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I
- A rememoração do passado para exaltar o presente
- Começo da decadência burguesa na jornadas de junho de 1848, o golpe no
proletariado através da Assembleia Constituinte.
“Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e
espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as
quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se
encontram”(p.25).
“Mas o que rondou de 1848 a 1851 foi tão somente o fantasma da antiga revolução
[...] Todo um povo, que por meio da revolução acreditava ter obtido a força motriz
necessária para avançar com maior celeridade, de repente se vê arremessado de
volta a uma época extinta e, para que não paire nenhuma dúvida quanto ao
retrocesso sofrido, ressurgem os velhos elementos, a velha contagem do tempo, os
velhos nomes, os velhos editais que já haviam sido transferidos ao campo da
erudição antiquária e os velhos verdugos que pareciam ter-se decomposto há muito
tempo.”(p.27-28).
“A Revolução de Fevereiro foi um atropelamento que pegou de surpresa a antiga
sociedade, e o povo proclamou esse ataque-surpresa como um feito que teria
inaugurado uma nova era na história mundial. No dia 2 de dezembro, a Revolução
de Fevereiro foi escamoteada pelo volte de um trapaceiro, o que deixou a impressão
de que se derrubara não mais a monarquia, mas as concessões liberais que lhe
haviam sido arrancadas por séculos de luta. A própria sociedade deveria ter
conquistado para si mesma um novo conteúdo; em vez disso, foi meramente o
Estado que retornou à sua forma mais antiga, ao domínio despudoradamente
simples da espada e da batina. Assim, a resposta ao coup de main [ataque-
surpresa] de fevereiro de 1848 foi o coup de tête [cabeçada, ação impensada] de
dezembro de 1851”(p.29).
O fim do Estado sítio e sua ditadura pela eleição de 10 de dezembro de 1848 p.47.
A consequência:
“De repente, Bonaparte se viu novamente confrontado com a Revolução. Como no
dia 29 de janeiro de 1849 e no dia 13 de junho de 1849, também no dia 10 de março
de 1850 ele desapareceu atrás do Partido da Ordem. Ele curvou-se, desculpou-se
medrosamente, prontificou-se a nomear qualquer ministério por ordem da maioria
parlamentar, ele até suplicou aos chefes dos partidos orleanistas e legitimistas, aos
Thiers, Berryer, Broglie, Molé, em suma, aos assim chamados burgraves, que
tomassem o leme do Estado nas suas próprias mãos. O Partido da Ordem não
soube aproveitar esse momento irrevogável. Em vez de apossar-se ousadamente
do poder que lhe foi oferecido, ele nem mesmo obrigou Bonaparte a reempossar o
ministério destituído no dia 1o de novembro; ele se contentou com humilhá-lo
mediante o pedido de perdão e com agregar ao ministério de Hautpoul o senhor
Baroche”(p.83).