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Cap. 27 – Itens 05 ao 08 - Eficácia da Prece


O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
A prece
658. Agrada a Deus a prece?
“A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para Ele, a intenção é tudo. Assim,
preferível lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que
com o coração. Agrada-lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Não creiais, porém, que toque
a Deus a prece do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero
arrependimento e de verdadeira humildade.”
659. Qual o caráter geral da prece?
“A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com
Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.”
660. A prece torna melhor o homem?
“Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe
envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.”
a) Como é que certas pessoas, que oram muito, são, não obstante (apesar de), de mau caráter, ociosas
(preguiçosa), invejosas, impertinentes (maçante; cansativa), carentes de benevolência e de indulgência e até,
algumas vezes, viciosas?
“O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que todo o mérito está na longura
(comprimento) da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um
emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da
maneira por que o aplicam.”
661. Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?
“Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas
só o obtém mudando o modo de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais
que as palavras.”

Religião dos Espíritos - Francisco C. Xavier / Emmanuel


21 Obterás
Reunião publica de 23/3/59
Questão nº 660
Obterás o que pedes.
Não olvides, contudo, que a vida nos responde aos requerimentos (pedidos) , conforme a nossa conduta na
petição (oração).
Sedento, se buscas a água do poço, vasculhando-lhe o fundo, recolherás tão-somente nauseante caldo do lodo.
Faminto, se atiras lama ao vaso que te alimenta, engolirás substância corrupta.
Cansado, se procuras o leito, comunicando-lhe (propagar; transmitir) fogo à estrutura, deitar-te-ás numa enxerga
(colchão) de cinzas.
Doente, se injurias a medicação que se te aconselha, alterando-lhe as doses, prejudicarás o próprio organismo.
Isso acontece porque a fonte, encravada no solo, é constrangida (obrigada) a guardar os detritos com que lhe
poluem o seio; o prato é forçado a reter os resíduos que se lhe imponham à face (superfície); o colchão é
impelido (forçado: estimulado) a desintegrar-se ao calor do incêndio, e o remédio, aplicado com desrespeito,
pode exercer ação contrária a seus fins.
Ocorre o mesmo, em plena analogia (semelhança) de circunstâncias, na esfera ilimitada do espírito.
Desesperado ou infeliz, desanimado ou descrente, não te valhas (utilize; aproveite) do irmão de que te socorres,
tentando convertê-lo em cobaia para teus caprichos, porque toda alma é um espelho para outra alma, e teremos
nos outros o reflexo de nós mesmos.
Sombra projetada significa sombra de volta.
Negação cultivada pressagia (prever; indicar) a colheita de negação.
Se aspiras a desembaraçar-te das trevas, não desajustes a tomada humilde, capaz de trazer-te a força da usina.
Oferece-lhe meios simples para o trabalho certo e a luz se fará correta na lâmpada.
Clareia para que te clareiem.
Auxilia para que te auxiliem.
Estuda, servindo, para que o cérebro hipertrofiado não te resseque o coração distraído.
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Indaga, edificando, para que a inércia te não confunda.


Fortaleçamos o bem para que o bem nos encoraje.
Compreendamos a luta do próximo, a fim de que o próximo nos entenda igualmente a luta.
Lembra-te, pois, da eficácia da prece e ora, fazendo o melhor, para que o melhor se te faça, sem te esqueceres
jamais de que toda rogativa alcança resposta segundo o nosso justo merecimento.

Caminho, Verdade e Vida – Francisco Cândido Xavier / Emmanuel


6 - ESFORÇO E ORAÇÃO
“E, despedida a multidão, subiu ao monte a fim de orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.” —
(MATEUS, capítulo 14, versículo 23)
De vez em quando, surgem grupos religiosos que preconizam (pregar; aconselhar) o absoluto retiro das
lutas humanas para os serviços da oração.
Nesse particular, entretanto, o Mestre é sempre a fonte dos ensinamentos vivos. O trabalho e a prece são
duas características de sua atividade divina.
Jesus nunca se encerrou (enclausurou; fechou) a distância das criaturas, com o fim de permanecer em
contemplação absoluta dos quadros divinos que lhe iluminavam o coração, mas também cultivou a prece em sua
altura celestial.
Despedida a multidão, terminado o esforço diário, estabelecia a pausa necessária para meditar, à parte,
comungando com o Pai, na oração solitária e sublime.
Se alguém permanece na Terra, é com o objetivo de alcançar um ponto mais alto, nas expressões
evolutivas, pelo trabalho que foi convocado a fazer. E, pela oração, o homem recebe de Deus o auxílio
indispensável à santificação da tarefa.
Esforço e prece completam-se no todo da atividade espiritual.
A criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada, em horrível
secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa, estaria ameaçada de sucumbir (morrer;
extinguir) pela paralisia e ociosidade.
A oração ilumina o trabalho, e a ação é como um livro de luz na vida espiritualizada.
Cuida de teus deveres porque para isso permaneces no mundo, mas nunca te esqueças desse monte,
localizado em teus sentimentos mais nobres, a fim de orares “à parte”, recordando o Senhor.

Palavras de Vida Eterna - Francisco C. Xavier / Emmanuel


166 - NO ATO DE ORAR
“Qual dentre vós é o homem que se o filho lhe pede um pão lhe dará uma pedra?” – Jesus. (MATEUS, 7:9)
Um pai terrestre, conquanto as deficiências compreensíveis da condição humana, jamais oferece pedra
ao filho que pede pão.
Certamente que, em lhe examinando essa ou aquela solicitação, considerará os imperativos (obrigação)
de tempo, circunstância, necessidade ou lugar.
Se o filho é ainda criança, não lhe entrega dinamite para brincar, porque o menino formule a rogativa
ensopando-se de lágrimas; se o filho jaz (permanece; persiste) perturbado, não lhe confere a direção da família,
pelo fato de recolher-lhe petitórios comoventes; se o filho, por várias vezes, deixou a casa em ruína, por
desperdício delituoso (culposo) , não lhe restituirá, de pronto, o governo dos assuntos domésticos, só pelo motivo
de se ver rodeado de súplicas; e, se o filho permanece atrasado no progresso escolar, não lhe autoriza regalos
(mimos; prazeres) prolongados, unicamente porque lhe ouça enternecedores (comovente) requerimentos
(pedido).
Em hipótese alguma, aniquilará as esperanças dos descendentes, mas, no interesse deles próprios, lhe
concederá isso ou aquilo, consultando-lhes a conveniência e a segurança, até que se ergam ao nível da
madureza, responsabilidade, merecimento e habilitação, suscetíveis (passível) de lhes assegurar a liberdade de
pedir o que desejem.
Isso acontece aos pais terrenos...
Desse modo, se experimentas desconfiança e inquietação, no ato de orar, simplesmente porque choras e
sofres, lembra-te da compaixão e do discernimento que já presidem o lar humano e não descreias da perfeita e
infinita misericórdia do Pai Celestial.
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Opinião Espírita – Francisco C. Xavier / Emmanuel/André Luiz


59 - NO SILÊNCIO DA PRECE
ESE - Cap. XXVII - Item 6
Em ti, no silêncio da prece mental, sem que tenhas necessidade de ver ou perceber, em sentido direto, o
coração bate sem cessar na cadência admirável da vida.
Movimenta-se o sangue, por mil canalículos (pequenos canais) diversos.
Intestinos trabalham independentes de tua vontade sustentando-te a nutrição.
Pulmões arfam revolvendo o ar que te envolve.
Impulsos nervosos eletrizam-te a imensa população celular do cérebro.
Miríades e miríades de unidades de vida microscópica na concha (céu) da boca.
°°°
Em torno de ti, no silêncio de tua prece, os átomos se agitam em vórtices (redemoinho) intermináveis na
estrutura material da roupa que te veste e dos sapatos que te calçam.
A eletricidade vibra esfuziante (radiante) por quilômetros e quilômetros de fios, transformando-se, não
longe de ti, em força, luz e calor.
Milhares de criaturas humanas num perímetro de algumas léguas em derredor, falam, cantam e choram
sem que ouças.
Outros milhões de vozes em dezenas de idiomas, nas ondas hertzianas, entrecruzam-se à tua volta sem
que as registres.
Raios sem conta chovem sobre ti sem que lhes assinales a presença.
Inúmeros fenômenos meteorológicos se sucedem em toda parte, sem que consigas relacioná-los.
O planeta faz giros velozes carregando-te, em paz e segurança, sem que tomes qualquer conhecimento
disso.
°°°
Igualmente, no silêncio de tua prece, acionas vasto mecanismo de auxílio e socorro na atmosfera que te
rodeia, comparável a imenso laboratório invisível.
O teu influxo (influência; estímulo) emocional dirige-se além de teus sentidos para onde te sintonizes,
através de insondáveis elementos dinâmicos.
°°°
Não descreias da oração por não lhe marcares fisicamente os resultados imediatos.
O firmamento não é impassível (calmo) porque te pareça mudo.
No silêncio de tua prece mental, podes expressar até mesmo com mais veemência do que num discurso
de mil palavras, o hino vibrante do amor puro, a ecoar pelo Infinito, assimilando no âmago do ser a Divina Luz,
que te sublimará (exaltar) todos os anseios e esperanças, na renovação do destino.

O Espírito da Verdade – Francisco C. Xavier e Waldo Vieira / Espíritos Diversos


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Se você fizer força
ESSE - Cap. XXVII – Item 8
Diz você que não pode respirar o clima de luta na experiência doméstica; entretanto, se fizer força no
cultivo da renúncia santificante, fará da própria casa um refúgio de amor.
Diz você que não mais suporta o amigo desajustado, mas se fizer força, no exercício da tolerância, é
possível consiga convertê-lo amanhã em colaborador ideal.
Diz você experimentar imenso cansaço, diante do chefe atrabiliário (furioso; irascível) e inconsequente;
contudo, se fizer força, sustentando a paciência, obterá nele, ainda hoje, um amigo fiel.
Diz você que não adianta ensinar o bem; no entanto, se fizer força para exemplificar o que ensina, atingirá
realizações de valor inimaginável.
Diz você que se nota assaltado (invadido) por enorme desânimo na pregação construtiva; entretanto, se
fizer força, na sementeira da educação, transfigurará o seu verbo em facho de luz.
Diz você estar desistindo da caridade, ante os golpes da ingratidão, mas se fizer força para prosseguir,
ajudando sem exigência, surpreenderá na caridade a perfeita alegria.
Diz você que está doente e nada consegue de nobre e útil; no entanto, se fizer força para superar as
próprias deficiências, vencerá a enfermidade, avançando em serviço e merecimento.
Diz você que a conversação já lhe esgotou a reserva nervosa e dispõe-se à retirada para o repouso justo;
contudo, se fizer força para continuar atendendo aos ouvintes, olvidando (esquecer) a própria fadiga, ninguém
pode prever a extensão da colheita de bênçãos que virá da sua plantação de gentileza e bondade.
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O grande bem de todos é feito nos pequenos sacrifícios de cada um.


E se fizermos força para viver, segundo os bons conselhos que articulamos (falar) para uso dos outros, em
breve tempo transformaremos a Terra em luminoso caminho para a glória real.
André Luiz

Rumo Certo – Francisco C. Xavier / Emmanuel


1 - ELE ATENDERÁ
Quando atravesses um instante considerado terrível, na jornada redentora da Terra, recorda que o
desespero é capaz de suprimir-te a visão ou barrar-te o caminho.
Para muitos, esse minuto estranho aparece na figura da enfermidade; para outros, na forma da cinza com
que a morte lhes subtrai temporariamente o sorriso de um ente amado.
Em muitos lugares, guarda a feição (condição) de crise espiritual, aniquilando a esperança; e, em outros
ainda, ei-lo que surge por avalanche de provas encadeadas, baldando (bloquear) a energia.
***
Ninguém escapa aos topes (obstáculo) de luta, que diferem para cada um de nós, segundo os objetivos
que procuramos nas conquistas do Espírito.
Esse jaz (encontra-se) atormentado de tentações, aquele padece abandono, aquele outro chora
oportunidades perdidas e mais outro lamenta os desenganos da própria queda.
***
Se chegaste a instante assim, obscurecido por nuvens de lágrimas, arrima-te (apoiar) à paciência, ouve a
fé, aconselha-te com a reflexão e medita com a serenidade, mas não procures a opinião de esmorecimento
(desânimo).
***
Desânimo é fruto envenenado da ilusão que alimentamos a nosso respeito. Ele nos faz sentir pretensamente
superiores a milhares de irmãos que, retendo qualidades não menos dignas que as nossas, carregam por amor
fardos de sacrifício, dos quais diminutas parcelas nos esmagariam os ombros.
***
Venha o desânimo como vier, certifica-te de que a forma ideal para arredar-lhe (afastar) a sombra será
compreender, auxiliar e servir sempre.
***
Guardes o coração conturbado ou ferido, magoado ou desfalecente, serve em favor dos que te amparem
ou desajudem, entendam ou caluniem.
Ainda que todos os apoios humanos te falhem de improviso, nada precisas temer.
Tens contigo, à frente e à retaguarda, à esquerda e à direita, a força do companheiro invisível que te
resolve os problemas sem perguntar e que te provê com todos os recursos indispensáveis à paz e à sustentação
de teus dias.
Ele que ama, trabalha e serve sem descanso, espera que ames, trabalhes e sirvas quanto possas.
Sem que o saibas, ele te acompanha os pequeninos progressos e se regozija com os teus mais íntimos
triunfos, assegurando-te tranquilidade e vitória.
Ele que te salvou ontem, salvará também hoje. Em qualquer tempo, lugar, dia ou circunstância, em que te
sintas à beira da queda na tentação ou na angústia, chama por Ele. Ele te atenderá pelo nome de Deus.

44 - NEGÓCIOS HUMANOS
No capítulo das preocupações da vida humana, urge (é necessário) considerar que todas elas são
importantes e, a rigor, não existe pergunta que não necessite de resposta, esclarecimento, informe, orientação.
De que modo menosprezar as inquietações alheias, quaisquer que sejam, sem tisnar (manchar) as fontes
da caridade?
Entretanto, ao lado dos assuntos puramente espirituais, temos outros propriamente vinculados ao plano
físico, tão respeitáveis, aliás, quanto às questões que afetam o imo da alma, tais quais sejam:
obtenção de trabalho;
melhoria de vencimentos;
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transações em perspectiva;
mudanças prováveis;
redução de prejuízos;
instalação de empresas;
dificuldades econômicas;
apoio em questões com a justiça;
pacificação doméstica;
rearmonização em serviço;
condução de filhos;
amparo ao casamento;
necessidade de companhia;
solução de lutas afetivas.
***
Todos os temas do caminho terrestre são respeitáveis, repetimos; no entanto, sempre que te surjam no
dia-a-dia, recorda que são eles os testes da escola humana em que te encontras, a fim de que aprendas a decidir
e a escolher, nas trilhas da existência, e para que realizes o melhor nas tarefas de que te deves desincumbir.
Por semelhante motivo, sempre que problemas de natureza material te asfixiem no clima das tribulações
terrenas, não exijas a opinião dos outros, nas responsabilidades que te dizem respeito, e sim recorre à prece,
rogando o socorro da Inspiração Divina para as medidas que te caiba promover ou patrocinar, de vez que, em
qualquer caso de consciência, a decisão pertence a cada um de nós, com as repercussões naturais e justas, diante
das Leis de Deus.

A fim de Entendermos o texto seguinte, abaixo um trecho da Bíblia Sagrada (On line):
Ato dos Apóstolos Cap. 16:12
12 Dali partimos para Filipos, na Macedônia, que é colônia romana e a principal cidade daquele distrito. Ali
ficamos vários dias.
Ato dos Apóstolos Cap. 16:16-32
Paulo e Silas na prisão
16 Certo dia, indo nós para o lugar de oração, encontramos uma escrava que tinha um espírito pelo qual predizia o
futuro. Ela ganhava muito dinheiro para os seus senhores com adivinhações.
17 Essa moça seguia Paulo e a nós, gritando: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo e anunciam o caminho
da salvação".
18 Ela continuou fazendo isso por muitos dias. Finalmente, Paulo ficou indignado, voltou-se e disse ao espírito:
"Em nome de Jesus Cristo eu ordeno que saia dela!" No mesmo instante o espírito a deixou.
19 Percebendo que a sua esperança de lucro tinha se acabado, os donos da escrava agarraram Paulo e Silas e os
arrastaram para a praça principal, diante das autoridades.
20 E, levando-os aos magistrados, disseram: "Estes homens são judeus e estão perturbando a nossa cidade,
21 propagando costumes que a nós, romanos, não é permitido aceitar nem praticar".
22 A multidão ajuntou-se contra Paulo e Silas, e os magistrados ordenaram que se lhes tirassem as roupas e
fossem açoitados.
23 Depois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão. O carcereiro recebeu instrução para vigiá-
los com cuidado.
24 Tendo recebido tais ordens, ele os lançou no cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco.
25 Por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus; os outros presos os ouviam.
26 De repente, houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão foram abalados. Imediatamente todas
as portas se abriram, e as correntes de todos se soltaram.
27 O carcereiro acordou e, vendo abertas as portas da prisão, desembainhou sua espada para se matar, porque
pensava que os presos tivessem fugido.
28 Mas Paulo gritou: "Não faça isso! Estamos todos aqui!"
29 O carcereiro pediu luz, entrou correndo e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas.
30 Então levou-os para fora e perguntou: "Senhores, que devo fazer para ser salvo?"
31 Eles responderam: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa".
32 E pregaram a palavra de Deus, a ele e a todos os de sua casa.

Segue-Me – Francisco C. Xavier / Emmanuel


RESISTÊNCIA ESPIRITUAL
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"Era perto da meia-noite; Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus e os outros presos os escutavam".
(Atos, 16:25)
Reveste-se de profundo simbolismo aquela atitude de Paulo e Silas nas trevas da prisão. Quando
numerosos encarcerados ali permaneciam sem esperança, eis que os herdeiros de Jesus, embora dilacerados
(dolorosos) de açoites, começam a orar, entoando hinos de confiança.
O mundo atual, na esteira de transições angustiosas e amargas, não parece mergulhado nas sombras que
precedem a meia-noite?
Conhecimentos generosos permanecem eclipsados (ofuscado; escondido). Noções de justiça e direito,
programas de paz e tratados de assistência mútua são relegados a planos de esquecimento. Animais furiosos
aproveitam a treva para se evadirem dos recônditos escaninhos da alma humana, onde permaneciam guardados
pela cobertura da civilização, e tentam dominar as criaturas empregando o terror, a perseguição, a violência.
Quantos jovens jazem (estão; permanecem) no cárcere das desilusões, da amargura, do remorso, do crime?
Através de caminhos desolados (solitário; triste) ao longo de campos que as bombas devastaram, dentro de
sombras frias, há mães que choram, velhos desalentados, crianças perdidas. Quem poderá contar as angústias
da noite dolorosa? Os aprendizes do Evangelho, igualmente, sofrem perseguições e calúnias e, em quase toda
parte, são conduzidos a testemunhos ásperos. Muitos envolveram-se nas nuvens pesadas, outros esconderam-se
fugindo a hora de sofrimentos; mas, os discípulos fieis, esses suportam ainda açoites e pedradas e, não obstante
(apesar) as trevas insondáveis (profundas; misteriosas) da meia-noite da civilização, oram nos santuários do
espírito eterno e cantam cânticos de esperança, alentando os companheiros.
Enquanto raras almas sabem perceber os primeiros rubores da alvorada, em virtude da sombra extensa,
recordemos os devotados obreiros do Mestre e busquemos na prece ativa o refugio consolador. Se o mundo
experimenta a tempestade, procuremos a oração e o trabalho, a fé e o otimismo, porque outro dia glorioso está a
nascer, e em Jesus Cristo repousa nossa resistência espiritual.

RECURSOS E CAMINHOS
"E esta é a confiança que temos para com ele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos
ouve". (I João, 5:14)
Exporemos em prece ao Senhor os nossos obstáculos, pedindo as providências que se nos façam
necessárias à paz e à execução dos encargos que a vida nos delegou; entretanto, suplicaremos também, a ele, nos
ilumine o entendimento, para que lhe saibamos receber dignamente as decisões.
Não nos esqueceremos de que a nossa capacidade visual abrange, mais ou menos, unicamente o curto
espaço dos sessenta segundos de um minuto, enquanto que o Senhor, que nos acompanhou as numerosas
existências passadas - existências que conservamos, agora, na Terra, temporariamente esquecidas -, nos conhece
o montante das necessidades de hoje e amanhã.
Tenhamos suficiente gratidão para não suprimir-lhe (eliminar; apagar) a bênção.
A Providência Divina possui os recursos e caminhos que lhe são próprios para alcançar-nos.
Quando encarnados no plano físico, se na posição de enfermos, costumamos implorar do Céu a dádiva da
saúde corpórea, na expectativa de obter um milagre, às vezes o Céu nos responde com a imposição de um bisturi,
que nos rasga as entranhas, de maneira a reconstituir-nos o equilíbrio orgânico.
Simbolicamente, ocorrem circunstâncias idênticas no quadro espiritual de nossa vida cotidiana. Rogamos
a Deus a presença da felicidade em nossos dias, segundo a concepção com que a imaginamos, mas somos, via de
regra, portadores de certos defeitos, que nos impediriam acolhê-la, sem agravar as próprias dívidas, e Deus, em
muitos casos, nos envia, primeiramente, o espinho da provação, que nos faculta (possibilita) a experiência precisa
para recebê-la em momento oportuno, como determina o recurso operatório para o corpo doente, antes que se
lhe restaure a saúde.
Oraremos, sim; no entanto, é imperioso (necessário), em matéria de petição, rogar isso ou aquilo ao
Senhor, sempre de acordo com a Sua Vontade, porque a vontade do Senhor inclui, invariavelmente, a harmonia e
a felicidade de nossa vida.

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