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P. A.

NEGROMONTE

A DOUTRINA VIVA
PARA O CURSO SECUNDÃRIO

As palavras que eu vos disse


são ESPÍRITO E VIDA
(Jo 6, 64)

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NIHIL OBSTAT. Petropoli, die 27 Januarii
MCMXXXIX. Fr. Fridericus Vier, O. F. M.
Censor.

IMPRIMATUR. Por com1ssao especial do


exmo. e revino. sr. bispo de Niterói, D. José
Pereira Alves. PetrópoHs, 10-3-1939. Frei He­
liodoro Müller, O. F. M.

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TODOS OS DliREIT
O EMINENTíSSIMO CARDIAL LElVIE
que acordou a conciência nacional
com a impereciuel Pastoral de Olinda

o E 1
IO. SR. D. AUGUSTO ÃLVARO DA SILVA
Arcebispo catequista

\O EXlVIO. SH. D. ANT. DOS SANTOS CABRAL


Promotor do primeiro Congresso àe
Cateeismo no Brasil

eu dedicaria .esta obra,


se fora permitido consagrar coisa de
tão pouca monta a tão elevados
personagens.

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PREFÃ,CIO
l r sseguindo no trabalho encetado no MANUAL
l )1 HELIG!ÃO ,. ofereço agora o primeiro volume
1
,

p111"t curso secundário de religião, que estou re­


, nlvi.do a apresentar aos nossos colégios católicos.
Dt•pois de termos visto toda a doutrina de modo
1•lt•1 ntar, havendo já uma regulaT vista de con­
.i 111110 podemos agora fazer o ensino separadamen-
11· : o dogma, a moral e a liturgia. Mas nunca esta-
111 :1 r ·mos o ensino, de modo a parecer que são tres
,·oi1rns separadas. São tres aspetos da Religião, que
11 ')s d 'vemos viver.

\ idéia de i é, pois, a idéia central no estudo


\ 1 , t da a doutrina católica. Assim, o dogma deixa
dv s r apenas uma verdade que devemos crer, para
, "r lambem uma verda,de .que devemos viver. E,
,•111110 a vida está toda orientada para a salvação
••lt•1·1rn e esta só é possivel pelo estado de .gra a, e
,•.·lt· � adquire pelo batismo e a penitência ,e se
1n:tnt ;m pela obediência aos mandamentos e pela
pr:'ilica dos sacramentos - estes pontos essenciais:
:tlv·1ção, graça, sacramentos, mandamentos, não
11t1s .-airão ja1nais da preocupação de bons ,católi-
1·11s. Então é facil de ver como tudo se entrelaça em
Indo o estudo, e, ao passo que aprofundamos agora
11 dogma, fazemos apelo ao que já se sabe das de-

11111 is partes.
A muitos parecerá excessiva a parte destinada à
---
t\,nna ão. É ,preciso lembrar, então, que a base de
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tod,a forroaQ.ã4 reu_gio.sa sólida é •a doutrip_a. En­
quanto não fizermos· dos dogmas o alicerce da pie­
dade,_ continuaremos no sentimentalismo religioso,
que tem sido o clima em ,que se desenvolveu o ca­
tolicismo desfigurado e anêmico da maior p·arte
dos -brasileiros. Não temi desenvolver um pouco
mais a parte -de aplicações da •doutrina, por isto
mesmo que é necessário estabelecer as relações in­
evitaveis entre a douh·ina e a vida de um cristão.
Ao meu "Manual de Religião" um religioso carme­
lita chamou de verdadeiro manual de ascética.
Poucos elogios me contentaram tanto.
Quem me dera .que eu tivesse oferecido o estu­
do dos dogmas em moldes capazes de estabelecer
uma ascética segura e fecunda! A este •critério, as
práticas da vida ,cTistã hão-de aparecer com outro
aspeto. Como se torna compreensivel a necessida­
de da mortificação, •após a explicação das conse­
quências do pecado original!
Andamos um passo largo do "Manual de Reli­
gião" para a altura deste novo livro. Em nossa
mente, agora passamos para o curso secundário.
Penso que já é tem , po de ,elevar os alunos a um co­
nhecimento mais raciocinado, como a idade exige,
fazendo, ao mesmo temp9, o �.stug__o d.a 11,ossa san­
ta Religião :2or ·seus argumentos _pró rios que sãp
os argumentos da revelação. Daí o uso mais abun­
dante das Sagradas· Escrituras·, a que, muitas vezes,
obrigo o próprio aluno, fazendo-o trabalhar ativa e
· individualmente, tal como o requerem as melhores
ebnquistas pedagógicas m , odernas.
Ao� que àrgumenta:rem dizendo que será neces­
sário o aluno ter, pelo menos, o Novo Testamento
em. mã!os, dou-lhes ·plena razão: é o que- suponho .
.Já é tempo de .familiarizar 0s católic:os com o Evan-

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1 f'lho, que numerosí�-simos ainda continuam ·mfe­
li:4m nte a desconhecer. Mas aos que -argumenta-·
r<..m que isto s�rá difícil, responderei que ·quasi to­
dos t''m um dicionário e uma tábua de logaritmos�
·oisas muito menos acessiveis.
N mesmo desejo de fazer trabalhar, e tambem
JH ra pôr nas ,mãos e no espírito de todos o livro da
1 r· j a, pot excelência, t·ecorro constantemente aó
Mis ·al, §em Q_ qual n-ªQ se .p_Qgg com:pr��nd�r _n�m
11 mpa_nhar a vid� litq_1;gi.c_a., que é e deve ser de
f·� L a nossa vida.
Em certos passos, as lições não serão tão faceis.
l '.n1 do ,estudo do aluno, talvez seja rnúito neces­
. úria a explicação do professor. Quer-o lembrar que
s revi um texto escolar. Isto quer dizer que con-
1 sempre com um professoT, a quem cabe fazer os
nlunos compreender melhor. Ao ·professor, sobre­
i udo, ,cabe estimular ó trabalho e a compreensão
dos que apr-endem, acostumando-os a resolver as
próprias dificuldade�, levando-os ao uso do Evan­
gelho e do l\1issal, mostrando-lhes a essência das
doutrinas e ensinando a conferir com elas as idéias
c11-rôneas, pTincipalmente as mais vu!gares no mun­
do moderno.
Tive a ·preocupação de prender o católico à Igre­
.i a. Espalhei este cuidado pelo livro intefro. O nos­
so contato direto não ê,, com D-eus, nem com Cris�
to, mas cbm a Igreja. Unidos a ela,. unidos a Cristo,.
unidos a Deus. Pelo ·ensino, pelõ governo, p.elos sa-
·ramentos, o fiel se 1põe numa con1unicação viv�
·01n a Igreja - comunicação nec.essária para a
\ida cristã·.
Confio aos prof€ssores de Religião ·esta tentati­
va de texto p·ara o our,so secundário. Enquanto lhes.
entrego ,este volume, you preparando QS outros,.
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sempre pronto a lhes ouvi:r os conselhos e receber
·as sugestões. Não pouparei esforços para oferecer
o que melhor puder ao ensino religioso de todos os
graus. Estou convencido d'e (JUe nenhuma obra lhe
é uperior, porque, se1n ·ela, nenhuma outra seguirá
por diante, sólida e duradoura. É por isto que o
grande Papa Pio XI dis qu "o catecisuw é a �ri­
n1eira de todas as obra· da Ação Católica".
À Virgem !macula-da sob cujo olhar materno es­
crevi estas páginas entrego a sorte e confio ·o êxito
dest trabalho.
B lo Horiz-o:ô.te, 21 de novembro de 1938.

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i\luitas pessoas pensam que a .Religião consiste
n 1wnas num conjunto de preces e ritos1 que -se rea­
l i:c1m em determinado lugar e a certas horas. Ter­
mi nado isto a Religião nada mais t·m que ver com
o. nossos atos.
Este conceito ' multo eTrado. A Religião .envolve
/oda a nossa vida orient to a'" as nossas a ,õês.
ao coisa de um instante e de um lugar, 1nas é
d todos os lugares e de todos os momentos -de nos­
:-ia vida. Ou ainda melhor: a Religião é a vida.
Os direitos do Criador
Nós fomos criados por D-eu�: o nosso corpo nos
foi dado pelos nossos pais mas a nossa alma_ foi
-riada por Deus diretamente para nós. E mesmo o
nosso çQl-; po, em última 1;1nálise vem_ de Deus, por­
q 1 foi Deus •que criou os nossos .pri._m irQ� pai§.
D , modo qu eu, m corp e aln1a, fui criado por
D us. Qu r dizer q_ue_, s_em Dgu.�, .eu não podia
1 > .ristil:.
Além de me criar, Deus me conserva. Se Deus
nJo me con ervasse na existência, eu deixaria de
l·,·istir, e seria reduzido ao na-da. Ê muito diferente
da morte. Na morte, 1eu continuo a existir: apenas
u alma se separa do corpo. Portanto, s.em Deus, ,eu
11ci.o continuaria a existir.
Ora, se Deus me criou em corpo e alma; se ele
m conserva na existência, eu pertenço int.eiramen-
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te a Deus. T11do o que sou, tudo -o que tenho, tudo
o que faço, tudo em mim é de Deus. Ele é ô meu
dono, o meu Senhor: "Nosso Senhor". Eu sou o seu
súdito absoluto, integral.
Toda a minha vida, portanto, pertence a Deus.
Deus ten1 direito ·a tudo. Este direito de Deus cor­
responde a obrigações da minha pqrte. Êssas rel�­
_
ções entre Deus e o homem é o que se ch�a -li!;
_ligJã2. A Religião é, pois, a nossa vida inteira, sem
exceção de nenhum ato. Tudo depende de Deus,
tudo pertence a Deus, de tudo temos que prestar
contas a D us.
Filhos de Deus
Deus eleyou o homem da simples condição de
criatura para a excelsa dignidade de s u filho. Ele­
vado à ordem sobrenatural, o homem se tornou fi­
lho de Deus. Isto Deus realizou pela graça santifi­
cante. Passamos de servos a filhos. A graça nos deu
direito a um lugar na casa de Deus, co1no os filhos
têm direito a um lugar na casa do pai. Con1eçamos
a fazer parte da família de Deus. E como o filho
há-d'e ser-da mesma nat1ir�o pai, Deus nos fez
párt�cipantes da_.sua natureza divjna (2" Pet 1, :f).
Deus nos tratará, não como a simples s·ervos, mas
como a verdadeiros amigos (Jo 15, 15). A graça
santifica,nte é a mesma coisa que a amizade de
D-eus.
A queda
Apesar da grandeza do presente que Deus nos
fez, Adão não o compreendeu nem prezou devida­
mente.· Com a desobediência do paraíso terreal,
perdeu a graça santificante, sendo atingido· mesmo
nos dons naturais. Deu-s·e uma grande desorgani­
zação no -homem, passando as paixões g. exercer
um papel m•uita m,aior do que deviam.

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as o gssencial, o p-eor, foi que, perdendo a gra-
4•t1
•• divina, o ho1nem deixou d.e ser filho de Deus,
fH rdeu o direito que tinha a um lngar no céu.
Foi a triste situação ·que Adão nos criou pelo pe­
c·ndo original.
A redenção
Ustarí-amos definitivamente perdidos, se Deus
n<io tivesse usado de uma bondade ainda maior
,•nn1 os homens. Mandou o seu Filho, segunda Pes­
, 1 >fl <la santíssima Trindad,0 nos remir. Pela Pai-
,

' } lVIorte de Jesus Cristo, Deus nos concedeu de


11()110 a graça santificante, porém de maneira dife­
,, •111 • É a mesma graça, com as mesmas vantagens.
J � a participação da natureza divina, é a amizade
de• Deus, como antes. A diferença _é qu.e agora ela
·wrá dada a cada lwniem por mei@ dos Sacramen.­
lns qne Jesus Cristo' instituiu.
, · 6 os que recebem o batismo têm direito aos mé-
1· i los de nosso Senhor Jesus Cristo. E os que, depois
do Batismo, tiverem perdido a graça santificante,
·ú u poderão alcançar por meio de outro Sacramen­
ln, que é a Penitência. E os outros Sacramentos ser-
'<'Jn parçt au1nentar a graça santificante.
De modo que a redenção nos dá direito à graça
santificante,· mas nós a alcançamôs p.elos Sacra­
rnr ntos.
O caminho da vida
s paixões humanas cresceram tanto que des-
111'icntaram os homens. No ,começo, todos sabiam
p1t' Deus era o Senhor, e todas as. coisas lhe per-
1 •11 ·iam, ·e tudo devia s-er feito para ele. Mas logo
1· • 1n ceram isto, e se afastaram dos -caminhos de
1 : ns, que são os mesmos caminhos da vida.
1 nra que os homens ,não errassem tanto, n.em
• perdessem, Deus dgu ao S'eu p_ovo um resumo
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do que devem o""s homens fazer para se salvarem.
@s Mandamentos da lei de Deus s.ão o caminho da
vida. Quem quiser entrar para a vida eterna, .ob­
serve os Mandamento-s (ver Mt 19, 17). Sem isto,
não é possivel a salvação. Mesmo .quem desobed�­
ce a um só :Mandamento, não se salvará, porque é
como S·C desobedecesse a todo� (cfr. Tiag 2, 10).
A luta
Ora, as nossas paixões deso:tganizad;as nos arras­
tam para desobedecermos aos lVIandam·entos. O
mundo nos sedu_z e nos atrai para as coisas que
são ·ágradaveis aos sentidos. O demônio continua
a nos tentar como tentou aos nossos primeiros pais.
Se a nossa natureza estivesse perfeita, facilmente
vencerían1os. lVIas ·estamos enfraquecidos pelo pe""
cado ,original. Ficamos muito inclinados para as
cois·as sensiveis. E se deixarmos por conta da na­
tureza, s.eremos levados pelas paixões, pelo mun­
do e pelo demônio.
Para vencermos, precisamos de dominar estes
tres inimigos. Isto exige uma luta: e1es nos que­
rem dominar, e nós não nos queremos deixar do­
minar, porém queremos· dominá-los. Precisamos
de vencer a nós mesmos (ver Mt 16, 24); de odiar o
mundo (ver Jo 17, 9 etc.); de renundar a Satanaz
(ver as -ceremônias do batismo).
A luta é difícil. Precisa-se de coragem, de perse­
verança, porque os que abandonarem no meio não
serão clignos da recompensa (ver Lc 9, 62).
A Igreja
,Para garantir aos homens a vida da graça pe­
los Sacramentos, a poss,e da verdade,. e a certeza
dg caminho a seguir, numa palavra: para conti­
RU_ar a sua mis_sao, Jesus ,instituiu a Igreja. Nela,

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t·rnn · la e por ,el,a, temos a segurança de estarmos
· rn a próprio Cristo, porque ele mesmo disse:
,ll · m vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza,
n 1nim despreza" (Lc 10, 16).
ss1m é que Deus determinou o mod'o p·elo qual
q11 •r er servido. Estabeleeeu 'O que devem os ho-
11H•11 fazer para salvar-se. Organizou-os numa só
1 1 míHa, como verdadeiros irmãos, porque os cha-
11 H u a todos pàra serem seus filhos, como membros
111 :nula lgrej a Católica.

Praticamente
rlcncer à alma da Igr,ej a é viver •em ·estado de
l'llça. Só os ·que vivem m estado de graça podeJn
111ri, • atos agradaveis a Deus, me1·itórios para a
, l<'l'nidade. Quando .estamos em e·stado de graça,
lo los os no.·sos atos têni valor para o céu, desde
qllf' sejam feitos· com reta intenção.

'l'c1nos os chamados deveres relígiosos (rezar,


1111vir Missa, etc.) porque se dirig m diretamente
1 D us. Mas não nos devemos esquecer de que to­
d os os nossos atos pertencem a Deus, e que lhe de­
•1•1n ser agradaveis. "Quer ·comais quer bebais,
qt1 r façais qualquer outra coisa, fazei tudo para
,1 ylória de Deus (1 Cor 10, 31).

Para viver a doutrina


n us nos traçou um caminho para irmos até ele:
'"º'º, obrigação de seguir por ·este caminho. Só
,,osso servir a Deus, fazendo cqmo D.eus quer, e
11110 ·orno eu quero. A nossa oração d'eve ser o "Pa­
, 1,·t• oss-o": "Seja .feita a voss,a vontade".
O grande emP'enho deve ser a permanência uo
t• ln_!:lO de gt,aç,a. Viver em estado de graça - será
11 minha preocupação. Somente as-sim, serei filh©.

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de Deus. S@mente assim, pertenço a Jesus Cristo:
"'Se algu-em não tem o espírito de Cristo,. esse nã·o
lhe p xtenoe" '(Rom 8, 9).
A vida sacramental é uma necessidade. Vida
.cristã sem fre-quên.cia aos sacramentos é impossi­
vel. Terei uma grande estima aos sacramentos que
recebi, principalmente o batismo, que me elevou
ao estado de graça. E terei um grande cuidado em
frequentar os Sacramentos da Penitência e da Eu­
caristia.
Os Sacramentos me alentam e fortificam, mas
não eliminam as· tendências más do pecado origi­
nal. É preciso conter e domar as minhas paix-ões.
É preciso ter cuidado com elas, porque quãlquer
-d scuidÕ pode me levar ao peéado. Exercerei 1W1ª
_grande vigilância. Serei sempre mortificç1,do.
A. rêlig1ão 1 uma lutà' pela conquistá do céu.
Luta contra mim mesmo, -contra os inimigos exte­
riores ( mundo e demônio). Não é coisa de um dia
ou de um ,ano: é coisa para toda a vida. Não hei,
portanto, de desaniinar, se não me corrigir em pou­
co tempo, ou se as virtudes me custarem muito.
O mais importante é que eu compreenda como
hei-de me santificar. A religião é a vida. Toda a
minha vida perlence a Deus. 1'odos os meus atos,
não só os '' atos religiosos", mas todos deven1 ser
para D?us. Por isto é que Deus vai me pedir con­
tas até das palavras inuteis que pronunciei (Mt 12,
36). 1\/Ias tambem ·vai me recompensar até um co­
po d'água que ·eu -dei por seu amor, isto é, em es­
tado de graça e com reta intenção (Mt 10, 42).
QUESTIO TAB.IO. Qual o verdadeiro conceito de reli­
gião? Prove que Deus t,cm direito a todos os meus atos.
Que deveres nos impõe a condição de filhos de Deus?
Por que Deus deu aos homens os Mandamentos? Quais·
são os nossos devcr,es quanto aos Mandamentos? Em vis,.
ta da desorgan�zação causada pelo pecado original, como

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eon:cNu.iremos observar os Mandamento·? Onde enc-pnh'a­
r 'lll s o· meio necessários para vencer os nossos inimi­
J;{os? Podemos pr,escindir da lgr.eja? Por que? Que deve·­
n,os faier praticamente, para dar toda a nossa vida a
l>c•us? Como Deus mostra que todos os nosso� atos Jhe
p J't ncem?

EXISTÊNCIA DE DEUS
Podemos provar que Deus existe por muitos ar-
1111n1cntos. fiá verdades da Religião que não pode­
mo: provar pela razão; mas só as conhecemos por­
q li(' nos foram reveladas. Os mistérios são dessas
V<'l'dades. Mas a existência de Deus não é mistério
t• se prova por argumentos de razão. O Concilio
do Vaticano definiu islo: "Se alguem disser que
n J eus único e verdadeiro, nosso Criador e Senhor,
111-10 pode ser conhecido pela luz da razão através

la coisas criadas, seja anátema". Vejamos alguns


:1 rrfumentos.

1. Argum•ento da causa primeira


Todas as coisas que existem no mundo são pro­
duzidas por uma causa. Uma coisa que não existia
nfío pode começar a existir por si mesma. É ne­
. ssário que foss·e produzida por um sêr que já
1 • istisse. Partindo de mim, por exemplo: venho de

mru pai, ele de meu avô, este de meu bisavô, e


:is ·im por diante, até chegarmos ao .primeiro ho,..
lll('ln. E reconhecemos a nec·essidade de um sêr que
I'< ,i a causa de todos os ·seres e não foi produzido
p11r nenhum outro. É a causa primeira, a que cha-
111amos Deus.
É mais facil existir um relógio sem relojoeiro,
111na estátua sem escultor, do que o mundo existir
, 1•1n Deus que o criasse.

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viva - ·2 17
Olhando as coisas V1S1veis, sabemos que Deus
existe. Lemos no livro de Jó: "Pergunta aos ani­
mais e eles te ensinarão; às aves do céu, e elas te
in<licarão. Fala com a terra, e ela te r espouderá, e
os pcix s <lo mar te instruirão. Quem ignora que o
pod r d· Deus fez toda e tas coisas?" (12. 7-9). E
o salmi ta diz: "Os céus cantain a glória de Deus"
(Sl 18, 1).

2. Argut11ento dos seres contingentes


Vemos no 1nundo muitas coisas que existem ago­
ra, mas houve um tempo em qu, não existiam.
Quando a terra e tava cm estado d combustão,
não existiam plantas, nem nimai , nem homens.
V cmos tarn} em que os seres existentes podem dei­
xar de e ·istir. Esses ser s se chamam conting ntes.
Ora, .esses seres não podem existir por si mesmo.·,
mas supõeri1 un1 S r que existiu sempre, e não pode
deixar de xistir, o qual pos a produzir as coi ·as
contingentes. Este Ser necessário .e eterno é Deus.
Portanto, sem a existência de Deus não se pode ex­
plicar a xistência do mundo.

3. Argumento da ordem no mundo


Nota-se no mundo uma ordem admiravel, en1 to­
das as coisas. Basta olhar o céu, onde 1nilhares d'e
astros correm nun1a velocidade espantosa, sem o
n1enor acidente. Na terra, aparece uma insupera­
vel disposição dos meios para os fins. O dia e a
noite o sol e a chuva, os pequeninos insetos e os
grandes ,animais, tudo vai realizando os fins da na­
tureza. Esses seres não têm inteligência, não sabem,
portanto, traçar planos nem fixar fins. Se eles·rea­
:lizam de modo tão perfeito os seus fins é porque

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um· espírito sumamente inteligente lhes traçou o
.-; ·u fim e dispôs os meios para alcançá-lo. Este
E pírito é Deus.
4. Argumento da conciência
Quando .fazemos o b m, a nossa conciência nos
aprova; quando fazcn1os o 1nal, ·ela nos censura.
As vezes, nós queríamos ficar tranquilos, mas não
podemos, porque a conciência não d ixa. É uma
uoz que vem 'de fora e pode mais do que nó· mes­
nws. Ela diz que oh dece1nos ou desrespeitamos a
11rna lei, que dirige os nossos atos. Esta lei só pode
·J·istir, se existir o Legislador. Este Legislador é
Deus. A conciência é a voz de Deus em nós. Ela nos
diz que bá um D -us qu · nos recompensa ou nos
·astiga.
5. Argumento da revelação
Niuitas vezes e de cliv rsas maneiras D us falou
aos homens. Falou com Ad'ão no Paraíso terrestre.
Con1 Noé, mandando fazer a Arca. A Abraão e a
outros patriarcas. Apareceu a lVIoisés e dis e: "Eu
sou o S nhor vosso Deus". É o próprio Deus que
e dá a conhecer.
Não há para nós argumento mais claro da sua
exis tê.ncia.
Para viver a doutrina
Deus existe. A filosofia e a ciência confirmam
ste ensinamento da fé. Sem Deus, nada se expli­
·aria. Com Deus tudo tem explicação na vida.
Deus é o Senhor ele tudo. Tudo há-de ser enca­
minhado para ele. Nã-0 basta crer que ele existe, é
preciso homenageá-lo pela adoração. Ele é o Se­
nhoT; nós somos as criaturas.
Quero me acostumar a subir das coisas visiµeis
para a contemplação de Deus. Que tudo neste mun-

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do $irva para me lemhvaí do Criador. Como são
Francisco de Sales que, vendo uma flor, dizia: "É
um sorriso do bom Deus!''
Em minha vida cristã, darei a máxima impor­
tância às oraç-ões da manhã e da noite, como reco­
nhecimento da sobera1üa de Deus, ,e principalmen­
te a santa Missa, que é a maior homenagem pres­
tada à Divindade.
Renovarei sempr-e Q meu ato .de fé em Deus, re­
zando com frequência o Credo.
QUESTIONARIO. Pode-se provnr a existência de Deus
pela razão? Que cliz a ,este respeüo o Concílio elo Vatica­
no? Dê o argumento da Cau_sa Primeira. As coisas po­
dem existir por si mesmas? Sem Deus, pode-se explicar
a ordem do mundo? Por que? Prove que Deus existe pela
nossa c,onciência. Qual é o argumento da revelação? Qual
foi 0 argumento que mais o convenceu? Por que?

O ATEIS.MO
Embora a existência de Deus seja um,a verdade
que se prova p:or tantos argumentos, ainda há pes­
soas que a negam. Chamam-se ateus, que quer di­
zer: sem Deus.
Espécies de ateus
Os ateus se -dividem ,em tres categorias: 1. Os
ateus teóricos negativos, os que ignoram por com­
pleto que Deus existe. 2. Os ateus teóricos positivos
são os que corromperam a própria inteligência e a
deturparam a ponto de negar a existência de Deus
ou duvidar dela. 3. Os ateus práticos são os que vi­
vem sem amar nem servir a Deiis, portando-se co­
mo se Deus não existisse.
Não existem os p:çimeiros. Todos os homens co­
nhecem a existência de Deus. Mesmo os .pov:os mais
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atrasados e selvagens têm religião � prestam culto
a Deus. Foi um orador pagão, Cícero, que afir­
mou: "Não há nação, por grosseira e selvagem que
·cja, que não creia na existência dos de�1ses, em­
bora se engane quanto à natureza deles".
Os ateus teóricos positivos existem. Há homens
que negam a existência de Deus. Isto acontece prin­
•ipalmente aos orgulhosos e aos corrompidos. Cer­
tos indivíduos, porque aprendem algumas coisas,
.ficam se. julgando uns ver.dadeiros deuses, e por
is o não querem mais crer que Deus existe. São
Paulo explica isto, na Epístola aos romanos (1,
21. 22) : "1"'.endo conhecido a D-eus, não o glorifica­
r m ncn1 lhe deram graças; mas desvaneceram-se
nos seus pensamentos e obscureceu-se o seu con�.­
·ft íns nsato.; porque, julc.rando-se pábios torna­
ram-se loucos".
Outros negam a existência de Deus, porque tê!I'­
medo que ele exista. Vivem de tal modo que de_se­
jam não teT de cair nas mãos de Deus. O salmista
diz que eles erram pelo coração: "disse o insensa­
to no seu coração: não há Deus" (Sl 13, 1). O Evan­
g lho tambem explica isto. "Todo aquele que fez o
mal, aborrec:e a luz; e não se chega para a luz, pa-
1· que não sejam julgadas as suas obras (Jo 3, 20).
J�: por isto que eles negam a existência de Deus.
Existem, finalmente, os ateus práticos. E são até
muito numerosos, infelizmente. Nã-o praticam ne-
11huma religião; por isso se chamam tambem indi­
r •r 'nte�. No Brasil, costumam dizer que são cató-
1 i , embora não sejam prati�antes. :i\1as na verda-,
de não são católicos. São indiferentes ou ateus prá­
li · s.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 21
Os argumentos
Diante dos argumentos que apresentamos para
provar que Deus existe, os ateus procuram dar ex­
plicações, que, afinal, não explicam nada.

a) A matéria é eterna
Provamos que o mundo não podia -existir por si
só; que precisava de alguem que o criasse. Ele:s res­
póndem, dizendo que a matéria é eterna. Mas não
provan1. Mesmo porque u1na coisa eterna não pocle
deixar d · xistir, e a matéria deixa.

b) A g·eração ·espontânea
A própria ciência ensina que houve uma época
em que a vida não existia na terra. Não podia exis­
tir, .porque a terra -era ígnea. Nós dizemos: "Foi
Deus qu • criou a vida '·. Eles dizem: "Não, a vida
apareceu por si mesma. A matéria foi se h·ansfor­
mando, até produzir os animais, e estes foram se
aperfeiçoando até se tornarem homens". Mas é fal­
so. inguem dá o que não tem. Se a matéria não
tem vida, como poderia produzir vida? Onde estão
os animais que foram se aperfeiçoand_o? Por que
nunca se viu o intef'mediário en.tre o macaco e o
homem? Se isto fosse verdade, ainda hoje deviam
se transformar.
e) É obra do acaso
Nós provamos que a ordem do mundo exige uma
inteligência suprema, que é Deus. Eles dizem que
não, que isto é obra -do acaso. Seria espantoso que
-o acaso realizasse uma coisa tão perfeita. Juntem
as letras de uma frase, uma frase apenas, mistu­
ren1 e agitem, .e depois soltem no chão, par,a ver se
22 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
o o.caso forma a frase! Quanto mais, a ordem ad­
miravel do mundo!. ..
lVIas, diz-en1 eles ainda, a ordem do n1undo não
é tão perfeita. Há muitas coisas que nós ignora­
mos. Sim, nós ignoramos. Isto é outra coisa. Não é
·ulpa de Deus, é ignorância nossa. lVIas a ordem
<lo mundo não depende d nossos conhecim-ntos;
depende do plano que Deus traçou. Um crrande ini­
migo da religião, Voltaire, reconheceu isto:
L'univers, m'embarrasse, et j e ne puis songer
Que e tte hoi'loge mar�he, et n'ait point d'horlo­
gcr (1).
E são tssim todos os outros argun1entos que os
ateus apresentan1.

Nas horas difíceis


Já dissemos que ateus verdadeiros, que não acre­
d'ilam em Deus de modo algum, não existen1. Só em
<·11. os anormais, muito poucos, e por pouco tempo.
( )� outros são aqueles para quem seria bom que
1) us não existisse. Basta abrir os olhos e ver as
<· ,isas criadas, para logo sentir a necessidade de
111n Criador.
m viajante perguntou ao árabe que o guiava
110 deserto: "Tu acreditas em Deus?'' ('Acredito,
. iJn'. "Mas nunca o viste". O árabe mostrou-lhe na
1 r •ia os rastros de um leão: HEstás v ndo o leão?" ,
•• ·t " disse o viajant . "Mas sabes que ele exis-
l 1•", concluiu o árabe. E depois apontando para o
,·t'· , : "Isto é o rastro de Deus".
as horas dificeis, mesmo os "ateus" crê.em em
I >r·us. Volney, sábio do século XVIII zombava um
lin dos que crêem em Deus. Mas vem uma tempes-
1) O mundo me embar:aça, e eu não posso compT,een­
dt•1• qu este relógio ande sem ter relojoeiro.
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tadc, e o navio ame. aça perecer. Volney se põe de
j o�lhos e começ.a a rezar, tremendo. Depois, como
os católicos zombassem dele, explicou assim: "Só
se é ateu, quando as coisas vão bem; mas o ateis­
mo nada vale, quando se desencadeia a tempes­
tade''.
Para viver a doutrina
Os ateus são cegos, se fizeram tais. Quem foge
da luz, termina sem pod.er vê-la. Os que se entre­
gam ao mal, t rminam perdendo a fé em Deus.
São João diz que "a condenação está nisto: a luz
veio ao mundo, e os hon1ens amaram mais as tre­
vas do qu a luz'' (Jo 3, 19). É o pecado qu faz os
homens at us.
Quanto melhores nós formos tanto mais cr Te­
mos em Deus. Porque então não temos interesse
em que ele não exista. Pelo contrário, queremos :re­
cebei- a recompensa.
Quanto mais puros, mais nos aproxiTnamos de
Deus. E, mais próximos, compr enderemos melhor.
Assim é que eu devo viver, para não perder a fé
prática e1n D us. Nunca serei um indiferente, que
é o mesmo que ser ateu, e até peor..
Vou incluir na minha vida cristã o coshnne de
r.ezar pelos ateus e indiferentes. Quando rezar no
Padre nosso: "venha a nós o vosso reino", pensa­
rei neles.
Q ESTIO JARIO. Quantas espécies há de ateus? Quai ·
são? Existem ateus teóricos negativos? E os teóricos po­
sitivos? Por que eles se dizem ateus? Que diz são Paulo
sobre os orgulhosos? Que diz Jesus sobre os corrompi.­
d9s? Os indiferentes são ateus? Quais são os argumentos
do .ateismo? Refute esses argumentos .. Algum desses argu­
mentos impressionou o seu espírito? Qual? Nós tamhem
podemos perder a fé em Deus? Co.nio? E para aumentar
a fé em Deus, que dev•emos faz,er? ·Çomo devemos tratar
os ateus?

24 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
NATURiZA DE DEUS
A nôssa inteligência é limitada, e não pode co­
uh ••cer a Deus todo qua1ito é. O Infinito não cabe
no finilo. Tambem não podemos ver a Deus, e�.
tn smo que ,o víssemos, não o poderíainos co1npre­
der: vemos o mar, porém não o podemos· apanhat
n · mão. Podemos, entretanto,. conhecer alguma coi­
sa da natureza de Deus, por nossa razão, e o mais.
nós saben10s porque o próprio Deus se revelou.

Dois modos de conhecer


Pelas coisas criadas pode1nos fazer uma idéia das
p rfeições divinas. Primeiramente, re1nov.endo de
J)eus todas as imperfeições que encontramos nas
-riaturas. Nas criaturas encontramos partes, limi­
tações, n1udanças, ete.; afastamos de Deus estas
oisas e concluimos que ele é simples, ilimitado,
inu1tavel, te. Chama�se a isto - remoção.
�Ias nas criaturas encontramos tambem perfei­
�:ocs. Sabemos que essas perfeições não existiriam
nelas se não existisse1n no Criador. E em Deus ela:s
existem num grau infinito, perfeitíssimo. Assim,
emos nas criaturas a sab doria, o pod r, etc., e
atribuímos a Dells estas coisas em grau infinito. Ele
<, infinitan1ente sábio, onipotente, etc. Este modo
d conhecimento- se chama - por excelên ia.
Mas esses conhecimentos são muito imperfeitos,
por isso mesmo que somos pequenos demais para
tão alto conhecimento. No livro de J ó (36, 25. 26),
lemos que "todos os homens conhec m a Deus, mas
·ada um o vê de longe, porque Deus é grande e ex­
·ede a nossa ciênci, a".
Os conhecimentos mais perfeitos de Deus nos
são da•dos pela revelaçã · o.
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·oefinição cl,e Deus
Já vim-os que tudo o que existe foi criado por
Deus, e sem Deus nada poderia existir. Sabemos,
portanto, que ele é o Criadór de todas as coisas.
Se ele fez todas as coisas, elas lhe pertencem, co­
n10 a jóia .pertence ao ourives que a f z. E até mais,
porque o ourives não fez ·o oui,·o, mas s.e serviu de
matéria qu já existia. As coisas pertencem a D.eus
de um modo total, absoluto. Deus é, portanto, o su­
premo Senhor de tudo.
A mat'ria é imp rfeita. Em Deus não pode ha­
ver imperfeição; por isso, não pode haver matéria
cm D us. J -sus disse no Evangelho que "Deus é
espírito" (Jo 4, 24). Há outro� espíritos, além de
D· us. A nossa alma é espírito; os anjos são espíri­
tos. Mas a nossa alma não é puro espírito, quer di­
zer simplesmente espírito, porque só completa o
nosso sêr unida ao nosso corpo. Os anjos são puros
espíritos, e são muito perfeitos; mas a perfeição de
Deus é infinitamente superior à dos njos. Portan­
to, D us é um puro espírito, e é perfeitíssimo. Jun­
tando estes elementos nós temos a definição de
Deus: - DEUS É UlYI PURO ESPíRITO PERFEI­
T1SSIMO, CRIADOR E SOBERANO SENHOR DE
TODAS AS COISAS.

Um só Deus
A Bíblia nos diz claramente que há um só Deus.
Por ord m de Deus foisés falou ao povo: "Ouve,
0

ó Isra 1, o Senhor nosso Deus é um só" (Dt 6, 4).


Pelo profeta Isaías, Deus ensinou ao povo: "Eu sou
o primeiro e o últin10; e não há outro Deus, além
de mim" (Is 44, 6). E Deus proibiu o povo de crer
noutros deuses: "Não terás deuses estranhos diante
<le mim" (Ex 20, 3).

26 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
nossa própria razão nos ensina isto. Deus só
J)Ode ser o Soberano Senhor, sendo um só. Se hou­
,, se dois, ou um dependia do outro ou não de­
P 'ndia. Se dependesse já não seria soberano. Se
não dependesse, tambem não s ria soberano, por­
t1ue havia alguem que não lhe era subordinado.
HA UM Só DEUS, E NÃO PODE HAVER MAIS
Ql E Ul\11.

Nomes de Deus
Bíblia empr ga varias expressões para desig­
nar o erda,deiro Deus. Os nomes El e EliJn são os
mais antigos, e significam - o que é poderoso.
Elohim quer dizer: o D.eus verdadeiro, e é muito
usado na Bíblia.
O n01n que mais -comument aparece no Anti­
;:;o Testamento é Jeová ou 1 avé, que significa o Ente
Supremo ou o Criador. Quando Deus apareceu a
Mois 's, disse: "Eu sou o que sou. E disse: Assim
dirás aos filhos de I ra · l: Aquele que é, mandou­
me a .rós' . De-pois chan1ou a si mesmo de Jeová
(J hovah) e acr scen tou: "Este é o meu nome"
(Ex 3 14 e 15).
Outro nome tambem comum no Antigo Testamen­
to é Adonai que significa O· Senhor, e indica o su­
prc�o domínio de Deus sobre todas as coisas. O
próprio D us se denominou assim, falando outra
vez a Moisés. "E o Senhor f lou a Moisés, dizendo:
Eu sou o Senhor, que apar cí a Abraão, a Isaac, e
a J acó, como ,o D us onipotent : 1nas não lhes re­
velei o meu nome Adonai" (Ex 6, 2 e 3).
No Tempo do Advento há uma antífona que diz
assim: "ó Adonai, e chefe da casa de Israel, que
apareceste a Moisés na cha_ma da sarça ardente, e
lhe deste a lei no Sinai, vem para remir-nos na for-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 27
ça de teu braço". Agora, quando encontrarmos es­
tes nomes na Bíblia ou na Liturgia, já sabemos o
que quere1n dizer.

Modos de falar
Ap saT de ser puro espírito, Deus .s mostrou al­
gumas vez (' aos homens om formas s.ensiv is. Foi
assim que apareceu a Abraão en1 forma de viaj an­
te (, j a o Gn 18, 1-8). I to era necessário, porque
não podemos cr a Deus tal qual ele �. "Ninguem
jamais viu a Deus", diz o Ev • ngelho de são João
(1, 18). É por isso tambem qÚe a Bíblia fala em
mãos, olhos, ouvidos de Deus. É uni modo de falar,
para podcnnos compr ;,end r as perfeições divinas.
Assim compreendemos mais facilmente que Deus
age, vê ouve, etc.
Assim ta1nbem se explica que representemos
Deus com un1a figura humana.

Para viver a doutrina-


Há certas v rdad s dá Religião que eu não posso
compre nder. Não devo me ádn1irar disto. O infi­
nHo não pode cab r no limitado. Eu não rfosso
compre ·nder Deus todo como ele é.
Se há tantas belezas nas criaturas, que não há-de
ser com a visão de Deus? 'são Pedro tiuha razão
em não querer air mais do Tabor: "Faça1nos ·aqui
tr-s mor <las". Quero me aco ·tumar a pensar nas
perfeiçõcs de Deus, ao cont mplar as criaturas. E
preparar-me, por uma vida virtuosa, para ver a
D �us no céu.
O santo n01ne de Deus merece o máximo respei­
to. Pronunciá-lo com a devida reverência é un1 de­
ver. Agora já sei o que eles significam. São verda­
deiros atos �e adoração, pronunciados com bom
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<'spírito. Lembrar-me-ei disto, rezarei as orações
d pois da benção do santíssimo com .a intenção de
louvar a Deus e d sagravá-lo dos desrespeitos a seu
�mnlo noine. E no Padre nosso: "Santificado seja
o , osso nome".
QUESTIONARIO. Podenios compreender Deus como ele
'•'? Por que? Corno conhecemos as perfoições de Deus?
Explique os dofa modos naturai: deste conhecimento:
vi·1 de remoção e de excelência. Que é espírito puro? Dê
a definição d,c Deu. e a explique. Prove pela Bíblia que
Oeus é um só. Dê tambem um argumento de razão. Quai
são os prfocipais nomes d('.! Deus na Bíblia? Se Deus é
espirita, omo a par, ceu em forma humana? E por que a
própria Bíblia diz que ele tem olhos, mãos, ,etc.?

ATRIBUTOS DIVINOS
Vamos estudar algumas das perfeições de Deus,
pois não é possível estudar todas. Quanto melhor
conhe ·ermos o Senhor, lanto mais nós o amare­
mos. D jx mos a nossa inteligência penetrar •em
Deus como uma barquinha que vai pelo mar a den­
tro. E, quando tivermos dificuldade de compreen-.
der, façamos a oração que santo Agostinho f.azia.:
"Senhor, que eu vos conheça".

Deus é eterno
As coisas que ·exi�· tem começaram a existir e te­
rão um fim. lVIas Deus nem começou a existir, nem
terá fim.. Deus existiu sempre, e sempre existirá.
A nossa alma não terá fim, mas teve princípio;
por isso não é eterna, mas sim imortal.
Quando Deus falou a Moisés no Sinai, disse: "Eu
sou aquele que é'·'. Istó é a mesma coi·sa q;ue se dis­
sesse: "Eu sou eterno". Nunca teve princípio. Quan­
do não existia nada das coisas criadas, Deus exis­
tia. O Salmista (89, 2) diz: "Antes que os. montes
fossem feitos, -ou que a terra e 0 mundo fossem ar-
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mados, tu � s D us d sd toda a eternidade por
todos o séculos". E ,quando todas a,s coisas acaba­
ren1, Deus continuará a xistir do mes1no modo:
' o princípio S nhor, fundaste a terra, e os céus
são obras d - tuas mãos. El-s perecerão, mas tu pcr­
rnaneceris" (Sl 101, 26 27).
Os argumentos que demos para provar a xis­
tência de Deus provam tarnbem que ele é eterno.
Se tivesse princípio, qu m lhe deu o ser'?
Deus é imutavel
Nós mudamos d vanas •maneiras. 1:Udamos ou
porque adquirin10s qualidad s que não temos, ou
porqu au1nentamos os nossos conhecimentos, ou
porqu perd mos alguma coisa, ou porque deixa­
mos de querer o que anies queTiamos, ou, finalmen­
te, porque passamos de um lugar para outro.
"JJ1as nenhu1na de ·tas mud(uiças pode luw.er em
Deus. Ele não adquir � qualiclacles, porque tem to­
.das as qualidades em grau infin·to. Não aumenta
-em conhecimentos, porque conhece todas as coisas
passadas, presentes e futuras, desde toda a eterni­
dade. Não perde coisa alguma do que tem em si
mesmo, porque então já se tornaria imperfeito. Não
deixa de querer o que antes queria, porque isto se
dá, ou porque antes queríamos uma coisà má, ou
_porque abandonan1os q bem para querer o mal -
e isto é contrário à perfeição. l\7ão muda de lugar,
porque está em toda parte. Portanto Deus é iJnu­
tavel.
Ele mes1no disse, falando pelo profeta lVIalaquias
(3, •6) : "Eu sou o Senhor e não mudo". Pelo profeta
Isaías (46, 10), diz a mesma coisa: "As ,minhas re­
soluçõ s são imutaveis". A Bíblia diz que Deus se
arrependeu, ou se irritou, etc.; mas isto é um modo
de falar, par.a podermos entender.

30 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Deus é intenso
Deus está 'm toda parte. Enche e penetra tudo
·om a sua presença. Está pres·ente pela sua ciên­
·ia, pôrque conhece todas as coisas; por seu poder,
porque age em todas as coisa que foram criadas
são conservadas por el ; por ua substân ·ia, por­
que a sua pr sença é real e não apenas moral.
Não �ó Deus está p;resente a todas tts ·cojsas que
xistem, mas . stará tambcm e·m tod·as as que vic­
rcn1 a existir. É claro: o Infinito nunca pode s r
contido no limitado.
É por isto que a Sagrada Escritura diz tantas ve­
zes esta verdade: "Para ·onde fugir i da tua presen-
·a? Se subo ao céu, tu lá estás; se desço ao inferno,
nele te encontras pres-nte. Se eu tomar asas ao
romper da aurora, e for habitar nas extremidades
do mar, ainda lá me guiará a tua mão e me tomará
a tua direita" (Sl 138, 8-10). E são Paulo d'iz que
'nele nós viv mos, nos movemos e xistimos" (At
17, 28).
Alguns fatos da História Sagrada mostram isto
muito b�m. Caim quis se esconder de Deus, mas
isto é impossivel: a voz de Deus o chamou e ele foi
repreendido e ,marcado por Deus ( Gn 4). Tambem
o profeta Jonas quis fugir da pres nça de Deus e
não p_ôde (Jon 1).

Para viver a dot.1trina


Em qualquer parte que eu esteja, estou na pxe­
sença de Deus. A onipresença divina é o fundamen­
lo teológico do exercício da presença de Deus. É
uma ilusão pensar que Deus está longe de nós, que
d vernos pensar no céu par� pensar nele. Ele está
próximo .de nós; mais p1�ó:x-imo •do •que pensamos.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 31
Mas é preciso acostumar..,n1e a e.ste pensamento:
De.us n1e vê! Já é muito subil' elas criaturas ao
pensamento d.e Deas. Muito 1nais é saber que esta-
1nos assistidos pelo próprio Deus. O Salmista lem­
bra qu.e "Deus está próxüno de todos que o invo­
cam" (SI 14 •, 18). lVIas ele está próxüno de nós, mes­
mo qu- não o in, oquemos. Este pensamento da pre­
s nça de Deus nos deve acompanhar. É muito van­
tajoso à nossa vida cristã.
1) Faz evitar o pecado. É muito dificil ofender a
.alguem na sua p -sença, principalmente quando se
tTala. de pes oa d arande poder e bondade. Se nos
lembrássen1os que Deus nos está vendo, não p.eca­
riarnos: fadamos como José do Ecrito. Só pecamos.
porque nos esquecemos da presença de Deus. "Os
-can1inhos do pecador são viciosos, porque diante
. dele não há Deus", diz o Salmista.
2) Aumenta o nosso f eruor. O servo trabalha com
mais cuidado na prcs·ença do seu amo. O sol­
dado luta ,com mais cor-agem quando assistido pelo
general. Deus nos está vendo. Temos certeza de que
não nos faltarão os seus auxílios e a recompensa.
'Tudo nos há-de sair bem, porque estamos sob as
vistas de quem .faz com que tudo concorra para o
bem daqueles ·que o amam (,cfr. Rm 8, 28).
3) Infunde confiança. Não estou só. Não luto so­
··z i11ho. Estou na melhor de todas as companhias.
Deus está comigo. O s.eu auxílio não vem de longe,
e nãu demora. "O Senhor está _próximo". E para
,qualqtrnr parte que eu for, -ele está comigo. Isto me
·dá coragem. Daví tinha razão -de dizer: "Ainda que
·eu ,andas.se sob as ameaças da morte, não temeria
nenhum mal, porque vós estais junto de mim" (SI
··22, 4). Quando a imperatriz Eudóxia ameaçou são
.Jo-ão Crisóstomo com o exílio, o santo respondeu:
"Só me assustaria, se me enviasseis para um l1+gar
.32 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
11 ,d" D us não .,·stive:ss. . '. A p· s.so.as medrosas
, i:, 1n oraaem. quando estao n1 companhia d·e ou-
11· 1:,; pessoas. E como 1ã ficar mos intrépidos na
,., , panhia de D ns, qu • nunca se afasta de nós?
lún face dos perig'os, te1nos ·erteza de que D.eus
w>s assiste, e podemos pensar: "Se Deus é por nós,
que n pode ser contra nós?" (Bom 8, 31).
4) Dá-nos al '{Iria. Nós gostamos da presença <las
p •ssoas a ru m amamos. Poi D -us está presente.
\ riu le que vai lazer a nossa f ef.icidade no céu está
,·,mosco na terra. Para fazer a alegria do Salmista,
littslava a 1. · mbrança de Deus: "L 'Ihbrei-·me de
1 h 1 t1. e me aleg;r ·'i" (Sl 76, 4). JVIesmo no meio dos
I rnbalhos clifi ·-uldades este pensan1ento nos deve
(l/ r'grar, ·omo aos Macab - us, o quais, no meio de
l u l ·1 terriv · is contra os inimigos, s ntiam-se "cheios
dl' alegrü1 pela pr ença ele D -'us" (2 Mac 15, 27),
5) Convida a p.erfeição. 'Trabalhar -sob as vistas
d , nosso Senhor é um inc utivo à virtude. Tam­
l1('m hun1anamente trabalhamos com n1ais perfei­
·ii quando observados por nossos superiores. E
l}Ueremos ao'Yadar Aquele que nos vê. "Anda na
1n· s ·nça de Deus, e serás perfeito" - diz a Sagra­
du Escritura (Gn 17, 1).
pre-ciso que eu me acostume à prática do exer­
É
dcio da presença de Deus. Para isto empregarei os
meios seguintes: a) pensai'ei sempre que Deus me
,·ê; b) i,maginarei que nosso Senhor caminha a 1neu
lado; e) lembrar-me-ei , emprc de que tenho Deus
11 a minha alma, porque vivo m stado de graça;
cl) farei frequent s orações jaculatórias; e) no meio
elos trabalhos e -diversõ·es me recolherei um instan­
t - para pensar em Deus; f) pr0cnrarci en1 todas as
coisas tér grande pureza de intenções. Quen1 me
outrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 8 33
deta que eu possa dizer como o Salmistá: "Os meus
olhos estão sempre voltados para o Senhor" (SI
24, 15).
QUESTIONARIO. Por que Deus é eterno? Nossa alma
é eterna? Que dfa a. Bfulia !-:iOhre a eternidade de Deus?
Prove que Deus é imutavel. Por que a Bíl lia diz qu • ele
se irritou e se arrependeu? Que é a imensidade de Deus?
De que maneira Deus está preseI;J.te? Cite pala ras da Bí­
blia a este respeito. Qual é o fundamento do xer•c1c10
ela pres nça de Deus? Qnais são as vnntagens desle exer­
cício? E as man.eiras de praticá-lo'?

ATRIBUTOS POSITIVOS
Os atributos que estudamos na lição passada cha­
mam-se atributos n 'gativos, porque ll les dizemo·
mait;; o que Deus não é, porqu, afastan1os de Dens
as imperfeições. Vamos agora stndar os atributos ,
positivos, no quais afirman10s as perfeições que
en1 Deus existem.

O poder de Deus
O poder de Deus -é igual ao próprio Deus. Ora,
Deus é infinito· logo, o seu poder é tambem infi­
nito. É por isso que se chama - onipotência. No
Credo,. nós dizemos: "Creio em Deus Padre, todo­
poderoso". Deus pode fazer tudo o que nós possa­
mos imaginar. As únicas coisas que Deus não pode
faz,er são as que constituem imperfeição, porque
Deus é infinitamente peTf eito, e. não pode, por
exemplo, pecar, on enganar-se. Deus tambem não
pode fazer coisas que são, por si mesmas, impossi­
veís, ,como um círculo quadrado.
Mas as coisas ,qu não são absurdas, nem consti­
tuem imperfeições Deus as pode fazer, mesmo que
elas nos pareçam impossíveis. Ele pode fazer com
que o fogQ não queime, como fez com os 3 jovens

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11n {' rnalha de Babilônia (ver Daniel 3, 19-23). 1'.o­
dos os milagr são obn1s da onipotên in divina.
EscTi tura tá cheia de palavras que indicam
CI

1 la verdad . Inú1neras v zes Deus é cha•1nado oni­


1

pol ·nt . O anjo Gabriel diss a nossa Senhora: ''A


I> ·us nada é impossiv P (Lc 1, 37). O Li ro da Sa­
bedoria (12, 18) diz: 'Vós, Senhor, podeis tudo o
1u • quereis'. O próprio Deus declílrffn fal·mdo a
1
l01s 's: "Eu sou o Senhor onipotente" (Gn 17, 1).
O pod r ie b us se rev .:-la tambein pelo modo de
"!Jir, o qual não depencle d·' nen!nun instrumento,
11 tn exig matéria pree� istcnte, n m de qualquer
oulra coisa. Basta u1na palavra d Deus, quer di-
1/.LT um :sin1ples ato ele sua vontade, para que tudo
. ·l· f' aç.a ,cpmo ele quer. 'E D· us diss - : F a-ça-se a
luz. E a luz foi feita" (Gn 1, 3).
É preciso notar tarnbem que Deus pode fazer
ludo o que qu:1r, mas não é obrigado a querer tudo
o que pode. Podia, por x mplo ter feito as criatu­
l"tS ainda mais p rfcitas, o mundo ainda mais ·belo;
1nas 1 ão quis. Quando, às vezes se pergunta: Por
itue Deus nã-o fez isto ou aquilo? A resposta é sim-
1' 1 ::.S: Porque não quis!

A bondade de Deus
A bondade de Deus ·é inseparavel da sua essên­
·ia. Bom, por ,essência, só Deus; .a bondade das cria­
Luras é participada. Por isso, diz Jesus no Evange­
lho: "Ninguem é bom, senão só Deus" (1\ic 10, 18).
Bom por essência, Deus an1a necessariamente o
h m e detesta necessariam.ente o mal. A bondade
•m nós tambem consiste e-m amar o bem e detestar
o mal. Mas •m nós isto pode deixar de xistir, por
impcrf,eição. Em Deus, não; isto é necessário, quer
dizer, não pode deixar de ·er assim.
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De1:is ama todas as criatzu.·as, porque todas fo­
ram feitas por ele, e f oran1 feitas bo-as·. Na história
da criaçao do inundo, a Bíblia diz qu • D· us viu
todas as coisas qu tinha feito, eram muito boas''
(Gn 1, 31). Todas participam da sua infinita bon­
dad
Deus mna espe ·ialmente os hotryens, p·orque são
as criaturas visiveis n1ais perfeitas, que n1ais parti­
ipam la ua bondad". Isto se prova pelo que Deus
ten1 feito em benefício dos ho·mens.
E ama ainda rnais os justos porque mais se apro­
ximam da sua infinita bondade. E quanto mais san­
tos, mais amados de D.eus. "Con10 o Deus de· Israel
é bom para o que 'd.O retos de c01·ação ! ' (Sl 72, 1).
Para el re · rva doçuras, prot .ção e defesa (ver
o salmo .30 19-23) · faz con1 "que todas as coisas
concorram para ,o bem dos que o amam" (Rom
8, 28).
Mas ama tambem os pecadores, porque ainda
conservam algu1na coisa de bom· e porque quer que
eles se salu m. A sua bondade se revela perdoando
aos pecadores dando-lhes tempo para se arrepen­
detem, e às vezes mesmo castigando, para eles cai­
rem 1n si e ·se salvarem. A bondade de Deus é tan­
ta que espera até à última hora, como fez com o
Bon1 Ladrão, e acolhe a todos os pecadores que se
arrepend n1; seja qual for o número e a gravidade
dos pecados (ver as parábolas do Evangelho a este
respeito).
ias o amor d'e Deus aos pecadores não se pode
manifestar como se m-anifesta aos justos. Porque
no justo tudo é amauel aos olhos de �eus, mas no
pecador há o pecado que Deus é obrigado a detes­
tar, .e que �uitas vezes cast�ga mesmo neste inundo.
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A justiça de Deus
A justiça consiste em dar 'l cada un1 o que lhe
pert nc·. Nós sab mos •que �'D us dá a cada um
. egundo •as suas obras" (Mt 16, 27.). Os homens co-
1netem muitas injustiças - ou porque não conhe­
c ·m b.en1 a causa que julgam; ou porque são capa­
zes d querer ·ondenar um úwcente ou absolver um
r·ulpado. Mas em Deus não pode haver nada disto:
Ele conhec tudo, não pode qu r-r o mal. "Deus
não faz acepção de pessoas", diz são Paulo (Rom
2, 11).
E não há nada qu e cape à justiça de DetLs. As
muiore coisas, como as m nores, receberão a sua
recompensa ou o seu castigo. Se Deus vai tomar m
conta até as palavras inuteis ·que tivermos dito
(lYlt 12, 36), vai tàmbem recom · pensar até um copo
d'água clado en1 seu nome (Id. 10, 42). As recom­
P nsas e os castjgos são ·distribuídos . m parte nes­
l - mundo, mas a ,iustiça de Deus só se exercerá in­
lci1 amente depois da nossa mort . (Ver na História
agrada corno o povo israelita Ia ca tigado ou xe­
ompensado, conforme fazia o mal ou o bem) ..
Para viver a doutrina
1. Diante do poder de Deus podemos bem ver o
noss-o nada, a nossa fra,qu za. É meu dever sub­
meter-n1e humildemente. S ria uma loucura revol­
tar-nos contra nm Poder Infinito. "Humilhai-vos
sob a mão poderosa de Deus, para que ele vos exal-
1 no tempo da ua vinda" (1 Pcd 5, 6). Quer-o to-
1nar este conselho d- são Pedro, e aceitar tudo o
c1ue me enviar aquele· que tem sobre mim todos os
direitos e uni poder infinito.
A onipotência divina tambem me enche de con­
l'iança em Deus. O auxílio divino me pode vir, mes-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 37
mo nas mari.s .gr·:iv s dificuldade , quand.{> 11ada
fosse possível aos homens. O Deus que ab;viu o Mar
I
V rmelho para Moisés passar (Ex 14 15-22) e
mandou o anjo tirar são P,edro da prisão (At 12, 7)
m :, pod:;, valer, se eu fizer por m recer.
2. A bondade de Deus n1e obTiga a a·1ná-lo. Foi
,ele 'qu primeiro me amou' (l Jo 4, 19); amá-lo é
portanto, obdgação minha. E quanto n-1.ais eu o
amar, 1nais serei amado, porq11 Deus nos an1a na
n1edida m que praticamos o bem.
Para isto, que1.·o 1npregar os meios: fugir das
ocasiõ" d ' pecado, recorrer frequenten1ente à ora­
ção (principalmente de manhã -e à noite), confes­
sar-me a 1niudo, para garantir a perseverança.
Não quecer.ei de louvar a Deus pela sua gran­
deza e ac:rrad cer-1he a sua bondade. Lembrar-me­
ei disto particularment na oração da manhã e no
"Glória" da santa Missa.
Imitar a bondade divina, amando ao próximo,
perdoando aos que me ofenderem, fazendo o bem
a todos.
3. A justiça d Deus m'e faz tremer. Eu prestarei
contas da minha vida a Deus. Os santos pensavan1
nisto tremendo. Eu p1 eciso de pensar nisso muitas
vezes. Nas ocasiõ · s de perigo, pensa1�ei nisto. "O
temor de Deus é o princípio da sabedoria" (Sl
11.0, 10).
Sinto un1a grand ·. con. olação, pensando na jus­
tiça divina. Quand'o sou acusado de males que não
fiz, quando faço o bem e me acusam, quando tor­
cem as minhas intenções, quando não r,ecebo a pa­
ga dos meus trabalhos - tenho certeza de que um
dia tudo se acer'tará. Dai-me, Senhor., resignação
para sofr r toda' essas coisas, e ·aumentai minha
confiança em vós. 'Eu esperei en1 vós, S-nhor, e
não serei confundido eternamente" (Te Deum_).
38 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
QUESTlO ARJO. Que são atributos negativos e posiU­
, ,·? Como se nten'de o pod r de Deus? Quais são as
e· i as que Deus não pede fazer? Provas da Bíblia. De
,1u modo Deu· age? Explique a palavra de Cristo: "1 in-
uem é bom, senão Deu.". Qual a diferença entre a bon­
d,\ lé d� Deus e a nossa? Por que Deus ama particular­
mente o ju tos? Como Dens ama aos pecad-:�es? Se lhes
, l i�serem: Deus é bom; não pode ondenar ninguem ao
inferno -- você que resp0n clerá? Exponha a doutrina so­
lu·e a ju tiça de Deus: D -stes tres alri])Lltos, que conclu­
sões podemo.· tirar para a nossa vida cristã?

SANTíS SIMA TRl'NDADE


A nossa s· nta Religião tem muitas verdades que
nós con1pr end n10 ·. :Mas tem algumas verdades
que nós não pod 1110.:- con1pr n-der. Sabemos que
l' .:istem e acreditan10s firme1nente nelas porque

!Jeus as revelou. Elas, porém, estão muito acima da


nossa inteligência, <la nossa compreensão.
Estas verdades que deve·mos crer, embora não as
possamos compreender - cha·mam-se mistérios.
Não é de admirar que haja mistérios na Reli­
gião. Já vimos qu Deus é infinito, e nós somos li­
nlitados; por isso nunca poderemos compreender a
Deus inteiramente.

A SS. Trindade nos Evangelhos


o Evangelho, encontramos muitas referências
't SS. Trindad --. J sus fala muitas vezes no Pai e no
Espírito Santo. Jesus dis e: ''O ESP1RITO SANTO
ctue meu PAI envfa.rá em 1VIEU NOlVIE" (Jo 14, 26).
A rui aparecem as Tres Pesso·is: o Pai, que envia­
l'Ú · o Espirita Sw1to, que será enviado; o Filho, em
·ujo n·ome o Espí ito Santo será enviado. Há várias
passagens .semelhant s a e ta, principalmente no
1 :vangelho tle são João.
1

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 39
Muito mais claro ainda é o que nosso S nhor disse
aos Apóstolos: ."Id e ensinai a toda as gentes, ba­
tizando-as em nome do Padr , do Filho, e do Es­
pírito Santo" (Mt 28, 19).

Manifestações da SS. Trindade


As Tr•e Pessoas divinas se n1anifestaram ora se­
parc:tdamen te, ora reunidas.
A Tesp _ it de Deus Pai o Antigo Testamento está
eh io de fatos m que ele falou ou aparec· u. Tam­
b m no E,::: ug-lho o P:: i sç, fez ouvir. J csus disse:
''Pai, glorifica o l u 11orne. Então v io d'o céu esta
voz: Eu o glorifiquei, o-lorificarei novamente"
(Jo 12, 28).
Quanto ao Filho, Jesus disse n1uitas vezes e mos­
trou qu . era o Filho ele Deus. Nós provaremos isto
quando fala1�mos d divind-ad de Jesus.
O Espírito Santo desc u sobre os Apóstolos no
dia de Pent costes, 111 forma de língua dé fogo.
A Tr-s P soas aparec m reunida _no Batismo
de Cristo: o Pai fala o Filho é batizado, o Espírito
Santo apar ce -m forma de pomba ( ver Mt 3, 13-
17). Igualment· na Transfiguração ele Cristo no Ta­
bor: ouve-s a voz do Paj, o Fi1ho s, transfigura, o
Espírito San to de e ', s-ob a foTma de uma nuvem
luminosa (v r lVIt 17, 1-9).

Iguais e distintas
Acabamos de ver que em D us hó. tres pessoas.
Já sabemos que só pode existir um D us, e portan­
to sabemos que elas não são tres deuses. As Tres
Pessoas são divinas, e, por isso mesmo, são perf ei­
tamente iguais, embora sej a111 realmente distintas.
Que elas são distintas não há dificuldade, pois
já vimos qu,e aparecem as tres de uma só vez, q1:1e

40 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Cristo ped -ao Pai, qu.e fala le um outro Conso­
hdor que será enviado e1n seu nome etc. Tudo isto
indica que são distintas.
Qu são iguais o Evangelho tambem mostra. "Eu
e o Pai somos u1n", diz Jesus (Jo 10, 30). E o Espí­
rito Santo é chamado o "Espírito de verdade que
procede do Pai" (Jo 15, 26). Se procede do Pai, é da
mesma natureza, e, portanto, é igual ao Pai.

Operações da SS. Trindade


Todas as obras de De·us no mundo são ·01nuns
à.., Tres Pessoas. Mas, por um modo de falar atri­
buímos ao Pai a Criação, ao Filho a Redenção e ao
Espírito Santo a santificação. Isto diz 1nos por apro­
priação. Mas na realidade são as Tres Pessoas que
'riaram o mundo e santificam as almas. A R den­
ção foi obra pessoal do Filho, pois foi ele que s.e
f z homem e nos remiu. As Tres P ssoas são inse­
paraveis, porque têm uma só e a mes·ma natureza.

Analogias da SS. Trindade


A natureza está cheia de analogias da SS. Trin­
dade. O sol contém o foco, a luz e o calor.
É muito conhecido o símbolo do triângulo: uma
só figura com 3 ângulos. Este ímbolo é muito an­
tigo e muito usado. É f acil encontrá-lo nas f a eh a­
tlas c;i'as igrejas.
São Patrício, o evangelizador da Irlanda, serviu­
se da folha de trevo para explicar a SS. r1 rindade:
:ão tres folhinhas numa só folha.
A mais perfeita analogia nós temos em nossa al­
ma. Ela tem a essência, a inteligênda e a vontad@.
Suponhamos que, e.m nós, a intéligência e vontade
fossem pessoas; seriam 3 pessoas com a mesma
substância.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1
Essa analogias, contudo não nos fazem compre­
ender o mistério da SS. Trindade. É mais facil pôr
a águas <lo mar num buraquinho da praja do que
n nossa inteligência compre nd r est altíssimo
mistério - como disse um anj a santo Agostinho.
Para viver a doutrina
A primeira coisa é agradecermos à SS. Trinda­
d todos o b n fício que recebemos : tu lo nos
vem dela.
O termo do culto é a SS. Trindade. Todo o culto
litúrgico é umG homenagem à SS. Trindade. A ela
se deve <l'irigir diretamente a nossa mais profunda
adoração.
Para i to 1 mbremo-nos de que, alé1n da Festa da
SS. Trindade cada domingo Lhe é parlicularmente
onsagrado. A ela é oferecido o santo Sacrifício da
Missa. A liturgia está cheia da SS. Trindade: os
sacramentos são administrados em nome do Pa­
dre, e do Filho, e do E pír-ito Santo; o "Glória Pa­
tri" se r pete no fim de cada salmo; na Missa: o
Kyde o Glória, o Credo, o Suscipe, Sancta Trini­
tas, o Sanctus, etc. Ver principalmente a Festa da
SS. Trindad o Pr fácio da Trindade.
Em nossa oração da manhã, lembremo-nos desta
adoração profunda. Durante o dia recordemo-la
todas as vezes que fizermos o sinal da cruz, o qual
procuremos fazer muito bem feito.
O melhor ]e tudo, porém, é sabermos que somos
templos da SS. Trindad . O Evang·elho diz: "Se al­
gucm m ama rruardará minha palavra, e men
Pai o amará, e nós viremos a ele, e faremos nele a
nossa morada" (Jo 14, 23).
Quando estamos em estado de gra a, temos real­
mente e1n nó, a S8. Trindade. Isto nos deve dar um
grande apreço_ ao estado de graça.

42 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
SS. TrindadQ é o t rn10 da nossa vida, o nosso
d 'tino final. Por isto, a nossa grande preocupação
s rá servir a SS. Trindade. "Que te aproveita dis­
putares sabiamen,te ·sobre a Trindade, se, por falta
d , humilda d lhe d sagradas?" (Imitação de
Cristo).

ESTIONARIO. Por que há mistérios na religião?


(: >l 10sabemos que eles existem? Que é mistério? Quais
i-m a. provas da santíssima Trinda,dc no Evangelho? E
:is rnanHestações? Como se prova que as TTe Pessoas são
distintas ,e iguais? As operações divinas são comuns às
Tr · pessoas? Dê algumas analogias da santíssima Trin­
(hde. Qual é o lugar da santíssima Trindade no culto?
E 111 nos•sa vida cristã?

OS ANJOS
Há na criação, uma série gradativa de seres, que
vai desde os simples minerais até às substâncias
puramente espirituais. Destes últimos não podería­
mos saber a existência por nossa razão apenas, mas
li conhecemos pela Revelação. São os Anjos, que
vamos estudar.

Existência dos Anjos


A Bíblia está cheia da existência dos Anjos, os
quais aparecem desde o princípio (ver cap. 3 do
Gn). No Antigo Testamento eles aparecem impe­
dindo que Abraão sacrifique Isaac, consolando
Agar no des rto (ver caps. 16 e 22 d'o Gn), alimen­
tando ·Elia (1 Rs 19), protegendo os 3 meninos na
fornalha (Dan 3). E em muitas outras passagens.
O Novo Testamento se abre com a presença do An­
jo Gabriel anunciando a Za•carias o nascimento de
João Batista, e a nossa Senhora a Incarnação do
V rbo (v r Lc l). E enche1n -o Evangelhos até à
. scensão de C1,isto. Nos Atos dos Apóstolos há vá-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 43
rias aparições dos Anjos (ver .nos Evangelhos e nos
Ate>s as aparições dos Anjos).

Natureza dos Anjos


Os Anjos são puros espíritos. São substâncias
puramente espirituais. Foram criadas por Deus pa­
ra existirem sem corpo. São as criaturas 1nais per­
feitas, porque têm uma natureza mais s ·m elhante.
à de Deus (puTo espírito). São, portanto, superio­
res ao homem, o qual é -composto de spírHo e ma­
téria (alma e corpo).
Não é só por isto que os Anjos são superiores áo
homem. São superiores pela inteligên ia. Eles co­
nhecen1 a D,eus, os outros Anjos e homens, ele mo­
do intuitivo, sem precisar d raciocinar, como nós
precisamos. Conhecem os futuros necessários, efei­
tos que estão contidos necessariamente nas suas
cansas; mas não conhecem os futuros liur.es, que
dep ndem da nossa vontade (1). Tambem não co­
nhecem os segr dos do nosso coração; salvo se de­
mos deles qualquer demonstração.
São superiores tambem pela liberdad e pelo po­
der. S. Pedro diz qu "os Anjos são maiores pela
sua força e seu poder' (2 Ped 2, 11). Os fatos o mos­
tram. Um anjo matou de uma vez 185 mil solda­
dos dos Assírios (Is 37, 36); ouh·o arrebatou· Ha­
bacuc pelos cabelos e o levou para Babilônia (Dan
14, 35).
Um A.njo não está .en1 todo lugar, como Deus.
Mas pode· agir em vários lugares ao mesmo tempo,
dentro da esfera do seu poder, assim como um ho-

(1) Um eclipse do sol é um futuro necessário; o que


eu farei em tal ·oportunidade é um futuro livre.
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mem pode tocar ao mesmo tempo . m vários objet0s
ao alcance de suas mãos.
O que dizemos aqui dos Anjos, tambem se enten­
de dos den1.6nios.
Coros angélicos
It grande .o número dos Anjos. A Sagrada Escri­
tura fala sempr do •xército los Anjos. Na sua pri­
são, nosso S •n'hor disse que podia p dir ao Pai e
le mandaria 1nais <l 12 legiõ s (1) de anjos em
sua d fesa (Mt 26, 53). O profeta Daniel, descrc­
v ndo o h,ono de Deus, a·i z .que um milhão de an­
.i os O serviam, e mil milhões O as istiam (Dan
7, 10).
Os Anjos stão divididos em 3 hierarquias, e ca-
'la tuna delas -m 3 c:oros. A prüneira hierarquia é
a elo qu:., contemplam a Deus: - S ,rafins, Queru­
bins e Tronos. A segunda hierarquia se ocupa do
gouerno elo mundo: - Dominações, Virtude.i;; e Po­
testades. A terc ira ·' n arregada de ex cutar as or­
dens divinas: - Principados, Arcanjos e Anjos
(veja os "pr fácios" das Missas).
Os demônios
Antes de confirmar os An.i os na graça, Deus os
subm teu a uma prova. Qui o Senhor qu eles ti­
vessem mérito na felicidade qu lhes reservava.
em todos foram fiéis a esta prova. Alguns cairam,
fora·m imediata1nen te ·castigados por Deus, sendo
precipitados no inferno. São por isto chamados An-
jos maus ou dcrnônios.
Qual foi o peçado ,dos anjos maus? Parece ter
sido a soberba, porque a Bíblia diz que "nela teve
princípio toda perdição" (Tob 4, 14). O nome de
são Migu.el, que quer dizer: Quem como Deus?,

(1) Uma legião era composta de 6.000 soldados.

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br ·45
parece tambem indicar qn os anjos rebeldes qui­
s ram ser icruais a D us.
São João rlescreve, no Apocalipse, a grande bata­
lha, em que são lVIiguel e o seus anjos venceram a
Lúcifer com os dele, tendo estes sido precipitados
do céu, onde não há mais lugare.. para eles (ver
Apoc 12, 7-12).
Papel do demônio
1) Tentação. Os de·mônios procuram de muitos
modos, levar-nos ao pecado, por meio da tentação.
Foi o que acont ceu com os nossos primeiros pais,
com Judas e com Ananias (ver Jo 13, 2, 27 e At
5. 3). Ao próprio J us o demônio tentou (Mt 4, 3-
10). E ão Pedro nos adverte de que ele vive "· m
torno de nós, como um 1 ão que ruge, buscando a
quem devore" (1 Ped 5, 8).
O demônio nenhum pod.er tem sobre a inteligên­
cia e a vontade do homem. Ele pode nos incitai' ao
pecado, mas não nos faz pecar: só pecamos, se
qu r mos. Mas ele pode agir direta·mente sobre a
nossa m mória, imaginação e sobre os sentidos. As­
sim, m�smo contra a nossa vontade, podemos ter
reco.rdações e imagens más, e maus movimentos. É
claro que não pecamos, se não queremos estas coi­
sas. Deus nos dá sempre a força necessária para
nos conservarmos.
2) Obsessão. O demônio pode tambeim atacar os
homens corporalmente, ao mesmo tempo que os
atormenta com graves tentações, na ·me<fida que
Deus permite. É o que se chama obsessão. Nestes ca­
sos, ele age sempre de fora (ver, sobre isto, o Li­
vro de Jó).
3), Possessão. Mas na possessão, o demônio entra
para o corpo ela pessoa, e se apodera dele, e aí fica
usando dos seus sentidos e membros, produzindo
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atos insólitos e maravilhosos. O Ritual Romano,
dando as orações próprias para o exorcismo d0
demônio nestes· casos, dá os sinais da possessão:
"falar língua desconhecida, revelar coisas ocultas
e distantes, mostrar força superior à idade e con­
dição", te. Os Evangelhos dão vários casos de pos­
sessão, em que o demônio maltratava os snjeitos,
já tirando-lhes a vista, a audição e a fala, já os
subrnet ndo a tormentos corporais (ver os casos de
possessão nos Evangelhos).
4) Astúcias. Inimigo da felicidade do homem, o
demônio tem feito ludo para nos privar do bem.
Um olhar pela história mostra os seus esforços para
destruir a religião a vercladeira liberdade a civi­
lização cristã, a paz, a moral, etc. Apodera-se dos
grandes inventos (impr -'nsa, cinema, rádio, aero­
plano, etc.), par transformá-los em instru1neutos
dn mal. Uma das 1naior s astúcias do demônio é
apresentar o mal com um aspeto agradavel, dan::lo­
lhe nomes atra'entes como civilização, progres.10,
volução dos tempos, e outros, - e fazer h1do ic;to
ele maneira a não se descobrir que é ele que está
agindo.
O Anjo da Guarda
Para nos d.ef nder de todos os males do corpo e
da alma, e principalmente das tentações e perigos
do demônio, Deus nos confiou a um Anjo, que cos­
tumamos chamar o Anjo da Guarda. A Bíblia mos­
tTa muitas v zes os Anjos protegendo e defendendo
os homens. E Jesus disse, falando das crianças: "Os
seus Anjos vêem sempre a face do Pai (Mt 18, 20)
(ver o Livro de fobias, todo ele cheio da assistên­
cia do. Anjo são Rafael ao moço).
A Igreja tem uma festa especial em honra dos
Anjos Custódios, a 2 de outubro.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 47
� ensino comum que tambem a comunidades
têm os seus Anjos da Guarda. São Miguel que ern.
o Custódio da Sinagoga, ' agora da Igreja. T'am­
hem a nações, as dioceses, as comunidades religio­
sas e outras instituições de maior vulto terão os
seus Anjos da Guarda.

Para viver a doutrina


O meu destino é o mesmo dos Anjos: amar e
louvar a Deus, eternamente, no céu. Para isto, te­
nho de viver uma vida igual à dós Anjos : amar
e servir a Deus. Ser santo - é meu dever.
Para isto sou ajudado constantemente pelo meu
Anju da Guarda. Não desprezarei ,este auxílio.
Atenderei às boas sugestões, para segui-las; ,enco­
mendar-me-ei aos seus favores junto de Deus; lem­
brar-me-ei sempr,e da sua pre. ença, para não fa-
zer nada que lhe desagrade.
Nas tentações não me esquecerei de pedir-lhe
que venha em meu auxHio: "le ajudou a vencer o
anjo rebelde que me tenta. Mas tambe1n não facili­
tarei com o demônio, a quem procurarei vencer
p la vigilância pela oração: "Vigiai e orai" ...
A liturgia lembra-os Anjos: o Confiteor, o Prefácio.
No meu batismo renunciei a Satanaz e a tudo o
que lhe pertenoe, para me consagrar a Jesus Cris,.
to. Agora, Satanaz não descansa: quer reconquistar
a minha alma, destruindo a vida sobrenatural -
o ·estado de graça. Para não recair no poder do de­
mônio me confessarei a miudo, s,erei assíduo à ora­
ção e à mortificação, e, principalmente, comun­
garei frequentemente. A Comunhão é o "pão dos
Anjos". Pela comunhão s,erei como os Anjos.
QUESTIONARIO. Como se prova a existência dos An­
jos? Qual a superioridade dos Anjo' g:uanto ao poder, aos
conhecimentos'? Qual o número dos Anjos? Que são Co-

48 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
rns dos Anjos? Como se deu a queda dos AnJos? Qual foi
o pe ·ado que cometeram? Por que não terá Deus poupa­
do os Anjos, ·orno pouporr aos homens? Explique o que
é tentação, obses ão posse ão. Qual a ação do demô­
nio no mnndo atual? Qual o papel do Anjo da Guarda'?
Que conclusões tirou para a sua vida?

O HOMEM
Meio termo entre as coisas puramente materiais
t os Anjos, constando, ao mesmo tempo, de c-orpn
(matéria) e aln1a (espírito), o homem ocupa sin­
gular posição entre as criaturas. O seu estudo nos
importa de modo particular, porque, estudando-o,
stamos rstudando a nós n1esmos.

A criação do homem
A Bíblia narra assim a criação do homem: Deus
disse: ''Façamos o homem à nossa imagem ·e se­
melhança. E criou Deus o hon1:em à sua imagem"
( Gn 1, 26 e 27). E explica: "O Senhor Deus formou,
1 ois, o homem do barro da terra e inspirou-lhe no
rosto um sopro de vida, e o homem tornou-se alma
vivente" ( Gn 2, 7).
Por aí s vê qa o primeiro homem foi criado
por Deus ·'m ,corpo e alma. É, portanto, falsa a opi­
nião dos que pensam que o corpo humano se tenha
forn1aclo por evolução de outros organismos infe­
riores, mesmo se nsinarcm que Deus criou direta­
ment a alma. Tamh m cientificamente é falsa
sta opinião. De fato, nunca apm·eceram os exem­
plares da transformação, os tipos intermediários
entre o ma aco e o hon1em.
Seria infantil pensar que Deus fez Adão como
nós fazemos .um boneco de barro. Lembremo-no·s
do modo pelo qual Deus criou: "Disse ,e as coisas
foram feitas".
Doutrina.http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva. - 4 49
O estado de Adão
Composto de corpo alma, Adão recebeu de Deus
os dons que constituern a natureza humana, isto é,
tudo o que é necessário para poder s r homem. São
a sensibilidade, a inteligência ,e a vontade, os cha­
mados dons naturais. Estas coisas são 'essenciais à
natureza humana: em elas não há o homem.
Além disto, Deus deu a homem outros dons, que
ampliavam aperfeiç.oavam os dons naturais. Isen­
tou-o da conczzpiscência desenfreada que nos incli­
na desordenadamente para as coisas sensíveis; deu­
lhe todos os conhecimentos de que el,e tinha neces­
sidade para atingir o seu fim (is nção da ignorân­
cia); oonf riu-lhe a imortalidade· garantiu-lhe
uma felicidade perfeita, em que o preservava da
dor .e das penas do trabalho. Estes dons foran1
acrescentados por Deus, não eran1 <levidos à na­
tureza humana. Chamam-se dons preternaturais.
Deus fez muito mais com Adão. Elevou-o ao es­
tado sobrenatural, dando-lhe a graça santificante.
'r ornou o ho1nem participant:e da natureza divina.
De simples criatura fez com que o homem se tor­
nass /ilho adotivo de Deus. É o estado de graça,
o dom sobrenatural, pois que está acima de toda a
natureza criada.

A queda
D us não quis <-JU <lão ficasse com tudo isto gra-
tuitamente de tod'o. Para que ele pudesse m recer,
submeteu-o a u1na prova. "Tomou pois, o Senhor
Deus o hom m e o colocou no paraíso de delkic s,
para que o cult ivass - e guardasse; ' lhe deu um
preceito, dlz·endo : Come de todas as árvo.res do pa­
raiso, mas não comas do fruto da árvore, da ciên­
cia do bem e do J?ªl; porque, em qu�lquer dia que

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comeres dele, morrerásH (Gn 2, 15-17). Adão, po­
rém, desobedeceu. Tentada pelo demônio, Eva ti­
rou o fruto da árvore cmneu e d pojs deu a seu
marido, que tambem comeu (v r o cap. 3 do Gê­
nesis). É isto o pecado original.
Consequências
Com isto, o homem perdeu todos os don prr;ter­
naturais e sobrenaturais, que •tinham sido acres­
centados à natureza humana. Perdeu o direito ao
céu, onde só podia entrar. ·pela graça divina. Por
isto se diz que o pecado original fechou o céu. Foi
·astigaclo ·om a morte: "tu és pó, em pó t hás
de tornar; - com as penas e dificuldades do tra­
balho: "comerás o pão com o suor do t u rosto";
- log percebeu que estava despido e se envergo­
nhou; - e foi expulso do paraisa.
Quanto aos dons naturais, Adão não os perdeu,
po1 que são essenciais à natureza humana. Mas eles
se enfraqueceram e desorganizaram. A inteligên­
cia se obscureceu, ficando com dificuldade para
conhecer a verdade, com facilidade para cair em
rro, e se inclinando mais para o conhecimento das
coisas temporais do que pa.Ta as eternas. A vonta­
de se enfraquec u na busca do bem, sentindo di­
ficuldades para a virtude, porque ficou inclinada
para o mal e para os bens sensiveis. A sensibilidade
se desenvolveu demasiadamente, rebelando-se con­
tra o espírito, e, muitas vezes, venc-endo-o, porque
ele stá -enfraquecido.
Esta de· rdern é o resultado do pecado original,
e é o estado em que estamos atualmente constituí­
dos, porque a situação, que Adão criou para si com
a desobediência, passou a todos os seus descenden­
tes, xcet à Santíssüna Virgem Mada e Jesus
Cristo.
4* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 51
Nossa situação
A ,existência do p cado original é das questões
majs imporlcmt s p ra nós. Con1 isto compreende­
mos a nos a situação: mistura de aspirações ele­
vadas e inclinações vergonhosas. Há em nós como
dois homens. Até os pagãos sentem isto. O poeta
latino Ovídio se admirava: 'Vejo as coisas melho­
res, aprovo-as, e sigo as peores".
Todos nos s-entimos inclinados de mais para as
coisas s•ensiveis para a que nos agradam, mes1no
que contrariem o que <l y mos fazer. É uma luta
constante ntre o homem r > spiritual e o homem ani­
mal.
lsto s-e nota <lesd a prim ira infância, ·e em to­
<los nós, uns mai outros m nos. É a -ondição de
todos os desc ndent ·'S d'c Adão.

Para viver a doutrina


As no·. a' paixões (� nsibili<ladc ou concupis­
cência), desorganizadas p lo pecado original, fi­
caran1 com a tendência a se d-'senvolv,eT demais.
No homem primitivo elas ocupavam o seu lugar, e
prestavam os serviços necessários: não havia des­
ordem. Agora, porém, cre céndo, saem do seu pa­
pel, tomam. o lugar da int · ligência 011 da vontade
(1). Precisa1nos, portanto, nwnter sempre as pai­
xões em seus próprio· lugares, para o fim que
Deus lhes reservou.
Como, porém, elas ficaran1 com tendência para
crescer para exorbitar, é necessário sustentá-las
nos seus lugares. I to nós só conseguimos dominan-

(1) Podemos compará-las com um dos nossos orgãos:


o fjgatlo, 11or exempl b, no seu lugar e na sua função, é
umu necessidad,e; !níls, saindo disto, desorganiza a saud,e.

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do-as pela força do espfrifo. É a -v.ontade que há-de
go-\ ernar as paixões - e não as paixoes que go­
, ernarão a vontade.
Deven10 exercer uma ontínua vigilância, por­
qu ·, a· paixõ s pod m a cada 1nom "nto saltar para
além dos limites. Assim, con10 quem monta um ca­
valo bravo nao pode descuidar das rédeas.
Quanto maior don1ínío :>� ercermos sobre as pai­
x,ões, tanto 1nais faciliclacle teremos em vencê-las
no momento preciso. Elas s�o como uma mola que,
onstantementc e:x.ercit� da, s torna de facil e bran­
do manejo.
Este ex rcício d domínio , <.1overno das paixões
é o que se chama - n1ortificação. A mortificação
é, portanto 1 un1a necessidade para podermos viver
d e a ·ordo co1n a razão, a conci �ncia e a fé; para
não sermos rruiados pelas nossas tendências inf.e­
nores.
Mortificação é o esforço que. fazemos para con­
servai· t sensibilidad no seu lugar, como era no
homen1 primitivo criado por Deus. Procuramos re­
compor a ordem que o pecado destruiu: é o traba­
lho da mortificação. Ela contém os exageros da•s
paixões.
É ünpossivcl dominarmos as nossas n1ás tendên­
cias sem isto. Eis por qu nosso enhor fez da 1no1!­
tificação i.una exigên ia essencial: 'Se alguem
tJUCr vir após mini, r nunci a si mesmo" (Mt
16, 24).
É v rdad • que, :e não nos mortificu..nnos nas coi­
sas licitas, não nos saberemo· ·onter nas ilícitas.
Como tambem, se não nos mortificarmos nas coi­
sas pequenas, não nos conteremos nas grandes. E,
se não nos mortificarmos s,empre, não nos sabere­
mos mortificar quando fôr mais necessário.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 53
É por i to qu •' noontramo' a mortificação vo­
luntária tão praticada na viela dos ."antos, alguns
do· qwü,· · mn u t; ao hcrois1uo. Eles sabiam qu ),
ruanto mais don1ina<lo e v "ncido o bom m ani­
mal l-lnto ais facH ::i tarefa do bom -m espiritual.
QUESTIONARIO. Como se cl 'll fl ·ri ação do homem?
Que d.c\�cmos pensar da evnlu��ão? Em qne cst.tdo rfou
D us e homem? Ç_uajs s.:ío os d ris naturr.üs, 1weter­
nut11rais e sobrenaturais? Corno se deu a queda? >uais
as cons quênda:-; d.esta lcsobediênciu? Qual o estado atual
do ho-m m? C mo f·i aram os nossos clon: naturais?
Como poderemos corrjgfr esta tiesordem? Qual o papel
da inoi'lific.ação '?

PROMESSA DO SALVADOR
Deus casLigou os A:nj o iinediatamente, conde­
nando-o ·10 inferno. Os Anjos 'ran1 1nnito mais
_perfeitos: o seu p cado foi muito mais grave. O
pecado deles foj pessoal, não atingia a niais nin­
guen1; ac va so qu -' o de Adão intcressa-va a todos
os h01nens. O Anjos não tinhan1 sido iludidos por
ninguem; nquanto que· Adão Unha sido enganado
pelo demônio.
Por i, o, e muito mais ainda por sua inf'in.ita
bondade, c11lis Deus perdoar ao homem e salvá-lo.

A promessa
Alí nl' smo� no nwmenlo ezn que aplicava casti­
gos aos nos�o · primeiros pais, D us falou à ser­
pent-, dizendo: "P rei inilnizades entre ti e a 1nu­
lh r, ·ntrc a tua d scendência -e a dela. Ela te es­
mng rú n cab ç·:t" ( Gn 3, 15). Por estas palavras
o Senhor prometia destruir o poder de Salanaz so­
bre o Jwn1em. Entre �s sequaz,es de Satanaz e o Fi­
lho da mulhel' privilegiada sena estabelecid•a a
inimizade.
54 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Era o Salvador prometido ao homens. Nã,o es­
tava tudo perdido. Deus não ab ndonara a huma­
nidade. O homem viu o que tinha perdido, a que
estado ficou reduzid'o. J\1as tinha uma grande es­
p rança: seria salvo. Voltaria à primitiva felici­
dade. A g1aça divina voltaria. Ele seria, de novo,
filho de Deus. No meio das suas tristezas, do des­
gosto de ter perdido tantos bens, os homens aguar­
elariam o cun1primento d.esta promessa. Desde
aquele momento, todas as vistas se voltaram para
o Redentor prometido. Ele seria o centro das pre-
cupações dos hom,ens, porque era a esperança da
felicidade.

Mantendo a esperança
l\1as a inda do Redentor tardou. Um cálculo de
4.000 anos fixa o tempo que se passou entre Adão
e Cristo. Outros acham, com mais segurança, que
o t mpo foi muito maior.
Durante ,este tempo, os homens se salvaram na
esperança do Redentor. Deus não deixou que .esta
esperança se esfriasse. De quando em quando, re­
novava a promessa, como para lembrá-la, para o
povo não desanima.T.
A. Abraão Deus prometeu que "na sua descen­
dência serão abençoadas todas as nações da terra"
( Gn 22, 18), querendo dizer que o Redentor ,estaria
entre os seus descendentes. Estas promessas eram
guardadas de geração em geração; eram repetidas
por todos. Aguardava-se com verdadeira ansieda­
de o seu cumprimento.
A mesma coisa repetiu Deus a Isaac: "Na tua
geração serão abençoadas todas as nações da ter­
ra" (Gn 26, 4). Tambem a Jacó f.ez a mesma pro­
messa (ver Gn 28, 14).
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 55
Já se tinham passado mai de 2.000 anos de Adão
, Abra ão. Ao rei Daví r nova Deus a promessa, di­
z ndo-lhe que um dos s us descendentes será o fun­
<lado � de um reino terno (2 Rs 7, 16).

As prof.ecias
Os profetas eram hom ns a quem Deus conce­
dia o privil 'aio d ver a' coisas futuras. Por isto
eram tambem ·han1ado videntes. Gozavam de
grande influência junto ao povo d'e Israel, porque
por eles Deus falava, ora anunciando as suas san­
tas vontad � ora ma dando as repree11sões e os
castigos, or f lando sobre a vinda do Redentor.
Levavam, em geral, uma vida santa. Apesar da
grande autoridade (até os rei lhes obedeciam),
foram perse 0 uido e alguns mortos, porqu fala­
vam contra os vícios e prediziam os castigos que,
às vezes, não tardavam.
Os profeta anunciaram tudo a respeito da uin­
da do Redentor. D sde as maiores coisas às míni­
mas, tudo stá prof tizado. Vejamos algumas das
profecias relativas ao Salvador.

1. Sobre a vinda do Messias


1. Seria filho· de uma virg.em. "Eis qu uma vir­
gem conceberá dará à luz um filho ,e o seu no­
me será Emanu 1: D us conosco (I 7, 15).
2. Nasceria 1n Belém. • E tú, Belén1 chamada
Efraln, tu és p qu nina nlr •· as cidad d'e Jud�1;
mas le ti ', u hú de sair e qn 1,., que há l r .inar
em Is ·ael" (Miq 5, 2).
3. Viria quando o governo dos judeus passasse
aos es-trangeiros. "O cetro não será tirado de Judá
até que venha aquele que deve ser enviado, e ele
será a expectação das nações'' ( Gn 49, 10).
56 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
4. Daniel profetizou o tempo certo. 'De,sde a sai­
da d·a ordem para Jerusalém ser edificada até ao
Cristo chefe, passarão 7 semanas e 72 semanas"
(Dan 9, 25).
5. No seu nascimento viriam reis de longe, com
presentes, para adorá-lo (ver Salmo 71, 10; e Is
60). o Evangelho, os Magos disseram: "Vimos a
sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo. E, abrin­
do os seus tesouros, ofere.ceram-lhe presentes" (Mt
2, 2 e 11).
6. Seriam mortas muitas crimiças, no seu nasci­
mento. "Um rumo1· de queixas, gemidos e prantos
se l,evantou na colina. Raquel chora os seus filhos
não qu r consolar-se porque eles já não existem"
(Jer 31, 15).
7. Fugiria para o Egito e voltaria. "Eis que o Se­
nhor_ subirá sobre uma nuvem lev•e, entrará no
Egito'' (Is 19, 1). "Chamei do Egito o meu filho"
(Os 11, 1).

II. Sobre a pessoa do Messias


1. Era o filho de Deus. "Tu és o meu Filho; eu
hoje te crerei" (Sl 2, 7).
2. Era Deus e homem. "N_asceu-nos um menino,
será chamado Admiravel, Conselheiro, D,eus"
(Is 9, 6).
3. Faria muitos milagres. "Então se abrirão os
olhos dos egos, e os ouvidos dos surdos" (Is 35, 5).
4. Será profeta e legislador. Tanto que o povo
judeu designava o lVIessias con10 "o profeta que
há de vir (Jo 6 14).
5. Será rei, e de todos os reinos. "E reinará um
rei, que será ,sábio. Nesses dias Judá será salvo"
(Jer 22, 5).
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 57
III. Sobre a paixão do Messias
1. A entrada solene m Jerusaléni. "Enché-te de
alegria, ó filh� <le Sião; ... ei que t u rei virá a ti,
justo -e salvador; el é pobre vem montado so­
bre uma jumenta'.' (Za,c 9, 9).
2. A traição. "Até o hon1cm da minha intimida-
d , em quem onfie.i , rue mia con jgo o pão,
urdiu a traição contra ún1" (SI 40, 1 O).
3. O abandono dos discípulos. "Fere o pastor e
serão dispersas as ovelhas" (Zac 13, 7).
4. A v nda por 30 dinheiros. ' Então n1 pagaran:
pelo meu salário 30 moedas de prata. E o Senhor
me diss·e: Lança ao oleiro este dinheiro, esta bela
soma em que me avaliaram" (Zac 11, 12 e 13).
5. Numerosos episódios da Paixão: insultado
(Sl 22, 7), cuspido (Is 50, 6), flagelado (Sl 72, 14),
coroado de espinhos (Cant 3, 11) dess dentado
com fel e vinagre (Sl 68, 22). Até a pequena cir­
cunstância de distrihuirem a.;; suas v,est s e lança­
rem sorte sobre a túnica (Sl 22, 19).
6. Crucificado entre criminosos. "Entregou a sua
vida à morte, - foi posto •entr malfeitores" (Is
53, 12).

IV. Sobre a glória do Messias


1. .A sua re.r;surreição. "E será glorioso o seu se­
pulcro (Is 11, 10). "Não permitirás que o teu santo
experiment - a corrução (SI 15 10).
2. A ascensão. "Eleva-se sobre todos os céus para
a parte do Oriente" (Sl 67, 34). "Disse o Senhor ao
meu Senhor: Senta-te à min11a direita" (Sl 109, 1).
3. Todas as nações o adorarão. "Converter-se-ão
ao Senhor todos os limites da terra; e todas as na­
ções o adorarão" (SI 21, 28).

58 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
4. S rá urn juiz univ.ersal. Exercerá o seu juizo
ntr as nações" (Sl 109, 6).
Além destas, há muita, outras profe-cias a res­
p - ito do Salvador q1.1 há d vir.
Figuras
Fe>ra as prof eia , o Redent r foi anunciado lam­
bem por vária fü;nras - pc soa qu r presenta­
vam m ponto pequ no as grandes cois�s que o
Messias havia de fazer.
ABEL justo - agrada vel a D-eus, 1norto inocen­
temente por ·eu irmão.
NOE, único justo entr,e s homens do seu tempo,
scolhido por D us para salvar o gênero humano
da ruínu do dilúvlo, ofer e u ao SenhoT un1 sacri­
fício agradavel, e Deus, por isto, e tabeleceu com
a humanidade uma aliança.
JOSÉ, filho predücto, odiado - vendido pelos ir­
mãos, sal vou o s -u povo da miséria.
lV[OIS:tS poupado por Deus do n1assacre das
crianças, passa a mocidade no Egito, livra os is­
raelitas do calivei ·o, foi legisla l'or da sua nação e
c-ondutor do s u p vo, o qual 1-vou até à terra pro­
n1etida.
JONAS, passando 3 dias no ventre do peixe,
. aindo vivo. E outros.
Para viver a doutrina
A bondad de Deus poupando o homem, dan­
dr 1-110s um R dentor, é coisa que nos toca· pessoal­
m nt . Devemos agradecer a graça sem par da re••
denção, e aber aproveitar-nos dela. Sem isto, te­
ríamos perdido para sempre o estado sobrenatural,
que Jesus Cristo reconquistou para nós.
A Igreja faz passar na liturgia todos os sentimen­
tos da humanidade antes de Cristo. Lembra, no
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 59
ciclo lítúrgico, as profecias • as figuras do Messias.
Façamos nos os estes sentimentos, ele modo espi­
ritual. Acompanhemos os fatos da vida de Cristo
co1n o 1nesmo vivo interesse que despert�vam as
profecias no povo de Israel, sem squecermos que
eles viviam da esperança, e nós palpamos a reali­
da,de.
Para fomentar mais o nosso amor e a nossa gra­
bdã a Jesus, pensemos no que seria de nós sem
ele. E introduzamos en1 no a vid o hábito da
ação de graças.
Q E TI.QNAIUO. Por que Dcns poup u os homens e
não os Anjos? Qual a primeira promessa do SaJvndor?
Como se manteve sta lembrança no povo israelita?
Quem eram os profetas? Quais ns principais profecias
,·obre o Salvador? Djvida: a) a vinda, b) a pessoa, e)
a paixão, d) a glorificação. E as principais figuras? Que
sentimentos nos desperta a promessa do Redentor?

O MISTÉRIO DA INCARNAÇÃO
Já vimos que Deus prom teu um -Salvador, ,e o
mandou, anunciando à Virgem Maria que o conce­
beu, por virtud'e e operação do Espírito Santo. Esie
mistério do Filho de Deus feito ho1nem é o Misté­
rio da Incarnação.

Necessidade da incarnação
A ofensa que o homem f z a Deus com a des­
obediênda à sua ord m era uma ofensa infinita.
De falo, a ofensa e mede pela pessoa ofendida. A
mesma coisa tem malícia diferente: se u tespon­
do· mal a um igual ou a um superior. Se a dignida­
d.e é infinita, a ofensa é infinita. Era o caso do pe­
cado de Adão, e dos nossos pecados .
.Pelo contrário, a reparação se mede p,ela pes­
soa que a presta, � não pela que recebe. A honra

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tem o valor da pe-ssoa que a faz. Assim, o mesmo
elogio feito por um colega ou por um professor,
varia de preço. O mesmo presente, recebido de um
igual ou do Papa (por exemplo), tem valor dife­
rente. Depende da dignidade de quem dá.
Ass_im sendo, o homem pôde fazer uma ofensa
infinita, mas não podia prestar uma rcpaTação in­
finita. E só uma reparação igual ao pecado, uma
reparação equivalente, ,era •capaz de satisfazer a
j ustiç.a divina.
As soluções
Deus poderia satisfaze:-se nor mis x·c.ó ·dia �com
uma saiisfação não equivalente, como a que fos­
se pr stada pelo homem. Ou pQ ,eriçi perdoar in­
teiramente, em exigir J.}.�nhuma sati f a ão._ Mas
isto não daria ao homem conhecer da gravidade
d sua falta, nem bastaria para lavar-lh comp1e­
tamente a •culpa. Por isto, Deus quis a reparação
perf.eita, equivalente ao pecado.
Esta devia ser infinita, e só podia ser feita por
Deus, que é o único ser infinito. Para .satisfaz�r
pelo homem, era preciso tomar a natureza huma­
na. �Assim poderia representar a humanidade, por­
que era homen1.; e, ao mesmo tempo, podia oferecer
un1a Teparação infinita, porque era Deus.
Foi esta a solução que Deus deu ao caso: - a
Incarnação.
União bipotástica
En1 Jesus Cristo, portanto, existem as duas na­
turezas: a divina e a humana. Estas duas nature­
zas não se confundem nem se misturam, quer di­
zer, não perdem as suas propriedades e op,erações.
Mas continuam distintas, tendo cada umá. tudo o
que lhe é próprio. É por isso que Cristo tem duas
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 61
vontades e duas operações, isto é, d�s modos ele
agfr: divino e humano.
Estas duas naturezas stão unidas na única pes­
soa do Verbo; forman1 uma só pess,oa - a pessoa
divina de Cristo. Esta união das dua•s naturezas
formando uma só pessoa chama-se - união hipos­
tática.

Deus e homem
Tendo as duas naturezas, Jesus Cristo é verda­
deiro Deus e verdadeiro homem. Como Deus, exis­
tiu sempre, é eterno. Como homem, teve princí­
pio, começou a existir morreu. É pelo seu nasci­
m nto que contamos os anos. O Brasil foi desco­
berto no ano de 1500: qn r dizer, fazia 1500 anos
qu • Cristo na$·oeu.
Sendo verdadeiro homem, Jesus Cristo tinha cor­
po . alma hurnana. O e rpo de Cristo foi for1nado
da carne do sangue d n sa Senhora. A alma
humana de Cristo foj criada diretam nte por Deus,
no 1nomen to dn Incarnaç.ão do n1.esmo n1odo qu
a nossa alma.
O Verbo ou o Filho, segunda Pe oa da SS. Trir1-
<lade, f'az.endo-se homem, não deixou de ser Deus.
Nen1 podia d ixar. Permaneceu sendo Deus.
L ndo os Evangelhos nós vemos isto clarmn n­
te. São João diz: "No princípio era o Verbo, . o
Verbo . ra Deus . .. E o Verbo se fez carne habi­
tou •ntre nós" ( cap. I. É último -evangelho da
Missa). No fatos de na vida, ora age como ho­
mem (nasce ten1 forne e sed , cansa-se, te.), or:i.
ag co1no Deus ( cura enf ern10 , Tessuscita mortos,
prostra os soldados -con1 un1a só palavra, é adora­
do, os anjos o ser:vem, etc.).
62 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
O Apóstolo ã- · Paulo cl'iz expr, sament '. que J -
sus era "igual a Deus n1 s aniquilou-s . tomando
forn1a d servo, lorn.an.do-s, s •n1elhante aos ho­
mens" (Filip 2, 6 e 7).

Uina só pessoa
Ass.im como n1 nós o corpo e a alma forn1am
nmn só pessoa, t mbem em Cristo a na tu reza divi­
na e a natur · .za humana forma1n uma só pessoa.
1

Por isto nós poden1os atribuir a Cristo-Deus quali­


dades humanas, e a Crisiá-I-lomem qualidades di­
vinas. Assim pod mos diz r: o Eterno nasc u;
Deus 111.orr a por nós.
'famh 1n 'ln vist·:i de - x.istir 'm ,ri ·to uma ó
p ,ssoa, CTisto, m sino como _Hom · m, ' Filho d ·'
Deus. Pela 1n sma razão, Maria é ver<ladeiramcnt
Mãe d D 'us, porqu é Mã de Cristo.
Scn(1o di vinn ê:t pesSO} de Cristo, todas ·1s suas
t çôes r·m um valor illfinito. Assim é que uma ora­
ça de Jesus, ltnl ato po 111 •'nor que fosse, uma
sünples respira ;;' ( o ba l tia para a salvação do g" -
ue.ro hurnano.
É p lo m sn10 motivo - por pcrtenc r a Deus
1:u<lo o qu ·lá -'m Crislo - que a humanidade de.
J !Slls clev ser aclarada. Esta adoração é tributada
não à nntur za humana. mas à pessoa, qu é <livi­
na (1). i sshn :e cxpli a a �1doração ao Sacratís­
simo Coração de Jesus.
Porqu" m C isto há uma só p ssoa, esta pes-
soa é divina m nosso Senh r não xist-' nada qu

(1) Dcharbc faz a s guint � co.mparação: quando eu


bejjo a mão de meu pai, não venero cliret· mente a mão
mas a pe. soa llo paj; e a ru5o só rnerecc esse respeito
por pertencer ao pai.

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 63
s af ast da perfeição. Assim, Jesus mesmo como
homem não podia p car nem errar, nem se en­
ganar.
Compreendendo o Evang·elho
Há certas expressões d nosso Senhor no, Evan­
gelhos qu - só poderemos compreender bem, tendo
en1 vist, o que acabamos de e tu dar. De fato nos
Evangelhos vemos que Jcsu agia ora por 1una na­
tur za ora por outra, qu lguns dos seus atos
c'.

participam igualmente das duas naturezas. Por ou­


tras palavras: agia urna vezes como hom m ou­
tra co1no D 'US, outras vez 'S com.o D us ho­
mem.
Quando disse: "O Pai é maior do que eu" (Jo
12, 28). "Pai, não se faça a nlinha vontade mas
·im a tua" (Lc 22, 42). Ou quando di e que nin­
guern conhece o dia nem a hora do j uizo final,
s não só o Pai (lVíc 13 32). Ou que ninguem é bom
s não só Deus (Lc 18, 19). Nestes e noutros pontos
sein lhantés do Evang lho Jesus fala como ho­
,n m.
Já vimo� a�ima que le age como D us: quando
perdoa p -•ca<los, quando ressuscita mortos ,etc.
Outra vezes Jesus pratica certos atos que en1
part são humanos, e em parte, divinos. Unge co1n
um pou o de barro f ito con1 saliva o· olhos do
cego e este vê (ver o cap. 9 de são João).

Para viver a doutrina


Insistan10s e1n nós n1esmos pelos sentilnenlos de
ação de graças pela Incarnação. O V· rho de Deus
tomar a natureza humana para nos salvar! P1�eciso
p nsar mdis nesta bondade infinita, que se cc:,m­
pa<leceu assim de nós. Sem a IncaTnação, a que
estaríamos reduzidos? ...

64 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
.T€:sus é o Emanuel - Deus cor osc0. Fez-se par­
ticipante da natur,ez.a humana para estar conosco.
' As minhas tlelicias 8âo estar com os filhos dos ho­
1

lnens" (Prov 8, 31). Aind'a agora continua conosco,


na Eucaristia. Fazer da Eucaristia o centro de mi­
nha vida cristã dev ser o n1 u cuidado.
Cristo s•e fez homem para iver conosco. Eu pre­
ciso tambem de viver com 'le, por ele e nele -­
como diz o Canon da Missa. Preciso de me fazer
participante da sua natureza divina, assim conw
ele se fez participante <la. minha natureza humana
( ver a oração que o cr-'lebrante · diz quando põe. a
gota d''água no cálice). Só assim é que eu consegui­
rei me sal v�u'. A nlinha salvação! Foi para isto que
o Verho se fez homen1. Trabalharei cuidadosamen­
te paTa me ·alvar - a1nando a Jesus Cristo cum­
prindo os seus mandam �ntos.
QUEST,JONARIO. Como . se mede a ofensa? E a repa­
ração? Por que a ofensa a Deus é infinita? O homem po­
deria repará-la? Que seria ne e sário para uma repara­
ção equivalente? Jesus Cristo é eterno? Cristo tem alma,
como nós? Mostre, pelo Evangelho, que Cristo tem duas
naturezas. Quantas pessoas há em Cristo? Podemos ado­
rar o Corpo de Cristo? Como homem, Je ·us podia errar?

A VINDA DO SALVADOR
Desde que Deus prometeu o Salvador, a huma­
nidade inteira o espera a ansiosamente. Era triste
o ,estado a que o homem ficou reduzido depois do
pecado. Cedo os desgraçados frutos começaram a
aparecer. Não tardou que a própria Eva chorasse
a perda de Abel, n1orto por un1 innão ! E os inales
foram se espalhando. Todos sentiam a necessida­
de de um Salvador. A história do povo judeu be1n
o mostra.
Doutrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 5 65
A espectativa
Sentindo a necessidade do Salvador, todos aguar­
da varn o <.lia da sua eh gada. O próprio nosso- Se­
nhor disse no Evangelho: "l\lluitos profetas e jus­
tos desejaram v r o qu \ edes, não viram, ouvir
o que ouvís e não ouviran1 (Mt 13, 17). Iniagine­
mos a situação d um prisioneiro a quem foi pro-
1netido u1n libertador: a ansiedade co1n que o es­
pera. Era esta a situação: lod0s voltados para o
Salvador que havia de vir.
O povo se interessava por saber tudo o que se
relqcionava con1 ele: as pr fecias eram conheci­
das, explicadas. Quando He)•ode.s indagou ond é
que devia nas-oer o Messias, re. ponderam imediata­
mente: Em Belém -de Judá"; e citaran1 as profe­
cias de Miquéas (ver Mt 2, 4-·6).
Contribuir para a vinda do Messias era a maior
honra e felicidade para um judeu. Por isso a este­
rilidade era tida como um castigo de Deus. Os ca­
sais se1n filhos eram tidos como amaldiçoados, ex­
cluídos da ascendência do Messias (ver a aflição de
Ana. 1 Rs 1). De; í tambe111 o desejo que tinham as
moças judias de casar - para poderem contribuir
na vinda do Salvador (v r con10 a filha de Jefté
chorou a sua virgindade. Juizes 11, 29 ss.).

A oração do povo
Passavan1-se os anos, e o Salvador não vinha.
Oh! ,qt1ando ele vjesse. . . Então, pedia-se a Deus
que apressasse a sua vinda. São lindas as oraçõe
que se faziam neste sentido. Ainda hoje nós as re­
petimos no tempo do Advento, que lembra a es­
pectativa de Israel. ';As nuvens chovam .o Justo;
abra- e a terra, e brote o Salvador" (Is 45, 8). I-Iá
7 antífonas, ,começadas por O, no Advento, que dão
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as súplicas m·ais bonitas de Israel, pedindo o Mes­
sias. "ó Sabedoria, ... vem para nos en inar o ca­
minho da prudência. ó Adonai,... ve1n para nos
remir na força do teu braço. ó- raiz de Jessé, ...
vem para nos libertar, não tardeis mais. ó chave
d Daví, ... vem tirar o prisioneiro do seu cárcere.
ó ÜTiente, ... vem ilu1ninar os que ,estão nas trevas
e nas son1bras da morte. ó Hei dos Povos, ... vem
s�\lvar o homem que criaste'�. E na última se· sen­
te ainda n1elhor a ansiedade: "ó Emanuel, nosso
Rei e L gislador, Esperança dos Povo1:> e Salvador
del s, vem para salvar-nos, ó Senhor, nosso Deus".
Isto é apenas uma an1ostra da lindíssiina liturgia
do Advento, que renova os sentiinentos do povo
esperando o Messias.

Aproximam-se os tempos
Entre as profecias havia duas a qu · o povo
prestava pecial atenção: eram as que marcavam
o tempo em que o Iv.l.essias havia de vir.
A primeira era a de Jacó, dizendo que o Messia,s
apareceria quando o governo fosse tirado aos ju­
deus. Ora, isto já tinha acontecido. O povo israeli­
ta tinha sido submetido ao império dos romanos e
estava sendo governado por um pagão. A profeeia
havia d se cumprir . Eslava para chegar o Mes­
sias. Todos o esp ravam a qualquer mon1ento.
A espectativa e.ra aumentada pela segunda pro­
fecia - a de Daniel. E. lavam se completando as
.c;emanas d.e anos que ele profetizou desde o cati­
veiro da Babilônia até à vinda do Libertador. Este,
portanto, não poderia tardar.
Era -�ste o estado d espírito do povo j udcu.
5* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 67.
A attunciação
Enquanto lodos •esp ra:van1 a , inda lo Messias, ,
Deus realizava as suas promessas. Era chegado o
tempo. Um dia, mandou D us um anjo, são Ga­
briel, dizer a uma jovem de Nazaré, na Galiléia,
que :>[a ia ser a mãe do Salvador prom tido (ver
o episódio em Lc 1, 26-38). D sde aquele momen­
to, Maria era a mãe <lo :J\1 s ia,s, que se chamou
Jesus.
Mas o fato se passou em grande sigilo, e só o fi�
cara1n conhecendo algumas poucas pessoas, a ,quem
Deus quis r velar, como -santa Isabel e são José.
O povo nada ahia sobre a Incarnação do Verbo.
A Igreja celebra a festa da Anunciação no dia
25 de março. A ünportância desta festa é evidente:
neste dia começou de fato a obra da Recl. nção, qu_,
Cristo consumon no Calvário.

Nascimento de Cristo
O imperador Augusto mandou fazer o r censea­
mento de todos os povos submetidos a s,eu domínio.
E cada pessoa devia inser· ver-se na cidade <le seu
nascimento. lVIaria santíssin1a e seu esposo eran1 de
Belém, da Judéia, e por i so deixaram Nazaré,
onde 1noravam, e fon'lm até Belém. As hospedarias
já não cabiam ninguem, e eles tiveram de se abri­
gar numa gruta que servia aos animais. Foi alí
que J esu nasceu. Era un1a strebaria de u.erdade:
com re tos de capim na mangedoura e a sujeira
dos animais pelo chão (ver o cap. 2° de são Lu­
cas).
Ninguen1, fora daquela gruta, sabia; mas as pro­
n1essas de Deus se cumpriam. O Salvador prome­
tido chegara. Ainda demoraria a apaTecer em pú­
blico, mas já estava no meio dos homens.

68 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
quel.e aco11tec-ihr.ento, na aparência sem impor­
tância era o fato central da humanidade. As gera­
. õ s que o precederam, viveram ansiosas por aque-
1 , dia· as crerações fuhiras contarão por -1 o p:ró­
P ri tempo. A.quele menino que acaba d nascer
numa r..1ang doura é o entro de toda a humanida­
d ', ' o Sah a dor de- todos o homens. Aquela noi­
l nunca mais se apagará da memória dos povos.
A Igr j a celebra a festa de Natal no dia 25 de
dez mbTo. Permite a c�lebração de tres Missas:
a prh11eira à m ia noite, ho14 a em qu a tradição
<liz qu J.esns nasceu.

Os pastores e os reis
Se os homens ignoravam o que acontecia, o céu
assistia atento. Os Anf os cantaram a glória de
D.eus ,e a felicidade dos homens, alí mesmo, na
gruta de Belém. E avisaram a 1.uis pastores que es­
l·1van1 próximo , p·:1.ra que foss m adorar o Me­
nino (ver Lc 2, 8-20).
A segunda l\fissa de Natal comemora a adora­
ç.ão dos pastor-s.
Dias depois eh· gmn os Magos, reis do Oriente
guiados por uma estrela, procurand'o o H. i dos
judeus a quem queriam adorar (Mt 2, 1-12). A
lgrej a celebra a adoração dos M.agos no dia 6 de
J ane1ro.

As profecias
� bom observarmos, desde logo como as profe­
·ias· vão se cumprindo em Jesus. lVIaria era virgem,
ra da tribu de Judá, descenâente de Davi-. O nas­
·imento se deu em Belém, quando os judeus esta­
vam sendo governados por gentios. O reis magos

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 69
vieram do Ori'ente com presentes, para adorar o
Menino.
Outras profecias se cumprirão sobre a infância
de Jesus: Ele fugirá para o Egito, e voltará, e irá
morar em Nazaré - coisas tamhem profetizadas.
Registar-se-á o ·doloroso acontecimento da matan­
ça dos Inocentes, predita por Jeremias (Mt 2,
13-23).
Tu<lo como estava profetizado.

Para viver a doutrina


O povo d Israel sentia a n cessi<lade do Salva­
dor e o pedia co1n or·:1.ções. Nós iam.bem experi­
mentamos a mesma necessidade. O Salvador veio,
mas nnlitos nao o receberam - ou porque ainda
não tiveram notícia da sua vinda, ou porque não
lhe querem dar ouvidos. D uns e de outros deve­
mos euidar. Devemos cuidar das obras mi sioná­
rias favorecê-las com a nossas orações, traiJalho
e esmola . E dos maus cristãos igualmente para
fazer Jesus conhecido, amado e obedecid . É o d.e­
·uer da Ação Católica.
Quando o Salvador é afastado, os homens, as fa­
milias e a sociedade co1n çan1 a cair nas mesmas
misérias do paganismo. Os hom·ens modernos re­
A
neganln1. a Jesus. As oraçõ s do Advento t m um
sentido p xf - itamente atual. '·'V m, para libertar­
nos; para iluminar os que estão nas tr vas; para
salvar o homem que ·criaste".
E m·esmo pata nós pessoalmente. É pr ciso que
Cristo r nasça espiritualmente em nós. Precisamos
sentir a necessidade de Cristo, como sentiam os
judeus que o esperavam. E a liturgia do Advento
nos ensina 'isto ..

70 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Depois vem a liturgia alegre do Natal. Um con­
.i unto n1agnífico de festas. Celebrar o Natal com
sentimentos cristãos, e não com divertimentos mun­
danos. Acompanhar a liturgia. A festa da Circun-
·isão - 1 ° de janeiro. A festa do Santo Nome de
JESUS. Acoshm1ar-nos ao respeito a este nome, e
·\ <l voção. Não poderemos inclinar a cabeça ao
pronunciá-lo, como se faz na liturgia?
O n?.islério da Incarnação deve atrair mais a nos­
sa devoção. A genuflexão que o celebrante faz no
Credo e no último Evang lho na l\fissa é em ado­
r· ção ao Verbo Incarnado. Fazê-las com esta mes­
ma intenção, pronunciando as palavras que indi-
nm a Incarnação do Verbo.
A devoção do An.gelus lembra, ao mes1no tempo,
·t ooperação de nossa Senhora. Rezar o Angelus
p' 1 a manhã, ao meio-dio e à noitinha.
Um p nsamento ele ação d graç.as nos deve
acompanhar: "Deus amou de tal modo o mundo,
que lhe d "U o eu Filho Unigênito" (Jo 3, 16). E
Jesus no· tirou das trevas para a luz, da escravidão
do d· 1nô11io para a liherdade elos filhos de Deus.
Oh! como d "'Vemos an1ar a D us, como devemo-s
s 'r .fi'is a .Jesus, que nos salvou!

QUESTION ARIO. Por que o povo judeu sentia a neces­


sidflde elo Salvador? Qual era a sua situação? Como se
-•xplica o horror à esterili<lad,e? Como se manifestava o
desejo do povo pela vinda do Messias? Em que tempo li-
1.úr cr k.o comemoramos esta espectativa? Como se sabi:1
<rue estava próxima a vinda do Libertador? Como se deu
ela? Em que dia a Igreja celebra a Anunciação? E o Na­
tal? Mostre o cumprimento das profecias nestes primei­
ros acontecimentos. Ainda hoje sentimos necessidade do
Salvador? Como? Que devemos -fazer? De que maneira
levemos acompanhar a Liturgia?

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 71
JESUS CRISTO
Não ahe neste livro a história da yjda pública
d nosso S nhor. Embora t nha sid d tres ano
ap nas, é bc stant longa, n1ovilnentada e comple­
xa. As poucas no· · s apr ndidas na Hj tória Sa­
<Jrada d v m ser completadas •com a leitura cons­
tante dos Santos Evangelhos e o estudo de un1a
boa vida d J e u · (1). 1, não pod mos deixar d·
dar aqui, a( menos un1a ião de conjunto. lYiuitas
v -'z s perguntamos: Com . cria J e us Cristo? A
r.sta pergnn ta pr ::1tcnd mo· r spondcr.
A fisionomia exterior
ó pod mos hn ginar ruc J esu tenha sido ho-
1nen1 d - e� traordinári' h � 1 °za. Não de uma bel -
za 'uav do e com nossa Senl ora mas le uma
h 1 za másc11l 'l forl vi ·il con10 d-vcn1 s ·r os ho­
n1 ns em todo o seu espl ndor. O salmista tinh·1
profetizado: "Sup ::1ras en1 formosura a todos os ho-
n1cns" ( 1 4-1, 3). imprc são extraordinária qu
1 causa, e. a todos qu · o viam l 'n ia de s r n1.
grand part:>. devida à sua fisionomia.
aqucl semhlan t magnífico l sta a 'a-se o
olhar. Ele m smo disse qu · a luz do corpo stá no
olhar (cfr. 1t 6 22). A g nt- imagina que el te­
ria olhos tranquilos luminosos pTofundos olhan­
do para os hom .n com uma x·pr ". ão uma for­
ç· que os E.vang-lhos nos deixam ntr v r. F i
as jm qu bastou uni olhar de J esu a são P ·'dr
para que o Apóstolo compr. nd ss todo o mal da
ua negação saisse a chorá-la amargam nte' (c.fr.
Lc 22, 61).
( 1) As "V O Z E S" acabam de publicar em portuguê
a excelente obra do P. Willam - "A vida de Jesus, no
,país e no povo de Israel", que é das melhores.

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http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Utn homem forte
Jesus não ·Ta nem podia ser um homem franzi-
• no do-ntio. A sua figura denotava um homem
<le crrande igor físico, ,como é facil de ver pelos
Evangelhos.
Era um trabalhador infatigavel. Le ranta-se, ain­
da alta a madrugada (Me 1, 35) e desde. a aurora
já chama os Apóstolos para -o trabalho (Lc 6, 13).
O seus dias são cheios até alta noite, às vezes
sem ter n m tempo de comer (Me 3, 20). Mesmo
enquc nto d• scansa um pouco, trabalha, como no
-'pisódio da Sarnaritana (cfr. Jo 4, 6 e ss). E ainda
de noite, ia atender aos que o procuravam (cfr.
J o 3, 2).
Não tinha sequer onde reclinar a cabeça (cfr.
Mt 8, 20), vivendo, portanto, em loncras e constan­
tes caminhadas através dos caminhos poeirentos
on montanhosos da Jndéia e -da Galiléia.
Só um homem forte robusto .seria capaz de vi­
ver ns•sün.
Um dominador
O E angelho nos mostra Jesus admiravelmente
calmo e impcrturbavel.
Qunndo a ten1pestad' se levanta - a barca parece
naufragar, os Apóstolos se desori "ntam., mas Jesus
c011tinua calmo senhor <la situação (cfr. Mt 8, 26).
Em facc dos inimigos, que lhe propõem que$tões
terriYeis para perdê-lo, cons-rva a mesma sereni­
clacle inqu brantavel (Mt 22, 18-22).
O próprio d· mônio não o perturba, nem nas ten­
taç.ões do deserto (lVlt 4, 4, 7 e 10) nem nas outras
oportunidades em que fazia o espanto. dos hom·ens
(cfr. Mt 8, 28).
Dominava a todos. Quando pregava, todos reco­
nheciam a sua a.utoridade, até mesmo os adversá-

74 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ri s. Os inimigos, por fim, não tinham mais coi-a­
g m de lhe dirigir pergunta , porque ele os esma­
gava com suas respostas admiraveis. Os próp "'ios
discipulos viam nele uma tão elevada autoridade,
r conheciam nele uma tão grande superioridade
qu , às vezes não ousavam ao menos interrogá-lo
( •fr. Me 9, 31). Ele vivia nó meio <lo povo, amigo
1 Lodos, compadecido ·d·e todos, acessível a todos;
nas era tal o seu poder de domínio que ninguem
lh ousava tocar (lVIt 9, 20) -e, embora atraídos por
l l , se sentiam tambem· tomados de um respeito,

l{Ue chegava a ser :v er ladeiro medo ( cfr. Me


1 O 32).

Homem de corag,em
Já vimos como se porta Jesus diante da tempes­
h te: os outros tremem apavorados, ele está tran­
<p1ilo. Os demônios faz-em o povo fugir: Jesus os
'nfrenta e vence.
Os seus inimigos nao descansam. Não podendo
liminuir o seu prestígio diante do povo, os fariseus
mandan1 agentes para o prender (Jo 7, 32) : J.esus
os enfrenta, e eles nada fazem. Tomam pedras pa­
l"l o matare1n (J o 10, 31), J · sus nem pestaneja di­
ante <l les. Atiram-se indignados contra le (Lc 4,
:�O), ·' �le em vez de fugir passa corajosamente
p lo meio •deles. Aconselham-no a fugir, porque
l [ rodes quer matá-lo _(Lc 13 31). Ele responde
chamando ao rei de 'raposo" - dizendo que conti­
n 11·1rá a sua missão até ao fim.
Era sem dúvida ·por causa dessas coisas que o
p >vo tanto o admirava, porque o povo gosta dos
h mens dominadores e de coragem.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 75
A bondade de J,esus
Era extremamente bom.
Con1padecia-se dos que ofriam, a ponto •d, mul­
tiplicar o pão parc1 aciar o faminto no d ser to
(l\1t 15, 32) - r-ssu, citar moTto para consolar a
pobr· mã chorosa (Lc 7, 14). São inúmeras as
curas que f z, para aliviar os pa lecimentos hu-
1nanos .
.O povo hun1ilde lhe d spertava vivos sentimentos
d· piedade (cfr. ML 9, 3(5; lVI · 8 2). Chama os qu
sofrem e estão s ndo oprimidos prometendo ali­
viá-los (Mt 11 28). Atrai os pequeninos e r preen­
de o Apóstolos porque os afastam (Me 10, 14).
Trata os pecador s com special carinl o, dizendo
mesmo qu •' les precisam •de mais cuidados, p r­
quc são doentes (l\1t 9 12). Tem os seus amigos par­
ticulare , aos quais quer tanto bem a ponto de
chorar quando eles morren1 (Jo 11 35).
Mas a, bondad · d Jesus não é uma bondade mo­
le e complacent com o 1nal. Diante da hipocrisia
· l d sencadein as sua repreensões seve ·íssin1as
(l\llt 23 14 ss.). ) ver o <l srespeito no te1nplo to­
ma o chicote expulsa d ididan1cnt os profana­
dore (l\tlc 11, 15). Quando P dro se opõe à sue
mis ão cl o rep 1 ·chamando-o <lc Satanaz (Mt
4, 10).
Um decidido
E ·ta en rgia elo lVIc ·tr bc1n nos mostra a sua
decisão. D sde menino que 1- foi assim. Quando
nossa Senhora o encontrou no t "mplo entre os dou­
tores da 1 i, e perguntou por que ele tinha f ito
.aquilo, a resposta foi sta: "Não sabeis qu é ne­
cessário que n1e ocupe das coisas de meu Pai?"
(Lc 2, 49).

76 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Mais tarde, quando chamar os seus discípulos,
n prim ira coisa qu ' exigirá deles é esta decisão
pr nta e heroica às vezes. 'D i 'ª que os mortos
t'JÜ rrem os se1<
0 n1ortos" (Mt 8, 22). E chama com
1 in1a tal decisão que eles deixam tudo, para segui­
lo (lVIt 1, 16; Me 1, 20).
T m ap,enas 12 Apóstolos, ma se ,esses não qui­
,' •rcm cr r nas suas palavras, podem ir-se embo­
ra: "E vós tan1bem não 1rre qu rei· abandonar?"
(Jo 6, 68).
Quando Jesus decidiu .u1na coisa, ninguem se lhe
oponha, porque .i á está decidido. Ele sabe o que
quer, sabe admiravelmente querer. É por isto
que ele podia ensinar a s us di cípulos: "Seja o
l u sim, sim, e o t •n não, não' (Mt 5, 37).
Com s-n1elhante mo,do de agir, 1 ama os que
:-;ab -m ser decididos e lhe pro me te enorme recom­
pensa (Mt 19, 28), 1na se cntristec ao ver homens
indcd os (Me 10, 23).
O grande prestígio
Vinha de tudo isto o imenso pr stigio d Cristo
no n1eio do po, o, do discípulos dos próprios ini­
migos.
A sua vida ra realm nte misteriosa 1ncom-
pr nsivel. Cheio d, misericórdia coin os pecado­
re , mas terriv 1 na sua cólera contra os fariseus
- os hipócritas. Obediente à autoridad , chamara
<le Taposo ao próprio rei. Atrai as criancinhas, con­
, crsa com ·OS hom ns s1mples e as mulherzinhas
elo povo, mas infun d'e no ' •qu o cercam , um tal
respeito que chega a ser verdadeiro temor (Me 9,
5; 4, 40; 9, 31).
A todos dava a impressão de ser um homem di­
f rente dos outros homens. A sua superioridade
era reconh cida até dos inimigos (Me 12, 14).
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Causava maravilha o seu modo •d'e viver. Ele
multiplicara o pão para alimentar o povo, mas dei­
xava os Apóstolos padec-er forne. Cura doentes e
ressuscita mortos, mas se cansa a(<:>0nto de dormir
ao relento e repousar ao -longo dos caminhos. Quan­
do quis dinheiro para pagaT o in1posto, fê-lo tirar
<la boca de um peixe; mas vivia das esmolas que
lhe davam. Em face da sua vida ,d·e pobre, os seus
milagres são um verdadeiro mistério; mas em vis­
ta dos seus milagres, a sua vida é realmente in­
compreensivel.
No capítulo seguinte, provaremos que este ho­
mem é tambem verdadeiro Deus; mas, mesmo di­
ante do povo que não sabia que clle era Deus, o
seu prestigio era tão grande que fazia a-s n1águas
e a inveja dos seus adversários.
Para viver a doutrina
A humanidade vive voltada para Jesus Cristo.
Ele é o "sinal de contradição" (Lc 2, 34), a quem
os homens amam ou odeiam. Mas nós devemos
amá-io, admirá-lo, segui-lo.
Para isto, precisamos de conhecer a Jesus. A sua
vida está nos Evangelhos. Ler e estudar os Evan­
gelhos é uma obrigação. É uma necessidade. Só
assim, a figura de Jesus terá aos nossos olhos as
suas verdadeiras prop-orções. Quanto melhor o co­
nhecermos,, tanto mais o amaremos.
Uma literatura mal intencionada costuma apre­
sentar nosso Senhor como "o -doce e meigo Rabi da
Galiléia", uma figura suave e afeminada. Repila­
mos esta literatura. O verdadeiro Jesus era de uma
bondade infinita, porém más-culo, corajoso, deci<li­
do, amigo dos pecadores, mas inimigo irreconcilia-
, el do mat
78 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1 ,a ·a Jesus devem se-r os nosso.s e_ ntusiasmos� ·o
11 •• u rdor, a nossa admiração. Ele é o nosso he-
1 1' i. o nosso ideal, o nosso Senhor.
1

>t JFSTIONARIO. Como devia ser a fisionomia exte­


, 01 (( Jesus? Que diz o salmista obre isso? O Evan.gelho
,1 '/ nl uma coisa sobr,e os seus olhares? Como se conclue
qll nlC! era forte e rohn to? Que influência exercia diante
,1, IH ? Dê prova. de coragem mostrada por Jesus.
'1 mn se mostrava a bondade de Jesus? Era uma bondade
1111rn '? Dê exemplo.· da energia e decisão de Jesus. Era
1•1111<1 o pretigio de Cristo diante do povo? Onde pode-
111os :tudar a figura de nosso Senhor?

A DIVINDADE DE JESUS
fi�n1bora já tenhamos afirmado, várias vezes, que
J t'SllS Cristo é verdadeiro D.eus, como é lambem
t <'r<lacleiro homem, assunto é muito importante,
t 1n rece um capítulo especial. Basta lerem-se os
t

11.J ungelhos, e logo se firma a convicção de que J e­


. us é realmente D us.

O filho de Deus
1. Encontram-se no Evangelho muitas declara­
ções de Jesus afirinando a sua divindade. A mais
e >mum é ele chainar-se o Filho de Deus. Já o An­
j tinha dito a nossa Senhora que Jesus seria cha-
1nndo o Filho do Altíssimo (ver Lc 1, 30-33).
2. Falando ao cego de nascimento, disse-lhe J e­
sus: "Tu crês no Filho de Deus? Resl?ondeu ele:
Quem é, Senhor, para eu crer nele? Disse-lhe J e-
8US: Tu o viste, e é aquele mesmo que fala contigo"
(J 9, 35-37).
:3. São Pedro declarou: "Tu és o Cristo, Filho de
l>vu� vivo". E Jesus lhe respondeu: "Bem-aventu-
1·11clo és tu Simão, filho de João, poi-,que não foi a
·11 rn e o sangue que to revelou, mas meu Pai que
l'Hl' nos céus" (ver o episódio todo em Mt 16, 13-

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 79
20). Jesus felicita a ão P dro e liz que foi pre.cisa
uma r v la ão d - D us para o apó:tolo ·aber que
lc é o Filho de D us.
4. Nosso Senhor afiTmou con1 j ura1nento, dian­
te do sumo sac·erdote. Caifás interroga a Jesus: "Eu
te suplico por Deus vivo que nos digas S•e tu és o
Cristo o Filho de Deus. Jesus respondeu-lhe: Tu
o disseste" (Mt 26, G3 64). E isto eles não ent n­
deram nun1 sentido figurado, porque neste senti­
do todos nós somo, filhos de Deus. Eles queriam
saber se Jesus ra o Filho de Deus, o Cristo o R -
dentar prometido. Por isto é que tomaram aquilo
como uma blasfêmia o condenaTam à morte.
5. Pode-se ver no Evangelho que st- era o sen­
üdo das palavras d Jesus. Ele não se dizia um fi­
lho d Deus, mas o Filho de D us. Ele faz diferen­
ça quando se r fere ao Pai. Falando dos homens,
diz: ' O vosso pai". Falando de si mesmo, diz: "O
meu Pai". E nunca diz: O nosso Pai. É porque Deus
não é nosso Pai do m smo ,modo que é Pai de Je­
sus. E para que isto ficasse ainda mais claro, deno­
mina-se o Filho Unigênito: "Porque Deus amou d'e
tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho Unigê­
nito" (Jo 3, 16). Não é filho por adopção, mas no
sentido natural.

Outras .expr,essões
Há muitas expressõ s que equivalem ao mesmo
que se Jesus dissesse: - Eu sou o verdadeiro D us.
a) Encontram- e essas expressões nos Evange­
lhos. Ele d clara que é maior do que Salomão e
.Tonas (, cr Mt 12, 38-42).
b) Ele é o senhor dos Anjos, os quais chama de
v
"seus Anjos" (l bt 13 41) e estes o servem como
súbditos.

80 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
e) Declara que existia antes que o mundo existis­
::) (Jo 17, 5).
Vejam o ·episódio dramático qu são João con-
1 n (8 52-59), no nlon1ento em qu J -sus ctisse que
já era, antes que Abraão fosse criado. "Em verda­
d vos digo que, antes que Abraão fosse feito, eu
sou". E os judeus compreenderam tão bem o que
,1e queria dizer, qu quiseram apedrejá-lo.
d) Os fariseus se escandalizam porque os discí­
pulos colheram urnas spigas de trigo no ábado.
J -sus lhes declara que '"ó Filho do h01nern ', senhor
alé do próprio ábado" (ver Mt 12, 1-8). Ora, o Se-
11/wr do sábado é Deus.
E muitas outras equivalentes, as quais nã·o pode­
rnos citar todas aqui, mas que podem er lidas no
Evangelho.

Jesus age como Deus


Pelo que Jesus disse e fez nós podemos provar
<[Ue ele realm nte D us.
1. Faz milagres, em seu próprio nome, por sua
autoridade. Os profetas, os apóstolos, -os santos fi­
z .. raro milagres tambem, mas em nome de Deus.
Os apóstolos, curando o paralítico, disseram: "Em
nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda"
( A t 3, 6). Mas Jesus diz ao morto: Moço eu te
1 ando, levanta-te" (Lc 7, 14). Fala · m autorida­
de própria, como que,m é senhoT abs•oluto. É assim
: ·n1pre no Evangelho. Como fez com o leproso:
'"Eu quero, limpa-te" (Mt 8, 3).
2. Jesus ensina ern seu próprio nome e por sua
({/ltoridade. Os profe tas sempre que falavam, di­
zi 'lm: "Isto diz o Senhor'. Cristo fala com autori­
dn,d própria: "Eu, porém, vos digo' (Mt 5, 22).
•\thn é o vosso �I str , Cd to" (l\tlt 23 10).
1 ou L1·inahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 6
3. Perdoa os pecados por sua própria autorida­
de. Os fariseus se escandalizaram porque Jesus
perdoou os pecados do paralítico. El s sabiam que
só Deus pode perdoar pecados. Perdoando, Jesus
estava diz ndo qu era Deus. E ele se escandali­
zaram. Então Jesus faz um milagre para mostrar
que é Deus, e pode, por isto perdoar pecados (ver
o fato em lVIc 2, 3� 12).
Valo.- das obras
Jesus -disse que é D us. Rep tiu isto muitas vezes
e de diver as maneiras no Evangelho. Ou era mes­
mo D· us, ou estava 1nentindo, ou era um louco
que julgava ser a Divindade. Mas se fosse un1 in­
sensato ou nn1 mentiroso, Deus não havin. de p r­
·mitir, não podia mesmo permitir que ele fizesse
os prodígios, os ID1lagres que fazia. Se ele fazia
tantas obras maravilhosa., é porque é realmente
D.eus.
As obras serviam para provar o que ele dizia, co-
1110 no caso ,d·o paralítico. Por isso é que Jesus dis­
se aos judeus: "S· não quereis crer em mim crê­
de n s minhas obras" (Jo 10, 38).

A doutrina de Jesus
Podemos tanlb m provar a divindade de Cristo
pela elevação e sublimidade da sua doutrina. O que
Jesus nsinou não compara com a doutrina dos
súbios o filósofos. Nada se parec• com ela, n m de
longe.
Os espíritos mais eminentes do mundo pagão
d sconh ciam, pOT exemplo, a dignidade humana,
o amor do próximo, principalmente dos pobres, a
noção de familia, e outTas coisas essenciais. Um
dos maiores m�ralistas pagãos era Catão. Diz: 'Um

82 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
proprietário cui<ladoso d )ve desfazer-se de todos
os instrum ntos inuteis: os arado gastos, -0s cava­
los velhos e os escravos idosos . Marco Aurélio,
chamado o imperador sábio, ensinava que é uma
prova de fraqueza se compad cer dos desgraçados.
Aristóteles, que é o maior filósofo do paganis·mo,
cliz que o trabalho é indic.rno d um homem livre;
por isso os gregos consideravam os operários in­
dignos do título de cidadãos. Para os pagãos a mu­
lher era uma verdadeira escrava, sobre a qual o
marido tinha até o direito de morte. Estes eram· os
melhores pensadores, filósofos e moralistas do pa­
ganismo.
Jesus ensinou uma doutrina eh paz, de amor ao
pró;x:imo (mesmo aos inimigos), de humilda,d , co­
mo nunca se viu no mundo. Ensinou de modo tão
simples que os mais ignorantes entendem mas ao
m smo t mpo t5o proizincla é a doutrina, que os
maiores sábios não a esgotam.
A doutrina de Cristo está tão acima do qu.e os
Jwn1 ns produziram, que não pode ser de um ho­
mem. É doutrina de um Deus.

Para viver a doutrina


"Nunca povo algum teve seus d·euses tão perto
l, si como o noss·o Deus está próximo de nós". Pen­
s·tndo na divindade de nosso Senhor Jesus Cristo,
1 'mos ainda mais razão para rep tir stas palavras
que Moisés disse dos israelitas. Jesus se fez como
11m de nós, e1n tudo, exceto o pecado. E era Deus!
Parece 1nesmo que el quis facilitar a nossa de­
vo :ão, tornando-s sensiv-el. Fica-nos mais facil di­
ngll'-nos a le, estudar a uas perfeiç,ões, imitar
os Sl'llS exemplos. Pe.rto de Jesus, nós sentimos a
p r : nça de Deus. Ele pod nos repetir o qu disse
o http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 83
a Felip"': "Quem n1e vê, v" tan1bem o Pai'� ( J o 14,
5). Com ele, temos fatos concretos para imitar: é
só fazer ozno ele /ez. 'Eu vos dei o x mplo, para
que assim como u fiz l·:1.mbem vós o façais" (Jo
13, 15).
Encontramos J sus 'lqui na terra em dois luga­
res: no Evangelho e na Eucaristia. É preciso es­
tudar o Evang-lho, l�-lo cmpr , meditar. É a dou­
trina de nosso Senhor, são os seus xemplos de
virtud0. para 1ni111. Lendo-o sempre vou me pene­
trando do espÍI'ito de Cristo, vou me acostumando
ao que -le disse e fez. Vou ton1ando para mim os
modos de Jesus. Quanto mais ea souber quem era
.l esus Crist-o, rnai · eu o amarei. Algun santos liam
o Evangelho to<lo dia.
E na Eucaristia Jesus stá pesBoalinente, está do
mesmo modo que está no céu - apenas eu não o
vejo. Ainda ' mais facil ncontrú-lo aí do que se l
vivesse entre nós na sua vida mortal. Multiplicam­
se para nós as facilidades, afim de podermos unir­
nos mais a Jesus. Unindo-nos a ele, sta1nos no� san­
tilican.do. Comungando permanec mos nele e ele
pern1anec- m nós (Jo 15 5). Desta nrnncira, po­
demos ainda mai facilm nte imitá-lo, porqu a
pr ·. nça d Cri L m n' ,melhor·t-no as <lispo-
içõ - espirituais, dá-no·· forças para a viTtud "'·
Aprend ndo J sus no E, angelho e procurando-o
na Eucc ristia, amos transformar a nossa , ida
cri C, participando e <la. ez mais da natur z· di­
vina, par a pod nnos dizer como ·ão Paulo: 'Jú
não sou u ruc i o, ' Cristo gu VJV em mim"
(Gl 2, 20). .
QUESTIONARIO. Quando Jesus disse que era o Filho
de Deus? ão podemos entender que seja filho por ado­
pção, omo nós? Há ontras expr,essões no Evangelho que
declaram a divindade de Jesus? Dê algumas. As ações de

84 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
risto mostram que e1e é Deus? De que modo? A doutri­
na de nosso Senhor Lambem mo!")tra a sua divinda d ?
Prove i to. Que consequên ias tira da divindade de Je­
sus para a vida cristã?

A REDENÇÃO
Já vhno l[ll' bastava un1 sün ')] es c.lto ela YOD t·:1.-
l- de J esu Cristo para faz r a r '-'d nçao. ias /,
quis consumá-la p la sua Pai ··ão e ?11orte. Assira
nos o S- nhor nos mo.,trou rn lhor o seu é 1nor e:1
nos ensinou, d·' um modo rnuilo cornprcensiYel, u
'normc gravidade do pecado. A Rrdençrio c-f o fi1J_
mesmo la missão ele J su:: foi para nos r n1ir que
o erbo s fez hom 'm padeceu n1orrcu. f: un)
d s principais mi térios ela nos:a f&.
Noção de redenção
A r ::,e) nçuo con ·i ·t m s' ·cmnpnu· d , no-v o um,
oisa qu · s tiDb· possuído e qu se perdeu. Ora,
nós, h.01n ·ns, Unhamos possuido a graça santifi an-
1 ', que �, amiz·td d D· us e no da, a direito de
t'I trar no e' u. Pelo peca.do de Adão perclen10s isto.
Para podennos readquirir esfa graça é que l mos
n 'Cessi<lade da reclen.ção. A l u1nanidadc preci ê:1"\ a
npr scnl r a Deu o preço corr spond'enl ao bem
p �rdido, afim de podc.r possui-lo de novo. Este
pr ço � ,resus Cristo, conforme vimos na lição
sobre a Incarnação. Por seus n1er- ünentos infi-
11j tos, nosso S ?nhor nos tirou ela escravidão elo d.e­
mon.io e: nos f f"Z voltar a amizad' ele Dc'us.
O sacrifício de Jesus
Cristo cleclarou muit s v zcs que a sua rnissão
11< m1u1do era salvar os h01n0ns. "O Filho do ho­
m '.I '.l , e10 para salvar o que tinha p ·reciclo' (Mt
1 11).

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 85
Muitas vezes tambem ele indica o modo p lo qual
iria fazer a r - d nção. As:im é que diz qu veio
"para clar a sua vida. m r.edcnção por muitos"
(l\tft 20, 28). a últin1a eia, diss" qu, o s u san­
gu - s ria ' d• rramado por 1nLÜtos para re1nissão
elos pecados" (lVIt 26, 28).
Era pre isam nte o que 'slava anui ciado pelo
profeta 1s ias. o cap. 53 diz qu , ele "t mou sobre
i as nossas fraquezns e ·arr .}gou con1 as nossas
dores. . .. Foi ferido por causa das nossas iniqui­
dad s foi d· ,·pcdaç,('. do por causa cios nossos cri­
me . . . . , , fomos curados por a usa das suas f -
ridas".
O Apóstolo são P"dro djz qu nós 'fon10 ren1i­
dos, nno a pr- ço tl, coisas c.01Tuptiv is, como o ou­
ro ou a prata, 1nas pelo precioso sangue d·' r1s­
to" (1 Pe<l 18 H}).
Foi, portanto, a rnori · de Cristo Cfll' nos remiu
que nos rccondlio11 com Deus, 1ucrecendo para
nós a graçu sanlifi ante • o direito ao céu.
Porque quis
Deus não tinha obrigação de nos r · rnir. A sua
.i ustiça e ·igia a reparaçao. Se não a fizésscn1os,
serímnos castif;ado:. Pois ele não castigou os An­
jos? A redenção foi, portanto, um ato de pura bon­
dade divina. Jesus padeceu morr 'U p-orque quis.
"Of er · ceu-sc porque quis", diz o profeta .(Is 53, 7).
No Evangelho de sãn João, Jesus diz: "Eu dou
a 1ninha vida para ontra vr-" z a tomar. Ningu 1n a
tira de m·n1 mas eu a <lou espontanea1nentc (l0,
17-18).
E nã.o son1ente disse, porém mostrou que se en­
treg,1va livremente, porque, quando os soldados o
fora-m prend r no jardim das Oliveiras, Jesus os
derrt1bou com_ uma simples palavra (ver Jo.18, 6).

86 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Quem s sacrificari ssim p r mim? Se eu es-
tivesse condenado à n1orte, quem iria se oferecer
para n1orrer em n1eu lugar, para que eu conti­
nuasse a viver? ... Jesus /ez isto por mim. Que
amor e que gratidão u lhe devo!

Por todos os homens


O ·acrifi ío d Cristo. a sua morte na Cruz foi
ofer cido a Deus por lodo· o:s homens, para reden­
ção de todos. "Assim con10 todos rr10rreram em
Adã , assim tamb "m todos serão vivificados em
Cristo" (1 Cor 15, 22). O mesmo são Paulo declara
que hii \un só median iro entre D ·us os l omens,
que ' J 'SW:i Cristo horn •rn, o qual .. ,e deu a si mes-
1110 p ln red nçno de totlos' (l Tini 2, 5 6).
Qu.-'r <liz r, portmllo que J us morreu por todos
os hom •n. - a la ho1n m m particnlar. D sd
Adão, todos se salvaram e :sr1 salvam em vista da
redenção feita por Cristo, · n -nhum se salva sem
Cristo.
Cristo n1orrcu não só por todo os homens, mas
por todos os pecados. O sacrifício de J csns atinge
não só o p ·'C,Hlo ori:•inal, mas nin la todos os p(;ca­
(los atuais. É isto o qnc quer dizer são Paulo quan­
do escreve que Jesus Cri to "se d-u por 11ós para
nos rernir de toda a iniquidade' (Tit 2, 14).
o Cr.edo da Missa nós encontramos um'l frase
dizendo que Cristo se incarnou � 11101Teu por nós
hmnens (ver esta fras ) .

Efeitos da redenção
.Já vimos qu' a redenção consisle em con1pTar de
n )V o ciue se tinha possui<lo e e perdeu.
Aplique1nos isto à nossa reden ão. Estamos lcm­
ln ados lo que era o omc antes do pecado ori-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 8 ...i
ginal: perfeição r1os don natm'ais: don pr ter­
naturais graça san tüi ·ant . O p ·ado original nos
tirou a o-raça santificant >l> dons pr l rnatunü�
e desoraanizou os d )11 nalnrai .
Que f z a · d"nção?
1. Restituiu-nos a gr iça scmtificant , dando-nos
de novo, o dir ilo cl entrar no e· u, on l" s ·b g.:
m diunte a graça.
2. Não nos r. >, tituiu os dons pr lernaiurais. Con­
tinuamos 'Uj 'ito -' igno {me.ia, ú e ncu[.ÍS ên ia,
à dor C' n m d '. l\ias Cristo nos r e u qn a lg­
norân ia, a concupiscênc·u : a dores· não no' <lo­
mmas ·m nesta vida dando-nos m s1no o poder de
transformar e s nosso· s rr·1nenlos m merC'c1-
1n ni·os.
3. Fez com qn, nó8 pud 'SS 'mos recompor o eq,.U:­
líbrio dos dons n ,turais njudad'os p la gra ·a e
.me<li·1nt s esforços qu, d vc1nos faz r (m rtifi-
çao, a e :.ise).
O nosso papel
Alguns pocl ri m l r u1nu iificuldad : S Cris­
to m 1Tcu por to los, por qu n 1n todos se sal van1?
Por dois motivos.
O primeiro é qu 0,1; n1crc ·imenlos da Pai.l:â.o
.,, !Jf.ort ele nosso Senhor d v 'n1 ser ap(i- a.dos a ca­
da lwnien1 ern parti 'lllar. Assim, Cristo mer ceu a
graça santifi ante para lodos n1as só a rec-be1n
aqu 1- s qu for· m b� tiza los. J e ·us instituiu os a­
eram n tos qu <.Hlo a cada p ssoa a araça que l · ·
mereceu para todos s homens. Qú 111 nao re cb r
os Sacram ntos não rcc bc a gra�;�. Quanto i tu·
os frequcntarn1os, mai abundantemente a rcc ..,
beremos.
O segundo n10ti, o é qu' J sizs . ·igLu as boas ·
obras para nossa salvação. "Eu vo .. dei o exemplo

88 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
para que façais assim co1no u fiz (Jo 13, 15).
Ou tan1l •m: "O Filh <l Ilom n1 ... cl'lrá u ._ada
11m ú' nnc as u-1, oht"L" (lVIt 16, 27).
Eis por qn Cristo mo1T u por todos, mas nem
lodos s s· lvam. Aheiu l:l parla do · 'u, mas nó�
devc111os n1ovcr-nos pa1 a cutrar. UD lo A dOslinbo
diz: ' Dc11s qu - te criou S ln li não t salvará sem
li,'. S nã e op Ti:U'n1os con1 a graça, na nos s:: 1-
·ar m.os. Muitos ta ran1 a p ', ela Cruz, poréln
nPn1. todos e salvannn. (Q 1em rw onv ·rtc11, '
cruen1 ficou cmp·d·'rnido na Paixão?) A m-sn1a
coisn continua a a on te .... r: sal vun1-SC' o•· qn o­
op · ram com •.1 gral_;a; pc rd · 111-se os q1F'. rej -'itam
a graça.

Para viver a doutrina


Cristo 1norr 'li par·1 minha snl vaçao. 1st > n1c
nsfr1a o quan lo \ nl ·, ·1 nüoba :11In�1. Para · r res­
gatada, foj neccs ária d n orl, de J csu · t E m · en­
sina tamb�m a pr 'ZÚ-la dcvidament-. Tu lo farei
p la minha salvação. rno descuidarei n 'nlnm1
n1 io. Isto '• tu;]o para mim. O r "sto 011 nada , al
ou 1n rá lado por acré ·cin10.
Não no· cans mos de agradec r a J ns o bene­
fíc.io da r ,(l n ao. \. que . ta<lo e ·taríamos redu­
zidos, s' le não nos ti , ·s salvado? P nse-mos
hen-i ni to. . . Sejamos d votos da Paixã e 1Iorte
de Jesu ·. O exer ·leio da\ ia Sa ra é i.lma e.x · 'Íent'
m_editação da Pai ·ão: fazê-la s mpr . o· mist ' -
rios doloro o do roc:ár·o conl mplam s os 1ninci­
pé i episódios da P, ixão. Basta me n-io a vista de
um Crucifi o para nos l n1brnrmos do que sofreu
Cristo por nós. E ire1nos, com estas e outra5 prá-
ticas, aumentando o nos, o a1nor a nossa grati-
dão ao nosso Redentor\

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Não esqueçamos que o Sa ·rif icio ela. Missa é o
1n smo Sacrifício da Cru . Ali nos são plicados to­
dos os m- reciinentos de Cristo no Cal átio. O sa­
1

crifício é o mesmo; ó a man i ·a�, difel'cnte. De­


vemos ser cleuotos da santa Missa, muito devotos
mesmo. Deve r a primeira d' voção de um cris­
tão. E assisti-la corno stivéss-mos n sistindo à
l\1ort- d CTisto no Cah úrio.
A lituraia tem outros n1odos de nos le1nbrar u
redenção. - D11Tc: nt � o ·íclo litúrgico, t"mos o
"Tempo ela Pai:1:ão" e a Sem<ma Santa. Principal­
m -'nte a Quinta-f ira e a Sexta-fciTa santas. Pre­
cisamos a ·sistir aos atos da Se1nana Santa com
bastante pieclad .,,, e í"1z r m que os outro tam­
b "m o · assistam. - As oraçõ - da Missa t rminam
cm g ral: "Por nos.·o S nlwr .Jesus Cristo, Vosso
Filho", etc. Estas pala ras indicam qu- .Jesus ' o
nosso '.fediador, que por le foi que alcançamos a
r denção, e conti11uamos a receber todas a graças.
A doutril1a da red-nção nos ·nsina a sofrer om
pa ·i "n ia. esus é nosso mod lo. Poden1os e. deve­
mos unir-nos a J esu ofredor na e rteza e que
ser 1nos crlorificados com ele. É o qu diz são
Paulo -1n vúrios lug·ir : da· suas Epístolas, con10
na dos Rom 8, 17 e 18: ", · sofre1nos corn ele, com
ele seremo glorificatlos. Porque u t - nho c rt za
d qne os ofrim• ntos do tempo presente não têm
proporção co1n a glória vindoura, que se manifes­
tará em nós". Por isto ,as santos reccbi·:un os S· fri­
n1F- 1 nto-s con1 alegria.

QUESTIO ARIO. Que é redenção? Qual foi a missão de


Cristo? A Redenção ,era uma obrigação da parte de Deus?
Por quem morreu Jesus? Quais são os efeitos da Reden­
ção? Se Cristo morreu por todos, como alguns se conde-.
narn? Quais são as lições que dá a redenção para nossa
vida? Quais as principajs devoçõ,es da Paixão? Que liga-­
ção há entre a Bedenção e a Missa?
90 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
D todos os argumentos qu provam a divjndad
d, J sus, o mais 'mport· nlc é o da sua r ssurrci­
·,1 . Se el res uscitou 6 porque é D us; ntão, 'l
sun missão é divi11a a sua doutrina � verdadeira,
.i sua Igreja é a única en1 que nos pod- remos sal-
"lr. São Paulo ch-·ga m sino a diz r: "Se, porém,
Cristo não r ssuscitou, a nossa pregação é vã, a
oossa fé é inutil" (1 Cor 15, 14). O próprio Jesus
deu a sua ressurr ição ·01no sinal da sua mi ·são
divina: "Esta geração m·'.t e adúltera pede um pro­
dígio, mas não lhe será dnclo outro prodígio, senão
o prodígio do profeta Jonas. Porque, assim como
.Jonas steve no v ntre da bal ia tres dias e tres
1 oites assiin estará o Filho do hom m tres dias e
Ir •s noit-s no seio d'L terra" (Mt 12, 39 40). Os
próprios j ud us davam à res 'urreiç�10 a máxima
importância. Eles ct is eram u Pih tos que mandas­
�i · guardar o sepulcro, porque, s Jesu · ressusci­
tasse, isto para les seria peor do que tudo o que
nosso Senhor fez (ver lYit 27, 62-66) .
.O fato tem, por isso a má., ima ü11p0Ttância.
Vamos estudá-lo com cuidado. Provaremos que
Cristo morr.eu; que foi sepultado, rnas o .':ieu sepul­
-ro j'oi depois encontrado vazio; que isto só se pôde
dar porque ele ressuscitou.

Cristo morreu
É um fato atestado pelos Evangelhos. "Jesus,
dando um grande brado, expirou" (Me 15, 37). O
enturião lá estava e se impressionou com o ,que
vira (ver vers. seguintes).
Quando José de Arimatéia foi pedir a Pilatos o
corpo de Jesus, Pilatos ficou admirado de que já
tivesse morrido, ,e primeiro se certificou, para po-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 91
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cler at nder ao pedido ( v r Me 12 42-44).
Para J sn mo1Ter, m smo que nada tivesse so­
rrido ba�tava a lançada elo ·olclaclo, abrindo-lhe o
ração. Ma� ist mesn10 o soldado só f z por ter
vis lo que l já eslava morto (ver Jo 19, 31-34).
Os doi•;; 'tmigos d J 'Sl .s, José d· Arünatéia e Ni­
cod 1110·�, <ru o sepult ar am, não o sepultariam sen1
ler ·erlf'�a ele que jú estava morto (ver Jo 19,
38- 2).
O sepulcro vazio
\cabamo d· ,er que .J sus morr n realmente
e foi depositado no s pul r
Ora, são ·Marcos conta qu , as mulh res, que fo-
1·an1 visitar o túmulo de J ., ns, o encontraram aber­
to ' vazio ( ver lVIc 16, 1-6).
São 1atcus narra qu · os guardas foram dizer
aos príncip 'S dos sa erdotes o que tinha aconteci­
d: J-sus 1essus itou o túmulo estava vazio (ver
H 28 11-li').
Duas hipótes.es
O sepulcro só podin ••sia · vazio por duas razões:
ou porque Cristo rc su. citou ou porque tiraram o
Corpo.
Qu m poderia ir tirar corpo de .J us do s -
pulcro? O Apó tolos ou as mulher s que viram
011d o cor )O foi ·epultado (v r lVlt 27,, 61).
Justain nte para vHar qu- isto s· desse, os ju­
deus tomaram várias providência. : puscran1 sol­
dados para guardar o s pulcro, e selaram � pedra
( · r iVlt 27, 62-66).
Para os Apóstolos roubarem o eorpo de Cristo
Io sepul ·ro ra preciso irlWGI' ·ombate com os sol­
dados. lVIa os pobres homens que tinham fugido
na bora d prisão de n so . enhor, estavam agora
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 93
trancados com medo dos jud us. Não seriam eles
que s m teriam •m combat- ...
Além disto os Apóstolos nem quericun acreditar
que Jesus ressuscitou, quando as mulheres o disse­
ram (ver Me 16 11). P -nsaram at' que aquelas
1nulher s estavam delirand (ver Lc 24, 11).
O cpisó<lio do' discípulos de Emaús mostra mui­
to clan1n1ent que o ânimo dos Apóstolos não era
de qu m stav disposto a roubar o corpo de nos­
so enhor. Pel0 contrário, eles estavam já desani­
mados (v ··r Lc 24, 13-45).
E a: santas mulheres? Estariam dispostas a rou­
bar o corpo, para depois dizerem que el ressus­
citou.? Coitadas! Iam p lo caminho, dizendo entr
, i: "Qu °'Ul nos há d revolver a pedra da boca do
s pulcro? (Me 16, 3).
Chec,ando lá encontraran1 o sepulcro vazio. Nem
pensaram que le tivesse res.i;uscitado. Ficaram
tristes, "consternadas, por isto" (Lc 24, 4), e foram
·contar aos Apóstolos: "Levaram o Senhor do se­
pulcro, e não sabemos ond o puseram" (Jo 20 2).
O corpo, portanto, não foi roubado. S desapare­
ceu, foi porque ressuscitou.

As aparições
De fato, se Cristo não tiv sse ressuscitado, não
poderia apar cer vivo, como apareceu. E não apa­
rec n só uma vez e a uma ó pessoa, d modo que
s pnd ss" tratar d um engano.
Apareceu a :!\'Ia.ria Madalena (Me 16, 9), a são
P · dro (Lc 24, 34) ; aos Apóstolos sen1 são Tomé
(iYic 16 14); e aos n1esn10s com ·ão Tomé presen­
te (.To 20, 24); a 1nais de 500 cristãos reunidos (1
Cor 15, 6), etc. São 11 a aparições de nosso Se­
nh r de d a Re sur1·eição até à Ascens~ o.

94 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A vitória
Cristo r · ssu citou. Os s us 111uni ·os pensaram
q11. o tinhan1 v-ncido. Bem cedo -se desiludiram.
( >s próprios guardas do sepulcro foram anunciar
a r-ssurr ição do S nhor. Os inhnio·os tiveram que
rrconh .er a vitória, e para que ela não -se divul­
u-asse, foi preciso comprar os c1uardas, dando-lhes
dinheiro para cl s dizerem qu os di cípulos vie­
ram e roubaran1 o corpo, enquanto eles estavam
dorillindo (v r Mt 28, 11-15). lYias os guardas fo­
n m postos lá para dormir ou para _vigiar? E por
que não forain punidos com as pena·s severas que
n lei es rvava aos guardas faltosos? E, se esta­
'd:t n1 dor1nindo como viram • ? Tudo o que os inimi-
·os de Cristo fiz tam é inutil: Cristo ressuscitou.
É a vitória definitiva. Ressuscitou porqu,e é Deus
o Senhor da vida e da morte. Agora, Cristo é
imortal. "Cristo, ressuscitado dos mortos, já não
morre, nem a morte terá poder sobre ele" (Rom
H; D) .
.Jesus Cristo não é para nós o humilhado da Pai­
_. ·10, o vencido da Cruz, o morto do sepulcro. Jesus
é o vencedor, o triunfador da Ressurreição. Diante
d , Cristo re suscitado, temos o direito de repetir
as palavras de são Paulo: "ó morte, onde está tua
vitória?,, (1 Cor 15, 55).

Para viver a doutrina


A Festa da ressurreição ou da Páscoa é a gran­
rfo festa da Igreja. É imensa a alegria co,m que a
Liturgia a celebra. Durant a Semana Santa as
1 ristezas se acentuam. Con1 a morte de .T -sus, na
S xta-feira s�mta, o luto invade a Igreja. O templo
l'i às escuras. No sábado de aleluia, o. diácono
·1 • nde a vela ( que simboliza Cristo) e canta: Lu-

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 95
m n Chri ·li (A luz d' C ·i t ) . E rep t o anto tr s
ezes, cada vez mais alto. O coro responde: Deo
gratias. D pois se acende o Cfrio Pascal que é o
símbolo d· C jsto R-ssuscitado (1). E, om a Mis-
a, 'omeçam a� alegrias da Páscoa. Recomeç.a-se o
canto do Aleluia. Em rcz do Angelus, reza-se o
H.egina ca li: Rainha do e' u, al -grai-vos, aleluia
porqu Aqu ·le que merec stes trazer aleluia, res­
suscitou como disse, aleluia". E a festa da Páscoa
se prolonga nas ·xpr ssões triunfais da Liturgia
(v r as Mis ·as d Sen1an da Páscoa).
Al '1n disso, cada domingo come1nora de novo a
Pás ·oa, a r ssurreição do SenhoT.
R a, ·vem s a nossa fé •m Je us Cristo. Ele é
Deus. Tudo o que :1nsinou é verdade, tudo o que fez
para nossa ,r;alvação é divino. Divina é a Igreja, que
instituiu; divinos os sacramentos; divina a sua dou­
trin . E adoremos a nos o Senhor, ressuscitado,
vencedor.
Façamos do dominO'o realmente o dia do Senhor,
onsagrando-o de modo esp cial ao culto divino�
-' no, sa santificação.
A r s urr -ição de Cristo é para nós uma gran­
d lição espiritual. ' Se ressuscitastes co·m Cristo,
pro ·urai as coüas que são do alto, onde Cristo está
assentado à direita d Deus; afeiçoai- "OS às coisas
que são do alto, não às que e tão sobre a terra".
(Col 3, 1-2). É assim que são Paulo nos incita a
imitar J esu' Ressu cit, do. lV[as não pensemos qiz.e
isto se pode dar sen1 luta, sem dificuldades. Temos
1uc lutar contra nossas paixoes, contra o espírito
do mundo e contra o demônio para podern10s ter

(1) É por jsto que o Cfrio fica sendo acendido nas Mis-
. as dos domingos at' ao dia a As ensão. este dia é
retirado - porque Cristo e retirou para o e' u.
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11111 lugar ao lado de Jesus. Dev.emos morrer para
nós mesmo , afim dP. vivermos com Cristo. O pró­
p 1·io nosso S nhor sofr ·n e morreu para depois ser
�lorüicado. São Paulo tambe·m nos ensina isto:
· S morrermos com el - com ele vivere-mos; se so-
1'1· rmos, reinaremos tamben1 com ele" (2 Tim 2,
l l-12).
QUESTIONARIO. Qnal é o valor do argumento da res­
snrreição de Cristo? Como Jesus o anunciou? Dê o plano
• ral da tese que vamui:; provar. Como se prova que Je­
sus morreu? E que o sepulcro foi encontrado vazio? Não
podia ser isto por vários motivos? Quais eram esses mo­
l ivos? Como os poderemos afastar? Quais as priucipafa
aparições do S.enhor ressuscitado? Corno . e refuta a ale­
gação dos guardas? Cristo ficou hummrndo? Como a Igre­
ja celebra a festa da Paixão? Que conclusões podemos ti­
rnr para a nossa vi.da cristã?

A MÃE DO SALVADOR
No momc1 Lo em que Deus prometeu o Reden­
l r 1ogo de.pois do pecad·o d Adão, pronunciou cs-
1 ns palavras: "Porei injmizad s entre ti e a mulher,
ntre a tua descendência a dela. Ela te e magará
a cabeç.a" ( Gn 3, 15). Esla n1ulher d que Deus fa-
1 a aqui ' a mãe do Salvador prometido. É a Vir­
g m Maria nossa Senhora.
Quem era Maria
Vivia nossa S nhora em Naz·ué, na Galiléia, com
.-c,u esposo J os'. Os conten1porâneos não sabiam os
d sicrnjos de Deus sobre ela. Sabiam que era da
ll'ibu ele Judá e que naquela aparência singela, vi-
. 'ndo embora pob_rement · ela era de uma famí­
lia ilustr.e, porque descendia do r �i Daví, por par­
l do pai. E sua mã , Ana, perten ia à familia de
Aarão. José, o seu esposo mode to carpinteiro, per­
l ncia tambe1n à familia real, por descender do
1 u.trinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 7 97
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
•l'ntn<le Salomão. Todos sabiam que ela era paren­
ta próxin1a de Isabel e Zacarias, p rt ncentes à
l'l\sla sac · rdotal.
O grandes pri ilégios que Dens lhe fiz "ra os
•1t•us contcn1p-orân os não sabiam. Entr tanto era
n<1ucla humilde jove1n qu Deus preparara para
st·r a J11ã do Salvador.

Imaculada Conceição
Esta pr pura ·ão era total; ou então seria defei­
luo a. Havia d;, começai� desde o prim iro mo­
m •nt ; ou n Lão com çaria tarde. Foi por isto qu
l)f'us conced >u a Maria o privilégio de s r once­
bicla sern o p cado original.
T do os de nd-nt· d Adão, p rtanto todos
hmn us, s:'io •cone· bidos com o pecado original. Des­
de o instante em que alma s0 un ao corpo, mes-
1no antc_s de na cer já t�m o p ado original. �1as
no. sa Senhora nunca teve o pe 'etclo original .. A Es-
-ritura Sagrada fala de duas pessoas que foram
purificadas do p cado ante de nascer: Jeremias
· . ao João Batista. Nasc l'an1 s m o pecado, mas
l'orarn cone hidos com o p ·ado. No sa Seul.10ra é
a única que foi concebida m o p cado original.
Se ela tiv ss pecado um só 1non1ento, o de·mô­
nio t Tia tido poder s sohT · -la. Então já não exis­
tiria a iniinizade ntr ela e a :.;erpente. E la não
l(•ri•1 smhgado a cab ça da serpente.
Quando o Anjo v io dizer a lVIaria que ela s ria
:1 Iãc do Red nt r, andou-a: "Ave, cheia d, gra­
,,·a . Só poderia er eh· ia <lc e1ra a e nunca tives-
8 tido pecado.
no sa própria razão nos diz qu a mulher que
1u s ··r a lVIãe d• Deus não podia j an1ais estar sob o
pod r do <len;iônio. Para er digna desta honra, ha-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 99
via d ser i nta de toda falta havia d. ser s,em a
mancha d'o p cado ori 0'inal.
O dogma da hnaculada Con eiçà.o foj proclama­
do no dia 8 d dez -mbro d-' 1854 p lo Papa Pjo
IX m est s palavras: "Declaramos, pronuncia-
1nos � cle(inimo que a doutrina. segundo a qual a
bt'm-avenlurada Virgem A!laria /oi, desde o pri­
n1 iro instant da sua ·on ·eiçét.o, em vista dos rne­
recimentos d� Cri to, salvador do gênero humano,
prc-seruada isenta ele qualquer mancha da culpa
original, é reu.elacla por Deu., e, por conseguinte,
cleue ser firme e onstanl menle acre litada por to­
dos os fiéis".
Qua1.r ano, <lepoü;, noss,. S nhora aparcc u a
Bcrnnd 'l ,, n1 Lourd s, e. <liss ., : "Eu sou a I.ma­
·ula lo Con eir,ão".
., E ·tsshn e nfirmava a d· fini-
.'80 do J ... 1pa.
Mãe de Deus
A mat 11udade uivü1a é a maior honra que pôde
xislir sohr a terra. É uma dignidade zín.ica, que
coube cxclusivan1 --ntc a nossa .Senhora. Sendo a
1na d J e ·us Cristo e J us Cristo s ,ndo Deus,
A1aria San.tíssilna é rYalme11te Mã d Deus. Quan­
C)

do ela foi visitar a su1: prin1a santa Isabel, esta,


inspir adn pelo Espiri t San to, a r · ceb u, diz ndo:
'Dond m v m e h nT· de vir m visitar a Mãe
do S nfwr?" (Lc 1, 43). Antes disto o Anjo já ti­
nha dito � nossa S nhora: '"Darás à luz um Filho
a qu 'm cbainarás Jesus. Est s--rá g1·ande e se cha-
1nará o Filho do Altí süno" (Lc 1, 31 e 32).
No século V apa.r "Ccu um herej e chamado Nes­
tório, negando que 1\1aria foss , 1[ãe l Deus. R -
uniu-se o Concilio ele Éfeso e conden u N stório.
Conta-s qu" foi in1en a a alcgri· de todos quan­
do e proclarµou o dogma da m·1ternidade divina,

100 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
t· ·1cond ·uação d- N stório. E são Cirilo qu tinha
sfrlo o grand d fenso · da verdade católica aj oe­
lhou-s - cxcla·m·ou: "Sanla Maria, Mãe dP- Deus,
rngai por nó · pe adonis agora e na hora da nossa
rnorle". A Ip-rcj a j u.nt li sla · lindas palavras à
Ave 'fl.1aria.

Virgindade perpétua
O profeta Isaías Linha anuncüulo qu · a mãe do
• al uador seria uma virgem.
Quando o Anjo diss- a lVIaria que ela sel'ia a
Mac do Salvador, ela r ·plicou: 'Como há le · r
isto, se ·u não conheço varão?" (Lc 1, 34). Por e •
tas pala ras emos não ó qu Maria ra Virg m,
mas que sta, a r -•solvida p rmanecer s 1npre
, irgem: tinha feito o voto d virgindade. Tanto
assim que só cons ntiu em ser a lVlã do Salvador,
tt uando Anjo ll1e ili s que o ria por obra do
Espírito San.to e ,que, portant ela ontinuaria uir­
g ?m (v r Lc 1, 26-38).
São Jos' portanto, nno foi pai de Jesus; foi ape­
nas pai adotivo. Nein nos �a Senhora teve outros
filhos. O Evangelho fala dos 'irm os' "ir mã "
<lc J sus e cita os nom-s <1 alguns: Ti•V>', Jos'�
Sin1ão e Judas (1\/I! 13 55 56). l\1a os jud ryus cha-
1navam d irmãos todos os parentes próximos. Os
'ün1ão " de que fala o E, ano- 'lho ram filhos de
iaria Cléofas, irm5 ou cunhada d, nossa Senho­
r·1 (ca uda com nn1 irmao de são José), e portanl
prÍ!nos de Jesus.
Na prün ira lH'0rncssa do Salvador, no G"nesis,
s vê que el' seria descendente da 1nulher e não
do homem. E o Evangelho, d pois de dizer que Je­
�u: foi concebido por .obra do Espírito Santo diz
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 101
qu o povo pensava qu �1 era filho d J os' : '".J e­
us ... filh de Jo é ·orno pensaoarn" (Lc a 2B).
Se nossa S nhora tivcss outro filhos quando
.Jesus 1norr, u nao a t --' ria ntregu::, a u1n estranho
(são João), porque la ficaria om os filhos.

Assunção
É cr -n a universal da T gr .ia - 1nhora não es­
teja ainrla definido como doo·n1c: de f' - que Ma­
ria santíssima ressuscitou ao t rc iro dia de sua
n10 rt (como o s< u Dh ino Filho) tendo sido ele a­
da ao céu pelo Anjo:. A tradiçao ·onta qu o seu
purí simo corpo foi d positado num sepulcro no
G ts � mani. Durant ·, tres <lias s-e ouvirmn cânticos,
os quai depois cessaram. Então o Apóstolos fo­
ran1 levantaram a pedra do tú1nnlo: acharam
apenas o lençol e os sudários; o o epo <le Maria
não stava n1ais na terrc:L
A própria razão acha con,. ·niente que a l\rlulher
privilc:riada, 1ne nunca leve pecado, cuja carne
gerou o Filho de Deus f cHo homem, não padeces­
se a cor-ruç:'ío do tú111ulo.
A f C):-;t-a da A sunção de nossa Senhora é cele­
brada no dia 15 d- agosto.

Para viver a doutrina


A elevo ão a 1 ossa S ·nhora não pod faltar na
, ida d ncnhun1 cristão. E d "VC cmn çar com gra­
ças <ladas a D -'us pelo riquí simo prcsenle que nos
r z, dando-nos M·nia. Ela não é soment a l\>lãe de
Jesus; é tan1bem nossa lVlãe. É a l\1edian ira d to­
das as graça : h1do nos m de Deus p las mãos
d- nossa Senhora. O m "s de maio, mês d Maria:
se encerra com a f sta de Maria 11[edianeira (31
d maio).

102 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Maria é nosso modelo d santidade. A simplicida­
<le m qu vi ia, e p 8d1' ela nobr za da sua famí­
Jia, nos '.\nsjna a rcsi[.;nuçã . A Iuunildad com qn
v1 eu mhora sonb · .:se qu cr:::i a l\1fie de D,eus, é
un1a gn1nd ·' lição para nós.
O cuida elo qu elu s mp 1 , tcv cm fazer a von­
iuâ, ele D 'll.lJ - eis a m 'llior lição <le sua vida.
Quando Deus ruis, eln <li se: "Eis aqui a escrava
do Senhor; faça-s e1n mim segundo a sua vonta­
de' . Sofr u tnclo - pohr - za, n ·cssi laeles perse­
<rujçôc s - unicl'' à vontade d Deus.
Ch in d gra�·u, nos n S nhora le\' · s -:r para nós
llm n1odclo d estin1a à graça divina. Vivamos sem­
pr · na gra:a d'e Deus, esforç.ando-nos para fazê-la
crescer 'In nosso coração.
E o amor de l\lforia à pureza? V1vemos num tem­
po muito corrOinpldo. E, no nH�io de todas essas
corruçõ s, pr-cjs•;nnos ,iver ise11tos delas. Recorra­
mos freqn · nt ment ·' a nossa S nhoTa, pedindo-lhe
a graça da santa pure-a e da modé. tia, que prote­
&� ·' e guarda a pur Jzu.

Ajudados por Mn l'ia, pode remos imitar-lhe as vir­


tud -;,,e;· durante a vida, • na horn da morte contare­
mos ain<la com o 'H1 u uxilio. De, · 1nos pedir-lhe
,, -'n1pr , a gra a de uma boa n1ortc: Santa Maria,
1

'Hic d· Deu , rogai por 1 ós pecadores aaora e na


ho n da nossa n1orte' .
A Litur.cria ussocia 11o�sa Scnh ra h todas as f s:...
tas do c1clo d C ist mesmo p rq1t la st ve
o
a, s cia<la a todos os falos aí comemorado . Alén1
clisl . há un1 gr·md' nún1cro k f tas de. nossa Se-
1hora. on1 · 10n.rndo-lhc ·1 vida ou as preJ.�roo·ati-
vcu: I' ativid· de ( de s lembro)� s.: ntíssimo Nome
d Marie- (12 d , 'ct ·'mbro), A presentação (21 de
nov 1nbro), fatcrnida le da SS. Viro·em (11 de ou-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 103
tubr,o), Purificaç,ão (2 rl- fev reiro), Dore (se -
ta-feira d poi, do domingo da Pai ão), n1uitas
outras. A F · sta da Imaculada Concei ·ão e da As­
sunção sao dias santos de guarda.
Compreend ndo o valoT da prot ção de nossa
Senh ra, · para fomentar •m nós sua devoção,
a Igreja n1ultiplica as súplicas à VirJ m santí -si­
ma, dedicando-lhe os sábados e os mese d'c •maio
outubro. Enriqueceu o terço -com 1nuita indul­
gên ia . Inculca a r,citação do iln.gelus ou da Re­
gina Caeli. Aprovc:t as irmandad-s e confrarias de
nossa Senhora. ão se cansa de nos estimular o
amor e a con[j" nça 1n 1\1:aria, que sendo a Mã
d'o no so Salvador, será tambem a Mãe de nossa
salvação. Foi ela que no:;; cleu .T esus, será ela que
nos dará a .Te. us.
A d voção a nossa Senhora é um penhor da et r­
na salvação.
QUESTIONARIO. Quem ra nossa Senhora? Que é Imà­
culada Conceição? Como ·e prova isto? Quem definiu
esle dogma? Qu é a maternidade di ina? Corho se pro­
va qu. Maria é Mãe de Deus? Qual foi o hcreje que negou
esta verdade? Quando foi ccmdenado? Que quer dizer vir­
gindade perp'tua? Prove que Maria ra Virgem. Quem
eram os que o Evangelho chama - irmãos de Jesu ? São
José o que era de Jesus? Explique a As.-unção de no. a
Senhora. É dogma? Podemos deixar de acreditar? ivfos­
tre como Maria é nosso modelo das várias 1irtudes. QuaJ
é o lugar de nossa Senhora na liturgia'? Que lugar você
vai dar a e ta devoção na sua vida?

A SANTA IOREJA CATóLICA


Fon1os batizados na Santa Igreja Católica; a la
portanto, pertencemos. T mos a obrigação de obe­
decer aos seus mandamentos de seguiT as suas de­
terminações de atender a seus conselhos. Para isto
precisamos con� ecê-la tal qual ela rea,lmente é.
_
104 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Ot'ganização da lgre_ja
A Ig.rcj a : a sociedad de todos os fiéis que tê•m
a m sma fé, re h 1n os mesmos sacrarnentos :)
oh dccem aos mesn10s pastores, principaln1-nte ao
Papa.
Eslá assün organizada: os vigários governan1
as paróquias, obedecern aos Bi pos; os Bispos go­
vernam as <lioc ses, e oh d m ao Papa. De mo­
do qu, o Papa é obedecido • resp �itado pelos ca­
tólico de todo o mundo. f;_, o Chefe supremo da
!areja. Por isto o chama.mos de SolJerano Pontí­
fice ou Pontífice Máximo (1).

Os poderes da Igreja
1. A Igrcja , composta de 1nembros qu dirigem
e dos que são dirigidqs. Chama-se igreja docente
·e
que ensina) e igreja discente ( que aprende).
O que a Igreja ensin.a como v-rdade de fé, sobre
as coisas da Religião, todos os católicos são obriga­
dos a aceitar, porque a Igreja não pode errar.
2. ão somente ensina, mas tambe1n faz leis para
governar a todos os católicos. Os Bispos faze1n leis
para as suas dioceses e o Papa faz leis para todo
o mundo. E os católicos que não qui er m obede­
cer às leis podem s r castigados.
3. A Igreja ad1ninistra sacramentos, por meio
dos seus sacerdotes, os quais são ministro de Cris­
to, encarregados de distribuir aos homens as gra­
ças divinas. P 'los sacramentos e pela celebração
da santa Missa a Igr j a prom·ov a santificação

(1) É JJOm notar aqui que os Cardiais, os Monsenhores,


os Cônegos, são dignidade e títulos que não foram insti­
tuiclo. por Cristo, mas pela Igreja. Tambem não há di­
ferença entre Arcebispos e Bispos, quanto à Ord,em.

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 105
dos 'ltólic s, c1 do, p r '1n, n e· S'u·io qu ., cada
um d' nós qu · ira tr balhar p ra e anti ficar.
I:!.tst s tre pod r s rio harnad s - o poil -r d
ensinar, o pod-r c1 regPr (gov rnar) o pod-r d
Sl1ntiticar.
Quem pertence à Igreja
Para p rl-'n -'r à JO"r "j a é n ccssário . ub1netcr­
. :., aos lr s pod ·T- s que- la t n1. Portanto é n -
·-ssári : 1.•> s-r hatizado (pocl r de snntifi ar) 2°
cr'T no qu 'la ensina (pod r d -nsinar), e 3°
ob d e r às suas l L (pod r cl gov·rnar).
E não basta uma da lrl�S oisa ', mas é preciso
qur as lr · esle}am juntas, para podermos .ç r .a­
tóli os.
Assim, quem não foss- )1atiza<lo nrí.o seria ató­
lico, mcs1no que acredita s - em ludo o qu a Igr -
,1 a nsina e e suhm "tcsse às suas 1 is. T·1mb m
não seria atólico quen1 foss balizado mas não
C)

, ' ilas:sc o ensin da Igr j a (não quises. cr r)


- ou uão cuises ·e r conh cer a antoridade dos
Bjspo ' do Papa.
O não-batiz< do é pagão ou infi l. O pat�ado que
n no [U r rcr no que a Jrrr j a -nsin a ' her .,,; e.
(Basta negar uma s' v · nlad c'ltólica para ser h �­
t·(�j . Por ,·.: qu - n1 n cra a · xisPnci� <l'o inferno,
ou n5o , r dita na e nfissão). Qu-n1 11ão r•e conh e
·1 autoridade do Papa Oll dos Bispos chan1a- -
cümáli ·o.
Outras Igrejas
Al�m da nossa S,11La Madre Igr ,ia, há duas ou-­
l1 ..1s qur tarnbcm s ·bamam. 'ristãs e cada uma
dela· dlz ser a veTd· (1 ·,fra igr j a. São a lgr ja is-
1nática, ru tambcm se chama Cisma oriental ou
Igreja grega - e o Prolestanti. mo, qu ' muito..
conh · cido entre. nós ..

106, http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Os i. máticos não reconh cem a autoridade d'o
Papa, mas f'm os Bispos, a qu 1n prestam obe­
diência.
-Os protestantes nao admitem nem o Papa nem
os Bispos, porque não têm o sacerdócio. Há uns
pastores, que são eleitos p lo povo ou nomeados
p-lo Sínodo para fazer prcgaçõ s e administrar
os sacramentos.
Qual é a verdadeira
Nós já sabemos que a verdadeira lgrej a é a nos­
sa e que as outras são falsa . Mas como· sabemos?
Como provar mos isto? É muito facil.
A Jgr j a foi in -tittúda por Cristo. O modo pelo
qual Cristo instituiu a Ig.r j a está nos Evangelhos.
Nós u r 'mos como foi que Cristo fez, no Evange­
lho; e ueremo · qual das igrejas está como nosso
S nlwr f '.z. A que e tiv r de acordo com o Evan­
gelho é a venl'adcira; as outras serão f'alsas.
Para isto Y remos se a Igrcj a Católica tem a or­
ganização qu Cristo deu à ua Igreja; veremos
se Cristo instituiu o Papado; veremos se deu aos
Apóstolos o poder de ensinar, reger e santificar,
- te. . te. E então concluir •mos que a única Igreja
qn está de acordo con1 o Evangelho é a nossa;
portanto só a Igreja Católica é a verdadeira Igreja.
Sinais para conhec-er
Jiá tamb rn uns sinais que facilitam o conheci-
1nento da verdadeira Igr ja.
Cri to fundou uma . ó lgre}a, porque pregou
uma só doutrina, <leu-lhe un1 só chefe te. De mo­
cl'o que a v -rdadei.ra Igreja tem. que ser uma -e
não pode mudar n m vctriar.
Cristo fnndou u Igrcja para continuaT a sua
rnissão de salvar os homens. 1 missão da Igreja

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 107
é, portanto, santificar. Por isto ,Ja deve ser santa.
S nao fôr santa, não é a Igr ja de Cristo.
A I reja de. Cristo foi in ·tiluida para todos os
homr> n., porque ri to v io ao mundo para salvar
todo os hom ns. Em to<la parte, p ra todos os po­
vos hú d ser a mesma Igr •j a de Cristo. T 1n <l
ser pois, católica, islo é, uni.ver al, a m sma por
loda par.te.
Finahnent Cris�o entregou a sua· lgreja ao8
póstolos. Foram les que e palbaram a Igreja pe­
lo mundo afora. Por isso a verdadcüa Io-r j a tem
qu s 'r tal ,qual os Apóstolos a receberam de Cris­
to, e transmitiram aos s u discípulos. Quer dizer:
t m que ser apostólica.
Enlfio nós veremos qu son1ente a nossa Santa
Madr I ·reja é una, santa, atólica e apostólica. E
assim ficará provado que la é a única verdadeira
Igreja. É a IpTeja de Cristo.

Para viver a doufrina


Mesmo que eu nunca ·me esquecesse de dar gra­
ças tod'os o dia a Deu por p rt ncer à Igreja
Católica, ainda seria pouco. Ser at6lico é ter" cer­
teza de estar na lgr ja que Jesus Cristo (undou. É
nao ter receio de anda;r p-or cmninho •errado. É
uma gran,d · gra a que Deus 1ne concedeu. Porque
eu pod ria t-r nascido num país de herej es e se­
ria, tal.v z pr.otestante. Ou numa terra de cismá­
ticos estaria ta1nbem fora da verdadeira Igreja.
Como fuj feliz em nascer numa família católica
e ter sido batizado no catolicismo l Quero agrade­
cer a Deus est b nefício mais frequentemente.
Os anti os tinham uma expressão que está ca­
indo <l uso. Eles diziam sempre: a San.ta Madre
Igreja. Era uma _bonita maneira de chan1ar a Igre-

108 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
.ia d M'"íe, de s declarar· m eus filhos. S ria mui­
to bon1 T n varmos e te modo de falar para lem-
1 r rn10 · empr a t' rli ida d ele perl )ncern1os à
Igreja, para de p rtarmos um a1nor filial, um
grande r-speito um anto orgulho d sermos seus
filhos. S-j a com for, eu me lembrarei sempre do
<m1or que devo ter à Santa 'fllf adre Igreja.
Quem ama a I;1r 'j a, trabalha pelo seu triunfv.
D o alistar-n1., na Ação Católica trab· lhar p la
g:randeza , pro p ridad da Igreja, para salvar as
almas dilatar o rejno de Deus.
Nos dju · (l hoj , a nossa Santa Igr •j a continu·:1
ndo muito p rs guida. Como filho, minJ -za obri­
gação é defendê-la. D vo d'ef ncP-lu por minha
ox" ·õ s, principalmente ruan l -la for mais ataca­
da ( ver no lYfissal ·1s oraçõ contra os pers gui­
<lor s da I 0·rej a). Devo delencler lambem a sua
doutrina, por i to pr ciso 'stu<laT bastante a Re­
liaiã) e continuar a · studar sempr , para aurnen-
1ar n1eus c nhecim ntos rcligio os.
n1clhor clef sa qu posso fazer <la Igrej ·1 é
levar nma uida piedosa, d confonnidad con1 o
qu ela n1c n<la e acons lha. Uma vez, Garcia Mo­
r-no d fenrlia a Jgr 'ja e u1n_dos cornpanh"iros lhe
liss : - 'Mas tu faz . o qu la manda?' Garcia
'Mor "no respond · u: O teu argum nto n�o terá va­
lor de hoje "ffi <lic: nte". E foi um católico exem­
plar.
m católico stá ligado à Igreja pela gra a divi­
na, qu recebe nos Sacrmnentos; p la fé no en­
sinan1ento , pela obediência aos pastores. Quero
mant r en1 mim estes la ·os cada vez mais fort
Obede 'Cr s nipre ao meu vigário· ac ,ita,· sempre
os ensinamentos re bidos, e frequenlar os Sacra-
111 �nlos da confissão · da Eucari tia. A Eucaristia

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 109
é o termôrn tro da vida cristã. Ela é o centro da
vida da Jar-'ja; quanto mais d ··voto eu for da Eu­
caristi.a, tanto 1nais cristão eu serei.
QUESTIONARIO. De que modo está organizada a Igre­
ja? Que é Igreja do,ceute e discente? Quais são os trcs
poderes da I 0reja? Que é neces ário para pertencer à
Igreja? Como se chama quem não é batizado? E o bati­
zado que não crê? E quem não quer se submeter ao Papa
e aos Bispos? Qoais são as outras igrejas cristãs? Como
podemos conhecer a verdadeira Igreja? Quais são os de­
v,eres de um bom católico para com a Igreja?

CRISTO INSTITUIU A IGREJA


J-sus nsinou aos homens uma doutrina nova,
cheia dos mais sublirn s ensinamentos. Esla dou­
trina devia ser cons 'rvada propagada entre to­
dos os ho1nens, m lodos os l 1npos e em todos os
lugares.
Como os homens vivem m sociedad , havia
nec >ssidarlc de uma autoridade que os governasse
nas coisas religiosas, porque, sem esta autoridade,
a própria doutrina n'io daria resultado. Cada un1.
a jnterpr ·'taria d , n1odo diferente, a seu gosto.
A principal n1issao de J sus era salvar -os ho­
n1cns. Precisava de quem continuasse a sua mis­
s{io, cuidando da salvação dos homens, depois da
sna n1ortc e subida ao céu.
Foi para ·onseruar e propagar a sua doutrina·
para rfzinir e governar os hon1ens 1n matéria re­
ligiosa; assim poder .i.;aluar as almas, que .l sus
instituiu a Igreja.
Nas pregações
Nas suas pregaçõ s, nosso Senhor anun ·ia que
vai funclar a sua Igreja. A essa Igreja ele cha1na
muitas vez s o "rein de D us'', ou o ''reino dos
céus".

110 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lYiuitos talvez poderiam pcnsal' q'U J csus se
referisse ao céu, eom essas expres...,ões. Mas nós ve­
mos que não. As várh1s parábolas indi,cam o con­
tró l'iu.

A parábola do JOIO e do trigo foi 'xplicada p�­


lo próprio nosso Senhor, o qu, 1 disse: 'O Filho
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 111
do homem enviará os seus Anjos, e tir �·rão do s H
rfino todos o escân Inlos e os qu · praticam o mal'
(l\,U 13, - 1). Ora, este reino não pode .-er o e -5u,
porque no céu não há '·cân lalos, n m há qu -m
.pratique o m·:11. E t, reino é, portanto ne-ste mun­
do: é a sua Igr ·j a que é o s :,u reino.
Na parábola <l grão d'' 1nostaTd·1 o ''reino do·
céus' é compc rado u nmn semente, que era JJ(­
quenina, rnas ·'I'escru e se tornou uma P'ran le ú1·­
v re ( ver Mt 13, 31 e 32). Tal com a lar -'ja, que
come ou pequena e hoj · est '.)nele p ,10 mundo.

A organização
ão foi som nle na', pr o·aç.oes (ne ·sas c1n , á-
rias oulras parábolas) qu · nosso Senhor tr.atou da
lgr :-j •1. Ele cuidou, de ·de o começo la ·u vida pú­
blic , ele organizar a �ua Igreja.
1. Reune em torno d si alguns discípulos, os
quais vivem numa c-'rta organização recebendo or­
a os, r alizand'o tral alhos · te.
2. Alé1n des s dis ípulos escolheu doze apósto­
lo., ao· quais deu poderes especuus para ser m
chefes <lo povo.
3. Pas anelo a t "Imos n1ais claro , J sus fala da
sua lgr ja, dizendo: "edificarei a rninha igreja"
(Mt 16, 18), E depois ainda nosso Senhor diz qu ,
quando o nosso próxim,o não se quiser corrigir
om u1na admo staç 7w no sa dev mos dizer à
Igreja. E se nüo quiser ouvir a Igreja, ·ej a con­
si<l rado com um gentio e um publicano" (lVIt
18, 17).
4. Finnlmcnte, J esu Cristo constituiu a ão Pe­
dro che(e da sua Igreja.
De modo qu vemo na organização de Cristo,
a multidão, cli ·dpulos, apóstolos e o chefe suprenw.

112 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
0-s pastor,es
J sus qu na qu os Apó tolos fossem os eh fes
1

<la Igr-ej a. El s foram, rcalm nte escolhidos entre


Ós discípulos ( eT Lc 6 13). Rcc ., heram oTdens e
r-•comendaçõ · s speciais, corno tambem grandes
poderes, d curar enferm , cxpuL ar o demônio,
etc. (v r lVIt 10 5-10).
A eles Jesus dá plicaçõ s particulares sobre
a º uu doutrina, como no caso da parábola do se­
m· a<lor ( ver lVIt 13, 1 O e 18) porque eles deviam
.'ifl' os pregadores e rriestres d 'Sta doutrina.
A princípio andava J sns .nsinando e pregan­
do p las cidad s · ald 'ias, levando consigo os Após­
tolos (ver Lc 8 1). :Mas depois mandou que eles
/os sem, dois a dois, · eles iam e pr gavâm, e fa­
ziam milagr 'S, curando o do 'ntes, exp1.1lsando os
d· mônios (ver l\!Ic 6, 7, 12 13).
Com isto Jesus os preparava para serem os pas­
t.on1 s da sua Igrcj a a qual d ia ser crovcrnada
por l. s do rn smo modo que os pastor 's dirig m
os seus rebanJ10s.

Os poderes dos Após.tolos


Para qu, os Apóstolo, pudessem de fato, go­
vernar a Igr 'j a J '.�w; lhes deL· os p.odere·. d que
1
1 ·s n cessitavam para isto. Foran1 o tres pod :.,.
l't'S: de ensinar, d reger, d , santilicar.
1. O pod >r de ensinar. Já durant ·, a sua vida 111or­
l·1l, nosso Senhor tinl1a mc1ndado os Apóstolos pr --
gar o reino de D us CMt 10, 7). D 'poi. de ressus­
·i lado no dia da Ascensão, J sus diss aos Após­
1

tolos: ''Ide por' todo o mundo, pregai o Evange­


lho a toda criatura' (Me 16 ) 15). 'Ide, ensinai a
l da as gentes, ... ensinando-as a observar todas
e1s coü�as que u vos n1and .i (Mt 28, 1 ü e 20).
D01.�trinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
yiva. - 8 113
E Jesus deu uma autorida<le t~o grand'- aos
Apóstolos que só se salvarão o.s que acreditarem no
seu ensino; os que nqo acr - ditarem, se condena­
rão. "Quem cr �r ,e for batizado, será salvo; quem,
porém, não cr r, s rá .cond ·'nado" (Me 16, 16).
Daí nasce para nó a obrigação de ouvir as pr -
0·,1çõe , de aprender o que a Igreja nsina pelos
seus pastores.
2. O poder de r ger. Enquanto Jesus e tava vivo,
governava por si 1nes1no a Igr \1 a, · isto era facil
porque a Igr j a ainda estava pequeniI,1a, em eu
começo. Mas ele não fic�ria perpetuamente na
Igr- j a de um Diodo isiv-1. Por isto, deu aos Após­
tolos o poder ele governar, diz· ndo-lh ·'S: "Tudo o
qu ligardes na t rra, s rá ligado no céu, ' tudo o
qu desligardes na t rra, será dcsli a.ado no céu'
(Mt 18, 18). Ligar e desligar quer dizeT o poder d·e
fazer leis que obriguen1 as conciências dos fiéis,
de tal modo que os fi ''is ficam o])rigados quando
as leis foram f ita (ligar) e fica:m d sobrigados
quando as leis ou mandamentos forem dispensaçl.os
(desligar).
3. O poder de santificar. Cristo já lh tinha dado
o poder de expulsar os demônios, como vimos
adma.
Deu-lhes tambem o poder de batizar: e Ide p0is
ensinai a todas as· gentes batizando-a· em nome d >
Padre. •e do Filho, ·e do Espfrito Santo" (l\1t 28, 19).
Depoi.. da r ssu1-r 'içao aparec u aos Apósto­
los qu estavam no , -'náculo, lhes disse: ' sim
como meu Pai me enviou, n vos nvio. Tendo roto
estas palavras, soprou sobre el , e lh · lisse: "R -
cebei o E pírito Santo: àqu les a quem perdoardes
os p cados, ser-lhes-ão p.erdoados: àqueles a.
quem os retiv rdes, ser-lhes-ão r · tidos" (J o 20, 21-
23). É o poder ele perdoar pecados.

114 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Outro grande poder q11e .T. sus Cristo deu aos
Apóstolos foi o d'e cel brar a santa Missa: "Faz i
i to m m mória d mim" (Lc 22, 19).

Até ao fim do mundo


Par· ce claro qu estes po ler-e� não ram dados
aos Apóstolos, corno un1a coisa pessoal. Mas eram
poderes que deviam ser transmitidos aos sucesso­
res, porque a Igr j a não podia acabar, quando os
Apóstolos morressem.
Isto é f acil de ptovar. Em to.dos os tempos, os
homen precisari·tm de quem ensinasse a doutri­
na de Cristo, gov.ernass ·' espiritualn1ente e santi­
ficasse (batizas -', p rdoasse pecados, te.). Ora,
os Apóstolos morreram. PoTtanto, d'· viain deixar
sucessor .)s 1ue continuasseu1 a fazer o qu ele fa­
ziam.
Foi por ísto que Jesus disse: ·Eu estarei con­
vosco todos os dias até à ·onsuma ·ão dos séculos"
(i\1t 28, 20). Qu r diz r: até ao fin1 do mundo.
Portanto os poderes dos Apóstolos deviam perma­
necer nos Bispos, que são os sucessores elo� lpós­
lolos.
Os Apóstolos compr 'Cnd ram isto muito b m, ·e
sagraram bispos, qu ficaram encaTregados d
"aovernnr q Igr j a de D us" .(At 20, 28).

A Igreja de Cristo
Pelo que nós a ab ·imos ele ver · o Ev e ngelho nos
mostra que a lgr ja clP Cristo estava organizada
do �eguinle modo:
I. - a) a multidão do fiéis
b) os discípulos
c) os apóstolo superioTes aos discípulos
d) São Ped10, ehefc dos a:póstolos.

8* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 116
lI - a) os apóstolos er·im verdad�iro pastore's
b) deviam preo·ar o Evangelho
e) deviam governar o fiéis
d) deviam distribuir o meios de santifi­
caçao.
III - .Q apó tolos d viam ter sucessores, pois
isto não era coisa para algum tempo,
mas para sempr , porque a Igreja foi
in tituida para todos os hom ns.
Ora, nós só en ·ontran1os l�sla organização na Igre­
ja Católica. As oulras igrejas, 1ue se diz m cris­
tãs, não têm esta organização. Os cismáticos tên1
os Bispos, ma não ten1 o Papa (sucessor de são
P :.dro). O prot stant · não l'\m nem o Papa, n m
.os Bispos. Portanto, a verdadeira Igreja d, Cri. to
é a Igreja Católi ·a, porqu;, é lal qual a Igreja que
Cristo instituiu.

Para viver a doutri11a


Há e rtas pe soas qu ·' querem ser religiosas",
sem t r ligaço s com a Igreja. Têm as ''suas" idéias
sobr-· os do, 0 1nas; e por fato não -querem se sujei­
tru· ao que a lgr j a - nsina. Não- obedecem ao man- ·
ciamen tos da Igrcj a: nao se conf essan1, não omnn­
gan1, j �ju-am quando bem ent nd·m, e não nos
dias n1a rcados; nem ou vem Mi 'Sa aos dotnin­
gos ... É claro qu � es�as pessoas não seguem a dou­
Uina de Cri ·to porqu Cristo orO'anizou a sua Igre­
ja, con1 pastores," aos quais di se: 'Que1n vos ouv
a mim OU-\ e; · rn-·m vos d'es1Jreza a n1im despre­
za' (Lc 10, 16). Só pod mos ser católicos, ouvindo
e ob decendo ao pastores da Igreja.
A Igr ja ten1 os seus pastores. Sem eles não· há
Igr- ej a. Nã,o há união com Cristo, senão por meio
deles. Por el s é. que Cristo se comunica às aln1as:

116· http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lá-1 os a sua doutrina, a sua 6raça (pelos sacra­
mentos e a lVIissa). Por isso a união com o Bispo
é o sinal erto de estar bem com a Igreja. A •obe­
diência a,o Bispo é dos prin1 -iros d· v r: es do ca­
tólico. Santo Inúcio d- Antioquia escreveu: "Na
Igreja, nada s faça sem o Bispo".
É um d -ver dos católioos trabalhar cmpre na
Ação Católica, ob dP-cendo aos seus pastores: ao
, igário e ao Bispo. Só a sim poderão auxiliá-los,
·omo é da $Ua obrigação.
A nossa união com ·d' Bisp nos garante a uni�o
·om Cristo. Por dois moli vos principais: Primei­
r , porqu o próprio Tisto diss : 'Qn m vos ouve,
a mim ouve". S:lgundo, pürqu do nosso Bispo su­
bimos histo;r :i-can1ent até J csus Cristo.
Além· disto, os nossos pastor , são "ministros de
Cristo e dispc11sador s dos mistéri s d D us" co­
mo diz são Paulo (1 Cor 4 1). E, ·orno tais, mere­
cem nosso maior r.espeilo, no ·sa u·eneração e nos­
sa estinuz. Devemos r sp - Har pr zar •Os sa erdo­
tes, como ao próprio Cristo, de que1n sã0 repre­
sentantes. Quanto 1nais o:; inimigo: da Igreja .e os
maus cet.lóli ·os perseguirem, ridi ularizm· m e des­
prezarem os sacerdotes, tanto n1ais nós os deve­
mos acatar e estimar, om mostras ele r.e peito e
f)eneração. Pelos nossos pastores no unimos à
lgrej a e pela Igrej-a a Cristo.

Q ESTIONARIO. Porque havfa ne cssidad rle Cristo


[un lar a Igr ja? Como J sus falou ela sL'La Igreja nas pre­
ga - s? D qu:e maneira a or<1anizou? Cristo constituiu
pastores? Corno lhes deu os poderes de n inar, reger e
sim Li ficar? Prove que os Apóstolos devfam ter continna­
tlor s. Como concluir, de tudo isto, que a Igreja católica
é a Igreja de Cristo? Quais são os nossos deveres para
com a Igr.http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
eja e os pastores?
AS NOTAS DA IGREJA
A m · dida que vamos studando a Santa Madre
Igreja, van1-os vendo qu - ela é a v..erdade-ira Igr.e­
Ja de Cristo, e que, por isso mesmo, as outras são
falsas. Agora, veremos, ainda mais de perto, esta
grande V-Prdad . No Credo da Missa nós profess-a­
n10s a fé :i;ia Igreja, chamando-a de "una, santa,
católica e apostólica'. São estes os 4 çaracteríst ·_
cos da verclacleira lgrefa. Estud.emós isto. Compa­
remos con1 us oufras duas �grej as que S·e dizem
cristãs . .O resultado - há de ser uma fé cada vez
maior urna confia.nç.a crc cente na Santa Madre
Jarej a. Vejamos pois ·omo Cristo quis que a sua
Igreja fosse.

A unidade
-É mais do que ,evidente que Jesus Cristo insti­
tuiu _uma só Igreja. Essa Igrej �1 deve se conservar
se1npre a mes1na, tal com-o Cristo a instituiu. Q1.,1er
diz·er: d· ve-se con e'r var una. A unidade 6 .o pri­
m fro sinal parª sabermos que ela é verdàcli:ira.
1. Co1nparand0.-se ao Bom Pastor Jesus diz que
n -'ssário qu - haja ".u.m só rebanho e im1 só pas­
tor (Jo 10, 16). E, na verdade, já vimos que ele
}>

entr gol1 a sua lgrej a a Pedro, dizendo-lhe: "Ap·as­


centa as minhas ovelhas" o que quer dizer: "Sê
o pastor das minhas ,ovelhas'.
2. Explicando os motivos' pelos quais -0s cristãos
d ve1n s -•r unidos na f' são Paulo cliz: �•Há um só
Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,, 5). Quer
dizer qu • a doutrina de Cristo deve ser sempre
uma e a mesma_por toda parte e •em .todos os tem­
pos.
3. Esta doutrina ,deve ser profess.ada por todos os
fiéis com o •mesmo sentido. Não basta a gente crer

118 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
no . oração, ma1s $ noces$.ário faze. r profissão da fé
( ·fr. Rm.n 10, 10).
4. Cristo .instituiu Sacramentos que dev.em .ser
sernpre o. rn smos, m • ios de ·salvação de que os·
fiéjs devem se al r, em toda parte e em todos os
1 cmpos, do mesmo modo.
Portanto a I<1reja de Cristo deve ser una no go­
uerno, na fé, no símbolo, no ulto. O que Jesus pe­
diu de modo esl)'ecial ao Pai par� a sua Igreja foi
estd. un.idad - : "E eu não rogo somente por eles
(os AJ óstolos), mas tamJ)em. por todos aqueles que
hão-d- crer em mim por meio de sua palavra: pq,­
ra que todos sejam um, 'Orno tu, Pai, o és em mim,
e e u -n1 ti ' ( Jo 17 20 e 21) .

A santidade
Cristo veio ao mundo para salvar e santificar os
homens. A vontacl ,, de Cristo é que nos santifique:­
rnos ( cfr. 1, Tess 4, 3). Foi para isto lambem que
rl" enviou o· Ap,6sto1'os: ''Assim como meu Pai me
enviou, tamh·'rn E.u vos ,•nvio" (Jo 20, 21).
Então a lgref a de Cristo deve ser uma lg'r•,ef a
santa.
1. E ela só pode s "1' santa, possuindo uma dou­
trina ele santidade, que nos aponte a perfeição co­
mo o ideal qu todos deven1 p::rocurar atingir.
2. lVIas a dou trina valeria pouco, ou não realiza­
rül nada, se a I6rej a não no· indicasse o.r; meios de
,-.;antificarão, que são principalmente os Sacra­
m ntos.
3. A santidad da Igreja seria teórica, se ela não
realizasse a santificação -dos seus membros. É pre­
ciso, portanto, que haja santos na verdadeira Igre­
ja de Cris'to.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1-1-9
A catoUcídade
1. A Igreja de risto foi fundacla para todos o,s
homens: "Id' por todo o mundo, pre' gai o Evan­
gelho a toda a criatura ' (Me 16, 15).
2. E i to seria para lodos os tempos: "até à con­
sumação dos séculos'� (Mt 28, 20).
3. Donde se v" qu a Igreja de Cristo nüo pode
se reduzir aos limites de urn país, ou de um povo,
ou de uma raça. Não pod ficar depe11dente do
chefe temporcú de uma nação, mas há-d ter t\m
Chefe que seja o Chefe de todos os cristãos espa­
lhados por todo o mundo.
4. Tam.be.m ó se pode clizer qu ela é católica
(isto ' univ rsal), se for a me. ma, inteiramente
a mesma, por ioda parte.

A apostolicidade
1. A Igrej-a de Cristo foi fundada om os A.pós­
tolos. Foram eze·s os escolhidos para o início do fra�
balho de Jesu Cristo.
2. Foi a eles que Jesus Cristo ensinou e explicou
a sua doutrina, mandando-lhes que pregassem por
toda parte e ·ta doutrina, a qual portanto, não po­
de ser mudada, aum ntada nem diminuida.
3. Foi a eles que Jesus Cristo confiou o goven,10
da sua Igreja, da qual eles seria1n os ch€fes: Sã,o
PedTo e os Apóstolos.
4. Portanto Ct Igr·eja de Cri ·to tem de ser apo:­
tólica, isto é, a mesma qu · começou com os Após­
tolos, que co1Jserva a doutrina dos Apóstolos, e
cuj,os chefes atuais se prendem aos Apóstolos por
uma série ininterrupta.

120 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A santa Madte Igieja
Estudando estas 4 notas características da v r­
da.deira Igreja, vemos qu elas cabem perfeitamen­
·a
le nossa. Santa Madre Igreja.
I. A uniclad . a) Ela é una_ no seu chefe, que é o
mesmo para todos o c.atólicos do mundo. Son1ente
dela se pod dizer a palavra de· Jesus: "um só re­
banho · um só pastor". b) Ê una por sua fé. Em
toda parte do mundo são ensinad!os os •mesmos
dogmas, são dados os mesmos mandam,entos, o
Evangelho' é pregad0 e explicado do mes1no modo.
Por isto m-esn10 lemos u1n só Símbolo, que resume
e xprim a nossa fé. c) É una pelo seu culto. Em
toda parte celebra o rné mo sacrifício (a santa Mis­
sa) administra os mesmos sacramentos. É verda­
d , que há algumas diferenças no modo de cel,ebxar
adn1inistrar; mas só no modo. A Missa e •os Sa­
cr·:tn1cntos são os mesmos.
II . .,-1 santidade. a) A Santa Madre Igreja con­
s 'rva pura a doutrina de �antidade do Evangelho.
Nunca alteron essa doutrina. Nuncct ensinou doutri­
na contrária a moral. Ensina sempte a nec· ssida­
d d'c nos santificarmos de fazermos boa obTas.
Não admite nenhuma prática contra o que Jesus
ensinou. Embora a charn -m d atrasada, ela con­
d na o divóTcio, por exemplo, as liberdades mo­
d rnas, que acha•m tudo pernlit-ido. 11) Indica aos
fiéis o. meios de santificação, tornando-os até ,obri­
gatórios ( ·orno a Missa de domingo, a confissão
anual, a Comunhão da Páscoa o j jum, a absti­
n "ncia). Para maior perfeição, aconselha meios
n1ais eficazes, co1no a frequência dos sacra1ne11tos.
) A santi<lad -da lgrej a revela tambem nos s.eus
membros. Isto não quer dizer que todos os católi­
cos sejam santos. Deviam ser, Mçis haverá sempre

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 121
uma gx-ande dif· r n. a ·ntr qn nós devemos ser,
e o qqe on1os. JYfu ·a verdad � ' que sempr· houve
santos, verdadeir0�· :antos, na Igreja Católica. Ela
cuida sp icüment- da santifica ão dos seus filhos
por meio d - associa ·õcs, <l' · c.ongreo-a 'Ões e ordens
rcllgiosas (freiras e frades).
III. A catoli idade. a) It - la que contém maior
núm ro de adeptos, n tr toélos os homens, de to­
das as Ta ·as, mandando os !->CUS: missionários a to­
da, as part .. do mund . h) P la ua própria or­
gani:zação • stá acima ele lodos os governos nacio­
nais, não se limitando a ser uma igreja nacional,
mas querencl'o s "·1npr rons('rvar o· título e o carater
rle wlivrr:al. Aliás son1 • ntc. cL. é chamada cató­
li a.
rv. A apO'stolícidade. a) Ela conserva a rnesma
douf' r ina do. 1-ipóstolos. C rtas verdades estão mais
explmu d·lS, mais -xplicadas, p r '>m são as mesmas
do começo. A Io:rcj a não i 1venta dogmas novos·
ela d clara como dogn1as (v rdad s que devemos
crer.) pontos d doutrina que s mp:rc existiram. Por
':X.: a Imaculach Con eição. Nossa S nhora sern-
pre f'oi cone hj<l s -n1 e.a lo; mas dogma só foi
proclam· do em 1854. l ) É po tólica no seu go­
v rno. Dcsd os Apóstolos at' hoj , nós pod mos
acompanhat a histó i da Igreja, ano por ano. Não
houve interrupção. D· ·ao P-dro até Pio XII são
263 Papas, que e ntinumn a governar o rebanho
<le Cristo (1).

Só a lgreJa católica
Já vin10. ,qu , além da Santa Madre Igreja, há
duas outras igrejas que pr tendem ser a veràadei­
ra Igreja de Cristo. Ora, elas só poderiam ser ver-

(1) Veja no fim a !is.ta dos Papas.

122 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
clacleira$ se tiT!Jessem a m sma organização quê
Cri ·-to deu à sua Igreja. Só podçriam ser as verda­
d iras, s · tivessem as 4 notas caracte.rístic.as.
Nós acabamos d ver que a nossa Igreja tem es­
tas 4 notas. Isto já bastava para saber que as ou­
tras são fa1sas; porque Cristo só fundou uma Igre­
ja, � se }6. encontraznos esta, as outras são falsas.
Em todo c�aso, vejamos .se as duas outTas tê!f1 as
_ notas.
A igr,eja cismática
1. Não tem aniclade: a) de hefe, p-orque não ad­
n1ite o Papa, os bispos de cada n�ção são dirigi­
dos pela autoridade dvil ou pQr um sínodo (re­
união, de bispos) nacional; b) de fé, poTque os er­
ros as opiniQes vão se introduzindo, )OT falta de
uma aLltóridade supre:rna que resolva as questões.
Uns nsinam que �m Cristo há duas pessoas (nes­
torianos) utros que -le t rn uma só natur za (mo­
nofisita:) e outros iliz m que há em Jesus uma só
vontade e operação (monotelitas).
2. ão ten1 santidade: a) nos s us fundadore.s,
que foram ambiciosos que se desligaram do Papa
poT vaidade e, d.sejo de mando; b) nos seus mem­
bros, que não apr sentam exen1plos de santidade,
oomo apresentavam antes de se separaren1 da Igre�
ja Calólica, e co1no ainda a santa l\'Iadre Igreja
continua a apresentar. e) É verdade que conservou
os Sacram n tos a '.Iissa, ma . não produzem fru­
tos, ponru - estão s -parado d'a Fonte qu é J csus
Cristo.
3. ão tem catolicidade. Ficou .Hmitada a um
canto da Europa e da Asia, sem se destinar ao mun­
do inteiro, com o qual, aliás, não se preocupa. São
pequenas igrejas nacionais (russa, grega, rumaica,
etc.).
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 123
4. Não tem apostolicidad . Basta: ver que a igre­
ja cismática começou a existir no s' ulo XI, quan­
do já fazia e r a d mil anos que os Apóstolos ti­
nham morrido.

O protestantismo
Se a Igrcj a Cismática não tem os sinais da ver­
dadeira Igrcj a, o protestantismo, oita,do, ainda
peor.
1. Unidade. a) De chefe. lVIas ·ele não tem chefe,
em parte alg_uma. Ninguem sabe quem manda,
por isso não t m a quem •ob d cer. h) De fê. Tam · ­
hem não ,exi te unidad d f '. Sã6 cent nas de sei­
tas, cada uma nsinando coisa diferentes e co1n­
batendo as 01itras. A base do pr-ot- stant.isn10 é o li­
vre exame: cada um lê a Bíblia, e interpreta como
qui r. Por isso, a confusão , norme em matéria de
doutrina. c) De culto. Eles não têm a :Missa. Cele­
bram a ceia, 1nas somente umas ·eitas, e outras
não. A respeito dos sa�ramentos pus aceitam 5, ou­
tros aceitam 3, outros 2, outros somente 1. Em lu­
gar de unidade, con(usão . .
2. Santidade. Ah.! coitados! a) Os fundadores fo­
ram homens verdad irament ,depravados. Lutero,
·que era.frade, abandonou o convento, levando un1a
vida imoral, d e1nbriae1uez · pecados impuros.
Henriqu VIII, fundador do anglicanismo, deixou
de ser católico poTqu Papa não deu licença pa­
ra ele abandonar a cspo a e se casar com outra.
b) Na sua doutrina, o protestantismo não ten1 nada
•de santo. Ensina que não precisam de boas obras
para se salvar m aceit a o divórcio, etc. e) Meios
de santificação não :,xistem no prot tantismo.
d) Sendo assim, os seus membros nunca poderão
atingir a santidade. Há protestantes bons: morali-

124 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
zados, s' rios• , bons pais de família, po1:ém são ra­
ros; e santo ainda não apar =>ceu um só, nem para
,. médio...
3. Catolicidade. É v rdade que ·eles estão hoje
espalhados por toda parte. Mas será a mesma re­
ligiã-o? Não é. São seitas diferentes. Nã-o é a mes­
ma igreja. É uma coleção variada c.le seitas e igre­
jas contrária e conh,uditórias. Faltando a unida­
de, nunca poderá t r catolicidade.
4. Apostoli idade. a) Quanto à história. Ainda
chegaram mais tard do que os cismáticos. Só no
século XVI ' que cb.�gara,m. Já fazia mH e quinh n­
tos ano qu' os Apóstolos tinham morrido. Como
podem s r apostólicos? h) Quanto à· doutrina. Ne­
gam os pontos mais importantes ,da doutTina de
Cristo. Aliás ningucn1 sahe o qu les nsinam e
acr ditam. Mas inv ntam novas coi as, e negam
o que os Apóstolos ensinaram.

Para viver a doutrina


Vista assim na grandeza d ·sua unidade, a san­
ta Madre Igreja no1-; apare ·e, de fato, tão sublime,
qu? não hav �rá dificuldade em ·onsiderá-la a- úni-
a Igreja verdadefra, a v rda<leira igr j a d- Cris­
to. as outra pelas suas divisões, pela desOJ:dem,
logo perc • b mos qu é obra puram.ont humana,
sem o ;\l •m nto divino. É verdade qu na Igreja
Católica tambem encontramos d f itos e imp0rfei­
çõ s · isto ' d vido às fraqu ·zas humanas pertenc
aos hom ns, não à Igreja. Ao passo qu nas ou-
tra , a desordem está na própria organização.
Em todo caso, ' v rdad que os maus católicos
fazem muito mal com a sua vida pouco edificante.
Fazem •mal, prime.iTan1ente, �a si mesmos_; em se�
gundo lugar, à anta Madre Igreja. Pór causa d -

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 125
les, a Igreja é, muitas vezes, atacada escçlrneêi­
da. Tenhamos, pois, .cuida<lo m não ser des�es
maus católicos, rezemos por eles, para que se
convertam.
Prezemos n1uito a unidade da santa Ma.d're Igre­
ja. Contribuamos para sta unidade. Em nó mes­
mos, pela firmeza de nossa fé, p·ela obediência aos
mandamentos . aos pastores e rezando pela con­
versão dos herej es e dos pngãos. Nas fileira,s da
Ação Católica encontramos todos ess�s trah· alhos or-
ganizados. Entremos, pois, para elas.
Uma das coisas mais h las da Igreja é a Litur­
gja. Tan1bem ela diz muito da uniclade eclesiástica.
A Liturgia Homana ' �dotada em quasi todo o
mundo. Usando o Missal Romano, nós rezamos
aqui do mesmo modo que se reza na Europa, na
Asia ou na Afrjca. . . E não rezamos u1na oração
individual, porém a oração da Ig�·ej a. O Missal
deve ser o nosso livro de oração.
santidade. da Igr j a nos obriga a s r santos
tamhen1. Para isto é qize estamos neste mundo. So­
n10s pecadores, é verdade. lYias Cristo sabia crue
somos pec.ador "S, cleix.ou ó. Conf'issão para nos
purifi armos. A confissão frequente é uma neces­
sidade. Somos fra.cos. Cristo ta1ubem _o �abia. E
no.· d ixou a Eucaristia, pão da alma, �limento es­
piTitual, qu fortifica e robu tece. Comungar fre­
quentemente. S n po so, d"vo_ procurar comun­
gar todos os dias.

QUESTIO ARIO. Diga em que consistem as 4 notas da


Igreja de Cristo. 1ostre como ·a santa Madre Igreja Gon­
tém essas 4 notas. Somente ela tem essas notas? Pr0ve
.i st0, mostrando: 1) que a Igreja cismática, 2) que o pro­
testantismo não as têm. Que concluir de tudo is-to? Gomo
deve:r:nos _contribuir para a unidade da Igreja? E para a·
santidade?

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A !GREJA lNVENCIVEL
santa Madre Igreja esFi entrada no vigésimo
� · ulo de existência. Mil e novecentos anós de vi­
e I;, '! Será inte1 essante passarmos um olhai' pela sua
ltistórja, para er,n1os con10 tem vivido. A históriá
<lo seu passado nos ensinará a ·onfiar no seu j'u­
llll'O. Porqu nós a veremos sempre vencedora, em-
1 ora a encontren10s quàsi sernpre perseguida e
combatida.
Advertência de Cristo
.l e.Hls Cristo avisou aos seus discípulos qu.e eles
iriw.n ser perseguidos e odiados. '"Nã-o é o discí­
pulo mais d {lUe -o Metüre. Se a mim eles p rs -
g-uira111 tan1bem vos perseguirao a vós" ( ver J o
1:, 18-20). Eschn:·ece.u 1n :)sn10 em que consistiria
, ·sa perseguição: se:r.iam presos denunciados p -
lt t: próp.rios paL e irmãos e seriam mortos (v r
Lc 21, 12--19). A caminho do Cal vário nosso $ephoT
mumciou de novo os grandes sofrin1 ntos, compa­
ra ndo�os com -os s us, diz ndo: "Se cõn1 o lenho
v · rde se faz is Lo, que s � fará no seco" (Lc 23, 31).
· :Mas .J - sus tambem lh s di ·se crue não tiv-ss.em.
1nedo: • Ha-, i clé L •'r aflições no n1undo, mHs ten­
de ·on/iança, eu oenci o nwndo" (J o 16, 33):. E .na
promessa a são P <1 ·o, J e us grarantiu claramente
'-lue a Igr • j a vcnc ria s �n1pr todos os c-01nb·üe-s
dos seus inimigo::;: "E as portas do in/ .rno não
preuale Tão . ontra ela'' (Mt 1G, 18).

Ainda no ber.ço
Bem c:,edo con1cçw·arri as p r.�•egui,ç.ões. Por cau­
t,a das pr gaçõ "S ·- d s milagres qu faziam, os
póstolos con1cçaran1 a s -r .presos ( ver At 4, 3; 5,
18 26) e aç itad0s jJ_ 5, 40). Nlfo tardou em :o-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 127
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
m çarem as mortes: sto. E t �vão foi o primeiro
rnartir - ap:,drejado pelos jud-us (ver At 7, 54-
.>0). Pouco depois, a p 'rsegni_çã:o se tornou geral,
:i pon lo d os ristãos serem ohrigado a sair de
.Jerusalém (id. 8 1-3). Os Apóstolos foram todos
martirizados.

As perseguições romanas
São célebres as grandes perseguições que os cris-
1 ft s sofreram por parte dos imperadores roma-
1 os. Com çaTam no ano 6L!, com o imperador Nero,
1
f Tam até ao ano 304, con1 o impera l'or Dioclecia-
n . Durante esses 240 anos, -os cristãos tiveram ape-
11 • .s uns poucos tempos d·' tranquilidade.
É incTi el o que eles s0freram. Perseguidos, pre­
so�, açoitado , e:ram unias vezes entregues às -fe­
ras para -r d vorados v· •O ; outra� vezes, marti­
ri'7aclos dP modo horriu l; atados aos postes, eram
rueimado para iluminar o jardins. Só de uma
,, •z ma_taram 6.000 solda-dos da Legião Tebana.
Calcula-s em cerca de 12 milhões o número dos
cristão:i martiriz.ados nos tres pr-imeiros séculos.
Finalmente, no começo do século IV, Constanti­
no '.l:agno <leu lib.ercl'ad à Igreja.

Afravés dos séculos


Em todos os tempos, a Ig1·eja continuou a ser
J)f> rseguicla. Os impera.dores e reis, mesmo os càtó-
1 i os, quiseram usurpar o poder do Papa e gover­
nar os Bispos. Os que nã eran1 católicos prendiam,
matavam, xilavam os Bispos e os sacerdotes. "Cen­
to e set 'nta e uma vezes foram os Papas, ou des­
lronado,, ou exilados, ou as assinados" (Junglas).
As 1eis civis ora c-o nsfrleram a Religião um c�·i­
n1 , ora p1'oil em o ensino d ReHgião ora confis-
Doutrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 9 129
cam 'OS bens clesiásticos, ora s param a Igreja do
Estado, ora negam diteHos civis aos religiosos. Em
todo o mundo, n Igreja tem sido perseguida.
Nos últimos tempos, as perseguições na Rússia,
no 1\/Iéxico, na Esp;:tnha e na Alemanha têm sido as
mais duras. Porém, mesmo em outros países, a
perseguição existe com outro aspeto.
No Brasil, tive,mos a perseguição do 1.arqu "s de
Po1:nbal, a Questão Religiosa, a perseguição liberal
da república, sendo qne esta ainda continua em
grande parte.

As ·heresias
Além do ataque do poder c-ivil, a Igreja padeceu
a perseguição das heresias. Os l erej es combatem
a doutrina da Igreja, misturando erros nesta dou­
trina. Desde o começo, hon ve her sia·s. Negam as
v rdad s da fé, ou as explicam de modo diferente.
E ·ta perseguição é ainda peor do que matar os
cristãos. Houv heresias que tiraram um número
enorine de fiéis à Igreja. Por ex.: o protestantis­
mo, ,o arianismo, e ,outras.
É tamhem mais doloroso •este modo de fazer mal
à Igreja, poTque são os s.eus próprios filhos que se
levantam contra ela.

Em nome da ciência
Tambem a Igre}a tem siclo perseguida em nome
da ciência. Mas esta não é a verdadeira ciência, ·e
sim uma ciência falsa. Diz· m que a Igreja é ini­
miga da ciência; que ela tira a liberdade de pen­
sar porque obriga a crer nos dogmas; que ·ela é
atrasada e ·amiga da ignorância. Por isto a com­
batem, negam os s us dogmas não aceitam a sua
autoridade.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
J, hú ,muita g nte que se deixa 1 var por ssas
:11 ,ga�ô s. São p ssoas jgnorantes, qu não om­
P rvrnd · 1n os rros · as tolic s dos falso sábios.
,\ln a erdade é que a Igreja padec com isto,
Cl

, '1Hl os s u filhos s e fastarem dela.

Dos próprios filhos


Igreja pad ce ainda mais talv z orn o pro-
1

1·r•dimento in ·orr to ele alguns elos seus filhos. O


rnnu exemplo dos católicos faz com que muitos se
ai' 1stem outros não se a:proximem da Igreja. Ain­
da p or, quando este mau x mplo é dado por um
Rn ' rdote ou um Bispo. Te1n-se dado o cas-o de ,rnes­
n o Papa n~o l r ô<lo uma vida cdjficant-.
Igreja não tem nada que uer om a vida par­
ticular desi ou daquele. Ó8 on10s mau não é
p n· cau ··:1 da Icrr j a ma porqu' agimos contra a
f greja. A qu tão, por 'm, é qu isto faz ofr r a
lgrcj a. E não bá dúvida d� qu- isto é muito peor
par e] a do qu ·· a. per eguições de fora.
A grande vitória
Mas, ap snr de todas essas p rs gu.J oes a lgre­
j a continua a viu r t mpre triunfante . .O qu · é
:1 inda mais notav J é que as persegui ·õe.'i servem
f)(ll'a renovar a vida da Igreja. Foi as·sim desde ·o
e >Jn ço; ainda hoje continua a ser as im. Os ho­
mens qucre•m faz r o mal; 1uas Cri ·to faz com que
,·sle mal se conv rta en1 bem.
\ p rs "guição dos cri tãos em Jerusalém fe;z
,·om que les. se espalhas:em, e assim propacra sem
11 doutrina do Evano·elho (ver At 8, 4).
A· perseguições romanas despertaram e1n mui­
ta: almas o desejo de s r cristãs. Por ocasião dos
1 n rtírio ', rnuitos pagão ·e· convertiam vendo a
(·or gem ou os milagres dos mártires. Tertuliano
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 131
disse que "o sangue dos 1núrtires é uma ement
t.ic cristãos".
Po toda p rte, qu ndo a Igreja ' p rs guida,
os atóli os se Lornam 1n lhores, mais corajosos
fervoroso . Me mo que algtms apostatem, a quali­
dade melhora. É o que \r mo agora na Alemanha,
n, l\1éxico na Espanha. Foi o que se viu no Brasil
por ocasião da prisão de D. Vital D. l\1acedo Cos­
ta (Qncst5o Religiosa).
As heresias serviram para faz r estudar melhor
0

a Religião, e firmar ainda mais a fé.


O ataque da falsa ciência desenvolveu nos cató­
l�cos o estudo da verdadeira ciência, e isto trouxe
grande força à Igreja, principalmente no sécuh)
passado.
l\ksmo os esd' ndalos rvcm. Eles mostram bem
dara a distinção que se deve fazer entr a Igr•eja
t\ os ·atólicos. Ela é divina; o católicos são h mens.
Ü'- defeito são nos os, os erros são nossos, os pe­
cados são nossos. Ela nada tem que ver com ist-,.
A mãe, que procurar cducaT bem o u filho, tern
culpa, se ele não lhe segue o.s cons·elhos?
Assim, a Ig:rej a nos aparece com o -esplendor 0,a
sna instituição divina, embora - steja ntreguc às
DJao dos hon1ens.
Não prevalecerão . . .
Os inimio-os lutarão em vã-o, como têm lutado até
agora. A Igreja já venceu as lutas contínuas de 19
séculos, e vencerá até ao fim, "até à consumaçfio
dos séculos". Jesus, que enceu o mundo, prometeu
que "as portas do inf rno não pr vaJec rão contca
ela".
Alguns inünigo marcaram o tempo para a 1nort:.
da Igrcj a. Voltaire disse que d ntro de 50 anos
ela teria desaparecido. Foi ele que desaparéc u ...

132 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Alguns católicos temem, quando vêem a Igreja
p rseguida. Nao t mam, la rá s mpre persegui­
da. L mbr m-s- das palavras d- Jesus: "Se a mim
p TseguiTam tan1bem vos perseguirão' . Mas se
lcmbr m tambcm d que la ·erá s mpr vitoriosa.
Quando a tempestad for grande chanJemos pelo
A1 stre, que � o barqueiro in-, isivel, o condutor di­
, i □o da Igreja. Como na t�mp stade de Tibérias,
ha ta uma palavra sua para a vitória ( r Me 4,
;3 -t!O).
Cristo promet-u. A $U'l palavra é divina, "' não
pode falbar: "A portas do inf rno uão prevale­
, rão contra ela" (1\!It 16, 18).

Para viver a doutrina


A .história aumenta a nossa confiança na Igreja.
· gradeçamos -cada dja a nosso Senhor a graça de
s-r c'ltólico . E despertemos em nós o �ntusiasmo
pela Igreja. É uma pena v nno os profanos mais
ardoroso pelos s u:· partidos políticos ou seu clu­
b s csp rtivos do qu_e nós p la anta 1adre Igrcj a.
Os t mpos nao nos troux ram ainda a p rsegui­
ção física orno para os n1cxicano,. espanhói , ale­
mães russos. Porém há outra p rseguição, que
pad emos. Precisam-o reagir . Precisamos defen­
der a Igreja e as almas. Foi para i to qu s intcn­
, ificon a Ação Católi a. Todo bom católico eleve
p rtcnccr à Ação Católica. É um d v r.
a Ação Católica, melhoramos a nossa vi.da cris­
tã e cuidamo da salvação do próximo. Cuidando
da nos a vida vitamos o nosso mau exemplo, que
faz tanto mal à Igrcj a. Cuidando do próximo, i•n­
tensificamos a vida católica - ann1entamos a for­
ças cristãs.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 133
Quando os Apóstolos vir am a t mp: sta,de fod ,
gritararn a J e us: ' S nhor, sal ai-nos, qu. pere-.
e-mos'' (l\H 8, 25). É· pre i·so rezar p·ela l gr'ja,
prin ipaln1-nt nos 1n n1 -ntos 1uafa difi ·eis e pe­
rigosos. As oraç.õ.-�s depois <la san la :Missa (3 Ave
l\iarias etc.) são r za<la- s p 1-a liberdad xal­
tc ºão da saiita lVIadr • Igr · j a . No Canon da santa
l\1is _a T-ezamos tamb n1 pda Igrej,a e por s us chc­
f s. Mas é pr-ciso rezar mai · pela Igr ja. ·
D vemos :;;er apegados à Igr ja, e. não às pessoas
da Igrcja. As p soas pa Sam, ·a IgrPj a ' p ren .
lVles-mo que as p 'ssoa caiam, a Igr- ja fica de pé.
Mes1no qu as p ··ssoa · sejam v ncidas a Igreja
s rá s-empr invencivcl. Assiin cvitare1nos que a
nossa fé se enfraqu ·'ç,a, porqu stc ou aqu le íra­
qnej ou. l\!Ics1no qu os · 8cânclalos apareçam (11osso
S �nhor diss 1ue é pr ciso haver escândalos - vei·
l\llt 18, 7), nós não diminui remos a nossa f ', por­
que la posta é na Igr j a, que é divina, e não nos
ho-mPns quP sao pecadores.
Dcve1no, r -zar, -'m particular, p,elos pastor·es da
Igreja, para qu_e edifiqn. m os fiéis tanto p-ela dou­
trina que nsinam como púlos- exe-rnplos que ,dão.
QUESTIONARIO. I)e que maneira Cristo anundou as
perseguições? Quando omeçaram a perseguir a Igreja?
Quando e como foram as perseguições romanas? Como a
Igreja tem sido perseguida através dos tempos? Fal das
perseguições à A doutrina. De qne modo atacaram a Igreja
em nome da i ncia? E os próprios católicos de que modo
perseguem a Ie1reja? Corno a lgreJa se saiu dessas difi­
culdades toda ? Há motivo para temermo.? Qual o nos­
so dev,er, em fa • das perseguições à Igreja? E em face
do e ândalos?

O PAPA
Os inimigos d.a Igr j a combatem de modo spe­
cial o Papa. Ele · têm razão: quem quer matar
fere de pr ferência a cab ,,ça. Sem cabeça o orga-

13 ... http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
,Jismo n:ão vj e. Sem ·o Papa, a Igreja estada mor­
ta. Principalm•ente os protestantes atacam de to­
d s os ·mo.dos o Papa negando qu Cristo tivesse
r • ito de são Pedro o chefe da lgr j �- Os cismáticos
lamben1 h gam.
O assunto é da maior importância para nós. O
Papa é o chef da Igrcj-a. Van10 provar ,que Je­
sus Cristo d u a são Pedro o cargo de chefe supre­
mo da sua Igr j-a, e que o Papa é o sucessor de
são Pedro.
Pedro será o fundamento
lJm dia, J sus perguntou ao discípulos •O que
p nsavam d 1 . Pedro respondeu: 'Tu és o Cristo !
Filho de Dcns vivo". J,esus louvou a resposta, e -dis-
e a Pedro: "Tu és Pedro e sobr.e esta pedra eu
edifi arei a minlla Igre.f a, e a-s portas do inferno
não prevaleoerão contra elà. E eu te darei as cha­
v s do reino dos é us : e tudo o que ligares na ter­
.ra, será ligado nos céus; e tudo o que desligares
na terra, será desliaado nos céus" (Mt 16, 18 e 19).
N-estas palavras Jesus diz a são Pedro:
1º que Pedro .será como o fundamento da Igreja.
2° que Pedro terá nas suas mãos as chaves da
Jgreja, isto é, a autoridade suprema.
3° RecebeTá 11m poder ,de ligar •e desligar, poder
superior ao que foi dado a�os outros Apóstolos. De
fato no momento stavam presentes todos, mas Je­
. u se dirige direta e p.essoalmente a são Pedro:
lu és Pedro, ... eu t darei etc.
Notemos que Je us tambem deu aos Apóstolos
> poder de liga.T e desligar (veT Mt 18, 18). Mas
não lhes diss que sobre eles edificaria a Igreja;
nem lhes deu a chave ,do seu r•eino.
Com estas palavra Jesus promete a são Pedro­
fazer dele o chefe supremo da sua Igreja.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 135
Cun1prindo a promessa
Antes d , oltar para o Pai I poi c fo Re surrei­
ção, J sud apare e .u a , ários <lo discípulos n lr ·
). quais estavê Simao P-'dró (v r o pisódio no
cap. 21 <l- são Jono). D fr·jo·indo-s· a P-<ho diss"
J-sns: "Siinão, /ilho de João, tu m amas mais -do
<:cuc e t ? Ele lhe di ·': Sim S nhor, lu sabe qu
u le amo. Diss • -lh ' : -1 pascenta os meu cord i­
r os. Diss -lh outra v z: irn1ão filho de João, tu
m-' an1a? El lh-' li·se: Sin1 Senhor tu snbes q1w
u l' amo. Dis e-lhe: Apas nta o meus cord iros.
Dis e-lh p la terceir a v z: Simão fil ho d João
tu m amas? P'.)d1·0 ficou tri te, porqu- pela t r­
c ira vez lh diss -': Tu In amas? E disse-lhe: Se­
nhor tu onhec .s tudo: tu sabe que eu t an10.
Disse-lhe Jesu .. : Apa e. nta as minhas ov lhas"
(Jo 21, 15-18).
Está muito claro 11:-1:s palavras de Jesus:
1 ° qu 1- s cliricrc a P dro só a P dro, a qn m
hama p - lo nome, acr ·centando o nom do pai
para vitar m smo qual qu r dúYidn (Bar-Jonas
quer dizer: Filh d João).
2° qu norn ia são Pedro pa. tor d todas as suas
ov lha ord-iros is Lo ' de todo o s �u rebanho.
3 qu -ntrecra a st pastor o cui<lado e o pod • r
d governar o rebanho int iro: apasc nta ' ...

Pedro é o chefe
Com a A�c nsão do S 'nhor � Tgr ja d ,ü fun­
cionar tal como Cristo a org niz u. Qu 1n seria o
chefe dos Apóstolos? Esta pergun la já o tinha
uma vez preocupado (cfr. Lc 22 24). Mas agora
ninguem di cut · mais isto. �finha sido re olvida
pelo próprio no so Seul or. Igr j a vai começar a
sua ida �ob a chefia de Pedro.
136 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
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1. Ainda e tav�m no Cenáculo, quando Pedro
lratou da substituição d Judas, e presidiu a elei­
ção do novo Apóst lo, s ndo l\1atias o scolhidQ
(v r At 1, 15-26).
2. É Pedro o I rilneiro qu prega o Evangelho,
d pois da desci<la do Espírito Santo, no <li.a de P n­
teeostes (ver id. 2, 14-41).
3. Já se apre · nta como um chefe, a qu m os ou­
tros Apóstolos acompanham: "Então, Pedro, apre­
senlando-s co1n os onze, l uantou a voz" (id. 2, 14).
4. É Pedro •qu toma a palavra, como um chefe,
para d fender os Apóstolos, qu tinharn sido pre­
so (v r id. 4, 8).
5. Quando a Igr 'j a com çou a crescer e s esta­
belecer por vária partes, são Pedro é que vai visi­
tar as novas comunidades, mostrando assim que
' o chef de todos o cristãos . (ver id. 9 31 e 32).
fi. Na prim ir'l reuuião do$ A póstolos - o Con­
cílio d J rusalém - a presidência foi ele são P -
dro. Alcruns queri�m que os p.agãos convertidos ao
cristianfarno fossem obriaados às práticas judaicas.
Isto suscitou "uma grande discussão". Mas logo
que são Pedro falou e resolven a questão, "então
toda a assembl 'ia se calou", cuidou-se d outros
assuntos (v·r id. 15, 4-12).
7. São Paulo conta que foi "a Jerusalém para ver
Peclro" ( Gl 1, 18) ' com ele passou 15 dias. Ora, se
são Pedro não fosse o �h fe supremo são Paulo
não tinha este interesse 111 vê-lo. Antes, indo a Je­
rusalém, teria hlo v r a s; o Tiago, que eTa o Bis­
po daquela c1dad-.
8. Só assim se expEca tambem qu os Evangelis­
tas, quando numera,m os Apóstolos, dêem sempre
o noin.€ d'e são Pedro em primeiro lugar, embora
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não guaTde1n a mesma ©r<lem para os 0tttros. -Siiro
1 dro com feito, não foi o prim.eito Ap6stolo cha-
1nado p r Cristo nem era o mais idoso.
Os suc,essores de são Pedro
Já dissemos, na lição ant riór, que os Apóstolos
deviam ter sue ssoTes até ao fün do mun(Jo, porqu
n 1°Tej,a irá até à consumnção do.s século . A •mes­
rna coisa dizemos para são Pedro. El devia ter
s11cessores. São os Papas.
Dcsd a mort de sao Pedro martirizado por
cro, at; a.os 11ossos dias,· a lista dos Papas é com­
pleta. Pod mos ver n his·lória ·omo a Igreja Ca­
tólica foi sempre chefiada pelo Papa.
Todos os Bispos do mnndo reconheceram sen1-
pr no Papa o chef,e da Igr j a. Para ele ap lavam
nas dificuldades, dele rec bian1 ·a pa,1 ·1vra de or­
d 'm, ou a soluç,ão das qu stões. Isto foi assim, des­
de os prim iras tempos. Nos fins do 1 º século hou­
v • uma perturbação na io-r- j a de Cor·nto, te.ndo
sido depostos os presbíteros. O Papa são Cl mente•
escr ve uma carta aos coríntios restabel cendo a
ord- m diz-endo que é Cristo crue fala por ele e
os coríntios cometerão falta grave e não qui -
rem obecl cer. E nesse t · mpo ainda era vivo o
Apóstolo são João. Mas não foi el , e sim o Papa
(o Bispo de Roma) que r solveu a questão.
Só muitos séculos depois, foi e ue, por orgulho e
inv- j a, n - o·ai·an1 ao Papa o dir ito d crovernar a
lgrej a n:ivers_a]. Foi isto que deu lugar ao Cisma
do Oriente.
Os benefícios do Papado
Cristo disse que são Pedro, isto é, o Papa, seria
o fundam nto da Igreja, e por isto as portas do in­
l rno não prevale erão contra ela. A história con­
firma as palavra•s de nosso Senhor.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 13!)
1. A lgre-ja se stende pelo mundo inteiro, e e
côns rua sen1pre a me.<;ma, porque tem o Papa.
Sem ele, -aconteceria como aconteceu com a igréj a
cismática e a protestante qu se esfa-e laram.
2. Isto se mostra principalmente na doutrina que
se conserva a m ma, ap ·' ar de as opiniões dos ho­
mens mudarem tanto. Sen1 o Papa, os erros se in­
troduziriam aqui ou alí, e não t riam quem os
cond' nas$e.
3. Parà a unidade do governo Lamben1 o Papa é
necessário. S m ele, não hav-ria quem resolvesse
as quest0es entre os Bispos e se estabeleceriiam as
divisões e discórdias.
4. Em todos os tempos, os governos civis têm que­
rido se meter na ad1ninistração da Igreja. O Pa­
pa t m sido, em todos os tempos, o defensor da li­
berdade da Igreja, d'a conciência dos fiéis, como
ainda hoje continua a ser. O _protestantismo e a
igreja cisn1â tica caíram nas mãos do poder civil,
por falta de um chefe supremo.
5. A Igreja Católica é a 1nai p - rfeita organiza­
ção que há no mundo porqu - a direção suprema
está entregue a um chef que é o Papa. Enquanto
isso, vemos, por ex mi)lo o protestantismo ser a
mais perfeita desorganização do mundo, porque
não há uma autoridad qu o d.irij a.
O Papa é n expli.,..ação l · toda a unidade, a or­
dem, a grandeza da Igrej n de Cristo.
Para viver a doutrina
Nós somos as ovelhas do rebanho de Cristo. Fo­
mos en'.tregues por Jesus ao Papa: ' Apa centa as
minhas ovelhas' . A o, elha que não quer s guiT
ao pastor se d·esvja e , perde. É o que acontece
com quem não quiser seguir o Papa: perde-se.

140 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Desliga-se da lgtej a. tinido ao Papa, unido à lgre­
j a e unido a Cristo. Santo Am·brósio dizia: "Onde
t•stá o Papa aí stá a Igreja" (Ubi Petrus, ibi Ec-
·]esia). A obediência ao Papa é a grande norma de
vida de um católico.
Devemos ter ao santo Padre um amor filial. Ele
é o Pai ,comum da c.ristandade. É como Cristo no
meio de nós. Como ttataría:mos a Cristo? Assin1
cl 'V IDO!$ tratar o Papa que é o representante di­
reto e imediato de nosso Senhor.
Um dos nossos dever·es de católico é r.ezar pelo
.Papa (ver a oração pelo Papa, no Missal). Quan­
ta preocupação quanta dificuldade, quanta coisa
a resolver! Governa o mundo int.eirol "O Senhor
o conserve, e o vivifique, e o faça feliz na terra, e
não o deixe cair nas mãos dos seus ilihnigos".
Todos dcvernos ter alegria em concorrer para o
ó bulo de S'âo Pedro. Os inimigos da Igreja e os
maus católicos vivem diz• ndo que o Papa é muito
rico, leva uma vida de fausto e de grandeza. Não
é verdade. As esmolas, que os católicos mandam
ao santo Padre, servem para manter as Missões,
socon·er os necessitado8, auxiliar os católicos p.er�
.·eguidos, manter as obras católicas. E •as riqu·ezas
que existem no Vaticano não são pessoais do Pa­
pa. 'J'an1bcm seria uma veTgonha, -se os católicos
le todo o inundo deixassem o Papa viver como
um mendicro, na miséria. Parece que certos católi­
cos (maus católicos) deixariam Jesus nascer na
)strebaria com0 os Judeus! Pois nós lhe daríamos
o mais belo palácio do mundo, se pudéssemos. E
assim queremos tamb m tratar o seu Represen­
tante.
Queremos ser sempre ovelhas do rehanho, de
qu ·' o Papa é o Pastor.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1 1
QUESTIONARIO. Quem nega o Papado? Como Jesus
prom,eteu a Pedro o primado? Que notamos nestas pa­
lavras? Como Jesus cumpriu sua· promeflsa?· Pedro ex€r­
ceu o prima elo? Como? Quai são os sucessores d.e ão
Pedro? Como se prova isto? Diga os benefícios do Pa­
phdo. Quais os nossos deveres para com o Papa?

1 N F A L ·I B I L I D A D E D O P A P A
Quando e.io ao mundo para sal, ar o. homens,
Jesus Cristo ensinou uma doutrina nova, pregou
uma moral nova, ambas n1ais perfeitas do que a
doutrina e a moral da religião mosaica. Por meio
desta doutrina e desta moral é que os homens de­
viam se salvar, daqu le momento por diant .
Tuclo o que Jesus en.-inou sobre religião foi con­
fiado à sua Igreja, para qu la continuas a n­
sinar aos ho1n n•s m todos os tempos e en1 todos
os lugares.
Para que não houvesse p 'tigo de a Igreja errar
neste ensino, J sus Cristo lhe deu o privilégio da
infalibilidade.
As portas do inferno
As mcsn1as palavras de Cristo a são Pedro pro­
vam qu- o Papa d· ve s r infalivel. "Tu és Pedro
sobre esta pecha eu edificar i a minha Igreja,
e as portas do inferno não prevale ·erão conlra
ela" (lVlt 16, 18 e 19).
Se o Papa errasse -m 1natéria de fé e de costu­
m s, ou os fiéis o s ?guiriam ou não. Se seguissem,
as portas do inf rno prevaleceriam contra a Igre­
ja, a qual t ria ·:issim caido no erro totalment . E
se não eguissem, as portas do iuf rno prevalece­
riam do mesmo modo, porque o corpo se desliga­
ria da cabeça, vinha a anarquia p ra a Igreja e
ela se acabava. Portanto para qu.c as portas d'ó
inferno não pr,evaleçam contra a lgrej a, é pre-ciso

142 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1n o Papa não possa erra1'. Só sendo infalivel ,ele
pode garantir a promessa _de Cristo: "as portas do
inf rno não preval cerão contra ela".

"Eu roguei por ti"


a Quinta-feira santa, J e, us d.is a são Pedro:
" 'imão, Simao, Satanaz vos pediu coin instância
para os j o irar como o trigo. :Mas u rogu i por
li, para que a tua fé não desfaleça; e tu, depois de
convertido, confirma os teus irmãos' (Lc 22, 31).
Aqui nós vemos que o· demônio tinha p <lido a
todos para os atormentar com muitas tentações
·onta a fé: "Satanaz vos pediu 11 E nosso Senhor

r zou so1nen.te por são Pedro: ' lVIas -eu roguei por
li, para que a tua f' não de faleç �.
Sim ba lava. P dro é o chef . Os outros tên1 a
obrigação de segui-lo co1no as ov lhas seguem ao
pastor. (Vimos no capítulo ant rior). Bastava que
a fé do eh fe não desfalecesse, para qu todos
·ontinuas em firmes. Era Pedro que iria confirmar
os outros.
Mas, para isto era preciso que Pedro não pudes­
se errar. Era preciso que ele fosse. infalivel. Do
contrário, cairia o Chefe, e todos cairiam com ele.
b então estariam todos o Pa tor e o rebanho, nas
1nãos de Satanaz.
Isto, porém, não poderia acontecer porque en­
ã a oração de Cri,sto teria sido inutil: "Eu roguei
por ti para q_ue a lua fé não falte".

Quando é infalível
O privilégio da infalibjlidade foi dado ao Chefe
da Igreja, para não deixar a Igreja air em er_ro
tm matéria de Religião. Por i ·so, o Papa só é in­
r� lível:
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 143
1) quando fala como chefe d- toda a Igreja;
2) quando fala sobre n1atéria de f � e d costu-
m s;
3) quando te1n inten ão d- definir;
4) quando ensina para toda a !areja.
É preciso que e.·tas 4 condições estejam juntas
para que o -Papa seja infalivel. E, s 7 faltar zuna só
que seja, I j-'1 não goza do privilégio da u1f, li­
bilidad .
Expliquemos
A matéria � muito importante. Em g ral faz-se
uma grande confusão a est respeito. A maior par­
te das dificuldad s contra a infalibilidade do Pa­
pa nascem da ignorân 'ia destes 4 pontos. Por isto
mesmo ' qu van10s cxpli à-los melhor.
1. Co1n·o Chele da. Igr ja. Porque se ele fala co-
1110 homen1 parlic:ular ( como escritor, como s1n1-
pl es prega<lor, nos di ursos, na sua idéias pes­
soais), não é infalível. Só quando ele fala como
pastor de toda a cristandade.
2. Em matéria de f'é e de costun1es. A inf alibili­
dade foi dada ao Papa para garantir a doutrina
ele Cristo. Para não deixar que esta doutrina· fosse
falseada no correr dos t :,;npos. Ora, Crjsto só en­
sinou matéria de fé e moral. Logo, son1ente nesta
matéria é que o Papa é infalivel.
Tanto ·assim que, falando ou escrevendo sobre
outras coisas, o Papa pode .errar como qualquer
outro homem. Escrev ndo sobre astronomia ou
história, o Papa não ·é infalivel, porque Cristo não
nsinou essas coisas, nern n1andou são Pedro con­
firmar os seus irmãos nestas coisas. Mandou con­
firmar na fé.
. 3. Com intenção çle definir. É preciso que o Pa­
pa queira ilnp�r o ensino aos j'iéis, e.orno uma coi-

144 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
a definitiva, com obrigação ele crer. Se ele não
define, porém ape11as adverte ou acóns.elha, então
não é infalivel.
A própria palavra definir ( do latim fines = li­
mite) quer dizer isto : traçar os limites do que nós
d v "mos cr r e do que devem-os rejeitar.
4. Para toda a Igreja. I to é claro. Em matéria de
fé e costum ·'S, tudo o qu ? /or ensinado é para toda
a Igreja, porqu a f' o costun1es não podem ser
clif een t ,' aqui lí.
Por isto m -srno, não precisa que o Papa se diri­
ja a toda a Igr ja. Basta que ele fale para toda a
Igreja. M smo que · 1 se -diriaisse a uma ó pes­
1

soa, se rlefinisse para todas esta condição se veri­


ficaria.
A palavra do Papa
C mo acahamos de ver, n m sempre o Papa é
infaliv l. Só quando, no seu en ino, ocorrem as 4
condições acima explicadas, el é infalivel. Assim,
por exemplo, quando o santo Padr condena uma
<loutrina como errada ou herética; quando canoni­
z·1 um novo santo, é inf alivel.
Mas quando ele não tem a int nção ·de definir,
então a palavra do Papa não é inf alivel, mas é
sempre a palavra do Papa. Quer dizer: goza de
u1na grande autoridade, porqu - vem do Chefe da
lgr j · . O Papa '. ilumi.na<l e a ·sisUdo, de modo
1

cspeci· l pelo Espírito Sa ..to.


.
Seria uma grande impTudência não querer acei­
lar os seus ensinamento:,, son nt-e porque neste ca­
so particular ele não é infaliv 1. Nest caso, quan­
do não define, não é infalivel, sim. Mas é muito
mais facil eu errar do que ele. Ele t·m luzes divi­
nas que u não tenho. f: por isto que a todos os en­
sinamentos do Papa nós católicos temos o -dever
Doutrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 10 145
de dat· a nossa adesão int rna e religiosa, aceitan- ,
do o que ele ensina.
É o caso, por exempJo, das Encíclicas e dos de­
cretos das Sagradas Congregações, qu não são
de fé; ma seria ilnpruden.te e perigoso não que­
rermos aceitar com assentimento interno. Quer di­
z r que não basta um silêncio respeitoso, sem a
a<l são da ment . É preciso a ?itar o ensino.

Uma confusão
Pelo qu dissem-os, já ficou ben1 sabido o que é
a infalibilidade. É o Papa não poder errar quando
ensina ex athedra, i to é, com aquela 4 condi­
ções.
Mas muita g nt <liz: "S o Papu não pode er­
rar, como é qu el p -ca? ' Essas pessoas confun­
dem infalibilidade com impecabilidade. Infalibili­
dade quer dizer: não poder rrar no ensino. Im­
pecabilidade é coisa muito dif ··rente: é não poder
p-ecar. Mas a Igreja não nsina que o Papa nã9
pode pecar. O Papa é um pecador como os demais
homens; confessa-se, como nós nos confessamos,
com um simples padre. Mas, 1uando ensina, ex
cáthedra, é infaEvel. É dif er nte !

Outra confusão
As vezes, encontramos e rtos fatos exquisitos:
um Papa faz uma coisa, o outro a desmancha. Un1
Papa acabou co.m a Companhia de Jesus; outro
a resh urou. Um dos dois errou. Então o Papa não
e, 1n
. fa 1·1ve 11....
Quando nos fizerem uma dificuldade desta, cor­
ramos às 4 condiçõ s, e vejamos. Se faltar uma
só, não está cm jogo ·a infalibiUdad . Aqui, por

146 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
xcmplo: É defini_ ão? Ê mat 'Tia de fé e costu­
1n s.? N~ao. Entao
~ ...
Todas as dificuldades que se apres ntan1 a este
respeito se baseiam sempr numa confusão seme­
lhante.
Para viver a doutrina
Os inimig s da Igreja t''m ódio especial à iufali­
bilidad do Pap·a. Não só � negam apenas, e com­
hat-n1. 'Ias zombru:n, rid;icularizam. El s sabem
rue, se o Papa não fosse iufalivcl, a JO'rej a não re-
sistiria. Como e mant ria a unidade da fé? Quem
·ond naria os erros? Que1n pres l'va:ria os fiéis?
Os Bispo , r spon ]em alguns. E quando os Bispos
não csti vess m <l acordo •en lre si quem daria a
últilna palavra? Por isto m smo é que os católi-
·os devern agTadecer, ele modo especial, a nosso
Senhor Jesus Cristo o privil 'gio da infalibilidade
que ele ·on ·edeu ao Papa .
. Mais ainda. D ve1nos d f-nd r sen1pre este pri­
vil�gio, n1ostrando aos nossos lnimigos como eles
C'stão •nganados, quando o atacam.
A inf alibilidad do Papa nos dá uma grande con­
fiança. Temos oert za :d(� que continuamos a pos­
suir ·t n1esrna dou trina qu Cri. to nsinou. Ela não
mudou nada. Não podia n1udar. O Papa não pode
•rrar não p d ensinar coisa alguma contrária aos
nsinnm �ntos de J ·'su . É p r ü;to qu diz mos no
1-lto ele fé: "Cr io firmem nt tudo o que Deus
revel0u e a Igreja ensina".
Quando o Papa define quando fala ex câtheclra,
todos os católicos são obrigados a aceitar o que ele
ensina. Do contrário, não são mais católico . Ne­
ga1n-se ·1 obedecer ao Ch ··f e da Ig.r ej a, ' ficain ex­
clui dos d la. lVIas un bom católico não j'ica dis-
10* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 147
cutin.do quando o Papa clr>f ln.e ou não define, pa­
ra aceitar o que ele ensina. O bom católico nunca
põ e1n dúvida as orden · do P·1pa, nunca discute
os s us ensinHmcn los. "Foi o Papa que disse": isto
no ba ta. Nós sabemos qu - ele é especialmente as­
si::,tido p 'lo Espír ito Santo. E quando o que o Pa­
pa n. ina stiver e� desacordo com o qu nós
p · n ·an1os, saher 1nos, <l'es<l' agora, que o erro é
nosso ...
f: preciso no ·icostumarmos a ler o que o Papa
escreve. As Encícli ·a.· tr·1z .m o pensam nto da
Igreja sohrc os vários assuntos. D vemos conhecer
as Encídicas, tudá-la , e pr nd r o que las en­
sinam.
A palavra do Papct hú-<le ser para nós um guia.
o.., perigos qu o Papa indicar, nós procuraremos
evitar. Todo� o� erros que o Papa condena, somo.
obrigados a r-'j 'itar tumb m. Nunca d-ve1nos ler
os livros cond nados p -la Igreja.
É nos o d v I iaualmcnte divulgar os ensinamen­
lo do Papa, que são os ensina1nentos da Igreja e,
poTtanto, de risto. O nosso povo em geral, mes­
mo o católicos, ailH.la os nuüs instruidos preci­
san1 d· conhecer melhor conh cer 1nais a loutri­
na <hl Igr.., j 'L Um dos principais fins dn Ação Ca­
tólic·t ' ,divulgar sta doutdna. Nós devemos tra­
balhal' alivam nte n ssa divulgação. Espalhar as
idéias do Papa é, p rtanto, un1 dever l todo bon1
católi o.

QUESTIONARIO. Para que Jesus deu a infalihiU,dade


, são Pedro? Como se prova isto? Quando o Papa é infa­
lível? Explique o que quer diier isto. Como devemos re­
ceber os ensinamentos não infali eis do Papa? Os decre­
tos das Congrcgaçõ. s são infaliveis? Se o Papa é in­
falível, como então pode pecar? Como s,e explica que um
Papa de faz o .que ontro fez? Por que os inimigos atacam
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
tanto a infalibilidade? Que sentimento a infalibilidade
lo Papa deve <lespertar num atólico? Quais são os nos :.
:-;os dev-eres em face dos ensinos do Papa?

A BíBLIA
O ·ensino que recebemos da Igreja, a Igreja re­
c beu de Deus. É por isto qu , no ato de fé, nós di­
zemos: 'Creio tudo o que Deus revelou e a Igreja
, nsina' . lVIas ond-• stá o que Deus revelou? Os
nsinamento de D·eus aos homens foram guarda­
dos de duas maneiras: ou escritos ou transmitidos
oralmente de geração c-�m g ração. Estão, portan­
to na Bíblia na Tradição. É aí que a Igreja , ai
buscar os ensina1nentos, qne nos propõe. É por
isto que a Bíblia ' T ·aclição sao chama•das as Fon­
tes da Reu.el ação.

O que é a Bíblia
1l Bíblia é o palavra de Deus escrita. Deus f z
01n qn uns e rtos homens ªº"
quais ele r-evelou
as verdades da R lirrião, e crc resscm m li rros o
que receberam. A r uniã d sses li ro inspiTados
por Deus constitue a Bíblia. Bíblia uma palavra
grega que quer dizer livro; como os livros inspira­
do por Deus são os livros por -'xcelência, ficaram
chamado Bíhlia. Tamhern s chama Escritura Sa­
grada, Livros Santos, Sagrada: Letras, a Palavra de
Deus.
O que contém a Bíblia
A Bíblia conté1n a história ela reu ,[ação de Deus
aos homens, antes e depois d Jesu.s Cristo. A vin­
da -do M ssias, do Salvador Prometido, é o centro
das preocupaçõ·Ps ela Bí])lia. Antes do seu nasci­
mento, tudo se ncaminha para ele: a humanida­
<J..e vgi s�ndo preparaqa. As profecias acerca do

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Sah ador o upam um lugar salicnt lVIa o acon­
1

tecim ntos e os hom•·ns são o instrun1cntos de


que D us - ·cr " p::ua a pr paração da lnnnani­
dadc. Por isto ão num 1.oso,, os livros históricos
da Sagrada Escritura. A humanidade, durante
muitos séculos foi sendo eclu ·ada para r ceber o
Messias; -' tan1b-m cada ho·mem pr-cisava de se
preparar pessoalmenl para a salve: ção da sua al­
ma. Para i··to contrihu .m pod--rosamentc os livros,
qne pelo ·u� ensinam- ntos morais, se ch'1man1
Diclátic:os ou Sapi n ·iai.c;, pois que stão cheios d'e
'ab do ria. ri oda sta part ant,cTio1· à vinda d.)
Cristo : o qu • se denomina - Anéigo Testamento.
D -'pois da , ü1<1'1 de Cristo, hmna-s ' o Nouo Tes­
tamento que tamh 'Il1 compo· d livros histó­
ncos, sapicnd a is um pr ,f ético.

Os livros da Bíblia
A Bíblia .sr ompo, d - 72 livros, s ndo 45 do
Antigo e 27 do Novo Testamento. Dividamo por
assuntos.
a. O ANTIGO TESTAMENTO.
I. Os livros históri ·o:. São 21 os livros históri­
cos. O Pentat )u o, ou os 5 livros de 1oisé-s ( Gé­
nesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio),
conta a criação do mundo, a vida dos prirneiros
hom ns, a história do po o hebr u até ·à enh·ada
na T-rra Prometida. O livro de Josué narra a con­
quista d ,anaan. O livro <los Juizes contém a his­
tória do povo hebreu d sdc a mort d Josué,
quando o governo do povo foi dado ao juízes. V 'm
depois o p -'qucno ·, formo o livr d Rut qu
traz apenas um episó<lio de família. Os 4 livros dos
R is continuam a história do povo hebreu -desde
o estabelecimento çio r _is até ao cativeiro de Bal:>i�

'150 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lônia. Os 2 livros do Paralipômenos completam
notavelmente os 4 livros dos .Reis. Os 2 livros de
Esdras (o s gund'o tambem se chama de Neemias) ·
ontam a volta ,elo cath eiro de Babilônia, a re­
construção d- J · rusalém e principalmente, do
templo. O livro de Tobias é uma bio 0-rafia. O de
J uclit narra a invasão da Palestina pelos Assírios,
e orno Judit Ubertou sua t rra matando Holofer­
nes. O livro de Ester conta e mo esta jove1n livroú
o judeus da destruição que Assuero lhes prepa­
rara. .O último livro hi, lúr_i<.:u é o 9-0s Macabeus, he­
róica - n1ovimentada narrativa das lutas do povo
h breu pela sua liberdade.
II. Os livros sapienciais. São livros doutriná­
rios. Sao 7: o livTo d Jó, que precra a paciência e
a confian a en1 Deu ; os Salmos, 150 cânticos com­
postos em grande parte por Davi; os Provérbios,
d'c Salomão riquí simos de sabedoria; o Eclesias­
les, atribuído a Salo,mão, mostra m particular a
vaidade das coisas humanas; O cântico dos cânti­
cos, tan1bem d Salomão assim ,chamado pela
sua beleza literária religiosa; o Livro da Sabedo­
ria, põe em contraste a vida da fé com os falsos
princípios e costumes humanos; e o Eclesiástico,
de Sirac, livro cheio de conselhos sobre as vir­
tudes.
III. Os livros profétieos. São 17 os livros proféti­
cos, sendo 4 os chamados prof tas maiores e 13 os
menores. Os maiores são: ]saias, Jeremias,. Eze­
quiel e Daniel. Os menor s são: Baruc (que está
incluido m Jeremias), Oséas, Joel, Amós, Abdias,
Jonas, Miquéas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias.
Estes são os livros do Antigo Testamento. Veja..
mos agora os do Novo Testam�nto.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 151
b. O NOVO TESTAMENTO.
I. Os Evangelhos. Sã 4. Cont''1n a vida e os en­
sinarnentos d· noss Senhor J.esus Cristo. Foram
escritos por :ão Mat us, são Nlarcos, são Lucas e
são João. Os 3 primeiros ·e parecem tanto que são
cham2! dos "sinópticos', ape ·ir de ter m sido com­
postos separada te. Do· -Vê: ng li tas som nt ·
dois eram Apóstolos. São Lucas i:� são Mflrr.os es­
cr v raro por informa��õcs rec bidas. Os Atos do.·
Apóstolos foram 'Scritos t· n1bem por são Lucas e
ontam a vi<la dos primeiros cristãos e o desenvol­
vimento da Igr j a nos prin1- iros tempo princi­
palm nte o Cfll fizeram são Pedro e são Paulo.
São stes os livros históricos do Novo Testamento ..
II. Os livros didático.-. Os livros sapi nciais d ·
Novo Tê:\stan1 nto ,,fio as Epístoias. São 21 ao tod ,
sendo 14 de são Paulo · 7 de outros Apóstolos. As
de são Paulo são: aos romano:,; aos coríntios (2);
aos gálatas; aos efésios; aos filipenses .: aos colos­
senses; aos tessalonicenses (2) ; a Tiznóteo (2) ; a
Tito; a Filemon · ao� hebreus. As Epístolas Cató­
licas (sao assim denominadas as dos outros Após­
tolos) são: São Tiago; São Pedro (2); São João
(3); São Judas Tadeu.
III. Livro profético há som -nte nm no Novo Tes­
tamento, qu é o Apo álipse, escrito por são João.

Inspirada por Deus


Os 'scritores sagrados escreveram os Livros San­
tos por inspiração do Espírito Santo. Ele escreve­
ram liur.ernente, escreveram com suas palavras,
eada qual com seu_ e.stílo próprio.
Mas Deus os moveu e assistiu, fazendo com que
eles escrevessem precisamente o qu.e Deus queria.
Para isto, Deus o iluminou com luzes especiiais,

152 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
revelando-lhes muita coisa qu,e les não sabiam,
pres rvanclo-os de erros mesmo nas coisas que
el • s po liam sab - r por m ios humanos.
A sim é f acil de xpli ar: 1) que toda a Bíblia
' palavra de Deus, porque l da ela ' inspirada
por D us; 2) que Dfl Bi.blia não s pode encontrar
nf'nhum erro seja d'o cue. for, porque Deus não
node errar e1n oisa alguma; 3) que ·ha.i a vari -
dad, d" estilos, porque os autor· ·agrado não fo­
rain instrum nto� m cânicos a quem Deus ditas­
s' palavra por palavra.

As interpretacões
Tu elo o qzz a Bíblia diz é, portanto, mat Jria ele
f'é. Mas d •vemos t{.lr 'Ill vista tlll a Bíblia é um li­
,,ro muit dificil d con1pr nder, principaln1ente
c1n certas partes.
A sua ,...ompl'e nsão r qn · estudos speciais. E
d vemo· nos lembrar qu ela foi e crit· de man i­
ra sim.ples: com linguagem popular, com a pre­
cupc. ão religiosa d· ensinar aos homens a r.onh -
cer, amar e servir a Deus, e qu - ela não t m por­
tanto preocupações ci 0 ntf ficas.
Na Bíblia, con10 · m todos os e critos, d ve.mos
procurar sentido não ap nas as P'alavra ·; sem
· squecer entr-tanto, que o primeiro sentido é o
<las p lavras. Ma h:.'. · rta palavras na Bíblia que
t"m clarament nm s ntido spiritual. Assim por
'X mplo, quando s fala m olhos, mãos, te., de
D· us não se ·ai nt ·nd r ao pé da letra. Quando
diz que o sol nas r- e e s põe, 1 ão quer dizer que é
o sol qu gira cn1 redor da t rra. Fala de modo
popular como todos costun1am falar. E há outras
coisa.s P.1��ito mai� dificei§ e importantes:
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É para. '-'Vilar erros de interpretação que a Igre­
ja se reserva o direito de dar o verdadeiro sentido
das palavras ela santa Escritura.

A leitura da Bíblia
O protestantc.S espalham, e muita gente pensa,
qu a Igr ja Católica proíbe a leitura da Bíblia.
Isto não f'. v ---rdad . A lyreja não somente aconse­
lha a leitura da Bíblia, mas tem por ela uma gran­
de astÍlna e um grand r.espeito. Basta saber que a
Bíblia foi feita "para nossa instrução", como lem­
bra são Paulo (Rom 15 Li), o qual acrescenta: "To­
da a E critura divinament0 in ·pirada é util para
ensinar, para r preendcr, pnra corrigir, para for-
111a-r· nu justiça; afim d-' qn o hom-1n de D us se­
ja perfeito, apto para toda obra boa" (2 Tim 3, 16
e 17). Ora, o ,que a Ip;rPj a quer '. pr cisamentc isto:
que o hon1em s · j a pcrf · ito pronto para todas as
boas obras.
A Igreja proib. a leitura das falsas bíblias. Quan­
do os herej -s, homens s·em conciênci·a, mal inten­
cionados, com çaram a falsificar a Bíblia, a Igre­
ja tomou n1edidas de precauç.ão, para não deixar
os fiéis cairem nos erros deles. É por isso que a
Igreja proíbe a leitura das Bíblias protestantes,
porque são truncadas falsificadas, com más in­
tençõe$ (1). Proib tambem as Bíblias que não tra-

(.1) As Bihlias protestantes são fac eis de conhecer:


1) Pela casa editora: British aud Foreign Bible Society;
Scripture Gift Mission ( edições de Portugal); American
Bible Society, tradução do Padre Ferreira de Almeida;
Depósito de Bíblias em Janelas Verdes, Lisboa, tradução
do Padre Pereira de Figueiredo; Casa Publicadora Bra­
sileira, estação de S. Bernardo, S. Paulo; e em geral to­
das as "Sociedades Bíblicas". 2) Pela aprovação eclesiás­
tica. Todo livro religioso precisa ter a aprovação ecle­
siástica. Esta ap rovação deve. �e:r dada para cada nov.a
_
154 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
zem éomc11t·í.rio ida. pa ·· ngens 1na ·s difíceis, pôT­
que, do contrário. os fiéis poderiam interpretar
eTradam · nte aquelas passagens.
Quanto ao mais, é sabido corno a Igreja aconse-
11 a a leitura· da Bíblia. E faz. ler obrigatoriamente
na liturgia: o 'JJ!f issal e o Breviário são feitos em
grande parte co1n a Bíblia. Prinqipalmente o No­
, o Testam,ento é acon.,clhado ao povo pelos Papas,
Bispos Padres <la I�4rej n. L-ão XIII deu 300 dias
de indulg'..'ncia aos ·atólicos que lerem a Bíblia a·u­
raiJt- 15 minutos.

Para viver a doutrina


Sto. Agostinho ,chama à sagrada Escritura "uma
e.arta de Deus ao homens''. É preciso olhá-la sen1-
pre corn o carinho, o resp i to que n1erece a pala­
vra de Deus. É Deus •qu ·' nos fala pela Bíblia!
A Igr j a nos ensina -sic r-'speito à palavra in­
spirada. Jn lVIi a, faz-no ouvir uma leitura do
Antigo ou do Novo Testamento na Epístola. E man­
da que agradeçamos a Deus a lição que ele nos dá
naquela leitura. É o Deo gratia.s, que r spondemos
depois da Epístola.
lVIas principalmente no Evangelho. Sin1, porque
o Evangelho se refere mais de perto a Jesus Cris­
to. É a pa}avxa do própTio nosso S :;nhor, muitas
vezes. Então, nos pomos d:\ pé para ouvi-lo. O sa-
edição. Assim, as Bíblias protestantes trazem uma apro­
Yação de :l.842, roas a edição é de 1922: é fal a. 3) Pe­
los livros qu_e contêm. Os protestantes retiram vários li­
vros. Entre outros, são certos o Eclesjásti o, Judit, Sa­
hedoria, Macabeus.
, J.otemos a má fé dos protestantes: pegam as tradu­
ções feitas por paclr,es catóUcos, mortos há muitos anos,
e publicam truncando e deformando. Isto é até falta de
probidade.
As bíblias protestantes u' s não podemos ler_. nem mes­
p.10 :possnir,

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e rdote, antes de l r, p d - a Deus que lhe ·purifi­
que o coração: Munda cor meum. Depois beija a
palavra de Cristo, co.mo s fosse ao próprio ,ris to.
E o povo sauda a l .'.\itu -a do Evangelho, dirigindo­
s :l diretarnent a Cri to, como se ele stivesse alí
presente: Gloria tíbi, Dornin ; - Law; tíbí, Chríste.
É preciso a ostun1ar-nos ao menos, à leitura dos
Santos Evang lhos. Seria uma tristeza não os co­
nbec · rmos. Muito pro, ej toso seria ler s · rnpre os
E, ang lho e aindn 1n - lhor medi tá-los.

QUESTIONÁRIO. A que se chama Fontes de Revelação?


Que é a Bíblia? Que contém a Bíblia? Diga· quais são os
livros históricos do Antigo Testamento. E os sapienciais.
Quais são os profetas maiores? E os menores? Por quem
foram escritos os Evangelhos? Que contam os Atos elos
Apóstolos? Quantas são as Epfatolas de são Paulo? E as
",católicas"? Quem escreveu o Apocalipse? Explique co­
mo a Bíblia é inspirada por Deus. Em que sentido deve
ser interp. reta da a Bil>lüi? Pode-se ler a Bíblia? Qmüs são
as bíblias que a Igreja proibe ler? Por que'? Como a li­
turgia mostra o eu respeito à Bíblia?

A TRADIÇÃO
Nós cren10s tudo o qu a Bíblia ensina, porque
como , imos a Bíblia é a pala ra de Deus scrit .
Cremos e d ve_r:nos cr r m tudo o que Jesus Cris­
to ensinou. Mas ne1n tudo o que Jesus ensinou foi
escrito. J sus ensinou mui ta coisas que não foram
scritas. São João termina o seu E, angelho dizen­
,do: "JVIuitas outras coisa· fez Jesus, as quais se fos­
sem escritas um por uma, creio que n m no mun­
do todo poderiam caber os livros que seria preciso
escrever" (21 25). Essas coisas, que não estão na
Bíblia, mas fo:r�rn, rcv _ lçióas por P.�us, constitu�m
a Tradição,

156 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A tradição existe
Jesu nunca e cr ,eu n nhum livro, nem man­
dou que os Apóstolos escrevessem livros. Jesus pre­
gou oralmente, e mandou que os Apóstolos pre­
gassem: "Ide e pregai" (Mt 10, 7). "Ide e ensinai"
(Mt 18 18).
Os Apóstolos pregaram e -ensinaram o que ti­
nham ouvido e aprendido de Cristo. Dos 11 Após­
tolos ·'scolhidos por nosso Senhor, somente dois
escreveram, um d les d -clarando que deixava de
dizer muitas coisas. As Ep1stolas dos outros Após­
tolos foram cartas enviadas particularn1.ente às
igrejas.
O valor da Tradição nós n ontrc1mos claramen­
te no nsinamentos de são Paulo. Ele lembra aos
tessalonicens s que el s receberam a palavra de
D us p la pregação, - lhes diz: 'Conservai as tra­
dições que aprend stes, ou por nossa· palavras, ou
por r ossa carta" (2 'I'ess 2, 14). E na Epístola aos
romanos diz lambem são Paulo que "a fé ve.1n
pelo ouvido" (l.O, 17).

É palavra de Deus
Do nl·s1no modo qu a-Bíblia, a Tradição tam­
bem , palavra de D.eus. Tod·:1.s duas foram revela­
das por Deus: têm Deus por· inspirador. A única
difer · nça é que uma foi escrita, e a outra não foi.
A Bíblia é a palavra ele Deus escrita; a Tradição
é a palavra de Deus não escrita. Jesus en inou
verbalm nte aos Apóstolos; est s ensinaram aos
seus discípulos, o quais transmitiram aos outros,
sendo assim conservada pelos legítünos pastores
da Igreja.
�� por isto que a lgrej a Católica dá tanto valor
à Bíblia como à Tradi ão: p rque an1bas sao a
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 15
palavra de D us. E o qu os Apóstolo ouviram
d· Cristo e ensinararn, tem o mesmo valor que as
coisas que eles ouviram de Cristo e escreveram.

Como se coos,erva
Não há dificuldade n nhuma no modo •de s
conservar a 1 radi ção. S ·· houvesse perigo de se
perder o que J e us ensinou, ele teria escrito livros,
ou teria mandado aos Apóstolos que escrevessem ·
para não se perder ou não se deturpar a sua dou­
trina. Un1a vez que Cristo não fez nem uma coisa
nem outra, é porque hauia de assegurar a conser­
vação da sua doutrina.
1. O rnoclo mais seguro de gaeantfr a Tradição
é o 'nsino vivo ela Igre}a: o Papa e os Bispos. O
·•nsino é o n1esn10; os Papas vão garantindo de g
ração em g ração -a doutrina de nosso Senhor.
2. A Tradição 'e conserva p ··los Símbolos. Os
Sim bolos sfio r sumos simples e breves das verda­
des ensinadas pela Igr j a. Os mais conhecidos são
o Símbolo dos Apóstolos, o qual, se não foi compos­
to pelos Apóstolos (como em geral se diz), contém
as doutrinas ensinadas por eles; o Sí-mbolo niceno­
constantinopolitano (1) qu é o Credo da Missa;
e o Símbolo ele Sto. Atanásio, que se refere parti­
cularment ao Mist�rio da SS. Trindade.
3. Con erva- a Tradição p -•la Liturgia. A Litur­
gia contém as pre es e as ceremônias do culto da
Igreja. N ssas pr es e n s es ritos não pode ha­
ver n nhum rro, porque ssas coisas estão unidas
intirnamenle aos dogmas. "A l · i de rezar é a lei de
cr r'.
(1) ,Chama-se assim porque foi composto pelo Concílio
de Nicéia, contra Ario, em 325, tendo sido depois acres­
centada uma frase pelo Concílio de Constan.tino:pla, no
ano de 381.

158 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
4. Cons rva-s igualment a Tradição pelos es­
critos dos Santos Padres, que nos deixaram o n­
. ino das cT nças dos seus te1npos. E nós vemos que
ssas são as crenças de todos os tempos. Há parti­
cularidades interessantes neste ponto. Por ex.:
ão Policarpo foi discípulo de são· J o"ão, e foi mes­
tre de sto. Irineu; de modo qu to. Irineu podia
sab r, ·om toda segLU'WlÇa, por intermédio de são
Policarpo, o que Jesus •ensinou aos Apóstolos.
5. A Tradição s conserva ainda p la arte -ristã.
Por ex.: se nós ncontramos · imagens de Cristo e
los San tos no._ primeiros ten1pos ·ao cristianismo
" no, de1nais séculos, é porqu os _primeiros cris­
tãos não julgavam isto uma iclolatria, e portanto,
é 1 gítimo o ulto dos Santos das imagens.

A regra de fé
Se a regra ele fé fosBe somente a Bíblia, ficaría-
1nos em granel s dificuldades. 1) P rderíamos mui­
ta coisa que Jesus •cn�inou. 2) Como s , arranja­
rian1 os que não sabem ler? 3) I-Iá muita crent · que
sabe ler, n1as não tem te1npo para ler a Bíblia.
4) A B_íblia é difícil de compreender, e seriá facil
torcer o sentido d coisas qt1 sã-o de prim eira in1-
p rtância ..
Os prol stantes tê1n a Bíblia como única regra
de fé. O resultado é que ninguem se entende 110
protestantismo: uns negam o que outros ensinam,
e vivem se combatendo. Interpretam a Bíblia d
maneiras diversas , os -'rt os s - multiplicam ntrc
el s. Quer diz r que a Bíblia não basta.
Para nós católicos a regra de fé é o ensino ela
Igreja. A Igreja tira o s "U ensino da Bíblia e ela
Tradição, e no-lo trai1Smite.

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 159
Para viver a doutrina
O ensino uivo P inf alivel da Igreja sustenta a.
nossa fé. S 'm ,J , p r<l 'ríamos o sentido da R ve­
lação. S m 1 , a p1 ÓJ)ria doutrina rle Cristo não
chegaria até nó . Ou ficaríainos s m saber qual é
·1 v rdadeira doutrina d Cri lo como e tão os
protestantes.
fl prin1eira obrigação ele un1 católico, em maté­
ria de fé, é uma grande subn1issão ao que a Igr -
ja ensina. Ela é a depositária da R elação. O que
valeria para nós a Bíhli·_ s 1 a Igreja? Na l .
Nós n lería1no , discutiríam , cai ·íamos ern con­
lr-1di�õc intcrpr · t, rí mos segundo os nossos de­
s j os, e mo fazem os pobres dos protestantes. Mas
c1uando a Igr j a ensina, temos certeza de que a sua
doutrina é a v rdaµei ·a: - tirada da Bíblia e da
�, radi�ão.
R rnuilo importante para un1 católico conhecer
a doutrina da Igreja. Portanto, e ·tudar a R·eligF o.
O conbecjmcnto da Religião nos indica os cami­
nhos que devemos s · O'Uir na vida. Além disso, ser­
ve 1nuito para fortifict r a nossa fé.
lioj e en1 dia muitas coisas concorr n1 pnra en­
frnquec 1· a fé. Iuito err s ão en inados muita
depravação de co tum s, muita ignorância sobr.
o ensino la Igr j a. Por isso m smo, precisamos co­
nh cer o que usina a santa l\iladre Igreja. Mais
do que nuncl1, pre isamos estudar a Religião.
A afirmação d· no:sa fé é un1 d v r. Ten1os
obrigaçao d' professm· a nossa fé. Fazemo isto
por meio do Símbolos. Dcv mos r citar sempre
o Símbolo los Apóstolos, true é um re umo admi­
ravel. Na lYiissa, acompanhemos o e lebrante, quan­
do reza o Cr.edo. Repitamos, todos os dias, o nos-
160 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
o ato de fé: "Creio h1do o que cTê e ensina a san­
ta iadre Igreja".
QUESTIONARIO. Que é a Tradição? Prov,e que ela exis­
le. Gomo se conseTva a Tradição? Qual é o anterior: a
Bíblia ou a Tradição? Por que a Bíblia não pode s,er a úni­
ca regra de fé'l Qnal é a regra de fé dos católfoos? Que
onsequência tira daí para a vi da de um católico? Onde
prof ssamos a nossa fé•?

OS DOGMAS
É a Igreja que nos ensina as verdades religio-
as. Pertenc mos a ela pelo Batismo. Como súbdi­
tos e filhos, d vernos-lhe inteira submissão e mui­
lo amor. Esta subn1issão, quanto às verdades que
ela no ensina, é a j'é que devemos aos dogmas.
Scn1 isto, n - 1n pode1no nH:.. rccu· o nom de católi­
cos. Que1n não Tê em um só do dogmas da santa
Nladre. Igreja não é católi o: ' un1 h-reje.

A revelacão
,
Deus nsinou muitas coisas aos ho1nens.
Certas verdades, cnj a existência nunca pode ·ía­
mos conhecer por nós mesmos, foram ensinadas
por Deus. Sem "sta Revelação (1) nada sabería­
mos- dos 1nistérios da Religião, como a SS. Trinda­
de .e os outros.
Além disto, Deus· quis tamb-1n revelar outras
verdades que os homens podem conhecer, mesmo
s·em a Revelação. Mas ou conhe,ceriam mal e insu­
ficien t �mente, ou s m a necessária e rteza para
ficarem inteirame.nt tranquilos.
Deus falou aos homens. Ao antigos Patriarcas
(Adão, Noé, Abraão, Moi l\s), aos Prof •1 las, e final­
m·entc Deus falou aos hoin ns pelo seu Filho, Jesus
( 1) Rev-elar quer dizer: Lirar o véu, mostrar.

Doutrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 11 161
Cristo, o qual veio completar a lei do Antigo Tes­
tamento e o que faltava nos Profetas (ver Hb 1, 1
e 2). Estas verdades reveladas por Deus estão na
Sagrada EscTitura na Tradição.

A fé
A palavra de Deus merece todo o nosso crédito.
Deus não pode se enganar, nem pode nos enganar.
Tudo o que ele diz é a v rdade, e nós devemos
cre.r. Mesmo que Deus .afirme µma coisa qúe não
compreendemos, nem podemos compreender, nós
devemos crer. Pois nós cremos, não porque com­
preend.emos, mas por causa da autoridad.e de Deus
que revela.
Por isto mesn10 é qu a fé ei;clue toda e qual­
quer dízvida. Deve se;r firme e inabalauel. Do eon­
trário, estaríamos duvidando da palavra do pró­
prio Deus.
Aereditar de pois que entendeu e só porque .en­
tendeu, não é fé, é ciência; acreditar porque viu,
tarnbem não é fé, porque, então, nãb estamos acei­
tando a palavra de quem fala, mas o nosso pró­
prio testen1unho. Cr.emos porqu,e De,us disse, em­
bora procur mos, depois, esclarec r a nossa fé, pe­
lo estudo.

O ensino da Igreja
Todas as verqades que ,estão na Revelação nós
somos obrigados a aceitar: são matéria de fé: É
na Revelação que a Igreja vai buscar os seus en­
sinamentos. É por isso que dizemos, no Ato de Fé:
"Creio tudo o que Deus revelou e a Igreja. ensina".
Mas nem toda$ as verdades a Igreja ensina do
1nesmo modo, isto é, exigindo de nós a me-sma fé.

162 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Qnando a Igreja define um dogma, nós somQs obri­
gados rt crer nele, s0b pena de nos tornarmos he­
rejes.

Os dogmas
Os dogmas , ão v r<l des reveladas por Deus, e
propostas pela Igreja à crença dos fiéis. Quer di­
zer que a Igreja só pode proclamaT co-mo dogma
uma v rdad·e que está revelad a por D 1:1s.
Assim sendo está claro que a Igreja não inventa
nem cria verdades novas: São verdades tão anti­
gas quanto a R-'vclação, que a Igrej á agora de­
fine como dogmas de fé. Apenas, a definição da
Igreja esclarece o cruc talvez não stivesse bastante
claro na Bíblia ou na Tradição.
Pode tamb m acontecer que a çlefinição seja
neces ária por causa das heresias que. aparecem
negando as verdades da Religião. Então a. Igreja
<lefine, pata firmar o dogma.
Qu.and'o a Igreja proclama uma verdade. con10
dogma de fé, isto vale por uma declaração infali­
vel de que aquilo foi revelado por Deus, e portanto
nós temos o dever de crer, porque ·ninguem pode
nega;r f'é ao qHe Deus 1nesmo ens_inou. O dog1na de­
j'inido pela Igre}a mostra a u rdacle que se a ·ha­
va na Revelação.

Fonte de vida
A fé é necessária à nos a salvação. 'Sem ã fé é
impossível agradar a D us" (Hb 11, 6). lVIas a fé
que salva na0 é a fé inoperante, rnas sim a fé. uiva,
que se mostra pelas obras. O Apóstolo são Ti ago
diz claramente: "A fé sem obras é morta" (2 17).
Nós deueinos agir de conformidade .com a nos­
sa fé. Neste sentido s·e pode diz.er que os d0gmas

11" http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 163


são r'. c·gras de nossa vida, sã0 a fonte de nossa s­
piritualidade.
Há umã ligação -estreita entre as ver,dade.s da fé
e o que ,d vemos fazer pa:ra nos sa:ntificar. As pre­
gações sobre a vida espirjtual as práticas de pi -
d'ade devem ser baseaclas nos dogmas. Assim fi­
can1 muito mais compr ensiveis e mesmo mais fa­
e :.is os sacrif ícios q_ue· a vida cristã exige de nós.
No cur o deste livrg, ncontraremos vãrios exem­
plos disto. V remos como a prática e a necessida­
de da mortificaçao parec 111 claras, base· adas no
pecado original. Da 011:ipresença divina nasce es­
pontan '-'an1ente a prática da presença d Deus. E
assim pol' diante.

Estudo necessário
Por aí se vê quanto é 11 ccssúrio estudarmos o
dogn1a, e m· ditarmos obr el para podermos
nutrir •a nossa vid'a espiritual. Só por urna· fé ·escla­
r- cida e profunda é que poderemos, 1 var uma vi­
ela verdadeiran1ente CTistã.
Quem não tiver nma fé esclarecida e tJiva, não
tem coragem para vencer as dificuldades, n m en­
tusiasmo para a santificaçã-o, nem ânirno para o
apostolad0. Sem a fé, não se ·explicaria o herois­
n10 dos mártfr s, a abnegação dos missionários, a
dedicação das r· ligiosas enfermeiTas, o zelo dos
n1embr.os d'a Ação Católica (ver o cap. XI da Epís­
tola aos h "breus principalmente do verso 32 em
djante).
O Salmista tem razão de dizer qu faltam os
santos quando as vcrdad s são pouco conhecidas
dos filhos dos homens (cfr. Sl 10).
Estudado assim, os dorsmas católicos lançam as
.suas luzes sobre toda a vida cristã. Firn1am e es-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br '(
clar ·cem ü f · a qual, animada pela cáridad'e,. en­
che, élirig,e - santifica toda a vida do cristão. É is­
to que se chama: viver o dogma, viver a doutrina
católica. "O justo vive da fé", diz são Paulo (Hb
10, 38).

Na liturgia ·
Un1a pessoa que nao conhece os docrmas da nos­
sa santa RPligião, não saberá nun ·a rezar. A sua
oxaçao será feita e.penas de sentimento ou de sen­
timentali mo. Por is o, ssa p · ssoa só saberá re­
zaT enquanto �·e sentir fervorosa, e quando na.o
sentir f.eruor, abandona a oração. ·Tambem a sua
oração não será nunca tuna coisa profunda, com
raizes na alma, mas será sempre superficial.
So1ne11te um bom conhecimento dos dogmas da
lgre}a no.5 pode guiar em no· as orações com se­
gurança, ori ntando e susif'ntando o sentimento
religioso.
Na Liturgia nós enconlramos o mais p rfeito
mod - lo de oração j u tan1 nte por serem os dogmas
a n1edula elas fórmulas litúrgicas.
De modo que, na Liturgia ao m · sn10 ten1po que
rezan1os, tamben1 recordamos e aprofundamos as
verdades religiosas.
Aí temos uma das muitas vantagens de acompa­
nhnrmq� a santa l\1issa pelo lVfissal, que é o li, ro
litútgico por exc lência. Ê verdade que não encon­
tramos as verdades católicas em ordem com argu­
mentos, como encontram0s, por exe1nplo neste li­
vro; elas, porém lá estão ensinadas de modo dife­
rent às vez ·s muito m-a.i, profundo e eficaz .. É
por isso que algu ín já chamou à Liturgia - uma
Teologia que se apr. nde d joelhos.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 16'5
Nos Evangelhos
Já explicamos que todos os dogmas da Igreja es­
tão no sacrossanto depósito da R velação. E exJ)li­
camos tamb rn que 11cm por isto ' inutil a lgr,ej a
proclamar os seus dogmas: les e clarecem _e fi -
mam u nossa fé.
Embora a Revelação não seja só a Bíblia, mas
seja tambem a Tradição, e a Bíblia não conste só
dos Evangelhos, não há dúvida 1ue os Evangelhos
são a melhor parte da Rev lação. E lá s encontra
quasi toda a doutrina católica. De modo que a lei­
tu1 a dos Evangelhos como a de todo o Novo Tes­
tamento, constitue u1n verdadeiro curso de Reli­
gião.
Esclareçamo entr tanto, que a leitura dos Evan­
gelhos só pode ser proveitosa às pesso·as que tive­
rem um bom estudo dos dogmas. Es -as pessdas, já
instrui das encontrarão nas páginas sagra d as um
precioso alimento ao mesmo ten1po, para sua. fé
e sua piedade-.
Sem este ,conhecimento prévio elos dogmas, a lei­
tura dos Evangelhos pouco proveito trará ou mes­
mo trará dificuldade à fé, como aconteceu com os
protestantes, .qu - se perdem p0r causa da igporân­
cia dos dogmas da Igreja.

Para viver a doutrina


É facil compreender o enorme pecado que fa­
zem os que não quer m acreditru; na Revelação:
Deus fala, e eles não quer.e1n acreditar em Deus.
Agradeçamo· sempre a nosso Senhor o d'om da fé,
e a sua infinita bondade, ensinando-nos ele mes­
mo as v rda.des da nossa santa Religião.
Procuremos nrrant'-'r sempre aces·a a chama
· da
fé; que re-ceb.emos no Batismo. Estudemos, para

166 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
scla'recer a nossa fé mas não nos esqueçamos que
cremos só e unicamente porque Deus disse - e
não porque con1preend mos.
Quando a Igreja ensina, acreditamos na Igreja,
pelo mesmo motivo. Deus deu aut0ridade à Igre­
ja. Mesmo que eu não compreenda aceito. Mes1no
que eu não ache, quero me submeter. Mesmo que
não seja matéria de fé, não seja dogma, é 1nin.ha
obrigação de bom católico aceitar os ensinamentos
da Igreja. Entre a minha opiniã e o ensino da
Igreja só urna soberba lo1,1c-a me faria desprezar
o ensino da Igreja e preferir a minha opinião.
Quanto mais eu estudar os dogmas católicos,
mais facilidade terei para a vida espiritual escla­
recida. A minha piedade não t m sido verdadeira
e sólida, por falta de conheci.m·en to da doutrina
católica. O estudo facilita a meditação, o gosto nos
atos religiosos, o trabalho no apostolado.
O uso do Missal tem a vant gen1 de me faz r
acompanhar a vida da Igreja e ao mesmo tempo:
me instruir religiosam·ente. Vou acompanhar a
santa Missa com o Missal s ainda não tenho este
costume.
As minhas leituras espirituais s rão feitas sem­
pre em livros instrutivos e cheios de ·espírito cató­
lico. D quando em vez, quero Teler os Santos·
Evangelho e as Epí tolas como leitura espiritual�.
para melhor nutrir a fé e a piedade.
Acompanhar as festas litúrgicas é' vtver os dog­
mas, é sentir com a Igreja. Quem acompanha as,..
sim a Iarej"a, tend·o o doama como farol não per-­
a·e nunca a: sua fê.
QUESTIONARIO. Que é Revelação? Que verd·ad·es nos
foram reveladas? Qual é a mai importante parte da Re­
velação? Por que devemos crer nas verda.des reveladas?
0.nde a Igreja. busca os, seus ensinos? Que é um dogma?
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 167
Há verdades novas, quando a I,grcja proclama um novo
dogma? Para que, então, -a Jrrreja define dogmas? Que
obrigação temos para com os dogmas? Por que devemos
agir de conformidade com ·a fé? Isto é possivel, sem úm
fort. e estudo do dogma? ];>or que? -Qu�is são as relações do
dogma com a liturgia e o Evang�lho?

O ESPíRITO SANTO
Além d'a lição sobre a SS. Trindade estud-a1nos
em particular cu-da uma da Pessoas Divinas. N·o
Símbolo <los Apó to-lós fazemos a nossa profissão
de fé nas Tres P s oas: "Creio em Deus Padre . ..
e en1 Jesus Cristo. Creio no E pírito Santo'�. O es­
tudo obr J e�us Cristo foi mais longo por causa
dos Mistérios que se realizam p la missão do Ver­
bo Incarnado. Mas as operações do Espírito Santo
na Igreja e nas almas merecem tambem um estu­
do esp cial, porque são essenciais.

Pessoa divina
Já vimos. que as Tres Pessoa.s são iguais· em l)er­
Í ·'içõe , porque nma só é a natureza. Nas manifes­
laçõe.s da SS. Trindade, o Espírito Santo aparece,
ora em forma de pomba, ora em forma de nuvem
luminosa. Quando Jesus se refere ao Espírito San­
to é dando-lhe a mesma natureza do Pai e do Fi­
lho: quando mm1cla batizar, por exemplo.
O Espírito Santo procede do Pai e do Filho: é,.
portanto, da mesma natureza - é Deus como o
Pai e o Filho. E c�mo Deus, é ígualmente aclarado.
Dizemo.s isto no Credo da Mis:;;a: ' Creio no Espí­
rito Santo, Senhor e vivificador, que procede do
Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é juntamente
adorado e glorificado".
Quando Ananias mentiu a são Pedro, o Aposto­
lo lhe disse: '. Para que tentou Satanaz o teu cora-
1.68 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ão, para .,nentir ao Espfrito Sanlb? 'Nªo mentiste
aos homens, mas a Deus" (ver o episódio: At 5,
1-5).
São Paulo diz igualmcnt:i que o Espírito Santo é
D us: "Não sabeis qu;, os vossos me:i;nbTos são
templo do Espírito Santo? Glorificai e trazei a
Deus no vosso oorpo (1 Cor 6, 19 e 20).

Prometido por Cristo


1uitas vezes nosso Senhor prometeu aos Após­
tolos que lhes mandaria o Espírito Santo. Ele, Cris­
to, voltaria para o Pai; puTém o Espírito Santo uí­
ria e os havia de assistir e consolar e ensinar mui­
tas coisas.
•' Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Con­
solador, paTa que fique et rnamente convosco, o
Espírito de verda-de, a quem o mundo não pode
receber, porque não o vê nem o conhece; mas v:1s
o conhecereis, porque ele habitará convosco e es­
tará em vós" (Jo 14, 16 e 17).
"O Consolad , or, o Espírito Santo, a quem meu
Pai enviará em meu nome vos ensinará todas as
coisas, e vos recordará tudo o que vos tenho dito"
(.Jo 14 25 e 26).
Depois, Jesus insiste na vinda do Consolador.
O mundo odiará e perse11uirá os Apóstolos, co1no
odiou e perseguiu ao próprio Jesus, como se ele
foss·e um mau. Mas o Espírito Santo vji'á e dará
testemunho de Cristo: "Quando, porém, vier o
Consolador que eu vos cnviaTei do Pai, o Espírito
de verdade que proctde do Pai, ele dará testemu­
nho de mim" (Jo 15, 26).
Jesus prometeu aos Apóstolos que, quando ele
se foss·e, o Espírito Santo viria e lhes cnsina:r:ia to­
das as coisas, que ainda não tinhan1 aprendido.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br · 169
"Tenho ainda mui.tas coisas a dizeT-vós,, mas vós
não as podeis compreender agora. Quando vier,
porém, aquele Espírito de verdade, éle vos ensi­
nará toda a verdade" (Jo 16, 12 13).
Finalmente, no dia de sua volta para o céu (dia
da Ascensão),. Jesus ordenou aos Apóstolos que
não saiss-em de Jerusalém mas esperassem ali o
cumprimento da promessa pois o Espírito Santo
havja de <lese r obre eles (ver At 1, 4-8).

A vinda do Espírito Santo


As prom sas l Cristo não podiam falhar. E
não falharam.
Dez dias depois da Ase nsão, estavam os Após­
tolos no Cenáculo de Jerusalém, quando s·oprou
um vento forte, e o Espírito Santo baixou sobre
cada um deles, em forma de língua de fogo. E eles
ficaram eh ios do Espírito Santo, e falavam em
várias línguas, e <lizia.m às multidõ·es as maravi­
lhas d• Peus. E são Pedro saindo tomou a pala­
vra e fez o primeiro sennão da Igreja. E se eon­
v rteram ali, imediatamente tres mil pessoas. (ver
o cap. 2 dos Atos).
E os f\.póstolos se espalharam em Jerusalém, e
pregaram no templo, � foram por toda a Palestina,
e d-pois pelo mundo afora pregando_ o que Jesus
lhes tinha ensinado .:. qpe agora era confirmado e
esclarecido pelo Espírito Santo.

Ação do Espírito Santo


A ação do Espírj to Santo se spalh� por tod'a a
criação. Desde o começo ,do mundo, o Gênesis diz
qu o Espírito. de Deus. era levado. sü.bre· as. ágµas.
,
(Gn 1, 2) ..
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
...4s re1Jelaç.õe.i; dos Protelas sã
· o o..0ra do Espirito
Santo e0nforme rezamos no Credo da Missa: ''que
falou pelos profetas".
Toda a inspiração da Biblia é atribuída ao Es­
pírito San to. É por isso que se chama a Bíblia a
palavra do Espírito Santo.
Na obra da Redenção é grande 0 papel do Espí­
rito Santo. Assim é que a Incarnação do Verbo se
deu ·"por obra do Espírito Santo' (Credo), confor­
m diz o Evangelho (.cfr. Lc 1,. 35).
Na vida dos Apóstolos, no começo da Igreja, era
o Espírito Santo que dirigia e orientava tudQ de
1nodo palpavel. Mostra a são Pe-dro o que deve fa­
zei· para converter os gentios (At 10, 11-20.) ; inspira
os Apóstolos no Concílio de Jerusalém (id. 15, 28);
fala p.ela boca dos Apóstolos (id. 4, 8; 13, 9-11);
sustenta e fortalece a sto. Estevão (id. 7, 55).
Para vermos quanto é maravilhosa a ação do
Espírito S,anto, basta considerar a transformação
dos Apóstolos, depois do Pentecostes: de ignoran­
tes, passaram a saher, expor e defender a doutri­
na de Cristo·; de tímidos e medrosos, a enfrentar
as multidões, o Sinédrio, a própria morte.
Só pela assistência contínua do Espirita Santo
nós poderemos explicar a infalibilidade do Papa,
a sabedoria do governo eclesiástico e as vitórias da
Igrej � contra todos· os seus inimigos.
Alma da Igreja
A Igreja te1n corpo e alma.
O co-rpo. da Igreja é -a sua organização visível,
externa. Ao corpo da Igreja pertencem todos os
que são membros da Igr�.i a: re.ceberarn •O Bat�s­
mo, ac '-'itàm o governo ecl -•siástico, crêem nos ,dog­
mas. Portanto não pertencem ao c .orp0 da Igreja
os p-�gãos, os herejes. e os cismáticos.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1'71
A alma da l'.qre.fa é o E$p:fritô Sainto. J'es:ns üris­
hil tinha pr-parado o Corpo. No dia de Pent'ecos­
tes, mat1.dou a Alma dar vida ao Corpo: foi a des­
cida do Espírito San to sobre os Apóstolo's.
É o Espírito Santo que age na Igreja. Ele dirige
e governa inspirando os atos elos Superiores Ecle­
siásticos, principalmente ao Papa.
É ele, o "Espiritó de verdade", que assiste a Igre :.
ja, preservando-a do erro, porque ele foi enviado
justan.1ente para "en.süiar toda a verdade''.
É eH: .que age na adininisfração dos Sacramentos,
por intermédio dos ministros. É por isto que a ad­
ministração d0s Sacramentos não depende das vir­
tudes pessoais do sacerdote, mas é eficaz por. �i
mesma - porque é açã:o do Espirito Santo, e não
dos homens.
Na Liturgia
É natural qu - o Espírito Santo tenha nm lugar
de nn1ito r levo na Liturgia. Aí se manifesta o sen­
timento da lgrej a.
A Festa do Pentecostes é especialmente prepa­
rada - por uma novena ao Divino Espírito - em
memória tambem dos dias que os Apóstolos pas­
saram no Cenáculo esperando o Cons-olador (Pa­
ráclito). A l\llissa do Domingo de Pentecostes é
cheia de grandiosidade. E d'urante a semana intei­
ra (oitava) o assunto é o mesmo: tudo fala do Es-
pírito Santo.
As grandes solenidades da Igreja começam pela
invocação <lo Espírito Santo (as ordenações sacer­
dotais·, as Sagrações -de Bispos, as definições dog­
máticas, etc.).
Além dos lugar s em que aparece a invocação
das Tres Divinas Pessoas (Glória Patri, Glória in
excelsis, Credo., .conclusão das orações, etc.), a Li-

172 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
turgia invoca mtiitu · vezes o Espírito San.t.0. (De­
pois do ,OfeTtório, nn ben. ão do Círio Pascal, na
sag.ração dos Santos óleos etc.).
I?rincipalm ntc a liturgia da Crisma está cheia
do Espírito Santo.
Para viver a doutrina
Cuidada assistida p lo Divino Espírito Sa11to,
a Igreja Católica 1n • rece toda a nossa estima e fi­
lial devoção. To-da a nos a submissão, portanto, ao
seu ensino ao seu governa. Todo re p ito aos seus
pa tores, principaln1 nte ao Papa.
A estima aos ministros sagrados pode variar
<l p ssoa a p ssoa. Poden1os ser n1ais amigos des­
te ou da :ruel:. padre. Mas não nos devemos esque­
c r d qu todos os padres são ministros de Deus,
porqu · nas fm1çoes sacerdotais é o Espírito Santo
que age por meio elo mini tro.
Devo er e ta ação em toda a vida da Igreja.
Todos os atos d'a Igr ja são assi tidos pelo Espí­
rito Santo. Fj el qu• põe os Bi pos nas dioceses pa­
ra gov rnarem a I,o-rej a (ver At 20, 28). Obedecer
ao Bfapo , obed er ao Espírito San.to. É péssimo
costum censurar o atos dos superiores eclesiás­
ticos.
A ação do Espírito Santo na Igreja no deve en­
cher de onfiança. Por grandes que sejam os peri­
gos, é o Espírito Santo que nos conduz. A Igreja
vencerá. lVIesmo que os homens sejam vencidos,
ela venc rá.
Isto não quer dizer qu não trabalhemos. PoT­
qu a Igreja venc rá na certa podemos ficar de
braços cruzados? Não, d modo algum. 1.Vlesmo. por­
qu a Igr -j a Universal há-d'e v ncc.r nunca será
clestruida; n1as a Igreja no Brasil pode ser destrui-

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 17 3
da com0 foi na África, outro1·a cl1eia de dioceses
florescentes e hoje terra de pagãos.
Temos que trabalhar, e trabalhar muito, porque·
as dificuldades são muitas e os perigos éstão au­
n1entando. Mas trabalhare1nos sempre com modés­
tia porque não 'somos nós que realizan1os, mas o
Espírito Santo qu realiza poT nós. E, pdr i'5..:c
mesmo, trabalharemos com confiança: se nós tra­
balharmos, el vencerá.

QUESTIONARIO. Prove que o Espírito Santo é Deus.


Como se manifestou o Espírito Santo? Quando Jesus pro­
meteu o Espírito Santo, que disse que ele havia de fazer?
(Veja, nas citações d.e são João. as frases grifada�). Qual
fc:>,i a última promessa que Jesus fez do Espírito Santo?
Quando e corno e cumpriu esta promessa? Como se cha­
ma esta Festa? Quais foram os efeitos imediatos da vinda
do Espírito Santo? Qual foi a ação do Espírito Santo no
Antigo Testamento? E na r,edenção? E nos Apóstolos? E
ainda hoje na Igreja? Por que se diz que o Espírito San­
to e a alma da Igreja? Como s.e manifesta a liturgia a res­
peito do Espírito Santo? Como devemos encarar os minis­
tros da Igreja? Podemos temer pel9s d�stinos da Igreja?
E pela Igreja no Brasil? D.evemos trabalhar pela vitória do
Espírito Santo?

A GRAÇA SANTIFICANTE
Vimos o qu_e faz o E piTito Santo na Igreja. Ve­
jamos o que ele realiza em nossas alma�. É nma
ação bem diferente. E para nós nada há que se lhe
possa comparar. Por iss•o, pre.cisaino conhecer es­
ta ·ação, para compre ndê-la bem, e estimá-la me­
lhor. Um Santo Pa,dr lembrava: ' Conhece, ó cris·­
tão, a tua dignidade". Para muitos cristãos, infe­
lizmente, as operações do Espírito Santo na al­
mas é coisa ,desconhc.cida, um mistério escondi.do
e desprezado..

174 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
O sobrenatural
Deus formou o homem de corpo e alrn.a. Eram
estes os requisitos para Ad�o seT homem �im pl�_s,.
Porém Deus quis fazer do homem àlguma coisa
mais. Quis acrescentar alguma coisa à naturez-a
humana. Para isto era necessário dar-lhe alguma
coisa acima da nuture2a, e qne por isto se chama
sobrenatural.
Com o corpo e a alma, o homem seria apenas
homem. Mas Deus quis que o homem se tornasse
participante da vida divina. Adão nã-0 se:ria só
criatura de Deus, mas seria filho de Deus. Estavá
elevado acima da condição de homem. Era como
o s·ervo que o rei a,<lotass como filho. Gozava da
amizade de Deus, tinha direito a un1 lugar no céu,
que é a casa de Deus. Aqui na terra participava já
da natureza divina, afim d poder gozar de Deus
definitivamente no céu.
Tud'o isto Deus concedeu ao homem concedendo­
lhe a graça santificante. A graça santificante é um
dom sobrenatural que nos tor1,1a participantes da
uatnre·za divina.
Sabemos o que aconteceu a Adão: perdeu o
imenso tesouro desta el vação pelo pecado origi­
nal. Mas s-abe1nos tambem
· que a misericórdia sem
limites de Deus nos concecleu de novo este dom
com a Redenção, pelos merecimentos de, J es:us
Cristb.

Filhos de Deus
·Nós. precisamos de compreender bem isto. Pa­
ra sermos filhos, é necessário termos a mesma na­
tureza do pai. Como nã-0 é possivel sermos da mes­
ma natureza d·e Deus, ele nos fez a·o me:nôs p·arti-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 5
cipar da sua natureza. "Afim de que · os torneis
participantes da natureza divina" (2 Ped 1, 4).
Para isto, Deus s uniu à nossa alma. Veio mo­
rar em nós. A graça santificante é a permanência
de Deus .em nós.
Nós somos u1n verdadeiro templo em que Deus
está ren lmente pres·ente, do m smo modo que está
no céu. "Não sabeis que os vossos membros são
templos elo Espírito Santo, qu habita em vós?"
(1 Cor 6, 19). Habita: permanece, vive em nós. Nós
estamos unidos a Deus de maneira real e perma­
nente, quando estamos em estado de graça.
Deus fez isto, diz o Apóstolo ão João, para que
s·ej amos seus filhos: "que mereçamos ser chama­
dos e de fato s, j amos lilhos de Deus" (1 J o 3, 1).
Desde então po.demos chamar a Deus de nosso Pai,
porqu ele nos tirou da escravidão e adotou como
filhos (cfr. Rom 8, 15).

No batismo
Perdemos a graça santificante pelo pecado de
Adão. Readquirimos o direito ao estado sobrena­
tural o qual nós alcançamos por meio do Batismo.
Nas ceremônias d-o Batismo, encontramos, de
modo perfeito, a doutrina da graça santificante.
Logo no con1eço, o padre diz: "Sâi dele, ·espírito
imundo, dá lugar ao Espírito Santo". Faz o sinal
da �ruz na fronte do batizando, para que ele "pos­
sa ser um templo de Deus". Depois da reza do Cre­
do ·e do Padre Nosso, o padre manda de novo ao
. demônio que saia para que o batizando "se torne
um templo de Deus vivo e o Espírito Santo habite•
nele".
Pelo Batismo é que nos tornamos filhos d'e
Deus, porque, somos elevados à� ordem sobrenatu-

176 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ral, com •'Çando cntã0 a pai·tidpar da natUJ!eza di­
vina. É o Batis1no que põe Deus ,em. nós. Por isso é
c1ue Tertuliano dizia que un1 homent é. ·corpo e al­
n1a, mas ''u1n cristão é corpo, alma e o Es•pírito
Santo".
Por aí se vê a grande diferença entre um bati­
zado e um pagão: um ten1 o Espírito Santo, ,outro
não o tem. A mes1na coisa para quem está em es­
tado de graça, quem stá em pecado mortal.

"Viremos a ele"
Pelo Batismo se realizam as palavras de Jesus
Cristo: "Nós viremos a ele e far mos nel.e a nossa
morada,, (J,o 14, 23).
Na vida dos. Santos encontramos fatos admira­
veis, que mostra1n 1 em a presença de Deus nas al­
mas em estado de graça.
O Breviário diz que sta. Luzia respondeu ao pre­
feito qu lhe p rguntava se o Espírito Santo esta­
va nela: - "Sim, os qu" vivem casta e piedosa­
ment são templos .do Espírito Santo".
O piedoso Leônid'as, pai do grande Orígenes,
heij ou o peito do filho, dizendo-: - 'Adoro a Deus,
presente no coraçao deste pequenino batizado".
Ainda 1nais cl�ro é o que acont ceu ao Beato
Suso, a quem u1n dia o Anjo da Guarda disse:
·Olha em teu peito, v rás". E ele olhou e viu
Deus n1 seu coração.
O que .el e viu, e. ;iste em todos nós, não de modo
visível, mas de modo igualmente real.

Vida divina
Desde que estamos em eslado de graça,, temos
em nós o Divino Espírito Santo, som-os um templ0
cm qu vive a SS. Trindade, começamos a viver
ou trinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva --J.2 177
a vida sobrenatural. Ê a &ida de D.eus em nó�. Nós
permanecemos em Deus, e D·eus permanece em
nós, segundo a palavra de Jesus: "Permanecei em
mim e eu permanecerei em vós" (Jo 15, 4). É o
Espírito Santo que nos comuni a esta vida - e por
isto� no Creclo da Missa, nós o chamamos -de vivi­
ficador ( que dá a vida).
Nós participamos da vida de Deus pela graça
santificante, do n1esmo modo que um ferro meti­
do no fogo participa da natureza do fogo. Assim
como u1na gota d'água metida num pouco de vinho
se mistura no vinho, tomando-lhe a cor, o gosto e
o perfume, assim a nossa alma, unida ao Espírito
Santo, começa a pa_rticipar da natureza divina (ver
a oração que o celebrante diz, quando põe a gota
1
d'água no ,cálice).
Mas a melhor compara ão é de nosso Senhor. Ele
é a videira, nós s01110s os ramos (cfr. Jo 15) .. Ora�
os ramos vivem da mesma vi,da da videira; do
contrário, não viv )m, nem podem viver. O ramo
que se desligar •do tronco seca e mo,r re: nós só po­
demos viver, unido-s a Cristo.

Ação do Espírito Santo em nós


Sem a graça santificante nada podemos merecer.
As nossas boas obras nenhum valor terão para a
eternidade. Ninguem pode pronunciar o nome de
Jesus, co;m mere-cimento sem o Espírito Santo
(cfr. 1 Cor 12, 3).
As virtudes teologais, que são a base de to.da a
vida cristã, nos são dadas pelo Espirito Santo, no
Batismo.
...4 graça santificante deixa a nossa liberdade in­
teira. Continuamos a fazer o que queremos, e po­
demos �té m�smo vecar, como infelizm·ente acon-
178 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
tece. lVIas o Espí-:r ito Santo, habitando em nós, dà­
nos muita facilidade para o hem. Inclina a nossa
vontade para a prática da vi.rtud . É o que nós
rec hemos por meio dos 7 -dons do Espírito Santo,
os quais nos iluminam a razão e fortüicam a von­
tade.
O ,dom da sabedoria faz-nos conhecer os meios
que dev mo empregar- para salvar a nossa alma.
Pelo entendünento distit1guimos a verda.de do
Clrro (ver Lc 21, 15).
O dom -d'a ciência facilita-nos a compreensão da
v · rdadc religiosa (ver Lc 24, 45-49).
O dom -do ronselho nos 1nostra nas situações di­
ficeis, o que é conforme à vontade de Deus (ver
Lc 12, 11-12).
A fortaleza nos faz suportar penas e dificulda­
des para cumprir a vontade de Deus, -con10 nos en­
sina frequ ntementc a história qu aconteceu com
os santos (vu· o episódio dos Macabeus e de sto.
Estevão).
O dom <l'a piedade nos entrega com mais f ervoT
e. o serviço divino fazendo-nos procurar, ca.da vez

mais, a perfeição.
O temor de Deus nsina-nos a fugir da mínim'a
de todas as faltas contra Deus com maior ·cuidado
<lo que fugiríamos da pTópria morte.
Há tamh m outros dons e::ctraordinári0s (êxtase.s,
visões, profecias, milagres etc.) os quais o Espíri­
to Santo dá a qu m quer (cfr. 1 Cor 12, Jl), e não
constitue·m a santidade, embora o Espírito Sant0
não os conceda a qu m não levar uma vida vir­
tuosa.
2* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A suprema desgraça
liJ pena qu nã-o· possamos ver a reaHdade da
graça santificante. Poden1-.os apenas saber que ela
.existe. Quando mrus, podemos senti-la. Só por uma
rarissima exceção, como a do Beato Suso, se p-ode­
ria ê-la. Por isto é que muito.s - a maior parte,
infelizmente - não sabem avaliar o que seja o es­
tado de graça. E por isto, tamhem, não sabem ava­
liar o que é o pecado mortal.
Pelo pecado mortal o homem perd.e o Espírito
Santo, e fica sendo apenas o homem. Inverte o Ba­
tismo e diz, n.ão com palnvras, mas com os fatos:
"Sai de mim, ó Espírito Santo, dá o teu lugar a-0
espírito imun l'o''.
Pelo pecado mortal, o homem renw1cia aos pri­
vilégios sobr naturais, ao título d-' filho de Deus,
1

ao convivi-o com o Espírito San to, ao direito de ir


para o céu.
O cristão é um templo do Espírit0 Santo: o pe­
cado mortal é a prof a.nação deste templo, do qual
Deus é expulso, para qu e1e seja entregue ao de­
mônio.
O ramo se priva da s iva da vid ira: vai secar.
e s rá lançado ao fogo- t- rno, se a m 1·te o e11con­
tra · ncst estado.
Quando o demônio é expulso -de uma alma, no
Batismo, não descansa. Ele fica p.rocurando perder
aquela alma, rondando-a ' como um l ão que ru­
ge buscando a qu .m devorar'' (1 Ped 5 8). Em­
prega todos os meios para voltar àquela alma. E.
voltando "o estado daquele homem se torna peor
do que o primeiro" (ver Mt 12, 43-45).
E quanto mai tempo a pessoa passar em pecado
mortal, tanto peot' vai ficando sua situação espiri�

180 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
tual. Assim com0 a convivên ·ia, com 0 Espírito San­
/(:) facilita a uírtucle .e incliná par'a a bem,. assim
lambem a convivência oni. o demônio (pelo péca­
do mortal) inclina para o mal e facilita os pecados.

Para viver a doutrina


A vida do cristão deve ser um contínuo hino de
ação de graças à SS. Trindade, pelos benefícios da
Redençã,0. E é muito possivel que eu bem poucas
v,ezes tenha agrad cido a Deus a minha elevação
ao estado ohr natural. Qu ro fazê-lo, d agora
por diant sempre, todos os dias.
É preciso� de quando em quando, r.efletir muito
no valor da graça, para 1.nc compenetrar da minha
dignidade de cristão - filho de Deus, herdeiro do
céu. Porqu estas palavras olhadas assim sem pro­
fundez a, j,á não significam grande coisa pata mim.
Quaudo eu me c,onuencer da presença do Espí­
rito Santo en1 mim, viverei de outro müdo. O sen­
timento da pres nça de D ·'US será muito mais fa­
cil. De,us não está longe, não está somente - rn to­
da parte; mas Deus está em mim.
Convencido da minha dignj.dade d cristão, �u
viverei, não com.o um mundano, mas como· um
filho d D,eus. E não esquec-rei jamais esta filia­
ção divina.
Por isto 1nesmo, terei uma ·grande estima ao m-eu
Batismo, que me f z cristão templo do Espírito
Santo.
E t rei tambem ao Batismo dos outros: respeita­
rei e amarei a•o n1eu próximo com.o respeito o ta­
ber:náculó onde está J us.
A estima do Batismo precisa ser introduzida nas
famílias, para que as crianças não fiquem vários
,dias pagãs - s·em o Espírito Santo, entre-gues ao
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 181
"espírHo imun i,o". E tamb m para acostumax a
fazer do aniv.ersário do Batismo um dia de festa
ristã. É o n1aior dia <la nos a vida.
Nada ,d v · mos temer tanto con10 o pecado mor­
tal. Este t mor é consequência da estima que te­
mos à graça santificante: que.m possue um tesou­
ro tão precio o, t ·in natlll'alment medo de perdê­
lo. E en1preo-a todos os meios para não p rdê-lo.
Rezar pelos pe adores, trabalhar pela ·SUa con­
v r;;ão ' um d ver d ' qu m nbe o que é a graça
divina. Como pod mos ver o próximo ei:n pode:1.· do
<lemônio, ficar tranquilos?
QUhSTION ARIO. Explique o qu � é o sobrenatural. Que
é o sobrenuturaJ no homem'? Por que somos filhos de
Dern;? Como o batismo nos torna templos do Espírito San­
to'? Como
A
nos tornamos purticipant,es da natureza divi­
na'? D mna i<léia da vida divina em nós. Qual é a ação do
EspírHo San to em nós'? Que são os dons do Espírito San­
to? Como devemo:-; olhar o pecado mortal? Por que a Igre­
ja manda batizar as crianças o mais cedo possível? Quais
são as onsequên cias da graça em noss.a ida?

A GRAÇA ATUAL
TO'do auxílio que Deus nos dá para a nossa sal­
nação é graça. Este auxilio divino nos é concedido
1

de dofa modos diferentes: de um modo permanen­


te, ficando em nós inerente à nossa alma, - e de
modo transitório, que s rá aproveitado no momen­
to em que ' dádo, •ou será perdido. No primeiro
caso, é a graça santificante, de que já falamos; no
segundo, é a graça atual.
Noção
Pela graça santificante, o Espirite Santo habita
em nós. É diferente 1d'a graça atual, a qual nos é
dada, a caq,a momento, para cada ato, e por iss'o
mesmo, ou nós_ aproveitamos, ou ela passa (transi-
182 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
tória), e nós a perdemos. Pela graça ahtal, Deus
nos ilumina a inteligência e a}uda a vontade7 pa­
ra fugirmos· . do mal .e fazermos 0 bem.

N ec.essidade
O homem nada pode fazer para a sua eterna sal­
vação sem a graça atual. Na célebre comparação
da videira e dos ramos Jesus Cristo diz: "Assim
como o ramo não po-de dar frnto por si mesmo, se
não perma · necer na vid'eira, assin1 tambem vós,. se
não permanecerdes e1n niim . .. . Sem mim, nada
podeis fazer" (v�r todo o trecho: Jo 15, 1-6). E são
Paulo ,diz que, sem a graça divina, não poden1os
nem pronunciar o nom.e de Jesus (,cfT. 1 Cor 12,, 3).
Eis por que Deus dá a todos os homens as graças
nece.';sárias à salvação. Aos pecadores dá a graça
da conversão; aos justos (os que estão em estado
de graça) dá a graça da perseverança. S.em isto,
n.em os pecadores se poderiam converter, nem os
justos perse.verariam.
A graça atual nos move para cada ato, sendo
portanto necessária, cada vez que temos de fazer
o bem ou de fugir do mal.

Distribuição
Sendo assim necessária, Deus não nos neg_a as
suas graças. E não somente nos dá as graças inte­
riores, que agem diretamente na inteligêneia e na
vontade (bons pen amentos e desejos), n1as tam­
bem graças e�:cteriores, como sermões, bons conse­
lhos, leituras, exemplos, advertências, certos desas­
tres, doenças, etc.
As graças que Deus nos dá são suficiente-s para
nos salvarmos; quer dizer: bastam para a nossa
salvação, Realmente, são Patilo diz que Deus ".quer
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 183
que todos o homen s salv 1n' ; ora, ninauem po­
de s salvar em a graça; logo Deus dd. a todos os
homens as graças nec.essárias à salvação.
lVIas Deus não dá as suas graças a todos os ho­
mens na mesma medida. Como tambem não dá
os don naturais. Na parábola dos talentos, uns re­
ceberam cinco, outros dois e •O último recebeu ape­
na um (ver Mt 25, 1.5). D.eus pode dar graças mais
abundante a quem quiser, sem fazer com isto in­
júria a ningu "m (v r a parábola dos op rários da
vinha: Mt 20, 1-16). Isto depende unicam-nte da
vontade d D u orno nos ensina são Paulo:
"Quem op ·'ra m vó o quere · e o faz r é Deus,
conforme lhe apraz" (Filip 2 13).
Tamhem as graça' não são dada ao mesmo tem­
po, nem d um modo continuo igual; mas o Es­
pírito Santo no-las di ·tribue mais Iargamente em
ce ·•tos tempos, dias e ocasiões. "Eis agora um tem­
po f avoravel, eis ae1ora o dia da salvação" (2 Cor
6, 2). Por isso nós costumamos dizer que os dias ele
retiro spiritual das santas missões etc. são dias
de graças. E a lgrej a põe este trecho ,da segunda
Epístola aos coríntios no 1 º Domingo da Quares­
ma, para lembrar que a Quar ma é um tempo e -
pecial de salvação.

Uma dificuldade
Se Deus dá a todos os homens a,s graças n e s­
sárias à salvação, co1no é que -les po lcm se con­
denar? É simples: condenam-se, porque desperdiJ
çam a graça. Receben1-na mas não a aproveitam;
A graça era sufici.ente, 1nas eles nã-o trabalharam·
para torná-la eficaz, isto é, não fizeram com que
ela alcançasse o seu fim.

184 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Assim se explica tambem que os homens caiam
nas tentações. Muit0s dizem: "A tentação foi mui­
to forte, e eu n-ão pude resistir'·'. Isto não é verdade.
São Paulo diz qu todas as tentaçõe;i, são propor­
cionadas às fraquezas humanas e que Deus não
permite que sejamos tentados além do que podem
as nossas forças (ver 1 Cor 10, 13).
Portanto, nós caímos em pecado, se de.spr; eza-
1nos a graça, que Deus nos dá precisamente pata
vencermos a tentação.

Cooperação necessária
Como vemos, é necessário cooperar com a 0ra­
ça. A graça nos é dada na medida necessária; po­
rém ela sozinha não nos salva. É preciso· qu-e nós
trabalhemos. É neste sentido que sto. Agostinho diz:
"Deus, que nos criou sem nós, não 11.os salva sem
nós".
· Os pecadores recebem a graça para s_e ç,onverte­
r m. Deus os chama de diversas maneiras, por­
que ele "não quer a morte do pecador, uias que
este se converta e viva" (Ez 33, 11). Nosso Senho.r
Jesus Cristo disse que "não veio chamar os justos
mas im os pec.adores" (Lc 5, 32). A todos são da­
das graças interi0res e exteriores verdadeiros cha­
mados de Deus. Mas é 1n·eciso que ele•s cooperem
..
co1n a graça. Do contrário, não se converterão .
Os justos recebem igualmente a graça divina,
para resistir.e1n as tentações, para terem força de
cumpril' os mandamentos sejam quais fore1n as di­
ficulda-des. lVIas, para se manterem no estado de
graça, é preciso que cooperem com as graças atuais.
:
Do contrário, não poder,ão perseverar no estado de
graça.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 1'.85
Responsabilidades
As graças não nos faltam, nem nos podem fal­
tar. A coo per ação com a graçá é tudo.
Se nós so1nos do mais aquinhoados, teinos ain­
ct a mai� responsabilidades. A quem Deus deu mui­
to pedirá mi.z.ito. Foi as im na parábola dos ta­
lcn tos: .ao que tinha dado dez talentos ·exigiu ou­
tros dez, ao que tinha -da•d'o cinco exigiu apenas
cinco. E porque eles foram fiéis, uma grande 1·e­
compensa lhes foi dada (, er Mt 25, 15-23).
lVles.mo qu não tenhamos recebido muito, deve­
mos oopera.r do mesmo modo. Quem aproveita a
graça recebida, recebe outras graças mais abun­
dantes ainda (ld. ibd. 29).
Mas, triste de quem não coopera com a graça!
Nesta mesma parábola, o servo que não fez o seu
talento render, mas enterrou o seu talento, foi cha­
mado d' ' servo mau e preguiçoso:'; o talento lhe
foi arrancado, para ser dado a-o outro; e ele foi
lançado nas tr va� exteriores, onde há chôro e ran­
ger de dentes (ver id. ihd. 24-30).
Jerusalém não quis aceitar a graça que Jesus
Ih deu, e foi terriv·elmente castigada, sendo de.s­
truida, tal qual no-sso Senhor tinha p�ofetizado (ver
Lc 19, 41-44). É a figura do pecador que não quer
cooperar com a graça.
Deus qu r -que nós correspondamo� a todas as
graças que nos dá. Se ele nos chama para a per­
f e-içfi.o, devemos ir. Os Apóstolos corresponderam
imediatamente à graça de seguir a Jesus, por isto
receberain uma grande recompensa (cfr. Mt 19,
28). Mas o moço rioo, que .Jesus ·chamou para ser
perfeito, não quis; e nosso Senhor disse que era
186 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
mais facil um camelo passar pe]f{j fundo dum.a
agulha do que aquele moço se salvar (ver Lc 18,
18-25).

Para crescer
Este episódio do moço rioo nos ensii1a que nós
temos obrigação d procurar a perfeição,. a que
a graça <livina nos chama. Devemos distinguir es­
ta obrigação da 9brig-ação de cumprir os manda­
mentos. :Mas, feita esta distin ão, encontra1nos no
Evangelho Jesus dizendo que devemos "ser _per­
feitos como o nosso Pai o leste é perfeito" (Mt 5,
48). Quando mesmo os nossos pais se. opõerri ao
desejo de perf iç.ão, manda nosso Senhor que os
abandonemos, para podermos s t seus discípulos
(ver Lc 14, 2C1-27).
Ora, nó· só podemos crescer assim na perfeição,
aprov,eitan lo bem das graças que D:eus nos d-á.
Por váJ.,.ios motivos. a) Já vimo que Deus nos pe­
dirá contas de todas ·:ts graças qtte nos concedeu.
b) Tambem ·e não aprov itarmos. bem as g;raças,
amos enfraquecendo a nossa alma, e termi;namos
na til.li· �a e talvez mesmo no pecado mortal. e) Do
lado positivo, vimos que Deus aumenta-nos as gra­
ças à medida que so1n0s fiéis.
Daí :resulta a obrigação de coTrespondermos a
todas as gi:aças que receber.nos. Porque essas gra­
r,:a.'i que eu. recebo ' agora" me vão ser necessárias
para vencer tentações que virão "depois". Ora, se
eu não aproveito as graças agora, não poderei r.e­
sistir às tentações que virão. Do mesmo mÕdo, à
medid'a que eu cor.responda à graça, a vida crJstã
me vài sendo facil e agradavel; a minha alma vai
senc;ló enriquecida de novas graças, e elt vou me
santificando.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 187
Para viver a douttina
Na vida d um cristão tudo é graça de Deu .
Devo agradec r sem cessar a fraças que r cebo.
Fazer disto um cui lado especial na oração da n1a­
nhã e da noite.
Deus me· deu e continua a dar muitas graças.
Graças ünportantes, que outros não receberam.
Nã,o é uma grande graça eu poder comungar fre­
quentemente? Quantas pessoas desejam t r esta
facilidad·e, e não a têm! E a sim muitas outras. S
eu não tenho sido fiel a essas graças, estou desper­
diçando-as, estou enterrando o talento.
A Liturgia of rec muitos t mpos favoraveis",
dos quais é preciso aprov itar para o prógresso es­
piritual. O Adv nto, a Quaresma, o Pentecostes
são os principais.
Um exame de conci "ncia n1e mostrará quantas
graças eu tenho perdi do, desperdiçado. É por �sto
que a minha vida spiritual continua tão atrasada,
que eu vivo tão tíbio ou ainda pe0r, que tenho cai­
do em pecados mortais. Tudo, resultado da minha
pouca fidelidade a graça.
É possivel tamb m qu eu viva contente com a
minha mediocridade espiritual. Não caío em peca­
do mortal: - estou satisf ito. E nã-o procuro avan­
çar. No entanto, Deu me tem concedido as graças
suficientes para a peTfeição. Se eu quisesse coope­
rar, estaria já bem adiante. Que responsabilidade!
De muitas outras graças eu preciso, e posso, e
mesn10 devo pedi-las a nosso Senhor. As per.das
são constantes, os perigos grandes. O próprio Je­
sus advertiu: "Vigiai e orai, para não cairdes em
tentação" (Mt 26, 41). A oração e a frequência aos
sacramentos são meios para obter novas graças.
Principalment� a invocação ao Espírito Santo (Ve�

i88 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ni, Sancte Spiritus; Veni Creal0r) e a nossa Se­
nhora. Dos Sacramentos, a Eucaristia, na Comu­
nhão e na santa Missa, fonle de todas as graças.
Como ninguem estará jamais certo da perS'(tve­
rança final, e é esta a mais important1e de todas as
graças, p-orque é decisiva, pedirei sempré: a graça
<le morrer em estado de graça. (A Ave '.Iaria pede
esta graça). A são José, padroeiro da boa morte,
quero 1ne recomendar particularmente, pedindo
tamõem a graça de. morrer confortado com 0.s Sa­
cramentos.

QUESTIONARIO. De quantos modos Deus nos concede


a gr�ça? Que é a graça atual? É uecess-ária a graça a.tua!?
Mesmo a quem está em es.taclo de graça? Que são graças
int�tioTes e exteriores'? Que é graça suficiente ,e eficaz?
Deus distribue as graças a to.clos na mesma medida? Como
se explica isto? Se todos recehem as g1�aças •necessárias
a salvação, ·orno é po 'Sível a condenação? Ex-plique a ne­
c.essidade- .au cooperação para a persev.erança no b.em, e
para a perfeição. Como podemos aumentar em graça? Po­
demos estar descansados em nossa vi.da espiritual, e tran­
quilos quanto à perseverança final?

A COMUNHÃO DOS SANTOS


As tres Igrcj as - a Igreja Triunfante, a Igr�j a
padec- nte e a Igreja Militant - estào unidas por
laços esp dais muito estreitos e profundos. É a esta
união de toclos os men1bros ela Igreja que se cha­
mç1 Co1nunhão dos Santos. Os que estão no céu, os
que estão no Purgatório e os que ainda vivem na
terra são todos membros de uma sociedade, que é
a Igreja. Como membros. da m.esma sociedade, têm
direito aos bens dessa s.ociedade. Sã'0 como, u:rna fa-
1nilia, em que to.dos participa1n dos haveres domé's­
ticos. Jesus Cristo comparou com uma árvore. E
são Paulo c-0mparou com um co-rpo. É o Corpo Mí-s­
tico de Cri. to.

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 189
A vid-eita
No cap. 1.5 de são João, .JestlS d.iz.: ''E.u sou a vi­
deira, .e vós sois os ramos. O que permanece em
mim e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem
mim nada podeis fazeT. Se alguem nã·o permane­
cer em mim, será lançado fora como o ramo, e se­
cará e o enfeixarão e lançarão ng fogo, e arderá"
(5 e 6).
Nada pode haver de mais claro : Cristo é o -tron­
co, nós s·omos os ram0s. Só os ramos que estiverem
unidos ao tronco poderão viveT e dar frutos; em
esta união, nada _poderão fazer. E -os ramos que se
desligarem do tronco, secarão, e só servem para
ser lançados ao fogo.

O corpo místico
O Apóstolo são Paulo explica esta mesma dou­
trina pela comparação com o corpo. Realmente, é
grande a semelhança entre a Igtej a e um corpo fí­
sico - reunião de vários membros, animados pelo
mesmo espírito vital, ·ujas mais altas funções es­
tão na cabeça. Cada membro tem a sua função par­
ticular, mas todo servem uns aos outros, e todos
dependem da çabeça, como do órgão principal.
Quando um membro sofre, todos os membros so­
frem; mas quando funciona bem, todo o corpo s
sente bem. Os membr-0s não pod m dispensar uns
os serviços dos outros. Corno tambem uns mem­
bros, por terem m. lh0r sítuação, não podem me­
nosprezar as h.1nções de certos membros, que pare­
cem insignifieantes ou atê despreziveis. Apesar de
ser um pouco longo o trecho, vamos citá-lo inte­
gralmente:
"Porque, assim como o corpo é um, e tem mui­
tos membros, �as todos os membros do corpo, ain-

190 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
da que sejam muito:s, são �ont11rdei urn S© �ç:,rpo,
assim lambem é Cristo. Porquanto em um mesmo
Espírito fom-os nós todos batizados, para formar­
mos um mesmo corpo, ou sejamos judeus ou gen­
tios, ou servos ou livres; e todos tem_os bebido num
mesmo Espírito. Porque tambem o corpo não é um
só membro, e sim muitos. Se disser o pé: Pois que
não sou mão, não sou do corpo; porventura por
isso não é do corpo? E �e disser a 9relha: Já que
não $OU olho, não sou do corpo; acaso por isso não
é do corpo? Se o corpo to'do fosse olho, onde esta­
ria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o
olfato? Eis que, porém, Deus pôs os membros no
oorpo, cada um deles como quis. Po.is se todos fos­
sem um só membro, onde estaria o corpo? Mas as­
sim há na verdade muitos membros, mas o corpo
é um só. E não pode o olho dizer à mão: Não pre­
ciso dos teu� serviços; nem tamhem a cabeça aos
pés: Não me sois necessário. Mas, antes, os mem­
bros do corpo., que parecen1 os mais fracos, são ns
mais necessários; e os membros do corpo que re­
putamos os mais vis, a esses cobrimos com mais
decoro, e os que em nós são menos honestos, os re­
catamos com maior decência. E os que em nós são
honestos não têm necessidade de nada, porém Deus
ordenou o corpo., dando honra mais avultada àque­
le q1.1e não a tinha; para que não haja dissensão
no corpo, mas para que os membros tenham a mes­
ma solicitude uns pelos outros. De maneira que,
se a�go padece um membro, todos os membros pa­
decem com ele, ou, se um membro é honorificado,
todos os m_embros com ele se regozijam. .Ora, vós
sois corpo de Cristo e m mbros de um membro"
(1 Cor 12, 12-27) .
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 191
Cabeça e membros
Pela comparaçã.o acima, se nós son10s os ramos
e os membros, Cristo é o tronco e a cabeça. Mas
são Paulo o dis e expr ssamente. Na Epistola aos
1

efésios (4, 15): "Cresçamos em todas as coisas na­


quele que é a cabeça Cristo". E mais adiante, ain­
da mais claramente: "Cristo é a cabeça da Igreja,
seu corpo" (5, 23).
Para sermos membros do Corpo, de que Cristo
é a Cabeça precisamos star unidos a Cristo. O
mesmo são Paulo nos diz que começamos a fazer
parte do Corpo de Cristo pelo Batismo: "Fomos
todos batizados, para formarmos um mesmo cor­
po' (veja acima 1 Cor 12). O Batismo é, portanto,
o . a ramento da incorporação a Cristo.
Os que foram batizados podem star unidos a
Cristo pela glória, pela graça ou simplesmente pela
fé.
a) Os santos do éu já se fL""{aram no amor pela
visão de Deus: - é a união pela glória.
b) As almas do Purgatório e os que vivem neste
inundo em �stado de graça participam p'lenamente
da vida de Cristo, embora nós ainda est· jamos su­
jeitos a pcrdeT, pelo pecado, a incorporação a Cris­
to, que já é definitiva para o que estão no Pur­
O'atório.
c) Finalmente, o batizados, que perderam a gra­
ça santificante continuam unidos a Cristo pela fé.
São membros que ainda estão presos ao corpo, po­
rém paralíticos.

Entre as tres Igrejas


Entre os fiéis que estão no céu, no purgàtório e
na terra, há contínua relação, um comércio espi­
ritual que não se interrompe.

192 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Os d':t Igreja Mtlitante honram os da Igreja Tri­
untante, invocam-nos; e eles i.ntercedem _pelo·· que
stão na terra, acompanhmn ftaternaln;i.ente a nos­
a vid , a ponto de haver grande alegria no céu
quando um p cador e con -rte (cfr. Lc 15, 7).
Pela Igr>ja Pade ente rezam por igual os santos
do céu e os fi � i da t rra, para que se lhes suavi­
zem o sofrim nto , e apresse a libertação. E a al­
mas do Purgatório, incapazes d� merecer para si,
mas nÃo de int rcecler por nós, ajudam-nos com
as suas súplicas ao ·n1esmo t mpo que bonr-am e
sau.dam a Igreja 1 riunfante..

Na santa Missa
A anta Missa é a ação ·entral do Corpo Místi­
co. e.la tomam parte todos os qtk estão incorpora�
dos a Cristo.
Imitação de Cristo diz: "Quando o sacerdote
e l,ebra, honra a Deus, alegra os Anj-os edifica a
Igr ja ajuda a.os vi vos, sufraga o defuntos e se
torna participante de toda a sorte de bens" (Liv.
IV, e· p. 5).
Há um quadr0 que si,0 nifica muito bem a união
das Tr 'S Iurejas na santa Missa: o padre estâ ce-
1 brando, e em torno do altar� os fiéis aj,oelhados
(lgrej a 1\/Iilitante) ; - acima do altar, no céu, os
santos (Igreja Triunfante) assistem arrebatad.os o
Santo Sacrifício; - abaixo do altar, caem os frutos
da santa Missa sobre as Almas do Purgatório (Igre­
ja Padecente).
Nas orações do Canon nós encontramos igual­
mente sta união: o Memento dos vivos, pelos fiéis
da te:rra; o Communicantes, em união com os san­
tos do céu; e o Men1ento dos Mortos, pelas almas
do Purgatório.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Doutrina viva - 13 193
Comunhão de bens
Diss mo acima qu ' muito p rfeita a -me­
lhan:a da Igreja com um organismo físico. Todos
o m mbros participam dos ben fícios de sua pró­
pria função e das funçõ · do outro 1n 1nbros. Se
o e tômago nã,o fun ionar bem, não é omente el
qu - ofrc, mas todo o corpo sofre por isto.
Na Icrr j-a tamhem há un1a omun.idacle de ben .
É a isto qu s chama propriam nte - Comun.ha.o
elos Santo·. Cada um ele nós t 0 m parte nos frutos
das boas obras ele todos os outro-s membros do Cor­
po Místico de Cristo. Para nós cristão· é bem ., er­
dad iro o princípio: "Todo por um, · um poT to­
dos".
Somo orno uma so i dadc m qu todo tra-
balham para a caixa omu1n, e o lucros são did­
élidos com lodos. Quanto mais u trabalhar, 1nais.
0

todos lu rarão · e s eu não trahalhar ou trabEJ..lhar


m nos, todo receberão menos. É por isto que uma
grande cristã (1) disse: Quem se eleva, lev � o
mundo consigo". Quem santifica, antifica o
mundo.
f.:: funcionam nto do corpo: cada membro é
r ponsavel pelo bom funcionamento de todo o or­
ganj mo.
Todos os membros vivo do Corpo Mi. fico tornam
part0 na Co1nunhão dos Santos. Mesmo os que es­
tão m pecado mortal, membro paralíticos galhos
secos participam dos b ns comun$, embora numa
proporção muito limitada, tal como um membro
paralítico participa da vida dum corpo. Es'ta par­
ticipação consiste especialm nte em receberem a
gra a da onversão.
(1) Elisabeth Les·cur.

194 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Éem vi ta dos merecimentos de uns que Deus
poupa tanto os castiaos e distrihue ao povo tantos
h n . Pela interc ssão de Abraão D us poupou a
cidade de Sodoma (ver Gn 18, 22-32) e pela de
1
Iois 's sal ou os israelitas (ver Ex 32, 30-35). E
,ainda hoje continua a im. Iós não o vemos, mas
cr mos.
Cristo integral
.
Se todos os cri tãos são membros do Corpo 1\1:ís-
.tico de Cristo, o Cristo integral já não é Jesus so­
-inho. Jesus é a Cabeça. Cristo. total é a Igreja;
isto é: Cristo com o· f'iéis.
Nós cristãos, não omos apenas de Cristo. So­
mos o Cristo, porqu - tocl'os juntos constituímos o
seu 'orpo listico.
Isto é o pTóprio JeSllS quem diz. Se alguem bater
no meu braço, eu digo que 1 me bateu. O que é
fe"to a um membro m �u, é feito à minha pessoa.
Ora, Jesus dis qu era f ito a ele o que se fi­
zess ao menor de todos os eus discípulos (ver
Mt 25 40). E quando ão Paulo, antes de converti­
do pers guia os cristãos, J esu lhe pergtmtou:
"Sn.ulo, por que me persegues?" (Atos 9, 4).

Para viver a doutrina


O Batismo nos incorporou a Cristo. Encheu a
nossa vida de r spoasabilidacles. Viver de acor­
do 'com o Batismo é ser verda,d iramente cristão.
É tambem o grande acont-cim nto de nossa vi­
da. ,Sem ele, não seríamos membros do Corpo Mís­
tico d Cristo. O aniversário do nosso Batismo deve
ser um dia de festa cristã.
O estado de graça, a que o Batismo nos elevou,
garante a nossa vida com Cristo. Só pelo estado d·

1 3* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 195
graça sou um membro vivo. Só cm stado d'c gra­
ça, eu posso perceber todos. os frutos da Comunhão
dos Santos.
Viver na graça santificante deve ser a minha
principal preocupação: O pecado mortal é a maior
desgra�a que nos pode ao.ont cer: torna-nos um
ramo s co da V .ideira Divina.
Para poder s·er um membro util, devo viver m
estado de gra a. Para ser um elemento de progre -
so na Igreja eu devo ·uidar, cada vez mais, da mi­
nlia santifica ·ão. Quanto mç1is eu me enriqu · cer,
mais ricos ficam tambem os rneus irmãos. É um
pr-j uizo para todos a minha 111ediocridade reli­
g10 a.
Todos os n1embros dq corpo devem cuidar da
saude dos membros do ntes. Cada cristão ten1 a
obrigação cl cuidar elos outros. E de de:fender ,o
org-anisrno. A Ação Católica é uma obrigação. É
uma consequência lógica da nossa é•ondição de
membros do Corpo ifistico.
O Corpo :Místico se estende poT toda parte, onde
haja cristãos. "Se algum membro padece, tod-0s os
demais membro.s padece111; QU se algum membro se
al gra"' todos os outros se regozijam com ele" (ve­
ja 1 CoT, acima). Portanto devemos acompanhar
as vitórias e os sofrim.entos dos católicos de qual­
quer parte do mundo, como se fossem nossos - e
de fato sã,o.
A f stas dos no sos Santos, os sufrágios das al­
mas do Purgatório, têm igualmente sua razão de
ser na doutrina do Corpo Místico. É justo que Ch fa­
ªº
mília se alegre com vitória de um irmão, ou que
procure consolar un1 membro que sofre.
Não nos esqneç.ainos, finaJ.mente, da união en­
tre os católicps. São irmãos, são membros do mes-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
mo Corpo. Trabalham unidos pel mesm@ laço, a
caridade, que é o vínculo da perfeição.
-1 ta união se r aliza ainda mais perfeita na
oração litúrgica - a n1es!lla para todo 9 mundo,
r)rincipalrncnte na santa lVIissa e na Sagrada Co­
munhão, ond" todos se uncn1 em Jesus Cri to.
QUESTIONARIO. Que ' a Comunhão dos Santos? A que
J slls comparou a Igreja? Dê a doutrina de são Paulo so­
h1 e o Corpo Místi o. Quais são os membros do Corpo Mís­
tico? Como e .dá a união entre as tres Igreja ? Como se
realiza esta união na santa Mi sa.? Como •se dá a c-omunhão
cl 11 ns? Qne se. ntende po·t ,Cristo jntegral? Que ohriga­
ç-e- nos vêm dn doutrina do Corpo Místico de Cristo?

O JUIZO
S parada do corpo a alma comp recerá imedia­
tu1n n te <li nte d D us e s rá julgada, recebendo,
D'HIU 1 mesmo instanle a s ntença que decidirá
do s u destino et ·rno. Eml:)ora est julgam nto se­
ja dcfi.nHiv,o., a alma compar cerá a outro j'ulga­
m uto, 1 último dia, após a ressurreição.

Juizo particular
N, parúb la do rico avarento e do pobre Láza:ro
se vê que os d'ois foram julgados imediatametite
clr'pois ela morte. É só que o -que se pode concluir
]estas palavras cla1íssin1a de nosso Senhor: "Ora,
nc()deu morr • r o mendigo, foi le ado pelos An­
j s ao seio de Ahra8o. Nlorren tambe-m o Tico, e
foi s pultado no inferno" (Lc 16 22).
A par áb la do adminish'ador igualmente o dá a
nt"'nder. Assim que che 0·ou, chamou. o homem a
contas: "Presta oontas da tua administração (Lc
lô, 2).
T::imhem na cl'o salário, o pagan1ento foi feito
irne Uatamente, ao terminar o dia (Mt 20 8).
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 197
Isto confere com as palavras de são Paulo: "Es­
tá decretado que todos os homens :µiorram uma só
vez, e, depois disto, o j uizo" (Heb 9, 27).
No momento da morte, alí mesmo onde a alma
se separar do corpo, toda a vida do homem passa­
rá aos seus próprio· olhos e aos de Deus, como um
relân1pago e a sentença será dada. Nada então nos
escapará. Tudo o que fizemos aparecerá - pensa­
m ntos, d sej,os ações e omissões - e nós veremos
claramcnt como a s ntença recebida foi justa.
Qu esta sent nça é definitiva igualmente se vê
da parábola de Lázaro e o rico, que já estavam no
céu e no inferno, donde não se sairá eternamente.
A. morte fi. ·a para toda a efrrnidade o estado em
qzie en ·ontrar a alma.

Juizo universal
Al 'm de te j uizo, que será entre Cri to e cadd al­
ma, haverá o j uizo universal, a que comparecerão
todo· os hom"ns para dar co1ltas das suas ações.
No Credo profes amo ta v - rdade com as pala­
vras: donde há-d vir julgar os viv.os os m-or­
tos'-'
.O Antigo Testamento fala muitas vezes deste j ul­
gam nt . O profeta Jo 1 ·(3, 2) diz: 'Juntarei to­
das as. g ntcs, e as le arei ao vale de Josafá, alí
entrar-i em juizo com la ".
!saias faz do juizo final uma des_ ·rição viv e
terriv 1, no ap. 66 15-17 termina com esta pa­
lavras: " fas u vfrei r colher as suas obras e os
seus pensam nto e reuni-los co1n todas as g nte
e líncruas; e eles com par• ce1·ão todos, e verão a mi­
nha glória' .
198 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Porém a descrição mais completa do Antigo Tes­
tamento é do cap. V do livro da Sab:ederria. É mui­
to longa para figurai· aqui; leiam na Bíblia, pôr
inteiro.

No Evang·elho
Nade: <li so se compara à clareza e precisão com

qu- Jesus falou no Evangelho. Depois de ter anun­
ciado a destruição de Jerusalém nosso Senhor pas­
sa a anunciar o fim dos _ti;:;mpos: "E, estando ele
-ass -'ntado no 1nonte das Oliveiras, chegaram-se­
lhe os discípulos secretament , dizendo: Dize-nos
quando sucederão stas coisas e qual •O sinal da tua
\ inda, e. da consumação do século?
E respondendo Jesus, lhes disse: Vêde não vos
seduza algu · m; porque virão muitos G.om o meu
nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e seduzirão a mui­
tos. Ouvireis estrépidos de combates e rumores de
gu rra. Olhai, não yos turbeis, poís cumpre que as­
sim acont ça, mas não ' ainda o fim. Porque se
levanta1'\ á nação contra nação, e reino contra rei­
no, ha v rá pestes e fomes e terremotos por di­
versos luqares. lVIas todas estas coisas são os iní­
cios das dores. Então vos entregarão a tormentos
e vos matarão; e sereis aborrecidos de todas as
g n tes por causa do meu nome. E muito nesse tem­
po ·s escandalizarão, entregarão uns aos outros,_
e uns aos outros se aborrecerão. E levantar-se:ão
mliitos Jalsos profetas e seduzirão a muitos. E� por­
que transbordou a iniquidade, arrefecerá a cari-•
dade de muitos. :lYias o crue perseverar até ao fim
est s rá salvo. E será pregado este Evangelho do
reino por todo o mundo, em testemunho a todas
as naçôc ; e então chegará o fim. E, se não se abre­
vias m aqueles dias, n nhuma carne se salvaria;
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 199
ma. por au dos escolhidos s abre iarão - sses
dia,. En lJo se algu m vos di s r: Aqui está o Cris­
to ou 'llí, não lh dei cr 'dito; porque e le mlla-
rão fal os crislos e fal prof las; farão crrande
sinni prodíbios lais que (s f ra possivel) até
o - ·colhido airiam m er ·o. V d <ru cu , o-lo
pr- disse . ...-,e pois ,,o,, disser 1n: Ei-lo, stá no d -
s "ÜO nã saiais; ei-lo aqui, no re ondito da casa
não d is cr 'dito; pois como o r lâ1npiLgo que par­
t do Ori�ntc s faz i ·h ,1 at' êO O jdenl(, as­
sim há-ele ser lambem a vinda do Filho elo lw­
niem. Ond· quer· qu e, ti,, r o e rpo aí s' aj un­
tará a óguia . E. l go após a Lribulação da 11.: 'lcs
<lias s ur "r-s -á o soL a lua não durá a ua
larid'ad-'. , d, tr las cafrão d e' u, as· po1-' tc -
1

d s d . céu s · aba lê: rão. E ntfio ::ip r •' erá o ·j 1nl


do Filho do bom L no céu; então toctos os 1 ovo
da terra se la tin1arão m pranto verão o Filho
1o hom ) m, que virá 80hr. as nu\ ens do céu e m
rrcnle pod r 1najcslad·. E n iará os seus n­
j os a som da trombeta m alta voz, ajuntarão
os s �us �srolhiclos elo quatro cantos do • mu.ndo,
d ·tl mais alto dos e' us até uas xtrcnu lad , .
D·1qu 1 dia, ) ré.m, hora, ningu m sah , n - n1
�· Anjos <los c'us s-n·10 ,ó o P· j" ( 1t 24 3-1t1
2_ 31 3G).
''Quai c1 >, pois: Yi •r Filho <1 homcn1 na sua
n1n.i :sta<k .. tod s B nJos ·om lc, -nlão .;,C s-n­
tar{ sobr o t runr d su� maj "'S!ad ; ' serão lo­
elas a.� r, )nlPs r·ongtegacla diant? d.el
· ),se parará

uns c!1 outro.·, omo o pílslor s- para ns ovelhas


. ·

dos cal rito . E porú as O\ elhas ú ua direita e os


cabritos à squ-rda. Então o R i dir·í aos qu cs­
ÜY rem n sua dir ita: Vinde l nditos <lc m-u Pa'i,
possui o reino que "º está pr par,Hlo te. Ent;' o

20 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
dirá tamh ·m aos qu stiv rem à esqu 1da: Apar­
lai- o· <l' mim· maldito , para o fogo terno, que
J' i pr,cpcu-ado pa;ra o d mônio e os seus nnj os'�.
(Mt .25, 31-34 41).

Sinais
Por las p· 1aYl"L d'0 110 'O enh r ê qu o
j 11izn final ·erá prc dido d inais qu são:
1) q. p1·enaçã do Ev'rngclh em todo o mundo·
2) n1Ldtar L e soa, p d�1 9-o o amor a D u . por
an. n d s ni<:tl qu se spalh ram ·
�3) �-par 'C rão fal o prof�tas e falsos Crislos ·
d. o sol ' a lua . e cur e rao a estr L:1 cai-
rao elo 'u;
5) hnv rá p rs 11 1ui_ oc o: ristfios , rão odia-
dos p'ld 1nui1.o.
lt. ningnem ab 1·ú qnanrlo tudo islo s dará.

O .iulgamento
aí sFío as · h· 1 ·unsttrn ias d .) LUZO fi­
nal.
1) Apn r ccT' n ·én a Cruz c1 Crj t , "o ·innl
<h <ilho d hom 'mi '.
2) Crist n1 grc: nd poder mnj esta de,
e e ·rns nt(" rú ut n1 trono.
, ) Os An.i s locar:' o tro111h ta , e todos s ho­
m.- n ressu �cita 'i .
4 :.1uni<l s diank cl Jc. us, os hon1 n s rão
jul n ac os, p "la apr .;) nt'tç'io das b 's e 1ná •
hras.
5) S rt' srp:rrados o ] on <l s maus, e receb -
rã a nt n a.
6) Os póstol · tambem
4 tarão a se tados n1
tron s para julgar as 12 trihus de Isra '-'l (L'
22. ;o).
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Quanto ao lugar do Juizo final não sabemos. O
pr f ta Jo-1 fala no "val de Josafá". Mas Josafá
' uma pala ra caldaica que quer dizer: Deus juiz.
De que maneira se dará o julcramento tambem
não sabemos ao •certo. Sab mos, entretanto, que a
vi la int ira de cada homem será conhecida não
1

só por ele por Cristo ( como no j uizo particular)


n1as por todo os outro homens. O exame será de
tal modo minucio o qn até "das palavras inuleis
qn o hom ns di ser m, darão contas no dia do
juizo" (Mt 12, 36). E não som nte disso, mas "porá
às laras o que está · ·ondido nas .treva e d sco­
brirá as int nções do coraçõ (1 Cor 4, 5). Apa­
r e rão, por igual, os pecados e a. virtudes. O p -
cnc.1 s do Santo� tambem apar e rão, mas eles não
s n lri t · e rã0 n, rn overgonharão porque fi­
z •ram a n ., s ária penitência, reparando a ofensa.

O que diz a razão


A razão humana acha inteiramente conveni n­
t que haja u1n juizo universal, além do juizo
parti ul r.
Aos homens. É d conv niência aos homens, por­
qu n sta vida, muitas vez s, os justos são despre­
zodos, p rs uidos, caluniado ao passo que os
maus vivem bem reputados aceitos, passando por
bons inocent s. Os justo ofr m pobreza e doen­
ça , 1Hf1t':tnto os mau 1v m atisfeitos, na pro -
p ridad '.
No dia elo juizo final, todos serão colo 'aclos e:m
sell. v rcladeiros lugares. Ent'io v remos que mui­
tos dp que pareciam os prim iros serão os últi­
mos, e dos .que nos par ciam os l'.tltirnos, muitos se­
rão o primeiros. ·Compreenderemos tambe1n a d s­
igualdade dos bens t rrenos, ao vermos a maneira

202 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
pela qual Deus recompensou ou castigou a cada
um.
Os maus, que zombavam dos justos, •e se gloria­
vam das suas façanhas, prestarão homenagens à
uirlucle e verão de que lhe seTviu a sua maldade.
E os justo. se verão comp nsados de tudo o que
so/r. ram na pT'áti a da vir'tud
A J esw; Cristo. Jesus veio ao mundo para salyar
os homens. El s não só rejeitaram a salvação, mas
zombaram d' Cristo, neg�ram-se a aceitar -a sua
doutdna, m nosprezaram-no, recusaran1-lbe as
honras a que t m direito, repudiaram-no. Aaora.
1 vhá não pohr humild , mas chejo de pod' r
e glória, e dian t- do trono de sua majestade, todos
o joelhos dobrarão, pr stando-lhe as homena­
gen. · a que tr>m dir ito
A Deus. Qual 1uer pessoa nç te mundo se julga
com o dir ito de ensurar a Deus a/'hando errô­
n os o r; "'US plano· d f,�jtuosas as suas obras. Ou­
tras se revoltan1 porcrue nao compr ndem isto,
não entendem aquilo. o dia do juizo, brilhará, em
todo o s·eu divino espl ndor a sabedoria de Deu
qu ·pro-,· l .nciou todas as coisas da melhor ma­
n ll'f�. par e r;'o as razões de todas as coisas e
Deus re ·eberá dos homens o louvor, que sempre
l lh de, iam ter pr- tado.

Para viver a doutrina


Há muita gente· qu -- não quer p nsar nestas ver­
dades. Dizem outros ,que não gostam ... Isto nada
adianta. S ria muito bom e não pensando, e -
capás emo da morte e do juizo. Pelo contrári - ·
não pensando, é que eles serão mais t rriveis para
nós. Deve1nos pen ar na eternidade, para não sc·r­
n10 cond-nado . "L mbra-te dos teus novís ·in >s,

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 20:
e não pecarás t rnan1cntc diz o Espírito Santo
(Ecli 7 _()).
É agora o f('Jnpo ele uidai n1.os elo jui'"'o de Deus.
R h r mos p lo qu tiverm )S f-ito. JD-us 'dá a
cadn um, s ·gund ) as sun Lras ' (Rom 2 ô). So­
n1os opr>rário ·, � ganharemo� por tarefa, confor-
1n, o qu, tiv"rmos f il . Nao -d vemos· dN,cnidar
agoru. É trabalhar na sal açã · santific·ição da
nossa alma.
Hú un_, que · qu r-m iludir, djz ndo ru ., D us
1

é l 0111, -' nfio vai faz r caso d •�sas coisas... lVIas


sa P·:iulo nos udv rtt-: "Con1 D us ninguem brin-
... O rn o hon1 ·m plant, 1\ isto ' qu há-d ,..o­
lh · r" (Gl G, 7-8). Õl nos Pngane1nos, nem ac itc-
1nos ·1 su5cstões do spírilo do mun<l do <lc­
mônio.
Ü.:i j nizos d De11 r.• S'lO t ri h is. Ba te r · r se br
e uc • como uós van10s s · r x, minados. O Saln1jsta
'( n lin trc mer,__ n1-lh . as ·1rncs, quando pensava
ni. t (11 , 120) e I dia r D 11 · que o disp nsass
do .i 1lgan1cnto (142, 3). E t m rn.o pt"dido a Jo-re­
j a fnz p ··l s mo ·tos, na • nc01n ud· 'ão. É prepa­
ruu<lo-nos 1 e ·ta vida qu , ahran,Jar 1n .:, a j u,·Uça
di Y.ina.
A Igr '.ia sab ·. < uan lo é :1npol'tant, a m <litaçã
so] r' ·stas Yerdadcs. Por · -t a s 'm 'Í' , o 1 ngo
d'a sua lillll\:{Ía. O Advenl � UJna prcpan1ção p· ra
a �P(Jllnda vinda do 111 e. siw;: Evangelho do 1 °
on ingo • o -do j uizo f'inal. Na Epíf niu (V Do-
1

1nil go) Y mos.' � ,pcuaç.ão dos bons 1nwrs (trigo


j io). a 1 ª S- mana <la .uarcsma (2n ira) 1-
ta o qu·1dro do }nlgarn.enlo universal. N tempo
d pois do P 11t os tcs ·{ffj a , · z - . o grande terna
1

apare · : 8° Dorrungo: "Pr sta con las da tua ad­


ministração ; ,9° ,_ o co1n idado s-'m a , e te nupcial;.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
21, o a·ti 0·o d'o · -r\ dev dor; e último, a con­
suma --ão do mundo.
Na liturgia -dos mortos encontramos repeti<las
referências ao j uizo. O LibPra me e o Di "S irae são
as mais lon°·as � impres ·ionantes. É bo1n revê-las
na íntegra.
Cada dia com cemos •os nossos trabalhos m
união co1n Deu·; vivamos em estado de graça; te­
nhamo o cuida<lo do exame de con iên ia à 1101-
t ; pod ren1os confiar cm .T sus C ·i to qu · erá
n so Juiz, mas é lambem •o nosso Salvador.
A ostum mo-nos a procnrar nosso Senhor no
seu trorw eu arísti o ( iissa - Comunhão - Visi­
ta ao SS.) não "ncontrar mos diferen a, qnand'o
form cbu_rnados ao seu trono de Juiz.
QUE�,TIO ÃRIO. Quando s rá o juizo particular?' Qual
o i-;eu carater? Que uiz o Anligo Te. tamento sobre o juiz.o
fi.n� 1? E o Evangelho'? Qn::d, s são os sinais que o precede­
rl'io? E as circunstfrncia.-? Qual o local? Há razão de con­
veniência para o jnizo final? Exponha. Qual a vantagem
de meditarmo nesta verdade? Como a en ontramos na li­
tul'gia '?

O CÉU
Dotado de ahna im rtal, o homem não pode ter
neste mundo o ternxo d sua vida. Com a morte, -a
alma se separa do corpo e tomará o seu destino de­
finitivo. É isto o qu nós confessamos quando di­
zemos no Credo: "creio na vida eterna". Exami­
nen1-os o que será esta outra vida, estudando sepa­
radamente o céu e o inferno.

Existência do céu
É int ressante ,que muita gente nega a existên­
cia do inferno; muito poucos, porém, negam a d
céu. Facilmente se compreende. Todos sent, ni (t
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 'o
ne ·essidade ele ser felizes, e �ab m que na t rra
não pod rão nun a realizá-! a por c.ompleto; espe­
ran1. que a .realizarão no céu. l\1a ninguem quer ir
para o inf rno - n m 1n smo os maus.
Entr ta1 to a razão para negar ou afirmar a exis­
tência d um s rve igualm nt para o outro. Ou
n gar os dois (co1no faz-m os materialistas), ou
afirmar o dois (como faz mos nós). Negar uni e
afirmar o outro , inco "rência.
ao podíamos conh e r a - xi t"nci do céu por
no sa razão. Foi n r v"lação livina qu no-la en­
sinou.
A Sagrada E critura está cheia da xi tência do
céu. A Abraão D us promet u que s ria . le m s­
mo a sua re�omp-'nsa. (c.fr. Gn 15, 1.). O ju to',
depois d morto·, continua1n como amigos d Deu ,
o qual diz que é o Deus d Abraão, d Isaac e de
Jacó. Principalment os Salmos e os Livros Sa­
pienciais falam da al gria • spiritual da glória
eterna, cl'c que gozarão os justos. O li ro da Sabe­
doria descreve a alegrias dos justos: el s e tão
na 1não de Deus, brilharão como estrelas viverão
em perpétuo, o seu pen amento e a sua recompen­
sa stao no Senhor (ver Sab 3 e 5).
O �ovo Testam nto ainda , mais claro. Fala
xplicitam-nte no reino dos céus, para onde irão
os bons. Diz que os puros de cora ão v rão a Deus.
l\1anda aos •que s,ofr m perseguição terem paciên­
cia porque a sua recompensa será grande no céu
(ver o cap. V de Mt no começo). Na Cruz Jesus
Cristo disse ao bom ladrão: "Hoje m · smo estarás
comigo no Paraíso' (Lc 23, 43).

206 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
O •que é
Pela sua imensidade, Deus está pr sente erri to­
da parte. Mas nós não O vemos; não gozamos da
ua presença. No éu_ é que Deus se manifesta às
almas dos santos e aos anjos. O céu, portanto é o
estado de suprema felicidade, e o lugar em que
Deus ,, m.anifesta aos Anjos e aos justos.
Não sabemos onde é ste lugar. Isto é secundá­
rio. O ssencial é sabermos que lá o hdmem atin­
ge a feli idade perfeita, que é a ausência de todo
mal - a posse d todo bem.

Visão beatífica
Uma palavra resume toda a felicidade do céu:
- nós veremos a Deus. Isto nos fará felizes, por
isto se chama - visão beati/ica.
Veremos a Deus claramente, na sua essência,
tal como le é, uno em natureza e tril10 cm pessoa .
E O veremos não raciocinando (como agora),
ma diretamente, c9mo v mos uns aos outros. ''Nós
agora vemos a Deus como por um espelho, em
enigma; 1nas então de fac a face é que .Q v-ere­
mos" (1 Cor 13, 12). É como se o J\póstolo disses­
se: Agora só vem•os a Deus pelas suas obras; as
suas perfeições são para nós como um enigma;
no céu, porém nós olharemos para •ele e veremos
a ele mesmo.
Deus é infinito, .. nós somos limitados. De modo
que mesmo no céu nã-o pod.eremos compreender
a Deus todo quanto ele é. Entretanto lá compTeen­
deremos a Deus de maneira incomparavelmente
superior.
Muita gente pensa que o céu termina por se t0r­
nar monótono. lVIuita festa acaba cansando ah 1·­
rêcendo. É preciso não esquecer que lá nã IH>/.l
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br ' () 7
cansaremos porque já não t mos o pe:so da maté­
ria n m as outra dificuldad s da vida atual. E néí.o
nos abo1'!'e cremos porque nuncÇL pod' remo.· esgo­
tar as bel?zas que a ·ontemplação de Deus nos r -
velará.
Amor beatífico
Sto. Agostinho tem razão de diz r que nós pode-:­
m m-recer a felicidade do céu, mas nã.o pode­
mos d-ser v" -la. E são Paulo d'eclarou m smo, de­
pois de uma visão e1n que Deus lhe mostrou o céu,
qu "o olho não viu, nem -o ouvido ouviu, nem o
cora ão do bom >fil pensou o que Deus preparou
para aqu "les qu O amam" (1 Cor 2 9).
rt impos ivel conh cer ret�meute a Deus não
.arná-lo. Ora, no céu, a nossa vontade é reta, s·egue
o b m que conhecermos, e segue n·a 111edida em
· que conhecermos. À medida que contemplarmos a
. D eu.·, nós O ir mos amando. A nossa inteligência
.se absorverá na contemplaçãó, a nossa vontade se
identificará com a de Deus: a nos a união s rá
·perfeita, e nós, arrebatados pela beleza divina, se-
remos arrastados necessariamente para o amor de
Deus.
Em Deus amar mos todos os Anjos e Santos, €
amar mos aos homens na medida m que eles
amam a Deus.
Eternatnente
A felicidade do céu só é perfeita, só é comrile­
ta porque é eterna. Quanto 1naior um tesouro, mais
preocupações dá. Ora uma feliçidade pert'urbada
_pelo receio d.e perder-se não é perfeita. Se os san­
tos ainda pudessem peTder a Deus não seriam per­
feitamente felizes. Mas não ·podem. "Os justos irão
para a vida eterna", diz nosso Senhor (Mt 25, 46).
São Pedro d�z que nós receberemos "imarcescive'l
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c0r0n da lória' (1 P.ed :J: 4), quer diz.er: uma co­
e0· qu -' nã,o. nnu�cha, não acaJ ará. Sã-o Paulo fala
igual.in·'nlc na 'coroa · corTuptivel (1 Cor 9,. 25),
no ''p·e, o da et ·rn.a gló.r id' (2 Cor 4, 17).
Várias moradas
' a cas·1 dl' 1neu Pai h{1 xnuitas moradas" (Jo
14, 2). Esta pula ra d , Jesus quer dizer que a f e­
licídacle elo céu não é a mes1na para todos. Varia
d acordo com os mcr "CÍm ntos� Na parábola dv5
talentos o scnhoT põe 0 que ganhou 10 talentos a
governar 10 cidades, o que ganhou 5 ct governar 5
cidades (ver no cap. 19 ae _S80 Lucas).
Aliás· foi o próprid J sus qu 111 di � e ·c.rue havia
de dar a cada llln .-egundo as suas obras. Os que
for m mais san los goiarão mais de D-'us. "Quem,
s n1 •at pou o, há-d·· colher ,pouco; quem se1near
con1 nhundan iu, colh-rá con1 faTtura' (2 Cor 9
6). O m sn10 são Paul , falando dos corpos res�
suscitados, compara-os com o sol (Jesus Cristo),
...
a ' lua ( nossà S nhor ) e as e tr las. E acrescenta:
E ainda há dif 'rençà de estr-'là para estrela na
clari i, de" (1 Cor 15, 41).
s 'Ím, por exemplo, a criancinha que morr lo­
go depois do Batismo não t m os mesmos m reci­
mentas d� quem lutou ano e anos para ganhar o
éu. Do n1esmo modo um que s onvert u na hora
la m-ort- vai para o e 'll mas nno se compara com
onh·o ne durant a vida inteir e rviu a1nou a
D us.
Para viver a doutrina
Ir para o r;u não é ap""nas um .des · j o da mi.,.
nha alma; é o próprio fin1 para o qual fui criado.
Estou neste mundo para isto, e unicamente para
isto. É o própTio J ·sus que diss : 'Uma só coisa '_
D0utrinahttp://alexandriacatolica.blogspot.com.br
viva - 14 . "1
necessária ' (Lc 10, 42). Sé eu me salvar, tudo está
bem; 1nas se me condenar, tudo está perdido para
mim. "·Que aprov-ita ao homem cranhar o mundo
todo, se vier a p rder a sua alma?" (Mt 16, 26).
Esta há-ele ser a miRha preocupação de sempre.
Por isso mesn10, tudo o que se opõe, ainda que de
longe, à minha salvação, eu evitarei. Fugirei do
pecado 1nortal, porque ele 1ne priva do céu; fugi­
rei do pecado venial, porqu resfria o meu amor a
Deu&, enfra:qu a minha alma, e me inclina para
o pecado mortal. Fugirei de todas as ocásiões de
pecado.
Viverei §empre no estado de graça, para viver
sen1pre em condição d'e mer·e er o céu. A graça é
. o vestido nupci.:il nec ssário para tomar parte no
banquete c leste (ver Mt 22, 2-14). Quero ser cui­
dadoso con10 as virge'ns prudentes, porque a qual­
quer hora que Jesus vier buscar-me, eu estarei
preparad.o, e ele m conhecerá como dos seus (ver
lVIt 25, 1-13).
É muito grande a felicidade do céu. Desprezá-la
seria loucura. Achar que é fácil alcançá-la seria
ingenuidade. Todas as coisas preciosas custam
muito. O · homem da parábola do Evangelho ven­
deu tudo o que tinha para c-om.prar o campo com
o tesouro (ver lVIt 13, 44). Ainda que seja preciso
sacrificar tudo para salvar a minha alma, ·eu o fa­
.
r
i. Os mártires s,acrificaram até a própria vida
para ganhar a vida eterna.
Est é o único modo de agir digno d um cristã-o.
É mesmo o único razoavel, porque "tudo o :rµais
passa, só a eternidade não acaba" (Sto. Afonso de
Ligório). As tribulaçõ s os sofrimentos, as molés­
tias recebidas com paciência e amoT de Deus, a,u­
mentam os m recim.entos no céu. Sã-o Paulo diz

210 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
que n no sa alegria no- céu não te·m con1paraçaô
com os sofrim ntos desta vida (Rom 8 18). Vai
ser grande demais a nossa recompensa, para es­
humos regateando a dedicação a nosso Senhor.
Quanto mais nós fizermos, maior será a nossa
glória no Paraisa. É por isto que o santos .não se
poupavam: faziam tudo para sua santfficaç.ão. Sto.
Inúcio dizia: "Como a l 'r1·a m · parece va, quan­
do -u penso no céu!"
Q ESTIO JARIO. Como se prova a existência do céu?
É lógico afirmar o céu e negar o inferno? Que é o céu?
Onde é? Como veremos a. Deus no ééu? Compreenderemos
a Deus inteiramente? Que é o amor-beatífico? É idêntica
a felicidade dos santo. ? Que conclusões tiramos para a
nossa vida cristã1

O INFERNO
Poucos dog1nas da nossa Religiã-o sofrem tantas
contraditas, co1no n existência do inferno. Os ma­
terialistas o negan1, poTque não acreditam na exis­
tência da alm::t; negam, por isso, tamb m o céu -
como já vimos. O racionalistas negarn a eterni­
dade das penas, a qual eles dizem que não é com­
pative] com a misericórdia e a sabedoria de Deus.
Negam- o os espiritas, nsinando que toda as al­
mas se salvam, depois de sofrer-n1 vários castigos
em "incarnações" sucessivas. Há mesmo pess-oas
que se dizem católicas (mas não o são ... ) e ne­
g.an1 a xistência do inferno.
Existência do inferno
O fim do hom m é alva r. a própria alma. É ir
para o céu. É, portanto, evitar o infe1·no. Por isto
mesmo, a Sagrada Escritura ensina clarameil te -a
sua xistência traçando em palavra enérgica. os
tormentos que lá se padecem , mostra;ndo com0
deve1nos evitá-lo.

"l4>!C http://alexandriacatolica.blogspot.com.br . li
f
O pro. . ta Isaías conta cmno re1 ct'c B'ahilô:nia
foi rec hi<lo no inf-rno com palavras mnilo cla­
ras: O inf rno s 1no -im ·n tou om a lua ·lv-·ga-­
da". Os outros p ·íncipes · n<l-•nados dirigirc m-sc
e -le, diz ndo: "Tu tainb-m foste f rido con10 nós".
E n1.ai& adiante: "Fost pre ·ipitado no inferno, no
1nais profundo do abismo" ( v '.r Is 14, 3-1,!5).
O livro ela Sabrdoria descreve, com palavras irn.­
p I ssionantes, o eles sp ·ro dos ondenados no in­
ferno: "Nós nos e:xtravian10-s do caminho da ver­
dade. Cansamo-nos no canünho da iniquidad e
da perdição, e anda1110 por caminhos áspero � e
ígnoraino o cantinho do S nhor. Fomos consumi­
dos �m nossa maicla Ic. Ejs o que <lir?ío os p ado­
re.· no inf' rno" (ver o cap. V).
Jo·uahnent:- claro � D·udel .(12, 2) quando diz a
propósito da n:'. •. ·urrei \' ão: J-1 a 1nulti<lão do· que.
1oem(•m no pó da. t-•rra aconlarão nns para a vida
t rna, e outros para o opróbrfo que t-rão .•»mpre
lia n lc dos olho. ,.,.
No Evangelho
Em poucos ternas J sus insistiu tanto c.on10 nes­
t_. Sabfa. nosso Senho1 que seria u1na eTdad mui­
to atacada. Por isto n1 smo quis dei 'á-la muito
·1ara nas , uas pregaçõ:, ·.
As parábolas falain ora çlo joio qu será lançado
ao logo (lV[t 13, 24-30), ora dos peixes nlaa.s que
serão postos fora. (id. 47). E Jesus, D· ste momento�
>xplica o seu pensam nto: "A sim ·erá no fim· dos
séculos: v.irão os. ,.L\...nj os e s · pararao os mau� elo
meio elos justos'' (Id. 49 ·· 50). Podem-se ver igual­
m nte outras parábolas como a das núpcias (lVIt
22 1-14) a das de virgens (Mt 25 1-13) a dos·
tal enl-os (l\!It 25, 14-30), a da árvore que não dá fru­
los (Mt 7 17-19).

212 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A IDqiS r�rá d t da' po' ém é a êl'o rit(9 dva­
f.'ento e d/i pobre> Lázaro nã qu · l J,e ·ti diz (ftle ó
rico ''fot s. pul'taclo no interno alí sofria '·'ator­
m ·•ntaâo neste f ocr-0" ( v r L 16, 19-31').
Em muitas ;outras pa�sag.en ·, J sus se r ·f "re ao
inferno. Os j ud ns, qu ,. r ;i · itara1n a fé, "s · râ'o
lançados nas t're uru; ea.'i:erior.es: a]j hav · rá choro e
rang 'r de dentes" (Mt 8 12). Quando fala sobre o
cstând·:110, no so Senhor diz qu. 'é melhor entrar
n� , i'ia man.c-b, do qu tendo duas mãos ir para
ó inf _.rno n (v r 1\1c 9� 41.-47).
Diant• d tudo isto negar ainda a <1:··istência elo
in.f rno é não qun· r n1. •sn10 a -reditar na palavra
de Cristo. E um tal não ' cristão, m nos ainda ca­
tólico.
Eterno
Já vin10s qu' alguns não CfLlcl� ni admitir · · ter­
nidade do inf rno. Existe, sim, dizem, mas não· é
t_rno.
Nós rec h -1n0-s a doutrina d próprio J Clsus. Vé­
j amos, pois, o qzze .J )s1-1s ensina a €st ru;peito.
Ora o Evange1ho é claro quand0 fala do inferno
ternó. A expressão ·"fogo eterno' está duas vezes
-rn são Mat u·s (18, 8 25, 41). A p1�imeira já -cita­
m.os acin1a. A se�und·:1 aind�t ·. n1ais expr, ssiva.
No dia d, juizo finaJ, Jesus dirá aos maus: "Apa1·­
tai-, 0s 'de ruim, m�üçlitos, paJ?a o f d(ló eterrul'.
A'lém de tudo, esta s.- nt · nça sen,do final, os 1nàtts
não teTão 1nais p.ara onde ir. Aq\1 · la situaç�P é
definitiva para eles.
Neste rn srno capítulo de sã0 1\1atens diz no:sso
Senhor qu� os meus "fr-ão pn.1 a o :snplício e,terno"
(ve:rs. t16). En1 l\iiarco� 3 29, diz Je.sus qu- ·"qu · n1
blasfemar contra Espírito Scu1to 1 nünca j an1.ai.,
terá p · rdão: mas s·eTá r � u d eterno d lito'·'.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Noutros lug,ar s em1 ora no o S-nhoT não use
a palavra eterno, contudo emprega expres�ões q:ue
significam a 1n sma coisa. Assiin . le fala ·do "fogo
inf'. ·Linguiu l" (Me 9 44) do inferno "onde o seu
v rm não morre, e o fogo não se apaga" (id. 43).
Na pa:ráho1a do ric0 avarento está: "Entre nós
vós há um grande abismo: de maneira ,que os
que qu re1n passar daqui para vós, não podem;
ne111 os daí podem passar para cá" (Lc 16, 26).

O que diz a razão


1. A alma em stado de pecado mortal. stá sepa­
rada de Deus. Qu m morrer separado d'e Deus,
entra na eternidade separado de Deus. Ora, na
eternidade não se pod mudar. Logo, aquela alma
há-d. permanecer eternan1ente separada de Deus.
2. _Se não cxistiss o inf · rno, ou s nã,o fosse eter­
no, os p adores poderian1 zombar impunemente
de Deus. Cqm efeito, Deus daria as suas ordens
( s mandan1entos), seria desrespeitado, e· não te-.
ri·t corn que castigar os c11l1Jados. Ou então casti­
garia, mas o inferno não sendo eterno, os pecado­
res ainda zombatiam, dizendo: "Um dia sairemos
daqui e gozaremos eternamente, mesmo sem te
ob <l cermo ·". E um Deus, qu se suj eitass a isto,
não seria Deus.
3. Diz m: "D us. é bom; não vai con<l nar nin­
guem ao inf crno' . R spondemos: Não é Deus que
condena; é o sujeito que s� condena.
E mais ainda: É a bondade de Deus-, qne exige
o castigo do inferno. Nós vimos en1 que consiste a
bonda<le de D· us: cm amar necessariamente o
b m. en1 detestar neces ·ariamente o mal. Quem
morr ()m pecado mortal não pode mais nunca ser
amado por Deus; só pode ser detestado por ele.

214 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Devemos concluir: Deus é bom, logo o infe1·n0
existe. Não confunda1nos a bondade. de Deus com
a "bondade'' d'e certos pais qu� desculpam e até
favorecem os males dos fµhos. Não são bons: são
"bonzinhos" ...
As penas
Duas sortes de penas devemos distinguir. Não
somente os condenados estão privados da visão
beatífica, mas padecem tambem tormentos corpo�
rais. São as penas chamadas <lc dano e <los senti-
dos.
PENA DE DANO. O maior castigo do inférno é
a privação da visão de Deus. Quanto maior é o
bem que se perde, tanto maior é a dor. Os conde­
nados peTde.ram o Infinito Bem; o seu sofriJnento
não tem compara ·ão com nenhum outro. A essên,­
cia da condenação eterna está nesta sepa:i;.ação.
Jesus frisou hem isto, quando explicou que dirá
aos condenados: "Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno" (Mt 25, 41).
Isto, aliás, é facil de compre nder. A alma hu­
mana tende naturalmente para Deus, que é o seu
último fim. Aqui no mundo se afasta de Deus sem
sentir tanto a separação, porque se ilude com os
bens sensiveis. Mas, separada do corpo, sem as ilu­
sões deste mundo conhece a Deus tal como ele é.
Vê que som-nte com de poderia . er feliz, e que
sem ele não há f elicidacle possível. Sent.e, então,
um natural e irresistivel desejo d se zmir a Deus.
Mas é tarde, é impossivel.
É preciso refletir bem nesta verdade, para p-o­
deT sentir a sua forç.a.
PENA DOS SENTIDOS. O Evangelho chama a-o
inferno o lugar. de· tormentos (Lc 16 28). Portan­
to, não é apenas a privação da visão d:e Deus. Tam-
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b rn a várias 'XI r · õ� s u� d· · por nos ,o S nhor
indicê m os pa I-cim · nto ql e : fligcn1 os eondena­
dos.
Já vimo lumbcm qne a e, istên ·ia do fógo no
inf rno •stá n1uito clara no Evang lho. Etnbora
0

não saibamos de .que naturC'~a é éste fogo, capaz


de castigar as. lmas é imp ssi vel negá-lo, porque
as declaraço s de Cristo ão expTessa.s e rep tidas:
Tainbem não se pode tomar isto num sentido me­
ta( ór.ico ou /igurado, mas, im, real : é m SIDO um
fogo, ainda qu s j a dif r nte d'o que ,existe •9.qui.
D.os rigores ela pena dos s ntidos podemos ima­
ginar p la n rgia da.- xpressõe de Jesus: "A.lí
havej•á choro e ranger de dentes" (l\1t 24, 51).
A tudo isto acrcscent ·-·s o desespero. A pessoa
agora v� tudo com cla1·eza m a mínima iiusão.
Sabe .qu se condenou por culpa própria: nunca
lhe faltou a e-raça divin�, e ba tava qm instante d
atr penclim nto. Jôna tas foi condenado à mort
por t r provado um pouco de m l. Foi desolado
qu • exclamou: Comí um pouquinho de mel, e :vou
morrer" ( v r o -"pisódio no ap. 14 do 1 º Livro dos
R is). É a ituação do condenado. Potéin esta �
a.crravada p lo desespero: não há rnais remédio!
Não há mai sp rança: "a n.bou-se a esperança
dos p cadorts' (Sl 111, 10). E ta s paração estes
sofrimentos não tetão mais fim.
Para viver a doutrina
'oznos criados para salvar a. nossa alma. Para
· ste fim prüneiro último é qti estamos no mnn­
do. O céu é a nossa v rdad ., fra pátria: ''Nãó t' mos
aqui morada p · rmanente" (I-Ieb 13, 14). Desvi-ar­
nos do céu é a m.aior desgraça que nos pode acon­
tecer.

216 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Por isto mesm� n nhum mal é comparav�l aq
pe ado mortal, a re olta contra betis. Querer ir
pa�,a o aéu pecar 1nortalm-nte são eoisa · s incom-
1 ' '

p ativeis. O cristão deve ui ver p_erm_anentem · - tzte


nn estado cfo graça.
Para viver -m estado de graça devo fugir das
ocasiões d p ·cado Tecorr r sempre à oração e aos
.. acram
� �ntos r cauteloso com os sentid'os, prin-
cipalmente a vista.
Não ficàr em pecado mortal. Mesmo crue tenha­
�nos a d sgraça de cair · correrm0s imediatam�nle
a ·onf essar-nos. Quando de todo, não for possi'vel
a cçmfissão imediata, aco iumar-nos ao ato de coh. ,..
tr.ição perfeita, co.nf essando-hos na prime�ra opor­
hinidade
..Q. inferno é 6 castigo do pecado mortal. De um
certo mod0 p9demos dizer que o� tormentos do in­
f. rno já .começam nesta vida, para o pecador. Ele
viv separado de Deus, e sob o poder do _demôn.io.
Não sente paz_ interior, mas o verme. do remorso
lhe rói a conciêneia. E ai d ,1.e, se não sente mais o
r m.orso, nem o te1nor; ntão está b · n1 próxima a
sua condenação.
T'.)nhamos muita caridade para com o próximo.
Q•uantos hon1ens caminham para o inferno! Va­
mos m seu az.zxíl(<J, r :-.•ümdc) aconselhando, div1;1l­
gando a verdade, combatendo os erros e o vícios.
Os Lral alhos da Ação Católica t"m cm vi�ta a sal­
va!}ã·o .da.· almas - e isto é uma obrigação nossa.
P-ara nosso p,rCT>veito individual, pensemos a1gn­
roas vezes· nas penas e.ternas. Uma boa ineclitáçã0
s@b:ue o inferno pode �vitaT que caiamos nele·. "En­
ttêrhos 110 inf.• rnô durant a vidà pàra não enh·ar­
:rho · <l pois da morte' (Sto. Agost.). Quem vive em
estad'ó ci graç-á, não deve temer •O inferno.
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QUESTIO ARIO. Quem nega o in.ferIJo? Como se prova
a , xistência do jnferno pelo Antig·o Testamento? E pelo
Evangelho? Dê as prova-s rla eternidade do inferno. Que
diz a razão sobre o inferno? Qual é a pena de dano? E a
dos sentidos? Por que os con.denados são desesperados?
Que Jjções nos dá para a vida a ,existência do inferno?

O PURGATóRIO
Além .da existência do céu do inferno, a Igreja
usina q11: existe o Purgatório. É um lugar em qu.e
sofrem uma pena temporal as almas dos que mor­
reram sem pecado mortal, e que precisam de ex­
piar os pecados veniais com a. suas penas, ou as
penas devidas aos pecados mortais já perdoados.
Hoj em dia, negam a existência do Purgatório
s protestantes, embora alguns já admitam a utili­
dade das orações pelos defuntos, e outros aceitem
a exist"ncia de um lugar intermediário entre o céu
- o Inferno, rej eHando, porém o nome de Purga­
tório l
Existência do purgatório
A .xist "ncia do Purgatório é de fé, conforme a
d finição do Concílio de Trento, que ensina que o
Purgatório xiste e que as almas que lá estão po­
dem ser auxiliadas pelos nossos sufrágios.
As provas estão na Bíblia. Vamos ler na íntegra
o tr cho do 2 Livro los Macabeus, cap. 12, versos
43 46· 'E, tendo (Judas Macabeu) feito uma co­
leta mand'ou doze mil dracmas de prata a J erusa­
lém, para serem o,f ere idos sacrifícios pelos peca­
dos dos mortos, sentindo ben1 e religiosamente da
ressurreição., (porque, s ele não esperasse que os
mortos haviam de ressuscitar, acharia supérfluo e
inutil orar pelos defuntos) ; e porqu ele conside­
rava que aos que tinham falecido na piedade .esta-
. va reservada uma grandíssima misericórdia. É
218 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
pois um santo e salutar p nsamento orar pelos
mortos, para que sejam livr s de seus pecados'-'.
Aqui está, com urna claridade de sol, a existên­
cia do Purgatório. Onde estariam as almas dos
. oldados de Judas Macabeu? Nõ çéu não precisa­
uQ.m de nenhum sufrágio, "para serem livres dos
s. us p .cados". No inferno, lambem não, porque
de lá não poderiam sair. Aliás, para o inferno não
haveriam de ir os "que tinham 'falecido na pieda­
de". Portanto, estavam num lugar onde esperavam
livrar-se dos seus pecados .para poderem entrar no
céu.
O ensino de Jesus
Os protestantes livram-se desta argumentação
i.r r spondivel, negando os livros dos Macabeus!
Poi vamos ver o Evangelho.
1. Nosso Se11hor diz: "Todo o que disser uma pa­
lavra contra o Filho doi homem, lhe seTá perdoa­
do; porém o que a disi er contra o Espfrito Santo,
não lhe será perdoado nem neste século nem no
futw·o" (Mt 12, 32).
Aí Jesus fala de pecado que não será perdoado
no •outro ''séc"Qlo",. isto é, na outra vida, na vida fu­
tura de.p0is da morte. Logo, Jesus supõe que há
pécados que podem ser perdoados· na outra vida.
Os pecados que _pão seFão perdoados na outra
vida sã0 os mortais, d que não nos tivermos arre­
pendido. Portanto us que serão perdoad'os serão os
p cados veniais.
2. N.0 mesmo Evangelho (Mt 5, 26) Jesus fala de
uma prisãu donde "não se sairá antes de ter pago
o último ceitil". Jt isto precisamente 0 .que a Igre­
ja ensina: a respeHo do Ptffgatório.
3. Na parábola dqs devedores, o servo n1au, que
não quis perdoar ao $e1.i companheiro, foi entregue
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 219
à jli tiça "at' que pagassP- l@da a díoid.a··. E Jesus
Irisa bem: "Assim ta.mb, m vo.s tr-a•lará m u Pai t<.m­
lestial' (v r Mt 18, 23-35).
Como s v", o -'nsino constant cJa lgrej a ' o mes­
m d' nosso S · nhor. Para ucpar o Puroatório, é
preci o neg, r o Evang lho.

•A própria razão
A justiça di vjna exige que 1 q cén "não ntre coi-
sa alguma contaminada' (Apoc 21, 27). Para onde
irão os que morrem om pecado venial? Para ,0 c'u
não p ><l ·•m porque · stão contaminados. Pa a o
inferno, s ria injustiç.a, porque têm apenas uma
falta leve. Logo, deve existir um lugar onde se puri­
fiquem das faltas veniais e elas penas temporais
devidas ao pecado mortal p.ercloaclo, para d pois
�ntrarem no céu ,. inteirctmente purific·ado$.
E isto nos confo;da muito. Do conlr, ário., quem
poderia ir ao céu? Somente uns pouquíssimos pre­
destinados que tiv . ss m morrido sem nem um pe­
cado venial.

Natureza do purgatório
·Existem rio Purgtüório as nie ·mas penas qiie no
in'(er-no: a de daáo - a dos sentidos. A única dif.e­
rença, é qu , as penas não sao 'ternas: no infer­
no há d'es sp ro; no Purgatório e·speTariça.
A:� allnas estão privadas da visão de Deus. Isto
torna muito graves os tormentos. Tanto 1nais se
deseja um bem·, tanto mai0r é o tormento da sua
,ai:t�ênciá. Orá., as alma do Purgatório sabem qtre
estão salvas e têm um v "m ntissimo desejo <le ve:r
a Deus. Mas não pode1n, agora! O sofrimento ain­
da mais se agrava por saberem que tudb é por cul­
pa própria . Foi por tibieza e negligência que s.e
.
220 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
privaran1 cf:- g<n·ar imediatamente Jàa visão beati­
fiea.
É doutrina comum que a aln1a·s são ali ator­
mentada pelo fogo.
Os Sflntos pepsam qn _ os tormentos do Purgató..:
ri0 hão-de ser tr m ndos. San to To.maz de Aquino
julga qu o m nor . ofrimento do Purgatúrio é
m�im: do c1uc a :qiaicDr dor d' sta vida. São Boav�u­
tura acha que uma só dor do Purgatório sup ra
todas as dores da vida terl' na.
Todos,., entretanto ensinam que, apes.ar disto, há
no Purgatório uma alegria imensa. Esta alegria
yem da c rteza da sal ação. Alí não se pode mais
pecar, n m perder .q c 'u. E te está asseguTado em­
bora nao se alcance ag ra. Os qu lá �stão "des-:
cansam cn1 Cristo", como diz -o [emento d'os Mor­
tos, na San ta lYiissa.
Há tainhen1 no Purgatório urna grande pàz:
t c.lormem no sono da paz' cliz o mesmo lV!emento..

E ta paz ven1 da paciênc:ia e Te ip-nação con1 que


ofr·em o justo juizo de D us a que adoram e
amam.
De modo que a e '.P, rança, no m�smo tempo,
am n1za e xac. rba o sofrim nto da:;; alma do
.P urgatório.
Os sufttágios
Quen1 está no Purgàtóri0 não pod-e mais mere­
""
cer, p'brque o tempo de metcce1· passou. "J. 'em que
pagar até ao último ceitil pelo sofrhnento ,que pu­
rifica ,(purgatório = purifi,c.ador). Mas os vivos
podem ir:-lhes em socorre> com a santa Míssa e as
boas obras principalmente as indulrências.
A Igr .ia tem oraçõe especiais litúrgicas, pelos
mortos. Cada lVIissa tem o Memento dos 1t1ortos, de
que j (l falc1mos. Tetm o clia da ' Comen1oraçãb de
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 221
todos os fiéis defuntos's (Dia de Finados),. a 2 de
novembro com a p.ermissão de cada padre celebrár
3 Missas. Concede faculdades privilegiadas para
se dizer a lVIissa d'os lVIortos no dia da morte, no 3° ,
7 ° .e 30° dia, bem como no aniversário da morte.
Faz a encomendação do cadáver, com -orações
cheias de votos e súplicas. "Dai-lhes, Senhor, o des­
canso terno; e a luz perpétua brilhe para eles' .

Para viver a doutrina


1. A certeza de irmos para' o céu faz com que
nos contentemos com a idéia de alcançarmos o Pur­
gatório. É que não temos pensado bastante no que
seja est lugar de purificação pelo sofrünento. Te­
mos, muitas vezes preferido as nossas pequeninas
satist' ações, a complacência com no s-os defeitos e
deixamos uma imensidade de faltas para a outra
vida. Descuidamos d levar uma vida penitente,
que desconte os nossos pecados. Esquecemos que
não basta confessar o.s pecados mortais e re-cebex
o perdão, mas é preciso tamb.em fazer penitência
por eles. E a pena temporal que lhes é devida vai­
se acumulando para ·o ajuste terrível do Purgató­
rio. Como não há-de ser então o nosso sofrimento
l,a ?..1
Ora, é claro ,que devemos pensar e sobretud'o
agir melhor. O uidado da perfeição evitará as
nossas negligências e tibieza, fontes de tantas fal­
tas veniai.s.
A prática da mortificação voluntária nos "trará
o espírito sempre alerta, poupando-nos a satisfaçãQ
mais ou menos ilícita ou p rigosa dos sentidos.
É sabedoria 'Cristã a'Ce-itar com pa_ciência os so­
frimentos em expiação dos pecados, procurando fa­
zer o nosso Purgatório neste mundo: é mais leve.
222 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
As boas ovTas (jejuns, ·sm · olas etc.) pod,em ser
feitas nesta intenção.
Não es·queçamos a prática d.os sacramentos: a
Confis�ão e a Comunhão fr.equente, bem comQ as
indulgênéias, que podemos lucrar em nosso favor.
A Sant,a Missa é o grande meio para nos ·livrar­
mos do Purgatório. Além da assistência frequente
e· piedosa, devemos mandar celebrá-la em nossa
intenção enquanto uivemos, para irmos pagando
aos poucos a grande dívida que temos com a justi­
ça divina. Tão preciosa riqueza não devemos dei­
xar para depois, aos incertos cuidados de nosso�
parentes.
2. Para com o próximo, sejamos mais euidadõ­
sos das Almas do Purgatório. Tudo o que foi dito
pode ser feito em favor delas.
Não ·dei.xemos perder-se certos costumes cristãos,
como é o dobre dos sinos - um convite para rezar­
mos por alma do falecido.
Façamos das Missas de defuntôs não apenas uma
função social, mas principalmente um ato religiõ­
so. É preciso ou · vir a Missa por alma elo morto, ,e
comungar por ele na Missa. Isto dará u1n outro as­
peto a essas solenidades.
Em vez das coroas e flores, inuteis •à alma, ofe­
reçamos Missas e esmolas ern seu sufrágio.
Podemos cho1�ar bs nossos mortos, mas nunca
nos entreguemos à exçe$sos de dor e pranto, coi.sa
pouco cristã. AnteS.., soframos resignados, e reze­
mos p0r eles, lembrados de que '"não são os praJ.r1-·
tos ·qu · socorrem os mortos, mas sim a oração e a
esmola" ( São João Crisóstomo).
QUESTIONARiü. Como se prova ,a ,exi'stência do Pur­
gatório pelo .t\.ntigo Testamento? E pelo Evangelho? Que
diz a razão? Quais são as penas do Purgatório? São gran­
de� estas penas? Por que? Qual a c;liferença ,entre o P.ut-

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gatórJg e o inferno? Pode-s.e merc e.r no Purgatór.io? Como
sairão de lá as almas? Que são sufrágios? Qüe dev,em0s fa­
zer para es aparmos ao Purgatório? Como devcn10s ,soc0t­
rer aos q1re lá estão?

A RESSURREIÇÃO DA CARNE
D· pois da mort ·, a alma julgada por Deus foi
para ' a ca a da ua et rnidade" (Ecle 12 5) e o
corpo, lançado à terra, tornou para o pó, de •que
tinha vindo. "Até que v,olt s à terra- de que foste
tirado; porque tu és pó e em pó te hás de torpar"
( Gn 3, 19). Esta separação, entretanto, terá um
fin1. Este pó; um dia, s animará de novo, ·e .9 çpr­
po ref. ito , unfrá _à alma : - é a ressurreição a·a
ca:rn.e.
Naqu le dia, todos os homens ress.uscitarão com
os Ji1 ·' ·mos corpos que agora têm. É esta a verda­
d docrmáticc:t ·t[UC professamo no Credo.

No Antigo Testamento
A ressu�·reiçã dá carne na verdaâ'e já estava
na, cr, nças dôs judeus. No livro de Jó lemos o que
diz o santo hom · m: '·'Eu sei -que meu .Redentor
vi e, ,que no zíltin10 dia re.c;surgirei da terra, e se­
rei novamente rev-stido da minha p le., e na mi­
nha própria arne uere1. o meu Deus. Eu m,esnio
o verei, e os m. us olhos o hão-de ,contemplar, e não
011.tr0: esta· é a esperança que stá depositada no
meu peito" (.Jó 19, 25-27). É le mesmo, e não ou­
tro, porque res·suscitará na própria carne que ago­
ra tem, e com es s me mos olhos v rá a Deus. Isto
s · dar.
. á ·no último' dia.
· Os, pro1'et:as falam, com igual clareza, da grande
vctda,d,e..

224 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Doutrina viva - l5
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Isaías ('26, 19) diz: "Os teus mo.r'tos viverão; os
meus, a quem mataram, ressuscitarão; despertai e
cantai louvores vós que habitais no pó".
Daniel (12, 2) ainda é mais explíeito: "E a mul­
;tidão dos que dormem no pó da ter:ra, acorda.tão
uns para a -vida et tna, e outros para o opi·óbrio".
O dramático e heróico episódio do martírio dos
irmãos A1acabeus está cheio da crença na ressur­
reição da carne. Antes de sofrer a morte, a que s·e
entregam coTajosament- eles confessam a s.ua f�
na ressurreição. O rei os mata, mas Deus os ressus­
citará; o rei lhes corta os membros, mas Deus lhos
restituirá (-ver tod0 o episódio no cap. 7 do 2° livro
dos Macabeus).
No Evangelho encontramos um indício desta
crença dos judeus: Foi qu:�ndo' Jesus disse a Mar­
ta: "Teu irmão ressuscitará", e ela respondeu: "Sei
que ressu. citará, na re;;surreição elo último dia"
(Jo 11 23 e 24). Estas palavras de Marta mostram
que a ressurreição dos mortos, para o j uizo final,
era doutrina conhecida e divulgada.

O ,ensino de Jesus
Jesus fez apenas confirmar esta doutrina, r;xpli­
cando-a melhor. Ela já estava tão clara no Antigo
T-•slan1ento •qu pouco era nec. ssário acre-scentar.
"Virá o tempo em qu os que estão nos sepulcros
ouvirão a vo_z do Filho ele Deus; e os que tiverem
feito boas obTas sairão para a ressurreição da vi­
da; e os que tiverem feito obras más, sairão res­
suscitado para a condenação''· {Jo 5,. 28-29).
Havia entre os judeus uma seita que negava a
ressurreição dos mortos. Eram os saduaeus. Fiz�­
ram um dia uma -0bj eção a Jesus sobre a ressrIT­
reição. Jesus respondeu-lhes a objeção ( ver Mt 22,
226 http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
23-30) e acres�ent0u: ''E sobTe a r.essurreição dos
mortos não tendes lido. o que De1Js disse, falando
convosco: Eu ou o Deu de Abraão,. o Deus de
Isaac e o Deus de J ac:ó? •Ül'a, ele ,.-ião é D.eus dos
morto�, mas dos uivos' (Id. 31 e 32).
Além disso, Jesus anunciou que é a reBSúrreição
(J o 11 · 25) e -q ue ele ressuscitará no último dia os
que O receberem na Santíssima EucaTi. tia (Jo
6, 54).
O Apóstolo são Paulo, em muitos lugares das suas
ep'istolas, trata da ressuri·eição d0s mmtt0s, chegan­
do mesmo a diz0 r ,que "se os mortos não ressusci­
tam, então tan1bem Cristo não re suscitou" (ver
1 Cor 15).

Razão de cenveniência
Como em todos os mist 'rios, a razão por si nada
pode prov:a:r sem a r ,,vela ão. Quer dizer: só co­
nb cemos esta v rda<le porqu -nos foi revelada por
Deus. las, depois de Tev lada, a razão acha conve­
niente que realmente assim s j a..
a) A morte ' m 1ti-natural. Foi impost:;i ao ho­
mem como astigo. E a alma, sem o corpo, não é
completa n m perfeita, como uma parte, apenas, do
Lodo, que é a pessoa humana. O que é contrário à
natureza não deve ser p rpéluo. Logo a separação
da alma do c01·po deve findar.
b) Os atos são do homem todo, e não do corpo
só, ou da alma só. O corpo foi o companheiro da
alma e participante das suas ações. Ambos .fize­
ram juntos o bem ©U o· n1al. Isto, tanto na ordem
natural como na sobrenatural. É, portanto, conve­
ni�te e. razoavel que o corpo receba tambem 0. re­
compensa ou o castigo que a alma está recebendo.
Isto se dará pela re surreição.

15* http://alexandriacatolica.blogspot.com.br e
.....
r.r
J
Os co.rpos gloriosos
São Paulo explica que "todos ressuscitaremos
n1a nem todos mudaremos" (1 Cor 15 51). Todos
estarão com os corpos. íntearos perf itos. O mes­
mo Apóstolo diz qu o nosso corpo ressusGita'lio
será semelhant ao corpo de J csus Cristo (ver
Filip 3, 21).
São 4 as qualidades do.� ·orpos gloriosos.
1. Com n r s·urr-i_ão, venc mo a mort-: não
n1orr .. r · n1os 1nai . eremos imortui . Por isto não
padecerá mais. o no so corpo a ·orruç.ão. É a im­
passibilidade. O corpo "é semeado n� corrução e
há-de r-ssurgir incorruptiv l" (1 Cor 15, 42).
2. o mesmo t xto diz o Apóstolo: Semeado no
opróbrio r •ssuTgirá glorio. o" (ibd. 43). Nosso Se­
nhor, no Evangelho ompara c,01n o sol o j n tos
(v··r Mt 17, 2). É a claridade, d que t-mos um
ex :•mplo no aspeto de Mois 's, cujo rosto, depois de
t r falado com Deus 'ra tão luminoso que os ju­
(1 us não o podiam fitar (ver Ex 34, 29 - 2 Cor 3, 7).

3. Quando J csus r ·ssuscitou, entrou no Cenáculo


com as portas f ehadas (vc1· J o 20, 19). Os que rcs-
uscitar m glorio ·os particaparão desta subtil za.
Não s ntirão o p -so qu agora os oprime, nem as
clificuldad'es. "É sem ado na fraqueza " há-de res­
surgir na força" (1. Cor 15, 43).
4. Finalment diz são Paulo que "é s meado u1n
corpo animal e rc surgj rá um c rpo espiritual"
(ibd. 44). En1bora scj a o nosso mesmo corpo, está
gloTif'icado, como -'Spiritualizado, por star inteira­
me11 te submiss0. ao do1nínio da alm a, obedecend0
<le pronto aos seus impulsos. É a agilidade.
Os corpos dós r 'pr0bos não gozarão destes pri­
vilégios na .ressurreição.

228. http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Pé;lfa viver a doutrina
1. A doutrina da ressurreição nos· enche de es­
pei•ança. Nós, os d�gredados íilhos de Eva, que
aqui no. mundo yive.mos ge1nendo e chorando, um
dia s.ere,,nos tol.almente con ·ol.ados, em corpo e a'l­
ma. Nas tribulações e sofrimentos, nas doenças e
dores físicas a esperanç,a da r · ssurreição no con­
forta e alivia.
A ressurreição é e· rta. Eu r . ssuscitarei, ma•.� co­
mo? É men dever ressuscitar glorioso. Mas para
isto, é meu dever levar uma v.ida cristã, de v. ·rda­
de. Vid.a em constante estado de r1raça. Um mo­
mento só ,que eu vivesse em pcca<lo mortal poderia
levar-me à ressurreição no opróbrio. Cuidado!
Este pensamento me obriga a uma vida de luta
para trazer o c9rpo don1inado pela alma, governa­
do por ela. Se a alma dominar a n1atéria, ressusçi­
tarei golrioso.
Mas isto só conseguirei pelo esforço, pela vigi­
lância, dobrando as tendências da carne, pondo
f1.; etos aos sentidos (à vista, à língua), numa pala­
vra: - só conseguirei i ·to pela mortificação. É
preciso matar agota para viver na .eternidade. Se
eu conceder muita liberdade a meu corpo ele me
perderá por inteiro.
Isto não basta. Precisamo· depositar em nós
uma semente de glória. Jesus nos deu os Sacra..,
mentas como uma garanUa da vida eterna. Princi..,
palmente a Eucaristia. "Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue=, eu o ressuscitarei no (J.ltimo
dia" (J.o 6, 54). E quanto mais fre;quentemente eu
comungar, tanto maior garantia terei de ressusci..
tar para a vida.
2. O pensamento da ressurreição enche a litur..
gia dos mortos. Veja as Missas d-e defuntos, no dia
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br 229
de Finados (2' de novembro). A Epí-st0la dá a dou-­
trina de são Paulo, que expusemos acima (1 ª ·Mis­
sa). Ou então lembra que não nos devemos entris­
tecer, como os que não têm esperança, mas deve­
mos nos consolar com a morte elos nossos, porque
todos ressuscitaremos no Senhor (lVIissa do dia d�
morte). O Evangelho lembra a ressurre1çao, em
todas as lVIissas de defuntos. A Sequência (Dies
irar.) desc.reve a r · ssurreição e o j uizo. Lembra­
ríamos toda a Missa quasi e quiséssemos chamar
a at nção para tudo. Mas o Pr.efácio e.m particular:
"Brilha para nós a esperança de uma feliz res-sur-
r ição, d modo que aqueles que se en tristeçem
com a e rleza da moT"te, consolam-se com a pro- 1
messa da in1ortalidade futura". E, em tocta a litur­
gia dos mortos, rcpet -se inun1eras vezes o Requiem
aeternam.

QUESTIO ARIO. Em qne consiste n ressurreição? Co­


mo provú-la no Antigo Testamento? E na doutrina -de Je­
sns? Que diz a ruzão? Quais são as qualidades dos corpos
ressuscitados? Todos serão iguais? Que conclusões tiramos
para a vida -cl'islã'?· Como cl liturgia dos mortos fala da res­
SlllTeição? Porque a ressunP.iç.ão é um conforto para nós?

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APÊNDICE

LISTA DOS PAPAS


1-S. Pedro 37 - S. Dâmaso I 366
2-S. Lino 67 38-S. Siricio 384
3 -S. Anacleto 76 39-S. Anastacio I 399
4 -S. Clemente 88 40-S. Inocêncio I 401
5-S. Evaristo 97 41 -S. Zózhno �17
6-S. Alexandre 105 4 2-S. Bonifácio 418
7- S. Xisto 115 43 - S. Celestino I 422
8-S. Telésforo 125 44 -S. Xisto III 432
9-S. Higino. 136 45 -S. L,eão I .440
10-S. Pio 140 46- s. Hilário 461
11 -S. Aniceto 155 47 - S. Simplício 468
12-S. Sotero 1@6 48 - . Fel,ix TI 483
13 -S. Eleutério 175 49 - S. Gelasio I 492
14-S'. Vitor 189. 50- . Anastácio II 496
15 - S. Zeferino 199 51-S. Símaco 498
16-S. Calixto 217 52 -· S. Ho:nnisdas 514
17 S. Urbano 222 53- S. João I 523
18-S. Ponciano 230 5·4 - . Fielix nr 52.6
19 -S. Antero 235 55-S. Bemifácio II 530
20-S. Fabiano 23ü fi6 - S. João II 533
21 -S. Gornélio 251 [>7 - S. Agapito I 535
22-S. Lúcio I 253 58 -S. Silvé.rio 536
23 - S. Estevam I 254 59-Vigí]id 537
24 -S. Xisto II 257 60-Pelágio I 556'
25 - . Dionísio 259 61-João III 561
26 -S. Felix I 279 62 Benedito I 575
27 -·S. Elltiquiano 275 63-P-clágio II 579
28-S. Caio 283 64-S. Gregório I 5·90
29 -S. Marcelino 296 65-Sabinümo 604
30-S. Marcelo 308 6'G -Bonifácio Ili 607
31 - S. Eusél:üo 310 67 -S. Bonifâcio IV 608
32-S. Melquíades 311 ·s - S. Deusde.dit 6·15
$3-S. Silyestre l 314 69·- Bonifácio V p,1º
3'4 -S. Marcos 336 70- Honório I õ25
35 - S. Júlio I 337r 71- Se, verin0 640
;3G -:- S,. l-,ib�rip ijf � 72- J9ãq IV MO
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13-Teodoro I 6·42 121-Cristõforo 903
74 -, . Martinho I 6-49 12�-Sérgio III 904
75-S. Eugênio I 654 123-Aúastácio Ul 911
76- S. Vitaliano 657 124 - L::mdo 913
77-Adeodato 672 125 -· João X 914
78-Donus 676 126 · Leão XI 928'
79-S. Agatão 678 127-E'tevam VII 929
80- S. Leão II 682 128-João XI 931
81-S. Benedito II 684 129 - · Leão VIII 936
82-João V 685 130- E tevi:tm VIII 939
83-Conon 686 181-Marinho II 942
s,i _. S. Sérgio 687 182-Agapito II 94{1
85 João VI 701 133-João xn H55
( 6-João VII 705 134--L ão VIII 963
8 7-.S ishlio 708 13'>-João XIII 965
8-8- Constantino I 708 136 - B �nedito VI 97.4
89- S. Greg · rio II 715 1 �7 - Ben-ccli.to VII 974
90 - S. Greg. rio 111 731 1::l8 -João XIV 983
91- S. Za arias 741 13!) -Bonifácio VII 984
92 Este am II 752 1-10-João V 985
0

93 -- S. Paulo I 757 141-Gregório V 996


94-Constantino lI 767 142 Silvestre II 999,
95-Felipe 760 143-João XVII 1003
96-E. tevam III 768 144-- João XVIII 1003
97- Adriano I 772 145 -· Sérgio IV 1009
98- S. Leão III 795 1 ú-Benedito VIII 1012
99 Estevam IV 816 14-7-João XIX 102
100- S. Pascal I 817 1/!8- RenecUto IX 1033
101 -Eug'\nio IJ 824 149- 'ilvestre III 1044
102-Va],entim 827 150 -Gregório VI 104-5
103- • Gregório IV 827 151 -Clemente II 1046
1!)4 -Sérgio II 844 152-Dãmaso II 1047
1(15- S. Leão IV 847 153 - S. Le-ão IX 1048
106-Éencdito III 854 154 -Vitor II 1054
107 S. Nicolau I 858 155 Estevam IX 1057
'1.08-Adriano II 867 156 -Nicolau II 105'8
109-João VIII 872 157 -Alexandre 1051
110-Marinho I 82 1 8 -Gr-egódo VII 1073.
111 -Adriano III 884 15�)-- Vitor III 1086
112 Estevam V 885 1 (i0- rbano II 1088
113-Formoso 891 161 -Pa. cal II 1099
114-B-onifá. io VI 896 162-Gelásio II 11.18
'115-Estevam VI 896 1G3-Calixto II 1119
116-Romuno 8�7 164 -Honório II 1124
117-Teodoro II 897 165-Irio·cêncio II,_ 1130
11�-João IX 898 166-Celestino II 1143
119-Benedito IV 900 167 -Lúcio II 1144
120-L.eão V. 903 168-Eu$ênio III 114ô

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16� -Anastáci© IV 1153 217-ALexandre VI 1492
170-Adrian@ IV 1154 2-18-Pio III 1503
171-Alexandre. III 1159 219-Júlio II 1503
172 Lúcio III 1181 220-Lcão X 1513
173-Urbano III 1185 221-Adriano VI 1522·
174-Gregório VIII 1187 222-Clemente VII 1523
175 - Clemente III 1187 223-Paulo III 1534
176 -· Celestino III 1191 224-Júlio III 1550
177 - Inocêncio III 1198 225-Marcelo II 1555
178 - Honório III 1216 226- PauJo IV 1555
17H - Gregói◄io IX 1227 227-Pio IV 1559
80-Celestino IV 1241 228-S. Pio V 1566
181-Inocên io IV 1243 229-Gregório XIII 157-2
182 - Alexandre IV 1254 230-Xisto V 1585
183-Urbano IV 1261 231-Urbano VII 1590
184 -Clemente IV 1265 232 - Gregór:io XIV 1590
185 -· S. Gregório X 1271 233-Inocêncio IX 1591
186-Inocêncio V 1276 234-- Clemente VIII 1592
187 - Adriano V 1276 235-Leão XI 1605
188 -João XXI 1276 23-6-·Paulo V 1605
189- Nicolau III - 1277 237-Gregório XV 16,21
190-- Martinho IV 1281 238-Urbano VIIl 1623
191 - Honório IV 1285 239-Inocêncio X 1644
192-Nicolan IV 1288 240 -Alexandre VII 1655
193-S. Celestino V 1294 2!11-Clemente IX 1667
194-Bonifácio VIII 1294 242- C1emente X 1670
195 - Benedito XI 1303 243-Inocêncio XI 1676
19fi -- Clemente V 1305 244-Alex:,mdre VIII 1689
197-João XXII 1316 245-Inocêncio XI 1691
198-Benedito XII 1334 246- Clemente XI 1700
199 - Clemente V 1342 24 7 - Inocêncio XII 1721
200-Inocêncio Vl 1352 248-Benedito XIII 1724
201-Urbano V 1362 249-Clemente Xll 1730
202 -Gregório XI 1370 250-Benedito XIV 1740
203 - Urbano VI 1378 251 -.Clemente XIII 1758
204-Bonifácio IX 1389 252-Clem�n.te XIV 1769
205 - Inocêncio VIl 1404 253-Pio VI 1775
206 - Gregório XII 1406 254-Pio , II 1800
207-· Alexandre V 1409 255-Leão XII 1823
208-João XXIII 141Ó 256 - - Pio VIII 1829
209 - Martinho V 1417 257 - Gregório XVI 1831
210-Eugênio IV 1431 25'8 -· Pio IX 1846
211- icolau V 1447 259-Leão XIII 1978
212 - Calixto IU 1455 26.0-Pio X 190.3
213-Pi,o II 1458 261-Benedito XV 1914
214-Paulo II 1464 262-Pio, XI 1922
215-Xisto IV 1471 263-Pio XII 19:39
�1!3 - Inocêncio VIH l4.84
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1NDICE
HELIGllO
Os dir'eitos do Criador ...... . . ..... . . . . . ... 11
Filhos de Deus .... . . . . ... ... .... .. . ....... 12
A queda . . . .... . ... . .......... ....... . ... 12
' A recle11 ão . . ... ... . . . ......... .. .... . ... 13
ó caminho da vida . .. . ........ ...... .. . .... 13
A luta . . . ...... .... ... ... . .. ... ... . ... . .. 14
A Igreja . . ... ..... . . ..... . ..... ...... .... · 14
Praticamente . . . . . . .. . . . . . ... .. . ....... . 15
Para viver a doulrina ..................... , 15
EXISTÊNCIA DE DEUS
Argumenlo da ausa primeira ... . ... . .. .... 17
Argumento dos ser -s contingentes ...... .... 18
.Argumento da orclem do mundo ............. 18
Argumento da conciência ...... ......... . .... 19
Argumento ria revelação . . .. ...... . . . . ... ... . 19
Para viver a doutrina .. . .... . . . . . .... ... .. . .. 19
ATEISMO
Espécies de alcus . .. . .. .. .... .... . .. .. .. ... 20
Os argumentos . . ... . ...... ...... .... ... . . 22
Ins horas difi eis . . . .. . .. .. . . . ..... . .. ... 23
Pará viver a doutrina . ............... ..... 24
NATUREZA DE DEtS
Dois modos ele ·onhecer . ............. .. . .. 25
Definição de Deus . . . ... ........ ....... ... 26
m só Deus . . ..... ...... .. ..... .... ..... 26
, ornes de Dens . ... . ..... ... ........... . .. 27
Modos d falar . .. .. . .. .. . ............. . .. 28
Para viver a doutrina . . .......... . . . .... .... 28
ATRIBUTOS DIVINOS
Deus é eterno . . .... . . . ... .. .... .......... 29
Deus é imutave] . . . ... . .. . ............ . . . 30
Deus é imenso . .......... ........ ...... . . . 31
Para viver a doutrina .......... , .. . . ...... 31
ATRIB. TOS P.OSITIVOS
O poder d,e Deus . .. . ............. . . ..... . 34
A bondade de Deus . . . ... . .. ..... ......... . 35
A justiça de Deus . ............... . . . .... .. 37
Para viver a doutrfoa . ... , . .... .. . ....... . 37
SANTíSSIMA TRINDADE
A Ss. Trindade nos Evangelhos . . ..... ... . .. 39
Manifestações da Ss. Trindade .... ... ... .... . 40
Iguais e distintas . .. ...... ............... . 40
Operações da Ss. Trindade . ............ .. . 4i
Analogias da Ss. Trindade . . . ... .... . .. . .. 41
J?qr� Y!v-�r � d911triµ� , , .... : .... .... . . ... . 42

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OS ANJOS
E'xis�êneia d0s an.i'os· . . .... . . ....... .... . .. ·43
N,ature7.;a .dos anjo:s . . .. .. ... . ............ 4::1
Co1·os angélicos . . ...... . ... . ......... . .. . ·4-5
Os demônfos . . . ......... . . .. .... ....... 45
Papel dós demônios . . .................. . 46
1.,e' ntaçãô . . . ........... ...... ... . ... 46.
Obs,e.ssão . . . ................. .... . .. 4.6
Possessão . . . ......... . . ..... ....... 4·5
A.stú cias . . . ......... ...... ......... . 47
O an.io da guarda . ........................ . 4.7
Para viver n donlrina . ............. .. ..... 48.
O HO 1EM
Criação do homem . .. . ..... ....... .. . . .. . 49
O estado de Adão . ... .. . . . . . .............. 5Ó
A queda� . . . . ...... . .... . .... . .... ....... 50
Consequencias . . . . ..... ......... .... ... 51
ossa �ituação . . . . ... .............. ....... 5,2
Para viv.er a doutrina . .............. ...... 5,�
PROMESSA DO SALVAD0R
A p . romessa . . . ... ..... .................... 54
·
Mantendo a espe, rauça . . ....... .... .. .... . . !?
5
As profecias . . . . ................. . ....... 56
Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Para viver a doutrina . ... . .. ..... . ..... ... 59
0 MISTÉRIO DA INCARNAÇ.í.\-0
· ecessidade da incarnação . . . ........ . .. . .. 6.0
As soluções . . . . . .... . ... . . ..... . . . . .. . .. 61
União hipostátiõa . . ... . . ... . ............. 61
Deus e homem . .. . .. .... . . ...... . ......... (}�
Uma só pessoa . , . ......... ........ ... . . ... 6;3
Compreendendo o Evangelho . ...... , .. , .. , 6;4
Rara viver a doutrina . , .. , .... , .. , .. , ... . . 014
A. VINDA DO SAI.,VAIDOR
A esp,ectativa . . , . , .. , ..... , .. , .. , ..... , . 66
A oração do pov-o . , . , , . , , .. , .... , .. , , . , . , trn
Apr<Dxfmam-se os tempos , .. , .... , .. , .. , .. i'l'
A auú.'Il'ciação . ' . . . ' . . ! ' • '

Nascimetlt© de Cristo. . . ..... , .... , . , .....


• T • • T • • T • • • , • ' • • ' as
'.6�8
Os pastores e o·s reis . ........ , .. , . , . , .. , . , ��
As profe'tias . . .................. , ....... , !3'9
Para viver a doutrina , ... , ............. , . , 70
JESUS CRISTO
A fisionomia exterior . .............. , ..... , 72
Um homem forte . ........ , . . . ... . . . . . . . 7'4
Um dominador , . , , . , ..... , . , . , , , . , . , , . , ,. 74
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Hon;r_em de e©v;ag·em . . . ............... .. . . . .. '!/�
A bo,nrilaGlie. de Je:.sus . ..... ... . ... ..... .....
Uffi ..:il'.leCl.• d]rd'Q , , • • , , , , , , • , •• , , , , • , , •••• , • • ''717'.G
1.i
/',U
O grande p1�es-tígio . . ... .... ....... .. ... ... 77
Para vhrer a tl0utrina . . ...... ... . ..... ... .. 7-8
A. D IDADE 'DE ,CRISTü
O Filho de Deus . ...... ... . ....... .... .. .. 79
Outrªs expressões . . ............... .......: 81D'
Jesus- tlge :c·0rn0 Dens . ..... ......... . .. ..... 81
O vçtlo, r da,s ohras ... ..... ... ..... . .... . .. .. �2
A d-outrfo-a de Jesus . .. ... .. .... .... ..... . 8 '2
Par - a viver a doutrin� . ..... .. ...... ... .. ... 83
A REDENÇÃO
Noção. de red,eüç,ão . ·................. ...... S5
.o 's·aerifício de Jesus . ....; ........... ..... s·5
Porque quis . . . ... ................ .. .. .. 86.
Por todos os homens . . .. .. . ... .......... .. 87
Efeit0s da redenção . .. ... ...... ...... ... . .. 87
O. nosso papel . . .. . . .. .. .... ..... . .... .. . . 88
Pat'•a v'iver a ·ddtltrina- ............, .... . .... 8,9
A RESSURREIÇÃO DE CRIST·O
Cristo morreu . .... .. ................ .... 91
O. sepul ro vazio . . . .......... ...... . .... . �f3-
Dtr·?•S hip.o.tcses . . . .. ..... ..... ... ......... 93·
As· apar.içü.es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
A vitória . . . .. . .... .............. . .. . .. . -!l5
Para , iver a doutrinn .. ... ... ..... ... ..... . 95.
A. M'A'.E DO SALVADOR
Que, fü era M�tria . . .. .... ... . . .. ...... . ..... 9·�
Imacttlnda C:.:onéeição . . . . .. ... ..... .. . .. . . 9. 9
[ãe de Deus . . . . ... ...... .. ........ ...... 100
Virgindade perpétua . . ... ... . ... ......... . 101
As\-su. nçJi.Ç> . .· . . .. .. .. ... ............. .... 1'0·2
Par.a vjver a doutrina . ................ ... .. 10:2
SA TA IGREJA CATóLICA.
Organização da Igreja . . .. . .. . .. .... ...... 105
Os P,Q.deres da lgreja. . . . ..... ........ . . .. .. 10'5
Quem pert.euce à Igreja . ......., .......... , . 10.ti
ÜLJtr�s igrejas . . . . . . . ... ........ ... . . . .. . . 106
Qual é·.a v-erdad,eiva . .. ... . ... ....... ...... 1Õ7
Sinais parµ eonhecer . . . . ... . . . ... .. ... .. . 1.07
.Para V-i'ler a doutrinu . .. . ....... . .. . .... .. 108
CRISTO J. , · TITUJ A T ·RE,JA
Ias pregnçõ,s . . . . ......... ..... ... . ... .. 110
Na órga11iz.�1ç.,a() . . ............... ... .. . ... . 11 ·�
Os p-ast01·· s . . . . ...................... , , . 1 1 :1
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Os: poc;leres @©s �w.6,stofo·s . . .. , , . , •. , ..... . 113
Poder de en iuar . . ................... 113
P0d,er de .reg�'l' . . ..................... 114
Poder 0e santificar . . .................. . lífü
Até ao fim do mundo . ..................... . 11'5
A Jg-;r,eja de Cdsto . . ........................ . 115
Par._q. viver ·a dou-trilia . . ................. . llÕ
AS NOTAS J)A IGREJA
A unidade . . ............................... 118
A santidade . . ............................ 11�
A , atoH:cidade . . , .. , .................... . 120
A �postolicidade . . ...................... . !20
A Santa Madre Igreja . ...................... 121
Só a Igreja Católica . ...................... 12'2
A Igreja cism:ític� . . ..................... . 123
O protestantismo . ................... . 12,4
Para viver a 'Lloutrinct ....................... 12,5
A IGREJA JNVENCIVEL
·Advertência de Cristo . ................... . 121
Ainda no berço . . ....................... . 127
A: perseguições Toma.nas . . ................ 129
Atl'avés dos séculos . . .................... 129
As her,esias . . . .......................... 130
Em no.me clà ciência . ...................... 130
Dos próprios fi]hos . . ....................... 131
A grande vit.ór-io . . ........................ 131
'ão prevalecerão... . ................ : ..... 132
Pant vi'Ver a doutrina .... ; ................. 133
O PA.P.A
Pedro será o f'un-çlamento ................... 135
Cnmprindo a promessa . ... , ................ 136
Pedro é o hefe ........................... 136
• Os ucesor·es c:!.e são Pedro ................... 139
Os b.enefícios do Papado . ................. 139
Para viver a doutrina . .................... . 140
INF-ALIBILID�DE DO PAPA
As portas do inferno ....................... 142
Eu 1:oguei por ti . ............. : ........... 143
Quando é infalivel . . ...................... 14-3
Ex_pfiq.uemos . . . ......................... 144
A ,p �· lavra do Papa . ......................... 1:45
Uma c0,nfusão . ....................... 146
Outn,a c0nfusã0 . . . ..................... . 14'_6
Í?ara vivçr a .d0Ltlrina . ..................... 147
A BíBLIA
O que é a biblia ........................... l49
O que , 01;i.tem 1¼9

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H>O
Inspirada por Deus . .....................
, 152
.A interpr§-taçõe . . ....................... l- 53
A lcitur-a çla bíblia . ....................... . 154
Para vive.r a doutrina . . ................... 155
A TRAJ;)IÇÃ.0
A tl'adição e- xiste . .......................... 15'7
É palávr·à de Deus . ........... .' ........... 157
Como se conserva . ........................ f58
Regra de fé . . .......................... . 1,5'9
l'ara viv.er a doutrina . .................... lâO·
OS DOGMAS
A r-evelac;,ã.o . . . ........... : ................. 161
A fé . . .................................. ít�
O ensino da Igreja . .......... : ............. 162
Os dogmas . . ............................ 16.3
Fonte de vida . ............................ l.63
Estudo neçessário . . .......... � ............ . 1{}4
Na liturgiç1 . . ............................. 16§
Nos ev,ang�lhos . . ......................... ll.6()
P.ara viv,er a doutrina . ...................
· . 166
· ESP1RITO SANTO
Pessoa djvina . . .......................... 168
Prometido por Cristo . .................... 169
A vj nda d@ Espírito S�nto ................. 17'0
A ação çlo Esp · frito Santo .................. 171 0
Alma da Igreja . ........................... 1'71
Na liturg.ia . . ............................. 172
Para viv:er a doutrina . ...................·. 173
A GRAÇA SANTiflCANTE
O sohre1:1atural . . ......................... 175
'Filhos de Deus . .......................... 175
No bati:sm.o . . ............................ 17-fi
Viremos a ele . ........................... 177
Vida: divina . . ............................. 177
Ação do Espí'r-Ho Santo em nús .............. 17·8
A suprema .desg·raça . . .................... 180
Paira viver a doutrina . .................... . 18)1
A GRAÇ,A ATUAL
·Noçã:o . . . ............................... 182·
Necessi-dacle . . . ........................ · . 183·
Distribuição . : . ......................... 133·
Utt.ra dif-i'eüldàd.e. . . . ....................... 1s,4
Coop -ração Beces- sária . . ................... 185
frl !-iJ ·onsabilicilades . . . ..................... 1.86:
PHt'n rr S,('( r . . . . ......................... 187
Pn1·11 ÍV( I' li cloutrihH . ...................... 18·8

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A GOMl N HÃO DOS SA TO ,
A videira . . . .............................
O ·orpo místi éo . .........................
Cabeça e membros . ........................
Entre a· tres Igr jas ........................
Na· santn 1is:a . ............................
Comunhão de bens . ...... : ................
Cristo in te cr ral . . .........................
Para viv-er a doutrina . . .................. .
.HJIZO
Juizo purticulnr . ........................
Juizo universal ....................... .
o evangelho ......................... .
Sinais . . ...............................
O julgamento ..........................
O que diz �1 razão .........................
Parn vive:· a doutrina . .................... .
o \.É
Existf•nch do rén . . ...................... .
<) qu� é . ................................. .
V.is5o bentLfi cu . . ......................... .
Amor beatífico . . ........................ .
ELernam •nle . ........................ .
Várias 1 1ontdw.; . ....................... .
Pa:·n viver n cloulrin. . ....................
O I�FBR O
Ex.isPncia elo inferno . .....................
�o nv:mgelho . . ........................ .
.Eterno . . . ............................... •
O que diz n razflo . ....................... .
As p.enas . ............................. .
Para viver n doutrina . . ...................
O P. RGATúHIO
Existe ndlt d( t'.)Lll'gfllório . .................. .
O en si no d e .J e s u s . .... ................... .
A pró11ria razão . ......................... .
:-Jaturçzu elo purgulório . . ................. .
')..�L• s.·t1 l'1•a' gr1·os· . . . ·•·. ' ........ ' ' ............ .
\:

Paro viver a douldna . ....................


:\ HESSUnHEIÇ..\.O DA CARNE
No antigo testamento . .................... .
O ensino de Jesus . ...................... .
Hazfio c.1e conveniên ia . .................. .
Os COi'pos gloriosos . ..................... .
1 nra viv0r a doutrina . ..................... .
AP�NDICE
Listfl dos Papas . ......................... .

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