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Banco Do Brasil

Denominado tanto como Banco Nacional quanto como Banco Público pelo seu ato
criação, o Banco do Brasil foi constituído com o objetivo de que se pusessem “em
ação os cômputos estagnados assim em gêneros comerciais, como em espécies
cunhadas”, além de promover a indústria nacional “pelo giro e combinação dos
capitais isolados” e auxiliar o Estado a captar os recursos necessários para o
financiamento de suas atividades.
Desde o século XVIII, o italiano Domingos Vandelli, radicado em Portugal, era
defensor da proposta do estabelecimento de um banco que receberia os depósitos
públicos, da Casa da Moeda e dos diamantes, e poderia antecipar ao governo os
rendimentos do Erário Régio (Piñeiro, 2003, p. 80)
Além disso, com um mercado interno ainda em formação, o Brasil sofria uma
escassez de moedas metálicas, que pode ser atribuída também à cobrança de
impostos, ao esgotamento das minas e ao aumento das negociações comerciais
ocasionado pela abertura dos portos em 1808.
Banco do Brasil funcionou, nos seus cinco primeiros anos, no prédio de esquina
entre as ruas Direita (atual Primeiro de Março) e São Pedro (desaparecida após a
abertura da avenida Presidente Vargas), transferindo-se depois para a sede do
Erário Régio, nesta mesma rua, e ficando permanecendo ali até sua extinção em
setembro de 1829.
A legislação determinava a venda inicial de no mínimo cem ações subscritas, mas a
falta de procura exigiu que a Coroa concedesse privilégios e recomendações aos
próprios membros do governo e a funcionários do Estado para que obtivessem
ações e assim viabilizassem a abertura do banco.
À diretoria cabia dispor sobre a exata observância dos estatutos do banco em
decisões ligadas à escrituração e contabilidade das transações e operações, e ao
estado das caixas e registros das emissões e vencimentos das letras a pagar e
receber.
As dificuldades persistiram e, em 20 de outubro de 1812, o príncipe regente
afirmando que não haviam sido alcançados os resultados esperados e atribuindo
isso à escassez de recursos captados, ordenou, por meio de alvará, que a Real
Fazenda entrasse como acionista, visando assim multiplicar as transações
comerciais e atrair novos acionistas, dentre outros dentre outros objetivos.
Assim, segundo os estatutos da caixa de descontos estabelecida na Bahia, o
chanceler da Relação seria o juiz privativo em todas as suas causas e
dependências e, nas outras capitanias, esta função seria desempenhada pelo
magistrado de maior graduação.
A partir de 1813, as dificuldades de venda das ações do Banco do Brasil foram
sendo paulatinamente superadas, não só devido ao aumento de sua rentabilidade,
mas também pelo fato de que se tornar acionista do Banco do Brasil era uma forma
direta de atrair o agrado de d. João.
Apesar de a lei de 23 de setembro de 1829 dispor sobre a liquidação do Banco do
Brasil, considera-se 11 de dezembro de 1829 como a data de sua extinção, quando
terminava o prazo estatutário de seu funcionamento, estabelecido pelo alvará de 12
de outubro de 1808.

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