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Tema: O Deus de Albert Einstein – Responsável: Fábio Rafael Corte Glanso

- Bolsista MEC/SESu - PET

Quando indagado sobre suas verdades, o já renomado Albert Einstein


relatou: “Sim, você pode dizer isso. Tente penetrar, com os nossos meios
limitados, os segredos da natureza. Você vai descobrir que, por trás de todas
as concatenações discerníveis, há algo sutil, intangível e inexplicável. A
veneração a essa força que está além de tudo o que podemos compreender é a
minha religião. Até certo ponto, de fato, eu sou religioso".
Apesar de um tanto escorregadia, a resposta - e outras declarações ao
longo da sua vida - não dá muita margem a dúvidas: Einstein acreditava em um
Deus. Embora seja bem menos complicada de entender do que a Teoria da
Relatividade, a idéia que o cientista desenvolveu do Todo-poderoso é cheia de
sutilezas e meios-tons. Albert Einstein acreditava em um Deus totalmente
destoante do conceito pregado pela maioria das igrejas ocidentais e
monoteístas. Acreditava em um Deus que se manifestava nas formas da
natureza e na complexidade da vida. Desta forma, sua manifestação divina em
nenhum momento estava contida em um deus maniqueísta que possuía fraquezas
humanas como a ira e a vingança; não acreditava em um Deus que fica a fazer
juízo de valores sobre as ações humanas, um Deus que julgava as ações
humanas no sentido de condená-las ao não, assim sendo, a concepção de céu e
inferno não estava contida dentro da concepção religiosa de Einstein.
Apesar de seus pais serem judeus, o ensino religioso nunca foi muito
acentuado em sua infância, foi influenciado por um estudante de medicina
chamado Max Talmud que lhe emprestou alguns livros de filosofia e ciências,
especialmente, obras de Immanuel Kant (filosofo alemão 1724-1804) e foi
quando se distanciou da fé e passou a aceitar a ciência como razão de vida.
Einstein se interessava por assuntos ligados a natureza, música (em especial
violino) e física, percebendo grande maestria entre estes agentes, pois havia
sincronia entre estas três vertentes.
Contudo, quanto mais se aprofundava no estudo da física e da Teoria da
relatividade, mais percebia que a maestria com que a natureza se comportava
somente podia provir de uma manifestação divina. Porém, esta forma de crer
em um deus diferente do pregado pelas igrejas conservadoras provocava certa
repulsão, sendo por inúmeras vezes interpretado como ateu. Sendo inclusive
hostilizado nos Estados Unidos onde passou grande parte de sua vida.
Certa vez, relatou ao rabino Herbert Goldstein que acreditava no Deus
de Baruch Espinosa (pensador holandês 1632-1677) que se revela na harmonia
de tudo que existe, mas não em um deus que se preocupa com o destino e os
afazeres de toda humanidade, “Não posso conceber um Deus pessoal que
influencie diretamente as ações dos indivíduos ou julgue as criaturas que ele
mesmo criou”.
Quando questionado se acreditava em alma ou em vida após a morte,
Einstein foi sucinto e brilhante, pois afirmava categoricamente que para ele
estas questões não faziam sentido pois “Uma vida somente já bastava” e assim
deveria agir conforme seus princípios e anseios nesta vida e que pudesse
contribuir da melhor forma e não esperar aspirações futuras e se esquecer de
seu papel no hoje.
Para mais informações, acesse:
Revista Galileu, Novembro 2007, nº 196
O Deus de Albert Einstein, de Marcelo Damato
Págs. 46 a51

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