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atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Prezado(a) estudante!
APRESENTAÇÃO
UNIDADE 1 A MÚSICA CLÁSSICA 5
1.1 A Orquestra no Período Clássico..................................................... 5
1.2 A Música para Piano........................................................................ 7
1.3 As Sonatas e a Forma Sonata......................................................... 8
Referências....................................................................................... 10
1 A MÚSICA CLÁSSICA
OBJETIVOS
T
emos à nossa volta uma variedade gigantesca de ferramentas tecnológicas,
tais como: computadores, tablets, smartphones, sistemas de streaming,
Internet, etc. Tudo isso, de certa maneira, já se faz presente em nosso
cotidiano, e são tecnologias com as quais já sabemos lidar. Em nossas Unidades,
vamos fazer uso de alguns desses recursos para aprimorar a construção do
conhecimento do conteúdo apresentado.
Fonte: https://eac.libguides.com/c.php?g=623145&p=4341274
História da Música Clássica e Romântica
Fonte: https://www.quora.com/Where-do-cello-players-typically-sit-in-an-orchestra
História da Música Clássica e Romântica
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1.2 A Música para Piano
7
1.3 As Sonatas e a Forma Sonata
8
a obra passa por diferentes tonalidades, o que dá uma ideia de instabilidade,
até chegar ao repouso na tonalidade principal, que dará início a seção A’
(Reexposição).
Na Reexposição são retomados os temas apresentados na Exposição, mas
modificados em algum aspecto. Da mesma forma, o primeiro tema é apresentado
no tom principal, segue-se a Ponte, mas dessa vez não ocorre a modulação, e
o segundo tema também é apresentado no tom principal. De forma geral, a obra
se encerra com uma seção auxiliar, chamada Coda.
Vejamos abaixo, o diagrama com a organização temática e formal de uma obra
na forma Sonata:
Figura 3 - Diagrama com a organização temática e formal de uma obra na forma Sonata
Fonte: http://missmusicnerd.com/music-101/032614-sonata-form-an-instrumental-narrative/
RESUMO
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procuramos sempre traçar uma relação entre a teoria, exposta no texto, e as
práticas musicais, presentes nas peças apreciadas, em vistas de contribuir
para enriquecimento da aprendizagem dos discentes. Os recursos tecnológicos
utilizados no ensino tiveram a função de dinamizar, motivar, e tornar lúdica a
interação dos alunos com o conteúdo. Acima de tudo, nos preocupamos com o
crescimento, e a formação intelectual e profissional deles, no intuito de torná-los
capazes de modificar o meio em que vivem.
REFERÊNCIAS
10
UNIDADE
2 GÊNEROS DO CLASSICISMO
OBJETIVOS
N
esta nossa segunda Unidade, buscaremos conhecer alguns dos principais
gêneros musicais praticados pelos músicos clássicos. Abordaremos
suas características essenciais, além de apreciar obras de compositores
relevantes em cada gênero.
2.1 A Sinfonia
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Primeiro Segundo Terceiro Quarto
Movimento Movimento Movimento Movimento
Costuma
O quarto
apresentar um
Neste movimento, movimento, o
Geralmente é um andamento lento,
compositores como Finale, apresenta
movimento de no geral, tem
Haydn e Mozart um andamento
andamento rápido, caráter de canção,
tinham o costume rápido, e pode ser
e estruturado em e pode se estruturar
de utilizar um estruturado em
forma sonata. em forma ternária,
minueto e trio. forma rondó, ou
tema com variação,
em forma sonata.
ou forma sonata.
2.2 O Concerto
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Após isso, seguem-se as seções de desenvolvimento e reexposição, agora
com orquestra e solista juntos. Ao fim da seção de reexposição, a orquestra
silencia, e deixa o solista sozinho para executar a Cadência, que é uma parte de
caráter virtuosístico, composta com ideias musicais já expostas, onde o solista
irá demonstrar toda a sua técnica, expressividade e domínio do instrumento.
Inicialmente, as cadências eram improvisadas pelo solista, depois passaram a
ser escritas pelos compositores.
Os compositores do Classicismo
escreveram uma grande quantidade de
música vocal, muitas delas, destinadas
à igreja, mas foi pela ópera que eles
mais se interessaram. W. A. Mozart e
C. W. Gluck foram alguns dos principais
compositores de ópera deste período. História da Música Clássica e Romântica
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que a própria ópera encenada, de forma que, usavam a música apenas para
demonstrar as suas qualidades vocais, e seu virtuosismo técnico. Gluck então
resolve escrever óperas nas quais, isso não aconteceria mais.
Orfeu e Eurídice é a sua ópera mais conhecida, estreou em Viena, Áustria, no ano
de 1762. Foi nesta ópera que Gluck aplicou pela primeira vez suas ideias musicais
que iriam contra os padrões da época. Em 1767, Gluck escreve como deveria ser
uma ópera, o compositor enfatiza que a música composta para a ópera, deveria ser
utilizada para colaborar com o libreto, ajudando na dramaturgia. Segundo ele, não
deveria haver tamanha distinção entre os recitativos e as árias, e o drama teria que
fluir de forma mais continua, sem interrupções abruptas. Além disso, o compositor
afirma que a instrumentação deve estar em concordância com o enredo, e que a
abertura da ópera já precisaria ajudar o público a imergir no clima da estória.
Figura 5 - Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Como vimos, Gluck foi responsável pela
reestruturação da ópera no século XVII,
entretanto, foi Mozart quem levou o gênero ao seu
ápice dentro do período clássico. As óperas mais
relevantes de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-
1791) são As Bodas de Figaro, Don Giovanni e A
História da Música Clássica e Romântica
14
Uma das inovações criadas por Mozart se dava na cena final de algum ato das
suas óperas, pois o compositor colocava todos os personagens para cantar ao
mesmo tempo, cada qual, cantando a sua posição emocional em relação aos
acontecimentos ocorridos.
O aspecto orquestral nas óperas de Mozart, também merece destaque. O
compositor usava os timbres orquestrais para reforçar o enredo, criando climas
dramáticos e emocionais, sem jamais, menosprezar o importante papel do canto.
RESUMO
REFERÊNCIAS
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HAYDN, J. Sinfonia n.º 94 em Sol Maior (Surpresa). Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=QISE_c4DQ4E>. Acesso em: 5 mar. 2018.
MOZART, W. Concerto para Piano N.23 em Lá Maior. Disponível em: < https://
www.youtube.com/watch?v=bkSVeH4zoFI>. Acesso em: 6 mar. 2018.
______. Madamina il catalogo e questo, da ópera Don Giovanni. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=5X6ybenmZRU>. Acesso em: 7 mar.
2018.
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UNIDADE
OBJETIVOS
N
a terceira Unidade, iremos conhecer as principais características da
orquestra romântica. Além disso, vamos analisar alguns dos gêneros
musicais mais praticados pelos compositores românticos. Estudaremos as
características fundamentais de cada gênero, bem como, buscaremos apreciar
algumas obras significativas.
Figura 6 – A grande orquestra, comum no período romântico. História da Música Clássica e Romântica
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metais, muitas das vezes, os compositores tinham de escrever partes para
três ou quatro instrumentos de madeira, além disso, novos instrumentos foram
incorporados ao naipe, como por exemplo, o flautim, a requinta, o clarone,
o corne-inglês, o contrafagote, e até saxofones, em determinadas peças.
Outro naipe que merece destaque, é o de percussão, neste naipe, novos
instrumentos foram adicionados, na busca de variedade sonora e diferentes
efeitos. Com o aumento do número de instrumentos nos naipes de metais,
madeiras e percussão, os regentes foram obrigados a aumentar também o
quantitativo de instrumentistas no naipe de cordas, para alcançar o equilíbrio
da massa sonora orquestral.
Os compositores do período romântico costumavam ousar bastante, na
exploração dessa grande variedade de timbres, na enorme extensão
orquestral, e na possibilidade de combinar e contrastar diferentes sonoridades
e dinâmicas. A orquestração das obras românticas pode variar muito, desde
pequenos grupos instrumentais até concentrações gigantescas como nas
óperas de Wagner, e nas sinfonias de Mahler.
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responsável por compor mais 600 canções, onde o mesmo exprimia, através
da música e texto, diversos aspectos emocionais e estados de espírito humano.
Entre as obras mais relevantes do gênero, compostas por Schubert, podemos
destacar, Erlkönig, An Die Musik (Para a Música), Die Forelle (A Truta), An
Sylvia (Para Silvia) e Ständchen (Serenata). Além de Schubert, existiram outros
compositores relevantes para o gênero Lied, entre eles, Schumann, Brahms,
Hugo Wolf e Strauss.
Em alguns casos, os compositores reuniam em uma espécie de coletânea, certo
número de canções, que tinham em comum a mesma temática, chegando, às
vezes, a delinear uma breve estória. Dois exemplos desse tipo de coletânea são
os ciclos Winterreise (A Viagem de Inverno), de Schubert, e Frauenliebe und
Leben (Amor e Vida de uma Mulher) de Schumann.
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Ständchen (Serenata)
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3.3 A Música para Piano no Período Romântico
O Piano passou por muitas mudanças desde que foi criado, dentre elas, a
extensão foi aumentada, os martelos ficaram mais precisos e resistentes,
aumentando o volume sonoro do instrumento. Essas melhorias fizeram com que
o piano ganhasse ainda mais atenção dos compositores românticos, que para
ele escreveram uma enorme quantidade de peças.
A maior parte dos compositores do Romantismo compôs obras para o piano,
entretanto os mais relevantes para o repertório do instrumento foram, Schubert,
Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e Brahms. Todavia, alguns desses
compositores tenham escrito peças longas, dividas em vários movimentos, como
as sonatas, a maior parte das obras eram individuais e, em geral, de curta e
média duração. Foram compostas uma enorme variedade de peças pianísticas,
dentre elas, podemos destacar, as danças, como a Mazurca e a Polonaise, e as
peças de caráter virtuosístico ou sentimental, como os Estudos, os Improvisos, os
Prelúdios, os Interlúdios, as Rapsódias, os Romances, as Canções (sem texto), os
Noturnos, e as Baladas. No Romantismo acentuou-se bastante a figura do músico
virtuose, aquele instrumentista que possuía total domínio do seu instrumento,
exibindo expressividade e uma técnica impecável. Alguns dos mais relevantes
“virtuoses” do período romântico foram o violinista e compositor italiano Niccolò
Paganini, e o pianista e também compositor húngaro Franz Liszt.
Contudo, o músico que se mostrou mais Figura 8 - Frédéric François Chopin (1810-1849)
significante para o repertório pianístico no
período romântico foi o polonês Frédéric
François Chopin (1810-1849), que além
de compositor, também era um pianista
virtuose. Apesar das obras de Chopin se
caracterizarem por seu caráter emocional,
História da Música Clássica e Romântica
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Vamos ouvir agora duas peças para piano, uma é o Noturno Op.9 No.2,
de Chopin, e a outra é, La Campanella de Liszt. Observe as diferenças
de estilo e caráter entre as duas peças.
Noturno Op.9 No.2, de Chopin. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=tV5U8kVYS88>.
La Campanella de Liszt. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZY_eIIFqNxg>.
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3.5 O Concerto Romântico
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inicialmente consideradas impossíveis de se executar, por causa de sua
grande complexibilidade técnica. Muitos concertos eram encomendados aos
compositores pelos próprios solistas.
A cordial competição que existia no concerto clássico, entre orquestra e solista,
agora se transforma em uma dramática batalha. É interessante assistir o confronto
de duas forças, que aparentemente são díspares: um concertista frente a enorme
massa orquestral. Todavia, o virtuosismo do solista, e a intenção do compositor
fazem com que o concertista emerja do duela com a “vitória” merecida.
A maior parte dos concertos românticos foi escrita para piano e violino, embora
seja possível encontrar obras compostas para outros instrumentos solistas,
como o concerto para trompa de Strauss, e os concertos para violoncelo de
Schumann e Elgar.
RESUMO
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REFERÊNCIAS
25
UNIDADE
DE WAGNER AO
4 ROMANTISMO TARDIO
OBJETIVOS
N
esta quarta e última Unidade, iremos conhecer algumas das principais
características presentes nas óperas escritas por Wagner. Do mesmo modo,
iremos analisar o gênero coral no século XIX, e ainda abordaremos dois
grandes movimentos estéticos do período romântico, são eles: o Nacionalismo
e o Romantismo tardio. Como de costume, estudaremos os conceitos teóricos,
bem como, apreciaremos determinadas obras historicamente significativas.
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antigos mitos e lendas germânicas ou nórdicas, com o texto (libreto) escrito
pelo próprio Wagner. Suas óperas mais relevantes foram “O Navio Fantasma”,
“Lohengrin”, “Tristão e Isolda”, e “Os Mestres Cantores de Nuremberg”. Além das
citadas, existe também o ciclo conhecido como “O Anel dos Nibelungos”, que é
composto por quatro óperas, “O Ouro Do Reino”, “A Valquíria”, “Siegfried” e “O
Crepúsculo Dos Deuses”, e foram escritas por Wagner para serem encenadas
em uma sequência de quatro noites seguidas.
Wagner não costuma usar o termo “ópera” para se referir as suas obras, preferia
chamá-las de “Drama Musical”. Segundo o próprio compositor, sua ideia era
fundir várias expressões artísticas como o canto, a encenação, o figurino, o
cenário, a iluminação, os efeitos, a música, em um único espetáculo. Além disso,
Wagner ainda utilizava as “cores” e o poder das suas enormes orquestras para
fortalecer a carga dramática e emocional de suas óperas.
As orquestras wagnerianas possuíam um grande naipe de cordas, um naipe
de madeiras, com os principais instrumentos dispostos em trio, e um naipe de
metais numeroso, com oito trompas, quatro trombones, quatro trompetes, e no
mínimo cinco tubas wagnerianas. O naipe de percussão também era bastante
requisitado por Wagner, e desempenhava um papel significativo em suas obras.
Do ponto de vista acústico, orquestras dessa envergadura, poderiam prejudicar
o desempenho dos cantores. Sabendo disso, Wagner construiu um teatro na
cidade Bayreuth, especialmente projetado para a execução de seus dramas
musicais. Nele, o compositor planejou que a orquestra fosse posicionada abaixo
do palco, dessa forma, os cantores projetariam suas vozes em direção à plateia,
sem obstáculos.
Os dramas musicais de Wagner são de longa duração, geralmente, uma ópera
dura entre quatro a cinco horas. As obras wagnerianas não eram estruturadas
em partes distintas, como se fazia na época, dividindo a ópera em recitativos,
árias, coros etc. Todavia, o compositor traçava uma espécie de linha melódica
ininterrupta, que ia do início ao fim de cada ato, dando continuidade e fluidez ao
História da Música Clássica e Romântica
drama. A música que Wagner compunha para as suas óperas, era caracterizada
pelo uso do Leitmotiv (motivos condutores), temas variados e não muito longos,
que podiam representar musicalmente uma emoção, um objeto, um lugar, ou
um personagem. Esses temas poderiam ser modificados ou transformados,
no decorrer da ópera, conforme o drama exigisse. Essa técnica de variação
temática já tinha sido usada antes por Berlioz, com o nome de “Idée Fixe” (ideia
fixa), e também por Liszt, que a chamava de “Transformação Temática”. Às
vezes o Leitmotiv surge no canto, todavia, é mais comum encontrá-lo nas partes
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orquestrais, onde ele é usado para trazer alguma informação sobre o que está
ocorrendo, revelar pensamentos, emoções, intenções, reações etc.
O canto nas óperas de Wagner se caracteriza pela fusão da forma recitativa, com
o estilo ária, pois as melodias são escritas em ritmo prosódico, embora busque
o lirismo. A harmonia nas óperas de Wagner merece destaque, pois é comum o
transito por tonalidades inesperadas, além do uso livre do cromatismo, e o largo
emprego das dissonâncias. Não é raro, uma nota de tensão gerar perspectiva
de resolução em uma consonância, e ter a sua expectativa frustrada por outra
dissonância, e estas irem se sobrepondo.
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Ouça o “Capricho Espanhol” Op.34, de Rimsky-Korsakov. Tente listar que
elementos foram empregados pelo compositor russo para trazer à tona a
atmosfera característica da Espanha. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=vLOVVzmEnto>.
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Figura 11 - Gustav Mahler (1860-1911) e Richard Strauss (1864-1949)
RESUMO
REFERÊNCIAS
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