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Vitor Byers
Departamento de Matemática
Universidade de Concórdia
Montreal – Quebec – Canadá
1 - Introdução
2 - O Princípio Genético
3 - Os Usos da História
4 - A História e o Professor
5 - A Unidade da Matemática
6 – Conteúdo e Forma
Existe algum outro aspecto da matemática, como disciplina, que pode ser inserido
de um estudo da sua história? Vamos começar com uma questão que gerou uma grande
polêmica entre historiadores da matemática. As revoluções ocorrem na matemática?
A primeira vista, a resposta a essa questão é obvia; na realidade foi dada por
Hnakel em 1869: “Em muitas ciências uma geração destrói o que a outra construiu e, o
que uma estabeleceu, a outra desfaz. Apenas na matemática, cada geração constrói uma
nova história para a antiga estrutura”.
Contudo, embora os resultados matemáticos não fiquem fora de moda, a
característica dos trabalhos matemáticos representativos mudou mais do que uma vez
durante a longa história da disciplina. Além disso, um reconhecimento deve ser dado às
crises nos fundamentos da matemática, sejam as ocasionadas pela descoberta dos
incomensuráveis, seja pelos paradoxos na teoria dos conjuntos. Alguns historiadores
respondem a questão acima afirmativamente.
Crowe assume a posição de que as revoluções não ocorrem na matemática, mas
sim em áreas tais como nomenclatura matemática, simbolismo e padrões de rigor e
também na metamatemática. Tal posição torna-se mais fácil de compreender se se
distingue entre o conteúdo da matemática e sua forma.
De acordo com certas definições formalistas, a matemática não tem conteúdo.
Tais visões, contudo, são de valor duvidoso na educação matemática. Nós assumiremos
por isso que, como outras disciplinas, a matemática apresenta dois aspectos: o conteúdo
e a forma. A matemática é usualmente classificada como uma ciência formal porque a
forma é mais proeminente na matemática de hoje em dia do que o é em outras ciências;
na realidade, a forma matemática é freqüentemente emprestada a outros ramos do
conhecimento. Em uma primeira aproximação, o conteúdo da matemática consiste em
seus métodos e resultados; a forma matemática envolve notação simbólica e cadeias de
argumentos lógicos. Pode-se dizer então que a matemática é a mais conservadora das
disciplinas, mas algumas mudanças históricas na sua forma só podem ser descritas como
revolucionárias.
A unidade da matemática se estende a uma notável unidade entre seu conteúdo e
sua forma; então, a distinção acima tem que ser considerada com cuidado. Embora a
demonstração pertença à forma da matemática é possível falar do conteúdo da
demonstração. Outra vez, a forma matemática pode bem ser o conteúdo de um tópico
educacional. E, ainda mais, muito do conteúdo da matemática não teria sido descoberto
se não tivesse sido por avanços na sua forma. A “profunda relação entre conteúdo e
forma” foi mencionada por Struik. Como ele diz ao avaliar o trabalho de Viète:
7 – Um Modelo de História
Notas Bibliográficas:
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Mathematics Classroom, edited by A.E. Hallenberg. NCTM 31st Yearbook, pp. 1-17.
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(3) POLYA, G., 1965, Mathematical Discovery II (Wiley), pp. 132-133
(4) GRIFFITHS, H. B., and HOWSON, A. G., 1974, mathematics: Society and Curricula
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(5) MALIK, M.A., 1980. Int. J. Math. Educ. Sci. Techinol, 11, 489
(6) THOM, R., 1973, Proceedings of the Second International Congress on Mathematical
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(7) MOISE, E. E., 1965, Math. Monthly, 72(4)
(8) COONEY, T. J., DAVIS, E. J., and HENDETSON, K. B., 1975, Dynamics of Teaching
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(9) GRATTAN-GUINESS, I., 1973, Int. J. Math. Educ. Sci. Technol. 4, 421
(10) GRABINER, J. V., 1975, História Matemática 2, 439
(11) MAY, K. O., 1975 Historic Mathematic 2, 439
(12) LAKATOS, I., 1963 Br. J. Phil. Sci., 14, 1
(13) THOM, R., 1971, Am Scientist, 59, 695
(14) PAPY, G., 1965, Math Teacher, 58, 345
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(16) BOYER, C. B., 1968. A History of mathematics (Wiley), p. 598
(17) CROWE, M. J., 1975, Historic Mathematic, 2 161
(18) BYERS, V., and HERSCOVICS, N., 1977, Mathematics Teaching, 81, 24
(19) STRUIK, D. J., 1967, A Concise History of Mathematics (Dover), p.94
(20) GINSBURG, H., 1977, Children’s Arithmetic: The Learning Process (Van Nostrand)
pp. 121 and 90