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em duas escolas, nas quais os estudantes possuem perfis bem diferentes. Na escola Max,
geralmente os estudantes não trabalham e não fazem nenhum curso durante o período
que estão fora da escola. Os estudantes que trabalham, são mulheres que estudam no
colégio Max, mas são de outra cidade. Elas são jogadoras de vôlei e por cota do
convênio que o colégio tem com o time de vôlei do Taubaté elas estudam no colégio,
são as únicas que trabalham de fato. Já no colégio Sesi, a maior parte dos alunos faz
Senai no contra turno, e a maior parte deles não vê o ensino superior como possibilidade
de vida, de modo que eles só querem ingressar no mercado de trabalho através do Senai,
diferente dos alunos do colégio Max que possuem preocupação e, consequentemente
veem como possibilidade entrar numa faculdade. Portanto, a professora ressalta que
conhecer o perfil dos estudantes é necessário para adequar suas aulas a eles e assim
poder conquista-los de alguma maneira. Além disso, a professora diz que conhecer os
estudantes é importante para saber o que eles carregam de conhecimento e como
sensibilizá-los em relação ao conteúdo, por exemplo, no colégio Max, ela diz que uma
das músicas do grupo Racionais funciona muito bem, porém no Sesi, onde, segundo ela,
os estudantes são de uma região de roça, eles perguntaram se ela não gostava de música
sertaneja, pois é o estilo musical que eles gostavam e, no caso, fazia parte do cotidiano
deles.
Alexandre Barbosa diz que a escola é entendida como aparelho tecnológico para a
organização das relações sócias visando o disciplinamento e a conformação dos sujeitos
que a frequentam, além de, Segundo Neil Postman Legitimar determinados saberes em
detrimento de outros. Porém, como dito em aula, isso pressupõe uma abstração do
estudante em que ele é pensado como um ouvinte passível pronto a ser formado. Isso
não acontece na realidade pois os estudantes trazem para a escola suas preferencias,
vivencias e conflitos que, a escola tende a recusar a existência e clamar por esse
estudante abstrato já citado, ou seja, o que faz parte desse estudante abstrato pode
permanecer na escola e o que não é, como preferência de vestimenta, gírias, dança,
discutir certos assuntos, é entendido como não escolar, deve permanecer fora da escola
e esse estudante deve se enquadrar no que a escola acredita ser adequado. No caso, do
professor de Sociologia, como no relato da professora, é necessário estabelecer essa
ponte entre os estudantes, de modo que os temas trazidos por eles, suas vivencias etc.
possam ser discutidos na escola e tornar isso um conhecimento escolar em que não é
negado as particularidades desses estudantes.
Referências: