Síntese

«Famílias
desavindas»

Mário de Carvalho
 Síntese
«Famílias desavindas», Mário de Carvalho

História pessoal e social:

as duas famílias
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«Famílias desavindas», Mário de Carvalho

História pessoal

Gerações de semaforeiros Gerações de médicos

1.ª Geração: Ramon

1.ª Geração: João Pedro Bekett
2.ª Geração: Ximenez
2.ª Geração: João
3.ª Geração: Asdrúbal
3.ª Geração: Paulo
4.ª Geração: Paco

Apresentam em comum a profissão, mas

Família de galegos: personagem coletiva → têm
em comum o amor à profissão, o esforço e a boa
vontade no seu desempenho e uma ligação
obsessiva aos semáforos.
desempenham-na de forma diferente: o avô é tão
zeloso que chega a incomodar as pessoas; o filho é
inseguro, por considerar os seus diagnósticos
incorretos; e o neto é extremamente explicativo,
chegando a ser maçador.
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«Famílias desavindas», Mário de Carvalho

História social

Gerações de semaforeiros Gerações de médicos

OS SEMÁFOROS
Ódio aos semáforos = semaforeiros

Apresentam a mesma atuação: 1.ª Geração: origem do conflito pela

complicam a passagem aos prepotência e presunção;
CONFLITO
médicos 2.ª Geração: encadeava Ximenez com
um espelho;
3.ª Geração: insultava e induzia os
pacientes a insultar o semaforeiro.
Resolução: o acidente

Concórdia entre famílias


Valor simbólico dos marcos históricos
Primeira e Segunda
Guerras Mundiais:
os dois grandes
acontecimentos do século XX
conflitos entre nações,
mortes, destruição em massa,
holocausto (Segunda Guerra)
concórdia entre nações.
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«Famílias desavindas», Mário de Carvalho
Revolução do 25 de abril O conflito entre duas famílias
de 1974: originado pelos semáforos
o grande acontecimento do a pequenez do ser humano
século XX em Portugal que se entrega a quezílias
ridículas e insignificantes,
prolongando-as ao longo de
a conquista pacífica da quase um século, perante o
Liberdade, após 48 anos de panorama mundial e
ditadura. nacional
o egoísmo humano.
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«Famílias desavindas», Mário de Carvalho

Dimensão irónica do conto

Crítica ao provincianismo, à corrupção nos serviços públicos, ao facilitismo,

ao exercício da profissão de médico, ao comportamento dos médicos, que
contrasta com o seu estatuto social e profissional.

A pequenez do conflito entre as duas famílias perante a magnitude dos

acontecimentos mundiais e nacional, a deixar transparecer uma censura ao
egoísmo e mesquinhez do ser humano.
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«Famílias desavindas», Mário de Carvalho

A importância dos episódios e da peripécia final

Os vários episódios são representativos de uma

desavença entre duas famílias, ao longo de um século,
gerada por um insólito dispositivo: os semáforos a pedal.

O acidente de Paco veio trazer a concórdia àquele

conflito, ao fazer despontar a real faceta de médico do
Doutor Paulo, que esquece o ódio de gerações para
socorrer o semaforeiro.
No final do conto, coloca de parte todas as desavenças e
o pretensiosismo, substituindo Paco nos semáforos,
como forma de se redimir, não só pelo seu
comportamento, mas também pelo do seu pai e do seu
avô.