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AVALIAÇÃO
Nota do aluno

Nome: __________________________________________ Nº: _________ Série e Turma: 3ª______

2,0

Disciplina: Língua Portuguesa | Prof.: Marcelo Frizon | Data: 11/04/2022 | 1º trim. | Ens. Médio Valor da avaliação

Avaliação de Língua Portuguesa: Sujeito, Predicado e Termos relacionados ao verbo .


Cada questão obje va vale 0,1. Cada questão disserta vas vale 0,3. As questões disserta vas devem ser respondida à
caneta (respostas a lápis não poderão ter sua correção ques onada). Após iden car as respostas de cada questão
obje va, passe as respostas à caneta para a grade ao nal da avaliação. Essa grade é o documento o cial das
respostas às questões obje vas. As respostas apontadas nas questões obje vas não serão consideradas, apenas a
grade. Habilidades avalia vas: classi car os verbos quanto à transi vidade; iden car objetos diretos e indiretos e
entender como completam o sen do dos verbos; Reconhecer adjuntos adverbiais e sua importância na construção
dos enunciados; Entender o emprego dos pronomes oblíquos (em especial o e lhe) como complementos verbais;
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01) Leia a ra a seguir.

O úl mo quadro da rinha apresenta um uso pronominal bastante comum na modalidade oral do português
brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da região ou da classe social do falante.
Assinale a alterna va que apresenta o uso pronominal equivalente à modalidade escrita e cujo registro seja
formal.
(A) Quais as chances de a senhora avaliar a ele com carinho e compreensão?
(B) Quais as chances de a senhora avaliar-lhe com carinho e compreensão?
(C) Quais as chances de a senhora lhe avaliar com carinho e compreensão?
(D) Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e compreensão?
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02) Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para
responder à questão a seguir:

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura, Mas no Sol, e na Luz falte a rmeza,
Em tristes sombras morre a formosura, Na formosura não se dê constância,
Em con nuas tristezas a alegria. E na alegria sinta-se tristeza.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Começa o mundo en m pela ignorância,
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? E tem qualquer dos bens por natureza
Como a beleza assim se trans gura? A rmeza somente na inconstância.
Como o gosto da pena assim se a?

Colégio Maria Imaculada: 2022: 3ª série EM: Língua Portuguesa: Professor Marcelo Frizon
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O verso está reescrito em ordem direta, sem alteração do seu sen do original, em:
(A) “Começa o mundo en m pela ignorância,” (4ª estrofe) → Pela ignorância, en m, o mundo começa.
(B) “Em tristes sombras morre a formosura,” (1ª estrofe) → A formosura morre em tristes sombras.
(C) “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,” (1ª estrofe) → O Sol não dura mais que um dia que nasce.
(D) “Depois da Luz se segue a noite escura,” (1ª estrofe) → Segue-se a noite escura depois da Luz.
(E) “Mas no Sol, e na Luz falte a rmeza,” (3ª estrofe) → Mas falte a rmeza no Sol e na Luz.
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03) Joaquim Maria Machado de Assis é cronista, con sta, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crí co
e ensaísta. Em 2008, comemora-se o centenário de sua morte, ocorrida em setembro de 1908. Machado de Assis é
considerado o mais canônico escritor da Literatura Brasileira e deixou uma rica produção literária composta de textos
dos mais variados gêneros, em que se destacam o conto e o romance. Segue um texto desse autor, em prosa.

Capítulo Primeiro - Do tulo


Uma noite dessas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz daqui do
bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos
ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem tão inteiramente
maus. Sucedeu, porém, que como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele
interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
- Con nue, disse eu acordando.
- Já acabei, murmurou ele.
- São muito bonitos.
8Vi-lhe fazer um gesto para 9 rá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava 1amuado. No dia

seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou 3alcunhando-me de Dom Casmurro. Os vizinhos, que não
gostam dos meus hábitos 2reclusos e calados, 5deram curso à alcunha, que a nal pegou. Nem por isso me zanguei.
Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: "Dom Casmurro,
domingo vou jantar com você" - "Vou pra Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa
caverna do Engenho Novo, 10e vai lá passar uns quinze dias comigo." - "Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o
dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não
lhe dou moça."
Não consulte dicionários. 4Casmurro não está aqui no sen do que eles dão, mas no que lhe pôs o vulgo de
homem calado e me do consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de dalgo. Tudo por estar cochilando!
Também não achei melhor tulo para a minha narração; 11se não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, 6sendo
tulo seu, 12poderá cuidar que a obra é sua. 7Há livros que apenas terão isso de seus autores; alguns nem tanto.
(Dom Casmurro, Machado de Assis)
"...dou-LHE camarote, dou-LHE chá, dou-LHE cama..." (50. par). Analisando morfossinta camente os vocábulos
destacados, assinale a opção CORRETA:
(A) Pronome oblíquos / complementos nominais
(B) Pronomes oblíquos / adjunto adnominais
(C) Pronomes retos / objetos indiretos
(D) Pronomes oblíquos / objetos indiretos
(E) Pronomes de tratamento / objetos indiretos
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04) Neste texto, Ruy Castro se transporta no tempo e se vê como um jornalista a no ciar a chegada da Família Real
ao Rio de Janeiro, ocorrida há 200 anos.

É HOJE!

Rio de Janeiro. O príncipe regente Dom João desembarca hoje no Rio com sua família e um enorme séquito
de nobres, funcionários, aderentes e criados. Precisou que Napoleão botasse suas tropas nos calcanhares da Corte
para que esta zesse o que há cem anos lhe vinha sendo sugerido: transferir-se para o Brasil.
Não se sabe o que, em médio prazo, isso representará para a metrópole. Mas, para a desde já ex-colônia,
será supimpa. Porque, a par r de agora, ela será a metrópole. E, para estar à altura de suas novas funções, terá de
passar por uma reforma em regra - não apenas cosmé ca, para receber o corpo diplomá co, o comércio
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internacional e os grã- nos de toda parte.
Mas, principalmente, estrutural. A nal, é um completo arcabouço administra vo que se está mudando. Para
cá virão os ministérios, as secretarias, as intendências, as representações e a burocracia em geral. Papéis sem conta
serão despachados entre esses serviços, o que exigirá uma superfrota de estafetas [mensageiros]. A produção de
lacre para documentos terá de decuplicar. O Brasil importará papel, nta e mata-borrões em quan dade, mas as
penas talvez possam ser fabricadas aqui, colhidas dos traseiros das aves locais.
Es ma-se que, do Reino, chegarão 15 mil pessoas nos próximos meses. Será um tremendo impacto numa
cidade de 60 mil habitantes. Provocará mudanças na moradia, na alimentação, nos transportes, no vestuário, nas
nanças, na medicina, no ensino, na língua. Com a criação da Imprensa Régia, virão os jornais. O regente mandará
trazer sua biblioteca. Da escrita e da leitura, brotarão as ideias.
Até hoje, na história do mundo, nunca a sede de um império colonial se transferiu para sua própria colônia. É um
feito inédito - digno de Portugal. E que pode não se repe r nunca mais.

(Ruy Castro. Folha de S. Paulo, 08/03/2008)

No trecho "O príncipe regente dom João desembarca HOJE NO RIO COM SUA FAMÍLIA", as palavras em destaque:
(A) subs tuem termos já citados anteriormente no texto.
(B) apresentam as circunstâncias em que um fato ocorre.
(C) ligam orações estabelecendo relações de dependência.
(D) atribuem qualidades aos elementos aos quais se referem.
(E) dão nome aos seres que nos cercam, a sen mentos e a ações.
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05) Leia o texto a seguir.
QUEM É O CRIMINOSO?

"Outro dia, durante uma conversa despretensiosa, um dos líderes da Central Única de Favela (Cufa), en dade
surgida no Rio de Janeiro para representar os favelados do país, descrevia uma cena que presenciou durante anos a
o em sua vida: 'É o bacana da Zona Sul estacionar seu Mitsubishi no pé do morro e comprar cocaína de um
garo nho de 12 anos'. Em seguida, fez uma pergunta perturbadora: 'Quem é o criminoso? O bacana da Zona Sul ou o
garoto de 12 anos?'. E deu a resposta: 'Para vocês, o garoto de 12 anos tem de ser preso porque ele é um tra cante
de drogas. Para nós, tem de prender o bacana da Zona Sul porque ele está aliciando menores para o crime'. Não
resta dúvida de que a situação retrata um dilema poderoso: de um lado, tem-se uma ví ma do vício induzida ao
crime de comprar drogas e, de outro, tem-se uma ví ma da pobreza e da desigualdade 5induzida ao crime de vendê-
las. Na cegueira legal em que vivemos, a solução é simples: prendem-se vendedor e comprador.
(...)
Começa agora a surgir uma alterna va mais realista com a intenção do governo federal de implantar a
chamada 1'polí ca de redução de danos'. Ou seja: em vez de punir os 3usuários, tratando-os como criminosos, passa-
se a encará-los como doentes e atendê-los de modo a reduzir os riscos a que estão 4expostos - como a overdose,
aids, hepa te e outras doenças. É mais realista porque 6a repressão do uso de drogas é uma polí ca bem-
intencionada, na qual se pretende a puri cação pela via da punição, mas que tem se mostrado sistema camente
falha. A ideia brasileira - já em uso em outros países, e não apenas na Holanda - é um pedaço de bom senso e
humildade. 2Encarar um viciado como doente é um enfoque justo e generoso."

André Petry. Revista VEJA, 24 de novembro de 2004, p. 50.


"... a repressão do uso de drogas é uma polí ca bem-intencionada" (ref. 6) - veri ca-se que o predicado é:
(A) verbal (B) nominal (C) verbo-nominal
(D) nominal, porque o verbo é intransi vo (E) verbal, porque o verbo é de ligação
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06) Leia o texto a seguir.
Monsenhor Caldas interrompeu a narração do desconhecido:
- Dá licença? é só um instante.
Levantou-se, foi ao interior da casa, chamou o preto velho que o servia, e disse-lhe em voz baixa:
- João, vai ali à estação de urbanos, fala da minha parte ao comandante, e pede-lhe que venha cá com um ou
dois homens, para livrar-me de um sujeito doido. Anda, vai depressa.
E, voltando à sala:
- Pronto, disse ele; podemos con nuar.
- Como ia dizendo a Vossa Reverendíssima, morri no dia vinte de março de 1860, às cinco horas e quarenta e
três minutos da manhã. Tinha então sessenta e oito anos de idade. Minha alma voou pelo espaço, até perder a terra
de vista, deixando muito abaixo a lua, as estrelas e o Sol; penetrou nalmente num espaço em que não havia mais
nada, e era clareado tão-somente por uma luz difusa. Con nuei a subir, e comecei a ver um pon nho mais luminoso
ao longe, muito longe. O ponto cresceu, fez-se sol. Fui por ali dentro, sem arder, porque as almas são incombus veis.
A sua pegou fogo alguma vez?
- Não, senhor.
- São incombus veis. Fui subindo, subindo; na distância de quarenta mil léguas, ouvi uma deliciosa música, e
logo que cheguei a cinco mil léguas, desceu um enxame de almas, que me levaram num palanquim feito de éter e
plumas.
(Machado de Assis, A segunda vida. Obras Completas, vol. II, p. 440-441.)

A frase "desceu um enxame de almas", no úl mo parágrafo, tem o sujeito posposto (colocado após o verbo).
Assinale a alterna va em que o sujeito também aparece posposto.
(A) De um atentado, um soldado consegue salvar seu companheiro.
(B) Segunda-feira faltou, de novo, um pouco de nta de impressão.
(C) No salão de Paris, há um Audi com motor de 4,2 litros.
(D) Ler biogra a de homens célebres é bastante ú l.
(E) O mercado nanceiro recebeu bem a inclusão das ações do Bradesco.
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07) Leia a ra a seguir.

Sobre o termo “Antes da entrevista de emprego”, é correto a rmar:


(A) Complementa o verbo “precisamos”.
(B) Complementa a locução verbal “Precisamos saber”.
(C) Explica a situação temporal do acontecimento apresentado na ra.
(D) Demonstra o que é necessário saber antes da entrevista.
(E) Especi ca a circunstância de tempo da locução verbal “precisamos saber”.
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INSTRUÇÃO: para responder a próxima questão, leia o texto a seguir.
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O homem deve reencontrar o Paraíso...
Rubem Alves

Era uma família grande, todos amigos. Viviam como todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que
é a vida da cidade. Todos os dias a aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço.
Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu, as estrelas, os
horizontes sem m: liberdade. Venderam o que nham, compraram um barco capaz de atravessar mares e
sobreviver tempestades.
Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. São muitos os saberes necessários para se navegar.
Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria de fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos de
navegação, astronomia, meteorologia, as velas, as cordas, as polias e roldanas, os mastros, o leme, os parafusos, o
motor, o radar, o rádio, as ligações elétricas, os mares, os mapas... Disse cero o poeta: Navegar é preciso, a ciência da
navegação é saber preciso, exige aparelhos, números e medições. Barcos se fazem com precisão, astronomia se
aprende com o rigor da geometria, velas se fazem com saberes exatos sobre tecidos, cordas e ventos, instrumentos
de navegação não informam mais ou menos. Assim, eles se tornaram cien stas, especialistas, cada um na sua –
juntos para navegar.
Chegou então o momento de grande decisão – para onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile,
outro os canais dos ordes da Noruega, um outro queria conhecer os exó cos mares e praias das ilhas do Pací co, e
houve mesmo quem quisesse navegar nas rotas de Colombo. E foi então que compreenderam que, quando o assunto
era a escolha do des no, as ciências que conheciam para nada serviam.
De nada valiam, tabelas, grá cos, esta s cas. Os computadores, coitados, chamados a dar seu palpite,
caram em silêncio. Os computadores não têm preferências – falta-lhes essa su l capacidade de gostar, que é a
essência da vida humana. Perguntados sobre o porto de sua escolha, disseram que não entendiam a pergunta, que
não lhes importava para onde se estava indo.
Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-se com sonhos. Infelizmente a ciência, u líssima,
especialista em saber como as coisas funcionam, tudo ignora sobre o coração humano. É preciso sonhar para se
decidir sobre o des no da navegação. Mas o coração humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é coisa
preciosa. Disse certo poeta: Viver não é preciso. Primeiro vem o impreciso desejo. Primeiro vem o impreciso desejo
de navegar. Só depois vem a precisa ciência de navegar.
Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia seus
Cân cos dizendo: E pois com a nau no mar/ assestamos a quilho contra as vagas... Cecília Meireles: Foi, desde
sempre, o mar! A solidez da terra, monótona/ parece-nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do grande mar /
mul plicada em suas malhas de perigo. E Nietzsche: Amareis a terra de vossos lhos, terra não descoberta, no mar
mais distante. Que as vossas velas não se cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos conduz para a terra dos
nossos lhos... Viver é navegar no grande mar!
Não só os poetas: C. Wright Mills, um sociólogo sábio, comparou a nossa civilização a uma galera que navega
pelos mares. Nos porões estão os remadores. Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem novos,
mais perfeitos. O ritmo da remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera navega cada vez mais
rápido. Mas, perguntados sobre o porto do des no, respondem os remadores: O porto não nos importa. O que
importada é a velocidade com que navegamos.
C Wright Mills usou esta metáfora para descrever a nossa civilização por meio duma imagem plás ca:
mul plicam-se os meios técnicos e cien cos ao nosso dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez mais
rápidas; mas não temos ideia alguma de para onde navegamos. Para onde? Somente um navegador louco ou perdido
navegaria sem ter ideia do para onde. Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia. Utopia, na
linguagem comum, é usada como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso. Utopia é um ponto ina ngível
que indica uma direção.
Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as coisas são ina ngíveis... ora!/ não é um mo vo para
não querê-las... Que tristes os caminho, se não fora/ A mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro sociólogo
sábio que poucos leem, já na década de 1920 diagnos cava a doença da nossa civilização: Não temos consciência de
direções, não escolhemos direções. Faltam-nos estrelas que nos indiquem o des no.
Hoje, ele dizia, as únicas perguntas que são feitas, determinadas pelo pragma smo da tecnologia (o
importante é produzir o objeto) e pelo obje vismo da ciência (o importante é saber como funciona), são: Como

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posso fazer tal coisa? Como posso resolver este problema concreto em par cular? E conclui: E em todas essas
perguntas sen mos o eco in mista: não preciso de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo.
Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados
a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa doença assume a forma de peste
epidêmica: cada especialista se dedica com paixão e competência, a fazer pesquisas sobre o seu parafuso, sua polia,
sua vela, seu mastro.
Dizem que seu dever é produzir conhecimento. Se forem bem-sucedidas, suas pesquisas serão publicadas em
revistas internacionais. Quando se lhes pergunta: Para onde seu barco está navegando?, eles respondem: Isso não é
cien co. Os sonhos não são objetos de conhecimento cien co.
E assim cam os homens comuns abandonados por aqueles que, por conhecerem mares e estrelas, lhes
poderiam mostrar o rumo. Não posso pensar a missão das escolas, começando com as crianças e con nuando com
os cien stas, como outra que não a da realização do dito poeta: Navegar é preciso. Viver não é preciso.
É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência. Mas é necessário apontar com
imprecisos sinais para os des nos da navegação: A terra dos lhos dos meus lhos, no mar distante... Na verdade, a
ordem verdadeira é a inversa. Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da navegação. É
inú l ensinar a ciência da navegação a quem mora nas montanhas.
O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard: O universo tem um des no de felicidade. O homem
deve reencontrar o Paraíso. O paraíso é o jardim, lugar de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e mulheres.
Mas há um pesadelo que me atormenta: o deserto. Houve um momento em que se viu, por entre as estrelas, um
brilho chamado progresso. Está na bandeira nacional... E, quilha contra as vagas, a galera navega em direção ao
progresso, a uma velocidade cada vez maior, e ninguém ques ona a direção. E é assim que as orestas são
destruídas, os rios se transformam em esgotos de fezes e veneno, o ar se enche de gases, os campos se cobrem de
lixo – e tudo cou feio e triste.
Sugiro aos educadores que pensem menos nas tecnologias do ensino – psicologias e quinquilharias – e
tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um Paraíso.
Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográ co.
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08) Assinale a alterna va em que o termo sublinhado NÃO cumpre a função de sujeito.
(A) Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber.
(B) Disse certo poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da navegação é saber preciso (...).
(C) É preciso sonhar para se decidir sobre o des no da navegação.
(D) Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas.
(E) O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard (...).
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09) Leia as orações a seguir:
I - As ores coloridas, numerosas, alegres e perfumadas anunciavam a chegada da primavera.
II - Eu e você conversamos bastante.
III - Vendeu-se a casa.
O sujeito é, respec vamente:
(A) I - composto; II - simples; III - indeterminado. (B) I - simples; II - composto; III - simples.
(C) I - simples; II - composto; III - indeterminado. (D) I - simples; II - simples; III - oculto.
(E) I - composto; II - composto; III - simples.
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10) Orientando-se pela(s) palavra(s) destacada(s), assinale a alterna va em que há erro de análise.
(A) “(...) como bicho enorme ao qual houvessem cortado as pernas.” - oração sem sujeito
(B) “(...) antes que se fechassem os guichês e portarias.” - sujeito composto
(C) “Fazia então um sol redondo e cheio (...)” - oração sem sujeito
(D) “Inventaram outro nome enrolado (...)” - sujeito indeterminado
(E) “(...) e dentro dela havia o peso da responsabilidade (...)” - oração sem sujeito
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11) Assinale a alterna va em que o substan vo destacado não exerce a função de sujeito.
(A) Não se pode derrubar esta palmeira.
(B) Havia um mistério no ar.
(C) Sua salvação foram os desvelos da mulher.
(D) Será que não exis a outra solução?
(E) Na discussão, o parlamentar houve-se com perfeito equilíbrio.
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12) Leia as orações a seguir.
I - Limpei o gelo de minha máscara de oxigênio.
II - Guerra é guerra!
III - Quem fez as montanhas brilhantes?
O po de predicado empregado em cada uma é, respec vamente:
(A) I - Predicado verbal; II - Predicado nominal; III - Predicado verbal.
(B) I - Predicado verbal; II - Predicado verbo-nominal; III - Predicado verbo-nominal.
(C) I - Predicado nominal; II - Predicado nominal; III - Predicado verbo-nominal.
(D) I - Predicado verbal; II - Predicado nominal; III - Predicado verbo-nominal.
(E) I - Predicado verbal; II - Predicado verbal; III - Predicado verbo-nominal.
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13) Considerando que o verbo estar pode ser interpretado como sendo verbo de ligação, se indica apenas um
estado, ou verbo intransi vo, se a estada em determinado local, assinale a opção em que, no par de sentenças, o
verbo estar seja verbo de ligação na primeira sentença e verbo intransi vo na segunda.
(A) Manoel estava em casa. Ele estava cansado.
(B) Renato estava cansado. Por isso ele estava em casa.
(C) Simone está cansada. Ela está doente.
(D) Roberto está em casa. Ele está em Maceió.
(E) Marcelo está no sí o do o. Ele está em Rio Largo.
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14) Leia o texto a seguir.

Na extraordinária obra-prima Grande sertão: veredas há de tudo para quem souber ler, e nela tudo é forte,
belo, impecavelmente realizado. Cada um poderá abordá-la a seu gosto, conforme o seu o cio; mas em cada aspecto
aparecerá o traço fundamental do autor: a absoluta con ança na liberdade de inventar.
Numa literatura de imaginação vasqueira, onde a maioria costeia o documento bruto, é deslumbrante essa
navegação no mar alto, esse jorro de imaginação criadora na linguagem, na composição, no enredo, na psicologia.
(Antonio Candido. Tese e an tese, 1971.)

Em “mas em cada aspecto aparecerá o traço fundamental do autor” (1º parágrafo), a expressão em destaque exerce
a mesma função sintá ca da expressão destacada em:
(A) “nela tudo é forte, belo, impecavelmente realizado” (1º parágrafo).
(B) “Cada um poderá abordá-la a seu gosto, conforme o seu o cio” (1º parágrafo).
(C) “Na extraordinária obra-prima Grande Sertão: Veredas há de tudo para quem souber ler” (1º parágrafo).
(D) “Na extraordinária obra-prima Grande Sertão: Veredas há de tudo para quem souber ler” (1º parágrafo).
(E) “onde a maioria costeia o documento bruto” (2º parágrafo).
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17) Considere o período: Havia muitas pessoas na festa.
a) Qual é a classi cação do sujeito no período acima?

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b) Se trocássemos o verbo “haver” pelo verbo “exis r”, como a frase seria reescrita?

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c) Qual é a classi cação do sujeito no período com o verbo “exis r”?

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18) Considere os períodos.
1. Eu o z mal.
2. Eu lhe z mal.

a) Explique a diferença de sen do entre os dois períodos. (0,1)

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_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________
b) Dê a função sintá ca do termo que diferencia um período do outro. (0,2)

1. _____________________________________________________________________________________________

2. _____________________________________________________________________________________________

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

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