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296/96
Última atualização legislativa: Lei 13869/19 (publicada em 05/09/19 – artigos alterados/incluídos: art. 10);
Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19 – entra em vigor em 30 dias – artigos
alterados/incluídos: art. 8º-A e art. 10-A). Inclusão da promulgação dos trechos vetados do Pacote
Anticrime!!!
Última atualização jurisprudencial: 13/10/2022 –Info 1047 (art. 5º); Info 737 (art. 10).
2) Siglas utilizadas:
MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal),
etc.
#Atenção: #STJ: #MPDFT-2021: Para a 5ª Turma do STJ, a agenda telefônica é uma das facilidades
oferecidas pelos modernos aparelhos de smartphones a seus usuários e durante uma prisão em
flagrante, a análise pelos policiais dos dados constantes na agenda telefônica ou no registro de
chamadas não está garantida a proteção do sigilo telefônico ou de dados telemáticos prevista no
art. 5º, XII, da CF. STJ. 5ª T., REsp 1782386/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. 15/12/20.
II - a prova PUDER SER FEITA por outros meios DISPONÍVEIS; (PCMG-2008) (TRF4-2009)
(MPPB-2010) (MPSP-2010/2011) (TJAC-2012) (TJPR-2012) (MPSC-2012) (PCSP-2012) (Cartórios/TJBA-
2013) (DPEMG-2014) (PCSC-2014) (TRF5-2015) (AGU-2015) (MPPR-2017) (MPRR-2017) (DPEAM-2018)
(DPEAP-2018) (TRF3-2018) (PCPI-2018) (PCRS-2018) (TJSC-2019) (PCES-2019) (MPMG-2021) (DPERR-
2021) (Cartórios/TJGO-2021)
#Atenção: #STJ: Segundo o STJ, em atenção ao art. 2º, inc. II, da Lei 9.296/96, a interceptação
telefônica só será deferida quando não houver outros meios de produção de prova. Nos termos da
Jurisprudência desta Corte, cabe à parte demonstrar quais outros procedimentos investigatórios
seriam suficientes para a elucidação da autoria dos delitos investigados, sendo que afastar as
conclusões das instâncias ordinárias sobre a adequação de tais meios demanda o aprofundado
revolvimento fático probatório, procedimento vedado dentro dos estreitos limites da via eleita. (STJ,
RHC 61.207/PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5ª T., j. 25/9/18).
III - o fato investigado CONSTITUIR infração penal punida, no máximo, COM PENA DE
DETENÇÃO. (PCMG-2008) (DPEAL-2009) (DPEES-2009) (PCPB-2009) (MPPB-2010) (MPSP-2010/2011)
(TRF4-2009/2010/2012) (TJAC-2012) (DPEAC-2012) (PCGO-2012) (TJRJ-2013) (MPDFT-2013)
(Cartórios/TJRR-2013) (TRF2-2013) (PCSC-2008/2014) (TJPA-2014) (AGU-2009/2015) (TJMS-2015) (TRF5-
2015) (PCPA-2012/2016) (MPRS-2016) (DPEBA-2016) (MPPR-2017) (MPRR-2017) (DPERO-2017) (PCAC-
2017) (PCMT-2017) (DPEAP-2018) (TRF3-2018) (PCPI-2018) (Anal./MPU-2018) (TJSC-2019) (PCES-2019)
(TJGO-2012/2021) (MPSC-2012/2014/2021) (DPERR-2021) (Cartórios/TJSC-2021) (PCPR-2021) (PF-2021)
(PCSP-2012/2022) (DPEMT-2022)
(MPSC-2016): A Lei 9296/96 dispõe que não será admitida a interceptação de comunicações
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: não houver indícios razoáveis da
autoria ou participação em infração penal, a prova puder ser feita por outros meios disponíveis e o
fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. BL: art. 2º, I
a III da Lei 9296/96.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese DEVE SER DESCRITA COM CLAREZA a situação
objeto da investigação, INCLUSIVE com a indicação e qualificação dos investigados, SALVO
IMPOSSIBILIDADE MANIFESTA, devidamente justificada. (TJMG-2007) (MPSC-2012) (MPGO-
2014) (PCSC-2014) (MPMS-2013/2015) (AGU-2015) (MPRS-2016) (TJSC-2019) (DPERR-2021)
(TJDFT-2014-CESPE): A respeito dos direitos e garantias fundamentais, dos direitos sociais e dos
direitos políticos, assinale a opção correta: Embora a CF estabeleça a inviolabilidade do sigilo das
comunicações telefônicas, o juiz poderá, de ofício, determinar a interceptação de comunicação
telefônica na investigação criminal e na instrução processual penal. BL: art. 5º, XII, CF c/c art. 3º,
Lei 9296.
#Atenção: O art. 3º da Lei 9.296/96 expressamente permite a decretação de ofício pelo magistrado.
Cumpre lembrar que há doutrinadores que sustentam que a decretação de ofício poderá ocorrer
apenas na fase judicial.
#Atenção: #DOD: #STF: A interceptação telefônica pode ser renovada sucessivamente se a decisão
judicial inicial e as prorrogações forem fundamentadas, com justificativa legítima, mesmo que
sucinta, a embasar a continuidade das investigações: São lícitas as sucessivas renovações de
interceptação telefônica, desde que, verificados os requisitos do art. 2º da Lei 9.296/96 e
demonstrada a necessidade da medida diante de elementos concretos e a complexidade da
investigação, a decisão judicial inicial e as prorrogações sejam devidamente motivadas, com
justificativa legítima, ainda que sucinta, a embasar a continuidade das investigações. São ilegais
as motivações padronizadas ou reproduções de modelos genéricos sem relação com o caso
concreto. STF. Plenário. RE 625263/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 661) (Info 1047).
#Atenção: #Jurisprud. Teses/STJ - Ed. 117: #PCPR-2021: #UFPR: Tese 02: É admissível a utilização
da técnica de fundamentação per relationem para a prorrogação de interceptação telefônica
quando mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da medida originária.
(PCPR-2021-UFPR): Sobre a Lei 9.296/96, assinale a alternativa correta: De acordo com o STJ, é
admissível a utilização da técnica de fundamentação per relationem para a prorrogação de interceptação
telefônica quando mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da medida originária. BL:
Entend. Jurisprud.
#Atenção: #DOD: #STF: #PF-2013: #CESPE: Acompanhamento da interceptação por outros órgãos
que não a Polícia Civil ou Federal: Segundo o art. 6º, da Lei 9.296/96, os procedimentos de
interceptação telefônica serão conduzidos pela autoridade policial (Delegado de Polícia Civil ou
Federal). O STJ e o STF, contudo, entendem que tal acompanhamento poderá ser feito por outros
órgãos, como, por exemplo, a polícia militar (o que ocorreu no caso concreto), não sendo
atribuição exclusiva da autoridade policial. STF. 2ª T. HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, j.
15/5/12. STJ. 5ª T., HC 131836/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 04/11/10.
(PF-2013-CESPE): Fábio, delegado, tendo recebido denúncia anônima na qual seus subordinados eram
acusados de participar de esquema criminoso relacionado ao tráfico ilícito de substâncias
entorpecentes, instaurou, de imediato, inquérito policial e requereu a interceptação das comunicações
telefônicas dos envolvidos, que, devidamente autorizada pela justiça estadual, foi executada pela
polícia militar. No decorrer das investigações, conduzidas a partir da interceptação das comunicações
telefônicas, verificou-se que os indiciados contavam com a ajuda de integrantes das Forças Armadas
para praticar os delitos, utilizando aviões da Aeronáutica para o envio da substância entorpecente para
o exterior. O inquérito passou a tramitar na justiça federal, que prorrogou, por diversas vezes, o
período de interceptação. Com a denúncia na justiça federal, as informações colhidas na intercepção
foram reproduzidas em CD-ROM, tendo sido apenas as conversas diretamente relacionadas aos fatos
investigados transcritas nos autos. Acerca dessa situação hipotética e do procedimento relativo às
interceptações telefônicas, julgue o item: Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter
excepcional, à polícia militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, executar
interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita de envolvimento de autoridades
policiais civis nos delitos investigados, não sendo a execução dessa medida exclusiva da autoridade
policial, visto que são autorizados, por lei, o emprego de serviços e a atuação de técnicos das
concessionárias de serviços públicos de telefonia nas interceptações..
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial
PODERÁ REQUISITAR serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.
(TRF1-2011) (MPPR-2013)
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório
da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na
conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do
Código de Processo Penal. (PCRS-2018)
Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, PODERÁ SER AUTORIZADA pelo juiz,
a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a CAPTAÇÃO AMBIENTAL de
sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJGO-
2021) (TJRS-2022)
I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão
judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente
atividade criminal permanente, habitual ou continuada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
#Atenção: #STJ: #DOD: #PCRR-2022: #VUNESP: É lícita a gravação ambiental realizada por um
dos interlocutores sem o conhecimento do outro: As inovações do Pacote Anticrime na Lei 9.296/96
não alteraram o entendimento de que é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada
por um dos interlocutores sem conhecimento do outro. STJ. 6ª T. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, j. 18/08/20 (Info 677).
#Comentários sobre o julgado acima: #DOD: O julgado acima foi proferido antes da derrubada dos
vetos relativos ao Pacto Anticrime (Lei 13.964/19). Depois que o Congresso Nacional rejeitou a maioria
dos vetos, entrou em vigor o § 4º do art. 8º-A da Lei 9.296/96, inserido pela Lei 12.964/19. Veja o que
diz esse dispositivo que, repito, é posterior ao julgado do STJ: “Art. 8º-A (...) § 4º A captação ambiental
feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público poderá
ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da gravação.” Assim, pela redação
literal do dispositivo, a gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento
do outro só poderá ser utilizada em matéria de defesa. Não seria possível utilizá-la para imputar
crimes ao outro interlocutor que não sabe que está sendo gravado. Logo, pela redação literal do
dispositivo, teria havido mudança naquilo que se entendia na jurisprudência.
#Atenção: #STF: #PCRR-2022: #VUNESP: É lícita a prova obtida por gravação de conversa
telefônica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa
legal de sigilo ou de reserva da conversação. (STF, RE-AgR n. º 453.562/SP)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019)
#Atenção: #STJ: #DOD: Não comete o crime do art. 10 da Lei 9.296/96 o advogado que grava
escondido o depoimento do seu cliente prestado em procedimento de investigação criminal:
Situação adaptada: o Ministério Público instaurou procedimento de investigação criminal e
notificou o investigado para ser interrogado no órgão. O investigado compareceu acompanhado
de sua advogada. A profissional gravou o depoimento com um gravador próprio que estava
dentro de sua bolsa. Posteriormente, o MP soube que houve essa gravação e iniciou investigação
contra a advogada pela suposta prática do crime previsto no art. 10 da Lei 9.296/96. O STJ não
concordou e determinou o trancamento do PIC. A gravação ambiental em que advogados
participam do ato, na presença do inquirido e dos representantes do Ministério Público, inclusive
se manifestando oralmente durante a sua realização, ainda que clandestina ou inadvertida,
realizada por um dos interlocutores, não configura crime, escuta ambiental, muito menos
interceptação telefônica. STJ. 5ª T. HC 662690-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. 17/05/22 (Info
737).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de
conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para
investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida: (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (PCRR-2022)
(Agente da Polícia Civil/AC-2017-IBADE): Euclênio, jornalista, teve seu telefone interceptado para
que fosse descoberta a fonte de uma reportagem, uma vez que alguém repassara informações a ele
para uma matéria sobre corrupção no poder público. A polícia civil, ao elaborar a representação
pela receptação telefônica sustentou que a fonte do jornalista participara de um esquema de desvio
de verbas públicas e sua identificação seria imprescindível para o sucesso da investigação. Nesse
contexto, é correto afirmar que a interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha
participação no crime e a CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito individual.
OBS: Observa-se que a interceptação telefônica somente é cabível como ultima ratio, mediante
ordem judicial e nos termos que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal e instrução
processual penal. No caso em tela, a polícia civil representou pela interceptação para averiguar se a
fonte de informações do jornalista teria supostamente participado de um esquema de desvio de
verbas públicas, fundamentando o pedido alegando que a identificação de tal fonte seria
imprescindível para o sucesso da investigação. Como se vê, a interceptação telefônica deveria ser
utilizada apenas para fins de investigação criminal, e não para quebrar o sigilo da fonte jornalística.
Essa última hipótese viola, inclusive, o art. 5º da CRFB, que prevê: “XIV - é assegurado a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.