Você está na página 1de 26

“Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.


– 2 Tessalonicenses 3:5 —
Algumas Citações deste Sermão

“Que este é a soma e a substância da lei moral; pelo menos, é a parte essencial e principal da
mesma, como pode ser facilmente inferido a partir da resposta de nosso Senhor à pergunta do
doutor da lei, em Mateus 22:35, 40; a pergunta do doutor da lei é: “Mestre, qual é o grande
mandamento na lei?” A resposta de Cristo é: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e
de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento”. Amar
a Deus, ordenado sob a dispensação do Evangelho, é o mesmo que é ordenado pela lei de
Moisés. Cristo e Moisés concordam nisto, como demonstrado em Deuteronômio 6:4-5: “Ouve,
Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças”. Este não é um novo mandamento do
Evangelho; ele é apenas confirmado sob a dispensação do Evangelho, e pressionado por motivos
mais fortes.”

“Deixe também ser observado que todos os homens, por natureza, estão destituídos de amor a
Deus: não, não existe apenas uma falta de afeição, mas mesmo uma aversão a Ele; sim, uma
inimizade contra Ele. Pois, o pendor da carne é inimizade contra Deus. Uma parte da
característica dos Pagãos (Romanos 1:30) que eram alienados de Deus e entregues às suas
próprias concupiscências, é que eles eram θεοσυγεις; o que significa, não apenas que eles tinham
ódio a Deus, mas que eles eram inimigos de Deus. Da mesma forma, no relato que o apóstolo
oferece sobre a degeneração que haverá nos últimos dias, ele diz (2 Timóteo 3:4) que os homens
serão mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. E este não é apenas o caso das pessoas
agora mencionadas, mas de toda a humanidade, mesmo dos eleitos de Deus, enquanto em um
estado natural.”

“Que seja observado ainda que o amor a Deus é uma graça implantada no coração, pelo Espírito
de Deus. Este é um dos frutos do Espírito; e é mencionado no topo deles, Gálatas 5:22: “O fruto
do Espírito é: amor, etc”. É, com as outras graças, forjado na alma na regeneração. Esta graça do
Senhor, que vem com isso, flui para o coração do pecador na conversão; é superabundante, com
a fé e o amor que estão em Cristo Jesus. Estas duas graças sempre andam juntas; sendo
implantadas de uma vez, ao mesmo tempo. E a fé, particularmente, opera pelo amor, e o amor é
geralmente mais aquecido, ativo e vigoroso, primeiramente na conversão.”

“O fervor desse amor frequentemente diminui; embora a graça em si nunca seja perdida. Isto
ocorre com frequência a partir das abundâncias de pecado, tanto em nós mesmos e em outros.
Pois, ao se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará, de acordo com Mateus 24:12.”

“A graça do amor, de fato, não pode ser perdida; mas depois, ela pode ser deixada, como foi pela
igreja em Éfeso, de quem o Senhor reclama em Apocalipse 2:4, dizendo: “Tenho, porém, contra ti
que deixaste o teu primeiro amor”. Ele não diz, que o tens perdido; a palavra não significa
Amittere, perder; mas Remittere, diminuir de intensidade, ou decair, no fervor do mesmo. E isso,
todo o povo de Deus, mais ou menos, mais cedo ou mais tarde, vivencia para sua grande tristeza:
especialmente no momento em que vivemos.”

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
“[...] nós O amamos, porque Ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Uma percepção disso revigora
o nosso amor, arrebata as nossas almas, e nos compele a dizer com o salmista: “Quem tenho eu
no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti” (Salmos 73:25).”

“Quanto à origem do mesmo, é livre e soberano, nada fora de Deus o levou a isso. Ele não
colocou o Seu amor sobre nós, devido a qualquer beleza em nós; ou por causa de qualquer amor
em nós por Ele. Não por causa de qualquer amabilidade em nós mesmos. Pois nós não éramos
mais sábios do que outros, sendo por natureza filhos da ira. Nem por causa de qualquer amor em
nós por Ele; pois Seu amor é anterior ao nosso, como a causa em relação ao efeito. E, de fato,
Ele nos amou, antes que fizéssemos o bem ou o mal, para que o propósito de Deus, segundo a
eleição, ficasse firme. Nenhuma outra razão pode ser dada ao amor de Deus por Seu povo, senão
a Sua própria Ευδοχια; sua Soberana boa vontade e prazer.”

“Ele os ama porque Ele quer ama-los. E, embora, talvez, isso não seja admitido como uma razão
suficiente, por vós, homens racionais; no entanto, isto é o que o Espírito Santo pensa ser
apropriado a conceder-nos, e devemos estar satisfeitos com isso, Deuteronômio 7:7-8: ‘O Senhor
não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos
os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; Mas, porque o Senhor
vos amava’.”

“Quanto aos objetos do amor de Deus, estes são específicos e distintivos. Ele ama alguns, e não
outros. É verdade, Ele tem um amor geral, e que diz respeito a todas as Suas criaturas. Ele é bom
para todos, e as Suas misericórdias são sobre todas as Suas obras. Todas elas compartilham das
graças de Sua providência. Ele faz o sol brilhar sobre os maus e os bons. Ele faz chover sobre os
justos e sobre os injustos. Mas, então, Ele escolheu para Si a Jacó, e a Israel para Seu tesouro
peculiar. Por isso, Ele concede bênçãos peculiares sobre aqueles a quem Ele tem um amor
peculiar. Davi diz, no Salmo 106:4: “Lembra-te de mim, Senhor, segundo a tua boa vontade para
com o teu povo”, mui claramente indicando que esse era específico e distintivo; de natureza
diferente daquele que Ele concedeu a outros. Um exemplo pleno deste amor distintivo, temos em
Malaquias 1:2-3: “Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado?
Não era Esaú irmão de Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó,
E odiei a Esaú”. É, como eu disse antes, nenhuma outra razão pode ser dada a essa distinção
que Deus faz entre os perdidos filhos de Adão, senão a Sua própria vontade soberana; que terá
misericórdia de quem quer tiver misericórdia, e será gracioso com quem for gracioso, deixem um
mundo debatedor dizer o que quiser.”

“Quanto ao seu início, é desde a eternidade. Deus amou o Seu povo com um amor eterno; e,
portanto, com bondade amorosa, Ele os atrai para Si no tempo. Muitos são os exemplos que
poderiam ser dados, em prova da antiguidade desse amor. Sua escolha deles em Cristo, antes da
fundação do mundo, foi um ato de Seu amor, pois Electio præsupponit dilectionem. Eleição
pressupõe amor. O Seu entrar em uma aliança eterna com o Seu Filho, em consideração àqueles
que Ele escolheu; o Seu estabelecer-Se como o Mediador da Aliança, desde a eternidade; e Sua

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
doação de graça a eles, nEle, antes que o mundo existisse; muitas são as demonstrações de Seu
antigo amor por eles.”

“Tendo amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim. Ele os ama até o fim dos
tempos, e vai amá-los ao longo dos séculos sem fim por toda a eternidade; pois Ele repousa em
Seu amor em direção a eles, e disto não pode haver separação. “Porque eu estou bem certo de
que nem morte nem vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem coisas
presentes, nem coisas por vir, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura, nos
poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39).”

“Quanto ao seu grau ele é incomparável. Isso se evidencia mui grandioso na conversão de um
pobre pecador. Assim, diz o apóstolo em Efésios 2:4, 5: “Mas Deus, que é riquíssimo em
misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas
ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”, “Porque apenas alguém
(diz o Apóstolo, em Romanos 5:7-8) morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém
ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores”. Há nessas palavras uma belíssima gradação. O apóstolo parece aludir à
distribuição do povo Judeu; entre o qual havia três tipos de pessoas. A um tipo chamavam
pessoas Justas, observadores muito estritos da letra da lei; mas não faziam mais do que somente
o que eram obrigados a fazer pela lei. Havia um outro tipo chamado, Bons homens. Estes eram
muito generosos e liberais com os pobres, e custeavam todas as despesas do serviço do templo,
no que ultrapassavam as rigorosas exigências da lei. Mas, então, havia um terceiro tipo, chamado
homens Pecadores; a parte devassa e dissoluta das pessoas, entregues às suas próprias
concupiscências, e o próprio lixo da humanidade. Agora, é como se o apóstolo dissesse,
raramente por uma destas pessoas justas, alguém morrerá, que não fará mais do que ele é
exatamente obrigado a fazer; ainda assim, porventura, por um desses homens bons, que foram
tão generosos (e, consequentemente, tiveram a afeição das pessoas) ainda há quem ouse morrer.
Mas quem morrerá por aqueles ímpios desgraçados, devassos, e dissolutos? Ninguém; mas Deus
recomendou o Seu amor a nós; enquanto éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.
Incomparável, graça inigualável!”

“Quanto à natureza e qualidade do mesmo, é inalterável. É tão invariável quanto a Sua própria
natureza; ou melhor, é a Sua natureza, pois Deus é amor (1 João 4:16). As bênçãos de Sua graça
são irreversíveis, porque elas procedem dEle, que é o Pai das luzes, em Quem não há mudança,
nem sombra de variação. Disso, também a nossa salvação não permanece sobre uma fundação
precária, o que seria, se Seu amor por nós mudasse, como o nosso por Ele. Mas Ele é o Senhor,
que não muda; portanto, os filhos de Jacó não são consumidos. Deus, às vezes, muda as
dispensações de Suas providências em direção ao Seu povo; mas nunca muda Seu amor. Ele às
vezes Se esconde, e Ele às vezes repreende; mas em todas às vezes, Ele ama.”

“O amor produz alterações na condição do povo de Deus; mas essas alterações não produzem
nenhuma mudança no amor de Deus. O amor fez uma singular alteração no estado do apóstolo
Paulo; que, de um perseguidor, blasfemo e ofensivo Saulo, foi feito, não apenas um crente em
Cristo, mas um pregador do Evangelho eterno. Mas esta maravilhosa mudança nele, não produziu

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
nenhuma mudança em Deus, nem em Seu amor. Mas se as coisas são assim, você dirá: "Então,
Deus ama o Seu povo com o mesmo amor, antes da conversão, como depois”. E onde está a
grande mágoa ao dizer isso? De uma vez, eu afirmarei: Ele o faz.”

“Se a própria glória celeste for mencionada, com todas as alegrias daquele estado deleitoso;
nego-a ser um maior exemplo do amor de Deus, do que o dom de Si mesmo, ou do Seu Filho, do
Seu Espírito. E, de fato, tudo o que Deus faz no tempo, ou fará na eternidade, é somente contar
ao Seu povo, o quanto Ele os amou desde a eternidade; tudo é apenas, como foi, por assim dizer,
um comentário sobre esta antiguidade de Seu amor. Se, então, não há maior exemplo de amor
que possa ser produzido, após a conversão, do que foi antes, não precisamos ter medo, nem
vergonha de dizer que Deus ama o Seu povo com o mesmo amor antes da conversão, como Ele o
faz após.”

“Há outra distinção do amor de Deus, o que eu tenho observado praticamente assegurada entre
as pessoas, embora tão sem fundamento quanto antiga. É isso: Deus ama o Seu povo antes da
conversão, com um amor benevolente ou de boa vontade. Ele deseja-lhes bem; mas Ele não os
ama com uma ativa complacência, até após a conversão. Mas puramente o Senhor Jesus Cristo
amou o Seu povo, com um mínimo de tolerância, antes da conversão; pois, diz-se, desde o início,
ou sempre que a terra existiu, Suas delícias eram os filhos dos homens (Provérbios 8:23-31). A
palavra Hebraica traduzida por delícias, não está apenas no plural, mas suas letras radicais estão
dobradas; o que, de acordo com o uso dessa língua, sempre aumenta o significado da palavra: de
modo que é expressiva da excedente grandeza do deleite e complacência de Cristo, que Ele tinha
em Seu povo. Não, Ele parece ter tido um prazer nas s visões antecipadas dos próprios lugares
aonde sabia que Seus eleitos habitariam, pois é dito que Ele regozijava-se nas partes habitáveis
de Sua terra. E agora, por que Deus o Pai não os amaria com o mesmo amor que Filho amou, eu
não posso perceber. O amor de Deus é sempre o mesmo, como a Sua natureza e essência o são.
Isso, de fato, aparece mais em alguns atos de Deus do que em outros e é mais claramente
manifesto em um momento do que em outro, mas, por si só, é sempre o mesmo. Toda a diferença
entre o amor de Deus, antes e depois da conversão, está na manifestação do mesmo. Ele
manifesta-se na, e após a conversão; e isto às vezes mais outras vezes menos; apenas não foi de
todo manifestado anteriormente. Porém, a mudança ocorre em nós, e não no amor de Deus.”

“Mas, se esta doutrina for verdade, você dirá: Deus deve amar o Seu povo em seus pecados.
Bem, e onde está a mágoa ao dizer que Ele o faz? Teria sido miserável, para todos os intentos e
propósitos, a você e a mim, se Ele não o fizesse assim. Quando Ele nos viu chafurdar no nosso
sangue, com toda a impureza da nossa natureza, com os nossos inúmeros pecados e
transgressões presentes em nós; não fosse então o Seu tempo, sido um tempo de amor, se Ele
não colocasse a Sua capa sobre nós, e manifestasse a Sua graça pactual a nós, nunca seríamos
Seus. Talvez possa ser respondido, de acordo com esta noção, que Deus tem prazer nos pecados
de Seu povo, mas onde está a razão para assim concluir? O quê, não pode ser feita qualquer
distinção entre o deleite de Deus nas pessoas dos Seus eleitos, e deleite em seus pecados? A
distinção é permitida após a conversão; que Deus ama as pessoas de Seu povo, embora Ele
odeie seus pecados. E por que não pode a mesma distinção ser permitida antes, como após a
conversão? Sabemos que Deus é tão puro de olhos que não pode contemplar o mal, ou olhar

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
para a iniquidade; Ele não tem prazer no pecado, nem com Ele habitará o mal, mas odeia todos
os que praticam a iniquidade. Abominamos e detestamos todas as noções contrárias; ainda
assim, acredito firmemente na imutabilidade do amor de Deus por Seu povo.”

“Alguém pode perguntar: como é possível que uma pessoa seja um filho da ira, e um objeto de
Amor, ao mesmo tempo? Pois, os eleitos de Deus são por natureza filhos da ira, como os outros;
como, então, ao mesmo tempo, eles podem ser os objetos de Amor? Eu respondo: como Jesus
Cristo foi o objeto de Amor e da ira de Seu pai, ao mesmo tempo? Ora, era como se Ele
carregasse duas características diferentes, e estivesse em duas relações diferentes com Seu Pai,
a saber; por um lado como um filho, e isto com certeza. Como Ele era o Filho de Deus, Ele
sempre foi o objeto de Seu amor e júbilo; mas por outro lado Ele era o fiador dos pecadores, Ele
era o objeto de Sua ira e descontentamento. Por isso, é dito: Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te
indignaste contra o teu ungido (Salmos 89:38), contra o Teu Messias, ou Cristo. Mas, ainda assim,
mesmo quando Ele derramou a Sua ira sobre Ele até ao fim, por causa dos pecados de Seu povo;
quando Ele ordenou que a Justiça desembainhasse a espada e O ferisse, o Seu amor por Ele não
foi no mínimo diminuído. Assim, também os eleitos de Deus, considerados em diferentes pontos
de vista, podem ser verdadeiramente ditos serem filhos da ira, e ainda objetos de amor, a um só e
ao mesmo tempo. Considerados em Adão, e sob um pacto de obras, eram filhos da ira, expostos
às maldições da justa lei de Deus, e passíveis da ira de Deus. Mas, enquanto considerados em
Cristo, e sob o pacto da graça, sempre foram, e sempre serão, os objetos do amor de Deus.”

“Se nós investigarmos a excelência do amor de Deus, isto é preferível a todos os prazeres da
criatura; a Tua benignidade é melhor do que a vida. E se assim for, deve ser melhor do que todos
os confortos e prazeres da vida. Os fluxos deste rio do amor de Deus alegram a cidade de Deus.
Uma percepção disto faz o crente alegre em todas as suas provações, e fixa sua confiança em
Deus. “Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade, pelo que os filhos dos homens se abrigam à
sombra das tuas asas” (Salmos 36:7).”

“Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, é ser conduzidos a Ele, por assim
dizer, por uma linha reta; pois assim, a palavra κατευθύ ναι, aqui utilizada, propriamente significa.
Agora, esta é a obra do Espírito de Deus, conduzir as almas para o amor de Deus, diretamente,
ao mesmo tempo, em uma linha reta; e não em um círculo sobre a maneira como algumas
pessoas são levadas, sendo dirigidas por falsos guias; que lhes dizem que eles devem passar
pelo vale da humilhação, e subir o morro da obediência, antes que eles possam entrar no amor de
Deus. Mas o Espírito de Deus leva a alma diretamente a Ele, independente de toda a sua
obediência e humilhação pelo pecado; tal amor, quando direcionado interiormente, estabelecerá
as pessoas no caminho da obediência, e as colocará em humilhação pelo pecado, de outra
maneira e forma.”

“Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, significa sermos conduzidos até Ele,
mais e mais; de modo que sejamos capazes de compreender com todos os santos, qual é a
largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade dela. Esta obra é progressiva, e pode muito
bem ser representada pelas águas de Ezequiel; que foram primeiro até os artelhos, depois até os

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
joelhos, e depois para os lombos; mas depois disso, elas eram águas que se deviam passar a
nado, rio pelo qual não se podia passar (Ezequiel 47:3-5).”

“Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, é por assim, sermos levados a Ele a
ponto de termos os nossos corações afetados e influenciados por ele. Um homem pode ter
noções do amor de Deus em sua cabeça, que nunca sentiu o poder disso sobre o seu coração, e
eu tenho medo que algumas pessoas são mais solícitas a ter a cabeça cheia de ideias sobre o
assunto, do que ter seus corações e vidas influenciados por ele. Mas o nosso apóstolo não ora
para que o Senhor encaminhe suas cabeças, mas os seus corações, ao amor de Deus.”

“Para considerar o que se quer dizer com [a palavra] Senhor aqui; a quem se orou para fazer isso
pelos santos. A palavra κύιος, aqui utilizada, é comumente, no Novo Testamento, aplicada a
Jesus Cristo; embora o Espírito Santo seja também por vezes assim indicado, como em 2
Coríntios 3:17: “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. E,
eu sou da opinião, que pelo Senhor, em nosso texto, devemos entender o Espírito Santo; pois Ele
é mui manifestamente distinto de Deus o Pai, em cujo amor, e de Jesus Cristo, em cuja paciência
anelada, os corações dos santos devem ser encaminhados. Assim, temos aqui uma prova da
doutrina da Trindade de Pessoas. Além disso, somos capacitados, a partir disso, com mais
argumentos do que um, em favor da Divindade do Espírito Santo; que não apenas é chamado de
Senhor, o que é expressivo do domínio; mas também é dito encaminhar o coração; o que somente
Deus pode fazer. Pois, o coração do rei, assim como o de todos os homens, está na mão do
SENHOR, que o inclina a todo o seu querer (Provérbios 21:1) e, especialmente, Ele deve ser
Deus, pois, pode encaminhar o coração no amor de Deus; que é uma das coisas mais profundas
de Deus, que apenas o Espírito de Deus pode perscrutar, e revelar para nós. Além disso, a oração
é aqui dirigida a Ele; o que é tão considerável parte do culto Divino, que às vezes é considerado
por todo ele, como em Romanos 10:13 e, portanto, nunca poderia ser oferecido ao Espírito, se Ele
não fosse verdadeiramente Deus.”

“[...] é obra do Espírito encaminhar as almas no amor de Deus. Ele não apenas toma as coisas de
Cristo (Sua pessoa, sangue e justiça) e as revela para nós, e nosso interesse por elas; mas Ele
também toma as coisas do Pai, e, particularmente, o Seu amor, Ele derrama em nossos corações,
e encaminha os nossos corações para Ele; e, ao fazê-lo, age como um Consolador para nós.”

“Nunca o amor a Deus, a Cristo, ao seu Evangelho, às pessoas, aos Seus caminhos e
ordenanças, foi mais frio do que é agora. Há grande necessidade de mantê-lo vivo e aumentado;
e nada pode mais efetivamente fazê-lo, do que isso: ter nossos corações encaminhados no Amor
de Deus. Foi este que, sendo derramado em nossos corações, produziu pela primeira vez o nosso
amor a Deus; e somente ele pode animá-lo e estimulá-lo, depois de ter se tornado frio. Conforme
a percepção que temos do amor de Deus por nós, é que o nosso amor para Ele se eleva.”

“Os santos primitivos, tendo uma grande efusão do Espírito sobre eles, e um grande senso do
amor de Deus por eles, eram cheios de afeição uns aos outros. De tal maneira, que não havia
necessidade de ser estimulados; pois eles foram ensinados por Deus a amar uns aos outros. Não,
mesmo no tempo de Tertuliano, tão forte e veemente era o seu amor um pelo outro, que os

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
próprios pagãos não podiam deixar de tomar conhecimento disso, enquanto caminhavam pelas
ruas, e diziam: Vide, ut se invicem diligant. Veja, como eles se amam! Não há maior incentivo para
esse dever do que o amor de Deus e de Cristo.”

“Isso é muito útil por habilitar-nos a carregar a cruz de Cristo com alegria; e, talvez, esta pode ser
a razão pela qual esta outra cláusula é adicionada: e na paciência de Cristo. Isso pode
intencionar, seja uma paciente espera pelo segundo Advento de Cristo, e é o que a nossa versão
parece considerar; ou um paciente carregar a cruz por amor de Cristo. As palavras no original
admitirão ambos os sentidos. É o dever dos santos o suportar todas as injúrias e provações,
pacientemente, por causa de Cristo; e isso, em imitação dAquele que lhes deixou um exemplo. E
eles têm grande necessidade de considerá-lO, que suportou tamanha oposição dos pecadores
contra Si mesmo; para que eles não se desfaleçam, e nem enfraqueçam em seus espíritos. E não
apenas uma consideração da Pessoa de Cristo, mas um sentimento do amor de Deus é muito
necessário para apoiá-los em dispensações adversas da providência; para que quando eles a
tenham, gloriem-se nas tribulações, sabendo que esta opera a paciência, e a paciência a
experiência, e a experiência a esperança, e a esperança não traz confusão, porquanto o amor de
Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5:5).
Por isso o apóstolo talvez cogitou orar, para que os seus corações fossem encaminhados no amor
de Deus, a fim de que eles pudessem suportar com paciência todas as coisas por amor de Cristo.
Assim, tendo considerado a natureza do amor de Deus, e lhes demonstrado o que é ser
encaminhado nele, concluirei tudo com aquelas calorosas petições do apóstolo nos dois últimos
versículos do capítulo anterior... ‘E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que
nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, Console os vossos
corações, e vos confirme em toda a boa palavra e obra’.”

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Considerações Sobre O Amor De Deus
John Gill

“Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.”


(2 Tessalonicenses 3:5)

Uma porção principal do propósito do apóstolo ao escrever esta epístola foi contentar
algumas pessoas nesta Igreja, que estavam abaladas em espírito, e atribuladas, como se
o dia de Cristo estivesse à mão. Ele assegura-lhes, assim, no segundo Capítulo, que não
estava; pois havia várias coisas que Ele faria antes disso: como a remoção do império
Romano; a grande apostasia que aconteceria nas Igrejas; e o estabelecimento do homem
do pecado, o Anticristo Papal. Ele, portanto, exorta-os à firmeza nas doutrinas do Evan-
gelho; e deseja-lhes muitas coisas boas. No início deste capítulo, ele deseja-lhes que
orem por ele, e pelos demais ministros do Evangelho; sugere o que é a razão pela qual
ele gostaria que orar: “No demais, irmãos, rogai por nós, para que a palavra do Senhor
tenha livre curso e seja glorificada, como também o é entre vós; e para que sejamos livres
de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos”. E depois, para o seu consolo,
expressa a sua segurança da preservação final deles. “Mas fiel é o Senhor, que vos
confirmará, e guardará do maligno”. E também a sua grande confiança em sua disposta e
completa obediência aos mandamentos de Deus, dizendo: “E confiamos quanto a vós no
Senhor, que não só fazeis como fareis o que vos mandamos”. Com o intuito de que, ele
eleve uma oração por eles, nas palavras do texto: “Ora o Senhor encaminhe os vossos
corações [...]” etc. Assim, as palavras são uma oração do apóstolo consistindo em duas
petições, a saber: que o Senhor encaminhe os seus corações ao amor de Deus. E, que o
mesmo Senhor também encaminhe os seus corações à paciência de Cristo. É na primeira
destas que insistiremos neste momento. Para o explicar, farei as seguintes conside-
rações:

I. O que devemos entender por amor de Deus.


II. O que é ter o coração encaminhado a isso.
III. Quem é este Senhor, a quem se orou para que faça isso por nós. E,
IV. Qual é a grande utilidade de ter nossos corações assim encaminhados.

I. O que devemos entender por amor de Deus. Isto pode ser entendido ativa ou passi-
vamente. Ativamente, sobre o amor com que amamos a Deus. Ou, de forma passiva,
sobre o amor com que somos amados por Deus. Em outras palavras, por isso podem ser
entendidos, tanto o nosso amor por Deus, ou o amor de Deus por nós; e vendo que as

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
palavras admitirão um ou outro sentido, vou considerá-los em ambos. E por meio do amor
de Deus, pode ser compreendido, o nosso amor a Deus; a respeito do qual, são
observados os seguintes aspectos.

1. Que este é a soma e a substância da lei moral; pelo menos, é a parte essencial e
principal da mesma, como pode ser facilmente inferido a partir da resposta de nosso
Senhor à pergunta do doutor da lei, em Mateus 22:35, 40; a pergunta do doutor da lei é:
“Mestre, qual é o grande mandamento na lei?” A resposta de Cristo é: “Amarás o Senhor
teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é
o primeiro e grande mandamento”. Amar a Deus, ordenado sob a dispensação do Evan-
gelho, é o mesmo que é ordenado pela lei de Moisés. Cristo e Moisés concordam nisto,
como demonstrado em Deuteronômio 6:4-5: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único
Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todas as tuas forças”. Este não é um novo mandamento do Evangelho; ele é apenas
confirmado sob a dispensação do Evangelho, e pressionado por motivos mais fortes.

2. Deixe também ser observado que todos os homens, por natureza, estão destituídos de
amor a Deus: não, não existe apenas uma falta de afeição, mas mesmo uma aversão a
Ele; sim, uma inimizade contra Ele. Pois, o pendor da carne é inimizade contra Deus.
Uma parte da característica dos Pagãos (Romanos 1:30) que eram alienados de Deus e
entregues às suas próprias concupiscências, é que eles eram θεοσυγεις; o que significa,
não apenas que eles tinham ódio a Deus, mas que eles eram inimigos de Deus. Da
mesma forma, no relato que o apóstolo oferece sobre a degeneração que haverá nos
últimos dias, ele diz (2 Timóteo 3:4) que os homens serão mais amigos dos deleites do
que amigos de Deus. E este não é apenas o caso das pessoas agora mencionadas, mas
de toda a humanidade, mesmo dos eleitos de Deus, enquanto em um estado natural. Pois
eles, assim como outros, são inimigos em suas mentes, por meio de obras ímpias. Eles
vivem em um estado de rebelião, e cometem atos de hostilidade aberta contra o Deus do
céu. Eles estendem as mãos contra Deus, e se fortalecem contra o Todo-Poderoso. Eles
correm contra Ele, até mesmo em seu pescoço, e sobre as protuberâncias de seu escudo.

3. Que seja observado ainda que o amor a Deus é uma graça implantada no coração,
pelo Espírito de Deus. Este é um dos frutos do Espírito; e é mencionado no topo deles,
Gálatas 5:22: “O fruto do Espírito é: amor, etc”. É, com as outras graças, forjado na alma
na regeneração. Esta graça do Senhor, que vem com isso, flui para o coração do pecador
na conversão; é superabundante, com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus. Estas
duas graças sempre andam juntas; sendo implantadas de uma vez, ao mesmo tempo. E a
fé, particularmente, opera pelo amor, e o amor é geralmente mais aquecido, ativo e
vigoroso, primeiramente na conversão. De tal maneira, que o Senhor faz especial obser-
vação quando este é deixado por nós; de acordo com Jeremias 2:2: “Lembro-me de ti, da

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
piedade da tua mocidade, e do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto,
numa terra que não se semeava”. O que me leva a observar,

4. O fervor desse amor frequentemente diminui; embora a graça em si nunca seja perdi-
da. Isto ocorre com frequência a partir das abundâncias de pecado, tanto em nós mesmos
e em outros. Pois, ao se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará, de acordo
com Mateus 24:12. Muitas vezes, também surge a partir de uma busca desmedida por
coisas deste mundo. Por isso o apóstolo em 1 João 2:15, aconselha a não amar o mundo,
nem as coisas que há no mundo, pois, ele diz, se alguém ama o mundo, o amor do Pai
não está nele. Isto é, há apenas pouca evidência de amor a Deus, no coração do homem,
cujas afeições estão colocadas nas coisas deste mundo. Essas coisas, embora não
possam destruir a graça, onde foi uma vez operada; ainda assim provocam uma grande
frieza sobre ela. A graça do amor, de fato, não pode ser perdida; mas depois, ela pode ser
deixada, como foi pela igreja em Éfeso, de quem o Senhor reclama em Apocalipse 2:4,
dizendo: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”. Ele não diz, que o
tens perdido; a palavra não significa Amittere, perder; mas Remittere, diminuir de
intensidade, ou decair, no fervor do mesmo. E isso, todo o povo de Deus, mais ou menos,
mais cedo ou mais tarde, vivencia para sua grande tristeza: especialmente no momento
em que vivemos. Portanto,

5. Há uma grande necessidade de orar, com o apóstolo, para que o Senhor encaminhe os
nossos corações para este amor. Ou seja, que Ele opere em nossos corações, e estimule
o nosso amor a Deus: atice e transborde-o em uma chama. Isso Ele faz, ao nos mostrar a
vaidade de todos os prazeres terrenos; o que Deus é em Si mesmo, e que Ele é para o
Seu povo. Como Ele é digno de sua mais elevada afeição; e, mais especialmente,
derramando o amor de Deus em nossos corações; o que nada pode fazê-lo mais efetiva-
mente. Pois, nós O amamos, porque Ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Uma percep-
ção disso revigora o nosso amor, arrebata as nossas almas, e nos compele a dizer com o
salmista: “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti”
(Salmos 73:25). Mas, eu escolho o melhor,

Por amor de Deus, aqui, para entender o amor de Deus por nós; sobre a natureza e a
glória disso, observe as seguintes elucidações.

1. Quanto à origem do mesmo, é livre e soberano, nada fora de Deus o levou a isso. Ele
não colocou o Seu amor sobre nós, devido a qualquer beleza em nós; ou por causa de
qualquer amor em nós por Ele. Não por causa de qualquer amabilidade em nós mesmos.
Pois nós não éramos mais sábios do que outros, sendo por natureza filhos da ira. Nem
por causa de qualquer amor em nós por Ele; pois Seu amor é anterior ao nosso, como a
causa em relação ao efeito. E, de fato, Ele nos amou, antes que fizéssemos o bem ou o

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
mal, para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme. Nenhuma outra
razão pode ser dada ao amor de Deus por Seu povo, senão a Sua própria Ευδοχια; sua
Soberana boa vontade e prazer. Nem deveria qualquer outro ser procurado, Ele os ama
porque Ele quer ama-los. E, embora, talvez, isso não seja admitido como uma razão
suficiente, por vós, homens racionais; no entanto, isto é o que o Espírito Santo pensa ser
apropriado a conceder-nos, e devemos estar satisfeitos com isso, Deuteronômio 7:7-8: “O
Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais
do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os
povos; Mas, porque o Senhor vos amava”.

2. Quanto aos objetos do amor de Deus, estes são específicos e distintivos. Ele ama
alguns, e não outros. É verdade, Ele tem um amor geral, e que diz respeito a todas as
Suas criaturas. Ele é bom para todos, e as Suas misericórdias são sobre todas as Suas
obras. Todas elas compartilham das graças de Sua providência. Ele faz o sol brilhar sobre
os maus e os bons. Ele faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Mas, então, Ele
escolheu para Si a Jacó, e a Israel para Seu tesouro peculiar. Por isso, Ele concede
bênçãos peculiares sobre aqueles a quem Ele tem um amor peculiar. Davi diz, no Salmo
106:4: “Lembra-te de mim, Senhor, segundo a tua boa vontade para com o teu povo”, mui
claramente indicando que esse era específico e distintivo; de natureza diferente daquele
que Ele concedeu a outros. Um exemplo pleno deste amor distintivo, temos em Malaquias
1:2-3: “Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não
era Esaú irmão de Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó, e odiei a Esaú”. É, como
eu disse antes, nenhuma outra razão pode ser dada a essa distinção que Deus faz entre
os perdidos filhos de Adão, senão a Sua própria vontade soberana; que terá misericórdia
de quem quer tiver misericórdia, e será gracioso com quem for gracioso, deixem um
mundo debatedor dizer o que quiser.

3. Quanto ao seu início, é desde a eternidade. Deus amou o Seu povo com um amor
éterno; e, portanto, com bondade amorosa, Ele os atrai para Si no tempo. Muitos são os
exemplos que poderiam ser dados, em prova da antiguidade desse amor. Sua escolha
deles em Cristo, antes da fundação do mundo, foi um ato de Seu amor, pois Electio
præsupponit dilectionem. Eleição pressupõe amor. O Seu entrar em uma aliança eterna
com o Seu Filho, em consideração àqueles que Ele escolheu; o Seu estabelecer-Se como
o Mediador da Aliança, desde a eternidade; e Sua doação de graça a eles, nEle, antes
que o mundo existisse; muitas são as demonstrações de Seu antigo amor por eles. Como
também, o Seu colocar das suas pessoas nas mãos de Cristo, e assim torna-los Sua
proteção e encargo. Porque Ele amou o povo (Deuteronômio 33:5), todos os Seus santos
estão em Sua mão. Agora, pode alguma vez ser imaginado, que deveria haver uma
escolha de pessoas; uma Aliança da graça, tão bem estruturada e suprida; uma promessa
de vida concedida; e segurança e graça dada tanto à pessoa, e ainda assim, nenhum

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
amor em tudo isso? Não, essas coisas provam Seu amor, e este amor não começa com o
nosso; nem, de fato, com o tempo; mas data desde a eternidade.

4. Quanto à duração deste, é para a eternidade; pois ele alcança de uma eternidade à
outra. Tendo amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim. Ele os ama até
o fim dos tempos, e vai amá-los ao longo dos séculos sem fim por toda a eternidade; pois
Ele repousa em Seu amor em direção a eles, e disto não pode haver separação. “Porque
eu estou bem certo de que nem morte nem vida, nem os anjos, nem os principados, nem
as potestades, nem coisas presentes, nem coisas por vir, nem a altura, nem a profun-
didade, nem qualquer outra criatura, nos poderá separar do amor de Deus, que está em
Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39).

5. Quanto ao seu grau ele é incomparável. Isso se evidencia mui grandioso na conversão
de um pobre pecador. Assim, diz o apóstolo em Efésios 2:4, 5: “Mas Deus, que é riquís-
simo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos
em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”, “Porque
apenas alguém (diz o Apóstolo, em Romanos 5:7-8) morrerá por um justo; pois poderá ser
que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que
Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Há nessas palavras uma belíssima
gradação. O apóstolo parece aludir à distribuição do povo Judeu; entre o qual havia três
tipos de pessoas. A um tipo chamavam pessoas Justas, observadores muito estritos da
letra da lei; mas não faziam mais do que somente o que eram obrigados a fazer pela lei.
Havia um outro tipo chamado, Bons homens. Estes eram muito generosos e liberais com
os pobres, e custeavam todas as despesas do serviço do templo, no que ultrapassavam
as rigorosas exigências da lei. Mas, então, havia um terceiro tipo, chamado homens
Pecadores; a parte devassa e dissoluta das pessoas, entregues às suas próprias concu-
piscências, e o próprio lixo da humanidade. Agora, é como se o apóstolo dissesse,
raramente por uma destas pessoas justas, alguém morrerá, que não fará mais do que ele
é exatamente obrigado a fazer; ainda assim, porventura, por um desses homens bons,
que foram tão generosos (e, consequentemente, tiveram a afeição das pessoas) ainda há
quem ouse morrer. Mas quem morrerá por aqueles ímpios desgraçados, devassos, e
dissolutos? Ninguém; mas Deus recomendou o Seu amor a nós; enquanto éramos ainda
pecadores, Cristo morreu por nós. Incomparável, graça inigualável!

6. Quanto à natureza e qualidade do mesmo, é inalterável. É tão invariável quanto a Sua


própria natureza; ou melhor, é a Sua natureza, pois Deus é amor (1 João 4:16). As
bênçãos de Sua graça são irreversíveis, porque elas procedem dEle, que é o Pai das
luzes, em Quem não há mudança, nem sombra de variação. Disso, também a nossa
salvação não permanece sobre uma fundação precária, o que seria, se Seu amor por nós
mudasse, como o nosso por Ele. Mas Ele é o Senhor, que não muda; portanto, os filhos

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
de Jacó não são consumidos. Deus, às vezes, muda as dispensações de Suas providên-
cias em direção ao Seu povo; mas nunca muda Seu amor. Ele às vezes Se esconde, e
Ele às vezes repreende; mas em todas às vezes, Ele ama. Quando Ele esconde o rosto
de Seu povo, por um momento; Ele ainda, com benignidade eterna terá misericórdia
deles. Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão abalados; porém a minha benig-
nidade não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não mudará, diz o Senhor que se
compadece de ti (Isaías 54:8, 10). O amor produz alterações na condição do povo de
Deus; mas essas alterações não produzem nenhuma mudança no amor de Deus. O amor
fez uma singular alteração no estado do apóstolo Paulo; que, de um perseguidor, blasfe-
mo e ofensivo Saulo, foi feito, não apenas um crente em Cristo, mas um pregador do
Evangelho eterno. Mas esta maravilhosa mudança nele, não produziu nenhuma mudança
em Deus, nem em Seu amor. Mas se as coisas são assim, você dirá: "Então, Deus ama o
Seu povo com o mesmo amor, antes da conversão, como depois”. E onde está a grande
mágoa ao dizer isso? De uma vez, eu afirmarei: Ele o faz; e algumas poucas conside-
rações levarão ao reconhecimento disso. Vamos considerar um pouco, as instâncias do
amor de Deus, antes e depois da conversão, e compará-las juntos; a partir do que nós
podemos ser capazes de concluir largamente. Eu poderia tomar conhecimento do amor
de Deus na escolha deles em Cristo; em fazer uma aliança de graça com Ele, por causa
deles; e em colocar tanto as Suas pessoas e Sua graça em Suas mãos, que são todas
grandes instâncias de amor, antes da conversão. Mas eu apenas observarei a você três
grandes dons do amor de Deus ao Seu povo antes da conversão; que, eu penso, nunca
podem ser igualados por qualquer instância após a conversão. E são estes,

1. O dom de Deus de Si mesmo para eles; pois Deus, em Sua aliança eterna (e isso muito
antes da conversão) fez para Si mesmo o Seu povo. A posse do qual é executado assim:
Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo.

2. O grande dom de Seu Filho para eles, e por eles; no que Ele mostrou a suprema
grandeza do Seu amor por eles. Nisto consiste o amor, diz o apóstolo, não em que nós
tenhamos amado a Deus; (tão longe disso, éramos inimigos dEle, pois foi quando ainda
éramos pecadores, que Cristo morreu por nós), mas em que Ele nos amou, e enviou o
Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (1 João 4:10, João 3:16, Romanos 5:6,
8,10).

3. O grande dom do Espírito, que é enviado para os corações do povo de Deus, antes da
conversão, a fim de efetuar a grande obra; ou seja, convencer do pecado, da justiça e do
juízo. E agora, depois de ter observado essas coisas, eu estou pronto para perguntar:
Pode ser produzido qualquer exemplo maior do amor de Deus para o seu povo, após a
conversão? Se a própria glória celeste for mencionada, com todas as alegrias daquele
estado deleitoso; nego-a ser um maior exemplo do amor de Deus, do que o dom de Si

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
mesmo, ou do Seu Filho, do Seu Espírito. E, de fato, tudo o que Deus faz no tempo, ou
fará na eternidade, é somente contar ao Seu povo, o quanto Ele os amou desde a éter-
nidade; tudo é apenas, como foi, por assim dizer, um comentário sobre esta antiguidade
de Seu amor. Se, então, não há maior exemplo de amor que possa ser produzido, após a
conversão, do que foi antes, não precisamos ter medo, nem vergonha de dizer que Deus
ama o Seu povo com o mesmo amor antes da conversão, como Ele o faz após.

Essa doutrina, eu sou razoável, não é facilmente digerida; e, portanto, muitas distinções
são formadas, a fim de colocá-la de lado. Alguns distinguem o amor de Deus em antece-
dente e consequente; uma distinção sem qualquer fundamento na Palavra de Deus; e é,
de fato, por si só, um mero jargão de palavras, que não transmite ideias apropriadas do
amor de Deus; senão tais que são depreciativas à glória de Seu ser e perfeições, e
servem apenas para introduzir confusão e angústia na mente dos homens.

Há outra distinção do amor de Deus, o que eu tenho observado praticamente assegurada


entre as pessoas, embora tão sem fundamento quanto antiga. É isso: Deus ama o Seu
povo antes da conversão, com um amor benevolente ou de boa vontade. Ele deseja-lhes
bem; mas Ele não os ama com uma ativa complacência, até após a conversão. Mas
puramente o Senhor Jesus Cristo amou o Seu povo, com um mínimo de tolerância, antes
da conversão; pois, diz-se, desde o início, ou sempre que a terra existiu, Suas delícias
eram os filhos dos homens (Provérbios 8:23-31). A palavra Hebraica traduzida por delí-
cias, não está apenas no plural, mas suas letras radicais estão dobradas; o que, de
acordo com o uso dessa língua, sempre aumenta o significado da palavra: de modo que é
expressiva da excedente grandeza do deleite e complacência de Cristo, que Ele tinha em
Seu povo. Não, Ele parece ter tido um prazer nas s visões antecipadas dos próprios
lugares aonde sabia que Seus eleitos habitariam, pois é dito que Ele regozijava-se nas
partes habitáveis de Sua terra. E agora, por que Deus o Pai não os amaria com o mesmo
amor que Filho amou, eu não posso perceber. O amor de Deus é sempre o mesmo, como
a Sua natureza e essência o são. Isso, de fato, aparece mais em alguns atos de Deus do
que em outros e é mais claramente manifesto em um momento do que em outro, mas, por
si só, é sempre o mesmo. Toda a diferença entre o amor de Deus, antes e depois da
conversão, está na manifestação do mesmo. Ele manifesta-se na, e após a conversão; e
isto às vezes mais outras vezes menos; apenas não foi de todo manifestado anterior-
mente. Porém, a mudança ocorre em nós, e não no amor de Deus.

Mas, se esta doutrina for verdade, você dirá: Deus deve amar o Seu povo em seus
pecados. Bem, e onde está a mágoa ao dizer que Ele o faz? Teria sido miserável, para
todos os intentos e propósitos, a você e a mim, se Ele não o fizesse assim. Quando Ele
nos viu chafurdar no nosso sangue, com toda a impureza da nossa natureza, com os
nossos inúmeros pecados e transgressões presentes em nós; não fosse então o Seu

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
tempo, sido um tempo de amor, se Ele não colocasse a Sua capa sobre nós, e mani-
festasse a Sua graça pactual a nós, nunca seríamos Seus. Talvez possa ser respondido,
de acordo com esta noção, que Deus tem prazer nos pecados de Seu povo, mas onde
está a razão para assim concluir? O quê, não pode ser feita qualquer distinção entre o
deleite de Deus nas pessoas dos Seus eleitos, e deleite em seus pecados? A distinção é
permitida após a conversão; que Deus ama as pessoas de Seu povo, embora Ele odeie
seus pecados. E por que não pode a mesma distinção ser permitida antes, como após a
conversão? Sabemos que Deus é tão puro de olhos que não pode contemplar o mal, ou
olhar para a iniquidade; Ele não tem prazer no pecado, nem com Ele habitará o mal, mas
odeia todos os que praticam a iniquidade. Abominamos e detestamos todas as noções
contrárias; ainda assim, acredito firmemente na imutabilidade do amor de Deus por Seu
povo. Alguém pode perguntar: como é possível que uma pessoa seja um filho da ira, e um
objeto de Amor, ao mesmo tempo? Pois, os eleitos de Deus são por natureza filhos da ira,
como os outros; como, então, ao mesmo tempo, eles podem ser os objetos de Amor? Eu
respondo: como Jesus Cristo foi o objeto de Amor e da ira de Seu pai, ao mesmo tempo?
Ora, era como se Ele carregasse duas características diferentes, e estivesse em duas
relações diferentes com Seu Pai, a saber; por um lado como um filho, e isto com certeza.
Como Ele era o Filho de Deus, Ele sempre foi o objeto de Seu amor e júbilo; mas por
outro lado Ele era o fiador dos pecadores, Ele era o objeto de Sua ira e desconten-
tamento. Por isso, é dito: Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu
ungido (Salmos 89:38), contra o Teu Messias, ou Cristo. Mas, ainda assim, mesmo
quando Ele derramou a Sua ira sobre Ele até ao fim, por causa dos pecados de Seu povo;
quando Ele ordenou que a Justiça desembainhasse a espada e O ferisse, o Seu amor por
Ele não foi no mínimo diminuído. Assim, também os eleitos de Deus, considerados em
diferentes pontos de vista, podem ser verdadeiramente ditos serem filhos da ira, e ainda
objetos de amor, a um só e ao mesmo tempo. Considerados em Adão, e sob um pacto de
obras, eram filhos da ira, expostos às maldições da justa lei de Deus, e passíveis da ira
de Deus. Mas, enquanto considerados em Cristo, e sob o pacto da graça, sempre foram,
e sempre serão, os objetos do amor de Deus.

Nem tem essa doutrina qualquer tendência para incentivar a licenciosidade; ou para
desencorajar a realização de boas obras; ou prejudicar a verdadeira humilhação pelo
pecado; mas ao contrário, a consideração dela, que Deus me amava, antes que eu O
amasse; ou melhor, quando eu era um inimigo dEle; que Seus pensamentos estavam
operando a minha salvação, quando eu não pensava nEle, ou preocupava-me comigo
mesmo; coloca-me sob dez mil vezes maiores obrigações de servir, temer e glorificá-Lo,
do que uma suposição de que Ele começou a me amar, quando eu comecei a amá-Lo, ou
porque eu fiz isso, Ele pôde possivelmente amar. Isso pode ser uma resposta completa
para aqueles que perguntam onde está a utilidade desta doutrina?

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
7. Se nós investigarmos a excelência do amor de Deus, isto é preferível a todos os
prazeres da criatura; a Tua benignidade é melhor do que a vida. E se assim for, deve ser
melhor do que todos os confortos e prazeres da vida. Os fluxos deste rio do amor de Deus
alegram a cidade de Deus. Uma percepção disto faz o crente alegre em todas as suas
provações, e fixa sua confiança em Deus. “Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade,
pelo que os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas” (Salmos 36:7). Mas
eu prossigo,

II. Para investigar o que isto, a saber, ter os nossos corações encaminhados para este
Amor.

1. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, é ser conduzidos a Ele, por
assim dizer, por uma linha reta; pois assim, a palavra κατευθύ ναι, aqui utilizada, própria-
mente significa. Agora, esta é a obra do Espírito de Deus, conduzir as almas para o amor
de Deus, diretamente, ao mesmo tempo, em uma linha reta; e não em um círculo sobre a
maneira como algumas pessoas são levadas, sendo dirigidas por falsos guias; que lhes
dizem que eles devem passar pelo vale da humilhação, e subir o morro da obediência,
antes que eles possam entrar no amor de Deus. Mas o Espírito de Deus leva a alma
diretamente a Ele, independente de toda a sua obediência e humilhação pelo pecado; tal
amor, quando direcionado interiormente, estabelecerá as pessoas no caminho da
obediência, e as colocará em humilhação pelo pecado, de outra maneira e forma.

2. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, significa sermos conduzidos


até Ele, mais e mais; de modo que sejamos capazes de compreender com todos os
santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade dela. Esta obra é
progressiva, e pode muito bem ser representada pelas águas de Ezequiel; que foram
primeiro até os artelhos, depois até os joelhos, e depois para os lombos; mas depois
disso, elas eram águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar
(Ezequiel 47:3-5).

3. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, significa sermos levados a


Ele, de modo a conhecer o nosso próprio interesse especial nele. Assim, o apóstolo Paulo
sabia que Deus o amava em particular, e estava convencido de que nada seria capaz de
separá-lo dele, como diz Romanos 8:38-39.

4. Ter os nossos corações encaminhados no amor de Deus, é por assim, sermos levados
a Ele a ponto de termos os nossos corações afetados e influenciados por ele. Um homem
pode ter noções do amor de Deus em sua cabeça, que nunca sentiu o poder disso sobre
o seu coração, e eu tenho medo que algumas pessoas são mais solícitas a ter a cabeça

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
cheia de ideias sobre o assunto, do que ter seus corações e vidas influenciados por ele.
Mas o nosso apóstolo não ora para que o Senhor encaminhe suas cabeças, mas os seus
corações, ao amor de Deus. Eu agora avançar,

III. Para considerar o que se quer dizer com [a palavra] Senhor aqui; a quem se orou para
fazer isso pelos santos. A palavra κύιος, aqui utilizada, é comumente, no Novo
Testamento, aplicada a Jesus Cristo; embora o Espírito Santo seja também por vezes
assim indicado, como em 2 Coríntios 3:17: “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o
Espírito do Senhor, aí há liberdade”. E, eu sou da opinião, que pelo Senhor, em nosso
texto, devemos entender o Espírito Santo; pois Ele é mui manifestamente distinto de Deus
o Pai, em cujo amor, e de Jesus Cristo, em cuja paciência anelada, os corações dos
santos devem ser encaminhados. Assim, temos aqui uma prova da doutrina da Trindade
de Pessoas. Além disso, somos capacitados, a partir disso, com mais argumentos do que
um, em favor da Divindade do Espírito Santo; que não apenas é chamado de Senhor, o
que é expressivo do domínio; mas também é dito encaminhar o coração; o que somente
Deus pode fazer. Pois, o coração do rei, assim como o de todos os homens, está na mão
do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer (Provérbios 21:1) e, especialmente, Ele
deve ser Deus, pois, pode encaminhar o coração no amor de Deus; que é uma das coisas
mais profundas de Deus, que apenas o Espírito de Deus pode perscrutar, e revelar para
nós. Além disso, a oração é aqui dirigida a Ele; o que é tão considerável parte do culto
Divino, que às vezes é considerado por todo ele, como em Romanos 10:13 e, portanto,
nunca poderia ser oferecido ao Espírito, se Ele não fosse verdadeiramente Deus. Agora, é
obra do Espírito encaminhar as almas no amor de Deus. Ele não apenas toma as coisas
de Cristo (Sua pessoa, sangue e justiça) e as revela para nós, e nosso interesse por elas;
mas Ele também toma as coisas do Pai, e, particularmente, o Seu amor, Ele derrama em
nossos corações, e encaminha os nossos corações para Ele; e, ao fazê-lo, age como um
Consolador para nós. Chego agora,

IV. Investigarei a utilidade de ter os nossos corações direcionados ao amor de Deus.

1. Isso é muito útil para aumentar o nosso amor a Deus. Nunca o amor a Deus, a Cristo,
ao seu Evangelho, às pessoas, aos Seus caminhos e ordenanças, foi mais frio do que é
agora. Há grande necessidade de mantê-lo vivo e aumentado; e nada pode mais
efetivamente fazê-lo, do que isso: ter nossos corações encaminhados no Amor de Deus.
Foi este que, sendo derramado em nossos corações, produziu pela primeira vez o nosso
amor a Deus; e somente ele pode animá-lo e estimulá-lo, depois de ter se tornado frio.
Conforme a percepção que temos do amor de Deus por nós, é que o nosso amor para Ele

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
se eleva. Os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a
quem pouco é perdoado pouco ama (Lucas 7:47).

2. Isso é muito útil para promover a amor ao próximo. Atualmente há uma decadência
muito visível do amor fraternal entre os santos; o que se manifesta a partir dessas discór-
dias, divisões, contendas e maledicências que em todos os lugares abundam nas igrejas.
Agora, nada é mais provável para recuperar o nosso amor de uns para com os outros, do
que ter nossos corações encaminhados no amor de Deus. Os santos primitivos, tendo
uma grande efusão do Espírito sobre eles, e um grande senso do amor de Deus por eles,
eram cheios de afeição uns aos outros. De tal maneira, que não havia necessidade de ser
estimulados; pois eles foram ensinados por Deus a amar uns aos outros. Não, mesmo no
tempo de Tertuliano, tão forte e veemente era o seu amor um pelo outro, que os próprios
pagãos não podiam deixar de tomar conhecimento disso, enquanto caminhavam pelas
ruas, e diziam: Vide, ut se invicem diligant. Veja, como eles se amam! Não há maior
incentivo para esse dever do que o amor de Deus e de Cristo. Por isso, o apóstolo João,
após ter discursado sobre o amor de Deus ao enviar o seu Filho para morrer pelos
pecadores, assim argumenta: “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos
amar uns aos outros” [1 João 4:11]; bem sabendo que nada poderia mais veementemente
provocá-lo.

3. Isso é muito útil para ampliar a nossa obediência a Deus. E, de fato, parece ser com
este objetivo que o apóstolo coloca esta petição aqui. No versículo anterior ele expressa
sua confiança naqueles Tessalonicenses, que tanto fizeram, e fariam, as coisas que
foram ordenadas a eles, e, a respeito disso, ora para que o Senhor encaminhe o coração
deles no amor de Deus; sabendo que nada mais dilataria os seus corações a seguir com
alegria nos caminhos dos mandamentos de Deus. Assim, isto constrange as almas a
viverem para a glória de Deus; e faz com que até mesmo aqueles que estavam vagarosos
no cuidado, sejam fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. Nunca houve mais
necessidade de ter nossos os nossos corações encaminhados no amor de Deus do que
agora; quando há uma tal negligência do dever entre os professos; não apenas em seus
quartos e famílias, mas também na igreja de Deus.

4. Isso é muito útil para nos habilitar a lamentar corretamente pelo pecado. Temos grande
motivo para nos humilharmos diante de Deus, e para lamentar tanto pelos nossos
próprios pecados e pelos pecados dos outros. Mas nós nunca nos lamentamos mais, nem
melhor, do que quando impressionados com um senso do amor de Deus. É isso que
lança nossa humilhação pelo pecado em uma via adequada. Nossa tristeza por isso
nunca se eleva; nem somos envergonhados por ele, e o ódio por ele cresce, mais do que
quando somos feitos sensíveis ao pacificador amor de Deus por nós. Veja Ezequiel 16:61-
63. Foi um olhar amoroso de Cristo, que levou Pedro a sair e chorar amargamente, depois

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
de tão vergonhosamente negar o seu Senhor; e foi uma revelação do amor de Cristo para
a pobre mulher, que produziu aquelas torrentes de lágrimas dos olhos, com as quais ela
lavou os pés de Cristo, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça.

5. Isso é muito útil por habilitar-nos a carregar a cruz de Cristo com alegria; e, talvez, esta
pode ser a razão pela qual esta outra cláusula é adicionada: e na paciência de Cristo. Isso
pode intencionar, seja uma paciente espera pelo segundo Advento de Cristo, e é o que a
nossa versão parece considerar; ou um paciente carregar a cruz por amor de Cristo. As
palavras no original admitirão ambos os sentidos. É o dever dos santos o suportar todas
as injúrias e provações, pacientemente, por causa de Cristo; e isso, em imitação dAquele
que lhes deixou um exemplo. E eles têm grande necessidade de considerá-lO, que supor-
tou tamanha oposição dos pecadores contra Si mesmo; para que eles não se desfaleçam,
e nem enfraqueçam em seus espíritos. E não apenas uma consideração da Pessoa de
Cristo, mas um sentimento do amor de Deus é muito necessário para apoiá-los em
dispensações adversas da providência; para que quando eles a tenham, gloriem-se nas
tribulações, sabendo que esta opera a paciência, e a paciência a experiência, e a experi-
ência a esperança, e a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5:5). Por
isso o apóstolo talvez cogitou orar, para que os seus corações fossem encaminhados no
amor de Deus, a fim de que eles pudessem suportar com paciência todas as coisas por
amor de Cristo. Assim, tendo considerado a natureza do amor de Deus, e lhes
demonstrado o que é ser encaminhado nele, concluirei tudo com aquelas calorosas
petições do apóstolo nos dois últimos versículos do capítulo anterior... “E o próprio nosso
Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna
consolação e boa esperança, Console os vossos corações, e vos confirme em toda a boa
palavra e obra”.

Ó Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo te pedimos que uses estas palavras,
e que, pelo Teu Espírito Santo, aplique com poder o que de Ti há neste sermão aos nossos corações
e nos corações daqueles que lerem estas linhas, por Cristo para a glória de Cristo.

Ore para que o Espírito Santo use estas palavras para trazer muitos ao
Conhecimento Salvador de Jesus Cristo, pela Graça de Deus. Amém.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Fonte: PBMinistries.org │ Título Original: The Love of God Considered

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACRF (Almeida Corrigida Revisada Fiel)

Tradução por Camila Almeida │ Revisão e Capa por William Teixeira

***

Acesse nossa conta no Dropbox e baixe mais e-books semelhantes a este:


https://www.dropbox.com/sh/ha9bavgb598aazi/ALSKeIjpBN

Leia este e outros e-books online acessando nossa conta no ISSUU:


http://issuu.com/oEstandarteDeCristo

Participe do nosso grupo no Facebook: facebook.com/groups/EstanteEC

Você tem permissão de livre uso deste e-book e o nosso incentivo a distribuí-lo, desde que
não altere o seu conteúdo e/ou mensagem de maneira a comprometer a fidedignidade e
propósito do texto original, também pedimos que cite o site OEstandarteDeCristo.com como
fonte. Jamais faça uso comercial deste e-book.

Se o leitor quiser usar este sermão ou um trecho dele em seu site, blog ou outro semelhante,
eis um modelo que poderá ser usado como citação da referência:

Título – Autor
Corpo do texto
Fonte: PBMinistries.org
Tradução: OEstandarteDeCristo.com

(Em caso de escolher um trecho a ser usado indique ao final que o referido trecho é parte
deste sermão, e indique as referências (fonte e tradução) do sermão conforme o modelo
acima).

Este é somente um modelo sugerido, você pode usar o modelo que quiser contanto que cite
as informações (título do texto, autor, fonte e tradução) de forma clara e fidedigna.

Para solicitar este e-book em formato Word envie-nos um e-mail, solicitando-o:


oestandartedecristo@outlook.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Uma Biografia de John Gill

John Gill (1697- 1771)

John Gill nasceu em 23 de novembro de 1697 e faleceu em 14 de outubro de 1771. Seus pais,
Edward e Elisabeth Gill, eram cristãos piedosos, membros de uma Igreja Batista Particular
[Calvinista]. Ele provou ser um estudante extremamente capaz, superando até seu tutor.

Na sua juventude estudou no Kettering Grammar School, onde alcançou o grau de mestre em
latim clássico, aprendendo o grego aos onze anos de idade. O jovem aluno continuou se
autoinstruindo no campo da língua hebraica. Seu amor pelo hebraico seguiria por toda a sua vida.

Aos 12 anos de idade, Gill ouviu um sermão de seu pastor, William Wallis, sobre a passagem de
Gênesis 3:9 (E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?). A mensagem
marcou Gill e eventualmente levou a sua conversão, mas somente sete anos depois, quando fez
uma pública profissão de fé aos dezenove anos de idade.

Quando contava aproximadamente 20 anos, ele já era conhecedor de latim e grego e estava
iniciando o estudo do hebraico. Foi um estudioso de tremenda capacidade, mas recebeu pouca
educação formal, parcialmente porque nem ele e nem seus pais podiam submeter-se aos
programas religiosos dos estabelecimentos educacionais controlados pela Igreja Anglicana.

Seu primeiro trabalho pastoral foi como assistente de John Davis em Higham Ferrers em 1718
quando tinha vinte e um anos. Logo depois foi chamado para pastorear a Strict Baptist Church em
Goat Yard Chapel em Horsleydown, Southwark em 1719. Em 1757, sua congregação precisou
mudar para Carter Lane, St. Olave’s Street, também em Southwark. Seu pastorado durou 51

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
anos. Sua igreja batista viria mais tarde a se tornar o Metropolitan Tabernacle, pastoreado por
Charles Spurgeon.

Em 1748, Gill recebeu o grau honorífico de doutor em divindade pela universidade de Aberdeen.
Sobre este título do qual nunca se gabou, ele disse: “Não o procurei, não pensei sobre ele e nem
o comprei”. Muito da controvérsia em torno de Gill se deve ao fato de que por ter raízes entre os
batistas particulares ingleses era tachado de hiper-calvinista, porém, durante o seu ministério, a
sua igreja apoiou fortemente a pregação de George Whitefield, um dos maiores, senão o maior
dos evangelistas de sua época. A verdade é que Gill em toda a sua vida procurou combater os
males provindos do Arminianismo e do Unitarianismo. Essa combatividade muitas vezes o levou a
entrar em sérias controvérsias com seus opositores tais como John Wesley e Andrew Fuller. Ele
foi reconhecidamente um estudioso meticuloso e um prolífico escritor.

Dr. Gill leu muito e foi, provavelmente, o hebraísta mais aclamado que já adornou o cenário
cristão. Contudo, era um homem pacífico e recatado. Apesar disso, entraria numa controvérsia
quando “A causa de Deus e a verdade” fossem atacadas e, de fato, escreveu um livro magnífico
com esse mesmo título. Sua melhor obra talvez seja a “Exposição de Cantares de Salomão”.
Entretanto, sua maior contribuição é a exposição monumental do Antigo e Novo Testamento na
qual comenta cada palavra da Bíblia. Nenhum outro escritor cristão foi bem-sucedido nessa tarefa,
nem Calvino, nem [Matthew] Henry — ninguém antes e ninguém depois.

O último grande escrito desse venerável estudioso foi A body of Divinity [Teologia sis-temática; lit.,
“Um corpo de teologia”], publicado em 1769, apenas dois anos antes de sua morte. É provável
que essa seja a teologia sistemática mais completa já escrita; apinhada de doutrina não-maculada
com filosofia. A lista dos escritos e realizações do dr. Gill é muito longa para figurar neste breve
resumo. Além dos encontros regulares com muitos cristãos e das diversas pregações proferidas a
cada semana, ele escreveu aproximadamente dez milhões de palavras com uma simples caneta,
e foi seu próprio revisor.

Augustus Toplay escreveu: “Caso se pense que algum ser humano tenha trilhado todo o círculo
do aprendizado humano, esse homem é o dr. Gill? Seria necessário, talvez, metade dos
acadêmicos da Inglaterra apenas para ler, com cuidado e atenção, tudo o que Gill escreveu”.

Faleceu em 14 de outubro de 1771.

______________________
Esta biografia é baseada nas seguintes fontes:

♦ GREEN, JAY. John Gill (1697–1771). Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto. Revisão: Rogério Portella,
2005. Disponível no Site Monergismo.Com. Acessado em 25 de Março de 2014.
♦ Site: DiscernimentoBíblico.Net. Tradução: Edimilson de Deus Teixeira, a partir de The Baptist Page.

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Quem Somos
O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo
Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções
inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e
divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores
àqueles como John Gill, Robert Murray McCheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur
Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes
últimos quatro autores.

O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano,
Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das
Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas,
holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitar-
mos nEle desde agora e para sempre.

Livros que Recomendamos: Indicações de E-books de publicações próprias.


Baixe estes e outros gratuitamente no site.
 A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES
 10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne
 Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por
 Agonia de Cristo – Jonathan Edwards
John Bunyan – Editora Fiel  Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina
 Um Guia Seguro Para o Céu, por Joseph Alleine – da Eleição
Editora PES  Cristo É Tudo Em Todos – Jeremiah Burroughs
 Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel
 O Peregrino, por John Bunyan – Editora Fiel
 Doutrina da Eleição, A – Arthur Walkington Pink
 O Livro dos Mártires, por John Foxe – Editora Mundo  Eleição & Vocação – Robert Murray M’Cheyne
Cristão  Excelência de Cristo, A – Jonathan Edwards
 O Diário de David Brainerd, compilado por Jonathan  Gloriosa Predestinação, A – C. H. Spurgeon
 Imcomparável Excelência e Santidade de Deus, A –
Edwards – Editora Fiel
Jeremiah Burroughs
 Os Atributos de Deus, por A. W. Pink – Editora PES
 In Memoriam, A Canção dos Suspiros – Susannah Spurgeon
 Por Quem Cristo Morreu? Por John Owen (baixe  Jesus! - Charles Haddon Spurgeon
gratuitamente no site FirelandMissions.com)  Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon
 Livre Graça, A – C. H. Spurgeon
 Paixão de Cristo, A – Thomas Adams
 Plenitude do Mediador, A – John Gill
Viste as páginas que administramos no Facebook
 Porção do Ímpios, A – Jonathan Edwards
 Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon
 Facebook.com/oEstandarteDeCristo
 Reforma – C. H. Spurgeon
 Facebook.com/ESJesusCristo
 Reformação Pessoal & na Oração Secreta – R. M. M'Cheyne
 Facebook.com/EvangelhoDaSalvacao  Salvação Pertence Ao Senhor, A – C. H. Spurgeon
 Facebook.com/NaoConformistasPuritanos  Sangue, O – C. H. Spurgeon
 Facebook.com/ArthurWalkingtonPink  Semper Idem – Thomas Adams
 Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org  Sermões de Páscoa – Adams, Pink, Spurgeom, Gill, Owen e
Charnock
 Facebook.com/JonathanEdwards.org
 Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) –
 Facebook.com/JohnGill.org C. H. Spurgeon
 Facebook.com/PaulDavidWasher  Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A – J. Edwards
 Facebook.com/RobertMurrayMCheyne  Tratado sobre a Oração, Um – John Bunyan
 Facebook.com/ThomasWatson.org  Verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, O – Paul D. Washer

Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Sabe traduzir do Inglês? Quer juntar-se a nós nesta Obra? Envie-nos um e-mail: oestandartedecristo@outlook.com
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
2
desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando
com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à
3
consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
4
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto.
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
5
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque
não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos
6
vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do
7
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro
8
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo
9
somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, Viste asmas não
páginas desanimados.
que administramos no Persegui-
Facebook
10
Indicações de E-books de publicações próprias.
dos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda
Baixe a parte
estes a mortificação
e outros gratuitamentedo no Senhor
site. Jesus no nosso Facebook.com/oEstandarteDeCristo
 corpo, para que a vida de Jesus se
11  Facebook.com/ESJesusCristo
 10manifeste também
Sermões – Robert Murraynos nossos corpos;
M’Cheyne E assim nós, que vivemos, estamos sempre
 Facebook.com/EvangelhoDaSalvacao
entregues à morte por amor
 Cristo, Totalmente Desejável – John Flavel de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
 Facebook.com/NaoConformistasPuritanos
12 13
nossa
 Eleição carne –mortal.
& Vocação DeM’Cheyne
Robert Murray maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
 Facebook.com/ArthurWalkingtonPink E
temos portanto o mesmo espírito
 A Gloriosa Predestinação – C. H. Spurgeon de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós
 Facebook.com/CharlesHaddonSpurgeon.org cremos
14
também, por isso também falamos. Sabendo que
 Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon  oFacebook.com/JonathanEdwards.org
que ressuscitou o Senhor Jesus nos
 A Livre Graça – C. H. Spurgeon
ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco.  Facebook.com/JohnGill.org
15
Porque tudo isto é por
 A Paixão de Cristo – Thomas Adams  Facebook.com/PaulDavidWasher
amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de
 Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon 16  Facebook.com/RobertMurrayMCheyne
graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
 Facebook.com/ThomasWatson.org
 Reforma – C. H. Spurgeon 17
exterior
 Salvação se corrompa,
Pertence Ao Senhor –oC.interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
H. Spurgeon
18
momentânea
 O Sangue tribulação produz para nós um pesoPágina
– C. H. Spurgeon eternoParceira:
de glória mui excelente; Não
atentando
 Semper nós nas
Idem – Thomas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se
Adams
 Facebook.com/AMensagemCristocentrica
veemsobre
 Tratado sãoa temporais,
Oração, Um – e asBunyan
John que se não veem são eternas.
Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Você também pode gostar