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A figura da tecelã na literatura

Agnes Cássia
Clube Interartes
A arte de contar histórias - tradição oral;

Texto - tecer - linhas - costuras - criar

Atividade coletiva
A arte é o meio indispensável para essa união do indivíduo com o todo;
reflete a infinita capacidade humana para a associação, para a circulação de
experiências e ideias. (A necessidade da arte, Ernst Fischer, p.13)
Três irmãs:

Cloto: nascimento e parto (fio da vida)


Laquesis: (sorte) - enrolava o fio da vida
Àtropo: cortava o fio da vida
As moiras/Parcas (destino)
Filhas de Nix (Deusa da noite)

As moiras, com o fio da vida


Alegoria, por Strudwick, 1885
Moiras (G. Môirai). O destino personificado de cada criatura humana, dotada desde o nascimento de sua própria
Moira, palavra que significa “quinhão”. Essa abstração tornou-se com o tempo uma divindade, semelhante às Keres
(v.), mas sem a crueldade e a violência destas últimas. As Moiras, inflexíveis como o destino, eram a encarnação
de uma lei inexorável, à qual os próprios deuses estavam sujeitos. Nos poemas homéricos e em Hesíodos as
Moiras, reduzidas a três no segundo poeta, eram Átropos, Clotó e Láquesis (vv.); elas evoluíram com o tempo para
um conceito amplo, passando a determinar o destino de todas as criaturas humanas e de cada uma delas, e fixando
desde o nascimento a duração da vida e seu curso mediante um fio que uma delas fiava, outra enrolava e a terceira
cortava quando chegava a hora prefixada para a morte. Essas três Moiras são geralmente mencionadas como filhas
de Zeus e de Têmis (vv.) e irmãs das Horas (v.), mas em outras fontes pertencem à geração pré-olímpica e aparecem
como filhas de Nix (a Noite), à semelhança das Keres. Às vezes elas são associadas a Ilítia (v.), divindade que
presidia os nascimentos, e às vezes fazem companhia a Tykhe (a Sorte, ou a Fortuna).
Os romanos identificavam suas Parcas (v.) com as Moiras dos gregos
As três parcas

As três parcas que tecem os errados


Caminhos onde a rir atraiçoamos
O puro tempo onde jamais chegamos
As três parcas conhecem os maus fados.

Por nós elas esperam nos trocados


Caminhos onde cegos nos trocamos
Por alguém que não somos nem amamos
Mas que presos nos leva e dominados.

E nunca mais o doce vento aéreo


Nos levará ao mundo desejado
E nunca mais o rosto do mistério

Será o nosso rosto conquistado


Nem nos darão os deuses o império
Que à nossa espera tinham inventado.

Sophia de Mello Breyner Andresen


in ‘’Mar Novo - I e II’ (1958)
E não eram só os vestidos feitos, gostavam também de
observá-los
Enquanto se iam fazendo, tal era a beleza de sua arte!
Quer formasse os primeiros novelos da lã ainda virgem,
Ou com os dedos repuxasse o fio e desemaranhasse a lã,
Que figurava uma nuvem e que era tirada em floco que se alongava,
Quer fizesse rolar com polegar ligeiro o torneado fuso,
Ou bordasse, logo se via que fora Palas que a ensinara.
Ela, porém, nega-o e, ofendida por causa de tão ilustre mestra, desafia:
https://portal-dos-mitos.blogspot.com/2014/08/aracne.html

“Que venha competir comigo! Se eu for vencida, nada há que recuse!”


Palas disfarça-se se velha, põe nas têmporas falsas cãs, A moça borda as traições do pai
de Atena e ela resolve rasgar o
bordado de Lídia.
Simula membros enfermos, que sustém com um cajado,
Como castigo, Atena a transforma
E começa a falar assim: “Nem tudo o que detestamos pertence em Aranha

À idade avançada. É com os anos maduros que a experiência chega.


Não desdenhes do meu conselho. Inolvidável fama no amanho de lã te
busca entre os mortais.
Cede à deusa, temerária, e com voz suplicante pede perdão
Pelas tuas palavras. Ela vai-te perdoar, se lho rogares.”
(OVÍDIO, Metamorfoses, VI 17-33).
Orgulhosa, a infeliz não agüentou e atou um laço ao pescoço.
Compadecida, Palas susteve-a, quando já estava suspensa,
E falou-lhe assim: “Vive, todavia, mas vive suspensa, malvada.
E, para não teres esperança no futuro, seja a mesma pena
Decretada para tua família e teus mais remotos descendentes.”
Depois, ao partir, aspergiu-a com a seiva da erva de Hécate.
Ao serem atingidos pela sinistra peçonha,
Os cabelos caíram e, com eles, caíram o nariz e as orelhas,
A cabeça reduziu-se-lhe, e todo o corpo ficou diminuto.
Em lugar de pernas, pendem lateralmente uns mirrados dedos.
Tudo o que mais é ventre, de onde, contudo, desprende ela um fio.
E, sendo ela aranha, vai tecendo as antigas teias.
(OVÍDIO, Metamorfoses, VI 134-145).

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Crônica, um gênero brasileiro?

Antonio Candido e José Castelo

Crônicas: Machado de Assis, Carta Pero Vaz


de Caminha, Raquel de Queiroz e Clarice
Lispector
Inscrições abertas até o dia 10/09
https://www.catarse.me/clubedeleiturainterartes

Penélope, a tecelã e suas A tecelã nos contos


releituras maravilhosos e
contemporâneos
- Penélope de Homero;
- A Penélope de Dalton Trevisan - A tecelã nos irmãos Grimm;
- Fio após fio - Marina Colasanti - A moça tecelã de Marina
Colasanti

Dia 15/09 às 19h (pelo meet)


Dia 29/09 às 19h (pelo meet)
Inscrições abertas até o dia 10/09
https://www.catarse.me/clubedeleiturainterartes
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https://www.catarse.me/clubedeleiturainterartes
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