Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Filosofia da Religião
Índice
➔ Introdução ao Tema
◆ Teísmo, Ateísmo, e Agnosticismo
◆ Conceito Teísta de Deus
➔ Argumentos Acerca da Existência de Deus
◆ Argumento Ontológico de Anselmo de Cantuária
● Breve Biografia de Anselmo de Cantuária
● Argumento Ontológico
● Objeções ao Argumento
◆ Argumentos de Tomás de Aquino
● Breve Biografia de Tomás de Aquino
● Argumento Cosmológico
● Objeções ao Argumento
● Argumento Teleológico
● Objeções ao Argumento
◆ O Fideísmo de Blaise Pascal
● Breve Biografia de Blaise Pascal
● Esclarecimento do Fideísmo
● Objeções ao Fideísmo
◆ O Argumento do Mal
● Introdução ao Argumento
● Argumento Lógico do Mal
● Argumento Indiciário do Mal
● A Resposta de Leibniz ao Argumento Lógico do Mal
○ Breve Biografia de Leibniz
○ A Teodiceia de Leibniz
○ Objeções à Teodiceia de Leibniz
➔ Conclusão
2
Introdução ao Tema
A filosofia da religião é a área da filosofia que se dedica ao estudo de problemas
relacionados com a religião, com destaque para a existência de Deus, a relação entre a
religião e a moral, a relação entre a razão e a fé, entre outras. A procura por respostas
acerca do Deus das principais religiões, com destaque às ocidentais, é objeto de estudo
nesta área. Alguns dos filósofos que serão referidos ao longo do trabalho são Anselmo de
crença em um ou mais deuses, mas neste trabalho daremos destaque ao Deus teísta das
principais religiões do ocidente, que será explicado em maior detalhe a seguir. O ateísmo é
comprovar.
religiões, tem-se como o Deus teísta a divindade das três principais religiões do ocidente: o
criador e quem sustenta o universo, mas independente deste e do mundo físico em que nos
3
sumamente bom. O problema que irá ser o ponto central deste trabalho é o da existência
deste Deus teísta, e um dos atributos que será abordado é a omnipotência. Apesar de isto
significar que Deus tem o poder de fazer tudo, o seu alcance tem limites. Este não poderá
criar situações que contradizem a lógica, como, por exemplo, criar um círculo triangular.
Tal como não pode criar situações ilógicas, também não pode cometer atos que vão contra
os seus atributos divinos. Praticar o mal é impossível para Deus, pois isso invalida a suma
4
Argumentos Acerca da
Existência de Deus
Com o conceito teísta de Deus em mente, iremos abordar diversos argumentos que
que não existe forma de comprovar a existência de Deus de forma racional, está o fideísmo
de Pascal.
Aosta, Itália. Ele é mais conhecido por sua contribuição para a filosofia da religião através
5
Cantuária. Em 1078, tornou-se o arcebispo de Cantuária, Inglaterra, e exerceu grande
influência na política e na religião do país. O filósofo é mais conhecido por sua obra
Proslógio, na qual formulou o argumento que será referido à frente. Além disso, ele
defendeu a teoria da satisfação vicária, onde afirma que Cristo morreu na cruz para
filosofia e na teologia ocidental. Ele foi canonizado como santo pela Igreja Católica em
1720.
Argumento Ontológico
Anselmo de Cantuária formulou este argumento na sua obra Proslógio, baseando-se
perfeição que este carrega. Deus é por ele definido como o ser mais perfeito que pode ser
concebido, acima de tudo e de todos, sendo que nada acima d’Ele pode ser pensado ou
idealizado. Tendo esta grandiosidade atribuída, Deus tem de existir no pensamento. Mas,
realidade também, caso contrário seria possível idealizar um ser ainda maior, existente no
pensamento individual e na realidade em que vivemos. Sendo isto impossível, esse ser é o
Deus teísta.
Objeções ao Argumento
O monge Gaunilo cria uma objeção ao argumento de Anselmo de Cantuária,
afirmando que este é insatisfatório e que conduz a conclusões absurdas. Algo que viva no
6
com o exemplo de uma ilha perfeita, existente no pensamento mas inexistente na
realidade, a que chamou Ilha Perdida. Embora a comparação feita seja sobre um objeto
material ( a ilha) e um ser imaterial (Deus), esta crítica mostra fragilidades no argumento
de Anselmo.
erro de Anselmo de Cantuária passa por afirmar que a existência é um atributo adquirido.
conceito do Deus teísta, mas a existência não. Um exemplo dado é o do unicórnio, que tem
nele incluído características como um corno, mas não existe necessariamente. Estes
exemplos comprovam falhas no argumento, pois de acordo com Anselmo, caso Deus exista,
Ele tem todas as características a si atribuídas, incluindo a existência, e caso não exista,
Ele tem as mesmas características, o que inclui a existência, criando uma contradição.
filosofia escolástica. Ele nasceu em Roccasecca, na Itália, no seio de uma família nobre e
Dominicanos em 1244, apesar da oposição de sua família, que queria que este aderisse à
Ordem Beneditina, e estudou em Paris, onde recebeu a alcunha de “boi mudo”, por ser
Europa medieval e suas obras abrangem áreas que vão desde a teologia e filosofia até a
política e ética. As suas obras principais incluem a Suma Teológica, uma obra monumental
que tenta sistematizar toda a teologia cristã, e a Suma Contra os Gentios, onde argumenta a
Aquino morreu em 1274, como consequência de um AVC, com apenas 49 anos, enquanto
7
se dirigia ao Segundo Concílio de Lyon, onde deveria defender suas ideias teológicas. Ele
foi canonizado em 1323 e é venerado como santo pela Igreja Católica. Suas obras
Argumento Cosmológico
Sendo o argumento de Anselmo de Cantuária o mais discutido e analisado na sua
posteriori que o argumento de Anselmo tinha. Na sua obra Suma Teológica, Tomás
apresenta cinco vias baseadas em factos acerca do mundo para chegar à existência de Deus.
As três primeiras fazem parte do argumento cosmológico. A primeira via baseia-se na ideia
de uma causa para começar a existir. Nada pode existir do nada. O mundo é encarado como
um sistema de relações causa-efeito, onde nada é espontâneo ou criado do vazio. Mas, para
Tomás de Aquino deverá haver uma primeira causa que iniciou este processo, caso
contrário seria uma regressão infinita. Visto que a ideia de uma regressão infinita é
rejeitada, só nos resta a hipótese de uma causa primeira, que para Tomás de Aquino é
Objeções ao Argumento
O argumento apresentado afirma que tudo no universo tem uma causa. Mas, no
entanto, nada nos comprova necessariamente esta premissa. O ceticismo de David Hume
leva-nos a crer que uma crença não justificada não poderá ser válida. Não podendo
8
demonstrar a existência de universos sem causa, não se pode admitir o argumento
Outra objeção diz que a premissa de que existe uma causa primeira para tudo é uma
falácia. A possibilidade de que não foi só uma, mas várias causas para o começo do
Por último, a terceira objeção afirma que nada no argumento justifica que a causa
Argumento Teleológico
Na última via, Tomás de Aquino apresenta o argumento do desígnio, ou teleológico.
que existe regularidade e ordem no mundo, e que as coisas operam em harmonia para um
certo fim. Este é um argumento por analogia, por estar a aproximar objetos naturais e
têm todas as suas partes ajustadas, e atingem um fim ou propósito. Ambos têm um
ajustamento dos meios aos fins, cuja causa poderá ser o desígnio de alguém humano (no
caso dos artefactos humanos), ou o desígnio inteligente que governa o universo em direção
máquina, e Deus seu projetor. Ao observar uma máquina, é de notar que os seus meios são
adaptados aos fins por um desígnio humano. O universo trabalha como uma complexa e
gigante máquina, com um grau de organização e precisão muito maior. Com isto em
mente, supõe-se que o governo desta máquina está nas mãos de um desígnio maior que
9
Objeções ao Argumento
Apesar de criar a sua própria versão deste argumento, David Hume foi um crítico
do mesmo, afirmando, juntamente com outros críticos, que este cometia uma falsa
analogia. Quando a diferença entre os dois objetos a ser comparados é grande, e existem
disparidades importantes e que devem ser notadas entre os mesmos, esta analogia torna-se
fraca. Ao ignorar tudo o que difere artefactos humanos e o universo como um todo, e criar
uma analogia entre os dois para um argumento, este não deve ser válido.
desígnio inteligente. Tal como no argumento anterior, nada garante que este é o Deus
teísta. David Hume afirma que o mundo é demasiado imperfeito para tirar conclusões
acerca de Deus através do mesmo. Nenhuma hipótese acerca da criação do universo deve
ser excluída, Hume afirma até que pode ser produto de um desígnio imperfeito e limitado,
educado pelo pai, pois perdeu a mãe ainda muito novo. Contribuiu para as bases da teoria
após uma experiência mística aos 31 anos e decidiu dedicar-se exclusivamente à filosofia e
teologia. Morre aos 39 anos na sequência de um cancro do estômago que acabou por
alastrar ao cérebro. Os seus últimos anos de vida foram dominados pelo sofrimento devido
10
Esclarecimento do Fideísmo
Ao contrário dos filósofos anteriores, alguns teólogos acreditam que não existe
e não na razão ou por indícios. Esta tese é conhecida como fideísmo. Nesta teoria, por fé
fideísmo mais moderado, que Pascal defende, diz que a fé vem antes da razão quando se
estabelece verdades religiosas, mas que o papel a posteriori da razão não deve ser
argumentos que este apresentou, onde se questiona se mesmo sem provas para comprovar
que Deus é real, valerá a pena acreditar que sim. Juntando elementos de outras áreas no
seu argumento, como probabilidades, ou o voluntarismo, tese que classifica a crença como
uma vontade ou iniciativa própria, Pascal conclui que mesmo sem qualquer prova,
Existem apenas três posições que se podem adotar quanto à crença na existência do
Deus teísta: o teísmo, acreditando que Ele existe, o ateísmo, negando que Ele existe, e o
agnosticismo, que duvida da existência de Deus. Estes dois últimos são equivalentes pois
não existe crença em ambos os casos. Pascal teve em conta estas três posições e calculou a
melhor posição a ser tomada através de probabilidades. Os ganhos e perdas em cada uma
destas crenças pode ser finito ou infinito, ou seja, a recompensa ou castigo pela adoção de
uma destas ideias pode ser mais elevada ou menor. Pascal conclui que ao acreditar em
Deus o ganho é infinito e a perda é finita, pois caso Ele exista, o crente tem garantida a
vida eterna e a salvação, e caso Ele não exista, pouco ou nada se perde pela crença. No
entanto, ao não acreditar em Deus, a perda é infinita e o ganho finito. Caso Ele exista, o
11
castigo eterno espera o não crente, e daí vem a perda infinita, e caso Ele não exista, nada se
ganhou com essa não crença, e portanto vale mais a pena acreditar em Deus do que não
acreditar.
A teoria de Pascal não tenta nem quer provar a existência do Deus teísta, mas sim
fundamentar a crença n’Ele e mostrar que é a posição racional a ser tomada. Não é a
raciocinar nem por indícios que se chega a Deus, mas sim puramente pela fé, ou, como
Pascal dizia, pelo coração. Na verdade, a fé não é necessária sequer, apenas basta
Objeções ao Fideísmo
O fideísmo que Pascal expôs foi alvo de desaprovação por parte de filósofos como
William James, que consideraram a ideia ridícula e até vil. James não considera cabível que
o cálculo por si só seja suficiente para tornar alguém crente. Não se pode só decidir
exista uma tendência para acreditar, para que um ateu ou agnóstico se converta quando
deparado com o cálculo de hipóteses. Para isto Pascal responde que a fé acabará por
aparecer como resultado do hábito de agir exteriormente como se fosse crente. William
James tem uma resposta para esta explicação, afirmando que um Deus omnipotente,
decide acreditar por simplesmente calcular o que lhe dá mais benefício. O filósofo ainda
acrescenta que se ele próprio fosse Deus, certificar-se-ia de que esses falsos crentes não
12
O Argumento do Mal
Introdução ao Argumento
No mundo em que vivemos, o mal e sofrimento está presente. Seja este natural ou
por processos humanos, o mal existe no mundo em que vivemos. Daí surge o problema do
mal, o mais complicado que se coloca na área da religião. Com este procura-se procura-se
determinar a real natureza dos atributos intrínsecos a Deus, que são postos em causa pela
existência deste mal. Parece contraditório que uma divindade omnipotente e sumamente
boa permita a existência do mal que ocorre no plano físico. Por isso, surgem três hipóteses
neste problema. Deus quer evitar o mal mas não consegue, e portanto não é omnipotente;
Deus consegue evitar o mal mas não quer, e portanto não é bom; ou Deus quer e consegue
evitar o mal, e a partir daí o problema coloca-se na origem deste mal. Existem duas versões
conclui-se que uma delas ou ambas terá de ser falsa. Sabendo que o mal existe, o Deus
teísta não pode existir. No entanto, estas proposições não são necessariamente
inconsistentes. Não existe forma de comprovar que a existência do mal anule um Deus
Deus assim possa ter criado um mundo que permita mal e sofrimento a acontecer. O
argumento lógico do mal é, portanto, insuficiente para refutar a existência de Deus, por ser
possível que exista uma razão para Deus permitir este mal, apenas não a conhecemos, e
13
Argumento Indiciário do Mal
Esta versão do argumento também admite que a incompatibilidade entre Deus e o
mal não existe, mas afirma que a existência do mal é indício de que a existência de Deus é
improvável. Este argumento aplica-se a todos os males que o mundo físico apresenta,
sejam os males naturais ou os males morais, e as diferentes escalas do mal. No centro desta
discussão encontra-se o mal que é considerado gratuito ou sem sentido, ou seja, o mal que
Deus consegue evitar sem consequências. Considerando que é possível que este tipo de mal
Este argumento ainda tem outra premissa associada, uma a posteriori, através de
uma inferência não dedutiva. Recolhendo exemplos de males e sofrimento humano ou não
humano que não mostram uma boa razão aparente, dá para concluir que provavelmente
estes males são gratuitos e sem sentido, mais uma vez colocando em causa a hipótese da
existência de Deus. Para isto os defensores do teísmo voltam a ripostar, dizendo que da
mera hipótese de existirem males sem sentido não se pode refutar a existência do Deus
explicações teístas que tentam responder a este problema chamam-se teodiceias (do grego,
theós díke - justiça de Deus). Estas podem ser separadas em dois grupos: as teodiceias
morais, e as teodiceias naturais, correspondendo a cada tipo de mal que é abordado. Este
termo foi desenvolvido pelo filósofo Gottfried Leibniz, que o utilizou na sua obra Teodiceia:
Teodiceias morais focam-se na discussão do livre arbítrio destes tais agentes morais
que praticam o mal. A existência deste tipo de mal tem sido justificada com a premissa de
que o mal é condição obrigatória do livre arbítrio, ou de que o mal é permitido para que o
14
ser humano se desenvolva e amadureça moralmente ao longo da sua vida. As teodiceias
naturais classificam estes males como contrapartes do bem ou meios para atingir o bem.
Sendo a lista de teodiceias existentes vasta, aqui irá ser abordada a primeira, a de Leibniz.
matemático, físico, lógico, político e diplomata. Cresceu no seio de uma família instruída e
desde cedo foi considerado um génio, entrando na faculdade aos 15 anos. Doutorou-se em
direito mas recusou a posição de professor. Inventou o cálculo infinitesimal, que levou à
sua reputação ser manchada após Newton reclamar a ideia como sua. Entre os seus
diversos documentos, textos, e obras, destaca-se Teodiceia: Ensaios sobre a bondade de Deus,
A Teodiceia de Leibniz
Leibniz procura responder ao argumento lógico do mal para provar que este é
inválido, falsificando a premissa de que se mal existe, Deus não pode existir. A partir disto
omnisciente e sumamente bom, Ele visionou todos os mundos possíveis que poderia criar,
de acordo com os seus atributos e os seus limites lógicos. Tendo todo este poder e todas as
possibilidades de mundos para criar, Deus escolheu o melhor mundo que poderia ser feito,
aquele em que vivemos. Tendo o poder de criar um mundo totalmente livre de maldade,
Deus decidiu criar uma realidade com mal em abundância, pois este permite o crescimento
moral do ser humano. Um mundo com mal significa que é um mundo com livre arbítrio, e
como consequência do pecado estão presentes no mundo em que nos encontramos, mas é o
15
melhor mundo que poderia ser criado, porque mesmo havendo mal existe livre arbítrio.
Este mal é necessário também, pois Deus cria tudo por algum motivo e pelo melhor
motivo. O mal é feito como contraparte do bem e meio para atingir o bem, e os motivos
que expliquem o porquê de todos os bens estarem ligados aos males e de que forma estes
males servem o plano de Deus como ele entende estão além da nossa compreensão, apenas
mundo sem o mal, visto que Deus não pode fazer nada que vá contra as suas características
ou que contradiga a lógica. No entanto, não existem evidências que comprovem que isto
não pode acontecer. Críticos da teodiceia afirmam que enquanto nada comprovar que Deus
não poderia ter criado um mundo sem mal, este argumento é fraco.
Outra objeção está ligada ao conceito de livre arbítrio como um bem necessário. A
teoria de Leibniz afirma que Deus não poderia criar um mundo sem mal, porque um
mundo sem mal implicaria que o livre arbítrio não existisse. Mas tal como na objeção
anterior, nada indica que o livre arbítrio é um bem necessário ou um bem sequer. A ideia
de que o livre arbítrio é um bem que funciona como contraparte do mal não está
16
Conclusão
Ao longo da história, sentiu-se a necessidade de comprovar a existência de Deus, ou
se isto seria mesmo possível. Teístas, ateístas, e agnósticos divulgaram as suas teorias
acerca de diferentes pontos de vista adotados quanto a este problema, assim como foram
alvos de críticas por parte de tantos outros. A meu ver, é impossível comprovar a existência
de Deus, mas considero igualmente impossível decidir apenas acreditar com base em
cálculos de probabilidades. O argumento do mal é o que faz mais sentido no meu ponto de
vista, pois acho difícil que um Deus sumamente bom e omnipotente, omnipresente, e
que vivemos e que ocorre em situações até comuns do dia a dia. A ideia de livre arbítrio
não é necessariamente um bem tão importante que justifique todo o mal com que nos
encontramos na nossa realidade, e uma divindade tão poderosa com todos os atributos que
lhe estão atribuídos poderia facilmente evitar grande parte do mal que ocorre, seja ele
humano ou natural. Portanto, apesar de acreditar que a existência de Deus é uma incógnita
impossível de determinar, estou mais inclinado para não acreditar que esta seja real,
dia.
17