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NEGROMONTE
A DOUTRINA VIVA
PARA O CURSO SECUNDÃRIO
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NIHIL OBSTAT. Petropoli, die 27 Januarii
MCMXXXIX. Fr. Fridericus Vier, O. F. M.
Censor.
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TODOS OS DliREIT
O EMINENTíSSIMO CARDIAL LElVIE
que acordou a conciência nacional
com a impereciuel Pastoral de Olinda
o E 1
IO. SR. D. AUGUSTO ÃLVARO DA SILVA
Arcebispo catequista
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PREFÃ,CIO
l r sseguindo no trabalho encetado no MANUAL
l )1 HELIG!ÃO ,. ofereço agora o primeiro volume
1
,
11111 is partes.
A muitos parecerá excessiva a parte destinada à
---
t\,nna ão. É ,preciso lembrar, então, que a base de
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tod,a forroaQ.ã4 reu_gio.sa sólida é •a doutrip_a. En
quanto não fizermos· dos dogmas o alicerce da pie
dade,_ continuaremos no sentimentalismo religioso,
que tem sido o clima em ,que se desenvolveu o ca
tolicismo desfigurado e anêmico da maior p·arte
dos -brasileiros. Não temi desenvolver um pouco
mais a parte -de aplicações da •doutrina, por isto
mesmo que é necessário estabelecer as relações in
evitaveis entre a douh·ina e a vida de um cristão.
Ao meu "Manual de Religião" um religioso carme
lita chamou de verdadeiro manual de ascética.
Poucos elogios me contentaram tanto.
Quem me dera .que eu tivesse oferecido o estu
do dos dogmas em moldes capazes de estabelecer
uma ascética segura e fecunda! A este •critério, as
práticas da vida ,cTistã hão-de aparecer com outro
aspeto. Como se torna compreensivel a necessida
de da mortificação, •após a explicação das conse
quências do pecado original!
Andamos um passo largo do "Manual de Reli
gião" para a altura deste novo livro. Em nossa
mente, agora passamos para o curso secundário.
Penso que já é tem , po de ,elevar os alunos a um co
nhecimento mais raciocinado, como a idade exige,
fazendo, ao mesmo temp9, o �.stug__o d.a 11,ossa san
ta Religião :2or ·seus argumentos _pró rios que sãp
os argumentos da revelação. Daí o uso mais abun
dante das Sagradas· Escrituras·, a que, muitas vezes,
obrigo o próprio aluno, fazendo-o trabalhar ativa e
· individualmente, tal como o requerem as melhores
ebnquistas pedagógicas m , odernas.
Ao� que àrgumenta:rem dizendo que será neces
sário o aluno ter, pelo menos, o Novo Testamento
em. mã!os, dou-lhes ·plena razão: é o que- suponho .
.Já é tempo de .familiarizar 0s católic:os com o Evan-
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1 f'lho, que numerosí�-simos ainda continuam ·mfe
li:4m nte a desconhecer. Mas aos que -argumenta-·
r<..m que isto s�rá difícil, responderei que ·quasi to
dos t''m um dicionário e uma tábua de logaritmos�
·oisas muito menos acessiveis.
N mesmo desejo de fazer trabalhar, e tambem
JH ra pôr nas ,mãos e no espírito de todos o livro da
1 r· j a, pot excelência, t·ecorro constantemente aó
Mis ·al, §em Q_ qual n-ªQ se .p_Qgg com:pr��nd�r _n�m
11 mpa_nhar a vid� litq_1;gi.c_a., que é e deve ser de
f·� L a nossa vida.
Em certos passos, as lições não serão tão faceis.
l '.n1 do ,estudo do aluno, talvez seja rnúito neces
. úria a explicação do professor. Quer-o lembrar que
s revi um texto escolar. Isto quer dizer que con-
1 sempre com um professoT, a quem cabe fazer os
nlunos compreender melhor. Ao ·professor, sobre
i udo, ,cabe estimular ó trabalho e a compreensão
dos que apr-endem, acostumando-os a resolver as
próprias dificuldade�, levando-os ao uso do Evan
gelho e do l\1issal, mostrando-lhes a essência das
doutrinas e ensinando a conferir com elas as idéias
c11-rôneas, pTincipalmente as mais vu!gares no mun
do moderno.
Tive a ·preocupação de prender o católico à Igre
.i a. Espalhei este cuidado pelo livro intefro. O nos
so contato direto não ê,, com D-eus, nem com Cris�
to, mas cbm a Igreja. Unidos a ela,. unidos a Cristo,.
unidos a Deus. Pelo ·ensino, pelõ governo, p.elos sa-
·ramentos, o fiel se 1põe numa con1unicação viv�
·01n a Igreja - comunicação nec.essária para a
\ida cristã·.
Confio aos prof€ssores de Religião ·esta tentati
va de texto p·ara o our,so secundário. Enquanto lhes.
entrego ,este volume, you preparando QS outros,.
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sempre pronto a lhes ouvi:r os conselhos e receber
·as sugestões. Não pouparei esforços para oferecer
o que melhor puder ao ensino religioso de todos os
graus. Estou convencido d'e (JUe nenhuma obra lhe
é uperior, porque, se1n ·ela, nenhuma outra seguirá
por diante, sólida e duradoura. É por isto que o
grande Papa Pio XI dis qu "o catecisuw é a �ri
n1eira de todas as obra· da Ação Católica".
À Virgem !macula-da sob cujo olhar materno es
crevi estas páginas entrego a sorte e confio ·o êxito
dest trabalho.
B lo Horiz-o:ô.te, 21 de novembro de 1938.
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i\luitas pessoas pensam que a .Religião consiste
n 1wnas num conjunto de preces e ritos1 que -se rea
l i:c1m em determinado lugar e a certas horas. Ter
mi nado isto a Religião nada mais t·m que ver com
o. nossos atos.
Este conceito ' multo eTrado. A Religião .envolve
/oda a nossa vida orient to a'" as nossas a ,õês.
ao coisa de um instante e de um lugar, 1nas é
d todos os lugares e de todos os momentos -de nos
:-ia vida. Ou ainda melhor: a Religião é a vida.
Os direitos do Criador
Nós fomos criados por D-eu�: o nosso corpo nos
foi dado pelos nossos pais mas a nossa alma_ foi
-riada por Deus diretamente para nós. E mesmo o
nosso çQl-; po, em última 1;1nálise vem_ de Deus, por
q 1 foi Deus •que criou os nossos .pri._m irQ� pai§.
D , modo qu eu, m corp e aln1a, fui criado por
D us. Qu r dizer q_ue_, s_em Dgu.�, .eu não podia
1 > .ristil:.
Além de me criar, Deus me conserva. Se Deus
nJo me con ervasse na existência, eu deixaria de
l·,·istir, e seria reduzido ao na-da. Ê muito diferente
da morte. Na morte, 1eu continuo a existir: apenas
u alma se separa do corpo. Portanto, s.em Deus, ,eu
11ci.o continuaria a existir.
Ora, se Deus me criou em corpo e alma; se ele
m conserva na existência, eu pertenço int.eiramen-
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te a Deus. T11do o que sou, tudo -o que tenho, tudo
o que faço, tudo em mim é de Deus. Ele é ô meu
dono, o meu Senhor: "Nosso Senhor". Eu sou o seu
súdito absoluto, integral.
Toda a minha vida, portanto, pertence a Deus.
Deus ten1 direito ·a tudo. Este direito de Deus cor
responde a obrigações da minha pqrte. Êssas rel�
_
ções entre Deus e o homem é o que se ch�a -li!;
_ligJã2. A Religião é, pois, a nossa vida inteira, sem
exceção de nenhum ato. Tudo depende de Deus,
tudo pertence a Deus, de tudo temos que prestar
contas a D us.
Filhos de Deus
Deus eleyou o homem da simples condição de
criatura para a excelsa dignidade de s u filho. Ele
vado à ordem sobrenatural, o homem se tornou fi
lho de Deus. Isto Deus realizou pela graça santifi
cante. Passamos de servos a filhos. A graça nos deu
direito a um lugar na casa de Deus, co1no os filhos
têm direito a um lugar na casa do pai. Con1eçamos
a fazer parte da família de Deus. E como o filho
há-d'e ser-da mesma nat1ir�o pai, Deus nos fez
párt�cipantes da_.sua natureza divjna (2" Pet 1, :f).
Deus nos tratará, não como a simples s·ervos, mas
como a verdadeiros amigos (Jo 15, 15). A graça
santifica,nte é a mesma coisa que a amizade de
D-eus.
A queda
Apesar da grandeza do presente que Deus nos
fez, Adão não o compreendeu nem prezou devida
mente.· Com a desobediência do paraíso terreal,
perdeu a graça santificante, sendo atingido· mesmo
nos dons naturais. Deu-s·e uma grande desorgani
zação no -homem, passando as paixões g. exercer
um papel m•uita m,aior do que deviam.
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as o gssencial, o p-eor, foi que, perdendo a gra-
4•t1
•• divina, o ho1nem deixou d.e ser filho de Deus,
fH rdeu o direito que tinha a um lngar no céu.
Foi a triste situação ·que Adão nos criou pelo pe
c·ndo original.
A redenção
Ustarí-amos definitivamente perdidos, se Deus
n<io tivesse usado de uma bondade ainda maior
,•nn1 os homens. Mandou o seu Filho, segunda Pes
, 1 >fl <la santíssima Trindad,0 nos remir. Pela Pai-
,
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t·rnn · la e por ,el,a, temos a segurança de estarmos
· rn a próprio Cristo, porque ele mesmo disse:
,ll · m vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza,
n 1nim despreza" (Lc 10, 16).
ss1m é que Deus determinou o mod'o p·elo qual
q11 •r er servido. Estabeleeeu 'O que devem os ho-
11H•11 fazer para salvar-se. Organizou-os numa só
1 1 míHa, como verdadeiros irmãos, porque os cha-
11 H u a todos pàra serem seus filhos, como membros
111 :nula lgrej a Católica.
Praticamente
rlcncer à alma da Igr,ej a é viver •em ·estado de
l'llça. Só os ·que vivem m estado de graça podeJn
111ri, • atos agradaveis a Deus, me1·itórios para a
, l<'l'nidade. Quando .estamos em e·stado de graça,
lo los os no.·sos atos têni valor para o céu, desde
qllf' sejam feitos· com reta intenção.
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de Deus. S@mente assim, pertenço a Jesus Cristo:
"'Se algu-em não tem o espírito de Cristo,. esse nã·o
lhe p xtenoe" '(Rom 8, 9).
A vida sacramental é uma necessidade. Vida
.cristã sem fre-quên.cia aos sacramentos é impossi
vel. Terei uma grande estima aos sacramentos que
recebi, principalmente o batismo, que me elevou
ao estado de graça. E terei um grande cuidado em
frequentar os Sacramentos da Penitência e da Eu
caristia.
Os Sacramentos me alentam e fortificam, mas
não eliminam as· tendências más do pecado origi
nal. É preciso conter e domar as minhas paix-ões.
É preciso ter cuidado com elas, porque quãlquer
-d scuidÕ pode me levar ao peéado. Exercerei 1W1ª
_grande vigilância. Serei sempre mortificç1,do.
A. rêlig1ão 1 uma lutà' pela conquistá do céu.
Luta contra mim mesmo, -contra os inimigos exte
riores ( mundo e demônio). Não é coisa de um dia
ou de um ,ano: é coisa para toda a vida. Não hei,
portanto, de desaniinar, se não me corrigir em pou
co tempo, ou se as virtudes me custarem muito.
O mais importante é que eu compreenda como
hei-de me santificar. A religião é a vida. Toda a
minha vida perlence a Deus. 1'odos os meus atos,
não só os '' atos religiosos", mas todos deven1 ser
para D?us. Por isto é que Deus vai me pedir con
tas até das palavras inuteis que pronunciei (Mt 12,
36). 1\/Ias tambem ·vai me recompensar até um co
po d'água que ·eu -dei por seu amor, isto é, em es
tado de graça e com reta intenção (Mt 10, 42).
QUESTIO TAB.IO. Qual o verdadeiro conceito de reli
gião? Prove que Deus t,cm direito a todos os meus atos.
Que deveres nos impõe a condição de filhos de Deus?
Por que Deus deu aos homens os Mandamentos? Quais·
são os nossos devcr,es quanto aos Mandamentos? Em vis,.
ta da desorgan�zação causada pelo pecado original, como
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eon:cNu.iremos observar os Mandamento·? Onde enc-pnh'a
r 'lll s o· meio necessários para vencer os nossos inimi
J;{os? Podemos pr,escindir da lgr.eja? Por que? Que deve·
n,os faier praticamente, para dar toda a nossa vida a
l>c•us? Como Deus mostra que todos os nosso� atos Jhe
p J't ncem?
EXISTÊNCIA DE DEUS
Podemos provar que Deus existe por muitos ar-
1111n1cntos. fiá verdades da Religião que não pode
mo: provar pela razão; mas só as conhecemos por
q li(' nos foram reveladas. Os mistérios são dessas
V<'l'dades. Mas a existência de Deus não é mistério
t• se prova por argumentos de razão. O Concilio
do Vaticano definiu islo: "Se alguem disser que
n J eus único e verdadeiro, nosso Criador e Senhor,
111-10 pode ser conhecido pela luz da razão através
1 utdnahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - ·2 17
Olhando as coisas V1S1veis, sabemos que Deus
existe. Lemos no livro de Jó: "Pergunta aos ani
mais e eles te ensinarão; às aves do céu, e elas te
in<licarão. Fala com a terra, e ela te r espouderá, e
os pcix s <lo mar te instruirão. Quem ignora que o
pod r d· Deus fez toda e tas coisas?" (12. 7-9). E
o salmi ta diz: "Os céus cantain a glória de Deus"
(Sl 18, 1).
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um· espírito sumamente inteligente lhes traçou o
.-; ·u fim e dispôs os meios para alcançá-lo. Este
E pírito é Deus.
4. Argumento da conciência
Quando .fazemos o b m, a nossa conciência nos
aprova; quando fazcn1os o 1nal, ·ela nos censura.
As vezes, nós queríamos ficar tranquilos, mas não
podemos, porque a conciência não d ixa. É uma
uoz que vem 'de fora e pode mais do que nó· mes
nws. Ela diz que oh dece1nos ou desrespeitamos a
11rna lei, que dirige os nossos atos. Esta lei só pode
·J·istir, se existir o Legislador. Este Legislador é
Deus. A conciência é a voz de Deus em nós. Ela nos
diz que bá um D -us qu · nos recompensa ou nos
·astiga.
5. Argumento da revelação
Niuitas vezes e de cliv rsas maneiras D us falou
aos homens. Falou com Ad'ão no Paraíso terrestre.
Con1 Noé, mandando fazer a Arca. A Abraão e a
outros patriarcas. Apareceu a lVIoisés e dis e: "Eu
sou o S nhor vosso Deus". É o próprio Deus que
e dá a conhecer.
Não há para nós argumento mais claro da sua
exis tê.ncia.
Para viver a doutrina
Deus existe. A filosofia e a ciência confirmam
ste ensinamento da fé. Sem Deus, nada se expli
·aria. Com Deus tudo tem explicação na vida.
Deus é o Senhor ele tudo. Tudo há-de ser enca
minhado para ele. Nã-0 basta crer que ele existe, é
preciso homenageá-lo pela adoração. Ele é o Se
nhoT; nós somos as criaturas.
Quero me acostumar a subir das coisas visiµeis
para a contemplação de Deus. Que tudo neste mun-
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do $irva para me lemhvaí do Criador. Como são
Francisco de Sales que, vendo uma flor, dizia: "É
um sorriso do bom Deus!''
Em minha vida cristã, darei a máxima impor
tância às oraç-ões da manhã e da noite, como reco
nhecimento da sobera1üa de Deus, ,e principalmen
te a santa Missa, que é a maior homenagem pres
tada à Divindade.
Renovarei sempr-e Q meu ato .de fé em Deus, re
zando com frequência o Credo.
QUESTIONARIO. Pode-se provnr a existência de Deus
pela razão? Que cliz a ,este respeüo o Concílio elo Vatica
no? Dê o argumento da Cau_sa Primeira. As coisas po
dem existir por si mesmas? Sem Deus, pode-se explicar
a ordem do mundo? Por que? Prove que Deus existe pela
nossa c,onciência. Qual é o argumento da revelação? Qual
foi 0 argumento que mais o convenceu? Por que?
O ATEIS.MO
Embora a existência de Deus seja um,a verdade
que se prova p:or tantos argumentos, ainda há pes
soas que a negam. Chamam-se ateus, que quer di
zer: sem Deus.
Espécies de ateus
Os ateus se -dividem ,em tres categorias: 1. Os
ateus teóricos negativos, os que ignoram por com
pleto que Deus existe. 2. Os ateus teóricos positivos
são os que corromperam a própria inteligência e a
deturparam a ponto de negar a existência de Deus
ou duvidar dela. 3. Os ateus práticos são os que vi
vem sem amar nem servir a Deiis, portando-se co
mo se Deus não existisse.
Não existem os p:çimeiros. Todos os homens co
nhecem a existência de Deus. Mesmo os .pov:os mais
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atrasados e selvagens têm religião � prestam culto
a Deus. Foi um orador pagão, Cícero, que afir
mou: "Não há nação, por grosseira e selvagem que
·cja, que não creia na existência dos de�1ses, em
bora se engane quanto à natureza deles".
Os ateus teóricos positivos existem. Há homens
que negam a existência de Deus. Isto acontece prin
•ipalmente aos orgulhosos e aos corrompidos. Cer
tos indivíduos, porque aprendem algumas coisas,
.ficam se. julgando uns ver.dadeiros deuses, e por
is o não querem mais crer que Deus existe. São
Paulo explica isto, na Epístola aos romanos (1,
21. 22) : "1"'.endo conhecido a D-eus, não o glorifica
r m ncn1 lhe deram graças; mas desvaneceram-se
nos seus pensamentos e obscureceu-se o seu con�.
·ft íns nsato.; porque, julc.rando-se pábios torna
ram-se loucos".
Outros negam a existência de Deus, porque tê!I'
medo que ele exista. Vivem de tal modo que de_se
jam não teT de cair nas mãos de Deus. O salmista
diz que eles erram pelo coração: "disse o insensa
to no seu coração: não há Deus" (Sl 13, 1). O Evan
g lho tambem explica isto. "Todo aquele que fez o
mal, aborrec:e a luz; e não se chega para a luz, pa-
1· que não sejam julgadas as suas obras (Jo 3, 20).
J�: por isto que eles negam a existência de Deus.
Existem, finalmente, os ateus práticos. E são até
muito numerosos, infelizmente. Nã-o praticam ne-
11huma religião; por isso se chamam tambem indi
r •r 'nte�. No Brasil, costumam dizer que são cató-
1 i , embora não sejam prati�antes. :i\1as na verda-,
de não são católicos. São indiferentes ou ateus prá
li · s.
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Os argumentos
Diante dos argumentos que apresentamos para
provar que Deus existe, os ateus procuram dar ex
plicações, que, afinal, não explicam nada.
a) A matéria é eterna
Provamos que o mundo não podia -existir por si
só; que precisava de alguem que o criasse. Ele:s res
póndem, dizendo que a matéria é eterna. Mas não
provan1. Mesmo porque u1na coisa eterna não pocle
deixar d · xistir, e a matéria deixa.
b) A g·eração ·espontânea
A própria ciência ensina que houve uma época
em que a vida não existia na terra. Não podia exis
tir, .porque a terra -era ígnea. Nós dizemos: "Foi
Deus qu • criou a vida '·. Eles dizem: "Não, a vida
apareceu por si mesma. A matéria foi se h·ansfor
mando, até produzir os animais, e estes foram se
aperfeiçoando até se tornarem homens". Mas é fal
so. inguem dá o que não tem. Se a matéria não
tem vida, como poderia produzir vida? Onde estão
os animais que foram se aperfeiçoand_o? Por que
nunca se viu o intef'mediário en.tre o macaco e o
homem? Se isto fosse verdade, ainda hoje deviam
se transformar.
e) É obra do acaso
Nós provamos que a ordem do mundo exige uma
inteligência suprema, que é Deus. Eles dizem que
não, que isto é obra -do acaso. Seria espantoso que
-o acaso realizasse uma coisa tão perfeita. Juntem
as letras de uma frase, uma frase apenas, mistu
ren1 e agitem, .e depois soltem no chão, par,a ver se
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o o.caso forma a frase! Quanto mais, a ordem ad
miravel do mundo!. ..
lVIas, diz-en1 eles ainda, a ordem do n1undo não
é tão perfeita. Há muitas coisas que nós ignora
mos. Sim, nós ignoramos. Isto é outra coisa. Não é
·ulpa de Deus, é ignorância nossa. lVIas a ordem
<lo mundo não depende d nossos conhecim-ntos;
depende do plano que Deus traçou. Um crrande ini
migo da religião, Voltaire, reconheceu isto:
L'univers, m'embarrasse, et j e ne puis songer
Que e tte hoi'loge mar�he, et n'ait point d'horlo
gcr (1).
E são tssim todos os outros argun1entos que os
ateus apresentan1.
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NATURiZA DE DEUS
A nôssa inteligência é limitada, e não pode co
uh ••cer a Deus todo qua1ito é. O Infinito não cabe
no finilo. Tambem não podemos ver a Deus, e�.
tn smo que ,o víssemos, não o poderíainos co1npre
der: vemos o mar, porém não o podemos· apanhat
n · mão. Podemos, entretanto,. conhecer alguma coi
sa da natureza de Deus, por nossa razão, e o mais.
nós saben10s porque o próprio Deus se revelou.
Um só Deus
A Bíblia nos diz claramente que há um só Deus.
Por ord m de Deus foisés falou ao povo: "Ouve,
0
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nossa própria razão nos ensina isto. Deus só
J)Ode ser o Soberano Senhor, sendo um só. Se hou
,, se dois, ou um dependia do outro ou não de
P 'ndia. Se dependesse já não seria soberano. Se
não dependesse, tambem não s ria soberano, por
t1ue havia alguem que não lhe era subordinado.
HA UM Só DEUS, E NÃO PODE HAVER MAIS
Ql E Ul\11.
Nomes de Deus
Bíblia empr ga varias expressões para desig
nar o erda,deiro Deus. Os nomes El e EliJn são os
mais antigos, e significam - o que é poderoso.
Elohim quer dizer: o D.eus verdadeiro, e é muito
usado na Bíblia.
O n01n que mais -comument aparece no Anti
;:;o Testamento é Jeová ou 1 avé, que significa o Ente
Supremo ou o Criador. Quando Deus apareceu a
Mois 's, disse: "Eu sou o que sou. E disse: Assim
dirás aos filhos de I ra · l: Aquele que é, mandou
me a .rós' . De-pois chan1ou a si mesmo de Jeová
(J hovah) e acr scen tou: "Este é o meu nome"
(Ex 3 14 e 15).
Outro nome tambem comum no Antigo Testamen
to é Adonai que significa O· Senhor, e indica o su
prc�o domínio de Deus sobre todas as coisas. O
próprio D us se denominou assim, falando outra
vez a Moisés. "E o Senhor f lou a Moisés, dizendo:
Eu sou o Senhor, que apar cí a Abraão, a Isaac, e
a J acó, como ,o D us onipotent : 1nas não lhes re
velei o meu nome Adonai" (Ex 6, 2 e 3).
No Tempo do Advento há uma antífona que diz
assim: "ó Adonai, e chefe da casa de Israel, que
apareceste a Moisés na cha_ma da sarça ardente, e
lhe deste a lei no Sinai, vem para remir-nos na for-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 27
ça de teu braço". Agora, quando encontrarmos es
tes nomes na Bíblia ou na Liturgia, já sabemos o
que quere1n dizer.
Modos de falar
Ap saT de ser puro espírito, Deus .s mostrou al
gumas vez (' aos homens om formas s.ensiv is. Foi
assim que apareceu a Abraão en1 forma de viaj an
te (, j a o Gn 18, 1-8). I to era necessário, porque
não podemos cr a Deus tal qual ele �. "Ninguem
jamais viu a Deus", diz o Ev • ngelho de são João
(1, 18). É por isso tambem qÚe a Bíblia fala em
mãos, olhos, ouvidos de Deus. É uni modo de falar,
para podcnnos compr ;,end r as perfeições divinas.
Assim compreendemos mais facilmente que Deus
age, vê ouve, etc.
Assim ta1nbem se explica que representemos
Deus com un1a figura humana.
ATRIBUTOS DIVINOS
Vamos estudar algumas das perfeições de Deus,
pois não é possível estudar todas. Quanto melhor
conhe ·ermos o Senhor, lanto mais nós o amare
mos. D jx mos a nossa inteligência penetrar •em
Deus como uma barquinha que vai pelo mar a den
tro. E, quando tivermos dificuldade de compreen-.
der, façamos a oração que santo Agostinho f.azia.:
"Senhor, que eu vos conheça".
Deus é eterno
As coisas que ·exi�· tem começaram a existir e te
rão um fim. lVIas Deus nem começou a existir, nem
terá fim.. Deus existiu sempre, e sempre existirá.
A nossa alma não terá fim, mas teve princípio;
por isso não é eterna, mas sim imortal.
Quando Deus falou a Moisés no Sinai, disse: "Eu
sou aquele que é'·'. Istó é a mesma coi·sa q;ue se dis
sesse: "Eu sou eterno". Nunca teve princípio. Quan
do não existia nada das coisas criadas, Deus exis
tia. O Salmista (89, 2) diz: "Antes que os. montes
fossem feitos, -ou que a terra e 0 mundo fossem ar-
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mados, tu � s D us d sd toda a eternidade por
todos o séculos". E ,quando todas a,s coisas acaba
ren1, Deus continuará a xistir do mes1no modo:
' o princípio S nhor, fundaste a terra, e os céus
são obras d - tuas mãos. El-s perecerão, mas tu pcr
rnaneceris" (Sl 101, 26 27).
Os argumentos que demos para provar a xis
tência de Deus provam tarnbem que ele é eterno.
Se tivesse princípio, qu m lhe deu o ser'?
Deus é imutavel
Nós mudamos d vanas •maneiras. 1:Udamos ou
porque adquirin10s qualidad s que não temos, ou
porqu au1nentamos os nossos conhecimentos, ou
porqu perd mos alguma coisa, ou porque deixa
mos de querer o que anies queTiamos, ou, finalmen
te, porque passamos de um lugar para outro.
"JJ1as nenhu1na de ·tas mud(uiças pode luw.er em
Deus. Ele não adquir � qualiclacles, porque tem to
.das as qualidades em grau infin·to. Não aumenta
-em conhecimentos, porque conhece todas as coisas
passadas, presentes e futuras, desde toda a eterni
dade. Não perde coisa alguma do que tem em si
mesmo, porque então já se tornaria imperfeito. Não
deixa de querer o que antes queria, porque isto se
dá, ou porque antes queríamos uma coisà má, ou
_porque abandonan1os q bem para querer o mal -
e isto é contrário à perfeição. l\7ão muda de lugar,
porque está em toda parte. Portanto Deus é iJnu
tavel.
Ele mes1no disse, falando pelo profeta lVIalaquias
(3, •6) : "Eu sou o Senhor e não mudo". Pelo profeta
Isaías (46, 10), diz a mesma coisa: "As ,minhas re
soluçõ s são imutaveis". A Bíblia diz que Deus se
arrependeu, ou se irritou, etc.; mas isto é um modo
de falar, par.a podermos entender.
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Deus é intenso
Deus está 'm toda parte. Enche e penetra tudo
·om a sua presença. Está pres·ente pela sua ciên
·ia, pôrque conhece todas as coisas; por seu poder,
porque age em todas as coisa que foram criadas
são conservadas por el ; por ua substân ·ia, por
que a sua pr sença é real e não apenas moral.
Não �ó Deus está p;resente a todas tts ·cojsas que
xistem, mas . stará tambcm e·m tod·as as que vic
rcn1 a existir. É claro: o Infinito nunca pode s r
contido no limitado.
É por isto que a Sagrada Escritura diz tantas ve
zes esta verdade: "Para ·onde fugir i da tua presen-
·a? Se subo ao céu, tu lá estás; se desço ao inferno,
nele te encontras pres-nte. Se eu tomar asas ao
romper da aurora, e for habitar nas extremidades
do mar, ainda lá me guiará a tua mão e me tomará
a tua direita" (Sl 138, 8-10). E são Paulo d'iz que
'nele nós viv mos, nos movemos e xistimos" (At
17, 28).
Alguns fatos da História Sagrada mostram isto
muito b�m. Caim quis se esconder de Deus, mas
isto é impossivel: a voz de Deus o chamou e ele foi
repreendido e ,marcado por Deus ( Gn 4). Tambem
o profeta Jonas quis fugir da pres nça de Deus e
não p_ôde (Jon 1).
ATRIBUTOS POSITIVOS
Os atributos que estudamos na lição passada cha
mam-se atributos n 'gativos, porque ll les dizemo·
mait;; o que Deus não é, porqu, afastan1os de Dens
as imperfeições. Vamos agora stndar os atributos ,
positivos, no quais afirman10s as perfeições que
en1 Deus existem.
O poder de Deus
O poder de Deus -é igual ao próprio Deus. Ora,
Deus é infinito· logo, o seu poder é tambem infi
nito. É por isso que se chama - onipotência. No
Credo,. nós dizemos: "Creio em Deus Padre, todo
poderoso". Deus pode fazer tudo o que nós possa
mos imaginar. As únicas coisas que Deus não pode
faz,er são as que constituem imperfeição, porque
Deus é infinitamente peTf eito, e. não pode, por
exemplo, pecar, on enganar-se. Deus tambem não
pode fazer coisas que são, por si mesmas, impossi
veís, ,como um círculo quadrado.
Mas as coisas ,qu não são absurdas, nem consti
tuem imperfeições Deus as pode fazer, mesmo que
elas nos pareçam impossíveis. Ele pode fazer com
que o fogQ não queime, como fez com os 3 jovens
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11n {' rnalha de Babilônia (ver Daniel 3, 19-23). 1'.o
dos os milagr são obn1s da onipotên in divina.
EscTi tura tá cheia de palavras que indicam
CI
A bondade de Deus
A bondade de Deus ·é inseparavel da sua essên
·ia. Bom, por ,essência, só Deus; .a bondade das cria
Luras é participada. Por isso, diz Jesus no Evange
lho: "Ninguem é bom, senão só Deus" (1\ic 10, 18).
Bom por essência, Deus an1a necessariamente o
h m e detesta necessariam.ente o mal. A bondade
•m nós tambem consiste e-m amar o bem e detestar
o mal. Mas •m nós isto pode deixar de xistir, por
impcrf,eição. Em Deus, não; isto é necessário, quer
dizer, não pode deixar de ·er assim.
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De1:is ama todas as criatzu.·as, porque todas fo
ram feitas por ele, e f oran1 feitas bo-as·. Na história
da criaçao do inundo, a Bíblia diz qu • D· us viu
todas as coisas qu tinha feito, eram muito boas''
(Gn 1, 31). Todas participam da sua infinita bon
dad
Deus mna espe ·ialmente os hotryens, p·orque são
as criaturas visiveis n1ais perfeitas, que n1ais parti
ipam la ua bondad". Isto se prova pelo que Deus
ten1 feito em benefício dos ho·mens.
E ama ainda rnais os justos porque mais se apro
ximam da sua infinita bondade. E quanto mais san
tos, mais amados de D.eus. "Con10 o Deus de· Israel
é bom para o que 'd.O retos de c01·ação ! ' (Sl 72, 1).
Para el re · rva doçuras, prot .ção e defesa (ver
o salmo .30 19-23) · faz con1 "que todas as coisas
concorram para ,o bem dos que o amam" (Rom
8, 28).
Mas ama tambem os pecadores, porque ainda
conservam algu1na coisa de bom· e porque quer que
eles se salu m. A sua bondade se revela perdoando
aos pecadores dando-lhes tempo para se arrepen
detem, e às vezes mesmo castigando, para eles cai
rem 1n si e ·se salvarem. A bondade de Deus é tan
ta que espera até à última hora, como fez com o
Bon1 Ladrão, e acolhe a todos os pecadores que se
arrepend n1; seja qual for o número e a gravidade
dos pecados (ver as parábolas do Evangelho a este
respeito).
ias o amor d'e Deus aos pecadores não se pode
manifestar como se m-anifesta aos justos. Porque
no justo tudo é amauel aos olhos de �eus, mas no
pecador há o pecado que Deus é obrigado a detes
tar, .e que �uitas vezes cast�ga mesmo neste inundo.
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A justiça de Deus
A justiça consiste em dar 'l cada un1 o que lhe
pert nc·. Nós sab mos •que �'D us dá a cada um
. egundo •as suas obras" (Mt 16, 27.). Os homens co-
1netem muitas injustiças - ou porque não conhe
c ·m b.en1 a causa que julgam; ou porque são capa
zes d querer ·ondenar um úwcente ou absolver um
r·ulpado. Mas em Deus não pode haver nada disto:
Ele conhec tudo, não pode qu r-r o mal. "Deus
não faz acepção de pessoas", diz são Paulo (Rom
2, 11).
E não há nada qu e cape à justiça de DetLs. As
muiore coisas, como as m nores, receberão a sua
recompensa ou o seu castigo. Se Deus vai tomar m
conta até as palavras inuteis ·que tivermos dito
(lYlt 12, 36), vai tàmbem recom · pensar até um copo
d'água clado en1 seu nome (Id. 10, 42). As recom
P nsas e os castjgos são ·distribuídos . m parte nes
l - mundo, mas a ,iustiça de Deus só se exercerá in
lci1 amente depois da nossa mort . (Ver na História
agrada corno o povo israelita Ia ca tigado ou xe
ompensado, conforme fazia o mal ou o bem) ..
Para viver a doutrina
1. Diante do poder de Deus podemos bem ver o
noss-o nada, a nossa fra,qu za. É meu dever sub
meter-n1e humildemente. S ria uma loucura revol
tar-nos contra nm Poder Infinito. "Humilhai-vos
sob a mão poderosa de Deus, para que ele vos exal-
1 no tempo da ua vinda" (1 Pcd 5, 6). Quer-o to-
1nar este conselho d- são Pedro, e aceitar tudo o
c1ue me enviar aquele· que tem sobre mim todos os
direitos e uni poder infinito.
A onipotência divina tambem me enche de con
l'iança em Deus. O auxílio divino me pode vir, mes-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 37
mo nas mari.s .gr·:iv s dificuldade , quand.{> 11ada
fosse possível aos homens. O Deus que ab;viu o Mar
I
V rmelho para Moisés passar (Ex 14 15-22) e
mandou o anjo tirar são P,edro da prisão (At 12, 7)
m :, pod:;, valer, se eu fizer por m recer.
2. A bondade de Deus n1e obTiga a a·1ná-lo. Foi
,ele 'qu primeiro me amou' (l Jo 4, 19); amá-lo é
portanto, obdgação minha. E quanto n-1.ais eu o
amar, 1nais serei amado, porq11 Deus nos an1a na
n1edida m que praticamos o bem.
Para isto, que1.·o 1npregar os meios: fugir das
ocasiõ" d ' pecado, recorrer frequenten1ente à ora
ção (principalmente de manhã -e à noite), confes
sar-me a 1niudo, para garantir a perseverança.
Não quecer.ei de louvar a Deus pela sua gran
deza e ac:rrad cer-1he a sua bondade. Lembrar-me
ei disto particularment na oração da manhã e no
"Glória" da santa Missa.
Imitar a bondade divina, amando ao próximo,
perdoando aos que me ofenderem, fazendo o bem
a todos.
3. A justiça d Deus m'e faz tremer. Eu prestarei
contas da minha vida a Deus. Os santos pensavan1
nisto tremendo. Eu p1 eciso de pensar nisso muitas
vezes. Nas ocasiõ · s de perigo, pensa1�ei nisto. "O
temor de Deus é o princípio da sabedoria" (Sl
11.0, 10).
Sinto un1a grand ·. con. olação, pensando na jus
tiça divina. Quand'o sou acusado de males que não
fiz, quando faço o bem e me acusam, quando tor
cem as minhas intenções, quando não r,ecebo a pa
ga dos meus trabalhos - tenho certeza de que um
dia tudo se acer'tará. Dai-me, Senhor., resignação
para sofr r toda' essas coisas, e ·aumentai minha
confiança em vós. 'Eu esperei en1 vós, S-nhor, e
não serei confundido eternamente" (Te Deum_).
38 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
QUESTlO ARJO. Que são atributos negativos e posiU
, ,·? Como se nten'de o pod r de Deus? Quais são as
e· i as que Deus não pede fazer? Provas da Bíblia. De
,1u modo Deu· age? Explique a palavra de Cristo: "1 in-
uem é bom, senão Deu.". Qual a diferença entre a bon
d,\ lé d� Deus e a nossa? Por que Deus ama particular
mente o ju tos? Como Dens ama aos pecad-:�es? Se lhes
, l i�serem: Deus é bom; não pode ondenar ninguem ao
inferno -- você que resp0n clerá? Exponha a doutrina so
lu·e a ju tiça de Deus: D -stes tres alri])Lltos, que conclu
sões podemo.· tirar para a nossa vida cristã?
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 39
Muito mais claro ainda é o que nosso S nhor disse
aos Apóstolos: ."Id e ensinai a toda as gentes, ba
tizando-as em nome do Padr , do Filho, e do Es
pírito Santo" (Mt 28, 19).
Iguais e distintas
Acabamos de ver que em D us hó. tres pessoas.
Já sabemos que só pode existir um D us, e portan
to sabemos que elas não são tres deuses. As Tres
Pessoas são divinas, e, por isso mesmo, são perf ei
tamente iguais, embora sej a111 realmente distintas.
Que elas são distintas não há dificuldade, pois
já vimos qu,e aparecem as tres de uma só vez, q1:1e
40 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Cristo ped -ao Pai, qu.e fala le um outro Conso
hdor que será enviado e1n seu nome etc. Tudo isto
indica que são distintas.
Qu são iguais o Evangelho tambem mostra. "Eu
e o Pai somos u1n", diz Jesus (Jo 10, 30). E o Espí
rito Santo é chamado o "Espírito de verdade que
procede do Pai" (Jo 15, 26). Se procede do Pai, é da
mesma natureza, e, portanto, é igual ao Pai.
42 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
SS. TrindadQ é o t rn10 da nossa vida, o nosso
d 'tino final. Por isto, a nossa grande preocupação
s rá servir a SS. Trindade. "Que te aproveita dis
putares sabiamen,te ·sobre a Trindade, se, por falta
d , humilda d lhe d sagradas?" (Imitação de
Cristo).
OS ANJOS
Há na criação, uma série gradativa de seres, que
vai desde os simples minerais até às substâncias
puramente espirituais. Destes últimos não podería
mos saber a existência por nossa razão apenas, mas
li conhecemos pela Revelação. São os Anjos, que
vamos estudar.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br ·45
parece tambem indicar qn os anjos rebeldes qui
s ram ser icruais a D us.
São João rlescreve, no Apocalipse, a grande bata
lha, em que são lVIiguel e o seus anjos venceram a
Lúcifer com os dele, tendo estes sido precipitados
do céu, onde não há mais lugare.. para eles (ver
Apoc 12, 7-12).
Papel do demônio
1) Tentação. Os de·mônios procuram de muitos
modos, levar-nos ao pecado, por meio da tentação.
Foi o que acont ceu com os nossos primeiros pais,
com Judas e com Ananias (ver Jo 13, 2, 27 e At
5. 3). Ao próprio J us o demônio tentou (Mt 4, 3-
10). E ão Pedro nos adverte de que ele vive "· m
torno de nós, como um 1 ão que ruge, buscando a
quem devore" (1 Ped 5, 8).
O demônio nenhum pod.er tem sobre a inteligên
cia e a vontade do homem. Ele pode nos incitai' ao
pecado, mas não nos faz pecar: só pecamos, se
qu r mos. Mas ele pode agir direta·mente sobre a
nossa m mória, imaginação e sobre os sentidos. As
sim, m�smo contra a nossa vontade, podemos ter
reco.rdações e imagens más, e maus movimentos. É
claro que não pecamos, se não queremos estas coi
sas. Deus nos dá sempre a força necessária para
nos conservarmos.
2) Obsessão. O demônio pode tambeim atacar os
homens corporalmente, ao mesmo tempo que os
atormenta com graves tentações, na ·me<fida que
Deus permite. É o que se chama obsessão. Nestes ca
sos, ele age sempre de fora (ver, sobre isto, o Li
vro de Jó).
3), Possessão. Mas na possessão, o demônio entra
para o corpo ela pessoa, e se apodera dele, e aí fica
usando dos seus sentidos e membros, produzindo
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atos insólitos e maravilhosos. O Ritual Romano,
dando as orações próprias para o exorcismo d0
demônio nestes· casos, dá os sinais da possessão:
"falar língua desconhecida, revelar coisas ocultas
e distantes, mostrar força superior à idade e con
dição", te. Os Evangelhos dão vários casos de pos
sessão, em que o demônio maltratava os snjeitos,
já tirando-lhes a vista, a audição e a fala, já os
subrnet ndo a tormentos corporais (ver os casos de
possessão nos Evangelhos).
4) Astúcias. Inimigo da felicidade do homem, o
demônio tem feito ludo para nos privar do bem.
Um olhar pela história mostra os seus esforços para
destruir a religião a vercladeira liberdade a civi
lização cristã, a paz, a moral, etc. Apodera-se dos
grandes inventos (impr -'nsa, cinema, rádio, aero
plano, etc.), par transformá-los em instru1neutos
dn mal. Uma das 1naior s astúcias do demônio é
apresentar o mal com um aspeto agradavel, dan::lo
lhe nomes atra'entes como civilização, progres.10,
volução dos tempos, e outros, - e fazer h1do ic;to
ele maneira a não se descobrir que é ele que está
agindo.
O Anjo da Guarda
Para nos d.ef nder de todos os males do corpo e
da alma, e principalmente das tentações e perigos
do demônio, Deus nos confiou a um Anjo, que cos
tumamos chamar o Anjo da Guarda. A Bíblia mos
tTa muitas v zes os Anjos protegendo e defendendo
os homens. E Jesus disse, falando das crianças: "Os
seus Anjos vêem sempre a face do Pai (Mt 18, 20)
(ver o Livro de fobias, todo ele cheio da assistên
cia do. Anjo são Rafael ao moço).
A Igreja tem uma festa especial em honra dos
Anjos Custódios, a 2 de outubro.
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� ensino comum que tambem a comunidades
têm os seus Anjos da Guarda. São Miguel que ern.
o Custódio da Sinagoga, ' agora da Igreja. T'am
hem a nações, as dioceses, as comunidades religio
sas e outras instituições de maior vulto terão os
seus Anjos da Guarda.
48 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
rns dos Anjos? Como se deu a queda dos AnJos? Qual foi
o pe ·ado que cometeram? Por que não terá Deus poupa
do os Anjos, ·orno pouporr aos homens? Explique o que
é tentação, obses ão posse ão. Qual a ação do demô
nio no mnndo atual? Qual o papel do Anjo da Guarda'?
Que conclusões tirou para a sua vida?
O HOMEM
Meio termo entre as coisas puramente materiais
t os Anjos, constando, ao mesmo tempo, de c-orpn
(matéria) e aln1a (espírito), o homem ocupa sin
gular posição entre as criaturas. O seu estudo nos
importa de modo particular, porque, estudando-o,
stamos rstudando a nós n1esmos.
A criação do homem
A Bíblia narra assim a criação do homem: Deus
disse: ''Façamos o homem à nossa imagem ·e se
melhança. E criou Deus o hon1:em à sua imagem"
( Gn 1, 26 e 27). E explica: "O Senhor Deus formou,
1 ois, o homem do barro da terra e inspirou-lhe no
rosto um sopro de vida, e o homem tornou-se alma
vivente" ( Gn 2, 7).
Por aí s vê qa o primeiro homem foi criado
por Deus ·'m ,corpo e alma. É, portanto, falsa a opi
nião dos que pensam que o corpo humano se tenha
forn1aclo por evolução de outros organismos infe
riores, mesmo se nsinarcm que Deus criou direta
ment a alma. Tamh m cientificamente é falsa
sta opinião. De fato, nunca apm·eceram os exem
plares da transformação, os tipos intermediários
entre o ma aco e o hon1em.
Seria infantil pensar que Deus fez Adão como
nós fazemos .um boneco de barro. Lembremo-no·s
do modo pelo qual Deus criou: "Disse ,e as coisas
foram feitas".
Doutrina.http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva. - 4 49
O estado de Adão
Composto de corpo alma, Adão recebeu de Deus
os dons que constituern a natureza humana, isto é,
tudo o que é necessário para poder s r homem. São
a sensibilidade, a inteligência ,e a vontade, os cha
mados dons naturais. Estas coisas são 'essenciais à
natureza humana: em elas não há o homem.
Além disto, Deus deu a homem outros dons, que
ampliavam aperfeiç.oavam os dons naturais. Isen
tou-o da conczzpiscência desenfreada que nos incli
na desordenadamente para as coisas sensíveis; deu
lhe todos os conhecimentos de que el,e tinha neces
sidade para atingir o seu fim (is nção da ignorân
cia); oonf riu-lhe a imortalidade· garantiu-lhe
uma felicidade perfeita, em que o preservava da
dor .e das penas do trabalho. Estes dons foran1
acrescentados por Deus, não eran1 <levidos à na
tureza humana. Chamam-se dons preternaturais.
Deus fez muito mais com Adão. Elevou-o ao es
tado sobrenatural, dando-lhe a graça santificante.
'r ornou o ho1nem participant:e da natureza divina.
De simples criatura fez com que o homem se tor
nass /ilho adotivo de Deus. É o estado de graça,
o dom sobrenatural, pois que está acima de toda a
natureza criada.
A queda
D us não quis <-JU <lão ficasse com tudo isto gra-
tuitamente de tod'o. Para que ele pudesse m recer,
submeteu-o a u1na prova. "Tomou pois, o Senhor
Deus o hom m e o colocou no paraíso de delkic s,
para que o cult ivass - e guardasse; ' lhe deu um
preceito, dlz·endo : Come de todas as árvo.res do pa
raiso, mas não comas do fruto da árvore, da ciên
cia do bem e do J?ªl; porque, em qu�lquer dia que
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comeres dele, morrerásH (Gn 2, 15-17). Adão, po
rém, desobedeceu. Tentada pelo demônio, Eva ti
rou o fruto da árvore cmneu e d pojs deu a seu
marido, que tambem comeu (v r o cap. 3 do Gê
nesis). É isto o pecado original.
Consequências
Com isto, o homem perdeu todos os don prr;ter
naturais e sobrenaturais, que •tinham sido acres
centados à natureza humana. Perdeu o direito ao
céu, onde só podia entrar. ·pela graça divina. Por
isto se diz que o pecado original fechou o céu. Foi
·astigaclo ·om a morte: "tu és pó, em pó t hás
de tornar; - com as penas e dificuldades do tra
balho: "comerás o pão com o suor do t u rosto";
- log percebeu que estava despido e se envergo
nhou; - e foi expulso do paraisa.
Quanto aos dons naturais, Adão não os perdeu,
po1 que são essenciais à natureza humana. Mas eles
se enfraqueceram e desorganizaram. A inteligên
cia se obscureceu, ficando com dificuldade para
conhecer a verdade, com facilidade para cair em
rro, e se inclinando mais para o conhecimento das
coisas temporais do que pa.Ta as eternas. A vonta
de se enfraquec u na busca do bem, sentindo di
ficuldades para a virtude, porque ficou inclinada
para o mal e para os bens sensiveis. A sensibilidade
se desenvolveu demasiadamente, rebelando-se con
tra o espírito, e, muitas vezes, venc-endo-o, porque
ele stá -enfraquecido.
Esta de· rdern é o resultado do pecado original,
e é o estado em que estamos atualmente constituí
dos, porque a situação, que Adão criou para si com
a desobediência, passou a todos os seus descenden
tes, xcet à Santíssüna Virgem Mada e Jesus
Cristo.
4* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 51
Nossa situação
A ,existência do p cado original é das questões
majs imporlcmt s p ra nós. Con1 isto compreende
mos a nos a situação: mistura de aspirações ele
vadas e inclinações vergonhosas. Há em nós como
dois homens. Até os pagãos sentem isto. O poeta
latino Ovídio se admirava: 'Vejo as coisas melho
res, aprovo-as, e sigo as peores".
Todos nos s-entimos inclinados de mais para as
coisas s•ensiveis para a que nos agradam, mes1no
que contrariem o que <l y mos fazer. É uma luta
constante ntre o homem r > spiritual e o homem ani
mal.
lsto s-e nota <lesd a prim ira infância, ·e em to
<los nós, uns mai outros m nos. É a -ondição de
todos os desc ndent ·'S d'c Adão.
52 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
do-as pela força do espfrifo. É a -v.ontade que há-de
go-\ ernar as paixões - e não as paixoes que go
, ernarão a vontade.
Deven10 exercer uma ontínua vigilância, por
qu ·, a· paixõ s pod m a cada 1nom "nto saltar para
além dos limites. Assim, con10 quem monta um ca
valo bravo nao pode descuidar das rédeas.
Quanto maior don1ínío :>� ercermos sobre as pai
x,ões, tanto 1nais faciliclacle teremos em vencê-las
no momento preciso. Elas s�o como uma mola que,
onstantementc e:x.ercit� da, s torna de facil e bran
do manejo.
Este ex rcício d domínio , <.1overno das paixões
é o que se chama - n1ortificação. A mortificação
é, portanto 1 un1a necessidade para podermos viver
d e a ·ordo co1n a razão, a conci �ncia e a fé; para
não sermos rruiados pelas nossas tendências inf.e
nores.
Mortificação é o esforço que. fazemos para con
servai· t sensibilidad no seu lugar, como era no
homen1 primitivo criado por Deus. Procuramos re
compor a ordem que o pecado destruiu: é o traba
lho da mortificação. Ela contém os exageros da•s
paixões.
É ünpossivcl dominarmos as nossas n1ás tendên
cias sem isto. Eis por qu nosso enhor fez da 1no1!
tificação i.una exigên ia essencial: 'Se alguem
tJUCr vir após mini, r nunci a si mesmo" (Mt
16, 24).
É v rdad • que, :e não nos mortificu..nnos nas coi
sas licitas, não nos saberemo· ·onter nas ilícitas.
Como tambem, se não nos mortificarmos nas coi
sas pequenas, não nos conteremos nas grandes. E,
se não nos mortificarmos s,empre, não nos sabere
mos mortificar quando fôr mais necessário.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 53
É por i to qu •' noontramo' a mortificação vo
luntária tão praticada na viela dos ."antos, alguns
do· qwü,· · mn u t; ao hcrois1uo. Eles sabiam qu ),
ruanto mais don1ina<lo e v "ncido o bom m ani
mal l-lnto ais facH ::i tarefa do bom -m espiritual.
QUESTIONARIO. Como se cl 'll fl ·ri ação do homem?
Que d.c\�cmos pensar da evnlu��ão? Em qne cst.tdo rfou
D us e homem? Ç_uajs s.:ío os d ris naturr.üs, 1weter
nut11rais e sobrenaturais? Corno se deu a queda? >uais
as cons quênda:-; d.esta lcsobediênciu? Qual o estado atual
do ho-m m? C mo f·i aram os nossos clon: naturais?
Como poderemos corrjgfr esta tiesordem? Qual o papel
da inoi'lific.ação '?
PROMESSA DO SALVADOR
Deus casLigou os A:nj o iinediatamente, conde
nando-o ·10 inferno. Os Anjos 'ran1 1nnito mais
_perfeitos: o seu p cado foi muito mais grave. O
pecado deles foj pessoal, não atingia a niais nin
guen1; ac va so qu -' o de Adão intcressa-va a todos
os h01nens. O Anjos não tinhan1 sido iludidos por
ninguem; nquanto que· Adão Unha sido enganado
pelo demônio.
Por i, o, e muito mais ainda por sua inf'in.ita
bondade, c11lis Deus perdoar ao homem e salvá-lo.
A promessa
Alí nl' smo� no nwmenlo ezn que aplicava casti
gos aos nos�o · primeiros pais, D us falou à ser
pent-, dizendo: "P rei inilnizades entre ti e a 1nu
lh r, ·ntrc a tua d scendência -e a dela. Ela te es
mng rú n cab ç·:t" ( Gn 3, 15). Por estas palavras
o Senhor prometia destruir o poder de Salanaz so
bre o Jwn1em. Entre �s sequaz,es de Satanaz e o Fi
lho da mulhel' privilegiada sena estabelecid•a a
inimizade.
54 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Era o Salvador prometido ao homens. Nã,o es
tava tudo perdido. Deus não ab ndonara a huma
nidade. O homem viu o que tinha perdido, a que
estado ficou reduzid'o. J\1as tinha uma grande es
p rança: seria salvo. Voltaria à primitiva felici
dade. A g1aça divina voltaria. Ele seria, de novo,
filho de Deus. No meio das suas tristezas, do des
gosto de ter perdido tantos bens, os homens aguar
elariam o cun1primento d.esta promessa. Desde
aquele momento, todas as vistas se voltaram para
o Redentor prometido. Ele seria o centro das pre-
cupações dos hom,ens, porque era a esperança da
felicidade.
Mantendo a esperança
l\1as a inda do Redentor tardou. Um cálculo de
4.000 anos fixa o tempo que se passou entre Adão
e Cristo. Outros acham, com mais segurança, que
o t mpo foi muito maior.
Durante ,este tempo, os homens se salvaram na
esperança do Redentor. Deus não deixou que .esta
esperança se esfriasse. De quando em quando, re
novava a promessa, como para lembrá-la, para o
povo não desanima.T.
A. Abraão Deus prometeu que "na sua descen
dência serão abençoadas todas as nações da terra"
( Gn 22, 18), querendo dizer que o Redentor ,estaria
entre os seus descendentes. Estas promessas eram
guardadas de geração em geração; eram repetidas
por todos. Aguardava-se com verdadeira ansieda
de o seu cumprimento.
A mesma coisa repetiu Deus a Isaac: "Na tua
geração serão abençoadas todas as nações da ter
ra" (Gn 26, 4). Tambem a Jacó f.ez a mesma pro
messa (ver Gn 28, 14).
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Já se tinham passado mai de 2.000 anos de Adão
, Abra ão. Ao rei Daví r nova Deus a promessa, di
z ndo-lhe que um dos s us descendentes será o fun
<lado � de um reino terno (2 Rs 7, 16).
As prof.ecias
Os profetas eram hom ns a quem Deus conce
dia o privil 'aio d ver a' coisas futuras. Por isto
eram tambem ·han1ado videntes. Gozavam de
grande influência junto ao povo d'e Israel, porque
por eles Deus falava, ora anunciando as suas san
tas vontad � ora ma dando as repree11sões e os
castigos, or f lando sobre a vinda do Redentor.
Levavam, em geral, uma vida santa. Apesar da
grande autoridade (até os rei lhes obedeciam),
foram perse 0 uido e alguns mortos, porqu fala
vam contra os vícios e prediziam os castigos que,
às vezes, não tardavam.
Os profeta anunciaram tudo a respeito da uin
da do Redentor. D sde as maiores coisas às míni
mas, tudo stá prof tizado. Vejamos algumas das
profecias relativas ao Salvador.
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4. S rá urn juiz univ.ersal. Exercerá o seu juizo
ntr as nações" (Sl 109, 6).
Além destas, há muita, outras profe-cias a res
p - ito do Salvador q1.1 há d vir.
Figuras
Fe>ra as prof eia , o Redent r foi anunciado lam
bem por vária fü;nras - pc soa qu r presenta
vam m ponto pequ no as grandes cois�s que o
Messias havia de fazer.
ABEL justo - agrada vel a D-eus, 1norto inocen
temente por ·eu irmão.
NOE, único justo entr,e s homens do seu tempo,
scolhido por D us para salvar o gênero humano
da ruínu do dilúvlo, ofer e u ao SenhoT un1 sacri
fício agradavel, e Deus, por isto, e tabeleceu com
a humanidade uma aliança.
JOSÉ, filho predücto, odiado - vendido pelos ir
mãos, sal vou o s -u povo da miséria.
lV[OIS:tS poupado por Deus do n1assacre das
crianças, passa a mocidade no Egito, livra os is
raelitas do calivei ·o, foi legisla l'or da sua nação e
c-ondutor do s u p vo, o qual 1-vou até à terra pro
n1etida.
JONAS, passando 3 dias no ventre do peixe,
. aindo vivo. E outros.
Para viver a doutrina
A bondad de Deus poupando o homem, dan
dr 1-110s um R dentor, é coisa que nos toca· pessoal
m nt . Devemos agradecer a graça sem par da re••
denção, e aber aproveitar-nos dela. Sem isto, te
ríamos perdido para sempre o estado sobrenatural,
que Jesus Cristo reconquistou para nós.
A Igreja faz passar na liturgia todos os sentimen
tos da humanidade antes de Cristo. Lembra, no
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ciclo lítúrgico, as profecias • as figuras do Messias.
Façamos nos os estes sentimentos, ele modo espi
ritual. Acompanhemos os fatos da vida de Cristo
co1n o 1nesmo vivo interesse que despert�vam as
profecias no povo de Israel, sem squecermos que
eles viviam da esperança, e nós palpamos a reali
da,de.
Para fomentar mais o nosso amor e a nossa gra
bdã a Jesus, pensemos no que seria de nós sem
ele. E introduzamos en1 no a vid o hábito da
ação de graças.
Q E TI.QNAIUO. Por que Dcns poup u os homens e
não os Anjos? Qual a primeira promessa do SaJvndor?
Como se manteve sta lembrança no povo israelita?
Quem eram os profetas? Quais ns principais profecias
,·obre o Salvador? Djvida: a) a vinda, b) a pessoa, e)
a paixão, d) a glorificação. E as principais figuras? Que
sentimentos nos desperta a promessa do Redentor?
O MISTÉRIO DA INCARNAÇÃO
Já vimos que Deus prom teu um -Salvador, ,e o
mandou, anunciando à Virgem Maria que o conce
beu, por virtud'e e operação do Espírito Santo. Esie
mistério do Filho de Deus feito ho1nem é o Misté
rio da Incarnação.
Necessidade da incarnação
A ofensa que o homem f z a Deus com a des
obediênda à sua ord m era uma ofensa infinita.
De falo, a ofensa e mede pela pessoa ofendida. A
mesma coisa tem malícia diferente: se u tespon
do· mal a um igual ou a um superior. Se a dignida
d.e é infinita, a ofensa é infinita. Era o caso do pe
cado de Adão, e dos nossos pecados .
.Pelo contrário, a reparação se mede p,ela pes
soa que a presta, � não pela que recebe. A honra
60 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
tem o valor da pe-ssoa que a faz. Assim, o mesmo
elogio feito por um colega ou por um professor,
varia de preço. O mesmo presente, recebido de um
igual ou do Papa (por exemplo), tem valor dife
rente. Depende da dignidade de quem dá.
Ass_im sendo, o homem pôde fazer uma ofensa
infinita, mas não podia prestar uma rcpaTação in
finita. E só uma reparação igual ao pecado, uma
reparação equivalente, ,era •capaz de satisfazer a
j ustiç.a divina.
As soluções
Deus poderia satisfaze:-se nor mis x·c.ó ·dia �com
uma saiisfação não equivalente, como a que fos
se pr stada pelo homem. Ou pQ ,eriçi perdoar in
teiramente, em exigir J.}.�nhuma sati f a ão._ Mas
isto não daria ao homem conhecer da gravidade
d sua falta, nem bastaria para lavar-lh comp1e
tamente a •culpa. Por isto, Deus quis a reparação
perf.eita, equivalente ao pecado.
Esta devia ser infinita, e só podia ser feita por
Deus, que é o único ser infinito. Para .satisfaz�r
pelo homem, era preciso tomar a natureza huma
na. �Assim poderia representar a humanidade, por
que era homen1.; e, ao mesmo tempo, podia oferecer
un1a Teparação infinita, porque era Deus.
Foi esta a solução que Deus deu ao caso: - a
Incarnação.
União bipotástica
En1 Jesus Cristo, portanto, existem as duas na
turezas: a divina e a humana. Estas duas nature
zas não se confundem nem se misturam, quer di
zer, não perdem as suas propriedades e op,erações.
Mas continuam distintas, tendo cada umá. tudo o
que lhe é próprio. É por isso que Cristo tem duas
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vontades e duas operações, isto é, d�s modos ele
agfr: divino e humano.
Estas duas naturezas stão unidas na única pes
soa do Verbo; forman1 uma só pess,oa - a pessoa
divina de Cristo. Esta união das dua•s naturezas
formando uma só pessoa chama-se - união hipos
tática.
Deus e homem
Tendo as duas naturezas, Jesus Cristo é verda
deiro Deus e verdadeiro homem. Como Deus, exis
tiu sempre, é eterno. Como homem, teve princí
pio, começou a existir morreu. É pelo seu nasci
m nto que contamos os anos. O Brasil foi desco
berto no ano de 1500: qn r dizer, fazia 1500 anos
qu • Cristo na$·oeu.
Sendo verdadeiro homem, Jesus Cristo tinha cor
po . alma hurnana. O e rpo de Cristo foi for1nado
da carne do sangue d n sa Senhora. A alma
humana de Cristo foj criada diretam nte por Deus,
no 1nomen to dn Incarnaç.ão do n1.esmo n1odo qu
a nossa alma.
O Verbo ou o Filho, segunda Pe oa da SS. Trir1-
<lade, f'az.endo-se homem, não deixou de ser Deus.
Nen1 podia d ixar. Permaneceu sendo Deus.
L ndo os Evangelhos nós vemos isto clarmn n
te. São João diz: "No princípio era o Verbo, . o
Verbo . ra Deus . .. E o Verbo se fez carne habi
tou •ntre nós" ( cap. I. É último -evangelho da
Missa). No fatos de na vida, ora age como ho
mem (nasce ten1 forne e sed , cansa-se, te.), or:i.
ag co1no Deus ( cura enf ern10 , Tessuscita mortos,
prostra os soldados -con1 un1a só palavra, é adora
do, os anjos o ser:vem, etc.).
62 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
O Apóstolo ã- · Paulo cl'iz expr, sament '. que J -
sus era "igual a Deus n1 s aniquilou-s . tomando
forn1a d servo, lorn.an.do-s, s •n1elhante aos ho
mens" (Filip 2, 6 e 7).
Uina só pessoa
Ass.im como n1 nós o corpo e a alma forn1am
nmn só pessoa, t mbem em Cristo a na tu reza divi
na e a natur · .za humana forma1n uma só pessoa.
1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 63
s af ast da perfeição. Assim, Jesus mesmo como
homem não podia p car nem errar, nem se en
ganar.
Compreendendo o Evang·elho
Há certas expressões d nosso Senhor no, Evan
gelhos qu - só poderemos compreender bem, tendo
en1 vist, o que acabamos de e tu dar. De fato nos
Evangelhos vemos que Jcsu agia ora por 1una na
tur za ora por outra, qu lguns dos seus atos
c'.
64 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
.T€:sus é o Emanuel - Deus cor osc0. Fez-se par
ticipante da natur,ez.a humana para estar conosco.
' As minhas tlelicias 8âo estar com os filhos dos ho
1
A VINDA DO SALVADOR
Desde que Deus prometeu o Salvador, a huma
nidade inteira o espera a ansiosamente. Era triste
o ,estado a que o homem ficou reduzido depois do
pecado. Cedo os desgraçados frutos começaram a
aparecer. Não tardou que a própria Eva chorasse
a perda de Abel, n1orto por un1 innão ! E os inales
foram se espalhando. Todos sentiam a necessida
de de um Salvador. A história do povo judeu be1n
o mostra.
Doutrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 5 65
A espectativa
Sentindo a necessidade do Salvador, todos aguar
da varn o <.lia da sua eh gada. O próprio nosso- Se
nhor disse no Evangelho: "l\lluitos profetas e jus
tos desejaram v r o qu \ edes, não viram, ouvir
o que ouvís e não ouviran1 (Mt 13, 17). Iniagine
mos a situação d um prisioneiro a quem foi pro-
1netido u1n libertador: a ansiedade co1n que o es
pera. Era esta a situação: lod0s voltados para o
Salvador que havia de vir.
O povo se interessava por saber tudo o que se
relqcionava con1 ele: as pr fecias eram conheci
das, explicadas. Quando He)•ode.s indagou ond é
que devia nas-oer o Messias, re. ponderam imediata
mente: Em Belém -de Judá"; e citaran1 as profe
cias de Miquéas (ver Mt 2, 4-·6).
Contribuir para a vinda do Messias era a maior
honra e felicidade para um judeu. Por isso a este
rilidade era tida como um castigo de Deus. Os ca
sais se1n filhos eram tidos como amaldiçoados, ex
cluídos da ascendência do Messias (ver a aflição de
Ana. 1 Rs 1). De; í tambe111 o desejo que tinham as
moças judias de casar - para poderem contribuir
na vinda do Salvador (v r con10 a filha de Jefté
chorou a sua virgindade. Juizes 11, 29 ss.).
A oração do povo
Passavan1-se os anos, e o Salvador não vinha.
Oh! ,qt1ando ele vjesse. . . Então, pedia-se a Deus
que apressasse a sua vinda. São lindas as oraçõe
que se faziam neste sentido. Ainda hoje nós as re
petimos no tempo do Advento, que lembra a es
pectativa de Israel. ';As nuvens chovam .o Justo;
abra- e a terra, e brote o Salvador" (Is 45, 8). I-Iá
7 antífonas, ,começadas por O, no Advento, que dão
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as súplicas m·ais bonitas de Israel, pedindo o Mes
sias. "ó Sabedoria, ... vem para nos en inar o ca
minho da prudência. ó Adonai,... ve1n para nos
remir na força do teu braço. ó- raiz de Jessé, ...
vem para nos libertar, não tardeis mais. ó chave
d Daví, ... vem tirar o prisioneiro do seu cárcere.
ó ÜTiente, ... vem ilu1ninar os que ,estão nas trevas
e nas son1bras da morte. ó Hei dos Povos, ... vem
s�\lvar o homem que criaste'�. E na última se· sen
te ainda n1elhor a ansiedade: "ó Emanuel, nosso
Rei e L gislador, Esperança dos Povo1:> e Salvador
del s, vem para salvar-nos, ó Senhor, nosso Deus".
Isto é apenas uma an1ostra da lindíssiina liturgia
do Advento, que renova os sentiinentos do povo
esperando o Messias.
Aproximam-se os tempos
Entre as profecias havia duas a qu · o povo
prestava pecial atenção: eram as que marcavam
o tempo em que o Iv.l.essias havia de vir.
A primeira era a de Jacó, dizendo que o Messia,s
apareceria quando o governo fosse tirado aos ju
deus. Ora, isto já tinha acontecido. O povo israeli
ta tinha sido submetido ao império dos romanos e
estava sendo governado por um pagão. A profeeia
havia d se cumprir . Eslava para chegar o Mes
sias. Todos o esp ravam a qualquer mon1ento.
A espectativa e.ra aumentada pela segunda pro
fecia - a de Daniel. E. lavam se completando as
.c;emanas d.e anos que ele profetizou desde o cati
veiro da Babilônia até à vinda do Libertador. Este,
portanto, não poderia tardar.
Era -�ste o estado d espírito do povo j udcu.
5* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 67.
A attunciação
Enquanto lodos •esp ra:van1 a , inda lo Messias, ,
Deus realizava as suas promessas. Era chegado o
tempo. Um dia, mandou D us um anjo, são Ga
briel, dizer a uma jovem de Nazaré, na Galiléia,
que :>[a ia ser a mãe do Salvador prom tido (ver
o episódio em Lc 1, 26-38). D sde aquele momen
to, Maria era a mãe <lo :J\1 s ia,s, que se chamou
Jesus.
Mas o fato se passou em grande sigilo, e só o fi�
cara1n conhecendo algumas poucas pessoas, a ,quem
Deus quis r velar, como -santa Isabel e são José.
O povo nada ahia sobre a Incarnação do Verbo.
A Igreja celebra a festa da Anunciação no dia
25 de março. A ünportância desta festa é evidente:
neste dia começou de fato a obra da Recl. nção, qu_,
Cristo consumon no Calvário.
Nascimento de Cristo
O imperador Augusto mandou fazer o r censea
mento de todos os povos submetidos a s,eu domínio.
E cada pessoa devia inser· ver-se na cidade <le seu
nascimento. lVIaria santíssin1a e seu esposo eran1 de
Belém, da Judéia, e por i so deixaram Nazaré,
onde 1noravam, e fon'lm até Belém. As hospedarias
já não cabiam ninguem, e eles tiveram de se abri
gar numa gruta que servia aos animais. Foi alí
que J esu nasceu. Era un1a strebaria de u.erdade:
com re tos de capim na mangedoura e a sujeira
dos animais pelo chão (ver o cap. 2° de são Lu
cas).
Ninguen1, fora daquela gruta, sabia; mas as pro
n1essas de Deus se cumpriam. O Salvador prome
tido chegara. Ainda demoraria a apaTecer em pú
blico, mas já estava no meio dos homens.
68 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
quel.e aco11tec-ihr.ento, na aparência sem impor
tância era o fato central da humanidade. As gera
. õ s que o precederam, viveram ansiosas por aque-
1 , dia· as crerações fuhiras contarão por -1 o p:ró
P ri tempo. A.quele menino que acaba d nascer
numa r..1ang doura é o entro de toda a humanida
d ', ' o Sah a dor de- todos o homens. Aquela noi
l nunca mais se apagará da memória dos povos.
A Igr j a celebra a festa de Natal no dia 25 de
dez mbTo. Permite a c�lebração de tres Missas:
a prh11eira à m ia noite, ho14 a em qu a tradição
<liz qu J.esns nasceu.
Os pastores e os reis
Se os homens ignoravam o que acontecia, o céu
assistia atento. Os Anf os cantaram a glória de
D.eus ,e a felicidade dos homens, alí mesmo, na
gruta de Belém. E avisaram a 1.uis pastores que es
l·1van1 próximo , p·:1.ra que foss m adorar o Me
nino (ver Lc 2, 8-20).
A segunda l\fissa de Natal comemora a adora
ç.ão dos pastor-s.
Dias depois eh· gmn os Magos, reis do Oriente
guiados por uma estrela, procurand'o o H. i dos
judeus a quem queriam adorar (Mt 2, 1-12). A
lgrej a celebra a adoração dos M.agos no dia 6 de
J ane1ro.
As profecias
� bom observarmos, desde logo como as profe
·ias· vão se cumprindo em Jesus. lVIaria era virgem,
ra da tribu de Judá, descenâente de Davi-. O nas
·imento se deu em Belém, quando os judeus esta
vam sendo governados por gentios. O reis magos
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 69
vieram do Ori'ente com presentes, para adorar o
Menino.
Outras profecias se cumprirão sobre a infância
de Jesus: Ele fugirá para o Egito, e voltará, e irá
morar em Nazaré - coisas tamhem profetizadas.
Registar-se-á o ·doloroso acontecimento da matan
ça dos Inocentes, predita por Jeremias (Mt 2,
13-23).
Tu<lo como estava profetizado.
70 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Depois vem a liturgia alegre do Natal. Um con
.i unto n1agnífico de festas. Celebrar o Natal com
sentimentos cristãos, e não com divertimentos mun
danos. Acompanhar a liturgia. A festa da Circun-
·isão - 1 ° de janeiro. A festa do Santo Nome de
JESUS. Acoshm1ar-nos ao respeito a este nome, e
·\ <l voção. Não poderemos inclinar a cabeça ao
pronunciá-lo, como se faz na liturgia?
O n?.islério da Incarnação deve atrair mais a nos
sa devoção. A genuflexão que o celebrante faz no
Credo e no último Evang lho na l\fissa é em ado
r· ção ao Verbo Incarnado. Fazê-las com esta mes
ma intenção, pronunciando as palavras que indi-
nm a Incarnação do Verbo.
A devoção do An.gelus lembra, ao mes1no tempo,
·t ooperação de nossa Senhora. Rezar o Angelus
p' 1 a manhã, ao meio-dio e à noitinha.
Um p nsamento ele ação d graç.as nos deve
acompanhar: "Deus amou de tal modo o mundo,
que lhe d "U o eu Filho Unigênito" (Jo 3, 16). E
Jesus no· tirou das trevas para a luz, da escravidão
do d· 1nô11io para a liherdade elos filhos de Deus.
Oh! como d "'Vemos an1ar a D us, como devemo-s
s 'r .fi'is a .Jesus, que nos salvou!
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 71
JESUS CRISTO
Não ahe neste livro a história da yjda pública
d nosso S nhor. Embora t nha sid d tres ano
ap nas, é bc stant longa, n1ovilnentada e comple
xa. As poucas no· · s apr ndidas na Hj tória Sa
<Jrada d v m ser completadas •com a leitura cons
tante dos Santos Evangelhos e o estudo de un1a
boa vida d J e u · (1). 1, não pod mos deixar d·
dar aqui, a( menos un1a ião de conjunto. lYiuitas
v -'z s perguntamos: Com . cria J e us Cristo? A
r.sta pergnn ta pr ::1tcnd mo· r spondcr.
A fisionomia exterior
ó pod mos hn ginar ruc J esu tenha sido ho-
1nen1 d - e� traordinári' h � 1 °za. Não de uma bel -
za 'uav do e com nossa Senl ora mas le uma
h 1 za másc11l 'l forl vi ·il con10 d-vcn1 s ·r os ho
n1 ns em todo o seu espl ndor. O salmista tinh·1
profetizado: "Sup ::1ras en1 formosura a todos os ho-
n1cns" ( 1 4-1, 3). imprc são extraordinária qu
1 causa, e. a todos qu · o viam l 'n ia de s r n1.
grand part:>. devida à sua fisionomia.
aqucl semhlan t magnífico l sta a 'a-se o
olhar. Ele m smo disse qu · a luz do corpo stá no
olhar (cfr. 1t 6 22). A g nt- imagina que el te
ria olhos tranquilos luminosos pTofundos olhan
do para os hom .n com uma x·pr ". ão uma for
ç· que os E.vang-lhos nos deixam ntr v r. F i
as jm qu bastou uni olhar de J esu a são P ·'dr
para que o Apóstolo compr. nd ss todo o mal da
ua negação saisse a chorá-la amargam nte' (c.fr.
Lc 22, 61).
( 1) As "V O Z E S" acabam de publicar em portuguê
a excelente obra do P. Willam - "A vida de Jesus, no
,país e no povo de Israel", que é das melhores.
72 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
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Utn homem forte
Jesus não ·Ta nem podia ser um homem franzi-
• no do-ntio. A sua figura denotava um homem
<le crrande igor físico, ,como é facil de ver pelos
Evangelhos.
Era um trabalhador infatigavel. Le ranta-se, ain
da alta a madrugada (Me 1, 35) e desde. a aurora
já chama os Apóstolos para -o trabalho (Lc 6, 13).
O seus dias são cheios até alta noite, às vezes
sem ter n m tempo de comer (Me 3, 20). Mesmo
enquc nto d• scansa um pouco, trabalha, como no
-'pisódio da Sarnaritana (cfr. Jo 4, 6 e ss). E ainda
de noite, ia atender aos que o procuravam (cfr.
J o 3, 2).
Não tinha sequer onde reclinar a cabeça (cfr.
Mt 8, 20), vivendo, portanto, em loncras e constan
tes caminhadas através dos caminhos poeirentos
on montanhosos da Jndéia e -da Galiléia.
Só um homem forte robusto .seria capaz de vi
ver ns•sün.
Um dominador
O E angelho nos mostra Jesus admiravelmente
calmo e impcrturbavel.
Qunndo a ten1pestad' se levanta - a barca parece
naufragar, os Apóstolos se desori "ntam., mas Jesus
c011tinua calmo senhor <la situação (cfr. Mt 8, 26).
Em facc dos inimigos, que lhe propõem que$tões
terriYeis para perdê-lo, cons-rva a mesma sereni
clacle inqu brantavel (Mt 22, 18-22).
O próprio d· mônio não o perturba, nem nas ten
taç.ões do deserto (lVlt 4, 4, 7 e 10) nem nas outras
oportunidades em que fazia o espanto. dos hom·ens
(cfr. Mt 8, 28).
Dominava a todos. Quando pregava, todos reco
nheciam a sua a.utoridade, até mesmo os adversá-
74 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ri s. Os inimigos, por fim, não tinham mais coi-a
g m de lhe dirigir pergunta , porque ele os esma
gava com suas respostas admiraveis. Os próp "'ios
discipulos viam nele uma tão elevada autoridade,
r conheciam nele uma tão grande superioridade
qu , às vezes não ousavam ao menos interrogá-lo
( •fr. Me 9, 31). Ele vivia nó meio <lo povo, amigo
1 Lodos, compadecido ·d·e todos, acessível a todos;
nas era tal o seu poder de domínio que ninguem
lh ousava tocar (lVIt 9, 20) -e, embora atraídos por
l l , se sentiam tambem· tomados de um respeito,
Homem de corag,em
Já vimos como se porta Jesus diante da tempes
h te: os outros tremem apavorados, ele está tran
<p1ilo. Os demônios faz-em o povo fugir: Jesus os
'nfrenta e vence.
Os seus inimigos nao descansam. Não podendo
liminuir o seu prestígio diante do povo, os fariseus
mandan1 agentes para o prender (Jo 7, 32) : J.esus
os enfrenta, e eles nada fazem. Tomam pedras pa
l"l o matare1n (J o 10, 31), J · sus nem pestaneja di
ante <l les. Atiram-se indignados contra le (Lc 4,
:�O), ·' �le em vez de fugir passa corajosamente
p lo meio •deles. Aconselham-no a fugir, porque
l [ rodes quer matá-lo _(Lc 13 31). Ele responde
chamando ao rei de 'raposo" - dizendo que conti
n 11·1rá a sua missão até ao fim.
Era sem dúvida ·por causa dessas coisas que o
p >vo tanto o admirava, porque o povo gosta dos
h mens dominadores e de coragem.
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A bondade de J,esus
Era extremamente bom.
Con1padecia-se dos que ofriam, a ponto •d, mul
tiplicar o pão parc1 aciar o faminto no d ser to
(l\1t 15, 32) - r-ssu, citar moTto para consolar a
pobr· mã chorosa (Lc 7, 14). São inúmeras as
curas que f z, para aliviar os pa lecimentos hu-
1nanos .
.O povo hun1ilde lhe d spertava vivos sentimentos
d· piedade (cfr. ML 9, 3(5; lVI · 8 2). Chama os qu
sofrem e estão s ndo oprimidos prometendo ali
viá-los (Mt 11 28). Atrai os pequeninos e r preen
de o Apóstolos porque os afastam (Me 10, 14).
Trata os pecador s com special carinl o, dizendo
mesmo qu •' les precisam •de mais cuidados, p r
quc são doentes (l\1t 9 12). Tem os seus amigos par
ticulare , aos quais quer tanto bem a ponto de
chorar quando eles morren1 (Jo 11 35).
Mas a, bondad · d Jesus não é uma bondade mo
le e complacent com o 1nal. Diante da hipocrisia
· l d sencadein as sua repreensões seve ·íssin1as
(l\llt 23 14 ss.). ) ver o <l srespeito no te1nplo to
ma o chicote expulsa d ididan1cnt os profana
dore (l\tlc 11, 15). Quando P dro se opõe à sue
mis ão cl o rep 1 ·chamando-o <lc Satanaz (Mt
4, 10).
Um decidido
E ·ta en rgia elo lVIc ·tr bc1n nos mostra a sua
decisão. D sde menino que 1- foi assim. Quando
nossa Senhora o encontrou no t "mplo entre os dou
tores da 1 i, e perguntou por que ele tinha f ito
.aquilo, a resposta foi sta: "Não sabeis qu é ne
cessário que n1e ocupe das coisas de meu Pai?"
(Lc 2, 49).
76 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Mais tarde, quando chamar os seus discípulos,
n prim ira coisa qu ' exigirá deles é esta decisão
pr nta e heroica às vezes. 'D i 'ª que os mortos
t'JÜ rrem os se1<
0 n1ortos" (Mt 8, 22). E chama com
1 in1a tal decisão que eles deixam tudo, para segui
lo (lVIt 1, 16; Me 1, 20).
T m ap,enas 12 Apóstolos, ma se ,esses não qui
,' •rcm cr r nas suas palavras, podem ir-se embo
ra: "E vós tan1bem não 1rre qu rei· abandonar?"
(Jo 6, 68).
Quando Jesus decidiu .u1na coisa, ninguem se lhe
oponha, porque .i á está decidido. Ele sabe o que
quer, sabe admiravelmente querer. É por isto
que ele podia ensinar a s us di cípulos: "Seja o
l u sim, sim, e o t •n não, não' (Mt 5, 37).
Com s-n1elhante mo,do de agir, 1 ama os que
:-;ab -m ser decididos e lhe pro me te enorme recom
pensa (Mt 19, 28), 1na se cntristec ao ver homens
indcd os (Me 10, 23).
O grande prestígio
Vinha de tudo isto o imenso pr stigio d Cristo
no n1eio do po, o, do discípulos dos próprios ini
migos.
A sua vida ra realm nte misteriosa 1ncom-
pr nsivel. Cheio d, misericórdia coin os pecado
re , mas terriv 1 na sua cólera contra os fariseus
- os hipócritas. Obediente à autoridad , chamara
<le Taposo ao próprio rei. Atrai as criancinhas, con
, crsa com ·OS hom ns s1mples e as mulherzinhas
elo povo, mas infun d'e no ' •qu o cercam , um tal
respeito que chega a ser verdadeiro temor (Me 9,
5; 4, 40; 9, 31).
A todos dava a impressão de ser um homem di
f rente dos outros homens. A sua superioridade
era reconh cida até dos inimigos (Me 12, 14).
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Causava maravilha o seu modo •d'e viver. Ele
multiplicara o pão para alimentar o povo, mas dei
xava os Apóstolos padec-er forne. Cura doentes e
ressuscita mortos, mas se cansa a(<:>0nto de dormir
ao relento e repousar ao -longo dos caminhos. Quan
do quis dinheiro para pagaT o in1posto, fê-lo tirar
<la boca de um peixe; mas vivia das esmolas que
lhe davam. Em face da sua vida ,d·e pobre, os seus
milagres são um verdadeiro mistério; mas em vis
ta dos seus milagres, a sua vida é realmente in
compreensivel.
No capítulo seguinte, provaremos que este ho
mem é tambem verdadeiro Deus; mas, mesmo di
ante do povo que não sabia que clle era Deus, o
seu prestigio era tão grande que fazia a-s n1águas
e a inveja dos seus adversários.
Para viver a doutrina
A humanidade vive voltada para Jesus Cristo.
Ele é o "sinal de contradição" (Lc 2, 34), a quem
os homens amam ou odeiam. Mas nós devemos
amá-io, admirá-lo, segui-lo.
Para isto, precisamos de conhecer a Jesus. A sua
vida está nos Evangelhos. Ler e estudar os Evan
gelhos é uma obrigação. É uma necessidade. Só
assim, a figura de Jesus terá aos nossos olhos as
suas verdadeiras prop-orções. Quanto melhor o co
nhecermos,, tanto mais o amaremos.
Uma literatura mal intencionada costuma apre
sentar nosso Senhor como "o -doce e meigo Rabi da
Galiléia", uma figura suave e afeminada. Repila
mos esta literatura. O verdadeiro Jesus era de uma
bondade infinita, porém más-culo, corajoso, deci<li
do, amigo dos pecadores, mas inimigo irreconcilia-
, el do mat
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1 ,a ·a Jesus devem se-r os nosso.s e_ ntusiasmos� ·o
11 •• u rdor, a nossa admiração. Ele é o nosso he-
1 1' i. o nosso ideal, o nosso Senhor.
1
A DIVINDADE DE JESUS
fi�n1bora já tenhamos afirmado, várias vezes, que
J t'SllS Cristo é verdadeiro D.eus, como é lambem
t <'r<lacleiro homem, assunto é muito importante,
t 1n rece um capítulo especial. Basta lerem-se os
t
O filho de Deus
1. Encontram-se no Evangelho muitas declara
ções de Jesus afirinando a sua divindade. A mais
e >mum é ele chainar-se o Filho de Deus. Já o An
j tinha dito a nossa Senhora que Jesus seria cha-
1nndo o Filho do Altíssimo (ver Lc 1, 30-33).
2. Falando ao cego de nascimento, disse-lhe J e
sus: "Tu crês no Filho de Deus? Resl?ondeu ele:
Quem é, Senhor, para eu crer nele? Disse-lhe J e-
8US: Tu o viste, e é aquele mesmo que fala contigo"
(J 9, 35-37).
:3. São Pedro declarou: "Tu és o Cristo, Filho de
l>vu� vivo". E Jesus lhe respondeu: "Bem-aventu-
1·11clo és tu Simão, filho de João, poi-,que não foi a
·11 rn e o sangue que to revelou, mas meu Pai que
l'Hl' nos céus" (ver o episódio todo em Mt 16, 13-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 79
20). Jesus felicita a ão P dro e liz que foi pre.cisa
uma r v la ão d - D us para o apó:tolo ·aber que
lc é o Filho de D us.
4. Nosso Senhor afiTmou con1 j ura1nento, dian
te do sumo sac·erdote. Caifás interroga a Jesus: "Eu
te suplico por Deus vivo que nos digas S•e tu és o
Cristo o Filho de Deus. Jesus respondeu-lhe: Tu
o disseste" (Mt 26, G3 64). E isto eles não ent n
deram nun1 sentido figurado, porque neste senti
do todos nós somo, filhos de Deus. Eles queriam
saber se Jesus ra o Filho de Deus, o Cristo o R -
dentar prometido. Por isto é que tomaram aquilo
como uma blasfêmia o condenaTam à morte.
5. Pode-se ver no Evangelho que st- era o sen
üdo das palavras d Jesus. Ele não se dizia um fi
lho d Deus, mas o Filho de D us. Ele faz diferen
ça quando se r fere ao Pai. Falando dos homens,
diz: ' O vosso pai". Falando de si mesmo, diz: "O
meu Pai". E nunca diz: O nosso Pai. É porque Deus
não é nosso Pai do m smo ,modo que é Pai de Je
sus. E para que isto ficasse ainda mais claro, deno
mina-se o Filho Unigênito: "Porque Deus amou d'e
tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho Unigê
nito" (Jo 3, 16). Não é filho por adopção, mas no
sentido natural.
Outras .expr,essões
Há muitas expressõ s que equivalem ao mesmo
que se Jesus dissesse: - Eu sou o verdadeiro D us.
a) Encontram- e essas expressões nos Evange
lhos. Ele d clara que é maior do que Salomão e
.Tonas (, cr Mt 12, 38-42).
b) Ele é o senhor dos Anjos, os quais chama de
v
"seus Anjos" (l bt 13 41) e estes o servem como
súbditos.
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e) Declara que existia antes que o mundo existis
::) (Jo 17, 5).
Vejam o ·episódio dramático qu são João con-
1 n (8 52-59), no nlon1ento em qu J -sus ctisse que
já era, antes que Abraão fosse criado. "Em verda
d vos digo que, antes que Abraão fosse feito, eu
sou". E os judeus compreenderam tão bem o que
,1e queria dizer, qu quiseram apedrejá-lo.
d) Os fariseus se escandalizam porque os discí
pulos colheram urnas spigas de trigo no ábado.
J -sus lhes declara que '"ó Filho do h01nern ', senhor
alé do próprio ábado" (ver Mt 12, 1-8). Ora, o Se-
11/wr do sábado é Deus.
E muitas outras equivalentes, as quais nã·o pode
rnos citar todas aqui, mas que podem er lidas no
Evangelho.
A doutrina de Jesus
Podemos tanlb m provar a divindade de Cristo
pela elevação e sublimidade da sua doutrina. O que
Jesus nsinou não compara com a doutrina dos
súbios o filósofos. Nada se parec• com ela, n m de
longe.
Os espíritos mais eminentes do mundo pagão
d sconh ciam, pOT exemplo, a dignidade humana,
o amor do próximo, principalmente dos pobres, a
noção de familia, e outTas coisas essenciais. Um
dos maiores m�ralistas pagãos era Catão. Diz: 'Um
82 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
proprietário cui<ladoso d )ve desfazer-se de todos
os instrum ntos inuteis: os arado gastos, -0s cava
los velhos e os escravos idosos . Marco Aurélio,
chamado o imperador sábio, ensinava que é uma
prova de fraqueza se compad cer dos desgraçados.
Aristóteles, que é o maior filósofo do paganis·mo,
cliz que o trabalho é indic.rno d um homem livre;
por isso os gregos consideravam os operários in
dignos do título de cidadãos. Para os pagãos a mu
lher era uma verdadeira escrava, sobre a qual o
marido tinha até o direito de morte. Estes eram· os
melhores pensadores, filósofos e moralistas do pa
ganismo.
Jesus ensinou uma doutrina eh paz, de amor ao
pró;x:imo (mesmo aos inimigos), de humilda,d , co
mo nunca se viu no mundo. Ensinou de modo tão
simples que os mais ignorantes entendem mas ao
m smo t mpo t5o proizincla é a doutrina, que os
maiores sábios não a esgotam.
A doutrina de Cristo está tão acima do qu.e os
Jwn1 ns produziram, que não pode ser de um ho
mem. É doutrina de um Deus.
84 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
risto mostram que e1e é Deus? De que modo? A doutri
na de nosso Senhor Lambem mo!")tra a sua divinda d ?
Prove i to. Que consequên ias tira da divindade de Je
sus para a vida cristã?
A REDENÇÃO
Já vhno l[ll' bastava un1 sün ')] es c.lto ela YOD t·:1.-
l- de J esu Cristo para faz r a r '-'d nçao. ias /,
quis consumá-la p la sua Pai ··ão e ?11orte. Assira
nos o S- nhor nos mo.,trou rn lhor o seu é 1nor e:1
nos ensinou, d·' um modo rnuilo cornprcensiYel, u
'normc gravidade do pecado. A Rrdençrio c-f o fi1J_
mesmo la missão ele J su:: foi para nos r n1ir que
o erbo s fez hom 'm padeceu n1orrcu. f: un)
d s principais mi térios ela nos:a f&.
Noção de redenção
A r ::,e) nçuo con ·i ·t m s' ·cmnpnu· d , no-v o um,
oisa qu · s tiDb· possuído e qu se perdeu. Ora,
nós, h.01n ·ns, Unhamos possuido a graça santifi an-
1 ', que �, amiz·td d D· us e no da, a direito de
t'I trar no e' u. Pelo peca.do de Adão perclen10s isto.
Para podennos readquirir esfa graça é que l mos
n 'Cessi<lade da reclen.ção. A l u1nanidadc preci ê:1"\ a
npr scnl r a Deu o preço corr spond'enl ao bem
p �rdido, afim de podc.r possui-lo de novo. Este
pr ço � ,resus Cristo, conforme vimos na lição
sobre a Incarnação. Por seus n1er- ünentos infi-
11j tos, nosso S ?nhor nos tirou ela escravidão elo d.e
mon.io e: nos f f"Z voltar a amizad' ele Dc'us.
O sacrifício de Jesus
Cristo cleclarou muit s v zcs que a sua rnissão
11< m1u1do era salvar os h01n0ns. "O Filho do ho
m '.I '.l , e10 para salvar o que tinha p ·reciclo' (Mt
1 11).
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Muitas vezes tambem ele indica o modo p lo qual
iria fazer a r - d nção. As:im é que diz qu veio
"para clar a sua vida. m r.edcnção por muitos"
(l\tft 20, 28). a últin1a eia, diss" qu, o s u san
gu - s ria ' d• rramado por 1nLÜtos para re1nissão
elos pecados" (lVIt 26, 28).
Era pre isam nte o que 'slava anui ciado pelo
profeta 1s ias. o cap. 53 diz qu , ele "t mou sobre
i as nossas fraquezns e ·arr .}gou con1 as nossas
dores. . .. Foi ferido por causa das nossas iniqui
dad s foi d· ,·pcdaç,('. do por causa cios nossos cri
me . . . . , , fomos curados por a usa das suas f -
ridas".
O Apóstolo são P"dro djz qu nós 'fon10 ren1i
dos, nno a pr- ço tl, coisas c.01Tuptiv is, como o ou
ro ou a prata, 1nas pelo precioso sangue d·' r1s
to" (1 Pe<l 18 H}).
Foi, portanto, a rnori · de Cristo Cfll' nos remiu
que nos rccondlio11 com Deus, 1ucrecendo para
nós a graçu sanlifi ante • o direito ao céu.
Porque quis
Deus não tinha obrigação de nos r · rnir. A sua
.i ustiça e ·igia a reparaçao. Se não a fizésscn1os,
serímnos castif;ado:. Pois ele não castigou os An
jos? A redenção foi, portanto, um ato de pura bon
dade divina. Jesus padeceu morr 'U p-orque quis.
"Of er · ceu-sc porque quis", diz o profeta .(Is 53, 7).
No Evangelho de sãn João, Jesus diz: "Eu dou
a 1ninha vida para ontra vr-" z a tomar. Ningu 1n a
tira de m·n1 mas eu a <lou espontanea1nentc (l0,
17-18).
E nã.o son1ente disse, porém mostrou que se en
treg,1va livremente, porque, quando os soldados o
fora-m prend r no jardim das Oliveiras, Jesus os
derrt1bou com_ uma simples palavra (ver Jo.18, 6).
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Quem s sacrificari ssim p r mim? Se eu es-
tivesse condenado à n1orte, quem iria se oferecer
para n1orrer em n1eu lugar, para que eu conti
nuasse a viver? ... Jesus /ez isto por mim. Que
amor e que gratidão u lhe devo!
Efeitos da redenção
.Já vimos qu' a redenção consisle em con1pTar de
n )V o ciue se tinha possui<lo e e perdeu.
Aplique1nos isto à nossa reden ão. Estamos lcm
ln ados lo que era o omc antes do pecado ori-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 8 ...i
ginal: perfeição r1os don natm'ais: don pr ter
naturais graça san tüi ·ant . O p ·ado original nos
tirou a o-raça santificant >l> dons pr l rnatunü�
e desoraanizou os d )11 nalnrai .
Que f z a · d"nção?
1. Restituiu-nos a gr iça scmtificant , dando-nos
de novo, o dir ilo cl entrar no e· u, on l" s ·b g.:
m diunte a graça.
2. Não nos r. >, tituiu os dons pr lernaiurais. Con
tinuamos 'Uj 'ito -' igno {me.ia, ú e ncu[.ÍS ên ia,
à dor C' n m d '. l\ias Cristo nos r e u qn a lg
norân ia, a concupiscênc·u : a dores· não no' <lo
mmas ·m nesta vida dando-nos m s1no o poder de
transformar e s nosso· s rr·1nenlos m merC'c1-
1n ni·os.
3. Fez com qn, nó8 pud 'SS 'mos recompor o eq,.U:
líbrio dos dons n ,turais njudad'os p la gra ·a e
.me<li·1nt s esforços qu, d vc1nos faz r (m rtifi-
çao, a e :.ise).
O nosso papel
Alguns pocl ri m l r u1nu iificuldad : S Cris
to m 1Tcu por to los, por qu n 1n todos se sal van1?
Por dois motivos.
O primeiro é qu 0,1; n1crc ·imenlos da Pai.l:â.o
.,, !Jf.ort ele nosso Senhor d v 'n1 ser ap(i- a.dos a ca
da lwnien1 ern parti 'lllar. Assim, Cristo mer ceu a
graça santifi ante para lodos n1as só a rec-be1n
aqu 1- s qu for· m b� tiza los. J e ·us instituiu os a
eram n tos qu <.Hlo a cada p ssoa a araça que l · ·
mereceu para todos s homens. Qú 111 nao re cb r
os Sacram ntos não rcc bc a gra�;�. Quanto i tu·
os frequcntarn1os, mai abundantemente a rcc ..,
beremos.
O segundo n10ti, o é qu' J sizs . ·igLu as boas ·
obras para nossa salvação. "Eu vo .. dei o exemplo
88 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
para que façais assim co1no u fiz (Jo 13, 15).
Ou tan1l •m: "O Filh <l Ilom n1 ... cl'lrá u ._ada
11m ú' nnc as u-1, oht"L" (lVIt 16, 27).
Eis por qn Cristo mo1T u por todos, mas nem
lodos s s· lvam. Aheiu l:l parla do · 'u, mas nó�
devc111os n1ovcr-nos pa1 a cutrar. UD lo A dOslinbo
diz: ' Dc11s qu - te criou S ln li não t salvará sem
li,'. S nã e op Ti:U'n1os con1 a graça, na nos s:: 1-
·ar m.os. Muitos ta ran1 a p ', ela Cruz, poréln
nPn1. todos e salvannn. (Q 1em rw onv ·rtc11, '
cruen1 ficou cmp·d·'rnido na Paixão?) A m-sn1a
coisn continua a a on te .... r: sal vun1-SC' o•· qn o
op · ram com •.1 gral_;a; pc rd · 111-se os q1F'. rej -'itam
a graça.
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Não esqueçamos que o Sa ·rif icio ela. Missa é o
1n smo Sacrifício da Cru . Ali nos são plicados to
dos os m- reciinentos de Cristo no Cal átio. O sa
1
Cristo morreu
É um fato atestado pelos Evangelhos. "Jesus,
dando um grande brado, expirou" (Me 15, 37). O
enturião lá estava e se impressionou com o ,que
vira (ver vers. seguintes).
Quando José de Arimatéia foi pedir a Pilatos o
corpo de Jesus, Pilatos ficou admirado de que já
tivesse morrido, ,e primeiro se certificou, para po-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 91
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cler at nder ao pedido ( v r Me 12 42-44).
Para J sn mo1Ter, m smo que nada tivesse so
rrido ba�tava a lançada elo ·olclaclo, abrindo-lhe o
ração. Ma� ist mesn10 o soldado só f z por ter
vis lo que l já eslava morto (ver Jo 19, 31-34).
Os doi•;; 'tmigos d J 'Sl .s, José d· Arünatéia e Ni
cod 1110·�, <ru o sepult ar am, não o sepultariam sen1
ler ·erlf'�a ele que jú estava morto (ver Jo 19,
38- 2).
O sepulcro vazio
\cabamo d· ,er que .J sus morr n realmente
e foi depositado no s pul r
Ora, são ·Marcos conta qu , as mulh res, que fo-
1·an1 visitar o túmulo de J ., ns, o encontraram aber
to ' vazio ( ver lVIc 16, 1-6).
São 1atcus narra qu · os guardas foram dizer
aos príncip 'S dos sa erdotes o que tinha aconteci
d: J-sus 1essus itou o túmulo estava vazio (ver
H 28 11-li').
Duas hipótes.es
O sepulcro só podin ••sia · vazio por duas razões:
ou porque Cristo rc su. citou ou porque tiraram o
Corpo.
Qu m poderia ir tirar corpo de .J us do s -
pulcro? O Apó tolos ou as mulher s que viram
011d o cor )O foi ·epultado (v r lVlt 27,, 61).
Justain nte para vHar qu- isto s· desse, os ju
deus tomaram várias providência. : puscran1 sol
dados para guardar o s pulcro, e selaram � pedra
( · r iVlt 27, 62-66).
Para os Apóstolos roubarem o eorpo de Cristo
Io sepul ·ro ra preciso irlWGI' ·ombate com os sol
dados. lVIa os pobres homens que tinham fugido
na bora d prisão de n so . enhor, estavam agora
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trancados com medo dos jud us. Não seriam eles
que s m teriam •m combat- ...
Além disto os Apóstolos nem quericun acreditar
que Jesus ressuscitou, quando as mulheres o disse
ram (ver Me 16 11). P -nsaram at' que aquelas
1nulher s estavam delirand (ver Lc 24, 11).
O cpisó<lio do' discípulos de Emaús mostra mui
to clan1n1ent que o ânimo dos Apóstolos não era
de qu m stav disposto a roubar o corpo de nos
so enhor. Pel0 contrário, eles estavam já desani
mados (v ··r Lc 24, 13-45).
E a: santas mulheres? Estariam dispostas a rou
bar o corpo, para depois dizerem que el ressus
citou.? Coitadas! Iam p lo caminho, dizendo entr
, i: "Qu °'Ul nos há d revolver a pedra da boca do
s pulcro? (Me 16, 3).
Chec,ando lá encontraran1 o sepulcro vazio. Nem
pensaram que le tivesse res.i;uscitado. Ficaram
tristes, "consternadas, por isto" (Lc 24, 4), e foram
·contar aos Apóstolos: "Levaram o Senhor do se
pulcro, e não sabemos ond o puseram" (Jo 20 2).
O corpo, portanto, não foi roubado. S desapare
ceu, foi porque ressuscitou.
As aparições
De fato, se Cristo não tiv sse ressuscitado, não
poderia apar cer vivo, como apareceu. E não apa
rec n só uma vez e a uma ó pessoa, d modo que
s pnd ss" tratar d um engano.
Apareceu a :!\'Ia.ria Madalena (Me 16, 9), a são
P · dro (Lc 24, 34) ; aos Apóstolos sen1 são Tomé
(iYic 16 14); e aos n1esn10s com ·ão Tomé presen
te (.To 20, 24); a 1nais de 500 cristãos reunidos (1
Cor 15, 6), etc. São 11 a aparições de nosso Se
nh r de d a Re sur1·eição até à Ascens~ o.
94 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A vitória
Cristo r · ssu citou. Os s us 111uni ·os pensaram
q11. o tinhan1 v-ncido. Bem cedo -se desiludiram.
( >s próprios guardas do sepulcro foram anunciar
a r-ssurr ição do S nhor. Os inhnio·os tiveram que
rrconh .er a vitória, e para que ela não -se divul
u-asse, foi preciso comprar os c1uardas, dando-lhes
dinheiro para cl s dizerem qu os di cípulos vie
ram e roubaran1 o corpo, enquanto eles estavam
dorillindo (v r Mt 28, 11-15). lYias os guardas fo
n m postos lá para dormir ou para _vigiar? E por
que não forain punidos com as pena·s severas que
n lei es rvava aos guardas faltosos? E, se esta
'd:t n1 dor1nindo como viram • ? Tudo o que os inimi-
·os de Cristo fiz tam é inutil: Cristo ressuscitou.
É a vitória definitiva. Ressuscitou porqu,e é Deus
o Senhor da vida e da morte. Agora, Cristo é
imortal. "Cristo, ressuscitado dos mortos, já não
morre, nem a morte terá poder sobre ele" (Rom
H; D) .
.Jesus Cristo não é para nós o humilhado da Pai
_. ·10, o vencido da Cruz, o morto do sepulcro. Jesus
é o vencedor, o triunfador da Ressurreição. Diante
d , Cristo re suscitado, temos o direito de repetir
as palavras de são Paulo: "ó morte, onde está tua
vitória?,, (1 Cor 15, 55).
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m n Chri ·li (A luz d' C ·i t ) . E rep t o anto tr s
ezes, cada vez mais alto. O coro responde: Deo
gratias. D pois se acende o Cfrio Pascal que é o
símbolo d· C jsto R-ssuscitado (1). E, om a Mis-
a, 'omeçam a� alegrias da Páscoa. Recomeç.a-se o
canto do Aleluia. Em rcz do Angelus, reza-se o
H.egina ca li: Rainha do e' u, al -grai-vos, aleluia
porqu Aqu ·le que merec stes trazer aleluia, res
suscitou como disse, aleluia". E a festa da Páscoa
se prolonga nas ·xpr ssões triunfais da Liturgia
(v r as Mis ·as d Sen1an da Páscoa).
Al '1n disso, cada domingo come1nora de novo a
Pás ·oa, a r ssurreição do SenhoT.
R a, ·vem s a nossa fé •m Je us Cristo. Ele é
Deus. Tudo o que :1nsinou é verdade, tudo o que fez
para nossa ,r;alvação é divino. Divina é a Igreja, que
instituiu; divinos os sacramentos; divina a sua dou
trin . E adoremos a nos o Senhor, ressuscitado,
vencedor.
Façamos do dominO'o realmente o dia do Senhor,
onsagrando-o de modo esp cial ao culto divino�
-' no, sa santificação.
A r s urr -ição de Cristo é para nós uma gran
d lição espiritual. ' Se ressuscitastes co·m Cristo,
pro ·urai as coüas que são do alto, onde Cristo está
assentado à direita d Deus; afeiçoai- "OS às coisas
que são do alto, não às que e tão sobre a terra".
(Col 3, 1-2). É assim que são Paulo nos incita a
imitar J esu' Ressu cit, do. lV[as não pensemos qiz.e
isto se pode dar sen1 luta, sem dificuldades. Temos
1uc lutar contra nossas paixoes, contra o espírito
do mundo e contra o demônio para podern10s ter
(1) É por jsto que o Cfrio fica sendo acendido nas Mis-
. as dos domingos at' ao dia a As ensão. este dia é
retirado - porque Cristo e retirou para o e' u.
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11111 lugar ao lado de Jesus. Dev.emos morrer para
nós mesmo , afim dP. vivermos com Cristo. O pró
p 1·io nosso S nhor sofr ·n e morreu para depois ser
�lorüicado. São Paulo tambe·m nos ensina isto:
· S morrermos com el - com ele vivere-mos; se so-
1'1· rmos, reinaremos tamben1 com ele" (2 Tim 2,
l l-12).
QUESTIONARIO. Qnal é o valor do argumento da res
snrreição de Cristo? Como Jesus o anunciou? Dê o plano
• ral da tese que vamui:; provar. Como se prova que Je
sus morreu? E que o sepulcro foi encontrado vazio? Não
podia ser isto por vários motivos? Quais eram esses mo
l ivos? Como os poderemos afastar? Quais as priucipafa
aparições do S.enhor ressuscitado? Corno . e refuta a ale
gação dos guardas? Cristo ficou hummrndo? Como a Igre
ja celebra a festa da Paixão? Que conclusões podemos ti
rnr para a nossa vi.da cristã?
A MÃE DO SALVADOR
No momc1 Lo em que Deus prometeu o Reden
l r 1ogo de.pois do pecad·o d Adão, pronunciou cs-
1 ns palavras: "Porei injmizad s entre ti e a mulher,
ntre a tua descendência a dela. Ela te e magará
a cabeç.a" ( Gn 3, 15). Esla n1ulher d que Deus fa-
1 a aqui ' a mãe do Salvador prometido. É a Vir
g m Maria nossa Senhora.
Quem era Maria
Vivia nossa S nhora em Naz·ué, na Galiléia, com
.-c,u esposo J os'. Os conten1porâneos não sabiam os
d sicrnjos de Deus sobre ela. Sabiam que era da
ll'ibu ele Judá e que naquela aparência singela, vi-
. 'ndo embora pob_rement · ela era de uma famí
lia ilustr.e, porque descendia do r �i Daví, por par
l do pai. E sua mã , Ana, perten ia à familia de
Aarão. José, o seu esposo mode to carpinteiro, per
l ncia tambe1n à familia real, por descender do
1 u.trinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 7 97
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
•l'ntn<le Salomão. Todos sabiam que ela era paren
ta próxin1a de Isabel e Zacarias, p rt ncentes à
l'l\sla sac · rdotal.
O grandes pri ilégios que Dens lhe fiz "ra os
•1t•us contcn1p-orân os não sabiam. Entr tanto era
n<1ucla humilde jove1n qu Deus preparara para
st·r a J11ã do Salvador.
Imaculada Conceição
Esta pr pura ·ão era total; ou então seria defei
luo a. Havia d;, começai� desde o prim iro mo
m •nt ; ou n Lão com çaria tarde. Foi por isto qu
l)f'us conced >u a Maria o privilégio de s r once
bicla sern o p cado original.
T do os de nd-nt· d Adão, p rtanto todos
hmn us, s:'io •cone· bidos com o pecado original. Des
de o instante em que alma s0 un ao corpo, mes-
1no antc_s de na cer já t�m o p ado original. �1as
no. sa Senhora nunca teve o pe 'etclo original .. A Es-
-ritura Sagrada fala de duas pessoas que foram
purificadas do p cado ante de nascer: Jeremias
· . ao João Batista. Nasc l'an1 s m o pecado, mas
l'orarn cone hidos com o p ·ado. No sa Seul.10ra é
a única que foi concebida m o p cado original.
Se ela tiv ss pecado um só 1non1ento, o de·mô
nio t Tia tido poder s sohT · -la. Então já não exis
tiria a iniinizade ntr ela e a :.;erpente. E la não
l(•ri•1 smhgado a cab ça da serpente.
Quando o Anjo v io dizer a lVIaria que ela s ria
:1 Iãc do Red nt r, andou-a: "Ave, cheia d, gra
,,·a . Só poderia er eh· ia <lc e1ra a e nunca tives-
8 tido pecado.
no sa própria razão nos diz qu a mulher que
1u s ··r a lVIãe d• Deus não podia j an1ais estar sob o
pod r do <len;iônio. Para er digna desta honra, ha-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 99
via d ser i nta de toda falta havia d. ser s,em a
mancha d'o p cado ori 0'inal.
O dogma da hnaculada Con eiçà.o foj proclama
do no dia 8 d dez -mbro d-' 1854 p lo Papa Pjo
IX m est s palavras: "Declaramos, pronuncia-
1nos � cle(inimo que a doutrina. segundo a qual a
bt'm-avenlurada Virgem A!laria /oi, desde o pri
n1 iro instant da sua ·on ·eiçét.o, em vista dos rne
recimentos d� Cri to, salvador do gênero humano,
prc-seruada isenta ele qualquer mancha da culpa
original, é reu.elacla por Deu., e, por conseguinte,
cleue ser firme e onstanl menle acre litada por to
dos os fiéis".
Qua1.r ano, <lepoü;, noss,. S nhora aparcc u a
Bcrnnd 'l ,, n1 Lourd s, e. <liss ., : "Eu sou a I.ma
·ula lo Con eir,ão".
., E ·tsshn e nfirmava a d· fini-
.'80 do J ... 1pa.
Mãe de Deus
A mat 11udade uivü1a é a maior honra que pôde
xislir sohr a terra. É uma dignidade zín.ica, que
coube cxclusivan1 --ntc a nossa .Senhora. Sendo a
1na d J e ·us Cristo e J us Cristo s ,ndo Deus,
A1aria San.tíssilna é rYalme11te Mã d Deus. Quan
C)
100 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
t· ·1cond ·uação d- N stório. E são Cirilo qu tinha
sfrlo o grand d fenso · da verdade católica aj oe
lhou-s - cxcla·m·ou: "Sanla Maria, Mãe dP- Deus,
rngai por nó · pe adonis agora e na hora da nossa
rnorle". A Ip-rcj a j u.nt li sla · lindas palavras à
Ave 'fl.1aria.
Virgindade perpétua
O profeta Isaías Linha anuncüulo qu · a mãe do
• al uador seria uma virgem.
Quando o Anjo diss- a lVIaria que ela sel'ia a
Mac do Salvador, ela r ·plicou: 'Como há le · r
isto, se ·u não conheço varão?" (Lc 1, 34). Por e •
tas pala ras emos não ó qu Maria ra Virg m,
mas que sta, a r -•solvida p rmanecer s 1npre
, irgem: tinha feito o voto d virgindade. Tanto
assim que só cons ntiu em ser a lVlã do Salvador,
tt uando Anjo ll1e ili s que o ria por obra do
Espírito San.to e ,que, portant ela ontinuaria uir
g ?m (v r Lc 1, 26-38).
São Jos' portanto, nno foi pai de Jesus; foi ape
nas pai adotivo. Nein nos �a Senhora teve outros
filhos. O Evangelho fala dos 'irm os' "ir mã "
<lc J sus e cita os nom-s <1 alguns: Ti•V>', Jos'�
Sin1ão e Judas (1\/I! 13 55 56). l\1a os jud ryus cha-
1navam d irmãos todos os parentes próximos. Os
'ün1ão " de que fala o E, ano- 'lho ram filhos de
iaria Cléofas, irm5 ou cunhada d, nossa Senho
r·1 (ca uda com nn1 irmao de são José), e portanl
prÍ!nos de Jesus.
Na prün ira lH'0rncssa do Salvador, no G"nesis,
s vê que el' seria descendente da 1nulher e não
do homem. E o Evangelho, d pois de dizer que Je
�u: foi concebido por .obra do Espírito Santo diz
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 101
qu o povo pensava qu �1 era filho d J os' : '".J e
us ... filh de Jo é ·orno pensaoarn" (Lc a 2B).
Se nossa S nhora tivcss outro filhos quando
.Jesus 1norr, u nao a t --' ria ntregu::, a u1n estranho
(são João), porque la ficaria om os filhos.
Assunção
É cr -n a universal da T gr .ia - 1nhora não es
teja ainrla definido como doo·n1c: de f' - que Ma
ria santíssima ressuscitou ao t rc iro dia de sua
n10 rt (como o s< u Dh ino Filho) tendo sido ele a
da ao céu pelo Anjo:. A tradiçao ·onta qu o seu
purí simo corpo foi d positado num sepulcro no
G ts � mani. Durant ·, tres <lias s-e ouvirmn cânticos,
os quai depois cessaram. Então o Apóstolos fo
ran1 levantaram a pedra do tú1nnlo: acharam
apenas o lençol e os sudários; o o epo <le Maria
não stava n1ais na terrc:L
A própria razão acha con,. ·niente que a l\rlulher
privilc:riada, 1ne nunca leve pecado, cuja carne
gerou o Filho de Deus f cHo homem, não padeces
se a cor-ruç:'ío do tú111ulo.
A f C):-;t-a da A sunção de nossa Senhora é cele
brada no dia 15 d- agosto.
102 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Maria é nosso modelo d santidade. A simplicida
<le m qu vi ia, e p 8d1' ela nobr za da sua famí
Jia, nos '.\nsjna a rcsi[.;nuçã . A Iuunildad com qn
v1 eu mhora sonb · .:se qu cr:::i a l\1fie de D,eus, é
un1a gn1nd ·' lição para nós.
O cuida elo qu elu s mp 1 , tcv cm fazer a von
iuâ, ele D 'll.lJ - eis a m 'llior lição <le sua vida.
Quando Deus ruis, eln <li se: "Eis aqui a escrava
do Senhor; faça-s e1n mim segundo a sua vonta
de' . Sofr u tnclo - pohr - za, n ·cssi laeles perse
<rujçôc s - unicl'' à vontade d Deus.
Ch in d gra�·u, nos n S nhora le\' · s -:r para nós
llm n1odclo d estin1a à graça divina. Vivamos sem
pr · na gra:a d'e Deus, esforç.ando-nos para fazê-la
crescer 'In nosso coração.
E o amor de l\lforia à pureza? V1vemos num tem
po muito corrOinpldo. E, no nH�io de todas essas
corruçõ s, pr-cjs•;nnos ,iver ise11tos delas. Recorra
mos freqn · nt ment ·' a nossa S nhoTa, pedindo-lhe
a graça da santa pure-a e da modé. tia, que prote
&� ·' e guarda a pur Jzu.
Os poderes da Igreja
1. A Igrcja , composta de 1nembros qu dirigem
e dos que são dirigidqs. Chama-se igreja docente
·e
que ensina) e igreja discente ( que aprende).
O que a Igreja ensin.a como v-rdade de fé, sobre
as coisas da Religião, todos os católicos são obriga
dos a aceitar, porque a Igreja não pode errar.
2. ão somente ensina, mas tambe1n faz leis para
governar a todos os católicos. Os Bispos faze1n leis
para as suas dioceses e o Papa faz leis para todo
o mundo. E os católicos que não qui er m obede
cer às leis podem s r castigados.
3. A Igreja ad1ninistra sacramentos, por meio
dos seus sacerdotes, os quais são ministro de Cris
to, encarregados de distribuir aos homens as gra
ças divinas. P 'los sacramentos e pela celebração
da santa Missa a Igr j a prom·ov a santificação
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 105
dos 'ltólic s, c1 do, p r '1n, n e· S'u·io qu ., cada
um d' nós qu · ira tr balhar p ra e anti ficar.
I:!.tst s tre pod r s rio harnad s - o poil -r d
ensinar, o pod-r c1 regPr (gov rnar) o pod-r d
Sl1ntiticar.
Quem pertence à Igreja
Para p rl-'n -'r à JO"r "j a é n ccssário . ub1netcr
. :., aos lr s pod ·T- s que- la t n1. Portanto é n -
·-ssári : 1.•> s-r hatizado (pocl r de snntifi ar) 2°
cr'T no qu 'la ensina (pod r d -nsinar), e 3°
ob d e r às suas l L (pod r cl gov·rnar).
E não basta uma da lrl�S oisa ', mas é preciso
qur as lr · esle}am juntas, para podermos .ç r .a
tóli os.
Assim, quem não foss- )1atiza<lo nrí.o seria ató
lico, mcs1no que acredita s - em ludo o qu a Igr -
,1 a nsina e e suhm "tcsse às suas 1 is. T·1mb m
não seria atólico quen1 foss balizado mas não
C)
106, http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Os i. máticos não reconh cem a autoridade d'o
Papa, mas f'm os Bispos, a qu 1n prestam obe
diência.
-Os protestantes nao admitem nem o Papa nem
os Bispos, porque não têm o sacerdócio. Há uns
pastores, que são eleitos p lo povo ou nomeados
p-lo Sínodo para fazer prcgaçõ s e administrar
os sacramentos.
Qual é a verdadeira
Nós já sabemos que a verdadeira lgrej a é a nos
sa e que as outras são falsa . Mas como· sabemos?
Como provar mos isto? É muito facil.
A Jgr j a foi in -tittúda por Cristo. O modo pelo
qual Cristo instituiu a Ig.r j a está nos Evangelhos.
Nós u r 'mos como foi que Cristo fez, no Evange
lho; e ueremo · qual das igrejas está como nosso
S nlwr f '.z. A que e tiv r de acordo com o Evan
gelho é a venl'adcira; as outras serão f'alsas.
Para isto Y remos se a Igrcj a Católica tem a or
ganização qu Cristo deu à ua Igreja; veremos
se Cristo instituiu o Papado; veremos se deu aos
Apóstolos o poder de ensinar, reger e santificar,
- te. . te. E então concluir •mos que a única Igreja
qn está de acordo con1 o Evangelho é a nossa;
portanto só a Igreja Católica é a verdadeira Igreja.
Sinais para conhec-er
Jiá tamb rn uns sinais que facilitam o conheci-
1nento da verdadeira Igr ja.
Cri to fundou uma . ó lgre}a, porque pregou
uma só doutrina, <leu-lhe un1 só chefe te. De mo
cl'o que a v -rdadei.ra Igreja tem. que ser uma -e
não pode mudar n m vctriar.
Cristo fnndou u Igrcja para continuaT a sua
rnissão de salvar os homens. 1 missão da Igreja
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 107
é, portanto, santificar. Por isto ,Ja deve ser santa.
S nao fôr santa, não é a Igr ja de Cristo.
A I reja de. Cristo foi in ·tiluida para todos os
homr> n., porque ri to v io ao mundo para salvar
todo os hom ns. Em to<la parte, p ra todos os po
vos hú d ser a mesma Igr •j a de Cristo. T 1n <l
ser pois, católica, islo é, uni.ver al, a m sma por
loda par.te.
Finahnent Cris�o entregou a sua· lgreja ao8
póstolos. Foram les que e palbaram a Igreja pe
lo mundo afora. Por isso a verdadcüa Io-r j a tem
qu s 'r tal ,qual os Apóstolos a receberam de Cris
to, e transmitiram aos s u discípulos. Quer dizer:
t m que ser apostólica.
Enlfio nós veremos qu son1ente a nossa Santa
Madr I ·reja é una, santa, atólica e apostólica. E
assim ficará provado que la é a única verdadeira
Igreja. É a IpTeja de Cristo.
108 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
.ia d M'"íe, de s declarar· m eus filhos. S ria mui
to bon1 T n varmos e te modo de falar para lem-
1 r rn10 · empr a t' rli ida d ele perl )ncern1os à
Igreja, para de p rtarmos um a1nor filial, um
grande r-speito um anto orgulho d sermos seus
filhos. S-j a com for, eu me lembrarei sempre do
<m1or que devo ter à Santa 'fllf adre Igreja.
Quem ama a I;1r 'j a, trabalha pelo seu triunfv.
D o alistar-n1., na Ação Católica trab· lhar p la
g:randeza , pro p ridad da Igreja, para salvar as
almas dilatar o rejno de Deus.
Nos dju · (l hoj , a nossa Santa Igr •j a continu·:1
ndo muito p rs guida. Como filho, minJ -za obri
gação é defendê-la. D vo d'ef ncP-lu por minha
ox" ·õ s, principalmente ruan l -la for mais ataca
da ( ver no lYfissal ·1s oraçõ contra os pers gui
<lor s da I 0·rej a). Devo delencler lambem a sua
doutrina, por i to pr ciso 'stu<laT bastante a Re
liaiã) e continuar a · studar sempr , para aurnen-
1ar n1eus c nhecim ntos rcligio os.
n1clhor clef sa qu posso fazer <la Igrej ·1 é
levar nma uida piedosa, d confonnidad con1 o
qu ela n1c n<la e acons lha. Uma vez, Garcia Mo
r-no d fenrlia a Jgr 'ja e u1n_dos cornpanh"iros lhe
liss : - 'Mas tu faz . o qu la manda?' Garcia
'Mor "no respond · u: O teu argum nto n�o terá va
lor de hoje "ffi <lic: nte". E foi um católico exem
plar.
m católico stá ligado à Igreja pela gra a divi
na, qu recebe nos Sacrmnentos; p la fé no en
sinan1ento , pela obediência aos pastores. Quero
mant r en1 mim estes la ·os cada vez mais fort
Obede 'Cr s nipre ao meu vigário· ac ,ita,· sempre
os ensinamentos re bidos, e frequenlar os Sacra-
111 �nlos da confissão · da Eucari tia. A Eucaristia
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 109
é o termôrn tro da vida cristã. Ela é o centro da
vida da Jar-'ja; quanto mais d ··voto eu for da Eu
caristi.a, tanto 1nais cristão eu serei.
QUESTIONARIO. De que modo está organizada a Igre
ja? Que é Igreja do,ceute e discente? Quais são os trcs
poderes da I 0reja? Que é neces ário para pertencer à
Igreja? Como se chama quem não é batizado? E o bati
zado que não crê? E quem não quer se submeter ao Papa
e aos Bispos? Qoais são as outras igrejas cristãs? Como
podemos conhecer a verdadeira Igreja? Quais são os de
v,eres de um bom católico para com a Igreja?
110 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lYiuitos talvez poderiam pcnsal' q'U J csus se
referisse ao céu, eom essas expres...,ões. Mas nós ve
mos que não. As várh1s parábolas indi,cam o con
tró l'iu.
A organização
ão foi som nle na', pr o·aç.oes (ne ·sas c1n , á-
rias oulras parábolas) qu · nosso Senhor tr.atou da
lgr :-j •1. Ele cuidou, de ·de o começo la ·u vida pú
blic , ele organizar a �ua Igreja.
1. Reune em torno d si alguns discípulos, os
quais vivem numa c-'rta organização recebendo or
a os, r alizand'o tral alhos · te.
2. Alé1n des s dis ípulos escolheu doze apósto
lo., ao· quais deu poderes especuus para ser m
chefes <lo povo.
3. Pas anelo a t "Imos n1ais claro , J sus fala da
sua lgr ja, dizendo: "edificarei a rninha igreja"
(Mt 16, 18), E depois ainda nosso Senhor diz qu ,
quando o nosso próxim,o não se quiser corrigir
om u1na admo staç 7w no sa dev mos dizer à
Igreja. E se nüo quiser ouvir a Igreja, ·ej a con
si<l rado com um gentio e um publicano" (lVIt
18, 17).
4. Finnlmcnte, J esu Cristo constituiu a ão Pe
dro che(e da sua Igreja.
De modo qu vemo na organização de Cristo,
a multidão, cli ·dpulos, apóstolos e o chefe suprenw.
112 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
0-s pastor,es
J sus qu na qu os Apó tolos fossem os eh fes
1
114 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Outro grande poder q11e .T. sus Cristo deu aos
Apóstolos foi o d'e cel brar a santa Missa: "Faz i
i to m m mória d mim" (Lc 22, 19).
A Igreja de Cristo
Pelo que nós a ab ·imos ele ver · o Ev e ngelho nos
mostra que a lgr ja clP Cristo estava organizada
do �eguinle modo:
I. - a) a multidão do fiéis
b) os discípulos
c) os apóstolo superioTes aos discípulos
d) São Ped10, ehefc dos a:póstolos.
8* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 116
lI - a) os apóstolos er·im verdad�iro pastore's
b) deviam preo·ar o Evangelho
e) deviam governar o fiéis
d) deviam distribuir o meios de santifi
caçao.
III - .Q apó tolos d viam ter sucessores, pois
isto não era coisa para algum tempo,
mas para sempr , porque a Igreja foi
in tituida para todos os hom ns.
Ora, nós só en ·ontran1os l�sla organização na Igre
ja Católica. As oulras igrejas, 1ue se diz m cris
tãs, não têm esta organização. Os cismáticos tên1
os Bispos, ma não ten1 o Papa (sucessor de são
P :.dro). O prot stant · não l'\m nem o Papa, n m
.os Bispos. Portanto, a verdadeira Igreja d, Cri. to
é a Igreja Católi ·a, porqu;, é lal qual a Igreja que
Cristo instituiu.
116· http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lá-1 os a sua doutrina, a sua 6raça (pelos sacra
mentos e a lVIissa). Por isso a união com o Bispo
é o sinal erto de estar bem com a Igreja. A •obe
diência a,o Bispo é dos prin1 -iros d· v r: es do ca
tólico. Santo Inúcio d- Antioquia escreveu: "Na
Igreja, nada s faça sem o Bispo".
É um d -ver dos católioos trabalhar cmpre na
Ação Católica, ob dP-cendo aos seus pastores: ao
, igário e ao Bispo. Só a sim poderão auxiliá-los,
·omo é da $Ua obrigação.
A nossa união com ·d' Bisp nos garante a uni�o
·om Cristo. Por dois moli vos principais: Primei
r , porqu o próprio Tisto diss : 'Qn m vos ouve,
a mim ouve". S:lgundo, pürqu do nosso Bispo su
bimos histo;r :i-can1ent até J csus Cristo.
Além· disto, os nossos pastor , são "ministros de
Cristo e dispc11sador s dos mistéri s d D us" co
mo diz são Paulo (1 Cor 4 1). E, ·orno tais, mere
cem nosso maior r.espeilo, no ·sa u·eneração e nos
sa estinuz. Devemos r sp - Har pr zar •Os sa erdo
tes, como ao próprio Cristo, de que1n sã0 repre
sentantes. Quanto 1nais o:; inimigo: da Igreja .e os
maus cet.lóli ·os perseguirem, ridi ularizm· m e des
prezarem os sacerdotes, tanto n1ais nós os deve
mos acatar e estimar, om mostras ele r.e peito e
f)eneração. Pelos nossos pastores no unimos à
lgrej a e pela Igrej-a a Cristo.
A unidade
-É mais do que ,evidente que Jesus Cristo insti
tuiu _uma só Igreja. Essa Igrej �1 deve se conservar
se1npre a mes1na, tal com-o Cristo a instituiu. Q1.,1er
diz·er: d· ve-se con e'r var una. A unidade 6 .o pri
m fro sinal parª sabermos que ela é verdàcli:ira.
1. Co1nparand0.-se ao Bom Pastor Jesus diz que
n -'ssário qu - haja ".u.m só rebanho e im1 só pas
tor (Jo 10, 16). E, na verdade, já vimos que ele
}>
118 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
no . oração, ma1s $ noces$.ário faze. r profissão da fé
( ·fr. Rm.n 10, 10).
4. Cristo .instituiu Sacramentos que dev.em .ser
sernpre o. rn smos, m • ios de ·salvação de que os·
fiéjs devem se al r, em toda parte e em todos os
1 cmpos, do mesmo modo.
Portanto a I<1reja de Cristo deve ser una no go
uerno, na fé, no símbolo, no ulto. O que Jesus pe
diu de modo esl)'ecial ao Pai par� a sua Igreja foi
estd. un.idad - : "E eu não rogo somente por eles
(os AJ óstolos), mas tamJ)em. por todos aqueles que
hão-d- crer em mim por meio de sua palavra: pq,
ra que todos sejam um, 'Orno tu, Pai, o és em mim,
e e u -n1 ti ' ( Jo 17 20 e 21) .
A santidade
Cristo veio ao mundo para salvar e santificar os
homens. A vontacl ,, de Cristo é que nos santifique:
rnos ( cfr. 1, Tess 4, 3). Foi para isto lambem que
rl" enviou o· Ap,6sto1'os: ''Assim como meu Pai me
enviou, tamh·'rn E.u vos ,•nvio" (Jo 20, 21).
Então a lgref a de Cristo deve ser uma lg'r•,ef a
santa.
1. E ela só pode s "1' santa, possuindo uma dou
trina ele santidade, que nos aponte a perfeição co
mo o ideal qu todos deven1 p::rocurar atingir.
2. lVIas a dou trina valeria pouco, ou não realiza
rül nada, se a I6rej a não no· indicasse o.r; meios de
,-.;antificarão, que são principalmente os Sacra
m ntos.
3. A santidad da Igreja seria teórica, se ela não
realizasse a santificação -dos seus membros. É pre
ciso, portanto, que haja santos na verdadeira Igre
ja de Cris'to.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1-1-9
A catoUcídade
1. A Igreja de risto foi fundacla para todos o,s
homens: "Id' por todo o mundo, pre' gai o Evan
gelho a toda a criatura ' (Me 16, 15).
2. E i to seria para lodos os tempos: "até à con
sumação dos séculos'� (Mt 28, 20).
3. Donde se v" qu a Igreja de Cristo nüo pode
se reduzir aos limites de urn país, ou de um povo,
ou de uma raça. Não pod ficar depe11dente do
chefe temporcú de uma nação, mas há-d ter t\m
Chefe que seja o Chefe de todos os cristãos espa
lhados por todo o mundo.
4. Tam.be.m ó se pode clizer qu ela é católica
(isto ' univ rsal), se for a me. ma, inteiramente
a mesma, por ioda parte.
A apostolicidade
1. A Igrej-a de Cristo foi fundada om os A.pós
tolos. Foram eze·s os escolhidos para o início do fra�
balho de Jesu Cristo.
2. Foi a eles que Jesus Cristo ensinou e explicou
a sua doutrina, mandando-lhes que pregassem por
toda parte e ·ta doutrina, a qual portanto, não po
de ser mudada, aum ntada nem diminuida.
3. Foi a eles que Jesus Cristo confiou o goven,10
da sua Igreja, da qual eles seria1n os ch€fes: Sã,o
PedTo e os Apóstolos.
4. Portanto Ct Igr·eja de Cri ·to tem de ser apo:
tólica, isto é, a mesma qu · começou com os Após
tolos, que co1Jserva a doutrina dos Apóstolos, e
cuj,os chefes atuais se prendem aos Apóstolos por
uma série ininterrupta.
120 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A santa Madte Igieja
Estudando estas 4 notas características da v r
da.deira Igreja, vemos qu elas cabem perfeitamen
·a
le nossa. Santa Madre Igreja.
I. A uniclad . a) Ela é una_ no seu chefe, que é o
mesmo para todos o c.atólicos do mundo. Son1ente
dela se pod dizer a palavra de· Jesus: "um só re
banho · um só pastor". b) Ê una por sua fé. Em
toda parte do mundo são ensinad!os os •mesmos
dogmas, são dados os mesmos mandam,entos, o
Evangelho' é pregad0 e explicado do mes1no modo.
Por isto m-esn10 lemos u1n só Símbolo, que resume
e xprim a nossa fé. c) É una pelo seu culto. Em
toda parte celebra o rné mo sacrifício (a santa Mis
sa) administra os mesmos sacramentos. É verda
d , que há algumas diferenças no modo de cel,ebxar
adn1inistrar; mas só no modo. A Missa e •os Sa
cr·:tn1cntos são os mesmos.
II . .,-1 santidade. a) A Santa Madre Igreja con
s 'rva pura a doutrina de �antidade do Evangelho.
Nunca alteron essa doutrina. Nuncct ensinou doutri
na contrária a moral. Ensina sempte a nec· ssida
d d'c nos santificarmos de fazermos boa obTas.
Não admite nenhuma prática contra o que Jesus
ensinou. Embora a charn -m d atrasada, ela con
d na o divóTcio, por exemplo, as liberdades mo
d rnas, que acha•m tudo pernlit-ido. 11) Indica aos
fiéis o. meios de santificação, tornando-os até ,obri
gatórios ( ·orno a Missa de domingo, a confissão
anual, a Comunhão da Páscoa o j jum, a absti
n "ncia). Para maior perfeição, aconselha meios
n1ais eficazes, co1no a frequência dos sacra1ne11tos.
) A santi<lad -da lgrej a revela tambem nos s.eus
membros. Isto não quer dizer que todos os católi
cos sejam santos. Deviam ser, Mçis haverá sempre
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uma gx-ande dif· r n. a ·ntr qn nós devemos ser,
e o qqe on1os. JYfu ·a verdad � ' que sempr· houve
santos, verdadeir0�· :antos, na Igreja Católica. Ela
cuida sp icüment- da santifica ão dos seus filhos
por meio d - associa ·õcs, <l' · c.ongreo-a 'Ões e ordens
rcllgiosas (freiras e frades).
III. A catoli idade. a) It - la que contém maior
núm ro de adeptos, n tr toélos os homens, de to
das as Ta ·as, mandando os !->CUS: missionários a to
da, as part .. do mund . h) P la ua própria or
gani:zação • stá acima ele lodos os governos nacio
nais, não se limitando a ser uma igreja nacional,
mas querencl'o s "·1npr rons('rvar o· título e o carater
rle wlivrr:al. Aliás son1 • ntc. cL. é chamada cató
li a.
rv. A apO'stolícidade. a) Ela conserva a rnesma
douf' r ina do. 1-ipóstolos. C rtas verdades estão mais
explmu d·lS, mais -xplicadas, p r '>m são as mesmas
do começo. A Io:rcj a não i 1venta dogmas novos·
ela d clara como dogn1as (v rdad s que devemos
crer.) pontos d doutrina que s mp:rc existiram. Por
':X.: a Imaculach Con eição. Nossa S nhora sern-
pre f'oi cone hj<l s -n1 e.a lo; mas dogma só foi
proclam· do em 1854. l ) É po tólica no seu go
v rno. Dcsd os Apóstolos at' hoj , nós pod mos
acompanhat a histó i da Igreja, ano por ano. Não
houve interrupção. D· ·ao P-dro até Pio XII são
263 Papas, que e ntinumn a governar o rebanho
<le Cristo (1).
Só a lgreJa católica
Já vin10. ,qu , além da Santa Madre Igreja, há
duas outras igrejas que pr tendem ser a veràadei
ra Igreja de Cristo. Ora, elas só poderiam ser ver-
122 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
clacleira$ se tiT!Jessem a m sma organização quê
Cri ·-to deu à sua Igreja. Só podçriam ser as verda
d iras, s · tivessem as 4 notas caracte.rístic.as.
Nós acabamos d ver que a nossa Igreja tem es
tas 4 notas. Isto já bastava para saber que as ou
tras são fa1sas; porque Cristo só fundou uma Igre
ja, � se }6. encontraznos esta, as outras são falsas.
Em todo c�aso, vejamos .se as duas outTas tê!f1 as
_ notas.
A igr,eja cismática
1. Não tem aniclade: a) de hefe, p-orque não ad
n1ite o Papa, os bispos de cada n�ção são dirigi
dos pela autoridade dvil ou pQr um sínodo (re
união, de bispos) nacional; b) de fé, poTque os er
ros as opiniQes vão se introduzindo, )OT falta de
uma aLltóridade supre:rna que resolva as questões.
Uns nsinam que �m Cristo há duas pessoas (nes
torianos) utros que -le t rn uma só natur za (mo
nofisita:) e outros iliz m que há em Jesus uma só
vontade e operação (monotelitas).
2. ão ten1 santidade: a) nos s us fundadore.s,
que foram ambiciosos que se desligaram do Papa
poT vaidade e, d.sejo de mando; b) nos seus mem
bros, que não apr sentam exen1plos de santidade,
oomo apresentavam antes de se separaren1 da Igre�
ja Calólica, e co1no ainda a santa l\'Iadre Igreja
continua a apresentar. e) É verdade que conservou
os Sacram n tos a '.Iissa, ma . não produzem fru
tos, ponru - estão s -parado d'a Fonte qu é J csus
Cristo.
3. ão tem catolicidade. Ficou .Hmitada a um
canto da Europa e da Asia, sem se destinar ao mun
do inteiro, com o qual, aliás, não se preocupa. São
pequenas igrejas nacionais (russa, grega, rumaica,
etc.).
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 123
4. Não tem apostolicidad . Basta: ver que a igre
ja cismática começou a existir no s' ulo XI, quan
do já fazia e r a d mil anos que os Apóstolos ti
nham morrido.
O protestantismo
Se a Igrcj a Cismática não tem os sinais da ver
dadeira Igrcj a, o protestantismo, oita,do, ainda
peor.
1. Unidade. a) De chefe. lVIas ·ele não tem chefe,
em parte alg_uma. Ninguem sabe quem manda,
por isso não t m a quem •ob d cer. h) De fê. Tam ·
hem não ,exi te unidad d f '. Sã6 cent nas de sei
tas, cada uma nsinando coisa diferentes e co1n
batendo as 01itras. A base do pr-ot- stant.isn10 é o li
vre exame: cada um lê a Bíblia, e interpreta como
qui r. Por isso, a confusão , norme em matéria de
doutrina. c) De culto. Eles não têm a :Missa. Cele
bram a ceia, 1nas somente umas ·eitas, e outras
não. A respeito dos sa�ramentos pus aceitam 5, ou
tros aceitam 3, outros 2, outros somente 1. Em lu
gar de unidade, con(usão . .
2. Santidade. Ah.! coitados! a) Os fundadores fo
ram homens verdad irament ,depravados. Lutero,
·que era.frade, abandonou o convento, levando un1a
vida imoral, d e1nbriae1uez · pecados impuros.
Henriqu VIII, fundador do anglicanismo, deixou
de ser católico poTqu Papa não deu licença pa
ra ele abandonar a cspo a e se casar com outra.
b) Na sua doutrina, o protestantismo não ten1 nada
•de santo. Ensina que não precisam de boas obras
para se salvar m aceit a o divórcio, etc. e) Meios
de santificação não :,xistem no prot tantismo.
d) Sendo assim, os seus membros nunca poderão
atingir a santidade. Há protestantes bons: morali-
124 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
zados, s' rios• , bons pais de família, po1:ém são ra
ros; e santo ainda não apar =>ceu um só, nem para
,. médio...
3. Catolicidade. É v rdade que ·eles estão hoje
espalhados por toda parte. Mas será a mesma re
ligiã-o? Não é. São seitas diferentes. Nã-o é a mes
ma igreja. É uma coleção variada c.le seitas e igre
jas contrária e conh,uditórias. Faltando a unida
de, nunca poderá t r catolicidade.
4. Apostoli idade. a) Quanto à história. Ainda
chegaram mais tard do que os cismáticos. Só no
século XVI ' que cb.�gara,m. Já fazia mH e quinh n
tos ano qu' os Apóstolos tinham morrido. Como
podem s r apostólicos? h) Quanto à· doutrina. Ne
gam os pontos mais importantes ,da doutTina de
Cristo. Aliás ningucn1 sahe o qu les nsinam e
acr ditam. Mas inv ntam novas coi as, e negam
o que os Apóstolos ensinaram.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 125
les, a Igreja é, muitas vezes, atacada escçlrneêi
da. Tenhamos, pois, .cuida<lo m não ser des�es
maus católicos, rezemos por eles, para que se
convertam.
Prezemos n1uito a unidade da santa Ma.d're Igre
ja. Contribuamos para sta unidade. Em nó mes
mos, pela firmeza de nossa fé, p·ela obediência aos
mandamentos . aos pastores e rezando pela con
versão dos herej es e dos pngãos. Nas fileira,s da
Ação Católica encontramos todos ess�s trah· alhos or-
ganizados. Entremos, pois, para elas.
Uma das coisas mais h las da Igreja é a Litur
gja. Tan1bem ela diz muito da uniclade eclesiástica.
A Liturgia Homana ' �dotada em quasi todo o
mundo. Usando o Missal Romano, nós rezamos
aqui do mesmo modo que se reza na Europa, na
Asia ou na Afrjca. . . E não rezamos u1na oração
individual, porém a oração da Ig�·ej a. O Missal
deve ser o nosso livro de oração.
santidade. da Igr j a nos obriga a s r santos
tamhen1. Para isto é qize estamos neste mundo. So
n10s pecadores, é verdade. lYias Cristo sabia crue
somos pec.ador "S, cleix.ou ó. Conf'issão para nos
purifi armos. A confissão frequente é uma neces
sidade. Somos fra.cos. Cristo ta1ubem _o �abia. E
no.· d ixou a Eucaristia, pão da alma, �limento es
piTitual, qu fortifica e robu tece. Comungar fre
quentemente. S n po so, d"vo_ procurar comun
gar todos os dias.
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A !GREJA lNVENCIVEL
santa Madre Igreja esFi entrada no vigésimo
� · ulo de existência. Mil e novecentos anós de vi
e I;, '! Será inte1 essante passarmos um olhai' pela sua
ltistórja, para er,n1os con10 tem vivido. A históriá
<lo seu passado nos ensinará a ·onfiar no seu j'u
llll'O. Porqu nós a veremos sempre vencedora, em-
1 ora a encontren10s quàsi sernpre perseguida e
combatida.
Advertência de Cristo
.l e.Hls Cristo avisou aos seus discípulos qu.e eles
iriw.n ser perseguidos e odiados. '"Nã-o é o discí
pulo mais d {lUe -o Metüre. Se a mim eles p rs -
g-uira111 tan1bem vos perseguirao a vós" ( ver J o
1:, 18-20). Eschn:·ece.u 1n :)sn10 em que consistiria
, ·sa perseguição: se:r.iam presos denunciados p -
lt t: próp.rios paL e irmãos e seriam mortos (v r
Lc 21, 12--19). A caminho do Cal vário nosso $ephoT
mumciou de novo os grandes sofrin1 ntos, compa
ra ndo�os com -os s us, diz ndo: "Se cõn1 o lenho
v · rde se faz is Lo, que s � fará no seco" (Lc 23, 31).
· :Mas .J - sus tambem lh s di ·se crue não tiv-ss.em.
1nedo: • Ha-, i clé L •'r aflições no n1undo, mHs ten
de ·on/iança, eu oenci o nwndo" (J o 16, 33):. E .na
promessa a são P <1 ·o, J e us grarantiu claramente
'-lue a Igr • j a vcnc ria s �n1pr todos os c-01nb·üe-s
dos seus inimigo::;: "E as portas do in/ .rno não
preuale Tão . ontra ela'' (Mt 1G, 18).
Ainda no ber.ço
Bem c:,edo con1cçw·arri as p r.�•egui,ç.ões. Por cau
t,a das pr gaçõ "S ·- d s milagres qu faziam, os
póstolos con1cçaran1 a s -r .presos ( ver At 4, 3; 5,
18 26) e aç itad0s jJ_ 5, 40). Nlfo tardou em :o-
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m çarem as mortes: sto. E t �vão foi o primeiro
rnartir - ap:,drejado pelos jud-us (ver At 7, 54-
.>0). Pouco depois, a p 'rsegni_çã:o se tornou geral,
:i pon lo d os ristãos serem ohrigado a sair de
.Jerusalém (id. 8 1-3). Os Apóstolos foram todos
martirizados.
As perseguições romanas
São célebres as grandes perseguições que os cris-
1 ft s sofreram por parte dos imperadores roma-
1 os. Com çaTam no ano 6L!, com o imperador Nero,
1
f Tam até ao ano 304, con1 o impera l'or Dioclecia-
n . Durante esses 240 anos, -os cristãos tiveram ape-
11 • .s uns poucos tempos d·' tranquilidade.
É incTi el o que eles s0freram. Perseguidos, pre
so�, açoitado , e:ram unias vezes entregues às -fe
ras para -r d vorados v· •O ; outra� vezes, marti
ri'7aclos dP modo horriu l; atados aos postes, eram
rueimado para iluminar o jardins. Só de uma
,, •z ma_taram 6.000 solda-dos da Legião Tebana.
Calcula-s em cerca de 12 milhões o número dos
cristão:i martiriz.ados nos tres pr-imeiros séculos.
Finalmente, no começo do século IV, Constanti
no '.l:agno <leu lib.ercl'ad à Igreja.
As ·heresias
Além do ataque do poder c-ivil, a Igreja padeceu
a perseguição das heresias. Os l erej es combatem
a doutrina da Igreja, misturando erros nesta dou
trina. Desde o começo, hon ve her sia·s. Negam as
v rdad s da fé, ou as explicam de modo diferente.
E ·ta perseguição é ainda peor do que matar os
cristãos. Houv heresias que tiraram um número
enorine de fiéis à Igreja. Por ex.: o protestantis
mo, ,o arianismo, e ,outras.
É tamhem mais doloroso •este modo de fazer mal
à Igreja, poTque são os s.eus próprios filhos que se
levantam contra ela.
Em nome da ciência
Tambem a Igre}a tem siclo perseguida em nome
da ciência. Mas esta não é a verdadeira ciência, ·e
sim uma ciência falsa. Diz· m que a Igreja é ini
miga da ciência; que ela tira a liberdade de pen
sar porque obriga a crer nos dogmas; que ·ela é
atrasada e ·amiga da ignorância. Por isto a com
batem, negam os s us dogmas não aceitam a sua
autoridade.
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J, hú ,muita g nte que se deixa 1 var por ssas
:11 ,ga�ô s. São p ssoas jgnorantes, qu não om
P rvrnd · 1n os rros · as tolic s dos falso sábios.
,\ln a erdade é que a Igreja padec com isto,
Cl
132 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Alguns católicos temem, quando vêem a Igreja
p rseguida. Nao t mam, la rá s mpre persegui
da. L mbr m-s- das palavras d- Jesus: "Se a mim
p TseguiTam tan1bem vos perseguirão' . Mas se
lcmbr m tambcm d que la ·erá s mpr vitoriosa.
Quando a tempestad for grande chanJemos pelo
A1 stre, que � o barqueiro in-, isivel, o condutor di
, i □o da Igreja. Como na t�mp stade de Tibérias,
ha ta uma palavra sua para a vitória ( r Me 4,
;3 -t!O).
Cristo promet-u. A $U'l palavra é divina, "' não
pode falbar: "A portas do inf rno uão prevale
, rão contra ela" (1\!It 16, 18).
O PAPA
Os inimigos d.a Igr j a combatem de modo spe
cial o Papa. Ele · têm razão: quem quer matar
fere de pr ferência a cab ,,ça. Sem cabeça o orga-
13 ... http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
,Jismo n:ão vj e. Sem ·o Papa, a Igreja estada mor
ta. Principalm•ente os protestantes atacam de to
d s os ·mo.dos o Papa negando qu Cristo tivesse
r • ito de são Pedro o chefe da lgr j �- Os cismáticos
lamben1 h gam.
O assunto é da maior importância para nós. O
Papa é o chef da Igrcj-a. Van10 provar ,que Je
sus Cristo d u a são Pedro o cargo de chefe supre
mo da sua Igr j-a, e que o Papa é o sucessor de
são Pedro.
Pedro será o fundamento
lJm dia, J sus perguntou ao discípulos •O que
p nsavam d 1 . Pedro respondeu: 'Tu és o Cristo !
Filho de Dcns vivo". J,esus louvou a resposta, e -dis-
e a Pedro: "Tu és Pedro e sobr.e esta pedra eu
edifi arei a minlla Igre.f a, e a-s portas do inferno
não prevaleoerão contra elà. E eu te darei as cha
v s do reino dos é us : e tudo o que ligares na ter
.ra, será ligado nos céus; e tudo o que desligares
na terra, será desliaado nos céus" (Mt 16, 18 e 19).
N-estas palavras Jesus diz a são Pedro:
1º que Pedro .será como o fundamento da Igreja.
2° que Pedro terá nas suas mãos as chaves da
Jgreja, isto é, a autoridade suprema.
3° RecebeTá 11m poder ,de ligar •e desligar, poder
superior ao que foi dado a�os outros Apóstolos. De
fato no momento stavam presentes todos, mas Je
. u se dirige direta e p.essoalmente a são Pedro:
lu és Pedro, ... eu t darei etc.
Notemos que Je us tambem deu aos Apóstolos
> poder de liga.T e desligar (veT Mt 18, 18). Mas
não lhes diss que sobre eles edificaria a Igreja;
nem lhes deu a chave ,do seu r•eino.
Com estas palavra Jesus promete a são Pedro
fazer dele o chefe supremo da sua Igreja.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 135
Cun1prindo a promessa
Antes d , oltar para o Pai I poi c fo Re surrei
ção, J sud apare e .u a , ários <lo discípulos n lr ·
). quais estavê Simao P-'dró (v r o pisódio no
cap. 21 <l- são Jono). D fr·jo·indo-s· a P-<ho diss"
J-sns: "Siinão, /ilho de João, tu m amas mais -do
<:cuc e t ? Ele lhe di ·': Sim S nhor, lu sabe qu
u le amo. Diss • -lh ' : -1 pascenta os meu cord i
r os. Diss -lh outra v z: irn1ão filho de João, tu
m-' an1a? El lh-' li·se: Sin1 Senhor tu snbes q1w
u l' amo. Dis e-lhe: Apas nta o meus cord iros.
Dis e-lh p la terceir a v z: Simão fil ho d João
tu m amas? P'.)d1·0 ficou tri te, porqu- pela t r
c ira vez lh diss -': Tu In amas? E disse-lhe: Se
nhor tu onhec .s tudo: tu sabe que eu t an10.
Disse-lhe Jesu .. : Apa e. nta as minhas ov lhas"
(Jo 21, 15-18).
Está muito claro 11:-1:s palavras de Jesus:
1 ° qu 1- s cliricrc a P dro só a P dro, a qn m
hama p - lo nome, acr ·centando o nom do pai
para vitar m smo qual qu r dúYidn (Bar-Jonas
quer dizer: Filh d João).
2° qu norn ia são Pedro pa. tor d todas as suas
ov lha ord-iros is Lo ' de todo o s �u rebanho.
3 qu -ntrecra a st pastor o cui<lado e o pod • r
d governar o rebanho int iro: apasc nta ' ...
Pedro é o chefe
Com a A�c nsão do S 'nhor � Tgr ja d ,ü fun
cionar tal como Cristo a org niz u. Qu 1n seria o
chefe dos Apóstolos? Esta pergun la já o tinha
uma vez preocupado (cfr. Lc 22 24). Mas agora
ninguem di cut · mais isto. �finha sido re olvida
pelo próprio no so Seul or. Igr j a vai começar a
sua ida �ob a chefia de Pedro.
136 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1. Ainda e tav�m no Cenáculo, quando Pedro
lratou da substituição d Judas, e presidiu a elei
ção do novo Apóst lo, s ndo l\1atias o scolhidQ
(v r At 1, 15-26).
2. É Pedro o I rilneiro qu prega o Evangelho,
d pois da desci<la do Espírito Santo, no <li.a de P n
teeostes (ver id. 2, 14-41).
3. Já se apre · nta como um chefe, a qu m os ou
tros Apóstolos acompanham: "Então, Pedro, apre
senlando-s co1n os onze, l uantou a voz" (id. 2, 14).
4. É Pedro •qu toma a palavra, como um chefe,
para d fender os Apóstolos, qu tinharn sido pre
so (v r id. 4, 8).
5. Quando a Igr 'j a com çou a crescer e s esta
belecer por vária partes, são Pedro é que vai visi
tar as novas comunidades, mostrando assim que
' o chef de todos o cristãos . (ver id. 9 31 e 32).
fi. Na prim ir'l reuuião do$ A póstolos - o Con
cílio d J rusalém - a presidência foi ele são P -
dro. Alcruns queri�m que os p.agãos convertidos ao
cristianfarno fossem obriaados às práticas judaicas.
Isto suscitou "uma grande discussão". Mas logo
que são Pedro falou e resolven a questão, "então
toda a assembl 'ia se calou", cuidou-se d outros
assuntos (v·r id. 15, 4-12).
7. São Paulo conta que foi "a Jerusalém para ver
Peclro" ( Gl 1, 18) ' com ele passou 15 dias. Ora, se
são Pedro não fosse o �h fe supremo são Paulo
não tinha este interesse 111 vê-lo. Antes, indo a Je
rusalém, teria hlo v r a s; o Tiago, que eTa o Bis
po daquela c1dad-.
8. Só assim se expEca tambem qu os Evangelis
tas, quando numera,m os Apóstolos, dêem sempre
o noin.€ d'e são Pedro em primeiro lugar, embora
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não guaTde1n a mesma ©r<lem para os 0tttros. -Siiro
1 dro com feito, não foi o prim.eito Ap6stolo cha-
1nado p r Cristo nem era o mais idoso.
Os suc,essores de são Pedro
Já dissemos, na lição ant riór, que os Apóstolos
deviam ter sue ssoTes até ao fün do mun(Jo, porqu
n 1°Tej,a irá até à consumnção do.s século . A •mes
rna coisa dizemos para são Pedro. El devia ter
s11cessores. São os Papas.
Dcsd a mort de sao Pedro martirizado por
cro, at; a.os 11ossos dias,· a lista dos Papas é com
pleta. Pod mos ver n his·lória ·omo a Igreja Ca
tólica foi sempre chefiada pelo Papa.
Todos os Bispos do mnndo reconheceram sen1-
pr no Papa o chef,e da Igr j a. Para ele ap lavam
nas dificuldades, dele rec bian1 ·a pa,1 ·1vra de or
d 'm, ou a soluç,ão das qu stões. Isto foi assim, des
de os prim iras tempos. Nos fins do 1 º século hou
v • uma perturbação na io-r- j a de Cor·nto, te.ndo
sido depostos os presbíteros. O Papa são Cl mente•
escr ve uma carta aos coríntios restabel cendo a
ord- m diz-endo que é Cristo crue fala por ele e
os coríntios cometerão falta grave e não qui -
rem obecl cer. E nesse t · mpo ainda era vivo o
Apóstolo são João. Mas não foi el , e sim o Papa
(o Bispo de Roma) que r solveu a questão.
Só muitos séculos depois, foi e ue, por orgulho e
inv- j a, n - o·ai·an1 ao Papa o dir ito d crovernar a
lgrej a n:ivers_a]. Foi isto que deu lugar ao Cisma
do Oriente.
Os benefícios do Papado
Cristo disse que são Pedro, isto é, o Papa, seria
o fundam nto da Igreja, e por isto as portas do in
l rno não prevale erão contra ela. A história con
firma as palavra•s de nosso Senhor.
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1. A lgre-ja se stende pelo mundo inteiro, e e
côns rua sen1pre a me.<;ma, porque tem o Papa.
Sem ele, -aconteceria como aconteceu com a igréj a
cismática e a protestante qu se esfa-e laram.
2. Isto se mostra principalmente na doutrina que
se conserva a m ma, ap ·' ar de as opiniões dos ho
mens mudarem tanto. Sen1 o Papa, os erros se in
troduziriam aqui ou alí, e não t riam quem os
cond' nas$e.
3. Parà a unidade do governo Lamben1 o Papa é
necessário. S m ele, não hav-ria quem resolvesse
as quest0es entre os Bispos e se estabeleceriiam as
divisões e discórdias.
4. Em todos os tempos, os governos civis têm que
rido se meter na ad1ninistração da Igreja. O Pa
pa t m sido, em todos os tempos, o defensor da li
berdade da Igreja, d'a conciência dos fiéis, como
ainda hoje continua a ser. O _protestantismo e a
igreja cisn1â tica caíram nas mãos do poder civil,
por falta de um chefe supremo.
5. A Igreja Católica é a 1nai p - rfeita organiza
ção que há no mundo porqu - a direção suprema
está entregue a um chef que é o Papa. Enquanto
isso, vemos, por ex mi)lo o protestantismo ser a
mais perfeita desorganização do mundo, porque
não há uma autoridad qu o d.irij a.
O Papa é n expli.,..ação l · toda a unidade, a or
dem, a grandeza da Igrej n de Cristo.
Para viver a doutrina
Nós somos as ovelhas do rebanho de Cristo. Fo
mos en'.tregues por Jesus ao Papa: ' Apa centa as
minhas ovelhas' . A o, elha que não quer s guiT
ao pastor se d·esvja e , perde. É o que acontece
com quem não quiser seguir o Papa: perde-se.
140 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Desliga-se da lgtej a. tinido ao Papa, unido à lgre
j a e unido a Cristo. Santo Am·brósio dizia: "Onde
t•stá o Papa aí stá a Igreja" (Ubi Petrus, ibi Ec-
·]esia). A obediência ao Papa é a grande norma de
vida de um católico.
Devemos ter ao santo Padre um amor filial. Ele
é o Pai ,comum da c.ristandade. É como Cristo no
meio de nós. Como ttataría:mos a Cristo? Assin1
cl 'V IDO!$ tratar o Papa que é o representante di
reto e imediato de nosso Senhor.
Um dos nossos dever·es de católico é r.ezar pelo
.Papa (ver a oração pelo Papa, no Missal). Quan
ta preocupação quanta dificuldade, quanta coisa
a resolver! Governa o mundo int.eirol "O Senhor
o conserve, e o vivifique, e o faça feliz na terra, e
não o deixe cair nas mãos dos seus ilihnigos".
Todos dcvernos ter alegria em concorrer para o
ó bulo de S'âo Pedro. Os inimigos da Igreja e os
maus católicos vivem diz• ndo que o Papa é muito
rico, leva uma vida de fausto e de grandeza. Não
é verdade. As esmolas, que os católicos mandam
ao santo Padre, servem para manter as Missões,
socon·er os necessitado8, auxiliar os católicos p.er�
.·eguidos, manter as obras católicas. E •as riqu·ezas
que existem no Vaticano não são pessoais do Pa
pa. 'J'an1bcm seria uma veTgonha, -se os católicos
le todo o inundo deixassem o Papa viver como
um mendicro, na miséria. Parece que certos católi
cos (maus católicos) deixariam Jesus nascer na
)strebaria com0 os Judeus! Pois nós lhe daríamos
o mais belo palácio do mundo, se pudéssemos. E
assim queremos tamb m tratar o seu Represen
tante.
Queremos ser sempre ovelhas do rehanho, de
qu ·' o Papa é o Pastor.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1 1
QUESTIONARIO. Quem nega o Papado? Como Jesus
prom,eteu a Pedro o primado? Que notamos nestas pa
lavras? Como Jesus cumpriu sua· promeflsa?· Pedro ex€r
ceu o prima elo? Como? Quai são os sucessores d.e ão
Pedro? Como se prova isto? Diga os benefícios do Pa
phdo. Quais os nossos deveres para com o Papa?
1 N F A L ·I B I L I D A D E D O P A P A
Quando e.io ao mundo para sal, ar o. homens,
Jesus Cristo ensinou uma doutrina nova, pregou
uma moral nova, ambas n1ais perfeitas do que a
doutrina e a moral da religião mosaica. Por meio
desta doutrina e desta moral é que os homens de
viam se salvar, daqu le momento por diant .
Tuclo o que Jesus en.-inou sobre religião foi con
fiado à sua Igreja, para qu la continuas a n
sinar aos ho1n n•s m todos os tempos e en1 todos
os lugares.
Para que não houvesse p 'tigo de a Igreja errar
neste ensino, J sus Cristo lhe deu o privilégio da
infalibilidade.
As portas do inferno
As mcsn1as palavras de Cristo a são Pedro pro
vam qu- o Papa d· ve s r infalivel. "Tu és Pedro
sobre esta pecha eu edificar i a minha Igreja,
e as portas do inferno não prevale ·erão conlra
ela" (lVlt 16, 18 e 19).
Se o Papa errasse -m 1natéria de fé e de costu
m s, ou os fiéis o s ?guiriam ou não. Se seguissem,
as portas do inf rno prevaleceriam contra a Igre
ja, a qual t ria ·:issim caido no erro totalment . E
se não eguissem, as portas do iuf rno prevalece
riam do mesmo modo, porque o corpo se desliga
ria da cabeça, vinha a anarquia p ra a Igreja e
ela se acabava. Portanto para qu.c as portas d'ó
inferno não pr,evaleçam contra a lgrej a, é pre-ciso
142 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1n o Papa não possa erra1'. Só sendo infalivel ,ele
pode garantir a promessa _de Cristo: "as portas do
inf rno não preval cerão contra ela".
r zou so1nen.te por são Pedro: ' lVIas -eu roguei por
li, para que a tua f' não de faleç �.
Sim ba lava. P dro é o chef . Os outros tên1 a
obrigação de segui-lo co1no as ov lhas seguem ao
pastor. (Vimos no capítulo ant rior). Bastava que
a fé do eh fe não desfalecesse, para qu todos
·ontinuas em firmes. Era Pedro que iria confirmar
os outros.
Mas, para isto era preciso que Pedro não pudes
se errar. Era preciso que ele fosse. infalivel. Do
contrário, cairia o Chefe, e todos cairiam com ele.
b então estariam todos o Pa tor e o rebanho, nas
1nãos de Satanaz.
Isto, porém, não poderia acontecer porque en
ã a oração de Cri,sto teria sido inutil: "Eu roguei
por ti para q_ue a lua fé não falte".
Quando é infalível
O privilégio da infalibjlidade foi dado ao Chefe
da Igreja, para não deixar a Igreja air em er_ro
tm matéria de Religião. Por i ·so, o Papa só é in
r� lível:
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 143
1) quando fala como chefe d- toda a Igreja;
2) quando fala sobre n1atéria de f � e d costu-
m s;
3) quando te1n inten ão d- definir;
4) quando ensina para toda a !areja.
É preciso que e.·tas 4 condições estejam juntas
para que o -Papa seja infalivel. E, s 7 faltar zuna só
que seja, I j-'1 não goza do privilégio da u1f, li
bilidad .
Expliquemos
A matéria � muito importante. Em g ral faz-se
uma grande confusão a est respeito. A maior par
te das dificuldad s contra a infalibilidade do Pa
pa nascem da ignorân 'ia destes 4 pontos. Por isto
mesmo ' qu van10s cxpli à-los melhor.
1. Co1n·o Chele da. Igr ja. Porque se ele fala co-
1110 homen1 parlic:ular ( como escritor, como s1n1-
pl es prega<lor, nos di ursos, na sua idéias pes
soais), não é infalível. Só quando ele fala como
pastor de toda a cristandade.
2. Em matéria de f'é e de costun1es. A inf alibili
dade foi dada ao Papa para garantir a doutrina
ele Cristo. Para não deixar que esta doutrina· fosse
falseada no correr dos t :,;npos. Ora, Crjsto só en
sinou matéria de fé e moral. Logo, son1ente nesta
matéria é que o Papa é infalivel.
Tanto ·assim que, falando ou escrevendo sobre
outras coisas, o Papa pode .errar como qualquer
outro homem. Escrev ndo sobre astronomia ou
história, o Papa não ·é infalivel, porque Cristo não
nsinou essas coisas, nern n1andou são Pedro con
firmar os seus irmãos nestas coisas. Mandou con
firmar na fé.
. 3. Com intenção çle definir. É preciso que o Pa
pa queira ilnp�r o ensino aos j'iéis, e.orno uma coi-
144 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
a definitiva, com obrigação ele crer. Se ele não
define, porém ape11as adverte ou acóns.elha, então
não é infalivel.
A própria palavra definir ( do latim fines = li
mite) quer dizer isto : traçar os limites do que nós
d v "mos cr r e do que devem-os rejeitar.
4. Para toda a Igreja. I to é claro. Em matéria de
fé e costum ·'S, tudo o qu ? /or ensinado é para toda
a Igreja, porqu a f' o costun1es não podem ser
clif een t ,' aqui lí.
Por isto m -srno, não precisa que o Papa se diri
ja a toda a Igr ja. Basta que ele fale para toda a
Igreja. M smo que · 1 se -diriaisse a uma ó pes
1
Uma confusão
Pelo qu dissem-os, já ficou ben1 sabido o que é
a infalibilidade. É o Papa não poder errar quando
ensina ex athedra, i to é, com aquela 4 condi
ções.
Mas muita g nt <liz: "S o Papu não pode er
rar, como é qu el p -ca? ' Essas pessoas confun
dem infalibilidade com impecabilidade. Infalibili
dade quer dizer: não poder rrar no ensino. Im
pecabilidade é coisa muito dif ··rente: é não poder
p-ecar. Mas a Igreja não nsina que o Papa nã9
pode pecar. O Papa é um pecador como os demais
homens; confessa-se, como nós nos confessamos,
com um simples padre. Mas, 1uando ensina, ex
cáthedra, é infaEvel. É dif er nte !
Outra confusão
As vezes, encontramos e rtos fatos exquisitos:
um Papa faz uma coisa, o outro a desmancha. Un1
Papa acabou co.m a Companhia de Jesus; outro
a resh urou. Um dos dois errou. Então o Papa não
e, 1n
. fa 1·1ve 11....
Quando nos fizerem uma dificuldade desta, cor
ramos às 4 condiçõ s, e vejamos. Se faltar uma
só, não está cm jogo ·a infalibiUdad . Aqui, por
146 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
xcmplo: É defini_ ão? Ê mat 'Tia de fé e costu
1n s.? N~ao. Entao
~ ...
Todas as dificuldades que se apres ntan1 a este
respeito se baseiam sempr numa confusão seme
lhante.
Para viver a doutrina
Os inimig s da Igreja t''m ódio especial à iufali
bilidad do Pap·a. Não só � negam apenas, e com
hat-n1. 'Ias zombru:n, rid;icularizam. El s sabem
rue, se o Papa não fosse iufalivcl, a JO'rej a não re-
sistiria. Como e mant ria a unidade da fé? Quem
·ond naria os erros? Que1n pres l'va:ria os fiéis?
Os Bispo , r spon ]em alguns. E quando os Bispos
não csti vess m <l acordo •en lre si quem daria a
últilna palavra? Por isto m smo é que os católi-
·os devern agTadecer, ele modo especial, a nosso
Senhor Jesus Cristo o privil 'gio da infalibilidade
que ele ·on ·edeu ao Papa .
. Mais ainda. D ve1nos d f-nd r sen1pre este pri
vil�gio, n1ostrando aos nossos lnimigos como eles
C'stão •nganados, quando o atacam.
A inf alibilidad do Papa nos dá uma grande con
fiança. Temos oert za :d(� que continuamos a pos
suir ·t n1esrna dou trina qu Cri. to nsinou. Ela não
mudou nada. Não podia n1udar. O Papa não pode
•rrar não p d ensinar coisa alguma contrária aos
nsinnm �ntos de J ·'su . É p r ü;to qu diz mos no
1-lto ele fé: "Cr io firmem nt tudo o que Deus
revel0u e a Igreja ensina".
Quando o Papa define quando fala ex câtheclra,
todos os católicos são obrigados a aceitar o que ele
ensina. Do contrário, não são mais católico . Ne
ga1n-se ·1 obedecer ao Ch ··f e da Ig.r ej a, ' ficain ex
clui dos d la. lVIas un bom católico não j'ica dis-
10* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 147
cutin.do quando o Papa clr>f ln.e ou não define, pa
ra aceitar o que ele ensina. O bom católico nunca
põ e1n dúvida as orden · do P·1pa, nunca discute
os s us ensinHmcn los. "Foi o Papa que disse": isto
no ba ta. Nós sabemos qu - ele é especialmente as
si::,tido p 'lo Espír ito Santo. E quando o que o Pa
pa n. ina stiver e� desacordo com o qu nós
p · n ·an1os, saher 1nos, <l'es<l' agora, que o erro é
nosso ...
f: preciso no ·icostumarmos a ler o que o Papa
escreve. As Encícli ·a.· tr·1z .m o pensam nto da
Igreja sohrc os vários assuntos. D vemos conhecer
as Encídicas, tudá-la , e pr nd r o que las en
sinam.
A palavra do Papct hú-<le ser para nós um guia.
o.., perigos qu o Papa indicar, nós procuraremos
evitar. Todo� o� erros que o Papa condena, somo.
obrigados a r-'j 'itar tumb m. Nunca d-ve1nos ler
os livros cond nados p -la Igreja.
É nos o d v I iaualmcnte divulgar os ensinamen
lo do Papa, que são os ensina1nentos da Igreja e,
poTtanto, de risto. O nosso povo em geral, mes
mo o católicos, ailH.la os nuüs instruidos preci
san1 d· conhecer melhor conh cer 1nais a loutri
na <hl Igr.., j 'L Um dos principais fins dn Ação Ca
tólic·t ' ,divulgar sta doutdna. Nós devemos tra
balhal' alivam nte n ssa divulgação. Espalhar as
idéias do Papa é, p rtanto, un1 dever l todo bon1
católi o.
A BíBLIA
O ·ensino que recebemos da Igreja, a Igreja re
c beu de Deus. É por isto qu , no ato de fé, nós di
zemos: 'Creio tudo o que Deus revelou e a Igreja
, nsina' . lVIas ond-• stá o que Deus revelou? Os
nsinamento de D·eus aos homens foram guarda
dos de duas maneiras: ou escritos ou transmitidos
oralmente de geração c-�m g ração. Estão, portan
to na Bíblia na Tradição. É aí que a Igreja , ai
buscar os ensina1nentos, qne nos propõe. É por
isto que a Bíblia ' T ·aclição sao chama•das as Fon
tes da Reu.el ação.
O que é a Bíblia
1l Bíblia é o palavra de Deus escrita. Deus f z
01n qn uns e rtos homens ªº"
quais ele r-evelou
as verdades da R lirrião, e crc resscm m li rros o
que receberam. A r uniã d sses li ro inspiTados
por Deus constitue a Bíblia. Bíblia uma palavra
grega que quer dizer livro; como os livros inspira
do por Deus são os livros por -'xcelência, ficaram
chamado Bíhlia. Tamhern s chama Escritura Sa
grada, Livros Santos, Sagrada: Letras, a Palavra de
Deus.
O que contém a Bíblia
A Bíblia conté1n a história ela reu ,[ação de Deus
aos homens, antes e depois d Jesu.s Cristo. A vin
da -do M ssias, do Salvador Prometido, é o centro
das preocupaçõ·Ps ela Bí])lia. Antes do seu nasci
mento, tudo se ncaminha para ele: a humanida
<J..e vgi s�ndo preparaqa. As profecias acerca do
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Sah ador o upam um lugar salicnt lVIa o acon
1
•
Os livros da Bíblia
A Bíblia .sr ompo, d - 72 livros, s ndo 45 do
Antigo e 27 do Novo Testamento. Dividamo por
assuntos.
a. O ANTIGO TESTAMENTO.
I. Os livros históri ·o:. São 21 os livros históri
cos. O Pentat )u o, ou os 5 livros de 1oisé-s ( Gé
nesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio),
conta a criação do mundo, a vida dos prirneiros
hom ns, a história do po o hebr u até ·à enh·ada
na T-rra Prometida. O livro de Josué narra a con
quista d ,anaan. O livro <los Juizes contém a his
tória do povo hebreu d sdc a mort d Josué,
quando o governo do povo foi dado ao juízes. V 'm
depois o p -'qucno ·, formo o livr d Rut qu
traz apenas um episó<lio de família. Os 4 livros dos
R is continuam a história do povo hebreu -desde
o estabelecimento çio r _is até ao cativeiro de Bal:>i�
'150 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lônia. Os 2 livros do Paralipômenos completam
notavelmente os 4 livros dos .Reis. Os 2 livros de
Esdras (o s gund'o tambem se chama de Neemias) ·
ontam a volta ,elo cath eiro de Babilônia, a re
construção d- J · rusalém e principalmente, do
templo. O livro de Tobias é uma bio 0-rafia. O de
J uclit narra a invasão da Palestina pelos Assírios,
e orno Judit Ubertou sua t rra matando Holofer
nes. O livro de Ester conta e mo esta jove1n livroú
o judeus da destruição que Assuero lhes prepa
rara. .O último livro hi, lúr_i<.:u é o 9-0s Macabeus, he
róica - n1ovimentada narrativa das lutas do povo
h breu pela sua liberdade.
II. Os livros sapienciais. São livros doutriná
rios. Sao 7: o livTo d Jó, que precra a paciência e
a confian a en1 Deu ; os Salmos, 150 cânticos com
postos em grande parte por Davi; os Provérbios,
d'c Salomão riquí simos de sabedoria; o Eclesias
les, atribuído a Salo,mão, mostra m particular a
vaidade das coisas humanas; O cântico dos cânti
cos, tan1bem d Salomão assim ,chamado pela
sua beleza literária religiosa; o Livro da Sabedo
ria, põe em contraste a vida da fé com os falsos
princípios e costumes humanos; e o Eclesiástico,
de Sirac, livro cheio de conselhos sobre as vir
tudes.
III. Os livros profétieos. São 17 os livros proféti
cos, sendo 4 os chamados prof tas maiores e 13 os
menores. Os maiores são: ]saias, Jeremias,. Eze
quiel e Daniel. Os menor s são: Baruc (que está
incluido m Jeremias), Oséas, Joel, Amós, Abdias,
Jonas, Miquéas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias.
Estes são os livros do Antigo Testamento. Veja..
mos agora os do Novo Testam�nto.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 151
b. O NOVO TESTAMENTO.
I. Os Evangelhos. Sã 4. Cont''1n a vida e os en
sinarnentos d· noss Senhor J.esus Cristo. Foram
escritos por :ão Mat us, são Nlarcos, são Lucas e
são João. Os 3 primeiros ·e parecem tanto que são
cham2! dos "sinópticos', ape ·ir de ter m sido com
postos separada te. Do· -Vê: ng li tas som nt ·
dois eram Apóstolos. São Lucas i:� são Mflrr.os es
cr v raro por informa��õcs rec bidas. Os Atos do.·
Apóstolos foram 'Scritos t· n1bem por são Lucas e
ontam a vi<la dos primeiros cristãos e o desenvol
vimento da Igr j a nos prin1- iros tempo princi
palm nte o Cfll fizeram são Pedro e são Paulo.
São stes os livros históricos do Novo Testamento ..
II. Os livros didático.-. Os livros sapi nciais d ·
Novo Tê:\stan1 nto ,,fio as Epístoias. São 21 ao tod ,
sendo 14 de são Paulo · 7 de outros Apóstolos. As
de são Paulo são: aos romano:,; aos coríntios (2);
aos gálatas; aos efésios; aos filipenses .: aos colos
senses; aos tessalonicenses (2) ; a Tiznóteo (2) ; a
Tito; a Filemon · ao� hebreus. As Epístolas Cató
licas (sao assim denominadas as dos outros Após
tolos) são: São Tiago; São Pedro (2); São João
(3); São Judas Tadeu.
III. Livro profético há som -nte nm no Novo Tes
tamento, qu é o Apo álipse, escrito por são João.
152 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
revelando-lhes muita coisa qu,e les não sabiam,
pres rvanclo-os de erros mesmo nas coisas que
el • s po liam sab - r por m ios humanos.
A sim é f acil de xpli ar: 1) que toda a Bíblia
' palavra de Deus, porque l da ela ' inspirada
por D us; 2) que Dfl Bi.blia não s pode encontrar
nf'nhum erro seja d'o cue. for, porque Deus não
node errar e1n oisa alguma; 3) que ·ha.i a vari -
dad, d" estilos, porque os autor· ·agrado não fo
rain instrum nto� m cânicos a quem Deus ditas
s' palavra por palavra.
As interpretacões
Tu elo o qzz a Bíblia diz é, portanto, mat Jria ele
f'é. Mas d •vemos t{.lr 'Ill vista tlll a Bíblia é um li
,,ro muit dificil d con1pr nder, principaln1ente
c1n certas partes.
A sua ,...ompl'e nsão r qn · estudos speciais. E
d vemo· nos lembrar qu ela foi e crit· de man i
ra sim.ples: com linguagem popular, com a pre
cupc. ão religiosa d· ensinar aos homens a r.onh -
cer, amar e servir a Deus, e qu - ela não t m por
tanto preocupações ci 0 ntf ficas.
Na Bíblia, con10 · m todos os e critos, d ve.mos
procurar sentido não ap nas as P'alavra ·; sem
· squecer entr-tanto, que o primeiro sentido é o
<las p lavras. Ma h:.'. · rta palavras na Bíblia que
t"m clarament nm s ntido spiritual. Assim por
'X mplo, quando s fala m olhos, mãos, te., de
D· us não se ·ai nt ·nd r ao pé da letra. Quando
diz que o sol nas r- e e s põe, 1 ão quer dizer que é
o sol qu gira cn1 redor da t rra. Fala de modo
popular como todos costun1am falar. E há outras
coisa.s P.1��ito mai� dificei§ e importantes:
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É para. '-'Vilar erros de interpretação que a Igre
ja se reserva o direito de dar o verdadeiro sentido
das palavras ela santa Escritura.
A leitura da Bíblia
O protestantc.S espalham, e muita gente pensa,
qu a Igr ja Católica proíbe a leitura da Bíblia.
Isto não f'. v ---rdad . A lyreja não somente aconse
lha a leitura da Bíblia, mas tem por ela uma gran
de astÍlna e um grand r.espeito. Basta saber que a
Bíblia foi feita "para nossa instrução", como lem
bra são Paulo (Rom 15 Li), o qual acrescenta: "To
da a E critura divinament0 in ·pirada é util para
ensinar, para r preendcr, pnra corrigir, para for-
111a-r· nu justiça; afim d-' qn o hom-1n de D us se
ja perfeito, apto para toda obra boa" (2 Tim 3, 16
e 17). Ora, o ,que a Ip;rPj a quer '. pr cisamentc isto:
que o hon1em s · j a pcrf · ito pronto para todas as
boas obras.
A Igreja proib. a leitura das falsas bíblias. Quan
do os herej -s, homens s·em conciênci·a, mal inten
cionados, com çaram a falsificar a Bíblia, a Igre
ja tomou n1edidas de precauç.ão, para não deixar
os fiéis cairem nos erros deles. É por isso que a
Igreja proíbe a leitura das Bíblias protestantes,
porque são truncadas falsificadas, com más in
tençõe$ (1). Proib tambem as Bíblias que não tra-
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e rdote, antes de l r, p d - a Deus que lhe ·purifi
que o coração: Munda cor meum. Depois beija a
palavra de Cristo, co.mo s fosse ao próprio ,ris to.
E o povo sauda a l .'.\itu -a do Evangelho, dirigindo
s :l diretarnent a Cri to, como se ele stivesse alí
presente: Gloria tíbi, Dornin ; - Law; tíbí, Chríste.
É preciso a ostun1ar-nos ao menos, à leitura dos
Santos Evang lhos. Seria uma tristeza não os co
nbec · rmos. Muito pro, ej toso seria ler s · rnpre os
E, ang lho e aindn 1n - lhor medi tá-los.
A TRADIÇÃO
Nós cren10s tudo o qu a Bíblia ensina, porque
como , imos a Bíblia é a pala ra de Deus scrit .
Cremos e d ve_r:nos cr r m tudo o que Jesus Cris
to ensinou. Mas ne1n tudo o que Jesus ensinou foi
escrito. J sus ensinou mui ta coisas que não foram
scritas. São João termina o seu E, angelho dizen
,do: "JVIuitas outras coisa· fez Jesus, as quais se fos
sem escritas um por uma, creio que n m no mun
do todo poderiam caber os livros que seria preciso
escrever" (21 25). Essas coisas, que não estão na
Bíblia, mas fo:r�rn, rcv _ lçióas por P.�us, constitu�m
a Tradição,
156 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A tradição existe
Jesu nunca e cr ,eu n nhum livro, nem man
dou que os Apóstolos escrevessem livros. Jesus pre
gou oralmente, e mandou que os Apóstolos pre
gassem: "Ide e pregai" (Mt 10, 7). "Ide e ensinai"
(Mt 18 18).
Os Apóstolos pregaram e -ensinaram o que ti
nham ouvido e aprendido de Cristo. Dos 11 Após
tolos ·'scolhidos por nosso Senhor, somente dois
escreveram, um d les d -clarando que deixava de
dizer muitas coisas. As Ep1stolas dos outros Após
tolos foram cartas enviadas particularn1.ente às
igrejas.
O valor da Tradição nós n ontrc1mos claramen
te no nsinamentos de são Paulo. Ele lembra aos
tessalonicens s que el s receberam a palavra de
D us p la pregação, - lhes diz: 'Conservai as tra
dições que aprend stes, ou por nossa· palavras, ou
por r ossa carta" (2 'I'ess 2, 14). E na Epístola aos
romanos diz lambem são Paulo que "a fé ve.1n
pelo ouvido" (l.O, 17).
É palavra de Deus
Do nl·s1no modo qu a-Bíblia, a Tradição tam
bem , palavra de D.eus. Tod·:1.s duas foram revela
das por Deus: têm Deus por· inspirador. A única
difer · nça é que uma foi escrita, e a outra não foi.
A Bíblia é a palavra ele Deus escrita; a Tradição
é a palavra de Deus não escrita. Jesus en inou
verbalm nte aos Apóstolos; est s ensinaram aos
seus discípulos, o quais transmitiram aos outros,
sendo assim conservada pelos legítünos pastores
da Igreja.
�� por isto que a lgrej a Católica dá tanto valor
à Bíblia como à Tradi ão: p rque an1bas sao a
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 15
palavra de D us. E o qu os Apóstolo ouviram
d· Cristo e ensinararn, tem o mesmo valor que as
coisas que eles ouviram de Cristo e escreveram.
Como se coos,erva
Não há dificuldade n nhuma no modo •de s
conservar a 1 radi ção. S ·· houvesse perigo de se
perder o que J e us ensinou, ele teria escrito livros,
ou teria mandado aos Apóstolos que escrevessem ·
para não se perder ou não se deturpar a sua dou
trina. Un1a vez que Cristo não fez nem uma coisa
nem outra, é porque hauia de assegurar a conser
vação da sua doutrina.
1. O rnoclo mais seguro de gaeantfr a Tradição
é o 'nsino vivo ela Igre}a: o Papa e os Bispos. O
·•nsino é o n1esn10; os Papas vão garantindo de g
ração em g ração -a doutrina de nosso Senhor.
2. A Tradição 'e conserva p ··los Símbolos. Os
Sim bolos sfio r sumos simples e breves das verda
des ensinadas pela Igr j a. Os mais conhecidos são
o Símbolo dos Apóstolos, o qual, se não foi compos
to pelos Apóstolos (como em geral se diz), contém
as doutrinas ensinadas por eles; o Sí-mbolo niceno
constantinopolitano (1) qu é o Credo da Missa;
e o Símbolo ele Sto. Atanásio, que se refere parti
cularment ao Mist�rio da SS. Trindade.
3. Con erva- a Tradição p -•la Liturgia. A Litur
gia contém as pre es e as ceremônias do culto da
Igreja. N ssas pr es e n s es ritos não pode ha
ver n nhum rro, porque ssas coisas estão unidas
intirnamenle aos dogmas. "A l · i de rezar é a lei de
cr r'.
(1) ,Chama-se assim porque foi composto pelo Concílio
de Nicéia, contra Ario, em 325, tendo sido depois acres
centada uma frase pelo Concílio de Constan.tino:pla, no
ano de 381.
158 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
4. Cons rva-s igualment a Tradição pelos es
critos dos Santos Padres, que nos deixaram o n
. ino das cT nças dos seus te1npos. E nós vemos que
ssas são as crenças de todos os tempos. Há parti
cularidades interessantes neste ponto. Por ex.:
ão Policarpo foi discípulo de são· J o"ão, e foi mes
tre de sto. Irineu; de modo qu to. Irineu podia
sab r, ·om toda segLU'WlÇa, por intermédio de são
Policarpo, o que Jesus •ensinou aos Apóstolos.
5. A Tradição s conserva ainda p la arte -ristã.
Por ex.: se nós ncontramos · imagens de Cristo e
los San tos no._ primeiros ten1pos ·ao cristianismo
" no, de1nais séculos, é porqu os _primeiros cris
tãos não julgavam isto uma iclolatria, e portanto,
é 1 gítimo o ulto dos Santos das imagens.
A regra de fé
Se a regra ele fé fosBe somente a Bíblia, ficaría-
1nos em granel s dificuldades. 1) P rderíamos mui
ta coisa que Jesus •cn�inou. 2) Como s , arranja
rian1 os que não sabem ler? 3) I-Iá muita crent · que
sabe ler, n1as não tem te1npo para ler a Bíblia.
4) A B_íblia é difícil de compreender, e seriá facil
torcer o sentido d coisas qt1 sã-o de prim eira in1-
p rtância ..
Os prol stantes tê1n a Bíblia como única regra
de fé. O resultado é que ninguem se entende 110
protestantismo: uns negam o que outros ensinam,
e vivem se combatendo. Interpretam a Bíblia d
maneiras diversas , os -'rt os s - multiplicam ntrc
el s. Quer diz r que a Bíblia não basta.
Para nós católicos a regra de fé é o ensino ela
Igreja. A Igreja tira o s "U ensino da Bíblia e ela
Tradição, e no-lo trai1Smite.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 159
Para viver a doutrina
O ensino uivo P inf alivel da Igreja sustenta a.
nossa fé. S 'm ,J , p r<l 'ríamos o sentido da R ve
lação. S m 1 , a p1 ÓJ)ria doutrina rle Cristo não
chegaria até nó . Ou ficaríainos s m saber qual é
·1 v rdadeira doutrina d Cri lo como e tão os
protestantes.
fl prin1eira obrigação ele un1 católico, em maté
ria de fé, é uma grande subn1issão ao que a Igr -
ja ensina. Ela é a depositária da R elação. O que
valeria para nós a Bíhli·_ s 1 a Igreja? Na l .
Nós n lería1no , discutiríam , cai ·íamos ern con
lr-1di�õc intcrpr · t, rí mos segundo os nossos de
s j os, e mo fazem os pobres dos protestantes. Mas
c1uando a Igr j a ensina, temos certeza de que a sua
doutrina é a v rdaµei ·a: - tirada da Bíblia e da
�, radi�ão.
R rnuilo importante para un1 católico conhecer
a doutrina da Igreja. Portanto, e ·tudar a R·eligF o.
O conbecjmcnto da Religião nos indica os cami
nhos que devemos s · O'Uir na vida. Além disso, ser
ve 1nuito para fortifict r a nossa fé.
lioj e en1 dia muitas coisas concorr n1 pnra en
frnquec 1· a fé. Iuito err s ão en inados muita
depravação de co tum s, muita ignorância sobr.
o ensino la Igr j a. Por isso m smo, precisamos co
nh cer o que usina a santa l\iladre Igreja. Mais
do que nuncl1, pre isamos estudar a Religião.
A afirmação d· no:sa fé é un1 d v r. Ten1os
obrigaçao d' professm· a nossa fé. Fazemo isto
por meio do Símbolos. Dcv mos r citar sempre
o Símbolo los Apóstolos, true é um re umo admi
ravel. Na lYiissa, acompanhemos o e lebrante, quan
do reza o Cr.edo. Repitamos, todos os dias, o nos-
160 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
o ato de fé: "Creio h1do o que cTê e ensina a san
ta iadre Igreja".
QUESTIONARIO. Que é a Tradição? Prov,e que ela exis
le. Gomo se conseTva a Tradição? Qual é o anterior: a
Bíblia ou a Tradição? Por que a Bíblia não pode s,er a úni
ca regra de fé'l Qnal é a regra de fé dos católfoos? Que
onsequência tira daí para a vi da de um católico? Onde
prof ssamos a nossa fé•?
OS DOGMAS
É a Igreja que nos ensina as verdades religio-
as. Pertenc mos a ela pelo Batismo. Como súbdi
tos e filhos, d vernos-lhe inteira submissão e mui
lo amor. Esta subn1issão, quanto às verdades que
ela no ensina, é a j'é que devemos aos dogmas.
Scn1 isto, n - 1n pode1no nH:.. rccu· o nom de católi
cos. Que1n não Tê em um só do dogmas da santa
Nladre. Igreja não é católi o: ' un1 h-reje.
A revelacão
,
Deus nsinou muitas coisas aos ho1nens.
Certas verdades, cnj a existência nunca pode ·ía
mos conhecer por nós mesmos, foram ensinadas
por Deus. Sem "sta Revelação (1) nada sabería
mos- dos 1nistérios da Religião, como a SS. Trinda
de .e os outros.
Além disto, Deus· quis tamb-1n revelar outras
verdades que os homens podem conhecer, mesmo
s·em a Revelação. Mas ou conhe,ceriam mal e insu
ficien t �mente, ou s m a necessária e rteza para
ficarem inteirame.nt tranquilos.
Deus falou aos homens. Ao antigos Patriarcas
(Adão, Noé, Abraão, Moi l\s), aos Prof •1 las, e final
m·entc Deus falou aos hoin ns pelo seu Filho, Jesus
( 1) Rev-elar quer dizer: Lirar o véu, mostrar.
Doutrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 11 161
Cristo, o qual veio completar a lei do Antigo Tes
tamento e o que faltava nos Profetas (ver Hb 1, 1
e 2). Estas verdades reveladas por Deus estão na
Sagrada EscTitura na Tradição.
A fé
A palavra de Deus merece todo o nosso crédito.
Deus não pode se enganar, nem pode nos enganar.
Tudo o que ele diz é a v rdade, e nós devemos
cre.r. Mesmo que Deus .afirme µma coisa qúe não
compreendemos, nem podemos compreender, nós
devemos crer. Pois nós cremos, não porque com
preend.emos, mas por causa da autoridad.e de Deus
que revela.
Por isto mesn10 é qu a fé ei;clue toda e qual
quer dízvida. Deve se;r firme e inabalauel. Do eon
trário, estaríamos duvidando da palavra do pró
prio Deus.
Aereditar de pois que entendeu e só porque .en
tendeu, não é fé, é ciência; acreditar porque viu,
tarnbem não é fé, porque, então, nãb estamos acei
tando a palavra de quem fala, mas o nosso pró
prio testen1unho. Cr.emos porqu,e De,us disse, em
bora procur mos, depois, esclarec r a nossa fé, pe
lo estudo.
O ensino da Igreja
Todas as verqades que ,estão na Revelação nós
somos obrigados a aceitar: são matéria de fé: É
na Revelação que a Igreja vai buscar os seus en
sinamentos. É por isso que dizemos, no Ato de Fé:
"Creio tudo o que Deus revelou e a Igreja. ensina".
Mas nem toda$ as verdades a Igreja ensina do
1nesmo modo, isto é, exigindo de nós a me-sma fé.
162 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Qnando a Igreja define um dogma, nós somQs obri
gados rt crer nele, s0b pena de nos tornarmos he
rejes.
Os dogmas
Os dogmas , ão v r<l des reveladas por Deus, e
propostas pela Igreja à crença dos fiéis. Quer di
zer que a Igreja só pode proclamaT co-mo dogma
uma v rdad·e que está revelad a por D 1:1s.
Assim sendo está claro que a Igreja não inventa
nem cria verdades novas: São verdades tão anti
gas quanto a R-'vclação, que a Igrej á agora de
fine como dogmas de fé. Apenas, a definição da
Igreja esclarece o cruc talvez não stivesse bastante
claro na Bíblia ou na Tradição.
Pode tamb m acontecer que a çlefinição seja
neces ária por causa das heresias que. aparecem
negando as verdades da Religião. Então a. Igreja
<lefine, pata firmar o dogma.
Qu.and'o a Igreja proclama uma verdade. con10
dogma de fé, isto vale por uma declaração infali
vel de que aquilo foi revelado por Deus, e portanto
nós temos o dever de crer, porque ·ninguem pode
nega;r f'é ao qHe Deus 1nesmo ens_inou. O dog1na de
j'inido pela Igre}a mostra a u rdacle que se a ·ha
va na Revelação.
Fonte de vida
A fé é necessária à nos a salvação. 'Sem ã fé é
impossível agradar a D us" (Hb 11, 6). lVIas a fé
que salva na0 é a fé inoperante, rnas sim a fé. uiva,
que se mostra pelas obras. O Apóstolo são Ti ago
diz claramente: "A fé sem obras é morta" (2 17).
Nós deueinos agir de conformidade .com a nos
sa fé. Neste sentido s·e pode diz.er que os d0gmas
Estudo necessário
Por aí se vê quanto é 11 ccssúrio estudarmos o
dogn1a, e m· ditarmos obr el para podermos
nutrir •a nossa vid'a espiritual. Só por urna· fé ·escla
r- cida e profunda é que poderemos, 1 var uma vi
ela verdadeiran1ente CTistã.
Quem não tiver nma fé esclarecida e tJiva, não
tem coragem para vencer as dificuldades, n m en
tusiasmo para a santificaçã-o, nem ânirno para o
apostolad0. Sem a fé, não se ·explicaria o herois
n10 dos mártfr s, a abnegação dos missionários, a
dedicação das r· ligiosas enfermeiTas, o zelo dos
n1embr.os d'a Ação Católica (ver o cap. XI da Epís
tola aos h "breus principalmente do verso 32 em
djante).
O Salmista tem razão de dizer qu faltam os
santos quando as vcrdad s são pouco conhecidas
dos filhos dos homens (cfr. Sl 10).
Estudado assim, os dorsmas católicos lançam as
.suas luzes sobre toda a vida cristã. Firn1am e es-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br '(
clar ·cem ü f · a qual, animada pela cáridad'e,. en
che, élirig,e - santifica toda a vida do cristão. É is
to que se chama: viver o dogma, viver a doutrina
católica. "O justo vive da fé", diz são Paulo (Hb
10, 38).
Na liturgia ·
Un1a pessoa que nao conhece os docrmas da nos
sa santa RPligião, não saberá nun ·a rezar. A sua
oxaçao será feita e.penas de sentimento ou de sen
timentali mo. Por is o, ssa p · ssoa só saberá re
zaT enquanto �·e sentir fervorosa, e quando na.o
sentir f.eruor, abandona a oração. ·Tambem a sua
oração não será nunca tuna coisa profunda, com
raizes na alma, mas será sempre superficial.
So1ne11te um bom conhecimento dos dogmas da
lgre}a no.5 pode guiar em no· as orações com se
gurança, ori ntando e susif'ntando o sentimento
religioso.
Na Liturgia nós enconlramos o mais p rfeito
mod - lo de oração j u tan1 nte por serem os dogmas
a n1edula elas fórmulas litúrgicas.
De modo que, na Liturgia ao m · sn10 ten1po que
rezan1os, tamben1 recordamos e aprofundamos as
verdades religiosas.
Aí temos uma das muitas vantagens de acompa
nhnrmq� a santa l\1issa pelo lVfissal, que é o li, ro
litútgico por exc lência. Ê verdade que não encon
tramos as verdades católicas em ordem com argu
mentos, como encontram0s, por exe1nplo neste li
vro; elas, porém lá estão ensinadas de modo dife
rent às vez ·s muito m-a.i, profundo e eficaz .. É
por isso que algu ín já chamou à Liturgia - uma
Teologia que se apr. nde d joelhos.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 16'5
Nos Evangelhos
Já explicamos que todos os dogmas da Igreja es
tão no sacrossanto depósito da R velação. E exJ)li
camos tamb rn que 11cm por isto ' inutil a lgr,ej a
proclamar os seus dogmas: les e clarecem _e fi -
mam u nossa fé.
Embora a Revelação não seja só a Bíblia, mas
seja tambem a Tradição, e a Bíblia não conste só
dos Evangelhos, não há dúvida 1ue os Evangelhos
são a melhor parte da Rev lação. E lá s encontra
quasi toda a doutrina católica. De modo que a lei
tu1 a dos Evangelhos como a de todo o Novo Tes
tamento, constitue u1n verdadeiro curso de Reli
gião.
Esclareçamo entr tanto, que a leitura dos Evan
gelhos só pode ser proveitosa às pesso·as que tive
rem um bom estudo dos dogmas. Es -as pessdas, já
instrui das encontrarão nas páginas sagra d as um
precioso alimento ao mesmo ten1po, para sua. fé
e sua piedade-.
Sem este ,conhecimento prévio elos dogmas, a lei
tura dos Evangelhos pouco proveito trará ou mes
mo trará dificuldade à fé, como aconteceu com os
protestantes, .qu - se perdem p0r causa da igporân
cia dos dogmas da Igreja.
166 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
scla'recer a nossa fé mas não nos esqueçamos que
cremos só e unicamente porque Deus disse - e
não porque con1preend mos.
Quando a Igreja ensina, acreditamos na Igreja,
pelo mesmo motivo. Deus deu aut0ridade à Igre
ja. Mesmo que eu não compreenda aceito. Mes1no
que eu não ache, quero me submeter. Mesmo que
não seja matéria de fé, não seja dogma, é 1nin.ha
obrigação de bom católico aceitar os ensinamentos
da Igreja. Entre a minha opiniã e o ensino da
Igreja só urna soberba lo1,1c-a me faria desprezar
o ensino da Igreja e preferir a minha opinião.
Quanto mais eu estudar os dogmas católicos,
mais facilidade terei para a vida espiritual escla
recida. A minha piedade não t m sido verdadeira
e sólida, por falta de conheci.m·en to da doutrina
católica. O estudo facilita a meditação, o gosto nos
atos religiosos, o trabalho no apostolado.
O uso do Missal tem a vant gen1 de me faz r
acompanhar a vida da Igreja e ao mesmo tempo:
me instruir religiosam·ente. Vou acompanhar a
santa Missa com o Missal s ainda não tenho este
costume.
As minhas leituras espirituais s rão feitas sem
pre em livros instrutivos e cheios de ·espírito cató
lico. D quando em vez, quero Teler os Santos·
Evangelho e as Epí tolas como leitura espiritual�.
para melhor nutrir a fé e a piedade.
Acompanhar as festas litúrgicas é' vtver os dog
mas, é sentir com a Igreja. Quem acompanha as,..
sim a Iarej"a, tend·o o doama como farol não per-
a·e nunca a: sua fê.
QUESTIONARIO. Que é Revelação? Que verd·ad·es nos
foram reveladas? Qual é a mai importante parte da Re
velação? Por que devemos crer nas verda.des reveladas?
0.nde a Igreja. busca os, seus ensinos? Que é um dogma?
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 167
Há verdades novas, quando a I,grcja proclama um novo
dogma? Para que, então, -a Jrrreja define dogmas? Que
obrigação temos para com os dogmas? Por que devemos
agir de conformidade com ·a fé? Isto é possivel, sem úm
fort. e estudo do dogma? ];>or que? -Qu�is são as relações do
dogma com a liturgia e o Evang�lho?
O ESPíRITO SANTO
Além d'a lição sobre a SS. Trindade estud-a1nos
em particular cu-da uma da Pessoas Divinas. N·o
Símbolo <los Apó to-lós fazemos a nossa profissão
de fé nas Tres P s oas: "Creio em Deus Padre . ..
e en1 Jesus Cristo. Creio no E pírito Santo'�. O es
tudo obr J e�us Cristo foi mais longo por causa
dos Mistérios que se realizam p la missão do Ver
bo Incarnado. Mas as operações do Espírito Santo
na Igreja e nas almas merecem tambem um estu
do esp cial, porque são essenciais.
Pessoa divina
Já vimos. que as Tres Pessoa.s são iguais· em l)er
Í ·'içõe , porque nma só é a natureza. Nas manifes
laçõe.s da SS. Trindade, o Espírito Santo aparece,
ora em forma de pomba, ora em forma de nuvem
luminosa. Quando Jesus se refere ao Espírito San
to é dando-lhe a mesma natureza do Pai e do Fi
lho: quando mm1cla batizar, por exemplo.
O Espírito Santo procede do Pai e do Filho: é,.
portanto, da mesma natureza - é Deus como o
Pai e o Filho. E c�mo Deus, é ígualmente aclarado.
Dizemo.s isto no Credo da Mis:;;a: ' Creio no Espí
rito Santo, Senhor e vivificador, que procede do
Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é juntamente
adorado e glorificado".
Quando Ananias mentiu a são Pedro, o Aposto
lo lhe disse: '. Para que tentou Satanaz o teu cora-
1.68 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ão, para .,nentir ao Espfrito Sanlb? 'Nªo mentiste
aos homens, mas a Deus" (ver o episódio: At 5,
1-5).
São Paulo diz igualmcnt:i que o Espírito Santo é
D us: "Não sabeis qu;, os vossos me:i;nbTos são
templo do Espírito Santo? Glorificai e trazei a
Deus no vosso oorpo (1 Cor 6, 19 e 20).
172 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
turgia invoca mtiitu · vezes o Espírito San.t.0. (De
pois do ,OfeTtório, nn ben. ão do Círio Pascal, na
sag.ração dos Santos óleos etc.).
I?rincipalm ntc a liturgia da Crisma está cheia
do Espírito Santo.
Para viver a doutrina
Cuidada assistida p lo Divino Espírito Sa11to,
a Igreja Católica 1n • rece toda a nossa estima e fi
lial devoção. To-da a nos a submissão, portanto, ao
seu ensino ao seu governa. Todo re p ito aos seus
pa tores, principaln1 nte ao Papa.
A estima aos ministros sagrados pode variar
<l p ssoa a p ssoa. Poden1os ser n1ais amigos des
te ou da :ruel:. padre. Mas não nos devemos esque
c r d qu todos os padres são ministros de Deus,
porqu · nas fm1çoes sacerdotais é o Espírito Santo
que age por meio elo mini tro.
Devo er e ta ação em toda a vida da Igreja.
Todos os atos d'a Igr ja são assi tidos pelo Espí
rito Santo. Fj el qu• põe os Bi pos nas dioceses pa
ra gov rnarem a I,o-rej a (ver At 20, 28). Obedecer
ao Bfapo , obed er ao Espírito San.to. É péssimo
costum censurar o atos dos superiores eclesiás
ticos.
A ação do Espírito Santo na Igreja no deve en
cher de onfiança. Por grandes que sejam os peri
gos, é o Espírito Santo que nos conduz. A Igreja
vencerá. lVIesmo que os homens sejam vencidos,
ela venc rá.
Isto não quer dizer qu não trabalhemos. PoT
qu a Igreja venc rá na certa podemos ficar de
braços cruzados? Não, d modo algum. 1.Vlesmo. por
qu a Igr -j a Universal há-d'e v ncc.r nunca será
clestruida; n1as a Igreja no Brasil pode ser destrui-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 17 3
da com0 foi na África, outro1·a cl1eia de dioceses
florescentes e hoje terra de pagãos.
Temos que trabalhar, e trabalhar muito, porque·
as dificuldades são muitas e os perigos éstão au
n1entando. Mas trabalhare1nos sempre com modés
tia porque não 'somos nós que realizan1os, mas o
Espírito Santo qu realiza poT nós. E, pdr i'5..:c
mesmo, trabalharemos com confiança: se nós tra
balharmos, el vencerá.
A GRAÇA SANTIFICANTE
Vimos o qu_e faz o E piTito Santo na Igreja. Ve
jamos o que ele realiza em nossas alma�. É nma
ação bem diferente. E para nós nada há que se lhe
possa comparar. Por iss•o, pre.cisaino conhecer es
ta ·ação, para compre ndê-la bem, e estimá-la me
lhor. Um Santo Pa,dr lembrava: ' Conhece, ó cris·
tão, a tua dignidade". Para muitos cristãos, infe
lizmente, as operações do Espírito Santo na al
mas é coisa ,desconhc.cida, um mistério escondi.do
e desprezado..
174 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
O sobrenatural
Deus formou o homem de corpo e alrn.a. Eram
estes os requisitos para Ad�o seT homem �im pl�_s,.
Porém Deus quis fazer do homem àlguma coisa
mais. Quis acrescentar alguma coisa à naturez-a
humana. Para isto era necessário dar-lhe alguma
coisa acima da nuture2a, e qne por isto se chama
sobrenatural.
Com o corpo e a alma, o homem seria apenas
homem. Mas Deus quis que o homem se tornasse
participante da vida divina. Adão nã-0 se:ria só
criatura de Deus, mas seria filho de Deus. Estavá
elevado acima da condição de homem. Era como
o s·ervo que o rei a,<lotass como filho. Gozava da
amizade de Deus, tinha direito a un1 lugar no céu,
que é a casa de Deus. Aqui na terra participava já
da natureza divina, afim d poder gozar de Deus
definitivamente no céu.
Tud'o isto Deus concedeu ao homem concedendo
lhe a graça santificante. A graça santificante é um
dom sobrenatural que nos tor1,1a participantes da
uatnre·za divina.
Sabemos o que aconteceu a Adão: perdeu o
imenso tesouro desta el vação pelo pecado origi
nal. Mas s-abe1nos tambem
· que a misericórdia sem
limites de Deus nos concecleu de novo este dom
com a Redenção, pelos merecimentos de, J es:us
Cristb.
Filhos de Deus
·Nós. precisamos de compreender bem isto. Pa
ra sermos filhos, é necessário termos a mesma na
tureza do pai. Como nã-0 é possivel sermos da mes
ma natureza d·e Deus, ele nos fez a·o me:nôs p·arti-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 5
cipar da sua natureza. "Afim de que · os torneis
participantes da natureza divina" (2 Ped 1, 4).
Para isto, Deus s uniu à nossa alma. Veio mo
rar em nós. A graça santificante é a permanência
de Deus .em nós.
Nós somos u1n verdadeiro templo em que Deus
está ren lmente pres·ente, do m smo modo que está
no céu. "Não sabeis que os vossos membros são
templos elo Espírito Santo, qu habita em vós?"
(1 Cor 6, 19). Habita: permanece, vive em nós. Nós
estamos unidos a Deus de maneira real e perma
nente, quando estamos em estado de graça.
Deus fez isto, diz o Apóstolo ão João, para que
s·ej amos seus filhos: "que mereçamos ser chama
dos e de fato s, j amos lilhos de Deus" (1 J o 3, 1).
Desde então po.demos chamar a Deus de nosso Pai,
porqu ele nos tirou da escravidão e adotou como
filhos (cfr. Rom 8, 15).
No batismo
Perdemos a graça santificante pelo pecado de
Adão. Readquirimos o direito ao estado sobrena
tural o qual nós alcançamos por meio do Batismo.
Nas ceremônias d-o Batismo, encontramos, de
modo perfeito, a doutrina da graça santificante.
Logo no con1eço, o padre diz: "Sâi dele, ·espírito
imundo, dá lugar ao Espírito Santo". Faz o sinal
da �ruz na fronte do batizando, para que ele "pos
sa ser um templo de Deus". Depois da reza do Cre
do ·e do Padre Nosso, o padre manda de novo ao
. demônio que saia para que o batizando "se torne
um templo de Deus vivo e o Espírito Santo habite•
nele".
Pelo Batismo é que nos tornamos filhos d'e
Deus, porque, somos elevados à� ordem sobrenatu-
176 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ral, com •'Çando cntã0 a pai·tidpar da natUJ!eza di
vina. É o Batis1no que põe Deus ,em. nós. Por isso é
c1ue Tertuliano dizia que un1 homent é. ·corpo e al
n1a, mas ''u1n cristão é corpo, alma e o Es•pírito
Santo".
Por aí se vê a grande diferença entre um bati
zado e um pagão: um ten1 o Espírito Santo, ,outro
não o tem. A mes1na coisa para quem está em es
tado de graça, quem stá em pecado mortal.
"Viremos a ele"
Pelo Batismo se realizam as palavras de Jesus
Cristo: "Nós viremos a ele e far mos nel.e a nossa
morada,, (J,o 14, 23).
Na vida dos. Santos encontramos fatos admira
veis, que mostra1n 1 em a presença de Deus nas al
mas em estado de graça.
O Breviário diz que sta. Luzia respondeu ao pre
feito qu lhe p rguntava se o Espírito Santo esta
va nela: - "Sim, os qu" vivem casta e piedosa
ment são templos .do Espírito Santo".
O piedoso Leônid'as, pai do grande Orígenes,
heij ou o peito do filho, dizendo-: - 'Adoro a Deus,
presente no coraçao deste pequenino batizado".
Ainda 1nais cl�ro é o que acont ceu ao Beato
Suso, a quem u1n dia o Anjo da Guarda disse:
·Olha em teu peito, v rás". E ele olhou e viu
Deus n1 seu coração.
O que .el e viu, e. ;iste em todos nós, não de modo
visível, mas de modo igualmente real.
Vida divina
Desde que estamos em eslado de graça,, temos
em nós o Divino Espírito Santo, som-os um templ0
cm qu vive a SS. Trindade, começamos a viver
ou trinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva --J.2 177
a vida sobrenatural. Ê a &ida de D.eus em nó�. Nós
permanecemos em Deus, e D·eus permanece em
nós, segundo a palavra de Jesus: "Permanecei em
mim e eu permanecerei em vós" (Jo 15, 4). É o
Espírito Santo que nos comuni a esta vida - e por
isto� no Creclo da Missa, nós o chamamos -de vivi
ficador ( que dá a vida).
Nós participamos da vida de Deus pela graça
santificante, do n1esmo modo que um ferro meti
do no fogo participa da natureza do fogo. Assim
como u1na gota d'água metida num pouco de vinho
se mistura no vinho, tomando-lhe a cor, o gosto e
o perfume, assim a nossa alma, unida ao Espírito
Santo, começa a pa_rticipar da natureza divina (ver
a oração que o celebrante diz, quando põe a gota
1
d'água no ,cálice).
Mas a melhor compara ão é de nosso Senhor. Ele
é a videira, nós s01110s os ramos (cfr. Jo 15) .. Ora�
os ramos vivem da mesma vi,da da videira; do
contrário, não viv )m, nem podem viver. O ramo
que se desligar •do tronco seca e mo,r re: nós só po
demos viver, unido-s a Cristo.
mais, a perfeição.
O temor de Deus nsina-nos a fugir da mínim'a
de todas as faltas contra Deus com maior ·cuidado
<lo que fugiríamos da pTópria morte.
Há tamh m outros dons e::ctraordinári0s (êxtase.s,
visões, profecias, milagres etc.) os quais o Espíri
to Santo dá a qu m quer (cfr. 1 Cor 12, Jl), e não
constitue·m a santidade, embora o Espírito Sant0
não os conceda a qu m não levar uma vida vir
tuosa.
2* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A suprema desgraça
liJ pena qu nã-o· possamos ver a reaHdade da
graça santificante. Poden1-.os apenas saber que ela
.existe. Quando mrus, podemos senti-la. Só por uma
rarissima exceção, como a do Beato Suso, se p-ode
ria ê-la. Por isto é que muito.s - a maior parte,
infelizmente - não sabem avaliar o que seja o es
tado de graça. E por isto, tamhem, não sabem ava
liar o que é o pecado mortal.
Pelo pecado mortal o homem perd.e o Espírito
Santo, e fica sendo apenas o homem. Inverte o Ba
tismo e diz, n.ão com palnvras, mas com os fatos:
"Sai de mim, ó Espírito Santo, dá o teu lugar a-0
espírito imun l'o''.
Pelo pecado mortal, o homem renw1cia aos pri
vilégios sobr naturais, ao título d-' filho de Deus,
1
180 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
tual. Assim com0 a convivên ·ia, com 0 Espírito San
/(:) facilita a uírtucle .e incliná par'a a bem,. assim
lambem a convivência oni. o demônio (pelo péca
do mortal) inclina para o mal e facilita os pecados.
A GRAÇA ATUAL
TO'do auxílio que Deus nos dá para a nossa sal
nação é graça. Este auxilio divino nos é concedido
1
N ec.essidade
O homem nada pode fazer para a sua eterna sal
vação sem a graça atual. Na célebre comparação
da videira e dos ramos Jesus Cristo diz: "Assim
como o ramo não po-de dar frnto por si mesmo, se
não perma · necer na vid'eira, assin1 tambem vós,. se
não permanecerdes e1n niim . .. . Sem mim, nada
podeis fazer" (v�r todo o trecho: Jo 15, 1-6). E são
Paulo ,diz que, sem a graça divina, não poden1os
nem pronunciar o nom.e de Jesus (,cfT. 1 Cor 12,, 3).
Eis por que Deus dá a todos os homens as graças
nece.';sárias à salvação. Aos pecadores dá a graça
da conversão; aos justos (os que estão em estado
de graça) dá a graça da perseverança. S.em isto,
n.em os pecadores se poderiam converter, nem os
justos perse.verariam.
A graça atual nos move para cada ato, sendo
portanto necessária, cada vez que temos de fazer
o bem ou de fugir do mal.
Distribuição
Sendo assim necessária, Deus não nos neg_a as
suas graças. E não somente nos dá as graças inte
riores, que agem diretamente na inteligêneia e na
vontade (bons pen amentos e desejos), n1as tam
bem graças e�:cteriores, como sermões, bons conse
lhos, leituras, exemplos, advertências, certos desas
tres, doenças, etc.
As graças que Deus nos dá são suficiente-s para
nos salvarmos; quer dizer: bastam para a nossa
salvação, Realmente, são Patilo diz que Deus ".quer
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 183
que todos o homen s salv 1n' ; ora, ninauem po
de s salvar em a graça; logo Deus dd. a todos os
homens as graças nec.essárias à salvação.
lVIas Deus não dá as suas graças a todos os ho
mens na mesma medida. Como tambem não dá
os don naturais. Na parábola dos talentos, uns re
ceberam cinco, outros dois e •O último recebeu ape
na um (ver Mt 25, 1.5). D.eus pode dar graças mais
abundante a quem quiser, sem fazer com isto in
júria a ningu "m (v r a parábola dos op rários da
vinha: Mt 20, 1-16). Isto depende unicam-nte da
vontade d D u orno nos ensina são Paulo:
"Quem op ·'ra m vó o quere · e o faz r é Deus,
conforme lhe apraz" (Filip 2 13).
Tamhem as graça' não são dada ao mesmo tem
po, nem d um modo continuo igual; mas o Es
pírito Santo no-las di ·tribue mais Iargamente em
ce ·•tos tempos, dias e ocasiões. "Eis agora um tem
po f avoravel, eis ae1ora o dia da salvação" (2 Cor
6, 2). Por isso nós costumamos dizer que os dias ele
retiro spiritual das santas missões etc. são dias
de graças. E a lgrej a põe este trecho ,da segunda
Epístola aos coríntios no 1 º Domingo da Quares
ma, para lembrar que a Quar ma é um tempo e -
pecial de salvação.
Uma dificuldade
Se Deus dá a todos os homens a,s graças n e s
sárias à salvação, co1no é que -les po lcm se con
denar? É simples: condenam-se, porque desperdiJ
çam a graça. Receben1-na mas não a aproveitam;
A graça era sufici.ente, 1nas eles nã-o trabalharam·
para torná-la eficaz, isto é, não fizeram com que
ela alcançasse o seu fim.
184 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Assim se explica tambem que os homens caiam
nas tentações. Muit0s dizem: "A tentação foi mui
to forte, e eu n-ão pude resistir'·'. Isto não é verdade.
São Paulo diz qu todas as tentaçõe;i, são propor
cionadas às fraquezas humanas e que Deus não
permite que sejamos tentados além do que podem
as nossas forças (ver 1 Cor 10, 13).
Portanto, nós caímos em pecado, se de.spr; eza-
1nos a graça, que Deus nos dá precisamente pata
vencermos a tentação.
Cooperação necessária
Como vemos, é necessário cooperar com a 0ra
ça. A graça nos é dada na medida necessária; po
rém ela sozinha não nos salva. É preciso· qu-e nós
trabalhemos. É neste sentido que sto. Agostinho diz:
"Deus, que nos criou sem nós, não 11.os salva sem
nós".
· Os pecadores recebem a graça para s_e ç,onverte
r m. Deus os chama de diversas maneiras, por
que ele "não quer a morte do pecador, uias que
este se converta e viva" (Ez 33, 11). Nosso Senho.r
Jesus Cristo disse que "não veio chamar os justos
mas im os pec.adores" (Lc 5, 32). A todos são da
das graças interi0res e exteriores verdadeiros cha
mados de Deus. Mas é 1n·eciso que ele•s cooperem
..
co1n a graça. Do contrário, não se converterão .
Os justos recebem igualmente a graça divina,
para resistir.e1n as tentações, para terem força de
cumpril' os mandamentos sejam quais fore1n as di
ficulda-des. lVIas, para se manterem no estado de
graça, é preciso que cooperem com as graças atuais.
:
Do contrário, não poder,ão perseverar no estado de
graça.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1'.85
Responsabilidades
As graças não nos faltam, nem nos podem fal
tar. A coo per ação com a graçá é tudo.
Se nós so1nos do mais aquinhoados, teinos ain
ct a mai� responsabilidades. A quem Deus deu mui
to pedirá mi.z.ito. Foi as im na parábola dos ta
lcn tos: .ao que tinha dado dez talentos ·exigiu ou
tros dez, ao que tinha -da•d'o cinco exigiu apenas
cinco. E porque eles foram fiéis, uma grande 1·e
compensa lhes foi dada (, er Mt 25, 15-23).
lVles.mo qu não tenhamos recebido muito, deve
mos oopera.r do mesmo modo. Quem aproveita a
graça recebida, recebe outras graças mais abun
dantes ainda (ld. ibd. 29).
Mas, triste de quem não coopera com a graça!
Nesta mesma parábola, o servo que não fez o seu
talento render, mas enterrou o seu talento, foi cha
mado d' ' servo mau e preguiçoso:'; o talento lhe
foi arrancado, para ser dado a-o outro; e ele foi
lançado nas tr va� exteriores, onde há chôro e ran
ger de dentes (ver id. ihd. 24-30).
Jerusalém não quis aceitar a graça que Jesus
Ih deu, e foi terriv·elmente castigada, sendo de.s
truida, tal qual no-sso Senhor tinha p�ofetizado (ver
Lc 19, 41-44). É a figura do pecador que não quer
cooperar com a graça.
Deus qu r -que nós correspondamo� a todas as
graças que nos dá. Se ele nos chama para a per
f e-içfi.o, devemos ir. Os Apóstolos corresponderam
imediatamente à graça de seguir a Jesus, por isto
receberain uma grande recompensa (cfr. Mt 19,
28). Mas o moço rioo, que .Jesus ·chamou para ser
perfeito, não quis; e nosso Senhor disse que era
186 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
mais facil um camelo passar pe]f{j fundo dum.a
agulha do que aquele moço se salvar (ver Lc 18,
18-25).
Para crescer
Este episódio do moço rioo nos ensii1a que nós
temos obrigação d procurar a perfeição,. a que
a graça <livina nos chama. Devemos distinguir es
ta obrigação da 9brig-ação de cumprir os manda
mentos. :Mas, feita esta distin ão, encontra1nos no
Evangelho Jesus dizendo que devemos "ser _per
feitos como o nosso Pai o leste é perfeito" (Mt 5,
48). Quando mesmo os nossos pais se. opõerri ao
desejo de perf iç.ão, manda nosso Senhor que os
abandonemos, para podermos s t seus discípulos
(ver Lc 14, 2C1-27).
Ora, nó· só podemos crescer assim na perfeição,
aprov,eitan lo bem das graças que D:eus nos d-á.
Por váJ.,.ios motivos. a) Já vimo que Deus nos pe
dirá contas de todas ·:ts graças qtte nos concedeu.
b) Tambem ·e não aprov itarmos. bem as g;raças,
amos enfraquecendo a nossa alma, e termi;namos
na til.li· �a e talvez mesmo no pecado mortal. e) Do
lado positivo, vimos que Deus aumenta-nos as gra
ças à medida que so1n0s fiéis.
Daí :resulta a obrigação de coTrespondermos a
todas as gi:aças que receber.nos. Porque essas gra
r,:a.'i que eu. recebo ' agora" me vão ser necessárias
para vencer tentações que virão "depois". Ora, se
eu não aproveito as graças agora, não poderei r.e
sistir às tentações que virão. Do mesmo mÕdo, à
medid'a que eu cor.responda à graça, a vida crJstã
me vài sendo facil e agradavel; a minha alma vai
senc;ló enriquecida de novas graças, e elt vou me
santificando.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 187
Para viver a douttina
Na vida d um cristão tudo é graça de Deu .
Devo agradec r sem cessar a fraças que r cebo.
Fazer disto um cui lado especial na oração da n1a
nhã e da noite.
Deus me· deu e continua a dar muitas graças.
Graças ünportantes, que outros não receberam.
Nã,o é uma grande graça eu poder comungar fre
quentemente? Quantas pessoas desejam t r esta
facilidad·e, e não a têm! E a sim muitas outras. S
eu não tenho sido fiel a essas graças, estou desper
diçando-as, estou enterrando o talento.
A Liturgia of rec muitos t mpos favoraveis",
dos quais é preciso aprov itar para o prógresso es
piritual. O Adv nto, a Quaresma, o Pentecostes
são os principais.
Um exame de conci "ncia n1e mostrará quantas
graças eu tenho perdi do, desperdiçado. É por �sto
que a minha vida spiritual continua tão atrasada,
que eu vivo tão tíbio ou ainda pe0r, que tenho cai
do em pecados mortais. Tudo, resultado da minha
pouca fidelidade a graça.
É possivel tamb m qu eu viva contente com a
minha mediocridade espiritual. Não caío em peca
do mortal: - estou satisf ito. E nã-o procuro avan
çar. No entanto, Deu me tem concedido as graças
suficientes para a peTfeição. Se eu quisesse coope
rar, estaria já bem adiante. Que responsabilidade!
De muitas outras graças eu preciso, e posso, e
mesn10 devo pedi-las a nosso Senhor. As per.das
são constantes, os perigos grandes. O próprio Je
sus advertiu: "Vigiai e orai, para não cairdes em
tentação" (Mt 26, 41). A oração e a frequência aos
sacramentos são meios para obter novas graças.
Principalment� a invocação ao Espírito Santo (Ve�
i88 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ni, Sancte Spiritus; Veni Creal0r) e a nossa Se
nhora. Dos Sacramentos, a Eucaristia, na Comu
nhão e na santa Missa, fonle de todas as graças.
Como ninguem estará jamais certo da perS'(tve
rança final, e é esta a mais important1e de todas as
graças, p-orque é decisiva, pedirei sempré: a graça
<le morrer em estado de graça. (A Ave '.Iaria pede
esta graça). A são José, padroeiro da boa morte,
quero 1ne recomendar particularmente, pedindo
tamõem a graça de. morrer confortado com 0.s Sa
cramentos.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 189
A vid-eita
No cap. 1.5 de são João, .JestlS d.iz.: ''E.u sou a vi
deira, .e vós sois os ramos. O que permanece em
mim e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem
mim nada podeis fazeT. Se alguem nã·o permane
cer em mim, será lançado fora como o ramo, e se
cará e o enfeixarão e lançarão ng fogo, e arderá"
(5 e 6).
Nada pode haver de mais claro : Cristo é o -tron
co, nós s·omos os ram0s. Só os ramos que estiverem
unidos ao tronco poderão viveT e dar frutos; em
esta união, nada _poderão fazer. E -os ramos que se
desligarem do tronco, secarão, e só servem para
ser lançados ao fogo.
O corpo místico
O Apóstolo são Paulo explica esta mesma dou
trina pela comparação com o corpo. Realmente, é
grande a semelhança entre a Igtej a e um corpo fí
sico - reunião de vários membros, animados pelo
mesmo espírito vital, ·ujas mais altas funções es
tão na cabeça. Cada membro tem a sua função par
ticular, mas todo servem uns aos outros, e todos
dependem da çabeça, como do órgão principal.
Quando um membro sofre, todos os membros so
frem; mas quando funciona bem, todo o corpo s
sente bem. Os membr-0s não pod m dispensar uns
os serviços dos outros. Corno tambem uns mem
bros, por terem m. lh0r sítuação, não podem me
nosprezar as h.1nções de certos membros, que pare
cem insignifieantes ou atê despreziveis. Apesar de
ser um pouco longo o trecho, vamos citá-lo inte
gralmente:
"Porque, assim como o corpo é um, e tem mui
tos membros, �as todos os membros do corpo, ain-
190 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
da que sejam muito:s, são �ont11rdei urn S© �ç:,rpo,
assim lambem é Cristo. Porquanto em um mesmo
Espírito fom-os nós todos batizados, para formar
mos um mesmo corpo, ou sejamos judeus ou gen
tios, ou servos ou livres; e todos tem_os bebido num
mesmo Espírito. Porque tambem o corpo não é um
só membro, e sim muitos. Se disser o pé: Pois que
não sou mão, não sou do corpo; porventura por
isso não é do corpo? E �e disser a 9relha: Já que
não $OU olho, não sou do corpo; acaso por isso não
é do corpo? Se o corpo to'do fosse olho, onde esta
ria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o
olfato? Eis que, porém, Deus pôs os membros no
oorpo, cada um deles como quis. Po.is se todos fos
sem um só membro, onde estaria o corpo? Mas as
sim há na verdade muitos membros, mas o corpo
é um só. E não pode o olho dizer à mão: Não pre
ciso dos teu� serviços; nem tamhem a cabeça aos
pés: Não me sois necessário. Mas, antes, os mem
bros do corpo., que parecen1 os mais fracos, são ns
mais necessários; e os membros do corpo que re
putamos os mais vis, a esses cobrimos com mais
decoro, e os que em nós são menos honestos, os re
catamos com maior decência. E os que em nós são
honestos não têm necessidade de nada, porém Deus
ordenou o corpo., dando honra mais avultada àque
le q1.1e não a tinha; para que não haja dissensão
no corpo, mas para que os membros tenham a mes
ma solicitude uns pelos outros. De maneira que,
se a�go padece um membro, todos os membros pa
decem com ele, ou, se um membro é honorificado,
todos os m_embros com ele se regozijam. .Ora, vós
sois corpo de Cristo e m mbros de um membro"
(1 Cor 12, 12-27) .
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 191
Cabeça e membros
Pela comparaçã.o acima, se nós son10s os ramos
e os membros, Cristo é o tronco e a cabeça. Mas
são Paulo o dis e expr ssamente. Na Epistola aos
1
192 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Os d':t Igreja Mtlitante honram os da Igreja Tri
untante, invocam-nos; e eles i.ntercedem _pelo·· que
stão na terra, acompanhmn ftaternaln;i.ente a nos
a vid , a ponto de haver grande alegria no céu
quando um p cador e con -rte (cfr. Lc 15, 7).
Pela Igr>ja Pade ente rezam por igual os santos
do céu e os fi � i da t rra, para que se lhes suavi
zem o sofrim nto , e apresse a libertação. E a al
mas do Purgatório, incapazes d� merecer para si,
mas nÃo de int rcecler por nós, ajudam-nos com
as suas súplicas ao ·n1esmo t mpo que bonr-am e
sau.dam a Igreja 1 riunfante..
Na santa Missa
A anta Missa é a ação ·entral do Corpo Místi
co. e.la tomam parte todos os qtk estão incorpora�
dos a Cristo.
Imitação de Cristo diz: "Quando o sacerdote
e l,ebra, honra a Deus, alegra os Anj-os edifica a
Igr ja ajuda a.os vi vos, sufraga o defuntos e se
torna participante de toda a sorte de bens" (Liv.
IV, e· p. 5).
Há um quadr0 que si,0 nifica muito bem a união
das Tr 'S Iurejas na santa Missa: o padre estâ ce-
1 brando, e em torno do altar� os fiéis aj,oelhados
(lgrej a 1\/Iilitante) ; - acima do altar, no céu, os
santos (Igreja Triunfante) assistem arrebatad.os o
Santo Sacrifício; - abaixo do altar, caem os frutos
da santa Missa sobre as Almas do Purgatório (Igre
ja Padecente).
Nas orações do Canon nós encontramos igual
mente sta união: o Memento dos vivos, pelos fiéis
da te:rra; o Communicantes, em união com os san
tos do céu; e o Men1ento dos Mortos, pelas almas
do Purgatório.
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Doutrina viva - 13 193
Comunhão de bens
Diss mo acima qu ' muito p rfeita a -me
lhan:a da Igreja com um organismo físico. Todos
o m mbros participam dos ben fícios de sua pró
pria função e das funçõ · do outro 1n 1nbros. Se
o e tômago nã,o fun ionar bem, não é omente el
qu - ofrc, mas todo o corpo sofre por isto.
Na Icrr j-a tamhem há un1a omun.idacle de ben .
É a isto qu s chama propriam nte - Comun.ha.o
elos Santo·. Cada um ele nós t 0 m parte nos frutos
das boas obras ele todos os outro-s membros do Cor
po Místico de Cristo. Para nós cristão· é bem ., er
dad iro o princípio: "Todo por um, · um poT to
dos".
Somo orno uma so i dadc m qu todo tra-
balham para a caixa omu1n, e o lucros são did
élidos com lodos. Quanto mais u trabalhar, 1nais.
0
194 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Éem vi ta dos merecimentos de uns que Deus
poupa tanto os castiaos e distrihue ao povo tantos
h n . Pela interc ssão de Abraão D us poupou a
cidade de Sodoma (ver Gn 18, 22-32) e pela de
1
Iois 's sal ou os israelitas (ver Ex 32, 30-35). E
,ainda hoje continua a im. Iós não o vemos, mas
cr mos.
Cristo integral
.
Se todos os cri tãos são membros do Corpo 1\1:ís-
.tico de Cristo, o Cristo integral já não é Jesus so
-inho. Jesus é a Cabeça. Cristo. total é a Igreja;
isto é: Cristo com o· f'iéis.
Nós cristãos, não omos apenas de Cristo. So
mos o Cristo, porqu - tocl'os juntos constituímos o
seu 'orpo listico.
Isto é o pTóprio JeSllS quem diz. Se alguem bater
no meu braço, eu digo que 1 me bateu. O que é
fe"to a um membro m �u, é feito à minha pessoa.
Ora, Jesus dis qu era f ito a ele o que se fi
zess ao menor de todos os eus discípulos (ver
Mt 25 40). E quando ão Paulo, antes de converti
do pers guia os cristãos, J esu lhe pergtmtou:
"Sn.ulo, por que me persegues?" (Atos 9, 4).
1 3* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 195
graça sou um membro vivo. Só cm stado d'c gra
ça, eu posso perceber todos. os frutos da Comunhão
dos Santos.
Viver na graça santificante deve ser a minha
principal preocupação: O pecado mortal é a maior
desgra�a que nos pode ao.ont cer: torna-nos um
ramo s co da V .ideira Divina.
Para poder s·er um membro util, devo viver m
estado de gra a. Para ser um elemento de progre -
so na Igreja eu devo ·uidar, cada vez mais, da mi
nlia santifica ·ão. Quanto mç1is eu me enriqu · cer,
mais ricos ficam tambem os rneus irmãos. É um
pr-j uizo para todos a minha 111ediocridade reli
g10 a.
Todos os n1embros dq corpo devem cuidar da
saude dos membros do ntes. Cada cristão ten1 a
obrigação cl cuidar elos outros. E de de:fender ,o
org-anisrno. A Ação Católica é uma obrigação. É
uma consequência lógica da nossa é•ondição de
membros do Corpo ifistico.
O Corpo :Místico se estende poT toda parte, onde
haja cristãos. "Se algum membro padece, tod-0s os
demais membro.s padece111; QU se algum membro se
al gra"' todos os outros se regozijam com ele" (ve
ja 1 CoT, acima). Portanto devemos acompanhar
as vitórias e os sofrim.entos dos católicos de qual
quer parte do mundo, como se fossem nossos - e
de fato sã,o.
A f stas dos no sos Santos, os sufrágios das al
mas do Purgatório, têm igualmente sua razão de
ser na doutrina do Corpo Místico. É justo que Ch fa
ªº
mília se alegre com vitória de um irmão, ou que
procure consolar un1 membro que sofre.
Não nos esqneç.ainos, finaJ.mente, da união en
tre os católicps. São irmãos, são membros do mes-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
mo Corpo. Trabalham unidos pel mesm@ laço, a
caridade, que é o vínculo da perfeição.
-1 ta união se r aliza ainda mais perfeita na
oração litúrgica - a n1es!lla para todo 9 mundo,
r)rincipalrncnte na santa lVIissa e na Sagrada Co
munhão, ond" todos se uncn1 em Jesus Cri to.
QUESTIONARIO. Que ' a Comunhão dos Santos? A que
J slls comparou a Igreja? Dê a doutrina de são Paulo so
h1 e o Corpo Místi o. Quais são os membros do Corpo Mís
tico? Como e .dá a união entre as tres Igreja ? Como se
realiza esta união na santa Mi sa.? Como •se dá a c-omunhão
cl 11 ns? Qne se. ntende po·t ,Cristo jntegral? Que ohriga
ç-e- nos vêm dn doutrina do Corpo Místico de Cristo?
O JUIZO
S parada do corpo a alma comp recerá imedia
tu1n n te <li nte d D us e s rá julgada, recebendo,
D'HIU 1 mesmo instanle a s ntença que decidirá
do s u destino et ·rno. Eml:)ora est julgam nto se
ja dcfi.nHiv,o., a alma compar cerá a outro j'ulga
m uto, 1 último dia, após a ressurreição.
Juizo particular
N, parúb la do rico avarento e do pobre Láza:ro
se vê que os d'ois foram julgados imediatametite
clr'pois ela morte. É só que o -que se pode concluir
]estas palavras cla1íssin1a de nosso Senhor: "Ora,
nc()deu morr • r o mendigo, foi le ado pelos An
j s ao seio de Ahra8o. Nlorren tambe-m o Tico, e
foi s pultado no inferno" (Lc 16 22).
A par áb la do adminish'ador igualmente o dá a
nt"'nder. Assim que che 0·ou, chamou. o homem a
contas: "Presta oontas da tua administração (Lc
lô, 2).
T::imhem na cl'o salário, o pagan1ento foi feito
irne Uatamente, ao terminar o dia (Mt 20 8).
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 197
Isto confere com as palavras de são Paulo: "Es
tá decretado que todos os homens :µiorram uma só
vez, e, depois disto, o j uizo" (Heb 9, 27).
No momento da morte, alí mesmo onde a alma
se separar do corpo, toda a vida do homem passa
rá aos seus próprio· olhos e aos de Deus, como um
relân1pago e a sentença será dada. Nada então nos
escapará. Tudo o que fizemos aparecerá - pensa
m ntos, d sej,os ações e omissões - e nós veremos
claramcnt como a s ntença recebida foi justa.
Qu esta sent nça é definitiva igualmente se vê
da parábola de Lázaro e o rico, que já estavam no
céu e no inferno, donde não se sairá eternamente.
A. morte fi. ·a para toda a efrrnidade o estado em
qzie en ·ontrar a alma.
Juizo universal
Al 'm de te j uizo, que será entre Cri to e cadd al
ma, haverá o j uizo universal, a que comparecerão
todo· os hom"ns para dar co1ltas das suas ações.
No Credo profes amo ta v - rdade com as pala
vras: donde há-d vir julgar os viv.os os m-or
tos'-'
.O Antigo Testamento fala muitas vezes deste j ul
gam nt . O profeta Jo 1 ·(3, 2) diz: 'Juntarei to
das as. g ntcs, e as le arei ao vale de Josafá, alí
entrar-i em juizo com la ".
!saias faz do juizo final uma des_ ·rição viv e
terriv 1, no ap. 66 15-17 termina com esta pa
lavras: " fas u vfrei r colher as suas obras e os
seus pensam nto e reuni-los co1n todas as g nte
e líncruas; e eles com par• ce1·ão todos, e verão a mi
nha glória' .
198 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Porém a descrição mais completa do Antigo Tes
tamento é do cap. V do livro da Sab:ederria. É mui
to longa para figurai· aqui; leiam na Bíblia, pôr
inteiro.
No Evang·elho
Nade: <li so se compara à clareza e precisão com
•
qu- Jesus falou no Evangelho. Depois de ter anun
ciado a destruição de Jerusalém nosso Senhor pas
sa a anunciar o fim dos _ti;:;mpos: "E, estando ele
-ass -'ntado no 1nonte das Oliveiras, chegaram-se
lhe os discípulos secretament , dizendo: Dize-nos
quando sucederão stas coisas e qual •O sinal da tua
\ inda, e. da consumação do século?
E respondendo Jesus, lhes disse: Vêde não vos
seduza algu · m; porque virão muitos G.om o meu
nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e seduzirão a mui
tos. Ouvireis estrépidos de combates e rumores de
gu rra. Olhai, não yos turbeis, poís cumpre que as
sim acont ça, mas não ' ainda o fim. Porque se
levanta1'\ á nação contra nação, e reino contra rei
no, ha v rá pestes e fomes e terremotos por di
versos luqares. lVIas todas estas coisas são os iní
cios das dores. Então vos entregarão a tormentos
e vos matarão; e sereis aborrecidos de todas as
g n tes por causa do meu nome. E muito nesse tem
po ·s escandalizarão, entregarão uns aos outros,_
e uns aos outros se aborrecerão. E levantar-se:ão
mliitos Jalsos profetas e seduzirão a muitos. E� por
que transbordou a iniquidade, arrefecerá a cari-•
dade de muitos. :lYias o crue perseverar até ao fim
est s rá salvo. E será pregado este Evangelho do
reino por todo o mundo, em testemunho a todas
as naçôc ; e então chegará o fim. E, se não se abre
vias m aqueles dias, n nhuma carne se salvaria;
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ma. por au dos escolhidos s abre iarão - sses
dia,. En lJo se algu m vos di s r: Aqui está o Cris
to ou 'llí, não lh dei cr 'dito; porque e le mlla-
rão fal os crislos e fal prof las; farão crrande
sinni prodíbios lais que (s f ra possivel) até
o - ·colhido airiam m er ·o. V d <ru cu , o-lo
pr- disse . ...-,e pois ,,o,, disser 1n: Ei-lo, stá no d -
s "ÜO nã saiais; ei-lo aqui, no re ondito da casa
não d is cr 'dito; pois como o r lâ1npiLgo que par
t do Ori�ntc s faz i ·h ,1 at' êO O jdenl(, as
sim há-ele ser lambem a vinda do Filho elo lw
niem. Ond· quer· qu e, ti,, r o e rpo aí s' aj un
tará a óguia . E. l go após a Lribulação da 11.: 'lcs
<lias s ur "r-s -á o soL a lua não durá a ua
larid'ad-'. , d, tr las cafrão d e' u, as· po1-' tc -
1
20 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
dirá tamh ·m aos qu stiv rem à esqu 1da: Apar
lai- o· <l' mim· maldito , para o fogo terno, que
J' i pr,cpcu-ado pa;ra o d mônio e os seus nnj os'�.
(Mt .25, 31-34 41).
Sinais
Por las p· 1aYl"L d'0 110 'O enh r ê qu o
j 11izn final ·erá prc dido d inais qu são:
1) q. p1·enaçã do Ev'rngclh em todo o mundo·
2) n1Ldtar L e soa, p d�1 9-o o amor a D u . por
an. n d s ni<:tl qu se spalh ram ·
�3) �-par 'C rão fal o prof�tas e falsos Crislos ·
d. o sol ' a lua . e cur e rao a estr L:1 cai-
rao elo 'u;
5) hnv rá p rs 11 1ui_ oc o: ristfios , rão odia-
dos p'ld 1nui1.o.
lt. ningnem ab 1·ú qnanrlo tudo islo s dará.
O .iulgamento
aí sFío as · h· 1 ·unsttrn ias d .) LUZO fi
nal.
1) Apn r ccT' n ·én a Cruz c1 Crj t , "o ·innl
<h <ilho d hom 'mi '.
2) Crist n1 grc: nd poder mnj esta de,
e e ·rns nt(" rú ut n1 trono.
, ) Os An.i s locar:' o tro111h ta , e todos s ho
m.- n ressu �cita 'i .
4 :.1uni<l s diank cl Jc. us, os hon1 n s rão
jul n ac os, p "la apr .;) nt'tç'io das b 's e 1ná •
hras.
5) S rt' srp:rrados o ] on <l s maus, e receb -
rã a nt n a.
6) Os póstol · tambem
4 tarão a se tados n1
tron s para julgar as 12 trihus de Isra '-'l (L'
22. ;o).
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Quanto ao lugar do Juizo final não sabemos. O
pr f ta Jo-1 fala no "val de Josafá". Mas Josafá
' uma pala ra caldaica que quer dizer: Deus juiz.
De que maneira se dará o julcramento tambem
não sabemos ao •certo. Sab mos, entretanto, que a
vi la int ira de cada homem será conhecida não
1
202 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
pela qual Deus recompensou ou castigou a cada
um.
Os maus, que zombavam dos justos, •e se gloria
vam das suas façanhas, prestarão homenagens à
uirlucle e verão de que lhe seTviu a sua maldade.
E os justo. se verão comp nsados de tudo o que
so/r. ram na pT'áti a da vir'tud
A J esw; Cristo. Jesus veio ao mundo para salyar
os homens. El s não só rejeitaram a salvação, mas
zombaram d' Cristo, neg�ram-se a aceitar -a sua
doutdna, m nosprezaram-no, recusaran1-lbe as
honras a que t m direito, repudiaram-no. Aaora.
1 vhá não pohr humild , mas chejo de pod' r
e glória, e dian t- do trono de sua majestade, todos
o joelhos dobrarão, pr stando-lhe as homena
gen. · a que tr>m dir ito
A Deus. Qual 1uer pessoa nç te mundo se julga
com o dir ito de ensurar a Deus a/'hando errô
n os o r; "'US plano· d f,�jtuosas as suas obras. Ou
tras se revoltan1 porcrue nao compr ndem isto,
não entendem aquilo. o dia do juizo, brilhará, em
todo o s·eu divino espl ndor a sabedoria de Deu
qu ·pro-,· l .nciou todas as coisas da melhor ma
n ll'f�. par e r;'o as razões de todas as coisas e
Deus re ·eberá dos homens o louvor, que sempre
l lh de, iam ter pr- tado.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 20:
e não pecarás t rnan1cntc diz o Espírito Santo
(Ecli 7 _()).
É agora o f('Jnpo ele uidai n1.os elo jui'"'o de Deus.
R h r mos p lo qu tiverm )S f-ito. JD-us 'dá a
cadn um, s ·gund ) as sun Lras ' (Rom 2 ô). So
n1os opr>rário ·, � ganharemo� por tarefa, confor-
1n, o qu, tiv"rmos f il . Nao -d vemos· dN,cnidar
agoru. É trabalhar na sal açã · santific·ição da
nossa alma.
Hú un_, que · qu r-m iludir, djz ndo ru ., D us
1
O CÉU
Dotado de ahna im rtal, o homem não pode ter
neste mundo o ternxo d sua vida. Com a morte, -a
alma se separa do corpo e tomará o seu destino de
finitivo. É isto o qu nós confessamos quando di
zemos no Credo: "creio na vida eterna". Exami
nen1-os o que será esta outra vida, estudando sepa
radamente o céu e o inferno.
Existência do céu
É int ressante ,que muita gente nega a existên
cia do inferno; muito poucos, porém, negam a d
céu. Facilmente se compreende. Todos sent, ni (t
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 'o
ne ·essidade ele ser felizes, e �ab m que na t rra
não pod rão nun a realizá-! a por c.ompleto; espe
ran1. que a .realizarão no céu. l\1a ninguem quer ir
para o inf rno - n m 1n smo os maus.
Entr ta1 to a razão para negar ou afirmar a exis
tência d um s rve igualm nt para o outro. Ou
n gar os dois (co1no faz-m os materialistas), ou
afirmar o dois (como faz mos nós). Negar uni e
afirmar o outro , inco "rência.
ao podíamos conh e r a - xi t"nci do céu por
no sa razão. Foi n r v"lação livina qu no-la en
sinou.
A Sagrada E critura está cheia da xi tência do
céu. A Abraão D us promet u que s ria . le m s
mo a sua re�omp-'nsa. (c.fr. Gn 15, 1.). O ju to',
depois d morto·, continua1n como amigos d Deu ,
o qual diz que é o Deus d Abraão, d Isaac e de
Jacó. Principalment os Salmos e os Livros Sa
pienciais falam da al gria • spiritual da glória
eterna, cl'c que gozarão os justos. O li ro da Sabe
doria descreve a alegrias dos justos: el s e tão
na 1não de Deus, brilharão como estrelas viverão
em perpétuo, o seu pen amento e a sua recompen
sa stao no Senhor (ver Sab 3 e 5).
O �ovo Testam nto ainda , mais claro. Fala
xplicitam-nte no reino dos céus, para onde irão
os bons. Diz que os puros de cora ão v rão a Deus.
l\1anda aos •que s,ofr m perseguição terem paciên
cia porque a sua recompensa será grande no céu
(ver o cap. V de Mt no começo). Na Cruz Jesus
Cristo disse ao bom ladrão: "Hoje m · smo estarás
comigo no Paraíso' (Lc 23, 43).
206 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
O •que é
Pela sua imensidade, Deus está pr sente erri to
da parte. Mas nós não O vemos; não gozamos da
ua presença. No éu_ é que Deus se manifesta às
almas dos santos e aos anjos. O céu, portanto é o
estado de suprema felicidade, e o lugar em que
Deus ,, m.anifesta aos Anjos e aos justos.
Não sabemos onde é ste lugar. Isto é secundá
rio. O ssencial é sabermos que lá o hdmem atin
ge a feli idade perfeita, que é a ausência de todo
mal - a posse d todo bem.
Visão beatífica
Uma palavra resume toda a felicidade do céu:
- nós veremos a Deus. Isto nos fará felizes, por
isto se chama - visão beati/ica.
Veremos a Deus claramente, na sua essência,
tal como le é, uno em natureza e tril10 cm pessoa .
E O veremos não raciocinando (como agora),
ma diretamente, c9mo v mos uns aos outros. ''Nós
agora vemos a Deus como por um espelho, em
enigma; 1nas então de fac a face é que .Q v-ere
mos" (1 Cor 13, 12). É como se o J\póstolo disses
se: Agora só vem•os a Deus pelas suas obras; as
suas perfeições são para nós como um enigma;
no céu, porém nós olharemos para •ele e veremos
a ele mesmo.
Deus é infinito, .. nós somos limitados. De modo
que mesmo no céu nã-o pod.eremos compreender
a Deus todo quanto ele é. Entretanto lá compTeen
deremos a Deus de maneira incomparavelmente
superior.
Muita gente pensa que o céu termina por se t0r
nar monótono. lVIuita festa acaba cansando ah 1·
rêcendo. É preciso não esquecer que lá nã IH>/.l
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cansaremos porque já não t mos o pe:so da maté
ria n m as outra dificuldad s da vida atual. E néí.o
nos abo1'!'e cremos porque nuncÇL pod' remo.· esgo
tar as bel?zas que a ·ontemplação de Deus nos r -
velará.
Amor beatífico
Sto. Agostinho tem razão de diz r que nós pode-:
m m-recer a felicidade do céu, mas nã.o pode
mos d-ser v" -la. E são Paulo d'eclarou m smo, de
pois de uma visão e1n que Deus lhe mostrou o céu,
qu "o olho não viu, nem -o ouvido ouviu, nem o
cora ão do bom >fil pensou o que Deus preparou
para aqu "les qu O amam" (1 Cor 2 9).
rt impos ivel conh cer ret�meute a Deus não
.arná-lo. Ora, no céu, a nossa vontade é reta, s·egue
o b m que conhecermos, e segue n·a 111edida em
· que conhecermos. À medida que contemplarmos a
. D eu.·, nós O ir mos amando. A nossa inteligência
.se absorverá na contemplaçãó, a nossa vontade se
identificará com a de Deus: a nos a união s rá
·perfeita, e nós, arrebatados pela beleza divina, se-
remos arrastados necessariamente para o amor de
Deus.
Em Deus amar mos todos os Anjos e Santos, €
amar mos aos homens na medida m que eles
amam a Deus.
Eternatnente
A felicidade do céu só é perfeita, só é comrile
ta porque é eterna. Quanto 1naior um tesouro, mais
preocupações dá. Ora uma feliçidade pert'urbada
_pelo receio d.e perder-se não é perfeita. Se os san
tos ainda pudessem peTder a Deus não seriam per
feitamente felizes. Mas não ·podem. "Os justos irão
para a vida eterna", diz nosso Senhor (Mt 25, 46).
São Pedro d�z que nós receberemos "imarcescive'l
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c0r0n da lória' (1 P.ed :J: 4), quer diz.er: uma co
e0· qu -' nã,o. nnu�cha, não acaJ ará. Sã-o Paulo fala
igual.in·'nlc na 'coroa · corTuptivel (1 Cor 9,. 25),
no ''p·e, o da et ·rn.a gló.r id' (2 Cor 4, 17).
Várias moradas
' a cas·1 dl' 1neu Pai h{1 xnuitas moradas" (Jo
14, 2). Esta pula ra d , Jesus quer dizer que a f e
licídacle elo céu não é a mes1na para todos. Varia
d acordo com os mcr "CÍm ntos� Na parábola dv5
talentos o scnhoT põe 0 que ganhou 10 talentos a
governar 10 cidades, o que ganhou 5 ct governar 5
cidades (ver no cap. 19 ae _S80 Lucas).
Aliás· foi o próprid J sus qu 111 di � e ·c.rue havia
de dar a cada llln .-egundo as suas obras. Os que
for m mais san los goiarão mais de D-'us. "Quem,
s n1 •at pou o, há-d·· colher ,pouco; quem se1near
con1 nhundan iu, colh-rá con1 faTtura' (2 Cor 9
6). O m sn10 são Paul , falando dos corpos res�
suscitados, compara-os com o sol (Jesus Cristo),
...
a ' lua ( nossà S nhor ) e as e tr las. E acrescenta:
E ainda há dif 'rençà de estr-'là para estrela na
clari i, de" (1 Cor 15, 41).
s 'Ím, por exemplo, a criancinha que morr lo
go depois do Batismo não t m os mesmos m reci
mentas d� quem lutou ano e anos para ganhar o
éu. Do n1esmo modo um que s onvert u na hora
la m-ort- vai para o e 'll mas nno se compara com
onh·o ne durant a vida inteir e rviu a1nou a
D us.
Para viver a doutrina
Ir para o r;u não é ap""nas um .des · j o da mi.,.
nha alma; é o próprio fin1 para o qual fui criado.
Estou neste mundo para isto, e unicamente para
isto. É o própTio J ·sus que diss : 'Uma só coisa '_
D0utrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 14 . "1
necessária ' (Lc 10, 42). Sé eu me salvar, tudo está
bem; 1nas se me condenar, tudo está perdido para
mim. "·Que aprov-ita ao homem cranhar o mundo
todo, se vier a p rder a sua alma?" (Mt 16, 26).
Esta há-ele ser a miRha preocupação de sempre.
Por isso mesn10, tudo o que se opõe, ainda que de
longe, à minha salvação, eu evitarei. Fugirei do
pecado 1nortal, porque ele 1ne priva do céu; fugi
rei do pecado venial, porqu resfria o meu amor a
Deu&, enfra:qu a minha alma, e me inclina para
o pecado mortal. Fugirei de todas as ocásiões de
pecado.
Viverei §empre no estado de graça, para viver
sen1pre em condição d'e mer·e er o céu. A graça é
. o vestido nupci.:il nec ssário para tomar parte no
banquete c leste (ver Mt 22, 2-14). Quero ser cui
dadoso con10 as virge'ns prudentes, porque a qual
quer hora que Jesus vier buscar-me, eu estarei
preparad.o, e ele m conhecerá como dos seus (ver
lVIt 25, 1-13).
É muito grande a felicidade do céu. Desprezá-la
seria loucura. Achar que é fácil alcançá-la seria
ingenuidade. Todas as coisas preciosas custam
muito. O · homem da parábola do Evangelho ven
deu tudo o que tinha para c-om.prar o campo com
o tesouro (ver lVIt 13, 44). Ainda que seja preciso
sacrificar tudo para salvar a minha alma, ·eu o fa
.
r
i. Os mártires s,acrificaram até a própria vida
para ganhar a vida eterna.
Est é o único modo de agir digno d um cristã-o.
É mesmo o único razoavel, porque "tudo o :rµais
passa, só a eternidade não acaba" (Sto. Afonso de
Ligório). As tribulaçõ s os sofrimentos, as molés
tias recebidas com paciência e amoT de Deus, a,u
mentam os m recim.entos no céu. Sã-o Paulo diz
210 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
que n no sa alegria no- céu não te·m con1paraçaô
com os sofrim ntos desta vida (Rom 8 18). Vai
ser grande demais a nossa recompensa, para es
humos regateando a dedicação a nosso Senhor.
Quanto mais nós fizermos, maior será a nossa
glória no Paraisa. É por isto que o santos .não se
poupavam: faziam tudo para sua santfficaç.ão. Sto.
Inúcio dizia: "Como a l 'r1·a m · parece va, quan
do -u penso no céu!"
Q ESTIO JARIO. Como se prova a existência do céu?
É lógico afirmar o céu e negar o inferno? Que é o céu?
Onde é? Como veremos a. Deus no ééu? Compreenderemos
a Deus inteiramente? Que é o amor-beatífico? É idêntica
a felicidade dos santo. ? Que conclusões tiramos para a
nossa vida cristã1
O INFERNO
Poucos dog1nas da nossa Religiã-o sofrem tantas
contraditas, co1no n existência do inferno. Os ma
terialistas o negan1, poTque não acreditam na exis
tência da alm::t; negam, por isso, tamb m o céu -
como já vimos. O racionalistas negarn a eterni
dade das penas, a qual eles dizem que não é com
pative] com a misericórdia e a sabedoria de Deus.
Negam- o os espiritas, nsinando que toda as al
mas se salvam, depois de sofrer-n1 vários castigos
em "incarnações" sucessivas. Há mesmo pess-oas
que se dizem católicas (mas não o são ... ) e ne
g.an1 a xistência do inferno.
Existência do inferno
O fim do hom m é alva r. a própria alma. É ir
para o céu. É, portanto, evitar o infe1·no. Por isto
mesmo, a Sagrada Escritura ensina clarameil te -a
sua xistência traçando em palavra enérgica. os
tormentos que lá se padecem , mostra;ndo com0
deve1nos evitá-lo.
"l4>!C http://alexandriacatolica.blogspot.com.br . li
f
O pro. . ta Isaías conta cmno re1 ct'c B'ahilô:nia
foi rec hi<lo no inf-rno com palavras mnilo cla
ras: O inf rno s 1no -im ·n tou om a lua ·lv-·ga-
da". Os outros p ·íncipes · n<l-•nados dirigirc m-sc
e -le, diz ndo: "Tu tainb-m foste f rido con10 nós".
E n1.ai& adiante: "Fost pre ·ipitado no inferno, no
1nais profundo do abismo" ( v '.r Is 14, 3-1,!5).
O livro ela Sabrdoria descreve, com palavras irn.
p I ssionantes, o eles sp ·ro dos ondenados no in
ferno: "Nós nos e:xtravian10-s do caminho da ver
dade. Cansamo-nos no canünho da iniquidad e
da perdição, e anda1110 por caminhos áspero � e
ígnoraino o cantinho do S nhor. Fomos consumi
dos �m nossa maicla Ic. Ejs o que <lir?ío os p ado
re.· no inf' rno" (ver o cap. V).
Jo·uahnent:- claro � D·udel .(12, 2) quando diz a
propósito da n:'. •. ·urrei \' ão: J-1 a 1nulti<lão do· que.
1oem(•m no pó da. t-•rra aconlarão nns para a vida
t rna, e outros para o opróbrfo que t-rão .•»mpre
lia n lc dos olho. ,.,.
No Evangelho
Em poucos ternas J sus insistiu tanto c.on10 nes
t_. Sabfa. nosso Senho1 que seria u1na eTdad mui
to atacada. Por isto n1 smo quis dei 'á-la muito
·1ara nas , uas pregaçõ:, ·.
As parábolas falain ora çlo joio qu será lançado
ao logo (lV[t 13, 24-30), ora dos peixes nlaa.s que
serão postos fora. (id. 47). E Jesus, D· ste momento�
>xplica o seu pensam nto: "A sim ·erá no fim· dos
séculos: v.irão os. ,.L\...nj os e s · pararao os mau� elo
meio elos justos'' (Id. 49 ·· 50). Podem-se ver igual
m nte outras parábolas como a das núpcias (lVIt
22 1-14) a das de virgens (Mt 25 1-13) a dos·
tal enl-os (l\!It 25, 14-30), a da árvore que não dá fru
los (Mt 7 17-19).
212 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A IDqiS r�rá d t da' po' ém é a êl'o rit(9 dva
f.'ento e d/i pobre> Lázaro nã qu · l J,e ·ti diz (ftle ó
rico ''fot s. pul'taclo no interno alí sofria '·'ator
m ·•ntaâo neste f ocr-0" ( v r L 16, 19-31').
Em muitas ;outras pa�sag.en ·, J sus se r ·f "re ao
inferno. Os j ud ns, qu ,. r ;i · itara1n a fé, "s · râ'o
lançados nas t're uru; ea.'i:erior.es: a]j hav · rá choro e
rang 'r de dentes" (Mt 8 12). Quando fala sobre o
cstând·:110, no so Senhor diz qu. 'é melhor entrar
n� , i'ia man.c-b, do qu tendo duas mãos ir para
ó inf _.rno n (v r 1\1c 9� 41.-47).
Diant• d tudo isto negar ainda a <1:··istência elo
in.f rno é não qun· r n1. •sn10 a -reditar na palavra
de Cristo. E um tal não ' cristão, m nos ainda ca
tólico.
Eterno
Já vin10s qu' alguns não CfLlcl� ni admitir · · ter
nidade do inf rno. Existe, sim, dizem, mas não· é
t_rno.
Nós rec h -1n0-s a doutrina d próprio J Clsus. Vé
j amos, pois, o qzze .J )s1-1s ensina a €st ru;peito.
Ora o Evange1ho é claro quand0 fala do inferno
ternó. A expressão ·"fogo eterno' está duas vezes
-rn são Mat u·s (18, 8 25, 41). A p1�imeira já -cita
m.os acin1a. A se�und·:1 aind�t ·. n1ais expr, ssiva.
No dia d, juizo finaJ, Jesus dirá aos maus: "Apa1·
tai-, 0s 'de ruim, m�üçlitos, paJ?a o f d(ló eterrul'.
A'lém de tudo, esta s.- nt · nça sen,do final, os 1nàtts
não teTão 1nais p.ara onde ir. Aq\1 · la situaç�P é
definitiva para eles.
Neste rn srno capítulo de sã0 1\1atens diz no:sso
Senhor qu� os meus "fr-ão pn.1 a o :snplício e,terno"
(ve:rs. t16). En1 l\iiarco� 3 29, diz Je.sus qu- ·"qu · n1
blasfemar contra Espírito Scu1to 1 nünca j an1.ai.,
terá p · rdão: mas s·eTá r � u d eterno d lito'·'.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Noutros lug,ar s em1 ora no o S-nhoT não use
a palavra eterno, contudo emprega expres�ões q:ue
significam a 1n sma coisa. Assiin . le fala ·do "fogo
inf'. ·Linguiu l" (Me 9 44) do inferno "onde o seu
v rm não morre, e o fogo não se apaga" (id. 43).
Na pa:ráho1a do ric0 avarento está: "Entre nós
vós há um grande abismo: de maneira ,que os
que qu re1n passar daqui para vós, não podem;
ne111 os daí podem passar para cá" (Lc 16, 26).
214 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Devemos concluir: Deus é bom, logo o infe1·n0
existe. Não confunda1nos a bondade. de Deus com
a "bondade'' d'e certos pais qu� desculpam e até
favorecem os males dos fµhos. Não são bons: são
"bonzinhos" ...
As penas
Duas sortes de penas devemos distinguir. Não
somente os condenados estão privados da visão
beatífica, mas padecem tambem tormentos corpo�
rais. São as penas chamadas <lc dano e <los senti-
dos.
PENA DE DANO. O maior castigo do inférno é
a privação da visão de Deus. Quanto maior é o
bem que se perde, tanto maior é a dor. Os conde
nados peTde.ram o Infinito Bem; o seu sofriJnento
não tem compara ·ão com nenhum outro. A essên,
cia da condenação eterna está nesta sepa:i;.ação.
Jesus frisou hem isto, quando explicou que dirá
aos condenados: "Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno" (Mt 25, 41).
Isto, aliás, é facil de compre nder. A alma hu
mana tende naturalmente para Deus, que é o seu
último fim. Aqui no mundo se afasta de Deus sem
sentir tanto a separação, porque se ilude com os
bens sensiveis. Mas, separada do corpo, sem as ilu
sões deste mundo conhece a Deus tal como ele é.
Vê que som-nte com de poderia . er feliz, e que
sem ele não há f elicidacle possível. Sent.e, então,
um natural e irresistivel desejo d se zmir a Deus.
Mas é tarde, é impossivel.
É preciso refletir bem nesta verdade, para p-o
deT sentir a sua forç.a.
PENA DOS SENTIDOS. O Evangelho chama a-o
inferno o lugar. de· tormentos (Lc 16 28). Portan
to, não é apenas a privação da visão d:e Deus. Tam-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
b rn a várias 'XI r · õ� s u� d· · por nos ,o S nhor
indicê m os pa I-cim · nto ql e : fligcn1 os eondena
dos.
Já vimo lumbcm qne a e, istên ·ia do fógo no
inf rno •stá n1uito clara no Evang lho. Etnbora
0
216 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Por isto mesm� n nhum mal é comparav�l aq
pe ado mortal, a re olta contra betis. Querer ir
pa�,a o aéu pecar 1nortalm-nte são eoisa · s incom-
1 ' '
•
O PURGATóRIO
Além .da existência do céu do inferno, a Igreja
usina q11: existe o Purgatório. É um lugar em qu.e
sofrem uma pena temporal as almas dos que mor
reram sem pecado mortal, e que precisam de ex
piar os pecados veniais com a. suas penas, ou as
penas devidas aos pecados mortais já perdoados.
Hoj em dia, negam a existência do Purgatório
s protestantes, embora alguns já admitam a utili
dade das orações pelos defuntos, e outros aceitem
a exist"ncia de um lugar intermediário entre o céu
- o Inferno, rej eHando, porém o nome de Purga
tório l
Existência do purgatório
A .xist "ncia do Purgatório é de fé, conforme a
d finição do Concílio de Trento, que ensina que o
Purgatório xiste e que as almas que lá estão po
dem ser auxiliadas pelos nossos sufrágios.
As provas estão na Bíblia. Vamos ler na íntegra
o tr cho do 2 Livro los Macabeus, cap. 12, versos
43 46· 'E, tendo (Judas Macabeu) feito uma co
leta mand'ou doze mil dracmas de prata a J erusa
lém, para serem o,f ere idos sacrifícios pelos peca
dos dos mortos, sentindo ben1 e religiosamente da
ressurreição., (porque, s ele não esperasse que os
mortos haviam de ressuscitar, acharia supérfluo e
inutil orar pelos defuntos) ; e porqu ele conside
rava que aos que tinham falecido na piedade .esta-
. va reservada uma grandíssima misericórdia. É
218 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
pois um santo e salutar p nsamento orar pelos
mortos, para que sejam livr s de seus pecados'-'.
Aqui está, com urna claridade de sol, a existên
cia do Purgatório. Onde estariam as almas dos
. oldados de Judas Macabeu? Nõ çéu não precisa
uQ.m de nenhum sufrágio, "para serem livres dos
s. us p .cados". No inferno, lambem não, porque
de lá não poderiam sair. Aliás, para o inferno não
haveriam de ir os "que tinham 'falecido na pieda
de". Portanto, estavam num lugar onde esperavam
livrar-se dos seus pecados .para poderem entrar no
céu.
O ensino de Jesus
Os protestantes livram-se desta argumentação
i.r r spondivel, negando os livros dos Macabeus!
Poi vamos ver o Evangelho.
1. Nosso Se11hor diz: "Todo o que disser uma pa
lavra contra o Filho doi homem, lhe seTá perdoa
do; porém o que a disi er contra o Espfrito Santo,
não lhe será perdoado nem neste século nem no
futw·o" (Mt 12, 32).
Aí Jesus fala de pecado que não será perdoado
no •outro ''séc"Qlo",. isto é, na outra vida, na vida fu
tura de.p0is da morte. Logo, Jesus supõe que há
pécados que podem ser perdoados· na outra vida.
Os pecados que _pão seFão perdoados na outra
vida sã0 os mortais, d que não nos tivermos arre
pendido. Portanto us que serão perdoad'os serão os
p cados veniais.
2. N.0 mesmo Evangelho (Mt 5, 26) Jesus fala de
uma prisãu donde "não se sairá antes de ter pago
o último ceitil". Jt isto precisamente 0 .que a Igre
ja ensina: a respeHo do Ptffgatório.
3. Na parábola dqs devedores, o servo n1au, que
não quis perdoar ao $e1.i companheiro, foi entregue
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 219
à jli tiça "at' que pagassP- l@da a díoid.a··. E Jesus
Irisa bem: "Assim ta.mb, m vo.s tr-a•lará m u Pai t<.m
lestial' (v r Mt 18, 23-35).
Como s v", o -'nsino constant cJa lgrej a ' o mes
m d' nosso S · nhor. Para ucpar o Puroatório, é
preci o neg, r o Evang lho.
•A própria razão
A justiça di vjna exige que 1 q cén "não ntre coi-
sa alguma contaminada' (Apoc 21, 27). Para onde
irão os que morrem om pecado venial? Para ,0 c'u
não p ><l ·•m porque · stão contaminados. Pa a o
inferno, s ria injustiç.a, porque têm apenas uma
falta leve. Logo, deve existir um lugar onde se puri
fiquem das faltas veniais e elas penas temporais
devidas ao pecado mortal p.ercloaclo, para d pois
�ntrarem no céu ,. inteirctmente purific·ado$.
E isto nos confo;da muito. Do conlr, ário., quem
poderia ir ao céu? Somente uns pouquíssimos pre
destinados que tiv . ss m morrido sem nem um pe
cado venial.
Natureza do purgatório
·Existem rio Purgtüório as nie ·mas penas qiie no
in'(er-no: a de daáo - a dos sentidos. A única dif.e
rença, é qu , as penas não sao 'ternas: no infer
no há d'es sp ro; no Purgatório e·speTariça.
A:� allnas estão privadas da visão de Deus. Isto
torna muito graves os tormentos. Tanto 1nais se
deseja um bem·, tanto mai0r é o tormento da sua
,ai:t�ênciá. Orá., as alma do Purgatório sabem qtre
estão salvas e têm um v "m ntissimo desejo <le ve:r
a Deus. Mas não pode1n, agora! O sofrimento ain
da mais se agrava por saberem que tudb é por cul
pa própria . Foi por tibieza e negligência que s.e
.
220 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
privaran1 cf:- g<n·ar imediatamente Jàa visão beati
fiea.
É doutrina comum que a aln1a·s são ali ator
mentada pelo fogo.
Os Sflntos pepsam qn _ os tormentos do Purgató..:
ri0 hão-de ser tr m ndos. San to To.maz de Aquino
julga qu o m nor . ofrimento do Purgatúrio é
m�im: do c1uc a :qiaicDr dor d' sta vida. São Boav�u
tura acha que uma só dor do Purgatório sup ra
todas as dores da vida terl' na.
Todos,., entretanto ensinam que, apes.ar disto, há
no Purgatório uma alegria imensa. Esta alegria
yem da c rteza da sal ação. Alí não se pode mais
pecar, n m perder .q c 'u. E te está asseguTado em
bora nao se alcance ag ra. Os qu lá �stão "des-:
cansam cn1 Cristo", como diz -o [emento d'os Mor
tos, na San ta lYiissa.
Há tainhen1 no Purgatório urna grande pàz:
t c.lormem no sono da paz' cliz o mesmo lV!emento..
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gatórJg e o inferno? Pode-s.e merc e.r no Purgatór.io? Como
sairão de lá as almas? Que são sufrágios? Qüe dev,em0s fa
zer para es aparmos ao Purgatório? Como devcn10s ,soc0t
rer aos q1re lá estão?
A RESSURREIÇÃO DA CARNE
D· pois da mort ·, a alma julgada por Deus foi
para ' a ca a da ua et rnidade" (Ecle 12 5) e o
corpo, lançado à terra, tornou para o pó, de •que
tinha vindo. "Até que v,olt s à terra- de que foste
tirado; porque tu és pó e em pó te hás de torpar"
( Gn 3, 19). Esta separação, entretanto, terá um
fin1. Este pó; um dia, s animará de novo, ·e .9 çpr
po ref. ito , unfrá _à alma : - é a ressurreição a·a
ca:rn.e.
Naqu le dia, todos os homens ress.uscitarão com
os Ji1 ·' ·mos corpos que agora têm. É esta a verda
d docrmáticc:t ·t[UC professamo no Credo.
No Antigo Testamento
A ressu�·reiçã dá carne na verdaâ'e já estava
na, cr, nças dôs judeus. No livro de Jó lemos o que
diz o santo hom · m: '·'Eu sei -que meu .Redentor
vi e, ,que no zíltin10 dia re.c;surgirei da terra, e se
rei novamente rev-stido da minha p le., e na mi
nha própria arne uere1. o meu Deus. Eu m,esnio
o verei, e os m. us olhos o hão-de ,contemplar, e não
011.tr0: esta· é a esperança que stá depositada no
meu peito" (.Jó 19, 25-27). É le mesmo, e não ou
tro, porque res·suscitará na própria carne que ago
ra tem, e com es s me mos olhos v rá a Deus. Isto
s · dar.
. á ·no último' dia.
· Os, pro1'et:as falam, com igual clareza, da grande
vctda,d,e..
224 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Doutrina viva - l5
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Isaías ('26, 19) diz: "Os teus mo.r'tos viverão; os
meus, a quem mataram, ressuscitarão; despertai e
cantai louvores vós que habitais no pó".
Daniel (12, 2) ainda é mais explíeito: "E a mul
;tidão dos que dormem no pó da ter:ra, acorda.tão
uns para a -vida et tna, e outros para o opi·óbrio".
O dramático e heróico episódio do martírio dos
irmãos A1acabeus está cheio da crença na ressur
reição da carne. Antes de sofrer a morte, a que s·e
entregam coTajosament- eles confessam a s.ua f�
na ressurreição. O rei os mata, mas Deus os ressus
citará; o rei lhes corta os membros, mas Deus lhos
restituirá (-ver tod0 o episódio no cap. 7 do 2° livro
dos Macabeus).
No Evangelho encontramos um indício desta
crença dos judeus: Foi qu:�ndo' Jesus disse a Mar
ta: "Teu irmão ressuscitará", e ela respondeu: "Sei
que ressu. citará, na re;;surreição elo último dia"
(Jo 11 23 e 24). Estas palavras de Marta mostram
que a ressurreição dos mortos, para o j uizo final,
era doutrina conhecida e divulgada.
O ,ensino de Jesus
Jesus fez apenas confirmar esta doutrina, r;xpli
cando-a melhor. Ela já estava tão clara no Antigo
T-•slan1ento •qu pouco era nec. ssário acre-scentar.
"Virá o tempo em qu os que estão nos sepulcros
ouvirão a vo_z do Filho ele Deus; e os que tiverem
feito boas obTas sairão para a ressurreição da vi
da; e os que tiverem feito obras más, sairão res
suscitado para a condenação''· {Jo 5,. 28-29).
Havia entre os judeus uma seita que negava a
ressurreição dos mortos. Eram os saduaeus. Fiz�
ram um dia uma -0bj eção a Jesus sobre a ressrIT
reição. Jesus respondeu-lhes a objeção ( ver Mt 22,
226 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
23-30) e acres�ent0u: ''E sobTe a r.essurreição dos
mortos não tendes lido. o que De1Js disse, falando
convosco: Eu ou o Deu de Abraão,. o Deus de
Isaac e o Deus de J ac:ó? •Ül'a, ele ,.-ião é D.eus dos
morto�, mas dos uivos' (Id. 31 e 32).
Além disso, Jesus anunciou que é a reBSúrreição
(J o 11 · 25) e -q ue ele ressuscitará no último dia os
que O receberem na Santíssima EucaTi. tia (Jo
6, 54).
O Apóstolo são Paulo, em muitos lugares das suas
ep'istolas, trata da ressuri·eição d0s mmtt0s, chegan
do mesmo a diz0 r ,que "se os mortos não ressusci
tam, então tan1bem Cristo não re suscitou" (ver
1 Cor 15).
Razão de cenveniência
Como em todos os mist 'rios, a razão por si nada
pode prov:a:r sem a r ,,vela ão. Quer dizer: só co
nb cemos esta v rda<le porqu -nos foi revelada por
Deus. las, depois de Tev lada, a razão acha conve
niente que realmente assim s j a..
a) A morte ' m 1ti-natural. Foi impost:;i ao ho
mem como astigo. E a alma, sem o corpo, não é
completa n m perfeita, como uma parte, apenas, do
Lodo, que é a pessoa humana. O que é contrário à
natureza não deve ser p rpéluo. Logo a separação
da alma do c01·po deve findar.
b) Os atos são do homem todo, e não do corpo
só, ou da alma só. O corpo foi o companheiro da
alma e participante das suas ações. Ambos .fize
ram juntos o bem ©U o· n1al. Isto, tanto na ordem
natural como na sobrenatural. É, portanto, conve
ni�te e. razoavel que o corpo receba tambem 0. re
compensa ou o castigo que a alma está recebendo.
Isto se dará pela re surreição.
15* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br e
.....
r.r
J
Os co.rpos gloriosos
São Paulo explica que "todos ressuscitaremos
n1a nem todos mudaremos" (1 Cor 15 51). Todos
estarão com os corpos. íntearos perf itos. O mes
mo Apóstolo diz qu o nosso corpo ressusGita'lio
será semelhant ao corpo de J csus Cristo (ver
Filip 3, 21).
São 4 as qualidades do.� ·orpos gloriosos.
1. Com n r s·urr-i_ão, venc mo a mort-: não
n1orr .. r · n1os 1nai . eremos imortui . Por isto não
padecerá mais. o no so corpo a ·orruç.ão. É a im
passibilidade. O corpo "é semeado n� corrução e
há-de r-ssurgir incorruptiv l" (1 Cor 15, 42).
2. o mesmo t xto diz o Apóstolo: Semeado no
opróbrio r •ssuTgirá glorio. o" (ibd. 43). Nosso Se
nhor, no Evangelho ompara c,01n o sol o j n tos
(v··r Mt 17, 2). É a claridade, d que t-mos um
ex :•mplo no aspeto de Mois 's, cujo rosto, depois de
t r falado com Deus 'ra tão luminoso que os ju
(1 us não o podiam fitar (ver Ex 34, 29 - 2 Cor 3, 7).
228. http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Pé;lfa viver a doutrina
1. A doutrina da ressurreição nos· enche de es
pei•ança. Nós, os d�gredados íilhos de Eva, que
aqui no. mundo yive.mos ge1nendo e chorando, um
dia s.ere,,nos tol.almente con ·ol.ados, em corpo e a'l
ma. Nas tribulações e sofrimentos, nas doenças e
dores físicas a esperanç,a da r · ssurreição no con
forta e alivia.
A ressurreição é e· rta. Eu r . ssuscitarei, ma•.� co
mo? É men dever ressuscitar glorioso. Mas para
isto, é meu dever levar uma v.ida cristã, de v. ·rda
de. Vid.a em constante estado de r1raça. Um mo
mento só ,que eu vivesse em pcca<lo mortal poderia
levar-me à ressurreição no opróbrio. Cuidado!
Este pensamento me obriga a uma vida de luta
para trazer o c9rpo don1inado pela alma, governa
do por ela. Se a alma dominar a n1atéria, ressusçi
tarei golrioso.
Mas isto só conseguirei pelo esforço, pela vigi
lância, dobrando as tendências da carne, pondo
f1.; etos aos sentidos (à vista, à língua), numa pala
vra: - só conseguirei i ·to pela mortificação. É
preciso matar agota para viver na .eternidade. Se
eu conceder muita liberdade a meu corpo ele me
perderá por inteiro.
Isto não basta. Precisamo· depositar em nós
uma semente de glória. Jesus nos deu os Sacra..,
mentas como uma garanUa da vida eterna. Princi..,
palmente a Eucaristia. "Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue=, eu o ressuscitarei no (J.ltimo
dia" (J.o 6, 54). E quanto mais fre;quentemente eu
comungar, tanto maior garantia terei de ressusci..
tar para a vida.
2. O pensamento da ressurreição enche a litur..
gia dos mortos. Veja as Missas d-e defuntos, no dia
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 229
de Finados (2' de novembro). A Epí-st0la dá a dou-
trina de são Paulo, que expusemos acima (1 ª ·Mis
sa). Ou então lembra que não nos devemos entris
tecer, como os que não têm esperança, mas deve
mos nos consolar com a morte elos nossos, porque
todos ressuscitaremos no Senhor (lVIissa do dia d�
morte). O Evangelho lembra a ressurre1çao, em
todas as lVIissas de defuntos. A Sequência (Dies
irar.) desc.reve a r · ssurreição e o j uizo. Lembra
ríamos toda a Missa quasi e quiséssemos chamar
a at nção para tudo. Mas o Pr.efácio e.m particular:
"Brilha para nós a esperança de uma feliz res-sur-
r ição, d modo que aqueles que se en tristeçem
com a e rleza da moT"te, consolam-se com a pro- 1
messa da in1ortalidade futura". E, em tocta a litur
gia dos mortos, rcpet -se inun1eras vezes o Requiem
aeternam.
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APÊNDICE
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16� -Anastáci© IV 1153 217-ALexandre VI 1492
170-Adrian@ IV 1154 2-18-Pio III 1503
171-Alexandre. III 1159 219-Júlio II 1503
172 Lúcio III 1181 220-Lcão X 1513
173-Urbano III 1185 221-Adriano VI 1522·
174-Gregório VIII 1187 222-Clemente VII 1523
175 - Clemente III 1187 223-Paulo III 1534
176 -· Celestino III 1191 224-Júlio III 1550
177 - Inocêncio III 1198 225-Marcelo II 1555
178 - Honório III 1216 226- PauJo IV 1555
17H - Gregói◄io IX 1227 227-Pio IV 1559
80-Celestino IV 1241 228-S. Pio V 1566
181-Inocên io IV 1243 229-Gregório XIII 157-2
182 - Alexandre IV 1254 230-Xisto V 1585
183-Urbano IV 1261 231-Urbano VII 1590
184 -Clemente IV 1265 232 - Gregór:io XIV 1590
185 -· S. Gregório X 1271 233-Inocêncio IX 1591
186-Inocêncio V 1276 234-- Clemente VIII 1592
187 - Adriano V 1276 235-Leão XI 1605
188 -João XXI 1276 23-6-·Paulo V 1605
189- Nicolau III - 1277 237-Gregório XV 16,21
190-- Martinho IV 1281 238-Urbano VIIl 1623
191 - Honório IV 1285 239-Inocêncio X 1644
192-Nicolan IV 1288 240 -Alexandre VII 1655
193-S. Celestino V 1294 2!11-Clemente IX 1667
194-Bonifácio VIII 1294 242- C1emente X 1670
195 - Benedito XI 1303 243-Inocêncio XI 1676
19fi -- Clemente V 1305 244-Alex:,mdre VIII 1689
197-João XXII 1316 245-Inocêncio XI 1691
198-Benedito XII 1334 246- Clemente XI 1700
199 - Clemente V 1342 24 7 - Inocêncio XII 1721
200-Inocêncio Vl 1352 248-Benedito XIII 1724
201-Urbano V 1362 249-Clemente Xll 1730
202 -Gregório XI 1370 250-Benedito XIV 1740
203 - Urbano VI 1378 251 -.Clemente XIII 1758
204-Bonifácio IX 1389 252-Clem�n.te XIV 1769
205 - Inocêncio VIl 1404 253-Pio VI 1775
206 - Gregório XII 1406 254-Pio , II 1800
207-· Alexandre V 1409 255-Leão XII 1823
208-João XXIII 141Ó 256 - - Pio VIII 1829
209 - Martinho V 1417 257 - Gregório XVI 1831
210-Eugênio IV 1431 25'8 -· Pio IX 1846
211- icolau V 1447 259-Leão XIII 1978
212 - Calixto IU 1455 26.0-Pio X 190.3
213-Pi,o II 1458 261-Benedito XV 1914
214-Paulo II 1464 262-Pio, XI 1922
215-Xisto IV 1471 263-Pio XII 19:39
�1!3 - Inocêncio VIH l4.84
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1NDICE
HELIGllO
Os dir'eitos do Criador ...... . . ..... . . . . . ... 11
Filhos de Deus .... . . . . ... ... .... .. . ....... 12
A queda . . . .... . ... . .......... ....... . ... 12
' A recle11 ão . . ... ... . . . ......... .. .... . ... 13
ó caminho da vida . .. . ........ ...... .. . .... 13
A luta . . . ...... .... ... ... . .. ... ... . ... . .. 14
A Igreja . . ... ..... . . ..... . ..... ...... .... · 14
Praticamente . . . . . . .. . . . . . ... .. . ....... . 15
Para viver a doulrina ..................... , 15
EXISTÊNCIA DE DEUS
Argumenlo da ausa primeira ... . ... . .. .... 17
Argumento dos ser -s contingentes ...... .... 18
.Argumento da orclem do mundo ............. 18
Argumento da conciência ...... ......... . .... 19
Argumento ria revelação . . .. ...... . . . . ... ... . 19
Para viver a doutrina .. . .... . . . . . .... ... .. . .. 19
ATEISMO
Espécies de alcus . .. . .. .. .... .... . .. .. .. ... 20
Os argumentos . . ... . ...... ...... .... ... . . 22
Ins horas difi eis . . . .. . .. .. . . . ..... . .. ... 23
Pará viver a doutrina . ............... ..... 24
NATUREZA DE DEtS
Dois modos ele ·onhecer . ............. .. . .. 25
Definição de Deus . . . ... ........ ....... ... 26
m só Deus . . ..... ...... .. ..... .... ..... 26
, ornes de Dens . ... . ..... ... ........... . .. 27
Modos d falar . .. .. . .. .. . ............. . .. 28
Para viver a doutrina . . .......... . . . .... .... 28
ATRIBUTOS DIVINOS
Deus é eterno . . .... . . . ... .. .... .......... 29
Deus é imutave] . . . ... . .. . ............ . . . 30
Deus é imenso . .......... ........ ...... . . . 31
Para viver a doutrina .......... , .. . . ...... 31
ATRIB. TOS P.OSITIVOS
O poder d,e Deus . .. . ............. . . ..... . 34
A bondade de Deus . . . ... . .. ..... ......... . 35
A justiça de Deus . ............... . . . .... .. 37
Para viver a doutrfoa . ... , . .... .. . ....... . 37
SANTíSSIMA TRINDADE
A Ss. Trindade nos Evangelhos . . ..... ... . .. 39
Manifestações da Ss. Trindade .... ... ... .... . 40
Iguais e distintas . .. ...... ............... . 40
Operações da Ss. Trindade . ............ .. . 4i
Analogias da Ss. Trindade . . . ... .... . .. . .. 41
J?qr� Y!v-�r � d911triµ� , , .... : .... .... . . ... . 42
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OS ANJOS
E'xis�êneia d0s an.i'os· . . .... . . ....... .... . .. ·43
N,ature7.;a .dos anjo:s . . .. .. ... . ............ 4::1
Co1·os angélicos . . ...... . ... . ......... . .. . ·4-5
Os demônfos . . . ......... . . .. .... ....... 45
Papel dós demônios . . .................. . 46
1.,e' ntaçãô . . . ........... ...... ... . ... 46.
Obs,e.ssão . . . ................. .... . .. 4.6
Possessão . . . ......... . . ..... ....... 4·5
A.stú cias . . . ......... ...... ......... . 47
O an.io da guarda . ........................ . 4.7
Para viver n donlrina . ............. .. ..... 48.
O HO 1EM
Criação do homem . .. . ..... ....... .. . . .. . 49
O estado de Adão . ... .. . . . . . .............. 5Ó
A queda� . . . . ...... . .... . .... . .... ....... 50
Consequencias . . . . ..... ......... .... ... 51
ossa �ituação . . . . ... .............. ....... 5,2
Para viv.er a doutrina . .............. ...... 5,�
PROMESSA DO SALVAD0R
A p . romessa . . . ... ..... .................... 54
·
Mantendo a espe, rauça . . ....... .... .. .... . . !?
5
As profecias . . . . ................. . ....... 56
Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Para viver a doutrina . ... . .. ..... . ..... ... 59
0 MISTÉRIO DA INCARNAÇ.í.\-0
· ecessidade da incarnação . . . ........ . .. . .. 6.0
As soluções . . . . . .... . ... . . ..... . . . . .. . .. 61
União hipostátiõa . . ... . . ... . ............. 61
Deus e homem . .. . .. .... . . ...... . ......... (}�
Uma só pessoa . , . ......... ........ ... . . ... 6;3
Compreendendo o Evangelho . ...... , .. , .. , 6;4
Rara viver a doutrina . , .. , .... , .. , .. , ... . . 014
A. VINDA DO SAI.,VAIDOR
A esp,ectativa . . , . , .. , ..... , .. , .. , ..... , . 66
A oração do pov-o . , . , , . , , .. , .... , .. , , . , . , trn
Apr<Dxfmam-se os tempos , .. , .... , .. , .. , .. i'l'
A auú.'Il'ciação . ' . . . ' . . ! ' • '
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H>O
Inspirada por Deus . .....................
, 152
.A interpr§-taçõe . . ....................... l- 53
A lcitur-a çla bíblia . ....................... . 154
Para vive.r a doutrina . . ................... 155
A TRAJ;)IÇÃ.0
A tl'adição e- xiste . .......................... 15'7
É palávr·à de Deus . ........... .' ........... 157
Como se conserva . ........................ f58
Regra de fé . . .......................... . 1,5'9
l'ara viv.er a doutrina . .................... lâO·
OS DOGMAS
A r-evelac;,ã.o . . . ........... : ................. 161
A fé . . .................................. ít�
O ensino da Igreja . .......... : ............. 162
Os dogmas . . ............................ 16.3
Fonte de vida . ............................ l.63
Estudo neçessário . . .......... � ............ . 1{}4
Na liturgiç1 . . ............................. 16§
Nos ev,ang�lhos . . ......................... ll.6()
P.ara viv,er a doutrina . ...................
· . 166
· ESP1RITO SANTO
Pessoa djvina . . .......................... 168
Prometido por Cristo . .................... 169
A vj nda d@ Espírito S�nto ................. 17'0
A ação çlo Esp · frito Santo .................. 171 0
Alma da Igreja . ........................... 1'71
Na liturg.ia . . ............................. 172
Para viv:er a doutrina . ...................·. 173
A GRAÇA SANTiflCANTE
O sohre1:1atural . . ......................... 175
'Filhos de Deus . .......................... 175
No bati:sm.o . . ............................ 17-fi
Viremos a ele . ........................... 177
Vida: divina . . ............................. 177
Ação do Espí'r-Ho Santo em nús .............. 17·8
A suprema .desg·raça . . .................... 180
Paira viver a doutrina . .................... . 18)1
A GRAÇ,A ATUAL
·Noçã:o . . . ............................... 182·
Necessi-dacle . . . ........................ · . 183·
Distribuição . : . ......................... 133·
Utt.ra dif-i'eüldàd.e. . . . ....................... 1s,4
Coop -ração Beces- sária . . ................... 185
frl !-iJ ·onsabilicilades . . . ..................... 1.86:
PHt'n rr S,('( r . . . . ......................... 187
Pn1·11 ÍV( I' li cloutrihH . ...................... 18·8
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A GOMl N HÃO DOS SA TO ,
A videira . . . .............................
O ·orpo místi éo . .........................
Cabeça e membros . ........................
Entre a· tres Igr jas ........................
Na· santn 1is:a . ............................
Comunhão de bens . ...... : ................
Cristo in te cr ral . . .........................
Para viv-er a doutrina . . .................. .
.HJIZO
Juizo purticulnr . ........................
Juizo universal ....................... .
o evangelho ......................... .
Sinais . . ...............................
O julgamento ..........................
O que diz �1 razão .........................
Parn vive:· a doutrina . .................... .
o \.É
Existf•nch do rén . . ...................... .
<) qu� é . ................................. .
V.is5o bentLfi cu . . ......................... .
Amor beatífico . . ........................ .
ELernam •nle . ........................ .
Várias 1 1ontdw.; . ....................... .
Pa:·n viver n cloulrin. . ....................
O I�FBR O
Ex.isPncia elo inferno . .....................
�o nv:mgelho . . ........................ .
.Eterno . . . ............................... •
O que diz n razflo . ....................... .
As p.enas . ............................. .
Para viver n doutrina . . ...................
O P. RGATúHIO
Existe ndlt d( t'.)Lll'gfllório . .................. .
O en si no d e .J e s u s . .... ................... .
A pró11ria razão . ......................... .
:-Jaturçzu elo purgulório . . ................. .
')..�L• s.·t1 l'1•a' gr1·os· . . . ·•·. ' ........ ' ' ............ .
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