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DATA: 21/03/2023
1. INTRODUÇÃO
Esse parecer, trata-se de uma ação entre duas leis municipais que visam
sobre o fundamento de vício de inconstitucionalidade, sendo elas, a lei de
proibição de taxa de estacionamento de shopping e outra que exige o
controle do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.
2. FUNDAMENTAÇÃO
O Brasil, adota em sua Constituição de 1988, o estado federal formado
pela união de coletividades políticas autônomas, onde cada uma dessas
coletividades tem certas autonomias, seja legislativa, de organização
administrativa e de governo, mantendo um equilíbrio federativo.
Assim, no caso apresentado, com relação a proibição de cobrança de
estacionamento em shopping do município, a competência para legislar
sobre a matéria de Direito Civil é privativa da União conforme descrito pelo
art. 22, I da CF/88 sendo assim, a cobrança do estacionamento em
shopping se enquadra no âmbito de competência da União, o que significa
que os Municípios não podem legislar sobre este determinado assunto,
além de que essa norma fere o exercício do livre comércio.
Assim, o Supremo Tribunal Federal determinou:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 2º, §§ 1º E 2º,
DA LEI Nº 4.711/92 DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.
ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS EM ÁREAS PARTICULARES. LEI
ESTADUAL QUE LIMITA O VALOR DAS QUANTIAS COBRADAS PELO
SEU USO. DIREITO CIVIL. INVASÃO DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA
DA UNIÃO. 1. Hipótese de inconstitucionalidade formal por invasão de
competência privativa da União para legislar sobre direito civil (CF, artigo
22, I). 2. Enquanto a União regula o direito de propriedade e estabelece
as regras substantivas de intervenção no domínio econômico, os outros
níveis de governo apenas exercem o policiamento administrativo do uso
da propriedade e da atividade econômica dos particulares, tendo em vista,
sempre, as normas substantivas editadas pela União. Ação julgada
procedente. ”
(STF - ADI: 1918 ES, Relator: MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento:
23/08/2001, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 01/08/2003)
3. CONCLUSÃO
Com base na análise jurídica realizada, conclui-se que a primeira lei citada
(que estabelece a proibição de cobrança em shoppings) é
inconstitucional, visto que viola o mandamento do art. 22, I, da
Constituição Federal de 1988 como mencionado. Já a segunda lei
abordada, é constitucional, pois respeita a Carta Magna e suas súmulas
vinculantes.
É o parecer
Salvador, 21 de março de
2023
RELATÓRIO
https://www.jusbrasil.com.br/
https://informativos.trilhante.com.br/julgados/stf-adi-7104-r
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo
=484499&ori=1
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3687/Aspectos-
tecnico-juridicos-sobre-a-cobranca-dos-estacionamentos-em-
shopping-centers
http://ibee.com.br/materia/87773/