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Introdução

Temos buscado juntas como exercer nossa autoridade de


forma bíblica e saudável, assumindo nosso verdadeiro papel
na vida de nossos filhos. Para isso, estamos usando como
base a ciência, a Palavra de Deus e as experiências pessoais
para nos auxiliar nessa jornada. Anteriormente, foi pedido
que observássemos nossas rotinas, para que pudéssemos
compreender em que lugar estamos e entender se nos en-
contramos dentro do Labirinto da Culpa.

Atualmente, com a quantidade de informações e conteúdos


disponíveis, corremos o risco de nos sentir perdidas, sem
saber como agir ou por onde caminhar, nos sentindo cul-
padas e desorientadas. Sabemos que as coisas não deveriam
ser como estão.

Começaremos a desconstruir juntas diversos conceitos


errados que foram criados em nossas mentes, que talvez
estejam nos impedindo de exercer a autoridade como de-
veríamos em nossa casa. Descobriremos que a “disciplina
é liberdade” e como devemos aplicar essa disciplina. Essa
pode ser uma das maiores dificuldades que encontramos
como mães. Mas, se nos comprometermos com o desen-
volvimento de nossos filhos, podemos encontrar juntas o
caminho correto.
Exemplos Bíblicos

Como vimos anteriormente, o Labirinto da Culpa é um


lugar de confusão e frustração, onde os pais se sentem
perdidos quanto a correção e a disciplina na educação de
seus filhos. Porém, veremos que isso não se limita aos dias
de hoje. Na Palavra de Deus, temos exemplos de homens
que sofreram sérias consequências por falta da disciplina
dos filhos. Percebemos um padrão de dificuldade em lidar
com a indisciplina dos filhos, que muitas vezes resultou em
tragédias familiares.

Podemos encontrar na Bíblia o exemplo de Jacó, que foi


enganado pelos seus próprios filhos e carregou consigo
uma tristeza até a velhice. Eli tinha consciência dos pecados
de seus filhos, mas não os repreendeu e toda sua família foi
destruída. Temos também Samuel, um grande profeta, cujo
os filhos corromperam o sacerdócio e não puderam carre-
gar o legado de seu pai. Por fim, temos o exemplo do pró-
prio rei Davi. Seu filho Amnom cometeu incesto. Seu outro
filho, Absalão, cometeu assassinato, rebelião e perseguiu o
próprio pai para matá-lo. E um terceiro filho, Adonias, tam-
bém cometeu rebelião, se autoproclamando rei e tentando
usurpar o trono. No livro de 1 Reis, podemos ler o relato da
história de Adonias, e da falta de repreensão por parte de
seu pai:
“Seu pai nunca o havia contrariado, nunca lhe perguntava: ‘Por que
você age assim?’ (...)”. (1 Reis 1:6)

Com esse exemplo do rei Davi e seu filho Adonias, perce-


bemos que não devemos cometer os mesmos erros. Não
podemos agir com indiferença à indisciplina. Não pode-
mos deixar de fazer o que precisa ser feito. Para isso, talvez
seja necessário desaprender alguns métodos que seguimos
sobre não repreender e disciplinar os filhos, de não exercer
a nossa autoridade como mães. Deus, em sua Palavra, nos
deixou algumas diretrizes de como trilhar esse caminho.

Chave: as coisas precisam estar no lugar

Conhecer os métodos científicos, estudar sobre o desen-


volvimento das crianças e buscar informações e conteúdos
pode nos ser de grande utilidade. Entender que as crianças
precisam ser respeitadas, acolhidas e ouvidas é uma grande
chave. Entretanto, nessa busca por deixar que nossos filhos
falem, acabamos muitas vezes perdendo nossas próprias vo-
zes. Estamos sem voz! Temos medo de traumatizar nossos
filhos, de fazê-los sofrer e de fazê-los chorar. Acreditamos
na mentira de que precisamos resolver todos os problemas
de nossos filhos, de que devemos impedir suas frustrações e
realizar seus desejos.
Nesse processo, cometemos o erro de inverter o lugar e
colocamos os nossos filhos no centro da família. Esse é um
lugar errado para uma criança estar. Se nossos filhos es-
tão no centro, estão fora do lugar. E quando estão fora do
lugar, eles reagem de forma insegura e agressiva. Na Palavra
de Deus nos é dito sobre Jesus que:

“Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que
sofreu.” (Hebreus 5:8)

Em Deuteronômio, podemos ler também:

“E as crianças, que vocês disseram que seriam levadas como despo-


jo, os seus filhos que ainda não distinguem entre o bem e o mal, eles
entrarão na terra…” (Deuteronômio 1.39)

Nossas casas não devem girar em torno de nossos filhos, de


seus desejos, vontades e de seu humor. Isso porque eles são
apenas crianças, que ainda não são capazes de distinguir en-
tre o bem e o mal. Os filhos devem ser acolhidos, ouvidos,
mas não devem ser o centro.

Nosso papel como mães não é evitar o sofrimento e as


frustrações de nossos filhos, mas sermos a força, a seguran-
ça, aquela que lhes ensinará a serem adultos fortes e com
valores. Não somos apenas seus amigos, somos seus pais e
precisamos agir de acordo. Nossos filhos precisam se sen-
tir seguros conosco. Para isso, devemos compreender que
nós somos os adultos, somos aqueles que sabem para onde
estão indo, que estabelecem rotina, que exercem o papel
que temos como pais, que têm a maturidade. Submissão e
obediência está relacionado com a confiança em quem está
conduzindo pelo caminho.

Temos trilhado uma jornada até aqui. Talvez já tenhamos


identificado os problemas. A questão é: como construir isso
que temos visto? Só reconhecer o problema não é suficiente
para resolvê-lo. É importante compreender que o processo
começa em nós. O que precisamos ajustar está em nós, co-
meçando pela autoridade. Não devemos ter medo da auto-
ridade que precisamos exercer. Não podemos alternar entre
o autoritarismo e a permissividade. Resgatar nossas vozes
não significa que as crianças não devem ser ouvidas, isso é
autoritarismo. Colocar nossos filhos no centro e deixar fa-
zerem o que quiser é permissividade. A autoridade é o lugar
correto. Ela permitirá que faça o que precisa fazer, seja no
“sim” ou no “não”. É um lugar onde há liberdade para que
o Espírito Santo te guie.

Chave: comunicação

Como mães, não devemos apagar a força e a curiosidade


de nossas crianças, mas moldá-las. Porém, não é possível
desenvolver a autoridade sem presença, sem relacionamen-
to com nossos filhos. Sabemos quem são os nossos filhos?
Quais são as dores e dificuldades que eles têm? Sabemos o
que estão passando na escola e quais são seus limites? Sabe-
mos onde precisamos ajudar? Para termos autoridade sobre
eles, precisamos desenvolver relacionamento. Para ensinar
princípios e valores, é necessário conhecer nossos filhos,
sermos presentes e ouví-los. Além disso, precisamos ser
intencionais o tempo todo na maneira de nos relacionarmos
com eles, de ouvir, de estabelecer limites e ordens.

A comunicação é uma das chaves muito importante. Nossa


autoridade também é construída em nossa maneira de falar.
O que temos declarado sobre nossa casa e sobre nossos
filhos? Temos autoridade dada por Deus sobre nossa casa.
A comunicação deve ser honesta, trazer proximidade e
demonstrar vulnerabilidade. Não precisamos ser perfeitas,
pois nossos filhos sabem que não o somos. Não podemos
comunicar o que não somos de verdade.

Essas são algumas das chaves que poderão nos ajudar na


educação de filhos sábios, capazes de reconhecer a autori-
dade que temos e que compreenderão quando fizermos o
que precisa ser feito.
Conclusão

Portanto, precisamos ter um direcionamento claro para


seguir, sem nos desviarmos nem para a direita e nem para
a esquerda. Estamos descobrindo juntas não somente onde
precisamos chegar, mas também conhecendo o caminho
para a saída do Labirinto da Culpa, de onde talvez não seja-
mos capazes de sair sozinhas.

Estamos buscando reconquistar a posição dada por Deus


a nós para criarmos nossos filhos. Este lugar é o Trilho da
Autoridade.

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