do ministro Menezes Direito. Confira-se trecho da
ementa publicada:
[... ]
l. É da competéncía da [ustica do trabalho o julgamento das ai;oes de índenizacáo por danos moráis ou materiais
decorrentes de acidente de trabalho, após a edicáo da EC n. 45/04.

[... ]

E nao há que se pretender afirmar que a relaciio de trabalho mencionada no art. 114, inciso VI, se
refere apenas as relacóes de prestacáo de servíco, sendo partes contratante e contratado, ainda que
sem relacáo de emprego. Essa nao foi a interpretacáo dada pelo STF no julgamento do CC 7.204 e
nem tampouco o que atualmente se apresenta nos Tribunais, sendo a [ustica do TrabaJho competente,
por exemplo, para julgar acóes de indenizacáo propostas pelos filhos ou cónjuge do trabalhador
acidentado.
O tema foi debatido também no STF, quando julgou o Confuto de Competencia 7.545-7/SC, em
3.6.2009. Na oportunidade, o ministro Marco Aurélio deixou claro que "a definicáo da competencia,
na espécie, faz-se em razáo da matéria e nao das partes envolvidas". determinando a incidencia do art.
114 da CF. O relator foi o ministro Eros Grau e a ementa foi publicada como seguinte teor (excerto):
[ ••• J
2. A competencia para julgar acóes de indenizacáo por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho,
após a edicáo da EC n. 45/04, é da [ustica do Trabalho. Precedentes (CC n. 7.204, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ
de 9.12.05 e AgR-RE n, 509.352, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe de ]'1.8.08.
3. O ajuizamento de ai;ao de indenizacáo pelos sucessores nao altera a competencia da [ustica especializada. A
transferencia do direito patrimonial em decorréncia do óbito do empregado é irrelevante. Precedentes. (ED-RE
n. 509.353, Relator o Ministro Sepulveda Pertence, DJ de 17.8.07; ED-RE n. 482.797, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, DJe de 27.6.08 e ED-RE n, 541.755, Relator o Ministro Cézar Peluso, DJ de 7.3.08)

[ .•• J

A questáo também foi arnplamente debatida no STJ quando do julgamento do Con.flito de


Competencia 101.977/SP (julgamento em 05.10.2009), já que o referido Tribunal mantinha firme
entendimento de que tais acóes deveriam ser propostas no ámbito da [ustica Estadual, existindo,
inclusive, a Súmula n. 366 nesse sentido. No entanto, resolveu o STJ cancelar a Súmula n. 366 ern
face das decisóes reiteradas do STF, bem como adequar-se ao entendimento de que, a contar das
alteracóes promovidas pela EC 45/2004, a competencia para toda e qualquer acáo envolvendo
acidente do trabalho <leve ser atribuída a [ustica do Trabalho. Confira-se trecho do voto proferido
pelo relator, ministro Teori Albino Zavascki:
O caso concreto, entretanto, tem urna peculiaridade: ernbora se trata de demanda fundada em acidente do trabalho,
ela foi proposta pela viúva do empregado acidentado, visando a obter indenizacáo de danos por ela sofridos. A
jurisprudencia do STJ sumulou, a propósito, o seguinte entendimento: 'Compete a [ustica Estadual processar e julgar
acáo indenizatória proposta por viúva e filhos de empregado falecido em acidente de trabalho' (Súrnula n. 366/STJ).
Na base desse entendimento está a compreensáo de que, por causa decorrente de acidente do trabalho, entende-se
apenas aquela oriunda diretamente desse fato e cujo objeto sejam prestacóes devidas ao próprío acidentado.

Ocorre que o STF tem entendimento no sentido de que é de acidente do trabalho qualquer causa que ten.ha como
origem essa espécíe de acidente, razáo pela qual 'é irrelevante para a definicáo da competencia jurisdicional da [ustica

295
do Trabalho que a ac;ao de indenizacáo nao tenha sido proposta pelo ernpregado, mas por seus sucessores'(Edcl no
RE 482.797/SP, Ji T., Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 27.6.2008). Esse entendimento, estampado em reiteradas
decisóes das turmas (Edc no RE 541.755/SP, 2ª T., Mi:n. Cezar Peluso. DJe de 7.3.2008; Edcl no RE 509.353/SP, 1 ªT.,
Min, Sepúlveda Pertence, DJe de 17.8.2007), foi confirmado pelo plenário do STF, no julgamento do CC 7545-7, em
sessáo de 3.6.09 ( ... ]
[... ]
3. Ante o exposto, voto no sentido de, cancelando a Súmula n. 366; STJ, declarar a competencia do [uízo do Trabalho,
o Suscitante. É o voto.

Por todo o já exposto, entendo que a partir das alteracóes promovidas no art. 114 da CF/88
pela Emenda Constitucional n. 45/2004, a competencia jurisdicional passou a ser fixada combase na
natureza jurídica da lide, sendo este o entendimento reiterado no STF e no STJ, conforme observado
nos Conflitos de Competencia referidos.
Também compreendo que a análise da natureza jurídica da lide nao <leve se ater simplesmente
ao pedido em si, mas principalmente nos elementos que deveráo ser analisados para o julgamento do
mérito que, no caso das acóes regressivas, pertinem a violacáo de uma norma de seguranc;a por parte
do empregador, bem como o nexo entre esse ilícito e o acidente de trabalho sofrido pelo segurado do
Regime Geral de Previdéncia Social, no ámbito de uma relacáo de trabalho.
Ora, se assim é, e se já pacificado pelo STF que compete a [ustica do Trabalho decidir sobre o
descumprimento de normas trabaJhistas relativas a seguranc;a (Súmula n. 736), bem como sobre a
existencia de culpa por parte do empregador e sobre indenizacóes decorrentes de acidente de trabalho
genericamente (CC 7.204), nao sendo relevantes as partes do processo nem tampouco a existencia
direta de urna relacáo de trabalho ou e1nprego (CC 7.545-7), nao há outro entendimento senáo o de
atribuir a essa mesma [ustica competencia para decidir sobre as acóes regressivas previdenciárlas.
Nas acóes indenizatórias promovidas pelos herdeiros de um trabalhador, vítima de acidente
do trabalho que lhe causou o óbito, averigua a [ustica do Trabalho exatamente os mesmos elementos
e a mesma causa de pedir que estáo presentes nas acóes regressivas previdenciárias, ou seja, a real
ocorréncia do sinistro, a culpa por parte do empregador quanto ao descumprimento de normas de
seguranc;a e o cabimento da indenizacáo reparatória, em sua extensáo moral e material. Entender que
as acóes regressivas previdenciárias devem ser julgadas pela [ustica Federal, sob único argumento
de que a parte autora é um ente público (CF/88, art. 109, 1), fere nao semente as regras dispostas
no art. 114 da mesma Carta Magna como, também, o principio da unidade de conviccáo, trazendo
decisóes contraditórias em causas com idénticos pressupostos fáticos, conferindo descrédito ao Poder
[udiciário, além de inseguranca jurídica a sociedade.
Compartilho, poís, do entendimento de que atribuir a competencia para julgamento dessas acóes
a [ustica Federal, e insisto, sobos únicos argumentos de ser promovida por urna autarquía federal e
ter por objetivo indenizacáo de natureza civil, é um equívoco que merece ser corrigido. No entanto, e
como já dito no início <leste subitem, esse é o entendimento que ora predomina em nossos tribunais,
inclusive manifestado pelo STJ no Conflito de Competencia 59.970, julgado em 19.10.2006<177> e que
vem sendo adotado reiteradamente pelos Tribunais Regionais Federais, conforme ilustra a decisáo a
seguir:
PROCESSUAL OVIL. A~ÁO REGRESSIVA EM FACE DE DESPESAS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABA-
LHO. COMPET~NCIA DA JUSTI~ FEDERAL. ADEQUA~ÁO DO ACÓRDÁO RECORRIDO AO RE N. 600.091/
MG, JULGADO SOB A SISTEMÁTICA DO RECURSO DE REPERCUSSÁO GERAL. DESNECESSIDADE. l. Autos
encaminhados a esta Relatoria pela Vice-Presidencia desta Corte, sob o rito do art. 543-B, § 3°, do CPC, para apre-
ciac;ao do acórdáo recorrido, em face do posicionamento adotado pelo Colendo STF nos autos do RE n. 600.091/
MG, quanto a competencia da [ustica Federal do Trabalho para processar e julgar acóes de indenizacáo decorrentes
de danos sofridos em acidente de trabalho. 2. Nos autos do RE n. 600.091/MG, o STF reconheceu a competencia da

(177) Antes das declsóes do STF sobre a extensáo do art. 114 da CF para causas que nao estivessem afeitas a relacáo de trabalho pro-
priamente dita (AgR-RE n. 509.352 e CC 7.545-7 /SC e antes da decisáo do próprio STJ no 101.977 /SP).

296
[ustica Federal do Trabalho para processar e julgar acóes de indenizacáo decorrentes de danos sofridos em acidente
de trabalho - o que nao se verifica na hipótese em tela. 3. In casu, a ac;ao regressiva foi promovida em face das
despesas (pensáo por morte) decorrentes de acidente de trabalho sofrido poI empregado da embargante, sendo,
portante, matéria de responsabilidade civil, nao se tratando de acáo oriunda de relacáo de trabalho, nos termos do
art. 114, I, da Constituicáo Federal, o que a fasta a competencia da [ustica do Trabalho. Nesse sentido já se manifestou
o acórdáo recorrido. Precedentes deste eg. Tribunal. 4. Desnecessidade da adequacáo do julgado. (TRF Sil Regiáo -
Processo n. 00113542620104058300 - AC 521829 - 1 ªTurma - Relator Desembargador Federal Francisco Cavalcanti
- DJE de 24.10.2013 p. 143)

De toda forma, a decisáo final sobre o tema competirá ao STF, que, infelizmente, ainda nao
teve oportunidade de apreciá-la diretamente. Cumpre aqui apenas o registro de que, por se tratar
de competencia absoluta (CPC, art. 111), pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e/ou alegada pela
parte, a qualquer tempo e grau de jurisdicáo, independente de excecáo (CPC, art. 113), nao havendo
que se falar em preclusáo, por se tratar de materia de ordem pública.
Art. 113. A incompeténcia absoluta <leve ser declarada de oficio e pode ser alegada, e1n qualquer tempo e grau de
jurisdicáo, independentemente de excecáo.
§ 111 Nao sendo, porém, deduzida no prazo da contestacáo, ou na prímeíra oportunidad e em que lhe couber fa lar nos
autos, a parte responderá integralmente pelas custas.
§ 22 Declarada a incompetencia absoluta, sornente os ates decisórios seráo nulos, remetendo-se os autos ao juiz
competente.

Nao há forma especial para arguicáo de incompetencia absoluta, até porque o próprio juiz pode
assim conhecer de ofício. Via de regra, deve ser deduzida no prazo da contestacáo ou na primeira
oportunidade de manifestacáo nos autos, mas, por se tratar de vício grave, nada impede que seja
arguida, inclusive, em embargos declaratórios ou mesmo após o transito em julgado da decísáo, por
meio de acáo rescisória, com fundamento no inciso II do art. 485 do CPC.
Ilustrativamente, confira-se a seguinte decisáo do STJ, da lavra da ministra Laurita Vaz:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INCOMPETENCIA ABSOLUTA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.
ARGUI<;:ÁO EM SEDE DE EMBARGOS DE DECLARATÓRIOS. POSSIBJLIDADE. AUSENCIA DE PRONUNCIA-
MENTO DA CORTE A QUO. VIOLA<;:ÁO AO ART. 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. CARACTERIZA<;:AO.
RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM. 1. Por tratar-se de matéria de ordem pública, a incompetencia
absoluta <leve ser apreciada em qualquer tempo e grau de jurisdicáo, inclusive em sede de embargos declaratórios.
Precedentes desta Corte. 2. Constatando-se que o acórdáo prolatado no julgamento do recurso integrativo nao apre-
ciou a obscuridade apontada, resta caracterizada a violacáo ao art. 535 do Código de Processo Civil, irnpondo-se o
retorno dos autos ao Tribunal de origem para novo julgamento. 3. Recurso especial conhecido e provido. (STJ - Pro-
cesso 200501548621 - RESP 782134 - s~ Turma - Relatora Ministra Laurita Vaz - DJ de 28.11.2005)

Por fim, destaco apenas que, nao obstante a previsáo do art. 113 do CPC sobre a possibilidade
de arguícáo em qualquer tempo ou jurisdicáo, bem como da possibilidade de ser o fato objeto de acáo
rescisória (CPC, art. 485, II), temo STJ mantido entendimento de que nao é possível sua abordagem
semente em sede de recurso especial, sendo necessário que o Tribunal de origem tenha sido, ao
menos, prequestionado sobre o tema, conforme mostra a decisáo proferida no AgRg no REsp 1077481,
proferida pela 6ª Turma, em 5.2.2015:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ART. 535 DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - CPC. NÁ.0 OPOSI<;:ÁO DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS. AUSENCIA
DE PREQUESTIONAi\1ENTO. SÚMULAS N. 282 E N: 356 DO SUPREMO TRIBUNAL. FEDERAL - STF.
INCOMPETENOA ABSOLUTA. MATÉRIA NAO DEBATIDA NO VOTO VENCEDOR. SÚMULA N. 320 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTI<;:A - STJ. AGRAVO DESPROVIDO.
- Nao foram opostos embargos de declaracáo contra o acórdáo proferido no agravo regimental n, 14.515/2007
como forma de suprir as apontadas omissóes perpetradas pelo Tribunal de [ustica, razáo porque <leve ser rejeitada a
alegada violacáo ao art. 535 do CPC, por ausencia de prequestionamento. (Súmulas n. 282 en. 356 do STF)
- Quanto a incompetencia absoluta (art. 730, I, do CPC), verificou-se que o tema nao foi debatido no a resto hostilizado.
"A questáo federal semente ventilada no voto vencido nao atende ao requisito do prequestionamento." (Súrnula n.
320 do STJ)
Agravo regimental desprovido.

297
13.4.3. Legitimidade ativa e passiva

Como o responsável por administrar o pagamento dos benefícios previdenciários é o INSS -


Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, bern corno executar os servicos de arrecadacáo
de seus créditos (exceto contribuicóes previdenciárias), ele é quern tem legitimidade ativa para
ingressar corn as acóes regressivas previdenciárias.
[á no polo passivo deve figurar o responsável pelo dano, ou seja, aquele(s) que deixou(aram) de
observar as normas de seguran<;a e que, por isso, acarretou o acidente de trabalho objeto do benefício
previdenciário pago pelo sistema.
,
E possível, pois, a aplicacáo da responsabilidade solídária a todos aqueles que contribuíram ou
que estiveram envolvidos diretamente na circunstancia do fato, com inclusáo de todos esses agentes
no polo passívo, por meio do litisconsórcio.
Sobre a responsabilidade solidária, dispóe o Código Civil, nos arts. 264 e 265, sendo a redacáo
dos dispositivos a seguinte:
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigacáo concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada
um com direito, ou obrigado, a dívida toda.
Art. 265. A solidariedade náo se presume; resulta da leí ou da vontade das partes.

Específicamente sobre a reparacáo civil tratam os arts. 927 e seguintes do mesmo diploma, corn
destaque para o art. 942, conforme transcrevo:
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violacáo do direito de outrem ficarn sujeitos a reparacáo do dano
causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderáo solidariamente pela reparacáo,

Igualmente, há previsáo sobre a responsabilidade solidária entre empresas que comp6ern


o mesmo grupo económico, quanto a observacáo das normas de seguranca (CLT, art. 2º, § 2º, c/c
subitem 1.6.1 da NR 01, c/c Lei n. 8.213/91, art. 19, § 1 !:l).
Assim, havendo comprovacáo de que o acidente decorreu de culpa atribuída a mais de um
responsável, todos poderáo compor o polo passivo da demanda, conforme previsáo, inclusive, do
art. 18 da Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013:
Art. 18. Havendo mais de um responsável pelo ato ilícito, o polo passivo da acáo regressiva será composto em
litisconsórcio, formulando-se pretensáo expressa no sentido da condenacáo solidária dos autores do dano.
Parágrafo único. A definicáo dos responsáveis deverá levar em conta as conduras imputadas a empregadores,
tomadores de servico, contratantes e ceden tes de máo de obra e órgáos públicos para os quais, direta ou indiretamente,
o segurado trabalhava.

Sobre o litisconsórcio, trata o Código de Processo Civil nos arts. 46 a 49, e caso o INSS assim nao
proceda, pode o réu chamar ao processo o(s) outro(s) culpado(s), por meio da denunciacáo da lide,
corn previsáo também no Código de Processo Civil, cabendo-me transcrever os seguintes dispositivos:
Art. 70. A denunciacáo da lide é obrígatóría:

[... ]
III - aquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em acáo regressiva, o prejuízo do que perder
a demanda.
Art. 71. A citacáo do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante foro autor; e, no prazo
para contestar, se o denunciante foro réu.
[... ]
Art. 75. Feita a denunciacáo pelo réu:
I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de curro, como
litisconsortes, o denunciante e o denunciado;

298
IJ - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuida, cumprirá ao
denunciante prosseguír na defesa até final;
IU - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa,
Art. 76. A sentenca, que julgar procedente a acáo, declarará, conforme o caso, o direito do evicto, ou a responsabilidade
por perdas e danos, valendo como título executivo.

A denunciacáo da lid e se faz necessária, no meu ponto de vista, principalmente quando o acidente
ocorrer em obra de construcáo civil, terceirizando o dono da obra a construtora ou empreitada os
servicos. Nao raro, ingressa o INSS coma acáo regressiva semente contra o dono da obra (ainda que
pessoa física, em face das disposicóes da Lei n. 8.212/91, art. 15), que, por sua vez, tem direito de
chamar a lide esse contratado. Esse é o entendimento, inclusive, da mais prestigiosa jurisprudencia
pátria, conforme ilustra o seguinte julgado (excerto):
PROCESSO CIVIL: AGRAVO LEGAL. ART. 557 DO ere. DECISÁO TERMINATIVA. A<:;.AO REGRESSIVA DE
REPARA<:;.AODE DANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZA<:;.ÁO. COMPETENCIA
DA JUSTI<:;.A FEDERAL. DENUNCIA<:;.ÁODA LIDE MANTIDA. I - [ ... ] VII - Diante da existencia de contrato
de empreitada, o qua! pode ensejar eventual indenizacáo em acáo regressiva entre a ré e a denunciada, há que se
mantera denunciacáo da lide determinada pelo juízo a quo. VIII - A ré denunciante nao pode se eximir de eventual
responsabilidade pelos danos causados, em razáo desta forma de intervencáo de terceiros, com vistas a atribuir
a responsabilidade exclusiva da denunciada (RSTJ 84/202 - art. 70 nota P p.: 186 - Código de Processo Civil e
Legíslacáo Processual em vigor - Editora Saraiva - 42. ed. - 2010 - Theotonio Negráo, José Roberto F. Couvéa,
Luis Guilherme A. Bondioli, coma colaboracáo de [oáo Francisco Naves da Fonseca). A pretensáo de suspender, bem
como de obstar a denunciacáo da lide, nao merece prosperar. IX - Agravo impróvido. (TRF 3ª Regiáo - Processo
00181309620124030000 - AJ 478440 - Relatora Desembargadora Federal Cecilia Mello - DJF3 de 23.8.2012)

13.5. Prescriciio

Conforme já abordado anteriormente, nao há no texto constitucional qualquer previsáo sobre


o direito de ressarcimento a Previdéncia Social por empregadores que, ao descumprirem normas
de seguran9a do trabalho, dáo causa a acidentes de trabalho, que, por sua vez, proporcionam aos
segurados (ou seus dependentes) benefícios previdenciários.
A única previsáo expressa sobre o terna encontra-se na Leí n. 8.213/91, no art. 120, que, contudo,
nao menciona o prazo que deve ser adotado para o íngresso das referidas demandas. Confira-se:
Art. 120. Nos casos de negligencia quanto as normas padráo de seguran~a e higiene do trabalho indicados para a
protecáo individual e coletiva, a Previdéncia Social proporá acáo regressíva contra os responsáveís.

Em face de tal omissáo, muito se discute sobre o tema, com tres entendimentos atualmente
praticados, em menor ou maior grau, masé certa a nao aplícacáo do prazo fixado no art. 104 da
Leí n. 8.213/91<178> porque o objeto da acáo regressiva nada tem a ver com as prestacóes acidentárias
em sentido estrito, bem como certa a nao aplícacáo dos prazos referentes a legíslacáo de custeio
(Leí n. 8.212/91), porque, na mesma medida, nao se destina a acáo a discutir, diretamente, qualquer
matéria atinente as contríbuicóes previdenciárias propriamente ditas.
O entendimento minoritário e, sob meu ponto de vista, sem qualquer respaldo jurídico, pauta-se
n.o§ 52 do art. 37 da Constituicáo Federal, que contérn a seguinte redacáo (destaque meu):
Art. 37. A administracáo pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uniáo, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municipios obedecerá aos principios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiencia e,
também, ao seguinte:
[... ]

(178) Lei n. 8.213/91: "Art. 104. As acóes referentes a prestacáo por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o
disposto no art. 103 desta Lei, contados da data:
1 - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdéncia
Social; ou
11 - em que for reconhecida pela Previdéncia Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente".

299
§ 52 A lei estabelecerá os prazos de prescricáo para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou nao, que
causem prejuízos ao erário. ressalvadas as respectivas acñes de ressarcimento.
[... ]

Trata o referido parágrafo de prejuízos causados ao erário público, por ilícitos praticados por
agentes, servidores ou nao, determinando o legislador constituinte que caberá a lei estabelecer os
prazos prescricionais correspondentes, mas conferindo excecáo as acóes de ressarcimento.
Por se referir a excecáo, tenho que essa nao pode ser interpretada corno regra, tampouco sendo
possível urna interpretacáo elastecida, de forma que a imprescritibilidade compreende somente as
acóes de ressarcimento a administracáo pública, decorrentes de atos de improbidade administrativa,
praticados por servidores públicos ou por agentes da iniciativa privada, mas que estejarn na condicáo
de prestadores de servicos públicos.
Entendo, pelas regras de hermenéutica, e até mesmo pela redacáo da Leí Complementar n. 95/98,
art. 11,<179> que jamais um parágrafo pode ser interpretado isoladamente, corno se artigo fosse. E o art. 37,
onde está inserida a excecáo em comento, trata específicamente da administracáo pública e os princípios
que devem ser observados por seus servidores, dentre os quais destacam-se os da legalidade e morali-
dade. É possível observannos que todos os incisos e parágrafos fazem referencia expressa aos servidores
públicos e prestadores de servico público, nao havendo qualquer razáo que justifique interpretar ísola-
damente o disposto no§ 5º, estendendo-o a toda e qualquer situacáo,
Deve, pois, o [udiciário interpretar sistematicamente (e teleologicamente) os dispositivos, e se
assim o fizer, verá que o art. 37 está a tratar da administracáo pública e seus deveres perante a
sociedade, regulando princípios gerais que devem ser observados por aqueles que estáo a servico da
sociedade. Confira-se, inclusive, a sequéncia anterior e posterior ao referido parágrafo:
Art. 37. A adrninistracáo pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uniáo, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municipios obedecerá aos principios de Iegalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiencia e,
também, ao seguínte:
[... ]
§ 4Q Os atos de improbidade administrativa ímportaráo a suspensáo dos direitos políticos, a perda da funcáo pública,
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradacáo previstas em leí, sem prejuízo da a<;ao
penal cabível.
§ SQ A leí estabelecerá os prazos de prescricáo para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou nao, que
causem prejuízos ao erario, ressalvadas as respectivas acóes de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de servicos públicos responderáo pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarern a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

Compreendo, poís, que a excecáo trazida pelo § 5º do art. 37 da Carta Magna nao pode,
absolutamente, ser estendida a qualquer relacáo que nao se limite a prestacáo de servico público, em
qualquer de seus conceitos. E mais, nao se estende a todo e qualquer ilícito, mas apenas as questóes
de improbidade, em razáo do disposto no § 4º.
Ora, o § 42 refere que atos de improbidade administrativa importaráo a suspensáo dos direitos
políticos, a perda da funcáo pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. E o § 5º,

(179) "Art. 11. As disposicñes normativas seráo redigidas com clareza, precisáo e ordem lógica, observadas, para esse propósito, as
seguintes normas:
[ ... ]
11 - para a obtencáo de ordem lógica:
[ ... ]
e) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares a norma enunciada no caput do artigo e as excecóes a regra por
este estabelecida;
d) promover as discrirninacóes e enumeracóes por meio dos incisos, a líneas e itens.
[ ... l"

300
na sequéncia, informa que nao haverá prescricáo fixada em lei para essas acóes de ressarcimento.
Trata-se, como já disse, de interpretacáo sistemática e teleológica do artigo, nao sendo possível, em
nenhuma hipótese, retirar a excecáo prevista de seu contexto.
De toda forma, o terna está para ser decidido pelo STF, com repercussáo geral reconhecida no
RE 669069, cuja relatoria está aos cuidados do ministro Teori Zavascki, e onde seráo analisadas as
seguintes questóes:
• Se a imprescritibilidade aludida no dispositivo constitucional alcanca qualquer tipo de acáo
de ressarcimento ao erário;
• Se a imprescritibilidade alcanca apenas as acóes por danos ao erário decorrentes de ilícito
penal ou improbidade administrativa; e
• Se o dispositivo nao contém norma apta a consagrar imprescritibilidade alguma.
No julgamento acorrido em 12.11.2014, entenderam por negar provimento ao recurso da Uniáo
(que pretendia aplicar a imprescritibilidade para dano causado por empresa privada a um veículo
de propriedade da Uniáo) os ministros Teori Zavascki (relator), Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz
Fux. Pediu vistas o ministro Dias Toffoli, sendo essa a situacáo atual do processo.
Enguanto nao há decisáo ern caráter definitivo por parte do STF, os Tribunais Regionais Federais
tém entendido pela nao aplicacáo do § SQ do art. 37 da CF/88 as acóes regressivas previdenciárias,
conforme ilustro com o seguinte julgado:
ACIDENTE DE TRABALHO. Ac:;.A.o REGRESSIVA. INSS. PRESCRic:;.A.o. QUINQUENAL. DECRETO N. 20.910/32.
PRJNdPIO DA SIMETRIA. NATUREZA CIVIL DA REPARAc:;,AO. INEXISTENCIA DE RELA\:ÁO DE
TRATO SUCESSIVO. PRESCRI\:AO DO FUNDO DE DIREITO. PROVIDO O APELO DA PARTE RÉ.
PREJUDICADA A APELA\:ÁO INTERPOSTA PELA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA. 1 - A hipótese é de
ar;ao regressiva proposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em face de ex-empregador,
objetivando o ressarcimento dos valores pagos pela Autarquía, ern funcáo de suposta negligencia quanto as normas
de seguranr;a e higiene do trabalho (Art. 120 da Lei n. 8.213/90). 2 - A imprescritibilidade prevista no art. 37, § 5°,
da Constituicáo Federal, refere-se ao direito da Adrninistracáo Pública de obter o ressarcimento de danos ao seu
patrimonio decorrentes de atos de agentes públicos, servidores ou nao. Tal hipótese é taxativa e, por se tratar de
excecáo a regra da prescritibilidade, nao pode ser ampliada com o escopo de abarcar a ar;ao de reparacáo ajuizada
pelo Instituto Nacional do Seguro Social- INSS, cuja natureza é nitídamente civil. 3 - Em razáo do principio da
especialidade, o prazo de prescricáo das acóes indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública é de cinco anos,
consoante disp6e o art. 12 do Decreto n. 20.910/32, que nao foi revogado pelo Código Civil (lei geral) em vigor.
Precedente: REsp 1.251.993/PR, de relatoría do Ministro Mauro Campbell Marques, submetido ao rito dos
recursos repetitivos, conforme o disposto no art, 543-C do CPC. 4 - Em sintonía com o entendimento esposado
pelo C. Superior Tribunal de [ustica e em observancia ao principio da isonomia, o prazo prescricíonal aplicável as
hipóteses em que a Fazenda Pública é autora (como in cnsu) deve ser o quinquenal. Precedentes. 5 - Nos termos
do art. 120 da Lei n. 8.213/91, o fundamento da acáo regressiva é a concessáo do benefício em caso de negligencia
quanto as normas de seguranr;a e higiene do trabalho. 6 - Assim, a partir da data da concessáo do beneficio surge
para o INSS a pretensáo de se ver ressarcido dos valores despendidos para o pagamento das prestacóes mensais
em favor do segurado ou seus dependentes. 7 - Nao há como se acolher a tese no sentido de que a prescricño nao
atingíria o fundo de direito, mas, tao semente, as prestacóes vencidas antes do quinquenio que antecede o ajuizarnento
da acáo regressiva. Isto porque a natureza da reparacáo buscada é civil e, portante, tem corno fundamento o ato
ilícito do empregador (inobservancia das normas de seguranca e higiene do trabalho) que gerou o dano (concessáo
do beneficio). 8 - A relacáo jurídica entre o INSS e o empregador negligente, diferentemente daquela existente
entre o INSS e o segurado, nao possui trato sucessivo, de maneira que a prescrícáo, em ocorrendo, a tinge o fundo de
direito. 9 - Provido o apelo da parte ré para decretar a prescricáo da pretensáo auroral. 10 - Prejudicada a apelacáo
interposta pela Autarquia Previdenciária. (TRF 3i Regiáo - Processo 000443355620094036119 - AC 1674722 - lP
Turma - Relator Desembargador Federal José Lunardelli - DJF3 de 8.9.2014)

Outro entendimento, mantido inclusive pelo STJ e que, por tal razáo, vem prevalecendo em nossos
Tribunais Regionais, refere que o prazo a ser observado deve ser aquele fixado no Decreto n. 20.910/32,
art. 1 º, de cinco anos, cuja redacáo transcrevo:
"Art. 1ª As dividas passivas da Uniáo, dos Estados e dos Municipios, bem assim todo e qualquer direito ou acáo
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua narureza, prescrevem em cinco anos contados da
data do ato ou fato do qua! se originarern.

301
O STJ, no Agravo ern Recurso Especial n. 387.412/PE (decisáo de 11.10.2013), entendeu que, nao
obstante figurar a Fazenda Pública corno parte autora nas acóes regressivas previdenciárias (e nao
corno ré), <leve ser aplicado o prazo de cinco anos por questóes de isonornia e porque o INSS nao se
submete ao Direito Civil . Eis o trecho principal do voto do relator, ministro Hurnberto Martins:
Nos termos da jurisprudencia pacífica do STJ, quinquenal o prazo de prescricáo nas acóes indenizatórias
é ajuizadas
contra a Fazenda Pública, nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910/32.
[... ]
Assim, se nas acóes indenizatórias contra a Fazenda Pública o prazo prescricional é quinquenal, o mesmo deve
ser aplicado nos casos em que a Fazenda Pública é autora, como na hipótese de ai;ao de regresso acidentária, em
respeito ao Princípio da Isonomia. Ressalta-se que nao se desconhece a corrente doutrinária e jurisprudencia! que
defende que nos casos de acáo regressiva acidentária o prazo prescricional é o disposto no art. 206, § 32, inciso V,
do Código Civil. Todavía, tal entendimento nao merece prosperar, pois no presente caso o INSS nao atua como
particular, submetendo-se ao Direito Civil. Na verdade, busca-se o ressarcimento ao erario, evitando, assim, que as
consequéncias do ato ilícito que gerou o acidente de trabalho sejarn suportadas por toda a sodedade. Ademais, nas
h.ipóteses de ausencia de norma específica sobre o assunto, o STJ vem aplicando o Princípio da Isonomia nas acóes
propostas pela Fazenda Pública em face do administrado.
[... ]
Dessa forma, aplica-se ao presente caso o prazo prescricional quinquenal, nos termos do art. 1 °do Decreto n. 20.910/32,
em detrimento do prazo trienal disposto no Código Civil.

Os argumentos do voto condutor quanto a nao submissáo ao direito civil contraria o próprio
entendimento que vem sendo mantido pelo STJ, porque, já firmado e reiterado o posicionamento de
que as acóes regressivas previdenciárias, pautam-se, sim, na tese de responsabilidade civil, onde o
agente causador do dano deve reparar o prejuízo a vítima, se comprovada culpa ou dolo.
llustrativamente transcrevo decisáo publicada em 11.03.2015, de origem daquela Corte Superior
no AgRg no REsp 1503059/PE, de relatoría do próprio ministro Humberto Martins ( excerto ):
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE DE TRABALHO. A<:;.AO REGRESSIVA. ART. 120 DA LEI N.
8.213/1991. [ ... ]
l. Discute-se nos autos se a empresa recorrida incorreu em negligencia de modo a caracterizar a sua responsabilidade
civil, assim como possibilitar a ai;ao regressiva da autarquía previdenciária e.in busca de ressarcimento das parcelas
do auxílio-doenca pagas ao segurado em virtude de acidente de trabalho.
2. A legitimidade para prepositura da acáo regressiva pela autarquía previdenciária diz diretarnente com a
comprovacáo de que a conduta culposa da empresa gerou o dano ocasionado ao segurado. O conjunto fático-
probatório dos autos em nada contribuiu para afericáo da negligencia da empresa agravada, o que, por sisó, exclui
do INSS a pertinencia subjetiva da ai;ao regressiva.
[... ]

Decisáo proferida no REsp 1393428/SC e publicada em 06.12.2013, de relatoría do ministro


Herman Benjamín, expressa claramente a natureza civil da referida acáo e cita, inclusive, a aplicacáo
do art. 945 do Código Civil. Confira-se ( excerto):
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE DE TRABALHO. A<:;.ÁO REGRESSIVA DO INSS CONTRA
O EMPREGADOR. ( ... ) RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL. JUROS DE MORA. INCIDENCIA DA
SÚMULA N. 54/STJ.
[... ]
4. A Corte local reconheceu a existencia de culpa concorrente, motivo pelo qua! fez incidir a atenuante de
responsabilidade civil prevista no art, 945 do Código Civil, condenando a recorrida a indenizar metade da quantia
já paga pelo recorrente, bem como aquela que irá ser despendida a título de beneficio previdenciário. Nao há corno
rever esse entendimento, sob pena de esbarrar-se no óbice da Súmula n. 7/STJ.
5. Cuida-se in casu, em esséncia, de responsabilidade civil extracontratual do empregador, que foi condenado a
indenizar o ora recorrente por ato ilícito, <liante da existencia de culpa, na modalidade de negligencia. [ ... ]

Ora, corno pode o STJ compreender pela aplicacáo do direito civil para aceitar a proposicáo da
acáo regressiva e, ao mesmo tempo, quando para decidir sobre o prazo prescricional, entender que o

302
INSS, por nao agir como um particular, nao deve se submeter ao direito civil? A dicotomia causa nao
somente estranheza corno, iguahnente, ínseguranca jurídica.
Nao há, absolutamente, qualquer proibicáo em se aplicar as disposicóes do Código Civil nas
relacóes com o Poder Público, como consta, inclusive, de diversos de seus artigas, a exemplo das
previsóes dispostas nos arts. 43, 99 e 965, VI, entre outros. Também os arts. 109 e 110 do Código
Tributário Nacional preveem a aplicacáo do direito privado nas relacóes públicas.
Dessa forma, há de fato urna diferenca no tratamento conferido aos particulares e a Fazenda
Pública. Quando é a Fazenda a devedora, o prazo para ingresso da acáo pelo particular será o de
cinco anos, disposto no Decreto n. 20.910/32 e, quando credora, pretendendo exigir do particular o
ressarcimento do dano, o prazo será o de tres anos, disposto no art. 206 do Código Civil. E nao vejo
aqui qualquer violacáo ao princípio de isonomia porque nao há, absolutamente, qualquer comparacáo
igualitária que possa ser feita na prática.
A Previdéncia Social, titular da acáo regressiva, conta com procuradores federais distribuídos
em todo o território nacional e possui amplo acesso ao banco de dados do INSS no intuito de
identificar os beneficios acidentários pagos pelo sistema. Também firmou convenios ( conforme já
abordado no subitem anterior), inclusive com o ministério do Trabalho e Emprego e [ustica do
Trabalho, entre outros, para nao precisar, por si mesma, constituir a prova da culpa, pressuposto
essencial a propositura da acáo. Todos esses fatos, além de outros nao enumerados, já salientam a
posícáo diferenciada que ocupa a Previdéncia Social em relacáo aos individuos cornuns, que precisam
sozinhos constituir as pravas necessárias ao exercício de seu direito.
O pedido de indenizacáo em decorréncia da nao observancia de normas de protecáo e seguranc;a
refere, indubitavelmente, direito de natureza civil, e justamente por questóes de isonomia é que
compreendo pela aplicacáo do inciso V do § 32 do art. 206 do Código Civil, com a seguinte redacáo:
Art. 206. Prescreve:
[... ]
§ 3º Em tres anos:
[... ]
V - a pretensáo de reparacáo civil;
[...]

Referido entendimento tem sido mantido em alguns Tribunais Regionais, cabendo-me ilustrar
comos seguintes julgados (excertos):
PROCESSO CIVIL, OVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO. ART. 557, § 12, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INSS.
A\,ÁO REGRESSIVA. BENEFÍCIO DECORRENTE DE AODENTE DE TRABALHO. INOBSERVANCIA DAS
NORMAS DE SEGURAN\,A E MEDICINA DO TRABALHO. ART. 120, DA LEI N. 8.213/91. PRESCRI<:;,ÁO.
OCORRENCIA. ART. 206, § 31l, V, DO CÓDIGO CIVIL. APELA\,ÁO DO INSS IMPROVIDA. T - [ ... ] III - A
imprescritibilidade prevista no art. 37, § 52, da Constituicáo Federal, refere-se ao direito da Adrninistracáo Pública
de obter o ressarcirnento de danos ao seu património decorrentes de atos de agentes públicos, servidores ou nao.
Tal hipótese taxativa e nao pode ser ampliada com o escopo de abarcar a acáo de reparacáo ajuizada pela INSS,
é

cuja natureza nitidamente civil. IV - No que diz respeito a aplícacáo do prazo prescricional quinquenal previsto
é

no Decreto n. 20.910/32, tenho que nao procede, devendo ser prestigiada a posicao adorada na sentenca, no sentido
da incidencia do prazo trienal, previsto no art. 206, § 3°, inciso V, do Código Civil, tendo em vista que a acáo
regressiva para o ressarcimento de dano proposta pela Autarquía Previdenciária, com fundamento no art. 120 da
Lei n. 8.213/91, tem natureza civil, e nao administrativa ou previdenciária, conforme decidiu o Superior Tribunal de
[ustica (STJ, Sexta Turma, AgRg no REsp 931438, relator Ministro Paulo Gallotti, DJe 4.5.2009). ( ... ]. (TRF 32 Regiáo
- Processo 00039805720104036119 - AC 1969475 - 2~ Turma - Relator Desembargador Federal Antonio Cedenho
- DJF3 de 18.12.2014)
INSS. Ac;,AO REGRESSIV A._ACIDENTE DE TRABALH9. NORMAS DE SEGURAN<:;,A DO TRABALHO. ART. 20 DA
LEI N. 8.213/91. PRESCRI<:;,AO. ART. 206, § 32, V, DO CODIGO CIVIL. l. Nao se aplica a regra de imprescritibilidade,
prevista no art. 37, § 52, da Lei Maior, quando o caso nao se refere a pedido de ressarcimento em face de agentes

303
públicos, em raza o de ilícitos por eles pratícados. A imprescritibilidade é excecáo e nao pode ser interpretada de forma
ampliativa, para abarcar hipóteses nao previstas expressamente pela norma. No caso, o INSS ajuizou acáo contra
as empresas, para obter ressarcimento dos valores pagos a título de pensáo por morte acidentária, nos tennos do
art, 120 da Leí n. 8.213/91. Alega que teriam sido desobedecidas normas de seguran~a do trabalho, o que deu ensejo
ao acídente que vitimou o segurado da Previdéncia Social. Entretanto, nao foi observado o prazo prescricíonal de
tres anos, previsto no art. 206, § 311, V, do Código Civil, pois a demanda é de ressarcimento, fundada nos arts. 186 e
927 do CC, e art. 120 da Lei n. 8.213. 2. [ ... ) (TRF 2Q Regiáo - Processo 200950010060016 - AC 625763 - 6ª Turma
Especializada - Relator Desembargador Federal Cuilherme Couto - DJF2 de 7.10.2014)

De toda forma, seja pela aplicacáo do prazo de cinco anos previsto no Decreto n. 20.910/32, art.
12, ou pela aplicacáo do prazo de tres anos previsto no art. 206 do Código Civil, nao há qualquer
fundamento em alegar que se tratam de prestacóes de caráter sucessivo e que, por isso, prescreve-
se apenas o direito de receber de volta as parcelas pagas no referido prazo, mas nao o direito de
ingressar co1n a acáo respectiva.
Este tem sido um dos argumentos da AGU em suas iniciáis, tentando trazer as acóes regressivas
previdenciárias a aplícacáo da Súmula n. 85 do STJ.c1soi No entanto, a relacáo de trato sucessivo existe
entre a Previdéncia Social e seus segurados beneficiários, e nao entre aquela e os empregadores
contribuintes.
Nas acóes regressivas previdenciárias a Fazenda figura como credora (nao como devedora) de
prejuízo decorrente de culpa pela nao observancia de normas de protecáo, pelos empregadores, sem
qualquer relacáo de trato sucessivo entre as partes da demanda. O direito postulado pela Previdéncia
Social é único (e nao sucessivo) e corresponde a totalídade dos gastos decorrentes do acidente de
trabalho. Aplicar as disposicóes da Súmula em referencia nao semente foge do tema por ela tratado
como, tambérn, confere a Fazenda Pública tratarnento diferenciado nao previsto ern lei, ern absoluta
violacáo ao princípio da seguran~a jurídica.
Este tem sido o entendimento praticado por nossos Tribunais Regionais Federáis, conforme
ilustro com a seguinte ementa ( excerto ):
AODENTE DE TRABALHO. A~O REGRESSIVA. INSS. PRESCRI<;ÁO. QUJNQUENAL. DECRETO N. 20.910/32.
PRINCÍPIO DA SIMETRIA. NATUREZA CIVIL DA REPARA<;'.Á.0. INEXISTENCIA DE RELA<;AO DE TRATO
-
SUCESSIVO. PRESCRI<;ÁO DO FUNDO DE DIREITO. PROVIDO O APELO DA PARTE RÉ. PREJUDICADA A
,
APELA<;AO INTERPOSTA PELA AUTARQUIA PREVIDENCIARIA. [ ... ] 7 - Nao há como se acolher a tese no
sentido de que a prescricáo nao atingiria o fundo de direito, mas, tao semente, as prestacóes vencidas antes do
quinquenio que antecede o ajuizamento da ac;ao regressiva. Isto porque a natureza da reparacáo buscada é civil e,
portante, tem como fundamento o ato ilícito do empregador (inobservancia das normas de seguranca e higiene do
trabalho) que gerou o dano (concessáo do beneficio). 8 - A relacáo jurídica entre o INSS e o empregador negligente,
diferentemente daquela existente entre o INSS e o segurado, nao possui trato sucessivo, de maneira que a prescricáo,
em ocorrendo, atinge o fundo de direito. [ ... ] (TRF 3ª Regíao - Processo 00044355620094036119 - AC 1674722 - 11"
Turma - Relator Desembargador Federal José Lunardellí - DJF3 de 8.9.2014)

Trata-se, poís, da perda do direito de exigir o ressarcimento em decorréncia do nao uso desse
direito no prazo fixado e, nesse caso, míster se faz distinguir os conceitos de prescricáo e decadencia.
O vocábulo "decadencia" tem origem no latim cadens, de cadere, que significa cair, perecer, cessar,
deixar de existir, morrer, No ámbito jurídico, significa o perecimento (extincáo) de um direito quando
o interessado deixa de solicitá-lo no prazo fixado pelo legislador. Nao há ato de terceiro, apenas a
inércia do próprio titular do direito que, negligentemente, deixa de exercé-lo no prazo fixado para tal.
Para falarmos de decadencia, portante, é preciso que o titular do direito nao o tenha exercido, já
que esta se refere a inércia quanto ao exercício do próprio direito. Se o direito foi exercido pelo titular
e o que se pretende é sua modificacáo ou correcáo, nao estamos falando de decadencia, mas sim de
prescricáo.

(180) STJ, Súmula n. 85 - Nas relacóes jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando nao tiver
a
sido negado o próprio direito reclamado, a prescricáo atinge apenas as prestacñes vencidas antes do quinquenio anterior propositura
da acáo.

304
O objeto da decadencia é, pois, o exercício do próprio direito, enquanto que o objeto da prescricáo
é o exercício de urna acáo para defender um direito violado ou ameacado.
De Plácido e Silva, in Vocabulário jurídico<181>, proficuamente esclarece a questáo:
A prescricáo, assim, pressupóe a existencia de um direito, que, para ser garantido, procura a protecáo judicial,
enquanto nao se extinga a acáo, pelo decurso do prazo ern que possa ser avocada.

A decadencia impede que o direito, potencialmente assegurado, se reafirme, pela falta do exercício, que se fazia
necessario. E semente, quando o direito (faculdade de agir) está subordinado a
condícáo do exercícío, no prazo
regulamentar, poder-se-á admitir a decadencia, resultante da omissáo do titular do direito, que nao se encentra em
plena efetividade.
Na prescricáo, o direito já é efetivo, nao depende do exercício para integrar-se ao património do titular. O direito de
agir para defendé-lo, se ameacado ou violado, é que prescreoe, desde que nao tenha sido a acáo intentada no prazo
regularnentar, a contar da data, em que a ameaca ou a víolacáo ocorreu.
En1 síntese, poís, a decadencia faz perecer o próprio direito nao afirmado pelo exercício: a prescricáo faz perecer a
acáo para defender o direito já firmado, em virtude de importunacáo alheia.

Entendo, portanto, que as acóes administrativas ou judiciais que pretendern constituir um


direito (acóes constitutivas) se aplica o prazo de decadencia, e as acóes condenatórias (que objetivam
corrígír ou reparar um erro praticado) se aplica o prazo de prescrícáo. Nesse sentido confiram-se,
inclusive, as seguintes decisóes:
ADMINISTRATIVO - MILITAR - LICENCIAMENTO - LEGALIDADE - ANULA<;AO - DECADENCIA -
OCORRENCIA. l. Os pedidos de anulacáo dos atos de licenciamento militar e de reintegracáo as Forcas Armadas
visam a modifícacáo da própria sítuacáo jurídica fundamental, e, sendo assim, o prazo prescricional quinquenal
a tinge o próprio fundo de direito e nao apenas as prestacóes vencidas, nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910/32.
Precedentes: [ ... ) 2. Nas acóes constitutivas ou desconstitutivas, por objetivarem constituir urna situacáo jurídica
nova ou desconstituir urna situacáo jurídica já existente, o decurso do tempo faz extinguir o direito potestativo de
criar novo relacionamento jurídico, vale dizer, o próprio direito nao exercido no seu tempo de eficacia, ocorrendo,
assírn, o fenómeno da decadencia e nao prescricáo. Precedentes: TRF2 - AC 2008.51.01.509445-2 - Quinta Turma
Especializada - Rel. Juiz Federal Convocado Ricardo Perlingeiro - Data Decisáo: 28/02/2012 - E-DJF2R - Data:
8.3.2012 - P.: 245 e TRF2 - AC 2002.51.01.007117-4 - Sétima Turma Especializada - Rel. Desembargador Federal
Reís Friede - Data Decisáo: 11.11.2009 - E-DJF2R - Data: 7.5.2010 - P.: 507. 3.Considerando-se que a alegada
lesáo ao direito do Apelante surgíu em 31.7.1993, momento em que a Administracáo Militar o licenciou das Forces
Armadas, há que se reconhecer que se operou a decadencia, urna vez que a presente acáo foi ajuizada semente ern
17.4.2013, ou seja, quase 20 (vinte) anos depois. 4. Recurso desprovido. Sentenca confirmada. [ ... ] (TRF 2il Regiáo -
Processo 201351680012702 - AC - 51Turma Especializada - Relator Desembargador Federal Marcus Abraham
- DJF 2de19.12.2014)

Tenho, pois, que somente os direitos potestativos (que nao admitem defesa ou contestacáo)
devem ser abarcados pelo instituto da decadencia, sendo aos demais (direitos subjetivos) aplicada a
prescricáo.
No caso específico das acóes regressivas previdenciárias, e comas ressalvas dos questionamentos
existentes sobre sua constitucionalidade, tenho que se trata de acáo condenatória, onde o empregador,
se comprovada a existencia de violacáo direta as normas de seguranc;a e o nexo de tal conduta com o
acidente de trabalho que originou o beneficio pago pelo INSS, será abrigado a ressarcir a Previdéncia
Social as despesas pagas.
Trata-se, pois, de direito subjetivo, sujeito ao prazo de prescricáo e que, por nao envolver
prestacáo de trato sucessivo, mas sim um direito único, refere prescricáo de fundo de direito, ou seja,
ao direito em si, de forma que sua prescricáo acarreta a ausencia de qualquer pretensáo posterior a
que ele se refira.
Calcada na seguran<;a jurídica, seu prazo <leve ser contado a partir do momento em que surge o
direito de acáo que, no caso em tela, se refere a data de início da concessáo do beneficio acidentário,
e nao do acidente propriamente dito, sendo a redacáo do art. 189 do Código Civil a seguinte:

(181) SILVA, De Plácido e. Vocabuláriojurídico. 10. ed., v. 1e11 (A-1). Río de Janeiro: Forense, 1987.

305
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensáo, a qual se extingue, pela prescrícáo, nos prazos a que
aludem os arts. 205 e 206.

13.6. Culpa concorrente ou culpa exclusiva da vítima

Considerando pautar-se a acáo regressiva, como já visto, na comprovacáo de culpa subjetiva do


empregador, bem como no nexo direto entre essa e o acidente sofrido pela vítima, por óbvio que a
existencia de culpa concorrente deve reduzir a metade o valor pretendido a título de ressarcimento.
Isso porque, nos tennos do art. 944 do Código Civil, a indenizacáo deve ser medida pela extensáo
do dano, e nao sendo o empregador seu único causador, nao há razoabilidade ou proporcionalidade
em exigír-lhe a totalidade de tal montante. Confiram-se os arts. 944 e 945 do Código Civil, quanto ao
tópico:
Art. 944. A indenizacáo mede-se pela extensáo do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporcáo entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
equitativamente, a indenizacáo,
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento <lanoso, a sua índenizacáo será fixada tendo-se em
con ta a gravidade de sua culpa ern confronto coro a do autor do dano.

Este é, inclusive, o entendimento uníssono em nossos Tribunais, conforme ilustra a decisáo


proferida pelo STJ no REsp 1393428/SC e publicada em 06.12.2013, de relatoría do ministro Herman
Benjamín ( excerto ):
PROCESSUAL OVIL. PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE DE TRABALHO. A<:;.Á.O REGRESSIVA DO INSS CONTRA
O EMPREGADOR. ( ... ) RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL. JUROS DE MORA. INCIDENCIA DA
SÚMULA N. 54/STJ.
[... ]
4. A Corte local reconheceu a existencia de culpa concorrente, motivo pelo qual fez incidir a atenuante de
responsabilidade civil prevista no art. 945 do Código Civil, condenando a recorrida a indenizar metade da quantia
já paga pelo recorrente, bem corno aquela que irá ser despendida a título de beneficio previdenciário. Náo há corno
rever esse entendimento, sob pena de esbarrar-se no óbice da Súmula n. 7/STJ.
5. Cuida-se in casu, em esséncia, de responsabilidade civil extracontratual do empregador, que foi condenado a
indenizar o ora recorrente por ato ilícito, <liante da existencia de culpa, na modalidade de negligencia. [ ... ]

Também importante ter em mente a referida regra quando se tratar de concausa superveniente,
é

tema abordado no subitem 3.1 desta obra. Em repeticáo ao ali abordado, mas pela importancia da
explicacáo para um bom entendimento quanto ao dever de ressarcimento perante a Previdéncia
Social, trata a hipótese de acidente de trabalho que ocorre sem maiores complicacóes no momento,
mas que, depois, há agravamento por fatores diversos.
É o caso, repito, de queda com necessidade de procedimento cirúrgico, com posterior infeccáo
hospitalar. Note-se que quanto a infeccáo hospitalar nao teve o trabalho qualquer relacáo, mas esta
se deu apenas e111 razáo da cirurgia necessária em face do acidente sofrido, restando caracterizada a
concausa superveniente, conforme ilustra a seguinte decisáo proferida no ámbito do TST (trecho do
acórdáo):
[ ... ] Inviável o seguimento do recurso, diante da conclusáo da Turma no sentido de que a enfermidade que vitimou
a empregada falecida durante a cirurgía é urna concausa superveniente. Embora o trornboembolismo tenha sido a
causa imediata da morte, a intervencáo círúrgica seria desnecessária caso o sinistro nao tivesse ocorrido.
[... ]
(TST - AIRR - 1085-08.2013.5.03.0050, Relator Desembargador Convocado: José Ribamar Oliveira Lima Júnior,
Data de Julgamento: 19.11.2014, 4~ Turma, Data de Publicacáo: DEJT 21.11.2014)

Compreendo, nesses casos, que deve o empregador responder apenas na extensáo do dano por ele
causado. Se o acidente de trabalho proporcionarla ao segurado apenas um beneficio de auxílio-doenca,

306
corn duracáo aproximada de seis meses, esse <leve ser o valor fixado para ressarcimento. E se o óbito
decorreu de infeccáo hospitalar, erro médico, demora no atendimento médico ou qualquer outro evento
fortuito e alheio a culpa do empregador, o montante pago a título da pensáo por rnorte deve ser cobrado
do agente que concorreu corn o ilícito, sob pena de atribuir ao empregador uma responsabilidade
excessiva, soba qual nao possuía qualquer participacáo ou gerencíamento.
Nao sem razáo, portante, insisto que as acóes regressivas previdenciárias dernandam ampla
producáo de preva, bem como conhecimento de todos os fatos por parte do Judiciário, antes da
efetiva condenacáo,
A pena deve ser aplicada na medida da proporcáo da culpa apurada, obedecendo-se aos
princípios de razoabilidade e proporcionalidade, lembrando-se que, no caso específico das regressivas
previdenciárias, a culpa <leve se referir a nao observacáo de alguma norma expressa de seguranca
do trabalho e que principalmente em razáo dessa inobservancia é que se deu o acidente de trabalho
(nexo).
Por fim, importa destacar que, pelos mesmos fundamentos, se restar comprovada culpa exclusiva
da vítima (trabalhador) ou de terceíro, nao haverá que se falar em condenacáo do empregador, sendo
este, inclusive, tambérn o entendimento praticado em nossos Tribunais pátrios, conforme ilustra
decisáo proferida pelo TRF da 3l! Regiáo:
AGRAVO LEGAL. ART. 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO OVIL. PODERES DO RELATOR DO RECURSO. A<;ÁO
REGRESSIVA. ACIDENTE DO TRABALHO. ARTS. 120, 121 DA LEI N. 8.213/91. NEGLIGENCIA E NEXO DE
CAUSALIDADE AFASTADOS. AGRAVO DO INSS lMPROVIDO. MANUTEN<;AO DA DEOSÁO. I. [.. .].IV. Assim,
para a caracterizacáo do dever de indenizar em ac;ao regressiva exige-se a presenca de alguns elementos, tais como:
o dano, conduta ilícita, e nexo de causalidade, a fim de se verificar a culpa exclusiva ou concorrente da empresa/
cooperativa, haja vista se tratar de responsabilidade subjetiva do empregador. V. [ ... ]. XII. No caso, nao houve
negligencia da cooperativa e nem nexo de causalidade, o dano a Autarquía foi ocasionado por conduta de terceiro
(Empresa Tomadora); e de outra banda nao houve negligencia as normas de segurarn;a por parte da cooperativa, haja
vista que esta tambérn foi ocasionada pela tomadora. XIII. O empregador tem a obngacáo de zelar pela segurarn;a
do empregado contra acidentes do oficio, no entanto este tern que ter alguma relacáo com a prestacáo do servico,
no caso ero tela, há ausencia de culpa da cooperativa, pois a prestacáo da seguranc;a no transporte dos funcionarios
fugiu de sua aleada, eis que transportados pela própria tomadora do servico, situacáo diversa seria se a própria
cooperativa fosse a responsável pelo transporte dos trabalhadores e ocasionasse o acidente. XIV.[ ... ] XV. O fato deu-se
exclusivamente em razáo da falta de normas de seguranc;a da e1npresa tomadora, razáo pela qual a Cooperativa nao
pode ser responsabilizada por descumprimento do inciso, Ido art. 157 da CLT. XVI. No caso, há culpa exclusiva de
terceiro o que exime a requerida da responsabilidade pelo ressarcimento a Autarquía dos valores despendidos ao
segurado, nao conseguindo a Autarquía Federal comprovar o fato constitutivo de seu direito, a teor do art. 333,
inciso l do Código de Processo Civil, do mesmo modo devern ser aiastados os art. 186 e 927 do Código Civil. XVII.
Agravo legal desprovido. (TRF 3n Regiáo - Processo 00015006120094036113 - AC 1582293 - 2~ Turma - Relator
Desembargador Federal Cotrim Cuimaráes - DJF3 de 2.10.2014).

13. 7. Possibilidade de acordo

Um último tópico relevante as acóes regressivas previdenciárias refere a possibilidade de acorde


(submetido a hornologacáo judicial) que se encentra prevista na Portaria AGU n. 6, de 6.1.2011,(182>
autorizando os órgáos de execucáo da Procuradoria Geral Federal a realizar acordes ou transacóes,
para terminar o litigio, nos casos cuja expectativa de ressarcimento seja de até R$ l milháo,
Eis a redacáo do art. 19 de tal normativo:
Art. 111 Os órgáos de execucáo da Procuradoria-Ceral Federal ficam autorizados a realizar acordes ou transacóes
nas acóes regressivas acidentárias, para terminar o litigio, nos casos cuja expectativa de ressarcimento seja de até
R$ 1.000.000,00 (um milháo de reais), observados os limites de aleada estabelecidos na Portaría PGF n. 915, de 16 de
seternbro de 2009.
§ 1° Para os fins do disposto no capui, a expectativa de ressarcimento resulta da multiplicacáo do valor da renda
mensa] do beneficio previdenciário pelo número estimado de prestacóes, acrescido das parcelas de abono anual,

(182) Disponível em: <http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/262380>. Consulta em: 04.04.2015. Também dlspóe sobre o
acordo a Portaría Conjunta PGF/INSS n. 06/2013, art. 32.

307
consideradas a estimativa de vida e projecáo estabelecidas na Tábua de Mortalidade do Instituto Brasileiro de
Geografía e Estatística - IBGE.
§ 2º Havendo rateio do beneficio entre mais de um dependente, será considerado para a realizacáo do acordo ou
transacáo o valor total da prestacáo e o termo final estimado para a cessacáo do beneficio, na forma do§ 12.
§ 32 Nos casos de valor superior a R$ 500.000,00 ( quinhentos mil reais), o acordo ou a transacáo, sob pena de nulidade,
dependerá ainda de prévia e expressa autorizacáo do Ministro de Estado da Previdéncia Social, ou, ainda, daquele a
quern tiver sido delegada esta competencia.
§ 42 Na hipótese do parágrafo anterior, o Procurador Federal responsável pela ac;ao regressiva deverá instruir o
procedimento de autorizacáo prévia com:

I - cópia dos documentos rnais relevantes juntados na acáo regressiva acidentária:


JT - minuta da proposta do acordo ou transacáo;
III - manifestacáo jurídica acerca da conveniencia e oportunidad e do acordo ou transacáo, elaborada pelo Procurador
responsável pela acáo regressiva acidentária e aprovada por sua chefia imediata;

§ 52 Fica delegada ao Procurador-Ceral Federa] a competencia para autorizar a realizacáo dos acordos ou transacóes
previstos nesta portaría.
§ 62 A competencia prevista no§ 52 pode ser subdelegada pelo Procurador-Ceral Federal.

O termo de acordo pode, portante, abranger parcelas vencidas, parcelas vincendas e até mesmo
os honorários sucumbenciais, juros, correcáo monetária e multa, e na hipótese de corresponsabilidade
ou litisconsórcio passivo, é importante que todos respondam solidariamente por seus termos.
Ha vendo pagamento a vista, poderá o acordo consistir na reducáo da pretensáo de ressarcimento,
prevendo o art. 4º da Portaria AGU n. 6/2011 os seguintes percentuais:
Art. 42 Para as hipóteses de pagamento a vista, o acordo ou a transacáo poderá consistir na reducáo da pretensáo de
ressarcimento, observados os seguintes critérios:
I - será de no máximo 20% (vinte por cerito) nos acordes ou transacóes celebrados até a contestacáo:

II - será de no máximo 15% (quinze por cento) nos acordos ou transacóes celebrados até a publicacáo da sentenca:
III - será de no máximo 10% (dez por cento) nos acordos ou transacóes celebrados até o julgamento em segunda
instancia.

É possível opcáo de pagamento a vista para as parcelas já vencidas


do beneficio cobrado e de
pagamento mensal das parcelas vincendas, mas nessa hipótese o desconto previsto no art. 4º semente
será aplicado ao montante do pagamento a vista (art. 5º).
Também é possível o parcelamento do valor do acordo/transacáo, nos termos do art. 37-B da Lei
n, 10.522/2002 (até sessenta prestacóes mensais), sendo a redacáo do art. 6º da Portaria AGU n. 6/2011
a seguinte:
Art. 611 O valor do acordo ou transacáo poderá ser objeto de parcelamento, nos tennos do art. 37-B da Lei n. 10.522,
de 19 de julho de 2002.
§ 1º O descumprimento do acordo ou transacáo acarretará a rescisáo do parcelamento, com a perda da reducáo
concedida.
§ 2Q Rescindido o parcelamento, fica permitido o reparcelamento do acorde ou transacáo no valor integral.

308
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14.1. Anexo JI do Decreto n. 3.048/99- Tabela inicial e Listas A e B-Agentes nocivos e


/atores de risco para caracterizaciio da doenca profissional e da doenca do trabalho

TABELAINICIAL

AGENTES PATOGENICOS TRABALHOS QUE CONTEM O RISCO


QUÍMICOS
l. metalurgia de minérios arsenicais e indústria eletrónica;
2. extracáo do arsénlo e preparacáo de seus compostos;
3. fabricacáo, preparacáo e emprego de tintas, lacas (gás arsina), inseticidas, parasiticidas e
1 - ARSENIO E SEUS COMPOSTOS raticidas;
ARSENICAi$ 4. processos industriais em que haja desprendimento de hldrogénio arseniado;
S. preparacáo e conservacáo de peles e plumas (empalhamento de animais) e conservacáo
da madeira;
6. agentes na producáo de vidro, ligas de chumbo, medicamentos e semi-condutores.
l. extracáo de rochas amiantíferas, furacáo, corte, desmonte, trituracáo, peneiramento e
rnanipulacáo:

2. despejos do material proveniente da extracáo, trituracáo:


11 - ASBESTO OU AMIANTO 3. mistura, cardagem, fiac;ao e tecelagam de amianto;
4. fabricacáo de guamicóes para freios, materiais isolantes e produtos de fibrocimento;
S. qualquer colocacáo ou dernollcáo de produtos de amianto que produza particulas atmos-
féricas de amianto.
Fabncacño e emprego do benzeno, seus homólogos ou seus derivados aminados e nitrosos:
l. instalacées petroquímicas onde se produzir benzeno;
2. indústria química ou de laboratório;
3. producáo de cola sintética;
111- BENZENOOU SEUS HOMÓLOGOS 4. usuários de cola sintética na fabricacáo de calcados, artigos de couro ou borracha e
TÓXICOS móveis;
s. producáo de tintas;
6. impressores (especialmente na fotogravura);
7. pintura a pistola;
8. soldagem.
l. extracáo, trituracáo e tratamento de berílio;
2. fabricacáo e fundicáo de ligas e compostos;

IV _ BERÍLIO E SEUS COMPOSTOS 3. utilizacáo na indústria aeroespacial e manufatura de instrumentos de precisáo e ordena-
TÓXICOS dores; ferramentas cortantes que nao produzam faíscas para a indústria petrolífera;
4. fabrlcacáo de tubos fluorescentes, de ampolas de raios X, de eletrodos de aspiradores,
catodos de queimadores e moderadores de reatares nucleares;
S. fabricacáo de cadinhos, vidros especiais e de porcelana para isolantes térmicos.
V- BROMO Fabricacáo e emprego do bromo e do ácido brómico.

309
AGENTES PATOGENICOS TRABALHOS QUE CONTEM O RISCO
l. extracáo, tratamento, preparacáo e fundicáo de ligas metálicas;
2. tabricacáo de compostos de cádmio para soldagem;
VI - CÁDMIO OU SEUS COMPOSTOS 3. soldagem;
4. utillzacáo em revestimentos metálicos (galvanizacáo), como pigmentos e estabilizadores
em plásticos, nos acumuladores de níquel-cádmio e soldagem de prata.
Producáo de carbonetos sinterizados (mistura, pulverizacáo, modelado, aquecimento em
VII - CARBONETOS METÁLICOS DE forno, ajuste, pulverizacáo de preclsáo), na fabricacáo de ferramentas e de componentes
TUNGSTENIO SINTERIZADOS para máquinas e no afiamento das ferramentas. Trabalhadores situados nas proximidades e
dentro da mesma oficina.
l. extracáo de minérios, metalurgia e reñnacáo do chumbo;
2. fabricacáo de acumuladores e baterías (placas);
3. fabrlcacáo e emprego de chumbo-tetraetila e chumbo-tetrametila;
4. tabricacáo e aplicacáo de tintas, esmaltes e vernizes a base de compostos de chumbo;
5. fundicáo e laminacáo de chumbo, de bronze, etc;
6. fabricacáo ou rnanipulacáo de ligas e compostos de chumbo;
7. fabricacáo de objetos e artefatos de chumbo, inclusive municóes:
VIII - CHUMBO OU SEUS
8. vulcanizacáo da borracha pelo litargírio ou outros compostos de chumbo;
COMPOSTOSTÓXICOS
9. soldagem;
10. indústria de impressáo:
11. fabricacáo de vidro, cristal e esmalte vitrificado;
12. sucata, ferro-velho;
13. fabricacáo de pérolas artificiais;
14. olaria;
15. fabricacáo de fósforos.
IX- CLORO Fabrícacáo e emprego de cloro e ácido clorídrico.
l. fabricacáo de ácido crómico, de cromatos e bicromatos e ligas de ferrocromo;
2. cromagem eletrolítica de metais (galvanoplastia);
3. curticáo e outros trabalhos como couro;
X - CROMO OU SEUS COMPOSTOS 4. pintura a pistola com pigmentos de compostos de cromo, poli mento de móveis;
TÓXICOS 5. manipulacáo de ácido crómico, de cromatos e bicromatos;
6. soldagem de aco inoxidável;
7. fabricacáo de cimento e trabalhos da construcáo civil;
8. impressáo e técnica fotográfica.
l. fabrtcacáo e emprego de flúor e de ácido fluorídrico;
2. siderurgia (como fundentes);
3. fabrlcacáo de ladrilhos, telhas, cerámica, cimento, vidro, esmalte, fibra de vidro, fertili-
zantes fosfatados;
XI - FLÚOR OU SEUS COMPOSTOS 4. producáo de gasolina (como catalisador alquilante);
TÓXICOS
5. soldagem elétrica;
6. galvanoplastia;
7. calefacáo de superficies;
8. sistema de combustível para foguetes.
l. extracáo e preparacáo do fósforo branco e de seus compostos;
2. fabricacáo e aplicacáo de produtos fosforados e organofosforados (sínteses orgánicas.
fertilizantes, praguicidas);
XII - FÓSFORO OU SEUS 3. fabricacáo de projéteis incendiários, explosivos e gases asfixiantes a base de fósforo bran-
COMPOSTOSTÓXICOS co;
4. tabricacáo de ligas de bronze;
5. borrifadores, trabalhadores agrícolas e responsáveis pelo armazenamento, transporte e
distribuicáo dos praguicidas organofosforados.

310
AGENTES PATOGENICOS TRABALHOS QUE CONTEM O RISCO
XIII - HIDROCARBONETOS
ALIFÁTICOSOU AROMÁTICOS
(seus derivados halogenados
tóxicos)
Síntese química (rnetilacáo], refrigerante, agente especial para extracóes.
- Cloreto de metila
Solvente (azeites, graxas, ceras, acetato de celulose), desengordurante, removedor de pinturas.
- Cloreto de metileno
Solvente (lacas), agente de extracáo.
- Clorofórmio
Síntese química, extintores de incendio.
- Tetracloreto de carbono
Síntese química, anestésico local (refrlgeracáo],
- Cloreto de etila
Síntese química, solvente (resinas, borracha, asfalto, pinturas), desengraxante.
1.1 - Dicloroetano
Agente desengraxante para limpeza de metais e limpeza a seco.
1.1.l - Tricloroetano
Solvente.
1.1.2 - Tricloroetano
Solvente.
- Tetracloroetano
Desengraxante, agente de limpeza a seco e de extracáo. sínteses químicas.
- Tricloroetileno
Desengraxante, agente de limpeza a seco e de extracáo, sínteses químicas.
- Tetracloroetileno
lntermediário na fabricacáo de cloreto de polivinila.
- Cloreto de vinila
lnseticida em fumigacáo (cereais), sínteses químicas.
- Brometo de metila
Sínteses químicas, agente especial de extracáo.
- Brometo de etila
lnseticida em fumigacáo (solos), extintor de incendios, solvente (celulóide, graxas, azeite, ceras).
1.2 - Dibromoetano
Sínteses químicas, solvente,
- Clorobenzeno
Sínteses químicas, solvente.
- Diclorobenzeno
XIV- IODO Fabricar;ao e emprego do iodo.
l. extracáo, tratamento e trituracáo de pirolusita (dióxido de manganés):
2. fabricacáo de ligas e compostos do manganés:
3. siderurgia;
4. fabricacáo de pilhas secas e acumuladores;
XV - MANGANES E SEUS
S. preparacáo de permanganato de potássio e fabricacño de corantes;
COMPOSTOSTÓXICOS
6. fabricacáo de vidros especiais e cerámica:
7. soldagem com eletrodos contendo rnanganés:
8. fabrtcacáo de tintas e fertilizantes;
9. curtimento de couro.
l. extracáo e fabricacáo do mineral de mercúrio e de seus compostos;
2. fabncacáo de espoletas com fulminato de mercúrio;
3. fabricacáo de tintas;
4. fabricacáo de solda;
S. fabricacáo de aparelhos: barómetros, manómetros, termómetros, interruptores, lampa-
das, válvulas eletrónicas, ampolas de raio X, retificadores;
XVI - MERCÚRIO E SEUS 6. arnalgamacáo de zinco para fabrlcacáo de eletrodos, pilhas e acumuladores;
COMPOSTOSTÓXICOS
7. douracáo e estanhagem de espelhos;
8. empalhamento de animais com sais de mercúrio;
9. recuperacáo de mercúrio por destílacáo de residuos industriais;
10. tratamento a quente de amálgamas de ouro e prata para recuperacác desses metais;
11. secretagem de pelos, crinas e plumas, e feltragem a base de compostos de mercúrio;
12. fungicida no tratamento de sementes e brilhos vegetais e na protecáo da madeira.
Producáo e distribuir;ao de gás obtido de combustíveis sólidos (gaseificacño do carváo): me-
canica de motores, principalmente movidos a gasolina, em recintos semifechados; soldagem
XVII - SUBSTÁNCIASASFIXIANTES
acetílénica e a arco; caldeiras, indústria química; siderurgia, fundicáo, rnineracáo de subsolo;
l. Monóxido de carbono uso de explosivos; controle de incendios; controle de tráfego; construcáo de túneis; cerve-
jarias.

311
AGENTES PATOGENICOS TRABALHOS QUE CONTEM O RISCO

Operac;5es de fumigacáo de inseticidas, síntese de produtos químicos orgánlcos: eletro-


2. Cianeto de hidrogénio ou seus
galvanoplastia; extracáo de ouro e prata; producáo de aco e de plásticos (especialmente o
derivados tóxicos
acrilonitrilo-estireno); siderurgia (fornos de coque).
Estacñes de tratamento de águas residuais; mlneracáo: metalurgia; trabalhos em silos; pro-
cessamento de ac;:úcar da beterraba; curtumes e matadouros; producáo de viscose e celo-
3. Sulfeto de hidrogénio (Ácido
fane; indústria química (producáo de ácido sulfúrico, sais de bário); construcáo de túneis;
sulfídrico)
perfuracáo de pocos petrolíferos e gás; carbonlzacáo do carváo a baixa temperatura; litogra-
fia e fotogravura.
l. extracáo de minérios (trabalhos no subsolo e a céu aberto);
2. decapagem, limpeza de metais, fosca mento de vidros com jatos de areia, e outras ativida-
des em que se usa arela como abrasivo;
3. fabricacáo de material refratário para fornos, chaminés e cadinhos, recuperacáo de residuos;
XVIII - SÍLICA LIVRE
4. fabricacáo de mós, rebolos, saponáceos, pós e pastas para polimento de metais;
(Óxido de silicio - Si 02)
5. moagem e rnanipulacáo de sílica na indústria de vidros e porcelanas;
6. trabalho em pedreiras;
7. trabalho em construcáo de túneis;
8. desbastes e polimento de pedras.
l. fabrlcacáo de sulfeto de carbono;
2. indústria da viscose, raiom (seda artificial);
3. fabricacáo e emprego de solventes, inseticidas, parasiticidas e herbicidas;
XIX - SULFETO DE CARBONO OU
4. fabrlcacáo de vernizes, resinas, sais de amoníaco, tetracloreto de carbono, téxteis, tubos
DISSULFETODE CARBONO
eletrónicos a vácuo, gorduras;
S. limpeza a seco; galvanizacáo: fumigacáo de graos;
6. processamento de azeite, enxofre, bromo, cera, graxas e iodo.
XX - ALCATRAO, BREU, BETUME,
HULHA MINERAL, PARAFINAE
Processos e operac;:5es industriais ou nao, em que sejam utilizados alcatráo, breu, betume,
PRODUTOS OU RESÍDUOS DESSAS
hulha mineral, parafina e produtos ou residuos dessas substancias.
SUBSTANCIAS,CAUSADORES DE
EPITELIOMAS PRIMITIVOS DA PELE
FÍSICOS
Mineracáo, construcáo de túneis, exploracáo de pedreiras [detonacáo, perfuracáo): enge-
nharia pesada (fundic;:ao de ferro, prensa de forja); trabalho com máquinas que funcionam
XXI - RUÍDO E AFEC<;AO AUDITIVA
com potentes motores a cornbustáo: utillzacáo de máquinas téxteis: testes de reatores de
avióes.

XXII - VIBRA<;OES
(Afecc;:oes dos músculos, tendóes, lndústria metalúrgica, construcáo naval e automobilística; mineracáo: agricultura (motos-
ossos, articulacóes, vasos serras); instrumentos pneumáticos; ferramentas vibratorias, elétricas e manuais; conducáo
sangüíneos periféricos ou dos de carninhóes e ónibus.
nervos periféricos)
l. trabalhos em calxóes ou cámaras pneumáticas e em tubulóes pneumáticos;
2. operac;5es com uso de escafandro;
XXIII - AR COMPRIMIDO
3. operacóes de mergulho;
4. trabalho com ar comprimido em túneis pressurizados.
l. extracáo de minerais radioativos (tratamento, purlñcacáo, isolamento e preparo para
distrlbuícáo), como o uranio;
2. operacáo com reatores nucleares ou com fontes de néutrons ou de outras radiac;5es
corpusculares;
3. trabalhos executados com exposicóes a raios X, rádio e substancias radioativas para fins
XXIV- RADIA<;OES IONIZANTES industriais, terapéuticos e diagnósticos;
4. fabricacáo e rnanipulacáo de produtos químicos e farmacéuticos radioativos (uranio,
radónio, mesotório, tório X, césio 137 e outros);
S. fabrlcacáo e aplicacáo de produtos luminescentes radíferos;
6. pesquisas e estudos dos raios X e substancias radioativas em laboratórios.

312
AGENTES PATOGENICOS 1 TRABALHOS QUE CONTEM O RISCO
BIOLÓGICOS
XXV - MICROORGANISMOS E
PARASITAS INFECCIOSOS VIVOS E
SEUS PRODUTOS TÓXICOS
l. Mycobacterium; vírus
hospedados por artrópodes;
cocciclióides; fungos; histoplasma; Agricultura; pecuária; silvicultura; caca (inclusive a caca com armadilhas); veterinária; curtu-
leptospira; ricketsia; bacilo me.
(carbúnculo, tétano);ancilóstomo;
tripanossoma; pasteurella.
2. Ancilóstomo; histoplasma;
cocciclióides; leptospira; bacilo; Construcáo: escavacáo de terra; esgoto; canal de irrigacáo: rnineracáo.
sepse.
3. Mycobacterium; brucellas; Manipulac;ao e embalagem de carne e pescado.
estreptococo (erisipela); fungo;
ricketsia; pasteurella.
4. Fungos; bactérias; mixovírus
Manípulacáo de aves confinadas e pássaros.
(doenc;a de Newcastle).
S. Bacilo (carbúnculo) e pasteurella. Trabalho com pelo, pele ou la.
6. Bactérias; mycobacteria; brucella;
fungos; leptospira; vírus; mixovírus; Veterinária.
ricketsia; pasteurella.

7. Mycobacteria, vírus; outros Hospital; laboratórios e outros ambientes envolvidos no tratamento de doencas transmissí-
organismos responsáveis por veis.
doenc;as transmissíveís.

Trabalhos em condicñes de temperatura elevada e umidade (cozinhas; ginásios; piscinas


8. Fungos (micose cutánea).
etc.).
POEIRAS ORGÁNICAS
XXVI - ALGODAO, LINHO,
Trabalhadores nas diversas operacées com poeíras provenientes desses produtos.
CANHAMO, SISAL
XXVII - AGENTES FÍSICOS, Trabalhadores mais expostos: agrícolas; da ccnstrucáo civil em geral; da indústria química;
QUÍMICOS OU BIOLÓGICOS, de eletrogalvanoplastia; de tinturaría; da indústria de plásticos reforc;ados com fibra de
QUE AFETAM A PELE, NAO vidro; da pintura; dos servic;os de engenharia (óleo de corte ou lubrificante); dos servicos
CONSIDERADOS EM OUTRAS de saúde (medicamentos, anestésicos locais, desinfetantes); do tratamento de gado; dos
RUBRICAS. acougues.

LISTA A
AGENTES OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL RELACIONADOS COMA ETIOLOGIA
DE DOEN<;AS PROFISSIONAIS E DE OUTRAS DOEN<;AS RELACIONADAS COMO TRABALHO
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOEN~AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10)
1 - Arsénio e seus compostos l. Angíossarcoma do fígado (C22.3)
asrsenícaís 2. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulrnáo (C34.-)
3. Outras neoplasias malignas da pele (C44.-)
4. Polineuropatia devida a outras agentes tóxicos (G52.2)
S. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.l)
6. Blefaríte (HOl.O)
7. Conjuntivite (HlO)
8. Queratite e Queratoconjuntivite (H16)
9. Arritmias cardíacas (149.·)
10. Riníte Crónica (J31.0)

313
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOENc;:AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10)
11. ulceracso ou Necrose do Septo Nasal (J34.0)
12. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
13. Estomatite Ulcerativa Crónica (K12.1)
14. Gastroenterite e Colites tóxicas (K52.-)
15. Hipertensáo Portal (K76.6)
16. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
17. Outras formas de hiperpigmentacáo pela melanina: "Melanodermia" (L81.4)
18. Leucodermia, nao classificada em outra parte (Incluí "Vitiligo Ocupacional") (L81.5)
19. Ceratose Palmar e Plantar Adquirida (L85.l)
20. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.0)
11 - Asbesto ou Amianto 1. Neoplasia maligna do estomago (Cl6.-)
2. Neoplasia maligna da laringe (C32.-)
3. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulrnáo (C34.-)
4. Mesotelioma da pleura (C45.0)
5. Mesotelioma do peritónio (C45.l)
6. Mesotelioma do pericárdio (C45.2)
7. Placas epicárdicas ou pericárdicas (134.8)
8. Asbestose (J60.-)
9. Derrame Pleural (J90.-)
10. Placas Pleurais (J92.-)
111 - Benzeno e seus homólogos tóxicos l. Leucemias (C91-C95.-)
2. Síndromes Mielodisplásicas (D46.-)
3. Anemia Aplástica devida a outros agentes externos (D61.2)
4. Hipoplasia Medular (D61.9)
5. Púrpura e outras manifestacóes hemorrágicas (D69.-)
6. Agranulocitose (Neutropenia tóxica) (D70)
7. Outros transtornos especificados dos glóbulos brancos: Leucocitose, Rea~ao Leuce-
móide (D72.8)
8. Outros transtornos mentais decorrentes de lesáo e disfuncáo cerebrais e de doenca
física (F06.-) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos)
9. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doenca, lesáo e de
disfuncáo de personalidade (F07.-) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos)
10. Transtorno Mental Orgánico ou Sintomático nao especificado (F09.-) (Tolueno e out-
ros solventes aromáticos neurotóxicos)
11. Episódios depressivos (F32.-) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos)
12. Neurastenia (Incluí "Síndrome de Fadiga") (F48.0) (Tolueno e outros solventes aromá-
ticos neurotóxicos)
13. Encefalopatia Tóxica Crónica (G92.2)
14. Hipoacusia Ototóxica (H91.0) (Tolueno e Xileno)
15. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
16. Efeitos Tóxicos Agudos (T52.1 e T52.2)
IV - Berilio e seus compostos tóxicos 1. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulmáo (C34.-)
2. Conjuntivite (H 10)
3. Beriliose (J63.2)
4. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, furnacas e vapores ("Bron-
quite Química Aguda") (J68.0)
5. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, furnacas e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.1)

314
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOEN<;AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10)
6. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
7. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
8. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.7)
V- Bromo l. Faringite Aguda ("Angina Aguda", "Dor de Garganta") (J02.9)
2. Laringotraqueíte Aguda (J04.2)
3. Faringite Crónica (J31.2)
4. Sinusite Crónica (J32.-)
5. Laringotraqueíte Crónica (J37.1)
6. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, furnacas e vapores ("Bron-
quite Química Aguda") (J68.0)
7. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, furnacas e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.1)
8. Síndrome de Disfuncáo Reativa das Vías Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3)
9. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
10. Estomatite Ulcerativa Crónica (K12.1)
11. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
12. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.8.)
VI - Cádmio ou seus compostos l. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulmáo (C34.-)
2. Transtornos do nervo olfatório (Incluí "Anosmia") (G52.0)
3. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumacas e vapores ("Bron-
quite Química Aguda") (J68.0)
4. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, furnacas e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.1)
5. Síndrome de Disfuncáo Reativa das Vías Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3)
6. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
7. Enfisema intersticial (J98.2)
8. Alteracóes pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes (K03.7)
9. Gastroenterite e Colites tóxicas (K52.-)
10. Osteomalácia do Adulto lnduzida por Drogas (M83.5)
11. Nefropatia Túbulo-lntersticial induzida por metais pesados (N14.3)
12. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.3)
VII - Carbonetos metálicos de l. Outras Rinites Alérgicas (J30.3)
Tungsténio sinterizados 2. Asma (J45.-)
3. Pneumoconiose devida a outras poeiras inorgánicas especificadas (J63.8)
VIII - Chumbo ou seus compostos 1. Outras anemias devidas a transtornos enzimáticos (055.8)
tóxicos 2. Anemia Sideroblástica secundária a toxinas (D64.2)
3. Hipotireoidismo devido a substancias exógenas (E03.-)
4. Outros transtornos mentais decorrentes de lesáo e disfuncáo cerebrais e de doenca
ñsica (F06.-)
5. Polineuropatia devida a outras agentes tóxicos (G52.2)
6. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1)
7. Encefalopatia Tóxica Crónica (G92.2)
8. Hipertensáo Arterial (110.-)
9. Arritmias Cardíacas (149.-)

315
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOEN<;:AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10)
10. "Cólica da Chumbo" (K59.8)
11. Gota lnduzida pelo Chumbo (Ml0.1)
12. Nefropatia Túbulo-lntersticial induzida por metais pesados (N14.3)
13. Insuficiencia Renal Crónica (Nl 7)
14. lnfertilidade Masculina (N46)
15. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.0)
IX- Cloro 1. Rinite Crónica (J31.0)
2. Outras Doenc;as Pulmonares Obstrutivas Crónicas (lnclui "Asma Obstrutiva", "Bronqui-
te Crónica", "Bronquite Obstrutiva Crónica") {J44.-)
3. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumac;as e vapores ("Bron-
quite Química Aguda") (J68.0)
4. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumac;as e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.1)
S. Síndrome de Disfunc;ao Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3)
6. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
7. Efeitos Tóxicos Agudos {T59.4)
X - Cromo ou seus compostos tóxicos 1. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulrnáo (C34.-)
2. Outras Rinites Alérgicas (J30.3)
3. Rinite Crónica (J31.0)
4. ulceracáo ou Necrose do Septo Nasal {J34.0)
S. Asma (J45.-)
6. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicacóes infecciosas" (L08.9)
7. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-)
8. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
9. Úlcera Crónica da Pele, nao classificada em outra parte (L98.4)
10. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.2)
XI - Flúor ou seus compostos tóxicos 1. Conjuntivite (HlO)
2. Rinite Crónica (J31.0)
3. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumac;as e vapores ("Bron-
quite Química Aguda") (J68.0)
4. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumac;as e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.1)
5. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
6. Erosáo Dentária (K03.2)
7. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
8. Fluorose do Esqueleto (M85.1)
9. lntoxicacáo Aguda (T59.5)
XII - Fósforo ou seus compostos tóxicos 1. Polineuropatia devida a outras agentes tóxicos (GS2.2)
2. Arritmias cardíacas (149.-) (Agrotóxicos organofosforados e carbamatos)
3. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-)
4. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
S. Osteomalácia do Adulto lnduzida por Drogas (M83.5)
6. Osteonecrose {M87.-): Osteonecrose Devida a Drogas (M87.1); Outras Osteonecroses
Secundárias (M87.3)
7. lntoxicacáo Aguda (T57.1) [lntoxicacáo Aguda por Agrotóxicos Organofosforados:
T60.0)

316
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOEN<;AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10}
XIII - Hidrocarbonetos alifáticos ou l. Angiossarcoma do fígado (C22.3)
aromáticos (seus derivados halogenados 2. Neoplasia maligna do páncreas (C25.-)
tóxicos)
3. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulrnáo (C34.-)
4. Púrpura e outras manifestacñes hemorrágicas (069.-)
5. Hipotireoidismo devido a substancias exógenas (E03.-)
6. Outras porfirias (E80.2)
7. Delirium, nao sobreposto a demencia, como descrita (F05.0) (Brometo de Metila}
8. Outros transtornos mentais decorrentes de lesáo e dlsfuncéo cerebrais e de doenca
física (F06.-)
9. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doenca, lesao e de
disfuncáo de personalidade (F07.-)
10. Transtorno Mental Orgánico ou Sintomático nao especificado (F09.-}
11. Episódios Depressivos (F32.-)
12. Neurastenia (lnclui "Síndrome de Fadiga") (F48.0)
13. Outras formas especificadas de tremor (G25.2)
14. Transtorno extrapiramidal do movimento nao especificado (G25.9)
15. Transtornos do nervo trigémio (GSO.-)
16. Polineuropatia devida a outros agentes tóxicos (GS2.2) (n-Hexano)
17. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.l)
18. Encefalopatia Tóxica Crónica (G92.2)
19. Conjuntivite (HlO)
20. Neurite Óptica (H46)
21. Distúrbios visuais subjetivos (H53.-)
22. Outras vertigens periféricas {H81.3}
23. Labirintite {H83.0)
24. Hipoacusia ototóxica (H91.0)
25. Parada Cardíaca (146.-)
26. Arritmias cardíacas (149.-)
27. Síndrome de Raynaud (173.0) (Cloreto de Vinila)
28. Acrocianose e Acroparestesia (173.8) (Cloreto de Vinila)
29. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumacas e vapores
("Bronquite Química Aguda") (J68.0)
30. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumacas e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.1)
31. Síndrome de Disfuncáo Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3)
32. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
33. Doenc;a Tóxica do Fígado (K71.-): Doenca Tóxica do Fígado, com Necrose Hepática
(K71.1); Doenca Tóxica do Fígado, com Hepatite Aguda (K71.2); Doenca Tóxica do Fígado
com Hepatite Crónica Persistente (K71.3); Doenca Tóxica do Fígado com Outros Transtor-
nos Hepáticos (K71.8)
34. Hipertensáo Portal (K76.6) (Cloreto de Vinila)
35. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas cornpllcacóes infecciosas" (L08.9)
36. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
37. "Cloracne" (L70.8)
38. Outras formas de hiperpigmentacáo pela melanina: "Melanodermia" (L81.4)
Outros transtornos especificados de pigrnentacáo: "Profiria Cutánea Tardía" (L81.8}
Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (T33) (Anestésicos dorados locais)

317
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOEN<;AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10)
Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) (Anestésicos dorados locais)
Osteólise (M89.S) (de falanges distais de quirodáctilos) (Cloreto de Vinila)
Síndrome Nefrítica Aguda (NOO.-)
Insuficiencia Renal Aguda (N17)
Efeitos Tóxicos Agudos (T53.-)
XIV- lodo l. Conjuntivite (HlO)
2. Faringite Aguda ("Angina Aguda", "Dor de Garganta") (J02.9)
3. Laringotraqueíte Aguda (J04.2)
4. Sinusite Crónica (J32.-)
5. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumacas e vapores ("Bron-
quite Química Aguda")
6. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumac;as e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.1)
7. Síndrome de Disfuncáo Reativa das Vías Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3)
8. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
9. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-)
10. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.8)
XV - Manganés e seus compostos l. Demencia em outras doencas específicas classificadas em outros locais (F02.8)
tóxicos 2. Outros transtornos mentais decorrentes de lesáo e dlsfuncáo cerebrais e de doenca
física (F06.-)
3. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doenca, lesáo e de
dlsfuncáo de personalidade (F07.-)
4. Transtorno Mental Orgánico ou Sintomático nao especificado (F09.-)
5. Episódios Depressivos (F32.-)
6. Neurastenia (lnclui "Síndrome de Fadiga") (F48.0)
7. Parkisonismo Secundário (G21.2)
8. Inflarnacáo Coriorretiniana (H30)
9. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, furnacas e vapores ("Bron-
quite Química Aguda") (J68.0)
10. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4)
11. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.2)
XVI - Mercúrio e seus compostos l. Outros transtornos mentais decorrentes de lesáo e disfuncáo cerebrais e de doenca
tóxicos física (F06.-)
2. Transtornos de personalídade e de comportamento decorrentes de doenca, lesáo e de
disfunc;ao de personalidade (F07.-)
3. Transtorno Mental Orgánlco ou Sintomático nao especificado (F09.-)
4. Episódios Depressivos (F32.-)
S. Neurastenia (Incluí "Síndrome de Fadiga") (F48.0)
6. Ataxia Cerebelosa (Gll.1)
7. Outras formas especificadas de tremor (G25.2)
8. Transtorno extrapiramidal do movimento nao especificado (G25.9)
9. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.l)
10. Encefalopatia Tóxica Crónica (G92.2)
11. Arritmias cardíacas) (149.-)
12. Gengivite Crónica (KOS.1)
13. Estomatite Ulcerativa Crónica (K12.l)

318
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOEN<;AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10}
14. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-)
15. Doenc;a Glomerular Crónica (N03.-)
16. Nefropatia Túbulo-lntersticial induzida por metais pesados (N14.3)
17. Efeitos Tóxicos Agudos (TS7.l}
XVII - Substancias asfixiantes: 1. Demencia em outras doencas específicas classificadas em outros locais (F02.8}
Monóxido de Carbono, Cianeto de 2. Transtornos do nervo olfatório (Incluí "Anosmia") (GS2.0) (H2S)
Hidrogénio ou seus derivados tóxicos,
3. Encefalopatia Tóxica Crónica (G92.2} (Seqüela}
Sulfeto de Hldrogénio (Ácido Sulfídrico)
4. Conjuntivite (H 10} (H2S)
S. Queratite e Queratoconjuntivite (H16)
6. Angina Pectoris (120.-) (CO)
7. Infarto Agudo do Miocárdio (121.-) (CO}
8. Parada Cardíaca (146.-) (CO)
9. Arritmias cardíacas (149.-) (CO)
10. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, furnacas e vapores
("Bronquite Química Aguda") (HCN)
11. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, furnacas e vapores ("Ede-
ma Pulmonar Químico") (J68.l) (HCN)
12. Síndrome de Disfunc;ao Reativa das Vías Aéreas (SDVA/RADS} (J68.3} (HCN)
13. Bronquiolite Obliterante Crónica, Enfisema Crónico Difuso ou Fibrose Pulmonar Cró-
nica (J68.4) (HCN; H2S)
14. Efeitos Tóxicos Agudos (TS7.3; TS8; TS9.6}
XVIII - Sílica livre l. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulrnáo (C34.-}
2. Cor Pulmonale (127.9}
3. Outras Doenc;as Pulmonares Obstrutivas Crónicas (Incluí "Asma Obstrutiva", "Bronqui-
te Crónica", "Bronquite Obstrutiva Crónica") (J44.-)
4. Silicose (J62.8)
S. Pneumoconiose associada com Tuberculose ("Sílico-Tuberculose") (J63.8)
6. Síndrome de Caplan (J99.l; MOS.3}
XIX - Sulfeto de Carbono ou Dissulfeto 1. Demencia em outras doencas específicas classificadas em outros locais (F02.8}
de Carbono 2. Outros transtornos mentais decorrentes de lesáo e disfuncáo cerebrais e de doenca
física (F06.-}
3. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doenca, lesáo e de
dlsfuncáo de personalidade (F07.-)
4. Transtorno Mental Orgánico ou Sintomático nao especificado (F09.-}
S. Episódios Depressivos (F32.-)
6. Neurastenia (Incluí "Síndrome de Fadiga") (F48.0)
7. Polineuropatia devida a outros agentes tóxicos (G52.2)
8. Encefalopatia Tóxica Crónica (G92.2)
9. Neurite Óptica (H46)
10. Angina Pectoris (120.-}
11. Infarto Agudo do Miocárdio (121.-)
12. Ateroesclerose (170.-) e Doenc;a Ateroesclerótica do Coracáo (125.1)
13. Efeitos Tóxicos Agudos (TS2.8}
XX - Alcatráo, Breu, Betume, Hulha l. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulrnáo (C34.-)
Mineral, Parafina e produtos ou 2. Outras neoplasias malignas da pele (C44.-)
resíduos dessas substancias, causadores
3. Neoplasia maligna da bexiga (C67.-)
de epiteliomas primitivos da pele
4. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-}
S. Outras formas de hiperpigmentacáo pela melanina: "Melanodermia" (L81.4}

319
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOENc;:AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10)

XXI - Ruído e afeccáo auditiva 1. Perda da Audic;ao Provocada pelo Ruído (H83.3)
2. Outras percepcóes auditivas anormais: Alteracáo Temporária do Limiar Auditivo, Com-
prometimento da Discriminac;ao Auditiva e Hiperacusia (H93.2)
3. Hlpertensáo Arterial (110.-)
4. Ruptura Traumática do Tímpano (pelo ruído) (S09.2)
XXII - Vibracóes (afeccóes dos 1. Síndrome de Raynaud (173.0)
músculos, tendñes, ossos, articulacñes, 2. Acrocianose e Acroparestesia (173.8)
vasos sangüíneos periféricos ou dos
3. Outros transtornos articulares nao classificados em outra parte: Dor Articular (M25.S)
nervos periféricos)
4. Síndrome Cervicobraquial (M53.1)
S. Fibromatose da Fascia Palmar: ''Contratura ou Moléstia de Dupuytren" (M72.0)
6. Lesóes do Ombro (M75.-): Capsulite Adesiva do Ombro (Ombro Congelado, Periartrite
do Ombro) (M75.0); Síndrome do Manguito Rotatório ou Síndrome do Supraespinhoso
(M75.1); Tendinite Bicipital (M75.2); Tendinite Calcifícante do Ombro (M75.3); Bursite do
Ombro (M75.S); Outras tesñes do Ombro (M75.8); tesóes do Ornbro, nao especificadas
(M75.9)
7. Outras entesopatias (M77 .-): Epicondilite Medial (M77.0); Epicondilite lateral ("Cotove-
lo de Tenista"); Mialgia (M79.1)
8. Outros transtornos especificados dos tecidos moles (M79.8)
9. Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose Devida a Drogas (M87.1); Outras Osteonecroses
Secundárias (M87.3)
10. Doenc;a de Kienbock do Adulto (Osteocondrose do Adulto do Semilunar do Carpo)
(M93.1) e outras Osteocondropatias especificadas (M93.8)
XXIII - Ar Comprimido 1. Otite Média nao supurativa (H65.9)
2. Perfuracáo da Membrama do Tímpano (H72 ou S09.2)
3. Labirintite (H83.0)
4. Otalgia e Secrecáo Auditiva (H92.-)
S. Outros transtornos especificados do ouvido (H93.8)
6. Osteonecrose no "Mal dos Caixóes" (M90.3)
7. Otite Barotraumática (T70.0)
8. Sinusite Barotraumática (T70.1)
9. "Mal dos Caixées" (Doenc;a da Descornpressáo) (T70.4)
10. Síndrome devida ao deslocamento de ar de urna explosáo (T70.8)
XXIV - Radiacóes Ionizantes 1. Neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais (C30-C31.·)
2. Neoplasia maligna dos bronquios e do pulmáo (C34.-)
3. Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (Incluí "Sarcoma
ósseo")
4. Outras neoplasias malignas da pele (C44.·)
S. Leucemias (C91-C95.-)
6. Síndromes Mielodisplásicas (046.-)
7. Anemia Aplástica devida a outros agentes externos (061.2)
8. Hipoplasia Medular (061.9)
9. Púrpura e outras manífestacóes hemorrágicas (069.-)
10. Agranulocitose {Neutropenia tóxica) (070)
11. Outros transtornos especificados dos glóbulos brancos: Leucocitose, Reac;ao Leuce-
móide (072.8)
12. Polineuropatia induzida pela radiacáo (G62.8)
13. Blefarite (HOl.O)
14. Conjuntivite (HlO)
15. Queratite e Queratoconjuntivite (H16)

320
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOEN<;AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10}
16. Catarata (H28}
17. Pneumonite por radlacáo (J70.0 e J70.1)
18. Gastroenterite e Colites tóxicas (K52.-)
19. Radiodermatite (L58.-): Radiodermatite Aguda (L58.0); Radiodermatite Crónica
(L58.1); Radiodermatite, nao especificada (L58.9}; Afeccóes da pele e do tecido conjunti-
vo relacionadas com a radiacáo, nao especificadas (L59.9}
20. Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose Devida a Drogas (M87.l}; Outras Osteonecroses
Secundárias (M87.3)
21. lnfertilidade Masculina (N46)
22. Efeitos Agudos (nao especificados) da Radiacáo (T66)
XXV - Microorganismos e parasitas l. Tuberculose (A15-Al9.-)
infecciosos vivos e seus produtos tóxicos 2. Carbúnculo (A22.-)
(Exposicáo ocupacional ao agente e/ou
3. 8rucelose (A23.-)
transmissor da doenca, em proñssóes e/
ou condicóes de trabalho especificadas) 4. Leptospirose (A27.-)
5. Tétano (A35.-)
6. Psitacose, Ornitose, Doenca dos Tratadores de Aves (A70.-)
7. Dengue (A90.-)
8. Febre Amarela (A95.-}
9. Hepatites Virais (815-819.-)
10. ooenca pelo Virus da lmunodeficiéncla Humana (HIV} (820-824.-)
11. Dermatofitose (835.-) e Outras Micoses Superficiais (836.-}
12. Paracoccidiomicose (81astomicose Sul Americana, 81astomicose 8rasileira, Doenca de
Lutz) (841.-)
13. Malária (850-854.-)
14. Leishmaniose Cutánea (855.1) ou Leishmaniose Cutáneo-Mucosa (855.2)
15. Pneumonite por Hipersensibilidade a Poeira Orgánica (J67.-): Pulmáo do Granjeiro
(ou Pulrnáo do Fazendeiro) {J67.0); Bagacose {J67.1); Pulrnáo dos Criadores de Pássa-
ros (J67.2}; Suberose (J67.3}; Pulrnáo dos Trabalhadores de Malte (J67.4); Pulmáo dos
que Trabalham com Cogumelos (J67.5}; Ooenca Pulmonar Devida a Sistemas de Ar Con-
dicionado e de Umidíficacáo do Ar (J67.7}; Pneumonites de Hipersensibilidade Devidas
a Outras Poeiras Orgánicas (J67.8}; Pneumonite de Hipersensibilidade Devida a Poeira
Orgánica nao especificada (Alveolite Alérgica Extrínseca SOE; Pneumonite de Hipersensi-
bilidade SOE (J67 .O}
16. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas cornpllcacóes infecciosas" (L08.9}
XXVI - Algodáo, Linho, Can hamo, Sisal l. Outras Rinites Alérgicas (J30.3)
2. Outras Doencas Pulmonares Obstrutivas Crónicas (Incluí "Asma Obstrutiva", "Bronqui-
te Crónica", "8ronquite Obstrutiva Crónica") (J44.-)
3. Asma (J45.-)
4. 8issinose (J66.0}
XXVII - Agentes físicos, químicos ou l. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicacñes infecciosas" (L08.9)
biológicos, que afetam a pele, nao 2. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-)
considerados em outras rubricas
3. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-)
4. Urticária Alérgica (L50.0)
S. "Urticária Física" (devida ao calor e ao frio) (L50.2}
6. Urticária de Contato (L50.6}
7. Queimadura Solar (L55)
8. Outras Alteracñes Agudas da Pele devidas a Radiacáo Ultravioleta (L56.-): Dermatite
por Fotocontato (Dermatite de 8erloque) (L56.2); Urticária Solar (L56.3); Outras Altera-
~oes Agudas Especificadas da Pele devidas a Radiacáo Ultravioleta (L56.8); Outras Alte-
racóes Agudas da Pele devidas a Radiacáo Ultravioleta, sem outra especíñcacáo (L56.9}

321
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE DOENc;:AS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10)

9. Alteracñes da Pele devidas a Exposicáo Crónica a Radiac;ao Nao Ionizante (L57.-): Cera-
tose Actínica (L57.0); Outras Alteracóes: Dermatite Solar, "Pele de Fazendeiro", "Pele de
Marinheiro" (L57 .8)
10. "Cloracne" (L70.8)
11. "Elaioconiose" ou "Dermatite Folicular" (L72.8)
12. Outras formas de hiperpigmentacáo pela melanina: "Melanodermia" (L81.4)
13. Leucodermia, nao classificada em outra parte (lnclui "Vitiligo Ocupacional") (L81.5)
14. Úlcera Crónica da Pele, nao classificada em outra parte (L98.4)
15. Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (T33) (Frio)
16. Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) (Frio)

LISTA B
[Redacáo dada pelo Decreto n. 6.957 /2009)C18ºl

Nota: l. As doencas e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional listados sao
exemplificativos e complementares.

DOEN<:AS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo Ida CID-10)

DOENc;:AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORESDE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL


Exposicáo ocupacional ao Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch) ou Mycobacterium
bovis, em atividades em laboratórios de biología, e atividades realizadas por pessoal de
1 - Tuberculose (Al5-A19.-) saúde, que propiciam contato direto com produtos contaminados ou com doentes cujos
exames bacteriológicos sao positivos (Z57.8) (Quadro XXV)
Hipersuscetibilidade do trabalhador exposto a poeiras de sílica (Sílico-tuberculose) (J65.-)

Zoonose causada pela exposicáo ocupacional


ªº
Bacillus anthracis, em atividades
suscetíveis de colocar os trabalhadores em contato direto com animais infectados ou com
cadáveres desses animais; trabalhos artesanais ou industriais com pelos, pele, couro ou la.
11 - Carbúnculo (A22.-)
(ZS7.8) (Quadro XXV)
Zoonose causada pela exposicáo ocupacional a Brucella melitensis, B. abortus, B. suis, B.
canis, etc., em atividades em abatedouros, frigoríficos, manipulacáo de produtos de carne;
111 - Brucelose (A23.-) ordenha e fabrlcacác de laticínios e atividades assemelhadas. (ZS7.8) (Quadro XXV)
Exposic;ao ocupacional a Leptospira icterohaemorrhagiae (e outras espécies), em trabalhos
expendo ao contato direto com águas sujas, ou efetuado em locais suscetíveis de serem sujos
por dejetos de animais portadores de germes; trabalhos efetuados dentro de minas, túneis,
galerias, esgotos em locais subterráneos: trabalhos em cursos d'água; trabalhos de drenagem;
IV - Leptospirose (A27.-)
contato com roedores; trabalhos com anima is domésticos, e com gado; preparacáo de alimentos
de origem animal, de peixes, de laticínios etc. (ZS7.8) (Quadro XXV)
Exposicáo ao Clostridium tetani, em circunstancias de acidentes do trabalho na agricultura,
na construcáo civil, na indústria, ou em acidentes de trajeto (Z57 .8) (Quadro XXV)
V - Tétano (A35.-)
Zoonoses causadas pela exposicáo ocupacional a Chlamydia psittaci ou Chlamydia
pneumoniae, em trabalhos em criadouros de aves ou pássaros, atividades de Veterinária,
VI - Psitacose, Ornitose, Doenc;a dos em zoológicos, e em laboratórios biológicos etc. (ZS7.8) (Quadro XXV)
Tratadores de Aves (A70.-)

(180) A lista B, publicada no Anexo 11 do Decreto n. 3.048/99, sofreu urna primeira alteracáo quando da publlcacáo do Decreto n.
6.042/2007 e outra alteracáo pelo Decreto n. 6.957 /2009, sen do esta última a que se encontra atualmente em vigor.

322
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

Exposicáo ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da Dengue,


VII - Dengue [Dengue Clássico] principalmente em atividades em zonas endémicas, em trabalhos de saúde pública, e em
(A90.-) trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre outros.
(Z57.8) (Quadro XXV)
Exposicáo ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da Febre
VIII - Febre Amarela (A95.-) Amarela, principalmente em atividades em zonas ende micas, em trabalhos de saúde pública,
e em trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre outros. (ZS7.8) (Quadro XXV)
Exposicáo ocupacional ao Vírus da Hepatite A (HAV); Virus da Hepatite B (HBV); Vírus
da Hepatite C (HCV); Virus da Hepatite D (HDV); Vírus da Hepatite E (HEV), em trabalhos
envolvendo manipulacáo, acondicionamento ou emprego de sangue humano ou de seus
IX - Hepatites Virais (B15-Bl9.-) derivados; trabalho com "águas usadas" e esgotos; trabalhos em contato com materiais
provenientes de doentes ou objetos contaminados por eles. (Z57.8) (Quadro XXV)
Exposicáo ocupacional ao Vírus da trnuno-deñciéncla Humana (HIV), principalmente em
trabalhadores da saúde, em decorréncia de acidentes pérfuro-cortantes com agulhas ou
X - Doenc;a pelo Vírus da material cirúrgico contaminado, e na manipulacáo, acondicionamento ou emprego de
lmunodeficiéncla Humana sangue ou de seus derivados, e contato com materia is provenientes de pacientes infectados.
(HIV) (B20-B24.-) (Z57.8) (Quadro XXV)
Exposic;ao ocupacional a fungos do genero Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton,
em trabalhos em condlcñes de temperatura elevada e umidade (cozinhas, ginásios,
XI - Dermatofitose (B35.-) e Outras piscinas) e outras situacóes específicas de exposicáo ocupacional. (Z57.8) (Quadro XXV)
Micoses Superfíciais (B36.-)
Exposicáo ocupacional a Candida albicans, Candida glabrata, etc., em trabalhos que
XII - Candidíase (B37.-) requerem longas ímersñes das máos em água e irritacáo mecánica das máos, tais como
trabalhadores de limpeza, lavadeiras, cozinheiras, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV)
Exposicáo ocupacional
ªº
Paracoccidioides brasiliensis, principalmente em trabalhos
agrícolas ou florestais e em zonas endémicas, (ZS7.8) (Quadro XXV)
XIII - Paracoccidioidomicose
(81astomicose Sul Americana,
Blastomicose Brasileira, Doenc;ade
Lutz) (841.-)
Exposicáo ocupacional ao Plasmodium malariae; Plasmodium vivax; Plasmodium falciparum
ou outros protozoários, principalmente em atividades de rnineracáo, construcáo de
barragens ou rodovias, em extracáo de petróleo e outras atividades que obrigam a entrada
XIV - Malária (BSO - 854.-)
dos trabalhadores em zonas endémicas (Z57.8) (Quadro XXV)
Exposicáo ocupacional a
Leishmania braziliensis, principalmente em trabalhos agrícolas ou
florestais e em zonas endémicas, e outras sítuacñes específicas de exposicáo ocupacional.
XV - Leishmaniose Cutánea (Z57.8) (Quadro XXV)
(BSS.l) ou Leishmaniose Cutáneo-
Mucosa (BSS.2)

NEOPLASIAS (TUMORES) RELACIONADOS COM O TRABALHO


(Grupo 11 da CID-10)

DOEN<;AS AGENTESETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL


1 - Neoplasia maligna do estomago
Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2)(Quadro 11)
(C16.-)

l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X48.-; X49.-; Z57.5) (Quadro 1)


11 - Angiossarcoma do fígado 2. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
(C22.3)

l. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)


2. Epicloridrina (X49.-; Z57.5)
111 - Neoplasia maligna do páncreas
(C25.-) 3. Hidrocarbonetos alifáfitos e aromáticos na lndústria do Petróleo (X46.-; Z57.5)

323
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
l. Radiai;oes ionizantes (W88.-; Z57.l)(Quadro XXIV)
2. Níquel e seus compostos (X49.·; Z57.5)
IV - Neoplasia maligna da cavidade 3. Poeiras de madeira e outras poeiras orgánicas da indústria do mobiliário (X49.-; Z57 .2)
nasal e dos seios paranasais
4. Poeiras da indústria do couro (X49.-; Z57.2)
(C30·C31·.)
S. Poeiras orgánicas (na indústria textil e em padarias) (X49.-; Z57.2)
6. lndústria do petróleo (X46.-; Z57.5)
V - Neoplasia maligna da laringe
Asbesto ou Amianto (Z57.2) (Quadro 11)
(C32.·)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X48.-; X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro 1)
2. Asbesto ou Amianto (X49.-; ZS7.2) (Quadro 11)
3. Berilio (X49.-; Z57.5) (Quadro IV)
4. Cádmio ou seus compostos (X49.·; Z57.S) (Quadro VI)
S. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro X)
6. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
7. Clorometil éteres (X49.-; Z57.S) (Quadro XIII)
8. Sílica-livre (ZS7.2) (Quadro XVIII)
VI - Neoplasia maligna dos
bronquios e do pulmáo (C34.·) 9. Alcatráo, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de residuos dessas substancias
(X49.-; Z57.5) (Quadro XX)
10. Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
11. Ernissóes de tornos de coque (X49.-; Z57.S)
12. Níquel e seus compostos (X49.·; Z57 .5)
13. Acrilonitrila (X49.-; Z57.5)
14. lndústria do aluminio (fundicóes) (X49.-; Z57.5)
15. Neblinas de óleos minerais (óleo de corte) (X49.-; Z57.5)
16. Fundii;oes de metais (X49.-; Z57.5)
VII - Neoplasia maligna dos ossos e
cartilagens articulares dos membros Radiai;oes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
(lnclui "Sarcoma Ósseo") (C40.-)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro 1)
2. Alcatráo, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de residuos dessas substancias
VIII - Outras neoplasias malignas da causadores de epiteliomas da pele (X49.-; Z57.5) (Quadro XX)
pele (C44.-)
3. Radiai;oes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
4. Radiacóes ultravioletas (W89; Z57.1)
IX - Mesotelioma (C45.-):
Mesotelioma da pleura (C45.0),
Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2) (Quadro 11)
Mesotelioma do peritónio (C45.1) e
Mesotelioma do pericárdio (C45.2)
l. Alcatráo, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de residuos dessas substancias
(X49.-; Z57.5 (Quadro XX)
X - Neoplasia maligna da bexiga
2. Aminas aromáticas e seus derivados (Beta-naftilamina, 2-cloroanilina, benzidina, o-toluidina,
(C67.·}
4-cloro-orto-toluidina (X49.-; Z57.5)
3. Emissóes de tornos de coque (X49.-; Z57.5)
l. Benzeno (X46.·; Z57.5) (Quadro 111)
2. Radiai;oes ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
3. Óxido de etileno (X49.-; Z57.5}
XI - Leucemias (C91-C95.·)
4. Agentes antineoplásicos (X49.-; Z57.5)
s. Campos eletromagnéticos (W90.-; Z57.5)
6. Agrotóxicos dorados (Clordane e Heptaclor) (X48.-; Z57.4)

324
DOEN«;AS DO SANGUE E DOS ÓRGAOS HEMATOPOÉTICOS RELACIONADAS COM O TRABALHO
(Grupo 111 da CID-10)
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

1 -Síndromes Mielodisplásicas l. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)


(D46.-) 2. Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
11 - Outras anemias devidas a
Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII)
transtornos enzimáticos (D55.8)
111 - Anemia Hemolítica adquirida
Derivados nitrados e aminados do Benzeno (X46.-; Z57.5)
(D59.2)
IV - Aplástica devida a outros l. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)
agentes externos (D61.2) 2. Radiacóes ionizantes (W88.-) (Quadro XXIV)
V - Anemia Aplástica nao
l. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)
especificada, Anemia hipoplástica
2. Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
SOE, Hipoplasia medular (D61.9)
VI - Anemia Sideroblástica
secundária a toxinas (lnclui "Anemia
Chumbo ou seus compostos tóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro VIII)
Hipocrómica, Microcítica, com
Reticulocitose") (064.2)
l. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)
VII - Púrpura e outras
2. Cloreto de Vinila (X46.-) (Quadro XIII)
manifestacóes hemorrágicas (069.-)
3. Radlacóes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
l. Benzeno (X46.-; Z57.S) (Quadro 111)
VIII - Agranulocitose (Neutropenia
2. Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
tóxica) {070)
3. Derivados do Fenol, Pentaclorofenol, Hidroxibenzonitrilo (X49.-; XZ57.5)
IX - Outros transtornos
especificados dos glóbulos brancos: 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)
leucocitose, reacáo leucemóide 2. Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
(D72.8)
X - Metahemoglobinemia (D74.-) Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; Z57.5)

DOEN«;AS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo IV da CID-10)
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII)
2. Hidrocarbonetos halogenados (Clorobenzeno e seus derivados) (X46.-; Z57.5) {Quadro XIII)
1 - Hipotireoidismo devido a
3. Tiuracil {X49.-; Z57.5)
substancias exógenas (E03.-)
4. Tiocinatos (X49.-; Z57.5)
5. Tiuréia (X49.-; Z57.5)
11 - Outras Porfirias (E.80.2) Clorobenzeno e seus derivados (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)

TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO RELACIONADOS COM O TRABALHO


(Grupo V da CI0-10)

DOENc;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL

1 - Demencia em outras doencas l. Manganés X49.-; ZS7.5) (Quadro XV)


específicas classificadas em outros 2. Substancias asfixiantes: CO, H2S, etc. (seqüela) (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
locais (F02.8) 3. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) {Quadro XIX)
11 - Delirium, nao sobreposto a 1. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
demencia, como descrita {F05.0) 2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) {Quadro XIX)

325
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
l. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro 111)
2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII)
3. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgánicos halogenados
111 -Outros transtornos mentais neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
decorrentes de lesa o e disfu n<;ao 4. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XIII)
cerebrais e de doenca física (F06.-):
Transtorno Cognitivo Leve (F06.7) S. Manganes e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.S) (Quadro XV)
6. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XVI)
7. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.S) (Quadro XIX)
8. Outros solventes orgánicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5)

IV - Transtornos de personalidade l. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Ouadro 111)
e de comporta mento decorrentes 2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgánicos halogenados
de doenca, lesáo e de disfuncáo de neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
personalidade (F07.-): Transtorno 3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XIII)
Orgánico de Personalidade (F07.0);
4. Manganés e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
Outros transtornos de personalidade
e de comporta mento decorrentes de S. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XVI)
doenca, lesáo ou disfuncáo cerebral 6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.S) (Quadro XIX)
(F07.8) 7. Outros solventes orgánicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.S)
l. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)
2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgánicos halogenados
neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
v- Transtorno Mental Orgánico ou 3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
Sintomático nao especificado (F09.-) 4. Manganés e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.S) (Quadro XV)
S. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.S) (Quadro XIX)
7. Outros solventes orgánicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5)
VI - Transtornos mentais e l. Problemas relacionados como emprego e como desemprego: Condicóes difíceis de trabalho
comportamentais devidos ao uso (ZS6.S)
do álcool: Alcoolismo Crónico
(Relacionado como Trabalho) (Fl0.2) 2. Circunstancia relativa as condicóes de trabalho (Y96)

l. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro 111)


2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgánicos halogenados
neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
3. Brometo de Metila (X46.-; Z57 .4 e Z57.S) (Quadro XIII)
VII - Episódios Depressivos (F32.-)
4. Manganés e seus cornpostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
S. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XVI)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.S)(Quadro XIX)
7. Outros solventes orgánicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.S)
VIII - Reacóes ao "Stress" Grave e l. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o trabalho : reacáo após acidente do
Transtornos de Adaptacáo (F43.-): trabalho grave ou catastrófico, ou após assalto no trabalho (Z56.6)
Estado de "Stress" Pós-Traumático
(F43.l) 2. Circunstancia relativa as condicóes de trabalho (Y96)

l. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro 111)


2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgánicos halogenados
(X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
IX - Neurastenia (lnclui "Síndrome de 3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XIII)
Fadiga") (F48.0) 4. Manganés e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
S. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.4 e ZS7.S) (Quadro XVI)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.S) (Quadro XIX)
7. Outros solventes orgánicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.S)

326
DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (ZS6.-): Desemprego (ZS6.0);
X - Outros transtornos neuróticos
Mudanca de emprego (ZS6.l); Arneaca de perda de emprego (ZS6.2); Ritmo de trabalho penoso
especificados (lnclui "Neurose
(ZS6.3); Desacordo com patráo e colegas de trabalho [Condlcñes difíceis de trabalho) (ZS6.S);
Profissional") (F48.8)
Outras dificuldades físicas e menta is relacionadas como trabalho (ZS6.6)
XI - Transtorno do Ciclo Vigília-Sono a
l. Problemas relacionados como emprego e como desemprego: Má adaptacáo organízacáo do
Devido a Fatores Nao-Organicos horário de trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (ZS6.6)
(FSl.2) 2. Circunstancia relativa as condicóes de trabalho (Y96)
XII - Sensacáo de Estar Acabado
l. Ritmo de trabalho penoso (ZS6.3)
("Síndrome de Burn-Out", "Síndrome
2. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o trabalho (ZS6.6)
do Esgotamento Profissional") (Z73.0)

DOEN~AS DO SISTEMA NERVOSO RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo VI da CID-10)

DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL


1 - Ataxia Cerebelosa (Gll.l) Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e ZS7.S) (Quadro XVI)
11 - Parkisonismo Secundário devido a
Manganés e seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.S) (Quadro XV)
outros agentes externos (G21.2)
l. Brometo de metila (X46.-; ZS7.4 e ZS7.S) (Quadro XIII)
111 - Outras formas especificadas de 2. Tetracloroetano (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
tremor (G25.2) 3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XVI)
4. Outros solventes orgánicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; ZS7.S)
l. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro XVI)
IV - Transtorno extrapiramidal do
2. Cloreto de metileno (Diclorometano) e outros solventes halogenados neurotóxicos (X46.-;
movimento nao especificado (G25.9)
ZS7.S) (Quadro XIII)
V - Distúrbios do Ciclo Vigília-Sono Problemas relacionados como emprego e como desemprego: Má adaptacáo a organizacáo do
(G47.2) horário de trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (Z56.6)
VI - Transtornos do nervo trigémlc
Tricloroetileno e outros solventes halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
(GSO.-)
VII - Transtornos do nervo olfatório l. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.S) (Quadro VI)
(GS2.0) (lnclui "Anosmia") 2. Sulfeto de hldrogénio (X49.-; Z57.S) (Quadro XVII)
VIII -Transtornos do plexo braquial
(Síndrome da Saída do Tórax, Síndrome Posicóes toreadas e gestos repetitivos (Z57.8)
do Desfiladeiro Torácico) (GS4.0)
IX - Mononeuropatias dos Membros
Superiores (G56.-): Síndrome do Túnel
do Carpo (GS6.0); Outras tesñes
do Nervo Mediano: Síndrome do
Pronador Redondo (G56.1); Síndrome
do Canal de Guyon (G56.2); Lesáo
Posicóes forcadas e gestos repetitivos (ZS7.8)
do Nervo Cubital (ulnar): Síndrome
do Túnel Cubital(G56.2); Lesao
do Nervo Radial (GS6.3); Outras
Mononeuropatias dos Membros
Superiores: Cornpressáo do Nervo
Supra-escapular (G56.8)

X- Mononeuropatias do membro Posicóes forcadas e gestos repetitivos (Z57.8)


inferior (G57.-): Lesáo do Nervo
Poplíteo Lateral (G57.3)

327
DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; 257.4 e 257.S) (Quadro 1)
2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.-; 257.5) (Quadro VIII)
3. Fósforo (X48.-; X49.-; 257.4 e 257.5) (Quadro XII)
XI - Polineuropatia devida a outros 4. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.S)(Quadro XIX)
agentes tóxicos (G62.2) 5. n-Hexano (X46.-; 257.S) (Quadro XIII)
6. Metil-n-Butil Cetona (MBK) (X46.·; Z57.S)
XII - Polineuropatia induzida pela
Radiacóes ionizantes (X88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
radiacáo (G62.8)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; 257.4 e 257.S) (Quadro 1)
2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.-; 257.S) (Quadro VIII)
XIII - Encefalopatia Tóxica Aguda
3. Hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos (seus derivados halogenados neurotóxicos) (X46.-;
(G92.1)
257.S) (Quadro XIII)
4. Mercúrlo e seus derivados tóxicos (X49.-; 257.4 e 257.S) (Quadro XVI)
l. Tolueno e Xileno (X46.-; 257.5) (Quadro 111)
2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.·; Z57.5) (Quadro VIII)
XIV - Encefalopatia Tóxica Crónica 3. Solventes organices halogenados neurotóxicos (X46.-; 257.S) (Quadro XIII)
{G92.2) 4. Mercúrio e seus compostos tóxicos {X49.·; Z57.S) (Quadro XVI)
5. Substancias asfixiantes: CO, H2S, etc. (seqüela) (X47.-; Z57.S) (Quadro XVII)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; 257.S) (Quadro XIX)

DOEN<;AS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo VII da CID-10)
DOEN~ AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATO RES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
l. Arsénio e seus compostos arsenicais {X49.·; 257.4 e Z57.5) (Quadro 1)
1- Blefarite (HOl.O) 2. Radiacóes Ionizantes {W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
3. Cimento (X49.-; 257.2)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais {X49.·; 257.4 e 257.5) (Quadro 1)
2. Berilio e seus compostos tóxicos (X49.·; Z57.S) (Quadro IV)
3. Flúor e seus cornpostos tóxicos (X49.-) (Quadro XI)
4. lodo (X49.-; 257.5) (Quadro XIV)
5. Cloreto de etila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
6. Tetracloreto de carbono (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
7. Outros solventes halogenados tóxicos (X46.-; 257.4 e 257.S) (Quadro XIII)
8. Ácido sulfídrico (Sulfeto de hidrogénio) {X49.-; Z57.5) (Quadro XVII)
11 - Conjuntivite (HlO)
9. Radiac;5es ionizantes (W88.-; 257.1) (Quadro XXIV)
10. Radiac;5es Ultravioletas (W89; Z57.1
11. Acrilatos (X49.-; Z57.5)
12. Cimento (X49.-; Z57.2)
13. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana {X44.-; 257.2)
14. Furfural e Álcool Furfurilico (X45.·; Z57.S)
15. lsocianatos organices (X49.-; Z57.S)
16. Selenio e seus compostos (X49.-; 257.S)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; 257.4 e 257.5) (Quadro 1)
2. Ácido sulfídrico (Sulfeto de hidrogénio) {X49.·; Z57.5) (Quadro XVII)
111 - Queratite e Queratoconjuntivite
3. Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57 .1) (Quadro XXIV)
{Hl6)
4. Radiac;5es lnfravermelhas (W90.-; 257.1)
5. Radiacóes Ultravioletas (W89.-; 257 .1)
l. Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
IV - Catarata (H28)
2. Radiacóes lnfravermelhas {W90.-; 257.1)

328
DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

V- Inñamacáo Coriorretiniana (H30) Manganes e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV)

1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)


2. Cloreto de metileno (Didorometano) e outros solventes dorados neurotóxicos (X46.-;
ZS7.5) (Quadro XIII)
VI - Neurite Óptica (H46)
3. Tetracloreto de carbono (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
4. Sulfeto de Carbono (X49.-; ZS7.5) (Quadro XIX)
S. Metanol (X45.-; Z57.5)

VII - Distúrbios visuais subjetivos 1. Brometo de metila (X46.-; ZS7.4 e ZS7.S) (Quadro XIII)
(H53.-) 2. Cloreto de metileno e outros solventes dorados neurotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)

DOEN~AS DO OUVIDO RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo VIII da CID-10)
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

1 - Otite Média nao-supurativa 1. "Ar Comprimido" (W94.-; ZS7.8) (Quadro XXIII)


(H65.9) 2. Pressáo atmosférica inferior a pressáo padráo (W94.-; ZS7.8)
11 -Perfuracáo da Membrana do 1. "Ar Comprimido" (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)
Tímpano (H72 ou 509.2) 2. Pressáo atmosférica inferior a pressáo padráo (W94.-; Z57.8)
111 - Outras vertigens periféricas
Cloreto de metileno e outros solventes halogenados tóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
(H81.3)
1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
IV - Labirintite (H83.0)
2. "Ar Comprimido" (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)
V - Efeitos do ruído sobre o ouvido
interno/ Perda da Audicáo Provocada
Exposicáo ocupacional ao Ruído (ZS7.0; W42.-) (Quadro XXI)
pelo Ruído e Trauma Acústico
(H83.3)
1. Homólogos do Benzeno otoneurotóxicos (Tolueno e Xileno) (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)
VI - Hipoacusia Ototóxica (H91.0)
2. Solventes orgánicos otoneurotóxicos (X46.-; Z57.8) (Quadro XIII)

VII - Otalgia e Secrecáo Auditiva "Ar Comprimido" (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)
(H92.-): Otalgia (H92.0), Otorréia
(H92.1) ou Otorragia (H92.2)
VIII - Outras percepcóes auditivas
anormais: Alteracáo Temporária do
Limiar Auditivo, Comprometimento Exposic;ao ocupacional ao Ruído (Z57.0; X42.-) (Quadro XXI)
da Discriminacáo Auditiva e
Hiperacusia (H93.2)

IX - Outros transtornos 1. Brometo de metila (X46.-; ZS7.4 e Z57.S) (Quadro XIII)


especificados do ouvido (H93.8) 2. "Ar Comprimido" (W94.-; ZS7.8) (Quadro XXIII)

1. "Ar Comprimido" (W94.-; ZS7.8) (Quadro XXIII)


2. Alteracóes na pressáo atmosférica ou na pressáo da água no ambiente (W94.-; Z57.8)
X - Otite Barotraumática (T70.0)
1. "Ar Comprimido" (W94.-; Z57 .8) (Quadro XXIII)
XI - Sinusite Barotraumática (T70.1)
2. Alteracóes na pressáo atmosférica ou na pressáo da água no ambiente (W94.-)

XII - "Mal dos Caixóes" (Doenc;a de 1. "Ar Comprimido" (W94.-; ZS7.8)(Quadro XXIII)
Oescompressáo) (T70.4) 2. Alteracñes na pressáo atmosférica ou na pressáo da água no ambiente (W94.-; ZS7.8)
XIII - Síndrome devida ao 1. "Ar Comprimido" (W94.-; ZS7 .8) (Quadro XXIII)
deslocamento de ar de urna explosáo
2. Alteracóes na pressáo atmosférica ou na pressáo da água no ambiente (W94.-; Z57.8)
(T70.8)

329
DOEN<:AS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO RELACIONADAS COM O TRABALHO
(Grupo IX da CID-10)
DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
l. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.S) (Quadro VIII)
1 - Hipertensáo Arterial (110.-) 2. Exposi~ao ocupacional ao Ruído (Z57.0; X42.-) (Quadro XXI)
3. Problemas relacionados como emprego e como desemprego (Z56.-)
l. Monóxido de carbono (X47.-; Z57.S) (Quadro XVII)
2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
11 - Angina Pectoris (120.-)
3. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-; Z57.5)
4. Problemas relacionados como emprego e como desemprego (Z56.-)
l. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.S) (Quadro XVII)
111 - Infarto Agudo do Miocárdio 2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.S) (Quadro XIX)
(121.-) 3. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-; Z57.5)
4. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-)
IV - Cor Pulmonale SOE ou Doenca Compllcacáo evolutiva das pneumoconioses graves, principalmente Silicose (Z57.2) (Quadro
Cardio-Pulmonar Crónica (127.9) XVIII)
V - Placas epicárdicas ou pericárdicas
Asbesto ou Amianto (W83.-; Z57.2) (Quadro 11)
(134.8)
l. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos (X46.-) (Quadro XIII)
VI - Parada Cardíaca (146.-) 2. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
3. Outros agentes potencialmente causadores de arritmia cardíaca (Z57.5)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.5) (Quadro 1)
2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Ouadro VIII)
3. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
4. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XVI)
VII - Arritmias cardíacas (149.-) 5. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
6. Agrotóxicos organofosforados e carbamatos (X48; Z57.4) (Quadros XII e XXVII)
7. Exposicáo ocupacional a Cobalto (X49.-; ZS7.S)
8. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-; Z57.S)
9. Problemas relacionados como emprego e como desemprego (Z56.-)
VIII - Ateroesclerose (170.-) e üoenca
Sulfeto de carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
Ateroesclerótica do Coracáo (125.1)
l. Cloreto de vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
IX - Síndrome de Raynaud (173.0) 2. Vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.-; Z57.6)
l. Cloreto de vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
X - Acrocianose e Acroparestesia
2. Víbracóes localízadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
(173.8)
3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.-; Z57.6)

DOEN<:AS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo X da CID-10)

DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORESDE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL


1 - Faringite Aguda, nao especificada
l. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)
("Angina Aguda", "Dor de
2. lodo (X49.-; Z57.S) (Quadro XIV)
Garganta") (J02.9)
l. Bromo (X49.-; Z57.S) (Quadro V)
11 - Laringotraqueíte Aguda (J04.2)
2. lodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)

330
DOEN~AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
l. Carbonetos metálicos de tungsténio sinterizados (X49.-; Z57.2 e ZS7.S) (Quadro VII)
2. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.S) (Quadro X)
3. Poeiras de algodáo. linho, cánharno ou sisal (Z57.2) (Quadro XXVI)
4. Acrilatos (X49.-; ZS7.S)
S. Aldeído fórmico e seus polímeros (X49.-; Z57.S)
6. Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; ZS7.S)
7. Anidrido ftálico (X49.-; ZS7.S)
8. Azodicarbonamida (X49.-; Z57.S)
9. Carbetos de metais duros: cobalto e titanio (Z57.2)
10. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriano (X44.-; Z57.3)
111 - Outras Rinites Alérgicas (J30.3) 11. Furfural e Álcool Furfurílico (X45.-; Z57.S)
12. lsocianatos orgánicos (X49.-; Z57.S)
13. Níquel e seus cornpostos (X49.-; ZS7.S)
14. Pentóxido de vanádio (X49.-; Z57.S)
15. Produtos da pirólise de plásticos, cloreto de vinila, teflon (X49.-; Z57.5)
16. Sulfitos, bissulfitos e persulfatos (X49.-; ZS7.S)
17. Medicamentos: macrólidos; ranetidina; penicilina e seus sais; cefalosporinas (X44.-; Z57.3)
18. Proteínas animais em aerossóis (Z57.3)
19. Outras substancias de origem vegetal (cereais, farinhas, serragem, etc.) (Z57.2)
20. Outras susbtáncias químicas sensibilizantes da pele e das vías respiratórias (X49.-;
ZS7.2) (Quadro XXVII)
l. Arsénico e seus compostos arsenicais (X49.-; ZS7.4 e Z57.S) (Quadro 1)
2. Cloro gasoso (X47.-; Z57.S) (Quadro IX)
3. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-) (Quadro X)
4. Gás de flúor e Fluoreto de Hidrogénio (X47.-; Z57.S) (Quadro XI)
S. Amónia (X47.-; Z57.S)
6. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.5)
IV - Rinite Crónica (J31.0) 7. Cimento (ZS7.2)
8. Fenol e homólogos (X46.-; Z57.S)
9. Névoas de ácidos minerais (X47.-; ZS7.S)
10. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5)
11. Selenio e seus compostos (X49.-; Z57.S)
V - Faringite Crónica (J31.2) Bromo (X49.-; ZS7.S) (Quadro V)
l. Bromo (X49.-; ZS7.S) (Quadro V)
VI - Sinusite Crónica (J32.-)
2. lodo (X49.-; Z57.S) (Quadro XIV)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro 1)

VII - Ulceracáo ou Necrose do Septo 2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; ZS7.S) (Quadro VI)
Nasal (J34.0) 3. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro X)
4. Solucóes e aeoressóis de Ácido Cianídrico e seus derivados (X47.-; Z57.S) (Quadro XVII)
VIII - Perfuracáo do Septo Nasal l. Arsémo e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.S) (Quadro 1)
(J34.8) 2. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.5) (Quadro X)
IX - Laringotraqueíte Crónica (J37.1) Bromo (X49.-; Z57.S) (Quadro V)
l. Cloro gasoso (X47.-; Z57.S) (Quadro IX)
2. Exposicáo ocupacional a poeira de sílica livre (Z57.2-) (Quadro XVIII)
X - Outras Doenc;as Pulmonares
Obstrutivas Crónicas {Incluí: "Asma 3. Exposicáo ocupacional a poeiras de algodáo, linho, cánharno ou sisal (Z57.2) (Quadro XXVI)
Obstrutiva", "Bronquite Crónica", 4. Amónia (X49.-; Z57.S)
"Bronquite Asmática", "Bronquite S. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.S)
Obstrutiva Crónica") (J44.-)
6. Névoas e aerossóis de ácidos minerais (X47.-; Z57.S)
7. Exposicáo ocupacional a poeiras de carváo mineral (ZS7.2)

331
DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Mesma lista das substancias sensibilizantes produtoras de Rinite Alérgica (X49.-; Z57.2, ZS7.4 e
XI - Asma (J45.-)
ZS7.5)
XII - Pneumoconiose dos l. Exposic;ao ocupacional a poeiras de carváo mineral (ZS7.2)
Trabalhadores do Carváo (J60.-) 2. Exposícáo ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2) (Quadro XVIII)
XIII - Pneumoconiose devida ao
Asbesto (Asbestose) e a outras fibras Exposicáo ocupacional a poeiras de asbesto ou amianto (Z57.2) (Quadro 11)
minerais (J61.-)

Exposícáo ocupacional a poeiras de sílica-livre (ZS7.2) (Quadro XVIII)


XIV - Pneumoconiose devida a poeira
de Sílica (Silicose) (J62.8)

Exposic;ao ocupacional a poeiras de berílio e seus compostos tóxicos (ZS7.2) (Quadro IV)
XV - Beriliose (J63.2)
XVI - Siderose (J63.4) Exposicáo ocupacional a poeiras de ferro (ZS7.2)
XVII - Estanhose (J63.5) Exposicáo ocupacional a poeiras de estanho (ZS7.2)
1. Exposicáo ocupacional a poeiras de carboneto de tungsténio (Z57.2) (Quadro VII)
XVIII - Pneumoconiose devida 2. Exposicáo ocupacional a poeiras de carbetos de metais duros (Cobalto, Titanio etc.) (Z57.2)
a outras poeiras ínorgánlcas
especificadas (J63.8) 3. Exposicáo ocupacional a rocha fosfática (Z57.2)
4. Exposicáo ocupacional a poeiras de alumina (Al203) ("Doenc;a de Shaver") (ZS7.2)
XIX - Pneumoconiose associada
com Tuberculose ("Sílico- Exposic;ao ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2) (Quadro XVIII)
Tuberculose") (J65.-)
XX - Doenc;as das vías aéreas devidas
a poeiras orgánicas (J66.-): Bissinose
Exposic;ao ocupacional a poeiras de algodáo, linho, cánharno, sisal (ZS7.2) (Quadro XXVI)
{J66.0), devidas a outras poeiras
orgánicas especificadas (J66.8)
XXI - Pneumonite por
Hipersensibilidade a Poeira Orgánica
(J67.-): Pulmáo do Granjeiro (ou
Pulrnáo do Fazendeiro) (J67.0);
Bagac;ose (J67.1); Pulrnáo dos
Criadores de Pássaros (J67 .2);Suberose
(J67.3);Pulmao dos Trabalhadores
de Malte (J67.4); Pulmáo dos que l. Exposicáo ocupacional a poeiras contendo microorganismos e parásitas infecciosos vivos e
Trabalham com Cogumelos {J67.5); seus produtos tóxicos (ZS7.2) (Quadro XXV)
Doenc;a Pulmonar Devida a Sistemas
de Ar Condicionado e de urnldíñcacño 2. Exposic;ao ocupacional a outras poeiras orgánicas (Z57.2)
do Ar (J67. 7); Pneumonites de
Hipersensibilidade Devidas a Outras
Poeiras Orgánicas (J67.8); Pneumonite
de Hipersensibilidade Devida a Poeira
Orgánica nao especificada (Alveolite
Alérgica Extrínseca SOE; Pneumonite
de Hipersensibilidade SOE (J67.0)
l. Berílio e seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.5) (Quadro IV)
2. Bromo (X49.-; ZS7.S) (Quadro V)
3. Cádmio ou seus compostos (X49.-; ZS7.5) (Quadro VI)
XXII - Bronquite e Pneumonite devida 4. Gás Cloro (X47.-; Z57.S) (Quadro IX)
a produtos químicos, gases, furnacas
S. Flúor ou seus compostos tóxicos (X47.-; ZS7.S) (Quadro XI)
e vapores ("Bronquite Química
Aguda") (J68.0) 6. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; ZS7.5) (Quadro XIII)
7. lodo (X49.-; ZS7.S) (Quadro XIV)
8. Manganés e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.S) (Quadro XV)
9. Cianeto de hidrogénio (X47.-; Z57.S) (Quadro XVII)

332
DOEN~AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
l. Berílio e seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.S) (Quadro IV)
2. Bromo (X49.-; ZS7.S) (Quadro V)
XXIII - Edema Pulmonar Agudo 3. Cádmio ou seus compostos (X49.-; ZS7.S) (Quadro VI)
devido a produtos químicos, gases, 4. Gás Cloro (X47.-; ZS7.S) (Quadro IX)
furnacas e vapores (Edema Pulmonar S. Flúor e seus compostos (X47.-; ZS7.S) (Quadro XI)
Químico) (J68.1) 6. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
7. lodo (X49.-; ZS7.S) (Quadro XIV)
8. Cianeto de hidrogénio (X47.-; ZS7.S) (Quadro XVII)
l. Bromo (X49.-; ZS7.S) (Quadro V)
2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.S) (Quadro VI)
3. Gás Cloro (X47.-; ZS7.S) (Quadro IX)
XXIV - Síndrome de Disfuncáo Reativa
4. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3)
S. lodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
6. Cianeto de hidrogénio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
7. Amónia (X49.-; ZS7.5)
l. Arsénico e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro 1)
2. Berílio e seus compostos (X49.-; ZS7.5) (Quadro IV)
3. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)
4. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
S. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX)
6. Flúor e seus compostos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI)
XXV - Afecccóes respiratórias crónicas 7. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
a
devidas inalacáo de gases, fumos, 8. lodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
vapores e substancias químicas:
9. Manganés e seus compostos tóxicos {X49.-; Z57.5) (Quadro XV)
Bronquiolite Obliterante Crónica,
Enfisema Crónico Difuso, Fibrose 10. Cianeto de hidrogénio (X47.-; Z57.S) (Quadro XVII)
Pulmonar Crónica (J68.4) 11. Ácido Sulfídrico (Sulfeto de hldrogénio) (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
12. Carbetos de metais duros (X49.-; Z57.5)
13. Amónia (X49.-; Z57.5)
14. Anidrido sulfuroso {X49.-; Z57.5)
15. Névoas e aerosóis de ácidos minerais (X47.-; Z57.5)
16. Acrilatos (X49.-; Z57.S)
17. Selenio e seus compostos (X49.-; Z57.5)
XXVI - Pneumonite por Radiar;ao
(rnanífestacáo aguda) (J70.0) e Fibrose
Radiacóes ionizantes (W88.-; Z57.l) (Quadro XXIV)
Pulmonar Conseqüente a Radiar;ao
(rnanífestacáo crónica) (J70.l)
XXVII - Derrame pleural (J90.-) Exposir;ao ocupacional a poeiras de Asbesto ou Amianto (Z57.2) (Quadro 11)
XXVIII - Placas pleurais (J92.-) Exposir;ao ocupacional a poeiras de Asbesto ou Amianto (Z57.2) (Quadro 11)
XXIX - Enfisema intersticial (J98.2) Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
XXX - Transtornos respiratórios em
outras doencas sistémicas do tecido l. Exposicáo ocupacional a poelras de Carváo Mineral (Z57.2)
conjuntivo classificadas em outra parte 2. Exposir;ao ocupacional a poeiras de Sílica livre (Z57.2) (Quadro XVIII)
(MOS.3): "Síndrome de Caplan" (J99.l)

DOEN(:AS DO SlSTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo XI da ClD-10)

DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL


l. Névoas de fluoretos ou seus compostos tóxicos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI)
1- Erosáo Dentária (K03.2)
2. Exposic;ao ocupacional a outras névoas ácidas (X47.-; Z57.5)
11 - Alteracóes pós-eruptivas da cor l. Névoas de Cádmio ou seus compostos (X47.-; Z57.5) (Quadro VI)
dos tecidos duros dos dentes (K03.7) 2. Exposicáo ocupacional a metais: Cobre, Níquel, Prata (X47.-; Z57.5)

333
DOEN~S AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
111 - Gengivite Crónica (KOS.1) Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.S) (Quadro XVI)
1. Arsénío e seus compostos arsenicais (X49.-; ZS7.5) (Quadro 1)
IV - Estomatite Ulcerativa Crónica
2. Bromo (X49.-; ZS7.S) (Quadro XII)
(K12.1)
3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.S) (Quadro XVI)
1. Arsénlo e seus compostos arsenicals (X49.-; Z57.5) (Quadro 1)
V - Gastroenterite e Collte tóxicas
2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
(KS2.-)
3. Radiar;5es ionizantes (W88.-; ZS7 .1) (Quadro XXIV)
VI - Outros transtornos funcionais
do intestino ("Síndrome dolorosa
abdominal paroxística apirética, Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; ZS7.S) (Quadro VIII)
com estado suboclusivo ("cólica do
chumbo") (KS9.8)
VII - Doenr;a Tóxica do Fígado (K71.-):
Doenr;a Tóxica do Fígado, com 1. Cloreto de Vinila, Clorobenzeno, Tetracloreto de Carbono, Clorofórmio, e outros solventes
Necrose Hepática (K71.1); Doenr;a halogenados hepatotóxicos (X46.- e X48.-; ZS7.4 e ZS7.S) (Quadro XIII)
Tóxica do Fígado, com Hepatite Aguda
2. Hexaclorobenzeno (HCB) (X48.-; ZS7.4 e ZS7.S)
(K71.2); Doenr;a Tóxica do Fígado com
Hepatite Crónica Persistente (K71.3); 3. Bifenilas policloradas (PCBs) (X49.-; ZS7.4 e ZS7.S)
Doenr;a Tóxica do Fígado com Outros 4. Tetraclorodibenzodioxina (TCDD) (X49.-)
Transtornos Hepáticos (K71.8)
1. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; ZS7.4 e ZS7.S) (Quadro 1)
VIII - Hípertensáo Portal (K76.6) 2. Cloreto de Vinila (X46.-; ZS7.S) (Quadro XIII)
3. Tório (X49.-; ZS7.S)

DOEN~AS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÁNEO RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo XII da CID-10)
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
1. Cromo e seus compostos tóxicos (ZS7.5) (Quadro X)
1 - Outras lnfecr;5es Locais da Pele e 2. Hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos (seus derivados tóxicos) (ZS7.S) (Quadro XIII)
do Tecido Subcutáneo: "Dermatoses
Pápulo-Pustulosas e suas 3. Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos tóxicos (ZS7.S) (Quadro XXV)
complicac;:5es infecciosas" (L08.9) 4. Outros agentes químicos ou biológicos que afetem a pele, nao considerados em outras
rubricas (ZS7.S) (Quadro XXVII)
11 - Dermatite Alérgica de Contato 1. Cromo e seus compostos tóxicos (ZS7.S) (Quadro X)
devida a Metais (L23.0) 2. Mercúrio e seus compostos tóxicos (ZS7.S) (Quadro XVI)
111 - Dermatite Alérgica de Contato
Adesivos, em exposicáo ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII)
devida a Adesivos (L23.1)
IV - Dermatite Alérgica de Contato
devida a Cosméticos (fabricacáo/ Fabrícacáo/rnanipulacéo de Cosméticos (ZS7.S) (Quadro XXVII)
manipulacáo) (L23.2)
V - Dermatite Alérgica de Contato
devida a Drogas em contato com a Drogas, em exposicáo ocupacional (ZS7.S) (Quadro XXVII)
pele (L23.3)
VI - Dermatite Alérgica de Contato
Corantes, em exposicáo ocupacional (ZS7.S) (Quadro XXVII)
devida a Corantes (L23.4)
1. Cromo e seus compostos tóxicos (ZS7.5) (Quadro X)
2. Fósforo ou seus produtos tóxicos (ZS7.S) (Quadro XII)
3. lodo (ZS7.5) (Quadro XIV)
VII - Dermatite Alérgica de Contato
4. Alcatráo, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina ou resíduos dessas substancias
devida a outros produtos químicos
(ZS7.8) (Quadro XX)
(L23.S)
S. Borracha (ZS7.8) (Quadro XXVII)
6. lnseticidas (ZS7.S) (Quadro XXVII)
7. Plásticos (ZS7.8) (Quadro XXVII)

334
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
VIII - Dermatite Alérgica de
Contato devida a Alimentos em
Fabricacáo/rnantpulacño de Alimentos (Z57.5) (Quadro XXVII)
contato com a pele (fabricacáo/
rnanipulacáo] (L23.6)
IX - Dermatite Alérgica de Contato
devida a Plantas (Nao inclui plantas Manipulacáo de Plantas, em exposicáo ocupacional (Z57.8) (Quadro XXVII)
usadas como alimentos) (L23.7)
X - Dermatite Alérgica de Contato
Agentes químicos, nao especificados anteriormente, em exposicáo ocupacional (Z57.S)
devida a outros agentes (Causa
(Quadro XXVII)
Externa especificada) (L23.8)
XI - Dermatite de Contato por
Detergentes, em exposicáo ocupacional (ZS7.S) (Quadro XXVII)
Irritantes devida a Detergentes (L24.0)
XII - Dermatite de Contato por
Irritantes devida a Óleos e Gorduras Óleos e Gorduras, em exposicáo ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII)
(L24.l)
XIII - Dermatite de Contato por
Irritantes devida a Solventes: l. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro 111)
Cetonas, Ciclohexano, Compostos 2. Hidrocarbonetos aromáticos ou alifáticos ou seus derivados halogenados tóxicos
do Cloro, Ésteres, Glicol, (Z57.5) (Quadro XIII)
Hidrocarbonetos (L24.2)
XIV - Dermatite de Contato por
Cosméticos, em exposicáo ocupacional (ZS7.S) (Quadro XXVII)
Irritantes devida a Cosméticos (L24.3)
XV - Dermatite de Contato por
Irritantes devida a Drogas em Drogas, em exposicáo ocupacional (ZS7.S) (Quadro XXVII)
contato coma pele (L24.4)
l. Arsénio e seus compostos arsenicals (Z57.S) (Quadro 1)
XVI - Dermatite de Contato por 2. Berílio e seus compostos tóxicos (ZS7.S) (Quadro IV)
Irritantes devida a outros produtos
3. Bromo (ZS7.S) (Quadro V)
químicos: Arsénio, Berílio, Bromo,
4. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.S) (Quadro X)
Cromo, Cimento, Flúor, Fósforo,
lnseticidas (124.5) S. Flúor ou seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro XI)
6. Fósforo (Z57.5) (Quadro XII)
XVII - Dermatite de Contato por
Irritantes devida a Alimentos em Alimentos, em exposicáo ocupacional (Z57.8) (Quadro XXVII)
contato com a pele (L24.6)
XVIII - Dermatite de Contato por Plantas, em exposicáo ocupacional (Z57.8) (Quadro XXVII)
Irritantes devida a Plantas, exceto
alimentos (l24. 7)
XIX - Dermatite de Contato por
Agentes químicos, nao especificados anteriormente, em exposicáo ocupacional (Z57.5)
Irritantes devida a outros agentes:
(Quadro XXVII)
Corantes {L24.8)
XX - Urticária Alérgica (LSO.O) Agrotóxicos e outros produtos químicos (X48.-; ZS7.4 e ZS7.S) (Quadro XXVII)
XXI - Urticária devida ao Calor e ao
Exposii;:ao ocupacional a calor e frie {W92,-; W93.-; ZS7.6) (Quadro XXVII)
Frío (LS0.2)
Exposii;:ao ocupacional a agentes químicos, fisicos e biológicos que afetam a pele (X49.-;
XXII - Urticária de Contato (LS0.6)
Z57.4 e Z57.5) (Quadro XXVII)
XXIII - Queimadura Solar (LSS) Exposicáo ocupacional a radiacóes actínicas (X32.-; ZS7.1) (Quadro XXVII)
XXIV - Outras Alteracóes Agudas da
Pele devidas a Radlacáo Ultravioleta
(LS6.-): Dermatite por Fotocontato
(Dermatite de Berloque) (L56.2);
Urticária Solar (LS6.3); Outras
Radiacáo Ultravioleta (W89.-; ZS7.1) (Quadro XXVII)
Alteracñes Agudas Especificadas da
Pele devidas a Radiacáo Ultravioleta
(L56.8); Outras Alteracñes Agudas da
Pele devidas a Radiai;:ao Ultravioleta,
sem outra especiñcacño (L56.9);

335
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
XXV - Alterac;5es da Pele devidas
a Exposic;ao Crónica a Radiacáo Nao
Ionizante (L57.-): Ceratose Actínica
Radiac;5es nao-ionizantes (W89.-; X32.-; Z57.1) (Quadro XXVII)
(L57.0); Outras Alterac;5es: Dermatite
Solar, "Pele de Fazendeiro", "Pele de
Marinheiro" (L57 .8)
XXVI - Radiodermatite (L58.-):
Radiodermatite Aguda (LS8.0);
Radiodermatite Crónica (LS8.1);
Radiodermatite, nao especificada Radiac;5es ionizantes {W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
(L58.9); Afecc;5esda pele e do tecido
conjuntivo relacionadas coma
radiacáo, nao especificadas (L59.9)
l. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos aromáticos, Monoclorobenzeno, Monobro-
mobenzeno, Hexaclorobenzeno (X46.; Z57.S) (Quadro XIII)
XXVII - Outras formas de Acne:
2. Derivados do fenol, pentaclorofenol e do hidrobenzonitrilo (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro
"Cloracne" (L70.8)
XXVII)
3. Policloretos de Bifenila (PCBs) (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XXVII)
XXVIII - Outras formas de Cistos
Foliculares da Pele e do Tecido
Óleos e gorduras de origem mineral ou sintéticos (X49.-; ZS7.5) (Quadro XXVII)
Subcutáneo: "Elaioconiose" ou
"Dermatite Folicular" (L72.8)
l. Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e ZS7.5) (Quadro 1)
2. Clorobenzeno e Diclorobenzeno (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
3. Alcatráo, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina, Creosoto, Piche, Coaltar ou resíduos
dessas substancias (Z57.8) (Quadro XX)
4. Antraceno e Dibenzoantraceno (Z57.5) (Quadro XX)
S. Bismuto (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
6. Citostáticos (X44.-; Z57.S) (Quadro XXVII)
XXIX - Outras formas de
hiperpigrnerrtacáo pela melanina: 7. Compostos nitrogenados: Ácido nítrico, Dinitrofenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
"Melanodermia" (L81.4) 8. Naftóis adicionados a corantes (X49,-; Z57.5) (Quadro XXVII)
9. Óleos de corte (ZS7.5) (Quadro XXVII)
10. Parafenilenodiamina e seus derivados (X49.-; Z57.S) (Quadro XXVII)
11. Poeira de determinadas madeiras (Z57.3) {Quadro XXVII)
12. Quinino e seus derivados (Z57.5) (Quadro XXVII)
13. Sais de ouro (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
14. Sais de prata (Seqüelas de Dermatite Crónica de Contato) (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
l. Arsénio e seus compostos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) {Quadro 1)
2. Hidroquinona e ésteres derivados (X49.-; Z57.S) (Quadro XXVII)
3. Monometil éter de hidroquinona (MBEH) (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
XXX - Leucodermia, nao classificada 4. para-Aminofenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
em outra parte {Incluí "Vitiligo
S. para-Butilfenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
Ocupacional") (L81.5)
6. para-Cresol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
7. Catecol e Pirocatecol (X49.-; Z57.S) (Quadro XXVII)
8. Clorofenol (X46.-; ZS7.4 e Z57.S)(Quadro XXVII)
XXXI - Outros transtornos
Derivados halogenados dos hidrocarbonetos aromáticos: minocloro-benzeno, monobromo-
especificados da pigrnentacáo:
benzeno, hexaclorobenzeno (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
"Porfiria Cutánea Tardía" (L81.8)
XXXII - Ceratose Palmar e Plantar
Arsénio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro 1)
Adquirida (L85.1)

336
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

XXXIII - Úlcera Crónica da Pele, nao l. Cromo e seus compostos tóxicos (ZS7.5) (Quadro X)
classificada em outra parte (L98.4) 2. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana (Z57.8) (Quadro XXVII)
XXXIV - Geladura l. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.-; Z57 .6) (Quadro XIII)
(Frostbite) Superficial (T33): Eritema
Pérnio 2. Frio (X31.-; W93.-; Z57.6) (Quadro XXVII)

XXXV - Geladura (Frostbite) com l. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.-; Z57 .6) (Quadro XIII)
Necrose de Tecidos (T34) 2. Frio (X31.-; W93.-; Z57.6) (Quadro XXVII)

DOEN~AS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO


CONJUNTIVO, RELACIONADAS COM O TRABALHO
(Grupo XIII da CID-10)
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
1- Artrite Reumatóide associada a Pneumoconiose dos
l. Exposicáo ocupacional a poeiras de carváo mineral (Z57.2)
Trabalhadores do Carváo (J60.-): "Síndrome de Caplan"
2. Exposicáo ocupacional a poeiras de sílica livre (ZS7.2) (Quadro XVIII)
(MOS.3)
11 - Gota induzida pelo chumbo (MlO.l) Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII)
111 - Outras Artroses (Ml9.-) Posícóes forc;adas e gestos repetitivos (Z57.8)
IV - Outros transtornos articulares nao classificados l. Posicóes forc;adas e gestos repetitivos (Z57.8)
em outra parte: Dor Articular (M25.S) 2. Vibracóes localizadas (W43.-; ZS7.7) (Quadro XXII)
l. Posicóes forc;adas e gestos repetitivos (ZS7 .8)
V - Síndrome Cervicobraquial (M53.l)
2. Vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
l. Posicóes forc;adas e gestos repetitivos (Z57.8)
VI - Dorsalgia (M54.-): Cervicalgia (MS4.2); Ciática
2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)
(MS4.3); Lumbago com Ciática (MS4.4)
3. Condicóes difíceis de trabalho (Z56.S)
VII - Sinovites e Tenossinovites (M65.-): Dedo em Gati-
l. Posicóes forc;adas e gestos repetitivos (Z57 .8)
lho (M65.3); Tenossinovite do Estilóide Radial (De Quer-
2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)
vain) (M65.4); Outras Sinovites e Tenossinovites (M65.8);
3. Condícóes difíceis de trabalho (Z56.S)
Sinovites e Tenossinovites, nao especificadas (M65.9)
VIII - Transtornos dos tecidos moles relacionados com o
uso, o uso excessivo e a pressáo, de origem ocupacional
(M70.-): Sinovite Crepitante Crónica da rnáo e do punho
(M70.0); Bursite da Mao (M70.1); Bursite do Olécrano
l. Posícóes forc;adas e gestos repetitivos (Z57 .8)
(M70.2); Outras Bursites do Cotovelo (M70.3); Outras
2. Ritmo de trabalho penoso (ZS6.3)
Bursites Pré-rotulianas (M70.4); Outras Bursites do Joelho
3. Condicóes difíceis de trabalho (Z56.5)
(M70.5 ); Outrostra nstornosdos tecidos moles relacionados
como uso, o uso excessivo e a pressáo (M70.8); Transtorno
nao especificado dos tecidos moles, relacionados com o
uso, o uso excessivo e a pressáo (M70.9).
IX - Fibromatose da Fascia Palmar: '1Contratura ou l. Posicóes forc;adas e gestos repetitivos (Z57 .8)
Moléstia de Dupuytren" (M72.0) 2. Vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
X - tesñes do Ombro (M75.-):
Capsulite Adesiva do Ombro (Ombro Congelado,
Periartrite do Ombro) (M75.0); Síndrome do Manguito l. Posicóes forc;adas e gestos repetitivos (ZS7.8)
Rotatório ou Síndrome do Supraespinhoso (M75.1);
2. Ritmo de trabalho penoso (ZS6)
Tendinite Bicipital (M75.2); Tendinite Calcificante do
Ombro (M75.3); Bursite do Ombro (M75.S); Outras 3. Vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
tesñes do Ombro (M75.8); Lesóes do Ombro, nao
especificadas (M75.9)
XI - Outras entesopatias (M77.-): Epicondilite Medial l. Posicñes forc;adas e gestos repetitivos (ZS7.8)
(M77.0); Epicondilite lateral ("Cotovelo de Tenista");
Mialgia (M79.l) 2. Vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)

337
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

XII - Outros transtornos especificados dos tecidos l. Posi~oes forcadas e gestos repetitivos (Z57.8)
moles (M79.8) 2. Vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
XIII - Osteomalácia do Adulto induzida por drogas l. Cádmio ou seus compostos (X49.-) (Quadro VI)
(M83.S) 2. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de Fósforo) (X49.-; Z57.S) (Quadro XII)
XIV - Fluorose do Esqueleto (M85.1) Flúor e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XI)

XV - Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose devida a 1. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de Fósforo) (X49.-; Z57.S) (Quadro XII)
drogas (M87.1); Outras Osteonecroses secundárias 2. Vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
(M87.3) 3. Radiacñes ionizantes (Z57.1) (Quadro XXIV)
XVI - Osteólise (M89.S) (de falanges distais de
Cloreto de Vinila (X49.-; Z57.5) (Quadro XIII)
qui rodácti los)
XVII - Osteonecrose no "Mal dos Caixóes" (M90.3) "Ar Comprimido" (W94.-; 257.8) (Quadro XXIII)
XVIII - Doenca de Kienbock do Adulto (Osteo-condrose
do Adulto do Semilunar do Carpo) (M93.1) e outras vibracóes localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
Osteocondro-patias especificadas (M93.8)

DOEN~AS DO SISTEMA GENITO-URINÁRIO RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo XIV da CID-10)

DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL


1- Síndrome Nefrítica Aguda (NOO.·) Hidrocarbonetos alifáticos halogenados nefrotóxicos (X46.-; 257.5) (Quadro XIII)
11 - Doenca Glomerular Crónica (N03.-) Mercúrio e seus cornpostos tóxicos (X49.-; 257.S) (Quadro XVI)
1. Cádmio ou seus compostos (X49.-; 257.5) (Quadro VI)
111 - Nefropatia túbulo-intersticial
2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; 257.S) (Quadro VIII)
induzida por metais pesados (N14.3)
3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; 257.4 e 257.5) (Quadro XVI)
IV - Insuficiencia Renal Aguda (N17) Hidrocarbonetos alifáticos halogenados nefrotóxicos (X46.-; Z57.S) (Quadro XIII)
V - Insuficiencia Renal Crónica {N18) Chumbo ou seus compostos (X49.-; 257.5) (Quadro VIII)
VI - Cistite Aguda (N30.0) Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; 257.5)
1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; 257.S) (Quadro VIII)
2. Radiacóes ionizantes (W88.-: 257 .1) (Quadro XXIV)
VII - lnfertilidade Masculina (N46) 3. Chlordecone (X48.-; Z57.4)
4. Dibromocloropropano (DBCP) (X48.-; 257.4 e 257.S)
5. Calor (trabalho em temperaturas elevadas) (Z57.6)

TRAUMATISMOS, ENVENENAMENTOS E ALGUMAS OUTRAS CONSEQUENCIAS


DE CAUSAS EXTERNAS, RELACIONADOS COM O TRABALHO
(Grupo XIX da CID-10)
DOEN<;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
1 - Efeitos tóxicos de Solventes Orgánlcos (T52.-):
Álcoois (T51.8) e Cetonas (T52.4); Benzeno, Tolueno
e Xileno (T52.1 e T52.2); Derivados halogenados dos
Hidrocarbonetos Alifáticos e Aromáticos (T53): Te-
tracloreto de Carbono (T53.0); Clorofórmio (T53.1);
Tricloroetileno (T53.2); Tetracloroetileno (T53.3); Diclo-
Exposicáo ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.S)
roetano (T53.4); Clorofluor-carbonos (T53.S); Outros
derivados halogenados de hídrocarbonetos alifáticos
(T53.6); Outros derivados halogenados de hidrocarbo-
netos aromáticos (T53.7); Derivados halogenados de
hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, nao especifica-
dos (T53.9); Sulfeto de Carbono (T65.4)

338
DOENc;AS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
11 - Efeito tóxico de Substancias Corrosivas (T54):
Fenol e homólogos do fenol (T54.0); Flúor e seus
compostos (T65.8); Selenio e seus compostos (T56.8);
Outros compostos orgánicos corrosivos (T54.1); Ácidos Exposic;ao ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.5)
corrosivos e substancias ácidas similares (T54.2); Álcalis
cáusticos e substancias alcalinas similares (T54.3); Efeito
tóxico de substancia corrosiva, nao especificada (T54.9).
111 - Efeito tóxico de Metais (T56): Arsénico e seus
compostos (T57.0); Cádmio e seus compostos
(T56.3); Chumbo e seus compostos (T56.0); Cromo e
Exposicáo ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.5)
seus compostos (T56.2); Manganés e seus compostos
(T57.2); Mercúrio e seus compostos (T56.l); Outros
metais (T56.8); Metal, nao especificado (T56.9).
IV - Asfixiantes Químicos (T57-59): Monóxido de
Carbono (T58); Ácido cianídrico e cianetos (T57.3);
Exposic;ao ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.5)
Sulfeto de hidrogénio (T59.6); Aminas aromáticas e seus
derivados (T65.3)
V - Praguicidas (Pesticidas, "Agrotóxicos") (T60):
Organofosforados e Carbamatos (T60.0); Halogenados Exposic;ao ocupacional a agentes tóxicos na Agricultura (Z57.4)
(T60.1); Outros praguicidas (T60.2)
VI - Efeitos da Pressáo do Ar e da Pressáo da Água (T70):
Barotrauma Otítico (T70.0); Barotrauma Sinusal (T70.1);
Exposicáo ocupacional a pressóes atmosféricas anormais (W94.-; Z57.8)
Doenca Descompressiva ("Mal dos caixoes") (T70.3);
Outros efeitos da pressño do ar e da água (T70.8).

14.2. Anexo 11 do Decreto n. 3.048/99 - Lista C- Tabela relacionando CID e CNAEpara


enquadramento do NTEP - Nexo Técnico Epidemiológico

LISTA C
(Alterada pelo Decreto 6.957 /2009 - DOU de 10/9/2009)
Nota:
1 - Sao indicados intervalos de CID-10 em que se reconhece Nexo Técnico Epidemiológico, na forma do§ 3ii do
art, 337, entre a entidade mórbida e as classes de CNAE indicadas, nelas Incluidas todas as subdasses cujos quatro
dígitos iniciáis sejarn comuns.

CNAE Descricác
A15-A19 0810 109114111412 1533 1540 2330 3011 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213
4222 4223 4291 4299 4312 4321 4391 4399 4687 4711 4713 4721 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4923
4924 4929 5611 7810 7820 7830 8121 8122 8129 8610 9420 9601
A15 - Tuberculose respiratória, com conñrrnacáo bacteriológica e histológica
A16 - Tuberculose das vías respiratórias, sem confirmacáo bacteriológica ou histológica
A17 - Tuberculose do sistema nervoso
A18 - Tuberculose de outros órgáos
A19 - Tuberculose miliar

CNAE Descrlcáo
0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficiamento associado
0810-0/02 Extra~ao de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extra~ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extra~ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extra~ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extra~ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extra~ao de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo

339
CNAE Descricáo
0810-0/99 Extrac;ao e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado

1091-1/00 Fabricac;ao de produtos de paniñcacáo

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuario, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1533-5/00 Fabricac;ao de calcados de material sintético

1540-8/00 Fabricacño de partes para calcados, de qualquer material

2330-3/01 Fabricac;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabrtcacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabrtcacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
3011-3/01 Construcáo de embarcac;5es de grande porte
3011-3/02 Construcáo de embarcac;5es para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande porte
3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto
3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servicos de gestáo de resíduos


4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, pracas e calcadas

4222-7/01 Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de lrrlgacáo
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por duros, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4299-5/01 Construcáo de instalacñes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfurac;5es e sondagens

4321-5/00 lnstalacáo e rnanutencáo elétrica

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
4399-1/04 Servicos de operacáo e fornecimento de equiparnentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso em obras

340
CNAE Descric;ao
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadísta de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadísta de resíduos e sucatas metálicos

4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimentícios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimentícios - supermercados

4713-0/01 Lojas de departamentos ou magazínes


4713-0/02 Lojas de variedades, exceto lojas de departamentos ou magazines
4713-0/03 Lojas duty free de aeroportos internacionais

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e fríos
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materia is de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejísta de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de esnmacso
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e rnunicóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4923-0/01 Se rvico de táxi


4923-0/02 Servico de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviárío coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


4929-9/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de freta mento, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/03 Organlzacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

5611-2/01 Restaurantes e similares


5611-2/02 Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas
5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares

7810-8/00 Selec;ao e agenciamento de máo de obra

7820-5/00 tocacáo de rnáo de obra temporária

341
CNAE Descricáo

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

9601-7/01 Lavanderías
9601-7/02 Tintura rías
9601-7/03 Toalheiros

Intervalo CID CNAE


1091 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4313
E10-E14 4319 4329 4399 4721 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5030 5231 5239 8011 8012 8020 8030 8121 8122
8129 8411 9420
ElO - Diabetes mellitus insulino-dependente
Ell - Diabetes mellitus náo-lnsulino-dependente
E12 - Diabetes mellitus relacionado coma desnutricáo
E13 - Outros tipos especificados de diabetes mellitus
E14 - Diabetes mellitus nao especificado

CNAE Descricáo

1091-1/00 Fabricacáo de produtos de paniñcacáo

3600-6/01 Captacáo, tratamento e distrlbuicáo de água


3600-6/02 Distribuic;iío de água por carninhñes

3701-1/00 Gestao de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servicos de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para slnalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanlzacáo - ruas, prac;as e calcadas

4222-7/01 Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de irrigacáo
4222-7/02 Obras de irrlgacáo

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas

342
CNAE Descric;ao
4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 lnstalacáo de equipamentos para orientacáo a navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacéo, manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabrlcacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de iluminacáo e sinalizacáo em vías públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacóes em construcées nao especificadas anteriormente

4399-1/01 Admlnistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e fríos
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 Servic;o de táxi


4923-0/02 Servic;o de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, municipal


4930-2/02 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, intermunicipal, interestadual e internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as

5030-1/01 Navegac;ao de apoio marítimo


5030-1/02 Navegac;ao de apoio portuário

5231-1/01 Adrninistracño da infra-estrutura portuária


5231-1/02 Operacóes de terminais

5239-7/00 Atividades auxiliares dos transportes aquaviários nao especificadas anteriormente

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranc;a privada


8011-1/02 Servic;os de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca

343
CNAE Descricáo

8030-7/00 Atividades de investígacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Adrninistracáo pública em geral

9420-1/00 Atividades de organlzacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0710 0990 10111012 1013 1220 1532 1622 1732 1733 2211 2330 2342 2451 2511 2512 2531 2539
2542 2543 2593 2814 2822 2840 2861 2866 2869 2920 2930 3101 3102 3329 3600 3701 3702 3811
F10-F19 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4292 4299 4313 4319 4321 4329 4399 4520 4912
4921 5030 5212 5221 5222 5223 5229 5231 5232 5239 5250 5310 6423 7810 7820 7830 8121 8122
8129 8411 8423 8424 9420
FlO - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool
Fll - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de opiáceos
F12 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de canabinóides
F13 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de sedativos e hipnóticos
F14 - Transtornos menta is e comporta menta is devidos ao uso da cocaína
F15 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de outros estimulantes, inclusive a cafeína
F16 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de alucinógenos
F17 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo
F18 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de solventes voláteis
F19 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substancias psicoativas

CNAE Descrlcáo

0710-3/01 Extrai;ao de minério de ferro


0710-3/02 Pelotizacáo, sinterizacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro

0990-4/01 Atividades de apoio a extracáo de minério de ferro


0990-4/02 Atividades de apoio a extracáo de minerais metálicos nao-ferrosos
0990-4/03 Atividades de apoio a extracáo de minerais nao-metálicos

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1220-4/01 Fabricacáo de cigarros


1220-4/02 Fabricai;ao de cigarrilhas e charutos
1220-4/03 Fabrícacáo de filtros para cigarros
1220-4/99 Fabricai;ao de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos

1532-7/00 Fabricacáo de tenis de qualquer material

1622-6/01 Fabricai;ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricacáo de esquadrias de madeíra e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricai;ao de outros artigos de carpintaria para construcáo

344
CNAE Descri~ao

1732-0/00 Fabricac;ao de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

2211-1/00 Fabricacño de pneumáticos e de cámaras-de-ar

2330-3/01 Fabricac;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2342-7/01 Fabricacáo de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de ceramita e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos
2451-2/00 Fundic;ao de ferro e aco

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabrtcacáo de esquadrias de metal

2531-4/01 Producáo de forjados de aco


2531-4/02 Producáo de forjados de metais nao-ferrosos e suas ligas

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas

2593-4/00 Fabricacño de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2814-3/01 Fabricac;ao de compressores para uso industrial, pecas e acessórios


2814-3/02 Fabricacáo de compressores para uso nao-industrial, pecas e acessórios
2822-4/01 Fabricac;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

2840-2/00 Fabricac;ao de máquinas-ferramenta, pecas e acessórios

2861-5/00 Fabricacáo de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta
2866-6/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2920-4/01 Fabrícacáo de caminh5es e ónibus


2920-4/02 Fabricac;ao de motores para camlnhdes e ónibus

2930-1/01 Fabricacáo de cabines, carrocerías e reboques para caminh5es


2930-1/02 Fabricacáo de carrocerías para ónibus
2930-1/03 Fabricac;ao de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto caminh5es e ónibus

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabrícacáo de móveis com predominancia de metal

3329-5/01 Servic;os de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 tnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente
3600-6/01 Captacáo, tratamento e dlstrtbulcáo de água
3600-6/02 Distribuicáo de água por caminh5es

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto


3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

345
CNAE Descricáo

3812-2/00 Coleta de residuos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perlgosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperac;ao de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Oescontaminacáo e outros servic;:os de gestéo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calc;adas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energía elétrica


4221-9/02 Construcáo de estac;:éies e redes de distribulcáo de energía elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distríbuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estac;éies e redes de telecomunicac;éies
4221-9/05 Manutencáo de estac;éiese redes de telecomunicac;éies

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalac;éies esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;:os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
lnstalacáo de equipamentos para orientacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, rnanutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabricacác própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de ilurninacáo e slnalizacáo em vias públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de víbracáo
4329-1/99 Outras obras de instalac;éies em construc;éies nao especificadas anteriormente

4399-1/01 Adrninístracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfurac;ao e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;:os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4520-0/01 Servic;os de rnanutencáo e reparacáo mecánica de veículos automotores


4520-0/02 Servic;:os de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Servic;os de rnanutencáo e reparacáo elétrica de veículos automotores
4520-0/04 Servic;:os de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/05 Servic;:os de lavagem, lubriñcacáo e polimento de veículos automotores
4520-0/06 Servic;:os de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Servic;os de lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de acessórios para veículos automotores

4912-4/01 Transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual


4912-4/02 Transporte ferroviário de passageiros municipal e em regiáo metropolitana
4912-4/03 Transporte metroviário

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal

346
CNAE Descric;ao
4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

5030-1/01 Navegacáo de apoio marítimo


5030-1/02 Navegacáo de apoio portuário

5112-9/01 Servico de táxi aéreo e locacáo de aeronaves com tripulacáo


5112-9/99 Outros servicos de transporte aéreo de passageiros nao-regular

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servicos relacionados

5222-2/00 Termina is rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 servícos de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servic;os de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5231-1/01 Adrninistracáo da infra-estrutura portuária


5231-1/02 Operacñes de termina is

5232-0/00 Atividades de agenciamento marítimo

5239-7/00 Atividades auxiliares dos transportes aquaviários nao especificadas anteriormente

5250-8/01 Comissaria de despachos


5250-8/02 Atividades de despachantes aduaneiros
5250-8/03 Agencia mento de cargas, exceto para o transporte marítimo
5250-8/04 Organizacáo logística do transporte de carga
5250-8/05 Operador de transporte multimodal - OTM

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

6423-9/00 Caixas económicas

7810-8/00 Selecáo e agenciamento de máo de obra

7820-5/00 tocacáo de rnáo de obra temporária

7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Administracáo pública em geral


8423-0/00 rustica
8424-8/00 Seguranc;a e ordem pública

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0710 0990 1011 1012 1013 10311071132114111412 2330 2342 2511 2543 2592 2861 2866 2869
2942 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4312
F20-F29
4391 4399 4921 4922 4923 4924 4929 5212 5310 6423 7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030
8121 8122 8129 8423 9420
F20 - Esquizofrenia
F21 - Transtorno esquizotípico
F22 - Transtornos delirantes persistentes
F23 - Transtornos psicóticos agudos e transftórios
F24 - Transtorno delirante induzido
F25 - Transtornos esquizoafetivos
F28 - Outros transtornos psicóticos náo-orgániccs
F29 - Psicose nao-orgánica nao especificada

347
CNAE Descricáo
0710-3/01 Extracáo de minério de ferro
0710-3/02 Pelotizacáo, slnterizacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro

0990-4/01 Atividades de apoio a extracáo de minério de ferro


0990-4/02 Atividades de apoio a extracáo de minerais metálicos nao-ferrosos
0990-4/03 Atividades de apoio a extracáo de minerais nao-metálicos
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricai;ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1031-7/00 Fabricacáo de conservas de frutas

1071-6/00 Fabricai;ao de acúcar em bruto

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Faci;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuario, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Faci;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

2330-3/01 Fabricacác de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricai;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
2342-7/01 Fabricacáo de azulejos e pisos
2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2511-0/00 Fabricai;ao de estruturas metálicas

2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas

2592-6/01 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabricai;ao de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2861-5/00 Fabricai;ao de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

2866-6/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2942-5/00 Fabrtcacáo de pecas e acessórios para os sistemas de marcha e transrnissáo de veículos automotores
3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto
3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de residuos náo-perigcsos

3812-2/00 Coleta de residuos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperai;ao de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servicos de gestáo de residuos

348
CNAE Descricáo
4120-4/00 Construcáo de edificios
4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias
4211-1/02 Pintura para slnalizacño ·em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calcadas

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigacáo
4222-7/02 Obras de irrigacáo

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto
4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4391-6/00 Obras de fundacñes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiao metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, internacional

4923-0/01 Servic;o de táxi


4923-0/02 Servic;o de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

5112-9/01 Servic;o de táxi aéreo e locacáo de aeronaves com tripulacáo


5112-9/99 Outros servic;os de transporte aéreo de passageiros nao-regular

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

6423-9/00 Caixas económicas

7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes

7810-8/00 Selec;ao e agenciamento de rnáo de obra

7820-5/00 í.ocacáo de máo de obra temporária

7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranc;a privada


8011-1/02 Servic;os de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranc;a

349
CNAE Descricao
8030-7/00 Atividades de investigacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8423-0/00 Justi<;a

9420-1/00 Atividades de oraanízacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0710 0892 0990 1011 1012 1013 1031122013111313 1314 132113301340 13511359 14111412
1413 1422 1531 1532 1540 2091 2123 2511 2710 2751 2861 2930 2945 3299 3600 4636 4711 4753
F30-F39 4756 4759 4762 4911 4912 4921 4922 4923 4924 4929 5111 5120 5221 5222 5223 5229 5310 5620
6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6311 6422 6423 6431 6550 8121 8122 8129 8411 8413 8423
8424 8610 8711 8720 8730 8800
F30 - Episódio maníaco
F31 - Transtorno afetivo bipolar
F32 - Episódios depressivos
F33 - Transtorno depressivo recorrente
F34 - Transtornos de humor [afetivos) persistentes
F38 - Outros transtornos do humor [afetivos]
F39 - Transtorno do humor [afetivo) nao especificado

CNAE Descricáo

0710-3/01 Extracáo de minério de ferro


0710-3/02 Pelotízacáo. sinterizacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro

0892-4/01 Extra<;aode sal marinho


0892-4/02 Extracáo de sal-gema
0892-4/03 Refino e outros tratamentos do sal

0990-4/01 Atividades de apoio a extracáo de minério de ferro


0990-4/02 Atividades de apoio a extracáo de minerais metálicos nao-ferrosos
0990-4/03 Atividades de apoio a extracáo de minerais nao-metálicos
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabrica<;ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1031-7/00 Fabrica<;ao de conservas de frutas

1220-4/01 Fabrica<;ao de cigarros


1220-4/02 Fabrica<;ao de cigarrilhas e charutos
1220-4/03 Fabricacáo de filtros para cigarros
1220-4/99 Fabricacáo de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos
1311-1/00 Preparacáo e ñacáo de fibras de algodáo

1313-8/00 Fia<;ao de fibras artificiais e sintéticas

1314-6/00 Fabricacáo de linhas para costurar e bordar

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1330-8/00 Fabricacác de tecidos de malha

350
CNAE
1340-5/01 Estamparía e texturlzacáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pec;as do vestuário
1340-5/02 Alvejamento, tingimento e torcáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário
1340-5/99 Outros servic;os de acabamento em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário

1351-1/00 Fabricac;ao de artefatos téxteis para uso doméstico

1359-6/00 Fabricacáo de outros produtos téxteis nao especificados anteriormente


1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas
1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1413-4/01 Confeccáo de roupas proñssionais, exceto sob medida


1413-4/02 Confeccáo, sob medida, de roupas profissionais
1413-4/03 Facc;ao de roupas profissionais

1422-3/00 Fabricacáo de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias


1531-9/01 Fabricac;ao de calcados de couro
1531-9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato

1532-7/00 Fabricacño de tenis de qualquer material


1540-8/00 Fabncacáo de partes para calcados, de qualquer material
2091-6/00 Fabricacáo de adesivos e selantes
2123-8/00 Fabricacáo de preparacóes farmacéuticas
2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas
2710-4/01 Fabricac;ao de geradores de corrente contínua e alternada, pec;as e acessórios
2710-4/02 Fabrícacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricac;ao de motores elétricos, pec;as e acessórios

2751-1/00 Fabricac;ao de fogóes, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico, pecas e acessórios

2861-5/00 Fabricacáo de máquinas para a indústria metalúrgica, pec;as e acessórios, exceto máquinas-ferramenta
2930-1/01 Fabricacáo de cabines, carrocerías e reboques para caminhóes
2930-1/02 Fabricac;ao de carrocerías para ónibus
2930-1/03 Fabricacño de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto caminhñes e ónibus

2945-0/00 Fabncacáo de material elétrico e eletrónlco para veículos automotores, exceto baterías

3299-0/01 Fabricacáo de guarda-chuvas e similares


3299-0/02 Fabricacáo de canetas, lápis e outros artigos para escritório
3299-0/03 Fabricac;ao de letras, letreiros e placas de qualquer material, exceto luminosos
3299-0/04 Fabrícacáo de painéis e letreiros luminosos
3299-0/05 Fabricac;ao de aviamentos para costura
3299-0/99 Fabricacáo de produtos diversos nao especificados anteriormente

3600-6/01 Captacáo, tratamento e distribuicáo de água


3600-6/02 Dlstrlbuicáo de água por caminhóes

4636-2/01 Comércio ataca dista de fumo beneficiado


4636-2/02 Comércio atacadista de cigarros, cigarrilhas e charutos
4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

4753-9/00 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo

4756-3/00 Comércio varejista especializado de instrumentos rnusicais e acessórios

4759-8/01 Comércio varejista de artigos de tapec;aria, cortinas e persianas


4759-8/99 Comércio varejista de outros artigos de uso pessoal e doméstico nao especificados anteriormente

4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e titas

4911-6/00 Transoorte ferroviário de cama

351
CNAE Descricáo

4912-4/01 Transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual


4912-4/02 Transporte ferroviário de passageiros municipal e em regtáo metropolitana
4912-4/03 Transporte metroviário

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiao metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, internacional

4923-0/01 Servico de táxi


4923-0/02 Servico de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

5111-1/00 Transporte aéreo de passageiros regular

5120-0/00 Transporte aéreo de carga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servicos relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 Servlcos de apoio ao transporte por táxi, inclusive centráis de chamada


5229-0/02 Servicos de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas


5620-1/02 Servlcos de allmentacáo para eventos e recepcóes - bufe
5620-1/03 Cantinas - servícos de allmentacáo privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

6110-8/01 Servlcos de telefonia fixa comutada - STFC


6110-8/02 Servlcos de redes de transportes de telecornunicacóes - SRTI
6110-8/03 Servlcos de cornunicacáo multimídia - SCM
6110-8/99 servícos de telecomunlcacóes por ño nao especificados anteriormente

6120-5/01 Telefonia móvel celular


6120-5/02 Servico móvel especializado - SME
6120-5/99 Servicos de telecornunicacóes sem fio nao especificados anteriormente

6130-2/00 Telecornunicacñes por satélite

6141-8/00 Operadoras de televisáo por assinatura por cabo

6142-6/00 Operadoras de televisáo por assinatura por microondas

6143-4/00 Operadoras de televisáo por assinatura por satélite

6190-6/01 Provedores de acesso as redes de comunicacóes


6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicacñes nao especificadas anteriormente

6311-9/00 Tratamento de dados, provedores de servicos de aplicacáo e servicos de hospedagem na internet

6422-1/00 Bancos múltiplos, com carteira comercial

6423-9/00 Caixas económicas

6431-0/00 Bancos múltiplos, sem carteira comercial

352
CNAE
6550-2/00 Planos de saúde

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Administracáo pública em geral

8413-2/00 Regulacáo das atividades económicas


8423-0/00 Justica
8424-8/00 Seguranc;a e ordem pública

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

8711-5/01 Clínicas e residencias geriátricas


8711-5/02 tnstituicóes de longa permanencia para idosos
8711-5/03 Atividades de assisténcia a deficientes físicos, imunodeprimidos e convalescentes
8711-5/04 Centros de apoio a pacientes com cancere com AIDS
8711-5/05 Condomínios residenciais para idosos e deficientes físicos

8720-4/01 Atividades de centros de assisténcia psicossocial

8720-4/99
a
Atividades de assisténcla psicossocial e saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiencia mental e
dependencia química nao especificadas anteriormente

8730-1/01 Orfanatos
8730-1/02 Albergues assistenciais
8730-1/99 Atividades de assisténcia social prestadas em residencias coletivas e particulares nao especificadas anteriormente

8800-6/00 Servicos de assisténcia social sem aloiamento

Intervalo CID CNAE


0710 0990 13111321135114111412 14211532 2945 3600 4711 4753 4756 4759 4762 4911 4912 4921
F40-F48 4922 4923 4924 4929 5111 5120 5221 5222 5223 5229 5310 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6311
6422 6423 8011 80128020 8030 8121 8122 8129 8411 8423 8424 8610
F40 - Transtornos fóbico-ansiosos
F41 - Outros transtornos ansiosos
F42 - Transtorno obsessivo-compulsivo
F43 - Rea~oes ao "stress" grave e transtornos de adaptacáo
F44 - Transtornos dissociativos [de conversáo]
F45 - Transtornos somatoformes
F48 - Outros transtornos neuróticos

CNAE

0710-3/01 Extra~ao de minério de ferro


0710-3/02 Pelotizacáo. sinterlzacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro
0990-4/01 Atividades de apoio a extracáode minério de ferro
0990-4/02 Atividades de apoio aextracáo de minerais metálicos nao-ferrosos
0990-4/03 Atividades de apoio a extracáo de minerais nao-metálicos

1311-1/00 Preparacáo e fiac;ao de fibras de algodáo

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1351-1/00 Fabricacáo de artefatos téxteis para uso doméstico

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Fac~ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas intimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Fac~ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

353
CNAE Descricáo
1421-5/00 Fabrica<;ao de meias

1532-7/00 Fabrica<;ao de tenis de qualquer material

2945-0/00 Fabrica<;ao de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterías

3600-6/01 Captacáo, tratamento e distribuicño de água


3600-6/02 Distribuicáo de água por caminhñes

4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

4753-9/00 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo

4756-3/00 Comércio varejista especializado de instrumentos musicais e acessórios

4759-8/01 Comércio varejista de artigos de tapecaria, cortinas e persianas


4759-8/99 Comércio varejista de outros artigos de uso pessoal e doméstico nao especificados anteriormente

4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e titas

4911-6/00 Transporte ferroviário de carga

4912-4/01 Transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual


4912-4/02 Transporte ferroviário de passageiros municipal e em regiao metropolitana
4912-4/03 Transporte metroviário

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiác metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regláo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 Servico de táxi


4923-0/02 Servico de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organlzacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

5111-1/00 Transporte aéreo de passageiros regular

5120-0/00 Transporte aéreo de carga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servícos relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 Servicos de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servicos de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

6110-8/01 Servicos de telefonía fixa comutada - STFC


6110-8/02 Servlcos de redes de transportes de telecornunlcacóes - SRTI
6110-8/03 Servicos de cornunicacáo multimídia - SCM
6110-8/99 Servicos de telecomunlcacóes por fio nao especificados anteriormente

6120-5/01 Telefonia móvel celular

354
CNAE Descric;ao
6120-5/02 Servic;o móvel especializado - SME
6120-5/99 Servic;os de telecomunicacñes sem fio nao especificados anteriormente

6130-2/00 Telecornunicacóes por satélite

6141-8/00 Operadoras de televisáo por assinatura por cabo

6142-6/00 Operadoras de televisáo por assinatura por microondas

6143-4/00 Operadoras de televísáo por assinatura por satélite

6190-6/01 Provedores de acesso as redes de cornunicacóes


6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP
6190-6/99 Outras atividades de telecomunlcacñes nao especificadas anteriormente

6311-9/00 Tratamento de dados, provedores de servicos de aplicacáo e servicos de hospedagem na internet

6422-1/00 Bancos múltiplos, com carteira comercial

6423-9/00 Caixas económicas

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranc;a privada


8011-1/02 Servic;os de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranc;a

8030-7/00 Atividades de investígacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacño e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Administracáo pública em geral

8423-0/00 Justic;a

8424-8/00 Seguranc;a e ordem pública

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

Intervalo CID CNAE


G40-G47 0113 0210 0220 0810 10111012 1013 132114111412 1610 16211732 1733 1931 2330 2342 2511 2539
2861 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4313 4319
4399 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5212 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129
G40 - Epilepsia
G41 - Estado de mal epiléptico
G43 - Enxaqueca
G44 - Outras síndromes de algias cefálicas
G45 - Acidentes vasculares cerebrais lsquémicos transitórios e síndromes correlatas
G46 - Síndromes vasculares cerebrais que ocorrem em doenc;as cerebrovasculares (160-167t)
G47 - Distúrbios do sono

CNAE Descricáo

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas

355
CNAE Descricáo
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extrac;ao de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0810-0/01 Extra<;aode ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extrac;ao de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extra<;aode mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extracáo de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalbo ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extra<;aode argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extrac;ao de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extrac;ao e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1732-0/00 Fabrica<;ao de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricac;ao de álcool

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabrica<;aode casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2342-7/01 Fabricacáo de azulejos e pisos

356
CNAE Descric;ao
2342-7/02 Fabricac;ao de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2861-5/00 Fabricac;ao de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de residuos náo-perígoscs

3812-2/00 Coleta de residuos perigosos

3821-1/00 Tratamento e dlsposicáo de residuos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperac;ao de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontamlnacáo e outros servícos de gestáo de residuos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanízacáo - ruas, prac;as e calcadas


Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigac;ao
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiao metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 Servico de táxi


4923-0/02 Servic;o de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal

357
CNAE Descricáo
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excurs5es em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excurs5es em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de rnudancas

5112-9/01 Servico de táxi aéreo e locacáo de aeronaves com tripulacáo


5112-9/99 Outros servicos de transporte aéreo de passageiros nao-regular

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranca privada


8011-1/02 Servicos de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca

8030-7/00 Atividades de ínvestigacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

Intervalo CID CNAE


GSO-G59 0155 101110121013 1062 1093 1095 1313 135114111412 14211529 153115321533 1539 1540
2063 2123 2211 2222 2223 2229 2349 2542 2593 2640 2710 2759 2944 2945 3240 3250 4711 5611
5612 5620 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6422 6423 8121 8122 8129 8610
G50 - Transtornos do nervo trigérneo
G51 - Transtornos do nervo facial
G52 - Transtornos de outros nervos cranianos
G53 - Transtornos dos nervos cranianos em doencas classificadas em outra parte
G54 - Transtornos das raízes e dos plexos nervosos
G55 - Compress5es das raízes e dos plexos nervosos em doencas classificadas em outra parte
G56 - Mononeuropatias dos membros superiores
G57 - Mononeuropatias dos membros inferiores
G58 - Outras mononeuropatias
G59 - Mononeurooatias em doencas classificadas em outra oarte

CNAE Descrlcáo

0155-5/01 Criacáo de frangos para corte


0155-5/02 Producáo de pintos de um dia
0155-5/03 Criacáo de outros galináceos, exceto para corte
0155-5/04 Criacáo de aves, exceto galináceos
0155-5/05 Producáo de ovos

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

358
CNAE Descricáo
1013-9/01 Fabricacño de produtos de carne
1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate
1062-7/00 Moagem de trigo e fabricacáo de derivados

1093-7/01 Fabricac;ao de produtos derivados do caca u e de chocolates


1093-7/02 Fabrícacáo de frutas cristalizadas, balas e semelhantes

1095-3/00 Fabricac;ao de especiarias, molhos, temperos e condimentos

1313-8/00 Fiac;ao de fibras artificiais e sintéticas

1351-1/00 Fabricacáo de artefatos téxteis para uso doméstico


1411-8/01 Confeccso de roupas íntimas
1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas intimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pec;as do vestuario, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pec;as do vestuário, exceto roupas íntimas

1421-5/00 Fabricacáo de meias

1529-7/00 Fabricac;ao de artefatos de couro nao especificados anteriormente

1531-9/01 Fabricac;ao de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de courosob contrato

1532-7/00 Fabricac;ao de tenis de qualquer material

1533-5/00 Fabricacáo de calc;ados de material sintético

1539-4/00 Fabricac;ao de calcados de materiais nao especificados anteriormente

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material

2063-1/00 Fabncacáo de cosméticos, produtos de perfumaría e de higiene pessoal

2123-8/00 Fabrícacáo de preparacñes farmacéuticas


2211-1/00 Fabricac;ao de pneumáticos e de cámaras-de-ar
2222-6/00 Fabrícacáo de embalagens de material plástico

2223-4/00 Fabricac;ao de tubos e acessórios de material plástico para uso na construcáo

2229-3/01 Fabricac;ao de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico


2229-3/02 Fabricacáo de artefatos de material plástico para usos industriais
2229-3/03 Fabricac;ao de artefatos de material plástico para uso na construcáo, exceto tubos e acessórios
2229-3/99 Fabricacáo de artefatos de material plástico para outros usos nao especificados anteriormente

2349-4/01 Fabricac;ao de material sanitário de cerámica


2349-4/99 Fabricacáo de produtos cerámicos náo-refratários nao especificados anteriormente

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2593-4/00 Fabricac;ao de artigos de metal para uso doméstico e pessoal


2640-0/00 Fabricac;ao de aparelhos de recepcáo, reproducáo, gravacáo e arnpllñcacáo de áudio e vídeo
2710-4/01 Fabricac;ao de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios
2710-4/02 Fabricacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricac;ao de motores elétricos, pecas e acessórios

2759-7/01 Fabricac;ao de aparelhos elétricos de uso pessoal, pecas e acessórios


2759-7/99 Fabrícacáo de outros aparelhos eletrodomésticos nao especificados anteriormente, pecas e acessórios

2944-1/00 Fabricacáo de pec;as e acessórios para o sistema de direc;ao e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabrícacáo de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterías

3240-0/01 Fabricacáo de ioaos eletrónicos

359
CNAE Descricáo
3240-0/02 Fabricacáo de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios nao associada a locacáo
3240-0/03 Fabricacác de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios associada a locacáo
3240-0/99 Fabricacáo de outros brinquedos e jogos recreativos nao especificados anteriormente

3250-7/01 Fabrtcacáo de instrumentos náo-eletrónlcos e utensilios para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório
3250-7 /02 Fabricai;ao de mobiliário para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório
3250-7/03 Fabricacáo de aparelhos e utensilios para correcáo de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral sob encomenda
Fabricai;ao de aparelhos e utensilios para correcáo de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral, exceto
3250-7/04
sob encomenda
3250-7/05 Fabricacáo de materiais para medicina e odontologia
3250-7 /06 servícos de prótese dentária
3250-7 /07 Fabricacáo de artigos ópticos
3250-7/08 Fabricai;ao de artefatos de tecido nao tecido para uso odonto-médico-hospitalar

4711-3/01 Comércio varejista de mercaderías em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

5611-2/01 Restaurantes e similares


5611-2/02 Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas
5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares

5612-1/00 Servlcos ambulantes de altmentacáo

5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas


5620-1/02 Servicos de alirnentacáo para eventos e recepcóes - bufe
5620-1/03 Cantinas - servicos de alimentacáo privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

6110-8/01 Servicos de telefonía fixa comutada - STFC


6110-8/02 Servicos de redes de transportes de telecornunicacóes - SRTI
6110-8/03 Servlcos de cornunicacáo multimídia - SCM
6110-8/99 Servicos de telecomunlcacóes por fio nao especificados anteriormente

6120-5/01 Telefonia móvel celular


6120-5/02 Servico móvel especializado - SME
6120-5/99 Servlcos de telecornunicacóes sem fio nao especificados anteriormente

6130-2/00 Telecornunicacñes por satélite

6141-8/00 Operadoras de televisáo por assinatura por cabo

6142-6/00 Operadoras de televisáo por assinatura por microondas

6143-4/00 Operadoras de televisáo por assinatura por satélite

6190-6/01 Provedores de acesso as redes de cornunicacóes


6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicacñes nao especificadas anteriormente

6422-1/00 Bancos múltiplos, com carteira comercial

6423-9/00 Caixas económicas

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicilios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em oronto-socorro e unidades hosoitalares oara atendimento a urgencias

Intervalo CID CNAE


0210 0220 0810 10711220 1610 1622 2330 2342 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211
HS3-HS4 4212 4213 4222 4223 4291 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4741 4742 4743 4744 4789 4921
4922 4923 4924 4929 4930 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129
HS3 - Distúrbios visuais
H54 - Cegueira e visáo subnormal

360
CNAE Descricáo

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extrac;ao de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Prcducáo de produtos náo-madelrelros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extracáo de gesso e caulim
0810-0/06 Extrac;ao de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 Beneficiamento de gesso e caulim associado a extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneñciarnento associado

1071-6/00 Fabrícacáo de acúcar em bruto

1220-4/01 Fabricacáo de cigarros


1220-4/02 Fabricacáo de cigarrilhas e charutos
1220-4/03 Fabricac;ao de filtros para cigarros
1220-4/99 Fabricacáo de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarías sem desdobramento de madeira

1622-6/01 Fabricac;ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricacáo de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricac;ao de outros artigos de carpintaria para construcáo

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2342-7/01 Fabricacáo de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto


3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-pertgosos

361
CNAE Descricáo
3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servicos de gestáo de resíduos


4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para slnalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4212-0/00 Construcáo de obras de arte especiais

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prar;as e calcadas

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcñes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrígacáo
4222-7 /02 Obras de irrigacáo

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servir;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4329-1/01 tnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
ínstalacáo de equipamentos para orientacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabricacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de iluminacáo e sinalizacáo em vias públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de lnstalacñes em construcñes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacóes


4399-1/01 Adrninistracáo de obras
4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servlcos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servir;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materia is para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materia is hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, arela, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente

362
CNAE Descricáo
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigas e alimentos para animais de estimacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fagos de artificio e artigas pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigas fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e rnunicóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiño metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiao metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 Servico de táxi


4923-0/02 Servlco de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários proprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, intermunicipal, ínterestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudancas

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranca privada


8011-1/02 servícos de adestra mento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca

8030-7/00 Atividades de investígacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

Intervalo CID CNAE

105-109 4921
105 - Ooencas reumáticas da valva mitral
106 - Doenc;as reumáticas da valva aórtica
107 - Doenc;as reumáticas da valva tricúspide
108 - Doenc;as de múltiplas valvas
109 - Outras doencas reumáticas do coracáo

363
CNAE Descri~ao

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal em regiáo metropolitana

Intervalo CID CNAE


110-115 011114111412 4921 4922 4923 4924 4929 5111 5120
110 - Hipertensáo essencial (primária)
111 - üoenca cardíaca hipertensiva
112 - Doenca renal hipertensiva
113 - üoenca cardíaca e renal hipertensiva
115 - Hipertensáo secundária

CNAE Descric;ao

0111-3/01 Cultivo de arroz


0111-3/02 Cultivo de milho
0111-3/03 Cultivo de trigo
0111-3/99 Cultivo de outros cereais nao especificados anteriormente

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuario, exceto roupas íntimas

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal em regláo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal, exceto em regiño metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, internacional

4923-0/01 Servíco de táxi


4923-0/02 Servico de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excurs5es em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excurs5es em veículos rodoviários proprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

5111-1/00 Transporte aéreo de passageiros regular

5120-0/00 Transporte aéreo de carga

Intervalo CID CNAE


1621 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4299 4329 4399 4921 4922 4930 6110 6120 6130 6141 6142
120-125
6143 6190
120 - Angina pectoris
121 - Infarto agudo do miocárdio
122 - Infarto do miocárdio recorrente
123 - Algumas complicacóes atuais subsequentes ao infarto agudo do miocárdio
124 - Outras doencas isquérnlcas agudas do coracño
125 - Doenc;a isquérnica crónica do coracáo

CNAE Descri~ao

1621-8/00 Fabricac;ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

4120-4/00 Construcáo de edificios

364
CNAE
4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias
4211-1/02 Pintura para sinalizacáo ·em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanlzacáo - ruas, pracas e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distribuicáo de energía elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de dlstribuícáo de energía elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecornurucacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecornunicacñes

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigai;:ao
4222-7/02 Obras de irrigai;:ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
tnstalacáo de equipamentos para orientacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabrtcacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de ilurninacáo e sinalizacáo em vías públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de lnstalacñes em construcñes nao especificadas anteriormente

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servlcos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servicos especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de rnudancas

6110-8/01 servtcos de telefonía fixa comutada - STFC


6110-8/02 Servicos de redes de transportes de telecornunicacóes - SRTT
6110-8/03 servícos de cornunícacáo multimídia - SCM
6110-8/99 servicos de telecornunicacóes por fío nao especificados anteriormente

6120-5/01 Telefonía móvel celular


6120-5/02 Servico móvel especializado - SME
6120-5/99 Servicos de telecornunicacóes sem fío nao especificados anteriormente

6130-2/00 Telecornunicacóes por satélite

6141-8/00 Operadoras de televisáo por assinatura por cabo

6142-6/00 Operadoras de televisáo por assinatura por microondas

6143-4/00 Operadoras de televlsáo por assinatura por satélite

365
CNAE Descricáo

6190-6/01 Provedores de acesso as redes de cornunicacées


6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicacóes nao especificadas anteriormente

Intervalo CID CNAE


0113 0210 0220 0810 1011 1012 1013 1061 1071 1411 1412 1610 1931 2029 2330 2342 3600 3701 3702
130-152 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4391 4399
4621 4622 4623 4921 4922 4923 4924 4929 4930 8121 8122 8129 8411 9420
130 - Pericardite aguda
131 - Outras doencas do pericárdio
132 - Pericardite em doencas classificadas em outra parte
133 - Endocardite aguda e subaguda
134 - Transtornos nao-reumáticos da valva mitral
135 - Transtornos nao-reumáticos da valva aórtica
136 - Transtornos nao-reumáticos da valva tricúspide
137 - Transtornos da valva pulmonar
138 - Endocardite de valva nao especificada
139 - Endocardite e transtornos valvulares cardíacos em doenc;as classificadas em outra parte
140 - Miocardite aguda
141 - Miocardite em doenc;as classificadas em outra parte
142 - Cardiomiopatias
143 - Cardiomiopatia em doenc;as classificadas em outra parte
144 - Bloqueio atrioventricular e do ramo esquerdo
145 - Outros transtornos de condueño
146 - Parada cardíaca
147 - Taquicardia paroxística
148 - Flutter" e ñbrilacáo atrial
149 - Outras arritmias cardíacas
150 - Insuficiencia cardíaca
151 - Cornpllcacóes de cardiopatías e doencas cardíacas mal definidas
152 - Outras afecc;éíes cardíacas em doencas classificadas em outra parte

CNAE Descricáo

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extrac;ao de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0810-0/01 Extrac;ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrai;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extrai;ao de arela, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado

366
CNAE
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extrac;ao de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
1011·2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011·2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011·2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012·1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabrícacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate
1061-9/01 Beneficiamento de arroz

1071-6/00 Fabricacáo de acúcar em bruto

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pec;as de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo. sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1610-2/01 Serrarías com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarías sem desdobramento de madeira
1931-4/00 Fabricacáo de álcool

2029-1/00 Fabricac;ao de produtos químicos orgánicos nao especificados anteriormente

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-rnoldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricac;ao de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2342-7/01 Fabricac;ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabrícacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos
3600-6/01 Captacáo, tratamento e distribuicáo de água
3600-6/02 Distribuicáo de água por caminhñes

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto


3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perlgosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-pertgosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperac;ao de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Oescontaminacáo e outros servicos de gestáo de resíduos


4120-4/00 Construcáo de edificios

367
CNAE Descricáo

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sínallzacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;:as e calc;:adas

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
lrrigacáo
4222-7/02 Obras de irrigac;:ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;:os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Administracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;:os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de poc;:os de água
4399-1/99 Servic;:os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestívels de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, internacional

4923-0/01 Servic;:o de táxi


4923-0/02 Servic;:o de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, municipal

368
CNAE Descricáo
4929-9/04 Organizacéo de excursñes em veículos rodoviários proprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de rnudancas

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacño e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de llmpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Adrninistracáo pública em geral

9420-1/00 Atividades de organízacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0810 1071 2330 2342 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291
160-169 4299 4312 4313 4319 4321 4391 4399 4921 4922 4923 4924 4929 4930 8112 8121 8122 8129 8411 8591
9200 9311 9312 9313 9319 9420
160 - Hemorragia subaracnóide
161 - Hemorragia intracerebral
162 - Outras hemorragias intracranianas nao-traumáticas
163 - Infarto cerebral
164 - Acidente vascular cerebral, nao especificado como hemorrágico ou isquérnico
165 - Oclusáo e estenose de artérias pré-cerebrais que nao resultam em infarto cerebral
166 - Oclusáo e estenose de artérias cerebrais que nao resultam em infarto cerebral
167 - Outras doencas cerebrovasculares
168 - Transtornos cerebrovasculares em doencas classificadas em outra parte
169 - Sequelas de doencas cerebrovasculares

CNAE Descricáo

0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extrac;ao de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extracáo de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extrac;ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extrac;ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extrac;ao de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extrac;ao e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado

1071-6/00 Fabricac;ao de acúcar em bruto

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricac;ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabrícacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricac;ao de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2342-7/01 Fabricac;ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacño de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

3600-6/01 Captacáo, tratamento e distribuicáo de água


3600-6/02 Distribuicño de água por carninhóes

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

369
CNAE Descricáo
3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de residuos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de residuos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de residuos nao-perigosos

3822-0/00 Tratamento e dísposicáo de residuos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperac;ao de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servic;os de gestáo de residuos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanlzacáo - ruas, prac;as e calcadas

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigacáo
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Adrninlstracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servicos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 Servic;o de táxi


4923-0/02 Servic;o de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursóes em veiculos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

370
CNAE Descricáo
4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, municipal
Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudancas

8112-5/00 Condominios prediais

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicilios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Administracáo pública em geral

8591-1/00 Ensino de esportes

9200-3/01 Casas de bingo


9200-3/02 Explorac;:ao de apostas em corridas de cavalos
9200-3/99 Explorac;:ao de jogos de azar e apostas nao especificados anteriormente

9311-5/00 Gestáo de lnstalacóes de esportes

9312-3/00 Clubes sociais, esportivos e similares

9313-1/00 Atividades de condiciona mento físico

9319-1/01 Producáo e prornocáo de eventos esportivos


9319-1/99 Outras atividades esportivas nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


10111012 1013 1020 10311033 10911092 1220 13111321135114111412 1413 1422 1510 15311532
1540 1621 1622 2123 2342 2542 2710 2813 2832 2833 2920 2930 2944 2945 3101 3102 3329 3701 3702
180-189
3811 3812 3821 3822 3839 3900 4621 4622 4623 4721 4722 4921 4922 5611 5612 5620 8011 8012 8020
8030 8121 8122 8129 8411 8610 9420 9491 9601
180 - Flebite e trombotlebite
181 - Trombose da veía porta
182 - Outra embolia e trombose venosas
183 - Varizes dos membros inferiores
184 - Hemorróidas
185 - Varizes esofagianas
186 - Varizes de outras locallzacées
187 - Outros transtornos das veias
188 - Linfadenite inespecífica
189 - Outros transtornos nao-infecciosos dos vasos linfáticos e dos ganglios linfáticos

CNAE Descrlcáo

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1020-1/01 Preservacáo de peixes, crustáceos e moluscos


1020-1/02 Fabricacáo de conservas de peixes, crustáceos e moluscos

371
CNAE Descricáo

1031-7/00 Fabrtcacño de conservas de frutas

1033-3/01 Fabricacáo de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes


1033-3/02 Fabricacáo de sucos de frutas, hortalícas e legumes, exceto concentrados

1091-1/00 Fabricacáo de produtos de paniñcacáo

1092-9/00 Fabrica<;ao de biscoitos e bolachas

1220-4/01 Fabrica<;ao de cigarros


1220-4/02 Fabricacáo de cigarrilhas e charutos
1220-4/03 Fabrica<;ao de filtros para cigarros
1220-4/99 Fabricacáo de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos
1311-1/00 Preparacáo e ñacáo de fibras de algodáo
1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1351-1/00 Fabrtcacáo de artefatos téxteis para uso doméstico

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Fac<;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Fac<;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1413-4/01 Confeccáo de roupas profissionais, exceto sob medida


1413-4/02 Confeccáo, sob medida, de roupas profissionais
1413-4/03 Fac<;ao de roupas profissionais

1422-3/00 Fabrica<;ao de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias

1510-6/00 Curtimento e outras preparacées de couro

1531-9/01 Fabrica<;ao de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato

1532-7/00 Fabricacác de tenis de qualquer material

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material

1621-8/00 Fabrtcacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada


1622-6/01 Fabricacáo de casas de madeira pré-fabricadas
1622-6/02 Fabrica<;ao de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabrica<;ao de outros artigas de carpintaria para construcáo

2123-8/00 Fabrica<;ao de preparacées farmacéuticas

2342-7/01 Fabrica<;ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos
2542-0/00 Fabricacáo de artigas de serralheria, exceto esquadrias

2710-4/01 Fabricacác de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabricacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabrtcacáo de motores elétricos, pecas e acessórios

2813-5/00 Fabrica<;ao de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios

2832-1/00 Fabrica<;ao de equipamentos para irrigacáo agrícola, pecas e acessórios

2833-0/00 Fabrica<;ao de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para irrigacáo

2920-4/01 Fabrica<;ao de carninhóes e ónibus


2920-4/02 Fabricacáo de motores para caminhóes e ónibus
2930-1/01 Fabrtcacáo de cabines, carrocerías e reboques para caminhñes
2930-1/02 Fabrica<;ao de carrocerías para ónibus

372
CNAE
2930-1/03 Fabricacáo de ca bines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhñes e ónibus

2944-1/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de direcño e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricacáo de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterias
3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira
3102-1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal

3329-5/01 Servic;os de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto


3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de residuos náo-perigosos

3822-0/00 Tratamento e dtsposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servícos de gestáo de resíduos

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestíveis de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e frios
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - ac;ougues


4722-9/02 Peixaria

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiao metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

5611-2/01 Restaurantes e similares


5611-2/02 Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas
5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares

5612-1/00 Servic;os ambulantes de alimentacáo

5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas


5620-1/02 Servic;os de alirnentacáo para eventos e recepcóes - bufé

373
CNAE Descricáo
5620-1/03 Cantinas - servic;os de alirnentacáo privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranc;a privada


8011-1/02 Servic;os de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranc;a

8030-7/00 Atividades de investigacáo particular

8121-4/00 limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Adrninistracáo pública em geral

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

9420-1/00 Atividades de organlzacóes sindicais

9491-0/00 Atividades de organizacóes religiosas

9601-7/01 Lavanderias
9601-7/02 Tinturarias
9601-7/03 Toalheiros

Intervalo CID CNAE


0810 10311220 13111321135114111412 1610 1622 1629 2330 2342 2539 3101 3102 3329 4120 4211
J40-J47
4213 4292 4299 4313 4319 4399 4921 8121 8122 8129 8411
J40 - Bronquite nao especificada como aguda ou crónica
J41 - Bronquite crónica simples e a mucopurulenta
J42 - Bronquite crónica nao especificada
J43 - Enfisema
J44 - Outras doenc;as pulmonares obstrutivas crónicas
J45 -Asma
J46 - Estado de Mal Asmático
J47 - Bronquectasia

CNAE

0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrac;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extrac;ao de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extrac;ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extrac;ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo a
0810-0/11 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
1031-7 /00 Fabricac;ao de conservas de frutas

1220-4/01 Fabricac;ao de Cigarros


1220-4/02 Fabricac;ao de cigarrilhas e charutos
1220-4/03 Fabricac;ao de filtros para cigarros
1220-4/99 Fabrícacáo de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos

1311-1/00 Preparacáo e fiac;ao de fibras de algodáo

1321-9/00 Tecelagem de fios de Algodáo

374
CNAE

1351·1/00 Fabricacáo de artefatos téxteis para uso doméstico

1411·8/0l Confeccáo de Roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Faci;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1622-6/01 Fabricai;ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricacáo de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricacáo de outros artigos de carpintaria para construcáo
1629-3/01 Fabricacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabncacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
2342-7/01 Fabrícacáo de azulejos e pisos
2342-7/02 Fabricai;ao de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2539-0/00 Servicos de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

3101-2/00 Fabricai;ao de móveis com predominancia de madeira

3102·1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal


3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material

4120-4/00 Construcáo de edifícios


4211·1/0l construcáo de rodovias e ferrovias
4211-1/02 Pintura para slnalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - Ruas, pracas e calcadas

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem insdustrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4313·4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Serviros de preparacáo de terreno nao especificados anteriormente

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
4399-1/04 Servicos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Serviros especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, em regiáo metropolitana

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122·2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de llmpeza nao especificadas anteriormente

8411-6/00 Adrninistracáo pública em geral

375
Intervalo CID CNAE
0810 10111012 1013 107114111412 15311540 1610 16211732 1733 2451 2511 2512 2832 2833 2930 3101
K35-K38
3329 4621 4622 4623 4921 4922 8610
K35 - Apendicite Aguda
K36 - Outras formas de apendicite
K37 - Apendicite, sem outras especlñcacñes
K38 - Outras doenc;as do apéndice

CNAE Descricáo

0810-0/01 Extrac;ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extrac;ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficia mento associado
0810-0/05 Extrac;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extrac;ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extrac;ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extrac;ao de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/11 Extrac;ao e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1212-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1071-6/00 Fabricacáo de ac;úcar em bruto

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1531 Fabrtcacáo de calcados de couro

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material

1610-2/01 Serrarías com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1732-0/00 Fabricacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricac;ao de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

2451-2/00 Fundicáo de ferro e aco

2511-0/00 Fabrícacáo de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricacáo de esquadrias de metal

2832-1/00 Fabricacáo de equipamentos para irrigacáo agrícola, pecas e acessórios

2833-0/00 Fabricacác de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para irrigac;ao

376
CNAE Descricáo
2930-1/01 Fabricacáo de cabines, carrocerias e reboques para caminhóes
2930-1/02 Fabricai;ao de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabricacño de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto carninháo e ónibus

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira


3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-ccmestíveis de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio ataca dista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itínerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

Intervalo CID CNAE


0113 0210 0220 0230 0810 1011 1012 1013 1020 1031 1033 1041 1051 1061 1066 1071 1091 1122 1321 1354
1510 1610 16211622 1629 1722 1732 1733 1931 2211 2212 2219 2330 2341 2342 2349 2443 2449 2451 2511
2512 2521 2539 2541 2542 2543 2592 2593 2710 2815 2822 2832 2833 2861 2866 2869 2930 2943 2944 2945
K40-K46
3011 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4212 4213 4221 4222 4223 4291
4292 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4621 4622 4623 4632 4634 4687 4721 4722 4741 4742 4743
4744 4789 4921 4922 4930 5212 8121 8122 8129 9420
K40 - Hérnia inguinal
K41 - Hérnia femoral
K42 - Hérnia umbilical
K43 - Hérnia ventral
K44 - Hérnia diafragmática
K45 - Outras hérnias abdominais
K46 - Hérnia abdominal nao especificada

CNAE Descri~ao

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies de madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra
0210-1/99 Producáo de produtos nao especificados anteriormente em florestas plantadas

377
CNAE Descri~ao

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madelreiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0230-6/00 Atividades de apoio a producáo floresta!

0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extrai;ao de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extrai;ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrai;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extrai;ao de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extrai;ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1212-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricai;ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1020-1/01 Preservacáo de peixes, crustáceos e moluscos

1031·7/00 Fabrtcacáo de conservas de frutas


1033-3/01 Fabrtcacáo de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes

1041-4/00 Fabricacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho

1051-1/00 Preparacáo do leite

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricacáo de produtos do arroz
1066-0/00 Fabricacáo de alimentos para animais

1071-6/00 Fabricacáo de acúcar em bruto

1091-1/00 Fabricacáo de produtos de paniñcacáo

1122-4/01 Fabricai;ao de refrigerantes


1122-4/02 Fabricai;ao de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabricacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, excetos refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricai;ao de outras bebidas náo-alcoóhcas nao especificadas anteriormente

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1354-5/00 Fabricacáo de tecidos especiais, inclusive artefatos

1510-6/00 Curtimento e outras preparacñes de couro

1610-2/01 Serrarías com desdobramento de madeira

378
CNAE Descricáo
1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricac;ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1622-6/01 Fabricac;ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricacáo de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais
1622-6/99 Fabricac;ao de outros artigos de carpintaria para contrucáo

1629-3/01 Fabricac;ao de artefatos diversos de madeira, exceto móveis

1722-2/00 Fabricac;ao de cartolina e papel-cartáo

1732-0/00 Fabricacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo


1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricacáo de álcool


2211-1/00 Fabricacáo de pneumáticos e cámaras-de-ar
2212-9/00 Reforma de pneumáticos usados

2219-6/00 Fabrícacáo de artefatos de borracha nao especificados anteriormente

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricac;ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcéo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacño de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabrícacáo de produtos cerámicos refratários


2342-7/01 Fabricacáo de azulejos e pisos
2342-7/02 Fabricac;ao de artefatos de cerámlco e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2349-4/01 Fabricac;ao de material sanitário de cerámica


2349-4/99 Fabricacáo de produtos cerámicos náo-refratários nao especificados anteriormente

2443-1/00 Metalurgia do cobre

2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente

2451-2/00 Fundic;ao de ferro e aco

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas


2512-8/00 Fabricac;ao de esquadrias de metal

2521-7/00 Fabricac;ao de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central

2539-0/00 Servicos de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2541-1/00 Fabricac;ao de artigos de cutelaria

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas

2592-6/01 Fabrtcacáo de produtos trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabrícacáo de produtos trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabricac;ao de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2710-4/01 Fabricac;ao de Geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabricacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricac;ao de motores elétricos, pecas e acessórios

2815-1/02 Fabricac;ao de equipamentos de transmlssáo para fins industriais, exceto rolamentos

2822-4/02 Fabricac;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

2832-1/00 Fabricac;ao de equipamentos para irrigacño agrícola, pecas e acessórios

379
CNAE Descri<;ao

2833-0/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para irrigacáo

2861-5/00 Fabricacác de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

2866-6/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2930-1/01 Fabrícacáo de cabines, carrocerías e reboques para caminhñes


2930-1/02 Fabrica<;ao de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabricacáo de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhóes e ónibus

2943-3/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de freios de veículos automotores

2944-1/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de direcáo e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricacác de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterias

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal

3329-5/01 Servlcos de montagem de móveis de qualquer material

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos nño-perjgosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servicos de gestáo de residuos


4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinallzacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4212-0/00 Construcáo de obras-de-arte especiais

4213-8/00 Obras de urbanizacáo- ruas, pracas e calcadas

4221-9/00 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energía elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacées e redes de dlstribulcác de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de dlstrlbuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacées e redes de telecornunicacáo
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecornunicacñes

4222-7/01 Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de irrigacáo

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacñes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfura<;oes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 servlcos de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

380
CNAE üescricáo

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4329-1/01 tnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
lnstalacáo de equipamentos para orientacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, rnanutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rorantes, exceto de fabricacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de ilurninacáo e sinalizacáo em vias públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacñes em construcóes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacñes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
4399-1/04 Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
em obras
4399-1/05 Perfurac;ao e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-ccmestívels de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados


4632-0/02 Comércio atacadista de farinhas, amidos e féculas
Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas, com atividade de
4632-0/03
fracionamento e acondicionamento associada

4634-6/01 Comércio atacadista de carnes bovinas e suínas e derivados


4634-6/02 Comércio atacadista de aves abatidas e derivados
4634-6/03 Comércio atacadista de pescados e frutos do mar
4634-6/99 Comércio atacadista de carnes e derivados de outros animais

4687-7/01 Comércio atacadista de residuos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de residuos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeliío
4687-7/03 Comércio atacadista de residuos e sucatas metálicos

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e frios
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - ac;ougues


4722-9/02 Peixaria

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas

381
CNAE Descricáo
4744-0/02 Comércio varejista de madeiras e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, arela, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regláo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, internacional

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perlgosos e mudanc;as, municipal


4930-2/02 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, interestadual e internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as

5212-5/00 Carga e descarga

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


l60-l75 8610
L60 - Afeccóes das unhas
L62 - Afeccóes das unhas em doenc;as classificadas em outra parte
L63 - Alopécia areata
L64 - Alopécia androgénica
L65 - Outras formas nao cicatriciais da perda de cabelos ou pelos
L66 - Alopécia cicatricial (perda de cabelos ou pelos, cicatricial)
L67 - Anormalidades da cor e do pedículo dos cabelos e dos pelos
L68 - Hipertricose
L70 -Acne
L71 - Rosácea
L72 - Cistos foliculares da pele e do tecido subcutáneo
L73 - Outras afeccóes foliculares
L74 - Afeccées das glándulas sudoríparas écrinas
L75 - Afeccñes das glándulas sudoríparas apócrinas

CNAE Descricáo

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

Intervalo CID CNAE


l80-L99 0113 10111012 1013 1071 1411 1412 1610 16211931 2451 5611 5620 8121 8122 8129 8610
L80 - Vitiligo
L81 - Outros transtornos de pigrnentacáo
L82 - Ceratose seborréica
L83 - Acantose nigricans
L84 - Calos e calosidades
L85 - Outras formas de espessamento epidérmico
L86 - Ceratodermia em doencas classificadas em outra parte
L87 - Transtornos de eliminacáo trasepidérmica
L88 - Piodermite gangrenosa
L89 - Úlcera de decúbito

382
L90 - Afeccóes atróficas da pele
L91 - Afeccóes hipertóficas da pele
L92 - Ateccñes granulomatosas da pele e do tecido subcutáneo
L93 - Lúpus eritematoso
L94 - Outras afeccóes localizadas do tecido conjuntivo
L95 - Vasculite limitada a pele nao classificadas em outra parte
L97 - Úlcera dos membros inferiores nao classifícada em outra parte
L98 - Outras afeccóes da pele e do tecido subcutáneo nao classificadas em outra parte
L99 - Outras afeccóes da pele e do tecido subcutáneo em doenc;as classificadas em outra parte

CNAE Descric;ao

0113-0/00 Cultivo de cana-de-ac;úcar

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1212-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1071-6/00 Fabricac;ao de ac;úcar em bruto

1411-8/01 confeccao de roupas íntimas


1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricac;ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1931-4/00 Fabricac;ao de álcool

2451-2/00 Fundicáo de ferro e aco

5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares

5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas


5620-1/02 Servic;os de alirnentacáo para eventos e recepcóes - Bufe
5620-1/03 Cantinas - servlcos de allmentacáo privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

8121-4/00 Umpeza em prédios e em domicilios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

Intervalo CID CNAE


0113 0131 0133 0210 0220 0810 0892 0910 1011 1012 1013 1020 1031 1033 1041 1051 1052 1061 1064 1071
1072 10911122 1220 1311 1321 13511354 14111412 1413 1532 16211732 1733 1931 2012 2019 2312 2330
2341 2342 2349 2431 2443 2449 2511 2522 2539 2543 2550 2710 2813 2815 2822 2852 2853 2854 2861 2862
MOO-M25 2865 2866 2869 2920 2930 2944 2945 2950 3011 3102 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120
4211 4212 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4621 4622 4623 4636
4661 4711 4721 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5012 5021 5212 5310 5611 5620 7719 8121 8122 8129 8411
8424 8430 8591 8610 9200 9311 9312 9313 9319 9420 9491 9601

383
MOO - Artrite Piogénica
MOl - lnfeccóes diretas da articulacáo em doencas infecciosas e parasitárias classificadas em outra parte
M02 - Artropatías reacionais
M03 - Artropatias pós-infecciosas e reacionais em doencas infecciosas classificadas em outra parte
M05 - Artrite reumatóide soro-positiva
M06 - Outras artrites reumatoides
M07 - Artropatias psoriásicas e enteropáticas
M08 - Artrite Juvenil
M09 - Artrite juvenil em doencas classificadas em outra parte
MlO- Gota
Mll - Outras artropatias por deposicáo de cristais
M12 - Outras artropatias especificadas
M13 - Outras artrites
M14 - Artropatias em doencas classificadas em outra parte
M15 - Poliartrose
M16 - Coxartrose (artrose do quadril)
M17 - Gonartrose (artrose do joelho)
M18 - Artrose da primeira articutacáo carpometacarpiana
M19 - Outras artroses
M20 - Deformidades Adquiridas dos dedos das máos e dos pés
M21 - Outras deformidades adquiridas dos membros
M22 - Transtorno da rótula (patela)
M23 - Transtornos internos dos joelhos
M24 - Outros transtornos articulares específicos
M25 - Outros transtornos articulares nao classificados em outra parte

CNAE Descricáo

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar

0131-7/01 Cultivo de laranja


0131-7 /99 Cultivo de outros cítricos

0133-4/01 Cultivo de acaí


0133-4/02 Cultivo de Banana
0133-4/03 Cultivo de caju
0133-4/04 Cultivo de cítricos, exceto laranja
0133-4/05 Cultivo de coco-da-baia
0133-4/06 Cultivo de Guaraná
0133-4/07 Cultivo da ma<;a
0133-4/08 Cultivo de marnáo
0133-4/09 Cultivo de maracujá
0133-4/10 Cultivo de Manga
0133-4/11 Cultivo de péssego
0133-4/99 Cultivo de frutas da lavoura permanente nao especificadas anteriormente

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extra<;aode madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extra<;aode madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas

384
CNAE
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeirelros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extracáo de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extrac;ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
0892-4/01 Extrac;ao de sal marinho
0892-4/02 Extracáo de sal-gema
0892-4/03 Refino e outros tratamentos do sal

0910-6/00 Atividades de apoio a extracáo de petróleo e gás natural


1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacño de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate
1020-1/01 Preservacáo de peixes, crustáceos e moluscos
1020-1/02 Fabrtcacáo de conservas de peixes, crustáceos e moluscos

1031-7/00 Fabricacáo de conservas de frutas

1033-3/01 Fabrtcacáo de sucos concentrados de frutas, hortalic;as e legumes


1033-3/02 Fabricac;ao de sucos de frutas, hortalic;as e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabricacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho


1051-1/00 Preparacáo do leite

1052-0/00 Fabricacáo de lacticinios


1061-9/01 Beneficiamento de arroz
1061-9/02 Fabricac;ao de produtos do arroz

1064-3/00 Fabricac;ao de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho

1071-6/00 Fabricac;ao de ac;úcar em bruto

1072-4/01 Fabricacáo de ac;úcar de cana refinado


1072-4/02 Fabricacáo de acúcar de cereais (dextrose) e de beterraba
1091-1/00 Fabrícacáo de produtos de panificacáo

1122-4/01 Fabricacáo de refrigerantes


1122-4/02 Fabricac;ao de chá mate e outros chás prontos para o consumo
1122-4/03 Fabrícacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricacáo de outras bebidas náo-alcoólicas nao especificadas anteriormente

1220-4/01 Fabricacáo de cigarros


1220-4/02 Fabricac;ao de cigarrilhas e charutos

385
CNAE Descricáo
1220-4/03 Fabricacáo de filtros para cigarros
1220-4/99 Fabricac;ao de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos
1311-1/00 Preparacáo e fiac;ao de fibras de algodáo

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1351-1/00 Fabricac;ao de artefatos téxtels para uso doméstico

1354-5/00 Fabricac;ao de tecidos especiais, inclusive artefatos

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411·8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 confeccao de pecas de vestuarios, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412·6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1413-4/01 Ccnfeccáo de roupas profissionais, exceto sob medida


1413-4/02 Confeccáo, sob medida, de roupas profissionais
1413-4/03 Facc;ao de roupas profissionais

1532-7/00 Fabricac;ao de tenis de qualquer material

1621-8/00 Fabricac;ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1732·0/00 Fabricacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricacáo de álcool

2012·6/00 Fabricacáo de intermediários para fertilizantes

2019-3/01 Elaboracáo de combustíveis nucleares


2019-3/99 Fabricac;ao de outros produtos químicos inorgánicos nao especificados anteriormente

2312-5/00 Fabricac;ao de embalagens de vidro

2330-3/01 Fabricac;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-4/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-4/99 Fabricac;ao de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabricac;ao de produtos cerámicos refratários

2342-7/01 Fabricac;ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos
2349-4/01 Fabricac;ao de material sanitário de ceramita
2349-4/99 Fabricac;ao de produtos cerámicos náo-refratártos nao especificados anteriormente

2431-8/00 Producáo de tubos de aco com costura

2443-1/00 Metalurgia do cobre

2449-1/01 Producáo de zinco em formas primárias


2449-1/02 Producáo de laminados de zinco
2449-1/03 Producño de soldas e ánodos para galvanoplastia
2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas

2522-5/00 Fabricac;ao de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para veículos

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2543-8/00 Fabricac;ao de ferramentas

386
CNAE
2550-1/01 Fabricacáo de equipa mento bélico pesado, exceto veículos militares de combate
2550-1/02 Fabricai;ao de armas de fogo e rnunicóes

2710-4/01 Fabrica<;ao de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabricacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabrica<;ao de motores elétricos, pecas e acessórios

2813-5/00 Fabrica<;aode válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios

2815-1/01 Fabrica<;ao de rolamentos para fins industriais


2815-1/02 Fabricacáo de equipamentos de transmissáo para fins industriais, exceto rolamentos
2822-4/01 Fabrica<;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

Fabricacáo de outras máquinas e equipamentos para uso na extracáo mineral, pecas e acessórios, exceto na
2852-6/00
extracáo de petróleo

2853-4/00 Fabrica<;ao de tratores, pecas e acessórios, exceto agrícolas

Fabricai;ao de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavirnentacáo e construcáo, pecas e acessórios,


2854-2/00
exceto tratores

2861-5/00 Fabricacáo de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramentas
2862-3/00 Fabrícacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo, pecas e acessórios
Fabricacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias de celulose, papel e papeláo e artefatos, pecas e
2865-8/00
acessórios

2866-6/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios


Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2920-4/01 Fabricacáo de carnlnhóes e ónibus


2920-4/02 Fabricacáo de motores para carninhóes e ónibus

2930-1/01 Fabrícacáo de cabines, carrocerias e reboques para carninhñes


2930-1/02 Fabrica<;ao de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabrícacáo de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto caminhñes e ónibus

2944-1/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de dire<;ao e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricai;ao de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterias

2950-6/00 Recondicionamento e recuperacáo de motores para veículos automotores

3011-3/01 Construcáo de ernbarcacóes de grande porte


3011-3/02 Construcáo de ernbarcacóes para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande porte

3102-1/00 Fabrtcacáo de móveis com predominancia de metal

3600-6/01 Captacáo, tratamento e dlstribulcáo de água


3600-6/02 Distrtbulcáo de água por carninhóes

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestác de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perígoscs

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e dlsposicáo de residuos náo-petigosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de residuos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servlcos de gestáo de residuos

387
CNAE Descricáo

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinallzacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4212-0/00 Construcáo de obras de arte especiais

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;ase calcadas


4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica
4221-9/02 Construcáo de esracóes e redes de dlstnbulcáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de dlstríbulcáo de energía elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecomunlcacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecomunicacñes

4222-7/01 Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de irrigac;ao
4222-7/02 Obras de lrrigacño

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de lnstalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 tnstalacáo e manutencáo elétrica


4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários
4329-1/02 lnstalacáo de equipamentos para orientacáo a
navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 tnstalacáo. manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabricacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de ilurninacáo e sinalizacáo em vias públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de lnstalacñes em construcóes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio de atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestívels de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Cornércio atacadista de sisal
4623-1/08 Comércio atacadista de rnatérias-prirnas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

388
CNAE

4636-2/01 Comércio atacadista de fumo beneficiado


4636-2/02 Comércio atacadista de cigarros, cigarrilhas e charutos

4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e pec;as

4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e frios
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal, exceto em regláo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 Servic;o de táxi


4923-0/02 Servic;o de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
i nternacio na 1
4929-9/03 Organizacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursóes em veícu.los rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
i nternacio na 1
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as

5012-2/01 Transporte marítimo de longo curso - Carga


5012-2/02 Transporte marítimo de longo curso - Passageiros

5021-1/01 Transporte por navegacáo Interior de carga, municipal, exceto travessia


5021-1/02 Transporte por navegacáo interior de carga, intermunicipal, interestadual e internacional, exceto travessia

5212-5/00 Carga e descarga

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5611-2/01 Restaurantes e similares


5611-2/02 Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas
5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares

5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas


5620-1/02 Servic;os de alirnentacáo para eventos e recepcóes - bufe
5620-1/03 Cantinas - servícos de allmentacáo privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

7719-5/01 tocacáo de ernbarcacóes sem tripulacáo. exceto para fins recreativos


7719-5/02 l.ocacáo de aeronaves sem tripulacáo
7719-5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

389
CNAE Descricáo
8411-6/00 Adrninistracáo pública em geral

8424-8/00 Seguranc;a e ordem pública

8430-2/00 Seguridade social obrigatória

8591-1/00 Ensino de esportes

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

9200-3/01 Casas de bingo


9200-3/02 Exploracáo de apostas em corridas de cavalos
9200-3/99 Explorac;ao de jogos de azar e apostas nao especificados anteriormente

9311-5/00 Gestáo de instalacóes de esportes

9312-3/00 Clubes sociais, esportivos e similares

9313-1/00 Atividades de condicionamento físico

9319-1/01 Producáo e prornocáo de eventos esportivos


9319-1/99 Outras atividades esportivas nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

9491-0/00 Atividades de organizacóes religiosas

9601-7/01 Lavanderias
9601-7/02 Tinturarias
9601-7 /03 Toalheiros

Intervalo CID CNAE


M30-M36 1412 8121 8122 8129 8610
M30 - Poliarterite Nodosa e Afeccóes Correlatas
M31 - Outras Vasculopatias Necrotizantes
M32 - Lúpus Eritematoso Disseminado (sístérnlco)
M33 - Dermatopoliomiosite
M34 - Esclerose Sistémica
M35 - Outras Afecc;oesSistémicas do Tecido Conjuntivo
M36 - Doenc;asSístémicas do Tecido Conjuntivo em Doenc;as Classificadas em Outra Parte

CNAE Descricáo

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicilios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

Intervalo CID CNAE


0113 0131 0133 0210 0220 0230 0500 0710 0810 0892 0910 0990 10111012 1013 1020 10311033 10411051
1052 10611062 1064 10711072 1092 1122 13111312 132113231340 13511354 14111412 1413 14211422
1510 1532 1610 16211622 1623 1629 1710 17211722 1732 1733 1931 2012 2019 2029 2040 2091 2093 2123
2211 2212 2219 2221 2222 2312 2320 2330 2341 2342 2349 2391 2431 2439 2441 2443 2449 2451 2511 2513
2521 2522 2539 2542 2543 2550 2592 2593 2710 2722 2733 2813 2815 2822 2832 2833 2852 2853 2854 2861
M40-M54
2862 2864 2866 2869 2920 2930 2942 2943 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3240 3321 3329 3600 3701 3702
3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4212 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4311 4312 4313 4319 4321
4329 4391 4399 4621 4622 4623 4632 4636 4661 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4921 4922 4923 4924 4929
4930 5012 5021 5211 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5612 5620 6431 7719 7732 812181228129 8424 8430
8610 9420

390
M40 -
Cifose e Lordose
M41 -
Escoliose
M42 -
Osteocondrose da Coluna Vertebral
M43 -
Outras Dorsopatias Deformantes
M45 -
Espondilite Ancilosante
M46 -
Outras Espondilopatias lnflamatórias
M47 -
Espondilose
M48 -
Outras Espondilopatias
M49 -
Espondilopatias em Doenc;as Classificadas em Outra Parte
M50 -
Transtornos Dos Discos Cervicais
MSl - Outros Transtornos de Discos lntervertebrais
M53 - Outras Dorsopatias Nao Classificadas em Outra Parte
M54 - Dorsalgia

CNAE Descric;ao

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar

0131-8/00 Cultivo de laranja

0133-4/01 Cultivo de acaí


0133-4/02 Cultivo de banana
0133-4/03 Cultivo de caju
0133-4/04 Cultivo de cítricos, exceto laranja
0133-4/05 Cultivo de coco-da-baía
0133-4/06 Cultivo de guaraná
0133-4/07 Cultivo de mac;a
0133-4/08 Cultivo de marnáo
0133-4/09 Cultivo de maracujá
0133-4/10 Cultivo de manga
0133-4/11 Cultivo de péssego
0133-4/99 Cultivo de frutas de lavoura permanente nao especificadas anteriormente

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madelrelros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Prcducáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-rnadeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0230-6/00 Atividades de apoio a producáo floresta!

0500-3/01 Extracáo de carváo mineral


0500-3/02 Beneficiamento de carváo mineral

0710-3/01 Extracáo de minério de ferro


0710-3/02 Pelotizacáo, slnterizacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro

0810-0/01 Extrac;ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito ·e beneficia mento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado

391
CNAE Descric;ao
0810-0/05 Extracáo de gesso e caulim
0810-0/06 Extrac;ao de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extrac;ao de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
0892-4/01 Extrac;ao de sal marinho
0892-4/02 Extracáo de sal-gema
0892-4/03 Refino e outros tratamentos do sal

0910-6/00 Atividades de apoio a extracáo de petróleo e gás natural


0990·4/01 Atividades de apoio a extracáo de minério de ferro
0990-4/02 Atividades de apoio a extracáo de minerais metálicos nao-ferrosos
0990-4/03 Atividades de apoio a extracáo de minerais nao-metálicos

1011·2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011·2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012·1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012·1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1020-1/01 Preservacáo de peixes, crustáceos e moluscos


1020-1/02 Fabricacác de conservas de peixes, crustáceos e moluscos

1031-7/00 Fabricacáo de conservas de frutas

1033-3/01 Fabricac;ao de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes


1033-3/02 Fabricacáo de sucos de frutas, hortalic;as e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabricacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho

1051·1/00 Preparacáo do leite

1052-0/00 Fabricac;ao de laticínios

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricacáo de produtos do arroz

1062·7/00 Moagem de trigo e fabricacáo de derivados

1064-3/00 Fabricacác de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho

1071·6/00 Fabrtcacáo de acúcar em bruto


1072-4/01 Fabricacáo de acúcar de cana refinado
1072-4/02 Fabrtcacáo de acúcar de cereals (dextrose) e de beterraba

1092-9/00 Fabricac;ao de biscoitos e bolachas

1122-4/01 Fabricac;ao de refrigerantes


1122-4/02 Fabricacáo de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabricac;ao de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricacáo de outras bebidas náo-alcoólicas nao especificadas anteriormente

1311-1/00 Preparac;ao e fiac;ao de fibras de algodáo

1312-0/00 Preparacáo e fiacáo de fibras téxteis naturais, exceto algodáo

392
CNAE Descricáo
1321-9/00 Tecelagem de fios de algodao

1323-5/00 Tecelagem de fios de fibras artificiais e sintéticas

1340-5/01 Estamparía e texturlzacáo em fios, tecidos, artefatos téxteís e pecas do vestuário


1340-5/02 Alvejamento, tingimento e torcáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário
1340-5/99 Outros servicos de acabamento em ños, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário

1351-1/00 Fabrica<;ao de artefatos téxteis para uso doméstico

1354-5/00 Fabrica<;aode tecidos especiais, inclusive artefatos

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Faci;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Fac<;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1413-4/01 Confeccáo de roupas profissionais, exceto sob medida


1413-4/02 Confeccáo, sob medida, de roupas profissionais
1413-4/03 Fac<;ao de roupas profissionais

1421-5/00 Fabricai;ao de meias

1422-3/00 Fabricacño de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias

1510-6/00 Curtimento e outras preparacñes de couro

1532-7/00 Fabricacño de tenis de qualquer material

1610-2/01 Serrarías com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarías sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricai;ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1622-6/01 Fabricai;ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricacáo de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para ínstalacñes industriais e comerciáis
1622-6/99 Fabricacáo de outros artigos de carpintaria para construcáo

1623-4/00 Fabricacáo de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira

1629-3/01 Fabricacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis


1629-3/02 Fabricai;ao de artefatos diversos de cortíca. barnbu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1710-9/00 Fabricai;ao de celulose e outras pastas para a fabricacáo de papel

1721-4/00 Fabrlcacáo de papel

1722-2/00 Fabricai;ao de cartolina e papel-cartáo

1732-0/00 Fabricacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricacáo de álcool


2012-6/00 Fabricacáo de intermediários para fertilizantes
2019-3/01 Haboracáo de combustíveis nucleares
2019-3/99 Fabricai;ao de outros produtos químicos Inorgánicos nao especificados anteriormente

2029-1/00 Fabricai;ao de produtos químicos organices nao especificados anteriormente

2040-1/00 Fabricai;ao de fibras artificiais e sintéticas

2091-6/00 Fabricai;ao de adesivos e selantes

2093-2/00 Fabricai;ao de aditivos de uso industrial

2123-8/00 Fabricai;ao de preparacñes farmacéuticas

2211-1/00 Fabricai;ao de pneumáticos e de cámaras-de-ar

393
CNAE Descrii;ao

2212-9/00 Reforma de pneumáticos usados

2219-6/00 Fabricacáo de artefatos de borracha nao especificados anteriormente

2221-8/00 Fabricacáo de laminados planos e tubulares de material plástico

2222-6/00 Fabricacáo de embalagens de material plástico

2312-5/00 Fabricai;ao de embalagens de vidro

2320-6/00 Fabricai;ao de cimento

2330-3/01 Fabricai;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricai;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabricai;ao de produtos cerámicos refratários

2342-7/01 Fabricai;ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos
2349-4/01 Fabricacáo de material sanitário de ceramita
2349-4/99 Fabricacáo de produtos cerámicos náo-refratános nao especificados anteriormente

2391-5/01 a
Britamento de pedras, exceto assoclado extracáo
2391-5/02 Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado extracáo a
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2431-8/00 Producáo de tubos de aco com costura

2439-3/00 Producáo de outros tubos de ferro e aco

2441-5/01 Producáo de aluminio e suas ligas em formas primárias


2441-5/02 Producáo de laminados de aluminio

2443-1/00 Metalurgia do cobre

2449-1/01 Producáo de zinco em formas primárias


2449-1/02 Producáo de laminados de zinco
2449-1/03 Producáo de soldas e ánodos para galvanoplastia
2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente

2451-2/00 Fundii;ao de ferro e aco

2511-0/00 Fabricai;ao de estruturas metálicas

2513-6/00 Fabricai;ao de obras de caldeiraria pesada

2521-7/00 Fabricacáo de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central

2522-5/00 Fabricacáo de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para veículos

2539-0/00 Servlcos de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabricai;ao de ferramentas

2550-1/01 Fabricacáo de equipa mento bélico pesado, exceto veículos militares de combate
2550-1/02 Fabricai;ao de armas de fogo e rnunicñes

2592-6/01 Fabricai;ao de produtos de trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabrícacáo de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2710-4/01 Fabricacáo de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabricat;:ao de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios

394
CNAE Descricáo
2710-4/03 Fabricac;ao de motores elétricos, pec;as e acessórios

2722-8/01 Fabricac;ao de baterias e acumuladores para veículos automotores


2722-8/02 Recondicionamento de baterías e acumuladores para veículos automotores

2733-3/00 Fabricacáo de ños, cabos e condutores elétricos isolados


2813-5/00 Fabricacáo de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios

2815-1/01 Fabricacáo de rolamentos para fins industriais


2815-1/02 Fabricac;ao de equipamentos de transrnissáo para fins industriais, exceto rolamentos

2822-4/01 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

2832-1/00 Fabricac;ao de equipamentos para irrigacáo agrícola, pecas e acessórios

2833-0/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para irrigacáo

Fabricac;ao de outras máquinas e equipamentos para uso na extracáo mineral, pecas e acessórios, exceto na
2852-6/00
extracáo de petróleo
2853-4/00 Fabrícacáo de tratores, pecas e acessórios, exceto agrícolas
Fabricacáo de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavirnentacáo e construcáo, pecas e acessórios,
2854-2/00
exceto tratores

2861-5/00 Fabricac;ao de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

2862-3/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, do couro e de calcados. pecas e


2864-0/00
acessórios

2866-6/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2920-4/01 Fabricacño de caminhñes e ónibus


2920-4/02 Fabricac;ao de motores para camlnhdes e ónibus

2930-1/01 Fabricac;ao de cabines, carrocerias e reboques para carninhñes


2930-1/02 Fabricacáo de carrocerías para ónibus
2930-1/03 Fabricac;ao de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhóes e ónibus

2942-5/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para os sistemas de marcha e transrnissáo de veículos automotores
2943-3/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de freios de veículos automotores
2944-1/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de direc;ao e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricacáo de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterías
2950-6/00 Recondicionamento e recuperacáo de motores para veículos automotores

3011-3/01 Construcáo de embarcacóes de grande porte


3011-3/02 Construcáo de ernbarcacóes para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande porte

3101-2/00 Fabricac;ao de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabrtcacáo de móveis com predominancia de metal

3240-0/01 Fabricac;ao de jogos eletrónicos


3240-0/02 Fabricacáo de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios nao associada a locacáo
3240-0/03 Fabricac;ao de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios associada a locacáo
3240-0/99 Fabricacáo de outros brinquedos e jogos recreativos nao especificados anteriormente

3321-0/00 lnstalacáo de máquinas e equipamentos industriais


3329-5/01 Servic;os de montagem de móveis de qualquer material
3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

395
CNAE Descricáo
3600-6/01 Captacáo, tratamento e distrlbulcáo de água
3600-6/02 Distribuic;iío de água por carninhñes

3701-1/00 Gestiío de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestiío de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos niío-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e dísposicáo de resíduos náo-pertgosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de residuos perlgosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperac;iío de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminac;iío e outros servic;os de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construc;iío de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4212-0/00 Construc;iío de obras de arte especiais

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calcadas

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
lrrigacáo
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4311-8/01 Dernolicáo de edificios e outras estruturas


4311-8/02 Preparacáo de canteiro e limpeza de terreno

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4329-1/01 tnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
tnstalacáo de equipamentos para orientacáo navsgacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 tnstalacáo, manutencáo e reparac;iío de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabrlcacáo própria
Montagem e instalac;iío de sistemas e equipamentos de ilurninacño e sinalizacáo em vias públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de lnstalacñes em construc;5es nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundac;5es

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água

396
CNAE Descricáo
4399-1/99 servícos especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-cornestívels de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados


4632-0/02 Comércio atacadista de farinhas, amidos e féculas
Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas, com atividade de
4632-0/03
fracionamento e acondicionamento associada

4636-2/01 Comércio atacadista de fumo beneficiado


4636-2/02 Comércio atacadista de cigarros, cigarrilhas e charutos

4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuario: partes e pecas

Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto
4681-8/01
lubrificantes, nao realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes

4682-6/00 Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4685-1/00 Comércio atacadista de produtos siderúrgicos e metalúrgicos, exceto para construcáo


4686-9/01 Comércio atacadista de papel e papeláo em bruto
4686-9/02 Comércio atacadista de embalagens

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de residuos e sucatas metálicos

4689-3/01 Comércio atacadista de produtos da extracáo mineral, exceto combustíveis


4689-3/02 Comércio atacadista de fios e fibras beneficiados
4689-3/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos intermediários nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 Servlco de táxi


4923-0/02 Servico de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organlzacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional

397
CNAE Descricáo
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as

5012-2/01 Transporte marítimo de longo curso - Carga


5012-2/02 Transporte marítimo de longo curso - Passageiros

5021-1/01 Transporte por navegacáo interior de carga, municipal, exceto travessia


5021-1/02 Transporte por navegacáo interior de carga, intermunicipal, interestadual e internacional, exceto travessia

5211-7/01 Armazéns gerais - ernissáo dewarrant


5211-7/02 Guarda-móveis
5211-7/99 Depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servic;os relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 Servic;os de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servic;os de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5612-1/00 Servic;os ambulantes de allmentacáo

5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas


5620-1/02 Servic;os de alirnentacáo para eventos e recepc;éies - bufe
5620-1/03 Cantinas - servicos de alirnentacáo privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

6431-0/00 Bancos múltiplos, sem carteira comercial

7719-5/01 tocacáo de ernbarcacóes sem trlpulacño, exceto para fins recreativos


7719-5/02 l.ocacáo de aeronaves sem tripulacáo
7719-5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor
7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domidlios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8424-8/00 Seguranc;a e ordem pública

8430-2/00 Seguridade social obrigatória

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

9420-1/00 Atividades de organlzacñes sindicais

398
Intervalo CID CNAE
0113 0155 0210 0220 10111012 1013 1020 10311033 10511052 1062 1064 1092 1093 1094 1095 1096 1099
1122 1311 1314 1321 1323 1340 1351 1352 1354 1359 1411 1412 1413 1414 1421 1510 1521 1529 1531 1532
1533 1540 1623 1732 1733 1742 1749 2040 2063 2091 2110 2121 2123 2211 2219 2221 2222 2223 2229 2312
2319 2342 2349 2439 2443 2449 2451 2531 2539 2541 2542 2543 2550 2591 2592 2593 2610 2631 2632 2640
M60-M79 2651 2710 2721 2722 2732 2733 2740 2751 2759 2813 2814 2815 2822 2823 2824 2840 2853 2854 2861 2864
2866 2869 2920 2930 2941 2942 2943 2944 2945 2949 3092 3101 3102 3104 3230 3240 3250 3291 3299 3316
3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4221 4632 4634 4711 4713 4912 5111 5120 5212 5221
5222 5223 5229 5310 5320 5612 5620 6021 6022 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6209 6311 6399 6422
6423 6431 6550 7410 7490 7719 7733 8121 8122 8129 8211 8219 8220 8230 8291 8292 8299 8610 9420 9601
M60 - Miosite
M61 - Calcifícacáo e Ossiñcacáo do Músculo
M62 - Outros Transtornos Musculares
M63 - Transtornos de Músculo em Doencas Classificadas em Outra Parte
M65 - Sinovite e Tenossinovite
M66 - Ruptura Espontanea de Sinóvia e de Tendáo
M67 - Outros Transtornos Das Sinóvias e Dos Tendóes
M68 - Transtorno de Sinóvias e de Tend5es em üoencas Classificadas em Outra Parte
M70 - Transtornos Dos Tecidos Moles Relacionados Com o Uso, Uso Excessivo e Pressáo
M71 - Outras Bursopatias
M72 - Transtornos Fibroblásticos
M73 - Transtornos Dos Tecidos Moles em Doencas Classificadas em Outra Parte
M75 - Les5es do Ombro
M76 - Entesopatias Dos Membros Inferiores, Excluindo pé
M77 - Outras Entesopatias
M79 - Outros Transtornos Dos Tecidos Moles, Nao Classificados em Outra Parte

CNAE Oescric;ao

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar

0155-5/01 Criacáo de frangos para corte


0155-5/02 Producáo de pintos de um dia
0155·5/03 Criacáo de outros galináceos, exceto para corte
0155-5/04 Cria~ao de aves, exceto galináceos
0155-5/05 Producáo de ovos

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210·1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210·1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra. pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210·1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210·1/09 Prcducáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao ·especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extra~ao de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011·2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012·1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais

399
CNAE Descricáo
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabrica~ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1020-1/01 Preservacáo de peixes, crustáceos e moluscos


1020-1/02 Fabrica~ao de conservas de peixes, crustáceos e moluscos

1031-7/00 Fabrica~ao de conservas de frutas

1033-3/01 Fabrica~ao de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes


1033-3/02 Fabricacác de sucos de frutas, hortalicas e legumes, exceto concentrados

1051-1/00 Preparacáo do leite

1052-0/00 Fabricacáo de laticínios

1062-7/00 Moagem de trigo e fabricacáo de derivados

1064-3/00 Fabrica~ao de farinha de milho e derivados, exceto óleos de mllho

1092-9/00 Fabrica<;ao de biscoitos e bolachas

1093-7/01 Fabrica~ao de produtos derivados do cacau e de chocolates


1093-7/02 Fabricacáo de frutas cristalizadas, balas e semelhantes

1094-5/00 Fabricacáo de massas alimenticias

1095-3/00 Fabricacáo de especiarias, molhos, temperos e condimentos

1096-1/00 Fabricacáo de alimentos e pratos prontos

1099-6/01 Fabricacáo de vinagres


1099-6/02 Fabricacáo de pós alimenticios
1099-6/03 Fabricac;ao de fermentos e leveduras
1099-6/04 Fabrtcacáo de gelo comum
1099-6/05 Fabrica<;ao de produtos para infusáo (chá, mate etc.)
1099-6/06 Fabricacáo de adocantes naturais e artificiais
1099-6/99 Fabricacáo de outros produtos alimenticios nao especificados anteriormente

1122-4/01 Fabricacño de refrigerantes


1122-4/02 Fabricacáo de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabricacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabrica<;ao de outras bebidas náo-alcoóhcas nao especificadas anteriormente

1311-1/00 Preparacáo e fiac;ao de fibras de algodáo

1314-6/00 Fabrica<;ao de linhas para costurar e bordar

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1323-5/00 Tecelagem de fios de fibras artificiais e sintéticas

1340-5/01 Estamparia e texturizacáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário


1340-5/02 Alvejamento, tingimento e torcáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário
1340-5/99 Outros servícos de acabamento em fios, tecidos, artefatos téxtels e pecas do vestuário

1351-1/00 Fabricacáo de artefatos téxtels para uso doméstico


1352-9/00 Fabricacáo de artefatos de tapecarla

1354-5/00 Fabricacáo de tecidos especiais, inclusive artefatos

1359-6/00 Fabricacáo de outros produtos téxteis nao especificados anteriormente


1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas
1411-8/02 Fac<;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuario, exceto roupas íntimas

400
CNAE
1412-6/03 Faq:ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1413-4/01 Confeccáo de roupas profissionais, exceto sob medida


1413-4/02 Confeccáo, sob medida, de roupas profissionais
1413-4/03 Faci;:ao de roupas profissionais

1414-2/00 Fabricacáo de acessórios do vestuario, exceto para seguranca e protecáo

1421-5/00 Fabricacáo de meias

1510-6/00 Curtimento e outras preparacóes de couro

1521-1/00 Fabricacáo de artigos para viagem, bolsas e semelhantes de qualquer material

1529-7/00 Fabricai;:ao de artefatos de couro nao especificados anteriormente

1531-9/01 Fabricacáo de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de courosob contrato

1532-7/00 Fabricacáo de tenis de qualquer material

1533-5/00 Fabricacáo de calcados de material sintético


1540-8/00 Fabrícacáo de partes para calcados, de qualquer material

1623-4/00 Fabricacáo de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira


1732-0/00 Fabrícacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1742-7/01 Fabricai;:ao de fraldas descartáveis


1742-7/02 Fabrícacáo de absorventes higiénicos
1742-7/99 Fabrícacáo de produtos de papel para uso doméstico e higiénico- sanitário nao especificados anteriormente

Fabrtcacáo de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartáo e papeláo ondulado nao
1749-4/00
especificados anteriormente

2040-1/00 Fabricacáo de fibras artificiais e sintéticas

2063-1/00 Fabricacáo de cosméticos, produtos de perfumaría e de higiene pessoal


2091-6/00 Fabricacáo de adesivos e selantes

2110-6/00 Fabricai;:ao de produtos farmoquímicos

2121-1/01 Fabricacáo de medicamentos alopáticos para uso humano


2121-1/02 Fabricacáo de medicamentos homeopáticos para uso humano
2121-1/03 Fabricacáo de medicamentos fitoterápicos para uso humano
2123-8/00 Fabricai;:ao de preparacñes farrnacéurícas

2211-1/00 Fabricai;:ao de pneumáticos e de cámaras-de-ar

2219-6/00 Fabricai;:ao de artefatos de borracha nao especificados anteriormente

2221-8/00 Fabricai;:ao de laminados planos e tubulares de material plástico

2222-6/00 Fabricai;:ao de embalagens de material plástico

2223-4/00 Fabricai;:ao de tubos e acessórios de material plástico para uso na construcáo

2229-3/01 Fabricai;:ao de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico


2229-3/02 Fabrícacáo de artefatos de material plástico para usos industriais
2229-3/03 Fabricai;:ao de artefatos de material plástico para uso na construcáo, exceto tubos e acessórios
2229-3/99 Fabricai;:ao de artefatos de material plástico para outros usos nao especificados anteriormente

2312-5/00 Fabricai;:ao de embalagens de vidro

2319-2/00 Fabricai;:ao de artigos de vidro

2342-7/01 Fabricai;:ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacño de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

401
CNAE Descric;ao

2349-4/01 Fabricac;ao de material sanitário de cerámica


2349-4/99 Fabrtcacáo de produtos cerámicos náo-refratértos nao especificados anteriormente

2439-3/00 Producáo de outros tubos de ferro e aco

2443-1/00 Metalurgia do cobre

2449-1/01 Producáo de zinco em formas primárias


2449-1/02 Producáo de laminados de zinco
2449-1/03 Producáo de soldas e ánodos para galvanoplastia
2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente

2451·2/00 Fundicáo de ferro e ac;o

2531-4/01 Producáo de forjados de aco


2531-4/02 Producáo de forjados de metais nao-ferrosos e suas ligas

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2541-1/00 Fabricacáo de artigos de cutelaria

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas

2550-1/01 Fabricacáo de equipa mento bélico pesado, exceto veículos militares de combate
2550-1/02 Fabricac;ao de armas de fogo e rnunicñes

2591-8/00 Fabricac;ao de embalagens metálicas

2592·6/01 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabrtcacáo de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2610-8/00 Fabricacáo de componentes eletrónicos

2631-1/00 Fabricac;ao de equipamentos transmissores de cornunicacáo, pec;as e acessórios

2632-9/00 Fabricac;ao de aparelhos telefónicos e de outros equipamentos de comunicacáo, pecas e acessórios

2640-0/00 Fabricac;ao de aparelhos de recepcáo, reproducáo, gravacáo e ampliñcacáo de áudio e vídeo

2651-5/00 Fabricac;ao de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle

2710-4/01 Fabricacáo de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabricacác de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricacño de motores elétricos, pec;as e acessórios

2721-0/00 Fabricacáo de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos automotores

2722-8/01 Fabricacáo de baterías e acumuladores para veículos automotores


2722-8/02 Recondicionamento de baterías e acumuladores para veículos automotores

2732-5/00 Fabricac;ao de material elétrico para instalacóes em circuito de consumo

2733-3/00 Fabricac;ao de fios, cabos e condutores elétricos isolados

2740-6/01 Fabricac;ao de lampadas


2740-6/02 Fabricacáo de luminárias e outros equipamentos de ilurninacáo

2751·1/00 Fabricacáo de fogóes, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico, pecas e acessórios

2759-7/01 Fabricacáo de aparelhos elétricos de uso pessoal, pec;as e acessórios


2759-7/99 Fabricacáo de outros aparelhos eletrodomésticos nao especificados anteriormente, pec;as e acessórios

2813-5/00 Fabricac;ao de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios

2814-3/01 Fabricacáo de compressores para uso industrial, pec;as e acessórios


2814-3/02 Fabrtcacáo de compressores para uso nao-industrial, pecas e acessórios

2815-1/01 Fabricac;ao de rolamentos para fins industriais

402
CNAE Descricáo
2815-1/02 Fabricacáo de equipamentos de transrnissáo para fins industriais, exceto rolamentos
2822-4/01 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricac;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

Fabricac;ao de máquinas e aparelhos de refrigeracáo e ventílacáo para uso industrial e comercial, pecas ·e
2823-2/00
acessórios

2824-1/01 Fabricacáo de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso industrial


2824-1/02 Fabricac;ao de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso nao-industrial

2840-2/00 Fabricac;ao de máquinas-ferramenta, pecas e acessórios

2853-4/00 Fabricac;ao de tratores, pecas e acessórios, exceto agrícolas

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavirnentacáo e construcáo, pecas e acessórios,


2854-2/00
exceto tratores

2861-5/00 Fabricac;ao de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, do couro e de calcados, pecas e


2864-0/00
acessórios

2866-6/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2920-4/01 Fabricac;ao de caminhóes e ónlbus


2920-4/02 Fabricacáo de motores para camlnhñes e ónibus

2930-1/01 Fabrtcacáo de cabines, carrocerias e reboques para carninhñes


2930-1/02 Fabricacáo de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabricac;ao de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto caminhóes e ónibus

2941-7/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema motor de veículos automotores

2942-5/00 Fabricac;ao de pecas e acessórios para os sistemas de marcha e transrnissáo de veículos automotores

2943-3/00 Fabricac;ao de pecas e acessórios para o sistema de freios de veículos automotores

2944-1/00 Fabricac;ao de pecas e acessórios para o sistema de direcáo e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricac;ao de material elétrico e eletróníco para veículos automotores, exceto baterías

2949-2/01 Fabricac;ao de bancos e estofados para veículos automotores


2949-2/99 Fabricac;ao de outras pecas e acessórios para veículos automotores nao especificadas anteriormente

3092-0/00 Fabricacáo de bicicletas e triciclos nao-motorizados, pecas e acessórios


3101-2/00 Fabricac;ao de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal


3104-7/00 Fabricac;ao de colchñes

3230-2/00 Fabricac;ao de artefatos para pesca e esporte

3240-0/01 Fabricac;ao de jogos eletrónicos


3240-0/02 Fabricacáo de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios nao associada a locacáo
3240-0/03 a
Fabricac;ao de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios associada locacáo
3240-0/99 Fabricacáo de outros brinquedos e jogos recreativos nao especificados anteriormente

3250-7/01 Fabrtcacáo de instrumentos náo-eletrónicos e utensílios para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório
3250-7/02 Fabricac;ao de mobiliário para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório
Fabrícacáo de aparelhos e utensílios para correcáo de defeitos ñsicos e aparelhos ortopédicos em geral sob
3250-7/03
encomenda
Fabricac;ao de aparelhos e utensílios para correcáo de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral, exceto
3250-7/04
sob encomenda
3250-7/05 Fabricacáo de materiais para medicina e odontologia
3250-7/06 Servic;os de prótese dentária

403
CNAE Descricáo
3250-7/07 Fabricacáo de artigos ópticos
3250-7/08 Fabrica9ao de artefatos de tecido nao tecido para uso odonto-médico-hospitalar

3291-4/00 Fabrica9ao de escovas, pincéis e vassouras

3299-0/01 Fabrica9ao de guarda-chuvas e similares


3299-0/02 Fabricacáo de canetas, lápis e outros artigos para escritório
3299-0/03 Fabrica~ao de letras, letreiros e placas de qualquer material, exceto luminosos
3299-0/04 Fabricacáo de painéis e letreiros luminosos
3299-0/05 Fabrica~ao de aviamentos para costura
3299-0/99 Fabricacáo de produtos diversos nao especificados anteriormente

3316-3/01 Manutencáo e reparacáo de aeronaves, exceto a rnanutencáo na pista


3316-3/02 Manutencáo de aeronaves na pista

3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente
3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto
3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812·2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servícos de gestáo de resíduos

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de dtstribuicáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distrlbuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecomunlcacñes
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecomunicacñes

4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados


4632-0/02 Comércio atacadista de farinhas, amidos e féculas
Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas, com atividade de
4632-0/03
fracionamento e acondicionamento associada

4634-6/01 Comércio atacadista de carnes bovinas e suínas e derivados


4634-6/02 Comércio atacadista de aves abatidas e derivados
4634-6/03 Comércio atacadista de pescados e frutos do mar
4634-6/99 Comércio atacadista de carnes e derivados de outros animais

4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

4713-0/01 Lojas de departamentos ou magazines


4713-0/02 Lojas de variedades, exceto lojas de departamentos ou magazines
4713-0/03 Lojasduty freede aeroportos internacionais

4912-4/01 Transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual


4912-4/02 Transporte ferroviário de passageiros municipal e em regiáo metropolitana
4912-4/03 Transporte metroviário

5111·1/00 Transporte aéreo de passageiros regular

5120-0/00 Transporte aéreo de carga

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servícos relacionados

404
CNAE Descricáo
5222-2/00 Termina is rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 Servicos de apoío ao transporte por táxi, inclusive centrais de chamada


5229-0/02 servícos de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5310-5/01 Atividades do Correío Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5320-2/01 Servlcos de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servicos de entrega rápida

5612-1/00 Servicos ambulantes de alirnentacáo

5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas


5620-1/02 Servlcos de alirnentacáo para eventos e recepcóes - bufe
5620-1/03 Cantinas - servícos de alimentacáo privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

6021-7/00 Atividades de televisáo aberta

6022-5/01 Programadoras
6022-5/02 Atividades relacionadas a televisáo por assinatura, exceto programadoras

6110-8/01 Servicos de telefonia fixa comutada - STFC


6110-8/02 Servicos de redes de transportes de teleccmunicacóes - SRTI
6110-8/03 servicos de cornunicacáo multimídia - SCM
6110-8/99 Servicos de telecornunicacóes por fío nao especificados anteriormente

6120-5/01 Telefonia móvel celular


6120-5/02 Servico móvel especializado - SME
6120-5/99 Servicos de telecomunicacóes sem fío nao especificados anteriormente

6130-2/00 Telecomunicacóes por satélite

6141-8/00 Operadoras de televisáo por assinatura por cabo

6142-6/00 Operadoras de televisáo por assinatura por microondas

6143-4/00 Operadoras de televisáo por assinatura por satélite

6190-6/01 Provedores de acesso as redes de comunicacóes


6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - Voip
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicacñes nao especificadas anteriormente

6209-1/00 Suporte técnico, manutencáo e outros servicos em tecnologia da informacáo

6311-9/00 Tratamento de dados, provedores de servicos de aplicacáo e servicos de hospedagem na internet

6399-2/00 Outras atividades de prestacáo de servlcos de informacáo nao especificadas anteriormente

6422-1/00 Bancos múltiplos, com carteira comercial

6423-9/00 Caixas económicas

6431-0/00 Bancos múltiplos, sem carteira comercial

6550-2/00 Planos de saúde

7410-2/01 Design
7410-2/02 Oecoracáo de interiores

7490-1/01 servicos de traducáo, interpretacáo e similares


7490-1/02 Escafandria e mergulho
7490-1/03 Servicos de agronomía e de consultoria as atividades agrícolas e pecuárias
7490-1/04 Atividades de lntermediacáo e agenciamento de servícos e negócios em geral, exceto imobiliários
7490-1/05 Agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas

405
CNAE
7490-1/99 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas nao especificadas anteriormente

7719-5/01 tocacáo de ernbarcacóes sem tripulacáo, exceto para fins recreativos


7719-5/02 tocacáo de aeronaves sem tripulacáo
7719-5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor
7733-1/00 Aluguel de máquinas e equipamentos para escritorios

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicilios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8211-3/00 Servicos combinados de escritório e apoio administrativo

8219-9/01 Fotocópias
8219-9/99 Preparacáo de documentos e servlcos especializados de apoio administrativo nao especificados anteriormente

8220-2/00 Atividades de teleatendimento

8230-0/01 Servicos de organizacáo de feiras, congressos, exposicñes e festas


8230-0/02 Casas de festas e eventos

8291-1/00 Atividades de cobrancas e inforrnacóes cadastrais

8292-0/00 Envasamento e empacotamento sob contrato

8299-7/01 Medlcáo de consumo de energía elétrica, gás e água


8299-7/02 Emissao de vales-alirnentacáo, vales-transporte e similares
8299-7/03 Servicos de gravacáo de carimbos, exceto confeccáo
8299-7/04 Leiloeiros independentes
8299-7/05 Servicos de levantamento de fundos sob contrato
8299-7/06 Casas Ictéricas
8299-7/07 Salas de acesso a internet
8299-7/99 Outras atividades de servlcos prestados principalmente as empresas nao especificadas anteriormente

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

9420-1/00 Atividades de organlzacóes sindicais

9601-7/01 Lavanderías
9601-7/02 Tinturarías
9601-7/03 Toalheiros

Intervalo CID CNAE


0210 0220 0230 0810 10111012 1013 1033 1041106110711122 13211510 1532 1610 16211622 1732 1733
1931 2212 2330 2342 2391 2511 2512 2539 2542 2543 2593 2832 2833 2866 2869 2930 3011 3101 3102 3329
3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319
500-509
4321 4329 4391 4399 4520 4530 4541 4542 4621 4622 4623 4635 4671 4672 4673 4674 4679 4687 4731 4732
4741 4742 4743 4744 4789 4921 4922 4930 5212 5320 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129
9420
SOO - Traumatismo Superficial da Cabeca
SOl - Ferimento da Cabeca
S02 - Fratura do Cránio e Dos Ossos da Face
S03 - tuxacáo, Entorse ou Distensáo Das Artículacées e Dos Ligamentos da Cabeca
S04 - Traumatismo Dos Nervos Cranianos
SOS - Traumatismo do Olho e da Órbita Ocular
S06 - Traumatismo lntracraniano
S07 - Les5es Por Esmagamento da Cabeca
S08 - Arnputacáo Traumática de Parte da Cabeca
S09 - Outros Traumatismos da Cabeca e os Nao Especificados

406
CNAE Descricáo

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-rnadéirelros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0230-6/00 Atividades de apoio a producáo floresta!

0810-0/01 Extrac;ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extrac;ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrac;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extrac;ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1033-3/01 Fabricac;ao de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes


1033-3/02 Fabricac;ao de sucos de frutas, hortalic;as e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabricacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho


1061-9/01 Beneficiamento de arroz
1061-9/02 Fabricac;ao de produtos do arroz

1071-6/00 Fabricacáo de ac;úcar em bruto


1122-4/01 Fabrícacáo de refrigerantes
1122-4/02 Fabricac;ao de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabricacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricac;ao de outras bebidas náo-alcoóllcas nao especificadas anteriormente

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

407
CNAE Descricáo
1510-6/00 Curtimento e outras preparacées de couro

1532-7/00 Fabricacáo de tenis de qualquer material

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabrica~ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1622-6/01 Fabrica~ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricacác de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabrica~ao de outros artigos de carpintaria para construcáo

1732-0/00 Fabricacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo


1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricacáo de álcool

2212-9/00 Reforma de pneumáticos usados

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabrica~ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabrica~ao de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcéo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2342-7/01 Fabrica~ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos
2391-5/01 Britamento de pedras, exceto associado a extracáo
2391-5/02 Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado extracáo a
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2511-0/00 Fabrica~ao de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricacño de esquadrias de metal

2539-0/00 Servlcos de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabricacño de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas

2593-4/00 Fabricacáo de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2832-1/00 Fabricacáo de equipamentos para irrigacáo agrícola, pecas e acessórios

2833-0/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para irrigacáo

2866-6/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2930-1/01 Fabricacáo de cabines, carrocerias e reboques para carninhñes


2930-1/02 Fabrtcacáo de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabrica~ao de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhóes e ónibus

3011-3/01 Construcáo de ernbarcacóes de grande porte


3011-3/02 Construcáo de ernbarcacées para uso comercial e para usos especlais, exceto de grande porte

3101-2/00 Fabricacác de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal

3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

3701·1/00 Gestáo de redes de esgoto

408
CNAE
3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-pengosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servícos de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edifícios


4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias
4211-1/02 Pintura para sinalizacác em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, pracas e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de dístríbuícáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distribuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecomunícacñes
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecomunicacóes

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigacáo
4222-7/02 Obras de irrigacáo

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto
4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servicos de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 lnstalacáo de equipamentos para orientacáo anavegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabricacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de llumlnacáo e sinalizacáo em vias públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacñes em construcóes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacñes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servicos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servicos especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4520-0/01 Servicos de manutencáo e reparacáo mecánica de veículos automotores

409
CNAE Descricáo
4520-0/02 Servic;os de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Servic;os de rnanutencáo e reparacéo elétrica de veículos automotores
4520-0/04 Servic;os de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/05 Servic;os de lavagem, lubrificacáo e polimento de veículos automotores
4520-0/06 Servicos de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Servic;os de lnstalacáo, rnanutencáo e reparacño de acessórios para veículos automotores

4530-7/01 Comércio por atacado de pecas e acessórios novos para veículos automotores
4530-7/02 Comércio por atacado de pneumáticos e cámaras-de-ar
4530-7/03 Comércio a varejo de pecas e acessórios novos para veículos automotores
4530-7/04 Comércio a varejo de pecas e acessórios usados para veículos automotores
4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e cámaras-de-ar
Representantes comerciais e agentes do comércio de pecas e acessórios novos e usados para veículos
4530-7/06
automotores

4541-2/01 Comércio por atacado de motocicletas e motonetas


4541-2/02 Comércio por atacado de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas
4541-2/03 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas
4541-2/04 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas usadas
4541-2/05 Comércio a varejo de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas

4542-1/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas e motonetas, pecas e acessórios


4542-1/02 Comércio sob consignacáo de motocicletas e motonetas

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de cauros, las, peles e outros subprodutos náo-ccmestíveis de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral


4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/03 Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas nao especificadas anteriormente

4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados

4672-9/00 Comércio atacadista de ferragens e ferramentas

4673-7/00 Comércio atacadista de material elétrico

4674-5/00 Comércio atacadista de cimento

4679-6/01 Comércio atacadista de tintas, vernizes e similares


4679-6/02 Comércio atacadista de mármores e granitos
4679-6/03 Comércio atacadista de vidros, espelhos e vitrais
4679-6/04 Comércio atacadista especializado de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4679-6/99 Comércio atacadista de materiais de construcáo em geral

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos

4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores

410
CNAE Descricáo
4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estirnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e rnunicóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudancas

5212-5/00 Carga e descarga

5320-2/01 Servicos de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servicos de entrega rápida

7810-8/00 Selecáo e agenciamento de rnáo de obra

7820-5/00 tocacáo de rnáo de obra temporária


7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranca privada


8011-1/02 Servicos de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca

8030-7/00 Atividades de investígacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacño e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacñes sindicais

411
Intervalo CID CNAE
0113 0131 0133 0210 0220 0230 0810 10111012 1013 107113211510 1610 16211622 1629 1732 1733 1931
2330 2342 2512 2539 2543 2832 2833 2866 2869 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211
520-529
4213 422142224223 4291 4292 4299 432143994621 4622 4623 4632 4687 47414742 4743 4744 4789 4921
4922 4930 5212 5310 8121 8122 8129 9420
S20 - Traumatismo Superficial do Tórax
S21 - Ferimento do Tórax
S22 - Fratura de Costela(s), Esterno e Coluna Torácica
S23 - luxacáo, Entorse e Distensáo de Artículacóes e Dos Ligamentos do Tórax
S24 - Traumatismos de Nervos e da Medula Espinhal ao Nível do Tórax
S25 - Traumatismo de Vasos Sanguíneos do Tórax
S26 - Traumatismo do Coracáo
S27 - Traumatismo de Outros Órgáos lntratorácicos e Dos Nao Especificados
S28 - tesáo Por Esmagamento do Tórax e Arnputacáo Traumática de Parte do Tórax
S29 - Outros Traumatismos do Tórax e os Nao Especificados

CNAE Descric;ao

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar

0131-8/00 Cultivo de laranja

0133-4/01 Cultivo de acaí


0133-4/02 Cultivo de banana
0133-4/03 Cultivo de caju
0133-4/04 Cultivo de cítricos, exceto laranja
0133-4/05 Cultivo de coco-da-baia
0133-4/06 Cultivo de guaraná
0133-4/07 Cultivo de rnacá
0133-4/08 Cultivo de marnáo
0133-4/09 Cultivo de maracujá
0133-4/10 Cultivo de manga
0133-4/11 Cultivo de péssego
0133-4/99 Cultivo de frutas de lavoura permanente nao especificadas anteriormente

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acacia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-rnadeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0230-6/00 Atividades de apoio a producáo floresta!


0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficíamento associado
0810-0/02 Extrac;ao de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrac;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de arela, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extrac;ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado

412
CNAE Descricáo
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extrac;:ao e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado

1011·2/0l Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011·2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011·2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012·1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012·1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate
1071-6/00 Fabricac;:ao de ac;:úcar em bruto

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1510-6/00 Curtimento e outras preparacñes de couro

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada


1622-6/01 Fabricac;:ao de casas de madeira pré-fabricadas
1622-6/02 Fabrícacáo de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricac;:ao de outros artigos de carpintaria para construcáo

1629-3/01 Fabricacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis


1629-3/02 Fabricac;:ao de artefatos diversos de cortíca, bambu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1732-0/00 Fabricac;:ao de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricac;:aode chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricac;:ao de álcool

2330-3/01 Fabricac;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;:ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabrícacáo de casas pré-rnoldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricac;ao de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2342-7/01 Fabricac;:ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na ccnstrucáo, exceto azulejos e pisos

2512-8/00 Fabricacáo de esquadrias de metal

2539-0/00 Servic;:os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas


2832·1/00 Fabricacáo de equipamentos para lrrigacáo agrícola, pec;as e acessórios

2833-0/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pec;:as e acessórios, exceto para irrigacáo

2866-6/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pec;:as e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

3600-6/01 Captacáo, tratamento e dlstrtbulcáo de água


3600-6/02 Olstribuicáo de água por carninhñes

413
CNAE Descricáo
3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de residuos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de residuos perigosos

3821-1/00 Tratamento e dísposicáo de residuos náo-pertgosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de residuos perlgosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servic;os de gestáo de residuos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calc;adas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distribuicáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distribulcáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecornunlcacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacóes e redes de telecomunicacñes

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
lrrigacáo
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuarias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e ccnstrucáo de pocos de água
4399-1/99 Servicos especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestiveis de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais

414
CNAE
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados


4632-0/02 Comércio ataca dista de farinhas, amidos e féculas
Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas, com atividade de
4632-0/03
fracionamento e acondicionamento associada

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papetao


4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estírnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e municñes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regláo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, internacional

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as

5212-5/00 Carga e descarga

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacñes sindicais

415
Intervalo CID CNAE
0131 0133 0210 0220 1011 1012 1013 1061 1071 1610 1621 2330 2342 2511 2512 3101 3329 3701 3702 3811
3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399
530-539
4621 4622 4623 4687 4722 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4930 5212 5221 5222 5223 5229 7810 7820 7830
8121 8122 8129 9420
S30 - Traumatismo Superficial do Abdome, do Dorso e da Pelve
S31 - Ferimento do Abdome, do Dorso e da Pelve
S32 - Fratura da Coluna Lombar e da Pelve
S33 - luxacáo, Entorse ou Distensáo Das Articulacóes e Dos ligamentos da Coluna Lombar e da Pelve
S34 - Traumatismo Dos Nervos e da Medula lombar ao Nível do Abdome, do Dorso e da Pelve
S35 - Traumatismo de Vasos Sanguíneos ao Nível do Abdome, do Dorso e da Pelve
S36 - Traumatismo de órgáos lntra-abdominais
S37 - Traumatismo do Aparelho Urinário e de Órgaos Pélvicos
S38 - tesáo Por Esmagamento e Arnputacáo Traumática de Parte do Abdome, do Dorso e da Pelve
S39 - Outros Traumatismos e os Nao Especificados do Abdome, do Dorso e da Pelve

CNAE Descri~ao
0131-8/00 Cultivo de laranja

0133-4/01 Cultivo de acaí


0133-4/02 Cultivo de banana
0133-4/03 Cultivo de caju
0133-4/04 Cultivo de cítricos, exceto laranja
0133-4/05 Cultivo de coco-da-baía
0133-4/06 Cultivo de guaraná
0133-4/07 Cultivo de mat;a
0133-4/08 Cultivo de marnáo
0133-4/09 Cultivo de rnaracujá
0133-4/10 Cultivo de manga
0133-4/11 Cultivo de péssego
0133-4/99 Cultivo de frutas de lavoura permanente nao especificadas anteriormente

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extrat;ao de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeiretros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extrat;ao de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madelreiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

416
CNAE Descricáo
1061-9/01 Beneficiamento de arroz
1061-9/02 Fabricac;ao de produtos do arroz

1071-6/00 Fabricac;ao de ac;úcar em bruto

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-rnoldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricac;ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
2342-7/01 Fabrtcacáo de azulejos e pisos
2342-7/02 Fabricac;ao de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2511-0/00 Fabricac;ao de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricac;ao de esquadrias de metal

3101-2/00 Fabrícacáo de móveis com predominancia de madeira

3329-5/01 Servic;os de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente
3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-pertgosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-pertgosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontamlnacáo e outros servicos de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanuacáo - ruas, prac;as e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distribuicáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distribuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecomuntcacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacóes e redes de telecomunicacóes
Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigac;ao
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuarias, marítimas e fluviais

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracóes e sondagens

417
CNAE Descricáo
4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servicos de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 lnstalacáo de equipamentos para orientacáo a navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 tnstalacáo, rnanutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto
de fabrícacéo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de iluminacáo e slnalizacáo em vias públicas, portes e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vlbracáo
4329-1/99 Outras obras de lnstalacóes em construcñes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Administracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servicos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servlcos especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-cornestfveis de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de residuos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - acougues


4722-9/02 Peixaria

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materia is de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para anima is de estirnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos

418
CNAE
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e municóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiao metropolitana

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, intermunicipal, ínterestadual e
4930-2/02
i nternacio na 1
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodovíário de mudancas

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servlcos relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 Servic;os de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servic;os de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

7810-8/00 Selecáo e agenciamento de máo de obra

7820-5/00 tocacáo de máo de obra temporária


7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0131 0133 0210 0220 0500 0810 10111012 1013 10311033 1041105110611064 107110911122 1321
13511354 14111412 1510 15311532 1533 1540 1610 16211622 1623 1629 1722 1732 1733 1931 2212
2221 2222 2223 2229 2330 2342 2349 2391 2451 2511 2512 2539 2542 2543 2592 2593 2710 2813 2815
2822 2823 2832 2833 2861 2866 2869 2930 2944 2945 2950 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821
540-549
3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399
4520 4530 4541 4542 4618 4621 4622 4623 4635 4661 4671 4672 4673 4674 4679 4687 4721 4722 4731
4732 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4921 4922 4930 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5320 7719 7810
7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 9420
S40 - Traumatismo Superficial do Ombro e do Braco
S41 - Ferimento do Ornbro e do Brac;o
S42 - Fratura do Ombro e do sraco
S43 - tuxacáo, Entorse e Dlstensáo Das Articulacóes e Dos Ligamentos da Cintura Escapular
S44 - Traumatismo de Nervos ao Nível do Ombro e do Brac;o
S45 - Traumatismo Dos Vasos Sanguíneos ao Nível do Ombro e do Braco
S46 - Traumatismo de Tendáo e Músculo ao Nível do Ombro e do Brac;o
S47 - Lesáo Por Esmagamento do Ombro e do Braco
$48 - Arnputacáo Traumática do Ombro e do Brac;o
S49 - Outros Traumatismos e os Nao Especificados do Ombro e do Braco

CNAE Descricáo

0131-8/00 Cultivo de laranja

0133-4/01 Cultivo de acaí


0133-4/02 Cultivo de banana
0133-4/03 Cultivo de caju

419
CNAE Descricáo
0133-4/04 Cultivo de cítricos, exceto laranja
0133-4/05 Cultivo de coco-da-baía
0133-4/06 Cultivo de guaraná
0133-4/07 Cultivo de ma~a
0133-4/08 Cultivo de marnáo
0133-4/09 Cultivo de maracujá
0133-4/10 Cultivo de manga
0133-4/11 Cultivo de péssego
0133-4/99 Cultivo de frutas de lavoura permanente nao especificadas anteriormente

0210-1/01 Cultivode eucalipto


0210-1/02 Cultivode acácia-negra
0210-1/03 Cultivode pinus
0210-1/04 Cultivode teca
0210-1/05 Cultivode espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivode mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0500-3/01 Extra~ao de carváo mineral


0500-3/02 Beneficiamento de carváo mineral

0810-0/01 Extra~ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extra~ao de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extra~ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extra~ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extra~ao de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extra~ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacño de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1031-7 /00 Fabrica~ao de conservas de frutas

1033-3/01 Fabrica~ao de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes


1033-3/02 Fabricacáo de sucos de frutas, hortallcas e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabrica~ao de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho

420
CNAE

1051-1/00 Preparacáo do leite

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricac;ao de produtos do arroz

1064-3/00 Fabricac;ao de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho

1071-6/00 Fabrtcacáo de ac;úcar em bruto

1091-1/00 Fabricac;ao de produtos de paniñcacáo

1122-4/01 Fabricacáo de refrigerantes


1122-4/02 Fabricacáo de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabricacño de refrescos, xaropes e pós para refrescos, excetos refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricac;ao de outras bebidas náo-alcoóficas nao especificadas anteriormente

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1351-1/00 Fabricac;ao de artefatos téxtels para uso doméstico

1354-5/00 Fabricac;ao de tecidos especiais, inclusive artefatos

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuario, exceto roupas íntimas

1510-6/00 Curtimento e outras preparacóes de couro

1531-9/01 Fabricac;ao de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato

1532-7/00 Fabricacáo de tenis de qualquer material

1533-5/00 Fabricacáo de calcados de material sintético

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material

1610-2/01 Serrarías com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabrícacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1622-6/01 Fabricacño de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricac;ao de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabrícacáo de outros artigos de carpintaria para construcáo
1623-4/00 Fabricacáo de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira
1629-3/01 Fabrícacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis
1629-3/02 Fabricac;ao de artefatos diversos de cornea, bambu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1722-2/00 Fabricacáo de cartolina e papel-cartáo


1732-0/00 Fabricacño de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricac;ao de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricac;ao de álcool

2212-9/00 Reforma de pneumáticos usados

2221-8/00 Fabricacáo de laminados planos. e tubulares de material plástico

2222-6/00 Fabricacáo de embalagens de material plástico

2223-4/00 Fabricacáo de tubos e acessórios de material plástico para uso na construcáo

2229-3/01 Fabricacáo de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico


2229-3/02 Fabricac;ao de artefatos de material plástico para usos industriais

421
CNAE Descricáo
2229-3/03 Fabricacáo de artefatos de material plástico para uso na construcáo, exceto tubos e acessórios
2229-3/99 Fabricac;ao de artefatos de material plástico para outros usos nao especificados anteriormente

2330-3/01 Fabricac;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em séríe e sob encomenda


2330-3/02 Fabricac;ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabncacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes
2342-7/01 Fabricacáo de azulejos e pisos
2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2349-4/01 Fabricacáo de material sanitário de cerámica


2349-4/99 Fabricac;ao de produtos cerámicos náo-refratários nao especificados anteriormente

2391-5/01 Britamento de pedras, exceto associado a extracáo


2391-5/02 a
Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado extracáo
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2451-2/00 Fundir;ao de ferro e aco

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricacáo de esquadrias de metal

2539-0/00 Servir;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas

2592-6/01 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabricar;ao de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabricac;ao de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2710-4/01 Fabricacño de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabricacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricacáo de motores elétricos, pecas e acessórios

2813-5/00 Fabricacáo de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios

2815-1/01 Fabricacáo de rolamentos para fins industriais


2815-1/02 Fabricar;ao de equipamentos de transmissáo para fins industriais, exceto rolamentos

2822-4/01 Fabricar;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e aparelhos de refrigeracáo e ventilacáo para uso industrial e comercial, pec;as e
2823-2/00
acessórios

2832-1/00 Fabricacño de equipamentos para irrigacño agrícola, pecas e acessórios

2833-0/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para lrrígacño

2861-5/00 Fabricacáo de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

2866-6/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2930-1/01 Fabricac;ao de cabines, carrocerías e reboques para caminh5es


2930-1/02 Fabricacáo de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabrtcacáo de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto caminh5es e ónibus

2944-1/00 Fabricar;ao de pecas e acessórios para o sistema de direcáo e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricar;ao de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterias

422
CNAE
2950-6/00 Recondicionamento e recuperacáo de motores para veículos automotores

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira


3102-1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal
3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material
3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perfgosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de residuos náo-perigosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servícos de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, pracas e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de dlstribuicño de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de dlstrtbuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecornunicacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacóes e redes de telecomunicacóes

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7 /01
irrigacáo
4222-7/02 Obras de irriga~ao

4223-5/00 construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracóes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servicos de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
lnstalacáo de equipamentos para orlentacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, rnanutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteíras rolantes, exceto de fabrlcacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de llurninacáo e sinallzacáo em vias públicas, portes e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacñes em construcées nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacñes

423
CNAE Descricáo
4399-1/01 Adrninistracáo de obras
4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servlcos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servicos especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4520-0/01 Servicos de rnanutencáo e reparacáo mecánica de veículos automotores


4520-0/02 Servlcos de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Servlcos de rnanutencáo e reparacáo elétrica de veículos automotores
4520-0/04 Servicos de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/05 Servicos de lavagem, lubriñcacáo e polimento de veículos automotores
4520-0/06 servícos de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Servicos de lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de acessórios para veículos automotores

4530-7/01 Comércio por atacado de pecas e acessórios noves para veículos automotores
4530-7/02 Comércio por atacado de pneumáticos e cama ras-de-ar
4530-7/03 Comércio a varejo de pecas e acessórios noves para veículos automotores
4530-7/04 Comércio a varejo de pecas e acessórios usados para veículos automotores
4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e cámaras-de-ar
Representantes comerciais e agentes do comércio de pecas e acessórios novos e usados para veículos
4530-7/06
automotores

4541-2/01 Comércio por atacado de motocicletas e motonetas


4541-2/02 Comércio por atacado de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas
4541-2/03 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas
4541-2/04 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas usadas
4541-2/05 Comércio a varejo de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas

4542-1/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas e motonetas, pecas e acessórios


4542-1/02 Comércio sob consignacáo de motocicletas e motonetas

4618-4/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaria


4618-4/02 Representantes comerciais e agentes do comércio de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares
4618-4/03 Representantes comerciais e agentes do comércio de jornais, revistas e outras publicacóes
Outros representantes comerciais e agentes do comércio especializado em produtos nao especificados
4618-4/99
anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestivels de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadlsta de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral


4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/03 Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas nao especificadas anteriormente

4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e pecas

4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados

4672-9/00 Comércio atacadista de ferragens e ferramentas

424
CNAE

4673-7/00 Comércio atacadista de material elétrico

4674-5/00 Comércio atacadista de cimento

4679-6/01 Comércio atacadista de tintas, vernizes e similares


4679-6/02 Comércio atacadista de mármores e granitos
4679-6/03 Comércio ataca dista de vid ros, espelhos e vitrais
4679-6/04 Comércio atacadista especializado de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4679-6/99 Comércio atacadista de materiais de construcáo em geral

4687-7/01 Comércio atacadista de residuos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de residuos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de residuos e sucatas metálicos

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e fríos
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - acougues


4722-9/02 Peixaria

4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores

4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artígos e alimentos para animais de estírnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e rnunicóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal, exceto em regiao metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
i nternacio na 1
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de rnudancas

5212-5/00 Carga e descarga

425
CNAE Descricáo

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servícos relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 Servlcos de apoio ao transporte por táxi, inclusive centrais de chamada


5229-0/02 Servicos de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5320-2/01 Servicos de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servlcos de entrega rápida

7719-5/01 t.ocacáo de ernbarcacóes sem tripulacáo, exceto para fins recreativos


7719-5/02 tocacáo de aeronaves sem triputacáo
7719-5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor
7810-8/00 Selecáo e agenciamento de máo de obra

7820-5/00 tocacáo de máo de obra temporária


7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranca privada


8011-1/02 servicos de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca

8030-7/00 Atividades de investígacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunlzacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organlzacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0210 0220 0810 10111012 1013 10311033 1041105110611064 107110911092 1093 1096 1099 1122 1311
13211354 14111412 1510 15311532 1533 1540 1610 16211622 1623 1629 1722 1732 1733 2211 2221 2222
2223 2229 2330 2341 2342 2391 2511 2512 2539 2542 2543 2592 2593 2710 2759 2813 2822 2823 2832 2833
SS0-559 2861 2866 2869 2930 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120
42114213 42214222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4322 4329 4391 4399 4520 462146224623
4635 4661 4685 4686 4687 4689 4711 4721 4722 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4921 4923 4924 4929 4930
5212 5221 5222 5223 5229 5310 5320 7719 7732 7810 7820 7830 80118012 8020 8030 8121 8122 8129 9420
550 - Traumatismo Superficial do Cotovelo e do Antebraco
551 - Ferimento do Antebraco
552 - Fratura do Antebraco
553 - luxacáo, Entorse e Distensáo Das Artículacóes e Dos Ligamentos do Cotovelo
554 - Traumatismo de Nervos ao Nível do Antebraco
555 - Traumatismo de Vasos Sanguíneos ao Nível do Antebraco
556 - Traumatismo do Músculo e Tendáo ao Nível do Antebraco
557 - tesao Por Esmagamento do Antebraco
558 - Arnputacáo Traumática do Cotovelo e do Antebraco
559 - Outros Traumatismos do Antebraco e os Nao Especificados

CNAE Descricáo

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus

426
CNAE Descricáo
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Prcducáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-rnadeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-rnadeirelros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0810-0/01 Extracáo de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extrac;ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrac;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extrac;ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animáis
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricac;ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate
1031-7/00 Fabricacáo de conservas de frutas
1033-3/01 Fabricacáo de sucos concentrados de frutas, hortalic;as e legumes
1033-3/02 Fabricac;ao de sucos de frutas, hortalic;as e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabricac;ao de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho

1051-1/00 Preparacáo do leite

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricac;ao de produtos do arroz

1064-3/00 Fabricacáo de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho


1071-6/00 Fabrícacáo de ac;úcar em bruto

1091-1/00 Fabricacáo de produtos de panifícacáo

1092-9/00 Fabricac;ao de biscoitos e bolachas

1093-7/01 Fabricacáo de produtos derivados do cacau e de chocolates


1093-7/02 Fabricacáo de frutas cristalizadas, balas e semelhantes
1096-1/00 Fabrícacáo de alimentos e pratos prontos

427
CNAE Descricáo
1099-6/01 Fabricacáo de vinagres
1099-6/02 Fabrica~ao de pós alimenticios
1099-6/03 Fabricacáo de fermentos e leveduras
1099-6/04 Fabrtcacáo de gelo comum
1099-6/05 Fabricacáo de produtos para infusáo (chá, mate etc.)
1099-6/06 Fabrica~ao de adocantes naturais e artificiais
1099-6/99 Fabricacáo de outros produtos alimenticios nao especificados anteriormente

1122-4/01 Fabncacáo de refrigerantes


1122-4/02 Fabricacáo de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabrica~ao de refrescos, xaropes e pós para refrescos, excetos refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricacáo de outras bebidas náo-alcoóhcas nao especificadas anteriormente

1311-1/00 Preparacáo e ñacáo de fibras de algodáo

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1354-5/00 Fabrícacáo de tecidos especiais, inclusive artefatos

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Fac~ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuario, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Fac~ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1510-6/00 Curtimento e outras preparacñes de couro

1531-9/01 Fabricacáo de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato

1532-7/00 Fabrica~ao de tenis de qualquer material

1533-5/00 Fabrica~ao de calcados de material sintético

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabrica~ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1622-6/01 Fabrica~ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabrtcacáo de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabrica~ao de outros artigos de carpintaria para construcáo

1623-4/00 Fabrica~ao de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira

1629-3/01 Fabricacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis


1629-3/02 Fabricacác de artefatos diversos de cernea. bambu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1722-2/00 Fabricacáo de cartolina e papel-cartáo

1732-0/00 Fabricacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

2211-1/00 Fabricacáo de pneumáticos e de cámaras-de-ar

2221-8/00 Fabricacáo de laminados planos e tubulares de material plástico

2222-6/00 Fabricacác de embalagens de material plástico

2223-4/00 Fabricacáo de tubos e acessórios de material plástico para uso na construcáo


2229-3/01 Fabrica~ao de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico
2229-3/02 Fabricacáo de artefatos de material plástico para usos industriais
2229-3/03 Fabrica~ao de artefatos de material plástico para uso na construcáo, exceto tubos e acessórios
2229-3/99 Fabricacáo de artefatos de material plástico para outros usos nao especificados anteriormente

428
CNAE Descricáo
2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda
2330-3/02 Fabricac;ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacño de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricac;ao de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricac;ao de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabricac;ao de produtos cerámicos refratários

2342-7 /01 Fabricac;ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricac;ao de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2391-5/01 a
Britamento de pedras, exceto associado extracáo
2391-5/02 a
Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado extracáo
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2511-0/00 Fabricac;ao de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricac;ao de esquadrias de metal

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabricac;ao de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabrícacáo de ferramentas


2592-6/01 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal padronizados
2592-6/02 Fabricac;ao de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabricacáo de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2710-4/01 Fabricac;ao de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabrícacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricac;ao de motores elétricos, pecas e acessórios

2759-7 /01 Fabricac;ao de aparelhos elétricos de uso pessoal, pec;as e acessórios


2759-7/99 Fabricac;ao de outros aparelhos eletrodomésticos nao especificados anteriormente, pecas e acessórios

2813-5/00 Fabricac;ao de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios

2822-4/01 Fabricac;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pec;as e acessórios
2822-4/02 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e aparelhos de refrigeracáo e ventilacáo para uso industrial e comercial, pecas e
2823-2/00
acessórios

2832-1/00 Fabricac;ao de equipamentos para irrigacáo agrícola, pecas e acessórios

2833-0/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para irrlgacáo

2861-5/00 Fabricac;ao de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

2866-6/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios


Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2930-1/01 Fabricac;ao de ca bines, carrocerías e reboques para camínhñes


2930-1/02 Fabrtcacáo de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabricacáo de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhñes e ónibus
2944-1/00 Fabricac;ao de pecas e acessórios para o sistema de dírecáo e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricac;ao de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterias

2950-6/00 Recondicionamento e recuperacáo de motores para veículos automotores

3011-3/01 Construcáo de ernbarcacóes de grande porte


3011-3/02 Construcáo de embarcacóes para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande porte

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira

429
CNAE Descri~ao

3102-1/00 Fabricac;ao de móveis com predominancia de metal

3329-5/01 Servic;os de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

3701-1/00 Gestao de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de residuos nño-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposlcáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servicos de gestáo de resíduos


4120-4/00 Construcáo de edificios
4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias
4211·1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energía elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacées e redes de dlstribuicáo de energía elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distribuicáo de energía elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecornunicacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecornunicacóes

construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigacáo
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracñes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321·5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica


4322-3/01 lnstalacóes hidráulicas, sanitárias e de gás
4322-3/02 lnstalacáo e manutencáo de sistemas centrais de ar condicionado, de ventílacáo e refrlgeracáo
4322-3/03 lnstalacóes de sistema de prevencáo contra incendio

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
lnstalacáo de equipamentos para orientacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rorantes, exceto de fabricacáo própria
Montagem e lnstalacáo de sistemas e equipamentos de ilurninacáo e sinallzacáo em vías públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacñes em construcóes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacóes

430
CNAE

4399-1/01 Administracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcso de pocos de água
4399-1/99 Serviros especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4520-0/01 Servic;os de manutencáo e reparacáo mecánica de veículos automotores


4520-0/02 Servic;os de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Servic;os de manutencáo e reparacáo elétrica de veículos automotores
4520-0/04 Servic;os de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/05 Servic;os de lavagem, lubrifícacáo e polimento de veículos automotores
4520-0/06 Servic;os de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Servic;os de instalacáo, rnanutencáo e reparacáo de acessórios para veículos automotores
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos nao-comesti'veis de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral


4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/03 Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas nao especificadas anteriormente

4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e pecas

4685-1/00 Comércio atacadista de produtos siderúrgicos e metalúrgicos, exceto para construcáo


4686-9/01 Comércio atacadista de papel e papeláo em bruto
4686-9/02 Comércio atacadista de embalagens

4687-7/01 Comércio atacadista de residuos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de residuos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de residuos e sucatas metálicos

4689-3/01 Comércio atacadista de produtos da extracáo mineral, exceto combustíveis


4689-3/02 Comércio atacadista de fios e fibras beneficiados
4689-3/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos intermediários nao especificados anteriormente

4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos allmentíclos - supermercados

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e fríos
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - ac;ougues


4722-9/02 Peixaria

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

431
CNAE Descricáo
4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores natura is
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estirnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e municóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regláo metropolitana

4923-0/01 Servic;o de táxl


4923-0/02 Servic;o de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excursoes em veículos rodoviários próprios. intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servicos relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estaciona mento de veículos

5229-0/01 Servic;os de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servic;os de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5320-2/01 Servic;os de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servic;os de entrega rápida

7719-5/01 tocacáo de ernbarcacóes sem tripulacáo, exceto para fins recreativos


7719-5/02 tocacáo de aeronaves sem trlpulacáo
7719-5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor

432
CNAE
7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes

7810-8/00 Selec;ao e agenciamento de máo de obra

7820-5/00 tocacáo de rnáo de obra temporária

7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranc;a privada


8011-1/02 Servic;os de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranc;a

8030-7/00 Atividades de lnvestígacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0113 0210 0220 0500 0810 10111012 1013 10311033 10411042 10511052 10611062 1063 1064 1071
1072 10911092 1093 1094 1096 1099 1122 13111312 13211323 1340 13511353 1354 1359 14111412
1510 1529 15311532 1533 1540 1610 16211622 1623 1629 1710 17211722 17311732 1733 17411742
1749 1813 1931 2012 2019 2029 2061 2063 2091 2092 2123 2211 2212 2219 2221 2222 2223 2229 2311
2312 2319 2330 2341 2342 2349 2391 2392 2399 2431 2439 2441 2443 2449 2451 2452 2511 2512 2513
2521 2522 2531 2532 2539 2541 2542 2543 2550 2591 2592 2593 2599 2632 2651 2710 2721 2722 2732
$60-$69 2733 2740 2751 2759 2790 2811 2812 2813 2814 2815 2821 2822 2823 2824 2825 2829 2831 2832 2833
2840 2852 2853 2854 2861 2862 2864 2865 2866 2869 2920 2930 2941 2942 2943 2944 2945 2949 2950
3011 3012 3032 3091 3092 3099 3101 3102 3103 3104 3220 3230 3240 3250 3291 3299 3319 3329 3701
3702 3811 3812 3821 3822 3832 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313
4319 4321 4322 4329 4391 4399 4520 4621 4622 4623 4632 4634 4661 4671 4672 4673 4674 4679 4681
4682 4685 4686 4687 4689 4711 4721 4722 4741 4742 4743 4744 4789 4930 5211 5212 5320 5819 5829
7719 7732 7810 7820 7830 8121 8122 8129 8423 9420 9529
S60 - Traumatismo Superficial do Punho e da Mao
S61 - Ferimento do Punho e da Mao
S62 - Fratura ao Nível do Punho e da Mao
S63 - tuxacáo, Entorse e Dlstensáo Das Articulacóes e Dos Ligamentos ao Nível do Punho e da Mao
S64 - Traumatismo de Nervos ao Nível do Punho e da Mao
S65 - Traumatismo de Vasos Sanguíneos ao Nível do Punho e da Mao
S66 - Traumatismo de Músculo e Tendáo ao Nível do Punho e da Mao
S67 - tesño Por Esmagamento do Punho e da Mao
S68 - Arnputacáo Traumática ao Nível do Punho e da Mao
S69 - Outros Traumatismos e os Nao Especificados do Punho e da Mao

CNAE Descric;ao

0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar


0210-1/01 Cultivo de eucalipto
0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

433
CNAE Descricáo
0220-9/01 Extrac;ao de madeira em florestas nativas
0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0500-3/01 Extrac;ao de carváo mineral


0500-3/02 Beneficiamento de carváo mineral

0810-0/01 Extrac;ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extrac;ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extrac;ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extracáo de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extrac;ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extrac;ao de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos
1011·2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011·2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011·2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012·1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012·1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricac;ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1031-7/00 Fabrícacáo de conservas de frutas


1033-3/01 Fabricacáo de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes
1033-3/02 Fabricacño de sucos de frutas, hortalicas e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabricacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho

1042-2/00 Fabricacño de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho

1051·1/00 Preparacáo do leite

1052-0/00 Fabricacáo de laticínios

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricac;ao de produtos do arroz

1062-7/00 Moagem de trigo e fabrlcacáo de derivados

1063-5/00 Fabricac;ao de farinha de mandioca e derivados

1064-3/00 Fabricac;ao de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho

1071-6/00 Fabricac;ao de acúcar em bruto


1072-4/01 Fabricacáo de acúcar de cana refinado
1072-4/02 Fabricac;ao de acúcar de cereais (dextrose) e de beterraba

1091-1/00 Fabricac;ao de produtos de panlñcacáo

1092-9/00 Fabricac;ao de biscoitos e bolachas

434
CNAE Descricáo
1093-7/01 Fabricacáo de produtos derivados do cacau e de chocolates
1093-7/02 Fabricac;ao de frutas cristalizadas, balas e semelhantes

1094-5/00 Fabricac;ao de rnassas alimenticias

1096-1/00 Fabricac;ao de alimentos e pratos prontos

1099-6/01 Fabricac;ao de vinagres


1099-6/02 Fabricacáo de pós alimenticios
1099-6/03 Fabricac;ao de fermentos e leveduras
1099-6/04 Fabricacáo de gelo comum
1099-6/05 Fabricacáo de produtos para infusáo (chá, mate etc.)
1099-6/06 Fabricac;ao de adoc;antes naturais e artificiais
1099-6/99 Fabricacáo de outros produtos alímenticios nao especificados anteriormente

1122-4/01 Fabricacáo de refrigerantes


1122-4/02 Fabricac;ao de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabrícacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricac;ao de outras bebidas náo-alcoóllcas nao especificadas anteriormente

1311-1/00 Preparacáo e ñacso de fibras de algodáo

1312-0/00 Preparacáo e ñacáo de fibras téxteis naturais, exceto algodño


1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1323-5/00 Tecelagem de fios de fibras artificiais e sintéticas

1340-5/01 Estamparia e texturizacáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário


1340-5/02 Alvejamento, tingimento e torcáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário
1340-5/99 Outros servicos de acabamento em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário

1351-1/00 Fabricacáo de artefatos téxteis para uso doméstico

1353-7/00 Fabrícacáo de artefatos de cordoaria

1354-5/00 Fabricac;ao de tecidos especiais, inclusive artefatos

1359-6/00 Fabricac;ao de outros produtos téxteis nao especificados anteriormente

1411-8/01 confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1510-6/00 Curtimento e outras preparacóes de couro

1529-7/00 Fabricacáo de artefatos de couro nao especificados anteriormente

1531-9/01 Fabricac;ao de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato

1532-7/00 Fabricacáo de tenis de qualquer material


1533-5/00 Fabricacáo de calcados de material sintético

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material


1610-2/01 Serrarias corn desdobramento de rnadeira
1610-2/02 Serrarias sern desdobramento de rnadeira

1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de rnadeira compensada, prensada e aglomerada


1622-6/01 Fabricac;ao de casas de madeira pré-fabricadas
1622-6/02 Fabrícacáo de esquadrias de rnadeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e cornerciais
1622-6/99 Fabricac;ao de outros artigos de carpintaria para construcáo

1623-4/00 Fabncacáo de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira

435
CNAE Descricáo
1629-3/01 Fabricacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis
1629-3/02 Fabricac;ao de artefatos diversos de cornea, bambu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1710-9/00 Fabricac;ao de celulose e outras pastas para a fabricacáo de papel

1721-4/00 Fabricac;ao de papel

1722-2/00 Fabricac;ao de cartolina e papel-cartáo

1731-1/00 Fabricac;ao de embalagens de papel

1732-0/00 Fabricac;ao de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricac;ao de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1741-9/01 Fabricac;ao de formulários continuos


1741-9/02 Fabricacáo de produtos de papel, cartolina, papel cartáo e papeláo ondulado para uso comercial e de escritório
1742-7/01 Fabrtcacáo de fraldas descartáveis
1742-7/02 Fabricacáo de absorventes higiénicos
1742-7/99 Fabricac;ao de produtos de papel para uso doméstico e higlénico-sanltário nao especificados anteriormente

Fabricac;ao de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartáo e papeláo ondulado nao
1749-4/00
especificados anteriormente

1813-0/01 lmpressáo de material para uso publicitário


1813-0/99 lmpressáo de material para outros usos

1931-4/00 Fabricacáo de álcool

2012-6/00 Fabricac;ao de intermediários para fertilizantes

2019-3/01 Elaboracáo de combustiveis nucleares


2019-3/99 Fabrtcacáo de outros produtos químicos inorgánicos nao especificados anteriormente

2029-1/00 Fabricac;ao de produtos químicos orgánicos nao especificados anteriormente

2061-4/00 Fabricac;ao de sabñes e detergentes sintéticos

2063-1/00 Fabricac;ao de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal

2091-6/00 Fabricac;ao de adesivos e selantes

2092-4/01 Fabricacáo de pólvoras, explosivos e detonantes


2092-4/02 Fabricacáo de artigos pirotécnicos
2092-4/03 Fabricacáo de fósforos de seguranca
2123-8/00 Fabricacáo de preparacóes farmacéuticas

2211-1/00 Fabricacáo de pneumáticos e de cámaras-de-ar


2212-9/00 Reforma de pneumáticos usados

2219-6/00 Fabricacáo de artefatos de borracha nao especificados anteriormente

2221-8/00 Fabricacáo de laminados planos e tubulares de material plástico

2222-6/00 Fabricacác de embalagens de material plástico

2223-4/00 Fabricac;ao de tubos e acessórios de material plástico para uso na construcáo

2229-3/01 Fabricacáo de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico


2229-3/02 Fabricac;ao de artefatos de material plástico para usos industriais
2229-3/03 Fabricacáo de artefatos de material plástico para uso na construcáo, exceto tubos e acessórios
2229-3/99 Fabricacáo de artefatos de material plástico para outros usos nao especificados anteriormente

2311-7/00 Fabricac;ao de vidro plano e de seguranc;a

2312-5/00 Fabricacáo de embalagens de vidro

2319-2/00 Fabricac;ao de artigos de vidro

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda

436
CNAE
2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabrícacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabricacáo de produtos cerámicos refratários

2342-7/01 Fabrícacáo de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricac;ao de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2349-4/01 Fabricacáo de material sanitário de cerámica


2349-4/99 Fabricac;ao de produtos cerámicos náo-refratérios nao especificados anteriormente

2391-5/01 a
Britamento de pedras, exceto associado extracáo
2391-5/02 Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado a
extracáo
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2392-3/00 Fabricac;ao de cal e gesso

2399-1/01 Decoracáo, lapidacéo, gravacáo, vltriñcacáo e outros trabalhos em cerámica, louca, vidro e cristal
2399-1/99 Fabricacáo de outros produtos de minerais nao-metálicos nao especificados anteriormente

2431-8/00 Prcducáo de tubos de aco com costura

2439-3/00 Producáo de outros tubos de ferro e aco

2441-5/01 Prcducáo de alumínio e suas ligas em formas primárias


2441-5/02 Producáo de laminados de alumínio
2443-1/00 Metalurgia do cobre

2449-1/01 Prcducáo de zinco em formas primárias


2449-1/02 Producáo de laminados de zinco
2449-1/03 Producáo de soldas e ánodos para galvanoplastia
2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente

2451-2/00 Fundicáo de ferro e seo

2452-1/00 Fundic;ao de metais nao-ferrosos e suas ligas

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas


2512-8/00 Fabricacáo de esquadrias de metal

2513-6/00 Fabricacáo de obras de caldeiraria pesada

2521-7/00 Fabricacáo de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central

2522-5/00 Fabricacáo de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para veículos

2531-4/01 Producáo de forjados de aco


2531-4/02 Producáo de forjados de metais nao-ferrosos e suas ligas
2532-2/01 Producáo de artefatos estampados de metal
2532-2/02 Metalurgia do pó

2539-0/00 Servicos de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2541-1/00 Fabricac;ao de artigos de cutelaria

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabricac;ao de ferramentas

2550-1/01 Fabricacáo de equipamento bélico pesado, exceto veículos militares de combate


2550-1/02 Fabricacáo de armas de fogo e municóes
2591-8/00 Fabrícacáo de embalagens metálicas

2592-6/01 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal padronizados

437
CNAE Descricáo
2592-6/02 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabricacáo de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2599-3/01 Servic;os de confeccáo de arrnacñes metálicas para a construcáo


2599-3/99 Fabricac;ao de outros produtos de metal nao especificados anteriormente

2632-9/00 Fabricac;ao de aparelhos telefónicos e de outros equipamentos de comunlcacáo, pecas e acessórios

2651-5/00 Fabricac;ao de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle

2710-4/01 Fabricac;ao de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabncacáo de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricacáo de motores elétricos, pecas e acessórios

2721-0/00 Fabricacáo de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos automotores

2722·8/01 Fabricac;ao de baterias e acumuladores para veículos automotores


2722-8/02 Recondicionamento de baterias e acumuladores para veículos automotores

2732-5/00 Fabricac;ao de material elétrico para instalacñes em circuito de consumo

2733-3/00 Fabricac;ao de fios, cabos e condutores elétricos isolados

2740-6/01 Fabricac;ao de lampadas


2740-6/02 Fabricacáo de luminárias e outros equipamentos de ilurninacáo

2751-1/00 Fabricacác de fogóes, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico, pecas e acessórios

2759-7/01 Fabricacáo de aparelhos elétricos de uso pessoal, pecas e acessórios


2759-7/99 Fabricacáo de outros aparelhos eletrodomésticos nao especificados anteriormente, pecas e acessórios

2790-2/01 Fabricacáo de eletrodos, contatos e outros artigos de carváo e grafita para uso elétrico, eletroímás e isoladores
2790-2/02 Fabricac;ao de equipamentos para slnalizacáo e alarme
2790-2/99 Fabricacáo de outros equipamentos e aparelhos elétricos nao especificados anteriormente

2811-9/00 Fabrícacáo de motores e turbinas, pecas e acessórios, exceto para aviñes e veículos rodoviários

2812-7/00 Fabricacáo de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, pecas e acessórios, exceto válvulas

2813-5/00 Fabricacáo de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios

2814-3/01 Fabrtcacáo de compressores para uso industrial, pecas e acessórios


2814-3/02 Fabricacáo de compressores para uso nao-industrial, pecas e acessórios

2815-1/01 Fabricac;ao de rolamentos para fins industriais


2815-1/02 Fabricac;ao de equipamentos de transmissáo para fins industriais, exceto rolamentos

Fabricac;ao de tornos industriais, aparelhos e equipamentos náo-elétrlcos para instalacóes térmicas, pecas e
2821-6/01
acessórios
2821-6/02 Fabricac;ao de estufas e tornos elétricos para fins industriais, pecas e acessórios

2822-4/01 Fabricac;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabrtcacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e aparelhos de refrigeracáo e ventílacáo para uso industrial e comercial, pecas e
2823-2/00
acessórios

2824-1/01 Fabricac;ao de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso industrial


2824-1/02 Fabricacáo de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso nao-industrial

2825-9/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para saneamento básico e ambiental, pec;as e acessórios

Fabricacáo de máquinas de escrever, calcular e outros equipamentos náo-eletrónicos para escritório, pecas e
2829·1/01
acessórios
2829-1/99 Fabricacáo de outras máquinas e equipamentos de uso geral nao especificados anteriormente, pecas e acessórios

2831-3/00 Fabrtcacáo de tratores agrícolas, pecas e acessórios

2832-1/00 Fabricacáo de equipamentos para lrrígacáo agrícola, pecas e acessórios

438
CNAE Descricáo
2833-0/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para irrlgacáo

2840-2/00 Fabricacáo de máquinas-ferramenta, pecas e acessórios


Fabricacáo de outras máquinas e equipamentos para uso na extracáo mineral, pecas e acessórios, exceto na
2852-6/00
extracáo de petróleo

2853-4/00 Fabricacáo de tratores, pecas e acessórios, exceto agrícolas

Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentacáo e construcáo, pecas e acessórios,


2854-2/00
exceto tratores

2861-5/00 Fabrícacáo de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta
2862-3/00 Fabrícacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, do couro e de calcados, pecas e


2864-0/00
acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias de celulose, papel e papeláo e artefatos, pecas e
2865-8/00
acessórios

2866-6/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2920-4/01 Fabricacáo de carninhóes e ónibus


2920-4/02 Fabricac;ao de motores para camlnhóes e ónibus

2930-1/01 Fabricac;ao de cabines, carrocerías e reboques para caminhóes


2930-1/02 Fabricacáo de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabricac;ao de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto caminhóes e ónibus

2941-7/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema motor de veículos automotores


2942-5/00 Fabricacáo de pec;as e acessórios para os sistemas de marcha e transmissáo de veículos automotores

2943-3/00 Fabricacáo de pec;as e acessórios para o sistema de freios de veículos automotores


2944-1/00 Fabricacáo de pec;as e acessórios para o sistema de direc;ao e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricacáo de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterías
2949-2/01 Fabrícacáo de bancos e estofados para veículos automotores
2949-2/99 Fabricac;ao de outras pec;as e acessórios para veículos automotores nao especificadas anteriormente

2950-6/00 Recondicionamento e recuperacño de motores para veículos automotores

3011-3/01 construcáo de ernbarcacóes de grande porte


3011-3/02 Construcáo de ernbarcacóes para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande porte

3012-1/00 Construcáo de embarcacñes para esportee lazer


3032-6/00 Fabricac;ao de pecas e acessórios para veículos ferroviários

3091-1/00 Fabricacáo de motocicletas, pecas e acessórios

3092-0/00 Fabricac;ao de bicicletas e triciclos nao-motorizados, pecas e acessórios

3099-7/00 Fabricac;ao de equipamentos de transporte nao especificados anteriormente

3101-2/00 Fabricac;ao de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabricac;ao de móveis com predominancia de metal

3103-9/00 Fabricac;ao de móveis de outros materiais, exceto madeira e metal

3104-7/00 Fabricacáo de colch5es

3220-5/00 Fabricac;ao de instrumentos musicais, pec;as e acessórios

3230-2/00 Fabricacáo de artefatos para pesca e esporte

439
CNAE Descricáo
3240-0/01 Fabricacáo de jogos eletrónicos
3240-0/02 Fabricac;ao de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios nao associada a locacáo
3240-0/03 a
Fabricacáo de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios associada locacáo
3240-0/99 Fabrtcacáo de outros brinquedos e jogos recreativos nao especificados anteriormente

3250-7/01 Fabrica<;ao de instrumentos náo-eletrónicos e utensílios para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório
3250-7/02 Fabrícacáo de mobiliário para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório
Fabricac;ao de aparelhos e utensílios para correcáo de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral sob
3250-7/03
encomenda
Fabrica<;ao de aparelhos e utensílios para correcáo de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral, exceto
3250-7/04
sob encomenda
3250-7/OS Fabricacño de materiais para medicina e odontologia
3250-7/06 Servicos de prótese dentária
3250-7/07 Fabricacáo de artigos ópticos
3250-7/08 Fabrica<;ao de artefatos de tecido nao tecido para uso odonto-médico-hospitalar

3291-4/00 Fabrica<;ao de escovas, pincéis e vassouras

3299-0/01 Fabrica<;aode guarda-chuvas e similares


3299-0/02 Fabrtcacáo de canetas, lápls e outros artigos para escritório
3299-0/03 Fabrica<;ao de letras, letreiros e placas de qualquer material, exceto luminosos
3299-0/04 Fabricacáo de painéis e letreiros luminosos
3299-0/05 Fabricacáo de aviamentos para costura
3299-0/99 Fabricacáo de produtos diversos nao especificados anteriormente

3319-8/00 Manutencáo e reparacáo de equipamentos e produtos nao especificados anteriormente

3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

3701-1/00 Gestao de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-pengosos


3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposlcáo de resíduos náo-perlgosos

3822-0/00 Tratamento e dlsposlcéo de resíduos perigosos

3832-7/00 Recupera<;ao de materiais plásticos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servícos de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edifícios

4211-1/01 construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinallzacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, pra<;ase calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distribuicáo de energia elétrica
4221-9/03 Manuten<;ao de redes de distríbulcño de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecornunlcacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacóes e redes de telecomunicacñes
Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01 lmgacáo
4222-7/02 Obras de irriga<;ao

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

440
CNAE

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracóes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servicos de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4322-3/01 lnstalacóes hidráulicas, sanitárias e de gás


4322-3/02 lnstalacño e manutencáo de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilacáo e refrigeracáo
4322-3/03 lnstalacóes de sistema de prevencáo contra incendio

4329-1/01 lnstalacáo de peinéis publicitários


4329-1/02 a
tnstalacáo de equipamentos para orientacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabricacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de lluminacáo e sinalizacáo em vias públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacóes em construcñes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacñes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;:os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;:os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4520-0/01 Servic;:os de manutencáo e reparacáo mecánica de veículos automotores


4520-0/02 Servic;:os de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Servicos de manutencáo e reparacáo elétrica de veículos automotores
4520-0/04 Servic;:os de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/05 servícos de lavagem, lubriñcacáo e polimento de veículos automotores
4520-0/06 Servic;:os de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Servic;:os de instalacáo, manutencáo e reparacáo de acessórios para veículos automotores
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestíveis de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados


4632-0/02 Comércio ataca dista de farinhas, amidos e féculas
Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas, com atividade de
4632-0/03
fracionamento e acondicionamento associada

441
CNAE Descricáo
4634-6/01 Comércio atacadista de carnes bovinas e suínas e derivados
4634-6/02 Comércio atacadista de aves abatidas e derivados
4634-6/03 Comércio atacadista de pescados e frutos do mar
4634-6/99 Comércio atacadista de carnes e derivados de outros animais

4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e pecas

4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados

4672-9/00 Comércio atacadista de ferragens e ferramentas

4673-7/00 Comércio atacadista de material elétrico

4674-5/00 Comércio atacadista de cimento

4679-6/01 Comércio atacadista de tintas, vernizes e similares


4679-6/02 Comércio atacadista de mármores e granitos
4679-6/03 Comércio atacadista de vidros, espelhos e vitrais
4679-6/04 Comércio atacadista especializado de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4679-6/99 Comércio atacadista de materiais de construcáo em geral

Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto
4681-8/01
lubrificantes, nao realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustiveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio atacadista de combustiveis de origem mineral em bruto
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes

4682·6/00 Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4685-1/00 Comércio atacadista de produtos siderúrgicos e metalúrgicos, exceto para construcáo


4686-9/01 Comércio atacadista de papel e papeláo em bruto
4686-9/02 Comércio atacadista de embalagens

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papelso
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos

4689·3/01 Comércio atacadista de produtos da extracáo mineral, exceto combustíveis


4689-3/02 Comércio atacadista de fios e fibras beneficiados
4689-3/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos intermediários nao especificados anteriormente

4711·3/0l Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de merca dorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e fríos
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - acougues


4722-9/02 Peixaria

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, arela, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos

442
CNAE
4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estirnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e munlcóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
i nternacio na 1
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as

5211-7 /01 Armazéns gerais - ernissáo dewarrant


5211-7 /02 Guarda-móveis
5211-7 /99 Depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis

5212-5/00 Carga e descarga

5320-2/01 Servic;os de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servicos de entrega rápida

5819-1/00 Edic;ao de cadastros, listas e de outros produtos gráficos

5829-8/00 Edic;ao integrada a lmpressáo de cadastros, listas e de outros produtos gráficos

7719-5/01 tocacso de ernbarcacóes sem tripulacáo, exceto para fins recreativos


7719-5/02 í.ocacáo de aeronaves sem tripulacáo
7719-5/99 tocacao de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor

7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes

7810-8/00 Selec;ao e agenciamento de rnáo de obra

7820-5/00 tocacáo de rnáo de obra temporária

7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacño e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8423-0/00 Justic;a

9420-1/00 Atividades de organízacóes sindicais

9529-1/01 Reparac;ao de calcados, bolsas e artigos de viagem


9529-1/02 Chaveiros
9529-1/03 Reparacáo de relógios
9529-1/04 Reparac;ao de bicicletas, triciclos e outros veículos nao-motorizados
9529-1/05 Reparacáo de artigos do mobiliário
9529-1/06 Reparacáo de jóias
Reparacáo e rnanutencáo de outros objetos e equipamentos pessoais e domésticos nao especificados
9529-1/99
anteriormente

443
Intervalo CID CNAE
0210 0220 10111012 1013 1033 1122 1610 16211622 2330 2391 2511 2512 2539 3101 3329 3701 3702
3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4299 4312 4321 4391 4399 4520
570-579
4530 4541 4542 4618 4687 4731 4732 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4921 4930 5212 5221 5222 5223
5229 5232 5250 5320 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 9420
S70 - Traumatismo Superficial do Quadril e da Coxa
S71 - Ferimento do Quadril e da Coxa
S72 - Fratura do Femur
S73 - tuxacáo, Entorse e Distensáo da Articulacáo e Dos Ligamentos do Quadril
S74 - Traumatismo de Nervos ao Nível do Quadril e da Coxa
S75 - Traumatismo de Vasos Sanguíneos ao Nível do Quadril e da Coxa
S76 - Traumatismo de Músculo e de Tendáo ao Nível do Quadril e da Coxa
S77 - tesáo Por Esmagamento do Quadril e da Coxa
S78 - Amputacáo Traumática do Quadril e da Coxa
S79 - Outros Traumatismos e os Nao Especificados do Quadril e da Coxa

CNAE Oescric;ao

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extrac;ao de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-medelreiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1033-3/01 Fabricacáo de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes


1033-3/02 Fabricac;ao de sucos de frutas, hortalicas e legumes, exceto concentrados

1122-4/01 Fabricacáo de refrigerantes


1122-4/02 Fabrtcacáo de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabricacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricac;ao de outras bebidas náo-alcoólicas nao especificadas anteriormente

1610-2/01 Serrarías com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarías sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

444
CNAE Descricáo

1622-6/01 Fabricacáo de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricac;ao de esquadrias de madeira e de pec;as de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricacáo de outros artigos de carpintaria para construcáo
2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda
2330-3/02 Fabricac;ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricac;ao de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabrícacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2391-5/01 a
Britamento de pedras, exceto associado extracáo
2391-5/02 Aparelhamento de pedras para construcáo. exceto associado extracáoa
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricacáo de esquadrias de metal

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira

3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perígoscs

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e dtsposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servícos de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distrtbuicáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distribuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacées e redes de tefecornunicacées
4221-9/05 Manutencáo de estac;5es e redes de telecomunicac;5es

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigacáo
4222·7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4299-5/01 construcáo de instalac;5es esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracóes e sondagens

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

445
CNAE Descricáo

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de poc;os de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4520-0/01 Servic;os de rnanutencáo e reparacáo mecánica de veiculos automotores


4520-0/02 Servic;os de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Servic;os de rnanutencáo e reparacéo elétrica de veículos automotores
4520-0/04 Servic;os de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/05 Servic;os de lavagem, lubrificacáo e polimento de veículos automotores
4520-0/06 Servic;os de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Servic;os de instalacáo, rnanutencáo e reparacño de acessórios para veículos automotores

4530-7/01 Comércio por atacado de pec;as e acessórios novos para veículos automotores
4530-7/02 Comércio por atacado de pneumáticos e cámaras-de-ar
4530-7/03 Comércio a varejo de pec;as e acessórios novos para veículos automotores
4530-7/04 Comércio a varejo de pecas e acessórios usados para veículos automotores
4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e cámaras-de-ar
Representantes comerciais e agentes do comércio de pecas e acessórios novos e usados para veículos
4530-7/06
automotores

4541-2/01 Comércio por atacado de motocicletas e motonetas


4541-2/02 Comércio por atacado de pec;as e acessórios para motocicletas e motonetas
4541-2/03 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas
4541-2/04 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas usadas
4541-2/05 Comércio a varejo de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas

4542-1/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas e motonetas, pecas e acessórios


4542-1/02 Comércio sob consignacáo de motocicletas e motonetas

4618-4/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfurnaria


4618-4/02 Representantes comerciais e agentes do comércio de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares
4618-4/03 Representantes comerciais e agentes do comércio de jornais, revistas e outras publicacóes
Outros representantes comerciais e agentes do comércio especializado em produtos nao especificados
4618-4/99
anteriormente

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos

4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores

4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiaís de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos

446
CNAE
4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estirnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e munlcóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário ñxo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
i nternacio na 1
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;:as

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servlcos relacionados

5222-2/00 Termina is rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veículos

5229-0/01 Servicos de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servic;:os de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5232-0/00 Atividades de agenciamento marítimo

5250-8/01 Comissaria de despachos


5250-8/02 Atividades de despachantes aduaneiros
5250-8/03 Agenciamento de cargas, exceto para o transporte marítimo
5250-8/04 Organizacáo logística do transporte de carga
5250-8/05 Operador de transporte multimodal - OTM

5320-2/01 Servicos de malote nao realizados pelo Cerrero Nacional


5320-2/02 Servlcos de entrega rápida

7810-8/00 Selei;:ao e agenciamento de máo de obra

7820-5/00 tocacáo de rnáo de obra temporária

7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranca privada


8011-1/02 Servicos de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca

8030-7/00 Atividades de lnvestigacáo particular


8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lrnunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais

447
Intervalo CID CNAE
0210 0220 0230 0500 0710 0810 0990 10111012 1013 10311033 1041105110611062 1064 10711072 1092
1096 1099 1122 132113511354 14111412 1510 1531153215401610 16211622 1623 1629 1710 17211722
1732 1733 1931 2012 2019 2029 2073 2091 2211 2219 2222 2312 2320 2330 2341 2342 2391 2439 2443 2449
2451 2511 2512 2521 2522 2539 2542 2543 2550 2592 2593 2651 2710 2812 2813 2815 2821 2822 2823 2831
2832 2833 2840 2852 2854 2861 2862 2864 2865 2866 2869 2930 2943 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3329
580-589
3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313
4319 4321J4322 4329 4391 4399 4520 4530 4541 4542 4618 4621 4622 4623 4632 4635 4636 4637 4639 4661
4671 4672 4673 4674 4679 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4711 4722 4723 4731 4732 4741 4742 4743 4744
4784 4789 4912 492149224923 4924 4929 4930 5211 5212 5221 5222 5223 5229 5232 5250 5310 5320 7719
7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8423 8424 9420
S80 - Traumatismo Superficial da Perna
S81 - Ferimento da Perna
S82 - Fratura da Perna, lncluindo Tornozelo
S83 - luxacáo, Entorse e Distensáo Das Articulacóes e Dos Ligamentos do Joelho
S84 - Traumatismo de Nervos Periféricos da Perna
S85 - Traumatismo de Vasos Sanguíneos da Perna
S86 - Traumatismos de Músculo e de Tendáo ao Nível da Perna
S87 - Traumatismo Por Esmagamento da Perna
S88 - Arnputacáo Traumática da Perna
S89 - Outros Traumatismos e os Nao Especificados da Perna

CNAE Descricáo

0210-1/01 Cultivode eucalipto


0210-1/02 Cultivode acácia-negra
0210-1/03 Cultivode pinus
0210-1/04 Cultivode teca
0210-1/05 Cultivode espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivode mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madelreiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extra~ao de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0230-6/00 Atividades de apelo a producáo floresta!

0500-3/01 Extra~ao de carváo mineral


0500-3/02 Beneficiamento de carváo mineral

0710-3/01 Extra~ao de minério de ferro


0710-3/02 Pelotizacáo, sinterizacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro

0810-0/01 Extra~ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extra~ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extra~ao de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extracáo de gesso e caulim
0810-0/06 Extra~ao de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extra~ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extra~ao e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado

0990-4/01 Atividades de apoio a extracáo de minério de ferro

448
CNAE Descricáo
0990-4/02 Atividades de apoio a extracáo de minerais metálicos nao-ferrosos
0990-4/03 Atividades de apoio a extracáo de minerais nao-metálicos

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011·2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011·2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012·1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricar;ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate
1031-7/00 Fabricacáo de conservas de frutas

1033-3/01 Fabricacáo de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes


1033-3/02 Fabricac;ao de sucos de frutas, hortalic;as e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabricacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho


1051·1/00 Preparacáo do leite

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricacáo de produtos do arroz
1062-7/00 Moagem de trigo e fabrtcacáo de derivados

1064-3/00 Fabricar;ao de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho

1071-6/00 Fabricac;ao de ac;úcar em bruto

1072-4/01 Fabricar;ao de ac;úcar de cana refinado


1072-4/02 Fabricar;ao de ac;úcar de cereais (dextrose) e de beterraba

1092-9/00 Fabricar;ao de biscoitos e bolachas

1096-1/00 Fabricar;ao de alimentos e pratos prontos

1099-6/01 Fabricar;aode vinagres


1099-6/02 Fabricacáo de pós alimenticios
1099-6/03 Fabricac;aode fermentos e leveduras
1099-6/04 Fabricacáo de gelo comum
1099-6/05 Fabricac;aode produtos para infusáo (chá, mate, etc.)
1099-6/06 Fabricacáo de adocantes naturais e artificiais
1099-6/99 Fabricacáo de outros produtos alimenticios nao especificados anteriormente

1122-4/01 Fabrícacáo de refrigerantes


1122-4/02 Fabricar;ao de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122·4/03 Fabricacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricac;ao de outras bebidas náo-alcoóllcas nao especificadas anteriormente

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1351-1/00 Fabricar;ao de artefatos téxteis para uso doméstico

1354-5/00 Fabricar;ao de tecidos especiais, inclusive artefatos

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pec;as do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1510-6/00 Curtimento e outras preparacñes de couro

449
CNAE Descricáo

1531-9/01 Fabricacño de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato

1532-7/00 Fabricacác de tenis de qualquer material

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material

1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricac;ao de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1622-6/01 Fabricac;ao de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabrtcacáo de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricacáo de outros artigos de carpintaria para construcáo
1623-4/00 Fabricac;ao de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira

1629-3/01 Fabricacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis


1629-3/02 Fabrtcacáo de artefatos diversos de cornea, bambu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1710-9/00 Fabricac;ao de celulose e outras pastas para a fabrlcacáo de papel

1721-4/00 Fabricac;ao de papel

1722-2/00 Fabricac;ao de cartolina e papel-cartáo

1732-0/00 Fabricac;ao de embalagens de cartolina e papel-cartáo

1733-8/00 Fabricac;ao de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricacáo de álcool

2012-6/00 Fabricacáo de intermediários para fertilizantes

2019-3/01 Elaborac;ao de combustíveis nucleares


2019-3/99 Fabricacác de outros produtos químicos inorgánicos nao especificados anteriormente

2029-1/00 Fabricac;ao de produtos químicos organices nao especificados anteriormente

2073-8/00 Fabricac;ao de impermeabilizantes, solventes e produtos afins

2091-6/00 Fabricac;ao de adesivos e selantes

2211-1/00 Fabricac;ao de pneumáticos e de cámaras-de-ar

2219-6/00 Fabricacáo de artefatos de borracha nao especificados anteriormente

2222-6/00 Fabricacño de embalagens de material plástico

2312-5/00 Fabricacáo de embalagens de vidro

2320-6/00 Fabricacño de cimento

2330-3/01 Fabricacáo de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricac;ao de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricac;ao de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricac;ao de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabricac;ao de produtos cerámicos refratários

2342-7/01 Fabricac;ao de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos

2391-5/01 a
Britamento de pedras, exceto associado extracáo
2391-5/02 a
Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado extracáo
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2439-3/00 Producáo de outros tubos de ferro e aco

2443-1/00 Metalurgia do cobre

450
CNAE Descric;ao

2449-1/01 Producáo de zinco em formas primárias


2449-1/02 Prcducáo de laminados de zinco
2449-1/03 Producáo de soldas e ánodos para galvanoplastia
2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente

2451-2/00 Fundic;ao de ferro e aco

2511-0/00 Fabricac;ao de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricac;ao de esquadrias de metal

2521-7/00 Fabricac;ao de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central

2522-5/00 Fabricac;ao de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para veículos

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias


2543-8/00 Fabricacáo de ferramentas

2550-1/01 Fabricacáo de equipamento bélico pesado, exceto veículos militares de combate


2550-1/02 Fabricac;ao de armas de fogo e municóes

2592-6/01 Fabricac;ao de produtos de trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabrtcacáo de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2651-5/00 Fabricacáo de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle

2710-4/01 Fabricac;ao de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabricacño de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pec;as e acessórios
2710-4/03 Fabricac;ao de motores elétricos, pecas e acessórios

2812-7/00 Fabricacáo de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, pecas e acessórios, exceto válvulas

2813-5/00 Fabricac;ao de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pec;as e acessórios

2815-1/01 Fabricac;ao de rolamentos para fins industriais


2815-1/02 Fabricacáo de equipamentos de transmissáo para fins industriais, exceto rolamentos
Fabrícacáo de fornos industriais, aparelhos e equipamentos náo-elétricos para instalacóes térmicas, pecas e
2821-6/01
acessórios
2821-6/02 Fabricac;ao de estufas e fornes elétricos para fins industriáis, pec;as e acessórios

2822-4/01 Fabricac;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricacño de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pec;as e acessórios

Fabrícacáo de máquinas e aparelhos de refrigeracáo e ventilacño para uso industrial e comercial, pecas e
2823-2/00
acessórios

2831-3/00 Fabricac;ao de tratares agrícolas, pec;as e acessórios

2832-1/00 Fabricac;ao de equipamentos para irrigacáo agrícola, pec;as e acessórios

2833-0/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pec;as e acessórios, exceto para irrigac;ao

2840-2/00 Fabricacáo de máquinas-ferramenta, pecas e acessórios


Fabricac;ao de outras máquinas e equipamentos para uso na extracáo mineral, pec;as e acessórios, exceto na
2852-6/00
extracáo de petróleo
Fabrícacáo de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentacáo e construcáo, pecas e acessórios,
2854-2/00
exceto tratores

2861-5/00 Fabricac;ao de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

2862-3/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo, pec;as e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, do couro e de calcados, pec;as e


2864-0/00
acessórios

451
CNAE Descricáo

Fabricacño de máquinas e equipamentos para as indústrias de celulose, papel e papeláo e artefatos, pecas e
2865-8/00
acessórios

2866-6/00 Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabrica<;ao de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2930-1/01 Fabricacáo de cabines, carrocerias e reboques para caminhñes


2930-1/02 Fabrica<;ao de carrocerías para ónibus
2930-1/03 Fabricacáo de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhóes e ónibus

2943-3/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de freios de veiculos automotores

2944-1/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de direcáo e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricacáo de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterías

2950-6/00 Recondicionamento e recuperacáo de motores para veículos automotores

3011-3/01 Construcáo de ernbarcacóes de grande porte


3011-3/02 Construcáo de ernbarcacóes para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande porte

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabrtcacáo de móveis com predominancia de metal

3329-5/01 Servic;os de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente
3600-6/01 Captacáo, tratamento e distribuic;ao de água
3600-6/02 Distribuicáo de água por caminhñes

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de residuos náo-pertgosos

3812-2/00 Coleta de residuos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de residuos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de residuos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servic;os de gestáo de residuos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinallzacéo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanlzacáo - ruas, pracas e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distnbuicáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distríbuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecornunicacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacóes e redes de telecomunicacóes

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
irrigacáo
4222-7/02 Obras de irrlgacáo

4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuarias, marítimas e fluviais

452
CNAE
4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas
4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfurac;:éíes e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;:os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4322-3/01 tnstalacóes hidráulicas, sanitárias e de gás


4322-3/02 lnstalacño e manutencáo de sistemas centrais de ar condicionado, de ventílacáo e refrigeracño
4322-3/03 lnstalacóes de sistema de prevencáo contra incendio

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 a
tnstalacáo de equipamentos para oríentacáo navegacáo marítima fluvial e lacustre
4329-1/03 lnstalacáo, manutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabricacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de ilurninacáo e sinalizacáo em vías públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacóes em construcóes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundac;:éíes

4399-1/01 Administracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;:os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcso de pocos de água
4399-1/99 Serviros especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4520-0/01 servtcos de manutencáo e reparacáo mecánica de veículos automotores


4520-0/02 Servicos de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Servicos de manutencáo e reparacáo elétrica de veículos automotores
4520-0/04 servicos de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/05 Servic;:os de lavagem, lubrlñcacáo e polimento de veículos automotores
4520-0/06 Servic;:os de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Servic;:os de instalacáo, rnanutencáo e reparacáo de acessórios para veículos automotores
4530-7/01 Comércio por atacado de pec;:as e acessórios novos para veículos automotores
4530-7/02 Comércio por atacado de pneumáticos e cámaras-de-ar
4530-7/03 Comércio a varejo de pec;:as e acessórios novos para veículos automotores
4530-7/04 Comércio a varejo de pecas e acessórios usados para veículos automotores
4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e cámaras-de-ar
Representantes comerciais e agentes do comércio de pecas e acessórios novos e usados para veículos
4530-7/06
automotores

4541-2/01 Comércio por atacado de motocicletas e motonetas


4541-2/02 Comércio por atacado de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas
4541-2/03 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas
4541-2/04 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas usadas
4541-2/05 Comércio a varejo de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas

4542-1/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas e motonetas, pecas e acessórios


4542-1/02 Comércio sob consignacáo de motocicletas e motonetas

4618-4/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaría


4618-4/02 Representantes comerciais e agentes do comércio de instrumentos e materiais odonto-rnédico-hospitalares
4618-4/03 Representantes comerciais e agentes do comércio de jornais, revistas e outras publicacóes
Outros representantes comerciais e agentes do comércio especializado em produtos nao especificados
4618-4/99
anteriormente

453
CNAE Descricáo
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestfvels de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados


4632-0/02 Comércio atacadista de farinhas, amidos e féculas
Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas, com atividade de
4632-0/03
fracionamento e acondicionamento associada

4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral


4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/03 Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas nao especificadas anteriormente

4636-2/01 Comércio atacadista de fumo beneficiado


4636-2/02 Comércio atacadista de cigarros, cigarrilhas e charutos

4637-1/01 Comércio atacadista de café torrado, moído e solúvel


4637-1/02 Comércio atacadista de acúcar
4637-1/03 Comércio atacadista de óleos e gorduras
4637-1/04 Comércio atacadista de páes, bolos, biscoitos e similares
4637-1/05 Comércio atacadista de massas alimenticias
4637-1/06 Comércio atacadista de sorvetes
4637-1/07 Comércio atacadista de chocolates, confeitos, balas, bombons e semelhantes
4637-1/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos alimenticios nao especificados anteriormente

4639-7/01 Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral


Comércio atacadista de produtos alimenticios em geral, com atividade de fracionamento e acondicionamento
4639-7/02
associada

4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e pecas

4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados

4672-9/00 Comércio atacadista de ferragens e ferramentas

4673-7/00 Comércio atacadista de material elétrico

4674-5/00 Comércio atacadista de cimento

4679-6/01 Comércio atacadista de tintas, vernizes e similares


4679-6/02 Comércio atacadista de rnármores e granitos
4679-6/03 Comércio atacadista de vidros, espelhos e vitrais
4679-6/04 Comércio atacadista especializado de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4679-6/99 Comércio atacadista de materiais de construcáo em geral

Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto
4681-8/01
lubrificantes, nao realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustiveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio atacadista de cornbustíveis de origem mineral em bruto
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes

454
CNAE
4682-6/00 Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4685-1/00 Comércio atacadista de produtos siderúrgicos e metalúrgicos, exceto para construcáo


4686-9/01 Comércio atacadista de papel e papeláo em bruto
4686-9/02 Comércio atacadista de embalagens

4687-7/01 Comércio atacadista de residuos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de residuos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de residuos e sucatas metálicos

4689-3/01 Comércio atacadista de produtos da extracáo mineral, exceto combustiveis


4689-3/02 Comércio atacadista de fios e fibras beneficiados
4689-3/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos intermediários nao especificados anteriormente

4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - acougues


4722-9/02 Peixaria

4723-7/00 Comércio varejista de bebidas

4731-8/00 Comércio varejista de combustiveis para veiculos automotores

4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes

4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura

4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos


4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estírnacáo
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem
4789-0/09 Comércio varejista de armas e municóes
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente

4912-4/01 Transporte ferroviário de passagelros lntermunicipal e lnterestadual


4912-4/02 Transporte ferroviário de passagelros municipal e em regiáo metropolitana
4912-4/03 Transporte metroviário

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal


4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 servtco de táxi


4923-0/02 Servico de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

455
CNAE Descricáo

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
internacional
4929-9/03 Organizacáo de excurs5es em veículos rodoviários próprios, municipal
4929-9/04 Organizacáo de excurs5es em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;:as,municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;:as, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;:as

5211-7/01 Armazéns gerais - ernissáo dewarrant


5211-7/02 Guarda-móveis
5211-7/99 Depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servicos relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviarios

5223-1/00 Estaciona mento de veículos

5229-0/01 Servic;:os de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servic;:os de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5232-0/00 Atividades de agenciamento marítimo

5250-8/01 Comissaria de despachos


5250-8/02 Atividades de despachantes aduaneiros
5250-8/03 Agenciamento de cargas, exceto para o transporte marítimo
5250-8/04 Organizacáo logística do transporte de carga
5250-8/05 Operador de transporte multimodal - OTM

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5320-2/01 Servic;:os de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servic;:os de entrega rápida

7719-5/01 tocacáo de embarcac;:5es sem tripulacáo, exceto para fins recreativos


7719-5/02 tocacáo de aeronaves sem tripulacáo
7719-5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor
7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes

7810-8/00 Selecáo e agenciamento de máo de obra

7820-5/00 tocacáo de máo de obra temporária


7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranc;:aprivada


8011-1/02 Servic;:os de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranc;:a

8030-7/00 Atividades de investígacáo particular

8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

456
CNAE Descricáo
8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8423-0/00 Justic;a

8424-8/00 Seguranc;a e ordem pública

9420-1/00 Atividades de organízacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0210 0220 0500 0810 10111012 1013 10311033 1041105110611062 1064 10711072 1092 1093 1122 1311
132113511354 14111412 1510 1532 1610 16211622 1623 1629 1710 17211722 1732 1733 1931 2029 2091
2219 2221 2222 2312 2330 2341 2342 2391 2431 2439 2441 2443 2449 2451 2511 2512 2513 2521 2522 2531
2539 2542 2543 2592 2593 2710 2722 2815 2822 2831 2832 2833 2840 2852 2853 2854 2861 2862 2865 2866
590-599 2869 2920 2930 2943 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3329 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900
4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4322 4329 4391 4399 4621 4622 4623
4661 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4711 4784 4912 4921 4922 4930 5111 5120 5212 5221 5222 5223 5229
5232 5250 5310 5320 6423 6431 6550 7719 7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8423
8424 8610 9420
S90 - Traumatismo Superficial do Tornozelo e do pé
S91 - Ferimentos do Tornozelo e dopé
S92 - Fratura do pé (exceto do Tornozelo)
S93 - luxacáo, Entorse e Distensáo Das Artículacóes e Dos Ligamentos ao Nível do Tornozelo e do pé
S94 - Traumatismo Dos Nervos ao Nível do Tornozelo e do pé
S95 - Traumatismo de Vasos Sanguíneos ao Nível do Tornozelo e do pé
S96 - Traumatismos do Músculo e Tendáo ao Nível do Tornozelo e dopé
S97 - Lesáo Por Esmagamento do Tornozelo e dopé
S98 - Arnputacáo Traumática do Tornozelo e do pé
S99 - Outros Traumatismos e os Nao Especificados do Tornozelo e do pé

CNAE Descri~ao

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extrac;ao de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeirelros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-rnadelreiros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0500-3/01 Extracáo de carváo mineral


0500-3/02 Beneficiamento de carváo mineral

0810-0/01 Extrac;ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extracáo de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extrac;ao de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrac;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extracáo de arela, cascalbo ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extrac;ao de argila e beneficiamento associado
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado

457
CNAE Descricáo
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extrai;ao e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado

1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011·2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1012-1/01 Abate de aves


1012-1/02 Abate de pequenos animais
1012·1/03 Frigorífico - abate de suínos
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato

1013-9/01 Fabricai;ao de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1031-7/00 Fabrtcacáo de conservas de frutas


1033-3/01 Fabrtcacáo de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes
1033-3/02 Fabricai;ao de sucos de frutas, hortalicas e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabricacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho

1051-1/00 Preparacáo do leite

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricacáo de produtos do arroz

1062-7/00 Moagem de trigo e fabricacáo de derivados

1064-3/00 Fabricai;ao de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho

1071-6/00 Fabrica<;ao de acúcar em bruto

1072-4/01 Fabricai;ao de acúcar de cana refinado


1072-4/02 Fabricacáo de acúcar de cerea is (dextrose) e de beterraba

1092-9/00 Fabricacáo de biscoitos e bolachas

1093-7/01 Fabricacáo de produtos derivados do cacau e de chocolates


1093-7/02 Fabricacáo de frutas cristalizadas, balas e semelhantes

1122-4/01 Fabricacáo de refrigerantes


1122-4/02 Fabricai;ao de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabrtcacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricai;ao de outras bebidas náo-alcoéllcas nao especificadas anteriormente

1311·1/00 Preparacáo e fiacáo de fibras de algodáo

1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1351-1/00 Fabricacáo de artefatos téxteis para uso doméstico

1354-5/00 Fabricai;ao de tecidos especiais, inclusive artefatos

1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas


1411-8/02 Fac<;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Ccnfeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Faci;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1510-6/00 Curtimento e outras preparacées de couro

1532-7/00 Fabrica<;ao de tenis de qualquer material

1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira

458
CNAE Descricáo
1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada
1622-6/01 Fabricacáo de casas de madeira pré-fabricadas
1622-6/02 Fabricac;ao de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacóes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricacáo de outros artigos de carpintaria para construcáo
1623-4/00 Fabricacáo de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira
1629-3/01 Fabricacáo de artefatos diversos de madeira, exceto móveis
1629-3/02 Fabricac;ao de artefatos diversos de cortíca, bambu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1710-9/00 Fabricac;ao de celulose e outras pastas para a fabricacáo de papel

1721-4/00 Fabricacáo de papel


1722-2/00 Fabricacáo de cartolina e papel-cartáo
1732-0/00 Fabricacáo de embalagens de cartolina e papel-cartáo
1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1931-4/00 Fabricacáo de álcool


2029-1/00 Fabrícacáo de produtos químicos orgánicos nao especificados anteriormente

2091-6/00 Fabricacáo de adesivos e selantes


2219-6/00 Fabrícacáo de artefatos de borracha nao especificados anteriormente
2221-8/00 Fabricacáo de laminados planos e tubulares de material plástico
2222-6/00 Fabricac;ao de embalagens de material plástico

2312-5/00 Fabricacáo de embalagens de vidro


2330-3/01 Fabricac;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda
2330-3/02 Fabrícacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricac;ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricacáo de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabricac;ao de produtos cerámicos refratários

2342-7/01 Fabricacáo de azulejos e pisos


2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcáo, exceto azulejos e pisos
2391-5/01 a
Britamento de pedras, exceto associado extracáo
2391-5/02 a
Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado extracáo
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2431-8/00 Prcducáo de tubos de aco com costura

2439-3/00 Prcducáo de outros tubos de ferro e aco

2441-5/01 Producáo de alumínio e suas ligas em formas primárias


2441-5/02 Prcducáo de laminados de alumínio
2443-1/00 Metalurgia do cobre

2449-1/01 Producáo de zinco em formas primárias


2449-1/02 Producáo de laminados de zinco
2449-1/03 Producáo de soldas e ánodos para galvanoplastia
2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente

2451-2/00 Fundic;ao de ferro e aco

2511-0/00 Fabricac;ao de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricac;ao de esquadrias de metal

2513-6/00 Fabricac;ao de obras de caldeiraria pesada

459
CNAE Descricáo

2521-7/00 Fabricacño de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central

2522-5/00 Fabricacáo de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para veículos

2531-4/01 Producáo de forjados de aco


2531-4/02 Producáo de forjados de metais nao-ferrosos e suas ligas

2539-0/00 Servicos de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabrica<;aode artigos de serralheria, exceto esquadrias

2543-8/00 Fabrica<;ao de ferramentas

2592-6/01 Fabrica<;aode produtos de trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabricai;:ao de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados

2593-4/00 Fabricai;:ao de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2710-4/01 Fabricai;:ao de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios


2710-4/02 Fabrica<;aode transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas e acessórios
2710-4/03 Fabricai;:ao de motores elétricos, pecas e acessórios

2722-8/01 Fabricai;:ao de baterias e acumuladores para veículos automotores


2722-8/02 Recondicionamento de baterias e acumuladores para veículos automotores

2815-1/01 Fabricacáo de rolamentos para fins industriais


2815-1/02 Fabricacáo de equipamentos de transmissáo para fins industriais, exceto rolamentos

2822-4/01 Fabricacño de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricacáo de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

2831-3/00 Fabricacáo de tratores agrícolas, pecas e acessórios

2832-1/00 Fabrica<;aode equipamentos para irrigai;:ao agrícola, pecas e acessórios

2833-0/00 Fabricai;:ao de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, exceto para írrigacáo

2840-2/00 Fabrica<;aode máquinas-ferramenta, pecas e acessórios

Fabrica<;ao de outras máquinas e equipamentos para uso na extracáo mineral, pecas e acessórios, exceto na
2852-6/00
extracáo de petróleo
2853-4/00 Fabrtcacáo de tratores, pecas e acessórios, exceto agrícolas
Fabrtcacáo de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentacáo e construcáo, pecas e acessórios,
2854-2/00
exceto tratores

2861-5/00 Fabricacáo de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-ferramenta

2862-3/00 Fabricacño de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo, pecas e acessórios

Fabricacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias de celulose, papel e papeláo e artefatos, pecas e
2865-8/00
acessórios

2866-6/00 Fabrica<;aode máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios

Fabrica<;ao de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2920-4/01 Fabrica<;ao de caminh5es e ónibus

2930-1/01 Fabricacáo de cabines, carrocerías e reboques para caminh5es


2930-1/02 Fabrica<;ao de carrocerías para ónibus
2930-1/03 Fabricacáo de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhóes e ónibus

2943-3/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de freios de veículos automotores

2944-1/00 Fabricacáo de pecas e acessórios para o sistema de direcáo e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricacáo de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterías

2950-6/00 Recondicionamento e recuperacáo de motores para veículos automotores

460
CNAE Descricáo
3011-3/01 construcáo de ernbarcacóes de grande porte
3011-3/02 Construcáo de ernbarcacóes para uso comercial e para usos especia is, exceto de grande porte

3101-2/00 Fabricac;ao de móveis com predominancia de madeira

3102-1/00 Fabricac;ao de móveis com predominancia de metal

3329-5/01 Servic;os de montagem de móveis de qualquer material


3329-5/99 lnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente

3600-6/01 Captacáo, tratamento e dlstribulcáo de água


3600-6/02 Distrtbulcáo de água por carnlnhóes

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto

3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e disposicáo de resíduos náo-perigosos

3822-0/00 Tratamento e dtsposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontarninacáo e outros servícos de gestáo de resíduos

4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energia elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distribuicáo de energia elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de dlstrtbuicáo de energia elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecornunicacóes
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecornunicacñes

Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcóes correlatas, exceto obras de
4222-7/01
lrrlgacáo
4222-7/02 Obras de irrigac;ao

4223-5/00 construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto

4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 Construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfuracóes e sondagens


4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servic;os de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 lnstalacáo e manutencáo elétrica

4322-3/01 lnstalacóes hidráulicas, sanitárias e de gás


4322-3/02 lnstalacáo e manutencáo de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilacáo e refrigeracáo
4322-3/03 lnstalacóes de sistema de prevencáo contra incendio

4329-1/01 lnstalacáo de painéis publicitários


4329-1/02 lnstalacáo de equipamentos para oríentacáo a navegacáo marítima fluvial e lacustre

461
CNAE Descricáo
4329-1/03 tnstalacáo, rnanutencáo e reparacáo de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabrlcacáo própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de iluminacáo e sinalizacáo em vías públicas, portos e
4329-1/04
aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibracáo
4329-1/99 Outras obras de instalacñes em construcóes nao especificadas anteriormente

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Administracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servic;os de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 Servic;os especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4621-4/00 Comércio atacadlsta de café em grao

4622-2/00 Comércio atacadista de soja

4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos


4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e outros subprodutos náo-comestívels de origem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodáo
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4623-1/08
associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais
4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente

4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e pecas

Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto
4681-8/01
lubrificantes, nao realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes

4682-6/00 Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4685-1/00 Comércio atacadista de produtos siderúrgicos e metalúrgicos, exceto para construcáo


4686-9/01 Comércio atacadista de papel e papeláo em bruto
4686-9/02 Comércio atacadista de embalagens

4687-7/01 Comércio atacadista de residuos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de residuos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papelao
4687-7/03 Comércio atacadista de residuos e sucatas metálicos

4689-3/01 Comércio atacadista de produtos da extracáo mineral, exceto combustíveis


4689-3/02 Comércio atacadista de fios e fibras beneficiados
4689-3/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos intermediários nao especificados anteriormente

4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - hipermercados
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios - supermercados

4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4912-4/01 Transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual


4912-4/02 Transporte ferroviário de passageiros municipal e em regiáo metropolitana
4912-4/03 Transporte metroviário

4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal

462
CNAE Descricáo
4921-3/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regiáo metropolitana

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de rnudancas

5111-1/00 Transporte aéreo de passageiros regular

5120-0/00 Transporte aéreo de carga

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servlcos relacionados

5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estacionamento de veiculos

5229-0/01 Servicos de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servicos de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5232-0/00 Atividades de agenciamento marítimo

5250-8/01 Comissaria de despachos


5250-8/02 Atividades de despachantes aduaneiros
5250-8/03 Agenciamento de cargas, exceto para o transporte marítimo
5250-8/04 Organizacáo logística do transporte de carga
5250-8/05 Operador de transporte multimodal - OTM

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5320-2/01 servicos de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servicos de entrega rápida

6423-9/00 Caixas económicas

6431-0/00 Bancos múltiplos, sem carteira comercial


6550-2/00 Planos de saúde

7719-5/01 t.ocacáo de ernbarcacóes sem tripulacáo, exceto para fins recreativos


7719-5/02 tocacño de aeronaves sem tripulacño
7719-5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor
7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes

7810-8/00 Selei;ao e agenciamento de rnáo de obra

7820-5/00 tocacáo de rnáo de obra temporária


7830-2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranca privada


8011-1/02 servícos de adestramento de caes de guarda
8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca

8030-7/00 Atividades de investigacáo particular

8121-4/00 Limpeza em predios e em domicilios

463
CNAE Descricáo
8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas

8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente

8423-0/00 Justii;a

8424-8/00 Seguranca e ordem pública

8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgencias
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a urgencias

9420-1/00 Atividades de organlzacóes sindicais

Intervalo CID CNAE


0210 0220 0710 0810 0892 0910 10111013 1020 1031103310411042 10611062 10711072 10911092 1093
1122 1220 13111312 132113511352 1353 14111412 151015311532 1533 1540 1610 16211622 1629 1733
1932 2014 2019 2029 2032 2091 2211 2221 2223 2229 2312
2320 2330 2341 2342 2391 2451 2511 2512 2521
2522 2539 2542 2592 2593 2640 2740 2751 2790 2813 2814
2822 2862 2864 2866 2869 2920 2930 2944 2945
T90-T98
2950 3091 3092 3101 3102 3600 3701 3702 3811 3812 3821
3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4291 4292
4299 4312 4313 4319 4321 4322 4391 4399 4635 4661 4681
4682 4687 4721 4741 4743 4744 4784 4922 4923
4924 4929 4930 5012 5021 5030 5212 5221 5222 5223 5229
5231 5232 5239 5250 5310 5320 7719 7732 8011
8012 8020 8030 8121 8122 9420
T90 - Sequelas de Traumatismo da Cabeca
T91 - Sequelas de Traumatismos do Pescoco e do Tronco
T92 - Sequelas de Traumatismos do Membro Superior
T93 - Sequelas de Traumatismos do Membro Inferior
T94 - Sequelas de Traumatismos Envolvendo Múltiplas Regioes do Corpo e as Nao Especificadas
T95 - Sequelas de Queimaduras, Corrosóes e Geladuras
T96 - Sequelas de Intoxicacáo Por Drogas, Medicamentos e Substancias Biológicas
T97 - Sequelas de Efeitos Tóxicos de Substancias de Origem Predominantemente Nao-medicinal
T98 - Sequelas de Outros Efeitos de Causas Externas e Dos Nao Especificados

CNAE Descricño

0210-1/01 Cultivo de eucalipto


0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/04 Cultivo de teca
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais
0210-1/07 Extracáo de madeira em florestas plantadas
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/99 Producáo de produtos náo-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas

0220-9/01 Extracáo de madeira em florestas nativas


0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos náo-rnadelretros nao especificados anteriormente em florestas nativas

0710-3/01 Extracáo de minério de ferro


0710-3/02 Pelotizacáo, slnterizacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro

0810-0/01 Extrai;ao de ardósia e beneficiamento associado


0810-0/02 Extrai;ao de granito e beneficiamento associado
0810-0/03 Extracáo de mármore e beneficiamento associado
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficiamento associado
0810-0/05 Extrai;ao de gesso e caulim
0810-0/06 Extrai;ao de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado

464
CNAE
0810-0/08 Extracáo de saibro e beneficiamento associado
0810-0/09 Extracáo de basalto e beneficiamento associado
0810-0/10 a
Beneficiamento de gesso e caulim associado extracáo
0810-0/99 Extracáo e britamento de pedras e outros materiais para construcáo e beneficiamento associado
0892-4/01 Extra<;ao de sal marinho
0892-4/02 Extracáo de sal-gema
0892-4/03 Refino e outros tratamentos do sal

0910-6/00 Atividades de apoio a extracáo de petróleo e gás natural

1011·2/0l Frigorífico - abate de bovinos


1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos
1011·2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos

1013-9/01 Fabricacáo de produtos de carne


1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate

1020-1/01 Preservacáo de peixes, crustáceos e moluscos


1020-1/02 Fabrica.:;ao de conservas de peixes, crustáceos e moluscos

1031-7/00 Fabricacáo de conservas de frutas


1033-3/01 Fabrica.:;ao de sucos concentrados de frutas, hortallcas e legumes
1033-3/02 Fabricacáo de sucos de frutas, hortalicas e legumes, exceto concentrados

1041-4/00 Fabrícacáo de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho


1042-2/00 Fabrícacáo de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho

1061-9/01 Beneficiamento de arroz


1061-9/02 Fabricacáo de produtos do arroz

1062-7/00 Moagem de trigo e fabricacáo de derivados

1071-6/00 Fabricacáo de acúcar em bruto


1072-4/01 Fabricacáo de acúcar de cana refinado
1072-4/02 Fabrica<;ao de acúcar de cereais (dextrose) e de beterraba

1091-1/00 Fabrica.:;ao de produtos de panlfícacáo

1092-9/00 Fabrica.:;ao de biscoitos e bolachas

1093-7/01 Fabrica.:;ao de produtos derivados do cacau e de chocolates


1093-7/02 Fabricacáo de frutas cristalizadas, balas e semelhantes
1122-4/01 Fabricacáo de refrigerantes
1122-4/02 Fabricacáo de chá mate e outros chás prontos para consumo
1122-4/03 Fabricacáo de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricacáo de outras bebidas nác-alcoóllcas nao especificadas anteriormente

1220-4/01 Fabrícacáo de cigarros


1220-4/02 Fabrica<;ao de cigarrilhas e charutos
1220-4/03 Fabricacáo de filtros para cigarros
1220-4/99 Fabrica<;ao de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos

1311-1/00 Preparacáo e fia.:;ao de fibras de algodáo

1312-0/00 Preparacáo e fiacáo de fibras téxteis naturais, exceto algodáo


1321-9/00 Tecelagem de fios de algodáo

1351-1/00 Fabrica<;ao de artefatos téxteis para uso doméstico

1352-9/00 Fabrica<;ao de artefatos de tapecaria

1353-7/00 Fabricacáo de artefatos de cordoaria

465
CNAE Descricáo

1411-8/01 Confeccso de roupas íntimas


1411-8/02 Facc;ao de roupas íntimas

1412-6/01 Confeccáo de pecas de vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas
1412-6/03 Facc;ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas

1510-6/00 Curtimento e outras preparacées de couro

1531-9/01 Fabricac;ao de calcados de couro


1531-9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato

1532-7/00 Fabricacáo de tenis de qualquer material

1533-5/00 Fabrtcacáo de calcados de material sintético

1540-8/00 Fabricacáo de partes para calcados, de qualquer material

1610-2/01 Serrarías com desdobramento de madeira


1610-2/02 Serrarías sem desdobramento de madeira

1621-8/00 Fabricacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada

1622-6/01 Fabricacáo de casas de madeira pré-fabricadas


1622-6/02 Fabricac;ao de esquadrias de madeira e de pecas de madeira para instalacñes industriais e comerciais
1622-6/99 Fabricacáo de outros artigos de carpintaria para construcáo

1629-3/01 Fabricacác de artefatos diversos de madeira, exceto móveis


1629-3/02 Fabricacáo de artefatos diversos de cortíca, bambu, palha, vime e outros materiais trancados, exceto móveis

1733-8/00 Fabricacáo de chapas e de embalagens de papeláo ondulado

1932-2/00 Fabricacáo de biocombustíveis, exceto álcool

2014-2/00 Fabricacáo de gases industriais

2019-3/01 Elaboracáo de combustíveis nucleares


2019-3/99 Fabricac;ao de outros produtos químicos inorgánicos nao especificados anteriormente

2029-1/00 Fabricac;ao de produtos químicos orgánlcos nao especificados anteriormente

2032-1/00 Fabricacáo de resinas termofixas

2091-6/00 Fabricac;ao de adesivos e selantes

2211-1/00 Fabricacáo de pneumáticos e de cámaras-de-ar

2221-8/00 Fabricac;ao de laminados planos e tubulares de material plástico

2223-4/00 Fabricacáo de tubos e acessórios de material plástico para uso na construcáo

2229-3/01 Fabrícacáo de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico


2229-3/02 Fabricac;ao de artefatos de material plástico para usos industriais
2229-3/03 Fabricacáo de artefatos de material plástico para uso na construcáo, exceto tubos e acessórios
2229-3/99 Fabricacáo de artefatos de material plástico para outros usos nao especificados anteriormente

2312-5/00 Fabricacño de embalagens de vidro

2320-6/00 Fabricac;ao de cimento

2330-3/01 Fabricac;ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda


2330-3/02 Fabricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo
2330-3/03 Fabricacáo de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo
2330-3/04 Fabricac;ao de casas pré-moldadas de concreto
2330-3/05 Preparacáo de massa de concreto e argamassa para construcáo
2330-3/99 Fabricac;ao de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes

2341-9/00 Fabricac;ao de produtos cerámicos refratários

2342-7/01 Fabricac;ao de azulejos e pisos

466
CNAE
2342-7/02 Fabricacáo de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na ccnstrucáo, exceto azulejos e pisos
2391-5/01 a
Britamento de pedras, exceto associado extracáo
2391-5/02 a
Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado extracáo
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras

2451-2/00 Fundicáo de ferro e aco

2511-0/00 Fabricacáo de estruturas metálicas

2512-8/00 Fabricacáo de esquadrias de metal


2521-7/00 Fabricacáo de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central

2522-5/00 Fabricac;ao de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para veículos

2539-0/00 Servic;os de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais

2542-0/00 Fabricac;ao de artigos de serralheria, exceto esquadrias

2592-6/01 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal padronizados


2592-6/02 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados
2593-4/00 Fabrícacáo de artigos de metal para uso doméstico e pessoal

2640-0/00 Fabricacáo de aparelhos de recepcáo, reproducáo, gravacáo e amplifícacáo de áudlo e vídeo

2740-6/01 Fabrícacáo de lampadas


2740-6/02 Fabricacáo de luminárias e outros equipamentos de llumlnacáo

2751-1/00 Fabricacáo de fogóes, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico, pecas e acessórios
2790-2/01 Fabricacáo de eletrodos, contatos e outros artigos de carváo e grafita para uso elétrico, eletrofrnás e isoladores
2790-2/02 Fabricac;ao de equipamentos para sinalizacáo e alarme
2790-2/99 Fabricacáo de outros equipamentos e aparelhos elétricos nao especificados anteriormente

2813-5/00 Fabricacáo de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios


2814-3/01 Fabricacáo de compressores para uso industrial, pecas e acessórios
2814-3/02 Fabricac;ao de compressores para uso nao-industrial, pecas e acessórios

2822-4/01 Fabricacño de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pecas e acessórios
2822-4/02 Fabricac;ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas e acessórios

2862-3/00 Fabricacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo, pecas e acessórios

Fabricac;ao de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuario, do couro e de calcados, pecas e


2864-0/00
acessórios

2866-6/00 Fabrícacáo de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pec;as e acessórios


Fabrícacáo de máquinas e equipamentos para uso industrial específico nao especificados anteriormente, pecas e
2869-1/00
acessórios

2920-4/01 Fabricac;ao de caminhóes e ónibus


2920-4/02 Fabricacáo de motores para caminhées e éinibus

2930-1/01 Fabricacáo de cabines, carrocerías e reboques para carninhñes


2930-1/02 Fabricacáo de carrocerias para ónibus
2930-1/03 Fabricacáo de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto carninhóes e ónibus

2944-1/00 Fabrícacáo de pecas e acessórios para o sistema de direcáo e suspensáo de veículos automotores

2945-0/00 Fabricacáo de material elétrico e eletréinico para veículos automotores, exceto baterías
2950-6/00 Recondicionamento e recuperacáo de motores para veículos automotores

3091-1/00 Fabricacáo de motocicletas, pecas e acessórios


3092-0/00 Fabricac;ao de bicicletas e triciclos nao-motorizados, pecas e acessórios

3101-2/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de madeira

467
CNAE Descricáo
3102-1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal

3600-6/01 Captacáo, tratamento e distribuicáo de água


3600-6/02 Distribuicáo de água por caminh5es

3701-1/00 Gestáo de redes de esgoto


3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes

3811-4/00 Coleta de resíduos náo-perigosos

3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

3821-1/00 Tratamento e dispostcáo de resíduos náo-perígosos

3822-0/00 Tratamento e disposicáo de resíduos perigosos

3839-4/01 Usinas de compostagem


3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente

3900-5/00 Descontaminacáo e outros servlcos de gestáo de resíduos


4120-4/00 Construcáo de edificios

4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias


4211-1/02 Pintura para sinallzacáo em pistas rodoviárias e aeroportos

4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calcadas

4221-9/01 Construcáo de barragens e represas para geracáo de energía elétrica


4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de dlstribulcño de energía elétrica
4221-9/03 Manutencáo de redes de distribuicáo de energía elétrica
4221-9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecomunicac;5es
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecomunicac;5es
4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais

4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas


4292-8/02 Obras de montagem industrial

4299-5/01 construcáo de instalacóes esportivas e recreativas


4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente

4312-6/00 Perfurac;5es e sondagens

4313-4/00 Obras de terraplenagem

4319-3/00 Servicos de preparacáo do terreno nao especificados anteriormente

4321-5/00 tnstalacáo e rnanutencáo elétrica


4322-3/01 lnstalacóes hidráulicas, sanitárias e de gás
4322-3/02 lnstalacáo e manutencáo de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilacáo e refrígeracáo
4322-3/03 lnstalacóes de sistema de prevencáo contra incendio

4391-6/00 Obras de fundacóes

4399-1/01 Adrninistracáo de obras


4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias
4399-1/03 Obras de alvenaria
Servicos de operacáo e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e pessoas para uso
4399-1/04
em obras
4399-1/05 Perfuracáo e construcáo de pocos de água
4399-1/99 servicos especializados para construcáo nao especificados anteriormente

4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral


4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/03 Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas nao especificadas anteriormente

468
CNAE
4661-3/00 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e pecas

Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto
4681-8/01
lubrificantes, nao realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio ataca dista de combustíveis de origem mineral em bruto
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes

4682-6/00 Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo


4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papeláo
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria


4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda
4721-1/03 Comércio varejista de latícínios e frios
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes

4741-5/00 Comércio varejista de tíntas e materiais para pintura

4743-1/00 Comércio varejista de vidros

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas


4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, arela, pedra brltada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construcáo nao especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral

4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP)

4922-1/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com ltinerário fixo, intermunicipal, exceto em regiáo metropolitana
4922-1/02 Transporte rodovlárlo coletivo de passagelros, com ltinerário ñxo, lnterestadual
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional

4923-0/01 servíco de táxi


4923-0/02 servíco de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista

4924-8/00 Transporte escolar

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal


Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, interestadual e
4929-9/02
i nternacio na 1
4929-9/03 Organizacáo de excurs5es em veículos rodoviários próprios. municipal
4929-9/04 Organtzacáo de excurs5es em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, municipal


Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e rnudancas, intermunicipal, interestadual e
4930-2/02
i nternacio na 1
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos
4930-2/04 Transporte rodoviário de rnudancas

5012-2/01 Transporte marítimo de longo curso - Carga


5012-2/02 Transporte marítimo de longo curso - Passageiros

5021-1/01 Transporte por navegacáo interior de carga, municipal, exceto travessia


5021-1/02 Transporte por navegacáo interior de carga, intermunicipal, interestadual e internacional, exceto travessia

5030-1/01 Navegacáo de apoio marítimo


5030-1/02 Navegacáo de apoio portuário

5212-5/00 Carga e descarga

5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servlcos relacionados

469
CNAE Descricáo
5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários

5223-1/00 Estaciona mento de veículos

5229-0/01 Servic;:os de apoio ao transporte por táxi, inclusive centra is de chamada


5229-0/02 Servic;:os de reboque de veículos
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente

5231-1/01 Administracáo da infra-estrutura portuária


5231-1/02 Operacñes de terminais

5232-0/00 Atividades de agenciamento marítimo

5239-7/00 Atividades auxiliares dos transportes aquaviários nao especificadas anteriormente

5250-8/01 Comissaria de despachos


5250-8/02 Atividades de despachantes aduaneiros
5250-8/03 Agenciamento de cargas, exceto para o transporte marítimo
5250-8/04 Organizacáo logística do transporte de carga
5250-8/05 Operador de transporte multirnodal - OTM

5310-5/01 Atividades do Correio Nacional


5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional

5320-2/01 Servic;:os de malote nao realizados pelo Correio Nacional


5320-2/02 Servic;:os de entrega rápida

7719-5/01 tocacáo de embarcacóes sem tripulacáo, exceto para fins recreativos


7719-5/02 tocacño de aeronaves sem tripulacño
7719-5/99 l.ocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor
7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes

8011-1/01 Atividades de vigilancia e seguranc;:a privada


8011-1/02 Servic;:os de adestramento de caes de guarda

8012-9/00 Atividades de transporte de valores

8020-0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranc;:a

8030-7/00 Atividades de investigacáo particular

8121-4/00 Lirnpeza em prédios e em domicílios

8122-2/00 lmunizacáo e controle de pragas urbanas


9420-1/00 Atividades de organizacñes sindicais

470
14.3. Formulário CAT- Portaría MPS n. 5.817 /1999

Coaumk~io de addeate de tnbalbo • CAT


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O!mp'egaciar 0Slldea> 0Ml!ICQ O~ou~ot O~pet'<a
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flf'IUU no "122 esa t.t1 rf>
421.J.91.

ACOMUNICA~AOOOACIDEHTEEOBRIGATORIA.MESMONOCASOEMQUfHAOHAJA.AfASTAMEHTOOOTRABALHO
....

Instrucóes de Preenchimento:
Quadro 1 - EMITENTE
1.1 - Informacñes relativas ao EMITENTE

Campo l. Emitente - informar no campo demarcado o dígito que especifica o responsável pela emissáo da CAT, seudo:
empregador;
sindicato;
médico;
segurado ou seus dependentes;
autoridade pública (subitem 1.6.1 da Parte 111).

473
Campo 2. Tipo de CAT - informar no campo demarcado o dígito que especifica o tipo de CAT, sendo:
inicial - refere-se a primeira comunicacáo do acidente ou doenca do trabalho:
reabertura - quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agravamento da lesáo (acidente ou doenca
comunicado anteriormente ao INSS);
comunicacáo de óbito - refere-se a comunicacáo do óbito, e;n decorréncía de acidente do trabalho, ocorrido após a ernissáo
da CAT inicial. Deverá ser anexada a cópia da Certidáo de Obito e, quando houver, do laudo de necropsia.
Obs.: Os acidentes com morte imediata deveráo ser comunicados por CAT inicial.
Campo 3. Razáo Social/Nome - informar a denominacáo da empresa empregadora.

Obs.: Informar o nome do acidentado, quando este for segurado especial.


Campo 4. Tipo e número do documento - informar o código que especifica o tipo de documento, sendo:
CGC/CNPJ - informar o número ou matrícula no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ da en1presa empregadora;
CEI - informar o número de inscricáo no Cadastro Especifico do INSS - CEI, quando o ernpregador for pessoa jurídica
desobrigada de inscricáo no CGC/CNPJ;
CPF - informar o número de inscricáo no Cadastro de Pessoa Física - CPF, quando o empregador for pessoa física;
NIT - informar o Número de Identificacáo do TrabaJhador no INSS - NIT, quando for segurado especial.

Campo S. CNAE - informar o código relativo a atividade principal do estabelecimento, em conformidade com aquela
que determina o Grau de Risco para fins de contribuicáo para os beneficios concedidos em razáo do grau de incidencia da
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientáis do trabalho, O código CNAE (Classificacáo Nacional de Atividade
Económica) encentra-se no documento/cartáo do CNPJ da empresa
Obs.: No caso de segurado especial, o campo poderá ficar em branco.
Campo 6. Enderece - informar o enderece completo da empresa ernpregadora. Informar o enderece do acidentado,
quando tratar-se de segurado especial. O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido de código de área e do
DDD do municipio.
Campo 7. Municipio - informar o município de localizacáo da empresa empregadora. lnformar o município de residencia
do acidentado, quando segurado especial.
Campo 8. UF - informar a Unidade da Federacáo de Iocalizacáo da empresa empregadora. Informar a Unidade da
Federacáo de residencia do acidentado, quando este for segurado especial.
Campo 9. Telefone - informar o telefone da empresa empregadora. Informar o telefone do acidentado, quando segurado
especial. O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido de código da área e do DDD do municipio.
1.2 - Informacñes relativas ao ACIDENTADO
Campo 10. Nome - informar o nome completo do acidentado, sern abreviaturas.
Campo 11. Nome da máe - informar o neme completo da máe do acidentado, sem abreviaturas.
Campo 12. Data de nascimento - informar a data completa de nascimento do acidentado, utilizando a forma (DD/MM/
AAAA).
Campo 13. Sexo - informar o sexo do acidentado usando 1 para sexo masculino e 3 para o sexo feminino,
Campo 14. Estado civil - Informar o código que especifica o estado civil do acidentado, sendo:
Solteiro;
Casado;
Viúvo:

Separado judicialmente;
Outros;
Ignorado (quando o estado civil for desconhecido).
Campo 15. CTPS - informar o número, a série e a data de ernissáo da Carteira Profissional - CP ou da Carteira de
Trabalho e Prevídéncia Social - CTPS.

474
Obs.: No caso de segurado empregado, é obrigatória a especifícacáo do número da CP ou da CTPS.
Campo 16. UF - informar a Unidade da Federacáo de emissáo da CP ou da CTPS.
Campo 17. Remuneracáo mensal - informar a remuneracáo mensa] do acidentado em moeda corren te na data do acidente.
Campo 18. Carteira de identidade - informar o número do documento, a data de emissáo e o órgáo expedidor
Campo 19. UF - informar a Unidade da Federacáo de emissáo da Carteira de Identidade.
Campo 20. PIS/PASEP - informar o número de inscricáo no Programa de Integracáo Social - PIS ou no Programa de
Formacáo do Patrimonio do Servidor Público - PASEP, conforme o caso.
Obs.: No caso de segurado especial e de médico residente, o campo poderá ficar em branco
Campo 21. Enderece do acidentado - informar o enderece completo do acidentado.
Campo 22. Municipio - informar o municipio de residencia do acidentado.
Campo 23. UF - informar a Unidade da Federacáo de residencia do acidentado.
Campo 24. Telefone - informar o telefone do acidentado. O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido
de código de área e do DDD do município.
Campo 25. Nome da ocupacáo - informar o nome da ocupacáo exercida pelo acidentado a época do acidente ou da
doenca.
Campo 26. CBO - informar o código da ocupacáo do Campo 25 do Código Brasileiro de Ocupacáo - CBO. Consulte o
código CBO.
Campo 27. Filia<;iío a Previdéncia Social - informar o tipo de filiacáo do segurado, sendo:
1. Empregado;
2. Trabalhador Avulso;
7. Segurado Especial;
8. médico residente (conforme a Leí n. 8.138/90).
Campo 28. Aposentado? - informar "sim" exclusivamente quando tratar-se de aposentado pelo Regime Geral de
Previdéncia Social - RGPS.
Campo 29. Área - informar a natureza da prestacáo de servico, se urbana ou rural.
1.3 - Informacñes relativas ao ACIDENTE OU DOEN<;:A
Campo 30. Data do acidente - informar a data ern que o acidente ocorreu. No caso de doenca, informar como data do
acidente a da conclusáo do diagnóstico ou a do início da incapacidade laborativa, devendo ser consignada aquela que
ocorrer primeiro. A data deverá ser completa, utilizando quatro dígitos para o ano. Exernplo: 23.11.1998.
Campo 31. Hora do acidente - informar a hora da ocorréncia do acidente, utilizando quatro dígitos (Exemplo: 10:45). No
caso de doenca, o campo deverá ficar em branco.
Campo 32. Após quantas horas de trabalho? - informar o número de horas decorridas desde o inicio da jornada de
trabalho até o momento do acidente. No caso de doenca, o campo deverá ficar ern branco.
Campo 33. Tipo - informar tipo de acidente, 1 para típico, 2 para doenca e 3 para trajeto.
Campo 34. Houve afastamento? - informar se houve ou nao afastamento do trabalho.
Obs.: É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente ou doenca relacionados ao trabalho, ainda
que nao haja afastamento ou incapacidade.
Campo 35. Último día trabalhado - informar a data do último dia em que efetivamente houve trabalho do acidentado,
ainda que a jornada nao tenha sido completa. Exemplo: 23.11.1998.
Obs.: Só preencher no caso de constar 1 (sim) no Campo 33.
Campo 36. Local do acidente - informar o local onde ocorreu o acidente, sendo:
em estabelecimento da empregadora;
em empresa onde a empregadora presta servico:

475
em via pública;
em área rural;

outros.

Obs.: No caso 2, informar o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente ou doenca.
Campo 37. Especificacáo do local do acidente - informar de maneira clara e precisa o local onde ocorreu o acidente
(Exemplo: pátio, rampa de acesso, posto de trabalho, nome da rua etc.).
Campo 38. CGC - este campo deverá ser preenchido quando o acidente, ou doenca ocupacional, ocorrer em empresa
onde a empregadora presta servíco, devendo ser informado o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente ou doenca
(no caso de constar no Campo 35 a opcáo 2.
Campo 39. UF - informar a Unidade da Federacáo onde ocorreu o acidente ou a doenca ocupacional.

Campo 40. Município do local do acidente - informar o norne do municipio onde ocorreu o acidente ou a doenca
ocupacional.
Campo 41. Parte(s) do corpo atingida(s)

para acidente do trabalho: deverá ser informada a parte do corpo diretamente atingida pelo agente causador, seja externa
ou Internamente (vide Tabela 1 );

para doencas profíssionais, do trabalho, ou equiparadas informar o órgáo ou sistema lesionado (vide Tabela 1 ).
Obs.: Deverá ser especificado o lado atingido (direito ou esquerdo), quando se tratar de parte do corpo que seja bilateral.

Campo 42. Agente causador - informar o agente diretamente relacionado ao acidente, podendo ser máquina, equipa mento
ou ferramenta, como urna prensa ou urna injetora de plásticos; ou produtos químicos, agentes físicos ou biológicos como
benzeno, sílica, ruído ou salmonela. Pode ainda ser consignada urna situacáo especifica como queda, choque elétrico,
atropelamento (Tratando-se de acidente do trabaJho - vide Tabela 2, de doencas profissionais ou do trabalho - vide Tabela 3).

Campo 43. Descricáo da situacño geradora do acidente ou doenca - descrever a situacáo ou a atividade de trabalho desenvolvida
pelo acidentado e por outros diretarnente relacionados ao acidente. Tratando-se de acidente de trajeto, especificar o deslocamento
e informar se o percurso foi ou nao alterado ou interrompido por motivos alheios ao trabalho (vide Tabela 4). No caso de doenca
(vide Tabela 3), descrever a aiividade de trabalho, o ambiente ou as condicñes em que o trabalho era realizado.

Obs.: Evitar consignar neste campo o diagnóstico da doenca ou lesáo (Exemplo: indicar a exposicáo continuada a níveis
acentuados de benzeno em funcáo da atividade de pintar motores com tintas contendo solventes orgánicos, e nao
benzenismo).
Campo 44. Houve registro policial? - informar se houve ou nao registro policial. No caso de constar 1 (SIM), deverá ser
encaminhada cópia do documento ao INSS, oportunamente.
Campo 45. Houve morte? - o campo deverá constar SIM sempre que tenha havido morte em tempo anterior ao do
preenchimento da CAT, independentemente de ter ocorrido na hora ou após o acidente.
Obs.: Quando houver morte decorrente do acidente ou doenca, após a emíssáo da CAT inicial, a empresa deverá emitir
CAT para a comunicacáo de óbito. Neste caso, deverá ser anexada cópia da certidáo de óbito.

1.4 - Informacñes relativas as TESTEMUNHAS

Campo 46. Nome - informar o nome completo da testemunha que tenha presenciado o acidente ou daquela que primeiro
tenha tornado ciencia do fato, se111 abreviaturas.

Campo 47. Enderece - informar o enderece completo da testemunha que tenha presenciado o acidente ou daquela que
primeiro tenha tomado ciencia do fato.
Campo 48. Municipio - informar o municipio de residencia da testemunha que tenha presenciado o acidente ou daquela
que primeiro tenha tomado ciencia do fato.
Campo 49. UF - informar a Unidade da Federecáo de residencia da testemunha que tenha presenciado o acidente ou
daquela que primeiro tenha tomado ciencia do fato.
Obs.: Telefone - informar o telefone da testemunha que tenha presenciado o acidente ou daquela que primeiro tenha
tomado ciencia do fato. O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do municipio.
Campo 50. Nome - informar o nome completo da testemunha que tenha presenciado o acidente ou daquela que primeiro
tenha tomado ciencia do fato, sem abreviaturas.

476
Campo 51. Enderece - informar o enderece completo da testemunha que tenha presenciado o acidente ou daquela que
primeiro tenha tomado ciencia do fato.

Campo 52. Município - informar o municipio de residencia da testernunha que tenha presenciado o acidente ou daquela
que primeiro tenha tomado ciencia do fato.

Campo 53. UF - informar a Unidade da Federacáo de residencia da testemunha que tenha presenciado o acidente ou
daquela que primeiro tenha tomado ciencia do fato.

Obs.: Telefone - informar o telefone da testemunha que tenha presenciado o acidente ou daquela que primeiro tenha
tomado ciencia do fato. O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do municipio.

Fechamento do Quadro 1:

Local e data - informar o local e a data da ernissáo da CAT.

Assinatura e carimbo do emitente - no caso da emissáo pelo próprio segurado ou por seus dependentes, fica dispensado
o carimbo, devendo ser consignado o nome legível do emitente ao lado ou abaixo de sua assinatura.

Quadro 11 - ATESTADO MÉDICO


Deverá ser preenchido por profissioual médico, No caso de acidente com morte, o preenchimento é dispensável, devendo
ser apresentada a certidáo de óbito e, quando houver, o laudo de necropsia.
Campo 54. Unidade de atendimento médico - informar o nome do local onde foi prestado o atendimento médico.
Campo 55. Data - informar a data do atendimento. A data deverá ser completa, utilizando-se quatro dígitos para o ano.
Exemplo: 23.11.1998.
Campo 56. Hora - Informar a hora do atendimento utilizando quatro dígitos. Exemplo: 15:10.
Campo 57. Houve internacáo? - informar se ocorreu internacáo do aidentado, devendo preencher a quadrícula no ca1npo
corn dígito 1 para "sim" ou dígito 2 para "nao".
Campo 58. Duracáo provável do tratamento - informar o período provável do tratamento, mesmo que superior a quinze
días.
Campo 59. Deverá o acidentado afastar - se do trabalho durante o tratamento? - informar a necessidade do afastamento
do acidentado de suas atividades laborais, durante o tratamento, devendo preencher a quadrícula no campo com dígito 1
para "sim" ou dígito 2 para "nao".
Campo 60. Descricáo e natureza da lesño - fazer relato claro e suscinto, informando a natureza, tipo da lesáo e/ou quadro
clínico da doenca, citando a parte do corpo atingida, sistemas ou aparelhos (videTabela 5).
Exemplos: a) edema, equimose e limitacño dos movimentos na articulacáo tibio társica direita; b) sinais flogísticos, edema no antebraco
esquerdo e dora movimenracáo da flexáo do punho esquerdo.
Campo 61. Diagnóstico provável - informar, objetivamente, o diagnóstico.
Exemplos: a) entorse tornozelo direito; b) tendinite dos flexores do carpo.
Campo 62. CID - 10 - Classificar conforme a Classificacño Internacional de Doencas - CID- LO.
Exemplos: a) $93.4- entorse e distensáo do tomozelo; b) M65.9- sinovite ou tendinite nao especificada.
Campo 63. Observacñes - citar qualquer tipo de informacño médica adicional, como condicóes patológicas preexistentes, concausas,
se há cornpatibilidade entre o estágio evolutivo das lesóes e a data do acidente declarada, se há recornendacáo especial para permanencia
no trabalho etc.
Obs.: Havendo recomendacáo especial para a permanencia no trabalho, justificar.

Fechamento do Quadro II
Local e data - informar o local e a data do atendimento médico.
Assinatura e carimbo do médico com CRM - deverá ser consignada a assinatura do médico atendente e aposto o seu
carimbo como número de registro junto ao Conselho Regional de Medicina - CRM.

Quadro 111 - INSS - Campos de uso exclusivo do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

477
14.4. Formulário de encaminhamento do trabalhador para o INSS: Requerimento de
Beneficio por Incapacidade

~ PRIVIDtNctASoctAL

REQUERSMENTO DE BENEÁCIO POR INCAPAClDADE

Som: 1.t 0 1 F: E3 GEP:

DOC. INSCRS~O • (W • S4rio~


Emdo CM lil Sohloo TEM OUTRA ATMDADE COM
VINCULA~O Á PREVlcEMClA SOOAL
?
a o.M¡/!)M)< Osm 1 ONóo

ASSINATURAOO REQUERENT'E _

NOJ.'.E OOPROCUAAOOROU '-----------------------~


CURADOR:

EMOERE((O'

IWAJAV,

COUPL!M!'fTO '--------------'

CI>: ~---------~

OATAHMC. OATANACC.

LOCAl.llAD!' '-----------' DATA: '---------'

Aliíilll\lll bO ltl!lP&illVtt 1! CAltiílObOcoc DO\ !lílilll!ll

478
14.5. Relatório conclusivo de análise de contestacüo do NTEP - Anexo VIII da 01 INSS/
DIRBEN n. 200/2008

ANEXO VID
ORIENTA(:AO INTERNANº 200 INSM>IRBEN, DE 2519/2008

RELATORIO CONCLUSIVO DE ANÁLJSE DE CONTESfA(;AO DO NEXO TECNICO


EPCDEMIOLÓGICO-NTEP

DATA: IAPS: 1 PT nº:


EMPRF.SA;
CNPJ ICNAE
SEGURAOO:
NB: INIT/PIS

Em atcndimento As oricn~ oontidas nos §§ 6° e 7° do art. 337 do Decreto nº 3.048199, alterado pelo Decreto nº
6.042/07, a Pericia Médica do INSS emite o seguínte parecer:

RESUMO DO EXAME MEDICO-PERICIAL


DER DRE DAT out
DID DI/ CIDpn'ncipol CID secundário
CONSIDERA~ES:
Analisamos os antecedemes médico-periclals do(a)segurado(a). CA T. rtlat6rlos tlou atestados médicos (citar CR1lrl dos
emissoru e datas).nos quais constam que o(a) segurodo(a) é portador(a) de patologia de CID XXX. com data de inicio
dos simomas em XXIXXIXXXX, data de inicio do acomponhamento em XXIXXIXXXX e que esta/ora tnquadroda como
potologiade origem ocupacional.

RESUMO DA CONTESTAyÁO DA EMPRESA


CONSIDERA~ES:

RESUMO DAS CONTRA-RAZOES DO SEGURAOO


CONSIDERA~OES:

PARECER CONCLUSIVO DA PERÍCIA MÉDICA DO INSS


Considerando rtlatório médk» da empresa datada dt XXIXXIXXXX. emitido pelo Dr. i I i i i r. as
I I I i i i i i i

/Is.XX.onde esta registrado CID X.XXX;


Cópio do PCAfSO. dolado de XXIXXIXXXX. emitido por XXXXXXXXXXXXXX. onde consta alttrofao de ;
Cópio do PPRA. datado de XXIXXIXXXXI. emitido por XXXXXXXXXXXXXX. onde consta altertlfiio de :
Conforme a análise de todos os documemosacima cilados. confirmamos que o(a) segurado(a) i portador(a) de patologia
de CID XXXX. que o(a) incapacita para o traba/ha . e que eSIÍl relacionada a sua atlvidade de XXXXXXXXX nesta
empresa.
Ratifica-se conclusilo pericial poro aplicafiío do NTEP. por enquadromento conforme ~creto n" 6.042. art: 337 e
opinamos pelo INDEFER/MENTO da contestafli.o do NTEP. Confirmamosa manWenfiío de espicie do be11tficio como
auxílio-doenf(l acidentário (891).

Encaminhe-sc ao setor administrativo da APS para ciencia do interessado e do scgumdo.

Assinatura e carimbo do Perito Médico

479
14.6. Modelo de Ofício de (Deferimento/lndeferimento)da Contestaciio para a Empresa -
Anexo 111 da 01 INSS/DIRBENn. 200/2008

ANEXO ID
ORIENTA(;ÁO INTERNA Nº 200 IN~IRBEN, DE 2519/2008

MODELO DE OFÍCIO DE (DEFERIMENTO/INDEFERIMENTO) DA CONTESf A(;ÁO


PARA A EMPRESA

Ofitio nº

Lotal e data

Ao Senhor(a):
(Nome)
(Cargo)
(Nome da Empresa/CNPJ)
(Endereco)
(Cidade/&tado)

Ref.: Contestacáo do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário

Prezado(a) Senhor(a).

Informarnos que seu requerimento de comessacao da aplicacáo do Nexo Técnico


Epidemiológico Previdenciário (NTEP) protocolizado nesta Agéncia da Previdéncia Social-APS sob o
nº SIPPS XXXXXXXX, foi (deferido/indeferido), após ser analisado pela Pericia Médica desta
Institui~o. pelas seguintes razóes:

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~nJ>.~.
.

Dessa decisáo cabera ínterposicao de recurso ao Conselho de Recursos da Previdéncia


Social-CRPS, junto a esta APS, no prazo de trinta dias após o recebimento deste Oficio, de acordo
com a Instru~ Normativa nº 31 IN SS/PRES, de l O de setembro de 2008.

Atenciosamente,

(Nome- Matricula Siape)


(cargo)
(enderece)
(telefone)

480
14. 7. Modelo de Oficio de Abertura de Prazo para Contrarraziies do Segurado -Anexo 1 da
Ol INSS/DIRBENn. 200/2008

ANEXOI
ORIENTA(;AO INTERNANº 200 INSS/DIRBEN, DE 251912008

MODELO DE OFICIO DE ABERTURA DE PRAZO PARA CONTRA-RAZOES DO


SEGURADO

Oficio nº

Local e data

Ao Senhor(a):
Nome do(a) Segurado(o)
NIT:
NB:
(Enderece)
(Cidade/Estado)

Ref.: Contestacso do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário

Prezado(a) Senhor(a).

lnfonnamos que foi protocolado no Sistema Integrado de Protocolo da Previdéncia


Social-SIPPS nº XXXXXXXX. requerimento de contestacáo da apli~o do Nexo Técnico
Epidemiológico Previdenciário (NTEP), pela empresa XXXXXX CNPJ nº
XXXXXXX, em I I .

É facultado a V .Sa. o prazo de quinze días, a partir da data de recebimento deste Oficio.
para que apresente, a seu critério, comra-razóes em defesa da manutencáo do NTEP.juntamente coma
respectiva documentacáo probatória de suas alegacóes.

Encontra-se a sua disposicáo wna cópia da documentaeáo apresentada pela empresa,


conforme dispóe o art. 7° § 4° da lnstru~ Normativa nº 31/INSS/PRES, de 1 O de setembro de 2008.

Atenciosamente,

(Nome - Matrícula Siape)


(cargo)
(enderece)
(telefone)

481
14.8. Relatório conclusivo de análise de contestaciio do Nexo TécnicoEpidemiológico -
NTEP -Anexo VII da OI INSS/DIRBENn. 200/2008

ANEXO VII
ORIENTA(;AO INTERNANº 200 INSM>IRBEN, DE 2S/9noos

RELATÓRIO CONCLUSIVO DE ANÁLISE DE CONTESf A~ÁO DO NEXO TÉCNICO


EPIDEMIOLÓGICO-NTEP

DATA: IAPS: 1 PT n":


EMPRESA:
CNPJ ICNAE
SEGURA 00:
NB: INlT/PlS

Em atcndimcnto as oricn~ oontidas nos §§ 6° e 7" do art. 337 do Decreto n" 3.048199, alterado pelo Decreto nº
6.042/07, a Pericia Médica do INSS emite o scguintc parecer:

RESUMO DO EXAME MÉDICO.PERJCJAL


DER DRE DAT DCff
DID DI/ CID principal CID secundário
CONSIDERA<;ÓES:
Anolisamos os antecedentes médico-perictals do(a)segurado(a). CAT. relatórios e/ou atestados médicos (citar CRM dos
emis:soru e datas), nos quais constam qllt' o(a)segurado(a) i portador(a)de potologia de CID XXX com data de inicio
dos sintomas em XXIXXIXXXX. data de inicio do acomponhamento em XX/XX/XXXX e que esta /ora enquodroda como
potologia de origem ocupacional.

RESUMO DA CONTESTA<;ÁO DA EMPRESA


CONSIDERA<;ÓES:

RESUMO DAS CONTRA-RAZÓES 00 SEGURADO


CONSIDERA<;OES:

PARECER CONCLUSIVO DA PERÍCIA MÉDICA 00 INSS


Considerando relatório médico da empresa datado de XXIXX/XXXX. emitido pelo Dr.XXXXXXXXXXXXX. as jls.XX. onde
esta registrado CID XXXX:
Cópia do PCMSO. datado de XXIXXIXXXX. emitidopor XXIXXIXXXX. onde consta altera9iiode ;
Cópia do PPRA, datado de XXIXXIXXXX.emitido por :r ..-¡. ~ .. r -.., :r :r :r :r·-.. :r r. onde consta altera~ de
r r ;
Con.formea análise de todos os documentos aclma citados. conjirma.mosque o(a) segurado(a) i portador{a) de potologia
de CID xxxx. que o(a) incapacita para o trabalbo, e que nao esta relacionada a SUD atlvitlode de xxxxxxxx nesta
em~sa:
Reti.ftca·se conclusao pericial para niio aplicafiío do NTEP. por nlío enquadramento conforme Decreto n" 6.041. art. 117
e opi11an1os pelo DEFER/AfENTO da contesrafllo do NTEP. Conjirman1osa reall:.09iio de mi/silo médica no SABI para
rransformafiio de espicie do beneficio em auxílio-doenfa prnidenciário (811).

F.ncaminho-sc ao Sctor Administrativo da APS, para ciéncia ao(a) interessado(a) e do(a) segurado(a).

Assinatura e carimbo do Perito Médico

482
14.9. Alíquota Básica do SAT-Rela~iio de Atividades Preponderantes e Correspondentes
Graus de Risco para Fins de Acidente do Trabalho {Anexo V do Decreto n. 3.048/99)

Obs.: Redacáo do Anexo V dada, a contar de 01.06.2007, pelo Decreto n. 6.042/2007 e a contar de 10.9.2009 pelo Decreto n. 6.957/2009.

RELA«;AO DE ATIVIDADES PREPONDERANTES E


CORRESPONDENTES GRAUS DE RISCO
(CONFORME A CLASSIFICA«;AO NACIONAL
DE ATIVIDADES ECONÓMICAS)

(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descri~o entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
0111·3/01 Cultivo de arroz 2% 3%
0111-3/02 Cultivo de milho 2% 3%
0111-3/03 Cultivo de trigo 2% 2%
0111-3/99 Cultivo de outros cereais nao especificados anteriormente 2% 3%
0112-1/01 Cultivo de algodáo herbáceo 2% 3%
0112-1/02 Cultivo de juta 2% 3%
0112-1/99 Cultivo de outras fibras de lavoura temporária nao especificadas anteriormente 2% 3%
0113-0/00 Cultivo de cana-de-acúcar 2% 3%
0114-8/00 Cultivo de fumo 2% 3%
0115-6/00 Cultivo de soja 2% 3%
0116-4/01 Cultivo de amendoim 2% 2%
0116-4/02 Cultivo de girassol 2% 2%
0116-4/03 Cultivo de mamona 2% 3%
0116-4/99 Cultivo de outras oleaginosas de lavoura temporária nao especificadas anteriormente 2% 3%
0119-9/01 Cultivo de abacaxi 2% 2%
0119-9/02 Cultivo de alho 2% 2%
0119-9/03 Cultivo de batata-inglesa 2% 3%
0119-9/04 Cultivo de cebola 2% 2%
0119-9/05 Cultivo de feijao 2% 3%
0119-9/06 Cultivo de mandioca 2% 3%
0119-9/07 Cultivo de rneláo 2% 3%
0119·9/08 Cultivo de melancia 2% 2%
0119-9/09 Cultivo de tomate rasteiro 2% 2%
0119-9/99 Cultivo de outras plantas de lavoura temporária nao especificadas anteriormente 2% 2%
0121·1/01 Horticultura, exceto morango 1% 3%
0121-1/02 Cultivo de morango 1% 3%
0122-9/00 Cultivo de flores e plantas ornamentais 1% 3%
0131-8/00 Cultivo de laranja 2% 3%
0132-6/00 Cultivo de uva 1% 3%
0133-4/01 Cultivo de acaí 1% 1%
0133-4/02 Cultivo de banana 1% 3%
0133-4/03 Cultivo de caju 1% 2%
0133-4/04 Cultivo de cítricos, exceto laranja 1% 3%
0133-4/05 Cultivo de coco-da-baia 1% 3%
0133-4/06 Cultivo de guaraná 1% 3%
0133-4/07 Cultivo de ma~a 1% 3%
0133-4/08 Cultivo de marnáo 1% 2%

483
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

0133-4/09 Cultivo de maracujá 1% 3%

0133·4/10 Cultivo de manga 1% 3%

0133-4/11 Cultivo de péssego 1% 3%


0133-4/99 Cultivo de frutas de lavoura permanente nao especificadas anteriormente 1% 3%
0134-2/00 Cultivo de café 1% 3%
0135-1/00 Cultivo de ca.cau 1% 3%
0139-3/01 Cultivo de chá-da-Indla 1% 3%
0139·3/02 Cultivo de erva-mate 1% 3%
0139·3/03 Cultivo de pimenta-do-reino 1% 3%
0139-3/04 Cultivo de plantas para condimento, exceto pimenta-do-reino 1% 3%
0139·3/05 Cultivo de dende 1% 3%
0139-3/06 Cultivo de seringueira 1% 3%
0139-3/99 Cultivo de outras plantas de lavoura permanente nao especificadas anteriormente 1% 3%
0141-5/01 Produ~ao de sementes certificadas, exceto de forrageiras para pasto 2% 3%
0141-5/02 Producáo de sementes certificadas de forrageiras para formacáo de pasto 2% 3%
0142-3/00 Producáo de mudas e outras formas de propagacáo vegetal, certificadas 2% 2%
0151·2/01 Cria~ao de bovinos para corte 1% 3%
0151·2/02 Cria~ao de bovinos para íette 1% 3%
0151-2/03 Criacáo de bovinos, exceto para corte e leite 1% 3%
0152-1/01 Cria~ao de bufalinos 1% 3%
0152-1/02 Cria~ao de equinos 1% 2%
0152-1/03 Cria~ao de asininos e muares 1% 3%
0153-9/01 Cria~ao de caprinos 1% 3%
0153-9/02 Cria~ao de ovinos, inclusive para producéo de la 1% 3%
0154-7/00 Cria~ao de suínos 1% 3%
0155·5/01 Cria~ao de frangos para corte 1% 3%
0155·5/02 Producáo de pintos de um dia 1% 3%
0155-5/03 Criacáo de outros galináceos, exceto para corte 1% 2%
0155·5/04 Cria~ao de aves, exceto galináceos 1% 2%
0155-5/05 Producáo de ovos 1% 3%
0159-8/01 Apicultura 1% 2%
0159·8/02 Cria~ao de a.nimais de estímacác 1% 3%
0159-8/03 Cria~ao de esca rgó 1% 1%
0159-8/04 Cria~ao de bicho-da-seda 1% 1%
0159-8/99 Cria~ao de outros animais nao especificados anteriormente 1% 2%
0161·0/01 Servico de pulverlzacáo e controle de pragas agrícolas 1% 3%
0161-0/02 Servico de poda de árvores para lavouras 1% 3%
0161·0/03 servíco de preparacéo de terreno, cultivo e colheita 1% 3%
0161-0/99 Atividades de apoio a agricultura nao especificadas anteriormente 1% 3%
0162-8/01 servtco de tnsemínacéo artificial em animais 1% 2%
0162-8/02 servíco de tosquiamento de ovinos 1% 3%
0162-8/03 Servico de manejo de animais 1% 3%
0162·8/99 Atividades de apoio a pecuária nao especificadas anteriormente 1% 3%
0163-6/00 Atividades de pós-colheita 1% 3%
0170-9/00 Caca e servícos relacionados 1% 1%
0210-1/01 Cultivo de eucalipto 2% 3%
0210-1/02 Cultivo de acácia-negra 2% 3%

484
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
0210-1/03 Cultivo de pinus 2% 3%
0210·1/04 Cultivo de teca 2% 3%
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca 2% 2%
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais 2% 3%
0210-1/07 Extra~ao de madeira em florestas plantadas 2% 3%
0210-1/08 Producáo de carváo vegetal - florestas plantadas 2% 3%
0210-1/09 Producáo de casca de acácia-negra - florestas plantadas 2% 2%
0210-1/99 Produ~ao de produtos nao-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas plantadas 2% 3%
0220·9/01 Extra~ao de madeira em florestas nativas 3% 3%
0220-9/02 Producáo de carváo vegetal - florestas nativas 3% 2%
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas 3% 3%
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas 3% 1%
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas 3% 3%
0220-9/06 Conservacáo de florestas nativas 3% 3%
0220-9/99 Coleta de produtos nao-madeireiros nao especificados anteriormente em florestas nativas 3% 3%
0230-6/00 Atividades de apoio il producáo floresta! 2% 3%
0311-6/01 Pesca de peixes em água salgada 2% 3%
0311-6/02 Pesca de crustáceos e moluscos em água salgada 2% 3%
0311-6/03 Coleta de outros produtos marinhos 2% 3%
0311-6/04 Atividades de apoio il pesca em água salgada 2% 2%
0312-4/01 Pesca de peixes em água doce 2% 2%
0312-4/02 Pescade crustáceos e moluscos em água doce 2% 1%
0312-4/03 Coleta de outros produtos aquáticos de água doce 2% 1%
0312-4/04 Atividades de apoio il pesca em água doce 2% 2%
0321-3/01 Cria~ao de peixes em água salgada e salobra 2% 2%
0321-3/02 Cria~ao de camaréies em água salgada e salobra 2% 2%
0321-3/03 Cria~ao de ostras e mexilhéies em água salgada e salobra 2% 3%
0321-3/04 Cria~ao de peixes ornamentais em água salgada e salobra 2% 2%
0321·3/05 Atividades de apoio il aquicultura em água salgada e salobra 2% 2%
Cultivos e semicultivos da aqüicultura em água salgada e salobre nao especificados anterior-
0321-3/99 2% 2%
mente
0322-1/01 Cria~ao de peixes em água doce 2% 3%
0322-1/02 Cria~ao de carnarñes em água doce 2% 2%
0322-1/03 Cria~ao de ostras e mexilhéies em água doce 2% 2%
0322-1/04 Cria~ao de peixes ornamentais em água doce 2% 2%
0322-1/05 Ranicultura 2% 3%
0322-1/06 Cria~ao de jacaré 2% 3%
0322-1/07 Atividades de apoio il aqüicultura em água doce 2% 2%
0322-1/99 Cultivos e semicultivos da aqüicultura em água doce nao especificados anteriormente 2% 3%
0500-3/01 Extra~ao de carváo mineral 2% 3%
0500-3/02 Beneficiamento de carváo minera 1 2% 3%
0600-0/01 Extra~ao de petróleo e gás natural 2% 3%
0600-0/02 Extra~ao e beneficiamento de xisto 2% 3%
0600-0/03 Extracáo e beneficiamento de arelas betuminosas 2% 3%
0710-3/01 Extra~ao de minério de ferro 2% 3%
0710-3/02 Pelottzacáo, sinterizacáo e outros beneficiamentos de minério de ferro 2% 3%
0721-9/01 Extra~ao de minério de alumínio 2% 3%

485
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
0721-9/02 Beneficiamento de minério de aluminio 2% 3%
0722-7/01 Extracáo de minério de estanho 2% 3%
0722-7/02 Beneficiamento de minério de estanho 2% 3%
0723-5/01 Extra~ao de minério de manganés 2% 3%
0723-5/02 Beneficiamento de minério de manganés 2% 3%
0724-3/01 Extra~ao de minério de metais preciosos 2% 3%
0724-3/02 Beneficiamento de minério de metais preciosos 2% 3%
0725-1/00 Extracáo de minerais radioativos 2% 3%
0729-4/01 Extra~ao de minérios de nióbio e titanio 2% 3%
0729-4/02 Extra~ao de minério de tungsténio 2% 3%
0729-4/03 Extracáo de minério de níquel 2% 3%
Extracáo de minérios de cobre, chumbo, zinco e outros minerais metálicos nao-ferrosos nao
0729-4/04 2% 3%
especificados anteriormente
Beneficiamento de minérios de cobre, chumbo, zinco e outros minerais metálicos nao-ferrosos
0729-4/05 2% 2%
nao especificadosanteriormente
0810-0/01 Extra~ao de ardósia e beneficiamento associado 2% 3%
0810·0/02 Extra~ao de granito e beneficiamento associado 2% 3%
0810-0/03 Extra~ao de mármore e beneficiamento associado 2% 2%
0810-0/04 Extracáo de calcário e dolomita e beneficiamento associado 2% 3%
0810·0/05 Extra~ao de gesso e caulim 2% 2%
0810-0/06 Extra~ao de arela, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado 2% 3%
0810-0/07 Extracáo de argila e beneficiamento associado 2% 3%
0810-0/08 Extra~ao de saibro e beneficia mento associado 2% 3%
0810-0/09 Extra~ao de basalto e beneficiamento associado 2% 3%
0810-0/10 Beneficiamento de gesso e caulim associado a extracáo 2% 1%
0810-0/99 Extra~ao e britamento de pedras e outros materia is para construcáo e beneficiamento associado 2% 3%
0891-6/00 Extra~ao de minarais para fabrícacáo de adubos, fertilizantes e outros produtos químicos 2% 3%
0892-4/01 Extracáo de sal marinho 2% 3%
0892-4/02 Extracáo de sal-gema 2% 3%
0892-4/03 Refino e outros tratamentos do sal 2% 3%
0893-2/00 Extracáo de gemas (pedras preciosas e semipreciosas) 2% 3%
0899-1/01 Extra~ao de grafita 2% 3%
0899-1/02 Extra~ao de quartzo 2% 3%
0899-1/03 Extra~o de amianto 2% 3%
0899-1/99 Extra~ao de outros minerais nao-metálicos nao especificados anteriormente 2% 3%
0910-6/00 Atividades de apoto a extracác de petróleo e gás natural 2% 3%
0990-4/01 Atividades de apoio a extracáo de minério de ferro 2% 3%
0990-4/02 Atividades de apoio a extracáo de minerais metálicos nao-ferrosos 2% 3%
0990-4/03 Atividades de apoio a extracáo de minerais nao-metálicos 2% 3%
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos 3% 3%
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos 3% 3%
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos 3% 3%
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos 3% 3%
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos 3% 3%
1012-1/01 Abate de aves 3% 3%
1012-1/02 Abate de pequenos animais 3% 3%
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos 3% 3%

486
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato 3% 3%
1013-9/01 Fabrica~ao de produtos de carne 3% 3%
1013-9/02 Preparacáo de subprodutos do abate 3% 3%
1020-1/01 Preservacáo de peixes, crustáceos e moluscos 2% 3%
1020-1/02 Fabrica~ao de conservas de peixes, crustáceos e moluscos 2% 3%
1031-7/00 Fabrtcacáo de conservas de frutas 2% 3%
1032-5/01 Fabrica~ao de conservas de palmito 2% 2%
1032·5/99 Fabrica~ao de conservas de legumes e outros vegetais, exceto palmito 2% 3%
1033-3/01 Fabrica~ao de sucos concentrados de frutas, hortalicas e legumes 2% 3%
1033-3/02 Fabrica~ao de sucos de frutas, hortaíicas e legumes, exceto concentrados 2% 3%
1041-4/00 Fabrica~ao de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho 2% 3%
1042-2/00 Fabrtcacáo de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho 2% 3%
1043-1/00 Fabrica~ao de margarina e outras gorduras vegetais e de óleos náo-comestíveis de anima is 2% 2%
1051-1/00 Prepara~ao do leite 2% 3%
1052-0/00 Fa brícacáo de laticín ios 2% 3%
1053-8/00 Fabrica~ao de sorvetes e outros gelados comestiveis 2% 2%
1061·9/01 Beneficiamento de arroz 2% 3%
1061-9/02 Fabrica~ao de produtos do arroz 2% 3%
1062-7/00 Moagem de trigo e fabrícacáo de derivados 2% 3%
1063·5/00 Fabrica~ao de farinha de mandioca e derivados 2% 3%
1064-3/00 Fabrica~ao de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho 2% 3%
1065-1/01 Fabrica~ao de amidos e féculas de vegetáis 2% 3%
1065-1/02 Fabrica~ao de óleo de milho em bruto 2% 3%
1065-1/03 Fabrica~ao de óleo de milho refinado 2% 3%
1066-0/00 Fabrica~ao de alimentos para animais 2% 3%
1069-4/00 Moagem e tabrtcacáo de produtos de origem vegetal nao especificados anteriormente 2% 3%
1071·6/00 Fabrica~ao de acúcer em bruto 3% 3%
1072-4/01 Fabricacáo de acúcar de cana refinado 3% 3%
1072-4/02 Fabrica~ao de acúcar de cereais (dextrose) e de beterraba 3% 3%
1081-3/01 Beneficiamento de café 2% 3%
1081-3/02 Iorrefacáo e moagem de café 2% 3%
1082·1/00 Fabrica~ao de produtos a base de café 2% 2%
1091-1/00 Fabrtcacáo de produtos de paniñcacáo 2% 3%
1092-9/00 Fabrica~ao de biscoitos e bolachas 2% 3%
1093-7/01 Fabrica~ao de produtos derivados do cacau e de chocolates 2% 3%
1093-7/02 Fabricacáo de frutas cristalizadas, balas e semelhantes 2% 3%
1094-5/00 Fabrica~ao de massas alimenticias 2% 3%
1095-3/00 Fabrica~ao de especiarias, molhos, temperos e condimentos 2% 3%
1096-1/00 Fabrica~ao de alimentos e pratos prontos 2% 3%
1099-6/01 Fabrica~ao de vinagres 2% 3%
1099·6/02 Fabrtcacáo de pós alimenticios 2% 2%
1099-6/03 Fabrica~ao de fermentos e leveduras 2% 1%
1099·6/04 Fabrica~ao de gelo comum 2% 3%
1099-6/05 Fabrtcacáo de produtos para infusáo (chá, mate, etc.) 2% 3%
1099-6/06 Fabrica~ao de adocantes naturais e artificiais 2% 3%
1099-6/99 Fabrica~ao de outros produtos alimenticios nao especificados anteriormente 2% 3%
1111·9/01 Fabricacáo de aguardente de cena-de-acúcer 2% 3%

487
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

1111-9/02 Fabricacáo de outras aguardentes e bebidas destiladas 2% 3%


1112-7/00 Fabrica~ao de vinho 2% 3%
1113·5/01 Fabrica~ao de malte, inclusive malte uísque 2% 3%
1113-5/02 Fabricacáo de cervejas e chopes 2% 3%
1121·6/00 Fabrica~ao de águas envasadas 2% 3%
1122·4/01 Fabrica~ao de refrigerantes 2% 3%
1122-4/02 Fabrica~ao de chá mate e outros chás prontos para consumo 2% 3%
1122-4/03 Fabrica~ao de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas 2% 3%
1122-4/99 Fabrica~ao de outras bebidas nao-alcoólicas nao especificadas anteriormente 2% 3%
1210-7/00 Processamento industrial do fumo 3% 3%
1220-4/01 Fabrtcacéo de cigarros 3% 2%
1220-4/02 Fabrica~ao de cigarrilhas e charutos 3% 3%
1220-4/03 Fabricacáo de filtros para cigarros 3% 3%
1220-4/99 Fabrica~ao de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos 3% 3%
1311-1/00 Preparacéo e fia~ao de fibras de algodao 2% 3%
1312-0/00 Preparacáo e fia~ao de fibras téxteis naturais, exceto algodáo 2% 3%
1313·8/00 Fia~ao de fibras artificiais e sintéticas 2% 3%
1314-6/00 Fabrica~ao de linhas para costurar e bordar 2% 3%
1321-9/00 Tecelagem de ños de algodáo 2% 3%
1322-7/00 Tecelagem de fios de fibras téxteis naturais, exceto algodáo 2% 3%
1323-5/00 Tecelagem de ños de fibras artiñciats e sintéticas 2% 3%
1330-8/00 Fabricacáo de tecidos de malha 2% 3%
1340·5/01 Estamparía e texturizacáo em fios, tecidos, artefatos téxteise pecas do vestuário 2% 3%
1340-5/02 Alvejamento, tingimento e torcáo em fios, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário 2% 3%
1340-5/99 Out ros servicos de acaba mento em ños, tecidos, artefatos téxteis e pecas do vestuário 2% 3%
1351-1/00 Fabrica~ao de artefatos téxteís para uso doméstico 2% 3%
1352-9/00 Fabrica~ao de artefatos de tapecaria 2% 3%
1353-7/00 Fabricacáo de artefatos de cordoaria 2% 3%
1354·5/00 Fabrica~ao de tecidos especiais, inclusive artefatos 2% 3%
1359·6/00 Fabrica~ao de outros produtos téxteis nao especificados anteriormente 2% 3%
1411-8/01 Confeccáo de roupas íntimas 2% 3%
1411·8/02 Fac~ao de roupas íntimas 2% 1%
1412-6/01 Confec~ao de pecas de vestuárío, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida 2% 3%
1412-6/02 Confeccáo, sob medida, de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas 2% 2%
1412-6/03 Fac~ao de pecas do vestuário, exceto roupas íntimas 2% 3%
1413-4/01 conteccso de roupas profi sstoneís, exceto sob medida 2% 2%
1413-4/02 Confeccáo, sob medida, de roupas profissionais 2% 2%
1413·4/03 Fac~aode roupas profissionais 2% 2%
1414-2/00 Fabrícacáo de acessórios do vestuário, exceto para seguranca e protecáo 2% 3%
1421·5/00 Fabrica~ao de meias 2% 3%
1422-3/00 Fabrica~ao de artigos do vestuário, produzidos em rnalharias e tricotagens, exceto melas 2% 3%
1510-6/00 Curtimento e outras preparacñes de couro 3% 3%
1521-1/00 Fabrica~ao de artigos para viagem, bolsas e semelhantes de qualquer material 2% 2%
1529-7/00 Fabrica~ao de artefatos de couro nao especificados anteriormente 2% 3%
1531-9/01 Fabricacáo de calcados de couro 2% 2%
1531·9/02 Acabamento de calcados de couro sob contrato 2% 3%
1532-7/00 Fabrica~ao de tenis de qualquer material 2% 2%

488
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
1533-5/00 Fabrica~ao de calcados de material sintético 2% 2%
1539-4/00 Fabrica~ao de calcados de materiais nao especificados anteriormente 2% 3%
1540-8/00 Fabrica~ao de partes para calcados, de qualquer material 2% 3%
1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira 2% 3%
1610-2/02 Serrarías sem desdobramento de madeira 2% 3%
1621-8/00 Fabrtcacáo de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada 2% 3%
1622-6/01 Fabrica~ao de casas de madeira pré-fabricadas 2% 3%
Fabrica~ao de esquadrias de madeíra e de pecas de madeira para ínstalacñes industnais e co-
1622-6/02 2% 3%
merciais
1622-6/99 Fabrica~ao de outros artigos de carpintaria para construcáo 2% 3%
1623-4/00 Fabrica~ao de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira 2% 3%
1629-3/01 Fabrica~ao de artefatos diversos de madeira, exceto móveis 2% 3%
Fabrtcacác de artefatos diversos de cernea, bambu, palha, vime e outros materiais trancados,
1629-3/02 2% 1%
exceto móveis

1710-9/00 Fabrica~ao de celulose e outras pastas para a fabricacéo de papel 2% 3%


1721-4/00 Fabrica~ao de papel 2% 3%
1722-2/00 Fabrica~ao de cartolina e papel-cartso 2% 3%
1731-1/00 Fabrica~ao de embalagens de papel 3% 3%
1732-0/00 Fabrica~ao de embalagens de cartolina e papel-cartác 3% 3%
1733-8/00 Fabrica~ao de chapas e de embalagens de papelao ondulado 3% 3%
1741-9/01 Fabrica~ao de formulários continuos 2% 2%
Fabrica~ao de produtos de papel, cartolina, papel cartáo e papeláo ondulado para uso comercial
1741-9/02 2% 3%
e de escritório
1742-7/01 Fabrtcacáo de fraldas descartáveis 2% 3%
1742-7/02 Fabrica~ao de absorventes higlénlcos 2% 3%
Fabrica~ao de produtos de papel para uso doméstico e higiéntco- sanitário nao especificados
1742-7/99 2% 3%
anteriormente
Fabrtcacáo de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartsc e papeláo ondulado
1749-4/00 2% 3%
nao especificados anteriormente
1811-3/01 1 rnpressáo de jornais 2% 3%
1811-3/02 lmpressác de livros, revistas e outras publícacóes periódicas 2% 3%
1812-1/00 rmpressáo de material de seguranca 2% 2%
1813-0/01 lmpresséo de material para uso publicitário 2% 3%
1813-0/99 lmpressác de material para outros usos 2% 2%
1821-1/00 Servicos de oré-trnpressáo 1% 3%
1822-9/00 Servicos de acabamentos gráficos 1% 2%
1830-0/01 Reprodu~ao de som em q ualquer suporte 1% 2%
1830-0/02 Reprodu~ao de vídeo em qualquer suporte 1% 2%
1830-0/03 Reproducáo de software em qualquer suporte 1% 1%
1910-1/00 Coquerias 2% 3%
1921-7/00 Fabrica~ao de produtos do refino de petróleo 2% 3%
1922-5/01 Formula~ao de combustíveis 2% 3%
1922-5/02 Rerrefino de óleos lubrificantes 2% 3%
1922-5/99 Fabrica~ao de outros produtos derivados do petróleo, exceto produtos do refino 2% 3%
1931-4/00 Fabrica~ao de álcool 2% 3%
1932-2/00 Fa brtcacáo de biocombustíveis, exceto á lcool 2% 3%
2011-8/00 Fabrica~ao de cloro e álcalis 2% 2%
2012-6/00 Fabrica~ao de intermediários para fertilizantes 2% 3%

489
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
2013-4/00 Fabricacáo de adubos e fertilizantes 2% 2%
2014-2/00 Fabrica<;ao de gases industriais 2% 2%
2019-3/01 Elaborac;ao de combustíveis nucleares 2% 3%
2019-3/99 Fabrícacáo de outros produtos químicos inorgánícos nao especificados anteriormente 2% 2%
2021·5/00 Fabricac;ao de produtos petroquímicos básicos 2% 3%
2022-3/00 Fabricac;ao de intermediários para plastificantes, resinas e fibras 2% 3%
2029-1/00 Fabrica<;ao de produtos químicos orgánicos nao especificados anteriormente 2% 2%
2031-2/00 Fabricac;ao de resinas termoplásticas 2% 3%
2032-1/00 Fabricac;ao de resinas termofixas 2% 2%
2033-9/00 Fabricacáo de elastómeros 2% 3%
2040-1/00 Fabrtcacéo de fibras artificiais e sintéticas 2% 3%
2051·7/00 Fabricac;ao de defensivos agrícolas 2% 3%
2052-5/00 Fabricacáo de desinfestantes domissanitários 2% 2%
2061-4/00 Fabricac;ao de sabéíes e detergentes sintéticos 2% 3%
2062·2/00 Fabrica<;ao de produtos de limpeza e polimento 2% 3%
2063-1/00 Fabricac;ao de cosméticos, produtos de perfumaría e de higiene pessoal 2% 3%
2071-1/00 Fabrica<;ao de tintas, vernizes, esmaltes e lacas 2% 3%
2072-0/00 Fabrica<;ao de tintas de impressáo 2% 3%
2073-8/00 Fabricacáo de impermeabilizantes, solventes e produtos afins 2% 3%
2091-6/00 Fabrica<;ao de adesivos e selantes 2% 3%
2092-4/01 Fabricac;ao de pólvoras, explosivos e detonantes 2% 3%
2092-4/02 Fabricac;ao de artigos pirotécnicos 2% 2%
2092-4/03 Fabrica<;ao de fósforos de seguranca 2% 3%
2093-2/00 Pabrtcacáo de aditivos de uso industrial 2% 3%
2094-1/00 Fabricacáo de catalisadores 2% 1%
2099-1/01 Fabrica<;ao de chapas, filmes, papéis e outros materia is e produtos químicos para fotografía 2% 2%
2099-1/99 Fabrica<;ao de outros produtos químicos nao especificados anteriormente 2% 3%
2110-6/00 Fabrícacáo de produtos farmoquímicos 2% 3%
2121-1/01 Fabrica<;ao de medicamentos alopáticos para uso humano 2% 3%
2121-1/02 Fabricac;ao de medicamentos homeopáticos para uso humano 2% 2%
2121·1/03 Fabrica<;ao de medicamentos fitoterápicos para uso humano 2% 2%
2122·0/00 Fabrica<;ao de medicamentos para uso veterinário 2% 3%
2123-8/00 Fabrica<;ao de preparacñes farmacéuticas 2% 1%
2211-1/00 Fabricacáo de pneumáticos e de cámaras-de-ar 2% 3%
2212-9/00 Reforma de pneumáticos usados 2% 3%
2219-6/00 Fabrica<;ao de artefatos de borracha nao especificados anteriormente 2% 3%
2221-8/00 Fabricac;ao de laminados planos e tubulares de material plástico 2% 3%
2222-6/00 Fabrica<;ao de embalagens de material plástico 2% 3%
2223-4/00 Fabrícacáo de tubos e acessórios de material plástico para uso na construcáo 2% 3%
2229·3/0l Fabrica<;ao de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico 2% 3%
2229-3/02 Fabrica<;ao de artefatos de material plástico para usos industria is 2% 3%
2229-3/03 Fabrica<;ao de artefatos de material plástico para uso na construcáo, exceto tubos e acessórios 2% 3%
2229·3/99 Fabrica<;ao de artefatos de material plástico para outros usos nao especificados anteriormente 2% 3%
2311-7/00 Fabrica<;ao de vidro plano e de seguranca 1% 3%
2312-5/00 Fabricacáo de embalagens de vidro 1% 3%
2319-2/00 Fabrtcacéo de arngos de vidro 1% 3%
2320-6/00 Fabrica<;ao de cimento 3% 3%

490
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
2330-3/01 Fabrica~ao de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda 3% 3%
2330-3/02 Fa bricacáo de artefatos de cimento para uso na construcáo 3% 3%
2330-3/03 Fabrica~ao de artefatos de fibrocimento para uso na construcáo 3% 2%
2330-3/04 Fabrica~ao de casas pré-moldadas de concreto 3% 3%
2330-3/05 Prepara~ao de massa de concreto e argamassa para construcáo 3% 3%
Fabrtcacáo de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materia is
2330-3/99 3% 3%
semel hantes
2341-9/00 Fabrica~ao de produtos cerámicos refratários 3% 3%
2342-7/01 Fabrica~ao de azulejos e pisos 3% 3%
Fabrica~ao de artefatos de cerámica e barro cozido para uso na construcso, exceto azulejos e
2342-7/02 3% 3%
pisos
2349-4/01 Fabrica~ao de material sanitário de cerámica 3% 3%
2349-4/99 Fabrica~ao de produtos cerámrcos nao-refratários nao especificados anteriormente 3% 3%
2391-5/01 Britamento de pedras, exceto associado a extracáo 2% 3%
2391-5/02 Aparelhamento de pedras para construcáo, exceto associado a extracáo 2% 3%
2391-5/03 Aparelhamento de placas e execucáo de trabalhos em mármore, granito, ardósía e outras pedras 2% 3%
2392-3/00 Fabrica~ao de cal e gesso 2% 3%
2399-1/01 Oecoracáo, lapidacáo, gravacáo, vitriñcacáo e outros trabalhos em cerámica, louca, vid ro e cristal 2% 3%
2399-1/99 Fabrica~ao de outros produtos de minerais nao-metálicos nao especificados anteriormente 2% 3%
2411-3/00 Produ~ao de ferro-gusa 1% 3%
2412-1/00 Producáo de ferroligas 1% 3%
2421-1/00 Produ~ao de semi-acabados de aco 3% 1%
2422-9/01 Produ~ao de lammados planos de aco ao carbono, revestidos ou nao 3% 3%
2422-9/02 Producáo de laminados planos de acos especiais 3% 2%
2423-7/01 Produ~ao de tubos de aco sem costura 3% 3%
2423-7/02 Producáo de laminados longos de aco, exceto tubos 3% 2%
2424-5/01 Producáo de arames de seo 3% 2%
2424-5/02 Produ~ao de relaminados, trefilados e perfilados de aco, exceto arames 3% 3%
2431-8/00 Produ~ao de tubos de aco com costura 2% 3%
2439-3/00 Producáo de outros tubos de ferro e aco 2% 3%
2441-5/01 Produ~ao de aluminio e suas ligas em formas primárias 2% 2%
2441-5/02 Producáo de laminados de aluminio 2% 3%
2442-3/00 Metalurgia dos metais preciosos 2% 2%
2443-1/00 Metalurgia do cobre 2% 2%
2449-1/01 Producáo de zinco em formas primárias 2% 3%
2449-1/02 Producáo de laminados de zinco 2% 3%
2449-1/03 Producáo de soldas e ánodos para galvanoplastia 2% 3%
2449-1/99 Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas nao especificados anteriormente 2% 3%
2451-2/00 Fundicáo de ferro e aco 2% 3%
2452-1/00 Fundi~ao de metáis nao-ferrosos e suas ligas 2% 3%
2511-0/00 Fabrica~ao de estruturas metálicas 2% 3%
2512-8/00 Fabrica~ao de esquadrias de metal 2% 3%
2513-6/00 Fabrtcacáo de obras de caldeiraria pesada 2% 3%
2521-7/00 Fabrica~ao de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central 2% 3%
2522-5/00 Fabrica~ao de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para veículos 2% 3%
2531-4/01 Producáo de forjados de aco 2% 3%
2531-4/02 Producáo de forjados de metais nao-ferrosos e suas ligas 2% 3%

491
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
2532-2/01 Producáo de artefatos estampados de metal 2% 3%
2532-2/02 Metalurgia dopó 2% 3%
2539-0/00 Servicos de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais 2% 3%
2541·1/00 Fabrícacáo de artigos de cutelaria 2% 3%
2542-0/00 Fabricacáo de artigos de serralheria, exceto esquadrias 2% 3%
2543-8/00 Fabrica~ao de ferramentas 2% 3%
2550-1/01 Fabrica~ao de equipamento bélico pesado, exceto veículos militares de combate 2% 3%
2550-1/02 Fabrica<;ao de armas de fogo e muni~oes 2% 3%
2591-8/00 Fabrica<;ao de embalagens metálicas 2% 3%
2592-6/01 Fabricacáo de produtos de trefilados de metal padronizados 2% 3%
2592-6/02 Fabrtcacéo de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados 2% 3%
2593-4/00 Fabrica<;ao de artigos de metal para uso doméstico e pessoal 2% 3%
2599-3/01 Servicos de confeccáo de arrnacñes metálicas para a construcáo 2% 2%
2599-3/99 Fabrica~ao de outros produtos de metal nao especificados anteriormente 2% 3%
2610-8/00 Fabrica~ao de componentes eletrónicos 1% 3%
2621-3/00 Fabrica~ao de equipamentos de informática 1% 2%
2622-1/00 Fabrica~ao de periféricos para equipamentos de informática 1% 2%
2631-1/00 Fabrica~ao de equipamentos transmissores de cornunicacáo, pecas e acessórios 2% 3%
Fabricacáo de aparelhos telefónicos e de outros equipamentos de comunicacáo, pecas e aces-
2632-9/00 2% 3%
sórios
2640-0/00 Fabrica<;ao de aparelhos de recepcáo, reproducáo, gravacáo e ampliñcacño de áudio e vídeo 2% 3%
2651-5/00 Fabrica<;ao de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle 1% 2%
2652-3/00 Fabricacáo de cronómetros e relógios 1% 2%
2660-4/00 Fabrtcacéo de aparelhos eletromédicos e eletroteraoéuncos e equipamentos de irradia<;ao 1% 2%
2670-1/01 Fabrica<;ao de equipamentos e instrumentos ópticos, pecas e acessórios 1% 2%
2670-1/02 Fabricacáo de aparelhos fotográficos e cinematográficos, pecas e acessórios 1% 3%
2680·9/00 Fabrica<;ao de mídias virgens, magnéticas e ópticas 1% 3%
2710-4/01 Fabrica~ao de geradores de corrente continua e alternada, pecas e acessórios 2% 3%
Fabrica~ao de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, pecas
2710-4/02 2% 3%
e acessórios
2710-4/03 Fabrica<;ao de motores elétricos, pecas e acessórios 2% 3%
2721-0/00 Fabrica~ao de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos automotores 2% 3%
2722-8/01 Fabrica~ao de baterias e acumuladores para veículos automotores 2% 3%
2722·8/02 Recondicionamento de baterías e acumuladores para veículos automotores 2% 3%
2731-7/00 Fabrlcacéo de aparelhos e equipamentos para distribui~ao e controle de energía elétrica 2% 3%
2732-5/00 Fabricacáo de material elétrico para instalacóes em circuito de consumo 2% 3%
2733-3/00 Fabrtcacéo de tíos, cabos e condutores elétricos isolados 2% 3%
2740-6/01 Fabrica<;ao de lámpadas 2% 3%
2740-6/02 Fabrica~ao de luminárias e outros equipamentos de iluminacáo 2% 3%
Fabrica~ao de fogóes, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico, pecas e
2751-1/00 3% 3%
acessórios
2759-7/01 Fabrica~ao de aparelhos elétricos de uso pessoal, pecas e acessórios 3% 3%
Fabrica~ao de outros aparelhos eletrodomésticos nao especificados anteriormente, pecas e
2759-7/99 3% 3%
acessórios
Fabrica~ao de eletrodos, contatos e outros artigos de carváo e grafita para uso elétrico, eletroí-
2790-2/01 2% 3%
mas e isoladores
2790-2/02 Fabricacáo de equipamentos para sinalizacáo e alarme 2% 3%
2790-2/99 Fabrica<;ao de outros equipamentos e aparelhos elétricos nao especificados anteriormente 2% 2%

492
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricác entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
2811-9/00 Fabricacáo de motores e turbinas, pecas e acessórios, exceto para aviéíes e veículos rodoviários 2% 2%
2812-7/00 Fabrica~ao de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, pecas e acessórios, exceto válvulas 2% 3%
2813-5/00 Fabrica~ao de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, pecas e acessórios 2% 3%
2814-3/01 Fabrica~ao de compressores para uso industrial, pecas e acessórios 2% 3%
2814-3/02 Fabrica~ao de compressores para uso nao-industrial, pecas e acessórios 2% 3%
2815-1/01 Fabrtcacáo de rolamentos para fins industriais 2% 2%
2815-1/02 Fabrica~ao de equipamentos de transmissáo para fins industriais, exceto rolamentos 2% 3%
Fabrica~ao de tornos industriais, aparelhos e equipamentos náo-elétncos para íostalacóes tér-
2821-6/01 2% 3%
micas, pecas e acessórios
2821-6/02 Fabrica~ao de estufas e tornos elétricos para fins industriais, pecas e acessórios 2% 3%
Fabrica~ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de pessoas, pe-
2822-4/01 2% 3%
cas e acessórios
Fabrica~ao de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevacáo de cargas, pecas
2822-4/02 2% 3%
e acessórios
Fabrtcacáo de máquinas e aparelhos de refrigera~ao e ventilacáo para uso industrial e comercial,
2823-2/00 2% 3%
pe~as e acessórios
2824-1/01 Fabrica~ao de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso industrial 2% 2%
2824-1/02 Fabrica~ao de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso nao-industrial 2% 2%
Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para saneamento básico e ambiental, pecas e acessó-
2825-9/00 2% 2%
ríos
Fabrica~ao de máquinas de escrever, calcular e outros equipamentos náo-eletrónicos para escri-
2829-1/01 2% 2%
torio, pecas e acessórios
Fabrica~ao de outras máquinas e equipamentos de uso geral nao especificados anteriormente,
2829-1/99 2% 3%
pecas e acessórios
2831-3/00 Fabrtcacáo de tratores agrícolas, pecas e acessórios 2% 3%
2832-1/00 Fabrica~ao de equipamentos para irriga~ao agrícola, pecas e acessórios 2% 3%
Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, pecas e acessórios, ex-
2833-0/00 2% 3%
cero para irriga~ao
2840-2/00 Fabrica~ao de máquinas-ferramenta, pecas e acessórios 2% 3%
Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para a prospeccáo e extracáo de petróleo, pecas e
2851-8/00 2% 3%
acessórios
Fabrica~ao de outras máquinas e equipamentos para uso na extracáo mineral, pecas e acessó-
2852-6/00 2% 3%
rios, exceto na extracác de petróleo
2853-4/00 Fabrtcacác de tratores, pecas e acessórios, exceto agrícolas 2% 3%
Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentacáo e construcáo, pecas
2854-2/00 2% 3%
e acessórios, exceto tratores
Fabrica~ao de máquinas para a indústria metalúrgica, pecas e acessórios, exceto máquinas-fer-
2861-5/00 2% 3%
ramenta
Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo, pecas
2862-3/00 2% 3%
e acessórios
2863-1/00 Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para a indústria textil, pecas e acessórios 2% 3%
Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, do couro e de calcados,
2864-0/00 2% 3%
pecas e acessórios
Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para as indústrias de celulose, papel e papeláo e arte-
2865-8/00 2% 3%
fatos, pecas e acessórios
2866-6/00 Fabrica~ao de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, pecas e acessórios 2% 3%
Fabrtcacáo de máquinas e equiparnentos para uso industrial específico nao especificados ante-
2869-1/00 2% 3%
riormente, pecas e acessórios
2910-7/01 Fabrica~ao de automóveis, camionetas e utilitários 2% 3%
2910-7/02 Fabrica~ao de chassís com motor para automóveis, camionetas e utilitários 2% 3%
2910-7/03 Fabrtcacáo de motores para autornóveis, camionetas e utilitários 2% 3%
2920-4/01 Fa bricacáo de caminhéíes e ón ibus 1% 3%

493
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

2920·4/02 Fabricacáo de motores para caminhóes e ónibus 1% 2%


2930·1/01 Fabrica~ao de cabines, carrocerías e reboques para carnlnhées 2% 3%
2930·1/02 Fabrica~ao de carrocerías para ónibus 2% 3%
Fabrícacáo de cabines, carrocerías e reboques para outros veículos automotores, exceto cami-
2930·1/03 2% 3%
nhñes e ónibus

2941-7/00 Fabrica~ao de pecas e acessórios para o sistema motor de veículos automotores 2% 3%


Fabrica~ao de pecas e acessórios para os sistemas de marcha e transmissáo de veículos auto·
2942·5/00 2% 3%
motores
2943-3/00 Fabrica~ao de pecas e acessórios para o sistema de freios de veículos automotores 2% 3%
2944-1/00 Pabrtcacáo de pecas e acessórios para o sistema de direcáo e suspensáo de veículos automotores 2% 3%
2945·0/00 Fabrica~ao de material elétrico e eletrónico para veículos automotores, exceto baterías 2% 3%
2949·2/01 Fabricacáo de bancos e estofados para veículos automotores 2% 3%
Fabrtcacéo de outras pecas e acessórios para veículos automotores nao especificadas anterior-
2949-2/99 2% 3%
mente
2950·6/00 Recondicionamento e recuperacéo de motores para veículos automotores 2% 3%
3011·3/01 Construcáo de ernbarcacóes de grande porte 2% 3%
3011-3/02 Ccnstrucáo de ernbarcacóes para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande porte 2% 3%
3012-1/00 Construcáo de embarcacóes para esporte e lazer 2% 3%
3031-8/00 Fabrícacáo de locomotivas, vagñes e outros materiais rodantes 1% 3%
3032-6/00 Fabrica~ao de pecas e acessórios para veículos ferroviários 1% 3%
3041·5/00 Fabrica~ao de aeronaves 1% 2%
3042-3/00 Fabrica~ao de turbinas, motores e outros componentes e pecas para aeronaves 1% 2%
3050-4/00 Fabrica~ao de veículos militares de combate 2% 2%
3091-1/00 Fabrica~ao de motocicletas, pecas e acessóríos 1% 3%
3092-0/00 Fabricacáo de bicicletas e triciclos nao-motorizados, pecas e acessórios 1% 3%
3099-7/00 Fabrtcacéo de equipamentos de transporte nao especificados anteriormente 1% 3%
3101·2/00 Fabrica~ao de móveis com predominancia de madeira 2% 3%
3102·1/00 Fabricacáo de móveis com predominancia de metal 2% 3%
3103·9/00 Fabrica~ao de móveis de outros materiais, exceto madeira e metal 2% 3%
3104-7/00 Fabricacáo de colchóes 2% 3%
3211-6/01 Lapida~ao de gemas 1% 2%
3211·6/02 Fabrica~ao de artefatos de joalheria e ourivesaria 1% 2%
3211-6/03 Cunhagem de moedas e medalhas 1% 2%
3212-4/00 Fabricacáo de bijuterias e artefatos semelhantes 1% 3%
3220-5/00 Fabrica~ao de instrumentos musicais, pecas e acessórios 1% 3%
3230·2/00 Fabrica~ao de artefatos para pesca e esporte 2% 3%
3240·0/01 Fabrica~ao de jogos eletrónicos 1% 2%
3240-0/02 Fabrica~ao de mesas de bilhar, de si nuca e acessórios nao associada a locacáo 1% 2%
3240·0/03 Fabrlcacáo de mesas de bilhar, de si nuca e acessórios associada a locacáo 1% 2%
3240-0/99 Fabrica~ao de outros brinquedos e jogos recreativos nao especificados anteriormente 1% 3%
Fabrica~ao de instrumentos nao-eletronicos e utensílios para uso médico, cirúrgico, odontológi·
3250-7/01 2% 2%
co e de laboratório
3250·7/02 Fabrícacáo de mobiliário para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório 2% 3%
Fabrica~ao de aparelhos e utensílios para correcáo de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos
3250-7/03 2% 2%
em geral sob encomenda
Fabrica~ao de aparelhos e utensílios para correcéo de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos
3250-7/04 2% 2%
em geral, exceto sob encomenda
3250·7/05 Fabrica~ao de materiais para medicina e odontología 2% 3%
3250-7/06 servicos de prótese dentá ria 2% 2%

494
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
3250-7/07 Fa brícacso de artigos ópticos 2% 3%
3250-7/08 Fabrtcacác de artefatos de tecido nao tecido para uso odonto-médico-hospitalar 2% 2%
3291-4/00 Fabrtcacáo de escovas, pincéis e vassouras 1% 3%
3292-2/01 Fabrtcacáo de roupas de protecáo e seguranca e resistentes a fogo 1% 3%
3292-2/02 Fabrica~ao de equipamentos e acessórios para seguranca pessoal e profissional 1% 3%
3299-0/01 Fabrica~ao de guarda-chuvas e similares 1% 2%
3299-0/02 Fabrica~ao de canetas, lápis e outros artigos para escritório 1% 2%
3299-0/03 Fabrica~ao de letras, letreiros e placas de qualquer material, exceto luminosos 1% 2%
3299-0/04 Fabrica~ao de painéis e letreiros luminosos 1% 3%
3299-0/05 Fabrica~ao de aviamentos para costura 1% 3%
3299-0/99 Fabrica~ao de produtos diversos nao especificados anteriormente 1% 3%
3311-2/00 Manutencáo e reparacáo de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras, exceto para veículos 1% 3%
3312-1/01 Manutencáo e reparacáo de equipamentos transmissores de comunicacáo 1% 2%
3312-1/02 Manutencáo e reparacáo de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle 1% 2%
Manutencáo e repara~ao de aparelhos eletromédicos e eletroterapéutícos e equipamentos de
3312-1/03 1% 1%
irradia~ao
3312-1/04 Manutencáo e reparacéo de equipamentos e instrumentos ópticos 1% 3%
3313-9/01 Manutencáo e reparacéo de geradores, transformadores e motores elétricos 1% 3%
3313-9/02 Manutencác e reparacáo de baterías e acumuladores elétricos, exceto para veiculos 1% 2%
Manutencáo e reparacáo de máquinas, aparelhos e materiais elétricos nao especificados ante-
3313-9/99 1% 3%
riormente
3314-7/01 Manutencáo e reparacño de máquinas motrizes niío-elétricas 1% 1%
3314-7/02 Manutencáo e reparacáo de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, exceto válvulas 1% 3%
3314-7/03 Manutencáo e reparacáo de válvulas industriáis 1% 2%
3314-7/04 Manutencáo e reparacáo de compressores 1% 3%
3314-7/05 Manutencáo e reparacáo de equipamentos de transmissáo para fins industriais 1% 2%
3314-7/06 Manutencáo e reparacáo de máquinas, aparelhos e equipamentos para instalacóes térmicas 1% 3%
Manutencáo e reparacáo de máquinas e aparelhos de refrlgeracáo e venttlacáo para uso indos-
3314-7/07 1% 3%
trial e comercial
Manutencáo e reparacso de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e eleva~ao
3314-7/08 1% 3%
de cargas
Manutencáo e reparacáo de máquinas de escrever, calcular e de outros equipamentos nao-ele-
3314-7/09 1% 3%
trónicos para escritório
Manutencáo e reperacéo de máquinas e equipamentos para uso geral nao especificados ante-
3314-7/10 1% 3%
riormente
3314-7/11 Manutencáo e reperacáo de máquinas e equipamentos para agricultura e pecuária 1% 3%
3314-7/12 Manuténcáo e reparacso de tratores agrícolas 1% 3%
3314-7/13 Manutencáo e repara~o de máquinas-ferramenta 1% 3%
3314-7/14 Manutencáo e reparacáo de máquinas e equipamentos para a prospeccáo e extracáo de petróleo 1% 3%
Manutencáo e reparacáo de máquinas e equipamentos para uso na extracáo mineral, exceto na
3314-7/15 1% 2%
extracáo de petróleo
3314-7/16 Manuten~ao e repa ra~ao de tratores, exceto agrícolas 1% 3%
Manutencáo e reparacáo de máquinas e equipamentos de terraplenagem, pavírnentacáo e cons-
3314-7/17 1% 3%
trucáo, exceto tratores
3314-7/18 Manutencáo e reparacáo de máquinas para a indústria metalúrgica, exceto máquinas-ferramenta 1% 3%
Manutencáo e reparacáo de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas
3314-7/19 1% 3%
e fumo
Manutencáo e reparacáo de máquinas e equipamentos para a indústria textil, do vestuário, do
3314-7/20 1% 2%
couro e calcados
Manutencáo e reparacáo de máquinas e aparelhos para a indústria de celulose, papel e papeláo
3314-7/21 1% 3%
e artefatos

495
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descri(:ao entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

3314-7/22 Manutencáo e reparacáo de máquinas e aparelhos para a indústria do plástico 1% 3%


Manutencáo e reparacáo de outras máquinas e equipamentos para usos industriais nao especi-
3314-7/99 1% 3%
ficados anteriormente

3315-5/00 Manutenc;ao e reparacáo de veículos ferroviários 1% 3%


3316·3/01 Manutencáo e reoaracéo de aeronaves, exceto a rnanutencéo na pista 1% 2%
3316-3/02 Manutencáo de aeronaves na pista 1% 1%
3317-1/01 Manutencáo e reparacáo de embarcacóes e estruturas flutuantes 1% 3%
3317-1/02 Manutencáo e reparacáo de embarcacóes para esportee lazer 1% 2%
3319-8/00 Manutencáo e reparacáo de equipamentos e produtos nao especificados anteriormente 1% 3%
3321·0/00 ínstalacáo de máquinas e equipamentos industriais 2% 3%
3329-5/01 Servicos de montagem de móveis de qualquer material 2% 3%
3329-5/99 tnstalacáo de outros equipamentos nao especificados anteriormente 2% 3%
3511·5/00 Gerac;ao de energia elétrica 2% 3%
3512-3/00 Transmissao de energía elétrica 2% 3%
3513-1/00 Comércio atacadista de energía elétrica 2% 1%
3514-0/00 Dlstribuicáo de energía elétrica 2% 3%
3520-4/01 Producáo de gás; processamento de gás natural 1% 2%
3520-4/02 Distribuicáo de combustíveis gasosos por redes urbanas 1% 2%
3530-1/00 Producáo e dlstribulcáo de vapor, água quente e ar condicionado 1% 2%
3600-6/01 Captacáo, tratamento e distribuicáo de água 2% 3%
3600-6/02 Dlstnbulcéo de água por camínhóes 2% 2%
3701-1/00 Gestao de redes de esgoto 3% 3%
3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestáo de redes 3% 3%
3811-4/00 Coleta de residuos náo-perigosos 3% 3%
3812·2/00 Coleta de residuos perigosos 3% 2%
3821-1/00 Tratamento e dtsposlcáo de residuos náo-perígosos 3% 3%
3822-0/00 Tratamento e disposlcáo de resíduos perigosos 3% 3%
3831-9/01 Recuperacáo de sucatas de alumínio 3% 3%
3831-9/99 Recuperac;ao de materiais metálicos, exceto aluminio 3% 3%
3832-7/00 Recuperac;ao de materiais plásticos 3% 3%
3839-4/01 Usinas de compostagem 3% 3%
3839-4/99 Recuperacáo de materiais nao especificados anteriormente 3% 3%
3900-5/00 Oescontaminac;ao e outros servicos de gestáo de residuos 3% 2%
4110-7/00 tncorpcracáo de empreendimentos imobiliários 2% 3%
4120-4/00 Construcáo de edificios 3% 3%
4211-1/01 Construcáo de rodovias e ferrovias 2% 3%
4211-1/02 Pintura para sinalizacáo em pistas rodoviárias e aeroportos 2% 3%
4212-0/00 Construcéo de obras de arte especiais 2% 3%
4213-8/00 Obras de urbanizacáo - ruas, prac;as e calcadas 2% 3%
4221-9/01 construcso de barragens e represas para gerac;ao de energía elétrica 3% 3%
4221-9/02 Construcáo de estacóes e redes de distribuicáo de energía elétrica 3% 3%
4221-9/03 Manutencáo de redes de distribuicáo de energia elétrica 3% 3%
4221·9/04 Construcáo de estacóes e redes de telecomunicacóes 3% 3%
4221-9/05 Manutencáo de estacñes e redes de telecornunícacóes 3% 3%
Construcáo de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construcñes correlatas, ex-
4222-7/01 3% 3%
ceto obras de írrigacáo

4222-7/02 Obras de irrigac;ao 3% 3%

496
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
4223-5/00 Construcáo de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto 3% 3%
4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais 3% 3%
4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas 3% 3%
4292-8/02 Obras de montagem industrial 3% 3%
4299-5/01 Construcáo de lnstalacées esportivas e recreativas 3% 3%
4299-5/99 Outras obras de engenharia civil nao especificadas anteriormente 3% 3%
4311-8/01 Demolícáo de ediñcios e outras estruturas 2% 3%
4311-8/02 Prepara~ao de canteiro e limpeza de terreno 2% 3%
4312-6/00 Perfuracóes e sondagens 2% 3%
4313-4/00 Obras de terraplenagem 2% 3%
4319-3/00 servtcos de preparacéo do terreno nao especificados anteriormente 2% 2%
4321-5/00 lnstatacáo e manutencáo elétrica 2% 3%
4322-3/01 lnstalacóes hidráulicas, sanitárias e de gás 2% 3%
4322-3/02 tnstelacáo e rnanutencéo de sistemas centrais de ar condicionado, de ventila~ao e refrigera~ao 2% 3%
4322-3/03 tnstalacées de sistema de prevencáo contra incendio 2% 3%
4329-1/01 rnstalacáo de painéis publicitários 2% 2%
4329-1/02 rnstalacáo de equipamentos para ortentacao a navegacáo marítima fluvial e lacustre 2% 2%
lnstalacáo, rnanutencáo e reparacso de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabri-
4329-1/03 2% 2%
ca~ao própria
Montagem e instalacáo de sistemas e equipamentos de ílumlnacáo e sinaliza~ao em vías públi-
4329-1/04 2% 3%
cas, portos e aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vlbracáo 2% 3%
4329-1/99 Outras obras de instalacóes em construcóes nao especificadas anteriormente 2% 3%
4330-4/01 tmpermeablllzacáo em obras de engenharia civil 2% 3%
4330-4/02 tnstalacáo de portas, janelas, tetes, divisórias e armários embutidos de qualquer material 2% 3%
4330-4/03 Obras de acabamento em gesso e estuque 2% 3%
4330-4/04 Servicos de pintura de ediñcios em geral 2% 3%
4330-4/05 Aplica~ao de revestimentos e de resinas em interiores e exteriores 2% 3%
4330-4/99 Outras obras de acabamento da construcáo 2% 3%
4391-6/00 Obras de fundacóes 3% 3%
4399-1/01 Admlnistracáo de obras 3% 3%
4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias 3% 3%
4399-1/03 Obras de alvenaria 3% 3%
Servicos de cperacác e fornecimento de equipamentos para transporte e elevacáo de cargas e
4399-1/04 3% 3%
pessoas para uso em obras
4399-1/05 Perfu ra~ao e construcáo de pocos de água 3% 3%
4399-1/99 Servicos especializados para construcáo nao especificados anteriormente 3% 3%
4511-1/01 Comércio a va rejo de automóveis, camionetas e utilitários novos 2% 2%
4511-1/02 Comércio a va rejo de automóveis, camionetas e utilitários usados 2% 3%
4511-1/03 Comércio por atacado de automóveis, camionetas e utilitários novos e usados 2% 2%
4511-1/04 Comércio por atacado de caminhóes novos e usados 2% 2%
4511-1/05 Comércio por atacado de reboques e semi-reboques novos e usados 2% 3%
4511-1/06 Comércio por atacado de ónibus e mlcroónibus novos e usados 2% 1%
4512-9/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de veículos automotores 2% 2%
4512-9/02 Comércio sob consignacáo de veículos automotores 2% 3%
4520-0/01 servtcos de manutencáo e repara~ao mecánica de veículos automotores 2% 3%
4520-0/02 servicos de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores 2% 3%
4520-0/03 Servicos de manutencáo e reparacáo elétrica de veículos automotores 2% 3%

497
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descri(:ao entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

4520-0/04 Servicos de alinhamento e balanceamento de veículos automotores 2% 2%

4520·0/05 servtcos de lavagem, lubriñcacáo e poli mento de veículos automotores 2% 3%


4520-0/06 Servicos de borracharia para veículos automotores 2% 3%
4520-0/07 Servicos de instalacáo, rnanutencáo e reparacáo de acessórios para veículos automotores 2% 3%
4530-7/01 Comércio por atacado de pecas e acessórios novos para veículos automotores 2% 2%
4530-7/02 Comércio por atacado de pneumáticos e cámaras-de-er 2% 2%
4530-7/03 Comércio a varejo de pecas e acessórios noves para veículos automotores 2% 2%
4530-7/04 Comércio a varejo de pecas e acessórios usados para veículos automotores 2% 2%
4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e cámares-de-ar 2% 2%
Representantes comerciais e agentes do comércio de pecas e acessórios novos e usados para
4530-7/06 2% 2%
veículos automotores
4541·2/01 Comércio por atacado de motocicletas e motonetas 2% 2%
4541-2/02 Comércio por atacado de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas 2% 3%
4541·2/03 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas 2% 3%
4541-2/04 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas usadas 2% 3%
4541-2/05 Comércio a varejo de pecas e acessórios para motocicletas e motonetas 2%
Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas e motonetas, pecas e aces-
4542-1/01 2% 1%
sórios
4542-1/02 Comércio sob consígnacáo de motocicletas e motonetas 2% 2%
4543-9/00 Manutencáo e recaracéo de motocicletas e motonetas 2% 2%
4611-7/00 Representantes comerciais e agentes do comércio de matérias-prlmas agrícolas e animais vivos 2% 3%
Representantes comerciais e agentes do comércio de combustiveis, minerais, produtos slderúr-
4612·5/00 2% 2%
gicos e químicos
4613·3/00 Representantes comercia is e agentes do comércio de madeira, material de construcáo e ferragens 2% 3%
Representantes comerciais e agentes do comércio de máquinas, equipamentos, ernbarcacóes
4614-1/00 2% 2%
e aeronaves
Representantes comerciais e agentes do comércio de eletrodomésticos, móveis e artigos de uso
4615·0/00 2% 2%
doméstico
Representantes comerciais e agentes do comercio de téxteis. vestuário, cekados e artigos de
4616-8/00 2% 1%
viagem
4617-6/00 Representantes comerciais e agentes do comércio de produtos alimenticios, bebidas e fumo 2% 3%
Representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de
4618-4/01 2% 2%
perfumaría
Representantes comerciais e agentes do comércio de instrumentos e materiais odonto-médico-
4618-4/02 2% 2%
-hospítalares
4618-4/03 Representantes comerciais e agentes do comércio de jornais, revistas e outras publicacóes 2% 3%
Outros representantes comerciais e agentes do comércio especializado em produtos nao espe-
4618-4/99 2% 2%
cificados anteriormente
4619-2/00 Representantes comerciáis e agentes do comércio de mercadorias em geral nao especializado 2% 2%
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grao 2% 3%
4622·2/00 Comércio atacadista de soja 2% 3%
4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos 2% 3%
4623-1/02 Comércio atacadista de couros, las, peles e out ros subprodutos nao-comestíveis de origem animal 2% 3%
4623-1/03 Comércio atacadista de algodao 2% 2%
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha nao beneficiado 2% 3%
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau 2% 2%
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas 2% 3%
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal 2% 2%
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e acondtcío-
4623·1/08 2% 3%
namento associada

498
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais 2% 3%

4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas nao especificadas anteriormente 2% 3%

4631-1/00 Comércio atacadista de leite e laticí n ios 2% 3%

4632-0/01 Comércío atacadísta de cereais e leguminosas beneficiados 2% 3%

4632-0/02 Comércio atacadista de farinhas, amidos e féculas 2% 3%

Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas, com an-
4632-0/03 2% 3%
vidade de fracionamento e acondiciona mento associada

4633-8/01 Comércío atacadísta de frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortatícas e legumes frescos 2% 3%
4633-8/02 Comércio atacadista de aves vivas e ovos 2% 2%
4633-8/03 Comercio atacadista de coelhos e outros pequenos animais vivos para altmentacáo 2% 2%
4634-6/01 Comércio atacadista de carnes bovinas e suínas e derivados 1% 3%
4634-6/02 Comércio atacadista de aves abatidas e derivados 1% 3%
4634-6/03 Comércio atacadista de pescados e frutos do mar 1% 3%
4634-6/99 Comércio atacadista de carnes e derivados de outros animais 1% 2%
4635-4/01 Comércio atacadísta de água mineral 1% 3%
4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante 1% 3%
4635-4/03 Comércío atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondícíonamento associada 1% 3%
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas nao especificadas anteriormente 1% 3%
4636-2/01 Comércio atacadista de fumo beneficiado 1% 3%
4636-2/02 Comércío atacadista de cigarros, cigarrilhas e charutos 1% 2%
4637-1/01 Comércio atacadista de café torrado, moído e solúvel 1% 3%
4637-1/02 Comércio atacadista de acúcar 1% 2%
4637-1/03 Comércio atacadísta de óleos e gorduras 1% 2%
4637-1/04 Comércio atacadista de páes, bolos, biscoitos e similares 1% 2%
4637-1/05 Comércio atacadista de massas alimenticias 1% 3%
4637-1/06 Comércío atacadista de sorvetes 1% 2%
4637-1/07 Comércio atacadista de chocolates, confeitos, balas, bombons e semelhantes 1% 3%
Comércio atacadista especializado em outros produtos alimenticios nao especificados anterior-
4637-1/99 1% 3%
mente
4639-7/01 Comércío atacadista de produtos alimenticios em geral 1% 3%
Comércio atacadista de produtos alimenticios em geral, com atividade de fracionamento e acon-
4639-7/02 1% 3%
dicionamento associada
4641-9/01 Comércio atacadista de tecidos 1% 2%
4641-9/02 Comércío atacadista de artigos de cama, mesa e banho 1% 3%
4641-9/03 Comércio atacadista de artigos de armarinho 1% 3%
4642-7/01 Comércio atacadista de artigos do vestuário e acessórios, exceto proñssionais e de seguranca 1% 1%
4642-7/02 Comércio atacadista de roupas e acessórios para uso profissional e de seguranca do trabalho 1% 2%
4643-5/01 Comércio atacadista de calcados 1% 2%
4643-5/02 Comércio atacadista de bolsas, malas e artigos de viagem 1% 1%
4644-3/01 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano 1% 2%
4644-3/02 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso veterinário 1% 2%
Comércío atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, círúrgico, hospitalar e de
4645-1/01 1% 1%
laboratórios
4645-1/02 Comércio atacadista de próteses e artigos de ortopedia 1% 2%
4645-1/03 Comércio atacadista de produtos odontológicos 1% 2%
4646-0/01 Comércío atacadista de cosméticos e produtos de perfumaría 1% 2%
4646-0/02 Comércio atacadista de produtos de higiene pessoal 1% 2%
4647-8/01 Comércio atacadista de artigos de escritório e de papelaria 1% 2%

499
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

4647-8/02 Comércio atacadista de livros, jorna is e outras publ ícacées 1% 3%


4649-4/01 Comércio atacadista de equipamentos elétricos de uso pessoal e doméstico 1% 2%
4649-4/02 Comércio atacadista de aparelhos eletrónicos de uso pessoal e doméstico 1% 3%
4649-4/03 Comércio atacadista de bicicletas, triciclos e outros veículos recreativos 1% 3%
4649-4/04 Comércio atacadista de móveis e artigos de colchoaria 1% 3%
4649-4/05 Comércio atacadista de arrígos de tapecaría: persianas e cortinas 1% 2%
4649-4/06 Comércio atacadista de lustres, luminárias e aba jures 1% 2%
4649-4/07 Comércio atacadista de filmes, CDs, DVDs, titas e discos 1% 1%
4649-4/08 Comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservacáo domiciliar 1% 3%
Comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservacáo domiciliar, com atividade de
4649-4/09 1% 2%
fracionamento e acondiciona mento associada
Comércio atacadista de jóias, relógios e bijuterias, inclusive pedras preciosas e semipreciosas
4649-4/10 1% 1%
lapidadas
Comércio atacadista de outros equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico nao especi-
4649-4/99 1% 2%
ficados anteriormente
4651-6/01 Comércio atacadista de equipamentos de informática 1% 1%
4651-6/02 Comércio atacadista de su primentos para informática 1% 1%
4652-4/00 Comércio atacadista de componentes eletrónicos e equipamentos de telefonía e comunícacáo 1% 1%
Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; partes e
4661-3/00 1% 2%
pec;as
Comércio atacadista de máquinas, equipamentos para terraplenagem, rníneracáo e construcáo:
4662-1/00 1% 3%
partes e pecas
4663-0/00 Comércio atacadista de máquinas e equipamentos para uso industrial; partes e pecas 1% 2%
Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odonto-médico-hospita-
4664-8/00 1% 2%
lar; partes e pecas
4665-6/00 Comércio atacadista de máquinas e equipamentos para uso comercial; partes e pecas 1% 2%
4669-9/01 Comércio atacadista de bombas e compressores; partes e pecas 1% 2%
Comércio atacadista de outras máquinas e equipamentos nao especificados anteriormente; par-
4669-9/99 1% 2%
tes e pec;as
4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados 1% 3%
4672-9/00 Comércio atacadista de ferragens e ferramentas 1% 3%
4673-7/00 Comércio atacadista de material elétrico 1% 2%
4674-5/00 Comércio atacadista de cimento 1% 2%
4679-6/01 Comércio atacadista de tintas, vernizes e similares 1% 2%
4679-6/02 Comércio atacadista de má rmores e granitos 1% 3%
4679-6/03 Comércio atacadista de vidros, espelhos e vitrals 1% 3%
4679-6/04 Comércio atacadista especializado de materia is de construcéo nao especificados anteriormente 1% 2%
4679-6/99 Comércio atacadista de materiais de construcáo em geral 1% 3%
Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo,
4681-8/01 1% 3%
exceto lubrificantes, nao realizado por transportador retalhista (TRR}
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR} 1% 3%
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante 1% 3%
4681-8/04 Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto 1% 2%
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes 1% 2%
4682-6/00 Comércio atacadista de gás liqüefeito de petróleo (GLP) 1% 3%
4683-4/00 Comércio atacadista de defensivos agrícolas, adubos, fertilizantes e corretivos do solo 1% 2%
4684-2/01 Comércio atacadista de resinas e elastómeros 1% 2%
4684-2/02 Comércio atacadista de solventes 1% 3%
4684-2/99 Comércio atacadista de outros produtos químicos e petroquímicos nao especificados anteriormente 1% 3%

500
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
4685-1/00 Comércio atacadista de produtos siderúrgicos e metalúrgicos, exceto para construcáo 1% 3%
4686-9/01 Comércio atacadista de papel e papefáo em bruto 1% 2%
4686-9/02 Comércio atacadista de embalagens 1% 3%
4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papeláo 1% 3%
4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas nao-metálicos, exceto de papel e papelác 1% 3%
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos 1% 3%
4689-3/01 Comércio atacadista de produtos da extracso mineral, exceto combustíveis 1% 2%
4689-3/02 Comércio atacadista de fios e fibras beneficiados 1% 2%
Comércio atacadista especializado em outros produtos intermediários nao especificados ante-
4689-3/99 1% 2%
riormente
4691-5/00 Comércio atacadista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios 1% 2%
4692-3/00 Comércio atacadista de mercadorias em geral, com predominancia de insumos agropecuários 1% 2%
Comércio atacadista de mercadorias em geral, sem predominancia de alimentos ou de insumos
4693-1/00 1% 2%
agropecuários
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominancia de produtos alimenticios -
4711-3/01 2% 3%
hipermercados
Comércio varejista de mercaderías em geral, com predominancia de produtos alimenticios -
4711-3/02 2% 3%
supermercados
Comércio varejista de mercaderías em geral, com predominancia de produtos alimenticios -
4712-1/00 1% 2%
minimercados, mercearias e armazéns
4713-0/01 Lojas de departamentos ou magazines 1% 3%
4713-0/02 Lojas de variedades, exceto lejas de departamentos ou magazines 1% 2%
4713-0/03 Lojas duty free de aeroportos internacionais 1% 2%
4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominancia de producáo própria 1% 3%
4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominancia de revenda 1% 2%
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e fríos 1% 2%
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes 1% 3%
4722-9/01 Comércio varejista de carnes - a~ougues 1% 3%
4722-9/02 Peixaria 1% 2%
4723-7/00 Comércio varejista de bebidas 1% 3%
4724-5/00 Comércio varejista de hortifrutigranjeiros 1% 3%
4729-6/01 Tabacaria 1% 1%
Comércio varejista de produtos alimenticios em geral ou especializado em produtos alimenticios
4729-6/99 1% 2%
nao especificados anteriormente
4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores 1% 3%
4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes 1% 2%
4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura 1% 2%
4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico 1% 3%
4743-1/00 Comércio varejista de vidros 1% 3%
4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas 1% 3%
4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos 1% 3%
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos 1% 2%
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas 1% 3%
4744-0/05 Comércio varejlsta de materiais de construcéo nao especificados anteriormente 1% 3%
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construcáo em geral 1% 3%
4751·2/00 Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática 1% 2%
4752-1/00 Comércio varejista especializado de equipamentos de telefonía e ccrnunícacéo 1% 2%
4753-9/00 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo 1% 2%
4754-7/01 Comércio varejista de móveis 1% 2%

501
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descri~ao entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

4754-7/02 Comércio varejista de artigos de colchoaria 1% 2%

4754-7/03 Comércio varejista de artígos de ilumina~ao 1% 2%

4755-5/01 Comércio varejista de tecidos 1% 2%

4755-5/02 Comercio varejista de artigos de armarinho 1% 2%

4755-5/03 Comercio varejista de artígos de cama, mesa e banho 1% 3%


4756-3/00 Comércio varejista especializado de instrumentos musicais e acessórios 1% 2%
Comércio varejista especializado de pecas e acessórios para aparelhos eletroeletrónicos para uso
4757-1/00 1% 2%
doméstico, exceto informática e comunicacáo
4759-8/01 Comércio varejista de artigos de tapecaría, cortinas e persianas 1% 2%
Comércio varejista de outros artigos de uso pessoal e doméstico nao especificados anterior-
4759-8/99 1% 2%
mente
4761-0/01 Comércio varejista de livros 1% 1%
4761-0/02 Comércio varejista de jornais e revistas 1% 1%
4761-0/03 Comércio varejista de arrígos de papelaria 1% 2%
4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e titas 1% 1%
4763-6/01 Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos 1% 2%
4763-6/02 Comércio varejista de artigos esportivos 1% 1%
4763-6/03 Comércio varejista de bicicletas e triciclos; pecas e acessórios 1% 1%
4763-6/04 Comércio varejtsta de artigos de caca, pesca ecamping 1% 1%
4763-6/05 Comercio varejista de ernbarcacóes e cutres veículos recreativos; pecas e acessórios 1% 2%
4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacéutícos. sem manípulacáo de fórmulas 1% 2%
4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacéuncos, com manipulacáo de fórmulas 1% 2%
4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacéutícos homeopáticos 1% 1%
4771-7/04 Comércio varejista de medicamentos veterinários 1% 3%
4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfuma ria e de higiene pessoal 1% 2%
4773-3/00 Comércio varejista de artigos médicos e ortopédicos 1% 1%
4774-1/00 Comércio varejista de arrígos de óptica 1% 2%
4781-4/00 Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios 1% 2%
4782-2/01 Comércio varejista de calcados 1% 2%
4782-2/02 Comércio varejista de arriges de viagem 1% 1%
4783-1/01 Comércio varejista de artígos de joalheria 1% 1%
4783-1/02 Comércio varejista de artigos de relojoaria 1% 2%
4784-9/00 Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo (GLP} 1% 3%
4785-7/01 Comércio varejista de antigüidades 1% 2%
4785-7/99 Comércio varejista de outros artigos usados 1% 3%
4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos 1% 2%
4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais 1% 3%
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte 1% 1%
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estímacáo 1% 3%
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários 1% 3%
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artificio e artigos pirotécnicos 1% 2%
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório 1% 2%
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem 1% 1%
4789-0/09 Comércio varejista de armas e municóes 1% 2%
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos nao especificados anteriormente 1% 2%
4911-6/00 Transporte ferroviário de carga 1% 3%
4912-4/01 Transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual 1% 3%

502
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
4912-4/02 Transporte ferroviário de passageiros municipal e em regiáo metropolitana 1% 3%
4912-4/03 Transporte metroviário 1% 3%
4921-3/01 Transporte rodoviário coletívo de passageiros, com itinerário fixo, municipal 3% 3%
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em regláo me-
4921-3/02 3% 3%
tropolitana
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto em re·
4922-1/01 3% 3%
giao metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual 3% 3%
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional 3% 3%
4923-0/01 Servic;o de táxi 3% 3%
4923-0/02 Servico de transporte de passageiros - locacáo de automóveis com motorista 3% 3%
4924-8/00 Transporte escolar 3% 3%
4929·9/0l Transporte rodoviário coletivo de passagetros, sob regime de fretamento, municipal 3% 3%
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal, ínte-
4929-9/02 3% 3%
restadual e internacional
4929-9/03 Organizacáo de excursñes em veículos rodoviários próprios, municipal 3% 3%
Organizacáo de excursóes em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e in-
4929·9/04 3% 3%
ternacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros nao especificados anteriormente 3% 2%
4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, municipal 3% 3%
Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanc;as, intermunicipal, ínteres-
4930-2/02 3% 3%
tadual e internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perígosos 3% 3%
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanc;as 3% 3%
4940-0/00 Transporte dutoviário 1% 1%
4950·7/00 Trens turísticos, teleféricos e similares 1% 3%
5011-4/01 Transporte marítimo de cabotagem - Carga 1% 3%
5011-4/02 Transporte marítimo de cabotagem - passageiros 1% 2%
5012·2/01 Transporte marítimo de longo curso - Carga 1% 3%
5012-2/02 Transporte marítimo de longo curso - Passageiros 1% 2%
5021-1/01 Transporte por navegacáo interior de carga, municipal, exceto travessia 1% 3%
Transporte por navegacáo interior de carga, intermunicipal, interestadual e internacional, exceto
5021-1/02 1% 3%
travessia
Transporte por navegacáo interior de passageiros em linhas regulares, municipal, exceto través-
5022-0/01 1% 2%
sia
Transporte por navegacáo interior de passageiros em linhas regulares, intermunicipal, ínteresta-
5022-0/02 1% 2%
dual e internacional, exceto travessia
5030-1/01 Navegac;ao de apoio marítimo 1% 3%
5030-1/02 Navegac;ao de apelo portuário 1% 1%
5091-2/01 Transporte por navegacáo de travessia, municipal 2% 3%
5091-2/02 Transporte por navegacáo de travessia, intermunicipal 2% 3%
5099-8/01 Transporte aquaviário para passeios turísticos 2% 1%
5099·8/99 Outros transportes aquaviários nao especificados anteriormente 2% 1%
5111·1/00 Transporte aéreo de passageiros regular 3% 3%
5112-9/01 Servic;o de táxi aéreo e locacáo de aeronaves com tripulacáo 3% 3%
5112-9/99 Outros servicos de transporte aéreo de passageiros nao-regular 3% 3%
5120-0/00 Transporte aéreo de carga 2% 2%
5130-7/00 Transporte espacial 1% 1%
5211-7/01 Armazéns gerats - emissáo dewarrant 2% 3%

503
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

5211-7/02 Guarda-móveis 2% 2%

5211-7/99 Depósitos de mercaderías para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis 2% 3%


5212-5/00 Carga e descarga 2% 3%
5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e servicos relacionados 1% 3%
5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários 1% 3%
5223-1/00 Estacionamento de veículos 1% 3%
5229-0/01 5ervic;os de apoio ao transporte por táxi, inclusive centrais de chamada 1% 1%
5229-0/02 Servic;os de reboque de veículos 1% 3%
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres nao especificadas anteriormente 1% 3%
5231-1/01 Administracáo da infra-estrutura portuária 1% 2%
5231-1/02 Operac;oes de terminais 1% 3%
5232-0/00 Atividades de agenciamento marítimo 1% 2%
5239-7/00 Atividades auxiliares dos transportes aquaviários nao especificadas anteriormente 1% 3%
5240-1/01 Operacáo dos aeroportos e campos de aterrissagem 1% 2%
Atividades auxiliares dos transportes aéreos, exceto operacáo dos aeroportos e campos de ater-
5240-1/99 1% 3%
rissagem
5250-8/01 Comissaria de despachos 1% 1%
5250-8/02 Atividades de despachantes aduaneiros 1% 3%
5250-8/03 Agencia mento de cargas, exceto para o transporte marítimo 1% 3%
5250-8/04 Organizacáo logística do transporte de carga 1% 3%
5250-8/05 Operador de transporte multimodal - OTM 1% 3%
5310-5/01 Atividades do Correio Nacional 3% 3%
5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional 3% 2%
5320-2/01 Servicos de malote nao realizados pelo Correio Nacional 3% 3%
5320,2/02 servtcos de entrega rápida 3% 3%
5510-8/01 Hotéis 1% 2%
5510-8/02 Apart-hotéis 1% 2%
5510-8/03 Motéis 1% 2%
5590-6/01 Albergues, exceto assistenciais 1% 3%
5590-6/02 Campings 1% 1%
5590-6/03 Pensoes (alojamento} 1% 2%
5590-6/99 Outros alojamentos nao especificados anteriormente 1% 2%
5611-2/01 Restaurantes e similares 1% 2%
5611-2/02 Bares e cutres estabelecimentos especializados em servir bebidas 1% 3%
5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares 1% 3%
5612-1/00 Servic;os ambulantes de alirnentacáo 1% 3%
5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas 1% 3%
5620-1/02 Servic;os de alimentacáo para eventos e recepcóes - bufe 1% 2%
5620-1/03 Cantinas - servícos de aümentacéo privativos 1% 3%
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar 1% 3%
5811-5/00 Edic;ao de livros 1% 2%
5812-3/00 Edic;ao de jornais 1% 2%
5813-1/00 Edic;ao de revistas 1% 3%
5819-1/00 Edic;ao de cadastros, listas e de cutres produtos gráficos 1% 2%
5821-2/00 Edic;ao integrada a lrnpresséo de livros 1% 2%
5822-1/00 Edic;ao integrada a lmpressáo de jornais 1% 2%
5823-9/00 Edic;ao integrada a impressáo de revistas 1% 2%

504
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
5829-8/00 Edic;ao integrada a lmpressáo de cadastros, listas e de outros produtos gráficos 1% 2%
5911-1/01 Estúdios cinematográficos 1% 1%
5911-1/02 Producáo de filmes para publicidade 1% 3%
Atividades de producáo cinematográfica, de vídeos e de programas de televisáo nao especifica·
5911-1/99 1% 1%
das anteriormente
5912-0/01 Servic;os de dublagem 1% 2%
5912·0/02 Servicos de mixagem sonora em produc;ao audiovisual 1% 2%
Atividades de pós-producáo cinematográfica, de vídeos e de programas de televisáo nao espe-
5912·0/99 1% 1%
cificadas anteriormente
5913-8/00 Distribuic;ao cinematográfica, de vídeo e de programas de televísao 1% 1%
5914·6/00 Atividades de exibic;ao cinematográfica 1% 3%
5920·1/00 Atividades de gravacáo de som e de edicáo de música 1% 2%
6010·1/00 Atividades de rádio 1% 1%
6021·7/00 Atividades de tetevisáo aberta 3% 3%
6022-5/01 Programadoras 3% 3%
6022-5/02 Atividades relacionadas a televisáo por assinatura, exceto programadoras 3% 3%
6110·8/01 servícos de telefonía fixa comutada - STFC 2% 2%
6110-8/02 Servic;os de redes de transportes de telecomunicacóes - SRTI 2% 2%
6110·8/03 servtcos de comuntcacáo multimídia - SCM 2% 2%
6110·8/99 Servicos de telecomunicacóes por fio nao especificados anteriormente 2% 3%
6120-5/01 Telefonía móvel celular 2% 2%
6120-5/02 Servic;o móvel especializado - SME 2% 3%
6120·5/99 servicos de telecomunicac;oes sem fio nao especificados anteriormente 2% 1%
6130·2/00 Telecomunicacñes por satélite 2% 1%
6141-8/00 Operadorasde televisáo por assinatura por cabo 2% 3%
6142·6/00 Operadoras de televisáo por assinatura por microondas 2% 2%
6143·4/00 Operadoras de televisáo por assinatura por satélite 2% 3%
6190·6/01 Provedores de acesso as redes de comunícacóes 2% 3%
6190·6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - Voip 2% 2%
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicacñes nao especificadas anteriormente 2% 2%
6201·5/00 Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda 1% 1%
6202·3/00 Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customlzáveis 1% 2%
6203-1/00 Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador náo-customízáveís 1% 1%
6204-0/00 Consultoría em tecnologia da informacáo 1% 2%
6209·1/00 Suporte técnico, rnanutencso e outros servicos em tecnología da informacáo 1% 2%
6311·9/00 Tratamento de dados, provedores de servicos de apllcacáo e servícos de hospedagem na internet 1% 2%
6319·4/00 Portais, provedores de conteúdo e outros servícos de ínformacáo na internet 1% 1%
6391·7/00 Agencias de noticias 1% 2%
6399-2/00 Outras atividades de prestacso de servic;os de inforrnacáo nao especificadas anteriormente 1% 3%
6410·7/00 Banco Central 1% 1%
6421·2/00 Bancos comerciais 3% 2%
6422-1/00 Bancos múltiplos, com carteira comercial 3% 3%
6423-9/00 Caixas económicas 3% 2%
6424-7/01 Bancos cooperativos 1% 1%
6424-7/02 Cooperativas centrais de crédito 1% 1%
6424·7/03 Cooperativas de crédito mútuo 1% 2%
6424-7/04 Cooperativas de crédito rural 1% 1%

505
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descri(:ao entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

6431-0/00 Bancos múltiplos, sem carteira comercial 3% 1%

6432-8/00 Bancos de investimento 1% 1%

6433-6/00 Bancos de desenvolvimento 1% 2%

6434-4/00 Agencias de fomento 1% 1%

6435-2/01 Sociedades de crédito imobiliário 1% 1%

6435-2/02 Associacóes de poupanca e empréstimo 1% 1%


6435-2/03 Companhias hipotecárias 1% 1%
6436-1/00 Sociedades de crédito, ftnanciamento e investimento - ftnanceiras 1% 1%
6437-9/00 Sociedades de crédito ao microempreendedor 1% 1%
6440-9/00 Arrendamento mercantil 1% 1%
6450-6/00 Sociedades de capttalízacáo 1% 3%
6461-1/00 Holdingsde instituicóes ftnanceiras 1% 2%
6462-0/00 Holdingsde instituicóes náo-ñnanceiras 1% 3%
6463·8/00 Outras sociedades de parttcípacso, exceto holdings 1% 2%
6470-1/01 Fundos de investimento, exceto previdenciários e imobiliários 1% 1%
6470-1/02 Fundos de investimento previdenciários 1% 1%
6470-1/03 Fundos de investimento imobiliários 1% 1%
6491-3/00 Sociedades de fomento mercantil - foctoring 1% 1%
6492-1/00 Securitizacáo de créditos 1% 3%
6493-0/00 Adminlstracáo de consórcios para aquisicáo de bens e direitos 1% 2%
6499-9/01 Clubes de investimento 1% 1%
6499-9/02 Sociedades de investimento 1% 1%
6499-9/03 Fundo garantidor de crédito 1% 1%
6499-9/04 Caixas de ftnanciamento de corpcracóes 1% 1%
6499-9/05 Concessáo de crédito pelas Oscip 1% 1%
6499-9/99 Outras atividades de servlcos ftnanceiros nao especificadas anteriormente 1% 1%
6511-1/01 Seg u ros de vida 1% 1%
6511-1/02 Planos de auxílio-funeral 1% 2%
6512-0/00 Seg u ros nao-vida 1% 2%
6520·1/00 Seguros-saúde 2% 1%
6530-8/00 Resseguros 1% 2%
6541-3/00 Previdéncia complementar fechada 1% 1%
6542-1/00 Prevídéncia complementar aberra 1% 1%
6550-2/00 Planos de saúde 2% 2%
6611-8/01 Bolsa de valores 1% 1%
6611-8/02 Bolsa de mercadorias 1% 1%
6611-8/03 Bolsa de mercadorias e futuros 1% 1%
6611·8/04 Adminlstracáo de mercados de balcéo organizados 1% 2%
6612-6/01 Corretoras de títulos e valores mobiliários 1% 1%
6612-6/02 Distribuidoras de títulos e valores mobiliários 1% 1%
6612-6/03 Corretoras de cambio 1% 1%
6612-6/04 Corretoras de contratos de mercadorias 1% 1%
6612-6/05 Agentes de investimentos em apílcacóes ftnanceiras 1% 2%
6613-4/00 Admtnistracáo de cartees de crédito 1% 2%
6619-3/01 Servicos de liquida~ao e custódia 1% 1%
6619-3/02 Correspondentes de tnsntuícóes ftnanceiras 1% 2%
6619-3/03 Representacóes de bancos estrangeiros 1% 1%

506
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descri~ao entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
6619-3/04 Caixas eletrónicos 1% 1%
6619-3/05 Operadoras de cartees de débito 1% 1%
6619-3/99 Outras atividades auxiliares dos servicos financeiros nao especificadas anteriormente 1% 2%
6621-5/01 Peritos e avaliadores de seguros 1% 1%
6621-5/02 Auditoria e consultoria atuarial 1% 1%
6622-3/00 Corretores e agentes de seguros, de planos de previdéncta complementar e de saúde 1% 1%
Atividades auxiliares dos seguros, da prevldéncía complementar e dos planos de saúde nao es-
6629-1/00 1% 2%
pecificadas anteriormente
6630-4/00 Atividades de admíntstracáo de fundos por contrato ou comissáo 2% 2%
6810-2/01 Compra e venda de imóveis próprios 1% 3%
6810-2/02 Aluguel de ímóveis própríos 1% 2%
6821-8/01 Corretagem na compra e venda e avalíacáo de ímóveis 1% 2%
6821-8/02 Corretagem no aluguel de imóveis 1% 2%
6822-6/00 Gestáo e administracño da propríedade imobíliáría 1% 2%
6911-7/01 Servicos advocaticios 1% 1%
6911-7/02 Atividades auxiliares da justi<;a 1% 1%
6911-7/03 Agente de propriedade industrial 1% 1%
6912-5/00 Cartórios 1% 1%
6920-6/01 Atividades de contabilidade 1% 1%
6920-6/02 Atividades de consultoria e auditoria contábil e tributária 1% 2%
7020-4/00 Atividades de consultoria em gestao empresarial, exceto consultoría técnica específica 1% 2%
7111-1/00 servtcos de arquitetura 1% 3%
7112-0/00 Servicos de engenharia 1% 3%
7119-7/01 servtcos de cartografia, topografia e geodésia 1% 2%
7119-7/02 Atividades de estudos geológicos 1% 3%
7119-7/03 Servicos de desenho técnico relacionados a arquitetura e engenharia 1% 2%
7119-7/04 servtcos de perícia técnica relacionados a seguranca do trabalho 1% 1%
7119-7/99 Atividades técnicas relacionadas a engenharia e arquttetura nao especificadas anteriormente 1% 2%
7120-1/00 Testes e análises técnicas 3% 1%
7210-0/00 Pesquisa e desenvolvimento experimental em ciencias físicas e naturais 1% 2%
7220-7/00 Pesquisa e desenvolvimento experimental em ciencias sociais e humanas 1% 1%
7311-4/00 Agencias de publicidade 1% 1%
7312-2/00 Agencia mento de espacos para publicidade, exceto em veículos de comunicacáo 1% 3%
7319-0/01 Cria~ao de estandes para feiras e exposicóes 1% 2%
7319-0/02 Promocáo de vendas 1% 3%
7319-0/03 Marketing direto 1% 3%
7319-0/04 Consultoria em publicidade 1% 2%
7319-0/99 Outras atividades de publicidade nao especificadas anteriormente 1% 2%
7320-3/00 Pesquisas de mercado e de opiniao pública 2% 3%
7410-2/01 Design 1% 3%
7410·2/02 üeccracáo de interiores 1% 3%
7420-0/01 Atividades de producáo de fotografías, exceto aérea e submarina 1% 2%
7420-0/02 Atividades de producáo de fotografias aéreas e submarinas 1% 2%
7420-0/03 Laboratórios fotográficos 1% 2%
7420-0/04 Filmagem de festas e eventos 1% 2%
7420-0/05 Servicos de microfilmagem 1% 3%
7490-1/01 servtcos de tradu~ao, ínterpretacáo e similares 1% 3%

507
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

7490·1/02 Escafandria e mergulho 1% 3%

7490·1/03 servtcos de agronomía e de consultoría as atividades agrícolas e pecuárias 1% 3%


Atividades de intermediacáo e agenciamento de servícos e negócios em geral, exceto imobiliá-
7490·1/04 1% 2%
rios
7490·1/0S Agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas 1% 3%
7490-1/99 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas nao especificadas anteriormente 1% 2%
7500·1/00 Atividades veterinárias 1% 2%
7711·0/00 tocacáo de automóveis sem condutor 1% 2%
7719·5/01 tocacáo de embarcacées sem tripulacáo, exceto para fins recreativos 1% 2%
7719·5/02 tocacáo de aeronaves sem tripulacáo 1% 3%
7719·5/99 tocacáo de outros meios de transporte nao especificados anteriormente, sem condutor 1% 3%
7721-7/00 Aluguel de equipamentos recreativos e esportivos 1% 2%
7722·5/00 Aluguel de fítas de vídeo, DVDs e similares 1% 3%
7723-3/00 Aluguel de objetos do vestuário, jóias e acessórios 1% 2%
7729-2/01 Aluguel de aparelhos de jogos eletrónicos 1% 3%
7729·2/02 Aluguel de móveis, utensílios e aparelhos de uso doméstico e pessoal; instrumentos rnustcats 1% 3%
7729·2/03 Aluguel de material médico 1% 1%
7729-2/99 Aluguel de outros objetos pessoais e domésticos nao especificados anteriormente 1% 3%
7731-4/00 Aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas sem operador 1% 3%
7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construcáo sem operador, exceto andaimes 1% 3%
7732-2/02 Aluguel de andaimes 1% 3%
7733-1/00 Aluguel de máquinas e equipamentos para escritórios 1% 1%
7739-0/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para extracáo de minérios e petróleo, sem operador 1% 1%
7739-0/02 Aluguel de equipamentos científicos, médicos e hospitalares, sem operador 1% 3%
7739·0/03 Aluguel de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes 1% 3%
Aluguel de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais nao especificados anterior-
7739-0/99 1% 3%
mente, sem operador
7740-3/00 Gestao de anvos intangíveis nao-financeiros 1% 1%
7810-8/00 Sele~ao e agenciamento de rnáo de obra 2% 3%
7820-5/00 tocacáo de máo de obra temporária 2% 3%
7830·2/00 Fornecimento e gestáo de recursos humanos para terceiros 2% 2%
7911-2/00 Agencias de viagens 1% 1%
7912-1/00 Operadores turísticos 1% 1%
7990·2/00 servicos de reservas e outros servtcos de turismo nao especificados anteriormente 1% 1%
8011-1/01 Atividades de vigilancia e segu ranca privada 3% 3%
8011-1/02 Servicos de adestramento de caes de guarda 3% 2%
8012-9/00 Atividades de transporte de valores 3% 3%
8020·0/00 Atividades de monitoramento de sistemas de seguranca 2% 3%
8030-7/00 Atividades de lnvesrigacáo particular 3% 2%
8111-7/00 servícos combinados para apoio a edificios, exceto condomínios prediais 3% 3%
8112-5/00 Condomínios prediais 3% 2%
8121·4/00 Limpeza em prédios e em domicílios 3% 3%
8122-2/00 írnuntzacáo e controle de pragas urbanas 3% 3%
8129-0/00 Atividades de limpeza nao especificadas anteriormente 3% 3%
8130·3/00 Atividades paisagísticas 1% 3%
8211·3/00 Servicos combinados de escritório e apoio administrativo 1% 2%
8219-9/01 Fotocópias 1% 1%

508
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
Preparacáo de documentos e servicos especializados de apoio administrativo nao especificados
8219-9/99 1% 3%
anteriormente
8220-2/00 Atividades de teleatendimento 3% 3%
8230·0/0l servícos de organizacáo de feiras, congressos, expostcées e festas 1% 3%
8230-0/02 Casas de festas e eventos 1% 1%
8291·1/00 Atividades de cobrancas e inforrnacñes cadastrais 1% 2%
8292·0/00 Envasa mento e empacotamento sob contrato 2% 3%
8299-7/01 Medi~ao de consumo de energia elétrica, gás e água 1% 3%
8299-7/02 Emissao de vates-alimentacáo, vales-transporte e similares 1% 1%
8299·7/03 servicos de gravacáo de carimbos, exceto confeccáo 1% 2%
8299-7/04 Leiloeiros i ndependentes 1% 2%
8299-7/05 servtcos de levanta mento de fundos sob contrato 1% 2%
8299·7/06 Casas lotéricas 1% 2%
8299-7/07 Salas de acesso a internet 1% 2%
Outras atividades de servícos prestados principalmente as empresas nao especificadas anterior-
8299-7/99 1% 2%
mente
8411·6/00 Adrnmistracáo pública em geral 2% 2%
8412-4/00 Regula~ao das atividades de saúde, educacáo, servícos culturais e outros servlcos sociais 2% 1%
8413-2/00 Regula~ao das atividades económicas 2% 2%
8421·3/00 Rela~oes exteriores 2% 1%
8422-1/00 Defesa 2% 1%
8423-0/00 Justi~a 2% 1%
8424·8/00 Seguran~a e ordem pública 2% 2%
8425-6/00 Oefesa Civil 2% 1%
8430·2/00 Seguridade social obrigatória 2% 1%
8511-2/00 Educa~ao infantil - creche 1% 2%
8512-1/00 Educacáo infantil - pré-escola 1% 1%
8513·9/00 Ensino fundamental 1% 1%
8520·1/00 Ensino médio 1% 1%
8531-7/00 Educacáo superior - graduacáo 1% 1%
8532-5/00 Educa~ao superior - gradua~áo e pós-graduacáo 1% 1%
8533·3/00 Educa~ao superior - pós-graduacáo e extensáo 1% 1%
8541-4/00 Educacáo profissional de nivel técnico 1% 1%
8542-2/00 Educa~ao profissional de nivel tecnológico 1% 2%
8550·3/01 Administracáo de caixas escolares 1% 1%
8550-3/02 Atividades de apoio a educacáo, exceto caixas escolares 1% 2%
8591·1/00 Ensino de esportes 1% 2%
8592·9/0l Ensino de danca 1% 1%
8592-9/02 Ensi no de artes cén icas, exceto da nea 1% 1%
8592·9/03 Ensino de música 1% 1%
8592-9/99 Ensino de arte e cultura nao especificado anteriormente 1% 1%
8593-7/00 Ensino de idiomas 1% 1%
8599-6/01 Forma9ao de condutores 1% 1%
8599-6/02 Cursos de pilotagem 1% 3%
8599·6/03 Treinamento em informática 1% 1%
8599-6/04 Treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial 1% 1%
8599-6/05 Cursos preparatórios para concursos 1% 1%

509
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

8599-6/99 Outras atividades de ensino nao especificadas anteriormente 1% 2%

Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a


8610-1/01 2% 2%
urgencias
Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a ur-
8610-1/02 2% 2%
géncias
8621-6/01 UTI móvel 2% 2%
8621·6/02 servtcos móveis de atendimento a urgencias, exceto por UTI móvel 2% 2%
8622·4/00 servícos de rernocéo de pacientes, exceto os servícos móveís de atendimento a urgencias 2% 2%
8630-5/01 Atividade médica ambulatoria! com recursos para realizacáo de procedimentos cirúrgicos 2% 1%
8630·5/02 Atividade médica ambulatoria! com recursos para realiza~ao de exames complementares 2% 2%
8630-5/03 Atividade médica ambulatoria! restrita a consultas 2% 1%
8630-5/04 Atividade odontológica com recursos para reatízacáo de procedimentos cirúrgicos 2% 1%
8630-5/05 Atividade odontológica sem recursos para realiza~ao de procedimentos cirúrgicos 2% 1%
8630·5/06 servtcos de vacínacéo e imunizacáo humana 2% 1%
8630-5/07 Atividades de reproducáo humana assistida 2% 2%
8630-5/99 Atividades de atencáo ambulatoria! nao especificadas anteriormente 2% 2%
8640-2/01 laboratórios de anatomía patológica e citológica 1% 2%
8640-2/02 laboratórios clínicos 1% 2%
8640·2/03 servícos de diálise e nefrologia 1% 2%
8640-2/04 servícos de tomografía 1% 1%
8640-2/05 Servicos de diagnóstico por imagem com uso de radiacáo ionizante, exceto tomografía 1% 2%
8640-2/06 servtcos de ressonáncía magnética 1% 2%
servicos de diagnóstico por imagem sem uso de radia~ao ionizante, exceto ressonáncia magné-
8640·2/07 1% 1%
tica
8640-2/08 Servicos de diagnóstico por registro gráfico - ECG, EEG e out ros exames análogos 1% 3%
8640-2/09 Servicos de diagnóstico por métodos ópticos - endoscopia e outros exames análogos 1% 2%
8640.2/10 servtcos de quimioterapia 1% 2%
8640-2/11 Servicos de radioterapia 1% 2%
8640-2/12 servícos de hemoterapia 1% 1%
8640-2/13 servicos de htotripsia 1% 1%
8640-2/14 Servicos de bancos de células e tecidos humanos 1% 1%
Atividades de servíccs de comclementacéo diagnóstica e terapéutica nao especificadas ante-
8640·2/99 1% 2%
riormente
8650-0/01 Atividades de enfermagem 1% 1%
8650-0/02 Atividades de profissionais da nutricáo 1% 3%
8650·0/03 Atividades de psicología e psicanálise 1% 1%
8650-0/04 Atividades de fisioterapia 1% 1%
8650-0/05 Atividades de terapia ocupacional 1% 2%
8650·0/06 Atividades de fonoaudiologia 1% 1%
8650-0/07 Atividades de terapia de nutricáo entera) e parenteral 1% 1%
8650·0/99 Atividades de profissionais da área de saúde nao especificadas anteriormente 1% 2%
8660-7/00 Atividades de apoio a gestao de saúde 1% 2%
8690-9/01 Atividades de práticas integrativas e complementares em saúde humana 1% 2%
8690-9/02 Atividades de banco deleite humano 1% 1%
8690-9/99 Outras atividades de atencáo a saúde humana nao especificadas anteriormente 1% 2%
8711-5/01 Clínicas e residencias geriátricas 1% 2%
8711·5/02 lnstitui~oes de longa permanencia para idosos 1% 2%
8711-5/03 Atividades de assísténcia a deficientes físicos, imunodeprimidos e convalescentes 1% 1%

510
(%)Vigente (%)Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010
8711-5/04 Centros de apoio a pacientes com cancere com Aids 1% 3%
8711-5/05 Condominios residenciais para ídosos e deficientes físicos 1% 2%
8712-3/00 Atividades de fornecimento de infra-estrutura de apoio e assisténcia a paciente no domicílio 1% 2%
8720-4/01 Atividades de centros de assisténcla psicossocial 1% 1%

8720·4/99
a
Atividades de asststéncía psicossocial e saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiencia
1% 2%
mental e dependencia química nao especificadas anteriormente
8730-1/01 Orfanatos 1% 2%
8730-1/02 Albergues assistenciais 1% 2%
Atividades de assísréncta social prestadas em residencias coletivas e particulares nao especifica-
8730-1/99 1% 2%
das anteriormente
8800-6/00 servicos de assisténcía social sem alojamento 1% 2%
9001-9/01 Producáo teatral 3% 1%
9001-9/02 Producáo musical 3% 2%
9001-9/03 Producáo de espetáculos de danca 3% 2%
9001-9/04 Producáo de espetáculos circenses, de marionetes e similares 3% 2%
9001-9/05 Produ~ao de espetáculos de rodeios, vaquejadas e similares 3% 3%
9001-9/06 Atividades de sonorízacáo e de Ilurninacáo 3% 1%
9001-9/99 Artes cénicas, espetáculos e atividades complementares nao especificadas anteriormente 3% 3%
9002-7/01 Atividades de artistas plásticos, jornalistas independentes e escritores 3% 1%
9002-7/02 Restaura~ao de obras-de-arte 3% 1%
9003-5/00 Gestáo de espacos para artes cénicas, espetáculos e outras atividades artísticas 3% 3%
9101-5/00 Atividades de bibliotecas e arquivos 1% 2%
9102-3/01 Atividades de museus e de exptoracso de lugares e prédios históricos e atracées similares 1% 1%
9102-3/02 Restauracáo e conservacáo de lugares e prédios históricos 1% 2%
Atividades de jardins botánicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de
9103-1/00 1% 2%
prote~ao ambienta 1
9200-3/01 Casasde bingo 1% 1%
9200-3/02 Exploracáo de apostas em corridas de cavalos 1% 2%
9200-3/99 Explora~ao de jogos de azar e apostas nao especificados anteriormente 1% 1%
9311-5/00 Gestao de ínstatacóes de esportes 1% 2%
9312-3/00 Clubes sociais, esportivos e similares 1% 2%
9313-1/00 Atividades de condicionamento físico 1% 1%
9319-1/01 Produ~ao e promocáo de eventos esportivos 1% 2%
9319-1/99 Outras atividades esportivas nao especificadas anteriormente 1% 2%
9321-2/00 Parques de díverséo e parques temáticos 1% 2%
9329-8/01 Discotecas, danceterias, salces de danca e similares 1% 1%
9329-8/02 Explora~ao de boliches 1% 3%
9329-8/03 Explora~ao de jogos de sinuca, bilhar e similares 1% 1%
9329-8/04 Exploracáo de jogos eletrónicos recreativos 1% 3%
9329-8/99 Outras atividades de recreacáo e lazer nao especificadas anteriormente 1% 2%
9411-1/00 Atividades de organiza~oes associativas patrona is e empresariais 1% 3%
9412-0/00 Atividades de crganizacóes associativas profissionais 1% 3%
9420-1/00 Atividades de organizacóes sindicais 3% 2%
9430-8/00 Atividades de essocíacñes de defesa de direitos sociais 1% 2%
9491-0/00 Atividades de organlzacóes religiosas 1% 2%
9492-8/00 Atividades de organiza~oes políticas 1% 1%
9493-6/00 Atividades de organiza~oes associativas ligadas a cultura e a arte 1% 2%
9499-5/00 Atividades associativas nao especificadas anteriormente 1% 2%

511
(%}Vigente (%}Vigente
CNAE7 Descricáo entre 09/2007 a contar de
e 12/2009 01/2010

9511-8/00 Reparacáo e rnanutencáo de computadores e de equipamentos periféricos 1% 3%


9512-6/00 Reparacéo e manutencáo de equipamentos de comunícacáo 1% 2%
9521-5/00 Repara~ao e manutsncáo de equipamentos eletroeletrónicos de uso pessoal e doméstico 1% 3%
9529-1/01 Reparacáo de calcados, bolsas e artigas de viagem 1% 1%
9529-1/02 Chaveiros 1% 3%
9529-1/03 Repara~ao de relógios 1% 1%
9529-1/04 Reparacáo de bicicletas, triciclos e outros veículos nao-motorizados 1% 3%
9529-1/05 Repara~ao de artigas do mobiliário 1% 2%
9529-1/06 Repara~ao de jóias 1% 2%
Repara~ao e manutencáo de outros objetos e equipamentos pessoais e domésticos nao especi-
9529-1/99 1% 3%
ficados anteriormente
9601-7/01 Lavanderías 1% 3%
9601-7/02 Tinturarias 1% 3%
9601-7/03 Toalheiros 1% 3%
9602-5/01 Cabeleireiros 1% 2%
9602-5/02 Outras atividades de tratamento de beleza 1% 2%
9603-3/01 Gestáo e manutencáo de cemitérios 1% 3%
9603-3/02 servtcos de cremacáo 1% 2%
9603-3/03 Servicos de sepu Ita mento 1% 2%
9603-3/04 Servicos de funerá rías 1% 2%
9603-3/05 servicos de scmatoccnservacáo 1% 3%
9603-3/99 Atividades funerárias e servícos relacionados nao especificados anteriormente 1% 3%
9609-2/01 Clínicas de estética e similares 1% 1%
9609-2/02 Agencias matrimoniais 1% 3%
9609,2/03 Alojamento, higiene e embelezamento de anima is 1% 2%
9609-2/04 Explora~ao de máquinas de servicos pessoais acionadas por moeda 1% 1%
9609-2/99 Outras atividades de servicos pessoais nao especificadas anteriormente 1% 2%
9700-5/00 servicos domésticos - 2%
9900-8/00 Organismos internacionais e outras ínstítuícóes extraterritoriais 1% 1%

512
ACIDENTE
DO TRABALHO

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