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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI

CAMPUS PROF. POSSIDÔNIO QUEIROZ


LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA

Discente: Kelly Gisele Rodrigues dos Santos Silva1

Disciplina: Práticas Pedagógicas IV


Professora: Valderlany Mendes Dantas

FICHAMENTO COMENTADO

ALMEIDA, S. G; AMADOR, K. T. M. A interdisciplinaridade no ensino de História:


relações possíveis entre História e a Literatura. Macapá: Fronteiras & Debates, 2019.

1 Graduanda em Licenciatura Plena em História. Bloco VI. E-


mail: kellygsilva@aluno.uespi.br
“O artigo busca pensar o ensino de História a partir de uma proposta interdisciplinar. Para
tanto, as fontes literárias são consideradas importantes documentos a serem trabalhados pelo
professor, já que contribuem para uma análise histórica sobre diferentes sociedades, seus
costumes e sua cultura, o que pressupõe o conhecimento pelo professor das questões que
envolvem a linguagem literária.” p. 101
A Interdisciplinaridade é um método de ensino que passou a ser objeto de discussão nos
últimos anos sobre sua aplicação nas salas de aula em prol do ensino educacional com maior
qualidade. Nessa forma de ensino, na História, as fontes são partes importantes dos processos
de estudos a serem desenvolvidos. A partir disso, as discussões das autoras se tornam algo
muito relevante.
“Pensar sobre o conceito de interdisciplinaridade e a sua importância ao estabelecer
relações de diálogo e proximidade entre as disciplinas de História e Literatura é um dos
pontos a ser analisado neste artigo. Tais relações podem ser discutidas no campo do ensino
pela utilização de textos e obras literárias como material de apoio em sala de aula, por meio
da prática de leituras e debate entre os alunos e professores.” p. 101-102
A Interdisciplinaridade pode ser entendida como uma forma de apresentar aos alunos
possibilidades diferentes de olhar um mesmo fato, um mesmo contexto histórico, como na
disciplina de História, possibilitando um ensino bem contextualizado, em contato com
diferentes áreas do conhecimento ao discutir sobre alguma temática. Partindo disso, a
utilização de textos e obras literárias como material de apoio, como fontes, são materiais
importantes para que os alunos possam, de uma forma mais abrangente, refletirem sobre os
processos que são discutidos em sala de aula.
“(...) Não podemos negar o papel considerável que a disciplinarização trouxe para a
construção e desenvolvimento de estudos pertinentes em diferentes áreas do conhecimento.
Sendo que foi a partir disto possível o debate para a implementação do modelo
interdisciplinar, reiterando a necessidade de correlacionar diferentes áreas de saber e os
estudos trazidos pelas disciplinas isoladas, para a ampliação do conhecimento.” p. 102
Na proposta da interdisciplinaridade, temos a ligação/conexão entre outras ciências trazendo
outras disciplinas para dialogar com a História. Como exemplo temos o campo da Literatura
que é discutido neste texto. Esse é um belo exemplo que pode afirmar esta concepção, quando
a partir de materiais literários, trazemos discussões sobre contextos históricos partindo da
análise de algum texto literários de acordo com o conteúdo estudado em sala de aula com os
alunos.
“No Brasil a questão da interdisciplinaridade foi pensada e inserida nas legislações
educacionais, implementadas recentemente para a formação e fortalecimento da educação
básica no país. Nesse sentido, foram criadas leis e parâmetros curriculares que abarcam a
interdisciplinaridade como elemento essencial na promoção de uma educação básica de
qualidade(...) `` p. 104
Como citado anteriormente, esse método de ensino vem sendo discutido de forma ampla por
longos anos, sobre sua eficiência e pontos a serem aperfeiçoados. Esse método, ao ser
aplicado em sala de aula, passa por um longo processo, pois não é tão simples dialogar com
diferentes áreas do ensino. Esses processos trazem problemas e conflitos que o trabalho
interdisciplinar cobra.
“O ensino de História nos PCN é pensado de maneira integrada com as amplas
possibilidades de fontes e conhecimentos trazidos por outras disciplinas e conteúdos e,
também, vem
reforçando a importância da contextualização dos assuntos tratados.’ p. 104

Pensando as legislações educacionais, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), vai trazer


a interdisciplinaridade como elemento essencial no desenvolvimento de uma educação básica
de qualidade, o que é um ponto importante a ser levado em consideração.
“(...) destaca-se a respeito da necessidade da formação para o trabalho interdisciplinar.” p.
104 Assim como discutido anteriormente, ao dialogar com outras áreas do ensino, os
professores precisam ter os meios necessários para estabelecer esses diálogos. É nesse sentido
que se tem a necessidade de haver uma formação para o trabalho interdisciplinar,
metodologias interdisciplinares, que vão fornecer os meios necessários para que o professor
possa aplicar a interdisciplinaridade, dialogando com diferentes disciplinas, estabelecendo
diferentes discussões e por diferentes visões.
“Um dos questionamentos que devemos fazer quanto à possibilidade de efetivação de um
ensino interdisciplinar é pensar se o professor está preparado para esta interação com outras
disciplinas, levando em consideração as experiências trazidas por seus alunos para a sala de
aula. Entendemos que é preciso mudanças na formação de professores e isto deve partir de
dentro das universidades.” p. 105
Essa discussão é muito interessante. Partindo do pressuposto dessas discussões se iniciarem
nas universidades, as discussões em torno da interdisciplinaridade na formação dos discentes
enquanto futuros professores é importante para os mesmos, desde sua formação,
desenvolverem a capacidade de terem os meios necessários, academicamente falando, de
estabelecerem esse método de ensino em sala de aula com os alunos nas discussões dos
diferentes conteúdos a serem abordados em cada etapa do ensino educacional. Dessa forma,
os professores estarão preparados academicamente para as demandas que a
interdisciplinaridade irá trazer.
“Como metodologia de ensino é importante que o professor incentive junto aos seus alunos a
problematização de temas apresentados em sala de aula, além disso, possibilite que os alunos
criem a prática de contextualizar os assuntos tratados e debatidos. Assim, o processo de
ensino-aprendizagem é dinamizado, incentivando o aluno a pensar os temas e assuntos
abordados em sala de aula por meio de várias perspectivas e abordagens.” p. 105
Por este motivo, os professores devem ser “(…)capazes de debater e incentivar uma
formação acadêmica mais ampla e voltada para a interdisciplinaridade.” p. 105
“(...) a implantação de um ensino interdisciplinar requer muitos esforços para que seus
resultados sejam positivos e possam promover uma integração escolar satisfatória. Isso
demanda tempo, investimento, vontade e incentivo, tanto por parte de professores, alunos,
pais, quanto dos coordenadores pedagógicos e secretarias de educação.” p. 105
A implantação do ensino interdisciplinar é um esforço de toda a comunidade educacional,
desde a coordenação, os professores, alunos e pais, aos órgãos educacionais que vão fornecer
os meios necessários para por esse método em prática, com a capacitação dos professores e
das escolas. "A literatura como documento possibilita identificar as características e
intencionalidades dos sujeitos históricos de uma sociedade em diferentes épocas. Visto que,
apresentam aspectos sociais múltiplos e subjetividades que nos possibilitam extrair
informações pertinentes para a análise historiográfica, além de nos colocar frente a outras
formas de análise, tornando a pesquisa histórica interdisciplinar e variada (BORGES,
2010)." p. 106
A Literatura é uma das muitas fontes que podem ser usadas como material nas discussões de
determinados conteúdos. Com a ampliação de fontes, agora não mais apenas documentos
oficiais, temos muitos tipos de fontes que serão necessárias como material de suporte para
analisar diferentes contextos histórico, e isso é um avanço muito importante e relevante. Além
disso, as fontes podem ajudar na compreensão desses contextos por diferentes visões, não
mais apenas por uma via única.
"Grecco (2015) vai destacar também as relações que a Literatura estabelece com a memória,
pois se por um lado não tem uma preocupação explícita com ela, por outro permite
apreender aspectos da memória coletiva. Desta forma, as fontes literárias auxiliam
grandemente na compreensão e identificação de contextos históricos vividos justamente por
meio das representações descritas nas obras literárias." p. 108
Diferentes discussões e construções trazem conceitos importantes de serem compreendidos. É
interessante como a memória é importante em muitos processos, na construção de diferentes
contextos históricos e do imaginário social. Diante disso, mostrar como a memória é
importante nessas discussões é algo positivo. Memória e identidade e suas construções
individuais e coletivas socialmente são processos importantes nos desdobramentos históricos,
e dialogar com esses conceitos é muito importante como parte do aprendizado. Isso entra na
interdisciplinaridade.
"Contextualizar a fonte, portanto, é indispensável, por um lado, por outro não esquecer a
perspectiva que a literatura é obra de arte e, neste sentido, compreender seu estilo e sua
linguagem são importantes." p. 109
É levantada a discussão sobre a análise de fontes e a importância de saber como analisar essas
fontes. A partir disso é afirmado a necessidade de compreender o estilo e linguagem com a
fonte em diálogo. Para além disso, temos como importante a impedância de também buscar
compreender o contexto referente a produção da fonte, o contexto social, o lugar social do
autor da fonte e outros processos que giram em torno disso. Tudo pode influenciar na análises
das fontes, na problematização em cima da fonte. É uma discussão também necessária obra
compreensão ao lidar com fontes, sejam elas literárias, documentos oficiais, imagens, músicas
e etc.
"Evidenciamos que a utilização de fontes literárias requer um trabalho dinâmico e
interdisciplinar, tanto para a pesquisa quanto para o ensino de História, já que a Literatura,
como uma disciplina voltada para o campo das artes, traz em sua formação aspectos
próprios, amplos e diferenciados para a análise historiográfica, que auxiliam na criação de
novos métodos de abordagem e interação com História." p. 110
"(...) o objetivo é desenvolver a autonomia intelectual dos estudantes, possibilitando fazer
análises críticas da sociedade em uma perspectiva temporal e espacial." p. 110
"O que propomos neste artigo é pensar o uso das fontes literárias no ensino de História, a
partir de um ensino interdisciplinar que possibilite a interação entre a disciplina de História
com outras disciplinas e áreas de conhecimento, como a própria Literatura e a Língua
Portuguesa. Por entender que a prática de análise interdisciplinar facilita a apreensão e
produção de conhecimento, acreditamos ser de grande relevância o uso de obras literárias
no ensino de História, porque possibilita explorar junto aos alunos a capacidade que têm de
interpretar e correlacionar as tramas literárias com os fatos históricos e seus sujeitos." p.
110
"A pesquisa e o ensino por meio da interação entre História e Literatura propiciam um
melhor aprendizado sobre as questões cotidianas do passado e do presente, pois possibilitam
uma reflexão interdisciplinar e contextualizada, trazendo novas abordagens e debates tanto
nos trabalhos de pesquisa como e, principalmente, na sala de aula." p. 111-112
Ao longo do texto, as discussões são bem elaboradas e discutidas cronologicamente, desde a
sugestão das possíveis relações entre História e Literatura, onde temos a Literatura como fonte
na compreensão de contextos históricos, até a forma como lidar com fontes e saber analisá-las
da melhor maneira possível. Será objeto de diálogo diferentes historiadores como Circe
Bittencourt que vai mostrar as diferentes formas de como a Literatura vai complementar como
fontes, sendo, como introdução ao tema de estudo, como ilustração para reafirmar alguma
ideia, ou até mesmo como um meio para analisar um contexto histórico. Isto na disciplina de
História. Para além disso, é reforçado como a fonte não deve ser usada apenas como algo
ilustrativo, mas sim como algo que vá despertar o interesse dos alunos, que os traga para
diferentes discussões e análises.

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