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MITO FUNDADOR

A maioria dos municípios da região do Cariri tem sua fundação baseada em


missões religiosas empreendidas por frades capuchinhos que se estabeleciam com o
intuito de catequizar os índios cariris que habitavam a região.

Granjeiro porém tem uma história diferente.

Conta o “mito fundador” de Granjeiro, porém, que o município não é fruto


de uma missão religiosa, mas de uma história de amor fracassada. Segundo
essa narrativa, Francisco David Pereira Grangeiro (apontado por muitos
granjeirenses como seu bisavô) teria saído de Barbalha (cidade próxima) em
finais do século XVIII em busca de um lugar onde pudesse se fixar e desposar
uma moça pobre a quem sua família não aceitara, tendo encontrado no vale
onde Granjeiro se situa as condições favoráveis para seu estabelecimento.

Ali, ele e os poucos homens que o seguiam ergueram as primeiras


construções para se abrigar. Tempos depois, quando já havia se estabelecido,
Francisco voltou à Barbalha para buscar a moça e soube que ela já havia se
casado com outro. Desiludido, aceitou casar-se com uma prima, com quem os
pais gostariam que ele contraísse matrimônio. Após o casamento, Francisco
retornou a Granjeiro acompanhado de mais algumas famílias e iniciou o
povoamento da localidade que viria a se chamar Sítio Junco, devido à
abundância dessa planta na região. O “pai” de Granjeiro teve vários filhos e sua
genealogia se fazia presente na memória dos granjeirenses ainda em 2005,
quando a pesquisa foi realizada, posto que grande parte da população tinha esse
sobrenome, sendo esta, aliás, a razão para a atual denominação do município
(ainda que a grafia do nome seja ligeiramente diferente).

Nome do açude e do local A referência ao nome inicial do povoamento


permanece na denominação do principal açude do município: o Açude do Junco.
A construção deste açude remonta ao período entre 1932 e 1952, tendo
modificado a relação dos habitantes da localidade com a água e com a cidade
como um todo. Hoje é às suas margens que se encontra a atual sede do
município de Granjeiro, constituindo-se em ponto central na vida do local,
atraindo turistas (mesmo que a cidade não tenha estrutura – como hotéis e
restaurantes – para recebê-los) e permitindo a plantação de culturas de baixio e
a pesca.

(Relevâncias da Experiência e Critérios de Potabilidade: conflito de interpretações sobre a

água “boa” em uma localidade do Cariri)

Por volta do ano de 1994 a agua do açude começa a ser tratada e encanadas
para a sede do município, consolidando ainda mais a importância do açude para a
comunidade.

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