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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA

CENTRO DE HUMANIDADES - FÁTIMA


GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO – 35AB – RAI COSTA

SÉRGIO FELIPE SOUSA SAMPAIO

RESUMO
CAPÍTULO 1
Primeiros ensaios de educação – da colônia à independência.

Página (31-55) – dia 15/02

FORTALEZA – CEARÁ
2018
Neste capítulo o período colonial destaca-se três momentos significativos, denominados
pelas autoras como: Soldados de Deus em Terras Selvagens; Tentativa de Intervenção da
Metrópole: do pouco que existe, muito se destrói; e Transferência da Família real: efeitos
circunscritos à sede da Corte.
O primeiro momento se refere à chegada dos primeiros educadores no Brasil, os
jesuítas, liderados por Manoel da Nóbrega chegaram à colônia Brasil em 1549, junto a Tomé de
Sousa, o primeiro governador-geral enviado por Portugal. A principal função dos jesuítas, ao
virem ao Brasil, era evangelizar, catequizar e tornar cristãos os indígenas que habitavam estas
terras, mas para que a catequização fosse realizada, era necessário que os indígenas
aprendessem a língua portuguesa para a leitura de trechos bíblicos e o ensino da prática religiosa
católica. Mas os jesuítas não ensinavam apenas os indígenas, os filhos de colonos,
principalmente dos senhores de engenho, também eram educados por eles. Para oferecer essa
educação, os jesuítas criaram alguns colégios pela colônia, sendo o mais conhecido o Colégio
de São Paulo, em torno do qual foi fundada a cidade de São Paulo de Piratininga, atual São
Paulo.
A educação dos colonos era rígida. A disciplina era duramente cobrada. Em caso de
desobediência a alguma norma ou mesmo no erro de alguma lição, os alunos eram punidos
pelos jesuítas com castigos, muitas vezes físicos. O mais conhecido foi o uso da palmatória, um
instrumento de madeira utilizado para bater na palma da mão dos alunos.
Porém, como a educação tradicional indígena era diferente, baseada na solidariedade e
na cooperação, com os índios mais novos aprendendo com os mais velhos, foram necessárias
algumas mudanças. Nas missões, locais onde os jesuítas habitavam por vezes com milhares de
indígenas, foi necessário em muitos momentos abandonar os castigos físicos. Elas estavam
localizadas em várias localidades da colônia, sendo as mais conhecidas as construídas no Sul, na
fronteira onde estão Paraguai e Argentina.
As missões serviram também para que os jesuítas mudassem os hábitos dos indígenas.
O interesse era que eles passassem a viver de acordo com a cultura europeia: que as famílias
fossem nucleares (pai, mãe e filhos do casal), que eles se fixassem em um local (grande parte
das tribos indígenas era seminômade, vivendo em constante deslocamento) e passassem a adotar
os ritmos e as disciplinas de trabalho que impunham os europeus. Esse processo ficou também
conhecido como aculturação.
Com isso, os jesuítas conseguiram que as missões produzissem para seu próprio
consumo, além de fornecerem excedentes que eram comercializados. Toda essa situação levou
os jesuítas a entrarem em conflitos com os colonos, que tinham interesse na escravização
indígena. As missões serviam como áreas protegidas da ação dos colonos, mas também
resultaram em fonte de força de trabalho para os jesuítas que se enriqueceram com a exploração
dos indígenas.
Além do que era comercializado nas missões, os jesuítas conseguiram acumular fortuna
com a posse de enormes extensões de terras e engenhos. Porém, devido à questões de disputa de
poder com a burguesia (sobrevivência política), no ano de 1759, os jesuítas são expulsos do
Brasil por meio da reforma pombalina, deixando a educação a cargo do Estado.
No segundo momento, chamado de Tentativa de intervenção da Metrópole: do pouco
que existe, muito se destrói se refere a um momento bastante conturbado da história da
educação brasileira, no século XVIII com o advento da filosofia iluminista, sobretudo aquela
que se desenvolveu na França. Portugal, que se caracterizava por suas raízes medievais, teve
que empreender uma reforma cultural e educacional nesse período, que foi comandada pelo
Marquês de Pombal, assim surge as reformas pombalinas no Brasil.
As reformas pombalinas tiveram grande impacto nas colônias portuguesas,
especialmente no Brasil, haja vista que, como elas, os jesuítas foram expulsos dos domínios
portugueses. E a educação, antes administradas por esses missionários, passou a ser de
responsabilidade do Estado Português. A expulsão da Ordem dos jesuítas ocorreu por
intermédio do decreto de 3 de setembro de 1759, mas antes mesmo disso, Pombal havia
elaborado um alvará no dia 28 de junho de 1759 que regulava a cobrança do “Subsídio
Literário” (imposto único destinado à manutenção do ensino elementar) para a criação das aulas
régias, isto é, aulas que eram ministradas por professores nomeados pelo governo.
As aulas régias tinham o nítido objetivo de preencher a lacuna deixada pelos jesuítas e
secularizar o ensino. Com esse modelo de educação pombalino, deu-se ênfase aos estudos
menores de aprendizagem, que se tornava mais rápida e eficaz. O objetivo último era preparar
uma elite necessária para fins econômicos e políticos, pela qual ansiava o Estado. Na virada do
século XVIII para o século XIX, tornou-se muito comum a elite local da colônia do Brasil
enviar seus filhos para a cidade de Coimbra, em Portugal, com o intuito de eles completarem a
sua formação.
Em 1800, houve uma importante exceção no âmbito educacional da colônia. Tratava-se
do centro de educação fundado no Seminário de Olinda, que, em vez de preservar os estudos
tipicamente voltados para teologia e filosofia, acabou se tornando um núcleo para o aprendizado
de variadas disciplinas e um centro difusor de ideias liberais e maçônicas. Destaca-se, também,
neste período, a falta de docentes e a má qualificação destes. Assim, apesar de a reforma
pombalina ter pretendido instituir um sistema público de organização educacional, isso não
chegou a acontecer. O que aconteceu, no entanto, foi uma clara intenção de ajustar a instituição
escolar ao desenvolvimento capitalista, ou seja, de fazer com que a educação contribuísse com o
sistema capitalista no sentido de preparar mão-de-obra minimamente qualificada para o trabalho
nas indústrias.
O terceiro momento do primeiro capítulo, chamado pelas autoras como Transferência
da Família Real: efeitos circunscritos à sede da Corte, está relacionado ao impacto educacional
provocado pela mudança da Corte para o Brasil, mais precisamente, à Bahia. Nesse momento
são criados os primeiros cursos superiores nesse Estado, com o objetivo de atender às
necessidades educacionais da Família Real recém-transferida.
O período Joanino foi marcado pela chegada da família real ao Brasil, e, foi fundado
uma escola de educação para ensinar os idiomas francês e o português, com isso melhorou um
pouco a qualidade da educação no Brasil estimulado pela abertura de mais cursos como desenho
e pintura, também foi nessa época que foi criado o primeiro jornal em língua portuguesa por
nome de Correio Braziliense, mas não era impresso no Brasil, e, sim em Londres.
No período Joanino também foi criado o Museu Nacional no Rio de Janeiro, além da
escola Real de Ciências, Artes e Ofícios que também foram criados, ou seja, foi um momento
muito produtivo para a educação brasileira, após a independência do Brasil que ocorreu em
1822, foi criada a Lei Magna na qual através do Art. 179 dizia que a instrução primária deveria
ser gratuita para todos os cidadãos, também foi desenvolvido o Método Lancaster onde um
aluno com mais experiência poderia ensinar um grupo de dez alunos sob o comando de um
inspetor. Em 1835 surgiu a primeira escola normal no Brasil, mas também não obteve bons
resultados, novamente afetando a qualidade da educação brasileira.
Até a proclamação da república, a educação no Brasil não tomou boa forma, ficando
presa a métodos que não eram aceitos por todos e que também não se elevava a um grau de
qualidade satisfatório.

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