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1.4 CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

A geometria de uma estrada é definida pelo traçado de seu eixo em planta e pelos
perfis longitudinal e transversal. De maneira simplificada, o traçado em planta é
composto de trechos retos concordados por curvas horizontais que são usados, em
geral, para desviar de obstáculos que não possam ser vencidos economicamente –
ou passar por pontos de interesse.

A princípio, uma estrada deve ter o traçado o mais curto possível. Porém, ligeiras
deflexões, quando necessárias, podem harmonizar o traçado com a topografia local.

Geralmente a topografia da região atravessada, as características geológicas e


geotécnicas dos solos de fundação, a hidrografia e problemas de desapropriação
determinam o uso corrente de curvas horizontais. Escolhido o raio das curvas, as
mesmas devem garantir:

a) A inscrição dos veículos;


b) A visibilidade dentro dos cortes;
c) A estabilidade dos veículos que percorrem a via com grandes velocidades.

As curvas horizontais circulares simples são muito empregadas em projetos de


estradas. Este tipo de concordância é realizada quando se combinam duas tangentes
com um arco de círculo.

1.4.1 GEOMETRIA DA CURVA CIRCULAR

Para concordar dois alinhamentos retos, foi há muito escolhida a curva circular, devido
à simplicidade desta curva para ser projetada e locada. O seu estudo é fundamental
para a concordância, pois mesmo quando se emprega uma curva de transição, a curva
circular continua a ser utilizada na parte central da concordância.

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Figura 5 – Curva horizontal circular simples

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O ponto de início da curva circular denomina-se ponto de curva (PC), que pode ser a
direita (PCD) ou à esquerda (PCE). A outra extremidade recebe o nome de ponto de
tangente (PT). São os seguintes principais elementos da curva circular:

a) Raio (R): é o raio do arco empregado na concordância, expresso em metros.


É um elemento selecionado por ocasião do projeto, de acordo com as
características técnicas da rodovia e a topografa da região;
b) Ângulo central (AC): é o ângulo formado pelos raios que passam pelo PC e
PT, e que se interceptam no ponto O. É numericamente igual à deflexão entre
os alinhamentos (AC=Δ);
c) Tangente (T): segmentos de reta que unem os pontos de curva (PC) e de
tangente (PT) ao ponto de interseção (PI);
d) Desenvolvimento (D): é o comprimento do arco de círculo, desde o PC até o
P;
e) Grau da curva (G): é o ângulo central que corresponde a uma corda de
comprimento c. O grau de comprimento é independente do ângulo central;
f) Afastamento (E): é a distância entre o PI e o ponto médio da curva;
g) Deflexão por metro (dm): ângulo formado entre a tangente T e uma corda de
comprimento c=1m que parta do PC.

As indicações usuais nas folhas de projeto são as seguintes, podendo variar de


projetista para projetista:

1. A indicação do PC e PT com o número das respectivas estacas são escritos ao


longo dos raios extremos da curva;
2. Na parte interna, colocam-se os valores dos principais elementos da curva (R,
Δ, G, T, D, dm).

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Figura 6 – Indicações usuais

As principais relações entre elementos da curva circular simples são as seguintes:

D = AC* R (depende do caso)

𝜟
E = T * tan(𝟒 )

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Exemplo 1.

Para ilustrar o procedimento de cálculo de concordâncias com curvas circulares


simples, imagine-se o projeto de um eixo, com os alinhamentos definidos na forma da
Figura 7, no qual se queira efetuar as concordâncias com os raios de curva R1 =
200,00 m e R2 = 250,00 m.

Solução:

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Uma curva pode ser definida pelo raio ou pelo grau. Expressa pela relação:

A curva será medida por meio de segmentos retos ou cordas. Para que a corda
exprima o comprimento do arco sem erro significativo, os comprimentos máximos
desta corda, em função do raio circular podem ser os seguintes:

Para R ³ 180 m c = 20 m

Para 65 ≤ R < 180 m c = 10 m

Para 25 ≤ R < 65 m c=5m

Para R < 25 m c=2m

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Obs: é necessário transformar o valor encontrado para deflexão multiplicando-o por


60.

Valores de deflexão sobre a tangente:

Valores de deflexão por metro:

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1.4.2 LOCAÇÃO DE CURVAS CIRCULARES POR DEFLEXÃO

Figura 7 – Locação de curvas circulares por ângulos de deflexão

1) Deflexões sucessivas

A deflexão sucessiva é aquela correspondente a cada estaca isoladamente, ou seja,


o ângulo que a visada a cada estaca forma com a tangente ou com a visada da estaca
anterior. A primeira deflexão sucessiva (ds1) é obtida pelo produto da deflexão por
metro (dm) pela distância entre o PC e a primeira estaca inteira dentro da curva (20-
a), de acordo com a expressão:

De modo análogo, a última deflexão sucessiva (dsPT) é calculada multiplicando a


deflexão por metro pela distância entre o PT e a última estaca inteira dentro da curva:

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As demais deflexões são calculadas pela expressão:

Se for necessário, pode-se calcular também as deflexões acumuladas, as quais


apresentam apenas valores acumulados das deflexões sucessivas calculadas
anteriormente.

Figura 8 – Locação de curvas circulares simples

Exemplo 2:

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