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DE
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0 à
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04 al
ia
0 çã
o
COLEÇÃO
HISTÓRIA
GOSTO
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5o
.
ano
Flora Morena M. M. de Araújo
Bacharelada e licenciada em História pela Universidade Federal do Paraná. Mestre e
Doutora em História pela Universidade Federal do Paraná. Atuou como professora no
Ensino Médio, nos cursos de graduação em História na modalidade presencial e EAD,
na pós-graduação em História da Arte e História Cultural e com assessoria de ensino
da disciplina de História. Atualmente é professora do Ensino Fundamental I e II e
autora de material didático.
COLEÇÃO
GOSTO
DE
SABER
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
HISTÓRIA
1.ª edição
Curitiba, 2021
5 .
ano
o
©COPYRIGHT - 2021 - Terra Sul Editora Eireli. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo eletrônico,
reprográfico, etc., sem autorização por escrito dos autores e da editora.
ISBN 978-65-5645-106-0
IMPRESSÃO
O
Caro aluno,
Ã
sonhos dos indivíduos que viveram antes de nós é uma
aventura empolgante. O conhecimento nos transforma e
Ç
nos dá a oportunidade de mudarmos o mundo. Ele nos
dá autonomia de reflexão e proporciona que sejamos os
A
verdadeiros donos das nossas ideias e ações.
Ao longo desta coleção serão muitos temas, perío-
G
dos históricos e sociedades estudadas através de docu-
mentos históricos que nossos antepassados deixaram
L
Vamos estudar?
D
A autora
SERÁ
QUE SEI ? e A cultura e a religião nas
sociedades da Antiguid
ainda hoje são consider ade foram muito ricas e
a Em seu caderno, explique como era caracterizado, durante Identifique cada um dos
adas importantes marcos
culturais no Ocidente.
denominado pré-história, o período elementos culturais abaixo
o modo caderno. e registre em seu
b Utilize os termos abaixo e, em seudecaderno
vida nômade e sedentár
, elabore
io.
mação dos primeiros Estados. frases sobre a for-
a) povoados – agricultu
ra – sedentarização.
O
tados. Sobre isso, respond lvimento dos Es-
a às questões em seu caderno
.
g Faça um texto utilizand
o os termos do quadro
a) Explique o desenvo abaixo.
lvimento da escrita nas
sociedades antigas.
gerações
b) Quais outras formas história memória
de comunicação e linguage oralidade
pelos humanos ao longo ns foram utilizadas fontes grupos sociais
da história?
h Em seu município há marcos
de memória que preserva
memória de todos os grupos m a história e a
8
que fizeram parte da história
dele? Explique.
Ã
Roberto Zoelner
A SEDENTARIZAÇÃO
E A VIDA EM
1
UNIDADE
SOCIEDADE
Abertura da unidade
Ç
Nestas páginas, você encontrará imagens
e questionamentos para que você e seus
colegas possam refletir e discutir sobre os
em
A assuntos que serão estudados.
G
com a sua? Explique.
• Essa sociedade se parece
1
CAPÍTULO
10
A FORMAÇÃO DAS
PRIMEIRAS CIDADES a Observe e descreva em
seu caderno as imagens
a seguir.
1
2
Roberto Zoelner
A formação dos primeiros
povos
Roberto Zoelner
L
Capítulos
b Quais as diferenças entre
a vida nômade e a sedentár
ia? Explique.
Antes de viverem em
comunidades sedentár
coleta e da caça. ias, as pessoas viviam
da
s
Joanbanjo / wikimedia.common
de alimentos, já que
dependiam direta-
mente dos elementos que
na unidade.
água, por exemplo.
Este período foi chamado
por pes-
quisadores de paleolít
ico e foi marcado
também pelo domínio
do fogo e pelas
moradias em cavernas Cena de caça da caverna
, onde os humanos reprodução Cavalls,
muitas vezes deixavam do Museu Valltorta, Espanha.
registros de suas experiên
conhecidos como pinturas cias e ideias que ficaram
rupestres.
apenas na forma 13
para sedentário não ocorreu
A mudança de nômade a agricultura e a criação
alteração do espaço. Com
de vida, mas também na ar as vegetações na-
humanos passaram a transform aos poucos as
dos animais, os grupos transform ando
silvestre e, assim,
tivas, afugentando a fauna se estabeleciam. Transfor-
lugar e ao redor de onde
paisagens naturais no
vão levar ao crescimento Afugentando: expulsando.
mações que, por sua vez, necessi-
Período Neolítico
Período Paleolítico Surgimento
Surgimento
região
da por arqueólogos na Após a confecção, divulgue além da sua.
tico é uma estatueta, encontra de Vênus o material para sua comunid
em 1908. Ela foi batizada o Você acredita que foi ade.
de Willendorf, Áustria, que tenha alcançada a tolerância
de Willendorf. Estima-se ainda encontra formas religiosa ou
de Willendorf, ou Mulher antro- de intolerância em seu
entre 28 e 25 mil anos a.C. Ela é uma de Quais são elas? cotidiano?
sido esculpida forma Vênus
é uma escultura de uma Willendorf. Museu
pomorfização, ou seja, da rea- de Naturhistorisches • Como podemos resolver
não é uma “reprodução as questões de intolerân
humana de mulher, mas
Dicas
em Viena, Áustria.
nosso dia a dia? cia religiosa em
ão para representar questões Ela tem essa
lidade”, é uma idealizaç ela foi produzid a.
e em que
importantes para a sociedad s era sinal de ferti-
mais volumoso das mulhere
forma porque o corpo DICAS
sucesso e de bem-estar.
lidade, de segurança, de
seus conhecimentos.
Claro Enigma.
Enigma
39
i Observe as ilustrações
abaixo e descreva qual
as características de cada
um dos deuses gregos
a Copie o quadro em seu
caderno e preencha-o
com as informações soli-
representados.
citadas em relação a algumas
sociedades da Antiguid
ade.
Mesopotâmia
Qual a importância do
do a respeito de cada um
e dois gregos e
deles. Zeus
Hera
A seção finaliza o capítulo, permitindo
respeito às diferenças e
O
sas. Em seguida, reescreva ras e F para as fal-
as frases incorretas corrigind
41
Ã
b O que é patrimônio dacultural?
preservação dos patrimôn
ios culturais?
c Qual a importância enumere corretamente cada um
dos itens abaixo
d Em seu caderno, is
ios materiais ou imateria
arqueológico e, em indicando se são patrimôn
a descoberta de um sítio
a Leia a notícia abaixo sobre 2. Patrimônio imateria
l
em seu caderno. 1. Patrimônio materia
l
seguida, responda às questões
Ç
tâmia é descoberta
anos na Mesopo • Danças
Cidade perdida de 4 mil
• Brincadeira de roda
Française Peramagron
Aline Tenu/Mission Archéologique
Uma antiga “cidade perdida” • Construções e edifícios
gi-
foi descoberta no sítio arqueoló
o. Se- • Festas
co de Kunara, no Curdistã
gundo pesquisadores, ela
prospe- • Obras de arte
rou durante o Império Acádio,
há • Como fazer uma comida
realizou
e cerâmicas feitas de materiais
deve ter sido bastante próspera”
diana e cornalina eram usadas
REDAÇÃO Galileu. Cidade
Galileu, 28 mar. 2019.
ta do
c) O processo de sedentar
ções no ambiente mesmo
e para a construção de
d) Com o crescimento
dades.
Em seu caderno, faça um
ntais para a formação
responsáveis pela irrigação
ização não promoveu
que tenha
povoado s.
desmata
da população e complex
muitos povoados crescera
ificação administrativa,
m e aos poucos transform
aram-se em ci-
organização política
utilize as palavras do quadro
abaixo.
122
Ícones
L
Pesquisando
U
Ser cidadão
Como você interage com as pessoas? Este ícone representa momentos de
IV
reflexão sobre suas ações e seu convívio com o outro, possibilitando a construção
de valores éticos indispensáveis na relação com tudo o que nos cerca.
Em dupla
Indica atividade que será feita em dupla.
D
Eu e meus colegas
Indica atividade que será feita em grupo.
Brincar e jogar
É um convite para você brincar e jogar, interagindo com os colegas
de formas diversas
SERÁ QUE SEI? ........................................ 8
2 ESTADO E
UNIDADE
CIDADANIA.........................42
A SEDENTARIZAÇÃO
1
UNIDADE
E A VIDA EM
Roberto Zoelner
O
SOCIEDADE........................10 2
UNIDADE
Roberto Zoelner
ESTADO E CIDADANIA
Roberto Zoelner
A SEDENTARIZAÇÃO
1
UNIDADE
Roberto Zoelner
E A VIDA EM
SOCIEDADE
Ã
Ç
• Qual período histórico está representado em cada uma das
imagens?
• O que está acontecendo em cada uma das imagens?
• Qual a importância desses espaços para suas sociedades?
42
10
DIREITOS HUMANOS............................ 54
CAPÍTULO 2: POVOS, CULTURAS E
A cidadania na Antiguidade................. 54
RELIGIÕES............................................... 22
A luta pela cidadania............................ 59
IV
Sociedades da Antiguidade.................. 22
• Os mesopotâmicos.......................... 24 A cidadania no Brasil na atualidade..... 68
• Os egípcios....................................... 26
• Os olmecas....................................... 28 VOCÊ JÁ SABE? .................................. 72
As religiões na Antiguidade................. 30
D
• Os deuses egípcios.......................... 32
• Mitologia grega................................ 35
• Judaísmo.......................................... 36
• Cristianismo..................................... 37
O
Roberto Zoelner
Roberto Zoelner
CULTURA, COTIDIANO O TEMPO E A
3 4
UNIDADE
UNIDADE
E AS FORMAS DE MEMÓRIA NA
Roberto Zoelner
COMUNICAÇÃO HISTÓRIA
Roberto Zoelner
Ã
Ç
• Qual o tipo de atividade a imagem está representando?
• O que cada uma dos indivíduos das ilustrações estão fazendo?
• Quais foram os objetos encontrados?
• Você acha que o tempo é um fator importante para cada uma
• Qual a importância dessa atividade e de suas descobertas para a das pessoas representadas? Explique.
história?
• Qual dessas imagens está representando um patrimônio histórico,
• Você conhece ou já visitou algum sítio arqueológico? Conte para a uma oralidade e um instrumento de marcação temporal?
turma sua experiência.
102
74
O
a) povoados – agricultura – sedentarização.
b) população – trabalho – crescimento – especialização.
Ã
c) Estado – administração – governante.
d) Egito – Mesopotâmia – rios.
Ç
c A marcação do tempo foi feita de diversas maneiras ao longo da his-
A
tória. Sobre esta questão, escreva as frases a seguir em seu caderno e
marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.
G
Apesar de haver muitos, podemos dizer que há apenas
um calendário correto, os demais estão errados.
L
da observação da natureza.
IV
elas a escrita, que foi muito importante para o desenvolvimento dos Es-
tados. Sobre isso, responda às questões em seu caderno.
a) Explique o desenvolvimento da escrita nas sociedades antigas.
8
e A cultura e a religião nas sociedades da Antiguidade foram muito ricas e
ainda hoje são consideradas importantes marcos culturais no Ocidente.
Identifique cada um dos elementos culturais abaixo e registre em seu
caderno.
9
A SEDENTARIZAÇÃO
1
UNIDADE
E A VIDA EM
SOCIEDADE
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
10
Roberto Zoelner
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
A FORMAÇÃO DAS
PRIMEIRAS CIDADES
O
Roberto Zoelner
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
12
a Observe e descreva em seu caderno as imagens a seguir.
1 2
Roberto Zoelner
O
Ã
b Quais as diferenças entre a vida nômade e a sedentária? Explique.
Ç
Antes de viverem em comunidades sedentárias, as pessoas viviam da
coleta e da caça. A
Conviviam em pequenos grupos que
Joanbanjo / wikimedia.commons
se deslocavam com frequência em busca
G
de alimentos, já que dependiam direta-
mente dos elementos que encontravam na
L
13
f Em seu caderno, copie o texto a seguir preenchendo as lacunas com as
palavras do quadro abaixo.
O
e também do domínio da **********, os humanos passaram, paula-
tinamente, a viver de outra maneira. Por não terem mais a necessidade
de estarem em constante **********, poderem plantar gêneros ali-
Ã
mentícios como o trigo, a cevada, a batata e a domesticar animais como
ovelhas, bois e galinhas, passaram a viver em um **********. Torna-
Ç
ram-se sedentários e formaram **********.
Roberto Zoelner
IV
D
14
A mudança de nômade para sedentário não ocorreu apenas na forma
de vida, mas também na alteração do espaço. Com a agricultura e a criação
dos animais, os grupos humanos passaram a transformar as vegetações na-
tivas, afugentando a fauna silvestre e, assim, transformando aos poucos as
paisagens naturais no lugar e ao redor de onde se estabeleciam. Transfor-
mações que, por sua vez, vão levar ao crescimento
Afugentando: expulsando.
populacional e, por consequência, às novas necessi-
O
dades na forma de organizar os povoados.
Observe a linha do tempo que apresenta os períodos explorados e as
principais mudanças ocorridas:
Ã
2 milhões de anos 12 mil anos 6 mil anos
Ç
Período Paleolítico Período Neolítico
Surgimento da Surgimento Surgimento
h
espécie Homo A da agricultura da escrita
Vênus de Willendorf
IV
15
As primeiras cidades
A sua cidade se parece com alguma dessas? O que ela tem de seme-
lhanças e diferenças em relação às representadas? Explique.
16
a Quais atividades estão sendo realizadas em cada cidade representada?
b Essas atividades existem ainda hoje? Converse com seus colegas e pro-
fessor.
c Elabore em uma folha de papel um desenho que mostre as principais
atividades desenvolvidas na sociedade. Depois, compartilhe com os co-
legas e professor o que você representou.
O
As primeiras cidades surgiram na região do Egito e da Mesopotâmia e
se formaram junto a rios, pois dependiam das suas águas para a agricultura
Ã
e o consumo. Muitas, inclusive, aprenderam a utilizar os ciclos naturais em
suas técnicas de produção: periodicamente as cheias fazia com que as águas
transbordassem de suas margens. Com isso, quando voltavam ao seu volume
Ç
normal, deixavam o solo do terreno, que havia sido encharcado, com adubo
natural, que era utilizado no cultivo.
A
Vivendo com mais segurança e alimentando-se com mais regularidade,
a vida dos humanos melhorou, passando a ser mais tranquila e confortável,
possibilitando que homens e mulheres vivessem além de melhor, mais tem-
G
po. Diante disso, os agrupamentos humanos, aos poucos, foram se tornando
maiores, aumentando também a necessidade de produzir mais alimentos.
L
dutos pouco a pouco passou a fazer parte da vida das pessoas. Assim, co-
merciantes e mercadores foram profissões fundamentais para as cidades.
Aos poucos, o campo, onde havia a produção de alimentos, foi se se-
parando e se distanciando do local onde as pessoas moravam, praticavam o
D
17
f Analise o mapa a seguir e depois responda às questões.
to dela:
• como surgiu, perto de qual rio foi fundada, como se desenvolveu,
como era o modo de vida da população e outras informações que
IV
encontrarem.
• utilizem fontes de pesquisa que sejam confiáveis e anotem as
fontes utilizadas.
D
18
• utilizem fontes de pesquisa que sejam confiáveis.
• anotem sempre as fontes de pesquisa.
• usem imagens para enriquecer o trabalho.
• após a pesquisa, compartilhem com seus colegas e professor o que
descobriram.
O
de mudar o modo de vida nômade para sedentário. Recorte de revistas,
jornais ou imprima da internet imagens que representam atividades co-
tidianas em que o ser humano utiliza a água. Depois, cole-as em uma
Ã
folha. O professor irá montar um mural com a produção da turma.
i Com ajuda de seus familiares, faça uma pesquisa
Ç
sobre a fundação de sua cidade.
• Identifique perto de qual ou quais rios ela foi
fundada e quais que abastecem a água da região na atualidade.
A
• Utilize fontes de pesquisa que sejam confiáveis e anote as fontes
utilizadas.
G
• Use imagens para enriquecer o trabalho.
• Após a pesquisa, converse com seus colegas e professor sobre o que
L
descobriu.
19
a Copie a tabela em seu caderno e preencha-a informando as diferenças
entre os períodos paleolítico e o neolítico.
Paleolítico Neolítico
O
********************** **********************
Ã
agricultura sedentarização povoados fixação cidades
Ç
c Leia as alternativas a seguir analisando cada uma. Depois, copie-as em
seu caderno e indique V para as alternativas verdadeiras e F para as fal-
A
sas. Em seguida, reescreva as frases incorretas corrigindo-as.
a) Embora o desenvolvimento da agricultura tenha sido importante, ele
G
não se relaciona ao processo de sedentarização dos seres humanos.
b) Nas cavernas, por meio das inscrições rupestre, os seres humanos
deixaram marcas de suas experiências, ideias e memórias.
L
Roberto Zoelner
20
3 4
Roberto Zoelner
O
Ã
Ç
a) Cuidado com animais.
b) Colheita.
A
c) Preparação de alimentos.
G
d) Volta da caça.
e Como era a divisão de trabalho por gênero nos primeiros povoados?
L
21
2
CAPÍTULO
Sociedades da Antiguidade
O
Aziz1005 / wikimedia.commons
JETOVAR / wikimedia.commons
Ã
Ç
Babilônia. Suas ruínas encontram-se ao norte do
A Tumba Olmeca no Parque La Venta, Villahermosa,
G
centro da cidade atual de Hila, capital da província México. 2015.
de Babil, no Iraque. 2014.
Jose Javier Martin / Flickr
BeBo86 / wikimedia.commons
L
U
IV
O Templo de Nefertari, também conhecido como O Fórum Romano em Roma, Itália. 2015.
Templo de Hathor, Abu Simbel, Aswan, Egito.
D
2018.
22
a Observe novamente as imagens dos patrimônios preservados das cida-
des do passado. O que esses patrimônios contam a respeito das socie-
dades que ali viviam?
b Faça uma pesquisa sobre quando ocorreu o período histórico
da Antiguidade. Em seguida, busque informações sobre al-
gumas das principais sociedades desse período.
c Reorganize corretamente as frases dos quadros abaixo. Em seguida,
O
reescreva o texto em seu caderno.
Assim, o modo Com o Toda essa Cada uma delas, com o passar
Ã
de viver de cada processo de herança do tempo, foi desenvolvendo
povo adquiriu sedentarização, cultural era seu modo de vida, artesanato,
organização formaram-se as transmitida organização social, valores,
Ç
social e cultura primeiras aldeias através das religião, língua e formas de
particular. e cidades. gerações. comunicação particulares.
ria ser maior, as atividades eram mais numerosas e os conflitos sociais tam-
bém, o que fazia com que novos cargos administrativos e trabalhos fossem
U
criados. Entre eles, estava o de chefe político de cada Estado, que na Antigui-
dade era exercido por reis.
Aos poucos, também foram aparecendo novos
IV
Ourivesaria: atividade
ofícios, como a ourivesaria, metalurgia (utilizando ini- que consiste em fabricar
cialmente o cobre, depois o bronze e posteriormen- joias e ornamentos de
metais preciosos.
te o ferro), cestaria e a produção de tecidos, já que a
produção de artesanatos, vestimentas, construções de
D
23
► Os mesopotâmicos
Localizada entre os rios
O
tâmica ficava em uma região
formada por vários Estados in-
dependentes, como Ur, Eridu,
Ã
Lagash. Cada um deles tinha
suas leis e seus governantes.
Zigurate em Ur, Iraque. 2015.
Muitos deles, inclusive, entra-
Ç
vam em conflitos entre si.
Diferente do Egito e Roma, por exemplo, essa civilização não formou
A
um Estado unificado, sob o comando de um governante. Apesar das parti-
cularidades das cidades, havia também traços em comum entre elas. O pri-
meiro é que desenvolveram técnicas e sistemas de irrigação para aproveitar
G
e controlar as cheias dos rios. Cada cidade tinha seu zigurate, que era o
templo onde os excedentes agrícolas eram guardados para que a população
L
Roberto Zoelner
xa produtividade e para comercializar
com outros povos.
U
24
f Elabore a pirâmide social da Mesopotâmia em seu caderno.
g Explique as características da sociedade mesopotâmica.
h O que eram os zigurates nas cidades mesopotâmicas?
GualdimG / ikimedia.commons
Uma importante contribuição dos mesopotâmicos foi
a elaboração do código de Hamurabi, primeiro código ju-
O
rídico que se tem notícia na história, escrito por volta de
1780 a.C. Ele foi talhado na pedra basalto e reunia vários
costumes e preceitos sumérios transformados em leis. Eram
Ã
cerca de 300 leis que ditavam normas quanto à herança,
divórcio, casamento e estabeleciam punições consideradas
Ç
bem severas.
Código de Hamurabi,
no Pergamonmuseum,
Berlim. 2017.
i A
Leia um trecho do Código de Hamurabi e em seguida responda às ques-
tões.
G
"Se um homem com-
25
a) O que era o Código de Hamurabi?
b) Para que o Código de Hamurabi servia e qual sua importância na
sociedade?
c) Segundo o Código de Hamurabi, qual era ao menos uma das manei-
ras de conseguir escravo na sociedade?
d) As leis sobre a venda de escravos favoreciam o escravizado? Explique.
O
► Os egípcios
Ã
Assim como a ci-
S.I / wikimedia.commons
Ç
vilização mesopotâmi-
ca, a egípcia também
foi formada ao lado
de um grande rio, o
Nilo. Dele, os egípcios
A
dependiam para irrigar
G
seus campos e garan-
tir a sobrevivência dos
L
humanos e animais, já
que as cheias do Nilo Tumba de Menna, escriba do rei. Na cena é apresentado um cortejo
fúnebre para Abidos, um barco funerário semelhante teria levado o
deixavam as terras co- corpo de Menna e sua esposa para Abidos, local consagrado ao deus
U
invasões de estrangeiros.
Os primeiros povoados, os nomos, formaram-se há cerca de 7 mil anos.
Eram vilarejos independentes que há cerca de 5 mil anos foram unificados
e passaram a estar sob governo de um único faraó. A centralização política
contribuiu para o fortalecimento e crescimento econômico de muitas cidades.
O governante era o faraó, considerado um deus vivo, dono de todas as
terras e riquezas do Egito. Ele estava no topo da sociedade, com sua família.
26
Abaixo dele estavam os nobres e sacer-
O
abaixo deles, os escravos.
Os grupos que representavam a
base da pirâmide tinham os trabalhos
Ã
físicos mais pesados e menos direitos.
Os camponeses, que eram obrigados a
Ç
pagar tributos e a trabalhar nas terras
do Faraó; e os escravos, que eram ge-
ralmente prisioneiros de guerra e que, A máscara de Tutankhamon, c. 1327
A a.C. Composta por ouro, vidro e pedras
apesar de não serem um número ex- semipreciosas. Museu Egípcio, Cairo, Egito.
pressivo de pessoas, estavam expostos
G
a trabalhos pesados nas pedreiras e minas do Egito.
27
O escravo era considerado propriedade de outra pessoa, que as-
sim como uma casa ou um móvel, podia ser vendido a qualquer mo-
mento, bastava que seu dono tivesse a intenção de vendê-lo. E como
O
uma propriedade, ele não tinha direitos políticos ou mesmo sobre si.
Contudo, a escravidão teve características próprias em cada contexto
histórico: os grupos escravizados; como se tornavam escravos; quais
Ã
seus direitos enquanto humanos (casar-se, por exemplo) todos esses
fatores se alteraram em cada sociedade.
Ç
É importante frisarmos que atualmente a escravidão é uma prá-
tica inaceitável e que há séculos vem sendo combatida e debatida.
Muitos países, como o Brasil, possuem leis que garantem liberdade a
A
todos os cidadãos. Essa também é uma prática condenada pelos Di-
rietos Humanos.
G
► Os olmecas
L
golfo do México.
Fonte: KINDER, Hermann; HILGEMANN, Werner; HERGT, Manfred. Atlas histórico mundial:
de los orígenes a nuestros dias. 22. ed. Madri: Akal, 2007. p. 234.
28
Eles se fixaram na região em 1500 a.C. Naquele momento, a maior par-
te da população vivia próximo as zonas agrícolas e as elites, formadas pelos
chefes olmecas e sacerdotes, próximas aos centros cerimoniais, onde mora-
vam também os artesões e os comerciantes.
Os sacerdotes tinham grande poder na sociedade Olmeca. Possuíam
conhecimentos privilegiados, como o de astronomia e da escrita, além de
elaborarem o calendário.
O
Esses povos desenvolveram técnicas agrícolas e o comércio, fatores que
deram a eles a possibilidade de agregar diversas populações e formar centros
urbanos. Entre eles, o principal era San Lorenzo, que assim como as demais
Ã
cidades da Antiguidade, possuía construções em pedra. Esta era uma cidade
de grande esplendor, mas aos poucos foi perdendo espaço e, entre os anos
de 950 a 900 a.C., La Venta se tornou a maior cidade dos olmecas.
Ç
As pesquisas e escavações ar-
Glysiak / wikimedia.commons
queológicas têm descoberto muitos
artefatos e indícios dessa sociedade
que teve mais de 300 mil habitantes
e influenciou as sociedades ameri-
A
G
canas. Contudo, cerca de 400 a.C.
ela entrou em declínio. Os cientistas
não sabem ao certo o que provocou
L
O que era La Venta para os olmecas? Qual sua importância para aquele
povo?
o As cidades olmecas ainda são habitadas? Como elas foram descobertas?
p Em grupo, façam uma pesquisa para descobrirem
mais informações a respeito dos olmecas: as cida-
des formadas, o que já descobriram com as esca-
vações, quais são suas tradições culturais e os artefatos encontrados.
29
As religiões na Antiguidade
omar_chatriwala / wikimedia.commons
Vamshireddy / wikimedia.commons
L
U
IV
D
30
a Em sua cidade essas religiões são representadas? De que forma?
b Você considera importante o respeito às religiões para que as
pessoas vivam bem? Explique.
O
que cada uma delas entendeu o que é Deus e como elaborou seus ritos reli-
giosos.
Ã
A maioria dos povos da Antiguidade eram politeístas, ou seja, acredita-
vam em vários deuses, que eram considerados seres superiores e poderosos,
responsáveis pela criação do mundo, por dar e tirar a vida e pelos fenômenos
Ç
da natureza.
Por se preocuparem com a agricultura e por uma colheita bem-suce-
A
dida, acreditavam que dos seus cultos dependia a boa oferta dos recursos
naturais, como a terra e água. Dessa forma, passaram a realizar cerimônias e
rituais para atrair ou afastar determinados elementos. De acordo com as pes-
G
quisas arqueológicas, os grupos humanos sedentários possuíam muitas vezes
imagens femininas relacionadas à fertilidade. Os gregos, por exemplo, cul-
tuavam a deusa Deméter, deusa da colheita, da agricultura e da fertilidade.
L
ciedades. Não é por acaso que os zigurates ficavam no centro das cidades
mesopotâmicas e eram construções imponentes, que se destacavam entre as
IV
31
► Os deuses egípcios
O
separados.
Os egípcios também tinham muitos
deuses e todos eles eram antropozoo-
Ã
mórficos, ou seja, uma mistura de huma-
nos com animais. Anúbis, por exemplo, era
Ç
representado por um homem com cabeça
de chacal. Considerado o deus da mumifi- Deus egípcio Rá.
cação, após a morte do indivíduo, era ele
que auxiliaria o encontro com Osíris. Ele seria o responsável
por pesar o coração de cada um após seu falecimento. E, caso
A
o órgão fosse mais leve que uma pena, a pessoa certamente
G
Deus egípcio
Anúbis. era repleta de bondade. Dessa forma, seria admitida no além
e conduzida à Osíris. Alguns dos principais deuses egípcios:
L
U
IV
Gunawan Kartapranata / wikimedia.commons
Jeff Dahl / wikimedia.commons
32
Imagens: Perhelion / wikimedia.commons
O
Ã
Ísis: esposa de Osíris, protetora Osíris: deus dos mortos, Toth: representado com as
dos vivos e mortos. Representada representado por um homem formas da ave íbis ou de um
Ç
por uma mulher com um trono na mumificado com pele verde, babuíno, era relacionado
cabeça. a cor da esperança, com uma pelos antigos egípcios à
coroa com duas plumas na escrita e à sabedoria.
cabeça, um cajado e um açoite
A
nas mãos.
G
f Observe a imagem abaixo e depois responda às questões.
Papiro de Hunefer. Julgamento de Hunefer no Tribunal de Osíris. O peso do coração contra a pena
da verdade de Maat, detalhe do Livro dos mortos. Papiro produzido por volta de 1275 a.C. por
Hunefer, escriba que viveu durante o reinado de Ramsés II. Museu Britânico, Londres.
33
Os rituais de mumificação
O ritual de mumificação era uma cerimônia muito importante no Egito
Antigo. As etapas de sua realização nos ensinam como as múmias chegaram
O
preservadas até os nossos dias e demonstram a importância religiosa que
envolvia a cerimônia.
Ã
Ilustrações: Roberto Zoelner
Ç
A
1. A primeira coisa a ser feita era a limpeza 2. Após essa limpeza, todos os órgãos eram
G
geral do corpo do morto. A limpeza removidos, ficando apenas o coração.
também era importante para que o dono do Os egípcios acreditavam que o coração era
corpo o recebesse em bom estado na vida responsável pela inteligência e a força dos
após a morte. homens, por isso era mumificado junto ao
L
corpo.
U
IV
D
3. O corpo estava agora praticamente vazio, 4. A última etapa era a de enfaixar o corpo
momento da cerimônia em que passava pela com tiras de linho. Usando a máscara de
desidratação, que evitava o apodrecimento Anúbis, deus dos mortos, o sacerdote que
da múmia depois que ela fosse enterrada. O comandava o ritual enrolava o linho pelo
corpo era preenchido com natrão, um tipo de corpo, começando pela cabeça, mãos e pés,
sal, e permanecia desidratando por 40 dias completando toda a mumificação com até
antes da próxima etapa da mumificação. 20 camadas de faixas.
34
► Mitologia grega
Os gregos também eram politeístas. Eles acreditavam que suas divin-
dades habitavam o monte Olimpo e de lá controlavam tudo que acontecia
na Terra. Os fenômenos da natureza e terrestres, e as demais criações, eram
explicadas através da mitologia grega, que era exercida mediante os rituais
cotidianos.
O
Os deuses eram figuras humanas, mais fortes e belas, porém, com com-
portamentos semelhantes aos humanos, com muitos de seus defeitos e sen-
timentos, como a inveja, a ira, a vaidade e a paixão. Por conta disso, além
Ã
de muitas vezes envolverem-se em conflitos humanos, também se envolviam
em conflitos entre si. Alguns dos principais deuses gregos:
Ç
Ilustrações: Roberto Zoelner
A
G
L
Afrodite: deusa do amor Apolo: filho de Zeus, deus da luz Hermes: mensageiro dos
e da beleza. Brotou da e das artes. Protegia os músicos, deuses e deus do comércio.
U
35
g O que era o Olimpo?
h Como eram os deuses gregos?
i Em grupo, façam uma pesquisa sobre o que eram
as Olimpíadas para os gregos e qual sua relação
com a religião na Antiguidade. Para isso, sigam alguns passos:
• usem fonte de pesquisa confiáveis.
O
• anotem as referências bibliográficas utilizadas.
• utilizem imagens que considerarem pertinentes para compor a
pesquisa.
Ã
• compartilhem com os colegas e professor suas descobertas.
j Em dupla, façam uma pesquisa sobre um deus da mitologia
Ç
grega. Busquem um mito e informações sobre as característi-
cas do deus escolhido. Ao finalizar a pesquisa, compartilhem com a turma
A
o mito e depois elaborem um cartaz com as informações encontradas.
► Judaísmo
G
HOWI / wikimedia.commons
Diferente das religiões politeístas que cul-
L
co criador do universo.
Na Antiguidade, nasceram na região do
Oriente Médio duas importantes religiões, o
IV
judaísmo e o cristianismo.
A religião monoteísta mais antiga é o ju-
daísmo, que surgiu aproximadamente no sé-
culo VIII a.C., na região do Oriente Médio, quando Abraão teria recebido de
D
36
► Cristianismo
Os cristãos acre-
jcomp / Freepik
ditam que Jesus Cris-
to, um carpinteiro
judeu que viveu no
século I, na provín-
O
cia da Judeia, seria
o Messias, o filho de
Deus. A partir de seus
Ã
ensinamentos relata-
dos pelos apóstolos,
tendo como base a
Ç
doutrina judaica, a
população do Impé-
A
rio Romano se converteu, espalhando o cristianismo por toda a Europa, Nor-
te da África e Oriente próximo. Após a Idade Média, tornou-se a religião
mais praticada no mundo, com a evangelização dos nativos americanos e
G
populações asiáticas. Contudo, atualmente, existem dezenas de igrejas que
professam o cristianismo, que são diferentes entre sim, pois divergem em
suas doutrinas.
L
37
n Leia o texto e em seguida responda às questões.
O
ou Crença. Segundo a ONU, o mundo continua vivenciando atos con-
tínuos de intolerância e violência a indivíduos incluindo integrantes de
comunidades e minorias religiosas.
Ã
No ano passado, o secretário-geral, António Guterres, lançou a Es-
tratégia e Plano de Ação das Nações Unidas contra Discurso de Ódio e
Ç
um Plano de Ação para salvaguardar locais religiosos. Para a ONU, o de-
bate aberto, construtivo e respeitoso pode desempenhar um papel positivo
no combate ao ódio religioso, incitamento e violência.
A
As liberdades de religião ou crença, de opinião e de expressão além
do direito à reunião pacífica e à liberdade de associação, são descritas, res-
pectivamente, nos artigos 18, 19 e 20 da Declaração Universal dos Direitos
G
Humanos.
Segundo a ONU, a defesa destes direitos tem um papel importante na
L
38
a) Qual veículo de imprensa publicou o texto e qual seu tema?
b) Qual a relação entre as religiões e a violência na sociedade, segundo
o texto?
c) O que é comemorado no dia 22 de agosto? Por que essa data come-
morativa foi criada?
d) Segundo o texto, por que a tolerância religiosa é importante?
O
e) Elabore um panfleto para uma campanha contra a intolerância reli-
giosa. Nele, insira informações sobre o que é a intolerância religiosa,
Ã
os principais males causados por ela e os benefícios para os cidadãos
que buscam a tolerância e o respeito as demais religiões além da sua.
Após a confecção, divulgue o material para sua comunidade.
Ç
o Você acredita que foi alcançada a tolerância religiosa ou
ainda encontra formas de intolerância em seu cotidiano?
Quais são elas? A
• Como podemos resolver as questões de intolerância religiosa em
G
nosso dia a dia?
DICAS
L
Claro Enigma.
D
39
a Copie o quadro em seu caderno e preencha-o com as informações soli-
citadas em relação a algumas sociedades da Antiguidade.
O
Localização
geográfica *********** *********** ***********
Atividades
Ã
econômicas *********** *********** ***********
Ç
c Elabore uma representação visual para monoteísmo e politeísmo.
d A
Explique como era a religião no Egito e na Grécia na Antiguidade.
c) Zeus – Osíris.
h Leia as alternativas a seguir analisando cada uma. Depois, copie-as em
seu caderno e indique V para as alternativas verdadeiras e F para as fal-
D
40
i Observe as ilustrações abaixo e descreva qual as características de cada
um dos deuses gregos representados.
41
2
UNIDADE
ESTADO E CIDADANIA
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
42
Roberto Zoelner
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
O que é um Estado?
O
S.I / Pixabay
WikiImages / Pixabay
S.I / wikimedia.commons
A
G
L
44
a Converse com seus colegas e professor sobre a responsabilidade do gover-
no em relação a infraestrutura, a organização e a segurança da sociedade.
• Como é a infraestrutura, a organização e a segurança no seu município?
b Elabore uma frase com cada uma das palavras a seguir.
O
Ao passo que a popula-
S.I / Pixabay
Ã
ção das cidades ia crescendo, a
quantidade de alimento preci-
sou ser ampliada, e a estrutu-
Ç
ra urbana, necessária para dar
conta do novo contingente po-
pulacional, teve que ser aperfei- A
çoada. Isso ocorreu em cidades
como a Grécia, que por conta
G
da vida pública muitas obras ti-
veram que ser construídas para Partenon, Grécia. 2017.
que os cidadãos tivessem onde
L
sosinda / Pixabay
U
45
Logo, nos Estados, conforme
O
didas colocadas em prática estavam:
• construção de obras públicas
visando o bem público (canais Aquaduto de Tarragona construído pelos romanos,
Ã
Espanha. 2015.
de irrigação, aquedutos, pré-
dios públicos, templos, entres
Ç
outros);
• cobrança de impostos;
• realização de Censos. A
Assim, foram se constituindo as práticas organizacionais e políticas que
formaram os Estados.
G
c Por que houve tantas modificações nas cidades ainda na Antiguidade?
Explique.
L
46
É importante ressaltar que muitas sociedades ao longo da história for-
maram Estados organizados, mesmo que tenham tido características e for-
mas de governo e adminis-
O
deias autônomas, se reuni-
ram em suas regiões e for-
maram o reino do Alto
Ã
A unificação do Egito foi representada em suas coroas. Na
Egito (regiões do norte) e imagem estão representadas as coroas das regiões do Baixo Egito
reino do Baixo Egito (re- (branca) e Alto Egito (vermelha) e a usada após a unificação
(vermelha e branca).
Ç
giões do sul). Então, 300
anos depois, os reinos do Alto Egito e do Baixo Egito também passaram pelo
processo de unificação. Menés, responsável por esse processo, se tornou o
primeiro faraó da história do Egito.
A
A partir de então, o Egito passou a ser governado Teocrático: tipo de
G
pela monarquia teocrática dos faraós, em que os fa- governo em que o
líder religioso também
raós eram considerados deuses vivos e tinham poderes é o chefe político.
sobre as questões terrenas e divinas.
L
47
Outro modelo bastante comum neste período foi o já citado, cidade-es-
tado, comum na Mesopotâmia e também na Grécia.
A Grécia é considerada por muitos historiadores o berço da civilização oci-
dental, por ter deixado importantes legados para a sociedade contemporânea.
Ela fica na região da Península Balcânica e começou a ser colonizada a
partir de 2 000 a.C. por vários grupos, como os aqueus, jônios, dórios.
ALBUQUERQUE, Manuel M. de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1988. p. 86. (Adaptado).
regras particulares. Elas não eram ligadas por um governo central, o que as
uniam era a língua, a história e a cultura em comum.
48
A formação do Estado brasileiro
nhista brasileiro.
U
Pela data de produção da obra, você acha que o artista foi testemunha
do evento e em seguida pintou a tela? Explique.
D
a Antes de ser uma nação independente, o Brasil era vinculado a qual ou-
tro reino? Qual era a relação que mantinha com ele?
b O que significava, naquele momento, o Brasil se tornar independente?
c Você sabe qual é o regime político vigente no Brasil na atualidade? Ele
sempre imperou no nosso país? Converse com seus colegas e professor.
49
O Brasil nasceu enquanto um Estado autônomo quando se tornou inde-
pendente de Portugal, em 1822. Contudo, mesmo livre para criar suas leis, for-
mar sua economia e política, naquele momento, o governante continuou a ser
um português, o filho do rei de Portugal: Dom Pedro I foi o primeiro governante
do Brasil, como imperador.
Nesse período, o país era uma monarquia, que é uma forma de governo
em que o poder é exercido por um monarca e é transmitido de forma hereditá-
ria. Assim, após Dom Pedro I deixar o país, seu filho, Dom Pedro II, por direito
O
de nascença, assumiu o trono.
Ã
brasileiro?
e Quais as rupturas e continuidades podem ser citadas ao analisarmos o
Ç
processo de independência do Brasil?
mocracia, pois grande parte da população estava excluída das eleições e não
tinha a oportunidade de exercer sua cidadania de forma plena. Mulheres, anal-
U
fabetos e jovens não podiam votar e, pelo voto ser aberto, muitos indivíduos
eram pressionados a escolherem candidatos selecionados pelos chefes políticos
das regiões. Não podendo, assim, escolher livremente em quem votar.
IV
na forma da lei.
§ 1º - Não podem alistar-se eleitores para as eleições federais ou para
as dos Estados:
1º) os mendigos;
2º) os analfabetos;
3º) as praças de pré, excetuados os alunos das escolas militares de
ensino superior;
50
4º) os religiosos de ordens monásticas, companhias, congregações ou co-
munidades de qualquer denominação, sujeitas a voto de obediência,
regra ou estatuto que importe a renúncia da liberdade Individual.
§ 2º - São inelegíveis os cidadãos não alistáveis.
O
• Por que você acha que esses grupos não foram citados?
• Quem você entende que são os cidadãos citados nesta Constituição
Ã
de 1891? Por quê?
Ç
Após muita luta da população pela
Janeiro, RJ.
cluídos do processo eleitoral.
Nessa forma de organização estatal, os governantes são presidentes
U
eleitos pela população para administrar o país. Entre suas obrigações estão
a de organizar a sociedade e garantir o bem-estar da população. Para isso
devem, entre outras coisas:
IV
51
a Faça um texto explicando a formação dos Estados na Antiguidade.
O
d Copie a linha do tempo em seu caderno finalizando o preenchimento
com as informações que faltam.
Ã
1822 ******
Ç
************** Brasil Império ******************
*****************
*****************
A Proclamação da
República
G
e Leia as alternativas a seguir analisando cada uma. Em seguida, copie-as
em seu caderno e indique V para as alternativas verdadeiras e F para as
L
falsas.
a) A República foi o primeiro sistema político brasileiro e foi declarada
U
e democracia.
c) A República foi proclamada no ano de 1889 e a partir daquele mo-
mento o país deixava de ser governado por um monarca de forma he-
reditária, para ter um presidente da república como seu governante.
D
52
D f
IV
U
L
Acervo Arquivo Nacional
Presidência da República/Jusbrasil
G Kaoru/CPDoc
A
Elabore uma legenda para cada uma das imagens.
Ç
Ã
S.I / Pixabay
O
53
Acervo Museu de Arte do Rio S.I / Oimparcial
2
CAPÍTULO
CIDADANIA E
DIREITOS HUMANOS
A cidadania na Antiguidade
O Roberto Zoelner
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
Por que algumas pessoas estão num plano mais alto que as demais?
Explique.
54
a Como as decisões são tomadas em sua comunidade? Você ou sua famí-
lia contribuem para as escolhas? Converse com seus colegas e professor
e, em seguida, registre as conclusões da turma em seu caderno.
b Você considera importante que todos participem das decisões da socie-
dade? Por quê?
c Leia a tirinha do Armandinho a seguir e depois responda às questões em
seu caderno.
O
©Alexandre Beck
Ã
Ç
A
BECK, Alexandre. Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/116050121519/tirinha-original.
Acesso em: 19 mai. 2021.
55
Como as demais cidades da Antiguidade, Atenas passou por muitas
transformações. Foram vários os regimes de governo vivenciados ao longo
de sua história.
O primeiro foi a monarquia, ou seja, o governo de um rei. O rei era o
maior proprietário de terras da região. Com o tempo, as terras foram distri-
buídas entre seus descendentes, bem como seu poder político.
As decisões tomadas por eles, no entanto, nem sempre beneficiavam a
O
população. Então, por volta do século VI a.C., os pequenos agricultores, ar-
tesãos, comerciantes e escravizados, que estavam excluídos da política, pas-
Ã
saram a exigir mudanças.
Assim, iniciou-se um processo que leva-
Ç
a democracia. A partir das reformas feitas por
Clístenes, político da época, que se formou a
A
democracia ateniense. Agora, os cidadãos esta-
vam divididos em grupos para votarem em seus
representantes.
G
Na democracia ateniense, todos os cida-
dãos tinham o direito de participar e votar sobre
os assuntos deliberados. Contudo, o conceito
L
mais de 18 anos), com pai e mãe atenienses. As pessoas com essas particu-
laridades tinham três direitos essenciais: liberdade individual, igualdade entre
os outros cidadãos e direito a falar nas assembleias.
IV
56
d Leia o texto abaixo do historiador Pedro Paulo Funari sobre a democracia
ateniense. Depois, responda às questões a seguir.
O
direitos políticos do mesmo modo que os mais abastados – o que era,
sem dúvida, mais democrático. [...]
Ã
Na democracia ateniense [...] apenas tinham direitos integrais
os cidadãos. Calcula-se que, em 431 a.C., havia 310 mil habitantes
na Ática, região que compreendia tanto a parte urbana como rural da
Ç
cidade de Atenas, 172 mil cidadãos com suas famílias, 28.500 estran-
geiros com suas famílias e 110 mil escravos. Os escravos, os estrangei-
A
ros e mesmo as mulheres e crianças atenienses não tinham qualquer
direito político e para eles a democracia vigente não trazia qualquer
vantagem. [...]
G
FUNARI, Pedro P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2015. p. 38-39.
L
57
Ao olharmos para o passado, podemos perceber que, apesar de hoje
todos serem considerados cidadãos e iguais perante a lei, nem sempre foi
assim. Historicamente, em muitas sociedades ao longo da história, a vida
política foi restrita a uma pequena parcela da população.
O
a) A cidadania é um termo que existe desde a Antiguidade e que ainda
hoje tem o mesmo significado da Grécia Antiga.
Ã
b) Cidadania é um termo que se refere apenas aos deveres dos cida-
dãos, já que os diretos devem ser conquistados após os 18 anos.
c) Ser cidadão na história foi um termo amplamente utilizado para a
Ç
vasta parcela da população.
A
Como já citado, na democracia de Atenas, todos os cidadãos pode-
riam participar das decisões políticas. No entanto, a definição de cidadão era
muito restrita: apenas os homens nascidos em Atenas, maiores de 18 anos
G
e filhos de pai e mãe também atenienses eram considerados cidadãos. Os
escravos, os estrangeiros e mesmo as mulheres e crianças atenienses não
L
diretos muito limitados, como é o caso dos servos no período feudal ou mesmo
dos cidadãos nos períodos das monarquias absolutistas, ditaduras e regimes
totalitários. Em outros momentos, houve diferenças entre os indivíduos peran-
IV
58
A luta pela cidadania
Ã
em greve, 2019. em São Paulo, 2019.
O que os indivíduos dos grupos acima estão fazendo em cada uma das
imagens representadas?
59
a De que forma as pessoas podem lutar pela cidadania e por seus direitos?
b Que outros momentos históricos você lembra que as pessoas lutaram
por seus direitos?
c Registre as frases a seguir em seu caderno completando-as. Para isso,
escolha as palavras do quadro abaixo.
O
luta histórica cidadão direitos do cidadão
Ã
************* e liberdade religiosa.
b) O conceito de ************* é mais amplo que o conceito de
Ç
*************. Pois, além de se referir ao voto, está também rela-
cionado aos *************.
A
c) Os direitos do ************* são resultados da *************
dos indivíduos.
G
É fundamental em sociedades de-
60
No final do século XVIII, na França, a Revolução Francesa buscava aca-
bar com os privilégios de nascimento dos nobres e da família real. Homens e
mulheres revolucionários acreditavam que a França precisava ter uma consti-
tuição em que estivesse especificado quais eram os direitos e também dese-
javam poder influenciar nas questões políticas através do voto.
A Revolução Francesa declarou o fim da monarquia e foi implementada
O
a Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão (1789), documento que
serviria de base para muitos outros e para a elaboração do conceito de direi-
tos humanos que temos na atualidade. Leia um trecho do documento:
Ã
Os representantes do povo francês, reunidos em Assembleia Na-
cional, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo
Ç
dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da
corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos
A
naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declara-
ção, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lem-
bre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que os atos
G
do Poder Legislativo e do Poder Executivo, podendo ser a qualquer
momento comparados com a finalidade de toda a instituição política,
L
mem e do cidadão:
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As
distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
D
61
d Quais direitos dos homens são assegurados pela Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão?
e Segundo a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, qual a
finalidade das organizações políticas?
Como foi possível notar, essa declaração foi escrita para os homens.
Assim como na Grécia Antiga, as mulheres mais uma vez foram excluídas
O
da cidadania. É possível observar isso, pois, por exemplo, ainda que a Decla-
ração dos Direitos do homem e do Cidadão defendesse a “igualdade”, as
Ã
mulheres eram impedidas de concorrer a cargos políticos e até de votar. Ou
seja, naquele momento, elas não eram consideradas cidadãs.
Os revolucionários, por mais que desejassem reformar a sociedade, ti-
Ç
nham um projeto bem limitado de quais mudanças queriam. Porém, muitas
mulheres não estavam dispostas a aceitar essas imposições. Elas estavam lu-
tando ao lado dos homens na Revolução e desejavam ser consideradas iguais
A
em seus direitos e deveres.
G
As mulheres não estavam afastadas dos debates ou da luta revolucionária. Desde o início da Revolução
Francesa, muitas viam aquele como um momento importante para a história e desejavam contribuir e
participar ativamente dos eventos e debates que levariam às mudanças políticas e sociais. Esta imagem
representa a marcha das mulheres em 5 de outubro de 1789, quando um grupo de mulheres se dirigiram
ao Palácio de Versalhes para impor suas exigências ao rei e levá-lo coercitivamente a Paris.
Coercitivamente: forçado.
62
Coleção particular / wikimedia.commons
Então coube à Olympe de Gouges
elaborar o que ela denominou de Decla-
ração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, KUCHARSKY, Alexander.
Retrato de Olympes
documento que, em diálogo com o ante- de Gouges. Século XVIII.
Pastel médio sobre tela.
rior, inseria as mulheres no ideal de cida- Coleção particular.
dania francesa lhes conferindo direitos.
Leia um trecho do documento:
O
Ã
[…]
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam
constituir-se em uma assembleia nacional. Considerando que a igno-
Ç
rância, o menosprezo e a ofensa aos direitos da mulher são as únicas
causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor
em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados
A
da mulher. Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os
membros do corpo social seus direitos e seus deveres; que, para gozar de
G
confiança, ao ser comparado com o fim de toda e qualquer instituição
política, os atos de poder de homens e de mulheres devem ser intei-
ramente respeitados; e, que, para serem fundamentadas, doravante, em
L
mulher e da cidadã:
Artigo 1.º A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do
homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no interesse
comum.
D
63
f Quem foi Olympe de Gouges e por que ela escreveu a Declaração dos
Direitos da Mulher e da Cidadã?
g Segundo Gouges, quais são os resultados ao menosprezo e ofensas aos
direitos da mulher?
h Quais são os direitos da mulher e cidadã?
O
da Revolução Francesa, contudo, o documento não foi aceito e ela acabou
sendo executada por ser considerada inimiga da Revolução. Assim, mesmo
Ã
que os homens tenham conseguido direitos à cidadania através de lutas des-
de o século XVIII, as mulheres ainda tiveram que lutar por mais de um século
para serem reconhecidas iguais e terem os mesmos direitos que os homens
Ç
no exercício da cidadania.
Sua luta foi motivo de muitas manifestações e movimentos pelo mundo
A
durante os séculos XIX e XX, que ficaram conhecidos como os Movimentos
Sufragistas.
A palavra sufrá-
G
de posses (donos de
fábricas, médicos, ad-
vogados, por exem-
plo) puderam votar. O Sufragistas desfilam pela Quinta Avenida, Nova Iorque em 1917.
Os defensores marcharam em outubro de 1917, exibindo cartazes
sufrágio era, portan- contendo as assinaturas de mais de um milhão de mulheres de Nova
D
64
A luta pelo direito de as mulheres votarem e
S.I / wikimedia.commons
escolherem seus representantes foi especialmente
árdua, envolvendo milhares de ativistas em muitos
países do mundo. Além disso, é importante pensar-
mos que os movimentos sufragistas e feministas do
século XIX e do início do século XX buscavam não
só o direito ao voto, mas a transformação da con-
O
dição das mulheres nas sociedades, exigindo que
fosse a elas concedido a igualdade política e civil,
tal qual tinham os homens.
Ã
O primeiro país a reconhecer o sufrágio femi-
nino foi a Nova Zelândia, em 1893, a partir de um
Annie Kenney e Christabel
Ç
movimento liderado pela ativista Kate Sheepard. Pankhurst em campanha pelo
sufrágio feminino, Inglaterra, cerca
Nos Estados Unidos, após muita luta, as mulheres de 1908.
alcançaram esse direito no ano de 1920.
A
65
k Faça uma pesquisa sobre Bertha Lutz e sua participação no
movimento sufragista brasileiro.
• Utilize fontes de pesquisa confiáveis.
• Anote a bibliografia utilizada.
• Utilize as imagens que considerar pertinente.
• Compartilhe com os colegas e professor a pesquisa.
O
l Observe a imagem a seguir sobre o sufrágio feminino em diversos países
e depois responda às questões.
Ã
© Companhia das Letras
Ç
A
G
L
U
IV
BREEN, Marta; JORDAHL, Jenny. Ilustração do livro Mulheres na luta: 150 anos em busca de
liberdade, igualdade e sororidade. São Paulo: Seguinte, 2019.
66
m Observe as fontes históricas e em seguida responda às questões.
n Você considera que para Bertha Lutz exercer a cidadania era importan-
te? Explique.
o Atualmente, as mulheres têm os mesmos direitos que os homens? Con-
IV
DICAS
D
67
A cidadania no Brasil na atualidade
Ç
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Vacinação na aldeia indígena Umariaçu, próximo 250.ª Zona Eleitoral da Lapa, localizada na Escola
a Tabatinga, Amazonas. 2021. Heitor Garcia, durante as eleições municipais em
São Paulo. 2020.
U
IV
68
b Em dupla, copie o quadro a seguir no caderno e preencham-
-no com alguns dos direitos e deveres que os cidadãos têm
na sociedade brasileira.
Deveres Direitos
*************************** ****************************
O
• Agora que vocês preencheram o quadro, converse com os demais
colegas e professor sobre as respostas deles e, juntos, reflitam sobre
os direitos e deveres dos cidadãos.
Ã
No Brasil, os direitos dos indivíduos podem ser divididos em políticos, ci-
Ç
vis e sociais e são garantidos a todos os cidadãos pela Constituição Brasileira
de 1988. Ela garante que os direitos das pessoas sejam assegurados e que
não haja desigualdade na aplicação da lei. É a Constituição, por exemplo,
A
que garante a liberdade de expressão, de defesa e de igualdade perante a lei.
[…]
TÍTULO II
U
69
a) A Constituição é baseada na distinção ou na igualdade entre os in-
divíduos? Explique.
b) Quais são os direitos assegurados aos brasileiros pela Constituição
Brasileira?
d Você considera que todos os direitos citados no trecho da Constituição
são cumpridos amplamente? Converse com seus colegas e professor
O
sobre e registre suas reflexões no caderno.
e Faça um cartaz com recortes ou impressão de imagens que representem
situações em que está ocorrendo a cidadania.
Ã
f Você acha que as pessoas sempre tiveram os mesmos direitos
e foram consideradas iguais pelas leis ao longo da história?
Ç
Escolha uma desigualdade de direitos que tenha tido uma luta histórica
de um grupo por direitos iguais e faça uma pesquisa.
• Utilize fontes de pesquisa confiáveis.
A
• Anote a bibliografia utilizada.
• Utilize as imagens que considerar pertinente.
G
• Compartilhe com os colegas e professor a sua pesquisa.
L
dades do outro, preocupar-se como suas ações podem afetar os demais, bem
como refletir de que maneiras podemos colaborar para o bem-estar social.
70
j Leia o texto a seguir junto com um familiar e depois respon-
da às questões em seu caderno.
©Dentro da História
O
Ã
Use máscara se estiver Não toque nos olhos,
tossindo e evite colocar nariz e boca sem antes
a mão (na máscara). lavar muito bem as mãos.
Ç
A
G
Não faça visitas aos Lave as mãos com água
idosos e portadores de e sabão, ou higienize
L
qualquer elemento.
com o cartaz?
c) Existem outras formas além dessas? Elabore um desenho que repre-
sente outras formas de cuidado e faça um texto explicando-a.
d) Qual a importância do cuidado individual contra o coronavírus?
e) Por que a informação é o melhor remédio contra o coronavírus? Ex-
plique.
71
a Como e onde nasceu a democracia? Ela era igual a democracia atual?
Explique.
b Você se considera um cidadão brasileiro? Explique.
O
c Leia as alternativas a seguir analisando cada uma. Depois, copie-as em
seu caderno e indique V para as alternativas verdadeiras e F para as fal-
sas. Em seguida, reescreva as frases incorretas corrigindo-as.
Ã
a) Os direitos e os deveres dos cidadãos não foram dados pelos nossos an-
tepassados, foram resultados das lutas históricas de homens e mulheres.
Ç
b) Entre os direitos individuais dos cidadãos está o de livre pensamento
e liberdade religiosa.
A
c) O conceito de cidadania nasceu na Grécia Antiga e nunca mudou.
d) A Constituição Brasileira de 1988, chamada de Constituição Cidadã,
G
define quais são os direitos e deveres dos cidadãos.
e) Apesar de todos serem iguais perante a lei, é importante termos em
mente que sempre alguns vão ter mais direitos que os outros.
L
Roberto Zoelner
D
72
a) O que a ilustração está representando?
b) Que grupos sociais estão representados na ilustração?
c) Qual mensagem a ilustração transmite sobre a política no nosso país?
e Produza uma representação sobre a democracia brasileira em que es-
tejam inseridos grupos que não estão contemplados na ilustração da
questão anterior.
O
f Pesquise em livros, revistas ou na internet imagens de luta
por direitos da população. Em seguida, cole as imagens em
Ã
uma cartolina, descrevendo cada uma delas. Depois, compartilhe com
os colegas e o professor por que você escolheu essas imagens.
g Observe as imagens a seguir e descreva cada uma em seu caderno. De-
Ç
pois, relacione-as ao direito que está sendo violado.
Direito ao lazer
A
Direito à moradia Direito ao estudo
Direito à alimentação.
G Rovena Rosa/Agência Brasil
©Roland Moskins
3
D
73
CULTURA, COTIDIANO
3
UNIDADE
E AS FORMAS DE
COMUNICAÇÃO
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
74
Roberto Zoelner
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
Arte
O
Acervo Museu do Louvre
Alaa Al-Marjani/Reuters
1 2
Ã
Ç
A
G
76
a Relacione cada uma das imagens da página anterior às legendas abaixo.
Após isso, anote as respostas em seu caderno.
a) Zigurate, monumento característico dos templos religiosos das cida-
des da região da Mesopotâmia.
b) Anel de ouro maciço, cerca de 575 a.C. Encontrado em Tebas, Egito.
c) Vênus de Milo. Estátua Grega atribuída à Alexandre de Antiloquia.
O
Produzida possivelmente no ano 130 a.C. Hoje, a estátua pertence
ao acervo do Museu do Louvre, em Paris, França.
b Converse com seus colegas e professor sobre quais as expressões ar-
Ã
tísticas que são produzidas em sua cidade. Juntos, façam uma lista e
anote-a em seu caderno.
Ç
c Em dupla, escolham uma das expressões artísticas inseridas na lista do
exercício anterior e façam uma pesquisa sobre ela. Atentem
para suas particularidades, características e mudanças ao lon-
go dos anos. Em suas pesquisas:
A
• utilizem fontes confiáveis de pesquisa;
G
• anotem a bibliografia utilizada;
• utilizem imagens que considerar pertinentes.
L
77
► Mesopotâmia
Comparadas com outras civilizações como a
O
nadas com a falta de conhecimento que temos sobre
Colar sumério, Primeira Dinastia
essas sociedades. Isso estaria ligado a alguns fatores. III, ca. 2600–2500 a.C.
Ã
gráfica, já que a região onde ficava a Mesopotâmia não era rica em pedras.
As construções e as esculturas eram feitas em sua grande maioria em blocos
Ç
de tijolos cozidos, que, com o passar do tempo, desintegravam-se e viravam
pó. Eram raras as esculturas feitas de pedra e somente os artefatos e joias da
alta elite eram feitos com outros materiais como o ouro.
O segundo, é que entre
A
seus escravos). Todos os seus bens eram enterrados junto com eles. O que
também dificultou o acesso aos artefatos e às artes, fazendo com que muitas
das riquezas arqueológicas por séculos estivessem perdidas.
Há pouco mais de um século que arqueólogos como Leonard Woolley
fizeram importantes escavações onde descobriram artefatos da cultura me-
sopotâmica. Nelas foram encontrados objetos de uso cotidiano, feitos em
78
© The Trustees of the British Museum
ouro, como uma harpa, adaga, colar e uma copa.
Os mesopotâmicos dedicaram-se à produção
de objetos de uso cotidiano e sua arte tinha como
principal tema as cenas de batalhas. Também pro-
duziram monumentos e objetos em que eram cele-
bradas suas vitórias de guerra. Neles, ao exaltar os
feitos do rei, também mostrava as tribos derrota-
O
das, os espólios e os prisioneiros de guerra. Dessa
maneira, os mesopotâmicos utilizavam a arte para
Ã
exaltar o governante e construir uma história de
Lira da rainha, cerca de 2600-
superioridade de sua civilização e do governante 2400 a.C. Escavado por Leonard
Woolley no Cemitério Real (Ur).
perante seu povo. Museu Britânico, Londres.
Ç
Denis Bourez/Flickr
A
G
L
U
IV
Estandarte de Ur: é composto por painéis e narra uma história (que deve ser lida
sempre de baixo para cima). Nela, no primeiro quadro há uma cena bélica. No se-
D
gundo, tendo os sumérios vencido a guerra, os prisioneiros são levados ao seu rei
e, no terceiro, o governante levanta sua lança e decide o que será feito com a vida
de cada um dos prisioneiros.
79
► Egito
O
de esculturas, pinturas, arquitetura,
música, dança e peças em vários mate-
riais, como cerâmica, marfim e metais. Tumba de Tutancâmon. Vale dos Reis, Luxor,
Ã
Província de Luxor, Egito.
No Egito, a arte estava relaciona-
da à religião. Os egípcios tinham a crença de que para a
aos rituais de fertilidade em que Osíris, Íris e Hórus eram venerados. Contudo,
com o tempo, transformaram-se e faziam parte de espetáculos presentes em
festivais, festas ou banquetes.
IV
80
Jose Javier Martin Espartosa/Flickr
O © Egypt Museum
Ã
Ç
Sandálias
Douradas de
Tutancâmon,
da Tumba de
A
Trono de Tutancâmon. Museu Egípcio no Cairo, Egito.
Tutancâmon.
G
h Qual a relação entre a religião e a arte no Egito?
i Quais tipos de arte os egípcios produziam?
L
► Grécia
U
a ser seguido e uma referência para a arte do Ocidente. Ainda hoje, várias
obras e construções arquitetônicas tomam a arte grega como referência e
reiteram a relevância dessa civilização.
A produção cultural grega sofreu influência
Antropocêntrica: atribuir ao
D
81
Divulgação/ Editora Cultrix
Divulgação/Editora Principis
Um importante marco da literatura
grega foi a Ilíada e a Odisseia, de Homero.
Obras poéticas em que o escritor reuniu e
registrou vários mitos e histórias da tra-
dição oral grega. Muitos poetas canta-
vam seus versos em público e, com isso,
atraiam fama.
O
Assim como a literatura, o teatro também era muito admirado na Gré-
cia. Na comédia, as peças buscavam retratar questões da sociedade através
da sátira. Já na tragédia, os mi-
Ã
J.P.Eiti Kimura/wikimedia.commons
tos e sofrimentos humanos eram
abordados. Elas eram encenadas
Ç
ao ar livre por atores homens que
usavam máscaras como caracteri-
zação. O teatro era uma expressão
A
artística acessível a toda popula-
ção, que proporcionava reflexões
G
sobre a sociedade.
Detalhe do Prédio Histórico da Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, PR. 2014.
Roberto Zoelner
As peças gregas eram
L
Teatro grego.
82
Margareths1/wikimedia.commons
Ç
Colunas gregas.
zer colunas de sustentação dos seus prédios e suas esculturas. Com isso, cria-
ram uma tradição artística que deixaram de legado para as futuras gerações.
U
83
A escultura grega era feita para
O
feiçoamento técnico levou a criação de
obras fiéis às proporções do corpo hu-
mano, com impressão de movimentos,
Ã
curvas e detalhes suaves.
Ç
© The Trustees of the British Museum
A
G
L
84
p Relacione as imagens à descrição da pintura que consta em cada uma
das ânforas. Após isso, anote as respostas em seu caderno.
O
Ã
Teseu matando o minotauro Ajax carregando o corpo de Ânfora com representação
Ânfora de Exekias. Cerca de Aquiles. ca. 520 a.C. da deusa Atena.
550 a.C.
Ç
a) Representação da deusa Atena.
b) Representação de luta.
c) Representação do mito da morte de Aquiles.
A
q Siga o modelo de pintura dos gregos e elabore uma ilustração para uma
G
ânfora que represente uma importante cena do cotidiano, esporte ou
cena religiosa da contemporaneidade.
L
U
algo que é aparente: ela devia ser um modo de vida. Ser belo
era ter um corpo bonito, ligado à prática de atividades físicas,
mas também significava ser alguém ligado às artes, ao conhe-
cimento e à política.
Vênus de Milo.
Ser um bom cidadão era também pressuposto para a 130 a.C. Museu do
beleza. Isso era tão importante para os gregos que era tema Louvre, Paris.
85
constante dentre os filósofos. Platão em sua famosa obra O banquete defendeu
que, dentre as coisas mais belas, está a sabedoria. Para um cidadão grego era
possível, portanto, nascer com a beleza física, mas
Hans Andersen/wikimedia.commons
era preciso perseguir as outras formas do belo e a
elaboração do corpo por toda a vida.
Como a beleza era associada não só ao corpo,
mas também a uma postura frente ao mundo, em gre-
O
go não havia uma palavra exata para falar em beleza
ou no belo. O termo mais próximo é o Kalón, que signi-
fica aquilo que agrada, que atrai o olhar e a admiração.
Ã
A importância dada pelos gregos às formas da
beleza está presente de forma marcante nas artes, Estátua de Poseidon, localizada
Ç
principalmente nas esculturas. As mulheres eram no porto de Copenhague,
Dinamarca.
constantemente representadas, e algumas dessas es-
culturas ainda hoje são famosas
A
Além disso, a elaboração do belo di-
zia respeito também ao corpo ser prepa-
Na arte grega, o ritmo, o equilíbrio e
a harmonia eram fundamentais para
existir beleza. Na arte escultórica (a de
esculpir, produzir estátuas), as medi-
G
rado para a batalha. Por isso, também o das proporcionais dos corpos eram o
padrão de beleza ideal perseguido.
tema dos jogos, competições de forma e
destreza são muito presentes nas artes desse povo,
L
longa tradição. Todavia, isso não quer dizer que é Ânfora panathenaica da Grécia
tudo igual a antigamente. Ainda existe o culto a be- antiga com arte representando os
jogos olímpicos. Os gregos usavam
leza muito presente, mas os padrões mudaram com as ânforas para transportar azeite,
o tempo. O que os gregos entendiam por beleza e vinho ou cereais.
por democracia, por exemplo, não é o mesmo que entendemos hoje: a beleza e
a política são, portanto, históricos.
86
As formas de lazer na Antiguidade
O
Daderot/wikimedia.commons
Ã
mármore e calcário. Galeria
Borghese, Roma, Itália.
Ç
A Artefatos encontrados na tumba de
Meketre. Harpista e cantor. Império
© The Metropolitan Museum of Art
G
Médio, Dinastia XII, princípio do
reinado de Amenemhat I, ca. 1981–
1975 a.C. Acervo do Metropolitan
Museum of Art -The Met. Nova
L
87
► Egípcios
O lazer era presente na
©The Met
vida dos egípcios. Eles gosta-
vam de organizar e participar
de banquetes ou de descansar
no jardim de suas casas. Outros
O
ainda gostavam de praticar es-
portes aquáticos, lutar e se di-
vertir com jogos de tabuleiro.
Ã
Outra atividade muito Menna e família caçando nos pântanos. Desenho da
praticada pelos membros da tumba de Menna. ca. 1400–1352 a.C.
Ç
elite era a caça e a pesca. Eles reuniam-se em família e saíam de barco para
passar o dia pescando e caçando aves aquáticas em pântanos.
O jogo de tabuleiro mais conhecido dos egípcios é o senet. Ele foi encon-
trado em escavações arqueológicas e é datado aproximadamente de 3500 a
3100 anos atrás.
A
G
O senet pode ser jogado sem adversário ou contra um ou mais adver-
sários. Nele, o tabuleiro de 30 casas, que podem ser maléficas ou benéficas,
é organizado em 3 linhas, das quais algumas são marcadas com hieróglifos.
L Gabana Studios Cairo/Flickr
©The Met
U
IV
D
Rainha Nefertari jogando senet. Tumba de Tabuleiro e peças do jogo Senet. Ca. 1550-1295 a.C.
Nefertari.
88
► Romanos
Coleção particular
O lazer e a diversão também faziam parte do
cotidiano dos romanos. Apesar de ser uma socie-
dade com grandes diferenças entre os modos de
vida de ricos e pobres, havia espaços públicos que
pessoas dos vários grupos sociais tinham a oportu-
O
nidade de frequentar. Entre eles, um dos principais
eram as termas.
As termas eram locais de banhos públicos
Ã
criadas no século II, muito comuns nas cidades do
Império Romano. Eram um complexo de lazer e ALMA-TADEMA, Lawrence. Os
banhos no Caracalla. 1899. Óleo
Ç
higiene em que as pessoas iam para banhar-se, sobre tela, 152,3 cm × 95,3 cm.
conversar e desfrutar de outras atividades de lazer. Coleção privada.
Havia espaços como piscinas, saunas, ginásios, salas de leitura, fontes, biblio-
tecas, jardins, teatros e até lojas. A
Diego Delso/wikimedia.commons
© The Archeology
G
L
U
Ruínas das termas públicas de Bath. Bath, Inglaterra. Ruínas do Frigidarium das termas romanas de
Caesaraugusta, Espanha.
IV
89
a Em seu caderno, relacione cada uma das expressões artísticas às suas
legendas.
Acervo Neues Museum
© The Met
O
Ã
a) Ânfora O julgamento de Paris. 575-550 a.C. Museu de Belas Artes
Ç
de Lyon, Lyon, França.
b) O busto de Nefertiti. Criado em 1345 a.C. Faraó Tutmés, Egito Anti-
A
go. Acervo Neues Museum, Berlim, Alemanha.
c) Imagem em relevo da Placa de Shamash. Encontrada em Sippar, na
G
Babilônia Antiga, no século IX a.C. Mostra o deus sol Shamash no tro-
no, na frente do rei babilônico Nabu-apla-iddina (888-855 a.C.) entre
duas divindades intercedentes.
L
c
D
90
d Leia o texto a seguir e observe a imagem que o acompanha. Depois,
responda às questões em seu caderno.
[…]
Uma das ativida-
Angela Thomas
des mais recorrentes
no registro arqueo-
O
lógico do Egito são
aquelas com bolas. A
tumba de Baqet III,
Ã
em Beni Hassan, da-
tada do Médio Im-
pério, mais precisa-
Ç
mente da XI dinastia, Mulheres jogando bola, pintura localizada na tumba de Baqet III,
apresenta uma série Beni Hassan, Egito.
A
de representações de mulheres com bolas.
A atividade mais comum executada com bolas parece ter sido o ato de
lançá-las para que outra pessoa as pegasse, além disso, essa atividade parece
G
ter sido exclusivamente feminina. Ainda que o ato de lançar e pegar bolas
pareça algo simples, as egípcias possuíam diversas possibilidades para esse
lançamento, mesmo as mais acrobáticas, tais como a representada na tum-
L
ba de Baqet III, em que uma mulher está sobre outra reclinada. A atividade
masculina com bolas parece ter sido um jogo que incluía lançamento e
U
rebatida usando tacos, jogo cujas regras infelizmente não conhecemos, mas
podemos encontrar os tacos no registro arqueológico.
[…]
IV
GAMA-ROLLAND, Cintia Alfieri. Atividades físicas egípcias antigas: jogos, treinamento militar e
a força real. R. Museu Arq. Etn., São Paulo, n. 29, p. 7-19, 2017. Disponível em: https://www.
revistas.usp.br/revmae/article/view/140723/150906. Acesso em: 22 jul. 2021.
D
91
2
CAPÍTULO
LINGUAGENS, ESCRITA E
COMUNICAÇÃO
Comunicar-se é preciso
92
a Elabore uma linha do tempo dos objetos da página anterior. Para isso,
coloque-os em ordem cronológica, do mais antigo para o mais novo.
b Qual o meio de comunicação que você mais utiliza na atualidade?
O
a comunicação. Hoje, usamos a internet diariamente para falar com pessoas
que, muitas vezes, estão longe de nós. Essa é apenas uma das maneiras en-
Ã
contradas pelos seres humanos para se relacionarem uns com os outros.
Ao longo da história,
rest/iStockphoto LP
foram desenvolvidas mui-
Ç
tas tecnologias para a co-
municação e registro das
ideias humanas, como a
carta, o telégrafo, o tele-
fone, o computador, entre
A
G
outras. Contudo, ainda
que todas essas tecnolo-
gias tenham sido muito
L
volvidas pelas sociedades sem escrita também se destacam por sua importân-
cia na preservação da memória de comunicação daqueles povos.
Uma dessas técnicas é possível observar no Império Inca, civilização
IV
93
Um único chasqui não estava sozinho para entregar as mensagens e
percorrer longas distâncias. Eles contavam com um sistema de casas ao lon-
go das estradas, as chasqui wasi, que variavam de seis
Quipo: conjunto
a nove quilômetros de distância entre elas. E, ao che- de cordões com nós
gar em uma dessas casas, o mensageiro repassava o seu usados para fazer
cálculos e transmitir
quipo, para o chasqui seguinte e assim por diante até a mensagens.
próxima chasqui wasi.
O
Assim, os chasquis eram muito importantes para a organização política
e social dos incas. A comunicação no Império Inca dependia deles. Para resis-
tir ao frio, à sede e ao cansaço, mascavam folhas de coca, pois eram um dos
Ã
poucos que podiam mascar essa folha sagrada dos incas.
Ç
O que é um chasque?
A Armamento:
vara (macana)
G
e funda
(huaraca).
L
pequenas casas
para o descanso
dos chasquis.
94
c Converse com seus colegas e professor sobre a importância da comuni-
cação para os seres humanos. Em seguida, anote suas ideias no caderno.
d Quem eram os chasquis?
e De que forma o chasquis faziam a comunicação no Império Inca?
f Qual a importância da oralidade para os incas?
g Em grupo, conversem sobre a presença da tradição oral
O
em nossa sociedade. Depois, façam uma lista do que vocês
aprenderam através da oralidade. Compartilhem com os
Ã
colegas e professor as suas descobertas.
h Observe as imagens abaixo e identifique a expressão cultural transmitida
por meio da oralidade representada em cada uma delas. Depois, em seu
Ç
caderno, faça um texto a respeito da expressão que mais gostou.
A Petra Mafalda/PMF
S.I./Correio Braziliense
G
L
U
Jonas Banhos/Flickr
D
Crianças da etnia Xavante aprendem sobre o Brincadeira de roda. Escola Índio Feliz, Aldeia
ritual de passagem contado pelos mais velhos. Kiriri Cajazeira. Banzaê, BA. 2013.
General Carneiro, MT. 2010.
95
O desenvolvimento da escrita
Ashashyou/wikimedia.commons
O
Ã
Ç
A
G
Como as palavras acima estão grafadas?
Durante muito tempo foi defendido que a escrita surgiu na região da Me-
D
96
estilo de escrita ficou conhecido como
O
passou a ser aplicada no registro das leis,
textos religiosos, entre outros.
Mas a escrita não era acessível a to-
Ã
dos. O registro e a interpretação dos sím-
Texto com escrita cuneiforme, data do
bolos eram privilégio dos escribas, pro- sexto ano do príncipe Lugalanda, que
Ç
fissão muito valorizada na Mesopotâmia. governou por volta de 2370 a.C. no sul da
Mesopotâmia. Esses registros ajudam os
Sua formação começava na infância. Ain- pesquisadores a entender como era a vida
da jovens, os meninos aprendiam sobre das sociedades dessa região. Um texto em
A escrita cuneiforme é lido da esquerda para a
cada um dos sinais que formavam as lín- direita e de cima para baixo.
guas faladas pelas cidades.
G
A escrita inventada pelos sumérios foi adaptada por diversos povos. Um
deles foram os fenícios, que por conta do intenso comércio que realizavam ao
longo do Mar Mediterrâneo, tinham a necessidade de controlar seus negó-
L
Acervo/Museu Pergamon
ma de escrita sumério era pouco útil
às necessidades do cotidiano. Então,
IV
97
c O que era a escrita cuneiforme? Quais suas características?
d No que a escrita fenícia se diferenciava da escrita cuneiforme dos su-
mérios?
e Observe a tradução dos caracteres sumérios, presentes na es-
crita cuneiforme, para o alfabeto em português. Em seguida,
utilize os caracteres e elabore uma frase para que seu colega
descubra o significado em português.
O
S.I / Acervo da Editora
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
O
as folhas de papiro, cordas, tecidos e
tecidos e paredes, era o papiro a principal outros produtos.
superfície utilizada para a escrita.
Ã
f O que era a escrita hieroglífica?
Ç
g No que a escrita dos egípcios se diferenciava da dos sumérios?
h Atualmente no mundo há muitos tipos de alfabetos e siste-
mas de escrita pictográficas. Pesquise quais são eles e faça
A
um quadro com imagens de alguns exemplos dessas escritas.
Para isso, elabore desenhos ou recorte e cole imagens de jornais e re-
G
vistas, ou, ainda, imprima da internet. Depois, compartilhe sua pesquisa
com a turma.
i Identifique as formas de comunicação abaixo presentes atualmente na
L
nossa sociedade.
U
S.I./Portal Ciata
Pixaline/Pixabay
IV
a b c d
D
99
a Qual a importância da oralidade para as sociedades?
O
seu caderno e indique V para as alternativas verdadeiras e F para as fal-
sas. Em seguida, reescreva as frases incorretas corrigindo-as.
a) Os chasquis eram mensageiros orais no Império Inca.
Ã
b) As sociedades que inventaram a escrita automaticamente excluíram
a transmissão oral da cultura.
Ç
c) Os chasquis eram indivíduos sem importância ou treinamento. Por conta
disso, todos que desejassem a qualquer momento podiam se tornar um.
A
d) Os incas desenvolveram um sistema de comunicação entre as cida-
des bastante sofisticado que contava com mensageiros, sistema de
estradas e pontos de descanso e acomodação.
G
d Forme frases utilizando os termos abaixo:
a) cuneiforme - escrita - mesopotâmia
L
100
As abreviações vc, kd, tb e as transcrições fonéticas como o naum
em vez de não, fazem parte de um conjunto de condições para dar
rapidez e toques de oralidade ao diálogo virtual. Scheyla defende que
o falante tem que ser multilíngue na sua própria língua e o internetês
veio para acrescentar. Ainda assim, diz, para ter sucesso na comuni-
cação, é preciso reconhecer o interlocutor e a finalidade da fala. E
O
admite: não é falar errado. É falar diferente. É inteligência linguística.
No fim, cada um assume uma postura a respeito da melhor ma-
neira de escrever na web. O jeito é aguentar as consequências, boas ou
Ã
ruins. O fato é que cada vez mais o mundo virtual adota características
muito próprias, como o linguajar direto e abreviado. Mas cuidado! É
fácil cair em mal-entendidos nas conversas entre telas. Entretanto, a
Ç
professora acredita que os próprios usuários resolverão o problema no
futuro. Ofender o outro sem intenção, por exemplo, fará com que eles
A
mesmos criem um mecanismo de se adequarem, como a usar a caixa
alta para gritar ou chamar a atenção.
G
CONHEÇA e não confunda a linguagem da web, o internetês. Correio Braziliense, 28
jun. 2011. Disponível em: https://tinyurl.com/lingua-da-web. Acesso em: 15 abr. 2021.
L
101
O TEMPO E A
4
UNIDADE
MEMÓRIA NA
HISTÓRIA
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
102
Roberto Zoelner
O
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
O TEMPO NA HISTÓRIA
O tempo
O Roberto Zoelner
Ã
Ç
A
G
L
U
IV
D
104
a De que maneira você faz a medição do tempo em seu cotidiano?
b Qual é a importância da medição e da organização do tempo na socie-
dade atual?
c Organize as imagens que representam o desenvolvimento do feijão. Em
seguida, copie a sequência numérica correta em seu caderno.
Roberto Zoelner
1 2 3 4 5
O
Ã
• Explique como é possível perceber a passagem do tempo no vegetal.
Ç
O tempo é um importante agente transformador da natureza. Ele pro-
picia o crescimento de animais e plantas, a transformação das fases da lua,
A
o movimento das marés dos oceanos, o passar dos dias e das noites. Nada
está parado na natureza, pois o tempo está constantemente transformando
tudo. Esse é o que chamamos de tempo natural ou tempo da natureza.
G
d Qual ação que o tempo promove na natureza?
L
mento das plantas e do comportamento dos animais, fazendo com que os seres
humanos modificassem sua relação com o meio ambiente, que otimizassem a
caça e a pesca, e que, como dito, começassem a plantar.
Assim, observando a natureza e os fenômenos naturais, aos poucos,
os seres humanos foram percebendo a passagem do tempo. Para registrar
o tempo decorrido, utilizavam gravetos, ossos de animais ou então faziam
riscos nas paredes das cavernas. No entanto, aos poucos, essas formas de
105
registro foram ficando insuficientes e cada grupo humano foi desenvolvendo
diferentes técnicas de observação e marcação temporal. Com o tempo, de-
senvolveram calendários para atender suas necessidades.
O
A história é uma ciência que tem o tempo como uma constante. Ele é
essencial para seu estudo, já que a passagem temporal leva a mudanças nas
sociedades, nos modos de viver e pensar.
Ã
A prática humana de explicar e criar categorias para contar a passagem
do tempo é chamada de tempo cronológico. Ele não é natural, é uma
Ç
construção e elaboração que os grupos humanos fazem a partir das suas ob-
servações dos fenômenos naturais, ou seja, é algo cultural. Cada sociedade
desenvolve o seu, de acordo com seus conhecimentos e cultura.
A
O tempo cronológico organiza a dinâmica das sociedades e o cotidiano
dos seres humanos. É ele que está no cerne do trabalho dos historiadores,
G
que serve de marca para as análises das pesquisas realizadas.
Roberto Zoelner
U
IV
• Quadrinho 1:
• Quadrinho 2:
• Quadrinho 3:
h Como você percebe o tempo natural e o tempo cronológico no seu dia
a dia? Cite exemplos.
106
Os diferentes calendários e as formas de medir o tempo
Calendario-365.com.br
O
Ã
Ç
Calendário gregoriano. A
© Calendarr.com
G
L
U
IV
Calendário chinês.
D
107
Na Antiguidade, muitas sociedades elaboraram técnicas de ordenação
e marcação do tempo. Há aquelas que utilizavam a observação dos ciclos do
Sol ou da lua para compor seus calendários.
Entre os conhecimentos que foram importantes para a elaboração de
calendários estava a astronomia, que foi muito desenvolvida nas sociedades
do mundo antigo.
Os sumérios tinham uma divisão temporal parecida com a nossa. Eles
O
elaboraram um calendário lunar há quase 5 mil anos, que era dividido em
12 meses de 30 dias. Contudo, o dia não era dividido em 24 horas como é o
Ã
nosso, mas em 12 partes.
Os egípcios também tinham um calendá-
Ç
nar. Contudo, com o avanço dos seus estudos,
há cerca de 5 mil anos, criaram um calendário
A
baseado em uma estrela que passava próximo
ao Sol a cada 365 dias. Assim, o calendário
egípcio tinha uma contagem temporal muito
G
próxima da nossa e é muito parecido com o
que utilizamos hoje.
Os egípcios utilizavam o calendário para Calendário egípcio. Período
L
marcar os ciclos de cheias do Rio Nilo e, assim, ptolomaico, 50 a.C. Acervo do Museu
do Louvre, Paris, França.
planejar o plantio e a colheita. Dessa forma,
U
108
Esse povo acreditava que o planeta Terra possuía 5 grandes ciclos, com
duração de 5.125 anos cada. Segundo a crença maia, em 2012, teria sido
finalizado um desses ciclos.
No Brasil, na contemporaneidade, além
© ISA
do calendário gregoriano, que é o utilizado
regularmente por boa parte da população,
existem os calendários que alguns povos in-
O
dígenas elaboraram a partir dos seus conheci-
mentos e culturas.
Ã
O povo Tuyuka, que vive no Amazonas e
na Colômbia, assim como os egípcios, baseia
o seu calendário na observação das estrelas.
Ç
Seu calendário é elaborado a partir do
ciclo da passagem de diversas constelações. Calendário anual Tuyuka.
A
Seus ciclos anuais estão relacionados à eventos naturais, ao regime de chuvas e
estiagens e a variação do nível das águas dos rios. As alternâncias nesse regime
são denominadas de acordo com a posição das constelações.
G
De acordo com o Instituto Socioambiental, “os Tuyuka distinguem a
existência de treze enchentes e oito estiagens. A designação da maior parte
delas combina o nome e a palavra ‘verão’ (k¡ma) ou ‘inverno’ (pue). A du-
L
ração de cada uma delas é variável, sendo que uma ou outra pode mesmo
deixar de ocorrer em determinado ano, conforme o verão seja mais forte ou
U
d Quais são os elementos do mundo natural que são marcos para o calen-
dário do povo Tuyuka?
e Atualmente, há outras culturas e povos que utili-
zam calendários diferentes. Em dupla, façam uma
pesquisa sobre quais são eles e escolham um para fazer uma pesquisa
mais completa. Depois, compartilhem com os colegas e professor o que
descobriram.
109
a Através de quais instrumentos podemos contar a passagem do tempo?
b Como podemos observar a passagem do tempo através da natureza?
c Como era o calendário egípcio na Antiguidade?
O
d Como era o calendário sumério na Antiguidade?
e Leia o texto e em seguida responda às questões em seu caderno.
Ã
Por que o Sistema Agrícola Tradicional Quilombola do Vale do
Ribeira é patrimônio cultural brasileiro?
Ç
Os quilombolas habitam e
Loiro Cunha/ISA
manejam a floresta atlântica no
Vale do Ribeira há mais de 300
anos. Não por acaso o Vale do Ri-
A
beira é o maior remanescente de
G
Mata Atlântica contínuo: dos 7%
que restaram do bioma de Mata
Atlântica em território nacional,
L
110
O Sistema Agrícola Tradicional Quilombola do Vale do Ribeira é
um conjunto de saberes e técnicas aplicadas no cultivo de uma variedade
de plantas utilizadas na alimentação, medicina e cultura material. Abrange
também os espaços onde se desenvolvem as atividades, os arranjos locais
de organização do trabalho, os modos de processar os alimentos, os arte-
fatos confeccionados para este fim e os contextos sociais de consumo. A
existência de cada um dos componentes do sistema agrícola promove − e
O
ao mesmo tempo resulta − um modo de transmissão intergeracional dos
conhecimentos baseados na oralidade, no aprendizado presencial e prático.
Esses conhecimentos se expressam também por meio da linguagem,
Ã
pela existência de um “idioma” criado para designar processos, objetos, clas-
sificar e caracterizar elementos ligados ao fazer agrícola. As trocas comer-
Ç
ciais envolvendo produtos agrícolas configuram um aspecto do Sistema
Agrícola Tradicional, também conhecido como sistema agrícola itinerante
(SAI), é baseado no rodízio de áreas de plantio: o quilombola escolhe uma
A
área, corta, coloca o fogo apenas nesse trecho. Depois, observando os ciclos
da lua, ele planta. O solo se mantém fértil por alguns anos − e as cinzas
que sobram do fogo, assim como os troncos que não foram queimados, são
G
essenciais para isso. Dali ele retira o alimento que garante a sua sobrevi-
vência: arroz, feijão, milho, cará, mandioca, pimenta, laranja, entre outros
cultivares. O excedente do cultivo é comercializado e gera renda para aten-
L
PASINATO, Raquel. Por que o Sistema Agrícola Tradicional Quilombola do Vale do Ribeira
é patrimônio cultural brasileiro? O eco, 30 set. 2018. Disponível em: https://tinyurl.com/
SistemaQuilombola. Acesso em: 16 abr. 2021.
IV
111
2
CAPÍTULO
PATRIMÔNIO: AS HERANÇAS
DA HUMANIDADE
O
Public Domain Pictures / Pixabay
Ã
Ç
Pirâmides de Guizé. Cairo, Egito. 2016.
A Praça do Marco Zero, Recife, PE. 2013
Natalie P/Pixabay
Yann / wikimedia.commons
3 4
G
L
U
IV
Você considera que esses patrimônios devem ser preservados? Por quê?
112
A Organização das Nações Unidas para a Educa-
ção, a Ciência e a Cultura, a UNESCO, é uma agên-
S.I./Gratispng
cia especializada da Organização das Nações Unidas
(ONU) criada em 1945, com o objetivo de contribuir
para a paz e a segurança no mundo através do de-
senvolvimento da educação, das ciências naturais e
humanas, das comunicações e das informações.
O
A criação do conceito de Patrimônio Mundial está relacionada à Segun-
da Guerra Mundial, momento em que boa parte do território europeu havia
sido destruído pela guerra e muitas construções históricas, obras de arte,
Ã
documentos, artefatos da Antiguidade haviam se perdido ou foram destruí-
dos pelos conflitos. Assim, a comunidade europeia considerava que a huma-
Ç
nidade tinha sofrido perdas inestimáveis, já que muitas de suas riquezas e
memórias não poderiam ser recuperadas.
Entre as atividades da UNESCO estão as do comitê do Patrimônio Mun-
A
dial, que foi criado em 1972 para a proteção do Patrimônio Mundial, Cultural
e Natural, quando foi estabelecida a categoria de patrimônio.
G
Para que um bem ou local seja eleito é necessário sua inscrição pelos
representantes do país. Todos os anos, os membros do comitê do Patrimônio
Mundial se reúnem e avaliam as propostas recebidas. Ao entrar na lista, os
L
113
c O que é a UNESCO? Por que esse órgão internacional foi criado?
d Por que proteger os patrimônios da humanidade se tornou uma preo-
cupação?
e Observe alguns dos patrimônios da humanidade no Brasil e elabore em
seu caderno uma descrição para cada um deles.
A
S.I / wikimedia.commons
Paul R. Burley/wikimedia.commons
G
L
• Imagem 3 • Imagem 4
U
Poswiecie/Pixabay
• Imagem 5 • Imagem 6
114
Patrimônio e memória
© Arco-Mix
Julio Cavalheiro/Secom
O
Ã
Bolo Souza Leão, prato típico da culinária
pernambucana. 2021.
Ç
José Medeiros/RDNEWS
115
a Em sua opinião, por que é importante preservar tradições culturais como
as representadas? Explique.
b Pesquise no dicionário o significado da palavra patrimônio e explique o
motivo das tradições culturais serem denominadas dessa forma.
O
deixaram muitos legados para as que
vieram depois. Foram contribuições no
Ã
campo da cultura, das artes, da filoso-
fia, do conhecimento, da arquitetura,
da culinária, entre muitos outras.
Ç
Essas contribuições formaram o
patrimônio cultural, que representa to-
dos os bens e as riquezas de valor artís-
A
tico, cultural e histórico de um povo, e
abrange os elementos que compõe os Fachada da catedral Metropolitana de
Diamantina. Igreja de São Francisco de Assis,
G
costumes, tradições e expressões cultu- construída em 1771. Ouro Preto, MG.
rais que fazem parte da identidade dos
116
c Em dupla, conversem sobre quais poderiam ser considerados
os patrimônios materiais e imateriais de sua cidade ou região.
Em seguida, nomeiem eles e façam um desenho de cada um,
inserindo uma legenda.
• Apresentem para a turma o trabalho e ouçam o dos seus colegas e,
juntos, reflitam sobre a importância dos patrimônios escolhidos.
O
Você e sua turma puderam reconhecer vários patrimônios em seu mu-
nicípio que representam diversas manifestações culturais. É importante lem-
brar que muitos grupos contribuíram para a construção da diversidade cul-
Ã
tural no Brasil. No entanto, nem todos eles são reconhecidos, representados
ou homenageados.
Ç
Durante muito tempo, somente alguns
117
A cultura imaterial também está muito relacionada à preservação da me-
mória, já que ela está presente tanto nas culturas que possuem escrita, como
também naquelas gráficas. Em algumas culturas, as pessoas mais velhas são
muito valorizadas, pois são consideradas as guardiãs da memória do povo.
A tradição oral ainda é muito presente em muitas comunidades que uti-
lizam a oralidade para a transmissão de seus saberes através das gerações e
garantir vivos os seus costumes.
O
Em países da África como o
Ã
subsaariana, os responsáveis pela
transmissão do conhecimento das
tradições são os griôs. Eles são her-
Ç
deiros dos povos fulas e ainda hoje
mantém a tradição de utilizar can-
tos para a transmissão da cultura A
aos mais novos, ensinando sua
cultura, história e os conhecimen- Contadores de histórias Xhosa Transkei. África do Sul.
G
tos de plantas medicinais, artesa-
natos, entre outros.
No entanto, é preciso lembrar que mesmo uma sociedade que desen-
L
verbalmente é parte da cultura oral, mesmo que também hajam livros na-
quela sociedade.
IV
118
de anos atrás, mas nem por isso você deixará de conhecer e encantar-se
por aqueles mitos, contos, ritos e ensinamentos. Talvez, naquela época, sua
bisavó sequer soubesse escrever, mas não é por isso que lhe faltavam as pa-
lavras e não é por isso que sua história deixava de ser ouvida e repassada por
gerações. A verdade é que, para conhecermos uma história não precisamos
da letra (escrita), mas, sim, da palavra (falada). Maria Joaquina da Silva, ou
Dona Fiota, disse isso durante um seminário sobre línguas faladas no Bra-
O
sil, realizado em Brasília em 2006. […]
Nesse cenário, é incontestável o poder da palavra falada. É através
da oralidade que povos constroem sua cultura, é através da palavra que
Ã
um indivíduo se torna capaz de construir sua identidade cultural. Essa
tradição tem como objetivo não só o repasse de histórias, mas também a
Ç
construção cultural de um povo, a criação dentro de uma coletividade da
importância de cada história, a importância das percepções individuais e
repasse das mesmas, através da tradição oral é
A
possível a construção dos povos de tempos em Incontestável: conjuntoque
tempos e esses valores, a tradição do coletivo, não há dúvidas.
Ancestralidade: legado de
G
a ancestralidade e a palavra não devem jamais antepassados.
deixar serem silenciados ou esquecidos.
PINTO, Fabiana. Tradição oral e a preservação de culturas Revista Capitolina, 24 mar. 2016.
L
http://www.revistacapitolina.com.br/tradicao-oral-e-a-preservacao-de-culturas/.
Acesso em: 16 abr. 2021.
U
119
a Qual a diferença entre tempo cronológico e tempo natural?
b Por que houve tantos calendários diferentes ao longo da história?
c Leia a matéria sobre o Taj Mahal e em seguida responda às questões em
O
seu caderno.
Ã
[…]
O Taj Mahal é um dos principais pontos turísticos da Índia. […] Foi
Ç
construído na cidade de Agra, no século XVII, pelo imperador Shah Jahan.
Era um mausoléu para sua rainha favorita, Mumtaz Mahal, que morreu
ao dar à luz o décimo quarto filho do casal. Para construir o edifício, o
A
imperador encomendou mármore do Rajastão, que tem uma característica
singular: parece rosa pela manhã, branco à tarde e leitoso à noite.
G
Mas o Taj Mahal começou a perder seu brilho. Suas fundações estão
danificadas e as rachaduras estão cada vez maiores e mais profundas na
cúpula de mármore do monumento. Diz-se que as partes superiores dos
minaretes estão à beira do colapso. No começo deste ano, ventos fortes
provocaram a queda de dois pilares do lado exterior.
120
Em julho de 2018, o ambientalista e advogado MC Mehta apresen-
tou uma petição para o Supremo Tribunal da Índia solicitando novos es-
forços para salvar o Taj Mahal. […] Além das chuvas ácidas causadas por
poluentes como o dióxido de enxofre, os resíduos químicos dos rios que
passam pelo Taj Mahal estão causando desiquilíbrio na água e fazendo
com que insetos e animais mortos se proliferem em seu entorno.
O
[…]
Atualmente o governo está buscando instalar unidades de tratamen-
to de resíduos e encontrar alternativas de preservação para o Taj Mahal.
Ã
Contudo, há alguns pesquisadores céticos que afirmam que toda a cons-
trução pode vir a se tornar apenas uma lembrança. Então, é necessário
apoio das autoridades para que sejam feitos estudos aprofundados sobre a
Ç
construção do prédio e as características técnicas de sua construção sejam
compreendidas e assim ele possa ser salvo.
[…] A
RAVI, Salman. Por que o Taj Mahal corre o risco de desaparecer. BBC Hindi, 3 jan. 2019.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46732097.
G
Acesso em: 26 mar. 2021. (Adaptado).
L
vado?
121
a Leia a notícia abaixo sobre a descoberta de um sítio arqueológico e, em
seguida, responda às questões em seu caderno.
O
Uma antiga “cidade perdida”
Ã
co de Kunara, no Curdistão. Se-
gundo pesquisadores, ela prospe-
rou durante o Império Acádio, há
Ç
4 mil anos.
Cinco áreas escavadas reve-
A
laram grandes fundações de pedra que se estendem por metros e eviden-
ciam que eram antigas lavouras. Os pesquisadores também encontraram
pedaços de argila com cerca de 10 centímetros quadrados que tinham
G
escrita cuneiforme – um dos primeiros sistemas de escrita. Isso mostra
que o povo “tinha compreensão da escrita acádia e suméria, bem como de
L
122
b O que é patrimônio cultural?
O
• Danças
• Brincadeira de roda
Ã
• Construções e edifícios
• Festas
Ç
• Obras de arte
• Como fazer uma comida
e A
Sobre a formação das cidades na Antiguidade, leia as alternativas a seguir
analisando cada uma. Depois, copie-as em seu caderno e indique V para
as alternativas verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, reescreva as
G
frases incorretas corrigindo-as.
a) A formação dos primeiros povoados não esteve relacionada à agri-
L
cultura.
b) Os rios foram fundamentais para a formação das cidades. Eles eram
U
dades.
f Em seu caderno, faça um texto sobre as formas de organização política
na Antiguidade. Para isso, utilize as palavras do quadro abaixo.
123
g Leia o texto a seguir.
O
BRITANNICA. Ísis e Osíris. Britannica Escola. Disponível em: https://tinyurl.com/IsiseOsiris.
Acesso em: 2 ago. 2021.
Ã
De acordo com o texto é correto afirmar que:
a) Os egípcios eram politeístas.
Ç
b) Os egípcios acreditavam apenas em explicações científicas para os
fenômenos da natureza.
c) No Egito Antigo, o povo não acreditava na influência dos deuses em
A
suas vidas.
d) Os egípcios atribuíam aos deuses a ocorrência de fenômenos da na-
G
tureza.
h Leia as alternativas a seguir analisando cada uma. Depois, copie-as em
seu caderno e indique V para as alternativas verdadeiras e F para as
L
124
i O surgimento da escrita foi um marco importante? Explique.
O
l Além da linguagem escrita, nos comunicamos de várias maneiras.
Indique a forma de comunicação de cada imagem e sua importância na
sociedade atual.
Ã
Rádio Web UFPA/Senado Federal
Study.com
Pixaline/Pixabay
Ç
A
m Utilize os termos abaixo e elabore frases.
G
a) calendário – tempo
b) instrumentos – marcação – humanos
L
125
o Leia o texto e em seguida responda às questões em seu caderno.
O
S egundo
ComCat/RioOnWatch
Tereza Onã, do
Ã
Núcleo de Me-
mória e Iden-
tidade da Maré
Ç
(NUMIM) da
ONG Redes da
Maré, outro tra- A
ço marcante da D. Eva, D. Aidê e D. Durvalina compartilham suas histórias no Chá com
as Avós. Centro de Artes da Maré. 2019.
Nova Holanda
G
é a presença de uma população majoritariamente negra. Atenta a isso, Tereza
reuniu uma equipe de pesquisadoras negras para trabalhar a memória local
sob o recorte de gênero e raça. Os encontros entre as pesquisadoras e antigas
L
moradoras da Nova Holanda ficou conhecido como “Chá com as Avós”. […]
O documentário As Griots da Maré, dirigido por Diego Jesus e Tere-
U
“Elas ainda não têm noção exata do que é ser griot [pronunciado no
Brasil como griô]”, observa Tereza. “Eu as chamo de griot, mas elas não se
entendem ainda assim. Essa coisa do griot tem a ver com a história, com a
memória da nossa negritude. Meu sonho é que elas se olhem no espelho e
D
falem assim: ‘Nossa! Eu sou uma griot!’ Isso ainda é uma construção. [Esse
trabalho] é uma forma de dar visibilidade para elas. Eu só estou aqui por-
que elas estiveram antes de mim. Para nós, negros, nossa ancestralidade é
fundamental. Estamos em 2019 e a história do negro no Brasil ainda não
está contada”. […] Na cultura tradicional africana, griots são os guardiões
e contadores de histórias das suas comunidades. […]
126
Dona Durvaliana (88) que é uma das personagens do filme As Griots
da Maré, conta que nasceu em Minas Gerais e tem uma extensa família
na Maré: “Eu tenho cinco filhos, 16 netos, 32 bisnetos e seis tataranetos.
Se eu for fazer um aniversário só a minha família enche a festa”, ela conta
rindo. Do grupo de avós, Dona Durvalina conta que já conhecia Aidê: A
Maré “era uma comunidade em que todo mundo se comunicava. Hoje não
O
tem como, mas os meus antigos eu conheço tudo”. […]
PEREGRINO, Miriane. As Griots da Maré: narrativas de mulheres negras da favela. Rio On
Watch. Disponível em: https://rioonwatch.org.br/?p=41728. Acesso em: 30 abr. 2021.
Ã
a) Qual projeto está sendo noticiado? Explique a proposta do docu-
mentário As Griot da Maré.
Ç
b) O que é, onde fica e quais as características da Maré?
c) O que é uma griot?
d) Que história Dona Durvalina conta?A
• Por que você acha que ela foi uma das escolhidas para ser uma
G
das griots?
e) Por que senhoras como Durvalina foram escolhidas para serem as
griots da sua comunidade?
L
DAHMER, André. Vida e obra de Terêncio Horto. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2014.
127
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D
128
ISBN: 978-65-5645-106-0
9 786556 451060