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LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – Lei 9.

296/96

MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E


JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES

Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.

Última atualização legislativa: Lei 13869/19 (publicada em 05/09/19 – artigos alterados/incluídos: art. 10);
Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19 – entra em vigor em 30 dias – artigos
alterados/incluídos: art. 8º-A e art. 10-A). Inclusão da promulgação dos trechos vetados do Pacote
Anticrime!!!

Última atualização jurisprudencial: 13/10/2022 –Info 1047 (art. 5º); Info 737 (art. 10).

Última atualização questões de concurso: 30/03/2023.

Observações quanto à compreensão do material:


1) Cores utilizadas:
 EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
 EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
 EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação,
especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na
Lei 9.296/96).
 EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)

2) Siglas utilizadas:
 MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal),
etc.

LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.

Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5° da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS, de qualquer natureza,


para prova em INVESTIGAÇÃO CRIMINAL e em INSTRUÇÃO PROCESSUAL PENAL,
OBSERVARÁ o disposto nesta Lei e DEPENDERÁ de ordem do juiz competente da ação principal,
sob segredo de justiça. (TJSE-2008) (PCSC-2008) (TRF1-2009) (MPPB-2010) (MPSC-2010) (MPSP-
2010/2011) (MPDFT-2011) (TRF2-2011) (TJAC-2012) (DPEAC-2012) (PCPA-2012) (PCRJ-2012) (TJAM-2013)
(MPGO-2013) (DPETO-2013) (PCGO-2013) (MPAC-2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (MPMS-2015) (TRF5-
2015) (PCCE-2015) (PCDF-2015) (AGU-2015) (MPPR-2013/2016) (TRF4-2014/2016) (PCPE-2016) (MPRR-
2017) (DPEAC-2017) (PCMT-2017) (PF-2013/2018) (PCPI-2014/2018) (MPBA-2015/2018) (DPEAP-2018)
(Anal. Judic./STJ-2018) (DPESP-2012/2019) (DPEMG-2019) (PCES-2019) (MPMG-2021) (PF-2021) (PCRR-
2022)

#Atenção: #STJ: #MPMG-2021: No caso, a internacionalidade/transnacionalidade dos fatos -


circunstância que altera a competência para o julgamento do feito da Justiça Estadual para a Justiça
Federal - foi evidenciada após a decisão de interceptação telefônica, com o desenvolvimento das
investigações, de modo que o Juízo Estadual de Porto Murtinho/MS era o competente para tal
decisão. Outrossim, efetuada a remessa dos autos ao Juízo Federal, foram ratificados todos os atos
decisórios praticados pelo Juízo inicialmente competente. 2. Considerada essa conjuntura, não há
como reconhecer a ilegalidade apontada pela Defesa. Isso tanto em razão da teoria do juízo
aparente, consagrada na jurisprudência, quanto pela possibilidade de posterior ratificação do ato
na eventual hipótese de reconhecimento da incompetência do Juízo. STJ. 6ª T., AgRg no HC
668.544/MS, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 22/06/21.

#Atenção: #STF: #PF-2013: #Cartórios/TJDFT-2014: #TRF4-2014: #PCPE-2016: #DPEAP-2018:


#Anal. Judic./STJ-2018: #CESPE: #FCC: Se se cuida de obter a autorização para a interceptação
telefônica no curso de processo penal, não suscita dúvidas a regra de competência do art. 1º da L.
9296/96: só ao juiz da ação penal condenatória - e que dirige toda a instrução -, caberá deferir a
medida cautelar incidente. 2. Quando, no entanto, a interceptação telefônica constituir medida
cautelar preventiva, ainda no curso das investigações criminais , a mesma norma de competência
há de ser entendida e aplicada com temperamentos, para não resultar em absurdos patentes: aí, o
ponto de partida à determinação da competência para a ordem judicial de interceptação - não
podendo ser o fato imputado, que só a denúncia, eventual e futura, precisará -, haverá de ser o fato
suspeitado, objeto dos procedimentos investigatórios em curso. 3. Não induz à ilicitude da prova
resultante da interceptação telefônica que a autorização provenha de Juiz Federal -
aparentemente competente, à vista do objeto das investigações policiais em curso, ao tempo da
decisão - que, posteriormente, se haja declarado incompetente, à vista do andamento delas. STF,
Plenário, HC 81.260/ES, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 19/04/02. (...) Writ que objetiva a
declaração de ilicitude de interceptações telefônicas determinadas com vistas a apurar possível
atuação de quadrilha, formada por servidores e médicos peritos do INSS, vereadores do município
de Bom Jesus do Itabapoana/RJ que, em tese, agiam em conluio para obtenção de vantagem
indevida mediante a manipulação de procedimentos de concessão de benefícios previdenciários,
principalmente auxílio-doença. (...) 7. Quanto à celeuma acerca da determinação da quebra de
sigilo pelo Juízo Federal de Itaperuna/RJ, que foi posteriormente declarado incompetente em
razão de ter sido identificada atuação de organização criminosa (art. 1º da Resolução Conjunta n.
5/2006 do TRF da 2ª Região), há de se aplicar a teoria do juízo aparente (STF, HC 81.260/ES,
Tribunal Pleno, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 19.4.2002). 8. Ordem denegada, cassando a
liminar deferida. STF. 2ª T., HC 110496, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 09/04/2013 (Info 701).
(TRF4-2014): Segundo orientação jurisprudencial do STF, é correto afirmar: Quando a interceptação
telefônica constituir medida cautelar preventiva, ainda no curso das investigações criminais, a norma
de competência há de ser entendida e aplicada com temperamento. Assim, o ponto de partida à
determinação da competência para a ordem judicial de interceptação – não podendo ser o fato
imputado, que só a denúncia, eventual e futura, precisará – haverá de ser o fato suspeitado, objeto dos
procedimentos investigatórios em curso. Assim, se, inicialmente, suspeita-se da prática do crime de
tráfico internacional de entorpecentes, válida é a decisão do Juiz Federal, bem como a prova dela
decorrente, ainda que ao final se decline da competência para a Justiça Estadual.

Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em


sistemas de informática e telemática. (PCSP-2012) (MPGO-2013) (DPETO-2013) (PCPI-2014) (PCDF-
2015) (MPMG-2017) (MPRR-2017) (DPEAL-2017) (PCMT-2017) (MPBA-2015/2018) (DPEAM-2018)
(DPEAP-2018) (TJBA-2019) (MPPI-2019) (MPSP-2019) (DPEMG-2019) (DPESP-2019) (PCES-2019) (MPCE-
2020) (MPDFT-2011/2021) (DPESC-2021) (PF-2021) (PCRR-2022)

#Atenção: #STJ: #DOD: #MPDFT-2021: É ilegal a quebra do sigilo telefônico mediante a


habilitação de chip da autoridade policial em substituição ao do investigado titular da linha: A
Lei 9.296/96 não autoriza a suspensão do serviço telefônico ou do fluxo da comunicação telemática
mantida pelo usuário, tampouco a substituição do investigado e titular da linha por agente
indicado pela autoridade policial. STJ. 6ª T. REsp 1806792-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 11/05/21
(Info 696).

#Atenção: #STJ: #MPDFT-2021: Para a 5ª Turma do STJ, a agenda telefônica é uma das facilidades
oferecidas pelos modernos aparelhos de smartphones a seus usuários e durante uma prisão em
flagrante, a análise pelos policiais dos dados constantes na agenda telefônica ou no registro de
chamadas não está garantida a proteção do sigilo telefônico ou de dados telemáticos prevista no
art. 5º, XII, da CF. STJ. 5ª T., REsp 1782386/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. 15/12/20.

#Atenção: #STJ: #DOD: #DPEAM-2018: #MPPI-2019: #TJBA-2019: #DPEMG-2019: #PF-2021:


#CESPE: #FCC: O sigilo a que se refere o art. 5º, XII, da CF é em relação à interceptação telefônica
ou telemática propriamente dita, ou seja, é da comunicação de dados, e não dos dados em si
mesmos. Desta forma, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em
aparelho de telefone celular ou smartphones não se subordina aos ditames da Lei 9.296/96.
Contudo, os dados armazenados nos aparelhos celulares decorrentes de envio ou recebimento de
dados via mensagens SMS, programas ou aplicativos de troca de mensagens (dentre eles o
"WhatsApp"), ou mesmo por correio eletrônico, dizem respeito à intimidade e à vida privada do
indivíduo, sendo, portanto, invioláveis, no termos do art. 5°, X, da CF. Assim, somente podem ser
acessados e utilizados mediante prévia autorização judicial, nos termos do art. 3° da Lei 9.472/97
e do art. 7° da Lei 12.965/14. A jurisprudência das duas Turmas da Terceira Seção STJ firmou-se no
sentido de ser ilícita a prova obtida diretamente dos dados constantes de aparelho celular,
decorrentes de mensagens de textos SMS, conversas por meio de programa ou aplicativos
("WhatsApp"), mensagens enviadas ou recebidas por meio de correio eletrônico, obtidos
diretamente pela polícia no momento do flagrante, sem prévia autorização judicial para análise dos
dados armazenados no telefone móvel. No caso, se o telefone celular foi apreendido em busca e
apreensão determinada por decisão judicial, não há óbice para que a autoridade policial acesse o
conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. Para a análise e a
utilização desses dados armazenados no celular não é necessária nova autorização judicial. A ordem
de busca e apreensão determinada já é suficiente para permitir o acesso aos dados dos aparelhos
celulares apreendidos. STJ. 5ª T. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, j. 03/10/2017.
(PF-2021-CESPE): Quanto à prova criminal, julgue o item que se segue: A ordem judicial de busca
domiciliar autoriza o acesso aos dados armazenados no celular apreendido pela autoridade policial.
BL: RHC 77.232/SC, STJ.
(MPPI-2019-CESPE): Com relação à licitude do procedimento de busca e apreensão de celular por
autoridade policial, assinale a opção correta: É lícito o acesso aos dados armazenados em celular
apreendido após determinação judicial de busca e apreensão, mesmo que a decisão não tenha
expressamente previsto tal medida. BL: RHC 77.232/SC, STJ.

#Atenção: #STJ: #DOD: #MPMG-2017: #MPRR-2017: #DPEAL-2017: #TJBA-2019: #PCES-2019:


#MPCE-2020: #CESPE: A obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em
aparelho de telefone celular ou smartphones não se subordina aos ditames da Lei 9.296/96. O
acesso ao conteúdo armazenado em telefone celular ou smartphone, quando determinada
judicialmente a busca e apreensão destes aparelhos, não ofende o art. 5º, XII, da CF, considerando
que o sigilo a que se refere esse dispositivo constitucional é em relação à interceptação telefônica
ou telemática propriamente dita, ou seja, é da comunicação de dados, e não dos dados em si
mesmos. Assim, se o juiz determinou a busca e apreensão de telefone celular ou smartphone do
investigado, é lícito que as autoridades tenham acesso aos dados armazenados no aparelho
apreendido, especialmente quando a referida decisão tenha expressamente autorizado o acesso a
esse conteúdo. STJ. 5ª T. RHC 75.800-PR, Rel. Min. Felix Fischer, j. 15/9/16 (Info 590).
#Comentários sobre o julgado acima: #DOD: A proteção do art. 5º, XII, da CF abrange apenas a
comunicação de dados (e não os dados já armazenados): O art. 5º, XII, da CF prevê a seguinte garantia:
“XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal; (...)”. Analisando o texto da CF, percebe-se que o
constituinte procurou proteger quatro liberdades: a) a comunicação de correspondência; b) a
comunicação telegráfica; c) a comunicação de dados; e d) a comunicação telefônica. O sigilo que a CF
protege é apenas relacionado com a "comunicação" em si e não abrange os dados já armazenados.
Em outras palavras, a CF só protege a efetiva troca de informações. Este é o objeto tutelado pela
norma inserta no art. 5º, inciso XII, da CF. Os arquivos contidos no aparelho celular, por exemplo, não
são protegidos pelo texto constitucional. Nesse sentido: “(...) A proteção a que se refere o art. 5º, XII, da
CF, é da 'comunicação de dados' e não dos 'dados em si mesmos', ainda quando armazenados em
computador. (cf. voto no MS 21.729, Pleno, 5.10.95, red. Néri da Silveira - RTJ 179⁄225, 270).” STF. Plenário.
RE n. 418416-8, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 19/12/06.
#Comentários sobre o julgado acima: #DOD: Lei 9.296/96 protege apenas o fluxo de comunicações (e
não os dados obtidos e armazenados): A Lei 9.296/96 foi editada com o objetivo de regulamentar o
art. 5º, XII, da CF. Ao analisar o art. 1º da Lei 9.296/96, percebe-se que houve uma preocupação do
legislador em distinguir duas situações diferentes: “fluência da comunicação em andamento” e
“dados obtidos como consequência desse diálogo”. Em outros termos, comunicações em andamento
não se confundem como os dados da comunicação já armazenados. O § único do art. 1º é enfático ao
proteger apenas o “fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática”, ou seja, ele
somente resguarda a integridade do curso da conversa que é desenvolvida pelos interlocutores. A
Lei 9.296/96 não proíbe que as autoridades policiais tenham conhecimento do conteúdo dessa
comunicação depois que elas ocorreram caso fiquem armazenadas no computador, celular etc
(sistemas de informática e telemática). Entende-se que cada interlocutor poderia ter excluído a
informação e se não o fez, não poderá invocar a Lei 9.296/96.
#Questões de concurso:
(MPRR-2017-CESPE): A Polícia Civil, em uma operação de combate ao tráfico de drogas, prendeu
Adelmo em flagrante. Durante a operação, na residência do indiciado, apreendeu-se, além de grande
quantidade de cocaína, um smartphone que continha toda a movimentação negocial de Adelmo e seus
clientes, o que confirmava o tráfico e toda a estrutura da organização criminosa. Acerca dessa situação
hipotética, assinale a opção correta: Se a prisão em flagrante tiver sido precedida de mandado de busca
e apreensão do smartphone de Adelmo, então, ainda que não haja, no referido mandado, a previsão
de quebra do sigilo de dados, não haverá qualquer ilegalidade no acesso às informações contidas no
referido aparelho. BL: Info 590, STJ.
#Atenção: #DOD: #STJ e Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 111: #MPMG-2017: #MPRR-2017: #DPEAL-
2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018: #MPSP-2019: #MPPI-2019: #DPESP-2019: #PCES-2019:
#MPCE-2020: #MPDFT-2021: #DPESC-2021: #CESPE: #FCC: #STJ: Sem prévia autorização
judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio da extração de dados e de conversas
registradas no whatsapp presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o
aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão em flagrante. Assim, é ilícita a devassa
de dados, bem como das conversas de whatsapp, obtidos diretamente pela polícia em celular
apreendido no flagrante, sem prévia autorização judicial. STJ. 6ª T. RHC 51.531-RO, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, j. 19/4/16 (Info 583). #Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 111 – Tese 07: : É ilícita a prova colhida
mediante acesso aos dados armazenados no aparelho celular, relativos a mensagens de texto, SMS,
conversas por meio de aplicativos (WhatsApp), e obtida diretamente pela polícia, sem prévia
autorização judicial.
(MPSP-2019): Com base na orientação jurisprudencial assentada no STJ quanto à ilicitude da prova, é
considerada ilícita a prova: obtida diretamente dos dados constantes de aparelho celular, decorrentes
de mensagens de textos SMS ou conversas por meio de WhatsApp, quando ausente prévia autorização
judicial. BL: Info 583, STJ e Jurisprud. Tese/STJ (Ed. 111, Tese 07).
(DPESP-2019-FCC): Tício foi preso, em flagrante delito, pela prática do crime de tráfico de
entorpecentes. Policiais Militares, com o celular de Tício, acessaram o aplicativo de troca de mensagens
e localizaram conversas com Mévio sobre a movimentação do ponto de venda de drogas naquele dia.
Pelo mesmo aplicativo, obtiveram informações sobre o endereço de Mévio, foram até sua residência e
prenderam-no em flagrante, por tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico. A utilização
dessas conversas por aplicativo, como prova em eventual processo, é nula, já que não havia
autorização judicial para que a Polícia tivesse acesso às conversas travadas pelo aplicativo entre Tício
e Mévio. BL: Info 583, STJ e Jurisprud. Tese/STJ (Ed. 111, Tese 07).

Art. 2° NÃO SERÁ ADMITIDA a INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES


TELEFÔNICAS quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - NÃO HOUVER indícios RAZOÁVEIS da autoria ou participação em infração penal;


(MPPE-2008) (PCMG-2008) (TRF4-2009) (MPPB-2010) (MPSP-2011) (TJAC-2012) (MPSC-2012) (PCSP-
2012) (TJDFT-2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (PCSC-2014) (TJMS-2015) (MPMS-2015) (TRF5-2015) (AGU-
2015) (MPPR-2017) (MPRR-2017) (Anal. Judic./TRF1-2017) (PCPI-2018) (PCES-2019) (DPERR-2021)

(TRF3-2018): Relativamente à interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza,


para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, assinale a alternativa que
contém uma afirmação correta: Não poderá ser deferida se não houver indícios razoáveis da autoria
ou participação em infração penal. BL: art. 2º, I, da Lei.

II - a prova PUDER SER FEITA por outros meios DISPONÍVEIS; (PCMG-2008) (TRF4-2009)
(MPPB-2010) (MPSP-2010/2011) (TJAC-2012) (TJPR-2012) (MPSC-2012) (PCSP-2012) (Cartórios/TJBA-
2013) (DPEMG-2014) (PCSC-2014) (TRF5-2015) (AGU-2015) (MPPR-2017) (MPRR-2017) (DPEAM-2018)
(DPEAP-2018) (TRF3-2018) (PCPI-2018) (PCRS-2018) (TJSC-2019) (PCES-2019) (MPMG-2021) (DPERR-
2021) (Cartórios/TJGO-2021)

(TJPA-2014-VUNESP): No que concerne à interceptação telefônica, regulada pela Lei 9.296/96, só


será admitida se a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis. BL: art. 2º, II, da Lei.

#Atenção: #STJ: Segundo o STJ, em atenção ao art. 2º, inc. II, da Lei 9.296/96, a interceptação
telefônica só será deferida quando não houver outros meios de produção de prova. Nos termos da
Jurisprudência desta Corte, cabe à parte demonstrar quais outros procedimentos investigatórios
seriam suficientes para a elucidação da autoria dos delitos investigados, sendo que afastar as
conclusões das instâncias ordinárias sobre a adequação de tais meios demanda o aprofundado
revolvimento fático probatório, procedimento vedado dentro dos estreitos limites da via eleita. (STJ,
RHC 61.207/PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5ª T., j. 25/9/18).

III - o fato investigado CONSTITUIR infração penal punida, no máximo, COM PENA DE
DETENÇÃO. (PCMG-2008) (DPEAL-2009) (DPEES-2009) (PCPB-2009) (MPPB-2010) (MPSP-2010/2011)
(TRF4-2009/2010/2012) (TJAC-2012) (DPEAC-2012) (PCGO-2012) (TJRJ-2013) (MPDFT-2013)
(Cartórios/TJRR-2013) (TRF2-2013) (PCSC-2008/2014) (TJPA-2014) (AGU-2009/2015) (TJMS-2015) (TRF5-
2015) (PCPA-2012/2016) (MPRS-2016) (DPEBA-2016) (MPPR-2017) (MPRR-2017) (DPERO-2017) (PCAC-
2017) (PCMT-2017) (DPEAP-2018) (TRF3-2018) (PCPI-2018) (Anal./MPU-2018) (TJSC-2019) (PCES-2019)
(TJGO-2012/2021) (MPSC-2012/2014/2021) (DPERR-2021) (Cartórios/TJSC-2021) (PCPR-2021) (PF-2021)
(PCSP-2012/2022) (DPEMT-2022)

(TJMT-2018-VUNESP): Assinale a alternativa correta com relação às disposições processuais penais


especiais: Não será deferida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato criminoso
investigado for punido, no máximo, com pena de detenção. BL: art. 2º, III da Lei.

(MPPR-2016): Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas se o fato investigado


constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. BL: art. 2º, III da Lei.

(MPSC-2016): A Lei 9296/96 dispõe que não será admitida a interceptação de comunicações
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: não houver indícios razoáveis da
autoria ou participação em infração penal, a prova puder ser feita por outros meios disponíveis e o
fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. BL: art. 2º, I
a III da Lei 9296/96.

(DPEPB-2014-FCC): No tocante à interceptação das comunicações telefônicas, não será admitida


quando o fato investigado constituir infração punida, no máximo, com pena de detenção. BL: art.
2º, III da Lei 9296/96.

#Atenção: #STF e STJ: #MPMG-2013: #MPSC-2021: #DPERR-2021: #CESPE: #FCC: #STF: É


possível a interceptação telefônica somente para os crimes punidos com pena de RECLUSÃO.
Todavia, se tiver algum crime punido com pena de DETENÇÃO, conexo com crime de reclusão,
poderá ser permitida a interceptação (STF, HC 83515/RS). #STJ: (...) É legítima a prova obtida por
meio de interceptação telefônica para apuração de delito punido com detenção, se conexo com
outro crime apenado com reclusão (STJ, 6ª T., HC 366070/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j.
08/11/18.

(MPMG-2013): É possível o uso de prova obtida fortuitamente através de interceptação telefônica


licitamente conduzida, ainda que o crime descoberto, conexo ao que foi objeto da interceptação, seja
punido com detenção. BL: Info 361, STF.

#Atenção: #STF e STJ: #TJPA-2012: #TRF2-2013: #TRF4-2012: #MPMG-2013: #MPSC-2021:


#DPERR-2021: #CESPE: #FCC: #STF: O STF, como intérprete maior da CF, considerou
compatível com o art. 5º, XII e LVI, o uso de prova obtida fortuitamente através de interceptação
telefônica licitamente conduzida, ainda que o crime descoberto, conexo ao que foi objeto da
interceptação, seja punido com detenção. (STF, 2ª. T. AI 626214 AgR, Min. Rel. Joaquim Barbosa, j.
21/09/2010). (...) #STJ: Se a autoridade policial, em decorrência de interceptações telefônicas
legalmente autorizadas, tem notícia do cometimento de novos ilícitos por parte daqueles cujas
conversas foram monitoradas ou mesmo de terceiros, é sua obrigação e dever funcional apurá-
los, ainda que não possuam liame algum com os delitos cuja suspeita originariamente ensejou a
quebra do sigilo telefônico. Doutrina. Precedentes. 2. Tal entendimento é aplicável ainda que as
infrações descobertas fortuitamente sejam punidas com detenção, pois o que a Lei 9.296/1996
veda é o deferimento da quebra do sigilo telefônico para apurar delito que não seja apenado com
reclusão, não proibindo, todavia, que o referido meio de prova seja utilizado quando há, durante
a implementação da medida, a descoberta fortuita de eventuais ilícitos que não atendem a tal
requisito. Precedentes do STJ e do STF. (STJ. 5ª T., AgRg no RHC 114.973/SC, Rel. Min. Jorge
Mussi, j. 19/05/20.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese DEVE SER DESCRITA COM CLAREZA a situação
objeto da investigação, INCLUSIVE com a indicação e qualificação dos investigados, SALVO
IMPOSSIBILIDADE MANIFESTA, devidamente justificada. (TJMG-2007) (MPSC-2012) (MPGO-
2014) (PCSC-2014) (MPMS-2013/2015) (AGU-2015) (MPRS-2016) (TJSC-2019) (DPERR-2021)

(TJSC-2019-CESPE): No que tange a interceptação das comunicações telefônicas e a disposições


relativas a esse meio de prova, previstas na Lei 9.296/96, assinale a opção correta: O deferimento
da referida medida exige a clara descrição do objeto da investigação, com indicação e qualificação
dos investigados, salvo impossibilidade manifesta justificada. BL: art. 2º, § único, da Lei.
#Atenção: #MPGO-2014: #AGU-2015: #CESPE: A interceptação por prospecção é aquela realizada
com a finalidade de sondar se o indivíduo está ou não envolvido em práticas ilícitas. Ela não é
admitida, pois a quebra do sigilo telefônico exige a presença de indícios suficientes de autoria ou
participação do indivíduo em ilícitos determinados punidos com reclusão. Entretanto, caso haja a
descoberta fortuita de novos infratores (ou serendipidade subjetiva) não há qualquer nulidade
nessa prova, pois a intimidade já havia sido licitamente violada. (Fonte: Norberto Avena).

Art. 3° A INTERCEPTAÇÃO das comunicações telefônicas PODERÁ SER DETERMINADA


pelo juiz, de ofício ou a requerimento: (PCPB-2009) (MPBA-2010) (MPSC-2010) (MPPB-2010/2011)
(MPF-2011) (TJPR-2012) (PCRJ-2012) (TJRJ-2013) (TJAM-2013) (MPMS-2013) (MPPR-2013) (DPETO-2013)
(PGDF-2013) (PCBA-2013) (TJDFT-2014) (DPEPB-2014) (Cartórios/TJSE-2014) (PCSC-2014) (TRF1-2015)
(TRF5-2015) (PCCE-2015) (MPRS-2016) (MPRO-2008/2013/2017) (DPERO-2017) (PCMT-2017) (DPEAP-
2018) (TRF3-2018) (PF-2018) (PCES-2019) (TJGO-2012/2021) (DPERR-2021) (Cartórios/TJGO-2021)
(Cartórios/TJSC-2021) (TJMG-2007/2022) (TJRS-2018/2022) (PCRR-2022) (PCSP-2022)

(DPERO-2017-VUNESP): Sobre a interceptação telefônica, assinale a alternativa correta: A


interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz de ofício. BL: art. 3º,
Lei 9296.

(TJDFT-2014-CESPE): A respeito dos direitos e garantias fundamentais, dos direitos sociais e dos
direitos políticos, assinale a opção correta: Embora a CF estabeleça a inviolabilidade do sigilo das
comunicações telefônicas, o juiz poderá, de ofício, determinar a interceptação de comunicação
telefônica na investigação criminal e na instrução processual penal. BL: art. 5º, XII, CF c/c art. 3º,
Lei 9296.

#Atenção: O art. 3º da Lei 9.296/96 expressamente permite a decretação de ofício pelo magistrado.
Cumpre lembrar que há doutrinadores que sustentam que a decretação de ofício poderá ocorrer
apenas na fase judicial.

I - da autoridade policial, na investigação criminal; (PCPB-2009) (MPPB-2010/2011) (TJPR-2012)


(PCRJ-2012) (MPMS-2013) (MPPR-2013) (PGDF-2013) (PCBA-2013) (Cartórios/TJSE-2014) (PCSC-2014)
(TRF1-2015) (TRF5-2015) (PCCE-2015) (MPRO-2013/2017) (PCMT-2017) (TRF3-2018) (PCES-2019) (TJGO-
2012/2021) (TJMG-2022) (PCRR-2022) (PCSP-2022)

(TRF1-2015-CESPE): A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo


juiz a requerimento da autoridade policial, durante a investigação criminal. BL: art. 3º, I da Lei.

II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal E na instrução processual


penal. (MPPB-2010/2011) (TJPR-2012) (MPMS-2013) (MPPR-2013) (PGDF-2013) (PCBA-2013)
(Cartórios/TJSE-2014) (PCSC-2014) (TRF5-2015) (PCCE-2015) (MPRO-2013/2017) (PCMT-2017) (TRF3-
2018) (PCES-2019) (TJGO-2012/2021) (Cartórios/TJSC-2021) (TJMG-2007/2022) (PCRR-2022) (PCSP-2022)

Art. 4° O pedido de INTERCEPTAÇÃO DE COMUNICAÇÃO TELEFÔNICA CONTERÁ a


demonstração de que a sua realização É NECESSÁRIA à apuração de infração penal, com indicação
dos meios A SEREM EMPREGADOS. (TJBA-2012) (MPPR-2017) (Cartórios/TJGO-2021) (DPEMT-2022)
(PCSP-2022)

§ 1° EXCEPCIONALMENTE, o juiz PODERÁ ADMITIR que o pedido SEJA FORMULADO


verbalmente, DESDE QUE ESTEJAM presentes os pressupostos que AUTORIZEM a
INTERCEPTAÇÃO, caso em que a concessão SERÁ CONDICIONADA à sua redução a termo.
(PCPB-2009) (TJPR-2010) (MPPB-2010) (MPSP-2011) (MPF-2011) (TJBA-2012) (PCPA-2012) (TJRJ-2013)
(MPGO-2013) (MPMS-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (TJPA-2014) (TJMG-2014) (TJMS-2015) (MPBA-2015)
(MPRS-2016) (MPRO-2008/2017) (DPERO-2017) (PCMT-2017) (PCPI-2018) (Cartórios/TJGO-2021) (PCSP-
2022)

(PCSP-2022-VUNESP): Nos termos da Lei 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica), é correto


afirmar: excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde
que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação das comunicações telefônicas,
caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. BL: art. 4º, §1º da Lei.
(Cartórios/TJGO-2021-VUNESP): No que concerne à interceptação telefônica (Lei 9.296/96), é
correto afirmar que excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado
verbalmente. BL: art. 4º, §1º da Lei.

(PCMT-2017-CESPE): Acerca dos procedimentos e pressupostos legais da interceptação telefônica,


assinale a opção correta: Pode o juiz, excepcionalmente, admitir o pedido de interceptação telefônica
feito pela autoridade policial de forma verbal, condicionada a sua concessão à redução do pedido a
termo. BL: art. 4º, §1º da Lei.

§ 2° O juiz, NO PRAZO MÁXIMO de vinte e quatro horas, DECIDIRÁ sobre o pedido.


(TJMG-2007) (MPPB-2010) (PCPA-2012) (MPMS-2013) (Cartórios/TJGO-2021) (PCSP-2012/2022)

(MPMS-2013): O pedido de interceptação telefônica poderá ser formulado verbalmente, caso em


que a concessão será condicionada à sua redução a termo, devendo a autoridade judiciária sobre ela
decidir no prazo de vinte e quatro horas. BL: art. 4º, §§1º e 2º da Lei.

Art. 5° A decisão SERÁ FUNDAMENTADA, SOB PENA DE NULIDADE, INDICANDO


TAMBÉM a forma de execução da diligência, que NÃO PODERÁ EXCEDER o prazo de quinze dias,
RENOVÁVEL por igual tempo UMA VEZ COMPROVADA a indispensabilidade do meio de
prova. (TRF5-2011) (MPSP-2010/2011/2012) (TJBA-2012) (TJPR-2012) (TJGO-2012) (TJRJ-2013) (MPDFT-
2013) (Cartórios/TJBA-2013) (PCBA-2013) (TRF1-2013) (TJPA-2014) (TJDFT-2014) (DPEMG-2014)
(DPEPB-2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (TJMS-2015) (TJSE-2015) (DPERN-2015) (TJAM-2013) (MPPR-
2017) (DPEAC-2017) (DPERO-2017) (PCMS-2017) (Anal. Judic./TRF1-2017) (DPEAM-2018) (DPEAP-2018)
(PCES-2013/2019) (TJSC-2019) (DPERR-2021) (Cartórios/TJGO-2021) (PCPR-2021) (TJMG-2022)

#Atenção: #DOD: #STF: A interceptação telefônica pode ser renovada sucessivamente se a decisão
judicial inicial e as prorrogações forem fundamentadas, com justificativa legítima, mesmo que
sucinta, a embasar a continuidade das investigações: São lícitas as sucessivas renovações de
interceptação telefônica, desde que, verificados os requisitos do art. 2º da Lei 9.296/96 e
demonstrada a necessidade da medida diante de elementos concretos e a complexidade da
investigação, a decisão judicial inicial e as prorrogações sejam devidamente motivadas, com
justificativa legítima, ainda que sucinta, a embasar a continuidade das investigações. São ilegais
as motivações padronizadas ou reproduções de modelos genéricos sem relação com o caso
concreto. STF. Plenário. RE 625263/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 661) (Info 1047).

#Atenção: #DOD: #STJ e STF: #TRF5-2011: #TJBA-2012: #MPSP-2012: #TJRJ-2013: #MPDFT-2013:


#PCBA-2013: #TRF1-2013: #PF-2013: #TJDFT-2014: #DPEMG-2014: #DPEPB-2014:
#Cartórios/TJDFT-2014: #TJSE-2015: #DPERN-2015: #TJAM-2013/2016: #DPEAC-2017: #DPERO-
2017: #PCAC-2017: #PCMS-2017: #Anal. Judic./TRF1-2017: #DPEAM-2018: #DPEAP-2018:
#PCES-2013/2019: #TJSC-2019: #PCPR-2021: #TJMG-2022: #CESPE: #FCC: #FGV: #UFPR:
#VUNESP: #STJ: A jurisprudência do STJ possui o entendimento firmado de que, embora a
interceptação telefônica deva perdurar, via de regra, por 15 dias, prorrogáveis por mais 15,
excepcionalmente, admite-se que tal lapso temporal seja ultrapassado, exigindo-se, para tanto,
que a imprescindibilidade da medida seja justificada em decisão devidamente fundamentada, o
que ocorreu, in casu. STJ. 5ª T., AgRg no REsp 1316907/PR, Rel. Min. Campos Marques (Des. Conv.
do TJ/PR), j. 26/02/13. (...) #STF: Não há falar em violação ao disposto na Lei 9.296/96, uma vez
que o Plenário desta Suprema Corte já decidiu que 'é possível a prorrogação do prazo de
autorização para a interceptação telefônica, mesmo que sucessivas, especialmente quando o fato
é complexo a exigir investigação diferenciada e contínua. Não configuração de desrespeito ao art.
5º, caput, da Lei 9.296/1996' (HC 83.515/RS, Rel. Min. Nelson Jobim). (...) STF. 2ª T., HC 180.905
AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 13/03/20. (...) Não há restrição legal ao número de
vezes em que pode ocorrer a renovação da interceptação telefônica. A Lei 9.296/96 prevê que a
interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo
uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova." (art. 5º). A interceptação telefônica
não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual período, não havendo restrição
legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª T. HC
133148/ES, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 21/2/17 (Info 855).
(TJMG-2022-FGV): Considerando o entendimento do STF e do STJ, bem como os dispositivos da Lei
9.296/96, acerca da interceptação telefônica, analise as afirmativas a seguir: O prazo previsto na Lei
9.296/96 para a duração de interceptação telefônica é de 15 dias, podendo ser prorrogado de forma
sucessiva, enquanto for imprescindível como meio de prova, conforme entendimento do STF. BL:
Entend. Jurisprud.
(DPEAP-2018-FCC): A interceptação de comunicações telefônicas pode ser realizada pelo prazo de
quinze dias, que só pode ser prorrogado por igual prazo em caso de indispensabilidade do meio de
prova. BL: Entend. Jurisprud.
(TJSE-2015-FCC): O prazo de duração da interceptação telefônica pode ser seguidamente prorrogado,
quando a complexidade da investigação assim o exigir, desde que em decisão devidamente
fundamentada. BL: Entend. Jurisprud.
(TJBA-2012-CESPE): O prazo de execução da diligência referente à interceptação telefônica é de 15
dias, podendo ser prorrogado por diversas vezes, sucessivamente. BL: Entend. Jurisprud.

#Atenção: #Jurisprud. Teses/STJ - Ed. 117: #PCPR-2021: #UFPR: Tese 02: É admissível a utilização
da técnica de fundamentação per relationem para a prorrogação de interceptação telefônica
quando mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da medida originária.
(PCPR-2021-UFPR): Sobre a Lei 9.296/96, assinale a alternativa correta: De acordo com o STJ, é
admissível a utilização da técnica de fundamentação per relationem para a prorrogação de interceptação
telefônica quando mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da medida originária. BL:
Entend. Jurisprud.

(DPECE-2014-FCC): Antonio é investigado em inquérito policial. Para que seja determinada


interceptação telefônica de suas comunicações de acordo com o texto legal, é necessário que a
decisão que a decrete indique a forma de execução da diligência. BL: art. 5º da Lei.

(AGU-2009-CESPE): É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação


telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato complexo que exija
investigação diferenciada e contínua. BL: STF, HC 83.515/RS.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação,


DANDO CIÊNCIA ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. (PCMG-2008)
(PCPB-2009) (MPSP-2010/2011) (PCGO-2012) (DPETO-2013) (PCES-2013) (PF-2013) (MPAC-2014) (TJMS-
2015) (TRF5-2015) (MPRO-2017) (MPMS-2018) (PCPR-2021)

#Atenção: #DOD: #STF: #PF-2013: #CESPE: Acompanhamento da interceptação por outros órgãos
que não a Polícia Civil ou Federal: Segundo o art. 6º, da Lei 9.296/96, os procedimentos de
interceptação telefônica serão conduzidos pela autoridade policial (Delegado de Polícia Civil ou
Federal). O STJ e o STF, contudo, entendem que tal acompanhamento poderá ser feito por outros
órgãos, como, por exemplo, a polícia militar (o que ocorreu no caso concreto), não sendo
atribuição exclusiva da autoridade policial. STF. 2ª T. HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, j.
15/5/12. STJ. 5ª T., HC 131836/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 04/11/10.
(PF-2013-CESPE): Fábio, delegado, tendo recebido denúncia anônima na qual seus subordinados eram
acusados de participar de esquema criminoso relacionado ao tráfico ilícito de substâncias
entorpecentes, instaurou, de imediato, inquérito policial e requereu a interceptação das comunicações
telefônicas dos envolvidos, que, devidamente autorizada pela justiça estadual, foi executada pela
polícia militar. No decorrer das investigações, conduzidas a partir da interceptação das comunicações
telefônicas, verificou-se que os indiciados contavam com a ajuda de integrantes das Forças Armadas
para praticar os delitos, utilizando aviões da Aeronáutica para o envio da substância entorpecente para
o exterior. O inquérito passou a tramitar na justiça federal, que prorrogou, por diversas vezes, o
período de interceptação. Com a denúncia na justiça federal, as informações colhidas na intercepção
foram reproduzidas em CD-ROM, tendo sido apenas as conversas diretamente relacionadas aos fatos
investigados transcritas nos autos. Acerca dessa situação hipotética e do procedimento relativo às
interceptações telefônicas, julgue o item: Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter
excepcional, à polícia militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, executar
interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita de envolvimento de autoridades
policiais civis nos delitos investigados, não sendo a execução dessa medida exclusiva da autoridade
policial, visto que são autorizados, por lei, o emprego de serviços e a atuação de técnicos das
concessionárias de serviços públicos de telefonia nas interceptações..

§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será


determinada a sua transcrição. (PCPB-2009) (TJPB-2011) (TRF4-2012) (PCAL-2012) (TRF1-2013) (MPGO-
2014) (DPEMG-2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (MPMS-2015) (DPERN-2015) (MPF-2015) (MPRO-
2008/2017) (DPEAM-2018) (Anal. Judic./STJ-2018) (TJMG-2022)

(TJSE-2015-FCC): A transcrição integral do conteúdo de gravação das interceptações telefônicas é


dispensável, sendo imprescindíveis tão somente os trechos que digam respeito ao investigado −
embasadores da denúncia −, para que, assim, exerça o contraditório e a ampla defesa. BL: STJ,
AgRg no HC 260891/SP.

#Atenção: #STJ e STF: #TJPB-2011: #TRF4-2012: #TRF1-2013: #MPAC-2014: #MPGO-2014:


#DPEMG-2014: #Cartórios/TJDFT-2014: #MPMS-2015: #DPERN-2015: #MPF-2015: #DPEAM-
2018: #Anal. Judic./STJ-2018: #TJMG-2022: #CESPE: #FCC: #FGV: #STJ: Nos termos da Lei
9.296/96, e consoante diversos precedentes desta Corte Superior, é dispensável que a transcrição
do conteúdo das interceptações telefônicas seja feita por peritos oficiais. STJ, 5ª T., HC
111.722/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 21/9/10. (...) É pacífico o entendimento nos tribunais
superiores no sentido de que é prescindível a transcrição integral do conteúdo da quebra do
sigilo das comunicações telefônicas, somente sendo necessária, a fim de se assegurar o exercício
da garantia constitucional da ampla defesa, a transcrição dos excertos das escutas que serviram
de substrato para o oferecimento da denúncia. STJ. 6ª T., HC 171.910/SP, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, j. 21/11/13. (...) #STF: Desnecessidade de transcrição integral dos diálogos
captados: Não é necessária a transcrição integral das conversas interceptadas, desde que
possibilitado ao investigado o pleno acesso a todas as conversas captadas, assim como
disponibilizada a totalidade do material que, direta e indiretamente, àquele se refira, sem
prejuízo do poder do magistrado em determinar a transcrição da integralidade ou de partes do
áudio. STF. Plenário. Inq 3693/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 10/4/14 (Info 742).
(MPAC-2014-CESPE): Assinale a opção correta com base no entendimento do STJ a respeito das
interceptações telefônicas: A fim de assegurar a ampla defesa, é necessário apenas que se transcrevam
os excertos das escutas telefônicas que tenham servido de substrato para o oferecimento da denúncia.
BL: Entend. Jurisprud.

§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao


juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.
(PCMG-2008) (MPSP-2010) (PCES-2013) (MPAC-2014) (MPRO-2017)

§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério


Público.

Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial
PODERÁ REQUISITAR serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.
(TRF1-2011) (MPPR-2013)

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, OCORRERÁ em


autos apartados, APENSADOS aos autos do inquérito policial ou do processo criminal,
PRESERVANDO-SE o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. (MPSP-2011)
(PCAL-2012) (PCPA-2012) (MPPR-2013) (DPETO-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (TJDFT-2014) (PCSC-2014)
(MPBA-2015) (MPMG-2017) (DPERO-2017) (PCRS-2018) (DPEMT-2022)

(AGU-2013-CESPE): Acerca da legislação penal especial, julgue o item subsequente: Os autos


referentes à interceptação de comunicações telefônicas correrão em apenso aos autos do inquérito
policial ou do processo criminal. BL: art. 8º, Lei 9296.

Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório
da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na
conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do
Código de Processo Penal. (PCRS-2018)

Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, PODERÁ SER AUTORIZADA pelo juiz,
a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a CAPTAÇÃO AMBIENTAL de
sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJGO-
2021) (TJRS-2022)
I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações criminais


cujas penas máximas SEJAM superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJGO-2021)

§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação


do dispositivo de captação ambiental. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

(DPERJ-2021-FGV): “A garantia da defesa consiste precisamente na institucionalização do poder de


refutação da acusação por parte do acusado. De conformidade com ela, para que uma hipótese acusatória seja
aceita como verdadeira, não basta que seja compatível com vários dados probatórios, mas também é necessário
que não seja contraditada por nenhum dos dados virtualmente disponíveis.” (FERRAJOLI, Luigi. Direito e
Razão. Teoria do Garantismo Penal. trad. Ana Paula Zomer e outros. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2002, p. 121). Em relação à produção de prova penal lícita, é correto afirmar que: para
apuração de fato criminoso, somente será lícita a captação, por agentes policiais, de sinais oriundos
de rádio transmissores através de autorização judicial fundamentada, devendo o requerimento
indicar o local e a forma de instalação do dispositivo eletrônico específico para a captação. BL: art.
8º-A, caput e §1º, Lei 9296.

§ 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária,


por meio de operação policial disfarçada ou no período noturno, exceto na casa, nos termos do inciso
XI do caput do art. 5º da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão
judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente
atividade criminal permanente, habitual ou continuada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da


autoridade policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando
demonstrada a integridade da gravação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (PCRR-2022) (MPCSC-
2022)

#Atenção: #STJ: #DOD: #PCRR-2022: #VUNESP: É lícita a gravação ambiental realizada por um
dos interlocutores sem o conhecimento do outro: As inovações do Pacote Anticrime na Lei 9.296/96
não alteraram o entendimento de que é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada
por um dos interlocutores sem conhecimento do outro. STJ. 6ª T. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, j. 18/08/20 (Info 677).
#Comentários sobre o julgado acima: #DOD: O julgado acima foi proferido antes da derrubada dos
vetos relativos ao Pacto Anticrime (Lei 13.964/19). Depois que o Congresso Nacional rejeitou a maioria
dos vetos, entrou em vigor o § 4º do art. 8º-A da Lei 9.296/96, inserido pela Lei 12.964/19. Veja o que
diz esse dispositivo que, repito, é posterior ao julgado do STJ: “Art. 8º-A (...) § 4º A captação ambiental
feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público poderá
ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da gravação.” Assim, pela redação
literal do dispositivo, a gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento
do outro só poderá ser utilizada em matéria de defesa. Não seria possível utilizá-la para imputar
crimes ao outro interlocutor que não sabe que está sendo gravado. Logo, pela redação literal do
dispositivo, teria havido mudança naquilo que se entendia na jurisprudência.

#Atenção: #STF: #PCRR-2022: #VUNESP: É lícita a prova obtida por gravação de conversa
telefônica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa
legal de sigilo ou de reserva da conversação. (STF, RE-AgR n. º 453.562/SP)

(MPCSC-2022-CESPE): No tocante ao processo penal, julgue o item que se segue: A captação


ambiental feita por um dos interlocutores, sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do
Ministério Público, pode ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da
gravação. BL: art. 8º-A, §4º, Lei 9296.

§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação


específica para a interceptação telefônica e telemática. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 9° A gravação que não interessar à prova SERÁ INUTILIZADA por decisão judicial,
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério
Público ou da parte interessada. (TJMG-2007) (PCPB-2009) (MPSP-2010) (TRF1-2011) (PCSP-2012)
(MPMS-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (MPM-2013) (TJPA-2014) (TJDFT-2014) (MPRS-2016) (MPMG-
2010/2017) (MPPR-2013/2019) (TJPR-2019) (PCES-2019)

Parágrafo único. O INCIDENTE DE INUTILIZAÇÃO SERÁ ASSISTIDO pelo Ministério


Público, SENDO FACULTADA a presença do acusado ou de seu representante legal. (MPRO-2008)
(PCPB-2009) (TRF1-2011) (Cartórios/TJBA-2013) (MPM-2013) (MPAM-2015) (MPRS-2016) (MPMG-2017)
(MPPR-2013/2019)

#Atenção: #STJ: #DOD: #DPERR-2021: #FCC: É dever do Estado a disponibilização da


integralidade das conversas advindas nos autos de forma emprestada, sendo inadmissível a seleção
pelas autoridades de persecução de partes dos áudios interceptados: Situação concreta: durante
uma investigação para apurar tráfico de drogas, o juiz da vara criminal decretou a interceptação
telefônica dos suspeitos. Durante os diálogos, constatou-se a participação de um militar. O
militar foi, então, denunciado na Justiça Militar. Os diálogos interceptados foram juntados aos
autos do processo penal militar como prova emprestada, oriundos da vara criminal. Ocorre que
o juiz da vara criminal não remeteu à Justiça Militar a integralidade dos áudios, mas apenas os
trechos em que se entendia que havia a participação do militar. O STJ entendeu que esse
procedimento não foi correto. Isso porque “quebra da cadeia de custódia da prova”. A cadeia de
custódia da prova consiste no caminho que deve ser percorrido pela prova até a sua análise pelo
magistrado, sendo certo que qualquer interferência indevida durante esse trâmite processual
pode resultar na sua imprestabilidade (RHC 77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
05/02/2019). A defesa deve ter acesso à integralidade das conversas advindas nos autos de forma
emprestada, sendo inadmissível que as autoridades de persecução façam a seleção dos trechos
que ficarão no processo e daqueles que serão extraídos. A apresentação de somente parcela dos
áudios, cuja filtragem foi feita sem a presença do defensor, acarreta ofensa ao princípio da
paridade de armas e ao direito à prova, porquanto a pertinência do acervo probatório não pode
ser realizada apenas pela acusação, na medida em que gera vantagem desarrazoada em
detrimento da defesa. STJ. 6ª T. REsp 1.795.341-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. 7/5/19 (Info 648).
#Comentários sobre o julgado acima: #DOD: Vale ressaltar que o caso acima explicado trata sobre
falta de acesso à integralidade da interceptação telefônica e não sobre falta de transcrição ou
degravação integral das conversas obtidas. O entendimento da jurisprudência do STF e do STJ é o de
que não é obrigatória a transcrição integral do conteúdo das interceptações telefônicas. Isso não foi
alterado pelo julgado acima, que trata sobre hipótese diferente.
#Questão de concurso:
(DPERR-2021-FCC): A Polícia Civil de Roraima iniciou investigação contra Mário e Mariano diante
de indícios de participarem ativamente do tráfico de drogas na região central de Boa Vista. Em meio à
investigação, o Delegado responsável entendeu pertinente a interceptação telefônica dos réus. Após
manifestação favorável do MP estadual, tal medida foi deferida pelo magistrado competente, de forma
motivada e pelo prazo de 15 dias, findo o qual as interceptações foram imediatamente cessadas.
Todavia, ao produzir o relatório, a Polícia Civil mencionou que dos 15 dias de interceptação, 05 deles
foram excluídos sumariamente pela própria equipe policial da base do sistema, por não interessar ao
caso. O MP, então, ofereceu denúncia contra Mário e Mariano, por tráfico de drogas e associação para
o tráfico, referindo-se a alguns trechos da interceptação realizada. Devidamente citados, iniciou-se o
prazo para resposta à acusação, na qual a Defensoria Pública deve alegar a ilicitude da prova obtida
através da interceptação telefônica e o que dela derivou, haja vista quebra da cadeia de custódia. BL:
Info 648, STJ.

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou


telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou
com objetivos não autorizados em lei: (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019) (PCES-2019) (DPEMT-
2022)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019)

#Atenção: #STJ: #DOD: Não comete o crime do art. 10 da Lei 9.296/96 o advogado que grava
escondido o depoimento do seu cliente prestado em procedimento de investigação criminal:
Situação adaptada: o Ministério Público instaurou procedimento de investigação criminal e
notificou o investigado para ser interrogado no órgão. O investigado compareceu acompanhado
de sua advogada. A profissional gravou o depoimento com um gravador próprio que estava
dentro de sua bolsa. Posteriormente, o MP soube que houve essa gravação e iniciou investigação
contra a advogada pela suposta prática do crime previsto no art. 10 da Lei 9.296/96. O STJ não
concordou e determinou o trancamento do PIC. A gravação ambiental em que advogados
participam do ato, na presença do inquirido e dos representantes do Ministério Público, inclusive
se manifestando oralmente durante a sua realização, ainda que clandestina ou inadvertida,
realizada por um dos interlocutores, não configura crime, escuta ambiental, muito menos
interceptação telefônica. STJ. 5ª T. HC 662690-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. 17/05/22 (Info
737).

#Atenção: #STJ: #MPRN-2009: #PCES-2019: #CESPE: Compete à Justiça comum estadual o


processo e julgamento do delito de interceptação telefônica sem autorização judicial (art. 10 da
Lei 9.296/96), pois não se evidencia ofensa a bens, serviços ou interesses da União, suas
autarquias ou empresas públicas, mas sim violação da privacidade do particular. Precedente
citado: CC 40.113-SP, DJ 1º/7/2004. STJ. CC 98.890-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j.
11/2/09.

(MPSC-2016): A Lei 9.296/96 (Interceptação Telefônica), que expressamente regulamenta o inciso


XII, parte final, do art. 5° da CF, prevê pena de reclusão e multa, na realização de interceptação
telefônica de comunicação, de informática ou telemática, ou quebrar segredo de Justiça, sem
autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. BL: art. 10 da Lei.

(MPPR-2008): Realizar interceptação de comunicações de telemática, em cumprimento de


requisição realizada diretamente por membro do MP e visando instruir investigação criminal
referente a delito apenado com reclusão, constitui crime. BL: art. 10 da Lei.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de
conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)

Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para
investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida: (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (PCRR-2022)

§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir determinação de


sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações
enquanto mantido o sigilo judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

(Agente da Polícia Civil/AC-2017-IBADE): Euclênio, jornalista, teve seu telefone interceptado para
que fosse descoberta a fonte de uma reportagem, uma vez que alguém repassara informações a ele
para uma matéria sobre corrupção no poder público. A polícia civil, ao elaborar a representação
pela receptação telefônica sustentou que a fonte do jornalista participara de um esquema de desvio
de verbas públicas e sua identificação seria imprescindível para o sucesso da investigação. Nesse
contexto, é correto afirmar que a interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha
participação no crime e a CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito individual.
OBS: Observa-se que a interceptação telefônica somente é cabível como ultima ratio, mediante
ordem judicial e nos termos que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal e instrução
processual penal. No caso em tela, a polícia civil representou pela interceptação para averiguar se a
fonte de informações do jornalista teria supostamente participado de um esquema de desvio de
verbas públicas, fundamentando o pedido alegando que a identificação de tal fonte seria
imprescindível para o sucesso da investigação. Como se vê, a interceptação telefônica deveria ser
utilizada apenas para fins de investigação criminal, e não para quebrar o sigilo da fonte jornalística.
Essa última hipótese viola, inclusive, o art. 5º da CRFB, que prevê: “XIV - é assegurado a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.

(TJAM-2016-CESPE): A interceptação telefônica é medida subsidiária e excepcional, só podendo


ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, sendo
ilegal quando for determinada apenas com base em notícia anônima, sem investigação preliminar.

(TJSE-2015-FCC): Admite-se a serendipidade, ou seja, a descoberta de fatos novos advindos do


monitoramento judicialmente autorizado pode resultar na identificação de pessoas inicialmente
não relacionadas no pedido da medida probatória, mas que possuam estreita ligação com o objeto
da investigação, e tal circunstância não invalida a utilização das provas colhidas contra esses
terceiros. BL: STJ, HC 144137/ES.

(MPF-2015): Em relação às nulidades no processo penal: É integralmente correto afirmar que


informações obtidas em interceptação de conversas telefônicas, mediante previa autorização
judicial para prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usadas
em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma pessoa em relação as quais foram
colhidas ou até mesmo contra outros envolvidos também servidores públicos cujos supostos ilícitos
teriam despontado a colheita dessas provas na seara criminal, desde que autorizado o
compartilhamento pelo juiz criminal, sendo improcedente a alegação de nulidade por estas
circunstâncias. BL: Entend. Jurisprud.

#Atenção: #STJ e #STF: #DOD: #PCGO-2012: #PCRJ-2012: #TRF1-2009/2013: #MPGO-2013:


#MPMG-2013: #TRF5-2013: #MPM-2013: #TRF4-2012/2014: #Cartórios/TJSE-2014: #MPF-2015:
#PGEMS-2014/2016: #DPEAC-2017: #DPEAL-2017: #PGEAP-2018: #PGEPE-2018:
#Cartórios/TJDFT-2019: #PGM-Campo Grande/MS-2019: #TJSP-2021: #PCRN-2021: #TJMA-2022:
#TJSC-2022: #CESPE: #FGV: #VUNESP: #STJ: A jurisprudência do STJ e do STF é firme no
sentido de que é admitida a utilização no processo administrativo de “prova emprestada” do
inquérito policial ou do processo penal, desde que autorizada pelo juízo criminal e respeitados
o contraditório e a ampla defesa. (MS 17.472/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Seção,
julgado em 13/6/2012). (...) É cabível a chamada “prova emprestada” no processo administrativo
disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo Juízo Criminal. Assim, não há impedimento
da utilização da interceptação telefônica produzida no ação penal, no processo administrativo
disciplinar, desde que observadas as diretrizes da Lei 9.296/96 (MS 14.140/DF). (...) A
jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido de considerar possível se utilizar, no processo
administrativo disciplinar, interceptação telefônica emprestada de procedimento penal, desde
que devidamente autorizada pelo juízo criminal. STJ. Não há desproporcionalidade
excessivamente gravosa a justificar a intervenção do Poder Judiciário quanto ao resultado do
Processo Administrativo Disciplinar originário, em que a autoridade administrativa concluiu
pelo devido enquadramento dos fatos e aplicação da pena de demissão, nos moldes previstos
pelo estatuto jurídico dos policiais civis da União. STJ. 1ª S., MS 16.146/DF, Rel. Min. Eliana
Calmon, j. 22/05/13. #STF: A jurisprudência desta Corte admite o uso de prova emprestada em
processo administrativo disciplinar, em especial a utilização de interceptações telefônicas
autorizadas judicialmente para investigação criminal. Precedentes. STF. 1ª T., RMS 28774, Rel.
Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Ac. Min. Roberto Barroso, j. 22/09/15. (...).A prova colhida mediante
autorização judicial e para fins de investigação ou processo criminal pode ser utilizada para
instruir procedimento administrativo punitivo. Assim, é possível que as provas provenientes de
interceptações telefônicas autorizadas judicialmente em processo criminal sejam emprestadas
para o processo administrativo disciplinar. STF. 1ª T. RMS 28774/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio,
red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, j. 9/8/16 (Info 834). STJ. 1ª Seção. MS 16146-DF, Rel. Min. Eliana
Calmon, j. 22/5/13.
(PCRN-2021-FGV): Tramita no âmbito interno da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte
processo administrativo disciplinar (PAD) que apura eventual falta funcional praticada por certo
delegado de polícia. Durante a instrução do PAD, foi verificada pela autoridade competente que o
conduz a necessidade de obtenção de prova emprestada, consistente em interceptação telefônica
realizada no bojo de processo criminal. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o
compartilhamento de prova pretendido é: viável, desde que devidamente autorizada pelo juízo
criminal competente e respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa. BL: Entend.
Jurisprud.
(MPMG-2013): As provas colhidas no bojo de instrução processual penal, desde que obtidas mediante
interceptação telefônica devidamente autorizada por Juízo competente, admitem compartilhamento
para fins de instruir procedimento criminal ou mesmo procedimento administrativo disciplinar contra
outros agentes. BL: Entend. Jurisprud.

#Atenção: #STJ: #DOD: #MPMT-2014: #TRF4-2014: #TRF5-2015: #MPSP-2017: #MPBA-2018:


#PCSP-2018: #Cartórios/TJDFT-2019: #DPERR-2021: #TJSC-2022: #CESPE: #FCC: #FGV:
#VUNESP: Prova emprestada oriunda de processo no qual não figuravam as mesmas partes:
participado do processo originário onde foi produzida? Ex.: no processo 1, foi produzida
determinada prova. Em uma ação de “A” contra “B” (processo 2), “A” deseja trazer essa prova
emprestada. Ocorre que “B” não participou do processo 1. Será possível trazer essa prova mesmo
assim? SIM. É admissível, assegurado o contraditório, a prova emprestada vinda de processo do
qual não participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. A prova
emprestada não pode se restringir a processos em que figurem partes idênticas, sob pena de se
reduzir excessivamente sua aplicabilidade sem justificativa razoável para isso. Em outras
palavras, não é requisito imprescindível a identidade das partes. Quando se diz que deve
assegurar o contraditório, significa que a parte deve ter o direito de se insurgir contra a prova
trazida e de impugná-la. STJ. Corte Especial. EREsp 617.428-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j.
4/6/14 (Info 543).
(DPERR-2021-FCC): Antônio teve decretadas em seu desfavor interceptações telefônicas pela
autoridade judicial competente para investigação de fato certo, tipificado como crime apenado com
reclusão. No curso dessa diligência, foram descobertas outras infrações penais, revelando outros
autores e partícipes. Sobre esse caso concreto, os Tribunais Superiores entendem que a prova
emprestada é amplamente admitida, desde que garantidos o contraditório e a ampla defesa. BL: Info
543, STJ.
(MPEBA-2018): A prova obtida por meio de interceptação telefônica no âmbito do processo penal,
ainda que antes do julgamento da ação penal, poderá ser utilizada na qualidade de prova emprestada
em ação civil, desde que haja identidade de partes entre ambas as ações e tenha assegurado o
contraditório. BL: Info 543, STJ.

#Atenção: #STJ: #MPGO-2012/2013: #TRF1-2013: #MPM-2013: #PGEMS-2014/2016: #TJCE-2018:


#MPMG-2019: #CESPE: Em relação às provas obtidas por interceptação telefônica, não há
ilegalidade na utilização desses elementos na ação de improbidade, quando resultarem de provas
emprestadas de processos criminais. (REsp 1190244/RJ, Rel. Min. Castro Meira, 2ª T, j. em
05/05/11). (...) Esta Corte Superior possui entendimento pacificado no sentido de que é possível
o uso emprestado em ação de improbidade administrativa do resultado de interceptação
telefônica em ação penal. A decisão deferindo a interceptação deve constar necessariamente dos
autos da ação penal, e não da ação na qual o resultado da medida probatória figurará como prova
emprestada, daí porque inexiste a nulidade por ausência do referido provimento judicial. (REsp
1163499/MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. 21/09/10).

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