Você está na página 1de 33

Escola Estadual de

Educação Profissional - EEEP


Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Desenho da Construção Civil

Processos e Técnicas
Construtivas da Infraestrutura
Governador
Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 1
2. TRABALHOS PRELIMINARES ............................................................................................................ 1
2.1. LIMPEZA DO TERRENO ................................................................................................................... 1
2.2. NIVELAMENTO ................................................................................................................................ 1
2.3. SERVIÇOS DE MOVIMENTO DE TERRA ....................................................................................... 1
2.4. MÉTODOS DE LOCAÇÃO DE OBRA .............................................................................................. 1
3. FUNDAÇÕES .......................................................................................................................................... 2
3.1. TIPOS DE FUNDAÇÕES ..................................................................................................................... 2
3.1.1 Classificação quanto à transmissão de cargas.......................................................................................2
3.1.2 Classificação quanto à profundidade da cota de apoio.........................................................................3
3.2. CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO SISTEMA DE FUNDAÇÕES...................................................4
3.3. QUANTIDADE DE FUROS DE SONDAGEM...................................................................................6
3.4. RESULTADO DA SONDAGEM...........................................................................................................7
4. MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS UTILIZADOS NOS SERVIÇOS DE
LIMPEZA DO TERRENO, MOVIMENTO DE TERRA E FUNDAÇÕES.........................................8
4.1. Classificação Geral..................................................................................................................................8
4.2. Campos de Aplicação..............................................................................................................................9
4.3. Carregadeiras.........................................................................................................................................10
4.4. Escavadeiras..........................................................................................................................................11
4.5. Retroescavadeira...................................................................................................................................11
4.6. Transporte de material...........................................................................................................................12
5. TIPOS LOCAÇÃO DA OBRA.............................................................................................................12
5.1. MÉTODO TRADICIONAL DE LOCAÇÃO DE OBRAS................................................................13
5.2. ESTAÇÃO TOTAL...............................................................................................................................15
6. PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÕES........................................................................16
6.1. ESTACAS BROCAS............................................................................................................................16
6.2. SAPATA CORRIDA.............................................................................................................................19
7. PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE FUNDAÇÕES.......................................................21
7.1. ESCOLHA DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO..................................................................21
7.2. PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE.......................................................................................................22
7.3. Materiais e sistemas para impermeabilização.......................................................................................23
8. EPI’S e EPC’S UTILIZADOS..............................................................................................................23
8.1. EPI’s......................................................................................................................................................23
8.2. EPC’s.... ................................................................................................................................................24
9. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................25

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 0


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

1. INTRODUÇÃO

Após a verificação do terreno onde será feita a edificação, retirada de entulhos, disponibilidade de
utilização de instalações provisórias, assim como o movimento de terra necessário e instalação do
canteiro, é hora de “trabalhar” o terreno para que este dê todo o suporte necessário a estrutura.
As principais características destas atividades serão abordadas na seqüência.

2. TRABALHOS PRELIMINARES

2.1. LIMPEZA DO TERRENO

Item que, aparentemente desprezível em orçamentos, pode gerar grandes custos dependendo da
condição inicial do terreno. As condições arquitetônicas podem requerer retiradas de árvores de grande
porte (o que já evidencia uma logística diferente, com outros equipamentos como serra, tratores,
caminhões para transporte, etc), antigas tubulações de drenagem ou esgoto, construções em ruínas, ou
simplesmente vegetação de pequeno porte.

2.2. NIVELAMENTO

O nivelamento consiste em, basicamente, preparar a altura do terreno, com o uso de escavadeiras,
para atingir a cota de projeto. Esse item é fundamental, principalmente no que se refere a tubulação de
esgotos, por exemplo, já que este precisa ter uma altura que garanta o escoamento por gravidade, e ainda
atinja a cota do sistema de esgotos.

2.3. SERVIÇOS DE MOVIMENTO DE TERRA

Atualmente, o uso de máquinas de grande porte é necessário para os serviços de movimento de


terra, garantindo maior agilidade no processo de nivelamento do terreno. As máquinas serão melhor
abordadas no item 4.

2.4. MÉTODOS DE LOCAÇÃO DE OBRA

Apesar de parecer básico, locações de obra errônea ainda são encontradas em diversas obras,
causando, inclusive, o cancelamento/realocação destas. Um dos principais problemas acontece na fase de

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 1


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

projeto, onde um erro de cota ou um fraco referencial adotado pode dificultar ou tornar inexeqüível a
locação. Mais detalhes no item 5, onde serão exibidos os atuais métodos de locação.

3. FUNDAÇÕES

Fundações são os elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas da estrutura ao terreno
onde ele se apóia (AZEREDO, 1988). Assim, as fundações devem ter resistência adequada para suportar
as tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o solo necessita de resistência e rigidez
apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais.
O tipo de fundação é informação fundamental para o pré-orçamento da obra, podendo viabilizar
ou inviabilizar o empreendimento (custos de fundação). Fundações bem projetadas correspondem de 3% a
10% do custo total do edifício. Porém, se mal concebidas ou mal projetadas, podem representar custo de 5
a 10 vezes maior do que o custo da fundação mais apropriada para o caso.

3.1. TIPOS DE FUNDAÇÕES

3.1.1 Classificação quanto à transmissão de cargas:


a) DIRETA - Feita preponderantemente pela BASE.

Dependendo do tipo de solo, a fundação direta é a solução mais econômica para fundação.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 2


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

b) INDIRETA - Feita preponderantemente pela SUPERFÍCIE LATERAL.

Geralmente empregada quando não é possível o uso de fundações diretas, onde as profundidades
maiores apresentam melhor capacidade de suporte de carga.

3.1.2 Classificação quanto à profundidade da cota de apoio:


a) FUNDAÇÕES RASAS – Aquela em que a cota de apoio está até 2,0m de profundidade.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 3


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

b) FUNDAÇÕES PROFUNDAS – Aquela em que a cota de apoio está acima de 2,0m de


profundidade.

3.2. CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO SISTEMA DE FUNDAÇÕES

Não existe outra forma para escolher o melhor sistema de fundações que não seja A
INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO. Na grande maioria dos casos, essa investigação é feita a partir de
sondagens de simples reconhecimento. Essa sondagem consiste de uma perfuração no solo, onde são
dados significativos o número de golpes necessários para afundar o trado no solo a cada metro, assim
como o material recolhido durante essa perfuração. A partir desses e mais alguns dados, é determinado a
tensão admissível do solo, item fundamental para o cálculo da dimensão das fundações.
É necessário proceder a identificação e classificação das diversas camadas componentes do
substrato a ser analisado, assim como a avaliação das suas propriedades de engenharia.
A obtenção de amostras ou a utilização de algum outro processo para a identificação e
classificação dos solos exige a execução de ensaios “in situ”, podendo também sempre que necessário o
uso de laboratório com a amostra.
Características como: número de pontos de sondagem, seu posicionamento no terreno (levando-se
em conta a posição do edifício no terreno) e a profundidade a ser atingida são determinadas por
profissional habilitado, baseado em normas brasileiras e na sua experiência. (BRITO 1987).

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 4


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Abaixo, o método mais utilizado, chamado de Standard Penetration Test, ou simplesmente SPT.
Também conhecido como sondagem à percussão ou sondagem de simples reconhecimento, é um
processo de exploração e reconhecimento do subsolo, largamente utilizado na para se obter subsídios que
irão definir o tipo e o dimensionamento das fundações que servirão de base para uma edificação. A sigla
SPT tem origem no inglês (standard penetration test) e significa ensaio de penetração padrão.
O ensaio consiste na cravação vertical no solo, de um cilindro amostrador padrão, através de
golpes de um martelo com massa padronizada de 65 kg, solto em queda livre de uma altura de 75 cm. São
anotados os números de golpes necessários à cravação do amostrador em três trechos consecutivos de 15
cm sendo que o valor da resistência à penetração (NSPT) consiste no número de golpes aplicados na
cravação dos 30 cm finais. Após a realização de cada ensaio, o amostrador é retirado do furo e a amostra é
coletada, para posterior classificação que geralmente é feita pelo método tátil-visual.
Dependendo do porte da obra, ou se as informações obtidas não forem satisfatórias, outros tipos
de pesquisas poderão ser executadas (poços exploratórios, ensaios de penetração contínua, ensaio de
palheta, etc).

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 5


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Ao se realizar uma sondagem pretende-se conhecer:


• O tipo de solo atravessado através da retirada de uma amostra deformada, a cada metro perfurado;
• A resistência (N) oferecida pelo solo a cravação do amostrador padrão, a cada metro perfurado;
• A posição do nível ou dos níveis d’água a cravação do amostrador padrão, a cada metro perfurado.

3.3. QUANTIDADE DE FUROS DE SONDAGEM


Do texto extraído da NBR 8036:
“4.1.1 Número e locação das sondagens
4.1.1.1 O número de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de
suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens
deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas
do subsolo do local em estudo.
4.1.1.2 As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 200 m2 de área da projeção em
planta do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2 deve-se fazer uma sondagem
para cada 400 m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve ser

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 6


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

fixado de acordo com o plano particular da construção. Em quaisquer circunstâncias o número


mínimo de sondagens deve ser:
a) dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m²;
b) três para área entre 200 m² e 400 m².”

3.4. RESULTADO DA SONDAGEM

A profundidade a ser atingida depende do porte da obra a ser edificada e consequentemente das
cargas que serão transmitidas ao terreno. A Norma Brasileira (NB 6484) fornece critérios mínimos para
orientar a profundidade das sondagens. Porém a resistência dos solos, o tipo de obra, e características do
projeto podem exigir sondagens mais profundas ou critérios mais rígidos de paralisação da perfuração.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 7


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A partir dos dados da sondagem, é possível determinar o melhor sistema de fundações. Em geral,
solos fortes, arenosos e com alta resistência ao teste de penetração são ideais para o uso de fundações
diretas, que são mais econômicas e de fácil execução (dependendo da carga dos pilares). Já solos ruins
argilosos, e com baixa resistência ao teste de penetração é necessário o uso de fundações indiretas, já que
estas conseguem absorver maior quantidade de carga do que as fundações diretas. Porém, é um sistema
mais caro e de mais complexa execução.

4. MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS UTILIZADOS NOS SERVIÇOS DE


LIMPEZA DO TERRENO, MOVIMENTO DE TERRA E FUNDAÇÕES

Até o aparecimento dos equipamentos mecanizados e mesmo depois, a movimentação das terras
era feita pelo homem, utilizando ferramentas tradicionais: pá e picareta para o corte, carroças ou
vagonetas com tração animal para o transporte. Como o rendimento da terraplenagem manual é pequeno,
esse serviço dependia da mão de obra abundante e barata. Mas com o desenvolvimento tecnológico e
social a mão-de-obra foi se tornando cada vez mais escassa e, por conseqüência, mais cara.
Os equipamentos mecanizados, surgidos em conseqüência do desenvolvimento tecnológico,
apesar de apresentarem elevado custo de aquisição, tornaram competitivo o preço do movimento de
terras, em razão de sua alta produtividade.
Examinando-se a execução de quaisquer serviços de terraplenagem, podem-se distinguir quatro
operações básicas que ocorrem em seqüência, ou, às vezes, com simultaneidade.
a) Escavação;
b) Carga do material escavado;
c) Transporte;
d) Descarga e espalhamento.
Essas operações básicas podem ser executadas pela mesma máquina ou por equipamentos
diversos. Exemplificando, um trator de esteira provido de lâmina, executa sozinho todas as operações
acima indicadas, sendo que as três primeiras com simultaneidade.

4.1. Classificação Geral


a) Máquinas Motrizes - São aquelas que produzem a energia para a execução do trabalho. Ex.:
tratores de rodas ou de esteira, compressores, etc., quando convenientemente equipados podem realizar os
serviços
b) Máquinas Operatrizes - São aquelas que acionadas pelas máquinas motrizes realizam
diretamente o trabalho. Ex.: scraper, escarificadores, compactadores.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 8


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A Unidade de Tração (Trator) é a máquina básica de terraplenagem, pois todos os equipamentos à


disposição para executá-la são tratores devidamente modificados ou adaptados para realizar as operações
básicas de terraplenagem.
Chama-se trator a unidade autônoma que executa a tração ou empurra outras máquinas e pode
receber diversos implementos destinados a diferentes tarefas.
Essa unidade básica pode ser montada sobre:
a) Esteiras: De modo geral, as esteiras exercem pressões sobre o terreno portante da ordem de 0,5
a 0,8 kgf/cm2 aproximadamente, igual à pressão exercida por um homem em pé, sobre o chão.

b) Pneumáticos: Os equipamentos de rodas, ao contrário, transmitem ao terreno pressões de


contato da ordem de 3 a 6 kgf/cm2.

4.2. Campos de Aplicação


a) Trator de Esteira
- Esforços tratores elevados
- Rampas de grande declividade
- Terrenos de baixa capacidade de suporte
OBS.: Baixa velocidade de operação, o que resulta em baixa produtividade.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 9


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

b) Trator de Rodas
- Topografia favorável
- Condições de bom suporte
- Boas condições de aderência
OBS.: As máquinas de pneu são insuperáveis em relação a velocidade, significando maior
produção

4.3 Carregadeiras
São chamadas de pás-carregadeiras e podem ser montadas sobre esteiras ou rodas com
pneumáticos.
Normalmente a caçamba é instalada na parte dianteira. No carregamento, as carregadeiras é que se
deslocam, movimentando-se entre o talude e o veículo de transporte.
Características da carregadeira de pneus:
• Alta velocidade de deslocamento
• Grande mobilidade
• Deslocamento a grande distância (elimina transporte em carreta)
• Menor tração - principalmente na escavação, risco de patinagem
• Baixa flutuação
• Tração nas quatro rodas
• Peso próprio elevado - peso aderente sobre a roda motriz

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 10


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

4.4. Escavadeiras
São chamadas de pás mecânicas. Consistem em um equipamento que trabalha parado. Pode ser
montado sobre esteiras, pneumáticos ou trilhos.

- Características das Escavadeiras


• Normalmente sobre esteiras
• Giro de 360º
• Esteiras Lisas, sem garras e de maior largura
• Boa flutuação
• Baixo Balanceamento
• Deslocamento - 1,5 km/h (pequenas distâncias)
• Deslocamento em distância - carretas especiais

4.5. Retroescavadeira

Semelhante à escavadeira de pá frontal, diferindo apenas em relação à caçamba. A escavação se


faz no sentido de cima para baixo. O movimento da máquina é em marcha a ré. Escava solos mais
compactados.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 11


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

4.6. Transporte de material

Não menos importante, é a forma de transportar todo material (aterro, corte, etc).De acordo com o
volume escavado, deve ser dimensionado o caminhão –caçamba de acordo com o número de viagens de
transporte de material.

5. TIPOS LOCAÇÃO DA OBRA

A locação tem como parâmetro o projeto de localização ou de implantação do edifício.


No projeto de implantação, o edifício sempre está referenciado a partir de um ponto conhecido e
previamente definido. A partir deste ponto, passa-se a posicionar (locar) no solo a projeção do edifício
desenhado no papel. A locação reveste-se de grande importância, pois um erro durante o processo de
locação pode resultar diretamente num erro da execução da obra.
É comum ter-se como referência os seguintes pontos:

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 12


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

• O alinhamento da rua;
• Um poste no alinhamento do passeio;
• Um ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de
terra;
• Uma lateral do terreno.
Durante um levantamento topográfico são medidas direções e distâncias entre pontos e a partir
destas podem ser calculadas as coordenadas das feições de interesse. Na locação o que ocorre é o
processo contrário: a partir de coordenadas de pontos definidos em um projeto são calculadas direções e
distâncias em relação a marcos de referência. Com estes valores, a partir dos marcos de referência
materializados em campo, é possível locar ou indicar a posição dos pontos de interesse.

5.1. MÉTODO TRADICIONAL DE LOCAÇÃO DE OBRAS

A locação de obras sem o emprego de instrumental topográfico é realizada normalmente


empregando-se dois métodos: o de contorno (ou tábuas corridas ou tabela) e o método dos cavaletes. No

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 13


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

método do contorno, a área a ser locada é cercada empregando-se pontaletes cravados no solo e ripas ou
sarrafos pregados a estes pontaletes (figura XXX). Os cantos deste cercado devem formar ângulos retos.

Sobre os sarrafos são marcados com pregos os pontos que definirão os alinhamentos. A partir
destes pregos são estacadas linhas, sendo que o cruzamento destas linhas define o ponto a ser locado.
Com auxílio de um fio de prumo o ponto é marcado no solo.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 14


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

5.2. ESTAÇÃO TOTAL

Estação Total ou Taqueômetro é um instrumento eletrônico utilizado na medida de ângulos e


distâncias. A evolução dos instrumentos de medida de ângulos e distâncias trouxe como conseqüência o
surgimento deste novo instrumento, que pode ser explicado como a junção do teodolito eletrônico digital
com o distanciômetro eletrônico, montados num só bloco.

A estação total é capaz de inclusive armazenar os dados recolhidos e executar alguns cálculos
mesmo em campo. Com uma estação total é possível determinar ângulos e distâncias do instrumento até
pontos a serem examinados. Com o auxílio de trigonometria, os ângulos e distâncias podem ser usados

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 15


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

para calcular as coordenadas das posições atuais (X, Y e Z) dos pontos examinados, ou a posição do
instrumentos com relação a pontos conhecidos, em termos absolutos.

A maioria dos instrumentos das Estações Totais medem ângulos através de scanner eletro-óptico
de extrema precisão de códigos de barra digitais atados em cilindros ou discos de vidro rotativos dentro
do instrumento. As Estações Totais de melhor qualidade são capazes de medir ângulos abaixo de 0,5". A
típica Estação Total EDM pode medir distâncias com precisão de cerca de 0,1 milímetro, mas a maioria
das aplicações requer precisão de 1,0 milímetro. Essas estações totais usam um prisma de vidro como
refletor para o sinal EDM, e pode medir distâncias de até quilômetros, mas alguns instrumentos não
possuem refletores e podem medir distâncias de objetos que estão distintos por cor, limitando-se a poucas
centenas de metros.

6. PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÕES

6.1. ESTACAS BROCAS

Tipo de fundação rasa ou profunda, executada por perfuração com trado, conforme mostrado nas
figuras abaixo, e posterior concretagem in loco, normalmente com diâmetro variando entre 15 e 25cm,
com comprimento de até 6,0m. As estacas tipo broca são normalmente empregadas para pequenas cargas,
conforme pode ser observado na tabela abaixo, principalmente pelas limitações que envolvem o seu
processo de execução.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 16


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Diâmetro (cm) Tensão (MPa) Carga usual (kN) Carga máxima (kN)
15 50 70
20 3,0 a 4,0 100 150
25 150 200
Tabela 1 – Cargas usuais e máximas para estacas tipo broca.
* Para converter kN para tonelada, dividir por 10. Ex: 100kN = 10t.

Tipos de trado

Perfuração do terreno

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 17


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Perfuração executada.

Concretagem da estaca broca

A concretagem também pode ser executada com injeção de nata de cimento, devendo ser utilizado
vibrador para adensamento do concreto no fundo na vala.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 18


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

6.2. SAPATA CORRIDA

Sapata corrida é normalmente para receber as ações verticais de paredes, muros, pilares alinhados
ou elementos alongados que transmitem carregamento uniformemente distribuído em uma direção.

Vista, elevação e corte das sapatas corridas.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 19


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

É comumente utilizado em residências unifamiliares e até em edificações de maior porte,


dependendo do tipo de solo.
Inicialmente, é escavada uma vala com as dimensões da sapata corrida, acrescidas de folga que
varia de 10 a 20cm, para posicionamento das formas e garantia das dimensões pré-estabelecidas em
projeto.

Locação sapata corrida

Nesse tipo de fundação, tenta-se distribuir uniformemente a carga da estrutura ao solo. Não é
indicada em solos com elevada diferença de suporte entre as extremidades de onde ficará a estrutura,
devido aos recalques diferenciais (fenômeno que ocorre quando uma edificação sofre um rebaixamento
devido ao adensamento do solo sob sua fundação, com deformações desiguais entre as fundações).

Posicionamento da sapata corrida Concretagem da sapata corrida.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 20


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

7. PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE FUNDAÇÕES

As fundações (sapatas corridas, estacas broca, blocos, etc) ficam expostas a constante umidade do
solo, tal umidade pode variar de local para outro em função de vários fatores. Caso essas estruturas não
tenham a correta impermeabilização pode ocorrer o fenômeno da umidade ascendente, que é a ascensão
da água pelos capilares existentes no concreto, argamassa e alvenaria. que pode aparecer em pisos ou
propagar-se pelas paredes, podendo atingir alturas em torno de 2 m. Para evitar o aparecimento da
umidade, que além de doenças respiratórias pode causar eflorescências, descolamento de pinturas e
desagregações de argamassas de revestimento, é necessária a aplicação de um sistema de
impermeabilização para proteger pisos e paredes da umidade proveniente do solo, evitando
inconvenientes futuros e garantindo a vida útil da edificação.
A impermeabilização de elementos de fundação de concreto armado, como blocos e sapatas
corridas, além de evitar a ascensão da umidade colabora para a durabilidade da estrutura. No caso de solos
ou águas agressivas em contato com as fundações, a necessidade de proteção impermeabilizante é quase
que obrigatória.

7.1. ESCOLHA DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Existem dois grandes processos de impermeabilização: os rígidos e os flexíveis.


No sistema rígido a fundação não poderá possuir deformações que acarretem o aparecimento de
fissuras no impermeabilizante e conseqüente abertura para passagem dos fluídos.
No sistema flexível é suportado maiores deformações sem o aparecimento de fissuras, onde
normalmente são utilizados mantas flexíveis.
Outro ponto a ser observado são as condições da obra, ou seja, para escolha do sistema de manta
asfáltica aplicado a quente é necessário a existência de mão de obra especializada o que talvez não seja
possível, entretanto este sistema apresenta uma grande velocidade na execução, item que pode ser
fundamental na escolha.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 21


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

7.2. PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE

Antes de receber o sistema impermeabilizante a superfície deve ser preparada, ou seja, estar limpa,
sem partes soltas, isenta de óleos, isenta de desformantes, seca, regularizada e etc. Regularizar a
superfície significa deixá-la uniforme, ausente de falhas de concretagem, sem a presença de quinas vivas,
sem juntas de alvenaria com ausência de argamassa. A regularização deve ser executada com argamassa
de areia, cimento e aditivos em traço compatível com as condições de aplicação.
Para produtos de base asfáltica como mantas, emulsões e soluções antes da aplicação é necessário
a imprimação da superfície. O mercado oferece primers a base d’água e base de solvente, ambos devem
possuir a mesma eficiência na promoção da aderência. Um erro muito comum encontrado nesta etapa é a
utilização do primer como impermeabilização definitiva.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 22


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Foto xx – Aplicação da impermeabilização em Foto xx – Aplicação da impermeabilização em


baldrame (rígida) baldrame (rígida)

7.3. Materiais e sistemas para impermeabilização

NBR 9689 - Cancelada em 31/10/2003 Substituída por: ABNT NBR 9575:2003


NBR 9575:2003 - Cancelada em 16/09/2010 Substituída por: ABNT NBR 9575:2010
Objetivo: “Esta Norma estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e projeto de
impermeabilização, para que sejam atendidas as condições mínimas de proteção da construção contra a
passagem de fluidos, bem como a salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a
estanqueidade das partes construtivas que a requeiram.”
Basicamente dispõem sobre os tipos de impermeabilização, os materiais e alguns elementos
técnicos presentes no processo.

8. EPI’S e EPC’S UTILIZADOS


Equipamentos de proteção individuais e coletivos são itens essenciais e obrigatórios nas obras de
infraestrutura e construção civil. De acordo com o porte de obra, grau de dificuldade, altura, sistema
construtivo, riscos, etc.. podem variar no seu tipo e utilização.

8.1. EPIs
Conforme Norma Regulamentadora nº.6, Equipamento de Proteção Individual – EPI é todo
dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. A empresa é obrigada a fornecer ao empregado,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 23


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Podemos citar alguns exemplos, retirados da Norma Regulamentadora nº 06:


A - Epi Para Proteção Da Cabeça (Capacete, Capuz)
B - Epi Para Proteção Dos Olhos E Face (Óculos, Protetor Facial, Máscara De Solda);
C - Epi Para Proteção Auditiva (Protetor Auditivo);
D - Epi Para Proteção Respiratória
E - Epi Para Proteção Do Tronco (Vestimentas)
F - Epi Para Proteção Dos Membros Superiores (Luvas)
G - Epi Para Proteção Dos Membros Inferiores (Calçados)
H - Epi Para Proteção Do Corpo Inteiro (Macacão)
I - Epi Para Proteção Contra Quedas Com Diferença De Nível (Dispositivo trava queda, cinturão)

8.2. EPCs

Esses equipamentos não são necessariamente de proteção de um coletivo, muitas vezes são apenas
de uso coletivo, como por exemplo, uma máscara de solda ou um cinto de segurança para alturas.,
Como exemplos de EPC podem ser citados:
A - Redes de Proteção ( nylon)
B - Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas zebradas)
C - Extintores de incêndio
D - Lava-olhos
E - Chuveiros de segurança
F - Exaustores
G - Kit de primeiros socorros

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 24


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

9. BIBLIOGRAFIA

ALBERNAZ, Maria Paula – Dicionário Ilustrado de Arquitetura – 2ª Edição – Editora Pro-editores – São
Paulo/SP.

AZEREDO, Hélio Alves de – O Edifício até sua cobertura – Editora Edgar Blucher – São Paulo/SP.

BAUER, L. A . Falcão – Materiais de Construção – Editora LTC – Rio de Janeiro/RJ.

BORGES, Alberto de Campos – Prática das pequenas construções – Volume I e II – Editora Edgar
Blucher – São Paulo/SP.
BORGES, Ruth Silveira – Manual de Instalações prediais hidráulicosanitárias e de gás – 4ª Edição–
EditoraPini–SãoPaulo/SP.

Desenho da Construção Civil - Processos e Técnicas Construtivas da Infraestrutura 25


Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

Você também pode gostar