Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS - DEXA


EXA 473 – ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO DE QUÍMICA II
Aluna: Ana Paula da Silva Barreto

RESENHA CRÍTICA

Elizabeth Fernandes de Macedo

1. REFERÊNCIA
GONÇALVES, S. da R. V.; MOTA, M. R. A.; ANADON, S. B. A RESOLUÇÃO CNE/CP
N. 2/2019 E OS RETROCESSOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Formação
em Movimento v.2, i.2, n.4, p. 360-379, jul./dez. 2020.

2. CREDENCIAIS DO AUTOR
Suzane da Rocha Vieira Gonçalves: Doutora em Educação Ambiental pela Universidade
Federal do Rio Grande - FURG (2012), Mestre em Educação pela Universidade Federal
de Santa Catarina (2007), licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio
Grande (2005) e bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pelotas
(2004). Atualmente é professora associada no Instituto de Educação da Universidade
Federal do Rio Grande- FURG atuando no curso de Pedagogia e no Programa de Pós-
graduação em Educação da FURG. Integra como pesquisador no grupo de pesquisa
EMpesquisa: Ensino Médio em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas -
Unicamp. Líder no grupo de pesquisa Grupo de Pesquisa Trabalho, Educação e
Docência - GTED. Tem experiência na área de políticas públicas da educação, formação
de professores e currículo. Coordenou entre 2016 e 2017 a Formação do Pacto Nacional
Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) na FURG. Presidente da ANFOPE -
Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação, biênio 2021-2023.
Diretora do Instituto de Educação da FURG, gestão 2021 - 2024. Integrante do Banco
de Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliadores da Educação Superior - BASIS.
Maria Renata Alonso Mota: Possui graduação em Pedagogia Hab Pré-Escola e Matérias
Pedagógicas pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG (1991), Mestrado em
Educação pela Universidade Federal de Pelotas - UFPel (2001) e Doutorado em
Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2010). Atualmente
é professora Associada no Instituto de Educação, da Universidade Federal do Rio
Grande - FURG. Coordena o Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação da Infância -
NEPE/FURG/CNPq. É professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da
FURG, vinculada à linha de pesquisa Políticas Educacionais e Currículo. Tem
experiência na área de Educação, com ênfase em infância e Educação Infantil, atuando
principalmente nos seguintes temas: infâncias e educação das crianças de zero a seis
anos, currículo e formação de professores e políticas públicas para a infância.
Simone Barreto Anadon: Atualmente é professora Associada I da Universidade Federal
do Rio Grande - Furg, Coordenadora do Curso de Pedagogia, vinculada ao Instituto de
Educação. Foi Diretora Pedagógica na Pró-Reitoria de Graduação no período de 2017
à 2020, e coordenadora adjunta no perído de 2014 à 2016. Possui Doutorado em
Educação Fae/UFPel (2012), Mestrado em Educação Fae/UFPel (2005),
Especialização em Educação Fae/UFPel (2002) e graduação em Licenciatura Plena em
Pedagogia (2000) também pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de
Pelotas. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Formação de
Professores, atuando principalmente nos seguintes Identidade Docente e Reformas
Educacionais, Políticas Públicas e Currículo.
3. RESUMO
Considerações Iniciais
Esse trabalho problematiza questões relativas à política de formação de
professores no Brasil, mais precisamente às Diretrizes Curriculares Nacionais para
Formação de Professores aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação em
dezembro de 2019. A Resolução CNE/CP n. 2/2019, que instituiu as diretrizes, foi
fortemente criticada por entidades acadêmicas e pela comunidade universitária, pela
falta de discussão do seu conteúdo, e por apresentar um viés pragmático para formação
docente. Segundo as críticas, trata-se de um retrocesso em relação às conquistas
vinculadas ao conjunto de mudanças empreendidas pelas diretrizes anteriores (SILVA,
2020; BAZZO, SCHEIBE, 2019). A investigação vem sendo conduzida, a partir de
aportes teóricos nacionais e internacionais acerca da formação do docente e das
políticas públicas para a formação de professores.
Formação de Professores e legislação: uma dinâmica relação
Conforme anunciado na seção anterior, desde a aprovação da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional em 1996, o CNE publicou três Diretrizes para a
Formação de Professores. A primeira DCN data de 2002, a segunda de 2015 e, a última
foi publicada em 20 de dezembro de 2019. Importante dizer que a Resolução CNE/CP
n. 2/2015, é composta por vinte e cinco artigos e oito capítulos que procuram dar conta
da formação inicial, da formação continuada e da valorização dos profissionais do
magistério, ainda dedica todo o Capítulo VI para tratar da Formação Continuada dos
Profissionais do Magistério, discutindo os aspectos que devem ser contemplados nos
cursos, programas e ações de formação continuada e ainda estabelece quais atividades
podem ser consideradas como de formação continuada (BRASIL, 2015).
Mesmo com todos os apelos e manifestações de entidades como ANFOPE,
ANPAE, ANPED, CEDES, FORUMDIR, Confederação Nacional dos Trabalhadores da
Educação - CNTE e do Colégio de Pró-reitores de Graduação das Instituições Federais
de Ensino Superior - COGRAD, pela manutenção da Resolução CNE/CP n. 2/2015, o
Ministério da Educação encaminhou para o Conselho Nacional de Educação a Proposta
para Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica, em
dezembro de 2018, no apagar das luzes do governo Temer.
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores
rompem drasticamente com conquistas históricas para a formação e valorização
profissional docente expressas na Resolução CNE/CP n. 2/2015. A Resolução CNE/CP
n. 2/2019 é um documento que possui inconsistências, entra em conflito com as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia, busca uma formação
pragmática e padronizada, pautada na pedagogia das competências e comprometida
com os interesses mercantilistas de fundações privadas.
Formar professores no contexto das Diretrizes de 2019
A Resolução CNE/CP n. 2/2019 vem se configurando como estratégia potente
para a materialização da reforma curricular da Educação Básica em curso nas atuais
políticas públicas educacionais no Brasil e que têm forte alinhamento com a
racionalidade neoliberal. Abre-se, a partir de tal proposição, uma porta considerável para
o mercado, que estará apto a fornecer produtos e serviços no âmbito educativo
alinhados a missão de concretizar a BNCC nas salas de aula do país. A Resolução
CNE/CP n. 2/2019 configura-se como estratégia potente, que se articula com outros
arranjos, de forma a compor uma rede de formação de capital humano atrelada aos
princípios do neoliberalismo em uma versão conservadora.
Docência no Ensino Superior e formação de professores no contexto da nova
legislação
O que se pode inferir nesse momento é que no interior de cada instituição de
Ensino Superior se instaure dúvidas e questionamentos acerca dos processos de
formação de professores que apontam para o controle cada vez maior do trabalho dos
docentes desse nível de educação. Afinal, a nova legislação prevê avaliações de dois
em dois anos dos cursos e dos formandos das licenciaturas de modo a identificar se as
DCNs vêm sendo atendidas. Estabelece-se assim, um enorme controle sobre a prática
do professor formador nos cursos de formação docente, uma vez que, terão que
desenvolver os conteúdos previstos na BNC-Formação, de modo que seus licenciandos
possam obter sucesso no ENADE e, assim, manter os cursos em funcionamento e
conceder aos estudantes o direito de atuar profissionalmente.
Considerações finais
Finalizando, entende-se importante enfatizar que o prazo para a atualização dos
currículos para atender a Resolução CNE/CP n. 2/2015, ainda não havia se extinguido.
Dessa forma, depreende-se que sequer houve tempo para que uma avaliação acerca
do impacto das mudanças nos cursos de licenciatura pudesse ser empreendida de
modo a apontar os avanços e as lacunas verificadas quando de sua implementação.

4. APRECIAÇÃO CRÍTICA DO RESENHISTA

O presente artigo corresponde a um texto de opinião, porém, se trata de opiniões


fundamentadas teoricamente, propiciando um embasamento as indagações e
insatisfações abordados pelas autoras. Em consoante as autoras, traz a inconsistência
para a criação de uma Resolução CNE/CP n. 2/2019, decorrente da existência de uma
que foi de 2015.
Totalmente favorável que as coisas sempre precisam ser sendo inovadas,
melhoradas, mas quando se trata de questões políticas, é notório que a cada governo
é feita mudanças, o que não quer dizer que seja para melhorar, por rivalidade políticas
e não pensando no que seja melhor para a sociedade, já que não se tinha resultados
da resolução anterior que fundamentasse tais mudanças. A gestão que assumiu após o
golpe, possui uma visão oposta a anterior, uma visão de direita, conservadora, elitista,
com isso reformula a CNE/CP para se enquadrar as suas ideologias e interesses,
retrocedendo nos direitos e conquistas já adquiridos.
Mesmo sendo um texto longo, ele possui uma visão mais objetiva das questões
que deseja e precisa ser abordada, de forma coerente, sem ser um texto cansativo e de
difícil compreensão. Traz informações que pertinentes, contribuindo para uma clareza
sobre o assunto para o leitor.

Você também pode gostar