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Hissa, Cassio Eduardo Viana. A mobilidade das fronteiras: inserções da geografia na


crise da modernidade. 1° edição, 1° reimpressão. – Belo Horizonte: UFMG, 2002. Revista
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 06, Vol. 06, pp. 87-89.
Junho de 2019. ISSN: 2448-0959

Possui Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1982), Mestrado
em Demografia pelo CEDEPLAR - Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da
Universidade Federal de Minas Gerais (1990), Doutorado em Geografia pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999), Pós-Doutorado em Epistemologia e
Sociologia pelo CES - Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (2006).
Formação livre: filosofia e artes. É Professor Titular da Universidade Federal de Minas
Gerais. Trabalha principalmente com os seguintes temas: Território, cultura e sociedade;
Epistemologia da Geografia; Diálogo entre conhecimentos, saberes e práticas.

Cássio Eduardo Viana Hissa possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de
Minas Gerais (1982), mestrado em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e
Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (1990), doutorado em
Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999), pós-doutorado
em Epistemologia e Sociologia pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
(2006). Formação livre: filosofia, piano jazz, artes visuais, fotografia. É Professor Associado
da Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalha principalmente com os seguintes temas:
Teoria do conhecimento; Epistemologia da Geografia; Diálogo entre Saberes; Território,
cultura e sociedade.

O autor constrói o texto em quatro partes, que inicia fazendo uma reflexão sobre o que seriam
os conceitos de primitivo e moderno e destaca que servem apenas para a interpretação da
história. Esclarece, também, o mito enquanto um meio através do qual os povos primitivos
buscam explicar a realidade, sem a necessidade de comprovação e se configura como verdade
de um grupo. Já o pensamento selvagem calcula com ensinamentos da experiência. Segundo o
autor, na sociedade moderna o mito se divide em vários e já não mais representa única fonte
de verdade, são referendados pelo senso comum e preenchem os vazios construídos por
ansiedade, amargura e insegurança.
Já a ciência é construída no ritmo da abolição da ética dos deuses e, nessa ruptura, a ciência se
contrapõe a crença e vai substituindo a fé da crença pela fé na ciência por dias melhores. O
autor se propõe a apontar para a necessária reflexão sobre a própria distância que se fez entre
os caminhos tomados pela ciência e o discurso que a originou e a justificou e salienta que a
ciência foi conduzida pela modernidade e supõe produzir ruptura entre a paixão e objetividade
racional, entre desejo e método, entre medo e segurança.

Com a edificação de uma nova sociedade, surge a ciência moderna, referenciada pelo
Renascimento e pelo Iluminismo, em que a razão se sobrepõe as crenças e, assim, desenvolve
uma concepção filosófica compatível com a realidade em processo de edificação: o
positivismo e a validade do conhecimento residiria na objetividade resultante da separação
entre a teoria e a prática e entre a ciência e a ética. Porém, não sendo possível o homem
despir-se totalmente das suas crenças por estar inserido no meio e fazer parte dele,
compreende-se parcialmente o mundo ou suas frações que se articulam mais ou menos
intensamente. Tal pensamento torna, dessa forma, a objetividade idealizada pelos fundadores
da ciência moderna uma utopia, pois todas as grandes realizações da ciência foram
fundamentadas na obstinação e no sonho.

Moderno, segundo o autor, é um tempo móvel, o tempo de uma cultura, de uma ética, de um
conjunto de valores e, também, de crise do ambiente da racionalidade e crise da razão, crise
da geografia. Esta última em primeiro lugar porque há, aí, a indefinição de um objeto e de um
método próprios da disciplina, postos como solicitações dos paradigmas da modernidade. Em
segundo lugar está a ausência da geografia dos debates epistemológicos, sendo tomada como
uma disciplina eminentemente prática, do concreto e do real.

A partir das últimas décadas do século XX a geografia se redescobre e o mundo se dá conta


da importância da disciplina para a compreensão das dinâmicas socioespaciais. Contudo, a
geografia vivencia problemas referentes a ausência, especialmente no passado, de reflexões
teóricas consistentes.

O texto nos leva a compreender como se deu da crise na modernidade e os impactos que
sofreu ao longo dos anos e das mais variadas influências. De maneira acessível, o autor nos
apresenta, de maneira clara, os distanciamentos entre a ciência e a mitologia das crenças das
Luzes e como estes distanciamentos favoreceram ou não o progresso da ciência.
A leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, favorece um diálogo com
estudantes universitários, pesquisadores, cientistas e profissionais da área para que os mesmos
possam refletir, pesquisar, discutir ou se posicionar criticamente sobre o assunto abordado.

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