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Até ver,
é o único planeta que alberga vida e que possui uma geodinâmica activa. Esta particularidade
está relacionada com a massa do nosso planeta e com a distância a que se encontra do Sol. De
facto, estas duas características contribuíram para que a Terra seja um planeta geologicamente
activo e para que estivessem criadas as condições necessárias para que a vida se iniciasse.
1. A biosfera
A biosfera (fig. D é o subsistema que inclui o conjunto das regiões da Terra onde existe vida.
Dito por outras palavras, a biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas existentes no nosso
planeta. É o ecossistema global (por vezes, utiliza-se o termo ecosfera com um significado idên-
tico ao de biosfera). A biosfera:
1. apresenta uma espessura variável, que oscila entre os 10 000 metros de altitude e os
10 000 metros de profundidade. Assim, no máximo, a biosfera poderá ter uma espessura de
20 000 metros;
2. apresenta a máxima concentração de seres vivos entre os 3 000 metros de altitude e os
2 000 metros de profundidade.
10000-
Limite da vida nas montanhas Limite de voo das aves
em zonas tropicais (6000 m). (10 000 m).
9000-
8000-
4000-
3000-
2000-
1000-
0-
2000-
Máxima concentração
de seres vivos (entre os
Bosques e florestas 3000 m de altitude e os
4000- (desde os O até aos 3500 m). 2000 m de profundidade).
Acima da altitude máxima
não há árvores.
6000-
8000-
BIÓTOPO
m
BIOCENOSE
Temperatura
Luz
*~ Factores l Humidade
abióticos-*-'
(ambientais)
Meio: ar
,*,
Tabela 1
Factores de extinção
r""~
i
podem ser
1
1 :1
Naturais | Não Naturais j
Desertificacõesj
[Fig.4) Factores de extinção das espécies
A actuação dos factores referidos torna inicialmente as espécies vulneráveis, depois ameaça-
das, de seguida em perigo de extinção e, finalmente, extintas. Uma espécie é considerada extin-
ta quando nos últimos 50 anos, deixam de ser observados indivíduos selvagens.
Para poder conservar o meio natural, devemos modificar o conceito de que a "Terra é uma
fonte inesgotável" e alterar o ritmo actual de crescimento e consumo da Humanidade. Os dois
instrumentos que podem ajudar a atingir aqueles objectivos são a ordenação do território e a
educação ambiental
Uma forma de conservar é, também, proteger os ecossistemas mais ricos e representativos de
um país ou região, através da criação de áreas próprias. Existem quatro tipos principais de áreas
protegidas: os parques nacionais, os parques naturais, as reservas naturais e as paisagens pro-
tegidas.
Em Portugal, a criação de áreas protegidas iniciou-se em 1971, com a criação do Parque
Nacional da Peneda-Gerês. Nas décadas seguintes foram criados outros parques, mas também
reservas e paisagens protegidas.
2. A célula
A célula (do latim cellula = pequeno compartimento) é a mais pequena massa de matéria viva
capaz de viver como um organismo livre (unicelular) ou associar-se com outras células para for-
mar organismos multicelulares. A célula é a unidade básica da vida.
Parafuso \ 1 l 1 1
macrométrido Pé ou base | Coluna I Tubo Sisterna de J Sistema de J
ou braço J ou canhão ampl ação J iluminação j
>
Platina
Parafuso [ Platina | Revólver | Parafusos
micrométrio Diafragma forma do por forma io por
macro e
Condensador micrométricos
1 1 1 j
Oculares J | Objectivas | Diafragma | Condensador j
lFig.6] Microscópio óptico composto IFig.7) Esquema conceptual sobre a constituição do microscópio óptico composto
Este microscópio possui uma série de características que fazem dele um instrumento muito útil
na investigação. A tabela 2 faz um resumo de algumas dessas características.
Tabela 2
7
1
A ampliação dada pelo MOC resulta do produto da ampliação da ocular pela ampliação
da objectiva. A ampliação total é dada pela seguinte expressão/fórmula:
AT = A0{,j x Aocu
Poder de ampliação 1
Quanto menor for a ampliação utilizada, maior é a superfície que é possível observar,
ou amplificador ou seja, a ampliação e a superfície observada variam na razão inversa.
1
Para calcular a dimensão real de um objecto utiliza-se a fórmula: Timg = Tobj x AT, em que
[Tjmg] é o tamanho da imagem, [Tobj] é o tamanho real do objecto e [AT] a ampliação
total.
' Corresponde à menor distância entre dois pontos muito próximos que permite a sua obser-
Poder de resolução
vação com nitidez. O poder resolvente de um MOC pode alcançar valores de 0,1 um. O
ou resolvente
poder resolvente está directamente relacionado com a objectiva e a ocular que se utilizam.
1
Profundidade Propriedade do MOC que permite observar imagens a diferentes profundidades. O MOC
de campo somente foca um plano ou um conjunto reduzido de planos de cada vez, por isso, ao utili-
ou poder penetrador zar o parafuso micrométríco, podem explorar-se outros planos, anteriormente desfocados.
1
A imagem obtida pelo MOC relativamente ao objecto em estudo é:
(A) ampliada — primeiro pela objectiva e depois pela ocular;
Características (B) virtual — forma-se através da lente, não podendo, geralmente, ser projectada num
da imagem do MOC alvo, como, por exemplo, um ecrã;
(C) invertida - de cima para baixo, em relação ao objecto;
(D) simétrica - da direita para a esquerda, em relação ao objecto.
: Tabela 3
Membrana plasmática Estrutura que delimita a célula e que controla o intercâmbio de mater íais com o meio.
É uma matriz na qual se podem encontrar várias estruturas subcelulares (os organitos
celulares) encarregadas de realizarem várias actividades metabólicas e biossintéticas
Citoplasma
(ex.: ribossomas, cloroplastos, retículo endoplasmático). Pode-se considerar que o cito-
plasma é constituído pelo hialoplasma e pelo citosqueleto.
Constituído por ácido desoxirribonucleico (o famoso ADN, que veremos mais à fren-
Material genérico te), que controla a reprodução e o metabolismo celular e que pode estar, ou não, rodea-
do por uma membrana.
Existem dois tipos fundamentais de células, de acordo com o grau de organização estrutural
as células procarióticas e as células eucarióticas (tab. 4).
Tabela 4
Células
procarióticas São células simples.
Número muito reduzido de organitos.
(do grego pró
Não possuem um núcleo organizado, isto é, o material nuclear encontra-se disperso pela célu-
- antes de + la ou localizado numa determinada zona, sem, no entanto, possuir membrana nuclear.
káryon = 1
Os exemplos mais comuns deste tipo de seres vivos são as bactérias.
núcleo)
Como pudeste observar na tabela 4, as células eucarióticas ainda podem ser divididas em dois
tipos fundamentais - as células eucarióticas animais e as células eucarióticas vegetais, que
apresentam algumas diferenças (atenção, que somente as células eucarióticas é que podem ser
animais ou vegetais). As guras 8, 9 e : representam, esquematicamente, os três tipos de célu-
las referidas anteriormente (atenção: as células não se encontram proporcionadas).
Retículo —/ Retículo
endoplasmático endoplasmático
rugoso rugoso
Nucleóide
Membrana
plasmática
Parede
celular
Cápsula
Citoplasma
Ribossoma
(Fig.10! Célula procariótica
De um modo geral, os constituintes das células animais e vegetais podem ser (tab. 5):
Tabela 5
Glícidos
Os glícidos (também designados hidratas de carbono ou glúcidos) são compostos ternários de C,
O e H (isto significa que na sua composição entram estes três tipos de átomos), em que a propor-
ção entre o H e o O é de 2:1, isto é, por cada átomo de oxigénio existem dois átomos de hidrogé-
nio, tal como se verifica na molécula da água (por isso chamam-se hidratos {água} de carbono).
Os glícidos são responsáveis por duas funções essenciais:
A. Função energética - Os glícidos podem ser utilizados directamente na transferência de ener-
gia (monossacarídeos) ou como reservas de energia (oligossacarídeos e polissacarídeos).
B. Função estrutural - Alguns glícidos, especialmente os polissacarídeos, são elementos
estruturais e de suporte em numerosos tipos de seres vivos (ex.: parede celular das células
vegetais; exosqueleto dos insectos).
Os glícidos podem ser classificados em três grupos, de acordo com o número de unidades
monoméricas que os constituem Itab. 6).
Tabela 6 • Glícidos
Energética (participam
Energética (reserva de Energética (reserva de
Função directamente nas transferências
energia) energia) e estrutural
de energia)
Aldose (triose)
Glicose (hexose) Amido
Sacarose (dissacarídeo)
Galactose (hexose) Celulose
Exemplos Maltose (dissacarídeo)
Levulose (hexose} Glicogénio
Lactose (dissacarídeo)
Ribose (pentose) Quitina
Desoxirribose (pentose)
São hidroiisáveis.
Não são hidroiisáveis. São hidroiisáveis.
Alguns são redutores (mal-
São redutores. Não são redutores.
tose), outros não (sacarose).
Propriedades São os monómeros dos glícidos. Não são doces.
São doces.
São doces. São insolúveis ou
São solúveis a quente e a
São solúveis a quente e a frio. dificilmente solúveis.
frio.
Lípidos
Os lípidos são compostos ternários, constituídos por carbono, hidrogénio e oxigénio, mas que,
comparativamente aos glícidos, possuem menos oxigénio em relação ao carbono e ao hidrogé-
nio (ou seja, a relação H:O é muito diferente de 2:1).
Os lípidos são responsáveis por várias funções essenciais nos seres vivos [tab. 7).
Tabela 7 • Lípidos
Podem constituir uma fonte de reserva de energia biológica, sendo responsáveis pela
Função energética manutenção da temperatura corporal de alguns animais, como no Homem. E o caso
das gorduras.
Alguns, como os fosfolípidos e o colesterol, são constituintes da membrana citoplas-
Função estrutural
mática.
As ceras, por exemplo, revestem as folhas e os frutos das plantas, a pele, os pêlos e as
Função protectora
penas de muitos animais, tornando essas superfícies impermeáveis à água.
Função vitamínica Alguns lípidos entram na constituição de vitaminas (vitaminas A e K) e fazem parte de
e hormonal algumas hormonas (hormonas sexuais).
Prótidos
Os prótidos são compostos quaternários de carbono, hidrogénio, oxi- n
génio e azoto, contendo, por vezes, outros elementos, principalmente
enxofre e fósforo. Além de fazerem parte da estrutura dos seres vivos, os
prótidos são fundamentais na maioria dos seus processos metabólicos.
Os aminoácidos (a.a.) são as unidades monoméricas dos restantes
prótidos. Assim, através de reacções de condensação, formam-se pró-
tidos cada vez mais complexos, denominados péptidos e proteínas.
Então, os prótidos mais simples são os aminoácidos e os mais comple- (Fig.12) Fórmula geral de um aminoácido
xos são as proteínas.
Os aminoácidos são moléculas que possuem um grupo funcional carboxilo (-COOH), de nature-
za ácida, e um grupo funcional amina (-NH2), com a fórmula geral representada na Ifig. 12!, em
que R representa um radical orgânico de crescente complexidade (pode ser H, CH3, C2H5, etc.). Os
aminoácidos são substâncias que não coagulam pela acção do calor e que se dizem anfotéricas,
isto é, quando colocadas em meio ácido comportam-se como uma base, e vice-versa.
Os péptidos resultam da união de moléculas de aminoácidos. Os termos oligopéptidos e poli-
péptidos são usados para denominar as moléculas formadas, respectivamente, por poucos e por
muitos aminoácidos. Apesar de existirem relativamente poucos aminoácidos (cerca de 20) na
constituição dos polipéptidos e das proteínas que constituem os seres vivos, a sua diversidade
é imensa. Esta diversidade resulta, em parte, dos seguintes aspectos:
a) pela quantidade de aminoácidos ligados;
b) pelos tipos de aminoácidos que se ligam;
c) pela sequência em que os aminoácidos estão unidos.
As proteínas são constituídas por uma ou mais cadeias polipeptídicas, às quais podem estar
associadas substâncias orgânicas ou inorgânicas. As proteínas podem apresentar vários níveis
estruturais que condicionam a sua forma no espaço e a sua função. A estrutura das proteínas
pode ser a seguinte (tab. 8):
Tabela
Estrutura Na estrutura terciária, a cadeia em hélice pode enrolar-se e dobrar-se sobre si mesma, tor-
terciária nando-se globular.
As proteínas são moléculas que podem apresentar polaridade, coagulam por acção do calor
e, por hidrólise, originam os aminoácidos que as constituem. Estas macromoléculas podem ser
responsáveis pelas seguintes funções ;tab. 9):
Tabela 9
Função estrutural
como do cabelo e das unhas (queradna), do tecido conjuntivo (colagénio).
As proteínas (ex.: pepsina) actuam como biocatalisadores de quase todas as reacções quí-
Função enzimática
micas que ocorrem nos seres vivos.
Função As proteínas transportam muitos iões e moléculas de pequenas dimensões, como, por
de transporte exemplo, a hemoglobina, que transporta o oxigénio a nível sanguíneo.
As proteínas são os constituintes de muitas hormonas, como a insulina, a adrenalina, as
Função hormonal
hormonas hipofisiárias.
Algumas proteínas, altamente específicas (anticorpos), reconhecem e combinam-se com
Função imunológica
substâncias estranhas ao organismo, permitindo a sua neutralização. O fibrinogénio pro-
ou de defesa
move a coagulação sanguínea.
Função motora As proteínas (miosina e actina) são os principais constituintes dos músculos.
Função de reserva Algumas proteínas funcionam como reserva, fornecendo aminoácidos ao organismo
alimentar durante o seu desenvolvimento.
Ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos são uma das biomoléculas mais importantes, estando associados não só
às características hereditárias de um indivíduo, mas também a muitos outros mecanismos bioló-
gicos, nomeadamente à síntese proteica.
O ADN (ácido desoxirribonucleico) e o ARN (ácido ribonucleico) são as duas variedades de
ácidos nucleicos, que devem o seu nome às suas características ácidas e ao facto de terem sido
identificados, pela primeira vez, no núcleo da célula.
Todas as células, mesmo as bacterianas, possuem ADN e ARN.
O ADN e o ARN são constituídos por nucleótidos íng. 13), sendo estes
compostos por uma base azotada ligada a uma pentose e esta, por sua
vez, unida a um fosfato. Na formação de um nucleótido intervêm duas
reacções de condensação, sendo uma entre o grupo fosfato e o carbono
5' da pentose e a outra entre a base azotada e o carbono 1' da pentose.
Os nucleótidos de ADN distinguem-se dos de ARN pela sua pento-
se, já que a desoxirribose (ADN) possui mais um átomo de oxigénio do
que a ribose (ARN), e por uma das bases azotadas, pois o ADN pos-
(Fig.13! Estrutura de um nucleótido
sui timina, enquanto que o ARN possui uracilo Itab. 10).
O ADN apresenta uma estrutura dupla, isto é, possui duas cadeias polinucleotfdicas, que se
enrolam uma na outra, helicoidalmente. As duas cadeias unem-se pelas bases azotadas através
de pontes de hidrogénio: três pontes de hidrogénio unem as bases de guanina às de citosina e
duas pontes de hidrogénio unem as bases de timina às de adenina. Estas bases azotadas
dizem-se complementares, isto é, unem-se sempre do mesmo modo. As duas cadeias que cons-
tituem a dupla cadeia de ADN são antiparalelas, isto é, desenvolvem-se em direcções opostas.
O ARN apresenta, geralmente, uma estrutura simples, isto é, constituída apenas por uma
cadeia, que pode dobrar, em alguns casos, estabelecendo-se então as ligações complementa-
res entre a adenina e o uracilo e entre a guanina e a citosina.
Tabela 10
NH2
Adenina
'"H
Bases púri-
cas ou de
anel duplo
Guanina H-C
Bases
azotadas NH2
Citosina l l
•^C-^CH
Bases pirimí-
dicas ou de
anel simples
H H^C H
-N-C-C^
Timina Uracilo l
O-^N-^H
H
21