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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA E GESTÃO COMUNITÁRIA INTEGRADA


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SISTEMA DE SEGURANÇA PUBLICA

1 - CONCEITOS INICIAIS

POLÍTICA

É a ciência da governança de um Estado ou Nação e também uma arte de


negociação para compatibilizar interesses. O termo tem origem no grego politiká,
uma derivação de polis que designa aquilo que é público.

POLÍTICAS PÚBLICAS

As Políticas Públicas são um conjunto de decisões, planos, metas e ações


governamentais (seja a nível nacional, estadual ou municipal) voltados para a
resolução de problemas de interesse público – que podem ser específicos, como a
construção de uma ponte ou gerais, como melhores condições na segurança
pública.

GOVERNO

É a autoridade governante de uma nação ou unidade política, que tem como


finalidade regrar e organizar a sociedade. O tamanho do governo vai variar de
acordo com o tamanho do Estado, podendo ser ele local, regional e nacional.

SEGURANÇA

É a percepção de estar protegido de riscos, perigos ou perdas. A segurança


tem que ser comparada e contrastada com outros conceitos relacionados:
Segurança, continuidade, confiabilidade.

SISTEMA

Do latim systema, um sistema é um conjunto ordenado de elementos que se


encontram interligados e que interagem entre si. O conceito é utilizado tanto para
definir um conjunto de conceitos como objetos reais dotados de organização.

CIRCUNSCRIÇÃO. SUBSTANTIVO FEMININO

O que limita a extensão de um corpo. Divisão administrativa, militar ou


religiosa de um território: circunscrição eleitoral. Matemática Ação de circunscrever
uma figura a outra.
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REGIÃO

Substantivo Feminino. Vasta extensão de terreno. Grande extensão do


território de um país, de um continente etc., que se distingue das demais por suas
características físicas, administrativas, econômicas, políticas.

ABRANGÊNCIA

Característica do que é abrangente; próprio do que abarca, compreende,


inclui ou incorpora: empresa vai aumentar a abrangência do uso do celular. Capaz
de abranger, de conter em si: relator quer ampliar a abrangência do processo.

2 - SISTEMAS DE SEGURANÇA PÚBLICA NAS SOCIEDADES DEMOCRÁTICAS.

O surgimento da Polícia A estruturação dos sistemas policiais modernos,


baseados no profissionalismo, na administração burocrática e sob o controle do
Estado, é a expressão mais marcante do processo histórico de institucionalização da
noção de segurança pública.

A França tornou-se a principal referência de formação de sistema policial


profissionalizado, conforme análise de MONET (2001). Ela tinha dois pilares: a
Maréchaussée (O Maréchaussée é o antepassado da gendarmeria francesa).
Cavaleiro da Maréchaussée em 1786 Em 1720, o marechal foi colocado
simbolicamente sob a autoridade administrativa da gendarmeria da França, o que
explica por que em 1791 foi renomeado como“Gendarmerie nationale”. Disponível
em: <https://educalingo.com/pt/dic-fr/marechaussee>. Acesso em 28 dez 2018), nas
áreas rurais e a Tenência de polícia, em Paris.

BRASIL

O sistema policial brasileiro, por sua vez, se estruturou no século XIX. E a


matriz foi a dualidade policial francesa. Com a chegada da Coroa Portuguesa em
1808 no Rio de Janeiro, foi criada a Intendência Geral de Polícia, com atribuições de
controle do crime, de urbanização, saneamento, saúde pública e iluminação pública
seguindo o modelo policial que vigorava em Portugal desde o século XVIII.

FRANÇA

A França tornou-se a principal referência de formação de sistema policial


profissionalizado, conforme análise de MONET (2001). Ela tinha dois pilares: a
Maréchaussée, nas áreas rurais e a Tenência de polícia, em Paris. A primeira é
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intrinsecamente militarizada, sendo um regimento de elite do Exército, e tem sua


estrutura territorializada a partir do século XVI. Ela vigia as populações itinerantes,
prende bandidos, assegura regras concernentes ao comércio. Ela é rebatizada de
Gendarmerie em 1791, perdendo gradualmente suas vinculações com o Exército.

Já a Tenência é criada em 1667, com atribuição de zelar pela repressão da


criminalidade bem como deve tomar as medidas necessárias para evitar incêndios e
epidemias além de inundações. Paris é dividida em setores e bairros à frente dos
quais atuam comissários assistidos por inspetores. Todo um sistema de patrulhas a
pé e a cavalo funciona durante todo o dia. A montagem de uma estrutura de
informantes foi a característica mais marcante desta polícia parisiense, preconizando
a formação de policiais exclusivamente destinados à investigação. Os tenentes
gerais de polícia acabaram sendo nomeados em todas as grandes cidades
francesas.

Fator comum às duas formas de polícia na França é a direção do governo


central. O monarca absoluto comandava tanto a Gendarmerie quanto definia as
indicações dos tenentes de polícia, sendo concebidos como oficiais da realeza.
Outros países europeus em fins do século XVIII e início do século XIX implantam
suas gendarmeries, todas vinculadas à autoridade central, orientadas para o
policiamento de estradas e campos.

INGLATERRA

A Inglaterra, a despeito de sua tradição de gestão descentralizada, também


assistiu a intervenção do governo central na questão policial. Em 1829 o Parlamento
assume a responsabilidade pelo policiamento de Londres. É criada uma organização
policial profissionalizada, trabalhando full-time e concebida em termos civis,
diferenciando-se do modelo francês da gendarmeria. É criada a Polícia
Metropolitana de Londres.

Apesar dessa diferenciação explícita entre as forças de Segurança Nacional e


as forças de Segurança Pública, há que se ressaltar, no entanto, que a Constituição
ainda prevê que as polícias militares, assim como os corpos de bombeiros militares,
constituem forças auxiliares e reserva do Exército (CF, § 6º do art. 144). Essa
vinculação está relacionada ao caráter militarizado dessas instituições. Note que o
mesmo não ocorre em relação às polícias civis dos estados e às polícias federais.
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Outro aspecto importante a ser destacado em relação às mudanças


decorrentes da Constituição de 1988 é que o paradigma de Segurança Pública,
como uma nova imagem de política pública, abriu espaço para o envolvimento de
novos atores institucionais nesta arena de política pública. O artigo 144 explicita a
percepção das Políticas de Segurança Pública como um dever do Estado, mas ao
mesmo tempo, como um direito e responsabilidade de todos.

Contudo, a Constituição de 1988 é precisa ao definir os deveres do Estado, e


lacônica ao especificar a responsabilidade de todos. Ou seja, é explícita ao definir
funções de órgãos policiais, mas pouco clara ao definir a forma de participação de
novos atores, como governos municipais e membros da sociedade civil.

A centralidade atribuída às ações policiais, a indefinição quanto às formas de


participação dos governos municipais (limitados à possibilidade de criação de
Guardas Municipais para proteção do patrimônio público municipal) contribuiu,
acompanhado de outros fatores, para uma baixa participação da maior parte dos
municípios nos primeiros anos das Políticas de Segurança Pública (GUINDANI,
2004; SOARES, 2005; MESQUITA NETO, 2006; RICARDO e CARUSO, 2007).

A respeito das Guardas Municipais, a Constituição de 1988 traz a seguinte


previsão no art. 144:

“§ 8º – Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à


proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.” Esta forma
de distribuição de atribuições e responsabilidade entre os atores presentes na arena
de Política de Segurança Pública começa a ser repensada, especialmente a partir
da segunda metade da década de 90.

“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

Agora, comparem com o que dispõe o caput do art. 144. Capítulo III – Da
Segurança Pública.
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Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

VI- Policia Penal

3 - A UNIÃO, OS ESTADOS, MUNICÍPIOS E AS COMUNIDADES NA


CONSTRUÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA

No âmbito federal, o envolvimento com as questões de segurança pública


se limitava às ações das polícias federais, ao controle de armas e empresas de
segurança privada, assim como a atividades legislati- vas e regulatórias na esfera
criminal e penal. No âmbito municipal, restringia ao trabalho de proteção do
patrimônio público local, realizado pelas poucas Guardas Civis mantidas pelas
prefeituras, além do apoio às polícias estaduais, por meio de cessão de imóveis,
doação de equipamentos e pagamento de combustível para viaturas. (KAHN e
ZANETIC, 2009).

No final da década de 1990, contudo, ocorreu uma ampliação da questão


de segurança pública, com a assunção de responsabilidades, tanto por parte do
governo federal quanto por parte dos municípios. Esse processo foi desencadeado
através da percepção política da violência como problema público re- levante,
em virtude do crescimento dos índices de criminalidade, reconhecendo a relevância
do tema para a população.

Entre 1980 e 2000, a taxa de homicídios do Brasil passou de 11,4 para 27,8
ocorrências por 100 mil habitantes. Concomitantemente, houve um crescimento
da sensação de insegurança, de modo que o crime passou a figurar como uma das
principais preocupações dos cidadãos brasileiros, ao lado do de- semprego. Somado
a isso, a população responsabiliza todos os entes federativos pelo problema, e
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não apenas o governo estadual, detentor das polícias civil e militar (KAHN e
ZANETIC, 2009).

Nas próximas aulas, você estudará as competências e as possibilidades


de cada ente federativo na promoção da ordem pública, no contexto de agravamento
dos problemas de violência e do crescimento da sensação de insegurança, que
impulsionou a União e os municípios a participarem mais ativamente da gestão
da segurança pública, independentemente de suas obrigações oficiais.

Esse contexto, conforme analisa Cano (2006), também englobou uma


mudança de paradigma na segurança pública, em que o fracasso das políticas
tradicionais de controle do crime cedeu espaço para reformas e iniciativas
inovadoras, que abordam a questão sob a ótica dos princípios democráticos e
dos direitos humanos, com o aperfeiçoamento dos órgãos do sistema de justiça
criminal, com a articulação de ações de repressão e prevenção à criminalidade, com
a integração sistêmica das instituições de segurança pública, com o investimento em
tecnologia, com o surgimento de novos atores e com a participação social.

4 - ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA PÚBLICA (1CAMARGO,


20?)

Toda vez que se fala em polícia no Brasil idealiza-se a instituição. Tratam-na


como se, de repente, vivêssemos num país onde tudo é maravilhoso e apenas a
polícia destoa desta regra. Age-se como se o policial seja um alienígena brutalizado
e incapaz que acabou de cair em um mundo perfeito onde ninguém comete erros.
Só ele os cometem. Caídos neste mundo perfeito, os policiais e suas atitudes
passam a ser questionados pelos idealistas do sistema, que não entendem que
razões levam a polícia a, em alguns casos, tratar com violência determinada pessoa.
É como se a violência não existisse e a polícia fosse a responsável por trazê-la ao
mundo, fosse causa dela e não sua consequência.

Pretende-se, desta forma, que a polícia brasileira seja diferente de qualquer


outra e não trate o criminoso como tal, mas como alguém que precise unicamente de
educação e seja ela o ente preparado exatamente para transmitir esta educação.

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Alberto Afonso Landa Camargo é Coronel da reserva remunerada da Brigada Militar do Rio Grande
do Sul, Professor graduado em Letras e em Filosofia, escritor com vários trabalhos publicados, e
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Vê-se a polícia como uma instituição destoante da realidade, uma polícia violenta
em uma sociedade que não é violenta, uma polícia corrupta em uma sociedade que
não é corrupta, uma polícia despreparada em uma sociedade cujo preparo é
exemplo para o mundo. Queres uma polícia educada e prestativa como se ela não
fizesse parte da mesma sociedade que nada tem de educada e de prestativa.

A polícia não só é um organismo mal conhecido quanto ao seu desempenho,


como as pessoas ignoram as suas missões e a sua capacidade de desempenhá-las
em razão dos diversos entraves que existem, sejam de condições materiais,
intelectuais ou humanas. Toda vez que a polícia é procurada por alguém, pretende
esta pessoa que ela seja capaz de resolver todos os seus problemas e não quer
saber o interessado se isto está dentro da sua competência ou não. Por não ser uma
instituição conhecida, a sociedade acaba mitificando a polícia e acreditando que ela
é aquela instituição retratada em filmes que dão notícia de uma incomum
competência e capacidade em tudo resolver. Não compreendem que a realidade
não é aquela dos filmes em que tudo se resolve em cerca de duas horas, terminando
a história com um longo beijo entre o casal de mocinhos. Diante disto, proliferam as
cobranças como se o crime fosse uma atividade a ser combatida unicamente pela
polícia. É como se isto não dependesse de um sistema judiciário ágil e eficiente, de
um acompanhamento do preso que lhe permita ser recuperado para a volta ao
convívio social e de medidas preventivas em todos os setores. Nem tudo, portanto,
que diz respeito ao crime é problema que deve ser enfrentado unicamente pela
polícia.

O fato é que não existem fórmulas prontas para que se tenha no Brasil uma
polícia que atenda os reclamos da sociedade. Aliás, mesmo nas sociedades mais
desenvolvidas temos visto que polícia nenhuma os atende na totalidade.

Esta idealização, a crença de que uma polícia deve ser capaz de resolver
tudo sem, em algum momento, usar a violência e que deva ser imune a erros e a
desvios de conduta, tem feito com que proliferem fórmulas que, sem qualquer
estudo, são apresentadas como milagrosas para que se crie uma polícia ideal.

Como modelo de polícia democrática já se apresentou até a ideia de


desmilitarização das polícias militares. Desconhece-se que a mera adjetivação, seja
ela de militar ou civil, não é responsável pela maior ou menor competência policial. O
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que importa é a sua destinação. Se ela, apesar de a adjetivação militar não for
destinada ou empregada nas atividades que pressuponham combates e tratos com
pessoas vistas como inimigas, mas preparada e empregada efetivamente como
polícia e voltada ao bem das comunidades, pouco importa que a sua estrutura seja
militar ou civil. Chega-se a tal contradição que, ao mesmo tempo em que se invoca a
necessidade de desmilitarização das polícias, clama-se pelo emprego das forças
armadas, que são militares por excelência.

A formação dos seus efetivos e a visão de que a sociedade deve sempre ser
vista como amiga, mesmo naqueles casos em que precisam ser coibidos crimes ou
simples desvios de conduta, é que vão determinar a sua maior ou menor eficiência e
não a mera adjetivação que unicamente define a sua estrutura como corpo.

Trata-se o Brasil como se o país fosse o único no mundo a ter uma polícia
adjetivada de militar. Desconhece-se que na Itália ainda existem os Carabinieri, a
Espanha ainda conte com a sua Guardia Civil (que apesar da adjetivação, é militar),
a França ainda disponha da Gendarmerie, o Chile possua uma das polícias mais
respeitadas da América Latina, os Carabineros, e a Holanda mantenha a
Rijkspolitie, todas elas organizações militares voltadas à atividade policial como o é
a Polícia Militar brasileira.

Uma polícia democrática, independente da adjetivação de civil ou de militar,


precisa deixar de ser conservadora, de centralizar-se em conceitos e comandos
apegados a tradições que fundamentaram sua criação e abdicar de manter-se
destoante das necessidades sociais como se a polícia não fizesse parte da mesma
sociedade que jura defender.

O estudo e a adequação de comportamentos policiais às necessidades e


interesses da comunidade tendem a fazer da polícia uma instituição democrática.
Ela assim será à medida que atenda as necessidades individuais e de grupos que
requerem seus serviços da mesma forma que atende os interesses dos governos,
desde que estes sejam voltados aos interesses da população, orientando suas
atividades conforme requeira o cidadão. Um policial amigo, prestativo, capaz de
resolver conflitos e consciente de que faz parte da sociedade e não é alijado dos
seus interesses, com certeza fará uma polícia democrática.
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Não é preciso, portanto, macromudanças nas instituições policiais para que


elas sejam democráticas. Basta que se mudem alguns comportamentos
relacionados com o trabalho e que o policial interprete que o crime e o criminoso são
coisas excepcionais e não a regra com que devem ser tratados os cidadãos.
(CAMARGO, 20?)

5 – POLÍTICAS PÚBLICAS: FORMULAÇÃO, IMPLANTAÇÃO, AVALIAÇÃO E


ACOMPANHAMENTO

5.1 Políticas Públicas na área de Segurança

Nas duas últimas décadas, o Brasil presenciou uma crescente preocupação


com as questões relativas à segurança pública e à justiça criminal. Uma verdadeira
obsessão securitária refletiu-se num nível jamais visto de debates públicos, de
propostas legislativas e de produção acadêmica.

Esta última se debruçou sobre as práticas de segurança e de justiça, ao


menos no contexto da redemocratização do país.

Não obstante, pouco tem sido feito, no âmbito político, para que se tornasse
tangível uma efetiva reforma dessas instituições, tendo como preâmbulo pesquisas
e conhecimentos provenientes tanto da maior participação coletiva na formulação,
implantação e acompanhamento de políticas públicas, quanto da disponibilidade
sem precedentes de pesquisadores aptos a discutir com o universo da política e das
instituições criminais as alternativas de reforma, dentro de um contexto de aumento
do quantum de cidadania e participação democrática.

Em outros termos, como bem lembrou Paulo Sérgio Pinheiro, a


redemocratização política do Brasil não foi ainda capaz de lançar suas luzes sobre
as práticas de nossas instituições criminais – estas, ao contrário, parecem resistir à
democratização, formando um enclave autoritário no cerne mesmo do Estado
democrático.

A violência letal, a superlotação dos presídios, rebeliões e mortes, os


horrores vividos pelos jovens em instituições como a Febem, o virtual abandono das
instituições manicomiais sem a contrapartida de um atendimento ambulatorial, o
desalento e a descrença nas medidas de recuperação dos presos e de cura dos
esquecidos dos manicômios judiciários, a tortura em delegacias de polícia e a eterna
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lentidão e alheamento das autoridades judiciárias são faces terríveis que apontam
para uma crise de longa data em nosso sistema criminal.

Neste momento, estamos nos perguntamos sobre as razões para todas


estas dificuldades e vendo, por toda parte, a expansão da segurança privada, a
disseminação de dispositivos eletrônicos de segurança, o aumento do sentimento de
insegurança e a constituição de verdadeiros enclaves fortificados em que a
tolerância em relação às violações das liberdades civis corre de par com a aceitação
das hierarquias e das múltiplas faces da exclusão social.

5.2 – Tipos de Políticas Públicas

Há quatro tipos de políticas públicas.

Políticas regulatórias. Estabelecem padrões de comportamento, serviço ou


produto para atores públicos e privados.

Políticas distributivas. Geram benefícios concentrados para alguns grupos de


atores e custos difusos para toda a coletividade/contribuintes.

Políticas redistributivas. Concedem benefícios concentrados a algumas


categorias de atores e implicam custos concentrados sobre outras categorias de
atores.

Políticas constitutivas. São regras sobre os poderes e regras sobre as regras,


ou seja, são aquelas políticas que definem as competências, jurisdições, regras de
disputa política e da própria elaboração de políticas públicas.

6 - O PODER DE POLÍCIA

Art. 78 do Código Tributário Nacional – Lei 5172/66

Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966). À
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Polícia incumbem funções exclusivas como a prevenção da criminalidade, bem


como a de investigar e apurar os delitos cometidos, quando o policiamento
preventivo falha, ou seja, não cumpre na íntegra sua tarefa, fornecendo assim
subsídios ao Poder Judiciário para que os criminosos sejam devidamente
processados, na forma da lei. É específico da instituição polícia.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia


quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

7 - ATRIBUIÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA.

7.1 POLICIA FEDERAL

VISÃO GERAL

Nome completo Departamento de Polícia Federal

Sigla DPF

Fundação 1944(70 Anos)

Tipo Polícia Judiciaria e preventiva federal

Subordinação Governo do Brasil

Direção superior Ministério da Justiça

Chefe Diretor Geral do DPF

ESTRUTURA JURÍDICA

Legislação Constituição Federal, art. 144, I e § 1º

ESTRUTURA OPERACIONAL

Sede SAS, Quadra 06, Lotes 09/10, Edifício


sede DPF - Asa Sul Brasília, DF, Brasil

Força de elite Comando de Operações Táticas

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