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Recebido em: 25/01/2017 - Alterações recebidas em: 06/04/2017 - Aceito em: 11/04/2017-
Publicado em: 28/04/2017
RESUMO: O artigo analisa as diretrizes curriculares nacionais para a formação dos profissionais
da educação básica, focalizando a Resolução CNE/CP 02/2015, a Resolução CNE/CP 1/2016 e a
Resolução CNE/CP 2/2016, aprovadas pelo Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação
(CNE) e homologadas pelo Ministério da Educação (MEC). Destaca os pontos de confluência
dessas diretrizes e situa que a sua materialização constitui o principal desafio da gestão
educacional nas instituições de ensino superior e nos sistemas de ensino.
Palavras-chave: Diretrizes curriculares. Formação Inicial e Continuada. Valorização. Gestão da
educação básica. Educação Superior.
INTRODUÇÃO
Advoga-se a tese que o Conselho Nacional de Educação (CNE) deu relevante
contribuição para a organicidade das políticas de formação e valorização dos profissionais da
educação ao considerar as proposições originadas desde meados de 1980 no movimento em
prol da formação do educador capitaneado pelas entidades educacionais – Associação
Nacional pela Formação do Educador (Anfope), Associação Nacional de Política e
Administração da Educação (Anpae), Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Educação (Anped), Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes) e Fórum dos Diretores
das Faculdades /Centros de Educação das Universidades Públicas (Forumdir), bem como as
exigências do Plano Nacional da Educação (PNE 2014-2024), ao estabelecer três diretrizes
curriculares que, de forma relacional, têm impacto direto no campo da formação e do trabalho
dos profissionais da educação. São elas: Resolução CNE/CP 2/2015 - Define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos
de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação
1
Professora Titular da Universidade Federal de Pernambuco e Membro da Câmara de Educação
Superior do Conselho Nacional de Educação. Lattes: <http://lattes.cnpq.br/9445186556699560>. E-
mail: <marcia_angela@uol.com.br> Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5292-0675.
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Doi: 10.15687/rec.v10i1.32578
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continuada (Diário Oficial da União, Brasília, 2 de julho de 2015 – Seção 1 – pp. 8-12);
Resolução CNE/CP 1, de 11 de março de 2016 - Estabelece Diretrizes e Normas Nacionais para
a Oferta de Programas e Cursos de Educação Superior na Modalidade a Distância; Resolução
CNE/CP 2, de 13 de maio de 2016 – Define as Diretrizes Curriculares para a Formação Inicial e
Continuada em Nível Superior para Funcionários da Educação Básica (DOU, Brasília, 16 de maio
de 2016, Seção 1, pp. 6-7).
Esse conjunto de diretrizes tem sua base de sustentação conceitual em dispositivos da
Constituição Federal de 1988, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e do
Plano Nacional de Educação (PNE) atinentes à matéria. E, correspondem a um momento
peculiar da política educacional brasileira propiciado pelo clima de interlocução existente
entre o CNE e órgãos ministeriais, associações acadêmicas, profissionais e sindicais, dentre
outros.
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Tal fato não é trivial, tendo em vista as tensões que marcam o campo educacional
decorrentes das proposições diferenciadas dos múltiplos atores em relação às concepções
sobre educação, concepção de EaD, concepção de tecnologia e de seu papel na EaD,
concepção de avaliação em EaD, o papel dos órgãos de regulação e controle, bem como em
relação ao fundo público.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As proposições analisadas nas três diretrizes curriculares ora examinadas evidenciam os
enormes desafios que se apresentam para a gestão educacional das instituições de ensino
superior no país. Os conteúdos nelas veiculados constituem em seu conjunto respostas aos
princípios constitucionais, da LDB e do PNE 2014-2024.
Nesse sentido reiteram a necessidade de colaboração entre os entes federados para
assegurar o desenvolvimento de ações de valorização do profissional da educação, entendido
como formação inicial e continuada, plano de carreira, salário e condições de trabalho.
Propõem que as instituições de ensino superior garantam o pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas, num ambiente educativo que prime pela qualidade e pela ética. As
diretrizes também estimulam o respeito à liberdade e o apreço à tolerância, bem como o
respeito e a valorização da diversidade étnico-racial, entre outros, o que constitui requisitos
essenciais para a democratização da gestão escolar e dos sistemas de ensino.
Nas três diretrizes curriculares identifica-se a mesma concepção de profissionais da
educação, ou seja, aqueles que exercem atividades de docência e de gestão educacional dos
sistemas de ensino e das unidades escolares da educação básica, nas diversas etapas e
modalidades de educação (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação de
jovens e adultos, educação especial, educação profissional e técnica de nível médio, educação
escolar indígena, educação do campo, educação escolar quilombola e educação a distância) e
possuem a formação mínima requerida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Outro ponto de confluência diz respeito à concepção de valorização profissional. Nas
três diretrizes, a valorização desses profissionais compreende a articulação entre formação
inicial, formação continuada, carreira, salários e condições de trabalho. Sem dúvida, a
explicitação deste entendimento pelo CNE constitui um avanço.
De fato, o CNE ao abrir espaço para a reflexão e o debate de aspectos cruciais das
políticas de formação dos profissionais da educação, mantendo interlocução com as diversas
instâncias do Ministério da Educação, e outros organismos governamentais, como também,
mediante audiências públicas, com universidades e representações de setores acadêmicos e
sindicais, conseguiu produzir normativas que concorrem, sobremaneira, para imprimir maior
organicidade aos parâmetros legais que norteiam a formação dos profissionais da educação
básica no país.
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REFERÊNCIAS
AGUIAR, M. A S. Avaliação do Plano Nacional de Educação 2001 - 2009: questões para reflexão.
Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 112, p. 707-727, set. 2010.
______. Valorização dos profissionais da educação: PNE e diretrizes para a formação. In:
RONCA, A. C. C.; ALVES, L. R. O Plano Nacional de Educação e o Sistema Nacional de Educação:
educar para a equidade. São Paulo: Fundação Santillana, 2015.
ISSN 1983-1579 60
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______, 2014, Brasília, DF. Documento final. Brasília, DF: MEC, 2015. Disponível em:
<http://fne.mec.gov.br/images/doc/ DocumentoFina240415.pdf>. Acesso em: jan. 2016.
______. Plano Nacional de Educação (2011 - 2020): Avaliação e Perspectivas. Goiânia: Ed. UFG;
Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
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