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Dom Pedro Casaldáliga e a luta pelos direitos humanos

Na aula de hoje vamos conhecer um exemplo de líder que, durante toda a sua vida, se dedicou e lutou para defender
os direitos humanos dos mais fragilizados de nossa sociedade. O nome dele é Pedro Casaldáliga, bispo católico,
chamado de profeta do Araguaia, onde viveu durante muitos anos, e morreu no dia 08 de agosto de 2020. Com esse
exemplo, vemos que é possível que existam lideranças religiosas que lutem em defesa dos direitos humanos. Em
cada tradição religiosa existem muitos líderes parecidos com esse bispo.

Leia o texto abaixo, da teóloga Solange Maria do Carmo, para conhecer esse grande Profeta. O bom odor de Pedro
“O jovem Pedro (1928-2020) veio da Espanha para anonimamente servir os pobres do Brasil. Mas, como o amor
exala bom odor (2Cor 2,14-16), logo Pedro ficou conhecido pelo perfume da fé que exalava. Seu cheiro bom
encantou mulheres e homens sofredores, que viram nele uma espécie de pai dos pobres. Esse título, em outros
tempos dado a São Vicente de Paulo, cabe bem ao bispo do Araguaia. Sua caridade, porém, percorreu caminhos bem
diferentes da difundida por Vicente, cuja filantropia imediata saciava a fome dos famintos e socorria os
desabrigados. Pedro encarnou a vida do pequeno, do menor de todos, do mais insignificante dos humanos.
Despojou-se de todo conforto, de toda segurança, de toda regalia, ao modo franciscano. Viveu junto dos explorados
do Araguaia e se fez um deles. Mas também a comparação com o Pobrezinho de Assis não faz jus à vida de Pedro.
Talvez Pedro pudesse ser comparado ao santo Oscar Romero, mártir da América Latina, cruelmente assassinado no
altar, cuja vida foi unida à de Cristo num só sacrifício. Mas, apesar da mesma bravura, os dois bispos se distinguem. A
poesia de Pedro, sua vida às margens do Araguaia, e sua sensibilidade para questões urgentes do nosso tempo,
fazem-no uma pessoa singular. Quando ninguém nas igrejas falava de direitos dos indígenas ou de respeito aos
deuses dos quilombos, Pedro criava o CIMI [Conselho Indigenista Missionário] e a pastoral da Terra. O bispo poeta
fazia ecoar seus versos em favor dessa gente sem voz. A famosa Missa dos Quilombos, musicada por Milton
Nascimento, fez história. Tornou-se peça de teatro e incomodou os poderosos por ocasião da ditadura. Quando nas
igrejas ainda não se falava de defesa do meio ambiente, nem havia o Francisco de Roma escrevendo a Enciclica
Laudato Si [em defesa do meio ambiente], Pedro protegia as matas, os bichos e toda espécie de vida. Amaldiçoava as
queimadas, as cercas e o direito de possuir a terra, entendida como dom de Deus para a vida de todos. Quando nas
igrejas ainda não se falava da maldição do garimpo e da indústria madeireira, Pedro levantava sua voz nos
advertindo acerca dos perigos de exaurir a terra, de derrubar as matas e de poluir os rios [principalmente com
mercúrio]. Enfrentou, junto aos pequenos agricultores e posseiros, os poderosos que querem exaurir o solo e ser
donos das águas. Quando nas igrejas não se falava de agricultura orgânica, nem dos males causados pelos defensivos
agrícolas, Pedro abominava os agrotóxicos e preservava as sementes autóctones. Quando nas igrejas não se falava
ainda da falência do modelo econômico capitalista, Pedro sonhava com um mundo fraterno no qual o dinheiro não
era senhor, nem o mercado seu reino. Colocou em versos sua paz inquieta; tornou conhecida sua indignação e
inconformidade com os esquemas de privilégio de alguns em detrimento da escravidão de uma multidão.” FONTE:
FIQUE FIRME. 238. O bom odor de Pedro. Disponível em: . Acesso em: 14 ago 2020.

Assim como Pedro Casaldáliga, muitos outros líderes religiosos, mas também lideranças não religiosas, doaram e
doam a sua vida para construção de um mundo mais justo e solidário. Onde todas as pessoas possam viver de forma
digna.

Atividade:
1) Elabore uma tirinha com base no texto lido. Evidenciando a Luta de Pedro pelos direitos humanos.

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