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FRACTAIS E SUAS RELAÇÕES MATEMÁTICAS

Vanessa Fernandes, Caroline Natario, Lucas Barbiere, Cassia Isac, Thiago Leal

CURVA DE KOCH Iterando sucessivamente este processo, a curva tende a


INTRODUÇÃO Dado um triângulo equilátero de lado 𝓁. Divide-se cada lado em preencher o quadrado unitário original, garantindo, em termos
A geometria fractal é o ramo da matemática que estuda as 𝓁 digitais, uma enumeração univocamente ordenada dos pixels de
três segmentos iguais e substitui-se o segmento médio por
propriedades e comportamentos dos fractais. Ela descreve 3
𝓁 uma imagem.
muitas situações que não podem ser explicadas facilmente pela dois segmentos iguais à de modo a formar com o espaço
3
geometria clássica. As raízes conceituais dos fractais remontam referente ao segmento médio um triângulo equilátero sem base
as tentativas de medir o tamanho de objetos para os quais as 𝓁
gerando uma linha poligonal de comprimento 4 .
definições tradicionais baseadas na Geometria Euclidiana 3
falham. Este trabalho tem por objetivo de abordar os conceitos Aplicando o mesmo processo a cada novo segmento de reta,
𝓁
matemáticos utilizados no estudo e compreensão dos conjuntos tem-se a curva de Koch com 4 𝓃 segmentos de tamanho 𝓃 e
3
clássicos de fractais. 4 𝓃 Figura 6
comprimento total igual a 𝓁.
3

DESENVOLVIMENTO Como propriedades marcantes desta curva fractal, temos a


CONJUNTO DE CANTOR geração de segmentos cada vez menores, porém agrupados em
Seja um segmento de reta. Divide-se este em três e retira-se seu uma linha poligonal de comprimento cada vez maior. De fato:
segmento central. Dos dois restantes, aplicamos o mesmo
parecer e assim para os seguintes, indefinidamente. Ao final, 1) Conectando os centros de quadrados adjacentes, tem-se
1
teremos uma curva tal qual é mostrada na Figura 1. segmentos de comprimento 𝑛 , na 𝑛-ésima iteração. Portanto,
2
Figura 3 tem-se:
Na Figura 3, é visto o desenvolver da Curva de Koch em cada 1
lim 𝑛 = 0
lado de um triângulo equilátero, desenvolvendo o Floco de Neve. 𝑛→∞ 2
Uma propriedade interessante deste fractal é que um perímetro 2) O número de segmentos em cada passo é dado pela
infinito abriga uma área finita. sequencia (3, 15, 63, ... , 4𝑛:1 − 1, ...), de modo que cada um
Seja um triangulo equilátero de lado 𝓁 . Tem-se que seu 1
Figura 1 dos segmentos tem comprimento 𝑛 , na 𝑛 -ésima iteração.
2
perímetro é 𝒫 = 3𝓁. Após a primeira iteração, tem-se uma figura Portanto, para o comprimento total da curva temos que:
𝓁
Também podemos desenvolver o conjunto de maneira com 12 segmentos iguais a e o perímetro dessa figura será
3 4𝑛:1 − 1
numérica. Dado um intervalo 𝛼 = 0,1 divide-se este em três: 𝓁
igual a 𝒫1 = 3 ⋅ 4 ⋅ = 4𝓁. lim 𝑛
=∞
1 1 2 2 3 𝑛→∞ 2
𝛼 = 0, ∪ , ∪ , 1 Na n-ésima iteração é obtido uma figura com 3 ⋅ 4𝑛 segmentos
3 3 3 3 𝓁 4
Retira-se o intervalo médio e assim ficamos com: iguais a 𝑛 , cujo perímetro é igual a 𝒫𝑛 = 3𝓁( )𝑛 . CONCLUSÃO
3 3
1 2
𝛼1 = [0 , ] ∪ [ , 1] Visto que o floco de neve é obtido após aplicarmos infinitamente Tópicos como progressões geométricas, cálculo de limites e
3 3
Repete-se o processo para ambas as partes obtendo, dessa essas iterações, temos que seu perímetro será o limite de 𝒫𝑛 conceitos geométricos têm íntima relação com o estudo dos
vez, quando 𝓃 → ∞. conjuntos fractais básicos. Neste contexto, este trabalho tem por
4
𝛼2 = 0,
1

2 1
, ∪
2 7
, ∪
8
,1 𝒫𝐾𝑜𝑐ℎ = lim 3𝓁( )𝑛 = ∞ objetivo fundamentar a base matemática para estudos
𝓃→∞ 3
9 9 3 3 9 9
1
posteriores em geometria fractal, bem como o desenvolvimento
Seguindo o processo, para 𝛼3 teremos 8 intervalos com de de simulações computacionais visando a modelagem de
27 CURVA DE HILBERT
comprimento. A curva de Hilbert caracteriza-se pela ocupação do espaço fenômenos naturais.
Depois de indefinidos processos de iteração, chegaremos num através de partições recursivas do mesmo. Para construí-la,
ponto onde teremos 𝛼𝑛 que tem em sua composição 2𝑛 consideremos inicialmente um quadrado unitário. Subdividindo-o REFERÊNCIAS
1 1
intervalos e de comprimento 𝑛 . em quatro novos quadrados de lado e conectando seus [1] NUNES, Raquel Sofia Rebelo (2006): Geometria Fractal e
3 2
Em outras palavras, o conjunto de Cantor pode ser descrito Aplicações;
centros, geramos a primeira instância da curva de Hilbert. Em
como ∞ [2] Falconer, Kenneth (2003). Fractal Geometry: Mathematical
𝑁=0 𝛼𝑛 . cada etapa da construção, a curva sofre alterações respeitando
Foundations and Applications;
o algoritmo abaixo:
TRIÂNGULO DE SIERPINSKI [3] COSTA, Diego Luiz Henrique (2006): Geometria Fractal;
A partir de um triângulo equilátero, une-se os pontos médios dos [4] BARNSLEY, Michael Fielding (1998): Fractals Everywhere,
lados e retira-se o triângulo central criado pelos pontos. Esse Academic Press, Inc.
processo é repetido diversas vezes. Assim, o triângulo de
Sierpinski desenvolve-se em progressão geométrica. Observe
que seu perímetro tende ao infinito enquanto a área, a 0.

Tabela 1
Figura 4

Com isso, onde cada trecho (identificado por A, B, C ou D) é


substituído pela sequência de comandos correspondente.

Figura 5
Figura 2

Realização Financiamento e Apoio

Coordenação de Extensão e
Coordenação de Pesquisa e Pós-
Graduação Projeto “Fabricando: Ciência
para Todos”

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