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Diante das dificuldades atuais, faz-se necessário conhecer mais sobre
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esses temas e como eles afetam o dia a dia da sociedade e do indivíduo, por
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fim. Vamos trazer uma luz a esses conteúdos tão importantes para aqueles
CY que estudam Contabilidade e, sobretudo, direcionada ao ramo das contas
CMY públicas.
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Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos, Tiago da Rocha
Contabilidade pública avançada / Graziana Olinda da Silva Matos; Johny Henrique Magalhães
Casado. – São Paulo: Cengage, 2020.
Bibliografia.
ISBN: 9786555580105
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Janguiê Diniz
Autoria
Graziana Olinda da Silva Matos
Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Sergipe, pós graduada
em Auditoria Governamental e Contabilidade Pública pela Faculdade de Administração
de Negócios de Sergipe - FANESE, Mestranda em Economia pela Universidade Federal de
Sergipe. Atualmente é Contadora do Instituto Federal de Sergipe e Conteudista DTCOM.
Prefácio..................................................................................................................................................8
UNIDADE 1.....................................................................................................................................11
Introdução.............................................................................................................................................12
1. Contabilidade Tributária.................................................................................................................... 13
PARA RESUMIR...............................................................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................31
UNIDADE 2.....................................................................................................................................33
Introdução.............................................................................................................................................34
1. Tributos e planejamento.................................................................................................................... 35
2. Fato Gerador...................................................................................................................................... 38
3. Crédito Tributário............................................................................................................................... 41
4. Planejamento Tributário.................................................................................................................... 45
PARA RESUMIR...............................................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................50
UNIDADE 3.....................................................................................................................................51
Introdução.............................................................................................................................................52
1. Diferenças temporárias...................................................................................................................... 53
PARA RESUMIR...............................................................................................................................67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................68
UNIDADE 4.....................................................................................................................................69
Introdução.............................................................................................................................................70
1. Ajustes fiscais..................................................................................................................................... 71
2. Lucro Real...........................................................................................................................................73
3. Lucro Presumido................................................................................................................................ 77
4. Simples Nacional................................................................................................................................ 79
PARA RESUMIR...............................................................................................................................83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................84
PREFÁCIO
Nesta segunda unidade vamos tratar dos principais assuntos relacionados com
as demonstrações contábeis aplicadas à área pública, que merece uma atenção
especial já que a contabilidade realizou uma série de adaptações em relação às suas
normas e regulamentos. Aqui será possível conhecer os principais pronunciamentos
aplicados a área pública, que visam tornar as demonstrações mais transparentes e
que possam de fato representar as mutações do patrimônio do setor. Serão abordadas
também nesta unidade as principais contas que compõem o balanço orçamentário, o
balanço financeiro e o balanço patrimonial do setor público, além de explicar algumas
especificidades da programação financeira e das contas financeiras. Por fim, falaremos
sobre os lançamentos contábeis financeiros que são necessários para o controle
patrimonial do patrimônio das entidades do setor público.
Bons estudos!
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1. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Sabemos que a Contabilidade é uma ciência e, como tal, é subdividida em algumas
ramificações, como, por exemplo, Contabilidade de Custos, Contabilidade Pública, Contabilidade
Fiscal, Auditoria, Perícia, Contabilidade Social, entre outros. Cada ramo da Contabilidade é
responsável por um objeto de estudo. No caso da Contabilidade Tributária, seu objeto de estudo
são os tributos. Eles são divididos em impostos, taxas e contribuições, e cada um possui suas
particularidades, suas formas de apuração e de escrituração.
Assista aí
A apuração contábil está ligada diretamente aos impostos, pois é a partir dessa primeira
análise que irá ser definido os tipos de impostos e valores. É como se fosse uma apreciação inicial
sobre o imposto que será recolhido.
Para conseguir ter sucesso na apuração contábil, torna-se necessário realizar um prévio
planejamento tributário, com análise detalhada do regime fiscal mais adequado para a empresa;
e um estudo sobre a legislação tributária; sempre atrelando ao ramo de atividade da empresa
que está sendo analisada, às especificidades de faturamento e aos tipos de impostos pagos.
De acordo com Marion (2011, p. 16), a Contabilidade pode ser definida como “Importante
no processo de tomada de decisão porque coleta todos os dados econômicos, mensurando-os
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Após a escolha ser feita, o contador irá realizar a apuração e escrituração contábil baseado
nos impostos e tributos que a empresa irá pagar, de acordo com o regime tributário da empresa,
como veremos a seguir:
Lucro Real
O Imposto de Renda e a Contribuição Social de Lucro Líquido terão como base de cálculo
o valor total do faturamento da empresa.
Lucro Presumido
A base de cálculo desses dois tributos estará relacionada com o que a empresa presumir
de faturamento, não sendo um valor preciso, visto que nesse tipo de regime é permitido
realizar apurações baseadas no tipo da empresa, seu faturamento e nas especificidades
das transações realizadas
Simples Nacional
#PraCegoVer: Vemos na imagem um executivo estudando dados e gráficos para poder realizar
a apuração contábil de uma empresa.
A apuração contábil, também pode ser entendida como o passo que antecede ao lançamento
contábil, onde, de acordo com o Manual de Contabilidade (2011, p. 143): “Representa o registro
de um fato que afeta o patrimônio da empresa, de forma qualitativa ou quantitativa, ou seja, um
FATO CONTÁBIL”.
Os fatos qualitativos são aqueles que não alteram o valor final do lucro empresa, como
definido no Manual de Contabilidade (2011, p. 144):
São os fatos que não provocam alterações no valor do PATRIMONIO LÍQUIDO. Apenas permutam os
elementos patrimoniais ATIVOS e/ou PASSIVOS. Há somente alterações qualitativas no patrimônio.
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Exemplo:
a) Compra de mercadorias, à vista (há a troca de bens por bens, isto é, mercadorias por moeda,
tudo dentro do ATIVO);
b) Compra de mercadorias, a prazo (há somente a troca de bens por obrigações, isto é, mercadorias
por duplicatas a pagar ou fornecedores, ou seja, só movimenta ATIVO e PASSIVO)
Os fatos quantitativos vão representar alterações no valor do lucro da empresa, e podem ser
de duas formas, como descreve VELTER et. al. (2011, p. 145-146):
AUMENTATIVO
a) Recebimento de aluguel relativo a imóvel da entidade (há uma receita e movimentação positiva
no caixa, lembrando que as receitas aumentam o PL).
DIMINUTIVOS
Os impostos são escriturados de forma que, ao final do período, irão alterar o valor do
patrimônio, pois serão escriturados como despesas com impostos, para posteriormente serem
compensados, ou seja, recolhidos para pagamentos.
Existem também alguns impostos que deixarão valores a recuperar, como é o exemplo do
ICMS, que, ao final da realização da venda, a empresa poderá recuperar o valor pago desse
imposto. Nesse caso, ele entrará como forma positiva na empresa, sendo escriturado e lançado
como receita, aumentando o patrimônio líquido.
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Figura 2 - Escrituração
Fonte: Phovoir, Shutterstcok, 2020
O Código Civil, descrito na Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, reserva um capítulo da Lei
para tratar sobre escrituração contábil, vamos analisar alguns dos artigos a seguir (BRASIL, 2002):
§ 1 o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados.
§ 2 o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970 .
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído
por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do
balanço patrimonial e do de resultado econômico.
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de
postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.
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Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade
empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios.
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174 , a escrituração ficará sob a responsabilidade de
contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.
Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil,
por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras,
emendas ou transportes para as margens.
Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro
próprio, regularmente autenticado.
Como podemos observar, a escrituração contábil está prevista em Lei e tem algumas
características específicas como: o idioma e a moeda que devem ser nacionais, a obrigatoriedade
da ordem cronológica dos lançamentos, ao fato de que devem estar todos os lançamentos
descritos nos livros fiscais e que esses livros deverão ser autenticados em órgão competente.
Além disso, cada empresa deverá realizar anualmente o balanço patrimonial e a demonstração do
resultado do exercício, documentos que deverão ter a assinatura do contador responsável, além
de obedecer a todas as regras e procedimentos contábeis.
Alguns livros fiscais contábeis são obrigatórios, como podemos ver no artigo da Lei descrita
acima. O Livro Diário é um deles, e é também considerado um dos mais importantes, pois é
responsável por registrar todos os lançamentos contábeis, todos os valores e as contas envolvidas
no processo de escrituração. Além do Diário, temos o Livro Caixa, de registro de duplicatas, razão,
de inventário, entre outros.
Assista aí
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De acordo com o descrito acima, entendemos que os impostos diretos são aqueles que a
contribuinte paga sem intermediação de terceiros, aos cofres públicos, ou seja, o imposto é de
responsabilidade da pessoa física ou jurídica que tem o fato gerador de sua competência.
Para fixarmos o assunto, vamos analisar na prática a partir de um exemplo. Imagine que
você é proprietário de um imóvel residencial e que, após adquirir o imóvel, você recebeu uma
notificação da Prefeitura de sua cidade que está devendo o valor do Imposto sobre a Propriedade
Predial e Territorial Urbana (IPTU). Perceba que nessa situação hipotética, a Prefeitura notificou
o pagamento referente ao IPTU, sem o intermédio de outra pessoa, diretamente a você, que é
proprietário do imóvel.
A partir do exemplo acima, ficou claro que os impostos diretos são aqueles que têm como
contribuinte o proprietário do bem, ou do direito que gere o imposto. Outro exemplo que
podemos narrar é com relação ao IPVA: nele, o valor do pagamento do imposto irá recai sobre o
proprietário do veículo automotor.
Agora que conseguimos definir e diferenciar os impostos diretos, vamos seguir o estudo de
sua apuração. Como os impostos diretos requerem apenas um contribuinte, que é o contribuinte
final, ele é de fácil compreensão quanto à forma e método de apuração:
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#PraCegoVer: Vemos na imagem Duas mãos, onde a da direita passa dinheiro para a mão que
está à esquerda. Dois outros impostos diretos são: o Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis
(ITBI) e o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Ambos têm como fato gerador
o aumento da renda do contribuinte: seja no caso do ITBI, por doação entre pessoas que estejam
vivas; ou como no caso do ITCMD, por herança ou posse, no caso de morte do doador.
Sendo assim, os impostos indiretos são pagos por contribuintes que não deram origem ao
fato gerador, para poder entender melhor como funciona o pagamento dos impostos indiretos,
vamos analisar alguns exemplos
Exemplo 01:
Como podemos observar no exemplo acima, o valor dos impostos IPI e ICMS, serão pagos no
final da transação pelo consumidor final. Dessa forma, esses impostos são considerados indiretos,
pois são pagos não pelo contribuinte que gerou o fato gerador, e, sim, pelo consumidor final.
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Essa forma de apuração e metodologia de lançamento dos impostos indiretos exige atenção,
pois, no momento da venda da mercadoria, será necessário destacar o valor dos impostos.
Lembrando sempre que o valor do IPI estará relacionado como imposto “por fora” da nota, uma
vez que o seu valor não estará agregado no valor da mercadoria, como visto no exemplo. E o
ICMS é considerado um imposto “por dentro”, visto que o seu valor já está relacionado no valor
da mercadoria.
De acordo com Sabbag (2012, p. 410), o imposto indireto é aquele em que: “o ônus financeiro
do tributo é transferido ao consumidor final, por meio do fenômeno da repercussão econômica,
não ligando o ônus tributário a um evento jurídico ou material e não dispondo de um parâmetro
direto para apurar a capacidade econômica do contribuinte”. Logo, ele será sempre pago e
creditado pelo consumidor final do produto, independentemente do fato que precedeu a sua
geração e da competência do contribuinte.
Assista aí
Quando o imposto é cobrado à pessoa jurídica, sua alíquota vai variar de diversas formas. Para
saber o valor do imposto que será cobrado, é necessário saber o regime de tributação que a empresa
adota, pois isso irá interferir diretamente no valor do imposto. De acordo com Sabbag (2012, p. 1135):
A base de cálculo do imposto é a soma de fatores algébricos positivos e negativos que se agregam ao
patrimônio, conforme se depreende do art. 44 do CTN. É o montante real, arbitrado ou presumido, da renda
e dos proventos de qualquer natureza. Aliás, é bom que se memorize que não existe ‘renda presumida’.
Presumido ou arbitrado pode ser o montante da renda. Adota-se, no Brasil, um critério de aferição de base
de cálculo ‘pelo montante absoluto da renda ou provento’ (critério global o unitário”, segundo o qual as
alíquotas incidem sobre o total dos rendimentos, independentemente de sua origem ou razão.
Como descrito acima, no Manual de Direito Tributário, podemos observar que o IR terá base
de cálculo diferenciada caso a empresa seja optante do regime de tributação de Lucro Real.
Sendo assim, a base de cálculo do imposto estará relacionada ao faturamento real bruto da
empresa. Caso ela seja optante do Lucro Presumido, a base de cálculo será o faturamento que a
empresa presumiu, baseado nos lançamentos realizados.
O regime de tributação de Lucro Real é aquele que exige da empresa um sistema contábil
mais detalhado, pois será necessário ser lançado todos os registros contábeis que ocorrerem,
bem como ser discriminado o tipo de lançamento e a conta contábil que foi realizada. Nesse
regime, são permitidos alguns ajustes fiscais, denominados adições, exclusões e compensações.
A fórmula para encontrar o valor do Lucro Real da empresa é definida pelo faturamento bruto,
adicionado pelo ajuste de adição, e subtraído pelo valor das exclusões e compensações. O
resultado dessa equação será definido pelo Lucro Real da empresa.
Para realizar a apuração do Imposto de renda nesse método de Lucro real, é necessário
que, ao final da operação, para achar o valor do Lucro Real, o contador aplique o percentual de
imposto estabelecido para a empresa. Vale destacar que o valor da alíquota será diferenciado
pelo ramo de atividade da empresa.
FIQUE DE OLHO
A Receita Federal, entendendo a complexidade do assunto, criou no seu site um capítulo
destinado à explicação do IR para empresas que optem pelo regime de lucro real, com algumas
perguntas e respostas sobre o tema. Esse capítulo pode ser conferido no link: http://receita.
economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf-escrituracao-
contabil-fiscal/erguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2019-arquivos/capitulo-xiii-irpj-lucro-
presumido-2019.pdf.
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Art. 1º Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao
financiamento da seguridade social.
A CSLL é destinada exclusivamente para financiar a seguridade social, nas esferas de saúde,
assistência e previdência; e possui um comportamento semelhante ao IR quanto à forma de
apuração. O valor a ser pago por essa contribuição estará vinculado diretamente à escolha do regime
de tributação, para que seja definida a base de cálculo do imposto e a alíquota que será aplicada.
Quanto ao percentual de alíquota da CSLL, a Legislação faz uma separação por percentual
também baseada no ramo de atividade da empresa, como visto nos artigos da Lei nº 7.689, de 15
de dezembro de 1988 (BRASIL, 1988):
De acordo com o descrito pela Lei citada acima, podemos separar as alíquotas de três formas:
um percentual de 15% para empresas de seguros privados, e as descritas na da Lei Complementar
nº 105, de 10 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001), que são:
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IX – cooperativas de crédito;
Ainda temos um percentual de 9% para as empresas que não estejam enquadradas nos
incisos descritos acima, garantido na Lei Complementar nº 105. Sendo assim, podemos dizer que
a grande maioria das pessoas jurídicas que funcionam no Brasil, serão tributadas com o valor do
percentual de 9% sobre o Lucro Bruto, o que irá diferenciar é a base de cálculo que poderá ser
Lucro Real ou o Lucro Presumido.
FIQUE DE OLHO
Por ser um tributo de competência Federal, e possuir diversas particularidades quanto à sua
alíquota e base de cálculo, a Receita Federal buscou uma forma de orientar os contribuintes,
criando em seu site oficial um documento com considerações relevantes sobre o tema, como a
sua forma de apuração, alíquotas, entre outras curiosidades. Esse documento pode ser consultado
no seguinte link: http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/tributos/CSLL.
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O ISS possui uma variação quanto às alíquotas, que variam entre 2% a 5%, a depender do tipo
de serviço que a pessoa jurídica exerça. Por ser considerado um imposto direto, a sua apuração é
bem simplificada, e, tem como base de cálculo, o valor do serviço executado, o qual é aplicado à
alíquota referente ao serviço.
Segundo Sabbag (2012), alguns Municípios brasileiros, mesmo podendo legislar e cobrar o
ISS, não o fazem, por entender que, no Município em questão, não exista necessidade para tal
cobrança. Muitas vezes, o Município não tem condições de realizar a cobrança, por não ter órgão
competente para realizar a sua arrecadação, ou pessoal qualificado para legislar sobre o tema; ou
por ser de pequeno porte e não possuir viabilidade quanto a sua aplicação.
I - pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação
do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas
subsidiárias, com base no faturamento do mês;
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III - pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das receitas
correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas.
§ 3º Para determinação da base de cálculo, não se incluem, entre as receitas das autarquias, os
recursos classificados como receitas do Tesouro Nacional nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
da União.
Como podemos ver no artigo da Lei descrita acima, a abrangência do PIS/PASEP é bem
diversificada e engloba tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto as pessoas jurídicas
de direito privado. A Legislação brasileira ainda trata sobre os percentuais de alíquotas, que
possuem várias formas como podemos observar no artigo da Lei nº 9.715, de 25 de novembro de
1988 (BRASIL, 1988):
Art. 8º A contribuição será calculada mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes
alíquotas:
III - um por cento sobre o valor das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes
e de capital recebidas.
Vamos entender o funcionamento das alíquotas, e estudar cada caso exposto na Lei.
Inicialmente, será cobrado o valor de 0,65% sobre o faturamento da empresa. Nesse caso, se
a empresa optar pelo Lucro Real, presumido e simples nacional, o valor da base de cálculo será
diferenciado em cada caso.
A segunda alíquota cobrada é a de 1%. Nesse caso, a base de cálculo será sobre a folha de
salários; logo a empresa que tiver um maior número de funcionários, irá ter o valor a ser pago
do imposto em maior quantidade. Em seguida, temos a alíquota de 1% também, só que dessa
vez aplicada sobre as receitas correntes arrecadadas e as transferências de receitas corrente
e de capital que foram recebidas. As receitas correntes são, de acordo com a Lei n° 4.320, de
17 de março de 1964 (BRASIL, 1964): “as receitas tributária, de contribuições, patrimonial,
agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado”.
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Conforme o dispositivo legal, podemos observar que a COFINS irá incidir sobre toda a receita
que a empresa declarar no mês, independentemente se a receita é classificada como corrente ou
de capital, e que ela abrange a todas as pessoas jurídicas.
Dessa forma, entendemos que para cálculo e apuração da COFINS será aplicado o percentual
de 7,6% sobre a base de cálculo, que é a receita declarada; e que o seu valor será arrecadado
mensalmente, de acordo com a legislação.
Um fato que também deve ser destacado sobre a COFINS, é o que está descrito no Manual de
Direito Tributário, 2012 (SABBAG, 2012, p. 538), que diz:
Sendo assim, também será cobrado o valor da contribuição para importação e serviços de
cunho estrangeiro, abrangendo ainda mais a sua atuação.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre os principais tributos que existem, como o ISS, PIS e COFINS, e
saber realizar a apuração de cada um deles.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARION, J. C. Contabilidade Empresarial, 2011, 3 Ed. São Paulo, Editora Atlas S.A.
2011. SABBAG, E. Manual de Direito Tributário, 2012. 4. Ed. São Paulo, Saraiva 2012.
VELTER, F et al. Manual de Contabilidade 2011. 8. Ed. Rio de Janeiro, Elsevier 2011.
UNIDADE 2
Elisão
(Planejamento Tributário)
Introdução
Olá!
Além disso, vamos entender sobre as diferenças entre elisão e evasão fiscal; aprender
os procedimentos para realizar um diferimento do crédito tributário, e para realizar uma
eficiente gestão de planejamento tributário; e conhecer quais os tipos de planejamento
existentes, como o planejamento estratégico, operacional e tático.
Bons estudos!
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1. TRIBUTOS E PLANEJAMENTO
Os tributos, impostos, taxas e contribuições estão no dia a dia de todas as empresas, seja uma
empresa de pequeno porte, ou uma multinacional. Logo, para lidar com os pagamentos que quase
diariamente fazem parte do funcionamento de elas, é muito importante o planejamento tributário.
Assista aí
De acordo com Huck (1997, p. 44-45): “Elisão é uma série de conduta destinada a evitar,
reduzir ou retardar o envolvimento do indivíduo na relação tributária, mediante a utilização de
meios legalmente permitidos”. Temos também a definição de Dória (1971, p. 21) que diz que
a elisão é quando o “Agente visa a certo resultado econômico, mas, para elidir ou minorar a
obrigação fiscal que lhe está legalmente correlata, busca, por instrumentos sempre lícitos outra
forma de exteriorização daquele resultado dentro do feixe de alternativas válidas que a lei lhe
ofereça (...)”. Diante dos conceitos apresentados, podemos entender que a elisão fiscal é uma
alternativa, permitida por Lei, com o objetivo de reduzir o pagamento dos impostos, para que,
ao final do exercício, a empresa possa pagar menos imposto, sem ferir os preceitos fiscais, e
consequentemente vir a pagar multa no futuro.
Essas alternativas que a elisão possibilita estão dispostas em lei, seja porque o legislador
deixou de exigir para determinado fato o tributo, seja porque deixou brechas legais, ou porque
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apenas não emitiu uma legislação específica e complementar sobre o tema. Desse modo, o
contador deverá estar atento a todos os preceitos legais e tributários, para que possa promover
uma eficiente gestão fiscal e não incorrer em evasão tributária, estando sempre atualizado com
as normas e alíquotas dos tributos.
Ainda podemos deixar claro que o processo de elisão fiscal só poderá ser eficiente e eficaz
se a empresa estiver realizando periodicamente o planejamento tributário, mediante dados e
levantamentos das transações da empresa, dos lançamentos contábeis realizados, e do regime de
tributação escolhido. No entanto, deve-se estar sempre atento para que não incorra numa evasão
fiscal, já que a elisão e a evasão andam lado a lado, e que vale destacar que uma é ilegal e a outra
é permitida. Ou seja, se o contador por ventura acabar recaindo na evasão fiscal a empresa irá
sofrer as penalidades, sendo obrigada a pagar multas.
De acordo com Torres (2003, p. 177), dentre os fatores que motivam a evasão fiscal, estão:
“Complexidade do sistema tributário, o excessivo número de regimes tributários, com alíquotas
elevadas e poucas faixas de progressividade, o crescimento da carga tributária total, de conjunto,
tendo em vista o somatório dos vários tributos, ou mesmo a ineficiência administrativa no
controle dos ilícitos fiscais”.
Segundo Oliveira (2008), a evasão se diferencia da elisão, pois o primeiro é utilizado para
exprimir a sonegação fiscal mediante procedimentos ilícitos; enquanto o segundo se refere a
casos de ações legai do contribuinte para reduzir ou evitar o pagamento de tributos.
Devemos ter em mente que o processo do planejamento tributário trará benefícios à empresa
e deverá ser executado em todos os passos e procedimentos, obedecendo sempre as regras e
legislações vigentes, para que seja ocorrido um sistema de elisão fiscal, e se atentando sempre aos
procedimentos contábeis, para que não entre no processo de evasão fiscal (Silvia Coutinho, 2019).
Também devemos entender que a elisão e a evasão são procedimentos que fazem com que a
empresa não pague determinados tributos. No entanto, apenas a elisão é permitida na legislação
tributária brasileira. Além disso, a evasão trará consequências, como o pagamento de multas e
juros, além de, a depender do caso, fazer com que a empresa não seja contratada por órgãos
públicos, sendo proibida a sua participação em licitações públicas.
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Assista aí
2. FATO GERADOR
O Fato Gerador antecede a cobrança dos tributos, para que seja cobrado o valor referente ao
seu pagamento.
Sendo assim, podemos assimilar da definição de Falcão, que o que gera a cobrança do imposto
não é por si só o fato gerador que ocorre dentro da empresa, mas a própria legislação que cria
e autoriza a sua cobrança. Se uma empresa por ventura vier a realizar um fato gerador, e dentro
desse fato não tiver nenhum ordenamento jurídico lhe imputando a sua cobrança, a mesma não
está obrigada a pagar nenhum imposto relativo a esse fato.
Vamos agora conhecer o fato gerador dos principais impostos que abrangem as pessoas
jurídicas brasileiras. Inicialmente vamos analisar um imposto de competência municipal que
é o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Esse imposto é regulamentado na
Constituição Federal, no artigo 155, inciso II, e abrange a cobrança do valor do imposto para toda
a prestação de serviço.
Analisando esse imposto em particular, podemos entender o fato gerador como sendo a
simples execução do serviço, seja por meio de pessoa física ou jurídica, que gera um fato gerador
da cobrança, pois já existe uma legislação anterior que o autoriza.
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Presumido, ou o Lucro Real. Em ambos os casos, para que seja tributada a CSLL, empresa deverá
ter como fato gerador o Lucro Líquido da empresa. Nesse caso, o fato gerador do tributo é de fácil
percepção, por ser apenas um acontecimento que irá gerar a obrigatoriedade do pagamento.
Diante dos exemplos descritos acima, podermos identificar o fato gerador de cada tributo,
sabendo que para cada fato existe uma legislação anterior e que essa legislação precisa estar
vigente para que o imposto possa ser efetivamente cobrado. No que diz respeito à elisão fiscal,
diante do fato gerador, o que é necessário é que o contador, ao analisar o fato de cada tributo,
possa identificar uma maneira de que aquela empresa não venha gerar aquele fato e, dessa
forma, possa não pagar o tributo especificado.
A não ocorrência do fato gerador, não pode acontecer, em nenhuma hipótese, se não tiver
tido um planejamento tributário anterior, o qual irá orientar o contador, por meio de práticas
legais, evitando uma evasão fiscal. O Código Tributário Nacional, descrito na Lei nº 5.172, de 25
de outubro de 1966 (BRASIL, 1966), traz alguns artigos que trata sobre o fato gerador do tributo,
que iremos analisar:
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Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes
os seus efeitos:
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
Diante dos artigos descritos da Lei, podemos destacar algumas considerações que são
relevantes no processo de não ocorrência do fato gerador. Como exposto nos artigos 114 e 115,
o fato gerador tem uma obrigação principal e uma acessória. Imagine que uma empresa tenha
adquirido uma mercadoria para revenda. Nessa compra de material de estoque, a obrigação
principal do tributo foi gerada, que pode ser definida como a compra da mercadoria. No entanto,
a obrigação acessória, está relacionada com o fato da escrituração contábil, e diz respeito ao
lançamento do fato nos livros fiscais, por meio do qual será tributado e calculado o valor do
imposto. Perceba que o simples fato da aquisição de mercadoria da empresa não configura o
pagamento do tributo, se a mesma não realizar a obrigação acessória que é o lançamento e
registro contábil. Dessa forma, podemos entender que a não ocorrência do fato gerador está
ligada diretamente a obrigação acessória, pois nesse momento a empresa poderá não efetivar o
lançamento dos registros contábeis e não efetivar a escrituração do imposto.
39
Analisando o Código Tributário Nacional, 1966 (BRASIL, 1966), temos o artigo abaixo:
3. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O crédito tributário é a etapa seguinte ao fato gerador e apresenta aspectos e características
próprias que devem ser seguidas e analisadas em cada caso, para que o pagamento do imposto
seja efetivado e para que a empresa não incorra em evasão fiscal.
Assista aí
Assim como o crédito tributário é criado no momento do lançamento, ele também pode ser
extinto, em determinados momentos, como os apresentados na Lei nº 5.172, de 25 de outubro
de 1966 (BRASIL, 1966):
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a
ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.
Como podemos observar, as hipóteses de extinção do crédito tributário podem ser separadas de
duas formas: uma, é o momento relacionado ao seu pagamento, compensação, transação e remissão;
e a outra ligada à prescrição e decadência, decisão judicial passada, e conversão de depósito.
41
FIQUE DE OLHO
O Código Tributário Nacional, descrito na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, trata no
Título III, sobre algumas considerações do crédito tributário, como o lançamento, as modalidades
do lançamento, a suspensão, entre outras informações relevantes, que vale a pena serem
estudadas e analisadas. Você pode encontrar a Lei no link a seguir: http://www. planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm.
3.2 Diferimento
O credito tributário possui algumas diferenças de manifestação e uma delas é o chamado
diferimento. O termo diferimento significa adiar, ou demorar. Quando diz respeito a diferimento
tributário, o termo significa que o tributo será adiado da data de pagamento e o seu valor será
liquidado em momento posterior.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas
ou jurídicas;
Para conseguir compreender melhor, vamos analisar a definição de Melo (2009, p. 309), que
descreve diferimento como “uma técnica impositiva de deslocamento da exigência do tributo
para o momento posterior à ocorrência do fato gerador, com a imputação da responsabilidade de
seu recolhimento a terceiro”. Podemos entender que o diferimento tributário permite à empresa
adiar o pagamento do imposto. Isso ocorre geralmente para impostos indiretos, como é o caso do
ICMS, que a obrigação de pagamento do imposto decorre ao consumidor final.
Para entendermos melhor, vamos analisar uma situação hipotética do caso de diferimento do
imposto. Imagine que a empresa Gados e Cia, adquiriu no Estado de São Paulo 100 unidades de
gado, no valor de R$ 10.000,00. Após um mês, a empresa vendeu 50 unidades para a empresa
Carvalho Ltda, no valor de R$ 7.000,00, também no Estado de São Paulo, onde a alíquota do
ICMS é de 17%. A empresa Carvalho, por sua vez, após um curto período de tempo, vendeu 30
42
unidades para a empresa Gados Souza, no estado da Bahia, onde a alíquota é de 18%, no valor
de R$ 8.000,00. Diante da situação apresentada, podemos considerar que na transação descrita
o ICMS das 30 unidades vendidas para a empresa Gados Souza deverá ser diferido do momento
que a empresa Gados e Cia realizou a venda. O pagamento do ICMS da transação da venda de 50
unidades, só foi efetivado em 30 unidades, no momento que ocorreu a venda para a Bahia.
Vamos ressaltar aqui que o termo diferimento apresenta algumas particularidades, e cada
caso deverá ser analisado separadamente, pois em alguns momentos vai significar isenção do
crédito, e em outras o adiamento do pagamento.
Figura 2 - Diferimento
Fonte: Modella, Sutterstock, 2020
#PraCegoVer: A imagem mostra três pilhas de moedas sendo lançadas para uma pilha de
moedas com uma lupa no meio, em alusão ao diferimento.
43
4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O planejamento tributário é um fator importante para realizar a elisão dos impostos na
organização financeira. Para tanto, é necessário que o contador esteja atento às formas e tipos de
planejamento, e os adeque à realidade de cada instituição.
FIQUE DE OLHO
Um bom planejamento trará resultados bastante positivos dentro da organização financeira,
sendo um procedimento que não pode ser deixado de lado. Para entendermos o processo de
planejamento e sua importância na realização dos objetivos, você pode assistir ao filme “O
homem que mudou o jogo”, que trata da história do dirigente Billy Beane que mudou a forma de
gerir o seu clube, depois de ser surpreendido com um corte de orçamento.
Ele está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável. Logo, tem
que levar em consideração o ambiente da empresa e do mercado, que são diversificados
e mutáveis. Por exemplo, em um mês a empresa pode aumentar seus concorrentes, ou
até mesmo a demanda diminuir, ou a inflação aumentar.
44
Ele deve estar orientado para o futuro. Essa classificação está ligada diretamente a um dos
princípios contábeis que é o de continuidade, que diz que a empresa, ao ser estabelecida,
deverá ter a intenção de manter suas atividades por tempo indeterminado. Portanto, o
planejamento estratégico tributário sempre tem que ser considerado a continuidade da
empresa no mercado, para assim estabelecer as metas e objetivos.
Diante de todas as classificações que Matos estabeleceu, essa última é a que irá fechar
e convergir para todos os acontecimentos da organização, pois diz que o planejamento
deverá ser utilizado para que todos os usuários adquiram conhecimento dentro da
organização. Portanto, o planejamento tributário estratégico deverá finalizar apontando
a todos os usuários e interessados um método de aprendizado que deverá ser levado
em consideração durante todo o processo de funcionamento da empresa.
45
De acordo com Silva, (1996, p. 29), o propósito desse planejamento pode ser definido como:
“diretrizes e intenções presentes que, com base na situação atual e tendo em vista os recursos
disponíveis, procura maximizar os resultados no período. O propósito do plano operacional é
medir a eficiência de cada unidade administrativa e globalmente do Governo”.
Por exemplo, a empresa Soares Ltda, quer adquirir 30 caixas de sapatos de um fornecedor
da Bahia, com a alíquota do ICMS de 18%. No entanto, essa mesma mercadoria está sendo
vendida na cidade de São Paulo, pelo mesmo preço, e lá alíquota do imposto é 17%. Antes de
adquirir as 30 caixas de sapatos, o contador deverá realizar uma prévia dos lançamentos que irão
incidir sobre aquele fato, para só depois avaliar qual a melhor estratégia de compra. Se o valor da
mercadoria é igual nos dois estados, deve-se questionar por que não comprar no estado com o
valor da alíquota menor. No entanto, outros custos deverão ser analisados, como frete, despesas
com seguro, para que se possa ter uma eficiente gestão do valor da empresa e se realize por fim
uma redução dos custos e tributos.
Oliveira et al. (2014, p. 23) aponta que “falta de planejamento estratégico tributário pode
deixar a empresa mal preparada para os investimentos futuros, devido a uma possível insuficiência
de caixa, gerando um desgaste desnecessário de investimentos forçado para cobertura de gastos
que não estavam previstos”.
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
DÓRIA, A. R. S. Elisão e evasão fiscal. São Paulo: Livraria dos Advogados, 1971
FALCÃO, A. A de. Fato gerador da obrigação tributária. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense,
1997.
MATOS, F. G. et al. Visão e ação estratégica. São Paulo: Editora Makron Books, 1999.
OLIVEIRA, L. M.de et al. Manual de contabilidade tributária. 13. ed. São Paulo: Atlas,
2014.
SABBAG, E. Manual de Direito Tributário, 2012. 4. Ed. São Paulo, Saraiva 2012.
Bons estudos!
51
1. DIFERENÇAS TEMPORÁRIAS
Sabemos que a Contabilidade Tributária é um ramo específico da contabilidade que estuda os
tributos, sua apuração, registro e controle. Dentro desse ramo, temos as diferenças temporárias,
que são apresentadas em alguns tipos de procedimentos contábeis. No tema a seguir vamos
estudar essas diferenças temporárias, e proceder quanto a forma de apuração e registro das
mesmas, no processo de definição do lucro líquido da empresa.
b. receita contabilizada, mas ainda não recebida, relativa a contratos de longo prazo de
construção por empreitada ou de fornecimento de bens ou serviços, quando celebrados
com o governo ou entidades do governo;
52
Diante dos conceitos apresentados, podemos entender que as diferenças temporárias são
divididas de duas formas: as tributáveis e as dedutíveis. Nas diferenças tributáveis, o cálculo
se dá pela subtração de valores que são definidos como tributáveis, em prejuízos fiscais, ou
lucros de exercício futuros. Esses valores só podem ser calculados quando são possíveis de ser
recuperados ou liquidados. Já as diferenças temporárias dedutíveis, são realizadas em valores
que são dedutíveis do lucro tributável.
Assista aí
53
A obrigação fiscal diferida deve ser reconhecida com relação a todas as diferenças
temporárias tributáveis, exceto se decorrente da compra de ativo não dedutível.
Um ativo fiscal diferido deve ser reconhecido para todas as diferenças temporárias
dedutíveis, quando satisfizer uma das seguintes condições:
(a) haja expectativa de geração de lucro tributável no futuro, contra o qual se possa
utilizar essas diferenças, demonstrada em planos e projeções da administração; ou
Portanto, entendemos que os registros das diferenças devem ser classificados assim quando
houver expectativa de obtenção de lucros futuros e quando houver obrigação fiscal diferida, que
possa ser compensada.
54
Os ativos fiscais diferidos são os ativos que sofrem interferência quanto às diferenças
temporárias, e que são, segundo o CPC 32 (BRASIL, 2009, p. 3):
Esses ativos possuem uma particularidade quanto a forma de apuração das diferenças, e
devem ser reconhecidos mediante o seu surgimento no momento do resultado da empresa. De
acordo com Kronbauer et al. (2010), os ativos fiscais diferidos se originam devido às diferenças
de natureza temporal de reconhecimento de receitas e despesas. As diferenças temporárias
dedutíveis dão origem aos ativos fiscais diferidos, valores que serão deduzidos no cálculo do
resultado tributável de períodos futuros, época em que o valor contábil do ativo será recuperado.
Além disso, os ativos fiscais diferidos podem também ter origem por outras situações, como, a
ocorrência de prejuízos fiscais compensáveis em períodos futuros; ou a adoção de diferentes
critérios de mensuração de elementos do ativo e do passivo. (KRONBAUER et al., 2010, p. 70)
No entanto, esses ativos podem ocorrer de diversas formas, causando algumas dúvidas no
momento da sua mensuração. Segundo Kronbauer et al. (2010, p. 69): “Embora a Deliberação
n° 273/98 da CVM estabeleça critérios para o reconhecimento e a contabilização desses ativos,
existe margem, dentro desses critérios, para reconhecimento dos ativos em maior ou menor
grau, com reflexos na composição do patrimônio e no resultado das empresas”.
Os ativos diferidos são apenas uma das formas das diferenças temporárias existentes, e serão
sempre relacionados com o resultado patrimonial, e com expectativa de resultados futuros, seja
positiva ou negativa.
56
Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis nº 32, um passivo fiscal diferido deve ser
reconhecido para todas as diferenças temporárias tributáveis, com as seguintes exceções:
dívidas. Além do goodwill, temos como exceção as transações realizadas por fatos que não sejam
oriundos de combinações de negócios e que não afetem o lucro, seja ele contábil ou tributável.
O CPC 32 (BRASIL, 2009, p. 06) ainda trata de outros lançamentos do passivo diferido, como:
É inerente ao reconhecimento de ativo que seu valor contábil será recuperado na forma de
benefícios econômicos que fluem para a entidade em períodos futuros. Quando o valor contábil de
ativo excede sua base fiscal, o valor dos benefícios econômicos tributáveis excede o valor que será
permitido como dedução para fins fiscais.
Essa diferença é uma diferença temporária tributável, e a obrigação de pagar o tributo incidente
sobre o lucro em períodos futuros é um passivo fiscal diferido. À medida que a entidade recupera o
valor contábil do ativo, a diferença temporária tributável reverterá e a entidade terá lucro tributável.
Isso torna provável que os benefícios econômicos venham fluir da entidade na forma de pagamentos
de tributos. Portanto, este Pronunciamento exige o reconhecimento de todos os passivos fiscais
diferidos, exceto em determinadas circunstâncias descritas nos itens 15 e 39.
Esses lançamentos que envolvem as empresas que são coligadas, controladas e filiais devem
ser reconhecidos como diferenças temporárias, desde que, de acordo com o CPC 32 (BRASIL,,
2009, p. 16): a empresa controladora, o investidor, o empreendedor em conjunto ou o operador
em conjunto seja capaz de controlar a periodicidade da reversão da diferença temporária; e seja
provável que a diferença temporária não se reverterá em futuro previsível.
Além dos ativos e passivos diferidos, existem outros valores que vão ser lançados na conta de
diferenças temporárias, como, por exemplo (BRASIL, 2009, p. 8):
(b) os ativos são reavaliados e nenhum ajuste equivalente é feito para fins fiscais;
(d) a base fiscal de ativo ou passivo no reconhecimento inicial difere de seu valor contábil inicial; por
exemplo, quando a entidade beneficia-se de subvenções governamentais não tributáveis relacionadas
a ativos; ou
Esses valores que entrarão no lançamento das diferenças temporárias são alguns ativos
considerados identificáveis, ou passivos tratados como combinações de valores justos, além de
ativos reavaliados, ou as joint ventures, que são associações de empresas, com o objetivo de
alcançar objetivos por um período de tempo determinados.
Assista aí
3. Ajustes Temporários
Além das diferenças temporárias, existem alguns valores na Contabilidade que são definidos
como ajustes do lucro líquido do exercício. Para empresas que aderem ao regime fiscal de lucro
real, esses ajustes podem ser definitivos ou temporários, e são classificados como adições,
subtrações e exclusões.
Inicialmente, o valor do ajuste das adições será composto pelo lucro no exterior das empresas
que são controladas pela matriz no Brasil, e deverá ser registrado até o final do exercício fiscal.
Vale destacar que os ajustes de adições são obrigatórios quanto o seu lançamento, ficando a
empresa obrigada a informar a Receita todas as transações que ocorram e provoquem uma
59
interferência positiva no lucro da empresa. A partir desse lançamento, o valor do lucro irá
aumentar e consequentemente o valor do tributo a ser recolhido também.
Nas adições também serão contabilizados os valores correspondentes aos custos, despesas,
encargos, perdas, provisões e participações de quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro
líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação do
lucro real Além de resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devem ser computados na
determinação do lucro real. (VELTER et al., 2011)
FIQUE DE OLHO
Além dos lucros do exterior, outros fatores serão adicionados ao lucro líquido, como alguns
custos e despesas não dedutíveis, que são as provisões. A receita Federal emitiu uma nota
sobre o regime fiscal de lucro real, que constam informações sobre os valores dos ajustes, bem
como outras informações que vale a pena serem lidas. É possível consulta esta nota no seguinte
link: http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf-
escrituracao-contabil-fiscal/erguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2019-arquivos/capitulo-xiii-
irpj-lucro-presumido-2019.pdf/view
Assista aí
61
4.1 LALUR
O LALUR é o livro contábil exigido pelo sistema de tributação do Lucro Real. Ele é responsável
pela guarda das informações referentes à escrituração contábil da empresa, e discrimina em
detalhes todos os lançamentos do lucro bruto, além de apresentar uma previsão dos valores que
afetarão de alguma forma o lucro da empresa, nos períodos posteriores. No Livro de Apuração do
Lucro Líquido também ficam discriminados os valores que indicarão o valor a ser pago no Imposto
e Renda da Pessoa Jurídica, e na Contribuição Social do Lucro Líquido.
O LALUR é dividido em duas partes. Na parte A, serão discriminados valores como as adições,
que são ajustes fiscais positivos, ou seja, que trazem um aumento ao Lucro da empresa. Na
parte B do LALUR, serão discriminados valores que de alguma forma vão afetar o resultado da
empresa nos próximos períodos contábeis. As empresas que possuem o sistema informatizado
de Escrituração Contábil Fiscal não precisam estar com o livro físico na empresa, e devem enviar
os dados dos lançamentos do lucro real, pela plataforma da Receita Federal, até o último dia
do mês de julho, e serão emitidos uma vez no ano. Caso a empresa não envie os dados na
data estabelecida, a mesma pagará uma multa que poderá corresponder até a 3% do valor das
transações da empresa.
FIQUE DE OLHO
A Receita Federal emitiu em 2013 uma instrução que trata sobre a desobrigatoriedade das
empresas que possuem o sistema de Escrituração Contábil Fiscal de utilizarem o LALUR, como
pode ser estudado no seguinte link: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.
action?visao=anotado&idAto=48711.
62
4.2 e-LACS
O e-LACS é um sistema informatizado da Receita Federal que registra as alterações ocorridas na
base de cálculo da Contribuição Social do Lucro Líquido. A Instrução Normativa nº 1.881, de 2019,
descreve como devem ser realizados os lançamentos, conforme descrito abaixo (BRASIL, 2019):
Art. 67-A Para cada operação e em cada período de apuração, a pessoa jurídica deverá computar
na determinação do lucro real e do resultado ajustado a diferença decorrente da aplicação de
procedimento contábil que resulte em valor e/ou momento diferente daquele em que a receita
bruta deva ser reconhecida e/ou mensurada nos termos da legislação tributária, calculada conforme
disposto no § 7º do art. 26.
§ 5º O controle na parte B do e-Lalur e do e-Lacs de que tratam os §§ 2º e 4º poderá ser feito por
meio de valores globais, desde que a pessoa jurídica mantenha detalhamento específico por origem da
diferença, que permita a identificação da operação da qual seja decorrente.
§ 6º O disposto neste artigo não se aplica aos casos de que trata o inciso I do § 10 do art. 26.
63
Os custos e despesas deverão ser excluídos do lucro caso não sejam registradas na
escrituração, ou adicionados na parte A do sistema, caso tenham sido lançados na escrituração.
Além disso, o controle nas partes B do livro deverão ser feitos mediante um processo detalhado
de análise das diferenças, para que as operações sejam identificadas. A Instrução Normativa nº
1.881, de 2019, ainda trata sobre alguns lançamentos que deverão ser analisados e avaliados para
registro, como (BRASIL, 2019):
§ 2º ... a pessoa jurídica procederá às exclusões do lucro líquido para fins de apuração do lucro real
e do resultado ajustado na parte A do e-Lalur e do e-Lacs, com o respectivo registro nas contas da parte
B originadas dos ajustes determinados pelo inciso I do parágrafo único do art. 182.
§ 4º Nas situações previstas nos §§ 2º e 3º, caso a sucessora do evento de incorporação, fusão ou
cisão não seja a antiga investidora:
I - os saldos nas contas da parte B do e-Lalur e do e-Lacs originadas dos ajustes determinados
pelo inciso I do parágrafo único do art. 182, relativamente ao ágio por rentabilidade futura (goodwill),
deverão ser baixados pela antiga investidora, sem qualquer efeito na apuração do lucro real e do
resultado ajustado; e
II - os saldos de que trata o inciso I deverão ser registrados na parte B do e-Lalur e do e-Lacs pela
sucessora para controle de futuras adições e exclusões a serem realizadas conforme os §§ 2º e 3º.
A Instrução trata sobre os lançamentos de goodwill, dentre os quais deverão ser analisadas
cada situação em particular, para saber como realizar os registros. Por fim, é necessária uma
avaliação criteriosa do sistema de informatização dos registros para poder proceder de forma
correta no lançamento dos registros contábeis, respeitando a particularidade de cada processo
de lançamento e de evento, para não incorrer numa evasão fiscal de forma inconsciente por meio
da falta de lançamentos devidos.
FIQUE DE OLHO
A Receita Federal disponibiliza no seu site os programas que deverão ser baixados para o
registro dos lançamentos contábeis que estamos estudando. Vale a pena baixar o programa nesse
link, para aprender na prática sua funcionalidade e aplicabilidade: http://receita. economia.gov.
br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/sped-sistema-publico- de-escrituracao-
digital/escrituracao-contabil-fiscal-ecf/sped-programa-sped-contabil-fiscal
65
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 32: Tributos Sobre o Lucro. set. 2009.
Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/340_CPC_32_rev%2014.pdf.
Acesso em: 12/02/2020
Bons estudos!
69
1. AJUSTES FISCAIS
A Contabilidade é uma ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio das empresas,
e tem o objetivo de registrar, apurar e contabilizar as alterações ocorridas no patrimônio. No
entanto muitas são as alterações ocorridas. Uma delas são os ajustes fiscais que são realizados
no lucro da empresa. Eles podem ser de três tipos, como veremos a seguir.
Assista aí
(+) Adições
(-) Exclusões
(-) Compensações
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou um texto sobre os ajustes fiscais no Brasil,
2015, o qual trata de recomendações importantes sobre os ajustes fiscais (GOBETTI, 2015, p. 09):
A história recente dos ajustes fiscais brasileiros – 1999 e 2003 – mostra que invariavelmente eles
se processam por dois canais: o aumento da carga tributária e/ou a redução dos investimentos. Isso
ocorre não por escolha da autoridade fiscal entre várias alternativas, mas por absoluta impossibilidade
de fazer um ajuste de outro tipo, pelo menos no curto prazo em que essas medidas são decididas.
Art 64 - A pessoa jurídica poderá compensar o prejuízo apurado em um período-base com o lucro
real determinado nos quatro períodos-base subseqüentes.
§2º - Dentro do prazo previsto neste artigo a compensação poderá ser total ou parcial, em um ou
mais períodos-base, à vontade do contribuinte.
§3º - A absorção, mediante débito à conta de lucros acumulados, de reservas de lucros ou capital,
ao capital social, ou à conta de sócios, matriz ou titular de empresa individual, de prejuízos apurados na
escrituração comercial do contribuinte não prejudica seu direito à compensação nos termos deste artigo.
§ 4º - O prejuízo compensável transferido de exercício anterior será absorvido pelo valor da reserva
de reavaliação utilizada para compensar na escrituração comercial, prejuízos de exercícios anteriores.
2. LUCRO REAL
Para entendermos o sistema de ajuste fiscal, devemos conhecer os diversos tipos de regimes
fiscais existentes no Brasil, como, por exemplo, o Lucro Real. Ele é um dos mais complexos que
existem, pois exige um rigoroso sistema de contabilização e o registro de todos os lançamentos,
para que se possa obter um resultado de faturamento fidedigno e um valor final representado
pelo Lucro Real.
A partir da leitura de alguns decretos-leis, podemos definir o Lucro Real como o lucro final
do exercício social, após serem contabilizados os ajustes fiscais. Ele é também uma forma de se
apurar o Imposto de Renda e a Contribuição Social do Lucro Líquido, dois tributos que têm como
base de cálculo o lucro da empresa. Para expressar melhor esse conceito, o Decreto-Lei nº 1.598,
de 26 de dezembro de 1977, no artigo 6° (BRASIL, 1977), aponta que: “Art 6º - Lucro real é o lucro
líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas
pela legislação tributária”.
O Lucro Real é o único regime de tributação da Legislação brasileira que é obrigatório para as
empresas que se encaixem em determinadas exigências. Trata-se ainda de um regime que deve
72
ser regido pelos princípios contábeis: caso não sejam praticados rigorosamente os princípios do
registro pelo valor original, da prudência e da competência, o valor do lucro final do exercício
não representará a realidade. Veja a seguir a definição desses princípios contábeis que interferem
no valor do Lucro Real:
Princípio da prudência
Quando se tiver mais de uma opção para registrar o valor dos ativos, deverá sempre
ser lançado o menor, para que não se estabeleçam valores subestimados de ativos,
representando um valor fora da realidade. Em relação ao valor do passivo, deverá ser
lançado o maior, para que não seja representado um valor diferente da realidade, de
que o passivo é menor do que realmente se tem como obrigações.
Princípio da competência
Os valores que deverão ser lançados no balanço patrimonial são aqueles que de fato
foram registrados no início da transição, ou seja, com o valor que originou a compra, a
venda, ou as demais transações contábeis.
Outro critério é o de usufruir benefícios fiscais, que gerem isenções de impostos, como a Lei
da Informática ou a Lei Rouanet. Além disso, o fato da empresa ter lucro no exterior, ou alguma
operação com filiais em outro país, também acarretam na obrigatoriedade do Lucro Real. O
último critério é o de regime de estimativa: se durante algum período do ano a empresa realizar o
seu faturamento pelo regime de estimativa, ela deve ser obrigada a aderir ao regime Lucro Real.
FIQUE DE OLHO
Existem vários benefícios que a empresa pode se utilizar para pagar menos impostos e não
cometer crime de evasão fiscal. Para tanto, é necessário que ela realize um planejamento tributário
eficaz. Pensando nisso, a Receita Federal criou uma página em seu site onde traz alguns dos
benefícios que as empresas podem aderir. Tal relação está disponível na seguinte página: http://
receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/IRPJ- Incentivos-Fiscais.
O primeiro passo para compensação dos ajustes fiscais é a identificação no Livro de Apuração
do Lucro Real (LALUR). Nesse livro, ficam registrados os lançamentos do lucro, incluindo os ajustes
que serão atrelados a eles. De acordo com a Receita Federal (BRASIL, 2011), o LALUR é dividido em
duas Partes. Na parte A, deverão ser lançados os ajustes, registrando individualmente cada caso
em particular, com informações como data de lançamento, histórico e valor. Após o lançamento
do ajuste, deverá ser transcrita a demonstração do Lucro Real, contendo (BRASIL, 2011, p. 3):
b) as adições ao lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de acordo com
sua natureza, e a soma das adições;
c) as exclusões do lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de acordo com
sua natureza, e a soma das exclusões;
d) subtotal, obtido pela soma algébrica do lucro ou prejuízo líquido do período com as adições e
exclusões;
74
e) as compensações que estejam sendo efetivadas no período, e cuja soma não poderá exceder a
trinta por cento do valor positivo do subitem 2.d;e
Assista aí
75
3. LUCRO PRESUMIDO
O Lucro Presumido é o outro regime de tributação permitido no Brasil. Ele é considerado um
regime mais simplificado e com algumas vantagens para as empresas que o adotarem.
De acordo com Velter et al., no Manual de Contabilidade (VELTER et al., 2011, p. 523), o
Lucro Presumido pode ser conceituado como “a base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL,
que se constitui numa forma simplificada de tributação das pessoas jurídicas que não estiverem
obrigadas às regras do lucro real e optarem por esta modalidade de tributação”. Vale destacar que
os ajustes fiscais também serão contabilizados no valor do Lucro Presumido. No entanto, serão
lançados com base no Lucro Presumido da empresa, ou seja, seu faturamento, diferenciando-se
do Lucro Real.
76
FIQUE DE OLHO
A Receita Federal criou uma nota sobre o Lucro Presumido, com informações relevantes
desse regime de tributação e como as pessoas jurídicas podem aderir a ele. Essas informações
podem ser conferidas no seguinte link: http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/
declaracoes-e-demonstrativos/ecf-escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-pessoa-
juridica-2018-arquivos/capitulo-xiii-irpj-lucro-presumido-2018.pdf.
exclusão de valores referentes à receita auferida cuja tributação poderá ser diferida para
períodos subsequentes, em decorrência de diferenças de métodos e critérios contábeis
determinados pela legislação societária, em relação àqueles aplicáveis à legislação
tributária;
adição de valores não incluídos na receita auferida cuja tributação fora diferida de
períodos anteriores, em decorrência de diferenças de métodos e critérios contábeis
determinados pela legislação societária, em relação àqueles aplicáveis à legislação
tributária
Além desses critérios, Vetel et al, no Manual de Contabilidade (VETEL et al., 2011, p. 523)
sugeriu a seguinte fórmula:
= Lucro Presumido
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Logo, o Lucro Presumido será calculado da fórmula do lucro, adicionando valores do LALUR
que representam valores diferidos, além dos ganhos de capital e outras receitas.
Figura 2 - Apuração
Fonte: Explode, Shutterstock, 2020
#PraCegoVer: Vemos na figura várias planilhas e, em cima delas, um tablete e um laptop com
gráficos demonstrando o sistema de apuração.
4. SIMPLES NACIONAL
O regime fiscal do Simples Nacional foi o último regime a ser implantado no Brasil. Ele é
atribuído para empresas de pequeno porte ou microempresas, devido a suas características
simplificadas.
De acordo com Velter et al., no Manual de Contabilidade (VELTER et al., 2011, p. 522), esse
regime fiscal: “estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser
dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. Logo, ele é permitido apenas para para
empresas que se enquadrem em micro ou pequenas empresas, por entender a Legislação que
as empresa de grande porte tem condições de se manter o mercado competitivo, já as pequenas
e microempresas, necessitam de benefícios para que possam estar em igualdade de competição
com as outras empresas.
Segundo Velter et al. (2011, p. 522): “Às empresas optantes pelo Simples, observadas as
disposições da lei complementar, o valor a recolher aos cofres públicos, devido mensalmente,
será determinado pela aplicação de uma alíquota sobre a receita bruta mensal favorecida”. Dessa
forma, as empresas com regime especial do Simples Nacional terão um sistema diferenciado de
apuração dos seus impostos, no qual serão implementadas apenas a aplicação de uma única
alíquota para definição dos impostos. Estes serão arrecadados por um Documento Único de
Arrecadação, que será enviado para a Receita Federal com todos os impostos e tributos incluídos.
A Lei Complementar Nº 123 estabelece critérios para que a empresa possa aderir a esse
sistema, que estão baseados no valor do faturamento, como descrito a seguir (BRASIL, 2006):
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior
a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões
e oitocentos mil reais).
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FIQUE DE OLHO
A Receita Federal tem um site específico sobre o regime Simples Nacional, no qual constam
todas as informações sobre este regime, as legislações, decretos, resoluções, bem como alguns
manuais que valem a pena ser estudados. Essas informações podem ser consultadas no seguinte
link: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/
VI - Contribuição Patronal Previdenciária – CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica;
Em relação aos Impostos do Simples Nacional, a Receita Federal criou uma instrução sobre
como realizar o processo de arrecadação, que deve ser feito em um programa específico,
o Programa Gerador de Documento de Arrecadação do Simples Nacional– Declaratório
(PGDAS-D), disponível no Portal Simples Nacional, na internet. Ele serve para que o contribuinte
efetue o cálculo dos tributos devidos mensalmente na forma do Simples Nacional, declarar o valor
devido e imprimir o documento de arrecadação (BRASIL, 2019). A partir da sua implementação,
as microempresas têm acesso a um sistema que calcula o valor dos tributos e emite declarações
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para as empresas que estão regulares, sendo considerado um importante instrumento de controle
das ações, além de servir para que as empresas possam realizar o planejamento tributário.
Entretanto, com o surgimento do Simples Nacional, alguns estudiosos passaram a achar que tal
regime era apenas um intermediário entre o Lucro Presumido, como aponta Oliveira (2009, p. 61):
Vale ressaltar que cada empresa deve optar pelo regime que mais se adeque à sua realidade e
que vários fatores devem ser levados em consideração, como o ramo de atividade, o faturamento
e o número de filiais. A Lei Complementar Nº 123 traz em seu texto uma fórmula de apuração do
imposto, segundo a qual a microempresa depende de três fatores: o RBT 12, que corresponde a
quanto a empresa terá de faturamento nos 12 meses; a Aliq, que representa a alíquota nominal,
que varia de 4 a 19% a depender do faturamento para empresas do comércio, e de 4,5% a 30%
para empresas do ramo da atividade industrial; e a PD, a quantidade de parcelas que a empresa
tem para deduzir, e que também depende do faturamento e do ramo de atividade da empresa.
Assista aí
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• estudar sobre regime fiscal de lucro real e entender como funciona o processo dos
ajustes fiscais nesse regime de tributação;