Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI

CAMPUS PROFESSOR POSSIDÔNIO QUEIROZ


LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA

Disciplina: Práticas Pedagógicas IV


Professora: Valderlany Mendes Dantas
Kelly Gisele Rodrigues dos Santos Silva1

ANÁLISE PROPOSTA: Na leitura da BNCC, o aluno deve observar e registrar as


possibilidades e limites para o trabalho interdisciplinar.

A Interdisciplinaridade é uma forma de ensino muito importante que passou a ser


objeto de discussão nos últimos anos sobre sua aplicação nas salas de aula em prol do ensino
educacional com maior qualidade. Essa forma de ensino pode ser entendida como capaz de
apresentar aos alunos possibilidades diferentes de olhar um mesmo fato, possibilitando um
ensino bem contextualizado em contato com diferentes áreas do conhecimento ao discutir
sobre alguma temática. Dessa forma, trazer a interdisciplinaridade para abordar os conteúdos
pode auxiliar na compreensão e aplicação dos conteúdos de uma forma mais ampla e prática,
mostrando como e por que esses conteúdos abordados nas escolas são importantes de serem
discutidos.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que


regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras,
o processo de ensino e aprendizagem da História no Ensino Fundamental nos Anos Finais está
pautado em alguns procedimentos básicos, entre eles, identificação dos eventos considerados
importantes na história, formação da crítica do aluno para trabalhar com fontes e na
compreensão de diferentes eventos históricos, assim como o seu desenvolvimento de
habilidades necessárias para a elaboração de proposições próprias. Partindo disso, no ensino
através da interdisciplinaridade, os conteúdos seriam ensinados, articulando-se no processo de
ensino e aprendizagem buscando, de acordo com algumas interpretações sobre essa forma de
ensino, trazer uma aprendizagem não fragmentada, como é o caso da divisão das temáticas em
disciplinas separadas, as áreas do conhecimento.

1
Graduando em Licenciatura em História pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI
6° Período. E-mail: kellygsilva@aluno.uespi.br
Na proposta da interdisciplinaridade, temos a ligação/conexão entre outras ciências
trazendo outras disciplinas para dialogar/interligar-se com a História, por exemplo,
construindo um conhecimento capaz de estimular os alunos, através dessa forma de ensino, a
compreenderem de uma forma mais abrangente os eventos históricos e sua importância, assim
como outros conteúdos de outras áreas do conhecimento. Além disso, essa abordagem pode
desenvolver com mais ênfase as habilidades propostas na BNCC. Somando-se a isso, ela é
importante não só nos conteúdos, mas também em áreas como a pesquisa, onde podemos
dialogar com diferentes campos das ciências.

É nesse sentido que, assim como mostrado nas discussões de Juares da Silva Thiesen,
que a interdisciplinaridade vem como um movimento contemporâneo emergindo na
perspectiva do diálogo e da integração das ciências e do conhecimento, onde vai buscar
romper com o chamado hiperespecialização, excessiva especialização no ensino, e com a
fragmentação dos saberes (THIESEN, 2008, p. 546). Porém, alguns pontos ainda abrem
bastante espaço para discussão sobre a qualidade dessa forma de aprendizagem e alguns
aspectos que ela traz.

Na interpretação de alguns autores, a interdisciplinaridade é vista como paradigmática,


sendo sempre uma reação alternativa à abordagem disciplinar normalizadora, querendo
superar a fragmentação das ciências e dos conhecimentos. Alguns estudiosos dizem ser
imprescindível o diálogo entre os diferentes métodos, conceitos e estruturas diversas nas
práticas pedagógicas das disciplinas científicas, enquanto, de acordo com as discussões de
alguns autores, THIESEN (2008) analisa como as práticas interdisciplinares, tanto nas
ciências quanto na educação, não trazem por completo a dimensão disciplinar do
conhecimento em suas etapas de investigação, produção e socialização. Partindo disso, propõe
uma profunda revisão de pensamento pautadas na intensificação do diálogo, das trocas, da
integração conceitual e metodológica nos diferentes campos do saber.

Entre os limites da interdisciplinaridade está também a dependência das diferentes


áreas do conhecimento divididas em disciplinas e bastante disseminadas a partir do século
XX, transferindo conceitos, práticas e métodos de ensino. Além disso, a necessidade de se ter
especialização na área do conhecimento ao qual o professor deverá ministrar. Esse
pressuposto pode impedir o docente de dialogar com algumas áreas. Dessa forma, colocar
esse método de aprendizagem em prática nas salas de aula pode ser difícil, quando há
burocracias que impedem o professor de dialogar com outras áreas do conhecimento ou
mesmo as ferramentas necessárias para tal prática. Partindo disso, assim como explica
Heloísa Luck, “A orientação para o enfoque interdisciplinar na prática pedagógica implica
romper hábitos e acomodações, implica buscar algo novo e desconhecido. É certamente um
grande desafio (LUCK, 2001, p. 68).

REFERÊNCIAS:

THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no


processo ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, 2008.

LUCK, Heloísa. Pedagogia da interdisciplinaridade. Fundamentos teórico-metodológicos.


Petrópolis: Vozes, 2001.

Você também pode gostar